contribuição dos negros na cultura do rio grande do sul (brasil)

Post on 06-Jun-2015

30.194 Views

Category:

Education

0 Downloads

Preview:

Click to see full reader

DESCRIPTION

Sobre a contribuição dos negros a cultura gaúcha no Rio Grande do Sul (Brasil): - História e historiografia dos negros no Rio Grande do Sul - Culinária - Música Regional Gaúcha - Linguajar Gauchesco

TRANSCRIPT

ESTRUTURA DA NOSSA CONVERSAESTRUTURA DA NOSSA CONVERSA

HISTORIOGRAFIAHISTORIOGRAFIA

UM POUCO DA UM POUCO DA HISTÓRIA DO R G SHISTÓRIA DO R G S

INVISIBILIDADE DO INVISIBILIDADE DO NEGRO NA HISTÓRIANEGRO NA HISTÓRIA

CONTRIBUIÇÃO DOS CONTRIBUIÇÃO DOS NEGROS AO NEGROS AO

GAUCHISMOGAUCHISMO

- Últimas Pesquisas Brasileiras.- Últimas Pesquisas Brasileiras.

- Pesquisas no Rio Grande do Sul- Pesquisas no Rio Grande do Sul

- Trabalhos Não-Acadêmicos- Trabalhos Não-Acadêmicos

- Chegada dos Portugueses e NegrosChegada dos Portugueses e Negros . .

- A A Estância e a Charqueada.Estância e a Charqueada.

- Os - Os Gaúchos e GaudériosGaúchos e Gaudérios

- O Papel do Instituto Histórico.- O Papel do Instituto Histórico.

- A História Positivista.- A História Positivista.

- A Mitificação do Gaúcho.- A Mitificação do Gaúcho.

- À Culinária Gauchesca.À Culinária Gauchesca.

- À Música Regional Gaúcha.- À Música Regional Gaúcha.

- Ao Vocabulário Gauchesco- Ao Vocabulário Gauchesco..

ALGUNS HISTORIADORES QUE ALGUNS HISTORIADORES QUE

PROCURARAM ANALIZAR A ESCRAVIDÃO PROCURARAM ANALIZAR A ESCRAVIDÃO

SEGUNDO SEGUNDO NOVAS PERSPECTIVASNOVAS PERSPECTIVAS

Florestan FernandesFlorestan Fernandes

Jacob GorenderJacob Gorender

Ciro Flamarion CardosoCiro Flamarion Cardoso

João Luis Ribeiro FragosoJoão Luis Ribeiro Fragoso

Hebe Maria Mattos de CastroHebe Maria Mattos de Castro

Ronaldo VainfasRonaldo Vainfas

Um olhar sobre a historiografia do Rio Grande do Sul

1.1. A historiografia oficial positivista registrava que foi relativamente pequena a importância do negropequena a importância do negro na história do sul.

2 2 . Fernando Henrique CardosoFernando Henrique Cardoso. Capitalismo e escravidão no Brasil

meridional: O negro na sociedade escravocrata do Rio Grande do Sul.

1977.

3.3. Sandra Pesavento. História do Rio Grande do SulHistória do Rio Grande do Sul. 1982. Escreve:

“Não haverá atividade produtiva ou improdutiva em que ele não

esteja representado de algum modo”...

4.4. Mário Maestri. Escravo Gaúcho: resistência e trabalhoresistência e trabalho. 1993.

5.5. Zilá Bern e Margaret Bakos. O negro: Consciência e trabalhoO negro: Consciência e trabalho. 1998. Na

obra descrevem que “a importância da mão de obra escrava nas

diversificadas atividades que caracterizam a história do RGS.

PRODUÇÃO ACADÊMICA: Dissertações e Teses.PRODUÇÃO ACADÊMICA: Dissertações e Teses.Levantamento feito por Cristina de Quadros de Bortolli

Vestígios do Passado: a escravidão no Planalto Médio - 2003

• PUC-RS :PUC-RS : De 275275 dissertações e teses apenas

2222 abordam abordam o tema escravidão no RGS.

