comentÁrios e pedidos de esclarecimentos ao laudo …
Post on 25-Jun-2022
1 Views
Preview:
TRANSCRIPT
PROCEDIMENTO ARBITRAL CCI Nº 22796/ASM/JPA/GSS
COMENTÁRIOS E PEDIDOS DE ESCLARECIMENTOS AO LAUDO PERICIAL
(Manifestação R-22)
REQUERENTE
CONSÓRCIO ENERG Empresa Tejofran de Saneamento e Serviços Ltda.
SPAVias Engenharia Ltda.
REQUERIDA
COMPANHIA PAULISTA DE TRENS METROPOLITANOS
05 de maio 2021
2/38
EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL ARBITRAL
Procedimento Arbitral CCI nº 22796/ASM/JPA/GSS
A COMPANHIA PAULISTA DE TRENS METROPOLITANOS, já
qualificada nos presentes autos, doravante denominada simplesmente REQUERIDA CPTM,
por sua advogada infra-assinada, vem, em cumprimento ao prazo estabelecido na
Comunicação A-44, exarada pelo Tribunal Arbitral em e-mail datado de 12.03.2021, oferecer
os presentes COMENTÁRIOS E PEDIDOS DE ESCLARECIMENTOS AO LAUDO
PERICIAL, nos autos do Procedimento Arbitral CCI nº 22796/ASM/JPA/GSS, instaurado no
interesse do CONSÓRCIO ENERG, doravante denominado simplesmente REQUERENTE,
em face não apenas desta Requerida, mas, também, do ESTADO DE SÃO PAULO, neste
procedimento representado pela PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
e doravante, em conjunto, designados REQUERIDOS, o que faz na forma a seguir:
I - Síntese do Laudo Pericial
1. Com observância do prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
e com o objetivo de responder aos Quesitos formulados pelas Partes, a empresa Contacto
Consultores Associados, representada pelo Engenheiro Civil Sr. Octavio Galvão Neto
apresentou, no dia 12.02.2021, Laudo Pericial.
3/38
2. Em linhas gerais, de acordo com aquele documento o
Sr. Perito concluiu que o REQUERENTE sofreu impactos externos para o cumprimento do
cronograma pactuado.
3. Neste sentido, o Laudo Pericial afirma, às fls. 170, que:
4. Entretanto, embora tenha o Sr. Perito identificado, de
fato, que a listagem de ocorrências acima justificou a necessidade de extensão do prazo de
execução contratual, ele próprio, ao longo do Laudo Pericial apresentado e diferente do que
pretende fazer crer o REQUERENTE, reconhece que nem todas elas tiveram o condão de
causar prejuízos ao Contratado.
5. Logo, não se extrai que de cada uma das ocorrências
acima listadas tenha resultado algum impacto no equilíbrio econômico-financeiro da avença.
Por conseguinte, resta também infundada a pretensão do REQUERENTE de querer ser
ressarcido pelos custos adicionais resultantes de cada uma delas.
6. Assim, no entender do Sr. Perito não restou
comprovado nos autos, pelo REQUERENTE, qualquer impacto financeiro para o
cumprimento do Contrato STM nº 012/2009, decorrente dos seguintes eventos: a. alteração
4/38
da metodologia de instalação dos postes1; b. alteração de projetos2 e c. contratação de
serviços adicionais3.
7. De outro lado, o Laudo Pericial aduz que algumas
daquelas ocorrências listadas no parágrafo 3 retro, ao impactarem o cumprimento do
cronograma contratual, implicaram na assunção de custos adicionais pelo REQUERENTE.
Assim, o trabalho Pericial passou ao cálculo dos prejuízos que teriam sido por ele
suportados no período compreendido entre novembro/2009 e dezembro/2015, os quais
corresponderiam aos custos adicionais totais incorridos pelo REQUERENTE em decorrência
dos mencionados impactos no cronograma das obras.
1 Item 5.2. (Alteração da Metodologia de Execução dos Serviços de Instalação de Postes), às fls. 51/52 do Laudo
Pericial: Embora a documentação acostada aos autos pelo Requerente de fato comprove ter havido uma alteração
na Metodologia de Instalação de Postes, por um curto período de 4 (quatro) meses, o Sr. Perito aduz que os
RDOs não apontam eventuais impactos que a adoção da nova metodologia poderia ter causado ao cumprimento
do cronograma pactuado. Ademais, em uma análise comparativa do total de horas solicitadas, concedidas e não
concedidas ao Requerente, no curto período de adoção da nova metodologia, com aqueles mesmos status para o
período total de vigência do 2º Termo Aditivo e durante o qual a nova metodologia foi adotada, o Sr. Perito foi
categórico ao afirmar que não há fundamento técnico que permita concluir ter havido algum prejuízo ao
Requerente, decorrente da adoção de nova metodologia. Some-se, ainda, ao acima aduzido, a informação
prestada pelo Sr. Perito de que “não encontrou na documentação examinada nada que permita considerar que
os serviços de instalação de postes deveriam ser executados concomitantemente à circulação de trens” (cf. as
Respostas aos Quesitos do Requerente Ns. 17 e 18 (fls. 127 e 128 do Laudo Pericial). 2 Item 5.3. (Alteração de Projetos), às fls. 52 do Laudo Pericial: O Requerente também alega que uma suposta
divergência entre os projetos dos serviços para os quais foi contratado e os projetos de sinalização contratados
pela CPTM junto a terceiros, teria igualmente prejudicado o cumprimento do cronograma originalmente
avençado, levando à necessidade de prorrogação do ajuste. A este respeito, mais uma vez o Sr. Perito
acertadamente reconheceu que a documentação apresentada pelo Requerente não foi capaz de comprovar que,
tecnicamente, a alegada divergência entre os projetos impactou efetivamente o andamento dos serviços, até
porque, conforme frisado pelo próprio Sr. Perito, “observando toda a extensão da obra, verifica-se que essa
divergência envolveu uma ínfima parcela do escopo do contrato”. 3 Item 5.4. (Execução de Serviços Adicionais), às fls. 53 do Laudo Pericial: O Sr. Perito realizou um
levantamento de todas as adequações havidas na Planilha de Quantidades e Serviços contratadas ao longo da
execução contratual, todas elas formalizadas em Termos de Aditamento. Foram identificados acréscimos e
supressões de vários itens contratuais os quais, ao final, resultaram em um aumento do valor do Contrato STM nº
012/2009. O Sr. Perito pertinentemente frisou, porém, que o valor acrescido ao Contrato era composto de
materiais, serviços e projetos, e que foi conferida atenção especial às alterações havidas nos quantitativos dos
serviços contratados, na medida em que, conforme ele próprio explica, eventuais impactos no cumprimento do
prazo pactuado no contrato, se existentes, teriam que decorrer da oscilação no quantitativo de tal parcela –
serviços - do escopo contratado. Assim é que foram identificados e listados não apenas os serviços novos
constantes da Planilha de Quantidades e Serviços original, e respectivos quantitativos, mas igualmente os
acréscimos e reduções havidos para os serviços já de início contratados (cf. Tabelas de fls. 58 a 64 do Laudo
Pericial). De uma análise da Planilha Resumo apresentada pelo Sr. Perito (fls. 65 do Laudo Pericial), a qual
ilustra a evolução das parcelas de materiais, serviços e projetos ao longo de toda a execução da obra, separados
por aplicação (Via Permanente X Rede Aérea), percebe-se claramente que, para a VP, houve um acréscimo no
quantitativo de materiais (+ 5%) e de serviços (+ 18%). Já no tocante à RA, embora tenha havido um
significativo aumento no quantitativo de materiais (+ 68%), tal aumento não se fez acompanhar de um
correspondente acréscimo no volume de serviços de RA prestados; ao contrário, estes foram reduzidos (- 24%,
cf. fls. 65 do Laudo Pericial). E, por fim, em que pese as adequações da Planilha de Quantidades e Serviços
havidas, conforme acima relatado, o Sr. Perito afirma que a documentação oferecida pelo Requerente não foi
capaz de comprovar terem sido elas as responsáveis pelas prorrogação.
5/38
8. Como resultado do trabalho de apuração de valores, o
expert concluiu que os valores pretendidos pelo REQUERENTE se apresentam
inconsistentes, seja pela ausência de documentos comprobatórios de algumas das
despesas suscitadas; seja pelo lançamento de determinadas despesas em duplicidade; pelo
lançamento incorreto de algumas despesas (fls. 42 e 99 do Laudo Pericial) ou, ainda, em
razão da identificada inércia do REQUERENTE em aplicar mais recursos à execução dos
serviços (fls. 82 e 88 do Laudo Pericial). Explica-se:
9. No que concerne à má instrução documental dos autos,
a análise pericial notou a ausência de documentos e de informações que permitissem a
identificação da procedência da integralidade das alegações aduzidas pelo REQUERENTE;
ao invés, o Sr. Perito expressamente aduziu, por exemplo, que “os Relatórios Diários de
Obra não foram apresentados em sua totalidade e, além disso, suas informações são, em
muitos casos, incompletas”4·, existindo ainda uma quantidade representativa de RDOs que
não indicam o número da Solicitação de Acesso (SA) à qual se referem.
