apostila histologia farm 2
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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CONCÓRDIA
EMBRIOLOGIA E HISTOLOGIA
Profª MSc. Celí Teresinha Araldi Profª MSc. Neide Armiliato
GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISA EM MEIO AMBIENTE (GEMA) E VALEOLOGIA
Concórdia-SC
2005
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1 MÉTODOS DE ESTUDO EM HISTOLOGIA
1.1 Níveis de organização:
Os limites para estudo dos níveis de organização dos sistemas biológicos
são arbitrários, pois são impostos pelo poder de resolução dos aparelhos
empregados. Poder de resolução é a capacidade de discriminar dois pontos que
se encontram separados entre si por uma distância mínima e que geram imagens
independentes. Esta distância se denomina limite de resolução.
A olho nu, é possível discriminar dois pontos por mais de 0,1 mm.
Considerando-se que a maioria das células é muito menor, para que seja possível
visualizá-las recorre-se a diversos tipos de microscópios. Basicamente, são
usados o microscópio óptico e o microscópio eletrônico, cujos poderes de
resolução máximos são cerca de 0,2 µm (1 µm = 0,001 mm) e de 0,4 nm (1 nm =
0,001 µm), respectivamente. Por conseguinte, o microscópio óptico aumenta a
resolução das amostras cerca de 500 vezes em relação à visão direta, e o
microscópio eletrônico a aumenta outras 500 vezes em relação ao microscópio
óptico.
O microscópio óptico é utilizado para estudar a estrutura dos tecidos e a
morfologia das células, ao passo que o microscópio eletrônico serve para a
análise ultra-estrutural dos componentes celulares.
Quadro 1.1 Níveis de organização dos sistemas histológicos e instrumentos empregados para seu estudo
Dimensão
Ramo
Estrutura
Método
> 0,1 mm Anatomia Órgãos Olho e lente simples 100 – 10 µm Histologia Tecidos Vários tipos de microsc.
ópticos 10 – 0,2 µm Citologia Células Vários tipos de microsc.
ópticos 200 – 0,4 nm Morfologia
submicroscópica Bactérias Componentes celul.
Microscopia eletrônica
< 1 nm Ultra-estrutura Estrutura molecul. e atômica
Vírus e Disposição de átomos
Diferenciação de raios X
* 1 mm = 1.000 µm; 1 µm = 1.000 nm
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1.2 Técnicas Histológicas:
Quase todos os componentes das células e da matriz extracelular são
transparentes; isso não se deve apenas ao seu alto conteúdo de água, pois,
mesmo dessecados, continuam tendo um constraste muito baixo. Para vencer
esta limitação, são empregados corantes, que coram os componentes celulares
com certa especificidade. No entanto, como a maioria dos corante é tóxica, as
células vivas não conseguem resistir a eles.
Por este motivo, antes de serem corados, os tecidos são:
1) Fixados – a fixação do material é essencial para preservar a morfologia e a
composição química dos tecidos e das células. Consiste na morte destas
últimas de um modo tal que as estruturas que possuíam em vida se conservem
com um mínimo de artifícios. Os melhores fixadores são, na realidade,
misturas fixadoras contendo diferentes substâncias químicas que oferecem
ótimos resultados na preservação de estruturas biológicas. Exemplos: soluções
de Bouin (formaldeído, ácido acético e ácido picrico) e Helly, conhecida
também como Zenker-Formol (formol, bicloreto de mercúrio e dicromato de
potássio). Para o microscípio eletrônico, são usadas soluções contendo
glutaraldeído e tetróxido de ósmio.
2) Desidratação – tem por objetivo a retirada de água do fragmento, causando
endurecimento deste e tornando-o adequado às etapas posteriores de inclusão
e microtomia. A desidratação para microscópio de luz é feita por imersão do
fragmento em uma série de álcoois graduados. Para a microscopia eletrônica,
utilizam-se ainda acetona ou óxido de propileno.
3) Diafanização – tem por objetivo retirar o álcool do fragmento e torná-lo
transparente, preparando-o, assim para a microtomia e coloração. São usadas
substâncias solúveis em álcool e insolúveis em água (xilol), com densidade
maior do que a do álcool.
4) Inclusão – consiste em incluir o fragmento em um molde metálico ou plástico
contendo o meio de inclusão em estado líquido que, ao se solidificar, forma um
bloco contendo o material biológico. Para o microscópio de luz, normalmente é
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feito com parafina histológica ou paraplast (mistura de parafina com polímeros
plásticos), também são usadas resinas plásticas, como glicerol metacrilato.
Para a microscopia eletrônica normalmente é utilizada é a resina conhecida
como Epon.
5) Microtomia – consiste na obtenção de cortes delgados, com espessura
apropriada para observação do material biológico ao microscópio de luz ou
eletrônico, utilizando-se o micrótomo.
6) Coloração/contrastação – a grande maioria de estruturas celulares e teciduais
são transparentes, incolores e com baixo índice de refração, por isso, utiliza-se
os processos de coloração para a microscopia de luz e de metais pesados
para a microscopia eletrônica (contrastação). As técnicas de coloração
procuram basicamente, associar o caráter básico ou ácido do corante a ser
utilizado ao do material a ser evidenciado. As técnicas de contrastação têm por
finalidade acentuar as diferenças de densidade das estruturas sub celulares,
gerado imagens elétron-densas ou elétron-lúcidas, normalmente são usadas
as substâncias de uranila e o citrato de chumbo.
Micrótomo
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Esquema processamento histológico
2 HISTOLOGIA
Histologia é o estudo dos tecidos, no que diz respeito à sua origem
embrionária, seus processos de diferenciação celular, suas estruturas e sua
fisiologia.
2.1 Diferenciação celular:
Após a fusão dos núcleos dos gametas masculino e feminino (fecundação),
forma-se o zigoto. O zigoto, sofre sucessivas mitoses para dar origem às células
que constituem o corpo dos seres vivos pluricelulares, as quais dividem o trabalho
entre elas. Esta distribuição de funções é conseqüência da diferenciação celular.
A diferenciação celular ocorre à medida que o organismo se forma. Apesar
de todas as células terem capacidade de desempenharem todas as funções, a
eficiência na realização de certas funções é maior em certos tipos de células e
menor em outros. Certas células aperfeiçoam de tal maneira em uma função em
relação às demais células do organismo. Por exemplo, todas as células são
capazes de contrair seu citoplasma quando estimuladas, no entanto, as células
musculares são especializadas na contração. Do mesmo modo, tem-se células
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diferenciadas para condução de impulsos (células nervosas), para secreção
(células secretoras), para o revestimento (células epiteliais nos animais e
epidérmicas nos vegetais) etc.
A diferenciação aumenta muito a eficiência das células para favorecer o organismo,
tornando-as dependentes umas das outras. No homem adulto por exemplo são 1013 a 1014 células
que se dividem em aproximadamente 200 tipos diferentes.
Durante a diferenciação ocorrem modificações químicas e morfológicas com aumento da
complexidade celular.
Toda célula é dotada de duas características: a diferenciação e a potencialidade. A
diferenciação é o grau de especialização da célula; a potencialidade é a capacidade que a célula
tem de organizar outros tipos celulares especializados. Para qualquer célula, quanto maior for a
potencialidade menor será a diferenciação e vice-versa. As células originadas dos óvulos possuem
100% de potencialidade e grau zero de diferenciação, sendo, portanto, pluripotentes. A maioria das
células tem graus intermediários de diferenciação e potencialidade.
A capacidade de multiplicação de uma célula é inversamente proporcional ao seu grau de
diferenciação. As células indiferenciadas dos embriões por exemplo, multiplicam-se intensamente,
enquanto que os neurônios não se multiplicam. Por outro lado, as células hepáticas, muito
diferenciadas, dividem-se por mitose quando estimuladas.
Como então, pode-se conceituar a diferenciação celular? Em termos gerais,
a diferenciação celular é o conjunto de processos que transformam uma célula
embrionária em uma célula especializada. Esses processos (a diferenciação) são
controlados através da expressão seletiva de diversos conjuntos de genes.
As modificações estruturais e funcionais que ocorrem durante a diferenciação resultam da
inativação de certos genes e da ativação de outros; isto é, na transcrição de certos genes e não de
outros.
Existem genes que se expressam em todas as células, como aqueles necessários para
construção de membrana, ribossomos, etc. eles são denominados genes de manutenção (ou
resistentes).
A diferenciação celular vem sendo estudada a muito tempo e alguns dos conceitos tem
sofrido poucas alterações no decorrer dos anos; no entanto, tem-se aprendido muito sobre como
os genes são controlados e já existem bons modelos para explicar a diferenciação, como a
formação dos glóbulos sangüíneos (hemocitopoese).
2.2 Tecido
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É um grupo de células especializadas, separadas ou não por líquidos e substâncias
intercelulares, provenientes de células embrionárias que sofreram diferenciação, que se distinguem
por sua estrutura e por atuarem conjuntamente no desempenho de uma função específica.
Os tecidos são formados pelas unidades biológicas fundamentais chamandas células e
também pela matriz extracelular, que, em geral, elas mesmas produzem.
As células podem ser iguais ou diferentes, no organismo existem cerca de
200 tipos de células, que se diferenciam por suas formas e funções, derivadas da
presença de componentes químicos particulares, organizados de maneira distinta
em cada tipo celular.
A matriz extracelular é um conjunto de substâncias amorfas figuradas,
líquidos e fibras, produzidas pelas células, que preenchem o espaço entre as
mesmas.
Com base nos tipos de células que possuem, na proporção entre estas e as
matrizes extracelulares, no modo de vinculação das células entre si e com os
elementos da matriz e nas funções que desempenham, os tecidos se classificam
nos quatro seguintes tipos fundamentais:
2.2.1 Tecido epitelial - forma tanto as membranas que revestem superfícies como
conjuntos celulares que se especializam na secreção de substâncias. As
membranas denominam-se epitélios de revestimento; os conjuntos celulares,
epitélios glandulares ou glândulas.
2.2.2 Tecido conjuntivo - contém células que se encontram dispersas em meio a
uma abundante matriz extracelular. Existem vários tipos de tecido conjuntivo que
se diferenciam pelas células que possuem, pela qualidade, quantidade,
distribuição e propriedades dos elementos da matriz extracelular. O tecido
conjuntivo pode ser frouxo, denso, mucoso, adiposo, cartilaginoso, ósseo,
hematopoiético e linfático, incluindo também o sangue, com matriz extracelular
líquida.
2.2.3 Tecido muscular – se caracteriza por Ter células que se contraem. Com
base no ordenamento espacial dos componentes do citoesqueleto, na forma e no
tamanho das células e levando-se em conta se sua contração é governada pela
vontade ou não, existem três tipos de tecidos musculares: tecido muscular
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estriado esquelético ou voluntário, o tecido muscular estriado cardíaco e o tecido
muscular liso.
2.2.4 Tecido nervoso – contém neurônios e células acessórias, denominadas
neuróglia. O tecido nervoso forma o sistema nervoso central e o sistema nervoso
periférico.
Os tecidos se associam entre si em proporções variáveis e formam os
órgãos. Muitos órgãos apresentam os quatro tipos de tecidos.
Por sua vez, grupos de órgãos se associam para realizar funções comuns
ou complementares, o que dá origem aos sistemas do corpo, como os sistemas
circulatório, imune, tegumentar, digestivo, respiratório, endócrino, urinário,
reprodutor e sensorial.
Diferenciação celular
3 TECIDO EPITELIAL
Os epitélios são basicamente tecidos de revestimento, proteção do
organismo e secreção. Além de recobrirem todo o corpo do animal, revestem
internamente órgãos, cavidades e canais, e formam as glândulas.
3.1 Origem:
- Ectodérmica: epiderme, epitélio do nariz, epitélio da boca, glândulas sebáceas,
glândulas mamarias, glândulas salivares.
- Mesodérmica: endotélio, epitélio do sistema urogenital, epitélio de membranas
que envolve órgãos (pleura - pulmão, pericárdio - coração e peritônio – órgãos
abdominais).
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- Endodérmica: epitélio que reveste a luz do tubo digestivo, a árvore respiratória, o
fígado e o pâncreas, epitélio da bexiga urinária, glândulas tireóide e paratireóide.
3.2Características gerais:
- Apresentam células justapostas por moléculas de adesão celular e complexos
juncionais, o que geralmente, dá o aspecto poliédrico;
- Apresentam pouca ou nenhuma substância intercelular;
- Os epitélios revestem todas as superfícies do corpo, exceto a cartilagem
articular;
- As células se renovam continuamente por mitose;
- Localiza-se sobre a lâmina basal (tecido conjuntivo – nutrição)
- Os epitélios não possuem um suprimento sangüíneo e linfático direto (avascular);
- Os epitélios possuem polaridade estrutural e funcional;
- Quantidade de células abundante, pouca variedade de tipos;
- Tipos de células: prismática, cúbica, pavimentosa. A forma do núcleo geralmente
acompanha a forma da célula.
3.3 Encontrado:
- Recobrindo toda a superfície externa do corpo (epiderme);
- Recobrindo todas as cavidades internas e órgãos que compõem os sistemas
digestivos, respiratório e urogenital, os vasos sangüíneos e linfáticos (endotélio), e
as cavidades pleural, pericárdia e peritonial.
3.4 Polaridade das células epiteliais:
A maioria das células epiteliais apresentam uma estrutura diferente,
conforme a extremidade do citoplasma que é observada. Organelas, vesículas de
secreção, material de depósito (inclusões) não se distribuem de modo uniforme no
citoplasma localizado nos dois lados do núcleo celular. Certas estruturas se
localizam num pólo e outras no outro pólo, conforme a atividade funcional da
célula.
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O pólo voltado para a superfície livre é denominado pólo ou região apical, e
o pólo voltado para o tecido conjuntivo subjacente é denominado pólo ou região
basal. Essa polaridade celular não é exclusiva das células epiteliais.
A polaridade é utilizada para classificar morfológicamente os epitélios. Os
epitélios possuem três domínios: domínio apical – está exposto para o lúmen ou
para o meio externo; domínio lateral – está em contato com as células epiteliais
vizinhas unidas mutuamente por moléculas de adesão celular e complexos
juncionais; domínio basal – está associado a membrana basal que separa o
epitélio do tecido conjuntivo subjacente.
As células epiteliais possuem dois domínios principais: um domínio apical e
um domínio basolateral.
Cada domínio é definido por características estruturais e funcionais
específicas.
O domínio apical é a região da célula epitelial voltada para a luz, é rico em
canais iônicos, proteínas carregadoras, H+ - ATPase, glicoproteínas e enzimas
hidrolíticas, assim como aquaporinas, proteínas formadoras de canais que atuam
na regulação do equilíbrio hídrico. Também é o sítio onde produtos de secreção
regulados são levados para serem liberados. São necessárias várias modificações
da superfície para que o domínio apical de um epitélio possa efetuar suas
múltiplas funções. Estas modificações incluem microvilosidades, cílios e flagelos
que são estruturas importantes para a proteção da superfície epitelial.
O domínio basolateral pode ser subdividido em duas regiões: a membrana
plasmática lateral e a membrana plasmática basal. Cada região possui suas
próprias junções especializadas e receptores para hormônios e
neurotransmissores. Além disso, estas regiões são ricas em Na+ - K+ ATPase e
canais iônicos e são locais de secreção constitutiva. As especializações da
membrana lateral são as zônulas de oclusão, zônulas de adesão, desmossomos e
junções comunicantes. As especializações da membrana basal são as
invaginações e os hemidesmossomos
3.5 Lâmina basal e nutrição das células epiteliais:
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Entre o tecido epitelial e o tecido conjuntivo há uma lâmina denominada
lâmina basal (20 a 100 nm – visível somente ao microscópio eletrônico), produzida
pelas células epiteliais, formada por proteína colágeno associada a glicoproteínas
(laminina e proteoglicanas) e polissacarídeos. Em algumas regiões do corpo,
verifica-se que no tecido conjuntivo logo abaixo da lâmina basal pode ocorrer um
acúmulo de fibras reticulares, formando, juntamente com a lâmina basal, a
membrana basal (visível ao microscópio óptico).
