artigo estresse no basquetebol
Post on 20-Feb-2016
84 Views
Preview:
TRANSCRIPT
1
ANÁLISE DO ESTRESSE CAUSADO POR COMPETIÇÕES E SITUAÇÕES DE
JOGO NO BASQUETEBOL
João Pedro Lopes Gallo1
Paulo Henrique Xavier de Souza2
RESUMO
O presente estudo objetivou identificar fatores, causas e situações estressantes na
modalidade do basquetebol em atletas infantis, infanto-juvenis e adultos. Ainda
objetivou-se relacionar a competição com o estresse; dividir os fatores estressantes mais
comuns relatados pelos atletas infantis, infanto-juvenis e adultos e identificar os
prejuízos causados pelo excesso de estresse. Na revisão de literatura visou-se encontrar
situações vivenciadas pelos atletas que são possíveis geradoras de estresse, fator o qual
poderia diminuir o desempenho e o rendimento dos mesmos. Observou-se que a
exclusão social, conflitos com o técnico, problemas relacionados à preparação física,
problemas sociais e de relacionamento com pessoas importantes e situações
relacionadas ao jogo são problemas comuns a diversas modalidades esportivas. Além
destes, concluiu-se que outros fatores também são contribuintes para geração de estresse
no basquetebol, como por exemplo: medo de um desempenho pessoal e coletivo
negativo, ansiedade e preocupação com o resultado da partida, nervosismo pré-jogo e a
importância da competição e partida.
Palavras-chave: Estresse. Competição. Basquetebol
_______________________
¹ Graduando do Curso de Educação Física/Bacharelado do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte
(CEFID), da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Florianópolis-SC, Brasil.
2 Professor Mestre do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte (CEFID) da Universidade do Estado de
Santa Catarina (UDESC), Florianópolis-SC, Brasil. Orientador do artigo de conclusão de curso.
2
INTRODUÇÃO
O esporte faz parte da história da humanidade desde os primeiros jogos
olímpicos, os quais tiveram início na Grécia Antiga. Muitos avanços são verificados
desde aquela época ao se analisar as competições atuais. Exemplo disto é o alto
rendimento dos atletas, o que incentiva a prática de atividade física nas pessoas,
independentemente da fase da vida.
De Rose Junior (2004), afirma que o esporte possui uma posição inegável de
destaque. Posição esta que tomou espaço na mídia e vem crescendo há mais de 30 anos.
As grandes competições, cada vez mais enfatizadas pela mídia, passaram de confrontos
a espetáculos para o público, seja ele qual for, sendo assistidos no mundo todo. Estas
competições são disputadas por destacados atletas de altíssimo nível técnico que se
superam dia após dia na busca de um ideal, servindo assim de “espelhos” a milhares de
jovens, os quais buscam no esporte uma possibilidade de ascensão social e financeira.
A competição é definida por ser uma situação onde dois ou mais indivíduos
disputam algo, um lugar, um meio, uma ordenação ou qualquer situação onde possa
existir interesse em obter aquilo que está em questão. Por este motivo, o esporte
desfruta da competição na sua essência. Para De Rose Junior (2002), a competição
significa enfrentar desafios e demandas que representam uma considerável fonte de
estresse para os atletas. Porém esta fonte dependerá dos atributos físicos, técnicos e
psicológicos de cada atleta.
No momento que falamos de estresse podemos ter a impressão de um fator
negativo e causador de problemas para o organismo humano. Segundo Meleiro (s. d.), o
estresse é um mecanismo fisiológico necessário para nosso processo evolutivo. Sem ele
nem nós e nem os outros animais teriam sobrevivido a situações perigosas. Nossos
ancestrais não teriam deixado descendentes caso algum animal selvagem os atacasse e
estes não reagissem imediatamente.
Segundo Margis et al. (2003), o estresse denota o estado gerado pela percepção
de estímulos que provocam uma excitação emocional. Estes estímulos disparam um
processo de adaptação pelo aumento na produção de adrenalina, o que desencadeia uma
série manifestações como distúrbios fisiológicos e psicológicos. Segundo estes mesmos
autores, um “agente estressor” se define como evento ou estimulo que provoca ou
conduz ao estresse.
3
A competição tem o poder de induzir os participantes de um jogo a ganhar ou
perder, mensurando assim quem é o melhor. Neste caso, ocorre uma supervalorização
do “forte” e desvalorização do “fraco”, invariavelmente levando esse quadro a um
ambiente sócio-político, caracterizado pela grande desigualdade de classes
(MARQUES, 2004). Esta afirmação também é endossada por De Rose Junior (2002),
quando este cita que a competição faz aumentar a ideia de superioridade e inferioridade.
A competição é onde se conhecem os melhores, os piores, os vencedores e os
perdedores. Ela existe em todos os níveis, seja em âmbito regional, nacional ou
internacional, desde o esporte escolar até o esporte de alto rendimento.
Ao analisarmos a competição escolar não podemos classificá-la como uma
“guerra”, um confronto ou uma atividade apenas para os mais aptos (SOARES, 2008).
Comumente o âmbito competitivo é confundido como um local apenas para os mais
fortes, rápidos, inteligentes e habilidosos. Todavia, a competição a nível escolar não
deverá ser vivenciada e tratada desta maneira, pois ela tem o dever de agregar valores
pedagógicos às crianças.
Andrés e Ogawa (2012), afirmam que as competições transmitem às crianças e
adolescentes diversos tipos de valores como solidariedade, amizade, comunhão, respeito
um ao outro, a importância de competir, de evitar a derrota, de se dedicar à preparação
prévia e de ter a vitória como objetivo. Através desta vivência, as crianças e
adolescentes lidam com as suas expectativas, anseios, desejos e frustrações, além de,
também, ter que lidar com estes mesmos fatores de seus responsáveis e treinadores.
Por outro lado a competição, os ambientes e os desafios variam de acordo com
aspectos individuais e situacionais, podendo representar fonte de estresse dependendo
dos atributos físicos, técnicos e psicológicos de cada atleta.
A competição pode ser caracterizada por ser uma fonte geradora de estresse por
conter situações desafiadoras, dependentes dos aspectos individuais e momentâneos.
Variando de atleta para atleta, a resposta ao estresse dependerá de cada um, ou seja, de
sua preparação, ou não, para enfrentar determinadas situações mais simples ou mais
complexas.
A competição pode se tornar uma “carga” para jovens ou adolescentes, caso esta
os exponha ao máximo rendimento sem que haja um preparo físico, técnico, tático e
psicológico ideal para desempenhar um papel que pode não estar ao seu alcance. Isto
poderá acarretar em estresse físico ou emocional excessivo e, consequentemente,
4
atrapalhar seu rendimento, podendo inclusive trazer frustrações, que poderão marcar
negativamente sua continuidade no esporte.
De Rose Junior (2004), afirma que os atletas de alto nível visam este título como
possibilidade de sucesso, realização de sonhos e estabilidade financeira. Segundo o
autor, o caminho é longo até o topo e a grande maioria desiste devido aos obstáculos e
sacrifícios. Apenas uma minoria supera o estresse gerado pela pressão interna e externa.
Treinos, compromissos, jogos, viagens, contusões, problemas pessoais e de
relacionamento são os principais fatores causadores do estresse. O autor também fala
que a maior incidência de atletas que largaram o esporte está nos jovens. Isso acontece
pela exclusão social e alienação dos estudos causados pelo enorme tempo necessário
dedicado ao esporte.
