corrente russa versus exercÍcio resistido na avaliaÇÃo...
Post on 22-Nov-2018
220 Views
Preview:
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
BRUNO MACHADO REMOR
CORRENTE RUSSA VERSUS EXERCÍCIO RESISTIDO NA AVALIAÇÃO DO
FORTALECIMENTO MUSCULAR EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS
Tubarão,
2008
BRUNO MACHADO REMOR
CORRENTE RUSSA VERSUS EXERCÍCIO RESISTIDO NA AVALIAÇÃO DO
FORTALECIMENTO MUSCULAR EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS
Este trabalho de conclusão de curso foi apresentado ao curso de Fisioterapia como requisito à obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia. Universidade do Sul de Santa Catarina
Orientador Prof. Msc. Ralph Fernando Rosas
Tubarão,
2008
BRUNO MACHADO REMOR
CORRENTE RUSSA VERSUS EXERCÍCIO RESISTIDO NA AVALIAÇÃO DO
FORTALECIMENTO MUSCULAR EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS
Este trabalho de conclusão de curso foi julgado adequado à obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia e aprovado em sua forma final pelo Curso de Graduação em Fisioterapia. Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL
Tubarão, 21 de Novembro de 2008.
_________________________________
Prof. Msc. Ralph Fernando Rosas Universidade do Sul de Santa Catarina
_________________________________
Prof. Esp. Kelser Kock Universidade do Sul de Santa Catarina
_________________________________
Prof. Esp. Fernando Soldi Universidade do Sul de Santa Catarina
RESUMO
Hoje os idosos representam 9% da população brasileira, a expectativa é que esse percentual
duplique, fazendo com que o número de pessoas com mais de 60 anos passe dos quinze
milhões atuais para cerca de 30 milhões. Devido a esse aumento, é necessário começar cada
vez mais cedo as atividades de prevenção, preparando o indivíduo para um envelhecimento
saudável. O presente estudo tem como objetivo geral analisar o comportamento do
fortalecimento muscular em idosos, especificamente descrever a massa muscular através da
perimetria e identificar a força muscular através do teste de 1RM do quadríceps. A amostra
dividiu-se em três grupos, o grupo 1 que foi submetido à corrente russa associada ao
exercício resistido, o grupo 2 somente submetido ao exercício resistido, e no grupo 3, o
controle. Foram doze atendimentos a cada indivíduo, o primeiro e último destinado a
avaliação e reavaliação respectivamente o restante reservado para o experimento, com
duração média de 40 minutos. Foi utilizado o teste de Wilcoxon para amostras independentes,
com significância igual a 5% (p=0,05) A intervenção foi estatisticamente eficaz nos grupos 1
e 2, porém o grupo submetido ao exercício resistido associado a corrente russa observou-se
uma maior eficácia do procedimento, apresentando um aumento mais significativo da massa e
força muscular comparado ao grupo submetido somente ao exercício resistido.
.
Palavras-chaves: Idoso, exercício físico, Técnicas de Exercício e de Movimento, Terapia por
Exercício, corrente russa
ABSTRACT
Today the elderly account for 9% of the Brazilian population, The expectation is that this
percentage doubled, making the number of people aged over 60 spend the fifteen million
today to about 30 million.Due to this increase, it is increasingly necessary to start early the
activities of prevention, preparing the individual for a healthy aging.This study aims to
examine the general behavior of muscle strengthening in the elderly, specifically describe the
muscle mass through the perimeter and identify the muscular strength through the test of 1RM
of the quadriceps.The sample was divided into three groups, group 1, which was submitted to
the Russian current them to exercise resisted, the group 2 only submitted to endurance
exercise, and in Group 3, the control.Twelve were attending to each individual, the first and
last for the assessment and review, respectively, the rest reserved for the experiment, with the
average duration of 40 minutes. We used the Wilcoxon test for independent samples, with
significance equal to 5% (p = 0.05). The intervention was statistically effective in groups 1
and 2, but the group submitted to endurance exercise associated with Russian current there
was a greater effectiveness of the procedure, presenting a more significant increase of muscle
mass and strength compared to the group submitted only to exercise endurance.
Key-words: Aged, Exercise, Exercise Movement Techniques, Exercise Therapy, Russian current
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho única e exclusivamente aos
meus pais, fonte de segurança e que são
responsáveis por todo meu aprendizado. Espero
retribuir toda confiança depositada. Aos
verdadeiros mestres com carinho.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, a quem sempre nos momentos difíceis recorri, e nos momentos
felizes tive humildade de agradecer.
A Lúcia e Daniel Bulos Remor, que além de pais são as pessoas mais importantes da
minha vida, independentemente do momento ou lugar em que esteja todos meus pensamentos
serão destinados a vocês. Agradeço não só pela oportunidade de estudo, mas por todo carinho
e educação que recebi. A minha Vó Naná a quem me ajudou com sábias palavras e bons
conselhos, e um agradecimento a Jacqueline por quem possuo um carinho especial.
Amigos, companheiros de diversos momentos, dividindo tristezas e somando nossas
alegrias. Pessoas que sem explicação tornam nossas vidas mais alegres.
Pacientes e funcionários do Abrigo dos Velhinhos, a contribuição de ambos foi de
fundamental importância para a realização deste trabalho, especialmente aos idosos que
contribuíram como parte da pesquisa.
Ao professor orientador Ralph Fernando Rosas, profissional de grande admiração e
competência que com paciência soube esclarecer minhas principais dúvidas e orientar-me da
melhor maneira possível. Também ao professor Paulo Madeira que auxiliou de forma
imprescindível na análise deste trabalho. E a todos os docentes e funcionários da instituição
que fizeram parte da minha formação acadêmica.
Enfim a todos que mesmo indiretamente contribuíram na minha formação, tanto
profissional quanto pessoal.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Resultados das medidas da perimetria do quadriceps na pré-intervenção e pós-
intervenção do Grupo 1 exercício Resistido + corrente Russa, em cm………………………28
Tabela 2- Resultados das medidas da perimetria do quadriceps na pré-intervenção e pós-
intervenção do Grupo 2 exercício resistido, em cm…………………………………………..29
Tabela 3- Resultados das medidas da perimetria do quadriceps na pré-intervenção e pós-
intervenção do Grupo 3 controle, em cm..................................................................................29
Tabela 4 - Resultados da força muscular (1RM) do quadríceps na pré-intervenção e pós-
intervenção do Grupo 1, em KG...............................................................................................30
Tabela 5 - Resultados da força muscular (1RM) do quadríceps na pré-intervenção e pós-
intervenção do Grupo 2, em KG...............................................................................................30
Tabela 6 - Resultados da força muscular (1RM) do quadríceps na pré-intervenção e pós-
intervenção do Grupo 3, em KG...............................................................................................30
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 10
2 MÚSCULO ESQUELÉTICO ....................................................................................... 13
2.1 ESTRUTURA E FUNÇÃO ........................................................................................... 13
2.2 SARCOPENIA ......................................... .................................................................... 14
2.3 EXERCÍCIOS RESISTIDO ....... ...... ........................................................................... 15
2.3.1 Força muscular ............................... ......................................................................... 16
2.3.2 Hipertrofia Muscular ............................ .................................................................. 16
2.3.3 Princípios do Treinamento ................... .................................................................. 17
2.3.3.1 Princípio da sobrecarga ........................ .................................................................. 17
2.3.3.2 Princípio da especificidade ...................................................................................... 17
2.3.3.3 Princípio da reversibilidade .................. .................................................................. 18
2.3.4 Exercícios resistidos em idosos ............. .................................................................. 18
2.4 ELETRO ESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR ..................................................... 19
2.4.1 Corrente Russa .............................................. .......................................................... 20
2.4.1.1 Indicações e contra indicações ............. .................................................................. 21
2.4.1.2 Parâmetros da corrente russa ................ .................................................................. 22
2.4.1.3 Modos de aplicação da corrente ........... .................................................................. 22
3 DELINEAMENTO DA PESQUISA ............................................................................. 24
3.1 TIPOS DE PESQUISA .................................................................................................. 24
3.2 POPULAÇÃO/AMOSTRA .......................................................................................... 24
3.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA DE DADOS .............................. 24
3.4 PROCEDIMENTOS UTILIZADOS PARA A COLETA DE DADOS ....................... 25
3.5 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS ............. 27
4 RESULTADOS.................................................................................................................28
5 DISCUSSÃO ....................................................................................................................32
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................35
REFERÊNCIAS ... ........................................................................................................... .36
APÊNDICE ....................................................................................................................... 39
APÊNDICE A – Termo de consentimento livre e esclarecido ...................................... 40
ANEXO ............................................................................................................................... 42
ANEXO A – Ficha de avaliação ...................................................................................... 43
10
1 INTRODUÇÃO
Hoje os idosos representam 9% da população brasileira, e segundo o IBGE1
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a expectativa é que esse percentual duplique,
fazendo com que o número de pessoas com mais de 60 anos passe dos quinze milhões atuais
para cerca de 30 milhões. Em 1980, para cada 100 crianças, existiam 16 idosos. Vinte anos
depois, essa relação praticamente já havia dobrado, numa proporção de 30 idosos para cada
grupo de 100 crianças. De acordo com o IBGE1, esse crescimento se deve à soma de dois
fatores: a queda da taxa de fecundidade e o aumento da longevidade da população.
