apresentação movimentos sociais

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Movimento

s Sociais

Quatro espécies de condutas coletivas

As condutas de crise organizacional

Para Weber, a ação social é aquela que é orientada ao outro. No entanto, há algumas atitudes coletivas que não podem ser consideradas sociais. No que se refere ao método sociológico. Marx entende a sociedade como um conjunto de determinações históricas, culturais, econômicas e políticas. E a partir disso, busca compreender os fenômenos sociais.

Para Durkheim a Sociologia deve estudar os fatos sociais, que precisam ser: gerais, exteriores e coercitivos, além de objetivos, para esta ser chamada corretamente de “ciência”, que tem como método a observação e a experimentação, sendo que esta se dá a partir da análise comparativa, ou seja, faz-se a análise das diversas sociedades as quais devem ser comparadas entre si posteriormente.

Segundo o francês Alain Touraine (Sociologia e Sociedade pg. 283), “movimentos sociais é a ação conflitante de agentes das classes sociais lutando pelo controle do sistema de ação histórica”.

A crise organizacional tem que ser resolvida dentro de sua própria organização, por exemplo, não receberá ajuda do estado para sair da crise.

As condutas da crise organizacionalOs atores situam-se na organização social. Toda

ação coletiva supõe um ator. Os membros de uma organização formulam reivindicações. Estes atores ocupam certa posição e a ideia de que dando algum tipo de participação, devem receber uma contribuição justa.

Por outro lado, a organização é apenas um meio social particular no qual o ator só parcialmente se empenha. Portanto, agindo em função de seus próprios interesses pessoais.

Para Alain Touraine, o campo de conflito é a própria organização, a reivindicação neste sentido é sempre organizada, hora para a desorganização, hora para a reorganização, ou seja, ela desorganiza para modificar o esquema prévio, mas visa a organização. Em outras palavras - Aquele que é ameaçado de desemprego, de subemprego protesta contra o arbitrário ou contra más condições de trabalho e de salários, ao mesmo tempo em que acusa a direção, quer salvar a organização para salvar o seu emprego, o seu futuro profissional.

Tensões Institucionais

Sistemas institucionais

• Sistemas institucionais tem por produto decisões definindo o quadro de ação das organizações.

Ex.: religiosas, educacionais, familiares.

Forças sociais

Objetivam exercer uma certa influência sobre as decisões que se imporão a uma coletividade.

Ex.: sindicatos, conselhos municipais, parlamentares.

Características das forças sociais

• Reconhecimento dos limites do campo de decisão;

• Solicita participar na tomada de decisão;• Capacidade real de influência;• Dirigida para uma decisão a ser tomada.

Grupos de pressão ou interesses

São forças sociais fracas, que se manifestam com o intuito de influenciar o poder público para atender interesses próprios. Apresentam as mesmas características das forças sociais.

Ex.: greves de classes trabalhadoras.

Bloqueio ou fechamento institucional

Ausência de sistema institucional

Condutas sociais sob diversos pontos de vista sociológicos

Sociologia conservadora

Os detentores do poder têm a iniciativa; o povo é apenas uma massa inorgânica sensível a um desejo de ascensão individual.

Sociologia liberal

Constata que as transformações são provocadas pela ação das classes populares, mas só se concretizam mudanças pela intervenção da elite dirigente.

Sociologia progressista

Manifestações mais caracterizadas como um traço cultural do que um movimento social.

Ex.: classes camponesas lutando pela vontade de liberdade e igualdade.

Os protestos modernizadores • Noção de modernização mudanças sociais. • Manutenção do passado e sua reprodução > compromisso com o futuro do funcionamento, = “desorientação” na sociedade. • Se cria uma relação elementar e ambígua

• Acontecem mais frequentemente na ordem social do que ordem cultural.

Os protestos modernizadores

a) Identidade, oposição e totalidadeUm movimento social nível do sistema da ação histórica, “os adversários falam sempre a mesma linguagem sem o que não poderiam debater-se nem se combater.”

• Movimento social = um princípio de identidade + de oposição + de totalidade

Princípio de identidade É o conflito que constitui e organiza o ator. Ex.: Os operários de uma usina se consideram, em certas circunstâncias, como engajados numa luta que ultrapassa o quadro no qual ela aparece.

