apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 143-144

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1.1 Segundo Camões, a ilha do Canto IX constitui a recompensa em vida dos feitos grandiosos levados a cabo por heróis merecedores e que, «longe das terras habitadas pelos homens», recebem o prémio que lhes é devido.

 

1.2 Na última fala, o poeta faz a apologia do conhecimento sensorial; através dele, o homem toma contacto com as realidades que o circundam e aprofunda o seu saber. Deste modo, conforme preconizado pelo Humanismo, torna-se o centro da sua própria formação. A convivência com a realidade permite-lhe, ainda assim, aceitar a existência de Deus enquanto criador, de acordo com a mentalidade cristã da época.

Segunda parte / Mar Português• O Infante• Horizonte• Padrão• O Mostrengo• Epitáfio de Bartolomeu Dias• Os Colombos• Ocidente• Fernão de Magalhães• Ascensão de Vasco da Gama• Mar Português• A Última Nau• Prece

1.

O cartoon apresenta o Infante D. Henrique a atirar caravelas ao mar, concretizando o valor literal do nome «lançador». Contudo, esse nome deve ser entendido no sentido figurado, significando aquele que estimula o lançamento, não física, mas mentalmente, enquanto inspirador e preparador da ação.

2.

O Infante D. Henrique foi o impulsionador das descobertas marítimas portu guesas. A ele cabe o papel de protagonista primeiro da «Possessio Maris» (Posse do Mar).

1. [ver PP do manual]

2.

O complexo verbal apresenta a ação como uma continuidade, como algo que se concretizou de modo progressivo.

 

2.1.

A atuação do Infante D. Henrique é descrita através de uma gradação: é crescente e universal. Começou por desvendar «ilhas(s)» e «continente(s)», chegando ao «fim do mundo» e dando assim a conhecer «a terra inteira».

 

3.

Nos dois últimos versos, em tom disfórico, o sujeito poético apela ao «Senhor» para que contribua para a verdadeira realização de Portugal — o império espiritual, o Quinto Império.

 

4.

Com o uso da segunda pessoa, o sujeito poético dirige-se diretamente ao Infante, seu interlocutor, estabelecendo com ele uma relação de proximidade e cumplicidade, que pode ser entendida como mais um sinal da sua ideia de autopredestinação.

c. Evocação da viagem dos navegadores pelo desconhecido e a consequente descoberta de novas terras e aquisição de novos conhecimentos.

a. Descrição de um mundo novo, através da visão paradisíaca de um espaço até então desconhecido.

b. Interpretação simbólica do horizonte, enquanto representação da ambição e do

que nela existe de expectativa.

1.1

a.

O poema apresenta uma breve narrativa, em que se relata o encontro dos navegadores portugueses com o Mostrengo (ação), sendo ambos prota gonistas. Do conjunto de personagens, destaca-se ainda o «homem do leme», que dialoga com o monstro. A narrativa decorre «no fim do mar» (espaço) e numa «noite de breu» (tempo).

 

 

b.

São características épicas do poema a presença de uma ameaça grandiosa sobre o herói, que, no confronto com ela, evidencia as suas marcas de grandeza (moral). O carácter narrativo é igualmente traço épico do poema.

 

1.2

Reflete sobre a importância simbólica das figuras do «Adamastor», n’Os Lusíadas, e do «homem do leme», em Mensagem.

O Adamastor simboliza todos os medos e obstáculos que os portugueses tiveram de defrontar e ultrapassar na sua conquista dos mares. O «homem do leme» funciona como representante de todos os lusitanos, marcados pela coragem e pela força, que fez deles heróis na luta contra o desconhecido.

Tempo histórico vs. Tempo da ficção/dramático

Os trechos que vimos hoje passam-se sobretudo durante o fascismo italiano, mas, quando o filme começa, estamos numa época bem mais recente (seguindo-se esse recuo no tempo). Dentro da analepse que vamos seguindo, há ainda um esporádico recuo no tempo (uma analepse dentro da analepse). Vai-se perceber que o filme é uma saga familiar, atravessando várias gerações e ilustrando grande parte da história do século XX.

A ação decorre num período anterior ao liberalismo, em 1817, e está muito concentrada (parece passar-se em poucos dias), mesmo se os factos históricos (prisão, processo de acusação, execução de Gomes Freire de Andrade) corresponderam a um período de seis meses (de 25 de maio a 18 de outubro). Esta época, em que já se insinua a luta para a instauração do liberalismo, serve de metáfora para o presente (1961), sob a ditadura salazarista.

Espaço físico

Bagheria (Baarìa), na Sicília. O espaço está confinado a este subúrbio de Palermo, mesmo se vamos sabendo de deslocações das personagens para fora dele. Serve essa concentração, essa unidade de espaço, talvez para melhor evidenciar as mudanças trazidas pelo tempo (por exemplo, veremos as mesmas ruas ora com gado e lama ora com asfalto e automóveis).

Lisboa (Baixa, Rato, Campo de Santana, Serra de Santo António, avistando-se S. Julião da Barra). A alusão aos espaços surge em falas de personagens, sendo as didascálias económicas quanto a cenários (há informação sobre luz, som, apresentação exterior das personagens, mas pouco se caracterizam os espaços). O cenário que abre o 1.º ato é idêntico ao que abre o 2.º ato, o que pode simbolizar a estagnação.

Ação dos trechos iniciais

Num tempo em que já há bastantes automóveis (anos setenta-oitenta?) vemos um miúdo, Pietro, que abandonaremos pouco depois, ser desafiado, por um grupo de «populares», para uma aposta.

Grupos de populares incluem-se na pouca «cor local» da intriga (como peça «à Brecht», como teatro épico, aposta-se mais nos aspetos didáticos, na «declamação» pelos atores, mais do que no realismo naturalista).

Chegado à sala de aula, Peppino não entra no coro de homenagem ao Duce (o ditador Mussolini), ao contrário da maioria dos colegas, talvez desinformados ou com medo.

O povo é figurado como ora receoso, pouco informado, descrente, constrangido por ambiente opressivo (o da Regência, em 1817; ou, por metáfora, o do salazarismo).

As figuras secundárias da estrutura do poder ou até parte dos próprios oprimidos não são menos ciosos da autoridade do que os chefes de que são capatazes (veja-se a agressividade da professora ou, no teatro, o zelo dos militares).

Figuras como Vicente (do povo, mas oportunista), Andrade Corvo e Morais Sarmento (delatores) saem com um retrato mais antipático até do que o dos representantes do poder que servem.

Peppino adormece e vemos uma cena passada antes de nascer (ainda é no tempo do cinema mudo), em que o seu futuro pai, o jovem Cicco Torrenuova, é o mais informado do grupo, porque é o que sabe ler. Avançamos no tempo, surgindo Peppino e o primo Nino junto de trabalhadores explorados mas submissos. E, numa cena num teatro, representantes do poder prendem um primo de Cicco e o pai de Peppino é dos poucos que entendem tudo (de novo, a referência a gostar de ler). Ao longo do filme, porém, ele mesmo se revelará impotente para lutar contra os mais poderosos.

A peça abre com monólogo de Manuel (que se repetirá muito semelhantemente no início do segundo ato), que, na lista de personagens, é caracterizado como «o mais consciente dos populares»; e, no entanto, este representante do povo vai mostrando resignação, impotência para lutar contra o poder, apesar da confiança que mantém no general Gomes Freire de Andrade. As suas duplas interrogações no início dos atos («Que posso eu fazer? Sim, que posso eu fazer?»), ao predizerem a sorte da sua classe, lembram intervenções do coro da tragédia grega.

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