Essas situações podem ser potencialmente geradoras do cansaço mental e
conviver com elas passa a ser fundamental para a manutenção de um estado psicológico
aceitável que permita ao atleta, além de manter seu desempenho esportivo, tomar
conscientemente decisões importantes em diferentes momentos da competição (DE
ROSE JUNIOR, 2002).
Este estudo foi realizado visando à importância da identificação dos fatores
estressantes os quais prejudicam o desempenho dos atletas infantis, infanto-juvenis e
adultos no basquetebol. É de fundamental relevância esta identificação para que possam
ser desenvolvidos trabalhos psicológicos com a intenção de diminuir e até anular os
efeitos negativos do estresse nos resultados do atleta. Dentro da prática esportiva há
fases a serem superadas que devem estar integradas à construção dos pilares do
desenvolvimento social e esportivo, propriamente dito. Levando em consideração que
uma boa evolução depende diretamente de uma boa base para se chegar ao alto
rendimento, a motivação da escolha feita por um futuro atleta é aspecto importante a ser
trabalhado pela psicologia, pois nem todos almejam o esporte de alto rendimento e os
que almejam podem acabar, por causa de más escolhas, não chegando ao objetivo
(COQUEIRO & HONORATO, 2008, apud RAMIREZ, 1999).
Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo identificar fatores, causas e
situações estressantes em atletas da modalidade do basquetebol. Nesta perspectiva,
pretendeu-se também: a) relacionar a competição com o estresse; b) caracterizar e
identificar os fatores e aspectos estressantes na modalidade do basquetebol; c) dividir os
fatores estressantes mais comuns relatados pelos atletas infantis, infanto-juvenis e
adultos; d) identificar os prejuízos causados pelo excesso de estresse; e) sugerir trabalho
5
psicológico necessário para suprir o déficit causado pelo estresse. Uma busca por
fatores psicológicos intrínsecos e extrínsecos capazes de influenciar, tanto
positivamente, quanto negativamente o desempenho de atletas nas situações de jogo.
METODOLOGIA
O presente estudo foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica de cunho
exploratório, a fim de proporcionar maior familiaridade com o problema. A revisão foi
elaborada a partir da análise de livros e artigos científicos nacionais e internacionais.
Para a inclusão dos artigos, foram adotados os seguintes critérios: relação com a
competição esportiva, relação com situações geradoras de estresse, relação de
problemas causados pelo estresse em atletas de diferentes modalidades e, também,
específicos ao basquetebol e relação com os níveis de ativação em atletas de diferentes
modalidades.
Esta revisão foi realizada em três fases: Fase 1 - Pesquisar e selecionar os artigos
que atendem aos critérios citados. Fase 2 - Leitura analítica, selecionar, dentre o
material encontrado, artigos diretamente ligado ao tema proposto. Fase 3 - Leitura
crítica, ou seja, excluir artigos os quais não tenham como foco principal do trabalho o
tema proposto.
Para análise, comparação e apresentação dos artigos, estes foram divididos em
duas categorias: relacionados a atletas infantis e infanto-juvenis e relacionados a atletas
adultos.
Ribeiro (2007), afirma uma pesquisa bibliográfica é a base que sustenta qualquer
pesquisa científica. Além disso, esta contribui para: definição dos objetivos do trabalho,
construções teóricas, planejamento da pesquisa, comparações entre as pesquisas já
realizadas e as lacunas ainda presentes.
REVISÃO DE LITERATURA
Partindo do conhecimento sobre os efeitos positivos e negativos do estresse
competitivo, buscou-se revisar na literatura questões biológicas e sociais, procurando
compreender o contexto dos atletas da modalidade do basquetebol e, partindo desta
análise, buscar estudos relacionados com o tema.
6
Os tópicos foram organizados de forma coerente com a problemática estudada,
para melhor compreensão dos elementos envolvidos, a saber:
Estresse e níveis de ativação
Margis et. al. (2003), relatam que Hans Seyle, em 1936, introduziu o termo
“stress” no campo da saúde definindo-o como a resposta do organismo a um agente
estressor ou uma potencial situação geradora de estresse. Esta resposta vem da interação
das características da pessoa e das demandas do meio. Em outras palavras, vem da
percepção da diferença entre o meio interno e externo aliado à capacidade e velocidade
de resposta do organismo. Os autores afirmam que a resposta dada ao estressor
dependerá das capacidades cognitivas, comportamentais e fisiológicas de cada
individuo.
Segundo Noce & Samulski (2002, p. 133 apud LEVI, 1972; SEYLE, 1981 p.
683), o estresse é compreendido como a totalidade das reações de adaptação orgânica,
as quais objetivam a manutenção ou restabelecimento do equilíbrio interno e externo.
Estes autores apoiam o conceito que Margis et al. (2003), deram para o estresse. Kolb e
Whishaw (2002), também reforçam essa teoria afirmando que o estresse é o resultado da
ação de um agente estressor, que exerce força e produz uma resposta ao estresse no
receptor dele.
Greenberg (2002), afirma, porém, que este mecanismo não é perfeito e possui
sua limitação. Esta, quando ultrapassada, poderá desencadear um efeito desorganizador
no psicológico do atleta. As consequências deste efeito poderão, ainda, ser das mais
variadas possíveis, desde depressão e ansiedade até problemas coronarianos.
Situações de perigo são fontes geradoras de estresse. Todavia, o estresse em
questão torna-se necessário por ter a responsabilidade de gerar uma resposta,
proveniente do indivíduo, para que este possa se defender e contra-atacar ou, ainda,
tomar a decisão necessária na ocasião vivenciada. Estes cenários geram um nível de
ativação em nosso organismo que nos torna mais consciente e melhora nossa percepção
do meio. Samulski (2002), relata que um bom e controlado nível de ativação torna- se
imprescindível, porque melhora a coordenação dos nossos movimentos motores.
A ativação, para Correa et al. (2002), e Weinberg e Gould (2001), não está
ligada necessariamente a eventos agradáveis. Um atleta pode ficar altamente ativado ao
7
conquistar uma medalha, ganhar um jogo ou uma prova e reagir da mesma maneira após
uma derrota ou desclassificação de uma competição importante.
Robazza, Pellizzari e Hanin (2004), consideram que o atleta que consegue
controlar seu nível de ativação, independentemente do nível que este esteja, para o nível
ideal de execução de ações futuras, possuirá maiores chances de sucesso, também, em
outras circunstâncias. Estes autores afirmam que o relaxamento físico pode melhorar o
controle do nível de ativação por reduzir a tensão do atleta, alterar o foco e os
pensamentos automáticos que o atleta tem antes e durante sua preparação para enfrentar
uma situação de perigo.
Diversos autores concordam que as dimensões de ativação envolvem atividades
fisiológicas e/ou psicológicas e estas se relacionam com os níveis de motivação do
atleta, podendo variar de um estado de sonolência a uma grande agitação (SAGE, 1984;
GOULD & KRANE, 1992; WEINBERG & GOULD, 1996; ROBAZZA, PELLIZZARI
& HANIN, 2004).
A competição esportiva
O jogo, competição ou desafio é o momento máximo do atleta. É onde ele
demonstra o máximo de suas habilidades e capacidades. Todavia suas deficiências
ficam aparentes e é a chance de comparar seu desempenho a algum padrão, ora pessoal
ora pré-determinado, o que será ditado pela modalidade desportiva. A competição não
está ligada apenas às experiências esportivas, ela pode ser usada também para agregar
valores e objetivos sociais, como melhoras na autoestima do aluno, na sua autonomia e,
ainda, na influência no desenvolvimento de seu caráter (DE ROSE, 2002; SOARES,
2008).
