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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA
Faculdade de Tecnologia de São Sebastião
Cursos Superior de Tecnologia em Gestão Empresarial
RAFAEL SIMÕES RODRIGUES DA SILVA
ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA PARA RENOVAÇÃO DA FROTA DE UMA EMPRESA DE TRANSPORTE EXECUTIVO.
São Sebastião
2016
RAFAEL SIMÕES RODRIGUES DA SILVA
ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA PARA RENOVAÇÃO DA FROTA DE UMA EMPRESA DE TRANSPORTE EXECUTIVO.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como exigência parcial para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Empresarial. Orientador: Prof.: Me. Francisco Orlando Oliveiro Ribeiro
São Sebastião
2016
RAFAEL SIMÕES RODRIGUES DA SILVA
ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA PARA RENOVAÇÃO DA FROTA DE UMA EMPRESA DE TRANSPORTE EXECUTIVO.
Apresentação de Trabalho de Graduação à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como condição parcial para a conclusão do curso de Tecnologia em Gestão Empresarial. São Sebastião, 06 de julho de 2016
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________
PROF.: ME. FRANCISCO ORLANDO OLIVEIRO RIBEIRO
_________________________________________________________
PROF.: ME. ACYR ELIAS FREIRE JUNIOR
_________________________________________________________
PROF.: ESPECIALISTA JEAN CARLOS DE SOUZA
MÉDIA FINAL: ___________________
Dedico este trabalho a meus pais Guilherme e Noemi aos quais devo tudo que sou e
tudo o que um dia ei de me tornar. À minha noiva Geovana a qual ao lado vislumbro
colher os frutos dessa conquista.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus pelo dom da vida, pelo sustento, e por prover
infinitamente mais do que mereço, pela força pra superar as dificuldades e por permitir
essa conquista.
Aos meus pais Guilherme e Noemi, pelo amor incondicional, pela educação,
ensinamentos, por todo o apoio, incentivo, suporte familiar, emocional, financeiro, etc.
A minha noiva, amiga, companheira e futura esposa Geovana, por toda
compreensão, todo apoio, incentivo, inspiração, companheirismos, paciência.
Ao orientador Prof. Me. Francisco Orlando Oliveira Ribeiro, pela atenção,
apoio, dicas, correções e todo o suporte.
Aos meus irmãos Henrique e Daniel, ao velho amigo João Paulo.
À vó Regina, todos os meus tios e tias, primos e primas, sobrinhos, Pedro
Guilherme e João Felipe, à toda a minha família vocês são parte fundamental na
minha vida.
Aos os professores, pela paciência, e por todo o tempo disposto para dividir
seus conhecimentos.
À todos qυе direta оυ indiretamente fizeram parte dа minha formação, о mеυ
muito obrigado.
Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente
mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos,
segundo o poder que opera em nós, a esse seja glória...
RESUMO
O presente trabalho é fruto de um estudo de caso realizado em uma empresa de
transporte executivo, localizada na cidade de São Sebastião/SP e tem por objetivo
destacar as possibilidades de renovação de frota veicular partindo da aplicação de
métodos científicos e técnicas de investimentos no momento prévio à decisão de
substituição ou permanência do veículo operante. Espera-se apontar o momento
economicamente viável para substituição da frota, visando a redução do gasto com
manutenção dos depreciados e mantendo a boa imagem da empresa.
O referido estudo de caso será feito a partir da análise dos fluxos de caixa,
comparação entre receitas e despesas, custo com manutenção e valor residual dos
veículos. Há de se considerar que o custo com a manutenção de veículo desgastado
e depreciado tende a ser alto, o que, consequentemente, resulta na redução dos
lucros. Esse fato aponta para a necessidade de substituição visando maior lucro
bem como a permanência do padrão de qualidade no serviço prestado. Os dados
da referida pesquisa tem muito impacto na economia, pois destacam as
possibilidades de aumento do lucro, estímulo da aquisição periódica de um bem,
crescimento na qualidade de um serviço prestado, e pode ainda servir de referencial
teórico e prático para a comunidade acadêmica que se propuser à análise de
conteúdo semelhante.
Palavras-chave: Renovação de frota, Veículos, Desvalorização.
ABSTRACT
This work is the result of a case study carried out in an executive transportation
company, located in San Sebastian / SP and aims to highlight the fleet renewal
possibilities vehicular starting from the application of scientific methods and techniques
of investment in time prior to the replacement decision or permanence of the working
vehicle. It is expected to point the economically feasible time to replace the fleet, aimed
at reducing spending on maintenance of impaired and maintaining the good image of
the company.
That case study will be made from the analysis of cash flows, comparison between
income and expenses, maintenance costs and residual value of vehicles. One has to
consider that the cost of the maintenance of worn and depreciated vehicle tends to be
high, which consequently results in reduced profits. This fact points to the need for
replacement seeking higher profits and the permanence of the quality standard in
service. The data of that research has much impact on the economy as highlight the
possibilities for increased profit, stimulating the periodic purchase of goods, growth in
the quality of a service, and can also serve as a theoretical and practical reference for
the academic community proposes to similar content analysis.
Keywords: fleet renewal, vehicles, devaluation.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CAE Custo Anual Equivalente
FIPE Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas
TIR Taxa Interna de Retorno
TMA Taxa Mínima de Atratividade
VAUE Valor Anual Uniforme Equivalente
VPL Valor Presente Líquido
% a.a. Percentual ao ano
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Exemplo de componentes de fluxo de caixa ............................... 16
Figura 2 - Pay-back period anuidade .............................................................. 17
Figura 3 - Representação gráfica do CAE ...................................................... 23
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Formulário para montar Fluxo de Caixa ...................................... 15
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 09
1.1 JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 09
1.2 PROBLEMA ....................................................................................................... 09
1.2.1 HIPÓTESE ....................................................................................................... 10
1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 10
1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................... 10
1.3.2 Objetivos específicos ........................................................................................ 10
1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ...................................................................... 11
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................ 12
2.1 CONCEITOS E PRINCÍPIOS DA ENGENHARIA ECONÔMICA.......................... 12
2.1.1 INVESTIMENTO ..................................................................................................... 12
2.1.1.1 ANÁLISE DE INVESTIMENTO ........................................................................... 13
2.2 FLUXO DE CAIXA ........................................................................................................ 13
2.2.1 COMPONENTES DE UM FLUXO DE CAIXA ..................................................14
2.2.2 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE INVESTIMENTOS....................................................... 16
2.2.2.1 PAYBACK PERIOD ................................................................................................ 16
2.2.2.2 VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) OU(NPV) ...................................................... 18
2.2.2.3 ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE (IL) .......................................................................... 20
2.2.2.4 VALOR ANUAL UNIFORME EQUIVALENTE (VAUE) ............................................ 21
2.2.2.5 MÉTODO DO CUSTO ANUAL EQUIVALENTE (CAE) ........................................... 23
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .......................................................... 25
3.1 FROTA DE VEÍCULOS ...................................................................................... 25
3.2 APLICAÇÃO DO CUSTO ANUAL EQUIVALENTE (CAE) ................................. 26
3.2.1 CUSTOS DE MANUTENÇÃO .......................................................................... 32
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 32
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 33
REFERÊNCIAS.................................................................................................. 34
9
1 INTRODUÇÃO
Renovação de frota refere-se à substituição dos veículos atualmente operantes
na empresa, considerando fatores como desvalorização, custo de manutenção,
desempenho, valores intangíveis agregados à imagem da empresa a fim de
acompanhar as evoluções do mercado e a competitividade dos concorrentes.
