acc addeemmiia mmiilliittaarr diirreeccÇÇÃÃoo ...comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/7271/1/a...
Post on 19-Nov-2020
0 Views
Preview:
TRANSCRIPT
AACCAADDEEMMIIAA MMIILLIITTAARR
DDIIRREECCCcedilCcedilAtildeAtildeOO DDEE EENNSSIINNOO
CCUURRSSOO DDEE AARRTTIILLHHAARRIIAA
TTRRAABBAALLHHOO DDEE IINNVVEESSTTIIGGAACcedilCcedilAtildeAtildeOO AAPPLLIICCAADDAA
AA PPRROOTTEECCCCCcedilCcedilAtildeAtildeOO AANNTTIIAAEacuteEacuteRREEAA
DDAASS FFOORRCcedilCcedilAASS NNAACCIIOONNAAIISS DDEESSTTAACCAADDAASS
AUTOR Aspirante-Aluno de Artilharia Ricardo Jorge Gomes de Carvalho
ORIENTADOR Coronel de Artilharia Henrique Joseacute Pereira dos Santos
LISBOA Julho de 2009
AACCAADDEEMMIIAA MMIILLIITTAARR
DDIIRREECCCcedilCcedilAtildeAtildeOO DDEE EENNSSIINNOO
CCUURRSSOO DDEE AARRTTIILLHHAARRIIAA
TTRRAABBAALLHHOO DDEE IINNVVEESSTTIIGGAACcedilCcedilAtildeAtildeOO AAPPLLIICCAADDAA
AA PPRROOTTEECCCCCcedilCcedilAtildeAtildeOO AANNTTIIAAEacuteEacuteRREEAA
DDAASS FFOORRCcedilCcedilAASS NNAACCIIOONNAAIISS DDEESSTTAACCAADDAASS
AUTOR Aspirante-Aluno de Artilharia Ricardo Jorge Gomes de Carvalho
ORIENTADOR Coronel de Artilharia Henrique Joseacute Pereira dos Santos
LISBOA Julho de 2009
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS i
DEDICATOacuteRIA
Agrave minha famiacutelia e agrave minha namorada
pelo apoio transmitido
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS ii
AGRADECIMENTOS
Expresso nestas linhas os meus sinceros agradecimentos a todos aqueles cujo apoio e
colaboraccedilatildeo tornaram possiacutevel a elaboraccedilatildeo deste Trabalho de Investigaccedilatildeo Aplicada (TIA)
Sem a vossa colaboraccedilatildeo natildeo teria sido possiacutevel recolher informaccedilotildees esclarecimentos e
partilha de experiecircncias essenciais agrave realizaccedilatildeo de um trabalho desta natureza
Comeccedilaria por exprimir a minha gratidatildeo e reconhecimento pessoal ao Sr Coronel de
Artilharia Henrique Joseacute Pereira dos Santos meu orientador pela permanente
disponibilidade total dedicaccedilatildeo constante acompanhamento e inestimaacutevel saber que me
disponibilizou desde o primeiro momento
Gostaria ainda de agradecer a todos aqueles que de alguma forma colaboraram na
elaboraccedilatildeo do presente trabalho nomeadamente
Sr Major-General Martins Ribeiro da DIOPEMGFA pela disponibilidade simpatia
experiecircncia e conhecimento prestadas durante a entrevista
Sr Coronel Tirocinado de Cavalaria Antunes Calccedilada do IESM pela
disponibilidade e esclarecimento prestado acerca do TO do Kosovo em 1999
Sr Coronel de Infantaria Ref Pires Saraiva pela disponibilidade e esclarecimento
prestado acerca do TO da Boacutesnia e Herzegovina em 1996
Sr Coronel de Artilharia Vieira Borges do IDN pela disponibilidade e preciosos
contributos prestados acerca da situaccedilatildeo actual da AAA Portuguesa
Sr Coronel de Artilharia Gomes da Silva director do curso de Artilharia da
Academia Militar pelo acompanhamento dos Trabalhos de Investigaccedilatildeo Aplicada
Sr Tenente-Coronel de Artilharia Varela Benroacutes do NATO JHQ Lisbon pela
constante disponibilidade simpatia e contributos prestados na entrevista
Sr Tenente-Coronel de Artilharia Crispim Paradelo do RAAA1 pela
disponibilidade e contributos prestados na entrevista
Sr Tenente-Coronel de Infantaria Almeida Sobreira do EME pela disponibilidade
e esclarecimento prestado acerca do TO da Boacutesnia e Herzegovina em 1996 e do TO
do Kosovo em 2005
Sr Major de Artilharia Vicente Pereira da DPFEME pela sua disponibilidade
acompanhamento e pela bibliografia fornecida no decorrer da investigaccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS iii
IacuteNDICE
DEDICATOacuteRIA i
AGRADECIMENTOS ii
IacuteNDICE iii
IacuteNDICE DE FIGURAS vi
IacuteNDICE DE QUADROS vii
LISTA DE ABREVIATURAS viii
LISTA DE SIGLAS ix
RESUMO xiv
ABSTRACT xv
INTRODUCcedilAtildeO 1
Definiccedilatildeo do Objectivo de Investigaccedilatildeo 2
Justificaccedilatildeo do Tema 2
Orientaccedilatildeo Metodoloacutegica 3
Siacutentese de Conteuacutedos 5
CAPIacuteTULO I - ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL 7
I1 Forccedilas Nacionais Destacadas 7
I11 Enquadramento Histoacuterico 7
I12 Forccedilas Nacionais Destacadas ndash O Conceito 8
I2 Operaccedilotildees de Resposta a Crises 9
I21 Tipologia das Operaccedilotildees de Resposta a Crises 10
I22 Manutenccedilatildeo de Paz vs Imposiccedilatildeo de Paz 10
I3 A Ameaccedila Aeacuterea 11
CAPIacuteTULO II - A PARTICIPACcedilAtildeO DE FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS EM
OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES 13
II1 A Participaccedilatildeo Nacional na IFOR 13
Iacutendice
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS iv
II11 Antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina 14
II12 Case-study o Agrupamento Juacutepiter na Boacutesnia e Herzegovina 15
II2 A Participaccedilatildeo Nacional na KFOR 16
II21 Antecedentes do Conflito do Kosovo 17
II22 Case-study o Agrupamento Bravo no Kosovo 18
II23 Case-study o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista no Kosovo 20
II3 Reflexotildees sobre o emprego de AAA em CRO 21
CAPIacuteTULO III - A INTEGRACcedilAtildeO DA AAA NA NATO RESPONSE FORCE E NOS
BATTLEGROUPS 24
III1 Os Conceitos de NATO Response Force e de Battlegroup 25
III11 A NATO Response Force - NRF 25
III12 Os Battlegroups 26
III2 Requisitos para integraccedilatildeo da AAA na NRF 27
III3 Requisitos para Integraccedilatildeo da AAA nos Battlegroups 28
CAPIacuteTULO IV - EMPREGO OPERACIONAL DAS UNIDADES DE AAA 29
IV1 O Niacutevel de Prontidatildeo das Unidades de AAA 29
IV11 Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais 30
IV12 A Lei de Programaccedilatildeo Militar 32
IV13 A Prontidatildeo dos Militares de AAA 33
IV2 O Emprego da AAA como Moacutedulo de Protecccedilatildeo AA 34
IV3 O Emprego da AAA na NRF e nos BG 36
CAPIacuteTULO V - CONCLUSOtildeES E PROPOSTAS 37
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 40
GLOSSAacuteRIO 46
APEcircNDICES 48
APEcircNDICE A - Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo 49
APEcircNDICE B - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel de Varela Benroacutes 50
APEcircNDICE C - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Ref Pires Saraiva 51
APEcircNDICE D - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Tirocinado Antunes Calccedilada 52
Iacutendice
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS v
APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira 53
APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro 54
APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Crispim Paradelo 55
APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Vieira Borges 56
ANEXOS 57
ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP 58
ANEXO B - Ciclo de uma FND 63
ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees 64
ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises 65
ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea 67
ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte 68
ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton 70
ANEXO H - Missatildeo da IFOR 71
ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR 72
ANEXO J - Missatildeo da KFOR 73
ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR 74
ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL 75
ANEXO M - Estrutura da NRF 76
ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup 77
ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF 78
ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup 79
ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais 80
ANEXO R ndash O Link 11B 81
ANEXO S ndash O Link 16 82
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS vi
IacuteNDICE DE FIGURAS
Figura 1 Os 3 periacuteodos distintos de uma FND 63
Figura 2 Espectro das Operaccedilotildees 64
Figura 3 Proliferaccedilatildeo da Ameaccedila Aeacuterea 67
Figura 4 Relaccedilatildeo de CustosEquipamento 67
Figura 5 Paiacuteses-membros da OTAN 69
Figura 6 Divisatildeo Territorial da Boacutesnia e Herzegovina em 1995 70
Figura 7 Logoacutetipo da IFOR 71
Figura 8 Estrutura de C2 da IFOR 72
Figura 9 Logoacutetipo da KFOR 73
Figura 10 Estrutura de C2 da KFOR 74
Figura 11 Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral 75
Figura 12 Sistema Radar NC1 75
Figura 13 Estrutura da NRF 76
Figura 14 Estrutura geneacuterica de um Battlegroup 77
Figura 15 Modelo do BG Francecircs 79
Figura 16 O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral 80
Figura 17 O Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger 80
Figura 18 O Radar PSTAR 80
Figura 19 Interface do Link 11B 81
Figura 20 Utilizadores do Link 16 82
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS vii
IacuteNDICE DE QUADROS
Quadro 1 FND no TO de Moccedilambique 58
Quadro 2 FND no TO de Angola 58
Quadro 3 FND no TO da Boacutesnia e Herzegovina 59
Quadro 4 FND no TO do Kosovo 60
Quadro 5 FND no TO de Timor-Leste 60
Quadro 6 FND no TO do Zaire 61
Quadro 7 FND no TO da Guineacute-Bissau 61
Quadro 8 FND no TO do Afeganistatildeo 61
Quadro 9 FND no TO do Liacutebano 62
Quadro 10 Participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF 78
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS viii
LISTA DE ABREVIATURAS
Agr Agrupamento
BIMec Batalhatildeo de Infantaria Mecanizado
BIMoto Batalhatildeo de Infantaria Motorizado
BIPara Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista
BrigInt Brigada de Intervenccedilatildeo
BrigMec Brigada Mecanizada
CAt Companhia de Atiradores
CAtPara Companhia de Atiradores Paacutera-quedista
CCmds Companhia de Comandos
CEng Companhia de Engenharia
Cmdt Comandante
FwN Framework Nation
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS ix
LISTA DE SIGLAS
A AG Apoio Geral
AA Antiaeacuterea
AAA Artilharia Antiaeacuterea
AC Artilharia de Campanha
AFOR Albania Force
AM Academia Militar
AO Aacuterea de Operaccedilotildees
AOR Area Of Responsibility
AP Auto-propulsada
B BAAA Bateria de Artilharia Antiaeacuterea
BAI Brigada Aerotransportada Independente
BIAT Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado
BLI Brigada Ligeira de Intervenccedilatildeo
BMI Brigada Mecanizada Independente
BRR Brigada de Reacccedilatildeo Raacutepida
C C2 Comando e Controlo
C2EA
C4I Comando Controlo Comunicaccedilotildees Computadores e
Informaccedilotildees
CAP Common Air Picture
CEDN Conceito Estrateacutegico de Defesa Nacional
CEM Conceito Estrateacutegico Militar
CEME Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito
CIMIC Civil-Military Cooperation
CJSOR Combined Joint Statement of Requirements
COMKFOR Commander Kosovo Force
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS x
CP Conflict Prevention
CRC Crowd amp Riot Control
CRO Crisis Response Operations
CSNU Conselho de Seguranccedila das Naccedilotildees Unidas
D DIOP Divisatildeo de Operaccedilotildees
E EMGFA Estado-Maior General das Forccedilas Armadas
EOD Explosive Ordnance Disposal
EOM Encargo Operacional de Material
EOP Encargo Operacional de Pessoal
EUA Estados Unidos da Ameacuterica
EUFOR European Union Force
F FA Forccedilas Armadas
FAAR Forward Alerting Area Radar
FAP Forccedila Aeacuterea Portuguesa
FORREC Forccedila de Recolha
FORREZ Forccedila de Recolha do Zaire
G GAAA Grupo de Artilharia Antiaeacuterea
H HIMAD High and Medium Air Defense
HO Humanitarian Operations
I IDN Instituto de Defesa Nacional
IEBL Inter Entity Boundary Line
IESM Instituto de Estudos Superiores Militares
IFF Identification Friend or Foe
IFOR Implementation Force
ISAF International Security Assistance Force
J JTIDS Joint Tactical Information Distribution System
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xi
K KVM Kosovo Verification Mission
L LPM Lei de Programaccedilatildeo Militar
M MANPAD Man Portable Air Defense
MHP Missotildees Humanitaacuterias e de Paz
MNB Multinational Brigade
MNBC Multinational Brigade Center
MNBE Multinational Brigade East
MNBN Multinational Brigade North
MNBS Multinational Brigade South
MNBW Multinational Brigade West
MNDN Multinational Division North
MNDSE Multinational Division Southeast
MNDSW Multinational Division Southwest
MONUA Missatildeo de Observaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas em Angola
MTA Military Technical Agreement
N NAC North Atlantic Council
NAMSA NATO Maintenance amp Supply Agency
NRBQ Nuclear Radioloacutegico Bioloacutegico e Quiacutemico
NRF NATO Response Force
O OCAR Oficial Coordenador de Reequipamento
OI Organizaccedilotildees Internacionais
ONG Organizaccedilotildees Natildeo Governamentais
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OSCE Organizaccedilatildeo para a Seguranccedila e Cooperaccedilatildeo na Europa
OTAN Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
P PB Peace Building
PC Posto de Comando
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xii
PE Peace Enforcement
PK Peace Keeping
PM Peacemaking
PPRC PortuguecircsPortaacutetil Raacutedio de Campanha
PSTAR Portable Search and Target Acquisition Radar
PSYOPS Psychological Operations
Q QG Quartel-General
QO Quadro Orgacircnico
R RAAA1 Regimento de Artilharia Antiaeacuterea Nordm1
RAP Recognized Air Picture
RAM Rocket Artillery amp Mortar
RFM Relatoacuterio de Fim de Missatildeo
ROE Rules Of Engagement
S SACEUR Supreme Allied Commander Europe
SAR Search and Rescue
SFN Sistema de Forccedilas Nacional
SFOR Stabilization Force
SHORAD Short Range Air Defense
STPT Stinger Troop Proficiency Trainer
T TACP Tactical Air Control Party
TACRES Tactical Reserve
TADIL Tactical Digital Information
THT Tracking Head Trainer
TIA Trabalho de Investigaccedilatildeo Aplicada
TO Teatro de Operaccedilotildees
TOA Transfer Of Authority
TPOA Tirociacutenio Para Oficial de Artilharia
U UEO UnidadeEstabelecimentoOacutergatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xiii
UAV Unmanned Aerial Vehicle
UCK Ushtria Clivoimtare Kosoves
UE Uniatildeo Europeia
UEB Unidade Escalatildeo Batalhatildeo
UEC Unidade Escalatildeo Companhia
UNAVEM United Nations Verification Mission
UNIFIL United Nations Interim Force in Lebanon
UNMISET United Nations Mission In Support of East Timor
UNMOZ United Nations Operation in Mozambique
UNPROFOR United Nations Protection Force
UNSCR United Nation Security Council Resolution
UNTAET United Nations Transitional Administration in East Timor
UNTAG United Nations Transition Assistance Group
UT Unidade de Tiro
V VBTP Viatura Blindada de Transporte de Pessoal
VCB Vigilacircncia do Campo de Batalha
W WSPC Weapon System Partnership Committee
Z ZOS Zone Of Separation
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xiv
RESUMO
O presente trabalho tem como objectivo analisar a capacidade de emprego de unidades
de Artilharia Antiaeacuterea em Forccedilas Nacionais Destacadas
Para concretizar este objectivo procedeu-se ao estudo da participaccedilatildeo nacional em Operaccedilotildees
de Resposta a Crises recorrendo agrave anaacutelise trecircs casos de estudo distintos Ainda neste acircmbito foi
igualmente abordada a perspectiva de participaccedilatildeo nas iniciativas de defesa no acircmbito da
Organizaccedilatildeo do Tratado do Atlacircntico Norte e da Uniatildeo Europeia (a NATO Response Force e os
Battlegroups respectivamente)
Decorrente desta anaacutelise surgiu a necessidade de investigar acerca da actual prontidatildeo das
unidades de Artilharia Antiaeacuterea O referido estudo teve por base a anaacutelise dos recursos humanos e
materiais bem como as actividades de treino desenvolvidas
Conclui-se que a limitaccedilatildeo de recursos materiais tem vindo a hipotecar a participaccedilatildeo das
unidades de Artilharia Antiaeacuterea em forccedilas projectaacuteveis muito especialmente devido agrave ausecircncia de
um sistema de comando e controlo Poreacutem consideramos que as unidades de Artilharia Antiaeacuterea
tecircm o seu papel a desempenhar em Operaccedilotildees de Resposta a Crises sendo preponderantes na
garantia da protecccedilatildeo antiaeacuterea em cenaacuterios de alta intensidade ou no inicio das operaccedilotildees
O processo de reequipamento previsto na Lei de Programaccedilatildeo Militar permitiraacute colmatar as
lacunas existentes ao niacutevel dos recursos materiais devendo ser atribuiacuteda prioridade agrave aquisiccedilatildeo de
um sistema de comando e controlo
Palavras-chave ARTILHARIA ANTIAEREA FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS
OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES PROTECCcedilAtildeO ANTIAEREA REEQUIPAMENTO
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xv
ABSTRACT
This study aims to examine the viability of employing units of air defense artillery in
expeditionary forces
To achieve this purpose an analysis was made of the national participation in Crisis
Response Operations This analysis was based on three different case studies In this
context the prospect of participation was also considered in defense activities within the
Organization of the North Atlantic Treaty and the European Union (NATO Response Force
and the Battle groups respectively)
It became clear from this analysis that it would be necessary to investigate the current
readiness of the air defense artillery units This study was based on the analysis of the
human and material resources and training activities undertaken
It is concluded that the limitation of material resources has been preventing the
participation of air defense artillery units in expeditionary forces especially due to the
absence of a command and control system However we believe that the air defense artillery
units have a role to play in Crisis Response Operations especially in scenarios of high
intensity or at the beginning of operations ensuring adequate air defense
The process of material re-equipment provided for the Military Programme will bridge the
gaps in terms of material resources Priority should be given to purchasing the command
and control system
Key-words AIR DEFENSE ARTILLERY EXPEDTIONARY FORCES CRISIS RESPONSE
OPERATIONS AIR DEFENSE RE-EQUIPMENT
ldquo (hellip) A protecccedilatildeo da Forccedila natildeo eacute negociaacutevel ldquo
(Raleiras 2002)
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 1
INTRODUCcedilAtildeO
O presente Trabalho de Investigaccedilatildeo Aplicada (TIA) estaacute enquadrado no estaacutegio de
natureza profissional do Tirociacutenio Para Oficial de Artilharia (TPOA) dos cursos da Academia
Militar (AM) subordinado ao tema ldquoA Protecccedilatildeo Antiaeacuterea das Forccedilas Nacionais
Destacadasrdquo
Com o colapso da Uniatildeo Sovieacutetica e com as constantes mudanccedilas no paradigma de
seguranccedila e defesa os Estados as Organizaccedilotildees Internacionais (OI) e ateacute as Organizaccedilotildees
Natildeo Governamentais (ONG) assistem ao aparecimento de uma nova conflitualidade com
novos actores riscos e ameaccedilas que reclamaratildeo certamente novos e diferentes tipos de
resposta (Espiacuterito Santo 2006)
Neste contexto de transformaccedilatildeo Portugal encontra-se integrado na comunidade
internacional atraveacutes da sua participaccedilatildeo em diversas OI vinculando-se a um conjunto de
responsabilidades inerentes ao seu quadro de alianccedilas Desta forma as Forccedilas Armadas
(FA) tecircm-se constituiacutedo como uma poderosa ferramenta no apoio agrave poliacutetica externa nacional
indo de encontro ao que estaacute previsto no Conceito Estrateacutegico de Defesa Nacional (CEDN)1
Com base na lei fundamental2 as FA e particularmente o Exeacutercito3 tecircm vindo a
participar em Missotildees Humanitaacuterias e de Paz (MHP) ao longo das duas uacuteltimas deacutecadas
Estes tipos de missotildees tecircm-se afirmado como as ldquooperaccedilotildees contemporacircneasrdquo natildeo
esquecendo poreacutem a capacidade que o Exeacutercito deteacutem em conduzir ldquooperaccedilotildees
convencionaisrdquo se assim for necessaacuterio uma vez que estas constituem a essecircncia do seu
conteuacutedo
Ainda no acircmbito de apoio agrave poliacutetica externa do Estado o Exeacutercito tem vindo a integrar-
se em estruturas militares de acircmbito multinacional que constituem o exemplo do
modernismo e da transformaccedilatildeo como a NATO Response Force (NRF) e os Battlegroups
(BG) A participaccedilatildeo do Exeacutercito neste tipo de estruturas tem proporcionado agraves suas fileiras
um elevado niacutevel de treino e experiecircncia operacional inseridos num quadro de cooperaccedilatildeo
internacional
1 Resoluccedilatildeo de Conselho de Ministros nordm 62003 CEDN
2 De acordo com o nordm 5 do Artigo 275ordm da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Portuguesa
3 De acordo com o Decreto-Lei nordm 612006 de 21 de Marccedilo
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 2
Definiccedilatildeo do Objectivo de Investigaccedilatildeo
Pretendemos com este TIA abordar a problemaacutetica da participaccedilatildeo de unidades de
Artilharia Antiaeacuterea (AAA) em MHP quando estas actuam no acircmbito da sua missatildeo
especiacutefica a protecccedilatildeo antiaeacuterea da forccedila face agrave ameaccedila aeacuterea Esta ameaccedila aeacuterea eacute
decididamente um factor importante a ter em conta especialmente em situaccedilotildees de
ldquoaberturardquo do Teatro de Operaccedilotildees (TO) onde existem escassas informaccedilotildees sobre a
ameaccedila aeacuterea e o clima de incerteza e instabilidade impera
Ambicionamos tambeacutem efectuar uma reflexatildeo sobre a eventual participaccedilatildeo de
unidades de AAA em ldquo (hellip) forccedilas multinacionais orientadas para a intervenccedilatildeo fora do
territoacuterio dos paiacuteses membros (hellip) ldquo (Baptista 2007 p348) como a NRF e os BG Prevecirc-se
que este tipo de estruturas militares ganhe uma maior preponderacircncia num futuro proacuteximo
no que diz respeito agrave intervenccedilatildeo em conflitos natildeo devendo as unidades de AAA nacionais
ficar agrave margem deste desafio
Justificaccedilatildeo do Tema
O presente TIA aborda um tema de reconhecido interesse no seio artilheiro jaacute que o
seu estudo iraacute certamente potenciar uma reflexatildeo sobre esta temaacutetica que tem tanto de
importante como de actual ldquo (hellip) Apesar de natildeo ter participado de uma forma significativa
nas FND nomeadamente com unidades constituiacutedas eacute de importacircncia decisiva para o
futuro da Arma que sejam rapidamente levantadas e solucionadas as questotildees mais
pertinentes que dizem respeito ao seu envolvimento neste desafiordquo (Santos 2007 p235)
Embora existam registos da participaccedilatildeo de subunidades de AAA em FND no acircmbito
das MHP estas estavam integradas em unidades de manobra executando outras missotildees
fora do acircmbito da AAA Como exemplo temos o caso do pelotatildeo de Antiaeacuterea (AA)
proveniente do Regimento de Artilharia Antiaeacuterea Nordm 1 (RAAA1) que integrou a
1ordfCAtAgrFoxtrot na missatildeo UNMISET4 desenvolvendo tarefas especiacuteficas de um pelotatildeo de
atiradores
Ao analisar a constituiccedilatildeo das FND empregues em MHP verificamos que desde a sua
geacutenese tecircm sido constituiacutedas por unidades de Infantaria de Reconhecimento de
Transmissotildees de Apoio Logiacutestico Sanitaacuterias de Engenharia e de Operaccedilotildees Especiais No
que diz respeito agraves unidades que integraram a NRF e os BG o cenaacuterio eacute semelhante
verificando-se ateacute ao momento a presenccedila de unidades de Operaccedilotildees Especiais de
Reconhecimento de Infantaria de Poliacutecia Militar e de Engenharia Desta forma eacute
evidentemente perceptiacutevel que apenas a Artilharia (de Campanha e Antiaeacuterea) tem sido
deixada agrave margem destas duas realidades que atravessam o Exeacutercito Efectivamente tem
4 UNMISET ndash United Nations Mission In Support of East Timor
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 3
sido feito um esforccedilo para contrariar esta tendecircncia e recentemente foi anunciada a
participaccedilatildeo de uma Bateria de Artilharia de Campanha (AC) na NRF 14 que estaraacute em
stand by durante o primeiro semestre do ano de 2010 Ao concretizar-se esta participaccedilatildeo
as unidades de AAA tornar-se-atildeo as uacutenicas a serem excluiacutedas desta nova realidade que satildeo
as FND
Delimitaccedilatildeo do Tema
Ao abordarmos um tema desta natureza bastante vasto e feacutertil existe a necessidade de
fazer a limitaccedilatildeo precisa das fronteiras de pesquisa bem como dos campos que
pretendemos abranger Por isso apesar de a designaccedilatildeo FND seja transversal aos trecircs
ramos das FA vamos cingir-nos unicamente agraves FND do Exeacutercito uma vez que estatildeo
directamente ligadas a temaacutetica em estudo
Assim sendo foi nossa opccedilatildeo investigar sobre a presenccedila do Exeacutercito nas MHP e nas
forccedilas militares de acircmbito multinacional (NRF e BG)
No contexto das MHP Portugal participou em diferentes TO no acircmbito de diferentes OI
poreacutem abordamos unicamente a participaccedilatildeo nacional sob a eacutegide da Organizaccedilatildeo do
Tratado Atlacircntico Norte (OTAN) Justificamos esta opccedilatildeo com o facto da recente
participaccedilatildeo nacional em MHP ter sido sob os auspiacutecios da Alianccedila Atlacircntica no acircmbito das
Operaccedilotildees de Resposta a Crises (CRO)5 natildeo desprezando poreacutem a FNDUNIFIL6
presente no Liacutebano ao abrigo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU)
Seraacute analisada ainda a participaccedilatildeo nacional na NRF no acircmbito da OTAN e nos BG no
domiacutenio da Uniatildeo Europeia (UE) perspectivando os possiacuteveis contributos de unidades de
AAA nacionais
Orientaccedilatildeo Metodoloacutegica7
Segundo Sarmento (2008) a metodologia visa a descriccedilatildeo precisa do problema dos
meacutetodos das teacutecnicas e dos instrumentos de pesquisa utilizados no trabalho Os
procedimentos utilizados devem ser descritos de forma loacutegica
O nosso processo de investigaccedilatildeo cientiacutefica8 desencadeou-se em 2008 com uma
pesquisa bibliograacutefica na biblioteca da AM e do IESM9 com o objectivo de encontrar
informaccedilatildeo que nos permitisse identificar o nosso problema de investigaccedilatildeo Esta pesquisa
5 CRO ndash Crisis Response Operations
6 UNIFIL ndash United Nations Interim Force in Lebanon
7 Ver Apecircndice 1 ndash Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
8 Segundo Sarmento (2008) o processo de investigaccedilatildeo cientiacutefica eacute composto por 3 fases exploratoacuteria analiacutetica
e conclusiva 9 IESM ndash Instituto de Estudos Superiores Militares
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 4
consistiu na selecccedilatildeo de documentos nacionais e estrangeiros como os manuais da
doutrina nacional doutrina da Alianccedila e as publicaccedilotildees do exeacutercito norte-americano
Durante a pesquisa constataacutemos a existecircncia de poucos trabalhos directamente
relacionados com a problemaacutetica em investigaccedilatildeo facto que julgamos ser aliciante porque
tratamos um tema importante poreacutem pouco abordado Para aleacutem desta pesquisa
bibliograacutefica realizamos tambeacutem diversas conversas de caraacutecter exploratoacuterio com Oficiais
de diferentes Armas no sentido de obter perspectivas distintas sobre a temaacutetica em estudo
O passo seguinte no processo de investigaccedilatildeo foi a formulaccedilatildeo das questotildees de
investigaccedilatildeo na qual tentamos exprimir o mais exactamente possiacutevel o que procuramos
saber (IESM 2004)
Para o tema em anaacutelise levantaram-se vaacuterias questotildees agraves quais seria pertinente obter
uma resposta sobretudo agrave questatildeo que definimos como central ldquoQual o possiacutevel
enquadramento das unidades de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo primaacuteriardquo
A partir desta questatildeo central surgem algumas questotildees derivadas
Porque razatildeo as unidades de AAA natildeo participam actualmente em MHP no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Quais os cenaacuterios de emprego das unidades de AAA em FND
Em caso de participaccedilatildeo em MHP qual seria o escalatildeo das unidades de AAA
a empregar
Seraacute que as unidades de AAA nacionais possuem o niacutevel de prontidatildeo exigido
para integrarem as NRF e os BG
Apoacutes alguma reflexatildeo sobre o tema em investigaccedilatildeo construiacutemos as hipoacuteteses de
investigaccedilatildeo ldquoestas satildeo proposiccedilotildees conjecturais que constituem respostas possiacuteveis agraves
questotildees de investigaccedilatildeordquo (Sarmento 2008 p9)
Obtendo assim as seguintes hipoacuteteses
1 Porque o CJSOR10 natildeo identifica a necessidade de uma valecircncia de protecccedilatildeo AA
da forccedila
2 Em cenaacuterios de alta intensidade ou no lanccedilamento das operaccedilotildees
3 Ao niacutevel das Unidade Escalatildeo Companhia (UEC) e das Unidades Escalatildeo Batalhatildeo
(UEB) normalmente empregues em FND seria empregue uma forccedila de organizaccedilatildeo
modular
4 Existem lacunas ao niacutevel dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
Depois de construiacutedas as hipoacuteteses de investigaccedilatildeo procedemos a um periacuteodo de
profunda reflexatildeo existindo a necessidade de seleccionar os meacutetodos cientiacuteficos11
10
CJSOR ndash Combined Joint Statement of Requirements 11
Meacutetodos em investigaccedilatildeo cientiacutefica observaccedilatildeo directa critico experimental demonstrativo sistemaacutetico
inquisitivo histoacuterico dedutivo e indutivo (Sarmento 2008)
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 5
adequados agrave presente investigaccedilatildeo e agrave obtenccedilatildeo de uma resposta agrave questatildeo central Assim
adoptaacutemos o meacutetodo criacutetico (efectuando uma observaccedilatildeo criacutetica da situaccedilatildeo actual das
unidades de AAA no que diz respeito agrave participaccedilatildeo em FND) e o meacutetodo inquisitivo (atraveacutes
da elaboraccedilatildeo de entrevistas)
Aprofundaacutemos a nossa pesquisa bibliograacutefica inicial recorrendo tambeacutem a publicaccedilotildees
perioacutedicas documentos electroacutenicos e agrave legislaccedilatildeo em vigor
Tivemos ainda a oportunidade de assistir agrave palestra onde foram apresentadas as
conclusotildees do workshop realizado no RAAA1 entre os dias 09 e 11 de Dezembro de 2008
onde foi abordado entre outros o tema relacionado com ldquoO apoio da Artilharia Antiaeacuterea agraves
Brigadas em Operaccedilotildeesrdquo e que revelou ser proveitoso para a nossa investigaccedilatildeo
Ao longo da evoluccedilatildeo do TIA as conversas exploratoacuterias com Oficiais foram
substituiacutedas por entrevistas12 semi-estruturadas13 que na nossa opiniatildeo enriqueceram
muito o presente trabalho A realizaccedilatildeo destas entrevistas permitiu conhecer a opiniatildeo dos
entrevistados sobre questotildees pertinentes ao nosso tema bem como a partilha de
experiecircncias e informaccedilotildees que de outra forma seriam impossiacuteveis de angariar
Depois da recolha de todas estas informaccedilotildees e da sua anaacutelise terminaacutemos a fase
analiacutetica do meacutetodo de investigaccedilatildeo cientiacutefica e entraacutemos na uacuteltima fase deste processo a
fase conclusiva Nesta fase procedeu-se agrave verificaccedilatildeo das hipoacuteteses levantadas
anteriormente sob as quais fundaacutemos as nossas conclusotildees
Siacutentese de Conteuacutedos
O presente trabalho eacute constituiacutedo por uma Introduccedilatildeo quatro Capiacutetulos e
ConclusotildeesPropostas
Apoacutes a Introduccedilatildeo no Capiacutetulo I procede-se agrave elaboraccedilatildeo de um Enquadramento
Conceptual que tem como finalidade familiarizar o leitor com os principais conceitos
abordados no presente trabalho
No Capiacutetulo II examina-se a participaccedilatildeo nacional em MHP procurando saber qual o
possiacutevel enquadramento das unidades de AAA neste tipo de operaccedilotildees atraveacutes da anaacutelise
de trecircs casos de estudo distintos
O Capiacutetulo III aborda os conceitos de NRF e de BG definindo os requisitos necessaacuterios
para que as unidades de AAA possam integrar estas estruturas militares de caraacutecter
multinacional
No Capiacutetulo IV procede-se ao estudo da situaccedilatildeo actual das unidades de AAA
analisando os equipamentos sistemas de armas e prontidatildeo dos militares Face agrave anaacutelise
12
Todas as entrevistas foram de caraacutecter presencial tendo sido os entrevistados previamente contactados 13
Os entrevistados responderam agraves perguntas de um guiatildeo Os guiotildees das entrevistas encontram-se em
apecircndice
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 6
realizada efectuou-se ainda uma perspectiva do que poderaacute ser a participaccedilatildeo de unidades
de AAA nacionais em MHP na NRF e nos BG
Por fim no Capiacutetulo V apresentam-se as conclusotildees e propostas onde se pretende
fundamentalmente responder agrave questatildeo central e efectuar a confirmaccedilatildeo (total ou parcial)
ou a negaccedilatildeo das hipoacuteteses previamente levantadas Apresenta-se igualmente um conjunto
de propostas que tem como objectivo melhorar algumas das lacunas identificadas durante o
presente estudo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 7
CAPIacuteTULO I
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL
Antes de iniciar a anaacutelise do tema em investigaccedilatildeo achaacutemos conveniente delinear
alguns conceitos base com o propoacutesito de enquadrar o leitor com a problemaacutetica abordada
ao longo deste TIA Importa realccedilar que acerca deste enquadramento conceptual haveria
certamente muito para acrescentar Contundo natildeo sendo esse o objectivo apelaacutemos agrave
nossa capacidade de siacutentese durante a sua elaboraccedilatildeo
I1 Forccedilas Nacionais Destacadas
O Exeacutercito tem vindo a constituir FND que tecircm sido empenhadas num quadro
multinacional sob o comando de diferentes OI Desempenham missotildees ldquoditas de paz
embora de uma forma conceptual se enquadrem naquilo que vulgarmente se designam por
Operaccedilotildees de Resposta a Crises (no acircmbito NATO) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz (no acircmbito
ONU) ou ateacute mesmo Operaccedilotildees de Estabilizaccedilatildeo e Apoio (considerando a doutrina do
exeacutercito dos EUA) rdquo (Santos 2007p235)
Ao tentarmos clarificar o conceito de FND deparamo-nos com a inexistecircncia de uma
definiccedilatildeo oficial pelo que optaacutemos por traccedilar a nossa proacutepria definiccedilatildeo e enquadraacute-la no
acircmbito da nossa investigaccedilatildeo
I11 Enquadramento Histoacuterico
ldquoAs mudanccedilas que tiveram lugar no sistema internacional desde 1991 levaram os
estados democraacuteticos ao desempenho de novos papeacuteis nas relaccedilotildees internacionais
designadamente atraveacutes do emprego de contingentes militaresrdquo (Leandro 2002 p317)
Enquadrado neste contexto Portugal tem vindo a participar activamente em MHP
sendo necessaacuterio recuar aos finais da deacutecada de oitenta para encontrar a primeira
presenccedila14 nacional na UNTAG15 onde cooperaram trecircs oficiais do Exeacutercito Portuguecircs na
supervisatildeo do processo eleitoral Esta participaccedilatildeo foi seguida da Operaccedilatildeo das Naccedilotildees
14
Esta eacute a primeira participaccedilatildeo nacional em MHP apoacutes o conflito ultramarino jaacute que a geacutenese da participaccedilatildeo
nacional remonta ao ano de 1958 com a UNOGIL (United Nation Observer Group in Lebanon) 15
UNTAG ndash United Nations Transition Assistance Group
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 8
Unidas em Moccedilambique (UNMOZ)16 entre Abril de 1993 e Dezembro de 1994 na qual o
Exeacutercito Portuguecircs contribuiu com um Batalhatildeo de Transmissotildees e com observadores
militares
A partir desta operaccedilatildeo o Exeacutercito atingiu uma absoluta integraccedilatildeo neste tipo
operaccedilotildees militares edificando um longo historial de participaccedilatildeo materializado com a
presenccedila em cerca de sessenta e quatro MHP dispersas por vinte e trecircs TO17 e dois paiacuteses
adjacentes a TO18 Ao longo da sua colaboraccedilatildeo em MHP ao abrigo das diversas OI o
Exeacutercito Portuguecircs empenhou um efectivo19 total de vinte mil quinhentos e vinte e um
militares (RCMAGabCEME 2009)
I12 Forccedilas Nacionais Destacadas ndash O Conceito
O longo histoacuterico de participaccedilatildeo nacional em missotildees no exterior tem-se concretizado
em diferentes moldes atraveacutes de militares inseridos em unidades constituiacutedas (como por
exemplo o AgrBravo na KFOR20) de observadores militares (como por exemplo os trecircs
oficiais que integraram a UNTAG) ou ainda de elementos em funccedilotildees de estado-maior
(como os militares que integraram o Quartel-General (QG) da AFOR21)
Importa distinguir a participaccedilatildeo de caraacutecter individual (observadores militares e
elementos em funccedilotildees de estado-maior) da participaccedilatildeo de unidades constituiacutedas que
actuam como uma ldquoForccedilardquo22 Assim usaacutemos o termo FND unicamente para nos referirmos
agraves unidades constituiacutedas definindo-o de acordo com aquilo que tem sido a experiecircncia
nacional23 nas uacuteltimas duas deacutecadas uma FND eacute uma unidade militar devidamente
comandada treinada equipada e enquadrada que cumpre uma missatildeo no exterior do
territoacuterio nacional no acircmbito da satisfaccedilatildeo dos compromissos internacionais assumidos por
Portugal a sua constituiccedilatildeo eacute normalmente mission tailored ou seja eacute orientada para a
missatildeo de forma a respeitar as CJSOR
Eacute estabelecido um encargo operacional de pessoal (EOP) e um encargo operacional de
material (EOM) com base numa unidade constituiacuteda do Sistema de Forccedilas Nacional (SFN)
que pode ser ajustada com moacutedulos para satisfazer as CJSOR Um exemplo deste tailoring
16
UNMOZ ndash United Nations Operation in Mozambique 17
Boacutesnia e Herzegovina Timor-Leste Angola Kosovo Moccedilambique Ex-Jugoslaacutevia Congo Guineacute-Bissau
Macedoacutenia Saara Ocidental Albacircnia Afeganistatildeo Liacutebano Croaacutecia Namiacutebia Costa do Marfim Libeacuteria Burundi
Iraque Sudatildeo Chade Etioacutepia Paquistatildeo 18
Aacutefrica do Sul e Austraacutelia 19
Referente ateacute ao mecircs de Abril de 2009 (RCMAGabCEME 2009) 20
KFOR ndash Kosovo Force 21
AFOR ndash Albania Force 22
ldquoForccedilardquo ndash ldquoUm conjunto de militares sistemas de armas equipamento ou a combinaccedilatildeo destesrdquo (JP
2006p210) 23
Ver Anexo A ndash Histoacuterico das FND nas MHP
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 9
eacute o caso das CCmds no Afeganistatildeo que incluiacuteam um TACP24 da Forccedila Aeacuterea Portuguesa
(FAP) apesar de em situaccedilotildees normais este natildeo estar previsto no quadro orgacircnico (QO)
das CCmds
No que diz respeito ao seu modo de emprego as FND possuem algumas
particularidades como o facto de atravessarem trecircs periodos25 distintos o aprontamento a
conduta da operaccedilatildeo e por fim a desactivaccedilatildeofim de missatildeo (Leandro2001)
I2 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Apoacutes a decisatildeo de analisar unicamente a participaccedilatildeo nacional em missotildees no acircmbito
da Alianccedila Atlacircntica torna-se fundamental distinguir as operaccedilotildees previstas no conceito
estrateacutegico da OTAN Estas abrangem um vasto espectro26 podendo ser operaccedilotildees com
base no artigo 5ordm27 (referentes ao Tratado do Atlacircntico Norte28) ou operaccedilotildees de natildeo-artigo
5ordm normalmente designadas por CRO
A participaccedilatildeo das FND em missotildees da OTAN efectuou-se sempre no acircmbito das CRO
razatildeo pela qual abordaacutemos a participaccedilatildeo nacional apenas neste acircmbito Este facto poreacutem
natildeo inviabiliza que as FND natildeo possam vir a ser empregues em missotildees de caraacutecter mais
robusto como por exemplo operaccedilotildees ao abrigo do artigo 5ordm da Alianccedila Atlacircntica
O facto de a participaccedilatildeo nacional ter sido sempre feita em CRO faz com que exista a
necessidade de proceder agrave sua caracterizaccedilatildeo de forma a esclarecer a sua natureza e
tipologia de operaccedilotildees
O actual sistema internacional marcado pela eclosatildeo de focos de tensatildeo e de conflitos
regionais com base em nacionalismos e diferenccedilas eacutetnicas culturais e religiosas
possibilitou o aparecimento de uma ameaccedila multifacetada imprevisiacutevel e transnacional O
advento desta ameaccedila levou os Estados ao desenvolvimento de mecanismos colectivos
para a satisfaccedilatildeo de necessidades de seguranccedila conjuntas evitando o escalar da violecircncia
a niacutevel mundial e promovendo a estabilidade internacional
Neste contexto a Alianccedila Atlacircntica tem-se assumido como catalisadora na prevenccedilatildeo e
resoluccedilatildeo de crises procedendo agrave actualizaccedilatildeo e desenvolvimento da doutrina de emprego
das FA permitindo que estas sejam empregues neste tipo de operaccedilotildees (EME 2005)
24
TACP - Tactical Air Control Party 25
Ver Anexo B - Ciclo de uma FND 26
Ver Anexo C - Espectro das Operaccedilotildees 27
Artigo 5ordm do Tratado do Atlacircntico Norte - ldquo (hellip) As Partes concordam que um ataque armado contra um ou
vaacuterios paiacuteses membros na Europa ou nos EUA seraacute considerado um ataque contra todos e consequentemente
concordam que se tal ataque armado se verificar cada um no exerciacutecio do direito de legiacutetima defesa individual
ou colectiva reconhecido pelo artigo 51 deg da Carta das Naccedilotildees Unidas prestaraacute assistecircncia agrave Parte ou Partes
atacadas (hellip) incluindo o uso da forccedila (hellip)ldquo (NATO 1949) 28
O Tratado Atlacircntico Norte foi assinado em 4 de Abril de 1949 e estabelecido ao abrigo do artigo 51ordm da Carta
das Naccedilotildees Unidas o qual reafirma o direito inerente dos Estados Independentes agrave defesa individual ou
colectiva
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 10
Perante este cenaacuterio as CRO surgem como ldquo (hellip) operaccedilotildees multifuncionais que abrangem
actividades poliacuteticas militares e civis executadas de acordo com a lei internacional
incluindo o direito internacional humanitaacuterio que contribuem para a prevenccedilatildeo e resoluccedilatildeo
de conflitos e a gestatildeo de crises (hellip) rdquo (EME 2005 14-2)
I21 Tipologia das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A tipologia das CRO compreende um vasto leque de operaccedilotildees as quais incluem um
conjunto de diversas tarefas a serem desempenhadas em tempo de paz ou de crise Estas
regem-se por um aglomerado de princiacutepios29 que tecircm como objectivo estabelecer uma
uniformidade de comportamentos entre as entidades intervenientes neste tipo de operaccedilotildees
As CRO organizam-se da seguinte forma (EME 2005)
1) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz (Peace Support Operations - PSO)
(a) Manutenccedilatildeo de Paz (Peace Keeping - PK)
(b) Imposiccedilatildeo de Paz (Peace Enforcement ndash PE)
(c) Prevenccedilatildeo de Conflitos (Conflict Prevention ndash CP)
(d) Restabelecimento de Paz (Peacemaking ndash PM)
(e) Consolidaccedilatildeo da Paz (Peace Building ndash PB)
(f) Operaccedilotildees Humanitaacuterias (Humanitarian Operations - HO)
2) Outras Operaccedilotildees e Tarefas de Resposta a Crises
(a) Apoio agraves Operaccedilotildees Humanitaacuterias
(i) Assistecircncia a Deslocados e Refugiados
(ii) Operaccedilotildees Humanitaacuterias (fora do acircmbito das PSO)
(b) Apoio a Assistecircncia a Desastres
(c) Busca e Salvamento (Search and Rescue - SAR)
(d) Apoio a Operaccedilotildees de Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
(e) Operaccedilotildees de Extracccedilatildeo
(f) Apoio agraves Autoridades Civis
(g) Imposiccedilatildeo de Sanccedilotildees e Embargos
I22 Manutenccedilatildeo de Paz vs Imposiccedilatildeo de Paz
A participaccedilatildeo nacional tem ocorrido maioritariamente em duas situaccedilotildees PK e PE
Deste modo decidimos caracterizar detalhadamente estas duas situaccedilotildees
As operaccedilotildees de PK ldquo (hellip) satildeo geralmente realizadas em conformidade com os
princiacutepios do Capiacutetulo VI da Carta das Naccedilotildees Unidas a fim de acompanhar e facilitar a
implementaccedilatildeo de um acordo de paz Uma perda de consentimento ou a falta de
29
Ver Anexo D - Os Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 11
cumprimento por uma das partes podem limitar a liberdade de acccedilatildeo da forccedila de
manutenccedilatildeo de paz e ateacute ameaccedilar a continuidade da missatildeo Assim a forccedila deve
permanecer imparcial limitar o uso da forccedila agrave auto-defesa e promover o consentimento (hellip)
30rdquo (NATO 2005 2-4)
Relativamente agraves operaccedilotildees de PE ldquo (hellip) satildeo efectuadas sob os princiacutepios do capiacutetulo
VII da Carta das Naccedilotildees Unidas Satildeo de natureza coerciva e realizadas quando o
consentimento entre as partes envolvidas natildeo foi atingido ou seja incerto Estas operaccedilotildees
satildeo executadas para manter ou restabelecer a paz de forma a cumprir as condiccedilotildees
especificadas no mandato Eacute importante salientar que o objectivo das operaccedilotildees de PE natildeo
eacute a derrota ou destruiccedilatildeo de um inimigo mas sim a coacccedilatildeo e persuasatildeo das partes em
conflito (hellip)31rdquo (NATO 2005 2-4)
I3 A Ameaccedila Aeacuterea
No sentido de finalizar este primeiro capiacutetulo dedicado agrave conceptualizaccedilatildeo
procederemos agrave caracterizaccedilatildeo da ameaccedila aeacuterea Abordando unicamente a participaccedilatildeo em
missotildees sob a eacutegide da OTAN eacute necessaacuterio equacionar todos os cenaacuterios possiacuteveis de
participaccedilatildeo das FND quer seja em CRO como tem vindo a suceder ou em operaccedilotildees ao
abrigo do artigo 5ordm da Alianccedila Atlacircntica
A ameaccedila aeacuterea eacute composta por meios tradicionais como os aviotildees e os helicoacutepteros de
ataque No entanto a proliferaccedilatildeo de sistemas natildeo tripulados como miacutesseis (baliacutesticos e de
cruzeiro) e veiacuteculos aeacutereos natildeo tripulados (UAV)32 ampliaram o conjunto de meios que
caracteriza a ameaccedila aeacuterea
Na tipologia33 da ameaccedila aeacuterea os sistemas natildeo tripulados assumem-se como os
meios mais susceptiacuteveis de serem utilizados pelo seu custo manutenccedilatildeo sustentaccedilatildeo e
elevada capacidade de destruiccedilatildeo Estas caracteriacutesticas fazem com que estes sistemas
sejam preferidos aos tradicionais aviotildees e helicoacutepteros de ataque que satildeo mais
dispendiosos em termos de aquisiccedilatildeo manutenccedilatildeo e treino de tripulaccedilotildees (HDA 2000)
Estes meios tripulados poderatildeo ser utilizados pelo opositor em conflitos no acircmbito do artigo
5ordm da Alianccedila Atlacircntica ou em situaccedilotildees em que se enfrenta um adversaacuterio que dispotildee de
um exeacutercito organizado e coerente
No que diz respeito ao caraacutecter assimeacutetrico que marca a actual conflitualidade eacute
necessaacuterio ter em conta uma nova ameaccedila que se tem manifestado nos TO mais recentes
a ameaccedila RAM34 Esta ldquonovardquo ameaccedila eacute caracterizada pela utilizaccedilatildeo de sistemas de baixo
30
Traduccedilatildeo Livre 31
Traduccedilatildeo Livre 32
UAV - Unmanned Aerial Vehicles 33
Ver Anexo E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea 34
RAM - Rockets Artillery amp Mortar
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 12
custo baseados em Foguetes Artilharia e Morteiros A ameaccedila RAM natildeo se enquadra no
conjunto de meios (tripulados e natildeo tripulados) que caracteriza a tradicional ameaccedila aeacuterea
Contundo o facto de utilizar o vector aeacutereo para se materializar leva a que os consideremos
como tal
Ainda no acircmbito da ameaccedila aeacuterea satildeo igualmente passiacuteveis de ser utilizados aviotildees
ultraleves ou aeronaves renegade35 contra instalaccedilotildees de forccedilas multinacionais ou contra
interesses das facccedilotildees envolvidas no conflito com o objectivo de desestabilizarem o
processo de paz ou criar um foco de instabilidade
Considerando o actual ambiente das CRO a ameaccedila aeacuterea pode ser caracterizada pela
utilizaccedilatildeo de sistemas pouco dispendiosos e de faacutecil acesso por parte de actores menores
envolvidos neste processo ldquo (hellip) hoje em dia fala-se na capacidade de grupos terroristas
utilizarem morteiros aviotildees ligeiros drones e UAVrsquos visto que estes natildeo satildeo meios muito
sofisticados e podem-se transformar numa ameaccedila aeacuterea (hellip) ldquo (Benroacutes 2009)36
35
Trata-se de uma plataforma aeacuterea civil que se julga estar a operar de uma tal maneira que levanta suspeitas
de poder ser usada como arma para executar um ataque terrorista Existe um exemplo bem recente apesar de
natildeo se ter verificado em operaccedilotildees o ataque de 11 de Setembro de 2001 (Borges 2008) 36
Ver Apecircndice B - Guiatildeo da Entrevista ao TCor Art Varela Benroacutes
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 13
CAPIacuteTULO II
A PARTICIPACcedilAtildeO DE FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS
EM OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES
Neste capiacutetulo procederemos agrave anaacutelise da participaccedilatildeo do Exeacutercito com FND em
missotildees da OTAN37 O primeiro passo neste estudo seraacute seleccionar quais as operaccedilotildees a
analisar visto que por questotildees de tempo e espaccedilo torna-se impossiacutevel abordar todas as
operaccedilotildees realizadas no acircmbito da Alianccedila Atlacircntica
Optou-se pela escolha de duas operaccedilotildees em particular a participaccedilatildeo na IFOR38 que
ocorreu na Boacutesnia e Herzegovina no ano de 1996 e a participaccedilatildeo na KFOR no TO do
Kosovo iniciada em 1999 e actualmente ainda em curso39
O longo historial das FND revela-nos que nunca foi integrado qualquer tipo de unidades
(Grupo Bateria) ou subunidades (pelotatildeo secccedilatildeo) de AAA Procurou-se com esta anaacutelise
conceptual saber qual o eventual enquadramento que a AAA poderaacute ter neste tipo de
operaccedilotildees
Para aleacutem da caracterizaccedilatildeo dos TO para onde as FND foram projectadas importa
averiguar a eventual empregabilidade de uma subunidade de AAA de organizaccedilatildeo modular
nas UEC ou UEB que actualmente satildeo empregues em CRO De forma a obter resultados
fidedignos neste campo recorreu-se agrave experiecircncia de quem esteve no TO e sentiu as
dificuldades de comandar uma FND em operaccedilotildees deste geacutenero Recorremos assim agrave
experiecircncia partilhada de trecircs comandantes de FND e tentaacutemos transpor para o papel todo
o conhecimento transmitido com o objectivo de esclarecer a problemaacutetica em estudo
II1 A Participaccedilatildeo Nacional na IFOR
O primeiro TO escolhido para estudar a problemaacutetica de investigaccedilatildeo foi o da Boacutesnia e
Herzegovina que contou com a participaccedilatildeo portuguesa na forccedila multinacional IFOR em
Janeiro de 1995 durante a operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo40 Com esta presenccedila na Initial Entry
37
Ver Anexo F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte 38
IFOR - Implementation Force 39
Com o empenhamento do 1ordm Batalhatildeo de Infantaria da BrigInt constituiacutedo por 290 militares (EMGFA 2009) 40
Nome de coacutedigo da operaccedilatildeo IFOR conduzida pela OTAN na Boacutesnia e Herzegovina entre 20 de Dezembro de
1995 e 20 de Dezembro de 1996 (NATO 2001)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 14
Force o Exeacutercito integrou pela primeira vez uma UEB na estrutura de forccedilas da Alianccedila
Atlacircntica
Antes da anaacutelise da participaccedilatildeo nacional na IFOR procedeu-se agrave descriccedilatildeo dos
antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina permitindo compreender a intervenccedilatildeo
da comunidade internacional atraveacutes da OTAN e da IFOR
II11 Antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina
A Ex-Federaccedilatildeo da Jugoslaacutevia foi ateacute 1990 constituiacuteda pelas Repuacuteblicas da Croaacutecia
Seacutervia Esloveacutenia Boacutesnia Macedoacutenia e Monte Negro Em 1991 a Esloveacutenia e a Croaacutecia
efectivaram o seu desejo de abandonar a Federaccedilatildeo da Jugoslaacutevia e a situaccedilatildeo tornou-se
insustentaacutevel quando 94 dos eleitores na Croaacutecia aprovaram em referendo a
independecircncia que foi proclamada em 25 de Junho de 1991 No mesmo dia a Esloveacutenia
declarava a independecircncia o que originou a guerra com a intervenccedilatildeo do Exeacutercito do Povo
Jugoslavo em resposta agraves tomadas de posiccedilatildeo da Esloveacutenia e da Croaacutecia
Em 29 de Fevereiro de 1992 era realizado um referendo na Boacutesnia e Herzegovina
tendo a maioria (muccedilulmanos e croatas) obtido um resultado de 99 a favor da
independecircncia Com este resultado tambeacutem a Boacutesnia e Herzegovina se viria a tornar
independente no dia 3 de Marccedilo de 1992 sendo reconhecida pela Comunidade Europeia
trecircs dias depois
Em Maio de 1992 o Conselho de Seguranccedila das Naccedilotildees Unidas (CSNU) atraveacutes da
UNSCR41 752 exigia o fim dos combates na Boacutesnia e Herzegovina aprovando o envio da
UNPROFOR42 para esta regiatildeo
Acompanhando as restantes repuacuteblicas tambeacutem a Macedoacutenia declarou a sua
independecircncia no dia 8 de Abril de 1993
A UNPROFOR sob os auspiacutecios da ONU natildeo conseguiu controlar a crise existente nos
Balcatildes obrigando a OTAN a intervir por diversas vezes para fazer respeitar a zona de
exclusatildeo do espaccedilo aeacutereo43 imposta sobre a Boacutesnia e Herzegovina ao abrigo da UNSCR
781 Apesar das sanccedilotildees impostas pela ONU a situaccedilatildeo agravou-se e assistiu-se mesmo a
uma escalada da violecircncia o que obrigou a OTAN a elaborar planos de emergecircncia para
apoiar uma eventual retirada das tropas da ONU da Boacutesnia e Herzegovina Assiste-se a um
intenso debate poliacutetico para alcanccedilar uma soluccedilatildeo poreacutem as partes envolvidas tardavam a
chegar a um acordo enquanto que no terreno a OTAN intensificava os raids e os
bombardeamentos aeacutereos em resposta aos ataques aeacutereos seacutervios na zona de exclusatildeo do
espaccedilo aeacutereo estabelecida pela Alianccedila
41
UNSCR - United Nations Security Council Resolution 42
UNPROFOR - United Nations Protection Force 43
ldquoNo-Fly Zonesrdquo
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 15
Finalmente no dia 5 de Outubro de 1995 era assinado um acordo geral de cessar-fogo
proposto pelos Estados Unidos da Ameacuterica (EUA) sendo aceite por todas as partes
beligerantes iniciando-se as negociaccedilotildees de paz
O Acordo de Paz de Dayton44 veio consolidar o acordo geral de cessar-fogo
constituindo-se como o teacutermino de uma guerra que durou cerca de trecircs anos e meio e
provocou centenas de milhares de mortos Ao abrigo deste acordo foram estabelecidas
duas entidades no territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina a Repuacuteblica seacutervia da Boacutesnia e a
Federaccedilatildeo Croata Muccedilulmana Estas duas entidades encontravam-se separadas por uma
linha (IEBL)45 sobre a qual foi criada uma aacuterea de seguranccedila materializada no terreno por
uma faixa de dez quiloacutemetros designada por zona de separaccedilatildeo (ZOS)46 (Saraiva 2008)
A IFOR interveacutem no territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina ao abrigo da UNSCR 1031 com
a missatildeo47 de fiscalizar e impor o cumprimento do Acordo de Paz de Dayton A estrutura de
comando da IFOR48 era composta por trecircs divisotildees lideradas pela Franccedila Reino Unido e
EUA
II12 Case-study o Agrupamento Juacutepiter na Boacutesnia e Herzegovina
A 16 de Dezembro de 1995 eacute aprovado o plano operacional da IFOR pelo Conselho do
Atlacircntico Norte (NAC49) iniciando-se a operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo para garantir o
cumprimento do Acordo de Paz de Dayton
A primeira FND a ser projectada para o TO da Boacutesnia e Herzegovina foi o 2ordm Batalhatildeo
de Infantaria Aerotransportada (2ordm BIAT) pertencente agrave antiga Brigada Aerotransportada
Independente (BAI) ao qual se juntou o Destacamento de Apoio Sanitaacuterio Esta FND
passou a denominar-se Agrupamento Juacutepiter (AgrJuacutepiter) constituindo o nosso primeiro
case-study
No dia 10 de Agosto de 1996 o 2ordm BIAT substitui o 3ordm BIAT incorporando-se no
AgrJuacutepiter e prosseguindo a missatildeo Em Agosto de 1996 o AgrJuacutepiter era constituiacutedo50 por
um Batalhatildeo de Infantaria (3ordm BIAT) a trecircs companhias de atiradores por uma companhia de
apoio de combate por uma companhia de apoio de serviccedilos e por um destacamento de
apoio de serviccedilos ldquomusculadordquo que garantia todo o fluxo logiacutestico agraves tropas nacionais
44
Ver Anexo G - O Acordo de Paz de Dayton 45
IEBL - Inter Entity Boundary Line 46
ZOS - Zone Of Separation 47
Ver Anexo H - Missatildeo da IFOR 48
Ver Anexo I - Estrutura de C2 da IFOR em 1996
49 NAC ndash North Atlantic Council
50 O seu efectivo total era de 911 militares (Saraiva 2008)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 16
Em 1996 o TO da Boacutesnia e Herzegovina era caracterizado como bastante incerto51
principalmente na fase inicial da operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo devido aos focos de
instabilidade que se faziam sentir na regiatildeo O AgrJuacutepiter ocupava o sector de Goradze um
dos mais complicados na regiatildeo que era descrito por ser ldquo (hellip) um sector extremamente
tenso com vaacuterios pontos quentes (hellip) rdquo (Saraiva 2009)52
Relativamente agrave presenccedila de unidades de AAA no TO existiam em toda a estrutura do
escalatildeo superior Segundo Saraiva (2009) tanto a Brigada Italiana (MNBN53) onde a FND
estava inserida como a proacutepria Divisatildeo Francesa (MNDSE54) dispunham de unidades de
AAA no entanto estas ldquo (hellip) nunca foram vistas no sector portuguecircs (hellip) rdquo (Saraiva 2009)
Admitindo a existecircncia da ameaccedila aeacuterea no TO ainda que teacutenue parece-nos que a
inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA faria todo o sentido uma vez que a aacuterea de
responsabilidade (AOR)55 do AgrJuacutepiter era composta por vaacuterios pontos sensiacuteveis Satildeo
exemplos desses pontos uma torre de comunicaccedilotildees um repetidor operado por elementos
do escalatildeo superior (Brigada Italiana) e uma torre explorada por elementos da Divisatildeo
Francesa em acccedilotildees de guerra electroacutenica O comandante do AgrJuacutepiter refere que ldquo (hellip)
todos esses pontos exigiriam com certeza protecccedilatildeo AA porque caso a ameaccedila aeacuterea
fosse maior e se materializasse noacutes teriacuteamos que ter esses meios correndo o risco de
ficarmos completamente isolados no TO (hellip) ldquo (Saraiva 2009)
Verifica-se assim que a FNDIFOR poderia eventualmente incluir uma subunidade de
AAA de organizaccedilatildeo modular dimensionada agrave FND Ao existir este moacutedulo e estando
devidamente integrado na estrutura de C2 do escalatildeo superior este ldquo (hellip) acrescentaria
muitas capacidades agrave forccedila ldquo (Saraiva 2009)
II2 A Participaccedilatildeo Nacional na KFOR
A segunda operaccedilatildeo da OTAN que nos propusemos a investigar refere-se ao TO do
Kosovo o qual levou agrave intervenccedilatildeo da Alianccedila Atlacircntica atraveacutes da KFOR Tambeacutem nesta
missatildeo a participaccedilatildeo nacional concretizou-se desde o primeiro momento com a integraccedilatildeo
de uma FND na Initial Entry Force em 1999 o Agrupamento Bravo (AgrBravo) da antiga
BAI
51
ldquoEstamos perfeitamente conscientes de que os acordos de paz satildeo fraacutegeis e imperfeitos e de que a IFOR eacute
uma operaccedilatildeo natildeo isenta de riscos (hellip) ldquo Excerto retirado do discurso do Ministro da Defesa Nacional Dr
Antoacutenio Vitorino no IV Seminaacuterio para Altos funcionaacuterios e Chefes de Missatildeo do Ministeacuterio dos Negoacutecios
Estrangeiros em 4 de Janeiro de 1996 52
Ver Apecircndice C - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel de Infantaria Ref Pires Saraiva Comandante da FNDIFOR
(AgrJupiteacuter) no ano de 1996 53
MNBN - Multinational Brigade North 54
MNDSE - Multinational Division Southeast 55
AOR - Area Of Responsability
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 17
Desde a participaccedilatildeo inicial do AgrBravo ateacute agrave actual presenccedila do 1ordm Batalhatildeo de
Infantaria da BrigInt Portugal tem-se constituiacutedo como presenccedila habitual na KFOR Durante
a uacuteltima deacutecada o Exeacutercito Portuguecircs participou sucessivamente com FND na KFOR
excepccedilatildeo feita agrave interrupccedilatildeo ocorrida entre os anos de 2001 e 2004 devido agrave necessidade
de tropas para a participaccedilatildeo no TO de Timor-Leste
Agrave semelhanccedila do conflito da Boacutesnia e Herzegovina antes da anaacutelise dos case-study
efectuou-se um breve enquadramento dos antecedentes que levaram agrave sua intervenccedilatildeo da
OTAN no territoacuterio do Kosovo
II21 Antecedentes do Conflito do Kosovo
A proviacutencia do Kosovo fica situada no Sul do territoacuterio da Repuacuteblica da Seacutervia
possuindo uma populaccedilatildeo mista com maioria de etnia albanesa Ateacute 1989 a proviacutencia
beneficiou de um elevado grau de autonomia dentro do territoacuterio da antiga Ex-Jugoslaacutevia No
entanto quando Slobodan Milosevic56 subiu ao poder a proviacutencia perdeu a sua autonomia
ficando sob o controlo directo de Belgrado o que levou os albaneses residentes no Kosovo
a oporem-se radicalmente a esta decisatildeo
Durante o ano de 1998 os confrontos entre as forccedilas da Seacutervia e os kosovares
albaneses resultaram em mais de mil e quinhentos mortos e quatrocentos mil refugiados A
comunidade internacional manifestou preocupaccedilatildeo relativamente agrave cataacutestrofe humanitaacuteria e
agrave permanente escalada do conflito com a possibilidade de este se estender a paiacuteses
vizinhos
A UNSCR 1199 exteriorizava uma profunda preocupaccedilatildeo com o excessivo uso de forccedila
por parte das forccedilas da Seacutervia apelando tambeacutem ao cessar-fogo por ambas as partes do
conflito e estabelecendo um limite maacuteximo de forccedilas seacutervias no Kosovo Ficou tambeacutem
acordado que a Organizaccedilatildeo para a Seguranccedila e Cooperaccedilatildeo na Europa (OSCE)
estabelecesse uma unidade de observaccedilatildeo a Missatildeo de Verificaccedilatildeo no Kosovo (KVM)57
para observar o cumprimento das directivas do CSNU
Apesar de todos os esforccedilos a situaccedilatildeo no Kosovo agravou-se novamente apoacutes uma
seacuterie de actos de provocaccedilatildeo de ambas as partes As forccedilas militares e policiais seacutervias
intensificaram o uso da forccedila nas suas operaccedilotildees contra os kosovares albaneses
movimentando tropas e meios militares para a regiatildeo num claro desrespeito agrave UNSCR 1199
Este facto fez com que a KVM se retirasse da regiatildeo pois para aleacutem de natildeo poder cumprir a
sua missatildeo de observaccedilatildeo tambeacutem enfrentava oposiccedilatildeo das forccedilas seacutervias
56
Slobodan Milosevic foi presidente da Repuacuteblica da Seacutervia entre 1989 e 1997 e presidente da Jugoslaacutevia entre
1997 e 2000 Em 2001 foi acusado pelo Tribunal Penal Internacional de Haia por crimes de guerra contra a
humanidade e genociacutedio cometidos durante a guerra civil da Jugoslaacutevia 57
KVM ndash Kosovo Verification Mission
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 18
O presidente Milosevic recusou-se a cumprir a UNSCR 1199 e no dia 23 de Marccedilo de
1999 a Alianccedila iniciou os ataques aeacutereos com a operaccedilatildeo ldquoAllied Forcerdquo Esta campanha
aeacuterea duradoura de setenta e sete dias terminou no dia 10 de Junho de 1999 quando o
Secretaacuterio-Geral da OTAN Javier Solana anunciou suspender temporariamente as
operaccedilotildees aeacutereas da OTAN contra a Jugoslaacutevia Esta decisatildeo foi tomada pelo NAC depois
de atingido um consenso e de o Comandante Supremo Aliado da Europa (SACEUR) ter
confirmado que as forccedilas jugoslavas tinham iniciado a sua retirada do Kosovo Esta retirada
encontrava-se em conformidade com o Acordo Teacutecnico Militar (MTA58)
No dia 10 de Junho foi aprovada a UNSCR 1244 que congratulava a aceitaccedilatildeo dos
princiacutepios sobre a soluccedilatildeo poliacutetica para a crise no Kosovo por parte da Repuacuteblica Federal da
Jugoslaacutevia A UNSCR 1244 incluiacutea um fim imediato da violecircncia e uma raacutepida retirada das
suas forccedilas militares policiais e paramilitares do Kosovo Com a adopccedilatildeo desta resoluccedilatildeo o
NAC iniciou os preparativos para o envio raacutepido de uma forccedila de seguranccedila mandatada pelo
CSNU (NATO 2001)
A KFOR59 entrou no Kosovo no dia 12 de Junho de 1999 executando a Operaccedilatildeo ldquoJoint
Guardianrdquo60 com uma forccedila de caraacutecter multinacional inicialmente constituiacuteda por cerca de
vinte mil militares divididos entre seis brigadas (MNB61) lideradas respectivamente pela
Alemanha EUA Franccedila Itaacutelia e duas pelo Reino Unido Estas seis brigadas foram
implantadas territorialmente62 dando origem a cinco sectores sob o comando unificado do
Comandante da KFOR (COMKFOR63) (NATO 1999)
II22 Case-study o Agrupamento Bravo no Kosovo
O segundo case-study eacute o AgrBravo que integrou a KFOR durante Operaccedilatildeo ldquoJoint
Guardianrdquo ocupando o sector de Klina entre Agosto de 1999 e Fevereiro de 2000 Era
constituiacutedo64 por trecircs esquadrotildees dois esquadrotildees de reconhecimento (um equipado com
viaturas de rodas e o outro com viaturas de lagartas) e um esquadratildeo de apoio de serviccedilos
Chegados ao terreno os militares portugueses foram confrontados com um cenaacuterio
devastador ldquo (hellip) encontrava-se tudo destruiacutedo os edifiacutecios as casas as igrejas etc () rdquo
(Calccedilada 2009)65 Este era o aspecto tiacutepico de uma regiatildeo que foi palco dos sucessivos
58
MTA ndash Military Technical Agreement 59
Ver Anexo J - Missatildeo da KFOR 60
Nome de coacutedigo da operaccedilatildeo KFOR conduzida pela OTAN na proviacutencia seacutervia do Kosovo a partir de 10 de
Junho de 1999 (NATO 2009) 61
MNB ndash Multinational Brigade
62
Ver Anexo K ndash Estrutura de C2 da KFOR
63 COMKFOR ndash Commander KFOR
64 O seu efectivo era de 295 militares 30 oficiais 74 sargentos e 191 praccedilas (Pires 2007)
65 Ver Apecircndice D - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Cavalaria Tirocinado Antunes Calccedilada Comandante da
FNDKFOR (AgrBravo) no ano de 1999
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 19
confrontos entre os militantes do UCK66 e as forccedilas militares seacutervias e posteriormente da
campanha aeacuterea da Alianccedila Atlacircntica O Comandante do AgrBravo refere que ldquo (hellip)
aquando da nossa chegada encontraacutemos um teatro de operaccedilotildees totalmente incerto e
totalmente instaacutevel (hellip) rdquo (Calccedilada 2009)
Inicialmente as operaccedilotildees do AgrBravo eram de imposiccedilatildeo de paz uma vez que os
militantes do UCK autoproclamados como o Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo se
recusavam a depor as armas Confrontados com esta situaccedilatildeo os militares do AgrBravo
adoptaram uma postura riacutegida afirmando a sua posiccedilatildeo e executando vaacuterias operaccedilotildees de
Busca e Cerco com o objectivo de desarmar e desmilitarizar o UCK Superada esta fase
inicial as operaccedilotildees passaram a ser desenroladas com normalidade no acircmbito da
manutenccedilatildeo de paz realizando tarefas de patrulhamento e de seguranccedila a locais religiosos
bem como acccedilotildees CIMIC67 e operaccedilotildees psicoloacutegicas (PSYOPS)68
No que diz respeito agrave Brigada Multinacional Oeste de comando Italiano (MNBW69) na
qual o AgrBravo estava integrado tambeacutem natildeo dispunha de qualquer unidade de AAA uma
vez que a ameaccedila aeacuterea era considerada remota Todavia existia um plano de
contingecircncias que poderia ser activado ldquo (hellip) caso os seacutervios natildeo aprovassem o rumo que o
Kosovo estava levar e resolvessem intervir utilizando algumas aeronaves que tivessem
disponiacuteveis (hellip) rdquo (Calccedilada 2009) Caso existisse necessidade de activar esse plano de
contingecircncias a Brigada Italiana tinha em Itaacutelia uma Bateria de Artilharia Antiaeacuterea (BAAA)
preparada para ser projectada para o TO
Achamos que caso o plano de contingecircncias fosse activado as unidades italianas
usufruiriam de prioridade no que diz respeito agrave protecccedilatildeo AA dada a escassez de meios Agrave
semelhanccedila das forccedilas italianas deveriacuteamos dispor de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA pronto
a ser projectado para o TO que garantisse a protecccedilatildeo AA da AOR do AgrBravo Desta
forma salvaguardariacuteamos quaisquer lacunas na protecccedilatildeo AA (garantida pelo escalatildeo
superior)
Segundo Benroacutes (2002) existiam outras naccedilotildees na KFOR que dispunham de unidades
de AAA como os EUA que lideravam a Brigada Multinacional Este (MNBE70) Dispunham de
um BAAA equipada com o miacutessil portaacutetil Stinger a qual esteve no TO durante toda a fase
inicial da missatildeo da KFOR sendo depois substituiacuteda por uma unidade de radares de AAA
(equipada com o sistema radar Sentinel) que tinha como missatildeo a vigilacircncia do espaccedilo
aeacutereo
66
UCK - Ushtria Clivoimtare Kosoves (em albanecircs) significa Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo 67
CIMIC - Civil-Military Cooperation 68
PSYOPS - Physiological Operations 69
MNBW - Multinational Brigade West 70
MNBE - Multinational Brigade East
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 20
Tambeacutem a Alemanha paiacutes que liderava a Brigada Multinacional Sul (MNBS71) possuiacutea
unidades de AAA nesta fase inicial da missatildeo As tropas alematildes tinham ao dispor uma
BAAA equipada com o miacutessil portaacutetil Stinger Agrave semelhanccedila das tropas norte-americanas
esta BAAA foi substituiacuteda com o desenrolar da missatildeo internacional no Kosovo por uma
unidade de Poliacutecia Militar
O facto de em 1999 existirem unidades de AAA no TO do Kosovo prova que apesar de
a ameaccedila aeacuterea ser bastante remota ela existia e poderia materializar-se jaacute que se tratava
da fase inicial da operaccedilatildeo normalmente caracterizada pela incerteza e pelo
desconhecimento das capacidades dos beligerantes
Quanto agrave inclusatildeo de uma subunidade de AAA de organizaccedilatildeo modular no AgrBravo
notamos que o facto de a estrutura do escalatildeo superior (MNBW) natildeo dispor de qualquer tipo
de unidades de AAA impediria a inserccedilatildeo deste moacutedulo na FND Isso soacute aconteceria se o
plano de contingecircncias fosse activado e a Brigada Italiana projectasse a BAAA que se
encontrava em stand by
O facto de existirem outras forccedilas presentes no restante TO com meios de AAA
permitiria que o moacutedulo nacional se integrasse na estrutura de defesa aeacuterea do TO e
contribuiacutesse para a protecccedilatildeo AA do TO
II23 Case-study o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista no Kosovo
O terceiro case-study que nos propusemos a analisar foi o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-
quedista (BIPara) que esteve destacado no TO do Kosovo entre Setembro de 2005 e Marccedilo
de 2006 cumprindo a missatildeo de reserva taacutectica (TACRES)72 do COMKFOR
O BIPara encontrava-se aquartelado nas proximidades do QG da KFOR na regiatildeo de
Pristina no Camp Slim Lines que partilhava com uma forccedila de reconhecimento britacircnica e
com um pelotatildeo de Poliacutecia Militar esloveno O BIPara73 era constituiacutedo por trecircs companhias
duas companhias de atiradores (equipadas com viaturas de rodas) e uma companhia de
apoio de serviccedilos
Em 2005 o TO do Kosovo estava calmo e natildeo existiam focos de instabilidade situaccedilatildeo
bastante diferente daquela que o AgrBravo encontrou agrave sua chegada Apesar de
ocasionalmente surgirem algumas situaccedilotildees que despertavam maior preocupaccedilatildeo o
ambiente era estaacutevel tendo sido o UCK totalmente desmilitarizado
Se na fase inicial da presenccedila da KFOR a probabilidade de a ameaccedila aeacuterea se
concretizar era reduzida nesta fase da operaccedilatildeo ldquoJoint Guardianrdquo natildeo existia qualquer tipo
de ameaccedila aeacuterea prevalecendo um profundo conhecimento das partes beligerantes e das
71
MNBS - Multinational Brigade South 72
TACRES - Tactical Reserve Esta reserva taacutectica tinha como finalidade a demonstraccedilatildeo de forccedila por parte do
COMKFOR (Sobreira 2009) 73 O seu efectivo era de 299 militares 30 oficiais 57 sargentos e 212 praccedilas (Calmeiro e Magro 2005)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 21
suas capacidades O Kosovo era nesta fase um TO ldquomadurordquo (hellip) o centro de operaccedilotildees
conjunto lanccedilava drones que permitiam assistir in loco agraves operaccedilotildees e intervinha
directamente no canal de comando se assim fosse necessaacuterio esta situaccedilatildeo soacute se
conseguia porque existia superioridade aeacuterea () ldquo (Sobreira 2009)74
Nesta etapa avanccedilada da presenccedila internacional no Kosovo natildeo existem registos do
emprego de unidades de AAA por qualquer naccedilatildeo interveniente na KFOR visto que a
ameaccedila aeacuterea eacute totalmente inexistente Neste contexto o Exeacutercito natildeo eacute excepccedilatildeo e
quando interrogado acerca das capacidades que um moacutedulo de AAA poderia acrescentar agrave
FNDKFOR o Cmdt do BIPara responde ldquo No cenaacuterio em que estaacutevamos enquadrados natildeo
se justificaria as carecircncias sentidas eram em termos de pessoal disponiacutevel para as
patrulhas e reconhecimento O proacuteprio moacutedulo de morteiros pesados do Batalhatildeo era uma
forma dissimulada de ter mais um pelotatildeo disponiacutevel e este era utilizado para garantir o
serviccedilo de guarniccedilatildeo ao aquartelamento (hellip) ldquo (Sobreira 2009)
II3 Reflexotildees sobre o emprego de AAA em CRO
Para existir participaccedilatildeo de unidades de AAA integradas em forccedilas multinacionais da
Alianccedila Atlacircntica (como eacute o caso da IFOR e da KFOR) eacute necessaacuterio que essa valecircncia se
encontre inventariada no documento CJSOR Este documento eacute elaborado pelos oacutergatildeos da
OTAN identificando as unidades necessaacuterias e as capacidades miacutenimas que essas
unidades devem conter para integrar as diversas forccedilas multinacionais
Depois de consultarmos75 os CJSOR das uacuteltimas participaccedilotildees nacionais em CRO
(referimo-nos ao uacuteltimo CJSOR elaborado para a KFOR e ao CJSOR da ISAF76 ambos
datados do ano de 2005) verificaacutemos que estes natildeo mencionavam qualquer necessidade
de emprego de unidades de AAA Esta situaccedilatildeo pode ser considerada normal tendo em
conta que no TO do Kosovo em 2005 natildeo existia ameaccedila aeacuterea como se verificou
anteriormente Quanto ao TO do Afeganistatildeo o facto de natildeo haver cabimento orgacircnico no
CJSOR para as unidades de AAA revela que natildeo foi identificada nenhuma ameaccedila aeacuterea
pela OTAN aquando da elaboraccedilatildeo do respectivo CJSOR
A situaccedilatildeo na Boacutesnia e Herzegovina em 1996 e no Kosovo em 1999 nas quais existiam
unidades de AAA no terreno eacute um claro indicador de que os CJSOR dessas operaccedilotildees
previam o emprego deste tipo de unidades e que a ameaccedila aeacuterea se poderia materializar
nesses TO
74
Ver Apecircndice E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel de Infantaria Sobreira Comandante da FNDKFOR
(BIPara) no ano de 2005 75
Estas consultas foram feitas na Divisatildeo de Operaccedilotildees do Estado-Maior General das Forccedilas Armadas
(DIOPEMGFA) 76
ISAF - International Security Assistance Force
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 22
No que diz respeito agrave participaccedilatildeo nacional em CRO verifica-se que tem ocorrido de
acordo com os niacuteveis de ambiccedilatildeo expliacutecitos no Conceito Estrateacutegico Militar (CEM)
empenhando normalmente UEB ou UEC No entanto eacute oportuno relembrar que o CEM
prevecirc igualmente em alternativa agraves trecircs UEB a projecccedilatildeo de uma Brigada actuando em todo
o espectro de operaccedilotildees De acordo com os conceitos doutrinaacuterios a unidade miacutenima de
apoio eacute a Brigada a qual eacute apoiada com uma BAAA (EME 1997)
Em CRO as naccedilotildees que disponibilizam o comando de Brigada satildeo igualmente
responsaacuteveis por garantir as valecircncias da Forccedila ditas ldquomais criacuteticasrdquo (veja-se o exemplo da
Alemanha e dos EUA na KFOR) Desta forma verifica-se o emprego doutrinaacuterio de uma
BAAA em apoio a uma Brigada
O facto de Portugal ter vindo a participar com unidades ateacute UEB inviabiliza a projecccedilatildeo
de uma unidade doutrinaacuteria de AAA (a BAAA) No entanto esta situaccedilatildeo natildeo deve constituir
obstaacuteculo agrave participaccedilatildeo nacional de unidades de AAA neste tipo de operaccedilotildees a qual pode
ser realizada adequando as unidades de AAA ao actual niacutevel de ambiccedilatildeo nacional (UEB)
Pode ser assim empenhada uma subunidade de organizaccedilatildeo modular como por exemplo
um pelotatildeo de AAA
O exemplo da IFOR eacute esclarecedor O facto de todo o escalatildeo superior possuir
unidades de AAA faz com que a organizaccedilatildeo modular de AAA se justifique pois apesar da
FNDIFOR estar dentro da AOR da MNBN a protecccedilatildeo da forccedila eacute da responsabilidade
nacional Aleacutem disso em situaccedilotildees de abertura de TO onde natildeo existem certezas da
capacidade das partes beligerantes entendemos que natildeo deve existir lugar para
facilitismos77
Face agrave anaacutelise realizada verifica-se que o actual tailoring utilizado na concepccedilatildeo das
FND para actuarem em MHP (neste caso em CRO) pode incluir um moacutedulo de protecccedilatildeo
AA O facto de em termos conceptuais existir uma janela de oportunidade para as unidades
de AAA participarem neste tipo de missotildees (atraveacutes da inclusatildeo do respectivo moacutedulo)
conduz-nos a outra questatildeo relacionada com o tipo de operaccedilotildees e de TO em que este
moacutedulo pode ser empregue Neste domiacutenio constata-se igualmente que a participaccedilatildeo de
unidades de AAA em CRO pode e deve ser feita dando ecircnfase agrave fase inicial das operaccedilotildees
militares Durante esta fase a actuaccedilatildeo da Initial Entry Force ganha preponderacircncia
devendo ser ldquo (hellip) uma forccedila manifestamente robusta face agraves necessidades que estatildeo
inventariadas mostrando assim capacidades persuasivas e dissuasivas (hellip) rdquo (Ribeiro
2009)78 Eacute nesta situaccedilatildeo que as forccedilas de iacutendoles mais teacutecnicas como o caso da AAA satildeo
77
Eacute oportuno recordar a maacutexima terrorista citada por Osama Bin Laden depois dos ataques de 11 de Setembro
de 2001 ldquoYou have to be lucky all of the time we only have to be lucky oncerdquo 78
Ver Apecircndice F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro Chefe da DIOPEMGFA
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 23
requisitadas a intervir (veja-se o exemplo de forccedilas aliadas79 em cenaacuterios de ldquoaberturardquo de
TO) realizando tarefas no contexto da sua missatildeo primaacuteria como a protecccedilatildeo AA a baixas
altitudes (SHORAD80) da forccedila e dos pontos sensiacuteveis existentes na sua AOR
Uma vez ultrapassada a fase inicial das operaccedilotildees a situaccedilatildeo eacute estabilizada
aumentando o conhecimento do TO e das partes beligerantes Eacute adoptada uma postura