• UFRGS :UFRGS : De 133133 trabalhos somente 55 tratam tratam

desse assunto.

• Observação: Todos os estudos se referem às regiões de PelotasPelotas, Rio GrandeRio Grande, Bagé Bagé, Porto Porto AlegreAlegre e alguns trabalhos fazem uma abordagem geral.

PRODUÇÃO ACADÊMICA: Dissertações e Teses.PRODUÇÃO ACADÊMICA: Dissertações e Teses.Levantamento feito por Cristina de Quadros de Bortolli

Vestígios do Passado: a escravidãoVestígios do Passado: a escravidão no Planalto Médiono Planalto Médio - 2003

– Quanto aos temas abordados :Quanto aos temas abordados :

1.1. Relacionados às atividade econômicas, à sociedade

escravista na região das CharqueadasCharqueadas.

2.2. ResistênciaResistência e acomodação, os aspectos da vida

servil na cidade. ( Quilombos )

3.3. Não havia pesquisaNão havia pesquisa sobre os negros e o trabalho

livre e trabalho escravo nas estânciasnas estâncias do Rio Grande

do Sul.

Trabalhos e PesquisasTrabalhos e Pesquisas não-não-

acadêmicos realizados por acadêmicos realizados por

folcloristas ou folcloristas ou

por representantes do por representantes do

Movimentos NegroMovimentos Negro

MaçambiquesMaçambiques

Em Osório-RSOsório-RS ainda

permanece viva essa festa

folclórica

CONGADAS CONGADAS

COROAÇÃO COROAÇÃO

DA RAINHA GINGADA RAINHA GINGA

CapoeiraCapoeira

BatuqueBatuque

Tentando Reconstruir uma África no BrasilTentando Reconstruir uma África no Brasil

SambaSamba

EE

CarnavalCarnaval

SambaSamba

EE

CarnavalCarnaval

A construção A construção

identitária identitária

iniciando na iniciando na

infânciainfância

Em Porto AlegreEm Porto AlegreOlodum Olodum

e Filhos de Gandi.e Filhos de Gandi.

MaracatuMaracatu

ApresentadoApresentado

EmEm

Palco ou TeatroPalco ou Teatro

Movimento HiP - HoPMovimento HiP - HoP

UM POUCO UM POUCO

DA HISTÓRIA DA HISTÓRIA

DO NEGRO DO NEGRO

NO RIO GRANDE DO SULNO RIO GRANDE DO SUL

OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO PELOS PORTUGUESES E NEGROSOCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO PELOS PORTUGUESES E NEGROS

1682 - Uruguai 1682 - Uruguai - Em Colônia do sacramento

1725 - Expedição1725 - Expedição - - Laguna à São José do NorteLaguna à São José do Norte

17371737 – Rio Grande – Rio Grande

Desde o primeiro momento, os negros exerceram esse duplo oficio, peão e soldado, na condição de escravo ou liberto. Na fundação da Colônia do Colônia do SacramentoSacramento em 16801680, Claudio Moreira Bento registra que,

havia entre os portugueses vindos do Rio de Janeiro 200 militares, 3 padres, 60 negros60 negros, dos quais 41 escravos41 escravos do comandante, 6 mulheres índias. Os negros representaram mais de 20% do total da expedição, não considerados nesta percentagem os negros e mulatos livres e soldados ( P.55).³

Quando João MagalhãesJoão Magalhães comandou a “Frota dos 31 Lagunistas”, em 1725,1725, a primeira expedição oficial ao Rio Grande a mando da Coroa portuguesa, ela era composta, na maioria, por “maioria, por “pretos mestiços desta raça."pretos mestiços desta raça." (Claudio Moreira Bento) P.57. A participação dos negros nessas lutas é frisada pelo autor, que relata os seguintes exemplos:

Toda esta expansão foi acompanhada por constantes combates, refregas, escaramuças e entreveros, nos quais “o negro deu mais do que sua simples participação” P.63 Cel.Francisco Ruas Santos também por Moreira Bento.

