boletim digital - mediação
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Este gabinete foi um dos objectivos alcança-
dos do Projecto ABSCM (2012/2014), levado
a cabo ao abrigo do programa Grundtvig e que
envolveu parceiros com conhecimento consoli-
dado (teórico e operativo) no campo da media-
ção, provenientes de diferentes países euro-
peus. Este integrou universidades, associações, institutos de formação
e uma equipa de pessoas do campo profissional/académico.
GABINETE DE CONSULTORIA
EM MEDIAÇÃO SOCIAL E COMUNITÁRIA
J U L H O 2 0 1 4
V O L U M E 1 , E D I Ç Ã O 1 ( S E M E S T R A L )
Consultadoria em Mediação Social
e Comunitária
P A R T I C I P A Ç Õ E S :
I S A B E L O L I V E I R A —
M E D I A D O R A
F A M I L I A R
I N S T I T U T O D E
A P O I O À C R I A N Ç A
C A R M E N F O N S E C A —
C O O R D . D O P R O J E C T O
N Ó S E O S L A Ç O S
N E S T A E D I Ç Ã O :
Pretende-se então com este boletim divulgar a prática da mediação, dar
a conhecer os seus vários contextos de intervenção e abordagens, bem
como revelar projectos de outras entidades parceiras e os serviços que
a ASOS desenvolve neste campo
□ A MEDIAÇÃO ENQUANTO PROCESSO 2
□ PERFIL DO MEDIADOR ESCOLAR 3
□ TÉCNICAS, FERRAMENTAS E FASES DO PROCESSO DE MEDIAÇÃO 4
□ MEDIAÇÃO ESCOLAR – UMA ALTERNATIVA CRIATIVA NA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS 5
□ MEDIAÇÃO FAMILIAR—O CAMINHO POSSÍVEL 6
□ PROJETO ABSCM—MEDIAÇÃO ALÉM FRONTEIRAS 9
□ FORMAÇÃO EM MEDIAÇÃO—NA ASOS 11
□ PROJECTO ABSCM—ENCERRAMENTO DOS TRABALHOS 12
□ UM PROJECTO DE MEDIAÇÃO NA ASOS 14
A M E D I A Ç Ã O E N Q U A N T O P R O C E S S O
“Para chamar a atenção do leitor,
coloque uma frase interessante ou uma
citação do bloco aqui.”
Página 2 C O N S U L T A D O R I A E M M E D I A Ç Ã O S O C I A L
E C O M U N I T Á R I A
A mediação trata-te fundamentalmente de “um método de resolução de conflitos em
que duas partes em confronto recorrem, voluntariamente, a uma terceira pessoa
imparcial, o mediador” (Torrego, 2003). Este método é considerado uma forma alter-
nativa, à forma convencional com que muitas vezes se aborda o conflito, nomeada-
mente em contexto familiar ou escolar, onde a resposta às crianças e jovens é a pu-
nição (castigo).
A Mediação é um processo para o qual é necessário motivar os protagonistas, princi-
pais (que interferem directamente no conflito) e/ou secundários (que podem estar
na origem do conflito, sendo importante a sua participação para a resolução do mesmo), a cooperar na resolução
do seu conflito, para a qual não existem receitas. E cuja grande inovação é substituir a tradicional concepção de
“ganhar-perder” nos conflitos, pela de “ganhar-ganhar”, mudança esta, que muitas vezes não só afecta os resulta-
dos, como o próprio processo, pois modifica a atitude das partes.
Mediar é acima de tudo incentivar à cooperação, contudo, as abordagens, postas em prática pelas instituições, dife-
rem consoante a política de gestão interna e das necessidades desta. Colocando-se a questão se se prefere “tratar”
a raiz do problema, estendendo a mediação à família e à comunidade exterior, ou “trabalhar“ as competências in-
ternamente dirigindo-se exclusivamente a mediação aos pares e/ou à comunidade em geral.
Todavia, mediar casos isolados por si só, não é suficiente, devemos desenvolver planos de formação de mediadores
nas instituições, e promover uma cultura de mediação, cujo objectivo principal deverá ser transformar o conflito em
algo positivo. Ou seja, não se pretende apenas a resolução no momento, como também simultaneamente capacitar
o indivíduo de competências, para que, em situações posteriores, seja ele próprio a promover a resolução de forma
positiva. Nesta perspectiva pode-se dizer que a mediação tem um efeito multiplicador, pois praticando aprende-se
Capacidades sociais/relacionais, Capacidades e atitudes comunicativas, Atitudes de cooperação e Atitudes de ne-
gociação.
No âmbito da formação, os maiores beneficiários são sobretudo os próprios mediadores, indivíduos (alunos, profes-
sores, técnicos ou até pais) que se encontram preocupados com os problemas da instituição e que consideram pos-
suir competências, que possam ajudar no processo de melhoramento de convivência. Ser mediador é então um
processo que envolve trabalhar competências e praticá-las de modo formal ou informal, algo que os vai revalorizar
enquanto pessoa e lhes vai ensinar a manusear ferramentas de ajuda para com o outro.
