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Maurício José de Souza Filho
AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E INDICADORES
TÁTICOS EM ATLETAS DE FUTEBOL DA CATEGORIA SUB-20 EM UMA
COMPETIÇÃO FEDERADA
Belo Horizonte
Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional/UFMG
2016
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Maurício José de Souza Filho
AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E INDICADORES
TÁTICOS EM ATLETAS DE FUTEBOL DA CATEGORIA SUB-20 EM UMA
COMPETIÇÃO FEDERADA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Ciências do Esporte da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências do Esporte. Área de Concentração: Psicologia do esporte e Neurociências aplicadas ao comportamento humano.
Orientador: Prof. Dr. Varley Teoldo da Costa
Co-orientador: Prof. Dr. Leandro Fernandes
Malloy-Diniz
Belo Horizonte
Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional
2016
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DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a Deus, criador de todas as coisas! Aos meus pais,
Maurício e Nilce, e aos meus irmãos, Paulo, Michel, Marcos e Márcio, por me
ensinarem a lutar e a vencer na vida. À minha noiva, pelo amor, carinho e respeito!
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AGRADECIMENTOS
A Deus por me dar a oportunidade de viver, por estar ao meu lado em todos os
momentos, por me dar serenidade e sabedoria para enfrentar os problemas do dia a
dia, por me guiar e colocar as pessoas certas, no momento certo e nas melhores
circunstâncias para que eu pudesse superar os desafios e seguir adiante.
Aos meus familiares, especialmente meus pais, Maurício José de Souza e Nilce
Miranda por me darem a vida, por serem os melhores exemplos que eu poderia ter,
me amarem incondicionalmente, acreditarem em mim muito mais do que eu mesmo
acredito e por todo apoio e encorajamento que me deram durante toda a vida,
sobretudo, neste momento tão difícil e importante. Registro meu pedido de
desculpas pela ausência física em muitos momentos durante todo esse processo.
À minha noiva Amanda Castro Vieira, por me apoiar e estar ao meu lado sempre,
por ser companheira ao longo dessa caminhada, por compreender meus momentos
de ausência, pelas palavras de incentivo, pelas inúmeras ajudas na leitura dos
trabalhos acadêmicos e, principalmente, por fazer parte da minha vida. Amo você!!
Ao Programa de Pós-Graduação em Ciências do Esporte EEFFTO/UFMG, em
especial, ao corpo docente pela contribuição na minha formação acadêmica.
Ao meu orientador Prof. Dr. Varley Teoldo da Costa, pelos aprendizados teóricos e
metodológicos, pela orientação e atenção dispensada e pela contribuição ao meu
amadurecimento acadêmico.
Ao meu co-orientador Prof. Dr. Leandro Fernandes Malloy-Diniz, pela contribuição
teórica e metodológica e pela disponibilização dos testes neuropsicológicos
utilizados para a realização deste estudo.
Aos membros da banca, Prof. Dr. Israel Teoldo da Costa e Prof. Dr. Maicon
Rodrigues Albuquerque, pelo tempo dedicado a leitura desse estudo, pela
contribuição com a minha formação acadêmica e pelas contribuições para o
aprimoramento desse trabalho.
Ao Prof. Dr. André Gustavo Pereira de Andrade, pela arte de ensinar com
tranquilidade, respeito e sabedoria, pelos ensinamentos estatísticos e pela amizade.
Ao Prof. Dr. Pablo Juan Greco, pela disponibilização dos materiais utilizados para
a realização deste estudo.
Aos professores, Dr. Franco Noce, Dr. Marco Túlio de Mello, Dr. Daniel Alvarez
Pires, Dr. Márcio Mário Vieira, pelas contribuições acadêmicas.
Aos professores do UNI-BH, em especial a Dra. Maura Regina Silva da Páscoa
Vilela (minha primeira orientadora), muito obrigado por tudo.
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A gloriosa Polícia Militar de Minas Gerais, em especial aos meus Comandantes,
Diretores, Chefes de Centro e Chefes diretos, que permitiram este graduado
cumprir suas atividades escolares com as devidas compensações de horas, de
modo a não haver prejuízo ao serviço, sendo, portanto, fundamentais para os
resultados aqui alcançados.
Aos profissionais, Marco Antônio Milagres, Fábio Lúcio do Vale Brostel, Rômulo
Gama Renam, Leonardo Henrique Silva Fagundes, Mauro Maravilha, Edilson
Rodrigues Monteiro, Lucas Silveira Barezani, Igor Custódio, Emerson
Rodrigues de Ávila, Leonardo Alves de Almeida, José Augusto Bueno, Elias
Moises Junio Pereira, Aloísio Antônio da Costa Júnior, Marcos César de
Oliveira Júnior, Cláudio Soares de Andrade, por abrirem as portas das suas
equipes e me darem todo o suporte para a coleta de dados do estudo.
Aos atletas de futebol da categoria sub-20 dos clubes: América, Atlético,
Betinense, Cruzeiro, Social e Villa Nova, que contribuíram para realização deste
estudo ao longo da fase classificatória do Campeonato Mineiro de Futebol sub-20
(2015).
Aos alunos Hiago Luan Rolla Martins, Flávio Coelho Prata, Layane Furst Ozólio,
Maíssa Ferreira Diniz e João Guimarães, por todo apoio nas filmagens dos jogos,
coletas e tabulações de dados neuropsicológicos.
Aos amigos do NUPEF, Lucas Dias Mantovani, Henrique Bueno Américo,
Henrique Ladeira Vianna, pela parceria na análise dos dados táticos deste estudo,
em especial, Rodrigo Miranda de Monteiro Santos, pelas conversas científicas e
apoio nas análises dos resultados.
Ao cinegrafista Roberto Willian Barbosa Xavier (in memorian), mais conhecido
como Betão da produtora Pro TV, por abrir as portas da sua produtora para me
receber, pelo apoio nas filmagens, por me apresentar pessoas no futebol que
contribuíram com este estudo e por deixar os momentos de filmagens mais
descontraídos com a sua alegria. Esteja em paz meu saudoso amigo!!!
Ao Fábio, pela tradução do resumo desta dissertação na reta final.
Aos amigos do LAPES, Felipe Santos, pelas boas conversas e pela boa companhia
em congressos; Camila Bicalho, por sempre me ouvir em momentos difíceis dessa
caminhada e pela força nesta reta final; Leonardo Fagundes, por esta sua alegria
para encarar a vida e sempre me passar confiança de que tudo daria certo no final;
Hiago Martins e Flávio Prata, por serem grandes parceiros nessa caminhada,
ambos merecem todo sucesso que a vida guarda para vocês; Cleiton Reis, pelas
boas conversas científicas, conselhos pessoais e por todo apoio nesta reta final;
Ana Luísa, pelo auxílio na estatística; André Torres, Thiago Ferreira, Mário
Simim, João Paulo, Dayane Rodrigues, Fernanda Narciso, Diego Borba,
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Analice Rodrigues e Aline Cruz, pelas conversas científicas e pela companhia de
vocês nas noites de trabalho no laboratório.
Aos amigos do mestrado e doutorado, Luciana Pesce, por todo apoio que me deu
para estudar e poder passar no processo seletivo do mestrado; Tércio Apolinário,
pelo apoio de sempre a todos os alunos do LAPES; Gibson Praça, por todo auxílio
com os materiais do CECA utilizados na coleta de dados; Lidiane Fernandes,
Márcia Salomão, Patrick, pelo companheirismo e pelos momentos de estudo.
Aos funcionários da EEFFTO-UFMG, Hamilton Moreira, pela atenção e presteza
que nos atende na Secretaria da Pós-Graduação; Iris Silva, por todo apoio na
revisão deste trabalho; aos funcionários contratados, Dona Maria, pela limpeza do
nosso ambiente de estudo; aos senhores porteiros Antônio, José Alves, Lúcio,
Mário, Paulo e Eustáquio, pela atenção, presteza e paciência que sempre tiveram
comigo, mesmo até altas horas da madrugada no laboratório.
MEU MUITO OBRIGADO A TODOS VOCÊS!!!
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“Não devemos confundir o essencial
com o fundamental. O essencial é aquilo que
não pode não ser, pois dá sentido à vida. O
fundamental é o que nos ajuda a chegar ao
essencial. Dinheiro não é essencial, mas sim
fundamental. Sem ele as dificuldades são
imensas, mas ele por si nada representa na
essencialidade. Carreira é fundamental, mas de
nada adianta se nos afasta do essencial.”
Mário Sérgio Cortella
“Por vezes sentimos que aquilo que
fazemos não é senão uma gota de água no
mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse
uma gota.”
Madre Teresa de Calcutá
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RESUMO
Este estudo objetivou: (a) comparar as dimensões de motivação intrínseca,
extrínseca e desmotivação de atletas de futebol da categoria sub-20; (b) comparar o
índice de autodeterminação, as medidas de funções executivas e os indicadores
táticos entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos; (c)
propor tabelas normativas para os atletas da categoria sub-20 em relação às
variáveis: índice de autodeterminação, três medidas de funções executivas e sete
indicadores táticos; (d) verificar a associação entre o status dos clubes (grandes ou
pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo
e alto do índice de autodeterminação, das medidas de funções executivas e dos
indicadores táticos. Foram avaliados 104 atletas federados de seis clubes de futebol
participantes do Campeonato Mineiro de Futebol sub-20 (2015). Para análise de
jogo, a amostra foi composta por 9.310 ações ofensivas individuais realizadas em 23
partidas da competição. Foram utilizados como instrumentos (a) o questionário de
dados demográficos, (b) a Escala de Motivação no Esporte (SMS), (c) o Cubos de
Corsi, (d) o Teste dos Cinco Dígitos e (e) Indicadores táticos: Número de bolas
recebidas (NR), Número de contatos com a bola (NCT), Número de variações de
corredor (NVC), Velocidade de transmissão da bola (VTB), Número de bolas
conquistadas (NC), Total de bolas jogadas (BJT). Os resultados mostraram que a
confiabilidade geral dos instrumentos foi considerada aceitável para o SMS (α=0,88),
Cubos de Corsi (α=0,69) e Teste dos Cinco Dígitos (α=0,78). O valor de
concordância mínimo entre os observadores foi de k=0,896 (epm=0,060), indicando
confiabilidade aceitável. Foi identificado que os atletas de futebol da categoria sub-
20 apresentaram maiores níveis de motivação intrínseca, seguidos de motivação
extrínseca e escores baixos de desmotivação, com tamanho do efeito grande
(ES>0,5). Os resultados apontam para maiores escores de memória de trabalho em
atletas que jogam em clubes grandes comparados aos atletas que jogam em clubes
pequenos. Constatou-se também que houve associação entre o status dos clubes
(grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com
escores baixo e alto para a medida de memória de trabalho. Conclui-se que os
atletas de futebol da categoria sub-20 apresentaram um perfil de motivação
autodeterminada. Em relação às funções executivas, conclui-se que os atletas de
clubes grandes são superiores aos atletas de clubes pequenos apenas em relação à
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memória de trabalho, indicando que o fato do atleta jogar em um clube grande
parece estar associado a uma maior capacidade do atleta na memorização de
informações visuais. Em síntese, de acordo com os resultados deste estudo, os
atletas mineiros que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos da categoria
sub-20 mostram-se semelhantes do ponto de vista motivacional, de funções
executivas (controle inibitório e flexibilidade cognitiva) e nos aspectos táticos
atuando como mandantes.
Palavras-chave: Motivação. Funções executivas. Tática. Atleta. Futebol. Categoria
sub-20.
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ABSTRACT
This study aimed to: (a) compare the dimensions of intrinsic and extrinsic motivation
and demotivation of U-20 soccer athletes; (b) to compare the self- determination
index, the executive function measures and the tactical indicators between the
athletes that play in big and small clubs; (c) to propose normative tables for U-20
athletes in relation to the variables: self- determination index, three measures of
executive functions and seven tactical indicators; (d) to verify the association
between the status (big or small) of U-20 soccer clubs and the number of athletes
with low and high scores of the self- determination index, in the executive function
measures and of the tactical indicators. 104 athletes from six soccer clubs
participating in the U-20 Minas Gerais state competition (2015) were evaluated. For
match analysis, the sample was composed of 9.310 individual attacking actions,
realized in 23 matches of the competition. The following instruments were used: (a)
the questionnaire of demographic data, (b) the Sports Motivation Scale (SMS), (c)
the “Corsi Block” test, (d) the “five digit test” and (e) tactical indicators: number of
received balls (NR), number of contacts with the ball (NCT), amount of runner
variation (NVC), speed of ball transmission (VTB), number of conquered balls (NC),
total of played balls (BJT). The results showed that the general reliability of the
instruments was considered acceptable for the SMS (α=0,88), Corsi Block (α=0,69)
and the Five Digit Test (α=0,78). The minimal value of accordance between the
observators were k=0,896 (epm=0,060), indicating acceptable reliability. It was
identified that the U-20 soccer athletes present higher levels of intrinsic motivation,
followed by extrinsic motivation and low levels of demotivation, with large effect
(ES>0.5). The results point towards higher scores of working memory in athletes that
play in big clubs, compared to athletes that play in small clubs. It was also found that
there was an association between the status of clubs (big or small) of U-20 soccer
and the number of athletes with low and high scores for the measurement of working
memory. It is concluded that the U-20 soccer players presented a self-determined
motivation profile. Regarding the executive functions, it is concluded that the athletes
of big clubs excel athletes from small clubs only in relation to working memory,
indicating that an athlete playing in a big club seems to be associated with a greater
ability in memorizing visual information. In summary, according to the results of this
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study, the athletes in the U-20 Minas Gerais state competition who play in big clubs
and small clubs are similar in the motivational point of view, executive functions
(inhibitory control and cognitive flexibility) and tactical aspects when playing at home.
Keywords: Motivation. Executive functions. Tactics. Athlete. Soccer. Under-20.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1 - Continuum de autodeterminação e níveis de regulação. ....................... 34
FIGURA 2 - Modelo dos principais componentes das funções executivas. ............... 42
FIGURA 3 - Estrutura explicativa do Teste dos cinco dígitos. ................................... 48
FIGURA 4 - Campograma correspondente à divisão topográfica do campo. ............ 54
QUADRO 1 - Dimensões teóricas da Escala de Motivação no Esporte (SMS). ........ 38
QUADRO 2 - Descrição do teste Cubos de Corsi. .................................................... 45
QUADRO 3 - Descrição das etapas do Teste dos Cinco Dígitos. ............................. 48
QUADRO 4 - Descrição dos indicadores táticos adotados neste estudo. ................. 55
14
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Principais competições na categoria sub-20 (2015). ............................ 30
TABELA 2 - Relação de clubes participantes do estudo. ......................................... 60
TABELA 3 - Distribuição da participação dos atletas de futebol da categoria sub-20 por clubes. ................................................................................................................ 65
TABELA 4 - Nível de escolaridade dos atletas de futebol da categoria sub-20. ....... 66
TABELA 5 - Distribuição dos atletas avaliados por posição. .................................... 66
TABELA 6 - Comparação da idade, escolaridade, tempo de prática e tempo como atleta federado entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos. ................................................................................................................. 67
TABELA 7 - Confiabilidade do SMS e Cubos de Corsi em atletas de futebol sub-20. ................................................................................................................................. 68
TABELA 8 - Confiabilidade do Teste dos Cinco Dígitos em atletas de futebol sub-20. ................................................................................................................................. 68
TABELA 9 - Coeficiente Kappa e Erro Padrão Médio dos procedimentos de teste e re-teste. .................................................................................................................... 69
TABELA 10 - Comparação entre os escores de posto médio das dimensões do SMS. ................................................................................................................................. 70
TABELA 11 - Níveis de motivação por dimensão do SMS em atletas de futebol da categoria sub-20. ...................................................................................................... 70
TABELA 12 - Escores dos postos médios no teste de Wilcoxon para a comparação par a par entre as dimensões de motivação. ............................................................ 71
TABELA 13 - Comparação entre as dimensões de motivação. ................................ 71
TABELA 14 - Índice de autodeterminação em atletas de futebol da categoria sub-20. ................................................................................................................................. 72
TABELA 15 - Postos médios do índice de autodeterminação dos atletas de clubes grandes e clubes pequenos...................................................................................... 72
TABELA 16 - Comparação do índice de autodeterminação entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos. ................................................... 73
TABELA 17 - Tabela normativa para classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 em relação aos escores (baixo, moderado e alto) para o índice de autodeterminação. .................................................................................................... 73
TABELA 18 - Comparação entre os atletas de futebol da categoria sub-20 com escores baixo e alto para o índice de autodeterminação. ........................................ 74
TABELA 19 - Frequências (absoluta e relativa) dos atletas em relação aos níveis do índice de autodeterminação e tamanho dos clubes. ................................................ 75
15
TABELA 20 - Associação entre o status dos clubes da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto para o índice de autodeterminação. ................ 75
TABELA 21 - Medidas de funções executivas em atletas de futebol da categoria sub-20. ............................................................................................................................ 76
TABELA 22 - Postos médios das medidas de funções executivas em atletas de clubes grandes e clubes pequenos. ......................................................................... 77
TABELA 23 - Comparações das medidas de funções executivas entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos. ................................................... 77
TABELA 24 - Tabela normativa para classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 em relação aos escores (baixo, moderado e alto) para as medidas de funções executivas. .................................................................................................. 78
TABELA 25 - Comparação entre os atletas de futebol da categoria sub-20 com escores baixo e alto para as medidas de funções executivas. ................................. 78
TABELA 26 - Frequências (absoluta e relativa) dos atletas em relação aos escores das medidas de funções executivas e tamanho dos clubes. .................................... 79
TABELA 27 - Associação entre o status dos clubes da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto para as medidas de funções executivas. ......... 80
TABELA 28 - Indicadores táticos em atletas de futebol da categoria sub-20. .......... 81
TABELA 29 - Postos médios dos indicadores táticos em atletas (clube grande e pequeno). ................................................................................................................. 82
TABELA 30 - Comparação dos indicadores táticos entre os atletas (clube grande e pequeno). ................................................................................................................. 82
TABELA 31 - Tabela normativa para classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 em relação aos escores (baixo, moderado e alto) para os indicadores táticos. ................................................................................................................................. 83
TABELA 32 - Comparação entre os atletas de futebol da categoria sub-20 com escores baixo e alto para os indicadores táticos. ..................................................... 84
TABELA 33 - Frequências (absoluta e relativa) dos atletas em relação aos níveis dos indicadores táticos e tamanho dos clubes. ............................................................... 85
TABELA 34 - Associação entre o status dos clubes da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto para os indicadores táticos dos atletas. ........... 86
16
LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES
BJT - Total de bolas jogadas
CBF - Confederação Brasileira de Futebol
FMF - Federação Mineira de Futebol
NC - Número de bolas conquistadas
NCT - Número de contatos com a bola
NR - Número de bolas recebidas
NVC - Número de variações de corredor
SMS - Escala de motivação no esporte
TAD - Teoria da Auto Determinação
VTB - Velocidade de transmissão da bola
17
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 20
1.1 Objetivos .................................................................................................................................... 26
1.1.1 Objetivo geral .................................................................................................................... 26
1.1.2 Objetivos específicos ....................................................................................................... 26
1.2 Hipóteses .................................................................................................................................. 27
2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................................. 29
2.1 A categoria sub-20 de futebol ................................................................................................ 29
2.2 Motivação no futebol ............................................................................................................... 32
2.2.1 Escala de motivação no esporte – SMS ....................................................................... 37
2.2.2 Índice de autodeterminação – IAD ................................................................................. 40
2.3 Funções executivas no futebol .............................................................................................. 41
2.3.1 Memória de trabalho no futebol ...................................................................................... 43
2.3.2 Controle inibitório e flexibilidade cognitiva no futebol ................................................. 46
2.4 Indicadores táticos no futebol ................................................................................................ 50
3 MÉTODO .......................................................................................................................... 58
3.1 Delineamento do estudo ......................................................................................................... 58
3.2 Cuidados éticos ........................................................................................................................ 58
3.3 Cálculo amostral ...................................................................................................................... 59
3.4 Amostra ..................................................................................................................................... 59
3.5 Instrumentos ............................................................................................................................. 60
3.6 Procedimentos .......................................................................................................................... 61
3.6.1 Primeira parte da coleta de dados ................................................................................. 61
3.6.2 Segunda parte da coleta de dados ................................................................................ 62
3.7 Análise dos dados .................................................................................................................... 62
3.7.1 Qualidade dos dados ....................................................................................................... 62
3.7.2 Análise estatística ............................................................................................................. 63
4 RESULTADOS ................................................................................................................. 65
4.1 Perfil demográfico dos atletas de futebol da categoria sub-20 ......................................... 65
4.2 Avaliação da confiabilidade dos instrumentos .................................................................... 68
4.2.1 Avaliação da confiabilidade dos testes SMS e Cubos de Corsi ................................ 68
4.2.2 Avaliação da confiabilidade do Teste dos Cinco Dígitos ............................................ 68
4.2.3 Avaliação da confiabilidade das observações dos indicadores táticos .................... 69
4.3 Motivação em atletas de futebol da categoria sub-20 ........................................................ 69
18
4.3.1 Comparação do índice de autodeterminação entre os atletas que jogam em clubes
grandes e clubes pequenos ...................................................................................................... 72
4.3.2 Tabela normativa para análise do índice de autodeterminação em atletas de
futebol da categoria sub-20 ....................................................................................................... 73
4.3.3 Avaliação individual do índice de autodeterminação em atletas por tamanho de
clube ............................................................................................................................................. 74
4.3.4 Associação entre o status dos clubes de futebol da categoria sub-20 e o número
de atletas com escores baixo e alto para o índice de autodeterminação .......................... 75
4.4 Funções executivas em atletas de futebol da categoria sub-20 ...................................... 75
4.4.1 Comparação das funções executivas entre os atletas que jogam em clubes
grandes e clubes pequenos ...................................................................................................... 76
4.4.2 Tabela normativa para análise das medidas de funções executivas em atletas de
futebol da categoria sub-20 ....................................................................................................... 78
4.4.3 Avaliação individual das medidas de funções executivas em atletas por tamanho
de clube ........................................................................................................................................ 79
4.4.4 Associação entre o status dos clubes de futebol da categoria sub-20 e o número
de atletas com escores baixo e alto para as medidas de funções executivas ................. 80
4.5 Indicadores táticos em clubes de futebol da categoria sub-20 ......................................... 80
4.5.1 Comparação dos indicadores táticos entre os atletas que jogam em clubes
grandes e em clubes pequenos em uma competição de futebol sub-20 .......................... 81
4.5.2 Tabela normativa para análise dos indicadores táticos em atletas de futebol da
categoria sub-20 ......................................................................................................................... 83
4.5.3 Avaliação individual dos indicadores táticos em atletas por tamanho de clube ..... 84
4.5.4 Associação entre o status dos clubes de futebol da categoria sub-20 e o número
de atletas com escores baixo e alto para os indicadores táticos ........................................ 85
5 DISCUSSÃO ..................................................................................................................... 87
5.1 O perfil demográfico dos atletas de futebol da categoria sub-20 ..................................... 87
5.2 Confiabilidades dos instrumentos ......................................................................................... 88
5.3 Motivação dos atletas em uma competição de futebol sub-20 ......................................... 89
5.4 Funções executivas dos atletas em uma competição de futebol sub-20 ........................ 95
5.5 Indicadores táticos dos atletas em uma competição de futebol sub-20 ........................ 100
5.6 Limitações do estudo............................................................................................................. 104
6 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 106
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 108
ANEXOS ............................................................................................................................ 118
ANEXO A ....................................................................................................................................... 118
ANEXO B ....................................................................................................................................... 119
19
APÊNDICES ...................................................................................................................... 120
APÊNDICE A ................................................................................................................................ 120
APÊNDICE B ................................................................................................................................ 121
APÊNDICE C ................................................................................................................................ 122
APÊNDICE D ................................................................................................................................ 123
APÊNDICE E ................................................................................................................................ 124
APÊNDICE F ................................................................................................................................. 127
APÊNDICE G ................................................................................................................................ 144
20
1 INTRODUÇÃO
O futebol é uma modalidade esportiva coletiva em que duas equipes disputam
a posse de bola em um ambiente de jogo, no qual, a partir de relações de
cooperação entre os atletas da mesma equipe e de oposição com a equipe
adversária, ambas as equipes têm como objetivo fazer o gol e vencer o adversário
(CAMPOS; DREZNER; CORTEZ, 2016). Caracteriza-se como um esporte dinâmico
e apresenta múltiplos fatores que podem influenciar o rendimento de um atleta,
como capacidades táticas (MORAES; CARDOSO; TEOLDO, 2014), físicas
(REBELO et al., 2014; BANGSBO, 2015) e psicológicas (AFONSO; GARGANTA;
MESQUITA, 2012; RUIZ et al., 2014). Portanto, o futebol é entendido como uma
modalidade complexa (CASANOVA et al., 2013). Assim sendo, são constantes as
mudanças no ambiente de jogo, pelas quais os atletas percebem, avaliam, inibem ou
não respostas pré-planejadas, antecipam ações, elaboram ou não uma nova
resposta e coordenam movimentos baseados no complexo e dinâmico fluxo de
informações sensoriais para as tomadas de decisão (LAGE et al., 2011; GONZAGA
et al., 2014).
No Brasil, o futebol é um esporte de prestígio nacional, que motiva milhares
de jovens a buscarem capacitação a fim de terem uma chance no restrito mercado
do futebol profissional (ROCHA et al., 2011; UNNITHAN et al., 2012; PEREIRA;
SILVA, 2015). A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), órgão máximo do futebol
brasileiro, é a instituição responsável por dirigir e regulamentar o futebol nas
diversas categorias (adulto/base). Em geral, no futebol brasileiro as categorias de
base são divididas em mirim (sub-13), pré-infantil (sub-14), infantil (sub-15), juvenil
(sub-17) e juniores (sub-20).
Paoli et al. (2010) apontam que o trabalho realizado nas categorias de base
dos clubes de futebol é um trabalho contínuo e de longo prazo. Este trabalho visa
formar atletas de futebol que agreguem um conjunto maior de qualidades tática,
físicas e psicológicas, já que estão se preparando para atuarem na categoria adulta
do futebol profissional (GUIMARÃES; PAOLI, 2011).
No futebol brasileiro, a categoria sub-20 é percebida como um momento
decisivo para a carreira esportiva de jovens atletas, pois poderá ou não haver a
transição desses atletas para a categoria adulta do futebol profissional. Um dos
fatores observados na transição da fase amadora para a fase profissional é que ela
ocorre em função do nível de rendimento alcançado pelo atleta em um determinado
21
momento específico da sua carreira esportiva, ou seja, na categoria sub-20 o atleta
precisa mostrar para os treinadores e dirigentes que possui condições de ascender a
equipe principal e se tornar um atleta de futebol profissional (MARQUES;
SAMULSKI, 2009). Trata-se ainda de uma categoria singular, onde a pressão e a
cobrança interna dos próprios atletas aumentam em função do objetivo de se
profissionalizarem. Esta busca pela profissionalização no futebol faz com que exista
um aumento da disputa pela titularidade e consequentemente a luta para
permanecer por um período de tempo maior em campo durante as partidas oficiais
da categoria. Diante disso, as capacidades (táticas, físicas e psicológicas) que os
atletas possuem para se destacarem entre os demais poderão ser determinantes
para se definir quais atletas da categoria sub-20 irão ou não se profissionalizar no
futebol.
Dentre inúmeras variáveis que podem influenciar o rendimento de um atleta
no futebol, a comunidade científica tem investigado temáticas, como a motivação
(COIMBRA et al., 2013; MONTEIRO et al., 2014; BORGES et al., 2015; OLIVEIRA et
al., 2015a), funções executivas (VESTBERG et al., 2012; GONZAGA, 2013;
GONZAGA et al., 2013; GONZAGA et al., 2014; VERBURGH et al., 2014; HUIJGEN
et al., 2015) e o comportamento tático (MORAES; CARDOSO; TEOLDO, 2014;
SANTOS; ANDRADE; TEOLDO, 2014; SANTOS; MORAES; TEOLDO, 2015, 2016).
Assim, a literatura tem mostrado que essas variáveis são importantes para que o
atleta possa superar seus adversários, contribuindo com o sucesso da sua equipe.
Entretanto, essas variáveis têm sido investigadas isoladamente, e não se sabe se
um atleta motivado e com um alto nível de funções executivas pode vir a apresentar
melhores indicadores táticos em uma competição oficial federada, sobretudo na
categoria sub-20. Ademais, ainda não foram encontrados na literatura, escores
normativos para estas variáveis em atletas de futebol da categoria sub-20.
A motivação do atleta é considerada um dos elementos mais importantes para
obter sucesso na carreira esportiva (COX, 2012), contribuindo para o rendimento de
um atleta durante treinos e competições (GARCIA-MAS et al., 2010; GARCÍA-
NAVEIRA; REMOR, 2011; LIMA et al., 2011; MATOS; CRUZ; ALMEIDA, 2011;
COIMBRA et al., 2013). A motivação pode ser considerada como uma característica
humana que nos impele à superação de nossos limites em busca de
aperfeiçoamento pessoal e profissional (DECI; RYAN, 2000; RYAN; DECI, 2000). No
esporte, entre as diversas perspectivas de compreensão da motivação, a teoria da
22
autodeterminação (DECI; RYAN, 1985, 2000; PELLETIER et al., 2013) tem sido
amplamente utilizada para compreender e explicar o comportamento esportivo dos
atletas (PELLETIER; SARRAZIN, 2007; GARCIA-MAS et al., 2010; COSTA et al.,
2011; VIEIRA et al., 2013; VISSOCI et al., 2013; BORGES et al., 2015; OLIVEIRA et
al., 2015a; OLIVEIRA et al., 2015b). De acordo com esta teoria, o comportamento da
pessoa se estabelece ao longo de um continuum motivacional, diferenciado por
níveis de autodeterminação, que variam desde o menos autodeterminado ao mais
autodeterminado, resultando em diferentes tipos de motivação: intrínseca, extrínseca
e desmotivação/amotivação (RYAN; DECI, 2000; PELLETIER et al., 2013). A
literatura esportiva ainda tem sugerido a utilização do índice de autodeterminação
(IAD) que consiste em uma pontuação única, a qual é obtida pelo somatório dos
escores ponderados de cada dimensão que compõem os diferentes tipos de
motivação, indicando a posição do indivíduo em um continuum de autodeterminação
(LEMYRE; ROBERTS; STRAY-GUNDERSEN, 2007; MORENO-MURCIA et al.,
2014; OLIVEIRA et al., 2015b). No futebol, o construto motivação, ou suas
dimensões, têm sido relacionados com vários outros construtos psicossociais
(VIEIRA et al., 2013; VISSOCI et al., 2013; OLIVEIRA et al., 2015a) e também com o
rendimento (GARCÍA-NAVEIRA; REMOR, 2011; BORGES et al., 2015; ABDULLAH
et al., 2016). Mas a literatura ainda é deficiente e há pouca informação quanto à
motivação de atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos que
estejam disputando uma competição no futebol.