A lâmina basal não é exclusiva das células epiteliais, sendo encontrada, por
exemplo, em torno das células musculares, células de Schwann (células nervosas)
e células adiposas. É uma estrutura de grande significado funcional, tanto no
organismo adulto, quanto no desenvolvimento embrionário, quando as células
migram para suas localizações corretas apoiando-se nas lâminas basais. As
mutações que modificam as proteínas normais da lâmina basal afetam
gravemente a organogênese, atua também como barreira de filtração glomerular
durante a etapa inicial da formação da urina, no músculo esquelético mantém a
integridade do tecido e sua ruptura origina as distrofias musculares, guia a
migração das células para o desenvolvimento das gônodas.
No adulto, durante os processos de cicatrização, e na regeneração do
tecido muscular e dos prolongamentos das células nervosas, por exemplo, as
células migram apoiadas e guiadas pelas lâminas basais. O movimento de células
requer um substrato sólido onde elas possam se apoiar (suspensas em meio
líquido, as células são imóveis).
A lâmina e a membrana basal serve como estrutura de suporte do epitélio,
fixando-o firmemente ao tecido conjuntivo subjacente. A lâmina basal é permeável
ao oxigênio, ao gás carbônico e a alimentos, permitindo, assim, que as células
epiteliais troquem substâncias com os vasos sangüíneos do tecido conjuntivo. Ela
tem características imunizantes, sendo uma barreira à entrada de
microorganismos.
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Lâmina Basal
3.6 Classificação dos tecidos epiteliais
Podem ser classificados com base em sua estrutura e função, em dois
grupos: revestimento e glandulares. Este critério é um tanto arbitrário, pois existem
epitélios de revestimento onde todas as células secretam (revestimento do
estômago) ou apenas algumas células são secretoras (traquéia e intestino).
3.6.1 Tecido epitelial de revestimento:
Pode ser classificado de acordo com os seguintes critérios:
- Quanto ao nº de camadas celulares: simples, estratificado, pseudoestratificado e
de transição;
- Quanto à forma das células presentes na camada superficial: pavimentoso,
cubóide e prismático.
3.6.1.1 Epitélio simples pavimentoso : formado por células achatadas e dispostas
em uma única camada, apresentam núcleo saliente e central. Ocorre em locais do
corpo onde a proteção mecânica é pouco necessária. É um epitélio que permite a
passagem de substâncias. É encontrado no revestimento dos vasos sangüíneos e
linfáticos (endotélio), compôem a alça de Henle e no mesotélio das cavidades
pleural (alvéolos pulmonares), peritoneal e pericárdia.
3.6.1.2 Epitélio simples cubóide: formado por uma só camada de células cúbicas
com um núcleo central. Ocorre nos túbulos renais, tendo a função básica de
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absorção de substâncias úteis presentes na urina, devolvendo-as para o sangue.
Na superfície livre das células existem invaginações que atuam de modo a
aumentar a superfície de absorção, semelhante ao que ocorre com as
microvilosidades. Ocorre também na superfície do ovário e formam os dutos de
muitas glândulas do corpo.
3.6.1.3 Epitélio simples prismático: formado por uma só camada de células altas,
prismáticas, com núcleos ovóides geralmente localizados no mesmo nível da
metade basal da célula. Ocorre revestindo grande parte do trato digestivo
(estômago e os intestinos), vesícula biliar e grandes dutos das glândulas. É
comum a presença de glândulas mucosas unicelulares. Atua na digestão e na
absorção de alimentos. Nos intestinos, a superfície livre das células é rica em
microvilosidades, que aumentam a área de absorção. O epitélio simples
prismático que reveste o útero, ovidutos, dutos eferentes e pequenos brônquios é
ciliado.
3.6.1.4 Epitélio pseudoestratificado: formado por apenas uma camada de células
com alturas diferentes, dando falso (pseudo) aspecto de estratificado, ou seja, de
ser formado por mais de uma camada de células. Apresenta núcleos em várias
alturas, mas todas as células atingem a lâmina basal. É encontrado na uretra
masculina, no epidídimo e nos grandes ductos excretores das glândulas. O
epitélio pseudoestratificado que reveste as fossas nasais, traquéia e brônquios,
tuba auditiva, parte da cavidade timpânica e saco lacrimal apresenta cílios e
glândulas mucosas unicelulares. O muco aglutina partículas estranhas que
penetram no nosso corpo pelas vias aéreas e os cílios transportam essas
partículas para fora.
3.6.1.5 Epitélio estratificado pavimentoso (não-queratinizado): formado por várias
camadas de células; apenas a inferior possui células com capacidade de divisão
celular (mitose). As células mais basais (masi profundas) deste epitélio têm forma
cubóide, as localizadas no meio do epitélio são polimorfas e as células que
compõem a superfície livre do epitélio são achatadas (pavimentosas). Como as
células da superfície são nucleadas, este epitélio é denominado nmão-
queratinizado. Usualmente, é úmido e é encontrado forrando a boca, faringe ,
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esôfago, cordas vocais e vagina. A função desse epitélio é basicamente proteção
mecânica, ocorre em áreas de atrito.
3.6.1.6 Epitélio estratificado pavimentoso (queratinizado): é semelhante ao epitélio
estratificado pavimentoso não-queratinizado, exceto pelas camadas superficiais
deste epitélio serem compostas por células mortas, cujos núcleos e citoplasma
são substituídos por queratina. Este epitélio constitui a epiderme da pele, uma
camada resistente que resiste à fricção e é impermeável à água.
3.6.1.7 Epitélio estratificado prismático: formado por várias camadas de células, na
superfície as células são altas, prismáticas. Ocorre na uretra e na membrana
conjuntiva do olho. A função é basicamente de proteção.
3.6.1.8 Epitélio estratificado de transição: modificação especial do epitélio
estratificado pavimentosos, em que o número de células e suas formas variam de
acordo com a distensão do órgão. Ocorre revestindo internamente a bexiga
urinária.
Os epitélios de revestimento além da função de revestir superfícies
externas e internas do corpo, podem desempenhar outras funções específicas:
protetor, sensorial, ciliado e de absorção.
- Função protetora: representado principalmente pelo epitélio estratificado
pavimentoso, epiderme da pele. Este tecido está sujeito ao atrito e dessecamento,
apresenta células ricas em queratina, uma proteína que confere resistência e
impermeabilidade à epiderme.
- Função sensorial(neuroepitélios): ocorrem nos órgãos relacionados com a
audição, olfação e gustação, geralmente ao lado do epitélio de revestimento.
- Células ciliadas: epitélios ciliados, encontram-se na traquéia, onde o epitélio é do
tipo pseudoestratificado, e na tuba uterina, onde é do tipo prismático simples.
- Função de absorção: são formados por células que apresentam vilosidades,
epitélio prismático simples do intestino.
Membranas: o tecido epitelial, associado sempre ao tecido conjuntivo, pode formar
membranas que envolvem cavidades. Quando essas membranas revestem
cavidades internas fechadas, são chamadas de serosas (pleura, pericárdio e
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peritônio) e quando revestem cavidades que se comunicam com o exterior do
organismo, são chamadas de mucosas (mucosa bucal, mucosa gástrica). O tecido
conjuntivo das mucosas e serosas recebe o nome de lâmina própria ou córion.
Classificação do Tecido Epitelial
Localização dos tecidos epiteliais
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3.7 Especializações das células epiteliais
3.7.1 Estruturas que aumentam a superfície ou movimentam partículas
- Microvilosidades (microvilos): são projeções digitiformes da superfície apical da
célula epitelial que contém um eixo de microfilamentos em ligação cruzada. Na
extremidade citoplasmática da microvilosidade, feixes de actina e outras proteínas
se estendem até a trama terminal, uma rede filamentosa de proteínas do
citoesqueleto que ocorre paralela ao domínio apical da célula epitelial. Nos
microvilos, geralmente o revestimento de glicoproteína (glicocálix) apresenta-se
mais denso. Cada célula contém inúmeras microvilosidades, o que aumenta a
área superficial, aumentando assim, a área de absorção. Encontradas no intestino
e nos túbulos do rim.
- Estereocílios: são estruturas imóveis, encontrados na região apical das células
de revestimento do epidídimo, do canal deferente e nas células pilosas do ouvido.
São constituídos por longos prolongamentos citoplasmáticos, que podem
anastomosar-se entre si. Aumentam a superfície celular, facilitando o trânsito de
moléculas para dentro e para fora das células e geram sinais.
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- Cílios: são projeções celulares móveis que se originam a partir dos
corpúsculos basai ancorados por raízes à porção apical do citoplasma. Os
epitélios que contém cílios, são os epitélios ciliados, como é o caso do epitélio que
reveste a cavidade interna da traquéia e do epitélio da tuba uterina. Na traquéia
(uma célula da traquéia tem aproximadamente 250 cílios na superfície apical), o
batimento dos cílios produz um deslocamento, do interior para o exterior do corpo,
de muco, de bactérias e de partículas de poeira nele aprisionadas, impedindo que
elementos estranhos penetrem os alvéolos pulmonares e dificultem a troca de O2
e CO2. Na tuba uterina, o batimento ciliar contribui para o deslocamento do óvulo
ou do ovo fecundado em direção ao útero.
Cílio Microvilosidade
3.7.2 Estruturas que promovem a adesão entre as células
As células epiteliais apresentam uma intensa adesão mútua e, para separá-las,
são necessárias forças mecânicas relativamente grandes. Essa coesão varia com
o tipo epitelial, mas é especialmente desenvolvida nos epitélios sujeitos a forte
trações e pressões, como no caso da pele. Participam nessa aderência, proteínas
da família das caderinas, que são proteínas transmembrana, com função de
prender as membranas de células contíguas. Essas membranas perdem sua
adesividade na ausência de Ca2+.
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Além da aderência proporcionada por proteínas integrais da membrana
lateral das células epiteliais, essas membranas formam especializações que
formam as junções celulares. Que servem para aderência e para vedar o espaço
intracelular, impedindo o fluxo de moléculas por entre as células. Certas junções
formam canais de comunicação entre células adjacentes.
Nos epitélios prismáticos com uma única camada de células,
freqüentemente as junções se apresentam numa ordem definida da parte apical
para a parte basal da célula.
- Zona ou zônula de oclusão: é uma junção íntima (mais apical) na forma de
cordões, entre as proteínas ocludinas e claudinas, proteínas juncionais, das
membranas plasmáticas de células adjacentes, reforçada pelas caderinas, não
ficando nenhum espaço entre elas no ponto de contato. Situa-se logo abaixo da
superfície livre das células, elas impedem os movimentos das proteínas da
membrana do domínio apical para o domínio basolateral e fundem as membranas
plasmáticas de células adjacentes impedindo as moléculas hidrossolúveis de
passarem entre as células, servindo, então, como uma barreira à entrada de
macromoléculas através do espaço entre células vizinhas. As macromoléculas só
podem penetrar através do tecido epitelial, passando para o interior das células.
Encontrada especialmente nos tecidos epiteliais de revestimento.
- Zônula de adesão: em muitos epitélios aparece após a zônula de oclusão e
também circundam a célula, as membranas plasmáticas de células vizinhas estão
firmemente unidas por uma substância intercelular adesiva, esta substância é
formada por glicoproteínas transmembrana da família das caderinas e uma faixa
circuferencial de filamentos de actina, as quais conferem maior resistência a essa
região. Esta junção não somente une as membranas celulares, mas também liga o
citoesqueleto das duas células através das proteínas de ligação transmembrana.
Ocorre principalmente nos tecidos epiteliais de revestimento.
- Desmossomos: correspondem a “manchas” ou “discos” de adesão entre as
células, sendo, por isso, muitas vezes denominados máculas de adesão. São
estruturas elaboradas e, assim como a zônula de adesão, apresentam
modificações no citoplasma e no espaço intercelular (30 nm) de células vizinhas.
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No citoplasma, forma-se, em cada célula vizinha, um disco de material
citoplasmático denso (placa citoplasmática), formada por uma série de proteínas
de fixação, das quais as mais bem caracterizadas são as desmoplaquinas e as
pacoglobinas, para onde convergem filamentos de queratina, denominados
tonofilamentos. No espaço intercelular existem outros filamentos que unem as
placas citoplasmáticas das células vizinhas, atuando como estruturas adesivas,
são as desmogleínas, na presença de cálcio, elas prendem-se às proteínas de
ligação transmembrana da célula adjacente.
- Hemidesmossomos: assemelham-se a meio desmossomo e serve para prender
a membrana celular basal à lâmina basal. São placas de adesão, compostas por
desmoplaquinas e outras proteínas associadas, tonofilamentos de queratina
inserem-se nestas placas, ao contrário dos do desmossomo, no qual os filamentos
entram na placa e fazem uma volta saindo da mesma. As proteínas de ligação
transmembrana dos hemidesmossomos são integrinas.
- Junções tipo gap ou néxus: pode ocorrer em qualquer posição nas membranas
laterais das células epiteliais. São encontradas em outros tecidos com exceção do
tecido muscular estriado esquelético. São canais de comunicação, os conexonas,
entre as células, formados por blocos de proteínas específicas, as conexinas, que
atravessam as camadas de lipídio da membrana, projetando-se no espaço
intercelular, permitindo a passagem de íons, aminoácidos, adenosina monofosfato
cíclica, pequenas molkéculas e alguns hormônios, permitindo assim a propagação
de informações entre células vizinhas, integrando as funções celulares nos
tecidos. São reguladas, de modo que podem ser abertas e fechadas, uma
diminuição do pH ou um aumento da concentração de cálcio do citossol fecha os
canais, inversmanete um pH alto e uma diminuição do cálcio fecha os canais. São
importantes também, na embriogênese, onde coordenam o desenvolvimento
tecidual do embrião e para a distribuição de mpléculas de informação através das
massas celulares em migração.
- Interdigitações: são dobras da membrana plasmática de duas células que se
encaixam.
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Modificações da membrana plasmática
3.8 Renovação celular
As células que constituem os tecidos epiteliais geralmente possuem uma
alta taxa de renovação, que está relacionada a sua localização e função. O
espaço de tempo necessário para a renovação celular permanece constante para
cada epitélio.
As células da epiderme, por exemplo, são constantemente renovadas na
camada basal, por divisão celular. Deste local, as células começam sua migração
da camada germinativa em direção à superfície, tonando-se queratinizadas em
seu caminho até chegarem à superfície, morrerem e descamarem. Todo esse
processo dura aproximadamente 28 dias. Outras células epiteliais são renovadas
em menos tempo.
As células que revestem o intestino delgado são substituídas a cada 4 a 6 dias por células
regenerativas na base das criptas. As novas células migram para a extremidade das vilosidades,
morrem e descamam. Ainda outros epitélios, por exemplo, são renovados periodicamente até se
chegar à idade adulta; subseqüentemente, esta população de células permanece estável para o
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resto da vida. Entretanto, quando há perda de um grande número de células causada por lesão ou
destruição tóxica aguda, a proliferação celular é desencadeada e a população celular é restaurada.
3.9 Glândulas
As glândulas originam-se de células epiteliais que abandonam a superfície da qual se
formaram e penetram no tecido conjuntivo subjacente, produzindo uma lâmina basal em torno
delas.
As unidades secretoras, juntamente com seus ductos, constituem o parênquima da
glândula, enquanto o estroma da glândula representa os elementos do tecido conjuntivo que
invadem e sustentam o parênquima.
