capitulo 3 sistemas de custos

Post on 22-Dec-2014

4.736 Views

Category:

Documents

1 Downloads

Preview:

Click to see full reader

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

1

Sistemasde

Custos Professor: Daniel MouraDisciplina: Custos da ProduçãoCurso: Graduação em Engenharia de Produção

2

Princípios eMétodos de Custeio

• Princípios – adequação das necessidades de informações para tomada de decisão. – Quais são os objetivos do sistema? O tipo de informação As informações relevantes

• Métodos – parte operacional do sistema.

– Como os dados devem ser processados?

Princípios eMétodos de Custeio

• Cálculo dos custos do produto – feito pela divisão dos custos associados a cada produto pelas quantidades produzidas.

3

ProcessoProdutivo

Insumos(custos)

Produtos

A Empresa vista como um Processo

4

Princípios eMétodos de Custeio

• Princípios:

– Custeio Variável;

– Custeio por Absorção Integral (ou Absorção Total);

– Custeio por Absorção Ideal.

• Métodos:

– Método do Custo-Padrão;

– Método dos Centros de Custos;

– Custeio Baseado em Atividades (ABC);

– Unidade de Esforço de Produção (UEP).

O Sistema de Gestão e o Sistema de Custos

Para que as informações de custos produzam bons resultados é necessários que o sistema de custos esteja em sintonia com o sistema mais amplo: o de gestão.

O sistema de custos não deve fornecer informações inúteis que levem a decisões empresariais incorretas, ele deve dar suporte ao processo de transformação em nível da administração da produção.

5

Gestão

Princípios

CustosPrincípios

Métodos

Métodos

Objetivos dos Sistemas de Custos

PrincípioPrincípio• Norteia o tratamento tratamento

das informações. das informações. • Determina qualqual

informação o sistema deve gerar.

• Está relacionado com o objetivo do sistemaobjetivo do sistema.

6

MétodoMétodo• Viabiliza a

operacionalização operacionalização daquele princípiodaquele princípio.

• Diz respeito a comocomo a informação será obtida.

• Está relacionado com os procedimentos do procedimentos do sistemasistema.Objetivos:

• Avaliação de estoques;• Auxílio ao controle; e• Auxílio à tomada de decisões.

Princípios de Custeio

• Identificam o tratamento dado pelo sistema aos custos fixos.

– Custeio por Absorção Integral– Custeio Variável– Custeio por Absorção Ideal

7

Custeio por Absorção Integral

• A totalidade dos custos (fixos e variáveis) são alocados aos produtos.

• Atendimento das exigências da contabilidade financeira para avaliação dos estoques.

• Exemplo 1:A empresa XPTO, em um determinado mês,

produziu 80.000 unidades. Os custos totais do período atingiram $ 1.400.000,00. Qual é o custo do produto com o custeio integral?

O custeio integral alocaria $ 17,50 O custeio integral alocaria $ 17,50 (1.400.000/80.000) ao produto(1.400.000/80.000) ao produto.

8

Custeio Variável

• Apenas os custos variáveis são relacionados aos produtos, sendo os custos fixos considerados como custos do período.

• Relacionam-se às tomadas de decisões de curto prazo, onde os custos variáveis tornam-se relevantes e os custos fixos não.

• Independente do volume de produção, sempre existirão os custos fixos. Então, o quanto produzir de cada produto é uma decisão que cabe a análise dos custos variáveis.

9

Custeio Variável

• Exemplo 2:A empresa XPTO, em um determinado período,

produziu 80.000 unidades. Os custos totais do período atingiram $ 1.400.000,00, sendo $1.000.000,00 de custos fixos e $ 400.000,00 de custos variáveis. Qual é o custo do produto de acordo com o custeio variável?

O custeio variável considera apenas $ 5,00 O custeio variável considera apenas $ 5,00 (400.000/80.000) como sendo custos do (400.000/80.000) como sendo custos do produto. O restante ($ 1.000.000) é o custo do produto. O restante ($ 1.000.000) é o custo do período.período.

10

Custeio por Absorção Ideal

• Todos os custos são computados como custos dos produtos. Mas, os custos relacionados com insumos usados de forma não-eficiente (desperdícios) não são alocados aos produtos.

• Adapta-se ao auxílio do controle de custos e ao apoio ao processo de melhoria contínua da empresa.

11

Custeio por Absorção Ideal

• Exemplo 3:A empresa XPTO possui capacidade para produzir 100.000

produtos e, em um determinado mês, produziu 80.000 unidades. Os custos fixos do período atingem $ 1.000.000,00 e os custos variáveis ideais são $ 5,00 por unidade, atingindo $ 400.000,00 (5 x 80.000) no período. Quais são os custos dos produtos de acordo com o custeio ideal?

