brasil - eleições 2014
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2 de setembro de 2014
Emerging Markets Research Brasil
O ano de 2014 trará eleições para os mais altos cargos políticos no Brasil, com
a disputa para a Presidência da República e para a renovação de um terço do
Senado Federal e da totalidade da Câmara de Deputados. Espera-se que cerca
de 140 milhões de eleitores compareçam às urnas e que os resultados sejam
conhecidos em menos de 24 horas após o encerramento da votação.
Este guia pretende traçar um panorama do cenário político do Brasil, com
ênfase nos aspectos institucionais das eleições e nas perspectivas para os
resultados que sairão das urnas em outubro. O objetivo é guiar o leitor no
processo eleitoral.
O guia está organizado da seguinte forma: a primeira seção trata, de forma
sumária, do poder político no País, enquanto a segunda apresenta um perfil do
eleitorado do País. A terceira seção descreve, brevemente, o perfil dos principais
partidos políticos em atuação. A quarta seção discorre sobre as eleições de
2014, em particular, o calendário político, as regras eleitorais, os cargos em
disputa, as regras e a distribuição do tempo de propaganda eleitoral. A seção
seguinte trata da eleição para a Presidência da República, com a apresentação
das biografias e algumas das propostas dos candidatos. A sexta seção discute as
eleições para governador, enquanto a sétima seção apresenta, brevemente, o
quadro das eleições parlamentares nos níveis federal e estadual. Finalmente, as
duas últimas seções discutem as pesquisas de opinião e algumas fontes
relevantes de informação que podem servir como referência.
Brasil: Eleições 2014
Agradecemos a contribuição
significativa de Túlio Sousa e
Pâmela Borges na preparação
deste relatório.
Este boletim foi preparado pelo Credit Suisse, em seu nome e em nome das empresas ligadas ao grupo Credit Suisse é distribuído a título
gratuito, com a finalidade única de prestar informações ao mercado em geral. Apesar de ter sido tomado todo o cuidado necessário de forma a
assegurar que as informações aqui prestadas reflitam com precisão informações no momento em que as mesmas foram colhidas, a precisão e
exatidão de tais informações não são por qualquer forma garantidas e o Banco por elas não se responsabiliza. Este boletim é fornecido apenas
para a informação de investidores profissionais, os quais, entende-se, deverão tomar suas próprias decisões de investimento, sem se basear
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Brasil: Eleições 2014 2
2 de setembro de 2014
Intencionalmente em branco
Brasil: Eleições 2014 3
2 de setembro de 2014
Sumário
Eleitorado brasileiro ......................................................................................... 5
Distribuição geográfica ........................................................................................................... 5
Distribuição por faixa etária e sexo ......................................................................................... 7
Distribuição regional por nível de escolaridade ...................................................................... 8
Distribuição regional por nível de renda.................................................................................. 9
Perfil ideológico do eleitorado brasileiro ............................................................................... 10
Partidos políticos ............................................................................................ 13
Cenário atual e linha ideológica dos partidos ....................................................................... 13
Principais partidos políticos em exercício no Brasil atualmente ............................................ 17
Eleições 2014 ................................................................................................. 31
Organização institucional ...................................................................................................... 31
Atribuições da Justiça Eleitoral ............................................................................................. 32
Cargos em disputa ................................................................................................................ 32
Eleitores e o processo de votação ........................................................................................ 32
Regras para eleição de candidatos ...................................................................................... 35
Duração dos mandatos ......................................................................................................... 36
Calendário eleitoral ............................................................................................................... 36
Propaganda gratuita de rádio e TV ....................................................................................... 38
Eleições presidenciais .................................................................................... 41
Principais candidatos e biografias ........................................................................................ 41
Demais candidatos ............................................................................................................... 43
Tempo de propaganda gratuita de rádio e TV ...................................................................... 44
O papel do candidato a vice-presidente................................................................................ 47
Posicionamento dos candidatos sobre temas importantes ................................................... 49
Alianças nos estados ............................................................................................................ 50
Eleição nos Estados ....................................................................................... 53
Disputas nos estados fortalecerão alinhamentos antigovernistas ........................................ 66
Eleições parlamentares .................................................................................. 69
Câmara de Deputados e Senado Federal ............................................................................ 69
As eleições para a Câmara de Deputados ........................................................................... 70
As eleições no Senado Federal ............................................................................................ 72
Eleições para as assembleias legislativas estaduais e distritais ........................................... 76
Pesquisas de opinião ..................................................................................... 79
Principais institutos de pesquisa do país .............................................................................. 79
Pesquisas de avaliação da administração federal ................................................................ 80
Pesquisas de intenção de voto para Presidência da República ........................................... 81
Lista de endereços de Internet ....................................................................... 85
Brasil: Eleições 2014 4
2 de setembro de 2014
Intencionalmente em branco
Brasil: Eleições 2014 5
2 de setembro de 2014
Eleitorado brasileiro
Distribuição geográfica
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número de eleitores no Brasil era de 142,8
milhões em julho de 2014, o que representa um crescimento de 5,2% em relação ao
número de eleitores em 2010 (135,8 milhões). Esses eleitores estão concentrados,
principalmente, no Sudeste e Nordeste, com 43,5% e 26,8% do total, respectivamente
(Gráfico 1).
Gráfico 1: Distribuição regional do eleitorado brasileiro
% do total de eleitores, em julho de 2014
Fonte: TSE, Credit Suisse
A região Sul é a terceira com o maior número de eleitores, com 15% do total, equivalente
à soma do número de eleitores das regiões Norte e Centro-Oeste. Naturalmente, a maior
concentração de eleitores nessas duas regiões torna as coligações que disputam a
presidência organizadas em torno de nomes originários ou com alguma identificação
política com essas duas regiões. Não por acaso, desde 1986, o executivo tem sido
ocupado por Presidentes e Vice-Presidentes que tiveram sua carreira política no Sudeste
ou Nordeste (Tabela 1). A única exceção relevante é a atual presidente, Dilma Rousseff,
que, apesar de ter nascido em Minas Gerais, no Sudeste, teve a maior parte de sua
formação política no Sul.
7,5
14,8
26,8
43,5
7,2
0,2 Norte
Sul
Nordeste
Sudeste
Centro-Oeste
Exterior
Brasil: Eleições 2014 6
2 de setembro de 2014
Tabela 1: Composição das chapas das últimos presidentes eleitos
Fonte: Credit Suisse
Parte expressiva do eleitorado brasileiro reside nas capitais (22% do total). O perfil do
eleitorado brasileiro é eminentemente urbano e concentra-se nas principais regiões
metropolitanas (Tabela 2). Os cinco estados mais populosos do País, i.e.: São Paulo,
Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Sul, concentram 55% de todo o
eleitorado. Nesse caso, as campanhas presidenciais se concentram nestes estados, seja
via disposição de recursos e atuação dos comitês regionais de campanha, seja pela
prioridade dada à formação de alianças ou dos chamados “palanques” nesses estados
específicos. Palanques estaduais são acordos de conveniência que permitem ao
candidato ao governo federal usufruir da máquina de campanha do candidato ao governo
estadual. Metaforicamente, o termo “palanque” refere-se à eventual cessão de espaço a
outro candidato em um comício eleitoral. Isso ocorre de modo mais direto se ambos os
candidatos são do mesmo partido, mas na maior parte dos casos os palanques eleitorais
envolvem acordos entre partidos distintos. Em geral, os partidos sem candidatos ao
governo federal desfrutam de liberdade localmente para firmar acordo com o candidato
que lhe seja conveniente. É comum a um mesmo partido apoiar um candidato à
presidência em um estado e apoiar outro candidato ao mesmo cargo eletivo em outro
estado.
TancredoNeves (SE)Presidente
FernandoCollor (NE)Presidente
Fernando H.Cardoso (SE)
Presidente
Fernando H.Cardoso (SE)
Presidente
Luiz Inácio Lulada Silva (NE)Presidente
Luiz Inácio Lulada Silva (NE)Presidente
Dilma Rousseff(SE/S)
Presidente
JoséSarney (NE)
Vice-presidente
ItamarFranco (SE)
Vice-presidente
MarcoMaciel (NE)
Vice-presidente
MarcoMaciel (NE)
Vice-presidente
JoséAlencar (SE)
Vice-presidente
JoséAlencar (SE)
Vice-presidente
MichelTemer (SE)
Vice-presidente
1985 1989 1994 1998 2002 2006 2010
Brasil: Eleições 2014 7
2 de setembro de 2014
Tabela 2: Eleitorado nos estados e nas capitais (julho de 2014)
Fonte: TSE, Credit Suisse.
Distribuição por faixa etária e sexo
O eleitorado brasileiro é relativamente jovem (Gráfico 2), com 17% do total na faixa com
menos de 25 anos de idade e 40% com menos de 35 anos. Nesse caso, é possível
esperar que questões mais ligadas ao desemprego, à educação e formação profissional e
à violência interessem de modo mais direto os eleitores do que questões ligadas à
seguridade social, à valorização dos benefícios de aposentadoria e à cobertura do serviço
público de saúde. As pessoas com mais de 60 anos, para quem essas últimas questões
tendem a ser mais relevantes, compõem apenas 16% do eleitorado. Desse total, 45% não
são obrigados a votar por lei, pois possuem mais de 65 anos de idade. O discreto
predomínio das mulheres (52%) entre os eleitores é reflexo direto da composição da
população brasileira, com ligeira predominância do sexo feminino.
Unidade Federativa
No
rte
Acre (AC)
Amapá (AP)
Amazonas (AM)
Pará (PA)
Rondônia (RO)
Roraíma (RR)
Tocantins (TO)
Paraná (PR)
Rio Grande do Sul (RS)
Santa Catarina (SC)
Alagoas (AL)
Bahia (BA)
Ceará (CE)
Maranhão (MA)
Piauí (PI)
Pernambuco (PE)
Paraíba (PB)
Rio Grande do Norte (RN)
Sergipe (SE)
Espirito Santo (ES)
Minas Gerais (MG)
Rio de Janeiro (RJ)
São Paulo (SP)
Distrito Federal (DF)
Goiás (GO)
Mato Grosso (MT)
Mato Grosso do Sul (MS)
Capital
Rio Branco
Macapá
Manaus
Belém
Porto Velho
Boa Vista
Palmas
Curitiba
Porto Alegre
Florianópolis
Maceió
Salvador
Fortaleza
São Luís
Teresina
Recife
João Pessoa
Natal
Aracaju
Vitória
Belo Horizonte
Rio de Janeiro
São Paulo
-
Goiânia
Cuiabá
Campo Grande
Eleitorado
na capital (mil)
236
268
1.244
1.041
302
196
186
1.241
1.097
333
522
1.924
1.658
620
507
1.066
464
506
389
260
1.911
4.836
8.782
1.898
932
410
598
% no total
do país
0,2
0,2
0,9
0,7
0,2
0,1
0,1
0,9
0,8
0,2
0,4
1,3
1,2
0,4
0,4
0,7
0,3
0,4
0,3
0,2
1,3
3,4
6,1
1,3
0,7
0,3
0,4
Eleitorado
estadual (mil)
10.801
507
456
2.227
5.188
1.127
300
997
21.117
7.866
8.392
4.859
38.270
1.996
10.185
6.272
4.497
2.346
6.356
2.836
2.327
1.454
62.042
2.654
15.249
12.141
31.998
10.238
1.898
4.332
2.190
1.819
% no total
do país
7,5
0,4
0,3
1,6
3,6
0,8
0,2
0,7
14,8
5,5
5,9
3,4
26,8
1,4
7,1
4,4
3,1
1,6
4,5
2,0
1,6
1,0
43,5
1,9
10,7
8,5
22,4
7,2
1,3
3,0
1,5
1,3
Total da região
Total da região
Total da região
Total da região
Total da região
Su
lN
ord
este
Su
deste
Centr
o-O
este
Exterior 354 0,2
Total do Brasil 142.822 100,0
Brasil: Eleições 2014 8
2 de setembro de 2014
Gráfico 2: Distribuição do eleitorado por idade e gênero (julho de 2014)
% do total de eleitores, por faixa etária
Fonte: TSE, Credit Suisse
Distribuição regional por nível de escolaridade
Segundo dados do IBGE de 20121, a escolaridade média da população brasileira com 15
anos ou mais de idade é de 7,3 anos de estudo, com 46,5% desta população não tendo
concluído ao menos o ensino básico (Gráfico 3). Apesar disso, a evolução da
escolaridade média da população tem sido considerável nos últimos anos: em 2007, por
exemplo, o número de pessoas sem instrução ou com menos de um ano de escolaridade
era de 11% versus os atuais 9%. Enquanto isso, a população com 11 ou mais anos de
estudo era de 26% do total, ante os atuais 36%.
A distribuição da escolaridade, em termos de anos de estudo, é bastante heterogênea
entre as regiões do País. Nos estados do Norte e Nordeste 54% da população têm menos
de 8 anos de estudo, enquanto este percentual é de 42% no Sul e Sudeste. Por outro
lado, o incremento nas condições de escolaridade tem sido mais acentuado no Norte e
Nordeste: em 2007, 61% da população do Norte e Nordeste possuía menos de 8 anos de
escolaridade, enquanto no Sul e Sudeste o percentual não era muito distinto do atual:
43%.
1 Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, realizada em setembro de 2012.
Superior a 70 anos
60 a 69 anos
45 a 59 anos
35 a 44 anos
25 a 34 anos
18 a 24 anos
16 e 17 anos
FemininoMasculino
4
5
12
10
12
8
1
3
4
11
10
11
7
1
Brasil: Eleições 2014 9
2 de setembro de 2014
Gráfico 3: Escolaridade média da população com 15 anos ou mais (setembro de 2012)
%
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Credit Suisse
O perfil educacional da população adulta tem implicações sobre a identificação e
abordagem dos temas relevantes durante a campanha. A atual tendência de elevação da
escolaridade da população tende a se refletir numa maior complexidade e diversidade de
temas em debate nos próximos anos.
Distribuição regional por nível de renda
O TSE não possui dados sobre o perfil do eleitorado por faixa de renda, mas é provável
que a distribuição regional por renda dos eleitores siga de modo muito estreito a
distribuição de rendimentos da população com mais de 15 anos de idade. De acordo com
os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) de 2012, que cobre
especificamente essa porção da população, o rendimento mensal médio da população
nesta faixa é bastante heterogêneo entre as regiões (Gráfico 4). Na média brasileira,
cerca de 28% da população possui renda mensal de até um salário mínimo. No Nordeste,
esse percentual é o mais elevado (49%) e mais baixo no Sul (17%).
911
27
17
36
5
10
30
19
36
69
25
18
42
8 9
25
18
39
15 14
27
16
28
10
15
27
17
30
Brasil Sul Sudeste Centro-Oeste Nordeste Norte
Sem instrução e menos de 1 ano 1 a 3 anos 4 a 7 anos 8 a 10 anos 11 anos ou mais
Brasil: Eleições 2014 10
2 de setembro de 2014
Gráfico 4: Rendimento mensal médio da população com 15 anos ou mais (setembro de 2012)
%
Fonte: IBGE, Credit Suisse
Perfil ideológico do eleitorado brasileiro
Questionadas a respeito de seu próprio perfil ideológico, a maior parte das pessoas (38%)
considera que suas convicções possuem um perfil de “centro-direita”, em detrimento de
outras opções mais extremas. O percentual de eleitores que se classifica como sendo de
“centro-esquerda”, perfil de boa parte dos partidos políticos brasileiros, por exemplo, é
menor: 26% dos eleitores classificam-se como tal. No total, quase metade dos eleitores
(49%) possui algum viés à direita, que compreende aqueles que se auto intitulam de
“direita” ou de “centro-direita”. Outros 22% dos eleitores consideram-se como de “centro”
e 30% dos eleitores possuem um perfil mais à esquerda, ou seja, a soma dos perfis de
“esquerda” com de “centro-esquerda” (Gráfico 5).
Gráfico 5: Identificação ideológica do eleitorado brasileiro
% dos entrevistados
Fonte: Datafolha (outubro 2013), Credit Suisse
Brasil Sul Sudeste Centro-Oeste Nordeste Norte
28
45
107
1
7
17
54
13
7
1
7
19
53
138
1 3
23
49
12 10
13
49
28
5 40
13
38 37
84
0
11
Até 1 salário mínio (SM) De 1 a 2 SM De 3 a 5 SM De 5 a 20 SM Mais de 20 SM Sem rendimento
11
38
22
26
4
DireitaCentro-direitaCentroCentro-esquerdaEsquerda
Distribuição
aproximada
Brasil: Eleições 2014 11
2 de setembro de 2014
Esse perfil tido como mais à direita decorre, principalmente, da influência de alguns
valores de natureza religiosa sobre o posicionamento político em questões mais
concretas e de como o brasileiro típico vê, por exemplo, a aplicação da justiça. Quando
perguntados, por exemplo, sobre seu posicionamento pessoal ao serem confrontados
com uma lista de temas tidos como polêmicos, 86% dos eleitores brasileiros mostram-se,
em geral, contrários à liberalização das drogas (Gráfico 6) e favoráveis a penas maiores
para adolescentes infratores, mesmo sendo eles menores de idade (76% dos
entrevistados). O eleitor típico divide-se sobre a questão da pena de morte (52%
contrários, 48% favoráveis) e assume um viés um pouco mais à esquerda quando
questionado sobre temas de caráter social, como, por exemplo, a identificação das
causas da pobreza e as consequências da imigração.
Gráfico 6: Identificação ideológica do eleitorado brasileiro
% dos entrevistados que concorda com a assertiva, reponderado por não-respostas
Fonte: Datafolha (Outubro 2013), Credit Suisse
Acreditar em Deus torna as pessoas melhores
O uso de drogas deve ser proibido porque toda a sociedade sofre com
as consequências
Adolescentes que cometem crimes devem ser punidos
como adultos
A maior causa da criminalidade é a maldade
das pessoas
Os sindicatos servem mais para fazer política do que
defender os trabalhadores
A pena de morte é a melhor punição para indivíduos que
cometem crimes graves
Boa parte da pobreza está ligada à preguiça de pessoas que
não querem trabalhar
Possuir uma arma legalizada deveria ser um direito do
cidadão para se defender
A homossexualidade deve ser desencorajada por
toda a sociedade
Pessoas pobres de outros países e estados que vêm trabalhar na sua cidade acabam
criando problemas para a cidade
Acreditar em Deus não necessariamente tornauma pessoa melhor
O uso de drogas não deve ser proibido, porque é o usuário que sofre com as consequênias
Adolescentes que cometem crimes devem ser reeducados
A maior causa da criminalidade é a falta de oportunidades iguais para todos
Os sindicatos são importantes para defender os interesses dos trabalhadores
Não cabe à Justiça matar uma pessoa, mesmo que ela tenha cometido um crime grave
Boa parte da pobreza está ligada à falta de oportunidades iguais para que todos possam trabalhar
A posse de armas deve ser proibida, pois representa ameaça à vida de outras pessoas
A homossexualidade deve ser aceita por toda a sociedade
Pessoas pobres de outros países e estados que vêm trabalhar na sua cidade contribuem com o desenvolvimento e a cultura
14
14
24
37
49
52
66
70
72
73
86
86
76
63
51
48
34
30
28
27
Perfil ideológico de esquerda Perfil ideológico de direita
Brasil: Eleições 2014 12
2 de setembro de 2014
Intencionalmente em branco
Brasil: Eleições 2014 13
2 de setembro de 2014
Partidos políticos
Cenário atual e linha ideológica dos partidos
O Brasil possui 32 partidos políticos atualmente registrados no TSE. Apenas 22 possuem
representantes na Câmara de Deputados e 16 possuem no Senado. Os três maiores
partidos nacionais (PMDB, PT, PSDB) por número de cargos eletivos, possuem, em
conjunto, 40% da bancada na Câmara e 54% da bancada no Senado (Gráfico 7). Ou seja,
pouco menos de 2/3 da câmara baixa é composta por um amplo conjunto de partidos, o
que exige a formação de alianças para que a atividade legislativa tenha sequência. A
aprovação de emendas constitucionais, por exemplo, requer 2/3 dos votos de ambas as
Casas. Projetos de lei complementar impõem a aprovação da maioria absoluta (50% +1)
dos congressistas, ao passo que projetos de lei ordinária requerem a aprovação de 50%
+1 dos congressistas presentes à votação.
Gráfico 7: Cadeiras no Senado e na Câmara de Deputados, por partido político (julho de 2014)
Fonte: Câmara de Deputados, Senado Federal, Credit Suisse
Senado (81 cargos) Câmara de Deputados (513 cargos)
Outros
PEN - Partido Ecológico Nacional
PRP - Partido Republicano Progressista
PT do B - Partido Trabalhista do Brasil
PPS - Partido Popular Socialista
PV - Partido Verde
PRB - Partido Republicano Brasileiro
PSC - Partido Social Cristão
PC do B - Partido Comunista do Brasil
PTB - Partido Trabalhista Brasileiro
PDT - Partido Democrático Trabalhista
PROS - Partido Republicano da Ordem Social
SD - Solidariedade
PSB - Partido Socialista Brasileiro
DEM - Democratas
PR - Partido da República
PP - Partido Progressista
PMDB - Partido do Movimento Democrático Brasileiro
PT - Partido dos Trabalhadores
0
0
0
0
0
1
1
0
2
6
6
1
1
4
4
4
5
19
13
0
1
2
3
PSOL - Partido Socialismo e Liberdade 1 3
PMN - Partido da Mobilização Nacional 0 3
6
8
10
12
15
18
18
20
21
24
28
32
40
PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira 12 44
PSD - Partido Social Democrático 1 44
73
83
Partidos que não possuem cargos no Senado e na Câmara:
PCB - Partido Comunista Brasileiro, PCO - Partido da Causa Operária,
PSDC - Partido Social Democrata Cristão, PHS - Partido Humanista
da Solidariedade, PPL - Partido Pátria Livre, PRTB - Partido Renovador
Trabalhista Brasileiro, PSL - Partido Social Liberal, PSTU - Partido
Socialista dos Trabalhadores Unificado, PTC - Partido Trabalhista
Cristão e PTN - Partido Trabalhista Nacional.
Brasil: Eleições 2014 14
2 de setembro de 2014
Nos municípios, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) é o partido
nacional de maior abrangência, com 1.031 prefeitos e 7.943 vereadores eleitos nas
últimas eleições de 2012. O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) coloca-se
em segundo lugar, com 702 prefeitos e 5.250 vereadores, seguido do Partido dos
Trabalhadores (PT), com 636 prefeitos eleitos e 5.181 vereadores (Tabela 3). PMDB,
PSDB e PT destacam-se dos demais na ocupação de cargos eletivos estatuais, com,
respectivamente, 5, 8 e 5 governadores e 147, 123 e 149 deputados estaduais. Esses
partidos são também acompanhados pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro), que elegeu
seis governadores em 2010, mas com presença nas assembleias estaduais menos
expressiva. Nas bancadas federais, a predominância do PT e PMDB é mais evidente,
principalmente mais recentemente, com ambos os partidos possuindo as maiores
bancadas na Câmara de Deputados e no Senado Federal.
Tabela 3: Representatividade dos principais partidos políticos
Número de cargos
Fonte: TSE, Câmara de Deputados, Senado Federal, Credit Suisse
Os mesmos três partidos de maior abrangência nacional são os que têm a preferência do
eleitor, com destaque para o PT, que chegou a ser visto como o partido preferido por 31%
Partido
Outros
1Partido fundado em 2011 2Partidos fundados em 2013
Deputados federais
Julho de2014
83
73
44
44
40
32
28
24
21
20
18
18
15
12
41
Eleitoem 2010
86
78
54
-1
44
41
43
35
-2
-2
27
22
15
17
51
Senadores
13
19
12
1
5
4
4
4
1
1
6
6
2
0
3
Julho de2014
Dep. estaduais
149
147
123
-1
48
53
76
73
-2
- 2
76
47
18
35
214
Eleitoem 2010
4
7
5
1
1
0
1
5
1
2
0
0
0
0
0
Julho de2014
5
5
8
-1
0
0
2
6
-2
-2
0
0
0
0
1
Eleitoem 2010
Governadores Prefeitos
Eleitosem 2012
636
1031
702
-1
467
273
277
443
-2
-2
311
294
56
83
991
5.181
7.943
5.250
4.652
4.922
3.180
3.272
3.553
-2
-2
3.652
3.566
971
1.462
9.455
Eleitosem 2012
Vereadores
Brasil: Eleições 2014 15
2 de setembro de 2014
dos eleitores em março de 20132. Na margem, essa preferência pelo PT recuou,
sobretudo a partir das manifestações do 2T13. O PT era o partido preferido por 18% dos
eleitores em junho de 2014, uma das mínimas históricas desde 2002, quando o partido
assumiu o governo federal. Comparativamente, PSDB e PMDB são os partidos de
preferência de, respectivamente, 5% e 4% dos entrevistados no mesmo período. A
preferência popular pelo PSDB foi maior no período em que o partido controlava o
governo federal, variando entre 12% e 18% dos entrevistados à época.
