eleições 2014 - 28 de agosto de 2014

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Especial MANAUS, QUINTA-FEIRA, 28 DE AGOSTO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019 Eleições 2014 Eleições 2014 Especial Primeiro confronto entre candidatos acontece hoje Cinco principais postulantes ao governo do Amazonas se enfrentam hoje durante primeiro debate ao vivo na TV local O s principais candida- tos ao governo nestas eleições cancelaram as agendas eleito- rais desta quinta-feira, dia 28, e devem dedicar o dia hoje a uma maratona de preparati- vos para o primeiro debate da campanha, que será realizado na TV Band, às 22h. Os comitês preparam os candidatos para fortalecer estratégias de dis- curso e reservam arsenais para os adversários em situações de ataque e defesa. Após o encontro com Lula, ontem, em São Paulo, o se- nador Eduardo Braga (PMDB) deverá hoje, em Manaus, reunir assessores e coordenadores o dia inteiro em preparo para o embate ao vivo. O peemedebis- ta irá ao debate acompanhado da candidata a vice, deputada Rebecca Garcia (PP), advoga- dos, assessores de programa de governo, e o marqueteiro oficial da campanha, Carlos Colonesse, que comandará o staff do candidato. O senador planeja explo- rar no debate a imagem de gestor experiente, que nestas eleições traz Rebecca como representante da renovação. Integrantes da campanha de Braga afirmaram que o sena- dor se prepara para a postura dura que deverá ser adotada pelo candidato do PSB, Mar- celo Ramos, mas que manterá o alvo na polarização com o governador José Melo (Pros). Braga deverá destacar núme- ros da sua gestão e sugerir que não houve evolução após o fim do seu mandato. Já o candidato José Melo prepara munições para possí- veis questionamentos da opo- sição sobre o passado aliado ao atual adversário, Eduardo Braga. Um marqueteiro do governador ouvido pela re- portagem na manhã de on- tem afirmou que a ideia será mostrar “que ambos (Melo e Braga) passaram pela mesma estrada, mas que agora Melo apresenta uma maneira dife- rente de governar, e por isso se diferencia”. O governador deverá ain- da explorar dados da ges- tão do ex-governador Omar Aziz (PSD) e sugerir que fará um governo de continuidade. Melo se prepara para rebater eventuais críticas do PMDB levando o argumento de que governou sem escândalos e que é candidato da “humilda- de”. O candidato estará acom- panhado de assessores e dos marqueteiros da campanha, o nordestino Raimundo Luedy, além de Egberto Batista. O deputado Marcelo Ramos deverá tentar driblar a pola- rização entre Melo e Braga afirmando que ambos fazem parte de um mesmo grupo po- lítico, estratégia adotada para se emplacar como a terceira via. Acompanhado do marque- teiro Renato Bagre, o candi- dato que carrega a bandeira da “renovação” deverá sugerir que “pela primeira vez, desde 1986, o povo tem oportunida- de de ser protagonista de um processo de mudança”. Marcelo Ramos terá que di- vidir o discurso da renovação política com o deputado Chico Preto (PMN), que reforçará a bandeira. O candidato do PSOL, Albel Alves, também estará presente no primeiro embate público entre os candi- datos. O critério utilizado pela Band do Amazonas na escolha dos candidatos foi a represen- tação da bancada dos partidos na Câmara Federal. Planejamento para o debate Onde: TV Band, ao vivo. Horário: 22h às 00h – Horário Local Participantes: Eduardo Braga (PMDB) José Melo (Pros) Marcelo Ramos (PSB) Chico Preto (PMN) Abel Alves (PSOL) A ordem de pronunciamento dos candidatos será defi- nida por sorteio Bloco 1: temas de livre escolha dos candidatos Bloco 2: perguntas entre os candidatos Bloco 3: candidatos respondem jornalistas Bloco 4: nova rodada de perguntas entre os candidatos Bloco 5: considerações RAPHAEL LOBATO Equipe EM TEMPO ELEIÇÕES 2014 - 01.indd 1 28/8/2014 00:11:47

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Eleições 2014 - Caderno especial do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: Eleições 2014 - 28 de agosto de 2014

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MANAUS, QUINTA-FEIRA, 28 DE AGOSTO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019

Eleições 2014Eleições 2014Espe

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Primeiro confronto entre candidatos acontece hojeCinco principais postulantes ao governo do Amazonas se enfrentam hoje durante primeiro debate ao vivo na TV local

Os principais candida-tos ao governo nestas eleições cancelaram as agendas eleito-

rais desta quinta-feira, dia 28, e devem dedicar o dia hoje a uma maratona de preparati-vos para o primeiro debate da campanha, que será realizado na TV Band, às 22h. Os comitês preparam os candidatos para fortalecer estratégias de dis-curso e reservam arsenais para os adversários em situações de ataque e defesa.

Após o encontro com Lula, ontem, em São Paulo, o se-nador Eduardo Braga (PMDB) deverá hoje, em Manaus, reunir assessores e coordenadores o dia inteiro em preparo para o embate ao vivo. O peemedebis-ta irá ao debate acompanhado da candidata a vice, deputada

Rebecca Garcia (PP), advoga-dos, assessores de programa de governo, e o marqueteiro ofi cial da campanha, Carlos Colonesse, que comandará o staff do candidato.

O senador planeja explo-rar no debate a imagem de gestor experiente, que nestas eleições traz Rebecca como representante da renovação. Integrantes da campanha de Braga afi rmaram que o sena-dor se prepara para a postura dura que deverá ser adotada pelo candidato do PSB, Mar-celo Ramos, mas que manterá o alvo na polarização com o governador José Melo (Pros). Braga deverá destacar núme-ros da sua gestão e sugerir que não houve evolução após o fi m do seu mandato.

Já o candidato José Melo prepara munições para possí-veis questionamentos da opo-sição sobre o passado aliado

ao atual adversário, Eduardo Braga. Um marqueteiro do governador ouvido pela re-portagem na manhã de on-tem afi rmou que a ideia será mostrar “que ambos (Melo e Braga) passaram pela mesma estrada, mas que agora Melo apresenta uma maneira dife-rente de governar, e por isso se diferencia”.

O governador deverá ain-da explorar dados da ges-tão do ex-governador Omar Aziz (PSD) e sugerir que fará um governo de continuidade. Melo se prepara para rebater eventuais críticas do PMDB levando o argumento de que governou sem escândalos e que é candidato da “humilda-de”. O candidato estará acom-panhado de assessores e dos marqueteiros da campanha, o nordestino Raimundo Luedy, além de Egberto Batista.

O deputado Marcelo Ramos

deverá tentar driblar a pola-rização entre Melo e Braga afi rmando que ambos fazem parte de um mesmo grupo po-lítico, estratégia adotada para se emplacar como a terceira via. Acompanhado do marque-teiro Renato Bagre, o candi-dato que carrega a bandeira da “renovação” deverá sugerir que “pela primeira vez, desde 1986, o povo tem oportunida-de de ser protagonista de um processo de mudança”.

Marcelo Ramos terá que di-vidir o discurso da renovação política com o deputado Chico Preto (PMN), que reforçará a bandeira. O candidato do PSOL, Albel Alves, também estará presente no primeiro embate público entre os candi-datos. O critério utilizado pela Band do Amazonas na escolha dos candidatos foi a represen-tação da bancada dos partidos na Câmara Federal.

