ascensÃo da burguesia: revoluÇÃo … · independÊncia americana (1776); revoluÇÃo francesa...

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� ASCENSÃO DA BURGUESIA:� MERCANTILISMO (Séculos XVI e XVII);� REVOLUÇÃO INGLESA (1688);� INDEPENDÊNCIA AMERICANA (1776);� REVOLUÇÃO FRANCESA (1789)

� Novo sentido de vida:� Livre iniciativa + competição e individualismo; � Apogeu do Liberalismo burguês;� Extinção dos privilégios seculares da nobreza;� “Fim das barreiras” rígidas entre as classes

sociais.

� Art. 11 da Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão: A livre comunicação dos pensamentos e opiniões é um dos direitos mais preciosos do homem; todo o cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir livremente.

� Começava a “aventura da palavra escrita” = surgiam escritores + obras + público leitor + veículo divulgador das obras (imprensa).

� Outros efeitos:� Esforço de alfabetização popular empreendido pelos

“revolucionários”;� Todo o cidadão passou a ter acesso (direito) à leitura,

até pela necessidade de conhecer as proclamações do novo regime;

� Surgimento de um novo público leitor = mais numeroso e diversificado (consumidor).

� Escritores livres do regime de mecenato = obra = mercadoria de ampla aceitação.

� O Romantismo coincidiu com a democratização da arte, gerada sobretudo pela Revolução Francesa, tornando-se a expressão artística da jovem sociedade burguesa.

� Entretanto, o movimento manteve uma relação contraditória com a nova realidade. Filho da burguesia, mostrou-se ambíguo diante dela, ora a exaltando, ora protestando contra seus mecanismos.

� Mito do bom selvagem de Rousseau;� Movimento Sturm und Drang (Tempestade e Ímpeto),

em 1770 na Alemanha = valorizando o folclórico, o nacional e o popular em oposição ao universalismo clássico.

� Os cantos de Ossian = culto à Idade Média.� Publicação (1774) do romance (em forma epistolar =

cartas) Os sofrimentos do jovem Werther , de Goethe = exacerbação da imaginação e transbordamento das paixões.

CARACTERÍSTICAS

Liberdade de criação:o escritor romântico recusa ospadrões da arte clássica quesempre esteve sujeita a regras,padrões e modelos, usa o versolivre, mistura os gêneros literáriose obedece aos estímulos de suainterioridade.

• Individualismoe subjetivismo: o artista

romântico trata dos assuntos deuma forma pessoal, de acordocom o modo como vê e sente omundo; dizemos que sua arte ésubjetiva porque expressa umavisão particular da realidade. Aideologia burguesa centrou-se nasliberdades do homem e nasinfinitas possibilidades de auto-realização do indivíduo.

Sentimentalismo: a relaçãoentre o artista romântico e omundo é sempre mediada pelaemoção. Qualquer que seja otema abordado - amoroso,político, social -, o tratamentoliterário revela grandeenvolvimento emocional doartista. Assim, os sentimentostornam-se mais importantes doque a racionalidade e são,conseqüentemente, a medida dainterioridade de cada pessoa,medida de todas as coisas.

Idealização: a extremavalorização da subjetividade levamuitas vezes à deformação. Oescritor romântico, motivado pelafantasia e pela imaginação, tendea idealizar vários temas,acentuando algumas de suascaracterísticas.

• A s s im , a p á tr ia é s e m p rep e rfe ita ; a m u lh e r é v is ta c o m ov irg e m d e lic a d a , frá g il es u b m is s a , u m a e s p é c ie d e a n join a tin g ív e l; o ín d io (n o B ra s il) étra ta d o c o m o h e ró i n a c io n a l,c h e io d e v ir tu d e s e h a b ilid a d e s .P a ra c o m p o r e s s a id e a liz a ç ã o , alin g u a g e m é m a rc a d a p o rd e s c r iç õ e s m in u c io s a s , c o m u s oc o n s ta n te d e a d je tiv o s ,c o m p a ra ç õ e s e a m p lam e ta fo r iz a ç ã o .

