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DISCIPLINA DE SOLOS III
PROFESSOR EDUARDO GUIMARÃES COUTO
AULA NO 1
Principais conceitos de solo em uso atualmente1.
O solo como uma rocha intemperizada ou regolito
Usado por engenheiros, geólogos, cientistas espaciais, e oceanógrafos. Soloneste conceito inclui todo material solto e rocha inconsolidada sobre asuperfície da terra, e mesmo em outros planetas e corpos celestiais.
Este conceito é muito antigo e foi usado como o principal conceito nosprimeiros levantamentos de solo nos E.U.A. Este conceito foi muitopopularizado com a NASA (solo da lua).
Solo como um meio para o crescimento das plantas.
A relação muito próxima entre plantas e solos tem sido usada desde a pré-história, desde que o homem passou a cultivar. A primeira classificação nestesentido foi desenvolvida na China entre 4.000 e 5.000 anos atrás.
Solo como um corpo natural organizado.
Dokuchaev, no fim do século XIX, considerado o pai da pedologia, foi quemmostrou que os solos tinham horizontes formados por processos pedogenéticos
1-Baseado no primeiro capítulo do livro de FANNING,D.S.& FANNING,M.C.B.:"Soil: Morphology, Gene-sis, and Classification.(1989) e em RESENDE,M. Obra citada.
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, e que eram diferentes da rocha de origem ou sedimentos. As característicasdos solos eram determinadas pela combinação dos fatores de formação do solo(material de origem, clima, organismos, relevo, e tempo).
Definição de solo pela Soil Taxonomy.Coleção de corpos naturais sobre a superfície da terra, em alguns lugaresmodificado e até mesmo feito pelo homem, utilizando a terra, contendo matériaviva e sustentando ou capaz de sustentar plantas ao ar livre
Dificuldade de se definir solo é que os fenômenos familiares são aquelesem que o artificialismo as definições se torna menos requisitado.
A definição do que seja solo é muito influenciado pela experiência práticamais imediata dos definidores.
Analisando as seguintes definições:a) É a camada enriquecida em húmus, escurecida, e onde se encontra a maior parte das raízes;
b) Coleção de corpos naturais...
c) Camada inconsolidada que recobre as rochas e mantém a vida animal evegetal na terra (VIEIRA,1975);
d) Camada inconsolidada que recobre a rocha: sinônimo de regolito.Observa-se que:
• As definições (a) (b) e (c) enfatizam o solo como suporte para as vidasvegetal e animal.
• A def.(a) inapropriadamente assume que as raízes (a menor parte) que seaprofunda não têm importância para a def. de solo como suporte dosvegetais.
• A def.(b) dá idéia de solos (plural) e, de uma forma mais clara que (a)considera solo como um corpo in situ.
• A definição (c) não admite horiz. ou camadas consolidadas dentro dosolo como fazendo parte do mesmo.
• A def.(d) parece ser a mais simples e inclui todas as outras definições,
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ressalvando o fato de incluir os horizontes consolidados, definidos na SOIL
TAXONOMY(1975).
Figura 1. Fatores de Formação dos Solos (Jenny, 1941)
O solo é o resultado de processos de transformação da rocha sob aação do clima e organismos. O tempo desses processos depende daevolução do relevo.
O solo mais velho ocorre:
1. onde a erosão natural é menor,
2. onde o relevo mais plano favoreceu o aprofundamento dos horizontes A,B e .
Um relevo plano pode tornar-se acidentado. Os solos velhos de umapaisagem podem ser substituídos por solos mais jovens. Há, com otempo, o rejuvenescimento dos solos de uma paisagem.
O rejuvenescimento ocorre em conseqüência da criação de desníveisno terreno pela ação das forças tectônicas e das mudanças de clima.
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Em qualquer dos casos a erosão é a causa da renovação. Asmudanças de clima alteram a cobertura vegetal e, conseqüentemente,a erosão.
Na formação do solo há dois processos envolvidos: intemperização elixiviação. Eles não são necessariamente da mesma intensidade
Se a intemperização é lenta e a lixiviação rápida, o solo é rico emminerais primários facilmente intemperizáveis e pobre em nutrientesdisponíveis. Tudo que é liberado dos minerais (pela intemperização) élixiviado. Isso acontece nas áreas mais frias e com muita água ().
Os solos das áreas elevadas dos estados do sul (PR, SC e RS) sãopobres, ainda que originados de basalto ou mesmo que o solo sejaraso. Nesse caso as temperaturas baixas e a precipitaçãorelativamente bem distribuída o ano todo propiciam uma lixiviaçãoacentuada. Isso acontece a tal ponto que o solo, apesar de rico emminerais primários facilmente intemperizáveis, não é necessariamenterico em nutrientes disponíveis (não é eutrófico).
Por que e para que classificar os solos? Necessidade inata de ordem. O ato de grupar as percepções está na
base da própria conservação da vida. Ingestão de plantas venenosas por um animal, ou de alimento
estragado pelo homem, representam identificação errôneas.
Classificação: Algo que serve para organizar nossos conhecimentos a respeito dos
objetos de tal maneira que as propriedades deles possam ser
relembradas e as relações entre eles entendidas (Cline, 1949).
É a expressão do processo de conhecimentos ganhos. É umcontínuo exercício de seleção (abstração), cujo erros tendem a ser corrigidos , em algumas circunstâncias, por dolorosos insucessos!
Aspectos importantes Reconhecimento e definição de grupos (terra mista, terra fraca e terra de
cultura).
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Predições (Latossolo Amarelo baixo teor de Fe2O3, caulinítico,goethítico, coeso, adensado, pobre em nutrientes, topografia suave)PrevisõesLatossolo Amarelo Agente pigmentante Estrutura: é função do comportamento dos componentes argilosos
Modelo de gênese da estrutura granular
Caulinita tem a forma de placas (filossilicato)
Arranjo face a face
Óxidos de Fe (hematita: Fe2O3 e goethita: Fe2O3. H2O) e
Al (gibbsita: Al2O3. H2O)
Desorganizadores ao nível microscópico
Desorganização microscópica
Organização macroscópica
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estrutura forte granular de tamanho menor, com pouca coerência entre os
grânulos
Solos pobres em Fe2O3 e em gibbsita terão > organização microscópica,favorecendo o encrostamento e camadas compactas
< infiltração e > erosão laminar com grande probabilidade de arraste denutrientes concentrados nos primeiros centímetros
As operações de cultivo tendem a orientar as lâminas de argila, implicando nummaior cuidado no preparo e cultivo destes solos (manutenção da m. orgânica
nestes sistemas)
Reflexo do conhecimento (processo de aperfeiçoamento constante.Não é uma verdade que se busca, mas um artifício criado pelo homem
para realizar uma função)
Relações custo – benefício
Estrutura lógica do ato de classificar (identificação é função de quemidentifica. Pedra Canga em Cuiabá corpo duro que machuca o pé,material para piso de estrada, indicío de flutuação do lençol freático naregião.
Atributos de solo usados como características diferenciais naclassificação
Na classificação de solos objetiva-se o grupamento de coisas que devemestar juntas, por terem um número máximo de propriedades comuns.
Sistema hierárquico de classificação (Figura 1)
No
de informações em VI > do que em I.
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No
de atributos comuns em LA álico A moderado textura argilosa relevosuave ondulado fase caatinga hipoxerófila é muito maior do que entre osLatossolos Amarelos.
1, 2, 3, 4, ,5 e 6 são características diferenciais.
Objetivo das características diferenciais
Separação de classes
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Figura 2. Sistema hierárquico de classificação.
Escolha da característica diferencial
Propriedades do solo que substituam na medida do possível um conjunto
de outras propriedades
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Devem ser propriedades do solo mensuráveis no campo, ou que possamser inferidas de prop. observadas no campo, além de estaremrelacionadas com a gênese do solo (ex: cor e teor de Fe2O3)
(a) Nível de abstração: depende do contexto Solo amarelo não diz muita coisa Solo com alto teor de Fe2O3 também, mas um solo amarelo com alto teor
Fe2O3tem valiosas informações genéticas.
Taxonomia desejável1. A definição de cada grupo deve ter, quando possível, o mesmo significado
para todo o mundo Latossolo com alto teor de Fe2O3 (Qual é o limite?) Qual foi o extrator utilizado?
2. A taxonomia deve ser multicategórica Latossolo Amarelo, Latossolo A álico, Latossolo Amarelo álico com a
moderado ...
3. As classes devem se referir aos solos que ocupam áreas geográficas Deve-se evitar uma pré-classificação de solos não conhecidos
4. As características diferenciais devem ser propriedades do solo mensuráreisno campo Teor de Fe2O3 material de origem, cor, clima, imã, limalhas de
ferro, estrutura “pó de café”, etc
5. A taxonomia deve ser modificável É um reflexo do conhecimento
6. As características diferenciais devem permanecer constantes após o usoagrícola Aceitas características que refletem efeito cumulativo de vários séculos
7. A taxonomia deve prover classes para todos os solos da paisagem Solos formam um continuum
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É mais apropriado segmentar-se este continuum1- A classificação deve incluir todos os solos do mundo Classificações consideram apenas os países onde foram elaboradas A inclusão de solos de outros países facilitaria obter-se uma melhor
visão de conjunto
Transferência de conhecimento Mapa de solos da FAO/UNESCO (1974)
1) Tipos de classificações Natural ou taxonômica objetivo: Servir aos levantamentos de solos Visa organizar o
conhecimento; considera todos os atributos conhecidos
Técnica ou interpretativa Objetivo: Servir para avaliar um problema específico; considera apenas
os atributos pertinentes ao problema (terras para irrigação, capacidade
de uso das terras, aptidão agrícola das terras, etc.)
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(Revisão, veja Exercício de Fixação no 1) _____________________________________________________________
MORFOLOGIA DO SOLO
Cor
A cor é uma das características mais fáceis de serem percebidas.
Matéria orgânica e compostos de Fe são os principais agentes responsáveis pela cor dos solos. Es-ses pigmentos atuam em geral num fundo de cor branca dado pelos silicatos.
O Fe pode apresentar-se em forma reduzida, oxidada hidratada e oxidada desidratada:
Fe(II) Fe(III) Fe(III)
CINZENTO AMARELO VERMELHO
FeOOH Fe2O3
Goethita (Gt) Hematita (Hm)
De modo geral a cor dos solos está relacionada com os seguintes parâmetros:
Drenagem
Em condições de excesso de água o ambiente é de redução; nesta condição, Fe(III) > Fe(II), a colo-ração tende a ser cinzenta (gleizada): é a tabatinga, presente sob a camada mais rica de matéria or-gânica dos Solos Hidromórficos.
A cor cinzenta pode estar misturada com outras cores
Mosqueada
A cor cinzenta pode ser dada pela ausência de ferro oxidado, Fe(III), isto é, se se tratar o solo comuma substância capaz de reduzir todo o Fe, a massa do solo, com ou sem a presença de ferro redu-zido (FeII), terá uma coloração cinzenta, podendo ser branca quando seca.
O manganês e o cobalto são elementos de comportamento semelhante ao do ferro
Drenagem
deficiências nas plantas, e nos animais. Elementos em solução, ainda não arrastados por lixiviação,podendo até ser tóxicos nestas condições.
Matéria Orgânica
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Apesar de dentro de certas restrições geográficas, a relação entre cor escura e matéria orgânica ser muito boa, tal generalização está longe de ser universal.
Os Latossolos, ricos em óxidos colorações que não refletem o seu conteúdo em matériaorgânica.
A hematita é um pigmento muito ativo: apenas cerca de 1 a 2% de hematita finamente pulverizada ésuficiente para dar tonalidade avermelhada ao solo.
Melhor correlação entre cor escura e teor de matéria orgânica em solos sem presença efetiva dehematita. A matéria orgânica aí expressa melhor a sua cor escura.
Por outro lado, solos como VERTISSOLOS apresentam colorações muito escuras, mesmo com baixoteor de matéria orgânica.
Forma e Conteúdo de Fe
Os técnicos do CNPS, têm observado que os fatores climáticos atuam sobre a relação entre cor ver-
melha e o conteúdo de óxidos de Fe nos Latossolos, das seguintes maneiras:1. nas regiões com período seco pronunciado (parte sul do Planalto Central, grande parte dos Esta-
dos de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro etc.), há boa relação entre cor vermelha e conte-údo de óxidos de ferro;
2. nas áreas com umidade mais bem distribuída, sem período seco pronunciado (como é o caso damaior parte da Amazônia, litoral sul da Bahia, planalto sul-rio-grandense etc.), os solos tendem aser amarelados, independentemente do seu teor em óxidos de ferro.
Os solos originados de rochas máficas (basaltos, diabásios, anfibolitos etc.) tendem a ter cores emdireção ao vermelho-escuro, refletindo a presença do maior teor de óxidos de Fe, na forma de hema-tita. O grande poder pigmentante da hematita mostra que os solos amarelos não a contêm.
ALMEIDA (1979), após analisar criticamente a ocorrência de hematita e goethita no solo, propôs omodelo em que a presença de Fe3+, isto é, Fe(III), em solução, embora em pequena quantidade, estárelacionada com a formação de hematita.
Os teores de Fe(III) são reduzidos em decorrência de: pobreza em Fe total da rocha original; libera-ção muito lenta deste Fe; altos teores (atividade) da matéria orgânica; e condições de redução (ex-cesso d'água).
ALTO ⇒ HEMATITA
Fe(III)
BAIXO GOETHITA
Hematita ou goethita = f [ Fe(III) na solução do solo]
1. em condições comparáveis, os solos desenvolvidos de rochas máficas (rochas em geral escuras,ricas em Fe e em outros nutrientes) serão mais vermelhos do que os originados de rochas maispobres em Fe;
2. em condição bioclimática muito seca, os solos não são tão vermelhos, pois há liberação lenta deFe devido à taxa de intemperismo ser baixa;
3. sob condições bioclimáticas muito ativas, muita umidade durante longos períodos e grande ativi-dade biológica, o solo tenderá a ser mais amarelado.
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Para rochas semelhantes (diabásio, por exemplo) o solo será mais vermelho no Planalto Central emais amarelo no Rio Grande do Sul e na Amazônia.
Os solos que estão ou estiveram sob condições pedoclimáticas mais úmidas, apresentando maior efeito anti-hematítico da matéria orgânica. .
4. mesmo que o solo seja intensamente vermelho, prevê-se que a relação goethita/hematita sejamaior nos horizontes superficiais (maior efeito da matéria orgânica).
Relação entre a taxa hematita (Hm)/hematita + goethita (Gt) e o matiz úmido de horizontes B deLatossolos do Sudeste e do Sul do Brasil (KÄMPF et al., 1988).
A grande mensagem desse modelo é que a intensidade de uma condição pode suplantar oefeito oponente de outra. Assim, mesmo sob condições periódicas de excesso d'água, a he-matita pode formar-se, havendo concentração suficiente de Fe(III). É o que ocorre nos mos-
queados vermelhos que dão origem às chamadas plintitas.
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Fixação de P
Os Latossolos, solos tropicais, ricos em óxidos de Fe e de Al fixam bastante P.
Mesmo a rocha sendo apenas relativamente rica em minerais máficos, os processos de formação dosolo nas áreas tropicais concentram residualmente os óxidos de Fe e de Al.
A gibbsita, Al(OH)3, tem um alto poder adsorvente, o que pode compensar o efeito dos óxidos de Fe,isto é, pode-se ter um solo relativamente pobre em óxidos de Fe e rico em gibbsita e, portanto, comalta capacidade de adsorção de P.
É fundamental considerar a textura, ao lado do conteúdo de óxidos (de Fe e de Al), nesses processosde fixação de P. Em condições comparáveis, solos mais argilosos apresentam maior fixação de P. Noentanto, em razão dos comentários anteriores, a aplicabilidade destas generalizações restringe-se asolos afins.
Fertilidade Geral
1. os solos mais vermelhos, mais ricos em óxidos de Fe, têm também, em geral, maiores teores deelementos-traços e de fósforo total;
2. apesar da afinidade geral entre elementos-traços e os teores de Fe, em concreções tem-se verifi-cado (FONTES et al., 1985) haver melhor relação dos primeiros com o teor de manganês.
3. os solos desferrificados, como discutido no item referente à drenagem, são pobres quanto aoselementos-traços mencionados.
Pode-se ter uma idéia relativa do teor de Fe (e de todas as suas implicações) baseando-se na facili-dade de desferrificação
Os cupins esbranquiçados (que refletem a cor da caulinita), que ocorrem em posições relativamenteelevadas da paisagem, tendem a indicar baixos teores de Fe no material de origem.
(b) Textura
Distribuição granulométrica do solo
Nome Limite de diâmetro------ mm --------
Representação no triângulotextural
Areia grossa 2-0,2 Areia (grossa + fina)
Areia fina 0.2-0,05 idem
Silte 0.05-0,002 Silte
Argila Menor que 0,002 Argila
A textura (distribuição granulométrica) de um solo depende, como outros atributos, da rocha de ori-gem e do grau de intemperização (idade) daquele.
O quartzo, sendo um mineral muito resistente quando de tamanho maior do que cerca de 0,05 mm dediâmetro é, no entanto, pouco resistente se ocorre nas frações argila e silte. Tende a se concentrar
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15em muitas rochas sedimentares - arenitos. Muito freqüentemente são encontrados cascalhos ar-redondados2, evidenciando atividade abrasiva por movimentação de água (rios), mesmo que atual-mente não haja neste sentido, outras evidências facilmente perceptíveis de que o leito do rio tenhaestado necessariamente naquele local.
Para se determinar a composição granulométrica (proporção das diferentes classes de partículas),geralmente é usada a tamisação (peneiragem) para a fração areia (mais grosseira); para as partículasmenores, a sedimentação diferencial das partículas, conforme o seu tamanho.
Pode-se representar a textura com o auxílio de um triângulo (Figura abaixo).
Nos vértices do triângulo estão representados 100% da fração correspondente, que decresce para-lelamente à base que lhe é oposta.
Areia fina e areia grossa formam um conjunto único (a fração areia), representado no triângulo: nele,% areia - % argila > 70.
Analisando a representação das classes texturais pelo triângulo, observa-se que:
1. nos vértices estão as classes de textura identificadas pelo nome da fração, com exceção do vérticesuperior;
2. a classe textural franco (barro, em algumas publicações) corresponde à classe textural em que su-postamente não há predominância marcante de nenhuma das frações. Ela se posiciona aproxima-damente no meio do polígono pentagonal. As frações argila, silte e areia estão aí presentes emdiferentes proporções. A fração argila ocorre em menor quantidade, cerca de 20%, enquanto queareia e silte correspondem a cerca de 40% cada. Isto porque a argila tem um papel físico-químicomuito mais pronunciado do que aquele das outras duas frações;
3. a fração argila, pela sua atividade, imprime seu nome a várias classes de textura, isto é, das treze
classes, sete levam o nome argila ou argilosa na sua denominação. Isso não acontece com qual-quer das outras frações, a não ser com a palavra franca (seis vezes), a qual não representa umafração.
Grau de Intemperização do Solo
A fração silte serve então como indicadora do grau de intemperização do solo ou do potencial dele deconter minerais primários facilmente intemperizáveis; isto é, de sua reserva em nutrientes.
A relação silte/argila tem sido proposta como índice do grau de intemperismo do solo: por exemplo, abaixo de 0,15 o solo é muito intemperizado.
A relação silte/argila de 0,7, quando a textura for média (menos de 35% de argila e % areia -% argila < 70) e de 0,6, quando for argilosa (35 a 60% de argila) ou muito argilosa (> 60% de
argila), ajuda a separar Cambissolos (solos jovens) de Latossolos (os solos mais ve-lhos),quando as características morfológicas desses solos forem semelhantes.
Em solos que sofreram um profundo intemperismo, há algumas ressalvas. Em grande parte do Su-deste do Brasil, os solos com solum (horizontes A + B) estreito freqüentemente apresentam relação
silte/argila elevada (> 0,7, por exemplo), mas o silte é formado por flocos de caulinita . Nesse caso osaltos teores de silte não correspondem a altos teores de minerais primários facilmente intemperizá-veis.
2 É comum no Nordeste subárido brasileiro, em terrenos cristalinos, em particular associados com os Brunos Não Cálcicos, a presença delençóis extensos de cascalhos quartzosos bem arredondados. O quartzo só se arredonda por atrito; isso pressupõe transporte por água (ougelo) a grandes distâncias. No caso do Sertão é o registro de antigas paisagens, antigos rios, várias gerações deles. A presença de veios dequartzo na rocha original que se estendia muitos metros acima da superfície atual fornece, por intemperismo do restante, o quartzo; o rio,
pelo atrito, arredonda; a erosão, ao longo dos milênios, removendo o material mais fino, concentra o mais grosseiro.
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Representação da textura pelo triângulo. af = areia franca.
Tendência a Encrostamento
A fração silte desempenha um papel muito importante no encrostamento (LEMOS, 1956), sendo dese prever que solos mais ricos em silte tenham uma tendência mais acentuada ao encrostamento.
Latossolo Roxo
fração argila floculada silte e areia muito fina encrostamento
Área Específica
1. quanto maior o teor de argila de um solo, para um mesmo tipo de argila, maior a área específica dosolo e maior a intensidade de fenômenos como retenção de água, capacidade de troca, resistênciaà erosão e fixação de fósforo;
2. o tipo de argila, como pode ser verificado na Tabela 2-B, tem enorme influência sobre a área espe-cífica e, assim, sobre as propriedades que com ela se correlacionam.
Estrutura
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17Se a massa do solo for coerente e não apresentar estrutura definida, diz-se que o solo é maciço;grãos simples, se a massa for solta.
Latossolo com aparência de pó de café é descrita, às vezes como tendo aspecto de maciça, porosa,formada de grânulos muito pequenos. Essa é a estrutura típica dos Latossolos.
Generalizações:
1. os óxidos de Fe e de Al, a matéria orgânica e o excesso de sais tendem a produzir estrutura gra-nular;
2. a expansão e contração de todo material, mais ou menos rico em argila, quando exposto a ciclosde umedecimento e secagem, quando em meio mais conservador de umidade (ou mais favorecidopor lixiviação oblíqua) tende a destruir a estrutura granular, dando origem a estrutura em blocos;
3. num Latossolo, a taxa de infiltração de água tende a ser maior no horizonte B do que no horizonte A → matéria orgânica, mais próxima à superfície, reduz a expansão e a contração que chegam a
afetar inclusive o horizonte B → A proporção de macroporos é maior mais próxima à superfície;
4. materiais que apresentam estrutura granular tendem a ter o mínimo de coerência entre os grânulos.Estes se forem pequenos, podem ser facilmente deslocáveis pela água, daí os Latossolos maisricos em óxidos de Al e de Fe (os Latossolos mais velhos) serem, ao contrário do que se apregoanormalmente, de fácil erodibilidade (Latossolo Roxo, por exemplo). Isso não é muito mais notadoporque tais solos tendem a ocorrer em superfícies bem suaves (pequena declividade);
5. os solos pobres em óxidos de Al e de Fe tendem a apresentar estrutura bastante afastada do tipogranular, exceto próximo à superfície, onde se faz sentir o efeito do teor mais elevado de matériaorgânica e da atividade da pedofauna; e, até certo ponto, também dos ciclos de umedecimento esecagem;
6. Os Solos Hidromórficos (gleizados ou acinzentados), nos horizontes pobres em matéria orgânica,apresentam muito poucos macroporos (dados nos outros solos essencialmente pela granularidadeda estrutura).
7. O excesso de sais tende a formar grânulos (como nos Solos Salinos) enquanto o Na tem efeitooposto, tendendo a formar estrutura prismática colunar (como nos Solonétzicos).
Tipos de estrutura, suas características e onde ocorrem
Forma(Tipo)
Características Ocorrência típica
Grânulos Não há direção preferencial; osagregados têm mais ou menosas mesmas dimensões em todosos eixos. Muito porosos em con-
junto
No horizonte A, rico em matéria or-gânica, e nos Latossolos(1)
Grumos Idem, porém mais poroso No horizonte A chernozêmico de al-guns solos
Blocos Semelhante a grânulos, mas as Horizonte B dos solos com B textural
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faces tendem a ser mais planas,e no solo estão em contato atra-vés das faces
(Podzólicos, Terras Roxas Estrutura-das)
Prismas O eixo vertical é maior. É umaestrutura alongada, formada ge-ralmente de agregados menoresem blocos
Em muitos solos com B textural. Nocorte exposto dos Latossolos (nessecaso geralmente não é composto deblocos)
Colunas Idem prismas, mas a parte supe-rior é arredondada. São com-pactas (muito pouco porosas)
Horizonte B solonétzico (horizonte Btextural com alto teor de Na+)
Laminar O eixo vertical é menor No horizonte A2 (atualmente desig-nado E, de eluvial) de muitos Pod-zólicos. Por efeito de compressão,pisoteio, por exemplo, na camadasuperficial
(1) Apenas nos Latossolos, horizonte B, é que a estrutura tende a ser verdadeiramente granular; nohorizonte A, onde há maior atividade de expansão e contração, os grânulos mais se parecem blocos.
Prismática
colunas prismas blocos grânulos
======================================>
gibbsita, hematita, goethita, matéria orgânica
Cerosidade À argila, partícula finíssima que, trazida dos horizontes superficiais é depositada na superfície dosagregados estruturais dos horizontes subsuperficiais, dá-se o nome de cerosidade, películas ou filmesde argila. A cerosidade pode ser dada também por simples rearranjo na superfície dos blocos, por exemplo. A cerosidade leva milênios para se formar.
Os Latossolos, solos mais intemperizados, mais ricos em óxidos de Fe e de Al, geralmente mais po-bres em nutrientes e mais profundos, em geral não possuem essas películas de argila, as quaisconstituem característica dos solos que apresentam horizonte B textural (Bt).
1. Os blocos, através da contração (quando o solo está secando), tendem a se separar uns dosoutros sempre no mesmo lugar. Assim, a cerosidade é a resultante de um processocumulativo.
2. A presença de cerosidade em solo relativamente desenvolvido, num depósito aluvial, indicaque, já há milênios, esse solo não sofre inundações.
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19Previsão de enchente em locais com inundações muito raras (apesar de não registradas histori-camente) critério de uso plausível em áreas de colonização recente.
1. A atividade biológica tende a destruir a cerosidadesolos já relativamente ricos em óxidos deFe e de Al, a cerosidade só consegue permanecer mais ou menos claramente na parte inferior do perfil.
2. A atividade de expansão-contração dos blocos faz com que haja um grande empacotamentode partículas no seu interior, mas ainda mais pronunciadamente na superfície, enfatizado pelacerosidade.
Daí os macroporos, por onde as raízes crescem, situarem-se entre os agregados (blocos). Ointerior dos agregados é pouco explorado pelas raízes, que atapetam a superfície em contato coma cerosidade.
Ambiente sujeito a grandes esforços físicos, havendo, inclusive, freqüentes rupturas eamassamento.
Trabalhos em laboratório, em que a estrutura é alterada (por exemplo, para a determinação do pontode murcha), requerem um ajustamento especial para as condições de campo.
A cerosidade guarda relação com outras modificações causadas por partículas finas. Assim, àsemelhança da argila silicatada, outras substâncias argilosas podem depositar-se, formando películas
que envolvem os agregados. Todos esses revestimentos recebem o nome de cutãs (veja Capítulo10). A cerosidade é o cutã argilã. Mangã, ferrã e orgã são os revestimentos de compostos demanganês, ferro e matéria orgânica, respectivamente.
Porosidade
Todo solo possui poros, mas seu número, tamanho, distribuição e continuidade são variáveisconforme o solo.
Os poros do solo são divididos em duas classes: microporos e macroporos, menores e maiores doque cerca de 0,05 mm de diâmetro, respectivamente.
Assim, é de se esperar que um solo argiloso (muitas partículas < 0,002 mm) apresente grandemicroporosidade; um solo arenoso (muitas partículas > 0,05 mm) apresente grande macroporosidade.
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Considerando que a porosidade está muito relacionada com o ar e a água
1. todo solo argiloso tem grande microporosidade, contudo pode possuir também grandemacroporosidade dada pela agregação (estrutura);
2. as raízes crescem melhor através dos macroporos;
3. os agentes que agregam as partículas primárias (argila, silte e areia) como matéria orgânica, Ca, eóxidos de Fe e de Al, favorecem o arejamento e a infiltração de água; enquanto os agentes quedesagregam (destroem os agregados), como o sódio (Na), compactação e puddlagem têm efeitoinverso, prejudicando sobremaneira o crescimento das raízes;
4. a água é retida com mais força nos poros menores: nos poros maiores, a própria gravidade removea água; nos menores, a água não é tão disponível para as plantas. Entre esses extremos existem
poros intermediários em tamanho e na tendência de comportamento. Nos microporos predomina aretenção de água por adsorção. Em contrapartida, sua infiltração e arejamento (trocas gasosas)diminuem;
5. a estrutura granular, quando bem expressa, como no caso do horizonte B dos Latossolos muitovelhos, determina no solo a existência de duas populações de poros mais ou menos distintas(figura anterior): os macroporos, entre os grânulos, e os microporos, no interior dos agregados;
6. Isso tende a classificar a água retida nestes solos em duas classes bem distintas: a que ocupa osporos maiores do que cerca de 1 μm (3 bars) e a água correspondente a poros com diâmetroequivalente menor que 0,2 μm (15 bars). Isso quer dizer que nesses solos não há praticamenteporos entre esses dois limites3. Tal fato é válido também para solos arenosos. Os solos que nãopossuem estrutura granular já tendem a apresentar geralmente maior incidência de poros entre 1 e
0,2 μm de diâmetro equivalente.
o fato de a maior parte da água disponível estar em poros variando de 30 a 1 μm de diâmetro,sugerem que, para alguns solos, a compactação poderia ser benéfica por aumentar a quantidade deporos na faixa mencionada. Isto é, seria possível, em princípio, para alguns Latossolos.
3 Isso faz com que a condutividade hidráulica não saturada (ou condutividade capilar), embora muito alta no início (após saturação pelaágua da chuva, por exemplo), caia bruscamente em cerca de 2 semanas, a valores de apenas 0,3 mm/dia (SANS, 1986). A deficiência hí-drica nesses solos só não é maior pela grande profundidade efetiva das raízes das plantas perenes; e, talvez, pelo acentuado crescimento
das raízes profundas na época seca.
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Solo antes (a) e depois de compactado (b), mostrando redução dos poros maiores em porosmenores que agora poderão, eles mesmos, conduzir água (e nutrientes) até àsraízes.
É preciso cautela para que não haja os efeitos contrários!
Se a compactação for muito intensa, começa a atuar todo um conjunto de fatores adversos: menor infiltração de água, maior erosão, menor crescimento de raízes, menor taxa de difusão de algunselementos como fósforo.
O espaço poroso total tende a ser maior nos solos argilosos do que nos arenosos e assim a difusão égeralmente maior nos primeiros, quando secos. Entretanto a maioria dos solos de climas tropicais
úmidos é geralmente mais úmida do que seca durante o ano, o que fecha os poros menores dossolos argilosos, ocorrendo, dessa forma, uma reversão do comportamento normal de difusão.
Esboço do processo de aeração do solo (HILLEL, 1982).
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Consistência
A coesão (atração das partículas entre si) e a adesão (atração das partículas por um outro corpo), sob várias con-dições de umidade, dá a consistência ao solo. A consistência tem implicações diretas no seu manejo.
Representação esquemática da consistência do solo conforme o teor de água. Em destaque afaixa de friabilidade, apropriada para aração etc., estreita nos solos de argila deatividade alta (Vertissolos, por exemplo) e bem mais ampla em algunsLatossolos.
Solos muito plásticos e muito pegajosos apenas podem ser trabalhados (arados, gradeados etc.) emamplitude estreita de umidade.
Os Latossolos podem ser trabalhados em maior amplitude de umidade.
Em solos mais plásticos e mais pegajosos, de lugares mal drenados4 (agora ou originalmente) por exemplo, deve-se ter mais cuidado com o conteúdo de água no solo por ocasião dos trabalhos demanejo, a fim de evitar dificuldades no seu preparo e a puddlagem.
Gibbsita, os óxidos de Fe (hematita, goethita) e a matéria orgânica tendem a desorganizar aspartículas no seu aspecto microestrutura.
Descrição de um perfil de solo determina-se a consistência nos três estados de umidade:seco, úmido e molhado.
Um solo macio (seco), muito friável (úmido), pouco plástico e pouco pegajoso (molhado), indicariqueza em óxidos de Fe e de Al, como é o caso geral dos Latossolos.
Um solo duro (seco), firme (úmido), muito plástico e muito pegajoso (molhado), permite inferir que setrata de um solo pobre em R2O3 (óxidos de Fe e de Al), bem provido de argilas com maior capacidadede troca catiônica, menos intemperizado e menos pobre em nutrientes.
Quanto mais argiloso um solo, maior a expressão das forças de coesão e da adesão.
Para solos com o mesmo teor de argila, quanto mais novo ele for, isto é, quanto menosintemperizado e mais rico em argilas mais ativas, maior vai ser a expressão das forças de coesão eadesão.
4 Os solos podem ser postos numa seqüência de drenagem, de excessivamente drenados (D1) de um lado, a muito mal drenados (D8) deoutro; os bem drenados (D4) junto com D3, D2 e D1 são de boa drenagem, conhecidos, genericamente, como bem drenados; D8, D7, D6,de muito mal a imperfeitamente drenados, são em conjunto os de drenagem bem deficiente, os mal drenados. Entre os bem drenados (D1,
D2, D3, D4) e os mal drenados (D8, D7, D6), estão os moderadamente drenados (D5).
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23 Relações gerais entre organização microscópica das partículas de argila, condições em que
ocorrem e seu efeito na consistência
Organização
Partículas bem organizadas, aumento decoesão e adesão
Partículas mal organizadas,diminuição de coesão eadesão
AgentesCompressão
Uso de máquinas, tendo o soloelevado teor de água
Argila com alta área específica
Ciclos de expansão-contração
Presença de altos teores de óxidos de Al, de Fe e matéria orgânica
Argila com baixa área específica(caulinita)
Condições em que ocorrem com freqüência
Solos desferrificados, cinzentos,pobres em matéria orgânica
Solos menos intemperizados, pobresem matéria orgânica
Solos de natureza latossólica
Solos com altos teores de matéria
orgânica e cálcio
Efeitos na consistência
Aumento de dureza, plasticidade,pegajosidade
Aumento de friabilidade
Presença de solos arenosos bastante endurecidos.
A proporção de areias de vários tamanhos, juntamente com o pouco de argila e silte que esses solosapresentam, induzem, quando trabalhados (às vezes até sem trabalhar), a um empacotamentodessas frações, formando uma camada muito dura à superfície.
As seguintes observações podem ser feitas:
1. o material, muito rico em agentes desorganizadores, em geral não é bom para cerâmica comum.
2. o material para enchimento de vasos para mudas que vão ser transportadas não deve ser muitopobre nos agentes desorganizadores, pois, neste caso, haveria um grande endurecimento erestrição no crescimento de raízes Æ teores desses agentes são muito elevados Æ poucacoerência entre os grânulos Æ torrão se parte com facilidade.
3. se o solo for muito argiloso mas se apresentar muito friável, desmanchando-se com facilidade sob
qualquer teor de águaÆ altos teores de agentes desorganizadores
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Æ solo muito velho (Latossolo) com todas as implicações em termos de lixiviação de nutrientes,fixação de P, penetração de raízes.
