aposentadoria por tempo de contribuiÇÃo e ......se como salário-de-contribuição, no período, o...
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Professor: Rodrigo Sodero
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APOSENTADORIA POR TEMPO DE
CONTRIBUIÇÃO E APOSENTADORIA
ESPECIAL EM ESTUDOS DE CASOS
PRÁTICOS
Estudo de Caso 01
Segurado (homem de 60 anos de idade completos em
novembro de 2018) contribuiu durante 29 anos para o
RGPS e recebeu auxílio-doença acidentário por 06 anos,
cessado na operação pente-fino. Pretende lhe seja
concedida a aposentadoria por tempo de contribuição
pelo INSS.
Pergunta-se:
a. O segurado possui direito à concessão do benefício?
b. Em caso de ingresso de ação judicial, é necessário o
prévio requerimento administrativo?
Estudo de Caso 01 - Solução
a. O segurado possui direito à concessão do benefício?
Art. 29, § 5º, da Lei 8.213/91: Se, no período básico de
cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por
incapacidade, sua duração será contada, considerando-
se como salário-de-contribuição, no período, o salário-
de-benefício que serviu de base para o cálculo da renda
mensal, reajustado nas mesmas épocas e bases dos
benefícios em geral, não podendo ser inferior ao valor
de 1 (um) salário mínimo.
Estudo de Caso 01 - Solução
Art. 55, inciso II, da Lei 8.213/91: O tempo de serviço
será comprovado na forma estabelecida no
Regulamento, compreendendo, além do correspondente
às atividades de qualquer das categorias de segurados
de que trata o art. 11 desta Lei, mesmo que anterior à
perda da qualidade de segurado: (...) I - o tempo
intercalado em que esteve em gozo de auxílio-doença
ou aposentadoria por invalidez.
Estudo de Caso 01 - Solução
Período de recebimento de benefício por incapacidade x
tempo de contribuição:
Nos termos do art. 29, § 5º e do art. 55, inciso II, da Lei
8.213/91 c/c o art. 61 do Decreto 3.048/99 c/c o art. 164, inciso
XVI, da IN 77/2015, são contados como tempo de
contribuição os períodos de recebimento de benefício por
incapacidade, entre períodos de atividade e o de benefício
por incapacidade decorrente de acidente do trabalho,
intercalado ou não.
Atenção: a contribuição não precisa ser efetivada no mês
imediatamente posterior à cessação do benefício e pode ser
realizada, inclusive, como segurado facultativo!
Estudo de Caso 01 - Solução
A TNU dos JEF`s, também no julgamento do PUIL
0000805-67.2015.4.03.6317/SP, firmou a tese de que o
tempo de gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por
invalidez não decorrentes de acidente do trabalho deve
ser computado para fins de carência, quando
intercalado com períodos de contribuição,
independentemente do número de contribuições vertido
e o título a que realizadas.
Estudo de Caso 01 - Solução
Nos termos do art. 29, § 5º, da Lei 8.213/91, da Súmula 73 da
TNU, do art. 153, § 1º, da IN INSS/PRES 77/2015 – RS, SC e
PR, e da decisão proferida pelo 6ª Vara Previdenciária da
Justiça Federal de São Paulo, no Processo 5007252-
92.2018.4.03.6183 (ACP ajuizada pelo IBDP), também são
contados como carência os períodos de recebimento de
benefício por incapacidade, entre períodos de atividade
(intercalado).
Estudo de Caso 01 - Solução
Cômputo como carência do período de recebimento de
auxílio-acidente: Em suas mais recentes decisões o STJ e
a TNU vem inadmitindo a contagem do período de
recebimento de auxílio-acidente como tempo de
contribuição ou carência (vide: STJ, REsp 1.247.971/PR
(2015) e TNU, Processo 0504317-35.2017.4.05.8302/PE).