Os epitélios glandulares fabricam seu produto intracelularmente sintetizando
macromoléculas que, em geral, são empacotadas e armazenadas em vesículas denominadas
grânulos de secreção. O produto de secreção pode ser um hormônio polipeptídio (p.ex., da
hipófise); uma substância graxa (p.ex. glândulas ceruminosas do canal auditivo); ou leite, uma
combinação de de proteína, lipídio e carboidratos (p.ex. das glândulas mamarias). Outras
glândulas (tais como as glândulas sudoríparas) secretam pouco além do exsudato que recebem do
sangue. Além disso, os dutos estriados (p.ex., das grandes glândulas salivares) agem como
bombas de íons que modificam as substâncias produzidas pelas unidades secretoras.
Com base no método de distribuição de seus produtos de secreção, as glândulas são
classificadas em dois grandes grupos:
1. Glândulas exócrinas secretam seus produtos, através de dutos, para a superfície epitelial,
interna ou externa, da qual se originaram.
2. Glândulas endócrinas não possuem ductos, tendo perdido suas ligações com o epitélio do qual
se originaram, secretam seus produtos nos vasos sangüíneos ou linfáticos para serem
distribuídos.
Glândula Exócrina Glândula Endócrina
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Muitos tipos celulares secretam moléculas sinalizadoras denominadas citocinas, que
realizam a função de comunicação célula-a-célula. As citocinas são liberadas por células
sinalizadoras específicas.
Dependendo da distância, a citocina precisa viajar para alcançar sua célula-
alvo, e seus efeitos podem ser um dos seguintes:
- Autócrino: a célula sinalizadora é seu próprio alvo; a célula estimula a si mesma.
- Parácrino: a célula-alvo está localizada na vizinhança da célula sinalizadora; assim, a citocina
não precisa ir para o sistema vascular.
- Endócrino: a célula-alvo e a célula sinalizadora estão longe uma da outra; assim, a citocina
tem que ser transportada pelo sistema sangüíneo, ou linfático.
As glândulas que secretam seus produtos através de uma via secretora constitutiva o
fazem de um modo contínuo, liberando seus produtos de secreção imediatamente sem
armazenamento e sem necessitar de um estímulo por moléculas sinalizadoras. As glândulas que
possuem uma via secretora regulada concentram e armazenam seus produtos de secreção até
que seja recebida a molécula sinalizadora adequada para sua liberação.
3.9.1 Glândulas exócrinas
As glândulas exócrinas secretam seus produtos através de um duto para a
supefície do epitélio que lhe deu origem.
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São classificadas de acordo com a natureza de sua secreção, modo de secreção e número
de células (unicelular ou multicelular). Muitas glândulas exócrinas dos sistemas digestivo,
respiratório e urogenital secretam substâncias que são descritas como mucosas, serosas ou
mistas.
As glândulas mucosas secretam mucinógenos, grandes proteínas glicosiladas que, quando
hidratadas, incham tornando-se um lubrificante protetor espesso, viscoso, semelhante a um gel,
denominado mucina, um importante componente do muco. Exemplos de glândulas mucosas
incluem as células caliciformes e as pequenas glândulas da língua e palato.
As glândulas serosas, como o pâncreas, secretam um fluido aquoso rico em enzimas.
As glândulas mistas contém ácinos (unidades secretoras) que produzem secreções
mucosas assim como ácinos que produzem secreções serosas; além disso, alguns de seus ácinos
mucosos possuem semiluas serosas, um grupo de células que secretam um fluido seroso. As
glândulas sublingual e submandibular são exemplos de glândulas mistas.
As células das glândulas exócrinas possuem três mecanismos diferentes para liberar seus
produtos de secreção: (1) merócrina, (2) apócrino e (3) holócrino. A liberação do produto de
secreção das glândulas merócrinas (p. ex. parótida) se dá por exocitose; consequentemente, nem
a membrana celular nem o citoplasma tornam-se parte da secreção. Apesar de muitos
pesquisadores questionarem a existência do modo apócrino de secreção, historicamente tem se
acreditado que nas glândulas apócrinas (p. ex., glândula mamária em lactação), uma pequena
porção do citoplasma apical é liberado juntamente com o produto de secreção. Nas glândulas
holócrinas (p.ex., glândula sebácea), uma célula secretora amadurece, morre e torna-se o produto
de secreção.
Classificação das glândulas conforme tipo de secreção
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3.9.1.1 Glândulas exócrinas unicelulares
As glândulas exócrinas unicelulares, representadas por células secretoras isoladas em um
epitélio, constituem a forma mais simples de glândula exócrina. O exemplo primários são as células
caliciformes, que estão dispersas individualmente pelo epitélio que reveste o trato digestivo e
partes do trato respiratório. A secreção liberada por estas glândulas mucosas protege o
revestimento destes tratos.
As células caliciformes receberam este nome por terem a forma de um cálice. O processo
de liberação do mucinógeno é regulado e estimulado por irritação química e pela inervação
parassimpática, levando à exocitose de todo o conteúdo de secreção da célula, desta maneira
lubrificando e protegendo a lâmina epitelial.
Glândula Unicelular – célula caliciforme
3.9.1.2 Glândulas exócrinas multicelulares
As glândulas exócrinas multicelulares são compostos por agrupamentos de células
secretoras dispostas em graus variados de organização. Estas células secretoras não agem
sozinhas e de modo independente, mas funcionam como órgãos secretores. As glândulas
multicelulares podem ter uma estrutura simples, exemplificada pelo epitélio glandular do útero e da
mucosa gástrica, ou uma estrutura complexa composta por vários tipos de unidades secretoras e
organizadas de um modo ramificado composto.
As glândulas multicelulares são classificadas como simples, quando seus dutos não são
ramificados, e compostos quando seus dutos se ramificam. Elas ainda são classificadas de acordo
com a morfologia de suas unidades secretoras em tubulosas, acinosas (também denominadas
alveolares, assemelhando-se a uma uva), ou tubuloalveolares.
As glândulas multicelulares maiores são envolvidas por uma cápsula de tecido conjuntivo
colagenoso, que envia septos subdividindo-a em compartimentos menores denominados lobos e
lóbulos, estes septos são utilizados para a entrada e saída dos elementos vasculares, nervos e
dutos, além disso, os elementos do tecido conjuntivo dão a sustentação estrutural da glândula.
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Os ácinos de muitas glândulas exócrinas multicelulares, possuem células mioepiteliais,
algumas apresentam características das células musculares lisas, particularmente a contratilidade.
Suas contrações auxiliam a expulsar a secreção dos ácinos e de alguns dutos pequenos.
Tipos de glândulas exócrinas
3.9.2 Glândulas Endócrinas
As glândulas endócrinas não possuem dutos, e seu produto de secreção,
os hormônios, são liberados diretamente no sangue, ou no sistema linfático,
através dos quais são levados para os órgãos-alvo. As grandes glândulas
endócrinas do corpo incluem as glândulas adrenal (supra-renal), hipófise
(pituitária), tireóide, paratireóide e pineal, assim como os ovários, placenta e
testículos.
Os hormônios secretados pelas glãndulas endócrinas incluem peptídios,
proteínas, aminoácidos modificados, esteróides e glicoproteínas.
As células secretoras das glândulas endócrinas estão organizadas em
cordões celulares, ou em folículos. No tipo cordonal, a disposição mais comum, as
células formam cordões anastomosantes em torno dos capilares ou sinusóides
sangüíneos. O hormônio a ser secretado é armazenado intracelularmente e é
liberado com a chegada da molécula sinalizadora apropriada, ou de impulso
nervoso. São exemplos: adrenal, lobo anterior da hipófise e paratireóide.
No tipo folicular de glândula endócrina, as células secretoras (células
foliculares) formam folículos que envolvem uma cavidade que recebe e armazena
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o hormônio secretado. Quando é recebido um sinal para sua liberação, o hormônio
armazenado é reabsorvido pelas células foliculares, liberado no tecido conjuntivo e
entra nos capilares sangüíneos. Um exemplo do tipo folicular de glândula
endócrina é a tireóide.
Algumas glândulas do corpo são mistas: por exemplo, o parênquima
contém tanto unidades secretoras exócrinas como endócrinas. Nestas glândulas
mistas (p. ex., pâncreas, ovário e testículo), a porção exócrina da glândula secreta
seu produto em um duto, enquanto a porção endócrina secreta seu produto na
corrente sangüínea.
Localização das glândulas
4 TECIDO CONJUNTIVO
4.1 Origem: Mesoderme (mesênquima)
4.2 Características gerais:
- Está distribuído amplamente pelo nosso corpo;
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- Apresenta vários tipos de células;
- Apresenta grande quantidade de substância intercelular (matriz), que
preenche espaço entre as células e as fibras;
- Funções: preenchimento, sustentação, transporte, armazenamento de gordura e
defesa;
- Apresenta vasos sangüíneos, linfáticos e nervos.
4.3 Matriz extracelular
A matriz extracelular, composta por substância fundamental e fibras, resiste
a força de compressão e tração. É uma barreira à penetração de microorganismos
e é um veículo para a passagem de células, moléculas hidrossolúveis e íons.
4.3.1 Substância fundamental: é um material hidratado, amorfo, composto por
glicosaminoglicanos, longos polímeros não-ramificados de dissacarídeos que se
repetem; proteoglicanos, os eixos protéicos aos quais vários glicosaminoglicanos
estão ligados covalentemente, responsáveis pelo estado de gel da matriz
extracelular; e glicoproteínas de adesão, grandes macromoléculas responsáveis
pela adesão de vários componentes da matriz extracelular uns aos outros, e a
integrinas e distroglicanos da membrana celular.
4.3.2 Fibras:
As fibras da matriz extracelular são de colágeno (e reticulares) e elásticas.
Pode existir mais de um tipo de fibra num mesmo tipo de tecido conjuntivo. Muitas
vezes a fibra predominante é responsável por certas propriedades do tecido.
4.3.2.1 Fibras colágenas: são formadas basicamente pela proteína colágeno e são
mais comuns que as fibras elásticas e as reticulares. São fibras inelásticas,
resistentes à tração e muito flexíveis, podem ocorrer em feixes espessos. São
conhecidas pelo menos 15 tipos diferentes de fibras de colágeno, que variam nas
seqüências de aminoácidos de suas cadeias. O colágeno é a proteína mais
abundante no corpo humano (30% do total de proteínas). A síntese de colágeno é
feita pelos fibroblastos.
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Os tipos principais de colágeno são:
- Tipo I: tecido conjuntivo propriamente dito, osso, dentina e cemento;
- Tipo II: cartilagens hialina e elástica;
- Tipo III: fibras reticulares;
- Tipo IV: lâmina densa da lâmina basal;
- Tipo V: associado ao colágeno tipo I e na placenta;
- Tipo IV: liga a lâmina basal à lâmina reticular.
4.3.2.2 Fibras elásticas: são formadas basicamente pela proteína elastina
(elasticidade) e microfibrilas (estabilidade). Estas fibras são altamente elásticas e
podem ser distendidas até 150% de seu comprimento em repouso, sem se romper
apresentam boa elasticidade. Ramificam-se e ligam-se umas as outras formam
uma trama de malhas irregulares. Cedem facilmente mesmo às trações mínimas.
Quando tensionada se estira e quando em relaxamento se enrola. A síntese
ocorre nos fibroblastos.
4.3.2.3 Fibras reticulares: essas fibras recebem esse nome porque se entrelaçam
de forma a constituir um retículo. São as mais finas, podendo apresentar
ramificações, apresentam estriação transversal. Ocorre em grande número nos
órgãos glandulares e são formadas por uma substância chamada reticulina,
semelhante ao colágeno. Formam o arcabouço de sustentação das células dos
órgãos hemocitopoiéticos (baço, linfonodos, medula óssea) das células
musculares lisas, dos nervos, dos adipócitos e das células de muitos órgãos
epiteliais (fígado, rins e as glândulas endócrinas).
Tipos de fibras presentes no tecido conjuntivo
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4.4 Origem das células dos tecidos conjuntivos:
As células dos tecidos conjuntivos podem se originar a partir das células
totipotentes da medula óssea vermelha ou a partir de células mesenquimatosas
indiferenciadas. Além disso, há a possibilidade de certos tipos celulares já
diferenciados darem origem a outros. São agrupadas em duas categorias, células
fixas (residentes) e células transitórias.
Algumas células do tecido conjuntivo se originam localmente, enquanto outras,
como os leucócitos, vêm de outros locais e permanecem temporariamente.
Origem das células do tecido conjuntivo
Mesênquima: tecido conjuntivo primitivo, encontrado nas primeiras fases do desenvolvimento embrionário, e que por processos de diferenciação celular, vai dando origem a todos os tipos de tecidos conjuntivos definitivos e também aos tecidos musculares. Surge a partir da mesoderme intra-embrionária.
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4.5 Células presentes no tecido conjuntivo frouxo
4.5.1 Células fixas
- Fibroblastos: células alongadas e ativas com muitas ramificações, responsáveis
pela formação das fibras de colágeno e elastina, de polissacarídeo e de proteínas
que compõem a substância intercelular amorfa. É rico em retículo endoplasmático
rugoso e aparelho de Golgi, apresentam núcleo ovóide relativamente grande.
Unem-se as fibras de colágeno pela proteína integrina.
- Fibrócitos: são células menores, menos ativas e com menos ramificações,
apresentam núcleo menor, fusiforme e mais escuro, pobre em retículo
endoplasmático rugoso e complexo de Golgi, mas rico em ribossomos livres.
Estas células podem diferenciar-se em células adiposas, condrócitos (durante a
formação de fibrocartilagem), e osteoblastos (em condições patológicas).
- Miofibroblasto: é uma célula parecida com o fibroblasto. A quantidade desta
célula é relativamente escassa, porém aumenta na presença de feridas, pois, tem
a função de contrair o tecido conjuntivo lesado e facilitar a cicatrização. Contem
filamentos de actina associados a miosina II, o que permite contrair-se.
- Macrófagos: são células grandes de formato irregular, com núcleo em
forma de rim. Caracteriza-se por apresentar grande capacidade de pinocitose e
fagocitose. Importantes nos mecanismos de defesa. Quando não estão em
atividade intensa, recebem o nome de histiócitos, tornando-se imóveis, com
formato fusiforme ou estrelado e com núcleo ovóide. O citoplasma apresenta
muitos lisossomos. São originados dos monócitos, que atravessam a parede das
vênulas e capilares, penetrando no tecido conjuntivo (monócito e macrófago são a
mesma célula em diferentes fases). No processo de transformação de monócito
em macrófagos, ocorre aumento na síntese de proteínas, do tamanho da célula,
do tamanho do aparelho de Golgi e do número de lisossomos, microtúbulos e
microfilamentos. Encontram-se em movimento ou aderidos às fibras colágenas.
Em processos de cicatrização, pode haver transformação de
fibrócitos em fibroblastos.
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- Mastócitos: células grandes, arredondadas ou ovóides, com núcleo
esférico e central. Citoplasma rico em grânulos que contêm heparina (um
aticoagulante) e histamina (substância liberada nas reações alérgicas e
inflamatórias, importante na dilatação e no aumento da permeabilidade dos vasos
sangüíneos). Participa da inflamação e tem um papel central na alergia.
- Célula adiposa: são células arredondadas que armazenam grande
quantidade de energia na forma de triglicerídeos (gordura), apresentando quase
todo o seu citoplasma ocupado por substância de reserva. O núcleo é periférico e
o citoplasma fica como uma delgada camada ao redor da gota de gordura. Pode
ocorrer isoladas ou em pequenos grupos nos tecidos conjuntivos frouxos ou,
agrupados em grande número, formando o tecido adiposo.
