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Jornal Hora H: o estigma de uma região impresso diariamente
Erick Oliveira Cassiano1
Resumo:
O objetivo deste artigo é refletir sobre a importância adquirida pelo chamado
jornalismo popular em época de crise na imprensa tradicional e qual o papel da
violência no atual momento do jornalismo, o qual se torna cada vez mais
sensacionalista. Como objeto de estudo, a análise do jornal Hora H trará reflexões sobre
a relação da espetacularização da violência na mídia e a imagem estigmatizada da
região onde o jornal circula, a Baixada Fluminense.
Palavras-chave:
Jornalismo popular, sensacionalismo, violência, Baixada Fluminense, jornal
Hora H.
Introdução
O jornalismo vive uma crise no seu meio de produção. Na era digital, muito se
discute sobre o futuro dos jornais impressos no Brasil e no mundo. Em território
nacional, o maior exemplo desta crise das empresas de comunicação é o do tradicional
Jornal do Brasil, que deixou de ser impresso em 2010. Para refletir sobre esse atual
cenário, este artigo pretende abordar a relação da crise no jornalismo com a presença
cada vez maior de notícias sensacionalistas, especialmente no que iremos tratar como
jornalismo popular, pois partiremos da hipótese de que sensacionalismo é o que mais se
vende na mídia, por isso consegue manter pequenos jornais impressos que priorizam o
espetáculo.
“O espetáculo é ao mesmo tempo parte da sociedade, a própria sociedade e seu
instrumento de unificação” é o que afirma Guy Debord em sua obra clássica A
1 Bancário;
Estudante do 5º período do curso de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, das
Faculdades Integradas Hélio Alonso – FACHA – RJ.
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sociedade do espetáculo. Além de Debord, o artigo vai dialogar com conceitos de
outros autores, como Roland Barthes, Muniz Sodré, Ana Lucia Silva Enne, Ana Rosa
Ferreira Dias, Márcia Amaral, Danilo Angrimani e Rosa Nívea Pedroso.
Vinte e cinco anos de tradição, com capas e reportagens que evidenciam a
identidade que fora estigmatizada para a Baixada Fluminense, credenciam o jornal Hora
H, do município de Nova Iguaçu, a ser o objeto de estudo para este trabalho. O diário
popular tornou-se sinônimo de “sensacionalista”, suas fotos e matérias não fazem
questão de poupar a violência e apelam às sensações.
É importante analisar as capas do jornal Hora H para identificar a
espetacularização das notícias e entender como as manchetes e a linha editorial do
jornal favorecem para que a região receba o eterno estigma de violenta. Para que o
estudo se torne satisfatório, haverá uma contextualização histórica tanto da região
quanto da ação jornalística naquela localidade. Propõe-se, então, uma discussão sobre o
processo de produção de notícias da imprensa local, sobretudo os jornais impressos.
A região da Baixada Fluminense já foi considerada como o lugar mais violento
do mundo. Essa pesquisa fez com que, em 1980, o jornalista Percival de Souza
escrevesse um livro denominado “A maior violência do mundo – Baixada Fluminense”,
o qual é considerado uma denúncia clara, objetiva e direta. Por seu conteúdo altamente
explosivo, é visto por alguns estudiosos como documento da maior atualidade.
BAIXADA FLUMINENSE E O ESTIGMA DE LOCAL VIOLENTO
A região da Baixada Fluminense é uma região da área metropolitana do estado
do Rio de Janeiro composta por doze municípios, dos quais se pode destacar Nova
Iguaçu, Duque de Caxias, São João de Meriti, Nilópolis, Mesquita e Belford Roxo. Este
destaque se dá pela importância destes municípios dentro da própria região, como
também em relação ao estado e ao país, como é o caso dos dois maiores da região: Nova
Iguaçu e Duque de Caxias.