Historicamente, o percentual de entrevistados que apontava preferência por algum partido
político manteve-se entre 40% e 50%, com alguns breves períodos de exceção, como em
março de 2013, quando esse número alcançou 53%. Nos últimos trimestres a
identificação com algum partido político recuou para 34% do total dos entrevistados,
mínimo histórico desde 1989 (Gráfico 8), ano das primeiras eleições diretas para
presidente. As eleições de 2014 ocorrerão em meio a um baixo nível de identificação
partidária, provavelmente o menor desde a redemocratização, o que pode ter impacto no
número de abstenções.
Gráfico 8: Identificação dos eleitores com partidos políticos3
% dos entrevistados, média móvel de 4 trimestres
Fonte: Datafolha, Samuels e Zucco (2014), Credit Suisse
De modo geral, desde a redemocratização os partidos políticos brasileiros têm assumido
posições mais ao centro, apesar da existência de alguns partidos com agendas
notoriamente mais polarizadas. Em uma pesquisa abrangendo várias legislaturas do
Congresso (de 1989 até 2009), Power e Zucco (2012)4 mediram o grau de identificação das
lideranças partidárias com posições mais à esquerda ou mais à direita sobre grande número
de questões específicas. Cada deputado ou senador da bancada de um dado partido era
perguntado se e quanto concordava ou discordava de dada declaração específica. O grau
de concordância era medido pela atribuição de uma nota específica em uma escala de
valores pré-determinados. A média das notas identificava o posicionamento político da
liderança política, se mais à esquerda ou mais à direita. O resultado da pesquisa foi obtido
2 Samuels, David & Zucco, Cesar (2014): “The Strength of Party Labels in Brazil: Evidence from Survey
Experiments.” American Journal of Political Science 51(1):212-35. 3 As linhas verticais indicam eleições gerais.
4 Power, Timothy J. & Zucco, Cesar (2012): “Elite Preferences in a Consolidating Democracy: The Brazilian
Legislative Surveys, 1990–2009.” Latin American Politics and Society. 54(4): 1-27.
0
10
20
30
40
50
60
1990 1995 2000 2005 2010 2014
Preferência por
algum partido
PT
PMDBPSDB
Brasil: Eleições 2014 16
2 de setembro de 2014
pela agregação dos resultados individuais das lideranças partidárias ao longo de várias
legislaturas e apontou tendência de migração para o centro no espectro político, na qual se
incluíram tanto partidos de esquerda (e.g.; PPS, PT, PSB), quanto partidos vistos como
mais à direita (e.g.; PP, PR, PTB). Na maioria dos casos, essa migração foi gradual (como
no caso do PTB e do PSB), à medida que a alternância de legislaturas foi conduzindo ao
Congresso políticos de tendência ideológica mais ao centro que seus antecessores (Gráfico
9). Nos casos do PSDB e do PT, houve um movimento relativamente mais abrupto,
justamente nos períodos em que esses partidos ganharam as eleições para o governo
federal. Por exemplo, as eleições que levaram o PSDB ao executivo em 1994 também
conduziram parlamentares à identificação ideológica bastante mais à direita do que até
então. Ao mesmo tempo, os congressistas eleitos pelo PT em 2002, ano da primeira eleição
de Lula, identificavam-se mais ao centro do que as bancadas do partido em legislaturas
anteriores. Dentre todos os partidos políticos, aquele que menos parece ter alterado seu
posicionamento ideológico ao longo dos anos até 2009 foi o PMDB.
Gráfico 9: Distribuição partidária no espectro político-ideológico
Média das notas das bancadas eleitas em cada um dos anos, por partido político
Fonte: Samuels e Zucco (2014), Credit Suisse
1990
2009
1990
2009
1990
2009
1990
2009
1990
2009
1990
2009
1990
2009
1990
2009
1990
2009
1990
2009
1990
2009
1990
2009
1990
2009
Esquerda DireitaPerfil ideológico
As barras representam um desvio-padrão do escore do grupo de deputados em resposta ao questionário.
Brasil: Eleições 2014 17
2 de setembro de 2014
Principais partidos políticos em exercício no Brasil atualmente
A seguir listamos os principais partidos políticos do Brasil. Juntos, eles representam cerca
de 90% da Câmara de Deputados e abrangem todo o território nacional nas eleições a
governador deste ano.
PT (Partido dos Trabalhadores)Número da legenda: 13
Resumo do partido:
O partido ocupa a Presidência da República desde 2002, com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, sua reeleição em 2006 ecom a eleição de Dilma Rousseff em 2010. A origem do PT reside no processo de redemocratização do País no início da décadade 1980. Sua fundação combinou o esforço, principalmente, de membros dos sindicatos dos metalúrgicos da Grande SãoPaulo, membros de representações do funcionalismo público e teólogos ligados à Teologia da Libertação da Igreja Católica.A liderança do PT sempre foi exercida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, após ter sido derrotado nas eleiçõespresidenciais de 1989, 1994 e 1998, foi eleito em 2002. Além de presidente, Lula foi deputado federal (1987-1988) ecandidato ao governo do estado de São Paulo em 1982.
Outrora restrito às capitais e aos governos de alguns estados do Sudeste e Sul do País, a eleição de Lula consolidou também aabrangência nacional do PT, especialmente no Nordeste. O partido terá candidatos competitivos em 2014 aos governos da
grande maioria dos colégios eleitorais do País. Com um discurso pautado pela prioridade à redução da pobreza e dadesigualdade social, o PT é, segundo as principais pesquisas de opinião, aquele que conta com a maior identidade por parte doseleitores brasileiros.
Líderes
Luiz Inácio Lula da Silva(ex-presidente da República)
Dilma Rousseff(presidente da República)
Humberto Costa(líder do partido no Senado)
Marta Suplicy(ministra da cultura)
Gleisi Hoffmann(senadora)
Aloizio Mercadante(ministro-chefe da Casa Civil)
Arlindo Chinaglia(deputado federal)
Tarso Genro(governador do Rio Grande do Sul)
Estados e capitais atualmente
governadas pelo partido
Estados para os quais o partido possui candidato
competitivo a governador nas eleições de 2014
Criação
11 de fevereiro 1982
Presidente
Rui Falcão(Deputado Estadualdo Estado de SP)
Bancada
na Câmara
Maior bancada(83 deputados federais)
Bancada
no Senado
2ª maior bancada(13 senadores)
Fundo partidário
(acum. no ano até agosto)
R$ 33,6 milhões(10,7% do total
distribuído no período)
AC
RR
RO
MG
PI
BA
RJ
RS
MS
PR SP
BAAC
RS
Belo Horizonte
Goiânia
Recife
Rio Branco
São Paulo
DF
Fonte: Website do PT, Credit Suisse
Apoio ao
governo federal
(2011-2014)?
Sim
Brasil: Eleições 2014 18
2 de setembro de 2014
PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro)Número da legenda: 15
Resumo do partido:
O PMDB é o partido de maior abrangência territorial, possuindo a maior bancada no senado, o maior número de governadores
em atuação, bem como de prefeitos e vereadores. A grande capilaridade confere ao PMDB grande importância no cenário
político nacional, tendo o partido presidido a mesa diretora da Câmara de Deputados e do Senado em, respectivamente, 40% e
88% das vezes desde o governo José Sarney. A ampla abrangência territorial do partido reflete-se na composição de sua
executiva nacional, com as várias lideranças regionais possuindo discricionariedade para fazer alianças nos estados. Assim, não é
raro o PMDB estar associado a partidos da base governista em alguns estados e à oposição em outros.
O PMDB está oficialmente na base de sustentação do governo. O partido mantém o cargo de vice-presidente da República e
sustenta ainda assentos em ministérios e empresas estatais. Apesar disso, o apoio do PMDB ao governo não é disseminado.
Desde 2013, tem ocorrido manifestações de alguns membros do partido contrárias ao apoio à candidatura da Presidente Dilma
(PT) em 2014.
Estados e capitais atualmente
governadas pelo partido
Estados para os quais o partido possui candidato
competitivo a governador nas eleições de 2014
RO
PI
RJ
MS
PR SP
PI
Boa Vista
Rio de Janeiro
Líderes
Michel Temer
(vice-presidente da República)
Renan Calheiros
(presidente do Senado)
Henrique Alves
(presidente da Câmara de Deputados)
Eunício Oliveira
(líder do partido no Senado)
Eduardo Braga
(líder do governo no Senado)
Eduardo Cunha
(líder do partido na Câmara de Deputados)
José Sarney
(senador e ex-presidente da República)
MA
RO
MT
MS
RJ
SE
ES
SE
AL
RN
CE
MA
GO
TO
PAAM
Fonte: Website do PMDB, Credit Suisse
Criação
30 de junho de 1981
Presidente
Valdir Raupp
(senador)
Bancada
na Câmara
2ª maior bancada
(73 deputados federais)
Bancada
no Senado
Maior bancada
(19 senadores)
Fundo partidário
(acum. no ano até agosto)
R$ 24,0 milhões
(7,7% do total
distribuído no período)
Apoio ao
governo federal
(2011-2014)?
Sim
Brasil: Eleições 2014 19
2 de setembro de 2014
PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira)Número da legenda: 45
Resumo do partido:
O PSDB surgiu de uma dissidência do PMDB em 1988. Após o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, fez parte
do governo do presidente Itamar Franco, assumindo alguns ministérios, dentre os quais o Ministério da Fazenda, ocupado por
Fernando Henrique Cardoso (FHC). Em 1994, amparado pelo sucesso do Plano Real, FHC foi eleito presidente da República,
sendo reeleito em 1998. Em 2002, o candidato a presidente pelo partido, José Serra, foi derrotado no segundo turno pelo
presidente Lula. Desde então, o PSDB tem sido, ao lado do DEM, o principal partido de oposição ao governo do PT.
Apesar da redução gradual no número de representantes eleitos para o Congresso Nacional desde 2002, o PSDB ainda é
regionalmente forte, sobretudo no Sul e Sudeste, com destaque para São Paulo e Minas Gerais, os dois maiores colégios
eleitorais do País. Atualmente, o partido conta com seis dos 27 governadores do País.
Líderes
Aécio Neves
(presidente do partido e senador)
Fernando Henrique Cardoso
(ex-presidente da República)
Aloysio Nunes Ferreira
(líder do partido no Senado)
Álvaro Dias
(vice-líder da minoria no Senado)
Antônio Imbassahy
(líder do partido na Câmara)
Geraldo Alckmin
(governador de São Paulo)
José Serra
(ex-governador de São Paulo)
Estados e capitais atualmente
governadas pelo partido
Estados para os quais o partido possui candidato
competitivo a governador nas eleições de 2014
AC
PA
RO
MG
PB
PR SPPR
Manaus
Belém
PA
GO
SP
MG
AL
Maceió
Teresina
GO
SC
MS
Fonte: Website do PSDB, Credit Suisse
Criação
24 de agosto de 1989
Presidente
Aécio Neves(senador e
ex-governador deMinas Gerais)
Bancada
na Câmara
3ª bancada(44 deputados federais)
Bancada
no Senado
3ª bancada(12 senadores)
Fundo partidário
(acum. no ano até agosto)
R$ 22,7 milhões(7,2% do total
distribuído no período)
Apoio ao
governo federal
(2011-2014)?
Não
Brasil: Eleições 2014 20
2 de setembro de 2014
PSD (Partido Social Democrático)Número da legenda: 55
Resumo do partido:
O PSD é originário da dissidência de líderes de vários partidos, principalmente do DEM, capitaneada pelo ex-prefeito de São
Paulo, Gilberto Kassab. Desde sua criação, o partido tem apoiado o bloco governista na grande maioria dos assuntos.
O PSD aderiu formalmente ao bloco governista ao ser contemplado com a Secretaria da Micro e Pequena Empresa em 2013.
Em função da expressiva bancada na Câmara de Deputados, o PSD teve um peso relevante na distribuição do tempo de
propaganda eleitoral gratuita. Apesar da adesão à candidatura da presidente Dilma Rousseff, o PSD também aderiu a
candidaturas de partidos de oposição em alguns estados.
Líderes
Gilberto Kassab
(ex-prefeito de São Paulo)
Guilherme Afif Domingos
(ministro da Secretaria da Micro
e Pequena Empresa do Governo Federal)
Raimundo Colombo
(governador de Santa Catarina)
Omar Aziz
(ex-governador do Amazonas)
Moreira Mendes
(líder do partido na Câmara
dos Deputados)
Estados e capitais atualmente
governadas pelo partido
Estados para os quais o partido possui candidato
competitivo a governador nas eleições de 2014
RN
SCSCFlorianópolis
AP
MT
Fonte: Website do PSD, Credit Suisse
Criação
27 de setembro de 2011
Presidente
Gilberto Kassab
(ex-prefeito
de São Paulo)
Bancada
na Câmara
4ª bancada(44 deputados federais)
Bancada
no Senado
11ª bancada(1 senador)
Fundo partidário
(acum. no ano até agosto)
R$ 12,4 milhões(4,0% do total
distribuído no período)
Apoio ao
governo federal
(2011-2014)?
Sim, mas o apoio
formal ao governo foi
estabelecido apenas
em 2013.
Brasil: Eleições 2014 21
2 de setembro de 2014
PP (Partido Progressista)Número da legenda: 11
Resumo do partido:
A origem do PP foi também do Partido Democrático Social (PDS). O PP foi a última agregação política derivada de uma lista de
partidos progressistas que surgiram e, posteriormente, foram extintos nos últimos anos, a partir da dissidência de liderançasespecíficas e da fusão de legendas. Por exemplo, o PP foi criado a partir da fusão de algumas legendas como o PPR (Partido
Progressista Reformador) em abril de 1993. O PPR deu lugar ao PPB (Partido Progressista Brasileiro) em 1995, sendo em
2003 convertido no PP. Desde então, o PP mantém sua configuração, tendo aderido à base de apoio do governo do PT no
Congresso. Esse alinhamento não tem sido seguido pelas alianças estaduais.
O PP tem um peso relevante para a candidatura à reeleição do atual governo, em função do seu significativo número de
representantes na Câmara de Deputados.
Líderes
Paulo Maluf
(deputado federal por São Paulo)
Francisco Dornelles
(líder do partido no Senado)
Ana Amélia Lemos
(vice-líder do partido no Senado)
Ivo Cassol
(senador por Rondônia)
Esperidião Amin
(deputado federal e ex-governador de
Santa Catarina)
Estados e capitais atualmente
governadas pelo partido
Estados para os quais o partido possui candidato
competitivo a governador nas eleições de 2014
RS
ALPalmas
MG
RR
Fonte: Website do PP, Credit Suisse
Criação
4 de abril de 2003(denominação atual)
Presidente
Ciro de Lima(senador pelo Piauí)
Bancada
na Câmara
5ª maior bancada
(40 deputados federais)
Bancada
no Senado
6ª maior bancada
(5 senadores)
Fundo partidário
(acum. no ano até agosto)
R$ 13,6 milhões
(4,3% do total
distribuído no período)
Apoio ao
governo federal
(2011-2014)?
Sim
Brasil: Eleições 2014 22
2 de setembro de 2014
PR (Partido da República)Número da legenda: 22
Resumo do partido:
O PR foi criado em 2006, após a dissidência de membros de Partido Liberal (PL) e do Partido da Reedificação da Ordem
Nacional (PRONA). O objetivo era superar a cláusula de barreira, que impunha restrições aos assentos no Congresso para os
partidos que não dispunham de votação mínima. A partir dessa fusão, o PR ganhou maior relevância política ao abrigar
dissidências de outros partidos. O PR tem peso expressivo na distribuição do horário eleitoral gratuito, em função do elevado
número de representantes na Câmara de Deputados. O partido aderiu à coalizão que apoiou a candidatura de Dilma Rousseff à
presidência em 2010, tendo apoiado, desde então, o governo do PT no Congresso.
O PR atua junto ao PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) no Senado e ao PSC (Partido Social Cristão), na Câmara de Deputados.
O partido atua junto ao PT do B (Partido Trabalhista do Brasil) ao PRP (Partido Republicano Progressista) em frentes
parlamentares específicas.
Estados e capitais atualmente
governadas pelo partido
Estados para os quais o partido possui candidato
competitivo a governador nas eleições de 2014
Líderes
Anthony Garotinho
(deputado federal e ex-governador
do Rio de Janeiro)
Bernardo de Vasconcellos Moreira
(líder do partido na Câmara)
Alfredo Nascimento
(líder do partido no Senado)
Blairo Maggi
(ex-governador e senador pelo
Mato Grosso)
Magno Malta
(senador pelo Espírito Santo)
RJ
DF
RO
Fonte: Website do PR, Credit Suisse
Criação
19 de dezembro de 2006
Presidente
Alfredo Nascimento(Senador)
Bancada
na Câmara
6ª maior bancada
(32 deputados federais)
Bancada
no Senado
7ª maior bancada
(4 senadores)
Fundo partidário
(acum. no ano até agosto)
R$ 13,7 milhões
(4,4% do totaldistribuído no período)
Apoio ao
governo federal
(2011-2014)?
Sim, embora contrário
ao governo em
algumas votações.
Brasil: Eleições 2014 23
2 de setembro de 2014
DEM (Democratas)Número da legenda: 25
Resumo do partido:
O DEM (anteriormente denominado PFL - Partido da Frente Liberal) é o maior partido de centro-direita no País. Foi fundado apartir de uma dissidência do PDS (Partido Democrático Social), durante o processo que culminou com o reestabelecimento daseleições diretas para presidente da República e com a posterior eleição de Tancredo Neves em 1985.
Desde o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, o DEM tem se aliado ao PSDB nas principais disputaspara o governo federal. O partido ocupou a vice-presidência da República, com Marco Maciel, entre 1995 e 2002. O DEMparticipou ainda da chapa presidencial encabeçada pelo PSDB como candidato à vice-presidência, nas eleições presidenciais em2002, 2006 e 2010.
O DEM possuiu tradicional presença no Nordeste, em especial na Bahia. Porém, a sua influência nessa região recuou desde aeleição do PT ao governo federal em 2002. O número de representantes do DEM no Congresso Nacional diminuiu muito desdeentão. A criação do PSD em 2010 reduziu muito a bancada federal do DEM, com uma diminuição da representatividade dopartido em alguns estados, como em Santa Catarina. Em função da legislação eleitoral, que permite a transferência do tempo detelevisão da bancada eleita para o novo partido, o peso relativo do DEM nas eleições de 2014 é inferior a de anos anteriores.
Líderes
José Agripino Maia
(líder do partido no Senado)
Antônio Carlos Magalhães Neto
(prefeito de Salvador)
José Mendonça Filho
(líder na Câmara de Deputados)
Onyx Lorenzoni
(deputado federal pelo Rio Grande do Sul)
Ronaldo Caiado
(deputado federal por Goiás)
Estados e capitais atualmente
governadas pelo partido
Estados para os quais o partido possui candidato
competitivo a governador nas eleições de 2014
AC BASalvador
RR
RN
Aracajú
Fonte: Website do DEM, Credit Suisse
Criação
11 de setembro de 1986
Presidente
José Agripino Maia
(Senador pelo
Rio Grande do Norte)
Bancada
na Câmara
7ª maior bancada
(28 deputados federais)
Bancada
no Senado
7ª maior bancada
(4 senadores)
Fundo partidário
(acum. no ano até agosto)
R$ 9,9 milhões
(3,2% do totaldistribuído no período)
Apoio ao
governo federal
(2011-2014)?
Não
Brasil: Eleições 2014 24
2 de setembro de 2014
PSB (Partido Socialista Brasileiro)Número da legenda: 40
Resumo do partido:
O PSB foi refundado em 1985, após ser extinto na década de 1960, a partir do mesmo manifesto e programa de 1947 do
antigo PSB. O partido não teve atuação expressiva até 1990. Com a filiação do ex-governador Miguel Arraes, falecido em 2005,
o PSB se tornou uma legenda de atuação mais nacional. Desde sua refundação, o partido foi um aliado tradicional do PT, tendo
apoiado a candidatura de Lula à presidência nas eleições de 1989, 1994, 1998, 2006 e a de Dilma Rousseff em 2010. Apenas
em 2002, o partido lançou o ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (atualmente no PR), como candidato próprio à
presidência. O PSB participou da coalizão de governo no Congresso a partir de 2003. A partir de 2013, o partido afastou-se do
governo Dilma Rousseff, como antecipação ao lançamento da candidatura à presidência de Eduardo Campos em 2014. A morte
em acidente aéreo do ex-governador de Pernambuco e então candidato à presidência da república, Eduardo Campos, resultou
em sua substituição por Marina Silva, com Beto Albuquerque compondo a chapa como candidato a vice-presidente.
Líderes
Roberto Amaral
(ex-ministro da Ciência e Tecnologia)
Marina Silva
(ex-senadora pelo Acre e ex-ministra
do Meio Ambiente)
Beto Albuquerque
(líder do partido na Câmara)
Rodrigo Rollemberg
(líder do partido pelo Senado)
Márcio França
(deputado federal por São Paulo e
candidato a vice-governador na chapa do
PSDB)
Luiza Erundina
(deputada federal e ex-prefeita
de São Paulo)
Estados e capitais atualmente
governadas pelo partido
Estados para os quais o partido possui candidato
competitivo a governador nas eleições de 2014
RR
PB
Porto Velho
ES
AP
Recife
Cuiabá
Belo Horizonte
Fortaleza
PE
ES
AP
DFBA
CE
Criação
1º de julho de 1988
Presidente
Roberto Amaral(ex-ministro do
governo Lula)
Bancada
na Câmara
8ª maior bancada
(24 deputados federais)
Bancada
no Senado
7ª maior bancada
(4 senadores)
Fundo partidário
(acum. no ano até agosto)
R$ 12,5 milhões
(4,0% do totaldistribuído no período)
Apoio ao
governo federal
(2011-2014)?
Apenas até 2012
Fonte: Website do PSB, Credit Suisse
Brasil: Eleições 2014 25
2 de setembro de 2014
SD (Solidariedade)Número da legenda: 77
Resumo do partido:
O SD foi criado em 2013, após autorização do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O SD surgiu ligado ao movimento sindical da
região da Grande São Paulo, em especial à Força Sindical. A Força Sindical era tradicionalmente ligada ao PDT até 2013, em
contraposição à Central Única dos Trabalhadores (CUT), mais ligada ao PT.
O SD segue a linha do movimento trabalhista e tem presença mais marcante nos maiores centros urbanos do Sudeste. O SD
aderiu a alianças das principais legendas na maioria dos estados e, portanto, não terá candidatos próprios nas eleições
majoritárias estaduais dos principais colégios eleitorais em 2014.
Líderes
Paulo Pereira da Silva
(deputado federal)
Fernando Francischini
(líder do partido na Câmara de Deputados)
Armando Vergílio
(deputado federal por Goiás)
Arthur Maia
(deputado federal pela Bahia)
Estados e capitais atualmente
governadas pelo partido
Estados para os quais o partido possui candidato
competitivo a governador nas eleições de 2014
TO TO
Fonte: Website do SD, Credit Suisse
Criação
24 de setembro de 2013
Presidente
Paulo Pereira da Silva(deputado federal)
Bancada
na Câmara
9ª maior bancada
(21 deputados federais)
Bancada
no Senado
11ª maior bancada
(1 senador)
Fundo partidário
(acum. no ano até agosto)
R$ 4,7 milhões
(1,5% do totaldistribuído no período)
Apoio ao
governo federal
(2011-2014)?
