apostila de armamentos e muniçoes
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FNC FACULDADE NOSSA CIDADE
Armamentos e Munies
Um Conceito para Gestores de Segurana
Jair Barbosa
profjair@yahoo.com.br www.jairbarbosa.com.br
2011
Essa apostila foi desenvolvida a partir de conhecimento prtico e terico ao tema, pelo Professor Jair Barbosa, e adaptados para apresentao didtica. Sua cpia total ou parcial, deve ter citada sua autoria nos moldes de: Apostila de Armamento e Munies. BARBOSA, Jair A. M. - Faculdade Nossa Cidade - FNC. Carapicuba - SP. 2011.
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Prof. Jair Barbosa Armamento e Munio
Armamentos e Munies Prof. Jair Barbosa
profjair@yahoo.com.br
www.jairbarbosa.com.br
Introduo
Nos tempos atuais muito se relaciona as armas de fogo com a criminalidade e violncia, sendo tema de discusses polticas e de opinio pblica, fazendo parte cotidiana de manchetes de jornais e telejornais, no apenas no Brasil mais em todo o mundo.
Nessa Apostila que iremos estudar, ao seu final, teremos outra viso do signi-ficado o da palavra arma de fogo.
Estudaremos sua origem e evoluo, sua histria, os impactos causados por essa inveno no mundo e na histria da humanidade. Seus inventores tambm sero citados, a forma como imaginaram e porque chegaram a essa idia.
Conheceremos tambm os diferentes tipos de munio, sua funo, aerodi-mnica e engenharia para atingir determinado fim. Falaremos de mitos e verdades de munies e entenderemos qual e por que usar essa ou aquela munio nesse ou naquele servio.
Nossos estudos se concentraro nas armas: revlver calibre 38, pistola calibre 380 e espingarda calibre 12 pump.
Falaremos tambm de armas no letais, com foco nas usadas na atuao da Segurana Privada.
Por fim conheceremos a legislao que rege o uso de arma de fogo e muni-es em nosso pas, alm de Portarias que incorporam o uso de arma de fogo e munies no servio de Segurana Privada.
Bom estudo!
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SUMRIO
Introduo ....................................................................................................... 02
Sumrio .......................................................................................................... 03
1. Introduo ao Curso ................................................................................... 06 2. Objetivo do Curso ..................................................................................... 07 3. Histria e Evoluo das Armas de Fogo ................................................... 08 3.1. Arma Primitiva ................................................................................. 08 3.2. Surgimento do Canho .................................................................. 08 3.3. Armas Portteis ............................................................................. 09 3.3.1. Como carregar a arma ................................................................... 09 3.4. Surgimento da Munio ................................................................. 10 3.5. Cartucheiras .................................................................................. 10 3.6. Garruchas ...................................................................................... 10 3.7. Munio (cartucho ou bala) ............................................................ 11 4. Revlver ................................................................................................... 12 4.1. O surgimento do Revlver .............................................................. 12 4.2. O Revlver calibre 38 ..................................................................... 13 4.3. As partes de um revlver ................................................................ 14 5. Pistolas ..................................................................................................... 16 5.1. O surgimento das pistolas .............................................................. 16 5.2. Partes de uma pistola ..................................................................... 20 5.3. Incidentes de tiro com pistola ......................................................... 22 5.4. Manuteno de pistolas .................................................................. 23 6. Espingarda calibre 12 ............................................................................... 24 6.1. O surgimento da Espingarda calibre 12 .......................................... 24 6.2. Partes de uma Espingarda calibre 12 pump ................................. 25 6.3. O Choke ...................................................................................... 27 7. Munies .................................................................................................. 29 7.1. Como surgiram as munies .......................................................... 29 7.2. Tipos de munio ........................................................................... 30 7.3. Munies de revlver ..................................................................... 34 7.4. Munies de pistola ........................................................................ 35 7.5. Munies de espingarda calibre 12 ................................................. 37 8. Armas no-letais ...................................................................................... 38 8.1. Introduo ........................................................................................ 38 8.2. Basto tonfa ..................................................................................... 39 8.3. Gs de pimenta ............................................................................... 40 8.4. Pistola taser ..................................................................................... 41
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9. Legislao ................................................................................................ 44 10. Curiosidades .................................................................................... 45 11. Anexos ............................................................................................. 48 11.1 Anexo 01 O Revlver e suas Principais Dvidas ......................... 48 11.2 Anexo 02 As Origens Histricas do Basto Tonfa ........................ 61 11.3. Anexo 03 Lei 10.826 Estatuto do Desarmamento ..................... 65
Figuras
01. Figura 3.1 Arma primitiva; ............................................................. 08 02. Figura 3.2 Canho; ...................................................................... 08 03. Figura 3.3 Espingardas do sc. XV; ............................................. 09 04. Figura 3.4 Pistolas do sc. XV; .................................................... 09 05. Figura 3.5 Armas variadas do sc. XV; ........................................ 09 06. Figura 3.6 Cartucho de espingarda; ............................................. 10 07. Figura 3.7 Cartucheira; ................................................................. 10 08. Figura 3.8 Garrucha; ................................................................... 10 09. Figura 3.9 Munio e suas partes; ............................................... 11 10. Figura 4.1 Samuel Colt; ............................................................... 12 11. Figura 4.2 Primeiro modelo de revlver; ...................................... 12 12. Figura 4.3 Revlver dividido em partes; ....................................... 14 13. Figura 4.4 Revlver calibre 38; .................................................... 15 14. Figura 5.1 Mauser 712; ............................................................... 16 15. Figura 5.2 Mauser C96; ............................................................... 16 16. Figura 5.3 Glock 18 calibre 9mm com carregador prolongado (vista
pelo lado esquerdo); ............................................................................................ 17 17. Figura 5.4 Glock 18 calibre 9mm Rear Sear Configuration (Caute-
rizador de Configurao Traseira); .............................................................. 17 18. Figura 5.5 Glock 18 calibre 9mm com carregador prolongado (vista
pelo lado direito); ................................................................................................. 17 19. Figura 5.6 Glock 18 calibre 9mm com coronha ttica; ................. 17 20. Figura 5.7 Colt calibre .45 A1 fabricada em 1911; ....................... 18 21. Figura 5.8 Colt calibre .45 M1991A1; ........................................... 18 22. Figura 5.9 Partes de uma pistola; ................................................. 20 23. Figura 5.10 Incidente com pistola (munio inchada); ................. 22 24. Figura 5.11 Incidente com pistola (torre ou igrejinha); ............. 22 25. Figura 5.12 Pistola desmontada para manuteno; ..................... 23 26. Figura 6.1 Espingarda cal 12 dividida e partes; ............................ 25 27. Figura 6.2 Espingarda Calibre 12 pump; .................................... 26 28. Figura 6.3 Grfico de intervalos de Choke; ................................ 27 29. Figura 6.4 Tipos de Choke; ........................................................ 28
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30. Figura 7.1 Munio tipo Cartucho (plstico e papelo);................ 29 31. Figura 7.2 Munio tipo Bala; ..................................................... 29 32. Figura 7.3 Munio de ponta ogival ou roller point; ...................... 32 33. Figura 7.4 Munio de ponta oca ou stop power; ......................... 32 34. Figura 7.5 Cartuchos de espingarda calibre 12; ........................... 33 35. Figura 7.6 Munies de revlver; ................................................. 34 36. Figura 7.7 Munies de pistola; ................................................... 35 37. Figura 7.8 Munies de pistola linha Gold; ................................ 35 38. Figura 7.8 Munies de espingarda calibre 12; ............................ 37 39. Figura 8.1 Basto tonfa; .............................................................. 39 40. Figura 8.2 Gs de pimenta lquido; .............................................. 40 41. Figura 8.3 Gs de pimenta espuma; ............................................ 40 42. Figura 8.4 Pistola taser; ............................................................... 41 43. Figura 8.5 Correntes nervosas do corpo humano; ....................... 41 44. Figura 8.6 Pistola taser dividida em partes; ................................. 42
Tabelas
1. Tabela 7.1 Indica os diferentes tamanhos, pesos, materiais e modelos dos projteis; ............................................................................................................. 30
2. Tabela 7.2 Chumbo para cartucho da espingarda calibre 12; ................ 33 3. Tabela 7.3 Projteis para revlver; ......................................................... 34 4. Tabela 7.4 Projteis para pistola; ........................................................... 35 5. Tabela 7.5 Projteis da linha Gold para pistola; ..................................... 36
Bibliografias
1. Revistas pesquisadas ............................................................................... 83 2. Sites pesquisados ...................................................................................... 83
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1. INTRODUO AO CURSO
Para que possamos conhecer uma arma de fogo, temos que primeiro entender uma arma de fogo. Para isso conheceremos sua histria e evoluo, bem como a revoluo que esse instrumento causou no mundo.
Para ns, Profissionais da rea de Segurana, uma arma nica e exclusi-vamente um instrumento de defesa, onde h portamos sempre no intuito de us-la para a proteo prpria, de terceiros ou do patrimnio.
Primeiro vamos entender o que arma e o que munio. Ento vejamos:
Arma
1. Instrumento de ataque ou de defesa.
2. Qualquer objeto que sirva para tais fins.
3. Cada uma das subdivises bsicas da tropa do exrcito: infantaria, cavala-ria, artilharia, engenharia, comunicao.
Arma branca: Qualquer arma constituda de lmina e cabo.
Arma de fogo: A que lana projteis por meio de detonao de uma carga ex-plosiva, com fogo ou de modo mecnico.
