as aventuras de rodrigo - o caso da pata
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As aventuras de Rodrigo
O caso da
pata
Flávio Martins
2008
As aventuras de Rodrigo : o caso da pata 1
Capítulo 1
O caso da pata
Era uma pata muito estranha. Comia de tudo e
gostava de se arrastar com as asas na poeira
até ficar amarelenta. Morava num buraco na
terra, meio apertado nos fundos da casa do
Rodrigo. O menino gostava mesmo era de
Duque, um cachorro viralatas fedorento, mas
muito brincalhão. Rodrigo estudava na Escola
do bairro que tinha nome de atriz famosa: Sônia
Braga. Rodrigo ia à escola todos os dias e
quando voltava Duque sempre o recebia com muita
alegria. A pata também o recebia, mas Rodrigo
chutava o bichinho e ia pra dentro de casa correndo.
A pata nunca foi amada. Nunca deram a ela um
brinquedo, um carinho, um olá. Mas mesmo assim ela
gostava da família de Rodrigo. A pata estava sempre
no terreiro e uma vez quase morreu porque comeu um
parafuso. A mãe de Rodrigo enfiou uma bola de fubá
molhada pela goela da patinha que quase sufocada
pôs o parafuso pra fora pela parte debaixo.
Um dia quando Rodrigo estava na escola, seu irmão
chegou na porta da sala gritando que era pra ele ir pra
casa pra ver o que tinha acontecido com a pata. Tão
logo o sinal “bateu” o menino saiu correndo pra casa.
As aventuras de Rodrigo : o caso da pata 2
A pata estava sentada num monte de poeira e
com uma carinha de satisfação que dava a
impressão de que era uma pata feliz. A mãe de
Rodrigo levantou a patinha e debaixo dela o
menino pôde ver uma coisa muito estranha: a
pata tinha botado 3 ovos de cores e tamanhos
bem diferentes. Rodrigo achava que somente
galinha botava ovos. Um ovo era verde e
pequeno, o outro era azul médio e o outro era
marrom.
Aquilo foi o fato da semana para a meninada do
Confisco. Todos queriam ver a pata. Rodrigo
passou a cobrar um real para cada pessoa que
ia ver o bicho com os ovos coloridos e
estranhos. Na semana seguinte o pessoal da
televisão apareceu, e aí as coisas ficaram mais
animadas. Fizeram uma reportagem e a pata
apareceu no noticiário. Desse dia em diante centenas
de pessoas de todos os lugares da cidade e até de
outras cidades apareceram pra ver o bichinho. A pata
ficara famosa, mas não parecia dar importância a isso.
Continuava chocando os ovinhos tranqüilamente. Mas
todos queriam mesmo era saber: o que será que tinha
dentro de cada um daqueles estranhos ovos?
***
Capítulo 2
Mas o que será que tinha dentro de cada um
daqueles estranhos ovos? Rodrigo não se preocupava
com isso, mas o pessoal da televisão começou a
deixar as pessoas curiosas. Em poucos dias todos da
vizinhança e até pessoas lá do bairro Nacional vieram
para saber o tinha dentro dos ovos coloridos da pata.
As aventuras de Rodrigo : o caso da pata 3
Os meninos da sala 2 resolveram fazer
uma eleição para dar um nome para a pata do
Rodrigo. Ela merecia um nome porque afinal,
estava ficando importante. Rodrigo só a
chamava de “pata”. Mas pata que é pata,
cachorro que é cachorro tem nome, e às vezes
até sobrenome. Até o viralatas da casa tinha
nome: Duque, que era nome, mas parecia título
de nobreza.
***
A mãe de Rodrigo recolheu numa única
semana trezentos e oitenta e dois reais das
pessoas que iam ver a pata. Agora a pata
comia milho e até uma ração que fora indicada
por um veterinário. As penas da pata estavam
mais limpas, mais sedosas. Cuidavam melhor
dela. A pata até perdoou Rodrigo pelos chutes
recebidos.
***
Na semana seguinte um grupo de pessoas
religiosas disseram que a pata era coisa do “bicho”,
que animal criado por Deus não poderia pôr ovos de
cores e tamanhos diferentes. Rodrigo riu muito, ele
conhecia a pata desde quando ela era apenas uma
merrequinha de nada cheia de penugem e que só
sabia fazer quá quá. Claro que a patinha não era coisa
do “bicho”. Era só uma pata. Tomara.
