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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES - UCAM
DENISE RAMOS SEBASTIÃO
CRIANÇA: A FAMÍLIA PRESENTE NA ESCOLA
Rio de Janeiro, 28 DE JULHO DE 2006
CRIANÇA: A FAMÍLIA PRESENTE NA ESCOLA
Monografia apresentada à
Universidade Cândido Mendes, com
exigência parcial para a conclusão do Curso
de Psicopedagogia sob a orientação do
professor Vilsom Sergio de Carvalho.
Rio de Janeiro, 28 de julho de 2006.
Agradecimentos
Agradeço a Deus por iluminar os meus caminhos durante todos os dias
de minha vida.
E que apesar dos obstáculos conseguir, com muita determinação
alcançar mais uma vitória.
Agradeço aos meus pais que tanto estiveram ao meu lado, me
apoiando e incentivando neste meu caminhar.
Aos meus irmãos e familiares, pelo apoio, carinho e compreensão.
Aos meus amigos, Claudia de Moraes, Francisco Batista e Alice
Cristina que demonstraram ser verdadeiros amigos.
Ao professor Vilsom Sergio, pelo carinho e atenção e por seu brilhante
profissionalismo.
Dedicatória
Dedico aos meus pais que tanto estiveram ao meu lado, me
incentivando e apoiando. E que todo momento demonstraram o que é um
verdadeiro amor pelos filhos.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 6
1. FAMÍLIA: CONCEITO, ORIGEM E ORGANIZAÇÃO FAMILIAR. ............................ 8
2. REFLEXOS DA FAMÍLIA NA ESCOLA. ................................................................ 17
3. A CRIANÇA NA ESCOLA E OS DISTÚRBIOS DE CONDUTA. ............................ 23
3.1. Distúrbios de Conduta sob a Ótica da Conseqüência Familiar......................... 27
4. A INTERAÇÃO DA ESCOLA E DA FAMÍLIA: UMA PARCERIA NECESSÁRIA... 33
5. A OORIENTAÇÃO EDUCACIONAL FACE AO FRACASSO ESCOLAR E A
RELAÇÃO COM A FAMÍLIA. ..................................................................................... 36
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ 42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 44
INTRODUÇÃO
Esta monografia pretende refletir sobre a família, sua estrutura e
seus problemas, presentes na Escola, através do comportamento e
desenvolvimento social e pedagógico, da criança.
No primeiro capítulo consideramos relevante refletir sobre a origem
histórica da família, o conceito e as organizações familiares para que
possamos identificar a estrutura familiar nos dias atuais, frente a realidade
social na qual esta Família encontra-se instituída.
No Segundo capítulo optamos por dirigir o olhar ao Reflexo desta
família nas relações escolares, dentro de uma realidade social esta família
também contribuiu para o quadro de valores, ou falta de valores, desta
realidade.
No terceiro capítulo apontamos o comportamento da escola, melhor
definindo, da criança na escola, como resultados da estrutura familiar e
realidade social. Consideramos os distúrbios de conduta, provenientes da
família, um dos fatores causadores de fracassos escolares e registramos a
importância da tomada de consciência de presença dessas interferências, por
parte dos profissionais de Escola, que planejam o processo de construção de
aprendizagem do aluno.
Nos capítulos quarto e quinto evidenciamos a necessidade e
importância de interação entre Escola e Família, na busca desta
conscientização. Elegemos o Orientador Educacional como profissional
imprescindível na interação com a família, na busca de soluções e caminhos
minimizadores do Fracasso Escolar. Enriquecemos com alguns relatos e
consideramos este olhar um caminho de aprendizagem da Escola.
1. FAMÍLIA: CONCEITO, ORIGEM E ORGANIZAÇÃO FAMILIAR.
Uma maneira de compreender a família é através do ciclo vital: uma
visão evolutiva que observa as características funcionais da família em cada
etapa de seu desenvolvimento através de gerações.
A utilidade dessa maneira de ver está na possibilidade de aprender a
estrutura especifica em cada fase de seu ciclo, com as funções que são
esperadas dela para que cumpra sua tarefa básica na sociedade, bem como
sua flexibilidade para mudar a cada frase.
Assim, a partir de um jovem casal, a primeira grande mudança seria
o nascimento de um primeiro filho. A passagem de “serem filhos” para “serem
pais”, implica numa série de transformações, quanto as relações entre si
(casal), em com o filho em dermos de necessidade de abrir espaço para a
criança. A partir de então, os pais constituem dois subsistemas que devem ser
claramente identificados: o do esposo e de pais, com expectativas e funções
que não se fundem.
Esta formando o triângulo na nova família e é preciso cuidado para
que não haja superinvestimento em qualquer um dos lados, o que não é uma
tarefa muito simples. Surgem os avós e os papéis de pais e de avós tem que
ser assumidos iniciando-se a construção de novas regras de relacionamento
entre eles, com seus pais e com seus amigos.
A medida em que outros filhos vão nascendo estas regras vão se
modificando em função da necessidade de aceitação de novos membros da
família. São períodos críticos em que mudança são necessárias, testando a
flexibilidade do sistema, seus valores, seus padrões de interação.
A necessidade em que os filhos crescem novas mudanças vão
sendo buscados e ao chegar na adolescência, tais mudanças em geral, atinge
um auge, pelas próprias transformações evolutivas dos filhos, bem como, pelo
novo que eles trazem para o seio da família em virtude do contato que tem com
os outros sistemas, os amigos, o clube, a escola. São hábitos, linguagem,
comportamento de sua geração que entram pela família a dentro.
Conceito de Família.
Família é o primeiro grupo a qual todo o indivíduo faz parte ao
nascer. A sua formação é por indivíduos que se relacionam entre si em laços
fortes de amor, carinho, lealdade, respeito, etc...
É através do nascimento, adoção ou até mesmo a convivência diária
de uma criança com outras em um orfanato, que se dá essa estrutura familiar.