O custeio por absorção ideal alocaria $ 15,00 ((1.000.000/100.000 O custeio por absorção ideal alocaria $ 15,00 ((1.000.000/100.000 ) + 5) por item produzido e o restante, $ 200.000,00 (20.000 x ) + 5) por item produzido e o restante, $ 200.000,00 (20.000 x 10*), corresponde aos desperdícios do período.10*), corresponde aos desperdícios do período.

*CF unit = (1.000.000/100.000) = $ 10,00/un*Não aloca custos variáveis as 20.000 unidades, pois não foram produzidas.

12

Custeio Integrale

Custeio Ideal

13

Custeio Integral e Custeio Ideal

• A separação entre custos e desperdícios é fundamental para a mensuração dos desperdícios do processo produtivo, facilitando o controle dos mesmos.

• Possibilita ações de combate ao trabalho que não agrega valor e às perdas.

14

Custeio Integral e Custeio Ideal

• Exemplo

Imagine que o preço de venda do produto da empresa XPTO seja $20/un. Tomando o custo obtido pelo custeio integral ($17,50), tem-se:

15

Resultado da empresa XPTO pelo custeio integral

Total ($) Unitário ($/un)

Preço 1.600.000,00 20,00

Custos 1.400.000,00 17,50

Lucro 200.000,00 2,50

Só sabemos que a empresa obteve lucro

Custeio Integral e Custeio Ideal

• ExemploImagine que o preço de venda do produto da empresa XPTO seja

$20/un. Tomando o custo obtido pelo custeio integral ($17,50), tem-se:

16

Resultado da empresa XPTO pelo custeio integral

Total ($) Unitário ($/un)

Preço 1.600.000,00 20,00

Custos 1.400.000,00 17,50

Lucro 200.000,00 2,50Resultado da empresa XPTO pelo custeio ideal

Total ($) Unitário ($/un)

Preço 1.600.000,00 20,00

Custos 1.200.000,00 15,00

Lucro potencial

400.000,00 5,00

Desperdício 200.000,00 2,50

Lucro 200.000,00 2,50

Se eliminássemos o desperdício, duplicaríamos o lucro

Custeio Integral e Custeio Ideal

• Exemplo Supondo que a concorrência no setor da empresa XPTO cresça e,

consequentemente, o preço do mercado seja reduzido para $17,00:

17

Resultado da empresa XPTO pelo custeio integral

Total ($) Unitário ($/un)

Preço 1.600.000,00 20,00

Custos 1.400.000,00 17,50

Lucro 200.000,00 2,50Resultado da empresa XPTO com o acirramento da concorrência (custeio

integral)

Total ($) Unitário ($/un)

Preço 1.360.000,00 17,00

Custos 1.400.000,00 17,50

Lucro/Prejuízo (40.000,00) (0,50)

Prejuízo!!!!Será que a concorrência está praticando “dumping”?

Dumping é a redução do preço de venda com objetivo de eliminar a concorrência.

Custeio Integral e Custeio Ideal

• Exemplo

18

Resultado da empresa XPTO com o acirramento da concorrência (custeio ideal)

Total ($) Unitário ($/un)

Preço 1.360.000,00 17,00

Custos 1.200.000,00 15,00

Lucro potencial

160.000,00 2,00

Desperdício 200.000,00 2,50

Lucro (40.000,00) (0,50)

Se eliminássemos o desperdício, sobreviveremos à concorrência

Resultado da empresa XPTO pelo custeio ideal

Total ($) Unitário ($/un)

Preço 1.600.000,00 20,00

Custos 1.200.000,00 15,00

Lucro potencial

400.000,00 5,00

Desperdício 200.000,00 2,50

Lucro 200.000,00 2,50

19

Preço = Custo + Lucro

Lucro = Preço - Custo

Custo = Preço - Lucro

Custo-meta

Preços de VendaO mercado que fixa o

preço.

Quando o preço começa a ser reduzido, é importante se controlar e reduzir os

custos, atacando os desperdícios.

O gerente deve perguntar quais deveriam ser os

custos para a empresa ser competitiva e deve atuar para atingir aquela meta.