O referido será feito em uma empresa de transporte executivo localizada na
região central de São Sebastião/SP. A empresa atua no ramo de transporte executivo,
há mais de 30 anos, especializada no atendimento e suporte às agências marítimas e
empresas do segmento de petróleo e gás.
1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA
Esse tema é justificável, pois aponta princípios importantes no processo de
decisão do gestor pela renovação de uma frota veicular. É possível destacar ainda o
caráter econômico viabilizado pelas conclusões da pesquisa, pois, em se
considerando a primeira hipótese – apontada abaixo – haverá estímulo de
empreendimento na aquisição periódica de um bem, o que provocará aumento na
qualidade de um serviço prestado, resultando em maior busca pelo serviço oferecido
com excelência e, consequentemente, necessidade de ampliação do alcance.
O mesmo vale em se considerando a segunda hipótese, pois impedirá um
investimento desnecessário, estimulará a prestação de um serviço de mão de obra de
manutenção de forma consciente e apresentará prazos reais plausíveis para a
substituição do automóvel. Desta maneira, o trabalho aumentará a qualidade da
decisão do Gestor por renovar a frota de veículos da empresa ou manter a frota
atualmente operante.
1.2 PROBLEMA
O uso frequente dos veículos nos serviços de transporte realizados pela
empresa pesquisada ocasionam um desgaste natural gerando altos custos com
manutenção preventiva e manutenção corretiva, também uma desvalorização devido
à alta quilometragem rodada.
10
1.2.1 HIPÓTESE
A hipótese proporciona, de maneira preditiva ou explicativa, uma solução
temporária para o problema apontado. É uma suposição que se realiza na tentativa
de conferir a legalidade de resposta existente para um problema (MARCONI;
LAKATOS, 2011).
1a Hipótese – Após análise da viabilidade econômica da empresa,
considerando desvalorização, valor residual, custo de manutenção, desempenho,
valores intangíveis agregados à imagem da empresa, o gestor concluí que deve
renovar a frota de veículos.
2a Hipótese – Após análise da viabilidade econômica da empresa,
considerando desvalorização, valor residual, custo de manutenção, desempenho,
valores intangíveis agregados à imagem da empresa, o gestor concluí que deve
manter a frota atualmente operante.
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo geral
O objetivo geral deste estudo é demonstrar a importância da análise
econômica por meio do método do CUSTO ANUAL EQUIVALENTE (CAE) na
substituição da frota de veículos de uma empresa de transporte executivo em São
Sebastião/ SP.
1.3.2 Objetivos específicos
Apresentar os resultados obtidos para auxiliar o gestor na tomada de decisão.
Verificar se é economicamente mais viável a troca ou a manutenção do veículo.
Verificar o melhor momento para realizar a troca de um veículo.
11
1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
O presente trabalho inicia-se com o resumo destacando os pontos relevantes
do estudo. Em seguida, apresenta uma breve introdução com o tema, justificativa,
problemática, hipóteses, objetivos geral e específico. Logo após, está o referencial
teórico, que permite ao estudo discutir e analisar os dados coletados por meio de um
embasamento teórico. Na sequência, apresenta-se o detalhamento da metodologia
utilizada no tópico de procedimentos metodológicos, posteriormente está o resultado
e discussão e, por fim, as considerações finais, em que a hipótese do estudo fica
comprovada.
12
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Esta etapa apresenta como base desta pesquisa de graduação alguns
conceitos utilizados de análise de investimento, com o objetivo de avaliar a viabilidade
econômica para a renovação de frota da empresa pesquisada.
2.1 CONCEITOS E PRINCÍPIOS DA ENGENHARIA ECONÔMICA
A engenharia econômica tem como objetivo a análise econômica de
decisões sobre investimentos.
E tem aplicações bastante amplas, pois os investimentos poderão tanto ser de empresa privadas como de entidades governamentais. Exemplos típicos de problemas de engenharia econômica são: 1- Efetuar o transporte de materiais manualmente ou comprar uma correia transportadora. 2- Construir uma rede de abastecimento de água com tubos de menor ou maior diâmetro. 3- Comprar um veículo a prazo ou à vista. Além do mais, ao se elaborar a análise econômica e financeira, somente são considerados os fatores conversíveis em dinheiro. Um investimento pode ter repercussões que não sejam ponderáveis, tais como manter certo nível de emprego ou conseguir a boa vontade de um cliente ou fornecedor. Estes critérios imponderáveis são, em geral, analisados pela alta administração da empresa. A decisão da implantação de um projeto deve, pois, considerar: Critérios econômicos: Rentabilidade do investimento. Critérios financeiros: Disponibilidade de recursos. Critérios imponderáveis: Fatores não conversíveis em dinheiro. Vê-se, portanto, que a análise econômico-financeira pode não ser suficiente para a tomada de decisões. Para a análise global do investimento, pode ser necessário considerar fatores não quantificáveis como restrições ou os próprios objetivos ou políticas gerais da empresa, através de regras de decisão explícitas ou intuitivas. (CASAROTTO & KOPITTKE, 2010, p. 92).
2.1.1 INVESTIMENTO
Investimento é a aplicação de algum tipo de recurso (dinheiro ou título) com a
expectativa de receber algum retorno futuro superior ao aplicado, compensando
inclusivamente a perda de uso desse recurso durante o período de aplicação (juros
ou lucros, em geral ao longo prazo). Num sentido amplo, o termo aplica-se tanto à
compra de máquinas, equipamentos e móveis para instalação de unidades
produtivas como à compra de títulos financeiros (letras de câmbio, ações). Nesses
termos, investimento é toda aplicação de dinheiro com expectativa de lucro. Em
sentido estrito, em economia, investimento significa a aplicação de capital em meios
13
que levam ao crescimento da capacidade produtiva (instalações, máquinas, meios
de transporte), ou seja, em bens de capital. (ORSALES, 2014)
Segundo Assaf Neto e Lima (2009, p. 352):
Investimento é a aplicação da poupança em alguma alternativa econômica que promete pagamentos de juros no futuro, geralmente de longo prazo. No ambiente das empresas, investimento equivale às aquisições de bens produtivos, como máquinas, equipamentos, sistemas, tecnologia etc.