Princípio de oposição Um movimento social só se organiza quando há um adversário;

Pelo princípio da totalidade o movimento precisa justificar sua ação com base em valores superiores e em ideais universais que tenham por base uma filosofia de vida. Para persistir um movimento, precisa guardar estreita correspondência entre seus objetivos e as intenções mais correias e elevadas que se possam adotar.

• Segundo Touraine, os movimentos são o “lugar” estratégico onde se renovam e explicitam os valores da sociedade. Lutando por sua preservação, os movimentos atuam como agentes inovadores, podendo organizar a ação coletiva e influenciar a história de uma sociedade. Ao estudar as sociedades modernas industriais ou pós-industriais, muitos autores colocam os movimentos no centro da análise das mudanças sociais.

Ou seja, o movimento social manifesta a Identidade, a Oposição e ainda a Totalidade (T), isto é, não se esgota no conflito, mas se lança ao cerne do conflito que é a apropriação e o controle da historicidade. O princípio da totalidade é o próprio sistema de ação histórica, cuja dominação é disputada pelas classes sociais opostas dialeticamente (1976).

Mesmo em defesa de interesses específicos, um movimento social deve justificar sua ação em nome de valores que interessem a todos (valores superiores).

Campo de Ação Histórica

Movimento Social deve ser compreendido como uma ação coletiva na perspectiva de caminhar para um processo de mudança.

Processo que deve abranger mudanças no campo individual e coletivo, conjuntural e estrutural.

A palavra , movimento, já possui uma denotação transformativa.

Não podem constituir uma unidade autônoma de analise, devido a reações a uma crise organizacional ou às tensões do sistema institucional.

O movimento social só é identificável como elemento de um campo de ação histórica, isto é, das interações entre o ator coletivo considerado, seu adversário e as expressões relativamente autônomas do sistema de ação histórica e, em particular, do modelo cultural.

De acordo com Touraine (1981):“reconhece-se um movimento social porque ele fala ao mesmo tempo em nome do passado e em nome do futuro (...)”

“A percepção de interesses comuns, no cotidiano, nas condições mais imediatas de trabalho e vida, percepção reproduzida a partir de e na oposição com outros interesses, de outros agentes sociais, a identidade em torno dos interesses comuns, as ações coletivas de resistência, etc. São um conjunto de condições necessárias dos movimentos. Só assim a tensão intrínseca às relações vira movimento.”

Grzybowski (1994)

Uma das características presentes na história dos movimentos sociais no campo brasileiro é a violência.

Os indígenas foram os primeiros a conhecerem a violência com o processo de colonização; e nessa procura por novos espaços e principalmente riqueza, cinco milhões de índios foram dizimados.

Outro personagem dessa história de violência, que sofreu barbáries, foi o escravo negro. A luta contra a escravidão cresceu tanto que desta contradição do capitalismo surgiram os quilombos, terra da liberdade, do trabalho coletivo, do trabalho contrário às regras do jogo do capitalismo colonial e que por isso, era alvo de destruição da elite.

Compreender ações recentes dos movimentos camponeses sem antes contextualizar os fatos históricos que nos levam a realidade atual é um erro grotesco e perigoso.

Olhando tais ações isoladamente, pode-se induzir a conclusões precipitadas como atos de vandalismo e barbárie. O entendimento dessa forma massiva de luta, muitas vezes contraditória e exacerbada confunde a sociedade, sobre as reais intenções desses trabalhadores.

A ampla maioria da sociedade somente ouve, vê e lê apenas o que interessa politicamente ser mostrado massivamente. Na atualidade, vivemos sob a ditadura de um poder devastador que informa, divulga, julga e condena. Um poder que transforma legítimas ações e reivindicações dos trabalhadores em banalidades, ibopes, gerenciamento de marketing e vendas.

Mas por trás de tudo isso há uma razão central para entender esse comportamento da mídia com os movimentos sociais.

“A mídia tem retratado os movimentos segundo certos parâmetros político ideológicos dados pela rede de relações a que está articulada. Os interesses políticos e econômicos formatam as considerações e as análises que configuram a apresentação das informações, detonando um processo onde a notícia é construída como mensagem para formar uma opinião pública sobre o acontecimento, junto ao público consumidor, e não para informar este mesmo público.”

