constituir se professor [modo de compatibilidade]

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Faculdade HSM - SANTARRITENSECREDENCIADA PELA PORTARIA MINISTERIAL N° 815 de 21/08/2009 – Publicada no DOU 24/08/2009

Rua Faustino Moura, 130 – Jd. Boa Vista I – CEP 13.670-000 – Santa Rita do Passa Quatro - SP – Tel.: (19) 3582.3323

III SIMPÓSIO DE ADMINISTRAÇÃO, III SIMPÓSIO DE ADMINISTRAÇÃO, III SIMPÓSIO DE ADMINISTRAÇÃO, III SIMPÓSIO DE ADMINISTRAÇÃO, III SIMPÓSIO DE ADMINISTRAÇÃO, III SIMPÓSIO DE ADMINISTRAÇÃO, III SIMPÓSIO DE ADMINISTRAÇÃO, III SIMPÓSIO DE ADMINISTRAÇÃO, EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃOEDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃOEDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃOEDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO

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SANTA RITA DO PASSA QUATRO, SPDEZEMBRO, 2012

Faculdade HSM - SANTARRITENSECREDENCIADA PELA PORTARIA MINISTERIAL N° 815 de 21/08/2009 – Publicada no DOU 24/08/2009

Rua Faustino Moura, 130 – Jd. Boa Vista I – CEP 13.670-000 – Santa Rita do Passa Quatro - SP – Tel.: (19) 3582.3323

CONSTITUIR-SE PROFESSOR: a trajetória de um processo identitário

FLORIANO, M. BárbaraProfessora em Educação Superior

SANTA RITA DO PASSA QUATRO, SPDEZEMBRO, 2012

Renascido, ( o professor

renasce a cada dia diante da reflexão e formação)

Ele conhece, (O

conhecimento das coisas, dos outros e das relações)

Ele tem piedade. Ele tem piedade. (ele cuida dos outros, tem responsabilidade sobre o conhecimento dos outros)

Enfim, ele pode ensinar.

(Michel Serres)

�Por que processo identitário?Por que processo identitário?Por que processo identitário?Por que processo identitário?

A identidade não é um dado adquirido, não é uma propriedade, não é um produto. A identidade é um lugar de lutas e conflitos, é um espaço de construção de maneiras de ser e de estar na profissão. Por isso, é mais adequado falar em processo identitário, realçando a mescla dinâmica que caracteriza a realçando a mescla dinâmica que caracteriza a maneira como cada um se sente e se diz professor (NÓVOA, 2007).

Escolher uma profissão, situar-se dentro dela e estabilizar-se como profissional são momentos decisivos e importantes na vida de qualquer ser humano.

O professor é um profissional que carrega suas subjetividades no preparo e aplicação de suas aulas, e dessa forma sua ação pedagógica é influenciada pelas suas características pessoais e pelo seu percurso de vida profissional.

De acordo com Nóvoa (2007, p. 16) há um esquema que nos possibilita perceber a ligação pessoal/ profissional. Vejamos:

_ A de AdesãoAdesãoAdesãoAdesão, porque ser professor implica sempre a adesão a princípios e a valores, a adoção de projetos, um investimento positivo nas potencialidades das crianças e dos jovens.

_ A de AçãoAçãoAçãoAção, porque também aqui, na escolha das melhores maneiras de agir, se jogam decisões do foro profissional e do foro pessoal .profissional e do foro pessoal .

_ A de AutoconsciênciaAutoconsciênciaAutoconsciênciaAutoconsciência, porque em última análise tudo se decide no processo de reflexão que o professor leva a cabo sobre sua própria ação.

Em 1984, com a publicação do livro O professor é uma pessoa, Ada Abraham iniciou uma virada na literatura pedagógica, recolocando o professor no centro dos debates educativos e das problemáticas da investigação e desde então estudos sobre a vida dos professores, suas carreiras e percursos profissionais, suas biografias carreiras e percursos profissionais, suas biografias e autobiografias, seu desenvolvimento profissional têm sido realizados e considerados.

Igualmente as demais profissões, a carreira docente passa por fases ou estágios. Os quais veremos a seguir:

A ENTRADA NA CARREIRA

Caracteriza-se como um estágio de “sobrevivência” e de “descoberta”. O aspecto da “sobrevivência” traduz o que se chama vulgarmente de “choque de realidade”, a confrontação inicial com a complexidade da situação profissional.da situação profissional.

Em contrapartida, o aspecto da “descoberta” traduz o entusiasmo inicial, a experimentação, a exaltação por estar em situação de responsabilidade, por sentir-se colega num determinado corpo profissional.

A FASE DE ESTABILIZAÇÃOTrata-se de um momento- chave, um momento de

transição entre duas etapas distintas da vida, o momento do comprometimento definitivo e a tomada de responsabilidades.

Em que consiste a estabilização do ensino? Em termos gerais, trata-se de uma escolha subjetiva (comprometer-se definitivamente) e um ato administrativo ( nomeação oficial). Num dado administrativo ( nomeação oficial). Num dado momento as pessoas passam a ser professores, quer aos seus olhos, quer aos olhos dos outros.

No caso do ensino, a estabilização assume o significado de pertença a um corpo profissional e a independência.

No parâmetro pedagógico a estabilização precede ou acompanha um sentimento de “competência” pedagógica crescente.

A FASE DE DIVERSIFICAÇÃO

Nesse período as pessoas lançam-se numa pequena série de experiências pessoais, diversificando o material didático, os modos de avaliação, a forma de agrupar os alunos, as sequências do programa, etc.