A cada dois dias a mãe de Rodrigo, também
conhecida como Antônia, ou Toninha, tirava a pata do
ninho no buraco e via se os ovos já haviam chocado.
Da última vez que olhou, Toninha desmaiou. Só
acordou quando Rodrigo chegou da escola. Os ovos
estavam crescendo e as cores ficando mais fortes. Os
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vizinhos souberam disso e se assustaram.
Semana após semana os ovos cresciam. Dona
Nena, avó de Rodrigo disse que isso era coisa
muito suspeita. Antes de morar no Confisco ela
havia morado numa fazenda e sabia que ovos
não cresciam. Todos começaram a se
preocupar. Rodrigo passou a ter pesadelos com
os ovos se abrindo e com pequenos monstros
saindo e o engolindo. Outro sonho que tinha era
que os ovos se abriam e o puxavam para
dentro.
***
Os ovos já estavam quase do tamanho da
pata (que ainda não tem nome). Rodrigo levou
alguns meninos da escola para ver a patinha.
Pedro, Jonathan e Vina foram lá. Jonathan
queria de todo jeito abrir o ovo maior com um
abridor de latas. Pedro queria comer o ovo médio e
Vina queria por os ovos no microondas para que
chocassem mais rápido. Mas o que aconteceu foi
que ...
***
Capítulo 3
Mas o que aconteceu foi que os meninos
desistiram da idéia por causa da carinha feliz que a
pata tinha. Na verdade, após a eleição da sala 2 a
pata passou a se chamar Dorothy. Isso mesmo, com
te-agá-ípsilon e tudo. Dona Nena deu uma gamelinha
de chá para a Dorothy. Diz que era bom pra quem iria
dar a luz.
Na escola os meninos e meninas só falavam da
pata. Todos tinham perguntas:
Por que os ovos são diferentes?
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Por que será que estão crescendo?
De onde vieram esses ovos?
Mas na verdade ninguém tinha uma resposta
certa pra tanta pergunta maluca.
De fato Dorothy estava mudando o jeito
das pessoas com seu jeitinho quieto e meigo.
Rodrigo já a chamava pelo nome e levava
comida e água. Até Duque, o cachorro viralatas
passou a brincar com a pata. Dorothy era
estrela. Famosa e em breve teria filhotes.
***
Num dia qualquer desses que demoram a
passar, um grupo de cientistas veio à casa do
Rodrigo. O menino não estava e Toninha
atendeu aos doutores. Eles queriam saber tudo
sobre a pata. Examinaram, abriram as asas,
mexeram entre as penas e olharam os olhinhos
de Dorothy com um equipamento com uma luz forte e
azul. Os cientistas disseram que Dorothy precisava
ser levada pra um laboratório para ser melhor
estudada e analisada. Os ovos iriam juntos, claro.
Rodrigo chegou da escola juntamente com Vina.
Ele viram o carro do laboratório e Toninha
conversando com os homens. Ao saber da intenção
dos cientistas Rodrigo não aceitou e começou a
chorar. Dorothy tinha conquistado Rodrigo e seus
amigos. Era a alegria da vida do menino. Toninha
achou melhor concordar com o menino, por enquanto.
E assim foi.
***
Uma semana depois que o pessoal do laboratório
veio, apareceu na região do Tijuca uma mulher
dizendo que conseguia colocar um ovo, qualquer ovo,
dentro de garrafa de cerveja. Rodrigo apostou que ela
As aventuras de Rodrigo : o caso da pata 6
não conseguia e ganhou alguns trocados dela.
Ele usou os ovos da pata. Enquanto isso,
Dorothy estava cada vez mais linda e charmosa.
A pata tinha virado estrela. Fotos e notícias
sobre ela estavam em todos os jornais e na
internet. A pata tinha até Orkut. A fama fez da
pata uma outra pata. Dorothy passou de
esquecida a mais amada. Rodrigo começava a
se preocupar com a segurança de Dorothy.
