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• Decreto Federal 23793/34: Institui o Código Florestal Brasileiro (Getúlio Vargas)
Art. 1º As florestas existentes no territorio nacional, consideradas em conjuncto,constituem bem de interesse commum a todos os habitantes, do paiz, exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações que as leis em geral, eespecialmente este código, estabelecem.
Art. 2º Applicam-se os dispositivos deste código assim ás florestas como ás demaisformas de vegetação, reconhecidas de utilidade ás terras que revestem
Estabelecem as chamadas Florestas Protetoras (atuais APPs), mas sem delimitaçãoespecífica.
na década de 1930, parte significativa das terras rurais ainda eram públicas, mas emrápido e descontrolado processo de privatização. O que o CF de 1934 fez foiestabelecer regras e limitações a serem seguidas pelos novos proprietários de terrasoutrora devolutas, que em troca de recebê-las do Estado deveriam cuidá-la com ummínimo de zelo, seja produzindo riquezas ou preservando sua capacidade deproduzir o que hoje chamamos de serviços ambientais.
"Há um clamor nacional contra o descaso em que se encontra o problema florestal no Brasil, gerando calamidades cada vez mais graves e mais nocivas à economia do país (…) Urge, pois, a elaboração de uma lei objetiva, fácil de ser entendida e mais fácil ainda de ser aplicada, capaz de mobilizar a opinião pública nacional para encarar corretamente o tratamento da floresta. Tendo em conta este quadro, surgiu a compreensão da necessidade de atualizar-se e de dar, ao Código Florestal, as características de lei adequada exigida por panorama tão dramático. (...)Assim como certas matas seguram pedras que ameaçam rolar, outras protegem fontes que poderiam secar, outras conservam o calado de um rio que poderia deixar de ser navegável etc. São restrições impostas pela própria natureza ao uso da terra, ditadas pelo bem-estar social. Raciocinando deste modo os legisladores florestais do mundo inteiro vêm limitando o uso da terra, sem cogitar de qualquer desapropriação para impor essas restrições ao uso“
Exposição de motivos para um Novo Código Florestal
Largura das APPs – mudanças históricas
Lei 7.771, de 1965 (Castelo Branco)1 - de 5 m para os rios de menos de 10m de largura: 2 - igual à metade da largura dos cursos que meçam de 10 a 200 m entre as margens;3 - de 100 m para todos os cursos cuja largura seja superior a 200 m.
Lei nº 7.511, de 1986a) ao longo dos rios ou de outro qualquer curso d'água, em faixa marginal : 1. 30 m para os rios de menos de 10 m de largura;2. 50 m para os cursos d’água que tenham de 10 a 50 m de largura; 3. 100 m para os cursos d’água entre 50 e 100 m de largura; 4. 150 m para os cursos d’água entre 100 e 200 m de largura;5. igual à distância entre as margens para os cursos d’água com mais de 200 m;
Lei nº 7.803 de 18.7.1989a) ao longo dos cursos d'água desde o seu nível mais alto em faixa marginal :1 - 30 m para os cursos d'água de menos de 10 m de largura; 2 - 50 m para os cursos d'água que tenham de 10 a 50 m de largura;3 - 100 m para os cursos d'água que tenham de 50 a 200 m de largura;4 - de 200 m para os cursos d'água que tenham de 200 a 600 m de largura;5 - de 500 m para os cursos d'água que tenham largura superior a 600 m;
Áreas de Preservação Permanente (APP): área protegida,
coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservaros recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade,facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-
estar das populações humanas
APP a ser gerada em cursos d’água naturais, lagos e lagoas naturais, nascentes e olhos d’água, veredas e represas
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene eintermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha doleito regular, em largura mínima de:
• 30 m para os cursos d'água de menos de 10 m de largura;
• 50 m para os cursos d'água entre 10 a 50 m de largura;
• 100 m para os cursos d'água entre 50 a 200 m de largura;
• 200 m para os cursos d'água entre 200 a 600 m de largura;
• 500 m para os cursos d'água de largura superior a 600 m.