Estudo de Caso 01 - Solução
Entretanto, existe precedente (mais antigo – 2013)
favorável à possibilidade do cômputo do período de
recebimento de auxílio-acidente para fins de carência no
STJ (vide REsp 1.243.760/PR).
Estudo de Caso 01 - Solução
b. Em caso de ingresso de ação judicial, é necessário o
prévio ingresso na via administrativa?
STF e STJ: segundo o posicionamento firmado no
julgamento do RE 631.240/MG (Tema 350) e no REsp
repetitivo 1.369.834/SP (Tema 660) é necessário o prévio
ingresso na via administrativa (indeferimento ou omissão de
resposta no prazo legal (art. 49, da Lei 9.784/99) para
constituição do interesse de agir.
Estudo de Caso 02
José, segurado empregado do RGPS, 60 anos de idade,
trabalhou em exposição à benzeno durante 17 anos.
Quando trabalhava nessas condições, afastou-se em
auxílio-doença (B-91). O benefício por incapacidade foi
cessado, após 03 anos de sua concessão, depois da
realização de perícia médica pelo INSS (operação pente-
fino).
O segurado ainda possui mais 07 anos de contribuição, na
condição de contribuinte individual, em atividade comum.
José pretende lhe seja concedida a aposentadoria por
tempo de contribuição. Analise o caso.
Estudo de Caso 02 - Solução
Os períodos de gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por
invalidez que sucedem período de exercício de atividade especial,
devem ser computados como especiais, desde que o benefício
tenha natureza acidentária, na forma do parágrafo único, do art. 65,
do Decreto 3.048/99 e do art. 291, da IN INSS/PRES 77/2015.
Entendemos que o afastamento deve ser computado como especial
desde que o benefício por incapacidade suceda interregno no qual
houve exercício de atividade especial, independentemente da
espécie do benefício. (a disposição do Decreto afronta o art. 84,
inciso IV, da CF e o art. 29, § 5º, da Lei 8.213/91).
Estudo de Caso 02 - Solução
STJ: no julgamento do Tema repetitivo 998 (REsp
1.759.098/RS e REsp 1.723.181/RS), o STJ firmou a tese de
que é possível o cômputo como especial, para fins de
inativação, do período em que o segurado esteve em gozo de
auxílio-doença de natureza não acidentária.
TNU dos JEF`s: Tema 165. O período de auxílio-doença de
natureza previdenciária, independente de comprovação da
relação da moléstia com a atividade profissional do
segurado, deve ser considerado como tempo especial
quando trabalhador exercia atividade especial antes do
afastamento. (PEDILEF 5012755-25.2015.4.04.7201/SC)
TRF4: IRDR no Processo 5017896-60.2016.4.04.0000, julgado
favoravelmente aos segurados.
Estudo de Caso 02 - Solução
Solução:
Possível a concessão da aposentadoria por tempo de
contribuição após a conversão do tempo especial em comum
(fator conversor 1,4), inclusive do período de recebimento do
auxílio-doença acidentário (B-91).
A aposentadoria por tempo de contribuição deve ser calculada
nos termos do art. 29-C, da Lei 8.213/91 (Regra 85/95
progressiva).
Estudo de Caso 03
Segurado aposentou-se por tempo de contribuição (Tc =
35 anos; DIB = 11.06.2003; Data do 1º pagamento =
01.07.2003), com 53 anos de idade. Sua aposentadoria
foi calculada com aplicação do fator previdenciário 0,68.
Conforme PPP emitido em janeiro de 2015, antes de se
aposentar, o segurado trabalhou em exposição à
fungos, vírus e bactérias, de modo habitual e
permanente durante exatos 25 anos. Quando do
requerimento de concessão da aposentadoria não fora
apresentado qualquer documento comprobatório da
atividade mencionada.
Estudo de Caso 03
O segurado ingressou com ação visando o
reconhecimento do seu direito à aposentadoria
especial, em detrimento da aposentadoria por tempo de
contribuição já concedida.
