administração pública direta e indireta.pdf
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DIREITO ADMINISTRATIVO I
Administração Pública Direta Administração Pública Indireta
Composta por um conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas (União, Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios). Os principais exemplos são as secretarias e os ministérios.
Composta por um conjunto de entes vinculados a um órgão da administração pública direta. São eles: as autarquias, as associações públicas, as fundações (que tanto podem ser pessoas jurídicas de direito privado quanto podem ser pessoas jurídicas de direito público), as empresas públicas e as sociedades de economia mista
Exercício centralizado de atividades administrativas.
Exercício descentralizado de atividades administrativas
Desconcentração Descentralização
Ausência de personalidade jurídica própria. Possuem personalidade judiciária (tem a capacidade de defender em juízo apenas as suas prerrogativas funcionais, ou seja, possuem capacidade processual limitada para demandar em juízo, com o intuito único de defender direitos institucionais próprios e vinculados à sua independência e funcionamento)
Possuem personalidade jurídica própria. Podem perfeitamente contrair direitos e obrigações em nome próprio. Dessa forma, o que existe é uma vinculação dos entes da Administração Pública Indireta aos órgãos da Administração Direta. Esse controle será chamado de tutela que é a fiscalização que os órgãos centrais das pessoas políticas exercem sobre as pessoas descentralizadas, nos limites definidos em lei, para garantir precipuamente o cumprimento de suas funções institucionais.
Integram a estrutura de uma pessoa jurídica Estão submetidos ao controle finalístico da administração pública direta
Não possuem patrimônio jurídico próprio Possuem patrimônio jurídico próprio
AUTARQUIAS
Origem da palavra: “autos” (por si só, em si mesmo) + “arquia” (governo) = de serviço autônomo
Somente podem ser criadas ou extintas por Lei
São entes administrativos autônomos
Possuem personalidade jurídica de direito público
Possuem patrimônio próprio
Possuem personalidade jurídica própria
Possuem receita própria
Executam atividades (atribuições) típicas do Estado (da Administração Pública)
Possíveis razões para criação: quando se requer, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizadas
Natureza Jurídica: personalidade jurídica de direito público interno (vide art. 41, CC)
Tem sua organização imposta por decreto, regulamento ou estatuto
Sofre o controle finalístico pela Administração Direta, nos termos da lei.
• Objetivos do controle:- Assegurar o cumprimento dos objetivos ficados em seu ato de criação- Harmonizar a sua atuação com a política e programação do Governo no correspondente setor de atividades- Zelar pela obtenção de eficiência administrativa e pelo asseguramento de sua autonomia administrativa, operacional e financeira
Gozam de presunção de legitimidade, exigibilidade e executoriedade em seus atos e contratos
Por ter personalidade jurídica própria, responde pelos seus próprios atos. Por esta razão, a responsabilidade do Estado será subsidiária ao do ente autárquico (que responderá objetivamente)
Tem imunidade de imposto sobre seu patrimônio, renda e serviços (imposto é diferente de taxa, não havendo a CF afirmado a imunidade quanto a esta última). (Vide art. 150, VI, parágrafo 2º, da CF/88)
• Obs.: Súmula 724, STF - “Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades”.
Tem privilégios processuais quanto a prazos, custas, prescrição e à remessa necessária (duplo grau de jurisdição necessário):
• Exemplos:- Somente paga as custas processuais ao final do processo (vide art. 27, CPC)- Tem prazo em dobro para recorrer e prazo em quádruplo para contestar (Vide art. 188, CPC)- Duplo grau de jurisdição necessária às causas acima de 60 (sessenta) salários mínimos (vide art. 475, CPC)- Art. 1º-C, da Lei nº 9.494/1997 - “Prescreverá em cinco anos o direito de obter indenização dos danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadores de serviços públicos”.