Planejamento para o debate Onde: TV Band, ao vivo.

Horário: 22h às 00h – Horário Local

Participantes:Eduardo Braga (PMDB)

José Melo (Pros)Marcelo Ramos (PSB)

Chico Preto (PMN)Abel Alves (PSOL)

A ordem de pronunciamento dos candidatos será defi -nida por sorteio

Bloco 1: temas de livre escolha dos candidatosBloco 2: perguntas entre os candidatos

Bloco 3: candidatos respondem jornalistas Bloco 4: nova rodada de perguntas entre os candidatos

Bloco 5: considerações

RAPHAEL LOBATOEquipe EM TEMPO

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Page 2: Eleições 2014 - 28 de agosto de 2014

2 MANAUS, QUINTA-FEIRA, 28 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Rebecca faz caminhada no bairro Tancredo Neves Candidata a vice-governadora na chapa de Eduardo Braga, progressista ouviu as reivindicações da população do bairro

Uma reclamação ecoou durante todo o trajeto da cami-nhada que a can-

didata a vice-governadora do Amazonas pela coligação Renovação e Experiência, Re-becca Garcia (PP), realizou na manhã de ontem pelas ruas do bairro Tancredo Neves. Ao conversar com a popu-lação para conhecer melhor suas necessidades, Rebecca, que forma chapa com Edu-ardo Braga para governador e Francisco Praciano para o Senado, ouviu como princi-pal reclamação a alarman-te situação da falta d’águacrônica no bairro.

Não por acaso, durante a passagem de Rebecca, o bairro estava completamen-te sem água encanada. Rai-munda Ferreira Bastos foi a primeira a relatar o problema à candidata. “São anos sem água aqui. Vem um dia e de-pois são três sem uma gota. A gente tem que pegar água dos outros. O pior é que quando a água vem, é horrível, água da fossa”, disse, aproveitando para declarar seu voto em Re-becca e Eduardo Braga. “Ela ajuda o povo. Já me ajudou. E o Eduardo Braga também. Nin-guém pode desprezar amigo velho, né?”.

“Tem tempo que a gen-te passa 15, 20 dias sem água. Nosso saneamento é zero. Somos cidadãos, temos direitos”, reclamou Marlene Corrêa. “Mas estamos com você. Mulher vota em mu-

lher”, disse. “A Amazo-nas Ambien-tal diz que vai resolver e não muda nada. O pior é que toda noite, além de faltar água, tem queda de energia. Aí a gente tem que fechar o comércio”, contou Labib Ferreira Melo.

Mas nem tudo foram la-mentos no Tancredo Neves. Rebecca Garcia foi muito abraçada, festejada, tirou fotos e ouviu muitos gritos de “vocês já ganharam” e “nós estamos com vocês”. Ela aproveitou também para dar o seu recado.

“Estou vendo que aqui o grande problema é a água. É uma vergonha porque nós temos a maior bacia hidro-gráfica do mundo e o Eduar-do deixou o Proama pronto. Vamos trabalhar para que o Proama funcione. Que-remos uma oportunidadepara ajudar”.

Rebecca afi rmou que tem ouvido reclamações seme-lhantes em todos os bairros por onde tem passado. “Mas aqui ouvimos em especial a questão da água. Não en-tramos em uma casa que tivesse água. Apenas aquelas que têm poço artesiano, que são muito poucas. A ques-tão do saneamento também. Tem um rip rap que está desmoronando na rua aquiatrás”, disse. Durante caminhada no bairro, candidata ouviu reclamações sobre a falta de água na área e prometeu empenho na resolução

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São José faz festa para Omar Aziz e Henrique

O candidato ao Senado e ex-governador Omar Aziz (PSD) caminhou na tarde de ontem (27) pelas ruas do bairro São José 2, na Zona Leste de Manaus. Omar foi acompanha-do por Henrique Oliveira (SD), vice do candidato à reeleição ao governo José Melo (Pros) pela co-ligação Fazendo Mais Por Nossa Gente.

Moradores das ruas Ja-nauacá e Iranduba rece-beram Omar com gran-de festa e conversaram com o ex-governador. Nas abordagens, o candidato ouviu comerciantes, donas de casa e mototaxistas que declararam apoio a sua candidatura. Durante a conversa, eles falaram sobre a infraestrutura do bairro e o programaViver Melhor.

O São José 2 é um dos bairros onde várias casas foram adaptadas pelo pro-grama Viver Melhor, que benefi cia pessoas com mobilidade reduzida. Para Omar Aziz, é preciso não só ouvir as pessoas, mas se colocar no lugar delas.

“Como governador, me coloquei muitas vezes no lugar de uma mãe e de um pai que tem um fi lho defi ciente, com difi cul-dade para se locomover. E hoje posso ver que fi z

um bom trabalho. Aqui no São José as pessoas estão chegando até mim para agradecer”, comentou o ex-governador.

Mãe de uma criança com defi ciência, a dona de casa Maria Janete Costa foi uma das benefi ciadas pelo pro-grama Viver Melhor e teve sua casa adaptada. “Quem disser que não foi bom está mentindo. Foi um progra-ma que me ajudou, ajudou meu fi lho e ajudou outras famílias que eu conheço. Na minha casa foi adapta-do o quarto e o banheiro. Eu vou torcer pelo Omar e pelo Melo porque esse trabalho não pode parar.”

Candidato a vice-gover-nador, Henrique Oliveira voltou da caminhada ainda mais entusiasmado com a campanha e disse que a cada bairro visitado pela “Caravana 90” a população confi rma o desejo de man-ter o projeto de um governo que cuida das pessoas.

“Muito bom. 90 graus na sombra. Um calor huma-no fora do comum. Todo mundo querendo o Melo e o Omar. As pessoas que-rem mais trabalho e so-lução para os problemas. Em quatro anos, foi feito muito mais que nos 20 anos dos nossos adversá-rios e as pessoas sentem isso”, disse.

CAMINHADA

Moradores do São José II agradeceram ao ex-governador Omar Aziz pela instalação do programa Viver Melhor no bairro

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3MANAUS, QUINTA-FEIRA, 28 DE AGOSTO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Agenda dos candidatos

Candidato realiza reuniões internas com os coorde-nadores de campanha. À noite, participa do debate em uma rede de TV local.

EDUARDO BRAGA

Candidato faz panfl etagem às 6h30 em um bairro da Zona Centro-Oeste. Em seguida, vai para a Assembleia Legislativa do Amazonas. À tarde, faz reunião com apoia-dores de campanha e realiza caminha na Zona Leste. À noite, participa do debate político em uma TV local.

MARCELO RAMOS

Candidato concede entrevista a um jornal local. À tarde, faz gravação para um programa eleitoral e à noite se reúne com membros do partido.

HERBERT AMAZONAS

Candidato participa do debate em uma TV local.

ABEL ALVES

Candidato cumpre agenda adminsitrativa e à noite participa do debate em uma TV local.

JOSÉ MELO

Candidato participa de sessão plenária na Assembleia Legislativa do Amazonas. À noite, participa de debate em uma TV local.

CHICO PRETO

Candidato grava programa eleitoral gratuito pela manhã e apresenta propostas para moradores da Zona Centro-Sul.

