biblioteconomia no brasil

Post on 12-Apr-2017

696 Views

Category:

Education

1 Downloads

Preview:

Click to see full reader

TRANSCRIPT

Biblioteconomia no Brasil

Universidade de BrasíliaFaculdade de Ciência da InformaçãoDisciplina: Biblioteconomia e Sociedade BrasileiraProfessora: Michelli Costa (michelli@unb.br)

Michelli Costa (michelli@unb.br)2 de 29

Marco da área

C. F. Achard (Marselha, França)• Livro: Cours élémentaire de bibliographie: la science du bibliothécaire, publicado

em 1806

“[...] perece ter sido a primeira vez que a biblioteconomia foi considerada como ciência: a futura library science dos norte-americanos”

(Fonseca, 1979)

Slide: Rabelo (2014)

Michelli Costa (michelli@unb.br)3 de 29

Marcos da Biblioteconomia no Brasil

• Primeiras bibliotecas – instituições de ensino dos jesuítas.

• Biblioteca do Colégio da Bahia – primeiro bibliotecário (1604) – Antônio Gonçalves.

Michelli Costa (michelli@unb.br)4 de 29

Influência europeia

• Raízes humanísticas.

• Rio de Janeiro.

Michelli Costa (michelli@unb.br)5 de 29

Fundação Biblioteca Nacional (FBN)

• Inauguração em 1810

“A biblioteca Nacional do Rio de Janeiro foi um dos frutos da transferência para o Brasil da família real portuguesa, durante a invasão napoleônica: o que era ruim para os portugueses acabou sendo um bem para nós...”

(Fonseca, 1979)

Ep. 11 - O Templo dos Livros e da Música - 1808, A Corte no Brasil - Globo News

Michelli Costa (michelli@unb.br)6 de 29

“Um Renascimento ainda medieval”

Biblioteca escolar de cunho religioso• Instituição de ensino dos Jesuítas no Brasil Colonial

• conhecimento laico controlado pela Igreja

“[...] as escolas foram bibliotecas cercadas de salas de aulas”

“[...] pode-se afirmar que as primeiras bibliotecas brasileiras começam com esses colégios da Companhia de Jesus.”

(Fonseca, 1979)

Slide: Rabelo (2014)

Michelli Costa (michelli@unb.br)7 de 29

Influências americanas• São Paulo.

• Prezo pela técnica – catalogação, classificação, bibliografia e referência.

• Cursos direcionados para bibliotecários e funcionários das bibliotecas.

• Rubens Borba de Moraes.

Michelli Costa (michelli@unb.br)8 de 29

Michelli Costa (michelli@unb.br)9 de 29

O curso de Biblioteconomia da Praça da República e sua expansão para o Brasil

CASTRO, César Augusto. Historia da Biblioteconomia Brasileira: perspectiva histórica. Brasília, DF: Thesaurus, 2000. p. 106-114.

Michelli Costa (michelli@unb.br)10 de 29

Primeiro Currículo Mínimo – Lei 4.084/62 Obrigatoriedade de os diplomas de Biblioteconomia serem registrados na Diretoria de Ensino Superior do Ministério da Educação e Cultura.

Art 1º A designação profissional de Bibliotecário [...] é privativa dos bacharéis em Biblioteconomia, de conformidade com as leis em vigor.Art 2º O exercício da profissão de Bibliotecário, em qualquer de seus ramos, só será permitido:a) aos Bacharéis em Biblioteconomia, portadores de diplomas expedidos por Escolas de Biblioteconomia de nível superior, oficiais, equiparadas, ou oficialmente reconhecidas;b) aos Bibliotecários portadores de diplomas de instituições estrangeiras que apresentem os seus diplomas revalidados no Brasil, de acordo com a legislação vigente.

Slide: Rabelo (2014)

Michelli Costa (michelli@unb.br)11 de 29

Segundo Currículo Mínimo – 1982

Conselho Federal de Educação+

Associação Brasileira de Escolas de Biblioteconomia e Documentação (ABEBD)

Matérias divididas em três grupos:• Fundamentação geral• Instrumentais• Formação profissional

Slide: Rabelo (2014)

Michelli Costa (michelli@unb.br)12 de 29

Michelli Costa (michelli@unb.br)13 de 29

Diretrizes curricularesCompetencias gerais: • Gerar produtos a partir dos conhecimentos adquiridos e divulgá-los; • Formular e executar políticas institucionais;• Elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos; • Utilizar racionalmente os recursos disponíveis; • Desenvolver e utilizar novas tecnologias;• Traduzir as necessidades de indivíduos, grupos e comunidades nas respectivas

áreas de atuação; • Desenvolver atividades profissionais autônomas, de modo a orientar, dirigir,

assessorar, prestar consultoria, realizar perícias e emitir laudos técnicos e pareceres;

• Responder a demandas sociais de informação produzidas pelas transformações tecnológicas que caracterizam o mundo contemporaneo (BRASIL, 2001, p.32).

