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Universidade do Minho
Instituto de Educao
Bartolomeu Lopes Varela
Concepes, Prxis e Tendncias de Desenvolvimento
Curricular no Ensino Superior Pblico em Cabo Verde
- Um estudo de caso sobre a Universidade de Cabo Verde
Outubro de 2011
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Universidade do Minho
Instituto de Educao
Bartolomeu Lopes Varela
Concepes, Prxis e Tendncias de Desenvolvimento
Curricular no Ensino Superior Pblico em Cabo Verde
Um estudo de caso sobre a Universidade de Cabo Verde
Tese de Doutoramento em Cincias da Educao
Especialidade de Desenvolvimento Curricular
Trabalho realizado sob a orientao do
Professor Doutor Jos Augusto Brito Pacheco
Outubro de 2011
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DECLARAO
AUTORIZADA A REPRODUO INTEGRAL DESTA TESE APENAS PARA
EFEITOS DE INVESTIGAO, MEDIANTE DECLARAO ESCRITA DO
INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE.
Universidade do Minho, 21/10/2011.
Assinatura:
__________________________________________________________________________
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iii
AGRADECIMENTOS
A realizao do projecto de investigao que culmina com a elaborao da presente tese de
doutoramento no teria sido possvel sem o concurso relevante de diversas instituies, pblicas e
privadas, bem como de numerosas pessoas singulares, a quem expresso o meu profundo
agradecimento, permitindo-me, entretanto, destacar, de entre elas, o meu reconhecimento especial:
Universidade do Minho, que me acolheu, de forma inexcedvel, proporcionando-me a
oportunidade de aprofundar a compreenso da ideia da Universidade e da relevncia do Currculo
na educao, em geral, e no ensino superior, em particular, graas aos efeitos combinados da
sapincia de seus docentes, da excelncia dos recursos pedaggicos e logsticos colocados minha
disposio e da exemplaridade do ambiente acadmico em que me integrei;
Universidade de Cabo Verde, por ter apoiado institucionalmente este projecto, ciente de
que a aposta na excelncia acadmica implica, de forma incontornvel, o investimento na formao
avanada dos seus docentes e quadros;
Fundao Calouste Gulbenkian, que, fazendo jus sua tradio de contribuir para o
desenvolvimento sustentvel de Cabo Verde, atravs da educao e da valorizao dos recursos
humanos, financiou este projecto num momento crtico da sua realizao.
Aos estudantes, docentes, dirigentes e quadros da Universidade de Cabo Verde que
colaboraram na realizao dos estudos empricos, contribuindo, com a expresso do seu testemunho
e das suas percepes, para a compreenso do percurso curricular no ensino superior pblico, em
particular na Uni-CV;
Aos dirigentes governamentais e do sector empresarial privado, cujas entrevistas permitiram
captar a viso e as expectativas dos sectores mais representativos do mundo do trabalho sobre a
qualidade da formao ministrada no ensino superior pblico cabo-verdiano.
minha prezada famlia, em particular, Luzia e ao Mrcio, pelo apoio moral e pela
compreenso de que a relevncia potencial deste projecto justificava a frequente privao de
momentos de convvio!
E, por fim, ao Professor Doutor Jos Augusto Pacheco, pela sbia e exemplar orientao, de
que procurei tirar o melhor proveito, ciente, porm, de que este doutoramento apenas o comeo de
uma nova etapa da minha vida profissional, que continuar a nutrir-se do seu vasto referencial de
conhecimento cientfico, desde que, para tanto, no me faleam o engenho e a arte!
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Concepes, Prxis e Tendncias de Desenvolvimento Curricular no Ensino Superior Pblico em
Cabo Verde Um estudo de caso sobre a Universidade de Cabo Verde
Bartolomeu Lopes Varela
Tese de Doutoramento em Cincias da Educao - Especialidade de Desenvolvimento Curricular
Universidade do Minho, 2011
RESUMO
A tese enquadra-se nas discusses sobre as concepes do currculo, como problemtica
central nos processos de educao e formao, e o papel da Universidade ao longo dos tempos,
mormente nos contextos actuais da globalizao, conferindo especial relevo s concepes, prxis e
tendncias que caracterizam a experincia de desenvolvimento curricular na Universidade de Cabo
Verde (Uni-CV), desde a sua criao, em Novembro de 2006, no seguimento de um percurso de
quase trs dcadas do ensino superior pblico cabo-verdiano
Com o enquadramento terico da problemtica da investigao faz-se uma ampla cartografia da
literatura relevante no campo cientfico dos estudos curriculares, numa abordagem que patenteia a
diversidade de conceptualizaes do currculo e do desenvolvimento curricular, os principais traos
caractersticos das teorias curriculares que se tm sucedido e ou que rivalizam na busca de
hegemonia no sector da educao, bem como as polticas educativas e curriculares que vm sendo
concebidas e realizadas escala global, dispensando ateno particular s dimenses instituinte e
instituda do processo curricular. Ainda que fortemente condicionado pelas concepes e polticas
de globalizao da educao, a tendncia para a uniformizao educativa e curricular no constitui
uma inevitabilidade, demonstrando-se, pelo contrrio, que o processo de desenvolvimento
curricular deixa espaos de apropriao e inovao ao nvel das instituies educativas, atendendo
diversidade de contextos, expectativas e perspectivas inerentes dinmica da realizao do
currculo.
Ainda no plano terico, ao analisar-se a evoluo do conceito ou ideia de Universidade, desde
a sua gnese at aos tempos actuais, coloca-se em relevo a natureza especfica da instituio no
mbito do ensino superior, patenteando o modo como, nos diferentes contextos, a mesma tem
procurado afirmar a centralidade do conhecimento e do currculo no cumprimento da sua misso, a
despeito de factores e condicionalismos diversos, de entre os quais releva o tipo de relacionamento
predominante entre a Universidade, o Estado e o mercado, no mbito do qual se deve entender a
complexidade da crise institucional, na triplicidade das suas manifestaes (crise de legitimidade,
de hegemonia e de identidade) que atravessa a academia, com reflexos ao nvel das tendncias para
o condicionamento da autonomia, misso e funes da academia, assim como da prpria natureza
do conhecimento universitrio. Na procura de sadas para a crise, que global e, como tal, se
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reflecte nas universidades do continente africano, em que se insere Cabo Verde, a Universidade
desafiada a afirmar a sua especificidade institucional, enquanto promotora da alta cultura e da
capacidade de pensamento de longo prazo, conciliando, deste modo, as suas funes essenciais ou
simblicas com as que se prendem com a satisfao das necessidades imediatas ou de curto prazo
da economia e do mercado.
Com base nos pertinentes subsdios tericos, os estudos empricos desenvolvem-se segundo a
abordagem metodolgica de estudo de caso, em que a anlise documental e as tcnicas de
investigao qualitativa e quantitativa permitiram consolidar as evidncias sobre: (i) os
antecedentes da criao da Uni-CV, atravs do mapeamento do percurso acadmico e curricular dos
diversos estabelecimentos pblicos de ensino superior que precederam a universidade pblica,
legando a esta o seu patrimnio cientfico, tecnolgico e logstico, com as inerentes potencialidades
e limitaes; (ii) o processo de institucionalizao da Uni-CV, com a referencializao das opes
estruturantes da organizao e gesto da Universidade assim como da poltica educativa e curricular
da Universidade; (iii) a experincia multifacetada de desenvolvimento curricular na novel
instituio durante os cinco primeiros anos de funcionamento (2006-2011), correlacionando opes
e prxis e evidenciando tendncias da sua evoluo.
Da anlise interpretativa dos estudos empricos realizados, mediante a triangulao dos dados de
arquivo e de perspectiva, resulta que a Uni-CV, no obstante as fragilidades persistentes no
processo de seu desenvolvimento institucional, tem cumprido a sua misso de forma satisfatria,
facto que fica a dever-se quer adequao das opes, normas e directivas conformadoras da
dimenso instituinte do processo curricular, quer ao esforo de realizao das prescries
curriculares, sendo, todavia, evidentes os desafios a serem vencidos tendo em vista a consecuo da
almejada excelncia acadmica, que os Estatutos propugnam, e que passa, nomeadamente, pela
melhoria do nvel da qualificao do seu corpo docente, pela implementao ou funcionamento
efectivo de alguns dos rgos da academia e pela afirmao da investigao cientfica como funo
incontornvel para o desempenho cabal das funes de ensino e extenso.
De entre as concluses, sustenta-se que, no processo de integrao de Cabo Verde nas redes
internacionais de investigao e excelncia cientfica e tecnolgica, como, de resto, propugnam os
Estatutos da Uni-CV, deve atender-se especificidade deste pequeno pas do Atlntico Mdio,
tendo em conta as suas fragilidades estruturais, pelo que se impe algum distanciamento crtico em
relao incorporao de certas opes de poltica educativa e curricular que emanam de instncias
internacionais, independentemente do seu carcter inovador ou mesmo da sua possvel consistncia
cientfica e tcnica, comprovada em outros contextos.