10. Não bastasse a insuficiência da instrução documental
promovida pelo REQUERENTE, o Sr. Perito relata, também, a precária mobilização de
recursos levada a efeito pelo Contratado para a execução dos serviços com ele contratados
e que, conforme afirma, impactou negativamente o cumprimento do cronograma pactuado
entre as Partes5:
4 Item 5.1.1.3 (Relatórios Diários de Obra), às fls. 42 do Laudo Pericial.
5 Ao analisar a Proposta Comercial (Doc. R-09) do Requerente, o Sr. Perito depreendeu que a incidência da
prestação de serviços ficou estabelecida na seguinte proporção: 40% VP e 60% RA. Além disso, nem todos os
serviços de VP exigiam a interdição da via. Neste sentido, restou também apurado pelo trabalho pericial que, do
total dos serviços de VP contratados, somente 40% deles exigiam a interrupção de circulação de trens, para
serem executados. Os 60% remanescentes correspondiam a serviços de VP que não implicavam em interdição da
via (cf. Tabela às fls. 69 do Laudo Pericial). Já no tocante aos serviços de RA, estes exigiam, em 100%, a
interdição da via, para que fossem executados. Ocorre que a avaliação pericial identificou também que, o
Requerente não avançou na execução dos serviços em razão de sua própria incapacidade de executar aquilo que
ele mesmo planejara, na medida em que nem mesmo os serviços de VP que não demandavam interdição da via,
foram plenamente executados no prazo original de execução do Contrato. Em outras palavras, o Sr. Perito
identificou haver responsabilidade do Requerente nas prorrogações de prazo havidas, em decorrência de
seu baixo desempenho no desenvolvimento de atividades que não demandavam a participação dos
Requeridos (cf. fls. 70 do Laudo Pericial), justificada na não mobilização de recursos nas quantidades
previstas em seu planejamento.
6/38
11. Desta feita, segundo concluiu o Sr. Perito, o valor total
devido ao REQUERENTE corresponderia a R$ 6.274.996,93, na base novembro/2009,
conforme explicitado às fls. 103 do Laudo Pericial, abaixo reproduzida:
12. Entretanto, em que pese o trabalho criterioso realizado
pelo Sr. Perito, alguns aspectos do Laudo Pericial precisam ser combatidos e, outros, ainda
permanecem alvo de dúvidas, justificando desta forma, os COMENTÁRIOS E PEDIDOS DE
ESCLARECIMENTOS a seguir formulados.
II - Das premissas adotadas pelo Sr. Perito, para responsabilização da
REQUERDIDA CPTM pela dilação do prazo de execução do contrato
13. Os resultados do trabalho analítico realizado pelo Sr.
Perito levaram-no ao reconhecimento explícito de que muitos dos argumentos oferecidos
pelo REQUERENTE, como tendo sido ensejadores das prorrogações de prazo havidas, na
prática, não o foram.
14. Ainda assim, restou aduzido pelo expert que, apesar de
ter havido deficiência de desempenho por parte do REQUERENTE, “formalmente não foi a
ele atribuída qualquer participação de responsabilidade pela extensão do prazo de
conclusão da obra”6.
6 Laudo Pericial, fls. 80.
7/38
15. A REQUERIDA CPTM pede licença para discordar de
tal entendimento, e o faz pelas razões a seguir aduzidas.
II.1. Da previsibilidade plena da eventual dificuldade de acesso
16. A metodologia adotada pelo Sr. Perito, para fins de
avaliação dos impactos havidos no cumprimento do cronograma contratado, foi apontada no
Item 3 do Laudo Pericial (fls. 20) e pode ser assim resumida: a. análise das alegações das
Partes; b. análise da documentação técnica apresentada pelas Partes; c. estudo do
desenvolvimento da obra e dos fatores que possam ter impactado o cronograma e d. análise
dos efeitos decorrentes dos fatores impactantes.
17. De acordo com o expert, “um dos principais pontos
controversos relacionados à extensão do prazo contratual diz respeito à concessão e ao
aproveitamento de intervalos, com interrupção da circulação de trens, para execução de
serviços na Via Permanente e na Rede Aérea”7.
18. E, particularmente, no que concerne à análise pericial
acerca dos acessos à via concedidos ao REQUERENTE para fins de execução do objeto
contratual, cuja limitação foi considerada como relevante aspecto ensejador das
prorrogações de prazo havidas e, por conseguinte, considerado fator desencadeante dos
custos adicionais alegados pelo Contratado, o trabalho técnico consistiu na avaliação dos
dados compilados no ‘Relatório de Sistema de Acessos’ (Doc. R-22) e no ‘Relatório das
SAs’ com indicação dos respectivos status (Doc. E-11), confrontando-os com os registros
contidos nos Diários de Obras (RDOs) e correspondências que instruem os autos8.
19. O objetivo de tal providência, conforme esclarecido pelo
Sr. Perito, era a de identificar “qual teria sido a realidade das liberações e do aproveitamento
de frentes de trabalho dependentes de interrupção de tráfego ferroviário”9.
20. A este respeito, vale frisar que tal metodologia coincide
justamente com a metodologia sugerida pelo próprio REQUERENTE10 e, importante frisar,
também com aquela igualmente defendida pelos REQUERIDOS desde o início da presente
demanda.
7 Item 5.1. (Concessão de Intervalos de Acesso com Interdição de Via), às fls. 37 do Laudo Pericial.
8 Respostas aos Quesitos Ns. 28 e 29 formulados pelo Requerente, às fls. 133/134 do Laudo Pericial.
9 Laudo Pericial, fls. 37.
10 Quesito N. 28 formulado pelo Requerente, às fls. 133 do Laudo Pericial.
8/38
21. Em que pese, contudo, o acerto da metodologia
adotada, estritamente nos moldes acima esposados, a REQUERIDA CPTM identificou
alguns aspectos para os quais solicita especial atenção do Sr. Perito, na medida em que
foram apontados como motivos que implicaram na extensão do prazo contratual e/ou que
dificultaram a concessão de acessos à via e, bem por isso, considerados de
responsabilidade exclusiva dos REQUERIDOS para o impacto havido para o cumprimento,
pelo REQUERENTE, do cronograma originalmente contratado.
22. A esse respeito, portanto, algumas ressalvas serão
feitas pela REQUERIDA CPTM, na intenção de demonstrar que, no rol dos motivos que
dificultaram a concessão de acessos, há situações para as quais o risco não pode ser
objetivamente atribuído aos REQUERIDOS.
23. Ao contrário, a REQUERIDA CPTM demonstrará que a
própria dificuldade de concessão de acesso se tratava de hipótese (risco) compreendida na
álea ordinária do contrato e, portanto, de responsabilidade do próprio Contratado, de modo
que quaisquer custos adicionais e/ou prejuízos sofridos pelo REQUERENTE decorrente de
tal hipótese, deverão ser exclusivamente por ele suportados! Explica-se.
24. Primeiramente, cabe lembrar que a impossibilidade de
atendimento a todas as solicitações de acesso formuladas pelo Contratado, era de
total conhecimento do REQUERENTE desde a divulgação do edital, que resultou em
sua contratação!
25. Não bastasse o aumento de demanda pelo serviço de
transporte ferroviário oferecido pela REQUERIDA CPTM11, sobre o qual, importante dizer,
ambas as Partes tinham equivalente falta de controle e, portanto, acerca do qual
assumiram igual risco por ocasião da formalização do Contrato STM nº 012/2009,
também a necessidade de compartilhamento de acesso à via com outras contratadas,
e/ou com a manutenção da própria CPTM, já ficara conhecida pelo REQUERENTE
quando da realização da licitação da qual restou contratado.
26. A minuta de contrato anexa ao edital, e que guarda
idêntico teor com o Contrato STM nº 012/2009 firmado entre as Partes, foi
absolutamente explícita ao prever o compartilhamento dos locais de trabalho e,
portanto, da própria via, com outras contratadas. É o que facilmente se extrai de uma
simples leitura da Cláusula 22.5 daquele instrumento:
11
Laudo Pericial, fls. 73.
9/38
27. Assim, diante da previsibilidade plena das dificuldades
de acesso que poderiam surgir ao longo da execução contratual, conforme se extrai do
dispositivo contratual supra colacionado, e o fato de ser o REQUERENTE detentor de
equipe técnica plenamente conhecedora das dificuldades operacionais que seriam
encontradas ao longo da execução dos trabalhos, assim como da sistemática implantada na
REQUERIDA CPTM para concessão dos acessos solicitados, resulta prejudicado o
entendimento exarado pelo Sr. Perito, de que os REQUERIDOS jamais teriam atribuído ao
REQUERENTE qualquer responsabilidade pelas prorrogações de prazos formalizadas entre
as Partes.
28. A ausência de referência explícita a tal previsão
contratual nas justificativas apresentadas pela REQUERIDA CPTM, para as prorrogações
de prazo formalizadas em Termos Aditivos, não implica em absoluto na assunção integral de
responsabilidade por parte daquela, para com a extensão de prazo havida!
29. E, não bastasse, o próprio Laudo Pericial reconheceu,
não apenas “que não houve definição prévia acerca de quantidade de frentes de execução
que deveriam ser disponibilizadas”12 ao REQUERENTE, mas, também, que “o número de
horas de acesso à via necessárias para a conclusão do objeto contratual varia conforme o
plano de trabalho que seja concebido. No caso em tela, não foram disponibilizadas
informações para identificação do número de horas considerado pelo Consórcio em seu
planejamento”13!
30. As ressalvas acima têm por objetivo voltar a atenção do
Sr. Perito para o fato de que uma leitura sistemática do edital e do contrato permite
12
Resposta ao Quesito N. 4 do Requerente, às fls. 119 do Laudo Pericial. 13
Resposta ao Quesito N. 2 do Requerido 1, às fls. 136 do Laudo Pericial.