NAVARRO

Projetos dos vereadores ‘encalhados’ na Câmara Somente do ano passado, 180 propostas apresentadas pelos vereadores estão paradas nas comissões da casa legislativa

Eleitos pelo povo para legislar em prol do bem comum. Uma das prin-cipais atribuições dos

vereadores é a produção de pro-jetos de leis (PL), mecanismo no qual os parlamentares estabe-lecem e remetem à apreciação dos colegas normas sobre qual-quer assunto que possa virar lei e normatizar o convívio público. A elaboração de matérias com conteúdos relevantes deveria ser destaque no parlamento, mas o que chama a atenção na Câmara Municipal de Manaus (CMM) é a lentidão na tra-

mitação das propostas.

De acor-do com in-formações repassadas pela Dire-toria Legis-lativa, por meio do Departamento de Registro Parlamentar e Ser-viço de Apoio ao Plenário, 210 projetos oriundos das legislaturas 2010/2011/2012 e 2013 ainda aguardam um posicionamento sobre suaaprovação ou não.

Só de 2013, são 180 projetos ainda não avaliados em plená-rio, o número segue com 18 de

2012, oito de 2011 e quatro de 2010. Os números para o vere-ador e líder da bancada de opo-sição do Partido dos Trabalha-dores (PT), vereador professor Bibiano, representa a falta de maturidade política das gestões que passaram pela casa.

Para o parlamentar, a si-tuação piora quando os pro-jetos são apresentados pela bancada de oposição. “Tendo em vista a falta de celeridade na apreciação das matérias, temos que recorrer à pressão popular e a discursos na tribuna. Mas, não devíamos ter que usar de táticas como essa para que um projeto que visa o bem da comunidade

possa tramitar com a rapidez necessária dentro de uma casa legislativa”, analisou.

Bibiano lembrou que pelo me-nos quatro de seus projetos andam a passos lentos dentro das comissões. “Projetos como o que propõe a avaliação da estrutura física das escolas, antes do início das atividades escolares, a fi m de evitar a paralisação das aulas. O que desenvolve a saúde preventiva nas escolas, que impede a in-clusão de assistentes sociais e psicólogos nas escolas e o que obriga políticos a matricularem seus fi lhos em escolas públicas da cidade, fazem parte dos pro-jetos “esquecidos”, lamentou.

Responsável por uma das principais comissões da casa, a de Constituição, Justiça e Re-dação (CCJR), o vereador Mário Frota (PMDB) ponderou que boa parte dos projetos que correm em longo prazo na CMM são considerados polêmicos e por isso alguns passam mais tempo para serem votados em plená-rio. “Entendemos que existe um prazo regimental, muita coisa é polêmica. As matérias passam por várias comissões e no caso da que presido tudo precisa ser analisado com muito cui-dado, quando temos alguma dúvida precisamos recorrer aos procuradores e isso demandatempo”, analisou.

Segundo Frota, existe atu-almente um esforço gigante para “esvaziar” as gavetas da CCJ. “Procuramos ouvir todos os colegas que apresentam projetos. Nessa hora é preciso entender que não existem ad-versários”, negando que proje-tos da bancada de oposição são vistos de modo diferenciado dos demais.

Este ano, os 41 parlamen-tares já apresentaram um total de 228 projetos de lei. Outras dez matérias elabora-das são de Decreto Legislati-vo; três projetos de Emenda a Lei Orgânica do Município de Manaus (Loman), e sete projetos de Resolução.

JOELMA MUNIZEquipe EM TEMPO

Neste ano, os 41 parlamentares já apresentaram um total de 228 projetos de lei. Segundo a Diretoria Legislativa, dos últimos três anos, 210 propostas ainda aguardam avaliação da CCJ

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4 MANAUS, QUINTA-FEIRA, 28 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

PSDB se queixa da traição dos aliados de Aécio

O candidato Aécio Neves (PSDB) não aparenta abati-mento com as últimas pesqui-sas, que o colocam em terceiro lugar na disputa, mas mal dis-farça a sua decepção com os casos de suposta traição que chegam ao seu conhecimen-to. Ontem, a cúpula do PSDB soube que Paulo Souto (DEM), aliado que disputa o governo da Bahia, até já exibe imagens da presidente Dilma em sua propaganda eleitoral.

Sem bandeiraContaram a Aécio que Cás-

sio Cunha Lima (PSDB) relutou muito para exibir uma ban-deira do presidenciável, numa carreata na Paraíba.

Sem fazer forçaO comando da campanha

de Aécio também censura a atitude de Geraldo Alckmin, em São Paulo: posa para fotos, mas ajuda pouco.

Só uma febreAécio mantém a avaliação

de que o desempenho de Marina Silva (PSB) nas pes-quisas é apenas “uma febre passageira”.

Pensando bem......com o candidato Aécio

Neves em 3º nas pesquisas, o site tucano “Vamos Agir”, lançado antes, deveria se cha-mar “Vamos reagir?”

STF deve decidir o caso Arruda antes da eleição

O Supremo Tribunal Fede-ral julgará antes de outubro a impugnação da candida-tura de José Roberto Arruda (PR) ao governo do Distrito Federal, se houver dúvida constitucional. Fonte do STF garante que casos como o de Arruda terão prioridade. Há precedentes. Em 2010, julgou

antes da eleição recurso de Joaquim Roriz, que teve im-pugnada a candidatura. Ele acabou desistindo em favor da mulher, Weslian.

PressãoConfi ante nas pesquisas, o

partido do candidato impug-nado planeja criar o movi-mento “O povo quer Arruda”, para pressionar o Supremo.

Palavra fi nalArruda tem 3 dias para

protocolizar “embargos in-fringentes” ao Tribunal Su-perior Eleitoral. Depois, será a vez do Supremo Tribunal Federal.

A impugnaçãoO TRE-DF impugnou a

candidatura de Arruda por considerá-lo enquadrado na Lei da Ficha Limpa. O TSE confi rmou a sentença.

Matou a pauPesquisas por telefone,

realizadas pelas principais campanhas presidenciais, indicaram vitória de Mari-na Silva (PSB) no debate da Band, na terça-feira. Ela apa-receu segura e serena, mas determinada.

Sem marqueteiroNo debate da Band, o can-

didato Aécio Neves (PSDB) foi o único que não se faz assessorar por um marque-teiro. Convocou para a tarefa apenas Zuza Nacife, que tem experiência apenas em redes sociais.

DecepçãoA candidata a presidente

Luciana Genro (Psol) rolou o lero quando perguntada sobre planos para seguran-ça pública. Depois se dis-se frustrada, pois não lhe perguntaram mais nada no debate da Band.

SorvetãoApós defender a legaliza-

ção da maconha no debate da Band, Eduardo Jorge (PV) foi o candidato a presiden-te mais gozado nas redes sociais. Virou meme. Todos achando que fez por mere-cer sorvetão na testa.

Como se fazA quatro anos da Copa

do Mundo, a Rússia já inaugurou dois estádios. O mais recente foi a Are-na Otkrytie, que poderá receber 45 mil pessoas e custou cerca de R$ 940 milhões privados. Sem di-nheiro público.

Onde tem Odebrecht......tem confusão: o gover-

no do Peru anunciou devas-sa no contrato do consórcio liderado pela empreiteira Odebrecht para construir o Gasoduto do Sul. A obra está avaliada em quase R$ 16 bilhões.

Previsão de trombadaO deputado Renato Si-

mões (PT-SP) acha inevitá-vel o choque entre Marina (PSB) e Eduardo Gianetti, que faz o seu programa econômico. Ele defende a redução do papel do Estado na economia. Ela, não.