Não. O partido surgiu
de dissidências dentro
da base governista.
Brasil: Eleições 2014 26
2 de setembro de 2014
PROS (Partido Republicano da Ordem Social)Número da legenda: 90
Resumo do partido:
O PROS, fundado em 2013, após autorização do TSE, é um dos partidos de criação mais recente. O PROS aderiu à base do
governo no Congresso desde sua fundação. O partido também foi formado a partir da migração de lideranças de outros partidos,que eram favoráveis à maior aproximação ao governo de seus partidos originários. Por exemplo, o governador Cid Ferreira
Gomes (PE) e o ex-candidato à presidência nas eleições de 2002, Ciro Gomes, ambos egressos do PSB, contribuíram para o
fortalecimento do PROS no Nordeste.
O PROS tem atuado em bloco com o PP na Câmara de Deputados, com apoio expressivo à orientação do governo nas
votações. O PROS não apresentou candidato próprio às eleições estaduais majoritárias mais relevantes e fará coligação com
alguns partidos menores de centro e centro-esquerda nas eleições proporcionais.
Líderes
Ataídes de Oliveira
(líder do partido no Senado)
Cid Gomes
(governador do Ceará)
Ciro Gomes
(ex-governador do Ceará)
Givaldo Carimbão
(líder do partido na Câmara de Deputados)
Estados e capitais atualmente
governadas pelo partido
Estados para os quais o partido possui candidato
competitivo a governador nas eleições de 2014
CE
AM
PB
Fonte: Website do PROS, Credit Suisse
Criação
24 de setembro de 2013
Presidente
Eurípedes de Macedo Jr(ex-vereador)
Bancada
na Câmara
10ª maior bancada
(20 deputados federais)
Bancada
no Senado
11ª maior bancada
(1 senador)
Fundo partidário
(acum. no ano até agosto)
R$ 0,3 milhões
(0,1% do totalpago no período)
Apoio ao
governo federal
(2011-2014)?
Sim. Posicionou-se
como governista desde
sua criação.
Brasil: Eleições 2014 27
2 de setembro de 2014
PTB (Partido Trabalhista Brasileiro)Número da legenda: 14
Resumo do partido:
O PTB surgiu durante o movimento de redemocratização e tem seu nome associado ao antigo PTB do ex-presidente Getúlio
Vargas (1930-1945 e 1951-1954). O PTB tem sido o partido com o maior registro de suporte parlamentar à administração federal
desde 1986, tendo participado dos governos Sarney, Collor, FHC, Lula e Dilma. A exceção foi quando não participou do governo
Itamar. O PTB tem adotado postura diferente no processo eleitoral, tendo apoiado tanto candidatos governistas quanto da
oposição. Em 1994 e 1998, o PTB participou da coligação que apoiou a candidatura bem sucedida do PSDB. O PTB apoiou a
candidatura à presidência de Ciro Gomes em 2002, tendo permanecido independente na eleição de 2006. O PTB também apoiou
a candidatura do PSDB à presidência em 2010.
O partido tem atuado junto ao PR (Partido da Repúplica) e ao PSC (Partido Social Cristão) no Senado e junto ao PSDC (Partido
Social Democrata Cristão) na Câmara de Deputados, sendo comum os desvios frente à orientação do governo, sobretudo em
questões mais associadas ao agronegócio e às questões de cunho religioso.
Líderes
Gim Argello
(senador pelo Distrito Federal)
Mozarildo Cavalcanti
(senador por Roraima)
Jovair Arantes
(líder do bloco parlamentar PTB/PSDC)
Estados e capitais atualmente
governadas pelo partido
Estados para os quais o partido possui candidato
competitivo a governador nas eleições de 2014
PE
Fonte: Website do PTB, Credit Suisse
Criação
3 de novembro de 1981
Presidente
Benito Gama(ex-deputado federal
pela Bahia)
Bancada
na Câmara
12ª maior bancada(18 deputados federais)
Bancada
no Senado
4ª maior bancada(6 senadores)
Fundo partidário
(acum. no ano até agosto)
R$ 8,0 milhões(2,6% do total
distribuído no período)
Apoio ao
governo federal
(2011-2014)?
Sim, mas formalizouapoio a Aécio Neves para a campanha
presidencial.
Brasil: Eleições 2014 28
2 de setembro de 2014
PDT (Partido Democrático Trabalhista)Número da legenda: 14
Resumo do partido:
O PDT foi fundado com o apoio do ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, Leonel Brizola. O PDT teve
atuação destacada até 1990, com participação ativa na Assembleia Constituinte, quando elegeu três governadores. O partido
apresentou candidatura própria à presidência em 1989, 1994 e 2006, tendo apoiado a candidatura do PT (Lula) em 1998 e
2010 e do PPS (Ciro Gomes) em 2002. A partir do falecimento de Brizola em 2004, o partido migrou gradualmente para uma
posição mais alinhada à coalizão de governo em 2007.
O PDT não controla nenhum estado da federação, embora mantenha o controle de importantes prefeituras, principalmente no
Sul, e em três capitais, i.e., Curitiba e Porto Alegre, no Sul, e Natal, no Nordeste.
Líderes
Carlos Lupi
(ex-Ministro do Trabalho)
Viera da Cunha
(líder do partido na Câmara)
Acir Gurgacz
(líder do partido no Senado)
Cristovam Buarque
(senador pelo Distrito Federal)
Pedro Taques
(senador pelo Mato Grosso)
Brizola Neto (deputado federal)
Estados e capitais atualmente
governadas pelo partido
Estados para os quais o partido possui candidato
competitivo a governador nas eleições de 2014
AP
Natal
Curitiba
Porto Alegre
MT
Fonte: Website do PDT, Credit Suisse
Criação
10 de novembro de 1981
Presidente
Carlos Lupi
(ex-deputado federal e
ex-Ministro
do Trabalho)
Bancada
na Câmara
11ª maior bancada
(18 deputados federais)
Bancada
no Senado
4ª maior bancada
(6 senadores)
Fundo partidário
(acum. no ano até agosto)
R$8,2 milhões
(2,6% do total
distribuído no período)
Apoio ao
governo federal
(2011-2014)?
Sim
Brasil: Eleições 2014 29
2 de setembro de 2014
PC do B (Partido Comunista do Brasil)Número da legenda: 65
Resumo do partido:
O PC do B é tradicionalmente ligado aos movimentos sociais de esquerda, principalmente estudantil, sendo um dos principais
partidos que seguem a linha dos partidos comunistas nacionais. Desde 1989, o partido apoia as candidaturas à presidência do
PT e faz parte da coligação de governo na Câmara de Deputados desde 2003. O PC do B tem ocupado postos no governo
desde então.
Líderes
Aldo Rebelo
(ministro dos Esportes)
Jandira Feghali
(líder do partido na Câmara)
Vanessa Grazziontin
(líder do partido no Senado)
Estados e capitais atualmente
governadas pelo partido
Estados para os quais o partido possui candidato
competitivo a governador nas eleições de 2014
MA
Fonte: Website do PC do B, Credit Suisse
Criação
23 de junho de 1988
Presidente
José Renato Rabelo(Jornalista)
Bancada
na Câmara
13ª maior bancada
(15 deputados federais)
Bancada
no Senado
11ª maior bancada
(2 senadores)
Fundo partidário
(acum. no ano até agosto)
R$ 5,8 milhões
(1,8% do total
distribuído no período)
Apoio ao
governo federal
(2011-2014)?
Sim
Brasil: Eleições 2014 30
2 de setembro de 2014
PSC (Partido Social Cristão)Número da legenda: 20
Resumo do partido:
O PSC é um dos partidos associados a igrejas pentecostais e evangélicas no Brasil. Historicamente, o PSC tem se posicionado
de modo independente nas eleições presidenciais. A última vez que o PSC não teve candidato próprio foi quando participou da
coligação que elegeu Fernando Collor em 1989. O candidato do PSC na eleição presidencial de 2014 será o Pastor Everaldo.
O PSC, com o PTB e o PR, tem atuado em uma frente parlamentar no Senado.
Líderes
Eduardo Amorim
(líder do partido no Senado)
André Moura
(líder do partido na Câmara)
Ratinho Jr.
(deputado federal pelo Paraná)
Pastor Everaldo
(vice-presidente do partido)
Estados e capitais atualmente
governadas pelo partido
Estados para os quais o partido possui candidato
competitivo a governador nas eleições de 2014
PI
SE
Fonte: Website do PSC, Credit Suisse
Criação
29 de março de 1990
Presidente
Víctor JorgeAbdala Nósseis
Bancada
na Câmara
14ª maior bancada(12 deputados federais)
Bancada
no Senado
17ª maior bancada(0 senador)
Fundo partidário
(acum. no ano até agosto)
R$ 5,7 milhões(1,8% do total
distribuído no período)
Apoio ao
governo federal
(2011-2014)?
Não. Teve atuação
independente do
governo.
Brasil: Eleições 2014 31
2 de setembro de 2014
Eleições 2014
Organização institucional
A República Federativa do Brasil é composta pela União, 26 estados, o Distrito Federal
(DF) e 5.570 municípios. O poder executivo da União é representado pelo presidente e
pelo vice-presidente, ambos eleitos conjuntamente. O poder legislativo federal brasileiro é
bicameral, composto pelo Senado Federal e pela Câmara de Deputados. Nos estados e
no Distrito Federal, o poder executivo é representado pelos governadores e vice-
governadores e o poder legislativo é representado pelas Assembleias Legislativas
Estaduais. Nos municípios, o mesmo arranjo se mantém: o poder executivo é
representado pelos prefeitos e vice-prefeitos e o poder legislativo é exercido pelas
Câmaras Municipais de Vereadores (Tabela 4). Por outro lado, o poder judiciário não tem
responsabilidades a cargo dos municípios. Todas as cortes são ou relativas à justiça
estadual, que trata de causas cíveis e criminais, ou à justiça federal, que trata das demais
matérias.
Tabela 4: Perfil das instituições políticas brasileiras
Fonte: Senado Federal, Câmara de Deputados, Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Credit Suisse
Judic
iário
Exe
cutiv
oL
egis
lativ
o
EstadualO judiciário estadual é composto pelos Tribunais Estaduais de Justiça, distribuídos em todos os estados e no DF.
Atuam sobre causas cíveis e criminais, além de outras não cobertas pela justiça federal.
Governadores
e vice-governadores
São eleitos para mandatos de quatro anos, com a possibilidade de uma reeleição.
As eleições para governadores são realizadas junto com as eleições para presidente.
Assembleias
Legislativas Estaduais
Cada estado e o DF possui uma Assembleia Legislativa, cujos membros são eleitos para mandatos de quatro anos, com possibilidade de reeleições ilimitadas.
O número de membros das Assembleias varia de acordo com a população.
Na eleição de 2014, estarão em disputa 1.035 vagas.
Estados
FederalComposto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Superior Tribunal de Justiça (STJ) e por cortes separadas que tratam exclusivamente da questão trabalhista, eleitoral e militar.
A justiça federal comum trata ainda de outras questões específicas de interesse da União, incluindo crimes políticos, contenciosos entre empresas estatais, graves violações aos direitos humanos, etc.
Presidente
e vice-presidente
São eleitos para mandatos de quatro anos, com possibilidade de uma reeleição.
O presidente é o chefe de governo e de Estado e tem autonomia total para nomear e demitir ministros.
União
Câmara de DeputadosComposta por 513 membros com mandato de quatro anos, sem limitação para reeleição. A distribuição das cadeiras entre os estados e o DF é proporcional à sua população. Nenhum estado ou o DF pode ter menos de oito ou mais de 70 cadeiras na Câmara, o que gera distorção na representação proporcional.
SenadoComposto por 81 senadores, três para cada estado e três para o Distrito Federal (DF). O mandato dos senadores é de oito anos, sem limites para reeleição. As eleições são alternadas: 1/3 e 2/3 das cadeiras a cada quatro anos. Em 2014, serão eleitos 27 novos senadores, um por estado, além do distrito federal.
Prefeitos
e vice-prefeitos
Também eleitos para mandatos de quatro anos, com possibilidade de uma reeleição.
As eleições municipais acontecem dois anos depois das eleições para presidente e governadores.
Câmaras Municipais
de Vereadores
Cada um dos 5.570 municípios possui uma Câmara de Vereadores.
O número de membros depende do porte do município.
No total, o país possui 56.810 vereadores, eleitos para mandatos de quatro anos.
Municípios
Brasil: Eleições 2014 32
2 de setembro de 2014
Atribuições da Justiça Eleitoral
A Justiça Eleitoral está organizada nos mesmos moldes da Justiça Comum, isto é, um
tribunal superior (Tribunal Superior Eleitoral – TSE), sediado em Brasília, e tribunais
regionais (Tribunais Regionais Eleitorais – TREs), sediados nas capitais de cada um dos
26 estados e do Distrito Federal.
O processo eleitoral é coordenado pelo Tribunal Superior Eleitoral, composto por três
ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), dois ministros do Superior Tribunal de
Justiça (STJ) e dois juristas escolhidos pelo(a) presidente da República, a partir de listas
tríplices elaboradas pelo STF. Atualmente, a presidência do TSE é exercida pelo ministro
do STF, José Antônio Dias Toffolli, que assumiu o cargo em 2014 e exercerá a função por
dois anos. Nas eleições estaduais também atuam os Tribunais Regionais Eleitorais
(TRE), do qual fazem parte membros do judiciário tanto federal quanto estadual e cuja
função é executar o registro de candidatos, a proclamação dos resultados e a diplomação
dos eleitos. Nas eleições municipais, atuam os órgãos da justiça federal de primeira
instância, dispostos em todos os municípios.
Dentre as atribuições da Justiça Eleitoral estão:
i. alistamento dos eleitores,
ii. cadastramento dos candidatos,
iii. organização das mesas de votação,
iv. apuração dos votos, e
v. reconhecimento e a proclamação dos eleitos.
Naturalmente, a Justiça Eleitoral é responsável por garantir o cumprimento da legislação
eleitoral, bem como realizar o julgamento dos processos relativos à não-conformidade
com as regras.
Cargos em disputa
Nas eleições de outubro deste ano, estarão em disputa os seguintes cargos:
a) Presidente e vice-presidente da República.
b) 27 governadores e vice-governadores (26 estados e o Distrito Federal).
c) 27 dos 81 membros do Senado (1/3 das cadeiras).
d) 513 membros da Câmara de Deputados (100% das cadeiras).
e) 1059 membros das Assembleias Legislativas dos estados e do Distrito Federal (100%
das cadeiras).
Eleitores e o processo de votação
Segundo o TSE, o número total de eleitores é de cerca de 70% da população atual,
estimada em aproximadamente 202 milhões de habitantes. O voto é obrigatório para
todos os brasileiros com idade entre 18 e 65 anos e facultativo para analfabetos, jovens
entre 16 e 18 anos e idosos com mais de 65 anos. Apesar da obrigatoriedade do voto, o
Brasil: Eleições 2014 33
2 de setembro de 2014
comparecimento nas eleições presidenciais desde 1989 foi, em média, de 83%, oscilando
entre um máximo de 91%, em 1989, e um mínimo de 79%, em 1998 (Gráfico 10). Ao
mesmo tempo, a soma dos votos brancos ou nulos foi de 9% na média desde 1989,
variando bastante de ano para ano. Em 1994, por exemplo, o total de votos brancos ou
nulos foi de expressivos 16%. Desde 2002, no entanto, esse percentual tem sido menor:
média de 7,5% dos votos totais.
Gráfico 10: Participação do eleitorado brasileiro nas eleições presidenciais
Milhões de eleitores, % do total
Fonte: TSE, Credit Suisse
A votação é direta e feita utilizando-se cerca de 450 mil urnas eletrônicas (Gráfico 11)
distribuídas por todo o País e atendendo, salvo algumas exceções, 100% do eleitorado. O
sistema de votação eletrônica permite uma apuração mais rápida: em geral, os resultados
oficiais são conhecidos menos de 24 horas depois de encerrada a votação. Mesmo os
resultados parciais, que já permitem aferir sobre vencedores e perdedores das eleições
maioritárias, são conhecidos poucas horas após o fim das votações. Desde a
redemocratização, os resultados eleitorais dos principais cargos sempre foram
reconhecidos pelos derrotados.
82,1
94,8
106,1
115,3
125,9
135,8
1989 1994 1998 2002 2006 2010
Abstenções
NulosBrancos
Votos
válidos74%
85%67% 64%
76%75%
9%
18%
21%
18%
17%
18%
4% 8%8%
6%
5%
5%
1% 8%6%
2%
2%
3%
Brasil: Eleições 2014 34
2 de setembro de 2014
Gráfico 11: Passo-a-passo da votação
Fonte: TSE, Credit Suisse
1 2 3
4 5 6
7 8 9
0
DEPUTADO ESTADUAL
CONFIRMACORRIGEBRANCO
Número: 0 0 0 0 0
Nome: Candidato
Partido: Sigla
Como funciona a urna eletrônica
Teclado numérico, onde são digitados os códigos correspondentes aos candidatos.
Voto em branco. Deve ser seguido de confirmação.
Correção para o número digitado (antes de confirmar). Ao pressionar esta tecla, uma nova inserção é permitida.
Confirmação. Deve ser teclada para finalizar cada um dos votos. Após a confirmação, não será possível cancelar o voto.
Tela de exibição do número digitado e da identidade correspondente do candidato, com seu nome, sigla do partido e foto (e do vice, quando for o caso).
2º voto
Deputado federal
3º voto
Senador
4º voto
Governador
5º voto
Presidente
1º voto
Deputado estadual
A urna está programada para receber o código de 5 dígitos do candidato diretamente. Após identificar o nome e a foto, o eleitor deve confirmar o voto.
O passo seguinte é digitar os 4 dígitos do candidato para deputado federal e,em seguida, confirmar o voto.
O voto para senadoré feito digitando-se3 algarismos. Após verificação do nome,o eleitor podeconfirmar o voto.
Para governador,assim como presidente, são apenas 2 dígitos,os que identificam o partido. Apósverificar-se o nome, confirma-se o voto.
O voto para presidente da república é o último da sequencia, feito com 2 dígitos. Após a confirmação desse voto, o processo é concluído.
Sequência de votação
Passo a passo da eleição
Na sessão devotação, deve apresentar o títulode eleitor e um documento com foto.
Após confirmar sua identidade, o eleitor assina o livro de presença e recebe um comprovante.
Em seguida, o eleitor é encaminhado ao guichê de votação.
O eleitor comparece ao local de votação no dia da eleição,entre 8h e 17h.
Voto em branco
Para que o voto em branco seja computado, o eleitor deve teclar “Branco” e, em seguida, “Confirma”. Esse processo deve ser repetido para
cada cargo para o qual o eleitor deseja votar em branco.
Voto nulo
Se o eleitor teclar um númeroque não seja de nenhum candidato, aparecerá a mensagem “Número errado”. Se optar por apertar
“Confirma”, estará anulando o voto. Para corrigir, deve teclar “Corrige”.
Voto de legenda
Caso o eleitor queira votar sóna legenda, deve teclar os dois dígitos do partido e, em seguida, “Confirma”. Esta opção é válida apenas para os
votos em deputado.
Brasil: Eleições 2014 35
2 de setembro de 2014
Regras para eleição de candidatos
O Brasil possui dois sistemas eleitorais: o majoritário e o proporcional. O sistema de
votação majoritário é adotado para os cargos do poder executivo (presidente,
governadores e prefeitos) e senadores. Nas eleições em que há disponibilidade de duas
vagas ao Senado por estados e distrito federal, são eleitos os candidatos a senador com
a primeira e segunda maiores votações. Em 2014, haverá apenas a eleição de um
senador por estado. Já os deputados federais, estaduais e os vereadores são eleitos pelo
sistema de votação proporcional, por meio do chamado quociente eleitoral.
a) Sistema majoritário: O presidente da República, os governadores dos estados e os
prefeitos de cidades com mais de 200 mil eleitores são eleitos se obtiverem maioria
absoluta dos votos válidos. Os mandatos são de quatro anos com possibilidade de
uma única reeleição. A legislação eleitoral considera a eleição do cônjuge ou parente
consanguíneo até o terceiro grau (inclusive por adoção) como uma reeleição. Se
nenhum candidato alcançar 50% + 1 dos votos válidos, os dois candidatos com maior
votação participarão de um 2º turno.
Os prefeitos de cidades com menos de 200 mil eleitores são eleitos pela maioria
simples dos votos válidos, de acordo com o número de vagas em disputa, sem
ocorrência de 2º turno. O Senado Federal possui 81 membros (três por estado e o
Distrito Federal). O preenchimento destas vagas dá-se em eleições alternadas,
sempre coincidentes com as eleições presidenciais: 27 vagas (1/3) em uma eleição e
54 vagas (2/3) na eleição seguinte. Nas eleições de 2014, 1/3 das vagas no Senado
Federal serão renovadas.
b) Sistema de quociente eleitoral: o sistema de quociente eleitoral é utilizado na
eleição de deputados federais, estaduais e vereadores. No caso dos deputados
federais, são computados apenas os votos válidos por estado. Esse número de votos
válidos é dividido pela quantidade de vagas que cabe ao estado na Câmara de
Deputados. O resultado dessa conta é chamado de quociente eleitoral. Na sequência,
o total dos votos dados aos candidatos de cada partido (ou coligação partidária) é
dividido pelo quociente eleitoral, chegando-se, então, ao quociente partidário.
Desprezando-se as frações, este resultado é igual ao número de cadeiras que cada
partido (ou coligação partidária) terá. Se o quociente partidário for igual a seis, por
exemplo, os seis candidatos mais bem votados do partido (ou coligação partidária)
estarão eleitos. Para os deputados estaduais e vereadores o sistema é similar,
alterando-se o número de membros nas Assembleias e Câmaras de Vereadores. Para
os vereadores, o quociente eleitoral é obtido a partir do total de votos válidos em cada
município. Esse sistema pode apresentar distorções, já que um único candidato de
um partido que obtenha por alguma razão uma votação muito expressiva é capaz de
gerar um quociente partidário que permitirá a alguns outros deputados do partido
serem eleitos sem que tenham alcançado uma votação significativa frente a outros
candidatos. Nesse caso, é possível a eleição de candidatos com poucos votos,
enquanto outros candidatos com até dezenas de milhares de votos podem não se
eleger.
Brasil: Eleições 2014 36
2 de setembro de 2014
Duração dos mandatos
O mandato do próximo Presidente da República será de quatro anos (1º de janeiro de
2015 a 31 de dezembro de 2018). Se o candidato eleito não for a atual presidente Dilma
Rousseff, terá direito a disputar uma única vez sua reeleição para um novo mandato de
quatro anos (de 2019 a 2022). Se o candidato eleito for Dilma Rousseff, a mesma estará
impedida de concorrer nas próximas eleições presidenciais, uma vez que estará no cargo
por dois mandatos consecutivos, o máximo permitido por lei. Não obstante, Dilma
Rousseff poderá ainda concorrer à presidência em 2022 e, caso eleita, à reeleição em
2026. Os governadores também terão mandato de quatro anos com direito a se reeleger
por apenas uma única vez seguida. Os mandatos dos deputados federais e estaduais são
de quatro anos e dos senadores, oito anos. Para os cargos legislativos não há limitação
para o número de reeleições.
Calendário eleitoral
Após o período destinado à realização de convenções partidárias (10 e 30 de junho),
responsáveis pela formalização das candidaturas e das coligações, iniciou-se a
campanha eleitoral em 6 de julho. Entre os dias 19 de agosto e 2 de outubro, é
realizada a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV para o primeiro turno.
O 1º turno das eleições de 2014 será realizado em 5 de outubro. Neste dia, serão
definidos os novos senadores, deputados federais e estaduais. Se não eleitos em
primeiro turno, o presidente da República e os governadores serão conhecidos após a
votação de segundo turno, no dia 26 de outubro.