10/38
depreender que a grade horária estabelecida no instrumento convocatório consistia
não na grade garantida de horas de trabalho que seriam disponibilizadas ao
REQUERENTE para execução do objeto do Contrato STM nº 012/2009 mas, isto sim,
na grade máxima horária que poderia ser a ele disponibilizada, vez que imperioso que
fossem respeitadas, pelo Contratado, as limitações típicas de contratos executados sem a
interrupção da operação do sistema e cuja prestação se dá de forma compartilhada com
outros contratados e/ou com a própria Administração-contratante, tal como se dava com o
Contrato in examine.
31. Ora, diante da i) comprovada qualificação técnica e
experiência ferroviária dos profissionais designados para comporem a Equipe Técnica que
atuaria na execução do Contrato, à qual se somam as previsões editalícias de que ao
Contratado assistiria ii) formalizar pedido de acesso à via, iii) participar das reuniões de
programação de acesso; iv) aguardar autorização para acesso à via e v) compartilhar
acesso com outras contratadas, defende a REQUERIDA CPTM que configurada a
previsibilidade plena da dificuldade de acesso que seria experimentada pelo REQUERENTE
ao longo da execução contratual e, neste sentido, caracterizada está a excludente de
responsabilidade dos REQUERIDOS, pela impossibilidade de atendimento total das
solicitações de acesso formuladas pelo REQUERENTE e, por conseguinte, afastada
também a responsabilidade exclusiva daqueles para com as prorrogações de prazo
formalizadas ao longo da execução do Contrato STM nº 012/2009.
32. A imprevisibilidade do fato que daria ensejo ao
reequilíbrio pretendido pelo REQUERENTE, na prática, conforme aqui demonstrado, jamais
ocorreu e, neste sentido, a REQUERIDA CPTM solicita ao Sr. Perito que reveja seu
entendimento que culminou no elenco das “interferências com outras empresas e
concessionárias” e as “dificuldades / restrições de acesso às áreas operacionais” no rol de
fatores imprevisíveis e extraordinários, que teriam impactado o planejamento do
REQUERENTE para a execução do objeto contratado14.
33. Aliás, inclusive por isso, a REQUERIDA defende ser
absolutamente impossível admitir-se que o REQUERENTE já não tenha considerado,
por ocasião da formulação de suas propostas Técnica e Comercial, o risco de que não
lhe fossem concedidos todos os acessos solicitados.
14
Resposta ao Quesito N. 10 do Requerente, às fls. 122 do Laudo Pericial.
11/38
34. Se, diante de todos os elementos a ele oferecidos
durante o processo licitatório, o REQUERENTE não foi capaz de bem planejar-se
como, aliás, reconhecido no próprio Laudo Pericial e já destacado na presente
manifestação15, assim como também já admitido pelo expert que “os recursos mobilizados
não se mostraram suficientes para, dentro do prazo contratual inicial, executar os serviços
na Via Permanente que não dependiam de interrupção do tráfego de trens. Além disso,
comparando-se o efetivo de Mão de Obra Direta previsto com a que foi mobilizado,
verifica-se que houve uma sensível redução em relação ao que havia sido planejado”16
(destacamos), entende a REQUERIDA CPTM que do cálculo dos custos adicionais
eventualmente considerados devidos ao REQUERENTE, haverá que ser descontado
valor proporcional à contribuição deste para a extensão de prazo havida.
35. Aliás, a situação revela-se ainda pior, na medida em
que ao buscar reconhecer as providências adotadas pelo REQUERENTE, para fins de
mitigação dos impactos que ele próprio alega ter sofrido para o cumprimento do cronograma
contratado, o trabalho pericial não identificou, na documentação técnica apresentada,
qualquer ação que tenha sido adotada pelo REQUERENTE, no sentido de abrandar os
efeitos das dificuldades enfrentadas à execução da obra e que poderia ter colaborado para a
superação das mesmas; ou seja, a análise pericial claramente constatou que o
REQUERENTE, além de não ter sido capaz de dar cumprimento ao que ele próprio
originalmente planejara17, também não se preocupou em mobilizar uma maior quantidade de
mão-de-obra, a fim de tentar acelerar a execução contratual e, desta forma, recuperar o
atraso havido no cumprimento do Contrato.
36. Neste sentido, o Sr. Perito concluiu18:
15
Laudo Pericial, fls. 70/71 e confira-se o § 10 dos presentes Comentários e Pedido de Esclarecimentos ao
Laudo Pericial. 16
Resposta ao Quesito N. 13 do Requerido 1, às fls. 140/141 do Laudo Pericial. 17
Confira-se a Nota de Rodapé n. 5, dos presentes Comentários e Pedido de Esclarecimentos ao Laudo Pericial. 18
Item 6.2. (Mitigação de Impactos), às fls. 83 do Laudo Pericial.
12/38
37. Enfim, não pode agora o Contratado buscar se ressarcir
por prejuízos a que ele próprio deu causa, decorrentes de uma leitura desatenta e
segmentada da peça editalícia e que resultou em um planejamento executivo incompatível
com a complexidade do objeto que iria executar!
38. A REQUERIDA CPTM espera, assim, ter convencido o
Sr. Perito de que não estava obrigada a conceder, ao REQUERENTE, todos os acessos
por este solicitados ao longo da execução do contrato!
39. Ainda no que pertine à análise pericial, incidente sobre
os acessos concedidos e cujo resultado está consubstanciado no Anexo III do Laudo
Pericial (‘Análise de Intervalos de Acessos com Interdição de Via’), o trabalho técnico aduz
que os REQUERIDOS não concederam a totalidade dos acessos solicitados pelo
REQUERENTE (71,95% de horas concedidas, em relação ao total de horas solicitadas),
tendo sido apontado como um dos fatores que levaram à não disponibilização de acessos
previamente autorizados pela REQUERIDA CPTM, a ocorrência de ‘casos fortuitos’, os
quais teriam representado 20,75 horas ou 2,1655% do total das horas não disponibilizadas
ao Contratado.
40. A este respeito, a REQUERIDA CPTM destaca que a
disposição contida na Subcláusula 35.1 do Contrato STM nº 012/2009, expressamente
exclui as ‘condições climáticas’ do rol das chamadas ‘Condições Imprevistas’ ao
Contratado e que poderiam ensejar eventual dever indenizatório por parte dos
REQUERIDOS19.
19
“35.1. Se, durante a execução do Contrato, a Contratada encontrar no Local, quaisquer condições físicas,
exceto condições climáticas, ou obstruções artificiais que não poderiam ter sido previstas antes da data do
Acordo de Contrato por uma Contratada experiente com base no exame dos dados relativos às Instalações, ... e
se a Contratada determinar que ela terá, em consequência dessas condições ou obstruções, que realizar mais
13/38
41. Por fim, ainda no que concerne ao aproveitamento dos
acessos concedidos ao REQUERENTE, a REQUERIDA CPTM apresenta, por meio da
Tabela a seguir, um breve resumo das conclusões exaradas no já mencionado Anexo III ao
Laudo Pericial:
42. Na mencionada Tabela, a REQUERIDA CPTM destaca
as horas de acesso não disponibilizadas ao REQUERENTE, em razão da ocorrência de
caso fortuito (alto índice pluviométrico)20 que, conforme dispositivo contratual acima
colacionado, constitui uma excludente contratual de responsabilidade e, como tal, deverá
ser excluída do cômputo do valor considerado devido ao REQUERENTE.
43. Mas a Tabela acima revela também que o Sr. Perito
aponta, ainda, discrepâncias nos registros de horas solicitadas, concedidas e aproveitadas
realizados nos documentos entregues pelo REQUERENTE.
44. De sua leitura é possível depreender com clareza que,
ainda que os REQUERIDOS não tenham concedido 100% dos acessos solicitados pelo
REQUERENTE, este sequer teve um aproveitamento integral dos acessos que lhe foram
concedidos.
45. A Tabela de fls. 41 do Laudo Pericial aponta um
aproveitamento, pelo REQUERENTE, no prazo originalmente fixado para a execução
do objeto contratado – 18 meses – de tão apenas 80,51% dos acessos concedidos; ou
seja, os 19,49% dos acessos não aproveitados pelo Contratado, representa um
gastos ou precisar de mais tempo para realizar suas obrigações contratuais que não teriam sido necessárias
caso estas condições físicas ou obstruções artificiais não tivessem sido encontradas, a Contratada deverá
prontamente e antes de realizar o trabalho adicional ..., notificar o Gerente de Projeto por escrito sobre: ... (d)
os custos e despesas adicionais que a Contratada provavelmente terá que incorrer” (destacamos in Doc. R-11). 20
Os altos índices pluviométricos no ano de 2010; ou seja, no período original de execução do Contrato,
serviram de justificativa à formalização do Termo de Aditamento Nº 2, conforme destacado às fls. 73 e 170 do
Laudo Pericial e em Resposta ao Quesito do Requerente N. 10 (fls. 122).
Total de Horas Não Concedidas
4.977,25
(26,75% das solicitadas)
Resposabilidade Imputável à CPTM Responsabilidade Não Imputável à CPTM Total de Horas AproveitadasTotal de Horas Não Aproveitadas pelo
Requerente
937,45 20,75 11.052,17 1.531,32
(97,83% das não disponibilizadas) (2,17% das não disponibilzadas) (88,94% das disponibilizadas)
(59,41% das solicitadas)
(7,16% das concedidas)(92,84% das concedidas)
(66,80% das solicitadas)
13.384,87
(71,94% das solicitadas)
18.603,88
Total de Horas Disponibilizadas
12.426,67
Total de Horas Solicitadas
Total de Horas Concedidas
Total de Horas Não Disponibilizadas
958,2
APROVEITAMENTO DE HORAS, PELO REQUERENTE, DOS INTERVALOS CONCEDIDOS COM INTERDIÇÃO DE VIA
14/38
percentual significativamente superior aos 10,23% referentes à parcela de acessos
solicitados, porém não concedidos pelos REQUERIDOS.