Por fim, importa referir que existe obrigatoriamente uma fase de pré-mediação, em que devemos receber e acolher
as partes envolvidas no conflito, facilitando a aceitação dos mediados, para posteriormente melhorar a comunica-
ção para o entendimento e para a confiança, em prol de melhores relações. Para que tal aconteça é necessário por
parte de quem medeia: Escuta activa (ouvir e compreender); Empatia (entender, segundo o outro); Assertividade ou
"mensagens na primeira pessoa” (expressar-se); e Feedback (retorno).
Em suma, na Mediação a intenção não é procurar culpados, é encontrar entendimento mútuo de forma voluntária e
cooperativa, pois no fundo encontra-se a questão: O que é que nós preferimos? Ter razão, ou ser felizes?
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O Mediador é considerado um indivíduo cuja função é acolher, reconhecendo no mediado as suas necessidades e
trabalhando as suas emoções, compete-lhe ganhar a confiança, introduzir o respeito, promover a criatividade, a
responsabilidade e acima de tudo conseguir a cooperação.
Numa fase inicial, considerada como a pré-mediação, é dever do Mediador acolher os mediados (em separado ou
em conjunto, dependendo sempre do conflito) e ajudá-los a decidir se querem ‘usar’ a mediação. Posteriormente,
na mediação propriamente dita, seja com o mesmo Mediador é sua função ajudar os intervenientes a descrever a
ocorrência e a entender como esta os está a afectar, e ainda:
Ajudar os mediados a serem claros sobre as suas verdadeiras necessidades;
Ajudar a pensar em possíveis soluções práticas;
Ajudar os mediados a serem construtivos e positivos;
Gerir a agressividade e o comportamento ‘difícil’;
Identificar e construir sobre oportunidades de entendimento;
Ser imparcial e certificar-se de que toda a gente é ouvida;
Certificar-se de que as diferenças de poder não resultam em injustiças;
Testar o acordo de forma a ter certeza de que é praticável (teste da realidade).
No que respeita à Mediação, vista como um processo formal, que traz à conversa os intervenientes que directamen-
te estiveram envolvidos no conflito. Neste processo, no caso da mediação em contexto escolar os mediadores po-
dem ser adultos formados ou estudantes formados e em que cada um dos envolvidos tem a oportunidade de dizer
o que aconteceu, do seu ponto de vista, e o que sente sobre o assunto, para no final chegarem a um entendimento,
sob o olhar atento do mediador.
Na Mediação é necessário organizar formações para os grupos de estudantes que se queiram tornar mediadores
de pares, de forma a fazer com que sejam reconhecidos por todos os estudantes, e fornecer todo o suporte neces-
sário à equipa construída. Este grupo necessita não só de uma formação base como de fóruns contínuos, onde pos-
sam trocar impressões com os colegas e, sob os olhar atento dos mediadores adultos, aprender a gerir melhor as
suas mediações e consequentemente desenvolver melhor as suas competências.
Reforçamos assim, mais uma vez, o facto de ser necessário implementar nas escolas uma cultura de mediação que
tenha como objectivo restaurar relações, e que vá contra à cultura muito incrementada na nossa sociedade, que se
baseia num estilo punitivo ou por outro muito permissivo e até por vezes negligente.
Em suma, cabe ao mediador capacitar em vez de controlar, escutar atentamente de forma activa, ser imparcial,
desistindo de fornecer soluções, gerir o processo e encorajar a expressão e o reconhecimento dos sentimentos.
Este deve ser um indivíduo respeitoso, atencioso, mente aberta, que valoriza cada indivíduo e os seus sentimentos,
e que acredita que os problemas são melhor solucionados pelos próprios envolvidos, focando-se essencialmente na
aprendizagem do conflito.
Vera Joaquim
Especializada em Mediação de Conflitos
em Contexto Escolar
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“Para chamar a atenção do leitor,
coloque uma frase interessante ou uma
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No âmbito das técnicas de mediação, estas são procedimentos que nos ajudam a compreender o conflito e a
gerir melhor o processo, são estratégias utilizadas pelo mediador, tais como as típicas Perguntas Abertas que
geram a necessidade de introspecção por parte do mediado, permitindo revelar os seus interesses, motivações,
necessidades e descobrir as emoções, a Reformulação para que possamos fazer as ligações e simultaneamente
confirmar se percebemos a questão do mediado e este ter o feedback que demonstra que está a ser escutado. Per-
mite também explorar as consequências das primeiras soluções que muitas vezes se dá “a quente” e consequente-
mente mudar a perspectiva do conflito.