F u s ã o d o g ro te s c o e d os u b lim e : o c o n c e ito g re g o d eb e lo , q u e p e rd u ro u ta n to s a n o s n aa r te d e o r ie n ta ç ã o c lá s s ic a , éa b a n d o n a d o p e lo s ro m â n tic o s ,q u e d e fe n d e m a u n iã o d og ro te s c o (o fe io ) e d o s u b lim e (ob o n ito ) . A s s im , a p e s a r d e s u ate n d ê n c ia id e a liz a n te , oR o m a n tis m o p ro c u ra c a p ta r oh o m e m e m s u a p le n itu d e ,e n fo c a n d o ta m b é m o la d o fe io eo b s c u ro d e c a d a s e r h u m a n o .

O c u lto à n a tu r e z a : oc ó d ig o p re fe r id o p e lo a u to rro m â n t ic o n ã o é o c u ltu ra l m a s on a tu ra l. E le s e s e n te fa s c in a d op e la p o d e ro s a fo rç a d a n a tu re z a :é a tra íd o p e la s a lta s m o n ta n h a s ,p e la s f lo re s ta s im p e n e trá v e is ,p e lo s m a re s im e n s o s , p e lap la c id e z d o s la g o s , p e lo m u rm ú r iod o s r ia c h o s , p e lo c a n to d o sp á s s a ro s .

• A n a tu re z a a s s u m e , d ia n te d oto r tu ra d o e s p ír ito ro m â n tic o , op a p e l d e c o n fid e n te p a ra a sh o ra s m e la n c ó lic a s , a m ã e q u ep ro te g e o f ilh o d o s d e s c o n c e r to sd o u n iv e rs o e a a m a n ted e s e n c a d e a d o ra d e in s p ira ç õ e s .O re s u lta d o d e s s a c o m u n h ã o éh u m a n iz a ç ã o o u d iv in iz a ç ã o d an a tu re z a , q u e , a tra v é s d e s e u sfe n ô m e n o s , in d ic a e s ta d o s d ee s p ír ito e s e n tim e n to s : o ru g ir d om a r p o d e c o rre s p o n d e r àa n g ú s tia d e u m a a lm a s o litá r ia , ac h u v a à tr is te z a , e a s s im p o rd ia n te .

• Imaginação e fantasia:o mundo romântico transcende oreal e se abre para o mistério, osobrenatural. Fechados em simesmos, perdidos numa realidadeincômoda e brutal para asensibilidade, os românticos seentregam ao princípio da fantasia.

• Devaneiam, criam universosimaginários, exóticos, ondeencontram a “luz” e a “alegria”que a sociedade burguesa nãolhes oferece. Desligados, muitasvezes, dos níveis concretos davida social, elaboram obras ondepredomina um idealismoalienante.

V alorização do passado: a inadequaçãodo “eu ” in te rio r com a rea lidadecircunstan te leva o hom emrom ântico a sen tir nosta lg ias dea lgo d is tan te no tem po e noespaço . A fuga no tem po rem ete(na E uropa) à Idade M éd ia , épocade pa ixões v io len tas eespontâneas, berço dasnaciona lidades europé ias.

• A fu g a n o e s p a ç o le v a -o àp ro c u ra d e p a is a g e n s a g re s te s ,d e lu g a re s s e lv a g e n s , d e p o v o sa in d a n ã o c o n s p u rc a d o s p e lac iv iliz a ç ã o . N o p la n o in d iv id u a l, av a lo r iz a ç ã o d o p a s s a d o s e d áa tra v é s d o re c o n h e c im e n to d ain fâ n c ia , c o m o re p re s e n ta n te d eu m m u n d o in g ê n u o , p u ro , u m“p a ra ís o p e rd id o ”, u m a é p o c a d eo u ro n a q u a l a s c r ia tu ra s e ra mfe liz e s . N e g a -s e , p o rta n to , op re s e n te h o s til e c a u s a d o r d es o fr im e n to s .

Religiosidade: mais comumentre os primeiros românticos, atendência espiritualizante doRomantismo, embasada nocristianismo, significa uma nítidareação ao racionalismo e aomaterialismo do século anterior. Avida espiritual é enfocada comoponto de apoio ou válvula deescape diante das frustrações domundo real.

