chapter 3 · 2018. 8. 3. · title: chapter 3 author: karen levine/alan gelb created date: 8/3/2018...

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Assistência de enfermagem ao paciente

com dreno de tórax

Profa. Dra. Carina Ap. Marosti Dessotte

2018

Consiste na introdução de um dreno em uma

das três cavidades do tórax (pericárdio,

mediastino ou espaço pleural), para retirada de

coleções líquidas e/ou gasosas.

Drenagem Torácica

Drenagem de Pericárdio

Mediastino um espaço virtual situado no centro do tórax e

limitado: superiormente, pelo estreito superior do tórax;

inferiormente, pelo diafragma; anteriormente, pelo esterno;

posteriormente, pelos corpos vertebrais; e, lateralmente, por

ambas as pleuras mediastinais.

Drenagem mediastinal

Drenagem Pleural

Espaço pleural espaço virtual entre as pleuras

parietal e visceral: no indivíduo sadio há uma fina

lâmina líquida.

Composição do sistema de drenagem torácica

Dreno

Suspiro

Selo d’água

Frasco

coletor

Extensão

intermediária

Características do sistema de drenagem para

adultos/idosos

dreno tubular multiperfurado, siliconizado, de

consistência firme, com a presença de uma linha radiopaca

para verificar posicionamento;

calibre de acordo com a indicação: 20 a 40 French (5 a

11 mm);

conector: peça tubular transparente que une o dreno à

extensão intermediária;

extensão intermediária: peça tubular, látex, que une o

frasco coletor com o restante do sistema;

frasco coletor: plástico ou vidro, graduado para

controle do aspecto e volume drenado;

comunica-se:

• com o ambiente, por meio do respiro, para a saída de

ar do interior do frasco;

• com o sistema por um tubo longo, cuja extremidade

fica imersa 2 cm dentro do selo d´água (água

destilada).

2 cm

Tipos de drenagem: espontânea

A drenagem é feita pela

ação da gravidade

Tipos de drenagem: aspiração reduzida

frasco regulador;

volume de água

determina o nível de

pressão no sistema (15 a

25 cm H2O) e por

consequência, no interior

da cavidade torácica.

Estudo de caso didático

A.C.M., 54 anos, sexo feminino, no 3º dia de pós-operatório de cirurgia de

revascularização do miocárdio. Encontra-se na enfermaria, com FR = 12

mov/min, expansibilidade pulmonar simétrica, murmúrios vesiculares

presentes em toda extensão pulmonar, e apresenta dreno pleural a D em

drenagem espontânea. Recebe soro glicofisiológico a 28 gts/min em

acesso venoso periférico na fossa anticubital D. Paciente refere

insegurança para sair do leito e realizar higiene corporal e dor intensa em

hemitórax D (8 na escala de 0 – 10) à movimentação. Relata ainda que

não recebeu explicações de como manusear o dreno de tórax.

1) Quais os diagnósticos de enfermagem relacionados às pistas? Quais

as intervenções de enfermagem?

2) Quais os cuidados específicos para manuseio e manutenção do dreno

pleural?

Estudo de caso didático

A.C.M., 54 anos, sexo feminino, no 3º dia de pós-operatório de cirurgia

de revascularização do miocárdio. Encontra-se na enfermaria, com FR =

12 mov/min, expansibilidade pulmonar simétrica, murmúrios vesiculares

presentes em toda extensão pulmonar, e apresenta dreno pleural a D em

drenagem espontânea. Recebe soro glicofisiológico a 28 gts/min em

acesso venoso periférico na fossa anticubital D. Paciente refere

insegurança para sair do leito e realizar higiene corporal e dor intensa

em hemitórax D (8 na escala de 0 – 10) à movimentação. Relata ainda

que não recebeu explicações de como manusear o dreno de tórax.

Planejamento da assistência de enfermagem ao paciente com

dreno pleural

As pistas consideradas prioritárias foram: presença dreno

pleural + dor intensa (8 na escala de 0 – 10) + insegurança

para sair do leito e realizar higiene corporal + não recebeu

explicações de como manusear o dreno de tórax

1) Dor aguda (NANDA, 2013);

2) Conhecimento deficiente (NANDA, 2013);

3) Risco de padrão respiratório ineficaz (CARPENITO-MOYET,

2009).

Planejamento da assistência de enfermagem ao paciente

com dreno pleural

Dor aguda relacionada a agente lesivo (presença de dreno de

tórax em hemitórax a direita), manifestada por relato verbal de dor.