Devido a esse aumento acontecer de maneira acelerada, é necessário começar
cada vez mais cedo as atividades de prevenção, preparando o indivíduo para um
envelhecimento saudável.
O envelhecimento acompanha uma série de alterações fisiológicas que acometem
os mais variados sistemas orgânicos. No sistema músculo esquelético observa-se um
decréscimo da força e da massa muscular (sarcopenia), características essas marcantes do
processo do envelhecimento, que, como conseqüência, induz à diminuição da capacidade
funcional. Esta fraqueza, particularmente dos membros inferiores, tem sido associada ao
maior risco de quedas, à diminuição da densidade mineral óssea e à maior probabilidade de
fraturas, bem como, a outras alterações fisiológicas adversas, tais como, intolerância à glicose
e alterações no metabolismo energético e na capacidade aeróbia2.
Estudos sobre a diminuição de força e da massa muscular relacionada à terceira
idade são bem documentados. A partir da terceira década de vida perde-se 8% de força por
década, homens e mulheres apresentam reduções relativamente significativas. Essa perda de
força esta diretamente relacionada com o declínio também da massa muscular, que começa
ainda na fase adulta acelerando após a quinta década de vida3.
Para minimizar os efeitos indesejados dessas alterações fisiológicas torna-se
necessário à implementação de um programa de atividade física, que tenha como principal
objetivo o ganho de força muscular. Muitos estudos já comprovaram a eficácia dos programas
de treinos resistidos para minimizar a perda da força e da massa muscular em decorrência do
avanço cronológico, prevenindo lesões e quedas, eventos que para esse tipo de população é de
grande morbidade.
Segundo Ghorayeb4 os exercícios resistidos são realizados contra uma resistência
11
gradual, seja realizado por meios de molas, elástico, ou o método mais comum que é a
utilização por pesos.
Para maximizar os benefícos do exercício resistido utiliza-se a eletro estimulação
neuromuscular, que é descrita por Brasileiro5 como a ação de estímulos elétricos terapêuticos,
aplicados sobre o tecido muscular, através do sistema nervoso periférico íntegro.
A corrente russa é comumente utilizada na recuperação da força muscular,
principalmente na recuperação de cirurgias de joelho. Recentemente transformou-se em mais
uma técnica utilizada na área estética. Mas faltam estudos relacionando utilização dessa
corrente em indivíduos idosos.
Com base nesses dados chegou-se ao seguinte questionamento, em qual das
técnicas aplicadas haverá um maior fortalecimento muscular?
Cabe aos profissionais de saúde que se dedicam aos idosos, uma de suas
preocupações é com relação ao declínio da aptidão funcional, que envolve não somente a
capacidade aeróbica, mas também a força e resistência muscular, a flexibilidade, a
coordenação e o equilíbrio6.
O declínio de força e massa muscular é de particular relevância para a fisioterapia,
já que é associada à dificuldade de realização de atividades funcionais e por colocar os idosos
em um risco de quedas elevado3.
Inúmeros estudos foram publicados relatando os efeitos positivos do exercício
resistido para idosos. A maioria esmagadora dos trabalhos cita ganhos de força e massa
muscular, mas especificamente em adultos jovens, pois estes apresentam ganhos maiores ao
longo do tempo, antes que as perdas sejam irrecuperáveis.
Porém existem estudos comprovando que existe a possibilidade de ganho de força
em homens e mulheres fragilizados. Pesquisa por Guccione3 realizada com dez residentes em
instituições de assistência de longo prazo entre 86 e 96 anos de idade, após o período de
treinamento foi documentada um ganho de força de 174%, a massa muscular que foi
determinada pela tomografia computadorizada aumentou 9%.
Com todas essas situações apresentadas fica cada vez mais clara a importância da
fisioterapia nessas circunstâncias, já que a mesma tem como objetivo restaurar
funcionabilidade, principalmente quando se diz respeito ao movimento.
O presente estudo tem como objetivo geral analisar o comportamento do
fortalecimento muscular em idosos, seus objetivos específicos são descrever a massa
muscular através da perimetria e identificar a força muscular dos idosos.
A pesquisa é classificada em sua abordagem como quantitativa por mensurar
12
variáveis e o procedimento de coleta utilizado é experimental, que consiste em determinar um
objeto de estudo.
O trabalho divide-se em seis capítulos, onde o primeiro é destinado a introdução da
pesquisa, sendo o segundo responsável pelo referencial teórico, o terceiro é destinado a
descrever metodologicamente o estudo, o quarto a demontrar e analisar estatisticamente os
resultados, o quinto para discussão e o sexto e último capítulo para considerações finais.
13
2 MÚSCULO ESQUELÉTICO
2.1 ESTRUTURA E FUNÇÃO
O corpo humano é composto aproximadamente por mais de 600 músculos
esqueléticos, compostos de 75% de água, 20% proteínas e 5% de sais inorgânicos e minerais
dos quais representam cerca de 50% do peso corporal. Dentre suas funções estão: geração de
força para locomoção e respiração, geração do controle postural e produção de calor durante a
exposição ao frio2.
Cada um desses músculos é composto por células multinucleadas cilíndricas
também conceituadas como fibras. A separação dessas fibras se dá por uma fina camada de
tecido conjuntivo denominado de endomísio. Um grupo de aproximadamente 150 fibras
(fascículo) é recoberto por outra camada de tecido conjuntivo chamado de perimísio. Por fim
cobrindo todo o músculo existe uma fina camada conhecida como epímisio. Todas essas
camadas unidas formarão os tendões, estrutura responsável por fixar os músculos no tecido
mais superficial dos ossos, o periósteo2,7,8.
Envolvendo todo conteúdo celular da fibra muscular está o sarcolema. Abaixo do
sarcolema encontra-se o sarcoplasma ou citoplasma, o qual contém proteínas celulares,
organelas e miofibrilas. As miofibrilas são compostas por dois filamentos protéicos, um mais
espesso chamado de miosina e outro mais fino conhecido como actina, devido a essa
diferença de espessura entre os filamentos denomina-se esse tipo de músculo como estriado.
Ainda a própria molécula de actina encontra-se outras duas importantes proteínas, a
tropomiosina e a troponina7,8.
A contração muscular ocorre devido o deslizamento da actina sobre a miosina,
fazendo com que o músculo encurte desenvolvendo tensão, para que isso ocorra existe um
gasto energético, a energia gerada para contração muscular é derivada da degradação da
molécula de ATP (adenosina trifosfato) em ATPase pela enzima miosina 8.
Para o início da contração muscular é necessária à chegada de um impulso
nervoso a junção neuromuscular. O neurônio motor será o responsável pela liberação da
acetilcolina, um neurotransmissor que tem como função unir-se a placa motora, dessa união
resulta a despolarização da célula muscular . Essa despolarização vai gerar um potencial de
ação, atingindo o retículo sarcoplasmático o cálcio é liberado para unir-se com a troponina,
após essa junção ocorre uma mudança na posição da tropomiosina fazendo os sítios ativos da
14
actina ficarem expostos, permitindo uma forte ligação entre as proteínas. Esse ciclo é
constante durante a contração, será interrompido quando houver uma ausência de estímulo
nervoso, fazendo o cálcio voltar para o reticulo sarcoplasmático2,7,9.
