consumo de energia elÉtrica e vazÃo em redes … · 802.11 e se constitui no principal objetivo...

Post on 09-Feb-2019

215 Views

Category:

Documents

0 Downloads

Preview:

Click to see full reader

TRANSCRIPT

Anais do XVIII Encontro de Iniciação Científica - ISSN 1982-0178

III Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da PUC-Campinas - ISSN 2237-0420

24 e 25 de setembro de 2013

CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA E VAZÃO EM REDES IEEE802.11

Thalis A. Apolonio

Faculdade de Engenharia Elétrica CEATEC

thalisvz@hotmail.com

Lia Toledo Moreira Mota Grupo de Pesquisa em Eficiência Energética

CEATEC lia.mota@puc-campinas.edu.br

Resumo: Este resumo apresenta um método para identificar ofensores - dispositivos causadores da anomalia da MAC - em redes IEEE 802.11. Para via-bilizar tal identificação, foi montada uma bancada de testes, que permite a coleta das informações neces-sárias para determinar a potência recebida nas esta-ções e a taxa de transferência efetiva dos dispositi-vos conectados a um ponto de acesso. Utilizando uma síntese dessas informações coletadas, pode-se caracterizar a anomalia da MAC, assim identificando o provável ofensor.

Palavras-chave: Anomalia da MAC, IEEE 802.11, Bancada de Testes.

Área do Conhecimento: Engenharias – Engenharia Elétrica.

1. INTRODUÇÃO Nos dias de hoje, as redes sem fio padrão IEEE 802.11 proporcionam ampla conectividade, mobilida-de e facilidade sem que seja necessário a utilização de cabos ou fios para a conexão de uma vasta quan-tidade de dispositivos de uso cotidiano. Para uma determinada rede sem fio, o crescente aumento do número desses dispositivos causa um aumento da competição pelo acesso ao meio que afeta o desem-penho da rede. A anomalia da MAC em redes com o padrão IEEE 802.11b foi demonstrada pela primeira vez em [5], quando se observou um desempenho consideravel-mente degradado de algumas estações em relação a outras da rede. Essa anomalia faz com que uma es-tação em más condições (ofensor) provoque uma redução na taxa de transferência das demais esta-ções, ao estabelecer comunicação efetiva com o ponto de acesso [1, 6]. Assim, a identificação do o-fensor pode ser considerada uma etapa prévia da mitigação da anomalia da MAC em redes IEEE 802.11 e se constitui no principal objetivo deste tra-balho.

2. METODOLOGIA A anomalia da MAC pode ser identificada através da montagem de uma bancada que possui no mínimo um ponto de acesso e dois notebooks (estações) ligados ao mesmo AP. A partir desta montagem uma estação é movida para outro lugar criando diversas condições de camadas físicas, tornando a estação movida uma estação com um potencial de ofensivi-dade maior que a outra estação que está fixa perto do ponto de acesso, sendo assim caracterizado a anomalia da MAC. A topologia da rede básica com duas estações (notebooks A e B) está ilustrada na Figura 1. Com esta montagem foi possível observar a caracterização da anomalia da MAC acontecer du-rante os testes, através de um programa que mede a potência, relação sinal ruido, taxa de vazão da rede, que será explicado com maiores detalhes neste re-sumo.

Figura 1. Topologia da rede básica da bancada de t es-

tes.

O notebook A tem uma placa de rede sem fio Intel com capacidades de conexão nos padrões IEEE 802.11 a, b, g e n. Possui um processador Intel I5, 4 GB de memória RAM e um disco rígido de 250 GB. O sistema operacional é o Linux Ubuntu Desktop. O notebook B tem uma placa de rede sem fio IEEE 802.11n com chipset Atheros AR9485. Possui um processador Processador Intel Core I3, 4 GB de memória RAM e disco rígido de 500 GB. O sistema operacional desse notebook é o Linux Ubuntu Desk-top.

Anais do XVIII Encontro de Iniciação Científica - ISSN 1982-0178

III Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da PUC-Campinas - ISSN 2237-0420

24 e 25 de setembro de 2013

O Ponto de Acesso Sem Fio possui uma placa de rede sem fio do fabricante Mikrotik RouterBoard RB14. Essa é uma placa PCI ideal para aplicações de conexão à distribuições de sinal Wi-fi de alto de-sempenho e está acoplada à placa-mãe de um com-putador Pentium 4 com processador de 1.5 GHz, 2 GB de memória RAM e 40 GB de disco rígido. A Fi-gura 2 ilustra os componentes da rede básica de tes-tes em bancada para que seja feita a caracterização da anomalia da MAC.

Figura 2. Bancada de Testes.