No que respeita às questões, temos também as Perguntas Circulares, que nos permitem ampliar o centro da ques-
tão, mudar a narrativa e quebrar a visão imaginária, conhecer as
fantasias nas inter-relações e levar a que expressem o que nunca
disseram um ao outro.
Em estado de conclusão, durante todo o processo a técnica que
mais se necessita saber ‘manipular’ é a comunicação. A verbal, na
qual temos de nos preocupar em ter um discurso, claro, assertivo e
coerente, a comunicação para-verbal, aquela que acompanha a
expressão verbal, como por exemplo, a entoação, o volume e o rit-
mo das frases e a não verbal, na qual temos que nos preocupar
com a apresentação, a postura corporal, a gestualidade, a expres-
são corporal, o olhar, etc.
Através destas técnicas podemos pedir ao outro que se expresse, sendo nosso dever escutar, questionar se for ne-
cessário para entender, saber dizer não a situações como as que possam pôr em causa o respeito, permite-nos agir
e não a reagir, mas acima de tudo a esclarecer e resolver o conflito.
Estas são técnicas que dão ao mediador a possibilidade de um maior acompanhamento do processo de crescimen-
to do mediado, guiando-o. Igual à reacção de alguém invisual que habituado a que não saibamos lidar com as suas
características pessoais com frequência nos relembra “não me leves, ou direcciones, guia-me…”, não devemos
apontar o caminho, pois não somos nós que depois vamos ter de o percorrer, temos sim que guiar na reflexão da
escolha, pois o caminho faz-se caminhando…
Vera Joaquim
Especializada em Mediação de Conflitos
em Contexto Escolar
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A entrada em vigor da lei 147/99, de 1 de Setembro, clarificou a atuação dos diferentes agentes sociais no que
concerne à abordagem das problemáticas que envolvem crianças e jovens. Neste sentido, o Instituto de Apoio à
Criança procura dar resposta às mais complexas e diferentes problemáticas que atingem a criança e as suas famí-
lias, tais como o aumento crescente da indisciplina e da violência nas escolas portuguesas, assim como o absentis-
mo e o abandono escolar, que levam as crianças e os jovens para situações de risco. Esta realidade impõe às esco-
las, no entender deste Instituto, a necessidade de se criarem novos espaços de mediação de conflitos, em contexto
escolar, sob a orientação de um professor, devidamente qualificado para o exercício dessa tarefa, e coadjuvado por
uma equipa multidisciplinar (como prevê o Estatuto do Aluno e Ética Escolar, aprovado pela Lei 51/2012, de 5 de
setembro).
Através da implementação de um programa de media-
ção socioeducativa em contexto escolar, que tenha
uma visão abrangente e ecológica do contexto educati-
vo, acreditamos que podem desenvolver-se competên-
cias relacionais úteis para a adoção de uma educação
para a convivência e para a gestão positiva dos confli-
tos, a fim de se construir uma cultura de paz, de cida-
dania e de sã convivialidade em contexto escolar.
A escola pode encontrar na mediação uma abordagem
para a transformação criativa dos conflitos, aceitando
aproveitá-los como uma oportunidade de crescimento,
de mudança e de formação pessoal e social para a resolução dos problemas quotidianos.
Uma das estratégias que as escolas têm vindo a desenvolver é a criação e a implementação de Gabinetes de Apoio
ao Aluno e à Família (GAAF), um projeto criado pelo Instituto de Apoio à Criança, em 1997, que tem como objetivo
principal contribuir para o crescimento harmonioso e global da criança, promovendo um ambiente mais humaniza-
do e facilitador da sua integração social na escola.
A Mediação Escolar preconizada pelo IAC assenta, entre outros, no princípio básico de que o aluno é o principal ator
dentro da escola e de que só através da sua participação ativa e empenhada é que se torna possível melhorar o
clima que se vive no espaço escolar.
A equipa do IAC-Coimbra
Instituto de Apoio à Criança
MEDIAÇÃO ESCOLAR – UMA ALTERNATIVA CRIATIVA NA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
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Quando pensamos em conflitos familiares, o nosso pensamento corre de imediato para o divórcio e para a regula-
ção das responsabilidades parentais. São as questões mais frequentemente tratadas em contexto de mediação
familiar (apesar de podermos aqui inserir partilhas por separação ou morte de um familiar, cuidados a prestar a
familiares com necessidades especiais ou seniors, ou mesmo conflitos entre pais e filhos adolescentes).
A mediação, enquanto processo de resolução de conflitos tem vindo a crescer. Não apenas no nosso país, como na
Europa e no Mundo. A ideia de um processo de resolução colaborativo, não litigioso, que permite o diálogo e se cen-
tra na construção de uma comunicação positiva para chegar a acordos satisfatórios para aqueles que se encontram
enredados na teia do conflito, começa a vencer. Não apenas por uma questão económica (é um processo voluntá-
rio, normalmente mais rápido e menos dispendioso), mas também porque a forma como gere o conflito e a sua re-
solução, permite uma maior pacificação social através do investimento na transformação positiva das relações in-
terpessoais.