A especialidade do tempo trabalhado, não havia sido
analisada no Processo Administrativo, tendo em vista
que o trabalhador não apresentou PPP ao INSS. Este
documento foi apresentado no processo judicial, tão
somente.
Estudo de Caso 03
A ação tramitou pela Justiça Federal comum e foi
julgada improcedente sob o argumento de que o direito
do autor à revisão do ato concessório de sua
aposentadoria, já haveria decaído, na forma do art. 103,
da Lei 8.213/91.
Analise o caso apontando a saída técnica para a sua
solução, inclusive no que diz respeito ao recurso
cabível contra a sentença e o seu prazo de interposição.
Estudo de Caso 03 - Solução
Tese:
O prazo decadencial previsto no art. 103, da Lei 8.213/91
não alcança questões que não restaram resolvidas no
ato administrativo que apreciou o pedido de concessão
do benefício, posto que, como o prazo decadencial
limita a possibilidade de controle de legalidade do ato
administrativo, não pode atingir aquilo que não foi
objeto de apreciação pela Administração.
Estudo de Caso 03 - Solução
STJ: Tema 975 (REsp`s 1.648.336/RS e 1.644.191/RS)
aguardando julgamento. Precedente positivo no AgRg no
REsp 1.407.710/PR.
Posicionamento da TNU: Súmula 81 (Não incide o prazo
decadencial previsto no art. 103, caput, da Lei n. 8.213/91,
nos casos de indeferimento e cessação de benefícios, bem
como em relação às questões não apreciadas pela
Administração no ato da concessão).
Estudo de Caso 03 - Solução
Recurso cabível contra a sentença: Apelação (arts. 994,
inciso I e 1.009 e seguintes, do CPC), no prazo de 15 dias
úteis (arts. 1.003, § 5º e 219, do CPC).
Dica do Professor: as questões resolvidas na fase de
conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar
agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e
devem ser suscitadas em preliminar de apelação,
eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas
contrarrazões. (art. 1.009, § 1º, do CPC)
Estudo de Caso 04
Aposentadoria por tempo de contribuição (Mulher; Tc =
30 anos; DIB = 20.11.2004; Data do 1º pagamento =
05.12.2004). Não há trabalho após a jubilação.
Em outubro de 2018, em uma de suas auditorias
periódicas, o INSS observou que computou
equivocadamente 06 meses de tempo de contribuição
da beneficiária, concluindo, com razão, que no momento
de sua aposentadoria a segurada não teria direito ao
benefício.
Estudo de Caso 04
A decisão administrativa definitiva, tomada a após a
apresentação de Defesa e Recursos Administrativos
pela segurada, foi pelo cancelamento do benefício e
devolução dos valores recebidos indevidamente nos
últimos 05 anos. O benefício foi efetivamente cancelado.
Analise o caso, apontando a saída técnica para a sua
solução.
Estudo de Caso 04 - Solução
Tese: decadência do direito do INSS anular o seu próprio ato
administrativo (art. 103-A, da Lei 8.213/91: O direito da
Previdência Social de anular os atos administrativos de que
decorram efeitos favoráveis para os seus beneficiários decai
em dez anos, contados da data em que foram praticados,
salvo comprovada má-fé.)
Contagem do prazo: duas formas; contar da data em que o
ato foi praticado ou, no caso de efeitos patrimoniais
contínuos, da data da percepção do primeiro pagamento.
Estudo de Caso 04 - Solução
Qual a história do prazo decadencial que existe em favor do
beneficiário do INSS?
Art. 7º, da Lei 6.309/75, até 14.05.1992, quando entrou em
vigor a Lei 8.422/92, que em seu art. 22 revogou a primeira
norma (05 anos)
Art. 54, da Lei 9.784, de 1º de fevereiro de 1999 (05 anos)
MP 138, de 19 de novembro de 2003 e Lei 10.839/04 (10 anos)
Estudo de Caso 04 - Solução
Posicionamento do STJ: para benefícios “concedidos” entre
a edição da Lei 8.422/92 e a Lei 9.784/99 é possível a
aplicação do prazo decadencial com termo inicial da
contagem em 01.02.1999 (REsp repetitivo 1.114.938/AL).