Dicionrio Aurlio.
Munio
1.Nome comum a qualquer material de guerra ou no, com que se devem pro-ver tropas, navios de guerra, etc.
2. Projteis, plvora, etc, com que se carregam armas de fogo, carga.
Dicionrio Aurlio.
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2. OBJETIVO DO CURSO
Conhecer os diferentes tipos de armas;
Conhecer os diferentes tipos de munio;
Ter noes de manuseio de arma;
Poder definir qual a melhor arma e munio para um determinado servio;
Discutir normas e procedimentos de segurana para utilizao e armaze-namento de arma e munio; e
Legislao competente.
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3. HISTRIA E EVOLUO DAS ARMAS DE FOGO
A partir dos conceitos apresentados, entenderemos alm do conhecimento de o que uma arma de fogo, saberemos de onde elas vm, o porqu existe, desde quando, para que e por quem foram inventadas, quais os impactos causados na histria da humanidade, entres outras curiosidades.
Vamos agora viajar na histria das armas de fogo e entendermos a linha do tempo de sua criao e evoluo:
3.1. Arma primitiva
A arma de fogo teve sua origem
na China, no sculo IX, sendo que
seu funcionamento era feito pelo car-
regamento manual e com acionamen-
to de um pavio (figura 3.1).
3.2. Surgimento do canho
Os rabes aperfeioaram o inven-
to da arma de fogo no sculo XIII,
quando os canhes passaram a ser
feitos de madeira e reforados com
cintas de ferro. Mas a contribuio
decisiva veio no sculo XIV, quando
surgiram os primeiros canhes de
bronze (figura 3.2).
Figura 3.1
Figura 3.2
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3.3. Armas portteis
As primeiras armas de fogo port-
teis aparecem no sculo XV. Assim
foi comemorada como uma verdadei-
ra revoluo, pois a partir de ento,
os soldados ganham outra importn-
cia e as tticas de guerra mudam
completamente (figura 3.3).
Aps os trabucos e bacamartes,
as armas ficaram mais portteis na
forma de pistolas. As garruchas ti-
nham a mesma forma de carrega-
mento e acionamento, porm bem
menores e mais fceis de manusear
(figura 3.4).
3.3.1. Como carregar a arma
A forma de se carregar as armas
era pelo cano, onde se colocava pl-
vora, se socava com uma vareta, en-
to se colocava o chumbo e nova-
mente se socava sendo colocada
uma bucha, e s depois poderia se
efetuado o tiro (figura 3.5).
Figura 3.4
Figura 3.3
Figura 3.5
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3.4. Surgimento da munio
No sculo XVII, com o surgimento
do fuzil de pederneira, a pontaria me-
lhora, mas muitos disparos falham e o
soldado ainda precisa abastecer ma-
nualmente a arma com a plvora e o
projtil.
No sculo XIX, a criao dos car-
tuchos e dos mecanismos de carre-
gamento pela culatra tornou as armas
mais confiveis e impulsionou de vez
a tecnologia blica. (figura 3.6).
3.5. Cartucheiras
Existem espingardas cartucheiras
de um ou dois canos, sua inovao
com a recarga pela culatra com car-
tucho, foi muito importante para a
poca devida facilidade de municiar
(figura 3.7).
3.6. Garruchas
Com a inveno da bala, aprimo-
rou-se a arma e principalmente a pre-
ciso do tiro, sendo que a primeira
arma de fogo a usar uma bala foi
pequena garrucha (figura 3.8).
Figura 3.6
Figura 3.7
Figura 3.8
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3.7. Munio (cartucho ou bala)
A munio dividida em 4 partes principais (figura 3.9).
Estopim ou espoleta,
Cpsula ou estojo,
Plvora ou propelente,
Projtil.
Figura 3.9
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4. REVLVER
4.1. O surgimento do Revlver
Em 1830, com 16 anos, Samuel Colt (figura 4.1) arrumou um trabalho em um
navio mercante com destino ndia. Em seu ocioso, ele divertia-se com desenhos
de uma nova arma, uma que poderia disparar repetidamente sem precisar ser
recarregada. Embora inmeras armas de repetio j tivessem sido desenvolvi-
das, nenhuma delas havia se tornado popular com o pblico, geralmente porque
eram complicadas demais e de difcil manejo (figura 4.2).
Colt desenvolveu um simples cilindro giratrio para munio. Inicialmente, as
pessoas no ficaram particularmente impressionadas com a nova arma, mas em
torno de 1850, a companhia de Colt desfrutou um sucesso fenomenal. Em 1856,
ele chegava a produzir 150 armas por dia, apenas para dar conta da crescente
demanda.
A arma teve um profundo efeito social nos Estados Unidos e mais tarde no
resto do mundo. Armado com um revlver, qualquer um poderia matar outra pes-
soa em questo de segundos. Guerra, crime, aplicao da lei e at mesmo dis-
cusses cotidianas encontram um elemento novo e letal.
Figura 4.1
Figura 4.2
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4.2. O Revlver calibre 38
O revlver calibre 38, da fabricante Colt, lanado em 1873, foi o modelo de re-
vlver mas produzido por diversas companhias, se tornando o calibre lder de
vendas no Brasil. Apelidado de "trs-oito", seu calibre (dimetro interior do cano)
equivale a 0,38 polegadas ou 9 milmetros. A arma no muito pesada, chegando
a 650 gramas.
No setor de Segurana Pblica e Privada, o revlver calibre 38 foi institudo
como a arma de uso mais apropriada.
Por ser o revlver uma arma de fcil manuseio, se tornou a arma usada na
Segurana, e pelo calibre 38 ser de bom impacto, deixando o oponente sem ao
imediata, a arma perfeita para a Segurana Privada, tem bom porte, tima em-
punhadura, fcil manuseio, bom poder de fogo e boa preciso.
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4.3. As partes do revlver
O revlver, independente de seu calibre ou fabricante, tem algumas partes
fundamentais em seu conjunto, e assim dividido (figura 4.3):
Ala de mira;
Massa de mira;
Cano;
Boca do cano;
Vareta do extrator;
Tambor;
Dedal serrilhado;
Co;
Gatilho;
Guarda mato;
Cabo ou coronha; e
Corpo.
Vamos ento descrever um revlver, explanando suas principais caractersti-
cas tcnicas, onde podemos citar:
Arma curta (pequenas dimenses);
De porte (pelo seu pequeno volume);
Ao Simples (quando est engatilhado) e Dupla (demais tiros);
De repetio ( necessria a ao muscular para que funcione);
Alma raiada (so sulcos dentro do cano);
Figura 4.3
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Recarga manual (tem que ser colocada munio por munio);
Capacidade de munio de 5 a 7 cartuchos em mdia (podendo chegar at a 12 munies nos casos de arma de competio, em geral de calibre 22);
Possui um tambor no centro com diversas cmaras onde so colocados os cartuchos;
Aps os disparos os estojos vazios permanecem na cmara da arma, sen-do seu remuniciamento mais demorado, pois necessrio que se abra o tambor, retirem-se os estojos e coloque-se uma a uma a nova munio. Existem duas fer-ramentas que viabilizam a recarga, so o Jet-loader e Speedy-loader.
O revlver basicamente no necessita de muito conhecimento tcnico para o uso, ou seja, devido sua simples constituio, basta carregar o tambor com as munies de calibre correspondente e pressionar a tecla do gatilho. Caso a muni-o no dispare seja pelo motivo que for, basta acionar novamente o gatilho para que a prxima munio seja disparada.
Obs.: O revlver de manuseio mais simples, alm de ser mais barato que as pistolas, sendo a arma mais difundida no Brasil (figura 4.4).
Figura 4.4
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5. PISTOLAS
5.1. O surgimento da pistola
Pistola uma arma de fogo porttil, leve, de cano curto, elaborada para ser
manejada com uma s mo. Uma pistola geralmente uma arma pequena de boa
empunhadura e rpido manuseio, feita originalmente para uso pessoal (uso por
uma pessoa) em aes de pequeno-alcance. No sculo XV o termo era usado pa-
ra definir tambm pequenas facas que podiam ser escondidas dentro das roupas
de uma pessoa. No sculo XVIII o termo comeou a ser usado para definir a pe-
quenas armas de fogo de mo.
As pistolas so classificadas por calibre, definindo em vrios pases as de uso
permitido ou no, por suas potncias diferenciadas. Pistolas do mesmo calibre
podem utilizar munies diferentes, aumentando seu poder de impacto, perfurao
ou dano interno no alvo.
Pistolas so, geralmente, semi-automticas, ou seja, disparam um projtil por
cada vez que se comprime o gatilho, recolocando outro cartucho na cmara, es-
tando esse pronto para o disparo seguinte. Existem tambm alguns modelos to-
talmente automticos, sendo essas podendo disparar vrios tiros enquanto se
mantiver o gatilho pressionado. Sua eficcia duvidosa, dado o pequeno tamanho
da arma (cano) e cadncia de tiros muito rpida.
Um modelo automtico de pistola a Mauser 712 (figura 5.1) uma variante da
famosa Mauser C96 (figura 5.2). Eram bastante comuns as pistolas totalmente
automticas na Espanha, sendo produzidas por exemplo pela fabricante Astra.
Figura 5.1
Figura 5.2
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Atualmente a fabricante austraca Glock produz um modelo automtico, em
calibre 9mm, a Glock 18 (figuras 5.3, 5.4, 5.5 e 5.6). Pistolas, alm de outras ar-
mas de fogo, so utilizadas no tiro esportivo. Pistola automtica: Maior capacidade
do carregador, maior efeito de "coice" inferior, maior velocidade do disparo.