Este crescimento e desenvolvimento da influência da medi-
ação nas nossas sociedades, verifica-se através da sua
concretização legislativa. Quer como um processo paralelo
e complementar ao sistema judicial, quer, em alguns ca-
sos, como um processo inserido no processo judicial. Em
Portugal, o acto legislativo de maior relevância é, sem dúvi-
da a Lei n.º 29/2013, de 19 de Abril (que “estabelece os
princípios gerais aplicáveis à mediação realizada em Portu-
gal, bem como os regimes jurídicos da mediação civil e
comercial, dos mediadores e da mediação pública”).
A Mediação famiiar é assim uma realidade, quer como sistema público (o Sistema de Mediação Familiar, gerido
pelo Ministério da Justiça e que pretende tornar a Mediação Familiar mais acessível a todos), quer como sistema
privado de resolução de conflitos (a que a Lei n.º 29/2013 veio dar concretização legislativa).
Mas o que traz de novo a Mediação ao espaço de resolução de conflitos familiares?
Marinés Suares define a mediação como um meio não adversarial de resolução de conflitos, no qual intervém um
terceiro “neutral”, cuja função é ajudar as pessoas que estão “bloqueadas” no conflito a negociar de uma forma
colaborativa, de modo a encontrarem em conjunto uma resolução para o mesmo. Chama deste modo a atenção
para o facto de esta definição encerrar em si um conjunto de ideias ou pressupostos e até mesmo valores e cren-
ças sobre os seres humanos, o conflito e a sociedade.
Implica de alguma forma assumir a crença de que os seres humanos têm em si a capacidade de resolver os seus
próprios conflitos eficientemente. E, se assim é, o papel da mediação e do mediador traduz-se na procura e no de-
senvolvimento destas capacidades, para que aqueles que estão em conflito tenham a oportunidade de por em prá-
tica as suas habilidades negociadoras.
Por outro lado, sendo certo que todo o conflito traz alguma dor, o que na ruptura conjugal é mais evidente, já que
tendemos socialmente a atribuir-lhe uma forte carga negativa, em mediação tende-se a trabalhar o conflito como
uma oportunidade para a mudança, o desenvolvimento pessoal e a aprendizagem.
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Em suma, o que a mediação traz de mudança ao paradigma adversarial que nos domina, é a possibilidade de, de
uma forma colaborativa, criativa, ponderada, baseada nos interesses e no respeito pela individualidade de cada
um, construir soluções para futuro, baseadas no compromisso e na responsabilidade, tendo por base a criação de
um espaço de respeito mútuo.
O mediador familiar é neste contexto um verdadeiro catalizador, utilizando a comunicação e as suas técnicas como
instrumentos de empoderamento das partes, para que estas construam o seu caminho para uma decisão com base
nos seus interesses, mas também nas suas responsabilidades.
Por outro lado, a gestão e resolução de conflitos familiares apre-
senta outros sérios desafios. A ruptura de uma relação a dois é
uma das experiências mais dolorosas e stressantes na vida de
uma pessoa. Implica todo um processo de mudança, não ape-
nas a nível pessoal, mas também patrimonial. Exige, quando há
filhos uma capacidade de dissociação entre a dissolução do
casamento e a manutenção da relação de parentalidade. Quan-
do o casal não é capaz de gerir as suas emoções, tomar as deci-
sões que a dissolução do casamento exige e programar uma
relação futura de parentalidade positiva, cooperativa e respeita-
dora torna-se difícil. A frustração, a ira, a dor, o medo, a triste-
za, a culpa, são emoções que surgem frequentemente e, em
mediação familiar, não são ignoradas, pois o trabalho que se
possa realizar sobre a gestão e a transformação dessas emo-
ções, permitirá a construção de acordos e o seu cumprimento.
Quando comparada com o sistema judicial, a Mediação apresenta algumas diferenças essenciais (tal como as apre-
senta Lisa Parkinson (2008); diferenças que acentuam o poder das partes, a sua autonomia e, concomitantemente,
o seu envolvimento com as decisões e disponibilidade para o seu cumprimento.
Num processo litigioso, as partes são tratadas como adversários, num processo polarizado entre posições que se
extremam. Na mediação familiar, as partes são estimuladas a procurar interesses e necessidades mútuas, de modo
a construírem uma nova relação para além da ruptura. Neste sentido, num contexto em que os participantes são
convidados a falar e a escutarem-se mutuamente, os seus interesses, os seus desejos e as suas preocupações são
expressos de viva voz. Em contraposição com o sistema adversarial, onde as partes em conflito são representadas
pelos seus advogados, que actuam no sentido da defesa dos interesses dos seus clientes, pelo que são aqueles e
não os seus clientes que definem as questões, consubstanciando-as a um quadro legal.