Além de agregar valores sociais, os esportes e as competições dão aos
participantes a oportunidade de aprender a competir e a lidar com os adversários. Isso
ensina a criança a conviver com a vitória, a derrota e, também, a vencer através de seu
esforço pessoal. Tais valores são de suma importância para o crescimento da criança,
visto que a sociedade é extremamente competitiva na sua essência, (BRACHT, 1986).
Freire e Scaglia (2003), consideram que a competição deve ser vista como um
conteúdo a ser aprendido por todos os alunos, de forma integral. Dessa maneira, os
alunos não apenas participariam do jogo, mas também teriam acesso à organização,
preparação, discussão e avaliação da competição.
8
A competição esportiva é vista como um desafio e é a forma máxima de
expressão do esporte, além de estar cada vez mais enraizada no cotidiano das pessoas.
Seja direta ou indiretamente, a competição sugere uma série de atitudes e
comportamento de todos os envolvidos. Ela nos leva a imaginar jogos, lutas, corridas,
demonstrações de força e, consequentemente, nos abre um leque de interpretações sobre
sua correta preparação competitiva. Sejam coletivas ou individuais cada modalidade
exige uma demanda física, psicológica, tática e técnica específica (DE ROSE JUNIOR,
2002).
Este mesmo autor ainda cita exemplos de situações relacionadas à competição.
São elas: uma forma de disputa física e psicológica, superação de marcas, medição de
forças, apuração do melhor resultado, seleção entre indivíduos e grupos, confronto
direto, uma luta entre dois ou mais competidores, jogo, definição de vencedores e
perdedores, avaliação de rendimento, comparação de resultado e desempenho do atleta,
atividades com regras pré-definidas, busca da vitória, divertimento, prazer, alegria,
euforia, pressão, frustração, decepção, sentimento de dever cumprido e a vitória a
qualquer custo.
Segundo De Rose Junior, (2002, p. 21 apud DE ROSE JUNIOR, 1997), uma
competição pode ser fracionada em quatro etapas que são evidenciados durante todo o
processo competitivo:
CONFRONTO: entre dois ou mais indivíduos ou equipes.
De fato não há competição sem um confronto. Ele pode ser
pessoal (quando o atleta busca a superação de uma marca,
independentemente dos adversários), também poderá ser
com um adversário na forma de contato direto (lutas e a
maioria dos esportes coletivos) ou indireto (como na maioria
dos esportes individuais: ginástica olímpica, natação,
atletismo, e tênis e, em alguns esportes coletivos, como o
voleibol).
DEMONSTRAÇÃO das habilidades técnicas aprendidas e
desenvolvidas durante todo o treinamento e ao longo da
carreira do atleta. Neste momento, o atleta tem a
oportunidade de exibir todas as suas condições e o quanto
ele está, ou não, preparado para enfrentar as demandas do
processo competitivo de seu esporte.
9
COMPARAÇÃO de um padrão autodeterminado ou
definido externamente. Quando se compete, sempre há uma
comparação com algum padrão, seja ele individual (o atleta
em relação às suas próprias condições), ou estabelecido
socialmente, desde que haja pessoas presentes para constatar
o desempenho.
AVALIAÇÃO com base nos padrões e no julgamento do
desempenho do atleta. Essa avaliação é feita pelas pessoas
presentes no evento. No entanto, nem sempre é feita por
pessoas preparadas, podendo assim não emitir um
julgamento com base científica e técnica. Na maioria das
vezes, a avaliação não segue critérios lógicos e pode ser feita
de forma aleatória, levando a sérios erros de julgamento e
injustiças. Esta avaliação pode ser quantitativa (quando se
privilegia o resultado) ou qualitativa (quando se avalia o
processo como um todo, ou apenas a qualidade do
movimento ou da ação realizada). Ela depende do tipo de
esporte. Alguns esportes têm uma possibilidade de avaliação
mais objetiva (em que os parâmetros são universais:
atletismo, futebol, basquetebol, voleibol, onde se predomina
a avaliação quantitativa) ou mais subjetiva (quando terceiros
realizam a avaliação com base em códigos de pontuação,
como na ginástica olímpica, saltos ornamentais, etc.).
Estresse e competição
Quando o assunto é estresse na competição esportiva, nota-se uma ligação
inquebrável entre os dois. Isso acontece porque a competição trás um bombardeio de
informações e situações estressantes para o atleta e este deverá tomar decisões a fim de
atingir o objetivo, que é a vitória. Observa-se que a competição possui aspectos
diretamente ligados à geração de estresse no organismo.
Pode-se sugerir que o estresse competitivo é derivado de duas situações básicas:
as diretamente relacionadas ao processo competitivo, que englobam fatores individuais
10
e situacionais e as indiretamente relacionadas, compostas pelos fatores
extracompetitivos (DE ROSE JUNIOR, 1996).
Segundo Smith (1986), existem três fatores-chave que compõe o estresse gerado
pela competição:
A situação: que envolve uma interação entre as demandas
do ambiente e as particularidades. Quando há um equilíbrio
entre esses dois fatores, o estresse é mínimo. Mas quando
ocorre um desequilíbrio significativo em um deles, então o
estresse pode acontecer em níveis prejudiciais ao atleta. As
demandas poderão ser tanto de ordem interna (determinadas
pelo próprio indivíduo), quanto externa (determinadas pelo
ambiente competitivo).
A avaliação cognitiva tem uma importância muito grande
nesse processo, pois a intensidade das respostas emocionais
acontece em função de como os atletas interpretarão as
situações, seu significado e a habilidade que ele terá para
lidar com elas. As interpretações dependerão de uma série de
atributos pessoais como: crenças, autoconceito, nível de
habilidade, nível de condicionamento físico e nível de
expectativa.
As respostas (que poderão ser fisiológicas, motoras ou
psicológicas), por sua vez, estarão diretamente relacionadas
à avaliação cognitiva. Quando essa avaliação indicar que a
situação pode representar uma ameaça ao atleta, então
haverá uma mobilização de recursos para que ele possa lidar
com ela. Não conseguindo, o atleta poderá sofrer uma
influência negativa e ter, entre outras coisas, seu
desempenho prejudicado.
Todos estes três fatores serão diretamente afetados pelas características pessoais,
pela personalidade do atleta e por fatores motivacionais presentes no processo
competitivo. Alguns atletas poderão ser mais afetados por alguns fatores do que outros.
Isso dependerá diretamente da preparação fisiológica, técnica e psicológica dele. No
esporte, o estresse ocorre independente de idade, sexo, posição de jogo ou nível
competitivo dos atletas. Ele poderá ser positivo, ou seja, saudável ao organismo, quando
11
representado por uma necessidade de alcançar ou manter a ativação e a concentração
ideais antes e durante o evento. Isto leva o atleta a mobilizar energias para alcançar seus
objetivos. No entanto, na maioria das vezes, o estresse torna-se excessivo, ultrapassando
a barreira benéfica ao organismo, caracterizando o que chamamos de estresse negativo
ou prejudicial, derivado de pressões externas ou do próprio indivíduo, transformando a
situação em uma ameaça ao bem estar e o desempenho do atleta (BARBOSA E CRUZ,
1997).
As situações diretamente relacionadas à competição podem ser divididas da
seguinte maneira: as que englobam fatores individuais (quando dependem quase
exclusivamente do atleta) e as que englobam fatores situacionais, quando dependem do
meio competitivo de forma geral (DE ROSE JUNIOR; DE ROSE JUNIOR,
DESCHAMPS E KORSAKAS, 1999).