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Conceptions, Praxis and Curriculum Development Tendencies in Public Higher Education in
Cape Verde - A case study on the University of Cape Verde
Bartolomeu Lopes Varela
Doctoral Thesis in Education -Specialization in Curriculum Development
University of Minho, 2011
ABSTRACT
The thesis fits in the quarrels about the conception of the curriculum, as central point in
education and formation problematic processes, and the role of the University throughout the times,
mainly in globalization current contexts conferring special importance to the conceptions, praxis
and trends that characterize the experience of curricular development in the University of Cape
Verde (Uni-CV), since its creation, in November 2006, pursuing a passage of almost three decades
of cape-Verdean public higher education.
With the theoretical framing of the investigation problematic, an ample literature
cartography inquiry is made on the scientific field of the curricular studies in the patents, the
diversity of conceptualizations of the resume and the curricular development approach, the main
characteristic of the curricular theories that succeeded and or that vie with the education hegemony
search as well as the educative politics and curricular that are becoming conceived and carried
through global scales, giving particular attention the set and setting dimensions of the curricular
process. Despite the strong conditional of the conceptions and politics of education in the
globalization field, the trend for the educative and curricular standardization does not constitute an
inevitability, demonstrating itself, for the opposite, that the process of curricular development
leaves spaces of appropriation and innovation to the level of the educative institutions, taking care
of the diversity of contexts, inherent expectations and perspectives to the dynamics of the
accomplishment of the curriculum.
Still in the theoretical plan, when analysing the evolution of the concept or the idea of
University, since its genesis till present times, a great importance is given to the specific nature of
the institution in the scope of superior education, patenting the way how, in the different contexts it
tries to affirm its centrality of knowledge and the curriculum in the fulfilment of its mission, in spite
of several conditions and factors, between those it points out the predominant relationship type
between the University, the State and the market, in the scope of which the complexity of the
institutional crisis must be understood, in the triplicity of its manifestations (legitimacy, hegemony
and identity crisis) that crosses the academy with consequences to the trends level for the
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conditioning of the autonomy, mission and functions of the academy, as well as of the proper nature
of the university knowledge.
In the search of exits for the crisis, that is global, as such, it reflects in the universities of the
African continent, where if Cape Verde inserts, the University is defied to affirm its institutional
speciality, while promotional of the high culture and the its capacity of thought of long stated
period, conciliating, in this way, its symbolic or essential functions with those that attracts with the
immediate necessities satisfaction of short term of the economy and the market.
On the basis of the pertinent theoretical grants, the empirical studies develop according to
the methodological approach of case study, where the documentary analysis and the techniques of
qualitative and quantitative inquiry had allowed to consolidate the evidences on: (i) the antecedents
that created the Uni-CV, through the mapping of the academic and curricular path of several public
of higher education that had preceded the public university, bequeathing to its scientific,
technological and logistic inheritance, with the inherent potentialities and limitations; (ii) the
process of institutionalization of Uni-CV, with the reference of the fundamental options of the
organization and management of the University as well as of the educative and curricular politics of
the University; (iii) the multifaceted experience of curricular development in the novel institution
during the five first years of functioning (2006-2011), correlating options and praxis and evidencing
trends of its evolution.
The interpretative analysis of the empirical studies carried through the triangulation of the
perspective and archive data, it results that Uni-CV, however its persistent fragilities in the process
of its institutional development, has fulfilled its mission of satisfactory form, fact that is due to the
options adequacy, directives and shaping norms of the setting dimension of the curricular process,
whether the strengthen of accomplishment of the curricular lapsings, being, however, obvious the
challenges that need to be defeated having in mind the achievement of the academic excellence, that
the statutes defend, and that passes, particularly, for the improvement of the level of the
qualification of its teachers, for the implementation or effective functioning of some of the agencies
of the academy and for the affirmation of the scientific research as unavoidable matter for the
accurate performance of education and extension functions.
Between the conclusions support in process of integration of Cape Verde in the international
nets of research and technological, scientific excellency, as besides defend by Uni-CV statutes, we
must have in mind the specificity of this small Middle Atlantic country, have its structural
fragilities, for what some critical distance in relation to the incorporation of certain educative and
curricular politics options that comes from international instances, independently of its innovative
character or even its possible technique and scientific consistency, proven in other contexts.
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ndice
INTRODUO ............................................................................................................................... 1 1. A problemtica e os fundamentos da investigao ................................................................... 1 2. O estado da arte da investigao sobre a problemtica ............................................................. 6
3. O problema e os objectivos da investigao ........................................................................... 10 4. Rotas metodolgicas gerais ..................................................................................................... 11 5. Estrutura da Tese ..................................................................................................................... 12 6. Potencialidades, limitaes e perspectivas .............................................................................. 14
CAPTULO I - O CURRCULO E O DESENVOLVIMENTO CURRICULAR: ................. 17 CONCEPES, TENDNCIAS E PRXIS .............................................................................. 17 1. Conceito de Currculo ............................................................................................................. 18
2. Conceito de Desenvolvimento Curricular ............................................................................... 23 3. Teorias Curriculares ................................................................................................................ 25
3.1. A Teoria Tradicional do Currculo ...................................................................................... 26 3.2. A Teoria Prtica do Currculo ............................................................................................. 30
3.3. A Teorizao Curricular Crtica .......................................................................................... 32 4. A situao actual do campo do Currculo ............................................................................... 42 4.1. O Currculo, o conhecimento e o poder .............................................................................. 44
4.2. O social e o individual no currculo .................................................................................... 45 4.3. O Estado e o direito de livre escolha da educao pela comunidade .................................. 46
4.4. O Currculo, a ideologia e as classes sociais ....................................................................... 47 4.5. O Currculo e a abordagem por competncias .................................................................... 49
5. Polticas educativas e curriculares .......................................................................................... 50 5.1. Polticas educativas ............................................................................................................. 50 5.2. Polticas curriculares ........................................................................................................... 54
6. A dinmica do processo curricular.......................................................................................... 57 6.1. O processo de deliberao curricular .................................................................................. 60 6.2. O processo de realizao do currculo ................................................................................. 64
6.3. A avaliao curricular ......................................................................................................... 72 7. Tendncias no processo de internacionalizao da educao e do currculo .......................... 78
CAPTULO II - A UNIVERSIDADE, O CURRCULO E O CONHECIMENTO: ............... 83 DAS ORIGENS AOS TEMPOS ACTUAIS ................................................................................ 83 1. Aproximao ao conceito de Universidade ............................................................................ 83
2. A evoluo da ideia de Universidade ...................................................................................... 86 2.1. A Universidade Medieval .................................................................................................... 88
2.2. A Universidade Renascentista ............................................................................................. 94 2.3. A Universidade do Iluminismo ........................................................................................... 97
2.4. A Universidade Moderna .................................................................................................. 100 3. A Universidade emergente .................................................................................................... 107 3.1. Misso e funes da Universidade .................................................................................... 109 3.2. A crise actual da Universidade .......................................................................................... 113 3.3. A Universidade emergente e as possveis sadas da crise ................................................. 119 3.4. Caractersticas do conhecimento na universidade emergente ........................................... 128
3.5. O Currculo e a Pedagogia na Universidade dos tempos actuais ...................................... 134
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4. Um breve olhar sobre a Universidade em frica .................................................................. 140 CAPTULO III - O QUADRO METODOLGICO DA INVESTIGAO ........................ 153
1. Fundamentos da abordagem metodolgica adoptada ........................................................... 153 2. Explicitao do caso em estudo ............................................................................................ 155 3. Design da Investigao ......................................................................................................... 156 4. Tcnicas de recolha e anlise de dados ................................................................................. 159