M al-do-século: o “m al-do-sécu lo” orig ina-se basicam ente dedois fa tores. U m de les é a idé iaace ita pe los rom ânticos de que oespírito hum ano busca sem pre aperfe ição, a to ta lidade, o abso lu to ,o in fin ito . O ra, sendo hum anos,som os incapazes de a ting ir esseestado. A consta tação dessaim possib ilidade gera a angústiaresponsáve l pe lo m al-do-sécu lo .

O u tro fa to r é o d e s a ju s te d oin d iv íd u o n a s o c ie d a d e b u rg u e s aq u e s e m o s tra v a m u ito p rá tic a eo b je tiv a p a ra o g o s to d o sro m â n tic o s . A n s ia n d o p o r u m ap le n itu d e e s p ir itu a l, s o c ia l em a te r ia l im p o s s ív e l, o ro m â n tic os e n te -s e d e s a ju s ta d o , e n x e rg a n d oa s i p ró p r io e a o s s e u sc o n te m p o râ n e o s c o m o s e re sfra g m e n ta d o s , re d u z id o s as im p le s “p e ç a s ” d a e n g re n a g e ms o c ia l.

• . É u m a tra d u ç ã o a p ro x im a d a d ote rm o s p le e n , q u e s u rg iu n aIn g la te rra e e s te v e m u ito e mm o d a n a E u ro p a d e s s e p e río d o .E s ta e x p re s s ã o d e s ig n a as e n s a ç ã o d e in s a tis fa ç ã o ,a n g ú s tia , m e la n c o lia e a té u m ao b s e s s iv a a tra ç ã o p e la m o rte ,q u e p a s s a a s e r e n c a ra d a c o m os o lu ç ã o d e fin it iv a p a ra o s m a le sd a e x is tê n c ia .

B y ro n is m o : e s s a a t itu d e ,re la c io n a d a a o p o e ta in g lê s L o rdB y ro n , fo i a m p la m e n te c u lt iv a d ae n tre o s ro m â n tic o s b ra s ile iro s d as e g u n d a g e ra ç ã o , is to é , e n tre o sa n o s 5 0 e 6 0 d o s é c u lo X IX . T ra d u z -s e n u m e s t ilo d e v id a q u e in c lu i ab o ê m ia , v o lta d a p a ra o v íc io , p a ra o sp ra z e re s d a b e b id a , d o fu m o e d os e x o , e n u m a fo rm a p a r t ic u la r d e v e ro m u n d o , c a ra c te r iz a d a p e loe g o c e n tr is m o , n a rc is is m o ,p e s s im is m o , a n g ú s t ia e , p o r v e z e s ,p e lo s a ta n is m o .

C o n d o re ir is m o : tra ta -s e d eu m a c o rre n te d e p o e s ia p o lít ic o -s o c ia l q u e g a n h o u re p e rc u s s ã o e n treo s p o e ta s d a te rc e ira e ú lt im ag e ra ç ã o ro m â n tic a n o B ra s il (a n o s 7 0d o s é c u lo X IX ). In flu e n c ia d o s p e loe s c rito r fra n c ê s V ic to r H u g o , o sp o e ta s c o n d o re iro s d e fe n d ia m aju s tiç a s o c ia l e a lib e rd a d e . N aE u ro p a , to rn a ra m -s e d e fe n s o re s d ac la s s e o p e rá r ia , d e n u n c ia n d o ae x p lo ra ç ã o a q u e e s ta v a s u b m e tid a ;n o B ra s il, lu ta ra m p e lo fim d ae s c ra v id ã o e p e la R e p ú b lic a .

C O N T E X T O H IS T Ó R IC O :C H E G A D A D A F A M ÍL IA R E A LA B E R T U R A D O S P O R T O SF U N D A Ç Ã O D O B A N C O D OB R A S ILP R IM E IR A B IB L IO T E C AF U N D A Ç Ã O D E F A C U L D A D E SIM P R E N S A R É G IAM IS S Ã O A R T ÍS T IC A F R A N C E S AIN D E P E N D Ê N C IAD . P E D R O I

� LITERATURA COMO MISSÃO:� Compromisso com a pátria (Nacionalismo

Ufanista);� Contribuição para a grandeza da nação;� Retrato de sua bela paisagem física e humana;� Revelar todo o Brasil, de forma positiva, criando

uma literatura autônoma que expressasse a alma da jovem nação.

