cuidando da relaÇÃo familiar em tempos de … da relação... · de cada um serem repensadas e...

Post on 04-Jul-2020

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CUIDANDO DA RELAÇÃO FAMILIAR EM

TEMPOS DE DISTANCIAMENTO SOCIAL

Toda nossa rotina foi alterada pelo surgimento do

COVID-19 ou o novo coronavírus (SARS-CoV-2) e o

estabelecimento da restrição social, pelo

movimento “fique em casa”.

As crianças e adolescentes deixaram de frequentar

escola, aulas esportivas e seus tratamentos

regulares, como a terapia ocupacional, fisioterapia,

fonoaudiologia dentre outros.

É uma RUPTURA na rotina de todos.

É preciso organizar uma nova dinâmica

familiar, conciliar trabalho em casa com a

atenção dispensada a aos filhos.

A sensação inicial é de CAOS.

Também sabemos que a responsabilidade maior, em

grande parte das famílias brasileiras, incide sobre a figura

da mãe ou da cuidadora feminina.

É o momento das famílias se reorganizarem, e as tarefas

de cada um serem repensadas e redistribuídas.

PEÇA ajuda online aos profissionais da saúde

que acompanham você, algum familiar ou aos

seus filhos.

O QUE PRECISAMOS SABER?

É mais fácil implementar novos hábitos e rotinas com as crianças pequenas do quecom adolescentes, portanto, se tem adolescentes em casa, demandará maisesforço de sua parte.

Casais (ou os adultos que residem na casa, por exemplo, uma mãe e a avómaterna) com parcerias bem estabelecidas antes da quarentena podemencontrar uma maior facilidade neste momento para a implementação da novarotina.

Todos os adultos que residem na casa são cuidadores e responsáveis pelas

crianças e adolescentes neste momento, A exceção de adultos e/ou idosos

com problemas de saúde e que demandam cuidados de outros adultos.

O intuito dessa cartilha é falar para

TODOS os CUIDADORES de crianças e

adolescentes, independente de como é

composta sua família.

O EMPENHO dos cuidadores neste momento, é

estabelecer um caminho de COMUNICAÇÃO com as

crianças e adolescentes para que seja possível a

convivência e o estabelecimento de novos HABITOS e

ROTINAS

Para saber mais: #tocomvoce#toemcasa

Será abordado três pontos

principais

O reconhecimento do estilo parental,

ou seja, como cada cuidador se

apresenta na relação com os filhos

Sugestões para o

estabelecimento de uma

rotina saudável e menos

conflituosa

O que os cuidadores

precisam desenvolver

neste momento de

isolamento social e

incertezas

ESTILOS PARENTAIS 6

Falamos de estilos parentais para

designar a forma como os

pais/cuidadores educam,

ensinam, interagem com seus

filhos e como cada uma destas

influenciam nos mais diversos

aspectos do desenvolvimentos

das crianças e adolescentes.

Muitos cuidadores se perguntam se haveria um modo mais

assertivo para educar nossos filhos para que esses cresçam

como cidadãos responsáveis e saudáveis. E a resposta é

sim.

Como?

1. Descobrir cada um seu estilo de educar através das

atitudes e decisões em relação aos filhos,

2. Observar os resultados de suas atitudes refletidas no

comportamento dos filhos,

3. Tentar se auto ajustar nos pontos que vocês deseja

melhorar.

OS ESTILOS PARENTAIS

MAIS COMUNS6

PERMISSIVO

AUTORITATIVO

AUTORITÁRIO

INDULGENTE NEGLIGENTE

PAIS AUTORITÁRIOS

Modelam, controlam e avaliam o comportamento dos filhos de

acordo com regras de conduta pouco ou nada flexíveis;

Punem os filhos por aspectos destes que entram em conflito com

o que eles, cuidadores, pensam ser certo;

Esperam que seus filhos inibam seus pedidos e demandas;

São exigentes;

Não são responsivos, ou seja, pouco ouvem as demandas de seus

filhos.

PAIS PERMISSIVOS

Tendem a ter comportamento não-punitivo;

Diante dos desejos e ações dos filhos tendem a

satisfazer suas vontades de modo imediato e com pouca

crítica;

Não se apresentam como um modelo de

comportamento, nem como pessoas responsáveis por

direcionar o comportamentos dos filhos;

Evitam o que consideram inconveniências ou conflitos;

Não são exigentes;

Podem ser responsivos (característica indulgente) ou

não responsivos (característica negligente).