A sua finalidade é de garantir a sobrevivência, o desenvolvimento de seus
membros, procurando suprir não só as suas necessidades naturais como:
alimentação, vestimenta, educação, moradia, além das suas necessidades
afetivas a saber: amor, carinho, respeito, etc, valorizando um ambiente
acolhedor, saudável e agradável de convivência. É na família que são
passados as primeiras lições de vida, de caráter, ou seja, é uma base na
formação de todo o ser humano, transmitindo a cada um de seus membros um
senso de valor, de aceitação, uma relação afetiva onde a criança também
aprende a ser recompensada ou punida pelos seus atos e tem em seus pais,
seus verdadeiros mestres.
A família está em um período de transição, o modelo configurativo
que mais tem modificado com a mulher no mercado de trabalho, surge como
sendo mantenedora e assumindo ambos papéis, o da proteção e o da
autoridade.
A família é parte de um contexto mais amplo que é o sistema social,
sendo moldada por ele.
Qualquer estudo sobre a família deve incluir sua complementaridade
em relação a sociedade a que pertence.
O mundo ocidental está em plena transição e a família está tendo
que se ajustar a ele, juntamente em períodos de mudança e valores como
esses que vivemos a função psicossocial da família, adquire ainda mais
importância, como suporte para seus membros.
O contexto social, é fundamental na definição das características
estruturais e funcionais da família. Assim, quando se fala de sobrevivência,
necessidades e desenvolvimentos, está se falando das finalidades básicas da
família que variam em função da sociedade a qual se pertence essa família.
Fazem parte das funções da família, portanto, a transmissão dos
valores dessa sociedade que modela o próprio processo de socialização da
criança e seu seio.
Assim a função de suporte físico, afetivo e social dos membros da
família, implica fundamentalmente em permitir a criança, o desenvolvimento de
um sentimento de identidade que envolve dois elementos: um sentimento de
pertinência que lhe dá um nome, e que permita que se sinta parte, do sistema
que a ampara, sustenta e protege, ao mesmo tempo que adquire o sentido do
ser um indivíduo, separados de todos conhecido como individualização. O
sentido de pertencer é adquirir através da participação, acomodação e
aceitação dos padrões de interação familiar através do ciclo vital. Já a
individualização é possível pela participação da criança em vários subsistemas
familiares (avós, tios, irmãos), em situações as mais diversas, bem como em
vários grupos externos, à família, permitindo ser individualizado, através de
acomodações mútuas (família e criança), através do crescimento aquisição
gradua de “áreas” de autonomia, que lhe dão o senso de ser separado.
Da mesma forma que a criança se acomoda e assimila padrões
interacionais e valores de sua família, a família se acomoda à sociedade
assegurando a continuidade da sua cultura e de seus valores.
Origem da Família.
As regras morais mais jurídicas que concernem as relações entre os
sexos são estreitamente solidários as que concernem a sociedade doméstica
ou a família. Sob este modo de família designamos por um conjunto de
pessoas que estão unidas por um laço de parentesco ou de aliança, um
conjunto de pessoas que tem o mesmo teto. A constituição da família tem
variado muito e modifica ainda, segundo a sociedade, mais jamais em
nenhuma parte tem sido abandonada. Nas sociedades formadas, a família
começa a partir do casamento.
É preciso que a família seja inteiramente organizada em vista do
nascimento e da educação das crianças, pois o ato que resulta disso constitui
por sua natureza o complemento de uma função essencial para o futuro, não
somente da sociedade da qual somos membros, mais da humanidade
inteirinha. A família constitui um meio natural da criança, mas esse meio, cuja
influência sobre o desenvolvimento da criança é essencial, difere muito de uma
família para a outra, por outro lado, segundo suas própria estrutura interna.
A criança que não ultrapassou ainda a porta da escola, não conhece
outro universo que está na família. O meio familiar, a satisfaz na medida em
que é um meio afetivo e aberto.
E pois o aspecto interno do meio familiar que importa e garante a
seus membros um ambiente saudável.
Uma família muito numerosa, os laços com os adultos correm risco,
pelo contrário, de se relaxarem. Os pais, para os filhos são reduzidas aos
simples papel de guardas. Uma família com dimensões médias tem mais
facilidades para se tornar harmoniosa.
O meio familiar, agem as vezes por imagens que apresenta a
criança para ajudá-la a s situar em existência e a constituir-se sobre o modelo
daqueles que o cercam, aos quais é naturalmente inclinada a identificar. Num
meio desarmonioso, é evidente ser mais difícil ao individuo encontrar sua
unidade interior.
Contudo, não existe situação familiar perfeita, as dificuldades são
inerentes a existência, e sem dúvidas mesmo, são necessárias a formação de
um ser quando elas não ultrapassam a suas forcas. É normal e feliz que todos
os meios familiares não apresentem exatamente os mesmos rostos, mas todos
devem apresentar uma certa compreensão da função da família e das reações
das crianças.
Organização Familiar.
É na família, em primeiro lugar, que encontramos nossos modelos a
serem imitados, reconhecendo e desejando a existência de um elemento
comum nós e o modelo de identificação.
Por trás de muitos problemas de aprendizagem ou inadaptação da
criança e na escola, esconde-se algum tipo de tensão emocional de origem
familiar. Com freqüências, a criança vive um conflito em que suas aptidões
espontâneas, suas tendências particulares não encontram realização, pois são
contrários aos padrões de idealizações dos pais.
Famílias começam quando duas pessoas que se gostam concordam
em dividir suas vidas, futuros e expectativas. Tal decisão supõe que estas
pessoas se sintam identificadas uma à outra o suficiente para assumirem este
compromisso.
Na realidade, a questão das identidades não é um pré-requisito, mas
resultado de um processo. É a partir das vivências e experiências que se
desenrolam que a identidade entre o casal vai se construindo.
É necessário na condução de uma vida a dois que cada um cuide de
se ajustar às expectativas e necessidades do outro, a começar pelas pequenas
decisões cotidianas do casal.