4. os solos cinzentos, por serem pobres em óxidos de Fe, se forem friáveis, porosos e argilosos,possuem altos teores de gibbsita. Estes ocorrem nos chapadões do Planalto Central, em geral
associados ao microrrelevo de murundus, relacionados às veredas.
Cimentação
As camadas cimentadas têm o nome genérico de pan, em inglês e, no Brasil, pã (Tabela 2-H). Comoos pãs têm, como comportamento típico, a restrição à movimentação de água e penetração de raízes,esse termo tem sido também aplicado a horizonte que não tem, necessariamente, qualquer agentecimentante mas que tem comportamento, quanto à água e raízes, semelhante ao dos pãs típicos.
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Tipos de pãs, características, ocorrência e importância para os solos brasileiros
Tipo Características Solosprincipaisondeocorrem
Ocorrência em solosbrasileiros
Argipã Camada subsuperficial densa comteor de argila muito mais alto queo material suprajacente, do qualestá separada por um limiteabrupto
Há acúmulo de argila. Estruturaprismática ou em blocos. Grandeplasticidade. Alta densidade apa-rente. É genética ou não. Possui
argila 2:1, também 1:1. Dificultapenetração de raízes e de água
Planossolo
Solonetz
Solonetz-So-lodizado
Solo comdescontinuidade litológica
Planossolos do RS e NEbrasileiro (Planossolos e soloscom B solonétzico)
Fragipã ou pãquebradiço
Textura intermediária (franco-siltosa, por exemplo). Estrutura emprismas grandes compostos de lâ-minas, blocos ou maciços. Duro,quando seco; quebradiço, quandoúmido. Alta densidade aparente,gênese obscura, sílica já foisugerida como cimento
PodzólicoBruno-Acin-zentado
Tem sido registrado principal-mente em alguns solos dostabuleiros costeiros (associadosao Grupo Barreiras) no NE e ES;bem como em algunsRegossolos das regiões subári-das
Ortstein A textura tende a ser maisgrosseira. Estrutura maciça, grãos
simples, geralmente com pelotasde tamanho de silte. Origem:iluvial(2); óxidos de Fe e matériaorgânica como agentescimentantes
Podzol Está incluído na classe dos PO-DZÓIS, que inclui horizonte B
podzol, cimentado ou não
Plintita Apresenta-se geralmente na formade mosqueados bem vermelhos evermelho-escuros ou com coresvariadas (sem predomínio claro denenhuma cor de fundo) e coresacinzentadas. A plintita endurece-se quando exposta à ciclos deumedecimento e secagem
Plintossolo
Laterita Hi-dromórfica
Solos comadjetivaçãoplíntica
É muito comum na Amazônia.Ocupa grandes extensões noMA, no Vale do Mearim (soloeutrófico). Ocorre também noPlanalto Central e até mesmoem menor proporção, sobcaatinga
“Ironstone”Laterita, canga,plintita endu-recida
O endurecimento parece estar relacionado com cristalização dosóxidos de ferro
Cambissolos,Latossolos,Litossolosetc., quandorecebem aadjetivaçãoconcre-cionários
É muito comum no BrasilSetentrional, nas rupturas dedeclive e abaixo dos aflo-ramentos dos depósitosferríferos no QuadriláteroFerrífero (MG).
Duripã Cimentado principalmente por sílica e secundariamente por ferroe carbonatos
Solos de regi-ões maissecas (noBrasil não sãomuito im-
portantes)
Tem sido registrado em algunssolos, Solonetz-Solodizado, por exemplo. O horizonte A de al-guns solos do sertão subárido,Seridó, por exemplo, tende a ter
características semelhantes à
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duripã
Pedoclima
Numa macroescala pode-se generalizar o pedoclima com base nas condições climáticas das regiões. As fases de vegetação original são usadas para caracterizar o pedoclima.
Fases de vegetação
Existem atualmente mais de 50 formas de vegetação, reconhecidas pelos levantamentos de solos noBrasil. Pode-se, porém, grupar as seguintes fases: floresta, cerrado, campos, caatinga, vegetação derestinga e outras formações mais localizadas, tais como: as relacionadas com carnaúba, praias edunas, Solos Salinos, manguezal e as rupestres (nos afloramentos de rocha).
Hidrófila-higrófilade
Perúmida
Perenifólia Sub-perenifólia
Subcaducifólia Caducifólia
várzea =======Aumento em =======Î
Deficiência hídrica
Número de meses secos
Queda de folhas (caducifolismo)
Nos levantamentos de solos (Tabela 2-I) essas províncias são bastante subdivididas para dar melhores indicações sobre as condições ecológicas do solo.
Províncias vegetacionais do Brasil, segundo modificações feitas por CALDAS et al. (1978), a
partir dos dados de EITEN (1972). C = cerrado (sensu lato), CL = campo limpo,
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27CA = campo altimontano, S = savana, F = floresta mesofítica. Dentro de cada
província, a composição da flora pode variar. Assim, na extremidade sul da Ma-ta Atlântica, há a presença de araucária.
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Formas de vegetação empregadas como fases de classes de solos (adaptado de EMBRAPA, 1979).
VEGETAÇÃO
FLORESTAHidró-fila higrófila Per-úmida perenifólia Subperenifólia subcaducifólia caducifólia
Equatorial (1)(2) (1)(2) (1)
Tropical (3) (3) (3) (3)
Subtropical (2) (2)
Cerradão
Tropical
Cerrado
EquatorialTropical
Campos
Equatoriais(2)
Tropicais
Subtropicais(2)
Cerrado: vereda equatorial, vereda tropical, campo cerrado equatorial, campo cerrado tropical
Campos: hidrófilo de surgente, pampas e xerófilo
Caatinga: de várzea, do Pantanal, hipoxerófila, hiperxerófila
Restinga: arbustiva e campo, floresta hidrófila e não hidrófila
Outras: manguezal, praias e dunas, ciliar de carnaúba e halófilas, rupestres
Exemplo: floresta equatorial subperenifólia dicótilo-palmácea.
(1) Acrescentar dicótilo-palmácea (babaçual), quando for o caso.
(2) Distinguir altimontana (o), quando for o caso.
(3) De várzea, quando for o caso.
Vegetação campestre - É subdividida inicialmente em equatorial, tropical e subtropical. Cada umadestas divide-se em hidrófila e higrófila de várzea, expressando, nessa ordem, melhoria dearejamento do solo, ainda que ligeira. Ainda são incluídos campos xerófilos, hidrófilos de surgente(nas cabeceiras das veredas e pampas.
O estudo cuidadoso do Tabela 2-I conduz a algumas observações muito interessantes:
1. os teores de água no solo diminuem da esquerda para a direita;
2. a deficiência de oxigênio (encharcamento) no solo aumenta para a esquerda, principalmente noque se refere às três últimas colunas;
3. no preparo do terreno para plantio, se houver necessidade de queima da floresta, esta será maisdifícil em direção à esquerda;
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294. para culturas que necessitam de um período seco para maturação, colheita etc., as fases mais à
esquerda (perúmida, perenifólia e até mesmo parte de subperenifólia) podem apresentar proble-mas;
5. os campos (a vegetação campestre) são muito relacionados com extremos de pedoclima: ou muitafalta de oxigênio (campos hidrófilos) ou falta de nutrientes muito acentuada, ligada a altos teoresde Al trocável, como é o caso dos campos subtropicais altimontanos.
Pedoforma
O solo é um corpo tridimensional. Como tal possui uma forma externa que vem a ser a sua topografia(pedoforma). Ao lado da cor, a pedoforma é a característica mais facilmente visível do solo.
Os solos mais jovens (com todas as suas implicações) situam-se nas partes mais rejuvenescidas dapaisagem
È
relevo mais acidentado Æ erosão geológica muito mais acelerada
È
vida média de exposição do material do solo é relativamente pequena
È
o material é removido pela erosão natural antes de atingir um envelhecimento muito acentuado
Tipos básicos de pedoforma
Os Latossolos (os solos mais velhos) têm em geral pedoformas convexo-convexás
È
significa que a curva de nível (curvatura) é convexa e que o perfil (inclinação), perpendicular à curvade nível, também é convexo. Uma bola de futebol ou uma laranja cortada ao meio, apresenta do ladode fora uma forma convexo-convexa.
Podem-se obter nove tipos básicos de pedoforma: a forma convexo-convexa seria C-P-; o interior,C+P+; a superfície de uma tábua (ou de um plano inclinado) seria CoPo.
Tais formas apresentam perfil (inclinação) e curvatura (curva de nível). Considerando como sinal (+) aforma que favorece a concentração de água no sistema, como (o), a forma linear e como (-), a quefavorece a dispersão e perda de água pelo sistema, pode-se definir qualquer forma com ascombinações de C e P com os respectivos sinais (Figura abaixoI).
Implicações
Sendo C-P- a forma típica dos Latossolos, isto parece indicar ser essa a forma de equilíbrio. A áreade exposição de uma esfera é a menor possível. Todos os corpos tendem a reduzir sua área deexposição: da gota de água aos astros, a forma esférica é a tendência maior. O processo de erosão(a busca de novos equilíbrios) tende a destruir as formas convexo-convexas através, por exemplo, doprocesso de ravinamento: pequenas ravinas que depois se ampliam formando o que se chamacomumente de grota. Os solos mais novos tendem a apresentar maior inci¬dência de ravinas. Apedoforma torna-se mais interrompida (mais descontínua), o que tem implicações na penetração deágua e na mecanização.
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As nove pedoformas básicas (TROEH, 1965).
Imagine uma manilha na posição vertical, cortada longitudinalmente ao meio: a parte externacorresponde à forma C-Po e a parte interna a C+Po. Uma bola de borracha cortada ao meiomostra externamente C+P- e internamente C+P+.
Quando o material de origem já foi muito intemperizado, antes do ciclo atual de pedogênesse, podehaver solos muito velhos com relevo acidentado e pedoformas muito variadas, refletindo uma fase derejuvenescimento atual.
O critério de pedoforma, no entanto, se funciona bem em algumas áreas, em outras torna-se menosútil. Assim, na Chapada do Apodi (RN), sendo os desníveis muito pequenos, a cor e os afloramentosde rocha refletem, com muito mais intensidade, as diferenças entre os solos: a pedoforma aí nãoajuda muito.
Nas áreas mais acidentadas, a pedoforma é usada como principal critério, subsidiado, conforme asituação, pela cor e por outras propriedades.
Solos com B textural tendem a apresentar, abaixo do horizonte A, transição para o horizonte B, umareentrância formando como que uma aba, devido à resistência que as raízes dão ao horizonte A .
Abaixo da reentrância, o horizonte B fica inclinado na forma de uma "saia". Quando o solo é umLatossolo, não há a "saia" (Figura 2.J).
Quando o barranco se apresenta muito perfurado (ninhos de passarinho), geralmente há duaspossibilidades: ou o solo tem textura mais arenosa, em geral é um Latossolo de textura média.
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31S argiloso, ele reflete altos teores de agentes desorganizadores em nível microestrutural, isto é, tra-ta-se de solo muito oxídico, com altos teores de gibbsita. A areia que se acumula ao longo das linhasde drenagem serve, nesse caso, para auxiliar na identificação do Latossolo mais arenoso.
Formas do barranco de um Solo com B textural e de um Latossolo.
Na formação dos solos ocorrem reações físicas, químicas e biológicas que determinam os diferentes
horizontes com suas características peculiares.
Há uma tendência de se expressar o desenvolvimento do solo em termos de quatro processos (videabaixo).
Tem sido generalizado o uso de expressões que indicam a dominância de alguns processosassociados com a certa condição de clima e organismos, isto é, bioclimática, ou a uma condição localde topografia e excesso de água ou de sais.
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AULA NO 2( Veja Exercício de Fixação no 2)
Tipos de processos de formação do solo e exemplos
Processo Exemplos
Transformação Ruptura da rede cristalina dos minerais primáriosGênese dos minerais de argila
Decomposição da matéria orgânica
Remoção Lixiviação de elementos para o lençol freático
Erosão
Translocação Eluviação de material orgânica, argila silicatada e
óxidos do horizonte A para o BMovimentação de material dentro do perfil em outrasdireçoes
Adição Incorporação de matéria orgânica ao solo
Sedimentação ligeira
FONTE: SIMONSON (1959).
Detalhamento de alguns processos (Fanning & Fanning, 1991)
Eluviação e iluviação
- Movimento por Solução (solução + Lixiviação)
Ex.: Dessilicatização: processo muito importante na formação dos latossolos.
- Quelação : retenção de íons metálicos dentro de uma estrutura em forma deanel, de um composto orgânico com propriedades complexantes.
Oxirredução
Nos solos de drenagem deficiente, encharcados, o oxigênio disponível esgota-se logo. Os próximos oxidantes, substituindo o oxigênio na recepção deelétrons, são nitratos e alguns compostos de manganês, quando esses seesgotam, e fazem-no rapidamente, pois existem em pequena quantidade, oferro de valência 3 na goethita e hematita passa a ser o recepcionador deelétrons, passando de Fe(III), para Fe(II), dando a cor cinzenta das tabatingas.
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33
Pedoturbação
Muito importante para a formação da estrutura granular dos solos (cupins,minhocas, etc.).
Erosão, aluviação e outros processos de adição
Remoção do horizonte A Æ exposição do horizonte B Æ aração Æ horizonte Anovamente. Tanto a erosão quanto a aluviação tendem a destruir solosexistentes ? novos solos serão formados.
Adições naturaisÆ loess, quartzo e micas (solos do Havaí)
Adições pelo homem (Terra Preta de Índio)
Sulfidização e Sulforização
Sulfidização Æ processo pelo qual os sulfetos se acumulam nos solos. Ocorreao longo das costas marítimas onde há fonte de enxofre. Bactérias, comoDesulfovibrio desifuricans reduz o SO4
2- para S2-.
Sulforização Æ processo pelo qual os sulfetos são oxidados com formação de
ácidos sulfúricos. Acúmulo de sulfetos (S2- ) no solo
Sulfetos expostos às condições de oxidação
Formação de ácido sulfúrico (H2SO4 → sulforização)
Salinização, Solonização e Solodização
Solonização e Solodização: Cátions de sais acumulados pela salinização são oNa e Mg (podem ser derivados de argilas 2:1 ( esmectitas).
Salinização : Sais acumulam-se nos horizontes superficiais. Origens:
1 – Liberados pelo intemperismo dos minerais;
2 – Mar (maresia);
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3 – Chuva;
4 – Lixiviação a partir de rochas salinas.
Solonchacks
A salinização pode ser artificialmente induzida pela irrigação em regiões áridas.
Sais Æ Colóides floculados Æ pH + baixo quando comparado a um soloSolódico (Solonetz).
Solonização: É o processo de formação de um solonetz
NaX + H2O ? HX + NaOH
X: complexo de troca
SolodizaçãoÆ É o processo de formação do Solodi
- Sais e H são floculantes; portanto, os Solos Salinos e Solodi têm
macroporosidade maior que o Solonetz;- Há maior eluviação (translocação) de argila do horizonte A para o horizonte
B no Solonetz, em ração do Na que é dispersante;- O pH será máximo no Solonetz por causa do Na e mínimo no Solodi, em
razão do H. O pH dos Solos Salinos são altos, mas intermediário entre osoutros dois (Solonetz e Solodi);
- Os Solonetz-Solodizados apresentam um pH relativamente baixo nohorizonte A e alto no B.
-
(4)
(1)
(3)(2)
Sais
B
Na
H
HH
Na p H >
1 0 , 0
Na
Solonchak (1) Solonotez (2)SolonotezSolodizado (3) Solodi (4)
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Mecanismos de eluviação e iluviação de argilas
1) O material de origem deve conter argila fina → argilas muito finas possuemcargas (-) tendem a se dispersar, a manos que haja alguma coisa paraconserva-las floculadas. Na aumenta a dispersão. M. Org. favorece afloculaçãoUmedecimento do solo → ruptura e dispersão das argilas
Argila dispersa Água percolante é depositada nos poros não capilares (faces dos peds ounas paredes dos poros)
Favorecido pelo déficit hídrico sazonal (fendilhamento do solo)
2) Outras maneiras de formação de horizonte B ricos em argila (horizontecâmbicos):- destruição da argila no epipedon pelo intemperismo- erosão seletiva de partículas mais finas do horizonte superficial- sedimentação de materiais superficiais de textura grosseira
GleizaçãoFe3+ + 1e- → Fe2+
A redução é normalmente seguida pela oxidação do Fe2+ ? Fe3+ e precipitaçãodos óxidos de Fe (FeOOH)
Baixo croma (cores acinzentadas)
A COR DO SOLO FORNECE PISTAS IMPORTANTES A RESPEITO DOSCONSTITUINTES DO SOLO, COMO TAMBÉM DO ESTADO DEOXIRREDUÇÃO DOS SOLOS.
O arejamento deficiente condiciona uma decomposição lenta da matériaorgânica, provocando seu acúmulo e um ambiente de redução (baixo potencialde oxirredução), que transforma Fe e Mn em formas reduzidas (solúveis),facilitando sua migração ou a toxidez para as plantas.
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A ausência de Fe (III) (Fe oxidado) ou a presença de Fe (II) (Fe reduzido) fazcom que o solo tenha o aspecto acinzentado esverdeado ou azulado (gleizado)abaixo da camada de matéria orgânica. A coloração esverdeada ou azulada
quase sempre implica na presença de Fe (II).
1. os Solo Hidromóficos estão nas depressões, isto é, nas partes mais baixasdo terreno;
2. quando são drenados, natural ou artificialmente, podem apresentar deficiência de Fe e Mn, que são levados para fora do alcance das raízes. OMn é reduzido mais rapidamente que o Fe, porém é reoxidado maislentamente.
O cobalto comporta-se de maneira semelhante ao Fe e Mn mas sua deficiênciase reflete nos animais.
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Quadro síntese dos processos (Buol, 1973)TERMO BREVE DEFINIÇÃO01a . Eluviação Movimento de material para fora de uma
determinada porção do perfil01b . Iluviação Movimento de material par um determinada porçãodo perfil.
02a . Lixiviação Remoção ou eluviação de materiais solúveis.02b . Enriquecimento Adição de material03a . Erosão superficial Remoção de material da camada superficial do solo.03b . Cumulização Adições eólica e hidrológica de particular minerais
na superfície do solo.04a . Decalcificação Reações que removem carbonato de cálcio de um
ou mais horizontes do solo.04b . Calcidicação Processo que inclui a acumulação de carbonato de
cálcio no horizonte Cak05a . Salinização Acumulação de sais solúveis tais como sulfatos e
cloretos de cálcio, magnésio, sódio e potássio.05b . Dessalinização Remoção de sais solúveis dos horizontes sálicos.06a . Alcalinização Acumulação de íons de sódio na CTC do solo.06b . Desalcalinização Lavagem de íons de sódio e sais do horizonte
nátrico.07a . Lessivagem Migração mecânica de particular minerais do
horizonte A para o B, com enriquecimento de argila.07b . Pedoturbação Processo biológico e físico de ciclagem (mistura) do
material do solo.
08a . Podzolização Migração química de alumínio e ferro e/ou M.Orgânica, resultando na concentração de sílica nacamada eluviada.
08b . Latolização Migração química de sílica para fora do sólum,tendo como conseqüência a concentração desesquióxidos de Al e Fe.
09a . Decomposição Destruição do mineral ou material orgânico.09b . Síntese Formação de novos minerais e espécies orgânicas.10a . Melanização Escurecimento de minerais claros pela mistura de
M. Orgânica.10b . Leucinização Desaparecimento do material orgânico escuro em
função da transformação da M. Orgânica.11a . “Littering” Acumulação de litter até uma profundidade < 30 cm.11b . Humificação Transformação do material orgânico em húmus.12a.Braumificação,Rubificação, Ferruginação
Liberação do ferro dos minerais primários edispersão das partículas de óxidos de ferro emquantidades crescentes nas formas oxidadas ouhidratadas ? grande número de cores.
12b . Gleização Redução do ferro em condições anaeróbicas, com aprodução de cores acromáticas.
AULA NO
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Principais Tipos de Horizontes Diagnósticos Superficiais
Horizonte Hístico – É um tipo de horizonte constituído predominantemente dematerial orgânico, contendo 80g/kg ou mais de C-org, resultante deacumulações de resíduos vegetais depositados superficialmente, ainda que, nopresente, possa encontrar-se recoberto por horizontes ou depósitos minerais emesmo camadas orgânicas mais recentes.
Mesmo após revolvimento da parte superficial do solo ( ex: por aração), osteores de matéria orgânica, após mesclagem com minerais, mantêm-seelevados.
Requisitos:
• espessura maior ou igual a 20 cm;
• espessura maior ou igual a 40 cm quando 75% (expresso em volume) oumais do horizonte for constituído de tecido vegetal na forma de restos deramos finos, raízes finas, cascas de árvores, excluindo as partes vivas;
• espessura de 10 cm ou mais quando sobrejacente a um contato lítico.
Horizonte A chernozêmico - É um horizonte mineral superficial, relativamenteespesso, de cor escura, com alta saturação por bases, que, mesmo apósrevolvimento superficial (ex.: por aração), atenda às seguintes características:
• estrutura do solo suficientemente desenvolvida, com agregação e grau dedesenvolvimento moderado ou forte, não sendo admitida,simultaneamente, estrutura maciça e consistência quando seco, dura oumais (muito dura e extremamente dura). Prismas sem estrutura
secundária, com dimensão superior a 30cm também não são admitidos, àsemelhança de estrutura maciça;
• cor do solo: croma úmido, ≤3 e valor ≤3 quando úmido e ≤ 5, quandoseco. Se o horizonte superficial apresentar 400g/kg de solo ou mais decarbonato de cálcio equivalente, os limites de valor quando seco sãorelegados; valor úmido ≤ 5;
• a saturação por bases (V%) ≥ 65% , com predomínio do íon cálcio e/oumagnésio;
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• carbono orgânico ≥ 6g/kg de solo ou mais em todo o horizonte, conformeo critério de espessura no item seguinte. Se, devido à presença de400g/kg de solo ou mais de carbonato de cálcio equivalente, c. orgânico ≥
25g/kg nos 18cm superficiais. O limite superior do teor de carbonoorgânico, para caracterizar o horizonte A chernozêmico, é o limite inferior excludente do horizonte hístico;
• a espessura, incluindo horizontes transicionais, tais como AB, AE ou AC,mesmo quando revolvido o material de solo, deve atender a um dosseguintes requisitos:
1. ≥ 10cm, se o horizonte A é seguido de contato com a rocha; ou
2. ≥18cm e mais que um terço da espessura do solum, ou mais que umterço da espessura dos horizontes A+C caso não ocorra B, se estasforem ≤ 75cm; ou ≥ 25cm, se o solo ≥75cm.
Horizonte A proeminente - Semelhante ao horizonte A chernozêmico em cor,consistência, estrutura, conteúdo de carbono orgânico e espessura, masapresentando saturação por bases inferior a 65%. Difere do horizonte A húmicopor não satisfazer os requisitos quanto ao teor de carbono orgânico em relaçãoà profundidade e ao teor de argila.
Horizonte A húmico - É um horizonte mineral superficial, com valor e croma(cor do solo úmido) ≤4 e saturação por bases (V%) inferior a 65%,apresentando espessura e conteúdo de carbono orgânico (C-org) dentro delimites específicos, conforme os seguintes critérios:
• espessura mínima como a descrita para o horizonte A chernozêmico;
• teor de carbono orgânico inferior ao limite mínimo para caracterizar ohorizonte hístico;
• teor total de carbono igual ou maior ao valor obtido pela seguinte
equação:∑ (C-org, em g/kg, de suborizontes A x espessura dosuborizonte, em dm) ≥ 60 + (0,1 x média ponderada de argila,em g/kg, do horizonte superficial, incluindo AB ou AC).
• O valor de C-org total requerido para um horizonte qualificar-se comohúmico deve ser maior ou igual aos resultados obtidos pela seguinteequação:
• C-org total ≥ 60 + (0,1 x média ponderada de argila do horizonte A)
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Para facilitar a compreensão dos procedimentos acima, é apresentado,
a seguir, um exemplo prático dos cálculos realizados em um horizonte A,descrito e coletado em campo.
Subhorizonte. Prof.
(cm)
C-org Argila Cálculo da médiaponderada da argila
Cálculo do C-orgtotal
Artigo II. A1 0- 3120,6
200 200 x 3,1dm/6,8dm=91,18 20,6x3,1dm= 63,86
A2 - 53
10,6
230 230 x 2,2 dm/6,8dm=74,41 10,6x2,2dm = 23,32
AB - 688,4
250 250 x 1,5 dm/6,8dm=55,15 8,4x1,5dm = 12,60
Total = 220,74 Total = 99,78
Substituindo a média ponderada de argila na equação “C-org total ≥ 60 + (0,1x média ponderada de argila)”, tem-se:
C-org total ≥ 60 + (0,1 x 220,74 ) = 82,07.
O valor de C-org total existente no horizonte A é de 99,78
>82,07 (considerado como o mínimo requerido para que o horizonte sejaenquadrado como A húmico) em função do teor médio ponderado de argila de
220,74 g/kg
O horizonte é húmico.
Horizonte A fraco- Horizonte superficial que apresenta :É um horizonte mineral superficial fracamente desenvolvido, seja pelo reduzidoteor de colóides minerais ou orgânicos ou por condições externas de clima evegetação, como as que ocorrem na zona semi-árida com vegetação decaatinga hiperxerófila.
O horizonte A fraco é identificado pelas seguintes características:
• cor do material de solo com valor ≥ 4, quando úmido, e ≥ 6, quando seco;
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• estrutura em grãos simples, maciça ou com grau fraco dedesenvolvimento;
• teor de carbono orgânico inferior a 6g/kg; e
• espessura menor que 5cm, quando não satisfizer ao estabelecido nositens anteriores.
É um horizonte característico da grande maioria dos solos da zona subáridacom vegetação de caatinga hiperxerófila, porém não exclusivo de solos destaregião.
Isto ilustra o inconveniente de se colocar peso excessivo num único fator.
As rochas de origem, na sua influência no solo, também dependem docontexto.
Horizonte A moderado - Horizonte superficial que apresenta teores decarbono orgânico variáveis, espessura e/ou cor que não satisfaçam aquelesrequeridos para caracterizar um horizonte A chernozêmico ou proeminente,além de não satisfazer, também, os requisitos para caracterizar um horizonte Aantrópico, horizonte A fraco e horizonte turfoso.
Horizonte A antrópico- Do grego anthropos, homem; dá conotação dehorizonte A produzido pela atividade humana. É um horizonte escuro eespesso, com elevado conteúdo de fósforo; são comuns os cacos de cerâmica,como nas Terras Pretas dos Índios, na Amazônia.
É um horizonte formado ou modificado pelo uso contínuo do solo, pelo homem,como lugar de residência ou cultivo, por períodos prolongados, com adições dematerial orgânico em mistura ou não com material mineral, ocorrendo, àsvezes, fragmentos de cerâmicas e restos de ossos e conchas.
O horizonte A antrópico assemelha-se aos horizontes A chernozêmico ou Ahúmico, já que a saturação por bases é variável, e, geralmente, difere destespor apresentar teor de P2O5 solúvel em ácido cítrico mais elevado que na parteinferior do solum.
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AULA NO 4
Principais Tipos de Horizontes Diagnósticos Subsuperficiais
HORIZONTE B TEXTURAL
É um horizonte mineral subsuperficial com textura franco arenosa ou mais fina,onde houve incremento de argila (fração <0,002mm), orientada ou não, desdeque não exclusivamente por descontinuidade de material originário.
É resultante de acumulação ou concentração absoluta ou relativa decorrente de
processos de iluviação e/ou formação in situ e/ou herdada do material deorigem e/ou infiltração de argila ou argila mais silte, com ou sem matériaorgânica e/ou destruição de argila no horizonte A e/ou perda de argila nohorizonte A por erosão diferencial.
O conteúdo de argila do horizonte B textural é maior que o do horizonte A ou Ee pode, ou não, ser maior que o do horizonte C.
Este horizonte pode ser encontrado à superfície se o solo foi parcialmentetruncado por erosão.
A cerosidade considerada na identificação do B textural é constituída demateriais coloidais minerais que, se bem desenvolvidos, são facilmenteperceptíveis pelo aspecto lustroso e brilho graxo, na forma de preenchimentode poros e revestimentos de unidades estruturais (agregados ou peds).
Nos solos sem macroagregados, com grãos simples ou maciça, a argila iluvialapresenta-se sob a forma de revestimento nos grãos individuais de areia,orientada de acordo com a superfície dos mesmos ou formando pontes ligando
os grãos.Na identificação de campo da maioria dos horizontes B texturais, acerosidade é importante.
No entanto, a simples ocorrência de cerosidade pode não ser adequadapara caracterizar o horizonte B textural, sendo necessário conjugá-la comoutros critérios auxiliares, pois, devido ao escoamento turbulento da água por fendas, o preenchimento dos poros pode se dar em um único evento de chuvaou inundação.
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Por esta razão, a cerosidade num horizonte B textural deverá estar presenteem diferentes faces das unidades estruturais e não, exclusivamente nasfaces verticais.
Será considerada como B textural a ocorrência de lamelas, de textura franco-arenosa ou mais fina, que, em conjunto, perfaçam 15cm ou mais de espessura,admitindo-se que entre as mesmas possa ocorrer material de textura arenosa.
Pode-se dizer que um horizonte B textural se forma sob um horizonte ouhorizontes superficiais, e apresenta espessura que satisfaça uma dascondições a seguir:
a) ter pelo menos 10% da soma das espessuras dos horizontes
sobrejacentes e no mínimo 7,5cm; ou
b) ter 15cm ou mais, se os horizontes A e B somarem mais que 150cm; ou
c) ter 15cm ou mais, se a textura do horizonte E ou A for areia franca ouareia; ou
d) se o horizonte B for inteiramente constituído por lamelas, estas devem ter,em conjunto, espessura superior a 15cm; ou
e) se a textura for média ou argilosa, o horizonte B textural deve ter espessura de pelo menos 7,5cm.
Em adição a isto, para caracterização de um horizonte B textural devemocorrer uma ou mais das seguintes carcterísticas:
f) presença de horizonte E no sequum, acima do horizonte B considerado,desde que o B não satisfaça os requisitos para horizonte B espódico, plíntico ouplânico;
g) grande aumento de argila total do horizonte A para o B, o suficiente paracaracterizar uma mudança textural abrupta11; ou
h) incremento de argila total do horizonte A para B suficiente para que arelação textural B/A12 satisfaça uma das alternativas abaixo:
• nos solos com mais de 400g de argila/kg de solo no horizonte A, relaçãomaior que 1,5; ou
• nos solos com 150 a 400g de argila/kg de solo no horizonte A, relação
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maior que 1,7; ou
• nos solos com menos de 150g de argila/kg de solo no horizonte A,relação maior que 1,8.
i) quando o incremento de argila total do horizonte A para o B for inferior aoespecificado no item h, o horizonte B textural deve satisfazer a uma dasseguintes condições:
I) solos de textura média ou arenosa/média, com ausência demacroagregados ou com estrutura em blocos fracamente desenvolvida, devem
apresentar um ou mais dos seguintes requisitos:
1 – argila iluvial, representada por cerosidade moderada em quantidade nomínimo comum, sob forma de revestimentos nos grãos individuais de areia,orientada de acordo com a superfície dos mesmos ou formando pontes ligandoos grãos ; e/ou
2 – presença de 20% ou mais (por volume) de pontuações claras de areialavada no horizonte A.
3 – presença de 20% ou mais (por volume) de pontuações claras ou pequenoscorpos mais argilosos no horizonte B que o material circundante,provavelmente eluviados através de canais de raízes.
II) solos com horizonte B de textura média e com estrutura prismática ou emblocos moderada ou mais desenvolvida devem apresentar cerosidade nomínimo moderada em um ou mais subhorizontes.
III) solos com horizonte B de textura argilosa ou muito argilosa e com
estrutura prismática ou em blocos devem apresentar cerosidade no mínimocomum e moderada em um ou mais subhorizontes.
IV) solos com relação textural B/A igual ou maior que 1,4, conjugado compresença de fragipã dentro de 200 cm da superfície desde que não satisfaça osrequisitos para B espódico.
j) se o perfil apresentar descontinuidade de material originário entre oshorizontes A ou E e o B textural (principalmente solos desenvolvidos demateriais recentes, como sedimentos aluviais) ou se somente uma camada
arada encontra-se acima do B textural, este necessita satisfazer um dos
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requisitos especificados nos itens h e/ou i.
Nota – Os horizontes B textural e B nítico não são mutuamente
exclusivos. A distinção entre Argissolos e Nitossolos é feita pelos teoresde argila, pelo gradiente textural e pela diferenciação de cor no B(policromia), conforme critérios constantes na definição de Nitossolos.
HORIZONTE B LATOSSÓLICO
É um horizonte mineral subsuperficial, cujos constituintes evidenciam avançadoestágio de intemperização, explícita pela alteração quase completa dosminerais primários menos resistentes ao intemperismo e/ou de minerais deargila 2:1, seguida de intensa dessilicificação, lixiviação de bases e
concentração residual de sesquióxidos, argila do tipo 1:1 e minerais primáriosresistentes ao intemperismo.
Constituído por quantidades variáveis de óxidos de ferro e de alumínio,minerais de argila 1:1, quartzo e outros minerais mais resistentes aointemperismo, podendo haver a predominância de quaisquer desses materiais.
Em sua constituição não deve restar mais do que 4% de minerais primáriosalteráveis (menos resistentes ao intemperismo) ou 6% no caso de muscovita,determinados na fração areia e recalculados em relação à fração terra fina.
A fração menor que 0,05 mm (silte + argila) poderá apresentar pequenasquantidades de argilominerais interestratificados ou ilitas, mas não deve conter mais do que traços de argilominerais do grupo das esmectitas.
Não deve ter mais de 5% do volume da massa do horizonte B latossólico quemostra estrutura da rocha original, como estratificações finas, ou saprólito, oufragmentos de rochas pouco resistentes ao intemperismo.
O horizonte B latossólico deve apresentar espessura mínima de 50cm, texturafranco arenosa ou mais fina e baixos teores de silte, de maneira que a relaçãosilte/argila seja inferior a 0,7 nos solos de textura média e inferior a 0,6 nossolos de textura argilosa, na maioria dos suborizontes do B até a profundidadede 200cm (ou 300cm se o horizonte A exceder a 150cm de espessura).
O horizonte B latossólico pode apresentar cerosidade pouca e fraca.
O horizonte B latossólico pode conter mais argila do que o horizontesobrejacente, entretanto, insuficiente para caracterizá-lo como um horizonte B
textural.
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Alguns horizontes B latossólicos apresentam valores de pH determinados em
solução de KCl 1mol. L-1
mais elevados que os determinados em H2O,evidenciando saldo de cargas positivas, características condizentes comestágio de intemperização muito avançado.
A capacidade de troca de cátions no horizonte B latossólico deve ser menor doque 17 cmolc/kg de argila, sem correção para carbono.
A relação molecular SiO2/Al2O3 (Ki) no horizonte B latossólico é menor do que2,2, sendo normalmente inferior a 2,0.
O horizonte B latossólico apresenta diferenciação pouco nítida entre os seussuborizontes, com transição, de maneira geral, difusa.
O limite superior do horizonte B latossólico, em alguns casos, é difícil de ser identificado no campo, por apresentar muito pouco contraste de transição como horizonte que o precede, verificando-se nitidez de contraste quase quesomente de cor e de estrutura entre a parte inferior do horizonte A e o horizonteB latossólico.