4.1. Tcnicas de recolha de dados ............................................................................................ 159 4.2. Tcnicas de anlise de dados ............................................................................................. 161 5. Procedimentos seguidos na realizao das entrevistas e dos inquritos ............................... 164 5.1. As entrevistas .................................................................................................................... 164 5.2. Os inquritos...................................................................................................................... 166
6. Questes ticas da investigao ............................................................................................ 171 CAPTULO IV - EVOLUO DO ENSINO SUPERIOR PBLICO EM CABO VERDE173 1. O Estado independente e a edificao de um novo sistema educativo ................................. 173 2. Gnese e evoluo do ensino superior em Cabo Verde ........................................................ 182 2.1. Curso de Formao de Professores do Ensino Secundrio (CFPES) ................................ 186
2.2. Instituto Superior de Educao (ISE) ................................................................................ 192 2.3. Instituto Nacional de Investigao Agrria (INIDA) ........................................................ 211 2.4. Centro de Formao Nutica (CFN) ................................................................................. 219
2.5. Instituto Superior de Engenharias e Cincias do Mar (ISECMAR) .................................. 223 2.6. Instituto Superior das Cincias Econmicas e Empresariais (ISCEE) .............................. 234 2.7. Instituto Nacional de Gesto e Administrao Pblica ..................................................... 244
3. Percepo das entidades empregadoras sobre a qualidade no ensino superior pblico ........ 250 4. Anlise global do percurso das instituies de ensino superior pblico ............................... 251
CAPTULO V - O PROCESSO DE CRIAO DA UNI-CV NO CONTEXTO HISTRICO
DO PERODO PS-INDEPENDNCIA E SUA CARACTERIZAO NORMATIVA ... 261 1. A gnese da universidade pblica em Cabo Verde ............................................................... 261
2. O modelo de Universidade luz dos Estatutos de 2006 ....................................................... 264 2.1. Misso, natureza e funes ................................................................................................ 264 2.2. Valores matriciais .............................................................................................................. 265
2.3. Cenrios de estruturao ................................................................................................... 266
2.4. Fins essenciais ................................................................................................................... 267 2.5. Autonomia universitria .................................................................................................... 267 2.6. Estrutura de governo da Universidade .............................................................................. 268 2.7. reas cientficas, conselhos cientficos e unidades orgnicas .......................................... 269
2.8. Graus, diplomas e ttulos acadmicos ............................................................................... 271 2.9. Relao com o Governo .................................................................................................... 271 2.10. Cenrios de implementao ........................................................................................... 272 3. Do figurino associativo de transio criao de unidades orgnicas prprias ................... 274 4. Os normativos essenciais para o desenvolvimento institucional da Uni-CV ........................ 278
4.1. A reviso estatutria de 2009 ............................................................................................ 278 4.2. Reviso estatutria de 2011 ............................................................................................... 283 4.3. Estatutos do Pessoal da Uni-CV ........................................................................................ 286
4.4. O Regulamento Orgnico da Uni-CV ............................................................................... 290 4.5. Regulamentos dos Centros de Investigao ...................................................................... 298 4.6. Regulamento Geral dos Cursos de Graduao da Uni-CV ............................................... 302 4.7. Regulamento dos Cursos de Ps-graduao ...................................................................... 313
4.8. Regulamentos dos Cursos de Estudos Superiores Profissionalizantes .............................. 317
CAPTULO VI - EXPERINCIA CURRICULAR DA UNI-CV NOS PRIMEIROS ANOS
DE FUNCIONAMENTO (2006-2011) ....................................................................................... 319
1. O ponto de partida do processo curricular na Uni-CV .......................................................... 319 2. A concepo inicial do Desenvolvimento Curricular na Uni-CV ......................................... 323
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2.1. As opes gerais constantes dos documentos oficiais da Uni-CV .................................... 323 2.2. A traduo das opes estratgicas da Uni-CV pela Equipa Tcnica Curriculista ........... 325
2.3. A preparao do trabalho de concepo do Desenvolvimento Curricular e as principais premissas estabelecidas ................................................................................................................ 327 2.4. Resultados do trabalho desenvolvido com a assistncia da ETC ...................................... 331 2.5. Recomendaes da equipa tcnica para a continuidade do processo curricular ............... 339
2.6. Balano das actividades de concepo do processo curricular ......................................... 340 3. Desempenho dos rgos da universidade com atribuies no domnio curricular ............... 344 3.1. rgos centrais de governo da Universidade .................................................................... 344 3.2. rgos internos da Unidades Orgnicas ........................................................................... 346 3.3. rgos de gesto cientfica e centros de investigao ...................................................... 348
4. Evoluo do corpo docente da Uni-CV ................................................................................ 352 5. Evoluo das ofertas formativas ........................................................................................... 354 5.1. Cursos de graduao .......................................................................................................... 354 5.2. Cursos de Ps-Graduao .................................................................................................. 360 5.3. Cursos de Estudos Superiores Profissionalizantes ............................................................ 362
6. Perspectiva dos dirigentes da Uni-CV sobre a experincia curricular .................................. 364 6.1. A deliberao curricular a nvel macro e a articulao com os demais nveis .................. 365 6.2. O processo de elaborao dos planos curriculares dos cursos .......................................... 370
6.3. O processo curricular a nvel das unidades orgnicas ....................................................... 372 7. Perspectiva dos docentes sobre a experiencia curricular da Uni-CV.................................... 390 7.1. Percepes sobre o desempenho docente no mbito do processo curricular .................... 390
7.2. Percepes sobre a adequao das opes curriculares e sua implementao .................. 401 7.3. Envolvimento dos docentes na concepo dos currculos dos cursos ............................... 409 7.4. Endogeneidade dos planos currculos ............................................................................... 410
7.5. Factores relevantes da qualidade da formao .................................................................. 410 7.6. Factores condicionantes do nvel de desempenho dos docentes ....................................... 412
7.7. Grau de envolvimento do docente nas diferentes etapas do desenvolvimento curricular . 413 7.8. Apreciao geral e perspectivas ........................................................................................ 417 8. Perspectiva dos estudantes sobre o processo curricular ........................................................ 422
8.1. Motivo de escolha da Uni-CV ........................................................................................... 422
8.2. Acolhimento e integrao dos alunos na instituio ......................................................... 423 8.3. Questes organizacionais e logsticas condicionantes do processo de formao ............. 429 8.4. Percepes sobre dimenses relevantes do processo de ensino-aprendizagem ................ 432 8.5. Preponderncia dos meios de aprendizagem utilizados pelos alunos ............................... 437
8.6. Grau de satisfao em relao formao e expectativas de realizao ........................... 440 8.7. Dos motivos de escolha da Uni-CV ao grau de satisfao com o curso ........................... 442 9. Percepes das entidades representativas do mundo do trabalho ......................................... 446 9.1. Qualidade e pertinncia da formao ................................................................................ 447 9.2. Adequao dos currculos s exigncias da vida activa e da empregabilidade ................. 448
9.3. Sobre a experincia da formao profissionalizante na Uni-CV ...................................... 450 9.4. Oportunidades de melhoria ............................................................................................... 451
CAPTULO VII - INTERPRETAO DOS RESULTADOS DO ESTUDO EMPRICO . 461
1. O ensino superior pblico no perodo anterior ao da criao da Uni-CV ............................. 462 1.1. Concepo de ensino superior em Cabo Verde ................................................................. 462 1.2. Concepo de Currculo no ensino superior pblico......................................................... 464 1.3. Autonomia das instituies pblicas de ensino superior ................................................... 464
1.4. Funes do ensino superior ............................................................................................... 465 1.5. Elenco das ofertas formativas............................................................................................ 465 1.6. Ligao entre a teoria e a prtica e desenvolvimento de competncias ............................ 466
1.7. Relaes de gnero ............................................................................................................ 467 1.8. Qualidade da formao ministrada .................................................................................... 467
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1.9. Acompanhamento dos diplomados ................................................................................... 468 2. A Universidade de Cabo Verde: concepes e prxis curriculares ...................................... 468
2.1. Concepo de Universidade .............................................................................................. 469 2.2. Autonomia da Universidade .............................................................................................. 470 2.3. Concepo de Currculo e Desenvolvimento Curricular ................................................... 471 2.4. Os processos de deliberao e gesto curricular ............................................................... 472
2.5. O desenvolvimento das ofertas formativas ....................................................................... 474 2.6. A implementao das opes acadmicas e curriculares .................................................. 474 2.7. O processo de ensino-aprendizagem ................................................................................. 475 2.8. A qualidade de formao da Uni-CV ................................................................................ 476 2.9. Condicionalismos e limitaes ao desempenho da Uni-CV ............................................. 477
CONCLUSES FINAIS ............................................................................................................. 485 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................................................... 495 ANEXOS ....................................................................................................................................... 513
