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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES
CURSO DE ENGENHARIA DA COMPUTAÇÃO
COLETA DE DADOS COM DISPOSITIVOS MÓVEIS: UM ESTUDO DE CASO APLICADO À PRODUÇÃO AVÍCOLA
Samuel José Pretto
Lajeado, junho de 2013.
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Samuel José Pretto
COLETA DE DADOS COM DISPOSITIVOS MÓVEIS: UM ESTUDO DE CASO APLICADO À PRODUÇÃO AVÍCOLA
Monografia apresentada na disciplina de Trabalho
de Conclusão de Curso - Etapa II, na linha de
formação específica em Engenharia da
Computação, do Centro Universitário
UNIVATES, como parte da exigência para a
obtenção do título de Bacharel em Engenharia da
Computação.
Área de concentração: Sistemas de Informação
Orientador: Prof. Ms. Fabrício Pretto
Lajeado, junho de 2013.
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Samuel José Pretto
COLETA DE DADOS COM DISPOSITIVOS MÓVEIS: UM ESTUDO DE CASO APLICADO À PRODUÇÃO AVÍCOLA
A Banca examinadora abaixo aprova a Monografia apresentada na disciplina de Trabalho de
Conclusão de Curso - Etapa II, na linha de formação específica em Engenharia da
Computação, do Centro Universitário Univates, como parte da exigência para a obtenção do
grau de Bacharel em Engenharia da Computação:
Prof. Ms. Fabrício Pretto - orientador
Centro Universitário Univates
Prof. Ms. Pablo Dall'Oglio
Prof. Ms. Vilson Cristiano Gärtner
Lajeado, junho de 2013.
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AGRADECIMENTOS
A Deus, pela oportunidade de completar mais esta etapa de minha vida, pela
iluminação e por Sua proteção divina.
À minha família, em especial aos meus pais Nelson e Diema, que nunca mediram
esforços para proporcionar a educação necessária para formação profissional e moral de seus
quatro filhos. Aos meus irmãos, Jaqueline, Dione e Tiago pelas palavras de incentivo e pela
dádiva de nossa amizade. À minha namorada, pela paciência e compreensão nos momentos
em que não pude estar presente ao seu lado. Eu amo todos vocês.
Aos amigos e colegas, por compreender a minha ausência nos últimos meses de
faculdade, e que ainda assim fortaleceram a minha vida com nossas amizades. Aos colegas de
trabalho, Dilonei Grando e Fernando Tibola, que dedicaram parte de seu tempo, incentivaram
e cooperaram no levantamento dos requisitos para o desenvolvimento do projeto.
Aos professores da UNIVATES, em especial ao meu orientador Fabrício Pretto, pelo
incentivo, dedicação e paciência durante a realização deste trabalho.
A todos, muito obrigado!
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RESUMO
A importância de ter informações atualizadas no meio empresarial é fundamental para definir o modo como os gestores decidem, planejam e, em alguns casos, como produtos e serviços são produzidos. A fim de garantir que as informações estejam rapidamente disponíveis, o uso de aplicativos para dispositivos móveis na coleta de dados pode ser uma alternativa eficaz, pois a informação pode ser atualizada na base de dados de um sistema, sempre que o dispositivo se conectar com a Internet. Este trabalho apresenta um estudo de caso sobre a produção avícola, onde foi desenvolvido aplicativo para efetuar a coleta de dados sobre a criação de aves, como o índice de mortalidade e o consumo de água, e disponibilizar as informações por meio de uma interface Web para que os gestores possam analisar e recomendar ações de correção no intuito de melhorar os indicadores de produtividade. Palavras-chave: Sistemas de Informação. Sistemas de Informações Gerenciais. Dispositivos móveis.
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ABSTRACT
The importance of getting updated information on the business environment is critical to define how managers decide, plan and, in some cases, as products and services are produced. In order to ensure that the information is readily available, the use of mobile applications for data collection can be an effective alternative, because information can be updated in the database of a system, whenever the device connect to the Internet. This paper presents a case study on poultry production, where an application was developed to perform data collection on poultry, as the mortality rate and water consumption, and provide the information through a Web interface to managers can analyze and recommend corrective actions in order to improve productivity indicators. Keywords: Information Systems. Management Information Systems. Mobile Devices.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Componentes de um de sistema de informação ...................................................... 18
Figura 2 – Processo gerencial ................................................................................................... 21
Figura 3 – Informação requerida versus nível de tomada de decisão gerencial ....................... 23
Figura 4 – Fluxograma de estado dos galpões .......................................................................... 27
Figura 5 – Aplicativo Censor Aves .......................................................................................... 30
Figura 6 – Aplicativo Agrosys ................................................................................................. 31
Figura 7 – Arquitetura Web Services ....................................................................................... 34
Figura 8 – Código JSP inserido em HTML .............................................................................. 35
Figura 9 – Camadas da plataforma Android ............................................................................. 37
Figura 10 – Cliente-servidor com integração entre as aplicações ............................................ 41
Figura 11 – Casos de uso da aplicação MinuAvesWeb ............................................................ 43
Figura 12 – Modelo físico do banco de dados da aplicação MinuAvesWeb ........................... 44
Figura 13 – Casos de uso da aplicação MinuAvesMobile........................................................ 47
Figura 14 – Modelo físico do banco de dados para aplicação MinuAvesMobile. ................... 48
Figura 15 – Diagrama de pacotes MinuAvesWeb .................................................................... 50
Figura 16 – Tela Manutenção de Produtor MinuAvesWeb ...................................................... 51
Figura 17 – Tela Incluir Planejamento MinuAvesWeb ............................................................ 52
Figura 18 – Tela Indicadores de Produtividade MinuAvesWeb .............................................. 53
Figura 19 – Gráfico Peso Médio do Lote X Standard .............................................................. 53
Figura 20 – Gráfico Mortalidade do Lote X Standard .............................................................. 54
Figura 21 – Gráfico Visitas Realizadas X Visitas Não realizadas ........................................... 55
Figura 22 – Diagrama de pacotes MinuAvesWS ..................................................................... 56
Figura 23 – Requisição HTTP de um ClienteREST ao Web Service ...................................... 57
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Figura 24 – Diagrama de pacotes MinuAvesMobile ................................................................ 58
Figura 25 – Transição do menu principal para agenda do aplicativo MinuAvesMobile ......... 59
Figura 26 – Sequência de telas ao realizar uma visita .............................................................. 60
Figura 27 – Histórico dos lotes ................................................................................................. 61
Figura 28 – Sequência de telas Sincronizar Dados MinuAvesMobile ..................................... 62
Figura 29 – Diagrama de atividades MinuAvesMobile............................................................ 63
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Comparativo de características Censor Aves X Agrosys ....................................... 31
Tabela 2 – Requisitos Funcionais da aplicação MinuAvesWEB ............................................. 42
Tabela 3 – Requisitos Não-Funcionais da aplicação MinuAvesWEB ..................................... 43
Tabela 4 – Requisitos Funcionais da aplicação MinuAvesMobile........................................... 46
Tabela 5 – Requisitos Não-Funcionais da aplicação MinuAvesMobile ................................... 47
Tabela 6 – Pacotes da aplicação MinuAvesWeb ...................................................................... 50
Tabela 7 – Pacotes da aplicação MinuAvesWS ....................................................................... 56
Tabela 8 – Pacotes do aplicativo MinuAvesMobile ................................................................. 58
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LISTA DE ABREVIATURAS
BRF – Brasil Foods
CMS – Carne Mecanicamente Separada
CRM – Customer Relationship Manager
CRUD – Create, Remove, Update and Delete
ERP – Enterprise Resource Planning
MRP – Materials Resource Planning
GPS – Global Positioning System
HTML – HyperText Markup Language
HTTP – Hypertext Transfer Protocol
HTTPS – Hypertext Transfer Protocol Secure
IDE – Integrated Development Environment
JSF – Java Sever Faces
JSP – JavaServer Pages
JS – Java Scripts
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MERCOSUL – Mercado Comum do Sul
MVC – Model-View-Control
ORM – Object-Relational Mapping
REST – Representational State Transfer
RF – Requisitos Funcionais
RNF – Requisitos Não Funcionais
ROI – Return On Investment
SA – Sistemas de Automação
SAD – Sistemas de Apoio à Decisão
SE – Sistemas Especialistas
SGDB – Sistema de gerenciamento de banco de dados
SI – Sistemas de Informação
SIF – Serviço de Inspeção Federal
SIG – Sistemas de Informações Gerenciais
SIT – Sistema de Informações Transacionais
WWW – World Wide Web
XHTML – Extensible Hyper Text Markup Language
XML – Extensible Markup Language
W3C – World Wide Web Consortium
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 12 1.1 Tema e definição do problema .......................................................................................... 14 1.2 Objetivos............................................................................................................................ 14 1.3 Justificativa ........................................................................................................................ 15 1.4 Metodologia ....................................................................................................................... 15
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................ 17 2.1 Sistemas de informação ..................................................................................................... 17 2.2 Classificação dos sistemas de informação ......................................................................... 19 2.2.1 Sistemas de Informações Gerenciais (SIG) .................................................................... 20 2.2.2 Sistemas de Apoio à Decisão (SAD) .............................................................................. 22 2.3 Enterprise Resource Planning (ERP) ................................................................................. 24
3 ESTUDO DE CASO .......................................................................................................... 26 3.1 Histórico da empresa ......................................................................................................... 26 3.2 Manejo e alojamento de aves ............................................................................................ 27 3.3 Cenário tecnológico atual .................................................................................................. 28 3.4 Soluções de aplicativos comerciais ................................................................................... 29
4 TECNOLOGIAS ................................................................................................................ 33 4.1 Web Services ..................................................................................................................... 33 4.2 JavaServer Pages (JSP) ...................................................................................................... 34 4.3 Banco de Dados ................................................................................................................. 36 4.4 Sistema operacional Android ............................................................................................ 36
5 MODELAGEM DOS APLICATIVOS ............................................................................ 40 5.1 Modelagem da aplicação MinuAvesWEB ........................................................................ 41 5.1.1 Requisitos do sistema MinuAvesWeb ............................................................................ 42 5.1.2 Casos de Uso MinuAvesWEB ........................................................................................ 43 5.1.3 Modelo Físico do banco de dados MinuAvesWEB ........................................................ 44 5.2 Modelagem da aplicação MinuAvesMobile ...................................................................... 45 5.2.1 Requisitos do sistema MinuAvesMobile ........................................................................ 46 5.2.2 Casos de Uso MinuAvesMobile ..................................................................................... 47
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5.2.3 Modelo Físico do banco de dados MinuAvesMobile ..................................................... 48
6 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................... 49 6.1 Desenvolvimento da aplicação MinuAvesWeb ................................................................. 49 6.2 Desenvolvimento da aplicação MinuAvesWS .................................................................. 55 6.3 Desenvolvimento do aplicativo MinuAvesMobile ............................................................ 57 6.3.1 Tarefa Sincronizar e Enviar Dados ................................................................................. 61 6.4 Demonstração e validação das aplicações ......................................................................... 64
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 66
8 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 67
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1 INTRODUÇÃO
A tecnologia da informação nas décadas de 70 e 80 era considerada por muitos
executivos como um mal necessário, devido ao alto custo de investimento inicial e retorno
financeiro em longo prazo. No entanto, no século XX, a tecnologia da informação se tornou
uma ferramenta fundamental para qualquer organização.