Além dos Notebooks A e B e o ponto de acesso, foi feita uma gaiola de Faraday, que foi um experimento conduzido por Michael Faraday que demonstrou, que em uma superfície condutora eletrizada possui cam-po elétrico nulo em seu interior, ou seja, no interior da gaiola, dado que as cargas se distribuem de forma homogênea na parte mais externa da superfície con-dutora. Foi utilizada esta teoria para dar maior poten-cial de ofensividade ao Notebook que foi movido du-rante os experimentos, sendo assim, o notebook que está dentro de uma gaiola de Faraday, não recebe sinal do AP no qual ele está conectado.

É possível reproduzir a anomalia da MAC utilizando a bancada de testes proposta neste trabalho e obser-var em tempo real exatamente quando ela se instala. Para isso, as estações podem ser movidas para lu-gares distantes do ponto de acesso ou posicionadas atrás de obstáculos que atenuam o sinal. Com isso, ocorre alteração do sinal e consequente degradação na relação sinal-ruído das estações, o que significa que a qualidade do enlace na camada física se torna desfavorável e que, portanto, passam a acontecer erros com maior frequência, fazendo com que mais pacotes de dados sejam perdidos. Configura-se as-

sim um cenário apropriado para o surgimento da a-nomalia da MAC, como descrito em [5]. Na imple-mentação realizada, as estações podem se conectar à rede assim que o ponto de acesso é ligado, pois o sistema fica ativo automaticamente. Nessa condição, os experimentos podem ser adequadamente criados para reproduzir, registrar e analisar a anomalia da MAC, permitindo que a proposta desse trabalho pos-sa ser desenvolvida e validada. Alguns scripts na linguagem Shell Script foram desenvolvidos para au-tomatizar a leitura das informações de camada física das estações da rede. Essas informações são usa-das para se determinar a relação sinal-ruído e a taxa de transferência de cada dispositivo conectado à re-de sem fio, que são entradas utilizadas no sistema nebuloso para determinar o potencial ofensivo das estações, como descrito a seguir.

3. RESULTADOS

Nos testes realizados, os dados de maior importância foram coletados, como a potência do sinal, recebido, taxa nominal negociada e a taxa efetivamente prati-cada. Logo que montada, a bancada de testes o Pon-to de acesso foi ligado para que o notebook A se co-nectasse ao ponto de acesso e foi analisado, através de medições, que as condições de conexão do note-book A estavam normais, sem problemas. Depois o notebook B se conectou ao mesmo ponto de acesso que o notebook A estava conectado, onde ambos negociaram sua taxa de transferência a 11 Mbps, sendo assim, uma conexão de mesma velocidade oferecida as duas estações pelo AP. Sem nenhuma condição que caracterizasse a anomalia da MAC como demonstrado na Figura 3.

Com a movimentação de um dos notebooks para longe do ponto de acesso criou-se algumas condi-ções de camadas físicas, foi observado que o note-book que foi afastado teve sua potência restringida por causa de várias barreiras físicas criadas, uma delas por estar dentro de uma Gaiola de faraday e outra por estar longe do ponto de acesso, tendo sua potência de sinal recebido abaixo do esperado para uma conexão boa, e os dados coletados da estação que estava perto do ponto de acesso, teoricamente em boas condições, acompanhou os dados da esta-ção com maior potencial de ofensividade, em outras palavras, provocou a redução da taxa de transferên-cia da estação em boas condições. Por fim, com a utilização de uma gaiola de Faraday e com o afasta-mento de um dos notebooks foi possível observar, com clareza, a instalação da anomalia da MAC, pois com a restrição da potência do notebook afastado, que era o notebook B, foi notado que a estação pró-xima ao ponto de acesso, que é o notebook A, teve

Anais do XVIII Encontro de Iniciação Científica - ISSN 1982-0178

III Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da PUC-Campinas - ISSN 2237-0420

24 e 25 de setembro de 2013

uma redução significativa na taxa de transferência como mostrado na Figura 4, sendo que esta estação não possuía nenhuma camada física que impedisse que o sinal chegasse até ele, a única explicação para se entender o porque da redução da taxa de transfe-rência desta estação, fisicamente em boas condi-ções, ser degradada é o que foi demonstrado em [6], o que se chama de anomalia da MAC. Foram feitos mais testes, com a mesma bancada e mesmas con-dições o que observou-se nas duas estações foi igual para todos os testes realizados, sendo assim a ano-malia da MAC foi caracterizada.

Figura 3. Rede sem anomalia .

Figura 4. Ofensor operando com baixa potência

Com toda metodologia usada, montagem da banca-da, procedimentos utilizados, emulação da anomalia e realização dos testes, o resultado foi que conse-guiu-se criar uma caracterização da Anomalia da MAC. A bancada de testes se traduz em um sistema capaz de fornecer, para cada estação na rede, a me-dição da potência do sinal recebido, da taxa nominal negociada entre o ponto de acesso e a estação, da taxa efetiva que a estação realmente está utilizando e a data e hora de cada leitura. A rede básica descri-ta anteriormente, com um ponto de acesso e duas estações, foi utilizada para a coleta dos dados.

