as palavras são apenas pedras postas a atravessar a corrente de um rio. se estão ali é para que...

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“As palavras são apenas pedras postas a atravessar

a corrente de um rio.Se estão ali é para que

possamos chegar à outra margem.

José Saramago

A outra margem é que importa.”

- Aproximar -

No abismo misterioso e fecundo,um punhado de poeira cósmica.

E em meio a esta silenciosa imensidão,

um ponto azul.

Uma pequenina esfera suspensa na imensidão

escura do Universo.

Sonhos, Amores

e Esperanças.

De tão pequenas coisas depende, como se sabe, a felicidade das pessoas.

E dentre toda a imensidão do espaço,...

...a fina camada que recobre este ponto azulperdido na imensidão...

...fez-se lar e abrigo

para a vida, como a conhecemos.

O nosso lar comum.

Abrigo para uma tão rica variedade de formas de vida.

A infinita diversidade

de plantas, flores e frutos,

animais, pássaros e peixes que compõem

os elos da cadeia da vida.

E com o surgimento

do ser humano,

a evolução deu um salto

extraordinário.

E com o surgimento

do ser humano,

a evolução deu um salto

extraordinário.

A característica peculiar

da consciência e do livre arbítrio.

A abertura para as dimensões do

mistério que permeia a

criação.

A grandeza do mar,

E a formosura das estrelas.

A estrela cadente e o seu trajeto luminoso.O espanto diante de

um universo vivo a pulsar.

Num tempo remoto, ao dirigir o olhar

para o céu, os nossos longínquos antepassados perguntavam-se:...

“Quem é que sustenta, e se esconde

por trás daquelas estrelas?...”

As primeiras reflexões diante da beleza da Natureza,...

...conduzindo à grandeza divina, infinitamente maior do

que aquela do cosmos.

Os primeiros altares erguidos, pedras dispostas umas

por sobre as outras.

O calor da esperança.Os homens a caminhar sobre a face da terra, feito elos a unir o

céu e a terra.

Um arranjo de pedras brutas que

viu passar décadas, séculos

e milênios.

Quantas gerações invocaram o

Mistério nestas vastas colinas...

A brisa que passa,e que

testemunha as cidades que

vão sendo erguidas.

A brisa que passa,e que

testemunha as cidades que

vão sendo erguidas.

A brisa que passa,e que

testemunha as cidades que

vão sendo erguidas.

Os tempos passam,

mas o encanto e o espanto

diante do Mistério continua o mesmo...

E enquanto imersos na passagem do tempo,aqueles que

nutrem a sede de

transcendência

se fazem uma pergunta que acompanha o

homem desde o início

dos tempos:...

“Como podemos nos aproximar

de Deus?”

Variadas são as respostas

para esta pergunta.

Há os que afirmam que

nos aproximamos de Deus por meio da

oração.

Em estado de oração, nos desligamos do

mundo e nos acercamosdo nosso Criador.

Há quem afirme que para encontrar Deus

é preciso frequentar igrejas, mesquitas, templos ou sinagogas...

Espaços e lugares de visitação respeitosa

e reflexão silenciosa.

Sagrados recintos onde se faz mais presente

a presença do Criador.

Há quem sustente que

nos aproximamos de Deus por

meio da meditação e

da contemplação.

Um lugar calmo

e tranquilo,

de preferência um retiro

longe do meio urbano,

e em contato com a

Natureza.

Há quem diga que se faz necessário

acender velas e incensos.

Banhar-se nas infinitas

possibilidades da Luz.

Deixar arderem

em chamas todas as nossas

impurezas.

Há quem sustente que para nos aproximarmos de Deus

se faz preciso viajar.

Visitar Jerusalém, Belém, Meca, Medina,

Tibete, Santiago de Compostela...

Percorrer os caminhos outrora trilhados

por Jesus, Mohammad, Moisés, Buda e Abraão...

E há quem afirme que nos aproximamos de Deus por

meio do estudo das Escrituras.

Ensinamentos perenes que atravessam

séculos, milênios e eras.

Tais respostas para a pergunta

‘Onde encontrar Deus?’ são todas legítimas

e verdadeiras.A oração, a meditação, a interiorização, uma

vida simples e comedida

são alternativas válidas.

No entanto, a pergunta fundamental que

devemos fazer não é ‘Onde podemos

encontrar Deus?’, mas ‘Onde Deus quer ser encontrado por

nós?’

“Deus é Amor”nos ensinam as Escrituras.