No mesmo sentido do entendimento firmado pelo STJ é o
Parecer/CJ nº 3.509/2005, emitido pela consultoria do
Ministério da Previdência e o que prevê o art. 569, da IN
INSS/PRES 77/2015.
Estudo de Caso 04 - Solução
Caso concreto:
Ação de restabelecimento de benefício!
O primeiro pagamento do benefício foi realizado em 05.12.2004
(benefício de trato continuado).
O prazo decadencial é de 10 anos para que o INSS anule os seus
ato.
O direito do INSS decaiu em 05.12.2014!
Não há que se falar em devolução dos valores, diante da
decadência, da natureza alimentar e da boa-fé da segurada (REsp
1.550.569/SC, DJe 18/05/2016).
Estudo de Caso 05
Segurado ingressou com ação judicial para concessão
de aposentadoria por tempo de contribuição,
requerendo o reconhecimento de tempo rural
trabalhado dos 12 aos 14 anos de idade (02 anos).
Considerando este período, somaria 35 anos de tempo
de contribuição. No entanto, não apresentou início de
prova material. Por este motivo, a ação foi julgada
improcedente em 1º e 2º graus de jurisdição, sendo o
processo extinto com resolução de mérito, segundo
ambas as decisões.
Estudo de Caso 05
Como advogado previdenciarista, analise o caso
apontando a saída técnica para a sua solução, inclusive
no que diz respeito ao recurso cabível contra o acórdão
proferido pelo Tribunal Regional Federal – com o intuito
de reformar o que restou decidido -, o seu prazo e o
prequestionamento da matéria objeto do recurso.
Estudo de Caso 05 - Solução
Início de prova material e a Lei 8.213/91: a comprovação do
tempo de serviço para os efeitos desta Lei, inclusive
mediante justificação administrativa ou judicial, conforme o
disposto no art. 108, só produzirá efeito quando baseada em
início de prova material contemporâneo à época da
prestação do serviço, não sendo admitida prova
exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de motivo
de força maior ou caso fortuito, conforme disposto no
Regulamento (art. 55, § 3º, da Lei 8.213/91).
Estudo de Caso 05 - Solução
O STJ e o início de prova material: nos termos da Súmula
149, “a prova exclusivamente testemunhal não basta à
comprovação da atividade rurícola, para efeito da obtenção
de benefício previdenciário”. Orientação confirmada no
julgamento do REsp repetitivo 1.133.863/RN (Tema 328).
Estudo de Caso 05 - Solução
Tese: a ausência de conteúdo probatório válido a instruir o
processo implica na carência de pressupostos de
constituição válidos do processo (art. 320, do CPC), que
deverá ser extinto sem julgamento de mérito, de forma a
possibilitar que o segurado ajuíze nova ação, nos termos do
art. 486, do CPC, caso obtenha prova material hábil a
demonstrar o exercício do labor rural para concessão da
aposentadoria pleiteada.
Estudo de Caso 05 - Solução
STJ: REsp repetitivo 1.352.721/SP (Tema 629 - pela extinção
sem julgamento de mérito).
Cômputo da atividade rural do trabalhador menor de 14 anos,
em regime de economia familiar: o tempo de serviço
prestado por menor de 14 anos pode ser averbado e utilizado
para o fim de obtenção de benefício previdenciário, exegese
que se encontra em sintonia com a jurisprudência do STJ.
Precedentes: AR 3.629/RS; EDcl no REsp 408.478/RS; AgRg
no REsp nº 539.088/RS; AR 3.877/SP.
Estudo de Caso 05 - Solução
Recurso cabível: Recurso Especial, na forma do art. 1.029, do
CPC (afronta à lei federal), onde se requererá, neste caso,
seja o processo extinto sem resolução de mérito!