As eleições em segundo turno ocorrerão nas disputas de cargos majoritários sempre que
nenhum candidato a presidente ou governador obtenha mais votos do que a soma dos
votos válidos dos demais candidatos (50% + 1 dos votos válidos). Quando isso ocorrer, os
dois candidatos mais votados disputam um 2º turno. Para o cômputo dos votos válidos,
excluem-se os votos brancos e nulos. Nas três últimas eleições presidenciais (2002, 2006
e 2010), cerca de 18% dos eleitores habilitados não compareceram às urnas e, dos
votantes, cerca de 9% votaram em branco ou anularam o voto (Tabela 5).
Tabela 5: Estatísticas de votação para o primeiro turno presidencial
Fonte: TSE, Credit Suisse
Total de eleitores
Votos válidos
Índice de alienação* (% eleitores)
Abstenções (% eleitores)
Brancos (% votos)
Nulos (% votos)
2002
115,3 milhões
85,0 milhões
26
18
3
7,4
2006
125,9 milhões
96,0 milhões
24
17
3
5,7
2010
135,8 milhões
101,6 milhões
25
18
3
5,5
*O índice de alienação engloba as abstenções e os votos brancos e nulos, sendo, portanto, o complementardos votos válidos
Brasil: Eleições 2014 37
2 de setembro de 2014
No caso de segundo turno para as eleições majoritárias, haverá outro período de
propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV, que iniciará 48 horas após o anúncio
oficial do resultado (no máximo, até 9 de outubro) e encerrará na antevéspera da
eleição, em 25 de outubro (Tabela 6).
Tabela 6: Calendário eleitoral 2014
Fonte TSE, Credit Suisse
19-ago Início do período da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão
6-ago Último dia para o pedido de registro de candidatura às eleições
12-ago Divulgação da ordem de exibição dos partidos e coligações no horário polítco
Data limite para indeferimento de pedidos de registro de candidatos21-ago
Início da propaganda política na internet, não sendo permitida a propaganda em rádio e TV.6-jul
Período de propaganda eleitoral
1-jul Fim da propaganda política paga no rádio e TV
5-jul
* Último dia para partidos requerer registro de candidatos * Último dia para divulgação dos candidatos impedidos de concorrerem às eleições pela Lei da Ficha Limpa
21-jun Convenção nacional do PT
Convenção nacional do PSDB14-jun
* Início das convenções partidárias* Convenção nacional do PSB* Convenção nacional do PMDB
10-jun
1-mai Último dia para o eleitor requerer inscrição eleitoral ou transferência de domicílio
D S T Q Q S S
31 1 2 3 4 5 6
8 9 10 11 12 13
14 15 16 17 18 19 20
21 22 23 24 25 26 27
28 29 30 1 2 3 4
Sete
mb
ro
7
D S T Q Q S S
27 28 29 30 31 1 2
3 4 5
10 11 12
17 18 19 20 21 22
24 25 26 27 28 29 30
6 7 8 9
Ag
osto
D S T Q Q S S
28 29 30 1 2 3 4
5 6 7 8
12 13 14 15 16 17 18
19 20 21 22 23 24 25
9 10
Ou
tub
ro
11
D S T Q Q S S
29 30 1 2 3 4 5
10 11 12
13 14 15 16 17 18 19
20 21 22 23 24 25 26
27 28 29 30
6 7 8 9
Julh
o
31 1 2
D S T Q Q S S
1 2 3 4 5
13 14
15 16 17 18 19 20 21
22 23 24 25 26 27 28
10 11 128 9
Junh
o
29 30
6 7
1 2 3 4 5
8-abrÚltimo dia para que a direção nacional dos partidos políticos publique nota acerca da escolha e substituição de candidatos e para a formação de coligações
5-abr Data limite para renúncia ao cargo executivo daqueles que concorrerão em outubro
26-maiInício do período no qual é permitido ao candidato realizar propaganda intrapartidária (vedado o uso de rádio, TV e outdoor)
1-mar Último dia para o Tse expedir instruções relativas às eleições de 2014
D S Q S S
30 31
T Q
1 2 3
13
20
6
Ab
ril
4
11 12
14 15 16 17 18 19
21 22 23 24 25 26
9 107
5
8
D S T Q S S
9 10
11 12 13 14 15 16 17
18 19 20 21 22 23 24
6 7 84 5
Maio
25 27 28 29 30 31
27 28 29 30 2 3
26
Q
1
D S T Q Q S S
139 10 11 12 14 1516 17 18 19 20 21 22M
arç
o
30 31 1 2 3 4 5
23 24 25 26 27 2872 3 4 5 6 8
23 24 25 26 27 28 29
1
5-out 1º turno
11-out Início da propaganda eleitoral gratuita, no rádio e na televisão, relativa ao segundo turno
6-out Permitida propaganda eleitoral para o segundo turno
9-out Último dia para divulgação dos resultados do primeiro turno
31-out Último dia para divulgação dos eleitos em segundo turno
25-set Último dia para eleitor requerer segunda via de título eleitoral.
7-set Feriado da Independência do Brasil
26-out 2º turno
2-out Último dia para a divulgação da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão
15-set Último dia para pedido de registro de substituição de candidatos às eleições majoritárias.
24-out Último dia de propaganda eleitoral no rádio e na televisão
13-ago Falecimento do candidato à Presidência Eduardo Campos
23-ago Oficialização da candidatura de Marina Silva e Beto Albuquerque pelo PSB
23
13 14 15 16
26 27 28 29 30 31 1
Brasil: Eleições 2014 38
2 de setembro de 2014
Propaganda gratuita de rádio e TV
A legislação eleitoral proíbe que partidos políticos financiem anúncios no rádio ou
televisão através de meios próprios. Toda publicidade nesses meios de comunicação é
regulada pela Justiça Eleitoral, seja no período eleitoral ou não. A ideia é aumentar a
competitividade dos partidos na disputa por cargos, reduzindo distorções geradas por
eventual desigualdade de recursos financeiros. No período eleitoral, os partidos
dispõem da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV, que, em 2014, será
usufruída por todos os candidatos aos cinco cargos em disputa – Presidente da
República, governadores, senadores, deputados federais e deputados estaduais:
a propaganda gratuita na TV, assim como no rádio, consiste de duas modalidades:
em blocos (2 blocos diários de exibição, ambos de 50 minutos, um exibido à tarde,
às 13h, e outro exibido à noite, às 20h30) e em inserções pontuais, que
correspondem a comerciais de 30, 45 ou 60 segundos, veiculados ao longo da
programação regular das emissoras de rádio e televisão entre as 8 horas da manhã
e a meia noite, inclusive aos domingos e cujo tempo total é de 30 minutos diários.
Dependendo do dia da semana, os blocos de 50 minutos são divididos entre as
campanhas eleitorais. Por exemplo, dos 50 minutos, a campanha presidencial ocupa
apenas 25 minutos e os outros são ocupados pela campanha para deputado federal.
As exibições dos dois blocos diários ocorrerão de segunda a sábado, havendo dias
específicos para exibição conforme o cargo em disputa (Gráfico 12). A ordem das
coligações é definida por sorteio e vale para toda a campanha de primeiro turno. No
primeiro dia, cada candidato terá seu programa exibido de acordo com a ordem
sorteada. A partir do segundo dia, o candidato cujo programa foi o último a ser
exibido passará a primeiro da ordem de exibição, enquanto que os demais seguirão
a mesma ordem definida por sorteio. Dessa forma, ao fim de determinado número de
dias, todos os candidatos terão encabeçado, ao menos uma vez, a exibição dos
blocos de 25 minutos.
Gráfico 12: Distribuição do tempo de propaganda eleitoral gratuita em blocos na televisão
Fonte: TSE, Credit Suisse
Segunda, quarta e sexta
50 minutos
Período da tarde:
13h-13h50
Período da Noite:
20h30-21h20
Terça, quinta e sábado
50 minutos
Período da tarde:
13h00-13h50
Período da Noite:
20h30-21h20
Brasil: Eleições 2014 39
2 de setembro de 2014
As inserções diárias ocorrem em todos os dias, sendo que os 30 minutos dispersos
pela programação das emissoras são divididos igualmente entre os cinco cargos em
disputa:
o Seis minutos para as inserções à presidente,
o Seis minutos para inserções dos candidatos a governador,
o Seis minutos para os candidatos a senador e assim por diante.
O tempo destinado às inserções é dividido dentro da mesma lógica do tempo
destinado aos blocos diários, que é de 1/3 do tempo dividido igualmente entre os
candidatos e 2/3 divididos de modo proporcional à bancada eleita na última eleição
para a Câmara de Deputados da coalizão específica.
A lei eleitoral exige que sejam destinados 30 minutos diários (de segunda-feira a
domingo) para essas inserções, distribuídos igualmente entre as campanhas e por
cada um dos quatro blocos de audiência, das 8h às 12h, das 12h às 18h, das 18h às
21h, e das 21h às 0h (Gráfico 13). Portanto, são 90 segundos por bloco de audiência
para cada campanha específica.
Gráfico 13: Blocos de audiência para exibição das inserções dos partidos
Fonte: TSE, Credit Suisse
Nas disputas pelos cargos federais, considera-se a bancada eleita para a Câmara de
Deputados. No caso das eleições estaduais, considera-se a proporcionalidade dos
partidos nas assembleias legislativas estaduais. As coligações serão sempre
tratadas como um partido único na definição do tempo de TV.
Os blocos têm audiência relativamente diferente entre si, mas dentro de um mesmo
bloco de audiência, a expectativa do TSE é que a audiência não varie muito de hora
em hora. A ordem dos anúncios em cada bloco de audiência fica a cargo da
emissora.
Horário livre
0h – 8h
Bloco 1
8h – 12h
Bloco 2
12h – 18 p.m.
Bloco 3
18h – 21h
Bloco 4
21h – 0h
18h
0h
12h
6hBlocos
diários
(24 horas)
Brasil: Eleições 2014 40
2 de setembro de 2014
Cada inserção terá, no mínimo, 30 segundos de duração, podendo ser de 45
segundos, mas não superior a 60 segundos. Se a proporcionalidade no tempo de
televisão confere à coligação o direito a mais do que 30 segundos por bloco de
audiência, então a coligação terá seu anúncio veiculado. Do contrário, a coligação
acumula o tempo necessário ao longo dos dias até que tenha superado o limite
mínimo dos 30 segundos para poder apresentar seu primeiro anúncio.
Se houver 2º turno, o tempo de propaganda é redistribuído, de modo que os dois
candidatos em disputa passam a possuir tempo equivalente. Os dois blocos diários,
antes de 50 minutos, passam a ser de 20 minutos para cada eleição. Ou seja, supondo
que haja 2º turno para a eleição presidencial, nos estados em que também houver
disputa de 2º turno para governador, o tempo total destinado à propaganda eleitoral
será de dois blocos diários de 40 minutos cada um. Não há tempo destinado a
inserções na disputa para segundo turno.
O período de propaganda eleitoral gratuita tem importância para todos os candidatos,
sobretudo para aqueles que têm uma elevada taxa de desconhecimento por parte do
eleitorado. Assim, o tempo que cada partido agrega ao horário eleitoral gratuito é uma
razão relevante para a formação das coligações partidárias.
Brasil: Eleições 2014 41
2 de setembro de 2014
Eleições presidenciais
Principais candidatos e biografias
No total, são 11 candidatos à Presidência da República nas eleições de outubro de 2014.
De acordo com as últimas pesquisas, os três candidatos com maior percentual de
intenção de votos são (Gráfico 14):
Gráfico 14: Principais candidaturas às eleições presidenciais
Fonte: Credit Suisse
Dois dos candidatos possuem formação em ciências econômicas e uma candidata em
história. Dilma Rousseff tem sua carreira política marcada pela militância partidária, tendo
ocupado exclusivamente cargos de confiança até a eleição vitoriosa para Presidente da
República em 2010. Aécio Neves, candidato de oposição, iniciou sua carreira como
herdeiro de uma tradição política familiar local, disputando diversos cargos eletivos e
atingindo votação recorde quando pleiteou a reeleição ao cargo de governador de seu
estado natal. Por seu turno, Marina Silva possui um perfil mais diretamente associado à
típica carreira dos políticos de esquerda nacionais, com início pautado por atividades em
sindicatos, entidades de classe ou movimento sociais, que progressivamente dá lugar a
disputas eleitorais para as assembleias estaduais e Congresso Nacional.
Dilma Rousseff
Pesquisas de intenção de voto divulgadas em julho mostram a candidata liderando a disputa eleitoral, apesar do recuo na aprovação de seu governo a partir do 2T13. Dilma é a candidata com o maior grau de reconhecimento e sua campanha à reeleição terá participação do ex-presidente Lula. Outra vantagem é o expressivo tempo no horário eleitoral gratuito ante os demais candidatos.
Senador e ex-governador de Minas Gerais, estado cujo número expressivo de eleitores foi importante para a definição dos resultados das últimas eleições. As pesquisas de intenção de voto sugerem que o seu maior reconhecimento no Sudeste e o maior tempo de TV relativo a outros candidatos de oposição aumentam as chances de Aécio disputar o segundo turno nas eleições.
Aécio Neves
Marina Silva
Ex-deputada estadual e ex-senadora pelo Acre, foi também ministra do Meio Ambiente do governo Lula (2003-2008), tendo sido a terceira candidata mais votada nas eleições presidenciais de 2010. Marina Silva decidiu juntar-se ao PSB diante da impossibilidade de criar seu próprio partido em 2013 (REDE). Candidata à vice-presidência de Eduardo Campos, Marina foi apontada pelo PSB como substituta ao nome do ex-governador após sua morte em agosto.
Brasil: Eleições 2014 42
2 de setembro de 2014
1983: Torna-se secretário particular de Tancredo Neves, no Governo de Minas.
1984: Forma-se em Economia, na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), em Belo Horizonte.
1984: Participa do Movimento das Diretas e da Campanha Presidencial de Tancredo Neves.1985: Após a morte de Tancredo Neves, é nomeado diretor da Caixa Econômica Federal e presidente da Comissão do Ano
Internacional da Juventude.1986: Eleito para o primeiro de quatro mandatos sucessivos como deputado federal: 1987-90, 1991-95, 1995-98 e 1999-02.
1989: Filia-se ao PSDB.
1992: Disputa e perde a eleição para prefeitura de Belo Horizonte.
1997: Atua como líder do PSDB na Câmara.
2001: Eleito presidente da Câmara de Deputados.2002: Eleito governador de Minas Gerais em primeiro turno, com 58% dos votos válidos.
2006: Reeleito governador de Minas Gerais em primeiro turno, com 77% dos votos válidos.
2010: Eleito senador por Minas Gerais.
2013: Eleito presidente nacional do PSDB.
Aécio NevesNascido em 10/03/1960, Belo Horizonte (Minas Gerais)Economista
1964: Integra organizações de combate ao regime militar, movimento Política Operária (Polop).1967: Ingressou no curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 1969: Abandona o curso de Economia da UFMG.1970-72: Presa no presídio de Tiradentes (SP), condenada a 6 anos e 1 mês de reclusão pelo crime de subversão. Com
redução da pena, sai da prisão em 1972.1977: Forma-se em economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).1979-85: Filia-se ao PDT e trabalha na assessoria da bancada estadual do PDT. 1986-89: Secretária da Fazenda da Prefeitura de Porto Alegre, indicada pelo prefeito de Porto Alegre, Alceu Collares (PDT).
1991-93: Presidente da Fundação de Economia e Estatística do Estado do Rio Grande do Sul, com a eleição de Collares (PDT)
ao governo do estado.1993: Torna-se Secretária de Energia, Minas e Comunicação do Rio Grande do Sul, na mesma gestão.1998: Inicia curso, não concluído, de pós graduação em Economia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).1999: Secretária de Energia, Minas e Comunicação do Rio Grande do Sul, agora do governo Dutra (PT).2001: Filia-se ao PT.
2003-05: Ministra de Minas e Energia do governo Lula. 2005-10: Ministra da Casa Civil.2010: Candidata à Presidência, elegendo-se com quase 56 milhões de votos (56,1% dos votos válidos).
Dilma RousseffNascida em 14/12/1947, Belo Horizonte (Minas Gerais)Economista
1984: Forma-se em História pela Universidade Federal do Acre (UFAC).
1985: Trabalha como professora e funda, com Chico Mendes, a CUT (Central Única dos Trabalhadores). Filia-se ao PT.
1986: Concorre mas não se elege deputada federal.1988: Eleita vereadora em Rio Branco (Acre).
1990: Eleita deputada estadual pelo Acre.1994: Eleita Senadora pelo Acre. Em 2002 é eleita para um segundo mandato.
2003: Assume o cargo de Ministra do Meio Ambiente, ficando no cargo até 2008.2009: Desliga-se do PT e filia-se ao PV ao mesmo tempo em que anuncia intenção de concorrer à presidência em 2010.2010: Concorre à Presidência da República, mantendo-se em 3º lugar na disputa, com 19,3% dos votos válidos.
2013: Filia-se ao PSB, após ter o pedido de criação de seu novo partido (REDE) negado pela justiça eleitoral. 2014: Torna-se candidata à vice-presidente na chapa do PSB. Com a morte de Eduardo Campos, assume a posição de
candidata à Presidência pelo partido.
Marina SilvaNascida em 08/02/1958, Rio Branco (Acre).Historiadora
Brasil: Eleições 2014 43
2 de setembro de 2014
Demais candidatos
Além de Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB), a disputa
contará ainda com mais oito candidaturas: uma defende agenda ecológica; duas possuem
viés conservador-cristão; quatro candidaturas são de partidos tipicamente socialistas; e
uma é candidatura independente de caráter trabalhista.
Eduardo Jorge (PV): Apesar de o PV ter cogitado apoiar inicialmente a candidatura de
Eduardo Campos, o partido lançou candidatura própria, provavelmente em resposta à
adesão de Marina Silva à campanha do PSB. Marina Silva já foi integrante do PV e
saiu do partido por conta, supostamente, de disputas com algumas lideranças. O PV
elegeu 13 deputados nas últimas eleições e defende uma agenda que alia
desenvolvimento sustentável e democracia direta.
Everaldo Pereira (PSC): Também conhecido como Pastor Everaldo, o candidato do
PSC é pastor da igreja pentecostal Assembleia de Deus e vice-presidente do partido.
Sua candidatura contará, provavelmente, com o apoio de alguns segmentos
evangélicos. Defende valores familiares e cristãos. O partido elegeu 17 deputados em
2010.
José Maria Eymael (PSDC): Deputado Federal entre 1986 e 1994, Eymael concorre
pela quarta vez à Presidência da República e defende um conjunto difuso de medidas
de defesa de direitos trabalhistas e da família. O partido não possui representantes
eleitos à câmara de deputados nas últimas eleições.
Luciana Genro (PSOL): Com três deputados federais eleitos em 2010, o PSOL propõe
a candidatura de Luciana Genro como um contraponto de esquerda às demais
candidaturas. O partido defende uma agenda anticapitalista e de aproximação aos
movimentos sociais.
Rui Costa Pimenta (PCO): Candidato pela terceira vez à Presidência, Rui Pimenta
defende uma agenda anticapitalista genérica. Sua campanha utilizará o tempo
disponível no horário eleitoral gratuito, provavelmente, para dar publicidade ao partido,
que não possui representantes eleitos à Câmara de Deputados nas últimas eleições.
José Maria de Almeida (PSTU): Candidato pela quarta vez à Presidência, José Maria
tem agenda política de extrema-esquerda, similar a outros partidos de tradição
trotskista. O partido não possui representantes eleitos à Câmara de Deputados nas
últimas eleições.
Mauro Iasi (PCB): Primeira vez candidato, Mauro Iasi é o terceiro candidato do PCB à
Presidência da República desde 1986. Na maior parte das outras eleições, o PCB
apoiou a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva ou de alguma opção mais à
esquerda (i.e.; Heloísa Helena, em 2006). O PCB não tem representantes eleitos na
Câmara de Deputados e defende agenda muito similar a do PSOL, PCO e PSTU.
Levy Fidélix (PRTB): Fidélix é presidente do partido e já concorreu a diversos cargos
eletivos, tendo sido, inclusive, candidato à Presidência em outras três ocasiões. Os
dois deputados eleitos pelo partido em 2010 migraram para novos partidos, levando
consigo a fração do tempo de televisão do partido proporcional à bancada. O PRTB
mantém postura oposicionista ao atual governo do PT.
Brasil: Eleições 2014 44
2 de setembro de 2014
Tempo de propaganda gratuita de rádio e TV
A ampla coalizão da base do governo confere à Dilma Rousseff maior vantagem na
distribuição do tempo do horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão. Dilma Rousseff
contará com 46% do tempo total de exposição dos candidatos à presidência da república,
valor muito superior aos 18% de Aécio Neves e aos 8% de Marina Silva. Essas frações se
aplicam tanto aos blocos de 25 minutos, exibidos duas vezes por dia, três dias por
semana, quanto às inserções diárias de 30 segundos. Dos 11 candidatos, sete terão a
contribuição das bancadas eleitas em 2010 ao tempo de exposição, sendo que os demais
quatro candidatos terão direito apenas ao tempo mínimo, obtido pela divisão de 1/3 do
tempo total em partes iguais entre todos os candidatos (Gráfico 15). A bancada para
efeito de tempo de televisão da coalisão da candidata do PT, agrega, além de partidos
que elegeram muitos deputados em 2010, como o PMDB, o PP e o PR, partidos recém
criados, como o PROS e o PSD, que obtiveram direito ao tempo de televisão pela
migração de deputados eleitos por outras legendas.
Gráfico 15: Divisão do tempo no horário eleitoral gratuito destinado à campanha presidencial
% do total
Fonte: TSE, Credit Suisse
1/3
Dividido igualmenteentre os candidatos
2/3Proporcional ao
número de deputadoseleitos em 2010
Divisão
do tempo
de TV
Coalizão
governistaDilma
PT
PT PMDB PP
PCdoB PSD PRB
PR PDT PROS
AécioPSDB
PSDB PTdoB SD
DEM PTB PTC
PMN
PSB PPS
PRP
Pastor EveraldoPSC
PSC
Demais Candidatos
PSTUPCBPCO
PSOLPRTBPSDC
PV
PSOL
PSDC
Principais
candidatos
de oposição
Outros
candidatos
Proporção dotempo total de TV (%)
7%
CandidatosPartidos com deputados
eleitos em 2010
46
18
19
5
8
Demais
Eduardo Jorge
Marina
Aécio
Dilma
Pastor Everaldo
4Eduardo JorgePV
MarinaPSB
Brasil: Eleições 2014 45
2 de setembro de 2014
Nos blocos de 25 minutos, Dilma Rousseff terá 11 minutos e 24 segundos, enquanto
Aécio Neves contará com 4 minutos e 35 segundos e Marina Silva com 2 minutos e 3
segundos (Gráfico 16). A ordem de exibição foi definida por sorteio e, em cada novo dia, o
bloco é encabeçado pelo partido cujo programa eleitoral foi o último no dia anterior. A
sequência dos demais programas segue a ordem definida pelo sorteio:
1. Marina Silva (PSB)
2. Mauro Iasi (PCB)
3. José Maria Almeida (PSTU)
4. Aécio Neves (PSDB)
5. Dilma Rousseff (PT)
6. Levy Fidélix (PRTB)
7. José Maria Eymael (PSDC)
8. Rui Costa (PCO)
9. Pastor Everaldo (PSC)
10. Eduardo Jorge (PV)
11. Luciana Genro (PSOL)
Gráfico 16: Divisão do tempo entre os partidos dos blocos de 25 minutos
Minutos e segundos
Fonte: TSE, Credit Suisse
Dois blocos diários de 25
minutos, às terças-feiras,
quintas-feiras e aos sábados.
A ordem foi decidida por sorteio,
com o último candidato
apresentado no bloco em um
determinado dia começando o
bloco no dia seguinte.