Entre os fatores competitivos individuais, podemos destacar a personalidade dos
atletas, atributos pessoais (físicos, técnicos e psicológicos), pressões internas,
expectativas internas e/ou externas e seus objetivos.
Entre os competitivos situacionais, destacaram-se situações mais especificas de
cada esporte: preparação da equipe (volume, intensidade e qualidade das seções de
treinamento), presença, ou não, de pessoas importantes no processo (técnico,
arbitragem, adversários e companheiros de equipe), condições de materiais e uniformes
de treino e jogo, aspectos de organização da competição, infraestrutura da equipe, das
competições, os patrocinadores, entre outros.
A quantidade de estresse vivenciada pelo atleta pode estar relacionada com o
resultado da capacidade de interpretação e da avaliação dada à situação. Níveis
excessivos de estresse podem levar o atleta ao descontrole de suas ações, especialmente
quando houver pressões externas e emoções não controladas por ele (MILLER T.,
VAUGHN & MILLER J., 1990; SEGGAR, PEDERSEN, HAWKES & MCGAWN,
1997).
Em estudo realizado na Universidade Estadual de Santa Catarina, Strapassola,
Ruschel e Krebs (2009), analisaram 22 nadadores (5 do sexo feminino e 17 do sexo
masculino) com idade média de 13 anos e 6 meses (± 1 ano e 4 meses), aplicando um
questionário, o qual mediu os níveis de ansiedade-traço (personalidade), ansiedade-
estado (ansiedade momentânea) e de motivação.
De maneira geral, os resultados apontaram que os atletas apresentaram níveis
médios de ansiedade-traço (média de 22,59 pontos, em uma escala de 10 a 30 pontos),
12
diferente dos níveis de ansiedade-estado que obtiveram uma variabilidade maior de
baixo a médio. No segundo teste, de ansiedade-estado os resultados apontaram que os
níveis de ansiedade-estado variaram entre baixos e médios, de acordo com os níveis de
competições.
Fatores e situações estressantes
Jones & Hardy (1990), afirmam que o desempenho esportivo resulta da
combinação de três fatores: fisiológicos, biomecânicos e psicológicos. Os fatores
fisiológicos apontam para os aspectos da preparação física do atleta, os quais permitem
suportar as diferentes cargas de exigência física das competições, treinamentos e testes.
Os fatores biomecânicos estão ligados à execução dos gestos específicos de cada
esporte, ou seja, seus fundamentos, dentro dos altos padrões técnicos para o nível do
atleta. Diferentemente dos anteriores, os fatores psicológicos são capazes de interferir
no desempenho do atleta, independente de sua condição física, de sua preparação
técnica e tática. Ainda de acordo com estes autores, há diversos exemplos de aspectos
psicológicos. Entre eles: motivação, ansiedade, atenção, concentração, agressividade.
De Rose Junior (2002), comenta que processo competitivo engloba fatores os
quais proporcionam condições para a atuação do atleta. Aspectos como torcida,
técnicos, clima, adversários, árbitros, local da disputa, são citados descrevendo os
agentes externos criadores de estresse. Estes, o atleta não obtém controle. Já noite mal
dormida, carga emocional, medo, insegurança, problemas em relacionamentos e
questões financeiras são exemplos de agentes internos, os quais o atleta está sujeito a
sofrer caso não tenha a preparação psicológica necessária para enfrentar determinada
situação.
Diversas modalidades como o atletismo, futebol, ginástica olímpica, handebol,
basquetebol, luta olímpica, natação, hóquei de campo, futebol americano e outros
esportes, possuem diversas situações causadoras de estresse, sejam elas particulares,
especificas a cada esporte, bem como situações gerais, comuns a todos eles. Entre os
autores que citam algumas situações comuns a todos os esportes, podemos citar: Jones e
Hardy (1990), De Rose Junior e Vasconcellos (1993), De Rose Junior, Vasconcellos e
Simões (1994) e De Rose Junior (1999).
Exemplos de algumas das situações relatadas pelos autores acima citados:
Má preparação física;
13
Necessidade de manter o padrão
de desempenho;
Derrotas;
Longos períodos de preparação e
rotina de treinamento;
Falta de estrutura para
treinamento;
Problemas de alimentação;
Viagens longas;
Más condições dos locais de
competição;
Erros durante jogos;
Intervenções dos técnicos;
Discussões com companheiros de
equipe;
Arbitragem;
Dormir mal;
Problemas de relacionamentos
amorosos;
Problemas familiares: morte,
doenças;
Falta de recompensas;
Falta de tempo para lidar com
situações cotidianas;
Pressão da imprensa;
A maioria destas situações ocorre em qualquer nível de competição. Estes
autores concordam que o estresse está diretamente ligado ao meio competitivo e muitos
atletas conseguem conviver razoavelmente bem com estas situações. Os autores também
reconhecem que níveis elevados de estresse afetam negativamente o desempenho.
Todavia, a competição não representa necessariamente uma fonte de estresse prejudicial
ao atleta. Tudo dependerá da avaliação que ele fará da quantidade e intensidade das
situações provocadas pelo processo competitivo como um todo. Especialmente por
aquelas que surgem nos momentos de decisões importantes, pois nestas situações que o
atleta utiliza seus recursos psicológicos, técnicos, físicos e táticos próprios para lidar
com elas.
Com os quatro aspectos citados por De Rose Junior (2002, p. 21), não é de se
espantar que as pessoas envolvidas no processo competitivo, sejam elas atletas ou
técnicos, sofram um verdadeiro e constante bombardeio de informações, opiniões e
julgamentos que, como dito acima, podem originar de pessoas sem fundamentação
teórica, criando assim uma pressão errada ou inadequada para o desenvolvimento destes
atletas ou técnicos.
De Rose Junior (2002, p. 22), elaborou um quadro comparativo de vários
estudos realizados na década de 1990. Os estudos foram realizados, muitas vezes, com
diferentes modalidades. Segundo o autor, muitos outros foram desenvolvidos no mesmo
14
período, porém os trabalhos citados são bastantes significativos devido à amostra e os
esportes em questão.