adequada agrave situaccedilatildeo como por exemplo a transiccedilatildeo da IFOR para a SFOR81 na Boacutesnia e
Herzegovina em Janeiro de 1997 Nesta fase a Initial Entry Force eacute substituiacuteda e as Follow-
on Forces satildeo moldadas agrave missatildeo sendo dotadas com as valecircncias especiacuteficas para o
cumprimento da mesma
De acordo com aquilo que tem sido a praacutetica multinacional neste tipo de operaccedilotildees as
forccedilas de manobra (leia-se unidades de infantaria e de reconhecimento) mantecircm-se no TO e
assumem um papel proeminente efectuando tarefas de patrulhamento reconhecimento
check-points PSYOPS escoltas acccedilotildees CIMIC e CRC82 Quanto agraves unidades de AAA
tendo em conta a inexistecircncia de qualquer tipo de ameaccedila aeacuterea estas natildeo satildeo necessaacuterias
no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Consideramos que para as proacuteximas participaccedilotildees de FND em Initial Entry Force
deveraacute ser equacionada a inclusatildeo de uma subunidade de AAA contribuindo assim para a
protecccedilatildeo da forccedila Esta eacute definitivamente uma preocupaccedilatildeo constante do Comandante
durante qualquer operaccedilatildeo seja em operaccedilotildees de guerra ou em CRO Tambeacutem a presenccedila
dos media a influecircncia da opiniatildeo puacuteblica e a manifestaccedilatildeo de novos actores e elementos
(o caraacutecter assimeacutetrico dos conflitos o terrorismo e a proliferaccedilatildeo nuclear) se constituem
como factores de acreacutescimo agrave importacircncia da protecccedilatildeo da forccedila
79
Ver Anexo L - A AAA Francesa na UNIFIL 80
SHORAD - Short Range Air Defense 81
SFOR - Stabilization Force 82
CRC - Crowd amp Riot Control
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 24
CAPIacuteTULO III
A INTEGRACcedilAtildeO DA AAA NA
NATO RESPONSE FORCE E NOS BATTLEGROUPS
Ao investigarmos acerca da problemaacutetica relacionada com o emprego de unidades de
AAA em FND natildeo podemos de forma alguma deixar de considerar a participaccedilatildeo assiacutedua
do Exeacutercito na NRF e nos BG Estas forccedilas assumem-se cada vez mais como um
catalisador de mudanccedila no que respeita agrave intervenccedilatildeo em conflitos possuindo uma
capacidade de projecccedilatildeo para missotildees em TO exteriores agrave Europa o que constitui um
desafio para o Exeacutercito
Embora a disponibilizaccedilatildeo de unidades do SFN do Exeacutercito para integrarem a NRF e os
BG natildeo seja exactamente igual agravequela que integra as FND em MHP pode facilmente ser
estabelecido um paralelismo entre estas participaccedilotildees o qual eacute reconhecido pela proacutepria
legislaccedilatildeo83 que enquadra ambas as tipologias de missatildeo O facto de estas unidades serem
submetidas a um periacuteodo intenso de treino operacional que eacute precedido de um exerciacutecio de
certificaccedilatildeo internacional e do consequente periacuteodo de stand by (sendo consideradas
Earmarked84 durante este periacuteodo) reforccedila esse paralelismo
Ao considerarmos o conceito de FND anteriormente definido verifica-se que as
unidades que integram a NRF e os BG natildeo correspondem ao termo FND no seu sentido
restrito No entanto podem ser enquadradas no seu sentido lato
Neste capiacutetulo a pesquisa seraacute direccionada de forma a averiguar quais os meios
orgacircnicos de protecccedilatildeo AA deste tipo de forccedilas Pretende-se assim clarificar os requisitos
de emprego determinados pelas respectivas OI para que possam ser integradas unidades
de AAA nacionais na sua constituiccedilatildeo
83
De acordo com a Directiva nordm23CEME08 84
Forccedilas que as naccedilotildees concordam colocar sob comando ou controlo operacional em data futura de um
Comando OTAN (Baptista 2008)
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 25
III1 Os Conceitos de NATO Response Force e de Battlegroups
Sem pretender efectuar uma reflexatildeo exaustiva acerca dos conceitos de NRF e de BG
naturalmente fora do acircmbito deste TIA importa esclarecer qual a missatildeo organizaccedilatildeo e
constituiccedilatildeo destas estruturas militares O objectivo desta breve abordagem aos dois
conceitos eacute alcanccedilar uma base soacutelida para a nossa investigaccedilatildeo
III11 A NATO Response Force - NRF
A Alianccedila Atlacircntica criou uma forccedila conjunta e combinada caracterizada pela sua
elevada prontidatildeo ndash a NATO Response Force85 Com um efectivo de vinte e cinco mil
militares a NRF eacute capaz de ser destacada apoacutes uma decisatildeo poliacutetica sendo auto-
sustentaacutevel por um periacuteodo de trinta dias As vaacuterias componentes da NRF encontram-se em
stand by nos seus paiacuteses de origem estando preparadas para serem destacadas para a
Aacuterea de Operaccedilotildees (AO) se for necessaacuterio
A NRF atingiu a sua capacidade operacional plena em Outubro de 2006 e actualmente
abrange um largo espectro de missotildees que satildeo efectuadas num estudo caso a caso pelo
NAC Como uacutenica Forccedila presente no TO pode efectuar (NATO 2007)
1 Operaccedilotildees de Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
2 Apoio agrave gestatildeo de consequecircncias86
3 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
4 Apoio de Operaccedilotildees de Contra-Terrorismo
5 Operaccedilotildees de Embargo
6 Actuar como Initial Entry Force facilitando a chegada das Follow-on Forces numa
AO conjunta com ou sem o apoio da naccedilatildeo hospedeira
A constituiccedilatildeo da NRF baseia-se no cataacutelogo de forccedilas CJSOR Poreacutem devido ao facto
de se verificarem constantemente lacunas (denominadas ldquoshortfallsrdquo) no seu preenchimento
(nomeadamente nas valecircncias mais criacuteticas como os helicoacutepteros) eacute provaacutevel que se
evolua da conferecircncia de geraccedilatildeo de forccedilas para a geraccedilatildeo de forccedilas baseada numa
Framework Nation (FwN) Este conceito prevecirc que uma determinada naccedilatildeo se constitua
como ldquoespinha dorsalrdquo da NRF disponibilizando as valecircncias mais criacuteticas e impedindo que
existam lacunas na geraccedilatildeo de forccedilas Desta forma a NRF eacute organizada em moacutedulos
vinculados a um determinado niacutevel de participaccedilatildeo das naccedilotildees intervenientes (Baptista
2007)
Niacutevel A ndash A FwN garante a totalidade do moacutedulo (UEB UEC) soacute poderaacute existir outra
naccedilatildeo no caso de afiliaccedilotildees permanentes como por exemplo o caso da Brigada
Franco-Alematilde
85
Ver Anexo L - Estrutura da NRF 86
Em caso de incidentes NRBQ (Nuclear Radioloacutegico Bioloacutegico e Quiacutemico) ou em situaccedilotildees de crise
humanitaacuteria (NATO 2007)
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 26
Niacutevel B ndash A FwN garante 50 do moacutedulo a participaccedilatildeo de outras naccedilotildees (entre duas
e quatro) nesse moacutedulo eacute possiacutevel
Niacutevel C ndash A FwN eacute responsaacutevel por um 25 do moacutedulo
Niacutevel D ndash O moacutedulo pode ser provido por outra naccedilatildeo que o disponibilize
III12 Os Battlegroups
O conceito de Battlegroup surge no acircmbito da EU referindo-se a uma Forccedila Tarefa de
resposta raacutepida constituiacuteda por um efectivo de mil quinhentos militares Neste contexto o
BG assume-se como ldquo um pacote de forccedilas minimamente eficaz crediacutevel projectaacutevel e
coerente capaz de garantir o cumprimento de operaccedilotildees de forma isolada ou fases iniciais
de operaccedilotildees de maior envergadura (hellip)87 rdquo (EU 2006p1)
A constituiccedilatildeo88 do BG baseia-se num documento denominado BG Concept que prevecirc
uma UEB de manobra reforccedilada com meios dimensionados de Apoio de Combate e de
Apoio de Serviccedilos Esta constituiccedilatildeo assenta no princiacutepio da multinacionalidade atraveacutes da
constituiccedilatildeo de um FwN ou de uma coligaccedilatildeo de Estados-Membros Cada Battlegroup
deveraacute ter associado um Comando de Forccedila e capacidades operacionais e estrateacutegicas preacute-
identificadas como por exemplo o transporte estrateacutegico (EU 2006)
Os niacuteveis de ambiccedilatildeo estabelecidos no ldquoHeadline Goals 2010rdquo prevecircem a capacidade
da UE empreender dois BG em simultacircneo em aacutereas geograacuteficas distintas no ano de 2010
Quanto agraves missotildees atribuiacutedas a um BG este deve estar apto a desenvolver as seguintes
tarefas (Lindstrom 2007)
1 Separaccedilatildeo das partes em Conflito
2 Prevenccedilatildeo de Conflitos
3 Estabilizaccedilatildeo Reconstruccedilatildeo e Consultoria Militar a Paiacuteses terceiros
4 Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
5 Assistecircncia a Operaccedilotildees Humanitaacuterias
No que diz respeito agrave geraccedilatildeo da forccedila a iniciativa parte dos paiacuteses-membros que
propotildeem agrave UE a criaccedilatildeo de um BG Desta forma a naccedilatildeo que se assume como FwN tem o
oacutenus de edificaccedilatildeo ou seja deve disponibilizar todas as unidades que natildeo consegue
angariar junto das restantes naccedilotildees que compotildeem o BG
Assiste-se nesta fase a um constante processo de negociaccedilotildees com uma forte
componente poliacutetica pois as naccedilotildees tendem a disponibilizar unidades que lhes
proporcionem visibilidade (ldquoShow the Flagrdquo) como eacute o caso das unidades de Operaccedilotildees
Especiais Uma vez terminadas as negociaccedilotildees a FwN apresenta agrave UE uma organizaccedilatildeo
especiacutefica do BG com a indicaccedilatildeo dos paiacuteses membros que para ele contribuem de
87
Traduccedilatildeo Livre 88
Ver Anexo M - Estrutura de um Battlegroup
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 27
maneira a atingir o princiacutepio da multinacionalidade O modelo apresentado deve exibir as
capacidades do BG e o periacuteodo de tempo que essa forccedila estaacute disponiacutevel para ser
empregue em operaccedilotildees (normalmente seis meses)
III2 Requisitos para integraccedilatildeo da AAA na NRF
O Exeacutercito tem vindo a participar continuamente na NRF desde o primeiro semestre de
2004 com a integraccedilatildeo de uma forccedila de Operaccedilotildees Especiais Poreacutem ao analisarmos o
histoacuterico89 da participaccedilatildeo nacional na componente terrestre da NRF notamos a inexistecircncia
de qualquer unidade de AAA nesta estrutura de forccedilas e a predominacircncia de unidades de
manobra e de operaccedilotildees especiais Ao analisar este histoacuterico eacute igualmente assinalaacutevel o
esforccedilo do Exeacutercito em integrar unidades de cariz mais teacutecnico como a Bateria de AC 105
mm prevista para integrar a NRF 14 Contudo consideramos que ainda natildeo eacute o suficiente e
que deveraacute existir um maior investimento noutro tipo de valecircncias ditas mais teacutecnicas
No que diz respeito agrave participaccedilatildeo na NRF existe uma clara definiccedilatildeo dos requisitos
que qualquer unidade deveraacute estar apta a cumprir os quais vecircm expressos no CJSOR A
OTAN tem vindo a definir diferentes CJSOR para cada uma das NRF numa tentativa de ser
mais especiacutefica quanto aos requisitos miacutenimos necessaacuterios Deste modo as naccedilotildees
deveratildeo cumprir os requisitos miacutenimos para integrarem unidades na NRF
Tendo como base desta anaacutelise o CJSOR90 verifica-se que relativamente ao moacutedulo
de Defesa Aeacuterea (dependendo da NRF) a participaccedilatildeo das naccedilotildees poderaacute ser feita em trecircs
escalotildees distintos escalatildeo BAAA escalatildeo Grupo de Artilharia Antiaeacuterea (GAAA) ou escalatildeo
Brigada AAA Framework Considerando a dimensatildeo do Exeacutercito Portuguecircs o nuacutemero de
unidades de AAA existentes e os niacuteveis de ambiccedilatildeo nacionais estabelecidos superiormente
julgamos que a participaccedilatildeo mais adequada seraacute o escalatildeo BAAA Para este escalatildeo o
CJSOR refere que o niacutevel de multinacionalidade do moacutedulo deveraacute ser do niacutevel A o que
significa que a naccedilatildeo que disponibilizar a BAAA deveraacute garantir a totalidade do moacutedulo e soacute
excepcionalmente seratildeo aceites outras naccedilotildees Desta forma a BAAA disponibilizada
deveraacute cumprir os seguintes requisitos (Baptista 2007)
Integrar um miacutenimo de doze sistemas SHORAD e doze sistemas MANPAD91 e um
efectivo de duzentos e cinquenta militares
Deveraacute ter a capacidade de ser aerotransportada
Deveraacute garantir a capacidade de assegurar a protecccedilatildeo AA da AO de uma Brigada
Deveraacute ter a capacidade de ligaccedilatildeo com sistemas de defesa antiaeacuterea de meacutedia
altitude
89
Ver Anexo O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF 90
Consulta realizada na Divisatildeo de Operaccedilotildees do Estado-Maior General das Forccedilas Armadas (DIOPEMGFA) 91
MANPAD - Man Portable Air Defense
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 28
Disponibilidade orgacircnica de sistemas radar 3D com IFF92
Niacutevel adequado de protecccedilatildeo da forccedila face agrave ameaccedila NRBQ e aos engenhos
explosivos improvisados (EOD93)
Capacidade miacutenima de sobrevivecircncia de trecircs dias em abastecimentos
No caso de se tratar de uma BAAA auto-propulsada (AP) esta deveraacute cumprir os
mesmos requisitos da BAAA natildeo necessitando da capacidade de ser aerotransportada
Deve ainda dispor de capacidade de detecccedilatildeo visual e radar por infravermelhos
III3 Requisitos para Integraccedilatildeo da AAA nos Battlegroups
Relativamente agrave geraccedilatildeo do pacote de forccedilas que compotildee o BG o facto de natildeo existir
uma estrutura fixa (ao contraacuterio da NRF) permite uma maior flexibilidade por parte das
naccedilotildees envolventes na disponibilizaccedilatildeo dos meios de Apoio de Combate e de Apoio de
Serviccedilos desde que a UEB de manobra esteja garantida
O documento BG Concept soacute indica genericamente qual deveraacute ser a constituiccedilatildeo do
pacote de forccedilas em funccedilatildeo da missatildeo havendo necessidade de recorrer a modelos
anteriores de BG Considerando alguns modelos edificados anteriormente (como o
Francecircs94 Espanhol Italiano e Polaco) constata-se que a sua protecccedilatildeo AA eacute conferida por
uma unidade de escalatildeo pelotatildeo de AA do tipo SHORAD Para que exista possibilidade do
pelotatildeo de AA integrar o pacote de forccedilas do BG este deve satisfazer os requisitos miacutenimos
estabelecidos pela UE sendo estes semelhantes aos instituiacutedos pela NRF Assim o pelotatildeo
AA SHORAD deveraacute dispor (Baptista 2007)
Capacidade de ser aerotransportado
Capacidade de ligaccedilatildeo agraves unidades apoiadas e aos escalotildees superiores
Capacidade de cobertura da AO do BG
Niacutevel adequado de protecccedilatildeo da forccedila face agrave ameaccedila NRBQ e EOD
Interoperabilidade com outras forccedilas integrantes no BG
92
IFF - Identification Friend or Foe 93
EOD - Explosive Ordnance Disposal 94 Ver Anexo P ndash Exemplo de um Battlegroup
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 29
CAPIacuteTULO IV
EMPREGO OPERACIONAL DAS UNIDADES DE AAA
Depois de analisadas as potenciais conjunturas de participaccedilatildeo de unidades de AAA em
forccedilas projectaacuteveis (quer no acircmbito das MHP ou das forccedilas multinacionais) a nossa
investigaccedilatildeo foi direccionada para a abordagem das questotildees directamente relacionadas
com o emprego operacional das unidades de AAA
Como vimos anteriormente no caso das forccedilas multinacionais (NRF e BG) existe um
conjunto de requisitos que as unidades devem possuir para que possam participar neste tipo
de operaccedilotildees No que diz respeito agrave participaccedilatildeo de unidades de AAA no acircmbito das FND
(por exemplo IFOR e KFOR) os requisitos miacutenimos de participaccedilatildeo satildeo estabelecidos no
CJSOR da forccedila multinacional consoante o tipo de operaccedilatildeo a desempenhar
Assim sendo neste capiacutetulo procedeu-se agrave anaacutelise da prontidatildeo operacional das
unidades de AAA nacionais com a finalidade de averiguar se estas possuem as valecircncias
que possibilitem a sua participaccedilatildeo nas operaccedilotildees anteriormente referidas
IV1 O Niacutevel de Prontidatildeo das Unidades de AAA
No contexto de anaacutelise agrave prontidatildeo das unidades de AAA importa considerar trecircs
variaacuteveis distintas a investigar os equipamentos e sistemas de armas os militares e o seu
treino95
O estudo da primeira variaacutevel visa obter dados sobre as condiccedilotildees actuais dos
equipamentos e sistemas de armas que equipam as unidades de AAA nacionais no que diz
respeito agrave quantidade de sistemas existentes agraves suas caracteriacutesticas teacutecnicas e agraves suas
capacidades de emprego em forccedilas projectaacuteveis Relativamente agrave segunda variaacutevel o seu
estudo permitiraacute saber qual a proficiecircncia e prontidatildeo dos militares responsaacuteveis por operar
os sistemas de armas Por fim a terceira variaacutevel possibilitaraacute a anaacutelise do treino a que os
militares de AAA satildeo submetidos
95
Treino - Eacute toda a formaccedilatildeo ministrada na UnidadeEstabelecimentoOacutergatildeo (UEO) de colocaccedilatildeo cuja
finalidade eacute manter ou aumentar os niacuteveis de proficiecircncia individuais (EME 2004 p60)
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 30
IV11 Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais96
As unidades de AAA que integram actualmente a Forccedila Operacional Permanente do
Exeacutercito (FOPE) dispotildeem dos seguintes sistemas de armas para cumprir as suas missotildees
Trinta e um Sistemas Canhatildeo Bitubo AA 20 mm
Trinta e seis Sistemas Miacutessil Ligeiro Chaparral
Trinta e seis Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Trecircs Radares ANMPQ-49 Forward Alerting Area Radar (FAAR)
Trecircs Radares Portable Search and Target Acquisition Radar (PSTAR)
Ao examinar atentamente esta lista destaca-se desde logo a inexistecircncia de um
sistema de C2 que permita num cenaacuterio de operaccedilotildees efectuar as ligaccedilotildees necessaacuterias ao
sistema de C2 do escalatildeo superior agrave Forccedila Aeacuterea Aliada e agraves restantes unidades de AAA
presentes no TO Uma unidade de AAA que natildeo se encontre devidamente integrada na rede
da AAA no TO pode acidentalmente abater uma aeronave amiga originando uma situaccedilatildeo
bastante grave causada por falha humana Deste modo a ausecircncia de um sistema de C2
nas unidades de AAA nacionais tem sido apontada como o grande obstaacuteculo agrave sua
participaccedilatildeo em TO no exterior do territoacuterio nacional (MHP NRF e BG) porque ldquo (hellip) natildeo eacute
aceitaacutevel que num TO moderno existam forccedilas de AAA que se limitem a fazer como noacutes
fazemos controlo por procedimentos (hellip) ldquo (Paradelo 2009)97
Para que as unidades de AAA nacionais possam integrar as FND (no sentido lato) e
participar em exerciacutecios internacionais ou em exerciacutecios conjuntos no interior do territoacuterio
nacional devem obrigatoriamente possuir um sistema de C2 actual (possuindo no miacutenimo
Link 11B98 e suportar Link 1699) Este sistema deveraacute permitir a partilha de informaccedilatildeo radar
entre a unidade de AAA nacional e outras unidades de AAA Deveraacute igualmente possibilitar
que outras entidades presentes no TO partilhem informaccedilatildeo radar com a unidade de AAA
nacional atraveacutes da adiccedilatildeo de alvos aeacutereos na sua Air Picture Esta troca de informaccedilatildeo
radar entre as diversas unidades de AAA e entidades presentes no TO resulta numa
Common Air Picture (CAP) que por sua vez contribui para um sistema de C2 integrado no
Sistema de Defesa Aeacutereo do TO A CAP eacute um conjunto de Sensores Radares e Sistemas
de Vigilacircncia do Campo de Batalha (VCB) que eacute partilhado pelos vaacuterios escalotildees de
comando da forccedila multinacional desde o comandante da AAA no TO ateacute ao homem que
efectua o empenhamento (Paradelo 2009)
96
Ver Anexo Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais 97
Ver Apecircndice G - Guiatildeo da Entrevista ao TCor Art Crispim Paradelo actual comandante do GAAA 98 Ver Anexo R ndash O Link 11B 99 Ver Anexo Q ndash O Link 16
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 31
No que respeita aos sistemas de armas e equipamentos de detecccedilatildeo radar existentes
nas unidades de AAA nacionais estes apresentam lacunas e encontram-se desactualizados
a vaacuterios niacuteveis (Borges 2008)
Relativamente agraves unidades de tiro (UT) apresentam jaacute um adiantado tempo de serviccedilo
nomeadamente o Sistema Canhatildeo Bitubo AA 20 mm e o Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral100
que estatildeo ao serviccedilo do Exeacutercito Portuguecircs desde 1981 e 1990 respectivamente Apesar de
serem sistemas bastante fiaacuteveis encontram-se obsoletos quando comparados com os
requisitos miacutenimos estabelecidos pela NRF e pelo BG
Neste domiacutenio apenas o Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger pode ser considerado uma UT
actual101 tendo a maioria dos miacutesseis existentes em Portugal (adquiridos em 1996) sido
submetida a um programa da OTAN (o WSPC102) com o objectivo de estender a sua vida uacutetil
(Alves 2008) Ao concretizar-se este processo (extensatildeo de vida dos miacutesseis FIM-92) o
Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger estaraacute apto a equipar unidades de AAA para integrarem as
FND quer no seu sentido restrito (moacutedulo de AAA integrado na FND) quer no seu sentido
lato (NRF e BG)
No que diz respeito aos sistemas de detecccedilatildeo radar as unidades de AAA mecanizadas
dispotildeem do sistema radar FAAR de origem norte-americana Devido ao facto de estar
desactualizado103 (Rosendo 2008) natildeo se encontra apto para equipar quaisquer forccedilas de
AAA projectaacuteveis
Para aleacutem deste sistema de detecccedilatildeo radar as unidades de AAA nacionais dispotildeem
igualmente do sistema radar PSTAR adquirido em 2005 ao Exeacutercito dos EUA Trata-se de
um radar moderno com a capacidade de ser aerotransportado todavia possui apenas
capacidade de detecccedilatildeo bidimensional o que o impossibilita de ser utilizado em operaccedilotildees
no acircmbito da NRF e dos BG jaacute que estas exigem equipamentos com capacidade de
detecccedilatildeo tridimensional De acordo com Benroacutes (2002) o radar PSTAR poderaacute equipar um
eventual moacutedulo de protecccedilatildeo AA inserido numa FND
Importa referir que este sistema radar foi altamente potenciado com a utilizaccedilatildeo do
PPRC104-525 (que recentemente comeccedilou a ser distribuiacutedo pelas unidades da FOPE) A
sua utilizaccedilatildeo permitiu multiplicar a imagem radar e distribui-la por oito UT sejam estas
secccedilotildees de Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral Sistema Canhatildeo Bitubo AA 20 mm ou
esquadras de Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger Desta forma atraveacutes do PPRC-525 torna-se
possiacutevel estabelecer uma rede wireless interna que permite transmitir a Recognized Air
100
O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral encontra-se fora de serviccedilo nos EUA desde 1997 (Borges 2008) 101
Para aleacutem do Exeacutercito Portuguecircs o Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger eacute actualmente utilizado nos seguintes
Exeacutercitos da OTAN Alemanha Dinamarca EUA Greacutecia Holanda Turquia (Salvador 2006) 102
O WSPC (Weapon System Partnership Committee) insere-se no acircmbito de uma agecircncia da OTAN a NAMSA
(NATO Maintenance amp Supply Agency) 103 O Sistema Radar FAAR encontra-se fora de serviccedilo nos EUA desde 1991 104
PPRC ndash PortuguecircsPortaacutetil Raacutedio de Campanha
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 32
Picture (RAP) para os comandantes de secccedilatildeoesquadra dos sistemas de armas (Paradelo
2009)
Apoacutes a anaacutelise dos equipamentos e sistemas de armas de AAA agrave disposiccedilatildeo das
unidades de AAA nacionais verificamos que se encontram obsoletos quando comparados
com as congeacuteneres aliadas105 Apenas o sistema miacutessil portaacutetil Stinger poderaacute ser utilizado
para equipar eventuais forccedilas projectaacuteveis no acircmbito da NRF e dos BG
No que respeita agrave participaccedilatildeo nas FND com um moacutedulo de AAA e de acordo com
Benroacutes (2002) para aleacutem do sistema miacutessil portaacutetil Stinger as unidades nacionais poderiam
igualmente utilizar o sistema de detecccedilatildeo radar PSTAR
IV12 A Lei de Programaccedilatildeo Militar
Para suprir as manifestas necessidades de equipamento das unidades de AAA
encontram-se inscritas na Lei de Programaccedilatildeo Militar (LPM) verbas destinadas agrave aquisiccedilatildeo
de um sistema de C2 de sistemas de detecccedilatildeo radar e de novas UT De acordo com a
LPM106 em vigor o levantamento da BAAABrigInt entre 2010 e 2011 possibilitaraacute a
aquisiccedilatildeo dos seguintes sistemas (Cardoso 2008)
Um Sistema de C2
Dezasseis Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Oito Sistemas Miacutessil Ligeiro
Dois Sistemas de Detecccedilatildeo Radar
A LPM prevecirc ainda o reequipamento da BAAA das Forccedilas AG entre os anos de 2011 e
2015 com os seguintes sistemas (Cardoso 2008)
Um Sistema de C2
Doze Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Seis Sistemas Miacutessil Ligeiro
Dois Sistemas de Detecccedilatildeo Radar
Se a LPM natildeo sofrer alteraccedilotildees e os referidos equipamentos forem adquiridos conforme
o previsto a participaccedilatildeo de unidades de AAA nacionais em forccedilas projectaacuteveis poderaacute ser
uma realidade a curto prazo
Importa acrescentar que o sistema de C2 deveraacute ser prioridade absoluta no que respeita
ao reequipamento previsto na LPM uma vez que este eacute fundamental e permitiraacute estabelecer
uma rede de comunicaccedilotildees entre os diversos intervenientes no sistema de defesa aeacuterea do
TO tais como o escalatildeo superior unidades HIMAD outras unidades de AAA existentes no
105
Observando a vizinha Espanha verificamos que as suas unidades dispotildeem de sistemas HIMAD (High and
Medium Air Defense) e SHORAD em quantidade e qualidade (como por exemplo NASAMS PATRIOT ASPIDE
ROLAND HAWK MISTRAL) e de sistemas C4I (Comando Controlo Comunicaccedilotildees Computadores e
Informaccedilotildees) devidamente integrados no sistema de Defesa Aeacuterea (Borges 2008) 106
Lei Orgacircnica nordm 42006 de 29 de Agosto
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 33
TO e a Forccedila Aeacuterea Aliada Consideramos ainda que o sistema de C2 a adquirir deve ser
compatiacutevel com o recente PPRC-525
IV13 A Prontidatildeo dos Militares de AAA
Depois de proceder agrave caracterizaccedilatildeo dos equipamentos e sistemas de armas existentes
nas unidades de AAA nacionais resta avaliar a proficiecircncia dos militares que operam esses
sistemas e as suas actividades de treino
Julgamos que a melhor forma de avaliar o desempenho dos militares neste acircmbito eacute em
situaccedilotildees reais pelo que analisaacutemos a participaccedilatildeo dos militares de AAA no exerciacutecio de
fogos reais ldquoRelacircmpago 2008rdquo Neste exerciacutecio foram disparados todos os sistemas de
armas de AAA acima referidos tendo sido obtidos resultados de excelecircncia jaacute que ldquo (hellip)
todos os Stinger tiveram impactos teacutecnicos os Chaparral tambeacutem acertaram todos e por fim
o canhatildeo tambeacutem teve uma boa sessatildeo (hellip) rdquo (Borges 2009)107
A utilizaccedilatildeo dos simuladores Stinger do tipo THT108 e STPT109 nas sessotildees de treino e a
presenccedila de uma equipa teacutecnica norte-americana especializada no Sistema Miacutessil Ligeiro
Chaparral permitiram minimizar as ldquofalhasrdquo do material maximizar a proficiecircncia do pessoal
e recuperar o know-how que tem sido perdido ao longo dos anos (Borges 2009)
O ecircxito do exerciacutecio ldquoRelacircmpago 2008rdquo exalta a capacidade humana dos militares de
AAA o que ficou patente no discurso do General Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito
realccedilando que ldquo (hellip) temos capacidade teacutecnica temos capacidade de instruccedilatildeo temos
capacidade de formaccedilatildeo e temos a aptidatildeo dos nossos apontadores e isso eacute importante Eu
disse que provavelmente nunca seremos novidade pelos recursos materiais que
apresentarmos em TO ou no campo de batalha no entanto seremos certamente novidade e
seremos certamente reconhecidos pela qualidade dos nossos recursos humanos e essa eacute
uma aposta indiscutiacutevel do Exeacutercito (hellip)110 ldquo (Ramalho 2008)
Relativamente agraves actividades de treino a que as unidades de AAA satildeo sujeitas estas
satildeo diversificadas e materializam-se com a participaccedilatildeo de subunidades de AAA em
diversos exerciacutecios111 Poreacutem eacute da nossa opiniatildeo que para aleacutem do exerciacutecio ldquoRelacircmpagordquo
(eminentemente teacutecnico) deveria existir um exerciacutecio taacutectico ao niacutevel de todas as unidades
de AAA que abrangesse a actuaccedilatildeo de uma ceacutelula de Comando e Controlo do Espaccedilo
107
Ver Apecircndice H - Guiatildeo da Entrevista ao Cor Art Vieira Borges antigo comandante do RAAA1 108
THT ndash Tracking Head Trainer Este sistema tem o mesmo aspecto de um sistema Stinger normal com a
excepccedilatildeo de um monitor que indica se as fases de empenhamento foram correctamente efectuadas Eacute utilizado
para treinar o empenhamento do apontador sobre aeronaves (HDA 2000) 109
STPT - Stinger Troop Proficiency Trainer Eacute um dispositivo baseado em computador que gera alvos aeacutereos e
cenaacuterios na oacuteptica do sistema (HDA 2000) 110
Palavras de Sua Exordf o General Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito (CEME) aos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo
social em Marccedilo de 2008 aquando da realizaccedilatildeo do exerciacutecio de fogos reais de AAA ldquoRELAcircMPAGO 2008rdquo 111
Desde o inicio do presente ano a AAA jaacute participou nos seguintes exerciacutecios ldquoRELAcircMPAGO 2009rdquo ldquoMARTE
09rdquo ldquoROSA BRAVA 09rdquo ldquoNEWFIP 09rdquo ldquoDRAGAtildeO 09rdquo E ldquoAPOLO 09rdquo
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 34
Aeacutereo (C2EA) e os procedimentos de ligaccedilatildeo aos elementos de manobra e ao escalatildeo
superior de forma a simular um cenaacuterio de participaccedilatildeo em CRO
Ainda no acircmbito do treino e uma vez que se prevecirc a aquisiccedilatildeo de novos sistemas de
armas e equipamentos julgamos que tambeacutem deveria investir-se na formaccedilatildeo teacutecnica
especializada dos quadros de AAA (Oficiais e Sargentos) Essa formaccedilatildeo112 deveraacute ser
ministrada no paiacutes de origem dos sistemas de armas durante o periacuteodo que antecede a
chegada dos mesmos ao nosso paiacutes Pretende-se desta forma garantir um grupo de
especialistas que possa ministrar instruccedilatildeo dos referidos sistemas de armas agraves praccedilas de
AAA para que estas estejam prontas a operaacute-los aquando da sua aquisiccedilatildeo Deveraacute
igualmente existir uma nova formaccedilatildeo taacutectica adequada aos novos materiais
No que concerne ao sistema de C2 consideramos que deveraacute ser formado um pequeno
nuacutecleo de militares dedicado exclusivamente agrave utilizaccedilatildeo do referido sistema uma vez que
este dispotildee de diversas funcionalidades e valecircncias que devem ser analisadas e
optimizadas o que soacute eacute possiacutevel de obter atraveacutes de uma utilizaccedilatildeo continuada do sistema
Depois desta anaacutelise verifica-se que os militares de AAA se encontram proficientes no
manuseamento dos actuais equipamentos e sistemas de armas estando assim aptos a
integrarem as FND contudo a grande maioria dos referidos sistemas natildeo eacute susceptiacutevel de
ser utilizado em forccedilas projectaacuteveis pelos motivos anteriormente referidos Desta forma seraacute
necessaacuterio desencadear esforccedilos no sentido de modernizar as unidades de AAA e investir
na instruccedilatildeo teacutecnica dos militares de AAA acerca dos novos sistemas de armas que poderatildeo
vir a equipar as unidades de AAA Pretende-se assim contribuir para a modernizaccedilatildeo das
unidades de AAA atraveacutes da aquisiccedilatildeo de novos sistemas de armas da formaccedilatildeo e do
treino operacional113
IV2 O Emprego da AAA como Moacutedulo de Protecccedilatildeo AA
Ao actuarem no espectro das CRO as forccedilas devem respeitar os princiacutepios da
flexibilidade e modularidade apostando na criaccedilatildeo de moacutedulos que combinem os
subsistemas de C2 radares comunicaccedilotildees e armas Desta forma poderaacute adaptar-se a
dimensatildeo estrutura e organizaccedilatildeo do moacutedulo agraves necessidades de protecccedilatildeo e agrave natureza
da operaccedilatildeo (Monsanto 2002)
A participaccedilatildeo da AAA poderaacute ser realizada atraveacutes da inclusatildeo de um moacutedulo de
protecccedilatildeo AA dimensionado agrave FND Tendo em conta que as actuais FND satildeo UEB o
moacutedulo indicado seria uma unidade com o efectivo de um pelotatildeo Veja-se novamente o
112
Formaccedilatildeo - Conjunto de actividades que visam a aquisiccedilatildeo de conhecimentos periacutecias atitudes e formas de
comportamento exigidos para o exerciacutecio de um cargo ou profissatildeo (EME 2004 p34) 113
Treino Operacional - Conjunto de actividades de treino e treino colectivo que visam actualizar consolidar
aperfeiccediloar e desenvolver capacidades especiacuteficas orientadas para uma missatildeo (EME 2004 p62)
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 35
exemplo da Franccedila114 no Liacutebano O moacutedulo tem o seu papel a desempenhar em CRO
nomeadamente ao niacutevel da dissuasatildeo (ldquomostrar a forccedila para natildeo ter de a usarrdquo (Raleiras
2002)) da protecccedilatildeo AA da forccedila e das vulnerabilidades seleccionadas Poderaacute
desempenhar tarefas especiacuteficas das unidades de AAA como a imposiccedilatildeo de zonas de
exclusatildeo do espaccedilo aeacutereo em caso de necessidade ou efectuar a vigilacircncia do espaccedilo
aeacutereo do sector atribuiacutedo agrave FND contribuindo desta forma para a CAP do escalatildeo superior
Para aleacutem das tarefas referidas os militares que constituem o moacutedulo poderatildeo ainda
efectuar tarefas de acircmbito geral como patrulhamentos check-points escoltas acccedilotildees de
vigilacircncia e de ajuda humanitaacuteria Este tipo de tarefas eacute insistentemente treinado durante a
fase de aprontamento podendo ser desenvolvidas por qualquer soldado seja qual for a sua
aacuterea de especializaccedilatildeo
No que diz respeito agrave inclusatildeo do moacutedulo de protecccedilatildeo AA numa FND poderia ocorrer
mesmo sem esta valecircncia estar inventariada no CJSOR da forccedila multinacional Como
conferimos previamente a protecccedilatildeo da forccedila eacute da responsabilidade das naccedilotildees as quais
podem prover as suas forccedilas com capacidades suplementares aos requisitos miacutenimos
impostos pelas OI
Em termos praacuteticos para que se efective a participaccedilatildeo deste moacutedulo deve estar
reunido um conjunto de condiccedilotildees que permitam o seu emprego tais como a existecircncia de
unidades de AAA no escalatildeo superior e a existecircncia de um sistema de C2 real e crediacutevel na
unidade de AAA nacional que permita efectuar a ligaccedilatildeo ao escalatildeo superior O facto de as
unidades de AAA nacionais natildeo disporem de um sistema de C2 tem vindo a inviabilizar
totalmente a sua participaccedilatildeo em forccedilas projectaacuteveis Este sistema eacute fundamental pois eacute
atraveacutes dele que o comandante da forccedila multinacional no TO consegue exercer o comando
de todas as unidades de AAA no TO de forma centralizada tendo acesso agraves informaccedilotildees
em tempo real permitindo-lhe ter uma visatildeo do contexto geral das operaccedilotildees
Quanto agrave constituiccedilatildeo do referido moacutedulo de protecccedilatildeo AA e tendo em a dimensatildeo da
FND (UEC ou UEB) este poderia incluir
Uma secccedilatildeo (UEC) Duas secccedilotildees (UEB) miacutessil portaacutetil Stinger permitindo executar
acccedilotildees de escolta e a protecccedilatildeo de pontos e aacutereas sensiacuteveis
Duas secccedilotildees radar PSTAR (UEC UEB) de forma a garantir o apoio muacutetuo e a
permitir a manobra de materiais caso seja necessaacuterio
Desta forma ficaraacute a faltar apenas o sistema de C2 o qual seraacute adquirido na melhor das
hipoacuteteses em 2010 ao abrigo da LPM em vigor Enquanto as unidades de AAA nacionais
natildeo dispuserem desta capacidade a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA nas FND
continuaraacute a ser prorrogada
114
Ver Anexo L - A AAA Francesa na UNIFIL
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 36
IV3 O Emprego da AAA na NRF e nos BG
Depois de comparar as caracteriacutesticas dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
nacionais existentes com os requisitos miacutenimos de participaccedilatildeo estabelecidos pelas OI
verificam-se diversos impedimentos quanto agrave participaccedilatildeo de unidades de AAA nacionais na
NRF e nos BG
No que respeita agrave participaccedilatildeo na NRF tendo em conta os requisitos analisados
anteriormente constata-se que para o escalatildeo BAAA existem vaacuterias limitaccedilotildees agrave
participaccedilatildeo nacional nomeadamente (Baptista 2007)
Inexistecircncia de capacidade de C2 e de ligaccedilatildeo a unidades HIMAD
Inexistecircncia de um sistema SHORAD (com capacidade de ser aerotransportado)
que complemente o sistema MANPAD existente
Inexistecircncia de um sistema radar com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional
Eventualmente a participaccedilatildeo nacional poderia efectuar-se ao escalatildeo pelotatildeo AA com
a sua inclusatildeo numa BAAA cedida por outra naccedilatildeo Esta cooperaccedilatildeo poderia ser alcanccedilada
atraveacutes de acordos bilaterais uma vez que a conferecircncia de geraccedilatildeo de forccedilas ldquo (hellip) eacute um
processo com forte componente negocialrdquo (Ribeiro 2009)
Em termos conceptuais e a tiacutetulo de exemplo poderia considerar-se a integraccedilatildeo de um
pelotatildeo AA numa BAAA cedida por Itaacutelia que asseguraria o sistema de C2 ao pelotatildeo AA
nacional O facto de Portugal ter um longo historial115 no que respeita ao emprego de forccedilas
em unidades Italianas facilitaria as negociaccedilotildees Apesar de esta participaccedilatildeo natildeo oferecer
uma grande visibilidade a Portugal (em termos de ldquoshow the flagrdquo) constituir-se-ia numa
mais-valia para a AAA nacional Actuaria pela primeira vez num ambiente combinado
adquirindo treino e experiecircncia operacional neste acircmbito
A participaccedilatildeo de uma BAAA nacional na NRF soacute deveraacute acontecer na melhor das
hipoacuteteses a partir do ano de 2012 ou seja quando estiver concluiacutedo o processo de
levantamento da BAAA da BrigInt (Baptista 2007)
Quanto agrave integraccedilatildeo nos BG as limitaccedilotildees que condicionam a participaccedilatildeo na NRF
tambeacutem afectam a participaccedilatildeo no BG nomeadamente (Baptista 2007)
Inexistecircncia de capacidade de C2 e de ligaccedilatildeo a unidades HIMAD
Inexistecircncia de um sistema radar com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional
Desta forma a contribuiccedilatildeo com um pelotatildeo AA nacional nos BG soacute deveraacute suceder a
partir do ano de 2012 atraveacutes do levantamento da BAAA da BrigInt Esta situaccedilatildeo poderaacute
condicionar a constituiccedilatildeo116 do BG em que Portugal se pretende assumir como Lead
Nation jaacute em 2011 ou simplesmente fazer com que essa valecircncia tenha de ser garantida
por outra naccedilatildeo
115
Veja-se o exemplo da IFOR em 1996 ou da KFOR em 1999 116
De acordo com a Directiva nordm02CEME09
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 37
CAPIacuteTULO V
CONCLUSOtildeES E PROPOSTAS
No acircmbito do apoio agrave poliacutetica externa do Estado expresso no CEDN o Exeacutercito tem
vindo a disponibilizar FND empregues sob os auspiacutecios das diversas OI Participam tanto
em MHP como na NRF e nos BG no domiacutenio da OTAN e da UE respectivamente
Ateacute ao momento natildeo existe registo da participaccedilatildeo de qualquer unidade ou subunidade
de AAA nas FND actuando no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria a protecccedilatildeo da forccedila face agrave
ameaccedila aeacuterea Esta ameaccedila eacute caracterizada por uma vasta gama de meios tripulados e
natildeo tripulados aos quais se acrescentam ainda as novas ameaccedilas tiacutepicas dos conflitos
assimeacutetricos contemporacircneos como a ameaccedila RAM e as aeronaves renegade
Face aos case-study da participaccedilatildeo nacional em CRO apresentados consideramos
que existiu em certas situaccedilotildees necessidade de dotar as FND com meios de AAA Foi o
caso da participaccedilatildeo nacional no TO da Boacutesnia e Herzegovina em 1996 jaacute que o AgrJupiter
integrava a Initial Entry Force existia ameaccedila aeacuterea toda a estrutura do escalatildeo superior
possuiacutea meios de AAA Entendemos que em situaccedilotildees futuras de ldquoaberturardquo de TO natildeo
deveraacute ser minimizada a protecccedilatildeo da forccedila uma vez que esta eacute da responsabilidade
nacional Deste modo a FND deve dispor de todos os meios necessaacuterios agrave sua protecccedilatildeo e
agrave manutenccedilatildeo do seu potencial de combate incluindo meios de AAA
Tendo em conta os niacuteveis de ambiccedilatildeo estabelecidos no CEM e o que tem sido a praacutetica
nacional ateacute agrave data consideramos que as UEB e UEC que integram as FND deveratildeo ser
reforccediladas com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila A necessidade deste
reforccedilo nem sempre se verifica como ficou demonstrado na anaacutelise do case-study BIPara
no Kosovo em 2005 Neste caso o profundo conhecimento do TO e da capacidade das
forccedilas beligerantes permite efectuar o tailoring da FND orientando-a para a missatildeo
A participaccedilatildeo de unidades de AAA em FND tambeacutem poderaacute ser efectuada no acircmbito
das estruturas militares de caraacutecter multinacional como a NRF e os BG Estas estruturas
constituem o paradigma de modernismo e transformaccedilatildeo tendo o Exeacutercito participado
activamente atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de unidades do SFN Contundo ao analisar o
historial de participaccedilatildeo eacute notoacuteria a inexistecircncia de unidades de AAA e a predominacircncia de
unidades de manobra e de operaccedilotildees especiais situaccedilatildeo que as Chefias Militares tem
tentado modificar atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de outro tipo de unidades (como por exemplo
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 38
a Bateria de AC na NRF 14) Consideramos que a ausecircncia de unidades de AAA nas
estruturas militares referidas se deve fundamentalmente aos elevados requisitos de
certificaccedilatildeo que as unidades de AAA nacionais devem cumprir para integrarem as NRF e os
BG
Relativamente agrave prontidatildeo das unidades de AAA constatamos que os nossos
equipamentos e sistemas de armas natildeo nos permitem ombrear com os nossos aliados
dado que natildeo possuiacutemos um sistema de C2 real e crediacutevel e as UT se encontram
maioritariamente desactualizadas quando comparadas com os requisitos das OI O
reequipamento da AAA previsto na LPM (jaacute a partir de 2010) assume-se como primordial
permitindo assim recuperar o atraso que temos relativamente agraves congeacuteneres aliadas
Entendemos que durante o processo de reequipamento deveraacute ser atribuiacuteda prioridade
absoluta ao sistema de C2 uma vez que este eacute fundamental para que possamos dispor de
unidades de AAA projectaacuteveis
Face agrave anaacutelise realizada quanto ao factor humano consideramos que os militares de
AAA dispotildeem da proficiecircncia necessaacuteria para integrarem uma FND e executarem tarefas no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria Tendo em conta o processo de reequipamento que se
avizinha entendemos que deve-se investir nos quadros (Oficiais e Sargentos)
proporcionando-lhes uma formaccedilatildeo teacutecnica e taacutectica acerca dos novos sistemas de armas e
equipamentos
Em situaccedilotildees reais as unidades de AAA poderatildeo ser empregues nas FND em trecircs
situaccedilotildees distintas atraveacutes de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA em MHP uma BAAA na NRF
um pelotatildeo no BG
De acordo com a nossa investigaccedilatildeo nenhuma das trecircs opccedilotildees se poderaacute realizar
devido agrave ausecircncia do sistema de C2 Poreacutem se este estiver garantido seraacute possiacutevel edificar
um moacutedulo equipado com o sistema miacutessil portaacutetil Stinger e o sistema de detecccedilatildeo radar
PSTAR Esta situaccedilatildeo eacute possiacutevel porque o CJSOR das operaccedilotildees OTAN apenas identifica
as valecircncias miacutenimas podendo as naccedilotildees adicionar valecircncias suplementares (como
protecccedilatildeo AA para reforccedilar a protecccedilatildeo da forccedila) Deste modo consideramos que ao ser
adquirido o sistema de C2 o moacutedulo de protecccedilatildeo AA poderaacute ser empregue em operaccedilotildees
futuras que assim o exijam
No que respeita agrave participaccedilatildeo de uma BAAA na NRF ou de um pelotatildeo no BG com a
aquisiccedilatildeo do sistema de C2 continuaraacute a natildeo ser possiacutevel a participaccedilatildeo nas referidas
estruturas militares Isto porque existem outros requisitos a serem cumpridos como a
quantidade de UT (SHORAD e MANPAD) e a disponibilidade de sistemas de detecccedilatildeo radar
com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional Desta forma o moacutedulo de protecccedilatildeo AA do BG
Portuguecircs (previsto para 2011) teraacute de ser garantido por outra naccedilatildeo situaccedilatildeo que na nossa
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 39
opiniatildeo eacute pouco abonatoacuteria para a imagem nacional e natildeo vai de encontro agraves expectativas
dos Artilheiros Portugueses
Na sequecircncia apresentamos as respostas agraves questotildees colocadas e agraves hipoacuteteses
estabelecidas no inicio do trabalho
Inerente agrave anaacutelise da questatildeo central ldquoQual o actual enquadramento das unidades
de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo primaacuteriardquo Constataacutemos que actualmente
no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria as unidades de AAA natildeo tecircm qualquer tipo de
enquadramento nas FND Poreacutem conceptualmente a sua participaccedilatildeo poderaacute efectuar-se
no acircmbito das MHP das NRF e dos BG
A partir desta questatildeo central surgiram as questotildees derivadas As questotildees derivadas
que fundaacutemos foram as seguintes
Porque razatildeo as unidades de AAA natildeo participam actualmente em MHP no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Quais os cenaacuterios de emprego das unidades de AAA em FND
Em caso de participaccedilatildeo em MHP qual seria o escalatildeo das unidades de AAA
a empregar
Seraacute que as unidades de AAA nacionais possuem o niacutevel de prontidatildeo exigido
para integrarem as NRF e os BG
Para obter a resposta agrave primeira questatildeo derivada existiu necessidade de entrevistar o
Chefe da DIOP do EMGFA Os resultados da nossa investigaccedilatildeo revelam que actualmente
as unidades de AAA natildeo participam em MHP porque as CJSOR dos TO onde o Exeacutercito
tem FND (Afeganistatildeo Kosovo e Liacutebano) natildeo identificam a necessidade da valecircncia de
protecccedilatildeo AA No entanto a ausecircncia de um sistema de C2 inviabilizaria a participaccedilatildeo das
unidades de AA caso essa necessidade estivesse inventariada no CJSOR da Forccedila
Multinacional
Relativamente agrave segunda questatildeo derivada constataacutemos durante a nossa investigaccedilatildeo
que os cenaacuterios de emprego ideais para as unidades de AAA em CRO satildeo as operaccedilotildees de
alta intensidade (imposiccedilatildeo de paz) ou as situaccedilotildees de ldquoaberturardquo de TO quando as FND se
encontram integradas na Initial Entry Force O facto de natildeo existir conhecimento do TO e
das forccedilas beligerantes faz com que deva existir investimento na protecccedilatildeo da forccedila visto
que esta eacute da responsabilidade nacional
Quanto agrave terceira questatildeo derivada consideramos que em caso de participaccedilatildeo das
unidades de AAA em MHP deveraacute ser constituiacutedo uma forccedila de organizaccedilatildeo modular Este
moacutedulo deveraacute ser dimensionado agraves FND que tecircm vindo a ser empregues em MHP (UEC e
UEB) Desta forma seraacute possiacutevel cumprir as relaccedilotildees de comando estabelecidas
doutrinariamente ou seja se a Brigada eacute apoiada com uma BAAA as UEB e UEC seratildeo
apoiadas com moacutedulos de protecccedilatildeo AA dimensionados agrave Forccedila
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 40
Eacute oportuno relembrar ainda que caso exista decisatildeo poliacutetica de projectar uma Brigada
(como se encontra previsto no CEM) esta seraacute apoiada com uma BAAA como vimos
anteriormente
No que diz respeito agrave quarta questatildeo derivada consideramos que as unidades de AAA
natildeo possuem o niacutevel de prontidatildeo para integrarem as NRF e os BG muito especialmente
devido agrave dificuldade de cumprir os elevados requisitos das OI Embora disponham de bons
recursos humanos existe uma clara necessidade de reequipamento ao niacutevel dos recursos
materiais que seraacute colmatada com as aquisiccedilotildees previstas na LPM
Respondidas as questotildees inicialmente levantadas procedemos agrave confirmaccedilatildeo ou
negaccedilatildeo das seguintes hipoacuteteses
1 Porque o CJSOR natildeo identifica a necessidade de uma valecircncia de protecccedilatildeo AA da
forccedila
2 Em cenaacuterios de alta intensidade ou no lanccedilamento das operaccedilotildees
3 Ao niacutevel das UEC e UEB normalmente empregues em MHP seria empregue uma
forccedila de organizaccedilatildeo modular
4 Existem lacunas ao niacutevel dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
Em relaccedilatildeo agrave primeira hipoacutetese confirma-se parcialmente porque mesmo se fosse
inventariada a valecircncia de protecccedilatildeo AA no CJSOR o emprego de unidades de AAA
nacionais natildeo seria possiacutevel devido agrave ausecircncia de sistema de C2
No que diz respeito agrave segunda hipoacutetese confirma-se totalmente
Em relaccedilatildeo agrave terceira hipoacutetese confirma-se parcialmente porque para aleacutem das UEC e
UEB (apoiadas por moacutedulo de protecccedilatildeo AA) normalmente empregues em MHP o CEM
prevecirc igualmente o emprego de uma Brigada que teria de ser apoiada por uma BAAA
Por uacuteltimo a quarta hipoacutetese confirma-se totalmente
Tendo por base o presente trabalho propotildee-se a adopccedilatildeo das seguintes acccedilotildees
Criaccedilatildeo de um exerciacutecio taacutectico ao niacutevel de todas as unidades de AAA que englobe
o C2EA e procedimentos de ligaccedilatildeo aos elementos de manobra e ao escalatildeo
superior simulando um cenaacuterio de CRO
Proporcionar formaccedilatildeo teacutecnica e taacutectica (aos quadros de AAA) acerca dos sistemas
de armas que se pretendem adquirir futuramente
Dar prioridade agrave aquisiccedilatildeo de um sistema de C2 compatiacutevel com os novos PPRC-
525 (evitando incompatibilidades) que garanta a projecccedilatildeo de unidades de AAA em
forccedilas projectaacuteveis
Aquando da aquisiccedilatildeo do sistema de C2 criar um grupo de trabalho unicamente
dedicado agrave utilizaccedilatildeo e optimizaccedilatildeo do referido sistema
Estudar as Liccedilotildees Apreendidas de Exeacutercitos Aliados no que respeita a forccedilas
projectaacuteveis atraveacutes da realizaccedilatildeo de seminaacuterios e conferecircncias
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 41
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
1 LIVROS
CALMEIRO Luiacutes e MAGRO Joseacute (2005) O Exeacutercito Portuguecircs nos Caminhos da
Paz SCMAGabCEME Lisboa
IESM (2004) Metodologia da Investigaccedilatildeo Cientiacutefica Instituto de Estudos Superiores
Militares Lisboa
VITORINO Antoacutenio (1998) Discursos do Ministro da Defesa Nacional Ministeacuterio da
Defesa Nacional Janeiro Lisboa
SARMENTO Manuela (2008) Guia Praacutetico sobre a Metodologia Cientiacutefica para a
Elaboraccedilatildeo Escrita e Apresentaccedilatildeo de Teses de Doutoramento Dissertaccedilotildees de
Mestrado e Trabalhos de Investigaccedilatildeo Aplicada 2ordf Ediccedilatildeo Lisboa Universidade
Lusiacuteada Editora
2 MANUAIS
EME (1997) Regulamento de Taacutectica de Artilharia Antiaeacuterea RC 18-100 Estado-
Maior do Exeacutercito Setembro Lisboa
EME (2004) Termos de Formaccedilatildeo Educaccedilatildeo e Treino do Exeacutercito Comando da
Instruccedilatildeo e Doutrina Julho Amadora
EME (2005) Regulamento de Campanha Operaccedilotildees Estado-Maior do Exeacutercito
Setembro Lisboa
EME (2007) Regulamento de Campanha Informaccedilotildees Estado-Maior do Exeacutercito
Agosto Lisboa
HDA (2000) FM 3-017 Air Defense Artillery Brigade Operations Headquarters
Department of the Army October Washington DC
HDA (2000) FM 3-0111 Air Defense Artillery Handbook Headquarters Department of
the Army October Washington DC
ALSAC (2000) FM 6-248 Introduction to Tactical Digital Information Air Land amp Sea
Application Center June Washington DC
IAEM (1996) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz ME 20-76-04 Instituto de Altos Estudos
Militares Janeiro Lisboa
IAEM (2000) A Arte Operacional Operaccedilotildees Conjuntas e Combinadas NC 20-77-01
Instituto de Altos Estudos Militares Dezembro Lisboa
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 42
JP (1994) Peace Operations Joint Publication 3-073 Joint Chiefs of Staff
Washington DC
JP (2006) Dictionary of Military and Associated Terms Joint Publication 1-02 Joint
Chiefs of Staff Washington DC
NATO (2001) Land Operations ATP 32 North Atlantic Treaty Organization March
Brunssum
NATO (2001) NATO Handbook North Atlantic Treaty Organization Brunssum
NATO (2004) Strategic Vision The Military Challenge North Atlantic Treaty
Organization August Brunssum
NATO (2005) Non-Article 5 Crisis Response Operations AJP-34 North Atlantic
Treaty Organization March Brunssum
3 PUBLICACcedilOtildeES PERIOacuteDICAS
BAPTISTA Cor Luiacutes (2007) A Artilharia Portuguesa na NATO Response Force e nos
Battlegroups in Revista de Artilharia nordm 986-988 II seacuterie Lisboa Outubro a Dezembro
de 2007 p347-360
BENROacuteS Maj Joseacute (2002) A Artilharia Antiaeacuterea em Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz in
Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm 2 II seacuterie Lisboa Outubro de 2002 p14-24
BORGES Cor Joatildeo (2008) Reflexotildees sobre a evoluccedilatildeo da Artilharia Antiaeacuterea
Portuguesa in Revista de Artilharia nordm 995-997 II seacuterie Lisboa Julho a Setembro de
2008 p203-222
ESPIacuteRITO SANTO Gen Gabriel (2006) As Forccedilas Nacionais Destacadas em apoio
da poliacutetica externa in Revista Militar nordm10 Lisboa Outubro de 2006 p 109-112
LEANDRO Maj Francisco (2002) Participaccedilatildeo Nacional em operaccedilotildees de apoio agrave
paz liccedilotildees apreendidas in Revista de Artilharia nordm 926-928 II seacuterie Lisboa Outubro a
Dezembro de 2002 p317-365
MONSANTO Maj Luiacutes (2002) Sistema Integrado de Defesa Aeacuterea Nacional in
Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm 2 II seacuterie Lisboa Outubro de 2002 p10-13
NATO (1999) KFOR Providing security for building a better future for Kosovo in NATO
Review nordm 3 Autumn 1999 volume 47 p 16-19
SALVADOR Cap Francisco (2006) Sistemas de Armas SHORAD in Boletim da
Artilharia Antiaeacuterea nordm 6 II seacuterie Lisboa Julho de 2006 p7-33
SANTOS TCor Henrique (2001) A Artilharia Antiaeacuterea em Operaccedilotildees de Resposta a
Crises in Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm1 II seacuterie Lisboa Outubro de 2001 p18-
27
SANTOS TCor Henrique (2007) A Artilharia Portuguesa nas FND in Revista de
Artilharia nordm 983-985 II seacuterie Lisboa Julho a Setembro de 2007 p233-266
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 43
4 DOCUMENTOS ELECTROacuteNICOS
CHARRON Maj Laurent (2008) Co-Ordinating 3D in South Lebanon in Doctrine
Disponiacutevel em httpwwwcdefterredefensegouvfrpublicationsdoctrinedoctrine14
usdoctrine14uspdf
EMGFA (2009) FND Kosovo Disponiacutevel em httpwwwemgfaptptoperacoes
missoesfnd-kosovo
EU (2006) Council Secretariat Factsheet on European Union Battlegroups Disponiacutevel
emhttpwwwconsiliumeuropaeuueDocscms_DatadocspressDataenesdp91624
MDN (2005) Anuaacuterio Estatiacutestico da Defesa Nacional 2005 Disponiacutevel em
httpwwwmdngovptNRrdonlyres8B953055-D6EE-4B19-98C4-05EB6D8D3DA30
Capitulo7pdf
NATO (1949) Tratado do Atlacircntico Norte Disponiacutevel em httpwwwnatoint
docuotherpotreaty-pohtm
NATO (2000) NATO Glossary of Terms and Definitions Disponiacutevel em
httpwwwdticmildoctrinejelother_pubsaap_6vpdf
NATO (2003) NATOrsquos military concept for defence against terrorism Disponiacutevel em
httpwwwnatointimsdocuterrorism-annexhtm
NATO (2006) NATO Response Forces Briefing Disponiacutevel em wwwnatoint
docubriefingnrf2006nrf2006-epdf
NATO (2007) Operation Joint Endeavour Disponiacutevel em httpwwwnatoint
iforiforhtm
NATO (2008) E-generation Disponiacutevel em httpwwwnatointeducationmapshtm
NATO (2008) The NATO Response Force Disponiacutevel em httpwwwnatoint
issuesnrfindexhtml
NATO (2009) Kosovo Force (KFOR) Disponiacutevel em httpwwwnatoint
issueskforindexhtml
LINDSTROM Gustav (2007) Chaillot Papper Enter the EU Battlegroups Disponiacutevel
em httpaeipittedu741401chai97pdf
5 DIAPOSITIVOS
ALVES TCor Joatildeo (2008) A Manutenccedilatildeo da Artilharia Antiaeacuterea Workshop
subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios para a organizaccedilatildeo e reequipamento da Artilharia
Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 17 diapositivos
BAPTISTA Cor Luiacutes (2008) A Artilharia Portuguesa na NATO Response Force e nos
Battlegroups Workshop subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios para a organizaccedilatildeo e
reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 32 diapositivos
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 44
BORGES Cor Joatildeo (2008) Reflexotildees sobre a AAA Portuguesa Seminaacuterio de
Artilharia na EPA Junho 34 diapositivos
CARDOSO Maj Joaquim (2008) A Lei de Programaccedilatildeo Militar e o Reequipamento
para a Artilharia Antiaeacuterea Portuguesa Workshop subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios
para a organizaccedilatildeo e reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 22
diapositivos
PIRES TCor Nuno (2007) AgrBRAVO Instituto de Estudos Superiores Militares
Outubro 38 diapositivos
RALEIRAS TCor Mauriacutecio (2002) A Artilharia e as Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz
Seminaacuterio de Artilharia na EPA Marccedilo 31 diapositivos
ROSENDO Maj Paulo (2008) A Artilharia Antiaeacuterea na Protecccedilatildeo da Forccedila - A
BtrAAA da BrigMec Workshop subordinado ao tema ldquo Subsiacutedios para a organizaccedilatildeo e
reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 20 diapositivos
6 PALESTRAS
Palestra proferida em 11 de Dezembro de 2008 no RAAA1 onde foram apresentadas
as conclusotildees do Workshop relativo ao tema ldquoO apoio da Artilharia Antiaeacuterea agraves
Brigadas em Operaccedilotildeesrdquo proferida pelo TCor Art Paradelo
7 LEGISLACcedilAtildeO
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Portuguesa (2005) Quid Juris - Sociedade Editora Lisboa
p 192
Decreto-Lei nordm 612006 (2006) Lei Orgacircnica do Exeacutercito Diaacuterio da Repuacuteblica 1ordf
Seacuterie - A de 21 de Marccedilo Nordm 57 p2044-2050
Resoluccedilatildeo do Conselho de Ministros nordm 62003 (2003) Conceito Estrateacutegico de
Defesa Nacional Diaacuterio da Repuacuteblica 1ordf Seacuterie - B de 20 de Janeiro Nordm 16 p279-
287
8 OUTROS DOCUMENTOS
EME (2008) Directiva Nordm 23CEME2008 ndash Atribuiccedilotildees e Responsabilidades na
Preparaccedilatildeo e Emprego de Elementos e Forccedilas Nacionais Destacadas do Exeacutercito no
acircmbito das Missotildees Humanitaacuterias e de Paz Estado Maior do Exeacutercito Lisboa
EME (2009) Directiva Nordm 02CEME2009 ndash Optimizaccedilatildeo da Coerecircncia Orgacircnica da
FOPE e seu Reequipamento Estado Maior do Exeacutercito Lisboa
RAMALHO Gen Joseacute (2008) Entrevista agrave SIC Noticias Marccedilo Disponiacutevel em
httpwwwyoutubecomwatchv=GFs1fWAre9g
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 45
RCMAGabCEME (2009) Listagens da participaccedilatildeo do Exeacutercito em MHP Estado
Maior do Exeacutercito Lisboa Marccedilo
RCMAGabCEME (2009) Listagens da participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF Estado Maior
do Exeacutercito Lisboa Marccedilo
SARAIVA (2008) IFORBoacutesnia 96 Lisboa
UN (1995) United Nations Security Council Resolution 1031 United Nations
December
UN (1998) United Nations Security Council Resolution 1199 United Nations
September
UN (1999) United Nations Security Council Resolution 1244 United Nations June
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 46
GLOSSAacuteRIO
AacuteREA DE OPERACcedilOtildeES (AO) ndash ldquoAacuterea delimitada necessaacuteria para conduzir as operaccedilotildees
militares e para a administraccedilatildeo dessas operaccedilotildeesrdquo (EME 2005 B-2)
AacuteREA DE RESPONSABILIDADE (AOR) ndash ldquoAacuterea geograacutefica no interior da qual o
Comandante possui autoridade para planear conduzir e coordenar operaccedilotildees e ainda
desenvolver e manter infra-estruturas conforme delegadordquo (IAEM 2000)
CIMIC ndash ldquoEacute a coordenaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em apoio da missatildeo entre o Comandante de uma
forccedila militar e os actores civis nos quais se incluem a populaccedilatildeo civil local e as suas
autoridades representativas bem como as organizaccedilotildees natildeo governamentais internacionais
e nacionais e ainda as agecircnciasrdquo (EME 2005 8-1)
COMANDO E CONTROLO (C2) ndash ldquoAs funccedilotildees de comando e controlo satildeo exercidas atraveacutes
de um sistema funcional conjunto de homens material equipamento e procedimentos
organizados que permitam a um Comandante dirigir coordenar e controlar as actividades
das forccedilas militares no cumprimento da missatildeordquo (EME 1997 5-1)
CONTROLO POR PROCEDIMENTOS ndash ldquoO controlo por procedimentos sobrepotildee-se ao
controlo positivo e agraves falhas de identificaccedilatildeo Inclui teacutecnicas tais como as de segmentaccedilatildeo
do espaccedilo aeacutereo em volume e tempo eou uso de graus (ordens) de controlo de armas Por
isso pode assegurar de facto a continuidade das operaccedilotildees ambientais adversasrdquo (EME
1997 5-8)
DOUTRINA ndash ldquoConjunto de princiacutepios e regras que visam orientar as acccedilotildees das forccedilas e
elementos militares no cumprimento da missatildeo operacional do Exeacutercito na prossecuccedilatildeo dos
objectivos nacionaisrdquo (EME 2005 B-6)
EXERCICIOS COMBINADOS ndash ldquoExerciacutecios com forccedilas militares nacionais e de outro paiacutes
podendo ou natildeo ser realizados em territoacuterio nacional A sua finalidade eacute desenvolver o
planeamento operacional conjuntocombinado e avaliar a prontidatildeo do SFN proporcionar
treino operacional e avaliar a capacidade e a interoperabilidade das forccedilas participantesrdquo
(MDN 2005p153)
Glossaacuterio
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 47
EXERCICIOS CONJUNTOS ndash ldquoExerciacutecios que envolvem Forccedilas militarem nacionais de dois
ou mais ramos A sua finalidade eacute desenvolver o planeamento operacional conjunto e avaliar
a prontidatildeo do SFN a estrutura de comando os sistemas de comunicaccedilotildees e informaccedilatildeo a
interoperabilidade os conceitos e os planosrdquo (MDN 2005p152)
MANPAD ndash ldquoO sistema miacutessil portaacutetil eacute constituiacutedo por miacutesseis guiados disparados ao
ombro ou a partir de apoios ligeiros (bipeacutes ou tripeacutes montados no solo ou em viatura) Este
sistema de armas de AAA eacute caracterizado ainda por ser um sistema de tempo claro e ter
alcances da ordem dos 3 a 5 kmrdquo (EME 19974-12)
OPERACcedilOtildeES PSICOLOacuteGICAS (PSYOPS) ndash ldquoSatildeo actividades psicoloacutegicas concebidas
para influenciar as atitudes e o comportamentos que contribuem para a realizaccedilatildeo de
objectivos poliacuteticos e militaresrdquo (NATO 2000 2-P-7)
PROTECCcedilAtildeO DA FORCcedilA ndash ldquoTodas as medidas e os meios para minimizar as
vulnerabilidades de pessoal instalaccedilotildees equipamentos e operaccedilotildees a quaisquer ameaccedila e
em todas as situaccedilotildees para preservar a liberdade de acccedilatildeo bem como a eficaacutecia
operacional da forccedilardquo (NATO 2003)
REGRAS DE EMPENHAMENTO (ROE) ndash ldquoAs regras de empenhamento satildeo directivas que
fornecem aos vaacuterios niacuteveis de decisatildeo as circunstacircncias e limitaccedilotildees do uso da forccedila
dentro dos paracircmetros legais as quais reflectem orientaccedilotildees e direcccedilatildeo poliacuteticasrdquo (IAEM
1996 F-1-3)
SHORAD ndash ldquoOs sistemas SHORAD estatildeo vocacionados para o combate agrave ameaccedila aeacuterea de
baixa e muito baixa altitude e satildeo normalmente empregues na protecccedilatildeo antiaeacuterea das
unidades de manobra e dos seus oacutergatildeos criacuteticosrdquo (EME 19974-10)
TEATRO DE OPERACcedilOtildeES (TO) ndash ldquoEacute a parte do teatro de guerra necessaacuteria agrave conduccedilatildeo ou
apoio das operaccedilotildees de combaterdquo (EME 2005 B-10)
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 48
APEcircNDICES
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 49
APEcircNDICE A - Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
Perguntas
Derivadas
HIPOacuteTESES
VALIDACcedilAtildeO DAS
HIPOacuteTESES CONCLUSOtildeES
PROPOSTAS
(hellip)
METODOLOGIA
Anaacutelise Documental
Entrevistas
Workshop
QUESTAtildeO CENTRAL
ldquoldquoQual o actual enquadramento das unidades
de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo
primaacuteriardquo
Cap I
Enquadramento
Conceptual
Cap II
A Participaccedilatildeo
das FND em CRO
Cap III
Integraccedilatildeo de unidades
de AAA na NRF e BG
Cap IV
Emprego
Operacional das
Unidades de AAA
Conceptualizaccedilatildeo
FND
CRO
Ameaccedila Aeacuterea
FNDIFOR
FNDKFOR
Caracterizaccedilatildeo do TO
PE vs PK
Enquadramento do
moacutedulo de protecccedilatildeo AA
nas CRO
Reflexotildees sobre a AAA
em CRO
NRF
BG
Missatildeo BGNRF
Requisitos para
integraccedilatildeo na NRF e
BG
Prontidatildeo das Unidades
de AAA
Especificidade de
emprego
Verificar se cumpre
requisitos NRFBG
Emprego do moacutedulo de
AAA
Lei de Programaccedilatildeo
Militar
FND
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 50
APEcircNDICE B - Guiatildeo da Entrevista
ao Tenente-Coronel de Varela Benroacutes
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Que experiecircnciaformaccedilatildeo possui no domiacutenio da Artilharia Antiaeacuterea
3 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a
KFOR em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado
agrave forccedila Porquecirc
4 Tendo presente a tipologia das CRO em que tipo de operaccedilotildees eacute vaacutelida a inclusatildeo de
unidades de AAA
5 Quais as tarefas que podem ser cometidas as unidades de AAA no ambiente das
CRO
6 O sistema de C2 das unidades de AAA tem limitaccedilotildees Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar
de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em CRO Porquecirc
7 Na sua opiniatildeo quais as perspectivas futuras quanto a participaccedilatildeo de unidades de
AAA em Operaccedilotildees deste geacutenero
8 Em termos conceptuais e no acircmbito da integraccedilatildeo de unidades de AAA na NRF seraacute
possiacutevel Portugal integrar um pelotatildeo AA numa BAAA fornecida por outra naccedilatildeo Ou a
participaccedilatildeo miacutenima deveraacute ser ao niacutevel BAAA
Posto Tenente-Coronel de Artilharia
Nome Joseacute Carlos Levy VARELA BENROacuteS
Cargo Funccedilatildeo NATO Staff Officer J3 Division Ground Based Air Defense (GBAD)
NATO Team Leader - Joint Synchronization and Execution Branch
Local Joint Headquarters Lisbon - Oeiras
DataHora 18 de Fevereiro de 2009 pelas 16h00m
Motivo da Entrevista Durante a sua carreira o Tenente-Coronel Benroacutes esteve
sempre ligado agrave AAA tendo sido por vaacuterios anos o
representante do Exeacutercito no Land Group 5 on Army Air
Defense do NATO Army Armaments Group
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 51
APEcircNDICE C - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Ref Pires Saraiva
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do 3ordm BIATBAI
5 Qual a missatildeo do seu Batalhatildeo
6 Como caracterizaria o TO da Boacutesnia e Herzegovina em Agosto de 1996 aquando da
sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo Batalhatildeo
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea
10 O 3ordm BIATBAI integrou a IFOR em 1996 tornando-se assim um elemento da ldquoInitial
Entry Forcerdquo Nestas circunstacircncias seria admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de
protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Batalhatildeo
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao 3ordm BIATBAI
Posto Coronel de Infantaria
Nome Fernando PIRES SARAIVA
Cargo Funccedilatildeo Reformado
Local Residecircncia Pessoal - Lisboa
DataHora 12 de Marccedilo de 2009 pelas 11h00m
Motivo da Entrevista O Coronel Pires Saraiva foi o Comandante do 3ordm BIATBAI
na FNDIFOR entre Agosto de 1996 e Dezembro de 1996
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 52
APEcircNDICE D - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Tirocinado Antunes Calccedilada
Questotildees Colocadas
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do AgrBravoBAI
5 Qual a missatildeo do seu Agrupamento (AgrBravoBAI)
6 Como caracterizaria o TO do Kosovo em Agosto de 1999 aquando da sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo AgrBravoBAI
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea Existia
ameaccedila
10 O AgrBravoBAI foi a primeira FND (UEB) a integrar a KFOR em Agosto de 1999
tornando-se assim um elemento da ldquoInitial Entry Forcerdquo Nestas circunstacircncias seria
admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Agrupamento
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao AgrBravoBAI
Posto Coronel de Cavalaria Tirocinado
Nome Joseacute Carlos Filipe ANTUNES CALCcedilADA
Cargo Funccedilatildeo Coordenador de Ensino dos Cursos do Exeacutercito no IESM
Local Instituto de Estudos Superiores Militares - Lisboa
DataHora 04 de Marccedilo de 2009 pelas 16h00m
Motivo da Entrevista O Coronel Calccedilada foi o Comandante do AgrBravoBAI na
FNDKFOR entre Agosto de 1999 e Fevereiro de 2000
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 53
APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista
ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do BIParaBRR
5 Qual a missatildeo do seu Batalhatildeo
6 Como caracterizaria o TO do Kosovo em Setembro de 2005 aquando da sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo Batalhatildeo
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea
10 O BIPara foi empregue como reserva taacutectica do COMKFOR Nestas circunstacircncias
seria admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila
Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Batalhatildeo
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao BIPara
Posto Tenente-Coronel de Infantaria
Nome Joseacute Carlos ALMEIDA SOBREIRA
Cargo Funccedilatildeo Chefe da Reparticcedilatildeo de Ligaccedilatildeo de Adidos Militares no EME
Local Estado Maior do Exeacutercito - Lisboa
DataHora 11 de Marccedilo de 2009 pelas 14h00m
Motivo da Entrevista O Tenente-Coronel Sobreira foi o Comandante do
BIParaBRR na FNDKFOR entre Setembro de 2005 e
Marccedilo de 2006 Foi tambeacutem Oficial de Informaccedilotildees do
AgrJuacutepiter na IFOR entre Agosto de 1996 e Dezembro
de 1996
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 54
APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao
Major-General Martins Ribeiro
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Poderatildeo as NRF e os BG ser considerados FND
4 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com meios de protecccedilatildeo AA Porquecirc
5 O que satildeo as CJSOR Como se processa a Conferecircncia de Geraccedilatildeo de Forccedilas
6 Na sua opiniatildeo e como Chefe da DIOPEMGFA porque razatildeo o Exeacutercito nunca
disponibilizou unidades de AAA para missotildees exterior
7 Jaacute foi equacionada hipoacutetese de empenhar uma unidade de AAA para corresponder agrave
CJSOR
8 A constituiccedilatildeo da forccedila deve responder as CJSOR Apesar disso pode a Forccedila ter
valecircncias adicionais
Posto Major-General
Nome Luiacutes Manuel MARTINS RIBEIRO
Cargo Funccedilatildeo Chefe da Divisatildeo de Operaccedilotildees do EMGFA
Local EMGFA - Lisboa
DataHora 19 de Marccedilo de 2009 pelas 18h00m
Motivo da Entrevista A DIOPEMGFA presta apoio de estado-maior no que respeita a
planeamento operacional e ao emprego de FND
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 55
APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao
Tenente-Coronel Crispim Paradelo
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave
FND Porquecirc
3 Como definiria a ameaccedila aeacuterea actual
4 Actualmente as FND incluem um moacutedulo de morteiros pesados sem qualquer
integraccedilatildeo na estrutura de C2 do escalatildeo superior Poderia esta situaccedilatildeo acontecer com
o moacutedulo de protecccedilatildeo AA
5 Ao incluir este moacutedulo de protecccedilatildeo AA qual seria o seu escalatildeo composiccedilatildeo
pessoalmaterial
6 Quais as tarefas que podem ser cometidas agraves unidades de AAA actuando em ambiente
CRO
7 O sistema de C2 das unidades de AAA tem limitaccedilotildees Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar
de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em CRO Porquecirc
8 Os novos raacutedios da famiacutelia 525 acrescentaram algumas melhorias no actual sistema de
C2 das unidades de AAA Quais
Posto Tenente-Coronel
Nome Antoacutenio CRISPIM PARADELO
Cargo Funccedilatildeo Comandante do GAAA no RAAA1
Local RAAA1 - Lisboa
DataHora 24 de Marccedilo de 2009 pelas 09h00m
Motivo da Entrevista Como actual Cmdt GAAA o Tenente-Coronel Paradelo tem
conhecimento da prontidatildeo das unidades de AAA
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 56
APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Vieira Borges
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave
forccedila Porquecirc
3 Ao incluir este moacutedulo de protecccedilatildeo AA qual seria o seu escalatildeo composiccedilatildeo
pessoalmaterial
4 Como descreveria a situaccedilatildeo actual da AAA no que respeita a forccedilas projectaacuteveis
5 O sistema de C2 das unidades de AAA eacute apontado como uma das grandes limitaccedilotildees da
AAA Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em
CRO Porquecirc
6 No que diz respeito agrave actual situaccedilatildeo do material (unidades de tiro sistema IFF radares)
poderaacute este ser empregue em forccedilas projectaacuteveis
7 Na sua opiniatildeo e tendo em conta a situaccedilatildeo actual da AAA quais satildeo as capacidades
miacutenimas que devem serem adquiridas para que a AAA possa integrar subunidades de
organizaccedilatildeo modular nas FND
8 Na sua opiniatildeo e tendo em conta a situaccedilatildeo actual da AAA quais satildeo as capacidades
miacutenimas que devem serem adquiridas para que a AAA possa integrar unidades no seio
da NRF e dos BG
9 Quais as melhorias que o sistema do tipo FAADS C2I acrescentaria agrave AAA
10 Como antigo Oficial Coordenador de Reequipamento (OCAR) da AAA quais satildeo as
aquisiccedilotildees previstas na LPM para alterar a actual situaccedilatildeo da AAA
Posto Coronel
Nome Joatildeo VIEIRA BORGES
Cargo Funccedilatildeo Assessor de Estudos do Instituto de Defesa Nacional (IDN)
Local IDN - Lisboa
DataHora 01 de Marccedilo de 2009 pelas 15h00m
Motivo da Entrevista Antigo Comandante do RAAA1
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 57
ANEXOS
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 58
ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP
Apresenta-se o histoacuterico da participaccedilatildeo de FND do Exeacutercito em MHP nos diferentes
TO em que o Exeacutercito participou ao serviccedilo das diversas OI
Moccedilambique
UNMOZ Batalhatildeo de Transmissotildees 4 040593 ndash 290794
300594 ndash 221294
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 1 FND no TO de Moccedilambique
Angola
UNAVEM117 III
Companhia de Transmissotildees 5 260595 ndash 271296
111296 ndash 010797
Companhia Logiacutestica 6
280795 ndash 260296
260296 ndash 160996
161196 ndash 080497
080497 ndash 300697
MONUA118
Companhia de Transmissotildees 5
010797 ndash 271197
191197 ndash 261098
261098 ndash 260299
Companhia Logiacutestica 6
300697 ndash 180997
180997 ndash 010298
010298 ndash 270798
Destacamento Sanitaacuterio 7
310897 ndash 200498
260498 ndash 020898
300798 ndash 251198
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 2 FND no TO de Angola
117
UNAVEM III ndash United Nations Verification Mission III 118
MONUA ndash Missatildeo de Observaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas em Angola
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 59
Boacutesnia e Herzegovina
IFOR
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado (2ordm BIAT) 160196 ndash 120896
3ordm Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado (3ordm BIAT) 120796 ndash 100297
Destacamento de Apoio de Serviccedilos 290196 ndash 120896
SFOR
1ordm Batalhatildeo de Infantaria Motorizado (1ordm BIMoto) 100297 ndash 300797
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Motorizado (2ordm BIMoto) 300797 ndash 140198
1ordm BIAT 140198 ndash 150798
Agrupamento Alfa 150798 ndash 120199
3ordm BIMoto 120199 ndash 120799
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Paraquedista (2ordm BIPara) 100799 ndash 310100
Agrupamento Alfa 310100 ndash 290700
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Mecanizado (2ordm BIMec) 290700 ndash 280101
Agrupamento Echo 280101 ndash 290701
1ordm BIPara 290701 ndash 290102
2ordm BIMec 290102 ndash 300702
2ordm Batalhatildeo de Infantaria (2ordm BI) 300702 ndash 300103
1ordm BIPara 300103 ndash 300703
Agrupamento Golf 300703 ndash 280104
3ordm BIPara 300104 ndash 230704
2ordm BIMec 230704 ndash 230105
EUFOR119
Componente Portuguesa da
Brigada Aerotransportada Independente (BAI) 0105 ndash 0701
Componente Portuguesa da
Brigada Intervenccedilatildeo (BrigInt) 0705 ndash 0106
Componente Portuguesa da
Brigada Mecanizada (BrigMec) 0106 ndash 0706
1ordmBIBrigInt 0706 ndash 0307
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 3 FND no TO da Boacutesnia e Herzegovina
119
EUFOR ndash European Union Force
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 60
Kosovo
KFOR
Agrupamento BravoBAI 0899 ndash 0200
Agrupamento Charlie Brigada Ligeira de Intervenccedilatildeo (BLI)
0200 ndash 0800
Agrupamento Delta Brigada Mecanizada Independente (BMI)
0800 ndash 0401
2ordmBIBLI 0105 ndash 0905
3ordm BIParaBrigada de Reacccedilatildeo Raacutepida (BRR) 0905 ndash 0306
1ordmBIMecBrigMec 0306 ndash 0906
1ordmBIParaBRR 0906 ndash 0307
2ordm BIMecBrigMec 0307 ndash 0907
2ordmBIBrigInt 0907 ndash 0308
1ordmBIParaBRR 0308 ndash 0908
Agrupamento MikeBrigInt 0908 ndash 0309
1ordmBIBrigInt 0309 ndash Em curso
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 4 FND no TO do Kosovo