Almoço quase grátisDilma (PT) faz render o

orçamento de R$ 298 mi-lhões da sua campanha. Já foram vários almoços 0800 com operários e ontem só pagou R$ 1 em restaurante popular no Rio de Janeiro.

Legislação jabuticabaNova jabuticaba na po-

lítica brasileira: o candi-dato zumbi. A 40 dias da eleição, ninguém sabe se Arruda disputará ou não aeleição no DF.

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

Solto sob protestos

www.claudiohumberto.com.br

Aécio é oposição; Dilma, situação; e Ma-rina, enrolação”

SENADOR ALOYSIO NUNES (PSDB), VICE DE AÉCIO, disparando contra a candidata do PSB

Opositores eram presos aos montes, logo após a decretação do AI-5, em dezembro de 1968. Na Bahia, o poeta Tomás Seixas, o “Bebê”, não se conformou com o esquecimento de seu nome na lista dos perseguidos. Amigos se divertem contando que ele até telefonou ao coronel Gabriel Duarte, temido secretário de segurança:

- Estou ligando anonimamente para lembrar que os senhores precisam mandar prender um subversivo perigoso, que continua solto.

- Quem é?- O poeta Tomás Seixas.- Não conheço – reagiu o coronel.- É conhecido como “Bebê” – esclareceu.- Ah, esse é um idiota.O poeta fi cou injuriado:- Idiota é você! Agora me prenda por desacato, seu

incompetente!“Bebê” continuou solto.

Praciano continua sua caminhada, em campanha para senador, visitando fábricas do PIM

Praciano visita fábrica do DistritoTrabalhadores da fábrica

Moto Honda, no Distrito In-dustrial, receberam calorosa-mente o candidato ao Senado, Francisco Praciano, na manhã de ontem (27). Praciano cum-primentou vários funcionários de chão de fábrica, ambiente que conheceu no início da sua vida pública. Ex-funcionário da Philips, foi no Distrito In-dustrial que Praciano come-çou a defender os interessesdos trabalhadores.

Agora rumo ao Senado, Pra-

ciano vai continuar a luta pelos empregos e por uma Zona Franca de Manaus que ajude a desenvolver tanto os indica-dores econômicos quanto os indicadores sociais do Ama-zonas. Praciano foi o único representante da bancada do Amazonas no Congresso que votou a favor da redução da jornada de trabalho, sem a diminuição dos salários. Pra-ciano defende ainda o fortale-cimento da Superintendência da Zona Franca de Manaus

(Suframa) como agência de desenvolvimento regional; a criação de uma superinten-dência da Receita Federal em Manaus e de uma representa-ção permanente da Superin-tendência de Desenvolvimen-to da Amazônia (Sudam), na capital do Estado.

Melhorar a infraestrutura e desburocratizar as operações das empresas também é pro-jetos de Praciano. E mais: vai lutar pela melhoria das teleco-municações na Amazônia.

MOTO HONDADIVULGAÇÃO

Candidato ao governo se compromete com o meio ambiente, a qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável no AM

Chico Preto: compromisso com Movimento Ficha Verde

DIVULGAÇÃO

Chico Preto, candidato ao governo, assinou carta de intenções e compromissos com o meio ambiente

O candidato ao go-verno do Amazonas Chico Preto (PMN) esteve reunido, na

terça-feira (26), com repre-sentantes do Movimento Fi-cha Verde, para discutir pontos convergentes de seu Plano de Governo para o Amazonas com a Agenda Socioambien-tal para o Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, e assinou na ocasião a carta de compromissos com o Meio Ambiente e a Qualidade de Vida, que contém elementos-chave para o avanço do de-senvolvimento sustentável do Amazonas a partir do fortale-cimento da gestão ambiental e territorial, da manutenção da fl oresta em pé e da pro-dução sustentável, a melho-ria da qualidade de vida das áreas urbanas e das cidades do interior.

“São quatro anos em que a gente pode lançar as bases dessa mudança de comporta-mento, e que seja algo que a própria comunidade, perce-bendo a sua inclusão, passe a cobrar uma pauta constante das ações do governo. Percebo que há propostas para o meio ambiente que entram mais pelo charme do tema do que pela crença nas questões am-bientais. Eu acredito”, afi rmou o candidato Chico Preto.

Autor de duas leis voltadas para a produção sustentável,

Chico recor-dou durante entrevista para o portal Ficha Verde as leis apro-vadas pelas Assembleia Legislativa de sua autoria que criaram o Programa da Regionalização da Merenda Escolar, o PREME, e tornou obrigatória a compra de itens da merenda escolar da rede estadual de ensino de pro-

dutores do Amazonas e a Lei do Mobiliário Escolar. Ambas benefi ciaram, por meio de in-centivos, os produtores locais e a geração de emprego e renda, que em um ano arrecadou cerca de R$ 30 milhões de reais, um valor que antes era enviado para fora do Estado.

Ainda sobre a produção sus-tentável, Chico Preto chamou atenção para a produção de

pescado ainda insignifi cante no Amazonas, apesar da tendência natural que o Estado tem paraa atividade.

“É inconcebível o Amazonas ser dependente da produção de piscicultura de Rondônia e Ro-raima, é preciso ampliar essa criação em cativeiro. O Estado do Amazonas pode estar para a produção de peixe assim como o Mato Grosso está para a soja. É a lógica que me move a partir daí a pensar no be-nefi ciamento dessa produção que é altamente sustentável”, alertou o candidato.

Gestão Sustentável O candidato ao governo do

Amazonas, Chico Preto, não só concordou com os pon-tos da Carta, como acres-centou aos compromissos a necessidade da realização do concurso público para o provimento de cargos para o Instituto de Desenvolvimen-to Agropecuário e Florestal e Sustentável do Amazonas (Idam) e a convergência em uma única unidade gestora voltada para a produção sus-tentável constituída com as instituições Instituto de Pro-teção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam), Secretaria de Desenvolvimento Susten-tável (SDS) e Secretaria de Produção Rural (Sepror) para o planejamento e execução conjuntas de suas ações.

LEISAutor de duas leis voltadas para a pro-dução sustentável, Chico recordou duran-te entrevista para o portal Ficha Verde as leis aprovadas pelas Assembleia Legislativa de sua autoria

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Page 5: Eleições 2014 - 28 de agosto de 2014

5MANAUS, QUINTA-FEIRA, 28 DE AGOSTO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

‘Aceito a postura de Melo’O prefeito de Manaus, Arthur Neto, declarou ontem, durante gravação para o programa eleitoral do governador, que considera satisfatória a postura neutra de José Melo em relação à indefi nição do apoio presidenciável a Aécio ou Dilma

Proposta para mudar escolha de ministros

Uma proposta de emenda à Constituição apresentada pela senadora Vanessa Gra-zziotin (PCdoB-AM) muda os critérios de composição do Supremo Tribunal Federal (STF) com o objetivo de dar à corte máxima do Judiciá-rio brasileiro uma formação mais plural.

A PEC 3/2014 mantém al-gumas exigências feitas pelo texto constitucional atual-mente em vigor, como idade de 35 a 65 anos, “notável saber jurídico”, “reputação ilibada” e aprovação pela maioria absoluta do Senado em votação secreta.