46. Claro está, portanto, que a extensão do prazo
contratual não pode ser considerada como de responsabilidade exclusiva dos
REQUERIDOS.
47. Até porque, para a alegação do REQUERENTE de que
algumas horas de acesso não puderam ser por ele aproveitadas, em razão da duração
reduzida dos intervalos concedidos pelos REQUERIDOS, restou consignado no próprio
Laudo Pericial que o REQUERENTE não foi capaz de comprovar tal alegação, por meio dos
‘Registros de Diários de Obras’ apresentados.
48. A este respeito, o Sr. Perito inclusive expressamente
aduz, em resposta ao Quesito do Requerente N. 2721, que:
49. A alegação de que eventuais reduções na duração de
alguns acessos teriam sido também fator determinante para o descumprimento do
cronograma contratual pelo REQUERENTE não passa, portanto, de mera especulação do
Contratado.
50. Em realidade, bem ao contrário. Embora o Sr. Perito
tenha reconhecido que a REQUERIDA CPTM procedeu a uma reprogramação nos horários
de intervalo de acesso à via, amparado no teor da correspondência por ela emitida e
identificada como CT.DE.111/11 (cf. Doc. C-14), uma análise comparativa da grade
horária máxima indicada no edital de licitação que resultou na formalização do
Contrato STM nº 012/2009, devidamente tabelada no Laudo Pericial, e os intervalos
estabelecidos na mencionada correspondência22, revelam um efetivo aumento, e não
21
Laudo Pericial, fls. 133. 22
Resposta ao Quesito do Requerente N. 11, às fls. 124 do Laudo Pericial.
15/38
diminuição, nas quantidades de horas de acesso, com interdição de via,
disponibilizadas ao REQUERENTE para a execução dos trabalhos!
51. Perceba-se:
52. E não fossem as alegações acima, devidamente aqui
comprovadas, suficientes a afastar o direito do REQUERENTE de ser ressarcido por custos
adicionais para os quais ele mesmo deu causa, ainda importante frisar que o próprio
trabalho pericial, por ocasião da apresentação de respostas aos Quesitos formulados pela
ora REQUERIDA CPTM23, destacou haver “na Proposta Técnica (do REQUERENTE) uma
não conformidade em relação aos horários” estabelecidos em edital, conforme segue:
53. Ora, restando aqui demonstrado que o REQUERENTE:
Planejou uma quantidade de acessos com interdição à via com amparo em uma
grade horária totalmente aleatória, na medida em que a mesma não encontra
respaldo na grade máxima estabelecida pelo edital;
Não apresentou, por ocasião de sua contratação, a quantidade de acessos estimada,
para que o objeto contratado pudesse ser executado integralmente no período
original estabelecido em contrato;
Teve um baixo desempenho na execução do contrato, particularmente em razão de
uma inadequada mobilização de recursos, e
23
Resposta ao Quesito da Requerida CPTM N. 04, às fls. 156 do Laudo Pericial.
Edital/Contrato CT.DE.111/11 ∆
2a a 6a feira 24:00hs - 04:00hs 23:00hs - 03:30hs (+ 30 min)
Sábado 24:00hs - 04:00hs
Domingo 01:00hs - 04:00hs
GRADE HORÁRIA MÁXIMA - INTERVALOS COM INTERDIÇÃO
18:00hs (sábado) -
03:30hs (2a feira) (+ 33hs 30min)
16/38
Teve um baixo aproveitamento dos acessos que lhe foram concedidos, ainda que a
grade horária de concessão de intervalos com interdição de via tenha sido acrescida,
ao longo da execução contratual, em 34:00hs/semana,
então absolutamente caracterizada a responsabilidade do REQUERENTE para o não
cumprimento do cronograma originalmente pactuado, assim como para as prorrogações de
prazos objeto de Termos Aditivos.
54. A REQUERIDA CPTM requer ao Sr. Perito, assim,
que fundado nas razões acima explanadas, reveja seu entendimento quanto à
inexistência de pré-reconhecimento, por parte dos REQUERIDOS, da efetiva
responsabilidade do REQUERENTE para a extensão do prazo de execução contratual
havida e, por conseguinte, que considere tal responsabilidade no cálculo dos custos
adicionais que venham a ser imputados aos REQUERIDOS, de forma proporcional à
colaboração do próprio REQUERENTE para a extensão de prazo formalizada entre as
Partes!
55. A REQUERIDA CPTM defende que somente a adoção
de tal medida garantirá que os cálculos dos valores indenizatórios considerados devidos,
não resultarão em enriquecimento ilício do REQUERENTE.
II.2. Da ausência de impacto financeiro em razão da alegada falta de fiscalização
56. Se de um lado, o Sr. Perito também aponta a ausência
de fiscalização como elemento ensejador das prorrogações de prazo havidas; de outro, ele
próprio expressamente admite24:
57. Do texto acima colacionado depreende-se, pois, duas
relevantes informações: a primeira é que o total de horas que não puderam ser aproveitadas
24
Resposta ao Quesito da Requerida CPTM N. 15, às fls. 163 do Laudo Pericial.
17/38
pelo REQUERENTE, por ausência de fiscalização, totalizam irrisórias 35hs para a vigência
total do Contrato STM nº 012/2009; isto é, para os 72 meses de execução contratual!
58. Ora, conforme já explicitado na presente
manifestação, da reprogramação de acessos à via promovida pela REQUERIDA CPTM,
resultou um acréscimo de 34hs/semana de acesso, a partir de junho/201125; ou seja, o
impacto resultante da ausência temporária de fiscalização para o cumprimento do
cronograma (35 hs/288 semanas) é absolutamente ínfimo, se comparado ao número
de horas acrescidas à grade horária de acessos reestabelecida pela REQUERIDA
CPTM para o Contrato!
59. O segundo aspecto que merece ser lembrado, é que o
Sr. Perito já reconheceu, no trabalho técnico produzido, a inexistência de comprovação, pelo
REQUERENTE, do impacto negativo supostamente causado por outras ocorrências para o
cumprimento do cronograma contratual: a. alteração da metodologia de instalação de
postes, b. alterações de projetos e c. contratação de serviços adicionais26.
60. Diante do aqui aduzido, defende a REQUERIDA CPTM
que a ausência de fiscalização não pode, igualmente, servir de parâmetro ao cálculo
do valor indenizatório considerado devido ao REQUERENTE!
II.3. Da inexistência de prejuízos resultantes das obras da MRS
61. A esse respeito, mais uma vez infundada a pretensão
do REQUERENTE de ser indenizado pelos prejuízos que alega ter sofrido, em razão das
obras da MRS iniciadas em maio/2012, para construção de via segregada.
62. Ainda que admitida, pela própria REQUERIDA CPTM, a
ocorrência do referido evento, não se pode extrair da documentação acostada aos autos
que o mesmo, por si só, tenha ensejado a prorrogação do prazo de execução contratual e,
muito menos, que dele tenha resultado algum prejuízo ao REQUERENTE.
63. Aliás, também esta a conclusão exarada no Laudo
Pericial quando, em resposta ao Quesito N. 17 formulado pela REQUERIDA CPTM, assim
dispôs27:
25
Confira-se os §§ 51 a 53 dos presentes Comentários e Pedido de Esclarecimentos ao Laudo Pericial. 26
Confira-se o § 6 dos presentes Comentários e Pedido de Esclarecimentos ao Laudo Pericial. 27
Laudo Pericial, fls. 164.
18/38
64. Além disso, a citada obra teve início em maio/2012; ou
seja, quando já vencido o prazo de execução originalmente pactuado entre as Partes.
65. Ocorre que já foi aqui mencionado, e também
expressamente reconhecido no trabalho pericial, o baixo desempenho do REQUERENTE
durante os primeiros 18 meses de execução do Contrato28. Ora, se o próprio Contratado
contribuiu para que a vigência do instrumento contratual se estendesse por mais tempo e,
portanto, inclusive para o período em que executadas as obras pela MRS, então nenhum
fundamento legal existe para que ele seja agora favorecido com o ressarcimento de custos
que, se de fato incorridos, o foram em decorrência de sua própria inépcia para a execução
do Contrato29.
66. As considerações ora aduzidas se prestam, assim,
uma vez mais, a pedir ao Sr. Perito que reveja seu entendimento de que não houve,
por parte dos REQUERIDOS, a atribuição de qualquer responsabilidade ao
REQUERENTE pelas prorrogações de prazo havidas. Tal responsabilidade sempre
existiu, é evidente e, bem por isso, precisa ser levada em conta no cômputo de
qualquer valor indenizatório que possa ser considerado devido ao Contratado!
67. E por fim, antes de passar ao cálculo dos custos
adicionais a serem ressarcidos ao REQUERENTE, o Sr. Perito avalia se de fato ocorreu a
ociosidade de recursos alegada pelo Contratado.
68. O trabalho pericial considerou dois períodos distintos de
análise – janeiro/2010 a junho/2011, que corresponde ao prazo original conferido ao
Contrato e, julho/2011 a dezembro/2015, que corresponde ao período acrescido ao
Contrato, por meio de Termos de Aditamento -, tendo nele assim concluído30:
28
Resposta ao Quesito do Requerente N. 09, às fls. 122 do Laudo Pericial. 29
Confira-se o § 45 dos presentes Comentários e Pedidos de Esclarecimentos ao Laudo Pericial. 30
Item 6.3 (Ociosidade), às fls. 88 do Laudo Pericial.