Numa segunda feira de março, depois do
horário da escola Rodrigo viu uma coisa no
ninho da pata que o deixou completamente
assustado. Perto do ninho escondido no meio
das folhagens estava um...
***
Capítulo 4
Perto do ninho escondido no meio das
folhagens estava um pedaço de pano verde, meio sujo
de terra e com um cheiro forte. Rodrigo pegou o pano
para jogar no lixo. Ele não queria que nada
perturbasse Dorothy. Ao levantar o pedaço de pano
do chão, Rodrigo notou que havia números e palavras
escritos no pano. Não sabia para que servia e mostrou
o pano à dona Nena. A avó, muito supersticiosa disse
que iria anotar os números para jogar no bicho. Vina e
Pedro achavam que esses números seriam de
telefone. Tentaram então ligar e, quando o telefone foi
atendido uma voz tenebrosa falava do outro lado da
linha:
Laboratórios JZ. Onde você conseguiu esse número
?.
Na mesma hora Rodrigo correu para casa e contou
para a avó o que tinha acontecido. Ela disse para o
menino esquecer do telefonema e muito sabida,
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resolveu jogar umas combinações desses
números na jogo de bicho.
***
Em outra casa ali perto, no bairro Carajás,
Geovanni se preparava para ir ao jogo de
futebol do ano: Meninos x meninas na quadra
perto da escola. As meninas haviam desafiado
os meninos dizendo que elas eram tão boas no
futebol quanto eles. Claro que o jogo ia ser
muito disputado. A repórter Larissa anunciava:
Atenção caros telespectadores. Estamos aqui
no Bairro Tijuca para a transmissão do jogo
do século...
***
Dona Nena nem sabia direito como se
comportar. Ganhara no bicho com os números
que havia anotado do pano verde. Estava
emocionada e chorava. Rodrigo, que acabara de
chegar do jogo ficou muito feliz e disse: - Que pata
generosa! Me deu os números premiados. Agora vou
ganhar muito dinheiro e comprar um playstation 3 e
uma bola de couro. E o menino passou a se interessar
cada vez mais pela pata e seus três ovos.
***
No jogo de bicho não tem pato, mas Dona Nena
ganhou duzentos e cinquenta e seis reais e tratou logo
de comprar um agasalho para Dorothy e um tênis
novo pra Rodrigo. Rodrigo passou a ver as coisas de
Dorothy todos os dias. Ele sabia que o que tinha
dentro dos ovos era alguma coisa pra mudar sua vida
e de sua família. Numa manhã antes de ir pra escola
ele viu uma coisa que o deixou mudo e paralisado. Era
...
***
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Capítulo 5
Por vários dias os cientistas voltaram para
tentar levar Dorothy. Ofereceram até dinheiro,
mas Dona Nena não deixava que eles nem
mesmo chegassem perto da patinha.
Dia após dia apareciam números e frascos
de vidro perto da pata. Dona Nena e Toninha
não deixavam que ninguém ficasse sabendo
disso. Elas tinham medo de que alguem
tentasse roubar Dorothy.
Não podemos deixar que Rodrigo e seus
amigos espalhem a notícia de que a patinha
dá sorte.
Ah, Toninha, Rodrigo é um menino esperto. Não vai
fazer nada que leve a pata pra longe dele.
Dorothy tinha cada vez mais dificuldade de se
manter sentada sobre os ovos. Eles estavam cada vez
maiores e ficar naquela posição por muito tempo a
incomodava. Pela manhã a pata ouviu uns estalinhos:
- creck...crack...
De repente de dentro do ovo menor uma cabecinha
saiu tentando ver o mundo de fora. Dorothy se
assustou, mas como boa mamãe tentou ajudar o
bichinho a deixar o ovo colorido. O bicho foi saindo
aos poucos e finalmente estava livre da casca. Era
uma coisinha verde, melequenta, cascuda, rabo
grande e jeitão de lagartixa: era um filhote de
dinossauro ! Mas, como poderia uma pata gerar um
dinossauro? Ninguém sabia explicar. Dona Nena
colocou o bichinho escondido no galinheiro, mas as
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galinhas desmaiaram de susto ao ver um bicho
tão estranho, então Dona Nena colocou o
bichinho verdento numa caixa de sapatos
debaixo da cama. Dorothy passou a chorar dia
e noite com saudade do filhote e mesmo com
cara de sapo o dinossaurinho era amado pela
mamãe-pata.