A estrutura neste horizonte pode ser fortemente desenvolvida, quando oselementos de estrutura forem granulares, de tamanho muito pequeno epequeno, ou fraca e mais raramente de desenvolvimento moderado, quando setratar de estrutura em blocos subangulares.
A consistência do material do horizonte B, quando seco, varia de macia amuito dura e de firme a muito friável quando úmido.
Usualmente, o horizonte B latossólico apresenta alto grau de floculação nossubhorizontes mais afastados da superfície e com menor teor de matéria
orgânica, o que evidencia a pouca mobilidade das argilas e a alta resistência àdispersão.
Muitos Latossolos de textura média, principalmente aqueles com mais baixosteores de argila e os muito intemperizados com saldo de cargas positivas,podem não apresentar um alto grau de floculação.
Em síntese, o horizonte B latossólico é um horizonte subsuperficial que nãoapresenta características diagnósticas de horizonte glei, B textural, B nítico eplíntico, e encontra-se presente abaixo de qualquer horizonte diagnóstico
superficial, exceto o hístico, e tem as seguintes características:
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• estrutura forte muito pequena a pequena granular (microestrutura), oublocos subangulares fracos ou moderados;
• espessura ≥ 50cm;
• < de 5% do volume que mostre estrutura da rocha original, comoestratificações finas, ou saprólito, ou fragmentos de rocha semi ou nãointemperizada;
• grande estabilidade dos agregados, sendo o grau de floculação da argilaigual ou muito próximo de 100% e o teor de argila dispersa menor que200 g/kg desde que o horizonte tenha 4g/kg ou menos de carbonoorgânico, e não apresente ΔpH positivo ou nulo;
• Pode apresentar comportamento atípico, horizontes com maior teor decarbono orgânico (geralmente horizonte BA), horizontes com cargastendendo para ou com saldo eletropositivo ou horizontes de texturamédia, próximos à classe generalizada de textura arenosa;
• textura franco arenosa ou mais fina, teores baixos de silte, sendo arelação silte/argila, até a profundidade de 200cm (ou 300cm se ohorizonte A exceder 150cm de espessura) na maioria dos suborizontes do
B, < 0,7 nos solos de textura média e < 0,6 nos solos de textura argilosaou muito argilosa;
• relação molecular SiO2/Al2O3 (Ki), determinada na ou correspondendo àfração argila, ≤ 2,2, sendo normalmente < 2,0;
• < 4% de minerais primários alteráveis (menos resistentes aointemperismo) ou < 6% de muscovita na fração areia, porém referidos a100 g de TFSA, podendo conter, na fração menor que 0,05mm (silte +argila), não mais que traços de argilominerais do grupo das esmectitas, e
somente pequenas quantidades de ilitas, ou de argilomineraisinterestratificados;
• capacidade de troca de cátions < 17cmolc/kg de argila, sem correçãopara carbono;
• cerosidade, se presente, é no máximo pouca e fraca.
HORIZONTE B INCIPIENTE
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Trata-se de horizonte subsuperficial, subjacente ao A, Ap, ou AB, que sofreu
alteração física e química em grau não muito avançado, porém suficiente parao desenvolvimento de cor ou de unidades estruturais, e no qual mais da metadedo volume de todos os suborizontes não deve consistir em estrutura da rochaoriginal.
O horizonte B incipiente deve ter no minimo 10 cm de espessura e apresentar as seguintes caractrísticas:
• não satisfazer os requisitos estabelecidos para caracterizar um horizonteB textural, B nítico, B espódico, B plânico e B latossólico;
• Não apresenta também cimentação, endurecimento ou consistênciaquebradiça quando úmido, características de fragipã, duripã e horizontepetrocálcico;
• Não apresenta quantidade de plintita requerida para horizonte plíntico enem expressiva evidência de redução distintiva de horizonte glei;
• Apresenta dominância de cores brunadas, amareladas e avermelhadas,
com ou sem mosqueados ou cores acinzentadas com mosqueados,resultantes da segregação de óxidos de ferro;
• Apresenta textura franco-arenosa ou mais fina;
• Apresenta desenvolvimento de unidades estruturais no solo (agregadosou peds) e ausência da estrutura da rocha original, em 50% ou mais doseu volume;
• Apresenta desenvolvimento pedogenético evidenciado por uma ou mais
das seguintes condições:
a. teor de argila mais elevado ou cromas mais fortes ou matiz maisvermelho do que o horizonte subjacente;
b. conteúdo de argila menor, igual ou pouco maior que o do horizonte A, neste último caso, não satisfazendo os requisitos de umhorizonte B textural;
c. remoção de carbonatos, refletida particularmente pelo menor
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conteúdo de carbonato em relação ao horizonte de acumulação decarbonatos subjacente;
d. decréscimo regular do conteúdo de carbono orgânico com aprofundidade, excetuando-se o caso de material de origemconstituído de sedimentos aluviais.
O horizonte B incipiente pode apresentar características morfológicassemelhantes a um horizonte B latossólico, diferindo deste por apresentar amaioria dos seguintes requisitos:
• CTC≥ 17cmolc/kg de argila;
• ≥ 4% minerais primários alteráveis (menos resistentes ao intemperismo),ou ≥ 6% de muscovita, determinados na fração areia, porém referidos àTFSA;
• relação molecular SiO2/Al2O3 (Ki) > 2,2;
• relação silte/argila ≥ 0,7 quando a textura for média, ou ≥ 0,6 quando for argilosa ou muito argilosa;
• espessura < 50cm;
• ≥ 5% do volume do horizonte apresenta estrutura da rocha original, comoestratificações finas, ou saprólito, ou fragmentos de rocha semi ou nãointemperizada.
Quando um mesmo horizonte satisfizer, coincidentemente, os requisitospara ser identificado como B incipiente e vértico, será conferidaprecedência diagnóstica ao horizonte vértico para fins taxonômicos.
No caso de muitos solos, abaixo de horizonte diagnóstico B textural, Bespódico, B latossólico, ou horizonte plíntico ou glei que coincidam comhorizonte B, pode haver um horizonte de transição para o C, no qual houveintemperização e alterações comparáveis àquelas do horizonte B incipiente,porém não é considerado um horizonte B incipiente em razão de sua posiçãoem seqüência a um horizonte de maior expressão de desenvolvimentopedogenético.
HORIZONTE B ESPÓDICO
Horizonte mineral subsuperficial, com espessura ≥ 2,5cm, que apresenta
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acumulação iluvial de matéria orgânica, associada a complexos de sílica-
alumínio ou húmus-alumínio, podendo ou não conter ferro, ou acumulação deferro com pouca evidência de matéria orgânica iluvial.
Ocorre, normalmente, sob qualquer tipo de horizonte A ou sob um horizonte E(álbico ou não) que pode ser precedido de horizonte A ou horizonte hístico.
É possível que o horizonte B espódico ocorra na superfície se o solo foitruncado, ou devido à mistura da parte superficial do solo pelo uso agrícola.
De um modo geral, o horizonte B espódico não apresenta organização
estrutural definida, apresentando tipos de estrutura na forma de grãos simplesou maciça, podendo, eventualmente, ocorrer outros tipos de estrutura comfraco grau de desenvolvimento.
No horizonte B espódico podem ocorrer partículas de areia e silte, comrevestimentos parciais de matéria orgânica, material amorfo e sesquióxidoslivres, ou preenchimento de poros por esses materiais, bem como grânulos dematéria orgânica e sesquióxidos de diâmetro entre 20 e 50 µ.
Em função dos compostos iluviais dominantes, e do grau de cimentação, ohorizonte espódico pode ser identificado como:
Bs – usualmente apresenta cores vivas de croma alto, indicando que oscompostos de ferro são dominantes ou co-dominantes e que há poucaevidência de matéria orgânica iluvial, exceto por padrões descontínuos natransição entre os horizontes A ou E para o B espódico.
Em geral, os horizontes Bs tem matiz de 5YR, 7,5YR ou 10YR, valor 4 ou 5 (nomáximo 6), e croma 4 a 8.
Bhs – identificado pela iluviação expressiva de ferro e matéria orgânica, sendoos compostos orgânicos distribuídos em faixas, ou como mosqueados, ouaglomerados, ou estrias, formando padrões heterogêneos dos compostosiluviais de ferro, alumínio e matéria orgânica.
Horizontes Bhs contêm quantidades significativas de ferro e alumínio extraíveispor oxalato (Feo e Alo). Em geral, os horizontes Bhs tem matiz de 2,5YR a10YR, valor/croma de 3/4, 3/6, 4/3 ou 4/4.
Bh – iluviação dominante de complexos matéria orgânica-alumínio, com pouca
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ou nenhuma evidência de ferro iluvial. O horizonte é relativamente uniformelateralmente e apenas o conteúdo de matéria orgânica e de alumíniodecrescem em profundidade.
No horizonte Bh, em geral, os grãos de areia não estão revestidos por materialiluvial, que ocorre como grânulos ou precipitados de matéria orgânica esesquióxidos de alumínio. Dominam nos horizontes Bh cores escuras, comvalor <4 e croma <3.
O horizonte B espódico também pode se apresentar sob a forma consolidada,denominada “ortstein” (Bsm, Bhsm ou Bhm).
Este se apresenta contínuo ou praticamente contínuo, fortemente cimentado
por complexos organometálicos e/ou aluminossilicatos amorfos e/ou compostosamorfos constituídos por diversas proporções de Al, Si e Fe.
A consistência muito firme ou extremamente firme é geralmente independentedo teor de umidade do solo.
Combinações dos horizontes acima podem ocorrer ao longo do perfil, como Bh – Bhs, Bh – Bs, ou Bh – Bs – Bsm etc., com variações de transição, espessura,padrões de cor e outras propriedades morfológicas.
Outro horizonte que pode ocorrer associado ou como variação do B espódico éo Plácico (do grego plax, pedra chata, significando um fino pã cimentado).
Constitui um horizonte fino, de cor preta a vermelho escura que é cimentadopor ferro (ou ferro e manganês), com ou sem matéria orgânica. Este horizonteconstitui um impedimento a passagem da água e ao desenvolvimento dasraízes das plantas.
O horizonte plácico deve atender aos seguintes requisitos:
• O horizonte é cimentado ou endurecido por ferro ou ferro e manganês,com ou sem matéria orgânica, acompanhados ou não de outros agentescimentantes;
• O horizonte é contínuo lateralmente, exceto por fendas verticaisespaçadas de ≥ 10cm através das quais pode haver penetração dosistema radicular; e
• O horizonte tem uma espessura variável entre 0,5cm (mínimo) e 2,5cm
(máximo).
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Em síntese, o horizonte B espódico é aquele que tem espessura mínima de
2,5cm, com acumulação iluvial de matéria orgânica, associada a complexos desílica-alumínio ou húmus-alumínio, podendo ou não conter ferro, ouacumulação apenas de ferro, com pouca evidência de matéria orgânica iluvial eque apresenta uma ou mais das seguintes características:
Um horizonte E (álbico ou não) sobrejacente e cores úmidas de acordo com umdos itens a seguir:
• Matiz 5YR ou mais vermelho;
• Matiz 7,5YR com valor ≤5 e croma ≤4 ;
• Matiz 10YR, com valor e croma ≤3;
• Cores neutras com valor ≤ 3 (N 3/ );
Uma das cores do item anterior ou matiz 7,5YR com valor ≤ 5 e croma 5 ou 6,ou matiz 10YR com valor ≤ 5 e croma < 6 e apresentando uma ou mais dasseguintes características:
• Cimentação por matéria orgânica e alumínio, com ou sem ferro, em 50%ou mais do horizonte e consistência firme ou muito firme nas partescimentadas;
• Quando de textura arenosa ou média, os grãos de areia não cobertos por películas de ferro ou matéria orgânica apresentam fissuras ou presençade grânulos pretos do tamanho da fração silte, ou ambos;
• Percentagem de alumínio mais metade da percentagem de ferro
(determinados pelo oxalato de amônio) com valor 0,50 ou maior, sendoeste valor pelo menos o dobro do encontrado no horizonte sobrejacente,seja A ou E;
• Qualquer cor se o horizonte é continuamente cimentado por umacombinação de matéria orgânica e alumínio com ou sem ferro,apresentando consistência quando úmido muito firme ou extremamentefirme.
HORIZONTE PLÍNTICO
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O horizonte plíntico caracteriza-se pela presença de plintita em quantidade≥15% (por volume) e espessura ≥15cm.
É um horizonte mineral B e/ou C que apresenta um arranjamento de coresvermelhas e acinzentadas ou brancas, com ou sem cores amareladas oubrunadas, formando um padrão reticulado, poligonal ou laminar.
Coloração usualmente variegada, com predominância de cores avermelhadas,bruno-amareladas, amarelo-brunadas, acinzentadas e esbranquiçadas (menosfreqüentemente amarelo-claras).
Muitos horizontes plínticos possuem matriz acinzentada ou esbranquiçada, commosqueados abundantes de cores vermelho, vermelho-amarelada e vermelho-
escuro, ocorrendo, também, mosqueados com tonalidade amarelada.
As cores claras que podem representar a matriz do horizonte possuem matiz ecroma conforme especificações que se seguem:
• matizes 2,5Y a 5Y; ou
• matizes 10YR a 7,5YR, com cromas baixos, usualmente até 4, podendoatingir 6 quando se tratar de matiz 10YR.
As cores avermelhadas, brunadas, amareladas e esbranquiçadas, quenormalmente representam os mosqueados do horizonte e os variegados,apresentam matiz e croma conforme especificações :
• matizes 10R a 7,5YR com cromas altos, usualmente > 4; ou
• matiz 10YR, com cromas muito altos, normalmente > 6; ou
• matizes 2,5Y a 5Y.
A textura é franco arenosa ou mais fina.
Quando não é maciço, o horizonte apresenta estrutura em blocos fraca oumoderadamente desenvolvida, ocorrendo também estrutura prismáticacomposta de blocos, sobretudo nos solos com argila de atividade alta.
Quando seco, o horizonte plíntico se apresenta compacto, duro aextremamente duro; quando úmido, é firme ou muito firme, podendo ter partesextremamente firmes; quando molhado, a consistência varia de ligeiramente
plástica a muito plástica e de ligeiramente pegajosa a muito pegajosa.
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O horizonte plíntico usualmente apresenta argila de atividade baixa, com
relação molecular Ki entre 1,20 e 2,20, entretanto tem sido constatada tambémargila de atividade alta neste horizonte.
O horizonte plíntico se forma em terrenos com lençol freático alto ou que pelomenos apresente restrição temporária à percolação da água.
Regiões de clima quente e úmido, com relevo plano a suave ondulado, deáreas baixas como depressões, baixadas, terços inferiores de encostas e áreasde surgente das regiões quente e úmidas favorecem o desenvolvimento dehorizonte plíntico, por permitir que o terreno permaneça saturado com água,
pelo menos, uma parte do ano e sujeito a flutuações do lençol freático.
A presença de concreções e nódulos de ferro imediatamente acima da zona dohorizonte plíntico pode ser uma comprovação de plintita no perfil, evidenciando,desse modo, o final do processo de umedecimento e secagem nestes pontos.
Este processo é acelerado quando o material é exposto em trincheiras, valasou cortes antigos de estrada.
Quando um mesmo horizonte satisfizer, coincidentemente, os requisitospara ser identificado como horizonte plíntico e também como qualquer umdos seguintes horizontes: B textural, B latossólico, B nítico, B incipiente,B plânico (excetuando-se B plânico de caráter sódico), ou horizonte glei,será identificado como horizonte plíntico, sendo a ele conferida aprecedência taxonômica sobre os demais citados.
HORIZONTE CONCRECIONÁRIO
Horizonte constituído de 50% ou mais, por volume, de material grosseiro com
predomínio de petroplintita, do tipo nódulos ou concreções de ferro ou de ferroe alumínio, numa matriz terrosa de textura variada ou matriz de material maisgrosseiro, identificado como horizonte Ac, Ec, Bc ou Cc.
O horizonte concrecionário, para ser diagnóstico, deve apresentar no mínimo30 cm de espessura.
Quando um mesmo horizonte satisfizer, coincidentemente, os requisitospara horizonte concrecionário e para qualquer um dos seguinteshorizontes: B textural, B latossólico, B nítico, B incipiente, horizonte
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plânico (excetuando B plânico de caráter sódico), horizonte glei ouqualquer tipo de horizonte A, será a ele conferida precedênciataxonômica.
HORIZONTE LITOPLÍNTICO
O horizonte litoplíntico é constituído por petroplintita contínua ou praticamentecontínua,
Este horizonte pode englobar uma seção do perfil muito fraturada mas em queexiste predomínio de blocos de petroplintita com tamanho mínimo de 20cm, ou
as fendas que aparecem são poucas e separadas umas das outras por 10 cmou mais.
Para ser diagnóstico, o horizonte litoplíntico deve ter espessura ≥10cm.
Este horizonte constitui um sério impedimento para penetração das raizes e daágua.
O horizonte litoplíntico difere de um horizonte B espódico cimentado (ortstein)por conter pouca ou nenhuma matéria orgânica.
HORIZONTE GLEI
É um horizonte mineral subsuperficial ou eventualmente superficial, comespessura ≥15cm, caracterizado por redução de ferro e prevalência do estadoreduzido, no todo ou em parte, devido principalmente à água estagnada, comoevidenciado por cores neutras ou próximas de neutras na matriz do horizonte,com ou sem mosqueados de cores mais vivas.
Trata-se de horizonte fortemente influenciado pelo lençol freático e regime deumidade redutor, virtualmente livre de oxigênio dissolvido em razão dasaturação por água durante todo o ano, ou pelo menos por um longo período,associado à demanda de oxigênio pela atividade biológica.
Quando da inexistência de elementos estruturais, a matriz do horizonte (fundo)mais tipicamente apresenta croma ≤1, com ou sem mosqueados.
O horizonte sendo saturado com água periodicamente, ou o solo tendo sido
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drenado, deve apresentar algum mosqueado, de croma alto concernente a
cores amareladas ou avermelhadas, resultantes de segregação de ferro eprecipitação na forma de óxidos, podendo apresentar algumas acumulaçõesmuito escuras algo avermelhadas, brandas ou semiconsolidadas, de manganêsou de ferro e manganês.
Quando presente, o teor de plintita é menor que 15%.
O horizonte glei pode ser um horizonte C, B, E ou hístico ou A, exceto o fraco.
Pode, ou não, ser coincidente com aumento de teor de argila no solo, mas, em
qualquer caso, deve apresentar evidências de expressiva redução.
Em síntese, o horizonte glei é um horizonte mineral, com espessura mínima de15cm, com menos de 15% de plintita e é saturado com água por influência dolençol freático durante algum período ou o ano todo, a não ser que tenha sidoartificialmente drenado, apresentando evidências de processos de redução,com ou sem segregação de ferro, caracterizadas por um ou mais dos seguintesrequisitos:
dominância de cores, em solo úmido, nas faces dos elementos da estrutura, ouna matriz (fundo) do horizonte, quando sem elementos estruturais, de acordocom um dos seguintes itens:
• cores neutras (N1/ a N8/) ou mais azul que 10Y; ou
• para matizes mais vermelhos que 5YR e valores maiores ou iguais a 4, oscromas devem ser iguais ou menores que 1; ou
• para matizes 5YR ou mais amarelos e valores maiores ou iguais a 4, os
cromas devem ser menores ou iguais a 2, admitindo-se para solos dematiz dominante 10YR ou mais amarelo, croma 3, no caso de diminuir nohorizonte subjacente; ou
• para todos os matizes e quaisquer valores, os cromas podem ser menores ou iguais a 2, desde que ocorram mosqueados de redução;
• Coloração variegada com pelo menos uma das cores de acordo com umdos ítens anteriores; ou
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• Presença de ferro reduzido, indicada em testes realizados no campo, pelacor desenvolvida mediante aplicação de indicadores químicos: como por exemplo a cor azul escura desenvolvida pelo ferricianeto de potássio a
1% em solução aquosa, ou a cor vermelha intensa desenvolvida pelo alfadipiridil (Childs, 1981).
Em qualquer dos casos, as cores de matiz neutro, azulado, esverdeado oucroma 3 ou menos sofrem variação no matiz com a secagem13 por exposiçãodo material ao ar.
É significativa a presença ocasional de mosqueados pretos ou preto-avermelhados, formados por nódulos ou concreções de manganês ou de ferroe manganês.
Quando um horizonte satisfizer, coincidentemente, os requisitos para ser identificado como horizonte glei e também como qualquer dos horizontesdiagnósticos sulfúrico, B incipiente, B textural, B nítico e B latossólico,será identificado como horizonte glei, atribuindo-se à condição degleização importância mais decisiva para identificação de horizontediagnóstico que aos demais atributos que ocorrem simultaneamente nohorizonte.
HORIZONTE E ÁLBICO
É um horizonte mineral comumente subsuperficial, no qual a remoção ousegregação de material coloidal e orgânico progrediu a tal ponto que a cor dohorizonte é determinada principalmente pela cor das partículas primárias deareia e silte e não por revestimento nessas partículas.
O horizonte E álbico deve apresentar no mínimo 1,0 cm de espessura e cores
que atendam a uma das seguintes exigências:
• valor no solo úmido maior ou igual a 6 e croma menor ou igual a 3; ou
• Valor no solo seco maior ou igual a 7 e croma no solo úmido menor ouigual a 3; ou
• Valor no solo úmido maior ou igual a 4, valor no solo seco maior ouigual a 5, e croma no solo úmido menor ou igual a 2; ou
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• Valor no solo úmido maior ou igual a 3, valor no solo seco maior ou
igual a 6, e croma no solo úmido menor ou igual a 2.
Excluem-se de E álbico horizontes cuja cor clara seja decorrente de calcáriofinamente dividido, que age como pigmento branco, bem como camadasarenosas (horizonte C), que satisfazem os critérios de cor, mas nas quais nãose pode caracterizar a remoção de materiais do solo.
O horizonte álbico, usualmente, precede um horizonte B espódico, Btextural, B plânico, horizonte plíntico, horizonte glei, fragipã ou umacamada impermeável que restrinja a percolação da água. Mais raramente,pode estar na superfície por truncamento do solo.
FRAGIPÃ
É um horizonte mineral subsuperficial, endurecido quando seco, contínuo oupresente em 50% ou mais do volume de outro horizonte, normalmente detextura média.
Pode estar subjacente a um horizonte B espódico, B textural ou horizonte
álbico.Tem conteúdo de matéria orgânica muito baixo, a densidade do solo é maior que a dos horizontes sobrejacentes e é aparentemente cimentado quandoseco, tendo então consistência dura, muito dura ou extremamente dura.
Quando úmido, o fragipã tem uma quebradicidade fraca a moderada e seuselementos estruturais ou fragmentos apresentam tendências a romperem-sesubitamente, quando sob pressão, em vez de sofrerem uma deformação lenta.
Quando imerso em água, um fragmento seco torna-se menos resistente,podendo desenvolver fraturas com ou sem desprendimento de pedaços, e seesboroa em curto espaço de tempo (aproximadamente 2 horas).
O fragipã é usualmente mosqueado e pouco ou muito pouco permeável à água.
Quando de textura média ou argilosa, o fragipã normalmente apresenta partesesbranquiçadas (ambiente de redução) em torno de poliedros ou prismas, osquais se distanciam de 10cm, ou mais, no sentido horizontal, formando umarranjamento poligonal grosseiro.
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O fragipã dificulta ou impede a penetração das raízes e da água no horizonteem que ocorre.
DURIPÃÉ um horizonte mineral subsuperficial, cimentado, contínuo ou presente em50% ou mais do volume de outro horizonte com grau variável de cimentaçãopor sílica e podendo ainda conter óxido de ferro e carbonato de cálcio.
Os duripãs variam de aparência, porém todos apresentam consistência,quando úmidos, muito firme ou extremamente firme e são sempre quebradiços,mesmo após prolongado umedecimento.
É um horizonte no qual:
• A cimentação é suficientemente forte, de modo que fragmentos secos nãose esboroam, mesmo durante prolongado período de umedecimento;
• Revestimentos de sílica, presentes em alguns poros e em algumas facesestruturais, são insolúveis em solução de HCl mol L-1, mesmo duranteprolongado tempo de saturação, mas são solúveis em soluçãoconcentrada e aquecida de KOH ou diante da adição alternada de ácido eálcali;
• A cimentação não é destruída em mais da metade de qualquer capeamento laminar que possa estar presente, ou em algum outrohorizonte contínuo ou imbricado, quando o material de solo é saturadocom ácido, mas é completamente destruída pela solução concentrada eaquecida de KOH por tratamento único ou alternado com ácido;
• As raízes e a água não penetram na parte cimentada, a não ser ao longode fraturas verticais que se distanciam de 10cm ou mais.
Corresponde à parte de conceito de “indurated pans”, segundo Estados Unidos(1951; 1994).
HORIZONTE CÁLCICO
Horizonte cálcico é formado pela acumulação de carbonato de cálcio. Estaacumulação normalmente está no horizonte C, mas pode ocorrer no horizonteB ou A.
O horizonte cálcico apresenta espessura de 15cm ou mais, enriquecida com
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carbonato secundário e contém 150g/kg ou mais de carbonato de cálcio
equivalente e tendo no mínimo 50g/kg a mais de carbonato que o horizonte oucamada subjacente.
HORIZONTE PETROCÁLCICO
Com o enriquecimento em carbonatos, o horizonte cálcico tendeprogressivamente a se tornar obturado com carbonatos e cimentado, formandohorizonte contínuo, endurecido, maciço, que passa a ser reconhecido comohorizonte petrocálcico.
Nos estágios iniciais do horizonte cálcico, este tem carbonatos de consistênciamacia e disseminados na matriz do solo, ou que se acumulam em concreçõesendurecidas ou ambos.
O horizonte petrocálcico evidencia o avanço evolutivo do processo decalcificação.
É um horizonte contínuo, resultante da consolidação e cimentação de umhorizonte cálcico por carbonato de cálcio, ou, em alguns locais, com carbonatode magnésio.
Pode haver presença acessória de sílica.
O horizonte é continuamente cimentado em todo o perfil, a tal ponto quefragmentos secos imersos em água não fraturam nem desprendem pedaços.Quando seco, não permite a penetração da pá ou do trado.
É maciço ou de estrutura laminar, muito duro ou extremamente duro quandoseco e muito firme a extremamente firme quando úmido.
A espessura mínima é, superior a 10cm, exceto no caso de horizonte laminar sobre rocha consolidada, que será considerado um horizonte petrocálcico setiver espessura igual ou superior a 1,0cm.
HORIZONTE SULFÚRICO
O horizonte sulfúrico tem 15cm ou mais de espessura e é composto de materialmineral ou orgânico cujo valor de pH é de 3,5 ou menor (1:2,5 por peso emágua, ou com um mínimo de água para permitir a medição) e mostra evidência
de que o baixo valor de pH é causado por ácido sulfúrico, devido a uma ou
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mais das seguintes características:
• concentração de jarosita; ou
• materiais sulfídricos imediatamente; ou
• 0,05% ou mais de sulfato solúvel em água.
Não é especificada a cor da jarosita (que pode ter croma≥ 3 ), nem requer necessariamente a sua presença. Horizontes sulfúricos sem jarosita sãoencontrados em materiais com alto teor de matéria orgânica, ou em materiaisminerais de um tempo geológico anterior, expostos na superfície.
Um horizonte sulfúrico forma-se pela oxidação de materiais minerais ouorgânicos ricos em sulfetos, como resultado da drenagem, mais comumenteartificial.
Tal horizonte é altamente tóxico para a maioria das plantas.
P pode formar-se em locais onde materiais sulfídricos tenham sido expostoscomo resultado da mineração de superfície, construção de estradas, dragagemou outras operações de movimento de terra.
HORIZONTE VÉRTICO
É um horizonte mineral subsuperficial que, devido à expansão e contração dasargilas, apresenta feições pedológicas típicas, que são as superfícies de fricção(“slickensides”) em quantidade no mínimo comum e/ou a presença de unidadesestruturais cuneiformes e/ou paralelepipédicas, cujo eixo longitudinal estáinclinado de 10o ou mais em relação à horizontal, e fendas em algum períodomais seco do ano com pelo menos 1cm de largura.
A sua textura mais freqüente varia de argilosa a muito argilosa, admitindo-sena faixa de textura média um mínimo de 300g/kg de argila.
O horizonte vértico pode coincidir com horizonte AC, B (Bi ou Bt) ou C, eapresentar cores escuras, acinzentadas, amareladas ou avermelhadas.
Para ser diagnóstico, este horizonte deve apresentar uma espessura mínima de20cm.
Em áreas irrigadas ou mal drenadas (sem fendas aparentes), o coeficiente de
expansão linear (COLE) deve ser 0,06 ou maior, ou a expansibilidade linear é
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de 6cm ou mais.
O horizonte vértico tem precedência diagnóstica sobre os horizontes Bincipiente, B nítico e glei.
HORIZONTE B PLÂNICO
É um tipo especial de horizonte B textural, com ou sem caráter sódico,subjacente a horizontes A ou E, apresentando normalmente mudança texturalabrupta.
O horizonte B plânico pode, também, ocorrer subjacente a qualquer tipo dehorizonte B, não requerendo, neste caso, a manifestação de mudança texturalabrupta.
Apresenta estrutura prismática, ou colunar, ou em blocos angulares esubangulares grandes ou médios, e às vezes maciça, permeabilidade lenta oumuito lenta e cores acinzentadas ou escurecidas, podendo ou não possuir cores neutras de redução, com ou sem mosqueados.
Este horizonte apresenta teores elevados de argila dispersa e pode ser
responsável pela formação de lençol de água suspenso, de existênciatemporária.
As cores do horizonte plânico refletem a sua baixa permeabilidade e devematender a pelo menos um dos seguintes requisitos:
a) cor da matriz (com ou sem mosqueado)
• matiz 10YR ou mais amarelo, cromas ≤ 3, ou excepcionalmente 4; ou
• matizes 7,5YR ou 5YR, cromas ≤ 2;
b) coloração variegada com pelo menos uma cor apresentando matiz e cromaconforme especificado no item a (Embrapa, 1975, p.241, perfil 45); ou
c) solos com matiz 10YR ou mais amarelo, cromas ≥ 4, combinado com um oumais mosqueados, tendo cromas conforme especificado no item a (Embrapa,1975a, p.312, perfil 50).
Para fins taxonômicos, o horizonte B plânico tem precedência diagnóstica
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sobre o horizonte glei, e perde em precedência para o horizonte plíntico,exceto para B plânico com caráter sódico.
HORIZONTE B NÍTICO
Horizonte mineral subsuperficial, não hidromórfico, de textura argilosa ou muitoargilosa, sem incremento de argila do horizonte superficial para o subsuperficialou com pequeno incremento, traduzido em relação textural B/A sempre inferior a 1,5.
Apresentam ordinariamente argila de atividade baixa ou menos; quando
conjugado com o caráter alítico, ≥20 cmolc/kg de argila;
A estrutura é em blocos subangulares, angulares ou prismática de graumoderado ou forte de desenvolvimento, com superfícies reluzentes dosagregados, característica esta descrita no campo como cerosidade no mínimocomum e moderada.
Apresentam transição gradual ou difusa entre os suborizontes do horizonte B.Este horizonte pode ser encontrado à superfície se o solo foi erodido.
O horizonte para ser identificado como B nítico deve atender aos seguintesrequisitos:
• espessura de 30 cm ou mais, a não ser que o solo apresente contatolítico nos primeiros 50 cm de profundidade, quando deve apresentar 15cm ou mais de espessura; e
• textura argilosa ou muito argilosa;
• estrutura em blocos ou prismática de grau moderado ou forte associada àcerosidade no mínimo comum e com grau forte ou moderado dedesenvolvimento ou;
• No caso de Nitossolos Brunos, a estrutura é prismática composta deblocos subangulares e angulares, moderada ou fortemente desenvolvida,com a superfície dos agregados pouco reluzentes (superfícies decompressão) e os cortes de estrada apresentam aspecto característico(rendilhado)
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Os horizontes B textural e B nítico não são mutuamente exclusivos. A
distinção entre ARGISSOLOS e NITOSSOLOS é feita pelos teores deargila, pelo gradiente textural e pela diferenciação de cor no solo(policromia), conforme critérios constantes na definição de NITOSSOLOS.
AULA NO 5
Atributos diagnósticos
1. MATERIAL ORGÂNICO
O material do solo será considerado como orgânico quando o teor de carbono
for igual ou maior que 80 g/kg, avaliado na fração TFSA, tendo por base valores
de determinação analítica, conforme método adotado pelo CNPS DA Embrapa.
2. MATERIAL INORGÂNICO
O material do solo é considerado material mineral quando não satisfizer orequisito exigido para material orgânico (item anterior).
3. ATIVIDADE DAS ARGILAS
Refere-se à capacidade de troca de cátions correspondente à fração argila,
calculada pela expressão: T x 1000/g.kg-1 de argila.
Atividade alta (Ta) designa valor igual ou superior a 27 cmolc/kg de argila, sem
correção para carbono e atividade baixa (Tb), valor inferior a 27 cmolc/kg de
argila, sem correção para carbono.
Este critério não se aplica aos solos das classes texturais areia e areia franca.
Para distinção de classes por este critério, é considerada a atividade da fração
argila no horizonte B, ou no C, quando não existe B.
4. SATURAÇÃO POR BASES
Refere-se à proporção (taxa percentual, V%=100. S/T) de cátions básicos
trocáveis em relação à capacidade de troca determinada a pH7.
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A expressão alta saturação se aplica a solos com saturação por bases igual ousuperior a 50% (Eutrófico) e baixa saturação para valores inferiores a 50%(Distrófico). Utiliza-se, ainda, o valor de V ≥ 65% para identificação do horizonte
A chernozêmico.
Para a distinção entre classes de solos por este critério é considerada asaturação por bases no horizonte diagnóstico subsuperficial (B ou C). Naausência destes horizontes a aplicação do critério é definida para cada classeespecífica.
5. CARÁTER ALUMÍNICO
Refere-se à condição em que o solo se encontra em estado dessaturado ecaracterizado por teor de alumínio extraível ≥ 4 cmolc/kg de solo associado à
atividade de argila < 20 cmolc/kg de argila, além de apresentar saturação por alumínio (100 Al+3/S + Al+3) ≥ 50% e/ou saturação por bases (V% = 100 S/T) <50%.
Para a distinção de solos mediante este critério é considerado o teor dealumínio extraível no horizonte B ou o horizonte C na ausência de B.
6. CARÁTER ALÍTICO
Refere-se à condição em que o solo se encontra dessaturado e apresenta teor
de alumínio extraível ≥ 4 cmolc/kg de solo, associado à atividade de argila ≥ 20cmolc/kg de argila e saturação por alumínio (100 Al+3/S + Al+3) ≥ 50% e/ousaturação por bases (V% = 100 S/T) < 50%.
Para a distinção de solos mediante este critério é considerado o teor dealumínio extraível no horizonte B ou o horizonte C quando o solo não tem B, ouno horizonte A quando o solo apresenta seqüência A, R.
7. MUDANÇA TEXTURAL ABRUPTA
Mudança textural abrupta consiste em um considerável aumento no teor deargila dentro de pequena distância na zona de transição entre o horizonte A ouE e o horizonte subjacente B.
Quando o horizonte A ou E tiver menos que 200g de argila/kg de solo, o teor de argila do horizonte subjacente B, determinado em uma distância vertical≤7,5cm, deve ser pelo menos o dobro do conteúdo do horizonte A ou E.