Matos, Cruz e Almeida (2011), ao realizarem uma síntese da literatura no
contexto do esporte, relatam que a excelência esportiva associa-se a níveis
elevados de motivação e comprometimento. Coimbra et al. (2013) destacam que a
motivação é considerada um elemento chave para a permanência e manutenção em
uma atividade esportiva, sendo determinante na conduta do atleta, pois desperta e
mantém níveis de ativação adequados para regular o comportamento voltado para o
rendimento. Desse modo, é razoável admitir que a capacidade do atleta da categoria
sub-20 em se manter motivado no futebol, ainda que em situações de pressão e
incerteza profissional, pode contribuir para que um atleta consiga atingir a
profissionalização ou não. Porém, até o presente momento, pouco se sabe
efetivamente como é o aspecto motivacional de atletas que jogam em clubes
grandes e em clubes pequenos em uma competição federada da categoria sub-20.
23
Será que os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos se diferem
em relação ao índice de autodeterminação?
Estudos tem investigado a contribuição de aspectos das funções executivas
para o futebol. Funções executivas são vistas como capacidades que, integradas,
possibilitam o indivíduo direcionar comportamentos às metas, avaliar a eficiência e a
adequação desses comportamentos, abandonar estratégias ineficientes em prol de
outras mais vantajosas e desse modo solucionar problemas cotidianos (MALLOY-
DINIZ et al., 2008). No futebol, essas capacidades cognitivas são fundamentais para
que os atletas tenham ações táticas em campo que sejam bem sucedidas ao longo
das partidas. Na literatura, um modelo conceitual das funções executivas proposto
por Diamond (2013) aponta para a existência de três funções executivas básicas:
memória de trabalho, controle inibitório e flexibilidade cognitiva (MIYAKE et al., 2000;
MIYAKE; FRIEDMAN, 2012; DIAMOND, 2013; DIAS et al., 2015).
Voss et al. (2010) realizaram um estudo de meta-análise investigando a
relação entre a expertise de atletas e medidas cognitivas avaliadas em laboratório.
Os autores apontaram que as medidas de funções executivas em atletas ainda
carecem de investigação, uma vez que muitos esportes dependem dessas
capacidades cognitivas. Recentemente, estudos foram realizados com atletas de
futebol destacando a importância das funções executivas para o sucesso no futebol,
criando uma alternativa que possa auxiliar profissionais do futebol na avaliação de
aspectos cognitivos dos atletas de futebol (VESTBERG et al., 2012; GONZAGA et
al., 2014; VERBURGH et al., 2014; HUIJGEN et al., 2015). Dessa forma, a literatura
tem mostrado que as funções executivas têm papel importante para uma atuação
bem sucedida no futebol em atletas de categorias mais novas (GONZAGA et al.,
2014; VERBURGH et al., 2014; HUIJGEN et al., 2015) e categoria adulto
(VESTBERG et al., 2012).
Vestberg et al. (2012) mostraram que os atletas de níveis competitivos mais
elevados apresentaram as funções executivas mais desenvolvidas do que os atletas
de níveis competitivos inferiores. Acredita-se que clubes grandes de futebol por
terem uma melhor estrutura física, profissional e financeira consigam formar atletas
mais capacitados do ponto de vista tático, físico e psicológico em relação aos clubes
pequenos. Ou ainda, que no processo de seleção dos atletas os clubes grandes
acabem selecionando aqueles mais capacitados em relação a essas variáveis. Mas,
será que em uma mesma competição de futebol, atletas que jogam em clubes
24
grandes apresentam medidas de funções executivas diferenciadas dos atletas que
jogam em clubes pequenos? Será que existe associação entre o status dos clubes
(grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com
escores baixo e alto em uma bateria de testes que mede funções executivas? Estas
indagações ainda não apresentam evidências consistentes na literatura, em especial
na categoria sub-20. Assim, considerando que altos níveis de funções executivas
podem prever o sucesso no futebol (VESTBERG et al., 2012), torna-se relevante
avançar no entendimento dessa temática na categoria sub-20, uma vez que pouco
se sabe efetivamente se em uma mesma competição federada da categoria sub-20
atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos apresentam diferenças
nas medidas de funções executivas.
Nessa mesma direção, do ponto de vista tático, o estudo do comportamento
dos atletas durante o momento competitivo é importante para o entendimento das
particularidades das modalidades esportivas. Assim, indicadores de rendimento
podem ser entendidos como uma seleção ou combinação de variáveis que tem por
objetivo mensurar o nível de rendimento de um indivíduo e, podem ser utilizados
para relatar a eficácia do rendimento no jogo ou treino (HUGHES; BARTLETT,
2002). Assim, a utilização de informações objetivas decorrentes das análises
durante o jogo pode contribuir positivamente para preparação das equipes e tem
sido estudada no meio científico (GONZÁLEZ-VÍLLORA et al., 2015; TEOLDO;
GARGANTA; GUILHERME, 2015).
Nessa situação, estudos tem buscado um melhor entendimento do padrão de
comportamento ofensivo de equipes de futebol no alto rendimento através da análise
de indicadores táticos utilizando variáveis de jogo (DI SALVO et al., 2007; AÑON et
al., 2014; MORAES; CARDOSO; TEOLDO, 2014; SANTOS; ANDRADE; TEOLDO,
2014; CASTELÃO et al., 2015; GONZÁLES-VÍLLORA et al., 2015; SANTOS;
MORAES; TEOLDO, 2015, 2016). Em competições federadas, a análise dos
indicadores táticos contribui para identificação de variáveis que possam influenciar
no rendimento individual e coletivo, bem como pode auxiliar no processo de seleção
dos atletas que seguirão no processo de profissionalização no futebol. No entanto,
no cenário esportivo do futebol brasileiro, ainda existe uma lacuna na literatura de
estudos que avaliem os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos
em uma competição federada da categoria sub-20 a fim de se saber como os atletas
desses clubes se comportam do ponto de vista tático durante a competição. Atletas
25
que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos apresentam diferenças nos
indicadores táticos em uma competição federada na categoria sub-20 de futebol?
Diante da literatura apresentada surgem inquietações sobre quais fatores dos
pontos de vista motivacional, de funções executivas e táticos estão relacionados ao
bom rendimento dos atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos de
futebol da categoria sub-20 em uma competição federada de nível estadual. Em uma
competição federada da categoria sub-20 existe diferenças nos aspectos
motivacionais, de funções executivas e táticos entre os atletas que jogam em clubes
grandes e em clubes pequenos? Existe associação entre o status dos clubes
(grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com
escores baixo e alto do índice de autodeterminação, das medidas de funções
executivas e dos indicadores táticos. Essas inquietações sugerem a necessidade de
avaliar a motivação, as medidas de funções executivas e os indicadores táticos dos
atletas de futebol em uma competição federada, buscando verificar uma possível
associação dessas três variáveis com o status dos clubes de futebol da categoria
sub-20.
A realização deste estudo se torna relevante, pois, contribuirá para o
entendimento de como essas variáveis (comportamentais, cognitivas e táticas)
podem alterar de acordo com o status dos clubes (grandes ou pequenos) da
categoria sub-20 de futebol que estão disputando competições federadas. Também
não há na literatura uma normativa padronizada para interpretar os aspectos
motivacionais, de funções executivas e de indicadores táticos. Espera-se que estas
informações possam auxiliar os profissionais que trabalham no futebol no
planejamento e organização das sessões de treino, aumentando o conhecimento de
parâmetros que estão associados ao rendimento, objetivando formar atletas
inteligentes e criativos, capazes de lidar com a complexidade e solucionar os
problemas que surgem aleatoriamente no jogo, a fim de que os clubes sejam bem
sucedidos em uma competição.
26
1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo geral
O objetivo deste estudo foi avaliar a motivação, as funções executivas e
indicadores táticos em atletas de futebol da categoria sub-20 na fase classificatória
de uma competição federada.
1.1.2 Objetivos específicos
Comparar as dimensões de motivação intrínseca, extrínseca e desmotivação
de atletas de futebol da categoria sub-20 em uma competição federada.
Comparar o índice de autodeterminação, as medidas de funções executivas e
os indicadores táticos entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes
pequenos em uma competição federada de futebol da categoria sub-20.
Propor tabelas normativas para os atletas da categoria sub-20 em relação às
variáveis: motivação, três medidas de funções executivas e sete indicadores táticos.
Verificar a associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de
futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto do índice
de autodeterminação, das medidas de funções executivas e dos indicadores táticos.
27
1.2 Hipóteses
H01 – Não haverá diferenças significativas entre as dimensões de motivação dos
atletas de futebol da categoria sub-20 em uma competição federada.
H1 – Haverá diferenças significativas entre as dimensões de motivação dos atletas
de futebol da categoria sub-20 em uma competição federada.
H02 – Não haverá diferenças significativas do índice de autodeterminação entre os
atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição
federada de futebol da categoria sub-20.
H2 – Haverá diferenças significativas do índice de autodeterminação entre os atletas
que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição federada
de futebol da categoria sub-20.
H03 – Não haverá associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de
futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto no índice
de autodeterminação.
H3 – Haverá associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol
da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto no índice de
autodeterminação.
H04 – Não haverá diferenças significativas das medidas de funções executivas entre
os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição
federada de futebol da categoria sub-20.
H4 – Haverá diferenças significativas das medidas de funções executivas entre os
atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição
federada de futebol da categoria sub-20.
H05 – Não haverá associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de
futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto nas
medidas de funções executivas.
28
H5 – Haverá associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol
da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto nas medidas de
funções executivas.
H06 – Não haverá diferenças significativas dos indicadores táticos entre os atletas
que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição federada
de futebol da categoria sub-20.
H6 – Haverá diferenças significativas dos indicadores táticos entre os atletas que
jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição federada de
futebol da categoria sub-20.
H07 – Não haverá associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de
futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto nos
indicadores táticos.
H7 – Haverá associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol
da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto nos indicadores
táticos.
29
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 A categoria sub-20 de futebol
As categorias de base no futebol têm como principal objetivo formar atletas
capazes de atuarem na categoria adulta do futebol profissional (GUIMARÃES;
PAOLI, 2011) para que futuramente, possam assegurar um maior retorno econômico
do valor investido pelo clube na formação dos atletas (VERARDI; BURGOS, 2013).
No Brasil, as categorias de base no futebol são classificadas de acordo com a
idade dos atletas. As categorias mirim (sub-13), infantil (sub15), juvenil (sub17) e
juniores (sub20) são as comumente encontradas nos principais clubes de formação
para o futebol no país. De acordo com a Lei 9.615/98 (Lei Pelé) que regulamenta o
esporte brasileiro, os clubes formadores tem o direito de assinar o primeiro contrato
de trabalho com os atletas a partir de 16 (dezesseis) anos de idade. Portanto,
sobretudo na categoria sub-20, a qual antecede o futebol profissional, é habitual os
atletas encararem a prática do futebol como um trabalho.
A categoria sub-20 é formada por jovens atletas com idades de 18 a 20 anos,
os quais já passaram por processos de captação e seleção, e encontram-se no
período de desenvolvimento caracterizado por longos períodos de formação (tática,
física e psicológica) envolvendo os treinamentos e competições (SALMELA, 1994;
COSTA et al., 2010). No futebol brasileiro, a categoria sub-20 é percebida como um
momento decisivo para a carreira esportiva de jovens atletas, pois se trata da
transição ou não para a categoria adulta do futebol profissional. Um dos fatores
observados na transição da fase amadora para a fase profissional é que ela ocorre
em função do nível de rendimento alcançado pelo atleta em um momento específico
da sua carreira esportiva, ou seja, na categoria sub-20 o atleta precisa mostrar para
os treinadores e dirigentes que possui condições de ascender a equipe principal e se
tornar um atleta profissional no futebol (MARQUES; SAMULSKI, 2009). Trata-se
ainda de uma categoria singular, onde a pressão e a cobrança interna dos próprios
atletas aumentam em função do objetivo de se profissionalizarem.
Na categoria sub-20 é possível classificar os clubes de futebol em clubes
grandes e clubes pequenos. Os clubes grandes são aqueles que disputam as
principais competições nacionais da categoria promovidas pela Confederação
Brasileira de Futebol (CBF), apresentam uma infraestrutura de qualidade no centro
de treinamento, normalmente tem profissionais mais bem qualificados e suas
30
equipes principais estão na primeira divisão do futebol brasileiro. Por outro lado,
clubes pequenos normalmente estão localizados no interior dos estados, a qualidade
da infraestrutura do centro de treinamento desses clubes não proporciona um
melhor desenvolvimento do atleta. Além disso, clubes pequenos não são convidados
pelas confederações de futebol para disputarem as principais competições nacionais
da categoria sub-20, como o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil e a Copa São
Paulo de Futebol Júnior.
Durante a temporada esportiva, a competitividade presente na categoria sub-
20 fica evidente quando se observa as principais competições disputadas na
categoria no ano de 2015 (TABELA 1).
TABELA 1
Principais competições na categoria sub-20 (2015).
Competição Nível 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Camp. Mineiro Estadual X X X X X X
Camp. Brasileiro Nacional X X X X
Copa do Brasil Nacional X X X
Copa São Paulo Nacional X
Legenda: Camp.= Campeonato; 1=Janeiro; 2=Fevereiro; 3=Março; 4=Abril; 5=Maio; 6=Junho; 7=Julho; 8=Agosto; 9=Setembro; 10=Outubro; 11=Novembro; 12=Dezembro. Fonte: Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Federação Mineira de Futebol (FMF).
Normalmente, em clubes grandes da categoria sub-20 aproximadamente três
atletas de um elenco de 30 (trinta) formado nas categorias de base dos clubes são
absorvidos pela equipe profissional e os demais atletas são emprestados,
negociados ou liberados (LAIGNIER, 2015; FREIRE, 2016). Assim, os atletas que
não se destacam bem nos clubes grandes são emprestados para clubes menores
para atuarem nas equipes profissionais e quem sabe um dia voltarem a atuar em um
clube grande. Aqueles que não são emprestados devido à falta de interesse de
outros clubes menores normalmente têm garantidos a sua liberdade profissional por
parte do clube formador. Nos clubes pequenos, atletas que se destacaram se juntam
ao elenco profissional do mesmo clube ou de outro clube interessado no seu futebol.
Já aqueles atletas que não se destacam são liberados pelo clube.
No atual panorama esportivo, a pressão vivenciada pelos atletas da categoria
sub-20 para entrar no mundo do futebol profissional faz com que os atletas passem
31
diversos anos de suas vidas envolvidos em treinamentos regulares, e participando
de competições de elevada exigência durante a temporada, além da restrição do
convívio familiar e do seu meio social (MARQUES; SAMULSKI, 2009). Assim, esses
atletas se encontram em um período de transição no futebol (base/profissional).
Além disso, em função da idade esses indivíduos também se encontram em fase
final do processo de maturação cerebral (GOGTAY et al., 2004). A partir disso,
surgem inquietações acerca das características (comportamentais, cognitivas e
táticas) apresentadas por esses atletas, sobretudo, para saber até que ponto essas
características são relevantes para o bom rendimento dos atletas que jogam em
clubes grandes e em clubes pequenos da categoria sub-20 em uma competição
federada de nível estadual.
Evidentemente, para o atleta de futebol alcançar altos níveis de excelência
esportiva na categoria sub-20 depende de inúmeras variáveis (táticas, físicas e
psicológicas). Porém, a motivação se apresenta como um componente importante
para a permanência e manutenção na modalidade, sendo determinante na conduta
do atleta, pois desperta e mantém níveis de ativação adequados para regular o
comportamento voltado para o rendimento (COIMBRA et al., 2013). Mas, como se
caracteriza a motivação dos atletas de futebol em relação às demandas da categoria
sub-20 de futebol? Atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos
possuem diferenças nos níveis de motivação em uma competição? Essas questões
parecem relevantes, visto que a motivação tem relação positiva com o
comprometimento dos atletas no futebol (GARCIA-MAS et al., 2010). Além disso, em
alguns casos, a falta de motivação dos atletas para a prática do futebol pode levá-los
ao abandono da modalidade (CALVO et al., 2010).
Outras variáveis que têm sido apontadas na literatura como importantes para
a atuação bem sucedida dos atletas no futebol são as funções executivas
(VESTBERG et al., 2012; GONZAGA et al., 2014; VERBURGH et al., 2014;
HUIJGEN et al., 2015). Estudos têm mostrado o efeito positivo destas variáveis,
particularmente, em categorias mais novas (GONZAGA et al., 2014; VERBURGH et
al., 2014; HUIJGEN et al., 2015) e na categoria adulto (VESTBERG et al., 2012).
Mas, atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos possuem
diferentes níveis de funções executivas em uma competição federada da categoria
sub-20?
32
Apesar da relevância de se compreender como se caracteriza a motivação de
atletas em uma competição da categoria sub-20 do futebol e se as funções
executivas diferem em atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos,
outros fatores devem ser considerados para o melhor entendimento do futebol,
considerando a natureza multifatorial do rendimento na modalidade (BANGSBO,
2015). Frente às exigências da categoria sub-20 de futebol, é de grande importância
conhecer os indicadores táticos de atletas que jogam em clubes grandes e em
clubes pequenos em uma competição oficial da categoria, o que nos leva a
identificar as características desses atletas, possibilitando um melhor entendimento
das sequências de ações táticas e identificação de comportamentos que possam
conduzir os clubes para o sucesso no futebol (MORAES; CARDOSO; TEOLDO,
2014; SANTOS; MORAES; TEOLDO, 2015).
Em síntese, a categoria sub-20 de futebol configura-se como um ambiente
extremamente competitivo, tanto entre os atletas que buscam uma vaga no
profissional, quanto entre os clubes que competem por títulos nos campeonatos da
categoria. A categoria sub-20 ainda apresenta um maior volume de treinamento e
competições de elevada exigência, quando comparada às demais categorias de
base. Contudo, ainda não há na literatura estudos que tenham procurado investigar
simultaneamente características (comportamentais, funções executivas e táticas)
apresentadas por atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos para
saber até que ponto essas características tem destacada importância para o
sucesso dos atletas desses clubes da categoria sub-20 em uma competição
federada de nível estadual.
2.2 Motivação no futebol
O termo motivação vem da palavra em Latim “movere” que significa mover.
Na literatura, existem inúmeras definições para o termo motivação. De acordo com o
dicionário Aurélio (FERREIRA, 2009), a motivação é um conjunto de fatores
psicológicos (conscientes ou inconscientes) de ordem fisiológica, intelectual ou
afetiva, os quais agem entre si e determinam a conduta de um indivíduo.
No contexto do esporte, Samulski (2009) caracteriza a motivação como um
processo ativo, intencional e dirigido a uma determinada meta, o qual depende da
interação de fatores pessoais (intrínsecos) e ambientais (extrínsecos). Barbanti
33
(2011) define a motivação como energia, necessidade, desejo que regula a direção,
intensidade e a persistência do comportamento e é dirigida a certos objetivos.
A motivação influencia o modo como as pessoas pensam, sentem e agem,
sendo, portanto, um importante fator que determina o comportamento humano
(RYAN; DECI, 2000). Além disso, a motivação é considerada um elemento chave
para a permanência e manutenção em uma atividade esportiva, sendo determinante
na conduta do atleta, pois desperta e mantém níveis de ativação adequados para
regular o comportamento voltado para o rendimento (COIMBRA et al., 2013;
MONTEIRO et al., 2014).
Este estudo adotará o modelo teórico da Teoria da Auto Determinação (TAD)
desenvolvida por Deci e Ryan (1985). Nessa teoria, a motivação é entendida como a
busca do indivíduo pela satisfação de suas necessidades básicas através de sua
relação com o meio ambiente, a partir das quais os motivos se desenvolvem, sendo
que a motivação varia ao longo de um continuum motivacional (DECI; RYAN, 1985;
NASCIMENTO JÚNIOR et al., 2014).
Nessa perspectiva, a motivação do comportamento humano é caracterizada
como sendo regulada por três necessidades psicológicas básicas que parecem ser
essenciais para o desenvolvimento social e o bem-estar pessoal do indivíduo: (I)
autonomia: refere-se ao nível de independência e de controle de escolha percebido
por um indivíduo, consequentemente determinando o seu próprio comportamento.
(II) competência: está relacionada à confiança do indivíduo em se sentir capaz de
produzir resultados comportamentais. (II) relação social: refere-se à necessidade
das pessoas de terem interações sociais satisfatórias dentro da sociedade (DECI;
RYAN, 2000; RYAN; DECI, 2000).
A Teoria da Autodeterminação (TAD) tem sido amplamente utilizada para
compreender e explicar o comportamento esportivo dos atletas (PELLETIER;
SARRAZIN, 2007). De acordo com esta teoria, o comportamento da pessoa se
estabelece ao longo de um continuum motivacional, diferenciado por níveis de
autodeterminação, que variam desde o não autodeterminado ao autodeterminado
(FIGURA 1), resultando em três diferentes tipos de motivação: intrínseca, extrínseca
e desmotivação (RYAN; DECI, 2000; PELLETIER et al., 2013).
34
FIGURA 1 - Continuum de autodeterminação e níveis de regulação.
Fonte: Fernandes e Vasconcelos-Raposo (2005).
A motivação autodeterminada pode ser considerada como característica
humana que nos impele à superação de nossos limites em busca de
aperfeiçoamento pessoal e profissional (DECI; RYAN, 2000; RYAN; DECI, 2000).
Indivíduos motivados se apresentam proativos, persistentes e comprometidos com
seus objetivos e projetos (COIMBRA et al., 2013). Nas categorias de base de futebol
os atletas estão constantemente buscando o aperfeiçoamento profissional, portanto,
a característica autodeterminada dos atletas é considerada um fator importante que
impulsiona os atletas a alcançarem as metas estabelecidas, sobretudo na categoria
sub-20, pois se trata de um momento decisivo na carreira esportiva desses jovens
atletas com a transição ou não para a categoria adulta do futebol profissional.
Com base na Teoria da Autodeterminação (DECI; RYAN, 1985) os processos
regulatórios incluem a motivação intrínseca (para conhecer, para atingirem objetivos,
para experiências estimulantes) motivação extrínseca (regulação externa, de
introjeção, de identificação) e desmotivação (PELLETIER et al., 1995; COSTA et al.,
2011).
A motivação intrínseca está relacionada a fazer algo prazeroso ou agradável
(RYAN; DECI, 2000; PELLETIER et al., 2013). Na categoria de futebol sub-20 é
muito importante que o atleta esteja motivado intrinsecamente, pois desta forma ele
demonstra interesse em aprender mais sobre sua modalidade, tende a ter mais
empenho na prática do futebol a fim de superar seus desafios e atingir objetivos,
além de realizar as atividades do futebol com satisfação e prazer (PELLETIER et al.
1995; PELLETIER et al., 2013).
35
A motivação extrínseca se refere a fazer algo estimulado por fatores externos,
como por exemplo, algum tipo de recompensa (RYAN; DECI, 2000; PELLETIER et
al., 2013). Na categoria de futebol sub-20 as recompensas e/ou premiações não são
uma constante, quando comparada com o futebol profissional. Portanto, devido às
peculiaridades da categoria sub-20, os atletas tendem a não se preocuparem muito
com os aspectos de recompensa externa, já que o maior prêmio é ser alçado para a
categoria profissional.
Já a desmotivação consiste na falta de motivação intrínseca e extrínseca,
estado no qual o indivíduo não tem a intenção de agir e acaba se entregando ao
processo. (RYAN; DECI, 2000; PELLETIER et al., 2013). Na categoria sub-20 é
importante que o atleta não fique desmotivado, pois desta forma poderá apresentar
queda de rendimento, tende a ter pouca inserção nas atividades da equipe, e
consequentemente terá dificuldade em desenvolver e aprimorar as técnicas
esportivas com risco de abandonar a modalidade (CALVO et al., 2010).
No futebol, a motivação é um dos conceitos mais citados entre as razões que
justificam o sucesso dos atletas em uma partida (SARMENTO; CATITA; FONSECA,
2008). Na categoria sub-20, avaliar a motivação se torna importante, visto que é um
constructo psicológico que determina o comportamento dos atletas e mostra-se
como um fator importante, no sentido de compreender as razões pelas quais atletas
optam fazer algo ou desempenhar tarefas com maior empenho do que outras sejam
nos treinos ou durante a competição.
García-Mas et al. (2010) buscaram estabelecer a relação entre a motivação e
o empenho de atletas de futebol de campo com idades entre 14 e 16 anos. Os
resultados indicaram que os atletas tinham níveis mais altos de motivação intrínseca
comparada à motivação extrínseca e desmotivação.
Vieira et al. (2013) analisando o fator motivacional, verificaram que os atletas
de futebol das categorias de base (infantil e juvenil) obtiveram menores níveis de
desmotivação comparados com as motivações extrínsecas e intrínsecas.
Vissoci et al. (2013) analisando o fator motivacional, verificaram que os atletas
(13 a 20 anos de idade) de uma equipe da primeira divisão do Campeonato
Brasileiro de Futebol apresentaram maiores níveis de motivação intrínseca quando
comparado aos de motivação extrínseca, identificando que os atletas de futebol
possuem um perfil de motivação autodeterminada.
36
Oliveira et al. (2015a) compararam os traços de perfeccionismo e os níveis de
motivação entre os atletas de futebol profissional e das categorias de base (sem
remuneração) de uma equipe da primeira divisão do Campeonato Brasileiro de
Futebol. Os autores observaram que as orientações de perfeccionismo adaptativo
(padrões de realização pessoal e organização) têm um impacto positivo na
motivação intrínseca de atletas profissionais. Além disso, verificou-se que os atletas
profissionalizados se encontraram mais próximos da motivação autodeterminada,
pois apresentaram maiores níveis de motivação intrínseca (experiências
estimulantes e atingir objetivos) e mostraram-se menos desmotivados em
comparação aos atletas das categorias de base.
Borges et al. (2015) analisando o fator motivacional, verificaram que os atletas
das categorias de base (sub-15 e sub-17) de um centro de formação em futebol,
apresentaram maiores níveis de motivação intrínseca em comparação com as
demais dimensões. Ainda foi evidenciado que a desmotivação foi a dimensão menos
percebida pelos atletas, em comparação com as dimensões de motivação intrínseca
e extrínseca.
Em síntese, os estudos sobre a motivação em atletas de futebol de base e
profissional têm mostrado que independente do nível, os atletas apresentam maiores
níveis de motivação intrínseca, seguida da motivação extrínseca e desmotivação
que, por sua vez, tem sido a menos evidenciada.
Com base nas evidências apontadas em estudos desenvolvidos com os
atletas de futebol até o presente momento, verifica-se que ainda existem poucas
evidências em relação a motivação de atletas de futebol da categoria sub-20, uma
vez que os estudos não têm investigado a motivação especificamente na categoria
sub-20. Nesta última categoria do futebol de base, um determinado atleta ao
perceber que tem chances de se profissionalizar no clube pode ficar mais motivado
a buscar seu objetivo. Por outro lado, a sensação de que as chances de se
profissionalizar no clube são mínimas pode desencadear a desmotivação nesses
atletas. Assim, a motivação desempenha um papel importante dentro do processo
de transição ou não da categoria sub-20 para o profissional. No entanto, até o
presente momento, pouco se sabe efetivamente como os aspectos motivacionais
são percebidos por atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em
uma competição federada.
37
Pelo exposto, este estudo busca avançar no entendimento acerca de quais
fatores do ponto de vista motivacional, cognitivo e tático podem estar relacionados
ao bom rendimento de atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos
em uma competição, buscando identificar quais são as variáveis que mais podem
contribuir para um atleta da categoria sub-20 se tornar um atleta profissional.
2.2.1 Escala de motivação no esporte – SMS
A importância de se medir a motivação no esporte se dá pelo fato de existir
diferentes tipos de motivação, os quais podem servir de indicadores de
relacionamento e de bem-estar dos indivíduos (DECI; RYAN, 2008). Portanto, saber
como é regulado o comportamento do atleta, pode ajudar no entendimento do
aspecto motivacional do atleta, com o intuito de se obter um melhor rendimento do
mesmo (PINEDA-ESPEJEL et al., 2016).
Diante da necessidade de ter um instrumento capaz de medir a motivação em
atletas, inicialmente foi desenvolvido um questionário denominado “Eclelle de
Motivation dans les Sports” no idioma francês (BRIERE et al., 1995). Posteriormente,
quando de sua tradução e adaptação para o idioma inglês recebeu a denominação
“Sport Motivation Scale” (PELLETIER et al., 1995). Este instrumento é composto por
28 itens que se dividem igualmente em sete dimensões: “Motivação intrínseca para
conhecer” (MI-C); “Motivação intrínseca para atingirem objetivos” (MI-AO);
“Motivação intrínseca para experiências estimulantes” (MI-EE); “Motivação
extrínseca de regulação externa” (ME-RE); “Motivação extrínseca de introjeção”
(ME-I); “Motivação extrínseca de identificação” (ME-ID); “Desmotivação” (DES).
Cada item é respondido a partir do enunciado “Pratico o esporte porque…”, em uma
escala de medida do tipo Likert de sete pontos que varia de 1 a 7 pontos (1= Não
corresponde nada; 2 e 3= Corresponde um pouco; 4= Corresponde moderadamente;
5 e 6= Corresponde muito; 7= Corresponde exatamente). Os resultados atribuídos a
cada dimensão são obtidos a partir da média aritmética das respostas dadas aos
quatro itens correspondentes a cada dimensão do SMS. O Quadro 1 apresenta cada
dimensão do SMS na versão brasileira, as definições conceituais e os itens que
compõem cada dimensão.
38
QUADRO 1 - Dimensões teóricas da Escala de Motivação no Esporte (SMS).
Dimensão Definição Conceitual Itens
“Motivação intrínseca para
conhecer” (MI-C)
Relacionada a fatores pessoais ligados a
curiosidade e a busca de compreensão que o
atleta deseja obter sobre a modalidade praticada.
2, 4, 23 e 27
“Motivação intrínseca para
atingirem objetivos” (MI-AO)
Relacionada a fatores pessoais onde o atleta
sente prazer na busca de novas habilidades e
movimentos dentro da modalidade esportiva.
8, 12, 15 e 20
“Motivação intrínseca para
experiências estimulantes”
(MI-EE)
Relacionada a fatores pessoais que fazem o
atleta buscar experiências estimulantes no
esporte que podem causar excitação, prazer e
divertimento.
1, 13, 18 e 25
“Motivação extrínseca de
regulação externa” (ME-RE)
Relacionada a fatores ambientais externos
ligados a recompensas oriundas de um bom
desempenho, como por exemplo, a conquista de
troféus, recompensas financeiras ou mesmo
status perante o treinador e o grupo.
6, 10, 16 e 22
“Motivação extrínseca
de introjeção” (ME-I)
Pressões internas que o atleta pode colocar em
si mesmo. Constrangimento ou vergonha de
estar envolvido em situações onde falham ou
não conseguem o seu melhor desempenho.
9,14, 21 e 26
“Motivação extrínseca
de identificação” (ME-ID)
Associada aos atletas que participam ativamente
de esportes porque sentem que isto os ajuda a
crescer pessoalmente, consideram o esporte e a
vida em geral.
7, 11, 17 e 24
“Desmotivação” (DES)
Caracteriza-se pelo sentimento de desesperança
onde as motivações extrínsecas ou intrínsecas
não afetam o desempenho do atleta que não
sente razão para continuar praticando o esporte.