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SIGLAS E ABREVIATURAS
Siglas
CC - Conselho Cientfico
CENFA Centro de Formao e Aperfeioamento Administrativo
CFA Centro de Formao Agrria
CFPEBC - Curso de Formao de Professores do Ensino Bsico Complementar
CFPES Curso de Formao de Professores do Ensino Secundrio
CFN - Centro de Formao Nutica
CIDLOT Centro de Investigao em Desenvolvimento Local e Ordenamento do Territrio
CIGEF Centro de Investigao em Gnero e Famlia
CONSEG Conselho de Estratgia e de Governo
CONSU Conselho da Universidade
CESP Curso de Estudos Superiores Profissionalizantes
DCSH Departamento de Cincias Sociais e Humanas
DECM Departamento de Engenharias e Cincias do Mar
DCDC - Documento Conceptualizado do Desenvolvimento Curricular na Uni-CV
DCT departamento de Cincia e Tecnologia
DORC - Documento operacionalizador da (re)configurao dos cursos da Uni-CV
EFPES - Escola de Formao de Professores do Ensino Secundrio
ENG Escola de Negcios e Governao
ETC Equipa Tcnica Curriculista
GEP Gabinete de Estudos e Planeamento
IES Instituies de ensino superior
ISE Instituto Superior de Educao
ISECMAR Instituto Superior de Engenharias e Cincias do Mar
ISCEE Instituto Superior de Cincias Econmicas e Empresariais
INAG Instituto Nacional de Administrao e Gesto
INDP Instituto Nacional de Desenvolvimento das Pescas
INIDA Instituto Nacional de Investigao e Desenvolvimento Agrrio
ISCTE Instituto Superior de Cincias do Trabalho e da Empresa
ISCAL Instituto superior de Contabilidade e Administrao de Lisboa
IUCV - Instituto Universitrio de Cabo Verde
ME Ministrio da Educao
OCDE Organizao para a Cooperao e o Desenvolvimento Econmico em Europa
ONGs Organizaes No-Governamentais
RO - Regulamento Orgnico (da Uni-CV)
RGPCG - Regulamento Geral Provisrio dos Cursos de Graduao
RPCPG - Regulamento Provisrio dos Cursos de Ps-graduao da Universidade de Cabo Verde
UNESCO Organizao da Naes Unidas para a Educao, Cincia e Cultura
Uni-CV Universidade de Cabo Verde
UniPiaget Universidade Jean Piaget de Cabo Verde
Abreviaturas
Art - Artigo
Arts - Artigos
Fig. Figura
p. Pgina
pp. Pginas
v.g. Verbi gratia
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NDICE DE FIGURAS
Figura 1-Perfil do diplomado da Uni-CV ........................................................................................ 332 Figura 2-Referentes do desenvolvimento curricular: ....................................................................... 335
Figura 3- Esquema do plano de investigao................................................................................... 461
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NDICE DE GRFICOS
Grfico 1 - Evoluo da frequncia do ISE 1995-2005 ................................................................... 197 Grfico 2 - Evoluo dos cursos do ISE, por nvel (2001-2006) ..................................................... 198 Grfico 3- Frequncia do ISE 1995/96-1999-00 .............................................................................. 200 Grfico 4- Frequncia do ISE no perodo de 2001 a 2008 ............................................................... 200
Grfico 5- Docentes do ISE por tipo de vnculo .............................................................................. 206 Grfico 6- Frequncia do INIDA no perodo 2001-2009 ................................................................ 213 Grfico 7- Frequncia do ISECMAR 1996-2000 ............................................................................ 225 Grfico 8- N de alunos inscritos no ISECMAR 2001-2008 ........................................................... 226 Grfico 9- Evoluo do n de alunos inscritos no ISCEE (2000/01-2007/08) ................................. 237
Grfico 10- Estudantes que saram para formao superior no exterior 2000/2010 ..................... 253 Grfico 11- Como surgem os planos curriculares dos cursos .......................................................... 410 Grfico 12 - Acolhimento na Uni-CV, no incio da sua formao .................................................. 424 Grfico 13- Pertence Associao Acadmica? .............................................................................. 425 Grfico 14- Associao resolve problemas dos estudantes? ............................................................ 425
Grfico 15 - Dificuldades iniciais de acompanhamento das actividades acadmicas ..................... 426 Grfico 16- Voltaria a entrar na Uni-CV se tivesse de o fazer neste momento? ............................. 442 Grfico 17- Voltaria a ingressar no curso caso tivesse de fazer a escolha neste momento? ........... 442
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NDICE DE QUADROS
Quadro 1- Design da investigao ................................................................................................... 158 Quadro 2- Modelo de recolha e anlise de dados ............................................................................ 163
Quadro 3- Populao e Amostra (Docentes a tempo inteiro) .......................................................... 167 Quadro 4- Respondentes por sexo e faixa etria .............................................................................. 167 Quadro 5- Respondentes por sexo e grau acadmico ...................................................................... 168 Quadro 6- Docentes a tempo inteiro por grau acadmico (populao) ............................................ 168 Quadro 7- N de itens do questionrio a alunos referentes a variveis independentes .................... 169
Quadro 8- Populao e Amostra (alunos de licenciatura) ................................................................ 169 Quadro 9- Respondentes (alunos de licenciatura)............................................................................ 170 Quadro 10- Alunos matriculados em Cabo Verde no ano lectivo 2009/20010 ............................... 180 Quadro 11- Corpo docente por grau acadmico e por departamento .............................................. 191 Quadro 12- N de alunos inscritos - 1992/93 ................................................................................... 191
Quadro 13 - Cursos abertos pelo ISE e n de estudantes admitidos no 1 ano (2004/2005 ............ 197 Quadro 14- Frequncia dos cursos do ISE- 2001/2002 ................................................................... 201 Quadro 15- Frequncia do ISE, por curso e grau acadmico (2007-2008) ...................................... 202
Quadro 16 N de diplomados do CFPES/ISE, de 1979 a 2008 ...................................................... 203 Quadro 17- Docentes do ISE por ano lectivo e nvel de formao .................................................. 204 Quadro 18- Frequncia de cursos superiores do INIDA no perodo 2003-2008 ............................. 214
Quadro 19- Docentes/investigadores do INIDA por nvel de formao .......................................... 216 Quadro 20- Diplomados pelo CFN por curso superior -1984/1996................................................. 221 Quadro 21- Frequncia do ISECMAR -2001/2002 ......................................................................... 226
Quadro 22 - Frequncia de cursos do ISECMAR- 2007/2008 ........................................................ 227 Quadro 23- Nmero de diplomados CFN/ISECMAR - 1988-2008 ................................................ 231
Quadro 24- Estudantes inscritos nos cursos ministrados de 1991 a 2000 ....................................... 237 Quadro 25 - Cursos do ISCEE em 2000/2001 e 2007/2008 ............................................................ 237 Quadro 26- Diplomados do ISCEE de 1993/94 a 2007-08 .............................................................. 239
Quadro 27- Evoluo do n de docentes do ISCEE por nvel acadmico 1991/92-2002/03 ........... 239
Quadro 28- Docentes do ISCEE por ano lectivo e nvel de formao ............................................. 240 Quadro 29- Frequncia do 3 ciclo do Ensino Secundrio por reas de estudos (2009/2010) ........ 252 Quadro 30- Frequncia do ensino superior no perodo 2000/01-2007/08 ....................................... 253 Quadro 31- Frequncia do ensino superior pblico no perodo 2003/04-2007/08 .......................... 254
Quadro 32- Frequncia do ensino superior (pblico e privado) 2000/01-2007/08 ....................... 255 Quadro 33- Docentes do ensino superior pblico por nvel de formao (2003/04-2007/08) ........ 255 Quadro 34- Taxas de brain drain na CPLP em 2006 ...................................................................... 257 Quadro 35- Funes dos grupos de trabalho e da equipa tcnica curriculista ................................. 327 Quadro 36- Evoluo do pessoal docente da Uni-CV, por grau acadmico (2006-07-2009/2010) 352
Quadro 37- Docentes a tempo inteiro (2010/2011) ......................................................................... 353 Quadro 38- Cursos de Bacharelato ministrados nas unidades associadas da Uni-CV (2006-2008) 355 Quadro 39 - Bacharelatos ministrados nas unidades orgnicas (2008/09-2010/11) ........................ 355
Quadro 40- Cursos de Licenciatura por unidade associada da (2006-07 e 2007-08) ...................... 356 Quadro 41- Cursos de Licenciatura da Uni-CV (2008/09-2010/11) ................................................ 357 Quadro 42- Cursos de Complemento de Licenciatura na Uni-CV (2008/09-2010/11) .................. 358 Quadro 43- Candidatos seleccionados nas provas de acesso 2010/2011 ......................................... 360
Quadro 44- Cursos de Mestrado nas unidades associadas da Uni-CV - 2006/07-2007/08) ............ 360 Quadro 45- Cursos de Mestrado ministrados pela Uni-CV (2008/09-2010-11) .............................. 361 Quadro 46- Cursos de Estudos Superiores Profissionalizantes - 2008/09-2010-11) ....................... 363
Quadro 47- Evoluo da frequncia dos cursos da Uni-CV (2006-07-2010/01) ............................. 364 Quadro 48- Planificao das aulas - sua regularidade e qualidade .................................................. 391
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Quadro 49- Leccionao das aulas - sua qualidade e eficcia ......................................................... 392 Quadro 50- Atendimento dos alunos ............................................................................................... 392
Quadro 51- Actividade de investigao independente ..................................................................... 393 Quadro 52- Actividade de investigao com os alunos ................................................................... 393 Quadro 53- Actividade de investigao em grupos de docentes ..................................................... 394 Quadro 54- Actividades de extenso ............................................................................................... 395
Quadro 55- Elaborao de materiais didcticos ............................................................................... 395 Quadro 56- Participao em rgos de gesto acadmica ............................................................... 396 Quadro 57- Elaborao dos programas das unidades curriculares .................................................. 397 Quadro 58- Elaborao dos sumrios das aulas ............................................................................... 397 Quadro 59- Avaliao das aprendizagens dos alunos ...................................................................... 398
Quadro 60- Elaborao dos relatrios semestrais/anuais das unidades curriculares ....................... 398 Quadro 61- Orientao de estgios e monografias .......................................................................... 399 Quadro 62- Participao em jris de avaliao de trabalhos acadmicos ........................................ 400 Quadro 63- Adequao das polticas de formao ........................................................................... 402 Quadro 64- Adequao das ofertas formativas ................................................................................ 402