Avaliar a intensidade e localização da dor;

Administrar analgésicos prescritos e verificar sua eficácia após

30 min;

Comunicar a equipe médica em caso de persistência da dor

mesmo após medicado;

Realizar a troca do curativo ao redor do dreno diariamente ou na

presença de sujidade, assegurando a fixação do sistema sem

tração mecânica;

(CIPRIANO; DESSOTTE, 2011; COREN, 2011; GONÇALVES et al., 2011; LUCIO; ARAÚJO, 2011; PERRFEITO, 1998)

Conhecimento deficiente relacionado a falta de exposição (verbalização

de insegurança para sair do leito e realizar higiene corporal e relato de não

ter recebido explicações de como manusear o dreno de tórax), manifestado

por verbalização do problema.

Ensinar a paciente e família sobre a necessidade de permanência do

dreno;

Auxiliar e encorajar a paciente para a deambulação precoce e manuseio

do dreno pleural;

Auxiliar e encorajar a paciente para a realização do autocuidado de

higiene corporal;

Orientar a paciente a solicitar enfermagem sempre que necessário;

Ensinar a paciente sobre mobilização correta: sentar no leito, mantendo o

frasco coletor abaixo do tórax, sem tracioná-lo; levantar do leito

vagarosamente;

(CIPRIANO; DESSOTTE, 2011; COREN, 2011; GONÇALVES et al., 2011; LUCIO; ARAÚJO, 2011; PERRFEITO, 1998)

Risco de função respiratória ineficaz relacionado a fatores

que podem modificar a função respiratória (presença de dreno

de tórax).

Avaliar a FR, amplitude da respiração; ausculta pulmonar e uso

de musculatura acessória;

Avaliar capacidade para realização de atividades físicas sem

esforço;

Posicionar confortavelmente a paciente, para favorecer a

expansibilidade pulmonar;

Avaliar a oscilação do selo d’água do frasco coletor, anotar o

débito e as características da secreção drenada;

Manter o curativo oclusivo após a retirada do dreno por 48 horas.

(CIPRIANO; DESSOTTE, 2011; COREN, 2011; GONÇALVES et al., 2011; LUCIO; ARAÚJO, 2011; PERRFEITO, 1998)

Intervenções de enfermagem específicas para o manuseio

e manutenção do dreno pleural

Utilizar água estéril destilada para manutenção do selo d’água;

Manter o tubo longo do frasco coletor com 2 cm da

extremidade imersa na água destilada;

Trocar o selo d’água a cada 24 horas, com técnica asséptica;

Manter o frasco coletor abaixo do tórax;

Manter o tubo longo do frasco regulador com extremidade

imersa na água limpa conforme prescrição médica (15 a 25 cm

de água);

Trocar a água do frasco regulador a cada 24 horas, com água

limpa;

(CIPRIANO; DESSOTTE, 2011; COREN, 2011; GONÇALVES et al., 2011; LUCIO; ARAÚJO, 2011; PERRFEITO, 1998)

Realizar a ordenha do dreno mediante prescrição médica

(risco: aumento da pressão negativa intratorácica entre 100 a

400 cm H2O);

Evitar loops na extensão do dreno pleural (dificulta a

drenagem);

Não fixar a extensão do dreno na cama do paciente;

Não clampar o dreno pleural ao transportar o paciente.

(CIPRIANO; DESSOTTE, 2011; COREN, 2011; GONÇALVES et al., 2011; LUCIO; ARAÚJO, 2011; PERRFEITO, 1998)

REFERÊNCIAS

CARPENITO-MOYET, L.J. Diagnósticos de enfermagem. Aplicação à prática clínica. 11.

ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. 1039p.

CIPRIANO, F.G.; DESSOTTE, L.U. Drenagem pleural. Medicina (Ribeirão Preto), v. 44, n. 1,

p. 70-78, 2011.

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO. Boas Práticas. Dreno de

Tórax. São Paulo, SP. 2011. Disponível em: inter.coren-sp.gov.br/sites/default/files/dreno-de-

torax.pdf

LUCIO, V.V.; ARAUJO, A.P.S. Assistência de enfermagem na Drenagem Torácica: Revisão de

literatura. UNOPAR Científica. Ciências biológicas e da saúde, v. 13 (Esp), p. 307-314,

2011.

NORTH AMERICAN NURSING DIAGNOSIS ASSOCIATION INTERNATIONAL. Diagnósticos

de enfermagem da NANDA: definições e classificação, 2012-2014. Porto Alegre: Artmed;

2013.

PERFEITO, J.A.J. Desenvolvimento e avaliação de um programa multimídia de

computador para ensino de drenagem pleural. 2000. 114f. Tese (Doutorado) – Escola

Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, São Paulo, 2000.

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