3, 5, 19 e 28
Fonte: Pelletier et al. (1995) e Costa et al. (2011).
No presente estudo, as subescalas de motivação intrínseca (“para atingir
objetivos”, “para experiências estimulantes” e “para conhecer”) foram agrupadas e
denominadas de: motivação intrínseca, contendo 12 (doze) itens. Já, as subescalas
de motivação extrínseca (“externa”, “introjeção” e “identificação”) foram agrupadas e
formaram a dimensão de motivação extrínseca, contendo 12 (doze) itens. A
dimensão de desmotivação também foi avaliada, contendo quatro itens. Este tipo de
agrupamento já foi adotado em outros estudos no futebol (GARCÍA-MAS et al.,
2010; BORGES et al., 2015).
39
No contexto brasileiro, dois estudos verificaram as propriedades
psicométricas da Escala de Motivação no esporte (SMS), sendo um validado para
atletas de esportes em geral (BARA FILHO et al., 2011), e o outro para atletas de
futebol (COSTA et al., 2011). No estudo de Costa et al. (2011) a amostra foi
composta por 370 atletas de futebol do sexo masculino, federados e oriundos das
categorias de base infantil e juvenil dos principais clubes do país. Assim como na
versão original, ambos os estudos (BARA FILHO et al., 2011; COSTA et al., 2011)
mantiveram a mesma quantidade de itens e dimensões, tendo evidenciado
propriedades psicométricas aceitáveis (NASCIMENTO JÚNIOR et al., 2014). Os
resultados dos estudos de validação permitiram aos autores considerarem os
instrumentos confiáveis e adequados para mensuração das dimensões de
motivação em atletas brasileiros de esportes em geral (BARA FILHO et al., 2011) e
em atletas brasileiros de futebol (COSTA et al., 2011).
Embora o SMS tenha sido alvo de validação em diferentes contextos culturais
(PELLETIER et al. ,1995; CHANTAL et al., 1996; MARTENS; WEBER, 2002; BARA
FILHO et al., 2011; COSTA et al., 2011) e tais estudos tenham apontado indicadores
adequados de validade, pesquisadores vêm debatendo cientificamente as limitações
teóricas, empíricas e práticas da versão original do SMS (MALLETT et aI. 2007,
PELLETIER; VELLERAND; SARRAZIN, 2007; PELLETIER; SARRAZIN, 2007;
MALLETT; KAWABATA; NEWCOMBE, 2007; PELLETIER et aI., 2013;
NASCIMENTO JÚNIOR et al., 2014).
Desta forma, o SMS continua em processo de aprimoramento (MALLETT et
aI. 2007; PELLETIER et al., 2013). Mallett et al. (2007) desenvolveram a versão
revisada do SMS, sendo denominada “Sport Motivation Scale-6 (SMS-6)”. Pelletier
et al. (2013) desenvolveram uma nova versão da SMS, denominada Sport Motivation
Scale-II (SMS-II). Esta versão revisada (SMS-II) possui 18 itens distribuídos
igualmente em seis dimensões na SMS-II (PELLETIER et al., 2013). Recentemente,
a SMS-II passou pelo processo de adaptação transcultural e avaliação das
propriedades psicométricas no contexto brasileiro, sendo intitulada Escala de
Motivação para o Esporte-II (NASCIMENTO JÚNIOR et al., 2014). Entretanto, no
estudo de Nascimento Júnior et al. (2014) a amostra foi composta por atletas
adultos, de ambos os sexos e praticantes de diferentes esportes. Além disso, os
dados foram coletados nos Jogos Abertos do Paraná. Destaca-se que nesta
competição não é exigido que os atletas fossem federados.
40
Portanto, apesar da versão original da SMS ter recebido algumas críticas
(MALLETT et aI. 2007; MALLETT; KAWABATA; NEWCOMBE, 2007) que implicaram
em uma revisão do instrumento (PELLETIER et al., 2013; NASCIMENTO JÚNIOR et
al., 2014), no presente estudo foi adotado o SMS na sua versão original, validado
especificamente para atletas de futebol (COSTA et al., 2011). A escolha do SMS
(COSTA et al., 2011) justifica-se pelo fato da literatura apresentar argumentos que
viabilizam a utilização do instrumento (PELLETIER; VELLERAND; SARRAZIN, 2007;
PELLETIER; SARRAZIN, 2007). Além disso, a utilização do SMS (COSTA et al.,
2011) fortalece os achados do presente estudo, pois, o instrumento foi validado em
uma amostra específica da população de atletas de futebol, do sexo masculino,
federados e oriundos das categorias de base infantil e juvenil dos principais clubes
de futebol do país (COSTA et al., 2011).
2.2.2 Índice de autodeterminação – IAD
O Índice de autodeterminação (IAD) foi proposto por Vallerand e Rousseau
(2001) e é calculado a partir das dimensões do SMS. Este índice reduz o número de
variáveis nas análises integrando escores de cada dimensão da motivação em uma
única pontuação correspondente ao valor global de motivação autodeterminada do
indivíduo (GUAY; MEGEAU; VALLERAND, 2003).
Na literatura esportiva, o IAD tem sido utilizado para expressar o nível de
autodeterminação do atleta, sendo mais modulado pelas dimensões de motivação
intrínseca (LEMYRE; ROBERTS; STRAY-GUNDERSEN, 2007; CURRAN et al.,
2011; MORENO-MURCIA et al., 2014). O valor de IAD é obtido pelo somatório dos
escores ponderados de cada uma das sete dimensões que compõem os diferentes
tipos de motivação (QUADRO 1). Considerando a soma das dimensões intrínsecas
mais a motivação extrínseca de identificação, todas com o valor de 7 pontos, e as
demais dimensões com o valor de 1 ponto, o IAD será igual a 18. Por outro lado,
considerando a soma das dimensões intrínsecas mais a motivação extrínseca de
identificação, todas com o valor de 1 ponto, e as demais dimensões com o valor de 7
pontos, o IAD será igual a -18 (JUNIOR, 2012). Assim, o IAD pode variar de -18
(menor autodeterminação) a 18 (maior autodeterminação) correspondendo à
posição do atleta em um continuum de autodeterminação (LEMYRE; ROBERTS;
STRAY-GUNDERSEN, 2007). A fórmula utilizada é: [(2*(MI-C + MI-AO + MI-
EE)/3+1*ME-ID]-[(1*ME-I+1*ME-RE)/2+2*DES].
41
A literatura apresenta uma lacuna no que se refere à utilização do índice de
autodeterminação para medir os níveis motivacionais gerais dos atletas da categoria
sub-20 em uma competição federada de futebol. Será que os atletas que jogam em
clubes grandes e em clubes pequenos se diferem em relação ao índice de
autodeterminação em uma competição da categoria sub-20?
2.3 Funções executivas no futebol
Dentre os processos cognitivos presentes no contexto esportivo, as funções
executivas podem influenciar o rendimento de atletas em diversas modalidades
esportivas (ALVES et al., 2013; WANG et al., 2013; CONA et al., 2015). Estudos
destacam a importância das funções executivas para a atuação bem sucedida dos
atletas no futebol, criando uma nova concepção em relação à avaliação dos
aspectos cognitivos em atletas dessa modalidade (VESTBERG et al., 2012;
GONZAGA et al., 2013; GONZAGA et al., 2014; VERBURGH et al., 2014; HUIJGEN
et al., 2015).
Funções executivas são uma série de processos mentais do tipo top-down1
que são acionados quando se precisa concentrar, manter a atenção e quando as
ações automáticas são insuficientes ou indevidas para uma determinada demanda
(DIAMOND, 2013). Esses processos mentais inter-relacionados permitem que os
indivíduos tomem decisões e realizem comportamentos intencionais, dirigidos a
metas e orientados para o futuro (SUCHY, 2009). Além disso, as funções executivas
são fundamentais para realização de tarefas novas, complexas, imprevisíveis e, que
requerem organização, raciocínio, planejamento e resolução de problemas
(BANICH, 2009; DIAMOND, 2013).
Este estudo adotará o modelo proposto por Diamond (2013) que sugere a
existência de funções executivas básicas (memória de trabalho, controle inibitório e
flexibilidade cognitiva) e complexas relacionadas ao planejamento, tomada de
decisão ou resolução de problemas (MIYAKE et al., 2000; DIAMOND, 2013).
Miyake et al. (2000) utilizando a análise fatorial confirmatória e modelo de
equações estruturais constataram que os componentes executivos mais básicos
encontrados nas tarefas executivas eram a memória de trabalho, controle inibitório,
1 Processamento de informação, de cima para baixo, no qual a informação sobre a experiência
passada, o conhecimento e as expectativas de um indivíduo influenciam a forma como ele percebe e
interpreta o estímulo (EYSENCK; KEANE, 1994).
42
e a flexibilidade cognitiva. Os resultados apontaram uma correlação moderada entre
os três componentes, porém, indica que são constructos separados. Portanto, os
autores sugerem o caráter unitário e diversificado dos componentes do sistema
executivo. A interação entre estas funções executivas mais básicas conduz a outras,
ditas complexas, como o planejamento, tomada de decisão ou resolução de
problemas (DIAMOND, 2013).
Assim, para avaliação das funções executivas será adotado um referencial
teórico que propõe que esse constructo é formado por três componentes básicos
(FIGURA 2): (a) memória de trabalho, (b) controle inibitório e (c) flexibilidade
cognitiva, sendo utilizados em estudos no futebol (VESTBERG et al., 2012;
VERBURGH et al., 2014; HUIJGEN et al., 2015). Esse modelo tem a vantagem de
possuir boas evidências quanto à coerência do substrato neuroanatômico
(DIAMOND, 2013) e consistência psicométrica (MIYAKE et al., 2000).
FIGURA 2 - Modelo dos principais componentes das funções executivas.
Fonte: Diamond (2013).
No futebol, a literatura tem apontado que os atletas que apresentam
processos cognitivos mais bem desenvolvidos tendem a alcançar maiores níveis de
rendimento (VESTBERG et al., 2012; GONZAGA et al ., 2014; VERBURGH et al.,
2014; HUIJGEN et al., 2015; LEX et al., 2015). Sendo assim, os atletas podem ter
43
uma maior capacidade para identificar e selecionar estímulos relevantes no
ambiente de jogo, antecipar as ações dos adversários e tomar decisões que sejam
adequadas aos constrangimentos do jogo (GONZAGA et al ., 2014). Assim, um alto
nível de funções executivas parece ser fundamental frente à complexidade do jogo
de futebol (VESTBERG et al., 2012; VERBURGH et al ., 2014; HUIJGEN et al.,
2015).
Portanto, este estudo busca avançar no entendimento de como as funções
executivas se comportam em atletas que jogam em clubes grandes e em clubes
pequenos em uma competição federada da categoria sub-20 de futebol. A seguir,
será apresentada uma breve descrição das funções executivas básicas abordadas
no presente estudo.
2.3.1 Memória de trabalho no futebol
Baddeley e Hitch (1974) consideram que a memória de trabalho compreende
um sistema de armazenamento e processamento de informações dinâmico e de
capacidade limitada, diferenciando da memória de curto prazo, um sistema de
manutenção temporária de informações. Portanto, a memória de trabalho permite o
armazenamento temporário de informações, bem como a manipulação de
informações de naturezas visuoespaciais e fonológicas necessárias para tarefas
cognitivas complexas, como por exemplo, compreensão da linguagem, raciocínio,
planejamento e solução de problemas (DIAMOND, 2013).
Durante uma partida de futebol da categoria sub-20 o atleta é levado a utilizar
este recurso, quando, por exemplo, tem que realizar uma determinada
movimentação solicitada pelo treinador em busca de espaços para ele próprio e para
seus companheiros, principalmente para o companheiro de ataque que porta a bola,
tornando-se opção de passe e procurando oportunidades de finalização.
Inicialmente, Baddeley e Hitch (1974) consideravam que a memória de
trabalho seria um sistema composto por três componentes: o executivo central como
o principal componente, atuando como controlador atencional e regulador dos
processos cognitivos, sendo auxiliado por dois sistemas de suporte (alça fonológica
e esboço visuoespacial), ambos com capacidade limitada e responsáveis pelo
processamento e manipulação de informações. A alça fonológica é responsável pela
manutenção temporária das informações verbais, e o componente visuoespacial é
responsável pela manutenção temporária de informações visuais e espaciais que
44
permitem, por exemplo, a formulação de um mapa mental (MALLOY-DINIZ et al.,
2010).
Baddeley (1996, 2000) ao revisar o modelo acrescentou um quarto
componente (retentor episódico) que é responsável pela conexão das informações
mantidas temporariamente na memória de trabalho com aquelas provenientes dos
sistemas de memória de longo-prazo, integrando os novos conteúdos em uma
representação episódica única. O executivo central é fundamental para a memória
de trabalho, sendo responsável por: a) focar a atenção em uma informação
relevante, inibindo informações irrelevantes; b) coordenar várias atividades
cognitivas simultaneamente; c) selecionar e executar planos e estratégias mais
eficientes; d) alocar recursos em outras partes da memória de trabalho; e e) buscar
informações armazenadas na memória de longo-prazo (UEHARA;.CHARCHAT-
FICHMAN; LANDEIRA-FERNANDEZ, 2013).
Em conjunto, os diferentes componentes da memória de trabalho permitem o
armazenamento de informações direcionadas a um objetivo específico, como a
produção de linguagem verbal, a solução de problemas, o comportamento motor, a
leitura e a escrita (MALLOY-DINIZ et al., 2010). Desta forma, a memória de trabalho
armazena temporariamente informações que podem ser manipuladas, alteradas ou
reorganizadas durante a realização de uma tarefa (MALLOY-DINIZ et al., 2008).
Além disso, a memória de trabalho propicia operações mentais que reúnem
informações e conhecimentos provenientes da memória de longo prazo aos
estímulos ambientais, permitindo sua manipulação e atualização na própria memória
de trabalho a fim de adotar estratégias mais eficientes (BADDELEY, 2000; MALLOY-
DINIZ et al., 2008).
Especificamente, no futebol, a memória de trabalho pode ser importante para
a escolha do posicionamento em campo e mentalização de possíveis estratégias de
jogo (VERBURGH et al., 2014). Nesse caso, atletas com uma maior capacidade de
memória espacial teriam uma vantagem durante as sequencias do jogo ao
recordarem de ações ofensivas e defensivas previamente estabelecidas pelo
técnico.
Ainda que haja diferentes definições para memória de trabalho, há um
consenso na literatura de que a memória de trabalho é um conjunto de processos e
um componente integral de muitas operações cognitivas, que envolvem o
armazenamento temporário e a manipulação de informações utilizadas para as
45
tomadas de decisões complexas da atenção seletiva, nas quais o indivíduo foca a
atenção em uma informação relevante em detrimento de outra, considerada
irrelevante (BADDELEY, 1998; BADDELEY; ALLEN; HITCH, 2011; BADDELEY,
2012).
Neste estudo, a avaliação da memória de trabalho será realizada através do
teste Cubos de Corsi (CORSI, 1973). A tarefa consiste em repetir sequências de
toques em cubos numerados na ordem direta (memória de curto prazo) e na ordem
inversa (memória de trabalho), sendo que ambas avaliam o componente
visuoespacial (ABREU et al., 2016). No presente estudo será analisada apenas a
memória de trabalho. O Quadro 2 apresenta a descrição do teste Cubos de Corsi
(CORSI, 1973).
QUADRO 2 - Descrição do teste Cubos de Corsi.
Teste Descrição
Cubos de Corsi
Consiste em um teste neuropsicológico em que em sequências de cubos
numerados são apresentadas visualmente pelo avaliador a uma velocidade de
aproximadamente um cubo por segundo. O teste é realizado em uma base de
madeira (225 x 205 mm) com nove blocos idênticos (30 x 30 x 30 mm) e
distribuídos de maneira uniforme sobre a base (CORSI, 1973). Em cada cubo é
pintado um número compreendido entre um e nove, sendo visível apenas para o
avaliador. O avaliado senta-se de frente para o avaliador que apresenta uma
sequência de toques nos cubos, que devem ser reproduzidos pelo avaliado
imediatamente após o avaliador terminar a sequência. O teste é realizado
primeiramente na ordem direta e, em um segundo momento, na ordem inversa.
As séries iniciam com dois cubos e progridem aumentando um cubo a cada
nova série, sendo realizadas duas tentativas em cada série. O teste é
interrompido quando o participante comete erros nas duas tentativas de uma
mesma série. O escore total é calculado multiplicando o número de acertos
obtidos pelo valor máximo da sequência atingida (CORSI, 1973).
Fonte: Corsi (1973).
Entende-se que no futebol, sobretudo na categoria sub-20, a utilização da
memória de trabalho permite uma ampliação do repertório de jogadas do atleta que
podem ser aplicadas durante a partida, nas quais o atleta pode perceber a
movimentação dos adversários e usar seu repertório para antecipar, conforme seu
posicionamento em campo a reação da defesa ou ataque. Entretanto, os estudos
realizados até o presente momento não oferecem evidências consistentes quanto à
46
contribuição desse construto no rendimento tático de atletas de futebol da categoria
sub-20. Existem diferenças na medida de memória de trabalho entre os atletas da
categoria sub-20 que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos? Suprir esta
lacuna do conhecimento poderá contribuir para uma melhor compreensão da forma
como esse construto se manifesta nesses atletas durante a competição.
2.3.2 Controle inibitório e flexibilidade cognitiva no futebol
Componente de processos executivos, o controle inibitório envolve processos
cognitivos relacionados ao controle do comportamento, da atenção, do pensamento
e/ou emoção, permitindo a inibição de comportamentos ou rotinas automáticas e a
execução de rotinas controladas ou conscientes em prol do que é mais apropriado
ou preciso (DIAMOND, 2013). Assim, esse processo cognitivo tem sido associado
com o sucesso no futebol devido sua importância na realização de tarefas
complexas, nas quais se exige dos indivíduos ações eficientes no jogo (VESTBERG
et al., 2012).
Durante uma partida de futebol da categoria sub-20 um atleta que
normalmente joga na função de lateral apoiando o ataque é levado a utilizar o
controle inibitório, quando precisa inibir esta ação ofensiva quando o treinador
solicita ao mesmo que deixe de apoiar o ataque e que somente realize esta ação
quando lhe for solicitado. Outro exemplo em que o atleta necessita inibir uma ação
ofensiva é quando o atacante espera o momento certo para não entrar em
impedimento.
Desta forma, a capacidade para inibir respostas prepotentes e/ou ações em
andamento mostra-se importante para uma atuação bem sucedida no futebol
(VESTBERG et al., 2012; VERBURGH et al., 2014; HUIJGEN et al., 2015). Neste
caso, um maior controle inibitório por parte do atleta pode representar maior controle
de atitudes impulsivas como o cometimento de faltas desnecessárias que
frequentemente gera resultados indesejáveis para o atleta e para a equipe.
Considerada um dos componentes essenciais das funções executivas a
flexibilidade cognitiva envolve a capacidade de o indivíduo modificar o seu
comportamento frente às alterações do ambiente e responder eficientemente aos
estímulos imprevisíveis que podem surgir durante a realização de uma tarefa
(DIAMOND, 2013). Para a autora, a flexibilidade cognitiva viabiliza o pensamento
criativo, uma vez que possibilita o indivíduo mudar o curso de uma ação e
47
rapidamente realizar uma resposta alternativa e apropriada a partir da análise das
informações do ambiente.
Durante uma partida de futebol da categoria sub-20 o atleta utiliza a
flexibilidade cognitiva, quando, por exemplo, dribla o oponente direto tanto para
dentro quanto para fora, fazendo isto com base na leitura da linguagem corporal do
defensor e/ou do sistema de cobertura da defesa adversária.
Nesse entendimento, a capacidade do atleta de perceber as mudanças e
reagir a elas rapidamente adaptando-se às situações diversificadas, também se
mostra relevante para um melhor rendimento na realização de tarefas dinâmicas e
imprevisíveis, como no futebol (VESTBERG et al., 2012; VERBURGH et al., 2014;
HUIJGEN et al., 2015). Diante disso, uma maior flexibilidade cognitiva por parte do
atleta pode representar uma maior capacidade de adaptação, de solução de
problemas e de improviso frente à constante imprevisibilidade do jogo de futebol.
Diferentes tarefas são usadas para avaliar o controle inibitório e a flexibilidade
cognitiva. No presente estudo, será utilizado o Teste dos Cinco Dígitos (SEDÓ,
2004; SEDÓ; DE PAULA; MALLOY-DINIZ, 2015). De acordo com autores o teste
envolve quatro componentes, sendo: Leitura, Contagem, Seleção e Alternância. Os
dois primeiros componentes são mais relacionados à atenção simples e velocidade
de processamento cognitivo, enquanto os dois últimos são mais dependentes da
atenção seletiva e funções executivas (inibição e flexibilidade). Constitui-se como
uma adaptação do paradigma Stroop utilizando números e a respectiva
compreensão de quantidades, dependendo menos da capacidade individual de
leitura, escolarização formal e capacidade de descriminação de cores (OLIVEIRA et
al., 2014). O Quadro 3 apresenta a descrição do Teste dos Cinco Dígitos (SEDÓ,
2004; SEDÓ; DE PAULA; MALLOY-DINIZ, 2015).
48
QUADRO 3 - Descrição das etapas do Teste dos Cinco Dígitos.
Etapa Descrição
Leitura Nesta primeira etapa o avaliado deve ler o algarismo contido dentro de cada um dos
cinquenta quadrados estímulo em uma condição congruente (ex.: “2 – 2” lê-se dois).
Contagem Na segunda etapa, é necessária a contagem de asteriscos (ex.: “* *” lê-se dois).
Seleção
A terceira etapa envolve componentes executivos controlados, como controle
inibitório, pois requer que o indivíduo conte a quantidade de números no quadrado
alvo enquanto inibe a resposta de ler os mesmos (ex.: “5 – 5” responde-se dois, ao
invés de cinco).
Alternância
A quarta etapa (Alternância) se assemelha a etapa de seleção, porém, dentre os
cinquenta quadrados estímulos, dez se diferenciam por apresentar uma borda escura
adicionando-se uma nova condição ao teste. Nestes estímulos o indivíduo deverá
reverter a regra, ao invés de contar a quantidade de números, deverá nomear o
algarismo que está dentro do quadrado estímulo de borda escura.
Fonte: Sedó, De Paula e Malloy-Diniz (2015).
No presente estudo, a medida utilizada para avaliar o rendimento dos atletas
foi o tempo gasto para completar as tarefas em cada etapa. Os escores de controle
inibitório e flexibilidade cognitiva são computados subtraindo-se o tempo de leitura
do tempo de seleção e do tempo de alternância, respectivamente (OLIVEIRA et al.,
2014; PAIVA et al., 2016). A Figura 3 exemplifica os estímulos nas quatro etapas do
teste.
FIGURA 3 - Estrutura explicativa do Teste dos cinco dígitos.
Fonte: Sedó, De Paula e Malloy-Diniz (2015) e Campos et al. (2016).
49
Furley e Memmert (2010) compararam as medidas de memória de trabalho
entre os atletas de basquetebol e estudantes universitários sem nenhuma
experiência com esportes de equipe. Os resultados demonstraram que os atletas de
basquetebol não apresentaram diferença significativa em relação aos estudantes
universitários nas medidas de memória de trabalho.
Vestberg et al. (2012) compararam o nível das funções executivas de atletas
de níveis competitivos distintos (primeira, segunda e terceira divisão) da liga sueca
de futebol, através de uma bateria de testes neurocognitivos que avaliaram a
criatividade, a inibição de respostas e a flexibilidade cognitiva. Verificou-se que os
atletas de níveis competitivos mais elevados apresentaram as funções executivas
mais desenvolvidas do que os atletas de níveis competitivos inferiores. Os
resultados demonstraram que as funções executivas são importantes para o
rendimento no futebol, e que sua avaliação através de testes neuropsicológicos
validados pode estabelecer se os atletas possuem a capacidade para atingir altos
níveis de rendimento (VESTBERG et al., 2012).
Gonzaga et al. (2014) investigaram a influência da tomada de decisão afetiva
no comportamento tático de atletas de futebol da categoria sub-15. Verificou-se que
os atletas com os escores mais altos de comportamento tático defensivo e
comportamento tático de jogo apresentaram melhores resultados na tomada de
decisão afetiva quando comparado a atletas que possuem escores mais baixos de
comportamento tático defensivo e de jogo. Os resultados apontaram que a tomada
de decisão afetiva é uma medida importante para prever o nível de comportamento
tático a ser alcançado por jovens atletas de futebol.
Verburgh et al. (2014) compararam o nível das funções executivas de atletas
de futebol amadores ao de atletas de futebol talentosos. Os autores avaliaram três
componentes de funcionamento executivo (inibição motora, atenção e memória de
trabalho). Os resultados demonstraram que os atletas de futebol talentosos são
superiores aos atletas amadores na supressão de respostas motoras e na
capacidade de atingir e manter um estado de atenção.
Furley e Memmert (2015) testaram a hipótese de que a capacidade de
memória de trabalho seria um fator restritivo na criatividade dos atletas alemães do
futebol profissional. Os autores revelaram que a capacidade de memória de trabalho
não está associada à criatividade em tarefas específicas do futebol.
50
Especificamente, foi demonstrado que a capacidade de memória não é um fator
limitante na tomada de decisão criativa entre os atletas profissionais de futebol.
Portanto, não houve benefícios para os atletas de futebol com uma maior
capacidade de memória de trabalho na busca de soluções criativas para situações
específicas de futebol.
Huijgen et al. (2015) investigaram as funções executivas (memória de
trabalho, controle inibitório e flexibilidade cognitiva) em jovens atletas de futebol de
elite e sub-elite. Os autores revelaram que os atletas de elite superaram os atletas
de sub-elite nas medidas de controle inibitório e flexibilidade cognitiva. Porém, não
foram encontradas diferenças relacionadas à memória de trabalho entre esses
atletas. Em conclusão, os autores inferem que os atletas de futebol juvenil de elite
têm um melhor controle inibitório e flexibilidade cognitiva em relação aos atletas de
sub-elite e destacam a necessidade de estudos longitudinais para investigar mais a
importância das funções executivas para identificação e desenvolvimento de talentos
no futebol.
Assim, verifica-se que ainda não existem evidências consistentes sobre a
eficácia das avaliações neuropsicológicas como marcadores de rendimento e
seleção de talentos esportivos no futebol de rendimento, sobretudo, na categoria
sub-20. Os estudos são incipientes, mas já apontam que avaliação neuropsicológica
de atletas de futebol fornece indicativos sobre o nível cognitivo e da sua relação com
o rendimento destes atletas. Estas avaliações revelam-se como mais uma
alternativa que contribui multidisciplinarmente no árduo processo de recrutamento,
treinamento e desenvolvimento de futuros atletas de futebol nas diferentes
categorias presentes no futebol. Portanto, novas investigações que contemplem a
avaliação das funções executivas em atletas que jogam em clubes grandes e em
clubes pequenos de futebol da categoria sub-20 podem auxiliar para um melhor
entendimento do quanto essas capacidades podem contribuir para o sucesso dos
atletas na competição e, sobretudo, no processo de profissionalização desses
atletas.
2.4 Indicadores táticos no futebol
Ao longo dos anos, vários estudos têm buscado desenvolver estratégias para
a observação, análise e avaliação do jogo de futebol, no sentido de se entender os
fatores que permitem aos atletas e às equipes alcançarem maior nível de
51
rendimento durante uma competição (GONZÁLES-VÍLLORA et al., 2015; TEOLDO;
GARGANTA; GUILHERME, 2015).
No futebol, os componentes de rendimento das ações táticas dos atletas
direcionadas para resolução de problemas do jogo não se manifestam de um modo
separado, mas sim como um todo, em que cada componente interage com os outros
e revela o rendimento do atleta (GRECO, 2006; DUARTE et al., 2012; PRAÇA; et al.,
2015). Durante um jogo, taticamente o atleta deve saber "o que fazer" e, para
solucionar problemas subsequentes o atleta deve selecionar e utilizar a resposta
motora mais adequada de forma inteligente e/ou criativa, ou seja, o "como fazer"
(PRAÇA; et al., 2015). Assim, as ações técnicas do atleta no jogo de futebol, como
por exemplo, os chutes a gol, passes e dribles, emergem de processos de decisão,
ou seja, a escolha de "o que fazer" (MATIAS; GRECO, 2010; PRAÇA; et al., 2015).
Desta forma, as ações no futebol devem ser entendidas com base na relação
inseparável entre capacidade técnico-tática (PRAÇA; et al., 2015).
Para Konzag (1991) a técnica pode ser entendida como a execução de um
movimento específico da modalidade, adequado, econômico, e que possibilite a
realização dos objetivos do jogo. Autores destacam que a técnica é o meio para se
alcançar os objetivos do jogo (GRÉHAIGNE; GODBOUT, 1995; GRÉHAIGNE;
GODBOUT; BOUTHIER, 2001). Garganta (1997) acrescenta que a técnica trata-se
de uma motricidade especializada e específica de uma modalidade esportiva que
permite aos atletas resolverem de forma eficiente as tarefas do jogo (GARGANTA,
1997).
Já a tática pode ser definida como a gestão do espaço de jogo por meio do
posicionamento, deslocamento e movimentações dos atletas e equipes em campo
(TEOLDO; GARGANTA; GUILHERME, 2015). Nesse caso, técnica e tática formam
uma unidade, de modo que qualquer elemento técnico só adquire sentido se for
qualificado e avaliado em função da natureza específica do confronto esportivo
(GARGANTA, 1997).
Teoldo et al. (2010) apontam que o atleta de futebol diferenciado taticamente
é aquele que possui melhor seleção e capacidade de conexão das informações,
reorganização sensorial de controle do movimento e conhecimento específico do
jogo. Os autores também destacam que em conjunto essas características permitem
aos atletas jogarem de forma dinâmica e eficaz, possibilitando variações na
52
velocidade e realização do jogo, em conformidade com os requisitos táticos e
técnicos.
Assim, um dos grandes objetivos da análise de jogo consiste em coletar
informações técnicas e táticas para que se possam identificar as variáveis que
influenciam o rendimento individual e coletivo dos atletas (GARGANTA, 1997). Entre
as várias formas de se registrar as informações técnicas e táticas dos atletas,
destacam-se metodologias como: a) verificação visual e registro manual de
informações (CUNHA; BINOTTO; BARROS, 2001); b) análise do scolt durante o
jogo (BRAZ; BORIN, 2009); e c) análise através de vídeo (DI SALVO et al., 2007;
MORAES; CARDOSO; TEOLDO, 2014; SANTOS; ANDRADE; TEOLDO, 2014;
SANTOS; MORAES; TEOLDO, 2015, 2016).
A análise de jogo no futebol tem sido objeto de elevado interesse no meio
científico (GONZÁLES-VÍLLORA et al., 2015; TEOLDO; GARGANTA; GUILHERME,
2015), pois é necessária para o entendimento das ações individuais e coletivas em
campo, bem como para subsidiar o planejamento dos processos de treino e ensino-
aprendizagem, a fim de atingir o máximo de rendimento individual e coletivo
(CARLING; WILLIAMS; REILLY, 2005; SANTOS; MORAES; TEOLDO, 2015). Pela
análise de jogo é possível conhecer os indicadores táticos que reúnem os pontos
fortes e fracos de uma equipe, seja para desenvolver ainda mais os pontos fortes
e/ou para melhorar os pontos fracos e atingir o nível desejado. Concomitantemente,
treinadores podem utilizar as informações das análises de jogo para tentar bloquear
os pontos fortes, bem como explorar possíveis pontos fracos das equipes
adversárias (LAGO-PEÑAS, 2009).