O músculo esquelético pode ser divido conforme as características histoquímicas
de suas fibras. São classificadas como: fibras rápidas e fibras lentas2,7,8,9.
Alguns grupos musculares têm predominância de certas fibras, mas a maioria
possui a mesma proporção tanto de fibras rápidas quanto fibras lentas. O fator determinante
para essa composição será a carga genética , níveis hormonais e hábitos de exercício, toda
essa composição irá interferir no desempenho do indivíduo em eventos de força e resistência 2.
Fibras lentas contêm muitas enzimas oxidativas, ou seja, grande volume de
mitocôndrias. Possuem também grandes concentrações de mioglobinas, devido a essas
características esse tipo de fibra possua alta capacidade de metabolismo aeróbico e grande
resistência à fadiga 2,7.
Fibras rápidas são dividas em: fibras de glicolíticas apresentam um número
relativamente pequeno de mitocôndrias, capacidade limitada de metabolismo aeróbico e são
menos resistentes a fadiga do que as fibras lentas, porém são ricas em enzimas glicolíticas as
quais geram uma grande capacidade anaeróbica. A fibras rápidas também são classificadas
como intermediárias, essas fibras são extremamente adaptáveis, dependendo do tipo de
treinamento que é recebido pode chegar a níveis oxidativos semelhantes aos das fibras
lentas2,7,8.
2.2 SARCOPENIA
Uma das alterações fisiológicas relacionadas ao envelhecimento diz respeito a
sarcopenia, que é caracterizada pela perda da massa muscular. Esse déficit muscular nos
idosos é o responsável pelas principais perdas funcionais.
A diminuição de força muscular traz conseqüências para a autonomia funcional de
idosos, por exemplo, demonstraram que níveis reduzidos de força seriam associados a menor
velocidade de caminhada e a inaptidão que acarretaria elevação do risco de quedas e fraturas
nas pessoas mais velhas10.
Os principais fatores que levam a essa situação é uma combinação de regime
alimentar inadequado e falta de força, à proporção que os músculos enfraquecem constata-se
15
uma diminuição do comprometimento da passada, uma desaceleração da velocidade de
caminhada11.
A perda de massa muscular inicia-se após a terceira década de vida de uma
maneira lenta, cerca de 10% da musculatura é perdida. Após esse período ocorre uma perda
real e significativa, a partir da quinta década de vida cerca de 40% da massa muscular é
deteriorada2,3,4,5,9,10
A musculatura dos membros inferiores é mais afetada pela sarcopenia do que os
membros superiores, fato que explica a maior perda funcional em atividades que necessitem
de maior ativação dos membros inferiores12,13.
As fibras musculares estão diretamente relacionadas com essa situação, as fibras
são diminuídas tanto em sua área quanto em seu número. A área de secção transversa das
fibras musculares é determinante para o grau de força muscular, quanto maior o número de
fibras maior será o tamanho da área e conseqüentemente maior tensão será gerada 11.
Outros fatores como os neuromusculares são responsáveis pela diminuição da área
transversa, com o envelhecimento ocorre uma diminuição da capacidade de brotamento de
novos terminais nervosos, gerando uma perda da manutenção das sinapses 12.
A sarcopenia ainda tem como característica atingir principalmente a fibras
musculares do tipo II. Fazendo o músculo passar por um remodelamento de sua composição,
aumentando o deposito de gordura intramuscular, resultando em alterações histológicas
marcantes. Fato que explica a perda drástica da potência muscular 13.
2.3 EXERCÍCIOS RESISTIDOS
Os exercícios resistidos são realizados contra uma resistência gradual, seja
realizado por meios de molas, elástico, ou o método mais comum que é a utilização por pesos 14.
Através de repetições e séries são realizados os exercícios. As repetições são os
movimentos seqüenciais realizados sem pausas. Uma série é o conjunto dessas repetições
seguidas por um período de descanso 15.
São os exercícios mais recomendados para ganho de força muscular, os mais
eficientes para aumentar o volume dos músculos, processo de hipertrofia 16.
16
2.3.1 Força Muscular
Define-se força como a capacidade máxima de um músculo gerar tensão, é
diretamente proporcional à capacidade contrátil dos músculos, que por sua vez depende da
quantidade de proteína contrátil nas fibras musculares, e da capacidade de recrutamento de
unidades motoras 14.
Para mensuração é utilizado o teste de uma repetição máxima (1RM), que é
definido como a maior carga que pode ser movida por uma amplitude específica de
movimento uma única vez e com execução correta16,17.
Entre a vigésima e trigésima década de vida chega-se ao pico de máxima força,
entre as mulheres os níveis de força sempre serão abaixo dos homens, cerca de dois terços
menores em qualquer grupo muscular10,11. A partir dos 65 anos, a perda de força torna-se mais
severa e é responsável pelos consideráveis déficits motores observados em indivíduos
idosos12.
O ganho de força muscular além de trazer benéfico ao músculo gera impacto
positivo sobre a excitação neuromotora, na integridade, viabilidade do tecido conjuntivo e
grande sensação de bem estar do indivíduo10.
Os efeitos fisiológicos desencadeados na musculatura durante o período de treino
de força, incluem os fatores neurais, o aumento muscular e a hipertrofia. No início do
treinamento é observado um aumento de força, que está diretamente relacionada às
adaptações neurais e não a hipertrofia. Essas adaptações incluem um aumento do
recrutamento de unidades motoras e uma maior sincronia de descarga dessas unidades14.
A participação regular em programas de exercícios físicos de força muscular
causa respostas favoráveis que contribuem para um envelhecimento saudável18.
Os benefícios desse tipo de treinamento dependem da combinação do número de
repetições, séries, sobrecarga, seqüência e intervalos entre as séries e exercícios. No entanto,
não se tem ainda muito clara qual a melhor combinação dessas variáveis para uma ótima
relação dose-resposta em pessoas idosas19.
2.3.2 Hipertrofia Muscular
A partir da melhora das adaptações neurais, ocorre a hipertrofia muscular.
Processo adaptativo que resulta em um aumento da área de secção transversa do músculo,
assim como em um aumento da área de secção transversa da fibra muscular como resposta ao
17
aumento da síntese protéica, aumento do número e tamanho das miofibrilas, assim como a
adição de sarcômeros no interior da fibra muscular20.
A hipertrofia muscular representa uma resposta normal ao treinamento físico,
sendo caracterizada por um aumento no tamanho das fibras musculares individualmente.
A contração habitual dos músculos com sobrecarga tensional também produz ao
longo do tempo o aprimoramento da coordenação neuromuscular, no sentido do recrutamento
de unidades motoras para ação simultânea. A hipertrofia e a melhor coordenação resultam em
aumento da força muscular14.
Nas mulheres o processo da hipertrofia é consideravelmente reduzido comparado
aos homens, isso porque esse processo esta intimamente ligada aos níveis de Testosterona,
hormônio predominantemente masculino, que em situações saudáveis é encontrado no
organismo em níveis muito maiores que o feminino7.
2.3.3 Príncipios de Treinamento
São três os princípios em que se baseia um treinamento de força: sobrecarga,
especificidade e reversibilidade21.
2.3.3.1 Princípio da sobrecarga
Para ocorrer o efeito desejável do treinamento o organismo deve ser estimulado
além do qual está acostumado, para gradativamente adaptar-se a sobrecarga2.
A força, e a hipertrofia de um músculo somente aumentarão quando o músculo é
exercitado por um determinado período de tempo em sua capacidade quase máxima de força,
contra cargas de trabalho que estejam acima daquelas encontradas normalmente22.
2.3.3.2 Princípio da especificidade
Os efeitos do treinamento serão específicos para as fibras musculares a serem
trabalhadas.
Os programas de treinamento deverão ser específicos ao objetivo do treino do
indivíduo, devem ser especificados os sistemas energéticos predominante, e os grupos
musculares a serem priorizados22.
18
Um indivíduo que participar de um longo e lento programa de treinamento
dificilmente irá utilizar as fibras de contração rápida para aumentar seu rendimento2.
2.3.3.3 Princípio da Reversibilidade
Os benefícios do treinamento não são constantes, a menos que os músculos
permaneçam suficientemente estimulados pelo uso contínuo dos ganhos de força. As
mudanças iniciais que ocorrem com o destreinamento são recrutamentos muscular diminuído,
seguido por atrofia da fibra muscular21.