Dilma Rousseff
(PT)
Aécio Neves
(PSDB)
Marina Silva
(PSB)
Pastor Everaldo
(PSC)
Eduardo Jorge
(PV)
Luciana Genro
(PSOL)
Levy Fidelix
(PRTB)
José Maria Eymael
(PSDC)
Mauro Iasi
(PCB)
Rui Costa
(PCO)
José Maria de Almeida
(PSTU)
11’24’’
4’35’’
2’03’’
1’10’’
1’04’’
0’51’’
0’47’’
0’45’’
0’45’’
0’45’’
0’45’’
Brasil: Eleições 2014 46
2 de setembro de 2014
No tocante às inserções de 30 segundos, Dilma Rousseff contará com 246 minutos a
serem distribuídas em 4 blocos de audiência distintos. A lei concede flexibilidade à
alocação do tempo dessas inserções, na medida em que essas podem ser estendidas
para 45 segundos ou 60 segundos a partir da disponibilidade das emissoras. Se o
candidato optar por inserções de maior duração, a frequência de suas aparições será
menor (Gráfico 17).
Gráfico 17: Distribuição das inserções diárias entre os partidos políticos
Número de inserções de 30 segundos
Fonte: TSE, Credit Suisse
A exigência legal de anúncios de duração superior a 30 segundos torna a exibição
irregular para os partidos com baixa participação no tempo destinado ao horário eleitoral
gratuito. Na maior parte dos casos, a coligação precisa acumular o tempo necessário ao
longo dos dias até que tenha superado o limite mínimo para ter o direito a apresentar seu
anúncio. Por exemplo, se a coligação dispuser de 40 segundos para inserções por bloco
de audiência no primeiro dia, poderá:
Exibir um anúncio de 30 segundos e acumular 10 segundos para o dia seguinte.
No dia seguinte, com os mesmo 40 segundos que a lei lhe confere, pode optar por
somar os 10 segundos acumulados do dia anterior e exibir um anúncio de 45
segundos, acumulando 5 segundos para o dia seguinte.
Do contrário, se a mesma coligação optar por exibições de apenas 30 segundos, no
final de três dias já terá acumulado tempo suficiente para anúncios de 1 minuto por
bloco de audiência.
Dilma Rousseff (PT)
Aécio Neves (PSDB)
Marina Silva (PSB)
Pastor Everaldo (PSC)
Eduardo Jorge (PV)
Luciana Genro (PSOL)
José Maria Eymael (PSDC)
Mauro Iasi (PCB)
Rui Costa (PCO)
Levy Fidelix (PRTB)
José Maria Almeida (PSTU)
246
99
45
25
24
18
18
17
16
16
16
5 a 6 por dia
2 a 3 por dia
1 por dia
3 a 4 por semana
3 a 4 por semana
2 a 3 por semana
2 a 3 por semana
2 a 3 por semana
2 a 3 por semana
2 a 3 por semana
2 a 3 por semana
Brasil: Eleições 2014 47
2 de setembro de 2014
Dada a atual divisão do tempo e a necessidade legal de se acumulá-lo até superar o limite
de 30 segundos, apenas a coligação que apoia Dilma Rousseff (PT) terá condições de
exibir anúncios diariamente. Na média, as coligações que apoiam Aécio Neves e Marina
Silva dispõem de uma fração do horário eleitoral gratuito que não garantiria ao menos um
anúncio por bloco de audiência. A publicação do cronograma das inserções pelo TSE ilustra
esse fato (Gráfico 18).
Grande parte das demais coligações apenas obterá o direito de exibir seus anúncios uma
vez a cada 12 dias. Isso porque a exibição só se torna viável uma vez transcorrido o
número de dias necessário para que as coligações acumulem ao menos 30 segundos de
direito de exibição por bloco de audiência. Uma vez que isso tenha ocorrido, a coligação
terá seu programa exibido dentro do cronograma estabelecido. Ainda assim, dada à
desproporção no tempo de televisão, apenas a coligação que apoia Dilma Rousseff disporá
do direito de exibir anúncios todos os dias. Assim, a campanha do PT não terá – dentro do
tempo destinado às inserções – um contraponto das principais candidaturas de oposição
em diversas ocasiões.
Gráfico 18: Cronograma das inserções de 30 segundos para o horário nobre
Fonte: TSE, Credit Suisse
O papel do candidato a vice-presidente
Formalmente, cabe ao vice-presidente da República assumir as atribuições do presidente
quando este estiver ausente de seu posto. A escolha do candidato a vice-presidente
geralmente leva em consideração a formação de alianças partidárias e a
representatividade regional.
Cronograma para as inserções no horário nobre
São permitidas três inserções da
campanha presidencial por bloco
de audiência:
Bloco das
21h às 0h
Dilma Rousseff (PT)
Aécio Neves (PSDB)
Pastor Everaldo (PSC)
Eduardo Jorge (PV) Marina Silva (PSB)
Demais candidatos
Legenda
Inserções de 30 segundos por partido19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Agosto
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Setembro
1 2
Outubro
3 4 5
Brasil: Eleições 2014 48
2 de setembro de 2014
Nas eleições anteriores, o PSDB formou uma chapa composta com membros de partidos
aliados (em 2002 com Rita Camata, PMDB do Espírito Santo, partido à época na base do
governo de FHC; em 2006 com José Jorge, do PFL (atual DEM) de Pernambuco,
tradicional aliado do partido; e, finalmente, em 2010 com Índio da Costa, do DEM do Rio
de Janeiro). Diferentemente das candidaturas anteriores, a escolha de Aloysio Nunes em
2014 garantiu a unidade do partido em torno de Aécio Neves. Embora a aliança não
permita um aumento no acesso do partido ao tempo de propaganda eleitoral gratuita,
Aloysio Nunes – eleito senador com 11,2 milhões de votos – pode ampliar a votação em
São Paulo e, consequentemente, elevar a votação de Aécio Neves.
A aliança atual é, portanto, a continuação da coligação formada em 2010 entre PT e
PMDB. Embora a contribuição potencial de qualquer candidato a vice-presidente em
termos de votos adicionais à coligação seja, em geral, pouco significativa, a formalização
da coalizão traz à aliança o serviço da máquina partidária do outro partido e,
eventualmente, o tempo de televisão. Nesse sentido, Michel Temer tem se destacado,
sobretudo, pelo esforço junto às bases regionais do PMDB em favor de uma aliança
nacional com o PT.
O deputado Beto Albuquerque (PSB) abriu mão de sua candidatura ao senado pelo Rio
Grande do Sul para assumir o posto de vice-presidente na chapa encabeçada por Marina
Silva. Sua escolha aumenta a influência do núcleo do PSB sobre as decisões da
candidatura à presidência de Marina Silva. O deputado é um histórico membro do partido,
tendo sido líder de bancada na Câmara dos Deputados e um dos principais articuladores
da candidatura de Eduardo Campos. Beto Albuquerque foi um dos principais avalistas da
adesão de Marina Silva ao PSB em outubro passado, e sua escolha como candidato a
vice-presidente visa, provavelmente, facilitar o diálogo entre Marina Silva e seus
associados com as lideranças regionais do PSB, muitas das quais apresentaram
restrições à oficialização de seu nome como candidata a presidente pelo partido.
O candidato Aécio Neves (PSDB) terá como candidato à vice-presidência o
senador pelo estado de São Paulo pelo PSDB, Aloysio Nunes Ferreira.
Bacharel em Direito, Aloysio se notabilizou pela participação na oposição
armada ao regime militar, tendo sido deputado estadual (1983-1990) e três
vezes deputado federal (1995-2006), além de vice-governador de São Paulo
(1991-1995).
A chapa liderada por Dilma Rousseff (PT) terá como candidato à
vice-presidência Michel Temer (PMDB), atual vice-presidente da República
e presidente nacional do PMDB. Bacharel e doutor em Direto, foi deputado
federal seis vezes consecutivas pelo estado de São Paulo (1986-2010),
chegando a presidir a Câmara de Deputados por três vezes (1997-1999,
2000-2001, 2009-2010).
Marina Silva terá como candidato à vice-presidência Beto Albuquerque, deputado
federal pelo Rio Grande do Sul por quatro mandatos e líder do PSB na Câmara de
Deputados desde 2013. Foi secretário estadual dos Transportes no governo de
Olívio Dutra (1999-2002) e de Infraestrutura e Logística no governo Tarso Genro
(2010-2012). Com a morte de Eduardo Campos, desistiu de concorrer a uma vaga
ao Senado pelo Rio Grande do Sul para disputar à vice-presidência.
Brasil: Eleições 2014 49
2 de setembro de 2014
Posicionamento dos candidatos sobre temas importantes
Em termos de orientação de política econômica, o posicionamento dos principais
candidatos tem convergido para a necessidade de manutenção e aprimoramento dos
principais programas sociais, com continuidade de ações voltadas à redução da
desigualdade social. Por outro lado, os dois principais candidatos de oposição têm
defendido maior autonomia operacional para o Banco Central e uma política fiscal mais
restritiva. Nesse sentido, existem algumas propostas mais concretas de alguns
candidatos sobre os parâmetros que balizam a prática do regime de metas de inflação e
da reforma tributária (Tabela 7). Por parte da presidente Dilma Rousseff, são poucas as
indicações de alteração das diretrizes de gestão econômica.
Tabela 7: Comparação das ideias dos candidatos
Fonte: O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, Jornal O Globo, Valor Econômico, Credit Suisse
Dilma Rousseff (PT)
É contra a autonomia formal do Banco Central, entendida como um mandato fixo para os membros do Comitê de Política Monetária.
Política atual de combate à inflação permanecerá inalterada no segundo mandato.
Defende um superavit primário em 2015 entre 2,0% e 2,5% do PIB. Para os anos seguintes, espera-se um valor próximo a esse patamar.
Insistirá em uma reforma tributária fragmentada. Projetos que preveem mudanças nas regras para o ICMS interestadual, já enviados para o Congresso, provavelmente serão votados. Não é claro se pretende enviar projeto para unificação do PIS e Cofins.
Assumiu compromisso de manter a política de valorização do salário mínimo. Não está claro se pretende manter a regra atual.
Defende que o número elevado de ministérios é compatível com a política de inclusão das minorias.
Mudanças na atual política são pouco prováveis.
Comprometeu-se com o aumento do valor dos benefícios em 2015.
Aécio Neves (PSDB)
Não acha necessário estabelecer a autonomia em lei, mas afirma que é necessário haver uma lei que discipline a questão.
Defende a convergência para o centro da atual meta de inflação, a redução da banda em 1 ponto percentual e a redução da meta. O aumento das tarifas represadas provavelmente será iniciado imediatamente, mas não ao mesmo tempo.
Pretende reestabelecer uma maior disciplina fiscal e regras menos flexíveis para o superavit primário.
Criará uma secretaria que terá o prazo máximo de 60 dias para apresentar ao Congresso projeto de simplificação do sistema tributário nacional, com foco especial nos impostos indiretos.
Comprometeu-se com a manutenção da atual regra de reajuste do salário mínimo até 2019.
Pretende reduzir o número atual de ministérios para 21 ou 22 no início do governo.
Submeterá diretores de agências reguladoras ao escrutínio de órgão externo. Afirmou intenção de reduzir influência política sobre as agências reguladoras.
Bolsa-Família será mantido por lei que torna o programa permanente.
Marina Silva (PSB)
Defende a autonomia operacional do Banco Central, mas não declarou-se a favor de mandato fixo presidente e diretores, como Eduardo Campos.
Eduardo Campos propunha redução da meta de inflação para 3% até o fim do próximo mandato, o que deverá ser encampado pela nova candidata.
Sugere aumento do superavit primário por meio de uma redução nos gastos públicos. Manifestou-se a favor de regra coibindo o aumento das despesas como percentual do PIB.
Defende a simplificação do regime tributário, mas ainda não apresentou proposta específica. Seu partido tem defendido um papel mais atuante de estados e municípios, como maior participação na carga tributária e, consequentemente, maiores responsabilidades.
Endossa a proposta de Eduardo Campos de manter a política de reajustes superiores à inflação para o salário mínimo.
Defende a redução no número de ministérios.
Manifestou-se a favor dofortalecimento das agências reguladoras, como forma de reduzir a ingerência política sobre assuntos de estado.
Comprometeu-se com a ampliação e o aprimoramento do Bolsa-Família.
Autonomiado BC
Inflação
Contasfiscais
Reformatributária
Reajustessalariais
Ministérios
Agênciasreguladoras
Programasassistenciais
Brasil: Eleições 2014 50
2 de setembro de 2014
Os principais candidatos já apresentaram algumas propostas mais concretas para outros
temas e, em particular, para o tema de reforma política, tema tido como relevante durante
o processo eleitoral, em face do grande apelo popular e do consequente potencial de
votos. Dos principais candidatos, Aécio Neves e Marina Silva defendem o fim do estatuto
da reeleição, com ampliação do prazo dos mandatos dos cargos majoritários de 4 para 5
anos (Gráfico 19).
Gráfico 19: Principais propostas de reforma política
Fonte: O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, Jornal O Globo, Valor Econômico, Credit Suisse
Dilma Rousseff inclui em sua proposta de reforma política o financiamento público e
exclusivo das campanhas e a realização de uma Assembleia Constituinte extraordinária
que trataria especificamente do redesenho das novas regras eleitorais. No entanto, há
incerteza se existe margem legal para essa última proposta, já que a convocação de um
“poder constituinte” pressupõe soberania para tratar dos temas julgados necessários, sem
que haja a imposição de uma agenda específica.
Alianças nos estados
Além da expressiva vantagem na participação no horário eleitoral gratuito, a candidatura
de Dilma Rousseff (PT) tem maior presença junto a lideranças regionais, os chamados
“palanques eleitorais”. Um palanque eleitoral é uma aliança entre o candidato a
presidente e um candidato a governador competitivo, que possa assegurar ao candidato a
presidente, além da vinculação ao nome à liderança política relevante, acesso à máquina
partidária local. Isso significa que o candidato a presidente pode figurar no material
publicitário do candidato ao governo do estado e ser convidado a participar de comícios e
outros atos públicos do candidato. A relevância desse tipo de estratégia não está,
necessariamente, no número de alianças regionais, mas no potencial de votos adicionais
que isso pode gerar. Partidos como o PSOL, da candidata à presidência Luciana Genro,
Aécio Neves (PSDB)
1. Fim do estatuto da reeleição para prefeitos, governadores e presidente da República, com possível ampliação do mandato para cinco anos.
2. Voto distrital misto (50% do Congresso eleito pela disputa no distrito eleitoral, 50% via lista fechada).
3. Estabelecimento de cláusula de barreira (mínimo de 5% dos votos válidos) para que partidos tenham assento no Congresso.
Dilma Rousseff (PT)
1. Assembleia Constituinte “extraordinária” para debate da reforma política.
2. Fim do voto secreto em deliberações no Congresso, da suplência no Senado e das coligações partidáriasnas eleições proporcionais.
3. Financiamento público e exclusivo de campanha.
4. Voto em lista ordenada para eleições de representantes legislativos.
Marina Silva (PSB)
1. Fim da reeleição de prefeitos, governadores e presidente da República, com aumento do prazo dos mandatos para5 anos.
2. Possibilidade de candidaturas independentes (sem partido).
3. Coincidência das eleições municipais, estaduais e federais (em mesmo ano).
4. Contrária ao voto distrital e ao voto secreto no Congresso.
Brasil: Eleições 2014 51
2 de setembro de 2014
possuem candidatos aos governos na ampla maioria dos estados. Os baixos percentuais
de intenção de votos nas pesquisas mais recentes sugerem, no entanto, que esses
candidatos têm chances modestas de sucesso nas eleições majoritárias. Como
“candidato competitivo”, definimos o primeiro e segundo colocados nas pesquisas de
intenção de voto, e também o terceiro colocado, desde que este seja apoiado pelo
governador atual ou que possua mais de 10% das intenções de voto nas últimas duas
pesquisas eleitorais.
Dilma Rousseff firmou aliança com candidatos estaduais competitivos na ampla maioria
dos estados e distrito federal, sendo as únicas exceções o Espírito Santo e a Paraíba,
colégios eleitorais com 3,8% do total de eleitores do País. Em Goiás, Rio Grande de Norte
e Sergipe, Dilma Rousseff dividirá o apoio do candidato local com outro candidato à
presidência, em parte em função da pouca presença de seu partido nesses estados. Por
outro lado, Dilma Rousseff contará com mais de um apoio em alguns dos principais
colégios eleitorais do Sudeste e Sul, com destaque para o Rio de Janeiro e Paraná
(Gráfico 20). Parte dessa maior presença regional decorre do maior número de
candidatos do PT aos governos estaduais (16 candidatos, versus 10 candidatos nas
eleições de 2010), com destaque para o surgimento de algumas candidaturas
competitivas, como no Mato Grosso do Sul e Paraná. No Norte, a presença regional do
PT decorre, principalmente, da aliança com candidatos do PMDB, sobretudo no
Amazonas e Pará.
Gráfico 20: Alianças regionais dos principais candidatos
Fonte: Credit Suisse
Apoio de candidato local competitivo
dividido com outro candidato a Presidente
Apoio de dois ou mais
candidatos locais competitivos
Apoio exclusivo de um
candidato local competitivo
Sem apoio local
relevante
“Candidato competitivo”: o primeiro e segundo colocados nas pesquisas de intenção de voto, e também o terceiro colocado, desde que este seja apoiado pelo governador atual ou que possua mais de 10% das intenções de voto nas
últimas duas pesquisas eleitorais.
Marina SilvaDilma RousseffAécio Neves
Brasil: Eleições 2014 52
2 de setembro de 2014
Aécio Neves (PSDB) dispõe de amplo conjunto de alianças regionais, mas sua presença
em alguns estados de participação relevante no total de eleitores é menor. Não há, por
exemplo, um alinhamento competitivo do candidato em Pernambuco e em um dos
principais colégios eleitorais do País, o Rio de Janeiro, Aécio divide o apoio do candidato
local com outro candidato à Presidência. No Sul e Centro-Oeste, Aécio Neves tem apoio
exclusivo de candidatos competitivos ao governo local (com exceção do Distrito Federal),
com destaque para Goiás, no qual o governador que compete pela reeleição e o seu
principal opositor apoiam o candidato do PSDB. No Nordeste, apesar da relativa ausência
de candidatos competitivos do PSDB na maioria dos estados, com exceção da Paraíba, o
alinhamento aos diretórios estaduais do PMDB garantiu ao candidato do PSDB palanques
eleitorais em dois dos maiores colégios eleitorais da região - Ceará e Bahia, que
respondem por 11,5% do eleitorado do País.
Originalmente, Eduardo Campos (PSB) havia firmado alianças competitivas em 16
estados distintos, mas sua substituição por Marina Silva deve, provavelmente, reduzir o
número de adesões à candidatura PSBista. Em especial, a decisão de Marina em apoiar
quase que exclusivamente apenas as campanhas estaduais do próprio partido fez com
que o alcance geográfico das alianças estaduais ficasse ainda mais restrito ao Nordeste,
com destaque para Pernambuco, Paraíba e Bahia.
Marina Silva (PSB) contará, provavelmente, com cerca de dez alianças estaduais, sendo
que em quatro desses a aliança é compartilhada com outro candidato à Presidência.
Marina não conta com o apoio de mais de um candidato competitivo a governador em um
dado estado. Comparativamente, Dilma Rousseff, assegurou presença nas campanhas
estaduais de 25 estados, sendo que em apenas dois o palanque eleitoral é dividido com
outro candidato à presidência. Dilma possui mais de uma aliança em cinco estados
diferentes. Por outro lado, Aécio Neves contará com apoios em 24 estados, sendo que
esse apoio será compartilhado em seis e em apenas dois estados o candidato do PSDB
contará com a adesão de mais de um candidato competitivo a governador.
Regionalmente, a candidatura de Marina Silva não conta com nenhuma adesão com alto
percentual de intenções de voto nas pesquisas mais recentes nos principais estados do
Norte e Centro-Oeste, com exceção do Distrito Federal e Mato Grosso do Sul. A
candidata do PSB não contará com alianças no Sul, que corresponde a 14,8% do
eleitorado, tendo descartado o apoio firmado em Santa Catarina pelo seu antecessor,
Eduardo Campos. No Sudeste, Marina Silva possui apenas associação política exclusiva
no Espirito Santo, dividindo o palanque com outros candidatos no Rio de Janeiro. Em São
Paulo, sua recusa em apoiar a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à reeleição privou
sua candidatura de presença mais marcante no principal colégio eleitoral do País.
Brasil: Eleições 2014 53
2 de setembro de 2014
Eleição nos Estados
Região Sudeste
Região mais importante do país em termos econômicos
e políticos.
São Paulo
Rio de Janeiro
Espírito Santo
Minas Gerais
62 milhões
de eleitores
Representa 43,5% do
eleitorado total do País
Espírito Santo (ES)
As pesquisas de intenção de voto de agosto sugerem que a campanha eleitoral para governador será polarizada entre dois
candidatos de expressivo apelo popular. O candidato do PSB, Renato Casagrande, apoiado por Marina Silva (PSB), foi eleito
por pequena margem em 2010 e concorre à reeleição em 2014. O cenário mais provável, porém, é a vitória em primeiro turno
do ex-governador e candidato do PMDB, Paulo Hartung, apoiado por Aécio Neves.
Eleitorado
2,65 milhões
de pessoas
1,9% do
total do País
Capital
Vitória é administrada
pelo PPS, com 10%
do eleitorado do estado.
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoSudeste do Brasil
Paulo Hartung (PMDB)
Governador por dois mandatos
consecutivos (2003-2010), senador
(1999-2002), deputado estadual (1983-
1990), deputado federal (1991-1993) e
prefeito de Vitória (1993-1996).
Renato Casagrande (PSB)
Atual governador, foi deputado estadual
(1991-1994), federal (2003-2006) e
senador (2007-2010).
Principais candidatos
Minas Gerais (MG)
Dada a importância de Minas Gerais em termos de número de eleitores, é possível que haja forte engajamento dos candidatos àPresidência na campanhas estadual no Estado. A eleição a governador de Minas Gerais refletirá a tradicional polarização PT-PSDB. Os principais candidatos a governador são do PT, Fernando Pimentel, ex-ministro do governo de Dilma Rousseff, e do
PSDB, Pimenta da Veiga, ex-ministro do governo Fernando Henrique Cardoso e apoiado na candidatura ao governo pelosenador Aécio Neves. O atual governador Alberto Pinto Coelho (PP) sucedeu no cargo a Antônio Anastasia (PSDB), querenunciou em 2014 para concorrer ao Senado Federal. Coelho não concorrerá à reeleição, mas, provavelmente, não apoiará ocandidato do PSDB. As pesquisas de intenções de voto de agosto apontavam que Pimentel (PT) possuía um percentual maiorde intenções de voto. O percentual de votos brancos, nulos e indecisos ainda é extremamente elevado, sugerindo que o quadro
eleitoral pode ser alterado durante a campanha.
Eleitorado
15,16 milhões
de pessoas
10,7% do
total do País
Capital
Belo Horizonte é administrada pelo PSB e possui 13% dos eleitores.
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoSudestedo Brasil
Fernando Pimentel (PT)
Prefeito de Belo Horizonte (2002-2004,
2005-2008), e Ministro do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (2011-2014).
Pimenta da Veiga (PSDB)
Prefeito de Belo Horizonte (1989-1990),
deputado federal (1978-1988, 1999-
2002), presidente do PSDB (1994-1995),
ministro das Comunicações do governo
FHC (1999-2002).