Quando o horizonte A ou E tiver 200g/kg de solo ou mais de argila, oincremento de argila no horizonte subjacente B, determinado em uma distânciavertical ≤7,5cm, deve ser pelo menos de 200g/kg a mais em valor absoluto na
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67fração terra fina (por exemplo: de 300g/kg para 500g/kg, de 220g/kg para
420g/kg).
8. CARÁTER SÓDICO
O caráter sódico é usado para distinguir horizontes ou camadas queapresentem saturação por sódio (100Na+/T) ≥ 15%, em alguma parte da seçãode controle que defina a classe.
9. CARÁTER SOLÓDICO
O caráter solódico é usado para distinguir horizontes ou camadas queapresentem saturação por sódio (100Na+/T) variando de 6% a < 15%, emalguma parte da seção de controle que defina a classe.
10. CARÁTER SALINO
Propriedade referente à presença de sais mais solúveis em água fria que osulfato de cálcio (gesso), em quantidade que interfere no desenvolvimento damaioria das culturas, indicada por condutividade elétrica do extrato desaturação ≥ 4dS/m e < 7dS/m (a 25° C), em alguma época do ano.
11. CARÁTER SÁLICO
Propriedade referente à presença de sais mais solúveis em água fria que osulfato de cálcio (gesso), em quantidade tóxica à maioria das culturas, indicadapor condutividade elétrica no extrato de saturação ≥ 7dS/m (a 25° C), emalguma época do ano.
12. CARÁTER CARBONÁTICO
Propriedade referente à presença de 150g/kg de solo ou mais de CaCO3
equivalente sob qualquer forma de segregação, inclusive concreções, desdeque não satisfaça os requisitos estabelecidos para horizonte cálcico.
13. CARÁTER COM CARBONATO
Propriedade referente à presença de CaCO3 equivalente sob qualquer forma de segregação, inclusive concreções, igual ou superior a 50g/kg de soloe inferior a 150g/kg de solo; esta propriedade discrimina solos sem caráter carbonático, mas que possuem horizonte com CaCO3.
14. PLINTITA
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É uma formação constituída da mistura de material de argila, pobre em carbonoorgânico e rica em ferro, ou ferro e alumínio, com grãos de quartzo e outrosminerais.
Ocorre comumente sob a forma de mosqueados vermelhos, vermelho-amarelados e vermelho-escuros, com padrões usualmente laminares,poligonais ou reticulados.
Quanto à gênese, a plintita se forma pela segregação de ferro, importando emmobilização, transporte e concentração final dos compostos de ferro, que podese processar em qualquer solo onde o teor de ferro for suficiente para permitir asegregação do mesmo, sob a forma de manchas vermelhas brandas.
A plintita não endurece irreversivelmente como resultado de um único ciclo de
umedecimento e secagem.
Depois de uma única secagem, ela se reumedece e pode ser dispersa emgrande parte por agitação em água com agente dispersante.
No solo úmido a plintita é suficientemente macia, podendo ser cortada com apá.
A plintita é um corpo distinto de material rico em óxido de ferro, e pode ser separada dos nódulos ou concreções ferruginosas consolidadas (petroplintita)
que são extremamente firmes ou extremamente duras, sendo que a plintita éfirme quando úmida e dura ou muito dura quando seca, tendo diâmetro > 2mme podendo ser separada da matriz do solo, isto é, do material envolvente.
Suporta amassamento e rolamento moderado entre o polegar e o indicador,podendo ser quebrada com a mão.
Quando submersa em água, por espaço de duas horas, não esboroa, mesmosubmetida a suaves agitações periódicas, mas pode ser quebrada ouamassada após ter sido submersa em água por mais de duas horas.
As cores da plintita variam nos matizes 10R e 7,5YR, estando comumenteassociadas a mosqueados que não são considerados como plintita, como osbruno-amarelados, vermelho-amarelados ou corpos que são quebradiços oufriáveis ou firmes, mas desintegram-se quando pressionados pelo polegar e oindicador, e esboroam na água.
a. A plintita pode ocorrer em forma laminar, nodular , esferoidal ouirregular.
15. PETROPLINTITA
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Material normalmente proveniente da plintita, que após ciclos de
umedecimento seguido de ressecamento acentuado, sofre consolidaçãovigorosa, dando lugar à formação de nódulos ou de concreções ferruginosas.
Apresenta dimensões e formas variadas (laminar, nodular, esferoidal ou emforma alongada arranjada na vertical ou irregular) individualizadas ouaglomeradas.
16. CARÁTER PLÍNTICO
Usado para distinguir solos que apresentam plintita em quantidade ouespessura insuficientes para caracterizar horizonte plíntico em um ou maishorizontes, em algum ponto da seção de controle que defina a classe. Érequerida plintita em quantidade mínima de 5 % por volume.
17. CARÁTER CONCRECIONÁRIO
Termo usado para definir solos que apresentam petroplintita na forma de
nódulos ou concreções em um ou mais horizontes dentro da seção de controleque defina a classe em quantidade e/ou espessura insuficientes paracaracterizar horizonte concrecionário.
É requerida petroplintita em quantidade mínima de 50 % por volume.
18. CARÁTER LITOPLÍNTICOUsado para definir solos que apresentam petroplintita na forma contínua e
consolidada em um ou mais horizontes em algum ponto da seção de controleque defina a classe, em quantidade mínima de 10% do volume total do(s)horizonte(s).
19. CARÁTER ARGILÚVICOUsado para distinguir solos que têm concentração de argila nohorizonte B, expressa por gradiente textural (B/A) igual ou maior que1,4 e/ou iluviação de argila evidenciada pela presença de cerosidademoderada ou forte e/ou presença no sequum de horizonte E
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sobrejacente a horizonte B (não espódico), dentro da seção decontrole que defina a classe.
20. CARÁTER PLÂNICO
Usado para distinguir solos intermediários com planossolos, ou seja, comhorizonte adensado e permeabilidade lenta ou muito lenta, cores acinzentadasou escurecidas, neutras ou próximo delas, ou com mosqueados de reduçãoque não satisfazem os requisitos para horizonte plânico, exclusive horizontecom caráter plíntico.
21. CARÁTER COESOUsado para distinguir solos com horizontes pedogenéticos subsuperficiaisadensados, muito resistentes à penetração da faca e muito duros aextremamente duros quando secos, passando a friáveis ou firmes quandoúmidos.Uma amostra úmida quando submetida à compressão, deforma-se lentamente,
ao contrário do fragipã, que apresenta quebradicidade (desintegração emfragmentos menores).
Estes horizontes são de textura média, argilosa ou muito argilosa e, emcondições naturais, são geralmente maciços ou com tendência a formação deblocos.São comumente encontrados entre 30 cm e 70 cm da superfície do solo,
podendo prolongar-se até o Bw ou coincidir com o Bt, no todo ou em parte.Uma amostra de horizonte coeso, quando seco, desmancha-se ao ser imersaem água.
22. CARÁTER DÚRICOUtilizado para caracterizar horizontes com cimentação forte como duripã,
ortstein e outros horizontes que não se enquadrem na definição de horizonteslitoplíntico, concrecionário e petrocálcico, tais como alguns horizontesfortemente endurecidos por ação de agentes cimentantes aluminosos.
23. CARÁTER ÊUTRICO Usado para distinguir solos que apresentam pH (em H2O) ≥ 5,7, conjugado comvalor S (soma de bases) ≥ 2,0 cmolc/kg de solo dentro da seção de controle quedefina a classe.
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24. CARÁTER VÉRTICO
Presença de “slickensides” (superfícies de fricção), fendas, ou estruturascuneiforme e/ou paralepipédica, em quantidade e expressão insuficientes paracaracterizar horizonte vértico.
25. SUPERFÍCIES DE FRICÇÃO (“SLICKENSIDES”)Superfícies alisadas e lustrosas, apresentando na maioria das vezes
estriamento marcante, produzido pelo deslizamento e atrito da massa do solocausados por movimentação devido à forte expansibilidade do material argilosopor umedecimento. São superfícies tipicamente inclinadas, em relação aoprumo dos perfis.
26. CONTATO LÍTICO
Refere-se à presença de material endurecido subjacente ao solo (exclusivehorizontes petrocálcico, litoplíntico, concrecionário, duripã e fragipã), cujaconsistência é de tal ordem que mesmo quando molhado torna a escavaçãocom a pá reta impraticável ou muito difícil e impede o livre crescimento dosistema radicular, o qual fica limitado às fendas que por ventura ocorram.
Tais materiais são representados pela rocha sã e por rochas pouco ou
medianamente alteradas (R), de qualquer natureza (ígneas, metamórficas ousedimentares), ou por rocha alterada (Cr).
Se o material for cortável com a pá, mas não deixa penetrar raízes, deve ser considerado como R.
27. CONTATO LÍTICO FRAGMENTÁRIO
Refere-se a um tipo de contato lítico em que o material endurecido subjacente
ao solo encontra-se fragmentado, usualmente, em função de fraturas naturais,possibilitando a penetração de raízes.
28. MATERIAIS SULFÍDRICOS
São aqueles que contêm compostos de enxofre oxidáveis e ocorremem solos de natureza mineral ou orgânica, localizados em áreas encharcadas,com valor de pH maior que 3,5, os quais, se incubados na forma de camadacom 1cm de espessura, sob condições aeróbicas úmidas (capacidade decampo), em temperatura ambiente, mostram um decréscimo no pH de 0,5 ou
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mais unidades para um valor de pH 4,0 ou menor (1:1 por peso em água, oucom um mínimo de água para permitir a medição) no intervalo de 8 semanas.
29. CARÁTER ÁCRICORefere-se à soma de bases trocáveis (Ca2+, Mg2+, K+ e Na+) mais
alumínio extraível por KCl 1mol. L-1 (Al3+) em quantidade igual ou inferior a 1,5cmolc/kg de argila e que preencha pelo menos uma das seguintes condições:
• pH KCl 1mol. L-1 igual ou superior a 5,0; ou• ΔpH positivo ou nulo.
30. CARÁTER EPIÁQUICO
Este caráter ocorre em solos que apresentam lençol freáticosuperficial temporário resultante da má condutividade hidráulica de algunshorizontes do solo. Esta condição de saturação com água permite que ocorramos processos de redução e segregação de ferro nos horizontes que antecedemao B e/ou no topo deste.
Um solo apresenta caráter epiáquico se ele é, temporariamente,saturado com água na parte superficial, a menos que tenha sido drenado, por um período suficientemente longo para possibilitar o aparecimento decondições de redução (isto pode variar de alguns dias nos trópicos a algumas
semanas em outras regiões), exibindo padrões de cores associados àestagnação de água na parte superficial do solo.
O solo apresenta coloração variegada ou mosqueados, no mínimo comuns edistintos, devido aos processos de redução e oxidação. Os valores de cromaaumentam em profundidade.
O padrão de mosqueado pode ocorrer abaixo do horizonte A ou da camadaarável (horizonte Ap), ou imediatamente abaixo de um horizonte E, topo dohorizonte B, ou no próprio horizonte E.
O padrão de distribuição das características de redução e oxidação, comconcentrações de óxidos de ferro e/ou manganês no interior dos elementosestruturais (ou na matriz do solo se os elementos de estrutura estão ausentes),constitui uma boa indicação do caráter epiáquico.
31. CARÁTER CRÔMICO
Refere-se à predominância, na maior parte do horizonte B, excluído oBC, de cores (amostra úmida) conforme definido a seguir:
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73• matiz 5YR ou mais vermelho, com valores iguais ou maiores que 3
e cromas iguais ou maiores que 4; ou• matiz mais amarelo que 5YR, valores 4 a 5 e cromas 3 a 6.
32. CARÁTER EBÂNICO
Diz respeito à dominância de cores escuras, quase pretas, na maior parte dohorizonte diagnóstico subsuperficial com predominância de cores conformedefinido a seguir:
• para matiz 7,5 YR ou mais amarelo: cor úmida: valor <4 e croma < 3
cor seca: valor <6
• para matiz mais vermelho que 7,5YR:
cor úmida: preto ou cinzento muito escuro (Munsell)
cor seca: valor <5
33. CARÁTER RÚBRICO
Caráter utilizado para solos das subordens Latossolos Brunos eNitossolos Brunos, que apresentam em alguma parte da seção de controle quedefina a classe, cor úmida amassada com matiz mais vermelho que 5YR,valores em amostra úmida menores que 4 e em amostra seca, apenas umaunidade a mais que estes.
34. TEOR DE ÓXIDOS DE FERRO
O emprego do teor de óxidos de ferro (expresso na forma Fe2O3 edeterminado por extração com ataque sulfúrico) possibilita uma melhor separação das classes de solo. Considerando-se os teores de óxidos de ferro,pode-se separar:
• solos com baixo teor de óxidos de ferro: teores < 80g/kg de solo(hipoférrico);
• solos com médio teor de óxidos de ferro: teores variando de 80 a < 180g/kg de solo (mesoférrico);
• solos com alto teor de óxidos de ferro: teores de 180g/kg a < 360g/kg de solo (férrico); o termo férrico é aplicado também na
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classe dos NITOSSOLOS para solos que apresentem teores deFe2O3 (pelo H2SO4) ≥ 150g/kg e menor que 360g/kg de solo; e
• solos com muito alto teor de óxidos de ferro: teores ≥ 360g/kg de
solo (perférrico).
35. GRAU DE DECOMPOSIÇÃO DO MATERIAL ORGÂNICO
Os seguintes atributos são utilizados nos ORGANOSSOLOS:
• material orgânico-fíbrico - material orgânico, constituído de fibras9,facilmente identificável como de origem vegetal. Tem 40% ou maisde fibras esfregadas10, por volume, e índice do pirofosfato igual a 5ou maior. Se o volume de fibras for 75% ou mais, por volume, o
critério do pirofosfato não se aplica. O material fíbrico é usualmenteclassificado na escala de decomposição de von Post nas classes 1a 4 (Apêndice E). Apresenta cores, pelo pirofosfato de sódio, comvalores e cromas de 7/1, 7/2, 8/1, 8/2 ou 8/3 (Munsell soil color charts, 1994, p.10YR);
• material orgânico-hêmico - material orgânico em estágio dedecomposição intermediário entre fíbrico e sáprico. O material éparcialmente alterado por ação física e bioquímica. Não satisfaz osrequisitos para material fíbrico ou sáprico. O teor de fibra esfregadavaria de 17 a 40%, por volume. O material hêmico é usualmenteclassificado na escala de decomposição de von Post na classe 5 ou6 (Apêndice E);
material orgânico-sáprico - material orgânico em estágio avançadode decomposição. Normalmente, tem o menor teor de fibras, a mais altadensidade e a mais baixa capacidade de retenção de água no estado desaturação, dentre os três tipos de matériais orgânicos. É muito estável, física equimicamente, alterando-se muito pouco no decorrer do tempo, a menos que
drenado. O teor de fibra esfregada é menor que 17%, por volume, e o índice dopirofosfato é igual a 3 ou menor. O material sáprico é usualmente classificadona escala de decomposição de von Post, na classe 7 ou mais alta (ApêndiceE). Apresenta cores, pelo pirofosfato de sódio, com valores menores que 7,exceto as combinações de valor e croma de 5/1, 6/1, 6/2, 7/1, 7/2, ou 7/3
8 Fibra - é definida como o material orgânico que mostra evidências de restos de plantas, excluídas as partes vivas, retido em penei-
ra de abertura 100 mesh (0,149mm de diâmetro). Excetuam-se os fragmentos lenhosos que não podem ser amassados com os
dedos e são maiores que 2cm na menor dimensão.
9 Fibra esfregada - refere-se à fibra que permanece na peneira de 100 mesh após esfregar, cerca de 10 vezes, uma amostra de material or-
gânico entre o polegar e o indicador.
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75(Munsell soil color charts, 1994, p.10YR). Critério derivado de portantes
que auxiliam na definição das mesmas.
36. CEROSIDADE
São concentrações de material inorgânico, na forma de preenchimento deporos ou de revestimentos de unidades estruturais (agregados ou peds) ou departículas de frações grosseiras (grãos de areia, por exemplo), que seapresentam em nível macromorfológico com aspecto lustroso e brilho graxo eem nível micromorfológico com manifestação de anisotropia ótica.
Podem ser resultantes de iluviação de argilas e/ou intemperização de algunsminerais com formação de argilas “in situ”.
Incluem-se nesta condição, todas as ocorrências em suas diversas formas deexpressão (clay skins, shiny peds, cutans, etc.)
Em suma, estas superfícies apresentam-se como revestimentos com aspectolustroso e brilho graxo, similar à cera derretida e escorrida, revestindo unidadesestruturais ou partículas primárias.
Em ambos os casos podem ser observadas com maior facilidade com o auxíliode lupas de pelo menos 10x de aumento, por observação direta na superfíciedos elementos revestidos ou nas arestas das seções produzidas ao se quebrar os peds.
37. SUPERFÍCIE DE COMPRESSÃO
São superfícies alisadas, virtualmente sem estriamento, provenientes decompressão na massa do solo em decorrência de expansão do material,
podendo apresentar certo brilho quando úmidas ou molhadas.
Constitui feição mais comum a solos de textura argilosa ou muito argilosa, cujoelevado teor de argila ocasiona algo de expansibilidade por ação de hidratação,sendo que as superfícies não têm orientação preferencial inclinada em relaçãoao prumo do perfil e usualmente não apresentam essa disposição.
38. GILGAI
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É o microrrelevo típico de solos argilosos que têm um alto coeficiente deexpansão com aumento no teor de umidade.
Consiste em saliências convexas distribuídas em áreas quase planas ouconfiguram feição topográfica de sucessão de microdepressões emicroelevações.
39. AUTOGRANULAÇÃO “SELF-MULCHING”
Propriedade inerente a alguns materiais argilosos manifesta pela formação decamada superficial de agregados geralmente granulares e soltos, fortementedesenvolvidos, resultantes de umedecimento e secagem. Quando destruídospelo uso de implementos agrícolas, os agregados se recompõem normalmentepelo efeito de apenas um ciclo de umedecimento e secagem.
40. RELAÇÃO SILTE/ARGILA
Calculada dividindo-se os teores de silte pela de argila, resultantes da análisegranulométrica.
A relação silte/argila serve como base para avaliar o estágio de intemperismopresente em solos de região tropical.
É empregada em solos de textura franco arenosa ou mais fina e indica baixosteores de silte e, portanto, alto grau de intemperismo, quando apresenta, namaior parte do horizonte B, valor inferior a 0,7 nos solos de textura média ouinferior a 0,6 nos solos de textura argilosa ou muito argilosa.
Essa relação é utilizada para diferenciar horizonte B latossólico de B incipiente,quando eles apresentam características morfológicas semelhantes,principalmente para solos cujo material de origem pertence ao cristalino,comoas rochas graníticas e gnaissícas.
41. MINERAIS ALTERÁVEISSão aqueles instáveis em clima úmido, em comparação com outros
minerais, tais como quartzo e argilas do grupo das caulinitas, e que, quando seintemperizam, liberam nutrientes para as plantas e ferro ou alumínio. Osminerais que são incluídos no significado de minerais alteráveis são osseguintes:
• minerais encontrados na fração menor que 0,002mm (minerais dafração argila): inclui todas as argilas do tipo 2:1, exceto a cloritaaluminosa interestratificada; a sepiolita, o talco e a glauconita
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77também são incluídos neste grupo de minerais alteráveis, ainda
que nem sempre pertencentes à fração argila;• minerais encontrados na fração entre 0,002 a 2mm (minerais dafração silte e areia): feldspatos, feldspatóides, mineraisferromagnesianos, vidros vulcânicos, fragmentos de conchas,zeolitos, apatitas e micas, que inclui a muscovita que resiste por algum tempo à intemperização, mas que termina, também,desaparecendo. Critério derivado de FAO(1990) e EstadosUnidos (1994)
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AULA NO 6
Detalhamento sobre alguns atributos diagnósticos
.1.1. A mudança textural abrupta
• A mudança textural abrupta entre os horizontes A e B é suficiente para
que o solo seja considerado como tendo B textural.
• A mudança textural abrupta é definida numa distância de 8 cm. Se o teor
de argila no horizonte A for menor que 20% (rA < 20%), o teor de argilano B deve ser mais que o dobro do primeiro (rB > 2rA).
• Assim, se o horizonte A tiver 15% de argila, para haver transição abrupta,
o teor de argila no topo do horizonte B deve ser maior que 30%. Essa
diferença de 15% para maior que 30% deve ocorrer num intervalo de no
máximo 8 cm.
• Se rA = 25%, rB maior que 25 + 20, ou rB maior que 45% e em algumaparte do horizonte B o teor de argila maior que 50%, ou seja, r(B) > 2 x
25, r(B) maior que 50%.
• A mudança textural abrupta é mais comum nos solos com alguma
deficiência de drenagem, como Planossolos (PL), S (Solonetz Solodizado
(SS), Plintossolos (PT) etc, mas ocorre também em solos com drenagem
mais eficiente.
• A destruição das argilas do horizonte A por ferrólise, a translocação
lateral pela erosão e a translocação vertical, depositando-se em camadas
subsuperficiais (cerosidade), tem sido os mecanismos sugeridos para
explicar essa descontinuidade, além das mudanças de material, isto é,
depósitos de textura diferente.
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(b) Características sódica e solódica
• A saturação por sódio, TNa, é dada pela expressão 100 Na/T. Essa
saturação tende a ser maior em duas situações: áreas mais secas e ao
longo da costa, nos mangues, por influência das águas marinhas.
• Nos terrenos onde há rochas ricas em plagioclásios sódicos parece que
esses processo de enriquecimento em sódio tende a se manifestar
mesmo em regiões não intensamente secas.
Uma boa parte dos solos do Pantanal tem altos teores de sódio: (são
sódicos e solódicos).
• Os solos sódicos estão na posição sul principalmente (veja figura abaixo).
Na posição mais norte do Pantanal os solos sódicos estão apenas nos
interflúvios mais afastados do rio. Isso parece indicar dois fatores
responsáveis por essa distribuição do teor de sódio: a deficiência de águae a lavagem do excesso de sais pelas águas dos rios.
• Há uma grande deficiência de água expressa pelo número de meses em
que há deficit hídrico. Tal deficiência é maior justamente na parte sul,
mais perto da calha do rio Paraguai.
• A principal fonte de água do Pantanal vem do norte. E a água fresca,
relativamente pobre em sais, faz, próximo aos rios, uma espécie de
lavagem dos sais. Apenas as áreas mais afastadas têm pouca renovação
de suas águas.
• O sistema do Pantanal, além de considerável deficit pluvial, tem uma
evapotranspiração real relativamente grande por ter lençol freático
elevado numa boa parte do ano (veja figura abaixo).
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Meses com déficit hídrico no Pantanal Matogrossense
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Sufixos e sinais convencionais para distinções subordinadas dehorizontes e camadas principais
Símbolo Definiçãoa Propriedades ândicasb Horizonte enterradoc Concreçõesd Acentuada decomposição do material orgânicoe Escurecimento da parte externa dos agregados por
matéria orgânica não associada a sesquióxidosf Plintitag Glei
h Acumulação iluvial de matéria orgânicai Incipiente desenvolvimento de horizonte B j Tiomorfismok Presença de carbonatos⎯ k Acumulação de carbonato de cálcio secundáriom Extremamente cimentado (consolidação)n Acumulação de sódioo Material orgânico mal ou não decompostop Aração ou outras pedoturbaçõesq Acumulação de sílicar Rocha branda ou saprolito; aplicável ao horizonte Cs Acumulação iluvial de sesquióxidos com matéria
orgânicat Acumulação de argila silicatadau Modificações e acumulações antropogênicasv Características vérticas.x Cimentação aparente, reversívelw Intensa alteração com inexpressiva acumulação de
argila, com ou sem concentração de sesquióxidos
y Acumulação de sulfato de cálcioz Acumulação de sais mais solúveis que sulfato de cálcio' Símbolo que qualifica o segundo horizonte repetido na
mesma seqüência" Idem terceiro horizonteFONTE: EMBRAPA (1988).
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AULA N
O
7(Veja Exercícios de Fixação nos 3 e 4)
a) Os retângulos representam uma seqüência cronológica. Os Latossolos são os solos mais velhos egeralmente mais profundos; os solos mais novos são os Litólicos (a rocha está próxima à superfície),
Litólicos,Aluviais,Regossolos
Solos com BIncipiente(Cambissolos)
Solos com BTextural
Solos com BLatossólico(Latossolos)
Hidromórficos
Halomórficos
Tiomórficos
Calcimórficos
Areno-quartzosos Profundos
___________________ Horizontes principais ______________
A A A A A A A
R C Bi Bt Bw C BtC C C C
-------------------------------------- Solos não hidromórficos --------------------------------
Re(1), Rd,Ra Ae, d, a
REe, d, a
Ve
RZe
Ce, d, a
Be
PAa,d
PBa,d,e
PVe, d ,a
PEe, d, a
PZd,a,e
TRe, d, a
TBe, d, a
NCe
BVe
RBa
LAd,a
LVe, d, a
LEe, d, a
LBe, d, a
LRe, d, a
LFd
LUd, a
AQ
--------------------------------------- Solos hidromórficos ------------------------------------
Pa,d
HPa,d
Ple, d, a
PSe,d,a
HCe, d, a
PTa,d.e
PPa,d
Oa,d,e
OTa,d,e
Ga,d,e
GHa,d,e
GPa,d,e
GTa,d,e
AMe
HQa,d
Ske
SMe
Se
SSe
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os Aluviais (horizonte C em camadas) e os Regossolos (horizonte C sem estratos e com mineraisprimários, além de quartzo).
b) Os Cambissolos e Latossolos não apresentam muita variação nos teores de argila entre o
horizonte A e o horizonte B. Os Cambissolos, ao contrário dos Latossolos, possuem a relaçãosilte/argila maior e/ou maior proporção de minerais primários facilmente intemperizáveis.
c) Os Solos com B Textural apresentam um maior número de classes, possuindo em geral
considerável diferença no teor de argila entre o horizonte A (mais arenoso) e o horizonte B
(mais argiloso).
Algumas destas classes são influenciadas por excesso de água ou de sódio (Solos Alcalinos)
características semelhantes às dos Solos Hidromórficos e Halomórficos (influência de excesso de
sais). As classes são separadas com base no tipo de horizonte A, na atividade da fração argila e
na diferenciação do perfil, a qual está muito relacionada com a rocha de origem: rochas máficas,
calcárias e pelíticas podem originar solos com menor diferença de textura entre horizontes A e B;
as mais ricas em quartzo, perfis mais diferenciados.
d) Os Solos Tiomórficos (altos teores de enxofre e por isso exalam um mau cheiro característico)
ocorrem nas faixas litorâneas.
Os Calcimórficos não são muito importantes no Brasil. Os Areno-Quartzosos Profundos incluem as
Areias Quartzosas (AQ), que são solos sem horizonte B (perfil AC), profundos, muito arenosos
distróficos, sendo o quartzo o mineral dominante. Ocupam área bastante significativa do territóriobrasileiro. Na faixa costeira recebem o nome de Areias Quartzosas Marinhas (AM), que podem ser
antigas dunas colonizadas pela vegetação.
e) Exceto alguns poucos solos, todos os outros, independentemente da idade, podem ser eutróficos
(e) - alta saturação por bases; distróficos (d) - baixa saturação por bases; ou álicos (a) - os
distróficos com alta saturação por Al. Os solos álicos oferecem uma barreira química à penetração
de raízes de plantas mais sensíveis.
Solos com B Latossólico
Os principais critérios usados para classificar os Latossolos são: os teores de Fe2O3 associados às
rochas de origem; a coloração, à forma de ferro (goethita x hematita); o comportamento associado à
relação teores de gibbsita/caulinita.
Latossolo Amarelo (LA) - Este é o Latossolo que tipicamente ocorre nos tabuleiros costeiros e numa
extensão muito grande na Amazônia. Tem baixos teores de Fe2O3, cor amarelada e é tipicamente
caulinítico e goethítico, apresentando os torrões com uma grande coerência e que não se
desmancham como pó de café. É quase sempre álico (alta saturação por Al3+
).
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Latossolo Vermelho-Amarelo (LV) - Esta classe é bastante ampla no que se refere à coloração e
mesmo a teores de Fe2O3. A falta de relação entre os teores de Fe2O3 e coloração (pequena
quantidade de hematita colore o solo de vermelho) faz com que os mapas de solos representem
LV com teores de Fe2O3 bastante variáveis.Estes solos são muito expressivos no domínio pedobioclimático do Mar de Morros Florestados;
ocorrem extensamente também no Planalto Central; são geralmente álicos ou distróficos, mas
podem ser eutróficos em extensões consideráveis nas regiões mais secas.
Latossolo Vermelho-Escuro (LE) - Os mesmos comentários sobre LV, referentes a Fe2O3 e cor,
podem ser feitos aqui. O LE é muito expressivo no Planalto Central e na Depressão do São
Francisco. Ocorre esparsamente em todo o território brasileiro não muito úmido. Podem também
ser eutróficos, distróficos ou álicos. Na maioria, como todos os Latossolos, são distróficos ou
álicos, mas ocorrem como eutróficos mais freqüentemente que o LV.
Latossolo Bruno (LB) - Este solo ocorre nas áreas basálticas elevadas do sul do país. São solos
com altos teores de Fe2O3 mas não possuem a coloração típica de LR (Latossolo Roxo); a atração
pelo magneto é também menor e o solo é bastante duro quando seco. Possuem teores
substanciais de vermiculita com hidróxido de alumínio entre camadas.
Latossolo Roxo (LR) - É o Latossolo desenvolvido de rochas máficas (basalto, diabásio, gabro,
tufito ou rochas afins). Têm > 18% de Fe2O3 e são fortemente atraídos pelo magneto (ímã). São
geralmente distróficos, mas existem áreas consideráveis em que são eutróficos. Quando isto
ocorre, são muito usados. Existem áreas consideráveis de LR sob cerrado mas, mesmo aí, devido
aos maiores teores de P2O5 total e de micronutrientes, respondem melhor (do que LE, por exem-
plo) a adubações relativamente simples.
Latossolo Ferrífero (LF) - Solo com B Latossólico, cuja constituição mineralógica é dominada
amplamente por óxidos de Fe. É fortemente atraído pelo magneto. É derivado de rochas
metamórficas muito ricas em ferro, compreendendo itabiritos, crostas ferruginosas e materiaiscorrelatos. Este Latossolo tem sido, até agora, encontrado na região do Quadrilátero Ferrífero
(MG) (EMBRAPA, 1982).
A existência de Latossolos Ferríferos sem quartzo na sua constituição (proveniente do itabirito
original), sugere os dolomitos com impureza ferruginosa como uma fonte importante destes solos
no Quadrilátero Ferrífero. Neste caso a concentração do ferro dá-se residualmente pela
dissolução dos carbonatos.
Latossolo Una (LU) - É comum apresentar, no horizonte Bw, cores brunadas, amareladas e ver-melho-amareladas e percentagens médias (11-18%) a altas (> 18%) de Fe2O3, razão pela qual
este solo é considerado como LU e não como LV. A cor desses solos, associada ao teor de ferro,
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86está relacionada às condições de clima mais úmido (EMBRAPA, 1977); às áreas tendendo para
o talvegue (OLIVEIRA et al., 1991) ou com evidências de paleodrenagem: concreções fer-
ruginosas
e bancadas lateritícas onde atualmente o lençol freático se encontra bem profundo.
A Chernozêmico Solos com B Textural e argila (r) de
atividade baixa, Tb
PE, TR, PV
Solos com B Textural e argila de
atividade alta, Ta
B, BV
A Moderado, A
Fraco, ou
A Proeminente
PA, PE, PV, TR, TB, PB PV Ta, PB
Ta, PE Ta,
RB
NC
<27 cmolkg-1 de argila > 40 cmolkg-1 de argila
====================>
Atividade da fração argila
Deficiência de água (Δ A)
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87Solos com B Textural - Não Hidromórficos
O esquema acima ilustra algumas relações importantes. Acima da linha horizontal cheia estão os
Solos com B Textural Não Hidromórficos que apresentam horizonte A chernozêmico; abaixo, os
com outros tipos de horizonte A.Os da esquerda possuem argila menos ativa do que os da direita. Assim, o Podzólico Amarelo
(PA) não tem horizonte A chernozêmico e a sua argila tem atividade baixa (menos de 24 cmol por
quilograma de argila; tanto o Brunizém (B) quanto o Brunizém Avermelhado (BV) possuem A
chernozêmico e argila de atividade elevada (acima de 24 cmolkg-1); em todos os casos é
descontada a contribuição da matéria orgânica.
Brunizém Avermelhado (BV) - Tem sido registrado em maior escala na Bahia e no Rio Grande do
Sul. Possui, necessariamente, horizonte A chernozêmico , e é um dos solos mais ricos (é
eutrófico, por definição). Ocorre associado a rochas máficas, principalmente.
Brunizém (B) - Difere do BV por ter horizonte B mais escuro; e, além disso, pode ter B incipiente
em vez de B textural. Esse é um raro caso em que o endopedon - horizonte diagnóstico
subsuperficial - pode ser B incipiente ou B textural para a mesma classe.
Bruno Não Cálcico (NC ) - É o solo típico dos sertões nordestinos. O horizonte A tem coloração
clara e torna-se endurecido quando seco. É um solo geralmente muito cascalhento.
Podzólico Bruno-Acinzentado (PB)- Solo com B Textural mais caracteristicamente de argila de
atividade alta, apresentando escurecimento peculiar na parte superior do horizonte B. Encontra-se
distribuído nas regiões do Planalto Meridional, Serra do Sudeste e Campanha Gaúcha, sob
condições de clima subtropical (EMBRAPA, 1982; KER et al., 1986).
Podzólico Amarelo (PA ) - Está comumente associado aos Latossolos Amarelos originados do
Grupo Barreiras e a sedimentos afins, pobres em ferro. É comum nos Platôs Litorâneos e na
Amazônia.
Podzólico Vermelho-Amarelo (PV ) - É o solo com B Textural mais comum no Brasil; é
razoavelmente bem distribuído no território brasileiro, inclusive na Amazônia. Apresenta maior
diferenciação de textura entre os horizontes A e B em relação à Terra Roxa Estruturada e à Terra
Bruna Estruturada, por ser originado de materiais de origem menos argilosos. Ocupa na
paisagem, via de regra, as áreas de relevo mais acidentado, com superfícies pouco suaves e
áreas de relevo suave mais jovem (rebaixadas). Os principais solos agrícolas de SP, originados doarenito Bauru (com cimento calcário) são, em grande parte, PV eutrófico, textura média.
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88Podzólico Vermelho-Escuro (PE ) - Pode originar-se de calcário ou de outros materiais,
excluídos apenas aqueles derivados total ou predominantemente de rochas máficas. Esta classe
abrange solos desde álicos até eutróficos e, freqüentemente (mas não exclusivamente), de argila
de atividade baixa. A distribuição territorial mais expressiva desses solos ocorre nas regiões Sul,
Sudeste, Nordeste (principalmente no Ceará) e porção meridional da região Centro-Oeste.
Rubrozém (RB ) - Tem horizonte A escuro e espesso sobre horizonte B vermelho; tem argila de
atividade alta e é álico. Ocorre na área urbana de Curitiba, Paraná.
Terra Bruna Estruturada (TB ) - Tem cor bruna, elevados teores de carbono orgânico nos
horizontes superficiais e estrutura bem desenvolvida. Origina-se de rochas básicas, intermediárias
e alcalinas, ocorrendo nos planaltos elevados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e
Minas Gerais (Poços de Caldas).