Ao trmino do sculo XIX vrios projetistas e marcas, vinham trabalhando em
armas curtas em que o efeito ao-reao da exploso do projtil desencadeava
Figura 5.6
Figura 5.5
Figura 5.4
Figura 5.3
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o movimento de peas ou componentes da arma. O princpio das armas semi-
automticas s foi possvel quando apareceu e se consolidou a munio de cartu-
cho metlico. Uma das primeiras armas semi-automticas lanadas comercial-
mente no mercado foi projetada pelo norte americano Borchardt, fabricada na A-
lemanha e poucos anos depois serviu como base para os desenhos de George
Luger.
A Mauser, Cal 7.63 tambm marcou um avano importante. Mas coube ao in-
ventor mais brilhante, John Moses Browning, criar a arma que marcaria os prxi-
mos 50 anos. Nascido em Utah, USA, o filho de um armeiro mrmon, Browning,
aos 20 anos, trabalhando em negcio familiar, inventou vrios modelos de rifles
que chamaram a ateno da companhia Winchester. Browning desenvolveu for-
midveis e prsperos projetos para aquela companhia, mas as relaes deteriora-
ram e emigrou para a Europa, indo trabalhar com a companhia Belga FN. L de-
senvolveu uma srie de armas no calibre .25, .32, .380, .38 e .45. Muitos destes
projetos foram fabricados nos Estados Unidos, sob licena da companhia Colt.
As armas simples e robustas de Browning terminaram marcando uma regra e
impondo o sistema de deslizamento flutuante e destacvel da armao, meca-
nismo de extrao do cartucho usado, carregador na culatra, trava, reteno da
pea flutuante, facilidade de desarmamento e necessidade de poucas peas para
operao da arma. A consagrao destas armas veio em 1911, quando as foras
armadas dos Estados Unidos adotaram como arma regulamentar do Governo, no
calibre .45 e lhe deram a denominao A1 (figuras 5.7 e 5.8).
Figura 5.7
Figura 5.8
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A arma permaneceu em servio at a dcada de 80, foi copiada, imitada e
serviu como inspirao para dezenas de modelos de outros fabricantes na Espa-
nha, Sua, Frana, Argentina, Mxico, Blgica, etc... A arma semi-automtica Colt
1911 A1 um arma de ao simples, com co externo, trava no cabo e outra ma-
nual, miras fixas e carregador com capacidade de 7 cartuchos calibre .45.
O sucesso da arma foi to grande que ainda atual, passado quase um scu-
lo de seu projeto, a Colt segue fabricando sob a denominao 1991 A1 e ela, ou
suas derivaes, devidamente preparadas, so as armas que se utiliza no tiro es-
portivo.
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5.2. Partes de uma pistola
A pistola, independente de seu fabricante, tem algumas partes fundamentais
em seu conjunto, e assim dividido (figura 5.9):
Slide ou ferrolho;
Ala de mira;
Registro de segurana e de-
sarmador do co;
Massa de mira;
Co;
Cano;
Alavanca de desmontagem;
Retm do ferrolho;
Gatilho;
Cabo ou coronha;
Guarda mato;
Retm do carregador; e
Carregador.
Vamos ento descrever uma pistola, explanando suas principais caractersti-
cas tcnicas, onde podemos citar:
Arma curta (pequenas dimenses);
De porte (pelo seu pequeno volume);
Figura 5.9
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Ao Simples (quando est engatilhada, a cada acionamento do gatilho a arma fica pronta para um prximo disparo);
Semi-automtica (faz todo o processo do disparo sem que haja a necessi-dade da ao humana);
Alma raiada (so sulcos dentro do cano);
Recarga por carregador (as munies so colocadas no carregador e este inserido na arma);
Capacidade de munio de 7 a 19 cartuchos em mdia (podendo chegar at a 30 munies ou mais nos casos de arma com prolongador no carregador);
recarregada com carregadores (vulgarmente conhecidos como pente);
Aps cada disparo os estojos vazios so arremessados para fora da arma atravs da janela de ejeo. Para se carregar novamente a pistola, basta que o usurio aperte o boto do retm do carregador para soltar o carregador vazio e colocar o carregador completo com munies.
Obs.: a pistola uma arma mais sofisticada que o revlver, tendo como gran-de vantagem o maior poder de fogo em relao ao nmero de munies e a facili-dade de recarga, porm exige maior tcnica do atirador, sendo a pistola a arma que mais provoca incidentes de tiros.
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5.3. Incidentes de tiros com a pistola
Um dos incidentes de tiro ocorridos com a pistola quando a munio est ve-lha ou mida e seu disparo no acontece (figura 5.10), sendo que a munio in-cha e acaba travada no cano da arma, no sendo possvel o disparo nem a troca da munio automaticamente, sendo necessria a interveno do atirador, retiran-do a munio do cano, e engatilhar novamente a arma deixando-a pronta para um novo disparo.
Outro incidente comum durante o disparo com pistola quando o estojo vazio
fica preso entre o ferrolho e a janela de extrao do estojo (figura 5.11). Esse inci-
dente chamado de torre ou igreja. Para extinguir o problema, basta o atirador
dar meio golpe no ferrolho, como fosse engatilhar a arma. Digo meio golpe porque
a munio j est posicionada no cano da arma, e caso o atirador de um golpe
completo, vai substituir uma em condies de uso por outra, causando a perca
desta, podendo fazer falta futura.
Figura 5.10
Figura 5.11
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5.4. Manuteno de pistolas
A pistola como j foi dito anteriormente, uma arma que necessita de uma
maior tcnica para seu manuseio, no que diz respeito a sua manuteno no
diferente.
Por ser uma arma de muitas molas e encaixes milimetricamente perfeita,
qualquer disfuno nesse mecanismo pode danificar o bom funcionamento da ar-
ma.
Uma dica que se repassada pelos armeiros, quanto manuteno da pisto-
la, de fazer a limpeza apenas das peas superficiais, desmontando-a apenas
pelas travas (figura 5.12), evitar desmontar peas que seja necessrio a utilizao
de ferramentas, e lav-la com leo diesel apenas, nunca aplicar vaselina, grafite,
leo de mquina ou outro produto semelhante.
Obs.: qualquer anormalidade que o atirador perceber no funcionamento da
pistola, procure imediatamente um armeiro, pois qualquer anormalidade pode cau-
sar o travamento da pistola, e infelizmente s veremos isso quando chegar na ho-
ra de us-la, onde podemos estar defendendo a nossa vida ou de uma pessoa a
qual temos que proteger.
Figura 5.12
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6. ESPINGARDA CALIBRE 12
6.1. O surgimento da Espingarda calibre 12
uma arma desenvolvida para caa de grandes animais, com seu surgimento
por volta de 1600. A espingarda de dois canos foi apresentada em 1873. As es-
pingardas de repetio, a pump, surguiu em 1904, e se tornaram muito popula-
res no incio do sculo XX, onde seus proprietrios confiavam tanto em suas es-
pingardas que muitos levaram sua arma particular a Primeira Guerra Mundial ao
invs de rifles, onde foram apelidadas de trench guns, ou armas de trincheira em
portugus.
Desde a criao da espingarda calibre 12, do modelo pump, essa vem sendo
muito utilizada e fazendo parte de arsenais militares e de civis, onde sua forma de
tiro, que espalha os chumbos atingindo um campo maior de tiro, conquistando dia-
a-dia mais adeptos.
Podemos fazer uma comparao entre a espingarda calibre 12 e um rifle, no
seguinte sentido, imaginemos que a espingarda calibre 12 uma lata de spray,
que abrange muito mais espao em um papel, porm no cobre de tinta na primei-
ra espirrada, j o rifle, podemos comparar a uma caneta, que com apenas uma
passada no papel, faz um risco fino, porm consistente.
Temos outra atribuio espingarda calibre 12, o impacto psicolgico, esse
usado principalmente pelas foras da Segurana Pblica no trato com distrbios
civis, usando-a de forma a intimidar as pessoas pelo seu porte robusto.
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6.2. Partes de uma Espingarda calibre 12 pump
A espingarda calibre 12, do modelo pump, independente de seu fabricante,
tem algumas partes fundamentais em seu conjunto, e assim dividido (figura 6.1):
Soleira;
Coronha;
Caixa da culatra;
Abertura de ejeo;
Carregador de munio;
Cano;
Massa de mira;
Gatilho;
Abertura do carregador de mu-
nio; e
Telha.
As espingardas tm alguns componentes bsicos a serem vistos:
Comeando pela parte de trs, quase sempre h uma coronha que permite a
fixao da espingarda nos msculos do ombro. Alguns fabricantes ainda acres-
centam uma soleira no final da coronha, para amortecer o recuo que se sente ao
atirar. Existem espingardas, geralmente do tipo assalto, que possuem coronhas
dobrveis ou at mesmo nenhuma.
Examinando mais frente, encontraremos todas as partes que so associa-
das ao disparo. Elas incluem o gatilho, que se conecta a mola e ao co. Algumas
Figura 61.
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espingardas possuem um cabo de pistola, que se prolonga abaixo do gatilho. O
co ativa o conjunto de parafusos e a agulha, que se apia contra o cartucho a
ser disparado.
