campogrande

Post on 07-Mar-2016

213 Views

Category:

Documents

1 Downloads

Preview:

Click to see full reader

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Painel FC Futebol driblaparalisia e misériaem Campo Grande

saibamaisLimitação dejogadores éapenas física

painelfc.folha uol.com.brEDUARDO ARRUDA @

Jogador treina no Pantanal,time de Campo Grande

formado por deficientesPé de anjo?

.................................................................................DO ENVIADO A CAMPO GRANDE

O futebol de paralisadoscerebrais é similar ao dosprofissionais. A maioriados jogadores não tem li-mitação mental, só física.

Para participar de com-petições, os praticantessão classificados de acordocom o grau de comprome-timento da força e da coor-denação motora.

Os mais afetados geral-mente atuam como golei-ros. E por isso as traves sãomuito menores que as deum campo oficial.

“O que muda é que oschoques são muito maisfrequentes, porque algunstêm dificuldade de pararquando estão correndo”,diz o técnico José RenatoFerreira. “E, por isso, asquedas são muitas”, diz.

Segundo a fisiatra Eliza-bete Saito Guiotoku, doHospital das Clínicas deSão Paulo, a paralisia cere-bral é causada geralmentepor falta de oxigenação nahora do parto ou logo após.“Crianças prematurastambém podem sofrer deparalisia, por falta de de-senvolvimento dos pul-mões”, completa.

A paralisia cerebral po-de comprometer todos osmovimentos do corpo.Mas só pratica futebolquem consegue andar ecorrer sem ajuda.

Segundo o neurologistaPedro Rippel, do Hospitalda Universidade Federaldo Mato Grosso do Sul, orisco de ter um filho comparalisia cerebral pode serdetectado e reduzido comexames pré-natal.

“A melhor maneira deprevenir, ou reduzir aschances, é fazendo oacompanhamento de todaa gravidez”, explica.

De acordo com Rippel, ohábito de fazer pré-natal érecente em Campo Gran-de, o que ajuda a explicar agrande quantidade de ca-sos de paralisados cere-brais na cidade. “Até pou-co tempo atrás, havia mui-tos partos domiciliares,feitos em condições precá-rias, que geravam várioscasos de deficiência.”

Para Elizabete, a práticade esportes “além de me-lhorar reflexos e coorde-nação, ajuda na interaçãocom as pessoas e melhoraa autoestima.” (MF)

A contratação de Marcelinho como embaixador doCorinthians no centenário irritou o técnico ManoMenezes, contam pessoas próximas ao presidenteAndres Sanchez. Não pelo posto dado ao jogador, maspor acreditar que setores da torcida Gaviões da Fielfarão pressão na diretoria para que ele faça contratopara jogar. Marcelinho deve atuar em amistoso com oHuracán no próximo dia 13. A volta dele foi arquiteta-da por Luiz Paulo Rosenberg, homem forte do marke-ting corintiano, e Caio Campos, gerente da área.

Na capital sul-matogrossense, esporte se transforma emmeio de vida e já produz até uma nova geração de jogadores

Com estrutura precária,cidade concentra três dosprincipais times do país eintegrantes da seleção queganham bolsas do governo................................................................................................MARTÍN FERNANDEZENVIADO ESPECIAL A CAMPO GRANDE

Em Campo Grande, futebol émuito mais uma atividade paradeficientes físicos do que umesporte para profissionais.

Na capital do Mato Grosso doSul estão as bases das seleçõesprincipal e sub-20 de futebolpara paralisados cerebrais.

Rede de saúde falha, errosmédicos, falta de informação edifícil condição financeira dasfamílias. A situação de CampoGrande não é muito diferenteda do resto do Brasil.

A diferença é que existe umacerta estrutura para a práticade futebol para quem tem para-lisia. Pobre, precária, mas aindaassim uma estrutura.

No último Brasileiro da mo-dalidade, disputado há 15 diasem São José dos Pinhais (PR),três dos oito times eram deCampo Grande. No futebolprofissional não há nem sequerum clube de Mato Grosso doSul nas séries A, B e C.