Sistema de Informação é um conjunto de componentes inter-relacionados que coletam,
manipulam e distribuem informação, proporcionando um mecanismo de realimentação
(feedback) para atender a um objetivo comum (LAUDON E LAUDON, 1999). Os sistemas
de informação atualmente servem a diferentes níveis nas organizações e podem ser
classificados em subsistemas, dentre os quais se enquadram aqueles que servem de apoio à
tomada de decisão. No entanto, para que as decisões sejam tomadas da forma mais adequada,
é importante que as informações relevantes estejam disponíveis em tempo hábil aos níveis da
Administração Operacional, Tática e Estratégica.
Como ferramenta de apoio e acesso aos sistemas de informação, temos hoje os
smartphones, que são a combinação de duas classes de dispositivos: os celulares e os
palmtops. Diferente dos antecessores, os smartphones podem se conectar a Internet através de
conexões de telefonia celular ou rede wireless, o que permite que eles ofereçam uma enorme
variedade de recursos. O grande trunfo, entretanto, está na possibilidade de instalar
aplicativos adicionais, possibilitando a execução de inúmeras outras funções. Esta
combinação de fatores tem feito com que eles se tornem cada vez mais indispensáveis
(MORIMOTO, 2009).
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Em uma pesquisa realizada pelo Google no primeiro trimestre de 2012, sobre o uso de
smartphones no Brasil, foram entrevistados mil usuários, dentre os quais 86% utilizavam o
equipamento para acesso a redes sociais e comunicação. O acesso à informação como, por
exemplo, notícias através de sites de jornais e revistas, era feito por 61% dos entrevistados.
Mas o entretenimento como acesso à Internet, visualização de vídeos, música e o uso para
jogos atingia 92% do grupo entrevistado (GOOGLE, 2012).
Além do uso destes dispositivos para o entretenimento, muitas empresas estão
adotando esta tecnologia para o uso em funções corporativas, gerando inúmeros benefícios
devido a sua capacidade de processamento, portabilidade e mobilidade da informação. Estas
ferramentas podem contribuir para otimizar as rotinas do dia-a-dia das empresas através da
automação de processos, proporcionando um ganho em velocidade, controle e segurança da
informação (ADDED, 2011).
Neste sentido, a aplicação destes equipamentos como forma de auxiliar os técnicos na
coleta de dados referentes à criação de aves, pode proporcionar vantagens às indústrias de
alimentos a base de carne de frango, como a informação em tempo real, a fim de garantir
melhor acompanhamento da produção.
A seguir são abordados o tema e a definição do problema, bem como os objetivos do
trabalho e sua justificativa. No Capítulo 2 é apresentado o referencial teórico, que reúne
conceitos sobre os principais Sistemas de Informação. O Estudo de Caso, que envolve a
utilização de sistemas de informação e dispositivos móveis como ferramentas de apoio na
coleta de informações, é abordado no Capítulo 3, onde é efetuada uma breve análise de dois
softwares comerciais. O Capítulo 4 traz conceitos sobre as tecnologias que foram utilizadas
para o desenvolvimento da solução. No Capítulo 5 consta a modelagem da solução proposta,
enquanto que no Capítulo 6 está o desenvolvimento do projeto, demonstração e os testes de
validação efetuados com os usuários. As considerações finais estão descritas no Capítulo 7.
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1.1 Tema e definição do problema
Na indústria de alimentos derivados de aves, a eficiência de um sistema de informação
vai além das fronteiras da empresa, se estendendo até o local onde a matéria-prima é
produzida, ou seja, no controle e coleta de informações da cadeia primária.
De acordo com Avila (2007), o controle de algumas variáveis como a temperatura
ambiente, o índice de mortalidade dos frangos, o consumo de ração e água, neste trabalho
denominado de indicadores de produtividade, pode contribuir para manter uma padronização
das aves, a fim de garantir a qualidade do produto final.
Na empresa Companhia Minuano de Alimentos, indústria analisada nesse estudo de
caso, os técnicos efetuam a coleta destes dados por meio de planilhas impressas para posterior
digitação no sistema de informações da empresa. Este atraso na informação pode trazer graves
consequências para a produção da empresa, como o alto consumo e manejo inadequado de
ração, mortalidade e peso médio fora dos padrões, medicamentos aplicados de forma incorreta
e problemas com agenda de procedimentos como carregamento e limpeza do aviário.
Por consequência destes fatores, o planejamento do abate pode ser prejudicado, pois a
falta de uniformidade das carcaças e as anomalias reduzem a produção, causando um impacto
direto nas vendas a clientes.
O problema poderia ser amenizado se os gestores dispusessem de informações
atualizadas para analisar os indicadores de produtividade dos lotes, possibilitando ações de
correção no processo de criação.
1.2 Objetivos
O principal objetivo deste trabalho é disponibilizar as informações de forma mais
rápida, para que os gestores possam tomar decisões sobre o processo de produção. Como pré-
requisito para este objetivo é preciso auxiliar os técnicos, automatizando a coleta de
informações dos indicadores de produtividade.
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Os objetivos específicos deste trabalho são os seguintes:
• Avaliar softwares comerciais para coleta de dados na produção avícola;
• Desenvolver uma aplicação WEB para que os gestores possam acompanhar os
indicadores de produtividade e o andamento das visitas técnicas aos criadores;
• Desenvolver um aplicativo Android para dispositivos móveis com o qual será
efetuada a coleta das informações;
• Efetuar a integração entre as ferramentas.
1.3 Justificativa
Observando-se o fluxo das informações sobre lotes de frangos e a cadeia produtiva da
empresa, é possível perceber que existe hoje uma dificuldade evidente para o técnico de
campo coletar, de forma rápida e precisa, os dados referentes aos indicadores de
produtividade.
A pesquisa e desenvolvimento de uma ferramenta, que auxilie os técnicos neste
sentido, se torna importante ao passo que a informação do processo produtivo em tempo real é
fonte primária para a empresa atingir melhores indicadores de produtividade e,
consequentemente, alcançar vantagem competitiva no mercado.
1.4 Metodologia
Nesta seção são apresentados conceitos de metodologia e estudo de caso, método
científico utilizado para a realização deste trabalho.
De acordo com Barros e Lehftel (2000), metodologia corresponde a um conjunto de
procedimentos utilizados por uma técnica, ou seja, a aplicação de um método através de
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processos e técnicas que garantem o saber obtido. Os autores conceituam o método como
sendo o caminho ordenado e sistemático para se chegar a um fim.
Fachin (2003) caracteriza o método do Estudo de Caso por ser um estudo intensivo
onde se leva em consideração, principalmente, a compreensão como um todo do assunto
investigado.
Para a realização deste estudo de caso, buscou-se compreender o problema descrito na
seção 1.1, entendendo melhor o processo de criação, engorda e abate das aves. Desta forma,
as seguintes etapas foram necessárias:
• Levantamento de informações do manejo técnico utilizado pela empresa, como
manual de manejo, cartilha do criador e planilhas impressas para coleta de
dados;
• Levantamento das necessidades e dificuldades quanto à coleta de informações
nos aviários, através de entrevistas orais e discussões com os envolvidos;
• Análise do sistema utilizado pela empresa e da documentação existente;
• Levantamento dos requisitos do sistema, através de entrevistas, discussões e
observação da realização de rotinas.
• Modelagem das aplicações;
• Desenvolvimento;
• Demonstração e validação com os usuários.
As aplicações implementadas no decorrer deste projeto foram modeladas e
desenvolvidas seguindo a abordagem de prototipação, baseada no conceito de
desenvolvimento exploratório, no qual, segundo Carvalho (2001), o objetivo é trabalhar junto
do usuário para descobrir seus requisitos, de maneira incremental, até que o produto final seja
obtido.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
Este capítulo descreve conceitos básicos sobre Sistemas de Informação, explicando os
principais tipos de sistemas e em que situações e áreas de negócios eles podem ser utilizados
como ferramentas de apoio aos gestores das organizações.
2.1 Sistemas de informação
A informação é hoje fator fundamental para as organizações, para os administradores e
para todos os indivíduos. Quando se fala em mercado aberto e comum, competitividade,
concorrência e qualidade, se percebe que nada disso seria possível sem a existência da
informação e se dela não se tivesse um rápido acesso (ROSINI, 2012). Por isso, conforme
Fletcher (1989), o fluxo de informação necessita ser controlado de forma que assegure
sistematicamente o levantamento de dados de forma relevante, em um formato padronizado e
apropriado para que os executivos responsáveis tomem decisões em tempo real.
Laudon e Laudon (1999) conceituam dados como sucessões de fatos brutos que
representam eventos que acontecem nas organizações, antes de serem organizados e
arrumados de forma que as pessoas possam entender e usar. Informação, por fim, é um
conjunto de dados configurado de forma adequada à utilização pelo ser humano.
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Um sistema de informação pode ser definido tecnicamente como um conjunto de
componentes inter-relacionados que coleta (ou recupera), processa, armazena e distribui
informação para dar suporte à tomada de decisão e ao controle da organização, ajudando a
analisar problemas. Desta forma, para um sistema gerar informações para uma organização,
três atividades são necessárias: a entrada, onde são capturados os dados brutos, o
processamento, que converte a entrada em uma forma mais significativa, e a saída, que
transfere de forma adequada as informações às pessoas ou atividades onde ela será utilizada
(LAUDON E LAUDON, 1999).
O’Brien (2001) explica os conceitos de sistemas e ilustra, conforme a Figura 1, um
modelo mais completo, que expressa uma estrutura conceitual fundamental para os principais
componentes e atividades dos sistemas de informação. Neste modelo, um sistema de
informação depende de recursos humanos (os usuários e especialistas), de hardware
(máquinas e mídia), software (programas e procedimentos), dados (bancos de dados e bases
de conhecimento) e redes (mídia de comunicações e apoio de rede) para executar atividades
de entrada, processamento, produção, armazenamento e controle, que convertem recursos de
dados em produtos de informação.
Figura 1 – Componentes de um de sistema de informação
Fonte: Adaptado pelo autor com base em O’Brien (2001, pg 20).
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Este modelo destaca as relações entre os componentes e atividades dos sistemas de
informação no qual pelo menos quatro principais conceitos podem ser aplicados a todos os
tipos de sistemas de informação:
• Pessoas, hardware, software, dados e redes são os cinco recursos básicos dos
Sistemas de Informação (SI);
• Os recursos humanos incluem usuários finais e especialistas em SI, os recursos
de hardware consistem em máquinas e mídia, os recursos de software incluem
programas e procedimentos, os recursos de dados podem incluir bancos de
dados e bases de conhecimento, e recursos de rede incluem mídia e redes de
comunicações;
• Os recursos de dados são transformados por atividades de processamento de
informação em uma diversidade de produtos de informação para os usuários
finais;
• O processamento de informação consiste em atividades de entrada,
processamento, saída, armazenamento e controle.