As adaptações morfológicas e funcionais crônicas induzidas pela atividade física
regular são reduzidas ou retornam à situação anterior ao treinamento quando o programa de
exercícios é interrompido19.
2.3.4 Exercícios Resistidos em Idosos
Há poucos anos atrás a principal ênfase de programas de treinamentos para idosos
era sobre a função aeróbica. Trabalhos que priorizassem força muscular e flexibilidade eram
considerados perigosos no que diz respeito à elevação dos níveis da pressão arterial
sistêmica18.
Felizmente após anos de pesquisa concluiu-se que exercícios resistidos para essa
população além de não alterar os níveis pressóricos trás ótimas repercussões na prevenção e
reabilitação, em parâmetros funcionais e metabólicos como sarcopenia, osteoporose,
obesidade, controle de peso e reduzindo os episódios de quedas, que nessa faixa etária
representam grande nível de morbidade10,19.
A importância do desenvolvimento de um programa de treinamento de força para
conservação da capacidade de trabalho torna- se cada vez maior conforme o aumento da idade
do indivíduo, já que há tendência progressiva ao declínio 10,22,23,25.
Apesar do American College of Sports Medicine (ACSM) recomendar que o
treinamento contra resistência seja parte integrante de um programa de aptidão física para
idosos, não existem parâmetros devidamente reconhecidos para exercícios resistidos nessa
população26.
Porém mesmo não tendo esses parâmetros bem definidos, os resultados das
pesquisas confirmam os mais diversos benefícios a respeito do treino resistido para idosos27.
19
Homens e mulheres idosas respondem de forma semelhante ao programa de
fortalecimento, em um estudo realizado com indivíduos de ambos os sexos com idade
variando entre 65 e 74 anos, foram observados aumentos de cerca de 28% da força máxima
para extensores do joelho, em ambos os grupos11.
Atualmente são realizados estudos com os mais variados grupos de idade. Idosos
institucionalizados entre 72 e 98 anos de idade participaram de um estudo onde por 10
semanas foram submetidos a um programa de treinamento progressivo de força, associados a
suplementos nutricionais. A força muscular aumentou 113% no grupo exercitado, além disso
houve aumento da velocidade da caminhada, e subir escadas, porém a área transversal dos
músculos da coxa demonstrou um aumento de 2,7%28.
Estudos como esse mostram que há boas evidências para a inclusão dos idosos em
programa de exercícios resistidos.
2.4 ELETRO ESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR
A eletro estimulação neuromuscular (EENM) é conceituada como a ação de
estímulos elétricos terapêuticos, aplicados sobre o tecido muscular, através do sistema
nervoso periférico íntegro29.
Em meados da década de 70 começou a ser divulgados estudos sobre a eficácia
dos programas de treinamento de EENM para promover o desenvolvimento de força em
atletas de elite30.
Porém, os estudos atuais não focalizam somente em indivíduos saudáveis,
também são realizados trabalhos para verificar a utilidade da EENM no tratamento de
músculos fracos31. Atualmente esse tipo de estimulação tem sido muito utilizado na área
estética, principalmente no tratamento da flacidez muscular.
De um modo geral os efeitos fisiológicos da eletricidade ocorrem sobre o nervo e
o tecido muscular. Isto se sucede pela capacidade de músculos e nervos serem tecidos
excitáveis, logo capazes de produzir uma resposta muscular e nervosa frente à corrente
elétrica. Para que ocorra essa excitabilidade muscular e nervosa, é necessária a presença de
um estímulo, que irá promover um processo de despolarização na membrana muscular e
nervosa, resultando em um potencial de ação. Esse por sua vez, se propagará ao longo do
nervo em ambas as direções da localização do estímulo31.
A estimulação elétrica aplicada através da superfície da pele sobre uma parte do
sistema neuromuscular intacto pode evocar um potencial de ação no músculo ou fibra nervosa
20
que é idêntico àqueles potenciais de ação gerados fisiologicamente. No entanto, a ordem de
recrutamento voluntário das unidades motoras é diferente daquele eliciada eletricamente,
desse modo, o tipo e o número de unidades motoras ativas e a fatigabilidade da contração
muscular evocada eletricamente serão diferentes das contrações musculares voluntárias32.
A aplicação desses estímulos produzirá uma resposta elétrica, exibindo
características de acordo com o tipo de corrente (intensidade, duração e forma de onda), e
sobre o tipo de tecido aplicado (constituição e da maneira fisiológica que este funciona). O
tecido durante a eletroestimulação deverá responder de maneira semelhante a qual funciona
normalmente, sendo percebida como uma sensação elétrica, contração muscular ou até mesmo
dor7.
Porém, nem todos os estímulos são eficientes para desencadear um potencial de
ação. Para ser um agente eficiente, o estímulo tem que ter uma intensidade adequada e durar
tempo suficiente para igualar ou exceder o limiar básico de excitação da membrana. O
potencial de ação é interrompido, quando ocasionalmente, este alcança um ponto da
membrana, que não gera uma voltagem suficiente para estimular a área adjacente da
membrana8.
A estimulação elétrica máxima no fortalecimento muscular pode fazer com que
quase todas as unidades motoras (constituídas por um neurônio motor simples e a fibra
muscular que este inerva) em um músculo, se contraiam de forma sincronizada, algo que não
pode ser conseguido na contração voluntária. Isso permitiria o desenvolvimento de contrações
musculares mais fortes, acompanhada de uma maior hipertrofia muscular, com o uso da
estimulação6.
2.4.1 Corrente Russa
A Corrente Russa é descrita como uma corrente de média freqüência 2500 Hz,
modulada em 50 Hz, intercalada por períodos de 10 ms, os quais a corrente não flui. Esta
freqüência encontra-se distribuída em uma corrente alternada e polifásica, de característica
senoidal (produzida em um modo de burst) ou quadrada, com pulso variando de 50 a 250 ì s. 29.
É uma corrente senoidal, mas chama-se de quadrática porque possui pulsos
quadrangulares. É uma corrente bifásica, alternada e homogênea. Não tem pólos33.
21
A eletro estimulação de média freqüência tem a capacidade de recrutar maior
número de fibras que a contração voluntária, sendo assim, a EENM é capaz de produzir
resultados mais eficazes que apenas exercícios isolados32.
Sobre o aumento da força muscular, a EENM estimula os nervos motores de
grande diâmetro do tipo IIb a se contraírem antes das fibras do tipo I, é fácil concluir que o
vigor da contração aumenta, considerando-se que as fibras do tipo IIb são capazes de produzir
mais força34.
Sob condições fisiológicas, o músculo pode ativar de 30% a 60% de suas unidades
motoras dependendo da extensão do treinamento. Com a EENM consegue-se ativar 30% a
40% mais das unidades motoras com corrente elétrica de média freqüência que nos exercícios
comuns e os tratamentos convencionais. Pois com a estimulação elétrica ocorre a modulação
do nervo motor alfa e não despolarização do neurônio, como no movimento ativo, tendo
assim, características de despolarização o que confirma a importância da EENM no ganho de
força32.
Deve ser muito observado o tempo de contração e repouso devido o grau de
duração da fadiga aparentar ser diretamente relacionado com a duração da estimulação
elétrica, principalmente em indivíduos debilitados. Possivelmente sustentações prolongadas
podem levar a fadiga mais facilmente. Desta forma, o tempo de repouso deve ser um tanto
quanto mais longo sendo mais comumente usado 10 segundos para a contração e 60 segundos
para o repouso29.
Outro ponto a ser observado com atenção é em relação à mudança da
característica da fibra muscular após longos períodos de estimulação elétrica. A fibra
muscular se torna mais vermelha (tônica) e a capilarização aumenta. A célula muscular
também se torna mais sensível. A fibra muscular assume então um caráter de fibra tônica.
Esta mudança não é sempre desejável, particularmente em músculos que devem ser capazes
de trabalhar dinamicamente32.
2.4.1.1 Indicações e contra indicações
É indicado o uso nas seguintes situações: hipotonia, fortalecimento e aumento do
tônus muscular, melhora da performance de atletas e reeducação postural.
É contra indicado quando: paciente apresenta insuficiência cardíaca, utilizando
marca passo, apresenta alterações circulatórias apresentando sinais de trombose, tecidos
neoplásico, hipertenso ou hipotenso, áreas de infecção ativa, próteses metálicas, gestantes29.
