advogado estratégico

Post on 14-Aug-2015

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DIVULGAÇÃO

Novidade

O estudante André Ma-chado Rocha, de 22anos, conseguiu

aproximar do trabalho suapaixão pelo esporte: em outu-bro, ele completa um ano co-mo estagiário do escritórioReyes & Fagundes Advoga-dos Associados, envolvidocom a recentemente criadaárea do direito desportivo.

“A identificação e a proati-vidade foram fundamentaispara a minha contratação”,afirma ele, que está no quar-to semestre na PUC de SãoPaulo.“O Brasil ainda está en-gatinhando nessa área, mas

vejo que meus colegas tambémtêm interesse no assunto.”

O jovem pretende se especia-lizar no assunto depois de se for-mar e acredita que a experiên-cia no estágio possa colocá-loem vantagem no processo deconsolidação da indústria do es-porte no País. Em seu curso uni-versitário, só uma disciplina ele-tiva trata do assunto.

A expectativa de crescimentofoi o que motivou o Reyes & Fa-gundes Advogados Associadosa apostar no tema, de acordocom o responsável pela novaárea, o advogado Leonardo Ne-ri. Para ele, o esporte é um pro-

duto com alto potencial lucrati-vo, porque tem apelo universal.“Ele tem uma mídia por si, e omercado é muito grande. É mui-to bom, por exemplo, para uma

marca estar na final do futebolamericano. Todo mundo quer.”

Neri diz que os clubes de fute-bol lidam com meandros políti-cos e administrativos comple-

xos. Isso exigiria do profissio-nal especializado em direitodesportivo conhecimentos nãoapenas de leis específicas do es-porte, mas também de outros

temas, como o direito traba-lhista e o direito do consumi-dor. Toda a indústria do es-porte envolve, além das rela-ções entre entidades, aspec-tos como o licenciamento deprodutos, vendas de direitosde transmissão em diferen-tes meios de comunicação.

Neri avalia que a Copa e asOlimpíadas no Rio de Janei-ro, em 2016, têm ajudado ainflar as demandas para o se-tor, mas a profissionalizaçãoaqui não acompanha o ritmode crescimento. “Mas o siste-ma não corrobora para queempresas invistam.” /A.S.

Para professores, alunodeve ter perfil humanista

● QualificaçãoA boa formação universitária cos-tuma ser um fator especialmentevalorizado por companhias nomomento de contratar profissio-nais da área jurídica

● Habilidade gerencialCada vez mais os advogados pre-cisam se apresentar como con-sultores capazes de apoiar asdecisões dos executivos. Por is-so, o bom conhecimento dos ne-gócios passou a ser um pontocentral para esses trabalhadores

● InglêsA proficiência na língua inglesatem papel central nesse novocontexto profissional

Otavio Pinto e Silva, professor da USP e advogado trabalhista no escritório Siqueira Castro

Atuação do bacharel de direito se expandePara conquistar destaque no mercado, formado na área deve investir em formação que o transforme em um consultor de negócios

NILTON FUKUDA/ESTADÃO

“Cada vez mais, empresas demandam agilidade na forma de resolver conflitos”

Gustavo ColtriAlan SantiagoESPECIAL PARA O ESTADO

Ir além da sabedoria jurídica é odesafio atual dos profissionaisda área do Direito que queremse integrar ao mercado, em es-critórios e grandes organiza-ções. Nesse novo contexto, o co-nhecimento pleno da língua in-glesa e a boa integração aos ne-gócios diferenciam os gradua-dos, segundo recrutadores.

“O profissional tem de ser al-guém que viabiliza os negóciosnas organizações, levando emconta a legislação brasileira”, re-sume Henrique Bessa, diretorda recrutadora Michael Page. Aárea jurídica, segundo ele, vemganhando maior importâncianas companhias, aproximandoadvogados dos tomadores dedecisão das empresas.

“Em uma organização multi-nacional, o profissional tem deexplicar para os executivos doexterior como funcionam nos-sos sistemas trabalhista, fiscal,tributário, que, muitas vezes,parecem sem sentido para eles.E precisa mostrar porque umadecisão pode ser muito mais be-néfica do que outra”, diz.

O conhecimento de idiomas,especialmente nesses casos,passou a ser essencial, segundoele, tanto para garantir a eficá-cia dos aconselhamentos quan-to para preservar a imagem dostrabalhadores. “A pessoa que ga-gueja no inglês pode até ter seuconhecimento técnico coloca-do sob desconfiança”, diz.

O gerente executivo da recru-tadora Talenses, Paulo Moraes,também destaca a importânciade conhecimentos interdiscipli-nares para os bacharéis. De acor-do com ele, graduados com co-nhecimentos financeiros e con-tábeis, por exemplo, podem tervantagem sobre os potenciaisconcorrentes no mercado detrabalho. “O advogado, hoje,tem de saber fazer contas, co-nhecer como é o mercado daempresa na qual ele atua. Essavisão empresarial é o que maisfalta aos formados”, diz.

Moraes afirma que a capaci-dade de oferecer soluções é umfator relevante não só nas áreasinternas das companhias, mastambém nos escritórios. As tra-jetórias dos profissionais nes-ses dois universos empregado-res variam um pouco, no entan-to: “Nas empresas, eles devemser mais generalistas, em geraltêm mais estabilidade, mas cres-cem na hierarquia mais vagaro-samente. Nos escritórios, elestêm de ser muito especializa-dos, têm menos benefícios, maspodem crescer rapidamente.”