Mas a proposta tira do presidente da República a prerrogativa exclusiva de escolher os ministros. Se a mudança for aceita, diversas instituições passarão a indi-car candidatos a ministros do STF, por meio de uma lista tríplice submetida ao chefe do Poder Executivo. Este, por sua vez, teria 30 dias úteis após o recebimento da lista para comunicar a escolha ao Senado.

Dos onze ministros do Su-premo, dois deveriam vir do Superior Tribunal de Justiça; um dos Tribunais Regionais Federais e dos Tribunais

Regionais do Trabalho (em escolhas alternadas); e um dentre os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos

Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. Todas as indicações seriam feitas pe-los tribunais.

Além disso, o procurador-geral da República poderia designar um membro do Mi-nistério Público da União. Haveria ainda uma vaga para o Ministério Público dos Es-tados e uma a ser indicada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), desde que o escolhido tenha mais de dez anos de atividade na área. O Congresso Nacional teria o direito a uma designação e o presidente da República poderia fazer três escolhas.

SENADO

A senadora Vanessa Gra-zziotin conta que se ins-pirou em experiências de outros países para apresen-tar a proposta de emenda à Constituição. Segundo ela, na Itália, por exemplo, a Corte Constitucional é composta por um terço de membros escolhidos pelo presidente da República, um terço pelo Parlamento e um terço pela própria cor-

te. Ainda de acordo com a senadora, um modelo pare-cido ao sugerido é adotado na escolha dos membros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conse-lho Nacional do Ministério Público (CNMP).

“Assim, cremos ter conse-guido encontrar uma fórmu-la de escolha dos membros do STF que assegura plura-lismo, respeito ao princípio

federativo, responsabilida-de política dos escolhidos e respeito aos critérios de competência técnica”, afi r-ma a senadora na justifi ca-ção da proposta.

O Supremo é a instância judicial máxima no Brasil para julgar causas que en-volvem a aplicação de dis-positivos constitucionais — inclusive as ações que questionam a constitucio-

nalidade de normas legais editadas em nível federal, estadual e municipal. É ain-da a única corte com com-petência para processar e julgar, nas infrações penais comuns, diversas autorida-des — como o presidente da República, o vice-presiden-te, membros do Congresso Nacional, os ministros do próprio STF e o procurador-geral da República.

Experiência analisada em outros países

REGRA Dos onze ministros do Supremo, dois deve-riam vir do Superior Tribunal de Justiça, um do Tribunal Re-gional Federal e outro do Tribunal Regional do Trabalho e um do Tribunal de Justiça

Segundo a senadora, na Itália, a Corte Constitucional é composta por um terço de membros escolhidos pelo presidente

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O prefeito Arthur Neto (PSDB) afi rmou on-tem, pela primeira vez nesta campanha,

que considera “satisfatória” a postura neutra do governador José Melo (Pros) em relação ao senador Aécio Neves (PSDB) e à presidente Dilma Rousseff (PT), adversários na disputa pela presidência. A declaração dá sinais de que o governador não deverá se engajar em ne-nhum palanque presidencial. O tucano, no entanto, decla-rou que não aceitará maio-res aberturas para o PT dacandidata à reeleição.

“Isso já me satisfaz (a neu-tralidade de Melo). O quadro nacional mudou muito, e eu estou fazendo a campanha do Aécio. O governador não me impede, não é antagônico a isso. Esse é o acordo que fi z. Sem dúvida, essa neutralidade é o limite. Essa neutralidade é justa, além de ser de péssimo gosto alguém se aliançar com a presidente Dilma, sabendo do atual cenário da econo-mia”, afi rmou Arthur, durante a gravação do seu primeiro depoimento para o programa de José Melo.

Arthur condicionou o engaja-mento na campanha de Melo ao apoio do governador ao presidenciável tucano, che-gando a ameaçar abandonar a aliança em caso de maior aproximação com Dilma. “Não apoio quem não apóia Aé-cio”, disse, à ocasião. Dirigido por marqueteiros ofi ciais da campanha, José Melo preparou ontem uma maratona de no-vas peças publicitárias para os próximos dias em que o tucano aparecerá pedindo votos.

Dilma e LulaO próximo ciclo de peças

da propaganda do candidato do PMDB, senador Eduardo Braga, levará o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rous-seff (PT) em destaque. Braga esteve ontem em São Paulo em reunião com o presidente Lula, que gravou peças para a campanha do senador. No últi-mo domingo, o líder de Dilma no Senado já havia gravado com a petista em Brasília, no Palácio do Planalto.

As inserções no programa serão o primeiro gesto de en-gajamento de Lula e Dilma na campanha do peemede-bista, e devem ser recebidas

pela campanha de Melo como uma resposta do PT nacional à dobradinha do governador com o PSDB de Arthur e Aécio. Procurado pela reportagem, o secretário-geral do Pros, Radyr Jr, afi rmou que a aparição “não causará nenhum mal-estar na campanha de Melo, que se man-tém crescendo no Estado”.

Radyr Jr confirmou on-tem ao comitê de reelei-ção de Dilma no Amazonas que participará da reunião com o secretário-geral de organização da campanha da presidente, Florisvaldo Souza. O dirigente irá de-sembarcar em Manaus nesta quinta-feira e quer ter con-versas com o Pros e o PSD, até agora não engajados nacampanha de Dilma.

Ontem, Henrique Oliveira, José Melo, Arthur Neto e Omar Aziz gravaram inserções para propaganda de Melo

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MUDANÇA O prefeito Arthur Neto declarou ontem que a neutralidade de Melo em relação ao apoio presidenciável não o incomoda, mas desta-cou que não aceitará maiores aberturas para o PT

Após o encontro de Braga e Lula em São Paulo, ontem, o candidato peemedebista divulgou uma nota oficial em que o ex-presidente destaca conquistas da ges-tão do senador. “Foi no governo de Eduardo Braga que implantamos o Bolsa Família e o Luz Para To-dos no Amazonas. Também realizamos obras estrutu-rantes, que prepararam o Amazonas para o futuro, como o Linhão de Tucuruí, o gasoduto Coari/Manaus, e a Ponte Rio Negro”, afi rmou.

A nota diz ainda que Braga teve um encontro “emocionado” entre ami-gos. “Nos reencontramos hoje com alguém com quem desenvolvemos uma parce-ria de trabalho e amizade. Que ajudou o Amazonas a dar um salto de desen-volvimento. Temos uma imensa gratidão ao presi-dente Lula por ter olhado com carinho para o nosso Estado e por transformar a vida dos amazonenses”, disse o senador, apósa gravação.

Lula exalta gestão de Braga

Lula gravou declaração para o programa de Eduardo Braga

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RAPHAEL LOBATOEquipe EM TEMPO

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6 MANAUS, QUINTA-FEIRA, 28 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Ramos defende alternativa regionalA criação de alternativas

para acabar com a desnutri-ção das crianças amazonen-ses foi o assunto abordado pelo candidato ao governo do Estado Marcelo Ramos (PSB), ao defender que o Estado tem que fazer parcerias, princi-palmente com a Pastoral da Juventude (entidade da Igre-ja Católica), para erradicar a desnutrição infantil.

Ramos recordou que o Brasil, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), pratica-mente erradicou a desnutri-ção. Ao citar números, mostrou que no Amazonas a situação não é das melhores. “Nosso país tem uma média de 2,9% de crianças desnutrida até dois anos de idade, o Amazonas tem uma média de 8,5%, em Manaus, e 11,5% no interior

do Estado”, apontou.Segundo o candidato, uma

das coisas que faltam às crian-ças desnutridas do Amazonas é ferro. “Como é que num local com tanto açaí falta ferro na alimentação das crianças?”, questionou, citando o caso do município de Tapauá, que ape-sar de ter inúmeras reservas

de açaí (fonte rica em ferro), nas despensas das escolas o que existe é biscoito recheado e achocolatado.