- Pericitos: estão localizados ao lado externo da parede dos capilares e das
pequenas vênulas, onde parecem circundá-los. Estas células têm longos
prolongamentos primários, localizados ao longo do eixo maior do capilar, e dos
quais saem prolongamentos secundários que envolvem o capilar e formam
algumas junções comunicantes com células endoteliais. Os pericitos compartilham
a lâmina basal das células endoteliais. Os pericitos possuem um pequeno
complexo de Golgi, mitocôndrias, REG, microtúbulos e filamentos que se
estendem para os prolongamentos. Estas células também contêm tropomiosina,
isomiosina e proteína quinase, todas relacionadas com o processo de contração
que regula o fluxo de sangue pelos capilares. Além, disso, depois de lesões, os
pericitos podem diferenciar-se tornando-se células musculares lisas e células
endoteliais das paredes de arteríolas e de vênulas.
4.5.2 Células transitórias
- Plasmócitos: células aproximadamente ovóide, com citoplasma rico em
ergastoplasma. O complexo de Golgi e os centríolos ficam ao lado do núcleo que
é esférico, não central e em forma de roda de carroça. São originados do linfócito
B. São os principais produtores de anticorpos, participando dos processos de
defesa do corpo. Pouco numerosos, exceto em locais sujeitos à penetração de
bactérias e proteínas estranhas (mucosa intestinal), aparecem em grande
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quantidade nas inflamações crônicas. Tempo de vida relativamente curto, 2 a 3
semanas.
- Leucócitos: ou glóbulos brancos, células de defesa, são constituintes
normais do tecido conjuntivo, vindos do sangue, através de vênulas e capilares
por diapedese. As diapedeses aumentam quando ocorrem invasões locais de
microrganismos. Os leucócitos mais freqüentes no tecido conjuntivo, são os
neutrófilos, eosinófilos e os linfócitos. Somente os linfócitos retornam ao sangue,
as demais células permanecem por um certo período e depois morrem.
Células presentes no tecido conjuntivo
4.6 Tipos de tecido conjuntivo:
São vários os tipos de Tecido Conjuntivo, formados pelos constituintes básicos
(fibras, células e matriz extracelular). Os nomes são dados conforme o
componente de maior quantidade ou a organização estrutural do tecido. São
classificados em:
??Tecidos conjuntivos embrionários
1. Tecido conjuntivo mesenquimatoso
2. Tecido conjuntivo mucoso
Células adventícias: são células mesenquimatosas indiferenciadas, que
ocorrem no tecido conjuntivo do adulto. Têm capacidade de originar as demais
células do tecido conjuntivo, com exceção dos leucócitos, macrófagos e
plasmócitos.
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??Tecido conjuntivo propriamente dito
1. Tecido conjuntivo frouxo
2. Tecido conjuntivo denso
a. Tecido conjuntivo denso não-modelado
b. Tecido conjuntivo denso
3. Tecido reticular
4. Tecido adiposo
??Tecido conjuntivo especializado
1. Cartilagem
2. Osso
3. Sangue
4.6.1 Tecido conjuntivo embrionário
Este tecido inclui o tecido conjuntivo mesenquimatoso e o tecido conjuntivo
mucoso.
4.6.1.1 Tecido conjuntivo mesenquimatoso: o tecido conjuntivo mesenquimatoso
somente está presente no embrião e é constituído por células mesenquimatosas
imersas em uma substância fundamental gelatinosa contendo fibras reticulares
dispersas. As células mesenquimatosas possuem núcleo oval com uma rede de
cromatina fina e nucléolo proeminente. O citoplasma, escasso e de coloração
clara, projeta pequenos prolongamentos em várias direções. Figuras mitóticas são
observadas com freqüência nas células mesenquimatosas, pois elas dão origem à
maioria das células do tecido conjuntivo frouxo. Acredita-se que, de modo geral,
uma vez dispersas pelo embrião, a maioria das células mesenquimatosas, se não
todas, sejam, eventualmente, exauridas e não mais existam como tal no adulto,
exceto na polpa dentária. Entretanto, no adulto, pericitos pluripotentes, presentes
ao longo de capilares, podem diferenciar-se em outras células do tecido
conjuntivo.
4.6.1.2 Tecido mucoso: é um tecido conjuntivo frouxo amorfo possuidor de uma
matriz composta basicamente por ácido hialurônico e esparsamente povoada por
fibras de colágeno do tipo I e do tipo II e por fibroblastos. Este tecido também
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denominado geléia de Wharton, somente é encontrado no cordão umbilical e no
tecido conjuntivo subdérmico do embrião.
4.6.2Tecido conjuntivo propriamente dito
4.6.2.1 Tecido conjuntivo frouxo: recebe esse nome porque suas fibras encontram-
se frouxamente distribuídas na matriz extracelular. Essas fibras são as elásticas,
colágenas e reticulares, sem predominância. É um tecido de propriedades gerais,
muito comum e o de maior quantidade no organismo. Preenche espaços não
ocupados por outros tecidos, apoia e nutre células epiteliais, envolve nervos,
músculos e vasos sangüíneos e linfáticos, faz parte da estrutura de muitos órgãos
e desempenha papel importante no isolamento de infecções localizadas e nos
processos de cicatrização. As células presentes nesse tecido são de vários tipos,
mas as predominantes são os fibroblastos e os macrófagos. Apresenta
consistência delicada, flexível e pouco resistente às trações.
Tecido conjuntivo frouxo
4.6.2.2 Tecido conjuntivo denso: formado pelos mesmos elementos que o
tecido frouxo, mas com predominância de fibras colágenas. É um tecido menos
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flexível que o frouxo e muito mais resistente às trações. Dependendo do modo de
organização das fibras colágenas, o tecido pode ser classificado em não-
modelado ou fibroso e modelado ou tendinoso.
- Não-modelado ou fibroso: fibras colágenas dispostas em feixes que não
apresentam orientação determinada. Ocorrem sob a forma de lâminas, sendo
exemplos desse tipo de tecido a derme, cápsulas que envolvem alguns órgãos,
como rins e fígado, o periósteo (osso) e o pericôndrio (cartilagem).
- Modelado ou tendinoso: fibras colágenas dispostas em feixes paralelos e
compactos, determinando estruturas resistentes à tensão. Ocorrem nos tendões,
estruturas cilíndricas, alongadas, brancas e inextensíveis, que ligam as
extremidades dos músculos esqueléticos aos ossos; nos ligamentos, são
semelhantes aos tendões, possuem fibras elásticas e colágenas, as quais estão
ordenadas de modo um tanto irregular
- Tecido elástico denso modelado: formado por feixes paralelos de fibras elásticas
grossas. O espaço entre estas fibras é ocupado por fibras colágenas e fibroblastos
achatados. A riqueza em fibras elásticas confere ao tecido elástico sua cor
amarela típica e uma grande elasticidade. O tecido elástico é pouco freqüente,
sendo encontrado, por exemplo, nos ligamentos amarelos da coluna vertebral, no
ligamento suspensor do pênis, na parede de grandes artérias, nas cordas vocais e
nas paredes de visceras ocas.
Tecido conjuntivo tendinoso
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4.6.2.3 Tecido reticular: neste tecido existe grande quantidade de fibras reticulares
formando um retículo, em que se encontram as células denominadas reticulócitos
ou células reticulares. É também denominado T. C. hemocitopoiético ou
hematopoiético, devido à propriedade de produzir células do sangue. Ocorre nos
nódulos linfáticos, amígdalas, adenóides, baço e timo, onde recebe o nome de
tecido linfóide, e na medula óssea vermelha, onde recebe o nome de tecido
mielóide. O tecido linfóide é rico em linfócitos, e o tecido mielóide é rico em células
precursoras de todos os elementos figurados do sangue: hemácias, leucócitos e
plaquetas.
4.6.2.4 Tecido adiposo: predominância de células adiposas (adipócitos) e
substância intercelular reduzida. Essas células podem ser encontradas isoladas
ou pequenos grupos no tecido conjuntivo comum, mas a maioria se agrupa no
tecido adiposo espalhado pelo corpo. É um tecido de ampla distribuição
subcutânea (ocorre embaixo da pele), que exerce funções de reserva de energia
(triglicerídeos), proteção contra choques mecânicos, isolamento térmico, de certa
forma modela o corpo das mulheres, as diferenciando dos homens. Ocorre
também ao redor de alguns órgãos, como rins e coração.Apresenta-se envolto por
um tecido conjuntivo frouxo, onde se localizam os vasos sangüíneos responsáveis
pela sua nutrição. A gordura é armazenada inicialmente em gotas separadas que
depois coalescem, dando origem à célula adiposa com apenas uma gota de
gordura bem desenvolvida. Quando o corpo mobiliza essa gordura, a célula
adiposa esvazia.
Tecido adiposo
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4.7.2 Tecido conjuntivo especializado
4.7.3.1 Tecido Cartilaginoso: também denominado cartilagem, apresenta
consistência firme, rígida, atuando como um dos tecidos de sustentação do corpo,
a cartilagem reveste superfícies articulares, facilitando os movimentos e atuando
como estruturas amortecedoras de choques mecânicos, é essencial para a
formação e o crescimento dos ossos longos. É formada por substância intercelular
denominada matriz e por células que recebem o nome de condroblastos – quando
em intensa atividade metabólica e de divisão – e de condrócitos – quando inertes.
Os condroblastos são responsáveis pela formação da matriz cartilaginosa,
que é composta por fibras colágenas, por fibras reticulares e por
mucopolissacarídeos associados à proteínas.
Não existem vasos sangüíneos e linfáticos nem nervos nas cartilagens,
sendo nutridas pelo pericôndrio (tecido conjuntivo denso não-modelado que
envolve a cartilagem) ou através do líquido sinovial das cavidades articulares. A
atividade metabólica da cartilagem é baixa.
A cartilagem é classificada em três tipos dependendo do tipo e da
quantidade de fibras: hialina, elástica e fibrosa.
- Cartilagem Hialina: apresenta matriz homogênea, com quantidade
moderada de fibras colágenas. Esse tipo de cartilagem é o mais comum e ocorre
no nariz, na laringe e nos anéis da traquéia e dos brônquios. No feto, a cartilagem
hialina é muito abundante, pois o esqueleto é inicialmente formado por esse
tecido, que posteriormente é substituído pelo tecido ósseo. Entre a diáfise e a
epífise dos ossos longos em crescimento observa-se o disco hipofisiário de
cartilagem hialina, responsável pelo crescimento do osso em extensão.
Cartilagem hialina
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- Cartilagem Elástica: apresenta, além das fibras colágenas, grande número de
fibras elásticas, o que a torna mais resistente à tensão do que a cartilagem hialina,
que não apresenta esse tipo de fibra. A cartilagem elástica é encontrada no
pavilhão auditivo, na trompa de Eustáquio, na epiglote e em algumas partes da
laringe.
Cartilagem elástica
- Cartilagem fibrosa ou fibrocartilagem: é um tecido rico em fibras colágenas. É
considerado um tecido de transição entre a cartilagem hialina e o tecido conjuntivo
denso modelado. Ocorre em associação com algumas articulações do corpo
humano e em pontos onde tendões e ligamentos fixam-se aos ossos. Está
sempre associado ao tecido conjuntivo denso, sendo imprecisos os limites. Não
apresenta pericôndrio, a nutrição ocorre através do líquido sinovial.
Cartilagem fibrosa
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4.7.3.1 Tecido Ósseo: forma o esqueleto dos vertebrados, onde é o tecido mais
abundante, exercendo importante função de sustentação. Os ossos são órgãos
que apresentam, além do tecido ósseo predominante, outros tipos de tecido
conjuntivo, como o fibroso, o reticular (medula óssea vermelha), o adiposo, o
cartilaginoso, o sangue e o tecido nervoso.
Por ser uma estrutura inervada e irrigada, os ossos apresentam grande
sensibilidade, alto metabolismo e capacidade de regeneração.
Os ossos contêm uma cavidade central, a cavidade da medula, que
hospeda a medula óssea, um órgão hematopoiético.
Exceto nas articulações sinoviais, a superfície externa do osso é recoberta
pelo periósteo, que é constituído por uma camada celular interna contendo células
osteoprogenitoras (osteogênicas). A cavidade central de um osso é revestida pelo
endósteo, um tecido conjuntivo delgado especializado composto por uma
monocamada de células osteoprogenitoras e de osteoblastos.
O tecido ósseo apresenta-se formado por células e por material intercelular
denominado matriz óssea.
A matriz óssea dos ossos de indivíduos adultos é composta por
aproximadamente 65% de substâncias inorgânicas (fosfato de cálcio – mais
abundante; fosfato de magnésio e carbonato de cálcio) que dão rigidez e por 35%
de substâncias orgânicas (90% fibras colágenas e o restante de
mucopolissacarídeos) que dão flexibilidade.
4.7.3.2.1 Características das células ósseas
- Osteoprogenitoras: localizam-se na camada celular interna do periósteo,
revestindo canais de Havers e no endósteo. Estas células, derivadas do
mesênquima embrionário, podem passar por divisões mitóticas e têm o potencial
de se diferenciar em osteoblastos. Além disso, em certas condições de baixa
tensão de oxigênio, estas células osteoprogenotiras são fusiformes e têm um
núcleo oval pouco corado; seu citoplasma escasso e fracamente corado apresenta
um REG escasso e um aparelho de Golgi pouco desenvolvido, mas abundância
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de ribossomos livres. Estas células são mais ativas durante o período de
crescimento ósseo intenso.
- Osteoblastos: células jovens, com intensa atividade metabólica e responsáveis
pela produção da parte orgânica da matriz. Em ossos já formados, elas ocorrem
na periferia, sendo que durante a formação dos ossos, à medida que ocorre a
calcificação da matriz, os osteoblastos acabam ficando em lacunas, denominadas
osteoplastos, diminuem sua atividade metabólica e passam a osteócitos.
- Osteócitos: células adultas. Atuam na manutenção dos constituintes químicos da
matriz em níveis normais. As ramificações dos osteoblastos (prolongamentos
citoplasmáticos) formam canalículos que permitem a difusão de solutos de uma
célula para outra.
- Osteoclastos: células grandes, multinucleadas, originadas dos monócitos do
sangue. Após deixarem os capilares sangüíneos, os monócitos se fundem e
formam os osteoclastos. Eles estão relacionados com a reabsorção da matriz e
com os processos de regeneração do tecido após fraturas. Eles digerem a matriz
óssea, e os osteoblastos reconstroem os ossos, que estão em constante
remodelação em função de pressões recebidas e do envelhecimento.
Ação dos osteoclastos
7.7.3.2.2 Tipos de tecidos ósseos:
Com base na sua estrutura macroscópica, o tecido ósseo permite a
classificação dos ossos em esponjoso ou reticulado e o compacto ou denso. Os
dois apresentam o mesmo tipo de célula e de substância intercelular, diferindo
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entre si apenas na deposição de seus elementos e na quantidade de espaços
medulares. Normalmente ocorrem juntos nos ossos.
- Tecido ósseo esponjoso: apresenta espaços medulares mais amplos, sendo
formado por várias trabéculas, que dão aspecto poroso ao tecido.
- Tecido ósseo compacto: praticamente não apresenta espaços medulares,
existindo, no entanto, além de canalículos, um conjunto de canais que são
percorridos por nervos e vasos sangüíneos: canais de Volkmann e canais de
Havers.
Os canais de Volkmann partem da superfície externa ou interna do osso,
possuindo uma trajetória perpendicular ou oblíqua em relação ao eixo maior do
osso. Esses canais comunicam-se com os canais de Havers, que percorrem o
osso longitudinalmente e podem intercomunicar-se por projeções laterais. Em
volta dos canais de Havers, observam-se várias lamelas concêntricas de
substâncias intercelular e de células ósseas. O conjunto é denominado Sistema de
Havers ou sistema haversiano.
Osso compacto
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7.7.3.2.3 Formação dos ossos: de acordo com a origem embriológica, há dois
processos básicos de formação do osso: ossificação intramembranosa ou
conjuntiva e assificação endocondral ou intracartilaginosa.