Principais candidatos
Brasil: Eleições 2014 54
2 de setembro de 2014
Rio de Janeiro (RJ)
A disputa pelo governo do Rio de Janeiro concentra, principalmente, partidos que compõem a base de apoio ao governo federal e tende a ser uma das mais disputadas dentre todos os estados. As pesquisas de intenção de voto de agosto apontavam diferença
entre o primeiro e o quarto colocado de apenas 10 pontos percentuais. Isso torna o resultado da eleição de outubro bastante incerto,
pois qualquer par de candidatos pode ir para o segundo turno. O elevado percentual de votos brancos, nulos e indecisos (superior a
30%) agrega incerteza à disputa. Dilma Rousseff tem apoio de todos os quatro principais candidatos. O candidato do PR, Anthony
Garotinho, tem o maior percentual de intenções de voto nas pesquisas de julho, mas o candidato do PMDB, Luiz Fernando Pezão,
tende a se beneficiar por conta da forte estrutura partidária do partido no estado. Apesar de ter nível de aprovação que pode ser
prejudicado devido à avaliação desfavorável do ex-governador Sérgio Cabral, Pezão contará com o apoio de Eduardo Paes, prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Dilma Rousseff e também de Aécio Neves. O candidato do PT, Lindbergh Farias, terá o apoio de Dilma
Rousseff. O candidato do PRB, Marcelo Crivella, que ocupa o segundo lugar nas intensões de voto de acorodo com as pesquisas de
agosto, pode ser beneficiado por conta da sua ligação com os movimentos ligados às igrejas pentecostais.
Eleitorado
12,1 milhões
de pessoas
8,5% do
total do País
Capital
A cidade do Rio de Janeiro é administrada pelo PMDB e possui 40% dos eleitores.
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoSudeste do Brasil
Anthony Garotinho (PR)
Deputado federal, foi governador (1999-2002) e Secretário de Segurança Pública do estado (2003 e 2004).
Marcelo Crivella (PRB)
Eleito duas vezes senador (2003-2010, 2010-2014), foi Ministro da Pesca e Aquicultura (2012-2014).
Luiz Fernando Pezão (PMDB)
Eleito vice-governador (2007-2014), tornou-se governador após a saída de Sérgio Cabral, em abril de 2014.
Lindbergh Farias (PT)
Senador, foi deputado federal (1995-1998, 2003-2004) e prefeito de Nova Iguaçu (2005-2010)
Principais candidatos
São Paulo (SP)
As pesquisas de intenção de voto de agosto indicavam que o atual governador e candidato à reeleição pelo PSDB, Geraldo
Alckmin, apoiado por Aécio Neves, detinha cerca de 55% das intenções de voto, o que garantiria sua reeleição em primeiro
turno. Apesar do recuo que acompanhou os protestos de junho de 2013, as pesquisas comprovam que o nível de aprovação do
governador voltou a aumentar para níveis elevados. Segundo essas pesquisas, o candidato do PMDB, Paulo Skaff, que também
concorreu nas eleições para governador em 2010, é o segundo colocado em intenções de voto. O candidato do PT, Alexandre
Padilha, possuía até agosto um baixo percentual de intenções de voto, bem inferior ao histórico dos candidatos do partido no
estado. Os candidatos do PT têm tido, historicamente, votação suficiente para disputarem o segundo turno das eleições do
Estado de São Paulo e da capital paulista. Assim, o nível de conhecimento de Padilha pode crescer bastante durante a
campanha eleitoral, elevando o seu percentual de intenções de voto e aumentando a probabilidade de a eleição só ser definida
no segundo turno.
Eleitorado
31,8 milhões
de pessoas
22,4% do
total do País
Capital
São Paulo, administrada pelo PT e com 27% dos eleitores
totais do Estado.
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoSudeste do Brasil
Geraldo Alckmin (PSDB) Atual governador, concorre à reeleição. Foi governador do estado entre 2001 e 2006.
Paulo Skaf (PMDB) Presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e 4º colocado no primeiro turno das eleições para governador em 2010.
Alexandre Padilha (PT) Ex-Ministro da Saúde do governo Dilma Rousseff (2011-2014) e Ex-Ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula (2005-2010).
Principais candidatos
Brasil: Eleições 2014 55
2 de setembro de 2014
Região Nordeste
A região Nordeste também é a segunda região econômica
mais importante do país.
Ceará
38,3 milhões
de eleitores
Representa 26,3% do
eleitorado total do País
PiauíMaranhão
R. Grande do Norte
ParaíbaPernambuco
AlagoasSergipe
Bahia
Alagoas (AL)
O governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) conclui seu segundo mandato e não pode concorrer à reeleição. As pesquisas deopinião de agosto sugeriam que a disputa para o cargo de governador estava polarizada entre os dois principais candidatos, mascom vantagem significativa de Renan Filho, que conta com o apoio de seu pai, Renan Calheiros, presidente do Senado eprincipal líder do PMDB no estado, e de Dilma Rousseff. O percentual de votos brancos e nulos e de pessoas indecisas ainda
era alto, o que gera incerteza sobre a definição da eleição em primeiro turno.
Eleitorado
1,97 milhão
de pessoas
1,4% dototal do País
Capital
Maceió, administrada pelo PSDB e com 28% dos
eleitores totais no Estado.
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoNordeste do Brasil
Renan Filho (PMDB)
Eleito deputado federal pelo estado
(2011-2014), é herdeiro político de
Renan Calheiros, presidente do Senado.
Benedito de Lira (PP)
Senador pelo estado (2011-2018), foi
também deputado estadual (1983-
1994) e federal por três mandatos
(1995-1998 e 2003-2010).
Principais candidatos
Bahia (BA)
As últimas pesquisas de intenção de voto indicavam baixo índice de aprovação do atual governador Jacques Wagner (PT), que
não pode concorrer à reeleição. Esse desempenho é uma das explicações para o baixo percentual de intenções de voto do
candidato do PT, Rui Costa. Costa, apoiado por Dilma Rousseff, é neófito em eleições majoritárias, enquanto os dois principaiscandidatos da oposição são políticos experientes. As últimas pesquisas mostram um elevado percentual de intenções de voto
para o candidato do DEM, Paulo Souto, que conta com o apoio do PSDB e do PMDB no estado.
Eleitorado
10,14 milhões
de pessoas
7,2% dototal do País
Capital
Salvador, administrada
pelo DEM e com 19%
dos eleitores do Estado.
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoNordestedo Brasil
Paulo Souto (DEM)
Ex-governador por dois mandatos (1995-1998 e 2003-2006) e ex-senador (1999-2002).
Lídice da Mata (PSB)
Senadora, foi duas vezes deputada federal (1987-1990 e 2007-2010) e prefeita de Salvador (1993-1996).
Rui Costa (PT)
Eleito deputado federal em 2010, é atualmente chefe da Casa Civil do governado do Estado.
Principais candidatos
Brasil: Eleições 2014 56
2 de setembro de 2014
Ceará (CE)
As pesquisas de intenções de voto de agosto mostraram expressiva dianteira do candidato do PMDB, Eunício Oliveira, que no
estado é apoiado por Aécio Neves. O candidato do PT, Camilo Santana, está em segundo lugar nas pesquisas e é apoiado pelo
atual governador Cid Gomes, que não concorre à reeleição. O apoio do atual governador e de Dilma Rousseff sugerem que o
percentual de intenções de voto de Santana pode crescer durante a campanha eleitoral, aumentando a probabilidade de ocorrer
segundo turno na eleição para governador.
Eleitorado
6,21 milhões
de pessoas
4,4% do
total do País
Capital
Fortaleza, administrada
pelo PSB e com 26%
dos eleitores do Estado.
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoNordestedo Brasil
Eunício Oliveira (PMDB)
Senador pelo estado, foi Ministro das
Comunicações no primeiro mandato do ex-presidente Lula (2004-2005).
Camilo Santana (PT)
Deputado estadual.
Eliane Novais (PSB)
Deputada estadual.
Principais candidatos
Maranhão (MA)
As pesquisas de intenção de voto de agosto conferiam mais de 50% de intenções de voto para o candidato do PC do B, Flávio
Dino, sugerindo possível eleição de Dino em primeiro turno. A candidatura do PC do B terá o apoio dos candidatos de oposição
à presidência Aécio Neves e Marina Silva. A atual governadora, Roseana Sarney (PMDB), foi reeleita em 2010, e não
concorrerá à reeleição. A governadora, Dilma Rousseff e o senador José Sarney apoiarão o candidato do PMDB, Lobão Filho, senador e filho do ministro Edison Lobão, que ocupa o cargo de Ministro das Minas e Energia. A candidatura de Lobão Filho
detinha menos de 30% das intenções de voto nas pesquisas de agosto.
Eleitorado
4,41 milhões
de pessoas
3,1% do
total do País
Capital
São Luís é administrada
pelo PTC, com 13% dos
eleitores do estado.
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoNordestedo Brasil
Flávio Dino (PC do B)
Foi deputado federal (2007-2010) e, até
recentemente, presidente da Embratur.
Lobão Filho (PMDB)
Senador (2008-2014).
Principais candidatos
Brasil: Eleições 2014 57
2 de setembro de 2014
Paraíba (PB)
As últimas pesquisas de intenção de voto de agosto indicam que o candidato do PSDB, Cassio Lima Cunha, detém mais de
45% das intenções de voto, superando o atual governador, Ricardo Coutinho (PSB), que possui aprovação elevada e é apoiado
por Marina Silva. O baixo percentual de votos brancos e nulos e de pessoas indecisas sugere elevada probabilidade de definição
da eleição em primeiro turno.
Eleitorado
2,79 milhões
de pessoas
2,0% dototal do País
Capital
João Pessoa é governada pelo PT e possui 16% dos eleitores do estado.
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoNordeste do Brasil
Cássio Cunha Lima (PSDB)
Senador, é ex-governador do estado
(2003-2010) e ex-prefeito de Campina
Grande (1989-1992 e 1997-2000).
Ricardo Coutinho (PSB)
Atual governador do estado e ex-prefeito
de João Pessoa (2005-2008)
concorre à reeleição.
Principais candidatos
Pernambuco (PE)
As eleições no estado encontram-se polarizadas entre os candidatos do PTB, Armando Monteiro, e PSB, Paulo Câmara. As pesquisas de intenções de voto de agosto apontavam uma expressiva dianteira do candidato do PTB. Paulo Câmara, apoiado por Marina Silva, ainda tem baixo nível de conhecimento pelos eleitores. As intenções de voto de Câmara ainda podem crescer significativamente, pois o vínculo de seu nome com o de Eduardo Campos pode significar maiores transferências de votos a
partir do ainda elevado patamar de intenções de voto em branco, nulos e indecisos. Dado o baixo percentual de intenção de votos das demais candidaturas, as pesquisas sugerem que a definição da eleição em primeiro turno é provável.
Eleitorado
6,43 milhões
de pessoas
4,5% dototal do País
Capital
Recife é governada pelo PSB e possui 16% dos
eleitores do estado.
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoNordeste do Brasil
Armando Monteiro (PTB)
Senador, foi também deputado federal
por três mandatos consecutivos (1999-2010).
Paulo Câmara (PSB)
Atual secretário estadual da Fazenda,
nunca disputou eleição para cargo público.
Principais candidatos
Brasil: Eleições 2014 58
2 de setembro de 2014
Piauí (PI)
O quadro eleitoral sugere uma disputa entre políticos experientes, membros de partidos que compõem a base do governo na
esfera federal. O governador Zé Filho (PMDB), que possui moderado nível de aprovação, é candidato à reeleição e conta com o
apoio do prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB), e do candidato à Presidência, Aécio Neves. As pesquisas de intenção de
voto de agosto apontavam alta probabilidade de definição das eleições em primeiro turno, pois o candidato do PT, Wellington
Dias, tinha mais de 45% das intenções de voto e o percentual de votos brancos e nulos e de pessoas indecisas não era alto.
Eleitorado
2,30 milhões
de pessoas
1,6% dototal do País
Capital
Teresina é governada pelo
PSDB e possui 22% dos
eleitores do estado.
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoNordestedo Brasil
Wellington Dias (PT)
Senador pelo estado, foi governador por dois mandatos consecutivos (2003-
2010), além de deputado estadual
(1995-1998) e federal (1999-2002).
Zé Filho (PMDB)
Eleito vice-governador em 2010,
assumiu o cargo após renúncia de
Wilson Martins. Concorre à reeleição.
Mão Santa (PSC)
Ex-governador (1995-2002) e ex-senador (2003-2010).
Principais candidatos
Rio Grande do Norte (RN)
As últimas pesquisas de intenção de votos sugerem que a disputa para governador está polarizada entre as candidaturas do
PMDB, Henrique Alves e do PSD, Robinson Faria. Ambos compõem a base de sustentação do governo federal e têm longo
histórico político. Alves, presidente do Congresso e apoiado por Dilma Rousseff, detinha percentual superior de intenções de
voto em agosto. Faria pertenceu à atual administração da governadora Rosalba Ciarlini (DEM), que decidiu não concorrer à
reeleição em função de seu baixo nível de aprovação. O ainda elevado nível de intenções de voto em branco, nulos e indecisos –
superior a 35% – sugere que o resultado eleitoral ainda é de difícil prognóstico.
Eleitorado
2,3 milhões
de pessoas
1,6% dototal do País
Capital
Natal, administrada pelo PDT e com 22% dos
eleitores do Estado.
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoNordeste do Brasil
Henrique Alves (PMDB)
Presidente da Câmara de Deputados,
está em seu 11º mandato como
deputado federal (1970-2014).
Robinson Faria (PSD)
Vice-governador eleito em 2010 após
seis mandatos consecutivos como
deputado estadual (1986-2010).
Principais candidatos
Brasil: Eleições 2014 59
2 de setembro de 2014
Sergipe (SE)
O governador e candidato à reeleição pelo PMDB, Jackson Barreto, tem apoio de Dilma Rousseff, além de ter participado de
uma administração com elevada aprovação entre os eleitores. As pesquisas de intenção de voto em Sergipe em agosto
apontavam que a campanha eleitoral para governador em 2014 seria polarizada entre Jackson Barreto, atual governador, e
Eduardo Amorim, do PSC. Os candidatos de PMDB e PSC possuem maior grau de reconhecimento e expressivos tempos no
horário eleitoral gratuito de, respectivamente, 44% e 36% do total.
Eleitorado
1,4 milhão
de pessoas
1,0% do
total do País
Capital
Aracaju, administrada pelo DEM e com 27% dos eleitores do estado.
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoNordeste do Brasil
Jackson Barreto (PMDB)
Eleito vice-governador em 2010, tomou posse após a morte do então governador, Marcelo Déda. Deputado federal por quatro mandatos (1979-1986, 2003-2010), foi prefeito de Aracaju duas ocasiões (1986-1988, 1993-1996).
Eduardo Amorim (PSC)
Senador, já foi deputado federal (2006-2010), e Secretário de Saúde do estado (2003-2004).
Principais candidatos
Região Sul
De grande importância econômica e com níveis de renda e
escolaridade maior que a média do país, os eleitores da região tem
apresentado um alto nível de indecisão nas pesquisas de intenção
de votos para presidente da República.
21,1 milhões
de eleitores
Representa 14,8% do
eleitorado total do País
R. Grande do Sul
Paraná
Santa Catarina
Paraná (PR)
As pesquisas de intenção de voto de agosto assinalavam que o índice de aprovação do governador e candidato à reeleição, Beto
Richa (PSDB), é alto, sugerindo uma possível definição da eleição em primeiro turno. Em caso de ocorrer segundo turno, asúltimas pesquisas apontam Roberto Requião como o representante da oposição que disputará o segundo turno com Richa. Acandidata do PT, Gleisi Hoffmann, e o candidato do PMDB, Roberto Requião, são ambos apoiados por Dilma Rousseff. O baixopercentual de votos brancos, nulos e indecisos dificulta a reversão do quadro de favoritismo de Richa.
Eleitorado
7,82 milhões
de pessoas
5,5% dototal do País
Capital
Curitiba é governada pelo PDT e possui 16% dos eleitores do estado.
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoSul do Brasil
Beto Richa (PSDB)
Atual governador, concorre à reeleição. Foi prefeito de Curitiba (2005-2010) e deputado estadual (1995-2002)
Roberto Requião (PMDB)
Foi governador em três ocasiões (1991-1994, 2003-2010) e senador em outras duas (1995-1998 e 2010-2014).
Gleisi Hoffmann (PT)
Ex-ministra-chefe da Casa Civil no governo Dilma Rousseff (2011- 2014) e senadora eleita em 2010.
Principais candidatos
Brasil: Eleições 2014 60
2 de setembro de 2014
Rio Grande do Sul (RS)
As pesquisas de intenção de voto de agosto confirmam que a disputa será polarizada entre o candidato do PT, Tarso Genro,
atual governador e com apoio de Dilma Rousseff, e a do PP, Ana Amélia, senadora e com o apoio de Aécio Neves e de alguns
outros partidos da base de apoio ao governo federal. De acordo com essas mesmas pesquisas, Ana Amélia estava à frente de
Tarso Genro por uma margem próxima a 10 pontos percentuais. As mesmas pesquisas sugerem que Genro possui um
moderado nível de aprovação. Apesar de um percentual de intenções de voto baixo frente aos outros candidatos, as
candidaturas de José Ivo Sartori (PMDB) e de Vieira da Cunha (PDT) asseguram, provavelmente, que a eleição para governador
será definida apenas em segundo turno.
Eleitorado
8,3 milhões
de pessoas
5,9% do
total do País
Capital
Porto Alegre, administrada pelo PDT e com 13% dos
eleitores totais.
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoSul do Brasil
Ana Amélia (PP)
Senadora desde 2010, vem de carreira
jornalística anterior à vida política.
Tarso Genro (PT)
Atual governador do Rio Grande do Sul,
concorre à reeleição. Foi prefeito de
Porto Alegre (1993-1996, 2001-2004)
e Ministro da Educação (2003-2005),
das Relações Institucionais (2006) e da
Justiça (2007-2010).
Principais candidatos
Santa Catarina (SC)
As pesquisas de intenção de voto de agosto assinalavam que o atual governador e candidato a reeleição pelo PSD, Raimundo
Colombo, tem ampla vantagem, além de contar com o apoio de Dilma Rousseff. O candidato do PSDB, Paulo Bauer, apoiado
por Aécio Neves, é o segundo colocado, mas detém um baixo percentual de intenções de voto. Também apoiado por Dilma
Rousseff, o candidato do PT, Claudio Vignatti, possui percentual de intenções de voto inferior ao de Bauer. O elevado
percentual de intenções de voto em branco, nulos e indecisos sugere que as candidaturas de oposição menos conhecidas no
estado tendem a crescer.
Eleitorado
4,8 milhões
de pessoas
3,4% do
total do País
Capital
Florianópolis, administrada
pelo PSD e com 7% dos
eleitores do estado.
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoSul do Brasil
Raimundo Colombo (PSD)
Governador de Santa Catarina, concorre a reeleição. Foi deputado federal (1999-2002) e senador (2007-2010).
Paulo Bauer (PSDB)
Senador, foi deputado federal por quatro mandatos (1991-2006) e deputado estadual (1987-1990).
Claudio Vignatti (PT)
Vereador de Chapecó (1997-2002), também foi deputado federal (2003-2010).
Principais candidatos
Brasil: Eleições 2014 61
2 de setembro de 2014
Região Norte
A região apresenta um predomínio de governos estaduais de
esquerda. O perfil de seu eleitorado em termos de condições de
renda e escolaridade é um pouco mais semelhante ao perfil dos
eleitores da região Nordeste.
10,8 milhões
de eleitores
Representa 7,5% do
eleitorado total do PaísTocantins
Amapá
Pará
Roraíma
Rondônia
Acre
Amazonas
Acre (AC)
Pesquisas de intenção de voto de agosto apontavam favoritismo do candidato e atual governador do PT, Tião Viana, que conta
com elevada aprovação de governo e com o apoio da presidente Dilma Rousseff. O PT tem um histórico de vitórias para
governador e em muitas das principais cidades, inclusive a capital, Rio Branco. As pesquisas indicam que o cenário mais
provável é o de reeleição do atual governador. A estratégia da oposição no Acre foi a de lançar dois nomes de elevado peso
político, de modo a levar a disputa para segundo turno e criar uma frente ampla para Aécio Neves no Estado. Os candidatos do
DEM e PSDB possuem juntos cerca de 40% das intenções de voto na pesquisa de agosto para o primeiro turno.
Eleitorado
0,5 milhão
de pessoas
0,4% do
total do País
Capital
Rio Branco, administrada
pelo PT e com 46% dos
eleitores totais no Estado.
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoNorte do Brasil
Tião Viana (PT)
Ex-senador (1999-2010), é o atual
governador do Estado, tendo sido eleito em
primeiro turno em 2010 com 50% dos votos
válidos.
Márcio Bittar (PSDB)
Deputado federal em segundo mandato
(1999-2002 e 2011-2014).
Tião Bocalom (DEM)
Ex-prefeito de Acrelândia (2001-2008).
Principais candidatos
Amapá (AP)
Há grande incerteza com relação ao resultado da eleição para governador em função do alto número de candidatos conhecidos.O atual governador do PSB, Camilo Capiberibe, concorre à reeleição. Capiberibe conta com o apoio de Dilma Rousseff, além da
colaboração do PSOL, que tem uma estrutura partidária relevante no estado e governa a capital. Contudo, as pesquisas deintenção de voto de agosto assinalavam que o candidato da oposição Walter Góes (PDT), também apoiado por Dilma Rousseff,
detinha uma vantagem expressiva sobre os demais. Em terceiro lugar, encontra-se Lucas Barreto (PSD), apoiado por Aécio
Neves.
Eleitorado
0,48 milhão
de pessoas
0,3% do
total do País
Capital
Macapá, administrada
pelo PSOL e com 59%
dos eleitores do estado.
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoNortedo Brasil
Camilo Capiberibe (PSB)Atual governador do estado, foi deputado estadual (2007-2010).
Waldez Góes (PDT)Ex-governador (2003-2010), é presidente do diretório estadual do PDT.
Jorge Almanajás (PPS)Ex-deputado federal por três mandatos (1999-2010), concorreu ao governo do estado em 2010, sendo derrotado em primeiro turno.
Lucas Barreto (PSD)É vereador de Macapá e ex-deputado estadual (1991-2006).
Principais candidatos
Brasil: Eleições 2014 62
2 de setembro de 2014
Amazonas (AM)
As pesquisas de opinião de agosto indicavam um cenário favorável para a candidatura de Eduardo Braga (PMDB), que conta
com grande reconhecimento popular, apoio de Dilma Rousseff e simpatia do ex-governador Omar Aziz (PSD), que deixou o
governo para concorrer ao Senado. O baixo percentual de votos brancos, nulos e eleitores indecisos nas últimas pesquisas de
opinião, aliado ao fato de Braga possuir mais de 50% das intenções de voto lhe confere amplo favoritismo. O recém-
empossado governador, José Melo (PROS), possui pouca experiência em eleições majoritárias.
Eleitorado
2,2 milhões
de pessoas
1,5% dototal do País
Capital
Manaus, administrada pelo
PSDB e com 56% dos
eleitores totais no Estado.
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoNortedo Brasil
Eduardo Braga (PMDB)
Ex-governador do Estado por dois
mandatos consecutivos (2003-2010); é
Senador pelo estado.
José Melo (Pros)
Atual governador do Estado, tendo sido
eleito vice na chapa de Omar Aziz
(2011-2014).
Principais candidatos
Pará (PA)
As pesquisas de intenção de voto de agosto apontam empate técnico entre o atual governador, Simão Jatene (PSDB), e o
candidato do PMDB, Helder Barbalho, apoiado por Dilma Rousseff. Os demais candidatos têm intenções de voto pouco
significativas. Helder é herdeiro político de Jader Barbalho, ex-governador e ex-senador pelo estado. O baixo nível de aprovaçãoda atual gestão de Simão Jatene (PSDB), apoiado por Aécio Neves, pode representar um obstáculo para sua à reeleição. O
grau de conversão do elevado nível de intenções de voto em branco, nulo e indecisos para os atuais candidatos será
determinante para a definição da eleição a governador.
Eleitorado
5,2 milhões
de pessoas
3,6% do
total do País
Capital
Belém é governada pelo
PSDB e possui 20% dos
eleitores do estado.
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoNortedo Brasil
Helder Barbalho (PMDB)
Prefeito de Ananindeua (2005-2012),
foi também deputado estadual (2003-
2004).
Simão Jatene (PSDB)
Atual governador, concorre à reeleição.
Havia sido governador entre 2003-
2006.