A última equipe do Estado adisputar a primeira divisão foi oOperário, em 1986, quando otorneio teve 80 participantes.

Nenhum dos times parao-límpicos paga salários para jo-gadores e comissão técnica,mas há dezenas de praticantesincluídos no programa bolsa--atleta, do governo federal.

No Campeonato Brasileiro, otítulo ficou com o IBDD, doRio. Mas o Caira e o Pantanal,de Campo Grande, ficaram emsegundo e terceiro lugares, res-pectivamente. O outro time dacidade (ADD) terminou emsexto e teve a revelação do tor-neio, Rafael Franciscatto, 16.

Um lugar no pódio vai valerR$ 750 mensais para cada joga-dor ao longo de 2010 —a não serque o atleta já receba outro au-xílio, como o pago a quem dis-putou a última Paraolimpíada(no caso, R$ 2,5 mil mensais).

O futebol paraolímpico virou

um meio de vida na capital sul-mato-grossense. Em Atlanta-96, 3 dos 12 integrantes da sele-ção eram de Campo Grande.

Em Pequim-08, 6 dos 12 con-vocados defendiam times deMato Grosso do Sul.

Hoje, o Estado já produz umanova geração de jogadores,quase todos concentrados nacapital. Em outubro, a seleçãobrasileira sub-20 ganhou os Jo-gos Parapanamericanos emMedellín, com seis sul-mato-grossenses no time —quatrodeles entre os sete titulares.

Rael Medeiros Coelho, 15,era um dos mais novos da equi-pe. Começou a jogar por in-fluência do vizinho Joelson daRocha Cabral, 20, também pa-ralisado cerebral, de quem aca-bou companheiro de seleção.

“Agora que ele vai ganhar abolsa, vou poder pagar o quedevo”, diz Adriana, 40, mãe deRael e empregada doméstica.“Faço tudo para ele jogar. Pegopasse de ônibus emprestado,faço prestação para comprarchuteira, meia, tudo.”

RivalidadeO Pantanal é o mais antigo

dos clubes de paralisados cere-brais de Campo Grande. Ligadoà ONG Cemdef, foi fundado em1996 e sobrevive da ajuda even-tual de empresas e políticos.

Sob o comando de DolvairCastelli, acumulou títulos nosdez anos seguintes, até que um

racha resultou na criação deoutro time, ligado a outra ONGda cidade, o Caira, que se sus-tenta da mesma maneira.

Para lá foram o técnico JoséRenato Ferreira e vários joga-dores, como Marcos dos SantosFerreira e Luciano Rocha, ata-cante da seleção brasileira nasúltimas três paraolimpíadas.

O outro time da cidade é oADD (Associação DriblandoDiferenças), que concentra jo-gadores mais jovens e treinajunto com o Pantanal numcampo improvisado, ao lado doginásio Guanandizão.

“Ainda é longe do ideal, mas éo que temos”, diz o técnico Cas-telli, resignado. O campo degrama alta e fofa tem dimen-sões menores que as oficiais, astraves não têm redes e não hálinhas marcadas.

A reforma por que passa o lo-cal não tem nada a ver com fu-tebol. Torres de iluminação es-tão sendo instaladas para au-mentar a segurança do campo ànoite, quando o gramado setransforma em estacionamen-to para os cultos evangélicosrealizados no Guanandizão.

A “sede” do Pantanal sãoduas salas contíguas, de teto in-clinado, localizadas embaixodas arquibancadas do ginásio.

Numa delas fica o único apa-relho de ginástica —que é divi-dido entre os 20 jogadores—, osarmários de ferro para os uni-formes e os colchonetes parasessões de alongamento.

Na outra ficam os troféus e amesa do presidente do Panta-nal, Antonio Carlos Barbosa,que também atua como auxi-liar-técnico, motorista e o quemais for necessário. Há doismeses, o local foi assaltado.“Roubaram o computador e osuniformes”, relata Barbosa.