No primeiro cenário testado, as estações A e B foram deixadas livres para negociar suas taxas com o pon-to de acesso. A Figura 6, demonstrada em realização dos testes, ilustra a evolução das taxas de transmis-são praticadas pelas duas estações com o passar do tempo. Observa-se um compartilhamento da capaci-dade do canal enquanto a estação B está ativa, mas

não houve caracterização da anomalia, pois a capa-cidade total de throughput da rede é mantida. A Ta-bela I ilustra os dados coletados nesse cenário, para as duas estações (A e B).

Tabela I Medições do primeiro cenário. Obsolescência do equipamento 0.3 0.3

Potência do sinal recebido (dBm) -41.73 -44.59

Taxa nominal negociada (Mb/s) 11 11

Taxa efetivamente praticada (%) 38,36 6,45

Potencial ofensivo 0.35 0.40

Tabela II edições do segundo cenário.

Obsolescência do equipamento 0.3 0.3

Potência do sinal recebido (dBm) -57.72 -86.51

Taxa nominal negociada (Mb/s) 11 11

Taxa efetivamente praticada (%) 47,36 6,36

Potencial ofensivo 0.41 0.65

Estas modificações na estação B, fizeram com que a potência desta estação diminuísse, aumentando o seu potêncial de ofensividade.

4. CONCLUSÔES Com a ampla quantidade de aparelhos eletrôni-

cos utilizados nos dias atuais que utilizam a comuni-cação em redes locais sem fio, Wi-Fi, é de extrema importância considerar a anomalia da MAC que se apresenta nas redes IEEE 802.11. O console do sis-tema operacional Linux Ubuntu também oferece ao ponto de acesso grande flexibilidade e agilidade, pois a partir dele é possível fazer qualquer verificação ou configuração do sistema em tempo real. Isso é im-portante para minimizar o tempo que a anomalia afe-ta a rede ou mesmo que ela se instale, e dessa for-ma também se evita desperdício de recursos da rede e se viabiliza que os usuários tenham taxas de dados que permitam um nível aceitável de qualidade de serviço e experiência. A caracterização da anomalia faz com que recursos sejam subutilizados, ou seja, há um consumo de energia elétrica desnecessário em cima dessa quantidade enorme de aparelhos ele-trônicos conectados a uma rede Wi-Fi, pois a utiliza-ção desta rede não está ocorrendo de forma a apro-veitar ao máximo a conexão dessas redes, tornando a tecnologia ineficiente quanto ao desempenho técni-co, econômico e energético. Com esta caracteriza-ção da anomalia da MAC, podemos identificar a for-ma que o problema da anomalia acontece em redes IEEE 802.11, e além de identificar podemos evitar que este tipo de caracterização aconteça tornando a rede mais eficiente quanto a utilização da mesma.

Anais do XVIII Encontro de Iniciação Científica - ISSN 1982-0178

III Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da PUC-Campinas - ISSN 2237-0420

24 e 25 de setembro de 2013

REFERÊNCIAS

[1] Institute of Electrical and Electronics Engineering, 1997. 802.11- 1997 IEEE Standard for Information Technology-Telecommunications and Information Exchange between Systems-Local and Metropolitan Area Networks-Specific Requirements-Part 11: Wireless LAN Medium Access Control (MAC) and Physical Layer (PHY) Specifications, DOI=http://dx.doi.org/10.1109/IEEESTD.1997.85951

[2] IEEE. http://standards.ieee.org/about/get/802/802.11.html, Acessado em 2013-05-10.

[3] Institute of Electrical and Electronics Engineering, 2004. IEEE 802.11i-2004: Amendment 6: Medium Access Control (MAC) Security Enhancements. IEEE Standards. 2004-07-23.

[4] IEEE Std 802.11e-2005. IEEE Standard for Information technology - Telecommunications and information exchange between systems - Local and metropolitan area networks - Specific requirements - Part 11: Wireless LAN Medium Access Control (MAC) and Physical Layer (PHY) Specifications - Amendment 8: Medium Access Control (MAC) Quality of Service Enhancements – Nov, 2005.

[5] Heusse, Martin and Rousseau, Franck; Berger-Sabbatel, Gilles; Duda, Andrzej. Performance Anomaly of 802.11b, IEEE INFOCOM 2003.

[6] Guirardello, M.. Política de QoS com Priorização de Acesso ao Meio para Redes IEEE 802.11. 2008. 104f. Dissertação para obtenção do grau de mestre na Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, 2008.

top related