Principais candidatos
Brasil: Eleições 2014 63
2 de setembro de 2014
Rondônia (RO)
As pesquisas de intenção de voto do agosto assinalavam empate técnico entre Confúcio Moura (PMDB), atual governador e
apoiado por Dilma Rousseff, e Expedito Júnior (PSDB), apoiado por Aécio Neves. Os dois candidatos são seguidos por
Jaqueline Cassol (PR). Cassol é apoiada pelo ex-governador e seu irmão, Ivo Cassol, ex-governador com alto índice de
aprovação, sugerindo que seu percentual de intenções de voto pode crescer significativamente durante a campanha.
Eleitorado
1,1 milhão
de pessoas
0,8% do
total do País
Capital
Porto Velho, administrada
pelo PSB e com 27% dos
eleitores.
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoNortedo Brasil
Confúcio Moura (PMDB) Atual governador, foi deputado federal (1995-2010).
Expedito Júnior (PSDB)
Eleito senador em 2010, é ex-deputado federal (1987-1990, 1995-2002).
Jaqueline Cassol (PR) Irmã do ex-governador Ivo Cassol, Jaqueline nunca disputou eleições a um cargo eletivo.
Padre Ton (PT) É deputado federal (2011-2014) ex-prefeito de Alto Alegre por dois mandatos consecutivos (2005-2010).
Principais candidatos
Roraima (RR)
As pesquisas de agosto assinalavam um quadro bastante disputado entre os três principais candidatos a governador de
Roraima. As candidaturas de oposição ao governo de estado, de Ângela Portela (PT) e de Neudo Campos (PP) terão ambas
apoio de Dilma Rousseff, tendo sido construídas a partir de uma articulação de vários partidos da base do governo federal. O
atual governador e candidato do PSB, Chico Rodrigues, será apoiado por Aécio Neves e possivelmente por Marina Silva. A
candidatura de Rodrigues terá apoio de uma coligação formada por mais de 20 partidos, o que lhe garantirá expressivo tempo
no horário eleitoral gratuito.
Eleitorado
0,3 milhão
de pessoas
0,2% do
total do País
Capital
Boa Vista, administrada pelo
PMDB e com 65% dos
eleitores.
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoNortedo Brasil
Chico Rodrigues (PSB) É o atual governador que concorre à reeleição; assumiu em abril deste ano seguindo a renúncia do então governador José de Anchieta Júnior, que concorrerá ao Senado. Foi deputado federal (1991-2010).
Neudo Campos (PP) Ex-governador (1995-2002) e ex-deputado federal (2007-2010), concorreu ao cargo em 2010, mas perdeu a disputa no segundo turno.
Ângela Portela (PT) Senadora pelo estado, exerceu o cargo de deputada federal (2007-2010).
Principais candidatos
Brasil: Eleições 2014 64
2 de setembro de 2014
Tocantins (TO)
As pesquisas de intenção de voto de agosto apontavam que a candidatura do PMDB, Marcelo Miranda, detinha um pouco mais
de 50% das intenções de voto. Miranda tem o apoio de Dilma Rousseff, além do apoio de vários partidos da base do governo
federal, como o PSD. O candidato do SD, Sandoval Cardoso, apoiado por Aécio Neves, detinha pouco mais de 20% das
intenções de voto e os demais candidatos um menor percentual. O atual governador Cardoso tem um nível de conhecimento
pelos eleitores inferior ao de Miranda, sugerindo que a diferença entre os dois candidatos pode diminuir nos próximos meses.
Eleitorado
0,9 milhão
de pessoas
0,7% do
total do País
Capital
Palmas, administrada pelo
PP e com 18% dos eleitores do estado.
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoNortedo Brasil
Marcelo Miranda (PMDB)
Ex-governador (2003-2010) e ex-deputado estadual (1991-2002).
Sandoval Cardoso (SD)
Eleito deputado estadual em 2010, foi
presidente da Assembleia Legislativa do
estado e assumiu o governo do estado
após a renúncia do então governador
Siqueira Campos (PSDB), em abril deste ano, que concorre ao Senado.
Principais candidatos
Região Centro-Oeste
Com o menor colégio eleitoral do país, a região Centro-Oeste tem
um eleitorado que assemelha-se ao eleitorado com perfil mais
próximo ao do eleitor das regiões Sul e Sudeste, além de abrigar
a capital do país, Brasilía.
10,2 milhões
de eleitores
Representa 7,2% do
eleitorado total do País Mato Grosso do Sul
Mato
Grosso
Distrito Federal
Goiás
Distrito Federal (DF)
As pesquisas de opinião de agosto apresentam um baixo índice de aprovação do atual governador e candidato à reeleição,
Agnelo Queiroz (PT). A candidatura do ex-governador José Roberto Arruda, do PR, tinha pouco mais de 30% das intensões de
voto nas últimas pesquisas, mas a oficialização de sua candidatura ainda corre riscos de impugnação pela justiça eleitoral, por
conta da aplicação da Lei da Ficha Limpa. O percentual de votos brancos, nulos e indecisos nas últimas pesquisas é elevado, o
que sugere que a disputa ao cargo de governador continua indefinida.
Eleitorado
1,86 milhão
de pessoas
1,3% dototal do País
Capital
Brasília é administrada
pelo PT
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoCentro-Oestedo Brasil
José Arruda (PR)
Ex-governador do DF (2007-2010), foi
senador (1995-2001) e deputado
federal (2003-2006).
Agnelo Queiroz (PT)
Atual governador, foi Ministro do Esporte
no primeiro mandato do ex-Presidente
Lula (2003-2006).
Rodrigo Rollemberg (PSB)
Senador, foi deputado distrital (1999-
2010).
Principais candidatos
Brasil: Eleições 2014 65
2 de setembro de 2014
Goiás (GO)
As pesquisas de intenções de voto de agosto sugerem que a eleição para governador será polarizada entre os candidatos do
PSDB, Marconi Perillo, e do PMDB, Iris Rezende. Essas pesquisas sugeriam uma vantagem significativa da candidatura de
Perillo. Porém, Rezende é um político muito conhecido no estado. A existência de outras candidaturas com percentual relevante
e de intenções de voto e o ainda elevado número de votos brancos, nulos e indecisos sugerem ser bastante possível a
ocorrência de segundo turno.
Eleitorado
4,30 milhões
de pessoas
3,0% dototal do País
Capital
Goiânia é administrada
pelo PT, com 8% dos
eleitores do estado.
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoCentro-Oestedo Brasil
Marconi Perillo (PSDB)
Deputado estadual (1991-1994),
deputado federal (1995-1998), senador
(2007-2012) governador (1999-2006 e
2011-2014), concorre à reeleição.
Iris Rezende (PMDB)
Vereador, deputado estadual, prefeito de
Goiânia (1965-1969 e 2004-2008),
ministro da Agricultura (1986-1990),
governador (1986-1989 e 1990-1994) e
senador (1995-2001).
Principais candidatos
Mato Grosso (MT)
As pesquisas de intenção de voto de agosto assinalavam vantagem do candidato do PDT, Pedro Taques. O atual governador
Silval da Cunha Barbosa (PMDB) está no seu segundo mandato e não concorrerá à reeleição. O baixo grau de aprovação de
seu governo sugere que seu apoio na campanha eleitoral pode não ser determinante. O alto percentual de intenções de voto em
branco, nulo e indecisos e o baixo nível de conhecimento dos demais candidatos indicam que os atuais resultados das pesquisas
eleitorais podem ser alterados durante a campanha.
Eleitorado
2,16 milhões
de pessoas
1,5% do
total do País
Capital
Cuiabá é governada pelo PSB e possui 19% dos eleitores do estado.
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoCentro-Oestedo Brasil
Pedro Taques (PDT)
Senador e presidente estadual do PDT.
Lúdio Cabral (PT)
Ex-vereador de Cuiabá (2005-2012),
concorreu a prefeito de Cuiabá em
2012, sendo derrotado em segundo
turno.
José Riva (PSD)
Deputado estadual por diversos
mandatos (1995-2014).
Principais candidatos
Brasil: Eleições 2014 66
2 de setembro de 2014
Disputas nos estados fortalecerão alinhamentos antigovernistas
As pesquisas mais recentes de intenção de voto em alguns estados sugerem que as
disputas favorecerão a eleição de governadores que tenham manifestado apoio a um ou
mais candidatos de oposição nas eleições presidenciais. Essas pesquisas apontam o
favoritismo de candidatos a governador aliados aos partidos de oposição na maioria dos
estados, tendência que, se consolidada, representará um avanço da oposição sobre alguns
estados do Nordeste e Centro-Oeste, atualmente com governadores da base de base de
apoio do governo federal.
Do total de 26 estados e Distrito Federal, em 13 têm governador do PT ou de um dos
principais partidos da coalizão do governo federal que tenham declarado apoio à
reeleição da presidente. Na ponderação do total de eleitores, esses estados
correspondem a 41% do eleitorado total, incluindo colégios eleitorais em todas as
regiões, como são os casos do Rio de Janeiro, no Sudeste, da Bahia e do Ceará, no
Nordeste, e do Rio Grande do Sul, no Sul (Gráfico 21).
Os governadores alinhados aos candidatos da oposição controlam 14 estados,
principalmente os colégios eleitorais do Sudeste, como São Paulo e Minas Gerais,
alguns estados do Nordeste, como Pernambuco, Paraíba e Piauí, e do Norte, como o
Pará, somando 59% dos eleitores.
As pesquisas eleitorais até agosto sugerem que os cenários mais prováveis são (Gráfico
24):
Norte e Centro-Oeste: A eleição de governadores vinculados à candidatura
governista federal no Norte, principalmente no Pará e Tocantins, onde os candidatos
lideram as últimas pesquisas de intenção de votos. Em contrapartida, a tendência é de
redução do espaço do governo no Centro-oeste, como no Mato Grosso e,
possivelmente, também no Distrito Federal.
Mato Grosso do Sul (MS)
As pesquisas de intenção de voto de agosto indicavam significativa dianteira do candidato do PT, Delcídio do Amaral, que conta
com o apoio de Dilma Rousseff. Essas pesquisas e o quadro eleitoral no Estado sugerem possível realização de um segundo
turno nas eleições. O atual governador André Puccinelli (PMDB) termina seu segundo mandato à frente do governo estadual e,
portanto, não será candidato. O elevado nível de aprovação de Puccinelli pode contribuir para o crescimento das intenções de
voto do candidato do PMDB, Nelsinho Trad. O candidato do PSDB, Reinaldo Azambuja, será apoiado por Aécio Neves.
Eleitorado
1,80 milhões
de pessoas
1,3% dototal do País
Capital
Campo Grande é
governada pelo PP e possui 28% dos eleitores do
estado.
Situação eleitoral
Estadolocalizadona RegiãoCentro-Oeste do Brasil
Delcídio do Amaral (PT)
Senador pelo estado (2003-2014).
Nelsinho Trad Filho (PMDB)
Ex-prefeito de Campo Grande (2005-
2012) e Secretário de Articulação com
os Municípios do atual governo estadual.
Reinaldo Azambuja (PSDB)
Ex-deputado estadual (2007-2010) e
federal (2010-2014). Concorreu à
prefeitura da capital em 2012, perdendo
em primeiro turno.
Principais candidatos
Brasil: Eleições 2014 67
2 de setembro de 2014
Sul: os governadores do Paraná (PSDB) e de Santa Catariana (PSD) tendem a ser
reeleitos, enquanto, o resultado eleitoral no Rio Grande do Sul permanece incerto. As
pesquisas mais recentes de intenção de voto apontam para uma provável vitória de
candidato alinhado à oposição naquele estado.
Sudeste: as últimas pesquisas de intenção de voto sugerem que a probabilidade de
alteração significativa no alinhamento político dos governos estaduais ao governo
federal não é alta, com exceção de Minas Gerais, há anos controlada por partidos de
oposição ao governo federal. Minas Gerais ocupa um papel central nas disputas
estaduais entre os partidos governistas e de oposição, pois representa 11% do colégio
eleitoral do país. O candidato Fernando Pimentel (PT) lidera as pesquisas de intenção
de voto em agosto, mas por margem não muito alta. Portanto, o resultado das eleições
estaduais é de difícil prognóstico. Mesmo assumindo que o PT vença as eleições no
estado, os partidos de oposição ao governo federal tendem a continuar a controlar os
estados do Sudeste que, somados, agregam a maioria do eleitorado nacional (58% do
total, versus os atuais 59%). Na hipótese em que Minas Gerais eleja um governador
de oposição ao governo federal, os partidos de oposição expandiriam sua influência
dos atuais 59% do eleitorado para 69%.
Nordeste: as últimas pesquisas de intenção de voto também sugerem ser provável que
os candidatos alinhados à candidatura de Dilma Rousseff se elejam no Piauí e em
Pernambuco. No entanto, esse movimento dificilmente compensará o avanço de
candidatos de oposição na Bahia, Ceará e Maranhão.
Gráfico 21: Alinhamento do governador atual com a base governista federal
Gráfico 22: Alinhamento dos principais candidatos a governador com a base governista federal
% do eleitorado % do eleitorado
Fonte: Compendio de pesquisas eleitorais do jornalista Fernando Rodrigues, Credit Suisse Fonte: Compendio de pesquisas eleitorais do jornalista Fernando Rodrigues, Credit Suisse
Governo estadual alinhado à campanha da candidata governista
Governo estadual alinhado à campanha de candidato da oposição
41
59
Estados cuja tendência de alinhamento político a partir de 2015 permanece indefinida
Estados cuja tendência é a mudança no alinhamento político em relação à atual base do governo federal
28
58
14
Brasil: Eleições 2014 68
2 de setembro de 2014
Portanto, o saldo líquido das disputas estaduais considerando o peso relativo dos estados
no eleitorado nacional depende, principalmente, do resultado em Minas Gerais. No Norte,
o cenário mais provável é que os partidos que participam da base de apoio do governo
federal fortaleçam sua presença regional. Nas demais regiões, a tendência evidencia nas
pesquisas de opinião mais recentes é a de crescimento da oposição.
Brasil: Eleições 2014 69
2 de setembro de 2014
Eleições parlamentares
Câmara de Deputados e Senado Federal
O Poder Legislativo Federal brasileiro é bicameral, ou seja, é composto por uma casa
propositora – a Câmara de Deputados – e por uma casa revisora – Senado Federal. Na
prática, porém, essa divisão de tarefas não ocorre, tendo o Senado plena autonomia para
propor projetos de lei dos mais diversos interesses. Em 2014, estarão em disputa todas
as 513 cadeiras da Câmara de Deputados e 27 das 81 cadeiras do Senado Federal. Os
deputados federais têm mandatos de quatro anos, enquanto os mandatos dos senadores
são de oito anos.
A aproximação das eleições alterou o balanço de forças no Congresso Nacional. A
bancada governista, mais numerosa em quase todo o governo Dilma Rousseff (72% da
bancada da Câmara de Deputados e 74% do senado até o início de junho de 2014),
diminuiu a partir da formalização das alianças, com a defecção do PTB e PT do B, que
aderiram à candidatura de Aécio Neves, e do PRP, que apoiou a candidatura de Marina
Silva. A base governista representava 63% da Câmara de Deputados e 64% do Senado
no fim de julho de 2014. O bloco de partidos que apoiam as principais candidaturas de
oposição aumentou de 20% para 29% na Câmara e de 20% para 33% no Senado
(Gráfico 22).
Gráfico 23: Composição da Câmara de Deputados e do Senado Federal
Fonte: Câmara de Deputados, Senado Federal, Credit Suisse
O lançamento das candidaturas também reforçou o grau de oposição de alguns partidos
que, até o período eleitoral, vinham adotando uma postura de alinhamento seletivo às
propostas do governo federal. Esses são os casos de partidos como o PV e PSC, que
lançaram candidaturas próprias à Presidência da República, e do PEN e PMN, que
migraram para apoiar a candidatura de Aécio Neves, após terem mantido um
posicionamento independente até junho.
Composição do Senado Composição da Câmara de Deputados
513Deputados
81Senadores
Governo
63%
Independentes 4%
Oposição
33%
Governo
64%
Oposição
29%
Independentes 6%
Governo
TotalPT PMDB PR PDTPROSPP PCdoBPSD
Independentes
PRB PSOLPVPSC
Oposição
PSDB DEM PSB PTBSD PPS PTdoB PMN PRP PEN
Senadores
Deputados
13
83
19
73
4
32
6
18
1
20
5
40
2
15
1
44
81
51310 3
1
8
-
12
1 112
44
4
28
4
24
6
1821
1 -
6
-
3
-
3
-
2
-
1
Brasil: Eleições 2014 70
2 de setembro de 2014
A criação de novos partidos no fim de 2013 também influenciou a composição dos blocos
governista e oposicionista no Congresso. Porém, desta vez, o governo se beneficiou,
provavelmente, mais que a oposição. A criação do PROS e do PSD em 2013 ampliou a
base de apoio ao governo no Congresso. O principal revés para a base governista foi a
criação do Solidariedade, também no fim de 2013, que se posicionou em oposição ao
governo federal e contou com a filiação, principalmente, de deputados originários do PDT.
As eleições para a Câmara de Deputados
Com a eleição do PT à Presidência da República em 2002, aumentou também a
participação nos partidos que passaram a compor a maioria governista na Câmara de
Deputados. O destaque foi o aumento do número de deputados eleitos pelo PT de 59 em
1998 para 91 em 2002, constituindo a maior bancada no período e novamente em 2010.
Outros partidos também ampliaram sua representatividade no período, como o PSB, o PV
e o PR. Os outros partidos também cresceram bastante, mais particularmente a partir de
2006, com o fim da validade da cláusula de barreira, que permitiu maior pulverização de
legendas e reverteu parte da concentração entre 2002 e 2006. Em contrapartida, o
número de deputados federais do PSDB e DEM, partidos que compuseram a
administração federal entre 1995 e 2003, e do PP e PTB, com participações decrescentes
desde 2003, diminuiu de 293 em 1998 para 163 em 2010 (Gráfico 23).
Gráfico 24: Composição partidária nas eleições para a Câmara de Deputados
Gráfico 25: Distribuição estadual das vagas para Deputado Federal
Número de deputados Número de deputados
Fonte: Câmara de Deputados, Credit Suisse Fonte: Câmara de Deputados, Credit Suisse
70
53
46
39
31
30
25
22
18
17
17
16
12
10
10
9
8
8
8
8
8
8
8
8
8
8
8
SP
MG
RJ
BA
RS
PR
PE
CE
MA
GO
PA
SC
PB
ES
PI
AL
AC
AM
AP
DF
MS
MT
RN
RO
RR
SE
TO
Brasil: Eleições 2014 71
2 de setembro de 2014
A distribuição das cadeiras da Câmara entre os 26 estados e o Distrito Federal (Gráfico
24) é feita de maneira proporcional à população, sendo que nenhum estado pode possuir
menos de oito ou mais de 70 deputados federais. Dentre os estados com menor bancada
na Câmara de Deputados, destacam-se o Distrito Federal e boa parte dos estados do
Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins) e Centro-Oeste (Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul) e alguns estados menos populosos do Nordeste (Alagoas,
Sergipe e Rio Grande do Norte). Por outro lado, São Paulo é o único dos estados cuja
população assegura uma bancada de 70 deputados federais, equivalente ao limite
máximo dentro da atual divisão de assentos.
A aplicação dos limites mínimo e máximo para o tamanho das bancadas estaduais (8 e
70, respectivamente) resulta em certa desproporcionalidade entre o número de
representantes e a população representada. Esse tem sido um dos pontos
constantemente apontados pelos que advogam acerca da necessidade de reforma no
sistema eleitoral corrente. Os estados da região Norte, por exemplo, possuem 8% da
população brasileira, mas suas bancadas correspondem a 14% das cadeiras da Câmara
de Deputados. Por outro lado, o estado de São Paulo, que possui cerca de 22% da
população do País e controla apenas 14% das cadeiras da Casa.
Em maio de 2014, o TSE aprovou resolução alterando o número de deputados eleitos por
13 estados, uma vez que a divisão antiga havia sido feita com dados demográficos do
início da década de 1990. A nova divisão, que ainda precisa ser aprovada pelo Congresso
por meio de lei complementar, é baseada em dados de população do Censo de 2010, do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE - Tabela 8). Os estados a serem
beneficiados pela nova divisão serão: Minas Gerais (de 53 para 55 cadeiras), Ceará (de
22 para 24), Pará (17 para 21), Santa Catarina (16 para 17) e Amazonas (de 8 para 9).
Por outro lado, terão menor representatividade estadual oito estados: Rio de Janeiro (de
46 para 45 cadeiras), Rio Grande do Sul (de 31 para 30), Paraná (de 30 para 29),
Pernambuco (de 25 para 24), Paraíba (12 para 10), Espírito Santo (10 para 9), Alagoas (9
para 8) e Piauí (de 10 para 8). A nova divisão terá, provavelmente, impacto não somente
na representatividade de cada estado, mas na distribuição partidária, tendo em vista que
a presença regional dos partidos é bastante heterogênea. É provável que partidos com
maior presença nacional, como PT, PMDB e PSDB sejam pouco afetados, ao passo que
partidos mais atuantes nos estados beneficiados (e.g.; PP, PSD) sejam fortalecidos.
Brasil: Eleições 2014 72
2 de setembro de 2014
Tabela 8 : Composição da Câmara por regiões
Fonte: TSE, Credit Suisse
As eleições no Senado Federal
As eleições ao Senado Federal acontecem no mesmo ano das eleições presidenciais,
alternando renovações de um terço e dois terços das cadeiras, 27 e 54 vagas,
respectivamente. Em 2014, são apenas 27 vagas em disputa, uma por estado e Distrito
Federal, o que limita a possibilidade de uma mudança muito significativa na composição
das forças da Casa (Tabela 9). O partido que cederá o maior número de cargos para a
disputa ao Senado é o PMDB, com 6 senadores cujo mandato se encerra em 31 de
dezembro. Apesar de elevado na comparação com os demais partidos, esse número é
relativamente baixo quando se consideram seus atuais 19 senadores. Ou seja, apesar do
Deputados
Estado Pop (milhões) % do total *Nova distribuição* %
Su
deste
Espírito Santo (ES) 3,9 2% 9 2%
Minas Gerais (MG) 20,7 10% 55 11%
Rio de Janeiro (RJ) 16,5 8% 45 9%
São Paulo (SP) 44,0 22% 70 14%
Total da região 85,1 42% 179 35%
No
rdeste
Alagoas (AL) 3,3 2% 8 2%
Bahia (BA) 15,1 7% 39 8%
Ceará (CE) 8,8 4% 24 5%
Maranhão (MA) 6,9 3% 18 4%
Paraíba (PB) 3,9 2% 10 2%
Pernambuco (PE) 9,3 5% 24 5%
Piauí (PI) 3,2 2% 8 2%
Rio Grande do Norte (RN) 3,4 2% 8 2%
Sergipe (SE) 2,2 1% 8 2%
Total da região 56,2 28% 147 29%
Su
l
Paraná (PR) 11,1 5% 29 6%
Rio Grande do Sul (RS) 11,2 6% 30 6%
Santa Catarina (SC) 6,7 3% 17 3%
Total da região 29,0 14% 76 15%
No
rte
Acre (AC) 0,8 0% 8 2%
Amapá (AP) 0,8 0% 8 2%
Amazonas (AM) 3,9 2% 9 2%
Pará (PA) 8,1 4% 21 4%
Rondônia (RO) 1,7 1% 8 2%
Roraíma (RR) 0,5 0% 8 2%
Tocantins (TO) 1,5 1% 8 2%
Total da região 17,2 8% 70 14%
Ce
ntr
o-O
este
Distrito Federal (DF) 2,9 1% 8 2%
Goiás (GO) 6,5 3% 17 3%
Mato Grosso (MT) 3,2 2% 8 2%
Mato Grosso do Sul (MS) 2,6 1% 8 2%
Total da região 15,2 8% 41 8%
Brasil: Eleições 2014 73
2 de setembro de 2014
número aparentemente elevado de senadores em fim de mandato, isso corresponde a
32% das vagas atualmente ocupadas pelo PMDB no Senado, o que é número discreto
frente, por exemplo, a 50% das vagas ocupadas pelo PT, PC do B e DEM que correm
risco de não serem renovadas, ou mesmo a 83% das vagas ocupadas pelo PTB na
mesma situação.