No Rio Grande do sul, em fins do século 18 e começos do 19, o negro foi um dos arquitetos da sociedade rural e militar nesta foi um dos arquitetos da sociedade rural e militar nesta regiãoregião através de prolongadas lutas” p. 61 Moreira citando Arthur Ramos

Em 17371737, com um pouco mais de 200 homens,

Silva PaesSilva Paes ergue, no local onde hoje está a cidade

de Rio Grande, o Presídio Jesus-Maria-JoséPresídio Jesus-Maria-José,

primeira fundação oficial que selaria definitivamene

a ocupação portuguesa no sul.

“ Nessa época uma operação como a que se

iniciava era impensável sem a ajuda do braço

escravo ” - Mário MaestriMário Maestri.

“O ESTANCIEIROO ESTANCIEIRO” A partir desse momento se intensifica

a distribuição da terra, sesmarias doadassesmarias doadas

pelo Rei, aos oficiaisaos oficiais por serviços

prestados a coroa portuguesa.

É a ocupação legal do territórioocupação legal do território e a

estância será um espaço onde o negro o negro jogará um papel fundamentaljogará um papel fundamental para

construção da cultura gaúcha.

Se o negro trabalhou apenas nas

lavouras das estâncias ou se realizou

também as lidas campeiras à cavalo já é

uma discussão superada.

• Na Estância o Negro fez de tudo, ele foiNa Estância o Negro fez de tudo, ele foi......

PEÃO CAMPEIRO, GINETE, DOMADOR, PEÃO CAMPEIRO, GINETE, DOMADOR,

TROPEIRO, ESQUILADOR, ALAMBRADORTROPEIRO, ESQUILADOR, ALAMBRADOR........

Desde os tempos primitivos

do velho pago nascente

o negro esteve presente

e junto ao guasca bagual

mostrou valentia igual

quando não foi mais valente.

- - Décima do negro peão de Oliveira SilveiraDécima do negro peão de Oliveira Silveira..

Tropeiro Negro levando mulas para Sorocaba-SP

Pintura de J. B. Debret

Quando velho foiQuando velho foi ...

- PEÃO CASEIRO

- GUASQUEIRO

- AGREGADO

Segundo Segundo Saint-HilaireSaint-Hilaire, naturalista francês que , naturalista francês que

esteve no Estado no século XlX,esteve no Estado no século XlX,

(...) nesta capitania os negros são tratados

com branduracom brandura e (...) os brancos com eles se

familiarizam mais do que noutros lugares. Isto é

verdadeiro para os escravos das estânciasos escravos das estâncias, que

são poucos, mas nãomas não o é para os dasos das charqueadas charqueadas

que, [ justifica ] sendo em grande número e cheios

de vícios trazidos da capital, devem ser tratados

com mais rigor. Página 120.

CHARQUEADACHARQUEADA

Era quase uma unidade de

produção industrialprodução industrial em série com

regime de trabalho intensivotrabalho intensivo de

16 horas diárias16 horas diárias usando quase

que exclusivamente escravos escravos

como mão de obracomo mão de obra.

CHARQUEADA OU SALADEIROCHARQUEADA OU SALADEIRO

17791779 – José Pinto Martins ( Português ou do Cearense )

Depois de uma grande seca no nordeste, em 1777, transfere seu saladeiro,

Criando no Sul do país, em Pelotas, a primeira fabrica de Charque.

CHARQUE = Carne de Sol, Carne de Vento, Carne seca, Jabá, Carne do Sertão, Jabá, Carne do Ceará.

CHARQUEADORCHARQUEADOR

“GAUCHOS” HISTÓRICOSGAUCHOS” HISTÓRICOSO uso “ilegal” do espaçoO uso “ilegal” do espaço

Os Os gaúchos ou gaudériosgaúchos ou gaudérios eram eram grupos de homens formado grupos de homens formado por por desertores dos exércitosdesertores dos exércitos espanhóis ou portugueses, espanhóis ou portugueses, eram índioseram índios guaranis guaranis que que fugiram das missões, índios fugiram das missões, índios charruascharruas que não aceitaram a que não aceitaram a catequese e catequese e negros que negros que fugiam das charqueadas ou fugiam das charqueadas ou das estânciasdas estâncias, segundo , segundo historiadores do Uruguai e historiadores do Uruguai e Argentina.Argentina.