Quadro 65- Perfil dos diplomados ................................................................................................... 403 Quadro 66- Integrao das componentes ensino, investigao e extenso ...................................... 403 Quadro 67- Os currculos dos cursos e o estado do conhecimento universal .................................. 404
Quadro 68- Ligao entre o conhecimento universal e a realidade nacional ................................... 405 Quadro 69- Os currculos, a identidade nacional e diversidade cultural dos alunos ....................... 405 Quadro 70- Princpio da equidade nas relaes de gnero .............................................................. 406
Quadro 71- Ligao entre o conhecimento terico e a prtica ........................................................ 407 Quadro 72- Participao dos alunos na construo da sua aprendizagem ....................................... 407 Quadro 73- Orientao para o desenvolvimento de competncias .................................................. 408
Quadro 74- Qualidade/excelncia das actividades acadmicas ....................................................... 408 Quadro 75- Envolvimento dos docentes na concepo dos currculos dos cursos .......................... 410
Quadro 76- Perfil de entrada dos alunos/qualidade da formao .................................................... 411 Quadro 77- Desempenho dos docentes/qualidade da formao ...................................................... 411 Quadro 78- Empenhamento dos alunos/qualidade da formao ...................................................... 411
Quadro 79- Disponibilidade dos recursos pedaggicos ................................................................... 412
Quadro 80- Factores condicionantes do nvel de desempenho docente ........................................... 412 Quadro 81- Envolvimento na concepo das polticas formao .................................................... 413 Quadro 82- Participao na definio das ofertas formativas .......................................................... 414 Quadro 83- Elaborao de projectos curriculares de curso .............................................................. 414
Quadro 84- Participao na definio das directivas curriculares para os cursos ........................... 414 Quadro 85- Elaborao dos planos de aula ...................................................................................... 414 Quadro 86- Grau de implementao das opes curriculares .......................................................... 415 Quadro 87- Envolvimento na avaliao dos currculos implementados .......................................... 415 Quadro 88- Envolvimento na avaliao das unidades curriculares ................................................. 415
Quadro 89- Envolvimento na avaliao dos alunos ......................................................................... 416 Quadro 90 -Avaliao do desempenho docente ............................................................................... 416 Quadro 91- Envolvimento na avaliao do curso ............................................................................ 416
Quadro 92- Observncia dos planos curriculares ............................................................................ 417 Quadro 93- Implementao dos planos curriculares ........................................................................ 418 Quadro 94- Qualidade das actividades acadmicas ......................................................................... 418 Quadro 95 - Docentes com formao pedaggica ........................................................................... 421
Quadro 96- Motivos de escolha da Uni-CV para formao ............................................................. 423 Quadro 97- Acolhimento por unidade orgnica ............................................................................... 424 Quadro 98- Dificuldades iniciais de acompanhamento, por unidade orgnica ................................ 426
Quadro 99- Causas das dificuldades iniciais de acompanhamento das actividades acadmicas ..... 427 Quadro 100- Envolvimento dos estudantes no seu processo de formao ...................................... 429
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Quadro 101- Adequao das instalaes e equipamentos para as aulas .......................................... 430 Quadro 102- Adequao dos recursos bibliogrficos ...................................................................... 430
Quadro 103- Adequao dos meios informticos ............................................................................ 431 Quadro 104- Adequao do acesso Internet .................................................................................. 431 Quadro 105- Adequao do sistema de informao ........................................................................ 431 Quadro 106- Adequao do ambiente disciplinar ............................................................................ 432
Quadro 107- Adequao da carga horria ........................................................................................ 432 Quadro 108- Cumprimento integral dos programas ........................................................................ 433 Quadro 109- Importncia das aulas e outras actividades de ensino ................................................. 433 Quadro 110- Ligao teoria/prtica ................................................................................................. 433 Quadro 111- Capacidade comunicativa dos docentes ...................................................................... 434
Quadro 112- Participao dos alunos na aprendizagem .................................................................. 434 Quadro 113- Atendimento dos alunos para orientao e apoio ....................................................... 435 Quadro 114- Relao afectiva docentes/alunos ............................................................................... 435 Quadro 115- Domnio dos conhecimentos cientficos pelos docentes ............................................ 435 Quadro 116- Adequao dos programas ao nvel da formao ....................................................... 436
Quadro 117- Actividades de investigao com o envolvimento dos alunos.................................... 436 Quadro 118- Avaliao dos alunos de forma justa .......................................................................... 437 Quadro 119- Relevncia das aulas prticas na aprendizagem ......................................................... 437
Quadro 120- Relevncia das aulas tericas na aprendizagem ......................................................... 438 Quadro 121- Relevncia da pesquisa na Internet para a aprendizagem ........................................... 438 Quadro 122- Relevncia da leitura individual na aprendizagem ..................................................... 439
Quadro 123- Relevncia do estudo com os pares na aprendizagem ................................................ 439 Quadro 124- Est satisfeito com o curso que frequenta? ................................................................. 440 Quadro 125- Pertinncia da formao para o pas ........................................................................... 440
Quadro 126- Curso frequenta e sua empregabilidade ...................................................................... 440 Quadro 127- Formao frequentada e perspectivas de realizao pessoal, social e profissional .... 441
Quadro 128- Qualidade do curso face ao estado do conhecimento universal ................................. 441 Quadro 129- Correlao falta de recursos para estudar no estrangeiro/ satisfao com o curso ..... 443 Quadro 130- Correlao falta de melhor alternativa de formao /satisfao com o curso ............ 443
Quadro 131- Correlao propinas mais acessveis/ satisfao com o curso .................................... 444
Quadro 132 - Correlao boas referncias de qualidade /satisfao com o curso ........................... 444 Quadro 133- Correlao boas referncias sobre o prestgio da instituio/satisfao com o curso 445 Quadro 134- Correlao boas referncias sobre a empregabilidade/satisfao com o curso .......... 446
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INTRODUO
1. A problemtica e os fundamentos da investigao
Tendo por epgrafe as Concepes, Prxis e Tendncias de Desenvolvimento Curricular no
Ensino Superior Pblico em Cabo Verde Um estudo de caso sobre a Universidade de Cabo
Verde, a presente tese de doutoramento em Cincias da Educao, Especialidade de
Desenvolvimento Curricular, que se submete aprovao da Universidade do Minho, enquadra-se
na discusso que tem vindo a fazer-se, no seio da comunidade cientfica, em torno da concepo e
da relevncia do Currculo enquanto questo central das polticas e prxis educacionais a todos os
nveis, com nfase particular no ensino superior.
Os novos desafios da educao, face s exigncias do desenvolvimento dos pases, implicam
que as polticas educativas, de uma forma geral, e as polticas curriculares, em particular, sejam
encaradas numa perspectiva sistmica e integrada, em que os diversos nveis de ensino possam
considerar-se como igualmente relevantes para o progresso socioeconmico, superando-se, assim, a
viso prevalecente, at h escassos anos, nas polticas de organizaes internacionais e de diversos
pases, no que se refere baixa prioridade conferida ao ensino superior, em termos de promoo do
acesso e de afectao dos recursos
Impe-se, com efeito, que se assuma a relevncia do ensino superior, quer para a qualificao
dos diversos subsistemas de educao e de formao, quer para a criao do conhecimento de ponta
e a promoo da alta cultura, sem o que no ser possvel a qualificao dos recursos humanos
necessrios gerao do progresso e insero virtuosa dos pases na economia mundial, com a
correspondente criao de condies para uma distribuio mais equitativa do rendimento criado,
em prol do desenvolvimento humano e sustentvel.
Esta orientao de fundo est em sintonia com a prioridade que, ao nvel das instncias
internacionais de financiamento, tem vindo a ser dada ao ensino superior. Efectivamente, segundo
Bloom e outros (2006), num estudo encomendado pelo Banco Mundial Universidade de Harvard,
a competio econmica baseada no conhecimento, no contexto de uma economia globalizada,
levou reconsiderao do papel do ensino superior no crescimento econmico. Visto anteriormente
como um servio pblico dispendioso, concorrente com os outros nveis de ensino no acesso aos
recursos oramentais, e servindo sobretudo as classes privilegiadas, este nvel de ensino agora
perspectivado como um factor impulsionador da produtividade, competitividade e crescimento
econmico. Neste novo contexto, o ensino superior no deve ser colocado em competio com os
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outros nveis de ensino, nomeadamente no que se refere repartio dos recursos financeiros, mas
antes ser considerado, igualmente, um pilar essencial do sistema de educao.
Assim, no seu plano de aco para o continente africano, referente ao perodo 2006-2008,
assim como em outras publicaes, o Banco Mundial reconhece, inequivocamente, a relevncia do
ensino superior no contexto do sistema de educao e de ensino, evidenciando o papel estratgico
do ensino superior como a base de formao de competncias visando o crescimento e a
competitividade dos pases africanos1.
Cabo Verde, pas geograficamente pequeno, marcado pela insularidade e pela disperso do
seu territrio, praticamente desprovido dos recursos naturais clssicos, mas apostado no
desenvolvimento sustentvel, no esteve alheio evoluo ocorrida no plano internacional acerca
da relevncia e do grau de prioridade do ensino superior. E no poderia ser de outro modo, visto que
o homem cabo-verdiano foi sempre considerado como o mais valioso recurso e o factor principal
de desenvolvimento2 do novo pas independente, estando, contudo, subjacente a esta premissa o
entendimento de que s uma educao de elevada qualidade susceptvel de gerar o capital
humano necessrio para assegurar o progresso sustentvel do pas.
Eis porque, decorridos apenas quatro anos da proclamao da Independncia Nacional,
criado em Cabo Verde, como estabelecimento pblico, o primeiro embrio de ensino superior,
destinado formao de docentes do ensino secundrio, a que se seguiro, nos anos subsequentes,
outras instituies pblicas de formao autctone de quadros superiores, em complemento com a
formao superior realizada no estrangeiro.