Ora, num contexto adversarial, é natural que as posições se radicalizem, polarizando ainda mais as posições, cen-
trando a atenção em danos e ofensas perpetrados entre as partes no passado e prolongando assim o estado de
conflito e a tensão entre os participantes.
A Mediação familiar, por outro lado, apresenta-se como um processo informal, confidencial e flexível, onde a aten-
ção é centrada, não no passado, mas no futuro, onde as soluções a encontrar terão de ser aplicáveis, eficazes e
respeitadas. Oferece, ainda, um espaço de decisão participada, onde a opinião e as opções de cada um são escuta-
das. Ao invés de se obter uma decisão imposta por uma autoridade judicial, a decisão é autocomposta, o que per-
“Para chamar a atenção do leitor,
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mite uma maior responsabilização e um elevado nível de compromisso.
Que vantagens traz, então, a Mediação para o contexto da ruptura familiar?
A redução do desgaste emocional, através de uma correcta gestão das emoções; a redução do custo financeiro,
que a flexibilidade, informalidade e maior rapidez do processo permitem; proporciona um ambiente mais cooperati-
vo e atende a todos os interesses, permitindo uma gestão positiva do conflito e a redução da adversariedade; me-
lhora a relação entre os participantes o que permite , nos casos em que existam crianças, o exefício de uma copa-
rentalidade positiva; e, maior compromisso das partes em cumprir o acordo, já que as decisões são participadas.
Claro que, como a mediadora familiar Ana Varão, refere“é um processo imperfeito, que inclui uma 3ª pessoa imper-
feita, para ajudar 2 pessoas imperfeitas, afim de concluir um acordo imperfeito num mundo imperfeito”. Mas ofere-
ce uma alternativa credível, através de um terceiro tecnicamente preparado, para ajudar uma familía em crise em
busca de um novo plano para um novo formato de família, onde os interesses de todos os seus elementos podem
ser respeitados, através de um acordo construído sobre o respeito e a responsabilidade mútuos.
Isabel Oliveira
Mediadora de Conflitos e Mediadora Familiar
Uma família, laços de afetos que unem e fazem crescer; “Nós” enquanto amarras, conflitos escondidos,
lutos submersos e indizíveis, emaranhamentos, confusões e alianças que se formam e deformam a família,
enquanto potenciadora de crescimento e seio de amor, cortando asas e prendendo crianças, pessoas, im-
pedindo-as de encetar, (dentro de todas limitações (im) possíveis), percursos saudáveis e promissores en-
quanto indivíduos….
“Nós”, enquanto equipa, que unida, pode intervir desatando nós…transformando-os em “laços”.
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O Programa GRUNDTVIG surgiu para melhorar a qualidade e reforçar a dimen-
são europeia da educação de adultos, através da promoção de diversos tipos
de actividades de cooperação a nível europeu.
Foi conduzido para as necessidades de ensino e de aprendizagem dos interve-
nientes em todas as formas de educação de adultos, quer esta seja formal, não
formal ou informal, bem como às dos estabelecimentos e organizações que
oferecem ou promovem essa educação.
Sendo que a Mediação é algo que ainda não se encontra muito em voga no
nosso País. Depois de ter participado em vários “meetings”, denoto que nós
começámos a dar alguns passos e ir ao encontro do que é a mediação e o que
é ser mediador.
Para mim, a mediação é um método cuja finalidade é a solução de conflitos, tendo em vista a facilitação do diá-
logo entre ambas as partes, para que os mesmos consigam administrar os seus problemas e alcancem uma
solução. Para gerir bem esse conflito, têm de aprender a lidar com o mesmo, de forma que o relacionamento
entre ambas as partes não seja prejudicado.
O mediador surge para que ambas as partes envolvidas em algum tipo de conflito, consigam atingir uma posi-
ção de equilíbrio e encontrar através do diálogo, possibilidades para a resolução do mesmo. O mediador não
surge como solucionador do problema, mas sim para proporcionar condições, para que os envolvidos encon-
trem a solução juntos.
Em consonância com as preocupações e orientações da União Europeia, assistimos ao aumento do valor da
mediação como um modo de resolução de conflitos e um processo de Intervenção social.
Neste projeto aprendemos e treinámos novas formas e novos modelos de mediação. Ampliámos os nossos co-
nhecimentos nesta área e reforçámos junto de profissionais e formadores de diferentes países a mediação a
um nível global.
A primeira reunião foi em Portugal e durante este encontro as nossas preocupações eram comuns com as da
União Europeia, onde se observou-se um aumento significativo do valor da mediação como um modo de resolu-
ção de conflitos e um processo de Intervenção social. O grupo reconheceu a potencialidade do projeto, assim
como o impacto que o mesmo poderia ter a nível internacional.