- Gaúchos ou Gaudérios- Gaúchos ou Gaudérios caçando o gado selvagem-orelhano gado selvagem-orelhano

sem marcasem marca - Conforme Mário Maestri e Décio FreitasMário Maestri e Décio Freitas esse agrupamento

de homens seria uma espécie de Quilombos agro-pastorisQuilombos agro-pastoris..

- Pintura de Jean Baptista Debret

Segundo Maestri, a historiografia não faz referências, especificamente, a quilombos no Rio Grande do Sul. Quando registra a existência de algum, o faz rapidamente, e apenas de passagem, sem maiores explicações ou comentários. Mas sabe-se, que os negros fugiamos negros fugiam e se organizaram em quilombos nas campanhasquilombos nas campanhas. O tipo de quilombo que se rapidamente e raramente é citado é o "quilombo pastoril","quilombo pastoril", localizado nas campanhas povoadas pelo gado chimarrão. Os negros abatiam o gado selvagemnegros abatiam o gado selvagem, extrair o couro, os chifres e outros acessórios para vendê-los aos aventureiros portugueses ou castelhanos. Abrigavam nos seus quilombos, brancos e índios, mas mantinham o controle da comunidade e do processo de produção. O gaúchoO gaúcho foi o tipo étnico e social produzido por tais quilombosproduzido por tais quilombos.

RELATOS HISTÓRICOS

• Miguel Lastarria em 1805 : Miguel Lastarria em 1805 :

““...Estão sempre sujos, suas

barbas sempre por fazer,

andam descalços, e mesmo

sem calças sob a completa

cobertura do poncho. [...]

Trabalham apenas para

adquirir o tabaco que fumam

e a erva-mate paraguaia que

tomam ...”..

Ricardo Rodriguez MolasRicardo Rodriguez Molas historiador Argentino – 17461746

“...aquí llamamos gauderios, gente que vive como quiere sin saber de dónde viven o de qué se alimentan, pues no trabajan ...”

RELATOS HISTÓRICOS

- - EM 1642EM 1642: : “Cuatreros y

vagabundos afanam el ganado

de las estancias”

- - EM 1771EM 1771: : “Carta de Vertiz, Governador de Buenos Aires, pedindo providências contra - ALGUNOS GAHUCHOS - que andavam assaltando as Estâncias da Região”.

- FERNANDO ASSUNÇÃO- FERNANDO ASSUNÇÃO

- Historiador- Historiador

RELATOS HISTÓRICOS

RELATOS HISTÓRICOSJosé de SaldanhaJosé de Saldanha , , 1787.1787.

“...Gauches, palavra hespanhola

uzada neste paiz para expressar

aos vagabundos, ou ladroens

do campo, quais vaqueiros,

costumados a matar os Touros

chimarroens, a sacar-lhes os

couros, e a leva-los ocultamente

as povoaçoens, para sua venda

ou troca por outros gêneros...”

•Nicolau Dreys:Nicolau Dreys: “Sem chefes, sem leis, sem polícia, os gaúchos não tem da moral senão idéias vulgares...”

Então, se o negro esteve presenteEntão, se o negro esteve presente

nas estâncias,nas estâncias,

nas charqueadas,nas charqueadas,

entre os gaúchos ...entre os gaúchos ...

Como acontece a minimizaçãoComo acontece a minimização ou quase exclusão do negroou quase exclusão do negro

da história do Rio Grande do Sul ?da história do Rio Grande do Sul ?

REVOLUÇÃO DE 1930REVOLUÇÃO DE 1930Getúlio Vargas assume a Presidência do BrasilGetúlio Vargas assume a Presidência do Brasil

Em 1930, com a ascensão de Getúlio Vargas ao Poder, havia a necessidade de construir um novo construir um novo gaúcho.gaúcho. Criar a imagem de um Rio Grande do Rio Grande do Sul brasileiroSul brasileiro, forte, pujante, com líderes capazes de estarem à frente do poder nacional.