Muitas vezes, as negociações diárias, pequenas, mas numerosas,
são aborrecidas e problemáticas, podendo causar discussão. Que atitude
tomar diante dos problemas? Como encará-los? Se cada um acha que o outro
está errado e nenhum é razoável, os dois podem se machucar muito. Muitas
vezes, ocorre que os modelos produzidos pela geração dos pais não
correspondem aos modelos vigentes na geração e inúmeros problemas
enfrentados pelo casal decorrem dessa não coincidência entre modelo anterior
ou atual.
A qualidade de um sistema familiar pode ser analisada a partir da
capacidade de se reequacionar para se adequar a novas situações. O
nascimento de um filho, por exemplo. Desde o inicio o nível de envolvimento e
comprometimento dos cônjuges com o bebê são diferentes. Para a mulher o
engajamento começa na gravidez; para o pai, após o nascimento. Outras
vezes, o pai só aceitará seu papel quando o filho for suficientemente grande
para ser seu interlocutor – quando puder conversar com ele e entendê-lo.
Essas diferenças nos processos de assunção do novo papel
facilmente transforma-se em conflito. A incapacidade de cada um lidar com as
mudanças que o nascimento de um filho produz, poderá leva-los a transferir
para o filho o foco de seus próprios conflitos. Nesse caso, irão considerar o
nascimento do filho como um problema que veio desmanchar o universo
familiar que desfrutavam até então.
Tal situação se torna ainda mais grave, quando o filho real se
diferencia bastante do filho idealizado pelos pais ou por um deles. Quando
pensam num filho que irá nascer, os pais pensam numa criança alegre, rosada,
que se alimenta e dorme bem. Ninguém imagina uma criança mal humorada,
que morde os outros, que não gosta de estudar, menos ainda consideram a
possibilidade de uma criança com deficiência.
Quanto maior a distância entre o filho idealizado e o filho real, maior
será a dificuldades dos pais. A forca do modelo idealizado poderá até encobrir
características que merecem ser valorizadas no filho, dificultando o seu
desenvolvimento.
Diversos fatores – nascimento de um filho, divergências entre o
casal, envelhecimento, adolescência dos filhos e muitos outros, podem
desencadear crises familiares.
Em geral, por trás da crise da família, o desempenho insatisfatório
dos filhos, está o conflito entre o filho real e o filho idealizado.
Uma família saudável deverá ser capaz de lidar com seus modelos
idealizados de forma madura, sem se deixarem dominar por eles, e enxergara
singularidade dos parceiros dos filhos na estrutura familiar.
Uma vez respeitadas as diferenças individuais, respeitem-se
também as diferenças, interesses e objetivos de cada um, bem como o direito
de cada qual expor seu ponto de vista, de ser ouvido com respeito pelos
outros. Isto significa, liberdade para que seus membros exponham seus
sentimentos e emoções, colocando-se diante dos outros, como sujeitos plenos.
É na família que se encontra os primeiros modelos a serem imitados.
O individuo necessita de modelos, para imitar, aderir a valores que sejam
significativos para ele, construindo assim, sua personalidade.
2. REFLEXOS DA FAMÍLIA NA ESCOLA.
Uma grande parte dos distúrbios de comportamento reflete o
desequilíbrio social e emocional das relações existentes na família diz
(Assunção e Coelho, 1999, p.187).
Na família, a criança tem o primeiro contato e o contexto no qual irá
desenvolver os padrões de socializações e absorver os problemas.
Pois está é a primeira unidade na qual a criança é inserida antes do
convívio escolar.
Há vários tipos de família.
- A família encabeçada devida à separação ou morte de uns dos
integrantes da família. Devido a ausência do (pai ou mãe). A criança
sente falta para se identificar. Mas essa ausência pode ser
substituída por avos, tios, primos e etc...
- A família constituída quando os avós ou pais vivem no mesmo
ambiente. A criança pode desenvolver diferentes relações que traz
diferentes divergências com seus pais, e essa divergência, as vezes
pode trazer sérios problemas na educação da criança (pois os pais
são autoritários e os avós muitos permissivos).
- A família na qual os cônjuges pertence a religião ou raça diferente.
Pois através destas causas podem trazer controvérsias na questão
da linguagem ou da formação religiosa.
- Há a família, formada por um novo membro conseqüente de
segundo casamento. Então exige adaptação delicada da criança a
este novo membro.
São problemas existentes na família, e que interferem na
aprendizagem, algumas situações, infelizmente, comuns na realidade social
contemporânea:
- A separação dos pais, conseqüentemente levará, a criança a um
desajuste social, direcionando-a à agressividade e angústia.
Levando-a a ser sentir perdida e abandonada.
- A morte de familiares ou amigos podem acarretar sérios problemas
para a criança. As reações da criança pode desencadear-se de
acordo com a importância que ela atribui à pessoa que está ausente.
Pode manifestar através de diferentes formas a falta da pessoa
querida.
Pode ser tornar uma criança intolerante, agressiva e irritada.
Podendo tornar-se solitária ou demasiadamente eufórica e passar a relatar
vantagens que não retratam a sua realidade.
- Superproteção / filho único – A superproteção familiar impede a
criança de tomar qualquer iniciativa tornando-a completamente
passiva, e dependente da vontade dos adultos.
A criança, pode manifestar atitudes mal-educadas provenientes do
excesso de mimo. Na maioria das vezes acontece com as crianças que é filho
único.
A escola evidentemente provocará choques e retraimentos. Pois até
agora a criança só vivia no meio de adultos e de repente se depara em outro
ambiente que não seja o seu, com pessoas diferentes, na qual a atenção
desejada da professora é dividida entre eles.
É de suma importância que, em casos de distúrbios de
aprendizagem em sala de aula, o mestre leve em consideração ou busque
informar-se sobre o estilo de educação, que predomine na família da criança,
pois é pelo estilo de educação familiar que são basicamente determinadas as
expectativas e as formas de comportamento da criança na escola.