Indicadores de rendimento podem ser entendidos como a seleção, ou
combinação de variáveis que objetivam definir alguns ou todos os aspectos do
rendimento, os quais serão úteis para relatar as ações bem sucedidas dos atletas
(HUGHES; BARTLETT, 2002). Assim, a utilização de um conjunto de indicadores
táticos que tenham critérios bem definidos podem possibilitar um melhor
entendimento sobre o comportamento tático de atletas de futebol da categoria sub-
20 em uma competição. Além disso, as informações recolhidas a partir das análises
das ações dos atletas em campo podem fornecer subsídios para se compreender
como os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos se comportam
taticamente durante as partidas.
53
Os indicadores táticos utilizados neste estudo foram utilizados por Garganta
(1997) em sua tese de doutorado e foram escolhidos por se tratarem de uma
alternativa de custo acessível e de fácil utilização para a análise das ações táticas
individuais e coletivas durante as partidas de futebol. Além disso, esses indicadores
também vêm sendo utilizados para analisar o comportamento tático de equipes de
futebol de alto nível de rendimento, sendo reportados escores válidos de
confiabilidade entre as observações (GARGANTA, 1997; MORAES; CARDOSO;
TEOLDO, 2014; SANTOS; ANDRADE; TEOLDO, 2014; SANTOS; MORAES;
TEOLDO, 2015, 2016).
A partir da análise qualitativa e quantitativa do conjunto de comportamentos
realizados pelos atletas nas sequências ofensivas do jogo, pode-se descrever a
organização ofensiva das equipes de futebol (GARGANTA, 1997). Assim, têm sido
investigados alguns indicadores táticos que podem se associar à eficácia ofensiva
das equipes, como: (a) indicadores quantitativos: número de sequências ofensivas,
número de bolas recebidas, número de contatos com a bola, número de variações
de corredor, velocidade de transmissão da bola, número de bolas conquistadas, total
de bolas jogadas (GARGANTA, 1997; MORAES; CARDOSO; TEOLDO, 2014;
SANTOS; ANDRADE; TEOLDO, 2014; SANTOS; MORAES; TEOLDO, 2016); e (b)
indicadores qualitativos: forma de aquisição/recuperação da posse de bola e local de
aquisição ou recuperação da posse de bola (GARGANTA, 1997; MORAES;
CARDOSO; TEOLDO, 2014; SANTOS; MORAES; TEOLDO, 2015).
Para coleta dos indicadores táticos (QUADRO 4) foi adotado no presente
estudo o método de observação utilizado por Garganta (1997) para analisar a
organização ofensiva em equipes de alto nível competitivo, com base na análise de
sequências de jogo. Este método também já foi utilizado em estudos recentes no
futebol (MORAES; CARDOSO; TEOLDO, 2014; SANTOS; MORAES; TEOLDO,
2015, 2016). Para localização das ações realizadas pelos atletas em campo, foi
utilizado um campograma (GARGANTA, 1997), que divide o campo em 12 zonas,
sendo quatro setores e três corredores (FIGURA 4).
54
FIGURA 4 - Campograma correspondente à divisão topográfica do campo.
Legenda: D= setor defensivo; MD= setor médio defensivo; MO= setor médio ofensivo; O= setor ofensivo; CD= corredor direito; CE= corredor central; CE= corredor esquerdo; DD= defensivo direito; DC= defensivo central; DE= defensivo esquerdo; MDD= médio defensivo direito; MDC= médio defensivo central; MDE= médio defensivo esquerdo; MOD= médio ofensivo direito; MOC= médio ofensivo central; MOE= médio ofensivo esquerdo; OD= ofensivo direito; OC= ofensivo central e OE= ofensivo esquerdo. Fonte: Garganta (1997) e Moraes, Cardoso e Teoldo (2014).
55
QUADRO 4 - Descrição dos indicadores táticos adotados neste estudo.
Variável Descrição
Número de bolas recebidas (NR)
Caracterizado pelo número de vezes que o atleta passa a deter a posse da bola como resultado de um passe de um colega da equipe. O passe foi contabilizado quando a bola foi efetivamente transmitida ao companheiro de equipe (GARGANTA, 1997).
Número de contatos com a
bola (NCT)
Diz respeito ao número de contatos com a bola efetuados pelos atletas durante uma determinada sequência (GARGANTA, 1997).
Número de variações de
corredor (NVC)
Diz respeito ao número de vezes que, na sequência ofensiva, a bola circula, através de passe, para um corredor diferente (GARGANTA, 1997).
Velocidade de transmissão da
bola (VTB)
O índice é calculado pelo quociente entre o número de bolas recebidas (NR) por um atleta e o número de contatos realizados (NCT) pelo mesmo para transmitir a bola (VTB = NR/NCT). Seu valor varia entre 0 e 1, sendo que, a transmissão da bola será tanto mais rápida quanto mais o valor da VTB se aproximar de 1 (GARGANTA, 1997).
Número de bolas conquistadas (NC)
Quando o atleta ou a equipe passam a deter a posse da bola por intermédio de uma disputa ou pela intercepção (GARGANTA, 1997).
Total de bolas jogadas (BJT)
O volume de jogo efetuado com a bola resulta do somatório de três indicadores (BJT = NC+NR+NCT), sendo: 1) Número de bolas conquistadas (NC) caracterizado pelo número de vezes que o atleta ou a equipe passam a deter a posse da bola por intermédio de uma disputa ou pela intercepção; 2) Número de bolas recebidas (NR) caracterizado pelo número de vezes que o atleta passa a deter a posse da bola como resultado de um passe de um colega da equipe; 3) Número de contatos com a bola (NCT) que é caracterizado pelo número de contatos com a bola efetuados pelos atletas durante uma determinada sequência (GARGANTA, 1997).
Fonte: Garganta (1997).
Moraes, Cardoso e Teoldo (2014) analisaram o comportamento tático da
seleção espanhola de futebol durante a Copa do Mundo FIFA® 2010 considerando o
resultado parcial das partidas, as quais totalizaram em 894 sequências ofensivas
nos seus sete jogos durante a competição. A partir das observações dos vídeos dos
jogos gravados pelas equipes de transmissão, analisou-se o tempo de realização do
ataque, número de contatos com a bola, número de bolas recebidas, número de
passes, velocidade de transmissão da bola, local de aquisição ou recuperação da
posse de bola e forma de aquisição ou recuperação da posse de bola. Verificou-se
que a equipe manteve um padrão comportamental independente da situação do
placar em relação ao tempo de realização do ataque, número de contatos com a
bola e o número de bolas recebidas. A velocidade de transmissão da bola foi
superior quando a seleção espanhola ganhava por dois gols de diferença. Além
56
disso, os resultados demonstram que a equipe tem como prioridade a recuperação
da posse da bola nos setores de meio campo, especialmente no setor meio
defensivo.
Santos, Andrade e Teoldo (2014) analisam a relação entre a circulação da
bola, através da velocidade de transmissão da bola (VTB), e a duração das
sequências ofensivas da seleção espanhola de futebol na Copa do Mundo FIFA®
2010. Os resultados apontaram uma correlação negativa entre a VTB e a duração
das sequências ofensivas. Os autores concluíram que a diminuição da VTB resultou
no aumento na duração das ações de posse de bola da seleção espanhola durante
a Copa do Mundo FIFA® 2010.
Santos, Moraes e Teoldo (2015) identificaram os padrões de transição
ofensiva (defesa-ataque) da seleção espanhola de futebol na Copa do Mundo FIFA®
2010 através da análise da frequência das formas de aquisição/recuperação da bola
(FAR) e dos setores do campo onde se sucederam essas ações. Os resultados
apontaram que as variáveis “interceptação” e “fragmentos constantes do jogo”2
apresentaram frequência significativamente maior do que as outras FAR em todos
os setores do campo. A variável “interceptação” manifestou maior frequência nos
setores defensivo, médio defensivo e médio ofensivo. Já a variável “desarme” teve
frequência significativamente maior no setor médio defensivo. Os autores concluíram
que houve maior ocorrência de fragmentos constantes do jogo no setor defensivo,
de interceptações, no setor médio defensivo e médio ofensivo e de fragmentos
constantes do jogo, no setor ofensivo, sugerindo que a seleção espanhola tende a
evitar confrontos 1x1 no setor defensivo em função do menor número de desarmes
observado neste setor.
Santos, Moraes e Teoldo (2016) compararam a amplitude de circulação da
bola da seleção espanhola de futebol na Copa do Mundo FIFA® 2010, pelo número
de variações de corredor (NVC) em diferentes status das partidas (empate, vitória ou
derrota). Os resultados apontaram que não foram encontradas diferenças
significativas do NVC em relação ao status das partidas. Os autores concluíram que
o status da partida não influenciou a amplitude de circulação da bola da seleção
espanhola de futebol.
2 Significam ações de tiros de meta, arremessos laterais, escanteios, pênaltis, tiros livres,
impedimentos, defesas do goleiro e pontapés de saída nos jogos de futebol (MORAES; CARDOSO; TEOLDO, 2014; SANTOS; MORAES; TEOLDO, 2015).
57
Em síntese, em partidas oficiais de seleções nacionais da categoria
profissional, o que foi exposto até aqui evidencia que os estudos que se propuseram
a analisar o comportamento tático das equipes no futebol têm se concentrado em
investigar as equipes de alto nível e pouco se estuda esses indicadores táticos em
partidas oficiais na categoria sub-20. Portanto, novas investigações que contemplem
a análise dos indicadores táticos em atletas que jogam em clubes grandes e em
clubes pequenos em uma competição oficial da categoria sub-20, pode auxiliar para
um melhor entendimento do quanto essas variáveis podem contribuir para o sucesso
dos atletas em uma competição no futebol, sobretudo, na categoria sub-20 que
representa um momento decisivo para a carreira esportiva de jovens atletas, pois se
trata da transição ou não para a categoria adulta do futebol profissional. Além disso,
o estudo pode ser importante para identificar se os indicadores táticos observados
em atletas que atuam nos clubes da categoria sub-20 se assemelham aos
observados em atletas das equipes profissionais do futebol.
58
3 MÉTODO
3.1 Delineamento do estudo
Trata-se de um estudo observacional, descritivo e transversal com uma
amostra de conveniência (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2012). No presente
estudo, buscou-se identificar o perfil de motivação de atletas de futebol da categoria
sub-20; comparar as dimensões de motivação, o índice de autodeterminação, as
medidas de funções executivas e os indicadores táticos entre os atletas que jogam
em clubes grandes e em clubes pequenos da categoria sub-20; elaborar tabelas
normativas do índice de autodeterminação, das medidas de funções executivas e
dos indicadores táticos de atletas de futebol da categoria sub-20; verificar a
associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria
sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto do índice de
autodeterminação, das medidas de funções executivas e dos indicadores táticos.
3.2 Cuidados éticos
Este estudo respeitou todas as normas estabelecidas pelo Conselho Nacional
em Saúde (2012) envolvendo pesquisas com seres humanos. O projeto foi
submetido e aprovado pelo Comitê de ética e pesquisa da Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG) sob o número CAAE - 39153614.1.0000.5149 (ANEXO A).
Todos os voluntários foram informados sobre os objetivos, os procedimentos
metodológicos e a relevância do estudo. Os participantes com idade inferior a 18
anos assinaram um Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A). Os
responsáveis legais dos voluntários menores de idade foram notificados e, assim
como os demais participantes assinaram, também, um Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (APÊNDICE B). Os voluntários foram comunicados que a
qualquer momento poderiam, sem constrangimento, deixar de participar do estudo.
Foram tomadas todas as precauções no intuito de preservar a privacidade dos
voluntários, sendo que a saúde e o bem-estar destes estavam acima de qualquer
outro interesse. Além disso, os dados obtidos foram utilizados somente para fins de
pesquisa científica.
59
3.3 Cálculo amostral
O tamanho mínimo da amostra foi determinado a partir de um estudo piloto
previamente realizado (SOUZA FILHO et al., 2015), no qual participaram cinco
atletas de futebol da categoria sub-20, com as mesmas características dos atletas
investigados no presente estudo. Foi utilizado o software GPower 3.1.9.2 e os
procedimentos seguiram as recomendações de Beck (2013). Realizou-se o cálculo
amostral do tipo “a priori” para o teste de correlação, adotando um poder estatístico
de 0,80, tamanho de efeito de 0,50, nível de significância de α = 0,05 e um
coeficiente de correlação de 0,5 (APÊNDICE C). Esta análise preliminar do poder
estatístico foi realizada para reduzir a probabilidade de erro tipo II, e para determinar
o número mínimo de indivíduos necessários para realização deste estudo. Após o
cálculo foi encontrado o número mínimo de 26 atletas de futebol da categoria sub-20
para a amostragem deste estudo.
3.4 Amostra
A amostra de conveniência foi constituída por seis clubes participantes do
Campeonato Mineiro de Futebol sub-20 (2015). Conforme regulamento do
campeonato (FMF, 2015), um total de quinze clubes se dividiu em três grupos (“A”,
“B” e “C”) por critério de regionalidade. Para estabelecer um equilíbrio da amostra,
foram selecionados dois clubes de cada grupo, sendo um clube da capital e um
clube do interior do estado de Minas Gerais, doravante denominados clubes grandes
e clubes pequenos, respectivamente. Os clubes grandes são aqueles que disputam
as principais competições nacionais da categoria promovidas pela Confederação
Brasileira de Futebol (CBF). Já os clubes pequenos não são convidados pelas
confederações de futebol para disputarem as principais competições nacionais da
categoria sub-20. Os clubes grandes e clubes pequenos foram selecionados por
conveniência e acessibilidade, com base na relação dos clubes de cada grupo (FMF,
2015). Os clubes participantes do estudo podem ser visualizados na tabela 2.
60
TABELA 2
Relação de clubes participantes do estudo.
Clube Grupo A Grupo B Grupo C
Grande Atlético – MG Cruzeiro – MG América – MG
Pequeno Villa Nova – MG Social – MG Betinense – MG
Fonte: Dados do estudo.
Inicialmente, foram avaliados no presente estudo 177 atletas. Os critérios de
inclusão adotados no estudo foram: a) atletas de futebol, do sexo masculino,
nascidos nos anos de 1995 a 1999, que na época da coleta de dados, treinavam e
estavam regularmente inscritos na Federação Mineira de Futebol, disputando o
Campeonato Mineiro de Futebol sub-20 (2015). Como critério de exclusão foi
adotado: a) não concluir todos os testes propostos, e b) não jogar em nenhuma das
partidas em que seus clubes foram mandantes. Sendo assim, a amostra do estudo
foi composta por 104 atletas de futebol da categoria sub-20, com média de idade de
18,62 (±1,08) anos, média de tempo de educação formal de 8,80 (±2,11) anos,
média de tempo de prática de 10,00 (±3,16) anos e média de tempo como atleta
federado de 4,27 (±2,34) anos.
Para análise de jogo, a amostra foi composta por 23 partidas, disputadas
pelos seis clubes investigados, nas dez rodadas da fase classificatória do
Campeonato Mineiro de Futebol sub-20 (2015). No período compreendido entre abril
a junho de 2015 foram filmadas as partidas em que os clubes investigados detinham
o mando de campo e analisado apenas o clube mandante. Desta forma, foram
identificadas 9.310 ações ofensivas individuais nas 23 partidas, sendo 12 partidas
(5.878 ações ofensivas) realizadas pelos atletas dos clubes grandes e 11 partidas
(3.432 ações ofensivas) realizadas pelos atletas dos clubes pequenos.
3.5 Instrumentos
Neste estudo foram utilizados os seguintes instrumentos:
1) Questionário de dados demográficos – Este instrumento proposto por
Souza Filho e Costa (2015) objetiva coletar características demográficas da amostra
de atletas de futebol de rendimento (APÊNDICE D).
61
2) Escala de motivação no esporte (SMS) – Este instrumento foi validado
para o futebol para a língua portuguesa brasileira por Costa et al. (2011) e objetiva
avaliar os níveis de motivação intrínseca, extrínseca e desmotivação de atletas
desta modalidade (ANEXO B).
3) Cubos de Corsi – Este instrumento foi validado por Corsi (1973) e objetiva
avaliar a memória de trabalho e de curto prazo.
4) Teste dos cinco dígitos (FDT) – Este instrumento foi validado na versão
brasileira por Sedó, De Paula e Malloy-Diniz (2015), baseado na versão original de
Sedó (2004) e objetiva avaliar o controle inibitório e a flexibilidade cognitiva.
5) Indicadores táticos – Os indicadores táticos analisados no presente
estudo são: Número de bolas recebidas (NR), Número de contatos com a bola
(NCT), Número de variações de corredor (NVC), Velocidade de transmissão da bola
(VTB), Número de bolas conquistadas (NC), Total de bolas jogadas (BJT). Estes
indicadores foram propostos por Garganta (1997).
3.6 Procedimentos
Após a aprovação do projeto pelo Comitê de ética e pesquisa da UFMG foi
obtida a anuência dos clubes quanto à participação dos seus atletas neste estudo.
Posteriormente, o pesquisador agendou uma reunião com o treinador e comissão
técnica de cada clube, na qual foram reforçados os objetivos e a relevância do
estudo e solicitou a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido e do
termo de assentimento livre e esclarecido. O estudo foi realizado na fase
classificatória do Campeonato Mineiro de Futebol sub-20 (2015).
Os procedimentos empregados neste estudo para coleta de dados foram
organizados em duas partes. A primeira parte contempla a filmagem das partidas
disputadas pelos clubes investigadas quando estas detinham o mando de campo na
competição. A segunda parte foi destinada a aplicação dos questionários e
realização dos testes neuropsicológicos pelos atletas de futebol.
3.6.1 Primeira parte da coleta de dados
Durante as dez rodadas da fase classificatória do Campeonato Mineiro de
Futebol sub-20 (2015) as filmagens das partidas disputadas pelos clubes
investigados foram realizadas por uma equipe coordenada pelo pesquisador,
62
constituída de três alunos devidamente treinados para a tarefa, a fim de padronizar o
método para coleta das filmagens.
Para a gravação das 23 partidas foram utilizados quatro tripés (Greika®
WT3750), quatro filmadoras digitais, sendo três (JVC® HD Everio GZ-HD520) e uma
(Canon® Vixia HF M52). Antes do início de cada partida, uma filmadora acoplada ao
tripé foi posicionada nos últimos níveis da arquibancada ou na cabine de imprensa,
nas proximidades da linha central do campo. Este procedimento foi utilizado em um
estudo piloto realizado previamente (SOUZA FILHO et al., 2015), e se mostrou
adequado para obtenção dos indicadores táticos objetos de estudo deste trabalho.
As análises das partidas foram realizadas através de um computador portátil
(Acer® Aspire 4738-6890).
3.6.2 Segunda parte da coleta de dados
Nesta parte, a coleta de dados foi realizada pelo próprio pesquisador, com a
colaboração de um psicólogo e quatro graduandos do curso de Psicologia da UFMG
devidamente treinados na aplicação dos testes exclusivos da Psicologia. Esta
medida foi adotada a fim de padronizar o método para coleta dos dados e manter a
coerência na resolução de dúvidas e questões que pudessem surgir durante as
coletas. Das dez rodadas que compõe a fase classificatória do campeonato, essa
parte da coleta de dados foi realizada entre a 5ª e a 6ª rodada devido à conveniência
da amostra. Ressalta-se que todos os clubes coletados naquele presente momento
da competição tinham ainda chances de classificação para a fase final do
campeonato.
A coleta durou em média 3 horas. Os instrumentos (Questionários de dados
demográficos e SMS) foram aplicados coletivamente, mas respondidos
individualmente. Já os instrumentos (Cubos de Corsi e Teste dos Cinco Dígitos)
foram aplicados individualmente. A aplicação dos instrumentos foi realizada em um
local reservado dentro do centro de treinamento de cada um dos clubes
participantes do estudo.
3.7 Análise dos dados
3.7.1 Qualidade dos dados
Para os indicadores táticos obtidos pela observação dos vídeos das partidas
foi necessário realizar os procedimentos de confiabilidade inter e intra-observador,
63
de forma a verificar a concordância na recolha de dados das partidas observadas.
Neste sentido, a confiabilidade foi calculada através do teste Kappa de Cohen (k)
para as variáveis: Número de bolas recebidas (NR), Número de contatos com a bola
(NCT), Número de variações de corredor (NVC) e Número de bolas conquistadas
(NC). Foram reanalisadas 1.007 ações ofensivas individuais, que representaram
10,81% da amostra, valor superior ao de referência (10%) apontado pela literatura
(TABACHNICK; FIDELL, 2007). A fiabilidade foi realizada por três observadores
treinados, sendo que cada sequência ofensiva foi reanalisada no mínimo duas
vezes. As reanálises ocorreram três semanas após as primeiras avaliações, no
intuito de minimizar a familiaridade dos observadores com a tarefa (TENGA et al.,
2009). Para esse estudo, foi adotado como válidos os escores de concordância
entre os observadores k≥0,81.
As análises de confiabilidade dos instrumentos foram estimadas pelo
coeficiente Alpha de Cronbach (Escala de motivação no esporte – SMS e Cubos de
Corsi). Para análise da confiabilidade do Teste dos Cinco Dígitos foi utilizado o
coeficiente Guttman, o qual foi obtido por meio do método das duas metades (split-
half), visto que o Alpha de Cronbach, medida mais comumente adotada, pode ser
enviesado em testes cronometrados (OLIVEIRA et al., 2014). Dividiu-se as metades
da seguinte forma: tempo de leitura, tempo de seleção e escore de controle inibitório
como a primeira metade e tempo de contagem, tempo de alternância e escore de
flexibilidade cognitiva na segunda metade. Para esse estudo, os parâmetros
adotados como válidos na consistência interna para os instrumentos e suas
dimensões foram de α≥0,50.
3.7.2 Análise estatística
A normalidade da distribuição dos dados foi verificada pelos testes de
Kolmogorov-Smirnov (n≥50) e Shapiro-Wilk (n<50).
Os dados foram apresentados por meio da estatística descritiva: frequências
absoluta e relativa, intervalo de confiança, média, desvio-padrão, mediana (Md),
intervalo interquartil (Q1-Q3).
Foi utilizado o teste de Friedman para verificar as diferenças entre as
dimensões de motivação, adotando-se um nível de significância de p<0,05. Em
seguida, para localizar as possíveis diferenças significativas entre as dimensões
foram realizadas comparações par a par, através do teste de Wilcoxon. Foi utilizada
64
a correção de Bonferroni que altera o nível de significância (p), considerando o valor
de p=0,05 dividido pelo número total de comparações (3 no teste de pares), com a
finalidade de evitar erros derivados de múltiplas comparações. O nível de
significância corrigido após esse procedimento foi de p<0,017.
Para as comparações das variáveis entre os grupos, foi utilizado o teste de
Mann-Whitney conforme a distribuição dos dados (DANCEY; REIDY, 2013).
Para classificar os atletas de acordo com os escores (baixo, moderado e alto)
foi utilizada a análise de quartis. Os resultados do índice de autodeterminação, das
medidas de funções executivas e dos indicadores táticos foram subdivididos em
quartis, sendo que os atletas que possuíam escores situados no quartil inferior
(≤25%) foram classificados como baixo; nos quartis intermediários (>25% e <75%)
como moderado e no quartil superior (≥75%) como alto.
Foi utilizado o teste do Qui-Quadrado 2x2 para verificar as associações,
seguido do teste de Odds Ratio para verificar a razão de chance de associação com
intervalo de confiança de 95%. Atletas que apresentaram escores moderados para
as variáveis analisadas não foram considerados nesta análise. O nível de
significância adotado foi de p<0,05.
O cálculo do tamanho do efeito (ES, effect size) foi realizado seguindo as
recomendações de Field (2013). Para o teste “U” de Mann-Whitney o ES foi
calculado pela equação: ES = Z/√N, onde, Z = z-score, e N = número total de casos.
Partindo das recomendações de Cohen (1992), o ES foi classificado como pequeno
(0,1<ES<0,3), médio (0,3<ES<0,5) e grande (ES≥0,5) para todas as análises.
Para observação das partidas foi utilizado o software de vídeo Windows
Media Player®. Os dados foram registrados em planilhas do software Excel 2007 for
Windows®. Foi utilizado o software GPower 3.1.9.2 para determinar o tamanho
mínimo da amostra. Os demais procedimentos estatísticos foram realizados no
software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS®) versão 18.0.
65
4 RESULTADOS
Os resultados serão apresentados de acordo com a ordem cronológica dos
objetivos do estudo. Neste capítulo, a análise dos dados dividiu-se em cinco partes:
(1) perfil demográfico da amostra; (2) análise da confiabilidade dos instrumentos; (3)
análise do perfil motivacional dos atletas; (4) análise das medidas de funções
executivas; (5) análise dos indicadores táticos.
4.1 Perfil demográfico dos atletas de futebol da categoria sub-20
Os 104 atletas de futebol da categoria sub-20 avaliados, competem em seis
clubes de formação do futebol brasileiro do estado de Minas Gerais, como pode ser
visualizado na tabela 3. O percentual de perda amostral no presente estudo foi de
41,24%.
TABELA 3
Distribuição da participação dos atletas de futebol da categoria sub-20 por clubes.
Clube Total de
atletas (n) Perda
amostral (n) Perda
amostral (%) Amostra do estudo (n)
Percentual (%)
Atlético – MG 36 17 47,22 19 18,27
Cruzeiro – MG 27 08 29,63 19 18,27
América – MG 24 08 33,33 16 15,38
Villa Nova – MG 35 19 54,29 16 15,38
Betinense – MG 31 13 41,94 18 17,32
Social – MG 24 08 33,33 16 15,38
TOTAL 177 73 41,24 104 100
Fonte: Dados do estudo.
Quanto ao nível de escolaridade dos atletas, a tabela 4 demonstra que a
maioria dos atletas (60,58%) não concluiu o ensino médio.
66
TABELA 4
Nível de escolaridade dos atletas de futebol da categoria sub-20.
Escolaridade Número absoluto de atletas Percentual (%)
Ensino superior incompleto 03 2,88
Ensino médio completo 38 36,54
Ensino médio incompleto 51 49,04
Ensino fundamental completo 02 1,92
Ensino fundamental incompleto 10 9,62
TOTAL 104 100
Fonte: Dados do estudo.
Dentre os atletas avaliados neste estudo, observa-se que a posição que
conteve um maior número de atletas avaliados foi a de atacantes (23,08%). A tabela
5 apresenta os demais percentuais de atletas avaliados por posição.
TABELA 5
Distribuição dos atletas avaliados por posição.
Clube Goleiro Zagueiro Lateral Volante Meia Atacante GERAL
Atlético – MG 1 4 3 4 4 3 19
Cruzeiro – MG 1 3 3 2 3 7 19
América – MG 2 2 4 4 1 3 16
Villa Nova – MG 1 3 3 5 2 2 16
Betinense – MG 1 3 3 2 4 5 18
Social – MG 2 2 2 3 3 4 16
GERAL 8 17 18 20 17 24 104
(%) 7,69 16,35 17,30 19,23 16,35 23,08 100
Fonte: Dados do estudo.
67
Para fins de análise dos dados os atletas dos seis clubes mineiros foram
agrupados em função do status dos clubes, em clubes grandes (Atlético, Cruzeiro,
América, n=54) e clubes pequenos (Villa Nova, Betinense e Social, n=50).
A fim de verificar possíveis diferenças entre os atletas que jogam em clubes
grandes e em clubes pequenos em relação aos anos de idade, educação formal,
tempo de prática e tempo como atleta federado, inicialmente foi realizado o teste
Kolmogorov-Smirnov para verificar os pressupostos de normalidade das
distribuições. Os resultados estão disponíveis no APÊNDICE E. Foi observado que a
maior parte das distribuições não atende aos pressupostos de normalidade (p<0,05).
Foi utilizado o teste de Mann Whitney para verificar se existiam diferenças
entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em relação
aos anos de idade, anos de educação formal, anos de prática e anos como atleta
federado. Os resultados podem ser visualizados na tabela 6.
TABELA 6
Comparação da idade, escolaridade, tempo de prática e tempo como atleta federado entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos.
Variáveis Clube
Z p ES Grande Pequeno
Idade# 18,79 ± 0,99 18,42 ± 1,14 -1,586 0,113 -0,155
Educação formal# 8,81 ± 1,98 8,78 ± 2,27 -0,167 0,868 -0,016
Tempo de prática# 10,03 ± 3,06 9,94 ± 3,29 -0,327 0,744 -0,032
Tempo como atleta federado# 4,98 ± 2,17 3,50 ± 2,27 -3,019 0,003* -0,296
Legenda:* Diferença significativa (p<0,05); #Média ± Desvio-padrão.
Fonte: Dados do estudo.
Observa-se pelas comparações da tabela 6 que houve diferença significativa
entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos apenas em
relação ao tempo como atleta federado (p=0,003), com tamanho de efeito pequeno
(ES=-0,296).
68
4.2 Avaliação da confiabilidade dos instrumentos
4.2.1 Avaliação da confiabilidade dos testes SMS e Cubos de Corsi
As avaliações da confiabilidade dos testes SMS e Cubos de Corsi foram
realizadas por meio do coeficiente de Alpha de Cronbach. A tabela 7 apresenta os
resultados da consistência interna dos testes no presente estudo.
TABELA 7
Confiabilidade do SMS e Cubos de Corsi em atletas de futebol sub-20.
SMS Cubos de
Corsi
Alpha de Cronbach (α)
Motivação intrínseca
Motivação extrínseca
Desmotivação Geral
0,86 0,85 0,52 0,88 0,69
Fonte: Dados do estudo.
No presente estudo, os testes SMS e Cubos de Corsi apresentaram escores
de consistência interna aceitáveis (α=≥0,50).
4.2.2 Avaliação da confiabilidade do Teste dos Cinco Dígitos
A avaliação da confiabilidade do Teste dos Cinco Dígitos foi realizada por
meio do coeficiente de Guttman Split-Half. A tabela 8 apresenta os resultados da
consistência interna do teste no presente estudo.
TABELA 8
Confiabilidade do Teste dos Cinco Dígitos em atletas de futebol sub-20.
Teste dos Cinco Dígitos
Guttman Split-Half 0,78
Dados do estudo.
No presente estudo, o Teste dos Cinco Dígitos apresentou uma consistência
interna aceitável (α=≥0,50).
69
4.2.3 Avaliação da confiabilidade das observações dos indicadores táticos
A confiabilidade das observações foi calculada utilizando-se o teste Kappa de
Cohen. A tabela 9 apresenta os coeficientes de concordância obtidos no presente
estudo.
TABELA 9
Coeficiente Kappa e Erro Padrão Médio dos procedimentos de teste e re-teste.
Item
Intra-observador Inter-observador
Kappa Erro
Padrão Médio
Kappa Erro
Padrão Médio
Número de bolas recebidas (NR) 1,000 0,000 1,000 0,000
Número de contatos com a bola (NCT) 0,907 0,052 0,896 0,060
Número de variações de corredor (NVC) 0,942 0,057 0,943 0,066
Número de bolas conquistadas (NC) 0,939 0,030 0,923 0,044
Fonte: Dados do estudo.