Admissão do pessoal (servidores públicos) por concurso público em face do princípio da impessoalidade, sob o regime estatutário ou celetista
AGÊNCIAS REGULADORAS
Entidades com algo grau de especialização técnica
Instituídas, na maior parte das vezes, como autarquias especiais
Tem a função de regular um setor específico de atividade econômica, ou de intervir de forma geral sobre relações jurídicas decorrentes dessas atividades econômicas
Detêm uma maior independência perante o Poder Executivo
Possuem investidura especial (dependem de aprovação prévia do Poder Legislativo)
Somente podem ser criadas por lei específica
Regime de pessoal estatutário
Dirigentes com investidura especialização• Sujeita à aprovação do Senado• Nomeação de seus dirigentes para o exercício de mandatos fixos (somente perderão o mandato
em caso de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar
• Seus dirigentes sujeitar-se-ão à “quarentena” quando deixarem seus cargos• Não sofrem , em regra, sujeição hierárquica de seus atos
São escolhidos pelo Presidente da República
Responsável pela regulamentação, controle e fiscalização de serviços públicos, atividades e bens transferidos ao setor privado
AGÊNCIAS EXECUTIVAS
Podem se organizar sob a forma de autarquias ou fundações
Criada por meio de celebração de um contrato de gestão
Tem como objetivo maior eficiência e redução de custos
Requisitos para qualificação das agências executivas:• Possuir um plano estratégico de restruturação e de desenvolvimento institucional, voltado para
a melhoria da qualidade de gestão e para a redução de custos, já concluído ou em andamento.• Haver celebrado contrato de gestão com o respectivo ministério superior . O contrato de gestão
deverá ser celebrado com periodicidade mínima de um ano e estabelecerá os objetivos, metas e respectivos indicadores de desempenho da entidade, bem como os recursos necessários e os critérios e instrumentos para a avaliação do seu cumprimento
AGÊNCIAS REGULADORAS AGÊNCIAS EXECUTIVAS
Autarquias (pelo menos as que existem hoje) Autarquias ou fundações
Regidas, preponderantemente, pelo regime jurídico-administrativo
Natureza jurídica de direito público (autarquias ou fundações públicas) ou privado (fundações públicas de direito privado)
Desempenham sempre atividades típicas do Estado
Poderão desempenhar atividades típicas do Estado (quando forem autarquias) ou não (quando forem fundações de direito público ou de direito privado)
FUNDAÇÕES
Dotação patrimonial:• Totalmente pública• Semi-pública• Semi-privada
Desempenha atividade atribuída ao Estado no âmbito social
Possui capacidade de auto-administração
Sujeita-se ao controle/tutela por parte da Administração Direta – nos limites estabelecidos em lei
Diferencia-se da autarquia por possuir finalidade diversas e na tipicidade da prestação do serviço público
FUNDAÇÕES DE DIREITO PRIVADO – FUNDAÇÕES
GOVERNAMENTAIS
FUNDAÇÃO DE DIREITO PÚBLICO
Possui personalidade jurídica de direito privado Possui personalidade jurídica de direito público
Instituídas por ato próprio do Poder Executivo, autorizado por lei específica
Instituídas diretamente por lei específica (por isso, não há que se falar em criação privada e posterior autorização. A lei que a institui já é suficiente, não precisando de autorização por outra lei.
EMPRESAS ESTATAIS(Subtipos: Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista)
Tem como objetivo a exploração de atividades econômicas ou a prestação de serviços públicos
Somente será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo
Terá seu estatuto jurídico estabelecido por lei
Sujeita-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários
Deve obediência aos princípios da administração pública no que cabe às suas licitações, compras e alienações, e à contratação da mão de obra e de serviços
Não goza dos privilégios fiscais que também não se estendam aos privados (para evitar o desequilíbrio na livre concorrência)
SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
Pessoas jurídicas de direito privado
Possuem patrimônio próprio e receita própria
Criadas em virtude de leis autorizativas (criação e extinção autorizada por lei)
Derrogação parcial do regime de direito privado por normas de direito público
Vincula-se aos fins definidos na lei instituidora
Desempenha atividades de natureza econômica ou prestação de serviços públicos
Constituída sob a forma de sociedade anônima
EMPRESA PÚBLICA
Pessoa jurídica de direito privado
Criadas mediante autorização em lei específica (criação e extinção autorizada por lei)
Pode possuir qualquer forma jurídica – (Constituídas sob qualquer forma definida em direito, sejam elas sociedades anônima ou sociedades por cota de responsabilidade limitada)
Possui capital formado exclusivamente por recursos públicos
Desempenha atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou para prestação de serviços públicos
Vincula-se aos fins definidos na lei instituidora
O capital só pode ser integralizado por entidades públicas
Derrogação parcial do regime privado por normas de direito público (Ex.: sujeita-se a concurso público, mas o pessoal é celetista)
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
EMPRESA PÚBLICA
Há a conjugação de recursos particulares com recursos provenientes de Pessoas de Direito Público ou de entidades de suas administrações indiretas, com prevalência acionária volante na esfera federal/estadual/municipal (50% + 1)