Autor(es) de ano de
publicação
Características da
amostra estudada
Situações causadoras de estresse
JONES e HARDY
(1990)
6 atletas e ex-atletas
de alto nível, norte-
americanos
(atletismo)
Estar mal fisicamente ou contundido;
Necessidade de manter o padrão de
desempenho;
Estar liderando uma prova e perder no final;
DE ROSE JUNIOR,
VASCONCELLOS
e SIMÕES (1993)
19 jogadores de
handebol da Seleção
Brasileira
participante dos
Jogos Olímpicos de
1992
Longos períodos de preparação;
Falta de jogos preparatórios;
Falta de estrutura de treinamento,
especialmente local de alojamento e
alimentação;
Falta de suporte financeiro;
DE ROSE JUNIOR
e
VASCONCELLOS
(1993)
41 jogadores de
basquetebol da
Seleção Brasileira
Adulta Masculina e
Feminina e da
Seleção Juvenil
Masculina
Perder lances-livres em momentos decisivos;
Sair com 5 faltas;
Jogar em más condições físicas;
Estar perdendo para equipe tecnicamente
inferior;
Arbitragem prejudicial a minha equipe;
GOULD, JACKSON
e FINCH (1993a)
17 patinadores
pertencentes à
seleção norte-
americana
Problemas de relacionamento com técnicos e
companheiros;
Expectativas quanto ao desempenho
(pessoais e dos outros);
Problemas físicos;
Condições dos locais de competição;
Dúvidas sobre a própria capacidade;
GOULD,
ECKLUND e
JACKSON (1993b)
20 lutadores
olímpicos norte
americanos
Própria competição;
Pressão da imprensa;
Expectativas pessoais de desempenho;
Período preparatório de treinamento;
Viagens longas e constantes;
DE ROSE JUNIOR,
VASCONCELLOS
e SIMÕES (1994)
19 jogadores de
handebol da Seleção
Brasileira
participantes dos
Jogos Olímpicos de
1992
Arbitragem
Jogar em más condições físicas
Ser excluído do jogo
Errar bolas decisivas
Ser substituído por estar jogando mal
Críticas do técnico
Conflitos com técnico e companheiros
SAMULSKI e
CHAGAS (1996)
152 jogadores de
futebol das
categorias juvenil e
juniores
Jogar machucado
Condição física inadequada
Conflitos com companheiros
Conflitos com técnico
Dormir mal na noite anterior à competição
BARBOSA e CRUZ
(1997)
143 jogadores de
handebol, adultos,
participantes de
competições
Errar em momentos decisivos
Injustiças de técnicos
Estar mal fisicamente
Pressão do público
15
nacionais em
Portugal
Problemas de relacionamento com pessoas
significativas da equipe
JAMES e COLLINS
(1997)
20 atletas de alto
nível
(várias modalidades
esportivas)
Influência de pessoas significativas na
competição;
Avaliação social;
Ansiedade competitiva;
Prontidão percebida;
Natureza da competição;
Demandas do meio ambiente;
Desempenhar fora dos padrões exigidos;
Aspectos variados (fadiga, contusões, etc..).
JACKSON, DOVER
e MAYOCCHI
(1998)
18 atletas
australianos de
diferentes
modalidades
esportivas,
ganhadores de
medalha de ouro em
Jogos Olímpicos
Desapontamentos ao longo da carreira;
Muitas pressões e expectativas quanto ao
desempenho e à própria carreira;
Falta de recompensas;
Situações específicas das diferentes
competições.
Com o estudo, o autor afirma que as principais situações causadoras de estresse
em atletas de alto nível com relação a problemas na carreira são:
Inexperiência no começo da carreira;
Medo de decepcionar as pessoas;
Futuros contratos;
Definição irreal de objetivos;
Necessidade de sempre jogar bem para estar no topo;
Autocobrança exagerada;
Ter que provar o valor a todo o momento;
Estar mal preparado fisicamente;
Falta de repouso;
Contusões ao longo da carreira.
Além disso, o autor também cita as situações mais apontadas pelos atletas como
as maiores causadoras de estresse:
Jogos decisivos;
Momentos decisivos de um jogo;
Jogo fácil que complica;
Perder jogo praticamente ganho;
Sair com cinco faltas;
Ficar na reserva;
Repetir os mesmos erros;
Omitir-se no jogo;
Jogar em más condições físicas;
Adversário desleal;
Conflitos com técnicos;
Conflitos com companheiros de equipe;
16
Técnico que só enxerga o lado negativo;
Técnico que só critica;
Companheiro egoísta;
Local inadequado para treinamentos e
jogos;
Treinamento em excesso;
Falta de férias;
Rotina de treinamento;
Falta de integração entre o grupo;
Torcida da própria equipe agressiva;
Cobranças excessivas de dirigentes ou
patrocinadores
Falta de apoio a jogador contundido;
Falta de organização das equipes e das
entidades organizadoras de
campeonatos;
Viagens constantes;
Problemas com alimentação;
Problemas com acomodações;
Excesso de jogos;
Arbitragem prejudicial à equipe.
Podemos perceber que os fatores mais citados entre os jogadores entrevistados
são: problemas de relacionamentos com pessoas importantes da competição
(arbitragem, técnicos, companheiros), problemas de irregularidade do desempenho do
atleta, expectativas pessoais frustradas, pressão pessoal ou da imprensa e outros fatores
psicológicos. É inegável, porém, a frequência de citações de problemas relacionados às
capacidades físicas.
Passer (1984) e Vasconcellos (1992) concordam que à medida que o atleta
vivencia situações e experiências novas, a percepção da competição aumentará e isso,
consequentemente, irá facilitar a analise do atleta, melhorando as respostas deste. Para
atletas bem preparados e com mais experiência, a competição poderá ter um caráter
desafiador, entretanto para novatos ou atletas despreparados, as mesmas situações
poderão ter uma conotação ameaçadora ao seu bem estar, seja ele físico, psicológico ou
social.
Situações geradoras de estresse são comuns e, com o passar dos anos, o
individuo vai estabelecendo um maior controle sobre seus atos. Quando este se depara
com situações estressantes, porém comuns a ele ou até mesmo em novas ocasiões, as
chances de uma escolha mais sábia são maiores. É natural que haja uma evolução nas
interpretações por parte do individuo ao longo dos anos diante destas situações. Caso
não houvesse, seria como se este tivesse parado no tempo, pois teria sempre os mesmos
medos, inseguranças e receios.
A competição testa diversos níveis físicos do atleta que, dependendo da
modalidade, poderão ser a chave para alcançar a vitória. A mesma competição nos
mostra, porém, que nem sempre o mais forte ou o mais habilidoso vencerá. No futebol é
17
comum um time dito mais frágil, por ser menos organizado, ter menor porte físico,
poucas horas de treinamento e outros fatores, conseguir vencer o time citado como
“favorito”. Jogar na casa do adversário, pressão da torcida, desentendimentos com
companheiros de time e técnico, desfocando o da partida e outros fatores psicológicos
podem ser determinantes no resultado de uma partida de futebol.
Assim, para competir o atleta deve estar muito bem preparado e se destacar entre
aqueles que praticam determinada modalidade esportiva. Pressupõe-se que ele deva
superar os mais elevados níveis de exigência, sejam eles físicos, técnicos, táticos ou
psicológicos. Tudo isto requer muito trabalho, planejamento e organização rigorosa,
visando o aperfeiçoamento dos requisitos necessários para obter os melhores resultados
(LIMA, 1990).
Fatores estressantes no basquetebol em atletas infanto-juvenis
Weis, Romanzini e Carvalho (2011), afirmam que a competição infanto-juvenil
é compreendida entre os sete anos (período chamado de segunda infância) até o final da
adolescência (por volta de 17 ou 18 anos). De Rose Junior (2002), alega que as
competições dos atletas infanto-juvenis são atividades realizadas por adultos e é onde
começa o processo de formação de equipes e as primeiras participações em torneios e
campeonatos.
Os treinamentos de basquetebol possuem bom nível técnico nos fundamentos
básicos da modalidade, porém, muitas vezes, o mesmo não acontece durante o jogo. Os
atletas respondem bem ao estresse e as situações que o basquetebol é capaz de expô-los,
todavia, quando estes atletas se deparam com uma situação de jogo, estes tendem a uma
redução do desempenho (WEIS, ROMANZINI E CARVALHO, 2011).
Estes mesmos autores elaboraram uma pesquisa com 37 crianças e adolescentes
do sexo masculino com idades entre 11 e 14 anos. A inclusão da amostra se dava com a
presença do atleta 24 horas antes da competição em foco, bem como no dia da
competição. O tempo de prática dos atletas era de 3,8 anos, o que aponta para atletas
com certa experiência na modalidade. A pesquisa constatou que os mais frequentes
apontamentos feitos pelos atletas questionados estão relacionados ao medo de
decepcionar as pessoas os quais o atleta se relaciona (técnico, companheiros de equipe,
pais) por culpa de performances ruins, ansiedade, medo, preocupação com o resultado
da partida, nervosismo antes do inicio da partida, assuntos ligados à competição (falar
18
muito sobre a partida), não conseguir pensar em outras situações que não na competição
em questão, sentir maior responsabilidade e ter insegurança em relação às próprias
capacidades.