22
2.4.1.2 Parâmetros da corrente russa
Os parâmetros são:
a) Tipo de fibra a ser estimulada e modulação da corrente: fibras tônicas: 20 a 30Hz, fibras
fásicas: 50 a 120 Hz.
b) Ciclo útil da corrente: 20%- atrofia ou flacidez severa, 35%- atrofia ou flacidez moderada
e 50%- no final da recuperação de atrofia e para recuperação de tônus muscular.
c) Tempo de contração e repouso: Quanto maior o tempo, maior a resposta com relação ao
volume e tônus. O tempo de contração deve ser aplicado de forma crescente, respeitando a
condição metabólica do músculo, evitando um gasto energético excessivo (acidose
tecidual).
d) Tempo total de estímulo: O tempo total do estímulo, depende diretamente do número de
contrações por minutos, pois se multiplicamos este número de contração por minutos pelo
tempo total de estímulo, terá o número total de contrações; este número deve ser avaliado
de acordo com as condições físicas do paciente, para que não se ultrapasse sua condição
metabólica, não entrando em fase anaeróbica.Quando o músculo apresentar fibras tônicas
e fásicas, ou seja, misto, coloca-se 5 minutos para cada fibra.
e) Controle de intensidade: a intensidade de corrente está, diretamente, relacionada a maior ou
menor contração muscular. Sendo um dado variável, que depende da sensibilidade cutânea
do paciente e da sensação da contração muscular33.
2.4.1.3 Modos de aplicação da corrente
Essa corrente pode ser aplicada do modo usual através de eletrodos de superfície
fixados sobre a pele. O eletrodo é um material condutor, que serve como interface entre o
estimulador e os tecidos do paciente. O material de que é construído, sua distribuição pelo
corpo e seus tamanhos, são considerados essenciais para o desenvolvimento de uma contração
muscular efetiva28.
Os eletrodos usados na EENM são geralmente feitos de uma borracha de silício
eletricamente condutora. Necessita-se utilizar um agente de acoplamento como o gel
hidrossolúvel, para que seja fornecido um caminho de menor resistência à corrente elétrica.
23
Os eletrodos devem estar bem aderidos a superfície da pele, para que possa haver uma
condutibilidade uniforme entre a pele e o eletrodo34.
A Corrente Russa comparada com as demais correntes apresenta várias vantagens:
1) menor resistência à passagem, pois quanto maior a freqüência, menor será a resistência
presente, e consequentemente mais agradável a corrente se tornará; 2) a tensão muscular
eletricamente provocada é mantida por um tempo mais longo, causando assim, também um
estímulo de crescimento muscular mais intensivo; e, 3) é possível um treinamento isolado de
importantes grupos musculares35-36-37.
24
3 DELINEAMENTO DA PESQUISA
Este capítulo é responsável por delinear a pesquisa, ou seja, seu planejamento.
Será descrito o tipo de pesquisa, a população/amostra, os intrumentos e procedimentos de
coleta e de análise estátistica utilizados na pesquisa.
3.1 TIPO DE PESQUISA
A pesquisa realizada é classificada em sua abordagem como quantitativa por
mensurar variáveis e o procedimento de coleta utilizado é experimental, que consiste em
determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciar,
definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto38.
3.2 POPULAÇÃO/AMOSTRA
A população do estudo foi composta por cinquenta idosos residentes do Abrigo
dos Velhinhos do município de Tubarão SC. Com amostra casualizada e caracterizada por
sete indivíduos distribuídos em três grupos.
Para realização do estudo foi necessário que o participante preenche-se os
seguintes critérios de inclusão: idade acima dos 65 anos, sexo feminino, resida no Abrigo dos
Velhinhos há no mínimo 2 anos.
Para critérios de exclusão foram analisados: indivíduos acamados ou cadeirantes,
estado mental anormal, tabagista, etilista, patologias degenerativas progressivas musculares,
amputados, alteração de sensibilidade em membros inferiores, disléxicos e desistentes.
A amostra dividiu-se em três grupos, contendo 3 indívduos no grupo 1 que foi
submetido à corrente russa associada ao exercício resistido, dois indivíduos no grupo 2
somente submetido ao exercício resistido, e no grupo 3, o controle, com dois indivíduos. Os
participantes foram sorteados aleatoriamente em seus respectivos grupos.
3.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA DE DADOS
Foram utilizados os seguintes materiais na pesquisa:
25
a) Ficha de avaliação ortopédica da Clínica Escola de Fisioterapia,
b)Corrente Russa aparelho de eletro estimulação neuromuscular, Endophasys- R da
marca KLD,
c) Eletrodos auto-adesivos 4x4 cm² fabricado pela KLD Biosistemas Ltda, conectados ao
aparelho de corrente russa fazendo o contato com a pele,
d) Fita métrica,
e) Caneleiras produzidas por Prace Products® utilizadas para resistência em kg do exercício.
3.4 PROCEDIMENTOS UTILIZADOS PARA A COLETA DE DADOS
Após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade do Sul de
Santa Catarina UNISUL com protocolo número 08.002.4.08.III, foram iniciados os
procedimentos.
O primeiro contato com o Abrigo do Velhinhos foi direcionado a apresentação do
projeto para a responsável da instituição. Depois de analisar a proposta, concedeu a
autorização para realização do trabalho.
Com a amostra já selecionada foi aplicado o termo de consentimento livre e
esclarecido. A pesquisa percorreu o período dos meses de Maio à Julho de 2008.
Foram realizados doze atendimentos a cada indivíduo divididos da seguinte
forma: o primeiro destinado à avaliação, os dez seguintes realizados o tratamento, e no último
a reavaliação. O tratamento foi realizado três vezes por semana no Abrigo dos Velhinhos
Tubarão SC.
O primeiro atendimento foi destinado à avaliação, que constou dos seguintes
itens: dados pessoais, anamnese e exame físico.
Os principais pontos avaliados foram:
Força Muscular: através do teste de 1RM de forma crescente, onde o avaliador, a
cada repetição, aumenta a resistência até o nível máximo. O movimento testado foi o de
flexão de quadril associado à extensão do joelho15-16.
Perimetria: Tendo a porção proximal da patela como ponto de referência foram
mensuradas 3 medidas, uma a 5cm acima do ponto de referência outra a 10cm e uma última a
15 cm39.
Seguindo o protocolo, após a avaliação foi iniciado o tratamento com dez
atendimentos, realizado três vezes por semana. O atendimento foi diferenciado conforme o
grupo estabelecido.
26
Grupo 1 corrente russa associada ao exercício resistido, durante a aplicação da
corrente será realizado simultaneamente o exercício resistido com 80% do valor do 1RM,
durante duas séries de 10 repetições, com intervalo de 1 minuto para cada série.
Grupo 2 exercício resistido, somente o uso do exercício resistido com 80% do
valor obtido no teste de 1RM, com duas séries de 10 repetições com intervalo de 1 minuto
para cada série.
Grupo 3 controle, não será realizado nenhuma aplicação.
Os indivíduos foram aleatoriamente divididos em cada um dos grupos supra
citados (sorteio).
O tempo dos atendimentos foram divididos da seguinte maneira, para o grupo 1
reservados os dez primeiros minutos para preparação do paciente, posicionamento, colocação
dos eletrodos, e os vinte finais para realização da estimulação elétrica. O grupo 2 realizou
duas séries de exercícios resistidos com dez repetições, com a carga estabelecida a 80% do
valor de 1 RM num tempo mínimo de dez minutos.
A corrente russa foi aplicada no mesmo grupo muscular (quadríceps) em todos os
pacientes, onde antes da aplicação dos eletrodos será realizada uma limpeza da região com
álcool e se necessário a remoção de pêlos. Os pacientes foram posicionados em decúbito
dorsal e estimulados a realizarem flexão do quadril associada à extensão do membro inferior.
Os eletrodos aplicados nos ventres dos músculos que formam o quadríceps.