O Caira usa duas vezes porsemana as instalações de umclube de elite. “Nos outros diasa gente corre no parque e faztreinos táticos em quadras pú-blicas de futsal”, conta o treina-dor José Renato Ferreira.

A rivalidade entre Caira ePantanal é tamanha que os ti-mes nunca se enfrentaram emamistosos. Situação que pre-tendem mudar em 2010.

Goela abaixo. Antes deacertar com Marcelinho, An-dres disse a algumas pessoasque não contrataria o jogador.Mas teve de engoli-lo paranão se indispor com a torcidaorganizada que apoiou a ini-ciativa do marketing.

Sombra. No Parque SãoJorge, há quem defenda aideia de que a diretoria deve-ria ter chamado para embai-xador do centenário outroídolo, que já tivesse encerradodefinitivamente a carreira.

Do contra. Gente que con-versou com Ronaldo asseguraque ele torceu o nariz para achegada de Marcelinho. Teriadito que o jogador pode colo-car pressão desnecessária so-bre o elenco do clube.

Típico. Cruzeirenses enxer-gam na declaração de KléberPereira, que manifestou dese-jo de ir para o rival Atlético-MG, de Vanderlei Luxembur-go, pressão para a diretoria fe-char com o atacante. ZezéPerrella não pode nem ouvirfalar em Luxemburgo.

Espelho. Comentário deum importante cartola apósconhecer o novo presidentesantista, Luis Alvaro de Oli-veira Ribeiro: “Ele é igual aoBelluzzo [presidente do Pal-meiras], vaidoso, inteligente,mas está perdidinho”.

Novo... Advogados especia-lizados em discussões na Fifaavaliam que, se Oscar conse-guir ir à entidade máxima dofutebol, tem enorme chancede se desvincular do São Pau-lo. Para isso, é necessário quehaja uma disputa entre doisclubes de países diferentes.

...round. A argumentação éa de que a Fifa anularia o con-trato do jogador com o SãoPaulo porque não reconheceacordos assinados por meno-res de 18 anos com validade decinco anos, mas somente porno máximo três anos.

Irreversível. Já há no SãoPaulo corrente que defendaacordo financeiro do clubecom o empresário de Oscar. Aavaliação é a de que o jogadornão tem mais clima para se-guir no Morumbi, mesmo queos são-paulinos consigam vi-tória no litígio com o atleta.

Salgado. Já está nas mãosda presidente do Flamengo,Patrícia Amorim, estudo feitopela Fundação Getúlio Vargassobre a compra do CFZ, clubedo ídolo Zico. O preço da aqui-sição é R$ 25 milhões.

No lugar. O técnico LuizFelipe Scolari não irá para aItália comandar a Juventus.Ele segue no Bunyodkor, doUzbequistão, e sua próximaparada deve ser o Brasil.

Fotos Lalo de Almeida/Folha Imagem

É praticado apenas por homens pouco afetados pela deficiência, sem uso de muletas ou cadeira de rodas

FUTEBOL PARA PARALISADOS CEREBRAIS

Fonte: Comite Parolímpico Internacional

REGRASIguais às da Fifa, com duas

exceções: não há impedimento e o lateralé cobrado com apenas uma mão

CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL

Os jogadores são distribuídos emclasses de 5 a 8. Quando maior aclasse,menorocomprometimentofísico e motor do atleta. Durante

um jogo, cada time só pode ter emcampo dois atletas com grau 8 eno mínimo um jogador comgrau 5 ou 6

DURAÇÃODois tempos de 30

minutos, com 15 minutos deintervalo

Comprimento75 m

7 m 9,2 m7 m

11 m

3,5 m

12,4 m

27 m

Largura55 m

Gol5m largura x 2m altura

Reservas:

COMPARAÇÃO (padrão FIFA)