Os primeiros anos do sculo XXI representam um grande salto no processo de edificao do
ensino superior em Cabo Verde, com a emergncia das primeiras instituies de ensino superior
privadas e a criao de uma universidade pblica, que integra o potencial dos anteriores e dispersos
institutos de ensino superior pblico num projecto acadmico que se apresenta como mais
consentneo com as necessidades de desenvolvimento do pas, integrando, nas suas funes, os
seguintes eixos fundamentais: (i) a produo do conhecimento, essencialmente pela investigao
cientfica; (ii) a sua aprendizagem, mediante a educao e a formao; (iii) a sua difuso,
designadamente atravs das tecnologias da informao e da comunicao; (iv) a sua valorizao,
atravs da inovao e transferncia para o tecido econmico e social3.
Por outro lado, a misso e as funes da universidade devem ser exercidas numa perspectiva
axiolgica em que relevam, entre outros princpios e valores, as seguintes dimenses constitutivas
do conceito gentico de qualidade nsito no diploma fundacional da Uni-CV, nomeadamente: (i)
1 Cf. World Bank: Action Plan for Africa (2006-2008); Banco Mundial (2010): Acelerando o passo. Educao terciria
para o crescimento econmico na frica subsariana. 2 Cf. Brochura Lutar pelo desenvolvimento econmica e social, publicada em 1983 pelo Departamento de Informao e
do PAICV (Partido Africano da Independncia de Cabo Verde). 3 Cf. Prembulo dos Estatutos da Uni-CV.
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Relevncia, no sentido de que o fazer universitrio seja socialmente pertinente; (ii) Equidade, no
sentido do alargamento das oportunidades de acesso e sucesso educativos a todos os cabo-
verdianos, independentemente da sua condio social e do local de residncia e (iii) Abordagem por
competncias, no sentido de orientar os processos pedaggicos para a construo de capacidades do
aprendente4.
Entretanto, e porque a educao e o currculo so vistos como faces inseparveis de um
mesmo projecto de formao (Goodson, 2001; Morgado, 2005; Pacheco, 2006; Gaspar & Roldo,
2007; Pinar, 2007), torna-se necessrio analisar as opes de mudanas educativas e curriculares
adoptadas pela Uni-CV no contexto da evoluo do ensino superior pblico cabo-verdiano,
compreender em que medida tais opes so implementadas e os respectivos resultados
correspondem misso da Universidade, traduzindo as necessidades de formao da sociedade
cabo-verdiana e as exigncias de desenvolvimento do pas.
precisamente sobre estas questes que incide o presente trabalho de investigao, que, ao
discutir a experincia de desenvolvimento curricular no ensino superior pblico cabo-verdiano, com
incidncia particular na Uni-CV, correlacionado as concepes adoptadas e as prticas
efectivamente implementadas, representa para ns, coetaneamente, uma motivao pessoal e um
desafio acadmico.
Na verdade, e tal como, amide, acontece nos projectos de investigao conducentes
obteno do grau de doutor, a gnese deste projecto de investigao, em termos de definio da sua
problemtica, est associada a motivaes que resultam da interseco de propsitos e perspectivas
imanentes do nosso percurso profissional e projecto de vida com pretenses de maior alcance,
orientadas para a apropriao e a mobilizao do conhecimento cientfico susceptvel de contribuir
para a realizao do desiderato que vem sendo acalentado e prosseguido, desde a Independncia
Nacional, em Julho de 1975, por um pequeno pas atlntico, de lngua oficial portuguesa (Cabo
Verde), a saber: promover, atravs da educao e formao dos recursos humanos, a realizao da
estratgia e do desgnio nacional de desenvolvimento5.
Tendo, com efeito, desempenhado funes de diversa ndole e a diversos nveis no sistema
educativo cabo-verdiano, desde as de docncia no ensino bsico, secundrio e superior s de
administrao estratgica e operacional do sistema nacional de educao, passando pelas de
inspeco e controlo da qualidade do ensino, e encontrando-nos, nos ltimos anos, engajado no
processo de construo e desenvolvimento institucional da universidade pblica de Cabo Verde,
pudemos acompanhar de perto a evoluo das polticas e prxis educativas neste pas e, deste modo,
apercebermo-nos quer de vrios pontos fortes, avanos ou ganhos conseguidos no sector da
4 4 Cf. alnea d) do artigo 4 dos Estatutos da Uni-CV.
5 Vide Lutar pelo desenvolvimento econmico e social, op.cit
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educao, quer de problemas e insuficincias nas polticas e prxis educativas e curriculares,
tomando, do mesmo passo, conscincia da magnitude e do alcance das mudanas que se impem na
concepo e implementao de tais polticas.
Na verdade, ao analisar-se a evoluo recente da educao em Cabo Verde, ressalta, a par dos
indicadores que colocam o pas em posies relativamente confortveis no ranking africano e
internacional6, a constatao de que o sistema educativo padece de inmeras insuficincias e
enfrenta dificuldades e constrangimentos estruturais com efeitos negativos evidentes sobre a
qualidade7, facto que, por ser inquietante, no deixa de interpelar quer os dirigentes quer os
agentes educativos mais preocupados com a causa da educao, concitando-os a agir, de modo
consequente, tendo em vista a adequao das concepes, normas, orientaes e decises de poltica
educativa e o aprimoramento das prxis educativas a diferentes nveis do sistema educativo cabo-
verdiano, traduzindo, deste modo, o sentimento, generalizado e bem enraizado na opinio pblica
da urgncia de se efectuar um esforo adicional para seu aperfeioamento8.
A consolidao dos ganhos e a superao dos aspectos negativos ou menos bem conseguidos
do sistema educativo cabo-verdiano constituem tarefas incontornveis, no quadro da estratgia de
desenvolvimento sustentvel do pas, que passa, inexoravelmente, pela elevao contnua da
qualidade de formao dos cabo-verdianos e da sua capacidade empreendedora. Porm, a realizao
bem-sucedida dessas tarefas inconcebvel sem um ensino superior de alta qualidade e, muito
especialmente, sem o contributo decisivo da Universidade Pblica de Cabo Verde, qual
incumbida, de resto, a misso de potenciar o desenvolvimento humano como factor estratgico do
desenvolvimento sustentvel do pas, promover a capacidade empreendedora da sociedade cabo-
verdiana () e contribuir para a modernizao do sistema educativo de Cabo Verde a todos os
nveis9.
Tal como em outros pases, em Cabo Verde, a aposta na qualidade da educao e, em
particular, do ensino superior exige uma abordagem fundamentada de uma diversidade de factores
intrinsecamente relacionados com o equacionamento de uma problemtica que se apresenta de
grande centralidade nas polticas de educao e formao em todas as latitudes, a saber: a questo
curricular, que bem pode expressar-se em termos de que conhecimento deve ser ensinado, qual o
conhecimento considerado vlido ou essencial, o que os alunos e as alunas devem saber, ou
ainda, melhor, em que eles ou elas se devem tornar durante e depois da formao (Silva, 2000).
6. Vide, entre outros: Relatrio de Desenvolvimento Humano 2010, publicado pelo PNUD (edio portuguesa);
Relatrio de Monitoramento Global 2011 Educao para Todos: A crise oculta: conflitos armados e educao, de
2011, publicado pela Unesco;
7 Cf. Plano Estratgico da Educao, Ministrio da Educao, Cabo Verde, Praia, 2003.
8 Cf.Programa de Governo para a VII Legislatura-2006-2011. Governo de Cabo Verde, 2002.
9 Cf. art 3 dos Estatutos da Universidade de Cabo Verde, aprovados pelo Decreto-Lei n 53/2006, de 20 de Novembro,
na verso que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n 11/2009, de 20 de Abril.
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5
No se definindo, pois, apenas em funo das concepes tericas e das opes de poltica
prescritas ao nvel das instncias decisoras, a educao e o currculo devem ser perspectivados
como intencionalidades ou projectos que se operacionalizam mediante um processo em que
interagem a teoria e a prtica, a reflexo e a aco, conformando a prxis, ou seja, uma actividade
que precisa ser realizada por um sujeito consciente e que, para isso, carece de fundar-se numa teoria
(Batista, 2007), de tal sorte que toda prxis actividade, mas nem toda actividade prxis
(Vzquez, 1977, p.185, apud Batista, Ibid., p.181).
Com efeito, em funo das polticas e prxis curriculares dominantes, em cada contexto,
influenciadas, em maior ou menor grau, pelas relaes de hegemonia prevalecentes num cenrio
cada vez mais globalizado e onde os critrios de teor econmico tendem a prevalecer sobre
preceitos culturais e cientficos (Morgado, 2007, p.61), que se compreendem, em larga medida, os
modos diferenciados como so encarados diversos factores intrnsecos aos processos de formao e
de desenvolvimento curricular, como a concepo das ofertas formativas, a orientao das
actividades de ensino, investigao e extenso, o desempenho dos docentes e dos alunos, os
processos de avaliao, entre outros.