PAIS AUTORITATIVOS

Ouvem as solicitações dos filhos e avaliam se estas são razoáveis ou não;

Incentivam o diálogo e a expressão de ideias e sentimentos;

Compartilham com seus filhos a sua forma de raciocinar e tomada de decisões;

Diante da recusa do filho, são firmes e expõem sua perspectiva de adulto;

Reconhece interesses e capacidades dos filhos mas não decidem em consensos ou no

desejo da criança;

São exigentes e responsivos, ou seja, há uma reciprocidade.

O QUE OS CUIDADORES PRECISAM DESENVOLVER

A tarefa dos cuidadores é reconhecer as

próprias capacidades e limitações para

que possa ser construído “acordos de

convívio razoáveis na família”

(Maldonado, 2000, p. 26)

1. PARCERIA

Os adultos que residem na casa precisam ser parceiros no cuidado com os

filhos através de uma conversa franca para que pontos de discordância e

conflitos possam ser ajustados.

2. COERENTES

Os adultos que residem na casa precisam chegar a um acordo

comum quanto as regras, novas tarefas de cada um, e

manutenção da palavra.

3. CONSISTÊNCIA

Os adultos cuidadores, sendo um casal ou não, precisam ser

consistentes em suas palavras e ações, agirem com convicção de

seus princípios e valores morais da família, não apenas do

individual de cada um.

4. CONVERSAR 2,3

É importante conversarem entre si e com os filhos.

É desejável que os cuidadores reservem um momento para conversarem sem a

presença dos filhos.

Escutar os filhos não significa realizar suas vontades automaticamente.

5. LIMITES1,4

Colocar limites é dizer amorosamente aos filhos que você se

preocupa com eles e que todos temos direitos e deveres, e o seu,

de cuidador, é educa-lo da melhor maneira que puder, para se

tornar cidadão responsável.

“Dizer ‘sim’ sempre que possível e

‘não’ sempre que necessário”

(Zaguri, 2005, p. 23)

6. FRUSTRAÇÃO

Frustrar-se faz parte do nosso processo de maturidade. Todos nós em algum momento

nos sentimos frustrados – como lidar?

Não esconda seus sentimentos do seu parceiro(a) ou dos filhos caso eles perguntem.

Acolha seu filho e ensine-os que frustrar-se faz parte da vida e do nosso crescimento.

ORIENTAÇÕES

BÁSICAS

Explique o que é o COVID19 e a necessidade de

restrição social e quarentena

Utilize uma linguagem que eles possam

entender de acordo com a idade e seu

desenvolvimento cognitivo e emocional;

Cheque qual foi o entendimento da criança e do

adolescente;

Repita quantas vezes forem necessárias

Mantenham a rotina de vocês ao máximo

possível, como horários regulares de sono,

despertar, descanso, refeições e demais

atividades.

Fonte: https://www.portalraizes.com/os-15-principios-de-maria-montessori/

Inclua seus filhos nos

cuidados com a casa de

acordo com a idade e

capacidade de cada um.

Se você se sentir muito

sobrecarregado ou angustiado,

PEÇA ajuda online aos profissionais

da saúde que acompanham você,

algum familiar ou seus filhos.

Você também pode se informar e

iniciar atendimentos online a

qualquer momento que precisar.

REFERENCIAS

1. Capelatto I, Martins Filho J. Cuidado, afeto e limites: uma combinação possível. 4a ed. Campinas, SP: editora Papirus 7 Mares: 2012. (Coleção Papirus Debates).

2. Druckerman Pamela. Crianças francesas não fazem manha. Rio de Janeiro: Editora Fontanar, 2013.

3. Maldonado Maria T. Comunicação entre pais e filhos: a linguagem do sentir. 25a ed. São Paulo: editora saraiva, 2000.

4. Zagury Tânia. Limites sem trauma: construindo cidadãos. 66a ed. Rio de Janeiro: Editora Record, 2005.

5. Weber Lídia N D (et al). Identificação de estilos parentais: o ponto de vista dos pais e dos filhos. RevstaPsicologia, Reflexão e Crítica, 2004, 17(3), pp.323-331. Acesso <http://www.scielo.br/pdf/prc/v17n3/a05v17n3.pdf>

FONTE DAS IMAGENS

https://br.freepik.com

https://stock.adobe.com/

Para saber mais: #tocomvoce#toemcasa

HOSPITAL DAS CLINICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE

RIBEIRÃO PRETO – USP

Serviço de Terapia Ocupacional

Ambulatório de Terapia Ocupacional em Saúde Mental da Infância

e Adolescência

Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência

E-mail: servicoto@hcrp.usp.br

Telefone (16) 3602-1803

Elaboração:

Valquíria Ferreira JosuéTerapeuta Ocupacional

CREFITO 3-5061-TO

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