Ainda no meio da arma, agora estamos na cmara, onde ocorre o carrega-
mento, descarregamento e o disparo. A cmara pode ser alcanada do lado da
arma. Conectado cmara est o cano, que o longo tubo pelo qual passa a
munio ao sair da arma. A espingarda possui um tambor ligado cmara, que
pode ter o formato de um segundo tubo mais curto abaixo do cano, de um cilindro
ou de cartucho retangular que se prende no cano, chamado de bomba. Pode ha-
ver tambm uma telha anexa ao tubo mais curto, que usada para mecanizar
parcialmente o processo de carregamento e descarregamento. Na parte de cima
do cano, voc ir encontrar uma salincia, que usada como mira.
Vamos ento descrever uma espingarda calibre 12 pump (figura 6.2), expla-
nando suas principais caractersticas, onde podemos citar:
Arma longa (de mdio porte);
Arma porttil (pode ser transportada por apenas uma pessoa, porm difcil
sua dissimulao)
Alma lisa (no existem sulcos no interior do seu cano);
Ao dupla (a cada disparo h a necessidade de novamente engatilhar);
De repetio (necessita de fora muscular humana para engatilhar);
Com recarga manual ( necessria a recarga de uma munio por vez de
forma manual);
Figura 6.2
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6.3. O Choke
O Choke uma ligeira constrio do dimetro do cano de uma espingarda
prximo sua boca.
A finalidade do choke melhorar o agrupamento do chumbo e/ou aumentar
seu alcance til. Temos 03 tipos de choke, o pleno, modificado e cilndrico (figura
6.3). Assim, um disparo em um alvo com 30 de dimetro (762 mm) colocado a 40
jardas (36,6 m) de distncia da boca da arma, dever conter cerca de 65/75% do
nmero de bagos do cartucho original se o choke for pleno, 45/55% se modificado,
e 25/ 35% se for cilndrico. A figura desta folha mostra os melhores intervalos de
utilizao para cada tipo de choke:
Assim definido cada tipo de chock (figura 6.4):
Choke pleno: quando se comprimi a sada do cano, ento os chumbos saem
mais aglomerados;
Choke modificado: quando se comprime a sada do cano, em menor propor-
o em relao ao chock pleno, onde os chumbos saem agrupados, porm atin-
gem uma circunferncia maior; e
Figura 6.3
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Choke cilndrico: quando o cano no mostra diferenas de dimetros desde
o seu comeo at a sada, onde os chumbos se espalham mais que nos outros
tipos de chock. Temos ainda dentro do chock cilndrico, sua verso aprimorada,
onde j se busca um maior agrupamento dos chumbos.
Figura 6.4
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7. MUNIES
7.1. Como surgiram as munies
As primeiras munies surgiram no sculo XIX junto com o surgimento das
cartucheiras. Eram feitas inicialmente de papelo, e mais tarde passaram a ser de
lato ou plstico (figura 7.1).
Os cartuchos proporcionaram uma evoluo na maneira de se usar o arma-
mento, pela velocidade de remuniciar a arma e pelo poder de fogo adquirido.
Mais tarde com o surgimento das garruchas por volta do sculo XVI, surgiram
as balas (figura 7.2), que eram munies que tinha um tiro mais precisas que os
de cartuchos.
Figura 7.1
Figura 7.2
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7.2. Tipos de munio
Existem vrios tipos de munio, desde munies para canho at munies
de calibres pequenos como a 635. Porm mais importante que saber escolher
uma arma para a defesa, saber escolher o tipo de munio mais adequada para
o uso.
Agora iremos ver vrios tipos de projteis que esto presentes em balas e
cartuchos. Verifiquem o modelo do projtil, seu tamanho e peso, onde cada qual
tem uma diferena aerodinmica e de estrutura, para serem usadas em diferentes
circunstncias, todas essas (tabela 7.1) retiradas do site da CBC (Companhia Bra-
sileira de Cartuchos) atravs do site http://www.cbc.com.br/, como segue:
.25 Auto .32 Auto .32 Auto .32 S&W .32 S&WL .32 S&WL .380 Auto .380 Auto 9mm Luger
ETOG ETOG EXPO CHOG CHCV EXPO ETOG EXPO ETOG
.251" 50gr
.311" 71gr
.311" 71gr
.314" 98gr
.314" 98gr
.314" 98gr
.355" 95gr
.355" 95gr
.355" 115gr
9mm Luger 9mm Luger 9mm Luger 9mm Luger .38 SPL .38 SPL .38 SPL .38 SPL .38 SPL
ETOG EXPO EXPP "Flat" CHOG CHOG CHOG CHOG-TP CHCV CSCV
.355" 124gr
.355" 115gr
.355" 95gr
.356" 124gr
.358" 158gr
.358" 158gr
.358" 158gr
.358" 148gr
.358" 158gr
Tabela 7.1
Tabela 7.1
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.38 SPL .38 SPL .357 Magnun .357 Magnun .38 Super Auto .38 Super Auto .40 S&W .40 S&W .40 S&W
EXPO EXPO EXPP EXPO CHOG ETOG EXPO ETPP CSCV
.357" 125gr
.357" 158gr
.357" 158gr
.357" 158gr
.356" 160gr
.356" 125gr
.400" 155gr
.400" 155gr
.400" 160gr
.45 Auto .45 Auto .45 Auto .45 Auto .223 .223 .264 (6,5mm) .308
ETOG CSCV ESCV EXPO ETPT EXPT ETPT "Boat Tail" ETOG
.451" 230gr
.452" 200gr
.451" 230gr
.451" 185gr
.224" 55gr
.224" 55gr
.264" 143gr
.308" 110gr
.308 .308 .308 .308 .44-40 .44 Magnun .454 Casull 12 (balote)
ETPT ETPT "Boat Tail" ETPT "Boat Tail" EXPT CHPP EXPP EXPP Chumbo
.308" 150gr
.308" 150gr
.308" 162gr
.308" 150gr
.427" 200gr
.451" 240gr
.451" 260gr
.691" 390gr
Tabela 7.1
Tabela 7.1
Tabela 7.1
-
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O modelo de projtil utilizado muito importante, pois cada tipo tem uma fina-
lidade. Existem dois tipos mais comuns, os de ponta ogival ou roller point e os de
ponta oca ou stop power. Vamos definir cada um deles.
Ponta ogival ou roller point (figura 7.3) so os projteis com as pontas arre-
dondadas, por esse motivo tem poder de penetrao.
Ponta oca ou stop power (figura 7.4) so os projteis vulgarmente conheci-
dos como dum-dum. Esse modelo de projtil tem alto poder de impacto, transfe-
rindo uma enorme carga de energia ao alvo, imobilizando-o imediatamente. Pela
composio de sua ponta, esse modelo reduz as chances de ricocheteio. Outra
vantagem desse modelo de projtil que no transfixa o alvo.
Para espingardas como a calibre 12, se usam munies do tipo cartucho, que
podem ser carregados de diferentes maneiras, com apenas um chumbo ou com
Figura 7.4
Figura 7.3
-
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vrios chumbos (Tabela 7.2). Veja uma demonstrao projetada pela CBC, em
que se pode ter idia de como carregado um cartucho de espingarda calibre 12.
Nmero do Chumbo 12 11 9 8 71/2 7 6 5 3 1 T TTT SG Knock Down Balote
Dimetro em milmetros 1,25 1,50 2,00 2,25 2,38 2,50 2,75 3,00 3,50 4,00 5,00 5,50 8,40 18,65 17,6
Quantidade aproximada de bagos em 10 gramas
870 457 216 151 130 110 83 64 40 27 14 10 2,80 32,0*
gramas a unidade 28,35*
gramas a unidade
Assim entendido, a figura abaixo ilustra a disposio dos bagos de chumbo
colocados no interior do cartucho (figura 7.5).
Tabela 7.2
Figura 7.5
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7.3. Munies de revlver
As munies de revlver (figura 7.6) so feitas com lato, com projteis de to-
dos os modelos e materiais. As munies podem ter cargas normais, a +P (maior
presso) ou +P+ (presso ainda maior), essas ltimas com presso de disparo
superior as normais, sendo recomendada a utilizao em armas modernas e a-
propriados para resistir s presses desenvolvidas pelo tiro, ou seja, armas com o
cano reforado.
Os projteis mais usados para as munies de revlver so os abaixo mostra-
dos (tabela 7.3).
Figura 7.6
Tabela 7.3
-
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7.4. Munies para pistola
As munies para pistolas (tabela 7.7) so muito parecidas com as de revlve-
res, porm no tem culote. Os projteis das munies de pistola so dos mesmos
modelos das munies do revlver.
Os projteis mais usados para as munies de pistola so os abaixo mostra-
dos (tabela 7.4).
Para pistolas a CBC desenvolveu munies com excelncia em Stop Power, a
linha Gold (figura 7.8), veja abaixo:
Tabela 7.7
Tabela 7.4
Figura 7.8
-
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Existem tambm para pistolas, os projteis das munies da linha Gold (tabela
7.5), desenvolvidas pela CBC, como segue:
Tabela 7.5
-
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7.5. Munies de espingarda calibre 12
As munies de espingarda calibre 12 so do tipo cartucho, e podem ser
constitudas por muitos bagos ou chumbos, ou ainda com apenas um chumbo, o
chamado balote (figura 7.9).
Esse tipo de calibre tambm muito usado para a utilizao de munio no-
letal e qumica.
Figura 7.9
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8. ARMAS NO-LETAIS
8.1. Introduo
Arma no-letal foi desenvolvida com o intiuto de provocar situaes de
desconforto extremo s pessoas atingidas, fazendo com que sofram a ponto de
interromperem um comportamento violento imediatamente, mas de forma que tal
interrupo no provoque riscos vida desta pessoa, caso seja usada em
condies normais e forma tcnica.