Timor-Leste
UNTAET120
1ordm BIParaBAI 140200 ndash 210800
2ordm BIParaBAI 210800 ndash 260201
2ordmBIBLI 260201 ndash 081001
1ordmBIBLI 081001 - 080602
UNMISET
2ordm BIParaBAI 080602 ndash 240103
1ordmBIMecBrigMec 240103 ndash 250703
Agrupamento Foxtrot 250703 ndash 250104
Agrupamento Hotel 250104 ndash 110604
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 5 FND no TO de Timor-Leste
120 UNTAET ndash United Nations Transitional Administration in East Timor
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 61
Zaire
FORREZ121 Forccedilas de Operaccedilotildees Especiais 060597 ndash 300597
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 6 FND no TO do Zaire
Guineacute-Bissau
FORREC122 Forccedilas de Operaccedilotildees Especiais 110698 ndash 190698
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 7 FND no TO da Guineacute-Bissau
Afeganistatildeo
ISAF123
1ordf Companhia de Comandos (1ordmCCmds) BRR 0805 ndash 0206
2ordf Companhia de Comandos (2ordmCCmds) BRR 0206 ndash 0806
2ordm BIParaBRR 0806 ndash 0207
2ordmCCmdsBRR 0207 ndash 0807
22ordf Companhia de Atiradores Paacutera-quedista (22ordfCatPara) 2ordm BIParaBRR
0807 ndash 0208
1ordmCCmdsBRR 0208 ndash 0808
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 8 FND no TO do Afeganistatildeo
121
FORREZ ndash Forccedila de Recolha do Zaire 122
FORREC ndash Forccedila de Recolha 123
ISAF ndash International Security Assistance Force
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 62
Liacutebano
UNIFIL
Companhia de Engenharia (CEng)BrigMec 1106 ndash 0507
Forccedilas de Apoio Geral (AG) 0507 ndash 1107
Forccedilas de AG 1107 ndash 0508
CEngBrigInt 0508 ndash 1108
CEngBrigMec 1108 ndash 0509
Forccedilas de AG 0509 ndash Em curso
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 9 FND no TO do Liacutebano
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 63
ANEXO B - Ciclo de uma FND
(Fonte Autor 2009)
Fonte (Autor 2009)
Figura 1 Os 3 periacuteodos distintos de uma FND
2ordm PERIacuteODO PROJECCcedilAtildeO DA UNIDADE E CONDUTA DA OPERACcedilAtildeO
Esta fase decorre entre o iniacutecio do deslocamento da unidade
para o TO e a Transferecircncia de Autoridade (TOA) da forccedila que eacute
rendida (Leandro 2002)
1ordm PERIacuteODO APRONTAMENTO
Eacute o periacuteodo de tempo compreendido entre o despacho de
nomeaccedilatildeo da unidade e a sua projecccedilatildeo para o TO
Durante este periacuteodo a unidade recebe treino orientado
para a missatildeo que vai desempenhar (Leandro 2002)
3ordm PERIacuteODO EXTRACcedilAtildeO E DESACTIVACcedilAtildeOFIM DE MISSAtildeO
Engloba o periacuteodo que decorre entre a TOA para a forccedila
que vem render e a extraccedilatildeo da forccedila e consecutiva
elaboraccedilatildeo do Relatoacuterio Final de Missatildeo (RFM)
(Leandro 2002)
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 64
ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees
O emprego de forccedilas militares natildeo eacute exclusivo das operaccedilotildees de guerra sendo estas
igualmente empregues em situaccedilotildees de paz e de crise Desta forma abrangem um vasto
espectro (EME 2005)
(Fonte EME 2005)
Figura 2 Espectro das Operaccedilotildees
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 65
ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Com a finalidade de reger o comportamento das entidades intervenientes neste tipo de
operaccedilotildees (forccedilas militares OI ONG) foi estabelecido um conjunto de princiacutepios (EME
2005)
Objectivo ndash Todas as operaccedilotildees devem ser orientadas para objectivos claramente
definidos e compreendidos Os objectivos estrateacutegicos - militares devem permitir
alcanccedilar o estado final poliacutetico desejado
Perseveranccedila ndash Numa operaccedilatildeo desta natureza para alcanccedilar o estado final
desejado implica ser-se resoluto paciente e persistente na perseguiccedilatildeo dos objectivos
definidos
Unidade de Comando ndash Requer uma clara definiccedilatildeo da autoridade papel e relaccedilotildees
entre os intervenientes para cumprir as tarefas atribuiacutedas
Unidade de Esforccedilos ndash Este princiacutepio reconhece a necessidade de uma
aproximaccedilatildeo coerente ente militares e civis Requer uma contiacutenua interacccedilatildeo com as
OI e as ONG envolvidas Para conseguir este princiacutepio eacute essencial estabelecer uma
ligaccedilatildeo efectiva a todos os niacuteveis e promover regularmente conferecircncias e reuniotildees
envolvendo todas as partes intervenientes
Credibilidade ndash A credibilidade eacute essencial para promover e estabelecer um clima de
confianccedila A Forccedila natildeo deve transigir quanto agrave vontade e capacidade para assumir as
suas responsabilidades
Transparecircncia das Operaccedilotildees ndash A Missatildeo o conceito de operaccedilotildees e o estado final
poliacutetico a alcanccedilar devem ser compreendidos por todas as partes envolvidas neste
processo (forccedila agecircncias e partes) A difusatildeo da informaccedilatildeo deve ser balanceada
com as necessidades de seguranccedila
Protecccedilatildeo ndash Eacute uma responsabilidade de comando inerente a qualquer operaccedilatildeo
militar Devem ser considerados a composiccedilatildeo e volume da forccedila os planos as
ordens e as regras de empenhamento (ROE)124
Flexibilidade ndash O sucesso destas operaccedilotildees envolve uma elevada capacidade de
gestatildeo e adaptaccedilatildeo face agraves mudanccedilas e eventuais transiccedilotildees que ocorram na
situaccedilatildeo envolvente e que conduzam ao estabelecimento de um ambiente seguro e
estaacutevel O comandante operacional deve facultar o maacuteximo de flexibilidade e as forccedilas
devem ter capacidade de adaptaccedilatildeo agraves alteraccedilotildees
124
ROE ndash Rules Of Engagement
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 66
Promoccedilatildeo da Cooperaccedilatildeo e Consentimento ndash Este princiacutepio constitui-se como um
preacute-requisito neste tipo de operaccedilotildees Exige uma cuidadosa ponderaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
antes da execuccedilatildeo de qualquer actividade de natureza militar
Imparcialidade ndash As operaccedilotildees devem ser conduzidas sem favorecer ou prejudicar
qualquer das partes Deve ser fomentada a aproximaccedilatildeo entre as partes atraveacutes de
uma comunicaccedilatildeo eficaz e transparecircncia das operaccedilotildees
Uso da Forccedila ndash O uso da forccedila neste tipo de operaccedilotildees poderaacute prejudicar a
execuccedilatildeo da missatildeo pelo que requer um elevado acompanhamento por parte do
Comando da forccedila contudo o uso da forccedila deve estar de acordo com a lei
internacional nomeadamente o direito internacional humanitaacuterio O uso da forccedila
deveraacute ser adequado agrave missatildeo No entanto as ROE natildeo devem limitar o direito
inerente agrave auto-defesa
Respeito Muacutetuo ndash Deve existir respeito pela naccedilatildeo cultura e costumes da Naccedilatildeo
Hospedeira O Comandante Conjunto deve assegurar-se que os mesmos princiacutepios
satildeo reconhecidos e implementados entre os diferentes contingentes que fazem parte
da forccedila
Liberdade de Movimentos ndash A liberdade de movimentos eacute fundamental para garantir
o sucesso das operaccedilotildees em missotildees desta natureza O mandato que a forccedila deteacutem
juntamente com as ROE deve garantir liberdade e autonomia para cumprir as tarefas
As facccedilotildees poderatildeo impor algumas restriccedilotildees neste aspecto Haacute que impor essa
liberdade atraveacutes de acccedilotildees vigorosas e resolutas podendo mesmo incluir o uso da
forccedila
Legitimidade ndash Este princiacutepio constitui-se como fundamental em operaccedilotildees desta
natureza Eacute atraveacutes da legitimidade que se consegue garantir o apoio da comunidade
internacional das naccedilotildees contribuintes e das partes envolvidas Eacute necessaacuterio que a
operaccedilatildeo seja conduzida de acordo com a lei internacional incluindo os princiacutepios
constantes na carta das Naccedilotildees Unidas Qualquer erro poderaacute comprometer a
credibilidade da forccedila e consequentemente a sua legitimidade
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 67
ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea
(Fonte HDA 2000)
Figura 3 Proliferaccedilatildeo da Ameaccedila Aeacuterea
(Fonte HDA 2000)
Figura 4 Relaccedilatildeo de CustosEquipamento
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 68
ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
A OTAN eacute uma OI de cooperaccedilatildeo militar estabelecida em 1949 que tem por base o
Tratado Atlacircntico Norte e eacute actualmente constituiacuteda por uma Alianccedila de 26 paiacuteses125 O
papel fundamental da OTAN eacute salvaguardar a liberdade e seguranccedila dos seus paiacuteses
membros constituindo-se tambeacutem num dos pilares de estabilidade e seguranccedila do espaccedilo
Euro-Atlacircntico
O conceito estrateacutegico da Alianccedila Atlacircntica estabelece as capacidades que devem ser
desenvolvidas pela OTAN entre as quais o papel crucial que a organizaccedilatildeo tem na
prevenccedilatildeo de conflitos e gestatildeo de crises adoptando as medidas necessaacuterias agrave sua
resoluccedilatildeo A OTAN fomenta ainda a parceria e cooperaccedilatildeo com os restantes paiacuteses do
espaccedilo Euro-Atlacircntico no intuito de promover a paz e aumentar a confianccedila muacutetua e a
capacidade de acccedilatildeo conjunta (NATO 2004)
A OTAN iniciou a sua actuaccedilatildeo na regiatildeo dos Balcatildes apoacutes a assinatura do acordo de
Paz de Dayton em 1995 Esteve sempre relacionada com o cumprimento deste acordo
intervindo numa primeira fase com uma forccedila de implementaccedilatildeo militar (IFOR) e
posteriormente com uma forccedila de estabilizaccedilatildeo (SFOR) ambas com o objectivo de construir
a base para uma futura paz na regiatildeo dos Balcatildes
O emprego operacional da Alianccedila nesta regiatildeo efectivamente impediu novos
combates e desenvolveu um precedente de sucesso dos esforccedilos de caraacutecter
multinacionais Conseguiu alcanccedilar as esperanccedilas de paz e bem-estar existentes no povo
da Boacutesnia e Herzegovina e do Kosovo
A esfera de actuaccedilatildeo da Alianccedila abrange tambeacutem o conflito do Kosovo onde a OTAN
leva a cabo esforccedilos para inverter a limpeza eacutetnica e permitir o regresso das centenas de
milhares de refugiados que abandonaram o Kosovo durante a repressatildeo da Primavera de
1999 para voltar agrave sua paacutetria segura
O papel da forccedila multinacional liderada pela OTAN no Kosovo a KFOR tem vindo a
criar um ambiente seguro e estaacutevel no qual todos os habitantes do Kosovo
independentemente da sua origem eacutetnica possam viver em paz ajudando-os a reconstruir
as estruturas necessaacuterias para uma sociedade paciacutefica e democraacutetica Estas caracteriacutesticas
satildeo essenciais caso se pretenda alcanccedilar uma soluccedilatildeo duradoura para este conflito
A tarefa que tem vindo a ser realizada pela Alianccedila no Kosovo encontra-se inserida no
contexto de esforccedilos da comunidade internacional para criar um ambiente que iraacute promover
a paz e a estabilidade no Sudeste da Europa (NATO 2001)
125
Satildeo paiacuteses membros da Alianccedila Atlacircntica Alemanha Beacutelgica Bulgaacuteria Canadaacute Dinamarca Eslovaacutequia
Esloveacutenia Estoacutenia Espanha Estados Unidos Franccedila Greacutecia Holanda Hungria Islacircndia Itaacutelia Letoacutenia
Lituacircnia Luxemburgo Noruega Poloacutenia Portugal Reino Unido Repuacuteblica Checa Romeacutenia e Turquia
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 69
(Fonte NATO 2004)
Figura 5 Paiacuteses-membros da OTAN
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 70
ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton
O Acordo de Paz de Dayton surge apoacutes a reuniatildeo do Grupo de Contacto126 onde satildeo
aprovados os princiacutepios de base para uma regulamentaccedilatildeo da paz Eacute acordado um
reconhecimento muacutetuo a Repuacuteblica Federal Jugoslava reconhece a Boacutesnia e Herzegovina e
Sarajevo por sua vez reconhece a Repuacuteblica Seacutervia
Assim no dia 21 de Novembro de 1995 chega-se a um acordo em Dayton no Estado
norte-americano do Ohio Neste acordo assinado pelo Grupo de Contacto e pelos
representantes das partes beligerantes Franjo Tujam (Croaacutecia) Alija Izetbegovic (Boacutesnia) e
Slogan Militeis (Seacutervia) eacute aceite o plano de paz para a Boacutesnia e Herzegovina Este acordo
foi formalmente assinado em Paris no dia 14 de Dezembro de 1995 (Saraiva 2008)
(Fonte Autor 2009)
Figura 6 Divisatildeo Territorial da Boacutesnia e Herzegovina em 1995
126
O Grupo de Contacto era constituiacutedo por EUA Reino Unido Franccedila Alemanha e Ruacutessia
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 71
ANEXO H - Missatildeo da IFOR
A IFOR tinha a missatildeo de fiscalizar e impor o cumprimento dos aspectos militares
previstos no Acordo de Paz de Dayton A UNSCR 1031 prevecirc o mandato da IFOR durante
um ano no TO da Boacutesnia e Herzegovina As tarefas militares a serem cumpridas (NATO
2009)
1 Garantir a auto-defesa e a liberdade de circulaccedilatildeo
2 Supervisionar a marcaccedilatildeo dos limites da ZOS entre as partes
3 Monitorizar e se necessaacuterio impor a retirada das forccedilas militares dos
respectivos territoacuterios para que se possa estabelecer a ZOS
4 Assumir o controlo do espaccedilo aeacutereo sobre o territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina
5 Assumir o controlo da circulaccedilatildeo de traacutefego militar nas principais rotas terrestres
6 Estabelecer comissotildees militares conjuntas para servirem como oacutergatildeos centrais
para todas as partes do Acordo de Paz
7 Ajudar agrave retirada das forccedilas da ONU natildeo transferidas para a IFOR
(Fonte NATO 2001)
Figura 7 Logoacutetipo da IFOR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 72
ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR
(Fonte Autor 2009)
Figura 8 Estrutura de C2 da IFOR
Em 1996 o Tenente-General Michael Walker (Exeacutercito Norte-Americano) era o
Comandante da componente terrestre da IFOR e tinha trecircs divisotildees sob o seu comando
1 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MNDSW127) liderada pelo Reino Unido com
comando sediado em Banja Luka
2 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MNDN128) liderada pelos EUA com comando
sediado em Tuzla
3 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MDNSE129) liderada pela Franccedila com
comando em Mostar
O AgrJuacutepiter ocupava o sector de Goradze com o seu Posto de Comando (PC)
estabelecido em Rogatica estando integrado na Brigada Multinacional Norte (MNBN130) com
comando Italiano que por sua vez pertencia agrave MDNSE
127
MNDSW ndash Multinational Division Southwest 128
MNDN ndash Multinational Division North 129
MNDSE - Multinational Division Southeast 130
MNBN ndash Multinational Brigade North
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 73
ANEXO J - Missatildeo da KFOR
A KFOR obteve o seu mandato a partir da UNSCR 1244 e do MTA acordado entre a
OTAN a Repuacuteblica Federal da Jugoslaacutevia e a Seacutervia Inicialmente o seu mandato tinha
como principais objectivos (NATO 2009)
1 Dissuadir o recomeccedilo das hostilidades
2 Estabelecer um ambiente seguro
3 Desmilitarizar o Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo (UCK)
4 Apoiar o esforccedilo humanitaacuterio internacional
5 Coordenar e apoiar a presenccedila internacional no territoacuterio do Kosovo
(Fonte NATO 2001)
Figura 9 Logoacutetipo da KFOR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 74
ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR
(Fonte Autor 2009)
Figura 10 Estrutura de C2 da KFOR
Em 1999 o Tenente-General Mike Jackson (Exeacutercito Britacircnico) era o COMKFOR e
tinha cinco brigadas sob o seu comando
1 Brigada Multinacional Norte (MNBN131) liderada pela Franccedila
2 Brigada Multinacional Centro (MNBC132) liderada pelo Reino Unido
3 Brigada Multinacional Este (MNBE133) liderada pelos EUA
4 Brigada Multinacional Sul (MNBS134) liderada pela Alemanha
5 Brigada Multinacional Oeste (MNBW135) liderada pela Itaacutelia
O AgrBravo ocupava o sector de Klina estando integrado na aacuterea de responsabilidade
(AOR) da MNBW que integrava tambeacutem um batalhatildeo espanhol
131
MNBN ndash Multinational Brigade North 132
MNBC ndash Multinational Brigade Center 133
MNBE ndash Multinational Brigade East 134
MNBS ndash Multinational Brigade South 135
MNBW ndash Multinational Brigade West
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 75
ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL
O Exeacutercito Francecircs integrou um moacutedulo de AAA de escalatildeo pelotatildeo na Forccedila Tarefa
(nome de coacutedigo ldquoLeclercrdquo) que destacou para o Liacutebano no acircmbito da UNIFIL em 2006
A missatildeo deste pelotatildeo era conferir protecccedilatildeo AA agrave Forccedila Tarefa e ao seu QG e tinha
como meios o Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral o Sistema Radar NC1 e Viaturas Blindadas de
Transporte de Pessoal (VBTP) (Charron 2008)
Figura 11 Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral
Figura 12 Sistema Radar NC1
(Fonte Charron 2008)
(Fonte wwwarmeescom 2008)
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 76
ANEXO M - Estrutura da NRF
(Fonte NATO 2003)
Figura 13 Estrutura da NRF
9500
Militares
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 77
ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup
(Fonte Baptista 2007)
Figura 14 Estrutura geneacuterica de um Battlegroup
Pacote de Forccedilas
Comando da Forccedila
Batalhatildeo de Infantaria
Comando
CCS
3 CAt
Apoio de Fogos
Reconhecimento
Apoio de Combate
Apoio de Fogos
Engenharia
Artilharia Antiaeacuterea
Transmissotildees
Guerra Electroacutenica
Informaccedilotildees
Aviaccedilatildeo do Exeacutercito
Forward Air Controller
Defesa NBQ
Apoio de Serviccedilos
Apoio Logiacutestico
Apoio Sanitaacuterio
Apoio Geograacutefico
CIMIC
Policia Militar
Capacidades Adicionais (dependem da missatildeo)
Meios Aeacutereos
Transporte Estrateacutegico
Transporte Taacutectico
Apoio Aeacutereo Proacuteximo
Apoio de Helicoacutepteros
Meios Navais
Transporte Estrateacutegico
Apoio Aeacutereo com base
em porta-aviotildees
Apoio ao desembarque de
forccedilas
Meios Logiacutesticos
Reabastecimento
Apoio Sanitaacuterio
Apoio a manutenccedilatildeo
de equipamentos
Forccedilas de
Operaccedilotildees
Especiais
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 78
ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF
NRF LCC Unidade Nacional Efectivo
Exerciacutecio de
Certificaccedilatildeo
Internacional
Periacuteodo de
Stand by
1 NRDC-TU O EXEacuteRCITO NAtildeO PARTICIPOU Out03-Jan04
2 NRDC-TU Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 50
Natildeo se
realizou Jan04-Jul04
3 NRDC-IT
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
50 Organizer 6Amiddot
(Alemanha)
Jul04-Jan05
4 NRDC-GENL
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
51 Organizer 6Bmiddot
(Alemanha) Jan05-Jul05
5 NRDC-SP Agrupamento
Mecanizado 697
Cohesion 05middot
(Espanha) Jul05-Jan06
6 NRDC-UK Batalhatildeo de Infantaria
Paacutera-quedista 636
Iron Warriormiddot
(Reino Unido) Jan06-Jul06
7 EUROCORPS Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 75
Steadfast
Jaguar 06
(Cabo-Verde)
Jul06-Jan07
8 NRDC-TU Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 75
Natildeo se
realizou Jan07-Jul07
9 NRDC-IT Esquadratildeo de Poliacutecia
Militar 80
Steadfast
Jackpot 07
(Noruega)
Jul07-Jan08
10 NRDC-GENL
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
50 Noblelight II
(Alemanha) Jan08-Jul08
11 NRDC-FR Esquadratildeo de
Reconhecimento 140
Natildeo se
realizou Jul08-Jan09
12 NRDC-SP Agrupamento
Mecanizado 697
Noblelight
(Espanha) Jan09-Jul09
13 NRDC-SP Batalhatildeo de Infantaria
Paacutera-quedista 687 Natildeo participa Jul09-Jan10
14 NRDC-SP Bateria de Artilharia de
Campanha 130 A designar Jan10-Jul10
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 10 Participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 79
ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup
(Fonte Baptista 2008)
Figura 15 Modelo do BG Francecircs
Pelotatildeo
AA
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 80
ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas
de AAA Nacionais
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 16 O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 17 O Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 18 O Radar PSTAR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 81
ANEXO R ndash O Link 11B
O Link 11B ou TADIL136-B (na doutrina norte-americana) emprega teacutecnicas de
comunicaccedilatildeo em rede e um formato standard de mensagem para a troca de informaccedilatildeo
digital entre sistema de informaccedilatildeo taacutecticos O Link 11B utiliza uma raacutepida ligaccedilatildeo ponto-a-
ponto e pode ser transmitido atraveacutes de diversos equipamentos tais como cabo sateacutelite e
ligaccedilotildees raacutedio Equipa unidades terrestres aeacutereas e navais (ALSAC 2000)
(Fonte httpsistemadearmassitesuolcombrgedtl3usalink11html 2009)
Figura 19 Interface do Link 11B
136 TADIL ndash Tactical Digital Information
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 82
ANEXO S ndash O Link 16
O Link 16 ou TADIL-J eacute uma nova ligaccedilatildeo taacutectica de dados utilizada pelos EUA alguns
paiacuteses da OTAN e pelo Japatildeo Natildeo alterou os conceitos fundamentais de transferecircncia de
dados utilizado pelo Link 11B antes pelo contraacuterio acrescentou melhorias significativas nos
sistemas jaacute existentes O Link 16 utiliza um Sistema de Distribuiccedilatildeo de Informaccedilatildeo Taacutectica
Conjunta (JTIDS137) que lhe permite partilhar a informaccedilatildeo em tempo real de uma forma
raacutepida e codificada entre todas as plataformas de armas e de C2 intervenientes no TO
Nota A verde encontram-se as unidades de AAA (armas e C2)
(Fonte httpwwwglobalsecurityorgmilitarysystemsgroundimages 2009)
Figura 20 Utilizadores do Link 16
137 JTIDS - Joint Tactical Information Distribution System
- DEDICATOacuteRIA
- AGRADECIMENTOS
- IacuteNDICE
- IacuteNDICE DE FIGURAS
- IacuteNDICE DE QUADROS
- LISTA DE ABREVIATURAS
- LISTA DE SIGLAS
- RESUMO
-
- O presente trabalho tem como objectivo analisar a capacidade de emprego de unidades de Artilharia Antiaeacuterea em Forccedilas Nacionais Destacadas
-
- ABSTRACT
- INTRODUCcedilAtildeO
-
- Definiccedilatildeo do Objectivo de Investigaccedilatildeo
- Justificaccedilatildeo do Tema
- Orientaccedilatildeo Metodoloacutegica
- Siacutentese de Conteuacutedos
-
- CAPIacuteTULO I ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL
-
- I1 Forccedilas Nacionais Destacadas
-
- I11 Enquadramento Histoacuterico
- I12 Forccedilas Nacionais Destacadas ndash O Conceito
-
- I2 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
-
- I21 Tipologia das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
- I22 Manutenccedilatildeo de Paz vs Imposiccedilatildeo de Paz
-
- I3 A Ameaccedila Aeacuterea
-
- CAPIacuteTULO II A PARTICIPACcedilAtildeO DE FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS EM OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES
-
- II1 A Participaccedilatildeo Nacional na IFOR
-
- II11 Antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina
- II12 Case-study o Agrupamento Juacutepiter na Boacutesnia e Herzegovina
-
- II2 A Participaccedilatildeo Nacional na KFOR
-
- II21 Antecedentes do Conflito do Kosovo
- II22 Case-study o Agrupamento Bravo no Kosovo
- II23 Case-study o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista no Kosovo
-
- II3 Reflexotildees sobre o emprego de AAA em CRO
-
- CAPIacuteTULO III A INTEGRACcedilAtildeO DA AAA NA NATO RESPONSE FORCE E NOS BATTLEGROUPS
-
- III1 Os Conceitos de NATO Response Force e de Battlegroups
-
- III11 A NATO Response Force - NRF
- III12 Os Battlegroups
-
- III2 Requisitos para integraccedilatildeo da AAA na NRF
- III3 Requisitos para Integraccedilatildeo da AAA nos Battlegroups
-
- CAPIacuteTULO IV EMPREGO OPERACIONAL DAS UNIDADES DE AAA
-
- IV1 O Niacutevel de Prontidatildeo das Unidades de AAA
-
- IV11 Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais
- IV12 A Lei de Programaccedilatildeo Militar
- IV13 A Prontidatildeo dos Militares de AAA
-
- IV2 O Emprego da AAA como Moacutedulo de Protecccedilatildeo AA
- IV3 O Emprego da AAA na NRF e nos BG
-
- CAPIacuteTULO V CONCLUSOtildeES E PROPOSTAS
- REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
- GLOSSAacuteRIO
- APEcircNDICES
-
- APEcircNDICE A - Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
- APEcircNDICE B - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel de Varela Benroacutes
- APEcircNDICE C - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Ref Pires Saraiva
- APEcircNDICE D - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Tirocinado Antunes Calccedilada
- APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira
- APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro
- APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Crispim Paradelo
- APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Vieira Borges
-
- ANEXOS
-
- ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP
- ANEXO B - Ciclo de uma FND
- ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees
- ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
- ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea
- ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
- ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton
- ANEXO H - Missatildeo da IFOR
- ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR
- ANEXO J - Missatildeo da KFOR
- ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR
- ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL
- ANEXO M - Estrutura da NRF
- ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup
- ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF
- ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup
-
- ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais
- ANEXO R ndash O Link 11B
- ANEXO S ndash O Link 16
-
AACCAADDEEMMIIAA MMIILLIITTAARR
DDIIRREECCCcedilCcedilAtildeAtildeOO DDEE EENNSSIINNOO
CCUURRSSOO DDEE AARRTTIILLHHAARRIIAA
TTRRAABBAALLHHOO DDEE IINNVVEESSTTIIGGAACcedilCcedilAtildeAtildeOO AAPPLLIICCAADDAA
AA PPRROOTTEECCCCCcedilCcedilAtildeAtildeOO AANNTTIIAAEacuteEacuteRREEAA
DDAASS FFOORRCcedilCcedilAASS NNAACCIIOONNAAIISS DDEESSTTAACCAADDAASS
AUTOR Aspirante-Aluno de Artilharia Ricardo Jorge Gomes de Carvalho
ORIENTADOR Coronel de Artilharia Henrique Joseacute Pereira dos Santos
LISBOA Julho de 2009
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS i
DEDICATOacuteRIA
Agrave minha famiacutelia e agrave minha namorada
pelo apoio transmitido
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS ii
AGRADECIMENTOS
Expresso nestas linhas os meus sinceros agradecimentos a todos aqueles cujo apoio e
colaboraccedilatildeo tornaram possiacutevel a elaboraccedilatildeo deste Trabalho de Investigaccedilatildeo Aplicada (TIA)
Sem a vossa colaboraccedilatildeo natildeo teria sido possiacutevel recolher informaccedilotildees esclarecimentos e
partilha de experiecircncias essenciais agrave realizaccedilatildeo de um trabalho desta natureza
Comeccedilaria por exprimir a minha gratidatildeo e reconhecimento pessoal ao Sr Coronel de
Artilharia Henrique Joseacute Pereira dos Santos meu orientador pela permanente
disponibilidade total dedicaccedilatildeo constante acompanhamento e inestimaacutevel saber que me
disponibilizou desde o primeiro momento
Gostaria ainda de agradecer a todos aqueles que de alguma forma colaboraram na
elaboraccedilatildeo do presente trabalho nomeadamente
Sr Major-General Martins Ribeiro da DIOPEMGFA pela disponibilidade simpatia
experiecircncia e conhecimento prestadas durante a entrevista
Sr Coronel Tirocinado de Cavalaria Antunes Calccedilada do IESM pela
disponibilidade e esclarecimento prestado acerca do TO do Kosovo em 1999
Sr Coronel de Infantaria Ref Pires Saraiva pela disponibilidade e esclarecimento
prestado acerca do TO da Boacutesnia e Herzegovina em 1996
Sr Coronel de Artilharia Vieira Borges do IDN pela disponibilidade e preciosos
contributos prestados acerca da situaccedilatildeo actual da AAA Portuguesa
Sr Coronel de Artilharia Gomes da Silva director do curso de Artilharia da
Academia Militar pelo acompanhamento dos Trabalhos de Investigaccedilatildeo Aplicada
Sr Tenente-Coronel de Artilharia Varela Benroacutes do NATO JHQ Lisbon pela
constante disponibilidade simpatia e contributos prestados na entrevista
Sr Tenente-Coronel de Artilharia Crispim Paradelo do RAAA1 pela
disponibilidade e contributos prestados na entrevista
Sr Tenente-Coronel de Infantaria Almeida Sobreira do EME pela disponibilidade
e esclarecimento prestado acerca do TO da Boacutesnia e Herzegovina em 1996 e do TO
do Kosovo em 2005
Sr Major de Artilharia Vicente Pereira da DPFEME pela sua disponibilidade
acompanhamento e pela bibliografia fornecida no decorrer da investigaccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS iii
IacuteNDICE
DEDICATOacuteRIA i
AGRADECIMENTOS ii
IacuteNDICE iii
IacuteNDICE DE FIGURAS vi
IacuteNDICE DE QUADROS vii
LISTA DE ABREVIATURAS viii
LISTA DE SIGLAS ix
RESUMO xiv
ABSTRACT xv
INTRODUCcedilAtildeO 1
Definiccedilatildeo do Objectivo de Investigaccedilatildeo 2
Justificaccedilatildeo do Tema 2
Orientaccedilatildeo Metodoloacutegica 3
Siacutentese de Conteuacutedos 5
CAPIacuteTULO I - ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL 7
I1 Forccedilas Nacionais Destacadas 7
I11 Enquadramento Histoacuterico 7
I12 Forccedilas Nacionais Destacadas ndash O Conceito 8
I2 Operaccedilotildees de Resposta a Crises 9
I21 Tipologia das Operaccedilotildees de Resposta a Crises 10
I22 Manutenccedilatildeo de Paz vs Imposiccedilatildeo de Paz 10
I3 A Ameaccedila Aeacuterea 11
CAPIacuteTULO II - A PARTICIPACcedilAtildeO DE FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS EM
OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES 13
II1 A Participaccedilatildeo Nacional na IFOR 13
Iacutendice
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS iv
II11 Antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina 14
II12 Case-study o Agrupamento Juacutepiter na Boacutesnia e Herzegovina 15
II2 A Participaccedilatildeo Nacional na KFOR 16
II21 Antecedentes do Conflito do Kosovo 17
II22 Case-study o Agrupamento Bravo no Kosovo 18
II23 Case-study o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista no Kosovo 20
II3 Reflexotildees sobre o emprego de AAA em CRO 21
CAPIacuteTULO III - A INTEGRACcedilAtildeO DA AAA NA NATO RESPONSE FORCE E NOS
BATTLEGROUPS 24
III1 Os Conceitos de NATO Response Force e de Battlegroup 25
III11 A NATO Response Force - NRF 25
III12 Os Battlegroups 26
III2 Requisitos para integraccedilatildeo da AAA na NRF 27
III3 Requisitos para Integraccedilatildeo da AAA nos Battlegroups 28
CAPIacuteTULO IV - EMPREGO OPERACIONAL DAS UNIDADES DE AAA 29
IV1 O Niacutevel de Prontidatildeo das Unidades de AAA 29
IV11 Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais 30
IV12 A Lei de Programaccedilatildeo Militar 32
IV13 A Prontidatildeo dos Militares de AAA 33
IV2 O Emprego da AAA como Moacutedulo de Protecccedilatildeo AA 34
IV3 O Emprego da AAA na NRF e nos BG 36
CAPIacuteTULO V - CONCLUSOtildeES E PROPOSTAS 37
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 40
GLOSSAacuteRIO 46
APEcircNDICES 48
APEcircNDICE A - Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo 49
APEcircNDICE B - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel de Varela Benroacutes 50
APEcircNDICE C - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Ref Pires Saraiva 51
APEcircNDICE D - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Tirocinado Antunes Calccedilada 52
Iacutendice
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS v
APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira 53
APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro 54
APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Crispim Paradelo 55
APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Vieira Borges 56
ANEXOS 57
ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP 58
ANEXO B - Ciclo de uma FND 63
ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees 64
ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises 65
ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea 67
ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte 68
ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton 70
ANEXO H - Missatildeo da IFOR 71
ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR 72
ANEXO J - Missatildeo da KFOR 73
ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR 74
ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL 75
ANEXO M - Estrutura da NRF 76
ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup 77
ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF 78
ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup 79
ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais 80
ANEXO R ndash O Link 11B 81
ANEXO S ndash O Link 16 82
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS vi
IacuteNDICE DE FIGURAS
Figura 1 Os 3 periacuteodos distintos de uma FND 63
Figura 2 Espectro das Operaccedilotildees 64
Figura 3 Proliferaccedilatildeo da Ameaccedila Aeacuterea 67
Figura 4 Relaccedilatildeo de CustosEquipamento 67
Figura 5 Paiacuteses-membros da OTAN 69
Figura 6 Divisatildeo Territorial da Boacutesnia e Herzegovina em 1995 70
Figura 7 Logoacutetipo da IFOR 71
Figura 8 Estrutura de C2 da IFOR 72
Figura 9 Logoacutetipo da KFOR 73
Figura 10 Estrutura de C2 da KFOR 74
Figura 11 Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral 75
Figura 12 Sistema Radar NC1 75
Figura 13 Estrutura da NRF 76
Figura 14 Estrutura geneacuterica de um Battlegroup 77
Figura 15 Modelo do BG Francecircs 79
Figura 16 O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral 80
Figura 17 O Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger 80
Figura 18 O Radar PSTAR 80
Figura 19 Interface do Link 11B 81
Figura 20 Utilizadores do Link 16 82
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS vii
IacuteNDICE DE QUADROS
Quadro 1 FND no TO de Moccedilambique 58
Quadro 2 FND no TO de Angola 58
Quadro 3 FND no TO da Boacutesnia e Herzegovina 59
Quadro 4 FND no TO do Kosovo 60
Quadro 5 FND no TO de Timor-Leste 60
Quadro 6 FND no TO do Zaire 61
Quadro 7 FND no TO da Guineacute-Bissau 61
Quadro 8 FND no TO do Afeganistatildeo 61
Quadro 9 FND no TO do Liacutebano 62
Quadro 10 Participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF 78
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS viii
LISTA DE ABREVIATURAS
Agr Agrupamento
BIMec Batalhatildeo de Infantaria Mecanizado
BIMoto Batalhatildeo de Infantaria Motorizado
BIPara Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista
BrigInt Brigada de Intervenccedilatildeo
BrigMec Brigada Mecanizada
CAt Companhia de Atiradores
CAtPara Companhia de Atiradores Paacutera-quedista
CCmds Companhia de Comandos
CEng Companhia de Engenharia
Cmdt Comandante
FwN Framework Nation
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS ix
LISTA DE SIGLAS
A AG Apoio Geral
AA Antiaeacuterea
AAA Artilharia Antiaeacuterea
AC Artilharia de Campanha
AFOR Albania Force
AM Academia Militar
AO Aacuterea de Operaccedilotildees
AOR Area Of Responsibility
AP Auto-propulsada
B BAAA Bateria de Artilharia Antiaeacuterea
BAI Brigada Aerotransportada Independente
BIAT Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado
BLI Brigada Ligeira de Intervenccedilatildeo
BMI Brigada Mecanizada Independente
BRR Brigada de Reacccedilatildeo Raacutepida
C C2 Comando e Controlo
C2EA
C4I Comando Controlo Comunicaccedilotildees Computadores e
Informaccedilotildees
CAP Common Air Picture
CEDN Conceito Estrateacutegico de Defesa Nacional
CEM Conceito Estrateacutegico Militar
CEME Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito
CIMIC Civil-Military Cooperation
CJSOR Combined Joint Statement of Requirements
COMKFOR Commander Kosovo Force
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS x
CP Conflict Prevention
CRC Crowd amp Riot Control
CRO Crisis Response Operations
CSNU Conselho de Seguranccedila das Naccedilotildees Unidas
D DIOP Divisatildeo de Operaccedilotildees
E EMGFA Estado-Maior General das Forccedilas Armadas
EOD Explosive Ordnance Disposal
EOM Encargo Operacional de Material
EOP Encargo Operacional de Pessoal
EUA Estados Unidos da Ameacuterica
EUFOR European Union Force
F FA Forccedilas Armadas
FAAR Forward Alerting Area Radar
FAP Forccedila Aeacuterea Portuguesa
FORREC Forccedila de Recolha
FORREZ Forccedila de Recolha do Zaire
G GAAA Grupo de Artilharia Antiaeacuterea
H HIMAD High and Medium Air Defense
HO Humanitarian Operations
I IDN Instituto de Defesa Nacional
IEBL Inter Entity Boundary Line
IESM Instituto de Estudos Superiores Militares
IFF Identification Friend or Foe
IFOR Implementation Force
ISAF International Security Assistance Force
J JTIDS Joint Tactical Information Distribution System
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xi
K KVM Kosovo Verification Mission
L LPM Lei de Programaccedilatildeo Militar
M MANPAD Man Portable Air Defense
MHP Missotildees Humanitaacuterias e de Paz
MNB Multinational Brigade
MNBC Multinational Brigade Center
MNBE Multinational Brigade East
MNBN Multinational Brigade North
MNBS Multinational Brigade South
MNBW Multinational Brigade West
MNDN Multinational Division North
MNDSE Multinational Division Southeast
MNDSW Multinational Division Southwest
MONUA Missatildeo de Observaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas em Angola
MTA Military Technical Agreement
N NAC North Atlantic Council
NAMSA NATO Maintenance amp Supply Agency
NRBQ Nuclear Radioloacutegico Bioloacutegico e Quiacutemico
NRF NATO Response Force
O OCAR Oficial Coordenador de Reequipamento
OI Organizaccedilotildees Internacionais
ONG Organizaccedilotildees Natildeo Governamentais
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OSCE Organizaccedilatildeo para a Seguranccedila e Cooperaccedilatildeo na Europa
OTAN Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
P PB Peace Building
PC Posto de Comando
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xii
PE Peace Enforcement
PK Peace Keeping
PM Peacemaking
PPRC PortuguecircsPortaacutetil Raacutedio de Campanha
PSTAR Portable Search and Target Acquisition Radar
PSYOPS Psychological Operations
Q QG Quartel-General
QO Quadro Orgacircnico
R RAAA1 Regimento de Artilharia Antiaeacuterea Nordm1
RAP Recognized Air Picture
RAM Rocket Artillery amp Mortar
RFM Relatoacuterio de Fim de Missatildeo
ROE Rules Of Engagement
S SACEUR Supreme Allied Commander Europe
SAR Search and Rescue
SFN Sistema de Forccedilas Nacional
SFOR Stabilization Force
SHORAD Short Range Air Defense
STPT Stinger Troop Proficiency Trainer
T TACP Tactical Air Control Party
TACRES Tactical Reserve
TADIL Tactical Digital Information
THT Tracking Head Trainer
TIA Trabalho de Investigaccedilatildeo Aplicada
TO Teatro de Operaccedilotildees
TOA Transfer Of Authority
TPOA Tirociacutenio Para Oficial de Artilharia
U UEO UnidadeEstabelecimentoOacutergatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xiii
UAV Unmanned Aerial Vehicle
UCK Ushtria Clivoimtare Kosoves
UE Uniatildeo Europeia
UEB Unidade Escalatildeo Batalhatildeo
UEC Unidade Escalatildeo Companhia
UNAVEM United Nations Verification Mission
UNIFIL United Nations Interim Force in Lebanon
UNMISET United Nations Mission In Support of East Timor
UNMOZ United Nations Operation in Mozambique
UNPROFOR United Nations Protection Force
UNSCR United Nation Security Council Resolution
UNTAET United Nations Transitional Administration in East Timor
UNTAG United Nations Transition Assistance Group
UT Unidade de Tiro
V VBTP Viatura Blindada de Transporte de Pessoal
VCB Vigilacircncia do Campo de Batalha
W WSPC Weapon System Partnership Committee
Z ZOS Zone Of Separation
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xiv
RESUMO
O presente trabalho tem como objectivo analisar a capacidade de emprego de unidades
de Artilharia Antiaeacuterea em Forccedilas Nacionais Destacadas
Para concretizar este objectivo procedeu-se ao estudo da participaccedilatildeo nacional em Operaccedilotildees
de Resposta a Crises recorrendo agrave anaacutelise trecircs casos de estudo distintos Ainda neste acircmbito foi
igualmente abordada a perspectiva de participaccedilatildeo nas iniciativas de defesa no acircmbito da
Organizaccedilatildeo do Tratado do Atlacircntico Norte e da Uniatildeo Europeia (a NATO Response Force e os
Battlegroups respectivamente)
Decorrente desta anaacutelise surgiu a necessidade de investigar acerca da actual prontidatildeo das
unidades de Artilharia Antiaeacuterea O referido estudo teve por base a anaacutelise dos recursos humanos e
materiais bem como as actividades de treino desenvolvidas
Conclui-se que a limitaccedilatildeo de recursos materiais tem vindo a hipotecar a participaccedilatildeo das
unidades de Artilharia Antiaeacuterea em forccedilas projectaacuteveis muito especialmente devido agrave ausecircncia de
um sistema de comando e controlo Poreacutem consideramos que as unidades de Artilharia Antiaeacuterea
tecircm o seu papel a desempenhar em Operaccedilotildees de Resposta a Crises sendo preponderantes na
garantia da protecccedilatildeo antiaeacuterea em cenaacuterios de alta intensidade ou no inicio das operaccedilotildees
O processo de reequipamento previsto na Lei de Programaccedilatildeo Militar permitiraacute colmatar as
lacunas existentes ao niacutevel dos recursos materiais devendo ser atribuiacuteda prioridade agrave aquisiccedilatildeo de
um sistema de comando e controlo
Palavras-chave ARTILHARIA ANTIAEREA FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS
OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES PROTECCcedilAtildeO ANTIAEREA REEQUIPAMENTO
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xv
ABSTRACT
This study aims to examine the viability of employing units of air defense artillery in
expeditionary forces
To achieve this purpose an analysis was made of the national participation in Crisis
Response Operations This analysis was based on three different case studies In this
context the prospect of participation was also considered in defense activities within the
Organization of the North Atlantic Treaty and the European Union (NATO Response Force
and the Battle groups respectively)
It became clear from this analysis that it would be necessary to investigate the current
readiness of the air defense artillery units This study was based on the analysis of the
human and material resources and training activities undertaken
It is concluded that the limitation of material resources has been preventing the
participation of air defense artillery units in expeditionary forces especially due to the
absence of a command and control system However we believe that the air defense artillery
units have a role to play in Crisis Response Operations especially in scenarios of high
intensity or at the beginning of operations ensuring adequate air defense
The process of material re-equipment provided for the Military Programme will bridge the
gaps in terms of material resources Priority should be given to purchasing the command
and control system
Key-words AIR DEFENSE ARTILLERY EXPEDTIONARY FORCES CRISIS RESPONSE
OPERATIONS AIR DEFENSE RE-EQUIPMENT
ldquo (hellip) A protecccedilatildeo da Forccedila natildeo eacute negociaacutevel ldquo
(Raleiras 2002)
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 1
INTRODUCcedilAtildeO
O presente Trabalho de Investigaccedilatildeo Aplicada (TIA) estaacute enquadrado no estaacutegio de
natureza profissional do Tirociacutenio Para Oficial de Artilharia (TPOA) dos cursos da Academia
Militar (AM) subordinado ao tema ldquoA Protecccedilatildeo Antiaeacuterea das Forccedilas Nacionais
Destacadasrdquo
Com o colapso da Uniatildeo Sovieacutetica e com as constantes mudanccedilas no paradigma de
seguranccedila e defesa os Estados as Organizaccedilotildees Internacionais (OI) e ateacute as Organizaccedilotildees
Natildeo Governamentais (ONG) assistem ao aparecimento de uma nova conflitualidade com
novos actores riscos e ameaccedilas que reclamaratildeo certamente novos e diferentes tipos de
resposta (Espiacuterito Santo 2006)
Neste contexto de transformaccedilatildeo Portugal encontra-se integrado na comunidade
internacional atraveacutes da sua participaccedilatildeo em diversas OI vinculando-se a um conjunto de
responsabilidades inerentes ao seu quadro de alianccedilas Desta forma as Forccedilas Armadas
(FA) tecircm-se constituiacutedo como uma poderosa ferramenta no apoio agrave poliacutetica externa nacional
indo de encontro ao que estaacute previsto no Conceito Estrateacutegico de Defesa Nacional (CEDN)1
Com base na lei fundamental2 as FA e particularmente o Exeacutercito3 tecircm vindo a
participar em Missotildees Humanitaacuterias e de Paz (MHP) ao longo das duas uacuteltimas deacutecadas
Estes tipos de missotildees tecircm-se afirmado como as ldquooperaccedilotildees contemporacircneasrdquo natildeo
esquecendo poreacutem a capacidade que o Exeacutercito deteacutem em conduzir ldquooperaccedilotildees
convencionaisrdquo se assim for necessaacuterio uma vez que estas constituem a essecircncia do seu
conteuacutedo
Ainda no acircmbito de apoio agrave poliacutetica externa do Estado o Exeacutercito tem vindo a integrar-
se em estruturas militares de acircmbito multinacional que constituem o exemplo do
modernismo e da transformaccedilatildeo como a NATO Response Force (NRF) e os Battlegroups
(BG) A participaccedilatildeo do Exeacutercito neste tipo de estruturas tem proporcionado agraves suas fileiras
um elevado niacutevel de treino e experiecircncia operacional inseridos num quadro de cooperaccedilatildeo
internacional
1 Resoluccedilatildeo de Conselho de Ministros nordm 62003 CEDN
2 De acordo com o nordm 5 do Artigo 275ordm da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Portuguesa
3 De acordo com o Decreto-Lei nordm 612006 de 21 de Marccedilo
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 2
Definiccedilatildeo do Objectivo de Investigaccedilatildeo
Pretendemos com este TIA abordar a problemaacutetica da participaccedilatildeo de unidades de
Artilharia Antiaeacuterea (AAA) em MHP quando estas actuam no acircmbito da sua missatildeo
especiacutefica a protecccedilatildeo antiaeacuterea da forccedila face agrave ameaccedila aeacuterea Esta ameaccedila aeacuterea eacute
decididamente um factor importante a ter em conta especialmente em situaccedilotildees de
ldquoaberturardquo do Teatro de Operaccedilotildees (TO) onde existem escassas informaccedilotildees sobre a
ameaccedila aeacuterea e o clima de incerteza e instabilidade impera
Ambicionamos tambeacutem efectuar uma reflexatildeo sobre a eventual participaccedilatildeo de
unidades de AAA em ldquo (hellip) forccedilas multinacionais orientadas para a intervenccedilatildeo fora do
territoacuterio dos paiacuteses membros (hellip) ldquo (Baptista 2007 p348) como a NRF e os BG Prevecirc-se
que este tipo de estruturas militares ganhe uma maior preponderacircncia num futuro proacuteximo
no que diz respeito agrave intervenccedilatildeo em conflitos natildeo devendo as unidades de AAA nacionais
ficar agrave margem deste desafio
Justificaccedilatildeo do Tema
O presente TIA aborda um tema de reconhecido interesse no seio artilheiro jaacute que o
seu estudo iraacute certamente potenciar uma reflexatildeo sobre esta temaacutetica que tem tanto de
importante como de actual ldquo (hellip) Apesar de natildeo ter participado de uma forma significativa
nas FND nomeadamente com unidades constituiacutedas eacute de importacircncia decisiva para o
futuro da Arma que sejam rapidamente levantadas e solucionadas as questotildees mais
pertinentes que dizem respeito ao seu envolvimento neste desafiordquo (Santos 2007 p235)
Embora existam registos da participaccedilatildeo de subunidades de AAA em FND no acircmbito
das MHP estas estavam integradas em unidades de manobra executando outras missotildees
fora do acircmbito da AAA Como exemplo temos o caso do pelotatildeo de Antiaeacuterea (AA)
proveniente do Regimento de Artilharia Antiaeacuterea Nordm 1 (RAAA1) que integrou a
1ordfCAtAgrFoxtrot na missatildeo UNMISET4 desenvolvendo tarefas especiacuteficas de um pelotatildeo de
atiradores
Ao analisar a constituiccedilatildeo das FND empregues em MHP verificamos que desde a sua
geacutenese tecircm sido constituiacutedas por unidades de Infantaria de Reconhecimento de
Transmissotildees de Apoio Logiacutestico Sanitaacuterias de Engenharia e de Operaccedilotildees Especiais No
que diz respeito agraves unidades que integraram a NRF e os BG o cenaacuterio eacute semelhante
verificando-se ateacute ao momento a presenccedila de unidades de Operaccedilotildees Especiais de
Reconhecimento de Infantaria de Poliacutecia Militar e de Engenharia Desta forma eacute
evidentemente perceptiacutevel que apenas a Artilharia (de Campanha e Antiaeacuterea) tem sido
deixada agrave margem destas duas realidades que atravessam o Exeacutercito Efectivamente tem
4 UNMISET ndash United Nations Mission In Support of East Timor
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 3
sido feito um esforccedilo para contrariar esta tendecircncia e recentemente foi anunciada a
participaccedilatildeo de uma Bateria de Artilharia de Campanha (AC) na NRF 14 que estaraacute em
stand by durante o primeiro semestre do ano de 2010 Ao concretizar-se esta participaccedilatildeo
as unidades de AAA tornar-se-atildeo as uacutenicas a serem excluiacutedas desta nova realidade que satildeo
as FND
Delimitaccedilatildeo do Tema
Ao abordarmos um tema desta natureza bastante vasto e feacutertil existe a necessidade de
fazer a limitaccedilatildeo precisa das fronteiras de pesquisa bem como dos campos que
pretendemos abranger Por isso apesar de a designaccedilatildeo FND seja transversal aos trecircs
ramos das FA vamos cingir-nos unicamente agraves FND do Exeacutercito uma vez que estatildeo
directamente ligadas a temaacutetica em estudo
Assim sendo foi nossa opccedilatildeo investigar sobre a presenccedila do Exeacutercito nas MHP e nas
forccedilas militares de acircmbito multinacional (NRF e BG)
No contexto das MHP Portugal participou em diferentes TO no acircmbito de diferentes OI
poreacutem abordamos unicamente a participaccedilatildeo nacional sob a eacutegide da Organizaccedilatildeo do
Tratado Atlacircntico Norte (OTAN) Justificamos esta opccedilatildeo com o facto da recente
participaccedilatildeo nacional em MHP ter sido sob os auspiacutecios da Alianccedila Atlacircntica no acircmbito das
Operaccedilotildees de Resposta a Crises (CRO)5 natildeo desprezando poreacutem a FNDUNIFIL6
presente no Liacutebano ao abrigo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU)
Seraacute analisada ainda a participaccedilatildeo nacional na NRF no acircmbito da OTAN e nos BG no
domiacutenio da Uniatildeo Europeia (UE) perspectivando os possiacuteveis contributos de unidades de
AAA nacionais
Orientaccedilatildeo Metodoloacutegica7
Segundo Sarmento (2008) a metodologia visa a descriccedilatildeo precisa do problema dos
meacutetodos das teacutecnicas e dos instrumentos de pesquisa utilizados no trabalho Os
procedimentos utilizados devem ser descritos de forma loacutegica
O nosso processo de investigaccedilatildeo cientiacutefica8 desencadeou-se em 2008 com uma
pesquisa bibliograacutefica na biblioteca da AM e do IESM9 com o objectivo de encontrar
informaccedilatildeo que nos permitisse identificar o nosso problema de investigaccedilatildeo Esta pesquisa
5 CRO ndash Crisis Response Operations
6 UNIFIL ndash United Nations Interim Force in Lebanon
7 Ver Apecircndice 1 ndash Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
8 Segundo Sarmento (2008) o processo de investigaccedilatildeo cientiacutefica eacute composto por 3 fases exploratoacuteria analiacutetica
e conclusiva 9 IESM ndash Instituto de Estudos Superiores Militares
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 4
consistiu na selecccedilatildeo de documentos nacionais e estrangeiros como os manuais da
doutrina nacional doutrina da Alianccedila e as publicaccedilotildees do exeacutercito norte-americano
Durante a pesquisa constataacutemos a existecircncia de poucos trabalhos directamente
relacionados com a problemaacutetica em investigaccedilatildeo facto que julgamos ser aliciante porque
tratamos um tema importante poreacutem pouco abordado Para aleacutem desta pesquisa
bibliograacutefica realizamos tambeacutem diversas conversas de caraacutecter exploratoacuterio com Oficiais
de diferentes Armas no sentido de obter perspectivas distintas sobre a temaacutetica em estudo
O passo seguinte no processo de investigaccedilatildeo foi a formulaccedilatildeo das questotildees de
investigaccedilatildeo na qual tentamos exprimir o mais exactamente possiacutevel o que procuramos
saber (IESM 2004)
Para o tema em anaacutelise levantaram-se vaacuterias questotildees agraves quais seria pertinente obter
uma resposta sobretudo agrave questatildeo que definimos como central ldquoQual o possiacutevel
enquadramento das unidades de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo primaacuteriardquo
A partir desta questatildeo central surgem algumas questotildees derivadas
Porque razatildeo as unidades de AAA natildeo participam actualmente em MHP no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Quais os cenaacuterios de emprego das unidades de AAA em FND
Em caso de participaccedilatildeo em MHP qual seria o escalatildeo das unidades de AAA
a empregar
Seraacute que as unidades de AAA nacionais possuem o niacutevel de prontidatildeo exigido
para integrarem as NRF e os BG
Apoacutes alguma reflexatildeo sobre o tema em investigaccedilatildeo construiacutemos as hipoacuteteses de
investigaccedilatildeo ldquoestas satildeo proposiccedilotildees conjecturais que constituem respostas possiacuteveis agraves
questotildees de investigaccedilatildeordquo (Sarmento 2008 p9)
Obtendo assim as seguintes hipoacuteteses
1 Porque o CJSOR10 natildeo identifica a necessidade de uma valecircncia de protecccedilatildeo AA
da forccedila
2 Em cenaacuterios de alta intensidade ou no lanccedilamento das operaccedilotildees
3 Ao niacutevel das Unidade Escalatildeo Companhia (UEC) e das Unidades Escalatildeo Batalhatildeo
(UEB) normalmente empregues em FND seria empregue uma forccedila de organizaccedilatildeo
modular
4 Existem lacunas ao niacutevel dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
Depois de construiacutedas as hipoacuteteses de investigaccedilatildeo procedemos a um periacuteodo de
profunda reflexatildeo existindo a necessidade de seleccionar os meacutetodos cientiacuteficos11
10
CJSOR ndash Combined Joint Statement of Requirements 11
Meacutetodos em investigaccedilatildeo cientiacutefica observaccedilatildeo directa critico experimental demonstrativo sistemaacutetico
inquisitivo histoacuterico dedutivo e indutivo (Sarmento 2008)
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 5
adequados agrave presente investigaccedilatildeo e agrave obtenccedilatildeo de uma resposta agrave questatildeo central Assim
adoptaacutemos o meacutetodo criacutetico (efectuando uma observaccedilatildeo criacutetica da situaccedilatildeo actual das
unidades de AAA no que diz respeito agrave participaccedilatildeo em FND) e o meacutetodo inquisitivo (atraveacutes
da elaboraccedilatildeo de entrevistas)
Aprofundaacutemos a nossa pesquisa bibliograacutefica inicial recorrendo tambeacutem a publicaccedilotildees
perioacutedicas documentos electroacutenicos e agrave legislaccedilatildeo em vigor
Tivemos ainda a oportunidade de assistir agrave palestra onde foram apresentadas as
conclusotildees do workshop realizado no RAAA1 entre os dias 09 e 11 de Dezembro de 2008
onde foi abordado entre outros o tema relacionado com ldquoO apoio da Artilharia Antiaeacuterea agraves
Brigadas em Operaccedilotildeesrdquo e que revelou ser proveitoso para a nossa investigaccedilatildeo
Ao longo da evoluccedilatildeo do TIA as conversas exploratoacuterias com Oficiais foram
substituiacutedas por entrevistas12 semi-estruturadas13 que na nossa opiniatildeo enriqueceram
muito o presente trabalho A realizaccedilatildeo destas entrevistas permitiu conhecer a opiniatildeo dos
entrevistados sobre questotildees pertinentes ao nosso tema bem como a partilha de
experiecircncias e informaccedilotildees que de outra forma seriam impossiacuteveis de angariar
Depois da recolha de todas estas informaccedilotildees e da sua anaacutelise terminaacutemos a fase
analiacutetica do meacutetodo de investigaccedilatildeo cientiacutefica e entraacutemos na uacuteltima fase deste processo a
fase conclusiva Nesta fase procedeu-se agrave verificaccedilatildeo das hipoacuteteses levantadas
anteriormente sob as quais fundaacutemos as nossas conclusotildees
Siacutentese de Conteuacutedos
O presente trabalho eacute constituiacutedo por uma Introduccedilatildeo quatro Capiacutetulos e
ConclusotildeesPropostas
Apoacutes a Introduccedilatildeo no Capiacutetulo I procede-se agrave elaboraccedilatildeo de um Enquadramento
Conceptual que tem como finalidade familiarizar o leitor com os principais conceitos
abordados no presente trabalho
No Capiacutetulo II examina-se a participaccedilatildeo nacional em MHP procurando saber qual o
possiacutevel enquadramento das unidades de AAA neste tipo de operaccedilotildees atraveacutes da anaacutelise
de trecircs casos de estudo distintos
O Capiacutetulo III aborda os conceitos de NRF e de BG definindo os requisitos necessaacuterios
para que as unidades de AAA possam integrar estas estruturas militares de caraacutecter
multinacional
No Capiacutetulo IV procede-se ao estudo da situaccedilatildeo actual das unidades de AAA
analisando os equipamentos sistemas de armas e prontidatildeo dos militares Face agrave anaacutelise
12
Todas as entrevistas foram de caraacutecter presencial tendo sido os entrevistados previamente contactados 13
Os entrevistados responderam agraves perguntas de um guiatildeo Os guiotildees das entrevistas encontram-se em
apecircndice
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 6
realizada efectuou-se ainda uma perspectiva do que poderaacute ser a participaccedilatildeo de unidades
de AAA nacionais em MHP na NRF e nos BG
Por fim no Capiacutetulo V apresentam-se as conclusotildees e propostas onde se pretende
fundamentalmente responder agrave questatildeo central e efectuar a confirmaccedilatildeo (total ou parcial)
ou a negaccedilatildeo das hipoacuteteses previamente levantadas Apresenta-se igualmente um conjunto
de propostas que tem como objectivo melhorar algumas das lacunas identificadas durante o
presente estudo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 7
CAPIacuteTULO I
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL
Antes de iniciar a anaacutelise do tema em investigaccedilatildeo achaacutemos conveniente delinear
alguns conceitos base com o propoacutesito de enquadrar o leitor com a problemaacutetica abordada
ao longo deste TIA Importa realccedilar que acerca deste enquadramento conceptual haveria
certamente muito para acrescentar Contundo natildeo sendo esse o objectivo apelaacutemos agrave
nossa capacidade de siacutentese durante a sua elaboraccedilatildeo
I1 Forccedilas Nacionais Destacadas
O Exeacutercito tem vindo a constituir FND que tecircm sido empenhadas num quadro
multinacional sob o comando de diferentes OI Desempenham missotildees ldquoditas de paz
embora de uma forma conceptual se enquadrem naquilo que vulgarmente se designam por
Operaccedilotildees de Resposta a Crises (no acircmbito NATO) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz (no acircmbito
ONU) ou ateacute mesmo Operaccedilotildees de Estabilizaccedilatildeo e Apoio (considerando a doutrina do
exeacutercito dos EUA) rdquo (Santos 2007p235)
Ao tentarmos clarificar o conceito de FND deparamo-nos com a inexistecircncia de uma
definiccedilatildeo oficial pelo que optaacutemos por traccedilar a nossa proacutepria definiccedilatildeo e enquadraacute-la no
acircmbito da nossa investigaccedilatildeo
I11 Enquadramento Histoacuterico
ldquoAs mudanccedilas que tiveram lugar no sistema internacional desde 1991 levaram os
estados democraacuteticos ao desempenho de novos papeacuteis nas relaccedilotildees internacionais
designadamente atraveacutes do emprego de contingentes militaresrdquo (Leandro 2002 p317)
Enquadrado neste contexto Portugal tem vindo a participar activamente em MHP
sendo necessaacuterio recuar aos finais da deacutecada de oitenta para encontrar a primeira
presenccedila14 nacional na UNTAG15 onde cooperaram trecircs oficiais do Exeacutercito Portuguecircs na
supervisatildeo do processo eleitoral Esta participaccedilatildeo foi seguida da Operaccedilatildeo das Naccedilotildees
14
Esta eacute a primeira participaccedilatildeo nacional em MHP apoacutes o conflito ultramarino jaacute que a geacutenese da participaccedilatildeo
nacional remonta ao ano de 1958 com a UNOGIL (United Nation Observer Group in Lebanon) 15
UNTAG ndash United Nations Transition Assistance Group
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 8
Unidas em Moccedilambique (UNMOZ)16 entre Abril de 1993 e Dezembro de 1994 na qual o
Exeacutercito Portuguecircs contribuiu com um Batalhatildeo de Transmissotildees e com observadores
militares
A partir desta operaccedilatildeo o Exeacutercito atingiu uma absoluta integraccedilatildeo neste tipo
operaccedilotildees militares edificando um longo historial de participaccedilatildeo materializado com a
presenccedila em cerca de sessenta e quatro MHP dispersas por vinte e trecircs TO17 e dois paiacuteses
adjacentes a TO18 Ao longo da sua colaboraccedilatildeo em MHP ao abrigo das diversas OI o
Exeacutercito Portuguecircs empenhou um efectivo19 total de vinte mil quinhentos e vinte e um
militares (RCMAGabCEME 2009)
I12 Forccedilas Nacionais Destacadas ndash O Conceito
O longo histoacuterico de participaccedilatildeo nacional em missotildees no exterior tem-se concretizado
em diferentes moldes atraveacutes de militares inseridos em unidades constituiacutedas (como por
exemplo o AgrBravo na KFOR20) de observadores militares (como por exemplo os trecircs
oficiais que integraram a UNTAG) ou ainda de elementos em funccedilotildees de estado-maior
(como os militares que integraram o Quartel-General (QG) da AFOR21)
Importa distinguir a participaccedilatildeo de caraacutecter individual (observadores militares e
elementos em funccedilotildees de estado-maior) da participaccedilatildeo de unidades constituiacutedas que
actuam como uma ldquoForccedilardquo22 Assim usaacutemos o termo FND unicamente para nos referirmos
agraves unidades constituiacutedas definindo-o de acordo com aquilo que tem sido a experiecircncia
nacional23 nas uacuteltimas duas deacutecadas uma FND eacute uma unidade militar devidamente
comandada treinada equipada e enquadrada que cumpre uma missatildeo no exterior do
territoacuterio nacional no acircmbito da satisfaccedilatildeo dos compromissos internacionais assumidos por
Portugal a sua constituiccedilatildeo eacute normalmente mission tailored ou seja eacute orientada para a
missatildeo de forma a respeitar as CJSOR
Eacute estabelecido um encargo operacional de pessoal (EOP) e um encargo operacional de
material (EOM) com base numa unidade constituiacuteda do Sistema de Forccedilas Nacional (SFN)
que pode ser ajustada com moacutedulos para satisfazer as CJSOR Um exemplo deste tailoring
16
UNMOZ ndash United Nations Operation in Mozambique 17
Boacutesnia e Herzegovina Timor-Leste Angola Kosovo Moccedilambique Ex-Jugoslaacutevia Congo Guineacute-Bissau
Macedoacutenia Saara Ocidental Albacircnia Afeganistatildeo Liacutebano Croaacutecia Namiacutebia Costa do Marfim Libeacuteria Burundi
Iraque Sudatildeo Chade Etioacutepia Paquistatildeo 18
Aacutefrica do Sul e Austraacutelia 19
Referente ateacute ao mecircs de Abril de 2009 (RCMAGabCEME 2009) 20
KFOR ndash Kosovo Force 21
AFOR ndash Albania Force 22
ldquoForccedilardquo ndash ldquoUm conjunto de militares sistemas de armas equipamento ou a combinaccedilatildeo destesrdquo (JP
2006p210) 23
Ver Anexo A ndash Histoacuterico das FND nas MHP
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 9
eacute o caso das CCmds no Afeganistatildeo que incluiacuteam um TACP24 da Forccedila Aeacuterea Portuguesa
(FAP) apesar de em situaccedilotildees normais este natildeo estar previsto no quadro orgacircnico (QO)
das CCmds
No que diz respeito ao seu modo de emprego as FND possuem algumas
particularidades como o facto de atravessarem trecircs periodos25 distintos o aprontamento a
conduta da operaccedilatildeo e por fim a desactivaccedilatildeofim de missatildeo (Leandro2001)
I2 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Apoacutes a decisatildeo de analisar unicamente a participaccedilatildeo nacional em missotildees no acircmbito
da Alianccedila Atlacircntica torna-se fundamental distinguir as operaccedilotildees previstas no conceito
estrateacutegico da OTAN Estas abrangem um vasto espectro26 podendo ser operaccedilotildees com
base no artigo 5ordm27 (referentes ao Tratado do Atlacircntico Norte28) ou operaccedilotildees de natildeo-artigo
5ordm normalmente designadas por CRO
A participaccedilatildeo das FND em missotildees da OTAN efectuou-se sempre no acircmbito das CRO
razatildeo pela qual abordaacutemos a participaccedilatildeo nacional apenas neste acircmbito Este facto poreacutem
natildeo inviabiliza que as FND natildeo possam vir a ser empregues em missotildees de caraacutecter mais
robusto como por exemplo operaccedilotildees ao abrigo do artigo 5ordm da Alianccedila Atlacircntica
O facto de a participaccedilatildeo nacional ter sido sempre feita em CRO faz com que exista a
necessidade de proceder agrave sua caracterizaccedilatildeo de forma a esclarecer a sua natureza e
tipologia de operaccedilotildees
O actual sistema internacional marcado pela eclosatildeo de focos de tensatildeo e de conflitos
regionais com base em nacionalismos e diferenccedilas eacutetnicas culturais e religiosas
possibilitou o aparecimento de uma ameaccedila multifacetada imprevisiacutevel e transnacional O
advento desta ameaccedila levou os Estados ao desenvolvimento de mecanismos colectivos
para a satisfaccedilatildeo de necessidades de seguranccedila conjuntas evitando o escalar da violecircncia
a niacutevel mundial e promovendo a estabilidade internacional
Neste contexto a Alianccedila Atlacircntica tem-se assumido como catalisadora na prevenccedilatildeo e
resoluccedilatildeo de crises procedendo agrave actualizaccedilatildeo e desenvolvimento da doutrina de emprego
das FA permitindo que estas sejam empregues neste tipo de operaccedilotildees (EME 2005)
24
TACP - Tactical Air Control Party 25
Ver Anexo B - Ciclo de uma FND 26
Ver Anexo C - Espectro das Operaccedilotildees 27
Artigo 5ordm do Tratado do Atlacircntico Norte - ldquo (hellip) As Partes concordam que um ataque armado contra um ou
vaacuterios paiacuteses membros na Europa ou nos EUA seraacute considerado um ataque contra todos e consequentemente
concordam que se tal ataque armado se verificar cada um no exerciacutecio do direito de legiacutetima defesa individual
ou colectiva reconhecido pelo artigo 51 deg da Carta das Naccedilotildees Unidas prestaraacute assistecircncia agrave Parte ou Partes
atacadas (hellip) incluindo o uso da forccedila (hellip)ldquo (NATO 1949) 28
O Tratado Atlacircntico Norte foi assinado em 4 de Abril de 1949 e estabelecido ao abrigo do artigo 51ordm da Carta
das Naccedilotildees Unidas o qual reafirma o direito inerente dos Estados Independentes agrave defesa individual ou
colectiva
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 10
Perante este cenaacuterio as CRO surgem como ldquo (hellip) operaccedilotildees multifuncionais que abrangem
actividades poliacuteticas militares e civis executadas de acordo com a lei internacional
incluindo o direito internacional humanitaacuterio que contribuem para a prevenccedilatildeo e resoluccedilatildeo
de conflitos e a gestatildeo de crises (hellip) rdquo (EME 2005 14-2)
I21 Tipologia das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A tipologia das CRO compreende um vasto leque de operaccedilotildees as quais incluem um
conjunto de diversas tarefas a serem desempenhadas em tempo de paz ou de crise Estas
regem-se por um aglomerado de princiacutepios29 que tecircm como objectivo estabelecer uma
uniformidade de comportamentos entre as entidades intervenientes neste tipo de operaccedilotildees
As CRO organizam-se da seguinte forma (EME 2005)
1) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz (Peace Support Operations - PSO)
(a) Manutenccedilatildeo de Paz (Peace Keeping - PK)
(b) Imposiccedilatildeo de Paz (Peace Enforcement ndash PE)
(c) Prevenccedilatildeo de Conflitos (Conflict Prevention ndash CP)
(d) Restabelecimento de Paz (Peacemaking ndash PM)
(e) Consolidaccedilatildeo da Paz (Peace Building ndash PB)
(f) Operaccedilotildees Humanitaacuterias (Humanitarian Operations - HO)
2) Outras Operaccedilotildees e Tarefas de Resposta a Crises
(a) Apoio agraves Operaccedilotildees Humanitaacuterias
(i) Assistecircncia a Deslocados e Refugiados
(ii) Operaccedilotildees Humanitaacuterias (fora do acircmbito das PSO)
(b) Apoio a Assistecircncia a Desastres
(c) Busca e Salvamento (Search and Rescue - SAR)
(d) Apoio a Operaccedilotildees de Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
(e) Operaccedilotildees de Extracccedilatildeo
(f) Apoio agraves Autoridades Civis
(g) Imposiccedilatildeo de Sanccedilotildees e Embargos
I22 Manutenccedilatildeo de Paz vs Imposiccedilatildeo de Paz
A participaccedilatildeo nacional tem ocorrido maioritariamente em duas situaccedilotildees PK e PE
Deste modo decidimos caracterizar detalhadamente estas duas situaccedilotildees
As operaccedilotildees de PK ldquo (hellip) satildeo geralmente realizadas em conformidade com os
princiacutepios do Capiacutetulo VI da Carta das Naccedilotildees Unidas a fim de acompanhar e facilitar a
implementaccedilatildeo de um acordo de paz Uma perda de consentimento ou a falta de
29
Ver Anexo D - Os Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 11
cumprimento por uma das partes podem limitar a liberdade de acccedilatildeo da forccedila de
manutenccedilatildeo de paz e ateacute ameaccedilar a continuidade da missatildeo Assim a forccedila deve
permanecer imparcial limitar o uso da forccedila agrave auto-defesa e promover o consentimento (hellip)
30rdquo (NATO 2005 2-4)
Relativamente agraves operaccedilotildees de PE ldquo (hellip) satildeo efectuadas sob os princiacutepios do capiacutetulo
VII da Carta das Naccedilotildees Unidas Satildeo de natureza coerciva e realizadas quando o
consentimento entre as partes envolvidas natildeo foi atingido ou seja incerto Estas operaccedilotildees
satildeo executadas para manter ou restabelecer a paz de forma a cumprir as condiccedilotildees
especificadas no mandato Eacute importante salientar que o objectivo das operaccedilotildees de PE natildeo
eacute a derrota ou destruiccedilatildeo de um inimigo mas sim a coacccedilatildeo e persuasatildeo das partes em
conflito (hellip)31rdquo (NATO 2005 2-4)
I3 A Ameaccedila Aeacuterea
No sentido de finalizar este primeiro capiacutetulo dedicado agrave conceptualizaccedilatildeo
procederemos agrave caracterizaccedilatildeo da ameaccedila aeacuterea Abordando unicamente a participaccedilatildeo em
missotildees sob a eacutegide da OTAN eacute necessaacuterio equacionar todos os cenaacuterios possiacuteveis de
participaccedilatildeo das FND quer seja em CRO como tem vindo a suceder ou em operaccedilotildees ao
abrigo do artigo 5ordm da Alianccedila Atlacircntica
A ameaccedila aeacuterea eacute composta por meios tradicionais como os aviotildees e os helicoacutepteros de
ataque No entanto a proliferaccedilatildeo de sistemas natildeo tripulados como miacutesseis (baliacutesticos e de
cruzeiro) e veiacuteculos aeacutereos natildeo tripulados (UAV)32 ampliaram o conjunto de meios que
caracteriza a ameaccedila aeacuterea
Na tipologia33 da ameaccedila aeacuterea os sistemas natildeo tripulados assumem-se como os
meios mais susceptiacuteveis de serem utilizados pelo seu custo manutenccedilatildeo sustentaccedilatildeo e
elevada capacidade de destruiccedilatildeo Estas caracteriacutesticas fazem com que estes sistemas
sejam preferidos aos tradicionais aviotildees e helicoacutepteros de ataque que satildeo mais
dispendiosos em termos de aquisiccedilatildeo manutenccedilatildeo e treino de tripulaccedilotildees (HDA 2000)
Estes meios tripulados poderatildeo ser utilizados pelo opositor em conflitos no acircmbito do artigo
5ordm da Alianccedila Atlacircntica ou em situaccedilotildees em que se enfrenta um adversaacuterio que dispotildee de
um exeacutercito organizado e coerente
No que diz respeito ao caraacutecter assimeacutetrico que marca a actual conflitualidade eacute
necessaacuterio ter em conta uma nova ameaccedila que se tem manifestado nos TO mais recentes
a ameaccedila RAM34 Esta ldquonovardquo ameaccedila eacute caracterizada pela utilizaccedilatildeo de sistemas de baixo
30
Traduccedilatildeo Livre 31
Traduccedilatildeo Livre 32
UAV - Unmanned Aerial Vehicles 33
Ver Anexo E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea 34
RAM - Rockets Artillery amp Mortar
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 12
custo baseados em Foguetes Artilharia e Morteiros A ameaccedila RAM natildeo se enquadra no
conjunto de meios (tripulados e natildeo tripulados) que caracteriza a tradicional ameaccedila aeacuterea
Contundo o facto de utilizar o vector aeacutereo para se materializar leva a que os consideremos
como tal
Ainda no acircmbito da ameaccedila aeacuterea satildeo igualmente passiacuteveis de ser utilizados aviotildees
ultraleves ou aeronaves renegade35 contra instalaccedilotildees de forccedilas multinacionais ou contra
interesses das facccedilotildees envolvidas no conflito com o objectivo de desestabilizarem o
processo de paz ou criar um foco de instabilidade
Considerando o actual ambiente das CRO a ameaccedila aeacuterea pode ser caracterizada pela
utilizaccedilatildeo de sistemas pouco dispendiosos e de faacutecil acesso por parte de actores menores
envolvidos neste processo ldquo (hellip) hoje em dia fala-se na capacidade de grupos terroristas
utilizarem morteiros aviotildees ligeiros drones e UAVrsquos visto que estes natildeo satildeo meios muito
sofisticados e podem-se transformar numa ameaccedila aeacuterea (hellip) ldquo (Benroacutes 2009)36
35
Trata-se de uma plataforma aeacuterea civil que se julga estar a operar de uma tal maneira que levanta suspeitas
de poder ser usada como arma para executar um ataque terrorista Existe um exemplo bem recente apesar de
natildeo se ter verificado em operaccedilotildees o ataque de 11 de Setembro de 2001 (Borges 2008) 36
Ver Apecircndice B - Guiatildeo da Entrevista ao TCor Art Varela Benroacutes
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 13
CAPIacuteTULO II
A PARTICIPACcedilAtildeO DE FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS
EM OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES
Neste capiacutetulo procederemos agrave anaacutelise da participaccedilatildeo do Exeacutercito com FND em
missotildees da OTAN37 O primeiro passo neste estudo seraacute seleccionar quais as operaccedilotildees a
analisar visto que por questotildees de tempo e espaccedilo torna-se impossiacutevel abordar todas as
operaccedilotildees realizadas no acircmbito da Alianccedila Atlacircntica
Optou-se pela escolha de duas operaccedilotildees em particular a participaccedilatildeo na IFOR38 que
ocorreu na Boacutesnia e Herzegovina no ano de 1996 e a participaccedilatildeo na KFOR no TO do
Kosovo iniciada em 1999 e actualmente ainda em curso39
O longo historial das FND revela-nos que nunca foi integrado qualquer tipo de unidades
(Grupo Bateria) ou subunidades (pelotatildeo secccedilatildeo) de AAA Procurou-se com esta anaacutelise
conceptual saber qual o eventual enquadramento que a AAA poderaacute ter neste tipo de
operaccedilotildees
Para aleacutem da caracterizaccedilatildeo dos TO para onde as FND foram projectadas importa
averiguar a eventual empregabilidade de uma subunidade de AAA de organizaccedilatildeo modular
nas UEC ou UEB que actualmente satildeo empregues em CRO De forma a obter resultados
fidedignos neste campo recorreu-se agrave experiecircncia de quem esteve no TO e sentiu as
dificuldades de comandar uma FND em operaccedilotildees deste geacutenero Recorremos assim agrave
experiecircncia partilhada de trecircs comandantes de FND e tentaacutemos transpor para o papel todo
o conhecimento transmitido com o objectivo de esclarecer a problemaacutetica em estudo
II1 A Participaccedilatildeo Nacional na IFOR
O primeiro TO escolhido para estudar a problemaacutetica de investigaccedilatildeo foi o da Boacutesnia e
Herzegovina que contou com a participaccedilatildeo portuguesa na forccedila multinacional IFOR em
Janeiro de 1995 durante a operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo40 Com esta presenccedila na Initial Entry
37
Ver Anexo F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte 38
IFOR - Implementation Force 39
Com o empenhamento do 1ordm Batalhatildeo de Infantaria da BrigInt constituiacutedo por 290 militares (EMGFA 2009) 40
Nome de coacutedigo da operaccedilatildeo IFOR conduzida pela OTAN na Boacutesnia e Herzegovina entre 20 de Dezembro de
1995 e 20 de Dezembro de 1996 (NATO 2001)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 14
Force o Exeacutercito integrou pela primeira vez uma UEB na estrutura de forccedilas da Alianccedila
Atlacircntica
Antes da anaacutelise da participaccedilatildeo nacional na IFOR procedeu-se agrave descriccedilatildeo dos
antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina permitindo compreender a intervenccedilatildeo
da comunidade internacional atraveacutes da OTAN e da IFOR
II11 Antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina
A Ex-Federaccedilatildeo da Jugoslaacutevia foi ateacute 1990 constituiacuteda pelas Repuacuteblicas da Croaacutecia
Seacutervia Esloveacutenia Boacutesnia Macedoacutenia e Monte Negro Em 1991 a Esloveacutenia e a Croaacutecia
efectivaram o seu desejo de abandonar a Federaccedilatildeo da Jugoslaacutevia e a situaccedilatildeo tornou-se
insustentaacutevel quando 94 dos eleitores na Croaacutecia aprovaram em referendo a
independecircncia que foi proclamada em 25 de Junho de 1991 No mesmo dia a Esloveacutenia
declarava a independecircncia o que originou a guerra com a intervenccedilatildeo do Exeacutercito do Povo
Jugoslavo em resposta agraves tomadas de posiccedilatildeo da Esloveacutenia e da Croaacutecia
Em 29 de Fevereiro de 1992 era realizado um referendo na Boacutesnia e Herzegovina
tendo a maioria (muccedilulmanos e croatas) obtido um resultado de 99 a favor da
independecircncia Com este resultado tambeacutem a Boacutesnia e Herzegovina se viria a tornar
independente no dia 3 de Marccedilo de 1992 sendo reconhecida pela Comunidade Europeia
trecircs dias depois
Em Maio de 1992 o Conselho de Seguranccedila das Naccedilotildees Unidas (CSNU) atraveacutes da
UNSCR41 752 exigia o fim dos combates na Boacutesnia e Herzegovina aprovando o envio da
UNPROFOR42 para esta regiatildeo
Acompanhando as restantes repuacuteblicas tambeacutem a Macedoacutenia declarou a sua
independecircncia no dia 8 de Abril de 1993
A UNPROFOR sob os auspiacutecios da ONU natildeo conseguiu controlar a crise existente nos
Balcatildes obrigando a OTAN a intervir por diversas vezes para fazer respeitar a zona de
exclusatildeo do espaccedilo aeacutereo43 imposta sobre a Boacutesnia e Herzegovina ao abrigo da UNSCR
781 Apesar das sanccedilotildees impostas pela ONU a situaccedilatildeo agravou-se e assistiu-se mesmo a
uma escalada da violecircncia o que obrigou a OTAN a elaborar planos de emergecircncia para
apoiar uma eventual retirada das tropas da ONU da Boacutesnia e Herzegovina Assiste-se a um
intenso debate poliacutetico para alcanccedilar uma soluccedilatildeo poreacutem as partes envolvidas tardavam a
chegar a um acordo enquanto que no terreno a OTAN intensificava os raids e os
bombardeamentos aeacutereos em resposta aos ataques aeacutereos seacutervios na zona de exclusatildeo do
espaccedilo aeacutereo estabelecida pela Alianccedila
41
UNSCR - United Nations Security Council Resolution 42
UNPROFOR - United Nations Protection Force 43
ldquoNo-Fly Zonesrdquo
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 15