É nesse momento que entram em

cena os historiadores e intelectuais do

Estado e transformam aquele gaúchotransformam aquele gaúcho

histórico, um excluído socialexcluído social, em um

homem aristocrata aristocrata cheio de virtudes civis

e militares.

GUTFRIEND, 1998

DETERMINISMO RACIALDETERMINISMO RACIAL – – de LAPOUGE ede LAPOUGE e

o o PositivismoPositivismo que que constroem a invisibilidade do constroem a invisibilidade do negro na construção da identidade gaúcha negro na construção da identidade gaúcha

Naquele momento, Os historiadores

com o objetivo de estabelecer a

diferençadiferença entreentre o gaúcho rio-gaúcho rio-

grandensegrandense do gaúcho Uruguaio e o Uruguaio e o

ArgentinoArgentino, se apegam a teorias do

racialismo científico, sustentando que as

diferenças entre esses dois tipos de

gaúcho estavam baseadas na

contribuição maior ou menor das raças

que os compunham, especialmente,

índios e negrosíndios e negros.

Escolhem a GUERRA FARROUPILHA o como o fato Escolhem a GUERRA FARROUPILHA o como o fato histórico fundante do Rio Grande do Sulhistórico fundante do Rio Grande do Sul

História positivista valoriza os História positivista valoriza os “grandes” homens como: “grandes” homens como:

Bento Gonçalves, David Canabarro, Bento Gonçalves, David Canabarro, etcetc......

Da mesma forma o cinemaDa mesma forma o cinema

A A Literatura e os meios de comunicaçãoLiteratura e os meios de comunicação

O papel da literatura e da história foram preponderantes na construção ideológica desse gaúcho mitificado.

““Processo de transfiguração do GAÚCHO-PÁRIA em GAÚCHO-ARISTOCRATA cheio de virtudes civis e militares”

Sergius Gonzaga

História feita de negro tambémHistória feita de negro também...

• Os operáriosoperários que acionaram as máquinas das

oficinas do jornal farroupilha O POVOO POVO em Piratini e

Caçapava, eram negros livresnegros livres. Um deles de nome

RicardoRicardo...a Tipografia O Camponez...

• A música do Hino da República Rio-GrandenseHino da República Rio-Grandense, e

hoje, hino do Estado do Rio Grande do Sul, é de

autoria do maestro Joaquim MedanhaJoaquim Medanha, homem de

cor, mulato carregado, libertomulato carregado, liberto, segundo Walter Spalding.

• Dentre os 70 homens de diversas nacionalidades que participaram da

construção e guarnição dos lanchões “Seival e Farroupilha” da épica

expedição a Laguna, muitos muitos eram negros e mulatoseram negros e mulatos e, estes os

melhores... No Estaleiro Farrapo do rio Camaquã foi um mulato que forjou

as ferragens dos dois célebres barcosas ferragens dos dois célebres barcos.. ...Foi o negro Procópionegro Procópio que

atingiu com um tiro certeiro em um dos braços, do célebre guerrilheiro

imperial Chico Pedro frustrando seu ataque sobre o Estaleiro Farroupilha na

barra do rio Camaquã...”Segundo Claudio Moreira Bento.

Antônio Ribeiro - Antônio Ribeiro - Herói Farroupilha que participou da tomada de Porto Alegre

em 20 de setembro de 18351835..

Os Negros estiveram Os Negros estiveram

presentes em todas as presentes em todas as

guerras que ocorreram guerras que ocorreram

nesse territórionesse território,,

Como Lanceiros Como Lanceiros

como Soldados de infantariacomo Soldados de infantaria

Como oficiaisComo oficiais

Sempre estiveram nas Sempre estiveram nas

frentes de batalhafrentes de batalha

Estiveram lutando Estiveram lutando tanto ao lado dos tanto ao lado dos

portugueses ou dos portugueses ou dos espanhóisespanhóis

-

Ao lado dos Ao lado dos ImperiaisImperiais

ou dos ou dos FarroupilhasFarroupilhas

COMO LANCEIROS À CAVALOCOMO LANCEIROS À CAVALO

OUOU

NA INFANTARIANA INFANTARIA

Corpo de Lanceiros NegrosCorpo de Lanceiros Negros

AFINALAFINAL . . . . . . . . . .