Alguns exemplos de armas no-letais so o gs lacrimognio, munies com
projteis de borracha, bastes (tonfa e cassetete), canhes de gua, gs/spray
"pimenta" e pistolas eltricas.
A denominao "arma no letal", segundo alguns doutrinadores e juristas,
equivocada, pois o uso de tais tipos de arma pode provocar invalidez temporria
ou permanente, ou at mesmo a morte, caso utilizadas de maneira excessiva ou
errada. E por esse motivo que alguns h denominam de "armas menos letais" ou
"armas intermedirias".
Seu uso est previsto na doutrina do Uso Progressivo da Fora devendo ser
usada somente nos casos quando realmente indispensvel e na medida e usando
as tcnicas necessrias para conter o agressor, sempre com o pensamento de
causar o minimo dano sua integridade.
Portanto, armas no-letais devem ser usadas como um complemento, e no
um substituto, da arma de fogo na atividade de Segurana, seja Pblica ou
Privada.
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8.2. Basto tonfa
O basto tonfa (figura 8.1) uma arma originria do Japo na ilha de Okinawa
como instrumento de defesa da populao, porm inicialmente era apenas uma
ferramenta usada na colheita do arroz.
Na Segurana Pblica e Privada, o basto tonfa se tornou uma das armas
no-letais mais utilizadas, pois de fcil manuseio e de grande eficincia.
Devemos sempre lembrar que o basto tonfa uma arma de defesa, e seu
incorreto uso pode causar danos irreversveis e at a morte do oponente, e apesar
de ser de fcil manuseio, existem tcnicas para seu uso, as quais devem ser rigo-
rosamente observadas pelo Agente de Segurana.
Figura 8.1
-
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8.3. Gs de pimenta
O gs de pimenta ou tambm conhecido como spray de pimenta, um arma
no-letal de aao temporria, sendo composto por agentes quminicos que agem
nas mucosas do corpo, ou seja, olho, nariz e boca, podendo ser aderido por mais
partes do corpo caso o oponense esteja muito suado, com os poros abertos.
uma arma no-letal muito utilizada pela Foras Pblicas de Segurana no
contexto de Disturbios Civis, sendo o gs de pimenta um agente lacrimognio e
que causa grande impacto nas massas.
Existem duas formas de apresentao de gs de pimenta, uma na forma
liquda (figura 8.2) e outra na forma de espuma (figura 8.3). O uso incorreto de
ambos pode causar danos irreversveis a sade do oponente, principalmente aos
olhos, podendo causar at cegueira.
O uso correto indicado de uma distncia entre 1,5 e 2 metros, onde se
posiciona o jato na direo do rosto do oponente. Nunca use o gs de pimenta em
locais fechados e sem ventilao.
Apesar de ser um agente com baixo grau de periculosidade, pode causar a
morte do oponente por asfixia.
Figura 8.2
Figura 8.3
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8.4. Pistola taser
A pistola taser (figura 8.4) uma moderna arma no-letal desenvolvida para
produzir no oponente uma descarga eltrica, causando a imobilidade total em m-
dia de 5 segundos, dependendo do modelo. A distncia do tiro tambm depende
do modelo a ser usado.
O princpio de seu mecanismo atingir o sistema nervoso do oponente atra-
vs de descarga de corrente eltrica (figura 8.5), causando uma imobilidade mo-
mentnea, tempo suficiente para o Agente de Segurana imobilizar o oponente,
causando a esse o mnimo de leso.
Sistema Nervoso Central - (crebro e coluna espinhal) - Centro de comando e processamen-to de informaes para a tomada de decises.
Sistema Nervoso Sensorial - Nervos que transportam as informaes do corpo (tempera-tura, tato, etc.) para o crebro.
Sistema Nervoso Motor - Nervos que trans-portam os comandos do crebro at os mscu-los para controlar os movimentos do corpo.
Aparelhos de Choque Eltrico - Agem no Sis-tema Nervoso Sensorial, causando dor. Pes-soas muito fortes, ou sob o efeito de dro-gas/lcool, podem ser imunes aos aparelhos de choque eltrico.
Armas TASER - Age no Sistema Nervoso Sensorial e, tambm, no Sistema Nervoso Motor. Paralisando e derrubando IMEDIATA-MENTE qualquer pessoa, no importando quo forte, treinada - ou mesmo drogada ou embria-gada - esta esteja.
Figura 8.5
Figura 8.4
-
42
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Essa arma no-letal esta sendo difundida e utilizada no mundo todo, princi-
palmente pela Foras Pblicas de Segurana. Os aeroportos foram os primeiros
rgos a aderirem ao seu uso.
Para melhor entendermos seu funcionamento, vamos visualizar os componen-
tes que forma a pistola taser (figura 8.6).
Confetes de identificao;
Dardos;
Tampas de identificao;
Fiao;
Mira laser;
Cartucho;
Retm do cartucho;
Gatilho;
Massa de mira;
Ala de mira;
Indicador de energia e da-
taport;
Trava de segurana ambi-
destra; e
Compartimento de pilhas.
Figura 8.6
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9. LEGISLAO
A legislao brasileira referente compra, porte e posse de arma de fogo se
restringem a Lei 10.826 de 22 de dezembro de 2003, e referem-se ao Estatuto do
Desarmamento, que foi regulamentado pelo Decreto n 5.123 de 01 de julho de
2004.
A Lei 10.826 doutrinou o registro, posse e comercializao de armas de fogo e
munies sobre o SINARM (Sistema Nacional de Armas), definindo crimes, quem
pode comprar e portar arma de fogo, entre outras providncias.
Vamos estudar a Lei 10.826 na integra, conforme anexo 03 desta obra.
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10. CURIOSIDADES
Veja algumas propagandas das dcadas de 30 e 50 de comrcio de arma de
fogo nos Estados Unidos, onde a indstria blica realiza sem discrio alguma.
Beretta Minx: Meu nome Beret-
ta. Me leve contigo. Sou calibre 22,
bem petit. Meu tamanho meu prin-
cipal charme. Encaixo perfeitamente
em seu bolso ou bolsa. Adoraria pas-
sar mais tempo contigo. Me leve junto
para sua companhia e proteo. Uma
coisa fofa sobre mim que voc no
precisa ser um grande homem mus-
culoso para conseguir disparar.
Colt: Qual foi ltima vez que
voc se deu um presente de natal?
Ammunition: Faa sua prpria
munio. Quatro cartuchos pelo pre-
o de um.
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Daisy Air Rifles: Compre essa
carabina de cowboy. Anncio de es-
pingarda de presso voltado para
crianas.
He-Man: At que enfim, a novs-
sima He-Man Calibre 22. Fabricado
pela famosa Ithaca Gun, fabricantes
de armas de fogo desde 1880.
Iver Johnson: Revlveres no
so brinquedos. Eles atiram e matam.
Voc pode precisar apenas uma vez
em sua vida: compre agora e voc o
ter nesse momento. Totalmente se-
guro. Disparo acidental impossvel.
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Rugger.44: Carabina Magun
Rugger .44. Boa para matar cervos
do campo.
Smith & Wesson: Quando a-
penas voc ou ele, a nova .41 Smith
& Wesson pode salvar sua vida!
Thompson: "Thompson Subme-
tralhadora. A arma porttil mais efici-
ente que existe.
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Marlin: Eu atiro para acertar. Eu atiro
com a Marlin 366.
Ele tem apenas 2.16 polegadas,
o Swiss Mini Gun o menor revlver
funcional do mundo, completo, inclu-
sive a munio. Dispara com mins-
culas balas de 0.35 polegadas.
Segundo o site oddee.com, este
provavelmente o maior revlver do
mundo. Rplica do modelo Reming-
ton 1859, ele mede 1,26 metro de
comprimento e foi idealizado por
Ryszard Tobys.
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11. ANEXO
11.1. Anexo 01
O Revlver e as suas Principais Dvidas
fcil perceber, mesmo para o observador mais distrado, que a principal Ar-
ma Curta do cidado brasileiro ainda o revlver. Ao contrrio do consumidor eu-
ropeu, mais afeito s pistolas semi-automticas, ou o norte-americano, acostuma-
do a possuir sem problemas qualquer tipo de armamento que deseja, ns, os bra-
sileiros, temos uma longa convivncia com, basicamente, um s tipo de Arma Cur-
ta. As razes para isso possuem origens econmicas, tecnolgicas e sociais, ne-
cessitando muito papel e tinta (ou bits) para ser razoavelmente explicada ao Lei-
tor.
Mas, de maneira simplificada, pode-se afirmar que por falta de opes o con-
sumidor brasileiro se "acostumou" ao revlver e adquiriu, a princpio, certa "resis-
tncia" em se adaptar s armas semi-automticas. Para isso contribui fortemente
o fato das empresas nacionais de Armas Curtas s recentemente se interessarem
por pistolas semi-automticas e apresentarem uma longa tradio na confeco
de revlveres, mais fceis e baratos de produo. de se notar que no histrico
de quase todas as empresas nacionais de Armas Curtas consta que elas foram
fundamentadas na produo de revlveres, a maioria cpias diretas de modelos
norte-americanos.
Do ponto de vista tcnico, o revlver tambm tem a sua preferncia nacional
calada na maior facilidade de adestramento e emprego frente s pistolas semi-
automticas, a princpio mais complexas de manejo e disparo. Deve-se sempre
notar que poucos so os que lucidamente procuram cursos de Tiro para aprender
corretamente o uso de sua arma pessoal e, nesse caso, o revlver se apresenta
como mais passvel de favorecer o "auto-aprendizado".