2.1.1.1 ANÁLISE DE INVESTIMENTO
A análise de investimento consiste na aplicação de técnicas específicas
provenientes dos princípios financeiros com intuito de revelar a opção mais sensata
entre as possíveis alternativas para o investimento. De modo técnico, a análise se
apoia em equações que tenham como propósito avaliar se é viável ou não certo
investimento, em outras palavras, se é rentável ou não (KUHNEN; BAUER, 2001).
Segundo Kuhnen e Bauer (2001, p. 389):
O conceito de análise de investimento pode hoje ser um conjunto de técnicas que permitem a comparação entre resultados de tomada de decisões referentes a alternativas diferentes de uma maneira científica.
Gitman (2010) afirma que para um tomador de decisão, analisar o investimento
é algo indispensável, pois, por meio desta análise, os riscos de uma operação são
minimizados, e toda análise de investimento deve se considerar o risco.
2.2 FLUXO DE CAIXA
De acordo com (GITMAN, 2010, p.95-99), O principal objetivo do fluxo de caixa
é demonstrar as entradas e as saídas de caixa de um determinado período
estabelecido. Serve tanto para o gestor planejar e tomar decisões como para gerir as
finanças diárias da organização, no intuito de agregar ainda mais valores aos
acionistas.
Segundo Limeira et al (2010, p.22) a demonstração do fluxo de caixa tem por
objetivo indicar informações referente as movimentações, saldo de caixa e seus
equivalentes. Já o balanço patrimonial consiste em apresentar economicamente sua
14
situação financeira em certo período, sendo decorrente das suas transações que
envolvem bens, direitos e obrigações.
2.2.1 COMPONENTES DE UM FLUXO DE CAIXA
De acordo com Ribeiro (2002), as principais variáveis que compõem os fluxos
de caixa segundo são:
Receita Líquida: São entradas de caixa incrementais, após os impostos
(descontando os impostos ICMS, PIS/COFINS etc... Pelos projetos ao longo
de sua vida útil.
Custos e Despesas: São saidas de caixa incrementais decorrentes do
funcionamento do projeto e podem se classificar em fixos ou variáveis.
Depreciação: O valor contábil (investimento dividido pela vida útil do ativo) que
é usado somente para pagamento do imposto de renda.
Investimento: Corresponde ao montante líquido de recursos a ser aplicado na
implantação do projeto. Para se obter esse montante, são considerados:
o O valor de aquisição do novo ativo acrescido dos custos com sua
instalação.
o O recebimento, se houver, pela venda de ativos antigos( em caso de
substituição de ativos)
Valor Residual: Corresponde à receita liquida (sem impostos) gerada para a
empresa pela venda do ativo ao final da vida útil do projeto, independentemente
do estado em que se encontre e do seu valor contábil.
TMA (Taxa Mínima de Atratividade): “Rentabilidade mínima exigida dos
investimentos pelos dirigentes da empresa como parte de sua política de
aquisições”. (RIBEIRO, 2002, p.18). A partir da estimativa de um fluxo de caixa,
a aceitação ou rejeição de um projeto será determinada pela TMA, pois o
projeto atrativo será aquele que adicionará valor a empresa custando menos e
rendendo mais. Para o autor:
A escolha da TMA “adequada” é crucial porque uma TMA superior ao custo de capital pode eliminar projetos que adicionariam valor ao negócio, enquanto que uma TMA inferior ao custo de capital elegeria projetos que subtraem valor ao negócio. Todos os projetos que apresentarem um retorno
15
mínimo igual ao custo de capital teriam condições de ser implementados, é claro tem de ser observado o racionamento de capital, pois remunerariam os capitais neles investidos ao seu custo de oportunidade. A escolha da TMA deve, portanto, guardar estreita relação com o custo de capital para os diferentes níveis de risco dos investimentos. O estabelecimento sistemático de uma TMA superior ao custo de capital poderia redundar em perda de competitividade pela rejeição de projetos rentáveis quando descontados ao custo de capital.
Capital de Giro: O Capital de Giro origina-se da necessidade de enfrentar a
defasagem que normalmente existe entre o processo de produção e de vendas.
Serve, fundamentalmente, para financiar a operação do negócio até que sejam
recebidos os ingressos gerados pelas atividades produtivas. Se a empresa
vender parte de sua produção a crédito, deverá contar com um fundo que lhe
permita manter as operações durante o tempo que os clientes tardam para
pagar suas compras. Igualmente, em certas situações, as operações estão
expostas a sazonalidades, o que faz necessário manter reservas (estoques)
com a finalidade de não alterar o programa de produção e o processo produtivo.
FORMULÁRIO PARA MONTAR O FLUXO DE CAIXA
PREENCHER Valores em 1000
PERIODO ´0 1 2 3 4 5
Formula de CálculoRECEITA LIQUIDA ACusto variavel BCusto Fixo CDepreciação DResultado Operacional E=A-B-C-D
aliquotaImposto de Renda F=aliquota/100x EAdição da Depreciação G=DFluxo de Caixa( depois do imposto) H=E-F+GInvestimento IVenda de Ativo Fixo(valor residual) JCapital de Giro K ´0Variação de Capital de Giro L=k ano ant-K do anoFluxo de Caixa Líquido(FCL) H-I+J+L
16
Exemplo de componentes de fluxo de caixa: Valor residual (2500)
Entradas de caixa operacionais
400 500 600 700 800 800 800 800 900 1000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 períodos 5000 Investimento Inicial
Fonte: Curso de Análise de Investimentos - Prof. Francisco O. O. Ribeiro (2016, p. 19)
2.2.2 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
Segundo Ribeiro (2012, pag.34), as técnicas de análise de investimentos são
utilizadas pelas empresas para seleção de projetos que irão aumentar a riqueza de
seus proprietários. As principais técnicas de análise de investimento mais utilizadas
são:
Payback period - Tempo de Retorno do Capital Investido
Valor Presente líquido (VPL) ou NPV
Índice de Lucratividade (IL)
Valor Anual Uniforme Equivalente (VAUE)
Custo anual equivalente (CAE)
2.2.2.1 Payback period - Tempo de Retorno do Capital Investido
O tempo de retorno, ou tempo de recuperação de capital, é o período de tempo
necessário para a empresa recuperar seu investimento inicial em um projeto, a partir
das entradas de caixa. No caso de uma anuidade (fluxo de caixa constante) o período
de payback pode ser encontrado dividindo-se o investimento inicial pela entrada de
caixa anual. Para uma série mista, as entradas de caixa anuais devem ser acumuladas
até que o investimento inicial seja recuperado.