APP
áre
a d
isp
on
íve
l par
aa
pro
du
ção
leito maior docurso d’água
APP
leito regular docurso d’água
Antes Hoje
II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de:
• 100 m em zonas rurais para o corpo d’água com mais 20 ha;
• 50 m em zonas rurais para o corpo d’água com até 20 ha;
• 30 m em zonas urbanas;
• Superfície inferior a 1 ha: dispensa APP
50 m
áreas no entorno de reservatórios artificiais e represas:
• reservatórios artificiais que não decorram de barramento ou
represamento de cursos d’água naturais: dispensa APP;
• Superfície inferior a 1 ha: dispensa APP, mas não pode ter
supressão
• Superfície superior a 1 ha: faixa definida na licença ambiental do
empreendimento. supressão
IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica
• 50 m de raio;
APP a ser gerada nas áreas úmidas:
• veredas: faixa marginal com largura mínima de 50 m, a partir doespaço permanentemente brejoso e encharcado.
APP a ser gerada nas áreas úmidas:
• Campos úmidos gerados por assoreamento de rio: Serãoconsiderados leitos regulares de rios (assoreados) e, portanto, a APPgerada será a mesma do rio, antes do assoreamento, sendo alocada apartir do espaço encharcado ou brejoso.
APP a ser gerada nas áreas úmidas:
• Campos úmidos com solos hidromórficos: Serão consideradosolhos d'água, sendo gerada a APP de 50 m; ou veredas, casoencontram-se dentro do bioma cerrado, sendo gerada a APP de 50 m.
APP a ser gerada nas áreas úmidas:
• Florestas Paludículas (matas de brejo): Serão consideradas olhosd'água, sendo a APP gerada de 50 m.
• nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°,equivalente a 100% na linha de maior declive :
figura: Eletrobrás
• as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 m em projeções horizontais;
APP
-50 metros é a altura mínima das montanhasque deveriam ter topos de morro preservados.
-a proteção de topos de morros ocorre noscasos em que os mesmos tenham na suaporção mais inclinada pelo menos umainclinação de 17°.
-altura mínima de 100 m e inclinação médiamaior que 25°, as áreas delimitadas a partirda curva de nível correspondente a 2/3(dois terços) da altura mínima da elevaçãosempre em relação à base, sendo estadefinida pelo plano horizontal determinadopor planície ou espelho d’água adjacenteou, nos relevos ondulados, pela cota doponto de sela mais próximo da elevação;
antes hoje
• no topo de morros, montes, montanhas e serras
Relembrando:
• a conceituação de APP continua a mesma;
• a largura das APPs ripárias continua a mesma, masa delimitação inicia-se a partir do leito regular do cursod’água, e não mais do leito maior;
• nascentes intermitentes e acumulações de água com menos de 1ha de superfície deixaram de gerar APP;
• APPs não ripárias continuaram a ser demarcadas da mesma forma, exceto topos de morro.
Surgimento das Áreas Rurais Consolidadas
“Nas Áreas de Preservação Permanente, é autorizada,exclusivamente, a continuidade das atividadesagrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural emáreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008.”
Nas áreas rurais consolidadas em encostas, bordas detabuleiros, topo de morro e áreas com altitude superior a1.800 m será admitida a manutenção de atividadesflorestais, culturas de espécies lenhosas, perenes ou deciclo longo, bem como da infraestrutura física associadaao desenvolvimento de atividades agrossilvipastoris,vedada a conversão de novas áreas para uso alternativo do
solo.
Classe de
APPTamanho da propriedade Largura Recuperação
Margem de
Rio
Até 1MF
Até 10m → 30m
10 a 50m → 50m
50 a 200m →
100m
200 a 500m →
200m
> 600m → 500m
5m. Desde que a recuperação não
ultrapasse 10% da área do imóvel
1 a 2 MF8m. Desde que a recuperação não
ultrapasse 20% da área do imóvel
2 a 4 MF15m. Desde que a recuperação não
ultrapasse 20% da área do imóvel
4 a 10 MF
20m a 100m. De acordo com
largura do curso d’água, sendo: rios
< 10m → 20m; rios >10m →
metade da largura do curso
d’água (mínimo de 20m e o
máximo de 100m).