Constituído por recursos integralmente proveniente de pessoas jurídicas de Direito Público ou entidades de suas administrações indiretas
Adota apenas a forma de Sociedade Anônima Podem adotar qualquer forma societária admitida em Direito
Justiça EstadualPara as empresas públicas federais – exceto as de falência, acidente de trabalho, às sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho – será a Justiça Federal
CONSÓRCIOS ADMINISTRATIVOS – Associação Pública
Os consórcios administrativos apenas integrarão a Administração Indireta do Estado quando se tratarem de pessoas jurídicas de direito público
A União, os Estados, o DF e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federativos, autorizando a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos
Não haverá consórcios públicos celebrados entre:• União e Municípios – A União somente participará de consórcios públicos em que também
façam parte todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados (vide art. 1º da Lei 11107/2005)
• Um Estado e Município de outro estado
Composição:• Municípios• Estados• Estado(s) e Município(s) com territórios nele contidos• Estados e Distrito Federal• Estados, Municípios com territórios neles contidos e DF
• DF e municípios• União e composições previstas em todos os anteriormente citados, com exceção da União e
Municípios
Abrangem - Serviços Públicos, associados ou não a obras nas áreas:• Saúde• Saneamento• Energia• Transporte• Meio Ambiente• Segurança, dentre outras
O contrato de consórcio público será celebrado com a ratificação, mediante lei, do protocolo de intenções
Para execução de suas atividades, os consórcios poderão (PODERES DOS CONSÓRCIOS):• Firmar convênios, contratos e acordos• Receber auxílios, contribuições e subvenções sociais ou econômicas• Promover desapropriações e instituir servidões previamente declaradas pelo Poder competente• Outorgar concessões e permissões de serviços públicos• Ser contratado diretamente pelas unidades federativas que compõem o consórcio
São cláusulas necessárias no Protocolo de Intenções:• As que estabeleçam a denominação, a finalidade, o prazo de duração e a sede do consórcio• A identificação dos entes da Federação consorciados• A indicação da área de atuação do consórcio• A previsão de que o consórcio público é associação pública ou pessoa jurídica de direito
privado sem fins econômicos
Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio público mediante contrato de rateio
ENTES DE COOPERAÇÃO
Dividem-se em:• Serviços Sociais Autônomos• Entidades de Apoio• Organizações Sociais• OSCIP
Possuem personalidade jurídica de direito privado
Não possuem fins lucrativos
Realizam projetos de interesse do Estado
São os chamados entes de cooperação ou entidades paraestatais, porque colaboram ou cooperam com o Estado no desempenho de uma atividade de interesse coletivo, embora não integrem a Administração, residindo apenas ao lado dela
SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS(Sistema “S”)
Pessoa jurídica de direito privado, integrante da iniciativa privada, com algumas características peculiares
São entes paraestatais, de cooperação com o Poder Público
Possui administração e patrimônio próprios
Não prestam serviços públicos delegados pelo Estado, mas exercem atividade privada de interesse público
Os serviços sociais autônomos não gozam de privilégios administrativos, nem fiscais, nem processuais, apenas daqueles que a lei especial, expressamente lhes conceder.
Não exercem serviços exclusivos do Estado
Recebem contribuições parafiscais
Não se subordinam aos estritos termos da Lei 8666/93 e sim aos seus regulamentos próprios
Sujeitos à jurisdição da Justiça Estadual
Pessoal sujeito ao regime celetista
A APEX-BRASIL e a ABDI são serviços sociais autônomos, e não agências
ENTIDADES DE APOIO
Pessoas jurídicas de direito privado
Não possuem fins lucrativos
Exercem atividades sociais e/ou serviços sociais não exclusivos do Estado, relacionados a ciência, pesquisa, saúde e educação
É possível a cessão provisória de serviços públicos como a permissão provisória de bens públicos
Podem ser instituídas sob a forma de Fundação de Natureza Pública, Associação ou Cooperativa; vinculando-se ao Estado por meio dos “convênios”
Sujeitam-se à fiscalização pelo Ministério Público
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS - “OS”
Pessoas jurídicas de direito privado
Não possuem fins lucrativos
Exercem atividades dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstos na Lei 9.637/98
Às organizações sociais poderão ser destinados recursos orçamentários e bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de gestão
Celebram contrato de gestão com o Poder Público
ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO(OSCIP)
Personalidade jurídica de direito privado
Não possuem fins lucrativos
Criada por particulares, mas deve obter a habilitação no Ministério da Justiça
OBS.: Art. 1º, § 1º, da Lei 9.790/1999 - “Para os efeitos desta Lei, considera-se sem fins lucrativos a pessoa jurídica de direito privado que não distribui, entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica integralmente na consecução do respectivo objeto social”.
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