Prazo: 15 dias úteis (arts. 994, inciso VI, 1.003, § 5º e 219, do
CPC).
Estudo de Caso 05 - Solução
Prequestionamento: deve-se prequestionar a aplicabilidade
dos arts. 320 e 486, do CPC, no presente caso
(Apelação/Contrarrazões à Apelação).
Art. 489, § 1º, inciso IV, do CPC: não se considera
fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela
interlocutória, sentença ou acórdão, que não enfrentar todos
os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese,
infirmar a conclusão adotada pelo julgador.
Estudo de Caso 05 - Solução
Acórdão não se manifesta sobre a tese/dispositivos: cabível
a oposição de embargos de declaração por omissão (art.
1.022, inciso II, do CPC).
Art. 1.025, do CPC: consideram-se incluídos no acórdão os
elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-
questionamento, ainda que os embargos de declaração
sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior
considere existentes erro, omissão, contradição ou
obscuridade (prequestionamento ficto).
Estudo de Caso 05 - Solução
Dica do Professor: quanto ao mérito em si, caso houvesse
início de prova material, seria possível, em recurso especial,
a valoração jurídica das provas para a correta aplicação do
direito ao caso, ou seja, não implica o reexame do acervo
probatório o acolhimento do delineamento fático realizado
pelas instâncias ordinárias (Precedente: STJ, AgRg no
AREsp 782.695/SP).
Estudo de Caso 06
Segurado requereu a concessão de aposentadoria ao INSS
em abril de 2015, quando possuía 60 anos de idade, sendo-
lhe deferida a aposentadoria por tempo de contribuição, com
exatos 35 anos.
Desses 35 anos de contribuição, 25 foram trabalhados na
mesma empresa, “B. Energia Ltda.”, em exposição à
eletricidade acima de 250 Volts. Outros 04 anos foram
trabalhados na empresa “A. Ltda.”, sem exposição à agentes
nocivos. O INSS reconheceu 15 anos trabalhados pelo
segurado na empresa “B. Energia Ltda.” como especiais.
Estudo de Caso 06
Este tempo especial foi convertido em comum (período
trabalhado até 05.03.1997 – Decreto 2.172/97).
O período laborado posteriormente a esta data (10 anos –
06.03.1997 até 06.03.2007), nas mesmas condições de
trabalho, não foi reconhecido como especial pela Autarquia
Previdenciária, sob o argumento de que após a edição do
Decreto 2.172/97 a eletricidade deixou de ser considerada
agente nocivo para fins de caracterização do tempo como
especial, posto que não mais presente nas listagens de
agentes nocivos dos Decretos regulamentadores.
Estudo de Caso 06
Analise o caso apontando a saída técnica para a sua
solução.
Estudo de Caso 06 - Solução
Tese: com a edição do Decreto 2.172/97 a eletricidade
não deixou de ser considerada agente nocivo para fins
de caracterização do tempo trabalhado como especial,
posto que as listagens de agentes apresentadas pelos
decretos regulamentadores possuem caráter
meramente exemplificativo. (Quadro anexo ao Decreto
53.831/64, item 1.1.8; art. 292, do Decreto 611/92; Lei
7.369, de 20.09.1985, regulamentada pelo Decreto
93.412, de 14.10.1986, e Súmula 198, do extinto TFR.)
Estudo de Caso 06 - Solução
STJ: o posicionamento do STJ, firmado no julgamento do REsp
repetitivo 1.306.113/SC, (Tema 534 - Rel. Ministro HERMAN
BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/11/2012, DJE
07/03/2013) é no sentido de que é sim, permitida a caracterização
do tempo como especial por exposição a eletricidade acima de
250V, desde que a exposição seja permanente, no período
trabalhado após a edição do Decreto 2.172/97, inclusive.
Posição do CRPS: na mesma linha do STJ (Processo
44232.140241/2013-65).