Michelli Costa (michelli@unb.br)14 de 29

Diretrizes curriculares

Competencias específicas: • Interagir e agregar valor nos processos de geração, transferência e uso da

informação, em todo e qualquer ambiente;• Criticar, investigar, propor, planejar, executar e avaliar recursos e produtos de

informação; • Trabalhar com fontes de informação de qualquer natureza;• Processar a informação registrada em diferentes tipos de suporte, mediante a

aplicação de conhecimentos teóricos e práticos de coleta, processamento, armazenamento e difusão da informação;

• Realizar pesquisas relativas a produtos, processamento, transferência e uso da informação (BRASIL, 2001, p. 32-33).

Michelli Costa (michelli@unb.br)15 de 29

• American Documentation Institute – 1937

• American Society for Information Science (ASIS)– 1968

• American Society for Information Science and Technology (ASIS&T) – 2000

• Association for Information Science and Technology (ASIS&T) – 2012

Gradual alinhamento à perspectiva tecnológica.

Influência da Ciência da Informação naquele país e nos países por ele influenciado.

EUA

Slide: Rabelo (2014)

Michelli Costa (michelli@unb.br)16 de 29

Objetivo da Ciência da Informação

• “[...] [estudar as] propriedades e o comportamento da informação, as forças que governam seu fluxo, e os meios de processá-la para otimizar sua acessibilidade e uso.”

(Borko, 1968)

Slide: Rabelo (2014)

Michelli Costa (michelli@unb.br)17 de 29

Estudo de diferentes processos

• Origem• Coleta• Organização• Armazenamento• Recuperação• Interpretação• Transmissão• Transformação• Utilização da informação

(Borko, 1968)

Slide: Rabelo (2014)

Michelli Costa (michelli@unb.br)18 de 29

Interdisciplinaridade da CIInterdisciplinaridade – colaboração entre diversas disciplinas, que leva a interações (reciprocidade nas trocas) para que haja enriquecimento mútuo.

CI

PsicologiaLinguística

Sociologia

Informática

Matemática

LógicaEstatística

Eletrônica

Economia

Direito

Filosofia

Política

Michelli Costa (michelli@unb.br)19 de 29

Paul OtletOrganização da informação e do conhecimento

• Final do século XIX, início do XX• Movimento Bibliográfico

• Início do século XX• Movimento documentalista

• Tratado de Documentação – 1934• Paul Otlet.

1868 - 1944

Slide: Rabelo (2014)

Michelli Costa (michelli@unb.br)20 de 29

Política e gestão da informação em C&TRelação estatal dos Estados Unidos com a produção de conhecimento científico.

Vannevar Bush (1945)• Novo modelo burocrático de gestão da ciência, mediante agências de fomento do

Estado• Infraestrutura tecnológica para recuperação da informação

Alvin Weinberg (1963)• Busca por eficiência administrativa em direção à pesquisa estratégica

(González de Gómez, 2003)

Slide: Rabelo (2014)

Michelli Costa (michelli@unb.br)21 de 29

Vannevar BushRecuperação da Informação

“[...] o ímpeto de desenvolvimento e a própria origem da CI podem ser identificados com o artigo de VANNEVAR BUSH”.

(Saracevic, 1996)

• “As we may think” – 19451890-1974

Slide: Rabelo (2014)

Michelli Costa (michelli@unb.br)22 de 29

“[...] propôs uma máquina chamada MEMEX, incorporada (em suas palavras) a capacidade de associar ideias, que duplicaria ‘os processos mentais artificialmente’.”

(Saracevic, 1996)

Vídeo

Michelli Costa (michelli@unb.br)23 de 29

MEMEXDispositivo personalizado ao cientista imaginado para:

• potencializar o pensamento criativo e a memória do pesquisador;

• proporcionar ao cientista maior tempo livre para a sua produção intelectual e para a criação de tecnologia;

• obter, com tais facilidades, recompensas econômicas• time is money!