A natureza tropical e o índio

� Valores românticos europeus & adequação às aspirações ideológicas dos escritores brasileiros;

� Oposição a dominação cultural (artística) portuguesa;

� Exotismo = natureza exuberante e original;� Princípios artísticos atualizados com o que de mais

moderno havia na Europa

� Valores formais procedentes do universo europeu X Temática nacional (a cor local):

� INDIANISMO;� SERTANISMO (OU REGIONALISMO);� CULTO À NATUREZA;� NACIONALISMO UFANISTA;� BUSCA DE UMA LINGUAGEM LITERÁRIA

BRASILEIRA.

� No bom selvagem francês sedimentou-se o modelo de um herói que deveria se tornar o passado e a tradição de um país desprovido de sagas exemplares (Idade Média). O nativo – ignorada toda a sua cultura – converteu-se no herói exemplar, feito à imagem e semelhança de um cavaleiro medieval.Assumiu-se a imagem exótica que as metrópoles européias tinham dos trópicos, adaptando-a à visão ufanista.

� Acima de tudo, o índio representava, na sua condição de primitivo habitante, o próprio símbolo da nacionalidade. Além disso, a imagem positiva (idealizada) do indígena permitia às elites orgulhar-se de uma ascendência nobre que as ajudava na legitimação de seu próprio poder.

� O Regionalismo: resultado da “consciência eufórica de um país novo”, procurou afirmar as particularidades e a identidade das regiões, na ânsia de “tornar literário” todo o Brasil. Entretanto, permanece na superfície como uma moldura, já que a intriga romanesca é urbana (folhetim). Além disso, os autores usavam uma linguagem citadina e culta.

A DIVISÃO EM GERAÇÕES

1 ªG e ra ç ã o = N a c io n a lis taA u to re s :G o n ç a lve s d e M a g a lh ã e se G o n ç a lve s D ia sM o d e lo s p o é tic o s : C h a te a u b ria n d e L a m a rtin e

T E M A S : O Ín d io A s a u d a d e d a p á tr ia A n a tu re za A re lig io s id a d e

O a m o r im p o s s íve l

2ª G ERAÇÃO =INDIVIDUALISTA O U SUBJETIVISTAAutores: Á lvares de Azevedo,Casim iro de Abreu,Fagundes Varela,Junqueira FreireM odelos poéticos: Byron e M ussett

TEMAS: A dúvida

O tédioA orgiaA morte

A infância O medo do amor O sofrimento O satanismo

3ª GERAÇÃO = LIBERAL, SOCIAL OU CONDOREIRAAutores: Castro AlvesModelos poéticos: Victor HugoTEMAS:Defesa de causas humanitáriasDenúncia da escravidãoAmor erótico

ORIGENS

� O romance, por relatar acontecimentos da vida comum e cotidiana, e por dar vazão ao gosto burguês pela fantasia e pela aventura, veio a ser o mais legítimo veículo de expressão artística dessa classe.

� O romance narra o presente, as coisas banais da vida e do mundo, numa linguagem simples e direta.

� Tanto na Europa quanto no Brasil, o romance surgiu sob a forma de folhetim, publicação diária, em jornais, de capítulos de determinada obra literária. Assim, ao mesmo tempo que ampliava o público leitor de jornais, o folhetim ampliava o público de literatura.

� Inicialmente, os folhetins publicados no Brasil eram traduções de obras estrangeiras de autores como Victor Hugo, Alexandre Dumas, Walter Scott e outros.

� O sucesso do folhetim europeu em jornais brasileiros possibilitou o surgimento de vulgares adaptações. Até que, em 1844, sai à luz o romance A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo.

� Ao escrever um folhetim, o artista submetia-se às exigências do público e dos diretores de jornais. Além disso, os folhetins não podiam criticar os valores da época, reivindicar o verdadeiro humanismo, pois obrigatoriamente tinham que se sujeitar aos valores ideológicos do público, constituindo-se assim numa arte de evasão e alienação da realidade.