EXEMPLO

Determinação do Preço por Mark-up*

20

O QUE ÉMARK UP

21

Mark UpMark Up é um termo usado em Economia para indicar quanto do preço do produto está acima do seu custo de produção e distribuição

Determinação do Preço por Mark-up*

A empresa MK faz um único produto, que tem um custo variável de $ 5/un. Os custos fixos totalizam $ 100.000,00, sendo sua capacidade de produção 10.000 unidades. Essa empresa vem trabalhando em seu nível de produção máximo e, assim, o CUSTO UNITÁRIO de seu produto é:

Custo = 100.000 / 10.000 + 5 = 10 + 5 = $ 15/un$ 15/un

O PREÇO DE VENDA é determinado fixando-se um lucro de 40% sobre o custo (mark-up = 1,4) e, então, fica:

Preço = 1,4 x Custo = 1,4 x 15 = $ 21/un$ 21/un

Em um período de recessão, as vendas caem 37,5%, atingindo 6.250 unidades. Pelo custeio integral, o custo unitário passa para:

Custo = 100.000 / 6.250 + 5 = 16 + 5 = $ 21/un$ 21/un

O preço praticado pela empresa torna-se:

Preço = 1,4 x Custo = 1,4 x 21 = $ 29,40/un$ 29,40/un22

Determinação do Preço por Mark-up

Preço = $ 21/un e Preço = $ 29,40/un

Então, a empresa MK perde competitividade, pois o preço está muito acima do mercado e seu custo unitário permanece o mesmo.

Para explorar o porquê desse impasse, recalcularemos o preço após a queda nas vendas, analisando o custo ideal:

O cálculo do preço de venda foi:

Custo = 100.000 / 10.000 + 5 = 10 + 5 = $ 15/un

Desperdício = [(100.000 / 10.000) x (10.000 - 6.250)] / 6.250 = $ 6/un

PREÇO =1,4 x 21=1,4 x (5 + 10 + 6)=7 + 14 + 8,4= $ 29,40/un

23

Custo variá

vel

Custo fi

xo

Desperdício

A gerência deve agir para eliminar ou reduzir a ineficiência na utilização dos recursos

EXEMPLO

A Espiral da Morte

24

A Espiral da MorteA empresa EM possui custos fixos de $ 100.000,00 por mês e custos

variáveis de $1.000,00/un . Ela pode trabalhar 200 horas no mês e, se for eficiente, pode produzir 1 un/h. No último mês, a produção foi de 125 unidades. O mercado da empresa EM é muito competitivo e, para poder competir, a empresa fixou inicialmente um preço de venda de $ 1.800/un.

Pelo custeio integral, o custo do produto seria:

Custo = 100.000 / 125 + 1.000 = $ 1.800/un

Com lucro zero, pouca coisa resta a fazer a não ser aumentar o preço de venda para, por exemplo, $ 2.000/un, o que é feito pela empresa. Contudo, o aumento do preço causa um efeito indesejado: a redução da quantidade vendida para 100 unidades. Analisando-se o novo custo, tem-se que:

Custo = 100.000 / 100 + 1.000 = $ 2.000/um

O lucro continua sendo zero. Se os tomadores de decisão insistirem na política de elevar o preço por causa do custo, a empresa EM entra em um ciclo conhecido por espiral da morte.

25

A Espiral da MorteVoltando às condições originais e empregando o método do custeio

ideal, o custo do produto seria agora:

Custo = 100.000 / 200 + 1.000 = $ 1.500/un

26

Resultado da Empresa EM

Total ($) Unitário ($/un)

Preço 225.000,00 1.800,00

Custo 187.500,00 1.500,00

Lucro potencial

37.500,00 300,00

Desperdício 37.500,00 300,00

Lucro 0 0

125 unidades produzidas

(100.000 / 200) x (200 – 125) / 125 ou

Custos integral – Custo ideal =

1.800 – 1.500

Análisede

Desperdícios

27

Análise dos Desperdícios

Se a capacidade de produção da empresa AD e seu nível de atividades em um determinado período forem 100 unidades e os custos fixos corresponderem a $1.000, os custos fixos unitários dos produtos serão $10, tanto no custeio ideal quanto no integral, situação que indica não haver desperdícios. Sendo os custos variáveis de $5/unidade, o custo total do período é $1.500.

.

28

Análise dos Desperdícios

Caso a produção em outro período seja de 80 unidades, sem produção defeituosa, com os custos fixos permanecendo em $1.000, o custeio integral alocaria a totalidade dos custos fixos aos produtos, resultando em $12,50 (1.000/80) de custo fixo unitário, enquanto o custeio ideal distribuiria somente $800 aos produtos, com os custos fixos permanecendo $10/unidade (1.000/100). Os $200 restantes estão, na verdade, relacionados com as perdas do período.

29

Análise dos Desperdícios

30

Gastos de dois períodos na empresa AD

Produção

100 unidades 80 unidades

GASTOS TotalUnitário ($/un)

TotalUnitário ($/un)

Custos variáveis

500,00 5,00 400,00 5,00

Custos fixos

1.000,00 10,00 800,00 10,00

Desperdí-cios

0 0 200,00 2,50

TOTAL 1.500,00 15,00 1.400,00 17,50

Em ambos os casos, o custos unitário dos produtos é R$ 15,00,por isto é necessário se analisar os desperdícios.