Recentemente, o mercado de Armas & Munies tem visto o fortalecimento da
posio de algumas pistolas semi-automticas, notadamente a linha das Forjas
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Taurus, as pistolas argentinas Bersa e a austraca Glock, ambas em calibre .380
ACP.
Atendendo, ento, a j comentada "preferncia nacional", procurarei respon-
der a maioria das expectativas dos Leitores a respeito do revlver, esse nosso
velho conhecido.
Evoluo Gradual
Oficialmente, o primeiro revlver prtico e funcional foi desenvolvido pelo c-
lebre Samuel Colt em 1836 com o seu modelo "Paterson", ao qual se seguiu uma
infindvel srie de outros produtos, numa evoluo contnua e segura. Samuel
Colt teve a feliz idia de criar uma arma onde diversas cmaras dispostas num
tambor eram automaticamente alinhadas para disparo pela rotao deste. O sis-
tema de municiamento ainda era a ante carga e o disparo se efetuava por inter-
mdio de espoletas colocadas em "ouvidos" aparafusados no fundo das cmaras.
Mas, o usurio de um revlver do tipo criado por Samuel Colt, pela maior capaci-
dade de fogo oferecida pelo alinhamento automtico das cmaras, no mais fica-
ria restrito a apenas 1 ou 2 tiros, fato muito apreciado numa poca em que os
combates geralmente eram sangrentos corpo a corpo.
Com o pleno advento da munio metlica, por volta de 1865, muitas firmas,
hoje grandes e slidas companhias, comearam a conquista de um vasto mercado
vidas por Armas Curtas prticas e confiveis para emprego principalmente na
defesa pessoal. Smith & Wesson, Colt, Remington e Melvin & Huebert, entre ou-
tras, foram empresas que muito floresceram nesse perodo e concorreram forte-
mente para oferecer cada vez mais produtos que conquistassem maior parcela de
consumidores.
Na virada do sculo XX, o revlver como Arma Curta de uso pessoal comeou
a sentir os efeitos de uma crescente concorrncia de outro tipo de armamento com
princpios mecnicos mais elaborados e complexos: a pistola semi-automtica.
Por outro lado, as Armas Curtas comeavam a ser empregadas em outras ativida-
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des tais como Tiro ao Alvo e a Caa de pequeno e mdio porte. Assim, o revlver
teve de sofrer aprimoramentos, no somente para atender a evoluo tecnolgica,
mas tambm para obedecer aos novos empregos que as Armas Curtas teriam
com seus consumidores.
No advento da gerao Magnum, com o lanamento do .357 Magnum pouco
antes do incio da 2a Guerra Mundial, o revlver teve grande fortalecimento em
sua posio perante as pistolas, pois a potncia de sua munio era algo extraor-
dinrio para a poca e difcil de ser empregada em mecanismos do tipo semi-
automtico. Assim, os revlveres novamente tomavam a dianteira na preferncia
do mercado, principalmente aps a criao de outras munies de nvel Magnum,
tais como o .44 Magnum e .41 Magnum. A partir dos anos 80 essa hegemonia de
emprego de calibres Magnum seria ameaada pelo aparecimento de pistolas es-
pecialmente desenvolvidas para receber munies de grande potncia. Ao revl-
ver restaria a simplicidade de manuseio e a versatilidade de poder operar normal-
mente com uma mesma munio em diferentes nveis de potncia, algo problem-
tico para as armas semi-automticas, pois estas dependem da energia de recuo
de sua munio para operarem.
O aparecimento do primeiro revlver em ao inoxidvel, o Smith & Wesson
Modelo 60 em 1964, foi outra inovao tecnolgica de "peso" e a evoluo dos
mecanismos de disparo, aperfeioados com sistemas de bloqueio automtico de
percusso, trouxeram maior segurana no emprego desse tipo de arma.
Como derradeiro avano tecnolgico, pode-se considerar o revlver em titnio
como a ltima fronteira, embora eu considere as armas da Wesson Firearms (Dan
Wesson), com seus poderosos calibres, estrutura modular e canos removveis,
como o mximo em termos de evoluo.
Mas o revlver possui excelentes predicados e mesmo sofrendo concorrncia
das armas semi-automticas certamente ir permanecer em slida preferncia,
principalmente quando suas caractersticas de funcionamento e emprego so bem
compreendidas. Apesar do forte crescimento na preferncia das Armas Curtas
-
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semi-automticas em nosso mercado, percebo, no contato com amigos e leitores,
um permanente interesse nos revlveres. Atravs de e-mails, telefonemas e con-
versas em clubes pude formar uma lista das principais dvidas existentes quanto
ao emprego adequado desse tipo de arma e sua posio frente s pistolas. Muitas
dessas dvidas so tambm de interessados em adquirir uma pistola semi-
automtica, os quais procuram se informar se sua deciso ser correta ou mesmo
se encontrar desvantagens na troca. Ento, vamos as dvidas....
1- Quais as vantagens e desvantagens do revlver?
Apesar de ser um mecanismo j prximo do mximo em termos de desenvol-
vimento tecnolgico, o revlver apresenta inmeras vantagens que o fazem pre-
sente em qualquer sria lista de opes de compra. Algumas das principais vanta-
gens residem na j comentada facilidade de manejo, versatilidade de emprego,
rapidez de aprendizado e na intrnseca segurana para o usurio novato.
Por apresentar um mecanismo mais simples e de fcil operao, o revlver
o ponto bsico de todo incio de aprendizado com Armas de fogo. Iniciar um nova-
to na prtica do Tiro, defensivo ou mesmo desportivo, atravs de pistolas semi-
automticas, representa dispndio de maior esforo na compreenso do manejo
seguro de uma arma e o correto uso desta. J o revlver, em calibres de baixa e
mdia potncia, facilita o aprendizado de conceitos bsicos de segurana e mane-
jo de Armas de fogo e os rudimentos das tcnicas de Tiro.
Em termos de segurana, o revlver possibilita a rpida conferncia de estar
carregado ou no e, graas aos mecanismos de barra de transferncia e/ou blo-
queio, o disparo da arma s se dar caso o gatilho seja efetivamente acionado.
Esse fator, mais a facilidade de empunhadura e disparo, facilitam o emprego do
revlver mesmo por pessoas recm iniciadas no Tiro ou em situaes de excessi-
vo "stress".
Outro fator de vantagem para o revlver sua inerente "condescendncia" no
uso de munies de potncias e projteis diferentes. Como esse tipo de arma no
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depende da munio para operar a seqncia de disparo, qualquer padro de
combinao aceito sem problemas de funcionamento. Isto confere suficiente
versatilidade para, num mesmo revlver, colocar-se munio de Tiro ao Alvo, por-
tanto de baixa potncia, em conjunto com cargas bem mais "quentes" destinadas
ao uso defensivo.
O fato de o revlver no depender da munio para operar seu mecanismo de
disparo o faz sensata escolha quando o assunto Segurana pessoal. Embora
nos presentes dias o foco das atenes sejam as semi-automticas de grande
capacidade de munio, o revlver, com apenas 6 tiros, possui a virtude de no
deixar o seu proprietrio com uma arma "travada" por mau funcionamento durante
uma condio de extremo perigo. Se, quando acionado, o revlver percutir uma
munio que no dispare, somente ser necessrio acionar novamente o gatilho
para se alinhar outra munio pronta para uso. Em tal situao, muitas armas se-
mi-automticas podem tomar preciosos segundos para se sanar a falha e estar
novamente em condio de emprego. Por esse motivo que muitos dos policiais
veteranos ainda optam pelo revlver por sentirem mais confiana no seu meca-
nismo e funcionamento.
certo que a pouca capacidade de munio dos revlveres, frente s pistolas
semi-automticas, os fazem alvo de algumas crticas em termos de emprego ttico
em defesa. As condies de Tiro Defensivo so as mais variadas possveis e mui-
tos preferem confiar em armas de grande capacidade de munio ao invs de en-
frentar situaes com a "desvantagem" de possurem apenas 6 tiros.
Outro ponto de crtica quanto ao volume apresentado pelo revlver frente
nova gerao de pistolas semi-automticas super compactas. Neste ponto, no h
muito que fazer, pois no se pode reduzir mais o perfil de um revlver sem reduzir
tambm o nmero de tiros em seu tambor.
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2- Qual tipo de arma mais segura: revlver ou pistola?
Em toda a longa historia de desenvolvimento do revlver seu mecanismo in-
terno sofreu aperfeioamento gradual no sentido de torn-lo cada vez mais um
mecanismo confivel e seguro de emprego. Mas nem sempre foi assim e muitos
revlveres de concepo e projeto mais antigos eram verdadeiras "armadilhas" em
termos de disparos acidentais.
Com o aparecimento das armas semi-automticas no incio do sculo, o revl-
ver tradicional comeou a ser comparado perante um mecanismo de operao
mais sofisticado e ao mesmo tempo complexo de manejo, mas que possua diver-
sos sistemas de segurana. Esses sistemas de segurana em armas semi-
automticas expunham mais as falhas do revlver quanto a ser mecanismo confi-
vel para o usurio, forando uma efetiva evoluo.
Diversos sistemas de bloqueio do mecanismo de disparo foram desenvolvidos
ao longo dos anos visando evitar o acionamento do revlver por crianas ou pes-
soas desautorizadas. Desde travas de mo, do tipo empregado nas pistolas Colt,
at fechaduras especiais, vrios sistemas bloqueadores foram sendo lanados
para tornar a guarda e manuseio de revlveres mais seguro. O mais recente de-
senvolvimento apresentado pelas Forjas Taurus, que bloqueia o co do revlver
pelo simples travamento do acionamento do co da arma, fazendo uso de uma
chave especial.