Exemplo 1: Payback period anuidade
17
400 400 400 400 400
Períodos 0 1 2 3 4 5
1000
푃푎푦푏푎푐푘 = 1000400 = 2,5푎푛표푠
Metodologia
Ano 0 1 2 3 4 5
Fluxo de caixa -1000 400 400 400 400 400
Fluxo de caixa acumulado -1000 -600 -200 200 600 1000
Payback = ano antes da recuperação + . çã ó çã
Payback = 2+ = 2,5 anos
Prós e Contras do Payback period Segundo GITMAN. O amplo uso do payback period, particularmente pelas empresas pequenas, deve-se a sua facilidade de cálculo e ao apelo intuitivo. Ele é atraente porque considera fluxos de caixa ao invés de lucros contábeis e também porque leva em certa consideração, implicitamente, a época de ocorrência dos fluxos de caixa e, por conseguinte, o fator tempo no valor do dinheiro. Por ser visto como uma medida de risco, muitas empresas usam o payback period como critério básico de decisão ou como complemento a técnicas de decisão sofisticadas. Quanto mais tempo a empresa precisar esperar para recuperar seus fundos investidos, maior possibilidade de perda. Portanto, quanto menor for o período de payback, menor será a exposição da empresa aos riscos (2010, p366)
De acordo com Ribeiro (2012) a principal deficiência do payback period é sua
incapacidade de especificar o período apropriado, tendo em vista o objetivo de
maximização da riqueza do acionista – pois não se baseia em fluxos de caixa
descontados para verificar se adicionam valor à empresa. Ao contrário, o período de
payback apropriado é simplesmente um período de tempo máximo aceitável,
determinado subjetivamente, como momento em que o fluxo de caixa do projeto
alcança seu “ponto de equilíbrio” (isto é, quando as entradas de caixa se igualam ao
18
investimento inicial). Uma segunda deficiência é que essa abordagem falha ao deixar
de considerar integralmente o fator tempo no valor do dinheiro. Ao medir a rapidez
com que a empresa recupera seu investimento inicial, ela leva em consideração
apenas implicitamente à época de ocorrência dos fluxos de caixa. A terceira
deficiência é que não reconhece os fluxos de caixa que ocorrem após o período de
payback.
2.2.2.2 Valor Presente Líquido (VPL) ou (NPV)
A característica essencial do método do valor presente é o desconto para o
valor presente de todos fluxos de caixa esperados como resultado de uma decisão de
investimento. Isto é, a fim de satisfazer ao requisito básico, segundo o qual as
alternativas devam ser comparadas somente se as consequências monetárias forem
medidas em um ponto comum no tempo, a “data presente” é arbitrariamente
selecionada como o ponto de referência (Na prática, a “data presente” é determinada
em relação ao problema particular dos juros. É geralmente definida como o tempo em
que começa a vida do projeto). O valor descontado líquido de todos os fluxos de caixa
prospectivos é uma medida direta da atratividade econômica relativa do investimento
proposto.
O valor Presente Líquido (VPL), como mostra a equação abaixo, é obtido
subtraindo-se o Investimento Inicial (CFo) do valor presente das entradas de caixa
(CFj), descontadas a uma taxa de juros.
푉푃퐿 = 퐶퐹 (1 + 푖) − 퐶퐹
VPL = PV- CF0 (INVESTIMENTO) Quando os valores do fluxo for iguais a formula do PV é:
푃푉 = 푃푀푇(1 + 푖) − 1(1 + 푖) 푥푖
PV= Valor Presente PMT= Prestação
i = taxa de juros n = número de prestações
19
Quando os valores do fluxo forem diferentes, é necessário achar o PV de cada valor e depois somar os valores. A formula ´do PV é ;
푃푉 = 퐹푉
(1 + 퐼)
Quando o VPL é usado para tomada de decisão do tipo “aceitar – rejeitar”, adota-se o
seguinte critério: Se VPL > 0 se aceita o projeto e, se VPL < 0, rejeita-se o projeto.
A empresa obterá um maior retorno do que seu custo de capital. Com isso, estaria
aumentando o valor de mercado da empresa e, consequentemente, a riqueza dos
seus proprietários.
Exemplo 1:
A gerência de uma fábrica está considerando a possibilidade de instalar uma nova
máquina que custa R$ 10.000,00, objetivando uma redução de custo de R$ 2.000,00
por ano, durante 10 anos. Sendo a taxa mínima de atratividade para a empresa igual
a 10% a.a., deseja - se saber se é atrativo o investimento (use o método VPL)
2000 2000 2000 2000 2000 0 1 2 3 4 ........10 i = 10 % a.a. 10.000 ( Investimentos )
Aplicando a formula de Valor Presente de uma serie uniforme (IGUAIS) de
capitais
푃푉 = 푃푀푇(1 + 푖) − 1(1 + 푖) 푥푖
PV= Valor Presente PMT= Prestação
i = taxa de juros n = número de prestações
VPL OU NPV = PV (do fluxo de caixa) – Cfo (Investimento)
푃푉 = 2000(1 + 0,10) − 1
(1 + 0,10) 푥0,10 = ퟏퟐ.ퟐퟖퟗ,ퟏퟑ
20
VPL OU NPV = PV – Cfo = 12289,13-10.000,00= 2.289,13
PV=2.289,13 (VPL)
R. O Investimento é viável economicamente pois o VPL > 0
2.2.2.3 Índice de Lucratividade (IL)
Esse critério consiste em estabelecer a razão entre o valor presente do fluxo
de caixa líquido do projeto e o investimento Inicial.
푰푳 = 푽풂풍풐풓푷풓풆풔풆풏풕풆(푷푽)풅풐풇풍풖풙풐풅풆풄풂풊풙풂풍í풒풖풊풅풐
푰풏풗풆풔풕풊풎풆풏풕풐
O IL mostra a lucratividade relativa de qualquer projeto ou o valor presente de
cada unidade monetária do investimento inicial. Com esse critério, o investimento será
rentável sempre que o valor presente das entradas líquidas do caixa do projeto forem
superior a seu investimento inicial, isto é sempre que seu índice de lucratividade for
superior a 1. Entre as diversas variantes de um projeto, a mais interessante será a
que apresentar o IL mais elevado.
Exemplo:
Dois Projetos apresentam o fluxo de caixa líquido esperados após o imposto.
Deverá ser só um escolhido, qual será? Use o método Índice de Lucratividade (IL).
