aula 5 - doenças osteo-musculo-articulares

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Atividade Física

e doenças

Ósteo-músculo-articulares

Prof. Fabíola Caruso

As pessoas ativas

diminuem a probabilidade

de desenvolverem

importantes doenças

crônicas, e melhoram os

seus níveis de aptidão

física e disposição mental.

Alguns estudos associam pouca atividade

física com altas taxas de mortalidade por

todas as causas, e estima-se que 250.000

mortes por ano nos Estados Unidos da

América poderiam ser evitadas por atividade

física habitual.

Estudos populacionais permitiram estabelecer

relações de causa e efeito entre atividade física

e a menor incidência de algumas doenças,

destacando-se a doença coronariana, a

hipertensão arterial, diabetes do tipo II,

obesidade, osteoporose, neoplasias do cólon,

ansiedade e depressão.

Quanto mais calorias forem gastas em atividade

física habitual maiores serão os benefícios para a

saúde, mas as maiores diferenças na incidência de

doenças ocorrem entre os sedentários e os pouco

ativos. Entre estes e as pessoas mais ativas, a

diferença não é grande. O mínimo de atividade

física necessário para reduzir a incidência de

doenças é de 200 Kcal/dia em média.

• Aumento da Massa Muscular;

• Aumento da massa óssea;

• Ganho ou manutenção da flexibilidade;

• Melhora Cardiovascular;

• Melhora “Emocional”

Benefício dos Exercícios

O aumento da massa muscular tem vários benefícios: eleva a taxa

metabólica basal, facilitando a redução do tecido adiposo;

aumenta a quantidade de tecido com sensibilidade à insulina

aumentada e portanto captador de glicose; aumenta a proteção

de articulações anatomicamente instáveis por sedentarismo,

processos degenerativos ou inflamatórios, diminuindo as dores;

diminui a possibilidade de quedas por facilitar a recuperação

postural nas situações de desequilíbrios do corpo; possibilita a

realização de tarefas comuns que exigem força muscular; diminui

a freqüência cardíaca e a pressão arterial durante os esforços da

vida diária.

O tecido ósseo é dinamicamente responsivo à

demanda funcional que lhe é imposta, o que gera

alterações de sua massa e força. Essas mudanças

resultam da força gravitacional e da ação intensa dos

músculos ligados aos ossos.

A resposta adaptativa do osso dependerá, portanto,

da magnitude da carga e da freqüência de aplicação,

as quais, sendo regularmente repetidas,

desencadeiam efeitos osteogênicos.

A massa óssea responde por cerca de 80% da variação na

força óssea, mas outros fatores como geometria óssea,

arquitetura interna e propriedades mecânicas também

afetam a força de um osso específico.

O estresse contínuo provocado pelo exercício físico

resulta em adaptações morfológicas, tais como: aumento

da espessura cortical e maior conteúdo ósseo na inserção

musculotendínea.

O aumento da mobilidade articular permite a

realização de atividades comuns da vida diária,

freqüentemente impossibilitadas nos idosos

sedentários por diminuição da flexibilidade.

Aumenta o número e a densidade dos capilares

sangüíneos dos músculos esqueléticos,

oferecendo ainda maior incremento em seus

diâmetros durante a realização dos esforços

físicos.

Eleva o conteúdo de mioglobina dos músculos

esqueléticos e aumenta a quantidade de

oxigênio dentro da célula, o que facilita a

difusão do oxigênio para as mitocôndrias.

Melhora a estrutura e as funções dos

ligamentos, dos tendões e das articulações.

(BLAIR et alii,1994 ; BOUCHARD et alli,1994 ; YAZBEK & BATTISTELLA,1994 ; citado por GUEDES,1995).

• Preferência pessoal Aptidão necessária Risco de patogenia

• Profilaxia de doenças • Tratamento de

• Melhora da qualidade de vida. • Eficiência• Segurança • Motivação

Escolha dos Exercícios

A Osteoartrite e/ou Osteoartrose (Artrose) é conhecida

como uma patologia degenerativa que apresenta sem causa

definida, e que provoca dor articular com níveis variados de

incapacidade motora, sendo uma patologia degenerativa na

cartilagem articular, caracterizada como um distúrbio

inicialmente assintomático, de evolução lenta, resultante em

erosões focais que se transformam em ulcerações maiores e

posteriormente em grandes áreas da cartilagem destruídas

sobre a superfície articular.

(ANDREOLI et al. 1989; COTRAN, KUMAR, COLLINS, 2000)

Osteoartrite

a principal característica tecidual da

osteoartrose é a formação de osteófitos nas

margens das articulações afetas, provocando

estreitamento do espaço articular interósseo e

a esclerose subcondral.

Osteoartrite

A prática de atividade aeróbica de baixo impacto e

o treinamento de força são benéficos em termos

de redução da dor e melhora do desempenho

articular. Além disso, esses pacientes são mais

capazes de praticar as atividades do dia-a-dia.

Fraturas e Quedas

A atividade física tem um papel importante na

progressão da osteoporose, além de ajudar a

reduzir o risco de quedas,por fortalecimento

muscular e esquelético-articular, melhora do

equilíbrio e, conseqüentemente, de fraturas.

Dor

Os indivíduos sedentários apresentam risco

aumentado de dor, em especial dor lombar,

especialmente quando têm que realizar atividades

não usuais, como carregar peso e outros trabalhos

que exigem força.