19/38
69. Diante das inconsistências e lacunas verificadas, o Sr.
Perito analisou a quantidade de horas efetivamente trabalhadas pelo REQUERENTE ao
longo da execução da obra, na intenção de extrair uma correlação entre estas e a
ociosidade alegada.
70. De tal análise, o Sr. Perito concluiu que houve “uma
grande variação na quantidade de horas trabalhadas mensais ... . Já com relação as
quantidades médias de horas trabalhadas ao longo dos diversos períodos, verifica-se que
em quase todos superaram as horas de trabalho previstas pelo Consórcio, .... No entanto,
se considerado todo o período de execução da obra indica, a quantidade média de horas
trabalhadas por mês foi superior à previsão declarada pelo Requerente”31; ou seja, não teria
havido espaço para ociosidade de recursos32:
71. Por fim, o expert conclui que “o desempenho
apresentado pelo Requerente ... é antagônico à circunstância de ter havido ociosidade”33 de
equipamentos, bem como aduz que no foram apresentados elementos comprobatórios para
o atendimento ao pleito de ressarcimento com ociosidade de mão-de-obra.
31
Item 6.3. (Ociosidade), às fls. 90 do Laudo Pericial. 32
A Requerida CPTM entende importante destacar o contexto em que apresentada tal conclusão, pois a mesma
trata especificamente do uso dos equipamentos na execução do Contrato. Assim, ao afirmar que se considerado
todo o período de execução da obra, “a quantidade média de horas trabalhadas por mês foi superior à previsão
declarada pelo Requerente”, o Sr. Perito está fazendo menção restrita à quantidade média de horas de uso de
equipamentos na execução das obras e, não, à quantidade de horas produtivas do Requerente, ao longo da
vigência contratual. 33
Laudo Pericial, fls. 90/91.
20/38
III - Das adequações necessárias identificadas pela Requerida CPTM, nos cálculos
dos custos adicionais considerados devidos ao Requerente
72. Conforme estabelecido na ‘Proposta de Remuneração
para Perícia de Engenharia’ formulada pelo Sr. Perito, datada de 03.12.2009, e com Revisão
nº 01 datada de 14.07.2020, o objetivo do trabalho pericial contratado é a “análise das
premissas e requisitos que nortearam a contratação; de eventuais descumprimentos e
alterações das condições ajustadas; de causas que induziram ao descumprimento de
prazos de execução dos serviços avençados e da ocorrência de desequilíbrio econômico-
financeiro e, ainda, a identificação e quantificação dos impactos decorrentes”.
73. Em outras palavras, foram analisados os aspectos
técnicos da execução do contrato, à luz das condições estabelecidas no edital, no Contrato
STM nº 012/2009 e na Proposta do REQUERENTE naquilo em que esta, obviamente, não
divergisse das condições editalícias e/ou contratuais estabelecidas.
74. Ocorre que, muito embora a REQUERIDA CPTM
imprima respeito ao trabalho de perícia de engenharia elaborado pelo Sr. Perito, ainda que
sobre o mesmo tenham sido tecidas considerações e aqui registradas algumas
insurgências, também persiste a necessidade de serem realizados apontamentos acerca
dos resultados apresentados pelo expert, para os cálculos dos custos adicionais
considerados devidos ao REQUERENTE.
III.1. Acerca do cálculo dos Custos Indiretos com Administração Local
75. O Sr. Perito explica que “a apuração dos custos
indiretos efetivamente gastos foi feita com base nas planilhas constantes no Doc. C-61 e
nos comprovantes de custos apresentados pelo Assistente Técnico do Consórcio (Anexo IV
deste Laudo Pericial), através da análise dos itens pleiteados pelo Consórcio e dos
comprovantes disponibilizados, sendo o resultado apresentado no Anexo VI deste Laudo
Pericial, denominado Análise dos Custos Indiretos”34.
76. Da confrontação dos comprovantes apresentados, com
o rol de despesas indiretas que o REQUERENTE alega ter arcado ao longo do período de
execução da obra (Doc. C-61), resultou a identificação, pelo Sr. Perito, de inúmeras
34
Item 6.4.2. (Custos Indiretos Apurados), às fls. 99 do Laudo Pericial.
21/38
inconsistências, as quais foram relatadas no Laudo Pericial e devidamente corrigidas pelo
expert, para fins de cálculo dos custos a serem ressarcidos ao REQUERENTE35.
77. O próprio Sr. Perito esclarece, porém, que os
comprovantes de despesas apresentados pelo REQUERENTE, “foram verificados em
caráter amostral e que eventual checagem exaustiva de sua correção deve ser feita por
meio de perícia contábil”36, o que equivale dizer que os resultados apresentados pelo Laudo
Pericial apenas cuidaram de expurgar os custos considerados improcedentes (por várias
razões), de modo que claro que uma análise exaustiva e detalhada de cada um dos
comprovantes que instruem os autos, poderia resultar em redução ainda maior dos valores
considerados devidos ao Contratado.
78. Diante, pois, da convicção da REQUERIDA CPTM, já
desde o início da presente demanda compartilhada com o Tribunal Arbitral, de que inexistiu
qualquer prejuízo ao REQUERENTE decorrente das prorrogações de prazo havidas, a isso
somadas as conclusões exaradas pelo expert no Laudo apresentado e já destacadas na
presente manifestação, a ora REQUERIDA, por meio de sua Gerência de Custos,
empreendeu seus melhores esforços na elaboração de um trabalho analítico incidente sobre
cada um dos comprovantes apresentados.
79. E, tal como se esperava, a apuração internamente
realizada e para a qual a REQUERIDA CPTM desde já pleiteia a validação integral pelo
Sr. Perito, revelam a inadequação dos documentos apresentados pelo REQUERENTE,
para fins de comprovação dos prejuízos que alega ter sofrido ao longo da execução
do objeto do Contrato STM nº 012/2009 e para os quais pretende ser ressarcido por
meio da presente Arbitragem!
80. A REQUERIDA CPTM passa, assim, a apresentar as
informações complementares que lhe parecem importantes e que permitirão ao Sr. Perito
concluir, ao final, que totalmente improcedente o pleito indenizatório formulado pelo
REQUERENTE.
81. A análise a seguir adota por premissa, portanto, a
informação prestada pelo Sr. Perito de que os cálculos por ele apresentados se fundaram
tão apenas em análise amostral dos documentos entregues pelo REQUERENTE, e
35
Item 6.4.2. (Custos Indiretos Apurados), às fls. 99 do Laudo Pericial. 36
Item 6.4.2. (Custos Indiretos Apurados), às fls. 100 do Laudo Pericial.
22/38
complementados pelos REQUERIDOS, referentes tanto ao período original de execução
contratual, como ao período de extensão do prazo objeto de Termos Aditivos.
82. Pois bem, após esclarecer a distinção entre ‘Custos
Diretos’ e ‘Despesas Indiretas’, e de apresentar exemplos que compõem cada qual37, o
trabalho pericial passou à análise da documentação apresentada pelo REQUERENTE, para
fins de comprovação dos custos indiretos incorridos com ‘Administração Local’.
83. Para efeito do cálculo do valor devido a este título, o Sr.
Perito, depois de uma análise amostral dos referidos documentos, acertadamente descontou
do total dos custos indiretos considerados devidos, o valor total dos custos indiretos já
pagos ao REQUERENTE ao longo da execução do Contrato, posto que embutido no valor
das medições aprovadas e já pagas pelo REQUERIDO 1 ao Contratado38.
84. Foram também desprezados alguns valores pretendidos
pelo REQUERENTE e por ele apontados na Planilha denominada Doc. C-61 posto que, na
apuração pericial, foram identificados como indevidos, conforme explicação oferecida pelo
expert:
37
Item 6.4.1. (Custos Indiretos: Aspectos Conceituais), às fls. 92/93 do Laudo Pericial. 38
Item 6.4.2. (Custos Indiretos Apurados), às fls. 96 do Laudo Pericial.
23/38
85. Por fim, o Sr. Perito esclareceu que, para a análise
realizada, foram admitidos como documentos de cobrança “notas fiscais, notas de débito e
documentos internos do Consórcio referentes a reembolsos de despesas de funcionário e
do caixa de obra”, em razão de corresponderem a documentos usualmente utilizados por
“empresas do mercado de construção civil para comprovação de pequenas despesas como
refeições, transportes, pedágios, estacionamento etc”39.
86. Assim é que, da apuração pericial resultou o
entendimento de que o valor devido pelos REQUERIDOS ao REQUERENTE, a título de
custos adicionais com Administração Local, corresponde a R$ 5.836.120,66, na base
contratual40.
87. Aliás, acerca do mencionado valor e, justamente
amparada no Quadro de apuração de valores apresentado pelo Sr. Perito às fls. 101 do
Laudo Pericial, é que defende a REQUERIDA CPTM haver erro material na informação
prestada às fls. seguintes do Laudo, quando este afirma que “pela óptica da Engenharia de
Custos, os Custos adicionais correspondentes à Administração Local decorrentes da
extensão do prazo de execução da obra de 18 para 72 meses é de R$ 6.274.996,93”41. Em
realidade, o valor apontado pelo expert - R$ 6.274.996,93 – representa não o valor por ele
considerado devido para a rubrica ‘Administração Local’, mas, isto sim, para o total das
Custas Indiretas; isto é, para o somatório dos custos incorridos a título de ‘Administração
Local’ e ‘Administração Central’!