Com uma economia super aquecida, que movimenta milhões diariamente, a
região tornou-se extremamente importante para a consolidação da balança comercial do
estado do Rio de Janeiro. Nas últimas décadas, a Baixada serviu de reduto para muitos
cariocas que fugiam do caos, da violência e do domínio das facções criminosas na
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capital e muitos outros fluminenses que projetavam ascensão na vida pessoal,
profissional e empresarial. Dessa maneira, a região, que já possuía uma matriz bastante
diversificada, devido a “intensificação do fluxo migratório a partir do término da 2ª
Guerra Mundial”, segundo Maria Aparecida Figuerêdo, torna-se cada vez mais
heterogênea.
A Baixada Fluminense já apresentou jornais tradicionais, como o extinto Correio
da Lavoura, de Nova Iguaçu. Porém, em sua grande maioria, a imprensa local é
constituída por jornais populares, como Luta Democrática, de Duque de Caxias e os
iguaçuanos Jornal de Hoje e Hora H. Este último sendo o mais sensacionalista deles.
Os veículos de comunicação exploram de maneira excessiva a violência e a pobreza da
Baixada Fluminense. Muitas vezes, o discurso midiático focaliza apenas os aspectos
negativos da região.
“As revelações produzidas pelas investigações farão com que a
imprensa funcione ao mesmo tempo como elemento de segregação da
Baixada, identificando-a como outra sociedade, terra sem lei, lugar
onde a feiúra se associa ao crime ou câncer vizinho, e como
instrumento de pressão no aprofundamento das investigações
promovidas pela Delegacia de Homicídios. Uma ambigüidade que se
estabelece entre a solidariedade e a rejeição”. (ALVES, 2003, p. 154)
A maneira mais prática que os jornais populares e sensacionalistas, em especial
o Hora H, puderam disseminar o estigma de violenta sobre a Baixada Fluminense foi
através de suas capas e manchetes, a partir do fait-divers, termo introduzido por Roland
Barthes, no livro Essais Critiques (1964), que significa fatos diversos que cobrem
escândalos, curiosidades e bizarrices, que davam um tom de comicidade às tragédias,
assassinatos e outros aspectos explorados pela imprensa sensacionalista.
Para Danilo Angrimani,
“O fait-divers, como informação auto-suficiente, traz em sua
estrutura imanente uma carga suficiente de interesse humano,
curiosidade, fantasia, impacto, raridade, humor, espetáculo, para
causar uma tênue sensação de algo vivido no crime, no sexo e na
morte. Conseqüentemente, provoca impressões, efeitos e imagens. A
intenção de produzir o efeito de sensacionalismo no fait-divers visa
atrair o leitor pelo olhar na manchete que anuncia um acontecimento
produzido, jornalística ou discursivamente, para ser consumido ou
reconhecido como espetacular, perigoso, extravagante, insólito, por
isso, atraente”. (ANGRIMANI, 1995, p.26)
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Sensacionalismo e sua origem
Tocar às sensações do público, principalmente utilizando-se de fait-divers,
embora pareça, não é algo inovador. Essa prática ocorre desde o século XV, na França,
com os primeiro periódicos franceses: Nouvelles Ordinaires e Gazette de France.
Estudiosos apontam algumas matrizes que originaram o sensacionalismo nos jornais
impressos: a pornografia, o melodrama, o folhetim, a literatura fantástica e de horror e o
romance policial. Iremos nos ater, resumidamente, a duas delas.
O crescimento urbano, devido a ampliação do processo industrial, juntamente
com o desenvolvimento de novas técnicas de produção, transporte e comunicação, além
de mudanças políticas e econômicas ocorridas após a Revolução Francesa, as quais
consolidam uma idéia de república, de direitos igualitários. Nesse contexto, a
comunicação vai exercer um papel essencial.
A pornografia irá criticar pilares da sociedade monárquica, sobretudo o clero. A
exploração do sexo transgride a ordem, é um desestabilizador e fica sendo
compreendido como artifício revolucionário. Era responsável por realizar críticas à
hipocrisia vigente na sociedade, defendendo condições mais igualitárias. Assim, havia
uma convergência entre um discurso apelativo ao emocional e sua imbricação com o
viés político racionalista.