- Ossificação intramembranosa ou conjuntiva ocorre dentro de tecido
mesenquimatoso, a partir de uma membrana de tecido conjuntivo embrionário
(molde de tecido cartilaginoso hialino), originando os ossos chatos e curtos. Nessa
membrana conjuntiva, surgem centros de ossificação caracterizados pela
transformação de células mesenquimatosas em osteoblastos, que produzem
grande quantidade de fibras colágenas. Esses centros vão aumentando, tendo
início a deposição de sais inorgânicos. À medida que isso ocorre, os osteoclastos
ficam em lacunas, transformando-se em osteócitos.
As “moleiras” encontradas na caixa craniana de recém-nascidos
representam pontos que ainda não sofreram ossificação. O crescimento da caixa
craniana é possível devido à ação dos osteoclastos, que reabsorvem a matriz
óssea.
Ossificação intramembranosa
- Ossificação endocondral ou cartilaginosa é o processo mais comum de formação
de osso. Ela se caracteriza pela remoção de uma base cartilaginosa, que é
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substituída por osso. Não ocorre transformação de cartilagem em osso, mas, uma
substituição. Normalmente é a cartilagem hialina. Exemplo, formação do fêmur. A
ossificação começa no centro e ao redor do molde de cartilaginoso e dirige-se
para as extremidades, onde também tem início a formação de centros de
ossificação. Mesmo depois de terminado o processo de ossificação, ainda
permanecem regiões com cartilagem no interior do osso, que mantêm a
capacidade de crescimento longitudinal.
Ossificação endocondral
5 SANGUE – Tecido conjuntivo de transporte
5.1Características:
- Massa líquida;
- Substância intercelular é líquida;
- Sangue venoso – vermelho escuro e o sangue arterial – vermelho vivo;
- Volume: 5 a 6 litros – 8% do peso corporal (pessoa de tamanho médio, normal)
- Formado por duas fases: os glóbulos sangüíneos e o plasma;
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- Funções: transporte (substâncias nutritivas, gases respiratórios, excretas,
hormônios, enzimas, anticorpos e sais), garante o equilíbrio hídrico e osmótico e
mantém o equilíbrio ácido-base (efeito tampão), termorregulador e proteção.
5.2 Componentes do sangue:
5.2.1 Plasma:
O principal componente do plasma é a água, que constitui cerca de 90% do
volume. As substâncias orgânicas compõem de 9 a10% e são representadas
pelas albuminas, globulinas (gamaglobulinas), fibrinogênio, protrombina,
aglutininas, enzimas, anticorpos, hormônios, vitaminas, colesterol, triglicérides,
uréia, ácido úrico, creatina e as substâncias inorgânicas compõem 0,9% do seu
volume, predominando os íons de sódio, cloro, potássio, cálcio e fosfato.
O componente fluido do sangue sai dos capilares e de pequenas vênulas e
penetra nos espaços do tecido conjuntivo formando o fluido extracelular que, desta
maneira, tem uma composição de eletrólitos e pequenas moléculas semelhantes à
do plasma. Entretanto, a concentração de proteínas do fluido extracelular é muito
mais baixa do que a do plasma, pois é dificil, até mesmo para pequenas proteínas
como a albumina, cruzar o revestimento endotelial de um capilar. Realmente, a
albumina é a principal responsável pela pressão osmótica coloidal do sangue, ou
seja, a força que mantém normais o volume do sangue e do fluido intersticial.
5.2.1.1 Origem e função das proteínas do sangue
- Albumina: são propduzidas no fígado, sua função é manter a pressão
osmótica coloidal e transportar alguns metabólitos insolúveis.
- Globulinas: as globulinas ? e ? são produzidas no fígado, com função de
transportar íons metálicos, lipídios ligados a proteínas e vitaminas lipossolúveis. A
globulina ?, é produzida nos plasmócitos e tem como função a produção de
anticorpos da defesa imunológica.
- Proteínas de goagulação (protrombina, fibrinogênio, globulina
aceleradora...): são produzidas no fígado e têm como função a formação de
filamentos de fibrina.
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- Proteínas do complemento (C1 e C9): são produzidas no fígado e a função
é a destruição de microorganismos e início de inflamação.
- Lipoproteínas do plasma: os quilomícrons são produzidos nas células
epiteliais do intestino e têm como função transporte de triglicerídios para o fígado;
a lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL) é produzida no fígado e tem como
função o transporte de triglicerídios do fígado para as células do corpo; a
lipoproteína de baixa densidade também é produzida no fígado e tem como função
o transporte de colesterol do fígado para as células do corpo.
5.2.2 Glóbulos Sangüíneos
Os glóbulos sangüíneos são representados pelos eritrócitos ou hemácias
(42-47%), as plaquetas e diversos tipos de leucócitos (1%) (granulócitos ou
agranulócitos).
5.2.2.1 Eritrócitos Ou Hemácias:
- Em humanos têm a forma de disco bicôncavo (proporciona grande superfície em
relação ao seu volume – facilita as trocas gasosas);
- Durante seu desenvolvimento e maturação as células precursosas das hemácias
expelem seu núcleo e suas organelas, portanto as hemácias maduras são
anucleadas, fato pelo qual não se nutrem e nem se reproduzem;
- São constantemente repostas, o tempo de vida é de aproximadamente 120 dias,
quando atingem essa idade, elas apresentam um grupo de oligossacarídios em
sua superfície sendo então digeridas pelos macrófagos, principalmente no baço;
- Durante o tempo de vida das hemácias, as mesmas percorrem todo o sistema
circulatório pelo menos 100.000 vezes, passando por inúmeros capilares cuja luz
é menor que seu diâmetro, passam facilmente pelas bifurcações dos capilares
mais finos, sem se romperem, isto só é possível devido a sua flexibilidade, sendo
que a membrana celular e o citoesqueleto mantém a integridade da célula;
- A concentração normal de hemácias nas mulheres é de 4,5 milhões por mm3 e
nos homens é de 5,5 milhões por mm3;
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- As hemácias são ricas em hemoglobina, pigmento formado por um radical
heme, com um átomo de ferro, associado a um polipeptídio (globina – proteína
simples), o radical heme é responsável pela cor. Atua no transporte de gases
respiratórios;
- São produzidas na medula óssea vermelha;
- Uma hemácia pode ter cerca de 280 milhões de moléculas de hemoglobina;
- Nos pulmões, a pressão de O2 é alta, cada molécula de hemoglobina combina-
se com 4 moléculas O2, formando a oxi-emoglobina. O O2 será transferido para os
tecidos, onde a pressão de O2 é menor. A hemoglobina combina-se também com
o CO2 (produzido nos tecidos) constituindo a carbamino-hemoglobina. A maior
parte do CO2 é transportado dissolvido no plasma.
5.2.2.2 Leucócitos:
- Os leucócitos são células especializadas na defesa do organismo;
- São incolores, com forma esférica;
- Apresentam variação em número, forma, tamanho e funções;
- Pertencem ao tecido sangüíneo temporariamente, utilizando-o apenas como um
meio de transporte, quando chegam ao seu destino realizam diapedese, penetram
no tecido conjuntivo e realizam suas funções;
- A concentração no adulto normal é de 6.000 a 10.000 mm3 .
- Dependendo da forma do núcleo e das granulações do citoplasma, classificam-
se em: Agranulócitos (linfócitos e monócitos) e Granulócitos (neutrófilos,
eosinófilos e basófilos). Os grânulos denominados azurófilos, são lisossomos.
Agranulócitos:
Os leucócitos agranulócitos revelam um citoplasma homogêneo, sem
granulações, e se formam em órgãos linfóides, como o baço, o timo e a imensa
rede de glânglios linfáticos.
- Linfócitos: apresenta núcleo mais ou menos esférico e grande, ocupando boa
parte da célula. Apresenta citoplasma basófilo. Alta capacidade de produção de
anticorpos, representando relevante papel nos mecanismos imunitários do
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organismo. Formado no timo, baço e nos gânglios linfáticos ou linfonodos, além de
outras estruturas, como amígdalas, parede intestinal e apêndice cecal. Os
linfócitos encontram-se no sangue circulante, em condições normais, numa taxa
variável entre 20 e 25% do número global dos leucócitos, o que representa 1.500
a 2.500/mm3. Admite-se que os plasmócitos do tecido conjuntivo sejam linfócitos
que migraram do sangue. O tempo de vida varia, alguns vivem apenas alguns
dias, enquanto outros vivem durante muitos anos.
Há variedades diferentes de linfócitos, os principais são os Linfócitos B e T.
Linfócito T - sua superfície contém receptores T, que não são imunoglobulinas; é
especializado em reconhecer antígenos ligados à superfície de outras células.
Sabe-se, hoje, que o vírus da AIDS ataca diretamente os Linfócitos T,
conseguindo, com isso, aniquilar o principal recurso de defesa orgânica do
indivíduo.
Linfócito B – apresenta imunoglobulinas na superfície, quando ativado por
antígeno específico prolifera por mitoses e se diferencia em plasmócitos que
secretam grande quantidade de anticorpos; algumas das células ativadas originam
os linfócitos B da memória imunológica.
- Monócitos: são as maiores celulas do sangue circulante, mononucleados, núcleo
segmentado, origem linfocitária (formado nos órgãos linfóides). Representam 3 a
8% dos glóbulos brancos, com um número de 200 a 800/mm3. Atuam na defesa
do organismo por fagocitose. Permanecem alguns dias no tecido sangüíneo e
vários meses no tecido conjuntivo. Depois que os monócitos realizam diapedese
e atingem o tecido conjuntivo se transformam em macrófagos, os quais realizam
fagocitose.
Granulócitos:
Os leucócitos granulócitos têm origem mielóide ou mielocítica (formados
pela medula óssea vermelha), providos de um citoplasma bastante granuloso e
que atuam nos mecanismos de defesa, praticando fagocitose dos
microorganismos invasores. De acordo com as suas afinidades tintoriais por
corantes neutros, ácidos ou básicos, são classificados em neutrófilos, acidófilos e
os basófilos.
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- Neutrófilos: polimorfonuclear, têm núcleo formado por dois a cinco lóbulos
(freqüentemente três), ligados entre si por finas pontes de cromatina. O
citoplasma mostra afinidade por corantes neutros, como o vermelho neutro e azul
de metileno. São os leucócitos mais abundantes e mais ativos no sangue
circulante, cerca de 60 a 70% da série branca, o que representa 3.500 a
7.000/mm3. O tempo de vida é de menos que uma semana. Constituem
importante defesa celular contra a invasão de microorganismos, elas apresentam
em seus grânulos, várias enzimas e farmacológicos que auxiliam nas funções
antimicrobianas. No sangue são esféricos e não fagocitam, mas se tornam
amebóides e fagocitários tão logo toquem um substrato sólido sobre o qual
passam a emitir seus pseudópodes.
- Acidófilos (eosinófilos): apresenta núcleo bilobulado. Se cora com a eosina
(corante ácido). Encontrado no sangue humano normal numa porcentagem de 2 a
4%, o que representa um número de 150 a 400/mm3. O tempo de vida é menor
que duas semanas. Seu número aumenta muito nos processos alérgicos ou
parasitários, pois, suas funções são fagocitose do complexo antígeno-anticorpo e
destruição de parasitos.
- Basófilos: apresenta núcleo volumoso, com forma retorcida e irregular,
geralmente com aspecto de letra S. São menos numerosos, representam cerca de
1% dos glóbulos brancos, com um número de 50 a 100/mm3. Em camundongos o
tempo de vida é de 1 a 2 anos. Produzem heparina (anticoagulante) e histamina
(substância vaso dilatadora liberada nos estados alérgicos). A função é
semelhante aos mastócitos mediando respostas inflamatórias.
5.2.2.3 Plaquetas:
As plaquetas são corpúsculos anucleados, com forma de disco, derivados
de células gigantes e poliplóides da medula óssea, os megacariócitos. A
membrana apresenta numerosos receptores e um glicocálix espesso. Promovem
a coagulação do sangue, auxiliando na reparação da parede dos vasos
sangüíneos, evitando hemorragia. Normalmente existem de 200.000 a
300.000/mm3 . Vivem aproximadamente 10 dias.
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Células sangüíneas
Pocesso de Coagulação:
Aglutinação de substâncias, geralmente por ação de enzimas. As enzimas
promovem a quebra das ligações que fazem a estrutura quaternária das
proteínas. Assim as moléculas protéicas se desnaturam, perdem o seu contorno e
sua carga elétrica, assim param de se repelir e se agrupam, formando uma
massa volumosa precipitável, que é o coágulo, ocorre também o encalhe nessa
rede de imenso número de células (hemácias e leucócitos) e plaquetas, o que dá
origem ao trombo ou coágulo.
A coagulação consiste numa seqüência de reações desencadeadas por
bruscas variações físico-químicas, em locais de rupturas dos vasos sangüíneos,
onde imediatamente se aglomeram as plaquetas. Os tecidos com lesões e as
plaquetas liberam a tromboplastina (tromboquinase), que, em presença de íons
de cálcio, catalisa a trasnformação da protrombina (do plasma) em trombina. A
trombina converte então o fibrinogênio (também do plasma) em fibrina, que é a
proteína insolúvel, de estrutura filamentar.
Existem inúmeras outras substâncias relacionadas ao mecanismo químico da
coagulação, sendo chamadas fatores de coagulação. É o caso da globulina anti-
hemofílica.
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Qualquer agente que favoreça a coagulação pode ser chamado anti-hemorrágico
ou hemostático. No plasma, a presença de íons Ca++ livres e de vitamina K
garante uma coagulação normal do sangue. Por isso, a vitamina K é chamada
anti-hemorrágica. Especificamente ela atua na síntese de protrombina.
Tecidos com lesões ? Plaquetas aglomeradas
? Tromboplastina
Protrombina ? Trombina
Ca++ (plasma) ?
Fibrina ? Fibrinogênio
(plasma)
Processo de coagulação
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6 TECIDO MUSCULAR
6.1 Origem: mesodérmica
6.2 Características:
- Formado por células que apresentam capacidade de se contraírem;
- As células dos músculos são alongadas, apresentam grande quantidade de
filamentos citoplasmáticos e são denominadas fibras musculares;
- Apresenta células altamente especializadas em uma única função, com
propriedade de contração e distensão de suas células;
- Os organismos utilizam a contração das células musculares e a disposição dos
componentes extracelulares dos músculos para tornar possíveis a locomoção, a
constrição, o bombeamento e outros movimentos de propulsão.
6.3 Nomenclatura:
As células musculares apresentam uma nomenclatura particular para
designar suas estruturas, a célula é denominada fibra; o citoplasma é o
sarcoplasma; a membrana plasmática é o sarcolema; as fibrilas contráteis são as
miofibrilas.
O sarcoplasma é mais desenvolvido nas regiões ao redor do núcleo. Com
retículo endoplasmático desenvolvido, mitocôndrias, complexo de Golgi,
ribossomos e inclusões de glicogênio.
As mitocôndrias são numerosas, dispondo-se enfileiradas entre as
miofibrilas. Estas são longitudinais, podendo ou não apresentar estriações
transversais. A propriedade de contração da fibra é devido ao encurtamento das
miofibrilas.
O núcleo é único, oval e central nas fibras musculares lisas. Nas fibras
musculares estriadas, há vários núcleos em posição periférica.
6.4 Composição química das fibras:
Como qualquer outra célula, apresentam uma predominância de proteínas
responsáveis pela contração, que são a actina e a miosina.
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A mioglobina é outra proteína, de estrutura e propriedade semelhante a
hemoglobina. Dá a cor vermelha ao músculo.
São duas as substâncias musculares energéticas: ATP e a fosfocreatina.
Há também glicose e glicogênio. Garantindo a excepcional atividade metabólica
do músculo, há inúmeras enzimas, íons de cálcio e fosfato livres.