Estudo de Caso 06 - Solução
Caso concreto:
Ação de concessão de aposentadoria especial, em
detrimento da aposentadoria por tempo de contribuição já
concedida, com pedido subsidiário de recálculo da RMI da
aposentadoria por tempo de contribuição.
Tempo especial: 25 anos, suficientes à concessão da
aposentadoria especial.
Caracterização: exposição à eletricidade, acima de 250 Volts.
Estudo de Caso 07
Ação judicial proposta perante a Justiça Federal,
requerendo a concessão de aposentadoria por tempo de
contribuição. A tutela antecipada foi deferida
liminarmente.
Entretanto, a ação foi julgada improcedente em 1º grau,
sendo revogada a tutela anteriormente deferida.
Estudo de Caso 07
Diante deste cenário, pergunta-se:
a. Qual o recurso cabível contra a decisão interlocutória
que defere ou indefere tutela antecipada? Qual o seu
prazo?
b. Mantida a decisão de improcedência, o INSS poderá
obter a restituição dos valores pagos à título de
aposentadoria por tempo de contribuição, em face da
concessão da tutela antecipada?
Estudo de Caso 07 - Solução
Introdução: Tutelas provisórias no CPC.
a. Qual o recurso cabível contra a decisão interlocutória que
defere ou indefere tutela antecipada? Qual o seu prazo?
O recurso cabível contra a decisão que indefere ou defere
tutela antecipada é o Agravo de Instrumento, na forma do art.
1.015, inciso I, do CPC, no prazo de 15 dias úteis (arts. 994,
inciso II, 1.003, § 5º e 219, do CPC).
Estudo de Caso 07 - Solução
b. Mantida a decisão de improcedência, o INSS poderá obter a
restituição dos valores pagos à título de auxílio-doença, em face
da concessão da tutela antecipada?
Posicionamento STJ: REsp 1.384.418/SC (pela devolução) e
Embargos de Divergência em REsp 1.086.154/RS (dupla
conformidade – pela não devolução). Entretanto, o STJ,
recentemente, admitiu o REsp repetitivo 1.734.627/SP e outros,
como representativos da controvérsia (Tema 692).
Estudo de Caso 07 - Solução
Posicionamento do STF: ARE 734.199/DF e AI
829.661/MS - não há que se falar devolução.
TRF3: Processo ACP 0005906-07.2012.4.03.6183 –
posicionamento do STJ não se aplica no caso de BPC.
Estudo de Caso 08
Empregado pretende seja reconhecido como tempo de
contribuição o período que fora registrado em CTPS,
entretanto sem o recolhimento das contribuições
previdenciárias, para fins de aposentadoria.
Como advogado previdenciarista, analise o caso apontando
a saída técnica para a sua solução.
Estudo de Caso 08 - Solução
Tese: reconhecimento do tempo de contribuição
independe do cumprimento da obrigação tributária pelo
empregador (arts. 30, inciso I e 33, § 5º, da Lei 8.212/91 e
Súmula 75 da TNU e Enunciado 18, do CRSS (antigo
CRPS)).
Pedido da ação: concessão.
Estudo de Caso 09
Segurado aposentado (B-42 proporcional, na forma do
art. 9º, da EC 20/98), aos 53 anos de idade, com 32 anos,
01 mês e 17 dias de contribuição reconhecidos pelo
INSS. DIB fixada em 11.12.2009. Fator previdenciário de
0,6233. Coeficiente de cálculo de 0,70.
Analise o caso.
Estudo de Caso 09 - Solução
Tese: revisão da aposentadoria com a exclusão do fator
previdenciário do cálculo da RMI.
Tese fundamentada em duas proposições: 1- não pode
existir redução no valor da aposentadoria com a aplicação do
fator previdenciário previsto em lei (Lei 9.876/99), ao passo
em que o único redutor possível é o coeficiente de cálculo
reduzido (proporcional) previsto no art. 9º, da EC 20/98; 2- bis
in idem na utilização do critério etário (idade mínima na regra
de transição e Id no cálculo do fator previdenciário).