“Isso é apenas um exemplo do absurdo que acontece em todo o Amazonas. É ne-cessário que esse proble-ma seja enfrentado com o auxílio das igrejas, católi-cas e evangélicas, que tem programas específi cos para essa questão”, disse.

Marcelo Ramos também ressaltou que vai criar soluções para resolver a desnutrição infantil, oferecendo produtos que a natureza proporciona. “Se dermos condições do agricultor desenvolver suas plantações, com certeza, ele se tornará o fornecedor de alimentos às escolas e fará a economia girar”, acentuou.

PROPOSTA

DIFERENÇA Segundo o candida-to, o Amazonas é um Estado muito rico, porém, com um povo muito pobre, pois os últimos governos concentram as ri-quezas nas mãos de poucas pessoas

Parlamentar quer programas alternativos para acabar com o problema da desnutrição no Estado

DIVULGAÇÃO

Arlindo Júnior tem embargo retirado de pauta no TREPedido de candidatura do vereador julgado pelo tribunal foi retirado de pauta por uma decisão tomada pelo TSE

O embargo de declara-ção em registro de can-didatura do vereador Arlindo Júnior (Pros),

que pretende concorrer ao car-go de deputado estadual e teve o pedido negado pelo pleno do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), foi retirado de pauta na sessão de ontem da corte eleitoral, devido a uma decisão de terça-feira (26) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a qual poderá infl uenciar ou não no voto do relator, juiz Délcio Luiz Santos.

Segundo ele, o TSE julgou re-curso contra decisão do TRE-AM, o qual negou registro de candida-tura ao candidato por ausência de elegibilidade se baseando na resolução expedida pelo próprio TSE para as eleições de 2014, a qual deixa livre o pagamento das pendências no prazo de 72 horas de diligência e não segue a risca o que determina a lei. 9.504, que as multas e pendências eleito-rais devem ser sanadas antes da data do pedido de registrode candidatura.

“Como eu tenho uma situação semelhante em grau de recurso aqui na corte, eu entendi que foi melhor retirar o processo de pauta para dar vista ao Mi-nistério Público Eleitoral (MPE), acerca desse entendimento do TSE sobre a matéria para trazer a julgamento na segunda-fei-ra (1/9). Lembrando que nós , quando julgamos pelo indeferi-mento do pedido de registro de candidatura, nos debruçamos

sobre a lei 9.504 que é clara quanto à sansão da pendência antes do pedido de registro e não depois. Para que outros candidatos que tenham pedido negado não venham a questio-nar a decisão dessa corte como erro”, explicou Délcio.

Outros processosA corte eleitoral julgou quatro

processos na sessão de ontem, entre eles destaca-se o recurso em propaganda eleitoral nas eleições de 2012, da prefeita

de Jutaí, Marlene Gonçalves Cardoso (PMDB), e o vice-pre-feito Paulo Coelho da Fonseca, interposto pela coligação Uni-dos Venceremos. A corte deu provimento ao recurso.

Além desse processo, o ple-no também indeferiu o pedido de registro de candidatura do ex-prefeito de Carauari, Bruno Luiz Litaiff Ramalho, ao cargo de deputado estadual, pela coli-gação Renovação e Experiência, concluindo assim o julgamento do último pedido de registrode candidatura.

O pleno deferiu ainda mais um pedido de reforço das tropas federais para o dia das eleições de 2014 ao município de Boca do Acre. Segundo o relator da matéria, juiz substituto Pau-lo Feitoza, o histórico de violência no período eleito-ral no município justifi ca o pedido do reforço das forças federais. “O município tem limites interestaduais e com

fronteiras internacionais e o histórico de violência exige maior cautela. Pelo exposto em consonância com o pa-recer ministerial, voto pelo deferimento do pedido”, justifi cou o juiz.

Com isso, dos 15 pedi-dos restam oito para serem apreciados pela corte elei-toral. Dos 7 pedidos, cinco foram aceitos e seguem para o TSE.

Boca do Acre: reforço de tropas

JULGAMENTOSegundo juiz, o TSE julgou recurso contra decisão do TRE-AM, o qual negou registro de candidatura a um can-didato por ausência de egibilidade se baseando na resolução expedida pelo próprio TSE

Durante todo o dia de ontem (27), juízes eleitorais de todas as zonas eleitorais estiveram em reunião de trabalho com a presidência do Tribunal Regio-nal Eleitoral (TRE) na Justiça Eleitoral para que se possa, segundo a presidente da cor-te, desembargadora Socorro Guedes, garantir a melhor eleição que se possa fazer no Estado do Amazonas.

“O objetivo foi estarmos

todos juntos, caminhando rumo à melhor eleição que nós possamos fazer. Uma eleição onde possamos fazer um trabalho com reconhe-cimento de todos, seja do magistrado, do Ministério Público, dos servidores, seja pela sociedade, porque fi ze-mos o melhor”, destacou.

De acordo com a desembar-gadora, foi pedido aos juízes que eles possam, dentro das

esferas de atuação, repro-duzir o Gabinete de Gestão Integrada (GGI), instalado na capital. “O GGI vai se restrin-gir certamente à participação do juiz eleitoral, do promotor eleitoral e do delegado que faz às vezes nas comarcas menores da Polícia Judiciária, mas é importante esse estar junto, para resolver qualquer possibilidade de uma crise que possa ocorrer”, disse.

Socorro acrescentou que o GGI “não está restrito a Manaus, mas a todo o Esta-do, qualquer ocorrência que aconteça em qualquer zona eles devem fazer o contato conosco e daqui teremos toda oportunidade de dar o suporte”, destacou.

A reunião que antecede ao pleito foi tanto com os juízes das 13 zonas da capital, como das zonas do interior.

Juízes querem assegurar tranquilidade às eleições

Arlindo Júnior teve o embargo de declaração de candidatura para a disputa de deputado estadual retirada de pauta

ARQUIVO EM TEMPO

MOARA CABRALEquipe EM TEMPO

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7MANAUS, QUINTA-FEIRA, 28 DE AGOSTO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

‘Brasil não é para amadores’Presidenciável Aécio Neves mandou recado velado à candidata do PSB, Marina Silva. As críticas do tucano sobraram até para a presidente Dilma, a quem disse não saber gerenciar o país e que perdeu a capacidade de reconhecer seus equívocos

STF nega prisão domiciliar a delator Roberto Jeff erson

Por um placar de 5 votos a 3, o Supremo Tribunal Fede-ral (STF) negou ontem (27) pedido de prisão domiciliar para o delator do mensa-lão petista, o ex-deputado federal Roberto Jeff erson (PTB-RJ), que cumpre pena no Rio de Janeiro. Jeff erson foi condenado a sete anos e quatorze dias por corrup-ção passiva e lavagem de dinheiro no julgamento do mensalão. O relator do caso, ministro Luís Roberto Bar-roso, rejeitou o pedido com base em laudo médico do Instituto Nacional do Cân-cer que atesta que, embora “seu estado clínico exija o uso continuado de medica-mentos, não demanda sua residência domiciliar fi xa”.