6.4.1 Tipos de fibras (células) musculares:
6.4.1.1 Fibra estriada: as células estriadas são formadas no embrião através da
fusão dos mioblastos que produzem uma célula muscular multinucleada pós-
mitótica. São longas, com forma filamentar, cilíndricas, multinucleadas e estriadas,
o tamanho atinge alguns centímetros. O diâmetro varia de 10 a 100?m. O
sarcolema é envolto por uma lâmina basal e células satélites, este projeta longos
processos digitiformes (túbulos T) para o sarcoplasma. Apresenta muitos núcleos
(sincício), localizados na periferia da célula. O sarcoplasma é ocupado por 80% de
miofibrilas circundadas por mitocôndrias. A contração é rápida, vigorosa e
voluntária e formam pacotes bem definidos, os músculos esqueléticos. A cor das
fibras vai de rosa a vermelho, pelo seu rico suprimento vascular e pela presença
dos pigmentos de mioglobina.
6.4.1.2 Fibra cardíaca: as células cardíacas ou cardiócitos são cilíndricas e
ramificadas, com tamanho que varia de 80 a 100?m de comprimento e com núcleo
central e único. Apresentam estrias transversais e discos intercalares, contração
rápida, vigorosa, rítmica e involuntária, formam as paredes do coração
(miocárdio). Estas fibras musculares se originam no embrião através da fusão de
células alongadas, os mioblastos.
6.4.1.3 Fibra Lisa: as células são fusiformes, delgadas e com núcleo central. O
tamanho é de 100? m de comprimento. O sarcolema contém mitocôndrias,
ribossomos, retículo endoplasmático rugoso, um aparelho de Golgi, grande
quantidade de vesículas de pinocitose que controlam a entrada e saída de cálcio e
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uma rede de filamentos espessos de miosina, filamentos delgados de actina e
filamentos intermediários constituídos de desmina e vimentina. Apresentam
invaginações da membrana plasmática (cavéolas), que funcionam como um
sistema de túbulo T primitivo. As células estão unidas entre si por junções
comunicantes que são importantes na transmissão do impulso de uma célula a
outra, que por sua vez, permitem a contração sincrônica do músculo liso. A lâmina
basal circunda cada célula muscular e atua transmitindo as forças produzidas por
cada célula. As células são mantidas juntas por uma rede delicada de fibras
reticulares. Apresentam contração lenta e involuntária e formam camadas
envolvendo os órgãos.
Tipos de músculos
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6.5 Tecido muscular estriado:
As fibras musculares estão dispostas paralelamente umas às outras, e os
espaços intercelulares entre elas acomodam conjuntos de capilares contínuos.
Cada fibra muscular estriada é percorrida longitudinalmente por várias miofibrilas
compostas por dois tipos de filamentos, dispostos de maneira ordenada: os
miofilamentos de actina, que são finos, e os miofilamentos de miosina, que são
mais espessos. A actina e miosina estão ligadas a membrana plasmática através
de diversas proteínas. A disposição desses miofilamentos dá origem a faixas
claras, que se alternam com faixas escuras, dando o aspecto estriado da fibra.
Os miofilamentos de miosina estão dispostos de tal forma a dar origem a
uma faixa escura chamada faixa A (banda A) ou anisotrópica, e os miofilamentos
de actina dão origem a uma faixa mais clara, chamada faixa I (banda I) ou
isotrópica.
À medida que a fibra muscular contrai-se, a faixa I diminui, chegando a
desaparecer totalmente na célula contraída. A faixa A, no entanto, mantém seu
comprimento.
Dentro da faixa A de uma fibra descontraída, existe uma região mais clara,
denominada zona H, e dentro da faixa I existe uma linha que se cora mais
intensamente, denominada linha Z. A zona H representa apenas os miofilamentos
de miosina, pois na fibra descontraída os miofilamentos de actina penetram
parcialmente na faixa A. A linha Z corresponde a várias uniões entre dois
filamentos de actina. O segmento entre duas linhas Z consecutivas é chamada de
sarcômero e corresponde à unidade contrátil da fibra muscular, pois é a menor
porção da fibra muscular com capacidade de contração e distensão. Durante a
contração muscular, o sarcômero diminui, devido à aproximação das duas linhas
Z, e a zona H chega a desaparecer.
Constatou-se, por meio da microscopia eletrônica, que o sarcolema da fibra
muscular sofre invaginações, formando túbulos anastomosados que envolvem
cada conjunto de miofibrilas. Essa rede foi denominada sistema T, pois as
invaginações são perpendiculares às miofibrilas. Esse sistema é responsável pela
contração uniforme de cada fibra muscular estriada, não ocorrendo nas fibras lisas
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e sendo reduzido nas fibras cardíacas. O retículo sarcoplasmático
(endoplasmático liso) é bem desenvolvido, formando uma rede de túbulos
membranosos que se dispõem ao redor das miofibrilas e de modo paralelo a elas.
As miofibrilas do músculo estriado contêm quatro proteínas principais:
miosina, actina, tropomiosina e troponina. A miosina e a actina, juntas,
representam 55% do total de proteínas do músculo estriado.
6.5.1 Contração e relaxamento do músculo estriado As células nervosas entram em contato com as células musculares por
meio das chamadas placas motoras.
A chegada do estímulo nervoso desencadeia alteração de permeabilidade
das membranas do retículo sarcoplasmático (despolariza), que passam a bombear
ativamente íons cálcio (normalmente armazenados nesse retículo) para o
hialoplasma.
No hialoplasma, os íons cálcio se ligam à unidade da troponina alterando
sua conformação.
A mudança de conformação da troponina desloca a tropomiosina para uma
posição mais profunda no sulco, desmascarando o sítio ativo (sítio de ligação da
miosina) da molécula de actina.
O ATP presente na miosina é hidrolisado. Nessa reação, o ATP é
transformado em ADP + Pi (fosfato inorgânico), e a energia é usada para
promover o deslizamento dos feixes de actina sobre os feixes de miosina: é a
contração da célula.
Uma nova molécula de ATP liga-se a miosina, causando a liberação da
ligação da actina com a miosina.
Enquanto houver íons cálcio e ATP no hialoplasma, as contrações
prosseguem.
As células musculares são ricas em mitocôndrias, que lhes fornecem
grande quantidade de ATP. Na contração muscular, parte do ATP que é
transformado em ADP cede seu radical fosfato a uma substância denominada
creatina, dando origem à fosfocratina. Este é um composto altamente energético
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que atuam nessas células como uma reserva de energia. Havendo necessidade, a
fosfocreatina cede fosfato para o ADP, formando ATP.
A energia armazenada nas moléculas de ATP e fosfocreatina, vêm do ácido
graxo e glicose.
Sarcômero
Processo de contração muscular
6.6 Os músculos
Os músculos são formados por feixes de células muito longas (até 30 cm),
cilíndricas e multinucleadas, com um diâmetro que varia de 10 a 100 ?m,
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chamadas fibras musculares estriadas. Estas fibras musculares se originam no
embrião através da fusão de células alongadas, os mioblastos.
Um músculo estriado (esquelético) é formado por inúmeros feixes de fibras
(células) envoltos por tecidos conjuntivos que tomam a forma de membranas.
Nesse tecido conjuntivo estão distribuídos nervos e vasos sangüíneos.
Envolvendo cada fibra muscular há uma fina camada de feixes reticulares
(reticulina), chamada endomísio. Várias fibras musculares, que formam um feixe,
são envolvidas por outra camada, mais espessa, de reticulina e colágeno, que é o
perimísio. O músculo todo, por sua vez, é envolvido por uma resistente membrana
de tecido fibroso, o epimísio.
O tecido conjuntivo mantém as fibras musculares unidas, permitindo que a
força de contração gerada por cada fibra individualmente atue sobre o músculo
inteiro. Também é através do tecido conjuntivo que a força de contração do
músculo, se transmite a outras estruturas como tendões, ligamentos e ossos.
Os vasos sangüíneos penetram no músculo através dos septos de tecido
conjuntivo e formam uma rica rede de capilares que correm entre as fibras
musculares.
Cada fibra muscular apresenta perto de seu centro uma terminação nervosa
motora, a chamada placa motora.
6.6.1 Tipos de fibras musculares esqueléticas
Existem três tipos de fibras musculares esqueléticas: a vermelha, a branca
e a intermediária. A maioria dos músculos esqueléticos contém uma mistura dos
três tipos de fibras. Numa unidade motora, todas as miofibras são do mesmo tipo.
As fibras vermelhas ou fibras do tipo I, são encontradas nas unidades
motoras de contração lenta, têm um diâmetro relativamente pequeno, são ricas
em mitocôndrias e sarcoplasma contendo mioglobina. Sua energia é obtida
principalmente da fosforilação oxidativa de ácidos graxos. São fibras resistentes à
fadiga e adaptadas para contrações continuadas e atividade muscular prolongada
(p. ex., manutenção da postura).
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As fibras brancas ou fibras do tipo II, são encontradas nas unidades
motoras de contrações rápidas e descontínuas. São relativamente grandes, com
pouca mitocôndria, contêm pouca mioglobina. Geralmente são responsáveis pelo
movimento (p. ex., músculo extraocular). As fibras do tipo II podem ser divididas
nos tipos II A, B e C. As fibras do tipo II B são as mais rápidas e dependem
principalmente da glicólise como fonte de energia.
As fibras intermediárias possuem características intermediárias entre as
fibras vermelhas e as fibras brancas. Nos humanos, os músculos consistem em
uma mistura dos três tipos.
Músculo estriado esquelético
6.7 Tecido Muscular Cardíaco
O tecido muscular cardíaco forma o músculo do coração. Apesar de
apresentar estrias transversais, suas fibras contraem-se independentemente da
nossa vontade, de forma rápida e rítmica, é encontrado no coração e nas veias
pulmonares, no local em que elas se juntam ao coração.
O miocárdio é constituído por uma rede de células musculares cardíacas
ramificadas e anstomosadas dispostas em camadas (lâminas). Estas lâminas
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estão separadas uma das outras por delicadas lâminas de tecido conjuntivo, que
contêm vasos sangüíneos, nervos e o sistema de condução do coração.
Capilares derivados destes ramos vasculares invadem o tecido conjuntivo
intercelular e formam uma rica e densa rede de leitos capilares envolvendo cada
célula muscular cardíaca.
O músculo cardíaco difere dos músculos esquelético e liso por possuir um
ritmo intrínseco, assim como a capacidade de contração espontânea. Um sistema
de células musculares cardíacas modificadas adaptou-se para assegurar a
coordenação de suas ações contráteis.
A organização das proteínas contráteis é idêntica à organização encontrada
no músculo esquelético. Entretanto, as citomembranas apresentam algumas
diferenças:
1. os túbulos T são encontradas no nível da Liza Z e são substâncialmente
maiores e mais numerosos que aqueles do músculo esquelético.
2. O retículo endoplasmático não é tão extenso quanto no músculo esquelético.
3. As mitocôndrias são mais abundantes no músculo cardíaco do que no
músculo esquelético, as quais ocupam 40% do volume citoplasmático, e contêm
numerosas cristas.
4. As células são unidas pelas extremidades por complexos juncionais
especializados chamados de discos intercalares. Os discos intercalares possuem
um aspecto escalariforme, com porções transversais perpendiculares ao eixo
maior da célula e porções longitudinais paralelas às miofibrilas.
O componente transversal é representado pela Linha Z e consiste em (1)
desmossomos que unem as células musculares cardíacas, impedindo que elas se
separem sob a atividade contrátil do coração, e (2) as zônulas de adesão que
servem para ancorar os filamentos de actina dos sarcômeros terminais, as
mesmas contém actinina-? e vinculina e fornece um sítio de inserção para os
filamentos delgados de actina do último sarcômero de cada cardiócito.
As junções comunicantes, restritas à porção longitudinal do disco intercalar,
permitem a comunicação iônica entre as células e a contração sincrônica do
músculo.
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As fibras de Purkinje, ricas em glicogênio, são fibras terminais
especializadas do sistema de condução do coração. Quando comparadas às
fibras contráteis, as fibras de Purkinje são maiores, pouco coradas e contêm
poucas miofibrilas.
As fibras musculares cardíacas são mononucleadas, apresentando o núcleo
na região central. Nessas fibras ocorrem também miofilamentos de actina e de
miosina, que não se apresentam, no entanto, com disposição tão regular como
aquela apresentada pelas fibras musculares estriadas.
No coração existe uma rede de células musculares cardíacas modificadas,
acopladas às outras células musculares do órgão, que têm papel importante na
geração e condução do estímulo cardíaco, de tal modo que as contrações dos
átrios e ventrículos ocorrem em determinada seqüência, permitindo ao músculo
cardíaco exercer com eficiência a sua função de bombeamento do sangue.
Músculo cardíaco
6.8 Tecido muscular liso:
O músculo liso é encontrado nas paredes de visceras ocas, como por
exemplo no trato gastrointestinal, algumas do trato reprodutivo, e trato urinário,
nas paredes de vasos sangüíneos, nos grandes dutos de glândulas compostas,
nas passagens respiratórias e em pequenos feixes na derme da pele.
Além de suas funções contráteis, alguns músculos lisos são capazes de
efetuar síntese protéica exógena. Entre as substâncias fabricadas pelas células
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lisas para utilização extracelular estão colágeno, elastina, glicosaminoglicanos e
fatores de crescimento.
O músculo liso não apresenta placas motoras, os axônios formam
dilatações que apresentam vesículas sinápticas;
6.8.1 Controle da contração do músculo liso
As fibras apresentam feixes de miofilamentos que se cruzam em todas as
direções, formando uma trama tridimensional;
O arranjo das proteínas contráteis e o mecanismo de contração do músculo
liso diferem daqueles observados para o músculo esquelético e o cardíaco.
1. Os filamentos de actina e de miosina não estão organizados em
sarcômeros como no músculo esquelético e no músculo cardíaco.
2. As células musculares lisas não contêm troponina, mas contêm a
tropomiosina que se une e estabiliza os filamentos de actina.
3. Os íons de Ca2+ , que iniciam a contração, derivam do exterior da célula em
vez do retículo sarcoplasmático.
4. A quinase da cadeia leve da miosina, ao contrário da troponina, que não
está presente nas células musculares lisas, é responsável pela sensibilidade ao
Ca2+ das fibras contráteis do músculo liso.
No músculo liso, os filamentos de actina e os filamentos associados à
miosina se ligam ao citoplasma e aos corpos densos da membrana plasmática,
representando o equivalente à linha Z do músculo estriado. Os corpos densos
estão unidos à membrana plasmática por intermédio dos filamentos intermediários
de desmina e de vimentina. Quando o complexo actina-miosina se contrai, sua
ligação com os corpos densos determina o encurtamento da célula.
A fosforilação cálcio-dependente das cadeias leves reguladoras da
miosina é responsável pela contração do músculo liso.
A fosforilação da miosina tipo II ocasiona seu despregueamento e
associação em filamentos, o sítio de ligação da actina na cabeça da miosina é
exposto e a miosina pode se unir aos filamentos de actina para produzir contração
celular.
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O músculo liso pode ser estimulado a se contrair pela estimulação
nervosa, estimulação hormonal ou estiramento. Por exemplo, a oxitocina
intravenosa estimula a contração da musculatura uterina durante o parto.
Em resposta a um estímulo apropriado, há um aumento de Ca2+
citoplasmático. O Ca2+ se liga a calmodulina. O complexo Ca2+ -calmodulina ativa a
quinase da cadeia leve da miosina, que catalisa a fosforilação da cadeia leve de
miosina. Quando os níveis de Ca2+ diminuem, a cadeia leve de miosina é
enzimaticamente desfosforilada e o músculo relaxa.
O músculo liso não está sob controle voluntário; ele é regulado pelo
sistema nervoso autônomo, por hormônios (como a bradicinina) e em condições
fisiológicas locais. Por isso o músculo liso é denominado involuntário.
Ocorre variação no grau de controle da contração muscular pelo sistema
nervoso.