� 1º HARMONIA = Felicidade = Ordenação social burguesa

� 2º DESARMONIA = Conflito = Desordem = Crise da sociedade burguesa

� 3º HARMONIA FINAL = Estabelecimento da felicidade definitiva da sociedade burguesa, com o triunfo de seus valores

� Flash-back narrativo: volta no tempo para explicar, por meio do passado, certas atitudes das personagens no presente.

� O amor como redenção: oposição entre os valores da sociedade e o desejo de realização amorosa dos amantes = o amor é visto como único meio de o herói ou o vilão romântico se redimirem e se “purificarem” = solução: em muitas casos: a morte.

� Idealização do herói: ser dotado de honra, de idealismos e coragem = põe a própria vida em risco para atender aos apelos do coração ou da justiça = em algumas obras assume as feições de “cavaleiro medieval”.

� Idealização da mulher: são desprovidas de opinião própria, são frágeis, dominadas pela emoção, obedientes às determinações dos pais e educadas para o casamento.

AUTORES & OBRAS

� Joaquim Manuel de Macedo [1820 - 1882]� Principal romance: A Moreninha [1844]

� Relato sentimental da ligação entre dois jovens, presos a uma promessa infantil: Carolina e Augusto.

� Importância da obra: desperta no público o gosto pelo romance ambientado no Brasil.

� Importância de sua obra: na concretização de investidas pela liberação e autonomia da literatura brasileira, abre caminho para que outros autores possam expressar melhor a nossa realidade.

� Projeto nacionalista: revelar o Brasil em termos geográficos e históricos e a tentativa de criar uma língua brasileira.

� Romances urbanos: retratam a sociedade carioca da época, principalmente suas camadas mais abastadas. Compreendem desde textos estereotipadamente românticos, como a mesma velha história do casal cujo amor só se realiza após superados certos obstáculos, até indícios de investigação psicológica por meio de dramas morais causados pelo conflito entre as convenções sociais e a sentimentalidade individual. Estão nesse grupo: “Senhora” - “Lucíola” -“A pata da gazela” - “A viuvinha”, entre outros.

� Romances regionalistas: buscam construir um painel de diversas regiões do Brasil: a ação se desenvolve no pampa sulino (“O gaúcho”), no interior do Rio de Janeiro (“O tronco do Ipê), no de São Paulo (“Til”) ou no sertão cearense (“O sertanejo”). O autor vê as regiões “de fora”. Não está interessado em revelar o essencial de um mundo diferenciado do litoral.

� Romances regionalistas:� Integra as regiões ao corpo de uma nação

centralizada, sob o comando das elites imperiais.

� Resultado: literatura mítica, celebratória dos encantos regionais, porém insuficiente para descrever as peculiaridades e o atraso das províncias periféricas do país.

� Romances históricos e indianistas:� Procuram reconstruir episódios históricos ou

ambientar fatos fictícios em épocas passadas, em busca de uma interpretação das origens da nossa nacionalidade.

� Objetivo: representar poeticamente, isto é, miticamente, as nossas origens e a nossa formação como povo.

� Romances históricos e indianistas:� Resultado: “triunfo da imaginação e da fantasia”

- desejo ideológico de mostrar um Brasil glorioso, positivo, com problemas que nunca ultrapassam a dimensão pessoal dos personagens.

S E R T A N IS T A SR O M Â N T IC O S

O re g io n a lism o d e A le n ca ra b riu u m a rica ve ia p a ra osu rg im e n to d e e sc rito re s m e n o re s ,to d o s e le s se rta n is ta s , o u se ja ,p re o cu p a d o s e m re ve la r o B ra s iln ã o -lito râ n e o , n ã o -e u ro p e u , oB ra s il ru ra l.

O ponto de partida dessaliteratura geralmente é oufanismo, e neste sentido asmanifestações sertanistasdificilmente adquirem maiorautenticidade poética oudocumental.

Há uma intenção realista,inclusive, mas é um realismo quese detém em exterioridades:descrições da natureza, um queoutro acento lingüístico particularda região, os costumes.