No fundo, o Amor é uma

única realidade, embora possua

distintas feições.

E é na Compaixão

que se revela a sua face mais

bela.

No Amor,

na Caridade e na Compaixão

reside o encontro

– a aproximação verdadeira.

O ‘Rei Antigo’ identifica-Se de tal modo com

os necessitados– famintos,

enfermos, sedentos, nus, estrangeiros,

encarcerados –,.a ponto de afirmar:...

“Sempre que fizestes isto a

um destes Meus irmãos

pequeninos,

a Mim mesmoo fizestes.”

Mt 25,40

Amor a Deus eamor ao próximo

fundem-se num todo,

de modo que no mais

pequenino repousa o sagrado

encontro com o nosso Criador.

Deus marcou o encontro

onde nos parece mais

contraditório:no oprimido, no sedento, no

faminto e no nu.

Naqueles que não contam para

os critérios dominantes da

sociedade.

Naqueles que o sistema

considera nulos,

pois aos olhos do mercado

praticamentenada produzem,

e quase nada consomem.

Ele os chama de “Meus irmãos e Minhas irmãs

menores” e diz:

“Quem os recebe

a Mim recebe,

quem os rejeita a Mim rejeita”.

Na cidade grande,

a menina ainda pequeninasob o viaduto perambula.

O barulho dos carros. O silêncio do céu.E a fragilidade inerente de toda

infância.

A precoce seriedade em seu olhar.Preocupações que em sua

terna idade não deveria ombrear.

Pequenina ave no ninho do abandono. Conseguirá algum dia

voar?...

É nos olhos que a alma transparece, escreveu certa

vez um poeta.

Que histórias terá para nos contar

o seu olhar, a sua alma?

Como ela se chamará?

“Qual a data do teu aniversário?Qual a tua brincadeira

favorita?”

Amor a Deus e amor ao próximo fundem-se num todo...

...de modo que junto ao mais pequenino,

aproximamo-nos do nosso Criador.

O Sagrado Encontro.

Como banhar de significado

e sentido os nossos

breves dias?...

Na hora derradeira,

o nosso destino final dependerá do

grau de nossa comunhão

mais íntima como Deus da ternura

dos humildes, o Deus do direito dos injustiçados.

O Deus do órfão, e daqueles que

padecem...

Onde se agride a vida,

agride-se a Deus.

Onde se abandona a vida,

abandona-se a Deus.

O Deus do órfão, e daqueles que

padecem...

Onde se agride a vida,

agride-se a Deus.

Onde se abandona a vida,

abandona-se a Deus.

Buscar a Luz, nestes tempos em que a escuridão

se faz tão presente.

Reservar um espaço

em nosso dia-a-dia para nos

conectarmos com o

Transcendente.

Deixar que Deus acampe em nossa

subjetividade.

Ter ouvidos para a Voz que se faz

ouvir no meio do Silêncio.

Aprender a fechar os olhos para ver melhor.

Recordar que Deus se anuncia sempre

que há

reverência pela vida, participação,

dignidade,alegria, liberdade, criatividade.

Cultivar flores no canteiro da alma.

Regar os jardins do espírito com a água

pura da Compaixão e da Caridade.

Procurar vivenciar a experiência do

“amar ao próximo como a si mesmo”

em toda a sua plenitude.

Os mistérios da caminhada terrena,

e as latentes potencialidades espirituais.

Ter olhos para o Invisível.

Sentir a Presença que permeia todas

as horas, e todos os lugares.

Procurar fazer o possível,

recordando que a base da perfeição

é a Caridade.

Guardar no coração

as seguintes palavras

do Amigo e Mestre incomparável,

que conduzem à verdadeira felicidade:

“Felizes são aqueles que

levam consigo uma parte das

dores do mundo.Durante a longa caminhada, eles

saberão mais coisas sobre

a felicidade do que aqueles que a

evitam.” frase atribuída a Jesus Cristo

Na vida espiritual quanto mais se corre menos se

cansa.“Avança, pois

contas com Nossa ajuda” ensinam todas as

sagradas tradições.

Formatação:um_peregrino@hotmail.

com

Tema musical:Johnny's Gone To France, Anthea Lawrence

Existem mundos dentro do mundo.Existem diferentes formas de amar.

“Amai-vos uns aos outros, como Eu vos

amei.” Jesus Cristo

Esta apresentação se baseia no texto “Onde encontrar Deus?”,

do teólogo Leonardo Boff, publicado no livro “A Força da Ternura” (editora Sextante).

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