Barroso confi rmou deci-são do relator anterior, o então ministro Joaquim Bar-bosa, que também já havia negado o pedido pelas mes-mas razões, mas a defesa de Jeff erson recorreu.

O magistrado justifi cou a sua decisão dizendo que se-guia a mesma linha tomada em casos anteriores, como o do ex-deputado José Genoi-no (PT-SP), que também teve

pedido de domiciliar negado. “Hipótese é análoga ao caso de José Genoino. Estou deci-dindo na mesma linha que me motivou em casos anteriores de tratar esse processo sob as mesmas regras do jogo que valem para todo mundo e com a atenção de que o que se decidir aqui valerá para os demais condenados no país”, afi rmou o relator.

TratamentoEm 2012, Jeff erson pas-

sou por cirurgia para a retirada de um tumor no pâncreas. Por conta do tra-tamento, atualmente ele tem desequilíbrio metabó-lico e restrição alimentar.

Barroso lembrou ainda que Jeff erson terá cum-prido um sexto da pena em 24 de abril de 2015 e determinou que, comple-tado esse prazo, só então o Supremo poderá conferir progressão de regime.

Jeff erson foi preso em fevereiro e enviado para um presídio comum. A de-fesa dele pleiteava que ele cumprisse a pena em regi-me domiciliar por conta de problemas de saúde.

MENSALÃO

Marina: não sou contra transgênicosA ex-senadora Marina Silva

(PSB), candidata à Presidên-cia da República, afi rmou em entrevista na noite de ontem (27) ao “Jornal Nacional” tra-tar-se de uma “lenda” a ideia de que ela é contra o uso de sementes transgênicas.

“Há uma lenda que sou contra os transgênicos, mas isso não é verdade”, disse. A afi rmação foi feita em res-posta a uma pergunta a res-peito de seu vice, o deputado Beto Albuquerque, que foi um dos principais articula-dores da Medida Provisória que aprovou o cultivo de soja transgênica. “Eu defendo um modelo de coexistência, em que existam áreas de trans-gênicos e áreas livres de transgênicos. No Congres-so não passou a propos-ta da coexistência”, dissea ambientalista.

Beto Albuquerque mantém proximidade com represen-tantes do agronegócio, ri-vais históricos de Marina, e defendeu a pesquisa com células-tronco em votações no Congresso, ao contrário da ex-senadora.

Questionada sobre se as divergências com o vice não colocam em xeque o discur-so de “nova política”, tão caro à Marina, a ex-senadora

afi rmou: “nós somos diferen-tes e a nova política sabe trabalhar na diversidade e na diferença”.

Marina Silva é a quinta entrevistada pelo Jornal Na-cional. Antes dela, foram en-trevistados Pastor Everaldo, no último dia 19; Dilma Rous-seff , que foi entrevistada no Palácio da Alvorada, residên-cia ofi cial da Presidência, no dia 18; Aécio Neves, no dia 11; e Campos no dia 12, véspera de sua morte.

PolarizaçãoA candidata do PSB à Pre-

sidência, Marina Silva, criti-cou ontem (27) a polarização dos últimos 20 anos entre PT e PSDB. A ex-senadora afi rmou que os dois parti-dos perderam a “capacidade de se escutar e de escutar a sociedade brasileira”. De acordo com a candidata, as pessoas estão “ávidas por distensionar o país”.

Marina chegou ao aero-porto Santos Dumont, no Centro do Rio, no fi nal da manhã. À noite, ela partici-pou de entrevista na bancada do “Jornal Nacional”, da TV Globo. Marina e sua equipe de campanha chegaram ao Rio de São Paulo em um voo de carreira.

ENTREVISTA

Segundo Marina, a so-ciedade não está disposta a romper com todas as referências de governos passados e começar tudo do zero. Em sua avaliação, o desejo geral é que o que foi feito de bom em mandatos passados seja preservado e ampliado.

A candidata voltou a afi r-mar que, se eleita, vai bus-

car nos quadros de outros partidos nomes que estão “no banco de reservas” para compor seu governo, sem, contudo, citar nomes. Ela prometeu governar com os melhores e disse que pessoas boas podem sem encontradas em todos os partidos, nas empresas, no chamado empreendedoris-mo social e na juventude.

Proposta de uma ‘nova política’

Marina Silva foi a entrevistada de ontem do “Jornal Nacional”

DIVULGAÇÃO

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O candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, sena-dor Aécio Neves

(MG), fez críticas, ontem (27), tanto à presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição, quan-to à ex-senadora Mari-na Silva (PSB). As duas aparecem à frente dele nas últimas pesquisas de intenção de votos, tanto no levantamento divulgado na terça-feira (26) pelo Ibope quanto na pesquisa do CNT/MDA.

Ao lançar um comi-tê de voluntários de sua campanha em São Paulo, ele disse que o

“Brasil não é para ama-dores”, numa referência

velada à Marina.Aécio voltou a dizer que

Dilma perdeu a capacidade de gerir o país e, numa in-direta às duas adversárias,

afi rmou que o PSDB tem hoje um diferencial.

“Nós todos nos gostamos, nos respeitamos”, afi rmou. Dilma e mais recentemen-te Marina têm enfrentado divergências internas em suas coligações.

“O Brasil não suporta mais quatro (anos) de um governo que perdeu a capacidade de reconhecer os seus equívo-cos”. Segundo ele, “ quem não faz o diagnóstico correto” não é capaz de estabelecer o caminho da recuperação.

Depois da crítica a Dilma, fez a primeira menção vela-da à Marina. Disse não con-fi ar em ajustes “de última hora”, e afi rmou que a can-didatura dela representa um “ conjunto de boas intenções que não consegue superar suas imensas contradições”. Por mais de uma vez, disse ainda que é o nome para uma “ mudança segura”.

Questionado sobre a fala,

afi rmou que o “Brasil não é para amadores”, mas não citou Marina diretamente.

Discurso internoDurante seu discurso, Aé-

cio também adotou um tom motivacional. Aos apoiado-res tucanos, pediu para que todos se fortalecessem.

“Vamos nos fortalecer, nos abraçando, olhando no olho. Quero dizer pra vocês: quem vai ganhar essa elei-ção somos nós”.

Por diversas vezes o minei-ro ressaltou que tem “time”. “Quem tem esse time não pode temer qualquer adver-sário ou obstáculo que se coloque à sua frente”.

Ele ressaltou proposta de dar uma bolsa de um salário mínimo por mês para jovens e adultos que abandonaram o ensino fun-damental ou médio para melhorar sua colocação no mercado de trabalho.

O ministro Gilberto Car-valho (Secretaria-Geral da Presidência) voltou a defen-der, ontem, o decreto presi-dencial sobre os conselhos populares ao afi rmar que incluir o tema na campa-nha eleitoral será bom para o eleitor perceber quem é aberto à transparência e à participação da socie-dade e “aqueles que têm uma concepção antiga, superada, de um governo autoritário, verticalizado, que não leva em conta a participação social”.

O tema foi um dos mo-tivos de embate entre a presidente Dilma Rousse-ff , candidata à reeleição pelo PT e autora da norma, e o senador Aécio Neves, candidato à Presidência pelo PSDB, durante o de-bate entre presidenciá-veis promovido pela Band na terça-feira (26).