Gohn (2000)

Com isso, para entender as ações dos movimentos camponeses é necessário aumentar a escala de análise conjuntural. Não podemos apenas enumerar a analisar fatos pontuais, como se o problema remete-se somente aos envolvidos diretamente.

O que os movimentos fazem é tentar mostrar para sociedade que há possibilidade de procurarmos outros caminhos ambientais, econômicos, sociais e culturais. Caminhos que abram perspectivas de novas realidades e acima disso, novas e outras utopias.

Alienação

Os elementos dos movimentos sociais geralmente estão em pé de desigualdade, estabelecendo uma relação assimétrica.

A classe popular, submetida ao domínio da classe superior, torna-se alienada, isto é, submete-se a uma participação dependente.

• Classe popular é inteiramente alienada e sua ação só pode ser orientada de fora.

• “A alienação é o desabrochar da consciência individual ou coletiva, submetida à atração contraditória da participação dependente e da consciência de classe”. Alain Touraine.

A S F O R M A S D E D E C O M P O S I Ç Ã O D O S

M O V I M E N T O S S O C I A I S

Os movimentos sociais podem se transformar em transmissores de valores ou transmissores de contradições.

Com o par I – O ponderante sobre T, os atores em oposição podem ser definidos pela posição relativa no sistema social, ou pele influência no sistema de decisão.

•Só é possível analisar as orientações das ações em um sistema com conteúdo.

•A noção de movimento social torna-se inútil e perigosa.

•Só se chega a uma transformação das relações sociais em relações militares e na análise sociológica em arte política.

•Se T prepondera sobre a o par I – O, a ação se refere a um sistema de normas e de valores, definindo o ator e o adversário pelas suas oposições relativas no interior deste sistema ou deste campo.

•É preciso distinguir entre um movimento social e as condutas coletivas.

MOVIMENTO SOCIAL ASSOCIADO A CONDUTAS DE INOVAÇÃO SOCIAL E CULTURAL

O movimento social por muitas vezes é associado a condutas de inovação social e cultural.

O cientificismo e o positivismo acompanharam os movimentos sociais do século XIX sem se confundir com eles.

As inovações sociais e culturais podem provir de todos os atores “modernos”, seja qual for o campo de atuação.

A inovação cultural participa de movimentos sociais, somente se esta for polêmica

Desafia a família, a escola, as leis, faz escândalos.

Seu papel é provocar uma crise no sistema da ação histórica.

O apelo ao espontaneísmo, ao desejo, á expressão e as necessidades fundamentais não constitui o campo de um conflito, mas procura atacar a ordem estabelicida.

É comum a inovação crítica se desenvolver em uma situação pré revolucionária ou de crise social e cultura opostas á sua institucionalização.

De um lado, é “recuperada” pela classe dirigente que articula a mudança; de outro, reaparece nas tendências do movimento social dos intelectuais.

Essa ligação e separação do movimento social e da inovação se traduzem pela situação ambígua dos intelectuais.

FRONTEIRA OPOSTA AOS MOVIMENTOS SOCIAIS: PREVALECE O CONFLITO SOBRE A REFERÊNCIA

AO CAMPO DO CONFLITO

O enfraquecimento do princípio da totalidade provoca a fragmentação dos conflitos.

Não são mais as classes que se chocam em um conflito societal, mas as categorias sociais particulares que desenvolvem um combate, cheio de significação de classe.

Os movimentos particulares podem se unir em um movimento geral, e questionar a classe dirigente e seus instrumentos de dominação.

Trata-se de movimentos sociais, limitados pela ausência de reconhecimento do objetivo geral do conflito em que se envolvem.

Tendências inovadoras não são socialmente conscientes.

Movimentos sociais particulares se organizam em torno da afirmação de uma identidade coletiva, de uma vontade e de uma organização.

A força protestatória é apenas um meio de pressão para se obter mais influência e a modificação de decisões políticas.

Não há movimento social que não seja ao mesmo tempo consciência de si e instrumento da natureza das coisas.

O princípio da totalidade foi definido como a referência ao sistema de ação histórica, às pressões naturais de uma sociedade.

Um movimento fascista tem como princípio de totalidade os direitos e valores de uma coletividade nacional ou étnica.