No presente estudo, os procedimentos de teste e re-teste apresentaram
escores válidos de concordância entre os observadores (k≥0,81).
4.3 Motivação em atletas de futebol da categoria sub-20
Antes de verificar se existem diferenças entre as dimensões de motivação e
entre os grupos, foram realizados os testes de Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk
para verificar os pressupostos de normalidade das distribuições. Os resultados estão
disponíveis no APÊNDICE E. Foi observado que as distribuições não atendem aos
pressupostos de normalidade (p<0,05).
Foi realizado o teste de Friedman para verificar se existem diferenças entre as
dimensões de motivação. Observa-se na tabela 10 que existem diferenças
estatísticas entre as dimensões de motivação (p<0,05). Entretanto, o teste de
Friedman não indica entre quais pares de dimensões ocorrem essas diferenças.
70
TABELA 10
Comparação entre os escores de posto médio das dimensões do SMS.
Teste de Friedman
N 104
Qui quadrado 183,201
Graus de liberdade 2
Significância 0,001*
Legenda: * Diferença significativa (p<0,05). Fonte: Dados do estudo.
A tabela 11 apresenta os escores descritivos dos níveis de motivação por
dimensão do SMS em atletas de futebol da categoria sub-20.
TABELA 11
Níveis de motivação por dimensão do SMS em atletas de futebol da categoria sub-20.
Dimensões do SMS# Mediana Q1 – Q3 Posto Médio
Motivação intrínseca 5,33 4,50 – 6,00 2,93
Motivação extrínseca 3,61 2,75 – 4,56 2,00
Desmotivação 1,25 1,00 – 2,00 1,06
Legenda: # Escala de 1 a 7; Q1 = primeiro quartil; Q3 = terceiro quartil.
Fonte: Dados do estudo.
Para localizar as possíveis diferenças significativas encontradas entre as
dimensões do SMS, foram realizadas comparações par a par, através do teste não
paramétrico de Wilcoxon. A tabela 12 apresenta os escores dos postos médios
obtidos no teste de Wilcoxon para a comparação par a par entre as dimensões de
motivação.
71
TABELA 12
Escores dos postos médios no teste de Wilcoxon para a comparação par a par entre as dimensões de motivação.
Postos N Posto Médio
Soma dos
Postos
Desmotivação – Motivação intrínseca
Postos Negativos 103ª 53,00 5459,00
Postos Positivos 1b 1,00 1,00
Empates 0c
Total 104
Motivação extrínseca - Motivação intrínseca
Postos Negativos 97d 53,61 5200,00
Postos Positivos 5e 10,60 53,00
Empates 2f
Total 104
Desmotivação - Motivação extrínseca
Postos Negativos 98g 53,95 5287,00
Postos Positivos 5h 13,80 69,00
Empates 1i
Total 104
Legenda:
a= Desmotivação < Motivação intrínseca;
b= Desmotivação > Motivação intrínseca;
c=
Desmotivação = Motivação intrínseca; d= Motivação extrínseca < Motivação intrínseca;
e= Motivação
extrínseca > Motivação intrínseca; f= Motivação extrínseca = Motivação intrínseca;
g= Desmotivação <
Motivação extrínseca; h= Desmotivação > Motivação extrínseca;
i= Desmotivação = Motivação
extrínseca. Fonte: Dados do estudo.
Na comparação par a par foi utilizada a correção de Bonferroni adotando nível
de significância de p<0,017. A tabela 13 apresenta os resultados destas
comparações.
TABELA 13
Comparação entre as dimensões de motivação.
Comparação entre as dimensões de motivação# z p ES
Motivação intrínseca X Motivação extrínseca - 8,592 0,001* - 0,842
Motivação intrínseca X Desmotivação - 8,851 0,001* - 0,867
Motivação extrínseca X Desmotivação - 8,584 0,001* - 0,841
Legenda: ES = tamanho do efeito; # Teste de postos com sinais de Wilcoxon; * Diferença significativa
(p<0,017). Fonte: Dados do estudo.
Observa-se pelas comparações da tabela 13 que a dimensão de motivação
intrínseca foi a mais evidenciada pelos atletas de futebol da categoria sub-20
(p<0,017), uma vez que apresentou um maior escore em relação às dimensões de
motivação extrínseca e desmotivação, com tamanho do efeito grande (ES>0,5). A
desmotivação foi a dimensão menos evidenciada pelos atletas de futebol da
72
categoria sub-20, apresentando diferença significativa (p<0,017) com as dimensões
de motivação intrínseca e extrínseca, com tamanho do efeito grande (ES>0,5).
Em síntese, os resultados apresentados na tabela 13 mostram uma
sequência crescente dos escores, que vai da desmotivação, passando pelas
dimensões de motivação extrínseca, até as dimensões de motivação intrínseca,
evidenciando o continuum da autodeterminação, demonstrando que os atletas de
futebol dos clubes sub-20 avaliados apresentaram níveis maiores de motivação
intrínseca, em detrimento a motivação extrínseca e escores baixos de desmotivação.
4.3.1 Comparação do índice de autodeterminação entre os atletas que jogam
em clubes grandes e clubes pequenos
O índice de autodeterminação integra escores de cada dimensão de
motivação do SMS em uma única pontuação correspondente ao valor global de
motivação autodeterminada do indivíduo. A tabela 14 apresenta o valor descritivo do
índice de autodeterminação em atletas de futebol da categoria sub-20.
TABELA 14
Índice de autodeterminação em atletas de futebol da categoria sub-20.
Índice Mediana Q1 – Q3
Índice de autodeterminação# 8,04 5,55 – 9,42
Legenda: # Escala de -18 a 18; Q1 = primeiro quartil; Q3 = terceiro quartil.
Fonte: Dados do estudo.
Foi utilizado o teste de Mann Whitney para verificar se existiam diferenças
entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em relação ao
índice de autodeterminação. Os escores dos postos médios obtidos no teste de
Mann Whitney para o índice de autodeterminação podem ser visualizados na tabela
15.
TABELA 15
Postos médios do índice de autodeterminação dos atletas de clubes grandes e clubes pequenos.
Índice Clube N Posto Médio Soma dos
Postos
Índice de autodeterminação#
Grande 54 54,87 2963,00
Pequeno 50 49,94 2497,00
Fonte: Dados do estudo.
73
Os resultados da comparação do índice de autodeterminação dos atletas que
jogam em clubes grandes e em clubes pequenos podem ser visualizados na tabela
16.
TABELA 16
Comparação do índice de autodeterminação entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos.
Índice#
Clube grande Clube pequeno Z p ES
Mediana (Q1-Q3) Mediana (Q1-Q3)
Índice de autodeterminação
#
8,25 (5,55-9,52) 7,70 (5,29-9,42) -0,833 0,405 -0,081
Legenda: #
Escala de -18 a 18; Q1 = primeiro quartil; Q3 = terceiro quartil; * Diferença significativa (p<0,05). Fonte: Dados do estudo.
Observa-se pela comparação da tabela 16 que os atletas de clubes grandes e
clubes pequenos não se diferem em relação ao nível de autodeterminação
(p=0,405). Em síntese, os resultados apresentados na tabela 16 mostram que tanto
atletas de clubes grandes quanto atletas de clubes pequenos apresentaram
moderados índices de autodeterminação na competição de futebol sub-20.
4.3.2 Tabela normativa para análise do índice de autodeterminação em atletas
de futebol da categoria sub-20
A ausência na literatura de parâmetros específicos para a interpretação do
índice de autodeterminação em atletas de futebol levou à proposição de uma tabela
normativa para os atletas avaliados neste estudo. Assim, foi desenvolvido para a
amostra específica de atletas de futebol da categoria sub-20 uma tabela normativa
para classificar o escore do índice de autodeterminação dos atletas em níveis baixo,
moderado e alto (TABELA 17).
TABELA 17
Tabela normativa para classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 em
relação aos escores (baixo, moderado e alto) para o índice de autodeterminação.
Índice Baixo Moderado Alto
Índice de autodeterminação# ≤5,55 >5,55 e <9,42 ≥9,42
Legenda: # Escala de -18 a 18.
Fonte: Dados do estudo.
74
Foi utilizado o teste de Mann Whitney para verificar se existem diferenças no
índice de autodeterminação (IAD) entre os grupos de atletas com baixo IAD e alto
IAD. Os resultados podem ser visualizados na tabela 18.
TABELA 18
Comparação entre os atletas de futebol da categoria sub-20 com escores baixo e alto para o índice de autodeterminação.
Índice Baixo (n) Alto (n) Z p ES
IAD# ≤5,55 (26) ≥9,42 (28) -6,304 0,001* -0,857
Legenda: IAD= índice de autodeterminação; # Escala de -18 a 18; * Diferença significativa (p<0,05).
Fonte: Dados do estudo.
Conforme a tabela 18 há evidências estatísticas para afirmar que os grupos
de atletas com baixo IAD e alto IAD diferem entre si (p=0,001), com tamanho de
efeito grande (ES=-0,857).
4.3.3 Avaliação individual do índice de autodeterminação em atletas por
tamanho de clube
Nesta etapa dos resultados, serão apresentadas as análises individuais de
cada atleta pertencente aos clubes grandes e clubes pequenos para o índice de
autodeterminação. Com base nos parâmetros normativos estabelecidos, os atletas
de futebol da categoria sub-20 avaliados neste estudo foram classificados de acordo
com os escores do índice de autodeterminação em níveis baixo, moderado e alto.
Os escores individuais do índice de autodeterminação e sua classificação
para cada atleta de futebol da categoria sub-20 estão apresentados na tabela AF1
disponível no APÊNDICE F.
A tabela 19 apresenta as frequências absolutas e relativas da quantidade de
atletas em relação às classificações (baixo, moderado e alto) do índice de
autodeterminação e tamanho dos clubes (grande ou pequeno).
75
TABELA 19
Frequências (absoluta e relativa) dos atletas em relação aos níveis do índice de autodeterminação e tamanho dos clubes.
Índice Classificação Clube
Total (%) Grande (%) Pequeno (%)
Índice de
autodeterminação (IAD)
Baixo 13 (12,50) 13 (12,50) 26 (25,00)
Moderado 27 (25,96) 23 (22,12) 50 (48,08)
Alto 14 (13,46) 14 (13,46) 28 (26,92)
Legenda: IAD Baixo= ≤5,55, Moderado= (>5,55 e <9,42) e Alto= ≥9,42. Fonte: Dados do estudo.
4.3.4 Associação entre o status dos clubes de futebol da categoria sub-20 e o
número de atletas com escores baixo e alto para o índice de autodeterminação
A tabela 20 apresenta os resultados da associação entre o status dos clubes
(grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com
escores baixo e alto para o IAD.
TABELA 20
Associação entre o status dos clubes da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto para o índice de autodeterminação.
Variável+ Clube
Escores
p Odds Ratio
IC de 95% Baixo Alto
f % f %
IAD Grande 13 50,0 14 50,0
1,000 1,000 0,344 – 2,908 Pequeno 13 50,0 14 50,0
Legenda: IAD= índice de autodeterminação; IAD Baixo= ≤5,55 e Alto= ≥9,42; * Diferença significativa (p<0,05);
+Teste do Qui-quadrado 2x2.
Fonte: Dados do estudo.
Os resultados evidenciam que não houve associação significativa entre o
status dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número
de atletas com escores baixo e alto para o IAD.
4.4 Funções executivas em atletas de futebol da categoria sub-20
Em relação às funções executivas no futebol foram avaliadas as seguintes
capacidades cognitivas nos atletas sub-20: (a) memória de trabalho, (b) controle
inibitório e (c) flexibilidade cognitiva. Estas capacidades cognitivas são fundamentais
para o processo de decisão dos atletas de futebol e consequentemente para o seu
rendimento em campo.
76
Antes de verificar se existem diferenças das medidas de funções executivas
entre os grupos, foram realizados os testes de Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk
para verificar os pressupostos de normalidade das distribuições. Os resultados estão
disponíveis no APÊNDICE E. Foi observado que as distribuições não atendem aos
pressupostos de normalidade (p<0,05).
A tabela 21 apresenta o valor descritivo das medidas de funções executivas
em atletas de futebol da categoria sub-20.
TABELA 21
Medidas de funções executivas em atletas de futebol da categoria sub-20.
Funções executivas Mediana Q1 – Q3
Memória de trabalho@
35,00 19,50 – 45,00
Controle inibitório# 15,00 11,00 – 18,25
Flexibilidade cognitiva& 23,50 18,75 – 30,00
Legenda: @
Escore total (número de acertos obtidos multiplicados pelo valor máximo da sequência atingida);
#tempo de leitura - tempo de seleção;
&tempo de
leitura - tempo de alternância; Q1 = primeiro quartil; Q3 = terceiro quartil. Fonte: Dados do estudo.
4.4.1 Comparação das funções executivas entre os atletas que jogam em
clubes grandes e clubes pequenos
Respeitando novamente o agrupamento dos atletas em clubes grandes e
clubes pequenos foram realizadas comparações para verificar se existem diferenças
nos testes que avaliam funções executivas em atletas de futebol. O objetivo destas
comparações foi avaliar se o rendimento dos atletas nos testes que avaliam as
funções executivas difere entre os atletas que atuam em clubes grandes e em
clubes pequenos de formação do futebol brasileiro.
Foi utilizado o teste de Mann Whitney para verificar se existiam diferenças
entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em relação às
medidas de funções executivas. Os escores dos postos médios obtidos no teste de
Mann Whitney para as medidas de funções executivas podem ser visualizados na
tabela 22.
77
TABELA 22
Postos médios das medidas de funções executivas em atletas de clubes grandes e clubes pequenos.
Funções executivas Clubes N Posto Médio Soma dos
Postos
Memória de trabalho Grande 54 58,33 3150,00
Pequeno 50 46,20 2310,00
Controle inibitório Grande 54 52,07 2812,00
Pequeno 50 52,96 2648,00
Flexibilidade cognitiva Grande 54 48,28 2607,00
Pequeno 50 57,06 2853,00
Fonte: Dados do estudo.
Os resultados das comparações das medidas de funções executivas entre os
atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos podem ser visualizados
na tabela 23.
TABELA 23
Comparações das medidas de funções executivas entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos.
Funções executivas Clube grande Clube pequeno
Z p ES Mediana (Q1-Q3) Mediana (Q1-Q3)
Memória de trabalho@
40,00 (27,00-50,00) 28,00 (17,25-45,00) -2,057 0,040* -0,201
Controle inibitório# 15,00 (10,75-18,25) 15,00 (11,00-19,00) -0,150 0,881 -0,014
Flexibilidade cognitiva& 22,00 (16,00-30,25) 25,50 (20,00-30,25) -1,484 0,138 -0,145
Legenda: @
Escore total (número de acertos obtidos multiplicados pelo valor máximo da sequência atingida);
#tempo de leitura - tempo de seleção;
&tempo de leitura - tempo de alternância;* Diferença
significativa (p<0,05). Fonte: Dados do estudo.
Observa-se pela comparação da tabela 23 que os atletas de clubes grandes e
clubes pequenos se diferem apenas em relação à memória de trabalho (p=0,040),
com tamanho de efeito pequeno (ES=-0,201). Em síntese, os resultados
apresentados na tabela 23 mostram que os atletas que jogam em clubes grandes e
em clubes pequenos se diferem em relação à medida de memória, porém, os atletas
de clubes grandes e clubes pequenos apresentaram resultados semelhantes em
relação às medidas de controle inibitório e flexibilidade cognitiva.
78
4.4.2 Tabela normativa para análise das medidas de funções executivas em
atletas de futebol da categoria sub-20
A ausência na literatura de parâmetros específicos para a interpretação das
medidas de funções executivas em atletas de futebol levou à proposição de uma
tabela normativa para os atletas avaliados neste estudo. Assim, foi desenvolvido
para a amostra específica de atletas de futebol da categoria sub-20 uma tabela
normativa para classificar os parâmetros que avaliam as funções executivas dos
atletas em níveis baixo, moderado e alto (TABELA 24).
TABELA 24
Tabela normativa para classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 em
relação aos escores (baixo, moderado e alto) para as medidas de funções
executivas.
Funções executivas Baixo Moderado Alto (n)
Memória de trabalho@
≤19,50 >19,50 e <45,00 ≥45,00
Controle inibitório# ≤11,00 >11,00 e <18,25 ≥18,25
Flexibilidade cognitiva& ≤18,75 >18,75 e <30,00 ≥30,00
Legenda: @
Escore total (número de acertos obtidos multiplicados pelo valor máximo da sequência atingida);
#tempo de leitura - tempo de seleção;
&tempo de leitura - tempo de
alternância. Fonte: Dados do estudo.
Foi utilizado o teste de Mann Whitney para verificar se existem diferenças
entre os grupos de atletas classificados com baixo e alto escore para as medidas de
funções executivas. Os resultados podem ser visualizados na tabela 25.
TABELA 25
Comparação entre os atletas de futebol da categoria sub-20 com escores baixo e alto para as medidas de funções executivas.
Funções executivas Baixo (n) Alto (n) Z p ES
Memória de trabalho@
≤19,50 (26) ≥45,00 (36) -6,731 0,001* -0,854
Controle inibitório# ≤11,00 (33) ≥18,25 (26) -6,571 0,001* -0,855
Flexibilidade cognitiva& ≤18,75 (26) ≥30,00 (28) -6,311 0,001* -0,858
Legenda: @
Escore total (número de acertos obtidos multiplicados pelo valor máximo da sequência atingida);
#tempo de leitura - tempo de seleção;
&tempo de leitura - tempo de alternância; * Diferença
significativa (p<0,05). Fonte: Dados do estudo.
79
Conforme a tabela 25 há evidências estatísticas para afirmar que os grupos
(baixo e alto) diferem entre si para todas as medidas de funções executivas
(p=0,001), com tamanho de efeito grande (ES>0,5).
4.4.3 Avaliação individual das medidas de funções executivas em atletas por
tamanho de clube
Nesta etapa dos resultados, serão apresentadas as análises individuais de
cada atleta pertencente aos clubes grandes e clubes pequenos para as medidas de
funções executivas. Com base nos parâmetros normativos estabelecidos, os atletas
de futebol da categoria sub-20 avaliados neste estudo foram classificados de acordo
com os escores das medidas de funções executivas em níveis baixo, moderado e
alto.
Os escores individuais das medidas de funções executivas e suas
classificações para cada atleta de futebol da categoria sub-20 estão apresentados
na tabela AF2 disponível no APÊNDICE F.
A tabela 26 apresenta as frequências absolutas e relativas da quantidade de
atletas em relação às classificações (baixo, moderado e alto) dos escores das
medidas de funções executivas e tamanho dos clubes (grande ou pequeno).
TABELA 26
Frequências (absoluta e relativa) dos atletas em relação aos escores das medidas de funções executivas e tamanho dos clubes.
Funções
executivas Classificação
Clube Total (%)
Grande (%) Pequeno (%)
Memória de
trabalho (MT)
Baixo 08 (07,70) 18 (17,30) 26 (25,00)
Moderado 24 (23,08) 18 (17,30) 42 (40,38)
Alto 22 (21,16) 14 (13,46) 36 (34,62)
Controle
inibitório (CI)
Baixo 17 (16,35) 16 (15,38) 33 (31,73)
Moderado 24 (23,08) 21 (20,19) 45 (43,27)
Alto 13 (12,50) 13 (12,50) 26 (25,00)
Flexibilidade
cognitiva (FC)
Baixo 17 (16,35) 09 (08,65) 26 (25,00)
Moderado 22 (21,16) 28 (26,92) 50 (48,08)
Alto 15 (14,42) 13 (12,50) 28 (26,92)
Legenda: MT Baixo= ≤19,50, Moderado= (>19,50 e <45,00) e Alto= ≥45,00; CI Baixo= ≤11,00, Moderado= (>11,00 e <18,25) e Alto= ≥18,25; FC Baixo= ≤18,75, Moderado= (>18,75 e <30,00) e Alto= ≥30,00. Fonte: Dados do estudo.
80
4.4.4 Associação entre o status dos clubes de futebol da categoria sub-20 e o
número de atletas com escores baixo e alto para as medidas de funções
executivas
A tabela 27 apresenta os resultados da associação entre o status dos clubes
(grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com
escores baixo e alto para as medidas de funções executivas.
TABELA 27
Associação entre o status dos clubes da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto para as medidas de funções executivas.
Funções Executivas+ Clube
Escores
p Odds Ratio
IC de 95% Baixo Alto
f % f %
Memória de trabalho (MT) @
Grande 08 30,8 22 61,1
0,018* 0,283 0,097 – 0,824 Pequeno 18 69,2 14 38,9
Controle inibitório (CI)#
Grande 17 51,5 13 50,0 0,908 1,063 0,380 – 2,971
Pequeno 16 48,5 13 50,0
Flexibilidade cognitiva (FC)
&
Grande 17 65,4 15 53,6 0,377 1,637 0,546 – 4,905
Pequeno 09 34,6 13 46,4
Legenda: MT Baixo= ≤19,50 e Alto= ≥45,00; CI Baixo= ≤11,00 e Alto= ≥18,25; FC Baixo= ≤18,75 e Alto= ≥30,00;
@ Escore total (número de acertos obtidos multiplicados pelo valor máximo da
sequência atingida); #tempo de leitura - tempo de seleção;
&tempo de leitura - tempo de alternância; *
Diferença significativa (p<0,05); +Teste do Qui-quadrado 2x2.
Fonte: Dados do estudo.
Os resultados evidenciam que apenas em uma das medidas de funções
executivas (memória de trabalho) houve associação significativa entre o status dos
clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas
com escores baixo e alto para as medidas de funções executivas.
4.5 Indicadores táticos em clubes de futebol da categoria sub-20
Em relação aos aspectos táticos no futebol foram avaliados os seguintes
indicadores nos atletas sub-20: (a) número de bolas recebidas, (b) número de
contatos com a bola, (c) número de variações de corredor, (d) velocidade de
transmissão da bola, (e) número de bolas conquistadas e (f) total de bolas jogadas.
Estes indicadores são fundamentais para se alcançar um melhor entendimento de
como os atletas de clubes grandes e clubes pequenos se comportam taticamente
em uma competição.
81
Antes de verificar se existem diferenças dos indicadores táticos entre os
grupos, foram realizados os testes de Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk para
verificar os pressupostos de normalidade das distribuições. Os resultados estão
disponíveis no APÊNDICE E. Foi observado que as distribuições não atendem aos
pressupostos de normalidade (p<0,05).
A tabela 28 apresenta o valor descritivo dos indicadores táticos em atletas de
futebol da categoria sub-20.
TABELA 28
Indicadores táticos em atletas de futebol da categoria sub-20.
Indicadores táticos Mediana Q1 – Q3
Número de bolas recebidas (NR)
59,00 32,00 – 98,50
Número de contatos (NCT)
132,00 75,00 – 238,25
Número de variações de corredor (NVC)
11,00 3,75 – 22,00
Velocidade de transmissão da bola (VTB)
0,44 0,39 – 0,49
Número de bolas conquistadas (NC)
4,00 0,00 – 8,00
Total de bolas jogadas (BJT)
191,00 107,50 – 351,25
Legenda: Q1 = primeiro quartil; Q3 = terceiro quartil. Fonte: Dados do estudo.
4.5.1 Comparação dos indicadores táticos entre os atletas que jogam em
clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição de futebol sub-20
A avaliação de indicadores táticos pode possibilitar um melhor entendimento
das sequências de ações táticas adotadas pelos atletas de clubes grandes e clubes
pequenos. Além disso, é possível identificar os comportamentos que podem levar os
atletas a serem mais eficientes em suas ações táticas no futebol sub-20.
Foi utilizado o teste de Mann Whitney para verificar se existiam diferenças
entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em relação
aos indicadores táticos. Os escores dos postos médios obtidos no teste de Mann
Whitney para os indicadores táticos podem ser visualizados na tabela 29.
82
TABELA 29
Postos médios dos indicadores táticos em atletas (clube grande e pequeno).
Indicadores Clubes N Posto Médio
Soma dos Postos
Número de bolas recebidas (NR)
Grande 54 55,62 3003,50
Pequeno 50 49,13 2456,50
Número de contatos (NCT)
Grande 54 56,35 3043,00
Pequeno 50 48,34 2417,00
Número de variações de corredor (NVC)
Grande 54 55,12 2976,50
Pequeno 50 49,67 2483,50
Velocidade de transmissão da bola (VTB)
Grande 54 49,43 2669,00
Pequeno 50 55,82 2791,00
Número de bolas conquistadas (NC)
Grande 54 52,65 2843,00
Pequeno 50 52,34 2617,00
Total de bolas jogadas (BJT)
Grande 54 56,04 3026,00
Pequeno 50 48,68 2434,00
Fonte: Dados do estudo.
Os resultados das comparações dos indicadores táticos entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos podem ser visualizados na tabela 30.
TABELA 30
Comparação dos indicadores táticos entre os atletas (clube grande e pequeno).
Indicadores Clubes grandes
Mediana (Q1-Q3)
Clubes pequenos Mediana (Q1-Q3)
Z p ES
Número de bolas recebidas
(NR)
58,00 (37,50-109,75)
61,00 (26,50-87,25)
-1,096 0,273 -0,107
Número de contatos (NCT)
129,50 (82,75-287,50)
134,00 (55,00-214,00)
-1,353 0,176 -0,132
Número de variações de corredor
(NVC)
12,00 (3,75-23,50)
9,50 (3,00-21,00)
-0,922 0,356 -0,090
Velocidade de transmissão da bola
(VTB)
0,43 (0,38-0,48)
0,45 (0,39-0,51)
-1,080 0,280 -0,105
Número de bolas conquistadas
(NC)
4,50 (0,75-7,25)
4,00 (0,00-8,25)
-0,053 0,958 -0,005
Total de bolas jogadas (BJT)
190,50 (130,25-403,25)
193,50 (83,75-309,25)
-1,243 0,214 -0,121
Legenda: * Diferença significativa (p<0,05). Fonte: Dados do estudo.
83
Observa-se pelas comparações da tabela 30 que os atletas de clubes
grandes e clubes pequenos não se diferem em relação aos indicadores táticos
(p<0,05). Em síntese, os resultados apresentados na tabela 30 mostram que os
atletas de clubes grandes e clubes pequenos apresentaram resultados semelhantes
em relação aos indicadores táticos no futebol sub-20.
4.5.2 Tabela normativa para análise dos indicadores táticos em atletas de
futebol da categoria sub-20
A ausência na literatura de parâmetros específicos para a interpretação dos
indicadores táticos em atletas de futebol levou à proposição de tabelas normativas
para os atletas avaliados neste estudo. Assim, foram desenvolvidas para a amostra
específica de atletas de futebol da categoria sub-20 tabelas normativas para
classificar os parâmetros que avaliam os indicadores táticos dos atletas em níveis
baixo, moderado e alto (TABELA 31).
TABELA 31
Tabela normativa para classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 em
relação aos escores (baixo, moderado e alto) para os indicadores táticos.
Indicadores Baixo Moderado Alto (n)
Número de bolas recebidas (NR)
≤32,00 >32,00 e <98,50 ≥98,50
Número de contatos com a bola (NCT)
≤75,00 >75,00 e <238,25 ≥238,25
Número de variações de corredor (NVC)
≤3,75 >3,75 e <22,00 ≥22,00
Velocidade de transmissão da bola (VTB)
≤0,39 >0,39 e <0,49 ≥0,49
Número de bolas conquistadas (NC)
≤0,00 >0,00 e <8,00 ≥8,00
Total de bolas jogadas (BJT)
≤107,50 >107,50 e <351,25 ≥351,25
Fonte: Dados do estudo.
Foi utilizado o teste de Mann Whitney para verificar se existem diferenças
entre os grupos de atletas classificados com baixo e alto escore para os indicadores
táticos. Os resultados podem ser visualizados na tabela 32.
84
TABELA 32
Comparação entre os atletas de futebol da categoria sub-20 com escores baixo e alto para os indicadores táticos.
Indicadores Baixo (n) Alto (n) Z p ES
Número de bolas recebidas (NR)
≤32,00 (27) ≥98,50 (26) -6,248 0,001* -0,858
Número de contatos com a bola (NCT)
≤75,00 (26) ≥238,25 (26) -6,187 0,001* -0,857
Número de variações de corredor (NVC)
≤3,75 (26) ≥22,00 (27) -6,313 0,001* -0,867
Velocidade de transmissão da bola (VTB)
≤0,39 (30) ≥0,49 (28) -6,543 0,001* -0,859
Número de bolas conquistadas (NC)
≤0,00 (27) ≥8,00 (29) -6,825 0,001* -0,912
Total de bolas jogadas (BJT)
≤107,50 (26) ≥351,25 (26) -6,186 0,001* -0,857
Legenda: * Diferença significativa (p<0,05). Fonte: Dados do estudo.
Conforme a tabela 32 há evidências estatísticas para afirmar que os grupos
(baixo e alto) diferem entre si para todos os indicadores táticos (p=0,001), com
tamanho de efeito grande (ES>0,5).
4.5.3 Avaliação individual dos indicadores táticos em atletas por tamanho de
clube
Nesta etapa dos resultados, serão apresentadas as análises individuais de
cada atleta pertencente aos clubes grandes e clubes pequenos para os indicadores
táticos. Com base nos parâmetros normativos estabelecidos, os atletas de futebol da
categoria sub-20 avaliados neste estudo foram classificados de acordo com os
escores dos indicadores táticos em níveis baixo, moderado e alto.
Os escores individuais dos indicadores táticos e suas classificações para
cada atleta de futebol da categoria sub-20 estão apresentados nas tabelas AF2 e
AF3 disponíveis no APÊNDICE F.
A tabela 33 apresenta as frequências absolutas e relativas da quantidade de
atletas em relação às classificações (baixo, moderado e alto) dos escores dos
indicadores táticos e tamanho dos clubes (grande ou pequeno).
85
TABELA 33
Frequências (absoluta e relativa) dos atletas em relação aos níveis dos indicadores táticos e tamanho dos clubes.