Todavia esta busca de realismo éprejudicada na construção dospersonagens, que obedecem aosesquemas românticos do folhetim.

BER NAR DO G UIM ARÃES(1825-1884)

• Principais obras: “O sem inarista” -“O garim peiro” - “A escrava Isaura”

• Características da obra: inserida noregionalism o rom ântico in ic iado porA lencar - Estrutura de fo lhetim -Valorização do passado - U tilizaçãode um a linguagem oral - Tentativaabolicionista (A escrava Isaura).

V IS C O N D E D E T A U N A Y ( 1 8 4 3 - 1 8 9 9 )

• P r in c ip a is o b r a s : “ I n o c ê n c ia ” - “ Ar e t i r a d a d e L a g u n a ”

C a r a c te r í s t ic a s d a o b r a : p r e c is ã o d ed e ta lh e s e d a p a is a g e m s e r t a n e ja -E s t r u tu r a r o m â n t ic a e a c e s s ó r io sr e a l is t a s - E q u i l í b r io e n t r e f ic ç ã o er e a l id a d e , v a lo r e s r o m â n t ic o s ev a lo r e s d a r e a l id a d e b r u ta d o s e r t ã o ,l in g u a g e m c u l t a e l in g u a g e mr e g io n a l .

F R A N K L I N T Á V O R A( 1 8 4 2 - 1 8 8 8 )

• P r in c ip a is o b r a s : “ O C a b e le i r a ” -“ O m a t u t o ” - “ L o u r e n ç o ”

C a r a c t e r í s t ic a s d a o b r a :v a lo r iz a ç ã o d o r e g io n a l - P r o je t od e u m a “ l i t e r a t u r a d o N o r t e ” -O s c i la ç ã o e n t r e r o m a n t is m o er e a l is m o - A n á l is e d o c a n g a ç o :o s c i la ç ã o e n t r e a a n á l is e o b je t iv ae o r e c u r s o id e a l iz a n t e [ “ OC a b e le i r a ” ] .

MARTINS PENA

M AR T IN S P E N A (1815 -1848 )

M AR T IN S P E N A fo i ocriad o r d a co m éd ia b ras ile ira n otea tro . S eu s tex to s sãoco m éd ias d e co s tu m es , o u se ja ,d ed icam -se ao re tra tocarica tu ra l e h u m o rís tico d o sh áb ito s so c ia is .

O autor in icialm ente optou porapresentar a vida na roça com ofonte de riso, m as acabou porse concentrar na sociedadecarioca da época, em quefuncionários públicos,com erciantes, m ilitares,especuladores, contrabandistasdebatiam -se atrás de lucro eostentação.

Seus diálogos são vivíssimos,explorando equívocos etrocadilhos, além deconstituírem um registro fartodo português coloquial daépoca.

Em algumas de suas comédias,Martins Pena chega a uma críticasocial mais contundente, tocandoem questões como o contrabandode escravos e a corrupçãoadministrativa e judiciária do país.[Painel dos tipos humanos do Riode Janeiro do século XIX - análisecômica dos costumes rurais eurbanos - linguagem coloquial]

UM CASO À PARTE

R O M A N C E D E C O S T U M E S

M A N U E L A N T O N IO D E A L M E ID A (1 8 3 1 -1 8 6 1 )

• • • • Ú n ic o ro m a n c e : “ M e m ó r ia s d eu m s a rg e n to d e m ilíc ia s ”

N A R R A T IV A D E C O S T U M E S : o sh á b ito s , a m o d a , o fo lc lo re , are lig io s id a d e d a s c la s s e sp o p u la re s d o s é c u lo X IX -d e s m a s c a ra m e n to m o ra l d as o c ie d a d e .

O verdadeiro romance decostumes do Romantismobrasileiro, pois abandona avisão da burguesia para retrataro povo em toda a suasimplicidade.

O romance é o documentode uma época, descrita commalícia, humor e sátira: operíodo de D. João VI no Brasil.

Personagens caricaturizados

Acontecimentos quedesmentem as aparências daspessoas - situações cômicas -ausência de tragédia humana.