Campo oficial

105 m comprimento

68m

largura

Modificado

[+][+][+] SEGURO:SEGURO:SEGURO: ATLETAATLETAATLETAINVESTIU VERBAINVESTIU VERBAINVESTIU VERBA

DO BOLSA-ATLETADO BOLSA-ATLETADO BOLSA-ATLETAMarcos dos Santos Ferreira,Marcos dos Santos Ferreira,Marcos dos Santos Ferreira,31, goleiro do Brasil nas últi-31, goleiro do Brasil nas últi-31, goleiro do Brasil nas últi-mas quatro Paraolimpíadas,mas quatro Paraolimpíadas,mas quatro Paraolimpíadas,é o caso mais bem sucedidoé o caso mais bem sucedidoé o caso mais bem sucedidodo futebol de paralisados dedo futebol de paralisados dedo futebol de paralisados deCampo Grande. Com o di-Campo Grande. Com o di-Campo Grande. Com o di-nheiro do bolsa-atleta, quenheiro do bolsa-atleta, quenheiro do bolsa-atleta, querecebe do governo desderecebe do governo desderecebe do governo desde2003, conseguiu comprar2003, conseguiu comprar2003, conseguiu compraruma pizzaria na periferia dauma pizzaria na periferia dauma pizzaria na periferia dacapital sul-matogrossense.capital sul-matogrossense.capital sul-matogrossense.Mas ele é claramente umaMas ele é claramente umaMas ele é claramente umaexceção no esporte e na ci-exceção no esporte e na ci-exceção no esporte e na ci-dade. “A maioria é muito,dade. “A maioria é muito,dade. “A maioria é muito,muito pobre”, afirma o téc-muito pobre”, afirma o téc-muito pobre”, afirma o téc-nico Dolvair Castelli.nico Dolvair Castelli.nico Dolvair Castelli.

Casteli (técnico) e Barbosa (presidente), na sede do clube

DivididaO Andres não vai atrás do Oscar porque ele temmedo da genteDeMARCOAURÉLIOCUNHA,superintendentedefuteboldoSãoPau-lo,sobreopresidentecorintianoterditoquenãotentarácontratarmeiaOscar,apesardeorival“merecer”

GOL A GOL

O QUE VER NA TV*Mesa de troféus da equipe, 3ª colocada no último Brasileiro

11h30 Arsenal x Aston VillaCampeonato Inglês - futebolESPN- ao vivo

15h30 Rio de Janeiro x Metal GalatiTop Volley - vôleiSportv 2 - ao vivo

14h Hull City x Manchester UnitedCampeonato Inglês - futebolESPNBrasil - ao vivo

17h Jogo das EstrelasAmistoso - futebolSportv - ao vivo

*Programaçãofornecidapelasemissoras

Depois de Sydney, Atenas e Pequim,astro da seleção sobrevive de bicos

‘Deixa ele aí; se morrer, o médicoavisa, se ficar bom, a gente busca’

PLACAR ................................................................................................DO ENVIADO A CAMPO GRANDE

Luciano Gonçalves Rochanasceu num Fusca, há 30 anos,quando o pai e a mãe tentavamvencer a tempo os cem quilô-metros que separam Ribas doRio Pardo de Campo Grande.

O parto complicado resultouem paralisia parcial do lado di-reito de seu organismo. Desdeentão, ele tenta se superar.

Aos dois anos, foi abandona-do pelo pai, mas mantém bomrelacionamento com ele até ho-je. Cresceu vendo a mãe brigarpara receber pensão alimentí-cia. “Até ameaçada de mortepelo meu pai ela foi.”

A deficiência, que foi umagrande dificuldade durante ainfância, Luciano tratou detransformar em vantagem.

Aos 30 anos, ele acumula umcurrículo raro entre atletas bra-sileiros. Disputou três Parao-limpíadas, ganhou medalha emduas, foi figura certa na seleçãobrasileira da modalidade nosúltimos 12 anos. Só ficou forade convocações duas vezes.

Tanto sucesso, porém, nãoresistiu a uma série de reveses edecisões equivocadas. Lucianohoje vive de favores. Dependebasicamente dos bicos de mo-torista que a irmã consegue pa-ra ele na agência de viagens emque trabalha.

Não recebe os R$ 2,5 milmensais a que teria direito do

bolsa-atleta porque ele não en-viou a documentação a tempo.Espera voltar a ganhar o bene-fício no ano que vem.