O melodrama, contido intrinsecamente no folhetim, começa a se consolidar no
século XIX. Publicado no rodapé das páginas, o folhetim é considerado elemento
essencial para a consolidação de periódicos comerciais e diários. Apresenta
características advindas do gótico e do fantástico. São, então, colocados em cena
personagens populares, fazendo com que os folhetins ganhassem uma extraordinária
repercussão, obtendo uma expressiva resposta da população.
O primeiro jornal estadunidense – Publick Occurences, que não passou do
primeiro número – também já possuía características sensacionalistas. A partir do século
XIX, esse modelo de jornalismo começa a se tornar atrativo. Essa atração muito se deu
a uma disputa editorial entre dois poderosos jornais de Nova Iorque: o New York World
e o Mornig Journal. Joseph Pulitzer, proprietário do New York World, é considerado o
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grande inovador do jornalismo impresso estadunidense, adotando em seus jornais:
impressão a cores, amplas ilustrações e manchetes e reportagens que exploravam um
tom sensacional. Márcia Amaral descreve a atuação desses dois jornais:
“Os jornais utilizavam manchetes escandalosas em corpo
tipográfico largo; publicavam notícias sem importância, informações
distorcidas; provocavam fraudes de todos os tipos, como falas
entrevistas e histórias e também quadrinhos coloridos e artigos
superficiais. Promoviam premiações e sorteios. Os repórteres estavam
“a serviço” do consumidor e faziam campanhas contra os abusos
sofridos pelas pessoas comuns, numa mistura de assistência social e
produção de histórias interessantes. Hearst e Pulitzer lutaram com
todos os meios para expandir suas circulações e voltaram-se para
truques sensacionalistas, protagonizando uma guerra comercial entre
os jornais.” (AMARAL,2006, p. 18)
Para ENNE (2007), as seguintes observações são recorrentes, quando se referem
aos jornais sensacionalistas:
a) a ênfase em temas criminais ou extraordinários, enfocando preferencialmente o corpo
em suas dimensões escatológica e sexual;
b) a presença de marcas da oralidade na construção do texto, implicando em uma
relação de cotidianidade com o leitor;
c) a percepção de uma série de marcas sensoriais espalhadas pelo texto, como a
utilização de verbos e expressões corporais (arma “fumegante”, voz “gélida”, “tremer”
de terror etc.), bem como a utilização da prosopopéia como figura de linguagem
fundamental para dar vida aos objetos em cena;
d) a utilização de estratégias editoriais para evidenciar o apelo sensacional: manchetes
“garrafais”, muitas vezes seguidas por subtítulos jocosos ou impactantes; presença
constante de ilustrações, como fotos com detalhes do crime ou tragédia, imagens
lacrimosas, histórias em quadrinhos reconstruindo a história do acontecimento etc.;
e) na construção narrativa, a recorrência de uma estrutura simplificadora e maniqueísta;
f) relação entre o jornal sensacionalista e seu consumo por camadas de menor poder
aquisitivo, que, por diversas razões, seriam manipuladas e acreditariam estar
consumindo uma imprensa “popular” quando, no fundo, estariam consumindo um
jornalismo comercial feito para vender e alienar.
Jornalismo popular
Alguns estudiosos costumam dividir a imprensa brasileira em Grande Imprensa
e Imprensa Popular, de acordo com o que é produzido e como é recebido o produto
elaborado por cada uma delas. Para Rosa Nívea Pedroso, a chamada imprensa popular
obedece fins mercadológicos, assim como a chamada grande imprensa.
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“Se não consegue explicá-lo como algo autônomo, com
determinantes próprios de realização, é porque ela não existe como
um tipo de imprensa que se opõe a outro, mas é uma divisão aparente,
ou seja, um segmento que pertence a grande imprensa e a reproduz”
(Pedroso, 2001:46).
Para PEDROSO (2001), a imprensa popular não é vista como um modelo de
jornalismo, mas sim como um desdobramento do modo de produção (uma ramificação
da grande imprensa).