ANOS PROJETO S PROJETO L 0* (1.000) (1.000) 1 500 100 2 400 300 3 300 400 4 200 600
* Representa o desembolso líquido (Cfo) Investimento
21
500 400 300 200 PROJETO S 0 1 2 3 4 i = 10 % a.a. 1.000 ( Investimentos )
푰푳 = 푽풂풍풐풓푷풓풆풔풆풏풕풆(푷푽)풅풐풇풍풖풙풐풅풆풄풂풊풙풂풍í풒풖풊풅풐
푰풏풗풆풔풕풊풎풆풏풕풐 PV (do fluxo)= ퟓퟎퟎ
(ퟏ ퟎ,ퟏퟎ)ퟏ + ퟒퟎퟎ
(ퟏ ퟎ,ퟏퟎ)ퟐ + ퟑퟎퟎ
(ퟏ ퟎ,ퟏퟎ)ퟑ + ퟐퟎퟎ
(ퟏ ퟎ,ퟏퟎ)ퟒ = 1.147,12
IL= . ,
. =1,147
100 300 400 600 PROJETO L 0 1 2 3 4 i = 10 % a.a. 1.000 ( Investimentos )
푰푳 = 푽풂풍풐풓푷풓풆풔풆풏풕풆(푷푽)풅풐풇풍풖풙풐풅풆풄풂풊풙풂풍í풒풖풊풅풐
푰풏풗풆풔풕풊풎풆풏풕풐 PV (do fluxo)= ퟏퟎퟎ
(ퟏ ퟎ,ퟏퟎ)ퟏ + ퟑퟎퟎ
(ퟏ ퟎ,ퟏퟎ)ퟐ + ퟒퟎퟎ
(ퟏ ퟎ,ퟏퟎ)ퟑ + ퟔퟎퟎ
(ퟏ ퟎ,ퟏퟎ)ퟒ = 1.049,18
IL=ퟏퟎퟒퟗ,ퟏퟖ
ퟏퟎퟎퟎ = 1,0492
Resposta: O Projeto escolhido deverá ser o Projeto S, pois apresenta um maior IL.
2.2.2.4 Valor Anual Uniforme Equivalente (VAUE)
Este método consiste em obter um valor médio periódico dos fluxos de
caixa positivos e compará-lo com o valor médio dos fluxos de caixa negativos.
Enquanto o valor presente líquido (VPL) demonstra o resultado líquido de um fluxo de
caixa a valor presente, o VAUE mostra um resultado equivalente em base periodica (
ex. Por ano) e é apurado da seguinte forma. VAUE = PMT( Fluxos Positivos;TMA)-PMT( Fluxos Negativos;TMA) Aplica-se essa formula da seguinte maneira:
22
a) Obtém-se o valor médio anual dos fluxos positivos (PMT +). Se os valores dos
fluxos positivos de um fluxo de caixa não forem iguais e consecutivos, é necessário
calcular um equivalente. Para isso, pode-se trazê-los todos a valor presente (PV) com
base na TMA e, em seguida, projetá-los com base na formula:
푃푀푇 = 푃푉 ( ) ( )
pela mesma taxa (TMA); b) Igualmente,projeta-se o valor médio anual dos fluxos negativos (PMT), tomando-se
por base a TMA;
c) Finalmente, apura-se o resultado liquido desses valores.
É mais uma ferramenta que pode ser utilizada na análise de investimento. Este
método originalmente foi sugerido por Besley Meyer e Longstreet em 1988 com a
denominação de ANPV (Annualise net present value)
Exemplo 1 usar TMA 15%
Peridos ANO 0 ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 Fluxo de
caixa -25000 12000 11000 10000 9000 24000
PMT(+) dos fluxos positivos PV (+)=
( , ) +
( , ) +
( , ) +
( , +
( , ) = 42.405,55
푃푀푇 = 푃푉 ( )
( ) = 푃푀푇( ) = 42405,55 ( , ) ,
( , ) = 12.650,24
PMT(-) dos fluxos negativos ( investimento)
푃푀푇 = 푃푉 ( ) ( )
= 푃푀푇( ) = 25000 ( , ) ,( , )
= 7.457,89 Portanto VAUE = PMT( Fluxos Positivos;TMA)-PMT( Fluxos Negativos;TMA) VAUE= 12.650,24-7457,89 = 5.192,35
23
2.2.2.5 Método do Custo Anual Equivalente (CAE)
Em determinados projetos ou serviços, os benefícios ou receitas
dificilmente podem ser quantificados em termos monetários; entretanto, os custos
podem sê-lo. Muitas vezes, sobretudo em problemas de engenharia econômica, é
mais fácil determinar os fluxos de custos do que os de receitas. Nesses casos, bastaria
conhecer os custos das alternativas e selecionar aquela com menores custos
anualizados.
O Custo anual equivalente (CAE) é basicamente um rateio uniforme, por unidade de
tempo, dos custos de investimento, de oportunidade e operacionais das alternativas.
O seu cálculo é semelhante ao VAUE. Exemplo:
Determinada empresa deseja substituir a frota de veículos a serem utilizados para o
trabalho de seus vendedores dados abaixo do valor de manutenção anual e o valor
de revenda de acordo com seu uso.
FINAL DO VALOR DE REVENDA
CUSTO DE MANUTENÇÃO ANUAL
O KM 15.000 0 1 ANO 12.500 2.500 2 ANO 10.200 2.800 3 ANO 8.500 3.500 4 ANO 7.000 3.000 5 ANO 6.200 3.700
Considerando que a empresa usa TMA 10 % a.a. Defina qual melhor opção:
a) Comprar um carro zero e trocá-lo a cada 2 anos
b) Comprar um carro com um ano de uso e substituí-lo a cada 3 anos.