Estudo de Caso 09 - Solução
Precedentes: TRF4, AC 0007564-09.2009.404.7100 e
Primeira Turma Recursal de SC, RCI 2007.72.95.007023-
4.
Tese aguardando julgamento no STF, com repercussão
geral reconhecida: RE 639.856/RS (Tema 616).
Atenção: há parecer da Procuradoria Geral da
República, nº 3957/2014, favorável à tese, nos autos do
RE 639.856/RS.
Estudo de Caso 10
Segurado aposentado (B42), aos 56 anos de idade, com
35 anos de contribuição reconhecidos pelo INSS. DIB
fixada em 14.07.2016. Fator previdenciário de 0,72.
Quando da análise do processo administrativo de
concessão da aposentadoria é possível constatar que o
INSS deixou de reconhecer como especiais, 10 anos
trabalhados pelo segurado em exposição à ruído de 92
dB (prova: PPP e LTCAT), sob a argumentação de
utilização de EPI eficaz.
Analise o caso apontando a saída técnica para a sua
solução PRÁTICA.
Estudo de Caso 10 - Solução
Níveis de ruído: REsp repetitivo 1.398.260/PR (Tema 694
- 80/90/85 dB`s)
STF: ARE 664.335/SC (Tema 555), com repercussão
geral reconhecida pelo STF.
CRPS: Enunciado 21.
TNU: Súmula 09.
Pedido: recálculo da RMI, com aplicação do art. 29-C, da
Lei 8.213/91.
Estudo de Caso 11
Segurado requer a concessão de aposentadoria
especial ao INSS, benefício que é indeferido em razão
da falta de comprovação da exposição permanente aos
agentes nocivos biológicos diversos (fungos, vírus e
bactérias) de 1989 a 1994 (05 anos). Assim, o requerente
totalizou até 01.11.2019 (DER), apenas 20 anos de tempo
especial, insuficientes à concessão da aposentadoria
especial (25 anos mínimos de exposição, no caso). O
INSS agiu corretamente?
Estudo de Caso 11 - Solução
Tempus regit actum: art. 70, § 1º, do Decreto 3.048/99.
TNU: Súmula 49, da TNU.
STJ: REsp 658.016/SC.
Pedido em ação judicial ou recurso administrativo:
concessão da aposentadoria especial.
Estudo de Caso 12
Indeferido o reconhecimento do tempo especial em
exposição à agentes biológicos diversos (fungos, vírus
e bastérias), pois o requerente não demonstrou que o
EPI fornecido pela empresa (o PPP contém a informação
de oferecimento de EPI) neutralizou a exposição aos
agentes nocivos.
O INSS agiu corretamente?
Estudo de Caso 12 - Solução
A matéria foi apreciada pelo STF, em 04.12.2014, quando do
julgamento do ARE 664.335/SC, com repercussão geral
reconhecida pela Corte Suprema (Rel. Min. Luiz Fux).
O STF firmou, para os efeitos do art. 543-B, do CPC, duas teses que
veremos a seguir.
Estudo de Caso 12 - Solução
TESE ESPECÍFICA: Em se tratando de exposição do segurado ao
agente nocivo ruído, acima dos limites de tolerância, a eficácia do
EPI NÃO DESCARACTERIZA a atividade especial para fins de
aposentadoria.
TESE GERAL: O direito à aposentadoria especial (art. 201, §1º, da
CF) pressupõe a efetiva exposição do trabalhador a agente nocivo.
Se o EPI é eficaz para neutralizar, o tempo de atividade não se
caracteriza como especial. O ônus da prova seria do INSS, segundo
nosso entendimento!
Estudo de Caso 12 - Solução
(...) Sublinhe-se o fato de que o campo "EPI Eficaz (S/N)" constante
no Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) é preenchido pelo
empregador considerando-se, tão somente, se houve ou não
atenuação dos fatores de risco, consoante determinam as
respectivas instruções de preenchimento previstas nas normas
regulamentares. Vale dizer: essa informação não se refere à real
eficácia do EPI para descaracterizar a nocividade do agente. (...)