A casa que havia construídodeixou para a ex-mulher no di-vórcio, há dois anos. Sobrouuma moto modelo CG125, queele usa para ir treinar.

Hoje, mora num puxadinhode três cômodos com telhadode zinco, nos fundos de uma ca-sa no bairro Jardim Tiradentes,periferia de Campo Grande.

Lá estão guardadas a meda-lha de bronze conquistada emSidney-2000, a prata de Ate-nas-2004 (que ele pensou emderreter e vender, mas desis-

tiu) e dezenas de outros prê-mios e recortes de jornal.

No chão da sala, uma fotoemoldurada de Luciano abra-çado ao presidente Lula aguar-da para ser pendurada.

“São meus dois grandes or-gulhos”, diz, sobre a foto comLula e a bola vermelha quetrouxe de Pequim, onde termi-nou em quarto lugar com a se-leção brasileira paraolímpica.

Em 2002, “quando estava noauge”, Luciano aceitou um con-vite para trocar Campo Grandepelo Rio de Janeiro. Jogou doisanos no time da Andef, que lhepagava R$ 1.000 por mês. “Foi amelhor época da minha vida.”

Recebeu uma proposta “paraganhar mais” e voltou a morarem Campo Grande. A proposta,feita pelo técnico Dolvair Cas-telli, nunca se concretizou.“Mas não ponho culpa nele”,resigna-se. “Ele não conseguiuo patrocínio que esperava.”

O fato de jogar sem recebervirou um problema aindamaior a partir de 2005, quandonasceu Kauã, com o mesmoproblema do pai: paralisia cere-bral. O menino passou por duascirurgias no tornozelo esquer-do e já recuperou a maior partedos movimentos.

Foi por causa dele que Lucia-no não vendeu as medalhasolímpicas e guarda os recortesde jornal. “Quero que ele saibaquem foi o pai dele.” (MF)

................................................................................................DO ENVIADO A CAMPO GRANDE

Assim que pariu Ismael, há19 anos, Vilma Evangelista ou-viu do então marido, cujo nomefaz questão de não citar: “Deixaele aí no hospital. Se morrer, omédico avisa. Se ele ficar bom, agente vem buscar”. Vilma esco-lheu o filho e perdeu o marido.

Demorou, mas Ismael ficoubom. Passou os seis primeirosmeses de vida na UTI. Só foi an-dar e falar com três anos.

“Por causa da bendita da bo-la”, conta a mãe. “Ele ficou empé a primeira vez para correratrás de uma bola. E só apren-deu a falar para pedir uma bolade presente.”

Antes dos dez anos, Ismaelpassou por dez cirurgias, in-cluindo um transplante de in-testino. Livrou-se da colosto-mia (bolsa externa para drena-gem intestinal) e lançou-se ajogar futebol na rua, como to-das as crianças da idade.

“Diziam que meu filho seriaum vegetal”, relembra Vilma.

Ele, no entanto, contrariouprevisões médicas, ignorou asproibições da mãe e, sobretudo,nunca se importou com o fatode ter o lado esquerdo do corpoparcialmente paralisado.

“Jogava com os normais, narua, na escola, em todo lugar”,conta Ismael. “Tomava porra-da. Ninguém pegava leve, caía,me machucava bastante.”

Aos 12 anos, foi levado porum professor para o time deatletismo da escola. Ganhoumedalhas correndo distânciascurtas, mas nunca se empolgoude verdade. O que ele queriamesmo era jogar futebol.

“Ele vivia me dizendo:‘Quando o médico consertarminha perna, vou chegar à sele-ção. Você vai ver, mãe’.”

Há três anos, juntou-se aoPantanal, um dos três clubes defutebol de paralisados cere-brais de Campo Grande.

Desde então, sai de casa to-dos os dias às 6h30, pega trêsônibus para chegar às 8h30 aocampo onde seu time treina.

Usa a boca para calçar asmeias e tem a ajuda dos colegaspara amarrar as chuteiras.