Opção a) 10.200 (Val. Revenda) 0 1 2 15.000 2.500 2.800 푃푉(푣푎푙표푟푑푒푟푒푣푒푛푑푎) =
( , ) = 8.429,75
PV (investimento)- PV do valor da revenda)=15.000-8.8429,75=6.570,25
24
푃푀푇(푖푛푣푒푠푡.−푣푎푙표푟푑푒푟푒푛푑푎) = 푃푉 ( ) ( )
푃푀푇 = 6570,25 ( , ) ,( , )
푃푀푇(푖푛푣푒푠푡.−푣푎푙표푟푑푒푟푒푛푑푎) = ퟑ.ퟕퟖퟓ,ퟕퟏ PV (dos custos de manutenção) =2500/(1+0,1)1 + 2800/(1 +0,1)2 =4.586,78
푃푀푇(푐푢푠푡표푑푒푚푎푛푢푡푒푛çã표) = 푃푉 ( ) ( )
푃푀푇(푐푢푠푡표푑푒푚푎푛푢푡푒푛çã표) = 4586,78 ( , ) ,( , )
= 2.642,85
CAE da opção a = PMT (invest. – valor de revenda) 3.785,71 + PMT (custo de manutenção) 2.642,85 = 6.428,57
Opção b) 7.000 (Val. Revenda)
0 1 2 12.500 2.800 3.500 3.000
푃푉(푣푎푙표푟푑푒푟푒푛푑푎) = ( , )
= 푃푉(푣푎푙표푟푑푒푟푒푛푑푎) = 5.259,20
PV (investimento)- PV do valor da revenda)=12.500-5.259,20=7.240,80
푃푀푇(푖푛푣푒푠푡.−푣푎푙표푟푑푒푟푒푛푑푎) = 푃푉 ( ) ( )
푃푀푇 = 7240,80 ( , ) ,( , )
푃푀푇(푖푛푣푒푠푡.−푣푎푙표푟푑푒푟푒푛푑푎) = ퟐ.ퟗퟏퟏ,ퟔퟑ
PV(dos custos de manutenção)=2800/(1+0,1)1 +3.500/(1 +0,1)2 + 3.000/(1+0,1)3 =
7.691,96
푃푀푇(푐푢푠푡표푠푑푒푚푎푛푢푡푒çã표) = 푃푉 ( ) ( )
푃푀푇 = 7691,96 ( , ) ,( , )
푃푀푇(푐푢푠푡표푠푑푒푚푎푛푢푡푒çã표) = 3.093,05
CAE da opção b =
PMT (innvest. – valor de venda) 2.911,63 + PMT (custo de manut.) 3.093,05 =
6.004,68
CONCLUSÃO: A melhor opção é a opção “b”, pois o CAE é menor.
25
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O método escolhido para a referida análise de viabilidade econômica, foi o CAE
(Custo Anual Equivalente), que mostra-se o método mais apropriado, considerando
um contexto onde não se pode quantificar a receita em títulos monetários, apenas os
custos. Em determinados projetos ou serviços, os benefícios ou receitas dificilmente podem ser quantificados em termos monetários; entretanto, os custos podem sê-lo. Muitas vezes, sobretudo em problemas de engenharia econômica, é mais fácil determinar o fluxos de custos do que os de receitas. Nesses casos bastaria conhecer os custos das alternativas e selecionar aquela com menores custos anualizados. (SAMANEZ, 2010, p.42).
Seguindo a mesma linha de raciocínio, o autor ainda argumenta que:
Se existirem alternativas que produzam o mesmo serviço, quantificável ou não, mas a custo diferente, a receita ou benefício pode ser conhecido ou desconhecido, uma vez que, como é um fator comum a todas as alternativas, será irrelevante em uma análise incremental. Assim nesse caso basta conhecer os custos das alternativas e selecionar aquela com os menores custos anualizados. (SAMANEZ, 2010, p.42)
Sendo assim, a decisão será tomada a partir de demonstração dos veículos
atualmente operantes na empresa, seus respectivos custos com manutenção,
também na análise do fluxo de caixa (apresentado a baixo) e alternativas de ativos
similares disponíveis no mercado.
3.1 FROTA DE VEÍCULOS
A empresa dispõe de uma frota de 5 veículos, conforme tabela a baixo;
Qnt. MARCA MODELO ANO DE FABRICAÇÃO 1 Chevrolet Spin LT 5S 1.8 (Flex) 2014 3 Chevrolet Cobalt LT 1.8 8V (Flex) 2014 1 Chevrolet Meriva Maxx 1.4 (Flex) 2009
Para todos os casos apresentados a baixo, foi considerado uma TMA de 14% a.a.
26
3.2 APLICAÇÃO DO CUSTO ANUAL EQUIVALENTE (CAE)
1° Caso
Ativo Descrição Valor Veículo Atual Chevrolet Spin LT 5S 1.8 (Flex) 2014 R$ 40.051,00
Veículo 0KM Chevrolet Spin LT 5S 1.8 (Flex) 2016 R$ 56.850,00
a) Comprar um Veículo Zero KM.
Custo de manutenção:
1° Ano 2° Ano 3° Ano Total R$ 1.072,00 R$ 1.459,20 R$ 1.203,20 R$ 3.734,40
Valor de revenda do veículo ao final do 3° ano R$ 37.990,00
Desvalorização de 11,07% a.a. segundo fonte:
http://www.carrosnaweb.com.br/analise.asp?codigo=112 Acesso em 20/05/2016
37.990,70(Val. Revenda) 0 1 2 56.850 1.072 1.459,2 1.203,2 푃푉(푣푎푙표푟푑푒푟푒푣푒푛푑푎) =
( , ) 푃푉(푣푎푙표푟푑푒푟푒푣푒푛푑푎) = ퟐퟓ.ퟔퟐퟗ
PV (investimento) - PV (valor da revenda)=56.850-25.629=31.221
푃푀푇(푖푛푣푒푠푡.−푣푎푙표푟푑푒푣푒푛푑푎) = 푃푉 ( ) ( )
푃푀푇 = 31221 ( , ) ,( , )
푃푀푇(푖푛푣푒푠푡.−푣푎푙표푟푑푒푣푒푛푑푎) = ퟏퟑ.ퟒퟒퟖ
PV(custodemanut. ) = ( , )
+ ( , )
+ ( , )
= ퟐ.ퟕퟎퟎ
푃푀푇(푐푢푠푡표푑푒푚푎푛푢푡푒푛çã표) = 푃푉 ( ) ( )
푃푀푇(푐푢푠푡표푑푒푚푎푛푢푡푒푛çã표) = 2700 ( , ) ,( )
= ퟏ.ퟏퟔퟑ
CAEa = PMT (invest. – valor de revenda) 13.448 + PMT (custo de manut.) 1.163 =
14.611
27
b) Manter o Atual
Investimento = 0 (Zero)
Custo de manutenção:
1° Ano 2° Ano 3° Ano Total R$ 1.340,00 R$ 1.824,00 R$ 1.504,00 R$ 4.668,00
Valor de revenda do veículo ao final do 3° ano R$ 26.750,00
Desvalorização de 11,07% a.a. segundo fonte:
http://www.carrosnaweb.com.br/analise.asp?codigo=112 Acesso em 20/05/2016 26.750(Val. Revenda) 0 1 2 0 1.340 1.824 1.504 푃푉(푣푎푙표푟푑푒푟푒푣푒푛푑푎) =
( , ) 푃푉(푣푎푙표푟푑푒푟푒푣푒푛푑푎) = ퟏퟖ.ퟎퟓퟓ
PV (investimento)- PV (valor da revenda)=0 – 18.055= - 18.055
푃푀푇(푖푛푣푒푠푡.−푣푎푙표푟푑푒푣푒푛푑푎) = 푃푉 ( ) ( )
푃푀푇 = 18055 ( , ) ,( , )
푃푀푇(푖푛푣푒푠푡.−푣푎푙표푟푑푒푣푒푛푑푎) = −7.777
PV(custodemanut. ) =
( , )+
( , )+
( , )= ퟑ.ퟓퟗퟒ
푃푀푇(푐푢푠푡표푑푒푚푎푛푢푡푒푛çã표) = 푃푉 ( ) ( )
푃푀푇(푐푢푠푡표푑푒푚푎푛푢푡푒푛çã표) = 3594 ( , ) ,( , )
푃푀푇(푐푢푠푡표푑푒푚푎푛푢푡푒푛çã표) = ퟏ.ퟓퟒퟖ
CAEb = 229.61548)(777.7).( utcustodemanPMTendavalorderevinvestPMT
CONCLUSÃO: A melhor opção é manter o veículo usado, pois o CAE é menor.