2.2 Classificação dos sistemas de informação
Os principais tipos de sistemas de informação, conforme Laudon e Laudon (1999),
servem a diferentes níveis da organização e podem ser denominados subsistemas de
informação. Rosini (2012) aborda os sistemas de informação, classificando-os em quatro
principais tipos: Sistemas de Informações Transacionais (SIT), Sistemas de Informações
Especialistas (SE), Sistemas de Informações Gerenciais (SIG) e Sistemas de Apoio a Decisão
(SAD). Nesta seção, serão vistos conceitos sobre SIG e SAD, que estão relacionados
diretamente com o desenvolvimento deste trabalho.
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2.2.1 Sistemas de Informações Gerenciais (SIG)
Os sistemas de informações gerenciais, conforme Rosini (2012), atendem as
necessidades dos diversos níveis gerenciais de alto escalão das organizações, provendo
relatórios gerenciais e, em alguns casos, com acesso imediato (on-line) às ocorrências de
desempenho e a dados históricos, servindo como base para as funções de planejamento,
controle e tomada de decisão em nível gerencial.
Estes sistemas dão suporte ao nível gerencial da empresa, proporcionando relatórios e
possibilitando, principalmente, funções de planejamento, controle e tomada de decisão. O SIG
geralmente enfoca questões estruturadas que são bem conhecidas antecipadamente, sendo
pouco flexíveis e com pequena capacidade analítica, utilizando rotinas simples como resumos
e comparações (LAUDON E LAUDON, 1999).
Para O’Brien (2001) os sistemas de informações gerenciais fornecem muitos produtos
de informação para os gerentes, elencando quatro principais alternativas de relatórios:
• Relatórios Periódicos Programados: Esta forma tradicional de fornecimento de
informações para os gerentes utiliza um formato pré-especificado, projetado
para fornecer informações em uma base regular. Exemplos típicos destes
relatórios periódicos programados são os relatórios de vendas diários ou
semanais e demonstrativos financeiros mensais;
• Relatórios de Exceção: Em certos casos, alguns relatórios são gerados apenas
em condições excepcionais. Em outros casos são produzidos periodicamente,
mas contêm informações destas condições excepcionais. Um gerente de
crédito, por exemplo, pode receber relatório com informações apenas de seus
clientes que excederam seus limites de crédito;
• Informes e Respostas por Solicitação: As informações encontram-se
disponíveis sempre que um gerente as requisita. Os geradores de relatórios
podem ser acionados a qualquer momento por um gerente ou gestor de área
para disparar um relatório desejado, evitando a espera do relatório programado;
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• Relatórios em Pilha: Relatórios selecionados são distribuídos através da rede de
forma empilhada, ou seja, vários documentos que interessam a um mesmo
grupo de gerentes, por exemplo.
Bio (2008) exemplifica o funcionamento de sistema de informações gerenciais no
processo de vendas de uma determinada linha de produtos. Conforme a representação na
Figura 2, enquanto envolvidos na formulação dos planos temporários, os gerentes precisam de
um sistema capaz de, a partir dos dados que estão sendo manipulados no processo, obter
informações que os auxiliem a tomar decisões.
Interpretando o diagrama da Figura 2, o autor infere que o controle é feito com base
nas informações obtidas a partir de dados originários da ação, pois à medida que o vendedor
completa uma ação de vender, o supervisor da fábrica inicia uma ordem de produção e
requisita os materiais correspondentes, o cobrador traz ao final do dia a quantidade de
duplicatas quitadas. Ocorrem enfim, milhares de ações que são captadas pelo sistema de
informação e traduzidas em informações úteis sobre o quanto foi vendido, quanto será o custo
da produção, quanto se consumiu de estoque de materiais e quanto foi recebido dos clientes.
Figura 2 – Processo gerencial
Fonte: Adaptado pelo autor com base em Bio (2008, pg 53).
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2.2.2 Sistemas de Apoio à Decisão (SAD)
Com o principal objetivo de atender às necessidades do nível estratégico das
organizações, o sistema de apoio à decisão auxilia a direção a tomar decisões
semiestruturadas ou com rápidas mudanças, respondendo a cada alteração que ocorre ao longo
de um único dia, caso seja necessário. Os SAD utilizam as informações geradas internamente
pelos outros sistemas de informações, como de transações, especialistas ou gerenciais e
oferece ainda, informações de fontes externas, como preço da concorrência e ofertas
existentes.
Rosini (2012) descreve que a estrutura destes sistemas é voltada para análise,
incorporando uma maior ou menor variedade de modelos de análise de dados e que é
desenvolvido de forma com que seus usuários possam trabalhar com informações em tempo
real (real-time). Desta forma, são softwares interativos, pois seus usuários podem modificar
as condições assumidas pelo sistema e modificar sua base de dados secundária.
O autor cita algumas características destes sistemas de apoio à decisão:
a) Foco na decisão, ajudando a alta gerência das empresas no processo de tomada
de decisão;
b) Flexibilidade, adaptabilidade e respostas rápidas;
c) Permite que os usuários interajam com as entradas e saídas do sistema;
d) Suporte a solução de problemas sem que estas soluções estejam especificadas
em seu desenvolvimento;
e) Utilização de modelos de análise sofisticados e modelagem de dados.
Assim, os sistemas de apoio à decisão compreendem uma classe de sistemas de
informações que extrai dos sistemas de processamento de transações e interage com as outras
partes do sistema de apoio executivo para dar apoio à tomada de decisão dos gerentes e outros
administradores.
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Figura 3 – Informação requerida versus nível de tomada de decisão gerencial
Fonte: Adaptado pelo autor com base em O’Brien (2001, pg 249).
De acordo com O’Brien (2001), o tipo de informações requeridas pelos tomadores de
decisão está diretamente relacionado com o nível de tomada de decisão gerencial e o grau de
estrutura nas situações de decisão que eles enfrentam. O referencial da pirâmide gerencial
clássica mostrado na Figura 3 pode ser aplicado a qualquer organização atual, apesar de seu
tamanho, forma e participantes mudarem à medida que evoluem as estruturas organizacionais.
De qualquer forma, conforme o autor, os níveis de tomada de decisão gerencial que
devem ser apoiados pela tecnologia da informação são os seguintes:
Administração Estratégica: Normalmente, um conselho de diretores e um comitê executivo de presidente e principais executivos desenvolvem metas globais, estratégias, políticas e objetivos da organização como parte de um processo de planejamento estratégico, monitorando também o desempenho estratégico da organização e sua direção geral no ambiente político, econômico e competitivo dos negócios.
Administração Tática: Executada por equipes auto-dirigidas e gerentes de unidades de negócios, desenvolvem planos de curto e médio prazo, programações, orçamentos e especificam as políticas, procedimentos e objetivos de negócios para as subunidades da organização. Também distribuem recursos e monitoram o desempenho de suas subunidades, como departamentos, divisões, equipes de processo e outros grupos de trabalho.
Administração Operacional: Os membros das equipes autodirigidas ou gerentes de operação desenvolvem planos de curto prazo como os programas de produção semanal, bem como o uso dos recursos e o desempenho das tarefas de acordo com procedimentos e dentro dos orçamentos e programações que eles definem para suas equipes. (O’BRIEN, 2001).
Para o autor, as decisões tomadas no nível operacional tendem a ser mais estruturadas
e envolvem situações em que os procedimentos a serem seguidos, quando é necessária uma
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decisão, podem ser especificados de antemão, como o reabastecimento de estoque, exemplo
típico enfrentado pela maioria das empresas.
As decisões tomadas no nível tático tendem a ser semiestruturadas e no nível da
administração estratégica tendem a ser não-estruturadas, pois envolvem situações de decisão
nas quais não é possível especificar de antemão a maioria dos procedimentos a serem
seguidos. Stair (1996) cita que nos problemas semiestruturados ou não estruturados, os
relacionamentos entre os dados nem sempre são claros, podendo estar em diversos formatos
ou até mesmo difíceis de manipular. Como exemplo deste tipo de decisão, o autor cita a
escolha de um local para uma nova unidade de fabricação, que pode envolver numerosos
fatores, inclusive a mão-de-obra disponível, condições econômicas, clima político, dentre
outros.
Seguindo a mesma linha de pensamento, O’Brien (2001) afirma que os sistemas de
informação devem ser projetados para produzir uma multiplicidade de produtos de
informação para atender as necessidades variáveis dos tomadores de decisão na organização.
Portanto, para fornecer informações e apoio para todos os níveis da tomada de decisão
gerencial são aplicados os principais tipos de sistemas de informação, como sistema de
informação gerencial, sistema de apoio à decisão e sistemas de informação executiva.
2.3 Enterprise Resource Planning (ERP)
Ao longo do tempo os sistemas de informação evoluíram com o propósito de construir
um sistema integrado, incluindo todos os processos organizacionais, constituindo módulos
padronizados, customizados para as necessidades de cada organização e integrados entre si.
Esta ideia de integração deu origem aos ERPs.
Rosini (2012) afirma que, tecnicamente, um ERP é uma evolução de Materials
Resource Planning (MRP), um sistema integrado de fábrica, mas que além de integrar os
sistemas de escritório, integra todos os processos dos setores da empresa, como suprimentos,
vendas, finanças, contabilidade e recursos humanos. Assim, para que ocorra uma implantação
bem sucedida de um ERP, é necessário que a estrutura da empresa e os processos de negócio
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estejam alinhados de acordo com o modelo do segmento de mercado, o que possibilitará a
customização do software às necessidades do negócio.
Rosini (2012) afirma que a principal razão que impulsiona o avanço de sistemas ERP,
em comparação a sistemas proprietários nas empresas está no fato de que continuamente
surgem necessidades de adaptações, podendo tornar um software proprietário obsoleto. Além
disso, benefícios como a integração de funções e dados, o aumento de integração com clientes
por meio de ferramentas específicas de Customer Relationship Manager (CRM), aumento de
vendas e diminuição de custos têm levado empresas a implantarem softwares ERP.
Diante dos conceitos expostos neste capítulo, a grande maioria dos autores classifica
os sistemas de informação de acordo com suas características e, principalmente, conforme o
tipo de informação que se está trabalhando. Para atender os diversos níveis gerenciais de alto
escalão das organizações, são desenvolvidos os Sistemas de Informações Gerenciais, que
consolidam os dados e emitem relatórios sintéticos e objetivos. Os Sistemas de Apoio a
Decisão, por sua vez, atendem o nível estratégico das organizações auxiliando a direção na
tomada de decisão, com base nas informações geradas pelos outros sistemas.