Finalmente no dia 5 de Outubro de 1995 era assinado um acordo geral de cessar-fogo
proposto pelos Estados Unidos da Ameacuterica (EUA) sendo aceite por todas as partes
beligerantes iniciando-se as negociaccedilotildees de paz
O Acordo de Paz de Dayton44 veio consolidar o acordo geral de cessar-fogo
constituindo-se como o teacutermino de uma guerra que durou cerca de trecircs anos e meio e
provocou centenas de milhares de mortos Ao abrigo deste acordo foram estabelecidas
duas entidades no territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina a Repuacuteblica seacutervia da Boacutesnia e a
Federaccedilatildeo Croata Muccedilulmana Estas duas entidades encontravam-se separadas por uma
linha (IEBL)45 sobre a qual foi criada uma aacuterea de seguranccedila materializada no terreno por
uma faixa de dez quiloacutemetros designada por zona de separaccedilatildeo (ZOS)46 (Saraiva 2008)
A IFOR interveacutem no territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina ao abrigo da UNSCR 1031 com
a missatildeo47 de fiscalizar e impor o cumprimento do Acordo de Paz de Dayton A estrutura de
comando da IFOR48 era composta por trecircs divisotildees lideradas pela Franccedila Reino Unido e
EUA
II12 Case-study o Agrupamento Juacutepiter na Boacutesnia e Herzegovina
A 16 de Dezembro de 1995 eacute aprovado o plano operacional da IFOR pelo Conselho do
Atlacircntico Norte (NAC49) iniciando-se a operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo para garantir o
cumprimento do Acordo de Paz de Dayton
A primeira FND a ser projectada para o TO da Boacutesnia e Herzegovina foi o 2ordm Batalhatildeo
de Infantaria Aerotransportada (2ordm BIAT) pertencente agrave antiga Brigada Aerotransportada
Independente (BAI) ao qual se juntou o Destacamento de Apoio Sanitaacuterio Esta FND
passou a denominar-se Agrupamento Juacutepiter (AgrJuacutepiter) constituindo o nosso primeiro
case-study
No dia 10 de Agosto de 1996 o 2ordm BIAT substitui o 3ordm BIAT incorporando-se no
AgrJuacutepiter e prosseguindo a missatildeo Em Agosto de 1996 o AgrJuacutepiter era constituiacutedo50 por
um Batalhatildeo de Infantaria (3ordm BIAT) a trecircs companhias de atiradores por uma companhia de
apoio de combate por uma companhia de apoio de serviccedilos e por um destacamento de
apoio de serviccedilos ldquomusculadordquo que garantia todo o fluxo logiacutestico agraves tropas nacionais
44
Ver Anexo G - O Acordo de Paz de Dayton 45
IEBL - Inter Entity Boundary Line 46
ZOS - Zone Of Separation 47
Ver Anexo H - Missatildeo da IFOR 48
Ver Anexo I - Estrutura de C2 da IFOR em 1996
49 NAC ndash North Atlantic Council
50 O seu efectivo total era de 911 militares (Saraiva 2008)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 16
Em 1996 o TO da Boacutesnia e Herzegovina era caracterizado como bastante incerto51
principalmente na fase inicial da operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo devido aos focos de
instabilidade que se faziam sentir na regiatildeo O AgrJuacutepiter ocupava o sector de Goradze um
dos mais complicados na regiatildeo que era descrito por ser ldquo (hellip) um sector extremamente
tenso com vaacuterios pontos quentes (hellip) rdquo (Saraiva 2009)52
Relativamente agrave presenccedila de unidades de AAA no TO existiam em toda a estrutura do
escalatildeo superior Segundo Saraiva (2009) tanto a Brigada Italiana (MNBN53) onde a FND
estava inserida como a proacutepria Divisatildeo Francesa (MNDSE54) dispunham de unidades de
AAA no entanto estas ldquo (hellip) nunca foram vistas no sector portuguecircs (hellip) rdquo (Saraiva 2009)
Admitindo a existecircncia da ameaccedila aeacuterea no TO ainda que teacutenue parece-nos que a
inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA faria todo o sentido uma vez que a aacuterea de
responsabilidade (AOR)55 do AgrJuacutepiter era composta por vaacuterios pontos sensiacuteveis Satildeo
exemplos desses pontos uma torre de comunicaccedilotildees um repetidor operado por elementos
do escalatildeo superior (Brigada Italiana) e uma torre explorada por elementos da Divisatildeo
Francesa em acccedilotildees de guerra electroacutenica O comandante do AgrJuacutepiter refere que ldquo (hellip)
todos esses pontos exigiriam com certeza protecccedilatildeo AA porque caso a ameaccedila aeacuterea
fosse maior e se materializasse noacutes teriacuteamos que ter esses meios correndo o risco de
ficarmos completamente isolados no TO (hellip) ldquo (Saraiva 2009)
Verifica-se assim que a FNDIFOR poderia eventualmente incluir uma subunidade de
AAA de organizaccedilatildeo modular dimensionada agrave FND Ao existir este moacutedulo e estando
devidamente integrado na estrutura de C2 do escalatildeo superior este ldquo (hellip) acrescentaria
muitas capacidades agrave forccedila ldquo (Saraiva 2009)
II2 A Participaccedilatildeo Nacional na KFOR
A segunda operaccedilatildeo da OTAN que nos propusemos a investigar refere-se ao TO do
Kosovo o qual levou agrave intervenccedilatildeo da Alianccedila Atlacircntica atraveacutes da KFOR Tambeacutem nesta
missatildeo a participaccedilatildeo nacional concretizou-se desde o primeiro momento com a integraccedilatildeo
de uma FND na Initial Entry Force em 1999 o Agrupamento Bravo (AgrBravo) da antiga
BAI
51
ldquoEstamos perfeitamente conscientes de que os acordos de paz satildeo fraacutegeis e imperfeitos e de que a IFOR eacute
uma operaccedilatildeo natildeo isenta de riscos (hellip) ldquo Excerto retirado do discurso do Ministro da Defesa Nacional Dr
Antoacutenio Vitorino no IV Seminaacuterio para Altos funcionaacuterios e Chefes de Missatildeo do Ministeacuterio dos Negoacutecios
Estrangeiros em 4 de Janeiro de 1996 52
Ver Apecircndice C - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel de Infantaria Ref Pires Saraiva Comandante da FNDIFOR
(AgrJupiteacuter) no ano de 1996 53
MNBN - Multinational Brigade North 54
MNDSE - Multinational Division Southeast 55
AOR - Area Of Responsability
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 17
Desde a participaccedilatildeo inicial do AgrBravo ateacute agrave actual presenccedila do 1ordm Batalhatildeo de
Infantaria da BrigInt Portugal tem-se constituiacutedo como presenccedila habitual na KFOR Durante
a uacuteltima deacutecada o Exeacutercito Portuguecircs participou sucessivamente com FND na KFOR
excepccedilatildeo feita agrave interrupccedilatildeo ocorrida entre os anos de 2001 e 2004 devido agrave necessidade
de tropas para a participaccedilatildeo no TO de Timor-Leste
Agrave semelhanccedila do conflito da Boacutesnia e Herzegovina antes da anaacutelise dos case-study
efectuou-se um breve enquadramento dos antecedentes que levaram agrave sua intervenccedilatildeo da
OTAN no territoacuterio do Kosovo
II21 Antecedentes do Conflito do Kosovo
A proviacutencia do Kosovo fica situada no Sul do territoacuterio da Repuacuteblica da Seacutervia
possuindo uma populaccedilatildeo mista com maioria de etnia albanesa Ateacute 1989 a proviacutencia
beneficiou de um elevado grau de autonomia dentro do territoacuterio da antiga Ex-Jugoslaacutevia No
entanto quando Slobodan Milosevic56 subiu ao poder a proviacutencia perdeu a sua autonomia
ficando sob o controlo directo de Belgrado o que levou os albaneses residentes no Kosovo
a oporem-se radicalmente a esta decisatildeo
Durante o ano de 1998 os confrontos entre as forccedilas da Seacutervia e os kosovares
albaneses resultaram em mais de mil e quinhentos mortos e quatrocentos mil refugiados A
comunidade internacional manifestou preocupaccedilatildeo relativamente agrave cataacutestrofe humanitaacuteria e
agrave permanente escalada do conflito com a possibilidade de este se estender a paiacuteses
vizinhos
A UNSCR 1199 exteriorizava uma profunda preocupaccedilatildeo com o excessivo uso de forccedila
por parte das forccedilas da Seacutervia apelando tambeacutem ao cessar-fogo por ambas as partes do
conflito e estabelecendo um limite maacuteximo de forccedilas seacutervias no Kosovo Ficou tambeacutem
acordado que a Organizaccedilatildeo para a Seguranccedila e Cooperaccedilatildeo na Europa (OSCE)
estabelecesse uma unidade de observaccedilatildeo a Missatildeo de Verificaccedilatildeo no Kosovo (KVM)57
para observar o cumprimento das directivas do CSNU
Apesar de todos os esforccedilos a situaccedilatildeo no Kosovo agravou-se novamente apoacutes uma
seacuterie de actos de provocaccedilatildeo de ambas as partes As forccedilas militares e policiais seacutervias
intensificaram o uso da forccedila nas suas operaccedilotildees contra os kosovares albaneses
movimentando tropas e meios militares para a regiatildeo num claro desrespeito agrave UNSCR 1199
Este facto fez com que a KVM se retirasse da regiatildeo pois para aleacutem de natildeo poder cumprir a
sua missatildeo de observaccedilatildeo tambeacutem enfrentava oposiccedilatildeo das forccedilas seacutervias
56
Slobodan Milosevic foi presidente da Repuacuteblica da Seacutervia entre 1989 e 1997 e presidente da Jugoslaacutevia entre
1997 e 2000 Em 2001 foi acusado pelo Tribunal Penal Internacional de Haia por crimes de guerra contra a
humanidade e genociacutedio cometidos durante a guerra civil da Jugoslaacutevia 57
KVM ndash Kosovo Verification Mission
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 18
O presidente Milosevic recusou-se a cumprir a UNSCR 1199 e no dia 23 de Marccedilo de
1999 a Alianccedila iniciou os ataques aeacutereos com a operaccedilatildeo ldquoAllied Forcerdquo Esta campanha
aeacuterea duradoura de setenta e sete dias terminou no dia 10 de Junho de 1999 quando o
Secretaacuterio-Geral da OTAN Javier Solana anunciou suspender temporariamente as
operaccedilotildees aeacutereas da OTAN contra a Jugoslaacutevia Esta decisatildeo foi tomada pelo NAC depois
de atingido um consenso e de o Comandante Supremo Aliado da Europa (SACEUR) ter
confirmado que as forccedilas jugoslavas tinham iniciado a sua retirada do Kosovo Esta retirada
encontrava-se em conformidade com o Acordo Teacutecnico Militar (MTA58)
No dia 10 de Junho foi aprovada a UNSCR 1244 que congratulava a aceitaccedilatildeo dos
princiacutepios sobre a soluccedilatildeo poliacutetica para a crise no Kosovo por parte da Repuacuteblica Federal da
Jugoslaacutevia A UNSCR 1244 incluiacutea um fim imediato da violecircncia e uma raacutepida retirada das
suas forccedilas militares policiais e paramilitares do Kosovo Com a adopccedilatildeo desta resoluccedilatildeo o
NAC iniciou os preparativos para o envio raacutepido de uma forccedila de seguranccedila mandatada pelo
CSNU (NATO 2001)
A KFOR59 entrou no Kosovo no dia 12 de Junho de 1999 executando a Operaccedilatildeo ldquoJoint
Guardianrdquo60 com uma forccedila de caraacutecter multinacional inicialmente constituiacuteda por cerca de
vinte mil militares divididos entre seis brigadas (MNB61) lideradas respectivamente pela
Alemanha EUA Franccedila Itaacutelia e duas pelo Reino Unido Estas seis brigadas foram
implantadas territorialmente62 dando origem a cinco sectores sob o comando unificado do
Comandante da KFOR (COMKFOR63) (NATO 1999)
II22 Case-study o Agrupamento Bravo no Kosovo
O segundo case-study eacute o AgrBravo que integrou a KFOR durante Operaccedilatildeo ldquoJoint
Guardianrdquo ocupando o sector de Klina entre Agosto de 1999 e Fevereiro de 2000 Era
constituiacutedo64 por trecircs esquadrotildees dois esquadrotildees de reconhecimento (um equipado com
viaturas de rodas e o outro com viaturas de lagartas) e um esquadratildeo de apoio de serviccedilos
Chegados ao terreno os militares portugueses foram confrontados com um cenaacuterio
devastador ldquo (hellip) encontrava-se tudo destruiacutedo os edifiacutecios as casas as igrejas etc () rdquo
(Calccedilada 2009)65 Este era o aspecto tiacutepico de uma regiatildeo que foi palco dos sucessivos
58
MTA ndash Military Technical Agreement 59
Ver Anexo J - Missatildeo da KFOR 60
Nome de coacutedigo da operaccedilatildeo KFOR conduzida pela OTAN na proviacutencia seacutervia do Kosovo a partir de 10 de
Junho de 1999 (NATO 2009) 61
MNB ndash Multinational Brigade
62
Ver Anexo K ndash Estrutura de C2 da KFOR
63 COMKFOR ndash Commander KFOR
64 O seu efectivo era de 295 militares 30 oficiais 74 sargentos e 191 praccedilas (Pires 2007)
65 Ver Apecircndice D - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Cavalaria Tirocinado Antunes Calccedilada Comandante da
FNDKFOR (AgrBravo) no ano de 1999
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 19
confrontos entre os militantes do UCK66 e as forccedilas militares seacutervias e posteriormente da
campanha aeacuterea da Alianccedila Atlacircntica O Comandante do AgrBravo refere que ldquo (hellip)
aquando da nossa chegada encontraacutemos um teatro de operaccedilotildees totalmente incerto e
totalmente instaacutevel (hellip) rdquo (Calccedilada 2009)
Inicialmente as operaccedilotildees do AgrBravo eram de imposiccedilatildeo de paz uma vez que os
militantes do UCK autoproclamados como o Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo se
recusavam a depor as armas Confrontados com esta situaccedilatildeo os militares do AgrBravo
adoptaram uma postura riacutegida afirmando a sua posiccedilatildeo e executando vaacuterias operaccedilotildees de
Busca e Cerco com o objectivo de desarmar e desmilitarizar o UCK Superada esta fase
inicial as operaccedilotildees passaram a ser desenroladas com normalidade no acircmbito da
manutenccedilatildeo de paz realizando tarefas de patrulhamento e de seguranccedila a locais religiosos
bem como acccedilotildees CIMIC67 e operaccedilotildees psicoloacutegicas (PSYOPS)68
No que diz respeito agrave Brigada Multinacional Oeste de comando Italiano (MNBW69) na
qual o AgrBravo estava integrado tambeacutem natildeo dispunha de qualquer unidade de AAA uma
vez que a ameaccedila aeacuterea era considerada remota Todavia existia um plano de
contingecircncias que poderia ser activado ldquo (hellip) caso os seacutervios natildeo aprovassem o rumo que o
Kosovo estava levar e resolvessem intervir utilizando algumas aeronaves que tivessem
disponiacuteveis (hellip) rdquo (Calccedilada 2009) Caso existisse necessidade de activar esse plano de
contingecircncias a Brigada Italiana tinha em Itaacutelia uma Bateria de Artilharia Antiaeacuterea (BAAA)
preparada para ser projectada para o TO
Achamos que caso o plano de contingecircncias fosse activado as unidades italianas
usufruiriam de prioridade no que diz respeito agrave protecccedilatildeo AA dada a escassez de meios Agrave
semelhanccedila das forccedilas italianas deveriacuteamos dispor de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA pronto
a ser projectado para o TO que garantisse a protecccedilatildeo AA da AOR do AgrBravo Desta
forma salvaguardariacuteamos quaisquer lacunas na protecccedilatildeo AA (garantida pelo escalatildeo
superior)
Segundo Benroacutes (2002) existiam outras naccedilotildees na KFOR que dispunham de unidades
de AAA como os EUA que lideravam a Brigada Multinacional Este (MNBE70) Dispunham de
um BAAA equipada com o miacutessil portaacutetil Stinger a qual esteve no TO durante toda a fase
inicial da missatildeo da KFOR sendo depois substituiacuteda por uma unidade de radares de AAA
(equipada com o sistema radar Sentinel) que tinha como missatildeo a vigilacircncia do espaccedilo
aeacutereo
66
UCK - Ushtria Clivoimtare Kosoves (em albanecircs) significa Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo 67
CIMIC - Civil-Military Cooperation 68
PSYOPS - Physiological Operations 69
MNBW - Multinational Brigade West 70
MNBE - Multinational Brigade East
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 20
Tambeacutem a Alemanha paiacutes que liderava a Brigada Multinacional Sul (MNBS71) possuiacutea
unidades de AAA nesta fase inicial da missatildeo As tropas alematildes tinham ao dispor uma
BAAA equipada com o miacutessil portaacutetil Stinger Agrave semelhanccedila das tropas norte-americanas
esta BAAA foi substituiacuteda com o desenrolar da missatildeo internacional no Kosovo por uma
unidade de Poliacutecia Militar
O facto de em 1999 existirem unidades de AAA no TO do Kosovo prova que apesar de
a ameaccedila aeacuterea ser bastante remota ela existia e poderia materializar-se jaacute que se tratava
da fase inicial da operaccedilatildeo normalmente caracterizada pela incerteza e pelo
desconhecimento das capacidades dos beligerantes
Quanto agrave inclusatildeo de uma subunidade de AAA de organizaccedilatildeo modular no AgrBravo
notamos que o facto de a estrutura do escalatildeo superior (MNBW) natildeo dispor de qualquer tipo
de unidades de AAA impediria a inserccedilatildeo deste moacutedulo na FND Isso soacute aconteceria se o
plano de contingecircncias fosse activado e a Brigada Italiana projectasse a BAAA que se
encontrava em stand by
O facto de existirem outras forccedilas presentes no restante TO com meios de AAA
permitiria que o moacutedulo nacional se integrasse na estrutura de defesa aeacuterea do TO e
contribuiacutesse para a protecccedilatildeo AA do TO
II23 Case-study o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista no Kosovo
O terceiro case-study que nos propusemos a analisar foi o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-
quedista (BIPara) que esteve destacado no TO do Kosovo entre Setembro de 2005 e Marccedilo
de 2006 cumprindo a missatildeo de reserva taacutectica (TACRES)72 do COMKFOR
O BIPara encontrava-se aquartelado nas proximidades do QG da KFOR na regiatildeo de
Pristina no Camp Slim Lines que partilhava com uma forccedila de reconhecimento britacircnica e
com um pelotatildeo de Poliacutecia Militar esloveno O BIPara73 era constituiacutedo por trecircs companhias
duas companhias de atiradores (equipadas com viaturas de rodas) e uma companhia de
apoio de serviccedilos
Em 2005 o TO do Kosovo estava calmo e natildeo existiam focos de instabilidade situaccedilatildeo
bastante diferente daquela que o AgrBravo encontrou agrave sua chegada Apesar de
ocasionalmente surgirem algumas situaccedilotildees que despertavam maior preocupaccedilatildeo o
ambiente era estaacutevel tendo sido o UCK totalmente desmilitarizado
Se na fase inicial da presenccedila da KFOR a probabilidade de a ameaccedila aeacuterea se
concretizar era reduzida nesta fase da operaccedilatildeo ldquoJoint Guardianrdquo natildeo existia qualquer tipo
de ameaccedila aeacuterea prevalecendo um profundo conhecimento das partes beligerantes e das
71
MNBS - Multinational Brigade South 72
TACRES - Tactical Reserve Esta reserva taacutectica tinha como finalidade a demonstraccedilatildeo de forccedila por parte do
COMKFOR (Sobreira 2009) 73 O seu efectivo era de 299 militares 30 oficiais 57 sargentos e 212 praccedilas (Calmeiro e Magro 2005)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 21
suas capacidades O Kosovo era nesta fase um TO ldquomadurordquo (hellip) o centro de operaccedilotildees
conjunto lanccedilava drones que permitiam assistir in loco agraves operaccedilotildees e intervinha
directamente no canal de comando se assim fosse necessaacuterio esta situaccedilatildeo soacute se
conseguia porque existia superioridade aeacuterea () ldquo (Sobreira 2009)74
Nesta etapa avanccedilada da presenccedila internacional no Kosovo natildeo existem registos do
emprego de unidades de AAA por qualquer naccedilatildeo interveniente na KFOR visto que a
ameaccedila aeacuterea eacute totalmente inexistente Neste contexto o Exeacutercito natildeo eacute excepccedilatildeo e
quando interrogado acerca das capacidades que um moacutedulo de AAA poderia acrescentar agrave
FNDKFOR o Cmdt do BIPara responde ldquo No cenaacuterio em que estaacutevamos enquadrados natildeo
se justificaria as carecircncias sentidas eram em termos de pessoal disponiacutevel para as
patrulhas e reconhecimento O proacuteprio moacutedulo de morteiros pesados do Batalhatildeo era uma
forma dissimulada de ter mais um pelotatildeo disponiacutevel e este era utilizado para garantir o
serviccedilo de guarniccedilatildeo ao aquartelamento (hellip) ldquo (Sobreira 2009)
II3 Reflexotildees sobre o emprego de AAA em CRO
Para existir participaccedilatildeo de unidades de AAA integradas em forccedilas multinacionais da
Alianccedila Atlacircntica (como eacute o caso da IFOR e da KFOR) eacute necessaacuterio que essa valecircncia se
encontre inventariada no documento CJSOR Este documento eacute elaborado pelos oacutergatildeos da
OTAN identificando as unidades necessaacuterias e as capacidades miacutenimas que essas
unidades devem conter para integrar as diversas forccedilas multinacionais
Depois de consultarmos75 os CJSOR das uacuteltimas participaccedilotildees nacionais em CRO
(referimo-nos ao uacuteltimo CJSOR elaborado para a KFOR e ao CJSOR da ISAF76 ambos
datados do ano de 2005) verificaacutemos que estes natildeo mencionavam qualquer necessidade
de emprego de unidades de AAA Esta situaccedilatildeo pode ser considerada normal tendo em
conta que no TO do Kosovo em 2005 natildeo existia ameaccedila aeacuterea como se verificou
anteriormente Quanto ao TO do Afeganistatildeo o facto de natildeo haver cabimento orgacircnico no
CJSOR para as unidades de AAA revela que natildeo foi identificada nenhuma ameaccedila aeacuterea
pela OTAN aquando da elaboraccedilatildeo do respectivo CJSOR
A situaccedilatildeo na Boacutesnia e Herzegovina em 1996 e no Kosovo em 1999 nas quais existiam
unidades de AAA no terreno eacute um claro indicador de que os CJSOR dessas operaccedilotildees
previam o emprego deste tipo de unidades e que a ameaccedila aeacuterea se poderia materializar
nesses TO
74
Ver Apecircndice E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel de Infantaria Sobreira Comandante da FNDKFOR
(BIPara) no ano de 2005 75
Estas consultas foram feitas na Divisatildeo de Operaccedilotildees do Estado-Maior General das Forccedilas Armadas
(DIOPEMGFA) 76
ISAF - International Security Assistance Force
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 22
No que diz respeito agrave participaccedilatildeo nacional em CRO verifica-se que tem ocorrido de
acordo com os niacuteveis de ambiccedilatildeo expliacutecitos no Conceito Estrateacutegico Militar (CEM)
empenhando normalmente UEB ou UEC No entanto eacute oportuno relembrar que o CEM
prevecirc igualmente em alternativa agraves trecircs UEB a projecccedilatildeo de uma Brigada actuando em todo
o espectro de operaccedilotildees De acordo com os conceitos doutrinaacuterios a unidade miacutenima de
apoio eacute a Brigada a qual eacute apoiada com uma BAAA (EME 1997)
Em CRO as naccedilotildees que disponibilizam o comando de Brigada satildeo igualmente
responsaacuteveis por garantir as valecircncias da Forccedila ditas ldquomais criacuteticasrdquo (veja-se o exemplo da
Alemanha e dos EUA na KFOR) Desta forma verifica-se o emprego doutrinaacuterio de uma
BAAA em apoio a uma Brigada
O facto de Portugal ter vindo a participar com unidades ateacute UEB inviabiliza a projecccedilatildeo
de uma unidade doutrinaacuteria de AAA (a BAAA) No entanto esta situaccedilatildeo natildeo deve constituir
obstaacuteculo agrave participaccedilatildeo nacional de unidades de AAA neste tipo de operaccedilotildees a qual pode
ser realizada adequando as unidades de AAA ao actual niacutevel de ambiccedilatildeo nacional (UEB)
Pode ser assim empenhada uma subunidade de organizaccedilatildeo modular como por exemplo
um pelotatildeo de AAA
O exemplo da IFOR eacute esclarecedor O facto de todo o escalatildeo superior possuir
unidades de AAA faz com que a organizaccedilatildeo modular de AAA se justifique pois apesar da
FNDIFOR estar dentro da AOR da MNBN a protecccedilatildeo da forccedila eacute da responsabilidade
nacional Aleacutem disso em situaccedilotildees de abertura de TO onde natildeo existem certezas da
capacidade das partes beligerantes entendemos que natildeo deve existir lugar para
facilitismos77
Face agrave anaacutelise realizada verifica-se que o actual tailoring utilizado na concepccedilatildeo das
FND para actuarem em MHP (neste caso em CRO) pode incluir um moacutedulo de protecccedilatildeo
AA O facto de em termos conceptuais existir uma janela de oportunidade para as unidades
de AAA participarem neste tipo de missotildees (atraveacutes da inclusatildeo do respectivo moacutedulo)
conduz-nos a outra questatildeo relacionada com o tipo de operaccedilotildees e de TO em que este
moacutedulo pode ser empregue Neste domiacutenio constata-se igualmente que a participaccedilatildeo de
unidades de AAA em CRO pode e deve ser feita dando ecircnfase agrave fase inicial das operaccedilotildees
militares Durante esta fase a actuaccedilatildeo da Initial Entry Force ganha preponderacircncia
devendo ser ldquo (hellip) uma forccedila manifestamente robusta face agraves necessidades que estatildeo
inventariadas mostrando assim capacidades persuasivas e dissuasivas (hellip) rdquo (Ribeiro
2009)78 Eacute nesta situaccedilatildeo que as forccedilas de iacutendoles mais teacutecnicas como o caso da AAA satildeo
77
Eacute oportuno recordar a maacutexima terrorista citada por Osama Bin Laden depois dos ataques de 11 de Setembro
de 2001 ldquoYou have to be lucky all of the time we only have to be lucky oncerdquo 78
Ver Apecircndice F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro Chefe da DIOPEMGFA
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 23
requisitadas a intervir (veja-se o exemplo de forccedilas aliadas79 em cenaacuterios de ldquoaberturardquo de
TO) realizando tarefas no contexto da sua missatildeo primaacuteria como a protecccedilatildeo AA a baixas
altitudes (SHORAD80) da forccedila e dos pontos sensiacuteveis existentes na sua AOR
Uma vez ultrapassada a fase inicial das operaccedilotildees a situaccedilatildeo eacute estabilizada
aumentando o conhecimento do TO e das partes beligerantes Eacute adoptada uma postura
adequada agrave situaccedilatildeo como por exemplo a transiccedilatildeo da IFOR para a SFOR81 na Boacutesnia e
Herzegovina em Janeiro de 1997 Nesta fase a Initial Entry Force eacute substituiacuteda e as Follow-
on Forces satildeo moldadas agrave missatildeo sendo dotadas com as valecircncias especiacuteficas para o
cumprimento da mesma
De acordo com aquilo que tem sido a praacutetica multinacional neste tipo de operaccedilotildees as
forccedilas de manobra (leia-se unidades de infantaria e de reconhecimento) mantecircm-se no TO e
assumem um papel proeminente efectuando tarefas de patrulhamento reconhecimento
check-points PSYOPS escoltas acccedilotildees CIMIC e CRC82 Quanto agraves unidades de AAA
tendo em conta a inexistecircncia de qualquer tipo de ameaccedila aeacuterea estas natildeo satildeo necessaacuterias
no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Consideramos que para as proacuteximas participaccedilotildees de FND em Initial Entry Force
deveraacute ser equacionada a inclusatildeo de uma subunidade de AAA contribuindo assim para a
protecccedilatildeo da forccedila Esta eacute definitivamente uma preocupaccedilatildeo constante do Comandante
durante qualquer operaccedilatildeo seja em operaccedilotildees de guerra ou em CRO Tambeacutem a presenccedila
dos media a influecircncia da opiniatildeo puacuteblica e a manifestaccedilatildeo de novos actores e elementos
(o caraacutecter assimeacutetrico dos conflitos o terrorismo e a proliferaccedilatildeo nuclear) se constituem
como factores de acreacutescimo agrave importacircncia da protecccedilatildeo da forccedila
79
Ver Anexo L - A AAA Francesa na UNIFIL 80
SHORAD - Short Range Air Defense 81
SFOR - Stabilization Force 82
CRC - Crowd amp Riot Control
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 24
CAPIacuteTULO III
A INTEGRACcedilAtildeO DA AAA NA
NATO RESPONSE FORCE E NOS BATTLEGROUPS
Ao investigarmos acerca da problemaacutetica relacionada com o emprego de unidades de
AAA em FND natildeo podemos de forma alguma deixar de considerar a participaccedilatildeo assiacutedua
do Exeacutercito na NRF e nos BG Estas forccedilas assumem-se cada vez mais como um
catalisador de mudanccedila no que respeita agrave intervenccedilatildeo em conflitos possuindo uma
capacidade de projecccedilatildeo para missotildees em TO exteriores agrave Europa o que constitui um
desafio para o Exeacutercito
Embora a disponibilizaccedilatildeo de unidades do SFN do Exeacutercito para integrarem a NRF e os
BG natildeo seja exactamente igual agravequela que integra as FND em MHP pode facilmente ser
estabelecido um paralelismo entre estas participaccedilotildees o qual eacute reconhecido pela proacutepria
legislaccedilatildeo83 que enquadra ambas as tipologias de missatildeo O facto de estas unidades serem
submetidas a um periacuteodo intenso de treino operacional que eacute precedido de um exerciacutecio de
certificaccedilatildeo internacional e do consequente periacuteodo de stand by (sendo consideradas
Earmarked84 durante este periacuteodo) reforccedila esse paralelismo
Ao considerarmos o conceito de FND anteriormente definido verifica-se que as
unidades que integram a NRF e os BG natildeo correspondem ao termo FND no seu sentido
restrito No entanto podem ser enquadradas no seu sentido lato
Neste capiacutetulo a pesquisa seraacute direccionada de forma a averiguar quais os meios
orgacircnicos de protecccedilatildeo AA deste tipo de forccedilas Pretende-se assim clarificar os requisitos
de emprego determinados pelas respectivas OI para que possam ser integradas unidades
de AAA nacionais na sua constituiccedilatildeo
83
De acordo com a Directiva nordm23CEME08 84
Forccedilas que as naccedilotildees concordam colocar sob comando ou controlo operacional em data futura de um
Comando OTAN (Baptista 2008)
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 25
III1 Os Conceitos de NATO Response Force e de Battlegroups
Sem pretender efectuar uma reflexatildeo exaustiva acerca dos conceitos de NRF e de BG
naturalmente fora do acircmbito deste TIA importa esclarecer qual a missatildeo organizaccedilatildeo e
constituiccedilatildeo destas estruturas militares O objectivo desta breve abordagem aos dois
conceitos eacute alcanccedilar uma base soacutelida para a nossa investigaccedilatildeo
III11 A NATO Response Force - NRF
A Alianccedila Atlacircntica criou uma forccedila conjunta e combinada caracterizada pela sua
elevada prontidatildeo ndash a NATO Response Force85 Com um efectivo de vinte e cinco mil
militares a NRF eacute capaz de ser destacada apoacutes uma decisatildeo poliacutetica sendo auto-
sustentaacutevel por um periacuteodo de trinta dias As vaacuterias componentes da NRF encontram-se em
stand by nos seus paiacuteses de origem estando preparadas para serem destacadas para a
Aacuterea de Operaccedilotildees (AO) se for necessaacuterio
A NRF atingiu a sua capacidade operacional plena em Outubro de 2006 e actualmente
abrange um largo espectro de missotildees que satildeo efectuadas num estudo caso a caso pelo
NAC Como uacutenica Forccedila presente no TO pode efectuar (NATO 2007)
1 Operaccedilotildees de Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
2 Apoio agrave gestatildeo de consequecircncias86
3 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
4 Apoio de Operaccedilotildees de Contra-Terrorismo
5 Operaccedilotildees de Embargo
6 Actuar como Initial Entry Force facilitando a chegada das Follow-on Forces numa
AO conjunta com ou sem o apoio da naccedilatildeo hospedeira
A constituiccedilatildeo da NRF baseia-se no cataacutelogo de forccedilas CJSOR Poreacutem devido ao facto
de se verificarem constantemente lacunas (denominadas ldquoshortfallsrdquo) no seu preenchimento
(nomeadamente nas valecircncias mais criacuteticas como os helicoacutepteros) eacute provaacutevel que se
evolua da conferecircncia de geraccedilatildeo de forccedilas para a geraccedilatildeo de forccedilas baseada numa
Framework Nation (FwN) Este conceito prevecirc que uma determinada naccedilatildeo se constitua
como ldquoespinha dorsalrdquo da NRF disponibilizando as valecircncias mais criacuteticas e impedindo que
existam lacunas na geraccedilatildeo de forccedilas Desta forma a NRF eacute organizada em moacutedulos
vinculados a um determinado niacutevel de participaccedilatildeo das naccedilotildees intervenientes (Baptista
2007)
Niacutevel A ndash A FwN garante a totalidade do moacutedulo (UEB UEC) soacute poderaacute existir outra
naccedilatildeo no caso de afiliaccedilotildees permanentes como por exemplo o caso da Brigada
Franco-Alematilde
85
Ver Anexo L - Estrutura da NRF 86
Em caso de incidentes NRBQ (Nuclear Radioloacutegico Bioloacutegico e Quiacutemico) ou em situaccedilotildees de crise
humanitaacuteria (NATO 2007)
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 26
Niacutevel B ndash A FwN garante 50 do moacutedulo a participaccedilatildeo de outras naccedilotildees (entre duas
e quatro) nesse moacutedulo eacute possiacutevel
Niacutevel C ndash A FwN eacute responsaacutevel por um 25 do moacutedulo
Niacutevel D ndash O moacutedulo pode ser provido por outra naccedilatildeo que o disponibilize
III12 Os Battlegroups
O conceito de Battlegroup surge no acircmbito da EU referindo-se a uma Forccedila Tarefa de
resposta raacutepida constituiacuteda por um efectivo de mil quinhentos militares Neste contexto o
BG assume-se como ldquo um pacote de forccedilas minimamente eficaz crediacutevel projectaacutevel e
coerente capaz de garantir o cumprimento de operaccedilotildees de forma isolada ou fases iniciais
de operaccedilotildees de maior envergadura (hellip)87 rdquo (EU 2006p1)
A constituiccedilatildeo88 do BG baseia-se num documento denominado BG Concept que prevecirc
uma UEB de manobra reforccedilada com meios dimensionados de Apoio de Combate e de
Apoio de Serviccedilos Esta constituiccedilatildeo assenta no princiacutepio da multinacionalidade atraveacutes da
constituiccedilatildeo de um FwN ou de uma coligaccedilatildeo de Estados-Membros Cada Battlegroup
deveraacute ter associado um Comando de Forccedila e capacidades operacionais e estrateacutegicas preacute-
identificadas como por exemplo o transporte estrateacutegico (EU 2006)
Os niacuteveis de ambiccedilatildeo estabelecidos no ldquoHeadline Goals 2010rdquo prevecircem a capacidade
da UE empreender dois BG em simultacircneo em aacutereas geograacuteficas distintas no ano de 2010
Quanto agraves missotildees atribuiacutedas a um BG este deve estar apto a desenvolver as seguintes
tarefas (Lindstrom 2007)
1 Separaccedilatildeo das partes em Conflito
2 Prevenccedilatildeo de Conflitos
3 Estabilizaccedilatildeo Reconstruccedilatildeo e Consultoria Militar a Paiacuteses terceiros
4 Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
5 Assistecircncia a Operaccedilotildees Humanitaacuterias
No que diz respeito agrave geraccedilatildeo da forccedila a iniciativa parte dos paiacuteses-membros que
propotildeem agrave UE a criaccedilatildeo de um BG Desta forma a naccedilatildeo que se assume como FwN tem o
oacutenus de edificaccedilatildeo ou seja deve disponibilizar todas as unidades que natildeo consegue
angariar junto das restantes naccedilotildees que compotildeem o BG
Assiste-se nesta fase a um constante processo de negociaccedilotildees com uma forte
componente poliacutetica pois as naccedilotildees tendem a disponibilizar unidades que lhes
proporcionem visibilidade (ldquoShow the Flagrdquo) como eacute o caso das unidades de Operaccedilotildees
Especiais Uma vez terminadas as negociaccedilotildees a FwN apresenta agrave UE uma organizaccedilatildeo
especiacutefica do BG com a indicaccedilatildeo dos paiacuteses membros que para ele contribuem de
87
Traduccedilatildeo Livre 88
Ver Anexo M - Estrutura de um Battlegroup
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 27
maneira a atingir o princiacutepio da multinacionalidade O modelo apresentado deve exibir as
capacidades do BG e o periacuteodo de tempo que essa forccedila estaacute disponiacutevel para ser
empregue em operaccedilotildees (normalmente seis meses)
III2 Requisitos para integraccedilatildeo da AAA na NRF
O Exeacutercito tem vindo a participar continuamente na NRF desde o primeiro semestre de
2004 com a integraccedilatildeo de uma forccedila de Operaccedilotildees Especiais Poreacutem ao analisarmos o
histoacuterico89 da participaccedilatildeo nacional na componente terrestre da NRF notamos a inexistecircncia
de qualquer unidade de AAA nesta estrutura de forccedilas e a predominacircncia de unidades de
manobra e de operaccedilotildees especiais Ao analisar este histoacuterico eacute igualmente assinalaacutevel o
esforccedilo do Exeacutercito em integrar unidades de cariz mais teacutecnico como a Bateria de AC 105
mm prevista para integrar a NRF 14 Contudo consideramos que ainda natildeo eacute o suficiente e
que deveraacute existir um maior investimento noutro tipo de valecircncias ditas mais teacutecnicas
No que diz respeito agrave participaccedilatildeo na NRF existe uma clara definiccedilatildeo dos requisitos
que qualquer unidade deveraacute estar apta a cumprir os quais vecircm expressos no CJSOR A
OTAN tem vindo a definir diferentes CJSOR para cada uma das NRF numa tentativa de ser
mais especiacutefica quanto aos requisitos miacutenimos necessaacuterios Deste modo as naccedilotildees
deveratildeo cumprir os requisitos miacutenimos para integrarem unidades na NRF
Tendo como base desta anaacutelise o CJSOR90 verifica-se que relativamente ao moacutedulo
de Defesa Aeacuterea (dependendo da NRF) a participaccedilatildeo das naccedilotildees poderaacute ser feita em trecircs
escalotildees distintos escalatildeo BAAA escalatildeo Grupo de Artilharia Antiaeacuterea (GAAA) ou escalatildeo
Brigada AAA Framework Considerando a dimensatildeo do Exeacutercito Portuguecircs o nuacutemero de
unidades de AAA existentes e os niacuteveis de ambiccedilatildeo nacionais estabelecidos superiormente
julgamos que a participaccedilatildeo mais adequada seraacute o escalatildeo BAAA Para este escalatildeo o
CJSOR refere que o niacutevel de multinacionalidade do moacutedulo deveraacute ser do niacutevel A o que
significa que a naccedilatildeo que disponibilizar a BAAA deveraacute garantir a totalidade do moacutedulo e soacute
excepcionalmente seratildeo aceites outras naccedilotildees Desta forma a BAAA disponibilizada
deveraacute cumprir os seguintes requisitos (Baptista 2007)
Integrar um miacutenimo de doze sistemas SHORAD e doze sistemas MANPAD91 e um
efectivo de duzentos e cinquenta militares
Deveraacute ter a capacidade de ser aerotransportada
Deveraacute garantir a capacidade de assegurar a protecccedilatildeo AA da AO de uma Brigada
Deveraacute ter a capacidade de ligaccedilatildeo com sistemas de defesa antiaeacuterea de meacutedia
altitude
89
Ver Anexo O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF 90
Consulta realizada na Divisatildeo de Operaccedilotildees do Estado-Maior General das Forccedilas Armadas (DIOPEMGFA) 91
MANPAD - Man Portable Air Defense
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 28
Disponibilidade orgacircnica de sistemas radar 3D com IFF92
Niacutevel adequado de protecccedilatildeo da forccedila face agrave ameaccedila NRBQ e aos engenhos
explosivos improvisados (EOD93)
Capacidade miacutenima de sobrevivecircncia de trecircs dias em abastecimentos
No caso de se tratar de uma BAAA auto-propulsada (AP) esta deveraacute cumprir os
mesmos requisitos da BAAA natildeo necessitando da capacidade de ser aerotransportada
Deve ainda dispor de capacidade de detecccedilatildeo visual e radar por infravermelhos
III3 Requisitos para Integraccedilatildeo da AAA nos Battlegroups
Relativamente agrave geraccedilatildeo do pacote de forccedilas que compotildee o BG o facto de natildeo existir
uma estrutura fixa (ao contraacuterio da NRF) permite uma maior flexibilidade por parte das
naccedilotildees envolventes na disponibilizaccedilatildeo dos meios de Apoio de Combate e de Apoio de
Serviccedilos desde que a UEB de manobra esteja garantida
O documento BG Concept soacute indica genericamente qual deveraacute ser a constituiccedilatildeo do
pacote de forccedilas em funccedilatildeo da missatildeo havendo necessidade de recorrer a modelos
anteriores de BG Considerando alguns modelos edificados anteriormente (como o
Francecircs94 Espanhol Italiano e Polaco) constata-se que a sua protecccedilatildeo AA eacute conferida por
uma unidade de escalatildeo pelotatildeo de AA do tipo SHORAD Para que exista possibilidade do
pelotatildeo de AA integrar o pacote de forccedilas do BG este deve satisfazer os requisitos miacutenimos
estabelecidos pela UE sendo estes semelhantes aos instituiacutedos pela NRF Assim o pelotatildeo
AA SHORAD deveraacute dispor (Baptista 2007)
Capacidade de ser aerotransportado
Capacidade de ligaccedilatildeo agraves unidades apoiadas e aos escalotildees superiores
Capacidade de cobertura da AO do BG
Niacutevel adequado de protecccedilatildeo da forccedila face agrave ameaccedila NRBQ e EOD
Interoperabilidade com outras forccedilas integrantes no BG
92
IFF - Identification Friend or Foe 93
EOD - Explosive Ordnance Disposal 94 Ver Anexo P ndash Exemplo de um Battlegroup
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 29
CAPIacuteTULO IV
EMPREGO OPERACIONAL DAS UNIDADES DE AAA
Depois de analisadas as potenciais conjunturas de participaccedilatildeo de unidades de AAA em
forccedilas projectaacuteveis (quer no acircmbito das MHP ou das forccedilas multinacionais) a nossa
investigaccedilatildeo foi direccionada para a abordagem das questotildees directamente relacionadas
com o emprego operacional das unidades de AAA
Como vimos anteriormente no caso das forccedilas multinacionais (NRF e BG) existe um
conjunto de requisitos que as unidades devem possuir para que possam participar neste tipo
de operaccedilotildees No que diz respeito agrave participaccedilatildeo de unidades de AAA no acircmbito das FND
(por exemplo IFOR e KFOR) os requisitos miacutenimos de participaccedilatildeo satildeo estabelecidos no
CJSOR da forccedila multinacional consoante o tipo de operaccedilatildeo a desempenhar
Assim sendo neste capiacutetulo procedeu-se agrave anaacutelise da prontidatildeo operacional das
unidades de AAA nacionais com a finalidade de averiguar se estas possuem as valecircncias
que possibilitem a sua participaccedilatildeo nas operaccedilotildees anteriormente referidas
IV1 O Niacutevel de Prontidatildeo das Unidades de AAA
No contexto de anaacutelise agrave prontidatildeo das unidades de AAA importa considerar trecircs
variaacuteveis distintas a investigar os equipamentos e sistemas de armas os militares e o seu
treino95
O estudo da primeira variaacutevel visa obter dados sobre as condiccedilotildees actuais dos
equipamentos e sistemas de armas que equipam as unidades de AAA nacionais no que diz
respeito agrave quantidade de sistemas existentes agraves suas caracteriacutesticas teacutecnicas e agraves suas
capacidades de emprego em forccedilas projectaacuteveis Relativamente agrave segunda variaacutevel o seu
estudo permitiraacute saber qual a proficiecircncia e prontidatildeo dos militares responsaacuteveis por operar
os sistemas de armas Por fim a terceira variaacutevel possibilitaraacute a anaacutelise do treino a que os
militares de AAA satildeo submetidos
95
Treino - Eacute toda a formaccedilatildeo ministrada na UnidadeEstabelecimentoOacutergatildeo (UEO) de colocaccedilatildeo cuja
finalidade eacute manter ou aumentar os niacuteveis de proficiecircncia individuais (EME 2004 p60)
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 30
IV11 Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais96
As unidades de AAA que integram actualmente a Forccedila Operacional Permanente do
Exeacutercito (FOPE) dispotildeem dos seguintes sistemas de armas para cumprir as suas missotildees
Trinta e um Sistemas Canhatildeo Bitubo AA 20 mm
Trinta e seis Sistemas Miacutessil Ligeiro Chaparral
Trinta e seis Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Trecircs Radares ANMPQ-49 Forward Alerting Area Radar (FAAR)
Trecircs Radares Portable Search and Target Acquisition Radar (PSTAR)
Ao examinar atentamente esta lista destaca-se desde logo a inexistecircncia de um
sistema de C2 que permita num cenaacuterio de operaccedilotildees efectuar as ligaccedilotildees necessaacuterias ao
sistema de C2 do escalatildeo superior agrave Forccedila Aeacuterea Aliada e agraves restantes unidades de AAA
presentes no TO Uma unidade de AAA que natildeo se encontre devidamente integrada na rede
da AAA no TO pode acidentalmente abater uma aeronave amiga originando uma situaccedilatildeo
bastante grave causada por falha humana Deste modo a ausecircncia de um sistema de C2
nas unidades de AAA nacionais tem sido apontada como o grande obstaacuteculo agrave sua
participaccedilatildeo em TO no exterior do territoacuterio nacional (MHP NRF e BG) porque ldquo (hellip) natildeo eacute
aceitaacutevel que num TO moderno existam forccedilas de AAA que se limitem a fazer como noacutes
fazemos controlo por procedimentos (hellip) ldquo (Paradelo 2009)97
Para que as unidades de AAA nacionais possam integrar as FND (no sentido lato) e
participar em exerciacutecios internacionais ou em exerciacutecios conjuntos no interior do territoacuterio
nacional devem obrigatoriamente possuir um sistema de C2 actual (possuindo no miacutenimo
Link 11B98 e suportar Link 1699) Este sistema deveraacute permitir a partilha de informaccedilatildeo radar
entre a unidade de AAA nacional e outras unidades de AAA Deveraacute igualmente possibilitar
que outras entidades presentes no TO partilhem informaccedilatildeo radar com a unidade de AAA
nacional atraveacutes da adiccedilatildeo de alvos aeacutereos na sua Air Picture Esta troca de informaccedilatildeo
radar entre as diversas unidades de AAA e entidades presentes no TO resulta numa
Common Air Picture (CAP) que por sua vez contribui para um sistema de C2 integrado no
Sistema de Defesa Aeacutereo do TO A CAP eacute um conjunto de Sensores Radares e Sistemas
de Vigilacircncia do Campo de Batalha (VCB) que eacute partilhado pelos vaacuterios escalotildees de
comando da forccedila multinacional desde o comandante da AAA no TO ateacute ao homem que
efectua o empenhamento (Paradelo 2009)
96
Ver Anexo Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais 97
Ver Apecircndice G - Guiatildeo da Entrevista ao TCor Art Crispim Paradelo actual comandante do GAAA 98 Ver Anexo R ndash O Link 11B 99 Ver Anexo Q ndash O Link 16
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 31
No que respeita aos sistemas de armas e equipamentos de detecccedilatildeo radar existentes
nas unidades de AAA nacionais estes apresentam lacunas e encontram-se desactualizados
a vaacuterios niacuteveis (Borges 2008)
Relativamente agraves unidades de tiro (UT) apresentam jaacute um adiantado tempo de serviccedilo
nomeadamente o Sistema Canhatildeo Bitubo AA 20 mm e o Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral100
que estatildeo ao serviccedilo do Exeacutercito Portuguecircs desde 1981 e 1990 respectivamente Apesar de
serem sistemas bastante fiaacuteveis encontram-se obsoletos quando comparados com os
requisitos miacutenimos estabelecidos pela NRF e pelo BG
Neste domiacutenio apenas o Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger pode ser considerado uma UT
actual101 tendo a maioria dos miacutesseis existentes em Portugal (adquiridos em 1996) sido
submetida a um programa da OTAN (o WSPC102) com o objectivo de estender a sua vida uacutetil
(Alves 2008) Ao concretizar-se este processo (extensatildeo de vida dos miacutesseis FIM-92) o
Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger estaraacute apto a equipar unidades de AAA para integrarem as
FND quer no seu sentido restrito (moacutedulo de AAA integrado na FND) quer no seu sentido
lato (NRF e BG)
No que diz respeito aos sistemas de detecccedilatildeo radar as unidades de AAA mecanizadas
dispotildeem do sistema radar FAAR de origem norte-americana Devido ao facto de estar
desactualizado103 (Rosendo 2008) natildeo se encontra apto para equipar quaisquer forccedilas de
AAA projectaacuteveis
Para aleacutem deste sistema de detecccedilatildeo radar as unidades de AAA nacionais dispotildeem
igualmente do sistema radar PSTAR adquirido em 2005 ao Exeacutercito dos EUA Trata-se de
um radar moderno com a capacidade de ser aerotransportado todavia possui apenas
capacidade de detecccedilatildeo bidimensional o que o impossibilita de ser utilizado em operaccedilotildees
no acircmbito da NRF e dos BG jaacute que estas exigem equipamentos com capacidade de
detecccedilatildeo tridimensional De acordo com Benroacutes (2002) o radar PSTAR poderaacute equipar um
eventual moacutedulo de protecccedilatildeo AA inserido numa FND
Importa referir que este sistema radar foi altamente potenciado com a utilizaccedilatildeo do
PPRC104-525 (que recentemente comeccedilou a ser distribuiacutedo pelas unidades da FOPE) A
sua utilizaccedilatildeo permitiu multiplicar a imagem radar e distribui-la por oito UT sejam estas
secccedilotildees de Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral Sistema Canhatildeo Bitubo AA 20 mm ou
esquadras de Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger Desta forma atraveacutes do PPRC-525 torna-se
possiacutevel estabelecer uma rede wireless interna que permite transmitir a Recognized Air
100
O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral encontra-se fora de serviccedilo nos EUA desde 1997 (Borges 2008) 101
Para aleacutem do Exeacutercito Portuguecircs o Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger eacute actualmente utilizado nos seguintes
Exeacutercitos da OTAN Alemanha Dinamarca EUA Greacutecia Holanda Turquia (Salvador 2006) 102
O WSPC (Weapon System Partnership Committee) insere-se no acircmbito de uma agecircncia da OTAN a NAMSA
(NATO Maintenance amp Supply Agency) 103 O Sistema Radar FAAR encontra-se fora de serviccedilo nos EUA desde 1991 104
PPRC ndash PortuguecircsPortaacutetil Raacutedio de Campanha
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 32
Picture (RAP) para os comandantes de secccedilatildeoesquadra dos sistemas de armas (Paradelo
2009)
Apoacutes a anaacutelise dos equipamentos e sistemas de armas de AAA agrave disposiccedilatildeo das
unidades de AAA nacionais verificamos que se encontram obsoletos quando comparados
com as congeacuteneres aliadas105 Apenas o sistema miacutessil portaacutetil Stinger poderaacute ser utilizado
para equipar eventuais forccedilas projectaacuteveis no acircmbito da NRF e dos BG
No que respeita agrave participaccedilatildeo nas FND com um moacutedulo de AAA e de acordo com
Benroacutes (2002) para aleacutem do sistema miacutessil portaacutetil Stinger as unidades nacionais poderiam
igualmente utilizar o sistema de detecccedilatildeo radar PSTAR
IV12 A Lei de Programaccedilatildeo Militar
Para suprir as manifestas necessidades de equipamento das unidades de AAA
encontram-se inscritas na Lei de Programaccedilatildeo Militar (LPM) verbas destinadas agrave aquisiccedilatildeo
de um sistema de C2 de sistemas de detecccedilatildeo radar e de novas UT De acordo com a
LPM106 em vigor o levantamento da BAAABrigInt entre 2010 e 2011 possibilitaraacute a
aquisiccedilatildeo dos seguintes sistemas (Cardoso 2008)
Um Sistema de C2
Dezasseis Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Oito Sistemas Miacutessil Ligeiro
Dois Sistemas de Detecccedilatildeo Radar
A LPM prevecirc ainda o reequipamento da BAAA das Forccedilas AG entre os anos de 2011 e
2015 com os seguintes sistemas (Cardoso 2008)
Um Sistema de C2
Doze Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Seis Sistemas Miacutessil Ligeiro
Dois Sistemas de Detecccedilatildeo Radar
Se a LPM natildeo sofrer alteraccedilotildees e os referidos equipamentos forem adquiridos conforme
o previsto a participaccedilatildeo de unidades de AAA nacionais em forccedilas projectaacuteveis poderaacute ser
uma realidade a curto prazo
Importa acrescentar que o sistema de C2 deveraacute ser prioridade absoluta no que respeita
ao reequipamento previsto na LPM uma vez que este eacute fundamental e permitiraacute estabelecer
uma rede de comunicaccedilotildees entre os diversos intervenientes no sistema de defesa aeacuterea do
TO tais como o escalatildeo superior unidades HIMAD outras unidades de AAA existentes no
105
Observando a vizinha Espanha verificamos que as suas unidades dispotildeem de sistemas HIMAD (High and
Medium Air Defense) e SHORAD em quantidade e qualidade (como por exemplo NASAMS PATRIOT ASPIDE
ROLAND HAWK MISTRAL) e de sistemas C4I (Comando Controlo Comunicaccedilotildees Computadores e
Informaccedilotildees) devidamente integrados no sistema de Defesa Aeacuterea (Borges 2008) 106
Lei Orgacircnica nordm 42006 de 29 de Agosto
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 33
TO e a Forccedila Aeacuterea Aliada Consideramos ainda que o sistema de C2 a adquirir deve ser
compatiacutevel com o recente PPRC-525
IV13 A Prontidatildeo dos Militares de AAA
Depois de proceder agrave caracterizaccedilatildeo dos equipamentos e sistemas de armas existentes
nas unidades de AAA nacionais resta avaliar a proficiecircncia dos militares que operam esses
sistemas e as suas actividades de treino
Julgamos que a melhor forma de avaliar o desempenho dos militares neste acircmbito eacute em
situaccedilotildees reais pelo que analisaacutemos a participaccedilatildeo dos militares de AAA no exerciacutecio de
fogos reais ldquoRelacircmpago 2008rdquo Neste exerciacutecio foram disparados todos os sistemas de
armas de AAA acima referidos tendo sido obtidos resultados de excelecircncia jaacute que ldquo (hellip)
todos os Stinger tiveram impactos teacutecnicos os Chaparral tambeacutem acertaram todos e por fim
o canhatildeo tambeacutem teve uma boa sessatildeo (hellip) rdquo (Borges 2009)107
A utilizaccedilatildeo dos simuladores Stinger do tipo THT108 e STPT109 nas sessotildees de treino e a
presenccedila de uma equipa teacutecnica norte-americana especializada no Sistema Miacutessil Ligeiro
Chaparral permitiram minimizar as ldquofalhasrdquo do material maximizar a proficiecircncia do pessoal
e recuperar o know-how que tem sido perdido ao longo dos anos (Borges 2009)
O ecircxito do exerciacutecio ldquoRelacircmpago 2008rdquo exalta a capacidade humana dos militares de
AAA o que ficou patente no discurso do General Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito
realccedilando que ldquo (hellip) temos capacidade teacutecnica temos capacidade de instruccedilatildeo temos
capacidade de formaccedilatildeo e temos a aptidatildeo dos nossos apontadores e isso eacute importante Eu
disse que provavelmente nunca seremos novidade pelos recursos materiais que
apresentarmos em TO ou no campo de batalha no entanto seremos certamente novidade e
seremos certamente reconhecidos pela qualidade dos nossos recursos humanos e essa eacute
uma aposta indiscutiacutevel do Exeacutercito (hellip)110 ldquo (Ramalho 2008)
Relativamente agraves actividades de treino a que as unidades de AAA satildeo sujeitas estas
satildeo diversificadas e materializam-se com a participaccedilatildeo de subunidades de AAA em
diversos exerciacutecios111 Poreacutem eacute da nossa opiniatildeo que para aleacutem do exerciacutecio ldquoRelacircmpagordquo
(eminentemente teacutecnico) deveria existir um exerciacutecio taacutectico ao niacutevel de todas as unidades
de AAA que abrangesse a actuaccedilatildeo de uma ceacutelula de Comando e Controlo do Espaccedilo
107
Ver Apecircndice H - Guiatildeo da Entrevista ao Cor Art Vieira Borges antigo comandante do RAAA1 108
THT ndash Tracking Head Trainer Este sistema tem o mesmo aspecto de um sistema Stinger normal com a
excepccedilatildeo de um monitor que indica se as fases de empenhamento foram correctamente efectuadas Eacute utilizado
para treinar o empenhamento do apontador sobre aeronaves (HDA 2000) 109
STPT - Stinger Troop Proficiency Trainer Eacute um dispositivo baseado em computador que gera alvos aeacutereos e
cenaacuterios na oacuteptica do sistema (HDA 2000) 110
Palavras de Sua Exordf o General Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito (CEME) aos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo
social em Marccedilo de 2008 aquando da realizaccedilatildeo do exerciacutecio de fogos reais de AAA ldquoRELAcircMPAGO 2008rdquo 111
Desde o inicio do presente ano a AAA jaacute participou nos seguintes exerciacutecios ldquoRELAcircMPAGO 2009rdquo ldquoMARTE
09rdquo ldquoROSA BRAVA 09rdquo ldquoNEWFIP 09rdquo ldquoDRAGAtildeO 09rdquo E ldquoAPOLO 09rdquo
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 34
Aeacutereo (C2EA) e os procedimentos de ligaccedilatildeo aos elementos de manobra e ao escalatildeo
superior de forma a simular um cenaacuterio de participaccedilatildeo em CRO
Ainda no acircmbito do treino e uma vez que se prevecirc a aquisiccedilatildeo de novos sistemas de
armas e equipamentos julgamos que tambeacutem deveria investir-se na formaccedilatildeo teacutecnica
especializada dos quadros de AAA (Oficiais e Sargentos) Essa formaccedilatildeo112 deveraacute ser
ministrada no paiacutes de origem dos sistemas de armas durante o periacuteodo que antecede a
chegada dos mesmos ao nosso paiacutes Pretende-se desta forma garantir um grupo de
especialistas que possa ministrar instruccedilatildeo dos referidos sistemas de armas agraves praccedilas de
AAA para que estas estejam prontas a operaacute-los aquando da sua aquisiccedilatildeo Deveraacute
igualmente existir uma nova formaccedilatildeo taacutectica adequada aos novos materiais
No que concerne ao sistema de C2 consideramos que deveraacute ser formado um pequeno
nuacutecleo de militares dedicado exclusivamente agrave utilizaccedilatildeo do referido sistema uma vez que
este dispotildee de diversas funcionalidades e valecircncias que devem ser analisadas e
optimizadas o que soacute eacute possiacutevel de obter atraveacutes de uma utilizaccedilatildeo continuada do sistema
Depois desta anaacutelise verifica-se que os militares de AAA se encontram proficientes no
manuseamento dos actuais equipamentos e sistemas de armas estando assim aptos a
integrarem as FND contudo a grande maioria dos referidos sistemas natildeo eacute susceptiacutevel de
ser utilizado em forccedilas projectaacuteveis pelos motivos anteriormente referidos Desta forma seraacute
necessaacuterio desencadear esforccedilos no sentido de modernizar as unidades de AAA e investir
na instruccedilatildeo teacutecnica dos militares de AAA acerca dos novos sistemas de armas que poderatildeo
vir a equipar as unidades de AAA Pretende-se assim contribuir para a modernizaccedilatildeo das
unidades de AAA atraveacutes da aquisiccedilatildeo de novos sistemas de armas da formaccedilatildeo e do
treino operacional113
IV2 O Emprego da AAA como Moacutedulo de Protecccedilatildeo AA
Ao actuarem no espectro das CRO as forccedilas devem respeitar os princiacutepios da
flexibilidade e modularidade apostando na criaccedilatildeo de moacutedulos que combinem os
subsistemas de C2 radares comunicaccedilotildees e armas Desta forma poderaacute adaptar-se a
dimensatildeo estrutura e organizaccedilatildeo do moacutedulo agraves necessidades de protecccedilatildeo e agrave natureza
da operaccedilatildeo (Monsanto 2002)
A participaccedilatildeo da AAA poderaacute ser realizada atraveacutes da inclusatildeo de um moacutedulo de
protecccedilatildeo AA dimensionado agrave FND Tendo em conta que as actuais FND satildeo UEB o
moacutedulo indicado seria uma unidade com o efectivo de um pelotatildeo Veja-se novamente o
112
Formaccedilatildeo - Conjunto de actividades que visam a aquisiccedilatildeo de conhecimentos periacutecias atitudes e formas de
comportamento exigidos para o exerciacutecio de um cargo ou profissatildeo (EME 2004 p34) 113
Treino Operacional - Conjunto de actividades de treino e treino colectivo que visam actualizar consolidar
aperfeiccediloar e desenvolver capacidades especiacuteficas orientadas para uma missatildeo (EME 2004 p62)
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 35
exemplo da Franccedila114 no Liacutebano O moacutedulo tem o seu papel a desempenhar em CRO
nomeadamente ao niacutevel da dissuasatildeo (ldquomostrar a forccedila para natildeo ter de a usarrdquo (Raleiras
2002)) da protecccedilatildeo AA da forccedila e das vulnerabilidades seleccionadas Poderaacute
desempenhar tarefas especiacuteficas das unidades de AAA como a imposiccedilatildeo de zonas de
exclusatildeo do espaccedilo aeacutereo em caso de necessidade ou efectuar a vigilacircncia do espaccedilo
aeacutereo do sector atribuiacutedo agrave FND contribuindo desta forma para a CAP do escalatildeo superior
Para aleacutem das tarefas referidas os militares que constituem o moacutedulo poderatildeo ainda
efectuar tarefas de acircmbito geral como patrulhamentos check-points escoltas acccedilotildees de
vigilacircncia e de ajuda humanitaacuteria Este tipo de tarefas eacute insistentemente treinado durante a
fase de aprontamento podendo ser desenvolvidas por qualquer soldado seja qual for a sua
aacuterea de especializaccedilatildeo
No que diz respeito agrave inclusatildeo do moacutedulo de protecccedilatildeo AA numa FND poderia ocorrer
mesmo sem esta valecircncia estar inventariada no CJSOR da forccedila multinacional Como
conferimos previamente a protecccedilatildeo da forccedila eacute da responsabilidade das naccedilotildees as quais
podem prover as suas forccedilas com capacidades suplementares aos requisitos miacutenimos
impostos pelas OI
Em termos praacuteticos para que se efective a participaccedilatildeo deste moacutedulo deve estar
reunido um conjunto de condiccedilotildees que permitam o seu emprego tais como a existecircncia de
unidades de AAA no escalatildeo superior e a existecircncia de um sistema de C2 real e crediacutevel na
unidade de AAA nacional que permita efectuar a ligaccedilatildeo ao escalatildeo superior O facto de as
unidades de AAA nacionais natildeo disporem de um sistema de C2 tem vindo a inviabilizar
totalmente a sua participaccedilatildeo em forccedilas projectaacuteveis Este sistema eacute fundamental pois eacute
atraveacutes dele que o comandante da forccedila multinacional no TO consegue exercer o comando
de todas as unidades de AAA no TO de forma centralizada tendo acesso agraves informaccedilotildees
em tempo real permitindo-lhe ter uma visatildeo do contexto geral das operaccedilotildees
Quanto agrave constituiccedilatildeo do referido moacutedulo de protecccedilatildeo AA e tendo em a dimensatildeo da
FND (UEC ou UEB) este poderia incluir
Uma secccedilatildeo (UEC) Duas secccedilotildees (UEB) miacutessil portaacutetil Stinger permitindo executar
acccedilotildees de escolta e a protecccedilatildeo de pontos e aacutereas sensiacuteveis
Duas secccedilotildees radar PSTAR (UEC UEB) de forma a garantir o apoio muacutetuo e a
permitir a manobra de materiais caso seja necessaacuterio
Desta forma ficaraacute a faltar apenas o sistema de C2 o qual seraacute adquirido na melhor das
hipoacuteteses em 2010 ao abrigo da LPM em vigor Enquanto as unidades de AAA nacionais
natildeo dispuserem desta capacidade a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA nas FND
continuaraacute a ser prorrogada
114
Ver Anexo L - A AAA Francesa na UNIFIL
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 36
IV3 O Emprego da AAA na NRF e nos BG
Depois de comparar as caracteriacutesticas dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
nacionais existentes com os requisitos miacutenimos de participaccedilatildeo estabelecidos pelas OI
verificam-se diversos impedimentos quanto agrave participaccedilatildeo de unidades de AAA nacionais na
NRF e nos BG
No que respeita agrave participaccedilatildeo na NRF tendo em conta os requisitos analisados
anteriormente constata-se que para o escalatildeo BAAA existem vaacuterias limitaccedilotildees agrave
participaccedilatildeo nacional nomeadamente (Baptista 2007)
Inexistecircncia de capacidade de C2 e de ligaccedilatildeo a unidades HIMAD
Inexistecircncia de um sistema SHORAD (com capacidade de ser aerotransportado)
que complemente o sistema MANPAD existente
Inexistecircncia de um sistema radar com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional
Eventualmente a participaccedilatildeo nacional poderia efectuar-se ao escalatildeo pelotatildeo AA com
a sua inclusatildeo numa BAAA cedida por outra naccedilatildeo Esta cooperaccedilatildeo poderia ser alcanccedilada
atraveacutes de acordos bilaterais uma vez que a conferecircncia de geraccedilatildeo de forccedilas ldquo (hellip) eacute um
processo com forte componente negocialrdquo (Ribeiro 2009)
Em termos conceptuais e a tiacutetulo de exemplo poderia considerar-se a integraccedilatildeo de um
pelotatildeo AA numa BAAA cedida por Itaacutelia que asseguraria o sistema de C2 ao pelotatildeo AA
nacional O facto de Portugal ter um longo historial115 no que respeita ao emprego de forccedilas
em unidades Italianas facilitaria as negociaccedilotildees Apesar de esta participaccedilatildeo natildeo oferecer
uma grande visibilidade a Portugal (em termos de ldquoshow the flagrdquo) constituir-se-ia numa
mais-valia para a AAA nacional Actuaria pela primeira vez num ambiente combinado
adquirindo treino e experiecircncia operacional neste acircmbito
A participaccedilatildeo de uma BAAA nacional na NRF soacute deveraacute acontecer na melhor das
hipoacuteteses a partir do ano de 2012 ou seja quando estiver concluiacutedo o processo de
levantamento da BAAA da BrigInt (Baptista 2007)
Quanto agrave integraccedilatildeo nos BG as limitaccedilotildees que condicionam a participaccedilatildeo na NRF
tambeacutem afectam a participaccedilatildeo no BG nomeadamente (Baptista 2007)
Inexistecircncia de capacidade de C2 e de ligaccedilatildeo a unidades HIMAD
Inexistecircncia de um sistema radar com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional
Desta forma a contribuiccedilatildeo com um pelotatildeo AA nacional nos BG soacute deveraacute suceder a
partir do ano de 2012 atraveacutes do levantamento da BAAA da BrigInt Esta situaccedilatildeo poderaacute
condicionar a constituiccedilatildeo116 do BG em que Portugal se pretende assumir como Lead
Nation jaacute em 2011 ou simplesmente fazer com que essa valecircncia tenha de ser garantida
por outra naccedilatildeo
115
Veja-se o exemplo da IFOR em 1996 ou da KFOR em 1999 116
De acordo com a Directiva nordm02CEME09
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 37
CAPIacuteTULO V
CONCLUSOtildeES E PROPOSTAS
No acircmbito do apoio agrave poliacutetica externa do Estado expresso no CEDN o Exeacutercito tem
vindo a disponibilizar FND empregues sob os auspiacutecios das diversas OI Participam tanto
em MHP como na NRF e nos BG no domiacutenio da OTAN e da UE respectivamente
Ateacute ao momento natildeo existe registo da participaccedilatildeo de qualquer unidade ou subunidade
de AAA nas FND actuando no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria a protecccedilatildeo da forccedila face agrave
ameaccedila aeacuterea Esta ameaccedila eacute caracterizada por uma vasta gama de meios tripulados e
natildeo tripulados aos quais se acrescentam ainda as novas ameaccedilas tiacutepicas dos conflitos
assimeacutetricos contemporacircneos como a ameaccedila RAM e as aeronaves renegade
Face aos case-study da participaccedilatildeo nacional em CRO apresentados consideramos
que existiu em certas situaccedilotildees necessidade de dotar as FND com meios de AAA Foi o
caso da participaccedilatildeo nacional no TO da Boacutesnia e Herzegovina em 1996 jaacute que o AgrJupiter
integrava a Initial Entry Force existia ameaccedila aeacuterea toda a estrutura do escalatildeo superior
possuiacutea meios de AAA Entendemos que em situaccedilotildees futuras de ldquoaberturardquo de TO natildeo
deveraacute ser minimizada a protecccedilatildeo da forccedila uma vez que esta eacute da responsabilidade
nacional Deste modo a FND deve dispor de todos os meios necessaacuterios agrave sua protecccedilatildeo e
agrave manutenccedilatildeo do seu potencial de combate incluindo meios de AAA
Tendo em conta os niacuteveis de ambiccedilatildeo estabelecidos no CEM e o que tem sido a praacutetica
nacional ateacute agrave data consideramos que as UEB e UEC que integram as FND deveratildeo ser
reforccediladas com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila A necessidade deste
reforccedilo nem sempre se verifica como ficou demonstrado na anaacutelise do case-study BIPara
no Kosovo em 2005 Neste caso o profundo conhecimento do TO e da capacidade das
forccedilas beligerantes permite efectuar o tailoring da FND orientando-a para a missatildeo
A participaccedilatildeo de unidades de AAA em FND tambeacutem poderaacute ser efectuada no acircmbito
das estruturas militares de caraacutecter multinacional como a NRF e os BG Estas estruturas
constituem o paradigma de modernismo e transformaccedilatildeo tendo o Exeacutercito participado
activamente atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de unidades do SFN Contundo ao analisar o
historial de participaccedilatildeo eacute notoacuteria a inexistecircncia de unidades de AAA e a predominacircncia de
unidades de manobra e de operaccedilotildees especiais situaccedilatildeo que as Chefias Militares tem
tentado modificar atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de outro tipo de unidades (como por exemplo
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 38
a Bateria de AC na NRF 14) Consideramos que a ausecircncia de unidades de AAA nas
estruturas militares referidas se deve fundamentalmente aos elevados requisitos de
certificaccedilatildeo que as unidades de AAA nacionais devem cumprir para integrarem as NRF e os
BG
Relativamente agrave prontidatildeo das unidades de AAA constatamos que os nossos
equipamentos e sistemas de armas natildeo nos permitem ombrear com os nossos aliados
dado que natildeo possuiacutemos um sistema de C2 real e crediacutevel e as UT se encontram
maioritariamente desactualizadas quando comparadas com os requisitos das OI O
reequipamento da AAA previsto na LPM (jaacute a partir de 2010) assume-se como primordial
permitindo assim recuperar o atraso que temos relativamente agraves congeacuteneres aliadas
Entendemos que durante o processo de reequipamento deveraacute ser atribuiacuteda prioridade
absoluta ao sistema de C2 uma vez que este eacute fundamental para que possamos dispor de
unidades de AAA projectaacuteveis
Face agrave anaacutelise realizada quanto ao factor humano consideramos que os militares de
AAA dispotildeem da proficiecircncia necessaacuteria para integrarem uma FND e executarem tarefas no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria Tendo em conta o processo de reequipamento que se
avizinha entendemos que deve-se investir nos quadros (Oficiais e Sargentos)
proporcionando-lhes uma formaccedilatildeo teacutecnica e taacutectica acerca dos novos sistemas de armas e
equipamentos
Em situaccedilotildees reais as unidades de AAA poderatildeo ser empregues nas FND em trecircs
situaccedilotildees distintas atraveacutes de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA em MHP uma BAAA na NRF
um pelotatildeo no BG
De acordo com a nossa investigaccedilatildeo nenhuma das trecircs opccedilotildees se poderaacute realizar
devido agrave ausecircncia do sistema de C2 Poreacutem se este estiver garantido seraacute possiacutevel edificar
um moacutedulo equipado com o sistema miacutessil portaacutetil Stinger e o sistema de detecccedilatildeo radar
PSTAR Esta situaccedilatildeo eacute possiacutevel porque o CJSOR das operaccedilotildees OTAN apenas identifica
as valecircncias miacutenimas podendo as naccedilotildees adicionar valecircncias suplementares (como
protecccedilatildeo AA para reforccedilar a protecccedilatildeo da forccedila) Deste modo consideramos que ao ser
adquirido o sistema de C2 o moacutedulo de protecccedilatildeo AA poderaacute ser empregue em operaccedilotildees
futuras que assim o exijam
No que respeita agrave participaccedilatildeo de uma BAAA na NRF ou de um pelotatildeo no BG com a
aquisiccedilatildeo do sistema de C2 continuaraacute a natildeo ser possiacutevel a participaccedilatildeo nas referidas
estruturas militares Isto porque existem outros requisitos a serem cumpridos como a
quantidade de UT (SHORAD e MANPAD) e a disponibilidade de sistemas de detecccedilatildeo radar
com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional Desta forma o moacutedulo de protecccedilatildeo AA do BG
Portuguecircs (previsto para 2011) teraacute de ser garantido por outra naccedilatildeo situaccedilatildeo que na nossa
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 39
opiniatildeo eacute pouco abonatoacuteria para a imagem nacional e natildeo vai de encontro agraves expectativas
dos Artilheiros Portugueses
Na sequecircncia apresentamos as respostas agraves questotildees colocadas e agraves hipoacuteteses
estabelecidas no inicio do trabalho
Inerente agrave anaacutelise da questatildeo central ldquoQual o actual enquadramento das unidades
de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo primaacuteriardquo Constataacutemos que actualmente
no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria as unidades de AAA natildeo tecircm qualquer tipo de
enquadramento nas FND Poreacutem conceptualmente a sua participaccedilatildeo poderaacute efectuar-se
no acircmbito das MHP das NRF e dos BG
A partir desta questatildeo central surgiram as questotildees derivadas As questotildees derivadas
que fundaacutemos foram as seguintes
Porque razatildeo as unidades de AAA natildeo participam actualmente em MHP no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Quais os cenaacuterios de emprego das unidades de AAA em FND
Em caso de participaccedilatildeo em MHP qual seria o escalatildeo das unidades de AAA
a empregar
Seraacute que as unidades de AAA nacionais possuem o niacutevel de prontidatildeo exigido
para integrarem as NRF e os BG
Para obter a resposta agrave primeira questatildeo derivada existiu necessidade de entrevistar o
Chefe da DIOP do EMGFA Os resultados da nossa investigaccedilatildeo revelam que actualmente
as unidades de AAA natildeo participam em MHP porque as CJSOR dos TO onde o Exeacutercito
tem FND (Afeganistatildeo Kosovo e Liacutebano) natildeo identificam a necessidade da valecircncia de
protecccedilatildeo AA No entanto a ausecircncia de um sistema de C2 inviabilizaria a participaccedilatildeo das
unidades de AA caso essa necessidade estivesse inventariada no CJSOR da Forccedila
Multinacional
Relativamente agrave segunda questatildeo derivada constataacutemos durante a nossa investigaccedilatildeo
que os cenaacuterios de emprego ideais para as unidades de AAA em CRO satildeo as operaccedilotildees de
alta intensidade (imposiccedilatildeo de paz) ou as situaccedilotildees de ldquoaberturardquo de TO quando as FND se
encontram integradas na Initial Entry Force O facto de natildeo existir conhecimento do TO e
das forccedilas beligerantes faz com que deva existir investimento na protecccedilatildeo da forccedila visto
que esta eacute da responsabilidade nacional
Quanto agrave terceira questatildeo derivada consideramos que em caso de participaccedilatildeo das
unidades de AAA em MHP deveraacute ser constituiacutedo uma forccedila de organizaccedilatildeo modular Este
moacutedulo deveraacute ser dimensionado agraves FND que tecircm vindo a ser empregues em MHP (UEC e
UEB) Desta forma seraacute possiacutevel cumprir as relaccedilotildees de comando estabelecidas
doutrinariamente ou seja se a Brigada eacute apoiada com uma BAAA as UEB e UEC seratildeo
apoiadas com moacutedulos de protecccedilatildeo AA dimensionados agrave Forccedila
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 40
Eacute oportuno relembrar ainda que caso exista decisatildeo poliacutetica de projectar uma Brigada
(como se encontra previsto no CEM) esta seraacute apoiada com uma BAAA como vimos
anteriormente
No que diz respeito agrave quarta questatildeo derivada consideramos que as unidades de AAA
natildeo possuem o niacutevel de prontidatildeo para integrarem as NRF e os BG muito especialmente
devido agrave dificuldade de cumprir os elevados requisitos das OI Embora disponham de bons
recursos humanos existe uma clara necessidade de reequipamento ao niacutevel dos recursos
materiais que seraacute colmatada com as aquisiccedilotildees previstas na LPM
Respondidas as questotildees inicialmente levantadas procedemos agrave confirmaccedilatildeo ou
negaccedilatildeo das seguintes hipoacuteteses
1 Porque o CJSOR natildeo identifica a necessidade de uma valecircncia de protecccedilatildeo AA da
forccedila
2 Em cenaacuterios de alta intensidade ou no lanccedilamento das operaccedilotildees
3 Ao niacutevel das UEC e UEB normalmente empregues em MHP seria empregue uma
forccedila de organizaccedilatildeo modular
4 Existem lacunas ao niacutevel dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
Em relaccedilatildeo agrave primeira hipoacutetese confirma-se parcialmente porque mesmo se fosse
inventariada a valecircncia de protecccedilatildeo AA no CJSOR o emprego de unidades de AAA
nacionais natildeo seria possiacutevel devido agrave ausecircncia de sistema de C2
No que diz respeito agrave segunda hipoacutetese confirma-se totalmente
Em relaccedilatildeo agrave terceira hipoacutetese confirma-se parcialmente porque para aleacutem das UEC e
UEB (apoiadas por moacutedulo de protecccedilatildeo AA) normalmente empregues em MHP o CEM
prevecirc igualmente o emprego de uma Brigada que teria de ser apoiada por uma BAAA
Por uacuteltimo a quarta hipoacutetese confirma-se totalmente
Tendo por base o presente trabalho propotildee-se a adopccedilatildeo das seguintes acccedilotildees
Criaccedilatildeo de um exerciacutecio taacutectico ao niacutevel de todas as unidades de AAA que englobe
o C2EA e procedimentos de ligaccedilatildeo aos elementos de manobra e ao escalatildeo
superior simulando um cenaacuterio de CRO
Proporcionar formaccedilatildeo teacutecnica e taacutectica (aos quadros de AAA) acerca dos sistemas
de armas que se pretendem adquirir futuramente
Dar prioridade agrave aquisiccedilatildeo de um sistema de C2 compatiacutevel com os novos PPRC-
525 (evitando incompatibilidades) que garanta a projecccedilatildeo de unidades de AAA em
forccedilas projectaacuteveis
Aquando da aquisiccedilatildeo do sistema de C2 criar um grupo de trabalho unicamente
dedicado agrave utilizaccedilatildeo e optimizaccedilatildeo do referido sistema
Estudar as Liccedilotildees Apreendidas de Exeacutercitos Aliados no que respeita a forccedilas
projectaacuteveis atraveacutes da realizaccedilatildeo de seminaacuterios e conferecircncias
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 41
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
1 LIVROS
CALMEIRO Luiacutes e MAGRO Joseacute (2005) O Exeacutercito Portuguecircs nos Caminhos da
Paz SCMAGabCEME Lisboa
IESM (2004) Metodologia da Investigaccedilatildeo Cientiacutefica Instituto de Estudos Superiores
Militares Lisboa
VITORINO Antoacutenio (1998) Discursos do Ministro da Defesa Nacional Ministeacuterio da
Defesa Nacional Janeiro Lisboa
SARMENTO Manuela (2008) Guia Praacutetico sobre a Metodologia Cientiacutefica para a
Elaboraccedilatildeo Escrita e Apresentaccedilatildeo de Teses de Doutoramento Dissertaccedilotildees de
Mestrado e Trabalhos de Investigaccedilatildeo Aplicada 2ordf Ediccedilatildeo Lisboa Universidade
Lusiacuteada Editora
2 MANUAIS
EME (1997) Regulamento de Taacutectica de Artilharia Antiaeacuterea RC 18-100 Estado-
Maior do Exeacutercito Setembro Lisboa
EME (2004) Termos de Formaccedilatildeo Educaccedilatildeo e Treino do Exeacutercito Comando da
Instruccedilatildeo e Doutrina Julho Amadora
EME (2005) Regulamento de Campanha Operaccedilotildees Estado-Maior do Exeacutercito
Setembro Lisboa
EME (2007) Regulamento de Campanha Informaccedilotildees Estado-Maior do Exeacutercito
Agosto Lisboa
HDA (2000) FM 3-017 Air Defense Artillery Brigade Operations Headquarters
Department of the Army October Washington DC
HDA (2000) FM 3-0111 Air Defense Artillery Handbook Headquarters Department of
the Army October Washington DC
ALSAC (2000) FM 6-248 Introduction to Tactical Digital Information Air Land amp Sea
Application Center June Washington DC
IAEM (1996) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz ME 20-76-04 Instituto de Altos Estudos
Militares Janeiro Lisboa
IAEM (2000) A Arte Operacional Operaccedilotildees Conjuntas e Combinadas NC 20-77-01
Instituto de Altos Estudos Militares Dezembro Lisboa
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 42
JP (1994) Peace Operations Joint Publication 3-073 Joint Chiefs of Staff
Washington DC
JP (2006) Dictionary of Military and Associated Terms Joint Publication 1-02 Joint
Chiefs of Staff Washington DC
NATO (2001) Land Operations ATP 32 North Atlantic Treaty Organization March
Brunssum
NATO (2001) NATO Handbook North Atlantic Treaty Organization Brunssum
NATO (2004) Strategic Vision The Military Challenge North Atlantic Treaty
Organization August Brunssum
NATO (2005) Non-Article 5 Crisis Response Operations AJP-34 North Atlantic
