aula 3 obrigações

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Obrigações de dar (obrigação de entregar, de restituir e pecuniária)

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Aula 03

Professor Guido Cavalcanti

*

*

Tanto na obrigação de dar coisa certa como nas obrigações de dar coisa incerta consistirá a

prestação na entrega

Cumprirá ao devedor

transferir a propriedade do objeto (compra e venda),

ceder a sua posse ao credor

(comodato, locação)

meramente restituir a

coisa (depósito).

Não se confundem,

portanto, com as obrigações

de fazer

Se o devedor tem que dar ou

entregar alguma coisa sem tê-la

que fazer previamente a

obrigação é de dar

*

Lembrar sempre que:

Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.

exceções como dação em pagamento, sub-rogação, novação

Das Obrigações de Dar Coisa Certa

Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou

das circunstâncias do caso.

São obrigações em que a coisa pertence ao devedor que, por meio da tradição, transferirá a propriedade ao credor (adquirente).

Obrigações de Entregar (obrigações de dar propriamente ditas) arts. 233 a 237, CC)

4- Se a coisa se deteriorar com culpa do devedor poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha (obrigação alternativa), mas em ambas as situações poderá pleitear indenização por perdas e danos (art. 236, CC).

3- Se a coisa se deteriorar (perda parcial) sem culpa do devedor poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que se perdeu

(art. 235, CC).

2- Se a coisa perecer com culpa o devedor responderá pelo equivalente mais perdas e danos(art. 234, CC).

1- Se a coisa perecer (perda total) sem culpa do devedor, antes da tradição ou pendente condição suspensiva, resolve-se a obrigação (art. 234, CC). Aplicação da regra res perit domino. Valores eventualmente recebidos pelo devedor devem ser restituídos.

No entanto, havendo mora do devedor, esta regra não será aplicável, respondendo ele por eventuais perdas e danos

ainda que decorrentes de eventos extraordinários (arts. 393 e 399.

Em regra caso fortuito e força maior, salvo expressa disposição em contrário, não geram o direito à indenização

pelo perecimento ou deterioração da coisa.

Deve-se lembrar que todas essas regras são dispositivas, podendo os contratantes dispor em contrário.

*

São obrigações em que a coisa pertence ao credor, sendo que a tradição apenas transmite temporariamente a sua posse.

Impõem ao devedor o dever de devolver a coisa no prazo ajustado ou alcançada a finalidade para a qual foi destinada e, por isso, exigem do devedor o dever

de conservação e zelo pela coisa.

Se a coisa perecer sem culpa do devedor, antes da tradição,

resolve-se a obrigação (art. 238, CC).

Se a coisa perecer com culpa o devedor responderá pelo equivalente mais

perdas e danos (art. 239, CC).

Se a coisa se deteriorar sem culpa do devedor o credor

recebê-la-á no estado em que se encontra

sem direito à indenização (art. 240,

CC).

Se a coisa se deteriorar com culpa

do devedor responderá pelo equivalente mais perdas e danos (art.

240 c/c 239, CC)

*

O devedor de boa-fé tem direito aos frutos percebidos, mas não terá direito aos frutos colhidos antecipadamente (ver regras dos arts. 1.214 e 1.215, CC).

O devedor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como, pelos que, por culpa sua, deixou o credor de receber.

Quanto aos melhoramentos e acrescidos em que houve dispêndio ou trabalho do devedor, estando ele de boa-fé, terá direito à indenização e à retenção quando úteis ou necessários (vide arts. 1.219 e 1.220, CC).

Quanto aos melhoramentos e acrescidos, em que não houve dispêndio ou trabalho do devedor estando o devedor de má-fé, só terá direito à indenização dos necessários (art. 1.222, CC).

Quanto aos melhoramentos e acrescidos em que não houve dispêndio ou trabalho do devedor lucra o credor sem dever de indenizar (art. 241, CC. princípio da simetria).

*

As obrigações pecuniárias são obrigações de dar coisa certa, porque envolvem obrigação de entregar dinheiro.

Diferenciam-se das dívidas de valor porque nestas o dinheiro apenas representa o valor da obrigação; enquanto naquelas o objeto da prestação é o próprio dinheiro.

Dívida de dinheiro é aquela cujo objeto da prestação é a própria moeda.