A educação ideal seria aquela baseada no amor, na coerência e na
paciência dos pais. Com isso, mais facilmente a criança iria para a escola com
uma sadia confiança, espontaneidade e predisposição para a aprendizagem.
Mas como criança está muitas vezes sujeita a formas erradas de educação no
lar, e útil fazermos uma análise rápida dessas formas típicas de educação por
parte dos pais.
A Educação Autoritária.
A educação autoritária ou restritiva pode ser exercida por ambos os
pais ou somente por um. Ou mesmo um dos pais pode ser ora autoritário ou
permissivo, o que é prejudicial para a criança.
Há a necessidade de que os pais, tenham uma linha de ação, a mais
coerente possível. Toda e qualquer variação no comportamento paterno com
os filhos pode gerar insegurança, já que a criança espera uma determinada
reação e, se houver variações, ela se tornará intranqüila, ansiosa e insegura.
Uma criança com estas características dificilmente poderá conseguir bons
resultados na sala de aula.
A Educação Mimada.
Numa forma de educação mimada, o excesso de amor e carinho é
prejudicial ao desenvolvimento da criança, o que facilmente poderá levar ao
fracasso escolar ou ao distúrbio de comportamento social.
Os filhos mimados t6em comportamentos que os levam a rejeição
pelos colegas em sala de aula, uma vez que são tidos os queridinhos do
mestre a insegurança interna dessas crianças faz com que elas ajam com
teimosia e agressões contra todos os que se apõem a seus desejos.
O professor não deve mimá-la quando ela tem que fazer alguma
coisa, pois isto a levaria a adquirir distúrbios de aprendizagem e facilmente
acabaria abandonando a escola.
Junto da educação mimada, podemos falar também daquela atitude
da mãe querer ser superprotetora, não permitindo que o filho faca nada,
açambarcando-o completamente.
A criança não consegue desenvolver uma atitude de fortaleza
interna porque está acostumada a que os outros o façam por ela.
A Educação Desigual.
A forma de educação desigual, que é entendida como aquela
educação, na qual um dos cônjuges procede de maneira rígida, enquanto o
outro procede de maneira benévola, é tão prejudicial quanto as anteriores.
Este tipo de educação familiar talvez seja o mais pernicioso. Essa
educação costuma gerar grande insegurança na criança, porque cria uma
dicotomia de comportamento. Ela agirá de uma maneira perante o pai e de
forma diferentes perante à mãe, surgindo sentimentos ambíguos.
Na escola, isso conduz à incapacidade para um trabalho que exige
constância e cria problemas de entrosamento.
A Família e a Aprendizagem.
As primeiras experiências educacionais da criança geralmente são
proporcionadas pela família. Depois de nascer, a criança começa a sofrer
influências familiares que aos poucos, vão modelando o seu comportamento.
Muitos pais não tem plena consciência de que o seu comportamento
e sua maneira de ser e de falar tem enorme influência sobre o desenvolvimento
do filho.
É preciso considerar que o treino a que os pais submetem os filhos,
de forma consciente e deliberada, nem sempre produz os resultados
esperados. Os sentimentos que os pais têm em relação à criança, durante os
anos anteriores à escola, são de fundamental importância para o
desenvolvimento posterior da criança e para sua aprendizagem escolar.
Estes sentimentos contribuem para que a criança desenvolva o
conceito de si própria, do mundo e de seu lugar no mundo.
Parte de influência dos pais provém da maneira como eles encaram
a aprendizagem escolar.
O atraso de uma criança na leitura poderá estar relacionando com a
atitude dos pais com relação à leitura. Se os pais não lêem, o filho não
aprendeu em casa uma atitude positiva em relação à leitura. Os pais podem
influenciar na aprendizagem que os filhos vão ter na escola, através das
atitudes e valores que passam aos filhos, mesmo sem a interação de ensinar.
3. A CRIANÇA NA ESCOLA E OS DISTÚRBIOS DE CONDUTA.
“A entrada da criança para escola marca uma fase importante em
seu desenvolvimento. Conforme cita (Souza, p.7) 1979.
Pois a escola é lugar, onde a criança passa a maior parte de seu
tempo. E passa a ser um prolongamento de seu lar, acrescentando à sua vida
novas experiências e maiores responsabilidades.
Assim, sendo também um lugar favorável e rico em observações
sobre como ocorre o desenvolvimento da criança, seja nos aspectos afetivos,
acadêmicos ou sociais.
A criança precisa experimentar os conteúdos além de brincar e
movimentar-se de modo amplo e espontâneo.
Para a criança, essa nova fase corresponde também a realização de
um grande anseio: o de aprender a ler e a escrever.
Desde o dia em que a criança se torna escolar, a escola como
sabemos, age sobre a criança de forma deliberada e sistemática, permitindo-
lhes conhecimentos, submetendo-a uma discussão plena, ensinando-lhe seus
deveres tanto pelos preceitos como pela prática. Levando-se a relacionar-se a
outras crianças, mantendo com elas, relações diferentes, das relações
familiares, aprendendo assim a se situar mais objetivamente.
Os distúrbios de conduta, podem resultar em problemas de
aprendizagens, provenientes de uma educação familiar mal orientada.
A influência da família sempre foi considerada como um elemento
fundamental no desenvolvimento do caráter do indivíduo.
Os ambientes, nas diferentes famílias, têm uma influência decisiva
na formação da personalidade das crianças.
“É uma grande parte dos problemas educacionais infantis continua a
se originar no lar”. Conforme Druvet, p. 208, 2000.
Destacando-os faremos uma divisão do ambiente familiar:
Ambiente Físico e Social do Lar.
A organização do lar tem influência na disciplina diária, nos
bancários, enfim na rotina de vida dessa família.
É o clima amigável e de respeito mútuo é o ideal para o lar. As
discussões e brigas dão origem e perturbações emocionais. Mas isto depende
da posição sócio-econômico.
