apresentação para décimo primeiro ano de 2015 6, aula 61-62

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p. 133:Partindo da perspetiva do excerto abaixo

transcrito, seleciona uma das alternativas apresentadas e redige um texto de acordo com as instruções fornecidas.

1.ARedige um texto argumentativo, com

uma extensão de duzentas a trezentas palavras, em que evidencies a modernidade da atuação e da mensagem do Padre António Vieira.

Às vezes, sente-se faltar «assunto» (mais «Sermão»).

Ir lendo texto de apoio no manual, ver os programas de televisão, reler as nossas folhas.

Não deixar de fazer estes trabalhos.

Escrever Orar / Pregar / Proferir

Vamos corrigir essa prova (convém ter o livro aberto nas pp. 134-

135)

1. O texto apresentado integra-se no

capítulo V do «Sermão de Santo António», quando o orador trata de repreender os peixes, em particular. O «peixe» criticado é o polvo. Se considerarmos a estrutura típica dos sermões, este passo situa-se já perto do final da narração (ou confirmação), seguindo-se-lhe o capítulo VI, que constitui a peroração.

Cfr. p. 110

•Exórdio

•Divisão [Exposição] •Narração [Confirmação]

•Peroração

• Exórdio (ou introito) cap. IApresentação do tema (conceito predicável «vos estis sal terrae»; metáfora do sal; Santo António como modelo; invocação)

• Divisão [Exposição] cap. II-V (início)Apresentação da matéria a desenvolver

• Narração [Confirmação] cap. II-VDefesa da tese, através de argumentos de vária ordem (exemplos; analogia; citações)

• Peroração (ou epílogo) cap. VISíntese; mobilização dos ouvintes

2.1 Primeira parte, ll. 1-3 (primeira

frase); segunda parte — ll. 3-14; terceira parte — ll. 15-21.

2.2. Primeira parte:

O polvo — de que tantos se queixam…Esperem pelas últimas queixasO odiado polvoO réuMais queixasLevante-se o réu

2.2. Segunda parte:

Um santinhoO troca-tintasO mestre da dissimulaçãoO Máxi Pereira dos maresNem todos os monges são santos

2.2. Terceira parte:

Pior que JudasPolvudasPela caladaNem JudasJudas versus PolvoJudas 1 – Polvo 5

3.1 [Há três expressões que poderiam ser

escolhidas: a primeira salienta a aparência de santidade do molusco: «com aquele seu capelo na cabeça, parece um monge» (l. 3); a segunda comparação é estabelecida com uma estrela e, decerto, com a sua luminosidade: «com aqueles raios estendidos, parece uma estrela» (ll. 3-4); a terceira comparação vinca a aparência inofensiva do polvo: «com aquele não ter osso nem espinha, parece a mesma brandura, a mesma mansidão» (ll. 4-5). Estes atributos tão lisonjeiros ligados à aparência contrastam com a realidade, a dissimulação de que é capaz o polvo («é o maior traidor do mar»).]

4.1. O camaleão tem em comum com o

polvo o facto de alterar a sua coloração em função do ambiente em que se encontra.

O facto de se camuflardisfarçardissimularesconder

4.2. Segundo o pregador, estes animais

distinguem-se, porque esta caracte-rística é «gala» (l. 9), no camaleão, e «malícia» (l. 10), no polvo.

5.1. A comparação é feita com Judas,

também um traidor como o polvo, apesar de, na opinião do pregador, as características da sua traição serem menos graves que as do polvo.

6. Apóstrofe — «peixe aleivoso e vil»

(l. 20). Esta apóstrofe, com uma dupla adjetivação de conotação negativa, revela a perspetiva do pregador sobre as características do polvo.

6.1 Vocativo.

7. As interrogações retóricas (ll. 12 e 15)

visam atrair a atenção dos ouvintes. Como momentos de pausa na progressão do sermão, chamam o auditório a uma reflexão, preparando, desta forma, a argumentação que se lhes segue.

10. Podemos talvez considerar deíticos

pessoais «estamos» (l. 1), «saiamos» (l. 1), «vê» (1.20), «tua» (l. 20); e deíticos espaciais «saiamos» ou «lá» (l. 1). (Quanto a mim, estas expressões dificilmente evocam propriamente a enunciação — o orador reporta-se ao seu espaço ou está apenas a criar uma situação narrativa? — e não são bons exemplos de deixis.)

11.1 Proponho duas hipóteses (com

«dever» e «poder»):

Até Judas pode não ter sido tão traidor como tu, polvo estúpido.

Até Judas não deve ter sido tão traidor quanto tu, estupidíssimo polvo.