Dor Lombar

A atividade física tem um papel benéfico no alívio

da dor lombar crônica, embora não seja

recomendado que os pacientes com dor lombar

aguda e súbita pratiquem exercício físico. Além do

fortalecimento ósteo-muscular, o exercício ajuda a

melhorar as atitudes do paciente frente aos seus

sintomas.

A síndrome da fibromialgia se caracteriza por dor crônica

generalizada, distúrbio do sono e fadiga.

Estes pacientes, caracteristicamente exibem diminuição da

aptidão cardiorrespiratória. Há evidência de que a atividade

física modula a dor em pacientes com FM.

Há forte evidência de que o exercício aeróbio supervisionado

reduz a dor, o número de pontos dolorosos, depressão,

ansiedade, melhora a qualidade de vida, e outros aspectos

psicológicos.

Fibromialgia

Poderia a Atividade Fisica

Induzir Analgesia

em Pacientes com Dor Cronica?

Juliana Barcellos de Souza

Rev Bras Med Esporte – Vol. 15, No 2 – Mar/Abr, 2009

O fortalecimento e o alongamento também têm efeitos

terapêuticos. O alongamento tem sido usado como intervenção-

controle, mas não é um placebo ideal, pois foi observada alguma

melhora. É interessante observar que os aspectos emocionais e

psicológicos foram modificados pelo exercício aeróbio, mas não

pelo alongamento. Quando os componentes físicos e psicológicos

foram agrupados, ficou claro que o condicionamento aeróbio é

superior ao alongamento. Uma hipótese para explicar esta

observação é que o treino aeróbio provoca mudanças

neuroendócrinas necessárias para a melhora do humor (aumento

de serotonina e norepinefrina) e o alongamento não.

A dor e uma percepção subjetiva, desagradável e vital. A

interpretação do estimulo nocivo protege o organismo através

desse sinal de alarme denominado dor.

Estima-se que, mundialmente, 80% das consultas medicas

devam se a presença da dor. Um recente estudo brasileiro

demonstra que 75% dos pacientes que consultam serviços

públicos de saúde relatam a presença de dor crônica.

O tratamento clássico da dor (aguda) consiste em repouso e

uso de fármacos para o alivio do sintoma, para favorecer a

cicatrização da lesão e a redução do processo inflamatório.

Aceita-se que a atividade física seja benéfica no tratamento da

dor. Esse fenômeno - analgesia induzida pelo exercício e

sobretudo confirmado pelo aumento do limiar da dor em

atletas quando comparados com a população não atleta.

Contudo, os efeitos neurofisiológicos que explicam esse

fenômeno ainda são incertos. Uma das hipóteses mais aceitas e

a influencia do exercício nos mecanismos endógenos de

controle da dor.

MECANISMOS ENDOGENOS DE CONTROLE DA DOR

A dor e um fenômeno dinâmico. Ao longo de todo o trajeto

nervoso, as aderências nociceptivas recebem inúmeras influencias

excitatórias e inibitórias de diferentes mecanismos de modulação

da dor.

Essa modulação do sinal nociceptivo (dor potencial) ocorre no

sistema nervoso periférico (SNP) pela ação de neuromediadores

(ex.: bradicinina, prostaglandinas e serotonina) e no sistema

nervoso central (SNC) pela liberação de neurotransmissores (ex.:

noradrenalina, serotonina, encefálicas e dopamina).

MECANISMOS ENDOGENOS DE CONTROLE DA DOR

O estimulo nociceptivo aciona receptores que, por

sua vez, ativam fibras aferentes do SNP que

transmitem a mensagem de “lesão potencial” ao

SNC .

O exercício físico, sobretudo o aeróbico, interage como

modulador do aspecto desagradável da dor por intermédio do

córtex, motivacional psicológico e da dopamina; no SNA

(dopamina e opioides); nos mecanismos descendentes

(noradrenalina, serotonina e peptídeos opioides); na medula

espinhal, (opioide, gaba, fibras Aδ).

Ao contrario do que era proposto na década de 1990, o exercício

aeróbico não precisa ser de alta intensidade ou de intensidade

submáxima para ter um efeito sobre a dor.

Exercício físico aeróbico de intensidade moderada, mantido por

mais de 10 minutos, pode ativar os mecanismos endógenos de

controle da dor (em indivíduos sadios). trissemanal.

Indivíduos com dores crônicas devem passar por

avaliação sensitiva, para verificar a presença de distúrbios

na modulação da dor, como a anodinia e hiperalgesia; e

avaliação biomecânica funcional, para verificar a

presença de desequilíbrios musculares e instabilidade

articular que possam causar dor crônica de origem

mecânica. sugere-se que essa atividade seja em uma

freqüência trissemanal.

Os exercícios de alongamento e fortalecimento são prescritos em

função das observações clinicas, mas, para favorecer a adesão ao

tratamento, metas pessoais devem ser previamente negociadas

com os indivíduos. A atividade cardiovascular e essencial para o

reequilíbrio neuro-hormonal, podendo ser de intensidade

moderada (40 a 60% FCmax), no mínimo durante 10 minutos. Para

favorecer os efeitos fisiológicos e neurofisiológicos, sugere-se que

essa atividade seja em uma freqüência trissemanal.

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