28
2° Caso
Ativo Descrição Valor Veículo Atual Chevrolet Cobalt LT 1.8 8V (Flex) 2014 R$ 37.212,00 Veículo 0KM Cobalt LTZ 1.8 8V (Flex) 2016 R$ 60.890,00
a) Comprar um Veículo Zero KM.
Custo de manutenção:
1° Ano 2° Ano 3° Ano Total R$ 1.072,00 R$ 1.459,20 R$ 1.216,00 R$ 3.747,20
Valor de revenda do veículo ao final do 3° ano: R$ 40.668,43
Desvalorização de 11,07% a.a. segundo fonte:
http://www.carrosnaweb.com.br/analise.asp?codigo=112 Acesso em 20/05/2016 40.668,43 (Val. Revenda) 0 1 2 60.890 1.072 1.459,2 1.216
푃푉(푣푎푙표푟푑푒푟푒푣푒푛푑푎) = .
( , ) 푃푉(푣푎푙표푟푑푒푟푒푣푒푛푑푎) = ퟐퟕ.ퟒퟓퟎ
PV (investimento)- PV do valor da revenda) = 60.890 - 27.450 = 29.669
푃푀푇(푖푛푣푒푠푡.−푣푎푙표푟푑푒푣푒푛푑푎) = 푃푉 ( ) ( )
푃푀푇 = 29669 ( , ) ,( , )
푃푀푇(푖푛푣푒푠푡.−푣푎푙표푟푑푒푣푒푛푑푎) = ퟏퟐ.ퟕퟕퟗ
PV(custodemanut. ) = ( , )
+ ( , )
+ ( , )
= ퟐ.ퟕퟎퟎ
푃푀푇(푐푢푠푡표푑푒푚푎푛푢푡푒푛çã표) = 푃푉 ( ) ( )
푃푀푇(푐푢푠푡표푑푒푚푎푛푢푡푒푛çã표) = 2700 ( , ) ,( )
= ퟏ.ퟏퟔퟑ
CAEa = 942.13163.1)(779.12).( utcustodemanPMTendavalorderevinvestPMT
29
b) Manter o Atual
Investimento = 0 (Zero)
Custo de manutenção:
1° Ano 2° Ano 3° Ano Total R$ 1.340,00 R$ 1.824,00 R$ 1.504,00 R$ 4.668,00
Valor de revenda do veículo ao final do 3° ano R$ 24.853,00
Desvalorização de 11,07% a.a. segundo fonte:
http://www.carrosnaweb.com.br/analise.asp?codigo=112 Acesso em 20/05/2016 24.853(Val. Revenda) 0 1 2 1340 1824 1504 푃푉(푣푎푙표푟푑푒푟푒푣푒푛푑푎) =
( , ) 푃푉(푣푎푙표푟푑푒푟푒푣푒푛푑푎) = ퟏퟔ.ퟕퟕퟓ
PV (investimento)- PV do valor da revenda)=0 – 16.775= - 16.775
푃푀푇(푖푛푣푒푠푡.−푣푎푙표푟푑푒푣푒푛푑푎) = 푃푉 ( ) ( )
푃푀푇 = 16775 ( , ) ,( , )
푃푀푇(푖푛푣푒푠푡.−푣푎푙표푟푑푒푣푒푛푑푎) = −7.225
PV(custodemanut. ) =
( , )+
( , )+
( , )= ퟑ.ퟓퟗퟒ
푃푀푇(푐푢푠푡표푑푒푚푎푛푢푡푒푛çã표) = 푃푉 ( ) ( )
푃푀푇(푐푢푠푡표푑푒푚푎푛푢푡푒푛çã표) = 3594 ( , ) ,( , )
푃푀푇(푐푢푠푡표푑푒푚푎푛푢푡푒푛çã표) = ퟏ.ퟓퟒퟖ
CAEb = 677.5548.1)(225.7).( utcustodemanPMTendavalorderevinvestPMT
CONCLUSÃO: A melhor opção é manter o veículo usado, pois o CAE é menor.
30
3° Caso
Ativo Descrição Valor Veículo Atual Chevrolet Meriva Maxx 1.4 (Flex) 2009 R$ 21.304,00 Veículo 0KM Chevrolet Onix LT 1.0 8V (Flex) 2016 R$ 37.215,00
a) Comprar um Veículo Zero KM.