Treaty Organization March Brunssum
3 PUBLICACcedilOtildeES PERIOacuteDICAS
BAPTISTA Cor Luiacutes (2007) A Artilharia Portuguesa na NATO Response Force e nos
Battlegroups in Revista de Artilharia nordm 986-988 II seacuterie Lisboa Outubro a Dezembro
de 2007 p347-360
BENROacuteS Maj Joseacute (2002) A Artilharia Antiaeacuterea em Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz in
Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm 2 II seacuterie Lisboa Outubro de 2002 p14-24
BORGES Cor Joatildeo (2008) Reflexotildees sobre a evoluccedilatildeo da Artilharia Antiaeacuterea
Portuguesa in Revista de Artilharia nordm 995-997 II seacuterie Lisboa Julho a Setembro de
2008 p203-222
ESPIacuteRITO SANTO Gen Gabriel (2006) As Forccedilas Nacionais Destacadas em apoio
da poliacutetica externa in Revista Militar nordm10 Lisboa Outubro de 2006 p 109-112
LEANDRO Maj Francisco (2002) Participaccedilatildeo Nacional em operaccedilotildees de apoio agrave
paz liccedilotildees apreendidas in Revista de Artilharia nordm 926-928 II seacuterie Lisboa Outubro a
Dezembro de 2002 p317-365
MONSANTO Maj Luiacutes (2002) Sistema Integrado de Defesa Aeacuterea Nacional in
Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm 2 II seacuterie Lisboa Outubro de 2002 p10-13
NATO (1999) KFOR Providing security for building a better future for Kosovo in NATO
Review nordm 3 Autumn 1999 volume 47 p 16-19
SALVADOR Cap Francisco (2006) Sistemas de Armas SHORAD in Boletim da
Artilharia Antiaeacuterea nordm 6 II seacuterie Lisboa Julho de 2006 p7-33
SANTOS TCor Henrique (2001) A Artilharia Antiaeacuterea em Operaccedilotildees de Resposta a
Crises in Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm1 II seacuterie Lisboa Outubro de 2001 p18-
27
SANTOS TCor Henrique (2007) A Artilharia Portuguesa nas FND in Revista de
Artilharia nordm 983-985 II seacuterie Lisboa Julho a Setembro de 2007 p233-266
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 43
4 DOCUMENTOS ELECTROacuteNICOS
CHARRON Maj Laurent (2008) Co-Ordinating 3D in South Lebanon in Doctrine
Disponiacutevel em httpwwwcdefterredefensegouvfrpublicationsdoctrinedoctrine14
usdoctrine14uspdf
EMGFA (2009) FND Kosovo Disponiacutevel em httpwwwemgfaptptoperacoes
missoesfnd-kosovo
EU (2006) Council Secretariat Factsheet on European Union Battlegroups Disponiacutevel
emhttpwwwconsiliumeuropaeuueDocscms_DatadocspressDataenesdp91624
MDN (2005) Anuaacuterio Estatiacutestico da Defesa Nacional 2005 Disponiacutevel em
httpwwwmdngovptNRrdonlyres8B953055-D6EE-4B19-98C4-05EB6D8D3DA30
Capitulo7pdf
NATO (1949) Tratado do Atlacircntico Norte Disponiacutevel em httpwwwnatoint
docuotherpotreaty-pohtm
NATO (2000) NATO Glossary of Terms and Definitions Disponiacutevel em
httpwwwdticmildoctrinejelother_pubsaap_6vpdf
NATO (2003) NATOrsquos military concept for defence against terrorism Disponiacutevel em
httpwwwnatointimsdocuterrorism-annexhtm
NATO (2006) NATO Response Forces Briefing Disponiacutevel em wwwnatoint
docubriefingnrf2006nrf2006-epdf
NATO (2007) Operation Joint Endeavour Disponiacutevel em httpwwwnatoint
iforiforhtm
NATO (2008) E-generation Disponiacutevel em httpwwwnatointeducationmapshtm
NATO (2008) The NATO Response Force Disponiacutevel em httpwwwnatoint
issuesnrfindexhtml
NATO (2009) Kosovo Force (KFOR) Disponiacutevel em httpwwwnatoint
issueskforindexhtml
LINDSTROM Gustav (2007) Chaillot Papper Enter the EU Battlegroups Disponiacutevel
em httpaeipittedu741401chai97pdf
5 DIAPOSITIVOS
ALVES TCor Joatildeo (2008) A Manutenccedilatildeo da Artilharia Antiaeacuterea Workshop
subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios para a organizaccedilatildeo e reequipamento da Artilharia
Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 17 diapositivos
BAPTISTA Cor Luiacutes (2008) A Artilharia Portuguesa na NATO Response Force e nos
Battlegroups Workshop subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios para a organizaccedilatildeo e
reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 32 diapositivos
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 44
BORGES Cor Joatildeo (2008) Reflexotildees sobre a AAA Portuguesa Seminaacuterio de
Artilharia na EPA Junho 34 diapositivos
CARDOSO Maj Joaquim (2008) A Lei de Programaccedilatildeo Militar e o Reequipamento
para a Artilharia Antiaeacuterea Portuguesa Workshop subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios
para a organizaccedilatildeo e reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 22
diapositivos
PIRES TCor Nuno (2007) AgrBRAVO Instituto de Estudos Superiores Militares
Outubro 38 diapositivos
RALEIRAS TCor Mauriacutecio (2002) A Artilharia e as Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz
Seminaacuterio de Artilharia na EPA Marccedilo 31 diapositivos
ROSENDO Maj Paulo (2008) A Artilharia Antiaeacuterea na Protecccedilatildeo da Forccedila - A
BtrAAA da BrigMec Workshop subordinado ao tema ldquo Subsiacutedios para a organizaccedilatildeo e
reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 20 diapositivos
6 PALESTRAS
Palestra proferida em 11 de Dezembro de 2008 no RAAA1 onde foram apresentadas
as conclusotildees do Workshop relativo ao tema ldquoO apoio da Artilharia Antiaeacuterea agraves
Brigadas em Operaccedilotildeesrdquo proferida pelo TCor Art Paradelo
7 LEGISLACcedilAtildeO
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Portuguesa (2005) Quid Juris - Sociedade Editora Lisboa
p 192
Decreto-Lei nordm 612006 (2006) Lei Orgacircnica do Exeacutercito Diaacuterio da Repuacuteblica 1ordf
Seacuterie - A de 21 de Marccedilo Nordm 57 p2044-2050
Resoluccedilatildeo do Conselho de Ministros nordm 62003 (2003) Conceito Estrateacutegico de
Defesa Nacional Diaacuterio da Repuacuteblica 1ordf Seacuterie - B de 20 de Janeiro Nordm 16 p279-
287
8 OUTROS DOCUMENTOS
EME (2008) Directiva Nordm 23CEME2008 ndash Atribuiccedilotildees e Responsabilidades na
Preparaccedilatildeo e Emprego de Elementos e Forccedilas Nacionais Destacadas do Exeacutercito no
acircmbito das Missotildees Humanitaacuterias e de Paz Estado Maior do Exeacutercito Lisboa
EME (2009) Directiva Nordm 02CEME2009 ndash Optimizaccedilatildeo da Coerecircncia Orgacircnica da
FOPE e seu Reequipamento Estado Maior do Exeacutercito Lisboa
RAMALHO Gen Joseacute (2008) Entrevista agrave SIC Noticias Marccedilo Disponiacutevel em
httpwwwyoutubecomwatchv=GFs1fWAre9g
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 45
RCMAGabCEME (2009) Listagens da participaccedilatildeo do Exeacutercito em MHP Estado
Maior do Exeacutercito Lisboa Marccedilo
RCMAGabCEME (2009) Listagens da participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF Estado Maior
do Exeacutercito Lisboa Marccedilo
SARAIVA (2008) IFORBoacutesnia 96 Lisboa
UN (1995) United Nations Security Council Resolution 1031 United Nations
December
UN (1998) United Nations Security Council Resolution 1199 United Nations
September
UN (1999) United Nations Security Council Resolution 1244 United Nations June
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 46
GLOSSAacuteRIO
AacuteREA DE OPERACcedilOtildeES (AO) ndash ldquoAacuterea delimitada necessaacuteria para conduzir as operaccedilotildees
militares e para a administraccedilatildeo dessas operaccedilotildeesrdquo (EME 2005 B-2)
AacuteREA DE RESPONSABILIDADE (AOR) ndash ldquoAacuterea geograacutefica no interior da qual o
Comandante possui autoridade para planear conduzir e coordenar operaccedilotildees e ainda
desenvolver e manter infra-estruturas conforme delegadordquo (IAEM 2000)
CIMIC ndash ldquoEacute a coordenaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em apoio da missatildeo entre o Comandante de uma
forccedila militar e os actores civis nos quais se incluem a populaccedilatildeo civil local e as suas
autoridades representativas bem como as organizaccedilotildees natildeo governamentais internacionais
e nacionais e ainda as agecircnciasrdquo (EME 2005 8-1)
COMANDO E CONTROLO (C2) ndash ldquoAs funccedilotildees de comando e controlo satildeo exercidas atraveacutes
de um sistema funcional conjunto de homens material equipamento e procedimentos
organizados que permitam a um Comandante dirigir coordenar e controlar as actividades
das forccedilas militares no cumprimento da missatildeordquo (EME 1997 5-1)
CONTROLO POR PROCEDIMENTOS ndash ldquoO controlo por procedimentos sobrepotildee-se ao
controlo positivo e agraves falhas de identificaccedilatildeo Inclui teacutecnicas tais como as de segmentaccedilatildeo
do espaccedilo aeacutereo em volume e tempo eou uso de graus (ordens) de controlo de armas Por
isso pode assegurar de facto a continuidade das operaccedilotildees ambientais adversasrdquo (EME
1997 5-8)
DOUTRINA ndash ldquoConjunto de princiacutepios e regras que visam orientar as acccedilotildees das forccedilas e
elementos militares no cumprimento da missatildeo operacional do Exeacutercito na prossecuccedilatildeo dos
objectivos nacionaisrdquo (EME 2005 B-6)
EXERCICIOS COMBINADOS ndash ldquoExerciacutecios com forccedilas militares nacionais e de outro paiacutes
podendo ou natildeo ser realizados em territoacuterio nacional A sua finalidade eacute desenvolver o
planeamento operacional conjuntocombinado e avaliar a prontidatildeo do SFN proporcionar
treino operacional e avaliar a capacidade e a interoperabilidade das forccedilas participantesrdquo
(MDN 2005p153)
Glossaacuterio
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 47
EXERCICIOS CONJUNTOS ndash ldquoExerciacutecios que envolvem Forccedilas militarem nacionais de dois
ou mais ramos A sua finalidade eacute desenvolver o planeamento operacional conjunto e avaliar
a prontidatildeo do SFN a estrutura de comando os sistemas de comunicaccedilotildees e informaccedilatildeo a
interoperabilidade os conceitos e os planosrdquo (MDN 2005p152)
MANPAD ndash ldquoO sistema miacutessil portaacutetil eacute constituiacutedo por miacutesseis guiados disparados ao
ombro ou a partir de apoios ligeiros (bipeacutes ou tripeacutes montados no solo ou em viatura) Este
sistema de armas de AAA eacute caracterizado ainda por ser um sistema de tempo claro e ter
alcances da ordem dos 3 a 5 kmrdquo (EME 19974-12)
OPERACcedilOtildeES PSICOLOacuteGICAS (PSYOPS) ndash ldquoSatildeo actividades psicoloacutegicas concebidas
para influenciar as atitudes e o comportamentos que contribuem para a realizaccedilatildeo de
objectivos poliacuteticos e militaresrdquo (NATO 2000 2-P-7)
PROTECCcedilAtildeO DA FORCcedilA ndash ldquoTodas as medidas e os meios para minimizar as
vulnerabilidades de pessoal instalaccedilotildees equipamentos e operaccedilotildees a quaisquer ameaccedila e
em todas as situaccedilotildees para preservar a liberdade de acccedilatildeo bem como a eficaacutecia
operacional da forccedilardquo (NATO 2003)
REGRAS DE EMPENHAMENTO (ROE) ndash ldquoAs regras de empenhamento satildeo directivas que
fornecem aos vaacuterios niacuteveis de decisatildeo as circunstacircncias e limitaccedilotildees do uso da forccedila
dentro dos paracircmetros legais as quais reflectem orientaccedilotildees e direcccedilatildeo poliacuteticasrdquo (IAEM
1996 F-1-3)
SHORAD ndash ldquoOs sistemas SHORAD estatildeo vocacionados para o combate agrave ameaccedila aeacuterea de
baixa e muito baixa altitude e satildeo normalmente empregues na protecccedilatildeo antiaeacuterea das
unidades de manobra e dos seus oacutergatildeos criacuteticosrdquo (EME 19974-10)
TEATRO DE OPERACcedilOtildeES (TO) ndash ldquoEacute a parte do teatro de guerra necessaacuteria agrave conduccedilatildeo ou
apoio das operaccedilotildees de combaterdquo (EME 2005 B-10)
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 48
APEcircNDICES
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 49
APEcircNDICE A - Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
Perguntas
Derivadas
HIPOacuteTESES
VALIDACcedilAtildeO DAS
HIPOacuteTESES CONCLUSOtildeES
PROPOSTAS
(hellip)
METODOLOGIA
Anaacutelise Documental
Entrevistas
Workshop
QUESTAtildeO CENTRAL
ldquoldquoQual o actual enquadramento das unidades
de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo
primaacuteriardquo
Cap I
Enquadramento
Conceptual
Cap II
A Participaccedilatildeo
das FND em CRO
Cap III
Integraccedilatildeo de unidades
de AAA na NRF e BG
Cap IV
Emprego
Operacional das
Unidades de AAA
Conceptualizaccedilatildeo
FND
CRO
Ameaccedila Aeacuterea
FNDIFOR
FNDKFOR
Caracterizaccedilatildeo do TO
PE vs PK
Enquadramento do
moacutedulo de protecccedilatildeo AA
nas CRO
Reflexotildees sobre a AAA
em CRO
NRF
BG
Missatildeo BGNRF
Requisitos para
integraccedilatildeo na NRF e
BG
Prontidatildeo das Unidades
de AAA
Especificidade de
emprego
Verificar se cumpre
requisitos NRFBG
Emprego do moacutedulo de
AAA
Lei de Programaccedilatildeo
Militar
FND
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 50
APEcircNDICE B - Guiatildeo da Entrevista
ao Tenente-Coronel de Varela Benroacutes
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Que experiecircnciaformaccedilatildeo possui no domiacutenio da Artilharia Antiaeacuterea
3 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a
KFOR em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado
agrave forccedila Porquecirc
4 Tendo presente a tipologia das CRO em que tipo de operaccedilotildees eacute vaacutelida a inclusatildeo de
unidades de AAA
5 Quais as tarefas que podem ser cometidas as unidades de AAA no ambiente das
CRO
6 O sistema de C2 das unidades de AAA tem limitaccedilotildees Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar
de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em CRO Porquecirc
7 Na sua opiniatildeo quais as perspectivas futuras quanto a participaccedilatildeo de unidades de
AAA em Operaccedilotildees deste geacutenero
8 Em termos conceptuais e no acircmbito da integraccedilatildeo de unidades de AAA na NRF seraacute
possiacutevel Portugal integrar um pelotatildeo AA numa BAAA fornecida por outra naccedilatildeo Ou a
participaccedilatildeo miacutenima deveraacute ser ao niacutevel BAAA
Posto Tenente-Coronel de Artilharia
Nome Joseacute Carlos Levy VARELA BENROacuteS
Cargo Funccedilatildeo NATO Staff Officer J3 Division Ground Based Air Defense (GBAD)
NATO Team Leader - Joint Synchronization and Execution Branch
Local Joint Headquarters Lisbon - Oeiras
DataHora 18 de Fevereiro de 2009 pelas 16h00m
Motivo da Entrevista Durante a sua carreira o Tenente-Coronel Benroacutes esteve
sempre ligado agrave AAA tendo sido por vaacuterios anos o
representante do Exeacutercito no Land Group 5 on Army Air
Defense do NATO Army Armaments Group
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 51
APEcircNDICE C - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Ref Pires Saraiva
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do 3ordm BIATBAI
5 Qual a missatildeo do seu Batalhatildeo
6 Como caracterizaria o TO da Boacutesnia e Herzegovina em Agosto de 1996 aquando da
sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo Batalhatildeo
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea
10 O 3ordm BIATBAI integrou a IFOR em 1996 tornando-se assim um elemento da ldquoInitial
Entry Forcerdquo Nestas circunstacircncias seria admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de
protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Batalhatildeo
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao 3ordm BIATBAI
Posto Coronel de Infantaria
Nome Fernando PIRES SARAIVA
Cargo Funccedilatildeo Reformado
Local Residecircncia Pessoal - Lisboa
DataHora 12 de Marccedilo de 2009 pelas 11h00m
Motivo da Entrevista O Coronel Pires Saraiva foi o Comandante do 3ordm BIATBAI
na FNDIFOR entre Agosto de 1996 e Dezembro de 1996
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 52
APEcircNDICE D - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Tirocinado Antunes Calccedilada
Questotildees Colocadas
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do AgrBravoBAI
5 Qual a missatildeo do seu Agrupamento (AgrBravoBAI)
6 Como caracterizaria o TO do Kosovo em Agosto de 1999 aquando da sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo AgrBravoBAI
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea Existia
ameaccedila
10 O AgrBravoBAI foi a primeira FND (UEB) a integrar a KFOR em Agosto de 1999
tornando-se assim um elemento da ldquoInitial Entry Forcerdquo Nestas circunstacircncias seria
admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Agrupamento
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao AgrBravoBAI
Posto Coronel de Cavalaria Tirocinado
Nome Joseacute Carlos Filipe ANTUNES CALCcedilADA
Cargo Funccedilatildeo Coordenador de Ensino dos Cursos do Exeacutercito no IESM
Local Instituto de Estudos Superiores Militares - Lisboa
DataHora 04 de Marccedilo de 2009 pelas 16h00m
Motivo da Entrevista O Coronel Calccedilada foi o Comandante do AgrBravoBAI na
FNDKFOR entre Agosto de 1999 e Fevereiro de 2000
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 53
APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista
ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do BIParaBRR
5 Qual a missatildeo do seu Batalhatildeo
6 Como caracterizaria o TO do Kosovo em Setembro de 2005 aquando da sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo Batalhatildeo
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea
10 O BIPara foi empregue como reserva taacutectica do COMKFOR Nestas circunstacircncias
seria admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila
Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Batalhatildeo
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao BIPara
Posto Tenente-Coronel de Infantaria
Nome Joseacute Carlos ALMEIDA SOBREIRA
Cargo Funccedilatildeo Chefe da Reparticcedilatildeo de Ligaccedilatildeo de Adidos Militares no EME
Local Estado Maior do Exeacutercito - Lisboa
DataHora 11 de Marccedilo de 2009 pelas 14h00m
Motivo da Entrevista O Tenente-Coronel Sobreira foi o Comandante do
BIParaBRR na FNDKFOR entre Setembro de 2005 e
Marccedilo de 2006 Foi tambeacutem Oficial de Informaccedilotildees do
AgrJuacutepiter na IFOR entre Agosto de 1996 e Dezembro
de 1996
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 54
APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao
Major-General Martins Ribeiro
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Poderatildeo as NRF e os BG ser considerados FND
4 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com meios de protecccedilatildeo AA Porquecirc
5 O que satildeo as CJSOR Como se processa a Conferecircncia de Geraccedilatildeo de Forccedilas
6 Na sua opiniatildeo e como Chefe da DIOPEMGFA porque razatildeo o Exeacutercito nunca
disponibilizou unidades de AAA para missotildees exterior
7 Jaacute foi equacionada hipoacutetese de empenhar uma unidade de AAA para corresponder agrave
CJSOR
8 A constituiccedilatildeo da forccedila deve responder as CJSOR Apesar disso pode a Forccedila ter
valecircncias adicionais
Posto Major-General
Nome Luiacutes Manuel MARTINS RIBEIRO
Cargo Funccedilatildeo Chefe da Divisatildeo de Operaccedilotildees do EMGFA
Local EMGFA - Lisboa
DataHora 19 de Marccedilo de 2009 pelas 18h00m
Motivo da Entrevista A DIOPEMGFA presta apoio de estado-maior no que respeita a
planeamento operacional e ao emprego de FND
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 55
APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao
Tenente-Coronel Crispim Paradelo
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave
FND Porquecirc
3 Como definiria a ameaccedila aeacuterea actual
4 Actualmente as FND incluem um moacutedulo de morteiros pesados sem qualquer
integraccedilatildeo na estrutura de C2 do escalatildeo superior Poderia esta situaccedilatildeo acontecer com
o moacutedulo de protecccedilatildeo AA
5 Ao incluir este moacutedulo de protecccedilatildeo AA qual seria o seu escalatildeo composiccedilatildeo
pessoalmaterial
6 Quais as tarefas que podem ser cometidas agraves unidades de AAA actuando em ambiente
CRO
7 O sistema de C2 das unidades de AAA tem limitaccedilotildees Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar
de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em CRO Porquecirc
8 Os novos raacutedios da famiacutelia 525 acrescentaram algumas melhorias no actual sistema de
C2 das unidades de AAA Quais
Posto Tenente-Coronel
Nome Antoacutenio CRISPIM PARADELO
Cargo Funccedilatildeo Comandante do GAAA no RAAA1
Local RAAA1 - Lisboa
DataHora 24 de Marccedilo de 2009 pelas 09h00m
Motivo da Entrevista Como actual Cmdt GAAA o Tenente-Coronel Paradelo tem
conhecimento da prontidatildeo das unidades de AAA
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 56
APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Vieira Borges
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave
forccedila Porquecirc
3 Ao incluir este moacutedulo de protecccedilatildeo AA qual seria o seu escalatildeo composiccedilatildeo
pessoalmaterial
4 Como descreveria a situaccedilatildeo actual da AAA no que respeita a forccedilas projectaacuteveis
5 O sistema de C2 das unidades de AAA eacute apontado como uma das grandes limitaccedilotildees da
AAA Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em
CRO Porquecirc
6 No que diz respeito agrave actual situaccedilatildeo do material (unidades de tiro sistema IFF radares)
poderaacute este ser empregue em forccedilas projectaacuteveis
7 Na sua opiniatildeo e tendo em conta a situaccedilatildeo actual da AAA quais satildeo as capacidades
miacutenimas que devem serem adquiridas para que a AAA possa integrar subunidades de
organizaccedilatildeo modular nas FND
8 Na sua opiniatildeo e tendo em conta a situaccedilatildeo actual da AAA quais satildeo as capacidades
miacutenimas que devem serem adquiridas para que a AAA possa integrar unidades no seio
da NRF e dos BG
9 Quais as melhorias que o sistema do tipo FAADS C2I acrescentaria agrave AAA
10 Como antigo Oficial Coordenador de Reequipamento (OCAR) da AAA quais satildeo as
aquisiccedilotildees previstas na LPM para alterar a actual situaccedilatildeo da AAA
Posto Coronel
Nome Joatildeo VIEIRA BORGES
Cargo Funccedilatildeo Assessor de Estudos do Instituto de Defesa Nacional (IDN)
Local IDN - Lisboa
DataHora 01 de Marccedilo de 2009 pelas 15h00m
Motivo da Entrevista Antigo Comandante do RAAA1
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 57
ANEXOS
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 58
ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP
Apresenta-se o histoacuterico da participaccedilatildeo de FND do Exeacutercito em MHP nos diferentes
TO em que o Exeacutercito participou ao serviccedilo das diversas OI
Moccedilambique
UNMOZ Batalhatildeo de Transmissotildees 4 040593 ndash 290794
300594 ndash 221294
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 1 FND no TO de Moccedilambique
Angola
UNAVEM117 III
Companhia de Transmissotildees 5 260595 ndash 271296
111296 ndash 010797
Companhia Logiacutestica 6
280795 ndash 260296
260296 ndash 160996
161196 ndash 080497
080497 ndash 300697
MONUA118
Companhia de Transmissotildees 5
010797 ndash 271197
191197 ndash 261098
261098 ndash 260299
Companhia Logiacutestica 6
300697 ndash 180997
180997 ndash 010298
010298 ndash 270798
Destacamento Sanitaacuterio 7
310897 ndash 200498
260498 ndash 020898
300798 ndash 251198
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 2 FND no TO de Angola
117
UNAVEM III ndash United Nations Verification Mission III 118
MONUA ndash Missatildeo de Observaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas em Angola
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 59
Boacutesnia e Herzegovina
IFOR
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado (2ordm BIAT) 160196 ndash 120896
3ordm Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado (3ordm BIAT) 120796 ndash 100297
Destacamento de Apoio de Serviccedilos 290196 ndash 120896
SFOR
1ordm Batalhatildeo de Infantaria Motorizado (1ordm BIMoto) 100297 ndash 300797
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Motorizado (2ordm BIMoto) 300797 ndash 140198
1ordm BIAT 140198 ndash 150798
Agrupamento Alfa 150798 ndash 120199
3ordm BIMoto 120199 ndash 120799
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Paraquedista (2ordm BIPara) 100799 ndash 310100
Agrupamento Alfa 310100 ndash 290700
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Mecanizado (2ordm BIMec) 290700 ndash 280101
Agrupamento Echo 280101 ndash 290701
1ordm BIPara 290701 ndash 290102
2ordm BIMec 290102 ndash 300702
2ordm Batalhatildeo de Infantaria (2ordm BI) 300702 ndash 300103
1ordm BIPara 300103 ndash 300703
Agrupamento Golf 300703 ndash 280104
3ordm BIPara 300104 ndash 230704
2ordm BIMec 230704 ndash 230105
EUFOR119
Componente Portuguesa da
Brigada Aerotransportada Independente (BAI) 0105 ndash 0701
Componente Portuguesa da
Brigada Intervenccedilatildeo (BrigInt) 0705 ndash 0106
Componente Portuguesa da
Brigada Mecanizada (BrigMec) 0106 ndash 0706
1ordmBIBrigInt 0706 ndash 0307
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 3 FND no TO da Boacutesnia e Herzegovina
119
EUFOR ndash European Union Force
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 60
Kosovo
KFOR
Agrupamento BravoBAI 0899 ndash 0200
Agrupamento Charlie Brigada Ligeira de Intervenccedilatildeo (BLI)
0200 ndash 0800
Agrupamento Delta Brigada Mecanizada Independente (BMI)
0800 ndash 0401
2ordmBIBLI 0105 ndash 0905
3ordm BIParaBrigada de Reacccedilatildeo Raacutepida (BRR) 0905 ndash 0306
1ordmBIMecBrigMec 0306 ndash 0906
1ordmBIParaBRR 0906 ndash 0307
2ordm BIMecBrigMec 0307 ndash 0907
2ordmBIBrigInt 0907 ndash 0308
1ordmBIParaBRR 0308 ndash 0908
Agrupamento MikeBrigInt 0908 ndash 0309
1ordmBIBrigInt 0309 ndash Em curso
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 4 FND no TO do Kosovo
Timor-Leste
UNTAET120
1ordm BIParaBAI 140200 ndash 210800
2ordm BIParaBAI 210800 ndash 260201
2ordmBIBLI 260201 ndash 081001
1ordmBIBLI 081001 - 080602
UNMISET
2ordm BIParaBAI 080602 ndash 240103
1ordmBIMecBrigMec 240103 ndash 250703
Agrupamento Foxtrot 250703 ndash 250104
Agrupamento Hotel 250104 ndash 110604
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 5 FND no TO de Timor-Leste
120 UNTAET ndash United Nations Transitional Administration in East Timor
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 61
Zaire
FORREZ121 Forccedilas de Operaccedilotildees Especiais 060597 ndash 300597
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 6 FND no TO do Zaire
Guineacute-Bissau
FORREC122 Forccedilas de Operaccedilotildees Especiais 110698 ndash 190698
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 7 FND no TO da Guineacute-Bissau
Afeganistatildeo
ISAF123
1ordf Companhia de Comandos (1ordmCCmds) BRR 0805 ndash 0206
2ordf Companhia de Comandos (2ordmCCmds) BRR 0206 ndash 0806
2ordm BIParaBRR 0806 ndash 0207
2ordmCCmdsBRR 0207 ndash 0807
22ordf Companhia de Atiradores Paacutera-quedista (22ordfCatPara) 2ordm BIParaBRR
0807 ndash 0208
1ordmCCmdsBRR 0208 ndash 0808
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 8 FND no TO do Afeganistatildeo
121
FORREZ ndash Forccedila de Recolha do Zaire 122
FORREC ndash Forccedila de Recolha 123
ISAF ndash International Security Assistance Force
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 62
Liacutebano
UNIFIL
Companhia de Engenharia (CEng)BrigMec 1106 ndash 0507
Forccedilas de Apoio Geral (AG) 0507 ndash 1107
Forccedilas de AG 1107 ndash 0508
CEngBrigInt 0508 ndash 1108
CEngBrigMec 1108 ndash 0509
Forccedilas de AG 0509 ndash Em curso
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 9 FND no TO do Liacutebano
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 63
ANEXO B - Ciclo de uma FND
(Fonte Autor 2009)
Fonte (Autor 2009)
Figura 1 Os 3 periacuteodos distintos de uma FND
2ordm PERIacuteODO PROJECCcedilAtildeO DA UNIDADE E CONDUTA DA OPERACcedilAtildeO
Esta fase decorre entre o iniacutecio do deslocamento da unidade
para o TO e a Transferecircncia de Autoridade (TOA) da forccedila que eacute
rendida (Leandro 2002)
1ordm PERIacuteODO APRONTAMENTO
Eacute o periacuteodo de tempo compreendido entre o despacho de
nomeaccedilatildeo da unidade e a sua projecccedilatildeo para o TO
Durante este periacuteodo a unidade recebe treino orientado
para a missatildeo que vai desempenhar (Leandro 2002)
3ordm PERIacuteODO EXTRACcedilAtildeO E DESACTIVACcedilAtildeOFIM DE MISSAtildeO
Engloba o periacuteodo que decorre entre a TOA para a forccedila
que vem render e a extraccedilatildeo da forccedila e consecutiva
elaboraccedilatildeo do Relatoacuterio Final de Missatildeo (RFM)
(Leandro 2002)
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 64
ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees
O emprego de forccedilas militares natildeo eacute exclusivo das operaccedilotildees de guerra sendo estas
igualmente empregues em situaccedilotildees de paz e de crise Desta forma abrangem um vasto
espectro (EME 2005)
(Fonte EME 2005)
Figura 2 Espectro das Operaccedilotildees
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 65
ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Com a finalidade de reger o comportamento das entidades intervenientes neste tipo de
operaccedilotildees (forccedilas militares OI ONG) foi estabelecido um conjunto de princiacutepios (EME
2005)
Objectivo ndash Todas as operaccedilotildees devem ser orientadas para objectivos claramente
definidos e compreendidos Os objectivos estrateacutegicos - militares devem permitir
alcanccedilar o estado final poliacutetico desejado
Perseveranccedila ndash Numa operaccedilatildeo desta natureza para alcanccedilar o estado final
desejado implica ser-se resoluto paciente e persistente na perseguiccedilatildeo dos objectivos
definidos
Unidade de Comando ndash Requer uma clara definiccedilatildeo da autoridade papel e relaccedilotildees
entre os intervenientes para cumprir as tarefas atribuiacutedas
Unidade de Esforccedilos ndash Este princiacutepio reconhece a necessidade de uma
aproximaccedilatildeo coerente ente militares e civis Requer uma contiacutenua interacccedilatildeo com as
OI e as ONG envolvidas Para conseguir este princiacutepio eacute essencial estabelecer uma
ligaccedilatildeo efectiva a todos os niacuteveis e promover regularmente conferecircncias e reuniotildees
envolvendo todas as partes intervenientes
Credibilidade ndash A credibilidade eacute essencial para promover e estabelecer um clima de
confianccedila A Forccedila natildeo deve transigir quanto agrave vontade e capacidade para assumir as
suas responsabilidades
Transparecircncia das Operaccedilotildees ndash A Missatildeo o conceito de operaccedilotildees e o estado final
poliacutetico a alcanccedilar devem ser compreendidos por todas as partes envolvidas neste
processo (forccedila agecircncias e partes) A difusatildeo da informaccedilatildeo deve ser balanceada
com as necessidades de seguranccedila
Protecccedilatildeo ndash Eacute uma responsabilidade de comando inerente a qualquer operaccedilatildeo
militar Devem ser considerados a composiccedilatildeo e volume da forccedila os planos as
ordens e as regras de empenhamento (ROE)124
Flexibilidade ndash O sucesso destas operaccedilotildees envolve uma elevada capacidade de
gestatildeo e adaptaccedilatildeo face agraves mudanccedilas e eventuais transiccedilotildees que ocorram na
situaccedilatildeo envolvente e que conduzam ao estabelecimento de um ambiente seguro e
estaacutevel O comandante operacional deve facultar o maacuteximo de flexibilidade e as forccedilas
devem ter capacidade de adaptaccedilatildeo agraves alteraccedilotildees
124
ROE ndash Rules Of Engagement
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 66
Promoccedilatildeo da Cooperaccedilatildeo e Consentimento ndash Este princiacutepio constitui-se como um
preacute-requisito neste tipo de operaccedilotildees Exige uma cuidadosa ponderaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
antes da execuccedilatildeo de qualquer actividade de natureza militar
Imparcialidade ndash As operaccedilotildees devem ser conduzidas sem favorecer ou prejudicar
qualquer das partes Deve ser fomentada a aproximaccedilatildeo entre as partes atraveacutes de
uma comunicaccedilatildeo eficaz e transparecircncia das operaccedilotildees
Uso da Forccedila ndash O uso da forccedila neste tipo de operaccedilotildees poderaacute prejudicar a
execuccedilatildeo da missatildeo pelo que requer um elevado acompanhamento por parte do
Comando da forccedila contudo o uso da forccedila deve estar de acordo com a lei
internacional nomeadamente o direito internacional humanitaacuterio O uso da forccedila
deveraacute ser adequado agrave missatildeo No entanto as ROE natildeo devem limitar o direito
inerente agrave auto-defesa
Respeito Muacutetuo ndash Deve existir respeito pela naccedilatildeo cultura e costumes da Naccedilatildeo
Hospedeira O Comandante Conjunto deve assegurar-se que os mesmos princiacutepios
satildeo reconhecidos e implementados entre os diferentes contingentes que fazem parte
da forccedila
Liberdade de Movimentos ndash A liberdade de movimentos eacute fundamental para garantir
o sucesso das operaccedilotildees em missotildees desta natureza O mandato que a forccedila deteacutem
juntamente com as ROE deve garantir liberdade e autonomia para cumprir as tarefas
As facccedilotildees poderatildeo impor algumas restriccedilotildees neste aspecto Haacute que impor essa
liberdade atraveacutes de acccedilotildees vigorosas e resolutas podendo mesmo incluir o uso da
forccedila
Legitimidade ndash Este princiacutepio constitui-se como fundamental em operaccedilotildees desta
natureza Eacute atraveacutes da legitimidade que se consegue garantir o apoio da comunidade
internacional das naccedilotildees contribuintes e das partes envolvidas Eacute necessaacuterio que a
operaccedilatildeo seja conduzida de acordo com a lei internacional incluindo os princiacutepios
constantes na carta das Naccedilotildees Unidas Qualquer erro poderaacute comprometer a
credibilidade da forccedila e consequentemente a sua legitimidade
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 67
ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea
(Fonte HDA 2000)
Figura 3 Proliferaccedilatildeo da Ameaccedila Aeacuterea
(Fonte HDA 2000)
Figura 4 Relaccedilatildeo de CustosEquipamento
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 68
ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
A OTAN eacute uma OI de cooperaccedilatildeo militar estabelecida em 1949 que tem por base o
Tratado Atlacircntico Norte e eacute actualmente constituiacuteda por uma Alianccedila de 26 paiacuteses125 O
papel fundamental da OTAN eacute salvaguardar a liberdade e seguranccedila dos seus paiacuteses
membros constituindo-se tambeacutem num dos pilares de estabilidade e seguranccedila do espaccedilo
Euro-Atlacircntico
O conceito estrateacutegico da Alianccedila Atlacircntica estabelece as capacidades que devem ser
desenvolvidas pela OTAN entre as quais o papel crucial que a organizaccedilatildeo tem na
prevenccedilatildeo de conflitos e gestatildeo de crises adoptando as medidas necessaacuterias agrave sua
resoluccedilatildeo A OTAN fomenta ainda a parceria e cooperaccedilatildeo com os restantes paiacuteses do
espaccedilo Euro-Atlacircntico no intuito de promover a paz e aumentar a confianccedila muacutetua e a
capacidade de acccedilatildeo conjunta (NATO 2004)
A OTAN iniciou a sua actuaccedilatildeo na regiatildeo dos Balcatildes apoacutes a assinatura do acordo de
Paz de Dayton em 1995 Esteve sempre relacionada com o cumprimento deste acordo
intervindo numa primeira fase com uma forccedila de implementaccedilatildeo militar (IFOR) e
posteriormente com uma forccedila de estabilizaccedilatildeo (SFOR) ambas com o objectivo de construir
a base para uma futura paz na regiatildeo dos Balcatildes
O emprego operacional da Alianccedila nesta regiatildeo efectivamente impediu novos
combates e desenvolveu um precedente de sucesso dos esforccedilos de caraacutecter
multinacionais Conseguiu alcanccedilar as esperanccedilas de paz e bem-estar existentes no povo
da Boacutesnia e Herzegovina e do Kosovo
A esfera de actuaccedilatildeo da Alianccedila abrange tambeacutem o conflito do Kosovo onde a OTAN
leva a cabo esforccedilos para inverter a limpeza eacutetnica e permitir o regresso das centenas de
milhares de refugiados que abandonaram o Kosovo durante a repressatildeo da Primavera de
1999 para voltar agrave sua paacutetria segura
O papel da forccedila multinacional liderada pela OTAN no Kosovo a KFOR tem vindo a
criar um ambiente seguro e estaacutevel no qual todos os habitantes do Kosovo
independentemente da sua origem eacutetnica possam viver em paz ajudando-os a reconstruir
as estruturas necessaacuterias para uma sociedade paciacutefica e democraacutetica Estas caracteriacutesticas
satildeo essenciais caso se pretenda alcanccedilar uma soluccedilatildeo duradoura para este conflito
A tarefa que tem vindo a ser realizada pela Alianccedila no Kosovo encontra-se inserida no
contexto de esforccedilos da comunidade internacional para criar um ambiente que iraacute promover
a paz e a estabilidade no Sudeste da Europa (NATO 2001)
125
Satildeo paiacuteses membros da Alianccedila Atlacircntica Alemanha Beacutelgica Bulgaacuteria Canadaacute Dinamarca Eslovaacutequia
Esloveacutenia Estoacutenia Espanha Estados Unidos Franccedila Greacutecia Holanda Hungria Islacircndia Itaacutelia Letoacutenia
Lituacircnia Luxemburgo Noruega Poloacutenia Portugal Reino Unido Repuacuteblica Checa Romeacutenia e Turquia
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 69
(Fonte NATO 2004)
Figura 5 Paiacuteses-membros da OTAN
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 70
ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton
O Acordo de Paz de Dayton surge apoacutes a reuniatildeo do Grupo de Contacto126 onde satildeo
aprovados os princiacutepios de base para uma regulamentaccedilatildeo da paz Eacute acordado um
reconhecimento muacutetuo a Repuacuteblica Federal Jugoslava reconhece a Boacutesnia e Herzegovina e
Sarajevo por sua vez reconhece a Repuacuteblica Seacutervia
Assim no dia 21 de Novembro de 1995 chega-se a um acordo em Dayton no Estado
norte-americano do Ohio Neste acordo assinado pelo Grupo de Contacto e pelos
representantes das partes beligerantes Franjo Tujam (Croaacutecia) Alija Izetbegovic (Boacutesnia) e
Slogan Militeis (Seacutervia) eacute aceite o plano de paz para a Boacutesnia e Herzegovina Este acordo
foi formalmente assinado em Paris no dia 14 de Dezembro de 1995 (Saraiva 2008)
(Fonte Autor 2009)
Figura 6 Divisatildeo Territorial da Boacutesnia e Herzegovina em 1995
126
O Grupo de Contacto era constituiacutedo por EUA Reino Unido Franccedila Alemanha e Ruacutessia
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 71
ANEXO H - Missatildeo da IFOR
A IFOR tinha a missatildeo de fiscalizar e impor o cumprimento dos aspectos militares
previstos no Acordo de Paz de Dayton A UNSCR 1031 prevecirc o mandato da IFOR durante
um ano no TO da Boacutesnia e Herzegovina As tarefas militares a serem cumpridas (NATO
2009)
1 Garantir a auto-defesa e a liberdade de circulaccedilatildeo
2 Supervisionar a marcaccedilatildeo dos limites da ZOS entre as partes
3 Monitorizar e se necessaacuterio impor a retirada das forccedilas militares dos
respectivos territoacuterios para que se possa estabelecer a ZOS
4 Assumir o controlo do espaccedilo aeacutereo sobre o territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina
5 Assumir o controlo da circulaccedilatildeo de traacutefego militar nas principais rotas terrestres
6 Estabelecer comissotildees militares conjuntas para servirem como oacutergatildeos centrais
para todas as partes do Acordo de Paz
7 Ajudar agrave retirada das forccedilas da ONU natildeo transferidas para a IFOR
(Fonte NATO 2001)
Figura 7 Logoacutetipo da IFOR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 72
ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR
(Fonte Autor 2009)
Figura 8 Estrutura de C2 da IFOR
Em 1996 o Tenente-General Michael Walker (Exeacutercito Norte-Americano) era o
Comandante da componente terrestre da IFOR e tinha trecircs divisotildees sob o seu comando
1 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MNDSW127) liderada pelo Reino Unido com
comando sediado em Banja Luka
2 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MNDN128) liderada pelos EUA com comando
sediado em Tuzla
3 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MDNSE129) liderada pela Franccedila com
comando em Mostar
O AgrJuacutepiter ocupava o sector de Goradze com o seu Posto de Comando (PC)
estabelecido em Rogatica estando integrado na Brigada Multinacional Norte (MNBN130) com
comando Italiano que por sua vez pertencia agrave MDNSE
127
MNDSW ndash Multinational Division Southwest 128
MNDN ndash Multinational Division North 129
MNDSE - Multinational Division Southeast 130
MNBN ndash Multinational Brigade North
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 73
ANEXO J - Missatildeo da KFOR
A KFOR obteve o seu mandato a partir da UNSCR 1244 e do MTA acordado entre a
OTAN a Repuacuteblica Federal da Jugoslaacutevia e a Seacutervia Inicialmente o seu mandato tinha
como principais objectivos (NATO 2009)
1 Dissuadir o recomeccedilo das hostilidades
2 Estabelecer um ambiente seguro
3 Desmilitarizar o Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo (UCK)
4 Apoiar o esforccedilo humanitaacuterio internacional
5 Coordenar e apoiar a presenccedila internacional no territoacuterio do Kosovo
(Fonte NATO 2001)
Figura 9 Logoacutetipo da KFOR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 74
ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR
(Fonte Autor 2009)
Figura 10 Estrutura de C2 da KFOR
Em 1999 o Tenente-General Mike Jackson (Exeacutercito Britacircnico) era o COMKFOR e
tinha cinco brigadas sob o seu comando
1 Brigada Multinacional Norte (MNBN131) liderada pela Franccedila
2 Brigada Multinacional Centro (MNBC132) liderada pelo Reino Unido
3 Brigada Multinacional Este (MNBE133) liderada pelos EUA
4 Brigada Multinacional Sul (MNBS134) liderada pela Alemanha
5 Brigada Multinacional Oeste (MNBW135) liderada pela Itaacutelia
O AgrBravo ocupava o sector de Klina estando integrado na aacuterea de responsabilidade
(AOR) da MNBW que integrava tambeacutem um batalhatildeo espanhol
131
MNBN ndash Multinational Brigade North 132
MNBC ndash Multinational Brigade Center 133
MNBE ndash Multinational Brigade East 134
MNBS ndash Multinational Brigade South 135
MNBW ndash Multinational Brigade West
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 75
ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL
O Exeacutercito Francecircs integrou um moacutedulo de AAA de escalatildeo pelotatildeo na Forccedila Tarefa
(nome de coacutedigo ldquoLeclercrdquo) que destacou para o Liacutebano no acircmbito da UNIFIL em 2006
A missatildeo deste pelotatildeo era conferir protecccedilatildeo AA agrave Forccedila Tarefa e ao seu QG e tinha
como meios o Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral o Sistema Radar NC1 e Viaturas Blindadas de
Transporte de Pessoal (VBTP) (Charron 2008)
Figura 11 Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral
Figura 12 Sistema Radar NC1
(Fonte Charron 2008)
(Fonte wwwarmeescom 2008)
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 76
ANEXO M - Estrutura da NRF
(Fonte NATO 2003)
Figura 13 Estrutura da NRF
9500
Militares
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 77
ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup
(Fonte Baptista 2007)
Figura 14 Estrutura geneacuterica de um Battlegroup
Pacote de Forccedilas
Comando da Forccedila
Batalhatildeo de Infantaria
Comando
CCS
3 CAt
Apoio de Fogos
Reconhecimento
Apoio de Combate
Apoio de Fogos
Engenharia
Artilharia Antiaeacuterea
Transmissotildees
Guerra Electroacutenica
Informaccedilotildees
Aviaccedilatildeo do Exeacutercito
Forward Air Controller
Defesa NBQ
Apoio de Serviccedilos
Apoio Logiacutestico
Apoio Sanitaacuterio
Apoio Geograacutefico
CIMIC
Policia Militar
Capacidades Adicionais (dependem da missatildeo)
Meios Aeacutereos
Transporte Estrateacutegico
Transporte Taacutectico
Apoio Aeacutereo Proacuteximo
Apoio de Helicoacutepteros
Meios Navais
Transporte Estrateacutegico
Apoio Aeacutereo com base
em porta-aviotildees
Apoio ao desembarque de
forccedilas
Meios Logiacutesticos
Reabastecimento
Apoio Sanitaacuterio
Apoio a manutenccedilatildeo
de equipamentos
Forccedilas de
Operaccedilotildees
Especiais
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 78
ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF
NRF LCC Unidade Nacional Efectivo
Exerciacutecio de
Certificaccedilatildeo
Internacional
Periacuteodo de
Stand by
1 NRDC-TU O EXEacuteRCITO NAtildeO PARTICIPOU Out03-Jan04
2 NRDC-TU Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 50
Natildeo se
realizou Jan04-Jul04
3 NRDC-IT
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
50 Organizer 6Amiddot
(Alemanha)
Jul04-Jan05
4 NRDC-GENL
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
51 Organizer 6Bmiddot
(Alemanha) Jan05-Jul05
5 NRDC-SP Agrupamento
Mecanizado 697
Cohesion 05middot
(Espanha) Jul05-Jan06
6 NRDC-UK Batalhatildeo de Infantaria
Paacutera-quedista 636
Iron Warriormiddot
(Reino Unido) Jan06-Jul06
7 EUROCORPS Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 75
Steadfast
Jaguar 06
(Cabo-Verde)
Jul06-Jan07
8 NRDC-TU Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 75
Natildeo se
realizou Jan07-Jul07
9 NRDC-IT Esquadratildeo de Poliacutecia
Militar 80
Steadfast
Jackpot 07
(Noruega)
Jul07-Jan08
10 NRDC-GENL
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
50 Noblelight II
(Alemanha) Jan08-Jul08
11 NRDC-FR Esquadratildeo de
Reconhecimento 140
Natildeo se
realizou Jul08-Jan09
12 NRDC-SP Agrupamento
Mecanizado 697
Noblelight
(Espanha) Jan09-Jul09
13 NRDC-SP Batalhatildeo de Infantaria
Paacutera-quedista 687 Natildeo participa Jul09-Jan10
14 NRDC-SP Bateria de Artilharia de
Campanha 130 A designar Jan10-Jul10
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 10 Participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 79
ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup
(Fonte Baptista 2008)
Figura 15 Modelo do BG Francecircs
Pelotatildeo
AA
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 80
ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas
de AAA Nacionais
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 16 O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 17 O Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 18 O Radar PSTAR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 81
ANEXO R ndash O Link 11B
O Link 11B ou TADIL136-B (na doutrina norte-americana) emprega teacutecnicas de
comunicaccedilatildeo em rede e um formato standard de mensagem para a troca de informaccedilatildeo
digital entre sistema de informaccedilatildeo taacutecticos O Link 11B utiliza uma raacutepida ligaccedilatildeo ponto-a-
ponto e pode ser transmitido atraveacutes de diversos equipamentos tais como cabo sateacutelite e
ligaccedilotildees raacutedio Equipa unidades terrestres aeacutereas e navais (ALSAC 2000)
(Fonte httpsistemadearmassitesuolcombrgedtl3usalink11html 2009)
Figura 19 Interface do Link 11B
136 TADIL ndash Tactical Digital Information
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 82
ANEXO S ndash O Link 16
O Link 16 ou TADIL-J eacute uma nova ligaccedilatildeo taacutectica de dados utilizada pelos EUA alguns
paiacuteses da OTAN e pelo Japatildeo Natildeo alterou os conceitos fundamentais de transferecircncia de
dados utilizado pelo Link 11B antes pelo contraacuterio acrescentou melhorias significativas nos
sistemas jaacute existentes O Link 16 utiliza um Sistema de Distribuiccedilatildeo de Informaccedilatildeo Taacutectica
Conjunta (JTIDS137) que lhe permite partilhar a informaccedilatildeo em tempo real de uma forma
raacutepida e codificada entre todas as plataformas de armas e de C2 intervenientes no TO
Nota A verde encontram-se as unidades de AAA (armas e C2)
(Fonte httpwwwglobalsecurityorgmilitarysystemsgroundimages 2009)
Figura 20 Utilizadores do Link 16
137 JTIDS - Joint Tactical Information Distribution System
- DEDICATOacuteRIA
- AGRADECIMENTOS
- IacuteNDICE
- IacuteNDICE DE FIGURAS
- IacuteNDICE DE QUADROS
- LISTA DE ABREVIATURAS
- LISTA DE SIGLAS
- RESUMO
-
- O presente trabalho tem como objectivo analisar a capacidade de emprego de unidades de Artilharia Antiaeacuterea em Forccedilas Nacionais Destacadas
-
- ABSTRACT
- INTRODUCcedilAtildeO
-
- Definiccedilatildeo do Objectivo de Investigaccedilatildeo
- Justificaccedilatildeo do Tema
- Orientaccedilatildeo Metodoloacutegica
- Siacutentese de Conteuacutedos
-
- CAPIacuteTULO I ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL
-
- I1 Forccedilas Nacionais Destacadas
-
- I11 Enquadramento Histoacuterico
- I12 Forccedilas Nacionais Destacadas ndash O Conceito
-
- I2 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
-
- I21 Tipologia das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
- I22 Manutenccedilatildeo de Paz vs Imposiccedilatildeo de Paz
-
- I3 A Ameaccedila Aeacuterea
-
- CAPIacuteTULO II A PARTICIPACcedilAtildeO DE FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS EM OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES
-
- II1 A Participaccedilatildeo Nacional na IFOR
-
- II11 Antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina
- II12 Case-study o Agrupamento Juacutepiter na Boacutesnia e Herzegovina
-
- II2 A Participaccedilatildeo Nacional na KFOR
-
- II21 Antecedentes do Conflito do Kosovo
- II22 Case-study o Agrupamento Bravo no Kosovo
- II23 Case-study o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista no Kosovo
-
- II3 Reflexotildees sobre o emprego de AAA em CRO
-
- CAPIacuteTULO III A INTEGRACcedilAtildeO DA AAA NA NATO RESPONSE FORCE E NOS BATTLEGROUPS
-
- III1 Os Conceitos de NATO Response Force e de Battlegroups
-
- III11 A NATO Response Force - NRF
- III12 Os Battlegroups
-
- III2 Requisitos para integraccedilatildeo da AAA na NRF
- III3 Requisitos para Integraccedilatildeo da AAA nos Battlegroups
-
- CAPIacuteTULO IV EMPREGO OPERACIONAL DAS UNIDADES DE AAA
-
- IV1 O Niacutevel de Prontidatildeo das Unidades de AAA
-
- IV11 Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais
- IV12 A Lei de Programaccedilatildeo Militar
- IV13 A Prontidatildeo dos Militares de AAA
-
- IV2 O Emprego da AAA como Moacutedulo de Protecccedilatildeo AA
- IV3 O Emprego da AAA na NRF e nos BG
-
- CAPIacuteTULO V CONCLUSOtildeES E PROPOSTAS
- REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
- GLOSSAacuteRIO
- APEcircNDICES
-
- APEcircNDICE A - Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
- APEcircNDICE B - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel de Varela Benroacutes
- APEcircNDICE C - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Ref Pires Saraiva
- APEcircNDICE D - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Tirocinado Antunes Calccedilada
- APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira
- APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro
- APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Crispim Paradelo
- APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Vieira Borges
-
- ANEXOS
-
- ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP
- ANEXO B - Ciclo de uma FND
- ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees
- ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
- ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea
- ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
- ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton
- ANEXO H - Missatildeo da IFOR
- ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR
- ANEXO J - Missatildeo da KFOR
- ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR
- ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL
- ANEXO M - Estrutura da NRF
- ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup
- ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF
- ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup
-
- ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais
- ANEXO R ndash O Link 11B
- ANEXO S ndash O Link 16
-
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS i
DEDICATOacuteRIA
Agrave minha famiacutelia e agrave minha namorada
pelo apoio transmitido
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS ii
AGRADECIMENTOS
Expresso nestas linhas os meus sinceros agradecimentos a todos aqueles cujo apoio e
colaboraccedilatildeo tornaram possiacutevel a elaboraccedilatildeo deste Trabalho de Investigaccedilatildeo Aplicada (TIA)
Sem a vossa colaboraccedilatildeo natildeo teria sido possiacutevel recolher informaccedilotildees esclarecimentos e
partilha de experiecircncias essenciais agrave realizaccedilatildeo de um trabalho desta natureza
Comeccedilaria por exprimir a minha gratidatildeo e reconhecimento pessoal ao Sr Coronel de
Artilharia Henrique Joseacute Pereira dos Santos meu orientador pela permanente
disponibilidade total dedicaccedilatildeo constante acompanhamento e inestimaacutevel saber que me
disponibilizou desde o primeiro momento
Gostaria ainda de agradecer a todos aqueles que de alguma forma colaboraram na
elaboraccedilatildeo do presente trabalho nomeadamente
Sr Major-General Martins Ribeiro da DIOPEMGFA pela disponibilidade simpatia
experiecircncia e conhecimento prestadas durante a entrevista
Sr Coronel Tirocinado de Cavalaria Antunes Calccedilada do IESM pela
disponibilidade e esclarecimento prestado acerca do TO do Kosovo em 1999
Sr Coronel de Infantaria Ref Pires Saraiva pela disponibilidade e esclarecimento
prestado acerca do TO da Boacutesnia e Herzegovina em 1996
Sr Coronel de Artilharia Vieira Borges do IDN pela disponibilidade e preciosos
contributos prestados acerca da situaccedilatildeo actual da AAA Portuguesa
Sr Coronel de Artilharia Gomes da Silva director do curso de Artilharia da
Academia Militar pelo acompanhamento dos Trabalhos de Investigaccedilatildeo Aplicada
Sr Tenente-Coronel de Artilharia Varela Benroacutes do NATO JHQ Lisbon pela
constante disponibilidade simpatia e contributos prestados na entrevista
Sr Tenente-Coronel de Artilharia Crispim Paradelo do RAAA1 pela
disponibilidade e contributos prestados na entrevista
Sr Tenente-Coronel de Infantaria Almeida Sobreira do EME pela disponibilidade
e esclarecimento prestado acerca do TO da Boacutesnia e Herzegovina em 1996 e do TO
do Kosovo em 2005
Sr Major de Artilharia Vicente Pereira da DPFEME pela sua disponibilidade
acompanhamento e pela bibliografia fornecida no decorrer da investigaccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS iii
IacuteNDICE
DEDICATOacuteRIA i
AGRADECIMENTOS ii
IacuteNDICE iii
IacuteNDICE DE FIGURAS vi
IacuteNDICE DE QUADROS vii
LISTA DE ABREVIATURAS viii
LISTA DE SIGLAS ix
RESUMO xiv
ABSTRACT xv
INTRODUCcedilAtildeO 1
Definiccedilatildeo do Objectivo de Investigaccedilatildeo 2
Justificaccedilatildeo do Tema 2
Orientaccedilatildeo Metodoloacutegica 3
Siacutentese de Conteuacutedos 5
CAPIacuteTULO I - ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL 7
I1 Forccedilas Nacionais Destacadas 7
I11 Enquadramento Histoacuterico 7
I12 Forccedilas Nacionais Destacadas ndash O Conceito 8
I2 Operaccedilotildees de Resposta a Crises 9
I21 Tipologia das Operaccedilotildees de Resposta a Crises 10
I22 Manutenccedilatildeo de Paz vs Imposiccedilatildeo de Paz 10
I3 A Ameaccedila Aeacuterea 11
CAPIacuteTULO II - A PARTICIPACcedilAtildeO DE FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS EM
OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES 13
II1 A Participaccedilatildeo Nacional na IFOR 13
Iacutendice
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS iv
II11 Antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina 14
II12 Case-study o Agrupamento Juacutepiter na Boacutesnia e Herzegovina 15
II2 A Participaccedilatildeo Nacional na KFOR 16
II21 Antecedentes do Conflito do Kosovo 17
II22 Case-study o Agrupamento Bravo no Kosovo 18
II23 Case-study o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista no Kosovo 20
II3 Reflexotildees sobre o emprego de AAA em CRO 21
CAPIacuteTULO III - A INTEGRACcedilAtildeO DA AAA NA NATO RESPONSE FORCE E NOS
BATTLEGROUPS 24
III1 Os Conceitos de NATO Response Force e de Battlegroup 25
III11 A NATO Response Force - NRF 25
III12 Os Battlegroups 26
III2 Requisitos para integraccedilatildeo da AAA na NRF 27
III3 Requisitos para Integraccedilatildeo da AAA nos Battlegroups 28
CAPIacuteTULO IV - EMPREGO OPERACIONAL DAS UNIDADES DE AAA 29
IV1 O Niacutevel de Prontidatildeo das Unidades de AAA 29
IV11 Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais 30
IV12 A Lei de Programaccedilatildeo Militar 32
IV13 A Prontidatildeo dos Militares de AAA 33
IV2 O Emprego da AAA como Moacutedulo de Protecccedilatildeo AA 34
IV3 O Emprego da AAA na NRF e nos BG 36
CAPIacuteTULO V - CONCLUSOtildeES E PROPOSTAS 37
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 40
GLOSSAacuteRIO 46
APEcircNDICES 48
APEcircNDICE A - Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo 49
APEcircNDICE B - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel de Varela Benroacutes 50
APEcircNDICE C - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Ref Pires Saraiva 51
APEcircNDICE D - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Tirocinado Antunes Calccedilada 52
Iacutendice
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS v
APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira 53
APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro 54
APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Crispim Paradelo 55
APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Vieira Borges 56
ANEXOS 57
ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP 58
ANEXO B - Ciclo de uma FND 63
ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees 64
ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises 65
ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea 67
ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte 68
ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton 70
ANEXO H - Missatildeo da IFOR 71
ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR 72
ANEXO J - Missatildeo da KFOR 73
ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR 74
ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL 75
ANEXO M - Estrutura da NRF 76
ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup 77
ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF 78
ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup 79
ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais 80
ANEXO R ndash O Link 11B 81
ANEXO S ndash O Link 16 82
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS vi
IacuteNDICE DE FIGURAS
Figura 1 Os 3 periacuteodos distintos de uma FND 63
Figura 2 Espectro das Operaccedilotildees 64
Figura 3 Proliferaccedilatildeo da Ameaccedila Aeacuterea 67
Figura 4 Relaccedilatildeo de CustosEquipamento 67
Figura 5 Paiacuteses-membros da OTAN 69
Figura 6 Divisatildeo Territorial da Boacutesnia e Herzegovina em 1995 70
Figura 7 Logoacutetipo da IFOR 71
Figura 8 Estrutura de C2 da IFOR 72
Figura 9 Logoacutetipo da KFOR 73
Figura 10 Estrutura de C2 da KFOR 74
Figura 11 Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral 75
Figura 12 Sistema Radar NC1 75
Figura 13 Estrutura da NRF 76
Figura 14 Estrutura geneacuterica de um Battlegroup 77
Figura 15 Modelo do BG Francecircs 79
Figura 16 O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral 80
Figura 17 O Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger 80
Figura 18 O Radar PSTAR 80
Figura 19 Interface do Link 11B 81
Figura 20 Utilizadores do Link 16 82
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS vii
IacuteNDICE DE QUADROS
Quadro 1 FND no TO de Moccedilambique 58
Quadro 2 FND no TO de Angola 58
Quadro 3 FND no TO da Boacutesnia e Herzegovina 59
Quadro 4 FND no TO do Kosovo 60
Quadro 5 FND no TO de Timor-Leste 60
Quadro 6 FND no TO do Zaire 61
Quadro 7 FND no TO da Guineacute-Bissau 61
Quadro 8 FND no TO do Afeganistatildeo 61
Quadro 9 FND no TO do Liacutebano 62
Quadro 10 Participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF 78
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS viii
LISTA DE ABREVIATURAS
Agr Agrupamento
BIMec Batalhatildeo de Infantaria Mecanizado
BIMoto Batalhatildeo de Infantaria Motorizado
BIPara Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista
BrigInt Brigada de Intervenccedilatildeo
BrigMec Brigada Mecanizada
CAt Companhia de Atiradores
CAtPara Companhia de Atiradores Paacutera-quedista
CCmds Companhia de Comandos
CEng Companhia de Engenharia
Cmdt Comandante
FwN Framework Nation
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS ix
LISTA DE SIGLAS
A AG Apoio Geral
AA Antiaeacuterea
AAA Artilharia Antiaeacuterea
AC Artilharia de Campanha
AFOR Albania Force
AM Academia Militar
AO Aacuterea de Operaccedilotildees
AOR Area Of Responsibility
AP Auto-propulsada
B BAAA Bateria de Artilharia Antiaeacuterea
BAI Brigada Aerotransportada Independente
BIAT Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado
BLI Brigada Ligeira de Intervenccedilatildeo
BMI Brigada Mecanizada Independente
BRR Brigada de Reacccedilatildeo Raacutepida
C C2 Comando e Controlo
C2EA
C4I Comando Controlo Comunicaccedilotildees Computadores e
Informaccedilotildees
CAP Common Air Picture
CEDN Conceito Estrateacutegico de Defesa Nacional
CEM Conceito Estrateacutegico Militar
CEME Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito
CIMIC Civil-Military Cooperation
CJSOR Combined Joint Statement of Requirements
COMKFOR Commander Kosovo Force
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS x
CP Conflict Prevention
CRC Crowd amp Riot Control
CRO Crisis Response Operations
CSNU Conselho de Seguranccedila das Naccedilotildees Unidas
D DIOP Divisatildeo de Operaccedilotildees
E EMGFA Estado-Maior General das Forccedilas Armadas
EOD Explosive Ordnance Disposal
EOM Encargo Operacional de Material
EOP Encargo Operacional de Pessoal
EUA Estados Unidos da Ameacuterica
EUFOR European Union Force
F FA Forccedilas Armadas
FAAR Forward Alerting Area Radar
FAP Forccedila Aeacuterea Portuguesa
FORREC Forccedila de Recolha
FORREZ Forccedila de Recolha do Zaire
G GAAA Grupo de Artilharia Antiaeacuterea
H HIMAD High and Medium Air Defense
HO Humanitarian Operations
I IDN Instituto de Defesa Nacional
IEBL Inter Entity Boundary Line
IESM Instituto de Estudos Superiores Militares
IFF Identification Friend or Foe
IFOR Implementation Force
ISAF International Security Assistance Force
J JTIDS Joint Tactical Information Distribution System
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xi
K KVM Kosovo Verification Mission
L LPM Lei de Programaccedilatildeo Militar
M MANPAD Man Portable Air Defense
MHP Missotildees Humanitaacuterias e de Paz
MNB Multinational Brigade
MNBC Multinational Brigade Center
MNBE Multinational Brigade East
MNBN Multinational Brigade North
MNBS Multinational Brigade South
MNBW Multinational Brigade West
MNDN Multinational Division North
MNDSE Multinational Division Southeast
MNDSW Multinational Division Southwest
MONUA Missatildeo de Observaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas em Angola
MTA Military Technical Agreement
N NAC North Atlantic Council
NAMSA NATO Maintenance amp Supply Agency
NRBQ Nuclear Radioloacutegico Bioloacutegico e Quiacutemico
NRF NATO Response Force
O OCAR Oficial Coordenador de Reequipamento
OI Organizaccedilotildees Internacionais
ONG Organizaccedilotildees Natildeo Governamentais
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OSCE Organizaccedilatildeo para a Seguranccedila e Cooperaccedilatildeo na Europa
OTAN Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
P PB Peace Building
PC Posto de Comando
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xii
PE Peace Enforcement
PK Peace Keeping
PM Peacemaking
PPRC PortuguecircsPortaacutetil Raacutedio de Campanha
PSTAR Portable Search and Target Acquisition Radar
PSYOPS Psychological Operations
Q QG Quartel-General
QO Quadro Orgacircnico
R RAAA1 Regimento de Artilharia Antiaeacuterea Nordm1
RAP Recognized Air Picture
RAM Rocket Artillery amp Mortar
RFM Relatoacuterio de Fim de Missatildeo
ROE Rules Of Engagement
S SACEUR Supreme Allied Commander Europe
SAR Search and Rescue
SFN Sistema de Forccedilas Nacional
SFOR Stabilization Force
SHORAD Short Range Air Defense
STPT Stinger Troop Proficiency Trainer
T TACP Tactical Air Control Party
TACRES Tactical Reserve
TADIL Tactical Digital Information
THT Tracking Head Trainer
TIA Trabalho de Investigaccedilatildeo Aplicada
TO Teatro de Operaccedilotildees
TOA Transfer Of Authority
TPOA Tirociacutenio Para Oficial de Artilharia
U UEO UnidadeEstabelecimentoOacutergatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xiii
UAV Unmanned Aerial Vehicle
UCK Ushtria Clivoimtare Kosoves
UE Uniatildeo Europeia
UEB Unidade Escalatildeo Batalhatildeo
UEC Unidade Escalatildeo Companhia
UNAVEM United Nations Verification Mission
UNIFIL United Nations Interim Force in Lebanon
UNMISET United Nations Mission In Support of East Timor
UNMOZ United Nations Operation in Mozambique
UNPROFOR United Nations Protection Force
UNSCR United Nation Security Council Resolution
UNTAET United Nations Transitional Administration in East Timor
UNTAG United Nations Transition Assistance Group
UT Unidade de Tiro
V VBTP Viatura Blindada de Transporte de Pessoal
VCB Vigilacircncia do Campo de Batalha
W WSPC Weapon System Partnership Committee
Z ZOS Zone Of Separation
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xiv
RESUMO
O presente trabalho tem como objectivo analisar a capacidade de emprego de unidades
de Artilharia Antiaeacuterea em Forccedilas Nacionais Destacadas
Para concretizar este objectivo procedeu-se ao estudo da participaccedilatildeo nacional em Operaccedilotildees
de Resposta a Crises recorrendo agrave anaacutelise trecircs casos de estudo distintos Ainda neste acircmbito foi
igualmente abordada a perspectiva de participaccedilatildeo nas iniciativas de defesa no acircmbito da
Organizaccedilatildeo do Tratado do Atlacircntico Norte e da Uniatildeo Europeia (a NATO Response Force e os
Battlegroups respectivamente)
Decorrente desta anaacutelise surgiu a necessidade de investigar acerca da actual prontidatildeo das
unidades de Artilharia Antiaeacuterea O referido estudo teve por base a anaacutelise dos recursos humanos e
materiais bem como as actividades de treino desenvolvidas
Conclui-se que a limitaccedilatildeo de recursos materiais tem vindo a hipotecar a participaccedilatildeo das
unidades de Artilharia Antiaeacuterea em forccedilas projectaacuteveis muito especialmente devido agrave ausecircncia de
um sistema de comando e controlo Poreacutem consideramos que as unidades de Artilharia Antiaeacuterea
tecircm o seu papel a desempenhar em Operaccedilotildees de Resposta a Crises sendo preponderantes na
garantia da protecccedilatildeo antiaeacuterea em cenaacuterios de alta intensidade ou no inicio das operaccedilotildees
O processo de reequipamento previsto na Lei de Programaccedilatildeo Militar permitiraacute colmatar as
lacunas existentes ao niacutevel dos recursos materiais devendo ser atribuiacuteda prioridade agrave aquisiccedilatildeo de
um sistema de comando e controlo
Palavras-chave ARTILHARIA ANTIAEREA FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS
OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES PROTECCcedilAtildeO ANTIAEREA REEQUIPAMENTO
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xv
ABSTRACT
This study aims to examine the viability of employing units of air defense artillery in
expeditionary forces
To achieve this purpose an analysis was made of the national participation in Crisis
Response Operations This analysis was based on three different case studies In this
context the prospect of participation was also considered in defense activities within the
Organization of the North Atlantic Treaty and the European Union (NATO Response Force
and the Battle groups respectively)
It became clear from this analysis that it would be necessary to investigate the current
readiness of the air defense artillery units This study was based on the analysis of the
human and material resources and training activities undertaken
It is concluded that the limitation of material resources has been preventing the
participation of air defense artillery units in expeditionary forces especially due to the
absence of a command and control system However we believe that the air defense artillery
units have a role to play in Crisis Response Operations especially in scenarios of high
intensity or at the beginning of operations ensuring adequate air defense
The process of material re-equipment provided for the Military Programme will bridge the
gaps in terms of material resources Priority should be given to purchasing the command
and control system
Key-words AIR DEFENSE ARTILLERY EXPEDTIONARY FORCES CRISIS RESPONSE
OPERATIONS AIR DEFENSE RE-EQUIPMENT
ldquo (hellip) A protecccedilatildeo da Forccedila natildeo eacute negociaacutevel ldquo
(Raleiras 2002)
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 1
INTRODUCcedilAtildeO
O presente Trabalho de Investigaccedilatildeo Aplicada (TIA) estaacute enquadrado no estaacutegio de
natureza profissional do Tirociacutenio Para Oficial de Artilharia (TPOA) dos cursos da Academia
Militar (AM) subordinado ao tema ldquoA Protecccedilatildeo Antiaeacuterea das Forccedilas Nacionais
Destacadasrdquo
Com o colapso da Uniatildeo Sovieacutetica e com as constantes mudanccedilas no paradigma de
seguranccedila e defesa os Estados as Organizaccedilotildees Internacionais (OI) e ateacute as Organizaccedilotildees
Natildeo Governamentais (ONG) assistem ao aparecimento de uma nova conflitualidade com
novos actores riscos e ameaccedilas que reclamaratildeo certamente novos e diferentes tipos de
resposta (Espiacuterito Santo 2006)
Neste contexto de transformaccedilatildeo Portugal encontra-se integrado na comunidade
internacional atraveacutes da sua participaccedilatildeo em diversas OI vinculando-se a um conjunto de
responsabilidades inerentes ao seu quadro de alianccedilas Desta forma as Forccedilas Armadas
(FA) tecircm-se constituiacutedo como uma poderosa ferramenta no apoio agrave poliacutetica externa nacional
indo de encontro ao que estaacute previsto no Conceito Estrateacutegico de Defesa Nacional (CEDN)1
Com base na lei fundamental2 as FA e particularmente o Exeacutercito3 tecircm vindo a
participar em Missotildees Humanitaacuterias e de Paz (MHP) ao longo das duas uacuteltimas deacutecadas
Estes tipos de missotildees tecircm-se afirmado como as ldquooperaccedilotildees contemporacircneasrdquo natildeo
esquecendo poreacutem a capacidade que o Exeacutercito deteacutem em conduzir ldquooperaccedilotildees
convencionaisrdquo se assim for necessaacuterio uma vez que estas constituem a essecircncia do seu
conteuacutedo
Ainda no acircmbito de apoio agrave poliacutetica externa do Estado o Exeacutercito tem vindo a integrar-
se em estruturas militares de acircmbito multinacional que constituem o exemplo do
modernismo e da transformaccedilatildeo como a NATO Response Force (NRF) e os Battlegroups
(BG) A participaccedilatildeo do Exeacutercito neste tipo de estruturas tem proporcionado agraves suas fileiras
um elevado niacutevel de treino e experiecircncia operacional inseridos num quadro de cooperaccedilatildeo
internacional
1 Resoluccedilatildeo de Conselho de Ministros nordm 62003 CEDN
2 De acordo com o nordm 5 do Artigo 275ordm da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Portuguesa
3 De acordo com o Decreto-Lei nordm 612006 de 21 de Marccedilo
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 2
Definiccedilatildeo do Objectivo de Investigaccedilatildeo
Pretendemos com este TIA abordar a problemaacutetica da participaccedilatildeo de unidades de
Artilharia Antiaeacuterea (AAA) em MHP quando estas actuam no acircmbito da sua missatildeo
especiacutefica a protecccedilatildeo antiaeacuterea da forccedila face agrave ameaccedila aeacuterea Esta ameaccedila aeacuterea eacute
decididamente um factor importante a ter em conta especialmente em situaccedilotildees de
ldquoaberturardquo do Teatro de Operaccedilotildees (TO) onde existem escassas informaccedilotildees sobre a
ameaccedila aeacuterea e o clima de incerteza e instabilidade impera
Ambicionamos tambeacutem efectuar uma reflexatildeo sobre a eventual participaccedilatildeo de
unidades de AAA em ldquo (hellip) forccedilas multinacionais orientadas para a intervenccedilatildeo fora do
territoacuterio dos paiacuteses membros (hellip) ldquo (Baptista 2007 p348) como a NRF e os BG Prevecirc-se
que este tipo de estruturas militares ganhe uma maior preponderacircncia num futuro proacuteximo
no que diz respeito agrave intervenccedilatildeo em conflitos natildeo devendo as unidades de AAA nacionais
ficar agrave margem deste desafio
Justificaccedilatildeo do Tema
O presente TIA aborda um tema de reconhecido interesse no seio artilheiro jaacute que o
seu estudo iraacute certamente potenciar uma reflexatildeo sobre esta temaacutetica que tem tanto de
importante como de actual ldquo (hellip) Apesar de natildeo ter participado de uma forma significativa
nas FND nomeadamente com unidades constituiacutedas eacute de importacircncia decisiva para o
futuro da Arma que sejam rapidamente levantadas e solucionadas as questotildees mais
pertinentes que dizem respeito ao seu envolvimento neste desafiordquo (Santos 2007 p235)
Embora existam registos da participaccedilatildeo de subunidades de AAA em FND no acircmbito
das MHP estas estavam integradas em unidades de manobra executando outras missotildees
fora do acircmbito da AAA Como exemplo temos o caso do pelotatildeo de Antiaeacuterea (AA)
proveniente do Regimento de Artilharia Antiaeacuterea Nordm 1 (RAAA1) que integrou a
1ordfCAtAgrFoxtrot na missatildeo UNMISET4 desenvolvendo tarefas especiacuteficas de um pelotatildeo de
atiradores
Ao analisar a constituiccedilatildeo das FND empregues em MHP verificamos que desde a sua
geacutenese tecircm sido constituiacutedas por unidades de Infantaria de Reconhecimento de
Transmissotildees de Apoio Logiacutestico Sanitaacuterias de Engenharia e de Operaccedilotildees Especiais No
que diz respeito agraves unidades que integraram a NRF e os BG o cenaacuterio eacute semelhante
verificando-se ateacute ao momento a presenccedila de unidades de Operaccedilotildees Especiais de
Reconhecimento de Infantaria de Poliacutecia Militar e de Engenharia Desta forma eacute
evidentemente perceptiacutevel que apenas a Artilharia (de Campanha e Antiaeacuterea) tem sido
deixada agrave margem destas duas realidades que atravessam o Exeacutercito Efectivamente tem
4 UNMISET ndash United Nations Mission In Support of East Timor
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 3
sido feito um esforccedilo para contrariar esta tendecircncia e recentemente foi anunciada a
participaccedilatildeo de uma Bateria de Artilharia de Campanha (AC) na NRF 14 que estaraacute em
stand by durante o primeiro semestre do ano de 2010 Ao concretizar-se esta participaccedilatildeo
as unidades de AAA tornar-se-atildeo as uacutenicas a serem excluiacutedas desta nova realidade que satildeo
as FND
Delimitaccedilatildeo do Tema
Ao abordarmos um tema desta natureza bastante vasto e feacutertil existe a necessidade de
fazer a limitaccedilatildeo precisa das fronteiras de pesquisa bem como dos campos que
pretendemos abranger Por isso apesar de a designaccedilatildeo FND seja transversal aos trecircs
ramos das FA vamos cingir-nos unicamente agraves FND do Exeacutercito uma vez que estatildeo
directamente ligadas a temaacutetica em estudo
Assim sendo foi nossa opccedilatildeo investigar sobre a presenccedila do Exeacutercito nas MHP e nas
forccedilas militares de acircmbito multinacional (NRF e BG)
No contexto das MHP Portugal participou em diferentes TO no acircmbito de diferentes OI
poreacutem abordamos unicamente a participaccedilatildeo nacional sob a eacutegide da Organizaccedilatildeo do
Tratado Atlacircntico Norte (OTAN) Justificamos esta opccedilatildeo com o facto da recente
participaccedilatildeo nacional em MHP ter sido sob os auspiacutecios da Alianccedila Atlacircntica no acircmbito das
Operaccedilotildees de Resposta a Crises (CRO)5 natildeo desprezando poreacutem a FNDUNIFIL6
presente no Liacutebano ao abrigo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU)
Seraacute analisada ainda a participaccedilatildeo nacional na NRF no acircmbito da OTAN e nos BG no
domiacutenio da Uniatildeo Europeia (UE) perspectivando os possiacuteveis contributos de unidades de
AAA nacionais
Orientaccedilatildeo Metodoloacutegica7
Segundo Sarmento (2008) a metodologia visa a descriccedilatildeo precisa do problema dos
meacutetodos das teacutecnicas e dos instrumentos de pesquisa utilizados no trabalho Os
procedimentos utilizados devem ser descritos de forma loacutegica
O nosso processo de investigaccedilatildeo cientiacutefica8 desencadeou-se em 2008 com uma
pesquisa bibliograacutefica na biblioteca da AM e do IESM9 com o objectivo de encontrar
informaccedilatildeo que nos permitisse identificar o nosso problema de investigaccedilatildeo Esta pesquisa
5 CRO ndash Crisis Response Operations
6 UNIFIL ndash United Nations Interim Force in Lebanon
7 Ver Apecircndice 1 ndash Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
8 Segundo Sarmento (2008) o processo de investigaccedilatildeo cientiacutefica eacute composto por 3 fases exploratoacuteria analiacutetica
e conclusiva 9 IESM ndash Instituto de Estudos Superiores Militares
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 4
consistiu na selecccedilatildeo de documentos nacionais e estrangeiros como os manuais da
doutrina nacional doutrina da Alianccedila e as publicaccedilotildees do exeacutercito norte-americano
Durante a pesquisa constataacutemos a existecircncia de poucos trabalhos directamente
relacionados com a problemaacutetica em investigaccedilatildeo facto que julgamos ser aliciante porque
tratamos um tema importante poreacutem pouco abordado Para aleacutem desta pesquisa
bibliograacutefica realizamos tambeacutem diversas conversas de caraacutecter exploratoacuterio com Oficiais
de diferentes Armas no sentido de obter perspectivas distintas sobre a temaacutetica em estudo
O passo seguinte no processo de investigaccedilatildeo foi a formulaccedilatildeo das questotildees de
investigaccedilatildeo na qual tentamos exprimir o mais exactamente possiacutevel o que procuramos
saber (IESM 2004)
Para o tema em anaacutelise levantaram-se vaacuterias questotildees agraves quais seria pertinente obter
uma resposta sobretudo agrave questatildeo que definimos como central ldquoQual o possiacutevel
enquadramento das unidades de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo primaacuteriardquo
A partir desta questatildeo central surgem algumas questotildees derivadas
Porque razatildeo as unidades de AAA natildeo participam actualmente em MHP no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Quais os cenaacuterios de emprego das unidades de AAA em FND
Em caso de participaccedilatildeo em MHP qual seria o escalatildeo das unidades de AAA
a empregar
Seraacute que as unidades de AAA nacionais possuem o niacutevel de prontidatildeo exigido
para integrarem as NRF e os BG
Apoacutes alguma reflexatildeo sobre o tema em investigaccedilatildeo construiacutemos as hipoacuteteses de
investigaccedilatildeo ldquoestas satildeo proposiccedilotildees conjecturais que constituem respostas possiacuteveis agraves
questotildees de investigaccedilatildeordquo (Sarmento 2008 p9)
Obtendo assim as seguintes hipoacuteteses
1 Porque o CJSOR10 natildeo identifica a necessidade de uma valecircncia de protecccedilatildeo AA
da forccedila
2 Em cenaacuterios de alta intensidade ou no lanccedilamento das operaccedilotildees
3 Ao niacutevel das Unidade Escalatildeo Companhia (UEC) e das Unidades Escalatildeo Batalhatildeo
(UEB) normalmente empregues em FND seria empregue uma forccedila de organizaccedilatildeo
modular
4 Existem lacunas ao niacutevel dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
Depois de construiacutedas as hipoacuteteses de investigaccedilatildeo procedemos a um periacuteodo de
profunda reflexatildeo existindo a necessidade de seleccionar os meacutetodos cientiacuteficos11
10
CJSOR ndash Combined Joint Statement of Requirements 11
Meacutetodos em investigaccedilatildeo cientiacutefica observaccedilatildeo directa critico experimental demonstrativo sistemaacutetico
inquisitivo histoacuterico dedutivo e indutivo (Sarmento 2008)
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 5
adequados agrave presente investigaccedilatildeo e agrave obtenccedilatildeo de uma resposta agrave questatildeo central Assim
adoptaacutemos o meacutetodo criacutetico (efectuando uma observaccedilatildeo criacutetica da situaccedilatildeo actual das
unidades de AAA no que diz respeito agrave participaccedilatildeo em FND) e o meacutetodo inquisitivo (atraveacutes