Neste ano, cumpriu o queprometera à mãe e finalmentechegou à seleção brasileira sub--20, com a qual conquistou amedalha de ouro nos Jogos Pa-rapanamericanos disputadosem Medellín, em outubro.

“Fiz dois gols na final contraa Argentina”, diz, orgulhoso. “Edepois os caras nem quiseramtrocar de camisa com a gente.”

Com os R$ 750 que ganha pormês do bolsa-atleta, tem omaior salário da casa de quatrocômodos que divide com a mãe,o padrasto e a irmã mais nova,no Jardim Columbia, um terre-no invadido na periferia deCampo Grande.

Ismael, que ganhou o apelidode “Obina” dos companheirospor causa dos dentes salientes,é tido como um dos jogadoresmais promissores da nova gera-ção. É a estrela do campinho debarro que fica exatamente emfrente à casa onde mora.

Não descuida do penteadomoicano e faz questão de jogarcom chuteiras coloridas.

Mesmo assim, diz que prefe-re estudar —está no primeiroano do ensino médio — e quenão vê futuro algum no esporteque tanto gosta de praticar.

“Sei que isso daqui a poucoacaba”, diz, conformado. “Euvou ter que estudar.” (MF)

FUTEBOL

Campeonato Inglês

19ª rodadaOntem:Birmingham0x0Chelsea;Fulham0x0Tottenham;WestHam2x0Portsmouth;Burnley1x1Bolton;ManchesterCity2x0Stoke;Sunderland1x1Everton;Wigan1x1Blackburn;Liverpool2x0WolverhamptonHoje:ArsenalxAstonVilla;HullCityxManchesterUnited20ª rodadaAmanhã:TottenhamxWestHam;BlackburnxSunderland;ChelseaxFulham;EvertonxBurnley;StokeCityxBirmingham;WolverhamptonxManchesterCityTerça-feira:AstonVillaxLiverpool;BoltonxHullCityQuarta-feira: Portsmouth x Arsenal;Manchester United x WiganClassificação P J V E D1º Chelsea 42 19 13 3 32º Man.United 37 18 12 1 53º Arsenal 35 17 11 2 44º AstonVilla 35 18 10 5 35º Tottenham 34 19 10 4 56º ManchesterCity 32 18 8 8 27º Liverpool 30 19 9 3 78º Birmingham 29 19 8 5 69º Fulham 27 18 7 6 510º Sunderland 21 18 6 3 911º StokeCity 21 17 5 6 612º Blackburn 20 19 5 5 913º Burnley 20 19 5 5 914º Everton 19 18 4 7 715º Wolverhampton 19 19 5 4 1016º Wigan 19 18 5 4 917º WestHam 18 19 4 6 918º Bolton 17 17 4 5 819º HullCity 17 18 4 5 920º Portsmouth 14 19 4 2 13

VÔLEISuperliga masculina - 8ª rodadaTerça-feira:VôleiFuturoxCruzeiro;SesixBlumenau;PinheirosxFlorianópolis;MontesClarosxBrasília

FUTEBOL

Campeonato Espanhol - 16ª rodada2.jan (sábado):ValenciaxEspanyol;BarcelonaxVillarreal;AtléticodeMadrixSevilla3.jan (domingo):SportingdeGijónxMálaga;GetafexValladolid;RacingSantanderxTenerife;AlmeríaxXerez;ZaragozaxLaCoruña;MallorcaxAthleticBilbao;OsasunaxRealMadrid

Classificação P J V E D1º Barcelona 39 15 12 3 02º RealMadrid 37 15 12 1 23º Sevilla 30 15 9 3 34º Valencia 29 15 8 5 25º Mallorca 27 15 8 3 46º LaCoruña 27 15 8 3 47º AthleticBilbao 26 15 8 2 58º Getafe 24 15 8 0 79º Villarreal 21 15 6 3 610º SportingdeGijón 20 15 5 5 511º Osasuna 16 15 4 4 712º Espanyol 16 15 4 4 713º Valladolid 16 15 3 7 514º Tenerife 15 15 4 3 815º AtléticodeMadri 14 15 3 5 716º RacingSantander 13 15 3 4 817º Almería 13 15 3 4 818º Zaragoza 12 15 3 3 919º Málaga 12 15 2 6 720º Xerez 7 15 1 4 10