Assim sendo, o modo de produção do jornalismo popular se faz pensando-se no
gosto de seu público consumidor, neste caso, as classes C, D e E. É desta maneira que o
sensacionalismo adentra no jornalismo popular, como recurso de marketing. Temas
como sexo e, sobretudo, violência são corriqueiros, sendo tratados de maneira
humanizada, ou seja, retratados de um modo familiar. O enfoque sensacionalista adquire
um tom de intimidade com o leitor. O indivíduo se vê na notícia. O leitor sofre,
diariamente, o mesmo tipo de violência, por exemplo, que as personagens da notícia.
Trata-se de uma experiência catártica, que aproxima o leitor do veículo e,
consequentemente, aumenta a vendagem do jornal diário, o que é do interesse das
empresas de comunicação.
Em contrapartida de PEDROSO (2001), PREVEDELLO (2008) prefere
estabelecer uma aparente dicotomia entre o jornalismo impresso tradicional e o
jornalismo impresso popular. Para a autora, a crise que muitos estudiosos afirmavam
que sucumbiria o jornalismo impresso no século XXI não existe.
“A crise não é do jornalismo diário impresso como um todo;
aliás, para o setor não existe crise, mas crescimento. A crise é do
jornalismo impresso diário tradicional, que vê a cada dia sua
circulação diminuir, enquanto novos títulos, mais populares, vão
conquistando mercado. Assim, o setor de jornalismo diário impresso
não está em crise, mas em mudança.”
(FLIZIKOWSKY, 2007 apud PREVEDELLO, 2008, P. 33)
Esse crescimento se dá pelo aumento do poder aquisitivo das camadas mais
populares e pela mudança de hábitos, que agora permite interesse em ler as notícias que
se identifiquem, mostrando que a estratégia se espetacularizar a informação nos jornais
populares foi bem sucedida.
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Análise do Jornal Hora H
Vejamos alguns exemplos de capas do jornal Hora H, as quais apresentam fait-
divers e apelo sensacionalista em sua manchete principal e em suas imagens:
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Dentro do jornal, há mais espaços para a publicidade que para o jornalismo. Em
(1), com o objetivo de atrair o leitor, é usado um tom irônico para se referir à maneira
como se encontra o cadáver. A reportagem que deveria trazer esclarecimentos sobre a
morte da capa apresenta apenas algumas linhas, com poucas informações. Em (2), a
edição do jornal faz questão de expor a mochila a qual fora deposita a cabeça de um
homem. O que vale para o jornal é a imagem pela imagem. É a espetacularização da
informação.
As maiores vítimas da ironia do jornal são os marginais. Corriqueiramente, a
morte ou a prisão de um deles é “comemorada” pela edição do Hora H. O indivíduo é
insultado sem que haja qualquer respeito a sua família ou a sua memória. É como se não
existisse a moral para o malfeitor, o que pode ser explicado pelo argumento de Muniz
Sodré: “Sabemos que, do ponto de vista dramático, a violência é um recurso de
economia discursiva: o soco ou o tiro do herói no vilão poupa o espectador de longas
pregações morais contra o mal. É uma elipse semiótica com grande poder de sedução”.
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Em (1), (2) e (4), além de outras características sensacionalistas, cuja
principal é a temática criminal, há uma ênfase no corpo em sua dimensão sexual,
representado pela figura da “Gata da Hora”, que nos remete à pornografia e à
origem do sensacionalismo, nos jornais franceses.
Em (3) e (7), as manchetes principais apresentam marcas da oralidade na
construção do texto, no que se refere à “horizontal” e “putaria”, implicando em
uma relação de cotidianidade com o leitor, ou seja, ao comentar a notícia com
um amigo, por exemplo, o leitor usaria as mesmas palavras que a edição do
jornal utilizou.
Em (4), (5) e (6), há presença de fotos com detalhes de crimes, imagens
lacrimosas. Além disso, foram produzidas três manchetes quase que idênticas,
evidenciando, talvez, uma falta de qualidade na edição, onde foi utilizada a
mesma fonte, a qual personifica o sangue da matéria, dá vida àquela manchete,
sob figura de linguagem.