Clima Emocional no Lar.
Um bom relacionamento entre pais e filhos, depende do clima
emocional que se estabelece em um lar. Sem privilegiar um outro filho.
A separação dos pais deixa sempre os filhos com sentimentos de
rejeição.
Alguns fatores que levam a criança a ter sentimentos de rejeição:
- Pais que costuma espancar a criança. E por algum motivo não
gostam de seus filhos, chegando mesmo até odiá-los.
Isto causa na criança sentimentos de injustiça.
- A rivalidade entre irmãos, pode terminar em discussões violentas
e mesmo em agressões físicas que perturbam completamente o
ambiente familiar.
- Os pais por serem muitos severos, a criança se sente
incompreendida. Os seus pais impondo-lhes castigos violentos ou
submetendo-as a uma disciplina rígida. Diante disso elas não se
sentem amadas e tornaram-se inseguras. Esta insegurança
reflete na aprendizagem e no seu rendimento escolar.
- Podem manifestar comportamentos, bastante diversos os filhos
de pai ou mãe autoritários, submete-se a tirania paterna ou
materna. São incapazes de reagir, assim torna-se uma pessoa
tímida, apagada e introvertida.
- Quando os pais são liberais e dão ampla liberdade aos filhos, eles
podem ser tornar voluntários, e que sua vontade prevaleça
sempre.
- As crianças correm os risco de tornar-se pessoas
psicologicamente instáveis e ansiosas, sobre tudo aquelas que
não conseguem alcançar esses altos objetivos. Isto tudo é devido
ao nível de aspiração dos pais quando é muito alto em relação
aos estudos dos filhos.
- Filhos adotivos, costumam ter problemas emocionais quando lhe
é revelada somente a verdade, na puberdade por estranho, sem
um preparo psicológico adequado.
Nível Cultural e Educacional da Família.
O hábito de estudo e a valorização da escola são passados pela
tradição cultural de cada família.
Os pais que não tem instrução, ou cursaram apenas as quatros
primeiras séries do primeiro grau, ou são analfabetos, não podem oferecer
esse currículo oculto a seus filhos, mas podem ensinar-lhes conhecimentos
práticos muitos úteis.
Nível Sócio-Econômico da Família.
O nível sócio-econômico exerce uma enorme influência no
aparecimento de problemas de aprendizagem.
- A criança que pertence a uma família de classe social alta, cuja a
posição é muito boa e estável. A criança terá todas as
possibilidades de ter uma boa educação. Pois os pais poderá lhe
pagar os melhores colégios, e poderá investir neles
proporcionando-os estudos complementares. Mas dependerá da
capacidade intelectual da criança.
- A família de classe média e de classe média baixa são também
capazes de oferecer a criança altos níveis de desenvolvimento
intelectual e ser muito bem sucedida nos estudos. Sendo
inteligente, poderá superar as dificuldades e conseguir atingir os
mesmos níveis das crianças pertencentes às classe mais alta.
Mesmo não contanto com os recursos deles.
- Crianças que pertencem a classes populares, de média baixa à
baixa. Passam por várias dificuldades educacionais.
- Pois não tem as mesmas oportunidades de quem estuda em
escolas particulares. Não tem a chance de cursos
complementares ou mesmo de aulas particulares de reforços.
Porque as escolas públicas nem sempre é eficiente no ensino
quanto a particular.
Mesmo as crianças sendo inteligentes e estudiosos terão que ter um
esforço redobrado para alcançar as outras crianças mais adiantadas. Apesar
dessas condições adversas, alguns estudantes conseguem destacar-se e ser
bem-sucedidos, chegando à universidade.
3.1. Distúrbios de Conduta sob a Ótica da Conseqüência Familiar.
Os pais são as figuras principais no ambiente familiar, pois é através
dos mesmos, que a criança adiquiri o seu modelo de comportamento infantil.
As atitudes defeituosas dos pais, provocará na criança reações
indesejáveis que é fora do padrão que deveria ser o comportamento de uma
criança.
Agressividade.
É uma força natural do ser humano que permite ao indivíduo lutar
contra o meio ambiente. Uma educação imprópria, no entanto, pode provocar o
seu descontrole. A agressividade pode exarcebar, provocando atitudes de
rebelião contra autoridade e de agressão contra o mundo. Provocando atitudes
de retraimento e autoflagelação.
Mentira.
A criança mente por fantasia ou por necessidade de defesa. É
bastante comum a mentira na idade que a criança não sabe distinguir o real do
imaginário.
As causa reside no próprio exemplo dos pais, no temor (clima de
defesa num clima de insegurança) na vaidade (aplicada por um senso de
inferioridade, a criança sente necessidades de se valorizar), na carência afetiva
(chama a atenção sobre si). O hábito da mentira para ser modificado é preciso,
criar um clima de confiança e segurança, e procurar suas causas e não causas
e não castigar a criança.
Anorexia Mental.
A criança deixa de comer e não apresenta nenhum distúrbios
orgânicos. Provavelmente algo não vai bem no seio familiar.
Ela pode está sendo agredida pelos pais, como castigos, imposições
injustas.
Pode também não estar recebendo carinho e atenção de que
necessita e lança mão desse recurso para que todos se preocupem com ela.
Usa dessa forma para agredir negando-se a fazer algo que todos esperam
dela.
O certo é buscar as causas da anorexia e procurar combate-las
oferecendo à criança refeições apetitosas e calóricas, sem obriga-las a comer.
Desvio Sexual.
É o interesse demasiado por sexo ou nenhum interesse.
Provavelmente serão resultados de uma orientação sexual inadequada.
Quando os pais vêem no sexo uma fonte de alegria e enriquecimento, e
atendem progressivamente a curiosidade sexual da criança, falando-se com
naturalidade sempre a verdade, em dose exigidas pelas crianças.
A questão sexual terá um devido lugar encaixado na personalidade
da criança.
Preguiça.