“Acho extremamente po-sitivo que a questão da par-ticipação social permeie o debate eleitoral porque ele signifi ca um divisor de águas entre aqueles que

consideram a democracia como exercício verdadeiro e de propostas de gover-nos abertos à transparên-cia, ao monitoramento e à cobrança da sociedade e à participação da sociedade e aqueles que têm uma con-cepção antiga, superada, de um governo autoritário, verticalizado, que não leva em conta a participação social, não leva em conta acompanhar a vontade do povo expressa nas ruas, nos conselhos, nos movimentos sociais”, disse.

Debate sobre conselho popular

O (MG), fez críticas, ontem (27), tanto à presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição, quan-to à ex-senadora Mari-na Silva (PSB). As duas aparecem à frente dele nas últimas pesquisas de intenção de votos, tanto no levantamento divulgado na terça-feira (26) pelo Ibope quanto na pesquisa do CNT/MDA.

tê de voluntários de sua campanha em São Paulo, ele disse que o

“Brasil não é para ama-dores”, numa referência

velada à Marina.Aécio voltou a dizer que

Dilma perdeu a capacidade de gerir o país e, numa in-direta às duas adversárias,

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8 MANAUS, QUINTA-FEIRA, 28 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

EXPEDIENTEEDIÇÃO Isabella Siqueira de Castro e Costa e Náis Campos

REPORTAGEMMoara Cabral,Joelma Muniz e Raphael Lobato eAssessorias

REVISÃODernando MonteiroJoão Alves

DIAGRAMAÇÃOMário Henrique Silva eLeonardo Cruz

TRATAMENTO DE FOTOSKlinger Santiago

Arruda tem registro rejeitado no TSEA maioria dos ministros do

Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou no fi nal da noite de terça-feira (27) o registro de candidatura de José Roberto Arruda (PR) ao governo do Distrito Federal. Os ministros decidiram manter decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) que negou o registro com base na Lei da Ficha Limpa, norma que impede a candidatura de con-denados pela segunda instância da Justiça. A sessão foi suspensa e deve ser retomada na próxima semana com o voto do presiden-te do tribunal, Dias Toff oli.

Apesar da decisão, Arruda pode continuar a campanha normalmente e recorrer ao Su-premo Tribunal Federal (STF).

No dia 9 de julho, Arruda foi condenado por improbidade administrativa pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal. A condenação é referente à operação Caixa de Pandora, que investigou o esquema de corrupção que fi cou conhecido como Mensalão do DEM.

A maioria dos ministros con-cordou com o voto do relator do recurso, ministro Henrique Neves, que votou pela rejeição da candidatura de Arruda devido à condenação em segunda ins-tância. “O acórdão que confi r-mou a condenação foi publicado no dia 21 de julho. A partir desta data, a inelegibilidade deve ser contada”, afi rmou.

O voto do relator foi seguido pelos ministros Admar Gonza-

ga, Luiz Fux, Laurita Vaz e João Otávio de Noronha. O ministro Gilmar Mendes votou a favor do recurso por defender a jurispru-dência do TSE, cuja defi nição é que as condições de elegibilida-de são aferidas no momento da apresentação do registro, momento no qual Arruda não tinha sido condenado. Segundo o ministro, a regra serve para evitar casuímos políticos e a manipulação da pauta de julga-mento para condenar políticos. Mendes também criticou a po-lítica da capital federal. “Talvez o Distrito Federal não tenha dignidade para ter autonomia política”, disse.

Durante o julgamento, o pro-curador-geral eleitoral, Rodrigo Janot, defendeu a rejeição à

candidatura de Arruda. Segundo Janot, o candidato não está apto a concorrer por ter sido condenado por ato doloso de improbidade administrativa. “Reconhecido ato de improbida-de, o candidato é apanhado em qualquer período de transição do processo eleitoral, antes do registro, depois do registro ou na diplomação”, disse.

AlegaçõesO advogado de Arruda alegou

que a condenação ocorreu após a apresentação do pedido de registro do TRE-DF. Segundo Francisco Emerenciano, a deci-são da Justiça do Distrito Fede-ral foi proferida no dia 9 de julho e o registro foi protocolizado no TRE-DF no dia 4 de julho. Arruda tem registro negado para reeleição de governador

GOVERNO/DF

Duelo em 10 rounds entre Dilma, Marina Silva e Aécio Ataques e questionamentos sobre formas de governo dominaram o primeiro debate entre presidenciáveis promovido pela Band

Confrontos e perguntas diretas entre os can-didatos mais bem co-locados nas pesquisas

eleitorais, Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB), marcaram o primeiro debate entre os presidenciáveis, realizado pela Band na noite de terça-feira (26). O encontro foi realizado no mesmo dia em que a mais recente pesquisa Ibope mostrou Marina em segundo lugar na disputa, com 29% das intenções de voto, pela primei-ra vez à frente de Aécio, que marcou 19%. A presidente e candidata à reeleição continua liderando a corrida pelo Planalto, com 34%.

Ao todo, foram dez embates diretos entre os três, quatro em perguntas feitas de candidato para candidato e seis confrontos estimulados após questões for-muladas por jornalistas do grupo Bandeirantes. Logo na primeira rodada de perguntas, os presi-denciáveis mais bem colocados ignoraram os nanicos: Luciana Genro (Psol), Eduardo Jorge (PV), Levy Fidelix (PRTB) e Pastor Everaldo (PSC), e optaram pelo

confronto di-reto. Marina perguntou para Dilma, a petista ques-tionou Aécio e o tucano fez sua primeira p e r g u n t a para a ex-senadora.

Quando o confronto ocorreu entre Dilma e Aécio, fi cou con-centrado em torno das questões econômicas e das investigações sobre a Petrobras, um dos alvos preferidos da campanha tucana. Os choques entre Dilma e Marina foram marcados pela cobrança de ações para atender deman-das populares dos protestos de junho de 2013 e as diferenças de perfi l entre a “gerente Dilma” e os “estrategistas FHC e Lula”.

Já o enfrentamento entre Aé-cio e Marina se deu na arena da coerência política (como a recusa da pessebista de estar no palanque dos tucanos em São Paulo, onde Geraldo Alckmin tenta a reeleição), o agronegócio e as críticas indiretas a Dilma sobre o aparelhamento da má-quina pública.

Marina Silva começou o con-fronto direto quando pergun-tou a Dilma sobre os pactos propostos após os protestos de junho de 2013, entre eles questões como a reforma po-lítica defendida pelo PT.

Marina ainda afi rmou que Dilma distribui cargos para

agradar aliados e, provocada por um jornalista, criticou a estratégia da presidente de se chamar de “gerente”. “O Lula não foi gerente, foi um homem de visão estratégica. O FHC não é um gerente, é um acadêmico com visão es-tratégica. Hoje o Brasil vai ser

entregue em condições piores do que quando foi entregue à presidente, que se diz uma gerente. Nós vamos diminuir ministérios sem perder os que são estratégicos”, afi rmou.

Em sua réplica contra Mari-na, Dilma devolveu a questão à candidata do PSB perguntando

quais pastas seriam extintas. “Acredito que as pessoas têm sim que ter visão estratégica. Agora, um presidente, quando tem que lidar com todos os pro-blemas do país, tem que fazer gestão. No Presidencialismo, o presidente tem de resolver os problemas de gestão”.

Protestos de junho de 2013 são lembrados

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Dilma, Aécio e Marina Silva foram os principais alvos dos questionamentos e críticas no primeiro debate na Bandeirantes

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