88. Diante do exposto, a REQUERIDA CPTM solicita ao Sr.
Perito que confirme o erro acima destacado, bem como promova a correção devida, na
forma como acima relatada.
89. Ocorre que, em Nota Técnica produzida pela Gerência
de Custos desta REQUERIDA (Doc. R-40), foi ressaltada a relevância da análise detalhada
de cada um dos comprovantes listados pelo Sr. Perito no Anexo IV do Laudo Pericial
(‘Comprovantes de Custo Incorrido’):
39
Item 6.4.2. (Custos Indiretos Apurados), às fls. 100 do Laudo Pericial. 40
Confira-se quadro reproduzido às fls. 101 do Laudo Pericial. 41
Item 6.4.2. (Custos Indiretos Apurados), às fls. 102 do Laudo Pericial.
24/38
42
90. Uma vez realizada a referida análise e, após tecidas
algumas observações preliminares acerca do trabalho analítico executado e da metodologia
de trabalho aplicada, a REQUERIDA CPTM, por meio de sua Gerência de Custos,
apresentou as seguintes conclusões, registradas e identificáveis no Anexo I da Nota Técnica
CPTM (Doc. R-41), acerca dos valores pleiteados pelo REQUERENTE a título de
‘Administração Local’:
Foi identificado erro material na fonte de dados da planilha ‘Resumo Mensal’,
que integra o Anexo VI do Laudo Pericial. Após identificado o motivo do erro, a Nota
Técnica CPTM conclui que deve ser adotado como valor histórico de despesas
indiretas incorridas pelo REQUERENTE, o importe de R$ 9.681.007,7743.
Não são devidos os valores pleiteados, referentes às despesas com benefícios
trabalhistas, a exemplo de refeições, transporte e assistência médica, também
nos casos em que vinculados à mão-de-obra indireta, tendo em vista que “tais custos
já estão previstos na alíquota de encargos sociais e complementares acrescida ao
42
Doc. R-40, Item 2. (Dos Custos Indiretos), às fls. 6. 43
Doc. R-40, Item 2.1. (Análise do Anexo VI do Laudo Pericial), às fls. 8.
25/38
custo de folha de pagamento”44. O detalhamento de tal entendimento consta do Item
3 da Nota Técnica CPTM.
Os valores pleiteados a título de ressarcimento pelos custos incorridos com
combustível, supostamente aplicados em veículos locados no transcorrer da obra
não são devidos, posto que conforme aduzido na Nota Técnica CPTM, “os
documentos fiscais apresentavam alto volume de faturamento a título de
fornecimento de óleo diesel. Ocorre, porém, que – com exceção dos meses de
fevereiro e março de 2014 - os veículos funcionavam à base de gasolina ou etanol”45,
de modo que a REQUERIDA CPTM defende não ser razoável a condenação dos
REQUERIDOS ao ressarcimento de tais despesas, exceto para os meses de
fevereiro e março/2014, para os quais a Nota Técnica CPTM apresenta um critério
para definição de valor.
Ainda para este item da Nota Técnica CPTM, foi identificado erro material relevante
em lançamento de valor de documento fiscal (NF 1941), resultando na necessidade
de correção do valor lançado pelo REQUERENTE a este título.
Também foram erroneamente classificados como custos indiretos, pelo
REQUERENTE: locações de veículos e de equipamentos, para a realização de
serviços de terraplanagem46; equipamentos (betoneiras, bombas e motores)47;
serviços de montagem elétrica48 e parcela do valor pleiteado a título de serviços
de consultoria49. Acerca deste último item, a REQUERIDA CPTM esclarece que, do
valor total pleiteado pelo REQUERENTE a este título, somente foi reconhecido o
montante de R$ 117.042,07, na medida em que o valor refere-se à Notas Fiscais
emitidas pela empresa Fasan Engenharia de Projetos Ltda. e, portanto, relativa a
serviço de consultoria de projetos; ou seja, classificável como custo direto da obra.
Foi identificada a improcedência de algumas Notas Fiscais, posto que emitidas por
empresa cadastrada exclusivamente para a prestação de serviços de engenharia e,
não, de consultoria. Ainda assim, as NFs lançaram a prestação de serviços de
contabilidade e, pior, se referem a serviços prestados nominalmente por
profissionais que não possuem licença para prestar serviços de tal natureza50.
44
Doc. R-40, Item 2.1.2. (Benefícios: Refeição, Vale Transporte e Assistência Médica), às fls. 11. 45
Doc. R-40, Item 2.1.3. (Combustível – Veículos corpo administrativo), às fls. 11/12 e Doc. R-42. 46
Doc. R-40, Item 2.1.4. (Terraplanagem), às fls. 12. 47
Doc. R-40, Item 2.1.10. (Equipamentos), às fls. 15. 48
Doc. R-40, Item 2.1.11. (Montagem elétrica), às fls. 15. 49
Doc. R-40, Item 2.1.12. (Consultoria), às fls. 15/16. 50
Doc. R-40, Item 2.1.5. (Contabilidade), às fls. 12/13 e Docs. R-43 e R-44.
26/38
Desta forma, a REQUERIDA CPTM não reconhece como devidos os valores
relativos a este tópico, posto que, no mínimo e na melhor das hipóteses, referem-se
a serviços de consultoria de projetos e, como tais, classificáveis como custo direto.
A REQUERIDA CPTM identificou, também, a necessidade de correção do valor
pretendido pelo REQUERENTE, com locação de veículos, em razão de lançamento
de valor incorreto na Planilha de Despesas Indiretas por este elaborada (Doc. C-61);
por atribuir o uso de determinado veículo a profissional não lotado na obra e por
pretender ser ressarcido por avarias sofridas por um dos veículos, cujo prejuízo deve
ser por ele próprio suportado51.
Foram também reconhecidas diversas inconsistências - despesas incompatíveis com
a execução do objeto do Contrato STM nº 012/2009 e/ou que não comprovam o
eventual vínculo com ele existente e, ainda, gastos classificáveis como custo direto -
na planilha de PCDs (Prestação de Contas) apresentada pelo REQUERENTE e
que impõem, portanto, a realização de glosas no valor pleiteado a este título ou a
necessária comprovação do vínculo com o escopo contratado.
Ainda acerca deste tópico, a Nota Técnica CPTM faz a importante ressalva quanto à
“importância de que o valor calculado a título de despesas incorridas seja estrito
exclusivamente às despesas necessárias para que a administração local ocorra, de
forma que despesas secundárias ou não inerentes (como reembolso elevado
vinculado à churrascaria) sejam suportadas pela contratada”52.
A pretensão do REQUERENTE de ser ressarcido pelos valores recolhidos a título de
contribuições sindicais não encontra qualquer respaldo, na medida em que já
foram a ele remunerados no custo do funcionário53; ou seja, do atendimento do pleito
resultaria o pagamento em duplicidade da referida despesa.
Os valores dos serviços advocatícios incorridos pelo REQUERENTE, cujo
ressarcimento é também por ele pretendido, foram classificados erroneamente, pois
não integram os custos de ‘Administração Local’ de um contrato54.
A REQUERIDA CPTM identificou, ainda, a cobrança em duplicidade de algumas
despesas de papelaria e material de escritório, as quais devem ser glosadas do
cálculo do valor total das despesas incorridas, apresentada pelo REQUERENTE por
meio do Doc. C-6155.
51
Doc. R-40, Item 2.1.6. (Locação de veículos), às fls. 13. 52
Doc. R-40, Item 2.1.7. (PCD – Prestação de Contas de Despesas), às fls. 14. 53
Doc. R-40, Item 2.1.8. (Contribuição Sindical), às fls. 14/15. 54
Doc. R-40, Item 2.1.9. (Serviços Advocatícios), às fls. 15. 55
Doc. R-40, Item 2.1.13. (Papelaria/material de escritório), às fls. 16.
27/38
Por fim, ainda no que concerne às despesas a título de ‘Administração Local’,
classificadas em Nota Técnica CPTM como de ‘Classe C’, propôs-se que
“considerando o volume de documentos que necessitariam ser analisados nas
despesas qualificadas como “Classe C” e que os mesmos representam apenas
5,06% do valor total dos custos incorridos indicados no laudo pericial, propõe-se o
reconhecimento da classe C em porcentagem proporcional ao apurado nas classes A
e B, que totalizam 26,42%9 do valor pleiteado”56.
91. Das ressalvas, correções e glosas acima listadas,
resulta que o REQUERENTE, em princípio, somente teria o direito de ser ressarcido,
para a rubrica ‘Administração Local – Despesas Diversas’, em R$ 2.557.266,53 (dois
milhões, quinhentos e cinquenta e sete mil, duzentos e sessenta e seis reais e
cinquenta e três centavos), conforme discriminado na Tabela 02 – Planilha Sintética
dos Valores reconhecidos como Custos Indiretos, contida na Nota Técnica CPTM57.
92. E, por fim, a Nota Técnica CPTM conclui a análise dos
gastos com ‘Administração Local’, fazendo menção aos alegados gastos do REQUERENTE
com Folha de Pagamento.
93. De acordo com a análise da Gerência de Custos, muito
embora o trabalho pericial não tenha reconhecido o mérito do pedido, no tocante aos custos
relativos ao 13º salário, a REQUERIDA CPTM defende que, de igual forma, “os custos
relativos a férias, verbas rescisórias e licença maternidade incluídas a título de salário pela
requerente também não devem ser considerados por estarem previstos nos itens B6, grupo
C e B3, respectivamente, da composição de encargos sociais e complementares,
detalhados adiante”58.