Pode ser causas psicológicas, na qual pode ser diferente por
conseqüência familiares conflitivas, atitudes negativas por parte dos pais.
A Oposição Sistemática.
A criança desobedece, pela necessidade de se expandir fisicamente
ou de se afirmar que não consegue as vezes ficar quieta, ou simplesmente pela
curiosidade intelectual, sente a necessidade da exploração do mundo.
Só indicara como distúrbio emocional, quando persistentemente a
desobediência for usada como arma de agressão.
As injustiças dos pais ou relações conflitivas entre eles pode refletir
nas razões afetivas causando protestos contra tal.
Gagueira.
A gagueira da criança pode ser de conseqüência emocional. Como a
criança tendo, pais tirânicos e injustos que provocam a timidez, a insegurança,
o medo da criança.
A mesma tendo pais sempre ausentes, desligados e frios não dando
a assistência que a criança necessita.
Nervosismo.
A criança perfeitamente normal, se viver num meio agitado pode se
tornar nervosa. Se os pais são exigentes, ou se são nervosos.
Os desacordos dos pais em matéria de educação, o nascimento de
um novo irmão, e conflitos matrimoniais, a falta de espaço são condições que a
criança pode ser tornar nervosa.
Enurese e Encropese.
Se após os três anos, a criança ainda continua a molhar a roupa ou
a evacuar nas calças, e se não existir nenhum problema de ordem física, com
certeza estará com distúrbio emocional.
Este caso, as vezes acontece, quando a criança quer chamar a
atenção dos pais, quando se tem carência afetiva.
Furto.
A criança até os três anos aproximadamente não distingue entre o
que é seu e o que pertence aos outros.
Mais ou menos por volta dos seis anos, ela descobre o valor moral
ligado ao respeito pela propriedade alheia.
Existe vários tipos de furtos: o furto gêneros, o agressivo, o
exibicionista, da compensação, tentação e o compulsivo. O ultimo caso denota
uma desorganização psíquica mais grave, que pode ser de problemas afetivos,
a má adaptação ao meio familiar ou escolar, que pode está correlacionando de
sentimento de ansiedade, inferioridade ou revolta. Que pode ser encontrados
na origem de furto.
Ciúme.
O ciúme é comum e natural quando a criança sente que a sua
posição no lar e no coração dos pais está sendo ameaçada. E pode estar
recebendo uma educação que está tornando egoísta e possessiva.
Timidez.
A timidez é um fenômeno comum na adolescência, cuja a situação
natural de insegurança provoca este bloqueio emocional. Tanto a criança
quanto o adolescente tendo o temperamento tímido, serão criaturas inseguras
e angustiadas, que temem o fracasso. Esta causa é devido aos pais
prepotentes, superprotetores e exigentes que torna o indivíduo assim.
Medo.
É um das emoções básicas do homem, suscita, originalmente, por
situações que envolvem estímulos estranhos, ameaçadores, abruptos e
inesperados.
A crianças inseguras costumam ter mais medo que as seguras.
Então significa que qualquer tipo de educação que desenvolva a insegurança
(educação tirânica, constantes ameaças, cerceamento da liberdade,
perfeccionismo, agressões básicas, etc.)
Qualquer fato ou coisa que reduza a confiança da criança em si
mesma, que a envolva em situações de insegurança ou que ameace com
fracassos, conflito, remorso, descrédito e outras perturbações, aumentará a
sua sensibilidade ao medo.
4. A INTERAÇÃO DA ESCOLA E DA FAMÍLIA: UMA PARCERIA
NECESSÁRIA.
A responsabilidade da família é de educar a criança. E as vezes sem
conseguir desempenhar bem esse papel, acaba recorrendo a uma instituição
escolar. A escola não pode exercer sua missão sem ter uma ligação com a
família da criança.
A família e a escola devem harmonizar os seus objetivos. É
necessário que os pais estejam ligados à todos procedimentos escolar de seu
filho, buscando informações, com objetivo de atender à todas as expectativas
da escola.
Com essa atitude a família estará assegurando à criança o interesse
pela aprendizagem, a auto estima. À escola cabe a responsabilidade de
informar a família, todos os projetos pela escola. Convidando, os pais a serem
participantes ativos com seus filhos, na aprendizagem. Ambos, escola e
família, devem se apoiar em formas de proporcionar ao seu filho, ou seja,
nosso aluno, a formação de caráter, respeito, educação, segurança, tentando
juntos suprir a todas as necessidades, questionamentos que vão surgindo no
desenvolvimento da criança.
Ao professor, cabe a responsabilidade e conscientização de uma
educação digna para os alunos, onde estabeleça um ambiente estimulador,
com objetivos de que todas sejam alcançadas, uma relação de amizade entre
os alunos, e também dos pais, despertando neles, a necessidade de
acompanhar a educação da criança e adolescentes.
É preciso que não só a família, o educador e até mesmo a
sociedade de que as crianças e os jovens sejam valorizados não só dentro da
escola, como também fora dela, que tenham direito de opinião, expressão
sejam respeitadas para que se sintam capazes e se desenvolvam
normalmente. Deve ser percebido como um ser único, pois somente desta
forma será possível identificar suas potencialidades, estimulando os pontos
fortes contribuindo para o aprimoramento dos pontos fracos.
É preciso que o educador esteja comprometido com a educação, ou
seja, com a formação de cidadãos críticos e construtivos p[ara atuarem
ativamente na sociedade.
E o Orientador Educacional precisa de sensibilidade ao lidar com os
problemas que o educando apresenta.
A família tem por função educar, sendo de fundamental importância
na formação estrutura e psicológica do individuo. Como um grupo social que
possui ligações de relacionamento social e afetivo um todo dinâmico com
interação com seus componentes devendo ser ampliado ao âmbito escolar,
para que haja a integração da família-escola.
