crônicas jornalísticas

Post on 02-Jan-2016

48 Views

Category:

Documents

0 Downloads

Preview:

Click to see full reader

DESCRIPTION

Crônicas Jornalísticas. Fernando Sabino. O que é Crônica. - PowerPoint PPT Presentation

TRANSCRIPT

O que é Crônica

O nome vem de “cronos”, do grego que significa tempo. Inicialmente , nomeava os textos

históricos de feitos nobres ou livros de linguagens.

Depois, por meio dos jornais, escritores famosos

passaram a divulgar textos de fatos cotidianos

e de caráter atempar. Atualmente, a crônica

jornalística trata de

Fernando Sabino

assuntos diversos: esportes,

artes, vida social; já a literária invoca um humor crítico e

bizarro, um caráter melancólico ou fatos cotidianos. Em ambos

os tipos, o narrador é onisciente; o ponto de vista é interno,

conhece a história, porém não participa dela, normalmente. A

crônica pode reunir a narração e a dissertação.

Ex: crônicas de Fernando Sabino, Carlos Drummond de

Andrade, e outros.

O CRONISTA DE LIMBO

Se me não falha a vã memória, há cerca de quatro meses e uns poucos dias, com toda a pompa e circunstância, meu primeiro livro de crônicas

graciosamente intitulado de Moça com Flor Na Boca, reunindo em uma seleta antologia as despretensiosas croniquetas que venho publicando neste prestigioso

matutino lá se vão uns bons dez anos,

cinco dias por semana. O poeta Dimas Macedo foi o pai desse projeto e, como tal, mergulhou num

universo de quase 4 mil crônicas deste locutor que vos fala, catou o que achava de melhor e ainda me

fez o sublime favor de perpetrar o honorável prefácio.

Pois muito bem, lançado e publicado no gracioso opúsculo, haja entrevista em jornais, rádio,

televisão, palestras em universidades, colégios e mais outros templos culturais afins, eis que sobre o meu livreto se abate um terrível e sepulcral silêncio.

Nenhuma resenha, nada de críticas construtivas, desconstrutivas, elogiosas ou esculhambativas,

nada, neca de pitibiribas os amigos ou desamigos se dispuseram a escrever,

muito embora nas mesas dos bares ululassem os indefectíveis elogios, loas mil sobre este vosso

suburbano cronista naquela base dos etílicos “ôba-ôba-obá-obá”.

Se não fora os bilhetes eletrônicos do leitores, penso que passaria a acreditar sinceramente que meu livro

nunca fora escrito e publicado, e que Moça com Flor Na Boca nada mais seria do que uma abstração, um poético delírio meu, um fruto temporão de minha

já não tão fértil imaginação. Cheguei mesmo ao derradeiro ponto de mostrar o livro ao espelho do

banheiro só para vê-lo referido por inteiro na realidade prismática do vidro e eu pudesse dizer, sem a menor sombra de dúvida, que meu livro realmente

existia que eu ainda não havia pirado de vez.

O que mais me dana, me abusa, me irrita, me faz sair do sério é que os colegas de ofício se derrama em elogios em, alto e bom som pelas mesas do bares e

nada se quer escrevem para mim. Para qualquer escritor, elogio, é que nem jogo do bicho, só vale o escrito. E como diria meu querido tio, Dr. Roberto

Machado, o que não está nos autos não está no mundo. Portanto, se nenhum crítico, nenhum

intelectual escreveu sobre meu livro é porque ele não existe, digamos assim, no portentoso cenário literário

alencarino. E eu sinceramente dou graças a Deus.

top related