94. Além disso, a Nota Técnica CPTM observa que foram
analisados pela REQUERIDA CPTM absolutamente todos os demonstrativos de cálculo
da folha de pagamento de cada um dos profissionais que atuaram na obra, conforme
listados pelo REQUERENTE, tendo mais uma vez sido constatadas diversas
inconsistências, as quais foram igualmente descritas em 06 subitens naquele
documento59 e às quais se somou, ainda, a ressalva de que os trabalhadores vinculados à
‘Administração Local’ devem ser considerados ‘mensalistas’ e, como tais, ao invés da
56
Doc. R-40, Item 2.1.15. (Despesas da Classe C), às fls. 16. 57
Doc. R-40, fls. 17. 58
Doc. R-40, Item 3 (Da Folha de Pagamento), às fls. 17. 59
Doc. R-40, Item 3 (Da Folha de Pagamento), às fls. 17/18.
28/38
aplicação da alíquota de 125,58% adotada pelo REQUERENTE, há que ser aplicada a
alíquota de 86,38%, conforme entendimento do Tribunal de Contas da União e composição
descrita na Tabela 03 – Composição dos Encargos Sociais e Complementares
(Mensalistas)60.
95. Ao Final, a Nota Técnica CPTM faz ainda apontamentos
acerca dos cargos para os quais, excepcionalmente, pode ser admitido o ressarcimento de
custos com pagamento de horas extras, folgas trabalhadas e demais proventos desta
natureza, em que pese, conforme acima mencionado, a natureza ‘mensalista’ da mão-de-
obra de cujos custos o REQUERENTE pretende ser ressarcido61.
96. Em arremate, aos valores obtidos como resultado do
criterioso trabalho desenvolvido pela Gerência de Custos da REQUERIDA CPTM e cujos
principais aspectos foram acima destacados, foram por aquela mesma Gerência aplicadas
as mesmas premissas apresentadas no Laudo Pericial, resultando no entendimento de
que “o valor medido a título de custo indireto foi superior ao apurado nesta análise. ....
Isto posto, a conclusão é que não há qualquer indenização passível” ao
REQUERENTE, “visto que todos os custos foram supridos pela remuneração em
contrato”62!
97. Desta forma, a REQUERIDA CPTM solicita ao Sr.
Perito que conheça as informações, cálculos e conclusões apresentadas por meio da
presente manifestação, as quais encontram respaldo nos documentos a esta
anexados, para o fim de validá-los integralmente e, por conseguinte, para reconhecer
a inexistência de qualquer valor a ser ressarcido pelos REQUERIDOS ao
REQUERENTE, a título de custos indiretos com ‘Administração Local’ !
III.2. - Acerca do cálculo dos Custos Indiretos com Administração Central
98. Para fins de determinação do valor pretendido a título
de custos indiretos adicionais com Administração Central, o REQUERENTE “apresentou
demonstrações contábeis de resultados das empresas e partir desses dados calcula o que
entende ser o correspondente custo da Administração Central”63.
60
Doc. R-40, Item 3 (Da Folha de Pagamento), às fls. 18/20 e Anexo R-45. 61
Doc. R-40, Item 3 (Da Folha de Pagamento), às fls. 20. 62
Doc. R-40, Item 4 (Conclusão), às fls. 22. 63
Item 6.4.2. (Custos Indiretos Apurados), às fls. 102 do Laudo Pericial.
29/38
99. O expert, porém, ao manifestar sua discordância para
com a adoção de tal metodologia, propõe como procedimento para o cálculo das despesas
adicionais com Administração Central, a aplicação “sobre os custos adicionais incididos o
percentual de 7,52 %, que é o consta do BDI informado pelo Consórcio”64, na medida em
que não houve declaração de BDI no Edital e, tampouco, no Contrato celebrado entre as
Partes.
100. A REQUERIDA CPTM pede licença, porém, para tecer
algumas breves observações para a apuração dos custos adicionais com Administração
Central, realizada pelo Sr. Perito.
101. Já restou consignado nas manifestações anteriores da
ora REQUERIDA (Resposta às Alegações Iniciais e Tréplica), o mesmo entendimento que
ora reafirma, consistente na impossibilidade jurídica de o REQUERENTE vir a ser
favorecido com um crédito indenizatório, cujo valor não tenha sido apurado mediante
a adoção de critérios objetivos.
102. No caso presente, a razão para a alegada inviabilidade
de determinação de um critério objetivo de cálculo é singela: no tocante ao valor
apresentado pelo REQUERENTE, porque simplesmente não foram apresentados quaisquer
documentos comprobatórios das despesas incorridas e, no que concerne à solução adotada
no Laudo Pericial, porque a taxa de BDI adotada para esta rubrica (7,52%), jamais foi
acordada entre REQUERENTE e REQUERIDOS.
103. Em realidade, mais do que isso! A mencionada taxa,
extraída de documento unilateralmente elaborado pelo REQUERENTE (Doc. C-04), jamais
foi por ele próprio justificada.
104. Desta forma, e embora ciente da justificativa
apresentada pelo Sr. Perito para a aceitação da taxa de BDI acima, a REQUERIDA CPTM
não pode concordar com a solução oferecida pelo expert. Se houve despesas adicionais,
então o cálculo correto das mesmas está a exigir a demonstração cabal de sua ocorrência.
105. A verdade, porém, é que tal comprovação jamais foi
feita pelo REQUERENTE, conforme já relatado pela REQUERIDA CPTM ao longo da
presente Arbitragem e reconhecido no Laudo Pericial.
64
Item 6.4.2. (Custos Indiretos Apurados), às fls. 103 do Laudo Pericial.
.
30/38
106. A REQUERIDA CPTM não tem dúvidas de que, o que
impossibilita uma análise mais profunda dos custos realmente incorridos pelo
REQUERENTE, é o fato de o mesmo não ter demonstrado uma estrutura de custos
individualizados por contrato, capaz de justificar os custos realmente incorridos, atribuídos a
este contrato específico e, por conseguinte, impedindo o Sr. Perito de determinar o custo
real incorrido nas obras, uma vez que não foi disponibilizada documentação
comprobatória da efetiva existência e o montante de tais custos.
107. Diante de tal ausência de comprovação de custos, o Sr.
Perito buscou supri-la mediante a aceitação de uma taxa de BDI para a rubrica
‘Administração Central’, aleatoriamente apontada pelo REQUERENTE, sem que tenha
sido explicitada a necessária individualização de tais custos, em relação ao Contrato
STM nº 012/2009, firmado com o REQUERENTE.
108. A REQUERIDA CPTM está convicta de que cabia ao
REQUERENTE, e somente a ele, no gerenciamento dos contratos que estavam sob
sua responsabilidade, estabelecer critérios para o rateio das despesas; isto é, criar
uma estrutura de custos individualizada do Contrato sob discussão na presente
Arbitragem.
109. Se assim não o fez, não pode agora intentar se ressarcir
dos prejuízos que possa ter sofrido, decorrente de sua própria falta de organização.
110. A REQUERIDA CPTM defende que não há qualquer
dificuldade quanto à escolha do método para quantificação do pedido. Este é objetivo
e consiste na simples comprovação documental dos custos reais incorridos!
111. É bem verdade que o Sr. Perito, ao ser indagado pelo
REQURERIDO 1 acerca da existência dos mencionados documentos nos presente autos,
afirmou que o REQUERENTE não os apresentou “e nem teria como apresentar, pois
conceitualmente o peso da Administração Central no preço de uma obra decorre de um
rateio”65.
112. A REQUERIDA CPTM concorda com o entendimento
pericial, de que se trata de informação a ser obtida por meio de rateio. Ainda assim, tem ela
o entendimento de que os conceitos de ‘rateio’ e de ‘comprovação da despesa’ não são
excludentes entre si.
65
Resposta ao Quesito do Estado N. 34, às fls. 151 do Laudo Pericial.
31/38
113. Em outras palavras, defende a REQUERIDA CPTM que
nada impede que o rateio seja controlado e registrado pelas empresas que o realizam! Até
porque, nada mais justo, na medida em que se os custos da administração “são rateados
entre as várias obras da empresa, proporcionalmente ao porte de cada uma”66, então não se
pode presumir que a taxa de administração central permaneceu inalterada ao longo de toda
a execução do Contrato STM nº 012/2009. Qualquer variação nas condições das demais
obras que compunham o portfólio de trabalhos executados, pelo REQUERENTE, no período
de vigência do Contrato STM nº 012/2009, teve impacto direto no percentual de participação
da obra ora em debate e, portanto, para o cálculo da taxa de administração central.
114. Isto posto, e exatamente como desde o início defendido
pela ora REQUERIDA, qualquer valor indenizatório a cujo pagamento esta possa vir a ser
condenada, haverá que ter sido apurado mediante a constatação da existência de prova
inequívoca das despesas alegadas, sob pena de resultar em enriquecimento indevido do
REQUERENTE.
115. Em face, assim, dos comentários acima aduzidos e que
apontam a inadequação da adoção de uma taxa de BDI unilateralmente eleita pelo
REQUERENTE, para o cálculo dos custos adicionais com Administração Central e, diante
da inconteste ausência de documentação apta a comprovar os custos reais incorridos pelo
REQUERENTE, a título de Administração Central, a REQUERIDA CPTM solicita ao Sr.
Perito que reveja seu entendimento, para o fim de ser reconhecida a impossibilidade
de definição de tais custos e, por consequência, de condenação da REQUERIDA
CPTM ao pagamento de qualquer valor a este título, sob pena de se estar propondo
solução que implique no favorecimento indevido do Contratado.