No bastando, por conseguinte que se massifique o acesso ao ensino e formao aos
diversos nveis e se aumente o nmero de diplomados, sumamente relevante assegurar-se o
realismo, a viabilidade e a pertinncia social das propostas de mudana educativa e curricular,
sobretudo quando a educao e o currculo so vistos como faces inseparveis de um mesmo
projecto de formao (Pacheco, 2006; Pinar, 2007).
Ora, como, desde logo, nos apercebemos, a Universidade de Cabo Verde carece de
especialistas em Currculo, o que a leva a adaptar opes curriculares elaboradas e adoptadas em
outros contextos ou a solicitar a colaborao pontual de curriculistas de outros pases para levar a
cabo actividades de concepo e reviso dos currculos dos seus cursos, a diferentes nveis.
Sendo certo que a Universidade do sculo XXI (Santos, 2009) , cada vez mais, uma
universidade aberta ao mundo e o sucesso do seu desempenho depende, em larga medida, da sua
capacidade de se inserir em espaos regionais e mundiais de ensino superior e cincia que se
pautem por elevados padres de qualidade e excelncia10,
, de modo a que os seus estudantes possam
preparar-se para assumirem plenamente a sua cidadania, nos novos e complexos contextos da
globalizao, no menos verdade que, como dizia Amlcar Cabral (1974a, p. 39), por muito
quente que seja a gua da fonte, ela no cozer o teu arroz, pelo que se impe a necessidade de, no
mbito das polticas e estratgias de transformao e desenvolvimento do pas, potenciar a
capacidade endgena de pensar para melhor agir e agir para melhor pensar (Cabral, 1974b, p.15),
sem negligenciar o conhecimento da experincia dos outros (Ibid., p. 131), o que, no mbito das
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Cf. alnea g) do art. 4 dos Estatutos da Uni-CV.
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polticas educacionais e de formao, se traduz, nomeadamente, no imperativo de conceber e
realizar os currculos da educao e ensino, aliando a natureza universal do conhecimento
necessidade de mobilizao desse conhecimento para uma reflexo e interveno esclarecidas sobre
a realidade do pas, em prol de um desenvolvimento que respeite a identidade, a cultura e as
especificidades nacionais.
Correspondendo ao repto lanado por Amlcar Cabral, procurmos fazer um levantamento dos
trabalhos de investigao publicados sobre o percurso do ensino superior pblico em Cabo Verde,
com particular incidncia sobre as concepes e prxis de desenvolvimento curricular.
2. O estado da arte da investigao sobre a problemtica
Na busca de subsdios tericos e de evidncias empricas que permitissem compreender e
elucidar como tm evoludo as concepes, prxis e tendncias de desenvolvimento curricular a
nvel do ensino superior pblico e, designadamente, na Universidade de Cabo Verde, empenhmo-
nos, activamente, na reviso da literatura cientfica relevante sobre as duas dimenses que relevam
da temtica a dos estudos curriculares e a das concepes sobre a universidade , procurando
efectuar um levantamento, to exaustivo quanto possvel, dos trabalhos cientficos que se tivessem
ocupado do estudo emprico dos fundamentos da criao e bem assim dos aspectos mais relevantes
da experincia formativa e curricular das instituies pblicas de ensino superior cabo-verdianas e,
em particular, da universidade pblica, tendo em vista o cumprimento das respectivas misses.
Do esforo de pesquisa empreendido, resulta a constatao de que o estado da arte da
investigao sobre a problemtica curricular no ensino superior pblico em Cabo Verde caracteriza-
se por uma considervel aridez de trabalhos cientficos, pese embora a existncia de vrios estudos
idneos que, embora no se focalizando especificamente sobre o desenvolvimento curricular no
ensino superior, fornecem elementos que permitem compreender a evoluo deste subsistema de
ensino e, pontualmente, incluem dados sobre o processo curricular a esse nvel, representando,
assim, contributos importantes para o presente trabalho de investigao.
Um dos estudos mais relevantes , sem dvida, a nica Tese de Doutoramento que se refere
ao ensino superior e universidade pblica em Cabo Verde, ainda que no especificamente sobre a
questo curricular: a Tese Universidade e transformao social nos pequenos estados em
desenvolvimento. O caso de Cabo Verde (Tolentino, 2006), no qual o seu autor procura fornecer
pistas para investigao no quadro da Universidade Pblica de Cabo Verde (Ibid., p.7). No seu
estudo emprico, o autor faz uma abordagem sobre a gnese do ensino superior no arquiplago, a
realidade, o potencial e os limites do modelo de ensino superior em Cabo Verde, sendo apenas de se
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registar a escassez de citaes das fontes das evidncias, quer em termos de dados de arquivo, quer
de perspectiva, em que se apoiam diversas constataes, percepes e concluses da Tese.
A tese em apreo, que, como refere o seu autor, tem por suporte terico as ferramentas de
diversas disciplinas, nomeadamente a Sociologia, a Economia de Desenvolvimento, a Cincia
Poltica e a Educao Comparada, fornece elementos de reflexo sobre a correlao que deve existir
entre a universidade e o desenvolvimento, e conclui com a apresentao de uma proposta de modelo
de universidade pblica empreendedora para impulsionar Cabo Verde, que encontrar guarida nos
Estatutos da Uni-CV, os quais consagram, expressamente, o empreendedorismo como um dos
valores fundamentais prosseguidos.
De realar, ainda, que outros subsdios apresentados por Tolentino na referida tese coincidem
com opes constantes do Documento de Estratgia da Comisso Instaladora da Universidade de
Cabo Verde, da qual, de resto, ele era membro, e dos Estatutos da Uni-CV. Tal o caso da
concepo e instalao de uma universidade em rede, ajustada ao pas real (Ibid., p. 430), a que
faremos meno no estudo emprico.
Merecem, tambm, referncia relatrios e outros documentos, dos quais a maioria no
publicados, referentes a vrios aspectos do percurso das instituies de ensino superior em Cabo
Verde e ao processo de criao da Universidade de Cabo Verde, a que faremos aluso, igualmente,
ao longo da parte emprica desta tese.
Assim, no mbito da Cooperao Portuguesa com Cabo Verde ao nvel do ensino superior,
cabe realar a realizao de dois estudos, sob os auspcios da Fundao Calouste Gulbenkian. No
primeiro, Estudo sobre o Ensino Superior em Cabo Verde, de 1993, da autoria de Eduardo Maral
Grilo, Jlio Montalvo e Silva e Manuel Carmelo Rosa, analisam-se as aces de formao
existentes a nvel do ensino ps-secundrio e formulam-se sugestes para o desenvolvimento
ulterior do ensino superior no pas, designadamente pistas para o enquadramento legislativo do
ensino superior e para a criao de uma instituio unitria (o Instituto Universitrio de Cabo
Verde), que integraria os Cursos e estabelecimentos ps-secundrios ao tempo existentes.
O segundo trabalho, Estudo sobre o Ensino Superior em Cabo Verde, datado de 1977, da
autoria de Victor Crespo, que pouco se detm no estudo emprico sobre o percurso do ensino
superior pblico em Cabo Verde, subscrevendo, entretanto, os resultados do estudo empreendido
por Grilo e outros (1993). Em contrapartida, Crespo (Ibid.) debrua-se, com certo detalhe, sobre a
experincia de ensino superior em diversos estados insulares, extraindo, a partir do seu estudo,
ilaes susceptveis de servir de referncia para a reestruturao do ensino superior pblico em
Cabo Verde, de entre os quais salienta a relevncia do princpio da flexibilidade, tanto na
configurao institucional, na organizao interna, na implantao dos campus e das unidades
orgnicas como no que tange concepo curricular dos cursos.
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8
O estudo mais recente, enquadrado na cooperao acordada entre os Governos de Portugal e
Cabo Verde, no mbito dos trabalhos preparatrios para a instalao da Universidade de Cabo
Verde, o que consta do relatrio de avaliao externa intitulado Um Olhar Analtico sobre o
Ensino Superior em Cabo Verde, de 2006, elaborado por Aubyn e outros (2006). Este relatrio,
que o estudo emprico mais abrangente levado a efeito sobre o percurso e o potencial dos
institutos pblicos de ensino superior ao tempo em funcionamento, na perspectiva da sua possvel
integrao na Universidade de Cabo Verde, constitui, ipso facto, um subsdio importante para os
trabalhos que estavam a ser realizados pela Comisso Instaladora da universidade pblica.
Na busca de compreenso das concepes e prticas que caracterizaram a evoluo do ensino
superior pblico em Cabo Verde, foram tidos em devida conta os seguintes trabalhos:
a) A brochura Escola de Formao de Professores do Ensino Secundrio 1979/1989, que
apresenta informaes de interesse sobre a criao e o percurso do primeiro embrio de ensino
superior em Cabo Verde;
b) O estudo de auto-avaliao intitulado Diagnstico do Funcionamento do Instituto Superior
de Educao, de 2005, elaborado sob a coordenao de Judite Nascimento, que fornece
informaes e reflexes pertinentes sobre o percurso e o desempenho deste instituto;
c) O estudo Eficcia Interna das IES Pblicas ISE e ISECMAR, de 2006, realizado sob os
auspcios da Comisso Instaladora da Universidade de Cabo Verde;
d) O relatrio de Tolentino, de 2003, intitulado Universidade de Cabo Verde: Subsdios para
um Programa de Capacitao das Instituies de Educao Superior e Instalao da Uni-CV;
e) O artigo de Jorge Brito, Transdisciplinaridade no ensino superior em Cabo Verde (2003),
que ajuda a compreender os contextos em que surgiram as iniciativas de formao superior no
arquiplago recm-independente, pondo em relevo que os estabelecimentos de ensino ps-
secundrio surgiram para dar resposta a situaes conjunturais, muitas vezes anunciadoras de crise,
sem que tivesse havido a preocupao real de integrao das componentes investigao e extenso.