Por fim, os softwares ERP são sistemas mais genéricos, desenvolvidos para integrarem
todos os processos da organização, de forma que se constituem em módulos padronizados, e
podem ser customizados de acordo com a realidade de cada uma das empresas, atendendo a
empresa como um todo.
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3 ESTUDO DE CASO
O estudo de caso deste trabalho faz referência ao uso de dispositivos móveis como
ferramenta de auxílio às empresas para a coleta de informações em campo. Neste capítulo são
descritos um breve histórico da Companhia Minuano de Alimentos, uma indústria com sede
na cidade de Lajeado/RS, as metodologias aplicadas ao manejo de aves, a forma como é
efetuado o acompanhamento técnico e a dificuldade em manter as informações sobre os
indicadores de produtividade atualizadas no ERP da empresa.
3.1 Histórico da empresa
Fundada no ano de 1946, na cidade de Lajeado/RS pelo Sr. Norberto Jaeger,
inicialmente no ramo de tipografia e embalagens de papel, a empresa Minuano deu início às
atividades na área da avicultura em 1955 com a produção de ovos férteis e pintos de um dia.
Em 1971, implantou o sistema integrado de criação de frangos e iniciou a produção e
comercialização de frangos abatidos. Passados cinco anos (1976), começou a exportação de
carne de frango ao Oriente Médio, impulsionando a empresa e expandindo o comércio ao
Mercado Internacional, conquistando em 1983 o mercado europeu. No ano seguinte, a
empresa abriu seu capital, e trocou sua razão social para Companhia Minuano de Alimentos,
passando a ter suas ações negociadas nas bolsas de valores. Em dezembro de 2003, firmou
uma parceria com a Sadia (atual Brasil Foods - BRF) para prestação de serviços de abate e
processamento de frangos na unidade do Bairro Moinhos, em Lajeado.
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Atualmente a Companhia Minuano de Alimentos mantém nove filiais, entre unidades
de administração, indústria e granjas, localizadas nas cidades de Lajeado, Arroio do Meio,
Estrela, Cruzeiro do Sul, Bom Retiro do Sul e Passo Fundo.
O abatedouro de aves, localizado no bairro Bom Recreio, em Passo Fundo, tem
capacidade para abate de até 100 mil aves/dia e conta com a colaboração de cerca de 300
funcionários, escalados em dois turnos de trabalho. Nesta unidade, que está habilitada para
exportação à Europa e MERCOSUL, são produzidos frangos inteiros e cortes de frango para o
mercado interno e externo.
3.2 Manejo e alojamento de aves
Atualmente, cerca de 180 produtores de frango, distribuídos por diversas cidades da
região noroeste e centro-leste do Estado, são responsáveis por fornecer a matéria-prima para a
unidade de Passo Fundo no sistema integrado. Neste sistema, a empresa compra os pintos e
entrega aos criadores, que por sua vez engordam as aves durante um período de 33 dias, para
frango de até 1550 gramas, e 42 dias, para frango de até 2550 gramas. Por fim, os frangos são
transportados para o frigorífico, onde são abatidos e industrializados.
Os lotes de aves são entregues aos criadores e alojados de forma cíclica em seus
galpões, ou seja, o criador pode estar com os aviários em estado vazio, ou alojado ou então
em estado de carregamento. Os possíveis estados dos galpões são ilustrados na Figura 4.
Figura 4 – Fluxograma de estado dos galpões
Fonte: elaborado pelo autor.
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No momento em que os galpões estão em estado vazio, os criadores precisam preparar
o ambiente para receber um novo lote de aves, sendo necessário o acompanhamento periódico
de um técnico da empresa para que os procedimentos como a limpeza e desinfecção dos
aviários sejam aplicados corretamente, de acordo com as recomendações técnicas e sanitárias.
Nestas visitas técnicas são avaliadas as condições das instalações, bem como o estado dos
equipamentos, dentre eles bebedouros, ventiladores, nebulizadores e sistema de aquecimento.
Enquanto o criador está com os galpões em estado de alojamento, o acompanhamento
técnico precisa ser mais rigoroso a fim de garantir uma padronização dos lotes de frango e a
qualidade dos produtos. Neste caso, as visitas técnicas são realizadas semanalmente, quando o
técnico avalia não só as instalações, mas também o desempenho do lote, levando em
consideração o índice de mortalidade, o consumo de ração e água, temperatura ambiente,
além do peso médio das aves, efetuado por amostragem em locais estratégicos do galpão.
Como já comentado, para efeito de simplificação, estas informações serão tratadas neste
trabalho como indicadores de produtividade.
Os indicadores de produtividade, conforme descrito na seção Tema e Definição do
Problema, são lançados em planilhas impressas para posterior digitação no ERP Agrosys,
utilizado pela empresa para manter as informações referentes à criação das aves e
programação do abate.
Por fim, no estado de carregamento, as aves são carregadas em caixas e transportadas
por caminhões até o frigorífico, onde são abatidas sob a supervisão do Serviço de Inspeção
Federal (SIF) e em seguida industrializadas.
3.3 Cenário tecnológico atual
Atualmente, a empresa armazena todas as informações referentes aos lotes de aves no
ERP Agrosys. Neste software de interface WEB é efetuado o plano de alojamento das aves, a
programação do abate, a ficha semanal dos lotes, com checklists, informações sobre a
evolução dos lotes e todo armazenamento de informações técnicas, como aplicação de vacinas
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e medicamentos. O sistema ainda permite uma série de consultas e relatórios para gestão do
negócio, tais como acerto de contas e desempenho dos criadores.
Através da importação de notas fiscais enviadas em formato XML pelo ERP TOTVS
Datasul 11.5.3, é possível fazer o controle de consumo de ração de cada lote, utilizado para
fazer o cálculo, juntamente com outras variáveis, do custo do quilo de frango produzido.
3.4 Soluções de aplicativos comerciais
Com o advento dos smartphones e tablets, diversas empresas que desenvolvem
software para o agronegócio estão migrando suas aplicações para plataforma mobile ou
utilizando este novo recurso para facilitar algumas tarefas.
Através de pesquisas realizadas na Internet, foram localizadas pelo menos duas
empresas que desenvolvem softwares voltados para a área de avicultura e aplicam o uso de
dispositivos móveis na coleta de informações a campo. A Methos Tecnologia da Informação,
empresa localizada em Caixas do Sul, RS, que desenvolve o aplicativo Censor Aves, e a
Agrosys, situada em Criciúma, SC, que desenvolve um ERP totalmente voltado para a gestão
do agronegócio e possui um módulo denominado Integração e Fomento de Aves, no qual
pode ser utilizado um aplicativo, vendido separadamente, chamado Aviário Systems.
Em contato com as empresas desenvolvedoras destas soluções, foi solicitado material
para análise das características de cada aplicação, voltando o foco para o aplicativo mobile,
porém, a resposta obtida tanto da Censor Aves, quanto da Agrosys foi sucinta e breve,
limitando esta análise a interface WEB.
O software Censor Aves é voltado para três ramos da avicultura: Postura Comercial,
Matrizes e Frango de Corte. No módulo de Frango de Corte, o aplicativo para dispositivos
móveis pode ser utilizado tanto pelos técnicos de campo, quanto pelo próprio produtor.
No aplicativo mobile o produtor coleta as informações da semana, insere no
smartphone, transmite para o integrador e recebe de volta informações referentes aos seus
lotes, além de orientações técnicas. Para os produtores que possuem acesso à Internet, ainda é
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disponibilizado um acesso ao Portal do Produtor, pelo qual é possível visualizar todas as
informações dos lotes anteriores.
O técnico insere os dados em um tablet, transmite as informações ao integrador e
recebe informações sobre seus produtores quando estiver conectado. Já em modo off-line, o
técnico visualiza as informações de seus produtores em planilha. Os gestores do integrador
recebem os dados do produtor e do técnico e visualizam o integral de todas as informações.
Figura 5 – Aplicativo Censor Aves
Fonte: Methos Tecnologia da Informação.
Na Figura 5, que ilustra a tela de cadastro e manutenção do lote no aplicativo Web da
empresa Methos, é possível visualizar os principais campos onde são lançados os dados de
produção do lote. Também são lançadas nesta tela informações como quantidade de aves do
lote, quantidade de aves mortas, consumo de ração e água, peso corporal e dados sobre a
temperatura do ambiente.
Através do aplicativo desenvolvido pela Agrosys, tanto o técnico de campo, quanto o
produtor, ficam sabendo das informações detalhadas sobre os lotes ativos, previsão de
remessas, movimentações, controle de vacinas e medicamentos, além dos resultados obtidos
em lotes anteriores para comparação com o lote atual.
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É possível ainda controlar a ficha de produção diária/semanal, exemplo Web que pode
ser visualizado na Figura 6, incluindo controle de mortalidade, consumo de ração, pesagens e
variáveis de ambiente, como temperatura e umidade, controlar as visitas técnicas, bem como
registrar os gastos envolvidos com deslocamento e alimentação.
Figura 6 – Aplicativo Agrosys
Fonte: Agrosys
Desta forma, as duas aplicações resolvem a questão da coleta dos indicadores de
produtividade, cada uma com suas ressalvas e diferenças. Analisando a Tabela 1, é possível
afirmar que software da Agrosys é mais completo que o concorrente, contando inclusive com
integração com o ERP da Agrosys.
Tabela 1 – Comparativo de características Censor Aves X Agrosys
Característica Censor Aves Agrosys Acesso portal WEB para o Agricultor X
Modo de trabalho off-line X X Integração com ERP Agrosys X Ficha de produção semanal X X
Gastos com deslocamento do técnico X Auditoria do lote X
Controle de vacinas X X Histórico de lotes X X
Mobile X X Fonte: elaborado pelo autor.
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Por outro lado, optando por uma solução comercial como no caso da Agrosys, o
desenvolvimento de relatórios customizados fica condicionado a novos custos, visto que a
empresa desenvolvedora detém o código fonte do produto.
Com a implantação da solução proposta neste trabalho, tem-se uma solução para o
problema de forma pontual e customizada de acordo com as necessidades da empresa,
diminuindo custos com licenciamento de software, já que as aplicações foram desenvolvidas
com ferramentas em código aberto. Desta forma, novas demandas como relatórios e
consultas, podem ser desenvolvidas internamente a baixo custo.
O importante é que, se adotada uma tecnologia parecida com as citadas e houver
conexão com a Internet disponível, a informação do processo pode ocorrer em tempo real e
esta sincronia de dados constante será uma fonte para alcançar melhores indicadores de
produtividade.
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4 TECNOLOGIAS
A interface Web da solução proposta neste trabalho foi desenvolvida com a utilização
de linguagens de programação como a HyperText Markup Language (HTML), Extensible
HyperText Markup Language (XHTML), Extensible Markup Language (XML), Java Server
Pages (JSP) e JavaScript (js), e utiliza serviços como gerenciador de banco de dados e Web
Services para a integração com um aplicativo Android, sobre os quais são descritos breves
conceitos nesta seção.