Foram aplicados os seguintes parâmetros: freqüência portadora de 2500 Hz,
freqüência modulada de 40 Hz nos primeiros 5 minutos e 60Hz nos 5 minutos restantes, onda
senoidal com estimulação sincronizada, tempo de subida e descida igual a 6 segundos, tempo
de contração (On) no primeiro atendimento será de 12 segundos com tempo de repouso (Off)
de 18 segundos, no segundo atendimento será de 8 segundos com tempo Off de 14 segundos,
da terceira aplicação até a quinta serão 6 segundos de contração com 14 segundos de repouso,
do sexto atendimento até o nono, serão 6 segundo de contração com 12 segundos de repouso,
e a última aplicação terá como parâmetro 6 segundos de estímulos com 12 de repouso. Tempo
total de estimulação acumulou dez minutos e a intensidade mensurada conforme o conforto
do paciente e a uma maneira que seja visível a contração.
Nos exercícios resistidos foram seguidos os seguintes parâmetros: 80% do valor
obtido no teste de 1RM, três séries de exercícios com dez repetições cada, três vezes por
semana. Os participantes devem estar dispostos de vestimenta confortável, e posicionados em
decúbito dorsal fazendo o movimento de flexão de quadril associada à extensão do joelho,
com as caneleiras colocadas nos pés.
27
3.5 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS
Para verificar diferenças nos valores das médias de força muscular em cada grupo
foi utilizado o teste de Wilcoxon para amostras independentes. Todos os testes usaram
significância igual a 5% (p=0,05).
28
4 RESULTADOS
Neste capítulo será apresententado os resultados obtidos no experimento, através
de tabelas serão demonstrados os dados relacionados a cada grupo de intervenção.
Para análise de dados descrita neste capítulo foi utilizado o teste de Wilcoxon para
amostras independentes com nível de significância de 5% para concluir sobre eventual
difirença nas populações, com base nas amostras fornecidas.
Os grupos foram identificados em Grupo 1 Corrente Russa associada ao exercício
resistido, grupo 2 somente ao exercício resistido e o grupo 3 o controle, que não foi
submetido a intervenção alguma.
Abaixo serão descritos os dados obtidos em relação a perimetria do idosos
pesquisados. A perimetria do quadríceps foi mensurada a partir de três medidas, uma a cinco
cm, a segunda a 10 cm e a última a 15 cm da borda superior da patela, que foi usada como
ponto de referência.
Na Tabela 1 estão ilustrados os dados referentes a perimetria pré e pós-
intervenção do Grupo 1 que foi submetido ao exercício resistido associado ao uso da Corrente
Russa.
Tabela 1- Resultados das medidas da perimetria do quadríceps na pré-intervenção e pós-intervenção do Grupo 1 exercício Resistido + corrente Russa, em cm.
Pacientes Pré-Intervenção Pós-Intervenção
MID MIE MID MIE A………………………………. 32 37.5 32 37
36 40 36 40.5 43.5 44 43.5 44.5
B……………………………….. 43 45 45 45 45 48 48.5 49 55 52 55 53
C……………………………….. 34 34 35 35 38 48 38 49 42 42 43 42
Fonte: pesquisa elaborada pelo autor
Realizado o teste de Wilcoxon para amostras independentes, com nível de
significância de 5%, obteve-se uma diferença significativa em relação ao aumento da massa
muscular em ambos os membros, mensurada através da perimetria, portanto o tratamento
mostrou-se eficiente.
29
Os dados referentes a Tabela 2 representam os dados referentes a perimetria pré e
pós-intervenção do Grupo 2 que foi submetido somente ao exercício resistido.
Tabela 2- Resultados das medidas da perimetria do quadríceps na pré-intervenção e pós-intervenção do Grupo 2 exercício resistido, em cm.
Pacientes Pré-Intervenção Pós-Intervenção MID MIE MID MIE
A………………………………. 34.4 34 35 34 36 37 36 37 38 40 39 40
B………………………………. 42 41.5 42 41 45 42.5 45 43 46 45 47 45.5
Fonte: pesquisa elaborada pelo autor
Realizado o teste de Wilcoxon para amostras independentes, com nível de
significância de 5%, obteve-se uma diferença significativa em relação ao aumento da massa
muscular em ambos os membros, mensurada através da perimetria, mostrando a eficácia do
tratamento. Seguindo a análise estatística o Grupo 2 também obteve uma diferença
significativa em relação ao aumento da massa muscular em ambos os membros, comprovando
a eficácia do procedimento.
Na Tabela 3 estão os números referentes ao resultados da perimetria do
quadríceps na pré-intervenção e pós-intervenção do Grupo 3 controle, que não foi submetido
a nenhuma intervenção.
Tabela 3- Resultados das medidas da perimetria do quadríceps na pré-intervenção e
pós-intervenção do Grupo 3 controle, em cm. Pacientes Pré-Intervenção Pós-Intervenção
MID MIE MID MIE A………………………………. 36 38 36 36
37 42 37 39 41 45 41 42
B………………………………. 41 43 41 41 45 47 44.5 45 48 49 48 49
Fonte: pesquisa elaborada pelo autor
Realizado o teste de Wilcoxon para amostras independentes, com nível de
significância de 5%, obteve-se uma diferença significativa em relação ao aumento da massa
muscular em ambos os membros, mensurada através da perimetria, portanto o tratamento
mostrou-se eficiente.
Quando analisado os dados no Grupo 3 houve uma diferença significativa em
30
relação a uma diminuição da massa muscular.
Na tabela a seguir serão expostos os dados referentes a força muscular em kg,
obtida através do teste de 1RM. Na Tabela 4 estão representados os números referentes a
força muscular, pré e pós-intervenção, do Grupo 1 submetido ao exercício resistido associado
a Corrente Russa.
Tabela 4 - Resultados da força muscular (1RM) do quadríceps na pré-intervenção e pós-
intervenção do Grupo 1, em kg. Pacientes Pré-Intervenção Pós-Intervenção
MID MIE MID MIE A………………………………. 8.5 8.5 10 10 B………………………………. 3 3 4.5 4.5 C………………………………. 2.5 2.5 6 6 Fonte: pesquisa elaborada pelo autor
Após realizado o teste estátistico o procedimento mostrou-se eficaz quando
comparada na pré e pós intervenção da força muscular.
Na Tabela 5 estão demonstrados os valores da força muscular do quadríceps na
pré-intervenção e pós-intervenção do Grupo 2, submetido somente ao exercício resistido.
Tabela 5 - Resultados da força muscular (1RM) do quadríceps na pré-intervenção e pós-
intervenção do Grupo 2, em kg. Pacientes Pré-Intervenção Pós-Intervenção
MID MIE MID MIE A………………………………. 6 6 8 8 B………………………………. 5 5 6.5 6.5 Fonte: pesquisa elaborada pelo autor
Realizado o teste estátistico, os dados comprovam a eficácia do procedimento
comparado na pré e pós-intervenção.
Na Tabela 6 estão os resultados da força muscular do quadríceps na pré-
intervenção e pós-intervenção do Grupo 3, o controle, que não foi submetido a nenhuma
técnica.
Tabela 6 - Resultados da força muscular (1RM) do quadríceps na pré-intervenção e pós-intervenção do Grupo 3, em kg.
Pacientes Pré-Intervenção Pós-Intervenção MID MIE MID MIE
A………………………………. 4.5 4.5 4.5 4.5 B………………………………. 1 1 1 1 Fonte: pesquisa elaborada pelo autor
31
Com a realização do teste não houve nenhuma diferença estatisticamente
comprovada.
A intervenção foi estatisticamente eficaz nos Grupos 1 e 2, porém o grupo
submetido ao exercício resistido associado a Corrente Russa observou-se uma maior eficácia
do procedimento, apresentando um aumento mais significativo da massa e força muscular
comparado ao grupo submetido somente ao exercício resistido, conclusão esta observável em
ambos os membros.
32
5 DISCUSSÃO
Após a apresentação dos resultados obtidos na pesquisa, será realizada nesse
capítulo uma discussão dos achados obtidos.
Com o teste estatístico realizado foi comprovada a eficácia da intervenção nos
grupos 1 e 2, porém o grupo que teve associado ao tratamento a aplicação da Corrente Russa
observou-se um maior aumento da massa e força muscular, isso pode ser explicado devido a
eletroestimulação de média freqüência ter a capacidade de recrutar maior número de fibras
que a contração voluntária, sendo assim, a eletro estimulação neuromuscular (EENM) é capaz
de produzir resultados mais eficazes que apenas exercícios isolados32.