Análise dos Desperdícios

Voltando a empresa AD, os desperdícios poderiam, ainda, ser subdivididos em ineficiência e ociosidade. Se, no tempo em que se fabricaram os 80 itens, o padrão eficiente de produção indicasse a possibilidade de serem confeccionadas 85 unidades, o desperdício por ineficiência seria $50 = [10 x (85 – 80)] e o desperdício por ociosidade $150 = [10 x (100 – 85)].

31

Separação dos desperdícios por ineficiência e por ociosidade na empresa AD

Produção

100 unidades 80 unidades

GASTOS TotalUnitário ($/un)

TotalUnitário ($/un)

Custos variáveis

500,00 5,00 400,00 5,00

Custos fixos 1.000,00 10,00 800,00 10,00

Ociosidade 0 0 150,00 1,875

Ineficiência 0 0 50,00 0,625

TOTAL 1.500,00 15,00 1.400,00 17,50

Análise dos Desperdícios

Para se isolar os desperdícios por produção defeituosa é preciso o número de unidades retrabalhadas e refugadas*. No exemplo analisado, supondo que 2 das 80 unidades boas produzidas tenham sido retrabalhadas, o trabalho de transformação equivaleria a 82 unidades (80 + 2). Portanto, os desperdícios seriam divididos em ociosidade, ineficiência e retrabalho. A ineficiência equivaleria a 3 unidades (85 – 82), ou $30 (3 x 10), e o desperdício por retrabalho valeria 2 unidades, ou $20 (2 x 10).

32•Unidades retrabalhadas são produtos defeituosos que podem ser recuperados e• unidades refugadas são produtos defeituosos que não podem ser recuperados.

Análise dos Desperdícios

33

Separação do desperdício por retrabalho na empresa AD

Produção

100 unidades 80 unidades

GASTOS TotalUnitário ($/un)

TotalUnitário ($/un)

Custos variáveis

500,00 5,00 400,00 5,00

Custos fixos 1.000,00 10,00 800,00 10,00

Ociosidade 0 0 150,00 1,875

Ineficiência 0 0 30,00 0,375

Retrabalho 0 0 20,00 0,25

TOTAL 1.500,00 15,00 1.400,00 17,50

Análise dos Desperdícios

Vamos supor que, além disso, 1 unidade adicional tenha sido refugada (caracterizando-se uma produção total de 81 unidades), o trabalho de transformação equivaleria a 83 unidades (80 boas + 2 retrabalhadas + 1 refugada). Agora, a ineficiência equivaleria a 2 unidades (85 – 83), ou $20 (2 x 10), o retrabalho valeria 2 unidades, ou $20 (2 x 10), e o desperdício por refugo valeria 1 unidade.

34

Análise dos Desperdícios

Ressalta-se que os desperdícios por ociosidade desperdícios por ociosidade e por ineficiência e por ineficiência são quantificados apenas pelos custos fixoscustos fixos, pois é a capacidade não utilizada ou mal utilizada – que gera custos fixos – a que determina estes desperdícios. Já os desperdícios por refugo desperdícios por refugo geram aumento nos custos variáveiscustos variáveis, pois a unidade refugada desperdiça todos os custos variáveis associados a ela. O desperdício por produção refugada totalizaria $15 (10 x 1 + 5 x 1).

35

Análise dos Desperdícios

36

Separação do desperdício por refugo na empresa AD

Produção

100 unidades 80 unidades

GASTOS TotalUnitário ($/un)

TotalUnitário ($/un)

Custos variáveis

500,00 5,00 400,00 5,00

Custos fixos 1.000,00 10,00 800,00 10,00

Ociosidade 0 0 150,00 1,875

Ineficiência 0 0 20,00 0,375

Retrabalho 0 0 20,00 0,25

Refugo 0 0 15,00 0,1875

TOTAL 1.500,00 15,00 1.405,00* 17,5625*

* As diferenças sobre a tabale anterior é decorrente do fato de terem sido levados em conta os custos variáveisrelativos à unidade refugada.

Análise dos Desperdícios

Uma parte dos desperdícios por desperdícios por superprodução superprodução e os desperdícios por desperdícios por estoques estoques podem ser mensurados identificando-se os encargos financeiros encargos financeiros relacionados com os estoques da empresa e os custos de manutenção e obsolescência de estoques.

Mas a parte mais significativa e importante destas perdas, a perda de mercado futuro, não é diretamente mensurável.

37

top related