da elaboraccedilatildeo de entrevistas)
Aprofundaacutemos a nossa pesquisa bibliograacutefica inicial recorrendo tambeacutem a publicaccedilotildees
perioacutedicas documentos electroacutenicos e agrave legislaccedilatildeo em vigor
Tivemos ainda a oportunidade de assistir agrave palestra onde foram apresentadas as
conclusotildees do workshop realizado no RAAA1 entre os dias 09 e 11 de Dezembro de 2008
onde foi abordado entre outros o tema relacionado com ldquoO apoio da Artilharia Antiaeacuterea agraves
Brigadas em Operaccedilotildeesrdquo e que revelou ser proveitoso para a nossa investigaccedilatildeo
Ao longo da evoluccedilatildeo do TIA as conversas exploratoacuterias com Oficiais foram
substituiacutedas por entrevistas12 semi-estruturadas13 que na nossa opiniatildeo enriqueceram
muito o presente trabalho A realizaccedilatildeo destas entrevistas permitiu conhecer a opiniatildeo dos
entrevistados sobre questotildees pertinentes ao nosso tema bem como a partilha de
experiecircncias e informaccedilotildees que de outra forma seriam impossiacuteveis de angariar
Depois da recolha de todas estas informaccedilotildees e da sua anaacutelise terminaacutemos a fase
analiacutetica do meacutetodo de investigaccedilatildeo cientiacutefica e entraacutemos na uacuteltima fase deste processo a
fase conclusiva Nesta fase procedeu-se agrave verificaccedilatildeo das hipoacuteteses levantadas
anteriormente sob as quais fundaacutemos as nossas conclusotildees
Siacutentese de Conteuacutedos
O presente trabalho eacute constituiacutedo por uma Introduccedilatildeo quatro Capiacutetulos e
ConclusotildeesPropostas
Apoacutes a Introduccedilatildeo no Capiacutetulo I procede-se agrave elaboraccedilatildeo de um Enquadramento
Conceptual que tem como finalidade familiarizar o leitor com os principais conceitos
abordados no presente trabalho
No Capiacutetulo II examina-se a participaccedilatildeo nacional em MHP procurando saber qual o
possiacutevel enquadramento das unidades de AAA neste tipo de operaccedilotildees atraveacutes da anaacutelise
de trecircs casos de estudo distintos
O Capiacutetulo III aborda os conceitos de NRF e de BG definindo os requisitos necessaacuterios
para que as unidades de AAA possam integrar estas estruturas militares de caraacutecter
multinacional
No Capiacutetulo IV procede-se ao estudo da situaccedilatildeo actual das unidades de AAA
analisando os equipamentos sistemas de armas e prontidatildeo dos militares Face agrave anaacutelise
12
Todas as entrevistas foram de caraacutecter presencial tendo sido os entrevistados previamente contactados 13
Os entrevistados responderam agraves perguntas de um guiatildeo Os guiotildees das entrevistas encontram-se em
apecircndice
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 6
realizada efectuou-se ainda uma perspectiva do que poderaacute ser a participaccedilatildeo de unidades
de AAA nacionais em MHP na NRF e nos BG
Por fim no Capiacutetulo V apresentam-se as conclusotildees e propostas onde se pretende
fundamentalmente responder agrave questatildeo central e efectuar a confirmaccedilatildeo (total ou parcial)
ou a negaccedilatildeo das hipoacuteteses previamente levantadas Apresenta-se igualmente um conjunto
de propostas que tem como objectivo melhorar algumas das lacunas identificadas durante o
presente estudo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 7
CAPIacuteTULO I
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL
Antes de iniciar a anaacutelise do tema em investigaccedilatildeo achaacutemos conveniente delinear
alguns conceitos base com o propoacutesito de enquadrar o leitor com a problemaacutetica abordada
ao longo deste TIA Importa realccedilar que acerca deste enquadramento conceptual haveria
certamente muito para acrescentar Contundo natildeo sendo esse o objectivo apelaacutemos agrave
nossa capacidade de siacutentese durante a sua elaboraccedilatildeo
I1 Forccedilas Nacionais Destacadas
O Exeacutercito tem vindo a constituir FND que tecircm sido empenhadas num quadro
multinacional sob o comando de diferentes OI Desempenham missotildees ldquoditas de paz
embora de uma forma conceptual se enquadrem naquilo que vulgarmente se designam por
Operaccedilotildees de Resposta a Crises (no acircmbito NATO) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz (no acircmbito
ONU) ou ateacute mesmo Operaccedilotildees de Estabilizaccedilatildeo e Apoio (considerando a doutrina do
exeacutercito dos EUA) rdquo (Santos 2007p235)
Ao tentarmos clarificar o conceito de FND deparamo-nos com a inexistecircncia de uma
definiccedilatildeo oficial pelo que optaacutemos por traccedilar a nossa proacutepria definiccedilatildeo e enquadraacute-la no
acircmbito da nossa investigaccedilatildeo
I11 Enquadramento Histoacuterico
ldquoAs mudanccedilas que tiveram lugar no sistema internacional desde 1991 levaram os
estados democraacuteticos ao desempenho de novos papeacuteis nas relaccedilotildees internacionais
designadamente atraveacutes do emprego de contingentes militaresrdquo (Leandro 2002 p317)
Enquadrado neste contexto Portugal tem vindo a participar activamente em MHP
sendo necessaacuterio recuar aos finais da deacutecada de oitenta para encontrar a primeira
presenccedila14 nacional na UNTAG15 onde cooperaram trecircs oficiais do Exeacutercito Portuguecircs na
supervisatildeo do processo eleitoral Esta participaccedilatildeo foi seguida da Operaccedilatildeo das Naccedilotildees
14
Esta eacute a primeira participaccedilatildeo nacional em MHP apoacutes o conflito ultramarino jaacute que a geacutenese da participaccedilatildeo
nacional remonta ao ano de 1958 com a UNOGIL (United Nation Observer Group in Lebanon) 15
UNTAG ndash United Nations Transition Assistance Group
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 8
Unidas em Moccedilambique (UNMOZ)16 entre Abril de 1993 e Dezembro de 1994 na qual o
Exeacutercito Portuguecircs contribuiu com um Batalhatildeo de Transmissotildees e com observadores
militares
A partir desta operaccedilatildeo o Exeacutercito atingiu uma absoluta integraccedilatildeo neste tipo
operaccedilotildees militares edificando um longo historial de participaccedilatildeo materializado com a
presenccedila em cerca de sessenta e quatro MHP dispersas por vinte e trecircs TO17 e dois paiacuteses
adjacentes a TO18 Ao longo da sua colaboraccedilatildeo em MHP ao abrigo das diversas OI o
Exeacutercito Portuguecircs empenhou um efectivo19 total de vinte mil quinhentos e vinte e um
militares (RCMAGabCEME 2009)
I12 Forccedilas Nacionais Destacadas ndash O Conceito
O longo histoacuterico de participaccedilatildeo nacional em missotildees no exterior tem-se concretizado
em diferentes moldes atraveacutes de militares inseridos em unidades constituiacutedas (como por
exemplo o AgrBravo na KFOR20) de observadores militares (como por exemplo os trecircs
oficiais que integraram a UNTAG) ou ainda de elementos em funccedilotildees de estado-maior
(como os militares que integraram o Quartel-General (QG) da AFOR21)
Importa distinguir a participaccedilatildeo de caraacutecter individual (observadores militares e
elementos em funccedilotildees de estado-maior) da participaccedilatildeo de unidades constituiacutedas que
actuam como uma ldquoForccedilardquo22 Assim usaacutemos o termo FND unicamente para nos referirmos
agraves unidades constituiacutedas definindo-o de acordo com aquilo que tem sido a experiecircncia
nacional23 nas uacuteltimas duas deacutecadas uma FND eacute uma unidade militar devidamente
comandada treinada equipada e enquadrada que cumpre uma missatildeo no exterior do
territoacuterio nacional no acircmbito da satisfaccedilatildeo dos compromissos internacionais assumidos por
Portugal a sua constituiccedilatildeo eacute normalmente mission tailored ou seja eacute orientada para a
missatildeo de forma a respeitar as CJSOR
Eacute estabelecido um encargo operacional de pessoal (EOP) e um encargo operacional de
material (EOM) com base numa unidade constituiacuteda do Sistema de Forccedilas Nacional (SFN)
que pode ser ajustada com moacutedulos para satisfazer as CJSOR Um exemplo deste tailoring
16
UNMOZ ndash United Nations Operation in Mozambique 17
Boacutesnia e Herzegovina Timor-Leste Angola Kosovo Moccedilambique Ex-Jugoslaacutevia Congo Guineacute-Bissau
Macedoacutenia Saara Ocidental Albacircnia Afeganistatildeo Liacutebano Croaacutecia Namiacutebia Costa do Marfim Libeacuteria Burundi
Iraque Sudatildeo Chade Etioacutepia Paquistatildeo 18
Aacutefrica do Sul e Austraacutelia 19
Referente ateacute ao mecircs de Abril de 2009 (RCMAGabCEME 2009) 20
KFOR ndash Kosovo Force 21
AFOR ndash Albania Force 22
ldquoForccedilardquo ndash ldquoUm conjunto de militares sistemas de armas equipamento ou a combinaccedilatildeo destesrdquo (JP
2006p210) 23
Ver Anexo A ndash Histoacuterico das FND nas MHP
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 9
eacute o caso das CCmds no Afeganistatildeo que incluiacuteam um TACP24 da Forccedila Aeacuterea Portuguesa
(FAP) apesar de em situaccedilotildees normais este natildeo estar previsto no quadro orgacircnico (QO)
das CCmds
No que diz respeito ao seu modo de emprego as FND possuem algumas
particularidades como o facto de atravessarem trecircs periodos25 distintos o aprontamento a
conduta da operaccedilatildeo e por fim a desactivaccedilatildeofim de missatildeo (Leandro2001)
I2 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Apoacutes a decisatildeo de analisar unicamente a participaccedilatildeo nacional em missotildees no acircmbito
da Alianccedila Atlacircntica torna-se fundamental distinguir as operaccedilotildees previstas no conceito
estrateacutegico da OTAN Estas abrangem um vasto espectro26 podendo ser operaccedilotildees com
base no artigo 5ordm27 (referentes ao Tratado do Atlacircntico Norte28) ou operaccedilotildees de natildeo-artigo
5ordm normalmente designadas por CRO
A participaccedilatildeo das FND em missotildees da OTAN efectuou-se sempre no acircmbito das CRO
razatildeo pela qual abordaacutemos a participaccedilatildeo nacional apenas neste acircmbito Este facto poreacutem
natildeo inviabiliza que as FND natildeo possam vir a ser empregues em missotildees de caraacutecter mais
robusto como por exemplo operaccedilotildees ao abrigo do artigo 5ordm da Alianccedila Atlacircntica
O facto de a participaccedilatildeo nacional ter sido sempre feita em CRO faz com que exista a
necessidade de proceder agrave sua caracterizaccedilatildeo de forma a esclarecer a sua natureza e
tipologia de operaccedilotildees
O actual sistema internacional marcado pela eclosatildeo de focos de tensatildeo e de conflitos
regionais com base em nacionalismos e diferenccedilas eacutetnicas culturais e religiosas
possibilitou o aparecimento de uma ameaccedila multifacetada imprevisiacutevel e transnacional O
advento desta ameaccedila levou os Estados ao desenvolvimento de mecanismos colectivos
para a satisfaccedilatildeo de necessidades de seguranccedila conjuntas evitando o escalar da violecircncia
a niacutevel mundial e promovendo a estabilidade internacional
Neste contexto a Alianccedila Atlacircntica tem-se assumido como catalisadora na prevenccedilatildeo e
resoluccedilatildeo de crises procedendo agrave actualizaccedilatildeo e desenvolvimento da doutrina de emprego
das FA permitindo que estas sejam empregues neste tipo de operaccedilotildees (EME 2005)
24
TACP - Tactical Air Control Party 25
Ver Anexo B - Ciclo de uma FND 26
Ver Anexo C - Espectro das Operaccedilotildees 27
Artigo 5ordm do Tratado do Atlacircntico Norte - ldquo (hellip) As Partes concordam que um ataque armado contra um ou
vaacuterios paiacuteses membros na Europa ou nos EUA seraacute considerado um ataque contra todos e consequentemente
concordam que se tal ataque armado se verificar cada um no exerciacutecio do direito de legiacutetima defesa individual
ou colectiva reconhecido pelo artigo 51 deg da Carta das Naccedilotildees Unidas prestaraacute assistecircncia agrave Parte ou Partes
atacadas (hellip) incluindo o uso da forccedila (hellip)ldquo (NATO 1949) 28
O Tratado Atlacircntico Norte foi assinado em 4 de Abril de 1949 e estabelecido ao abrigo do artigo 51ordm da Carta
das Naccedilotildees Unidas o qual reafirma o direito inerente dos Estados Independentes agrave defesa individual ou
colectiva
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 10
Perante este cenaacuterio as CRO surgem como ldquo (hellip) operaccedilotildees multifuncionais que abrangem
actividades poliacuteticas militares e civis executadas de acordo com a lei internacional
incluindo o direito internacional humanitaacuterio que contribuem para a prevenccedilatildeo e resoluccedilatildeo
de conflitos e a gestatildeo de crises (hellip) rdquo (EME 2005 14-2)
I21 Tipologia das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A tipologia das CRO compreende um vasto leque de operaccedilotildees as quais incluem um
conjunto de diversas tarefas a serem desempenhadas em tempo de paz ou de crise Estas
regem-se por um aglomerado de princiacutepios29 que tecircm como objectivo estabelecer uma
uniformidade de comportamentos entre as entidades intervenientes neste tipo de operaccedilotildees
As CRO organizam-se da seguinte forma (EME 2005)
1) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz (Peace Support Operations - PSO)
(a) Manutenccedilatildeo de Paz (Peace Keeping - PK)
(b) Imposiccedilatildeo de Paz (Peace Enforcement ndash PE)
(c) Prevenccedilatildeo de Conflitos (Conflict Prevention ndash CP)
(d) Restabelecimento de Paz (Peacemaking ndash PM)
(e) Consolidaccedilatildeo da Paz (Peace Building ndash PB)
(f) Operaccedilotildees Humanitaacuterias (Humanitarian Operations - HO)
2) Outras Operaccedilotildees e Tarefas de Resposta a Crises
(a) Apoio agraves Operaccedilotildees Humanitaacuterias
(i) Assistecircncia a Deslocados e Refugiados
(ii) Operaccedilotildees Humanitaacuterias (fora do acircmbito das PSO)
(b) Apoio a Assistecircncia a Desastres
(c) Busca e Salvamento (Search and Rescue - SAR)
(d) Apoio a Operaccedilotildees de Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
(e) Operaccedilotildees de Extracccedilatildeo
(f) Apoio agraves Autoridades Civis
(g) Imposiccedilatildeo de Sanccedilotildees e Embargos
I22 Manutenccedilatildeo de Paz vs Imposiccedilatildeo de Paz
A participaccedilatildeo nacional tem ocorrido maioritariamente em duas situaccedilotildees PK e PE
Deste modo decidimos caracterizar detalhadamente estas duas situaccedilotildees
As operaccedilotildees de PK ldquo (hellip) satildeo geralmente realizadas em conformidade com os
princiacutepios do Capiacutetulo VI da Carta das Naccedilotildees Unidas a fim de acompanhar e facilitar a
implementaccedilatildeo de um acordo de paz Uma perda de consentimento ou a falta de
29
Ver Anexo D - Os Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 11
cumprimento por uma das partes podem limitar a liberdade de acccedilatildeo da forccedila de
manutenccedilatildeo de paz e ateacute ameaccedilar a continuidade da missatildeo Assim a forccedila deve
permanecer imparcial limitar o uso da forccedila agrave auto-defesa e promover o consentimento (hellip)
30rdquo (NATO 2005 2-4)
Relativamente agraves operaccedilotildees de PE ldquo (hellip) satildeo efectuadas sob os princiacutepios do capiacutetulo
VII da Carta das Naccedilotildees Unidas Satildeo de natureza coerciva e realizadas quando o
consentimento entre as partes envolvidas natildeo foi atingido ou seja incerto Estas operaccedilotildees
satildeo executadas para manter ou restabelecer a paz de forma a cumprir as condiccedilotildees
especificadas no mandato Eacute importante salientar que o objectivo das operaccedilotildees de PE natildeo
eacute a derrota ou destruiccedilatildeo de um inimigo mas sim a coacccedilatildeo e persuasatildeo das partes em
conflito (hellip)31rdquo (NATO 2005 2-4)
I3 A Ameaccedila Aeacuterea
No sentido de finalizar este primeiro capiacutetulo dedicado agrave conceptualizaccedilatildeo
procederemos agrave caracterizaccedilatildeo da ameaccedila aeacuterea Abordando unicamente a participaccedilatildeo em
missotildees sob a eacutegide da OTAN eacute necessaacuterio equacionar todos os cenaacuterios possiacuteveis de
participaccedilatildeo das FND quer seja em CRO como tem vindo a suceder ou em operaccedilotildees ao
abrigo do artigo 5ordm da Alianccedila Atlacircntica
A ameaccedila aeacuterea eacute composta por meios tradicionais como os aviotildees e os helicoacutepteros de
ataque No entanto a proliferaccedilatildeo de sistemas natildeo tripulados como miacutesseis (baliacutesticos e de
cruzeiro) e veiacuteculos aeacutereos natildeo tripulados (UAV)32 ampliaram o conjunto de meios que
caracteriza a ameaccedila aeacuterea
Na tipologia33 da ameaccedila aeacuterea os sistemas natildeo tripulados assumem-se como os
meios mais susceptiacuteveis de serem utilizados pelo seu custo manutenccedilatildeo sustentaccedilatildeo e
elevada capacidade de destruiccedilatildeo Estas caracteriacutesticas fazem com que estes sistemas
sejam preferidos aos tradicionais aviotildees e helicoacutepteros de ataque que satildeo mais
dispendiosos em termos de aquisiccedilatildeo manutenccedilatildeo e treino de tripulaccedilotildees (HDA 2000)
Estes meios tripulados poderatildeo ser utilizados pelo opositor em conflitos no acircmbito do artigo
5ordm da Alianccedila Atlacircntica ou em situaccedilotildees em que se enfrenta um adversaacuterio que dispotildee de
um exeacutercito organizado e coerente
No que diz respeito ao caraacutecter assimeacutetrico que marca a actual conflitualidade eacute
necessaacuterio ter em conta uma nova ameaccedila que se tem manifestado nos TO mais recentes
a ameaccedila RAM34 Esta ldquonovardquo ameaccedila eacute caracterizada pela utilizaccedilatildeo de sistemas de baixo
30
Traduccedilatildeo Livre 31
Traduccedilatildeo Livre 32
UAV - Unmanned Aerial Vehicles 33
Ver Anexo E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea 34
RAM - Rockets Artillery amp Mortar
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 12
custo baseados em Foguetes Artilharia e Morteiros A ameaccedila RAM natildeo se enquadra no
conjunto de meios (tripulados e natildeo tripulados) que caracteriza a tradicional ameaccedila aeacuterea
Contundo o facto de utilizar o vector aeacutereo para se materializar leva a que os consideremos
como tal
Ainda no acircmbito da ameaccedila aeacuterea satildeo igualmente passiacuteveis de ser utilizados aviotildees
ultraleves ou aeronaves renegade35 contra instalaccedilotildees de forccedilas multinacionais ou contra
interesses das facccedilotildees envolvidas no conflito com o objectivo de desestabilizarem o
processo de paz ou criar um foco de instabilidade
Considerando o actual ambiente das CRO a ameaccedila aeacuterea pode ser caracterizada pela
utilizaccedilatildeo de sistemas pouco dispendiosos e de faacutecil acesso por parte de actores menores
envolvidos neste processo ldquo (hellip) hoje em dia fala-se na capacidade de grupos terroristas
utilizarem morteiros aviotildees ligeiros drones e UAVrsquos visto que estes natildeo satildeo meios muito
sofisticados e podem-se transformar numa ameaccedila aeacuterea (hellip) ldquo (Benroacutes 2009)36
35
Trata-se de uma plataforma aeacuterea civil que se julga estar a operar de uma tal maneira que levanta suspeitas
de poder ser usada como arma para executar um ataque terrorista Existe um exemplo bem recente apesar de
natildeo se ter verificado em operaccedilotildees o ataque de 11 de Setembro de 2001 (Borges 2008) 36
Ver Apecircndice B - Guiatildeo da Entrevista ao TCor Art Varela Benroacutes
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 13
CAPIacuteTULO II
A PARTICIPACcedilAtildeO DE FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS
EM OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES
Neste capiacutetulo procederemos agrave anaacutelise da participaccedilatildeo do Exeacutercito com FND em
missotildees da OTAN37 O primeiro passo neste estudo seraacute seleccionar quais as operaccedilotildees a
analisar visto que por questotildees de tempo e espaccedilo torna-se impossiacutevel abordar todas as
operaccedilotildees realizadas no acircmbito da Alianccedila Atlacircntica
Optou-se pela escolha de duas operaccedilotildees em particular a participaccedilatildeo na IFOR38 que
ocorreu na Boacutesnia e Herzegovina no ano de 1996 e a participaccedilatildeo na KFOR no TO do
Kosovo iniciada em 1999 e actualmente ainda em curso39
O longo historial das FND revela-nos que nunca foi integrado qualquer tipo de unidades
(Grupo Bateria) ou subunidades (pelotatildeo secccedilatildeo) de AAA Procurou-se com esta anaacutelise
conceptual saber qual o eventual enquadramento que a AAA poderaacute ter neste tipo de
operaccedilotildees
Para aleacutem da caracterizaccedilatildeo dos TO para onde as FND foram projectadas importa
averiguar a eventual empregabilidade de uma subunidade de AAA de organizaccedilatildeo modular
nas UEC ou UEB que actualmente satildeo empregues em CRO De forma a obter resultados
fidedignos neste campo recorreu-se agrave experiecircncia de quem esteve no TO e sentiu as
dificuldades de comandar uma FND em operaccedilotildees deste geacutenero Recorremos assim agrave
experiecircncia partilhada de trecircs comandantes de FND e tentaacutemos transpor para o papel todo
o conhecimento transmitido com o objectivo de esclarecer a problemaacutetica em estudo
II1 A Participaccedilatildeo Nacional na IFOR
O primeiro TO escolhido para estudar a problemaacutetica de investigaccedilatildeo foi o da Boacutesnia e
Herzegovina que contou com a participaccedilatildeo portuguesa na forccedila multinacional IFOR em
Janeiro de 1995 durante a operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo40 Com esta presenccedila na Initial Entry
37
Ver Anexo F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte 38
IFOR - Implementation Force 39
Com o empenhamento do 1ordm Batalhatildeo de Infantaria da BrigInt constituiacutedo por 290 militares (EMGFA 2009) 40
Nome de coacutedigo da operaccedilatildeo IFOR conduzida pela OTAN na Boacutesnia e Herzegovina entre 20 de Dezembro de
1995 e 20 de Dezembro de 1996 (NATO 2001)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 14
Force o Exeacutercito integrou pela primeira vez uma UEB na estrutura de forccedilas da Alianccedila
Atlacircntica
Antes da anaacutelise da participaccedilatildeo nacional na IFOR procedeu-se agrave descriccedilatildeo dos
antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina permitindo compreender a intervenccedilatildeo
da comunidade internacional atraveacutes da OTAN e da IFOR
II11 Antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina
A Ex-Federaccedilatildeo da Jugoslaacutevia foi ateacute 1990 constituiacuteda pelas Repuacuteblicas da Croaacutecia
Seacutervia Esloveacutenia Boacutesnia Macedoacutenia e Monte Negro Em 1991 a Esloveacutenia e a Croaacutecia
efectivaram o seu desejo de abandonar a Federaccedilatildeo da Jugoslaacutevia e a situaccedilatildeo tornou-se
insustentaacutevel quando 94 dos eleitores na Croaacutecia aprovaram em referendo a
independecircncia que foi proclamada em 25 de Junho de 1991 No mesmo dia a Esloveacutenia
declarava a independecircncia o que originou a guerra com a intervenccedilatildeo do Exeacutercito do Povo
Jugoslavo em resposta agraves tomadas de posiccedilatildeo da Esloveacutenia e da Croaacutecia
Em 29 de Fevereiro de 1992 era realizado um referendo na Boacutesnia e Herzegovina
tendo a maioria (muccedilulmanos e croatas) obtido um resultado de 99 a favor da
independecircncia Com este resultado tambeacutem a Boacutesnia e Herzegovina se viria a tornar
independente no dia 3 de Marccedilo de 1992 sendo reconhecida pela Comunidade Europeia
trecircs dias depois
Em Maio de 1992 o Conselho de Seguranccedila das Naccedilotildees Unidas (CSNU) atraveacutes da
UNSCR41 752 exigia o fim dos combates na Boacutesnia e Herzegovina aprovando o envio da
UNPROFOR42 para esta regiatildeo
Acompanhando as restantes repuacuteblicas tambeacutem a Macedoacutenia declarou a sua
independecircncia no dia 8 de Abril de 1993
A UNPROFOR sob os auspiacutecios da ONU natildeo conseguiu controlar a crise existente nos
Balcatildes obrigando a OTAN a intervir por diversas vezes para fazer respeitar a zona de
exclusatildeo do espaccedilo aeacutereo43 imposta sobre a Boacutesnia e Herzegovina ao abrigo da UNSCR
781 Apesar das sanccedilotildees impostas pela ONU a situaccedilatildeo agravou-se e assistiu-se mesmo a
uma escalada da violecircncia o que obrigou a OTAN a elaborar planos de emergecircncia para
apoiar uma eventual retirada das tropas da ONU da Boacutesnia e Herzegovina Assiste-se a um
intenso debate poliacutetico para alcanccedilar uma soluccedilatildeo poreacutem as partes envolvidas tardavam a
chegar a um acordo enquanto que no terreno a OTAN intensificava os raids e os
bombardeamentos aeacutereos em resposta aos ataques aeacutereos seacutervios na zona de exclusatildeo do
espaccedilo aeacutereo estabelecida pela Alianccedila
41
UNSCR - United Nations Security Council Resolution 42
UNPROFOR - United Nations Protection Force 43
ldquoNo-Fly Zonesrdquo
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 15
Finalmente no dia 5 de Outubro de 1995 era assinado um acordo geral de cessar-fogo
proposto pelos Estados Unidos da Ameacuterica (EUA) sendo aceite por todas as partes
beligerantes iniciando-se as negociaccedilotildees de paz
O Acordo de Paz de Dayton44 veio consolidar o acordo geral de cessar-fogo
constituindo-se como o teacutermino de uma guerra que durou cerca de trecircs anos e meio e
provocou centenas de milhares de mortos Ao abrigo deste acordo foram estabelecidas
duas entidades no territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina a Repuacuteblica seacutervia da Boacutesnia e a
Federaccedilatildeo Croata Muccedilulmana Estas duas entidades encontravam-se separadas por uma
linha (IEBL)45 sobre a qual foi criada uma aacuterea de seguranccedila materializada no terreno por
uma faixa de dez quiloacutemetros designada por zona de separaccedilatildeo (ZOS)46 (Saraiva 2008)
A IFOR interveacutem no territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina ao abrigo da UNSCR 1031 com
a missatildeo47 de fiscalizar e impor o cumprimento do Acordo de Paz de Dayton A estrutura de
comando da IFOR48 era composta por trecircs divisotildees lideradas pela Franccedila Reino Unido e
EUA
II12 Case-study o Agrupamento Juacutepiter na Boacutesnia e Herzegovina
A 16 de Dezembro de 1995 eacute aprovado o plano operacional da IFOR pelo Conselho do
Atlacircntico Norte (NAC49) iniciando-se a operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo para garantir o
cumprimento do Acordo de Paz de Dayton
A primeira FND a ser projectada para o TO da Boacutesnia e Herzegovina foi o 2ordm Batalhatildeo
de Infantaria Aerotransportada (2ordm BIAT) pertencente agrave antiga Brigada Aerotransportada
Independente (BAI) ao qual se juntou o Destacamento de Apoio Sanitaacuterio Esta FND
passou a denominar-se Agrupamento Juacutepiter (AgrJuacutepiter) constituindo o nosso primeiro
case-study
No dia 10 de Agosto de 1996 o 2ordm BIAT substitui o 3ordm BIAT incorporando-se no
AgrJuacutepiter e prosseguindo a missatildeo Em Agosto de 1996 o AgrJuacutepiter era constituiacutedo50 por
um Batalhatildeo de Infantaria (3ordm BIAT) a trecircs companhias de atiradores por uma companhia de
apoio de combate por uma companhia de apoio de serviccedilos e por um destacamento de
apoio de serviccedilos ldquomusculadordquo que garantia todo o fluxo logiacutestico agraves tropas nacionais
44
Ver Anexo G - O Acordo de Paz de Dayton 45
IEBL - Inter Entity Boundary Line 46
ZOS - Zone Of Separation 47
Ver Anexo H - Missatildeo da IFOR 48
Ver Anexo I - Estrutura de C2 da IFOR em 1996
49 NAC ndash North Atlantic Council
50 O seu efectivo total era de 911 militares (Saraiva 2008)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 16
Em 1996 o TO da Boacutesnia e Herzegovina era caracterizado como bastante incerto51
principalmente na fase inicial da operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo devido aos focos de
instabilidade que se faziam sentir na regiatildeo O AgrJuacutepiter ocupava o sector de Goradze um
dos mais complicados na regiatildeo que era descrito por ser ldquo (hellip) um sector extremamente
tenso com vaacuterios pontos quentes (hellip) rdquo (Saraiva 2009)52
Relativamente agrave presenccedila de unidades de AAA no TO existiam em toda a estrutura do
escalatildeo superior Segundo Saraiva (2009) tanto a Brigada Italiana (MNBN53) onde a FND
estava inserida como a proacutepria Divisatildeo Francesa (MNDSE54) dispunham de unidades de
AAA no entanto estas ldquo (hellip) nunca foram vistas no sector portuguecircs (hellip) rdquo (Saraiva 2009)
Admitindo a existecircncia da ameaccedila aeacuterea no TO ainda que teacutenue parece-nos que a
inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA faria todo o sentido uma vez que a aacuterea de
responsabilidade (AOR)55 do AgrJuacutepiter era composta por vaacuterios pontos sensiacuteveis Satildeo
exemplos desses pontos uma torre de comunicaccedilotildees um repetidor operado por elementos
do escalatildeo superior (Brigada Italiana) e uma torre explorada por elementos da Divisatildeo
Francesa em acccedilotildees de guerra electroacutenica O comandante do AgrJuacutepiter refere que ldquo (hellip)
todos esses pontos exigiriam com certeza protecccedilatildeo AA porque caso a ameaccedila aeacuterea
fosse maior e se materializasse noacutes teriacuteamos que ter esses meios correndo o risco de
ficarmos completamente isolados no TO (hellip) ldquo (Saraiva 2009)
Verifica-se assim que a FNDIFOR poderia eventualmente incluir uma subunidade de
AAA de organizaccedilatildeo modular dimensionada agrave FND Ao existir este moacutedulo e estando
devidamente integrado na estrutura de C2 do escalatildeo superior este ldquo (hellip) acrescentaria
muitas capacidades agrave forccedila ldquo (Saraiva 2009)
II2 A Participaccedilatildeo Nacional na KFOR
A segunda operaccedilatildeo da OTAN que nos propusemos a investigar refere-se ao TO do
Kosovo o qual levou agrave intervenccedilatildeo da Alianccedila Atlacircntica atraveacutes da KFOR Tambeacutem nesta
missatildeo a participaccedilatildeo nacional concretizou-se desde o primeiro momento com a integraccedilatildeo
de uma FND na Initial Entry Force em 1999 o Agrupamento Bravo (AgrBravo) da antiga
BAI
51
ldquoEstamos perfeitamente conscientes de que os acordos de paz satildeo fraacutegeis e imperfeitos e de que a IFOR eacute
uma operaccedilatildeo natildeo isenta de riscos (hellip) ldquo Excerto retirado do discurso do Ministro da Defesa Nacional Dr
Antoacutenio Vitorino no IV Seminaacuterio para Altos funcionaacuterios e Chefes de Missatildeo do Ministeacuterio dos Negoacutecios
Estrangeiros em 4 de Janeiro de 1996 52
Ver Apecircndice C - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel de Infantaria Ref Pires Saraiva Comandante da FNDIFOR
(AgrJupiteacuter) no ano de 1996 53
MNBN - Multinational Brigade North 54
MNDSE - Multinational Division Southeast 55
AOR - Area Of Responsability
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 17
Desde a participaccedilatildeo inicial do AgrBravo ateacute agrave actual presenccedila do 1ordm Batalhatildeo de
Infantaria da BrigInt Portugal tem-se constituiacutedo como presenccedila habitual na KFOR Durante
a uacuteltima deacutecada o Exeacutercito Portuguecircs participou sucessivamente com FND na KFOR
excepccedilatildeo feita agrave interrupccedilatildeo ocorrida entre os anos de 2001 e 2004 devido agrave necessidade
de tropas para a participaccedilatildeo no TO de Timor-Leste
Agrave semelhanccedila do conflito da Boacutesnia e Herzegovina antes da anaacutelise dos case-study
efectuou-se um breve enquadramento dos antecedentes que levaram agrave sua intervenccedilatildeo da
OTAN no territoacuterio do Kosovo
II21 Antecedentes do Conflito do Kosovo
A proviacutencia do Kosovo fica situada no Sul do territoacuterio da Repuacuteblica da Seacutervia
possuindo uma populaccedilatildeo mista com maioria de etnia albanesa Ateacute 1989 a proviacutencia
beneficiou de um elevado grau de autonomia dentro do territoacuterio da antiga Ex-Jugoslaacutevia No
entanto quando Slobodan Milosevic56 subiu ao poder a proviacutencia perdeu a sua autonomia
ficando sob o controlo directo de Belgrado o que levou os albaneses residentes no Kosovo
a oporem-se radicalmente a esta decisatildeo
Durante o ano de 1998 os confrontos entre as forccedilas da Seacutervia e os kosovares
albaneses resultaram em mais de mil e quinhentos mortos e quatrocentos mil refugiados A
comunidade internacional manifestou preocupaccedilatildeo relativamente agrave cataacutestrofe humanitaacuteria e
agrave permanente escalada do conflito com a possibilidade de este se estender a paiacuteses
vizinhos
A UNSCR 1199 exteriorizava uma profunda preocupaccedilatildeo com o excessivo uso de forccedila
por parte das forccedilas da Seacutervia apelando tambeacutem ao cessar-fogo por ambas as partes do
conflito e estabelecendo um limite maacuteximo de forccedilas seacutervias no Kosovo Ficou tambeacutem
acordado que a Organizaccedilatildeo para a Seguranccedila e Cooperaccedilatildeo na Europa (OSCE)
estabelecesse uma unidade de observaccedilatildeo a Missatildeo de Verificaccedilatildeo no Kosovo (KVM)57
para observar o cumprimento das directivas do CSNU
Apesar de todos os esforccedilos a situaccedilatildeo no Kosovo agravou-se novamente apoacutes uma
seacuterie de actos de provocaccedilatildeo de ambas as partes As forccedilas militares e policiais seacutervias
intensificaram o uso da forccedila nas suas operaccedilotildees contra os kosovares albaneses
movimentando tropas e meios militares para a regiatildeo num claro desrespeito agrave UNSCR 1199
Este facto fez com que a KVM se retirasse da regiatildeo pois para aleacutem de natildeo poder cumprir a
sua missatildeo de observaccedilatildeo tambeacutem enfrentava oposiccedilatildeo das forccedilas seacutervias
56
Slobodan Milosevic foi presidente da Repuacuteblica da Seacutervia entre 1989 e 1997 e presidente da Jugoslaacutevia entre
1997 e 2000 Em 2001 foi acusado pelo Tribunal Penal Internacional de Haia por crimes de guerra contra a
humanidade e genociacutedio cometidos durante a guerra civil da Jugoslaacutevia 57
KVM ndash Kosovo Verification Mission
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 18
O presidente Milosevic recusou-se a cumprir a UNSCR 1199 e no dia 23 de Marccedilo de
1999 a Alianccedila iniciou os ataques aeacutereos com a operaccedilatildeo ldquoAllied Forcerdquo Esta campanha
aeacuterea duradoura de setenta e sete dias terminou no dia 10 de Junho de 1999 quando o
Secretaacuterio-Geral da OTAN Javier Solana anunciou suspender temporariamente as
operaccedilotildees aeacutereas da OTAN contra a Jugoslaacutevia Esta decisatildeo foi tomada pelo NAC depois
de atingido um consenso e de o Comandante Supremo Aliado da Europa (SACEUR) ter
confirmado que as forccedilas jugoslavas tinham iniciado a sua retirada do Kosovo Esta retirada
encontrava-se em conformidade com o Acordo Teacutecnico Militar (MTA58)
No dia 10 de Junho foi aprovada a UNSCR 1244 que congratulava a aceitaccedilatildeo dos
princiacutepios sobre a soluccedilatildeo poliacutetica para a crise no Kosovo por parte da Repuacuteblica Federal da
Jugoslaacutevia A UNSCR 1244 incluiacutea um fim imediato da violecircncia e uma raacutepida retirada das
suas forccedilas militares policiais e paramilitares do Kosovo Com a adopccedilatildeo desta resoluccedilatildeo o
NAC iniciou os preparativos para o envio raacutepido de uma forccedila de seguranccedila mandatada pelo
CSNU (NATO 2001)
A KFOR59 entrou no Kosovo no dia 12 de Junho de 1999 executando a Operaccedilatildeo ldquoJoint
Guardianrdquo60 com uma forccedila de caraacutecter multinacional inicialmente constituiacuteda por cerca de
vinte mil militares divididos entre seis brigadas (MNB61) lideradas respectivamente pela
Alemanha EUA Franccedila Itaacutelia e duas pelo Reino Unido Estas seis brigadas foram
implantadas territorialmente62 dando origem a cinco sectores sob o comando unificado do
Comandante da KFOR (COMKFOR63) (NATO 1999)
II22 Case-study o Agrupamento Bravo no Kosovo
O segundo case-study eacute o AgrBravo que integrou a KFOR durante Operaccedilatildeo ldquoJoint
Guardianrdquo ocupando o sector de Klina entre Agosto de 1999 e Fevereiro de 2000 Era
constituiacutedo64 por trecircs esquadrotildees dois esquadrotildees de reconhecimento (um equipado com
viaturas de rodas e o outro com viaturas de lagartas) e um esquadratildeo de apoio de serviccedilos
Chegados ao terreno os militares portugueses foram confrontados com um cenaacuterio
devastador ldquo (hellip) encontrava-se tudo destruiacutedo os edifiacutecios as casas as igrejas etc () rdquo
(Calccedilada 2009)65 Este era o aspecto tiacutepico de uma regiatildeo que foi palco dos sucessivos
58
MTA ndash Military Technical Agreement 59
Ver Anexo J - Missatildeo da KFOR 60
Nome de coacutedigo da operaccedilatildeo KFOR conduzida pela OTAN na proviacutencia seacutervia do Kosovo a partir de 10 de
Junho de 1999 (NATO 2009) 61
MNB ndash Multinational Brigade
62
Ver Anexo K ndash Estrutura de C2 da KFOR
63 COMKFOR ndash Commander KFOR
64 O seu efectivo era de 295 militares 30 oficiais 74 sargentos e 191 praccedilas (Pires 2007)
65 Ver Apecircndice D - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Cavalaria Tirocinado Antunes Calccedilada Comandante da
FNDKFOR (AgrBravo) no ano de 1999
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 19
confrontos entre os militantes do UCK66 e as forccedilas militares seacutervias e posteriormente da
campanha aeacuterea da Alianccedila Atlacircntica O Comandante do AgrBravo refere que ldquo (hellip)
aquando da nossa chegada encontraacutemos um teatro de operaccedilotildees totalmente incerto e
totalmente instaacutevel (hellip) rdquo (Calccedilada 2009)
Inicialmente as operaccedilotildees do AgrBravo eram de imposiccedilatildeo de paz uma vez que os
militantes do UCK autoproclamados como o Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo se
recusavam a depor as armas Confrontados com esta situaccedilatildeo os militares do AgrBravo
adoptaram uma postura riacutegida afirmando a sua posiccedilatildeo e executando vaacuterias operaccedilotildees de
Busca e Cerco com o objectivo de desarmar e desmilitarizar o UCK Superada esta fase
inicial as operaccedilotildees passaram a ser desenroladas com normalidade no acircmbito da
manutenccedilatildeo de paz realizando tarefas de patrulhamento e de seguranccedila a locais religiosos
bem como acccedilotildees CIMIC67 e operaccedilotildees psicoloacutegicas (PSYOPS)68
No que diz respeito agrave Brigada Multinacional Oeste de comando Italiano (MNBW69) na
qual o AgrBravo estava integrado tambeacutem natildeo dispunha de qualquer unidade de AAA uma
vez que a ameaccedila aeacuterea era considerada remota Todavia existia um plano de
contingecircncias que poderia ser activado ldquo (hellip) caso os seacutervios natildeo aprovassem o rumo que o
Kosovo estava levar e resolvessem intervir utilizando algumas aeronaves que tivessem
disponiacuteveis (hellip) rdquo (Calccedilada 2009) Caso existisse necessidade de activar esse plano de
contingecircncias a Brigada Italiana tinha em Itaacutelia uma Bateria de Artilharia Antiaeacuterea (BAAA)
preparada para ser projectada para o TO
Achamos que caso o plano de contingecircncias fosse activado as unidades italianas
usufruiriam de prioridade no que diz respeito agrave protecccedilatildeo AA dada a escassez de meios Agrave
semelhanccedila das forccedilas italianas deveriacuteamos dispor de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA pronto
a ser projectado para o TO que garantisse a protecccedilatildeo AA da AOR do AgrBravo Desta
forma salvaguardariacuteamos quaisquer lacunas na protecccedilatildeo AA (garantida pelo escalatildeo
superior)
Segundo Benroacutes (2002) existiam outras naccedilotildees na KFOR que dispunham de unidades
de AAA como os EUA que lideravam a Brigada Multinacional Este (MNBE70) Dispunham de
um BAAA equipada com o miacutessil portaacutetil Stinger a qual esteve no TO durante toda a fase
inicial da missatildeo da KFOR sendo depois substituiacuteda por uma unidade de radares de AAA
(equipada com o sistema radar Sentinel) que tinha como missatildeo a vigilacircncia do espaccedilo
aeacutereo
66
UCK - Ushtria Clivoimtare Kosoves (em albanecircs) significa Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo 67
CIMIC - Civil-Military Cooperation 68
PSYOPS - Physiological Operations 69
MNBW - Multinational Brigade West 70
MNBE - Multinational Brigade East
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 20
Tambeacutem a Alemanha paiacutes que liderava a Brigada Multinacional Sul (MNBS71) possuiacutea
unidades de AAA nesta fase inicial da missatildeo As tropas alematildes tinham ao dispor uma
BAAA equipada com o miacutessil portaacutetil Stinger Agrave semelhanccedila das tropas norte-americanas
esta BAAA foi substituiacuteda com o desenrolar da missatildeo internacional no Kosovo por uma
unidade de Poliacutecia Militar
O facto de em 1999 existirem unidades de AAA no TO do Kosovo prova que apesar de
a ameaccedila aeacuterea ser bastante remota ela existia e poderia materializar-se jaacute que se tratava
da fase inicial da operaccedilatildeo normalmente caracterizada pela incerteza e pelo
desconhecimento das capacidades dos beligerantes
Quanto agrave inclusatildeo de uma subunidade de AAA de organizaccedilatildeo modular no AgrBravo
notamos que o facto de a estrutura do escalatildeo superior (MNBW) natildeo dispor de qualquer tipo
de unidades de AAA impediria a inserccedilatildeo deste moacutedulo na FND Isso soacute aconteceria se o
plano de contingecircncias fosse activado e a Brigada Italiana projectasse a BAAA que se
encontrava em stand by
O facto de existirem outras forccedilas presentes no restante TO com meios de AAA
permitiria que o moacutedulo nacional se integrasse na estrutura de defesa aeacuterea do TO e
contribuiacutesse para a protecccedilatildeo AA do TO
II23 Case-study o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista no Kosovo
O terceiro case-study que nos propusemos a analisar foi o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-
quedista (BIPara) que esteve destacado no TO do Kosovo entre Setembro de 2005 e Marccedilo
de 2006 cumprindo a missatildeo de reserva taacutectica (TACRES)72 do COMKFOR
O BIPara encontrava-se aquartelado nas proximidades do QG da KFOR na regiatildeo de
Pristina no Camp Slim Lines que partilhava com uma forccedila de reconhecimento britacircnica e
com um pelotatildeo de Poliacutecia Militar esloveno O BIPara73 era constituiacutedo por trecircs companhias
duas companhias de atiradores (equipadas com viaturas de rodas) e uma companhia de
apoio de serviccedilos
Em 2005 o TO do Kosovo estava calmo e natildeo existiam focos de instabilidade situaccedilatildeo
bastante diferente daquela que o AgrBravo encontrou agrave sua chegada Apesar de
ocasionalmente surgirem algumas situaccedilotildees que despertavam maior preocupaccedilatildeo o
ambiente era estaacutevel tendo sido o UCK totalmente desmilitarizado
Se na fase inicial da presenccedila da KFOR a probabilidade de a ameaccedila aeacuterea se
concretizar era reduzida nesta fase da operaccedilatildeo ldquoJoint Guardianrdquo natildeo existia qualquer tipo
de ameaccedila aeacuterea prevalecendo um profundo conhecimento das partes beligerantes e das
71
MNBS - Multinational Brigade South 72
TACRES - Tactical Reserve Esta reserva taacutectica tinha como finalidade a demonstraccedilatildeo de forccedila por parte do
COMKFOR (Sobreira 2009) 73 O seu efectivo era de 299 militares 30 oficiais 57 sargentos e 212 praccedilas (Calmeiro e Magro 2005)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 21
suas capacidades O Kosovo era nesta fase um TO ldquomadurordquo (hellip) o centro de operaccedilotildees
conjunto lanccedilava drones que permitiam assistir in loco agraves operaccedilotildees e intervinha
directamente no canal de comando se assim fosse necessaacuterio esta situaccedilatildeo soacute se
conseguia porque existia superioridade aeacuterea () ldquo (Sobreira 2009)74
Nesta etapa avanccedilada da presenccedila internacional no Kosovo natildeo existem registos do
emprego de unidades de AAA por qualquer naccedilatildeo interveniente na KFOR visto que a
ameaccedila aeacuterea eacute totalmente inexistente Neste contexto o Exeacutercito natildeo eacute excepccedilatildeo e
quando interrogado acerca das capacidades que um moacutedulo de AAA poderia acrescentar agrave
FNDKFOR o Cmdt do BIPara responde ldquo No cenaacuterio em que estaacutevamos enquadrados natildeo
se justificaria as carecircncias sentidas eram em termos de pessoal disponiacutevel para as
patrulhas e reconhecimento O proacuteprio moacutedulo de morteiros pesados do Batalhatildeo era uma
forma dissimulada de ter mais um pelotatildeo disponiacutevel e este era utilizado para garantir o
serviccedilo de guarniccedilatildeo ao aquartelamento (hellip) ldquo (Sobreira 2009)
II3 Reflexotildees sobre o emprego de AAA em CRO
Para existir participaccedilatildeo de unidades de AAA integradas em forccedilas multinacionais da
Alianccedila Atlacircntica (como eacute o caso da IFOR e da KFOR) eacute necessaacuterio que essa valecircncia se
encontre inventariada no documento CJSOR Este documento eacute elaborado pelos oacutergatildeos da
OTAN identificando as unidades necessaacuterias e as capacidades miacutenimas que essas
unidades devem conter para integrar as diversas forccedilas multinacionais
Depois de consultarmos75 os CJSOR das uacuteltimas participaccedilotildees nacionais em CRO
(referimo-nos ao uacuteltimo CJSOR elaborado para a KFOR e ao CJSOR da ISAF76 ambos
datados do ano de 2005) verificaacutemos que estes natildeo mencionavam qualquer necessidade
de emprego de unidades de AAA Esta situaccedilatildeo pode ser considerada normal tendo em
conta que no TO do Kosovo em 2005 natildeo existia ameaccedila aeacuterea como se verificou
anteriormente Quanto ao TO do Afeganistatildeo o facto de natildeo haver cabimento orgacircnico no
CJSOR para as unidades de AAA revela que natildeo foi identificada nenhuma ameaccedila aeacuterea
pela OTAN aquando da elaboraccedilatildeo do respectivo CJSOR
A situaccedilatildeo na Boacutesnia e Herzegovina em 1996 e no Kosovo em 1999 nas quais existiam
unidades de AAA no terreno eacute um claro indicador de que os CJSOR dessas operaccedilotildees
previam o emprego deste tipo de unidades e que a ameaccedila aeacuterea se poderia materializar
nesses TO
74
Ver Apecircndice E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel de Infantaria Sobreira Comandante da FNDKFOR
(BIPara) no ano de 2005 75
Estas consultas foram feitas na Divisatildeo de Operaccedilotildees do Estado-Maior General das Forccedilas Armadas
(DIOPEMGFA) 76
ISAF - International Security Assistance Force
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 22
No que diz respeito agrave participaccedilatildeo nacional em CRO verifica-se que tem ocorrido de
acordo com os niacuteveis de ambiccedilatildeo expliacutecitos no Conceito Estrateacutegico Militar (CEM)
empenhando normalmente UEB ou UEC No entanto eacute oportuno relembrar que o CEM
prevecirc igualmente em alternativa agraves trecircs UEB a projecccedilatildeo de uma Brigada actuando em todo
o espectro de operaccedilotildees De acordo com os conceitos doutrinaacuterios a unidade miacutenima de
apoio eacute a Brigada a qual eacute apoiada com uma BAAA (EME 1997)
Em CRO as naccedilotildees que disponibilizam o comando de Brigada satildeo igualmente
responsaacuteveis por garantir as valecircncias da Forccedila ditas ldquomais criacuteticasrdquo (veja-se o exemplo da
Alemanha e dos EUA na KFOR) Desta forma verifica-se o emprego doutrinaacuterio de uma
BAAA em apoio a uma Brigada
O facto de Portugal ter vindo a participar com unidades ateacute UEB inviabiliza a projecccedilatildeo
de uma unidade doutrinaacuteria de AAA (a BAAA) No entanto esta situaccedilatildeo natildeo deve constituir
obstaacuteculo agrave participaccedilatildeo nacional de unidades de AAA neste tipo de operaccedilotildees a qual pode
ser realizada adequando as unidades de AAA ao actual niacutevel de ambiccedilatildeo nacional (UEB)
Pode ser assim empenhada uma subunidade de organizaccedilatildeo modular como por exemplo
um pelotatildeo de AAA
O exemplo da IFOR eacute esclarecedor O facto de todo o escalatildeo superior possuir
unidades de AAA faz com que a organizaccedilatildeo modular de AAA se justifique pois apesar da
FNDIFOR estar dentro da AOR da MNBN a protecccedilatildeo da forccedila eacute da responsabilidade
nacional Aleacutem disso em situaccedilotildees de abertura de TO onde natildeo existem certezas da
capacidade das partes beligerantes entendemos que natildeo deve existir lugar para
facilitismos77
Face agrave anaacutelise realizada verifica-se que o actual tailoring utilizado na concepccedilatildeo das
FND para actuarem em MHP (neste caso em CRO) pode incluir um moacutedulo de protecccedilatildeo
AA O facto de em termos conceptuais existir uma janela de oportunidade para as unidades
de AAA participarem neste tipo de missotildees (atraveacutes da inclusatildeo do respectivo moacutedulo)
conduz-nos a outra questatildeo relacionada com o tipo de operaccedilotildees e de TO em que este
moacutedulo pode ser empregue Neste domiacutenio constata-se igualmente que a participaccedilatildeo de
unidades de AAA em CRO pode e deve ser feita dando ecircnfase agrave fase inicial das operaccedilotildees
militares Durante esta fase a actuaccedilatildeo da Initial Entry Force ganha preponderacircncia
devendo ser ldquo (hellip) uma forccedila manifestamente robusta face agraves necessidades que estatildeo
inventariadas mostrando assim capacidades persuasivas e dissuasivas (hellip) rdquo (Ribeiro
2009)78 Eacute nesta situaccedilatildeo que as forccedilas de iacutendoles mais teacutecnicas como o caso da AAA satildeo
77
Eacute oportuno recordar a maacutexima terrorista citada por Osama Bin Laden depois dos ataques de 11 de Setembro
de 2001 ldquoYou have to be lucky all of the time we only have to be lucky oncerdquo 78
Ver Apecircndice F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro Chefe da DIOPEMGFA
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 23
requisitadas a intervir (veja-se o exemplo de forccedilas aliadas79 em cenaacuterios de ldquoaberturardquo de
TO) realizando tarefas no contexto da sua missatildeo primaacuteria como a protecccedilatildeo AA a baixas
altitudes (SHORAD80) da forccedila e dos pontos sensiacuteveis existentes na sua AOR
Uma vez ultrapassada a fase inicial das operaccedilotildees a situaccedilatildeo eacute estabilizada
aumentando o conhecimento do TO e das partes beligerantes Eacute adoptada uma postura
adequada agrave situaccedilatildeo como por exemplo a transiccedilatildeo da IFOR para a SFOR81 na Boacutesnia e
Herzegovina em Janeiro de 1997 Nesta fase a Initial Entry Force eacute substituiacuteda e as Follow-
on Forces satildeo moldadas agrave missatildeo sendo dotadas com as valecircncias especiacuteficas para o
cumprimento da mesma
De acordo com aquilo que tem sido a praacutetica multinacional neste tipo de operaccedilotildees as
forccedilas de manobra (leia-se unidades de infantaria e de reconhecimento) mantecircm-se no TO e
assumem um papel proeminente efectuando tarefas de patrulhamento reconhecimento
check-points PSYOPS escoltas acccedilotildees CIMIC e CRC82 Quanto agraves unidades de AAA
tendo em conta a inexistecircncia de qualquer tipo de ameaccedila aeacuterea estas natildeo satildeo necessaacuterias
no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Consideramos que para as proacuteximas participaccedilotildees de FND em Initial Entry Force
deveraacute ser equacionada a inclusatildeo de uma subunidade de AAA contribuindo assim para a
protecccedilatildeo da forccedila Esta eacute definitivamente uma preocupaccedilatildeo constante do Comandante
durante qualquer operaccedilatildeo seja em operaccedilotildees de guerra ou em CRO Tambeacutem a presenccedila
dos media a influecircncia da opiniatildeo puacuteblica e a manifestaccedilatildeo de novos actores e elementos
(o caraacutecter assimeacutetrico dos conflitos o terrorismo e a proliferaccedilatildeo nuclear) se constituem
como factores de acreacutescimo agrave importacircncia da protecccedilatildeo da forccedila
79
Ver Anexo L - A AAA Francesa na UNIFIL 80
SHORAD - Short Range Air Defense 81
SFOR - Stabilization Force 82
CRC - Crowd amp Riot Control
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 24
CAPIacuteTULO III
A INTEGRACcedilAtildeO DA AAA NA
NATO RESPONSE FORCE E NOS BATTLEGROUPS
Ao investigarmos acerca da problemaacutetica relacionada com o emprego de unidades de
AAA em FND natildeo podemos de forma alguma deixar de considerar a participaccedilatildeo assiacutedua
do Exeacutercito na NRF e nos BG Estas forccedilas assumem-se cada vez mais como um
catalisador de mudanccedila no que respeita agrave intervenccedilatildeo em conflitos possuindo uma
capacidade de projecccedilatildeo para missotildees em TO exteriores agrave Europa o que constitui um
desafio para o Exeacutercito
Embora a disponibilizaccedilatildeo de unidades do SFN do Exeacutercito para integrarem a NRF e os
BG natildeo seja exactamente igual agravequela que integra as FND em MHP pode facilmente ser
estabelecido um paralelismo entre estas participaccedilotildees o qual eacute reconhecido pela proacutepria
legislaccedilatildeo83 que enquadra ambas as tipologias de missatildeo O facto de estas unidades serem
submetidas a um periacuteodo intenso de treino operacional que eacute precedido de um exerciacutecio de
certificaccedilatildeo internacional e do consequente periacuteodo de stand by (sendo consideradas
Earmarked84 durante este periacuteodo) reforccedila esse paralelismo
Ao considerarmos o conceito de FND anteriormente definido verifica-se que as
unidades que integram a NRF e os BG natildeo correspondem ao termo FND no seu sentido
restrito No entanto podem ser enquadradas no seu sentido lato
Neste capiacutetulo a pesquisa seraacute direccionada de forma a averiguar quais os meios
orgacircnicos de protecccedilatildeo AA deste tipo de forccedilas Pretende-se assim clarificar os requisitos
de emprego determinados pelas respectivas OI para que possam ser integradas unidades
de AAA nacionais na sua constituiccedilatildeo
83
De acordo com a Directiva nordm23CEME08 84
Forccedilas que as naccedilotildees concordam colocar sob comando ou controlo operacional em data futura de um
Comando OTAN (Baptista 2008)
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 25
III1 Os Conceitos de NATO Response Force e de Battlegroups
Sem pretender efectuar uma reflexatildeo exaustiva acerca dos conceitos de NRF e de BG
naturalmente fora do acircmbito deste TIA importa esclarecer qual a missatildeo organizaccedilatildeo e
constituiccedilatildeo destas estruturas militares O objectivo desta breve abordagem aos dois
conceitos eacute alcanccedilar uma base soacutelida para a nossa investigaccedilatildeo
III11 A NATO Response Force - NRF
A Alianccedila Atlacircntica criou uma forccedila conjunta e combinada caracterizada pela sua
elevada prontidatildeo ndash a NATO Response Force85 Com um efectivo de vinte e cinco mil
militares a NRF eacute capaz de ser destacada apoacutes uma decisatildeo poliacutetica sendo auto-
sustentaacutevel por um periacuteodo de trinta dias As vaacuterias componentes da NRF encontram-se em
stand by nos seus paiacuteses de origem estando preparadas para serem destacadas para a
Aacuterea de Operaccedilotildees (AO) se for necessaacuterio
A NRF atingiu a sua capacidade operacional plena em Outubro de 2006 e actualmente
abrange um largo espectro de missotildees que satildeo efectuadas num estudo caso a caso pelo
NAC Como uacutenica Forccedila presente no TO pode efectuar (NATO 2007)
1 Operaccedilotildees de Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
2 Apoio agrave gestatildeo de consequecircncias86
3 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
4 Apoio de Operaccedilotildees de Contra-Terrorismo
5 Operaccedilotildees de Embargo
6 Actuar como Initial Entry Force facilitando a chegada das Follow-on Forces numa
AO conjunta com ou sem o apoio da naccedilatildeo hospedeira
A constituiccedilatildeo da NRF baseia-se no cataacutelogo de forccedilas CJSOR Poreacutem devido ao facto
de se verificarem constantemente lacunas (denominadas ldquoshortfallsrdquo) no seu preenchimento
(nomeadamente nas valecircncias mais criacuteticas como os helicoacutepteros) eacute provaacutevel que se
evolua da conferecircncia de geraccedilatildeo de forccedilas para a geraccedilatildeo de forccedilas baseada numa
Framework Nation (FwN) Este conceito prevecirc que uma determinada naccedilatildeo se constitua
como ldquoespinha dorsalrdquo da NRF disponibilizando as valecircncias mais criacuteticas e impedindo que
existam lacunas na geraccedilatildeo de forccedilas Desta forma a NRF eacute organizada em moacutedulos
vinculados a um determinado niacutevel de participaccedilatildeo das naccedilotildees intervenientes (Baptista
2007)
Niacutevel A ndash A FwN garante a totalidade do moacutedulo (UEB UEC) soacute poderaacute existir outra
naccedilatildeo no caso de afiliaccedilotildees permanentes como por exemplo o caso da Brigada
Franco-Alematilde
85
Ver Anexo L - Estrutura da NRF 86
Em caso de incidentes NRBQ (Nuclear Radioloacutegico Bioloacutegico e Quiacutemico) ou em situaccedilotildees de crise
humanitaacuteria (NATO 2007)
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 26
Niacutevel B ndash A FwN garante 50 do moacutedulo a participaccedilatildeo de outras naccedilotildees (entre duas
e quatro) nesse moacutedulo eacute possiacutevel
Niacutevel C ndash A FwN eacute responsaacutevel por um 25 do moacutedulo
Niacutevel D ndash O moacutedulo pode ser provido por outra naccedilatildeo que o disponibilize
III12 Os Battlegroups
O conceito de Battlegroup surge no acircmbito da EU referindo-se a uma Forccedila Tarefa de
resposta raacutepida constituiacuteda por um efectivo de mil quinhentos militares Neste contexto o
BG assume-se como ldquo um pacote de forccedilas minimamente eficaz crediacutevel projectaacutevel e
coerente capaz de garantir o cumprimento de operaccedilotildees de forma isolada ou fases iniciais
de operaccedilotildees de maior envergadura (hellip)87 rdquo (EU 2006p1)
A constituiccedilatildeo88 do BG baseia-se num documento denominado BG Concept que prevecirc
uma UEB de manobra reforccedilada com meios dimensionados de Apoio de Combate e de
Apoio de Serviccedilos Esta constituiccedilatildeo assenta no princiacutepio da multinacionalidade atraveacutes da
constituiccedilatildeo de um FwN ou de uma coligaccedilatildeo de Estados-Membros Cada Battlegroup
deveraacute ter associado um Comando de Forccedila e capacidades operacionais e estrateacutegicas preacute-
identificadas como por exemplo o transporte estrateacutegico (EU 2006)
Os niacuteveis de ambiccedilatildeo estabelecidos no ldquoHeadline Goals 2010rdquo prevecircem a capacidade
da UE empreender dois BG em simultacircneo em aacutereas geograacuteficas distintas no ano de 2010
Quanto agraves missotildees atribuiacutedas a um BG este deve estar apto a desenvolver as seguintes
tarefas (Lindstrom 2007)
1 Separaccedilatildeo das partes em Conflito
2 Prevenccedilatildeo de Conflitos
3 Estabilizaccedilatildeo Reconstruccedilatildeo e Consultoria Militar a Paiacuteses terceiros
4 Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
5 Assistecircncia a Operaccedilotildees Humanitaacuterias
No que diz respeito agrave geraccedilatildeo da forccedila a iniciativa parte dos paiacuteses-membros que
propotildeem agrave UE a criaccedilatildeo de um BG Desta forma a naccedilatildeo que se assume como FwN tem o
oacutenus de edificaccedilatildeo ou seja deve disponibilizar todas as unidades que natildeo consegue
angariar junto das restantes naccedilotildees que compotildeem o BG
Assiste-se nesta fase a um constante processo de negociaccedilotildees com uma forte
componente poliacutetica pois as naccedilotildees tendem a disponibilizar unidades que lhes
proporcionem visibilidade (ldquoShow the Flagrdquo) como eacute o caso das unidades de Operaccedilotildees
Especiais Uma vez terminadas as negociaccedilotildees a FwN apresenta agrave UE uma organizaccedilatildeo
especiacutefica do BG com a indicaccedilatildeo dos paiacuteses membros que para ele contribuem de
87
Traduccedilatildeo Livre 88
Ver Anexo M - Estrutura de um Battlegroup
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 27
maneira a atingir o princiacutepio da multinacionalidade O modelo apresentado deve exibir as
capacidades do BG e o periacuteodo de tempo que essa forccedila estaacute disponiacutevel para ser
empregue em operaccedilotildees (normalmente seis meses)
III2 Requisitos para integraccedilatildeo da AAA na NRF
O Exeacutercito tem vindo a participar continuamente na NRF desde o primeiro semestre de
2004 com a integraccedilatildeo de uma forccedila de Operaccedilotildees Especiais Poreacutem ao analisarmos o
histoacuterico89 da participaccedilatildeo nacional na componente terrestre da NRF notamos a inexistecircncia
de qualquer unidade de AAA nesta estrutura de forccedilas e a predominacircncia de unidades de
manobra e de operaccedilotildees especiais Ao analisar este histoacuterico eacute igualmente assinalaacutevel o
esforccedilo do Exeacutercito em integrar unidades de cariz mais teacutecnico como a Bateria de AC 105
mm prevista para integrar a NRF 14 Contudo consideramos que ainda natildeo eacute o suficiente e
que deveraacute existir um maior investimento noutro tipo de valecircncias ditas mais teacutecnicas
No que diz respeito agrave participaccedilatildeo na NRF existe uma clara definiccedilatildeo dos requisitos
que qualquer unidade deveraacute estar apta a cumprir os quais vecircm expressos no CJSOR A
OTAN tem vindo a definir diferentes CJSOR para cada uma das NRF numa tentativa de ser
mais especiacutefica quanto aos requisitos miacutenimos necessaacuterios Deste modo as naccedilotildees
deveratildeo cumprir os requisitos miacutenimos para integrarem unidades na NRF
Tendo como base desta anaacutelise o CJSOR90 verifica-se que relativamente ao moacutedulo
de Defesa Aeacuterea (dependendo da NRF) a participaccedilatildeo das naccedilotildees poderaacute ser feita em trecircs
escalotildees distintos escalatildeo BAAA escalatildeo Grupo de Artilharia Antiaeacuterea (GAAA) ou escalatildeo
Brigada AAA Framework Considerando a dimensatildeo do Exeacutercito Portuguecircs o nuacutemero de
unidades de AAA existentes e os niacuteveis de ambiccedilatildeo nacionais estabelecidos superiormente
julgamos que a participaccedilatildeo mais adequada seraacute o escalatildeo BAAA Para este escalatildeo o
CJSOR refere que o niacutevel de multinacionalidade do moacutedulo deveraacute ser do niacutevel A o que
significa que a naccedilatildeo que disponibilizar a BAAA deveraacute garantir a totalidade do moacutedulo e soacute
excepcionalmente seratildeo aceites outras naccedilotildees Desta forma a BAAA disponibilizada
deveraacute cumprir os seguintes requisitos (Baptista 2007)
Integrar um miacutenimo de doze sistemas SHORAD e doze sistemas MANPAD91 e um
efectivo de duzentos e cinquenta militares
Deveraacute ter a capacidade de ser aerotransportada
Deveraacute garantir a capacidade de assegurar a protecccedilatildeo AA da AO de uma Brigada
Deveraacute ter a capacidade de ligaccedilatildeo com sistemas de defesa antiaeacuterea de meacutedia
altitude
89
Ver Anexo O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF 90
Consulta realizada na Divisatildeo de Operaccedilotildees do Estado-Maior General das Forccedilas Armadas (DIOPEMGFA) 91
MANPAD - Man Portable Air Defense
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 28
Disponibilidade orgacircnica de sistemas radar 3D com IFF92
Niacutevel adequado de protecccedilatildeo da forccedila face agrave ameaccedila NRBQ e aos engenhos
explosivos improvisados (EOD93)
Capacidade miacutenima de sobrevivecircncia de trecircs dias em abastecimentos
No caso de se tratar de uma BAAA auto-propulsada (AP) esta deveraacute cumprir os
mesmos requisitos da BAAA natildeo necessitando da capacidade de ser aerotransportada
Deve ainda dispor de capacidade de detecccedilatildeo visual e radar por infravermelhos
III3 Requisitos para Integraccedilatildeo da AAA nos Battlegroups
Relativamente agrave geraccedilatildeo do pacote de forccedilas que compotildee o BG o facto de natildeo existir
uma estrutura fixa (ao contraacuterio da NRF) permite uma maior flexibilidade por parte das
naccedilotildees envolventes na disponibilizaccedilatildeo dos meios de Apoio de Combate e de Apoio de
Serviccedilos desde que a UEB de manobra esteja garantida
O documento BG Concept soacute indica genericamente qual deveraacute ser a constituiccedilatildeo do
pacote de forccedilas em funccedilatildeo da missatildeo havendo necessidade de recorrer a modelos
anteriores de BG Considerando alguns modelos edificados anteriormente (como o
Francecircs94 Espanhol Italiano e Polaco) constata-se que a sua protecccedilatildeo AA eacute conferida por
uma unidade de escalatildeo pelotatildeo de AA do tipo SHORAD Para que exista possibilidade do
pelotatildeo de AA integrar o pacote de forccedilas do BG este deve satisfazer os requisitos miacutenimos
estabelecidos pela UE sendo estes semelhantes aos instituiacutedos pela NRF Assim o pelotatildeo
AA SHORAD deveraacute dispor (Baptista 2007)
Capacidade de ser aerotransportado
Capacidade de ligaccedilatildeo agraves unidades apoiadas e aos escalotildees superiores
Capacidade de cobertura da AO do BG
Niacutevel adequado de protecccedilatildeo da forccedila face agrave ameaccedila NRBQ e EOD
Interoperabilidade com outras forccedilas integrantes no BG
92
IFF - Identification Friend or Foe 93
EOD - Explosive Ordnance Disposal 94 Ver Anexo P ndash Exemplo de um Battlegroup
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 29
CAPIacuteTULO IV
EMPREGO OPERACIONAL DAS UNIDADES DE AAA
Depois de analisadas as potenciais conjunturas de participaccedilatildeo de unidades de AAA em
forccedilas projectaacuteveis (quer no acircmbito das MHP ou das forccedilas multinacionais) a nossa
investigaccedilatildeo foi direccionada para a abordagem das questotildees directamente relacionadas
com o emprego operacional das unidades de AAA
Como vimos anteriormente no caso das forccedilas multinacionais (NRF e BG) existe um
conjunto de requisitos que as unidades devem possuir para que possam participar neste tipo
de operaccedilotildees No que diz respeito agrave participaccedilatildeo de unidades de AAA no acircmbito das FND
(por exemplo IFOR e KFOR) os requisitos miacutenimos de participaccedilatildeo satildeo estabelecidos no
CJSOR da forccedila multinacional consoante o tipo de operaccedilatildeo a desempenhar
Assim sendo neste capiacutetulo procedeu-se agrave anaacutelise da prontidatildeo operacional das
unidades de AAA nacionais com a finalidade de averiguar se estas possuem as valecircncias
que possibilitem a sua participaccedilatildeo nas operaccedilotildees anteriormente referidas
IV1 O Niacutevel de Prontidatildeo das Unidades de AAA
No contexto de anaacutelise agrave prontidatildeo das unidades de AAA importa considerar trecircs
variaacuteveis distintas a investigar os equipamentos e sistemas de armas os militares e o seu
treino95
O estudo da primeira variaacutevel visa obter dados sobre as condiccedilotildees actuais dos
equipamentos e sistemas de armas que equipam as unidades de AAA nacionais no que diz
respeito agrave quantidade de sistemas existentes agraves suas caracteriacutesticas teacutecnicas e agraves suas
capacidades de emprego em forccedilas projectaacuteveis Relativamente agrave segunda variaacutevel o seu
estudo permitiraacute saber qual a proficiecircncia e prontidatildeo dos militares responsaacuteveis por operar
os sistemas de armas Por fim a terceira variaacutevel possibilitaraacute a anaacutelise do treino a que os
militares de AAA satildeo submetidos
95
Treino - Eacute toda a formaccedilatildeo ministrada na UnidadeEstabelecimentoOacutergatildeo (UEO) de colocaccedilatildeo cuja
finalidade eacute manter ou aumentar os niacuteveis de proficiecircncia individuais (EME 2004 p60)
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 30
IV11 Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais96
As unidades de AAA que integram actualmente a Forccedila Operacional Permanente do
Exeacutercito (FOPE) dispotildeem dos seguintes sistemas de armas para cumprir as suas missotildees
Trinta e um Sistemas Canhatildeo Bitubo AA 20 mm
Trinta e seis Sistemas Miacutessil Ligeiro Chaparral
Trinta e seis Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Trecircs Radares ANMPQ-49 Forward Alerting Area Radar (FAAR)
Trecircs Radares Portable Search and Target Acquisition Radar (PSTAR)
Ao examinar atentamente esta lista destaca-se desde logo a inexistecircncia de um
sistema de C2 que permita num cenaacuterio de operaccedilotildees efectuar as ligaccedilotildees necessaacuterias ao
sistema de C2 do escalatildeo superior agrave Forccedila Aeacuterea Aliada e agraves restantes unidades de AAA
presentes no TO Uma unidade de AAA que natildeo se encontre devidamente integrada na rede
da AAA no TO pode acidentalmente abater uma aeronave amiga originando uma situaccedilatildeo
bastante grave causada por falha humana Deste modo a ausecircncia de um sistema de C2
nas unidades de AAA nacionais tem sido apontada como o grande obstaacuteculo agrave sua
participaccedilatildeo em TO no exterior do territoacuterio nacional (MHP NRF e BG) porque ldquo (hellip) natildeo eacute
aceitaacutevel que num TO moderno existam forccedilas de AAA que se limitem a fazer como noacutes
fazemos controlo por procedimentos (hellip) ldquo (Paradelo 2009)97
Para que as unidades de AAA nacionais possam integrar as FND (no sentido lato) e
participar em exerciacutecios internacionais ou em exerciacutecios conjuntos no interior do territoacuterio
nacional devem obrigatoriamente possuir um sistema de C2 actual (possuindo no miacutenimo
Link 11B98 e suportar Link 1699) Este sistema deveraacute permitir a partilha de informaccedilatildeo radar
entre a unidade de AAA nacional e outras unidades de AAA Deveraacute igualmente possibilitar
que outras entidades presentes no TO partilhem informaccedilatildeo radar com a unidade de AAA
nacional atraveacutes da adiccedilatildeo de alvos aeacutereos na sua Air Picture Esta troca de informaccedilatildeo
radar entre as diversas unidades de AAA e entidades presentes no TO resulta numa
Common Air Picture (CAP) que por sua vez contribui para um sistema de C2 integrado no
Sistema de Defesa Aeacutereo do TO A CAP eacute um conjunto de Sensores Radares e Sistemas
de Vigilacircncia do Campo de Batalha (VCB) que eacute partilhado pelos vaacuterios escalotildees de
comando da forccedila multinacional desde o comandante da AAA no TO ateacute ao homem que
efectua o empenhamento (Paradelo 2009)
96
Ver Anexo Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais 97
Ver Apecircndice G - Guiatildeo da Entrevista ao TCor Art Crispim Paradelo actual comandante do GAAA 98 Ver Anexo R ndash O Link 11B 99 Ver Anexo Q ndash O Link 16
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 31
No que respeita aos sistemas de armas e equipamentos de detecccedilatildeo radar existentes
nas unidades de AAA nacionais estes apresentam lacunas e encontram-se desactualizados
a vaacuterios niacuteveis (Borges 2008)
Relativamente agraves unidades de tiro (UT) apresentam jaacute um adiantado tempo de serviccedilo
nomeadamente o Sistema Canhatildeo Bitubo AA 20 mm e o Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral100
que estatildeo ao serviccedilo do Exeacutercito Portuguecircs desde 1981 e 1990 respectivamente Apesar de
serem sistemas bastante fiaacuteveis encontram-se obsoletos quando comparados com os
requisitos miacutenimos estabelecidos pela NRF e pelo BG
Neste domiacutenio apenas o Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger pode ser considerado uma UT
actual101 tendo a maioria dos miacutesseis existentes em Portugal (adquiridos em 1996) sido
submetida a um programa da OTAN (o WSPC102) com o objectivo de estender a sua vida uacutetil
(Alves 2008) Ao concretizar-se este processo (extensatildeo de vida dos miacutesseis FIM-92) o
Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger estaraacute apto a equipar unidades de AAA para integrarem as
FND quer no seu sentido restrito (moacutedulo de AAA integrado na FND) quer no seu sentido
lato (NRF e BG)
No que diz respeito aos sistemas de detecccedilatildeo radar as unidades de AAA mecanizadas
dispotildeem do sistema radar FAAR de origem norte-americana Devido ao facto de estar
desactualizado103 (Rosendo 2008) natildeo se encontra apto para equipar quaisquer forccedilas de
AAA projectaacuteveis
Para aleacutem deste sistema de detecccedilatildeo radar as unidades de AAA nacionais dispotildeem
igualmente do sistema radar PSTAR adquirido em 2005 ao Exeacutercito dos EUA Trata-se de
um radar moderno com a capacidade de ser aerotransportado todavia possui apenas
capacidade de detecccedilatildeo bidimensional o que o impossibilita de ser utilizado em operaccedilotildees
no acircmbito da NRF e dos BG jaacute que estas exigem equipamentos com capacidade de
detecccedilatildeo tridimensional De acordo com Benroacutes (2002) o radar PSTAR poderaacute equipar um
eventual moacutedulo de protecccedilatildeo AA inserido numa FND
Importa referir que este sistema radar foi altamente potenciado com a utilizaccedilatildeo do
PPRC104-525 (que recentemente comeccedilou a ser distribuiacutedo pelas unidades da FOPE) A
sua utilizaccedilatildeo permitiu multiplicar a imagem radar e distribui-la por oito UT sejam estas
secccedilotildees de Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral Sistema Canhatildeo Bitubo AA 20 mm ou
esquadras de Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger Desta forma atraveacutes do PPRC-525 torna-se
possiacutevel estabelecer uma rede wireless interna que permite transmitir a Recognized Air
100
O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral encontra-se fora de serviccedilo nos EUA desde 1997 (Borges 2008) 101
Para aleacutem do Exeacutercito Portuguecircs o Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger eacute actualmente utilizado nos seguintes
Exeacutercitos da OTAN Alemanha Dinamarca EUA Greacutecia Holanda Turquia (Salvador 2006) 102
O WSPC (Weapon System Partnership Committee) insere-se no acircmbito de uma agecircncia da OTAN a NAMSA
(NATO Maintenance amp Supply Agency) 103 O Sistema Radar FAAR encontra-se fora de serviccedilo nos EUA desde 1991 104
PPRC ndash PortuguecircsPortaacutetil Raacutedio de Campanha
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 32
Picture (RAP) para os comandantes de secccedilatildeoesquadra dos sistemas de armas (Paradelo
2009)
Apoacutes a anaacutelise dos equipamentos e sistemas de armas de AAA agrave disposiccedilatildeo das
unidades de AAA nacionais verificamos que se encontram obsoletos quando comparados
com as congeacuteneres aliadas105 Apenas o sistema miacutessil portaacutetil Stinger poderaacute ser utilizado
para equipar eventuais forccedilas projectaacuteveis no acircmbito da NRF e dos BG
No que respeita agrave participaccedilatildeo nas FND com um moacutedulo de AAA e de acordo com
Benroacutes (2002) para aleacutem do sistema miacutessil portaacutetil Stinger as unidades nacionais poderiam
igualmente utilizar o sistema de detecccedilatildeo radar PSTAR
IV12 A Lei de Programaccedilatildeo Militar
Para suprir as manifestas necessidades de equipamento das unidades de AAA
encontram-se inscritas na Lei de Programaccedilatildeo Militar (LPM) verbas destinadas agrave aquisiccedilatildeo
de um sistema de C2 de sistemas de detecccedilatildeo radar e de novas UT De acordo com a
LPM106 em vigor o levantamento da BAAABrigInt entre 2010 e 2011 possibilitaraacute a
aquisiccedilatildeo dos seguintes sistemas (Cardoso 2008)
Um Sistema de C2
Dezasseis Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Oito Sistemas Miacutessil Ligeiro
Dois Sistemas de Detecccedilatildeo Radar
A LPM prevecirc ainda o reequipamento da BAAA das Forccedilas AG entre os anos de 2011 e
2015 com os seguintes sistemas (Cardoso 2008)
Um Sistema de C2
Doze Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Seis Sistemas Miacutessil Ligeiro
Dois Sistemas de Detecccedilatildeo Radar
Se a LPM natildeo sofrer alteraccedilotildees e os referidos equipamentos forem adquiridos conforme
o previsto a participaccedilatildeo de unidades de AAA nacionais em forccedilas projectaacuteveis poderaacute ser
uma realidade a curto prazo
Importa acrescentar que o sistema de C2 deveraacute ser prioridade absoluta no que respeita
ao reequipamento previsto na LPM uma vez que este eacute fundamental e permitiraacute estabelecer
uma rede de comunicaccedilotildees entre os diversos intervenientes no sistema de defesa aeacuterea do
TO tais como o escalatildeo superior unidades HIMAD outras unidades de AAA existentes no
105
Observando a vizinha Espanha verificamos que as suas unidades dispotildeem de sistemas HIMAD (High and
Medium Air Defense) e SHORAD em quantidade e qualidade (como por exemplo NASAMS PATRIOT ASPIDE
ROLAND HAWK MISTRAL) e de sistemas C4I (Comando Controlo Comunicaccedilotildees Computadores e
Informaccedilotildees) devidamente integrados no sistema de Defesa Aeacuterea (Borges 2008) 106
Lei Orgacircnica nordm 42006 de 29 de Agosto
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 33
TO e a Forccedila Aeacuterea Aliada Consideramos ainda que o sistema de C2 a adquirir deve ser
compatiacutevel com o recente PPRC-525
IV13 A Prontidatildeo dos Militares de AAA
Depois de proceder agrave caracterizaccedilatildeo dos equipamentos e sistemas de armas existentes
nas unidades de AAA nacionais resta avaliar a proficiecircncia dos militares que operam esses
sistemas e as suas actividades de treino
Julgamos que a melhor forma de avaliar o desempenho dos militares neste acircmbito eacute em
situaccedilotildees reais pelo que analisaacutemos a participaccedilatildeo dos militares de AAA no exerciacutecio de
fogos reais ldquoRelacircmpago 2008rdquo Neste exerciacutecio foram disparados todos os sistemas de
armas de AAA acima referidos tendo sido obtidos resultados de excelecircncia jaacute que ldquo (hellip)
todos os Stinger tiveram impactos teacutecnicos os Chaparral tambeacutem acertaram todos e por fim
o canhatildeo tambeacutem teve uma boa sessatildeo (hellip) rdquo (Borges 2009)107
A utilizaccedilatildeo dos simuladores Stinger do tipo THT108 e STPT109 nas sessotildees de treino e a
presenccedila de uma equipa teacutecnica norte-americana especializada no Sistema Miacutessil Ligeiro
Chaparral permitiram minimizar as ldquofalhasrdquo do material maximizar a proficiecircncia do pessoal
e recuperar o know-how que tem sido perdido ao longo dos anos (Borges 2009)
O ecircxito do exerciacutecio ldquoRelacircmpago 2008rdquo exalta a capacidade humana dos militares de
AAA o que ficou patente no discurso do General Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito
realccedilando que ldquo (hellip) temos capacidade teacutecnica temos capacidade de instruccedilatildeo temos
capacidade de formaccedilatildeo e temos a aptidatildeo dos nossos apontadores e isso eacute importante Eu
disse que provavelmente nunca seremos novidade pelos recursos materiais que
apresentarmos em TO ou no campo de batalha no entanto seremos certamente novidade e
seremos certamente reconhecidos pela qualidade dos nossos recursos humanos e essa eacute
uma aposta indiscutiacutevel do Exeacutercito (hellip)110 ldquo (Ramalho 2008)
Relativamente agraves actividades de treino a que as unidades de AAA satildeo sujeitas estas
satildeo diversificadas e materializam-se com a participaccedilatildeo de subunidades de AAA em
diversos exerciacutecios111 Poreacutem eacute da nossa opiniatildeo que para aleacutem do exerciacutecio ldquoRelacircmpagordquo
(eminentemente teacutecnico) deveria existir um exerciacutecio taacutectico ao niacutevel de todas as unidades
de AAA que abrangesse a actuaccedilatildeo de uma ceacutelula de Comando e Controlo do Espaccedilo
107
Ver Apecircndice H - Guiatildeo da Entrevista ao Cor Art Vieira Borges antigo comandante do RAAA1 108
THT ndash Tracking Head Trainer Este sistema tem o mesmo aspecto de um sistema Stinger normal com a
excepccedilatildeo de um monitor que indica se as fases de empenhamento foram correctamente efectuadas Eacute utilizado
para treinar o empenhamento do apontador sobre aeronaves (HDA 2000) 109