Terra Roxa Estruturada (TR ) Desenvolvida de rochas máficas. Tem teor de Fe2O
3> 15% e de
TiO2 > 1,5% e a fração grosseira é, em geral, bastante atraída pelo magneto. É comum
apresentar, na parte inferior do perfil, horizonte maciço poroso como B Latossólico. As de diabásio
e gabro revelam freqüentemente blocos arredondados da rocha em decomposição, ao longo do
perfil. São solos geralmente eutróficos. As maiores áreas contínuas de TR estão nos estadossulinos. São dos melhores solos do Brasil. Quando associados ao LR, ocupam as áreas mais
acidentadas.
Solos com B Textural - Hidromórficos
Estes solos apresentam B textural e influência acentuada de excesso de água (falta de
oxigênio).
Hidromórfico Cinzento (HC) e Planossolo (PL ) - O Planossolo é muito arenoso no horizonte A,
apresentando um aumento muito brusco (abrupto) no teor de argila deste horizonte para o
horizonte B. Isto significa uma mudança brusca (diminuição) na permeabilidade. O Hidromórfico
Cinzento (HC), por outro lado, apresenta um aumento do teor de argila mais gradativo com a
profundidade.
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89O Hidromórfico Cinzento (HC) ocorre próximo às veredas, nas áreas de cerrado, quando os
solos são de textura arenosa e em alguns outros locais, como na Baixada Fluminense. O
Planossolo (PL) é muito comum no Nordeste, no Pantanal Matogrossense, e no Rio Grande do
Sul (as áreas de cultivo de arroz irrigado, apor inundação, pelo menos em parte, são PL).
Solonetz-Solodizado (SS ) - Apresenta horizontes A e E mais arenosos e ácidos (solodizados) em
relação ao horizonte subsuperficial B, mais argiloso e bastante alcalino (solonétzico), com
saturação por sódio (100.Na/T) maior que 15%. Manchas desprovidas de vegetação onde ocorrem
crostas esbranquiçadas de sais à superfície do solo, são facilmente perceptíveis em algumas
áreas. No Brasil estes solos têm sido registrados principalmente ao longo da costa, no Pantanal
Matogrossense, nas regiões subáridas do Nordeste e também em Roraima.
Solos Hidromórficos sem B Textural (com ou sem B Incipiente)
Solo Orgânico (HO ) - Difere dos outros por ter horizonte turfoso, apresentando teor de carbono
orgânico [C ≥ 8 + 0,067 (% de argila)], ocupando > 50% dos primeiros 80 cm de profundidade.
Este é a turfa, na qual, devido à facilidade de combustão, a drenagem deve ser feita com muito
cuidado para evitar a queima e a subsidência (rebaixamento da superfície).
Glei Húmico (GH) e Glei Pouco Húmico (GP ) - São solos minerais que apresentam um horizonte A
espesso e escuro (Glei Húmico) sobre horizonte geralmente gleizado. O Glei Pouco Húmico
apresenta um horizonte A menos espesso e/ou mais claro. Se um solo parecido com o Aluvial
apresentar cores acinzentadas nos primeiros 50 cm de profundidade, ele é considerado como um
Solo Hidromórfico.
Glei Tiomórfico (GT ) - Apresenta altos teores de enxofre; e isso provoca um grande abaixamento
do pH quando o solo seca. Situa-se nas áreas litorâneas, sob vegetação de mangue ou campos
halófilos.
Plintossolo (PT ) - A presença do horizonte plíntico (horizonte contendo mosqueados vermelhos e
amarelos, macios quando úmidos, mas que endurecem irreversívelmente quando secam,
formando nódulos duros), dentro dos primeiros 40 cm; ou até 160 cm, desde que abaixo de
horizontes E, com muito mosqueado de redução ou essencialmente petroplíntico é tida como a
principal característica diferencial dos Plintossolos. Quanto à quantidade de plintita no horizonte
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90plíntico, o requisito é que ocupe no mínimo 15% do volume do horizonte e tenha no mínimo 15
cm de espessura.
Cambissolos- Solos caracterizados essencialmente pelo horizonte B Incipiente - Bi, cujas ca-racterísticas gerais são: presença de muito mineral primário facilmente intemperizável (? 4%,
determinados na fração areia) ou de moscovita, ? 6%, determinados na fração areia); ou argila
mais ativa (> 13 cmol kg-1); ou Ki > 2,2; ou teores elevados de silte em relação à argila (silte/argila
?0,7, quando a textura for média; ?0,6, quando argilosa, indicando baixo grau de intemperismo) e
ausência de cerosidade (películas de argila envolvendo os agregados); ou espessura menor que
50 cm; ou resquícios da rocha mãe ou saprolito (> 5% do volume). Os solos que possuem esse
horizonte ocupam, geralmente, as partes jovens da paisagem.
Solos Litólicos, Aluviais e Regossolos
Solos Litólicos (R) - Solo raso sobre rocha. Geralmente, em condições de topografia acidentada,
há a formação de um solo raso (< 50 cm), perfil tipo A-R, isto é, um horizonte A sobre a rocha, ou
tipo A-C-R, sendo o C pouco espesso. Onde há muitos afloramentos de rocha, muitas vezes estes
solos estão presentes. Ocupam áreas de intenso rejuvenescimento (remoção de material),
podendo ser eutróficos (Re), distróficos (Rd) ou álicos (Ra), em função da rocha de origem e dascondições climáticas.
Solos Aluviais (A ) - São aqueles provenientes de depósitos aluviais. Normalmente possuem um
horizonte escurecido (A) sobre camadas estratificadas (C). São caracteristicamente muito
variáveis a pequenas distâncias, tanto na horizontal quanto na vertical. Normalmente são os solos
mais ricos de uma paisagem.
Regossolos (RE ) - Solos sem horizonte B (perfil tipo A-C, > 50 cm), apresentam um horizonte A
sobre um horizonte C sem estratos. São relativamente ricos em minerais primários facilmente in-
temperizáveis. A textura destes solos pode ser mais arenosa ou menos arenosa. São bastante
comuns em alguns estados nordestinos.
Rendzinas (RZ) e Vertissolos (V)
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91Rendzinas (RZ)- Solos pouco desenvolvidos, rasos ou muito rasos, possuindo seqüência de
horizontes A-C-R ou A-R, sendo o horizonte A chernozêmico, com teores elevados de CaCO3
equivalente; têm material calcário como substrato.
Vertissolos (V ) - Esta classe de solos, da qual apenas parte é hidromórfica, é constituída de solos
de coloração acinzentada ou preta, sem diferença significativa no teor de argila entre a parte
superficial e a subsuperficial do solo. Apresenta seqüência de horizontes (perfil) do tipo A-C. Têm
alto teor de argilas 2:1 expansivas e fertilidade geralmente alta, mas apresentam problemas
relacionados com suas propriedades físicas. A aração, por exemplo, torna-se muito dificultada
tanto com o solo seco, como quando este se encontra com elevado teor de água. Estes solos, no
Brasil, estão presentes em maior escala no Mato Grosso do Sul e no Nordeste.
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92
Chave de identificação dos solos
Introdução
Uma chave de identificação não é um sistema de classificação. É um reflexo dela. Aschaves dão uma visão de conjunto, dificilmente obtida de outra forma. Isso pode trazer um grandecontributo ao ensino, além de ser além de ser útil quando se está aperfeiçoando um sistemaclassificatório; mas, talvez a maior utilidade das chaves, nesses casos, é identificar os pontoscruciais da classificação de solos (SB) em processo de aperfeiçoamento. A identificação dessesnós górdios presta dois serviços: (1) chama a atenção para os pontos cruciais e (2) estimula acontribuição crítica ao problema levantado.
Tendo em vista esses aspectos, foi confeccionada uma chave simplificada de identificaçãodos solos brasileiros. Houve a preocupação de incorporar na chave as classes como normalmenteidentificadas nos levantamentos de solos do Brasil. Isso significa o emparelhamento de classes deníveis categóricos diferentes. Assim Podzol (na classe de alto nível) e Areia QuartzosaHidromórfica (em nível mais baixo) estão lado a lado: na chave e na paisagem.
------------------(1) Professor da Universidade Federal de Viçosa – MG.(2) Pesquisador do Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de
Solos/EMBRAPA.
Chave de Identificação
Esta é uma chave simplificada de identificação das classes de solos, usadas atualmentenos levantamentos de solos no Brasil.
A chave é estruturada de uma forma dicotômica: quando a característica é satisfeita, ofluxo é para a direita; em caso negativo, o fluxo é pela esquerda.
Para que toda a chave possa ser posta numa única página são usados, em alguns casos,símbolos para as características de identificação.
Os símbolos e as características são explicados um a um. Algumas características deidentificação, na chave, não pertencem diretamente aos solos. É o caso, por exemplo, do materialde origem (rocha máfica) e condição climática (clima subtropical de altitude). Nesses casos,embora se saiba, pelo conjunto de características, que os solos devam ser separados não sesabe, com precisão, que critério usar. Assim, o Latossolo Ferrífero, derivado de formaçõesferríferas, são tidos como diferentes, mas ainda não há um critério consistente de separação entreeles.
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A chave simplificada de identificação dos solos brasileiros, envolto em círculo. Em cada
critério se é respondido sim, ramificação à direita; se não ramificação à esquerda.
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94 As diferenças, mesmo conhecidas e consistentes nem sempre podem ser usadas como caracte-rísticas diagnósticas. A diferença nos teores de elementos traços (de difícil mensuração rotineira)é deste tipo.
Algumas características de identificação são colocadas a título de sugestão: esse é o casoda cor 2,5YR = 4, tão ou mais vermelha que 2,5YR e com valor igual ou menor que 4, para
separar os Latossolos Amarelos (LV, LA, LB e LU) dos vermelhos (LE, LR).Essa característica é usada para os grupos e subgrupos Rhodicos na legenda da FAO
(1988)
Critérios de identificação: (1)B = horizonte B, (2)Em = teor elevado de esmectita, (3)Bw = Blatossólico, (5) Bt = B textural, (6)= 2,5YR = tão amarelo ou menos, (9) f = horizonte plíntico,(10)Fes = teor de Fe2O3 pelo ataque sulfúrico, (11) Glei = horizonte glei, (12) Ta = argila de altaatividade, Tb = argila de baixa atividade, (24) (26) TNa = saturação de Sódio (100Na/T), (25) MPFI= minerais primários facilmente imtenperizáveis, (31)Tis = teor de TiO2 pelo ataque sulfúrico e (32)r = % de argila,
Solos: V = Vertissolo, HO = Orgânico, Re = Litólico Eutrófico, RZ = Rendzina, PT = plintossolo,HT = Glei Thiomórfico, HH = Glei Húmico, C = Cambissolo, B = Brunizem, LA = Latossolo Amarelo, LV = Latossolo Vermelho-Amarelo, LU = Latossolo Uma, LE = Latossolo Bruno, LF =Latossolo Ferrífero, A = aluviais, RE = Regossolo, AQ = Areia Quartzosa, AM = Areia QuartzosaMarinha, AQH = Areia Quartzosa Hidromorfica, PH = Podzol Hidromórfico, BV = Brunizem Avermelhado, SS = Solonetz-Solodizado, SK = Solonchak (Salino), R = Litólico, HC = HidromorficoCinzento, PS = Planossolo Solódico, PE = Podzólico Vermelho-Escuro, TR = Terra Roxaestruturada, PL = Planossolo, BH = Brunizem Hidromórfico, PV = Pdzólico Vermelho-Amarelo, RB= Rubrozem, TB = terra Bruna, PB = Pdzólico Bruno-Acinzentado, NC = Bruno-não-Cálcico e PA =Podzólico Amarelo.
(1) Horizonte B, exceto B podzol, ou plíntico – o horizonte B difere do A por ser emgeral menos escuro e, muitas vezes, ser mais argiloso. Difere por sua vez dohorizonte C (próximo à rocha) pela sua coloração mais homogênea, maiores teoresde argila e maior desenvolvimento de estrutura;
(2) Em – mais de 30% de argila, fendas com 1 cm ou mais de largura até 50 cm deprofundidade, em algum período na maioria dos anos; e (1)(1) superfícies de fricção;(2) estrutura cuneiforme ou paralepipédica ou (3) macro-relevo gilgai;
(3) BM – B latossólico;
(4) A chernozêmico – 1. estrutura só maciça se material mais macio que duro; prisma >30cm de diâmetro é considerado como maciça; 2. (a)valor < 3,0u (úmido), croma =3,0u e = 5s (seco), (b) quando = 40% CaCo3 eq. Basta apenas = 5u; (C) valor maisescuro (1 unidade) e croma menor 2 unidades do que 10 e, se somente ocorrer 20 eR, (ausência de 1C) do que horizonte imediatamente acima desses. 3. V > 50% 4. C> 0,68% em todo o A; se calcário (> 40% CaCo3 eq) C > 2,5%; 5. (a) espessura > 18cm e > 0,33 (A+B) se A+B < 75 cm, (b) > 25 cm se A+B > 75 cm, (c) > 10 cm sehorizonte A está sobre contato lítico, petrocálcio ou duripan; 5- P2O5 (ácido cítrico) <250 ppm;
(5) Bt – B textural;
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95(6) = 2,5YR - < 4u = cores 2,5YR ou mais vermelhas e valor úmido 4 ou menor. Esses
valores são adaptados dos subgrupos Rhodic da soil Taxonomy;
(7) Orgânico – 1. saturado > 30 dias consecutivos, 2. C = 9 + 0,15r sendo r = % deargila, 3. espessura > 40 cm (= 60 cm se Ds < 0,1) a partir da superfície ou
cumulativamente de 0 a 80 cm; espessura pode ser < 40 cm se existe rocha oumaterial fragmentado com material Orgânico nos interstícios;
(8) Cálcico e Carbonático – A diferença ente material carbonático e horizontecarbonático é que o ultimo deve ter > 15 cm de espessura e > 5% de CaCO3 equivalente a mais que o horizonte C. Este ultimo requisito é em volume se ocorrecomo pendentes em cascalhos, como concreções ou pó. Se substrato > 40% deCaCO3 equivalente, não há a necessidade de aumento de concentração de CaCO3;
(9) f – Horizonte plíntico – horizonte na forma de mosqueados bem vermelhos evermelho-escuros ou cores variegadas (sem predomínio claro de nenhuma cor defundo) e cores acinzentadas. Endurece-se quando exposto a ciclos deendurecimento e secagem;
(10) Teor de ferro – Fes > 7; Fes > 11, Fes > 18: % Fe2O3 obtido pelo ataque sulfúrico.
(11) Glei-horizonte glei - (a) cores neutras ou mais azuis que 10Y mudando de cor quando exposto; (b) saturado por algum período do ano ou drenado artificialmente, e= 20% dos mosqueados com croma = 2, e, na ausência de mosqueados, quando osvalores são < 4, o croma é < 1 e se valor = 4, o croma é = 1;
(12) Argila de atividade alta - > 24 meq/100g de argila xxx 100(CT-4,5 (%C))* (% deargila)) C > 17 meq/100g )(1);
(13) Ki – 1,7 (% SiO2/% Al2O3), teores de sílica e alumínio são obtidos do ataquesulfúrico. Nos latossolos apenas a fração argila é atacada, portanto se Ki = 0,75% a% de caulinita = % de gibsita. Ki = 1,5, solo é bastante caulinítico;
(14) Rochas máficas – a influência de rocha máfica é inferida a partir dos teores deFe2O3 e presença de minerais magnéticos e, subsidiariamente, pelo teor de TiO2. Oslatossolos ricos em ferro com alta susceptibilidade magnética, originados de itabiritose calcários dolomíticos, no Quadrilátero Ferrífero, são ainda indistinguíveis doLatossolo Roxo pelas condições comuns do material pedológico. A presença deconcreções hematíticas, fragmentos de itabirito e, em muitos casos, quase ausência
de silicatos pode contribuir para a distinção. A relação TiO2/Fe2O3 apresentasobreposição com o LR.
(15) H2SO4 – Horizonte Sulfúrico – material mineral ou orgânico que tenhasimultaneamente pH < 3,5 (1:1) e mosqueado de Jorosita com matiz 2,5Y ou maisamarelo e croma igual ou maior que 6;
(16) Subtropical de altitude – os solos desses ambientes são ácidos, álicos, com teoressubstanciais de vermiculita cloritizada (vermiculita-hidroxi entre camadas, VH);
------------(17) Indicações entre colchetes no final da explicação indicam alternativas promissoras
ou observações adicionais.
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(18) A moderado e A fraco – os horizontes A fraco, , A proeminente ou A chernozêmicoseguem uma ordem crescente de expressividade. O horizonte A fraco temSimultaneamente: % C < 0,58; cor clara com valor > 4 (úmido) e > 5 (seco) eestrutura fraca ou maciça. O horizonte A moderado é uma espécie de resíduo (em
cor, matéria orgânica e espessura). Os requisitos do A chernozêmico por ter saturação de bases (V) menor de 50% (V < 50%);
(19) Sais – condutividade elétrica do estrato de saturação maior do que 4 dS/m (4mmhos/cm). O extrato de saturação é a solução extraída sob vácuo de uma pastasaturada com água.
(20) Cor viva – corresponde a drenagem melhor do que imperfeitamente drenado (D1 aD5; exclui D6, D7 e e D8 ou imperfeitamente, mal e muito mal drenado). Não háindícios de gleização nas partes baixas de perfil; se permanecer molhado é apenaspor pequena parte do tempo. Pode apresentar mosqueados, mas não gleização na
parte inferior do horizonte B;
(21) Profundo – neste caso, mais de 50 cm até a rocha fresca (contato lítico) ou semi-alterada (contacto litóide).
(22) Mudança textural abrupta – mudanças numa distância vertical de 8 cm; teor deargila do horizonte B (r B) vai depender do teor da argila do horizonte A (r A), assim: ser A < 20, r B > 2r A; se r A > 20, r B + 20 e r B > 2r A em alguma parte do horizonte B.
(23) = 5YR 4/6,8 – cor tão vermelha ou mais vermelha que 5YR 4/6 ou 5YR 4/8. C =
2,5YR e valor = 4?)
(1)
;
(24) Camadas uniformes – até pelo menos 2 m de profundidade não há pronunciadaestratificação de camadas inconsolidadas reconhecidas pela cor ou textura, queidentifica deposição pelo rio;
(25) TNa > 15 – saturação de sódio ou 100 Na/(S+Al+H) > 15% ;
(26) MPEI – Minerais Primários Facilmente Intemperizáveis – presença na fração areiafina (0,05 a 0,2mm), expresso na terra fina (< 2 mm), de > 4% de minerais facilmenteintemperizáveis, como calcita, plagioclásios cálcicos, piroxênios, anfibólios, biotita,
nefelina, olivina, e serpentina, ou > 10% de minerais relativamente resistentes comogranada, feldspatos potássicos, titanita, epidoto, andalusita, muscovita, estaurolita ecianita.
(27) TNa > 6 – saturação de sódio ou 100 Na/(S+Al+H) > 6% ;
(28) Topo do B escuro – característica dos pdzólicos Bruno Acinzentados. É possívelque essa cor tenha algo a ver com a movimentação da goethita associada commatéria orgânica (FONTES, 1990);
(29) Cinza – cor cinza ou branca; valor alto xx 4/ e croma baixo (= 3);
(30) Restinga – areia em geral bem selecionada, limpa;
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(31) Subsuperfície escura – presença de horizonte subsuperficial escuro e enriquecidoem matéria orgânica. Algumas vezes este horizonte escuro se encontra abaixo de 2m da superfície;
(32) FeS > 15 e TiS > 1,5 - % Fe2O3 e % TiO2 pelo ataque sulfúrico maior que 15 e 1,5%,respectivamente. Essas características identificam solos com B texturaldesenvolvidos de rochas máficas: ricas em fósforo e elementos traços;
(33) FeS = 3,75 + 0,0625r = % Fe2O3 = 3,75 + 0,0625 (% de argila). Essa relação é paraseparar PV e PE, quando ambos têm cores vermelhas;
(34) A fraco – apresenta < 0,58% de carbono; cores claras, valores > 4 úmido e > 6 seco,e estrutura maciça ou fraca. É típico das regiões Semi-Áridas.
Conclusões
As chaves de identificação podem ser elaboradas para servir de ferramenta didática; parase ter uma visão de conjunto das classes, dificilmente obtidas de outra forma, e ressaltam ospontos que necessitam de pesquisas a esse respeito.
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AULA NO 8
SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS: EVOLUÇÃO,ESTRUTURAÇÃO E DEFINIÇÃO DAS CLASSES DE 1° NÍVEL
Trata-se de um sistema morfopedológico e multicategórico,
compreendendo 13 (treze) classes de l ° nível (Ordens) e cerca de 625
classes ao nível de subgrupo. No 1º nível apresentam a seguinte
nomenclatura: Argissolos, Cambissolos, Chernossolos, Espodossolos,Gleissolos, Latossolos, Luvissolos, Neossolos, Nitossolos,
Organossolos, Planossolos, Plintossolos e Vertissolos.
Definição das classes (ordens):
1. ARGISSOLOS: Solos constituídos por material mineral,
apresentando horizonte B textural imediatamente abaixo do A ou E,
com argila de atividade baixa ou com argila de atividade alta
conjugada com saturação por bases baixa e/ou caráter alítico na
maior parte do horizonte B, e satisfazendo, ainda, os seguintes
requisitos:
• Horizonte plíntico, se presente, não satisfaz os critérios para Plintossolo;
• Horizonte glei, se presente, não satisfaz os critérios para Gleissolo.
CLASSES DO 2º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)
a. ARGISSOLOS BRUNO-ACINZENTADOS
Solos que apresentam a parte superior do horizonte B (inclusive BA)pouco mais escurecida (bruno-escuro ou bruno-avermelhado-escuro) em re-
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lação aos subhorizontes inferiores, com matiz 5YR ou mais amarelo, valor 3 a 4 e croma menor ou igual a 4 e espessura do solum normalmente entre60 e 100 cm, exclusive Planossolos.
b. ARGISSOLOS ACINZENTADOSSolos com cores acinzentadas na maior parte dos primeiros 100 cm
do B (inclusive BA), com matiz 7,5YR ou mais amarelo, valor maior ou
igual a 5 e cromas menores que 4.
c. ARGISSOLOS AMARELOS
Solos com matiz 7,5YR ou mais amarelos na maior parte dosprimeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA).
d. ARGISSOLOS VERMELHOS
Solos com matiz 2,5YR ou mais vermelho ou com matiz 5YR evalores iguais ou menores que 4, na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B.
e. ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELOS
Outros solos de cores vermelho-amareladas e amarelo-avermelhadas que não se enquadram nas classes anteriores.
2. CAMBISSOLOS: Solos constituídos por material mineral com
horizonte B incipiente subjacente a qualquer tipo de horizonte
superficial, exceto hístico com 40 cm ou mais de espessura, ou
horizonte A chernozêmico, quando o B incipiente apresentar argila
de atividade alta e saturação por bases alta. Plintita e petroplintita,
horizonte glei e horizonte vértico, se presentes, não satisfazem os
requisitos para Plintossolos, Gleissolos e Vertissolos,
respectivamente.
CLASSES DO 2º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)
a. CAMBISSOLOS HÚMICOS
Solos com horizonte A húmico.
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b. CAMBISSOLOS FLÚVICOS
Solos minerais com seqüência errática de carbono e de textura dentro de
120 cm a partir da superfície do solo, normalmente com mudança texturalabrupta entre um ou mais horizontes ao longo do perfil, ocorrendo em
áreas aplainadas de planícies e/ou terraços aluviais recentes ou não.
c. CAMBISSOLOS HÁPLICOS
Outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.
3. CHERNOSSOLOS: Solos constituídos por material mineral, que
apresentam horizonte A chernozêmico seguido por:
• horizontes B incipiente ou B textural, ambos com argila de atividade
alta e saturação por bases alta (exclusive Vertissolo); ou
• horizonte cálcico ou caráter carbonático, coincidindo com o horizonte Achernozêmico e/ou com horizonte C, admitindo-se entre os dois,
horizonte B incipiente com espessura < 10 cm; ou por
• contato lítico desde que o horizonte A chernozêmico contenha 15% ou
mais de carbonato de cálcio equivalente.
CLASSES DO 2º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)
a. CHERNOSSOLOS RÊNDZICOS
Solos com horizonte A chernozêmico e:
• horizonte cálcico ou caráter carbonático, coincidindo com o horizonte A
chernozêmico e/ou com horizonte C, admitindo-se entre os dois,
horizonte Bi com espessura < 10cm; ou
• contato lítico desde que o horizonte A chernozêmico contenha 15% ou
mais de carbonato de cálcio equivalente.
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b. CHERNOSSOLOS EBÂNICOS
Solos que apresentam o caráter ebânico na maior parte do horizonte B
(inclusive BA).
c. CHERNOSSOLOS ARGILÚVICOS
Outros solos com caráter argilúvico abaixo do horizonte A chernozêmico.
d. CHERNOSSOLOS HÁPLICOS
Outros solos que não se enquadram nas classes anteriores..
4. ESPODOSSOLOS: Solos constituídos por material mineral,
apresentando horizonte B espódico, imediatamente abaixo de
horizonte E ou A, dentro de 200cm da superfície do solo, ou de 400
cm de profundidade, se a soma do horizonte A+E ou horizonte
hístico + E ultrapassa 200cm de profundidade.
CLASSES DO 2º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)a. ESPODOSSOLOS HUMILÚVICOS - Solos com acúmulo predominante
de carbono orgânico e alumínio no horizonte B espódico. Presença
apenas de horizonte do tipo Bh dentro de 200cm da superfície do
solo, ou de 400cm de profundidade, se a soma do horizonte A+E ou
horizonte hístico + E ultrapassa 200cm de profundidade.
b. ESPODOSSOLOS FERRILÚVICOS - Solos com acúmulo
predominante de compostos de ferro em relação ao alumínio.
Presença apenas de horizonte Bs dentro de 200cm da superfície do
solo, ou de 400cm de profundidade, se a soma do horizonte A+E ou
horizonte hístico + E ultrapassa 200cm de profundidade.
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c. ESPODOSSOLOS FERRIHUMILÚVICOS - Outros solos com
acúmulo expressivo de carbono orgânico, ferro e alumínio no
horizonte B espódico. Presença de horizonte Bhs ou de Bs e Bh
combinados dentro de 200cm da superfície do solo, ou de 400cm de
profundidade, se a soma do horizonte A+E ou horizonte hístico + E
ultrapassa 200cm de profundidade.
5. GLEISSOLOS: Solos constituídos por material mineral com
horizonte glei iniciando-se dentro de 150 cm da superfície,
imediatamente abaixo de horizontes A ou E, ou de horizonte hístico
com menos de 40 cm de espessura e não apresentando horizonte
vértico ou horizonte B textural com mudança textural abrupta acima
ou coincidente com horizonte glei;
• Não apresenta qualquer outro tipo de horizonte B diagnóstico
acima do horizonte glei;
• Não apresenta textura exclusivamente areia ou areia franca em
todos os horizontes até a profundidade de 150 cm da superfície do
solo ou até um contato lítico.;
• Horizonte plíntico se presente deve estar à profundidade superior a
200 cm da superfície do solo.
CLASSES DO 2º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)
a. GLEISSOLOS TIOMÓRFICOS- Solos com horizonte sulfúrico
e/ou materiais sulfídricos, dentro de 100 cm da superfície do solo.
b. GLEISSOLOS SÁLICOS- Solos com caráter sálico (CE ≥ 7dS/m)
em um ou mais horizontes, dentro de 100 cm da superfície do
solo .
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c. GLEISOLOS MELÂNICOS- Solos com horizonte H hístico com
menos de 40 cm de espessura, ou horizonte A húmico,
proeminente ou chernozêmico.
d. GLEISSOLOS HÁPLICOS -Outros solos que não se enquadram
nas classes anteriores
6. LATOSSOLOS: Solos constituídos por material mineral,
apresentando horizonte B latossólico imediatamente abaixo de
qualquer tipo de horizonte A, dentro de 200cm da superfície do
solo ou dentro de 300cm, se o horizonte A apresenta mais que
150cm de espessura.
CLASSES DO 2º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)
a. LATOSSOLOS BRUNOS
• Solos com matizes 4YR ou mais amarelos no horizonte BA ou em
todo o horizonte B, em concomitância com valor úmido igual ouinferior a 4 e apresentando horizonte A húmico ou teores de
carbono orgânico superiores a 1% até 70 cm ou mais de
profundidade.
• Apresentam alta capacidade de retração com a perda de
umidade, evidenciada pelo fendilhamento acentuado em cortes
de barrancos expostos ao sol por curto espaço de tempo (uma
semana ou mais), formando uma estrutura do tipo prismática.
b. LATOSSOLOS AMARELOS
Solos com matiz 7,5YR ou mais amarelo na maior parte dos primeiros
100 cm do horizonte B (inclusive BA).
c. LATOSSOLOS VERMELHOS
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Solos com matiz 2,5YR ou mais vermelho na maior parte dos primeiros
100cm do horizonte B (inclusive BA).
d. LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS
Outros solos de cores vermelho-amareladas e amarelo-avermelhadas
que não se enquadram nas classes anteriores.
CLASSES DO 3º NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS)
LATOSSOLOS BRUNOS
a) LATOSSOLOS BRUNOS Acriférricos
Solos com caráter ácrico dentro de 150 cm da superfície do solo e teores
de Fe2O3 (pelo H2SO4) de 18% a < 36% na maior parte dos primeiros
100 cm do horizonte B (inclusive BA).
b) LATOSSOLOS BRUNOS Ácricos
Solos com caráter ácrico dentro de 150 cm da superfície do solo.
c) LATOSSOLOS BRUNOS Aluminoférricos
Solos com caráter alumínico e teores de Fe2O3 (pelo H2SO4) de 18% a
< 36% na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA).
d) LATOSSOLOS BRUNOS Alumínicos
Solos com caráter alumínico na maior parte dos primeiros 100 cm do
horizonte B (inclusive BA).
e) LATOSSOLOS BRUNOS Distroférricos
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Solos com baixa saturação por bases (V < 50%) e teores de Fe2O3
(pelo H2SO4) de 18% a < 36% na maior parte dos primeiros 100 cm do
horizonte B (inclusive BA).
f) LATOSSOLOS BRUNOS Distróficos
Outros solos com baixa saturação por bases (V < 50%) na maior parte
dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA).
LATOSSOLOS AMARELOS
a) LATOSSOLOS AMARELOS Alumínicos
Solos com caráter alumínico na maior parte dos primeiros 100 cm do
horizonte B (inclusive BA).
b) LATOSSOLOS AMARELOS Distrocoesos
Solos com saturação por bases baixa (V < 50%), caráter coeso e
teores de Fe2O3 (pelo H2SO4) baixos (< 8%) e Ki igual ou maior que 1,7
na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA).
c) LATOSSOLOS AMARELOS Acriférricos
Solos com caráter ácrico dentro de 150cm da superfície do solo e teores
de Fe2O3 (pelo H2SO4) de 18% a < 36% na maior parte dos primeiros
100cm do horizonte B (inclusive BA).
d) LATOSSOLOS AMARELOS Ácricos
Solos com caráter ácrico dentro de 150cm da superfície do solo.
e) LATOSSOLOS AMARELOS Distroférricos
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Solos com baixa saturação por bases (V < 50%) e teores de Fe203
(pelo H2SO4) de 18% a < 36% na maior parte dos primeiros 100cm do
horizonte B (inclusive BA).
f) LATOSSOLOS AMARELOS Distróficos
Solos apresentando baixa saturação por bases (V < 50%) na maior parte
dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA).
g) LATOSSOLOS AMARELOS Eutróficos
Outros solos apresentando alta saturação por bases (V ≥50%) na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA).
LATOSSOLOS VERMELHOS
a) LATOSSOLOS VERMELHOS Perférricos
Solos com saturação por bases baixa (V < 50%) e teores de Fe2O3 (pelo
H2SO4) ≥36% na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B
(inclusive BA).
b) LATOSSOLOS VERMELHOS Aluminoférricos
Solos com caráter alumínico e teores de Fe203 (pelo H2SO4) de 18% a <
36% na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA).
c) LATOSSOLOS VERMELHOS Acriférricos
Solos com caráter ácrico dentro de 150cm da superfície do solo e teores
de Fe2O3 (pelo H2SO4) de 18% a < 36% na maior parte dos primeiros
100cm do horizonte B (inclusive BA).
d) LATOSSOLOS VERMELHOS Distroférricos
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Solos com saturação por bases baixa (V < 50%) e teores de Fe203
(pelo H2SO4) de 18% a < 36% na maior parte dos primeiros 100cm do
horizonte B (inclusive BA).
e) LATOSSOLOS VERMELHOS Eutroférricos
Solos com saturação por bases alta (V ≥50%) e teores de Fe203 (pelo
H2SO4) de 18% a < 36% na maior parte dos primeiros 100cm do
horizonte B (inclusive BA).
f) LATOSSOLOS VERMELHOS Ácricos
Solos com caráter ácrico em um ou mais horizontes, dentro de 150cm da
superfície do solo.
g) LATOSSOLOS VERMELHOS Distróficos
Solos com saturação por bases baixa (V < 50%) na maior parte dos
primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA).
LATOSSOLOS VERMELHOS Eutróficos
Outros solos que apresentam saturação por bases alta (V ≥ 50%) na
maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA).
LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS
a) LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Alumínicos
b) LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Acriférricos
c) LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Ácricos
d) LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Distroférricos
e) LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Distróficos
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f) LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Eutróficos
CLASSES DO 4º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBGRUPOS)
LATOSSOLOS BRUNOS Acriférricos
1a) LATOSSOLOS BRUNOS Acriférricos rúbricos
1b) LATOSSOLOS BRUNOS Acriférricos típicos
LATOSSOLOS BRUNOS Ácricos
1a) LATOSSOLOS BRUNOS Ácricos rúbricos
1b) LATOSSOLOS BRUNOS Ácricos típicos
LATOSSOLOS BRUNOS Aluminoférricos
1a) LATOSSOLOS BRUNOS Aluminoférricos rúbricos
1b) LATOSSOLOS BRUNOS Aluminoférricos típicos
LATOSSOLOS BRUNOS Alumínicos
1a) LATOSSOLOS BRUNOS Alumínicos rúbricos
1b) LATOSSOLOS BRUNOS Alumínicos câmbicos
Solos intermediários com Cambissolos, apresentando materiais primáriosalteráveis visíveis no perfil a olho nu ou com auxílio de uma lente de 10
X, em porcentagens estimadas em menos de que 4% e/ou menos que
5% de fragmentos de rocha no horizonte B, e/ou relação silte/argila
menor que 0,7 e maior que 0,6 nos solos de textura média e menor que
0,6 e maior que 0,5 nos solos argilosos, dentro de 200 cm da superfície
do solo (exclusive BC ou B/C).
1c) LATOSSOLOS BRUNOS Alumínicos típicos
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LATOSSOLOS BRUNOS Distroférricos
1a) LATOSSOLOS BRUNOS Distroférricos rúbricos
1b) LATOSSOLOS BRUNOS Distroférricos típicos
LATOSSOLOS BRUNOS Distróficos
1a) LATOSSOLOS BRUNOS Distróficos rúbricos
1b) LATOSSOLOS BRUNOS Distróficos câmbicos
1c) LATOSSOLOS BRUNOS Distróficos típicos
LATOSSOLOS AMARELOS Alumínicos
1a) LATOSSOLOS AMARELOS Alumínicos argissólicos
Solos intermediários com Argissolos, apresentando horizonte Bt abaixo deum B latossólico, dentro de 200 cm da superfície do solo, ou horizonte Bw
intermediário com horizonte Bt, com estrutura em blocos, fraca ou moderada
e/ou cerosidade pouca e moderada.