Músculo liso
6.8.2 Regeneração dos músculos
Apesar de as células do músculo esquelético não terem a capacidade para
desenvolver atividade mitótica, este tecido pode regenerar-se por causa da
presença de células satélites. Estas células podem apresentar atividade mitótica
levando à hiperplasia, subseqüente a uma lesão do músculo. Em certas
condições, como “aumento da massa muscular”, as células satélites podem fundir-
se com as células musculares existentes aumentando a massa muscular durante
a hipertrofia do músculo esquelético.
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O músculo cardíaco é incapaz de regenerar-se. Após lesão, como em um
infarto do miocárdio, fibroblastos invadem a região lesada, passam por divisões
celulares e formam tecido conjuntivo fibroso (tecido cicatricial) para reparar a
lesão.
As células musculares lisas retêm sua capacidade mitótica para formar
mais células musculares lisas. Esta capacidade é especialmente evidente no útero
grávido, no qual a parede muscular torna-se mais espessa pela hipertrofia de
células individuais e pela hiperplasia derivada da atividade mitótica das células
musculares lisas. Pequenos defeitos, subseqüentes a uma lesão, podem resultar
na formação de novas células musculares lisas. Estas novas células podem provir
da atividade mitótica de células musuculares lisas existentes, como nos tratos
gastrointestinais e urinário, ou da diferenciação de pericitos, relativamente
indifirenciados, que acompanham alguns vasos sangüíneos.
7 TECIDO NERVOSO
7.1 Origem: Ectoderme
7.2 Características Gerais:
O tecido nervoso, constituído por talvez até um trilhão de neurônios com um
número imenso de interconexões, forma o complexo sistema de comunicação
neuronal do corpo. Alguns neurônios têm receptores, terminações complexas
especializadas para a recepção de diferentes tipos de estímulos (p. ex.,
mecânicos, químicos, térmicos) e transdução em impulsos nervosos capazes de
serem conduzidos para centros nervosos. A seguir, estes impulsos são
transferidos para outros neurônios nos quais são processados e transmitidos para
centros mais altos em que ocorre a percepção de sensações ou é dado início as
respostas motoras.
Anatomicamente, o sistema nervoso pode ser dividido em (1) sistema
nervoso central (SNC), formado pelo cérebro, medula espinhal e parte neural do
olho) e (2) sistema nervoso periférico (SNP), formado pelo gânglios periféricos,
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nervos e terminações nervosas que conectam os gânglios com o SNC e os
receptores e efetores do corpo. O SNC e SNP são morfológica e fisiológicamente
diferentes.
Os componentes celulares básicos do SNC são os neurônios e a glia. O SNP contém as
células de Schwann, análogas às células gliais do SNC.
Sistema nervoso central
7.3 Neurônios:
São células alongadas, formados por um corpo celular ou pericário e muitas ramificações.
Normalmente, o neurônio tem uma ramificação principal, longa, o axônio, e numerosas
ramificações curtas, os dendritos.
7.3.1 Dendritos
São partes complexas da membrana plasmática receptora do neurônio,
aumentam a superfície receptora dos neurônios, possibilitando a captação de
grande variedade de impulsos. A base do dendrito parte do corpo celular e contém
o complemento usual de organelas, exceto o complexo de Golgi. Afastando-se da
base, avançando em direção da extremidade distal dos dendrito, muitas das
organelas tornam-se escassas ou estão ausentes.Em geral são curtos e se
ramificam como os galhos de uma árvore.
Nos dendritos da maioria dos neurônios, os neurofilamentos estão reduzidos a pequenos
feixes ou filamentos isolados, que podem apresentar ligações transversais com microtúbulos.
Entretanto nos dendritos as mitocôndrias são abundantes.
A ramificação dos dendritos, que resulta em numerosas terminações sinápticas, possibilita
a um neurônio receber e integrar múltiplos, talvez, centenas de milhares de impulsos.
Apresentam pequenas projeções citoplasmáticas, os espinhos ou gêmulas, que geralmente
correspondem a locais de contato sináptico, recebem os estímulos que são transmitidos para o
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soma. Estas espinhas diminuem com a idade e nutrição deficiente, e elas podem apresentar
mudanças estruturais em pessoas com a trissomia do 13 e a trissomia do 21 (síndrome de Down).
Algumas vezes os dendritos contêm vesículas e transmitem impulsos para outros dendritos.
7.3.2 Corpo celular ou pericário ou soma
Esta estrutura é o centro metabólico, é a região mais conspícua do neurônio, mas a maior
parte do volume do citoplasma do neurônio está localizada nos prolongamentos, que se originam
do corpo celular. O núcleo é esférico a ovóide, com localização central e o nucléolo é bem visível.
O citoplasma do corpo celular tem muitas mitocôndrias, como também nos dendritos e
axônio, sendo mais abundante nas terminações dos axônios. Em geral, as mitocôndrias dos
neurônios são mais delgadas do que de outras células, e ocasionalmente, suas cristas têm uma
orientação longitudinal e não transversal. As mitocôndrias neurais estão em constante
movimentação ao longo de microtúbulos do citoplasma.
O complexo de Golgi localiza-se em torno do núcleo, acredita-se que o complexo de Golgi
seja o responsável pelo empacotamento de substâncias neurotransmissoras, ou de enzimas
essenciais para sua produção no axônio.
O retículo endoplasmático rugoso (RER) é abundante com muitas cisternas dispostas em
conjuntos paralelos, uma característica especialmente saliente nos grandes neurônios. Encontram-
se também, muitos polirribossomos dispersos pelo citoplasma. As cisternas de RER e os
polirribossomos formam os corpúsculos de Nissl. O RER também está presente na região
dendritica, mas somente como curtas cisternas ramificadas dispersas.
O retículo endoplasmático liso dispõem-se por todo o corpo celular e estende-se para os
dendritos e para o axônio, formando cisternas, denominadas cisternas hipolemais, não se sabe
como as cisternas hipolemais funcionam, o que se sabe é que estas cisternas seqüestram cálcio e
contêm proteínas. Acredita-se que podem servir de conduto para a distribuição de proteínas para
toda a célula. Alguns autores propuseram a teoria de que vesículas de transporte e sinápticas
brotam destas cisternas, mais ainda há muito o que esclarecer sobre este assunto.
A maioria dos neurônios do adulto apresenta somente um centríolo associado co
corpúsculo basal de um cílio. Como os neurônios não passam por divisão celular, acredita-se que
que seus centríolos sejam estruturas vestigiais.
Apresenta grande quantidade de substância basófila (substância de Nissl, corresponde ao
retículo endoplasmático rugoso), neurofibrilas (neurofilamentos) dispostas em várias direções,
microtúbulos e pigmentos, um deles a lipofuscina, possivelmente originado pela atividade
enzimática dos lisossomos, que se acumula com o decorrer da idade e pode deslocar organelas e
o núcleo para um lado da célula, possivelmente afetando as funções celulares.
7.3.3 Axônio
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O axônio tem origem no corpo celular, é um prolongamento único,
cilíndrico, de comprimento e diâmetro variáveis, conforme o tipo de neurônio, pode
ter até 100 cm. A espessura do axônio está diretamente relacionada à velocidade
de condução, sendo que a velocidade aumenta com o aumento do diãmetro do
axônio. Estrutura especializada na condução de impulsos que transmitem
informações do neurônio para outras células (nervosas, musculares, glandulares).
Em geral apresenta dilatações denominadas telodendro.
O axoplasma contém perfis curtos de retículo endoplasmático liso e
mitocôndrias muito longas e delgadas, e muitos microtúbulos; entretanto não
possui RER ou polirribossomos. Portanto, a manutenção do axônio depende do
soma. O citoplasma do axônio ou axoplasma apresenta-se muito pobre em
organelas, possui poucas mitocôndrias, retículo endoplasmático liso e poucos
microtúbulos, porém os neurofilamentos são freqüentes.
Uma característica marcante dos axônios é a existência de bainhas envolventes. A bainha
de Schwann (neurilema) é de natureza conjuntiva, sendo representada por inúmeras células em
toda a extensão do axônio. Os núcleos dessas células são alongados e bem desenvolvidos. As
células de Schwann podem, no entanto, crescer ao redor do axônio de modo que suas membranas
plasmáticas formem um conjunto de lâminas enroladas em espiral. Esse espesso conjunto de
membranas é chamado bainha de mielina, de natureza lipídica. Este desempenha papel protetor
(isolante) e facilita a transmissão do impulso nervoso.
Cada célula de Schwann envolve apenas uma parte do axônio, constituindo um segmento
mais espesso, onde se nota a mielina e, externamente a ela, o núcleo da célula. Ao longo do
axônio, vêem-se, várias constrições entre os segmentos, que são os estrangulamentos de Ranvier
(nódulos de Ranvier).
As fibras mielínicas mostram uma grande velocidade de condução do impulso nervoso
(mais de cem metros por segundo). Há também fibras chamadas amielínicas, nas quais as células
de Schwann não se enrolam no axônio. Nelas a condução do impulso nervoso é mais lenta.
Neurônio
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7.4 Tipos de Neurônios:
São classificados de acordo com a fisiologia e a função.
7.4.1 De acordo com a Fisiologia:
- Multipolares: mais comuns, com muitos dendritos e um axônio, eles estão presentes em
todo o sistema nervoso e, em sua maioria, são neurônios motores. - Bipolares: têm um dendrito e
um axônio, localizam-se nos gânglios vestibulares e cocleares e no epitélio olfativo da cavidade
nasal.
- Pseudo-unipolar: são chamados de células em T, pois sai do corpo celular apenas uma
ramificação que se bifurca, originando um ramo periférico e um ramo central. O ramo central
penetra no SNC, e o ramo periférico vai para seu destino no corpo. Cada um dos ramos é,
morfológicamente um axônio, e pode propagar impulsos nervosos, apesar de a porção mais distal
do ramo periférico se arborizar e possuir pequenas terminações dendriticas indicando sua função
de recepção. Durante a transmissão do impulso, o impulso vai da extremidade dendrítica
(receptora) do prolongamento periférico para o prolongamento central sem envolver o corpo
celular. Estão presentes nos gânglios da raiz dorsal em alguns gânglios dos nervos crânianos.
7.4.2 De acordo com a função:
- Neurônios motores (efetores): originam-se no SNC e conduzem impulsos para os
músculos, glândulas exócrinas e endócrinas e outros neurônios.
- Neurônios sensoriais (aferentes): recebem estímulos sensitivos em suas terminações
dendríticas e conduzem impulsos para o SNC, onde estes são processados. Os localizados na
periferia do corpo monitoram as mudanças do ambiente, e os que estão dentro do corpo
monitoram o ambiente interno;
- Interneurônios: localizados totalmente dentro do SNC, funcionam interligando e
integrando e estabelecem rede de circuitos neurais entre os neurônios sensitivos e motores e
outos interneurônios. Com a evolução, o número de neurônios do sistema nervoso humano
cresceu enormemente, mas o maior aumento envolveu os interneurônios, que são responsáveis
pelo complexo funcionamento do corpo.
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Tipos de neurônios
7.6 Neuróglia:
As neuróglias têm como função dar sustentação metabólica e mecânica
assim como proteção aos neurônios. O sistema nervoso, pode haver até 10 vezes
mais células da neuróglia do que neurônios. Apesar de as células da neuróglia
formarem junções comunicantes com outras células da neuróglia, elas não
reagem aos impulsos nervosos ou os propagam. As células da neuróglia
licalizadas exclusivamente no SNC, incluem astrócitos, oligodendócitos, micróglia
(células microgliais) e células ependimárias. As células de Schwann, apesar de
estarem localizadas no SNP, hoje em dia também são consideradas como células
de neuróglia.
Além de fazerem a sustentação e produzirem mielina, elas isolam os neurônios de outros
tecidos, removem excretas, trazem-lhes substâncias nutritivas, regulam a composição química dos
líquidos intercelulares, fagocitam restos celulares e isolam os neurônios uns dos outros, evitando
interferências na condução do impulso nervoso em cada um.
As células da neuroglia não geram impulsos nervosos nem formam sinapses, mas
participam do controle da composição química do meio onde estão localizados os neurônios.
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7.6.1 Astrócitos: são as maiores células da neuróglia, têm muitos prolongamentos e núcleos
esféricos e centrais. Apresentam dois tipos distintos: (1) astrócitos protoplasmáticos da substância
cinzenta do SNC e (2) astrócitos fibrosos presentes principalmente nas substância branca do
SNC.
Os astrócitos protoplasmáticos, são células estreladas dotadas de citoplasma abundante,
um núcleo grande e muitos prolongamentos curtos ramificados. As extremidades de alguns
prolongamentos formam pés vasculares que envolvem completamente os capilares sangüíneos e
também no sentido da superfície dos órgãos do sistema nervoso central, encéfalo e medula,
estabelecendo contato com a pia-máter, formando a membrana pia-glial. Alguns astrócitos
protoplasmáticos menores localizados adjacentes aos corpos celulares dos neurônios constituem
um tipo de célula satélite.
Os astrócitos fibrosos possuem citoplasma eucromático contendo somente algumas
organelas, rubossomos livres e glicogênio. Os prolongamentos destas células são longos e
principalmente não ramificados. Estes prolongamentos estão intimamente associados à pia-mater
e a vasos sangüíneos, mas estão separados destas estruturas por suas próprias lâminas basais.
Os astrócitos agem capturando íons e restos do metabolismo dos
neurônios, tais como íons de potássio, glutamato e ácido ?-aminobutírico (GABA),
que se acumulam no microambiente dos neurônios, especialmente nos nódulos de
Ranvier, onde formam uma cobertura para o axônio. Estas células também
contribuem para o metabolismo energético do córtex cerebral liberando glicose do
glicogênio armazenado, quando introduzidos pelos neurotransmissores
noradrenalina e o peptídio intestinal vasoativo (VIP). Os astrócitos localizados na
periferia do SNC formam uma camada contínua sobre os vasos sangüíneos e
podem auxiliar a manutenção da barreira hemato-encefálica. Os astrócitos
também são atraídos para áreas lesadas do SNC, onde formam tecido cicatricial
celular. Costumam preencher os espaços vazios deixados por neurônios, quando
estes são destruídos.
7.6.2 Oligodendrócitos: são semelhantes aos astrócitos, mas são menores e apresentam
poucos prolongamentos com escassas ramificações. São encontrados tanto na substância branca
como na cinzenta do SNC.
Seu citoplasma, denso, contém um núcleo relativamente pequeno, RER abundante, muito
ribossomos livres e mitocôndrias, e um complexo de Golgi bem desenvolvido. Microtúbulos
também estão presentes, especialmente na zona perinuclear e nos prolongamentos.
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Oligodendrócitos interfasciculares, localizados em fileiras ao lado de feixes de axônios, são
responsáveis pela produção e manutenção da mielina em torno dos axônios do SNC, servindo
para isolá-los. Ao produzir mielina, os oligodendrócitos funcionam de modo semelhante às células
de Schwann do SNP, exceto que um único oligodendrócito pode envolver vários axônios com
segmentos de mielina, enquanto uma célula de Scwann envove com mielina somente um axônio.
Os oligodendrócitos satélites estão intimamente aderidos aos corpos celulares de grandes
neurônios; não é clara qual é sua função.
7.6.3. Microglia: encontrada em todo o SNC, as células são pequenas, escuras, assemelham-se
levemente aos oligodedrócitos. Apresentam citoiplasma escasso, núcleo de oval a triangular e
prolongamentos irregulares e curtos, cobertos por saliências finas, o que lhes confere um aspecto
espinhoso. Suas células são macrofágicas, removem fragmentos e estruturas lesadas do SNC.
Quando ativadas elas agem como células apresentadoras de antígeno e secretam citocinas.
Originam-se da medula óssea e fazem parte da população de células fagocitárias mononucleares.
7.6.4. Células ependimárias: derivam do revestimento interno do tubo neural embrionário e se
mantêm em arranjo epitelial, enquanto as demais células daí originadas se diferenciam em
neurônios e em células da neuroglia.