(TRF 3ª Região, NONA TURMA, AC - APELAÇÃO CÍVEL - 2205341 -
0013273-48.2013.4.03.6183, Rel. JUIZ CONVOCADO RODRIGO
ZACHARIAS, julgado em 13/02/2017, e-DJF3 Judicial 1
DATA:01/03/2017)
Estudo de Caso 12 - Solução
(...) I - O uso de equipamentos de proteção individual - EPI não é suficiente
para descaracterizar a especialidade da atividade, a não ser que
comprovada a real efetividade do aparelho na neutralização do agente
nocivo. II - A informação registrada pelo empregador no Perfil
Profissiográfico Previdenciário (PPP) sobre a eficácia do EPI não tem o
condão de descaracterizar a sujeição do segurado aos agentes nocivos.
Conforme decisão proferida pelo C. STF na Repercussão Geral nº
664.335/SC, a legislação previdenciária criou, com relação à aposentadoria
especial, uma sistemática na qual é colocado a cargo do empregador o
dever de elaborar laudo técnico voltado a determinar os fatores de risco
existentes no ambiente de trabalho, ficando o Ministério da Previdência
Social responsável por fiscalizar a regularidade do referido laudo.
Estudo de Caso 12 - Solução
(...) Ao mesmo tempo, autoriza-se que o empregador obtenha benefício
tributário caso apresente simples declaração no sentido de que existiu o
fornecimento de EPI eficaz ao empregado. III - Não se pode impor ao segurado -
que não concorre para a elaboração do laudo, nem para a sua fiscalização - o
dever de fazer prova da ineficácia do equipamento de proteção que lhe foi
fornecido. Caberá ao INSS o ônus de provar que o trabalhador foi totalmente
protegido contra a situação de risco, pois não se pode impor ao empregado -
que labora em condições nocivas à sua saúde - a obrigação de suportar
individualmente os riscos inerentes à atividade produtiva perigosa, cujos
benefícios são compartilhados por toda a sociedade. IV - Recurso improvido.
(TRF 3ª Região, TERCEIRA SEÇÃO, EI - EMBARGOS INFRINGENTES - 1869483
- 0019738-71.2013.4.03.9999, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL NEWTON DE
LUCCA, julgado em 10/11/2016, e-DJF3 Judicial 1 DATA: 25/11/2016)
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EPI PARA AGENTES BIOLÓGICOS: EPI é ineficaz (item
3.1.5. do Manual da Aposentadoria Especial editado pelo
INSS, 2017).
EPI PARA EXPOSIÇÃO À BENZENO: EPI é ineficaz (Memorando
Circular 8 DIRSAT).
EPI PARA PERICULOSIDADE: EPI é ineficaz (TRF4, Processo
5054341-77.2016.4.04.0000).
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EPI PARA AGENTES CANCERÍGENOS: Memorando-Circular 02
DIRSAT/DIRBEN/INSS. A presença no ambiente de trabalho,
com possibilidade de exposição a agentes nocivos
reconhecidamente cancerígenos em humanos, listados pelo
Ministério do Trabalho e Emprego, será suficiente para a
comprovação de efetiva exposição do trabalhador, pelo critério
qualitativo e mesmo com uso de EPI. (art. 68, § 4º, do Decreto
3.048/99 e art. 284, parágrafo único, da IN INSS PRES 77/2015)
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EPI x tempus regit actum: segundo a Súmula 87 da TNU, foi apenas
com o advento da MP 1729, de 03.12.1998, convertida na Lei
9.732/98, que a redação do art. 58, § 2º da Lei 8.213/91 passou a
exigir a informação sobre EPI ou EPC, devendo, assim, serem
consideradas como especiais as atividades realizadas antes deste
marco temporal, independentemente de o documento atestar a
eficácia do EPI.
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