Custo de manutenção:
1° Ano 2° Ano 3° Ano Total R$ 1.084,80 R$ 1.149,00 R$ 1.225,60 R$ 3.459,40
Valor de revenda do veículo ao final do 3° ano: R$ 24.855,04
Desvalorização de 11,07% a.a. segundo fonte:
http://www.carrosnaweb.com.br/analise.asp?codigo=112 Acesso em 20/05/2016 24.855,04 (Val. Revenda) 0 1 2 37.215 1.084,8 1.149,2 1.225,6 푃푉(푣푎푙표푟푑푒푟푒푣푒푛푑푎) =
( , ) 푃푉(푣푎푙표푟푑푒푟푒푣푒푛푑푎) = ퟏퟔ.ퟕퟕퟔ
PV (investimento)- PV (valor da revenda) = 37.215 – 16.76 = 20.439
푃푀푇(푖푛푣푒푠푡.−푣푎푙표푟푑푒푣푒푛푑푎) = 푃푉 ( ) ( )
푃푀푇 = 20439 ( , ) ,( , )
푃푀푇(푖푛푣푒푠푡.−푣푎푙표푟푑푒푣푒푛푑푎) = 8.803
PV(custodemanut. ) = ( , )
+ ( , )
+ ( , )
= ퟐ.ퟓퟗퟎ
푃푀푇(푐푢푠푡표푑푒푚푎푛푢푡푒푛çã표) = 푃푉 ( ) ( )
푃푀푇(푐푢푠푡표푑푒푚푎푛푢푡푒푛çã표) = 2590 ( , ) ,( , )
= ퟏ.ퟏퟏퟓ
CAEa = PMT (invest. – valor de revenda) 8.803 + PMT (custo de manutenção) 1.115
= 9.918
31
b) Manter o Atual
Investimento = 0 (Zero)
Custo de manutenção:
1° Ano 2° Ano 3° Ano Total R$ 9.177,00 R$ 12.030,10 R$ 15.439,13 R$ 34.646,23
Valor de revenda do veículo ao final do 3° ano R$ 6.489,19
Desvalorização de 23,18% a.a. segundo fonte:
http://www.carrosnaweb.com.br/analise.asp?codigo=112 Acesso em 20/05/2016 6.489 (Val. Revenda) 0 1 2 9.177 12.030 15.439 푃푉(푣푎푙표푟푑푒푟푒푣푒푛푑푎) =
( , ) 푃푉(푣푎푙표푟푑푒푟푒푣푒푛푑푎) = ퟒ.ퟑퟕퟗ
PV (investimento)- PV (valor da revenda)= 0 – 4.379 = - 4.379
푃푀푇(푖푛푣푒푠푡.−푣푎푙표푟푑푒푣푒푛푑푎) = 푃푉 ( ) ( )
푃푀푇 = 4.379 ( , ) ,( , )
푃푀푇(푖푛푣푒푠푡.−푣푎푙표푟푑푒푣푒푛푑푎) = −1.894
PV(custodemanut. ) =
( , )+
( , )+
( , )= ퟐퟕ.ퟕퟐퟕ
푃푀푇(푐푢푠푡표푑푒푚푎푛푢푡푒푛çã표) = 푃푉 ( ) ( )
푃푀푇(푐푢푠푡표푑푒푚푎푛푢푡푒푛çã표) = 27727 ( , ) ,( , )
푃푀푇(푐푢푠푡표푑푒푚푎푛푢푡푒푛çã표) = ퟏퟏ.ퟗퟒퟐ
CAEb = PMT (invest. – valor de venda) -1.894 + PMT (custo de manut.) 11.942 =
10.048
CONCLUSÃO: A melhor opção é comprar veículo novo, pois o CAE é menor.
32
3.2.1 CUSTOS DE MANUTENÇÃO
Os custos anuais de manutenção apresentados nos demonstrativos acima referem-
se à manutenções preventivas e corretivas, exemplo:
Filtro de óleo, filtro de ar, filtro de combustível, filtro de ar-condicionado, óleo do
motor, óleo de direção hidráulica, líquido de arrefecimento, fluído de freio, velas de
ignição, sistema de injeção eletrônica, correias dentada, cabo de vela, bateria, pneus,
alinhamento/geometria, amortecedores, pastilhas e discos de freio, suspensão,
câmbio, kit embreagem, etc.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O presente estudo analisou 3 caso usando o método CAE (Custo Anual
Equivalente), visando responder a viabilidade econômica para a substituição ou
permanência dos veículos na frota da empresa pesquisada.
No Caso 1, constatou-se que o Veículos Chevrolet Spin LT 5S 1.8 (Flex) 2014,
não deve ser substituído, pois o resultado do CAE para manutenção é menor em
relação ao resultado do CAE para substituição.
No Caso 2, constatou-se que o Veículo Chevrolet Cobalt LT 1.8 8V (Flex) 2014,
também não deve ser substituído, pois o mesmo apresentou o resultado do CAE para
manutenção é menor em relação ao resultado do CAE para substituição.
Já no Caso 3, onde foi analisado o Veículo Chevrolet Meriva Maxx 1.4 (Flex)
2009 o constatou-se que o referido veículo deve ser substituído por um ativo
equivalente 0KM, pois apresentou um CAE de manutenção maior em relação ao CAE
de aquisição de um ativo substituto, que nesse caso foi proposto o veículo Chevrolet
Onix LT 1.0 8V (Flex) 2016.
33
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho se propôs a analisar a viabilidade da substituição ou permanência
de veículos na frota de uma empresa de transportes atuante na cidade de São
Sebastião/SP.
Para o cumprimento dos objetivos propostos, considerou-se os princípios da
engenharia econômico e suas afetações na proposta em análise. Debruçou-se ainda
sobre os estudos de fluxo de caixa a fim de considerar as variáveis que poderiam
afetar na decisão de substituição ou permanência.
A pesquisa seguiu com análise de 5 veículos que compõem a frota veicular em
questão. Estabelecidas as premissas, procedeu-se com a aplicação do método a fim
de verificar a sustentação. Há de pontuar que, por tratarem-se de 5 veículos, a
premissa precisou considerar a análise individual dos veículos, de forma que a
decisão contemplasse cada um dos meios de transporte.
À luz dos dados devidamente coletados, procedeu-se com sua interpretação e
aplicação dos métodos propostos, conforme citado anteriormente, de modo que se
concluiu, primeiramente a vida útil média de 6 anos dos objetos analisados. Assim, de
acordo com o CAE, apenas veículo apresentado no caso 3 (Chevrolet Meriva Maxx
1.4 [Flex] 2009) deve ser substituído.
A pesquisa, então, apontou para significativa influência econômica da decisão,
de forma que evita ao gestor da empresa o investimento em uma nova frota, quando
a manutenção da existente traz benefício evidente, conforme explicitado no estudo. A
pesquisa também evitou o investimento em manutenção desnecessário para o caso 3
supracitado, de forma que o investimento em substituição se apresenta mais lucrativo.
34
REFERÊNCIAS
ASSAF NETO, Alexandre; LIMA, Fabiano Guasti. Curso de administração financeira. São Paulo: Atlas, 2009. CASAROTTO,F.N. ; KOPITTKE,H.B. Análise de investimentos: Engenharia econômica, Tomada de decisão, Estratégia empresarial. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2010. GITMAN,L.J. Princípios de administração financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. http://www.carrosnaweb.com.br/analise.asp?codigo=112 Acesso em 20/05/2016 KUHNEN , Osmar Leonardo – Matemática Financeira Aplicada e Análise de Investimentos/ Osmar Leonardo Kuhnen, Udibert Reinoldo Bauer. – 3o . ed. – São Paulo: Atlas, 2001. LAKATOS,E.M. ; MARCONI, M. A. Metodologia do trabalho científico. 7. ed. 3. reimp. São Paulo: Atlas, 2010. LIMEIRA, A. L. F. et al. Contabilidade para executivos. 9. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2010. ORSALES, CONTABILIDADE. Investimentos. Disponível em: http.//www.OrsalesContabilidade.com.br Acesso em: 05.2016 RIBEIRO,F.O.O. Estudo da utilização das técnicas para avaliação e seleção de projetos de investimentos na região de São José dos Campos. Dissertação de Mestrado – Fundação Alvares Penteado, 2002. SAMANEZ, Carlos Patricio. Engenhari Econômica: Administração financeira. 1. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. SAMANEZ, Carlos Patricio. Matemática financeira: aplicações à análise de investimentos. 4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
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