A família de Rodrigo estava apreensiva
com os acontecimentos, e os cientistas ainda
insistiam em levar a bichinha. Eles pareciam
saber de alguma coisa sobre Dorothy. Um dia
Rodrigo viu o lagarto-pato-dinossauro-verdento
pela primeira vez e queria levar o lagartinho pra
escola. Claro que Toninha não deixou. Toninha
ainda esperava, com medo, que os outros dois
ovos revelassem seus segredos.
***
Num laboratório não muito longe dali, dentro do
Zoológico dois cientistas tentavam de todas as
maneiras achar uma forma de roubar a pata e seus
ovos da casa de Rodrigo. Era um caso de vida ou
morte. Era um caso de segurança nacional. Eles
levariam Dorothy nem que fosse preciso matar a pata
e eliminar os ovos!
***
Era uma sexta-feira e o dia já estava virando
noite. Rodrigo jogava videogame com Pedro, Vina e
outros meninos da vizinhança. De repente um quá-quá
desesperado chamou a atenção dos meninos. Dorothy
estava apavorada. Debaixo do agasalho dela saía um
bracinho estranho e um cabeção que...
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***
Capítulo 6
Por debaixo do agasalho dela saía um
bracinho estranho e um cabeção que mal se
sustentava sobre o pescoço. Era uma coisa
enorme, com olhos também enormes e a boca
meio disforme. Não tinha pêlos nem penas. Era
estranho como seu irmãozinho. A única e maior
diferença era que este cabeçudo não era um
dinossauro. Você provavelmente não o
reconheceria se o visse. Afinal, algum dia em
sua vida você já viu um chupa-cabras? E o pior,
um chupa-cabras nascido de um ovo de uma
pata inocente lá no humilde bairro Confisco?
Claro que você leitor, nunca deve ter visto um.
Pois bem, era isso que o bicho era: um chupa-cabras,
daqueles bem cabrões mesmo, bem cabeçudos e com
o corpo nem tão grande assim .
***
Dona Nena deixou a cozinha às pressas para
acudir a gritaria que os meninos arrumaram: Rodrigo
havia desmaiado ao ver a criatura disforme e
cabeçuda. Rodrigo precisava de ajuda. Pedro fugiu e
foi se enconder em meio às bananeiras. Vina se
mandou para debaixo da Kombi velha da rua e os
outros meninos choravam abraçados sem saber o que
fazer.
Uma pergunta ainda restava ser respondida: de onde
vieram esses ovos estranhos recheados com
monstrinhos verdes e cabeçudos? Isso você só vai
saber daqui a algum tempo caro leitor. Não se pode
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contar os segredos todos de uma vez !
***
Toninha chegou do trabalho e ao ver
Rodrigo se recuperando do susto, prometeu ao
filho:
Diguinho, mamãe promete que mata essa
pata ainda hoje.
Claro que o menino não aceitou. Ele amava a
pata, só tinha se assustado com o cabeçudo.
Não mãe, deixe que o próximo ovo se quebre
e aí a gente faz Dorothy assada ao molho de
laranja!
Por dentro Rodrigo amava Dorothy e Toninha
também não queria matar a pata, mas parecia
mesmo ser necessário. Desde que os ovos
apareceram a vida da família tinha virado de
cabeça pra baixo. Era preciso dar um jeito nisso.
***
Dona Nena havia conseguido um viveiro de
pombos com o seu Dair do ferro velho. Lá dentro
colocou o filhote verdento e o cabeçudo. Os dois até
nem eram tão feios assim, juntos. Eram mesmo é
engraçados e desajeitados. Um de corpinho e
cabeção, o outro rabo grande e verde como couve.
***
Agora só faltava o último ovo que teimava em não se
abrir. O que poderia ser pior e mais estranho que um
chupa-cabras cabeçudo e um dinossauro verdento e
cascudo? Que segredos Dorothy tinha que atraía os
cientistas? De onde vieram os ovos?
***
Era época de quaresma, noites escuras, quentes.
Época de lobisomens e mula-sem-cabeça à solta.