Alguns autores afirmam que a estimulação elétrica máxima no fortalecimento
muscular pode fazer com que quase todas as unidades motoras (constituídas por um neurônio
motor simples e a fibra muscular que este inerva) em um músculo, se contraiam de forma
sincronizada, algo que não pode ser conseguido na contração voluntária. Isso permitiria o
desenvolvimento de contrações musculares mais fortes, acompanhada de uma maior
hipertrofia muscular, com o uso da estimulação5.
Consideração esta que está de acordo com a pesquisa realizada, o grupo
submetido ao exercício resistido associado a Corrente Russa obteve um maior aumento da
massa muscular comparado ao grupo que teve como intervenção apenas o exercío resistido.
Em relação ao aumento da força muscular existem estudos descrevendo que a
EENM estimula os nervos motores de grande diâmetro do tipo IIb a se contraírem antes das
fibras do tipo I, é fácil concluir que o vigor da contração aumenta, considerando-se que as
fibras do tipo IIb são capazes de produzir mais força33.
Outras considerações sobre força muscular relatam que sob condições
fisiológicas, o músculo pode ativar de 30% a 60% de suas unidades motoras dependendo da
extensão do treinamento. Com a EENM consegue-se ativar 30% a 40% mais das unidades
motoras com corrente elétrica de média freqüência que nos exercícios comuns e os
tratamentos convencionais. Devido a estimulação elétrica modular a atuação do nervo motor
alfa e não despolarização do neurônio, como no movimento ativo, tendo assim, características
de despolarização o que confirma a importância da EENM no ganho de força32.
Afirmação esta que confirma os dados encontrados nesta pesquisa, onde o grupo
que recebeu a Corrente Russa associado ao exercício resistido teve um maior aumento de
força muscular comparada ao grupo que recebeu somente exercício resistido.
33
Porém na literatura não existe um consenso em relação a definição dos parâmetros
a serem utilizados na EENM. Alguns autores apresentam divergência em seus trabalhos,
necessitando assim de estudos que busquem chegar a uma definição. E nenhum destes estudos
citados fazem citações a aplicação da Corrente Russa em idosos.
Em relação a intensidade, frequência e volume treinamento existem diferentes
abordagens para o exercício resistido. Em uma revisão realizada por Silva10 concluiu-se que
diferentes combinações dessas variáveis foram igualmente eficazes em seus objetivos.
Antes de determinar a carga escolhida para realização do exercício resitido foi
realizado o teste de 1RM, que é definido como a maior carga que pode ser movida por uma
amplitude específica de movimento uma única vez e com execução correta 22.
Também existem divergências quanto a determinação da carga escolhida para
realizar o tratamento, alguns autores afirmam que de 50% a 60% existem resultados
significativos no ganho de força 27.
Há outro grupo de autores que defendem a utilização de 70% da carga máxima26 .
E também os que relatam resultados utilizando uma carga com 80% do RM 13. A pesquisa
realizada utilizou 80% de carga para trabalho conseguindo ganhos satisfatórios no grupos
submetidos ao exercício resistido.
Estudos como o de Carvalho26 consideram que as respostas obtidas em idosos
sejam parecidas ou até superiores com as encontradas na população adulta.
Campbell40 avaliou a evolução da força muscular em 12 idosos (oito homens e
quatro mulheres), no grupo etário de 56 a 80 anos. Após 12 semanas de treinamento com
pesos (TP), aumentos significantes da força muscular foram verificados nos exercícios supino
(30%), flexão de pernas (92%), remada baixa (24%), extensão de perna direita e esquerda
(64% e 65%, respectivamente).
Estudo realizado por Barbosa23, que após submeter um grupo de 11 mulheres
idosas a 10 semanas de exercício com pesos, verificou aumentos significantes na força
muscular (25,9% e 49,1%, para tríceps e panturrilha, respectivamente) e na força de preensão
manual de ambas as mãos (3% a 17%).
Outros autores ainda relacionam o exercício resitido com a funcionalidade dos
idosos , Brandon41 submeteu 43 indivíduos, com média de idade de 72 anos, a 16 semanas de
TP. Os resultados indicaram aumento de 51,7% na força máxima de membros inferiores,
concomitantemente, com melhorias significantes nas tarefas de levantar da cadeira, caminhar
e retornar à posição inicial e na tarefa de levantar do chão a partir da posição sentada.
34
Por muitos anos priorizava-se os exercício em idosos de capacidade aeróbica,
porém está melhor documentado que os exercícios que exijam força e potência muscular
estejam muito mais relacionados ao seu cotidiano do que os aeróbicos, além das perdas
significativas de massa e força muscular estar relacionada ao processo de envelhecimento.
Frontera20 observou, em idosos, por meio de estudo longitudinal, declínio anual da
força entre 2,0 a 2,5%, para membros inferiores. Da mesma forma, Harries e Bassey42
observaram redução de 15% por década na força muscular durante a sexta e a sétima década
de vida, e declínio mais acentuado, cerca de 30%, em idades mais avançadas.
Raso18 relatou em seu estudo que a força de mulheres idosas decresce após um
período de oito semanas de interrupção de treinamento com pesos.
No grupo controle ao qual não foi submetido a nenhuma intervenção ficou
evidente a diminuição da massa muscular no período da pesquisa.
Muitos autores descrevem sobre os efeitos do treinamento resistido em idosos,
todos seus efeitos são bem conhecidos na literatura, porém pelos achados percebe-se que não
existe um protocolo para treinamento de força em idosos associando o uso de EENM, ou o
mesmo não foi encontrado durante a realização desta pesquisa.
35
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pesquisas sobre a implementação de programas de exercícios resistidos em idosos
são bem documentadas. Assim como a utilização da EENM é bem descrita na literatura, suas
atribuições abrangem as áreas, esportiva, ortopédica, e mais recentemente na estética. Porém
pesquisas associando o uso dos exercícios resistidos a EENM em idosos são escassas.
Com a análise estatística dos dados obtidos em relação à perimetria do quadríceps
foi possível observar que no grupo submetido ao exercício resistido associado à EENM
verificou-se diferença significativa em relação ao aumento da massa muscular em ambos os
membros, portanto o tratamento mostrou-se eficiente. No grupo que foi submetido somente a
ao exercício resistido também houve diferença siginificativa na pré e pós intervenção,
entretando, os resultados do grupo 1 que teve o uso da EENM associado ao exercício resistido
foram maiores, obtendo uma maior eficácia.
Em relação a força muscular a pesquisa chegou a valores semelhantes obtidos na
variável anterior. Analisando os dados estatiticamente através do teste de 1RM na pré e pós
intervenção pode-se observar que os idosos participantes do grupo 1 aumentaram seus níveis
de força com maior eficácia do que os idosos submetido somente ao exercício resistido,grupo
2.
Como um estudo experimental, esta pesquisa buscou comprovar a eficácia a novas
intervenções realizadas, independentemente do resultado obtido, foi de extrema satisfação e
imenso aprendizado a construção desse trabalho.
36
REFERÊNCIAS
1 Ibge.gov.br.Brasília: Intituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Acesso em 20 Agosto de 2008. Disponível em http:// www.ibge.gov.br 2 Powers SK, Howley ET. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. 5ª ed. São Paulo: Manole, 2005. 3 Guccione AA. Fisioterapia geriátrica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 4 Ghorayeb N, Barros TLN. O exercício: preparação fisiológica, avaliação médica, aspectos especiais e preventivos.São Paulo: Livraria Atheneu, 2004. 5 Brasileiro JS, Castro CES, Parizotto NA. Parâmetros manipiuláveis clinicamente na estimulação elétrica neuromuscular (NMES).Rev fisioter Brás.2002, 3(1):45-53 6 Lianza S. Medicina de reabilitação. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1995.