Em síntese, todas as capas do jornal Hora H utilizam estratégias
editoriais que evidenciam o apelo sensacional: manchetes garrafais, seguidas por
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subtítulos jocosos e impactantes. Além dessa e outra características já
analisadas, as capas do diário apresentam uma característica da inovação do
jornalismo estadunidense no século XIX, com o New York World: sempre muitas
cores, o que chama a atenção do leitor.
Não cabe ao artigo discutir a influência da violência veiculada sobre a mudança
comportamental de quem a consome. Contudo, é relevante ressaltar uma das
conseqüências desse tipo de prática jornalística: a banalização da violência. As imagens
da violência, reproduzidas recorrentemente, contribuem para banalizá-la, para torná-la
normal e integrada ao cotidiano do leitor.
“(...) a imprensa sensacionalista canaliza boa parte das
atenções quando o assunto é violência. A exposição chocante de fatos,
acontecimentos e idéias, visando a emocionar para além dos graus
normais da tensão psicológica, caracteriza a contribuição mais
evidente desse tipo de jornalismo para tornar a violência irreal e
banalizada.” (DIAS, 1996, p. 103)
Muitos dos leitores do jornal Hora H já enxergam a Baixada Fluminense sob
essa violenta perspectiva veiculada pela imprensa, instaurando-se um senso comum
acerca da região. Segundo Debord, quanto mais o leitor contempla o jornal, menos vive;
quanto mais aceita reconhecer-se nas imagens dominantes, menos ele compreende a sua
própria existência. A espetacularização da informação não se constitui nas imagens que
são produzidas, mas sim na relação social entre as pessoas, midiatizada por essas
imagens.
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Considerações finais
A partir das reflexões contidas no presente artigo, pode-se constatar que, diante
da crise no meio de produção do jornalismo, (que não é entendida como crise por alguns
estudiosos) a prática sensacionalista se configura uma boa opção para manter pequenos
jornais.
Foi observado que os fait-divers, essencialmente utilizados no jornalismo
sensacionalista, atraem leitores, pois são capazes de tocarem nas sensações do
indivíduo. O leitor se vê na notícia a partir de uma experiência catártica. Também se
constatou que a violência midiática se configura numa elipse semiótica que exerce um
grande poder de sedução, ao qual adentrou ao jornalismo popular.
Certamente, além de seus anunciantes, o grande responsável para que o jornal
Hora H ainda esteja “vivo” é o seu gênero jornalístico, sem essas características, ele já
teria sido sucumbido pela crise. Os veículos sensacionalistas, que não deixam de ser
empresas, de uma maneira, aproveitam-se da crise para sobreviver no mercado.
Todavia, é importante salientar que, ao realizar um jornalismo sensacionalista, o
jornal Hora H – e todos os outros do gênero – estão contribuindo para que a violência
neles veiculada seja banalizada dentro da sociedade.
Essa banalização se consolida, sobretudo, entre as camadas mais populares, que
consomem os jornais sensacionalistas, como o Hora H. O leitor se identifica com a
leitura, se vê como vítima do crime que estampa a capa do jornal.
A imagem da violência vinculada à Baixada Fluminense, então, torna-se cada
vez mais banalizada para seus habitantes e cada vez mais estigmatizada para aqueles
que não conhecem, de fato, a realidade da região.
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Referências bibliográficas:
ALVES, J.C.S. Dos barões ao extermínio: uma história da violência na Baixada
Fluminense. Rio de Janeiro: APPH, CLIO, 2003.
AMARAL, Márcia Franz. Jornalismo Popular. São Paulo: Contexto, 2006.
ANGRIMANI SOBRINHO, Danilo. Espreme que sai sangue: um estudo do
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DEJAVIT, Fábia Angélica. O poder do fait divers no jornalismo: humor, espetáculo e
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DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
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http://www.uff.br/mestcii/enne1.html Acesso em: Novembro de 2013.
ENNE, Ana Lucia S. “O Sensacionalismo como processo cultural”. Artigo
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MUNIZ, S. Sociedade, mídia e violência. Porto Alegre: Sulina – Edipucrs, 2002.
PEDROSO, Rosa Nívea. A construção do Discurso de sedução em um jornal
sensacionalista. São Paulo: Annablume, 2001.
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