O mecanismo de disparo de um revlver moderno hoje tido como algo alta-
mente desenvolvido em termos de segurana, pois em seu projeto so estudadas
formas de bloquear o disparo da arma em caso de queda acidental ou percusso
da munio sem que seja intencionalmente acionado o gatilho. Com isso, o revl-
ver pode ser considerado um mecanismo de emprego seguro, desde que sempre
mantido em suas caractersticas originais e em bom estado de conservao.
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3- Disparos em "seco" afetam o mecanismo?
Houve pocas em que o co de um revlver tinha o pino de percusso como
uma extenso fixa de seu corpo. Assim, o impacto da percusso era transferido
diretamente para a espoleta da munio, garantindo mais confiabilidade de sua
ignio. Isso tambm significava que, sem munio na cmara, o co e seu pino
percussor batiam por inteiro no chassi da arma, muitas vezes quebrando-se em
partes devido as precrias tcnicas de tmpera daquelas pocas. As tcnicas de
tmpera e a qualidade dos materiais mudaram muito durante os quase 160 anos
de desenvolvimento do revlver, mas o medo de se disparar em "seco" e ter uma
arma danificada permaneceu at os dias de hoje.
Com os excelentes sistemas de disparo e a qualidade dos materiais encontra-
dos nos dias de hoje na maioria das armas, revlveres ou mesmo pistolas, ple-
namente seguro o disparo em "seco" sem o comprometimento da integridade do
mecanismo. O nico seno feito quanto as armas em calibre .22 de fogo lateral
(rimfire) pois nesse tipo de munio a forma de ignio da espoleta se d na late-
ral do estojo e o pino percussor deve "picotar" a borda do mesmo tendo a beirada
da cmara como anteparo. Repetidos disparos em "seco" com armas em .22
"Rimfire", nos tradicionais calibres .22 Short, .22 Long Rifle ou .22 Magnum, resul-
taro, invariavelmente, em deformao da lateral da cmara pela "batida" direta do
percussor sem o amortecimento da borda do estojo.
Quanto aos revlveres de fogo central, o disparo em "seco" at recomenda-
do por alguns especialistas tais como o famoso Atirador John Saw e o articulista
Dick Metcalf, da conceituada revista norte-americana "Shooting Times". De acordo
com essas abalizadas opinies, o tiro em "seco" indicado como a forma mais
racional de "acomodar" o mecanismo de disparo em armas novas alm de servir
como excelente treino para o Atirador ao habitu-lo com o "peso" e curso de acio-
namento do gatilho. Mesmo assim, deve-se recomendar parcimnia nesse tipo de
atividade, pois o mecanismo de disparo e a estrutura da arma estaro sendo exi-
gidos de uma forma para a qual no foram necessariamente preparados.
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4- O que melhor: percussor fixo ao co ou flutuante?
Nos presentes dias existem dois sistemas de percusso num revlver: o dire-
to, representado por armas do tipo Smith & Wesson e Rossi, e o sistema de per-
cusso indireta ou flutuante, encontrado em armas da Taurus, Colt e Ruger, por
exemplo.
No sistema de percusso direta, o pino percussor localiza-se no co, como
nas antigas armas do sculo passado, mas possui movimento suficiente para im-
pedir que se quebrem quando percutir uma cmara vazia. Quando liberado pelo
gatilho, o co e seu percussor atingem diretamente a espoleta. No caso do siste-
ma de percusso indireta o co atinge uma barra de transferncia a qual faz um
pino percussor flutuante detonar a espoleta.
O sistema de percusso direta confivel quanto a poder atingir a espoleta
mesmo quando a arma estiver com excessiva sujeira e o sistema indireto se apre-
senta como mais lgico de construo e menos sujeito a quebras. Ambos so sis-
temas igualmente confiveis de emprego e convivem em paralelo, de acordo com
a filosofia tecnolgica adotado pelas empresas que o usam em seus projetos.
5- Devo amaciar o gatilho de meu revlver?
Ajustar o gatilho de qualquer arma para atender preferncias pessoais algo
plenamente possvel e justificvel. Como toda mquina de uso individual, o revl-
ver pode receber "afinamentos" que o tornam mais adaptveis s necessidades de
seu usurio, facilitando o emprego. Contudo, certas regras de bom senso devem
ser seguidas no "amaciamento" de um gatilho visando garantir resultado positivo,
no prejudicar a arma e nem causar acidentes irreparveis.
Diversos especialistas em Armas curtas recomendam que no se inicie ne-
nhum tipo de "amaciamento" antes da arma disparar aproximadamente 500 tiros.
Esses tiros podem ser substitudos por algumas centenas de disparos "em seco"
pois a inteno desse trabalho fazer com que o mecanismo interno da arma se
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movimente repetidamente, perdendo aquela "dureza" e rebarbas de pea nova
recm sada da linha de montagem. Partir para "amaciar" gatilhos de revlveres
sem uma etapa de acomodao do mecanismo de disparo pode trazer decepes
quanto ao resultado final.
O passo seguinte ser estudar junto a um armeiro competente os "pesos" de
gatilho desejados sempre tendo em mente que gatilhos excessivamente "leves"
so mais adequados prtica de Tiro ao Alvo e podem causar acidentes quando
indevidamente empregados. Tambm deve-se alertar que cortar aleatoriamente e
sem conhecimento alguns elos das molas internas do mecanismo de disparo pode
ser uma fonte segura de dor de cabea. Como as molas trabalham em equilbrio,
somente um armeiro experiente poder saber como "aliviar" o peso do gatilho e
polir as peas internas de maneira correta.
Pessoalmente prefiro gatilhos com 900 a 1000 gramas para ao simples e
algo em torno de 4500 gramas para ao dupla.
6- Porque tiros com munies diferentes causam variaes no alvo?
As Armas Curtas reagem imediatamente e em proporo energia de recuo
produzida pela sua munio. Esse fenmeno j foi assunto de extenso artigo com
o ttulo "Administrando o recuo" na edio n 31 de MAGNUM. Naquele artigo foi
explicado que a variao de concentraes dos impactos com uma mesma arma e
munies diferentes est relacionada ao do recuo. Como o revlver comea a
se movimentar to logo a munio disparada, o projtil mais pesado leva maior
frao de tempo para sair do cano e deix-lo quando o mesmo estiver em movi-
mento de ascenso. Por outro lado, projteis mais leves deixam o cano mais rapi-
damente e tendem, por esse motivo, a se concentrar em pontos mais baixos dos
agrupamentos obtidos pelos projteis pesados. Esse efeito mais aparente nos
revlveres pois eles possuem uma maior diferena entre a linha imaginria do
centro do cano e o eixo do brao do Atirador.
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Como num mesmo revlver possvel empregar inmeras variantes de muni-
es em diferentes nveis de potncia, tambm recomendado que o usurio trei-
ne constantemente com sua arma, principalmente se esta for utilizada em Defesa
Pessoal e possuir miras fixas.
7- Cano maior tem vantagem?
Essa questo ser sempre relacionada ao emprego destinado determinada
arma. Ningum deve esperar que aquele seu revlver de 4 polegadas seja um
"ferramenta de mltiplo uso" e sirva para a prtica de todas as atividades do Tiro.
Mesmo os revlveres de constituio equilibrada como aqueles em calibres Mag-
num e cano de 6 polegadas, tero mais vantagens de emprego em determinadas
atividades do que em outras.
Todos sabem que o comprimento de cano pode favorecer o aproveitamento
da potncia da munio por oferecer mais espao para a expanso dos gases e
acelerao do projtil. Mas da a pensar que um revlver com cano de 8 polega-
das de comprimento pode ser a resposta definitiva como armamento de Seguran-
a Pessoal, se afigura como um exagero sem propsito.
Mesmo sendo compactos e de fcil porte e dissimulao, revlveres com
comprimento de 2, 2 1/2 e 3 polegadas de cano no conseguem acelerar plena-
mente sua munio. Por esse motivo no se deve esperar que certas munies do
tipo "ponta oca" funcionem com eficincia total, pois esses projteis necessitam
atingir determinada faixa de velocidade para se expandir.
O comprimento de 4 polegadas se aproxima da medida ideal para emprego
em situaes de Defesa por favorecer um equilbrio entre aproveitamento de mu-
nio, relativa facilidade de porte e maleabilidade. Embora apresentem desemba-
rao em ao, armas com canos de 4 polegadas de comprimento somente sero
eficientes em caa de mdio porte se forem em calibres Magnum. Para Tiro de
preciso ento, os revlveres de 4 polegadas de cano no conseguem apresentar
os mesmos resultados que armas com comprimento superior.
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Canos de 6 e 8 polegadas so mais indicados para a prtica de Tiro Desporti-
vo e Caa, por favorecer a preciso e aproveitamento da potncia da munio. Em
Defesa, esses comprimentos de cano tornam-se desconfortveis e de emprego
desajeitado.
8- Empunhaduras anatmicas valem pena?
Como acontece com o "amaciamento" do gatilho, a empunhadura de uma ar-
ma pode se escolhida ou adaptada para se ajustar s exigncias ou ergonomia de
seu proprietrio. Para isso existem diversos fabricantes e artesos especializados
em empunhaduras, oferecendo uma vasta gama de produtos de forma a atender
qualquer gosto e oramento. O assunto foi extensamente comentado na edio n
31 de MAGNUM no artigo "Empunhaduras de Armas Curtas", onde procurei des-
crever todos os pontos e detalhes desse tipo de componente e apresentar os seus
principais fabricantes.