Perto do bairro Confisco existe áreas descampadas,
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sem casas ou gente perto. Só mato. E foi lá, na
parte de trás do morro do Cabrito que Vina,
Rodrigo e Pedro descobriram de onde vieram os
ovos. Tudo começou quando numa determinada
época, quando...
Ah, muita coisa você pode esperar do final
dessa história, mas pra descobrir mesmo terá
que ler os últimos capítulos .
***
Capítulo 7
Tudo começou quando numa determinada
época, quando a região de Contagem era bem
parecida com uma grande fazenda. Perto de
onde hoje é o Morro do Cabrito ficava uma
cerca velha que separava Belo Horizonte e Contagem
e ao lado da cerca havia uma mina d'água e o Jardim
Zoológico. Nesse tempo cientistas muito inteligentes
faziam experiências com as plantas e os animais num
laboratório dentro do zoo. Essas experiências eram
em segredo absoluto. Muitas deram certo. Os
cientistas descobriram como fazer pé de laranja dar
limão, pé de abacate dar goiaba e até mesmo
melancia nascer em árvore. Mas algumas dessas
experiências...
***
Dorothy dormia, cansada de esperar pelo último
filhote. Rodrigo fazia o dever de casa no sofá. Dona
Nena e Toninha estavam no supermercado. Dorothy
sonhava. O ovo não . Começou a trincar e a revelar
seu conteúdo...
***
As aventuras de Rodrigo : o caso da pata 13
Os cientistas divulgavam as experiências
que davam certo nos jornais e as que davam
errado eles enrolavam em um longo pano verde
e escreviam a data e as informações da
experiência no pano. Para disfarçar escreviam
mais números e nomes no pano. Depois
enterravam o embrulho junto com todos os
equipamentos usados na experiência no Morro
do Cabrito, onde ahcavam que ninguém nunca
iria cavar. Será ?!
***
Capítulo 8 – Final
Primeiro veio a mão peluda, depois um
pezinho pelado. A cabeça foi a última coisa que
apareceu. O corpo era todo peludo, magrelo. A
cara era avermelhada e parecia um menino. Era um
macaquinho ! Um macaquinho que Rodrigo foi logo
chamando de Monkey. Rodrigo aprendera na escola
que Monkey era macaco em inglês. Toninha achou um
charme e aceitou ter o bichinho em casa. Monkey era
muito dócil e alegre. Todos gostavam dele. Mas um
macaco saído de um ovo? Se os outros dois ovos
tinham dado bichos estranhos, o que seria diferente
em Monkey? Será que Monkey tinha alguma coisa
estranha como seus dois irmãozinhos?
***
Os cientistas chegaram com uns seguranças
para levar Dorothy e seus filhotes presos. A pata era
uma pata normal, mas havia desenterrado três ovos
que tinham sido utilizados em experiências
fracassadas. Ao chocar os ovos, Dorothy fez com que
filhotes nascessem e assim, os cientistas poderiam ter
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problemas com a justiça por alterar organismos
animais sem permissão. Toninha e dona Nena
tentavam evitar que os cientistas entrassem em
casa. Enquanto a confusão acontecia no portão
da frente, Rodrigo, Dorothy e os filhotes fugiam
pelo beco dos fundos da casa.
***
Rodrigo, Toninha e Dona Nena agora
moram longe do Confisco. Fugiram pra defender
Dorothy e os filhotes. Dona Nena continua a
ganhar no jogo de bicho com os números de
Dorothy e o pano verde. Toninha agora vende
ovos, de galinha. Tudo deu certo para eles.
Rodrigo estuda em outra escola lá em Nova
Contagem e está na sétima série. Dorothy
continua alegre e cuida dos filhotes com muita
dedicação. Rodrigo chama cada um pelo nome:
Verdugo, Pelágio e Monkey. Monkey é o maior deles.
Todos vivem muito felizes e satisfeitos. Na vizinhança
ninguém sabe da pata e dos filhotes. Quando todos
estavam acostumados com as traquinagens e
brincadeiras dos filhotes Monkey surpreendeu a todos.
Dia desses quase mata Toninha de susto. Monkey
falou como gente! Contou histórias, cantou e
declamou poesias. Mas isso já é assunto pra outra
história...
Fim
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