PREDOMÍNIO DOHUMOR SOBRE ODRAMÁTICO

ROMANCE PICARESCO

Romance picaresco: [Origem:século XVI na Espanha] Centra-se nas aventuras de um pobreque via com desencanto emalícia, isto é, de baixo, asmazelas de uma sociedade emdecadência.

M undo em que a brutalidade e aastúcia traziam as m áscaras dacoragem e da honra. O pobre noseu afã de sobreviver,transform a-se em p ícaro ,servindo ora a um ora a outrosenhor e provando com o sal danecessidade a com ida dopoderoso.

• • • • Ao pícaro é dado espiaro avesso dasinstituições e doshomens: o seu aparentecinismo não é mais quedefesa entre vilõesencasacados.

D E S T R U IÇ Ã O D O R O M A N T IS M O

O b r a q u e f e r e a“ s e n s ib i l id a d e r o m â n t ic a ” n af ig u r a d e s e u h e r ó i . C o m p a r a d oa o s m o d e lo s r o m â n t ic o s ,L e o n a r d in h o é u m a n t i - h e r ó i ,u m h e r ó i p ic a r e s c o , a q u e le q u ee s t á à m a r g e m d a s o c ie d a d e ,q u e a v ê s o b o u t r o â n g u lo , d eb a ix o p a r a c im a . I s s o s ep e r c e b e a p a r t i r d a s o r ig e n s d eL e o n a r d in h o : “ f i lh o d e u m ap is a d e la e d e u m b e l i s c ã o ” .

A s p e c to re vo lu c io n á rio d an a rra tiva : a c o n s tru ç ã o d op e rs o n a g e m c e n tra l. L e o n a rd oé u m a e s p é c ie d e m a rg in a l,va d io e m e io e s tú p id o . Is tos u b ve rte o s is te m a lite rá rio d ofo lh e tim , q u e e x ig e h e ró ise x c e p c io n a is , e s u b ve rte o sp ró p rio s va lo re s d a s o c ie d a d e .

A vida de Leonardo se dá nadim ensão da m alandragem ,com o d iz o crítico AntônioC andido: “quando Leonardoesgota todas as possib ilidadesde aventuras p icarescas, só lheresta o casam ento e o em pregode soldado.”

No Romantismo, ocasamento é o começo dafelicidade; em “Memórias de umsargento de milícias” é o fim detudo.

COSTUMES MORAIS

ORDEM = MAJOR VIDIGAL

DESORDEM = LEONARDO

O re lato constró i oantagonism o entre am bos atéas ú ltim as pág inas. Até que oM ajor aceita dar um posto parao m alandro Leonardo , dentrodas m ilíc ias, em troca dosfavores am orosos de M ariaR egalada; e o m arg inal passa asargento .

Assim, NÃO há diferença entreORDEM e DESORDEM -MORALIDADE E AMORALIDADE, pois é muito fácil passar deum lado a outro. TRATA-SE DEUM DESMASCARAMENTO QUEO AUTOR DE “Memórias de umsargento de milícias” FAZ DASOCIEDADE BRASILEIRA.

N o “ d e s m a s c a r a m e n tom o r a l” r e s id e a e s s ê n c ia d oR E A L IS M O d e M a n u e l A n tô n iod e A lm e id a . U m r e a l is m o q u ete m s e u s l im ite s : od e s m a s c a r a m e n to n ã o o c o r r ea t r a v é s d e a n á l is e sp s ic o ló g ic a s , à m a n e ir a d eM a c h a d o d e A s s is , e s ima t r a v é s d o h u m o r r á p id o ,im p r e c is o , s e m r e f in a m e n to(a n e d ó t ic o ) .

• • • • P r e c u r s o r d o R e a l is m o :o b je t iv id a d e e d e s c r e n ç a n o sv a lo r e s s o c ia is .

• • • • P o n t o s d e c o n t a t o c o m oR o m a n t is m o : o e s t i lo f r o u x o , al in g u a g e m p o r v e z e s d e s c u id a d ae o f in a l f e l i z d o r o m a n c e :L e o n a r d o s e r e g e n e r a , e n q u a d r a -s e n a s m i l íc ia s e c a s a - s e c o m av iú v a L u is in h a .

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