QUAL É A CONTRIBUIÇÃOQUAL É A CONTRIBUIÇÃO

DOS NEGROSDOS NEGROS

NA NOSSA CULTURA GAUCHESCA NA NOSSA CULTURA GAUCHESCA

OUOU GAÚCHA - TRADICIONALISTA ?GAÚCHA - TRADICIONALISTA ?

QUAL A CONTRIBUIÇÃO DOS NEGROSQUAL A CONTRIBUIÇÃO DOS NEGROS

NA CULINÁRIA NA CULINÁRIA

GAÚCHA GAUCHESCA OU CAMPEIRA ?GAÚCHA GAUCHESCA OU CAMPEIRA ?

PERGUNTAMOS: - PERGUNTAMOS: -

- QUEM COZINHAVA NA CASA DA - QUEM COZINHAVA NA CASA DA

ESTÂNCIA OU NO GALPÃO DOS PEÕES ?ESTÂNCIA OU NO GALPÃO DOS PEÕES ?

Comparar os Pratos GaúchosPratos Gaúchos ou Campeiros com os Pratos

feitos pelas mães-de-santo oferecidos aos orixásoferecidos aos orixás

Na volta da estância os Negros tinham os seus “cercados”, onde plantavam os seus temperos. plantavam os seus temperos.

CANJICA - MUGUNZÁCANJICA - MUGUNZÁ

Feito com o milho que é americanoamericano, mas o nome é africanoafricano

- A - A POLENTAPOLENTA antes de ser um prato típico da antes de ser um prato típico da culinária italiana do Rio Gande do Sul era o culinária italiana do Rio Gande do Sul era o ANGU ANGU de de farinha de milhofarinha de milho..

•- Pirão = Angu - Pirão = Angu com farinha de mandioca é o Amalá de Xango Amalá de Xango

FEIJOADA E MOCOTÓ + QUIBEBEQUIBEBE

QUAL A CONTRIBUIÇÃO DOS NEGROSQUAL A CONTRIBUIÇÃO DOS NEGROS

NA MUSICALIDADE REGIONALISTA NA MUSICALIDADE REGIONALISTA

GAÚCHA OU GAUCHESCA ?GAÚCHA OU GAUCHESCA ?

MILONGA:MILONGA: É de origem AFRO-PLATINAÉ de origem AFRO-PLATINA

- É um ritmo originário dos negros e mestiçosnegros e mestiços pobres dos arrabaldes de Buenos AiresBuenos Aires. Milonga, substantivo do quimbundo, que significa palavras jogadas, conversa, queixa.

- “el viajero francés Arsenio Isabelle, que pasa por el Río de la Plata entre 1830 y 1834, la registra, quizás por primera vez, en su libro “Voyage à Buenos Aires et à Porto Alegre“Voyage à Buenos Aires et à Porto Alegre (París, 1835)”

Gabino Ezeiza, payador y cantante"Don Gabino" en cuya entrada una

placa de bronce nos recuerda su

grandeza. De ascendencia negra y

cuna humilde, adquirió celebridad

como payador y autor de más de

quinientas composiciones, que el

mismo interpretaba. Según se

afirma, ya en el año 1872

incursionaba en el arte de la

payada, siendo considerado el más

antiguo y notable payador del Río

de la Plata. Francisco Pi Suñer “Fue

el payador de la pampael payador de la pampa””

VANERA:VANERA: É de origem AFRO-CUBANAÉ de origem AFRO-CUBANA

È originária de Cubaoriginária de Cuba, mais precisamente de Havanade Havana, possessão espanhola no período colonial que lhe deu o

nome, ( HA ) VANERA .

Na Europa é batizada de Polka Española. No século XIX, é

introduzida na América com o nome de vanera. Se acultura

no Rio Grande do Sul e ganha outras versões ou adjetivos

como: vanerinha, vanerão, samba gaúcho, vanerão sambadosamba gaúcho, vanerão sambado,

etc.