STPT - Stinger Troop Proficiency Trainer Eacute um dispositivo baseado em computador que gera alvos aeacutereos e
cenaacuterios na oacuteptica do sistema (HDA 2000) 110
Palavras de Sua Exordf o General Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito (CEME) aos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo
social em Marccedilo de 2008 aquando da realizaccedilatildeo do exerciacutecio de fogos reais de AAA ldquoRELAcircMPAGO 2008rdquo 111
Desde o inicio do presente ano a AAA jaacute participou nos seguintes exerciacutecios ldquoRELAcircMPAGO 2009rdquo ldquoMARTE
09rdquo ldquoROSA BRAVA 09rdquo ldquoNEWFIP 09rdquo ldquoDRAGAtildeO 09rdquo E ldquoAPOLO 09rdquo
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 34
Aeacutereo (C2EA) e os procedimentos de ligaccedilatildeo aos elementos de manobra e ao escalatildeo
superior de forma a simular um cenaacuterio de participaccedilatildeo em CRO
Ainda no acircmbito do treino e uma vez que se prevecirc a aquisiccedilatildeo de novos sistemas de
armas e equipamentos julgamos que tambeacutem deveria investir-se na formaccedilatildeo teacutecnica
especializada dos quadros de AAA (Oficiais e Sargentos) Essa formaccedilatildeo112 deveraacute ser
ministrada no paiacutes de origem dos sistemas de armas durante o periacuteodo que antecede a
chegada dos mesmos ao nosso paiacutes Pretende-se desta forma garantir um grupo de
especialistas que possa ministrar instruccedilatildeo dos referidos sistemas de armas agraves praccedilas de
AAA para que estas estejam prontas a operaacute-los aquando da sua aquisiccedilatildeo Deveraacute
igualmente existir uma nova formaccedilatildeo taacutectica adequada aos novos materiais
No que concerne ao sistema de C2 consideramos que deveraacute ser formado um pequeno
nuacutecleo de militares dedicado exclusivamente agrave utilizaccedilatildeo do referido sistema uma vez que
este dispotildee de diversas funcionalidades e valecircncias que devem ser analisadas e
optimizadas o que soacute eacute possiacutevel de obter atraveacutes de uma utilizaccedilatildeo continuada do sistema
Depois desta anaacutelise verifica-se que os militares de AAA se encontram proficientes no
manuseamento dos actuais equipamentos e sistemas de armas estando assim aptos a
integrarem as FND contudo a grande maioria dos referidos sistemas natildeo eacute susceptiacutevel de
ser utilizado em forccedilas projectaacuteveis pelos motivos anteriormente referidos Desta forma seraacute
necessaacuterio desencadear esforccedilos no sentido de modernizar as unidades de AAA e investir
na instruccedilatildeo teacutecnica dos militares de AAA acerca dos novos sistemas de armas que poderatildeo
vir a equipar as unidades de AAA Pretende-se assim contribuir para a modernizaccedilatildeo das
unidades de AAA atraveacutes da aquisiccedilatildeo de novos sistemas de armas da formaccedilatildeo e do
treino operacional113
IV2 O Emprego da AAA como Moacutedulo de Protecccedilatildeo AA
Ao actuarem no espectro das CRO as forccedilas devem respeitar os princiacutepios da
flexibilidade e modularidade apostando na criaccedilatildeo de moacutedulos que combinem os
subsistemas de C2 radares comunicaccedilotildees e armas Desta forma poderaacute adaptar-se a
dimensatildeo estrutura e organizaccedilatildeo do moacutedulo agraves necessidades de protecccedilatildeo e agrave natureza
da operaccedilatildeo (Monsanto 2002)
A participaccedilatildeo da AAA poderaacute ser realizada atraveacutes da inclusatildeo de um moacutedulo de
protecccedilatildeo AA dimensionado agrave FND Tendo em conta que as actuais FND satildeo UEB o
moacutedulo indicado seria uma unidade com o efectivo de um pelotatildeo Veja-se novamente o
112
Formaccedilatildeo - Conjunto de actividades que visam a aquisiccedilatildeo de conhecimentos periacutecias atitudes e formas de
comportamento exigidos para o exerciacutecio de um cargo ou profissatildeo (EME 2004 p34) 113
Treino Operacional - Conjunto de actividades de treino e treino colectivo que visam actualizar consolidar
aperfeiccediloar e desenvolver capacidades especiacuteficas orientadas para uma missatildeo (EME 2004 p62)
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 35
exemplo da Franccedila114 no Liacutebano O moacutedulo tem o seu papel a desempenhar em CRO
nomeadamente ao niacutevel da dissuasatildeo (ldquomostrar a forccedila para natildeo ter de a usarrdquo (Raleiras
2002)) da protecccedilatildeo AA da forccedila e das vulnerabilidades seleccionadas Poderaacute
desempenhar tarefas especiacuteficas das unidades de AAA como a imposiccedilatildeo de zonas de
exclusatildeo do espaccedilo aeacutereo em caso de necessidade ou efectuar a vigilacircncia do espaccedilo
aeacutereo do sector atribuiacutedo agrave FND contribuindo desta forma para a CAP do escalatildeo superior
Para aleacutem das tarefas referidas os militares que constituem o moacutedulo poderatildeo ainda
efectuar tarefas de acircmbito geral como patrulhamentos check-points escoltas acccedilotildees de
vigilacircncia e de ajuda humanitaacuteria Este tipo de tarefas eacute insistentemente treinado durante a
fase de aprontamento podendo ser desenvolvidas por qualquer soldado seja qual for a sua
aacuterea de especializaccedilatildeo
No que diz respeito agrave inclusatildeo do moacutedulo de protecccedilatildeo AA numa FND poderia ocorrer
mesmo sem esta valecircncia estar inventariada no CJSOR da forccedila multinacional Como
conferimos previamente a protecccedilatildeo da forccedila eacute da responsabilidade das naccedilotildees as quais
podem prover as suas forccedilas com capacidades suplementares aos requisitos miacutenimos
impostos pelas OI
Em termos praacuteticos para que se efective a participaccedilatildeo deste moacutedulo deve estar
reunido um conjunto de condiccedilotildees que permitam o seu emprego tais como a existecircncia de
unidades de AAA no escalatildeo superior e a existecircncia de um sistema de C2 real e crediacutevel na
unidade de AAA nacional que permita efectuar a ligaccedilatildeo ao escalatildeo superior O facto de as
unidades de AAA nacionais natildeo disporem de um sistema de C2 tem vindo a inviabilizar
totalmente a sua participaccedilatildeo em forccedilas projectaacuteveis Este sistema eacute fundamental pois eacute
atraveacutes dele que o comandante da forccedila multinacional no TO consegue exercer o comando
de todas as unidades de AAA no TO de forma centralizada tendo acesso agraves informaccedilotildees
em tempo real permitindo-lhe ter uma visatildeo do contexto geral das operaccedilotildees
Quanto agrave constituiccedilatildeo do referido moacutedulo de protecccedilatildeo AA e tendo em a dimensatildeo da
FND (UEC ou UEB) este poderia incluir
Uma secccedilatildeo (UEC) Duas secccedilotildees (UEB) miacutessil portaacutetil Stinger permitindo executar
acccedilotildees de escolta e a protecccedilatildeo de pontos e aacutereas sensiacuteveis
Duas secccedilotildees radar PSTAR (UEC UEB) de forma a garantir o apoio muacutetuo e a
permitir a manobra de materiais caso seja necessaacuterio
Desta forma ficaraacute a faltar apenas o sistema de C2 o qual seraacute adquirido na melhor das
hipoacuteteses em 2010 ao abrigo da LPM em vigor Enquanto as unidades de AAA nacionais
natildeo dispuserem desta capacidade a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA nas FND
continuaraacute a ser prorrogada
114
Ver Anexo L - A AAA Francesa na UNIFIL
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 36
IV3 O Emprego da AAA na NRF e nos BG
Depois de comparar as caracteriacutesticas dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
nacionais existentes com os requisitos miacutenimos de participaccedilatildeo estabelecidos pelas OI
verificam-se diversos impedimentos quanto agrave participaccedilatildeo de unidades de AAA nacionais na
NRF e nos BG
No que respeita agrave participaccedilatildeo na NRF tendo em conta os requisitos analisados
anteriormente constata-se que para o escalatildeo BAAA existem vaacuterias limitaccedilotildees agrave
participaccedilatildeo nacional nomeadamente (Baptista 2007)
Inexistecircncia de capacidade de C2 e de ligaccedilatildeo a unidades HIMAD
Inexistecircncia de um sistema SHORAD (com capacidade de ser aerotransportado)
que complemente o sistema MANPAD existente
Inexistecircncia de um sistema radar com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional
Eventualmente a participaccedilatildeo nacional poderia efectuar-se ao escalatildeo pelotatildeo AA com
a sua inclusatildeo numa BAAA cedida por outra naccedilatildeo Esta cooperaccedilatildeo poderia ser alcanccedilada
atraveacutes de acordos bilaterais uma vez que a conferecircncia de geraccedilatildeo de forccedilas ldquo (hellip) eacute um
processo com forte componente negocialrdquo (Ribeiro 2009)
Em termos conceptuais e a tiacutetulo de exemplo poderia considerar-se a integraccedilatildeo de um
pelotatildeo AA numa BAAA cedida por Itaacutelia que asseguraria o sistema de C2 ao pelotatildeo AA
nacional O facto de Portugal ter um longo historial115 no que respeita ao emprego de forccedilas
em unidades Italianas facilitaria as negociaccedilotildees Apesar de esta participaccedilatildeo natildeo oferecer
uma grande visibilidade a Portugal (em termos de ldquoshow the flagrdquo) constituir-se-ia numa
mais-valia para a AAA nacional Actuaria pela primeira vez num ambiente combinado
adquirindo treino e experiecircncia operacional neste acircmbito
A participaccedilatildeo de uma BAAA nacional na NRF soacute deveraacute acontecer na melhor das
hipoacuteteses a partir do ano de 2012 ou seja quando estiver concluiacutedo o processo de
levantamento da BAAA da BrigInt (Baptista 2007)
Quanto agrave integraccedilatildeo nos BG as limitaccedilotildees que condicionam a participaccedilatildeo na NRF
tambeacutem afectam a participaccedilatildeo no BG nomeadamente (Baptista 2007)
Inexistecircncia de capacidade de C2 e de ligaccedilatildeo a unidades HIMAD
Inexistecircncia de um sistema radar com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional
Desta forma a contribuiccedilatildeo com um pelotatildeo AA nacional nos BG soacute deveraacute suceder a
partir do ano de 2012 atraveacutes do levantamento da BAAA da BrigInt Esta situaccedilatildeo poderaacute
condicionar a constituiccedilatildeo116 do BG em que Portugal se pretende assumir como Lead
Nation jaacute em 2011 ou simplesmente fazer com que essa valecircncia tenha de ser garantida
por outra naccedilatildeo
115
Veja-se o exemplo da IFOR em 1996 ou da KFOR em 1999 116
De acordo com a Directiva nordm02CEME09
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 37
CAPIacuteTULO V
CONCLUSOtildeES E PROPOSTAS
No acircmbito do apoio agrave poliacutetica externa do Estado expresso no CEDN o Exeacutercito tem
vindo a disponibilizar FND empregues sob os auspiacutecios das diversas OI Participam tanto
em MHP como na NRF e nos BG no domiacutenio da OTAN e da UE respectivamente
Ateacute ao momento natildeo existe registo da participaccedilatildeo de qualquer unidade ou subunidade
de AAA nas FND actuando no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria a protecccedilatildeo da forccedila face agrave
ameaccedila aeacuterea Esta ameaccedila eacute caracterizada por uma vasta gama de meios tripulados e
natildeo tripulados aos quais se acrescentam ainda as novas ameaccedilas tiacutepicas dos conflitos
assimeacutetricos contemporacircneos como a ameaccedila RAM e as aeronaves renegade
Face aos case-study da participaccedilatildeo nacional em CRO apresentados consideramos
que existiu em certas situaccedilotildees necessidade de dotar as FND com meios de AAA Foi o
caso da participaccedilatildeo nacional no TO da Boacutesnia e Herzegovina em 1996 jaacute que o AgrJupiter
integrava a Initial Entry Force existia ameaccedila aeacuterea toda a estrutura do escalatildeo superior
possuiacutea meios de AAA Entendemos que em situaccedilotildees futuras de ldquoaberturardquo de TO natildeo
deveraacute ser minimizada a protecccedilatildeo da forccedila uma vez que esta eacute da responsabilidade
nacional Deste modo a FND deve dispor de todos os meios necessaacuterios agrave sua protecccedilatildeo e
agrave manutenccedilatildeo do seu potencial de combate incluindo meios de AAA
Tendo em conta os niacuteveis de ambiccedilatildeo estabelecidos no CEM e o que tem sido a praacutetica
nacional ateacute agrave data consideramos que as UEB e UEC que integram as FND deveratildeo ser
reforccediladas com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila A necessidade deste
reforccedilo nem sempre se verifica como ficou demonstrado na anaacutelise do case-study BIPara
no Kosovo em 2005 Neste caso o profundo conhecimento do TO e da capacidade das
forccedilas beligerantes permite efectuar o tailoring da FND orientando-a para a missatildeo
A participaccedilatildeo de unidades de AAA em FND tambeacutem poderaacute ser efectuada no acircmbito
das estruturas militares de caraacutecter multinacional como a NRF e os BG Estas estruturas
constituem o paradigma de modernismo e transformaccedilatildeo tendo o Exeacutercito participado
activamente atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de unidades do SFN Contundo ao analisar o
historial de participaccedilatildeo eacute notoacuteria a inexistecircncia de unidades de AAA e a predominacircncia de
unidades de manobra e de operaccedilotildees especiais situaccedilatildeo que as Chefias Militares tem
tentado modificar atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de outro tipo de unidades (como por exemplo
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 38
a Bateria de AC na NRF 14) Consideramos que a ausecircncia de unidades de AAA nas
estruturas militares referidas se deve fundamentalmente aos elevados requisitos de
certificaccedilatildeo que as unidades de AAA nacionais devem cumprir para integrarem as NRF e os
BG
Relativamente agrave prontidatildeo das unidades de AAA constatamos que os nossos
equipamentos e sistemas de armas natildeo nos permitem ombrear com os nossos aliados
dado que natildeo possuiacutemos um sistema de C2 real e crediacutevel e as UT se encontram
maioritariamente desactualizadas quando comparadas com os requisitos das OI O
reequipamento da AAA previsto na LPM (jaacute a partir de 2010) assume-se como primordial
permitindo assim recuperar o atraso que temos relativamente agraves congeacuteneres aliadas
Entendemos que durante o processo de reequipamento deveraacute ser atribuiacuteda prioridade
absoluta ao sistema de C2 uma vez que este eacute fundamental para que possamos dispor de
unidades de AAA projectaacuteveis
Face agrave anaacutelise realizada quanto ao factor humano consideramos que os militares de
AAA dispotildeem da proficiecircncia necessaacuteria para integrarem uma FND e executarem tarefas no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria Tendo em conta o processo de reequipamento que se
avizinha entendemos que deve-se investir nos quadros (Oficiais e Sargentos)
proporcionando-lhes uma formaccedilatildeo teacutecnica e taacutectica acerca dos novos sistemas de armas e
equipamentos
Em situaccedilotildees reais as unidades de AAA poderatildeo ser empregues nas FND em trecircs
situaccedilotildees distintas atraveacutes de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA em MHP uma BAAA na NRF
um pelotatildeo no BG
De acordo com a nossa investigaccedilatildeo nenhuma das trecircs opccedilotildees se poderaacute realizar
devido agrave ausecircncia do sistema de C2 Poreacutem se este estiver garantido seraacute possiacutevel edificar
um moacutedulo equipado com o sistema miacutessil portaacutetil Stinger e o sistema de detecccedilatildeo radar
PSTAR Esta situaccedilatildeo eacute possiacutevel porque o CJSOR das operaccedilotildees OTAN apenas identifica
as valecircncias miacutenimas podendo as naccedilotildees adicionar valecircncias suplementares (como
protecccedilatildeo AA para reforccedilar a protecccedilatildeo da forccedila) Deste modo consideramos que ao ser
adquirido o sistema de C2 o moacutedulo de protecccedilatildeo AA poderaacute ser empregue em operaccedilotildees
futuras que assim o exijam
No que respeita agrave participaccedilatildeo de uma BAAA na NRF ou de um pelotatildeo no BG com a
aquisiccedilatildeo do sistema de C2 continuaraacute a natildeo ser possiacutevel a participaccedilatildeo nas referidas
estruturas militares Isto porque existem outros requisitos a serem cumpridos como a
quantidade de UT (SHORAD e MANPAD) e a disponibilidade de sistemas de detecccedilatildeo radar
com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional Desta forma o moacutedulo de protecccedilatildeo AA do BG
Portuguecircs (previsto para 2011) teraacute de ser garantido por outra naccedilatildeo situaccedilatildeo que na nossa
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 39
opiniatildeo eacute pouco abonatoacuteria para a imagem nacional e natildeo vai de encontro agraves expectativas
dos Artilheiros Portugueses
Na sequecircncia apresentamos as respostas agraves questotildees colocadas e agraves hipoacuteteses
estabelecidas no inicio do trabalho
Inerente agrave anaacutelise da questatildeo central ldquoQual o actual enquadramento das unidades
de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo primaacuteriardquo Constataacutemos que actualmente
no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria as unidades de AAA natildeo tecircm qualquer tipo de
enquadramento nas FND Poreacutem conceptualmente a sua participaccedilatildeo poderaacute efectuar-se
no acircmbito das MHP das NRF e dos BG
A partir desta questatildeo central surgiram as questotildees derivadas As questotildees derivadas
que fundaacutemos foram as seguintes
Porque razatildeo as unidades de AAA natildeo participam actualmente em MHP no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Quais os cenaacuterios de emprego das unidades de AAA em FND
Em caso de participaccedilatildeo em MHP qual seria o escalatildeo das unidades de AAA
a empregar
Seraacute que as unidades de AAA nacionais possuem o niacutevel de prontidatildeo exigido
para integrarem as NRF e os BG
Para obter a resposta agrave primeira questatildeo derivada existiu necessidade de entrevistar o
Chefe da DIOP do EMGFA Os resultados da nossa investigaccedilatildeo revelam que actualmente
as unidades de AAA natildeo participam em MHP porque as CJSOR dos TO onde o Exeacutercito
tem FND (Afeganistatildeo Kosovo e Liacutebano) natildeo identificam a necessidade da valecircncia de
protecccedilatildeo AA No entanto a ausecircncia de um sistema de C2 inviabilizaria a participaccedilatildeo das
unidades de AA caso essa necessidade estivesse inventariada no CJSOR da Forccedila
Multinacional
Relativamente agrave segunda questatildeo derivada constataacutemos durante a nossa investigaccedilatildeo
que os cenaacuterios de emprego ideais para as unidades de AAA em CRO satildeo as operaccedilotildees de
alta intensidade (imposiccedilatildeo de paz) ou as situaccedilotildees de ldquoaberturardquo de TO quando as FND se
encontram integradas na Initial Entry Force O facto de natildeo existir conhecimento do TO e
das forccedilas beligerantes faz com que deva existir investimento na protecccedilatildeo da forccedila visto
que esta eacute da responsabilidade nacional
Quanto agrave terceira questatildeo derivada consideramos que em caso de participaccedilatildeo das
unidades de AAA em MHP deveraacute ser constituiacutedo uma forccedila de organizaccedilatildeo modular Este
moacutedulo deveraacute ser dimensionado agraves FND que tecircm vindo a ser empregues em MHP (UEC e
UEB) Desta forma seraacute possiacutevel cumprir as relaccedilotildees de comando estabelecidas
doutrinariamente ou seja se a Brigada eacute apoiada com uma BAAA as UEB e UEC seratildeo
apoiadas com moacutedulos de protecccedilatildeo AA dimensionados agrave Forccedila
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 40
Eacute oportuno relembrar ainda que caso exista decisatildeo poliacutetica de projectar uma Brigada
(como se encontra previsto no CEM) esta seraacute apoiada com uma BAAA como vimos
anteriormente
No que diz respeito agrave quarta questatildeo derivada consideramos que as unidades de AAA
natildeo possuem o niacutevel de prontidatildeo para integrarem as NRF e os BG muito especialmente
devido agrave dificuldade de cumprir os elevados requisitos das OI Embora disponham de bons
recursos humanos existe uma clara necessidade de reequipamento ao niacutevel dos recursos
materiais que seraacute colmatada com as aquisiccedilotildees previstas na LPM
Respondidas as questotildees inicialmente levantadas procedemos agrave confirmaccedilatildeo ou
negaccedilatildeo das seguintes hipoacuteteses
1 Porque o CJSOR natildeo identifica a necessidade de uma valecircncia de protecccedilatildeo AA da
forccedila
2 Em cenaacuterios de alta intensidade ou no lanccedilamento das operaccedilotildees
3 Ao niacutevel das UEC e UEB normalmente empregues em MHP seria empregue uma
forccedila de organizaccedilatildeo modular
4 Existem lacunas ao niacutevel dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
Em relaccedilatildeo agrave primeira hipoacutetese confirma-se parcialmente porque mesmo se fosse
inventariada a valecircncia de protecccedilatildeo AA no CJSOR o emprego de unidades de AAA
nacionais natildeo seria possiacutevel devido agrave ausecircncia de sistema de C2
No que diz respeito agrave segunda hipoacutetese confirma-se totalmente
Em relaccedilatildeo agrave terceira hipoacutetese confirma-se parcialmente porque para aleacutem das UEC e
UEB (apoiadas por moacutedulo de protecccedilatildeo AA) normalmente empregues em MHP o CEM
prevecirc igualmente o emprego de uma Brigada que teria de ser apoiada por uma BAAA
Por uacuteltimo a quarta hipoacutetese confirma-se totalmente
Tendo por base o presente trabalho propotildee-se a adopccedilatildeo das seguintes acccedilotildees
Criaccedilatildeo de um exerciacutecio taacutectico ao niacutevel de todas as unidades de AAA que englobe
o C2EA e procedimentos de ligaccedilatildeo aos elementos de manobra e ao escalatildeo
superior simulando um cenaacuterio de CRO
Proporcionar formaccedilatildeo teacutecnica e taacutectica (aos quadros de AAA) acerca dos sistemas
de armas que se pretendem adquirir futuramente
Dar prioridade agrave aquisiccedilatildeo de um sistema de C2 compatiacutevel com os novos PPRC-
525 (evitando incompatibilidades) que garanta a projecccedilatildeo de unidades de AAA em
forccedilas projectaacuteveis
Aquando da aquisiccedilatildeo do sistema de C2 criar um grupo de trabalho unicamente
dedicado agrave utilizaccedilatildeo e optimizaccedilatildeo do referido sistema
Estudar as Liccedilotildees Apreendidas de Exeacutercitos Aliados no que respeita a forccedilas
projectaacuteveis atraveacutes da realizaccedilatildeo de seminaacuterios e conferecircncias
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 41
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
1 LIVROS
CALMEIRO Luiacutes e MAGRO Joseacute (2005) O Exeacutercito Portuguecircs nos Caminhos da
Paz SCMAGabCEME Lisboa
IESM (2004) Metodologia da Investigaccedilatildeo Cientiacutefica Instituto de Estudos Superiores
Militares Lisboa
VITORINO Antoacutenio (1998) Discursos do Ministro da Defesa Nacional Ministeacuterio da
Defesa Nacional Janeiro Lisboa
SARMENTO Manuela (2008) Guia Praacutetico sobre a Metodologia Cientiacutefica para a
Elaboraccedilatildeo Escrita e Apresentaccedilatildeo de Teses de Doutoramento Dissertaccedilotildees de
Mestrado e Trabalhos de Investigaccedilatildeo Aplicada 2ordf Ediccedilatildeo Lisboa Universidade
Lusiacuteada Editora
2 MANUAIS
EME (1997) Regulamento de Taacutectica de Artilharia Antiaeacuterea RC 18-100 Estado-
Maior do Exeacutercito Setembro Lisboa
EME (2004) Termos de Formaccedilatildeo Educaccedilatildeo e Treino do Exeacutercito Comando da
Instruccedilatildeo e Doutrina Julho Amadora
EME (2005) Regulamento de Campanha Operaccedilotildees Estado-Maior do Exeacutercito
Setembro Lisboa
EME (2007) Regulamento de Campanha Informaccedilotildees Estado-Maior do Exeacutercito
Agosto Lisboa
HDA (2000) FM 3-017 Air Defense Artillery Brigade Operations Headquarters
Department of the Army October Washington DC
HDA (2000) FM 3-0111 Air Defense Artillery Handbook Headquarters Department of
the Army October Washington DC
ALSAC (2000) FM 6-248 Introduction to Tactical Digital Information Air Land amp Sea
Application Center June Washington DC
IAEM (1996) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz ME 20-76-04 Instituto de Altos Estudos
Militares Janeiro Lisboa
IAEM (2000) A Arte Operacional Operaccedilotildees Conjuntas e Combinadas NC 20-77-01
Instituto de Altos Estudos Militares Dezembro Lisboa
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 42
JP (1994) Peace Operations Joint Publication 3-073 Joint Chiefs of Staff
Washington DC
JP (2006) Dictionary of Military and Associated Terms Joint Publication 1-02 Joint
Chiefs of Staff Washington DC
NATO (2001) Land Operations ATP 32 North Atlantic Treaty Organization March
Brunssum
NATO (2001) NATO Handbook North Atlantic Treaty Organization Brunssum
NATO (2004) Strategic Vision The Military Challenge North Atlantic Treaty
Organization August Brunssum
NATO (2005) Non-Article 5 Crisis Response Operations AJP-34 North Atlantic
Treaty Organization March Brunssum
3 PUBLICACcedilOtildeES PERIOacuteDICAS
BAPTISTA Cor Luiacutes (2007) A Artilharia Portuguesa na NATO Response Force e nos
Battlegroups in Revista de Artilharia nordm 986-988 II seacuterie Lisboa Outubro a Dezembro
de 2007 p347-360
BENROacuteS Maj Joseacute (2002) A Artilharia Antiaeacuterea em Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz in
Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm 2 II seacuterie Lisboa Outubro de 2002 p14-24
BORGES Cor Joatildeo (2008) Reflexotildees sobre a evoluccedilatildeo da Artilharia Antiaeacuterea
Portuguesa in Revista de Artilharia nordm 995-997 II seacuterie Lisboa Julho a Setembro de
2008 p203-222
ESPIacuteRITO SANTO Gen Gabriel (2006) As Forccedilas Nacionais Destacadas em apoio
da poliacutetica externa in Revista Militar nordm10 Lisboa Outubro de 2006 p 109-112
LEANDRO Maj Francisco (2002) Participaccedilatildeo Nacional em operaccedilotildees de apoio agrave
paz liccedilotildees apreendidas in Revista de Artilharia nordm 926-928 II seacuterie Lisboa Outubro a
Dezembro de 2002 p317-365
MONSANTO Maj Luiacutes (2002) Sistema Integrado de Defesa Aeacuterea Nacional in
Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm 2 II seacuterie Lisboa Outubro de 2002 p10-13
NATO (1999) KFOR Providing security for building a better future for Kosovo in NATO
Review nordm 3 Autumn 1999 volume 47 p 16-19
SALVADOR Cap Francisco (2006) Sistemas de Armas SHORAD in Boletim da
Artilharia Antiaeacuterea nordm 6 II seacuterie Lisboa Julho de 2006 p7-33
SANTOS TCor Henrique (2001) A Artilharia Antiaeacuterea em Operaccedilotildees de Resposta a
Crises in Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm1 II seacuterie Lisboa Outubro de 2001 p18-
27
SANTOS TCor Henrique (2007) A Artilharia Portuguesa nas FND in Revista de
Artilharia nordm 983-985 II seacuterie Lisboa Julho a Setembro de 2007 p233-266
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 43
4 DOCUMENTOS ELECTROacuteNICOS
CHARRON Maj Laurent (2008) Co-Ordinating 3D in South Lebanon in Doctrine
Disponiacutevel em httpwwwcdefterredefensegouvfrpublicationsdoctrinedoctrine14
usdoctrine14uspdf
EMGFA (2009) FND Kosovo Disponiacutevel em httpwwwemgfaptptoperacoes
missoesfnd-kosovo
EU (2006) Council Secretariat Factsheet on European Union Battlegroups Disponiacutevel
emhttpwwwconsiliumeuropaeuueDocscms_DatadocspressDataenesdp91624
MDN (2005) Anuaacuterio Estatiacutestico da Defesa Nacional 2005 Disponiacutevel em
httpwwwmdngovptNRrdonlyres8B953055-D6EE-4B19-98C4-05EB6D8D3DA30
Capitulo7pdf
NATO (1949) Tratado do Atlacircntico Norte Disponiacutevel em httpwwwnatoint
docuotherpotreaty-pohtm
NATO (2000) NATO Glossary of Terms and Definitions Disponiacutevel em
httpwwwdticmildoctrinejelother_pubsaap_6vpdf
NATO (2003) NATOrsquos military concept for defence against terrorism Disponiacutevel em
httpwwwnatointimsdocuterrorism-annexhtm
NATO (2006) NATO Response Forces Briefing Disponiacutevel em wwwnatoint
docubriefingnrf2006nrf2006-epdf
NATO (2007) Operation Joint Endeavour Disponiacutevel em httpwwwnatoint
iforiforhtm
NATO (2008) E-generation Disponiacutevel em httpwwwnatointeducationmapshtm
NATO (2008) The NATO Response Force Disponiacutevel em httpwwwnatoint
issuesnrfindexhtml
NATO (2009) Kosovo Force (KFOR) Disponiacutevel em httpwwwnatoint
issueskforindexhtml
LINDSTROM Gustav (2007) Chaillot Papper Enter the EU Battlegroups Disponiacutevel
em httpaeipittedu741401chai97pdf
5 DIAPOSITIVOS
ALVES TCor Joatildeo (2008) A Manutenccedilatildeo da Artilharia Antiaeacuterea Workshop
subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios para a organizaccedilatildeo e reequipamento da Artilharia
Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 17 diapositivos
BAPTISTA Cor Luiacutes (2008) A Artilharia Portuguesa na NATO Response Force e nos
Battlegroups Workshop subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios para a organizaccedilatildeo e
reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 32 diapositivos
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 44
BORGES Cor Joatildeo (2008) Reflexotildees sobre a AAA Portuguesa Seminaacuterio de
Artilharia na EPA Junho 34 diapositivos
CARDOSO Maj Joaquim (2008) A Lei de Programaccedilatildeo Militar e o Reequipamento
para a Artilharia Antiaeacuterea Portuguesa Workshop subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios
para a organizaccedilatildeo e reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 22
diapositivos
PIRES TCor Nuno (2007) AgrBRAVO Instituto de Estudos Superiores Militares
Outubro 38 diapositivos
RALEIRAS TCor Mauriacutecio (2002) A Artilharia e as Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz
Seminaacuterio de Artilharia na EPA Marccedilo 31 diapositivos
ROSENDO Maj Paulo (2008) A Artilharia Antiaeacuterea na Protecccedilatildeo da Forccedila - A
BtrAAA da BrigMec Workshop subordinado ao tema ldquo Subsiacutedios para a organizaccedilatildeo e
reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 20 diapositivos
6 PALESTRAS
Palestra proferida em 11 de Dezembro de 2008 no RAAA1 onde foram apresentadas
as conclusotildees do Workshop relativo ao tema ldquoO apoio da Artilharia Antiaeacuterea agraves
Brigadas em Operaccedilotildeesrdquo proferida pelo TCor Art Paradelo
7 LEGISLACcedilAtildeO
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Portuguesa (2005) Quid Juris - Sociedade Editora Lisboa
p 192
Decreto-Lei nordm 612006 (2006) Lei Orgacircnica do Exeacutercito Diaacuterio da Repuacuteblica 1ordf
Seacuterie - A de 21 de Marccedilo Nordm 57 p2044-2050
Resoluccedilatildeo do Conselho de Ministros nordm 62003 (2003) Conceito Estrateacutegico de
Defesa Nacional Diaacuterio da Repuacuteblica 1ordf Seacuterie - B de 20 de Janeiro Nordm 16 p279-
287
8 OUTROS DOCUMENTOS
EME (2008) Directiva Nordm 23CEME2008 ndash Atribuiccedilotildees e Responsabilidades na
Preparaccedilatildeo e Emprego de Elementos e Forccedilas Nacionais Destacadas do Exeacutercito no
acircmbito das Missotildees Humanitaacuterias e de Paz Estado Maior do Exeacutercito Lisboa
EME (2009) Directiva Nordm 02CEME2009 ndash Optimizaccedilatildeo da Coerecircncia Orgacircnica da
FOPE e seu Reequipamento Estado Maior do Exeacutercito Lisboa
RAMALHO Gen Joseacute (2008) Entrevista agrave SIC Noticias Marccedilo Disponiacutevel em
httpwwwyoutubecomwatchv=GFs1fWAre9g
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 45
RCMAGabCEME (2009) Listagens da participaccedilatildeo do Exeacutercito em MHP Estado
Maior do Exeacutercito Lisboa Marccedilo
RCMAGabCEME (2009) Listagens da participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF Estado Maior
do Exeacutercito Lisboa Marccedilo
SARAIVA (2008) IFORBoacutesnia 96 Lisboa
UN (1995) United Nations Security Council Resolution 1031 United Nations
December
UN (1998) United Nations Security Council Resolution 1199 United Nations
September
UN (1999) United Nations Security Council Resolution 1244 United Nations June
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 46
GLOSSAacuteRIO
AacuteREA DE OPERACcedilOtildeES (AO) ndash ldquoAacuterea delimitada necessaacuteria para conduzir as operaccedilotildees
militares e para a administraccedilatildeo dessas operaccedilotildeesrdquo (EME 2005 B-2)
AacuteREA DE RESPONSABILIDADE (AOR) ndash ldquoAacuterea geograacutefica no interior da qual o
Comandante possui autoridade para planear conduzir e coordenar operaccedilotildees e ainda
desenvolver e manter infra-estruturas conforme delegadordquo (IAEM 2000)
CIMIC ndash ldquoEacute a coordenaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em apoio da missatildeo entre o Comandante de uma
forccedila militar e os actores civis nos quais se incluem a populaccedilatildeo civil local e as suas
autoridades representativas bem como as organizaccedilotildees natildeo governamentais internacionais
e nacionais e ainda as agecircnciasrdquo (EME 2005 8-1)
COMANDO E CONTROLO (C2) ndash ldquoAs funccedilotildees de comando e controlo satildeo exercidas atraveacutes
de um sistema funcional conjunto de homens material equipamento e procedimentos
organizados que permitam a um Comandante dirigir coordenar e controlar as actividades
das forccedilas militares no cumprimento da missatildeordquo (EME 1997 5-1)
CONTROLO POR PROCEDIMENTOS ndash ldquoO controlo por procedimentos sobrepotildee-se ao
controlo positivo e agraves falhas de identificaccedilatildeo Inclui teacutecnicas tais como as de segmentaccedilatildeo
do espaccedilo aeacutereo em volume e tempo eou uso de graus (ordens) de controlo de armas Por
isso pode assegurar de facto a continuidade das operaccedilotildees ambientais adversasrdquo (EME
1997 5-8)
DOUTRINA ndash ldquoConjunto de princiacutepios e regras que visam orientar as acccedilotildees das forccedilas e
elementos militares no cumprimento da missatildeo operacional do Exeacutercito na prossecuccedilatildeo dos
objectivos nacionaisrdquo (EME 2005 B-6)
EXERCICIOS COMBINADOS ndash ldquoExerciacutecios com forccedilas militares nacionais e de outro paiacutes
podendo ou natildeo ser realizados em territoacuterio nacional A sua finalidade eacute desenvolver o
planeamento operacional conjuntocombinado e avaliar a prontidatildeo do SFN proporcionar
treino operacional e avaliar a capacidade e a interoperabilidade das forccedilas participantesrdquo
(MDN 2005p153)
Glossaacuterio
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 47
EXERCICIOS CONJUNTOS ndash ldquoExerciacutecios que envolvem Forccedilas militarem nacionais de dois
ou mais ramos A sua finalidade eacute desenvolver o planeamento operacional conjunto e avaliar
a prontidatildeo do SFN a estrutura de comando os sistemas de comunicaccedilotildees e informaccedilatildeo a
interoperabilidade os conceitos e os planosrdquo (MDN 2005p152)
MANPAD ndash ldquoO sistema miacutessil portaacutetil eacute constituiacutedo por miacutesseis guiados disparados ao
ombro ou a partir de apoios ligeiros (bipeacutes ou tripeacutes montados no solo ou em viatura) Este
sistema de armas de AAA eacute caracterizado ainda por ser um sistema de tempo claro e ter
alcances da ordem dos 3 a 5 kmrdquo (EME 19974-12)
OPERACcedilOtildeES PSICOLOacuteGICAS (PSYOPS) ndash ldquoSatildeo actividades psicoloacutegicas concebidas
para influenciar as atitudes e o comportamentos que contribuem para a realizaccedilatildeo de
objectivos poliacuteticos e militaresrdquo (NATO 2000 2-P-7)
PROTECCcedilAtildeO DA FORCcedilA ndash ldquoTodas as medidas e os meios para minimizar as
vulnerabilidades de pessoal instalaccedilotildees equipamentos e operaccedilotildees a quaisquer ameaccedila e
em todas as situaccedilotildees para preservar a liberdade de acccedilatildeo bem como a eficaacutecia
operacional da forccedilardquo (NATO 2003)
REGRAS DE EMPENHAMENTO (ROE) ndash ldquoAs regras de empenhamento satildeo directivas que
fornecem aos vaacuterios niacuteveis de decisatildeo as circunstacircncias e limitaccedilotildees do uso da forccedila
dentro dos paracircmetros legais as quais reflectem orientaccedilotildees e direcccedilatildeo poliacuteticasrdquo (IAEM
1996 F-1-3)
SHORAD ndash ldquoOs sistemas SHORAD estatildeo vocacionados para o combate agrave ameaccedila aeacuterea de
baixa e muito baixa altitude e satildeo normalmente empregues na protecccedilatildeo antiaeacuterea das
unidades de manobra e dos seus oacutergatildeos criacuteticosrdquo (EME 19974-10)
TEATRO DE OPERACcedilOtildeES (TO) ndash ldquoEacute a parte do teatro de guerra necessaacuteria agrave conduccedilatildeo ou
apoio das operaccedilotildees de combaterdquo (EME 2005 B-10)
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 48
APEcircNDICES
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 49
APEcircNDICE A - Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
Perguntas
Derivadas
HIPOacuteTESES
VALIDACcedilAtildeO DAS
HIPOacuteTESES CONCLUSOtildeES
PROPOSTAS
(hellip)
METODOLOGIA
Anaacutelise Documental
Entrevistas
Workshop
QUESTAtildeO CENTRAL
ldquoldquoQual o actual enquadramento das unidades
de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo
primaacuteriardquo
Cap I
Enquadramento
Conceptual
Cap II
A Participaccedilatildeo
das FND em CRO
Cap III
Integraccedilatildeo de unidades
de AAA na NRF e BG
Cap IV
Emprego
Operacional das
Unidades de AAA
Conceptualizaccedilatildeo
FND
CRO
Ameaccedila Aeacuterea
FNDIFOR
FNDKFOR
Caracterizaccedilatildeo do TO
PE vs PK
Enquadramento do
moacutedulo de protecccedilatildeo AA
nas CRO
Reflexotildees sobre a AAA
em CRO
NRF
BG
Missatildeo BGNRF
Requisitos para
integraccedilatildeo na NRF e
BG
Prontidatildeo das Unidades
de AAA
Especificidade de
emprego
Verificar se cumpre
requisitos NRFBG
Emprego do moacutedulo de
AAA
Lei de Programaccedilatildeo
Militar
FND
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 50
APEcircNDICE B - Guiatildeo da Entrevista
ao Tenente-Coronel de Varela Benroacutes
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Que experiecircnciaformaccedilatildeo possui no domiacutenio da Artilharia Antiaeacuterea
3 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a
KFOR em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado
agrave forccedila Porquecirc
4 Tendo presente a tipologia das CRO em que tipo de operaccedilotildees eacute vaacutelida a inclusatildeo de
unidades de AAA
5 Quais as tarefas que podem ser cometidas as unidades de AAA no ambiente das
CRO
6 O sistema de C2 das unidades de AAA tem limitaccedilotildees Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar
de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em CRO Porquecirc
7 Na sua opiniatildeo quais as perspectivas futuras quanto a participaccedilatildeo de unidades de
AAA em Operaccedilotildees deste geacutenero
8 Em termos conceptuais e no acircmbito da integraccedilatildeo de unidades de AAA na NRF seraacute
possiacutevel Portugal integrar um pelotatildeo AA numa BAAA fornecida por outra naccedilatildeo Ou a
participaccedilatildeo miacutenima deveraacute ser ao niacutevel BAAA
Posto Tenente-Coronel de Artilharia
Nome Joseacute Carlos Levy VARELA BENROacuteS
Cargo Funccedilatildeo NATO Staff Officer J3 Division Ground Based Air Defense (GBAD)
NATO Team Leader - Joint Synchronization and Execution Branch
Local Joint Headquarters Lisbon - Oeiras
DataHora 18 de Fevereiro de 2009 pelas 16h00m
Motivo da Entrevista Durante a sua carreira o Tenente-Coronel Benroacutes esteve
sempre ligado agrave AAA tendo sido por vaacuterios anos o
representante do Exeacutercito no Land Group 5 on Army Air
Defense do NATO Army Armaments Group
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 51
APEcircNDICE C - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Ref Pires Saraiva
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do 3ordm BIATBAI
5 Qual a missatildeo do seu Batalhatildeo
6 Como caracterizaria o TO da Boacutesnia e Herzegovina em Agosto de 1996 aquando da
sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo Batalhatildeo
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea
10 O 3ordm BIATBAI integrou a IFOR em 1996 tornando-se assim um elemento da ldquoInitial
Entry Forcerdquo Nestas circunstacircncias seria admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de
protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Batalhatildeo
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao 3ordm BIATBAI
Posto Coronel de Infantaria
Nome Fernando PIRES SARAIVA
Cargo Funccedilatildeo Reformado
Local Residecircncia Pessoal - Lisboa
DataHora 12 de Marccedilo de 2009 pelas 11h00m
Motivo da Entrevista O Coronel Pires Saraiva foi o Comandante do 3ordm BIATBAI
na FNDIFOR entre Agosto de 1996 e Dezembro de 1996
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 52
APEcircNDICE D - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Tirocinado Antunes Calccedilada
Questotildees Colocadas
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do AgrBravoBAI
5 Qual a missatildeo do seu Agrupamento (AgrBravoBAI)
6 Como caracterizaria o TO do Kosovo em Agosto de 1999 aquando da sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo AgrBravoBAI
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea Existia
ameaccedila
10 O AgrBravoBAI foi a primeira FND (UEB) a integrar a KFOR em Agosto de 1999
tornando-se assim um elemento da ldquoInitial Entry Forcerdquo Nestas circunstacircncias seria
admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Agrupamento
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao AgrBravoBAI
Posto Coronel de Cavalaria Tirocinado
Nome Joseacute Carlos Filipe ANTUNES CALCcedilADA
Cargo Funccedilatildeo Coordenador de Ensino dos Cursos do Exeacutercito no IESM
Local Instituto de Estudos Superiores Militares - Lisboa
DataHora 04 de Marccedilo de 2009 pelas 16h00m
Motivo da Entrevista O Coronel Calccedilada foi o Comandante do AgrBravoBAI na
FNDKFOR entre Agosto de 1999 e Fevereiro de 2000
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 53
APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista
ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do BIParaBRR
5 Qual a missatildeo do seu Batalhatildeo
6 Como caracterizaria o TO do Kosovo em Setembro de 2005 aquando da sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo Batalhatildeo
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea
10 O BIPara foi empregue como reserva taacutectica do COMKFOR Nestas circunstacircncias
seria admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila
Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Batalhatildeo
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao BIPara
Posto Tenente-Coronel de Infantaria
Nome Joseacute Carlos ALMEIDA SOBREIRA
Cargo Funccedilatildeo Chefe da Reparticcedilatildeo de Ligaccedilatildeo de Adidos Militares no EME
Local Estado Maior do Exeacutercito - Lisboa
DataHora 11 de Marccedilo de 2009 pelas 14h00m
Motivo da Entrevista O Tenente-Coronel Sobreira foi o Comandante do
BIParaBRR na FNDKFOR entre Setembro de 2005 e
Marccedilo de 2006 Foi tambeacutem Oficial de Informaccedilotildees do
AgrJuacutepiter na IFOR entre Agosto de 1996 e Dezembro
de 1996
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 54
APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao
Major-General Martins Ribeiro
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Poderatildeo as NRF e os BG ser considerados FND
4 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com meios de protecccedilatildeo AA Porquecirc
5 O que satildeo as CJSOR Como se processa a Conferecircncia de Geraccedilatildeo de Forccedilas
6 Na sua opiniatildeo e como Chefe da DIOPEMGFA porque razatildeo o Exeacutercito nunca
disponibilizou unidades de AAA para missotildees exterior
7 Jaacute foi equacionada hipoacutetese de empenhar uma unidade de AAA para corresponder agrave
CJSOR
8 A constituiccedilatildeo da forccedila deve responder as CJSOR Apesar disso pode a Forccedila ter
valecircncias adicionais
Posto Major-General
Nome Luiacutes Manuel MARTINS RIBEIRO
Cargo Funccedilatildeo Chefe da Divisatildeo de Operaccedilotildees do EMGFA
Local EMGFA - Lisboa
DataHora 19 de Marccedilo de 2009 pelas 18h00m
Motivo da Entrevista A DIOPEMGFA presta apoio de estado-maior no que respeita a
planeamento operacional e ao emprego de FND
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 55
APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao
Tenente-Coronel Crispim Paradelo
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave
FND Porquecirc
3 Como definiria a ameaccedila aeacuterea actual
4 Actualmente as FND incluem um moacutedulo de morteiros pesados sem qualquer
integraccedilatildeo na estrutura de C2 do escalatildeo superior Poderia esta situaccedilatildeo acontecer com
o moacutedulo de protecccedilatildeo AA
5 Ao incluir este moacutedulo de protecccedilatildeo AA qual seria o seu escalatildeo composiccedilatildeo
pessoalmaterial
6 Quais as tarefas que podem ser cometidas agraves unidades de AAA actuando em ambiente
CRO
7 O sistema de C2 das unidades de AAA tem limitaccedilotildees Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar
de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em CRO Porquecirc
8 Os novos raacutedios da famiacutelia 525 acrescentaram algumas melhorias no actual sistema de
C2 das unidades de AAA Quais
Posto Tenente-Coronel
Nome Antoacutenio CRISPIM PARADELO
Cargo Funccedilatildeo Comandante do GAAA no RAAA1
Local RAAA1 - Lisboa
DataHora 24 de Marccedilo de 2009 pelas 09h00m
Motivo da Entrevista Como actual Cmdt GAAA o Tenente-Coronel Paradelo tem
conhecimento da prontidatildeo das unidades de AAA
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 56
APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Vieira Borges
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave
forccedila Porquecirc
3 Ao incluir este moacutedulo de protecccedilatildeo AA qual seria o seu escalatildeo composiccedilatildeo
pessoalmaterial
4 Como descreveria a situaccedilatildeo actual da AAA no que respeita a forccedilas projectaacuteveis
5 O sistema de C2 das unidades de AAA eacute apontado como uma das grandes limitaccedilotildees da
AAA Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em
CRO Porquecirc
6 No que diz respeito agrave actual situaccedilatildeo do material (unidades de tiro sistema IFF radares)
poderaacute este ser empregue em forccedilas projectaacuteveis
7 Na sua opiniatildeo e tendo em conta a situaccedilatildeo actual da AAA quais satildeo as capacidades
miacutenimas que devem serem adquiridas para que a AAA possa integrar subunidades de
organizaccedilatildeo modular nas FND
8 Na sua opiniatildeo e tendo em conta a situaccedilatildeo actual da AAA quais satildeo as capacidades
miacutenimas que devem serem adquiridas para que a AAA possa integrar unidades no seio
da NRF e dos BG
9 Quais as melhorias que o sistema do tipo FAADS C2I acrescentaria agrave AAA
10 Como antigo Oficial Coordenador de Reequipamento (OCAR) da AAA quais satildeo as
aquisiccedilotildees previstas na LPM para alterar a actual situaccedilatildeo da AAA
Posto Coronel
Nome Joatildeo VIEIRA BORGES
Cargo Funccedilatildeo Assessor de Estudos do Instituto de Defesa Nacional (IDN)
Local IDN - Lisboa
DataHora 01 de Marccedilo de 2009 pelas 15h00m
Motivo da Entrevista Antigo Comandante do RAAA1
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 57
ANEXOS
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 58
ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP
Apresenta-se o histoacuterico da participaccedilatildeo de FND do Exeacutercito em MHP nos diferentes
TO em que o Exeacutercito participou ao serviccedilo das diversas OI
Moccedilambique
UNMOZ Batalhatildeo de Transmissotildees 4 040593 ndash 290794
300594 ndash 221294
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 1 FND no TO de Moccedilambique
Angola
UNAVEM117 III
Companhia de Transmissotildees 5 260595 ndash 271296
111296 ndash 010797
Companhia Logiacutestica 6
280795 ndash 260296
260296 ndash 160996
161196 ndash 080497
080497 ndash 300697
MONUA118
Companhia de Transmissotildees 5
010797 ndash 271197
191197 ndash 261098
261098 ndash 260299
Companhia Logiacutestica 6
300697 ndash 180997
180997 ndash 010298
010298 ndash 270798
Destacamento Sanitaacuterio 7
310897 ndash 200498
260498 ndash 020898
300798 ndash 251198
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 2 FND no TO de Angola
117
UNAVEM III ndash United Nations Verification Mission III 118
MONUA ndash Missatildeo de Observaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas em Angola
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 59
Boacutesnia e Herzegovina
IFOR
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado (2ordm BIAT) 160196 ndash 120896
3ordm Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado (3ordm BIAT) 120796 ndash 100297
Destacamento de Apoio de Serviccedilos 290196 ndash 120896
SFOR
1ordm Batalhatildeo de Infantaria Motorizado (1ordm BIMoto) 100297 ndash 300797
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Motorizado (2ordm BIMoto) 300797 ndash 140198
1ordm BIAT 140198 ndash 150798
Agrupamento Alfa 150798 ndash 120199
3ordm BIMoto 120199 ndash 120799
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Paraquedista (2ordm BIPara) 100799 ndash 310100
Agrupamento Alfa 310100 ndash 290700
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Mecanizado (2ordm BIMec) 290700 ndash 280101
Agrupamento Echo 280101 ndash 290701
1ordm BIPara 290701 ndash 290102
2ordm BIMec 290102 ndash 300702
2ordm Batalhatildeo de Infantaria (2ordm BI) 300702 ndash 300103
1ordm BIPara 300103 ndash 300703
Agrupamento Golf 300703 ndash 280104
3ordm BIPara 300104 ndash 230704
2ordm BIMec 230704 ndash 230105
EUFOR119
Componente Portuguesa da
Brigada Aerotransportada Independente (BAI) 0105 ndash 0701
Componente Portuguesa da
Brigada Intervenccedilatildeo (BrigInt) 0705 ndash 0106
Componente Portuguesa da
Brigada Mecanizada (BrigMec) 0106 ndash 0706
1ordmBIBrigInt 0706 ndash 0307
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 3 FND no TO da Boacutesnia e Herzegovina
119
EUFOR ndash European Union Force
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 60
Kosovo
KFOR
Agrupamento BravoBAI 0899 ndash 0200
Agrupamento Charlie Brigada Ligeira de Intervenccedilatildeo (BLI)
0200 ndash 0800
Agrupamento Delta Brigada Mecanizada Independente (BMI)
0800 ndash 0401
2ordmBIBLI 0105 ndash 0905
3ordm BIParaBrigada de Reacccedilatildeo Raacutepida (BRR) 0905 ndash 0306
1ordmBIMecBrigMec 0306 ndash 0906
1ordmBIParaBRR 0906 ndash 0307
2ordm BIMecBrigMec 0307 ndash 0907
2ordmBIBrigInt 0907 ndash 0308
1ordmBIParaBRR 0308 ndash 0908
Agrupamento MikeBrigInt 0908 ndash 0309
1ordmBIBrigInt 0309 ndash Em curso
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 4 FND no TO do Kosovo
Timor-Leste
UNTAET120
1ordm BIParaBAI 140200 ndash 210800
2ordm BIParaBAI 210800 ndash 260201
2ordmBIBLI 260201 ndash 081001
1ordmBIBLI 081001 - 080602
UNMISET
2ordm BIParaBAI 080602 ndash 240103
1ordmBIMecBrigMec 240103 ndash 250703
Agrupamento Foxtrot 250703 ndash 250104
Agrupamento Hotel 250104 ndash 110604
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 5 FND no TO de Timor-Leste
120 UNTAET ndash United Nations Transitional Administration in East Timor
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 61
Zaire
FORREZ121 Forccedilas de Operaccedilotildees Especiais 060597 ndash 300597
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 6 FND no TO do Zaire
Guineacute-Bissau
FORREC122 Forccedilas de Operaccedilotildees Especiais 110698 ndash 190698
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 7 FND no TO da Guineacute-Bissau
Afeganistatildeo
ISAF123
1ordf Companhia de Comandos (1ordmCCmds) BRR 0805 ndash 0206
2ordf Companhia de Comandos (2ordmCCmds) BRR 0206 ndash 0806
2ordm BIParaBRR 0806 ndash 0207
2ordmCCmdsBRR 0207 ndash 0807
22ordf Companhia de Atiradores Paacutera-quedista (22ordfCatPara) 2ordm BIParaBRR
0807 ndash 0208
1ordmCCmdsBRR 0208 ndash 0808
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 8 FND no TO do Afeganistatildeo
121
FORREZ ndash Forccedila de Recolha do Zaire 122
FORREC ndash Forccedila de Recolha 123
ISAF ndash International Security Assistance Force
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 62
Liacutebano
UNIFIL
Companhia de Engenharia (CEng)BrigMec 1106 ndash 0507
Forccedilas de Apoio Geral (AG) 0507 ndash 1107
Forccedilas de AG 1107 ndash 0508
CEngBrigInt 0508 ndash 1108
CEngBrigMec 1108 ndash 0509
Forccedilas de AG 0509 ndash Em curso
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 9 FND no TO do Liacutebano
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 63
ANEXO B - Ciclo de uma FND
(Fonte Autor 2009)
Fonte (Autor 2009)
Figura 1 Os 3 periacuteodos distintos de uma FND
2ordm PERIacuteODO PROJECCcedilAtildeO DA UNIDADE E CONDUTA DA OPERACcedilAtildeO
Esta fase decorre entre o iniacutecio do deslocamento da unidade
para o TO e a Transferecircncia de Autoridade (TOA) da forccedila que eacute
rendida (Leandro 2002)
1ordm PERIacuteODO APRONTAMENTO
Eacute o periacuteodo de tempo compreendido entre o despacho de
nomeaccedilatildeo da unidade e a sua projecccedilatildeo para o TO
Durante este periacuteodo a unidade recebe treino orientado
para a missatildeo que vai desempenhar (Leandro 2002)
3ordm PERIacuteODO EXTRACcedilAtildeO E DESACTIVACcedilAtildeOFIM DE MISSAtildeO
Engloba o periacuteodo que decorre entre a TOA para a forccedila
que vem render e a extraccedilatildeo da forccedila e consecutiva
elaboraccedilatildeo do Relatoacuterio Final de Missatildeo (RFM)
(Leandro 2002)
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 64
ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees
O emprego de forccedilas militares natildeo eacute exclusivo das operaccedilotildees de guerra sendo estas
igualmente empregues em situaccedilotildees de paz e de crise Desta forma abrangem um vasto
espectro (EME 2005)
(Fonte EME 2005)
Figura 2 Espectro das Operaccedilotildees
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 65
ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Com a finalidade de reger o comportamento das entidades intervenientes neste tipo de
operaccedilotildees (forccedilas militares OI ONG) foi estabelecido um conjunto de princiacutepios (EME
2005)
Objectivo ndash Todas as operaccedilotildees devem ser orientadas para objectivos claramente
definidos e compreendidos Os objectivos estrateacutegicos - militares devem permitir
alcanccedilar o estado final poliacutetico desejado
Perseveranccedila ndash Numa operaccedilatildeo desta natureza para alcanccedilar o estado final
desejado implica ser-se resoluto paciente e persistente na perseguiccedilatildeo dos objectivos
definidos
Unidade de Comando ndash Requer uma clara definiccedilatildeo da autoridade papel e relaccedilotildees
entre os intervenientes para cumprir as tarefas atribuiacutedas
Unidade de Esforccedilos ndash Este princiacutepio reconhece a necessidade de uma
aproximaccedilatildeo coerente ente militares e civis Requer uma contiacutenua interacccedilatildeo com as
OI e as ONG envolvidas Para conseguir este princiacutepio eacute essencial estabelecer uma
ligaccedilatildeo efectiva a todos os niacuteveis e promover regularmente conferecircncias e reuniotildees
envolvendo todas as partes intervenientes
Credibilidade ndash A credibilidade eacute essencial para promover e estabelecer um clima de
confianccedila A Forccedila natildeo deve transigir quanto agrave vontade e capacidade para assumir as
suas responsabilidades
Transparecircncia das Operaccedilotildees ndash A Missatildeo o conceito de operaccedilotildees e o estado final
poliacutetico a alcanccedilar devem ser compreendidos por todas as partes envolvidas neste
processo (forccedila agecircncias e partes) A difusatildeo da informaccedilatildeo deve ser balanceada
com as necessidades de seguranccedila
Protecccedilatildeo ndash Eacute uma responsabilidade de comando inerente a qualquer operaccedilatildeo
militar Devem ser considerados a composiccedilatildeo e volume da forccedila os planos as
ordens e as regras de empenhamento (ROE)124
Flexibilidade ndash O sucesso destas operaccedilotildees envolve uma elevada capacidade de
gestatildeo e adaptaccedilatildeo face agraves mudanccedilas e eventuais transiccedilotildees que ocorram na
situaccedilatildeo envolvente e que conduzam ao estabelecimento de um ambiente seguro e
estaacutevel O comandante operacional deve facultar o maacuteximo de flexibilidade e as forccedilas
devem ter capacidade de adaptaccedilatildeo agraves alteraccedilotildees
124
ROE ndash Rules Of Engagement
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 66
Promoccedilatildeo da Cooperaccedilatildeo e Consentimento ndash Este princiacutepio constitui-se como um
preacute-requisito neste tipo de operaccedilotildees Exige uma cuidadosa ponderaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
antes da execuccedilatildeo de qualquer actividade de natureza militar
Imparcialidade ndash As operaccedilotildees devem ser conduzidas sem favorecer ou prejudicar
qualquer das partes Deve ser fomentada a aproximaccedilatildeo entre as partes atraveacutes de
uma comunicaccedilatildeo eficaz e transparecircncia das operaccedilotildees
Uso da Forccedila ndash O uso da forccedila neste tipo de operaccedilotildees poderaacute prejudicar a
execuccedilatildeo da missatildeo pelo que requer um elevado acompanhamento por parte do
Comando da forccedila contudo o uso da forccedila deve estar de acordo com a lei
internacional nomeadamente o direito internacional humanitaacuterio O uso da forccedila
deveraacute ser adequado agrave missatildeo No entanto as ROE natildeo devem limitar o direito
inerente agrave auto-defesa
Respeito Muacutetuo ndash Deve existir respeito pela naccedilatildeo cultura e costumes da Naccedilatildeo
Hospedeira O Comandante Conjunto deve assegurar-se que os mesmos princiacutepios
satildeo reconhecidos e implementados entre os diferentes contingentes que fazem parte
da forccedila
Liberdade de Movimentos ndash A liberdade de movimentos eacute fundamental para garantir
o sucesso das operaccedilotildees em missotildees desta natureza O mandato que a forccedila deteacutem
juntamente com as ROE deve garantir liberdade e autonomia para cumprir as tarefas
As facccedilotildees poderatildeo impor algumas restriccedilotildees neste aspecto Haacute que impor essa
liberdade atraveacutes de acccedilotildees vigorosas e resolutas podendo mesmo incluir o uso da
forccedila
Legitimidade ndash Este princiacutepio constitui-se como fundamental em operaccedilotildees desta
natureza Eacute atraveacutes da legitimidade que se consegue garantir o apoio da comunidade
internacional das naccedilotildees contribuintes e das partes envolvidas Eacute necessaacuterio que a
operaccedilatildeo seja conduzida de acordo com a lei internacional incluindo os princiacutepios
constantes na carta das Naccedilotildees Unidas Qualquer erro poderaacute comprometer a
credibilidade da forccedila e consequentemente a sua legitimidade
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 67
ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea
(Fonte HDA 2000)
Figura 3 Proliferaccedilatildeo da Ameaccedila Aeacuterea
(Fonte HDA 2000)
Figura 4 Relaccedilatildeo de CustosEquipamento
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 68
ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
A OTAN eacute uma OI de cooperaccedilatildeo militar estabelecida em 1949 que tem por base o
Tratado Atlacircntico Norte e eacute actualmente constituiacuteda por uma Alianccedila de 26 paiacuteses125 O
papel fundamental da OTAN eacute salvaguardar a liberdade e seguranccedila dos seus paiacuteses
membros constituindo-se tambeacutem num dos pilares de estabilidade e seguranccedila do espaccedilo
Euro-Atlacircntico
O conceito estrateacutegico da Alianccedila Atlacircntica estabelece as capacidades que devem ser
desenvolvidas pela OTAN entre as quais o papel crucial que a organizaccedilatildeo tem na
prevenccedilatildeo de conflitos e gestatildeo de crises adoptando as medidas necessaacuterias agrave sua
resoluccedilatildeo A OTAN fomenta ainda a parceria e cooperaccedilatildeo com os restantes paiacuteses do
espaccedilo Euro-Atlacircntico no intuito de promover a paz e aumentar a confianccedila muacutetua e a
capacidade de acccedilatildeo conjunta (NATO 2004)
A OTAN iniciou a sua actuaccedilatildeo na regiatildeo dos Balcatildes apoacutes a assinatura do acordo de
Paz de Dayton em 1995 Esteve sempre relacionada com o cumprimento deste acordo
intervindo numa primeira fase com uma forccedila de implementaccedilatildeo militar (IFOR) e
posteriormente com uma forccedila de estabilizaccedilatildeo (SFOR) ambas com o objectivo de construir
a base para uma futura paz na regiatildeo dos Balcatildes
O emprego operacional da Alianccedila nesta regiatildeo efectivamente impediu novos
combates e desenvolveu um precedente de sucesso dos esforccedilos de caraacutecter
multinacionais Conseguiu alcanccedilar as esperanccedilas de paz e bem-estar existentes no povo
da Boacutesnia e Herzegovina e do Kosovo
A esfera de actuaccedilatildeo da Alianccedila abrange tambeacutem o conflito do Kosovo onde a OTAN
leva a cabo esforccedilos para inverter a limpeza eacutetnica e permitir o regresso das centenas de
milhares de refugiados que abandonaram o Kosovo durante a repressatildeo da Primavera de
1999 para voltar agrave sua paacutetria segura
O papel da forccedila multinacional liderada pela OTAN no Kosovo a KFOR tem vindo a
criar um ambiente seguro e estaacutevel no qual todos os habitantes do Kosovo
independentemente da sua origem eacutetnica possam viver em paz ajudando-os a reconstruir
as estruturas necessaacuterias para uma sociedade paciacutefica e democraacutetica Estas caracteriacutesticas
satildeo essenciais caso se pretenda alcanccedilar uma soluccedilatildeo duradoura para este conflito
A tarefa que tem vindo a ser realizada pela Alianccedila no Kosovo encontra-se inserida no
contexto de esforccedilos da comunidade internacional para criar um ambiente que iraacute promover
a paz e a estabilidade no Sudeste da Europa (NATO 2001)
125
Satildeo paiacuteses membros da Alianccedila Atlacircntica Alemanha Beacutelgica Bulgaacuteria Canadaacute Dinamarca Eslovaacutequia
Esloveacutenia Estoacutenia Espanha Estados Unidos Franccedila Greacutecia Holanda Hungria Islacircndia Itaacutelia Letoacutenia
Lituacircnia Luxemburgo Noruega Poloacutenia Portugal Reino Unido Repuacuteblica Checa Romeacutenia e Turquia
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 69
(Fonte NATO 2004)
Figura 5 Paiacuteses-membros da OTAN
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 70
ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton
O Acordo de Paz de Dayton surge apoacutes a reuniatildeo do Grupo de Contacto126 onde satildeo
aprovados os princiacutepios de base para uma regulamentaccedilatildeo da paz Eacute acordado um
reconhecimento muacutetuo a Repuacuteblica Federal Jugoslava reconhece a Boacutesnia e Herzegovina e
Sarajevo por sua vez reconhece a Repuacuteblica Seacutervia
Assim no dia 21 de Novembro de 1995 chega-se a um acordo em Dayton no Estado
norte-americano do Ohio Neste acordo assinado pelo Grupo de Contacto e pelos
representantes das partes beligerantes Franjo Tujam (Croaacutecia) Alija Izetbegovic (Boacutesnia) e
Slogan Militeis (Seacutervia) eacute aceite o plano de paz para a Boacutesnia e Herzegovina Este acordo
foi formalmente assinado em Paris no dia 14 de Dezembro de 1995 (Saraiva 2008)
(Fonte Autor 2009)
Figura 6 Divisatildeo Territorial da Boacutesnia e Herzegovina em 1995
126
O Grupo de Contacto era constituiacutedo por EUA Reino Unido Franccedila Alemanha e Ruacutessia
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 71
ANEXO H - Missatildeo da IFOR
A IFOR tinha a missatildeo de fiscalizar e impor o cumprimento dos aspectos militares
previstos no Acordo de Paz de Dayton A UNSCR 1031 prevecirc o mandato da IFOR durante
um ano no TO da Boacutesnia e Herzegovina As tarefas militares a serem cumpridas (NATO
2009)
1 Garantir a auto-defesa e a liberdade de circulaccedilatildeo
2 Supervisionar a marcaccedilatildeo dos limites da ZOS entre as partes
3 Monitorizar e se necessaacuterio impor a retirada das forccedilas militares dos
respectivos territoacuterios para que se possa estabelecer a ZOS
4 Assumir o controlo do espaccedilo aeacutereo sobre o territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina
5 Assumir o controlo da circulaccedilatildeo de traacutefego militar nas principais rotas terrestres
6 Estabelecer comissotildees militares conjuntas para servirem como oacutergatildeos centrais
para todas as partes do Acordo de Paz
7 Ajudar agrave retirada das forccedilas da ONU natildeo transferidas para a IFOR
(Fonte NATO 2001)
Figura 7 Logoacutetipo da IFOR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 72
ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR
(Fonte Autor 2009)
Figura 8 Estrutura de C2 da IFOR
Em 1996 o Tenente-General Michael Walker (Exeacutercito Norte-Americano) era o
Comandante da componente terrestre da IFOR e tinha trecircs divisotildees sob o seu comando
1 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MNDSW127) liderada pelo Reino Unido com
comando sediado em Banja Luka
2 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MNDN128) liderada pelos EUA com comando
sediado em Tuzla
3 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MDNSE129) liderada pela Franccedila com
comando em Mostar
O AgrJuacutepiter ocupava o sector de Goradze com o seu Posto de Comando (PC)
estabelecido em Rogatica estando integrado na Brigada Multinacional Norte (MNBN130) com
comando Italiano que por sua vez pertencia agrave MDNSE
127
MNDSW ndash Multinational Division Southwest 128
MNDN ndash Multinational Division North 129
MNDSE - Multinational Division Southeast 130
MNBN ndash Multinational Brigade North
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 73
ANEXO J - Missatildeo da KFOR
A KFOR obteve o seu mandato a partir da UNSCR 1244 e do MTA acordado entre a
OTAN a Repuacuteblica Federal da Jugoslaacutevia e a Seacutervia Inicialmente o seu mandato tinha
como principais objectivos (NATO 2009)
1 Dissuadir o recomeccedilo das hostilidades
2 Estabelecer um ambiente seguro
3 Desmilitarizar o Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo (UCK)
4 Apoiar o esforccedilo humanitaacuterio internacional
5 Coordenar e apoiar a presenccedila internacional no territoacuterio do Kosovo
(Fonte NATO 2001)
Figura 9 Logoacutetipo da KFOR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 74
ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR
(Fonte Autor 2009)
Figura 10 Estrutura de C2 da KFOR
Em 1999 o Tenente-General Mike Jackson (Exeacutercito Britacircnico) era o COMKFOR e
tinha cinco brigadas sob o seu comando
1 Brigada Multinacional Norte (MNBN131) liderada pela Franccedila
2 Brigada Multinacional Centro (MNBC132) liderada pelo Reino Unido
3 Brigada Multinacional Este (MNBE133) liderada pelos EUA
4 Brigada Multinacional Sul (MNBS134) liderada pela Alemanha
5 Brigada Multinacional Oeste (MNBW135) liderada pela Itaacutelia
O AgrBravo ocupava o sector de Klina estando integrado na aacuterea de responsabilidade
(AOR) da MNBW que integrava tambeacutem um batalhatildeo espanhol
131
MNBN ndash Multinational Brigade North 132
MNBC ndash Multinational Brigade Center 133
MNBE ndash Multinational Brigade East 134
MNBS ndash Multinational Brigade South 135
MNBW ndash Multinational Brigade West
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 75
ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL
O Exeacutercito Francecircs integrou um moacutedulo de AAA de escalatildeo pelotatildeo na Forccedila Tarefa
(nome de coacutedigo ldquoLeclercrdquo) que destacou para o Liacutebano no acircmbito da UNIFIL em 2006
A missatildeo deste pelotatildeo era conferir protecccedilatildeo AA agrave Forccedila Tarefa e ao seu QG e tinha
como meios o Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral o Sistema Radar NC1 e Viaturas Blindadas de
Transporte de Pessoal (VBTP) (Charron 2008)
Figura 11 Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral
Figura 12 Sistema Radar NC1
(Fonte Charron 2008)
(Fonte wwwarmeescom 2008)
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 76
ANEXO M - Estrutura da NRF
(Fonte NATO 2003)
Figura 13 Estrutura da NRF
9500
Militares
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 77
ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup
(Fonte Baptista 2007)
Figura 14 Estrutura geneacuterica de um Battlegroup
Pacote de Forccedilas
Comando da Forccedila
Batalhatildeo de Infantaria
Comando
CCS
3 CAt
Apoio de Fogos
Reconhecimento
Apoio de Combate
Apoio de Fogos
Engenharia
Artilharia Antiaeacuterea
Transmissotildees
Guerra Electroacutenica
Informaccedilotildees
Aviaccedilatildeo do Exeacutercito
Forward Air Controller
Defesa NBQ
Apoio de Serviccedilos
Apoio Logiacutestico
Apoio Sanitaacuterio
Apoio Geograacutefico
CIMIC
Policia Militar
Capacidades Adicionais (dependem da missatildeo)
Meios Aeacutereos
Transporte Estrateacutegico
Transporte Taacutectico
Apoio Aeacutereo Proacuteximo
Apoio de Helicoacutepteros
Meios Navais
Transporte Estrateacutegico
Apoio Aeacutereo com base
em porta-aviotildees
Apoio ao desembarque de
forccedilas
Meios Logiacutesticos
Reabastecimento
Apoio Sanitaacuterio
Apoio a manutenccedilatildeo
de equipamentos
Forccedilas de
Operaccedilotildees
Especiais
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 78
ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF
NRF LCC Unidade Nacional Efectivo
Exerciacutecio de
Certificaccedilatildeo
Internacional
Periacuteodo de
Stand by
1 NRDC-TU O EXEacuteRCITO NAtildeO PARTICIPOU Out03-Jan04
2 NRDC-TU Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 50
Natildeo se
realizou Jan04-Jul04
3 NRDC-IT
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
50 Organizer 6Amiddot
(Alemanha)
Jul04-Jan05
4 NRDC-GENL
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
51 Organizer 6Bmiddot
(Alemanha) Jan05-Jul05
5 NRDC-SP Agrupamento
Mecanizado 697
Cohesion 05middot
(Espanha) Jul05-Jan06
6 NRDC-UK Batalhatildeo de Infantaria
Paacutera-quedista 636
Iron Warriormiddot
(Reino Unido) Jan06-Jul06
7 EUROCORPS Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 75
Steadfast
Jaguar 06
(Cabo-Verde)
Jul06-Jan07
8 NRDC-TU Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 75
Natildeo se
realizou Jan07-Jul07
9 NRDC-IT Esquadratildeo de Poliacutecia
Militar 80
Steadfast
Jackpot 07
(Noruega)
Jul07-Jan08
10 NRDC-GENL
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
50 Noblelight II
(Alemanha) Jan08-Jul08
11 NRDC-FR Esquadratildeo de
Reconhecimento 140
Natildeo se
realizou Jul08-Jan09
12 NRDC-SP Agrupamento
Mecanizado 697
Noblelight
(Espanha) Jan09-Jul09
13 NRDC-SP Batalhatildeo de Infantaria
Paacutera-quedista 687 Natildeo participa Jul09-Jan10
14 NRDC-SP Bateria de Artilharia de
Campanha 130 A designar Jan10-Jul10
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 10 Participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 79
ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup
(Fonte Baptista 2008)
Figura 15 Modelo do BG Francecircs
Pelotatildeo
AA
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 80
ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas
de AAA Nacionais
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 16 O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 17 O Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 18 O Radar PSTAR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 81
ANEXO R ndash O Link 11B
O Link 11B ou TADIL136-B (na doutrina norte-americana) emprega teacutecnicas de
comunicaccedilatildeo em rede e um formato standard de mensagem para a troca de informaccedilatildeo
digital entre sistema de informaccedilatildeo taacutecticos O Link 11B utiliza uma raacutepida ligaccedilatildeo ponto-a-
ponto e pode ser transmitido atraveacutes de diversos equipamentos tais como cabo sateacutelite e
ligaccedilotildees raacutedio Equipa unidades terrestres aeacutereas e navais (ALSAC 2000)
(Fonte httpsistemadearmassitesuolcombrgedtl3usalink11html 2009)
Figura 19 Interface do Link 11B
136 TADIL ndash Tactical Digital Information
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 82
ANEXO S ndash O Link 16
O Link 16 ou TADIL-J eacute uma nova ligaccedilatildeo taacutectica de dados utilizada pelos EUA alguns
paiacuteses da OTAN e pelo Japatildeo Natildeo alterou os conceitos fundamentais de transferecircncia de
dados utilizado pelo Link 11B antes pelo contraacuterio acrescentou melhorias significativas nos
sistemas jaacute existentes O Link 16 utiliza um Sistema de Distribuiccedilatildeo de Informaccedilatildeo Taacutectica
Conjunta (JTIDS137) que lhe permite partilhar a informaccedilatildeo em tempo real de uma forma
raacutepida e codificada entre todas as plataformas de armas e de C2 intervenientes no TO
Nota A verde encontram-se as unidades de AAA (armas e C2)
(Fonte httpwwwglobalsecurityorgmilitarysystemsgroundimages 2009)
Figura 20 Utilizadores do Link 16
137 JTIDS - Joint Tactical Information Distribution System
- DEDICATOacuteRIA
- AGRADECIMENTOS
- IacuteNDICE
- IacuteNDICE DE FIGURAS
- IacuteNDICE DE QUADROS
- LISTA DE ABREVIATURAS
- LISTA DE SIGLAS
- RESUMO
-
- O presente trabalho tem como objectivo analisar a capacidade de emprego de unidades de Artilharia Antiaeacuterea em Forccedilas Nacionais Destacadas
-
- ABSTRACT
- INTRODUCcedilAtildeO
-
- Definiccedilatildeo do Objectivo de Investigaccedilatildeo
- Justificaccedilatildeo do Tema
- Orientaccedilatildeo Metodoloacutegica
- Siacutentese de Conteuacutedos
-
- CAPIacuteTULO I ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL
-
- I1 Forccedilas Nacionais Destacadas
-
- I11 Enquadramento Histoacuterico
- I12 Forccedilas Nacionais Destacadas ndash O Conceito
-
- I2 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
-
- I21 Tipologia das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
- I22 Manutenccedilatildeo de Paz vs Imposiccedilatildeo de Paz
-
- I3 A Ameaccedila Aeacuterea
-
- CAPIacuteTULO II A PARTICIPACcedilAtildeO DE FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS EM OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES
-
- II1 A Participaccedilatildeo Nacional na IFOR
-
- II11 Antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina
- II12 Case-study o Agrupamento Juacutepiter na Boacutesnia e Herzegovina
-
- II2 A Participaccedilatildeo Nacional na KFOR
-
- II21 Antecedentes do Conflito do Kosovo
- II22 Case-study o Agrupamento Bravo no Kosovo
- II23 Case-study o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista no Kosovo
-
- II3 Reflexotildees sobre o emprego de AAA em CRO
-
- CAPIacuteTULO III A INTEGRACcedilAtildeO DA AAA NA NATO RESPONSE FORCE E NOS BATTLEGROUPS
-
- III1 Os Conceitos de NATO Response Force e de Battlegroups
-
- III11 A NATO Response Force - NRF
- III12 Os Battlegroups
-
- III2 Requisitos para integraccedilatildeo da AAA na NRF
- III3 Requisitos para Integraccedilatildeo da AAA nos Battlegroups
-
- CAPIacuteTULO IV EMPREGO OPERACIONAL DAS UNIDADES DE AAA
-
- IV1 O Niacutevel de Prontidatildeo das Unidades de AAA
-
- IV11 Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais
- IV12 A Lei de Programaccedilatildeo Militar
- IV13 A Prontidatildeo dos Militares de AAA
-
- IV2 O Emprego da AAA como Moacutedulo de Protecccedilatildeo AA
- IV3 O Emprego da AAA na NRF e nos BG
-
- CAPIacuteTULO V CONCLUSOtildeES E PROPOSTAS
- REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
- GLOSSAacuteRIO
- APEcircNDICES
-
- APEcircNDICE A - Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
- APEcircNDICE B - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel de Varela Benroacutes
- APEcircNDICE C - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Ref Pires Saraiva
- APEcircNDICE D - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Tirocinado Antunes Calccedilada
- APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira
- APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro
- APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Crispim Paradelo
- APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Vieira Borges
-
- ANEXOS
-
- ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP
- ANEXO B - Ciclo de uma FND
- ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees
- ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
- ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea
- ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
- ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton
- ANEXO H - Missatildeo da IFOR
- ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR
- ANEXO J - Missatildeo da KFOR
- ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR
- ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL
- ANEXO M - Estrutura da NRF
- ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup
- ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF
- ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup
-
- ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais
- ANEXO R ndash O Link 11B
- ANEXO S ndash O Link 16
-
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS ii
AGRADECIMENTOS
Expresso nestas linhas os meus sinceros agradecimentos a todos aqueles cujo apoio e
colaboraccedilatildeo tornaram possiacutevel a elaboraccedilatildeo deste Trabalho de Investigaccedilatildeo Aplicada (TIA)
Sem a vossa colaboraccedilatildeo natildeo teria sido possiacutevel recolher informaccedilotildees esclarecimentos e
partilha de experiecircncias essenciais agrave realizaccedilatildeo de um trabalho desta natureza
Comeccedilaria por exprimir a minha gratidatildeo e reconhecimento pessoal ao Sr Coronel de
Artilharia Henrique Joseacute Pereira dos Santos meu orientador pela permanente
disponibilidade total dedicaccedilatildeo constante acompanhamento e inestimaacutevel saber que me
disponibilizou desde o primeiro momento
Gostaria ainda de agradecer a todos aqueles que de alguma forma colaboraram na
elaboraccedilatildeo do presente trabalho nomeadamente
Sr Major-General Martins Ribeiro da DIOPEMGFA pela disponibilidade simpatia
experiecircncia e conhecimento prestadas durante a entrevista
Sr Coronel Tirocinado de Cavalaria Antunes Calccedilada do IESM pela
disponibilidade e esclarecimento prestado acerca do TO do Kosovo em 1999
Sr Coronel de Infantaria Ref Pires Saraiva pela disponibilidade e esclarecimento
prestado acerca do TO da Boacutesnia e Herzegovina em 1996
Sr Coronel de Artilharia Vieira Borges do IDN pela disponibilidade e preciosos
contributos prestados acerca da situaccedilatildeo actual da AAA Portuguesa
Sr Coronel de Artilharia Gomes da Silva director do curso de Artilharia da
Academia Militar pelo acompanhamento dos Trabalhos de Investigaccedilatildeo Aplicada
Sr Tenente-Coronel de Artilharia Varela Benroacutes do NATO JHQ Lisbon pela
constante disponibilidade simpatia e contributos prestados na entrevista
Sr Tenente-Coronel de Artilharia Crispim Paradelo do RAAA1 pela
disponibilidade e contributos prestados na entrevista
Sr Tenente-Coronel de Infantaria Almeida Sobreira do EME pela disponibilidade
e esclarecimento prestado acerca do TO da Boacutesnia e Herzegovina em 1996 e do TO
do Kosovo em 2005
Sr Major de Artilharia Vicente Pereira da DPFEME pela sua disponibilidade
acompanhamento e pela bibliografia fornecida no decorrer da investigaccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS iii
IacuteNDICE
DEDICATOacuteRIA i
AGRADECIMENTOS ii
IacuteNDICE iii
IacuteNDICE DE FIGURAS vi
IacuteNDICE DE QUADROS vii
LISTA DE ABREVIATURAS viii
LISTA DE SIGLAS ix
RESUMO xiv
ABSTRACT xv
INTRODUCcedilAtildeO 1
Definiccedilatildeo do Objectivo de Investigaccedilatildeo 2
Justificaccedilatildeo do Tema 2
Orientaccedilatildeo Metodoloacutegica 3
Siacutentese de Conteuacutedos 5
CAPIacuteTULO I - ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL 7
I1 Forccedilas Nacionais Destacadas 7
I11 Enquadramento Histoacuterico 7
I12 Forccedilas Nacionais Destacadas ndash O Conceito 8
I2 Operaccedilotildees de Resposta a Crises 9
I21 Tipologia das Operaccedilotildees de Resposta a Crises 10
I22 Manutenccedilatildeo de Paz vs Imposiccedilatildeo de Paz 10
I3 A Ameaccedila Aeacuterea 11
CAPIacuteTULO II - A PARTICIPACcedilAtildeO DE FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS EM
OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES 13
II1 A Participaccedilatildeo Nacional na IFOR 13
Iacutendice
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS iv
II11 Antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina 14
II12 Case-study o Agrupamento Juacutepiter na Boacutesnia e Herzegovina 15
II2 A Participaccedilatildeo Nacional na KFOR 16
II21 Antecedentes do Conflito do Kosovo 17
