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Jornal Correio do Planalto

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CORREIO DO PLANALTO – 3

Começo por referir a satisfação pelo que observei em matéria de pesca, na minhaúltima estadia nas aldeias de Morgade e de Negrões. Na albufeira decorria um concursode pesca à carpa, durante um período de quatro dias, organizado pela AssociaçãoPortuguesa “Carp Fishing”. Mau grado o lançamento da espécie nestas águas, nãose sabe por quem, há alguns anos atrás, que diminuiu a visita de pescadores à região,a existência da carpa no lago é um realidade definitiva e com a qual temos que conviver.

A questão que agora se coloca é como tirar partido do que o presente nos oferece.Mau grado o negativismo   em aceitar e acolher ideias novas, são organizações exterioresà região que descobrem as potencialidades da terra que os naturais têm dificuldadeem admitir:

- A carpa não é boa para comer, ponto final!Como se estivéssemos ainda a viver na era pré-histórica dos caçadores e

recolectores!Em conversa com um professor da Universidade do Minho e um cidadão Inglês,

ambos participantes do concurso, fiquei a saber várias coisas:-Que já estiveram envolvidos nalgumas acções de recolha de lixo, nesta barragem;- Que praticam uma pesca desportiva, sem morte dos animais; retirados da água,

são fotografados e pesados, tratados se necessário,e em seguida devolvidos à água;-Que o Carp Fishing é a modalidade mais aliciante do momento, em toda a Europa,

ganhando também cada vez mais adeptos em Portugal;-Que se transformou numa indústria turística muito rentável, em muitos lugares;

Que a Barragem do Pisões é a eleita em todo o país, quer nesta modalidade, quer naenvolvente paisagística;

-Que é uma pesca selectiva, tecnicamente desenvolvida, que busca apenas alcançarrecordes, somente pelo prazer desportivo, pela fotografia e pelo convívio entre todosos participantes, em estreito convívio com a natureza.

- Que no interior do nosso país é já possível encontrar carpas com tamanhosimpressionantes, com mais de 20 kg de peso;

-Que na França já foi capturada uma carpa com 40 kg, esperando-se apurar atéonde é possível chegar, em Portugal.

Referiram-me também que é possível realizar nesta barragem concursosinternacionais de carpa que podem atrair centenas de participantes de várias partesdo mundo e com acompanhantes , por vários dias, o que além das receitas geradasem alojamentos e refeições é também uma aprendizagem de como podem seraproveitados os recursos locais de que dispomos.

Sugeri, por isso ao Presidente da Câmara de Montalegre, Prof. Orlando Alves, arealização de uma exposição fotográfica, no átrio da entrada do edifício da Câmara deMontalegre, para divulgação das imagens das carpas captadas  no concurso realizadona Albufeira dos Pisões, nesta primeira quinzena de Junho. Foi reconhecido o interesse e a oportunidade da iniciativa. Claro que vai ser necessária a colaboração da AssociaçãoCARP FISHING portuguesa.

Apreciar imagens de carpas com sete a dez quilogramas de peso, saídas edevolvidas à Albufeira dos Pisões não é evento que se observe todos os dias. A CarpFishing tem-se dedicado também a realização de acções de formação, nomeadamentejunto dos alunos das escolas e do público em geral e pode levá-las a efeito tambémaqui, em colaboração com a autoridade local.

O conceito de pesca, como actividade lúdica, com respeito integral da natureza,ainda não é suficientemente óbvio, na nossa terra, suportado também pelos mausexemplos de pesca utilitária e de turismo selvagem que por aqui tem frutificado.

Não basta realizar conferências e seminários enfadonhos, sobre que futuro para omundo rural. Impõe-se paciência e sagacidade para agarrar as oportunidades que senos oferecem, fazendo da nossa terra um lugar onde é agradável viver, onde cresce oemprego e o numero de nascimentos, uma terra com futuro e com esperança, maugrado o negativismo sistemático de que estamos imbuídos. As circunstâncias nãosão fáceis, não senhor, mas não podemos aceitar os desafios apenas quando temosa garantia de que os vamos ganhar. Ainda hoje li no Público, uma frase do fundador epresidente da Rede Aga Khan para o Desenvolvimento que dá muito que pensar:

“A Instabilidade é infecciosa mas a esperança também”.