São células cilíndricas com a base afilada e muitas vezes ramificada, dando
origem a prolongamentos que se colocam no interior do tecido nervoso. Revestem
as cavidades do encéfalo e da medula e estão em contato com o líquido
cefalorraquidiano encontrado nessas cavidades.
Seu citoplasma contém abundantes mitocôndrias e feixes de filamentos intermediários. Em
algumas regiões, estas células são ciliadas, uma característica que facilita a movimentação do
líquido cefalorraquidiano (LCR)
7.6.5 Células de Schwann: localizam-se no SNP, onde envolvem axônios. Elas podem formar dois
tipos de cobertura sobre estes axônios, mielínicos e amielínicos. Os axônios envolvidos por mielina
são denominados nervos mielínicos.
As células de Schwann são células achatadas cujo citoplasma contém um núcleo
achatado, um pequeno aparelho de Golgi e algumas mitocôndrias. Ao longo do comprimento do
axônio, ocorrem interrupções na bainha de mielina, expondo-o intervalos irregulares, estas
interrupções são denominadas nódulos de Ranvier. Cada nódulo indica uma interface entre as
bainhas de mielina de duas células de Schwann diferentes localizadas ao longo do axônio.
Ainda não está esclarecido o mecanismo de mielinização. Durante o desenvolvimento, os
nervos não são mielinizados simultaneamente. O início e o término da mielinização variam
consideravelmente em diferentes áreas do sistema nervoso. Esta variação parece estar
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correlacionada à função. Por exemplo, os nervos motores estão quase totalmente mielinizados no
nascimento, enquanto as raízes sensitivas somente se mielinizam várias meses mais tarde. Alguns
tratos dos axônios comissurais somente completam sua mielinização vários anos após o
nascimento.
Neuróglias
7.6 Localização dos neurônios:
7.6.1 Substância cinzenta: substância onde concentram-se os corpos celulares de neurônios e
uma infinidade de sinapses, estabelecendo uma intrincada rede de vias nervosas que garantem as
importantes funções de coordenação, associação, regulação, armazenamento de informações
(memória), centros motores e centros sensoriais. Nesta região é alto o nível de metabolismo do
tecido nervoso e são mínimos os espaços intercelulares. Localiza-se externamente no cérebro e
cerebelo e internamente na medula (na forma de H).
7.6.2 Substância branca: é região de baixo metabolismo, sua função é conduzir os impulsos
nervosos no próprio órgão ou entre diferentes órgãos do sistema nervoso. Não apresenta corpos
celulares dos neurônios, mas apenas seus prolongamentos, especialmente os axônios ricos em
mielina. Localiza-se internamente no cérebro e cerebelo e externamente na medula.
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Substância branca e cinzenta
7.7 Fisiologia Neuronal:
Os impulsos nervosos são gerados na zona de disparo dos picos de um neurônio, em
conseqüência da despolarização da membrana, e são conduzidos ao longo do axônio para as
terminações do axônio. A transmissão dos impulsos das terminações de um neurônio para outro
neurônio, célula muscular ou glândula ocorre nas sinapses.
Em repouso, a membrana do axônio tem carga elétrica externa positiva e interna negativa.
Isto é, em parte, conseqüência de uma elevada taxa de íons Na+ fora da célula, mantida por um
mecanismo chamado bomba de sódio. Fala-se então que o axônio está polarizado.
Ao receber um estímulo num ponto do axônio, ocorrem em seqüência os seguintes
eventos:
- A membrana torna-se bruscamente muito permeável ao sódio, que passa do meio externo para o
meio interno do axônio em maior quantidade do que a saída de íons potássio. A superfície externa
fica negativa e a interna, positiva. Nesse ponto e nesse instante, a membrana sofreu inversão de
polaridade.
- mecanismo da bomba de sódio expulsa então esse íon, voltando a membrana à polaridade inicial.
- Cada ponto estimulado modifica a permeabilidade na região vizinha. O impulso nervoso propaga-
se, então, como uma onda dinâmica de inversão de polarização da membrana do axônio em toda a
sua extensão. É essa onda que pode ser medida eletricamente e corresponde ao impulso nervoso
nas fibras amielínicas, como, por exemplo, as da substância cinzenta do sistema nervoso central.
- mecanismo da bomba de sódio depende de gasto energético, consumindo
ATP do neurônio.
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7.7.1 Condução saltatória:
A condução do impulso é um pouco diferente nas fibras mielínicas, como as fibras motoras
dos músculos esqueléticos.
Ocorre apenas a inversão de polaridade nas regiões dos nódulos de
Ranvier. A onda então, “salta” diretamente de um nódulo para outro, não
acontecendo em toda a extensão da região mielinizada. Fala-se em condução
saltatória e com isso há um considerável aumento da velocidade do impulso
nervoso nas fibras mielínicas, em relação às fibras amielínicas.
7.8 Fibras nervosas:
As fibras nervosas são constituídas por um axônio e suas bainhas
envoltórias. Grupos de fibras nervosas formam os feixes do SNC e os nervos do
SNP.
Não são comparáveis às fibras do tecido conjuntivo, simples moléculas
protéicas, ou às fibras musculares, que são células completas, de forma alongada.
7.8.1 Tipos:
- Fibras do tipo A: têm maior diâmetro, nódulos de Ranvier espaçados e são as mais
rápidas na condução do impulso nervoso (15 a 100 metros por segundo).
- Fibras do tipo B: são também mielínicas, porém mais finas, com nódulos de Ranvier mais
próximos uns dos outros, e nelas o impulso nervoso caminha com menor rapidez (3 a 14 metros
por segundo)
- Fibras do Tipo C: são as amielínicas, mais delagadas, e conduzem o impulso a uma
velocidade relativamente baixa (0,6 a 2 metros por segundo).
Fibra nervosa
Células envoltórias: Célula de Schwann no SNP e
oligodendrócito no SNC.
74
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Nervo
7.9 Sinapses:
A transmissão do impulso nervoso de um neurônio para outro depende de
estruturas altamente especializadas, as sinapses. Embora a maioria das sinapses
se estabeleça entre o axônio e o dendrito (axodendríticas) ou entre o axônio e o
corpo celular (axossomática), há também sinapses entre dendritos
(dendrodentríticas) e entre axônios (axoaxônicas). Há uma tendência de se
considerar também como uma sinapse a terminação nervosa em células efetoras,
tais como células glandulares e musculares.
A porção terminal dos axônios mostra uma estrutura típica: ocorrem
numerosas vesículas sinápticas; os neurofilamentos são raros, porém as
mitocôndrias são freqüentes. As vesículas sinápticas contêm substâncias
denominadas neurotransmissores, que são mediadores químicos responsáveis
pela transmissão do impulso nervoso através das sinapses.
Esses mediadores são liberados na membrana pré-sináptica e aderem a moléculas
receptoras da membrana pós-sináptica, promovendo a condução do impulso nervoso através do
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intervalo sináptico. A união do neurotransmissor com o receptor pode ter efeito excitador (sinapses
excitatórias) ou inibidor (sinapses inibitórias) sobre o neurônio seguinte do circuito. As membranas
das vesículas sinápticas que se incorporam à membrana pré-sináptica são recuperadas por
endocitose e reutilizadas para formar novas vesículas sinápticas.
O neurotransmissor mais comum é a acetilcolina. Imediatamente após sua liberação na
sinapse, essa substância é destruída pela enzima colinesterase aí existente, impedindo a
passagem contínua do impulso. A sinapse funciona, então, como uma espécie de “válvula”, que se
fecha uma vez transmitido o impulso nervoso. Constatou-se que, embora esse acontecimento seja
mais rápido, a sinapse retarda a condução do impulso em mínimas frações de segundo. As placas
motoras (junções neuromusculares) são também sinapses que tornam possível a efetivação da
contração da fibra muscular. Muitas drogas podem bloquear a passagem do impulso no nível das
sinapses, como é o caso dos anestésicos.
Os neurônios e, portanto, suas sinapses podem diferir quanto ao tipo de neurotransmissor.
Fala-se em sinapses colinérgicas ou adrenérgicas quando os neurotransmissores são,
respectivamente, a acetilcolina e a noradrenalina.
Sinapse
Tipos de sinapse
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7.10 Nervo Periférico:
Os nervos periféricos são feixes de fibras nervosas (axônios ou dendritos) capaz de
transmitir impulsos nervosos (potenciais de ação) da periferia do corpo e dos órgãos para o SNC
ou vice-versa. As fibras de um nervo são ramificações de neurônios e se mostram envoltas por
bainhas conjuntivas. Estes feixes (fascículos) podem ser observados a olho nu; os nervos
mielínicos aparecem brancos por causa da presença de mielina. Em geral, cada feixe de fibras
nevosas, independente de seu tamanho, tem componentes sensitivos e motores.
Os envoltórios de tecido conjuntivo dos nervos periféricos são chamadas: endoneuro (que
envolve cada neurônio), perineuro (que envolve cada feixe de axônios) e epineuro (envolvendo
coletivamente todos os feixes que compõem o nervo e, portanto, representando uma “capa” para o
próprio nervo).
7.10.1 Classificação funcional dos nervos:
- Sensitivos ou aferentes: levam informações sensitivas das áreas cutâneas do corpo e das
visceras para o SNC, onde são processados, possuem fibras sensitivas.
- Motores ou eferentes: têm origem no SNC e levam os impulsos para os órgãos efetores,
formados por fibras motoras.
- Mistos: dotados de fibras sensitivas e fibras motoras, que funcionam como uma estrada de
mão dupla, transportando impulsos sensoriais, pelas primeiras, e ordens motoras, por estas
últimas.
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Os nervos óptico, olfativo e acústico ou auditivo são sensitivos. Os nervos aculomotor (que
move os olhos), hipoglosso (que move a língua) e espinhal (que levanta os ombros), são exemplos
de nervos motores. Todos os nervos raquianos, no entanto, são mistos.
7.11 Glânglios:
Massa de estrutura nervosa que encerra corpos de neurônios e de onde partem
numerosamente as fibras nervosas. Há dois tipos de gânglios, sensitivos e autônomos.
7.11.1 Gânglios sensitivos: estão associados aos nervos cranianos e a cada um dos nervos
espinhais que saem da medula espinhal. Abrigam corpos celulares unipolares dos nervos
sensitivos, com um processo amielínico deixando cada corpo celular. O curto processo se bifurca
em um ramo periférico e um central. O ramo periférico alcança uma terminação sensitiva periférica
e termina em dendritos. O ramo central penetra no SNC. O corpo celular do neurônio é circundado
por uma camada de células satélites achatadas, semelhantes e contínuas como as células de
Schwann, à medida que envolvem os processos periférico e central de cada neurônio. Um impulso
nevoso, alcança a bifurcação-T, se desvia do corpo celular e trafega do axônio periférico para o
axônio central.
7.11.2 Gânglios autônomos (simpático e parassimpático): são encontrados nos troncos simpáticos,
nos plexos e próximos ou no interior de víscera. Uma camada de tecido conjuntivo contínua o
epineuro e o perineuro das fibras nervosas periféricas circundam cada gânglio autônomo. Os
neurônios dos glânglios autônomos são multipolares. Os dendritos estão conectados por axônios
mielínicos dos neurônios pré-ganglionares (ramos brancos). Os axônios possuem um diãmetro
pequeno e são amielínicos (ramos cinzentos). Cada corpo celular neuronal é circundado por célula
satélites semelhantes à célula de Schwann.
7.12 Meninges:
Cada uma das três membranas protetoras que envolvem todo o SNC (encéfalo e medula
raquidiana), compreendendo a dura-máter, espessa, fibrosa, à semelhança de um papiro, situada
mais externamente, junto à caixa craniana e à coluna vertebral, e aracnóide, meninge mediana,
muito vascularizada, lembrando por sua rede de vasos uma teia de aranha, razão de seu nome, e
a pia-máter, meninge mais interna, fina e delicada, aderente ao SNC.
Meninges
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7.13 Sistema Nervoso Autônomo:
O SNA está relacionado com o controle da musculatura lisa, com o rítimo cardíaco e com a
secreção de algumas glândulas. Sua função é ajustar certas atividades do organismo, a fim de
manter a constância do meio interno (homeostase).
As funções do SNA sofrem constantemente a influência da atividade consciente do sistema
nervoso central.
Anatomicamente é formado por aglomerados de células nervosas localizadas no sistema
nervoso central, por fibras que saem do sistema nervoso central através de nervos cranianos e
espinhais, e pelos gânglios nervosos situados no curso dessas fibras.
O SNA é formado por duas partes, distintas por sua autonomia e por suas funções: o
sistema simpático e o parassimpático.
Os núcleos nervosos do simpático são formados por grupos de células nervosas
localizadas nas porções torácica e lombar da medula espinhal. Axônios desses neurônios saem
pelas raízes anteriores dos nervos espinhais destas regiões. Os gânglios do sistema simpático
formam cadeia vertebral e plexos situados próximo às visceras. O mediador químico é a
noradrenalina.
Contribui para a regulação da atividade do músculo cardíaco, do
funcionamento visceral (estômago, intestinos, bexiga urinária,...) e de várias
glândulas).
Os núcleos dos nervos parassimpático situam-se no encéfalo e na porção sacral da
medula espinhal. As fibras desses neurônios saem por quatro nervos cranianos e pelos nervos
sacros. Os segundos neurônios se localizam no interior dos órgãos, por exemplo, na parede do
estômago e intestino. O mediador químico é a acetilcolina. Esta substância é rapidamente
destruída pela acetilcolinesterase, por este motivo seus estímulos são mais breve e mais localizada
do que os estímulos simpáticos. Sua atividade determina contração da pupila, bradicardia,
vasodilatação periférica, estímulo de funcionamento gastrointestinal e contração da bexiga e do
útero.
7.13.1 Distribuição do SNA:
A maioria dos órgãos inervados pelos sistema nervoso autônomo recebe
fibras do simpático e parassimpático. Em geral, nos órgãos em que o simpático é
estimulador, o parassimpático tem áção inibidora, e vice-versa. Por exemplo, a
estimulação do simpático acelera o ritmo cardíaco, ao passo que a estimulação
das fibras parassimpáticas diminui esse ritmo. Há alguns casos em que a
atividade dos dois é complementar e não antagônica, como ocorre em algumas
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glândulas salivares, cuja secreção é maior quando estimulada pelo simpático e
pelo parassimpático do que por qualquer um deles isoladamente.
Sistema nervoso autônomo
7.14 Degeneração e regeneração de nervos:
Os neurônios não se dividem, sua destruição representa uma perda permanente. Seus
prolongamentos dentro de certos limites, podem regenerar-se devido à atividade sintética dos
respectivos pericários, desde que estes não estejam lesados. Por isso, os nervos se regeneram,
embora com muita dificuldade.
Quando uma célula nervosa é destruída, as que a ela se ligam nada sofrem, exceto raros
casos em que um neurônio recebe impulsos exclusivamente de outro. Neste caso, o neurônio que
fica completamente privado de impulsos nervosos, pela destruição do outro, sofre a chamada
degeneração transneural.
Em contraste com os elementos nervosos, as células da neuroglia, bem como seu
equivalente no sistema nervoso periférico (célula de Schwann e células satélites dos gânglios
nervosos, são dotados de grande capacidade de proliferação. Os espaços deixados pelas células e
fibras nervosas do sistema nervoso central destruído por acidente ou doença são preenchidos por
células da neuroglia.
Devido à sua distribuição por todo o corpo, as lesões dos nervos são relativamente
freqüentes. Quando um nervo é seccionado, ocorrem alterações degenerativas, seguidas de uma
fase de reparação.
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Regeneração do neurônios
REFERÊNCIAS
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patologia. Tradução: Nádia Vieira Rangel, Rodrigo Alves Azevedo. Rio de Janeiro:
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