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Conferência sobre Reabilitação UrbanaGrupo Parlamentar do PSD

Assembleia da República – 19 de Dezembro de 2011

A segurança sísmica na reabilitação de edifícios

Mário Lopes

Membro da Direcção da SPES

(Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica)

Prof. Instituto Superior Técnico (mlopes@civil.ist.ul t.pt)

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Sismos– Fenómeno natural (geológico)- Imprevisível- Recorrente

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Potenciais Consequências em Portugal

Um único sismo (que atinja a região de Lisboa) pode causar

dezenas de milhar de mortos e prejuizos materiais de cerca

de 60% do PIB (Sismos e Edifícios, pág 125 e 625)

Fontes:

Tese da Drª Luisa Sousa (LNEC) - com base nos Censos

2001 e vulnerabilidade sísmica do parque construído

Comparações com sismos do passado (1755, 1531)

Comparações com sismos recentes em outros países (Kobe

1995, Turquia, 1999)

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A maioria dos edifícios da cidade de Lisboa foram

construidos antes da 1º legislação técnica da era moderna

que obrigava ao cálculo sísmico explícito dos edifícios

(Censos de 2001). Na região de Lisboa viviam neste tipo de

construções

mais de meio

milhão de

pessoas,

provavelmente

mais do dobro

do que 1755

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A Protecção Civil não pode evitar as

principais consequências dos sismos,

porque só age no terreno após a declaração

da Emergência

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Potenciais consequências dos sismos são

evitáveis através de políticas preventivas

-Os edifícios podem ser construídos para resistir a sismos

-Os edifícios existentes

podem ser reforçados

-As redes de infraestruturas

e instalações industriais

podem ser projectadas e

construídas para resistir a sismos

-Até os monumentos podem ser reforçados

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CAPACIDADE TÉCNICA

No plano técnico há exemplos de estudos,

experiência e recomendações fundamentadas

para agir (no estrangeiro, mas também em

Portugal: Açores). Mas não chega.

Exemplos: relatórios sobre redes de infraestruturas

– simulador da AML; recomendações para reforço

de construções danificadas no sismo do Faial de

1998 (Sismos e Edifícios, pág 661 a 667).

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Exemplo de eficiência do reforço: efeitos do sismo do

Faial, de Julho de 1998, em 2 construções adjacentes, uma

reforçada outra não

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Reabilitação urbanaInclusão do reforço estrutural (não deve ser só melhorar a es tética e

habitabilidade, como é em geral)

1 - Recomendações técnicas para reforço sísmico das constru ções.

Actualmente não existe ⇒ todos os crimes são legais.

2 - Legislação para defesa do património: limitar o tipo de in tervenções

3 - Legislação sobre obrigatoriedade de incluir o reforço sí smico nos

programas de reabilitação

4 - Informação à população: sem percepção do risco não há vont ade de

reduzir o risco. Condiciona a eficiência de quase tudo

5 – Controle de qualidade

6 - Investigação e formação de pessoal especializado

7 - Governo e Câmaras deviam cuidar do seu património e dar o

exemplo, avaliando a respectiva resistência sísmica e come çando

acções de reforço dos imóveis mais importantes e mais fracos

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Curto prazo: tentarfazer bem aquilo quese fizer, sacrificando aquantidade senecessário

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Controle de qualidade

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Controle de qualidade - propostas da SPES

- Seguros:

- Prémios proporcionais aos riscos

- Legislação a definir responsabilidades

- Negociações com parceiros sociais

- Fiscalização de projectos e obras poramostragem

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Resolução nº 102/2010 da Assembleia da República

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FINANCIAMENTO e INCENTIVOS

- União Europeia : Estados do sul devem pressionar

para que os Fundos estruturais se possam aplicar em

obras de reabilitação de edifícios particulares, tal como

os Estados que entraram mais recentemente

conseguiram para a reabilitação dos sistemas de

aquecimento do edificado.

- Argumentos: 1 - problema transcende a dimensão

nacional + soberania partilhada ⇒ responsabilidades

partilhadas; 2 - protecção sísmica é indispensável ao

desenvolvimento sustentado.

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Sector privado : incentivos fiscais (construções

reforçadas devem pagar menos impostos), lei das rendas

(tentar aproximar de valores de mercado), limites ao crédit o

se não houver reforço, informação à população

(desvalorizaria construções com menos resistência e

valorizaria as outras, ou seja, poria o mercado a funcionar a

favor da segurança das construções)

Estado e autarquias : neste momento têm escassos

recursos. Dimensão global gigantesca (estimativa

desactualizada: 25 000 milhões de euros ⇒ trabalho de

várias décadas. Nos próximos anos: executar pontos 1 a 7.

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Apoios financeiros do Estado e autarquias

Dada a potencial dimensão temporal do processo não

interessam apoios fugazes, a sustentabilidade a longo

prazo é fundamental. Por isso a recuperação da economia

deve ter prioridade. Assim, só será possível pôr em

velocidade de cruzeiro um programa de reforço

generalizado do parque construído dentro de vários anos

(eventualmente 1 década). Os apoios financeiros do Estado

e autarquias deverão ser reforçados ao longo do tempo em

função da melhoria da situação económica do país, mas

sem a pôr em causa, porque isso comprometeria todo o

processo.

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Apoios financeiros do Estado e autarquias

Neste momento o importante é começar, iniciando ou

incrementando as 7 tarefas já referidas, cujos impactos

orçamentais são reduzidos. O desenvolvimento prévio de

algumas destas tarefas é indispensável para garantir à

posteriori a eficiência das acções de reforço em larga

escala. No entanto é importante que o Estado dê sinais

concretos à comunidade técnica e ao sector privado que

aposta na reabilitação urbana global (incluindo portanto a

vertente da segurança estrutural) e não apenas na melhoria

das condições de habitabilidade e estéticas, como é

corrente.

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Apoios financeiros do Estado e autarquias

Na atribuição de recursos públicos para reduzir o risco

sísmico deve ter-se em conta que as intervenções mais

eficientes (melhor relação custo/benefício) são ao nível d as

infraestruturas, em particular das mais críticas para o

funcionamento da economia (redes de energia,

telecomunicações, transportes, etc.) e da Administração

Pública (edíficios governamentais, hospitais, etc.)

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Acções imediatas

1 – Iniciar pontos 1 a 7

2 - Evitar que se continuem a fazer intervenções que

reduzam a resistência sísmica dos edifícios, ou outras

contrárias às recomendações da comunidade técnica (que

constam de documentos enviados à COPTC da AR).

Exemplos:

- PDM de Lisboa

- legislação sobre seguros

- Inexistência de legislação que impeça os particulares faze robras que reduzem a resistência sísmica dos edifícios

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3 – Candidatura da Baixa de Lisboa a Património daHumanidade: impedir a continuação da destruição daGaiola Pombalina (principal factor distintivo da Baixa deoutros centros urbanos) e promover o reforço dos edifícios

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Destruição da Gaiola Pombalina: vandalismo cultural ⇒Como podemos esperar que outros valorizem o nossoPatrimónio se nós próprios não o fazemos?

DECivil Obrigado pela vossa

atenção

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