1b) LATOSSOLOS AMARELOS Alumínicos típicos
LATOSSOLOS AMARELOS Distrocoesos
1a) LATOSSOLOS AMARELOS Distrocoesos antrópicos
1b) LATOSSOLOS AMARELOS Distrocoesos húmicos
1c) LATOSSOLOS AMARELOS Distrocoesos argissólicos
1d) LATOSSOLOS AMARELOS Distrocoesos petroplínticos
1e) LATOSSOLOS AMARELOS Distrocoesos plínticos
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1f) LATOSSOLOS AMARELOS Distrocoesos típicos
LATOSSOLOS AMARELOS Acriférricos
1a) LATOSSOLOS AMARELOS Acriférricos húmicos
1b) LATOSSOLOS AMARELOS Acriférricos típicos
LATOSSOLOS AMARELOS Ácricos
1a) LATOSSOLOS AMARELOS Ácricos húmicos
1b) LATOSSOLOS AMARELOS Ácricos petroplínticos
1c) LATOSSOLOS AMARELOS Ácricos plínticos
1d) LATOSSOLOS AMARELOS Ácricos típicos
LATOSSOLOS AMARELOS Distroférricos
1a) LATOSSOLOS AMARELOS Distroférricos húmicos
1b) LATOSSOLOS AMARELOS Distroférricos típicos
LATOSSOLOS AMARELOS Distróficos
1a) LATOSSOLOS AMARELOS Distróficos antrópicos
1b) LATOSSOLOS AMARELOS Distróficos húmicos
1c) LATOSSOLOS AMARELOS Distróficos câmbicos
1d) LATOSSOLOS AMARELOS Distróficos argissólicos
1e) LATOSSOLOS AMARELOS Distróficos petroplínticos
1f) LATOSSOLOS AMARELOS Distróficos típicos
LATOSSOLOS AMARELOS Eutróficos
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1a) LATOSSOLOS AMARELOS Eutróficos câmbicos
1b) LATOSSOLOS AMARELOS Eutróficos argissólicos
1c) LATOSSOLOS AMARELOS Eutróficos típicos
LATOSSOLOS VERMELHOS Perférricos
1a) LATOSSOLOS VERMELHOS Perférricos húmicos
1b) LATOSSOLOS VERMELHOS Perférricos câmbicos
1c) LATOSSOLOS VERMELHOS Perférricos típicos
LATOSSOLOS VERMELHOS Aluminoférricos
1a) LATOSSOLOS VERMELHOS Aluminoférricos húmicos
1b) LATOSSOLOS VERMELHOS Aluminoférricos câmbicos
1c) LATOSSOLOS VERMELHOS Aluminoférricos típicos
LATOSSOLOS VERMELHOS Acriférricos
1a) LATOSSOLOS VERMELHOS Acriférricos húmicos
1b) LATOSSOLOS VERMELHOS Acriférricos petroplínticos
1c) LATOSSOLOS VERMELHOS Acriférricos típicos
LATOSSOLOS VERMELHOS Distroférricos
1a) LATOSSOLOS VERMELHOS Distroférricos húmicos
1b) LATOSSOLOS VERMELHOS Distroférricos câmbicos
1c) LATOSSOLOS VERMELHOS Distroférricos nitossólicos
1d) LATOSSOLOS VERMELHOS Distroférricos plínticos
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1e) LATOSSOLOS VERMELHOS Distroférricos típicos
LATOSSOLOS VERMELHOS Eutroférricos
1a) LATOSSOLOS VERMELHOS Eutroférricos câmbicos
1b) LATOSSOLOS VERMELHOS Eutroférricos chernossólicos
1c) LATOSSOLOS VERMELHOS Eutroférricos típicos
1d) LATOSSOLOS VERMELHOS Ácricos
1e) LATOSSOLOS VERMELHOS Ácricos húmicos
1f) LATOSSOLOS VERMELHOS Ácricos típicos
LATOSSOLOS VERMELHOS Distróficos
1a) LATOSSOLOS VERMELHOS Distróficos húmicos
1b) LATOSSOLOS VERMELHOS Distróficos câmbicos
1c) LATOSSOLOS VERMELHOS Distróficos argissólicos
1d) LATOSSOLOS VERMELHOS Distróficos típicos
LATOSSOLOS VERMELHOS Eutróficos
1a) LATOSSOLOS VERMELHOS Eutróficos câmbicos
1b) LATOSSOLOS VERMELHOS Eutróficos argissólicos
1c) LATOSSOLOS VERMELHOS Eutróficos chernossólicos
1d) LATOSSOLOS VERMELHOS Eutróficos típicos
LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Alumínicos
1a) LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Alumínicos argissólicos
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1b) LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Alumínicos típicos
LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Acriférricos
1a) LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Acriférricos húmicos
1b) LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Acriférricos típicos
LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Ácricos
1a) LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Ácricos húmicos
1b) LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Ácricos típicos
LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Distroférricos
1c) LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Distroférricos câmbicos
1d) LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Distroférricos argissólicos
1e) LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Distroférricos típicos
LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Distróficos
1a) LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Distróficos húmicos
1b) Solos com horizonte A húmico (Brasil 1983, p.428, perfil extra 56).
1c) LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Distróficos câmbicos
1d) LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Distróficos plínticos
1e) LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Distróficos nitossólicos
1f) LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Distróficos argissólicos
1g) LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Distróficos típicos
LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Eutróficos
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1a) LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Eutróficos câmbicos
1b) LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Eutróficos argissólicos
1c) LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Eutróficos típicos
7. LUVISSOLOS: Solos constituídos por material mineral, com argila
de atividade alta, alta saturação por bases e horizonte B textural
imediatamente abaixo de horizonte A fraco, ou moderado ou
proeminente, ou horizonte E, e satisfazendo os seguintes
requisitos:
• horizontes plíntico, glei e plânico, se presentes, não satisfazem os
critérios para Plintossolos, Gleissolos e Planossolos,
respectivamente; não é coincidente com a parte superficial do
horizonte B textural;
• horizonte glei, se ocorrer inicia-se após 50cm de profundidade, não
coincidindo com a parte superficial do horizonte B textural;
CLASSES DO 2º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)
1 LUVISSOLOS CRÔMICOS
Solos com caráter crômico na maior parte do horizonte B (inclusive BA).
2 LUVISSOLOS HÁPLICOS
Outros solos pouco cromados na maior parte do horizonte B (exclusive
Planossolos), que não se enquadram na classe anterior.
8. NEOSSOLOS: Solos pouco evoluídos e sem qualquer tipo de
horizonte B diagnóstico, e horizontes glei, plíntico e vértico quando
presentes, não estão em condição diagnóstica.
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CLASSES DO 2º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)
1 NEOSSOLOS LITÓLICOS
Solos com horizonte A ou hístico, assente diretamente sobre a rocha ou
sobre um horizonte C ou Cr ou sobre material com 90% (por volume), ou
mais de sua massa constituída por fragmentos de rocha com diâmetro maior
que 2mm (cascalhos, calhaus e matacões) e que apresentam um contato
lítico típico ou fragmentário dentro de 50cm da superfície do solo. Admite um
horizonte B em início de formação, cuja espessura não satisfaz a qualquer
tipo de horizonte B diagnóstico.
2 NEOSSOLOS FLÚVICOS
Solos derivados de sedimentos aluviais com horizonte A assente sobre
horizonte C constituído de camadas estratificadas, sem relação
pedogenética entre si, apresentando pelo menos um dos seguintes
requisitos:
• distribuição irregular do conteúdo de carbono orgânico em
profundidade, dentro de 150cm da superfície do solo; e/ou
• camadas estratificadas em 25% ou mais do volume do solo, dentro de
150cm da superfície do solo.
3 NEOSSOLOS REGOLÍTICOS
Solos com horizonte A sobrejacente a horizonte C ou Cr e contato lítico a
uma profundidade maior que 50 cm; admite horizonte Bi com menos de
10cm de espessura, e ambos ou um dos seguintes requisitos:
a) 4% ou mais de minerais primários alteráveis (menos resistentes ao
intemperismo) na fração areia total e/ou no cascalho, porém referidos a
100g de TFSA em algum horizonte dentro de 150 cm a partir da;
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b) 5% ou mais do volume da massa do horizonte C ou Cr, dentro de
150cm de profundidade, apresentando fragmentos de rocha semi-
intemperizada, saprolito ou fragmentos formados por restos da estrutura
orientada da rocha (pseudomorfos) que deu origem ao solo.
4 NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS
Outros solos com seqüência de horizontes A-C, sem contato lítico dentro de
50cm de profundidade, apresentando textura areia ou areia franca nos
horizontes até, no mínimo, a profundidade de 150cm a partir da superfíciedo solo ou até um contato lítico; essencialmente quartzosos, tendo nas
frações areia grossa e areia fina 95% ou mais de quartzo, calcedônia e
opala e, praticamente, ausência de minerais primários alteráveis (menos
resistentes ao intemperismo).
9. NITOSSOLOS: Solos com 350 g/kg ou mais de argila, constituídos
por material mineral que apresentam horizonte B nítico
imediatamente abaixo do horizonte A ou dentro dos primeiros 50
cm do horizonte B, com argila de atividade baixa ou caráter alítico
na maior parte do horizonte B, dentro de 150cm da superfície do
solo.
CLASSES DO 2º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)
1 NITOSSOLOS BRUNOS
Solos com matizes 4YR ou mais amarelos na maior parte dos primeiros
100cm do horizonte B (exclusive).
2 NITOSSOLOS VERMELHOS
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Solos com matiz 2,5YR ou mais vermelho na maior parte dos primeiros
100cm do horizonte B (exclusive BA).
3 NITOSSOLOS HÁPLICOS
Outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.
10. ORGANOSSOLOS: Solos constituídos por material orgânico
(teor de C-org. ≥80 g/kg de TFSA), que apresentam horizonte
hístico, satisfazendo os seguintes critérios:
• 60cm ou mais de espessura se 75% ou mais do material
orgânico consiste de tecido vegetal na forma de restos de
ramos finos, raízes finas, cascas de árvores, etc., excluindo as
partes vivas; ou
• solos que estão saturados com água no máximo por 30 dias
consecutivos por ano, durante o período mais chuvoso, com
horizonte O hístico, apresentando as seguintes espessuras:
• 20cm ou mais, quando sobrejacente a um contato lítico ou
à material fragmentar constituído por 90% ou mais (em
volume) de fragmentos de rocha (cascalhos, calhaus e
matacões); ou
• 40cm ou mais quando sobrejacente a horizontes A, B ou
C; ou
• solos saturados com água durante a maior parte do ano,
na maioria dos anos, a menos que artificialmente
drenados, apresentando horizonte H hístico com a
seguinte espessura:
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• 40cm ou mais, quer se estendendo em seção única a
partir da superfície do solo, quer tomado cumulativamente
dentro dos 80cm superficiais.
CLASSES DO 2º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)
1 ORGANOSSOLOS TIOMÓRFICOS
Solos que apresentam horizonte sulfúrico e/ou materiais sulfídricos
dentro de 100 cm da superfície do solo.
2 ORGANOSSOLOS FÓLICOS
Solos que estão saturados por água, no máximo por 30 dias consecutivos
por ano, durante o período mais chuvoso, e que apresentam horizonte O
hístico originado de acumulação de folhas, galhos finos, raízes, cascas
de árvores, etc, em diferentes graus de decomposição, sobrejacente a
contato lítico ou ocupando os interstícios de material constituído de
fragmentos de rocha (cascalhos, calhaus e matacões).
Em geral, localizam-se em ambientes úmidos de clima altimontano.
3 ORGANOSSOLOS HÁPLICOS
Outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.
11. PLANOSSOLOS: Solos constituídos por material mineral com
horizonte A ou E seguido de horizonte B plânico.
CLASSES DO 2º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)
1 PLANOSSOLOS NÁTRICOS
Solos apresentando horizonte plânico com caráter sódico imediatamenteabaixo de um horizonte A ou E.
2 PLANOSSOLOS HÁPLICOS
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Outros solos que não se enquadram na classe anterior
12. PLINTOSSOLOS: Solos constituídos por material mineral,apresentando horizonte plíntico ou litoplíntico ou concrecionário,
em uma das seguintes condições:
• começando dentro de 40 cm da superfície; ou
• começando dentro de 200 cm da superfície quando precedido de
horizonte glei ou de horizonte A, ou E, ou de outro horizonte que
apresente cores pálidas, variegadas ou com mosqueados em
quantidade abundante.
• Quando precedidos de horizonte ou camada de coloração pálida
(acinzentadas, pálidas ou amarelado claras), estas deverão ter
matizes e cromas de conforme os ítens a e b definidos abaixo,
podendo ocorrer ou não mosqueados de coloração desdeavermelhadas até amareladas.
• Quando precedidos de horizontes ou camadas de coloração
variegada, pelo menos uma das cores deve satisfazer as
condições dos ítens a e b definidos abaixo.
• Quando precedidos de horizontes ou camadas com mosqueados,estes deverão ocorrer em quantidade abundante (> 20% em
volume), numa matriz de coloração avermelhada ou amarelada e
deverão apresentar matizes e cromas conforme ítens a e b
definidos abaixo.
• a - matiz 5Y; ou
• b - matizes 7,5YR, 10YR ou 2,5Y com croma menor ou igual a 4.
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CLASSES DO 2º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)
1 PLINTOSSOLOS PÉTRICOS
Solos com horizonte concrecionário ou horizonte litoplíntico.
2 PLINTOSSOLOS ARGILÚVICOS
Solos com horizonte plíntico e caráter argilúvico.
3 PLINTOSSOLOS HÁPLICOS
Outros solos com horizonte plíntico que não se enquadram nas classes
anteriores.
13. VERTISSOLOS: Solos constituídos por material mineral com
horizonte vértico entre 25 e 100cm de profundidade e relação
textural insuficiente para caracterizar um B textural, e
apresentando, além disso, os seguintes requisitos:
• teor de argila, após mistura e homogeneização do material de solo, nos
20 cm superficiais, de no mínimo 300 g/kg de solo;
• fendas verticais no período seco, com pelo menos 1cm de largura,
atingindo, no mínimo, 50cm de profundidade, exceto no caso de solos
rasos, onde o limite mínimo é de 30cm de profundidade;
• ausência de material com contato lítico, ou horizonte petrocálcico, ou
duripã dentro dos primeiros 30cm de profundidade;
• em áreas irrigadas ou mal drenadas (sem fendas aparentes), o
coeficiente de expansão linear (COLE) deve ser igual ou superior a
0,06 ou a expansibilidade linear é de 6cm ou mais;
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• ausência de qualquer tipo de horizonte B diagnóstico acima do
horizonte vértico.
CLASSES DO
2º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)
1 VERTISSOLOS HIDROMÓRFICOS
Solos com horizonte glei dentro dos primeiros 50cm, ou entre 50 e 100 cm
desde que precedido por horizonte de cores acinzentadas.
2 VERTISSOLOS EBÂNICOS
Solos com caráter ebânico, na maior parte dos horizontes, dentro de 100cm
da superfície do solo.3 VERTISSOLOS HÁPLICOS
Outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.
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AULA NO 9
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AULA NO 10
O porque de um sistema nacional de classificação de solos: análise
crítica e comparativa com os sistemas FAO e Soil Taxonomy.5
Ao longo dos anos dedicados à pratica de executar levantamento desolos os pedólogos do atualmente denominado Centro Nacional dePesquisa de Solos e de outras instituições que usavam referenciais declassificação semelhantes, foram sedimentando e aprimorando aconcepção existente sobre determinada classes, estabelecidas paraatender a particularidade de solos brasileiros.
Assim, foi dada atenção especial à arquitetura do Sistema deClassificação de Solos que se iniciava, à preservação de tais classes eaos critérios de diagnóstico das mesmas. Como conseqüência, aadoção integral de um sistema estrangeiro, tal como os maisdifundidos na época, Soil Taxonomy e Legenda da FAO para o Mapade Solos do Mundo, foi julgado inapropriado por razões de ordemconceitual, operacional e política.
Entre aqueles dois aspectos há discordâncias acentuadas destacando-se entre outros os seguintes:
a) o solo que queremos classificar (em casos especiais comonos ESPODOSSOLOS “gigantes” e LATOSSOLOS com Ahúmico muito espesso o SBCS não se restringe aos 200cmpreconizados pelo Soil Taxonomy e FAO);
b) a profundidade de coleta do material para análise (casodos Ultisols x Alfisols);
c) regime hídrico do solo (requer dados escassos no Brasilalém de ser considerado genérico e portanto, sem valor interpretativo) ;
5 João Bertoldo de Oliveira. Professor visitante do Departamento de Água e Solos da UNICAMP,membro do Comitê Executivo, do Comitê Assessor Nacional e do Núcleo Regional UNICAMP/IACdo Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Bolsista do CNPq.
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d) agregação em mesma classe solos que se pretendia
separados (caso das NITOSSOLOS VERMELHOS e ARGISSOLOS VERMELHOS agrupados em uma mesma
classe naqueles dois sistemas);
e) dispersão por várias classes solos que se pretendiaagrupados (caso dos Plintossolos que no Soil Taxonomyestão distribuidos por várias Ordens);
f) distinção de solos com teor de Na+ < 15% (Soil Taxonomydiscrimina apenas solos com teor de Na+ igual ou superior a 15%);
g) prevalência de duripã sobre horizonte nátrico (Na sub-ordem Ustalf os Durustalfs e Plinthustalfs antecedem osNatrustalfs;
h) conceito de CHERNOSSOLOS restrito a solos com argilaatividade alta (os Oxic Haplustolls e Oxic Argiudolls podemapresentar CTC < 24 cmol/Kg-1 );
i) conceito menos abrangente para os PLANOSSOLOS (naLegenda da FAO os Planossolos requerem horizonte E,desnecessário no SBCS);
j) prevalência do horizonte B nátrico sobre outros horizontese/ou atributos (Natrarquert do Soil Taxonomy sãoPLANOSSOLOS segundo o SBCS e não VERTISSOLOS);
k) relação silte/argila < 0,2 e teor argila dispersa em água <10% independente do solos ter ou não caráter ácrico(belíssimos LATOSSOLOS segundo SBCS não sãoenquadrados entre os Ferralsols da FAO);
l) NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS x NEOSSOLOSREGOLÍTICOS de textura arenosa (ambos solos sãoenquadrados na classe dos Arenosols da FAO enquanto
no Soil Taxonomy seriam discriminados apenas a nivel defamília.
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Quanto aos aspectos políticos foi considerado “situação indesejável a
subordinação da classificação de solos brasileiros aoscondicionamentos presentes e modificações eventuais, inerentes a
sistemas taxonômicos desenvolvidos para atendimento de outrascondições de solos e meio ambiente, ou inerentes a sistemas deabrangência mundial, sempre dependentes de critérios conciliatórios.O conveniente é dispor de autonomia quanto ao controle e poder decisório, abrangentes sobre o sistema a adotar, seu ajustamento esua adequação aos agrupamentos taxonômicos consideradosconsentâneos com as distinções que se julguem pertinentes no âmbitodo país” (EMBRAPA, 1981).
Paralisado desde 1988 o projeto de Classificação de Solos foiretomado em 1996 sob nova concepção metodológica, ressaltando aformação de Comité Executivo, Comitê Assessor Nacional e NúcleosRegionais o que permitiu uma intensa e efetiva participação dacomunidade pedológica brasileira na elaboração do Sistema Brasileirode Classificação de Solos recentemente publicado (EMBRAPA, 1998).
Pode-se dizer que a partir deste documento temos finalmente umSISTEMA NACIONAL de classificação de solos!
Nos Quadros 1 e 2 são apresentados respectivamente o número declasses estabelecidas pelo referido sistema até o quarto nívelcategórico e a relação das classes de primeiro nível com as do SoilTaxonomy (1994) e as da Legenda da FAO (1994).
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QUADRO 1. Número de classes estabelecidas no Sistema Brasileiro deClassificação de Solos até o 4o. nível categórico
1o. NÍVELORDEM
2o. NÍVELSUBORDEM
3o. NIVELGRANDE-GRUPO
4o. NÍVELSUB-GRUPO
1) NEOSSOLOS 4 17 532) VERTISSOLOS 3 10 353) CAMBISSOLOS 3 17 674) CHERNOSSOLOS 4 10 315) LUVISSOLOS 2 04 22
6) ARGILOSSOLOS 4 10 837) LATOSSOLOS 4 22 778) ESPODOSSOLOS 2 06 279) PLANOSSOLOS 3 10 4310) PLINTOSSOLOS 3 08 2811) GLEISSOLOS 4 15 5312) ORGANOSSOLOS 4 09 3113) NITOSSOLOS 2 07 18
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QUADRO 2. RELAÇÃO ENTRE AS CLASSES DO 1O. NÍVELCATEGÓRICO DO SBCS E AS DA FAO (1994) E SOIL TAXONONY (1994)
SBCS
NEOSSOLOS
(N. QUARTZARÊNICOS)
(N. REGOLÍTICOS)
(N. LITÓLICOS)
(N.FLÚVICOS)
VERTISSOLOS
CAMBISSOLOS
CHERNOSSOLOS
LUVISSOLOS
ARGISSOLOS
LATOSSOLOS
ESPODOSSOLOS
PLANOSSOLOS
(P. NÁTRICOS)
(P. HIDROMÓRFICOS).
(P. HÁPLICOS)
PLINTOSSOLOS
GLEISSOLOS
(G. SÁLICOS)ORGANOSSOLOS
FAO
---------
Arenosols
Regosols
Leptosols
FluvisolsVertisols
Cambisols
Chernozems
Kastanozems
Phaeozems
Luvisols
Lixisols
Acrisols
Ferralsols
Podzols
Planosols
SolonetzPlanosols
Planosols
Plinthosols
Gleisols
Solonchaks
HistosolsNitisols
Soil Taxonomy
ntisols
(Quartzipsamments)
(Psamments)
(Lithic....Orthents)
(Lithic...Psamments))
(Fluvents)Vertisols
Cambisols
Molisols (apenas os Ta)
Alfisols
Aridisols ( Argids)
Ultisols (Ta)
Oxisols (Kandic Horiz)
Ultisols (Tb)
Oxisols
Spodosols
Natr (ust-ud) alf
Albaquults, Albaqualfs,
Albaquults, Albaqualfs
Plinthaqu(alf-ept-ox-ult)
Plinthic (várias classes)
Aqu (alf-and-ent-ept-)
SalidsHistosols
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NITOSSOLOS
Não tem
Não tem
Não tem
Não tem
Andosols
Greyzems
Podzoluvisols
Gypsisols
Oxisols, Ultisols, Alfi-
sols
Andisols
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AULA NO 11
(Veja Exercício de Fixação no 5)
DESCRIÇÃO E ANÁLISE DO PERFIL A descrição morfológica e análises de um perfil são métodos de estudos
insubstituíveis; fazem parte normal dos levantamentos de solos. No
cabeçalho da descrição, além da classificação, incluindo as fases
correspondentes ao perfil, vêm o símbolo da unidade de mapeamento; a
localização, município, estado e coordenadas; situação declive e cobertura
vegetal sobre o perfil; altitude; litologia; período geológico; material originário;pedregosidade6; rochosidade7; relevos local e regional; erosão; drenagem;
vegetação primária; uso atual e clima. Na descrição dos horizontes constam
espessura; cor; textura; estruturação; cerosidade; consistência e transição;
são feitas anotações sobre as raízes e observações gerais.
Perfil do solo: um método de estudo
Um perfil de solo não é um solo, da mesma forma que uma seção fina de
uma rocha não é uma rocha, tampouco o corte histológico de um tecido é o
tecido. É um corte para fins de estudo.
Nos trabalhos de levantamento, após ter sido a área percorrida extensa e
intensamente, e tiverem sido identificadas as unidades de mapeamento
preliminares, algumas trincheiras são abertas em locais representativos.
6Pedregosidade, idéia sobre o potencial de fornecer nutrientes, dependendoda natureza da rocha (ligada ao material originário), influência na mecaniza-ção, certa proteção à erosão, material para muros e cercas de pedra, inclusi-ve para controle da erosão: uma prática comum por pequenos agricultoresno nordeste brasileiro. 7Rochosidade, idéia sobre dificuldades de mecanização, de penetração do
sistema radicular, o que pode excluir o potencial para muitas plantas; precipi-tação efetiva menor etc.
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Freqüentemente o exame de aerofotos, imagens de radar etc ajudam a
fazer uma primeira escolha.
Nas trincheiras8 os horizontes são separados pela cor, estrutura, textura,
consistência etc, descritos e coletados para análises físicas, químicas e
mineralógicas. A descrição completa de um perfil possui um cabeçalho9 ou
descrição geral, a descrição morfológica, informações sobre raízes e outras
observações (Tabela 1).
(c) Interpretação da descrição morfológica e análise
Para tentar compreender melhor esse aspecto, são apresentados os dados
(Tabela 2) da descrição morfológica de um perfil.
Modelo de ficha para descrição do perfil (SBCS, 2005).
8 A descrição de perfil, à semelhança de um corte histológico ou de uma se-ção fina, é um método de estudo. Uma trincheira, geralmente 2 metros defundo, ou um corte de barranco, após escavado, é usado para a descrição. A
descrição, ainda que eminentemente qualitativa, é insubstituível na caracte-rização do ambiente. Faz, de certa forma, espacial e metodologicamente aponte entre as clássicas descrições geológicas, geomorfológicas e a vida.Quanto à vida, está mais junto às raízes; quanto ao substrato, está mais pró-ximo à vida. 9O cabeçalho é a descrição sintética do ambiente; dele podem-se avaliar preliminarmente as condições do ambiente quanto à radiação (R) (a identifi-cação do local dá a latitude; o relevo a heterogeneidade), água (A) (a fase davegetação é boa indicadora), nutrientes (N) (a classe de solo traz isso clara-
mente expresso). Os dados sobre altitude, litologia e formação geológica,material de origem, relevo regional e local de drenagem e uso atual refinam eadicionam informações a respeito de R, N e A.
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Descrição Geral Material originário
Perfil - Sigla do Subprojeto e nº
do perfil
Rochosidade
Data - Relevo local -
Classificação Relevo regional -
Unidade de mapeamento - Erosão -
Localização, município, estado
e coordenadas -
Drenagem
Descrição geral Vegetação primária
Situação, declive e cobertura
vegetal sobre o perfil -
Uso atual (incluir outras formas de
vegetação, excluindo primária)-
Altitude - Clima (sempre que possível)
Litologia - Descrito e coletado por -Formação geológica - Descrição morfológica -
Período - Raízes -
Pedregosidade - Observações -
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Descrição geral de um perfil de solo (REUNIÃO., 1983).
Perfil - PRJ nº 5
Data - 17/10/78 Classificação - PODZÓLICO VERMELHO-AMARELO EUTRÓFICO
argila de atividade baixa A moderado textura média/argilosa fasefloresta tropical subcaducifólia relevo ondulado.
Unidade De Mapeamento - PE4
Localização, município, estado e coordenadas - 50m do ladoesquerdo da estrada Itaocara Santo Antônio de Pádua, na altura dokm 208, Santo Antônio de Pádua (RJ), 21o33S 42o10`W GR.
Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil - Trincheirasituada em terço inferior de elevação, com cerca de 15% de declive esob cobertura de gramíneas.
Altitude - 130m
Litologia - Gnaisses bandeados e migmatitos de caráter ácido.
Período - Pré-Cambriano médio e superior
Material Originário - Produtos de meteorização dos gnaisses
bandeados afetados superficialmente por retrabalhamento. Pedregosidade - não pedregosa
Rochosidade - não rochosa.
Relevo local - ondulado, com colinas de topos arredondados,vertentes convexas de dezenas de metros em "V" aberto
Regional - ondulado e forte ondulado
Erosão - moderado
Drenagem - bem drenado Vegetação primária - floresta tropical subcaducifólia
Uso atual - pastagens e pequenos talhões de culturas de milho emandioca, além de ocorrência de pequena parcela de capoeira
Clima - Cwb da classificação de Koppen.
Descrito e coletado por - F.N. Lima e L.G. de Souza.
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Descrição morfológica de um perfil (IIRCC)
Ap - 0-25cm; bruno-avermelhado-escuro (5YR 3/3, úmido), bruno-avermelhado-escuro (5YR 3,5/3, úmido amassado), bruno avermelhado (5
YR 5/3,5, seco) e bruno avermelhado (5 YR 5/4, seco destorroado); argila,forte muito pequena a média granular, ligeiramente duro, friável, plástico emuito pegajoso; transição plana e gradual.
A3- 25-42cm, bruno-avermelhado-escuro (2,5 YR 3/4, úmido), bruno-avermelhado-escuro (2,5 YR 3/5, úmido amassado) bruno-avermelhado (5YR 4/4, seco) e vermelho-amarelado (5 YR 5/6, seco destorroado); argila;forte muito pequena a média granular e blocos subangulares; duro, friável afirme, plástico e muito pegajoso; transição plana e clara.
Blt - 42-56cm, vermelho-escuro (2,5 YR3/5); muito argiloso; forte pequena amédia blocos subangulares; cerosidade moderada e abundante;extremamente duro, firme, plástico e muito pegajoso; transição plana egradual.
B21t - 56-103cm, vermelho (10 R 3,5/6); muito argiloso; forte pequena agrande blocos angulares e subangulares; cerosidade forte e abundante;extremamente duro, firme, plástico e muito pegajoso, transição plana edifusa.
B22t - 103-175cm, vermelho (10 R 3,5/6); muito argiloso; forte pequena a
grande blocos angulares e subangulares; cerosidade forte e abundante;extremamente duro, firme, plástico e muito pegajoso; transição plana edifusa.
B23t - 175-235cm, vermelho (10 R 3,5/6); muito argiloso; forte pequena agrande blocos angulares e subangulares; cerosidade forte e abundante;extremamente duro, firme, plástico e muito pegajoso.
B3 - 225-315cm, vermelho (1 YR 4/8); argila; duro, firme, plástico eligeiramente pegajoso; transição plana e abrupta.
C - 315-370cm+, coloração variegada, constituída de branco (10 R 8/1),vermelho (10 R 5/8), bruno-forte (7,5 YR 5/8), amarelo-brunado (10 YR 6/8)e vermelho-amarelado (5 YR 4/6); franco.
RAÍZES- Abundantes no A1 e muitas no A3; poucas no B1 e raras noshorizontes seguintes. Em geral pivotantes e fasciculares, com diâmetros deaté 5mm.
OBSERVAÇÕES - Trincheira de 210 cm de profundidade. A partir dessaprofundidade foi usado trado para a coleta de parte do horizonte B23t e todoo B3 e C.
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De posse destas informações, procure responder :
1. Que horizontes diagnósticos e atributos se consegue identificar neste
solos?
2. Possivelmente para uma identificação precisa vão ter que ser usados
os dados analíticos, mas, por ora, a tentativa é ler o melhor possível a
morfologia.
3. Por um exame geral, baseado na cor, profundidade etc o que se
consegue ver?
4. Esse solo tem coloração relativamente uniforme com profundidade?
5. As cores têm tonalidades amareladas ou vermelhas?
6. É um solo profundo?
O fato de ser profundo, de coloração avermelhada e relativamente uniforme
com profundidade, lembra que classe de solo?
Seria possível identificá-lo, pelo exame da chave simplificada de
identificação dos solos, com horizonte B ou com horizonte C profundo e, já
que possui horizonte B, como um Latossolo de cor vermelha. Um LR ou umLE?
TABELA 4. Classes de profundidade de perfis de solos (BRASIL, 1981).
Classes Profundidade
Raso < 50
Pouco
Profundo
50 – 100
Profundo 100 – 200
Muito
Profundo
> 200
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Chegando a esse ponto , procure responder baseado nas características
dos horizontes, se o horizonte B do solo descrito se enquadra bem como B
latossólico.
O B latossólico possui normalmente estrutura em blocos e cerosidade?
1. Já que não pode ser um solo com B latossólico, pelo problema de
estrutura e cerosidade, que tipo de horizonte B deve Ter este solo?
2. Quais são as possíveis classes de solos que se enquadram neste
perfil?
3. O solo cuja descrição morfológica se está analisando possui B textural.Que tipo de horizonte A possui?
4. Será A fraco?
5. Ele satisfaz todas as características para o horizonte A fraco?
6. O horizonte A possui, por exemplo, valor (u) <5?
7. E o grau de estrutura é fraco ou maciço?
Já que pelo valor (u) = 3 e pelo grau de estrutura forte o horizonte A não
pode ser A fraco tampouco horizonte turfoso, pois o solo é muito
avermelhado para indicar deficiência de oxigênio;
será que o A tem espessura para ser A chernozêmico ou
proeminente?
Já que A + B > 75cm ( = 315cm), a espessura do A deve ser > 25cm para
satisfazer os horizontes mencionados. A cor do A3 é harmônica com os
horizontes mencionados?
As informações sobre os critérios para um horizonte ser chernozêmico,
indicam que o croma pode ser até 4 quando o regime térmico é hipertérmico
e isoipertérmico. Um solo com essa cor, bem vermelho, deve estar no clima
mais quente ou mais frio, no Brasil?
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Já que os critérios de cor e espessura satisfazem quanto a A
chernozêmico (e A proeminente), satisfariam também para A húmico?
Lembrete: O húmico é, na realidade, um A proeminente muito espesso.
Como distinguir o horizonte A chernozêmico do A proeminente, já que são
indistinguíveis pela cor? E como saber se pode ser A húmico? Para essas
respostas são necessárias informações sobre saturação por bases (valor V)
e, para saber se é A húmico, precisa-se do teor de carbono.
Pela saturação de bases, é A chernozêmico ou A proeminente? Já que
V<50%, é proeminente. Poderá ser A húmico?
Para isso é necessário que ele satisfaça os teores mínimos de carbono,
segundo a relação log C> log(18,93 + 0,38r) - 0,75logp .
Como o solum tem mais de 100 cm, p = 100cm. O teor de argila a 100cm
(Tabela 3) é r = 82% (horizonte B21t).
C>1,8%, a 100cm de profundidade para ser húmico.
É, portanto, A ......?
Esse solo com B textural é Ta ou Tb? Considerando que o teor de C no
horizonte B21t é igual a 0,53%?
Tr = (T/(argila/100)
Considerando que no horizonte Ap a soma de bases é igual a 4,8 cmol.kg-1,o AL3+ é igual a 0,2 cmol.kg-1, o H+ é igual a 6,0 cmol.kg-1 ,e no horizonte B
(B21t) , a soma de bases é igual a 2,4 cmol.kg-1, o AL3+ é igual a 0,0
cmol.kg-1, o H+ é igual a 1,6 cmol.kg-1, qual será a denominação deste solo
quanto à saturação de bases?
Considerando que o teor de Fe2O3 no horizonte B (B21t) é igual
a 11,6 %, qual será a classe deste solo?
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AULA NO 12
LEVANTAMENTO DE SOLOS
O mapa10
é, em geral, o modo mais eficiente e simples de representação dadistribuição geográfica de um fenômeno. Num país como o Brasil, ondefatores ecológicos (clima, solo, organismos) variam tanto mesmo dentro dedistâncias bem pequenas, e considerando que os trabalhos de observação eexperimentação agronômica são realizados em poucas áreas, sendo asgeneralizações11 de importância capital, compreende-se a conveniência douso de mapas pelo pessoal encarregado de estender as conclusõesexperimentais de uma área a outras, nas quais se deseja aplicar asconclusões gerais conseguidas.