Acima 10MF
30m a 100m. De acordo com largura
do curso d’água, sendo: rios < 10m
→30m; rios >10m → à metade da
largura do curso d’água (mínimo
de 30m e o máximo de 100m).
Nascente
pereneTodos 50m 15m
Recuperação obrigatória de APP nas margens de cursos d’água
Lagoa
Natural
Até 1MF Espelho < 20ha
Área Rural → 50m
Espelho > 20ha
Área Rural →
100m
Espelho Área
Urbana → 30m
5m
1 a 2 MF 8m
2 a 4 MF 15m
4 a 10 MF 30m
Acima 10MF
30m
Reservatório
ArtificialTodos
Até 1ha → sem
APP
30 a 100m Área
Rural
15 a 30m Área
Urbana
Seguir licenciamento ou Diferença
entre máximo operacional e cota
máxima maximorum
Classe de
APPTamanho da propriedade Largura Recuperação
Recuperação obrigatória de APP nas margens de cursos d’água
Para a recuperação de APPs em propriedades de até 4 módulos:
é permitido o plantio intercalado de espécies lenhosas, perenes ou de ciclo longo, exóticas com nativas de ocorrência regional, em até 50% da área total a ser recomposta.
Reserva Legal: área localizada no interior de umapropriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art.12, com a função de assegurar o uso econômico de modosustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar aconservação e a reabilitação dos processos ecológicos epromover a conservação da biodiversidade, bem como oabrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa
Percentual da área a ser ocupada pela RL
20%
80%
ou
35%
•Amazônia Legal: 80% emárea de floresta e 35% emárea de cerrado;
• demais regiões do país,incluindo campos gerais: 20%.
A vegetação da reservalegal não pode ser suprimida,podendo apenas ser utilizadasob regime de manejoflorestal sustentável;
Mudanças históricas da Reserva Legal
Original: CF de 1965Art. 15. Fica proibida a exploração sob forma empírica das florestas primitivas da
bacia amazônica que só poderão ser utilizadas em observância a planos técnicos de condução e manejo a serem estabelecidos por ato do Poder Público
Art. 16. São passíveis de exploração as florestas particulares que:• regiões Leste Meridional, Sul e Centro-Oeste, esta na parte sul, as derrubadas de florestas nativas só serão permitidas respeitado-se o mínimo de 20% da área;
• Nas áreas ainda incultas, sujeitas a formas de desbravamento, as derrubadas de florestas primitivas, serão toleradas até o máximo de 30% da área da propriedade.
Mudanças históricas da Reserva Legal
Medida Provisória nº 2.166-66, de 2001Reserva Legal na Amazônia: passou de 50% para 80% na floresta e de 20 para 35% no cerrado.
Lei nº 7.803 de 18.7.1989• Estabelece a Reserva Legal. Para a Amazônia, era de 50%.• Impediu o parcelamento ad infinitum da reserva legal e obrigou sua averbação
100 – 20 – 4 – 0,8
- Permitido em todas aspropriedades rurais.
- Amazônia Legal: quando asoma da APP com a RL excedem80%- Demais regiões do país: somada APP com RL excedem 50%
antes hoje
Cômputo da APP na RL:
Perdas potenciais de áreas de floresta pela inclusão daAPP na RL
• 1.961 propriedades rurais de usinas sucroalcooleira do Estado de São Paulo, osquais totalizaram 533.097 ha (9,7% da área cultivada com cana-de-açúcar em SP);
• 10,4% da área total das propriedades rurais constituiriam APPs e que apenas21,2% da área de APP (2,2% da área total) era utilizada por algum tipo deatividade agrícola, sendo que cana-de-açúcar ocupava apenas 12,1% da áreaenquadrada como APP pelo atual Código (1,2% da área total);
• 76,5% da área total dos projetos estavam ocupadas por cana-de-açúcar e asoma das áreas potencias para a averbação da Reserva Legal, resultaria em 13,6%da área total, gerando um déficit médio de 6,4% de áreas para o totalcumprimento da Reserva Legal (20%).