O grupo chegou à conclusão que não existia, entre os países, um perfil comum do Mediador Social, assim como
as necessidades e abordagens na mediação eram distintas.
A abordagem da Mediação Social e Comunitária ao nível europeu foi um dos objetivos do projeto, todavia, esta
visão foi apenas possível após uma análise individual de cada um dos países envolvidos.
Numa abordagem italiana, Fabrizio Bol-drini (IT) indica que esta ocorre essencialmente na área social, familiar e
do trabalho.
Cada região define um estilo de mediação social em si e devido à crise na Itália são várias as empresas a pres-
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tar os serviços gratuitamente. Neste país estima-se que 50% dos casais estejam em conflito, uma vez que devi-
do à sua visão tradicionalista, ou a uma necessidade de status como um profissional, contrariamente à situação
alemã, os problemas não se refletem então no trabalho, mas na família.
No caso português, Helena Almeida (PT) referiu que não há nenhuma estrutura de mediação social, sendo a
mediação regulada apenas no casos jurídicos e família, que na maior parte é privada. Neste sentido para Coim-
bra foi realizado um levantamento das organizações, recursos e respostas sociais, para posterior caracterização
da abordagem de mediação nestas entidades.
Jésus Hernández (ES) apresentou a mediação como tendo uma estreita ligação com a religião, dado que a medi-
ação vem originalmente da conexão entre homem e Deus. Foram ainda referenciadas 17 comunidades em Na-
varra cujos relatórios para o serviço de mediação foram encomendados pelo governo de Navarra e destacando-
se o processo de mediação parental, enquanto alternativa aos tribunais.
Karine Darbellay (CH), explicou que no caso da Suíça a mediação se desdobra em vários campos, destacando o
setor hospitalar como a área onde a mediação à mais aplicada. No caso deste país existe ainda formação espe-
cífica para quem quer ser mediador, com duas escolas para o efeito, todavia, devido à falta de regulamentação
muitos profissionais aplicam mediação sem qualquer formação, podendo esta ser pública ou privada, mas so-
bre a qual não existem dados.
Hans Giessen (DE) na sua apresentação destacou um novo movimento de mediação, a iniciar-se na Alemanha,
aplicado à política, desencadeada por eventos específicos e a nível governamental. Ele também indicou que a
mediação escolar é feita por assistentes sociais, não sendo definidos onde seu papel como mediador começa e
onde termina. Este afirma também que há uma figura unificadora da mediação na Alemanha, Dr. Heiner Geibler,
um político do lado conservador. Sendo que neste país, a mediação é vista como uma forma de comunicação e
não propriamente como uma alternativa à resolução de conflitos. Segundo Francoise Salesse (FR) não há ne-
nhuma mediação social explícita na França, sendo apenas mais visível na área jurídica, todavia, não é visto co-
mo uma alternativa, mas como um procedimento que pode ser sugerida pelo tribunal. Também é mencionado
que há somente uma associação auxiliada pelo governo e estima-se a existência de 12.000 mediadores, uma
vez que todos os cidadãos, formados ou não, podem mediar no seu ambiente de trabalho.
Com estes projetos, onde estão envolvidos vários parceiros com
realidades distintas, eu, enquanto aprendiz, fiquei com uma visão e
com excelentes ferramentas para aplicar no meu trabalho. É bas-
tante pertinente estes projetos terem continuidade.
Ana Mosca
Licenciada em Serviço Social
“Learner” no Projeto ABSCM
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Formar nos dias de hoje é muito mais que a simples transmissão de saber, implica também a capacidade de re-
colher informação, criar novos conhecimentos, disseminá-los e aplicá-los. A Associação Soltar o Sentidos, em par-
ticular, acredita na criação de ambientes de aprendizagem como um dos fatores de sucesso da organização, o
que implica uma avaliação crítica das necessidades de formação da comunidade envolvente, que vá tanto ao
encontro do seu enriquecimento de conhecimento como ao empowerment das suas competências.
Sendo uma associação que trabalha essencialmente para e com famílias, sabemos da importância em estimular
a curiosidade intelectual dos utentes e respectivos técnicos, motivando-os a aprender, constituindo-se este ele-
mento um desafio essencial numa perspetiva de formação ao longo da vida. Nesta linha de pensamento, a aquisi-
ção de competências chave, o desenvolvimento das capacidades de discernimento e de análise para a tomada
de decisão e a resolução de problemas, numa perspetiva de trabalho em equipa, dentro da família, são os princí-
pios de base da formação permanente, desenvolvendo pontes entre a formação, a família e o trabalho.
A aposta na mediação social e comunitária surge então neste contexto, após se constatar que muito do trabalho
realizado com as famílias passa por processos de mediação, seja esta dentro das próprias famílias, como entre
as famílias e os técnicos ou restantes atores da sua rede de suporte. É então desta forma que se entende a perti-
nência da formação em mediação social e comunitária nos técnicos, delineando-se um plano de formação, nas
suas várias áreas de intervenção.
