aula 09 barroco

Post on 04-Jul-2015

398 Views

Category:

Education

2 Downloads

Preview:

Click to see full reader

TRANSCRIPT

Arte e EstéticaAula 9 –Barroco

Prof. Ms. Elizeu N. Silva

Barroco

No fim do século XVI ocorre uma mudança notável na arte

italiana: surge o estilo barroco – sensual, emocional e

universalmente compreensível, em oposição ao maneirismo frio,

complexo e intelectualista.

Trata-se de uma arte ainda feita para as classes dominantes,

mas que leva em consideração as massas.

A linguagem universalista do Barroco, bem como sua

sensualidade e emotividade, servem à perfeição aos interesses

da Igreja Católica às voltas com a crescente influência da

Reforma Protestante.

Barroco

A primeira obra à qual se atribui a estética Barroca é a

igreja Il Gesu, localizada em Roma, construída em 1575.

Foi construída com um desígnio muito especial: tratava-se

da sede da recém-fundada Ordem dos Jesuítas, esperança

da Igreja para combater a Reforma protestante na Europa.

Igreja Il Gesu. Roma, 1575.

Giacomo Della Porta

Barroco

Assim como outros estilos, o barroco causou estranheza

às mentes acostumadas à estética renascentista, quando

começou a ser adotado por arquitetos, escultores e

pintores. O nome faz referência a algo “grotesco”,

“absurdo” e de “mal gosto”. Caracteriza-se como uma arte

que procura intensificar, pela forma, as emoções humanas.

A deposição de Cristo. 1602.

Caravaggio (Michelangelo Merisi)

Barroco

Michelangelo Merisi da

Caravaggio (Milão, 1571-

1610), considerado o

primeiro dos pintores

Barrocos, destaca-se pelo

contraste entre luz e

sombra – por meio da

técnica por ele

denominada chiaroscuro.

Barroco

Entendia que sua pintura deveria retratar pessoas

comuns, de carne e osso, humanas, mortais, cheias de

emoção e vida, e até feias, quando fosse o caso. Acima

de tudo, ele queria retratar a verdade – uma verdade que

emocionasse as pessoas.

Baco. 1595.

Caravaggio

(Michelangelo

Merisi)

Crucificação de São Pedro.

1600. Caravaggio

(Michelangelo Merisi)

Barroco

Quando todos estavam habituados a ver os apóstolos

retratados como homens ilustres, quase divinos, Caravaggio

os retrata como homens comuns, quase rudes,

trabalhadores como qualquer dos outros homens. Seu

objetivo era reproduzir o real com a máxima fidelidade,

fosse belo ou feio.

Tomé, o Incrédulo. Caravaggio. 1600 (aprox.)

Barroco

Peter Paul Rubens (1577-

1640), chegou a Roma em

1600, com 23 anos de idade

e logo tomou contato com as

discussões em torno da arte

de Caravaggio e de outros

artistas barrocos. Em 1608

retorna para Antuérpia

(Bélgica) e começa a

produzir pinturas de grandes

dimensões.

Daniel na Cova dos Leões. Peter Paul Rubens.

Cabeça de

criança.

Rubens, 1615.

Barroco

Diego Rodrigues da Silva

y Velázquez (Sevilha,

1599 – 1660) foi durante

muitos anos o principal

artista da corte do rei

Felipe IV da Espanha.

Considerado como exímio

retratista, fez importantes

trabalhos para as

principais casas de

nobres da Europa.

Las meninas.

Velazquez,

1656.

Barroco

Rembrandt Harmenszoon van

Rijn (Leida, 1606 – 1669).

Principal nome da pintura

holandesa.

Seus trabalhos são divididos

em arte sacra, autorretratos e

retratos de grupos.

Inspirou-se em Caravaggio

para produzir pinturas quase

monocromáticas, com

evidente chiaroscuro.

A Aula de Anatomia do Dr. Nicolaes Tulp. Rembrandt, 1632.

A Companhia de Frans Banning Cocq e Willem van Ruytenburch (Ronda Noturna).

Rembrandt, 1642.