III.3. - Acerca do cálculo dos Custos Indiretos com Seguros
116. Conforme destacado no Laudo Pericial, a REQUERIDA
CPTM, em suas manifestações já apresentadas na presente Arbitragem, acatou com o
eventual pagamento de custos adicionais com Seguros, desde que, evidentemente, fossem
comprovados pelo REQUERENTE67.
66
Resposta ao Quesito do Estado N. 34, às fls. 151 do Laudo Pericial. 67
Item 1.2 (Síntese da Controvérsia), às fls. 07 do Laudo Pericial.
32/38
117. Acerca dos custos com a renovação de Seguros, da
análise da documentação acostada aos autos, o trabalho pericial primeiramente
depreendeu:
118. Realizada, pois, a glosa devida, o Sr. Perito informa que
deixou de analisar os custos adicionais com Seguros, por entender que tal análise não
estava compreendida no escopo da perícia, conforme estabelecido pelo Anexo I da Ordem
Processual nº 03 (leia-se OP nº 02).
119. De fato, o Item 6 do mencionado Anexo I da Ordem
Processual nº 02, ao tratar da ‘Contratação de seguros no período de extensão de vigência
do Contrato’, dispôs que não há necessidade de realização de perícia, para que o Tribunal
Arbitral possa apurar se o REQUERENTE incorreu, ou não, em custos com Seguros, após
28.06.2014.
120. Em que pese o entendimento acima destacado, a
REQUERIDA CPTM entende que, a depender da conclusão do Tribunal Arbitral acerca da
matéria, poderá ser necessária a realização de perícia para o cálculo do valor da obrigação
eventualmente considerada devida, em especial em razão da necessidade de ser
descontado, também neste caso, o valor já pago ao REQUERENTE a este título, ao longo
da prorrogação do prazo contratual.
121. Neste sentido, a REQUERIDA CPTM requer ao Tribunal
que avalie a conveniência e oportunidade de apresentar, desde já, a correta metodologia de
cálculo a ser adotada pelos REQUERIDOS, caso o Tribunal Arbitral conclua, mais adiante,
pelo direito do REQUERENTE de ser ressarcido pelos custos indiretos adicionais incorridos
com Seguro.
III.4. - Acerca do cálculo dos Custos Diretos com Ociosidade de Recursos
122. O REQUERENTE alega ter sofrido ociosidade de
recursos (equipamentos e mão-de-obra), nos casos em que acessos solicitados não foram
autorizados pela REQUERIDA CPTM; nas situações em que houve cancelamento de
33/38
acesso já autorizado e, ainda, nos casos em que houve cancelamento ou atraso na
liberação dos acessos concedidos, por culpa da REQUERIDA CPTM.
123. O tema ‘ociosidade’ já foi objeto de comentários na
presente manifestação68 cabendo, bem por isso, apenas reiterar o entendimento do Sr.
Perito de que não ficou comprovada a ocorrência de ociosidade de recursos (mão-de-
obra e equipamentos), cujos custos devam ser ressarcidos ao REQUERENTE!
IV - Conclusões
124. Os Comentários e Pedido de Esclarecimentos ao Laudo
Pericial ora formulados pela REQUERIDA CPTM se consubstanciam no oferecimento de
informações contábeis complementares ao trabalho pericial já realizado, obtidas através de
uma análise detalhada de todos os comprovantes apresentados pelo REQUERENTE e, por
consequência, na formulação de solicitações ao Sr. Perito, voltadas à revisão de alguns
entendimentos explicitados no Laudo Pericial apresentado.
125. Na medida em que, o próprio Sr. Perito aduz ser
“inquestionável que o prazo de execução dos serviços é uma variável fundamental na
definição do custo e, naturalmente, do BDI. Portanto, o prazo tem influência direta na
composição do preço, seja este unitário ou global”; que “o prazo, aliás, é também aspecto
basilar no planejamento da obra e, por conseguinte, na elaboração do cronograma físico,
pois constitui condição atrelada diretamente à duração de todas as atividades que devem
ser desenvolvidas para concretização integral do projeto” e, finalmente, que “a extensão do
prazo de execução de uma obra inevitavelmente produz impactos no seu custo”69, a tais
alegações somada a inafastável corresponsabilidade do REQUERENTE para com as
prorrogações de prazo formalizadas para o Contrato STM nº 012/2009, então
evidenciada está a necessidade de ser a ele também imputado o ônus de arcar com
parte dos custos adicionais que, ao final, possam ser considerados a ele devidos.
126. A REQUERIDA CPTM, por oportuno, relembra que os
comentários aduzidos na presente manifestação dão conta de que:
O alto índice pluviométrico no período de execução do Contrato constitui excludente
de responsabilidade indenizatória, pelos REQUERIDOS;
68
Confira-se §§ 68 a 71 dos presentes Comentários e Pedidos de Esclarecimentos ao Laudo Pericial. 69
Item 6.4.1. (Custos Indiretos: Aspectos Conceituais), às fls. 94/95 do Laudo Pericial.
34/38
Não restou comprovada a ocorrência de impacto negativo no cumprimento do
cronograma contratual, decorrente da alegada ausência de fiscalização das obras,
pelos REQUERIDOS;
Não restou comprovado que da alteração da metodologia de instalação dos postes,
resultou prejuízos ao REQUERENTE;
Não restou comprovado que da necessidade de execução de serviços adicionais,
resultou prejuízos ao REQUERENTE;
Não restou comprovado que da necessidade de modificação de projetos, resultou
prejuízos ao REQUERENTE;
O próprio Contrato STM nº 012/2009 previu, expressamente, que poderia ser
necessário o compartilhamento da via em que seriam executados os serviços, com
terceiros, o que inevitavelmente representaria alguma dificuldade na
concessão/disponibilização de acessos, e
Houve baixo desempenho do REQUERENTE, na execução do objeto contratado,
inclusive resultante da mobilização insuficiente de recursos para o cumprimento
adequado do Contrato.
127. A REQUERIDA CPTM defende, portanto, que as
conclusões destacadas no parágrafo supra se constituem em fundamentos
suficientes ao reconhecimento, pelo Sr. Perito, da incontestável corresponsabilidade
do REQUERENTE para com a extensão do prazo contratual e, por consequência, com
o dever de assumir parcela dos prejuízos que eventualmente venham a ser
confirmados pela reanálise pericial, na proporção de sua contribuição para a
prorrogação de prazo havida!
128. Por todo o aduzido pela REQUERIDA CPTM ao longo
da presente manifestação, requer-se a esse E. Tribunal que seja dada ciência dos presentes
Comentários e Pedidos de Esclarecimentos ao Laudo Pericial ao Sr. Perito, a fim de que
sejam esclarecidas as divergências e conhecidas as informações por meio desta prestadas,
com observância do prazo estabelecido pelo Tribunal Arbitral.
V - Dos Pedidos
129. Sem prejuízo do todo aduzido na presente
manifestação, a REQUERIDA CPTM sintetiza, a seguir, os pedidos formulados ao longo dos
35/38
presentes Comentários e Pedidos de Esclarecimentos ao Laudo Pericial, de maneira que
solicita ao Sr. Perito que:
a. Promova as correções e ajustes pontuais apontados pela REQUERIDA CPTM ao
longo da presente manifestação e relatados nos Anexos a esta juntados.
b. Reconheça a corresponsabilidade do REQUERENTE para com as prorrogações de
prazo havidas para o cumprimento do objeto do Contrato STM nº 012/2009.
c. Declare a inexistência de qualquer valor devido ao REQUERENTE, pelos
REQUERIDOS, a título de ressarcimento de custos indiretos adicionais com
‘Administração Local’.
d. Declare a inexistência de qualquer valor devido ao REQUERENTE, pelos
REQUERIDOS, a título de ressarcimento de custos indiretos adicionais com
‘Administração Central’.
e. Se manifeste sobre a conveniência e oportunidade de já ser apresentada às Partes,
a correta metodologia de cálculo a ser adotada pelos REQUERIDOS, caso o Tribunal
Arbitral conclua, mais adiante, pelo direito do REQUERENTE de ser ressarcido pelos
custos indiretos adicionais incorridos com Seguro.
f. Reitere a inexistência de qualquer valor devido ao REQUERENTE, pelos
REQUERIDOS, a título de ressarcimento de custos diretos adicionais resultantes de
‘Ociosidade de Recursos’.
Termos em que,
P. Deferimento.
São Paulo, 05 de maio de 2021.
COORDENADORA DO NÚCLEO DE ARBITRAGEM
36/38
ANEXOS APRESENTADOS COM A RESPOSTA ÀS ALEGAÇÕES INICIAIS
37/38
ANEXOS APRESENTADOS COM A RÉPLICA
ANEXOS APRESENTADOS COM OS COMENTÁRIOS E PEDIDO DE ESCLARECIMENTOS AO LAUDO PERICIAL
Documento nº
Data Descrição
R40 abr-21 Nota Técnica CPTM
R41 abr-21 Nota Técnica CPTM - Anexo I: Análise dos Custos Indiretos
R42 abr-21 Nota Técnica CPTM - Anexo II: Pesquisa dos veículos locados
R43 abr-21 Nota Técnica CPTM - Anexo III: Pesquisa CREA
R44 abr-21 Nota Técnica CPTM - Anexo IV: Pesquisa CRC
38/38
R45 abr-21 Nota Técnica CPTM - Anexo V: Memória de Cálculo Encargos
R46 abr-21 Nota Técnica CPTM - Anexo V: Memória de Cálculo Encargos
top related