Escala A proporção entre mapa e imagem natural constitui a escala de um mapa,por exemplo: 1:50.000 (1 cm = 0,5 km).
Observa-se que à medida que a escala diminui (aumenta o denominador), háum decréscimo na precisão da representação dos detalhes (escala muitopequena).
Como é de se esperar, os mapas de solos variam quanto à sua escala, o quevale dizer, quanto ao seu detalhe.
Mapas de solosOs solos são muito variáveis. Num levantamento os solos são identificados,separados em mapas e posteriormente interpretados para uso. O mapa e orelatório formam um conjunto no final. O mapa representa graficamente ossolos e sua distribuição. O relatório é a explicação detalhada, um manual dossolos da área mapeada. O relatório consta de:
a) Explicação de como se utilizam o mapa e o relatório;
b) Índice;
c) Descrição geral das áreas (localização, material de origem, relevo,clima, vegetação etc.);
10Nos levantamentos de solos do Brasil, feitos pelos técnicos do Serviço Nacional de Le-vantamento e Conservação de Solos, além do nome central da classe de solo (geralmen-te em letras maiúsculas), são especificadas a riqueza em nutrientes, a expressão do hori-zonte superficial escurecido, a textura geral do perfil, a forma de vegetação original e o re-levo. Algumas outras adjetivações podem ser adicionadas ao nome central.11
Os componentes das unidades de mapeamento freqüentemente podem ser identifica-dos por critérios simples a nível de campo. Como cada componente apresenta, em geral,qualidades e limitações muito peculiares, requer também manejo diferente. Conclusão: hánecessidade, localmente, de se identificar cada componente no campo.
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d) Legenda de identificação das unidades de mapeamento;
e) Descrição das unidades de mapeamento;
f) Previsões e recomendações para uso. Estas variam conforme o nível de
detalhe12
do mapeamento e somatória de conhecimentos jáconseguidos sobre comportamento de cada solo.
Unidades taxonômicas e de mapeamento
O que está representado (limitado por uma linha fechada) no mapa de solosé uma unidade de mapeamento (Figura 1).
FIGURA 1. - Bloco diagrama com esquema das unidades de mapeamentocorrespondentes. LV - Latossolo Vermelho-Amarelo; Lc -Latossolo Câmbico; PE -Podzólico Vermelho-Escuro; AL-
Aluviais; H - Gleissolos; Cd - Cambissolo distrófico; RE -Regossolo.
Os solos, na natureza, variam como um continuum, sem se individualizaremcomo plantas ou animais mas, para melhor abrangência do conceito pelanossa mente, eles são enquadrados em Unidades Taxonômicas, cujaconcepção é constituída por um núcleo (perfil modal) com variações dentro
12 É conveniente definir detalhe do levantamento em termos de densidade de observa-ções, em vez da simples definição da escala. O nível de detalhe seria o grau de segu-rança e o número de previsões a respeito de determinado local representado no mapa.
Nas estratificações de ambiente objetiva-se, em geral, a separação de estratos potenci-almente diferentes quanto às comunidades possíveis. Por exemplo, previsões sobre ocomportamento de tal ou tal comunidade, pastagens, talhões florestais, cultivos anuaisetc.
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de uma amplitude definida. Cada solo corresponde, portanto, a umaunidade taxonômica.
Por sua vez, a unidade de mapeamento é constituída, na grandeuniversalidade dos casos, de várias unidades taxonômicas, levando, emgeral, o nome daquela que é a dominante.
AAllgguunnss ccoonncceeiittooss::
Solo Variante (variação): desvio da unidade taxonômica, pelo menos emuma característica diferencial (aquela usada como base do grupamento);área não suficiente para constituir nova unidade taxonômica.
Associação de solos: agrupamento de unidades definidas taxonomicamente,
em associação geográfica regular (ocorrem juntas na paisagem). É umaunidade de mapeamento.
Complexo de solos: associação em que os componentes não podem ser separados em mapas, mesmo nos de escala maior, por causa do padrãointrincado em que se apresentam.
Legenda
Ao se iniciar os trabalhos de levantamento pedológico, normalmente éprogramada uma vistoria geral da mesma, com o propósito de se identificar unidades de mapeamento e estabelecer correlações destas com as diversasfeições da paisagem na legenda preliminar. Em áreas que possuemcobertura aerofotográfica, é conveniente um estudo prévio dos padrõesfotográficos, afim de se detectar os diferentes aspectos fisiográficos.
A legenda final de identificação dos solos é organizada após o término dostrabalhos de campo e laboratório, quando são feitos os ajustes necessários eestabelecida a classificação definitiva dos solos.
Densidade de observações
Variam de 0,25 a 5 observações por cm2 de mapa. Existem três tipos deobservações:
a) obs. para classificação de solos (identifica as unidades de mapeamento)
b) obs. para verificação de limites entre as unidades de mapeamento; e
c) obs. Especiais para registro de fenômenos especiais.
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Área Mínima mapeável
Menores dimensões que podem ser legivelmente delineadas. Corresponde,na prática, a uma área de 0,4 cm2 (0,6cm x 0,6cm).
Área Mínima Mapeável (AMM)= (E2
x0,4)/108
(ha)
ou (E2
x0,4)/1010
(km2
)Exemplo: escala=1:50.000 → [(50.000)2x0,4]/ 108 =10ha
Tipos de Levantamento de Solos
Os vários tipos de levantamento não são igualmente adequados para osdiferentes objetivos13.
Os mapas de solos podem ser:
Autênticos ou Originais
(a) ultradetalhado
(b) detalhado
(c) semidetalhado
(d) reconhecimento (de intensidade baixa, média e alta)
(e) exploratório
Compilados
(a) generalizado
(b) esquemático
Mapa Ultradetalhado: são separadas unidades de mapeamento comvariação estreita, muito homogêneas. No trabalho de separação no campo,toda área é percorrida com intervalos mínimos entre observações.
Este tipo de levantamento é utilizado para planejamento e localização deáreas de exploração muito pequenas, como, por exemplo, parcelasexperimentais, áreas residenciais etc. Em geral são conduzidos onde sãonecessárias decisões em termos de pequenas áreas para planejamento desistemas sofisticados de agricultura, áreas urbanas e industriais e emprojetos especiais de irrigação.
13 A busca de soluções universais sem antes passar pelo processo de compreensão maisaprofundada, tem retardado a caminhada. Hoje, e a nível de aplicabilidade, reconhece-se
melhor o valor da regionalização, da estratificação. Os enganos e tropeços têm ensinadoa conveniência de se reduzir o escopo dos resultados a limites justos, a estratos maishomogêneos e, mesmo aí, a interrogar: será que todas as variáveis pertinentes foramcontempladas?
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Escala de publicação : > 1:10.000
Área mínima mapeável: < 0,4 ha
Mapa Detalhado: são separadas unidades de mapeamento bastante
homogêneas, com variação menos estreita. As classes de solos sãoidentificadas no campo por observações sistemáticas ao longo detransversais.
Este tipo de levantamento é utilizado para provimento de bases adequadaspara mostrar diferenças significativas de solos em projetosconservacionistas, áreas experimentais, uso da terra e práticas de manejoem áreas de uso agrícola, pastoril ou florestal intensivo, em projetos deirrigação e de engenharia civil.
Mapa básico14 (usado no campo para mapeamento): deve ter escala maior
que 1:20.000.Escala de publicação: 1:10.000 a 1:25.000
Área mínima mapeável: 0,4 a 2,5 ha
0,20 – 4 obs/ha
Mapa Semidetalhado: as classes de solos são identificadas no campo por observações a pequenos intervalos no interior das áreas de padrõesdiferentes.
Este tipo de levantamento é utilizado para provimento de bases para seleçãode áreas com maior potencial de uso intensivo da terra e para identificaçãode problemas localizados, nos planejamentos gerais de uso e conservaçãodos solos.
Escala de publicação: 1:25.000 a 1:100.000
Área mínima mapeável: 2,5 a 40 ha.
0,02 – 0,20 obs/ha
Mapa de Reconhecimento: as unidades de mapeamento são bem menos
homogêneas do que no levantamento detalhado. No trabalho de separaçãono campo, observações e prospecções são feitas a intervalos regulares mascontinuamente em toda a área.
Os técnicos do Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solosda EMBRAPA(atualmente CNPS) vêm fazendo um levantamento dereconhecimento sistemático do território nacional.
O levantamento de reconhecimento é básico, visa planejamento paradesenvolvimento de novas áreas como, por exemplo, indicar melhor
14 Mapa básico é o usado no campo para receber diretamente os delineamentos, sepa-rando as unidades de mapeamento. A escala de publicação é geralmente menor.
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localização de estações experimentais. A finalidade desse tipo delevantamento não é “fornecer soluções imediatas para os problemasespecíficos de utilização do solo embora, de maneira generalizada, possaincluir, entre os seus objetivos, a solução de problemas de uso agrícola dos
solos mapeados, tais como programas de adubação, práticas conserva-cionistas, de reflorestamentos e outros, sobretudo em casos, como o doBrasil, onde estes estudos apenas começaram.
Mapa básico: 1.100.000 a 1:250.000
Escala de publicação : 1:100.000 a 1:750.000
Área mínima mapeável: 0,4 km2 (40 ha) a 22,5 km2
0,04 – 2,00 obs/km2
Mapa Exploratório: as unidades empregadas são muito pouco homogêneas. As unidades são estudadas no campo, mas os limites são grandementecompilados de outras fontes. Empregados em grandes áreas nãodesbravadas ou pouco utilizadas (exemplo: mapas do RADAMBRASIL)
Escala de publicação : 1:750.000 a 1:2.500.000
Área mínima mapeável: 22,5 a 250 km2
< 0,04 obs/km2
Mapa Generalizado: mapa compilado, feito em escritório. Baseia-se em
dados e informações, publicados ou não. Elimina detalhes. Escalas muitovariáveis. Usado para visualização e planejamento de grandes áreas.
Mapa Esquemático: é baseado nos fatores de formação dos solos. Usadopara áreas inexploradas ou desconhecidas.
Escala de publicação : < 1:1.000.000
Área mínima mapeável: > 40 km2
O Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos, daEMBRAPA, lançou o mapa de solos do Brasil, na escala 1:5.000.000(EMBRAPA, 1981), o que constituiu um marco significativo para oconhecimento dos nossos solos.
Interpretação para Finalidades Não Agrícolas
Além das finalidades agrícolas, inúmeras interpretações para usos nãoagrícolas podem ser feitas a partir dos levantamentos de solos, podendo-secitar, por exemplo:
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(d) Para Estradas
Certos solos concrecionários, Litólicos e Cambissolos, quando de substratodiaclasado, indicam a presença de fontes de material para recobrimento de
estradas. Os afloramentos de rochas, normalmente associados aos SolosLitólicos, indicam a presença de rochas à superfície ou próximas dela, asquais podem, potencialmente, ser utilizadas como pedreiras15. Material deboa qualidade para ser usado como piso de estradas pode ser geralmenteretirado de áreas de solos de textura média e de Latossolos.
(c) Para Localização de Cidades
Áreas de solos férteis e/ou produtivos não devem constituir prioridade para alocalização de cidades, mas sim aquelas áreas com condições adequadaspara suportar as construções, eliminar resíduos e poluentes ambientais etc.Os mapas de solos e seus respectivos relatórios fornecem tais informações.Regolito (horizonte A + B + C) profundo, com sólum (A + B) raso, e relevomovimentado constituem áreas de risco (desabamentos) em potencial.
(d) Para Auxiliar Trabalhos de Geologia16
Certas vezes os limites entre manchas de solos coincidem com os contatosgeológicos percebe-se uma clara separação entre os solos desenvolvidos,por exemplo a partir da alteração de rochas basálticas (principalmente o La-tossolo Roxo), ao longo dos rios principais, e aqueles influenciados pelosarenitos (sobretudo o Latossolo Vermelho-Escuro textura média).
(e) Para Lazer e Turismo
Informações sobre áreas que, devido às suas características e propriedades,não são adequadas para atividades agrícolas mas que podem ter condições
15 Em princípio toda a água retirada do leitoda estrada deve ser conduzida até o talvegue(canaletas cimentadas, manilhas etc.); caso contrário, não há solo que resista à quantida-de de água vinda dessa forma: não é uma questão de conservação do solo - é de enge-nharia. Pelas informações pedológicas pode-se prever, no entanto, onde a situação émais crítica. Os solos profundos, com rocha fresca resistente à erosão a grandes profun-didades são , nesse aspecto, os mais problemáticos. 16
A importância do conhecimento pedológico é particularmente relevante para os traba-lhos de geologia onde o solo é profundo, quase não havendo afloramentos de rochas. Asáreas de influência basáltica podem ser mapeadas com grande precisão a partir dos ma-pas pedológicos.
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favoráveis à implementação de lazer e turismo, podem ser obtidas a partir dos levantamentos de solos17.
Roteiro de operações de campo, escritório e laboratório, para execuçãode levantamentos pedológicos em regiões agrícolas nas áreas deCerrado.
1- Delimitação da área de trabalho.
2- Definição do tipo de levantamento pedológico a ser executado, de acordocom a demanda, objetivos, precisão, escala, disponibilidade de materialcartográfico básico e de sensores remotos.
3- Dimensionamento da equipe de trabalho, considerando a extensão daárea, prazo de execução e rendimento médio homem/dia, para cada tipo
de levantamento e escala de apresentação do mapa de solos.4- Elaboração do cronograma de execução.
5- Orçamento, custos e cronograma de desembolso financeiro.
6- Providencias para aquisição de material cartográfico básico e sensoresremotos orbitais ou fotografias aéreas, bases planialtimétricas, confecçãode bases especialmente encomendadas (restituições) e levantamentostopográficos convencionais, de acordo com o tipo de levantamentopedológico a ser executado.
7- Aquisição de material bibliográfico (mapas de relatórios de geologia,geomorfologia, vegetação, clima, relevo, rede de drenagem superficial,mapas rodoviários e fisiográficos, levantamentos pedológicospreexistentes, relatórios de uso atual do solo, práticas agrícolaspredominantes e características sócioeconômicas da área de trabalho).
8- Confecção e digitação da base do mapa final de solos, segundoespecificações para cada tipo de levantamento pedológico. Diversosplanos podem ser digitados separadamente, compreendendo o contorno
externo do mapa final, a rede superficial, a rede rodoviária política eoutros temas apropriados a cada tipo de levantamento.
9- Planejamento do conteúdo e da forma de apresentação do relatório final.
10- Redação preliminar de aspectos do meio físico, método de trabalho edescrição geral da área.
17 Para o Parque Florestal do Rio Doce(MG) baseando-se no levantamento de solos (es-
cala 1:32.500), escalonou-se os ambientes quanto à erosão , nutrientes, oxigênio e trafi-cabilidade. Isso permitiu zonear as oportunidades e restrições quanto a construções, es-tradas, estacionamentos, trilhas rústicas. A espessura do horizonte B, um indicador deinstabilidade, teve um peso bastante grande na ordenação.
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11- Interpretação preliminar de fotografias aéreas ou sensores remotosorbitais com base em levantamentos pedológicos preexistentes easpectos do meio físico.
12- Verificação preliminar da área para identificação de classes de solos,visando a elaboração da legenda preliminar de mapeamento, descriçãomorfológica e coleta de amostras extras para caracterização analíticados solos.
13- Definição e descrição sumária das unidades de mapeamento,apropriadas ao tipo de levantamento e montagem da legendapreliminar, com base em descrições morfológicas e dados analíticosparciais.
14- Início da mapeamento e prosseguimento da coleta de amostras extras e
perfis complementares. Prosseguimento e atualização da digitação dedados levantados.
15- Primeira revisão da legenda preliminar e ajustes do mapeamento jáexecutado, combinados com estudos de correlação de solos e coleta deamostras para solução de problemas pendentes.
16- Prosseguimento do mapeamento de campo e segunda revisão dalegenda preliminar, coleta de amostras avulsas, perfis complementarese perfis completos representativos de unidades de mapeamento jádefinidas.
17- Conclusão do mapeamento e terceira revisão da legenda, realização detestes de composição de unidades de mapeamento, e verificações delimites.
18- Início da compilação do mapeamento de campo (esboço) nas basesdefinitivas. Digitação e superposição com outras bases temáticasdigitadas anteriormente.
19- Coleta de perfis completos representativos de todas as classes desolos, de acordo com as especificações para cada tipo de
levantamento. Execução de testes de campo.20- Conclusão das análises de perfis completares e amostras avulsas
coletadas durante todo o trabalho de campo.
21- Classificação definitiva dos solos em sistema taxônomico vigente, deacordo com as características morfológicas e analíticas dos solos.
22- Caracterização final das unidades de mapeamento (definição ecomposição) e montagem da legenda final de identificação dos solos.
23- Redação, digitação e armazenamento do relatório final.
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24- Conclusão da compilação das folhas de campo em bases definitivas,digitação do mapa final, armazenamento e confecção do mapa final desolos, conforme planejado.
25- Finalização dos trabalhos de cartografia e desenho (segundoespecificações), mensuração de áreas e conclusão do relatório final,com recomendações práticas e conclusões.
DicasDias de trabalho durante o ano: 220 dias efetivos
Abertura de trincheiras (1,80m): 2 homens/meio dia (solo leve) e 2 homens/1dia (solo pesado)Tradagem: até 2,20m de prof. Com 2 homens : 25 - 40/dia , quando adistância entre os locais não ultrapassa algumas centenas de metros.
Velocidade entre os pontos de amostragem pode variar de 1,5 até 5,0 km/hO tempo para a descrição e amostragem do solo nos perfis gasta, no mínimo60 minutos, podendo gastar até 3 horas, dependendo do detalhe dasdescrições. Quando se descreve o solo através de tradagem, o tempo reduzpara 10-20min.Descontando-se o tempo para locomoção, refeições etc., o tempo efetivonum dia é cerca de 5 h 30 min.
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A INFORMAÇÃO DE SOLOS E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
INTRODUÇÃO
A incorporação dos solos brasileiros aos diversos usos efetuou-se,com raras exceções, sem o conhecimento e a utilização de informaçõesreferentes as características, distribuição geográfica e aptidão de uso paraos fins que foram utilizados.
A agricultura expandiu-se da região da mata litorânea para o interland.Os agricultores desmatavam áreas, efetuavam os cultivos até a exaustãodos nutrientes pelas plantas e/ou degradação pelo manejo inadequado e
erosão do solo. Então abandonavam as glebas degradadas e reiniciavam oprocesso em novas áreas, promovendo agricultura migratório. Mesmo nosprojetos de colonização promovidos pelos órgãos oficiais na região sul, pelosquais, no século XVIII, milhares de agricultores europeus foram assentadosnos vales dos rios e encostas, este tipo de agricultura foi desenvolvido.
Inicialmente os descendentes destes imigrantes migraram para ooeste e norte dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, numasegunda fase para o oeste Paranaense e Mato Grosso do Sul eposteriormente para o Mato Grosso e região amazônica, praticando sempre
agricultura migratória. A partir da década de 60, com o crescimento da indústria de
máquinas e equipamentos agrícolas e o domínio de técnicas da correção dafertilidade de solos intensamente intemperizados como os Latossolos ePodzólicos distróficos, os campos dos planaltos da região sul e os cerradoscomeçaram a ser incorporados ao uso agrícola. As práticas de manejoadotadas degradaram as propriedades físicas destes solos e o processoerosivo foi acelerado.
Atualmente, com exceção de áreas de domínios frágeis e com aptidãomarginal para cultivos anuais, a fronteira agrícola foi alcançada. A produçãoagrícola atingiu um teto e apesar dos investimentos em insumos, aprodutividade tem dependido mais, dos fatores climáticos, que dastecnologias utilizadas. Além disso, nossos recursos hídricos encontram-secarregados de sedimentos oriundos da erosão das terras agrícolas e muitosde rejeitos urbanos e industriais. Como conseqüência represas e ambientesnaturais, como Pantanal Matogrossense e outros, estão sendo assoreados.
O próprio desenvolvimento urbano e industrial processou-se, em
geral, sem planejamento. Planícies inundáveis, encostas instáveis, solossem capacidade de suporte para tal foram ocupados. Enchentes,deslizamentos e outros eventos tem ceifado vidas humanas e causado
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danos econômicos e ambientais irreparáveis.
O desenvolvimento sustentável é a palavra de ordem atual. Atravésdo mesmo o homem está externando sua preocupação de desenvolver umambiente saudável para si e seus descendentes. Para que êle possa ser alcançado, informações atualizadas e multidisciplinares, de nossos solosnecessitam ser gerados e transferidas para os diferentes usuários desterecurso natural. Analisar as informações de solos necessárias para suportar projetos de desenvolvimento sustentável, é o objetivo principal do presentetrabalho.
INFORMAÇÕES DE SOLOS EXISTENTES
As informações contidas nos estudos de morfologia, gênese,classificação e principalmente nos mapas e relatórios de levantamentos desolos, tem valor limitado se não forem interpretadas para avaliação daaptidão de uso, com vistas a recomendações de uso adequado dos solos nodesenvolvimento agropecuário, urbanização, obras de engenharia,recreação, entre outros usos (Klamt, 1987).
O Brasil dispõe de informações referentes aos seus solos a nível
exploratório, nos Levantamentos de Recursos Naturais - Pedologia,realizados pelo Projeto RADAMBRASIL, em que o país foi dividido emfolhas, como a Folha SH 22, Porto Alegre (BRASIL, 1986). A nível dereconhecimento - exploratório e reconhecimento foram levantados quase quea totalidade dos estados brasileiros, pela Divisão de Pedologia do Ministérioda Agricultura (exemplo, BRASIL, 1973), transformada em Serviço Nacionalde Levantamento e Conservação dos Solos/EMBRAPA e atualmente noCentro Nacional de Pesquisas em Solos-CNPS/EMBRAPA. Em algumasregiões foram desenvolvidos levantamentos semidetalhados, destacando-se
o Estado de São Paulo, com Quadrícula de Campinas, por exemplo (Oliveira,Menk & Rotta, 1979). mesmo a nível detalhado algumas áreas foramlevantadas, como a Bacia do Arrroio Manecão, Porto Alegre (KLAMT et al.,1996).
Nestes levantamentos, além dos mapas de solos e de aptidão de uso,com escalas variando de 1:500.000 a 1:1.000.000, também confeccionou-serelatórios descritivos com a descrição morfológica de perfis representativosdas principais classes de solos, caracterização de propriedades físicas equímicas e a classificação taxonômica (Camargo et al. 1987 e Oliveira et al.
1992) e interpretativa para uso agrícola (Ramalho Filho & Beek, 1995).Nestes mapas, a área mínima mapeável varia de 10 a 40 Km2.
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Estas informações subsidiaram e estão subsidiando odesenvolvimento do Sistema Brasileiro de Classificação de solos, em fasefinal de elaboração, permitiram entender melhor a gênese e a distribuiçãogeográfica dos solos, serviram de base para projetos de desenvolvimento
rural, zoneamento de culturas, escolha de áreas para projetos decolonização e reforma agrária, localização de áreas experimentais e decoleta de materiais para pesquisas diversas.
É importante enfatizar que as informações existentes foramsubutilizadas. Nem mesmo nos projetos oficiais de colonização e reformaagrária estas informações foram adequadamente aproveitadas. Comoexemplo citamos o projeto de Colonização Bernardo Sayão, Estado deTocantins, em que na divisão e demarcação dos lotes não foi considerada aaptidão de uso dos solos, sendo assentados colonos até sobre Areias
Quartzosas Distróficas. Freqüentemente, por se necessitar de informaçõesmais detalhadas que as existentes, inferências e extrapolações de dadosforam feitos a partir dos mapas generalizados por técnicas muitas vezes nãoqualificadas. Mapas de reconhecimento de solos foram ampliados, paraproduzir mapas municipais de solo, sem o necessário detalhamento dasinformações pedológicas e cartográficas.
Os estudos sobre os solos brasileiros originaram concepção queforam introduzidas em sistemas de classificação taxonômica de aceitaçãoampla como o Soil Taxonomy (USA, 1994), Legenda do Mapa de Solos do
Mundo (FAO/UNESCO, 1988), entre as quais citam-se a atividade da argila,definição da classe Plinthosols, caráter álico... A possibilidade dedesenvolver uma agricultura avançada e sustentável em solos muitointemperizados, como os Latossolos da região dos Cerrados (Scheid Lopes,1996), por si só representa o alcance de nossa pesquisa em solos.
A pergunta que cabe ser feita é se as informações existentes sãoadequadas aos principais projetos de desenvolvimento da agropecuáriabrasileira, como planejamento de uso e conservação do solo em microbaciashidrográficas, assentamento de colonos, suporte aos serviços de extensão
para assistência a nível de propriedades rurais. É evidente que asinformações existentes são demasiado generalizadas para atender aosobjetivos citados. Assim sendo, para projetos de desenvolvimentosustentável, informações mais detalhadas de solos são necessárias.
INFORMAÇÕES DE SOLOS NECESSÁRIOS AO DESENVOLVIMENTOSUSTENTÁVEL
As demandas em informações, segundo Barteli 1979, variam deacordo com os problemas e necessidades dos possíveis usuários. Muitos
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interessam-se sobre o manejo e melhoramentos a serem executados paraalcançar o mais eficiente uso dos solos. Outros procuram informaçõesreferentes a solos mais adequados para a produção de culturas específicas.Mais recentemente está surgindo demanda de informações para apoiar a
seleção de áreas para urbanização, de estabelecimento de indústrias, paraconstrução de rodovias, descarte de resíduos via solo, entre outros. Barteli(1979) e Buol (1995) consideram que os levantamentos de solo para seremabrangentes, devem ser desenhados para atender a todos estes usuários.
Barteli (1979) considera que as informações contidas noslevantamentos de solo devem permitir a avaliação: a) do desenvolvimento deplantas cultivadas, b) da erodibilidade dos solos, c) do comportamentorelacionado a engenharia, e d) do descarte e tratamento de efluentes. Paraatender a estes itens é necessário adequar o tipo e a escala dos mapas,
detalhar o sistema de classificação taxonômico e de aptidão de uso dossolos. Esta última, além das classes e unidades de aptidão deve conter informações referentes a práticas de manejo exigidas pelas culturas,estimativa do custos para corrigir as principais limitações dos solos e derendimentos a serem alcançados.
Tipos e Escalas de Mapas
O componente central de um levantamento é o mapa de solos (Buol,1996). Os mapas produzidos sobre ortofotografias na escala de 1:24.000 oumúltiplos desta, são os mais apreciados nos EEUU, segundo este autor. Istoporque os usuários conseguem se localizar nos mesmos, condição essencialpara terem ampla aceitação. Estes mapas são confeccionados a meio séculonos EEUU. A Figura 1, extraída do Levantamento de Solos dos Município deScotland, Carolina do Norte (USA, 1967), mostra, além dos delineamentosdas unidades de mapeamento a nível de Série de solos, os sistemas dedrenagem, estradas, localização das sedes das propriedades e mesmo
glebas com diferentes usos da terra. Mapas generalizados sãoconfeccionados dos detalhados, para permitir uma visão global dos recursossolos do município, conforme ilustrado na Figura 2. Estes são usados parafins instrucionais e estabelecimento de políticas de desenvolvimento pelogoverno.
Mapas de solos a nível de município, produzidos recentemente nopaís (Cunha e Silveira, 1996), conforme mostra a Figura 3, assemelham-seaos mapas generalizados produzidos a quatro décadas nos EEUU. Osmapas do levantamento Semidetalhado dos Solos do Estado de São Paulo -
como exemplo Quadrícula de Campinas (Oliveira et al., 1979), ilustrado naFigura 4, mostram os delineamentos das unidades de mapeamento,sistemas de drenagem, estradas, áreas urbanizadas, que devido a escala
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(1:100.000), não apresentam os detalhes exigidos para projetos dedesenvolvimento sustentável citados anteriormente.
Com o avanço do processamento de dados, mapeamento digital, asfotografias aéreas podem ser copiadas via "scanners" e mosaicosaerofotogramétricos, similares às ortofotografias produzidas, para servir debase a confecção de mapa de solos, conforme ilustra a Figura 5 (Klamt et al.,1996).
Escala 1:15840
Figura 1. Parte da filha 34, do mapa detalhado de solos do Município de
Scotland, Carolina do Norte, USA, confeccionado em ortofotografias, quealem dos delineamentos das unidades de mapeamento em nível de série,
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mostram o sistema de drenagem, estradas, residências dos agricultorese o uso atual da terra (USA, 1996).
Figura 2
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Figura 4. Parte do mapa do Levantamento Semidetalhado dos Solos doEstado de São Paulo - Quadrícula de Campinas, ilustrando osdelineamentos das unidades de mapeamento, sistema de drenagem,estradas e principais áreas urbanizadas, segundo Oliveira, Menk e Rotta,1979.
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Figura 5. Levantamento semidetalhado de solos da Microbacia do Arroio
Manecão, segundo Klamt et all 1996.
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Os mapas de solo podem também serem digitados, através do uso desistemas de informações geográficas - SIG. Esta, como salienta Buol (1996),é a tecnologia que deverá revolucionar a confecção e armazenamento demapas e informações sobre solos.
Ainda parafraseando Buol (1996), os levantamentos de solos queapresentam informações adequadas a um grupo potencial de usuários,custam menos, mas tem valor limitado. Isto significa que além dasinformações para planejar o desenvolvimento agropecuário, deve ser atendida também, a demanda sugerida por Barteli (1979), quanto asinformações referentes à urbanização, obras de engenharia, descarte deresíduos, etc.
Detalhamento no Sistema de Classificação Taxonômica
A elaboração do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, comcategorias múltiplas descendentes ao nível equivalente a Série de Solos, éessencial para a execução de levantamentos de solos, para atender aosobjetivos especificados anteriormente. Como se trata de assunto que deveráser discutido em Mesa Redonda específica, neste XXVI CBCS, nãodiscutiremos este assunto no presente trabalho.
Para uniformizar o máximo possível os levantamentos de solosexecutados pelas mais diversas instituições, consideramos de primordialimportância a confecção de um Manual de Levantamentos de SolosBrasileiros. Para que, as informações geradas pelos diferentes grupos,possam ser armazenadas num banco de dados, interligado e acessível atodos grupos, conforme está sendo planejado pelo Centro Nacional dePesquisa de Solos.
Informações Adicionais a Serem Geradas
As informações constantes nos levantamentos de solos existentes nopaís, como as caracterizações morfológicas, físicas, químicas emineralógicas, devem ser reavaliadas, para verificar se são suficientes ecompatíveis com as demandas futuras. Para tanto, segundo Barteli (1979),propriedades de solos que afetam o desenvolvimento de plantas, aerodibilidade dos solos, o comportamento de engenharia, o descarte etratamento de resíduos, entre outras, são importantes para o planejamento
de uso sustentável dos solos. Neste particular, devemos atentar para osseguintes tipos de propriedades dos solos:
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a) As que afetam o desenvolvimento de plantas
Entre estas, destacam-se as que influem no enraizamento, porque
são essenciais para a absorção de água e nutrientes pelas plantas, quaissejam: a porosidade, densidade, presença de camadas endurecidas - pans,pouca profundidade efetiva, conteúdo e tipo de argila, saturação com água,presença de substâncias tóxicas.
b) As que afetam o suprimento de água e ar
O espaço poroso, tamanho e continuidade dos poros, conteúdo deargila e matéria orgânica, descontinuidade entre horizontes, são as
principais.
c) As que afetam o suprimento de nutrientes
A capacidade de troca de cátions - CTC, saturação de bases - SeV,disponibilidade de macro e micronutrientes, presença de elementos tóxicosinibidores do crescimento das plantas como Al*** trocável, sais solúveis,cobre, zinco, entre outros.
Das propriedades que afetam o desenvolvimento de plantas, em geral
os levantamentos não apresentam informações referentes à porosidade,densidade, disponibilidade de micronutrientes e P e K total. Estasinformações são de fácil obtenção e podem ser produzidas. O K e P total sãoimportantes para avaliar o potencial de disponibilizar os mesmos através deplantas recuperadoras, prática indicada nos manejos conservacionistas.
d) As que afetam a erodibilidade dos solos
Segundo Wishmeier, Johson & Cross (1971), a textura, conteúdo de
matéria orgânica, estrutura e permeabilidade, são as mais importantes. Estasinformações estão sendo produzidas, necessitando de efetuar ajustes nasclasses de distribuição granulométrica e descrever melhor, quantificar apermeabilidade.
e) As que afetam o comportamento de engenharia
Muitas destas propriedades não foram disponibilizadas noslevantamentos executados no país. O comportamento de engenharia dossolos está em geral relacionado as pressões exercidas por máquinas,equipamentos, edificações, etc, sobre o mesmo. Assim, a coesão,compressibilidade, expansão e contração, permeabilidade, condutividade
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hidráulica, limites de liquidez e plasticidade, índices de plasticidade,deveriam ser determinadas nos levantamentos futuros, para atender adiversidade de uso defendida por Barteli (1979) e Buol (1996). Lima, Bueno eFontes (1966) sugerem como análises adicionais, importantes à geotecnia, o
Fe extraído com CDB, resistência à penetração, retenção d'água e ponto decarga zero - PCZ, que informa sobre a dispersão e mineralogia da fraçãoargila.
f) As que afetam o descarte e tratamento de resíduos
A medida da eficiência do solo para descarte de resíduos é governadapelas propriedades que influem na entrada e fluxo dos mesmos. O solo deveabsorver os contaminantes e promover a destruição de bactérias, fungos e
vírus prejudiciais. As propriedades que afetam esta eficiência são: CTC,conteúdo de argila, pH, permeabilidade , condutividade hidráulica, conteúdode elementos tóxicos como Al+++, umidade, aeração, temperatura e relaçãoC/N. Em geral, segundo Barteli (1979), os melhores solos para descarte deresíduos, são também os mais adequados à produção de plantas. Apermeabilidade, condutividade hidráulica e retenção d'água são aspropriedades que necessitam ser melhor avaliadas, para possibilitar o usodas informações de solo no descarte e tratamento de resíduos.
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AULA NO 13 (Veja Exercício de Fixação no 6)
Sistemas de Classificação de Aptidão Agrícola das Terras
Existem muitos sistemas de classificação de aptidão. Alguns, apenaspara determinadas culturas em determinada região, outros, mais gerais, masque sofrem adaptações em vários países.
Aqui serão apresentados apenas os dois sistemas mais usados no Brasil: oSistema de Classificação da Capacidade de Uso e o SistemaFAO/Brasileiro de Avaliação da Aptidão Agrícola das Terras.
Sistema de Classificação da Capacidade de Uso
Este foi, até há alguns anos, possivelmente o sistema mais influente detodos. Com modificações mais ou menos acentuadas, ele foi e ainda é usadoem várias partes do mundo.
O sistema foi estruturado pelo Serviço de Conservação do Solo dos EUApara grupar solos (já mapeados) em classes de capacidade de uso paraprogramas de planejamento agrícola, principalmente sob um enfoque con-
servacionista.
O sistema agrupa os solos em oito classes:
I até IV - com aptidão para culturas
VI e VII - necessitam de manejo especial
VIII- não apresenta retornos para insumos referentes a manejo para culturas,pastagens ou florestas.
A classe V refere-se aos solos de drenagem ou de pedregosidadeou de adversidade climática muito problemática para permitir cultivos.