Assim, ainda que marginalmente, as eleições ao Senado beneficiam partidos como o
PMDB, PR e PP, já que um percentual baixo de seus senadores terá o fim de seus
mandatos em dezembro deste ano. A situação é inversa para PTB e PSD, cuja maior
parte da bancada pode eventualmente deixar a Casa a partir de 2015.
Tabela 9: Vagas em disputa no Senado Federal em 2014
Senadores
Fonte: TSE, Credit Suisse
No
rte
Acre (AC)
Amapá (AP)
Amazonas (AM)
Pará (PA)
Rondônia (RO)
Roraíma (RR)
Tocantins (TO)
Paraná (PR)
R. Grande do Sul (RS)
Santa Catarina (SC)
Su
l
Alagoas (AL)
Bahia (BA)
Ceará (CE)
Maranhão (MA)
Piauí (PI)
Pernambuco (PE)
Paraíba (PB)
Rio Grande do Norte (RN)
Sergipe (SE)
No
rdeste
Espirito Santo (ES)
Minas Gerais (MG)
Rio de Janeiro (RJ)
São Paulo (SP)
Su
deste
Distrito Federal (DF)
Goiás (GO)
Mato Grosso (MT)
Mato Grosso do Sul (MS)Centr
o-O
este
Total 3 5 6 1 2 1 5 2 1 1
Turnover potencial 50% 83% 32% 25% 33% 50% 42% 50% 20% 100%
Brasil: Eleições 2014 74
2 de setembro de 2014
Das vagas em disputa, em 17 estados os candidatos ao Senado não buscam recondução
ao cargo. Assim como para os cargos executivos, a reeleição ao Senado coloca esses
candidatos em vantagem na comparação com os demais, em função, principalmente, do
elevado grau de reconhecimento que esses candidatos possuem frente ao eleitorado
local. Por exemplo, dos 10 senadores que concorrem à reeleição, cinco lideram as
pesquisas de intenção de voto em seus estados por margem relativamente ampla; em
outros dois estados esses candidatos estão em segundo lugar nas pesquisas de intenção
de voto mais recentes, em ambos os casos, seguindo candidatos já bastante conhecidos
do eleitorado. Os candidatos à reeleição ou contam com apoio de uma ampla coalizão de
partidos que lhes asseguram um maior tempo no horário eleitoral gratuito ou têm o nome
associado ao de candidato líder nas pesquisas de intenção de voto para o governo local.
Nesses casos específicos, os candidatos à reeleição ao Sendo podem ser apontados
como favoritos na disputa eleitoral.
Em julho, 51 dos 81 senadores (63%) faziam parte de um dos partidos que compõe a
coalizão da candidata a presidente, Dilma Rousseff (PT), com destaque para o PMDB
(com 19 senadores) e para o PT (com 13). Outros 27 senadores (33%) eram membros de
partidos que compunham as coalisões das duas principais candidaturas de oposição,
Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB). Esse número inclui os seis senadores do PTB
que apoiaram, até recentemente, o governo Dilma Rousseff. Apenas três senadores (4%)
fazem parte de partidos que não lançaram candidatura à Presidência da República ou
cujo candidato à Presidência tem baixo percentual de intenções de votos nas pesquisas
mais recentes.
As últimas pesquisas de intenção de voto para o Senado sugerem que o avanço dos
partidos de oposição não será expressivo sobre a bancada de senadores, o que reforça a
necessidade de construção de uma base de apoio que agregue partidos atualmente
governistas, em caso de vitória da oposição na eleição presidencial. Caso Dilma Rousseff
seja eleita, a maioria expressiva que tem assegurado ao seu governo sucessivas vitórias
nas votações no Senado pouco mudará (Tabela 10). Persistindo os resultados das
pesquisas de opinião de julho e agosto, o bloco governista terá sua participação reduzida
para 60% do Sendo, ao passo que a participação dos senadores de partidos que hoje
compõem as principais coalisões de oposição aumentaria para 37%. O PSB é o partido
com maior chance de ampliação líquida de sua bancada no Senado, compensando,
provavelmente, a diminuição na bancada do PTB, dentre os partidos que apoiam as
principais candidaturas de oposição.
Ainda, outros 18 senadores com mandato até 2018 são candidatos a outros cargos, dos
quais 16 a governador, um para presidente e um para vice-presidente. Em tese, tais
candidaturas abririam margem para uma renovação mais expressiva nas bancadas do
Senado. Dentre esses senadores, aqueles que forem eleitos terão seus cargos ocupados
por suplentes, provavelmente do mesmo partido político ou coligação partidária. Nesse
caso, a alteração na composição de forças partidárias decorrente da eleição de
senadores a outros cargos eletivos tende a ser, possivelmente, menos significativa. Ainda
assim, há possibilidade que a renovação naquela Casa seja mais expressiva do que
antecipamos.
Brasil: Eleições 2014 75
2 de setembro de 2014
Tabela 10: Cenário para alteração na composição do Senado Federal
Fonte: Senado Federal, Credit Suisse
Na abertura por regiões, os destaques das disputas para o Senado são os seguintes:
Nordeste: O percentual de intenções de voto nas pesquisas mais recentes do PSB no
Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte e do PSDB no Ceará reforça o cenário de
ampliação no espaço dos partidos de oposição na região. A competitividade dos
candidatos ao Senado no Nordeste é vinculada à competitividade da coalizão nas
eleições para governador. À luz do percentual de intenções de voto nas pesquisas
recentes, os partidos da base do governo têm maior favoritismo na Paraíba (por
margem relativamente estreita), Pernambuco e Bahia. Nesse último caso, o candidato
ao Senado pelo PMDB declarou seu apoio a Aécio Neves.
Norte: A presença de candidaturas à reeleição no Pará, Rondônia, Roraima e
Tocantins limita o espaço para grandes alterações no alinhamento dos representantes
no Senado em relação ao governo federal. Tomando como referência as pesquisas de
agosto, a probabilidade de o PSDB eleger seu candidato ao Senado no Amazonas é
significativa. Em nosso entender, PT e PMDB, com forte presença nas disputas
estaduais, tendem a manter o apoio majoritário dos representantes do Norte ao
governo federal.
Provável composição após as eleições de outubroComposição do Senado em julho
Bloco governista
60%
Oposição
37%
81senadores
Bloco governista
63%
Outros
4%
Oposição
33%
Outros
2%
81senadores
Prováveis
mudanças
após as
eleições de
outubro
27novos
Partidos da base governista
PT 13 -1 12
PMDB 19 19
PR 4 -1 3
PROS 1 1
PDT 6 +1 7
PP 5 5
PC do B 2 -1 1
PSD 1 1
PV 1 -1
PSOL 1 1
PRB 1 1
Partidos das principais coalizões de oposição
PSDB 12 12
DEM 4 +1 5
SD 1 1
PSB 4 +4 8
PTB 6 -3 3
PMN +1 1
Outros partidos de oposição independentes
Brasil: Eleições 2014 76
2 de setembro de 2014
Sudeste: As últimas pesquisas também apontam que a vitória dos partidos de
oposição ao governo federal é o resultado mais provável em São Paulo, Minas Gerais
e Rio de Janeiro. Na eventualidade desse resultado ser confirmado, o espaço da
coalizão ao governo federal tende a diminuir, especialmente em São Paulo. No
Espírito Santo, a candidatura do PMDB – aliado ao governo federal em nível nacional -
possui moderada vantagem nas pesquisas. Mas o PMDB do Espirito Santo associou-
se a candidaturas de oposição em nível federal, de modo similar ao PMDB da Bahia e
do Ceará.
Sul: As pesquisas recentes apontam que os partidos associados à oposição ao
governo federal lideram as disputas eleitorais no Paraná e em Santa Catarina, mas
não no Rio Grande do Sul. As últimas pesquisas de opinião disponíveis apontavam
que a probabilidade de mudança em relação ao alinhamento atual é significativa em
Santa Catariana.
Centro-Oeste: Provável crescimento no alinhamento à atual base do governo no Mato
Grosso do Sul e Distrito Federal após as eleições. Enquanto isso, o quadro tende
permanecer estável nos demais estados do Centro-Oeste.
Eleições para as assembleias legislativas estaduais e distritais
Em outubro, ocorrerão eleições também para as assembleias legislativas estaduais e
para a Câmara de Deputados do Distrital Federal. No total, serão eleitos 1.059 deputados
estaduais e distritais, sendo que, pelo critério de proporcionalidade, os estados do
Sudeste terão o maior número de deputados eleitos. Em particular, São Paulo, Minas
Gerais e o Rio de Janeiro elegerão, respectivamente, 94, 77 e 70 deputados, sendo as
maiores representações do País. A Bahia elegerá 63 deputados, sendo a quarta maior
representação estadual, e o Rio Grande do Sul, a quinta maior representação estadual,
com 55 deputados. O número mínimo de deputados estaduais é de 24, fato que ocorre
em 11 dos 27 estados e distrito federal (Gráfico 25). Esse é o caso da maior parte dos
estados do Norte (Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima e Tocantins), Centro-
Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal), e alguns estados do
Nordeste (Sergipe e Rio Grande do Norte).
Brasil: Eleições 2014 77
2 de setembro de 2014
Gráfico 26: Vagas em disputa para as assembleias legislativas estaduais
Número de deputados estaduais
Fonte: TSE, Credit Suisse
Em 2013, o TSE revisou os parâmetros para distribuição das cadeiras parlamentares nos
estados. As mudanças seguiram as alterações nas representações também propostas
para o número de representantes federais por estado, com a Paraíba e o Piauí com a
maior redução de cadeiras. Nesses estados, o número de deputados estaduais foi
reduzido em seis. Os estados que menos perderam representantes foram Rio de Janeiro,
Rio Grande do Sul e Pernambuco, que perderam apenas um deputado. Por outro lado, a
atualização de novos parâmetros demográficos beneficiou o Pará, Amazonas, Ceará e
Minas Gerais, além de Santa Catarina e Paraná.
24
AC
AM
24
24
AP
24RO
RR24
24
TO
SP94
PR54
RS55
SC40
RJ70
MG77
ES30
BA63
PE49
24
MS
24
MT
24
DFGO41
24
RN
PB36
CE46
30
PI
MA42
27
AL24
SE
PA41
Número de
deputados estaduais
1.059
Total Brasil
Brasil: Eleições 2014 78
2 de setembro de 2014
Intencionalmente em branco
Brasil: Eleições 2014 79
2 de setembro de 2014
Pesquisas de opinião
Principais institutos de pesquisa do país
Ibope, Datafolha, MDA, Sensus, Vox Populi e Instituto Análise são alguns dos principais
institutos de pesquisa de opinião pública que elaboram e aplicam questionários sobre
diversos aspectos sociais, econômicos e políticos do País. De maneira geral, os seis
institutos possuem corpos técnicos qualificados e produzem resultados comparáveis entre
si, com algumas diferenças metodológicas, principalmente em relação às margens de erro
das pesquisas, à ordem de apresentação das perguntas nos questionários e à forma de
realização das entrevistas. Essas diferenças produzem algumas assimetrias temporárias
nos resultados apurados à época das eleições. Porém, os resultados são, em geral,
consistentes entre os institutos.
O Ibope é o mais antigo instituto de pesquisa independente do País. As pesquisas do
Ibope são, em geral, encomendadas por órgãos da imprensa (sobretudo, emissoras de
televisão e jornais) ou por associações de classe, como a pesquisa trimestral da
Confederação Nacional da Indústria (CNI). A pesquisa CNI/Ibope é a mais longa pesquisa
regular de avaliação de governo, mantendo um questionário relativamente uniforme, o
que permite a avaliação no tempo de alguns indicadores relevantes, como avaliação da
administração federal e da atuação pessoal do presidente.
O Datafolha não é propriamente um instituto de pesquisa independente, mas ligado ao
Grupo Folha, que edita alguns dos jornais mais relevantes do País. As pesquisas
nacionais de popularidade e intenção de voto do Datafolha são feitas especialmente para
o principal jornal editado pelo grupo, a Folha de São Paulo, e têm período de cobertura
mais variado, com maior frequência nos meses que antecedem às eleições. Em geral, os
resultados das entrevistas são publicados no jornal Folha de São Paulo, sendo a
publicação no site do Datafolha feita apenas depois de transcorridos um ou dois dias da
publicação impressa.
O MDA é um instituto de pesquisa independente, contratado regularmente pela
Confederação Nacional dos Transportes (CNT) para pesquisas trimestrais de avaliação
de governo e de intenção de votos. A pesquisa CNT/MDA é, provavelmente, a única
pesquisa periódica que traz cenários para as intenções de votos para presidente em
períodos não eleitorais. Essas pesquisas são divulgadas desde 2007.
O Sensus Pesquisa e Consultoria costumava conduzir as pesquisas periódicas
contratadas pela CNT. Mais recentemente, o instituto tem se dedicado a pesquisas
eleitorais geralmente contratadas por algumas revistas de grande circulação nacional,
que, no entanto, tem sido mais esporádicas. Por conta desse fato, essas pesquisas têm
alguma dificuldade em capturar movimentos mais abruptos nas intenções de voto, mas
trazem informações acerca da expectativa do entrevistado sobre o comportamento de
algumas variáveis econômicas relevantes para a decisão eleitoral, como, por exemplo,
percepção sobre inflação, expectativa de desemprego, renda entre outros.
De modo similar ao instituto Sensus, o Vox Populi não publica pesquisas periódicas de
avaliação de governo e intenção de votos. Em geral, suas pesquisas são encomendadas
Brasil: Eleições 2014 80
2 de setembro de 2014
por órgãos de imprensa (jornais e canais de TV), sobretudo de abrangência local, sendo
concentras nos períodos específicos da campanha eleitoral.
O Instituto Análise realiza pesquisas de intenção de voto e aprovação de governo,
concentradas principalmente nos períodos das campanhas eleitorais. Seus questionários
têm ênfase nas expectativas dos entrevistados e oferecem indicações de alguns
elementos possivelmente relevantes para a escolha dos eleitores.
Pesquisas de avaliação da administração federal
A avaliação do governo no Brasil é feita por dois indicadores específicos rotineiramente
apresentados pelas pesquisas eleitorais: a avaliação do entrevistado em relação ao
desempenho da administração federal, classificada em cinco categorias distintas
(“excelente”, “bom”, “regular”, “ruim” e “péssima”), e da atuação pessoal do presidente
(também classificada nas mesmas cinco categorias).
Em geral, estes dois indicadores têm comportamentos parecidos, sendo que o segundo
captura de um modo mais direto a influência de certas características pessoais do
presidente. Em particular, a avaliação favorável da atuação pessoal da presidente Dilma
Rousseff (soma dos entrevistados que classificam sua atuação pessoal como “ótima” ou
“boa”) tem recuado desde meados de 2013, chegando próximo ao nível obtido por
Fernando Henrique Cardoso no mesmo período de seu segundo mandato como
Presidente (Gráfico 26), em que a sua avaliação pessoal foi, em média, a menor desde
1994.
Gráfico 27: Aprovação da maneira de governar do presidente
% dos entrevistados que classifica como “ótimo” ou “bom” a maneira pessoal de governar do presidente
Fonte: Ibope, Credit Suisse
Em tese, a avaliação da administração federal permite uma comparação mais direta do
desempenho de diferentes governos, precisamente porque supõe contornar aspectos de
caráter mais personalista. A exemplo da aprovação pessoal da presidente, a avaliação do
governo de Dilma Rousseff também recuou, sobretudo a partir das manifestações
ocorridas em junho de 2013. A aprovação da administração Rousseff no 2T14 era
compatível com a avaliação dos governos FHC e Lula em seus primeiros mandatos como
Lula 2
RousseffFHC 1
Lula 1
FHC 2
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1T 2T 3T 4T 5T 6T 7T 8T 9T 10T 11T 12T 13T 14T 15T 16T
87
71
61
35
44
Brasil: Eleições 2014 81
2 de setembro de 2014
presidentes (Gráfico 27). No entanto, a desaprovação da administração Dilma Rousseff
(soma dos entrevistados que classificam a administração da atual presidente como “ruim”
ou “péssima”) era relativamente elevada na comparação histórica, evidenciando alta
polarização política das atuais eleições.
Gráfico 28: Taxa de aprovação da administração federal
% dos entrevistados
Fonte: Datafolha, Credit Suisse
Pesquisas de intenção de voto para Presidência da República
Os principais institutos de pesquisa de opinião pública divulgam sondagens de intenção
de voto para as eleições de 2014 desde meados de 2013. A frequência com que essas
pesquisas ocorrem tende a aumentar com a aproximação da campanha eleitoral. A única
pesquisa que tem mantido um histórico de perguntas relativas à intenção de voto para
presidente entre as campanhas eleitorais é a conduzida pela CNT/MDA. Ainda assim, os
candidatos normalmente apontados pelas pesquisas nos períodos em que não há pré-
campanhas ou campanhas eleitorais em andamento dificilmente coincidem com a lista de
candidatos oficial, que só é conhecida após o período de convenções partidárias de
junho.
As pesquisas realizada em agosto que se seguiram à morte do candidato do PSB,
Eduardo Campos, apontam Dilma Rousseff liderando em intenções de voto para primeiro
turno, seguida de Marina Silva e de Aécio Neves, como terceiro colocado (Gráfico 28).
Essas sondagens mais recentes diferem significativamente dos resultados das pesquisas
realizadas até o início de agosto, que incluíam o nome de Eduardo Campos no lugar de
Marina Silva. A inclusão de Marina Silva na lista completa de candidatos subtraiu
intenções de voto de Dilma Rousseff, Aécio Neves e de demais candidatos de menor
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
15
41
17
43
56
13
34
23
10
43
16
44
15
48
83
54 53
61 61
Lula 2Lula 1FHC 2FHC 1
Resultados das eleições
(% de votos válidos)
“Ótimo” ou “Bom”
“Ruim” ou “Péssimo”
“Ótimo” ou “Bom”
“Ruim” ou “Péssimo”
Ago-95 Ago-97 Ago-99 Ago-01 Ago-03 Ago-05 Ago-07 Ago-09 Ago-11 Fev-14 Ago-14
Dilma
56
47
47
7
65
21
41
26
35
29
32
38
23
Brasil: Eleições 2014 82
2 de setembro de 2014
expressão, mas principalmente, precipitou uma migração de intenções de voto em branco
ou nulo e indecisos para seu nome.
Gráfico 29: Intenção de voto para as eleições presidenciais
% dos entrevistados
Fonte: Ibope, Credit Suisse
Até julho, as pesquisas apontavam um percentual relativamente elevado de intenções de
voto em branco ou nulo e de eleitores indecisos, o que contrastava com o padrão histórico
das últimas eleições. A dois meses da eleição, a soma desses percentuais foi de, em
média, 12,5%, número não muito inferior aos 15% apurados na última pesquisa. A
convergência do nível de intenções de voto em branco/nulo/indecisos para seu padrão
histórico sugere menor potencial de alteração nas intenções de voto das pesquisas de
primeiro turno nas próximas semanas.
Em nosso entender, as duas pesquisas de intenção voto mais comumente
acompanhadas são aquelas do Instituto Datafolha e do Ibope. Os números atuais de
ambas as pesquisas retratam um cenário semelhante para as intenções de voto, com
algumas diferenças metodológicas menores:
Ibope: pesquisa por amostra domiciliar, em que o entrevistado é abordado pelo
entrevistador em sua própria residência. Em geral, a pesquisa inicia o questionário
indagando acerca da sensação de bem estar do entrevistado para em seguida
perguntar a respeito de suas intenções de voto para primeiro e segundo turno. Os
questionamentos relativos ao grau de reconhecimento dos candidatos e avaliação do
atual governo são feitos apenas no final.
Datafolha: pesquisa de fluxo, em que o entrevistado é abordado nas ruas do bairro
em que reside. Por essa razão, o percentual de não respostas da Datafolha tende a
ser um pouco mais elevado que aquele apresentado pela pesquisa Ibope.
Diferentemente da pesquisa Ibope, no entanto, o questionário conduzido pela
Datafolha apresenta, em geral, o nome dos candidatos de modo mais recorrente, com
as perguntas relativas ao grau de conhecimento dos candidatos feitas, geralmente,
antes das perguntas sobre as intenções de voto para segundo turno.
As pesquisas de intenção de voto para o 2º turno realizadas com várias semanas de
antecedência foram capazes de antecipar os resultados das últimas três eleições
presidenciais (Gráfico 29). Embora os resultados das simulações de intenções de voto
para o 2º turno tenham mudado significativamente em duas ocasiões, essas alterações
Nãorespondeu
DilmaRousseff
AécioNeves
MarinaSilva
EveraldoPereira
EduardoJorge
José MariaEymael
LevyFidelix
Zé Maria LucianaGenro
MauroIasi
RuiPimenta
Brancoe nulos
34
19
3 1 0 0 0 1 0 0
7 8
Ibope, 26 de agosto29
Brasil: Eleições 2014 83
2 de setembro de 2014
foram temporárias e insuficientes para reverter a vantagem do candidato que liderava
essas pesquisas de intenção de voto realizadas ainda durante a campanha de 1º turno.
Em 2006 e 2010, por exemplo, a vantagem do candidato líder nas simulações de segundo
turno permaneceu relativamente inalterada até há duas ou três semanas antes da
realização do primeiro turno, a partir de quando a vantagem do candidato foi afetada por
um fluxo de notícias negativo em torno de seu nome em ambas as ocasiões. Em 2002, tal
fato não ocorreu.
Gráfico 30: Vantagem do candidato líder nas simulações de intenção de voto para o 2º turno e resultado das eleições
Pontos percentuais
Fonte: Datafolha, Credit Suisse
Passado o impacto inicial, os resultados eleitorais acabaram por refletir a disposição de
intenções de voto de diversas semanas atrás, o que sugere que os eleitores antes mesmo
da realização do segundo turno já possuem uma ideia bastante precisa sobre quem votar
no segundo turno das eleições, mesmo que o candidato de sua escolha no primeiro turno
não esteja entre os nomes que disputarão o estágio final das eleições presidenciais.
6 5 4 3 2 1 1ºturno
4 3 2 1
Semanas para o 1º turno Semanas para o 2º turno
0
5
10
15
20
25
2006
2010
2ºturno
30
2002
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2 de setembro de 2014
Intencionalmente em branco
Brasil: Eleições 2014 85
2 de setembro de 2014
Lista de endereços de Internet
Instituições do governo brasileiro
Agência Brasil http://agenciabrasil.ebc.com.br/
Câmara de Deputados http://www2.camara.leg.br/
DIAP5 http://www.diap.org.br
IBGE http://www.ibge.gov.br/
IPEADATA Banco de Dados http://www.ipeadata.gov.br/
Seade6 http://www.seade.gov.br/
Senado http://www.senado.gov.br/
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) http://www.tse.jus.br/
Institutos de pesquisas de opinião
Datafolha http://www.datafolha.com.br/
Ibope http://www.ibope.com.br/
Vox Populi http://www.voxpopuli.com.br/
Notícias políticas
O Estado de São Paulo http://www.estadao.com.br/
Folha de São Paulo http://www.folha.uol.com.br/
Globo News http://g1.globo.com/globo-news/
O Globo http://oglobo.globo.com/
Universo Online http://www.uol.com.br/
Valor Econômico http://www.valor.com.br/
Veja http://veja.abril.com.br/
5 Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar
6 Sistema Estadual de Estatísticas
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Partidos políticos
DEM http://www.dem.org.br/
PCB http://www.pcb.org.br/
PC do B http://www.pcdob.org.br/
PCO http://www.pco.org.br/
PDT http://www.pdt.org.br/
PEN http://www.pdt.org.br/
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PRB http://www.prb.org.br/
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PRP http://www.prp.org.br/
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PSL http://www.psl-sp.org.br/
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PSTU http://www.pstu.org.br/
PT https://www.pt.org.br/
PTB http://www.ptb.org.br/
PTC http://www.ptc36nacional.com.br/
PT do B http://www.ptdob.org.br/home/
PTN http://www.ptn.org.br/
PV http://pv.org.br/
SD http://www.solidariedade77.org.br/
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