7 Wilmore JH, Costill DL. Fisiologia do esporte e do exercício. 2ª ed. São Paulo: Manole, 2001. 8 Guyton AC. Fisiologia básica. 2ª ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1978. 9 Mcardle WD, Katch FI, Katch VL. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003 10 Silva NL, Farinatti PTV. Influência de variáveis do treinamento contra-resistência sobre a força muscular de idosos: uma revisão sistemática com ênfase nas relações dose-resposta. R Bras Med Esp. 2007;13(1):60-6 11 Rebelatto JR, MORELLI JGS. Fisioterapia geriátrica: a prática da assistência ao idoso. Barueri: Manole, 2004. 12 Zhong S, Chen CN, Thompson LV. Sarcopenia of ageing: functional, structural and biochemical alterations. R Bras Fisioter. 2007;11(2):91-7. 13. Silva TAA, Frisoli AJ, Pinheiro MM; Szejnfeld VL. Sarcopenia associada ao envelhecimento: aspectos etiológicos e opções terapêuticas. Rev. bras. reumatol. 2006;46(6):391-397. 14 Fleck S, Kraemer W. Fundamentos do treinamento de força muscular. 2ª. ed. São Paulo: Artes Médicas, 1999. 15 Dwyer GB, Davis SE. Manual do ACSM para avaliação da aptidão física relacionada à saúde. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. 16 Kenney WL, Humphrey RH, Bryant CX, Mahler DA.Manual do ACSM para teste de esforço e prescrição de exercício. 5ª ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2000.
37
17 Shephard RJ. Envelhecimento, atividade física e saúde. São Paulo: Phorte, 2003. 18 Raso V, Matsudo SMM, Matsudo VKR. A força muscular de mulheres idosas decresce principalmente após oito semanas de interrupção de um programa de exercícios com pesos livres. R Bras Med Esp. 2001;7(6):177-186 19 Meloni VHM. O papel da hiperplasia na hipertrofia do músculo esquelético. Rev. Bras. Cine. Des. Hum. 2005;7(1):59-63. 20 Frontera WR, Dawson DM, Slovik DM. Exercício físico e reabilitação. Porto Alegre: ARTMED, 2001. 21 Foss ML, Ketcyian SJ. Bases fisiológicas do exercício e do esporte. 6.ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. 22 Pereira MRI, Gomes PSC. Testes de força e resistência muscular: confiabilidade e predição de uma repetição máxima. Rev Bras Med Esp.2003; 9(5): 325-335. 23 Barbosa, AR, Santarém JM, Jacob WF, Marucci MFN. Composição corporal e consumo alimentar de idosas submetidas a treinamento contra resistência. R Nutr. 2001; 14(3):177-183 24 Freitas CMSM, Santiago MS, Viana AT, Leão AC, Freyre C. Aspectos motivacionais que influenciam a adesão e manutenção de idosos a programas de exercícios físicos. Rev. bras. cineantropom. desempenho hum. 2007;9(1): 92-100. 25 Davini R, Nunes CV. Alterações no sistema neuromuscular decorrentes do envelhecimento e o papel do exercício físico na manutenção da forca muscular em indivíduos idosos. Rev. bras. fisioter. 2003;7(3):201-207. 26 Carvalho J, Oliveira J, Magalhães J,Ascensão A, Mota J, Soares JMC. Força muscular em idosos. R Port Cien Desp. 2004;4(1):58–65. 27 Fiatarone MA, Marks EC, Ryan ND, Meredith CN, Lipsitz LA, Evans WJ. High intensity strength training in nonagenarians. JAMA.1990;263 (30): 29-34 28 Brasileiro JS, Castro CES, Parizotto NA. Parâmetros manipiuláveis clinicamente na estimulação elétrica neuromuscular (NMES).Rev fisioter Brás.2002, 3(1):45-53 29 Kitchen S, Bazin S. Eletroterapia de Clayton. 10ª ed. São Paulo: Manole, 1998. 30 Robinson AJ, Snyder LM. Eletrofisiologia clínica: eletroterapia e teste eletrofisiológico. 2ª ed. Porto Alegre: ArTmed, 2001.
31 Nelson RM, Hayes KW, Currier DP. Eletroterapia clínica. 3ª ed. Barueri: Manole, 2003. 32 Evangelista AR. Estudo comparativo do uso da eletroestimulação na mulher associada com atividade física visando à melhora da performance muscular e redução do perímetro abdominal. R Fisioter Brasil. 2003; 4(1):49-59
38
33 Low J, Reed A. Eletroterapia explicada: princípios e práticas. 3ª ed. São Paulo: Manole, 2001. 34 Longo GJ, Fuirini NJ. Estimulação elétrica para fortalecimento e alongamento muscular. Curitiba: KLD Brosistemas Eq. Eletrônicos, 2000. 35 Lieber LR, Kelly JM. Factors Influencing Quadriceps Femorais Muscle Torque Using Transc utaneous Neuromuscular Electrial. Physical Therapy.1991; 71(10): 716-723. 36 Todd A, McLoda ATC, Jennifer A. Carmack Optimal Burst Duration During a Facilitated Quadriceps Femoris Contraction Journal of Athletic Training 2000;35 (2):145-150 37Noronha MA, Camargo LC, Minamoto VB, Castro CES, Salvini TF. O efeito da estimulação elétrica neuromuscular (NMES) no músculo tibial anterior do rato. Rev Bras Fisioter. 1997; 2(2): 71-6. 38 Gil AC. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2002. 39 Guirro E, Guirro R. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, recursos, patologias. 3. ed. São Paulo: Manole, 2004
40 Campbell WW, Crim MC, Young VR, Evans WJ. Increased energy requirements and changes in body composition with resistance training in older adults. Am J Clin Nutr. 1994;60(2):167-75.
41 Brandon LJ, Boyette LW, Gaasch DA, Lloyd A. Effects of lower strength training on functional mobility in older adults. J Aging Phys Act. 2000;8:214-27. 42 Harries UJ, Bassey EJ.Torque-velocity relationships for the knee extensors in women in their 3rd and 7th decades. Eur J Appl Physiol Occup Physiol. 1990;60(3):187-90.
39
APÊNDICE
40
Apêndice A – Termo de Concentimento Livre e Esclarecido
Eu, Bruno Machado Remor, acadêmico do oitavo semestre do curso de
Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL, estou realizando meu
Trabalho de Conclusão de Curso sobre Corrente russa versus exercício resistido na avaliação
do fortalecimento muscular em idosos institucionalizados, tendo como orientador o
Fisioterapeuta e docente Ralph Fernando Rosas. Para a realização deste trabalho necessito de
sua colaboração, ou responsável. Os participantes passarão por uma avaliação fisioterapêutica,
onde serão avaliados os seguintes itens: força muscular e perimetria .
Os dados coletados serão utilizados apenas para a pesquisa, sendo que os nomes e
informações obtidas não serão divulgados, e apenas os pesquisadoras terão acesso às
informações.
Você é totalmente livre para aceitar participar desta pesquisa, e se optar pela não
participação não sofrerá nenhum constrangimento. Cabe, ainda, ressaltar que você é livre para
desistir a qualquer momento de fazer parte dessa pesquisa entrando em contato pelo telefone:
(48) 9942 1353.
Sua colaboração é muito importante.
Agradecemos pela atenção.
Bruno Machado Remor – Acadêmico do curso de Fisioterapia UNISUL
Ralph Fernando Rosas – Fisioterapeuta e docente da UNISUL
41
Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e que recebi,
de forma clara e objetiva, todas as explicações pertinentes ao projeto e que todos os dados ao
meu respeito e a da (o) minha (meu) parceira (o) serão sigilosos. Eu compreendo que neste
estudo as medições do experimento serão feitas em mim.
Declaro que fui informado que posso me retirar da pesquisa a qualquer momento.
Nome por extenso: ___________________________________________________________
RG: _______________________________________________________________________
Data e local: ________________________________________________________________
Assinatura: _________________________________________________________________
42
ANEXO
43
Anexo A CLÍNICA ESCOLA DE FISIOTERAPIA UNISUL
Avaliação Ortopédica Nome:______________________________________________________________________
Data de Nascimento:_____________Idade:________Sexo:________
Endereço:______________________________________________________________nº:__
Bairro:____________________________Cidade:___________________CEP:____________
Encaminhamento_____________________________________________________________
Médico:____________________________________________________________________
Diagnóstico_________________________________________________________________
Médico:____________________________________________________________________
QP.:_______________________________________________________________________
H.M.A.:____________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Perimetria:
Local cm Esquerdo cm Direito Obs.:_______________________________________________________________________
44
Goniometria:
Região Movimento Esquerdo Direito Testes Especiais:
Teste Resultado Exames Complementares:
Exame/Data Resultados Disfunções identificadas: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ DIAGNÓSTICO CINÉTICO-FUNCIONAL:_______________________________________________________________ Objetivo do tto: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Plano de tto: ___________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________
top related