Compensação de Reserva Legal
-a compensação das áreas deReserva Legal será no mesmoecossistema e mesmamicrobacia ou o mais pertopossível de onde ocorreu odesmatamento.
§ 6º As áreas a serem utilizadas para compensação na forma do § 5º deverão: I – ser equivalentes em extensão à área da Reserva Legal a ser compensada;II – estar localizadas no mesmo bioma da área de Reserva Legal a ser compensada;III – se fora do Estado, estar localizadas em
áreas identificadas como prioritárias pela União ou pelos Estados.
antes hoje
§ 7º A definição de áreas prioritárias de que trata o § 6º buscaráfavorecer, entre outros, a recuperação de bacias hidrográficasexcessivamente desmatadas, a criação de corredores ecológicos, aconservação de grandes áreas protegidas e a conservação ourecuperação de ecossistemas ou espécies ameaçados.
A compensação vale desde que não haja conversão de novas áreas
-“pequenas propriedadesrurais” definidas como as deaté “ quatro módulos fiscais”(de 20 a 440 hectares) ficamisentas de restaurar suasReservas Legais (90% daspropriedades rurais no Brasil)
- para quem tiver menos que oprevisto em lei, a RL seráconstituída com a áreaocupada com a vegetaçãonativa existente em 22 dejulho de 2008, vedadas novasconversões para usoalternativo do solo.
- todas as propriedades devemrestaurar ou compensar a RLcaso haja déficit de vegetaçãonativa
antes hoje
Para cumprimento damanutenção ou compensaçãoda área de reserva legal empequena propriedade ou posserural familiar, podem sercomputados os plantios deárvores frutíferas ornamentaisou industriais, compostos porespécies exóticas, cultivadas emsistema intercalar ou emconsórcio com espécies nativas;
-o plantio de espécies exóticasna Reserva Legal é permitidotemporariamente.(mas nunca teve regulamentação).
- a lei proposta permite arestauração das áreas deReservas Legais com uso deespécies exóticas em até 50% dasua área.
antes hoje
Uso de espécies exóticas na Reserva Legal
Cadastro Ambiental Rural (CAR)
-Art. 29. É criado o Cadastro Ambiental Rural - CAR, no âmbito do SistemaNacional de Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA, registro públicoeletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com afinalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e possesrurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamentoambiental e econômico e combate ao desmatamento.
§ 1o A inscrição do imóvel rural no CAR deverá ser feita no órgão ambiental municipal, estadual ou federal:
I - identificação do proprietário ou possuidor rural;II - comprovação da propriedade ou posse;III - identificação do imóvel por meio de planta e memorial descritivo, contendo a indicação das coordenadas geográficas com pelo menos um ponto de amarração do perímetro do imóvel, informando a localização dos remanescentes de vegetação nativa, das APPs, das Áreas de Uso Restrito, das áreas consolidadas e, caso existente, também da localização da Reserva Legal.
Programa de Regularização Ambiental (PRA)
- Art. 59. A União, os Estados e o Distrito Federal deverão, no prazo de 1
ano, ..., implantar Programas de Regularização Ambiental - PRAs de
posses e propriedades rurais, com o objetivo de adequá-las à lei.
- § 5o A partir da assinatura do termo de compromisso, serão suspensas
as sanções decorrentes das infrações mencionadas no § 4o deste artigo
e, cumpridas as obrigações estabelecidas no PRA ou no termo de
compromisso para a regularização ambiental das exigências desta Lei,
nos prazos e condições neles estabelecidos, as multas referidas neste
artigo serão consideradas como convertidas em serviços de preservação,
melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente, regularizando o
uso de áreas rurais consolidadas conforme definido no PRA.
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