Fenómenos fonéticos

cfr. p. 325, Processos fonológicos

p. 325 (ou aula 75-76 do 10.º ano)no início no meio no final

Inserção de segmentosPrótese Epêntese Paragoge

Supressão de segmentosAférese Síncope Apócope

Alteração de segmentosAssimilação, Dissimilação, Nasalização, Desnasalização, Ditongação, Vocalização, Redução vocálica, Contração (crase, sinérese), Metátese,

Palatalização, Sonorização

adição (inserção de sons)

no princípio: próteseno meio: epênteseno final: paragoge

supressão (perda de sons)

no princípio: aféreseno meio: síncopeno final: apócope

alteração (mudança de sons)

aproximação a um som vizinho: assimilação

diferenciação relativamente a um som vizinho: dissimilação

contração de duas vogais numa só: crase

contração de duas vogais num ditongo: sinérese

transposição

passagem de um som para outro ponto da palavra: metátese

p. 325 (ou aula 75-76 do 10.º ano)no início no meio no final

Inserção de segmentosPrótese Epêntese Paragoge

Supressão de segmentosAférese Síncope Apócope

Alteração de segmentosAssimilação, Dissimilação, Nasalização, Desnasalização, Ditongação, Vocalização, Redução vocálica, Contração (crase, sinérese), Metátese,

Palatalização, Sonorização

12.

a.[SPINAM > espinha]

A queda do -m de SPINAM consiste numa apócope. O acrescento da vogal no início da palavra é uma prótese. Houve ainda a palatalização do n em nh.

b. [PETRAM > pedra]

Como é costume deu-se a apócope do -m latino. A passagem do t a d configura uma sonorização.

c. [ARENAM > areia]

Como sempre, tudo começa com a apócope do -m. Deu-se depois o desaparecimento de um som medial (a síncope do -n-). Na passagem de -ea a -eia há uma ditongação.

d. [VERITATEM > verdade]

Apócope do -m. Síncope do i. Sonorização do t em d.

Classes de palavras

nome, adjetivo, verbo, interjeição, advérbio, pronome, determinante, quantificador, conjunção, preposição

Pronomes

PessoaisDemonstrativosPossessivosRelativosIndefinidosInterrogativos

Funções sintáticas

sujeito, predicado, modificador da frase, vocativo, complemento direto, complemento indireto, complemento oblíquo, agente da passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do verbo, complemento do nome, modificador restritivo, modificador apositivo, complemento do adjetivo

É só a coluna do meio (com uma das seguintes funções sintáticas):

SujeitoComplemento direto

Complemento indiretoComplemento oblíquo

1

te

complemento direto

Na 3.ª pessoa seria «ele encosta-se». 

1

mim

complemento indireto

Era possível trocar por «encosta-te-me». 

2

Nós

sujeito

4

eu

sujeito 

7

eu

sujeito 

8

me

complemento direto

O pronome da 3.ª pessoa não seria «*deixa-lhe» mas «deixa-o».

11

te

complemento direto

Na 3." pessoa seria «para o merecer». 

12

me

complemento direto

Na 3.ª pessoa não seria «*recebe-lhe». 

14

mim

complemento oblíquo

16

eu

sujeito 

17

contigo

complemento oblíquo 

20

te

complemento indireto ou direto

Há duas interpretações possíveis: 'quero a ti bem' (= 'desejo a ti o melhor') e 'quero-te muito' (= 'desejo-te muito').

23

mim

complemento oblíquo 

26

Eu

sujeito 

Grupo III «Há de tomar o pregador uma só matéria, há de defini-la para que se conheça, há de dividi-la para que se distinga, há de prová-la com a Escritura, há de declará-la com a razão...»

Padre António Vieira, «Sermão da Sexagésima», VI (1655).

Elabora um texto de caráter expositivo com um mínimo de duzentas e o máximo de trezentas palavras, em que apresentes elementos relevantes para a compreensão da citação acima indicada, fundamentando a tua resposta no conhecimento do «Sermão de Santo António» (a estrutura do sermão, a questão da alegoria, o tipo de argumentos utilizado, por exemplo).

A matéria de que vai tratar o «Sermão de Santo António» está exposta no conceito predicável — «Vos estis sal terrae» (Vós sois o sal da terra) —, logo no exórdio (no capítulo I, portanto). Depois de explicar o significado de cada um dos constituintes desta frase, o orador afirma que «este é o assunto que eu tinha para tomar hoje». Temos, assim, a matéria definida, como o Padre Vieira, no seu «Sermão da Sexagésima», recomendava fizessem os pregadores.

No princípio do II Capítulo do «Sermão de Santo António», Vieira divide a matéria, dizendo: «para que procedamos com clareza, dividirei, peixes, o vosso Sermão em dous pontos: no primeiro louvar-vos-ei as vossas virtudes, no segundo repreender-vos-ei os vossos vícios». Voltará a repetir esta estratégia no início dos capítulos III, IV e V, já que neles anuncia, respetivamente, ir tratar o elogio das virtudes em particular; as repreensões em geral; e as repreensões em particular. No capítulo VI, que corresponde à peroração, anuncia ir concluir. Parece cumprir-se, com isto tudo, o preceito de «dividi-la para que se distinga».

TPC — Em folha solta, a caneta, resolve o ponto 1 de Oficina de escrita, p. 118 («Tendo como tese a frase ‘Vaidade das vaidades e tudo é vaidade’, escreve um texto argumentativo, com uma extensão de duzentas a duzentas e cinquenta palavras, acerca dos hábitos de consumo na sociedade atual»).

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