Alguns programas de pós-gra-duação podem dar aos profissio-nais maior conhecimento a res-peito das dinâmicas práticas deorganizações e escritórios, es-pecialmente para recém-forma-

dos. Graduada em 2010, a advo-gada Vivian Christina Micali, de28 anos, passou a frequentarum curso lato sensu em DireitoEmpresarial no Instituto de En-sino e Pesquisa (Insper) no iní-cio deste ano, convencida deque os conhecimentos técnicosque obteve na faculdade nãoeram suficientes para as deman-das atuais do mercado.

Nas aulas, a jovem recebe no-ções de liderança, gestão e pla-nejamento, além de conteúdospróprios do meio jurídico comotributação e contratos. A inten-

ção do programa, de acordocom a coordenação da área noInsper, é oferecer aos jovensuma experiência semelhanteaos programas de trainee.

“O departamento jurídico étido como aquele que breca ope-rações da empresa. Por excessode cautela em contratos, porexemplo, acaba prejudicando onegócio”, afirma. Para Micali, oconhecimento obtido em disci-plinas de finanças, contabilida-de e administração ajudam a do-sar os requisitos jurídicos comos objetivos dos negócios.

Áreas. Algumas vertentes doDireito oferecem oportunida-des para os trabalhadores daárea. O coordenador de pós-gra-duação do Insper Direito, An-dré Camargo, vê boas perspecti-vas para profissionais com co-nhecimentos em direito socie-tário, pouco abordado nos cur-sos universitários, segundo ele.“O Direito Societário está na ba-se da organização e em todos ossetores da economia”, diz.

No escritório Rayes & Fagun-des Advogados Associados,com atuação em diversos seg-mentos, área societária e de con-tratos é uma das maiores em ter-mos de pessoal, juntamentecom as áreas de Direito Tributá-rio e Contencioso Cível. “E aárea trabalhista está crescen-do”, diz o advogado do escritó-rio Leonardo Neri – opiniãotambém compartilhada por em-

presas recrutadoras.As atividades de conciliação,

por outro lado, também têm ga-nhado espaço. O Leite, Tosto eBarros Advogados criou no anopassado uma área voltada à arbi-tragem. “As empresas têm bus-cado, como solução para seusconflitos, a arbitragem pela cele-ridade e segurança jurídica”,diz Marcus Vinicius Mingrone,sócio do escritório. Nesse senti-do, outra medida que deve ga-nhar evidência é a mediação, naopinião do vice-diretor da facul-dade de Direito na Faap, JoséRoberto Amorim.

No futuro, algumas áreas ten-dem a se fortalecer. Para espe-cialistas, os profissionais foca-dos em contratos e parcerias en-volvendo infraestrutura po-dem se beneficiar das conces-sões e parcerias público-priva-das. O aumento da preocupa-ção com sustentabilidade serátambém um impulso ao DireitoAmbiental, e o novo marco regu-latória para a internet podeabrir horizontes para os advoga-dos dedicados ao tema.

Desde 2011, a chamada Lei daTV Paga (12.485/2011) vem de-senvolvendo a área do DireitoAutoral e entretenimento, naopinião da advogada especiali-zada Andréa Francez, do escri-tório Francez & Alonso Advoga-dos. Ela conhece pelo menosdez escritórios que tambématuam no segmento, espalha-dos por várias partes do Brasil.

TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO

A receita para a formação de umbom profissional em direito ésimples: o gosto pela leitura e ointeresse abrangente pelosmais variados assuntos são re-quisitos fundamentais para es-tudantes da área. Quem afirmasão professores das principaisuniversidades paulistas.

“O aluno precisa ter um perfilhumanista, muito aberto ao en-tendimento da sociedade emque vive. Como o direito é a dis-ciplina da convivência humana,ele deve estar disposto a ler bas-tante e acompanhar as informa-ções”, avalia o professor da Fa-culdade de Direito da USP Ota-vio Pinto e Silva, presidente dacomissão de graduação.

Ele acrescenta que a leituraanda de mãos dadas com a escri-ta. Por meio da primeira, o alu-no forma opinião a respeito dostemas do cotidiano e, pela se-gunda, demonstra o resultado

daquilo que aprendeu. Já o pro-fessor de direito constitucionalda PUC-SP Marcelo Figueiredodestaca que os interessados nocurso devem ter vocação univer-salista, pelas características pró-prias da atividade. “Direito éuma ciência aberta, que permi-te ir para vários campos – tribu-tário, civil, empresarial, ambien-tal”, enumera Figueiredo.

A flexibilidade exigida do ba-charel está presente não apenasdurante a graduação. Mesmona especialização, que tem o ob-jetivo de aprofundar um tema,essa capacidade deve ser traba-lhada, segundo o coordenadorda pós em direito da FaculdadeGetúlio Vargas (FGV-SP),Emerson Ribeiro Fabiani.

“É muito importante que, pa-ra conseguir arquitetar novassoluções jurídicas, a pessoa co-nheça outros ofícios e seja ca-paz de dialogar com profissio-nais diversos. Assim, é possí-vel transformar o ambiente on-de atua.”/A.S.

ESCRITÓRIO INVESTEEM ÁREA ESPORTIVAProfissional deve ter expertise interdisciplinar

Interesse por assuntosdiversos e gosto pelaleitura são requisitospara alunos doscursos de graduação

Vivian Micali. Jovem buscou um programa de pós-graduação para ampliar capacidade gerencial, um tema pouco abordado durante o estudo universitário

Otimismo. Neri (à esq.) e o estagiário André Rocha acreditam na consolidação do setor

● Oportunidades“O esporte é um produtoglobalizado, é ummercado muito grande”Leonardo NeriADVOGADO

CARACTERÍSTICAS

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O ESTADO DE S. PAULO DOMINGO, 31 DE AGOSTO DE 2014 Empregos 3

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