categorias do texto narrativo
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Texto Narra*vo
• O texto narra)vo narra acontecimentos ou experiências conhecidas ou imaginadas. A construção de uma narra*va implica que a ação, contada por um narrador, seja pra*cada por personagens, desenvolvida num determinado espaço e num determinado tempo.
• Normalmente, o texto narra*vo é cons*tuído pela narração (das ações que fazem evoluir a história/intriga), pela descrição (das personagens e do espaço), pelo diálogo (das personagens que falam entre si) e pelo monólogo (em que uma personagem fala consigo mesma).
Categorias da Narra*va § Ação
§ Espaço
§ Tempo
§ Personagens
§ Narrador
§ Narratário
§ Modos de expressão e de representação
Ação
• A ação pode ser dividida em vários momentos:
– situação inicial – introdução; – Peripécias e ponto culminante – desenvolvimento;
– desenlace – conclusão.
• Quanto ao relevo, a ação pode ser:
– Central -‐ cons*tuída pelos acontecimentos principais.
– Secundária -‐ cons*tuída pelos acontecimentos secundários que contribuem para a valorização da ação central; permite iden*ficar situações ou valores e compreender contextos, sociais, culturais, ideológicos, geográficos ou outros.
• Delimitação da ação: – Narra)va aberta -‐ a ação não apresenta a solução defini*va para o
des*no das personagens; deixa a possibilidade de acrescentar novas peripécias à série de acontecimentos que foram narrados;
– Narra)va fechada -‐ a ação e a sorte das personagens são resolvidas até ao pormenor.
§ Organização da sequencialidade narra)va (sequência narra)va das ações): As ações diversas de determinada obra relacionam-‐se entre si por: § Encadeamento -‐ ordenação cronológica das ações; § Encaixe -‐ introdução de uma ação noutra; § Alternância -‐ entrelaçamento das ações que se vão desenrolando, ora
uma, ora outra, separada e alternadamente, podendo fundir-‐se num determinado ponto da narra*va.
Espaço • Físico -‐ Lugar ou lugares onde decorre a ação. É, normalmente,
iden*ficado com pequenas referências Wsicas, podendo dizer-‐se interior ou exterior, fechado ou aberto, público ou privado.
• Social e cultural -‐ O que caracteriza a situação social e económica
ou o meio em que vivem as personagens. Define as classes e grupos sociais com os seus interesses, as suas ideologias e crenças, os seus valores, a sua posição na sociedade. O espaço cultural integra-‐se, normalmente, no espaço social, embora remeta mais para valores culturais, tradições e costumes, formação cultural.
• Psicológico -‐ o espaço vivenciado pela personagem, de acordo com
o seu estado de espírito, ou o lugar do pensamento e da emoção da personagem (reflexões da personagem, muitas vezes traduzidas em monólogos interiores).
Tempo • Da história ou cronológico -‐ refere-‐se às marcas da passagem do
tempo, e pode ser considerado o tempo Wsico, real. Corresponde à sucessão cronológica de eventos suscep[veis de serem datados.
• Tempo histórico engloba o enquadramento histórico dos acontecimentos, ou seja, revela-‐se nas indicações cronológicas que inserem a ação numa determinada época histórica.
• Tempo psicológico refere-‐se ao tempo vivenciado subje*vamente, ou seja, opõe-‐se muitas vezes ao tempo cronológico, que se relaciona com os dados obje*vos. O tempo psicológico revela-‐se nas impressões que as personagens manifestam rela*vamente ao desenrolar temporal, bem como nos dados provenientes da memória ou da imaginação, e pode indicar também as mudanças operadas pela passagem do tempo e as experiências vividas.
Tempo
• Do discurso ou da narra)va -‐ o que obedece à sequência do próprio enunciado, podendo alongar, resumir, alterar ou omi*r os dados do tempo cronológico. As alterações da ordem dos acontecimentos ou supressão e resumos podem traduzir-‐se em:
▪ Analepse -‐ Recuo no tempo, evocação de factos (flashback, na terminologia cinematográfica), levando a uma pausa na ação; ▪ Prolepse -‐ Avanço no tempo; ▪ Elipse -‐ Omissão de períodos mais ou menos longos da história (ex. “Passada uma semana...”); ▪ Resumo ou sumário -‐ Síntese dos acontecimentos que decorreram durante um certo período de tempo (ex. “Cresceu, estudou, casou-‐se, viajou...).