Como ferramentas de apoio, foram utilizados frameworks baseados na arquitetura
Model-View-Control (MVC) como o JavaServer Faces e o Prime Faces, que permite a criação
de interfaces através de um conjunto de componentes pré-definidos, e Object-Relational
Mapping (ORM) como Hibernate, facilitando o mapeamento dos atributos entre a base de
dados relacionais e o modelo objeto da aplicação, por meio de arquivos XML ou anotações
Java. Estes frameworks estão disponíveis no NetBeans 7.2, que foi utilizado como Integrated
Development Environment (IDE) padrão para desenvolvimento da interface Web.
4.1 Web Services
Segundo o World Wide Web Consortium (W3C), a principal organização de
padronização da WWW, um Web Service define-se como: um sistema de software projetado
para suportar a interoperabilidade entre as máquinas da rede.
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Web Services é uma tecnologia utilizada para integração de sistemas que permite a
comunicação entre aplicações diferentes. Os dados são transmitidos normalmente pelos
protocolos HyperText Transfer Protocol (HTTP) ou HyperText Transfer Protocol Secure
(HTTPS), transferidos no formato XML e encapsulados pelo protocolo Simple Object Access
Protocol (SOAP). Os serviços como operações, mensagens e parâmetros, são descritos
utilizando a linguagem Web Services Description Language (WSDL). O processo de
publicação/pesquisa/descoberta de Web Services utiliza o protocolo Universal Description,
Discovery and Integration (UDDI). A Figura 7 ilustra a arquitetura Web Services.
Figura 7 – Arquitetura Web Services
Fonte: W3C
Este serviço está presente na solução por meio da aplicação Glassfish 3.1, um servidor
de aplicação open source mantido pela Sun Microsystems, a fim de tornar possível a
comunicação entre o aplicativo Android e a aplicação Web, possibilitando a integração com
outros sistemas como o ERP da Agrosys, utilizado pela da empresa.
4.2 JavaServer Pages (JSP)
JavaServer Pages é uma tecnologia Java, desenvolvida pela Sun para a programação
de aplicativos Web e é considerada uma extensão da tecnologia de servlet, que por sua vez é
uma classe Java que pode ser automaticamente carregada e executada por um servidor web
especial, chamado de contentor servlet. A tecnologia JSP resolve desvantagens na tecnologia
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servlet, permitindo ao programador combinar gabaritos de dados fixos ou estáticos com
conteúdo dinâmico (KURNIAWAN, 2002).
O exemplo de código simples visto na Figura 8 consiste de tags HTML e código Java,
interligados. As tags HTML representam a parte de apresentação e o código que está entre os
sinais <% e %> produz o conteúdo.
Figura 8 – Código JSP inserido em HTML
Fonte: Kurniawan, 2002, adaptado pelo autor.
O JavaServer Pages possui internamente um servlet especial chamado page compiler.
O contentor de um servlet é configurado para encaminhar a esse compilador de página todas
as solicitações HTTP com URLs que combinam com a extensão de arquivo .jsp. Quando uma
página é chamada, o compilador analisa e compila a página jsp em uma classe servlet. Se a
compilação ocorrer com sucesso, a página é armazenada na memória. Assim, nas próximas
chamadas, a página já está na memória, sendo necessário apenas conferir se há atualizações
comparando o carimbo de horário no servlet jsp com a página jsp. A fim de evitar a lentidão
na resposta às requisições dos primeiros clientes, o JSP dispõe de um mecanismo que permite
às páginas .jsp serem pré-compiladas antes de qualquer requisição (KURNIAWAN, 2002).
O uso de JSP em aplicativos web oferece muitos benefícios, pois além de ser uma
tecnologia baseada em Java, ela se aproveita das vantagens desta linguagem por ser
totalmente orientada a objetos, herança, encapsulamento, tratamento de exceções e
gerenciamento de memória automática, produzindo um código mais robusto e flexível.
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4.3 Banco de Dados
Como Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGDB) para a aplicação Web, foi
utilizado o PostgreSQL 9.1, um projeto desenvolvido em código aberto, mantido atualmente
pela PostgreSQL Global Development Group, que suporta grande parte do padrão de
linguagens Structured Query Language (SQL) e oferece funcionalidades modernas como
comandos complexos, chaves estrangeiras, gatilhos, visões integridade transacional e controle
de simultaneidade multiversão (POSTGRESQL, 2012).
O PostgreSQL é altamente escalável, tanto na quantidade enorme de dados que pode
gerenciar, quanto no número de usuários concorrentes que pode acomodar. Além deste
excelente gerenciador de banco de dados ser gratuito, foi o mais utilizado na instituição, no
decorrer do curso de Engenharia da Computação, portanto, mais conhecido que os demais.
No que tange o projeto do aplicativo para Android, esta plataforma operacional traz
suporte nativo para o SQLite, uma pequena biblioteca desenvolvida em linguagem C, que
implementa um banco de dados SQL embutido. Assim, programas que utilizam esta
biblioteca podem ter acesso a bancos SQL sem executar um processo gerenciador de banco de
dados separado, pois o SQLite lê e escreve diretamente no arquivo de dados no disco
(SQLITE, 2012).
O uso da biblioteca SQLite é recomendado onde a simplicidade da administração,
implementação e manutenção, são mais importantes que a disponibilidade de inúmeros
recursos de SGDB, como por exemplo, em aplicativos para celulares.
4.4 Sistema operacional Android
De acordo com Lecheta (2010), o sistema operacional Android, atualmente
desenvolvido pelo Google em conjunto com a Open Handset Alliance, formada pelos
principais fabricantes de dispositivos móveis como a HTC, Sony, Motorola, Samsung
Eletronics e LG Eletronics, tem por base um kernel em Linux 2.6, e foi projetado
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principalmente para dispositivos móveis, como smartphones, computadores e tablets. Esta
plataforma de desenvolvimento tem código aberto (open-source) e possui uma grande
comunidade de desenvolvedores de aplicativos, que estendem a funcionalidade dos
dispositivos.
A Figura 9 ilustra uma visão simplificada das camadas da plataforma Android, bem
como os principais componentes. A área em vermelho representa o sistema operacional
básico, ou seja, o kernel Linux, responsável pela abstração de todo hardware para o Android,
gerenciando a memória, processos, rede e serviços do sistema operacional.
Figura 9 – Camadas da plataforma Android
Fonte: Android, 2012.
A área em verde é a que mantém as bibliotecas nativas do sistema Android. Estas
bibliotecas compartilhadas são escritas em C ou C++ e compiladas para a arquitetura de
hardware específica utilizada pelo dispositivo e pré-instalado pelo fabricante.
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Algumas bibliotecas importantes são:
• Surface Manager: Gerenciador de janelas similar ao Vista, porém bem mais
simplificado;
• Gráficos 2D e 3D: Elementos bi e tri-dimensionais que podem ser combinados
para utilização em aparelhos que não disponham de hardware 3D;
• Codecs de Mídia: Pode se reproduzir ou gravar áudio e vídeo em vários
formatos incluindo MP3, H.263 e MPEG-4;
• Banco de dados SQL: Inclui o banco de dados SQLite, conforme comentado
anteriormente, com motor mais leve, o mesmo utilizado pelo Apple iPhone;
• Browser Engine: Para exibição de conteúdo HTML, o Android usa a biblioteca
WebKit, mesmo motor utilizado pelo Google Chrome, no navegador Safari da
Apple e no iPhone;
Nesta mesma camada está o Android Runtime, que inclui a máquina virtual Dalvik,
uma implementação do Google de Java otimizado para dispositivos móveis, onde são
executados todos os códigos em Java escritos para aplicativos e as principais bibliotecas Java.
Acima das bibliotecas nativas está a Application Framework, que fornece os blocos de
alto nível para a construção de aplicações. Este framework vem pré-instalado com o Android,
porém seus componentes podem ser estendidos, conforme necessário. Suas partes mais
importantes são:
• Activity manager: controla o ciclo de vida das aplicações e mantém uma
backstack, comum para a navegação do usuário;
• Content Providers: objetos que encapsulam dados que precisam ser
compartilhados entre as aplicações;
• Resource manager: gerenciador de recursos;
• Location manager: fornece acesso as informações de localização como GPS;
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• Notification manager: eventos como mensagens que chegam, alertas de
proximidade, dentre outros, podem ser exibidos de forma discreta ao usuário.
A última camada é a Aplications e Widgets, também representada na Figura 8 pela cor
azul, é a camada de aplicativos e widgets, sendo a única camada que os usuários finais irão
visualizar.
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5 MODELAGEM DOS APLICATIVOS
Tomando por base o que foi descrito no Capítulo 2 sobre Sistemas de Apoio a Decisão
e Sistemas de Informação Gerencial, é de suma importância que as informações relevantes
estejam disponíveis em tempo hábil aos níveis da Administração Operacional, Tática e
Estratégica para que as decisões sejam tomadas da forma mais adequada possível. No caso da
produção avícola, é fundamental que ocorra o acompanhamento técnico junto à granja de
produção para que, ao final do período de alojamento do lote de frango, o resultado esperado
seja atingido.
Com o modelo de arquitetura cliente-servidor, que tem como maior vantagem sua
arquitetura distribuída, conforme Sommerville (2007), a solução foi desenvolvida em três
partes básicas, sendo: o aplicativo MinuAvesMobile, responsável pela coleta dos dados; o
portal MinuAvesWeb, através do qual o supervisor de Nível Operacional poderá extrair
informações importantes sobre o desempenho dos lotes; e o MinuAvesWS, uma interface
baseada em Web Service que faz a comunicação entre as duas aplicações.
Desta forma, o desenvolvimento dos aplicativos seguiu as seguintes etapas:
1. Desenvolvimento da aplicação MinuAvesWeb;
2. Desenvolvimento do aplicativo MinuAvesMobile;
3. Desenvolvimento do aplicativo MinuAvesWS e integrações WEB-Mobile;
4. Validação e análise do funcionamento das aplicações junto aos usuários;
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Na Figura 10 é possível visualizar o modelo de arquitetura cliente-servidor e a forma
com que o Web Services integra as ferramentas, disponibilizando acesso ao aplicativo
Android por meio de requisições HTTP e devolvendo objetos em formato JavaScript Object
Notation (JSON).
Figura 10 – Cliente-servidor com integração entre as aplicações
Fonte: elaborado pelo autor.
Uma das funções do Servidor WEB ilustrado na Figura 10, além de disponibilizar a
interface de acesso WEB, é manter os cadastros básicos, abstraindo a integração com ERP da
Agrosys, utilizado pela empresa conforme descrito na seção Manejo e Alojamento de Aves.
5.1 Modelagem da aplicação MinuAvesWEB
Na primeira etapa do projeto foi desenvolvida a interface WEB, utilizada
principalmente pelos supervisores dos técnicos de campo, a fim de acompanhar o andamento
das visitas aos integrados e efetuar cadastros básicos relativos aos produtores, galpões,
técnicos, dentre outros. Esporadicamente, os técnicos podem utilizar esta interface para lançar
suas visitas, nos casos em que não for possível o uso de um dispositivo móvel.