Também foi possível constatar que os atletas da categoria infantil (13 e 14 anos)
apresentaram um maior número de sintomas relacionados ao estresse, comparado aos
atletas mais novos. Isso demonstrou que os atletas mais velhos da pesquisa sentem-se
mais pressionados se comparados às categorias mais novas.
Muñoz (2003), alega que a preparação de play-offs deverá ter uma atenção
especial, visto que os atletas deverão estar preparados para controlar as situações
estressantes, pois estas podem provocar reações emocionais que interferem na eficácia
das soluções encontradas pelos próprios atletas para combatê-las, o que inviabiliza as
ações tomadas contra elas pelo atleta.
Miguel (2008), realizou um estudo com 30 atletas da seleção brasileira juvenil e
18 atletas da seleção brasileira adulta. Estes relataram a incidência de diversos fatores
psicológicos. O autor questionou como o atleta se sentia momentos antes da
competição. Os resultados afirmaram que os itens mais apontados foram: emoções
contraditórias (emoções contraditórias para o mesmo fenômeno), emoções positivas
pelo momento vivenciado (valorização da posição de destaque na seleção brasileira),
auto-expectativas positivas (confiança nas capacidades, habilidades, competências
físicas, técnico/táticas e psicológicas próprias) e sentimentos de preocupação e
apreensão (preocupação com o desempenho próprio e coletivo nas competições
realizadas).
O autor da pesquisa ainda afirma que quanto mais incerto foi o resultado da
próxima partida ou competição, mais os atletas sofrem com emoções pré-competitivas
relacionadas à preocupação e ansiedade.
Castro (2008), realizou um estudo com 63 atletas de basquetebol em nível
escolar, com idades de 15 a 17 anos, onde concluiu que os fatores mais citados entre os
atletas foram relacionadas a duas categorias: competência individual e ao técnico.
Dentre as competências individuais que mais causam estresse nos atletas, podemos
citar: errar em movimentos decisivos, repetir os mesmos erros e cometer erros que
causem a derrota da equipe. Em relação a problemas com o técnico, os pontos mais
citados foram: condutas e escolhas feitas pelo técnico consideradas injustas, na visão
dos atletas, técnico que só enxerga o lado negativo, técnico que não valoriza o esforço
do atleta e excessivas críticas do técnico.
19
Fatores estressantes no basquetebol em atletas adultos
De Rose Junior (2001), afirma que o atleta pertencente à classe do alto nível
(participante de competições nacionais ou internacionais) deve estar sempre buscando
melhorar, evoluir, aprender novas técnicas e táticas para que tenha um maior
desenvolvimento. Manter um padrão altíssimo requer do atleta muito sacrifício.
Sacrifício que pode resultar em problemas com relacionamentos, ausência do atleta em
eventos/reuniões sociais, por causa do tempo dedicado a pratica. Isso acontece
independentemente da modalidade praticada, pois todas elas possuem, dia após dia,
níveis mais elevados de exigências físicas, técnicas, táticas e psicológicas e cabe ao
atleta acompanhar, caso este queira ter chances de chegar ao objetivo, que é a vitória.
Isto já deverá estar inserido no jogador de alto nível. O tempo dedicado à prática será
maior do que o tempo de lazer.
Miguel (2008), em seu estudo, também envolveu 18 atletas da seleção brasileira
adulta. O questionário foi aplicado da mesma maneira tanto para os atletas juvenis
quanto para os adultos, chegando à conclusão que os adultos também vivenciam uma
mistura de emoções. Dentre os atletas entrevistados, 61% valorizam mais emoções
ligadas ao momento vivenciado (posição de destaque na seleção brasileira), emoções
que levam à atitudes positivas, auto-expectativas positivas e também as emoções
contraditórias. Emoções estas que ficaram mais evidentes nos outros 39% dos atletas, os
quais apontaram mais comumente para situações que refletem ansiedade, nervosismo,
preocupação, emoções que antecipam positiva e negativamente os resultados.
O estudo realizado por De Rose Junior, Deschamps & Korsakas (1999),
envolveu 19 atletas com passagem pela seleção brasileira de basquetebol. Os atletas
foram entrevistados e suas respostas foram categorizadas como diretamente e
indiretamente relacionadas à competição. No total, os autores registraram 126 situações
consideradas estressantes. Destas situações, 114 (90,5%) estavam diretamente ligadas à
competição e 12 (9,5%) foram consideradas situações indiretas.
Em relação às situações diretamente ligadas à competição o estudo concluiu que,
por ordem de ocorrência, as situações causadoras do estresse estão relacionadas com: o
jogo, a influência de pessoas importantes, estados psicológicos e o planejamento e
organização da competição ou jogo. Medos e inseguranças, problemas com técnicos e
companheiros de equipe, a organização das equipes, a importância e dificuldade do jogo
20
e a própria competência são os fatores mais comuns e estes podem influenciar
negativamente no desempenho do atleta.
Já em relação às situações indiretamente ligadas à competição, os autores
concluíram que situações como problemas familiares, relacionamentos amorosos, falta
de uma vida social e estabelecimento de vínculos de amizades constantes e duradouras
foram algumas das situações apontadas sendo as causas de estresse entre os atletas
entrevistados.
Os autores ressalvam que apesar de terem sido citadas apenas 12 situações
indiretas à competição (número baixo em relação às 114 situações diretamente ligadas),
não se deve descarta-las, pois o estudo não mensurou o impacto e a intensidade delas no
desempenho dos atletas. É importante afirmar que qualquer uma delas pode ter um
impacto bastante significativo, do mesmo modo que qualquer uma das situações
diretamente ligadas pode ter.
CONCLUSÃO
Levando-se em consideração a literatura pesquisada, observa-se uma quantidade
relevante de pesquisas e estudos sobre situações e fatores causadores de estresse no
cotidiano de atletas, sejam estes infantis, infanto-juvenis ou adultos. É oportuno
destacar que os estudos citados chegaram a conclusões muito parecidas. Estes
apontaram para problemas de relacionamentos sociais, preocupação com o desempenho
pessoal e/ou coletivo e, ainda, problemas com a organização da equipe (treinamentos,
jogos e eventos), o que identifica a carência de trabalhos psicológicos na preparação
pré-competitiva de atletas, independentemente da modalidade estudada.
O estresse não é necessariamente um componente negativo presente em nosso
organismo. Sem ele seria impossível sobreviver frente a uma situação de risco, pois
teríamos de tomar decisões fundamentais para nossa sobrevivência. O estresse é o
conjunto de ações tomadas para reestabelecer o equilíbrio interno e externo. Este
desequilíbrio acontece quando o individuo se depara com uma situação incomum e tem
o dever de realizar uma ação para que consiga driblar, vencer, fugir ou o que for
necessário para se livrar e passar pela situação em questão.
Estas situações geram um nível de ativação responsável por uma melhor
percepção do ambiente ao nosso redor, bem como as tomadas de decisões futuras.
Aquele que conseguir controlar seu nível de ativação terá maiores chances de sucesso
21
do que aquele que não conseguir, pois esse controle melhora a coordenação dos nossos
movimentos motores e aumenta a chance de acerto por melhores decisões tomadas.