Personagens
• Relevo ou intervenção na ação: – personagens principais ou protagonistas – em torno das quais se desenvolve a ação;
– personagens secundárias – contribuem para o desenvolvimento da intriga;
– figurantes -‐ as que não têm qualquer interferência na acção.
• Retrato/ caracterização das personagens: – Tsico (traços fisionómicos, vestuário, gestos); – psicológico (traços psicológicos, de carácter; sen*mentos, comportamentos);
– social (grupo social; linguagem).
• Modos de caracterização -‐ formas de obter informações sobre as personagens: - direta (através de palavras da personagem acerca de si própria, de
palavras de outras personagens, de afirmações do narrador), - indireta (deduções do leitor acerca da personagem, a par*r de
a*tudes ou comportamentos da mesma).
• Concepção: -‐ Planas -‐ Personagens está*cas, sem vida interior, sem densidade psicológica, dado que não alteram o seu comportamento, nem evoluem psicologicamente; definidas de forma linear por um ou vários traços que as acompanham ao longo da obra. -‐ Modeladas -‐ Personagens dinâmicas e com densidade psicológica, cheias de vida interior, capazes de surpreenderem o leitor pelas suas a*tudes e comportamentos. -‐ Tipo -‐ Representam as caracterís*cas de um determinado grupo profissional ou classe social.
Narrador • Presença
-‐ Narrador Par*cipante: par*cipa, faz parte da história, podendo dis*nguir-‐se entre: -‐ Autodiegé)co -‐ a narração é de primeira pessoa, nomeadamente de carácter autobiográfico, e o narrador assume o papel de personagem principal ou protagonista. -‐ Homodiegé)co -‐ a narração é de primeira pessoa, mas o narrador assume-‐se apenas como personagem secundária dos acontecimentos. -‐ Narrador não par*cipante -‐ Heterodiegé)co -‐ A narração é feita na terceira pessoa, dado que o narrador não par*cipa nos acontecimentos nem interfere na história.
• Ciência (focalização) -‐ Omnisciente -‐ o narrador conduz a narra*va criando uma unidade lógica; ao mesmo tempo, penetra no ín*mo das personagens, dando a conhecer o que lhes vai na alma; conhece tudo o que diz respeito às personagens e aos acontecimentos; analisa as ações, os comportamentos, os sen*mentos e os pensamentos dos heróis; conhece o passado, presente e futuro. -‐ Focalização interna -‐ o narrador adopta o ponto de vista de uma personagem, daí resultando uma diminuição ou restrição de conhecimento. Contempla as personagens que criou e traça a sua análise do exterior para o interior. -‐ Focalização externa -‐ As personagens são-‐nos apresentadas através dos diálogos, das a*tudes, dos gestos, das ações. O narrador observa, com obje*vidade, o mundo Wsico em que se movem as personagens, observa-‐as, ouve-‐as, descreve as suas ações, mas não “entra” nos pensamentos e sen*mentos das personagens, não podendo, por isso, dar a conhecer ao leitor, por antecipação, o que vai acontecer.
• Ponto de vista -‐ Obje)vo -‐ o narrador apresenta e enuncia os factos de forma imparcial, clara e obje*va. -‐ Subje)vo-‐ o narrador comenta os factos que narra, emi*ndo juízos de valor, dando a sua opinião.
Narratário
• O narratário pode iden*ficar-‐se com o leitor virtual (todo o leitor que venha a ler a obra). É a ele que se dirige o narrador. Pode também ter o estatuto de uma personagem e intervir na acção.
Modos de representação
– narração -‐ relato de acontecimentos e de conflitos, situados no tempo e encadeados de forma dinâmica, originando os avanços na ação (verbos de movimento e formas verbais do pretérito perfeito, imperfeito e mais-‐que-‐perfeito);
– descrição -‐ informações sobre as personagens, os objetos, o tempo e os lugares, que interrompem a dinâmica da ação e vão desenhando os cenários (verbos copula*vos ou de ligação e formas verbais do pretérito imperfeito), havendo, por isso, uma pausa na ação.
Modos de expressão – diálogo -‐ interação verbal ou conversa entre duas ou mais personagens (discurso direto com registos de língua variados);
– monólogo -‐ conversa da personagem consigo mesma, discurso mental não pronunciado ou pronunciado, mas sem ouvinte (discurso direto com frases simples e reduzidas, muitas vezes com suspensões).
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