Um movimento fascista não é de direita, trata-se da absorção da contestação social e da pressão institucional pelas condutas de crise.

Uma crise provoca reações de defesa.

Não se trata de subestimar a imporâtancia de tais movimentos de crise, mas afastá-los do campo de análise.

Não podemos considerá-los como o instrumento da classe dirigente e nem esquecer do essencial, que se trata de uma convulsão da sociedade em crise e não a expressão de um conflito para o controle do desenvolvimento social.

NASCIMENTO DE UMA SOCIOLOGIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS

Análise Sociológica•As condutas sociais são explicadas por elas próprias e não pelo recurso a outra ordem de fatos.A sociedade molda o seu futuro através de mecanismos estruturais e das suas próprias lutas sociais.

Analise Política•Os movimentos sociais são definidos em relação as instituições que atacam ou que defendem.Lutam por uma legitimidade;Visam ao poder, reduzindo-o ao Estado.

Estes dois modos de analises definem o movimento social pela referencia a uma ordem e não pela referencia a relações sociais.

A perspectiva muda quando se penetra nas sociedades industriais•Alain Touraine afirma que a sociologia não é fruto da revolução industrial, mas somente se consolidou a partir da segunda metade do século XIX.•Com a retomada do controle social das mudanças econômicas, a sociologia pode se constituir numa ciência que não mais fetichizava o social.•Passa-se da identificação de uma natureza social para o reconhecimento da historicidade.•O modelo cultural toma a forma de um instrumento de transformação da prática social. Em consequência, as relações de classe não são mais a oposição do trabalho e do não-trabalho, mas a oposição de atores econômicos.

O que são portanto os movimentos sociais populares ?

•A expressão das contradições e das crises do sistema econômico;•Apelo tanto a uma gestão racional da produção como a uma satisfação das necessidades humanas;•Os movimentos sociais populares, caracterizam-se pelo seu caráter coletivo e dinâmico;• Socialmente organizado e que, de forma consciente e coletiva, buscam transformar situações de opressão, sejam elas econômicas, políticas, sociais, culturais, raciais, de gênero ou de opção sexual.

•É o imperialismo,é a crise geral do capitalismo que situam e definem os movimentos sociais.•O sentido verdadeiro de um movimento social só pode provir da sua transformação numa força propriamente política. • Um movimento social é o parteiro de uma nova sociedade liberada das contradições da sociedade anterior.•Com os primórdios do desenvolvimento industrial, a empresa capitalista e o proletariado eram de fato os elementos centrais na transformação social e política.

Porém na sociedade pós-industrial, esta centralidade da indústria - e, portanto, do fator econômico produtivo - se perde. Nesta nova sociedade, o conhecimento e a informação passam a constituir elementos chaves na produção. Os conflitos sociais, da mesma maneira, não se concentram mais no elemento econômico.

SURGEM OUTRAS REIVINDICAÇÕES

•A relação trabalhador-patronato não é mais como antigamente, pois estes conflitos de classes de uma forma geral, se institucionalizaram, abrindo espaço para outras reivindicações sociais, agora não mais econômicas, mas destacadamente culturais: surgem os movimentos feministas, de homossexuais, estudantil, etc.

Principais movimentos sociais

MSTMovimento dos trabalhadores rurais sem terra. surgiu no ano de 1984, tem por objetivo a reforma agrária.

Movimento HippieSurgiu na década de 60, também chamado de movimento de contracultura.

MTST

• Movimento dos trabalhadores sem teto. surgiu no ano de 1997 da necessidade de organizar a reforma urbana e garantir moradia a todos os cidadãos.

Fórum Social Mundial

•Surgiu em 2001 como contraponto ao pensamento único e a imposição do capital sobre os interesses dos povos e nações.

Movimento Feminista

Surgiu nos anos 60. É um movimento social que defende igualdade de direitos e status entre homens e mulheres em todos os campos.

Movimento Estudantil

EM 1937 Foi criada a UNE, surgiu com a perspectiva de discutir e corrigir os vários erros e problemas NA educação.

REFERÊNCIAS

GOHN, Maria da Glória, - Mídia, terceiro setor e MST. Impactos sobre o futuro as cidades e do campo. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

TOURAINE, A – Os movimentos sociais. In: FORACHI, M, M (org.)Sociologia e sociedade. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1981.

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