A ASOS levou então a cabo, em julho de 2014, o I Ciclo de Workshops em Mediação Social e Comunitário, consti-
tuído por dois Workshops:
“Mediação Escolar – Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família
do IAC"
Formador: Pedro Rodrigues – Mediador do IAC
Objetivos: Aumentar a conscientização sobre a necessidade
de mediação escolar nos gabinetes de apoio ao estudante e
apresentação do trabalho do Instituto de Apoio à criança (IAC)
nas escolas.
"Mediação Familiar – Contextos de Intervenção"
Formador: Isabel Oliveira - Mediadora Familiar
Objetivos: Familiarizar os profissionais com as
várias abordagens tomadas ao nível da media-
ção familiar.
Esta iniciativa uma receptividade positiva por parte de estudantes e de profissionais, registando-se um total de
32 inscrições, com idades compreendidas entre os 20 e os 45 anos, entre os quais 24 profissionais das áreas
sociais e humanas, nomeadamente Psicologia, Ciências da Educação, Serviço Social, Direito e Ensino.
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Para a ASOS, o Projecto ABSCM foi o seu primeiro Projecto Grundtvig e por isso foi um grande desafio para a
organização. Um desafio que permitiu aumentar a nossa visão, alargar horizontes e divulgar o nosso trabalho,
trabalhando no sentido de adquirir fortes parceiros e trazer para Portugal novas ideias de projectos e conceitos.
Para a ASOS os projectos europeus e internacionais serão sempre uma boa maneira de enriquecer o seu curri-
culum, o conhecimento sobre as organizações e mostrar o nosso trabalho a um nível internacional.
A jornada do Projecto ABSCM começou ainda com os pés assentes no nosso país, tendo a Professora Doutora
Helena Almeida como coordenadora, em representação da FPCEUC. A primeira mobilidade foi por isso realizada
em Coimbra permitindo dar as boas vindas aos nossos parceiros em terras lusas. Desde logo esta equipa com
todas as suas competências, demonstrou ser dinâmica, empenhada e motivada para trabalhar a temática Medi-
ação Social e Comunitária, dando deste modo início a um percurso de dois anos, onde todos países parceiros
puderam partilhar as sua experiências.
Em Espanha tivemos a oportunidade de conhecer uma equipa de
mediadores da comunidade cigana, cuja intervenção se fazia no
terreno, trabalhando com a escola e com a família no sentido de
diminuir o absentismo escolar, promovendo uma cultura de inclu-
são. Em França, por sua vez, as nossas formandas tiveram a opor-
tunidade de participar em vários workshops e conhecer uma reali-
dade diferente da praticada em Portugal, os Mediadores da Noite.
Estes intervêm na mediação de conflitos em locais vulneráveis,
onde mediar a vizinhança é o verdadeiro desafio e cujos resulta-
dos se têm revelado surpreendentes.
Paralelamente ao trabalho desenvolvido houve alguns momentos de laser, onde foi possível conhecer a gastro-
nomia local e ter direito a uma visita guiada, bastante animada, pelas caves de cogumelos (típico da região).
Em Itália, foi grande a emoção de estar no centro onde Maria Montessori começou a leccionar, uma das educa-
doras fundamentais para a evolução do estudo do desenvolvimento infantil
e da educação especial em particular.
Em Itália visitou-se ainda uma mercearia
social, onde se pratica tanto o Custo Jus-
to como a Educação Financeira, num
projecto em rede/mediação com os ser-
viços sociais, ideia esta que trouxemos
para a ASOS/Espaço Social de Eiras.
Na Alemanha foi-nos apresentado o Saar Bob, um projecto direccionado
para a mediação escolar, participou-se ainda em actividades de Team Buil-
ding, pois mediar também implica estabelecer confiança e criar laços.
Por fim, no Reino Unido, destaca-se o seminário sobre a prática de Mediação Familiar com Lorraine Branwell,
P R O J E C T O A B S C M — E N C E R R A M E N T O D O S T R A B A L H O S
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onde houve a oportunidade de se participar em Role Play, simulações
de práticas em mediação familiar. Um dia fantástico em que cada pala-
vra se revelou um maravilhoso momento de saber.
Com este projecto foi assim possível conhecer outras realidades educa-
tivas, assim como verificar outros métodos de mediação. Enquanto insti-
tuição foi possível interagir com outras entidades, entre elas, universida-
des e partilhar conhecimentos interculturais. Foi possível também dialo-
gar em “mesas redondas” com presidentes de câmaras, entre outras
personalidades importantes para o desenvolvimento e gestão local, e trocar impressões com outros profissionais da
mediação.