Pesca de CARPA na Albufeira dos Pisões por: António Chaves

Na sequência do desafio lançado em Fevereiro último, o município de Montalegreacaba de aprovar um regulamento de concessão de apoio financeiro destinado ao fomentoda produção de batata de semente. Alguns agricultores aderiram ao repto lançado pelaautarquia indo ao encontro de uma firme convicção que o atual executivo municipal possuina recuperação de uma caraterística identitária do concelho. Uma «causa» que faz partedo «cromossoma» dos barrosões, defende o presidente da Câmara Municipal deMontalegre. Orlando Alves diz que estamos perante «a recuperação daquilo que nós somose daquilo que fez de nós uma terra grande».

LIGAÇÃO AO MUNDO RURALO autarca lembra que à medida que foi abandonado o amanho da terra, o concelho

«começou a definhar e hoje estamos na situação de quase mendicidade». Estreitar aligação do homem rural à terra é o propósito da edilidade que olha para esta aposta comomais um empurrão para estancar a crescente desertificação que alastra não só no concelhocomo em todo o interior do país. Neste sentido, o edil falou, nestes termos, da reuniãoestabelecida entre a Câmara Municipal e os agricultores aderentes: «tivemos uma reuniãodepois de termos iniciado este processo de fomento da produção de batata de semente.Sensibilizamos os aderentes para a obrigação que têm de cumprir escrupulosamente asregras da produção da batata. São regras exigentes e que vão merecer presença constantee acompanhamento técnico. A reunião serviu, também, para preparar consciências nosentido de se consciencializarem disto: ou estão neste processo de corpo e alma eacreditam nele ou estão aqui para fazerem experiências. Se for este último caso, é melhordesistirem e deixarem de participar dando o lugar a outros».

«NAVEGAR A ONDA CERTA»Porém, Orlando Alves está convencido, pelo que observou, «que há aqui boa matéria

prima, ânimo, vontade e que este é o caminho». Tudo somado, afirma o presidente,«estamos todos a navegar a onda certa». Ato contínuo acentuou: «hoje são 15 que aqui seapresentam como aderentes a este projeto. Se para o ano forem mais 15, já duplicamos».Uma dinâmica «que terá que crescer como cresceram outras coisas como a Feira doFumeiro, que foi o espelho e o mote para muitas outras feiras que se fizeram pelo paísabaixo». Na conversa que travou com os aderentes, o líder do executivo, entre váriasconsiderações, afirmou: «ainda não encontrei uma única pessoa que não me dissesseque estava a meter-me em assuntos complicados. As pessoas que me fazem estaobservação são pessoas que me querem bem e que conhecem um pouco tudo isto.Produzir hoje batata de semente não é o mesmo que se fazia à 20/30 anos.

Hoje implica uma dedicação de muitas horas à exploração. Implica ter vontade detrabalhar e ter a consciência que tem que se fazer muita madrugada». Apesar dasdificuldades, o presidente acredita que «o projeto tem muita perna para andar», apesar de«muitos ainda olharem para ele com muita descrença».

«Tenho muita fé neste projeto!»Presidente da Câmara confiante na recuperação da produção da batata de semente

Verdadeiro emblema do Barroso, a produção da batata de semente prome-te recuperar a glória de outrora caso seja assumida «de corpo e alma». Opresidente da Câmara de Montalegre acredita que a revitalização deste pro-duto será um sucesso. A autarquia desdobra-se em apoios, basta, esclareceOrlando Alves, que os aderentes sejam «sérios» e «inteligentes».

RECUPERAR O VIGOR ECONÓMICOTodavia, sustenta Orlando Alves, «eu tenho muita fé neste projeto!», para de seguida

puxar pela memória: «assim como trabalhei a primeira Feira do Fumeiro, onde andeipelas portas a pedir às pessoas para produzirem mais porcos, também agora tenhoconsciência de que se soubermos trabalhar, podemos recuperar a auréola e o estigmaque se perdeu». Em resumo, Orlando Alves disse estar «satisfeito pelo feedback querecebi e tenho a certeza que se soubermos ser inteligentes, este processo será coroadode êxito e vai ser o processo que nos vai permitir recuperar a matriz, a identidade, a chamae o vigor económico que Montalegre e toda a região do Barroso já tiveram e que é urgenterecuperar».

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