apresentação para décimo primeiro ano de 2015 6, aula 103-104

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• Nem todos leram / ouviram bem a minha explicação (e exemplos) para as «pequenas contrariedades»

• Pergunta de cima era sobre a última estrofe de «Contrariedades» (também o disse no começo da aula em que pedi esta tarefa)

• Em vez de «Cesário Verde», «o autor», usar «o poeta», «o sujeito poético», «o eu do texto», «o sujeito»

• Telemóveis fechadíssimos nos sacos

• Não é permitida consulta de livros

• Não falar com os colegas

• Evitar também pôr-me dúvidas

• Não demorar para lá do tempo necessário a leitura e decisão imediata (não ficar à espera de inspiração)

Ao longo do poema alternavam os planos do poeta (contrariado) e o da engomadeira (doente e pobre). Os dois planos encontram-se agora numa mesma estrofe: o sujeito poético está pacificado; a tísica continua a trabalhar. Este contraste parece avivar a denúncia do sofrimento da engomadeira.

O poeta admite que ela não chegue a cear; vê que continua a trabalhar; e descobre a sua fealdade. O tipo de frases (interrogação, declaração, declaração suspensa, exclamações) e a sua pouca extensão fazem que o ritmo seja o de quem está a pensar, quase coloquialmente, e depois se emociona. O último verso é de crítica à sociedade mas contém igualmente espontânea comiseração.

transparente = tecido [nas janelas], cortinamatizar = colorir, graduar, realçar | apalaçado = como palácio | estucado = coberto com estuque azafamado = com azáfama; apressadocobre = moeda | lívido = pálido | semblante = rostoinjetado = corado pelo afluxo de sanguefragrante = cheiroso | feto = planta pteridófitajoeirar = passar por peneira | incensar = elogiar gigo = cabaz; ramo de árvore com frutosemanação = emissão de partículas voláteis; exalaçãofrugal = simples; relativo a frutos; moderadoabóbora-carneira = colondro

Quando, a caminho do emprego, passava num bairro burguês, o poeta ficou a observar uma vendedeira de fruta, jovem e pobre. Os legumes que a rapariga traz levam-no a estabelecer analogias com partes do corpo humano (não sem conteúdo quase carnal). Estava ele nestes sonhos, quando a rapariga lhe pediu ajuda. O poeta ajudou-a a erguer a carga, ela agradeceu-lho («Deus lhe dê saúde»), o que, com a energia que dela emanava, revigorou o nosso poeta.

a. O uso do presente do indicativo nas duas primeiras estrofes [«matizam», «estancam-se», «fere», «repousam», «reluzem» (mas não: «abriram-se»)]

4. contribui para a apresentação de situações estativas [= situações não dinâmicas, que não conduzem a uma mudança de estado e que são intrinsecamente durativas: «Ele é simpático»; «Ela mora naquela rua»?; «Ele gosta de bolos»; «Ela sabe inglês»]

b. A utilização dos diminutivos «pequenina», «bracinhos», «enfezadita», «parvalhona»

2. concorre para a caracterização física da regateira, aproximando-a afetivamente do sujeito poético.

c. O uso do gerúndio em «ajoelhando» e «vergando»

1. confere às ações referidas uma ideia de frequência e de prolongamento temporal [cfr. aspeto imperfetivo e durativo]

d. O recurso ao mais-que-perfeito na décima terceira estrofe [como vendera a sua fresca alface e dera o ramo de hortelã»]

5. permite referir ações anteriores às narradas na mesma estrofe.

e. A utilização do discurso direto [«Se te convém, despacha; não converses. Eu não dou mais»; «Não passa mais ninguém!... Se me ajudassse?!...»; «Muito obrigado! Deus lhe dê saúde!»]

3. contribui para a verosimilhança [o parecerem verdadeiras] das ações relatadas.

6. As palavras da regateira «Não passa mais ninguém!... Se me ajudasse?!» configuram um ato ilocutório

c. diretivo.

9.1 modificador do grupo verbalE recebi, naquela despedida, as forças, a alegria, a plenitude, que brotam dum excesso de virtude, ou duma digestão desconhecida. [Que fiz naquela despedida? Recebi as forças, a alegria...]

9.2

E [eu] recebi sujeito nulo subentendido

9.3 E recebi, naquela despedida, as forças, a alegria, a plenitude, que brotam dum excesso de virtude, ou duma digestão desconhecida.

Oração subordinada adjetiva relativa explicativa (ou restritiva [vírgulas oitocentistas não são de fiar])

Observação de uma mulher fisicamente frágil, trabalhadora e do povo, que se reflete no estado anímico do sujeito poético (cfr. «Contrariedades»).  

Deambulação (sujeito poético vai observando em andamento). Narratividade.

Referência à doença (neste caso, também a do «eu»).

 

Regularidade formal (decassílabos, quintilhas, a-b-a-a-b)

vs. Léxico abrangente e inovador

Notação das cores e de sensações diversas. 

Sensualismo (cfr. «De tarde»). 

Observação de um momento do quotidiano.

Espaço da cidade mas com elementos que sugerem campo.

Escreve o comentário pedido no ponto 1 [oralidade] da p. 296.

Nos poemas de Cesário Verde que já conhecemos — … —, ora cidade ora campo parecem ser o ponto de partida para as observações do sujeito poético: …

…No entanto, o outro polo está quase

sempre presente, ainda que, como refere David Mourão-Ferreira, … Com efeito, ……

TPC — Redige comentário pedido em 1/oralidade, na p. 296.

Lembro que o trabalho sobre Os Maias tem de me ser enviado ainda em abril. (A partir dessa data, reservo-me o direito de já nada aceitar — ou a desvalorizar muitíssimo o que me viesse a ser entregue fora de horas.)

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