Ainda que focalizado na investigao realizada por estudantes das instituies de ensino
superior pblicas e privadas, ento existentes em Cabo Verde, merece referncia o trabalho de
investigao de Rodrigues (2005), intitulado Relao Pesquisa e Desenvolvimento Humano no
Ensino Superior em Cabo Verde: As Contribuies dos Estudantes, que, alm de pr em relevo o
carcter episdico e a fraca consistncia cientfica da investigao realizada pelos estudantes, sob a
orientao dos docentes, com vista obteno dos diplomas acadmicos, salienta a necessidade de
as instituies de ensino superior adoptarem projectos poltico-pedaggicos que contemplem, de
forma articulada, a pesquisa desenvolvida pelos estudantes e investigadores, com o envolvimento de
parceiros sociais, tendo em vista a formulao de subsdios para a resoluo dos problemas
atinentes ao processo de desenvolvimento humano de Cabo Verde.
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Extrapolando o horizonte arquipelgico, analismos a literatura cientfica produzida por
autores cabo-verdianos no estrangeiro e ainda por investigadores de outros pases africanos,
designadamente os Pases de Lngua Oficial Portuguesa (PALOP), em busca de eventuais estudos
cientficos, com sustentao emprica, sobre o percurso do ensino superior em Cabo Verde, tendo-se
gorado as nossas expectativas.
No obstante, afigura-se de todo interesse mencionar a tese de doutoramento de Slvia
Cardoso, natural de Cabo Verde, que, inserida no campo de estudos curriculares, tem por objecto de
estudo de caso o dualismo cultural dos alunos luso-cabo-verdianos do 1, 2 e 3 ciclos do ensino
bsico de um Agrupamento de Escolas de Portugal, numa perspectiva em que a abordagem multi e
intercultural dos projectos escolares, de acordo com as representaes dos gestores, docentes e
outros profissionais situados ao nvel do contexto escolar, correlacionada com as representaes
dos agentes pertencentes aos contextos familiar e comunitrio dos mesmos alunos11. A meno deste
trabalho justifica-se pela relevncia poltica, cultural e socioeconmica da componente diasprica
de Cabo Verde e, em particular, pela necessidade de se compreender de que modo os alunos de
ascendncia cabo-verdiana se inserem no contexto escolar portugus e em que medida conseguem,
na diversidade cultural que caracteriza o meio social de aprendizagem, realizar o seu direito
educao.
A nvel dos estudos africanos e, nomeadamente, dos realizados por autores dos PALOP, no
foram encontrados trabalhos de investigao que se refiram, ainda que residualmente, ao percurso
do ensino superior cabo-verdiano. Tal , por exemplo, o caso da tese de doutoramento de Lopes
(2010) que, igualmente inserida no campo de estudos curriculares, tem por objecto de estudo de
caso a Universidade Mondlane, de Moambique12. A referncia a este trabalho deve-se, no entanto,
ao facto de o mesmo abordar, numa perspectiva terica, entre outros, fenmenos de difuso de
modelos de polticas e sistemas educativos na frica subsariana, em que se integra Cabo Verde, do
ponto de vista geopoltico.
Ainda que as referncias matriciais de poltica para o ensino superior cabo-verdiano no
provenham propriamente do pensamento africano, mas sim, e de modo preponderante, do modelo
de ensino superior portugus, importa que, no mbito das estratgias de transformao do pas, seja
mitigada a viso eurocentrista ainda predominante na configurao das polticas nacionais,
complementando-a com outros olhares e outras perspectivas.
Com efeito, na perspectiva da evoluo do processo de integrao de Cabo Verde na regio
africana, com a incorporao de compromissos inerentes s lgicas de cooperao, mormente
11
Cf. CARDOSO, S.M.C.F (2007). O dualismo cultural: os luso-cabo-verdianos entre a escola a famlia e a
comunidade (estudo de caso). Tese de Doutoramento apresentada Universidade do Minho.
12 Cf. LOPES, H.M.M (2010). Reconfiguraes Polticas, Econmicas, Sociais, e Culturais e as Reformas
Curriculares na Universidade Eduardo Mondlane. Tese de Doutoramento apresentado Universidade do Porto.
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quando estas tendem a ser fortemente condicionadas pelas polticas de organizaes internacionais,
como o Banco Mundial, adoptadas para a frica em geral e para as suas diversas sub-regies, em
particular, de se equacionar os moldes de articulao dos diferentes modelos e referenciais
dominantes nos espaos em que se integra Cabo Verde13.
Impe-se, pois, que, ao fazer-se o enquadramento do Ensino Superior, no quadro deste trabalho
de investigao, sejam tidos em conta os contributos de diversos autores africanos que tm vindo a
debruar-se sobre a concepo e a evoluo das universidades africanas, traduzindo, assim, a opo
da Universidade de Cabo Verde de se abrir aos diferentes espaos internacionais de ensino superior,
neles se integrando na medida em que se trate de partilhar e promover os valores da excelncia
cientfica e acadmica consagrados no seu diploma fundacional.
3. O problema e os objectivos da investigao
Do estado da arte sobre a problemtica do desenvolvimento curricular no ensino superior
pblico cabo-verdiano, que acabamos de efectuar, resulta no s a escassez e a disperso de
contributos da investigao emprica sobre a temtica em estudo mas tambm a dificuldade de, a
partir dos estudos empricos referenciados, se compreender e elucidar, cabalmente, de que modo as
instituies pblicas de ensino superior e, designadamente, a Universidade de Cabo Verde tm
procurado cumprir a sua misso, concebendo e implementando opes curriculares que
correspondam ao desgnio e s exigncias de desenvolvimento sustentvel do pas.
assim que este trabalho de investigao se prope discutir, em busca de respostas
fundamentadas, o seguinte problema de investigao, que se nos afigura pertinente e sumamente
relevante para a compreenso do processo de desenvolvimento institucional da Universidade de
Cabo Verde:
De que modo a Uni-CV, no quadro das politicas nacionais de educao e formao e no
mbito da evoluo do ensino superior pblico em Cabo Verde, implementa a sua misso,
traduzindo-a em propostas curriculares fundamentadas e condizentes com as necessidades
de desenvolvimento do pas?
O problema de investigao, assim definido, desafia-nos a abordar, com base nos pertinentes
subsdios do respectivo campo cientfico-epistemolgico, a evoluo do ensino superior pblico em
13 A Uni-CV j faz parte de algumas redes universitrias, como a das Universidades da Macaronsia (que inclui
Universidades de Madeira, Aores, Cabo Verde e Canrias) e a da UNAMUNO (que congrega Universidades e
centros de ensino superior das Regies Ultraperifricas da Unio Europeia, incluindo as Universidades espanholas
de Las Palmas de Gran Canaria e La Laguna, as Universidades Portuguesas da Madeira e Aores, as Universidades
Francesas de Reunio, Guadalupe, Martinica e Guiana e a Universidade de Cabo Verde.
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Cabo Verde, em termos de concepes, orientaes e prxis de desenvolvimento curricular, com
particular incidncia no percurso da Uni-CV, desde a sua criao, em Novembro de 2006, de modo
a aferir em que medida esta experincia tem sido congruente com a misso conferida universidade
pblica, evidenciando, assim, em bases cientificamente fundamentadas, possveis oportunidades de
melhoria ulterior do seu desempenho.
Retomando, no essencial, a formulao constante do projecto de tese aprovado pelo Conselho
Cientfico do Instituto de Educao da Universidade do Minho, constituem, assim, objectivos deste
trabalho:
1. Analisar as concepes, prxis e tendncias actuais de desenvolvimento curricular;
2. Analisar a evoluo do conceito de Universidade e da problemtica do conhecimento e do
currculo no ensino superior;
3. Compreender princpios, orientaes, processos e mecanismos de formulao e
implementao das decises sobre a reestruturao do sistema educativo de Cabo Verde no
perodo ps-independncia;
4. Compreender as opes e os processos que caracterizaram a gnese e a evoluo do ensino
superior pblico em Cabo Verde at criao da Universidade de Cabo Verde;
5. Descrever as opes fundamentais do processo de criao da Universidade de Cabo Verde
e de sua estruturao normativa-legal;
6. Analisar as opes de poltica formativa e curricular, as ofertas formativas e o
desenvolvimento das actividades acadmicas, tendo em vista o cumprimento da misso da
Uni-CV.
4. Rotas metodolgicas gerais
Considerando que, apesar da sua importncia, os estudos empricos atrs referenciados, quer
pel
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