Campeonato Italiano - 18ª rodada6.jan (quarta-feira):Chievox InterdeMilão;AtalantaxNapoli;BarixUdinese;Cagliari xRoma;CataniaxBologna;LazioxLivorno;ParmaxJuventus;SampdoriaxPalermo;SienaxFiorentina;MilanxGenoaCampeonato Alemão - 18ª rodada15.jan (sexta-feira):BayerndeMuniquexHoffenheim16.jan (sábado):HannoverxHertha;EintrachtFrankfurtxWerderBremen;BorussiaMönchengladbachxBochum;HamburgoxFreiburg;BayerLeverkusenxMainz;StuttgartxWolfsburg17.jan (domingo):Schalke04xNuremberg;ColôniaxBorussiaDortmund

Ismael Teixeira, campeão do Pan-Americano com a seleção brasileira sub-20, e sua mãe, VilmaVestiário do Pantanal, noginásio do Guanandizão

Nummomentodedesespero,chegueiapensaremvenderasmedalhasqueganheiemAtenasePequim.Desistiporquepercebiqueiriaganharmuitopoucodinheiro.Tudooqueeuqueroévoltaraganharobolsa-atletadogovernoparapoderajudarmeufilhoLUCIANOGONÇALVESROCHAatacante da seleção brasileira

Játivepropostasparajogarfutebolemoutrascidades,comoRiodeJaneiro,Brasília,BeloHorizonte,algumasatéparaganhardinheiro.MasjáfaleiquedeCampoGrandeeunãosaiodejeitonenhum.Minhafamíliaestáaqui,oqueeuvoufazeremoutrolugar?ISMAELEVANGELISTATEIXEIRAjogador daseleçãobrasileirasub-20

[+][+][+] SELEÇÃO:SELEÇÃO:SELEÇÃO:TÉCNICO QUERTÉCNICO QUERTÉCNICO QUER

MAIS EQUIPESMAIS EQUIPESMAIS EQUIPESDepois de Campo Grande, oDepois de Campo Grande, oDepois de Campo Grande, oprincipal polo do futebol deprincipal polo do futebol deprincipal polo do futebol deparalisados no Brasil é o Rio.paralisados no Brasil é o Rio.paralisados no Brasil é o Rio.IBDD e Andef, clubes cario-IBDD e Andef, clubes cario-IBDD e Andef, clubes cario-cas, conquistaram o primei-cas, conquistaram o primei-cas, conquistaram o primei-ro e o quarto lugares no últi-ro e o quarto lugares no últi-ro e o quarto lugares no últi-mo Campeonato Brasileiro.mo Campeonato Brasileiro.mo Campeonato Brasileiro.“Sabemos que há grandes jo-“Sabemos que há grandes jo-“Sabemos que há grandes jo-gadores escondidos por aí.gadores escondidos por aí.gadores escondidos por aí.Se não for possível formarSe não for possível formarSe não for possível formarequipes, queremos descobrirequipes, queremos descobrirequipes, queremos descobriratletas em outros Estadosatletas em outros Estadosatletas em outros Estadospara que venham treinar nopara que venham treinar nopara que venham treinar noRio ou em Campo Grande”,Rio ou em Campo Grande”,Rio ou em Campo Grande”,diz Paulo Cruz, técnico dodiz Paulo Cruz, técnico dodiz Paulo Cruz, técnico doIBDD e da seleção principal.IBDD e da seleção principal.IBDD e da seleção principal.Luciano Rocha, da seleção principal, com seu filho Kauã, que tambem tem paralisia cerebral

ef DOMINGO, 27 DE DEZEMBRO DE 2009 esporte D3D2 esporte DOMINGO, 27 DE DEZEMBRO DE 2009 ef

top related