No final, demonstrou-se por isso uma boa jornada, que nos faz olhar para trás e ver o quanto crescemos… e que o
saber não ocupa lugar, principalmente quando atravessamos fronteiras… Aconselhamos por isso a leitura das nos-
sas newsletters, onde se encontram todos os pormenores das mobilidades onde participá-
mos, assim como o nosso site, onde é possível aceder ao Handbook do projecto e saber um
pouco mais sobre a Mediação Social e Comunitária na Europa.
Vera Joaquim
Especializada em Mediação de Conflitos
em Contexto Escolar
“Staff” do Projecto ASBCM — Pela ASOS
Maria Montessori costumava dizer “Eu descobri a Criança”. Num das suas famosas histórias, conta-se que um
médico um dia, nas suas palestras, lhe pediu a palavra e lhe perguntou: “Por que se preocupa a senhora com
estas crianças? Não sabe que elas não podem aprender?” – ao que Montessori respondeu: “Elas podem. São os
senhores que não permitem”. No fundo é mais que um facto… Todos precisamos dos estímulos adequados…
Até para uma próxima...
Página 14 C O N S U L T A D O R I A E M M E D I A Ç Ã O S O C I A L
E C O M U N I T Á R I A
O Projeto Nós & os Laços é uma iniciativa da Associação Soltar os Sentidos
(ASOS), este encontra-se em desenvolvimento desde 2011 e que tem vindo a
evoluir no caminho da mediação. O seu trabalho consiste no acompanhamen-
to técnico de famílias com crianças ou jovens com necessidades educativas
especiais, multiproblemáticas e que já se encontrem sinalizadas por disfunci-
onalidade familiar e/ou negligência parental. A área de intervenção deste pro-
jecto é a freguesia de Eiras, no concelho de Coimbra.
CONFLITOS
As famílias em si são um vínculo muito complexo, com os mais diversos e complexos conflitos. Neste projecto, al-
gumas famílias têm conflitos relacionais, normalmente entre os membros da família, família e Comunidade. Identi-
ficando-se, muitas vezes, situações de negligência parental e/ou violência doméstica.
COMO TRATAR OS CONFLITOS
Acompanhamento sistemático dos casos sinalizados pela segurança social, instituições de ensino e outras enti-
dades oferecem suporte de rede;
Mediação entre a escola e a família de crianças e jovens;
Apoio psicológico para crianças e jovens e suas famílias;
Mediação familiar.
RESULTADOS
Qualificação das competências parentais;
Aquisição de conhecimentos específicos sobre o desenvolvimento da criança;
Aquisição de estratégias para melhorar o processo interactivo das famílias;
Produção de manuais técnicos;
Estabelecimento de interações positivas entre amília-Criança/jovem; Família-Comunidade; Família-Serviços;
Sensibilização e mudança de atitudes e crenças;
Promoção de fatores de protecção;
Diminuição dos fatores de risco, diluindo o “stress” causado às famílias por terem um filho com problemas de
desenvolvimento.
U M P R O J E C T O D E M E D I A Ç Ã O N A A S O S
Carmen Fonseca
Coordenadora técnica da ASOS
Fundadora do Projecto Nós e os Laços
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Rua da Cruz Nova, nº6
3200– Eiras (Coimbra)
Tel: 219-235-401
Móvel: 219-235-401
Correio electrónico:
soltarossentidos@gmailcom
BOLETIM DA ASSOCIAÇÃO SOLTAR OS SENTIDOS
Direcção Bruno Cordeiro (Presidente)
Coordenação Técnica Carmen Fonseca
Edição Vera Joaquim
Colaborou nesta edição Ana Mosca, Carmen Fonseca,
Isabel Oliveira, Pedro Rodrigues (IAC)
Fotografia Vera Joaquim
Paginação Vera Joaquim
Concepção e Produção Vera Joaquim
A S S O C I A Ç Ã O
S O L T A R O S S E N T I D O S
A C T I V I D A D E S A S O S – M A N T E N H A - S E A T E N T O / A ! ! P R O C U R E - N O S ! ! !
G R U P O D E F O R M A Ç Ã O P A R E N T A L E C U R S O S À M E D I D A P A R A D E S E M P R E G A D O S .
A ASSOCIAÇÃO SOLTAR OS SENTIDOS, surgiu da necessidade de colmatar a ausência de respostas não
institucionais para jovens (dos 6 aos 21 anos) e respetivas famílias em situação de vulnerabilidade social.
Apresentando-se assim como um recurso social ativo para as instituições públicas que necessitem de apoio ou
acompanhamento, sempre que existam situações de intervenção nesta população alvo. Fomentando sempre que
possível, o envolvimento, participação e co-responsabilização da família.
Procuramos alternativas de prevenção e combate a comportamentos de natureza desviante, tendo em vista o
ajustamento social do jovem desenvolvendo as suas competências e criatividade. É com esta visão e muito
empenho que trabalhamos, venha-nos conhecer!!!
www.soltar-os-sentidos.pt
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