Slide: Rabelo (2014)

Michelli Costa (michelli@unb.br)24 de 29

Alvin Weinberg

Relatório de 1963Intervenção político-administrativa voltada para o

planejamento, gestão, monitoramento e avaliação da informação em C&T com vistas a obtenção de resultados.

Movimentos – processo de obtenção de resultados:1. especialização exacerbada dificuldade de comunicação entre especialidades;2. tendência à conectividade redes de contato entre especialidades.

1915-2006

Slide: Rabelo (2014)

Michelli Costa (michelli@unb.br)25 de 29

Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco)

Criada em 1946

• Retoma a questão da explosão bibliográfica.

• Apoio à Federação Internacional de Documentação.

• Influência europeia.

Michelli Costa (michelli@unb.br)26 de 29

Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação (IBBD)

Criado em virtude de iniciativas da UNESCO em 1954• “[...] estimular a infraestrutura de informação e documentação em ciência e

tecnologia em países em desenvolvimento, sobretudo na América Latina.”• Construção de infraestrutura técnico-científica, somada à capacitação de pessoal

qualificado e à produção e acesso a informações e conhecimentos em C&T.• Atender a demanda de organização e intercambio de informações bibliográficas.• Atuar no “[...] aperfeiçoamento da documentação e de bibliotecas científicas e

técnicas no país.”

(Albagli, 2009)Slide: Rabelo (2014)

Michelli Costa (michelli@unb.br)27 de 29

Funções dos cientistas da informação brasileiros• Realizar ações de intermediação de informação científica e tecnológica

• Realizar a gestão e a concepção de políticas públicas de desenvolvimento e transferência de informação em C&T.

• Automatizar processos informacionais.

• Pesquisar os fundamentos teóricos da CI.

Michelli Costa (michelli@unb.br)28 de 29

1. Concebeu a informação em seu sentido mais amplo, alargando as ações de cunho bibliográfico e documental;

2. Direcionou-se ao caráter tecnológico da informação, somado ao caráter científico.

• Objetivo: atuar como “[...] planejador e coordenador da área de ICT no país, mas não obteve apoio político e financeiro suficiente para desempenhar esse papel.”

(Albagli, 2009)

Mudança de IBBD para IBICT - 1976

Michelli Costa (michelli@unb.br)29 de 29

ReferênciasALBAGLI, S. Informação em ciência, tecnologia e inovação: configurações institucionais e mediações tecnológicas. In: BRAGA, G. M.; PINHEIRO, L. V. R. (Org.). Desafios do impresso ao digital: questões contemporaneas de informação e conhecimento. Brasília: IBICT; Unesco, 2009. p.417-430.

ALMEIDA, Neilia Barros Ferreira de; BAPTISTA, Sofia Galvão. Breve histórico da Biblioteconomia brasileira: formação do profissional. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTO E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 25., Florianópolis, 2013. Anais... Florianópolis: [s.n], 7-10 jul. 2013. Disponível em: <http://portal.febab.org.br/anais/article/view/1508>. Acesso em: 23 jul. 2014.

BORKO, H. Information science: what is it? American Documentation, v. 19, n. 1, p. 3-5, 1968.

CASTRO, C. A. História da Biblioteconomia Brasileira: perspectiva histórica. Brasília, DF: Thesaurus, 2000.

FONSECA, E. N. A biblioteconomia brasileira no contexto mundial. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro; Brasília: INL. 1979.

GOMES, L. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil. São Paulo: Ed. Planeta do Brasil, 2007.

GONZÁLEZ DE GOMEZ, M. N. As relações entre ciência, Estado e sociedade: um domínio de visibilidade para as questões da informação. Ci. Inf., v. 32, n. 1, p. 60-76, jan./abr. 2003.

MUELLER, S. P. M. Avaliação do estado da arte da formação em Biblioteconomia e ciência da informação. Ci. Inf., v. 17, n. 1, p. 71-81, jan./jun. 1988.

RABELO, Rodrigo. Biblioteconomia no Brasil. Apresentação. Material didático. 2014.

SARACEVIC, T . Interdisciplinary nature of information science. Ciência da Informação, Brasília, v.24, n.1, p.36-41, 1995.

SCHWRCZ, L. M. A longa viagem da biblioteca dos reis: do terremoto de Lisboa à Independência do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

top related