Indicadores
táticos Classificação
Clube Total (%)
Grande (%) Pequeno (%)
Número de bolas recebidas
(NR)
Baixo 11 (10,58) 16 (15,38) 27 (25,96)
Moderado 27 (25,96) 24 (23,08) 51 (49,04)
Alto 16 (15,38) 10 (9,62) 26 (25,00)
Número de contatos com a bola
(NCT)
Baixo 11 (10,58) 15 (14,42) 26 (25,00)
Moderado 27 (25,96) 25 (24,04) 52 (50,00)
Alto 16 (15,38) 10 (9,62) 26 (25,00)
Número de variações de corredor
(NVC)
Baixo 13 (12,50) 13 (12,50) 26 (25,00)
Moderado 25 (24,04) 26 (25,00) 51 (49,04)
Alto 16 (15,38) 11 (10,58) 27 (25,96)
Velocidade de transmissão da bola
(VTB)
Baixo 16 (15,38) 14 (13,47) 30 (28,85)
Moderado 26 (25,00) 20 (19,23) 46 (44,23)
Alto 12 (11,54) 16 (15,38) 28 (26,92)
Número de bolas conquistadas
(NC)
Baixo 13 (12,50) 14 (13,46) 27 (25,96)
Moderado 28 (26,92) 20 (19,24) 48 (46,16)
Alto 13 (12,50) 16 (15,38) 29 (27,88)
Total de bolas jogadas (BJT)
Baixo 11 (10,58) 15 (14,42) 26 (25,00)
Moderado 28 (26,92) 24 (23,08) 52 (50,00)
Alto 15 (14,42) 11 (10,58) 26 (25,00)
Legenda: NR Baixo= ≤32,00, Moderado= (>32,00 e <98,50) e Alto= ≥98,50; NCT Baixo= ≤75,00, Moderado= (>75,00 e <238,25) e Alto= ≥238,25; NVC Baixo= ≤3,75, Moderado= (>3,75 e <22,00) e Alto= ≥22,00; VTB Baixo= ≤0,39, Moderado= (>0,39 e <0,49) e Alto= ≥0,49; NC Baixo= ≤0,00, Moderado= (>0,00 e <8,00) e Alto= ≥8,00; BJT Baixo= ≤107,50, Moderado= (>107,50 e <351,25) e Alto= ≥351,25. Fonte: Dados do estudo.
4.5.4 Associação entre o status dos clubes de futebol da categoria sub-20 e o
número de atletas com escores baixo e alto para os indicadores táticos
A tabela 34 apresenta os resultados da associação entre o status dos clubes
(grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com
escores baixo e alto para os indicadores táticos.
86
TABELA 34
Associação entre o status dos clubes da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto para os indicadores táticos dos atletas.
Indicadores+ Clube
Escores
p Odds Ratio
IC de 95% Baixo Alto
f % f %
Número de bolas recebidas (NR)
Grande 11 40,7 16 61,5 0,130 0,430 0,143 – 1,293
Pequeno 16 59,3 10 38,5
Número de contatos com a bola (NCT)
Grande 11 42,3 16 61,5 0,165 0,458 0,151 – 1,389
Pequeno 15 57,7 10 38,5
Número de variações de corredor (NVC)
Grande 13 50,0 16 59,3 0,498 0,688 0,232 – 2,038
Pequeno 13 50,0 11 40,7
Velocidade de transmissão da bola (VTB)
Grande 16 53,3 12 42,9 0,425 1,524 0,540 – 4,297
Pequeno 14 46,7 16 57,1
Número de bolas conquistadas (NC)
Grande 13 48,1 13 44,8 0,803 1,143 0,399 – 3,271
Pequeno 14 51,9 16 55,2
Total de bolas jogadas (BJT)
Grande 11 42,3 15 57,7 0,267 0,538 0,179 – 1,616
Pequeno 15 57,7 11 42,3
Legenda: NR Baixo= ≤32,00 e Alto= ≥98,50; NCT Baixo= ≤75,00 e Alto= ≥238,25; NVC Baixo= ≤3,75 e Alto= ≥22,00; VTB Baixo= ≤0,39 e Alto= ≥0,49; NC Baixo= ≤0,00 e Alto= ≥8,00; BJT Baixo= ≤107,50 e Alto= ≥351,25; * Diferença significativa (p<0,05);
+Qui-quadrado 2x2.
Fonte: Dados do estudo.
Os resultados evidenciam que não houve associação significativa entre o
status dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número
de atletas com escores baixo e alto para os indicadores táticos.
87
5 DISCUSSÃO
A discussão desta dissertação será apresentada em seis subtópicos. O
primeiro 5.1 refere-se ao perfil demográfico dos atletas de futebol da categoria sub-
20; O segundo, 5.2 refere-se à confiabilidade dos instrumentos; O 5.3 refere-se à
motivação dos atletas de futebol categoria sub-20; O 5.4 refere-se às funções
executivas dos atletas de futebol da categoria sub-20; o 5.5 refere-se aos
indicadores táticos dos atletas de futebol da categoria sub-20; e no 5.6 serão
apresentadas as limitações do estudo.
5.1 O perfil demográfico dos atletas de futebol da categoria sub-20
Em relação à participação dos atletas de futebol da categoria sub-20 no
presente estudo observa-se que houve uma perda de 41,24% da amostra de atletas
de futebol. Bicalho (2015) encontrou resultados semelhantes de perda amostral
(44,79%) em um estudo longitudinal com atletas de futebol da categoria sub-20.
Portanto, este resultado chama a atenção para a necessidade dos pesquisadores
considerarem uma possível perda amostral em estudos com atletas de futebol, pois,
a possibilidade da perda de voluntários é eminente, sobretudo, no ambiente do
futebol, em que fatores, como por exemplo, a lesão (MCCALL et al., 2015) e a
desmotivação dos atletas (CALVO et al., 2010) pode afastá-los dos treinos e
competições. Além disso, na categoria sub-20, a rotatividade dos atletas pode
provocar a perda amostral, visto que os atletas trocam de clubes com frequência,
dificultando a continuidade da coleta de dados em estudos com delineamento
longitudinal (BICALHO, 2015).
Quanto ao nível de escolaridade a maioria dos atletas (60,58%) não concluiu
o ensino médio. Segundo Melo (2010) a maior parte dos atletas da categoria sub-20
cursa o ensino médio, uma pequena parte estuda no nível fundamental, alguns
abandonaram a escola e poucos estão no ensino superior, corroborando os achados
do presente estudo. Marques e Samulski (2009) investigaram atletas juniores de
futebol e indicaram que a maior parte dos atletas estudados não estava regular para
a série correspondente à sua idade. Soares et al. (2011) relatam que o tempo
dedicado pelo atleta em sua formação no futebol pode dificultar o seu processo de
escolarização. Melo, Soares e Rocha (2014) acrescentam que no futebol é exigido
uma dedicação integral do atleta em função de um possível retorno financeiro, e este
fato dificultaria a continuidade dos estudos, sobretudo, dos atletas que já
88
completaram o ensino médio. Nesse aspecto, os achados do presente estudo
merecem atenção pelo fato de que o atleta da categoria sub-20 que não for
selecionado para atuar profissionalmente em nenhum clube provavelmente terá que
abandonar involuntariamente o futebol por falta de um clube que o acolha
(MARQUES; SAMULSKI, 2009). Portanto, destaca-se a importância do atleta se
dedicar aos estudos e a sua formação esportiva bem como ao planejamento da sua
carreira para que ele possa aumentar a possibilidade de estabelecer-se no mercado
de trabalho caso venha a não se efetivar como atleta profissional (MARQUES;
SAMULSKI, 2009).
No que se refere aos anos de idade, educação formal, tempo de prática
observou-se que os atletas de clubes grandes e clubes pequenos são semelhantes
em relação a essas três variáveis (p>0,05). Esta comparação é importante para
demonstrar que não há nenhum tipo de efeito nas variáveis de funções executivas.
No entanto, observou-se que o tempo como atleta federado foi diferente entre os
atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos (p<0,05), com um
tamanho de efeito pequeno (ES=-0,296). No futebol, o processo de federação do
atleta é determinado a partir do momento que o atleta chega ao clube e passa a
disputar competições federadas. Atletas mais talentosos tendem a disputar
competições federadas mais cedo. Além disso, é possível que os atletas mais
talentosos sejam selecionados mais cedo para atuarem em clubes grandes do
futebol, o que explicaria o fato dos atletas que jogam em clubes grandes
apresentarem maior tempo como atletas federados quando comparados aos atletas
de clubes pequenos.
5.2 Confiabilidades dos instrumentos
De forma geral, observa-se que os resultados de confiabilidade do SMS
(α=0,88) e suas dimensões e o teste Cubos de Corsi (α=0,69) alcançaram o valor
mínimo (α≥0,50) adotado como critério de inclusão e exclusão neste estudo.
Embora, o padrão ouro normalmente adotado para garantir a confiabilidade dos
instrumentos seja de α≥0,70, alguns autores apontam que em questionários
psicométricos em que há uma maior variabilidade comportamental do construto
psicológico podem-se adotar critérios menos rigorosos (DAVIS, 1964; MAROCO;
GARCIA-MARQUES, 2006; PASQUALI, 2010). Ressalta-se que alguns estudos no
futebol que utilizaram o SMS também reportaram Alpha de Cronbach abaixo de
89
α=0,70 na avaliação das dimensões do SMS (GARCIA-MAS et al., 2010; OLIVEIRA
et al., 2015b) e outros estudos reportam apenas a confiabilidade geral do SMS
(VIEIRA et al., 2013; BORGES et al., 2015).
No tocante ao Teste dos Cinco Dígitos, observa-se que o resultado da
confiabilidade do instrumento (α=0,78) se aproxima dos escores reportados por
outros estudos (OLIVEIRA et al., 2014; CAMPOS et al., 2016). Oliveira et al. (2014)
analisaram as propriedades psicométricas do Teste dos Cinco Dígitos para o
contexto brasileiro em uma amostra de 540 adultos brasileiros e reportaram um
coeficiente de confiabilidade de α=0,88. Campos et al. (2016) analisando a
confiabilidade do Teste dos Cinco Dígitos em uma amostra de 49 adultos brasileiros
também reportaram confiabilidade elevada do instrumento (α=0,92).
Em relação às observações dos indicadores táticos, o valor mínimo de
concordância obtido foi k=0,896 (epm=0,060), indicando concordância quase
perfeita (entre 0,81 e 1,00) entre as observações (LANDIS; KOCH, 1977). Outros
estudos no futebol que analisaram indicadores táticos reportam escores
semelhantes de confiabilidade entre as observações (MORAES; CARDOSO;
TEOLDO, 2014; SANTOS; MORAES; TEOLDO, 2016).
5.3 Motivação dos atletas em uma competição de futebol sub-20
O presente estudo comparou as dimensões de motivação intrínseca,
extrínseca e desmotivação de atletas de futebol da categoria sub-20 em uma
competição federada.
Comparando as dimensões foi observado que a mediana das dimensões de
motivação intrínseca (Md=5,33), extrínseca (Md=3,61) e desmotivação (Md=1,25)
dos atletas de futebol da categoria sub-20 apresentaram diferenças significativas
(p<0,05), com tamanho de efeito grande (ES>0,5).
Assim, observou-se que os atletas de futebol da categoria sub-20 avaliados
apresentaram maior escore de motivação intrínseca, seguida da motivação
extrínseca e desmotivação que, por sua vez, foi a menos evidenciada, confirmando
os pressupostos teóricos do continuum de autodeterminação (DECI; RYAN, 1985).
No estudo realizado por García-Mas et al. (2010) foram analisados jovens
atletas do futebol espanhol, com idades entre 14 e 16 anos buscando estabelecer a
relação entre a motivação e o empenho dos atletas. Os autores identificaram que
houve uma contribuição positiva da motivação intrínseca e extrínseca no
90
comprometimento e satisfação com o futebol, enquanto que a desmotivação
contribui negativamente para a satisfação e compromisso. Especificamente em
relação à motivação, os resultados indicaram que os atletas tinham níveis mais altos
de motivação intrínseca comparada à motivação extrínseca e desmotivação,
corroborando os resultados encontrados no presente estudo.
No estudo de Vieira et al. (2013) em que também foi estudado o aspecto
motivacional dos atletas de futebol das categorias de base (infantil e juvenil) foi
verificado que os atletas de futebol apresentaram menores níveis de desmotivação
comparados com a motivação extrínseca e intrínseca, corroborando os resultados
encontrados no presente estudo. Além disso, observou-se que os maiores índices
de motivação dos atletas estão associados à motivação intrínseca, identificando que
a motivação do indivíduo está voltada ao prazer e diversão no contexto esportivo.
Borges et al. (2015) analisando o aspecto motivacional dos atletas das
categorias de base (sub-15 e sub-17) identificaram maiores níveis de motivação
intrínseca em comparação com a motivação extrínseca e desmotivação que foi a
dimensão menos percebida pelos atletas, corroborando os resultados encontrados
no presente estudo.
Os atletas de futebol da categoria sub-20 se mostraram mais motivados
intrinsecamente para o futebol, em relação à motivação extrínseca e desmotivação.
Isto indica que esses atletas possuem um comportamento mais autônomo para a
prática do futebol. Nota-se que a motivação intrínseca do atleta está ligada à sua
participação voluntária na prática esportiva, com aparente ausência de recompensas
ou pressão externa (RYAN; DECI, 2000). Atletas motivados intrinsecamente são
caracterizados pelo interesse em aprender mais sobre sua modalidade, pela vontade
de superar desafios, pela satisfação e prazer que obtêm na prática da sua
modalidade esportiva (PELLETIER et al., 1995; PELLETIER et al., 2013).
Considerando o processo de transição ou não da categoria sub-20 para o
profissional é imprescindível que o atleta de futebol da categoria sub-20 esteja
motivado intrinsecamente para que alcance o objetivo de se tornar profissional no
futebol.
A motivação extrínseca está ligada a fatores externos e ocorre quando o
indivíduo realiza uma atividade no sentido de obter algum tipo de recompensa
financeira ou para evitar uma punição (PELLETIER et al., 1995; PELLETIER et al.,
2013). No futebol, comumente são concedidos prêmios por produtividade aos atletas
91
em virtude da conquista de títulos. Essa premiação é uma maneira de estimular a
produtividade e um maior rendimento do atleta nas competições. Destaca-se que a
categoria sub-20 trata-se de um momento decisivo para a carreira esportiva de
jovens atletas, uma vez que poderá ou não haver a transição desses atletas para a
categoria adulta do futebol profissional. Assim, na categoria sub-20 os atletas
tendem a não se preocuparem muito com os aspectos de recompensas e/ou
premiações, já que o maior prêmio é ser alçado para a categoria profissional.
A dimensão de desmotivação foi a menos percebida pelos atletas de futebol
da categoria sub-20. A desmotivação constitui um estado psicológico em que os
atletas experimentam uma sensação de incompetência e falta de controle no que diz
respeito à obtenção de um resultado desejado (DECI; RYAN, 1985), sendo
caracterizada pelo sentimento de desesperança, em que o atleta não percebe a sua
importância na equipe, de modo que tanto a motivação extrínseca quanto intrínseca
não é capaz de afetar o rendimento do atleta que não sente razão para continuar
praticando o esporte (PELLETIER et al., 1995; COSTA et al., 2011). Nesse caso, o
fato dos atletas de futebol da categoria sub-20 terem apresentado um menor escore
de desmotivação é considerado um fator positivo para a motivação do atleta, visto
que altos escores de desmotivação nesses atletas poderia indicar um desinteresse
para a prática do futebol e, em alguns casos, pode até levá-los ao abandono do
futebol (CALVO et al., 2010). Com baixos escores de desmotivação os atletas da
categoria sub-20 tendem a ficar mais motivados e autoconfiantes na busca de
resultados pelas suas equipes, contribuindo para que esses atletas continuem
praticando o futebol no sentido de se profissionalizarem.
Os atletas de futebol da categoria sub-20 participantes deste estudo
mostraram que percebem mais a dimensão de motivação intrínseca, seguida da
motivação extrínseca e desmotivação, confirmando a hipótese H1 do estudo, que diz
que haverá diferenças significativas entre as dimensões de motivação dos atletas de
futebol da categoria sub-20 em uma competição federada.
Em síntese, os dados encontrados nos atletas de futebol da categoria sub-20
corroboram com os achados de outros estudos que apresentaram resultados
similares investigando a motivação no futebol (GARCIA-MAS et al., 2010; VIEIRA et
al., 2013; BORGES et al., 2015).
92
O presente estudo também comparou o índice de autodeterminação entre os
atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição
federada de futebol da categoria sub-20.
Comparando o índice de autodeterminação entre os atletas que jogam em
clubes grandes e em clubes pequenos, não foram encontradas diferenças
significativas entre os dois grupos de atletas (p>0,05).
O índice de autodeterminação (IAD), por meio das dimensões do SMS,
expressa o nível de autodeterminação do atleta, sendo mais modulado pelas
dimensões da motivação intrínseca, podendo variar entre -18 a 18. Em relação à
comparação dos escores medianos do IAD entre os atletas que jogam em clubes
grandes (Md=7,75) e em clubes pequenos (Md=7,14), verificou-se neste estudo que
os atletas apresentaram escores de IAD semelhantes. Apesar do fato de que até a
presente data, não há estudos que tenham relatado o índice de autodeterminação
de atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição
de futebol, é possível realizar algumas reflexões a partir dos resultados observados.
Nota-se, que em geral os atletas de clubes grandes e clubes pequenos
apresentaram moderados níveis de IAD. Portanto, considerando o fato de que os
atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos estão disputando uma
mesma competição de destaque para a categoria sub-20, é possível que esses
atletas estejam mais autodeterminados a atingirem seus objetivos na competição, o
que consequentemente, pode levá-los a alcançarem um maior prestígio e ascensão
no futebol mineiro. Estes resultados vão em direção ao proposto pela Teoria da
Autodeterminação (DECI; RYAN, 1985, 2000; PELLETIER et al., 2013), na qual
suporta que indivíduos mais autodeterminados têm maiores níveis de motivação
intrínseca e menores níveis de desmotivação.
No estudo de Curran et al. (2011) foram avaliados jovens atletas do futebol
inglês, com idades entre 12 e 21 anos. Segundo os autores, os atletas apresentaram
um índice de autodeterminação médio de x =5,84. Já Moreno-Murcia et al. (2014)
avaliaram 774 atletas espanhóis, com idades entre 12 e 17 anos, homens e
mulheres, de esportes coletivos e individuais, os quais apresentaram um índice de
autodeterminação médio de x =5,17. Tais resultados corroboram com os achados
do presente estudo, no qual foi verificado que os atletas dos clubes grandes
(Md=7,75) e clubes pequenos (Md=7,14) apresentaram escores positivos do índice
de autodeterminação. Ressalta-se, que os escores medianos do índice de
93
autodeterminação em atletas de futebol da categoria sub-20 foram superiores aos
encontrados na literatura esportiva (CURRAN et al., 2011; MORENO-MURCIA et al.,
2014).
Hipoteticamente, os atletas de futebol da categoria sub-20 que jogam em
grandes clubes no Brasil estão mais próximos de atuarem em uma equipe
profissional e, por este motivo, esperava-se que esses atletas também
apresentassem maiores níveis de autodeterminação comparados aos seus
concorrentes que atuam em clubes pequenos. No entanto, em relação à
comparação do índice de autodeterminação entre atletas que jogam em clubes
grandes e em clubes pequenos não foram encontradas diferenças significativas,
rejeitando a hipótese H2 do estudo, que diz que haverá diferenças significativas do
índice de autodeterminação entre os atletas que jogam em clubes grandes e em
clubes pequenos em uma competição federada de futebol da categoria sub-20.
Em síntese, observa-se que o índice de autodeterminação pode ser uma
ferramenta eficiente no monitoramento da autodeterminação e dos níveis
motivacionais de atletas de futebol durante uma temporada.
Outro objetivo deste estudo relacionado à avaliação do índice de
autodeterminação foi desenvolver uma tabela normativa para a classificação do
índice de autodeterminação, a fim de se identificar nesta amostra especificamente,
os atletas de futebol da categoria sub-20 que apresentassem níveis baixo e alto para
o índice de autodeterminação. A construção de uma tabela normativa para avaliação
do índice de autodeterminação por faixa etária é fundamental dentro de qualquer
modalidade esportiva. Esta tabela normativa para a categoria sub-20 ajudará a
nortear futuras avaliações do índice de autodeterminação em atletas federados do
sub-20 no futebol brasileiro.
A partir disso, foram identificados 26 atletas com nível baixo para o índice de
autodeterminação (IAD≤5,55) e 28 atletas com nível alto para o índice de
autodeterminação (IAD≥9,42), havendo diferença significativa entre os dois grupos
(p=0,001), com tamanho de efeito grande (ES=-0,857). Em seguida, o presente
estudo verificou associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de
futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto no índice
de autodeterminação.
94
No presente estudo, ficou evidenciado que não houve associação significativa
entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o
número de atletas com escores baixo e alto para o IAD.
No que diz respeito à associação entre o status dos clubes e o número de
atletas com escores baixo e alto para o IAD, não foram encontrados estudos na
literatura que pudessem ser confrontados com os nossos resultados no momento.
Foi verificado que os 26 atletas com baixo IAD estão igualmente distribuídos entre
os clubes grandes e clubes pequenos. Da mesma forma, os 28 atletas com alto IAD
também estão igualmente distribuídos entre os clubes grandes e clubes pequenos.
Assim, percebe-se um equilíbrio entre o número de atletas com escores baixo e alto
que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos, o qual pode estar relacionado
às expectativas que os atletas desses clubes possuem ao disputar uma competição
de destaque para a categoria sub-20, no sentido de atingirem seus objetivos na
competição, o que consequentemente, pode aumentar as chances de se
profissionalizarem no futebol.
Percebe-se que entre os 26 atletas que foram classificados com baixo IAD
apenas dois apresentaram IAD com escore negativo, sendo um atleta de clube
grande e o outro de clube pequeno e, partindo do pressuposto teórico subjacente à
Teoria da Autodeterminação (DECI; RYAN, 1985, 2000; PELLETIER et al., 2013), na
qual sugere que indivíduos mais autodeterminados têm mais intenção para
continuarem praticando o seu esporte, este achado demonstra que em geral os
atletas mantêm a expectativa de se profissionalizarem no futebol.
No presente estudo, foi verificado que o número de atletas com baixos e altos
escores para o índice de autodeterminação está distribuído de forma semelhante
entre os clubes grandes e clubes pequenos, e ainda que a maioria dos atletas
classificados com baixo IAD apresentaram escores positivos de IAD, o que em geral
pode caracterizar o perfil dos atletas como autodeterminados. No entanto, no que se
refere à associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol da
categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto para o IAD, rejeita-
se a hipótese H3 do estudo, que diz que haverá associação entre o status dos
clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas
com escores baixo e alto no índice de autodeterminação.
95
5.4 Funções executivas dos atletas em uma competição de futebol sub-20
O presente estudo comparou as medidas de funções executivas entre os
atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição
federada de futebol da categoria sub-20.
Comparando as medidas de funções executivas entre os atletas que jogam
em clubes grandes e em clubes pequenos verificou-se que apenas a medida de
memória de trabalho apresentou diferença significativa (p=0,040), com tamanho de
efeito pequeno (ES=-0,201). Em relação à comparação das medidas de controle
inibitório e flexibilidade cognitiva entre os atletas que jogam em clubes grandes e em
clubes pequenos não foram encontradas diferenças significativas (p>0,05).
Em relação à medida de memória de trabalho, observou-se que os atletas que
jogam em clubes grandes apresentaram maiores escores em comparação com os
atletas que jogam em clubes pequenos. Outros estudos que avaliaram a memória de
trabalho não encontraram diferenças entre os atletas de basquetebol experientes e
estudantes sem nenhuma experiência com esportes de equipe (FURLEY;
MEMMERT, 2010), entre os atletas de futebol talentosos e os atletas de futebol
amadores (VERBURGH et al., 2014), e entre os atletas de futebol de elite e os
atletas de sub-elite (HUIJGEN et al., 2015).
No que se refere às medidas de controle inibitório e flexibilidade cognitiva, os
atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos apresentaram
resultados semelhantes. Outros estudos que avaliaram o controle inibitório e
flexibilidade cognitiva encontraram diferenças entre atletas de futebol da 1ª divisão e
atletas de futebol da 2ª e 3ª divisão (VESTBERG et al., 2012), entre os atletas de
futebol talentosos e os atletas de futebol amadores (VERBURGH et al., 2014), e
entre os atletas de futebol de elite e os atletas de sub-elite (HUIJGEN et al., 2015).
No estudo realizado por Furley e Memmert (2010) com 112 estudantes
universitários (média de idade de 24,8 anos) divididos em dois grupos: atletas de
basquetebol experientes (n=54) e estudantes sem nenhuma experiência com
esportes de equipe (n=58), foi utilizado o teste Cubos de Corsi (CORSI, 1973) a fim
de se medir a memória de trabalho, pressupondo que jogar basquete deveria
resultar em capacidades espaciais mais avançadas. Os resultados indicaram que os
atletas de basquetebol experientes apresentaram escores de memória de trabalho
semelhantes aos de estudantes universitários, não corroborando os resultados
encontrados no presente estudo, em que os atletas que jogam em clubes grandes
96
apresentaram escores de memória de trabalho superiores ao de atletas que jogam
em clubes pequenos.
No estudo de Vestberg et al. (2012) 57 atletas suecos de futebol, de ambos
os sexos (homens: n=31; mulheres: n=26), e de diferentes níveis competitivos
(primeira, segunda e terceira divisão) foram divididos em dois grupos: 1ª divisão (14
homens e 15 mulheres, com média de idade de 25,3 anos) e 2ª e 3ª divisão (17
homens e 11 mulheres, com média de idade de 22,8 anos). Ambos os grupos foram
avaliados por meio de uma bateria de testes neuropsicológicos que avaliaram a
criatividade, a inibição de respostas e a flexibilidade cognitiva. Verificou-se que os
atletas de nível competitivo mais elevado obtiveram maiores escores nos testes
comparados com os atletas de níveis competitivos inferiores (VESTBERG et al.,
2012), o que não corrobora com os resultados encontrados no presente estudo, em
que os atletas que jogam em clubes grandes apresentaram escores de controle
inibitório e flexibilidade cognitiva semelhantes ao de atletas que jogam em clubes
pequenos.
Verburgh et al. (2014) analisaram jovens atletas do futebol holandês, com
idades entre 8 a 12 anos, buscando comparar o nível das funções executivas de
atletas de futebol talentosos (n=84; média de idade de 11,9 anos) ao de atletas
amadores de futebol (n=42; média de idade de 11,8 anos). Os autores avaliaram três
componentes de funcionamento executivo (inibição motora, atenção e memória de
trabalho). Os resultados demonstraram que os atletas de futebol talentosos são
superiores aos atletas amadores na inibição motora e na capacidade de atingir e
manter um estado de atenção. Contudo, os atletas talentosos e amadores
apresentaram resultados semelhantes quanto à memória de trabalho, não
corroborando os resultados encontrados no presente estudo.
No estudo Huijgen et al. (2015) foram analisados 88 jovens atletas
holandeses de futebol, com idades entre 13 a 17 anos, sendo 47 atletas de elite
(média de idade 15,48 anos) e 41 atletas de sub-elite (média de idade de 15,15
anos). Em ambos os grupos foram avaliadas as funções executivas (memória de
trabalho, controle inibitório e flexibilidade cognitiva). Verificou-se que os atletas de
elite superaram os atletas de sub-elite nas medidas de controle inibitório e
flexibilidade cognitiva, porém, apresentaram resultados semelhantes em relação à
memória de trabalho entre esses atletas, o que não corrobora com os resultados
encontrados no presente estudo.
97
Observando-se a medida de memória de trabalho, o presente estudo
apresentou diferença significativa no rendimento de atletas que jogam em clubes
grandes e em clubes pequenos, sendo que os atletas de clubes grandes
apresentaram maiores escores quando comparados aos atletas de clubes
pequenos. Esses resultados não corroboram com outros estudos realizados no
basquetebol (FURLEY; MEMMERT, 2010) e futebol (VERBURGH et al., 2014;
HUIJGEN et al., 2015). Essas diferenças entre os resultados do presente estudo e
estudos anteriores podem ser justificadas devido ao fato de que os atletas
investigados no presente estudo estarem em um momento decisivo da carreira
esportiva, pois poderá ou não haver a transição desses atletas para a categoria
adulta do futebol profissional, diferentemente do estudo de Furley e Memmert (2010)
com estudantes universitários e outros estudos com atletas mais jovens
(VERBURGH et al., 2014; HUIJGEN et al., 2015). Além disso, os atletas de clubes
grandes disputam competições federadas de nível estadual e nacional há mais
tempo, e, sobretudo nestas competições em que o nível técnico das equipes é
superior, torna-se importante que o atleta disponha de boa orientação visuoespacial
para a memorização das ações táticas ofensivas e defensivas que deverá executar
na partida, bem como das ações táticas individuais que o treinador determina que
ele cumpra e, em função disso, parece razoável que os atletas de clubes grandes
apresentassem maiores escores de memória de trabalho.
Em relação às medidas de controle inibitório e flexibilidade cognitiva, no
presente estudo não foram encontradas diferenças significativas entre os atletas que
jogam em clubes grandes e em clubes pequenos. Esses resultados diferem dos
achados de outros estudos realizados no futebol (VESTBERG et al., 2012;
VERBURGH et al., 2014; HUIJGEN et al., 2015). Essas diferenças entre os
resultados do presente estudo e estudos anteriores podem ser justificadas devido ao
fato de que os atletas investigados no presente estudo estão em um mesmo nível
competitivo (sub-20), o qual difere daquelas divisões menos competitivas
observadas em outros estudos (VESTBERG et al., 2012; VERBURGH et al., 2014).
Verifica-se também que na categoria sub-20 os clubes são formados de atletas com
18 e 20 anos de idade e, em função disso, esses indivíduos se encontram em fase
final do processo de maturação cerebral (GOGTAY et al., 2004), o que também
difere da faixa etária dos atletas investigados em outros estudos (VERBURGH et al.,
2014; HUIJGEN et al., 2015).
98
Hipoteticamente, os atletas de futebol da categoria sub-20 que jogam em
clubes grandes são acompanhados por profissionais mais qualificados, os quais
poderiam contribuir para um melhor desenvolvimento cognitivo do atleta e, por este
motivo, esperava-se que esses atletas de clubes grandes superassem os atletas de
clubes pequenos nos testes que avaliaram as funções executivas no presente
estudo. No entanto, ao analisar a comparação das medidas de funções executivas
entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos, verifica-se
que a hipótese H4 foi confirmada parcialmente, pois houve diferença significativa
entre os atletas de clubes grandes e os atletas de clubes apenas para a medida de
memória de trabalho. Desta forma, considerando que evidências têm destacado a
importância de capacidades cognitivas sugerindo que o sucesso no futebol depende
de como a informação é processada pelo atleta em função dos contextos complexos
e dinâmicos do jogo (VESTBERG et al., 2012; HUIJGEN et al., 2015), sugere-se que
outras análises possam ser realizadas em diferentes níveis competitivos a fim de se
saber se as funções executivas podem prever, ou até mesmo selecionar ou não
atletas que estão em clubes grandes e em clubes pequenos que podem chegar a
categoria profissional de futebol.
Em síntese, observa-se que a contribuição das funções executivas no sentido
de predizer as chances de um atleta da categoria sub-20 ser alçado para a categoria
adulta do futebol profissional ainda não está bem esclarecida pela literatura.
Outro objetivo deste estudo relacionado à avaliação das funções foi
desenvolver uma tabela normativa para a classificação das medidas de funções
executivas, a fim de se identificar nesta amostra especificamente, os atletas de
futebol da categoria sub-20 que apresentassem níveis baixo e alto para as medidas
de funções executivas. A construção de tabelas normativas por faixa etária é
fundamental dentro de qualquer modalidade esportiva, sobretudo, tratando-se de
análise das funções executivas que tem influência da idade dos indivíduos. Estas
tabelas normativas para a categoria sub-20 ajudarão a nortear futuras avaliações
das funções executivas em atletas federados do sub-20 no futebol brasileiro.