Em sendo o momento que o atleta demonstra suas habilidades e capacidades, o
que já caracterizaria a competição como uma fonte de estresse, o jogo expõe o atleta a
diversas outras situações que podem desvirtuar a atenção deste, prejudicando seu
desempenho. Caso o atleta tenha passado por algum problema em um relacionamento
amoroso, isso poderá deixa-lo ansioso, desfocado do jogo ou até mesmo desmotivado, o
que certamente diminuirá seu rendimento em um jogo, luta ou disputa.
Pensando no individuo em relação ao meio que ele atua, o esporte é um
acontecimento rico em situações desafiadoras, ou até mesmo ameaçadoras, já que os
atletas estão constantemente interagindo com o meio físico, de fato. Entre alguns
exemplos de interação podemos citar o local do jogo, os equipamentos, materiais e
pessoas diretamente ou indiretamente relacionadas ao processo competitivo como
companheiros de equipe, adversários, técnicos, árbitros, torcida e a imprensa. Todos
esses fatores podem estar presentes isoladamente ou de forma combinada, sendo
mediados por características como: nível de habilidade do atleta, grau de preparação,
tempo de prática, experiências anteriores, idade e sexo.
Ficou evidente que atletas passam por uma chuva de situações causadoras de
estresse. Observou-se que problemas relacionados à preparação física (longos períodos
de treinamento, rotina), problemas sociais e de relacionamento com pessoas importantes
(técnicos, companheiros de equipe, relacionamentos amorosos, familiares, imprensa) e
situações relacionadas ao jogo são comuns a diversas modalidades esportivas. Apesar
da quantidade de situações citadas, não significa que o atleta necessariamente terá um
desempenho negativo, afetado pela existência destes fatores. É neste momento que
incidirá a preparação psicológica do atleta, pois esta tem o papel de acalmar, focar e
concentrar este na competição. Isto tornará mais fácil a realização de uma correta
tomada de ação durante um momento decisivo.
O fator técnico é crucial no desempenho do atleta. Quando se trata de atletas de
categorias infantis e infanto-juvenis, o medo de decepcionar o técnico, técnico que só
enxerga o lado negativo, técnico que não valoriza o esforço ou o acerto, excessivas
críticas deste para com os atletas e conflitos com o mesmo são os aspectos mais citados
entre os problemas com o técnico.
Como visto anteriormente, a motivação da escolha feita pelo atleta precisa ser
trabalhada pela psicologia. Nem todos os praticantes da modalidade, seja esta qual for,
22
sonham em alcançar o nível profissional e os que sonham podem acabar não chegando
ao objetivo por falta de motivação. Falta, esta, causada por más escolhas ou mau
relacionamento do atleta ora com técnicos, ora com os seus responsáveis.
A exclusão social é fator inegável de estresse e desmotivação por parte de jovens
atletas. Devido ao tempo necessário à prática esportiva ora por competições, ora por
treinamentos, os atletas alienam-se de encontros sociais importantes para sua inserção
na sociedade. A busca pelo nível profissional pode ter um custo muito caro,
considerando todo o ambiente que é criado no contexto competitivo. As cobranças
pessoais e, principalmente, dos adultos envolvidos no processo, sejam eles pais ou
treinadores, a qualidade e intensidade dos treinamentos, o abandono dos estudos, a
exclusão de privilégios próprios da idade (festas, relacionamentos amorosos, etc.), são
fatores e situações reais que passam a fazer parte da vida do jovem que busca atingir o
seu objetivo de vida através do esporte.
No basquetebol não é diferente, pois problemas psicológicos também poderão
afetar o desempenho de um atleta ou time, independentemente da idade destes. Segundo
estudos vistos anteriormente, observa-se que medo de decepcionar pessoas importantes
para os atletas, medo de um mau desempenho pessoal e coletivo, ansiedade e
preocupação com o resultado da partida, nervosismo pré-jogo, assuntos ligados à
competição, importância da competição e partida e o fator técnico foram os aspectos
mais apontados pelos atletas de basquetebol.
É clara a grande incidência de fatores estressantes relacionados ao técnico, erros
em momentos decisivos, preocupações com o desempenho próprio e dos colegas,
nervosismo com o resultado da partida, nervosismo pré-jogo, ansiedade e
responsabilidade (presença na seleção brasileira) foram os mais citados entre os atletas
das categorias infantis e infanto-juvenis.
Os itens mais citados pelos adultos foram: a necessidade de uma contínua
evolução, manter um alto padrão de desempenho através de muito tempo dedicado ao
esporte (o que também é um fator estressante por gerar alienação social), ansiedade,
nervosismo pré-jogo, problemas com pessoas importantes, problemas relacionados ao
jogo ou competição, desacordos com os técnicos e companheiros de equipe, importância
e dificuldade da próxima competição ou campeonato disputado, medo de mau
desempenho próprio, problemas familiares (relacionamentos amorosos, brigas
familiares e amizades pouco duradouras), planejamento e organização de jogos (viagens
23
longas, problemas com treinamentos) estão entre os problemas psicológicos presentes
nos adultos.
Esta revisão mostra haver um déficit na realização de trabalhos psicológicos com
atletas das mais variadas modalidades. Questões como medo, ansiedade e preocupação
são exemplos de dificuldades enfrentadas pelos atletas que diminuem o desempenho dos
mesmos durante a partida. O presente estudo é apenas uma pequena demonstração da
grandiosidade do problema. Resta aos profissionais do esporte e da psicologia
trabalharem juntos a fim de amenizar os danos causados pelas dificuldades psicológicas
dos atletas. Ainda se abre um leque de possibilidades de buscas acerca do tema
apresentado. Para melhor precisão e tendo em vista as limitações deste estudo, sugerem-
se novas buscas na área do basquetebol, pois diversos trabalhos pesquisados relatavam
situações estressantes em outras modalidades que não o basquetebol.
24
ANALYSIS OF STRESS CAUSED BY COMPETITIONS AND SITUATIONS IN
BASKETBALL GAME
ABSTRACT
The study aimed to identify factors, causes and stressful situations in children’s,
young’s and adult’s basketball athletes. Yet, it also aimed to relate competition to stress;
divide most common stressors factors by athlete’s categories and identify the damage
caused by excessive stress. In literature review the objective was to find situations
experienced by athletes who are potential generators of stress, who could decrease
athlete’s performance and his throughput. There are a several stressful situations in
many sports, like social exclusion, technical conflicts, fitness issues, relationships
problems with important people and pregame situations. This study concluded that other
factors are also contributing to stress generation in basketball: fear of poor personal and
collective performances, pregame anxiety and concern, pregame jitters and the game or
competition importance.
Keywords: Stress. Competition. Basketball.
25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ANDRÉS, F.; OGAWA, N.R. Análise da opinião dos treinadores sobre as
competições infanto-juvenis. Seminário Esporte E Desenvolvimento
Humano: A Competição Em Jogo, São Paulo, p. 8-23, 2012.
2. BARBOSA, L.G. e CRUZ, J.F.A. Estudo do estresse, da ansiedade e das
estratégias de confronto psicológico no handebol de alta competição.
Psicologia: teoria, investigação e prática, v. 2, p. 523-548, 1997.
3. BRACHT, V. A criança que pratica esporte respeita as regras do jogo capitalista.
In: Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Rio de Janeiro, v. 7, n. 2, p. 62-
68, 1986.