As dívidas em dinheiro devem

ser pagas no vencimento, sem moeda corrente

e pelo valor nominal (art.

315, CC).

Moeda de curso forçado e de curso legal no Brasil é apenas o real (Lei n. 9.069/95) única admitida pela lei como meio de pagamento (salvo normas específicas como importação

e exportação

O valor pode ser corrigido

monetariamente, conforme

estipulação das partes.

Pode ser adotada cláusula de escala móvel, cláusula escalar

(ou de escalonamento), cláusula número-índice ou

critério de atualização monetária para combater os

efeitos da desvalorização monetária (art. 316, CC).

Admite-se a correção judicial da prestação por meio da aplicação da

cláusula rebus sic stantibus (art. 317 c/c 478, CC). Assunto posterior

São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para

compensar a diferença entre o valor desta e da moeda nacional, exceto nos casos expressamente

autorizados por lei especial (art. 318, CC).

Se o pagamento se houver por medida ou peso entender-se-á, no silêncio das partes, que

aceitaram os do lugar da execução (art. 326, CC).

*Caso Concreto 1

*Adoaldo compromete-se a entregar a Ivan, em razão de um contrato de compra e venda, o livro Curso de Direito Civil, v. II, de Carlos Roberto Gonçalves, Editora Saraiva, até o dia 02 de outubro de 2012. Ivan pagou pelo livro o equivalente a R$ 80,00 (oitenta reais). Com relação ao livro identifique:

*a) Accipiens e Solvens; Objeto Imediato e Objeto Mediato.

*b) Suponha que Adoaldo, descuidado, perdeu o livro e não poderá entregá-lo no dia combinado e, por isso, Ivan não poderá estudar para a prova que se realizará no dia 06 de outubro. O que acontece com essa obrigação? Justifique sua resposta.

* Caso Concreto 2

* Analise o relato a seguir e aponte pelo menos cinco erros na assertiva referente ao problema (cada erro encontrado deve ser indicado e corrigido corretamente). Os cinco erros encontrados devem ser corrigidos (reescrever a frase ou expressão apontando o erro que se pretende corrigir) e, quando for possível, corrigi-lo indicando o artigo respectivo!

* Carlos empresta gratuitamente a Andreza, em razão de um contrato de comodato, a casa localizada na Rua Enzo Ferrari, n. 27. Andreza se comprometeu a devolvê-la em perfeitas condições até o dia 02 de outubro de 2009.

* Pode-se afirmar que, quanto à casa, Andreza é solvens e Carlos accipiens. Trata-se de uma obrigação moral, divisível, simples, de trato sucessivo e condicional. A sua fonte mediata é a lei e a fonte imediata obrigação de dar coisa certa. O seu objeto imediato é o contrato de comodato e o objeto mediato é a casa, que pode ser substituída por uma outra de valor equivalente caso Andreza por qualquer motivo não consiga devolvê-la. Imagine que no dia anterior à devolução começa a chover o que ocasiona o alagamento do bairro onde está localizada a casa e consequente deterioração do imóvel. Neste caso Carlos deverá receber a casa tal qual se ache, sem direito à indenização, nos termos do art. 234, CC. Em outra situação, suponha que Andreza, intencionalmente ateou fogo ao imóvel, destruindo-o completamente, pode-se, então, afirmar que Carlos não poderá exigir perdas e danos nos termos do art. 234, CC

*Questão Objetiva

*(FCC TJ-GO 2012) Antonio obrigou-se a entregar a Benedito,

Carlos, Dario e Ernesto um determinado touro reprodutor,

avaliado em R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). Embora bem

guardado e bem tratado em lugar apropriado e seguro, o animal

morreu afogado em inundação causada por fortes chuvas. Nesse

caso, a obrigação é

*a) de dar coisa certa, indivisível, resolvida para ambas as partes

com ausência de culpa do devedor, ante o perecimento do objeto.

*b) indivisível, com o perecimento do objeto por culpa do devedor.

*c) indivisível e tornou-se divisível com o perecimento do objeto,

sem culpa do devedor.

*d) solidária, devendo o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais)

ser entregue a qualquer dos credores, em lugar do objeto

perecido.

*e) de dar coisa certa, indivisível, devendo o devedor entregar a

indenização a todos os credores.

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