Em relação à medida de memória de trabalho foram identificados 26 atletas
com escores baixos (≤19,50) e 36 atletas com escores altos (≥45,00), havendo
diferença significativa entre os dois grupos (p=0,001), com tamanho de efeito grande
(ES=-0,854).
99
Em relação à medida de controle inibitório foram identificados 33 atletas com
escores baixos (≤11,00) e 26 atletas com escores altos (≥18,25), havendo diferença
significativa entre os dois grupos (p=0,001), com tamanho de efeito grande (ES=-
0,855).
Em relação à medida de flexibilidade cognitiva foram identificados 26 atletas
com escores baixos (≤18,75) e 28 atletas com escores altos (≥30,00), havendo
diferença significativa entre os dois grupos (p=0,001), com tamanho de efeito grande
(ES=-0,858).
A partir disso, o presente estudo verificou associação entre o status dos
clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas
com escores baixo e alto nas medidas de funções executivas.
No presente estudo, ficou evidenciado que houve associação significativa
entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o
número de atletas com escores baixos e altos apenas para a medida de memória de
trabalho. Assim, a chance de encontrar um atleta de futebol da categoria sub-20 com
escore alto de memória de trabalho em um clube grande é maior (OR=0,283; IC95%
0,097–0,824) do que encontrar um atleta de futebol da categoria sub-20 com escore
alto de memória de trabalho em um clube pequeno.
No que diz respeito à associação entre o status dos clubes e o número de
atletas com escores baixo e alto para as medidas de funções executivas, não foram
encontrados estudos na literatura que pudessem ser confrontados com os nossos
resultados no momento. No que se refere às medidas de controle inibitório e
flexibilidade cognitiva foi verificado que o número de atletas com baixos e altos
escores estão distribuídos de forma semelhante entre os clubes grandes e clubes
pequenos. Nesse caso, hipotetiza-se que essas variáveis não discriminem o
rendimento de atletas que atuam em clubes grandes e em clubes pequenos e,
possivelmente não sejam bons marcadores de rendimento, em especial de
capacidades cognitivas para o futebol. Gonzaga et al. (2014) apontaram que os
atletas de futebol que apresentaram maiores escores na avaliação do funcionamento
executivo, também apresentaram altos escores de comportamento tático.
Gonzaga et al. (2014) analisaram 157 atletas da categoria sub-15, buscando
verificar a influência do funcionamento executivo no comportamento tático de atletas
de futebol da categoria sub-15. Os autores avaliaram a tomada de decisão afetiva e
o comportamento tático dos atletas. Os resultados demonstraram que os atletas de
100
futebol com altos escores de comportamento tático defensivo e comportamento
tático de jogo apresentaram maiores escores na avaliação da tomada de decisão
afetiva quando comparado a atletas que possuem baixos escores de comportamento
tático (defensivo e de jogo). A partir disso, fica evidenciada a relevância de se ter
atletas de futebol que apresentem altos escores na avaliação das funções
executivas, visto que o funcionamento executivo tem sido apontado como um
indicativo do sucesso no futebol (VESTBERG et al., 2012; VERBURGH et al., 2014;
HUIJGEN et al., 2015).
No presente estudo, foi verificado que o número de atletas com baixos e altos
escores para às medidas de controle inibitório e flexibilidade cognitiva estão
distribuídos de forma semelhante entre os clubes grandes e clubes pequenos. No
entanto, no que se refere à associação entre o status dos clubes (grandes ou
pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo
e alto para as medidas de funções executivas, verifica-se que a hipótese H5 foi
confirmada parcialmente, pois houve associação significativa entre o status dos
clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas
com escores baixo e alto para a medida de memória de trabalho.
5.5 Indicadores táticos dos atletas em uma competição de futebol sub-20
O presente estudo comparou os indicadores táticos entre os atletas que
jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição federada de
futebol da categoria sub-20.
Comparando os indicadores táticos entre os atletas que jogam em clubes
grandes e em clubes pequenos não foram encontradas diferenças significativas
entre o rendimento de atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos
(p>0,05).
Por meio dos resultados obtidos, é possível inferir que tanto os atletas que
jogam em clubes grandes quanto os atletas que jogam em clubes pequenos
apresentaram um comportamento tático muito semelhante quando detinham o
mando de campo das partidas avaliadas na fase classificatória da competição, não
havendo diferença significativa entre os atletas de clubes grandes e de clubes
pequenos para o número de bolas recebidas (p=0,273), número de contatos com a
bola (p=0,176), número de variações de corredor (p=0,356), velocidade de
101
transmissão da bola (p=0,280), número de bolas conquistadas (p=0,958) e para o
total de bolas jogadas (p=0,214).
O total de bolas jogadas (BJT) é resultado do somatório de três indicadores
(número de bolas recebidas, número de bolas conquistadas e número de contatos
com a bola) que juntos caracterizam o volume de jogo com bola obtido pelos atletas
nas partidas disputadas durante a fase classificatória do campeonato. Foi observado
que a mediana do BJT apresentada pelos atletas que jogam em clubes grandes
(Md=190,50) é semelhante ao dos atletas que jogam em clubes pequenos
(Md=193,50). Isto sugere que não é o volume de jogo com a bola que representa a
eficácia ofensiva dos clubes, mas, sobretudo, a forma como se joga, ressaltando a
importância da análise qualitativa do ataque (GARGANTA, 1997). Nesse sentido, as
situações de bola parada representam um exemplo típico de análise qualitativa, a
qual tem sido utilizada na literatura para analisar os fragmentos constantes do jogo
como: tiros de meta, arremessos laterais, escanteios, pênaltis, tiros livres,
impedimentos, defesas do goleiro e pontapés de saída (SANTOS; MORAES;
TEOLDO, 2015).
O número de variações de corredor (NVC) diz respeito ao número de vezes
que, na sequência ofensiva, a bola circula, através de passe, para um corredor
diferente, estando associadas à capacidade destas de criar desequilíbrios na
organização defensiva da equipe adversária e finalizar. No presente estudo,
verificou-se que a mediana do NVC apresentada pelos atletas que jogam em clubes
grandes (Md=12,00) é semelhante a dos atletas que jogam em clubes pequenos
(Md=9,50). De acordo com o estudo de Garganta (1997) a variabilidade das ações
ofensivas é considerada um fator associado à eficácia das equipes, de modo que
uma maior variação tende a corresponder a uma maior eficácia.
A velocidade de transmissão da bola (VTB) é dada pela divisão do número de
bolas recebidas por um atleta pelo número de contatos realizados para transmitir a
bola, variando entre 0 e 1, sendo tanto maior quanto mais o seu valor se aproxima
da unidade (GARGANTA, 1997; MORAES; CARDOSO; TEOLDO, 2014; SANTOS;
ANDRADE; TEOLDO, 2014). No presente estudo, verificou-se que a mediana do
VTB apresentada pelos atletas que jogam em clubes grandes (Md=0,43) é
semelhante ao de atletas que jogam em clubes pequenos (Md=0,45). Além disso, os
resultados mostraram que jogando em casa, tanto para os atletas de clubes grandes
102
quanto para os atletas de clubes pequenos, os escores de velocidade de
transmissão bola apresentam escores moderados.
A análise do comportamento tático, por meio de indicadores táticos contribui
para identificação de variáveis que possam apresentar maior relevância para o
rendimento de atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma
competição federada. No entanto, até a presente data, não há estudos que tenham
avaliado os indicadores táticos de atletas que jogam em clubes grandes e em clubes
pequenos em uma competição federada de futebol, sobretudo na categoria sub-20,
impossibilitando a comparação de outros resultados com os achados do presente
estudo. No entanto, percebe-se que estudos têm avaliado esses indicadores em
equipes de futebol de alto nível como, por exemplo, a seleção espanhola de futebol
na Copa do Mundo FIFA® 2010 (MORAES; CARDOSO; TEOLDO, 2014; SANTOS;
MORAES; TEOLDO, 2016).
Moraes, Cardoso e Teoldo (2014) e Santos, Moraes e Teoldo (2016)
avaliaram o comportamento tático da seleção espanhola de futebol durante a Copa
do Mundo FIFA® 2010 considerando o resultado parcial das partidas (empate, vitória
+1, vitória +2 e derrota -1) em sete jogos durante a competição. Moraes, Cardoso e
Teoldo (2014) analisaram o número de contatos com a bola, número de bolas
recebidas e a velocidade de transmissão da bola. Os autores verificaram que
apenas o indicador velocidade de transmissão da bola apresentou diferença
significativa em relação ao resultado das partidas, sendo superior quando a seleção
espanhola ganhava por dois gols de diferença. Santos, Moraes e Teoldo (2016)
analisaram a amplitude de circulação da bola através do número de variações de
corredor (NVC). Os autores verificaram que não foi encontrada diferença significativa
do NVC em relação ao status das partidas (empate, vitória +1, vitória +2 e derrota -
1).
Analisando a comparação dos indicadores táticos entre os atletas que jogam
em clubes grandes e em clubes pequenos não foram encontradas diferenças
significativas, rejeitando a hipótese H6 do estudo, que diz que haverá diferenças
significativas dos indicadores táticos entre os atletas que jogam em clubes grandes e
em clubes pequenos em uma competição federada de futebol da categoria sub-20.
Em síntese, pela importância da análise de jogo na identificação dos pontos
fortes de uma equipe – para que sejam ainda mais desenvolvidos – e também dos
fracos – para que sejam melhorados e atinjam o nível desejado (SANTOS;
103
ANDRADE; TEOLDO, 2014), sugere-se por fim que mais estudos possam ser
realizados em outras competições, envolvendo outros níveis competitivos como, por
exemplo, o Campeonato Brasileiro de Futebol sub-20, no sentido de se ter um
melhor entendimento sobre como esses indicadores se manifestam em competições
que os confrontos entre as equipes tendem a ser mais equilibrados, tanto pela
qualidade técnica das equipes, quanto pelo placar das equipes na partida.
Outro objetivo deste estudo relacionado à avaliação dos indicadores táticos foi
desenvolver tabelas normativas para a classificação dos indicadores táticos, a fim de
se identificar nesta amostra especificamente, os atletas de futebol da categoria sub-
20 que apresentassem níveis baixo e alto para os indicadores táticos. A construção
de tabelas normativas para os indicadores táticos é fundamental dentro de qualquer
modalidade esportiva. Esta tabela normativa para a categoria sub-20 ajudará a
nortear futuras avaliações dos componentes táticos dos atletas federados do sub-20
no futebol brasileiro.
Em relação número de bolas recebidas (NR) foram identificados 27 atletas
com escores baixos (≤32,00) e 26 atletas com escores altos (≥98,50), havendo
diferença significativa entre os dois grupos (p=0,001), com tamanho de efeito grande
(ES=-0,858).
No que diz respeito ao número de contatos com a bola (NCT) foram
identificados 26 atletas com escores baixos (≤75,00) e 26 atletas com escores altos
(≥238,25), havendo diferença significativa entre os dois grupos (p=0,001), com
tamanho de efeito grande (ES=-0,857).
No que se refere ao número de variações de corredor (NVC) foram
identificados 26 atletas com escores baixos (≤3,75) e 27 atletas com escores altos
(≥22,00), havendo diferença significativa entre os dois grupos (p=0,001), com
tamanho de efeito grande (ES=-0,867).
No tocante à velocidade de transmissão da bola (VTB) foram identificados 30
atletas com escores baixos (≤0,39) e 28 atletas com escores altos (≥0,49), havendo
diferença significativa entre os dois grupos (p=0,001), com tamanho de efeito grande
(ES=-0,859).
No que concerne ao número de bolas conquistadas (NC) foram identificados
27 atletas com escores baixos (≤0,00) e 29 atletas com escores altos (≥8,00),
havendo diferença significativa entre os dois grupos (p=0,001), com tamanho de
efeito grande (ES=-0,912).
104
Quanto ao total de bolas jogadas (BJT) foram identificados 26 atletas com
escores baixos (≤107,50) e 26 atletas com escores altos (≥351,25), havendo
diferença significativa entre os dois grupos (p=0,001), com tamanho de efeito grande
(ES=-0,857).
A partir disso, o presente estudo verificou associação entre o status dos
clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas
com escores baixo e alto nos indicadores táticos.
No que diz respeito à associação entre o status dos clubes e o número de
atletas com escores baixo e alto para os indicadores táticos foi verificado que o
número de atletas com baixos e altos escores estão distribuídos de forma
semelhante entre os clubes grandes e clubes pequenos. Embora, no momento, não
tenha sido encontrados estudos na literatura que pudessem ser confrontados com
os resultados do presente estudo, acredita-se que o equilíbrio entre os atletas de
clubes grandes e os atletas de clubes pequenos possa estar relacionado ao fato de
que foi analisada apenas a atuação dos atletas jogando em casa e, por esse motivo,
os atletas de clubes grandes e de clubes pequenos tendem a apresentar escores
semelhantes para os indicadores táticos quando detêm o mando de campo das
partidas disputadas na fase classificatória da competição.
No presente estudo, foi verificado que o número de atletas com baixos e altos
escores para os indicadores táticos estão distribuídos de forma semelhante entre os
clubes grandes e clubes pequenos. Portanto, em relação à associação entre o status
dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de
atletas com escores baixo e alto para os indicadores táticos, rejeita-se a hipótese H7
do estudo, que diz que haverá associação entre o status dos clubes (grandes ou
pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo
e alto nos indicadores táticos.
5.6 Limitações do estudo
Neste estudo, foram avaliados somente os jogos da fase classificatória em
que os clubes atuavam como mandantes. Sugere-se que em futuros estudos sejam
avaliados os jogos de outras fases da competição e também quando os clubes
atuarem como visitantes para verificar se existe alguma alteração na forma de jogar
dos atletas.
105
Outra limitação do estudo é o fato da coleta ter sido realizada somente na
fase classificatória do campeonato, não abrangendo todas as fases da competição.
Ressalta-se, que a condução do estudo até a fase final do campeonato não
permitiria um equilíbrio entre o número de atletas de clubes grandes e de clubes
pequenos, uma vez que nem todos os clubes avançaram para a fase final da
competição.
Também não foram analisadas as funções executivas quentes, como por
exemplo, a tomada de decisão afetiva. Além disso, uma bateria maior de testes que
avaliassem as capacidades emocionais e táticas permitiria um conhecimento mais
amplo desses três fatores em atletas de futebol da categoria sub-20.
Apesar destas limitações, os resultados deste estudo são pioneiros e
fornecem informações inéditas acerca da avaliação da motivação, das funções
executivas e dos indicadores táticos em atletas mineiros de futebol da categoria sub-
20 em uma competição federada de nível estadual. Além disso, os resultados deste
estudo podem auxiliar atletas, treinadores, analistas de desempenho, preparadores
físicos, psicólogos do esporte e demais profissionais da área esportiva a terem uma
melhor compreensão da importância desses construtos para os atletas mineiros de
futebol da categoria sub-20.
106
6 CONCLUSÃO
Este estudo construiu tabelas normativas que permitem estabelecer
parâmetros mais fidedignos na avaliação da motivação, das funções executivas e
dos indicadores táticos para os atletas de futebol da categoria sub-20. Recomenda-
se que outros estudos possam avançar na construção de tabelas normativas para
estas variáveis em outras categorias no futebol.
Conclui-se que os atletas de futebol da categoria sub-20 são mais motivados
intrinsecamente apresentando um perfil de motivação autodeterminada, o que indica
que praticam o futebol de forma voluntária, sem necessidade aparente de receber
recompensas, pois se interessam pela atividade, sentem prazer e satisfação no
envolvimento com a prática do futebol.
Em relação ao índice de autodeterminação, conclui-se que o status do clube
não altera a autodeterminação dos atletas em uma competição de futebol da
categoria sub-20, o que sugere que tanto atletas de clubes grandes quanto atletas
de clubes pequenos se mantêm autodeterminados em alcançar seus objetivos no
futebol. Entretanto, recomenda-se que o nível de autodeterminação seja monitorado
ao longo da competição, para ver se o mesmo não se altera em função dos
resultados apresentados pelos atletas e pelos clubes nas partidas. Ainda, de acordo
com este estudo, o fato de o atleta estar em um clube grande ou pequeno não está
associado a um maior ou menor índice de autodeterminação do atleta.
No tocante às funções executivas, conclui-se que os atletas de clubes
grandes são superiores aos atletas de clubes pequenos apenas em relação à
memória de trabalho, indicando que essa variável pode contribuir para que os atletas
de clubes grandes tenham melhores resultados em uma competição de futebol da
categoria sub-20. Contudo, sugere-se que outras funções executivas possam ser
investigadas em diferentes níveis competitivos a fim de se mapear o quanto as
funções executivas pode contribuir para um atleta de futebol da categoria sub-20 se
tornar um atleta profissional no futebol. Ainda, de acordo com nossos resultados, o
fato de o atleta jogar em um clube grande parece estar associado a uma maior
capacidade de memorização visual pelo atleta.
Em relação aos indicadores táticos, conclui-se que o status do clube não
altera indicadores táticos dos clubes em uma competição de futebol da categoria
sub-20, o que sugere que para os indicadores avaliados tanto atletas de clubes
107
grandes quanto atletas de clubes pequenos são equilibrados do ponto de vista tático
quando detêm o mando de campo na competição. Entretanto, recomenda-se que os
indicadores táticos possam ser analisados para todas as fases da competição, a fim
de que se possa conhecer o modelo de jogo adotado por atletas de clubes grandes
e atletas de clubes pequenos em uma competição da categoria sub-20. Ainda, de
acordo com este estudo, o fato de o atleta estar em um clube grande ou pequeno
não está associado a um maior ou menor indicador tático do atleta.
108
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118
ANEXOS
ANEXO A
119
ANEXO B
120
APÊNDICES
APÊNDICE A
121
APÊNDICE B
122
APÊNDICE C
123
APÊNDICE D
124
APÊNDICE E
Resultados do teste de normalidade para as variáveis (em anos) idade, tempo de prática, tempo de educação formal e tempo como atleta federado.
Variável+ Clubes
Kolmogorov-Smirnov
Statistic df Sig.
Idade dos atletas
Geral 0,206 104 0,001*
Grande 0,192 54 0,001*
Pequeno 0,214 50 0,001*
Tempo de pratica dos atletas
Geral 0,125 104 0,001*
Grande 0,128 54 0,028*
Pequeno 0,126 50 0,046*
Tempo de educação formal dos atletas
Geral 0,257 104 0,001*
Grande 0,289 54 0,001*
Pequeno 0,255 50 0,001*
Tempo como atleta federado
Geral 0,104 104 0,008*
Grande 0,118 54 0,057
Pequeno 0,127 50 0,043*
Legenda: Geral= Amostra do estudo* Desvio significativo da normalidade (p<0,05). Fonte: Dados do estudo.
Resultados do teste de normalidade por dimensões de motivação.
Dimensões Kolmogorov-Smirnov
Estatística Graus de liberdade Significância
Motivação intrínseca 0,086 104 0,058
Motivação extrínseca 0,075 104 0,174
Desmotivação 0,225 104 0,001*
Índice de autodeterminação 0,088 104 0,046*
Legenda: * Desvio significativo da normalidade (p<0,05). Fonte: Dados do estudo.
Resultados do teste de normalidade para o índice de autodeterminação nos grupos de atletas com escores baixos e altos.
Índice Escores Shapiro-Wilk
Statistic df Sig.
Índice de autodeterminação Baixo 0,835 26 0,001*
Alto 0,893 28 0,008*
Legenda: * Desvio significativo da normalidade (p<0,05). Fonte: Dados do estudo.
125
Resultados do teste de normalidade para as medidas de funções executivas em
atletas de futebol sub-20.
Funções executivas Clube Kolmogorov-Smirnov
Estatística Graus de liberdade
Significância
Memória de trabalho
Geral 0,095 104 0,023*
Grande 0,122 54 0,043*
Pequeno 0,141 50 0,015*
Controle inibitório
Geral 0,085 104 0,061
Grande 0,086 54 0,200
Pequeno 0,108 50 0,200
Flexibilidade cognitiva
Geral 0,066 104 0,200
Grande 0,106 54 0,191
Pequeno 0,076 50 0,200
Legenda: Geral= Amostra do estudo; * Desvio significativo da normalidade (p<0,05). Fonte: Dados do estudo.
Resultados do teste de normalidade para as medidas de funções executivas nos grupos de atletas com escores baixos e altos.
Funções executivas Escores Shapiro-Wilk
Statistic df Sig.
Memória de trabalho (MT)
Baixo 0,829 26 0,001*
Alto 0,883 36 0,001*
Controle inibitório (CI)
Baixo 0,837 33 0,000*
Alto 0,842 26 0,001*
Flexibilidade cognitiva (FC)
Baixo 0,930 26 0,077
Alto 0,656 28 0,000*
Legenda: * Desvio significativo da normalidade (p<0,05). Fonte: Dados do estudo.
126
Resultados do teste de normalidade para os indicadores táticos em atletas de futebol sub-20.
Indicadores Clube Kolmogorov-Smirnov
Estatística Graus de liberdade Significância
Número de bolas Recebidas (NR)
Geral 0143 104 0,001*
Grande 0,194 54 0,001*
Pequeno 0,092 50 0,200
Número de contatos (NCT)
Geral 0129 104 0,001*
Grande 0,176 54 0,001*
Pequeno 0,113 50 0,134
Número de variações de corredor (NVC)
Geral 0,226 104 0,001*
Grande 0,236 54 0,001*
Pequeno 0,129 50 0,037*
Velocidade de transmissão da bola (VTB)
Geral 0,124 104 0,001*
Grande 0,125 54 0,036*
Pequeno 0,152 50 0,006*
Número de bolas conquistadas (NC)
Geral 0,176 104 0,001*
Grande 0,189 54 0,001*
Pequeno 0,188 50 0,001*
Total de bolas jogadas (BJT)
Geral 0,137 104 0,001*
Grande 0,178 54 0,001*
Pequeno 0,101 50 0,200
Legenda: Geral= Amostra do estudo; * Desvio significativo da normalidade (p<0,05). Fonte: Dados do estudo.
Resultados do teste de normalidade para os indicadores táticos nos grupos de atletas com escores baixos e altos.
Indicadores Escores Shapiro-Wilk
Statistic df Sig.
Número de bolas recebidas (NR)
Baixo 0,959 27 0,345
Alto 0,862 26 0,002
Número de contatos com a bola (NCT)
Baixo 0,938 26 0,123
Alto 0,856 26 0,002
Número de variações de corredor (NVC)
Baixo 0,717 26 0,000
Alto 0,619 27 0,000
Velocidade de transmissão da bola (VTB)
Baixo 0,904 30 0,011
Alto 0,701 28 0,000
Número de bolas conquistadas (NC)
Baixo# - - -
Alto 0,805 29 0,000
Total de bolas jogadas (BJT)
Baixo 0,959 26 0,379
Alto 0,852 26 0,002
Legenda: # Numero de bolas conquistadas é constante no grupo com escore Baixo; * Desvio
significativo da normalidade (p<0,05). Fonte: Dados do estudo.
127
APÊNDICE F
Tabela AF1 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para o índice de
autodeterminação. (Continua)
Atleta Clube Escore* Classificação
3 Grande -1,42 Baixo
101 Pequeno -0,13 Baixo
70 Pequeno 0,13 Baixo
82 Pequeno 0,33 Baixo
60 Pequeno 0,58 Baixo
39 Grande 0,92 Baixo
69 Pequeno 2,71 Baixo
7 Grande 3,00 Baixo
92 Pequeno 3,04 Baixo
48 Grande 3,33 Baixo
59 Pequeno 3,67 Baixo
19 Grande 4,08 Baixo
35 Grande 4,08 Baixo
65 Pequeno 4,21 Baixo
62 Pequeno 4,58 Baixo
21 Grande 4,75 Baixo
14 Grande 5,00 Baixo
25 Grande 5,00 Baixo
63 Pequeno 5,00 Baixo
20 Grande 5,17 Baixo
23 Grande 5,17 Baixo
76 Pequeno 5,17 Baixo
90 Pequeno 5,29 Baixo
68 Pequeno 5,29 Baixo
50 Grande 5,38 Baixo
5 Grande 5,46 Baixo
18 Grande 5,58 Moderado
95 Pequeno 5,79 Moderado
98 Pequeno 5,79 Moderado
32 Grande 5,79 Moderado
24 Grande 5,92 Moderado
67 Pequeno 5,92 Moderado
16 Grande 6,25 Moderado
104 Pequeno 6,38 Moderado
88 Pequeno 6,42 Moderado
103 Pequeno 6,50 Moderado
11 Grande 6,63 Moderado
34 Grande 6,67 Moderado
102 Pequeno 6,75 Moderado
128
Tabela AF1 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para o índice de
autodeterminação. (Continuação)
Atleta Clube Escore* Classificação
100 Pequeno 6,88 Moderado
71 Pequeno 7,08 Moderado
79 Pequeno 7,21 Moderado
84 Pequeno 7,29 Moderado
37 Grande 7,38 Moderado
41 Grande 7,46 Moderado
52 Grande 7,50 Moderado
6 Grande 7,54 Moderado
58 Pequeno 7,58 Moderado
94 Pequeno 7,83 Moderado
1 Grande 7,88 Moderado
27 Grande 7,92 Moderado
33 Grande 8,04 Moderado
75 Pequeno 8,04 Moderado
78 Pequeno 8,13 Moderado
51 Grande 8,25 Moderado
54 Grande 8,25 Moderado
80 Pequeno 8,38 Moderado
86 Pequeno 8,42 Moderado
40 Grande 8,50 Moderado
61 Pequeno 8,50 Moderado
64 Pequeno 8,50 Moderado
53 Grande 8,63 Moderado
72 Pequeno 8,79 Moderado
57 Pequeno 8,86 Moderado
44 Grande 8,96 Moderado
87 Pequeno 8,96 Moderado
4 Grande 9,00 Moderado
49 Grande 9,17 Moderado
43 Grande 9,21 Moderado
30 Grande 9,25 Moderado
17 Grande 9,29 Moderado
47 Grande 9,29 Moderado
2 Grande 9,38 Moderado
12 Grande 9,38 Moderado
28 Grande 9,38 Moderado
91 Pequeno 9,38 Moderado
55 Pequeno 9,42 Alto
97 Pequeno 9,42 Alto
93 Pequeno 9,42 Alto
10 Grande 9,46 Alto
129
Tabela AF1 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para o índice de
autodeterminação. (Conclusão)
Atleta Clube Escore* Classificação
77 Pequeno 9,63 Alto
42 Grande 9,71 Alto
29 Grande 9,79 Alto
81 Pequeno 9,88 Alto
26 Grande 9,92 Alto
73 Pequeno 10,00 Alto
89 Pequeno 10,04 Alto
83 Pequeno 10,17 Alto
45 Grande 10,25 Alto
8 Grande 10,29 Alto
36 Grande 10,29 Alto
9 Grande 10,42 Alto
96 Pequeno 10,54 Alto
99 Pequeno 10,54 Alto
56 Pequeno 11,04 Alto
22 Grande 11,08 Alto
74 Pequeno 11,29 Alto
66 Pequeno 11,29 Alto
85 Pequeno 11,33 Alto
31 Grande 11,38 Alto
13 Grande 11,71 Alto
38 Grande 11,71 Alto
46 Grande 12,92 Alto
15 Grande 13,50 Alto
Legenda: *escore médio; vermelho= atletas com escores baixos; amarelo= atletas com escores moderados; verde= atletas com escores altos. Fonte: Dados do estudo.
130
Tabela AF2 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para as medidas de funções executivas.
(Continua)
Memória de trabalho@ Controle inibitório# Flexibilidade cognitiva#
Atleta Clube Escore* Classificação. Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação
103 Pequeno 2 Baixo 94 Pequeno -8 Baixo 42 Grande 4 Baixo
65 Pequeno 8 Baixo 12 Grande -4 Baixo 91 Pequeno 4 Baixo
80 Pequeno 8 Baixo 91 Pequeno 0 Baixo 52 Grande 7 Baixo
84 Pequeno 8 Baixo 93 Pequeno 0 Baixo 94 Pequeno 8 Baixo
100 Pequeno 8 Baixo 96 Pequeno 1 Baixo 6 Grande 9 Baixo
6 Grande 9 Baixo 42 Grande 2 Baixo 41 Grande 10 Baixo
50 Grande 12 Baixo 28 Grande 4 Baixo 96 Pequeno 10 Baixo
90 Pequeno 12 Baixo 45 Grande 4 Baixo 28 Grande 11 Baixo
101 Pequeno 12 Baixo 37 Grande 5 Baixo 29 Grande 12 Baixo
9 Grande 15 Baixo 40 Grande 5 Baixo 32 Grande 12 Baixo
11 Grande 15 Baixo 41 Grande 5 Baixo 38 Grande 12 Baixo
55 Pequeno 15 Baixo 19 Grande 7 Baixo 44 Grande 12 Baixo
79 Pequeno 15 Baixo 21 Grande 7 Baixo 68 Pequeno 12 Baixo
81 Pequeno 15 Baixo 60 Pequeno 7 Baixo 12 Grande 13 Baixo
88 Pequeno 15 Baixo 103 Pequeno 7 Baixo 21 Grande 13 Baixo
102 Pequeno 15 Baixo 29 Grande 8 Baixo 45 Grande 13 Baixo
36 Grande 18 Baixo 34 Grande 8 Baixo 60 Pequeno 15 Baixo
47 Grande 18 Baixo 104 Pequeno 8 Baixo 37 Grande 16 Baixo
49 Grande 18 Baixo 32 Grande 9 Baixo 43 Grande 16 Baixo
54 Grande 18 Baixo 57 Pequeno 9 Baixo 93 Pequeno 16 Baixo
61 Pequeno 18 Baixo 44 Grande 10 Baixo 27 Grande 17 Baixo
62 Pequeno 18 Baixo 73 Pequeno 10 Baixo 36 Grande 17 Baixo
70 Pequeno 18 Baixo 101 Pequeno 10 Baixo 40 Grande 18 Baixo
76 Pequeno 18 Baixo 102 Pequeno 10 Baixo 65 Pequeno 18 Baixo
131
Tabela AF2 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para as medidas de funções executivas.