Barroco

Principais características da

arte barroca:

• Predominância da cor

sobre o desenho: as

formas são construídas

pela variação de cores,

resultando em aparências

vagas e imprecisas.

Cabeça de criança. Rubens, 1615.

Barroco

• Profundidade contínua:

Acentua-se a divisão entre

primeiro plano e plano de

fundo, com vários planos

intermediários – tal qual na

realidade. Desta forma, o

artista procura dar à

pintura um caráter

tridimensional.As meninas. Diego Velázquez, 1656

Barroco

• Hegemonia da luz:

Enquanto no

Renascimento a

forma se sobrepunha

a tudo, no Barroco a

luz é o elemento de

maior interesse para

o artista.

Dependendo da luz,

Aula de anatomia. Rembrandt, 1632

as formas podem se desvanecer – seja pelo excesso de

luminosidade, ou pela escassez de luz.

Barroco

• Composição

assimétrica e

atectônica:

Desequilíbrio nos

volumes, elementos

diagonais ou

elementos que

ultrapassam os

limites da tela são

frequentes no

barroco.

La Carreta. Louis Le Nain, 1641

Barroco

• Movimento:

Considerado

como a arte da

vida, o Barroco

não podia ser

estático. Com o

uso de diagonais

e de figuras

instáveis, obtém-

se

Entrada do Canal Grande (Veneza). Giovanni

Antonio Canal (Canaletto). Séc. XVIII

dinamismo e vida em movimento nas pinturas.

Barroco no Brasil

O barroco chega ao Brasil pelos jesuítas com o propósito de

manter a fé do europeu afastado da civilização, e conquistar o

cativo negro e o selvagem indígena.

Os jesuítas arquitetaram a catequização dos gentios propondo

a sedução por todos os sentidos, para que, por meio das artes,

pudessem espalhar os preceitos contrarreformistas e

antiluteranos.

Barroco no Brasil

A chegada ao Brasil no fim do século XVII ocorre com quase

200 anos de atraso em relação à Europa. O ponto alto do

barroco no Brasil coincide com o auge da extração de ouro e

pedras preciosas em Minas Gerais, no século XVIII.

No Brasil, apresenta-se com cores fortes e uso intenso de tons

dourados.

Barroco no Brasil

Manuel da Costa Ataíde (Mestre Ataíde). (Mariana, 1762 – 1830).

Trabalhou como pintor de painéis, dourador, pintor de imagens e

talha, desenhista e ilustrador. Suas obras, classificadas como

barrocas, destacam-se pela utilização de cores puras e

contrastadas, especialmente tons de azul. Seus anjos, madonas e

santos, muitas vezes, apresentam traços mestiços.

Ascensão de

Cristo. Mestre

Ataíde

Última ceia. Mestre Ataíde, 1828

Sacristia da Sé de Salvador.. 1680

Sacristia da Sé de Salvador.. 1680

Barroco no Brasil

Antônio Francisco Lisboa

(Aleijadinho) (Ouro Preto,

1730/1738 – 1814).

Há poucos registros biográficos

sobre o artista. O principal

documento foi escrito somente

40 anos após a morte de

Aleijadinho.

Barroco no Brasil

Sua trajetória é reconstituída principalmente através das obras

que deixou, embora mesmo neste âmbito sua contribuição seja

controversa, já que a atribuição da autoria da maior parte das

mais de quatrocentas criações que hoje existem associadas ao

seu nome foi feita sem qualquer comprovação documental,

baseando-se apenas em critérios de semelhança estilística com

peças documentadas.

Santuário do Bom Jesus de Matosinhos

Bibliografia

FERNÁNDEZ, A.; BARNECHEA, E.; HARO, J. Historia del arte.

Barcelona, Ed. Vicens-Vives, 1998

GOMBRICH, E H. A história da arte. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999

HAUSER, Arnold. História social da arte e da literatura. São Paulo,

Martins Fontes, 2000

TIRAPELI, Percival. Arte sacra colonial. São Paulo: Ed. Unesp.

VENTURI, Lionello. História da crítica de arte. Lisboa, Ed. 70, 2007

top related