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5.1.1 Requisitos do sistema MinuAvesWeb
Conforme Carvalho (2001), a extração de requisitos é o processo de transformação das
ideias que estão na mente dos usuários em um documento formal. O resultado desta extração
de requisitos descreve o que o produto a ser desenvolvido deverá fazer, sem descrever como
deve ser feito. A autora descreve alguns procedimentos genéricos que foram adotados na
extração e análise de requisitos como: perguntar, observar e inferir, discutir e formular e ainda
descreve técnicas como a entrevista e a prototipagem.
Seguindo estes procedimentos, primeiramente foi entrevistado o gerente de granjas,
questionando as necessidades do ponto de vista gerencial, em visualizar as informações sobre
os lotes de aves alojados. Em outra oportunidade foi entrevistado o supervisor dos técnicos,
com perguntas sobre a parte técnica e prática referente às visitas efetuadas pelos técnicos. Nas
duas entrevistas, foi citada como necessidade uma forma de visualizar facilmente a
quantidade de visitas realizadas com relação às visitas agendadas pelos técnicos. Também foi
considerado importante, poder visualizar graficamente o desenvolvimento dos lotes alojados,
possibilitando consultar relatórios de peso, mortalidade e conversão alimentar.
Na Tabela 2 são relacionados os requisitos funcionais levantados por meio das
entrevistas, junto aos técnicos e o gerente de granjas da empresa, classificados de acordo com
seu nível de prioridade.
Tabela 2 – Requisitos Funcionais da aplicação MinuAvesWEB
Nº Descrição do requisito Prioridade RF01 Manter cadastros de todas as tabelas. Alta RF02 Manter indicadores de produtividade dos lotes. Alta RF03 Manter movimento de alojamentos. Alta RF04 Manter agenda de visitas técnicas. Alta RF05 Manter avaliação dos alojamentos. Alta RF06 Enviar por e-mail agenda de visita técnica. Baixa RF07 Emitir relatório de lotes alojados. Baixa RF08 Emitir relatório de histórico de desempenho do produtor. Média RF09 Emitir relatórios gráficos de indicadores de produtividade. Alta RF10 Emitir relatório gráfico do andamento das visitas técnicas. Alta RF11 Gerar arquivo para integração com ERP da empresa. Alta RF12 Registrar posição GPS no momento da visita técnica. Baixa RF13 Identificar e validar de campos obrigatórios. Média
Fonte: elaborado pelo autor.
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Os requisitos não-funcionais listados na Tabela 3 estão relacionados com propriedades
do sistema, como confiabilidade, tempo de resposta, espaço de armazenamento e ajudam a
garantir a integridade e disponibilidade dos dados.
Tabela 3 – Requisitos Não-Funcionais da aplicação MinuAvesWEB
Nº Descrição do requisito Prioridade RNF01 Manter compatibilidade com os principais navegadores. Alta RNF02 Sistema gerenciador de banco de dados PostgreSQL. Alta RNF03 Utilizar linguagens de programação HTML, tecnologias JSP e JSF. Alta RNF04 Disponibilizar interface de integração entre as ferramentas. Alta RNF05 Dimensionar o armazenamento de informações de acordo com o banco
de dados utilizado em cada aplicação. Alta
RNF06 O serviço web deve permitir no mínimo 10 conexões simultâneas. Alta Fonte: elaborado pelo autor.
5.1.2 Casos de Uso MinuAvesWEB
O diagrama de casos de uso modelado na Figura 11 identifica as expectativas e as
necessidades que os usuários têm com relação ao sistema, ilustrando de modo simples e
objetivo a visão externa do sistema e suas interações com o mundo exterior.
Figura 11 – Casos de uso da aplicação MinuAvesWeb
Fonte: elaborado pelo autor.
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5.1.3 Modelo Físico do banco de dados MinuAvesWEB
O modelo físico do banco de dados, que pode ser visualizado na Figura 12, mostra as
entidades, seus atributos e os relacionamentos envolvidos na especificação da aplicação WEB.
Figura 12 – Modelo físico do banco de dados da aplicação MinuAvesWeb
Fonte: elaborado pelo autor.
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Dentre as tabelas, é conveniente esclarecer a função e os relacionamentos das mais
importantes para esta aplicação:
• Tabela Produtor: tabela em que serão armazenados os dados referentes aos
produtores (integrados). Possui relacionamento 1 para N com a tabela Aviario,
pois cada produtor pode ter vários aviários em uso. Alguns campos importantes
são: Id (chave primária), NomProd e CpfProd;
• Tabela Aviario: Responsável por armazenar individualmente cada aviário que
os produtores possuem. Esta tabela possui um relacionamento 1 para N com a
tabela Lote. Alguns campos importantes são: Id (chave primária), CodSit
(chave estrangeira), CodProd (chave estrangeira) e Area;
• Tabela Alojamento: Responsável por armazenar dados como data do
alojamento, data de previsão de abate e informações referentes às condições da
estrutura. Esta tabela possui um relacionamento 1 para N com a tabela
Movimento, pois cada Alojamento pode possuir vários movimentos;
• Tabela Movimento: Tabela mais importante da aplicação, onde serão
armazenados os dados referentes aos indicadores de produtividade. Sempre que
houver uma visita técnica e forem coletados os dados de indicadores de
produtividade, esta tabela será movimentada;
• Tabela AvaliacaoAloj: Responsável por armazenar os dados das Avaliações de
cada Alojamento. Possui relacionamento 1 para N com a tabela Alojamento
pois a cada ciclo de produção, são efetuadas novas avaliações;
5.2 Modelagem da aplicação MinuAvesMobile
Na segunda etapa do projeto, foi desenvolvido o aplicativo Android para dispositivos
móveis. Utilizando estes dispositivos, os técnicos ou veterinários efetuam a coleta das
informações da produção avícola nas granjas e enviam os dados para integração com
aplicação Web quando houver disponibilidade de acesso à Internet, seja ela via wireless ou
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utilizando tecnologia celular de terceira geração (3G), permitindo aos gestores o acesso à
informação em tempo real.
O usuário da aplicação para dispositivos móveis pode consultar informações relativas
aos lotes anteriores, agendar as visitas técnicas aos integrados e armazenar a coleta de
informações. O aplicativo mobile utilizado pelos técnicos de campo tem suas funções
reduzidas, se comparada à aplicação WEB, pois o principal objetivo é a coleta das
informações de indicadores de produtividade.
5.2.1 Requisitos do sistema MinuAvesMobile
Os requisitos funcionais listados na Tabela 4 são importantes para que a coleta dos
dados seja efetuada de forma simples, eficiente e confiável. Requisitos como abortar
atualizações nos casos em que a bateria acabar, garantem, por exemplo, a integridade dos
dados.
Tabela 4 – Requisitos Funcionais da aplicação MinuAvesMobile
Nº Descrição do requisito Prioridade RF01 Manter agenda de visitas técnicas. Alta RF02 Registrar posição geográfica (Global Positioning System
- GPS). Média
RF03 Manter indicadores de produtividade dos lotes. Alta RF04 Registrar condições do alojamento. Média RF05 Emitir relatórios de indicadores de produtividade. Baixa RF06 Permitir verificar atualizações de cadastros quando
estiver conectado. Alta
RF07 Identificar e validar campos obrigatórios. Alta RF08 Abortar atualizações nos casos em que a bateria acabar. Alta RF09 Sinalizar o usuário quando uma atualização não for
concluída. Alta
RF10 Exportação de relatórios para formatos XLS, PDF, CSV Baixa Fonte: elaborado pelo autor.
Na tabela 5, são listados os requisitos não-funcionais para a aplicação móvel, que
ajudam a garantir a integridade do sistema.
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Tabela 5 – Requisitos Não-Funcionais da aplicação MinuAvesMobile
Nº Descrição do requisito Prioridade RNF01 Manter compatibilidade com sistemas Android 2.3 ou superiores. Alta RNF02 Utilizar banco de dados SQLite. Alta RNF03 Dimensionar o armazenamento de informações de acordo com o banco
de dados utilizado na aplicação. Alta
RNF04 Salvar dados se acabar a bateria do equipamento durante uma tarefa. Baixa RNF05 O tempo de resposta nos dispositivos móveis, não deve ultrapassar 20 s. Média RNF06 O usuário deverá ser capaz de concluir uma tarefa com no máximo
quatro toques na tela do dispositivo. Média
RNF07 Sistema operacional Android 2.3, tela touchscreen de 3”, cartão de memória 2GB e processador de 832MHz.
Média
Fonte: elaborado pelo autor.
5.2.2 Casos de Uso MinuAvesMobile
Da mesma forma que na modelagem da aplicação WEB, o diagrama de casos de uso
ilustrado na Figura 13 é muito importante na modelagem da aplicação móvel, pois através
dele é possível visualizar as tarefas que deverão ser contempladas no aplicativo.
Figura 13 – Casos de uso da aplicação MinuAvesMobile
Fonte: elaborado pelo autor.
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5.2.3 Modelo Físico do banco de dados MinuAvesMobile
De acordo com o proposto, o aplicativo para Android será utilizado para a coleta de
dados nas granjas dos produtores integrados. Sendo assim, pelo menos os dados referentes aos
produtores, aviário, alojamento e movimento, precisarão estar presentes no banco de dados.
Figura 14 – Modelo físico do banco de dados para aplicação MinuAvesMobile.
Fonte: elaborado pelo autor.
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6 DESENVOLVIMENTO
Neste Capítulo são abordados os tópicos relativos à implementação dos aplicativos, de
acordo com o que foi modelado no Capítulo 5, porém dando maior ênfase às visitas técnicas,
registrando informações de agenda de visitas e indicadores de produtividade, dentre os quais,
temperatura, leitura da água, quantidade de cloro, aves mortas, eliminadas e peso médio.
A primeira seção descreve o desenvolvimento da aplicação WEB, denominada
MinuAvesWeb e as tarefas que podem ser executadas nesta interface, bem como a forma em
que são visualizados os dados coletados. A seção seguinte traz a especificação do Web Service
MinuAvesWS, responsável por prover a integração entre as aplicações. Na terceira seção
estão descritas as atividades do aplicativo Android denominado MinuAvesMobile, como é
efetuado o registro das informações e a sincronia dos dados com o servidor. Por fim, o ponto
de vista de um gestor da área da produção de aves da Companhia Minuano de Alimentos, com
relação ao uso dos aplicativos desenvolvidos.
6.1 Desenvolvimento da aplicação MinuAvesWeb
No Capítulo 4 foram vistos conceitos sobre Hibernate, PostgreSQL, Java, JSP e
HTML. Estas tecnologias foram utilizadas, juntamente com uma suite de componentes Java
Server Faces chamado PrimeFaces, na versão 3.4 RC1, para o desenvolvimento da interface
da aplicação WEB.