4. CASTRO, M.V. Análise das Situações Competitivas Desencadeadoras de
Estresse em Atletas Escolares de Basquetebol. Dissertação. Universidade de
Brasília, Brasília, 2008.
5. COQUEIRO, D.P.; HONORATO, N.P. A psicologia aplicada às categorias de
base do futebol. Revista EFDeportes, Buenos Aires, n. 123, 2008.
6. DE ROSE JUNIOR, D. A competição como fonte de estresse no esporte.
Revista Brasileira de Ciência e Movimento, Brasília, v. 10, n. 4, p. 19-26,
2002.
7. DE ROSE JUNIOR, D. Estresse pré-competitivo no esporte infanto-juvenil:
elaboração e validação de um instrumento. Tese de Doutorado - Instituto de
Psicologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1996.
8. DE ROSE JUNIOR, D. Situações específicas e fatores de estresse no
basquetebol de alto nível. Tese de Livre Docência. Escola de Educação Física e
Esporte da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.
9. DE ROSE JUNIOR, D.; DESCHAMPS, S.R.; KORSAKAS, P. Situações
causadoras de estresse no basquetebol de alto rendimento: fatores competitivos.
Revista Paulista de Educação Física, v. 13, n. 2, p. 217-229, 1999.
10. DE ROSE JUNIOR, D.; DESCHAMPS, S.R.; KORSAKAS, P. Situações
causadoras de estresse no basquetebol de alto rendimento: fatores
extracompetitivos. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 9, n. 1, p.
25-30, 2001.
11. DE ROSE JUNIOR, D.; SATO, C.T.; SELINGARDI, D.; BETTENCOURT,
E.L.; BARROS, J.C.T.S.; FERREIRA, M.C.D. Situações de jogo como fonte de
26
"stress" em modalidades esportivas coletivas. Rev. bras. Educ. Fís. Esp., São
Paulo, v. 18, n. 4, p. 385-395, 2004.
12. DE ROSE JUNIOR, D.; VASCONCELLOS, E.G. Situações específicas de
“stress” no basquetebol. Revista Paulista de Educação Física, v. 7, n. 2, p. 25-
34, 1993.
13. DE ROSE JUNIOR, D.; VASCONCELLOS, E.G.; SIMÕES, A.C. Situações de
jogo causadoras de estresse no handebol de alto nível. Revista Paulista de
Educação Física, v. 8, n. 1, p. 30-37, 1994.
14. FREIRE, J.B.; SCAGLIA, A.J. Educação como Prática Corporal. São Paulo,
Scipione, 2003.
15. GOULD, D.; KRANE, V. Advances in sport psychology. Champaign, IL:
Human Kinetics Publisher, 1992.
16. Greenberg, L. Emotion-focused therapy. Clin. Psychol. Psychother. Canada, v.
11, p. 3-16, 2002.
17. JONES, J.G.; HARDY, L. Stress and performance in sport. Chichester (Eng.),
J.Willey and sons, 1990.
18. KOLB, B.; WHISHAW, I.Q. Neurociência do Comportamento. Barueri.
Manole, 2002.
19. LEVI, L. Stress and Distress in Response to Psychosocial Stimuli. British
Journal of Industrial Medicine, v. 30, p. 404-406, 1973.
20. LIMA, T. Os limites da alta competição. Revista Horizonte, v. 39, p. 74, 1990.
21. MARGIS, R.; PICON, P.; COSNER, A.F.; SILVEIRA, R.O. Relação entre
estressores, estresse e ansiedade. R. Psiquiatr., Rio Grande Do Sul, vol. 25
(suplemento 1), p. 65-74, 2003.
22. MARQUES, R.F.R. Esporte & Escola: Proposta para uma ressignificação.
Monografia (graduação). Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2004.
23. MELEIRO, A. Estresse: entrevista. São Paulo: Site Dr. Drauzio. Entrevista
concedida a Dráuzio Varella. Disponível em
http://drauziovarella.com.br/letras/e/estresse. Acesso em: 31 mai. 2013.
24. MIGUEL, M.C.N. Emoções pré-competitivas em atletas de basquetebol: uma
análise qualitativa na perspectiva da psicologia do esporte. Dissertação.
Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2008.
27
25. MILLER, T.W.; VAUGHN, M.P.; MILLER, J. Clinical issues and treatment
strategies in stress-oriented athletes. Sports Medicine, v. 9, n. 6, p. 370-379,
1990.
26. MUÑOZ, F.J.M. Intervención psicológica em un equipo de baloncesto. Revista
de Psicologia del Deporte, v. 12, n. 2, p. 215-221, 2003.
27. NOCE, F.; SAMULSKI, D.M. Análise do estresse psíquico em atacantes no
voleibol de alto nível. Rev. Paul. Educ. Fís., São Paulo, v. 16, n. 2, p. 113-129,
2002.
28. PASSER, M.W. Competitive trait anxiety in children and adolescents. In J.M.
Silva and R.S.Weinberg (ed.), Psychological foundations of sport. Champaign
(Ill), Human Kinetics, p.130-144, 1984.
29. RIBEIRO, J.L.D. Diretrizes para elaboração do referencial teórico e organização
de textos científicos. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2007.
30. ROBAZZA, C.; PELLIZZARI, M.; HANIN, Y. Emotion self-regulation and
athletic performance: an application of the IZOF model. Psychol of Sport and
Exerc., v. 5, p. 379-404, 2004.
31. SAGE, G. Motor learningandcontrol. Dubuque, Wm. C. Brown, 1984.
32. SAMULSKI, D. Psicologia do esporte. Barueri. Manole, 2002.
33. SEGGAR, J.F.; PEDERSEN, D.M.; HAWKES, N.R.; McGAWN, C. A measure
of stress for athletic performance. Perceptual and Motor Skills, v. 84, 227-236,
1997.
34. SELYE, H. A syndrome produced by diverse nocuous agents. Nature. London,
v. 138, p. 32, 1936.
35. SELYE, H. Geschichte und Grundzüge des Stresskonzepts. In: NITSCH, J.R.
Stress: Theorien, Untersuchungen und Massnahmen. Bern: Verlag Hans Huber,
p. 683, 1981.
36. SMITH, R.E. A component analysis of athletic stress. Sport for children and
youths: Champaign (Ill), Human Kinectics, p. 107-111, 1986.
37. SOARES, F.C. A Competição Esportiva Escolar como Componente Pedagógico
a ser Refletida e Aplicada nas Aulas de Educação Física. Pensar a
Pratica, América do Norte, v. 11, n. 1, 2008.
38. STRAPASSOLA, L.; RUSCHEL, C.; KREBS, R.J. Estudo da ansiedade e da
motivação de atletas infanto-juvenis de natação. Universidade do Estado de
Santa Catarina, Florianópolis, 2009.
28
39. VASCONCELLOS, E.G. O modelo psiconeuroendocrinológico de stress. In
L.Seger, Psicologia e Odontologia: uma abordagem integradora. São Paulo,
Livraria Santos, p. 25-47, 1992.
40. WEINBERG, R.S.; GOULD, D. Fundamentos da psicologia do esporte e do
exercício. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.
41. WEINBERG, R.S.; GOULD, D. Fundamentos de psicologíadel deporte y El
ejercicio físico. Barcelona: Ariel, 1996.
42. WEIS, G.F.; ROMANZINI, C.L.P.; CARVALHO, V. Competições esportivas
como fonte de estresse: análise das equipes infanto-juvenis do Projeto Cestinha
em Santa Cruz do Sul/RS. R. bras. Ci. e Mov., v. 19, n. 1, p. 58-65, 2011.
top related