Outros gêneros ou rítmos “gauchos” presentes nos Festivais e Bailes do Rio

Grande do Sul

• - - MALAMBO:MALAMBO: SAPATEIO AFRO-ARGENTINO SAPATEIO AFRO-ARGENTINO

• - CHACARERA- CHACARERA E E LA ZAMBA.LA ZAMBA.

• - - CANDOMBÉ -CANDOMBÉ - AFRO - URUGUAIO AFRO - URUGUAIO

• O próprio O próprio FANDANGOFANDANGO,, apesar de ser uma apesar de ser uma

dança popular portuguesa, dança popular portuguesa, Nelson de SennaNelson de Senna

recolhe como palavra de evidente procedência recolhe como palavra de evidente procedência

africana.africana.

BOCHINCHOBOCHINCHOPoesia de Jaime Caetano

Braun que explica muito bem o que era um fadangoque era um fadango

A um bochincho certa feitafui chegando de curioso

baile debaile de gente direitagente direitade pronto eu vi que não eranão erana noite de primaveragaguejava a voz de um tangotangoe eu sou louco por fandangofandangoque nem pinto por quirera

e o gaiteirogaiteiro era um era um mulatomulatoque até dormindo tocavae a gaita choramingavaque nem namoro de gato

E a gaita velha gemiaàs vezes quase paravade repente se acordavae num vanerão se perdia

Gaiteiros de São Francisco de AssisGaiteiros de São Francisco de Assis

Qual a relação do MACULELÊ MACULELÊ com as Danças GaúchasDanças Gaúchas ?

Paixão CortesPaixão Cortes entrevista a Negra PaimNegra Paim sua principal informante na região de Vacaria e Caxias do Sul

No Rio Grande do Sul temos inúmeros negros que são músicos, compositores e intérpretes da cultura gaúcha nativista e tradicionalista

• - - CÉSAR PASSARINHOCÉSAR PASSARINHO

• - - CRIOULO DOS PAMPASCRIOULO DOS PAMPAS

• - MACEDINHO- MACEDINHO

• - LOMA - LOMA

• - LÚCIA HELENA- LÚCIA HELENA

• - GRUPO STATUS- GRUPO STATUS

Nos Festivais de Música Nativista do nosso Rio Grande do Sul temos muitas canções sobre os

negros que são verdadeiros clássicos ...

• ESCRAVO DE SALADEIROESCRAVO DE SALADEIRO

• NEGRO DA GAITANEGRO DA GAITA

• ROMANCE NA TAFONAROMANCE NA TAFONA

• AFRO-AMÉRICAAFRO-AMÉRICA

• NEGO BONIFÁCIONEGO BONIFÁCIO

• MÃE NEGRAMÃE NEGRA

QUAL QUAL

A CONTRIBUIÇÃO DOS NEGROS A CONTRIBUIÇÃO DOS NEGROS

NO VOCABULÁRIO NO VOCABULÁRIO

GAÚCHO OU GAÚCHESCO ?GAÚCHO OU GAÚCHESCO ?

Os Negros que

chegaram na América

eram de várias tribos ou várias tribos ou

naçõesnações, mas os grupos grupos

lingüísticoslingüísticos que deram

maior contribuição ao

nosso léxico foram

QuimbundoQuimbundo

e e

B a n t oB a n t o

+ de 228 mil verbetes+ de 380 mil definições

+ de 3.000 páginas

Dicionário Regionalista de Vocábulos gauchescos com

maior número de edições

Autor: Zeno Cardoso Nunes

Foi levado em consideração os estudos sobre africanismos no RGS realizado por Dante LaytanoDante Laytano

• Com nove mil verbetesnove mil verbetes, a enciclopédia,

assinada pelo escritor e compositor Nei

Lopes, foi lançada pela Selo Negro

Edições em 2004. Ela reúne, em um

único volume, uma gigantesca massa

de informações ligadas à saga de afro-

descendentes nas Américas.