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Seguindo a arquitetura MVC, o projeto foi separado em pacotes, de acordo com a
Figura 15, onde é possível observar a divisão do sistema em agrupamentos lógicos e uma
relação de dependência entre eles.
Figura 15 – Diagrama de pacotes MinuAvesWeb
Fonte: elaborado pelo autor.
Esta divisão em agrupamentos lógicos é explicada na Tabela 6.
Tabela 6 – Pacotes da aplicação MinuAvesWeb
Nome do pacote Função Classe exemplo
br.com.minuaves.model Conter as classes de modelo dos objetos e seus relacionamentos.
Estado.java Estado.hbm.xml
br.com.minuaves.control Conter as classes responsáveis pelas sessões do Hibernate e
controle direto ao banco de dados. ObjetoDAOImp.java
br.com.minuaves.managedBeans Conter as classes de controle entre as camadas de Visão e de Modelo. EstadoMB.java
WEB Conter os arquivos XHTML, que são responsáveis pela exibição do
conteúdo. Estado.xhtml
Fonte: elaborado pelo autor.
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A suite PrimeFaces possui mais de cem componentes JSF que podem ser utilizados
para customizar um aplicativo WEB, como barras de menus de tarefas, botões de ações com
ícones personalizáveis, grades para listagem de dados com filtros, botões de paginação ou
componentes com validação de campos obrigatórios.
Na Figura 16 é possível visualizar alguns destes componentes, como o dialog
“Adicionar Produtor“ e o selectOneMenu (combobox) do campo “UF”. A grade que exibe os
dados do cadastro dos produtores possui os botões de avanço, retrocesso e paginação em seu
cabeçalho e rodapé. Ao final da linha de cada registro de dados, são exibidos os ícones de
ação, como editar, representado pelo ícone de um lápis e excluir, representado por um ícone
de lixeira.
Figura 16 – Tela Manutenção de Produtor MinuAvesWeb
Fonte: elaborado pelo autor.
Visto que não foi desenvolvida a integração entre o sistema ERP da empresa e a
aplicação WEB, nesta tela são efetuados os cadastros dos produtores, enquadrando-os em
regiões, de acordo com sua localização geográfica. Conforme a região é determinado também
um responsável para fazer o acompanhamento técnico. Nesta tela é possível, ainda, classificar
o produtor em um tipo de situação, como Ativo, Inativo e Suspenso, de acordo com as
políticas da empresa.
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O mesmo layout de tela é mantido para o restante dos cadastros, como Estado, Cidade,
Insumos, Região, Situação, Técnico e Aviário.
A Figura 17 ilustra a tarefa “Incluir Plano de Alojamento”, onde são listados somente
os produtores que possuem aviários na situação “Livre”, ou seja, que podem alojar aves
naquele período.
Figura 17 – Tela Incluir Planejamento MinuAvesWeb
Fonte: elaborado pelo autor.
Nesta tela, o supervisor técnico distribui as aves a serem alojadas de acordo com os
aviários disponíveis, especificando a linhagem das aves, a quantidade e sexo alojado, bem
como a data do alojamento e a previsão de abate. O item situação faz referência ao estado em
que o alojamento pode estar: Em alojamento, Em carregamento ou em Desinfecção.
No que tange os objetivos deste trabalho, na Figura 18 é possível observar a tela em
que é efetuado o lançamento dos Indicadores de Produtividade. Com base nestes dados são
gerados os gráficos de “Peso médio do Lote x Standard” e “Mortalidade do Lote x Standard”,
gráficos estes que refletem a evolução do lote.
Ao selecionar um produtor com alojamentos disponíveis, os dados de Alojamento,
Aviário e Produtor são preenchidos automaticamente. Na sequência, devem ser inseridos os
dados: data da visita, aves eliminadas, aves mortas, temperatura, leitura da água, cloro,
horário de ligar e desligar a luz, e o peso médio.
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Figura 18 – Tela Indicadores de Produtividade MinuAvesWeb
Fonte: elaborado pelo autor.
No decorrer do crescimento do lote, conforme são realizadas as visitas técnicas e
coletadas as informações referentes aos lotes, é possível exibir gráficos como o de “Peso
Médio do Lote X Standard”, ilustrado na Figura 19.
Figura 19 – Gráfico Peso Médio do Lote X Standard
Fonte: elaborado pelo autor.
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O gráfico da Figura 19 foi plotado a partir de uma série de dados, onde o eixo X
representa as datas em que foram realizadas as visitas ao produtor e o eixo Y representa o
peso médio do lote nestas datas. Em uma análise rápida, percebe-se que o lote de aves esteve
fora do limite padrão de peso durante pelo menos três semanas, porém, ao adequar o manejo
técnico, foi possível atingir o peso médio padrão na quinta semana.
Da mesma forma, a aplicação permite exibir as informações referentes à mortalidade
através da consulta “Mortalidade do Lote x Standard”, ilustrada na Figura 20.
Figura 20 – Gráfico Mortalidade do Lote X Standard
Fonte: elaborado pelo autor.
Para exibir este gráfico, é efetuada uma consulta nos campos QuantMort e QuantElim
da tabela Movimento do banco de dados, exibindo o resultado juntamente com os valores de
mortalidade padrão. O eixo X novamente representa a data em que foram registrados os dados
e o eixo Y representa a quantidade de aves mortas naquela semana.
Ao visualizar o gráfico da Figura 20, constata-se que o produtor teve altos índices de
mortalidade neste lote, principalmente aves eliminadas, ultrapassando a mortalidade admitida
como padrão na empresa.
Através da interface WEB, o supervisor pode consultar gráficos que representam o
andamento das visitas aos produtores, de acordo com as agendas registradas através do
aplicativo Android, acompanhando assim o desempenho dos técnicos em campo.
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O gráfico “Visitas Realizadas X Visitas Não Realizadas”, exibida na Figura 21, é
composto por dados extraídos da tabela Visita, onde são consultados os registros do período
selecionado em que o campo datvisita é diferente de nulo, ou seja, quando existe uma data
gravada neste campo é porque houve uma visita realizada, caso contrário é acrescido o
número de Visitas Não Realizadas.
Figura 21 – Gráfico Visitas Realizadas X Visitas Não realizadas
Fonte: elaborado pelo autor.
6.2 Desenvolvimento da aplicação MinuAvesWS
Para melhor entendimento sobre como ocorre a sincronia de dados entre o aplicativo
Android e a aplicação WEB, esta seção foi disposta antes da seção Desenvolvimento do
Aplicativo MinuAvesMobile, apesar de ter ocorrido na fase final do projeto.
De acordo com o que foi descrito no Capítulo 4, Web Services é uma tecnologia
utilizada para integração de sistemas que permite a comunicação entre aplicações diferentes.
Dentre as arquiteturas de serviços existentes, a Representational State Transfer (REST) é uma
das mais simples para ser implementada e os sistemas que seguem esta arquitetura são
conhecidos como RESTful.
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A aplicação MinuAvesWS, baseada nesta arquitetura, não possui interface gráfica,
pois o principal meio de acesso aos dados está em suas URLs, responsáveis por receber e
responder as requisições dos aplicativos clientes através do protocolo HTTP. Da mesma
forma que a aplicação WEB, as funções de CRUD ficam por conta do Hibernate. Para manter
o padrão, foram criados pacotes de acordo com a Figura 22, detalhados na Tabela 7.
Figura 22 – Diagrama de pacotes MinuAvesWS
Fonte: elaborado pelo autor.
Tabela 7 – Pacotes da aplicação MinuAvesWS
Nome do pacote Função Classe exemplo
br.com.minuaves.model Conter as classes de modelo dos objetos e seus relacionamentos.
Estado.java Estado.hbm.xml
br.com.minuaves.control Conter as classes do Hibernate e controle direto ao banco de dados. ObjetoDAOImp.java
br.com.minuaves.resources Conter as classes que definem as
URLs de POST e GET, para inserir e recuperar objetos.
MovimentoResource.java
Fonte: elaborado pelo autor.
As classes do pacote br.com.minuaves.resources possuem anotações de caminho
(PATH) como por exemplo @Path("/listarTodosGSON"), que é utilizado para listar os
registros do banco de dados do servidor WEB no formato GSON. Para acessar estes dados,
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basta que a solicitação HTTP do cliente contenha o endereço do servidor, e a URL do recurso
como http://ip_do_servidor/resources/regiao/listarTodosGSON, quando são listadas todos os
registros da tabela Região no formato GSON.
É o que ocorre com o aplicativo Android quando instancia a classe ClienteREST.java,
onde verifica no servidor se existem atualizações no banco de dados. Esta requisição é
representada pela Figura 23, para melhor entendimento.
Figura 23 – Requisição HTTP de um ClienteREST ao Web Service
Fonte: elaborado pelo autor.
Assim, os dados são transmitidos no formato JSON até o cliente, onde, após
convertidos para objetos, são inseridos na base de dados SQLite. De igual forma ocorre ao
enviar dados do aplicativo Android para o servidor WEB, só que ao invés de um acesso a uma
URL com anotação @GET, o acesso é @POST.
6.3 Desenvolvimento do aplicativo MinuAvesMobile
Conforme visto no Capítulo 4, na seção Sistema Operacional Android, onde foram
descritos conceitos sobre as principais camadas que compõem este sistema operacional, os
aplicativos desenvolvidos para esta plataforma são executados na camada Android Runtime, e
podem fazer uso das bibliotecas localizadas na camada Libraries, como o SQLite.
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O aplicativo MinuAvesMobile, assim como a aplicação WEB, foi dividido em pacotes
de acordo com a Figura 24, para melhor organização e são explicados na Tabela 8.
Figura 24 – Diagrama de pacotes MinuAvesMobile
Fonte: elaborado pelo autor.
Tabela 8 – Pacotes do aplicativo MinuAvesMobile
Nome do pacote Função Classe exemplo
br.com.minuaves Conter as classes responsáveis pelo funcionamento do aplicativo (Activities).
MainActivity.java
br.com.minuaves.control Conter as classes que fazem o controle dos dados entre as camadas de modelo, visão e de acesso ao banco de dados.
MovimentoDAO.java
br.com.minuaves.model Conter as classes de modelo dos objetos. Produtor.java
br.com.minuaves.remoto Conter as classes responsáveis por estabelecer conexão com o WebService.
Fonte: elaborado pelo autor.
As classes nativas Activity.java e ListActivity.java foram estendidas com as classes
MyActivity.java e MyListActivity.java, respectivamente, a fim de personalizar mensagens de
alerta e exceções que são exibidas aos usuários.
O menu principal, que pode ser visualizado na Figura 25, é controlado pela Activity
MainActivity.java, onde constam métodos que dão acesso as outras atividades de acordo com
o botão selecionado.
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Figura 25 – Transição do menu principal para agenda do aplicativo MinuAvesMobile
Fonte: elaborado pelo autor.