Empunhaduras em plstico, borracha ou neoprene so ideais em "peas de
servio" por resistir a maus tratos e favorecer a aderncia na mo da pessoa,
mesmo em situaes de umidade e "stress". Por outro lado, empunhaduras de
madeira so imbatveis em beleza e acabamento, apresentando ainda a vanta-
gem, nas mos um bom arteso, de serem adaptadas s necessidades ergonmi-
cas de seu usurio.
Pessoalmente, tenho preferncia para desenhos do tipo "Combat", com enta-
lhe para dedos, pelo fato dessa empunhadura ser de fcil emprego em qualquer
atividade do Tiro.
9- Devo portar uma cmara vazia como forma de segurana?
Isso ainda um assunto polemico, com razes na poca em que os revlveres
tinham percussor fixo no co e no possuam sistema de travamento no mecanis-
mo de disparo. Em revlveres "antigos", de fabricao antes dos anos 70, era
mais seguro portar uma cmara vazia, na posio do percussor, de maneira a se
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evitar que este ficasse em contato com a espoleta da munio e viesse a disparar
acidentalmente em caso de queda da arma. Hoje em dia esse tipo de procedimen-
to dispensvel, pois todos os revlveres modernos saem de fabrica com um a-
perfeioado sistema de disparo, portando bloqueadores de percusso, os quais
impedem o disparo acidental, a no ser que se esteja pressionando o gatilho.
Algumas instituies policiais do Brasil exigem dos seus membros o porte de
suas armas com uma cmara vazia para preveno de acidentes, visto que esse
fato j foi ocorrncia relativamente comum no passado. de se adiantar que em
muitos desses casos de disparos acidentais, a maioria por queda das armas, se
deu com revlveres em m conservao, modelos antigos ou com adiantado des-
gaste. certo que, para essas instituies, o uso de uma cmara vazia aumenta a
segurana do revlver, mas por outro lado, deixa o policial em situao de desvan-
tagem em questo de volume de fogo frente a bandidagem.
10- Quantos tiros meu revlver "agenta"?
comum surgir perguntas tais como "quantos mil tiros posso dar?" ou "meu
revlver agenta tantos mil tiros?". Como qualquer outra ferramenta, o revlver
tem um nvel de desgaste de acordo com a forma de emprego e grau de conser-
vao. Se o proprietrio de uma Arma de fogo somente fizer uso de munio "soft"
para Tiro ao alvo, seu revlver (ou pistola) poder disparar dezenas de milhares
de tiros antes de comear a sair dos padres de tolerncia. Se, no entanto, o ati-
rador somente fizer uso de munies "quentes" em sua arma, esta certamente
ter um tempo de vida til menor e dever ser avaliada periodicamente quanto
exatido de seu funcionamento. Esse desgaste ser mais agravado se o atirador
conservar mal sua arma, por desleixo ou por erros nas etapas de limpeza.
Num revlver, o desgaste pode ser observado nas folgas entre o tambor e o
cano, alm de uma excessiva eroso no cone de foramento do cano. Outras par-
tes podem ser afetadas, tais como a fora de ao das molas e a condio fsica
do pino percussor. No entanto, mesmo com o emprego de munies de alto de-
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sempenho, somente ser aparente alguma forma de desgaste aps 4 ou 5 mil ti-
ros, valor raramente alcanado pelo cidado comum.
E qual o limite de uma Arma de fogo? O limite de emprego, ou seja, quando
uma arma deve ser analisada quanto ao seu desgaste, se dar no momento em
que as suas principais partes comearem a apresentar folgas e desalinhamento,
comprovando que as tolerncias normais encontram-se comprometidas. Nesse
estgio, alcanado aps milhares de tiros, o proprietrio deve levar sua arma a um
competente armeiro para avaliao, possveis ajustes e reparos. Como forma de
ilustrao, j tive em mos um bem conservado revlver Smith & Wesson com
mais de 145.000 tiros, o qual, aps o devido recondicionamento, pde continuar
atirando normalmente. De uma maneira razovel, pode-se considerar algo entre
5.000 e 10.000 tiros como um tempo de vida normal para uma Arma de fogo, o
mesmo que rodar 100.000 km com um automvel.
Por Jos Joaquim D'Andrea Mathias
Verso atualizada de artigo originalmente publicado na Revista Magnum edi-
o no 42.
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11.2. Anexo 02
As Origens Histricas do Basto Tonfa
Por nossos conhecimentos de Artes Marciais e dedicao a especializao do
magistrio de um sistema de Defesa Pessoal Policial Especializada, tivemos a
oportunidade de visitar vrias Corporaes, rgos e empresas que se utilizam da
Tonfa, e tivemos uma pssima impresso, pois muitas vezes os profissionais aca-
bam causando leses corporais em outros e at mesmo se auto agredindo, ou por
muitas vezes deixando de utilizar de um material eficiente, por achar dificuldades
na utilizao, ou por medo. Muitos desses profissionais perderam a Tonfa em o-
corrncias, e conseqentemente pagam outra para o rgo em que trabalham.
A Tonfa tem sua origem no Kobud Japons, que o estudo das tcnicas an-
tigas de artes marciais japonesas, mais precisamente teve sua origem na ilha de
Okinawa para defesa de seus habitantes. A Tonfa passou por um processo de
evoluo e teve vrios nomes, como: TWNFA, TUINFA, TONKUWA, TUNFA,
TUIFA e TONGWA. A hiptese mais aceita pelos especialistas no assunto de
que inicialmente era uma ferramenta agrria utilizada na colheita de gros, mais
precisamente para descascar e moer arroz, na confeco do saqu, uma bebida
muito popular consumida neste pas.
Foi ento uma arma improvisada, oriunda da necessidade de defesa, no era
uma arma de guerra, veio da adaptao de ferramentas agrrias como tantas ou-
tras armas do repertrio do antigo Kobud, h ex. do Nunchaku (vara articulada de
descascar gros), o Sai (Tridente usado para plantar gros), Ekudi (Remo dos
barcos de pesca) e a Kama (pequena foice de colher arroz). Uma curiosidade so-
bre a Tonfa que com o passar do tempo no era incomum vela sendo usada
como cabide para pendurar kimono nos antigos Dojs. Penso que faziam isto para
ocultar seu verdadeiro propsito dos inimigos.
Estas armas at ento improvisadas, tiveram sua pratica associada ao Karate
(Caminho das Mos Vazias) e ao Kempo (Mo da China), pois eram as artes mar-
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ciais praticadas naquele tempo em Okinawa como defesa pelos habitantes, duas
Tonfas eram freqentemente usadas simultaneamente, e era uma arma muito efi-
ciente contra ladres, posteriormente, devido a sua eficincia acabou sendo incor-
porada por outros sistemas de lutas e sendo difundida pelo mundo tambm no
Kung Fu (Chins), no Tae Kwan Do (Coreano) e em outras artes Marciais. Obser-
vando-se que a Tonfa era apenas um instrumento agrrio, comeamos a imaginar
como que se tornou um instrumento de defesa. Esta uma histria muito bonita
e interessante.
A China herdeira de uma civilizao com mais de 4 mil anos de registros his-
tricos contnuos, mas que s no sculo XIII mantm contato freqente com o O-
cidente, por intermdio de mercadores, como o veneziano Marco Plo.
A Tonfa era chamada de Tonkuwa na antiga China, era um instrumento utili-
zado para bater gros de arroz nas lavouras. Durante a Invaso japonesa na Chi-
na, o Imperador japons confiscou todas as armas que estivessem em mos dos
chineses, a fim de evitar possveis rebelies, estratgia usada pelos EUA na ocu-
pao do Japo na 2 Guerra Mundial.
At a segunda metade do sculo XIX, o Japo resiste ao imperialismo ociden-
tal. Em 1874, o Japo envia tropas contra Taiwan para testar a resistncia chine-
sa. Porm por normas fundamentadas pelo Reino Unido os japoneses retiram su-
as tropas da China.
O expansionismo japons volta a se manifestar em 1879 com a anexao das
ilhas Ryukyu, sob protesto chins. O principal objetivo do Japo, porm, a Co-
ria, que ocupa posio estratgica e possui grandes reservas minerais, especi-
almente de carvo e ferro. A China, tambm busca consolidar sua influncia nessa
regio. Surgem confrontos armados entre faces coreanas pr-China e as favo-
rveis ao Japo. Os dois pases enviam tropas para conter o conflito. Os japone-
ses insistem em permanecer na Coria, o que a China considera uma agresso a
seus interesses.
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A guerra comea em agosto de 1894 com o bombardeio de barcos japoneses
pelas foras navais chinesas. O Japo contra-ataca derrotando o adversrio. No
incio de 1895 invade tambm a Manchria e a provncia de Chan-tung, toma porto
Arthur e controla o acesso martimo e terrestre a Pequim. A China sofria basica-
mente um processo de escravido, tudo que se produzia naquele pas era para
benefcio do Japo. Todos na China j estavam exaustos com a explorao japo-
nesa, pois se tornaram escravos do Japo.
Um dia um jovem agricultor da ilha de Okinawa at ento tomada pelo imprio
do sol nascente e mesclada culturalmente China, foi agredido em praa pblica
por um ocupante japons, cansado de apanhar, no teve outra escolha a no ser,
tomar a Tonkuwa (Tonfa) das mos de uma d
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