São as seguintes as classes de capacidade de uso (I a VIII):
A - Terras cultiváveis
Classe I - terras cultiváveis aparentemente sem problemas especiais deconservação (áreas verde-claro nos mapas de capacidade de uso);
Classe II - problemas simples de conservação (... amarelo);Classe III -.problemas complexos de conservação (...vermelho);
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Classe IV -. apenas ocasionalmente ou em extensão limitada, com sériosproblemas de conservação (...azul);
B - Terras cultiváveis apenas em casos especiais de algumas culturaspermanentes e adaptadas, em geral, para pastagem ou reflorestamento
Classe V - terras cultiváveis apenas em casos especiais de algumasculturas permanentes e adaptadas, em geral, para pastagem oureflorestamento, sem necessidade de práticas especiais de conservação(..verde-escuro);
Classe VI - com probmas especiais de conservação (alaranjado);
Classe VII - com problemas complexos de conservação (marrom).
C - Terras impróprias para vegetação produtiva e próprias para
proteção da flora e da fauna silvestres, para recreação ou paraarmazenamento de água
Classe VIII - terras impróprias para culturas, pastagens oureflorestamentos, podendo ser destinadas à preservação da flora e dafauna silvestres ou para fins de recreação, turismo ou de armazenamentode água (..roxo).
À classe de aptidão (I até VIII) adiciona(m)-se índice(s), indicando osprincipais problemas, além daqueles possíveis de ser evidenciados pelascaracterísticas de textura, profundidade, permeabilidade, declive e erosão:
pd - pedregosidade di - distrofismo
i - inundação al - característicaálica
ab - abrupto ct - baixa retençãode cátions
ve - vértico ti - tiomorfismo
hi - hidromorfismo so - sodificação
se - seca prolongada sl - salinização
gd - geada ou vento frio ca - carbonatos
Exemplos:
III pd-di - classe III, com problemas de pedregosidade e distrofismo;
II i - classe II, com problemas de inundação .
Observações: O sistema de classificação da capacidade de uso, como foimencionado, sofreu adaptações em vários países. No país de origem (EUA),
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essa classificação tem o objetivo de tornar a informação, já existente noslevantamentos de solos (nível detalhado), acessível, de forma prática, aousuário. É uma interpretação dos mapas de solos dos levantamentosmencionados .
Nos países sem este levantamento detalhado, mapeou-se atributos comodeclive, textura, permeabilidade etc.
A principal dificuldade desse sistema: dificuldade de ser aperfeiçoado por setratar de um sistema que trabalha com muitas variáveis (isoladas), o quetorna impraticável uma interpretação consistente (ou com significado).
Por exemplo: a textura superficial não indica muita coisa quando se tratam juntos Latossolos e Vertissolos. Além do mais, a textura em si não éimportante para a planta, mas são muito importantes: água, nutrientes,
oxigênio, suscetibilidade à erosão e impedimentos à mecanização, que sãoaspectos ligados de forma peculiar à textura, conforme a classetaxonômica do solo.
(e) Sistema FAO/Brasileiro
No início da década de 60, foi criado no Brasil um sistema de classificaçãode aptidão agrícola com características bem inovadoras:
1. esse sistema, pela primeira vez, passa a considerar implicitamente na sua
estrutura, os chamados níveis de manejo, num reconhecimento, alta-mente válido para países como o Brasil, de que os problemas de solo nãosão igualmente importantes para o grande (Δ M) e o pequeno agricultor(Δ F).
2. o sistema considera também uma estimativa da viabilidade de reduçãodos problemas através do uso de capital e técnica, o que vai afetar dife-rentemente o grande e o pequeno agricultor. Os problemas deimpedimentos à mecanização muitas vezes não podem ser reduzidos, istoé, a viabilidade de melhoramento da qualidade do ecossistema, neste
aspecto, é nula (não é viável).Nesse contexto, para o pequeno agricultor (de baixa renda), no caso maistípico, a viabilidade de redução é nula.
3. o sistema FAO/Brasileiro tem uma estrutura que permite seu ajustamentoa novos conhecimentos, inclusive adaptações regionais, sem perder a suaunidade. Parte desse ajustamento é dado pela metodologia que sintetizaas qualidades do ecossistema em relação a cinco parâmetros: nutrientes,água, oxigênio, mecanização e erosão.
A aplicação deste sistema baseia-se nos seguintes itens:a) estimativa dos problemas;
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b) estimativa da redução destes problemas conforme o nível de manejoconsiderado;
c) confronto das informações de (a) e (b), geralmente expressas na formade tabelas, com um quadro-guia ou tabela de conversão para cadagrande área climática do Brasil, por enquanto.
Passos na determinação da classe de aptidão agrícola das terras:
Estimativa dos desviosΔN, ΔA, ΔO, ΔE, ΔM)
Trabalho de síntese da influência das váriaspropriedades do ecossistema em termosdaquelas fundamentais para as plantas oupara utilização agrícola
Estimativa da viabilidadede redução dos Δs, nosvários níveis de manejo
Balanço entre a intensidade dos desvios e apossibilidade, dificuldade e conveniência desua redução, considerando as opções dosvários níveis de manejo
Uso de uma tabela deconversão (quadro guia)para determinar a classede aptidão
.Identificação da classe de aptidão, con-frontando-se as informações sobre os desviose a viabilidade de sua redução às contidasno quadro-guia.
Para a consecução dos itens a e b são necessários, por ordem, os seguintespassos:
1. uma lista de atributos do solo e do ambiente;
2. uma síntese das qualidades do ecossistema, quanto ao crescimento deplantas e uso agrícola. Os atributos nutrientes, água, oxigênio,impedimentos à mecanização e suscetibilidade à erosão, são estimadosem termos de desvio destes em relação a um solo ideal;
3. estimativa da viabilidade de redução desses desvios conforme ascondições técnicas e de capital (níveis de manejo).
Solo ideal e solo real
Todos os atributos do solo que interessam às plantas e ao uso agrícolaforam sintetizados nas qualidades referentes a nutrientes, água, oxigênio,erosão e mecanização. Em vez de se falar em textura, profundidade,estrutura, declividade, pH etc., o pedólogo já interpreta a influência destesatributos (propriedades) em termos de qualidade (comportamento) do
ecossistema.Isto é muito importante: nada se pode dizer a respeito da influência do teor de argila se forem misturados Latossolos (solos velhos, ricos em óxidos de
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Fe e de Al) e Vertissolos (como os do Massapé do Recôncavo Baiano, jámuito ricos em argila 2:1 que se expande e se contrai).
A influência da profundidade do solo, por exemplo, dependendo do contextoclimático em que se encontra, vai influenciar a planta de maneira diferente. Adistinção entre atributos e qualidade (comportamento) é essencial.O solo ideal é aquele que não apresenta problema algum de deficiência denutrientes ou fertilidade (N), nem deficiência de água (A), nem de oxigênio(O), isto é, nenhum problema de drenagem; nem tampouco ofereceproblemas de suscetibilidade à erosão (E), nem oferece dificuldade algumaao uso de máquinas (M). Evidentemente este solo não existe.
Todo solo real desvia-se do solo ideal em N, A, O, E ou M. Esse desvio(afastamento) do solo ideal pode ser estimado em graus (nulo = 0, ligeiro =
1, moderado = 2, forte = 3, e muito forte = 4), expressando, nesta ordem, umagravamento da situação, maiores problemas a corrigir, maiores desvios oulimitações para reduzir (Tabela1)
Tabela 1. Relação entre solo ideal (∆i = 0, onde ∆i = N, A, O, E e M) esolo real (∆i = 0)
Estimativa do grau de desvio
Esta estimativa equivale a sintetizar as qualidades do ambiente sem suprimir qualquer dado importante. Esse passo ainda é muito subjetivo, em parteporque ainda não é possível estimar esses desvios com base
simplesmente nos dados analíticos, havendo necessidade de seconsiderar todo o ecossistema.
Parâmetro Solo Ideal Solo Real
Nutrientes ∆N = 0 ∆N = 0
Água ∆ A = 0 ∆ A = 0
Oxigênio ∆O = 0 ∆O = 0
Suscetibilidade à erosão ∆E = 0 ∆E = 0.
Impedimentos à mecanização ∆M = 0 ∆M = 0
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TABELA 2 - Grau de desvio (limitações) das condições agrícolas dossolos em relação ao solo ideal, quanto a nutrientes ou fertilidade (N),disponibilidade de água (A), oxigênio (O), suscetibilidade à erosão (E) e
impedimentos à mecanização (M) para um solo que não apresentalimitações .
-------------------------------------------------- 0 (nulo) --------------------------∆N Elevada reserva de nutrientes. Nem mesmo plantas exigentesrespondem à adubação. Ótimos rendimentos por mais de 20 anos. Ao longodo perfil: V > 80%, S > 6 cmolkg-1, TAL = 0, na camada arável, econdutividade elétrica (CE) < 4 dSm-1 a 25oC.∆A Floresta perenifólia ou presença de lençol freático mais elevadoou sob irrigação. Não há deficiência de água em nenhuma parte do ano.Incluem-se áreas de campos hidrófilos e subtropicais sempre úmidos.Quanto a ?A, são possíveis dois cultivos por ano.∆O Aeração boa em qualquer época do ano - solos bem (D4) aexcessivamente drenados (D1).∆E Após 10-20 anos: horizonte A permanece intacto. Erosão ligeira,que possa ocorrer, é controlada facilmente. Plano, ou quase (p), declive <3%, e solo bem permeável.
∆M Podem ser usados na maior parte da área, sem dificuldades, todoo ano, todos os tipos de maquinaria agrícola; rendimento do trator (% dehoras efetivamente usadas), RT > 90%. Solos planos (p) ou suaveondulados (s) com < 8% de declive, sem outros impedimentos à mecani-zação (pedregosidade, rochosidade, texturas extremas e argila 2:1).
-----------------------------------------------1 (ligeiro) --------------------------∆N Boa reserva de nutrientes. Boa produção por mais de 10 anos,com pequena exigência para manter produção depois. V > 50%, S >
3cmolkg-1
, TAL < 30%, condutividade elétrica < 4 dSm-1
e TNa < 6%.(Latossolos eutróficos, por exemplo).∆A Água disponível (Ad): pequena deficiência durante período curtona estação de crescimento. Só plantas bem sensíveis é que sãoprejudicadas. Floresta subperenifólia (estação seca de 1 a 3 meses). Emclimas mais secos: solos com lençol freático mais elevado, condicionandoboa disponibilidade de água às plantas, ou irrigados. Aptidão para doiscultivos é marginal.∆O Plantas de raízes mais sensíveis têm dificuldades na estação
chuvosa; solos moderadamente drenados (D5).
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∆E Após 10-20 anos: <25% do horizonte A original removido damaior parte da área; Ap formado de material de A (exceto se A muito poucoespesso), na maior parte da área. Erosão bem controlada por culturasselecionadas (cana-de-açúcar) ou cultivos arbóreos ou parcelas pequenas.
Suave ondulado (s), declives 3-8% (SSM: classe 1 de erosão).∆M Maioria dos tipos de maquinaria sem ou com ligeira dificuldade,RT: 75-90%; (a) suave ondulados (s), com 3-8% de declive, sem outrosimpedimentos; (b) planos, com pedregosidade (0,05 a 1,0%), rochosidade (2-10%) ou profundidade limitante; (c) planos, com textura muito grosseira(arenosa, cascalhenta etc.), argilosa com argila 2:1, ou problemas dedrenagem.
------------------------------------------ 2 (moderado) --------------------------
∆N Um ou mais nutrientes com reserva limitada. Bons rendimentos sónos poucos anos iniciais. Reserva no solo ou no ciclo orgânico oucondutividade elétrica 4-8 dSm-1 ou TNa 6-15%. (Latossolos não eutróficossob floresta, por exemplo).∆A Ad: deficiência durante período um tanto longo; plantas não muitosensíveis podem ser cultivadas. Floresta subcaducifólia (estação seca de 3-6meses ou 3, se solo arenoso). Em clima mais seco com lençol freático rasoou água estagnada (temporária). Também floresta caducifólia em solos comalta capacidade de retenção de Ad. Praticamente não há possibilidade dedois cultivos.∆O Imperfeitamente drenados (D6) ou com risco permanente deinundação ocasional (recorrência: > 5 anos).∆E Após 10-20 anos: 25 a 75% do horizonte A é removido da maior parte da área; Ap é constituído localmente de material do B. Pequenasvoçorocas podem ocorrer. Controle à erosão deve ser intensivo. Cultivo deárvores sem a completa remoção da vegetação ainda funciona bem, relevoondulado, declive 8-20% (SSM: classe 2 de erosão).
∆M Só tipos mais leves de equipamentos, algumas vezes só duranteparte do ano, tracionados por animais. Se usado trator, RT: 50-75%; (a)ondulados, 8-20% de declive, sem outros impedimentos, se usados paraagricultura formam-se sulcos freqüentes e profundos; (b) declive <20%, compedregosidade, rochosidade ou profundidade limitante; (c) planos, comtextura muito grosseira (arenosa, cascalhenta etc.), argilosa com argila 2:1,ou problemas de drenagem.
---------------------------------------------- 3 (forte) ------------------------------∆
N Um ou mais nutrientes em pequenas quantidades permitem bonsresultados só de culturas adaptadas. O rendimento de outras culturas epastagens é baixo. Cerrado fechado ou terras exauridas ou condutividade
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elétrica 8-15 dSm-1 ou TNa > 15% (por exemplo, Latossolos sob cerradopropriamente dito).∆A Ad: grande deficiência. Só possível plantas mais adaptadas.Caatinga hipoxerófila; floresta caducifólia; transições de cerrado e florestapara caatinga (estação seca de 6 a 8 meses, 3 a 7 se solo arenoso);precipitação, P = 600 a 800 mm/ano e irregular, e temperatura alta (T) épredominante).∆O Culturas mais sensíveis, drenagem artificial, ainda viável ao níveldo agricultor; solos mal (D7) e muito mal drenados (D8) ou sujeitos ainundações freqüentes (recorrência: 1 a 5 anos).∆E Após 10-20 anos: > 75% do horizonte A removido na maior parteda área. Ap apenas localmente guarda vestígios do antigo A. Ocorrem
voçorocas rasas, com algumas profundas. Controle é difícil, dispendioso ouinviável. Forte ondulado (f), declive 20-45% (SSM: classe 3 de erosão).∆M Só implementos manuais na maior parte da área: (a) declive de20-45%, forte ondulado: se usados para agricultura, formam sulcos,constituindo forte impedimento à mecanização ; (b) declive <20% compedregosidade, rochosidade ou solos rasos. RT <50%
------------------------------------------- 4 (muito forte) ------------------------∆N Conteúdo de nutrientes muito restrito com possibilidade remota de
agricultura, pastagens ou reflorestamento. Somente plantas com muitatolerância conseguem adaptar-se. Campo cerrado ou solos salinos comcondutividade elétrica > 15 dSm-1, ou tiomórficos. Exemplo: solos rasosálicos sob vegetação campestre (Solos Litólicos e Cambissolos), origináriosde rochas pelíticas pobres do Grupo Bambuí.∆A Deficiência é severa. Estação de crescimento curta ou mesmoausente. A vegetação natural é escassa ou só presente durante parte doano. Caatinga hiperxerófila (estação seca de 8 a 10 meses, P = 400-600mm, irregulare, e alta T).
∆O Idem a grau forte, mas melhoramento não é viável ao nível doagricultor.∆E Os solos para fins agrícolas são destruídos em poucos anos;voçorocas médias e profundas praticamente inutilizam a área agrícola. Riscode danos para pastagem é muito grande. Relevo montanhoso e escarpado,declive >45%.∆M Não é possível nem o uso de implementos manuais: (a) declive >45%, montanhoso ou escarpado; (b) declive < 45% com pedregosidade,
rochosidade ou solos rasos: se usados para agricultura, formam-sevoçorocas.
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Observações: ∆N ou deficiência de nutrientes: V= saturação por bases,S= soma de bases, TAL= saturação por Al (100 Al/Al +S), TNa= saturaçãopor Na (100 Na/T), CE= condutividade elétrica (mmhos cm-1 ou dSm-1); ∆ A =deficiência de água: Ad= água disponível, P= precipitação, T= temperatura;
ΔE = suscetibilidade à erosão: p= plano (0-3% de declive), s= suaveondulado (3-8%), ondulado (8-20%), f= forte ondulado (20-45%), SSM= SoilSurvey Manual (SOIL SURVEY STAFF, 1951); ∆M = impedimentos àmecanização: RT= rendimento do trator (horas relativas de trabalho efetivo).
Viabilidade de melhoramento
Como já foi mencionado, alguns problemas podem ser reduzidos, em maior ou menor intensidade, com emprego de capital; outros são praticamente
irredutíveis. Aplainar Ouro Preto, drenar o Pantanal seriam um destes casosextremos. Entretanto pode-se fazer uma estimativa da viabilidade de melho-ramento (Tabela 3)
É importante observar que nem sempre o melhoramento solucionaintegralmente o problema. Por exemplo, um solo pode ter ΔN = 3. Com muitaadubação e corretivo ele pode melhorar sua condição de fertilidade emboranão a ponto de se igualar a um solo ideal (ΔN = 0), mas reduzindo-a talvez
só até ΔN = 1. Se este for o caso, isso equivale a enquadrá-lo na classe b demelhoramento. A qualidade do ecossistema, quanto ao ΔN, será:
∆N = 3, antes do melhoramento;
∆N = 1b, após o melhoramento.
Tabela 3. Classes de viabilidade de melhoramento
CLASSE VIABILIDADE DE MELHORAMENTO
Classe a
(1) melhoramento viável com práticas simples e pequeno em-prego de capital
Classe b melhoramento viável com práticas intensivas e mais sofisti-cadas e considerável aplicação de capital. Esta classeainda é considerada economicamente compensadora
Classe c melhoramento viável somente com práticas de grandevulto; aplicadas a projetos de larga escala que estão,normalmente, além das possibilidades individuais dos
agricultoresClasse d sem viabilidade técnica ou econômica de melhoramento
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(1) As letras minúsculas a, b e c são usadas, além da indicação da classede viabilidade de melhoramento, também para indicar aptidão para
lavouras. Embora seu uso fique bem claro no contexto, quando indicaviabilidade de melhoramento a letra é grifada.
A viabilidade de melhoramento está intimamente ligada às condiçõessocioeconômicas sintetizadas neste esquema de classificação (um crivogrosseiro) com o nome de níveis de manejo. São três os níveis de manejo(Tabela 4).
Tabela 4. Níveis de manejo
Nível deManejo
Práticas Agrí-colas
Capital aplicado nomelhoramento econservação dosolo e naslavouras
Trabalho
A refletem baixoníveltecnológico
praticamente não éaplicado
principalmentebraçal. Algumatração animal, comimplementossimples
B refletem níveltecnológicomédio
modesta aplicação tração animal
C refletem altoníveltecnológico
aplicação intensiva mecanização emquase todas asfases da operaçãoagrícola.
OBSERVAÇÃO: Na pastagem plantada e na silvicultura está prevista umamodesta aplicação de fertilizantes, defensivos e corretivos, quecorresponde ao nível de manejo B. Para pastagem natural está implícitauma utilização sem melhoramento tecnológico; corresponde ao nível demanejo A.
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Classes de aptidão agrícola
Após os passos anteriores, ou seja: estimativa dos graus de desvio(deltas) - o que é feito apoiando-se nas observações e registros doecossistema e nas análises de laboratório e estimativa da viabilidade,conveniência e intensidade da redução dos deltas, chega-se à fase daclassificação .
A mensagem final chega geralmente na forma de um mapa colorido comsímbolos, assim: 1aBC, 2ab, 2abc, 3 (abc), 4p, 5N, 5 (s), 6 etc.
Há aqui muita informação. Analise, por exemplo:
1Ab (c)
A presença das letras a, b ou c, maiúsculas, minúsculas fora ou dentro dosparênteses, indica que o solo tem aptidão para culturas. A letra maiúscula
A indica que o solo tem aptidão boa no sistema de manejo A (Tabela 5), aletra minúscula b indica aptidão regular no sistema de manejo B e a letra cminúscula, entre parênteses, indica aptidão restrita no sistema de manejoC. A linha interrompida, sob o símbolo, significa que na unidade demapeamento (a mancha representada no mapa) existem áreas de solosde pior aptidão agrícola (e melhor, se a linha fosse cheia).
A ausência de qualquer das letras significa inaptidão ; por exemplo: 2ab significa que o solo tem aptidão regular (letra minúscula, sem parênteses)para culturas nos manejos A e B, mas é inapto no manejo C.
Além das letras A, B e C que se referem à lavoura, já vistas anteriormente,P refere-se à pastagem plantada, S à silvicultura e N à pastagem natural.
As letras minúsculas simplesmente ou minúsculas entre parêntesesreferem-se respectivamente às classes de aptidão regular e restrita.
Exemplos:3 (a) (b) (c) - grupo de aptidão 3, tem aptidão para lavoura,classe restrita para níveis de manejo A, B e C.
1 (a)bC - grupo de aptidão 1, classe restrita para lavoura no nível demanejo A, regular no nível B e boa no nível C.
2 (a)b - grupo de aptidão 2, classe restrita para lavoura no nível demanejo A, regular no nível B e inapta no nível C.
4p - grupo de aptidão 4, regular para pastagem plantada, inapta paralavoura.
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Tabela 5. Grupos e classes de aptidão agrícola e alternativas gerais deutilização
-----GRUPOS ----- Classe Nível de manejo
A B C
---------------------------- Lavouras --------------------------------
A Ç L È 1 boa 1A 1B 1C
L Ç I È 2 regular 2a 2b 2c
T Ç M È 3 restrita 3 (a) 3 (b) 3 (c)
E Ç I È -------------------------- Pastagem Plantada -----------------------
R Ç T È 4 boa 4P
N Ç A È 4 regular 4p
A Ç Ç È 4 restrita 4 (p)
T Ç ÕÈ ------------- Silvicultura e/ou Pastagem Plantada ------------
I Ç EÈ 5 boa 5N 5S
V Ç SÈ 5 regular 5n 5s
A Ç È 5 restrita 5 (n) 5 (s)
S Ç È -------------------------- Sem aptidão agrícola -------------------
Ç È 6 preservação da flora e da fauna ou recreação
As informações relativas às alternativas de utilização, consideradas emrelação aos grupos de aptidão, são apresentadas na Tabela a seguir
Aptidão agrícola obviamente está sendo usada aqui no sentido amplo deaptidão para lavouras, pastagens plantadas, pastagens naturais esilvicultura, reserva biológica e recreação. Essa ordem expressa tambémuma adequação do uso ao aumento do(s) grau(s) da(s) limitação(ões).
Observe a redução do número de alternativas com o aumento do grau de
desvio(Tabela 6).
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Tabela 6. Alternativas de utilização das terras de acordo com o grupode aptidão agrícola
Aumento de intensidade de uso
Lavoura
Aptidão
ALTERNATIVASeLIMITAÇÕES
(DESVIOS)
GRUPO
de
APTIDÃO
Preservaçãoda flora e dafauna
Silvicul-tura
e/oupasta-gemnatural
Pastagemplantada restrita regular boa
A Ç D È 1
L Ç E È 2
T Ç S È 3
E Ç V È 4
R Ç I È 5
N Ç O È 6
Assim é que um solo com alguma aptidão para uso de certa intensidade,como, por exemplo, para pastagem plantada, tem, em geral, boa aptidãopara todos os usos menos intensivos, no caso, silvicultura e/ou pastagemnatural (considerados no mesmo nível) e reserva biológica.
Observe então que os números de 1 a 6, que identificam o grupo de aptidão,indicam, na realidade, o maior uso intensivo possível.
Por exemplo: 1 (a)bC está no grupo 1 porque existe aptidão boa para lavourasob manejo C - o uso mais intensivo ainda possível.
Num dos exemplos apresentados (4p), um solo ainda com alguma aptidãopara pastagem plantada está no grupo de aptidão 4, sendo inapto paralavoura.
A Tabela 7 a seguir fornece subsídios concernentes às classes de aptidãoagrícola.
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Tabela 7. Classes de aptidão agrícola
Uso dos quadros-guias
A estimativa dos deltas, dos desvios do ecossistema em relação ao soloideal (qualidades do ecossistema), e a avaliação da viabilidade de reduçãodos deltas conforme o nível de manejo (refletindo diferenças em insumos e
técnica) podem ser sintetizadas na forma de uma tabela (Tabela 8).
Tabela 8. Resultado do confronto entre desvios da unidade LVa1 apósredução dos desvios (quando viáveis) e os requisitos de máximalimitação permissível para determinada classe de uso na TABELA-GUIA.
∆N ∆ A ∆O ∆E ∆M
A B C A B C A B C A B C A B C
(1)LVa1 3 2a 1b 1 1 1 0 0 0 2/3 2a 1/2b 2 2 2(2)TABELA-GUIA
3 (1) 2a 1b 1/2 1/2 1/2 1 1a 0/1a 3 2a 2/3 2 2
Uso maisintensivo
5n (b) c A B C A B C (a) (b) a b (c)
(3) Uso possível 5n (b)
(4)Conclusão 5n (b), que é representado no mapa como 3 (b). Representa-se, nomapa, apenas a aptidão para lavoura (talvez fosse melhor arepresentação completa, isto é, aptidão em todos os níveis demanejo, quer seja para lavoura ou não).
Classes deaptidão
Limitaçõesgerais
Produções no manejo A
Remoção de restrições
BOA ligeiras boa no período de 20anos
REGULAR moderadas boa no período de 10anos
parcialmente no manejo A
RESTRITAfortes médias e baixas no
período de 10 anosopção de culturasrestritas por limitaçõesnão removíveis
INAPTA excluem a produção sustentada do tipo de utilização emquestão
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(1) Os valores desta linha referem-se aos assinalados (envoltos) na Tabela-guia.
NOTAS:(1) Estimativa para cuja obtenção foram seguidos os passos sintetizados nas
Tabelas 2 e 3, levando-se em consideração os níveis de manejo (Tabela4).
(2) Uso mais intensivo permitido para a unidade LVa1, quando se usa o qua-dro-guia (Tabela 9) para cada delta e manejo. Representa o máximo delimitação permitido, para cada delta e para cada nível de manejo, referente
à classe de aptidão.(3) Aplicação do princípio de que o uso não pode ser mais intensivo do que
permite o delta que está em mínimo, que é ΔN para os manejos A e B, eΔE para o manejo C. (Para ter aptidão para lavouras, qundo ΔEapresenatr grau forte(3), a limitação por fertilidade não deve ser maior doque ligeiro a moderado (1/2) para a classe restrita 3(a)
(4) A unidade tem aptidão restrita para lavoura no nível de manejo B; e éinapta para lavoura nos manejos A e C. No manejo A, tem aptidão regular
para pastagens naturais.
A tabela de conversão ou tabela-guia (Tabela 9) representa o máximo delimitação permitido, para cada delta e para cada nível de manejo, referenteà classe de aptidão.
Os deltas, valores assinalados, indicam utilização mais intensiva permitidapara desvios após melhoramento (se viável) do solo indicado na Tabela 8.Os deltas do solo que está sendo classificado, quanto à aptidão agrícola,estão repetidos abaixo (última linha) para facilitar a comparação.
A Tabela-guia é, evidentemente, muito geral. Cada cultura deve ter umatabela de conversão própria. O arroz, por exemplo, não será tão limitadopor falta de oxigênio quanto outras culturas, e entre estas haverá tambémdiferenças. O que foi dito para ΔO é válido também para os outros deltas(ou limitações).
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Tabela 10. Exemplos de práticas pertinentes às classes (1) a e b deviabilidade de melhoramento (redução do Δ)(SistemaFAO/Brasileiro)
Classe a Classe b
Deficiência de nutrientes, 1) Letra maiúscula - aptidão boa; letra minúscula - aptidãoregular; letra minúscula entre parênteses - aptidão restrita; e ausência de letra – inapta1) Letra maiúscula - aptidão boa; letra minúscula - aptidão regular; letra minúscula entreparênteses - aptidão restrita; e ausência de letra – inapta
--------------------------------------------------------- ΔN --------------------------------------------------------
Adubação verde Adubação com NPK + micronutrientes
Incorporação de esterco Adubação foliar
Aplicação de tortas diversas Dessalinização
Correção do solo (calagem) Correção do solo (gessagem)
Adubação com NPK Adubação fosfatada corretiva
Rotação de culturas Combinação destas práticas com"mulching"
------------------------------------------ Deficiência de água, ΔA(2)- ----------------------------------------
"Mulching" ou cobertura mortaPlantio em faixas
Construção de cordões, terraços e covas
Ajustamento dos cultivos à época das chuvas
Seleção de culturas adaptadas à falta deágua
--------------------------------------- Deficiência de oxigênio, ΔO --------------------------------------
Construção de valas Trabalhos intensivos de drenagem---------------------------------------- Suscetibilidade à erosão, ΔE ------------------------------------
Aração mínima (mínimo preparo do solo) Terraços em nível
Enleiramento de restos culturais em nível Terraços em patamar
Culturas em faixas Banquetas individuais
Cultivos em contorno Diques
Rotação de culturas Interceptadores (obstáculos)
Pastoreio controlado Controle de voçorocas
------------------------------------ Impedimentos à mecanização, ΔM --------------------------------
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Classe a Classe b
Limpeza do terreno com uso do fogo Construção de estradas
Remoção parcial de pedras e de restosvegetais (troncos, raízes etc.) Drenagem
Remoção de pedras
Sistematização do terreno
(1) Classe a: melhoramento (redução do Δ) viável, com práticas simples epequeno emprego de capital; classe b: necessidade de práticasintensivas, mais sofisticadas, e considerável emprego de capital. (2)Grande parte das práticas de redução de Δ A subentende classe de
viabilidade c (práticas de grande vulto - Tabela 4). Em muitos casosespecíficos pode ser classe b ou até mesmo classe a (pequenas hortasonde há muita água).
As práticas da Tabela 10 estão agrupadas de acordo com o grau deviabilidade, segundo o critério técnico-econômico. As práticas de irrigaçãonão foram incluídas. Estas, no entanto, em geral, ou têm viabilidade b ouestão além do alcance individual do agricultor.
A redução dos problemas não é igualmente fácil para todos os solos, mesmo
tendo estimativamente o mesmo grau de limitação. Por exemplo: parareduzir, de um determinado valor de delta para zero ou para outro valor dedelta mais baixo que o primeiro, devem-se aplicar insumos que podem ser diferentes conforme o solo (Tabela 11).
Práticas de Redução "versus" Convivência
Na busca de solução para os problemas, quase sempre se pensa em reduzir esses problemas, e isto é quase sempre tido, em nossa psicologia, como oúnico sinônimo de solução de um problema. Essa atitude seguramente muitoinfluenciou e ainda influencia os pensamentos relativos ao manejo da terra.
A Tabela 12 apresenta as limitações ambientais (além das já vistas: ΔN, Δ A,ΔO, ΔE e ΔM, adicionaram-se ΔT, ΔR, ΔC e ΔV para se referir a problemasde temperatura do solo ou do ar, radiação, gás carbônico e vento,respectivamente). Supõe-se que foram incluídos todos os fatores ambientaispertinentes ao meio físico.
Práticas de redução (em relação ao solo) são aquelas práticas quemodificam o próprio solo em alguns dos seus atributos, mesmo que seja o
seu relevo, por exemplo, através de cordões de contorno, sulcos etc. Aspráticas de convivência são aquelas que afetam inicialmente os fatores
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externos do solo; visam uma adaptação aos desvios, sem, contudo, reduzí-los.
A agricultura, considerada como avançada, com alto nível tecnológico, primapela aplicação de esforço e insumos na redução dos deltas (Δs) no manejo Ccom aplicação intensiva de capital, alto nível tecnológico e mecanização emtodas as fases da operação agrícola.
As práticas de convivência, por outro lado, até agora, quase sinônimo depráticas de sobrevivência, caracterizam o agricultor de baixa renda: baixonível tecnológico, o capital praticamente não é aplicado e a força de trabalhoé principalmente braçal ou alguma tração animal, com implementos simples.
As práticas de convivência têm contra si toda uma engrenagem histórica. Sónos últimos anos é que, por exemplo, está havendo preocupação por parte
dos melhoristas de plantas, no sentido de adaptar a planta às deficiências dosolo, mormente aquelas difíceis de corrigir. Os trabalhos de melhoramento,envolvendo competição de variedades etc., eram feitos de forma a receber altas doses de adubo, havendo, com isto, quase uma seleção negativa paravariedades adaptadas a ΔN.
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Tabela 11. Níveis de exigências (NE) referentes à necessidade deredução dos deltas). Os níveis gerais de exigências são especificadospelos números 1 a 4, expressando, nesta ordem, aumento de capital,refinamento de técnica ou nível de dificuldade para redução dos deltas
1 Mínimas de fertilizantes, T (1) > 8; V > 50; S > 4; Al < 0,3;Ca+ Mg > 3; K > 135 ppm; P> 30 ppm; TNa < 10%;condutividade elétr. < 4 dSm-
1 a 25oC
Medidas simples (ΔE = 0 a 1).Práticas culturais e de manejo:aração mínima; rotação deculturas; culturas em faixas;cultivos em contorno; pastoreiocontrolado
ΔM, Δ0), declives< 3%, rendimentoefetivo do trator >0,90.
2 Moderada de fertilizantes,
mínima de calagem. Algumas das características:T = 6 a 8; V = 35 a 50; S = 3a 4; Al = 0,3 a 1,5; Ca + Mg= 2 a 3; K = 45 a 135 ppm; P= 10 a 30 ppm; TNa = 10 a20%; cond. elétr. 4 a 8
Medidas intensivas (ΔE = 1 a 2).
Práticas de engenharia de solo eágua: terraços com base larga;terraços com base estreita(cordões); terraços com canaislargos; diques
(ΔM = 1 a
2),declives de 3 a8%; rendimento dotrator: 0,7 - 0,9
3 Alta de fertilizantes,moderada de calagem. Algumas das características:T = 4 a 6; V < 35; S < 3; Al =1,5 a 4; Ca + Mg < 2; K < 45ppm; P < 10 ppm; TNa = 20a 50%; cond. elét. 8 a 15
Medidas muito intensivas (ΔE = 2a 3) e complexas, incluindopráticas onerosas de engenhariade solo e água: terraços em nível;terraços em patamar; banquetasindividuais; interceptadores(obstáculos);. controle de vo-çorocas
(ΔM = 2 a 3), de-clives de 8 a 20%;rendimento dotrator: 0,5 - 0,7.
4 Alta de fertilizantes e alta decalagem. Algumas dascaracterísticas: T < 4: V <35; S < 3; Al > 4; Ca + Mg <2; K < 45 ppm; P < 10 ppm;TNa > 50%; cond. elétr. > 15
Medidas técnica eeconomicamente pouco viáveis(ΔE = 3 a 4); não devem receber tratos periódicos. Indicados, comrestrição, para pastagem ou silvi-cultura; ou, nos casos extremos,para preservação da flora e fauna
(ΔM=4), declives>20%; rendimentodo trator < 0,5
(1) Símbolos: T= capacidade de troca catiônica, cmolkg-1; V= saturação por bases, Sx100/T; S= soma de bases, cmolkg-1; Al em cmolkg-1; TNa =saturação por sódio, Nax100/T.
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Tabela 12. Classificação das práticas agrícolas em práticas deredução e práticas de convivência.
Deltas Práticas de Redução Práticas de ConvivênciaNutrientes, ∆N Adubação, calagem,
aplicação de gesso,adubação verde etc.
Espécies e variedades selecionadas,agricultura nômade com pousio equeima
Água, ∆ A Irrigação, "mulch",terraços, sulcos
Espécies e variedades selecionadas,lavoura-seca, plantas de ciclo curto eé d l ti lt f i
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