(Continuação)
Memória de trabalho@ Controle inibitório# Flexibilidade cognitiva#
Atleta Clube Escore* Classificação. Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação
78 Pequeno 18 Baixo 13 Grande 11 Baixo 75 Pequeno 18 Baixo
85 Pequeno 18 Baixo 38 Grande 11 Baixo 102 Pequeno 18 Baixo
63 Pequeno 20 Moderado 43 Grande 11 Baixo 18 Grande 19 Moderado
8 Grande 24 Moderado 54 Grande 11 Baixo 46 Grande 19 Moderado
24 Grande 24 Moderado 62 Pequeno 11 Baixo 54 Grande 19 Moderado
40 Grande 24 Moderado 68 Pequeno 11 Baixo 74 Pequeno 19 Moderado
42 Grande 24 Moderado 76 Pequeno 11 Baixo 81 Pequeno 19 Moderado
53 Grande 24 Moderado 87 Pequeno 11 Baixo 15 Grande 20 Moderado
69 Pequeno 24 Moderado 90 Pequeno 11 Baixo 23 Grande 20 Moderado
74 Pequeno 24 Moderado 35 Grande 12 Moderado 73 Pequeno 20 Moderado
7 Grande 28 Moderado 74 Pequeno 12 Moderado 87 Pequeno 20 Moderado
23 Grande 28 Moderado 75 Pequeno 12 Moderado 4 Grande 21 Moderado
31 Grande 28 Moderado 86 Pequeno 12 Moderado 49 Grande 21 Moderado
34 Grande 28 Moderado 99 Pequeno 12 Moderado 57 Pequeno 21 Moderado
68 Pequeno 28 Moderado 4 Grande 13 Moderado 97 Pequeno 21 Moderado
75 Pequeno 28 Moderado 7 Grande 13 Moderado 99 Pequeno 21 Moderado
77 Pequeno 28 Moderado 33 Grande 13 Moderado 104 Pequeno 21 Moderado
82 Pequeno 28 Moderado 14 Grande 14 Moderado 13 Grande 22 Moderado
83 Pequeno 28 Moderado 22 Grande 14 Moderado 22 Grande 22 Moderado
17 Grande 30 Moderado 31 Grande 14 Moderado 26 Grande 22 Moderado
26 Grande 32 Moderado 51 Grande 14 Moderado 35 Grande 22 Moderado
33 Grande 32 Moderado 58 Pequeno 14 Moderado 64 Pequeno 22 Moderado
43 Grande 32 Moderado 70 Pequeno 14 Moderado 1 Grande 23 Moderado
45 Grande 32 Moderado 9 Grande 15 Moderado 7 Grande 23 Moderado
132
Tabela AF2 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para as medidas de funções executivas.
(Continuação)
Memória de trabalho@ Controle inibitório# Flexibilidade cognitiva#
Atleta Clube Escore* Classificação. Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação
48 Grande 32 Moderado 11 Grande 15 Moderado 33 Grande 23 Moderado
52 Grande 32 Moderado 27 Grande 15 Moderado 34 Grande 23 Moderado
57 Pequeno 32 Moderado 50 Grande 15 Moderado 56 Pequeno 23 Moderado
5 Grande 35 Moderado 52 Grande 15 Moderado 61 Pequeno 23 Moderado
73 Pequeno 35 Moderado 71 Pequeno 15 Moderado 5 Grande 24 Moderado
2 Grande 40 Moderado 81 Pequeno 15 Moderado 9 Grande 24 Moderado
4 Grande 40 Moderado 95 Pequeno 15 Moderado 71 Pequeno 24 Moderado
15 Grande 40 Moderado 97 Pequeno 15 Moderado 77 Pequeno 24 Moderado
16 Grande 40 Moderado 100 Pequeno 15 Moderado 103 Pequeno 24 Moderado
30 Grande 40 Moderado 2 Grande 16 Moderado 31 Grande 25 Moderado
35 Grande 40 Moderado 20 Grande 16 Moderado 76 Pequeno 25 Moderado
38 Grande 40 Moderado 25 Grande 16 Moderado 90 Pequeno 25 Moderado
56 Pequeno 40 Moderado 46 Grande 16 Moderado 39 Grande 26 Moderado
58 Pequeno 40 Moderado 61 Pequeno 16 Moderado 58 Pequeno 26 Moderado
64 Pequeno 40 Moderado 66 Pequeno 16 Moderado 59 Pequeno 26 Moderado
67 Pequeno 40 Moderado 69 Pequeno 16 Moderado 16 Grande 27 Moderado
72 Pequeno 40 Moderado 77 Pequeno 16 Moderado 79 Pequeno 27 Moderado
89 Pequeno 40 Moderado 3 Grande 17 Moderado 10 Grande 28 Moderado
93 Pequeno 40 Moderado 47 Grande 17 Moderado 83 Pequeno 28 Moderado
97 Pequeno 40 Moderado 67 Pequeno 17 Moderado 85 Pequeno 28 Moderado
14 Grande 45 Alto 78 Pequeno 17 Moderado 92 Pequeno 28 Moderado
18 Grande 45 Alto 80 Pequeno 17 Moderado 98 Pequeno 28 Moderado
28 Grande 45 Alto 15 Grande 18 Moderado 100 Pequeno 28 Moderado
41 Grande 45 Alto 26 Grande 18 Moderado 51 Grande 29 Moderado
133
Tabela AF2 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para as medidas de funções executivas.
(Continuação)
Memória de trabalho@ Controle inibitório# Flexibilidade cognitiva#
Atleta Clube Escore* Classificação. Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação
44 Grande 45 Alto 30 Grande 18 Moderado 62 Pequeno 29 Moderado
46 Grande 45 Alto 36 Grande 18 Moderado 78 Pequeno 29 Moderado
51 Grande 45 Alto 39 Grande 18 Moderado 80 Pequeno 29 Moderado
71 Pequeno 45 Alto 65 Pequeno 18 Moderado 88 Pequeno 29 Moderado
92 Pequeno 45 Alto 72 Pequeno 18 Moderado 17 Grande 30 Alto
99 Pequeno 45 Alto 98 Pequeno 18 Moderado 25 Grande 30 Alto
104 Pequeno 45 Alto 5 Grande 19 Alto 67 Pequeno 30 Alto
3 Grande 48 Alto 18 Grande 19 Alto 30 Grande 31 Alto
13 Grande 50 Alto 23 Grande 19 Alto 48 Grande 31 Alto
27 Grande 50 Alto 48 Grande 19 Alto 50 Grande 31 Alto
39 Grande 50 Alto 64 Pequeno 19 Alto 101 Pequeno 31 Alto
10 Grande 60 Alto 92 Pequeno 19 Alto 11 Grande 32 Alto
19 Grande 60 Alto 6 Grande 20 Alto 47 Grande 32 Alto
25 Grande 60 Alto 49 Grande 20 Alto 66 Pequeno 32 Alto
59 Pequeno 60 Alto 59 Pequeno 20 Alto 95 Pequeno 32 Alto
60 Pequeno 60 Alto 79 Pequeno 20 Alto 20 Grande 33 Alto
66 Pequeno 60 Alto 84 Pequeno 20 Alto 55 Pequeno 33 Alto
86 Pequeno 60 Alto 56 Pequeno 21 Alto 70 Pequeno 33 Alto
87 Pequeno 60 Alto 83 Pequeno 21 Alto 86 Pequeno 33 Alto
94 Pequeno 60 Alto 88 Pequeno 21 Alto 3 Grande 34 Alto
98 Pequeno 60 Alto 10 Grande 22 Alto 63 Pequeno 34 Alto
1 Grande 66 Alto 16 Grande 22 Alto 8 Grande 35 Alto
12 Grande 66 Alto 8 Grande 23 Alto 14 Grande 35 Alto
22 Grande 66 Alto 85 Pequeno 23 Alto 72 Pequeno 36 Alto
37 Grande 66 Alto 89 Pequeno 23 Alto 89 Pequeno 37 Alto
134
Tabela AF2 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para as medidas de funções executivas.
(Conclusão)
Memória de trabalho@ Controle inibitório# Flexibilidade cognitiva#
Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação
96 Pequeno 66 Alto 63 Pequeno 24 Alto 2 Grande 38 Alto
21 Grande 72 Alto 82 Pequeno 24 Alto 19 Grande 40 Alto
95 Pequeno 72 Alto 1 Grande 26 Alto 82 Pequeno 42 Alto
29 Grande 77 Alto 17 Grande 27 Alto 84 Pequeno 42 Alto
91 Pequeno 77 Alto 53 Grande 29 Alto 53 Grande 44 Alto
32 Grande 84 Alto 24 Grande 30 Alto 69 Pequeno 48 Alto
20 Grande 91 Alto 55 Pequeno 31 Alto 24 Grande 71 Alto
Legenda: @
Escore total (número de acertos obtidos multiplicados pelo valor máximo da sequência atingida); #
Escores expressos em segundos; *escore bruto; vermelho= atletas com escores baixos; amarelo= atletas com escores moderados; verde= atletas com escores altos. Fonte: Dados do estudo
135
Tabela AF3 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para os indicadores táticos.
(Continua)
Número de bolas recebidas (NR)
Número de contatos com a bola (NCT)
Número de variações de corredor (NVC)
Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação
55 Pequeno 3 Baixo 55 Pequeno 7 Baixo 1 Grande 0 Baixo
22 Grande 4 Baixo 22 Grande 14 Baixo 2 Grande 0 Baixo
12 Grande 6 Baixo 91 Pequeno 17 Baixo 4 Grande 0 Baixo
90 Pequeno 8 Baixo 12 Grande 18 Baixo 7 Grande 0 Baixo
56 Pequeno 10 Baixo 40 Grande 19 Baixo 20 Grande 0 Baixo
25 Grande 11 Baixo 89 Pequeno 20 Baixo 39 Grande 0 Baixo
89 Pequeno 12 Baixo 90 Pequeno 21 Baixo 45 Grande 0 Baixo
1 Grande 13 Baixo 77 Pequeno 23 Baixo 55 Pequeno 0 Baixo
40 Grande 13 Baixo 57 Pequeno 28 Baixo 56 Pequeno 0 Baixo
57 Pequeno 13 Baixo 56 Pequeno 29 Baixo 57 Pequeno 0 Baixo
77 Pequeno 13 Baixo 25 Grande 31 Baixo 62 Pequeno 0 Baixo
91 Pequeno 16 Baixo 9 Grande 33 Baixo 64 Pequeno 0 Baixo
9 Grande 17 Baixo 76 Pequeno 38 Baixo 72 Pequeno 0 Baixo
20 Grande 17 Baixo 94 Pequeno 38 Baixo 77 Pequeno 0 Baixo
76 Pequeno 17 Baixo 99 Pequeno 41 Baixo 6 Grande 1 Baixo
72 Pequeno 18 Baixo 2 Grande 49 Baixo 9 Grande 1 Baixo
2 Grande 20 Baixo 1 Grande 50 Baixo 22 Grande 1 Baixo
94 Pequeno 20 Baixo 20 Grande 50 Baixo 25 Grande 1 Baixo
6 Grande 22 Baixo 74 Pequeno 53 Baixo 47 Grande 1 Baixo
62 Pequeno 25 Baixo 6 Grande 55 Baixo 89 Pequeno 1 Baixo
73 Pequeno 25 Baixo 72 Pequeno 55 Baixo 90 Pequeno 1 Baixo
47 Grande 27 Baixo 73 Pequeno 55 Baixo 60 Pequeno 2 Baixo
74 Pequeno 27 Baixo 62 Pequeno 56 Baixo 10 Grande 3 Baixo
96 Pequeno 30 Baixo 96 Pequeno 56 Baixo 61 Pequeno 3 Baixo
136
Tabela AF3 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para os indicadores táticos.
(Continuação)
Número de bolas recebidas (NR)
Número de contatos com a bola (NCT)
Número de variações de corredor (NVC)
Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação
11 Grande 31 Baixo 11 Grande 66 Baixo 73 Pequeno 3 Baixo
64 Pequeno 32 Baixo 21 Grande 66 Baixo 81 Pequeno 3 Baixo
100 Pequeno 32 Baixo 100 Pequeno 78 Moderado 12 Grande 4 Moderado
10 Grande 36 Moderado 34 Grande 80 Moderado 23 Grande 4 Moderado
21 Grande 36 Moderado 82 Pequeno 80 Moderado 74 Pequeno 4 Moderado
63 Pequeno 37 Moderado 47 Grande 82 Moderado 76 Pequeno 4 Moderado
23 Grande 38 Moderado 60 Pequeno 82 Moderado 94 Pequeno 4 Moderado
24 Grande 39 Moderado 64 Pequeno 82 Moderado 21 Grande 5 Moderado
82 Pequeno 40 Moderado 30 Grande 83 Moderado 34 Grande 5 Moderado
99 Pequeno 41 Moderado 51 Grande 83 Moderado 78 Pequeno 5 Moderado
26 Grande 43 Moderado 97 Pequeno 87 Moderado 26 Grande 6 Moderado
97 Pequeno 43 Moderado 10 Grande 93 Moderado 69 Pequeno 6 Moderado
34 Grande 44 Moderado 65 Pequeno 97 Moderado 41 Grande 7 Moderado
78 Pequeno 45 Moderado 7 Grande 100 Moderado 66 Pequeno 7 Moderado
7 Grande 46 Moderado 23 Grande 102 Moderado 91 Pequeno 7 Moderado
41 Grande 46 Moderado 42 Grande 104 Moderado 16 Grande 8 Moderado
46 Grande 46 Moderado 24 Grande 105 Moderado 24 Grande 8 Moderado
4 Grande 47 Moderado 92 Pequeno 106 Moderado 40 Grande 8 Moderado
92 Pequeno 47 Moderado 46 Grande 107 Moderado 63 Pequeno 8 Moderado
30 Grande 48 Moderado 41 Grande 115 Moderado 82 Pequeno 8 Moderado
60 Pequeno 50 Moderado 26 Grande 116 Moderado 29 Grande 9 Moderado
5 Grande 54 Moderado 59 Pequeno 120 Moderado 58 Pequeno 9 Moderado
42 Grande 55 Moderado 49 Grande 121 Moderado 68 Pequeno 9 Moderado
16 Grande 56 Moderado 5 Grande 122 Moderado 92 Pequeno 9 Moderado
137
Tabela AF3 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para os indicadores táticos.
(Continuação)
Número de bolas recebidas (NR)
Número de contatos com a bola (NCT)
Número de variações de corredor (NVC)
Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação
49 Grande 56 Moderado 63 Pequeno 122 Moderado 93 Pequeno 10 Moderado
58 Pequeno 56 Moderado 28 Grande 123 Moderado 100 Pequeno 10 Moderado
13 Grande 57 Moderado 13 Grande 128 Moderado 27 Grande 11 Moderado
51 Grande 59 Moderado 4 Grande 131 Moderado 48 Grande 11 Moderado
59 Pequeno 59 Moderado 75 Pequeno 133 Moderado 80 Pequeno 11 Moderado
28 Grande 61 Moderado 58 Pequeno 135 Moderado 3 Grande 12 Moderado
75 Pequeno 63 Moderado 68 Pequeno 143 Moderado 31 Grande 12 Moderado
39 Grande 67 Moderado 78 Pequeno 145 Moderado 54 Grande 12 Moderado
61 Pequeno 67 Moderado 95 Pequeno 145 Moderado 96 Pequeno 12 Moderado
93 Pequeno 68 Moderado 88 Pequeno 152 Moderado 11 Grande 13 Moderado
65 Pequeno 70 Moderado 39 Grande 155 Moderado 86 Pequeno 13 Moderado
95 Pequeno 70 Moderado 8 Grande 156 Moderado 104 Pequeno 13 Moderado
3 Grande 72 Moderado 67 Pequeno 157 Moderado 13 Grande 14 Moderado
27 Grande 73 Moderado 101 Pequeno 160 Moderado 85 Pequeno 14 Moderado
8 Grande 74 Moderado 3 Grande 163 Moderado 53 Grande 15 Moderado
29 Grande 74 Moderado 93 Pequeno 166 Moderado 97 Pequeno 15 Moderado
67 Pequeno 75 Moderado 29 Grande 171 Moderado 98 Pequeno 15 Moderado
79 Pequeno 76 Moderado 61 Pequeno 174 Moderado 46 Grande 16 Moderado
101 Pequeno 76 Moderado 27 Grande 175 Moderado 15 Grande 17 Moderado
66 Pequeno 80 Moderado 45 Grande 185 Moderado 28 Grande 18 Moderado
86 Pequeno 80 Moderado 43 Grande 192 Moderado 95 Pequeno 18 Moderado
43 Grande 82 Moderado 79 Pequeno 197 Moderado 36 Grande 19 Moderado
69 Pequeno 82 Moderado 16 Grande 201 Moderado 49 Grande 20 Moderado
88 Pequeno 82 Moderado 104 Pequeno 207 Moderado 59 Pequeno 20 Moderado
138
Tabela AF3 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para os indicadores táticos.
(Continuação)
Número de bolas recebidas (NR)
Número de contatos com a bola (NCT)
Número de variações de corredor (NVC)
Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação
45 Grande 85 Moderado 15 Grande 209 Moderado 5 Grande 21 Moderado
15 Grande 87 Moderado 70 Pequeno 209 Moderado 35 Grande 21 Moderado
68 Pequeno 87 Moderado 66 Pequeno 211 Moderado 65 Pequeno 21 Moderado
70 Pequeno 88 Moderado 86 Pequeno 223 Moderado 83 Pequeno 21 Moderado
103 Pequeno 97 Moderado 102 Pequeno 226 Moderado 101 Pequeno 21 Moderado
31 Grande 98 Moderado 44 Grande 237 Moderado 42 Grande 22 Alto
84 Pequeno 100 Alto 19 Grande 242 Alto 50 Grande 22 Alto
85 Pequeno 100 Alto 84 Pequeno 243 Alto 75 Pequeno 22 Alto
104 Pequeno 100 Alto 81 Pequeno 263 Alto 19 Grande 23 Alto
71 Pequeno 101 Alto 71 Pequeno 264 Alto 79 Pequeno 24 Alto
19 Grande 104 Alto 69 Pequeno 282 Alto 102 Pequeno 24 Alto
44 Grande 104 Alto 85 Pequeno 283 Alto 30 Grande 25 Alto
53 Grande 108 Alto 53 Grande 285 Alto 99 Pequeno 25 Alto
48 Grande 115 Alto 31 Grande 287 Alto 67 Pequeno 27 Alto
83 Pequeno 117 Alto 83 Pequeno 287 Alto 70 Pequeno 27 Alto
98 Pequeno 124 Alto 35 Grande 289 Alto 71 Pequeno 27 Alto
35 Grande 125 Alto 98 Pequeno 291 Alto 18 Grande 28 Alto
102 Pequeno 128 Alto 48 Grande 315 Alto 37 Grande 29 Alto
81 Pequeno 138 Alto 32 Grande 319 Alto 103 Pequeno 29 Alto
32 Grande 140 Alto 17 Grande 333 Alto 87 Pequeno 31 Alto
17 Grande 147 Alto 103 Pequeno 336 Alto 8 Grande 33 Alto
87 Pequeno 148 Alto 80 Pequeno 348 Alto 51 Grande 34 Alto
14 Grande 163 Alto 87 Pequeno 362 Alto 84 Pequeno 34 Alto
80 Pequeno 167 Alto 14 Grande 373 Alto 32 Grande 36 Alto
139
Tabela AF3 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para os indicadores táticos.
(Conclusão)
Número de bolas recebidas (NR)
Número de contatos com a bola (NCT)
Número de variações de corredor (NVC)
Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação
18 Grande 174 Alto 52 Grande 387 Alto 43 Grande 36 Alto
52 Grande 199 Alto 18 Grande 396 Alto 44 Grande 39 Alto
50 Grande 226 Alto 37 Grande 459 Alto 88 Pequeno 46 Alto
33 Grande 237 Alto 33 Grande 482 Alto 17 Grande 59 Alto
54 Grande 244 Alto 54 Grande 486 Alto 52 Grande 64 Alto
36 Grande 246 Alto 36 Grande 575 Alto 14 Grande 73 Alto
37 Grande 247 Alto 50 Grande 577 Alto 33 Grande 128 Alto
38 Grande 299 Alto 38 Grande 627 Alto 38 Grande 146 Alto
Legenda: *escore bruto; vermelho= atletas com escores baixos; amarelo= atletas com escores moderados; verde= atletas com escores altos. Fonte: Dados do estudo
140
Tabela AF4 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para os indicadores táticos.
(Continua)
Velocidade de transmissão da bola (VTB)
Número de bolas conquistadas (NC)
Total de bolas jogadas (BJT)
Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação
1 Grande 0,26 Baixo 1 Grande 0 Baixo 55 Pequeno 10 Baixo
16 Grande 0,28 Baixo 2 Grande 0 Baixo 22 Grande 18 Baixo
22 Grande 0,29 Baixo 3 Grande 0 Baixo 12 Grande 25 Baixo
103 Pequeno 0,29 Baixo 4 Grande 0 Baixo 90 Pequeno 29 Baixo
69 Pequeno 0,29 Baixo 7 Grande 0 Baixo 40 Grande 32 Baixo
63 Pequeno 0,30 Baixo 15 Grande 0 Baixo 89 Pequeno 32 Baixo
78 Pequeno 0,31 Baixo 22 Grande 0 Baixo 91 Pequeno 33 Baixo
72 Pequeno 0,33 Baixo 25 Grande 0 Baixo 77 Pequeno 36 Baixo
47 Grande 0,33 Baixo 30 Grande 0 Baixo 56 Pequeno 40 Baixo
12 Grande 0,33 Baixo 39 Grande 0 Baixo 25 Grande 42 Baixo
20 Grande 0,34 Baixo 40 Grande 0 Baixo 57 Pequeno 44 Baixo
31 Grande 0,34 Baixo 45 Grande 0 Baixo 9 Grande 53 Baixo
56 Pequeno 0,34 Baixo 47 Grande 0 Baixo 76 Pequeno 55 Baixo
85 Pequeno 0,35 Baixo 55 Pequeno 0 Baixo 94 Pequeno 58 Baixo
25 Grande 0,35 Baixo 57 Pequeno 0 Baixo 1 Grande 65 Baixo
86 Pequeno 0,36 Baixo 62 Pequeno 0 Baixo 20 Grande 68 Baixo
4 Grande 0,36 Baixo 64 Pequeno 0 Baixo 2 Grande 69 Baixo
48 Grande 0,37 Baixo 72 Pequeno 0 Baixo 72 Pequeno 76 Baixo
26 Grande 0,37 Baixo 76 Pequeno 0 Baixo 6 Grande 78 Baixo
24 Grande 0,37 Baixo 77 Pequeno 0 Baixo 99 Pequeno 82 Baixo
23 Grande 0,37 Baixo 88 Pequeno 0 Baixo 74 Pequeno 83 Baixo
53 Grande 0,38 Baixo 89 Pequeno 0 Baixo 73 Pequeno 84 Baixo
66 Pequeno 0,38 Baixo 91 Pequeno 0 Baixo 62 Pequeno 85 Baixo
90 Pequeno 0,38 Baixo 93 Pequeno 0 Baixo 96 Pequeno 91 Baixo
71 Pequeno 0,38 Baixo 94 Pequeno 0 Baixo 11 Grande 102 Baixo
61 Pequeno 0,39 Baixo 99 Pequeno 0 Baixo 21 Grande 103 Baixo
79 Pequeno 0,39 Baixo 103 Pequeno 0 Baixo 47 Grande 109 Moderado
10 Grande 0,39 Baixo 6 Grande 1 Moderado 100 Pequeno 110 Moderado
141
Tabela AF4 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para os indicadores táticos.
(Continuação)
Velocidade de transmissão da bola (VTB)
Número de bolas conquistadas (NC)
Total de bolas jogadas (BJT)
Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação 64 Pequeno 0,39 Baixo 12 Grande 1 Moderado 64 Pequeno 124 Moderado
50 Grande 0,39 Baixo 20 Grande 1 Moderado 82 Pequeno 125 Moderado
6 Grande 0,40 Moderado 21 Grande 1 Moderado 34 Grande 128 Moderado
41 Grande 0,40 Moderado 23 Grande 1 Moderado 97 Pequeno 130 Moderado
83 Pequeno 0,41 Moderado 24 Grande 1 Moderado 30 Grande 131 Moderado
2 Grande 0,41 Moderado 51 Grande 1 Moderado 10 Grande 132 Moderado
87 Pequeno 0,41 Moderado 56 Pequeno 1 Moderado 60 Pequeno 138 Moderado
93 Pequeno 0,41 Moderado 63 Pequeno 1 Moderado 23 Grande 141 Moderado
100 Pequeno 0,41 Moderado 65 Pequeno 1 Moderado 51 Grande 143 Moderado
84 Pequeno 0,41 Moderado 78 Pequeno 1 Moderado 24 Grande 145 Moderado
58 Pequeno 0,41 Moderado 90 Pequeno 1 Moderado 7 Grande 146 Moderado
15 Grande 0,42 Moderado 100 Pequeno 1 Moderado 92 Pequeno 155 Moderado
27 Grande 0,42 Moderado 9 Grande 3 Moderado 46 Grande 158 Moderado
70 Pequeno 0,42 Moderado 10 Grande 3 Moderado 63 Pequeno 160 Moderado
98 Pequeno 0,43 Moderado 16 Grande 3 Moderado 26 Grande 164 Moderado
43 Grande 0,43 Moderado 29 Grande 3 Moderado 41 Grande 164 Moderado
36 Grande 0,43 Moderado 41 Grande 3 Moderado 42 Grande 166 Moderado
55 Pequeno 0,43 Moderado 74 Pequeno 3 Moderado 65 Pequeno 168 Moderado
19 Grande 0,43 Moderado 98 Pequeno 3 Moderado 4 Grande 181 Moderado
46 Grande 0,43 Moderado 104 Pequeno 3 Moderado 49 Grande 183 Moderado
39 Grande 0,43 Moderado 19 Grande 4 Moderado 5 Grande 184 Moderado
35 Grande 0,43 Moderado 34 Grande 4 Moderado 59 Pequeno 187 Moderado
29 Grande 0,43 Moderado 73 Pequeno 4 Moderado 13 Grande 190 Moderado
14 Grande 0,44 Moderado 86 Pequeno 4 Moderado 28 Grande 191 Moderado
44 Grande 0,44 Moderado 92 Pequeno 4 Moderado 78 Pequeno 191 Moderado
32 Grande 0,44 Moderado 102 Pequeno 4 Moderado 58 Pequeno 196 Moderado
18 Grande 0,44 Moderado 11 Grande 5 Moderado 75 Pequeno 204 Moderado
17 Grande 0,44 Moderado 13 Grande 5 Moderado 95 Pequeno 218 Moderado
142
Tabela AF4 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para os indicadores táticos.
(Continuação)
Velocidade de transmissão da bola (VTB)
Número de bolas conquistadas (NC)
Total de bolas jogadas (BJT)
Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação 3 Grande 0,44 Moderado 26 Grande 5 Moderado 39 Grande 226 Moderado
5 Grande 0,44 Moderado 31 Grande 5 Moderado 88 Pequeno 234 Moderado
92 Pequeno 0,44 Moderado 35 Grande 5 Moderado 93 Pequeno 234 Moderado
13 Grande 0,45 Moderado 46 Grande 5 Moderado 3 Grande 235 Moderado
62 Pequeno 0,45 Moderado 53 Grande 5 Moderado 68 Pequeno 235 Moderado
76 Pequeno 0,45 Moderado 58 Pequeno 5 Moderado 8 Grande 239 Moderado
73 Pequeno 0,45 Moderado 61 Pequeno 5 Moderado 101 Pequeno 241 Moderado
45 Grande 0,46 Moderado 68 Pequeno 5 Moderado 61 Pequeno 246 Moderado
7 Grande 0,46 Moderado 82 Pequeno 5 Moderado 67 Pequeno 247 Moderado
49 Grande 0,46 Moderado 18 Grande 6 Moderado 29 Grande 248 Moderado
57 Pequeno 0,46 Moderado 43 Grande 6 Moderado 27 Grande 257 Moderado
11 Grande 0,47 Moderado 49 Grande 6 Moderado 16 Grande 260 Moderado
75 Pequeno 0,47 Moderado 60 Pequeno 6 Moderado 45 Grande 276 Moderado
8 Grande 0,47 Moderado 97 Pequeno 6 Moderado 43 Grande 280 Moderado
101 Pequeno 0,48 Moderado 28 Grande 7 Moderado 79 Pequeno 286 Moderado
38 Grande 0,48 Moderado 42 Grande 7 Moderado 15 Grande 296 Moderado
67 Pequeno 0,48 Moderado 44 Grande 7 Moderado 66 Pequeno 300 Moderado
80 Pequeno 0,48 Moderado 48 Grande 7 Moderado 86 Pequeno 307 Moderado
95 Pequeno 0,48 Moderado 85 Pequeno 7 Moderado 104 Pequeno 308 Moderado
104 Pequeno 0,48 Moderado 5 Grande 8 Alto 70 Pequeno 313 Moderado
59 Pequeno 0,49 Alto 14 Grande 8 Alto 44 Grande 348 Moderado
33 Grande 0,49 Alto 36 Grande 8 Alto 19 Grande 350 Moderado
97 Pequeno 0,49 Alto 59 Pequeno 8 Alto 102 Pequeno 355 Alto
28 Grande 0,50 Alto 75 Pequeno 8 Alto 84 Pequeno 358 Alto
82 Pequeno 0,50 Alto 81 Pequeno 8 Alto 69 Pequeno 373 Alto
54 Grande 0,50 Alto 95 Pequeno 8 Alto 71 Pequeno 377 Alto
74 Pequeno 0,51 Alto 8 Grande 9 Alto 31 Grande 390 Alto
52 Grande 0,51 Alto 27 Grande 9 Alto 85 Pequeno 390 Alto
143
Tabela AF4 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para os indicadores táticos.
(Conclusão)
Velocidade de transmissão da bola (VTB)
Número de bolas conquistadas (NC)
Total de bolas jogadas (BJT)
Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação 9 Grande 0,52 Alto 66 Pequeno 9 Alto 53 Grande 398 Alto
81 Pequeno 0,52 Alto 69 Pequeno 9 Alto 81 Pequeno 409 Alto
94 Pequeno 0,53 Alto 87 Pequeno 9 Alto 98 Pequeno 416 Alto
42 Grande 0,53 Alto 32 Grande 10 Alto 83 Pequeno 418 Alto
96 Pequeno 0,54 Alto 96 Pequeno 10 Alto 35 Grande 419 Alto
37 Grande 0,54 Alto 71 Pequeno 12 Alto 103 Pequeno 433 Alto
88 Pequeno 0,54 Alto 17 Grande 13 Alto 48 Grande 437 Alto
21 Grande 0,55 Alto 50 Grande 13 Alto 32 Grande 469 Alto
34 Grande 0,55 Alto 79 Pequeno 13 Alto 17 Grande 493 Alto
77 Pequeno 0,57 Alto 80 Pequeno 13 Alto 87 Pequeno 519 Alto
102 Pequeno 0,57 Alto 33 Grande 14 Alto 80 Pequeno 528 Alto
30 Grande 0,58 Alto 37 Grande 14 Alto 14 Grande 544 Alto
89 Pequeno 0,60 Alto 83 Pequeno 14 Alto 18 Grande 576 Alto
68 Pequeno 0,61 Alto 67 Pequeno 15 Alto 52 Grande 611 Alto
60 Pequeno 0,61 Alto 84 Pequeno 15 Alto 37 Grande 720 Alto
40 Grande 0,68 Alto 101 Pequeno 15 Alto 33 Grande 733 Alto
51 Grande 0,71 Alto 70 Pequeno 16 Alto 54 Grande 754 Alto
65 Pequeno 0,72 Alto 38 Grande 24 Alto 50 Grande 816 Alto
91 Pequeno 0,94 Alto 54 Grande 24 Alto 36 Grande 829 Alto
99 Pequeno 1,00 Alto 52 Grande 25 Alto 38 Grande 950 Alto
Legenda: *escore bruto; vermelho= atletas com escores baixos; amarelo= atletas com escores moderados; verde= atletas com escores altos. Fonte: Dados do estudo
144
APÊNDICE G
COMPROVANTE DE SUBMISSÃO E AVALIAÇÃO DE ARTIGO SUBMETIDO
JOURNAL OF PHYSICAL EDUCATION (B1).
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