• Aborda assuntos dos mais diversos a

partir do ponto de vista brasileiro — de

biografias a vestuário; de fatos

históricos e contemporâneos a

acidentes geográficos, flora e fauna; de

festas e divertimentos a Profissões e

atividades.

Algumas palavras recolhidas por Dante de LaytanoDante de Laytano em 19361936.

• - ANGICO• - BUGIGANGA• - BOMBEÁ• - CAMBOTA• - CACIMBACACIMBA• - ENCABULÁ• - ENGAMBELÁ• - EMPACÁ• - EN QUIZILÁ• - CAPANGA ( E )

• - FUXICÁ• - GAMBÁ• - INHAME• - JAPONA• - LENGA - LENGA• - MATUNGOMATUNGO• - MOGANGO ( A )• - PORONGO ( ? )• - SANGASANGA• - TAMBO

HojeHoje

Os negros que começam a

se identificar com a

cultura gauchesca

Não Não necessariamente necessariamente

com o com o tradicionalismo.tradicionalismo.

Desfile Farroupilha de Desfile Farroupilha de

Porto Alegre Porto Alegre

“ “ Assim se fez o gaúcho ”Assim se fez o gaúcho ”

Cultura gaúcha é feita

do índio charrua e do

guarani, do espanhol

e do português mas é

feita de negro também.

No desfile foi mostradoNo desfile foi mostrado

algumas das contribuições

que os negro deram para

a cultura gaúcha.

Nas lidas campeiras

Nas Guerras

Na culinária

Na música regional

No linguajar gauchesco

CAVALGADA DA CONSCIÊNCIA NEGRACAVALGADA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

“ “ TRAGO NA GENEALOGIA ÍNDIOS, NEGROS, LUSITANOS, TRAGO NA GENEALOGIA ÍNDIOS, NEGROS, LUSITANOS,

MESTIÇOS E CASTELHANOS BROTADOS DA GEOGRAFIA”MESTIÇOS E CASTELHANOS BROTADOS DA GEOGRAFIA”

“ “ FOGONES DEL MISMO RAYOFOGONES DEL MISMO RAYO

LUCEROS DE SU DESTINOLUCEROS DE SU DESTINO

NACIERON GAUCHO ARGENTINONACIERON GAUCHO ARGENTINO

BRASILEÑO Y URUGUAYOBRASILEÑO Y URUGUAYO

HACIENDO PÁTRIA A CABALLOHACIENDO PÁTRIA A CABALLO

COM CIELITOS E VIDALAS”COM CIELITOS E VIDALAS”

BRASILEÑO Y ORIENTALBRASILEÑO Y ORIENTALRIO-GRANDENSE Y ARGENTINORIO-GRANDENSE Y ARGENTINOPIEDRAS DEL MISMO CAMINOPIEDRAS DEL MISMO CAMINOÁGUAS DEL MISMO CAUDALÁGUAS DEL MISMO CAUDAL

Jaime Caetano BraunJaime Caetano Braun

Vestígios das Construções Rurais PrimitivasVestígios das Construções Rurais Primitivas

Segundo Saint-Hilaire, naturalista francês que

esteve no Estado no século XlX,

(...) nesta capitania os negros são tratados com negros são tratados com

brandurabrandura e (...) os brancos com eles se

familiarizam mais do que noutros lugares. Isto é

verdadeiro para os escravos das estâncias, que são

poucos, mas não o é para os das charqueadas que,

[justifica] sendo em grande número e cheios de

vícios trazidos da capital, devem ser tratados com

mais rigor (P.120)²

Com Silva Paes, em 1737, na cidade do Rio

Grande, a primeira do Estado; ou com as tropas

portuguesas e espanholas na destruição das

Missões; ou na chamada Revolução Farroupilha;

ou na Guerra do Paraguai, em 1893; enfim, em

todos momentos importantes da vida política e

militar do Estado, os negros estavam lutando. Nos

casos de guerra civil, estavam presentes nos dois

lados.

• José Mariano de Matos, mulato, natural do Rio de Janeiro foi o Ministro da Guerra e da Marinha da República Rio-Grandense e alguns anos mais tarde Ministro da Guerra do Império do Brasil.

top related