Para o técnico poder coletar os indicadores de produtividade de um determinado
alojamento, é necessário agendar uma visita ao produtor, que pode ser registrada a qualquer
momento. O ideal, porém, é montar uma agenda prévia, pois assim que o aplicativo for
sincronizado com a base de dados do servidor WEB, as visitas estarão disponíveis para
acompanhamento dos supervisores, conforme descrito na seção anterior.
A Figura 25 ilustra ainda, a transição da tela de menu principal para a tela de agenda
de visitas, onde quatro botões são controlados pela Activity AgendarVisita.java. O botão
“Selecione um Produtor” exibe os produtores disponíveis para visitas, quando ao clicar em
um item, o produtor é selecionado, bastando definir a data no botão “Selecione a data da
agenda”. Feito isso, o técnico deve tocar o botão “Adicionar” para que a visita seja adicionada
em uma lista exibida na mesma tela.
Registrando uma agenda de visita para o produtor, o técnico pode dar início a uma
visita, onde vai escolher o produtor selecionado, o alojamento a ser analisado e digitar os
índices de produtividade.
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A sequência de telas ilustrada na Figura 26 representa o fluxo das ações que o técnico
deve seguir a fim de coletar os dados específicos de cada alojamento. Na tela mais a esquerda
o botão “Capturar Localização” aciona o método capturarLocalização() da classe
IniciarVisita.java, que através da API LocationManager, nativa da plataforma, captura a
localização geográfica do equipamento, caso estiver conectado à Internet e com o GPS ativo.
Em seguida deve ser selecionado o Produtor e o alojamento.
Figura 26 – Sequência de telas ao realizar uma visita
Fonte: elaborado pelo autor.
Ao clicar no botão “Próximo”, os campos ilustrados na tela do centro são exibidos
para que sejam inseridos os indicadores de produtividade. O campo peso médio é preenchido
após clicar no botão retornar, da terceira tela. Já nesta tela, acionada pelo botão “Pesar Aves”,
são registradas os pesos de quarenta aves, alocadas em grupos de dez aves, obtendo-se assim
o valor do peso médio do alojamento. O botão “Salvar”, da tela central, insere os valores
digitados nas telas no banco de dados SQLite.
O aplicativo MinuAvesMobile conta apenas com uma consulta de “Histórico dos
Lotes”, já que sua principal função é facilitar a coleta dos dados. Esta consulta, que pode ser
visualizada na Figura 27, possibilita ao técnico efetuar um comparativo entre os indicadores
produtivos dos lotes anteriores e dos lotes alojados.
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Para isso é necessário selecionar o produtor, o alojamento atual e o alojamento com o
qual vai ser comparado. Ao clicar no botão “Comparar”, no canto inferior direito da Figura
27, os índices de produtividade são exibidos dispostos em duas tabelas, onde a primeira são os
dados do alojamento atual e a segunda os índices do lote comparado.
Figura 27 – Histórico dos lotes
Fonte: elaborado pelo autor.
Assim, os dados estão armazenados no banco de dados do aplicativo e disponíveis
para consulta dos técnicos a qualquer momento.
6.3.1 Tarefa Sincronizar e Enviar Dados
A atualização dos dados do servidor WEB para o aplicativo Android é efetuada
através de uma conexão HTTP, com os dados convertidos em uma estrutura de dados
denominada JavaScript Object Notation (JSON). Este modelo, além de suportar objetos, é
similar ao XML, porém devido a sua estrutura simples, é mais rápido para ser transportado,
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lido e escrito (JSON, 2013). A conexão é definida no arquivo HttpClientSingleton.java e é
instanciada pela classe WebServiceCliente.java, onde estão os métodos de GET, POST e de
conversão dos bytes de dados para String. A conversão de objetos para a estrutura JSON e
vice-versa, é efetuada através da classe ClienteREST.java, utilizando a biblioteca GSON, uma
versão derivada do JSON e implementado pelo GOOGLE, que abstrai a conversão dos
objetos para o modelo JSON.
A classe WebServiceCliente.java é então instanciada pela classe ClienteREST.java,
que define o método getListaAtualizados(String path, Class T, String datahoraatualizado),
onde “String path” é o caminho do recurso disponibilizado pelo Web Service MinuAvesWS,
“Class T” é a classe do objeto a ser acessado e “String datahoraatualizado” é valor do último
registro do campo datahoraatualizado, da tabela Atualizacao.
Assim, o botão Sincronizar aciona o método e consulta os dados atualizados no
servidor WEB desde a última data em que o equipamento foi sincronizado, ou a partir de
01/01/2012, em casos de instalação nova, inserindo ou atualizando as informações no banco
de dados SQLite. A Figura 28 ilustra a sequência de telas exibidas ao sincronizar os dados da
base remota com o banco de dados do dispositivo, exibindo na tela a direita, a quantidade de
registros que estão sendo atualizados ou inseridos.
Figura 28 – Sequência de telas Sincronizar Dados MinuAvesMobile
Fonte: elaborado pelo autor.
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A Activity SincronizarDados.java ainda define métodos para envio dos dados do
aplicativo MinuAvesMobile para o servidor WEB, que são acionados ao pressionar o botão
“Enviar Dados”. Estes métodos verificam nas tabelas Movimento e Visita, se existem
registros onde o campo datahoraatualizado é maior que a data da última sincronia.
Quando existem dados a serem enviados, novamente a classe ClienteREST.java é
acionada, e o método utilizado desta vez é salvar(String path, T objeto) onde “String path" é o
caminho do recurso disponibilizado e “T objeto” é um objeto Movimento (indicadores de
produtividade) ou Visita (agenda), que é convertido por esta classe em uma estrutura JSON e
transmitido ao Web Service, atualizando as informações no banco de dados do servidor WEB.
O diagrama da Figura 29 ilustra o fluxo de atividades que deve ser realizado pelo
técnico para que a coleta das informações seja concluída com sucesso.
Figura 29 – Diagrama de atividades MinuAvesMobile
Fonte: elaborado pelo autor.
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Desta forma, assim que houver este envio de dados, as informações referentes aos
indicadores de produtividade e agenda de visitas coletados a partir do aplicativo Android,
estão disponíveis aos gestores através da interface WEB.
6.4 Demonstração e validação das aplicações
Durante todo o processo de desenvolvimento das aplicações, buscou-se trabalhar
seguindo a abordagem de prototipação, demonstrando e validando as implementações com as
pessoas envolvidas no acompanhamento e manejo técnico da criação de aves.
Neste sentido, foram efetuadas duas demonstrações da ferramenta MinuAvesWeb com
o supervisor dos técnicos, diretamente envolvido no levantamento dos requisitos, onde o
principal ponto discutido foi o ajuste dos gráficos de mortalidade e peso, incluindo uma linha
que representa um padrão aceitável, denominado Standard. Na segunda oportunidade, foi
apresentado o aplicativo para dispositivos móveis, ainda em fase de desenvolvimento, quando
ocasionou mudanças no layout das telas e na forma de registrar as pesagens das aves.
O processo de demonstração e validação final com os usuários foi dividido em três
etapas e realizado com o gestor da área de produção avícola da Companhia Minuano de
Alimentos, na unidade de Passo Fundo.
Na primeira etapa do processo foram explicados objetivos das aplicações, as principais
telas e a forma com que os usuários interagem com elas. Em seguida, simulou-se um breve
treinamento de utilização do aplicativo Android instalado em um smartphone com tela de 3”,
onde foram realizadas as principais tarefas como agendar uma visita ao produtor, iniciar uma
visita técnica, registrar os índices de produtividade e a sincronização da base de dados.
A etapa seguinte teve por objetivo observar a usabilidade da ferramenta. O usuário
simulou as mesmas tarefas no equipamento e teve dificuldades na utilização do aplicativo,
principalmente devido ao tamanho da tela do dispositivo. Após a sincronia dos dados, o
usuário efetuou algumas consultas através da aplicação WEB e apontou como positiva, a
possibilidade de exibir gráficos sobre os dados coletados.
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No decorrer da terceira etapa, foi solicitado ao usuário que descrevesse como é
efetuada a coleta dos dados atualmente e colocasse sua opinião sobre as funcionalidades das
ferramentas, se elas correspondem ou não às tarefas realizadas no dia-a-dia dos técnicos e se a
sua implantação seria útil à empresa.
Durante a conversa, o entrevistado deixou claro que a coleta de informações por meio
de planilhas impressas e a posterior digitação no sistema da empresa, é efetuada desta forma
porque a empresa não dispõe de um aplicativo como este e até então, não foram autorizados
investimentos para a aquisição de tablets. Afirmou ainda que a solução se torna interessante a
partir do ponto em que ocorrer a integração direta com o ERP da Agrosys, a fim de evitar o
retrabalho na digitação dos dados.
Outro ponto positivo apontado pelo gestor está na possibilidade de utilizar o aplicativo
em modo off-line, pois em boa parte das propriedades dos criadores, os celulares não
funcionam devido ao sinal fraco ou inexistente. Já nos casos em que existe o sinal e é possível
registrar a localização geográfica do técnico, o acompanhamento das visitas se torna mais
interessante, pois o registro do ponto de GPS deixa claro quais são os profissionais que estão
realmente visitando os criadores.
Ao final da conversa, o usuário colocou seu ponto de vista quanto às telas do
programa, frisando a importância de ter uma tela maior para facilitar a digitação das
informações. Ainda citou algumas funcionalidades importantes que foram modeladas, mas
não foram implementadas no MinuAvesMobile, como o check-list dos aviários, o controle de
vacinas e a conversão alimentar das aves.
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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve foco no desenvolvimento de uma solução capaz de auxiliar os
técnicos na coleta de dados referentes à produção de aves, organizando a rotina das visitas aos
produtores e disponibilizando estas informações aos supervisores de forma mais rápida.
Com base nos requisitos levantados junto aos supervisores de produção da empresa em
estudo, foram desenvolvidas uma aplicação WEB e uma aplicação para sistemas operacionais
Android, dando prioridade às tarefas de agenda de visitas, o registro dos indicadores de
produtividade e a sincronização dos dados através de um Web Service.
Durante a demonstração das ferramentas ao gestor da área, verificou-se que para o
setor é indispensável a integração das aplicações com o ERP da Agrosys, pois é através deste
sistema que são efetuados os programas de alojamento, manejo e abate de aves. A validação
do aplicativo provavelmente seria mais detalhada e precisa se a possibilidade de efetuar um
teste piloto com alguns usuários tivesse se concretizado.
Conforme o estudo sobre aplicações comerciais descrito no Capítulo 3, percebeu-se
que ainda são poucas empresas que desenvolvem aplicativos Android voltados para a cadeia
primária como agricultura, suinocultura ou avicultura, mostrando-se um nicho de mercado
bastante promissor.
Para trabalhos futuros, propõem-se a implementação de um aplicativo mais completo,
com funcionalidades como registro de anomalias das aves e cálculo de conversão alimentar, a
modificação no layout das telas e uma forma de sincronia adequada com o ERP da Agrosys.
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8 REFERÊNCIAS
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