A escola não pode concorrer para mascarar ou criar tampões nos
olhos dos educandos, mas produzir mediações entre a realidade empírica e o
seu conhecimento. Ela pode ser o bisturi que abre os olhos para a
compreensão do mundo. Conforme cita Rodrigues (1991).
Os comportamentos apresentados pelos alunos em sala de aula
vem corroborar a Prática Educacional, no sentido de que problemas familiares
refletem-se na aprendizagem e na maioria das vezes não são percebido pelos
professores, dificultando a relação professor-aluno e o seu crescimento no
processo ensino-aprendizagem.
5. A OORIENTAÇÃO EDUCACIONAL FACE AO FRACASSO ESCOLAR E A
RELAÇÃO COM A FAMÍLIA.
Em suma, O fracasso escolar diz respeito as dificuldades de
aprendizagem, a desigualdade social e a diversidade de culturas, tendo a
escola uma parcela de responsabilidade por não se adequar a realidade dos
alunos. As questões do fracasso escolar está ligada na estrutura intra-
escolares e extra-escolares onde todos são responsáveis por esse fracasso. E
cabe ao Orientador Educacional buscar compreensão da diversidade das
culturas existentes dentro da escola trazendo para dentro da realidade cultural
dos alunos dando-lhes oportunidades para suas experiências, porque a
orientação educacional deve ser parceria competente da escola para refletir e
procurar soluções para o fracasso dela.
A orientação não é um serviço a parte responsável para resolver os
problemas do fracasso escolar, mas ela faz parte de um todo, onde todos são
responsáveis por seu fracasso ou sucesso, proporcionando meios junto com
outras áreas da escola para discutir e solucionar a problemática da escola, dos
alunos e dos professores e do projeto político-pedagógico.e nos orientadores
educacionais devemos fazer parte junto com os alunos e ao desenvolvimento
do processo de aprendizagem, criando, descobrindo e proporcionando novas
formas de ensinar, para tornar o espaço da escola mais humano e para que os
alunos não se sintam incompetentes e incapazes de aprender.
A Atuação da Orientação Educacional.
A atuação da Orientação Educacional, é de total importância nos
casos existentes na escola.
Pois a prática da Orientação Educacional atenta em detectar as
causas de conflitos que interferem no processo ensino-aprendizagem,
expressados através dos comportamentos, das observações, dos testes
aplicados e do produto do aluno, na avaliação diagnóstica existentes.
Também é relevante passar um questionário na sala, para toda à
turma responder individualmente. E através da mesma diagnosticar o problema
da criança que está com dificuldades de aprendizagem, se é de origem familiar.
Sugerimos abaixo, um questionário com questões pertinentes...Não
Há necessidade de usar todas as perguntas...podendo selecionar de acordo
com o conhecimento do grupo.
QUESTIONÁRIO DE PROBLEMAS FAMILIARES
NOTA PARA O ALUNO: LEIA DEVAGAR A SEGUINTE LISTA DE PROBLEMAS E
SUBLINHE, SE ACHAR OPORTUNO, OS QUE DIZEM RESPEITO A SUA CASA.
01-Gostaria de não ser filho único.
02-Meus pais não me aconselham em assuntos difíceis.
03-Tenho muita pouca liberdade em casa.
04-Converso muito pouco com meus pais e sem intimidade.
05-Meus pais tem preferência por outro irmão.
06-Meus irmãos brigam muito comigo.
07-Em casa não escutam minha opinião.
08-Meus pais não me permitem encontros com a namorada.
09-Meus pais brigam constantemente.
10-Meu pai vive separado de minha mãe.
11-Não posso discordar da opinião de meus pais.
12-Nunca conheci meus pais.
13-Quando faço alguma coisa de errada, castigam-me ou me dão uma
“chamada forte”.
14-Na minha casa reina a tranqüilidade.
15-Em casa, meus pais querem que proceda como homem, porém tratam-
me como criança.
16-Meus pais não se interessam pelo que faço no colégio.
17-Não gosto que minha mãe trabalhe fora de casa.
18-Meu pai trabalha de noite.
19-Meu pai é muito bom, mas as vezes bebe e da uma jogada de cartas.
20-Repugna-se ter animais em casa.
21-O meu pai é pouco religioso.
22-Meus pais exigem demasiado de mim.
23-Quando não tiro notas altas, sou repreendido e castigado.
24-Meus pais não se entendem muito bem.
25-Quando saio ou volto pra casa, sempre me perguntam onde estive.
26-Vivo magoado por não ter um lar feliz.
27-Não tenho intimidade com meus pais.
28-Meus pais são desquitados.
29-Na minha casa sempre falta a comodidade.
30-Não fui criado em um lar onde estivessem meus pais presentes.
31-Na minha casa há oposição a que siga a carreira que eu desejo.
32-Costumo responde a meus pais.
33-Nem sempre digo a verdade a respeito das coisas que faço fora de
casa.
34-Meus pais sempre tomam as resoluções por mim.
35-Meu pai não trata muito bem a minha mãe.
36-Em casa todos me condenam.
37-Tenho pouco conforto em casa.
38-Sinto falta de carinho em casa.
39-Não tenho licença para namorar.
40-Sempre tenho que dar conta dos gastos que faço.
41- Meus pais dizem que tenho idéias absurdas.
42-Se não tiro boas notas, ameaçam e levar-me a um internato.
43-Tenho tudo no lar, mas me falta carinho.
44-Sou órfão de pai ou de mãe.
45-Meus pais não me instruem sobre problemas sexuais.
46-Tenho sucessiva confiança na empregada.
47-Tenho nojo de tratar com meu irmão.
48-Tenho que me vestir como méis pais querem.
49-Não me permitam em levar amigos em casa.
50-Não posso escolher os amigos que eu quero.
51-Vivo com a madrasta.
52-Sinto-me a vontade, em casa com meus pais.
53-Não gosto de ser o último de casa.