Parte da busca por novos desafios responde ao Parte da busca por novos desafios responde ao receio emergente de cair na rotina.

PÔR-SE EM QUESTÃO

Corresponderia a uma fase_ou várias fases_da vida, durante a qual as pessoas examinam o que terão feito da sua vida, face aos objetivos e ideais dos primeiros tempos, e em que encaram tanto a perspectiva de continuar o mesmo percurso como a de se embrenharem na incerteza e, sobretudo, na insegurança de um outro percurso. insegurança de um outro percurso.

Há indicações de que o questionamento não é sentido da mesma maneira por homens e por mulheres. Normalmente encontra-se um “teor” de questionamento mais elevado nos homens, e numa idade mais jovem do que nas mulheres.

SERENIDADE E DISTANCIAMENTO AFETIVO

Estes professores evocam uma “grande serenidade em sala de aula”. Apresentam-se menos sensíveis, ou vulneráveis, à avaliação dos outros. Falam explicitamente de “serenidade”, de ter chegado a auto aceitação.

CONSERVANTISMO E LAMENTAÇÕES

Alguns estudos mostram que os professores de 50-60 anos queixam-se da evolução dos alunos, da atitude para com o ensino, da política educacional, dos colegas mais jovens, etc. As mulheres deploram a evolução dos alunos, e os homens têm a tendência para aceitar a ideia de que "as modificações raramente conduzem a melhorias no sistema”. raramente conduzem a melhorias no sistema”.

A relação entre a idade e o conservantismo é muito clara, pois existe a tendência de com a idade se adquirir maior rigidez e dogmatismo, uma prudência mais acentuada, maior resistência às inovações, uma nostalgia e uma mudança de ótica face ao futuro.

O DESINVESTIMENTO

Trata-se de um fenômeno de recuo e de interiorização no final da carreira profissional.

As pessoas libertam-se, progressivamente, sem o lamentar, do investimento no trabalho, para consagrar mais tempo a si próprias, aos interesses exteriores à escola e a uma vida social de maior reflexão.escola e a uma vida social de maior reflexão.

A maioria dos professores nesse estádio são os que estão em fim de carreira, entretanto podemos encontrar alguns que desinvestem em meio de carreira.

Diante disso pode-se ter claro que o professor é uma pessoa, além de um profissional, que enfrenta inúmeros desafios diários no exercer de sua profissão, exigindo deste que coloque em xeque a sua profissionalidade.

Profissionalidade trata-se de um conjunto de características de uma profissão, unindo a racionalização dos conhecimentos e as habilidades racionalização dos conhecimentos e as habilidades necessárias ao exercício profissional. De acordo com Ramalho, Nuñez e Gauthier, (2003), a profissionalização de professores implica na obtenção de um espaço autônomo, próprio à sua profissionalidade, com valor claramente reconhecido pela sociedade.

Não existe consistência em uma profissionalização sem a constituição de uma base sólida de conhecimentos e formas de ação. Dessa forma,o professor deixa de ser “amador” para se tornar um profissional capacitado a resolver problemas complexos e variados, construindo soluções em sua ação, mobilizando recursos cognitivos e afetivos.ação, mobilizando recursos cognitivos e afetivos.

Nesse sentido é importante considerar o professor em sua totalidade para poder criar tais espaços que reforcem e efetivem tal processo de profissionalização do docente, o que também acabará refletindo de forma positiva em sua autoimagem e valorização profissional.

Uma das maneiras mais eficientes de se melhorar a qualidade dos docentes é pensar sua formação inicial a partir da função social própria à escolarização, a qual constitui-se em ensinar às novas gerações o conhecimento acumulado e consolidar valores e práticas coerentes com a vida civil. Para que isso ocorra é necessário ter em mente que o ofício do professor é multifacetado, com inúmeras vertentes e nuances que devem ser inúmeras vertentes e nuances que devem ser consideradas e uma delas é considerar o professor como uma pessoa.

“O professor é a pessoa; e uma parte importante da pessoa é o professor”. (Jennifer Nias, 1991)

Referências BibliográficasReferências BibliográficasReferências BibliográficasReferências BibliográficasCHACKUR, Cilene, R.S.L. A profissionalidade docente em uma abordagem construtivista. Araraquara, Cadernos de Pesquisa, 2002.GATTI, Bernardete A. Análise das políticas públicas para formação continuada no Brasil, na última década. Rio de Janeiro, Revista Brasileira de Educação, 2008GATTI, Bernardete A. Formação de professores no Brasil: características e problemas. Campinas, Educação e Sociedade, 2010HUBERMAN, Michäel. O ciclo de vida profissional dos professores. In: NÓVOA, António (org). Vidas de professores, 2ª Ed.Portugal, Porto Editora, 2007.Editora, 2007.MARCELO GARCIA, Carlos. Los profesores como trabajadores del conocimineto.Certidumbres y desafios para uma función a ló largo de la vida. Madri, Educar, 2002.MIZUKAMI, Maria da Graça N. Aprendizagem da docência: algumas contribuições de L.S.Shulman. Educação, v. 29, n. 2, 2004.NÓVOA, António. Os professores e as histórias da sua vida. In: NÓVOA, Antonio (org). Vidas de professores, 2ª Ed. Portugal, Porto Editora, 2007.ZEICHNER, Kenneth M. Uma análise crítica sobre a “reflexão” como conceito estruturante na formação docente. Campinas, Educação e Sociedade, 2008.

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