54-Meu maior problema em casa é ________________________________
Muito importante observar a utilização deste questionário e suas
respostas. Dependendo da imagem que o Educando possui deste profissional,
ele poderá estar usando este instrumento para desabafos. Por outro lado, ele
poderá esconder através de respostas imaginárias, do que ele gostaria que
fosse a sua vida. A atenção e o estudo do Orientador Educacional diante
destas respostas pode encontrar as incoerências, motivo, muitas vezes das
atitudes e distúrbios de comportamento. Nunca colocar o aluno em situação
desconfortável perante o grupo, por causa das suas respostas. Elas devem
servir ao Orientador, para trazer ao grupo discussões de temas para o
crescimento do grupo e reflexões das situações comuns, nunca para forçar um
desabafo, que não podemos dar soluções.
A atuação Orientação Educacional, também consiste, nas sessões
com conversas e orientações e através de entendimentos, da qual se facilitem
o aparecimento das condutas do educando.
E estas conversas são chamadas de acompanhamento.
É de total relevância o empatia entre o orientador que realiza está
intervenção e o outro que busca respostas para a superação de seus
problemas, é vital para o desenvolvimento de ambos, na tentativa de vencer os
desafios existentes. Isto proporciona condições que facilitam o
desenvolvimento do individuo, do grupo, da Instituição e da Comunidade, bem
como na prevenção e a solução de dificuldades existentes, no modo de atingir
objetivos também pedagógicos.
Relato de Caso
As separações conjugais, as separações são sempre um momento
muito especial por mais trabalhada e amigável, que seja, entre pais e filhos, ela
vai sempre romper um elo da constituição familiar. Pois as separações
conjugais trazem prejuízos para às crianças que passam a viver quase
exclusivamente sob os cuidados da mãe.
O caso de C. (11 anos) encaminhada pela professora por apresentar
dificuldades escolares, não conseguindo lembrar nada. Sua memória curta
como também a de longo prazo não conseguia reter nada. Em entrevista com a
mãe foi relatado, que a separação do casal aconteceu quando C. tinha 4 anos,
a mãe estava grávida de um menino e deste momento em diante a família se
compôs de 3(três) pessoas, C. , seu irmão e sua mãe. Aparentemente tudo ia
bem, só que a medida que C. foi crescendo os problemas foram se tornando
mais visíveis e C. pode entender que o motivo da separação era a dependência
do álcool, e a ausência, mesmo no convívio com a família por parte do pai.
A medida que estes problemas se tornavam mais nítidos as
dificuldades escolares também foram se agravando. Conta a mãe que C.
sempre foi apegado ao pai este a ela, apesar disso, após a separação o pai se
tornou ausente, sem demonstrar maiores preocupações com os filhos. Fato
este que fez a menor C. ter estas dificuldades na escola.
Após a família perceber que C. precisa realmente de ajuda não só
dos pais, mas de profissionais para estas áreas (educacionais, e emocionais)
C., foi orientada e através de um trabalho lúdico, onde pode ganhar mais
segurança, aumentar sua auto-estima, e melhorar muito sua percepção e
comunicação, com ótimos rendimentos escolares, social e familiar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O problema de aprendizagem apresentado pelo aluno em sala de
aula na maioria das vezes é um sintoma manifesto a partir do aspecto
emocional, oriundo da relação familiar ou dos vínculos negativos da escola.
Quando o sujeito não interage com o contexto familiar ou escolar,
inicia-se um processo de menos valia, no qual o educando passa a apresentar
defasagens intrínsecas comprometendo a parte efetiva e cognitiva, podendo vir
a interferir no seu comportamento social.
A família é o alicerce que apóia a estrutura psíquica do adolescente,
sendo de sua responsabilidade a formação e interação com o meio ao qual o
educando vive e pertence.
O clima familiar, ajuste dos pais, o bom relacionamento da família e
a demonstração de segurança que os pais devem passar para os filhos tem
grande importância para a formação do educando, já que os conflitos familiares
são causas freqüentes em dificultar o processo ensino-aprendizagem.
Apresentamos em anexo, um Questionário de Problemas Familiares utilizado
por uma escola para um diagnostico de realidade.
A qualidade do relacionamento família-escola, torna o processo
educativo significativo para o educando.
O caso de C. apresentado nesta monografia demonstra como o
Orientador Educacional pode agir em determinados casos, com sua sabedoria
pode tentar ajudar aos educandos a buscarem respostas indicando caminhos,
pode tentar ajudar os alunos com baixa-estima, com problemas as vezes
oculto, mas com a conversa e com o acompanhamento de um Orientador
Educacional, muitas vezes o educando pode se abrir e relacionar fatos que
relatem o verdadeiro problema, a causa que está o levando a agir, se são
causas como família, escolas, relacionamentos, etc. A sessões de Orientação
Educacional vivenciadas buscaram informações para a causa do desinteresse
na aprendizagem, e também foram registrados observações feitas durante o
acompanhamento.
Desta forma, verificou-se que os vínculos familiares positivos são
importantes para o desenvolvimento do sujeito em suas relações interpessoais,
podendo ou não, sucesso ou fracasso na aprendizagem escolar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A Revista do Professor – Nova Escola – Editora Abril – Outubro de 2003 – Ano
XVIII, nº 166.
ASSUNÇÃO, Elisabete de & COELHO, Maria Tereza. Dificuldades de
aprendizagem. São Paulo: Ática, 1999.
CRISPUN, Mirian I. S. Zippin. A orientação educacional e alternativas para a
escola. São Paulo: Cortez, 2001
DROUET, Ruth Caribe da Rocha. Distúrbios de aprendizagem. São Paulo:
Ática, 2000.
JUPP, Ken. Viver plenamente: convivendo com as dificuldades da
aprendizagem. 3ª ed. Campinas: Papirus, 1998.
RODRIGUES, Neidson. Da mistificação da escola à escola necessária. São
Paulo: Cortez, 1994.
SOUZA, Iraci Sá. Psicologia: aprendizagem e seus problemas. 3ª ed. Rio de
Janeiro: José Olympio, 1979.
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