II22 Case-study o Agrupamento Bravo no Kosovo 18
II23 Case-study o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista no Kosovo 20
II3 Reflexotildees sobre o emprego de AAA em CRO 21
CAPIacuteTULO III - A INTEGRACcedilAtildeO DA AAA NA NATO RESPONSE FORCE E NOS
BATTLEGROUPS 24
III1 Os Conceitos de NATO Response Force e de Battlegroup 25
III11 A NATO Response Force - NRF 25
III12 Os Battlegroups 26
III2 Requisitos para integraccedilatildeo da AAA na NRF 27
III3 Requisitos para Integraccedilatildeo da AAA nos Battlegroups 28
CAPIacuteTULO IV - EMPREGO OPERACIONAL DAS UNIDADES DE AAA 29
IV1 O Niacutevel de Prontidatildeo das Unidades de AAA 29
IV11 Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais 30
IV12 A Lei de Programaccedilatildeo Militar 32
IV13 A Prontidatildeo dos Militares de AAA 33
IV2 O Emprego da AAA como Moacutedulo de Protecccedilatildeo AA 34
IV3 O Emprego da AAA na NRF e nos BG 36
CAPIacuteTULO V - CONCLUSOtildeES E PROPOSTAS 37
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 40
GLOSSAacuteRIO 46
APEcircNDICES 48
APEcircNDICE A - Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo 49
APEcircNDICE B - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel de Varela Benroacutes 50
APEcircNDICE C - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Ref Pires Saraiva 51
APEcircNDICE D - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Tirocinado Antunes Calccedilada 52
Iacutendice
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS v
APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira 53
APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro 54
APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Crispim Paradelo 55
APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Vieira Borges 56
ANEXOS 57
ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP 58
ANEXO B - Ciclo de uma FND 63
ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees 64
ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises 65
ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea 67
ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte 68
ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton 70
ANEXO H - Missatildeo da IFOR 71
ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR 72
ANEXO J - Missatildeo da KFOR 73
ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR 74
ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL 75
ANEXO M - Estrutura da NRF 76
ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup 77
ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF 78
ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup 79
ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais 80
ANEXO R ndash O Link 11B 81
ANEXO S ndash O Link 16 82
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS vi
IacuteNDICE DE FIGURAS
Figura 1 Os 3 periacuteodos distintos de uma FND 63
Figura 2 Espectro das Operaccedilotildees 64
Figura 3 Proliferaccedilatildeo da Ameaccedila Aeacuterea 67
Figura 4 Relaccedilatildeo de CustosEquipamento 67
Figura 5 Paiacuteses-membros da OTAN 69
Figura 6 Divisatildeo Territorial da Boacutesnia e Herzegovina em 1995 70
Figura 7 Logoacutetipo da IFOR 71
Figura 8 Estrutura de C2 da IFOR 72
Figura 9 Logoacutetipo da KFOR 73
Figura 10 Estrutura de C2 da KFOR 74
Figura 11 Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral 75
Figura 12 Sistema Radar NC1 75
Figura 13 Estrutura da NRF 76
Figura 14 Estrutura geneacuterica de um Battlegroup 77
Figura 15 Modelo do BG Francecircs 79
Figura 16 O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral 80
Figura 17 O Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger 80
Figura 18 O Radar PSTAR 80
Figura 19 Interface do Link 11B 81
Figura 20 Utilizadores do Link 16 82
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS vii
IacuteNDICE DE QUADROS
Quadro 1 FND no TO de Moccedilambique 58
Quadro 2 FND no TO de Angola 58
Quadro 3 FND no TO da Boacutesnia e Herzegovina 59
Quadro 4 FND no TO do Kosovo 60
Quadro 5 FND no TO de Timor-Leste 60
Quadro 6 FND no TO do Zaire 61
Quadro 7 FND no TO da Guineacute-Bissau 61
Quadro 8 FND no TO do Afeganistatildeo 61
Quadro 9 FND no TO do Liacutebano 62
Quadro 10 Participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF 78
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS viii
LISTA DE ABREVIATURAS
Agr Agrupamento
BIMec Batalhatildeo de Infantaria Mecanizado
BIMoto Batalhatildeo de Infantaria Motorizado
BIPara Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista
BrigInt Brigada de Intervenccedilatildeo
BrigMec Brigada Mecanizada
CAt Companhia de Atiradores
CAtPara Companhia de Atiradores Paacutera-quedista
CCmds Companhia de Comandos
CEng Companhia de Engenharia
Cmdt Comandante
FwN Framework Nation
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS ix
LISTA DE SIGLAS
A AG Apoio Geral
AA Antiaeacuterea
AAA Artilharia Antiaeacuterea
AC Artilharia de Campanha
AFOR Albania Force
AM Academia Militar
AO Aacuterea de Operaccedilotildees
AOR Area Of Responsibility
AP Auto-propulsada
B BAAA Bateria de Artilharia Antiaeacuterea
BAI Brigada Aerotransportada Independente
BIAT Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado
BLI Brigada Ligeira de Intervenccedilatildeo
BMI Brigada Mecanizada Independente
BRR Brigada de Reacccedilatildeo Raacutepida
C C2 Comando e Controlo
C2EA
C4I Comando Controlo Comunicaccedilotildees Computadores e
Informaccedilotildees
CAP Common Air Picture
CEDN Conceito Estrateacutegico de Defesa Nacional
CEM Conceito Estrateacutegico Militar
CEME Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito
CIMIC Civil-Military Cooperation
CJSOR Combined Joint Statement of Requirements
COMKFOR Commander Kosovo Force
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS x
CP Conflict Prevention
CRC Crowd amp Riot Control
CRO Crisis Response Operations
CSNU Conselho de Seguranccedila das Naccedilotildees Unidas
D DIOP Divisatildeo de Operaccedilotildees
E EMGFA Estado-Maior General das Forccedilas Armadas
EOD Explosive Ordnance Disposal
EOM Encargo Operacional de Material
EOP Encargo Operacional de Pessoal
EUA Estados Unidos da Ameacuterica
EUFOR European Union Force
F FA Forccedilas Armadas
FAAR Forward Alerting Area Radar
FAP Forccedila Aeacuterea Portuguesa
FORREC Forccedila de Recolha
FORREZ Forccedila de Recolha do Zaire
G GAAA Grupo de Artilharia Antiaeacuterea
H HIMAD High and Medium Air Defense
HO Humanitarian Operations
I IDN Instituto de Defesa Nacional
IEBL Inter Entity Boundary Line
IESM Instituto de Estudos Superiores Militares
IFF Identification Friend or Foe
IFOR Implementation Force
ISAF International Security Assistance Force
J JTIDS Joint Tactical Information Distribution System
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xi
K KVM Kosovo Verification Mission
L LPM Lei de Programaccedilatildeo Militar
M MANPAD Man Portable Air Defense
MHP Missotildees Humanitaacuterias e de Paz
MNB Multinational Brigade
MNBC Multinational Brigade Center
MNBE Multinational Brigade East
MNBN Multinational Brigade North
MNBS Multinational Brigade South
MNBW Multinational Brigade West
MNDN Multinational Division North
MNDSE Multinational Division Southeast
MNDSW Multinational Division Southwest
MONUA Missatildeo de Observaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas em Angola
MTA Military Technical Agreement
N NAC North Atlantic Council
NAMSA NATO Maintenance amp Supply Agency
NRBQ Nuclear Radioloacutegico Bioloacutegico e Quiacutemico
NRF NATO Response Force
O OCAR Oficial Coordenador de Reequipamento
OI Organizaccedilotildees Internacionais
ONG Organizaccedilotildees Natildeo Governamentais
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OSCE Organizaccedilatildeo para a Seguranccedila e Cooperaccedilatildeo na Europa
OTAN Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
P PB Peace Building
PC Posto de Comando
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xii
PE Peace Enforcement
PK Peace Keeping
PM Peacemaking
PPRC PortuguecircsPortaacutetil Raacutedio de Campanha
PSTAR Portable Search and Target Acquisition Radar
PSYOPS Psychological Operations
Q QG Quartel-General
QO Quadro Orgacircnico
R RAAA1 Regimento de Artilharia Antiaeacuterea Nordm1
RAP Recognized Air Picture
RAM Rocket Artillery amp Mortar
RFM Relatoacuterio de Fim de Missatildeo
ROE Rules Of Engagement
S SACEUR Supreme Allied Commander Europe
SAR Search and Rescue
SFN Sistema de Forccedilas Nacional
SFOR Stabilization Force
SHORAD Short Range Air Defense
STPT Stinger Troop Proficiency Trainer
T TACP Tactical Air Control Party
TACRES Tactical Reserve
TADIL Tactical Digital Information
THT Tracking Head Trainer
TIA Trabalho de Investigaccedilatildeo Aplicada
TO Teatro de Operaccedilotildees
TOA Transfer Of Authority
TPOA Tirociacutenio Para Oficial de Artilharia
U UEO UnidadeEstabelecimentoOacutergatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xiii
UAV Unmanned Aerial Vehicle
UCK Ushtria Clivoimtare Kosoves
UE Uniatildeo Europeia
UEB Unidade Escalatildeo Batalhatildeo
UEC Unidade Escalatildeo Companhia
UNAVEM United Nations Verification Mission
UNIFIL United Nations Interim Force in Lebanon
UNMISET United Nations Mission In Support of East Timor
UNMOZ United Nations Operation in Mozambique
UNPROFOR United Nations Protection Force
UNSCR United Nation Security Council Resolution
UNTAET United Nations Transitional Administration in East Timor
UNTAG United Nations Transition Assistance Group
UT Unidade de Tiro
V VBTP Viatura Blindada de Transporte de Pessoal
VCB Vigilacircncia do Campo de Batalha
W WSPC Weapon System Partnership Committee
Z ZOS Zone Of Separation
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xiv
RESUMO
O presente trabalho tem como objectivo analisar a capacidade de emprego de unidades
de Artilharia Antiaeacuterea em Forccedilas Nacionais Destacadas
Para concretizar este objectivo procedeu-se ao estudo da participaccedilatildeo nacional em Operaccedilotildees
de Resposta a Crises recorrendo agrave anaacutelise trecircs casos de estudo distintos Ainda neste acircmbito foi
igualmente abordada a perspectiva de participaccedilatildeo nas iniciativas de defesa no acircmbito da
Organizaccedilatildeo do Tratado do Atlacircntico Norte e da Uniatildeo Europeia (a NATO Response Force e os
Battlegroups respectivamente)
Decorrente desta anaacutelise surgiu a necessidade de investigar acerca da actual prontidatildeo das
unidades de Artilharia Antiaeacuterea O referido estudo teve por base a anaacutelise dos recursos humanos e
materiais bem como as actividades de treino desenvolvidas
Conclui-se que a limitaccedilatildeo de recursos materiais tem vindo a hipotecar a participaccedilatildeo das
unidades de Artilharia Antiaeacuterea em forccedilas projectaacuteveis muito especialmente devido agrave ausecircncia de
um sistema de comando e controlo Poreacutem consideramos que as unidades de Artilharia Antiaeacuterea
tecircm o seu papel a desempenhar em Operaccedilotildees de Resposta a Crises sendo preponderantes na
garantia da protecccedilatildeo antiaeacuterea em cenaacuterios de alta intensidade ou no inicio das operaccedilotildees
O processo de reequipamento previsto na Lei de Programaccedilatildeo Militar permitiraacute colmatar as
lacunas existentes ao niacutevel dos recursos materiais devendo ser atribuiacuteda prioridade agrave aquisiccedilatildeo de
um sistema de comando e controlo
Palavras-chave ARTILHARIA ANTIAEREA FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS
OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES PROTECCcedilAtildeO ANTIAEREA REEQUIPAMENTO
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xv
ABSTRACT
This study aims to examine the viability of employing units of air defense artillery in
expeditionary forces
To achieve this purpose an analysis was made of the national participation in Crisis
Response Operations This analysis was based on three different case studies In this
context the prospect of participation was also considered in defense activities within the
Organization of the North Atlantic Treaty and the European Union (NATO Response Force
and the Battle groups respectively)
It became clear from this analysis that it would be necessary to investigate the current
readiness of the air defense artillery units This study was based on the analysis of the
human and material resources and training activities undertaken
It is concluded that the limitation of material resources has been preventing the
participation of air defense artillery units in expeditionary forces especially due to the
absence of a command and control system However we believe that the air defense artillery
units have a role to play in Crisis Response Operations especially in scenarios of high
intensity or at the beginning of operations ensuring adequate air defense
The process of material re-equipment provided for the Military Programme will bridge the
gaps in terms of material resources Priority should be given to purchasing the command
and control system
Key-words AIR DEFENSE ARTILLERY EXPEDTIONARY FORCES CRISIS RESPONSE
OPERATIONS AIR DEFENSE RE-EQUIPMENT
ldquo (hellip) A protecccedilatildeo da Forccedila natildeo eacute negociaacutevel ldquo
(Raleiras 2002)
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 1
INTRODUCcedilAtildeO
O presente Trabalho de Investigaccedilatildeo Aplicada (TIA) estaacute enquadrado no estaacutegio de
natureza profissional do Tirociacutenio Para Oficial de Artilharia (TPOA) dos cursos da Academia
Militar (AM) subordinado ao tema ldquoA Protecccedilatildeo Antiaeacuterea das Forccedilas Nacionais
Destacadasrdquo
Com o colapso da Uniatildeo Sovieacutetica e com as constantes mudanccedilas no paradigma de
seguranccedila e defesa os Estados as Organizaccedilotildees Internacionais (OI) e ateacute as Organizaccedilotildees
Natildeo Governamentais (ONG) assistem ao aparecimento de uma nova conflitualidade com
novos actores riscos e ameaccedilas que reclamaratildeo certamente novos e diferentes tipos de
resposta (Espiacuterito Santo 2006)
Neste contexto de transformaccedilatildeo Portugal encontra-se integrado na comunidade
internacional atraveacutes da sua participaccedilatildeo em diversas OI vinculando-se a um conjunto de
responsabilidades inerentes ao seu quadro de alianccedilas Desta forma as Forccedilas Armadas
(FA) tecircm-se constituiacutedo como uma poderosa ferramenta no apoio agrave poliacutetica externa nacional
indo de encontro ao que estaacute previsto no Conceito Estrateacutegico de Defesa Nacional (CEDN)1
Com base na lei fundamental2 as FA e particularmente o Exeacutercito3 tecircm vindo a
participar em Missotildees Humanitaacuterias e de Paz (MHP) ao longo das duas uacuteltimas deacutecadas
Estes tipos de missotildees tecircm-se afirmado como as ldquooperaccedilotildees contemporacircneasrdquo natildeo
esquecendo poreacutem a capacidade que o Exeacutercito deteacutem em conduzir ldquooperaccedilotildees
convencionaisrdquo se assim for necessaacuterio uma vez que estas constituem a essecircncia do seu
conteuacutedo
Ainda no acircmbito de apoio agrave poliacutetica externa do Estado o Exeacutercito tem vindo a integrar-
se em estruturas militares de acircmbito multinacional que constituem o exemplo do
modernismo e da transformaccedilatildeo como a NATO Response Force (NRF) e os Battlegroups
(BG) A participaccedilatildeo do Exeacutercito neste tipo de estruturas tem proporcionado agraves suas fileiras
um elevado niacutevel de treino e experiecircncia operacional inseridos num quadro de cooperaccedilatildeo
internacional
1 Resoluccedilatildeo de Conselho de Ministros nordm 62003 CEDN
2 De acordo com o nordm 5 do Artigo 275ordm da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Portuguesa
3 De acordo com o Decreto-Lei nordm 612006 de 21 de Marccedilo
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 2
Definiccedilatildeo do Objectivo de Investigaccedilatildeo
Pretendemos com este TIA abordar a problemaacutetica da participaccedilatildeo de unidades de
Artilharia Antiaeacuterea (AAA) em MHP quando estas actuam no acircmbito da sua missatildeo
especiacutefica a protecccedilatildeo antiaeacuterea da forccedila face agrave ameaccedila aeacuterea Esta ameaccedila aeacuterea eacute
decididamente um factor importante a ter em conta especialmente em situaccedilotildees de
ldquoaberturardquo do Teatro de Operaccedilotildees (TO) onde existem escassas informaccedilotildees sobre a
ameaccedila aeacuterea e o clima de incerteza e instabilidade impera
Ambicionamos tambeacutem efectuar uma reflexatildeo sobre a eventual participaccedilatildeo de
unidades de AAA em ldquo (hellip) forccedilas multinacionais orientadas para a intervenccedilatildeo fora do
territoacuterio dos paiacuteses membros (hellip) ldquo (Baptista 2007 p348) como a NRF e os BG Prevecirc-se
que este tipo de estruturas militares ganhe uma maior preponderacircncia num futuro proacuteximo
no que diz respeito agrave intervenccedilatildeo em conflitos natildeo devendo as unidades de AAA nacionais
ficar agrave margem deste desafio
Justificaccedilatildeo do Tema
O presente TIA aborda um tema de reconhecido interesse no seio artilheiro jaacute que o
seu estudo iraacute certamente potenciar uma reflexatildeo sobre esta temaacutetica que tem tanto de
importante como de actual ldquo (hellip) Apesar de natildeo ter participado de uma forma significativa
nas FND nomeadamente com unidades constituiacutedas eacute de importacircncia decisiva para o
futuro da Arma que sejam rapidamente levantadas e solucionadas as questotildees mais
pertinentes que dizem respeito ao seu envolvimento neste desafiordquo (Santos 2007 p235)
Embora existam registos da participaccedilatildeo de subunidades de AAA em FND no acircmbito
das MHP estas estavam integradas em unidades de manobra executando outras missotildees
fora do acircmbito da AAA Como exemplo temos o caso do pelotatildeo de Antiaeacuterea (AA)
proveniente do Regimento de Artilharia Antiaeacuterea Nordm 1 (RAAA1) que integrou a
1ordfCAtAgrFoxtrot na missatildeo UNMISET4 desenvolvendo tarefas especiacuteficas de um pelotatildeo de
atiradores
Ao analisar a constituiccedilatildeo das FND empregues em MHP verificamos que desde a sua
geacutenese tecircm sido constituiacutedas por unidades de Infantaria de Reconhecimento de
Transmissotildees de Apoio Logiacutestico Sanitaacuterias de Engenharia e de Operaccedilotildees Especiais No
que diz respeito agraves unidades que integraram a NRF e os BG o cenaacuterio eacute semelhante
verificando-se ateacute ao momento a presenccedila de unidades de Operaccedilotildees Especiais de
Reconhecimento de Infantaria de Poliacutecia Militar e de Engenharia Desta forma eacute
evidentemente perceptiacutevel que apenas a Artilharia (de Campanha e Antiaeacuterea) tem sido
deixada agrave margem destas duas realidades que atravessam o Exeacutercito Efectivamente tem
4 UNMISET ndash United Nations Mission In Support of East Timor
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 3
sido feito um esforccedilo para contrariar esta tendecircncia e recentemente foi anunciada a
participaccedilatildeo de uma Bateria de Artilharia de Campanha (AC) na NRF 14 que estaraacute em
stand by durante o primeiro semestre do ano de 2010 Ao concretizar-se esta participaccedilatildeo
as unidades de AAA tornar-se-atildeo as uacutenicas a serem excluiacutedas desta nova realidade que satildeo
as FND
Delimitaccedilatildeo do Tema
Ao abordarmos um tema desta natureza bastante vasto e feacutertil existe a necessidade de
fazer a limitaccedilatildeo precisa das fronteiras de pesquisa bem como dos campos que
pretendemos abranger Por isso apesar de a designaccedilatildeo FND seja transversal aos trecircs
ramos das FA vamos cingir-nos unicamente agraves FND do Exeacutercito uma vez que estatildeo
directamente ligadas a temaacutetica em estudo
Assim sendo foi nossa opccedilatildeo investigar sobre a presenccedila do Exeacutercito nas MHP e nas
forccedilas militares de acircmbito multinacional (NRF e BG)
No contexto das MHP Portugal participou em diferentes TO no acircmbito de diferentes OI
poreacutem abordamos unicamente a participaccedilatildeo nacional sob a eacutegide da Organizaccedilatildeo do
Tratado Atlacircntico Norte (OTAN) Justificamos esta opccedilatildeo com o facto da recente
participaccedilatildeo nacional em MHP ter sido sob os auspiacutecios da Alianccedila Atlacircntica no acircmbito das
Operaccedilotildees de Resposta a Crises (CRO)5 natildeo desprezando poreacutem a FNDUNIFIL6
presente no Liacutebano ao abrigo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU)
Seraacute analisada ainda a participaccedilatildeo nacional na NRF no acircmbito da OTAN e nos BG no
domiacutenio da Uniatildeo Europeia (UE) perspectivando os possiacuteveis contributos de unidades de
AAA nacionais
Orientaccedilatildeo Metodoloacutegica7
Segundo Sarmento (2008) a metodologia visa a descriccedilatildeo precisa do problema dos
meacutetodos das teacutecnicas e dos instrumentos de pesquisa utilizados no trabalho Os
procedimentos utilizados devem ser descritos de forma loacutegica
O nosso processo de investigaccedilatildeo cientiacutefica8 desencadeou-se em 2008 com uma
pesquisa bibliograacutefica na biblioteca da AM e do IESM9 com o objectivo de encontrar
informaccedilatildeo que nos permitisse identificar o nosso problema de investigaccedilatildeo Esta pesquisa
5 CRO ndash Crisis Response Operations
6 UNIFIL ndash United Nations Interim Force in Lebanon
7 Ver Apecircndice 1 ndash Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
8 Segundo Sarmento (2008) o processo de investigaccedilatildeo cientiacutefica eacute composto por 3 fases exploratoacuteria analiacutetica
e conclusiva 9 IESM ndash Instituto de Estudos Superiores Militares
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 4
consistiu na selecccedilatildeo de documentos nacionais e estrangeiros como os manuais da
doutrina nacional doutrina da Alianccedila e as publicaccedilotildees do exeacutercito norte-americano
Durante a pesquisa constataacutemos a existecircncia de poucos trabalhos directamente
relacionados com a problemaacutetica em investigaccedilatildeo facto que julgamos ser aliciante porque
tratamos um tema importante poreacutem pouco abordado Para aleacutem desta pesquisa
bibliograacutefica realizamos tambeacutem diversas conversas de caraacutecter exploratoacuterio com Oficiais
de diferentes Armas no sentido de obter perspectivas distintas sobre a temaacutetica em estudo
O passo seguinte no processo de investigaccedilatildeo foi a formulaccedilatildeo das questotildees de
investigaccedilatildeo na qual tentamos exprimir o mais exactamente possiacutevel o que procuramos
saber (IESM 2004)
Para o tema em anaacutelise levantaram-se vaacuterias questotildees agraves quais seria pertinente obter
uma resposta sobretudo agrave questatildeo que definimos como central ldquoQual o possiacutevel
enquadramento das unidades de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo primaacuteriardquo
A partir desta questatildeo central surgem algumas questotildees derivadas
Porque razatildeo as unidades de AAA natildeo participam actualmente em MHP no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Quais os cenaacuterios de emprego das unidades de AAA em FND
Em caso de participaccedilatildeo em MHP qual seria o escalatildeo das unidades de AAA
a empregar
Seraacute que as unidades de AAA nacionais possuem o niacutevel de prontidatildeo exigido
para integrarem as NRF e os BG
Apoacutes alguma reflexatildeo sobre o tema em investigaccedilatildeo construiacutemos as hipoacuteteses de
investigaccedilatildeo ldquoestas satildeo proposiccedilotildees conjecturais que constituem respostas possiacuteveis agraves
questotildees de investigaccedilatildeordquo (Sarmento 2008 p9)
Obtendo assim as seguintes hipoacuteteses
1 Porque o CJSOR10 natildeo identifica a necessidade de uma valecircncia de protecccedilatildeo AA
da forccedila
2 Em cenaacuterios de alta intensidade ou no lanccedilamento das operaccedilotildees
3 Ao niacutevel das Unidade Escalatildeo Companhia (UEC) e das Unidades Escalatildeo Batalhatildeo
(UEB) normalmente empregues em FND seria empregue uma forccedila de organizaccedilatildeo
modular
4 Existem lacunas ao niacutevel dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
Depois de construiacutedas as hipoacuteteses de investigaccedilatildeo procedemos a um periacuteodo de
profunda reflexatildeo existindo a necessidade de seleccionar os meacutetodos cientiacuteficos11
10
CJSOR ndash Combined Joint Statement of Requirements 11
Meacutetodos em investigaccedilatildeo cientiacutefica observaccedilatildeo directa critico experimental demonstrativo sistemaacutetico
inquisitivo histoacuterico dedutivo e indutivo (Sarmento 2008)
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 5
adequados agrave presente investigaccedilatildeo e agrave obtenccedilatildeo de uma resposta agrave questatildeo central Assim
adoptaacutemos o meacutetodo criacutetico (efectuando uma observaccedilatildeo criacutetica da situaccedilatildeo actual das
unidades de AAA no que diz respeito agrave participaccedilatildeo em FND) e o meacutetodo inquisitivo (atraveacutes
da elaboraccedilatildeo de entrevistas)
Aprofundaacutemos a nossa pesquisa bibliograacutefica inicial recorrendo tambeacutem a publicaccedilotildees
perioacutedicas documentos electroacutenicos e agrave legislaccedilatildeo em vigor
Tivemos ainda a oportunidade de assistir agrave palestra onde foram apresentadas as
conclusotildees do workshop realizado no RAAA1 entre os dias 09 e 11 de Dezembro de 2008
onde foi abordado entre outros o tema relacionado com ldquoO apoio da Artilharia Antiaeacuterea agraves
Brigadas em Operaccedilotildeesrdquo e que revelou ser proveitoso para a nossa investigaccedilatildeo
Ao longo da evoluccedilatildeo do TIA as conversas exploratoacuterias com Oficiais foram
substituiacutedas por entrevistas12 semi-estruturadas13 que na nossa opiniatildeo enriqueceram
muito o presente trabalho A realizaccedilatildeo destas entrevistas permitiu conhecer a opiniatildeo dos
entrevistados sobre questotildees pertinentes ao nosso tema bem como a partilha de
experiecircncias e informaccedilotildees que de outra forma seriam impossiacuteveis de angariar
Depois da recolha de todas estas informaccedilotildees e da sua anaacutelise terminaacutemos a fase
analiacutetica do meacutetodo de investigaccedilatildeo cientiacutefica e entraacutemos na uacuteltima fase deste processo a
fase conclusiva Nesta fase procedeu-se agrave verificaccedilatildeo das hipoacuteteses levantadas
anteriormente sob as quais fundaacutemos as nossas conclusotildees
Siacutentese de Conteuacutedos
O presente trabalho eacute constituiacutedo por uma Introduccedilatildeo quatro Capiacutetulos e
ConclusotildeesPropostas
Apoacutes a Introduccedilatildeo no Capiacutetulo I procede-se agrave elaboraccedilatildeo de um Enquadramento
Conceptual que tem como finalidade familiarizar o leitor com os principais conceitos
abordados no presente trabalho
No Capiacutetulo II examina-se a participaccedilatildeo nacional em MHP procurando saber qual o
possiacutevel enquadramento das unidades de AAA neste tipo de operaccedilotildees atraveacutes da anaacutelise
de trecircs casos de estudo distintos
O Capiacutetulo III aborda os conceitos de NRF e de BG definindo os requisitos necessaacuterios
para que as unidades de AAA possam integrar estas estruturas militares de caraacutecter
multinacional
No Capiacutetulo IV procede-se ao estudo da situaccedilatildeo actual das unidades de AAA
analisando os equipamentos sistemas de armas e prontidatildeo dos militares Face agrave anaacutelise
12
Todas as entrevistas foram de caraacutecter presencial tendo sido os entrevistados previamente contactados 13
Os entrevistados responderam agraves perguntas de um guiatildeo Os guiotildees das entrevistas encontram-se em
apecircndice
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 6
realizada efectuou-se ainda uma perspectiva do que poderaacute ser a participaccedilatildeo de unidades
de AAA nacionais em MHP na NRF e nos BG
Por fim no Capiacutetulo V apresentam-se as conclusotildees e propostas onde se pretende
fundamentalmente responder agrave questatildeo central e efectuar a confirmaccedilatildeo (total ou parcial)
ou a negaccedilatildeo das hipoacuteteses previamente levantadas Apresenta-se igualmente um conjunto
de propostas que tem como objectivo melhorar algumas das lacunas identificadas durante o
presente estudo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 7
CAPIacuteTULO I
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL
Antes de iniciar a anaacutelise do tema em investigaccedilatildeo achaacutemos conveniente delinear
alguns conceitos base com o propoacutesito de enquadrar o leitor com a problemaacutetica abordada
ao longo deste TIA Importa realccedilar que acerca deste enquadramento conceptual haveria
certamente muito para acrescentar Contundo natildeo sendo esse o objectivo apelaacutemos agrave
nossa capacidade de siacutentese durante a sua elaboraccedilatildeo
I1 Forccedilas Nacionais Destacadas
O Exeacutercito tem vindo a constituir FND que tecircm sido empenhadas num quadro
multinacional sob o comando de diferentes OI Desempenham missotildees ldquoditas de paz
embora de uma forma conceptual se enquadrem naquilo que vulgarmente se designam por
Operaccedilotildees de Resposta a Crises (no acircmbito NATO) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz (no acircmbito
ONU) ou ateacute mesmo Operaccedilotildees de Estabilizaccedilatildeo e Apoio (considerando a doutrina do
exeacutercito dos EUA) rdquo (Santos 2007p235)
Ao tentarmos clarificar o conceito de FND deparamo-nos com a inexistecircncia de uma
definiccedilatildeo oficial pelo que optaacutemos por traccedilar a nossa proacutepria definiccedilatildeo e enquadraacute-la no
acircmbito da nossa investigaccedilatildeo
I11 Enquadramento Histoacuterico
ldquoAs mudanccedilas que tiveram lugar no sistema internacional desde 1991 levaram os
estados democraacuteticos ao desempenho de novos papeacuteis nas relaccedilotildees internacionais
designadamente atraveacutes do emprego de contingentes militaresrdquo (Leandro 2002 p317)
Enquadrado neste contexto Portugal tem vindo a participar activamente em MHP
sendo necessaacuterio recuar aos finais da deacutecada de oitenta para encontrar a primeira
presenccedila14 nacional na UNTAG15 onde cooperaram trecircs oficiais do Exeacutercito Portuguecircs na
supervisatildeo do processo eleitoral Esta participaccedilatildeo foi seguida da Operaccedilatildeo das Naccedilotildees
14
Esta eacute a primeira participaccedilatildeo nacional em MHP apoacutes o conflito ultramarino jaacute que a geacutenese da participaccedilatildeo
nacional remonta ao ano de 1958 com a UNOGIL (United Nation Observer Group in Lebanon) 15
UNTAG ndash United Nations Transition Assistance Group
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 8
Unidas em Moccedilambique (UNMOZ)16 entre Abril de 1993 e Dezembro de 1994 na qual o
Exeacutercito Portuguecircs contribuiu com um Batalhatildeo de Transmissotildees e com observadores
militares
A partir desta operaccedilatildeo o Exeacutercito atingiu uma absoluta integraccedilatildeo neste tipo
operaccedilotildees militares edificando um longo historial de participaccedilatildeo materializado com a
presenccedila em cerca de sessenta e quatro MHP dispersas por vinte e trecircs TO17 e dois paiacuteses
adjacentes a TO18 Ao longo da sua colaboraccedilatildeo em MHP ao abrigo das diversas OI o
Exeacutercito Portuguecircs empenhou um efectivo19 total de vinte mil quinhentos e vinte e um
militares (RCMAGabCEME 2009)
I12 Forccedilas Nacionais Destacadas ndash O Conceito
O longo histoacuterico de participaccedilatildeo nacional em missotildees no exterior tem-se concretizado
em diferentes moldes atraveacutes de militares inseridos em unidades constituiacutedas (como por
exemplo o AgrBravo na KFOR20) de observadores militares (como por exemplo os trecircs
oficiais que integraram a UNTAG) ou ainda de elementos em funccedilotildees de estado-maior
(como os militares que integraram o Quartel-General (QG) da AFOR21)
Importa distinguir a participaccedilatildeo de caraacutecter individual (observadores militares e
elementos em funccedilotildees de estado-maior) da participaccedilatildeo de unidades constituiacutedas que
actuam como uma ldquoForccedilardquo22 Assim usaacutemos o termo FND unicamente para nos referirmos
agraves unidades constituiacutedas definindo-o de acordo com aquilo que tem sido a experiecircncia
nacional23 nas uacuteltimas duas deacutecadas uma FND eacute uma unidade militar devidamente
comandada treinada equipada e enquadrada que cumpre uma missatildeo no exterior do
territoacuterio nacional no acircmbito da satisfaccedilatildeo dos compromissos internacionais assumidos por
Portugal a sua constituiccedilatildeo eacute normalmente mission tailored ou seja eacute orientada para a
missatildeo de forma a respeitar as CJSOR
Eacute estabelecido um encargo operacional de pessoal (EOP) e um encargo operacional de
material (EOM) com base numa unidade constituiacuteda do Sistema de Forccedilas Nacional (SFN)
que pode ser ajustada com moacutedulos para satisfazer as CJSOR Um exemplo deste tailoring
16
UNMOZ ndash United Nations Operation in Mozambique 17
Boacutesnia e Herzegovina Timor-Leste Angola Kosovo Moccedilambique Ex-Jugoslaacutevia Congo Guineacute-Bissau
Macedoacutenia Saara Ocidental Albacircnia Afeganistatildeo Liacutebano Croaacutecia Namiacutebia Costa do Marfim Libeacuteria Burundi
Iraque Sudatildeo Chade Etioacutepia Paquistatildeo 18
Aacutefrica do Sul e Austraacutelia 19
Referente ateacute ao mecircs de Abril de 2009 (RCMAGabCEME 2009) 20
KFOR ndash Kosovo Force 21
AFOR ndash Albania Force 22
ldquoForccedilardquo ndash ldquoUm conjunto de militares sistemas de armas equipamento ou a combinaccedilatildeo destesrdquo (JP
2006p210) 23
Ver Anexo A ndash Histoacuterico das FND nas MHP
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 9
eacute o caso das CCmds no Afeganistatildeo que incluiacuteam um TACP24 da Forccedila Aeacuterea Portuguesa
(FAP) apesar de em situaccedilotildees normais este natildeo estar previsto no quadro orgacircnico (QO)
das CCmds
No que diz respeito ao seu modo de emprego as FND possuem algumas
particularidades como o facto de atravessarem trecircs periodos25 distintos o aprontamento a
conduta da operaccedilatildeo e por fim a desactivaccedilatildeofim de missatildeo (Leandro2001)
I2 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Apoacutes a decisatildeo de analisar unicamente a participaccedilatildeo nacional em missotildees no acircmbito
da Alianccedila Atlacircntica torna-se fundamental distinguir as operaccedilotildees previstas no conceito
estrateacutegico da OTAN Estas abrangem um vasto espectro26 podendo ser operaccedilotildees com
base no artigo 5ordm27 (referentes ao Tratado do Atlacircntico Norte28) ou operaccedilotildees de natildeo-artigo
5ordm normalmente designadas por CRO
A participaccedilatildeo das FND em missotildees da OTAN efectuou-se sempre no acircmbito das CRO
razatildeo pela qual abordaacutemos a participaccedilatildeo nacional apenas neste acircmbito Este facto poreacutem
natildeo inviabiliza que as FND natildeo possam vir a ser empregues em missotildees de caraacutecter mais
robusto como por exemplo operaccedilotildees ao abrigo do artigo 5ordm da Alianccedila Atlacircntica
O facto de a participaccedilatildeo nacional ter sido sempre feita em CRO faz com que exista a
necessidade de proceder agrave sua caracterizaccedilatildeo de forma a esclarecer a sua natureza e
tipologia de operaccedilotildees
O actual sistema internacional marcado pela eclosatildeo de focos de tensatildeo e de conflitos
regionais com base em nacionalismos e diferenccedilas eacutetnicas culturais e religiosas
possibilitou o aparecimento de uma ameaccedila multifacetada imprevisiacutevel e transnacional O
advento desta ameaccedila levou os Estados ao desenvolvimento de mecanismos colectivos
para a satisfaccedilatildeo de necessidades de seguranccedila conjuntas evitando o escalar da violecircncia
a niacutevel mundial e promovendo a estabilidade internacional
Neste contexto a Alianccedila Atlacircntica tem-se assumido como catalisadora na prevenccedilatildeo e
resoluccedilatildeo de crises procedendo agrave actualizaccedilatildeo e desenvolvimento da doutrina de emprego
das FA permitindo que estas sejam empregues neste tipo de operaccedilotildees (EME 2005)
24
TACP - Tactical Air Control Party 25
Ver Anexo B - Ciclo de uma FND 26
Ver Anexo C - Espectro das Operaccedilotildees 27
Artigo 5ordm do Tratado do Atlacircntico Norte - ldquo (hellip) As Partes concordam que um ataque armado contra um ou
vaacuterios paiacuteses membros na Europa ou nos EUA seraacute considerado um ataque contra todos e consequentemente
concordam que se tal ataque armado se verificar cada um no exerciacutecio do direito de legiacutetima defesa individual
ou colectiva reconhecido pelo artigo 51 deg da Carta das Naccedilotildees Unidas prestaraacute assistecircncia agrave Parte ou Partes
atacadas (hellip) incluindo o uso da forccedila (hellip)ldquo (NATO 1949) 28
O Tratado Atlacircntico Norte foi assinado em 4 de Abril de 1949 e estabelecido ao abrigo do artigo 51ordm da Carta
das Naccedilotildees Unidas o qual reafirma o direito inerente dos Estados Independentes agrave defesa individual ou
colectiva
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 10
Perante este cenaacuterio as CRO surgem como ldquo (hellip) operaccedilotildees multifuncionais que abrangem
actividades poliacuteticas militares e civis executadas de acordo com a lei internacional
incluindo o direito internacional humanitaacuterio que contribuem para a prevenccedilatildeo e resoluccedilatildeo
de conflitos e a gestatildeo de crises (hellip) rdquo (EME 2005 14-2)
I21 Tipologia das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A tipologia das CRO compreende um vasto leque de operaccedilotildees as quais incluem um
conjunto de diversas tarefas a serem desempenhadas em tempo de paz ou de crise Estas
regem-se por um aglomerado de princiacutepios29 que tecircm como objectivo estabelecer uma
uniformidade de comportamentos entre as entidades intervenientes neste tipo de operaccedilotildees
As CRO organizam-se da seguinte forma (EME 2005)
1) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz (Peace Support Operations - PSO)
(a) Manutenccedilatildeo de Paz (Peace Keeping - PK)
(b) Imposiccedilatildeo de Paz (Peace Enforcement ndash PE)
(c) Prevenccedilatildeo de Conflitos (Conflict Prevention ndash CP)
(d) Restabelecimento de Paz (Peacemaking ndash PM)
(e) Consolidaccedilatildeo da Paz (Peace Building ndash PB)
(f) Operaccedilotildees Humanitaacuterias (Humanitarian Operations - HO)
2) Outras Operaccedilotildees e Tarefas de Resposta a Crises
(a) Apoio agraves Operaccedilotildees Humanitaacuterias
(i) Assistecircncia a Deslocados e Refugiados
(ii) Operaccedilotildees Humanitaacuterias (fora do acircmbito das PSO)
(b) Apoio a Assistecircncia a Desastres
(c) Busca e Salvamento (Search and Rescue - SAR)
(d) Apoio a Operaccedilotildees de Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
(e) Operaccedilotildees de Extracccedilatildeo
(f) Apoio agraves Autoridades Civis
(g) Imposiccedilatildeo de Sanccedilotildees e Embargos
I22 Manutenccedilatildeo de Paz vs Imposiccedilatildeo de Paz
A participaccedilatildeo nacional tem ocorrido maioritariamente em duas situaccedilotildees PK e PE
Deste modo decidimos caracterizar detalhadamente estas duas situaccedilotildees
As operaccedilotildees de PK ldquo (hellip) satildeo geralmente realizadas em conformidade com os
princiacutepios do Capiacutetulo VI da Carta das Naccedilotildees Unidas a fim de acompanhar e facilitar a
implementaccedilatildeo de um acordo de paz Uma perda de consentimento ou a falta de
29
Ver Anexo D - Os Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 11
cumprimento por uma das partes podem limitar a liberdade de acccedilatildeo da forccedila de
manutenccedilatildeo de paz e ateacute ameaccedilar a continuidade da missatildeo Assim a forccedila deve
permanecer imparcial limitar o uso da forccedila agrave auto-defesa e promover o consentimento (hellip)
30rdquo (NATO 2005 2-4)
Relativamente agraves operaccedilotildees de PE ldquo (hellip) satildeo efectuadas sob os princiacutepios do capiacutetulo
VII da Carta das Naccedilotildees Unidas Satildeo de natureza coerciva e realizadas quando o
consentimento entre as partes envolvidas natildeo foi atingido ou seja incerto Estas operaccedilotildees
satildeo executadas para manter ou restabelecer a paz de forma a cumprir as condiccedilotildees
especificadas no mandato Eacute importante salientar que o objectivo das operaccedilotildees de PE natildeo
eacute a derrota ou destruiccedilatildeo de um inimigo mas sim a coacccedilatildeo e persuasatildeo das partes em
conflito (hellip)31rdquo (NATO 2005 2-4)
I3 A Ameaccedila Aeacuterea
No sentido de finalizar este primeiro capiacutetulo dedicado agrave conceptualizaccedilatildeo
procederemos agrave caracterizaccedilatildeo da ameaccedila aeacuterea Abordando unicamente a participaccedilatildeo em
missotildees sob a eacutegide da OTAN eacute necessaacuterio equacionar todos os cenaacuterios possiacuteveis de
participaccedilatildeo das FND quer seja em CRO como tem vindo a suceder ou em operaccedilotildees ao
abrigo do artigo 5ordm da Alianccedila Atlacircntica
A ameaccedila aeacuterea eacute composta por meios tradicionais como os aviotildees e os helicoacutepteros de
ataque No entanto a proliferaccedilatildeo de sistemas natildeo tripulados como miacutesseis (baliacutesticos e de
cruzeiro) e veiacuteculos aeacutereos natildeo tripulados (UAV)32 ampliaram o conjunto de meios que
caracteriza a ameaccedila aeacuterea
Na tipologia33 da ameaccedila aeacuterea os sistemas natildeo tripulados assumem-se como os
meios mais susceptiacuteveis de serem utilizados pelo seu custo manutenccedilatildeo sustentaccedilatildeo e
elevada capacidade de destruiccedilatildeo Estas caracteriacutesticas fazem com que estes sistemas
sejam preferidos aos tradicionais aviotildees e helicoacutepteros de ataque que satildeo mais
dispendiosos em termos de aquisiccedilatildeo manutenccedilatildeo e treino de tripulaccedilotildees (HDA 2000)
Estes meios tripulados poderatildeo ser utilizados pelo opositor em conflitos no acircmbito do artigo
5ordm da Alianccedila Atlacircntica ou em situaccedilotildees em que se enfrenta um adversaacuterio que dispotildee de
um exeacutercito organizado e coerente
No que diz respeito ao caraacutecter assimeacutetrico que marca a actual conflitualidade eacute
necessaacuterio ter em conta uma nova ameaccedila que se tem manifestado nos TO mais recentes
a ameaccedila RAM34 Esta ldquonovardquo ameaccedila eacute caracterizada pela utilizaccedilatildeo de sistemas de baixo
30
Traduccedilatildeo Livre 31
Traduccedilatildeo Livre 32
UAV - Unmanned Aerial Vehicles 33
Ver Anexo E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea 34
RAM - Rockets Artillery amp Mortar
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 12
custo baseados em Foguetes Artilharia e Morteiros A ameaccedila RAM natildeo se enquadra no
conjunto de meios (tripulados e natildeo tripulados) que caracteriza a tradicional ameaccedila aeacuterea
Contundo o facto de utilizar o vector aeacutereo para se materializar leva a que os consideremos
como tal
Ainda no acircmbito da ameaccedila aeacuterea satildeo igualmente passiacuteveis de ser utilizados aviotildees
ultraleves ou aeronaves renegade35 contra instalaccedilotildees de forccedilas multinacionais ou contra
interesses das facccedilotildees envolvidas no conflito com o objectivo de desestabilizarem o
processo de paz ou criar um foco de instabilidade
Considerando o actual ambiente das CRO a ameaccedila aeacuterea pode ser caracterizada pela
utilizaccedilatildeo de sistemas pouco dispendiosos e de faacutecil acesso por parte de actores menores
envolvidos neste processo ldquo (hellip) hoje em dia fala-se na capacidade de grupos terroristas
utilizarem morteiros aviotildees ligeiros drones e UAVrsquos visto que estes natildeo satildeo meios muito
sofisticados e podem-se transformar numa ameaccedila aeacuterea (hellip) ldquo (Benroacutes 2009)36
35
Trata-se de uma plataforma aeacuterea civil que se julga estar a operar de uma tal maneira que levanta suspeitas
de poder ser usada como arma para executar um ataque terrorista Existe um exemplo bem recente apesar de
natildeo se ter verificado em operaccedilotildees o ataque de 11 de Setembro de 2001 (Borges 2008) 36
Ver Apecircndice B - Guiatildeo da Entrevista ao TCor Art Varela Benroacutes
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 13
CAPIacuteTULO II
A PARTICIPACcedilAtildeO DE FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS
EM OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES
Neste capiacutetulo procederemos agrave anaacutelise da participaccedilatildeo do Exeacutercito com FND em
missotildees da OTAN37 O primeiro passo neste estudo seraacute seleccionar quais as operaccedilotildees a
analisar visto que por questotildees de tempo e espaccedilo torna-se impossiacutevel abordar todas as
operaccedilotildees realizadas no acircmbito da Alianccedila Atlacircntica
Optou-se pela escolha de duas operaccedilotildees em particular a participaccedilatildeo na IFOR38 que
ocorreu na Boacutesnia e Herzegovina no ano de 1996 e a participaccedilatildeo na KFOR no TO do
Kosovo iniciada em 1999 e actualmente ainda em curso39
O longo historial das FND revela-nos que nunca foi integrado qualquer tipo de unidades
(Grupo Bateria) ou subunidades (pelotatildeo secccedilatildeo) de AAA Procurou-se com esta anaacutelise
conceptual saber qual o eventual enquadramento que a AAA poderaacute ter neste tipo de
operaccedilotildees
Para aleacutem da caracterizaccedilatildeo dos TO para onde as FND foram projectadas importa
averiguar a eventual empregabilidade de uma subunidade de AAA de organizaccedilatildeo modular
nas UEC ou UEB que actualmente satildeo empregues em CRO De forma a obter resultados
fidedignos neste campo recorreu-se agrave experiecircncia de quem esteve no TO e sentiu as
dificuldades de comandar uma FND em operaccedilotildees deste geacutenero Recorremos assim agrave
experiecircncia partilhada de trecircs comandantes de FND e tentaacutemos transpor para o papel todo
o conhecimento transmitido com o objectivo de esclarecer a problemaacutetica em estudo
II1 A Participaccedilatildeo Nacional na IFOR
O primeiro TO escolhido para estudar a problemaacutetica de investigaccedilatildeo foi o da Boacutesnia e
Herzegovina que contou com a participaccedilatildeo portuguesa na forccedila multinacional IFOR em
Janeiro de 1995 durante a operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo40 Com esta presenccedila na Initial Entry
37
Ver Anexo F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte 38
IFOR - Implementation Force 39
Com o empenhamento do 1ordm Batalhatildeo de Infantaria da BrigInt constituiacutedo por 290 militares (EMGFA 2009) 40
Nome de coacutedigo da operaccedilatildeo IFOR conduzida pela OTAN na Boacutesnia e Herzegovina entre 20 de Dezembro de
1995 e 20 de Dezembro de 1996 (NATO 2001)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 14
Force o Exeacutercito integrou pela primeira vez uma UEB na estrutura de forccedilas da Alianccedila
Atlacircntica
Antes da anaacutelise da participaccedilatildeo nacional na IFOR procedeu-se agrave descriccedilatildeo dos
antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina permitindo compreender a intervenccedilatildeo
da comunidade internacional atraveacutes da OTAN e da IFOR
II11 Antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina
A Ex-Federaccedilatildeo da Jugoslaacutevia foi ateacute 1990 constituiacuteda pelas Repuacuteblicas da Croaacutecia
Seacutervia Esloveacutenia Boacutesnia Macedoacutenia e Monte Negro Em 1991 a Esloveacutenia e a Croaacutecia
efectivaram o seu desejo de abandonar a Federaccedilatildeo da Jugoslaacutevia e a situaccedilatildeo tornou-se
insustentaacutevel quando 94 dos eleitores na Croaacutecia aprovaram em referendo a
independecircncia que foi proclamada em 25 de Junho de 1991 No mesmo dia a Esloveacutenia
declarava a independecircncia o que originou a guerra com a intervenccedilatildeo do Exeacutercito do Povo
Jugoslavo em resposta agraves tomadas de posiccedilatildeo da Esloveacutenia e da Croaacutecia
Em 29 de Fevereiro de 1992 era realizado um referendo na Boacutesnia e Herzegovina
tendo a maioria (muccedilulmanos e croatas) obtido um resultado de 99 a favor da
independecircncia Com este resultado tambeacutem a Boacutesnia e Herzegovina se viria a tornar
independente no dia 3 de Marccedilo de 1992 sendo reconhecida pela Comunidade Europeia
trecircs dias depois
Em Maio de 1992 o Conselho de Seguranccedila das Naccedilotildees Unidas (CSNU) atraveacutes da
UNSCR41 752 exigia o fim dos combates na Boacutesnia e Herzegovina aprovando o envio da
UNPROFOR42 para esta regiatildeo
Acompanhando as restantes repuacuteblicas tambeacutem a Macedoacutenia declarou a sua
independecircncia no dia 8 de Abril de 1993
A UNPROFOR sob os auspiacutecios da ONU natildeo conseguiu controlar a crise existente nos
Balcatildes obrigando a OTAN a intervir por diversas vezes para fazer respeitar a zona de
exclusatildeo do espaccedilo aeacutereo43 imposta sobre a Boacutesnia e Herzegovina ao abrigo da UNSCR
781 Apesar das sanccedilotildees impostas pela ONU a situaccedilatildeo agravou-se e assistiu-se mesmo a
uma escalada da violecircncia o que obrigou a OTAN a elaborar planos de emergecircncia para
apoiar uma eventual retirada das tropas da ONU da Boacutesnia e Herzegovina Assiste-se a um
intenso debate poliacutetico para alcanccedilar uma soluccedilatildeo poreacutem as partes envolvidas tardavam a
chegar a um acordo enquanto que no terreno a OTAN intensificava os raids e os
bombardeamentos aeacutereos em resposta aos ataques aeacutereos seacutervios na zona de exclusatildeo do
espaccedilo aeacutereo estabelecida pela Alianccedila
41
UNSCR - United Nations Security Council Resolution 42
UNPROFOR - United Nations Protection Force 43
ldquoNo-Fly Zonesrdquo
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 15
Finalmente no dia 5 de Outubro de 1995 era assinado um acordo geral de cessar-fogo
proposto pelos Estados Unidos da Ameacuterica (EUA) sendo aceite por todas as partes
beligerantes iniciando-se as negociaccedilotildees de paz
O Acordo de Paz de Dayton44 veio consolidar o acordo geral de cessar-fogo
constituindo-se como o teacutermino de uma guerra que durou cerca de trecircs anos e meio e
provocou centenas de milhares de mortos Ao abrigo deste acordo foram estabelecidas
duas entidades no territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina a Repuacuteblica seacutervia da Boacutesnia e a
Federaccedilatildeo Croata Muccedilulmana Estas duas entidades encontravam-se separadas por uma
linha (IEBL)45 sobre a qual foi criada uma aacuterea de seguranccedila materializada no terreno por
uma faixa de dez quiloacutemetros designada por zona de separaccedilatildeo (ZOS)46 (Saraiva 2008)
A IFOR interveacutem no territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina ao abrigo da UNSCR 1031 com
a missatildeo47 de fiscalizar e impor o cumprimento do Acordo de Paz de Dayton A estrutura de
comando da IFOR48 era composta por trecircs divisotildees lideradas pela Franccedila Reino Unido e
EUA
II12 Case-study o Agrupamento Juacutepiter na Boacutesnia e Herzegovina
A 16 de Dezembro de 1995 eacute aprovado o plano operacional da IFOR pelo Conselho do
Atlacircntico Norte (NAC49) iniciando-se a operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo para garantir o
cumprimento do Acordo de Paz de Dayton
A primeira FND a ser projectada para o TO da Boacutesnia e Herzegovina foi o 2ordm Batalhatildeo
de Infantaria Aerotransportada (2ordm BIAT) pertencente agrave antiga Brigada Aerotransportada
Independente (BAI) ao qual se juntou o Destacamento de Apoio Sanitaacuterio Esta FND
passou a denominar-se Agrupamento Juacutepiter (AgrJuacutepiter) constituindo o nosso primeiro
case-study
No dia 10 de Agosto de 1996 o 2ordm BIAT substitui o 3ordm BIAT incorporando-se no
AgrJuacutepiter e prosseguindo a missatildeo Em Agosto de 1996 o AgrJuacutepiter era constituiacutedo50 por
um Batalhatildeo de Infantaria (3ordm BIAT) a trecircs companhias de atiradores por uma companhia de
apoio de combate por uma companhia de apoio de serviccedilos e por um destacamento de
apoio de serviccedilos ldquomusculadordquo que garantia todo o fluxo logiacutestico agraves tropas nacionais
44
Ver Anexo G - O Acordo de Paz de Dayton 45
IEBL - Inter Entity Boundary Line 46
ZOS - Zone Of Separation 47
Ver Anexo H - Missatildeo da IFOR 48
Ver Anexo I - Estrutura de C2 da IFOR em 1996
49 NAC ndash North Atlantic Council
50 O seu efectivo total era de 911 militares (Saraiva 2008)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 16
Em 1996 o TO da Boacutesnia e Herzegovina era caracterizado como bastante incerto51
principalmente na fase inicial da operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo devido aos focos de
instabilidade que se faziam sentir na regiatildeo O AgrJuacutepiter ocupava o sector de Goradze um
dos mais complicados na regiatildeo que era descrito por ser ldquo (hellip) um sector extremamente
tenso com vaacuterios pontos quentes (hellip) rdquo (Saraiva 2009)52
Relativamente agrave presenccedila de unidades de AAA no TO existiam em toda a estrutura do
escalatildeo superior Segundo Saraiva (2009) tanto a Brigada Italiana (MNBN53) onde a FND
estava inserida como a proacutepria Divisatildeo Francesa (MNDSE54) dispunham de unidades de
AAA no entanto estas ldquo (hellip) nunca foram vistas no sector portuguecircs (hellip) rdquo (Saraiva 2009)
Admitindo a existecircncia da ameaccedila aeacuterea no TO ainda que teacutenue parece-nos que a
inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA faria todo o sentido uma vez que a aacuterea de
responsabilidade (AOR)55 do AgrJuacutepiter era composta por vaacuterios pontos sensiacuteveis Satildeo
exemplos desses pontos uma torre de comunicaccedilotildees um repetidor operado por elementos
do escalatildeo superior (Brigada Italiana) e uma torre explorada por elementos da Divisatildeo
Francesa em acccedilotildees de guerra electroacutenica O comandante do AgrJuacutepiter refere que ldquo (hellip)
todos esses pontos exigiriam com certeza protecccedilatildeo AA porque caso a ameaccedila aeacuterea
fosse maior e se materializasse noacutes teriacuteamos que ter esses meios correndo o risco de
ficarmos completamente isolados no TO (hellip) ldquo (Saraiva 2009)
Verifica-se assim que a FNDIFOR poderia eventualmente incluir uma subunidade de
AAA de organizaccedilatildeo modular dimensionada agrave FND Ao existir este moacutedulo e estando
devidamente integrado na estrutura de C2 do escalatildeo superior este ldquo (hellip) acrescentaria
muitas capacidades agrave forccedila ldquo (Saraiva 2009)
II2 A Participaccedilatildeo Nacional na KFOR
A segunda operaccedilatildeo da OTAN que nos propusemos a investigar refere-se ao TO do
Kosovo o qual levou agrave intervenccedilatildeo da Alianccedila Atlacircntica atraveacutes da KFOR Tambeacutem nesta
missatildeo a participaccedilatildeo nacional concretizou-se desde o primeiro momento com a integraccedilatildeo
de uma FND na Initial Entry Force em 1999 o Agrupamento Bravo (AgrBravo) da antiga
BAI
51
ldquoEstamos perfeitamente conscientes de que os acordos de paz satildeo fraacutegeis e imperfeitos e de que a IFOR eacute
uma operaccedilatildeo natildeo isenta de riscos (hellip) ldquo Excerto retirado do discurso do Ministro da Defesa Nacional Dr
Antoacutenio Vitorino no IV Seminaacuterio para Altos funcionaacuterios e Chefes de Missatildeo do Ministeacuterio dos Negoacutecios
Estrangeiros em 4 de Janeiro de 1996 52
Ver Apecircndice C - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel de Infantaria Ref Pires Saraiva Comandante da FNDIFOR
(AgrJupiteacuter) no ano de 1996 53
MNBN - Multinational Brigade North 54
MNDSE - Multinational Division Southeast 55
AOR - Area Of Responsability
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 17
Desde a participaccedilatildeo inicial do AgrBravo ateacute agrave actual presenccedila do 1ordm Batalhatildeo de
Infantaria da BrigInt Portugal tem-se constituiacutedo como presenccedila habitual na KFOR Durante
a uacuteltima deacutecada o Exeacutercito Portuguecircs participou sucessivamente com FND na KFOR
excepccedilatildeo feita agrave interrupccedilatildeo ocorrida entre os anos de 2001 e 2004 devido agrave necessidade
de tropas para a participaccedilatildeo no TO de Timor-Leste
Agrave semelhanccedila do conflito da Boacutesnia e Herzegovina antes da anaacutelise dos case-study
efectuou-se um breve enquadramento dos antecedentes que levaram agrave sua intervenccedilatildeo da
OTAN no territoacuterio do Kosovo
II21 Antecedentes do Conflito do Kosovo
A proviacutencia do Kosovo fica situada no Sul do territoacuterio da Repuacuteblica da Seacutervia
possuindo uma populaccedilatildeo mista com maioria de etnia albanesa Ateacute 1989 a proviacutencia
beneficiou de um elevado grau de autonomia dentro do territoacuterio da antiga Ex-Jugoslaacutevia No
entanto quando Slobodan Milosevic56 subiu ao poder a proviacutencia perdeu a sua autonomia
ficando sob o controlo directo de Belgrado o que levou os albaneses residentes no Kosovo
a oporem-se radicalmente a esta decisatildeo
Durante o ano de 1998 os confrontos entre as forccedilas da Seacutervia e os kosovares
albaneses resultaram em mais de mil e quinhentos mortos e quatrocentos mil refugiados A
comunidade internacional manifestou preocupaccedilatildeo relativamente agrave cataacutestrofe humanitaacuteria e
agrave permanente escalada do conflito com a possibilidade de este se estender a paiacuteses
vizinhos
A UNSCR 1199 exteriorizava uma profunda preocupaccedilatildeo com o excessivo uso de forccedila
por parte das forccedilas da Seacutervia apelando tambeacutem ao cessar-fogo por ambas as partes do
conflito e estabelecendo um limite maacuteximo de forccedilas seacutervias no Kosovo Ficou tambeacutem
acordado que a Organizaccedilatildeo para a Seguranccedila e Cooperaccedilatildeo na Europa (OSCE)
estabelecesse uma unidade de observaccedilatildeo a Missatildeo de Verificaccedilatildeo no Kosovo (KVM)57
para observar o cumprimento das directivas do CSNU
Apesar de todos os esforccedilos a situaccedilatildeo no Kosovo agravou-se novamente apoacutes uma
seacuterie de actos de provocaccedilatildeo de ambas as partes As forccedilas militares e policiais seacutervias
intensificaram o uso da forccedila nas suas operaccedilotildees contra os kosovares albaneses
movimentando tropas e meios militares para a regiatildeo num claro desrespeito agrave UNSCR 1199
Este facto fez com que a KVM se retirasse da regiatildeo pois para aleacutem de natildeo poder cumprir a
sua missatildeo de observaccedilatildeo tambeacutem enfrentava oposiccedilatildeo das forccedilas seacutervias
56
Slobodan Milosevic foi presidente da Repuacuteblica da Seacutervia entre 1989 e 1997 e presidente da Jugoslaacutevia entre
1997 e 2000 Em 2001 foi acusado pelo Tribunal Penal Internacional de Haia por crimes de guerra contra a
humanidade e genociacutedio cometidos durante a guerra civil da Jugoslaacutevia 57
KVM ndash Kosovo Verification Mission
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 18
O presidente Milosevic recusou-se a cumprir a UNSCR 1199 e no dia 23 de Marccedilo de
1999 a Alianccedila iniciou os ataques aeacutereos com a operaccedilatildeo ldquoAllied Forcerdquo Esta campanha
aeacuterea duradoura de setenta e sete dias terminou no dia 10 de Junho de 1999 quando o
Secretaacuterio-Geral da OTAN Javier Solana anunciou suspender temporariamente as
operaccedilotildees aeacutereas da OTAN contra a Jugoslaacutevia Esta decisatildeo foi tomada pelo NAC depois
de atingido um consenso e de o Comandante Supremo Aliado da Europa (SACEUR) ter
confirmado que as forccedilas jugoslavas tinham iniciado a sua retirada do Kosovo Esta retirada
encontrava-se em conformidade com o Acordo Teacutecnico Militar (MTA58)
No dia 10 de Junho foi aprovada a UNSCR 1244 que congratulava a aceitaccedilatildeo dos
princiacutepios sobre a soluccedilatildeo poliacutetica para a crise no Kosovo por parte da Repuacuteblica Federal da
Jugoslaacutevia A UNSCR 1244 incluiacutea um fim imediato da violecircncia e uma raacutepida retirada das
suas forccedilas militares policiais e paramilitares do Kosovo Com a adopccedilatildeo desta resoluccedilatildeo o
NAC iniciou os preparativos para o envio raacutepido de uma forccedila de seguranccedila mandatada pelo
CSNU (NATO 2001)
A KFOR59 entrou no Kosovo no dia 12 de Junho de 1999 executando a Operaccedilatildeo ldquoJoint
Guardianrdquo60 com uma forccedila de caraacutecter multinacional inicialmente constituiacuteda por cerca de
vinte mil militares divididos entre seis brigadas (MNB61) lideradas respectivamente pela
Alemanha EUA Franccedila Itaacutelia e duas pelo Reino Unido Estas seis brigadas foram
implantadas territorialmente62 dando origem a cinco sectores sob o comando unificado do
Comandante da KFOR (COMKFOR63) (NATO 1999)
II22 Case-study o Agrupamento Bravo no Kosovo
O segundo case-study eacute o AgrBravo que integrou a KFOR durante Operaccedilatildeo ldquoJoint
Guardianrdquo ocupando o sector de Klina entre Agosto de 1999 e Fevereiro de 2000 Era
constituiacutedo64 por trecircs esquadrotildees dois esquadrotildees de reconhecimento (um equipado com
viaturas de rodas e o outro com viaturas de lagartas) e um esquadratildeo de apoio de serviccedilos
Chegados ao terreno os militares portugueses foram confrontados com um cenaacuterio
devastador ldquo (hellip) encontrava-se tudo destruiacutedo os edifiacutecios as casas as igrejas etc () rdquo
(Calccedilada 2009)65 Este era o aspecto tiacutepico de uma regiatildeo que foi palco dos sucessivos
58
MTA ndash Military Technical Agreement 59
Ver Anexo J - Missatildeo da KFOR 60
Nome de coacutedigo da operaccedilatildeo KFOR conduzida pela OTAN na proviacutencia seacutervia do Kosovo a partir de 10 de
Junho de 1999 (NATO 2009) 61
MNB ndash Multinational Brigade
62
Ver Anexo K ndash Estrutura de C2 da KFOR
63 COMKFOR ndash Commander KFOR
64 O seu efectivo era de 295 militares 30 oficiais 74 sargentos e 191 praccedilas (Pires 2007)
65 Ver Apecircndice D - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Cavalaria Tirocinado Antunes Calccedilada Comandante da
FNDKFOR (AgrBravo) no ano de 1999
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 19
confrontos entre os militantes do UCK66 e as forccedilas militares seacutervias e posteriormente da
campanha aeacuterea da Alianccedila Atlacircntica O Comandante do AgrBravo refere que ldquo (hellip)
aquando da nossa chegada encontraacutemos um teatro de operaccedilotildees totalmente incerto e
totalmente instaacutevel (hellip) rdquo (Calccedilada 2009)
Inicialmente as operaccedilotildees do AgrBravo eram de imposiccedilatildeo de paz uma vez que os
militantes do UCK autoproclamados como o Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo se
recusavam a depor as armas Confrontados com esta situaccedilatildeo os militares do AgrBravo
adoptaram uma postura riacutegida afirmando a sua posiccedilatildeo e executando vaacuterias operaccedilotildees de
Busca e Cerco com o objectivo de desarmar e desmilitarizar o UCK Superada esta fase
inicial as operaccedilotildees passaram a ser desenroladas com normalidade no acircmbito da
manutenccedilatildeo de paz realizando tarefas de patrulhamento e de seguranccedila a locais religiosos
bem como acccedilotildees CIMIC67 e operaccedilotildees psicoloacutegicas (PSYOPS)68
No que diz respeito agrave Brigada Multinacional Oeste de comando Italiano (MNBW69) na
qual o AgrBravo estava integrado tambeacutem natildeo dispunha de qualquer unidade de AAA uma
vez que a ameaccedila aeacuterea era considerada remota Todavia existia um plano de
contingecircncias que poderia ser activado ldquo (hellip) caso os seacutervios natildeo aprovassem o rumo que o
Kosovo estava levar e resolvessem intervir utilizando algumas aeronaves que tivessem
disponiacuteveis (hellip) rdquo (Calccedilada 2009) Caso existisse necessidade de activar esse plano de
contingecircncias a Brigada Italiana tinha em Itaacutelia uma Bateria de Artilharia Antiaeacuterea (BAAA)
preparada para ser projectada para o TO
Achamos que caso o plano de contingecircncias fosse activado as unidades italianas
usufruiriam de prioridade no que diz respeito agrave protecccedilatildeo AA dada a escassez de meios Agrave
semelhanccedila das forccedilas italianas deveriacuteamos dispor de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA pronto
a ser projectado para o TO que garantisse a protecccedilatildeo AA da AOR do AgrBravo Desta
forma salvaguardariacuteamos quaisquer lacunas na protecccedilatildeo AA (garantida pelo escalatildeo
superior)
Segundo Benroacutes (2002) existiam outras naccedilotildees na KFOR que dispunham de unidades
de AAA como os EUA que lideravam a Brigada Multinacional Este (MNBE70) Dispunham de
um BAAA equipada com o miacutessil portaacutetil Stinger a qual esteve no TO durante toda a fase
inicial da missatildeo da KFOR sendo depois substituiacuteda por uma unidade de radares de AAA
(equipada com o sistema radar Sentinel) que tinha como missatildeo a vigilacircncia do espaccedilo
aeacutereo
66
UCK - Ushtria Clivoimtare Kosoves (em albanecircs) significa Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo 67
CIMIC - Civil-Military Cooperation 68
PSYOPS - Physiological Operations 69
MNBW - Multinational Brigade West 70
MNBE - Multinational Brigade East
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 20
Tambeacutem a Alemanha paiacutes que liderava a Brigada Multinacional Sul (MNBS71) possuiacutea
unidades de AAA nesta fase inicial da missatildeo As tropas alematildes tinham ao dispor uma
BAAA equipada com o miacutessil portaacutetil Stinger Agrave semelhanccedila das tropas norte-americanas
esta BAAA foi substituiacuteda com o desenrolar da missatildeo internacional no Kosovo por uma
unidade de Poliacutecia Militar
O facto de em 1999 existirem unidades de AAA no TO do Kosovo prova que apesar de
a ameaccedila aeacuterea ser bastante remota ela existia e poderia materializar-se jaacute que se tratava
da fase inicial da operaccedilatildeo normalmente caracterizada pela incerteza e pelo
desconhecimento das capacidades dos beligerantes
Quanto agrave inclusatildeo de uma subunidade de AAA de organizaccedilatildeo modular no AgrBravo
notamos que o facto de a estrutura do escalatildeo superior (MNBW) natildeo dispor de qualquer tipo
de unidades de AAA impediria a inserccedilatildeo deste moacutedulo na FND Isso soacute aconteceria se o
plano de contingecircncias fosse activado e a Brigada Italiana projectasse a BAAA que se
encontrava em stand by
O facto de existirem outras forccedilas presentes no restante TO com meios de AAA
permitiria que o moacutedulo nacional se integrasse na estrutura de defesa aeacuterea do TO e
contribuiacutesse para a protecccedilatildeo AA do TO
II23 Case-study o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista no Kosovo
O terceiro case-study que nos propusemos a analisar foi o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-
quedista (BIPara) que esteve destacado no TO do Kosovo entre Setembro de 2005 e Marccedilo
de 2006 cumprindo a missatildeo de reserva taacutectica (TACRES)72 do COMKFOR
O BIPara encontrava-se aquartelado nas proximidades do QG da KFOR na regiatildeo de
Pristina no Camp Slim Lines que partilhava com uma forccedila de reconhecimento britacircnica e
com um pelotatildeo de Poliacutecia Militar esloveno O BIPara73 era constituiacutedo por trecircs companhias
duas companhias de atiradores (equipadas com viaturas de rodas) e uma companhia de
apoio de serviccedilos
Em 2005 o TO do Kosovo estava calmo e natildeo existiam focos de instabilidade situaccedilatildeo
bastante diferente daquela que o AgrBravo encontrou agrave sua chegada Apesar de
ocasionalmente surgirem algumas situaccedilotildees que despertavam maior preocupaccedilatildeo o
ambiente era estaacutevel tendo sido o UCK totalmente desmilitarizado
Se na fase inicial da presenccedila da KFOR a probabilidade de a ameaccedila aeacuterea se
concretizar era reduzida nesta fase da operaccedilatildeo ldquoJoint Guardianrdquo natildeo existia qualquer tipo
de ameaccedila aeacuterea prevalecendo um profundo conhecimento das partes beligerantes e das
71
MNBS - Multinational Brigade South 72
TACRES - Tactical Reserve Esta reserva taacutectica tinha como finalidade a demonstraccedilatildeo de forccedila por parte do
COMKFOR (Sobreira 2009) 73 O seu efectivo era de 299 militares 30 oficiais 57 sargentos e 212 praccedilas (Calmeiro e Magro 2005)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 21
suas capacidades O Kosovo era nesta fase um TO ldquomadurordquo (hellip) o centro de operaccedilotildees
conjunto lanccedilava drones que permitiam assistir in loco agraves operaccedilotildees e intervinha
directamente no canal de comando se assim fosse necessaacuterio esta situaccedilatildeo soacute se
conseguia porque existia superioridade aeacuterea () ldquo (Sobreira 2009)74
Nesta etapa avanccedilada da presenccedila internacional no Kosovo natildeo existem registos do
emprego de unidades de AAA por qualquer naccedilatildeo interveniente na KFOR visto que a
ameaccedila aeacuterea eacute totalmente inexistente Neste contexto o Exeacutercito natildeo eacute excepccedilatildeo e
quando interrogado acerca das capacidades que um moacutedulo de AAA poderia acrescentar agrave
FNDKFOR o Cmdt do BIPara responde ldquo No cenaacuterio em que estaacutevamos enquadrados natildeo
se justificaria as carecircncias sentidas eram em termos de pessoal disponiacutevel para as
patrulhas e reconhecimento O proacuteprio moacutedulo de morteiros pesados do Batalhatildeo era uma
forma dissimulada de ter mais um pelotatildeo disponiacutevel e este era utilizado para garantir o
serviccedilo de guarniccedilatildeo ao aquartelamento (hellip) ldquo (Sobreira 2009)
II3 Reflexotildees sobre o emprego de AAA em CRO
Para existir participaccedilatildeo de unidades de AAA integradas em forccedilas multinacionais da
Alianccedila Atlacircntica (como eacute o caso da IFOR e da KFOR) eacute necessaacuterio que essa valecircncia se
encontre inventariada no documento CJSOR Este documento eacute elaborado pelos oacutergatildeos da
OTAN identificando as unidades necessaacuterias e as capacidades miacutenimas que essas
unidades devem conter para integrar as diversas forccedilas multinacionais
Depois de consultarmos75 os CJSOR das uacuteltimas participaccedilotildees nacionais em CRO
(referimo-nos ao uacuteltimo CJSOR elaborado para a KFOR e ao CJSOR da ISAF76 ambos
datados do ano de 2005) verificaacutemos que estes natildeo mencionavam qualquer necessidade
de emprego de unidades de AAA Esta situaccedilatildeo pode ser considerada normal tendo em
conta que no TO do Kosovo em 2005 natildeo existia ameaccedila aeacuterea como se verificou
anteriormente Quanto ao TO do Afeganistatildeo o facto de natildeo haver cabimento orgacircnico no
CJSOR para as unidades de AAA revela que natildeo foi identificada nenhuma ameaccedila aeacuterea
pela OTAN aquando da elaboraccedilatildeo do respectivo CJSOR
A situaccedilatildeo na Boacutesnia e Herzegovina em 1996 e no Kosovo em 1999 nas quais existiam
unidades de AAA no terreno eacute um claro indicador de que os CJSOR dessas operaccedilotildees
previam o emprego deste tipo de unidades e que a ameaccedila aeacuterea se poderia materializar
nesses TO
74
Ver Apecircndice E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel de Infantaria Sobreira Comandante da FNDKFOR
(BIPara) no ano de 2005 75
Estas consultas foram feitas na Divisatildeo de Operaccedilotildees do Estado-Maior General das Forccedilas Armadas
(DIOPEMGFA) 76
ISAF - International Security Assistance Force
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 22
No que diz respeito agrave participaccedilatildeo nacional em CRO verifica-se que tem ocorrido de
acordo com os niacuteveis de ambiccedilatildeo expliacutecitos no Conceito Estrateacutegico Militar (CEM)
empenhando normalmente UEB ou UEC No entanto eacute oportuno relembrar que o CEM
prevecirc igualmente em alternativa agraves trecircs UEB a projecccedilatildeo de uma Brigada actuando em todo
o espectro de operaccedilotildees De acordo com os conceitos doutrinaacuterios a unidade miacutenima de
apoio eacute a Brigada a qual eacute apoiada com uma BAAA (EME 1997)
Em CRO as naccedilotildees que disponibilizam o comando de Brigada satildeo igualmente
responsaacuteveis por garantir as valecircncias da Forccedila ditas ldquomais criacuteticasrdquo (veja-se o exemplo da
Alemanha e dos EUA na KFOR) Desta forma verifica-se o emprego doutrinaacuterio de uma
BAAA em apoio a uma Brigada
O facto de Portugal ter vindo a participar com unidades ateacute UEB inviabiliza a projecccedilatildeo
de uma unidade doutrinaacuteria de AAA (a BAAA) No entanto esta situaccedilatildeo natildeo deve constituir
obstaacuteculo agrave participaccedilatildeo nacional de unidades de AAA neste tipo de operaccedilotildees a qual pode
ser realizada adequando as unidades de AAA ao actual niacutevel de ambiccedilatildeo nacional (UEB)
Pode ser assim empenhada uma subunidade de organizaccedilatildeo modular como por exemplo
um pelotatildeo de AAA
O exemplo da IFOR eacute esclarecedor O facto de todo o escalatildeo superior possuir
unidades de AAA faz com que a organizaccedilatildeo modular de AAA se justifique pois apesar da
FNDIFOR estar dentro da AOR da MNBN a protecccedilatildeo da forccedila eacute da responsabilidade
nacional Aleacutem disso em situaccedilotildees de abertura de TO onde natildeo existem certezas da
capacidade das partes beligerantes entendemos que natildeo deve existir lugar para
facilitismos77
Face agrave anaacutelise realizada verifica-se que o actual tailoring utilizado na concepccedilatildeo das
FND para actuarem em MHP (neste caso em CRO) pode incluir um moacutedulo de protecccedilatildeo
AA O facto de em termos conceptuais existir uma janela de oportunidade para as unidades
de AAA participarem neste tipo de missotildees (atraveacutes da inclusatildeo do respectivo moacutedulo)
conduz-nos a outra questatildeo relacionada com o tipo de operaccedilotildees e de TO em que este
moacutedulo pode ser empregue Neste domiacutenio constata-se igualmente que a participaccedilatildeo de
unidades de AAA em CRO pode e deve ser feita dando ecircnfase agrave fase inicial das operaccedilotildees
militares Durante esta fase a actuaccedilatildeo da Initial Entry Force ganha preponderacircncia
devendo ser ldquo (hellip) uma forccedila manifestamente robusta face agraves necessidades que estatildeo
inventariadas mostrando assim capacidades persuasivas e dissuasivas (hellip) rdquo (Ribeiro
2009)78 Eacute nesta situaccedilatildeo que as forccedilas de iacutendoles mais teacutecnicas como o caso da AAA satildeo
77
Eacute oportuno recordar a maacutexima terrorista citada por Osama Bin Laden depois dos ataques de 11 de Setembro
de 2001 ldquoYou have to be lucky all of the time we only have to be lucky oncerdquo 78
Ver Apecircndice F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro Chefe da DIOPEMGFA
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 23
requisitadas a intervir (veja-se o exemplo de forccedilas aliadas79 em cenaacuterios de ldquoaberturardquo de
TO) realizando tarefas no contexto da sua missatildeo primaacuteria como a protecccedilatildeo AA a baixas
altitudes (SHORAD80) da forccedila e dos pontos sensiacuteveis existentes na sua AOR
Uma vez ultrapassada a fase inicial das operaccedilotildees a situaccedilatildeo eacute estabilizada
aumentando o conhecimento do TO e das partes beligerantes Eacute adoptada uma postura
adequada agrave situaccedilatildeo como por exemplo a transiccedilatildeo da IFOR para a SFOR81 na Boacutesnia e
Herzegovina em Janeiro de 1997 Nesta fase a Initial Entry Force eacute substituiacuteda e as Follow-
on Forces satildeo moldadas agrave missatildeo sendo dotadas com as valecircncias especiacuteficas para o
cumprimento da mesma
De acordo com aquilo que tem sido a praacutetica multinacional neste tipo de operaccedilotildees as
forccedilas de manobra (leia-se unidades de infantaria e de reconhecimento) mantecircm-se no TO e
assumem um papel proeminente efectuando tarefas de patrulhamento reconhecimento
check-points PSYOPS escoltas acccedilotildees CIMIC e CRC82 Quanto agraves unidades de AAA
tendo em conta a inexistecircncia de qualquer tipo de ameaccedila aeacuterea estas natildeo satildeo necessaacuterias
no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Consideramos que para as proacuteximas participaccedilotildees de FND em Initial Entry Force
deveraacute ser equacionada a inclusatildeo de uma subunidade de AAA contribuindo assim para a
protecccedilatildeo da forccedila Esta eacute definitivamente uma preocupaccedilatildeo constante do Comandante
durante qualquer operaccedilatildeo seja em operaccedilotildees de guerra ou em CRO Tambeacutem a presenccedila
dos media a influecircncia da opiniatildeo puacuteblica e a manifestaccedilatildeo de novos actores e elementos
(o caraacutecter assimeacutetrico dos conflitos o terrorismo e a proliferaccedilatildeo nuclear) se constituem
como factores de acreacutescimo agrave importacircncia da protecccedilatildeo da forccedila
79
Ver Anexo L - A AAA Francesa na UNIFIL 80
SHORAD - Short Range Air Defense 81
SFOR - Stabilization Force 82
CRC - Crowd amp Riot Control
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 24
CAPIacuteTULO III
A INTEGRACcedilAtildeO DA AAA NA
NATO RESPONSE FORCE E NOS BATTLEGROUPS
Ao investigarmos acerca da problemaacutetica relacionada com o emprego de unidades de
AAA em FND natildeo podemos de forma alguma deixar de considerar a participaccedilatildeo assiacutedua
do Exeacutercito na NRF e nos BG Estas forccedilas assumem-se cada vez mais como um
catalisador de mudanccedila no que respeita agrave intervenccedilatildeo em conflitos possuindo uma
capacidade de projecccedilatildeo para missotildees em TO exteriores agrave Europa o que constitui um
desafio para o Exeacutercito
Embora a disponibilizaccedilatildeo de unidades do SFN do Exeacutercito para integrarem a NRF e os
BG natildeo seja exactamente igual agravequela que integra as FND em MHP pode facilmente ser
estabelecido um paralelismo entre estas participaccedilotildees o qual eacute reconhecido pela proacutepria
legislaccedilatildeo83 que enquadra ambas as tipologias de missatildeo O facto de estas unidades serem
submetidas a um periacuteodo intenso de treino operacional que eacute precedido de um exerciacutecio de
certificaccedilatildeo internacional e do consequente periacuteodo de stand by (sendo consideradas
Earmarked84 durante este periacuteodo) reforccedila esse paralelismo
Ao considerarmos o conceito de FND anteriormente definido verifica-se que as
unidades que integram a NRF e os BG natildeo correspondem ao termo FND no seu sentido
restrito No entanto podem ser enquadradas no seu sentido lato
Neste capiacutetulo a pesquisa seraacute direccionada de forma a averiguar quais os meios
orgacircnicos de protecccedilatildeo AA deste tipo de forccedilas Pretende-se assim clarificar os requisitos
de emprego determinados pelas respectivas OI para que possam ser integradas unidades
de AAA nacionais na sua constituiccedilatildeo
83
De acordo com a Directiva nordm23CEME08 84
Forccedilas que as naccedilotildees concordam colocar sob comando ou controlo operacional em data futura de um
Comando OTAN (Baptista 2008)
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 25
III1 Os Conceitos de NATO Response Force e de Battlegroups
Sem pretender efectuar uma reflexatildeo exaustiva acerca dos conceitos de NRF e de BG
naturalmente fora do acircmbito deste TIA importa esclarecer qual a missatildeo organizaccedilatildeo e
constituiccedilatildeo destas estruturas militares O objectivo desta breve abordagem aos dois
conceitos eacute alcanccedilar uma base soacutelida para a nossa investigaccedilatildeo
III11 A NATO Response Force - NRF
A Alianccedila Atlacircntica criou uma forccedila conjunta e combinada caracterizada pela sua
elevada prontidatildeo ndash a NATO Response Force85 Com um efectivo de vinte e cinco mil
militares a NRF eacute capaz de ser destacada apoacutes uma decisatildeo poliacutetica sendo auto-
sustentaacutevel por um periacuteodo de trinta dias As vaacuterias componentes da NRF encontram-se em
stand by nos seus paiacuteses de origem estando preparadas para serem destacadas para a
Aacuterea de Operaccedilotildees (AO) se for necessaacuterio
A NRF atingiu a sua capacidade operacional plena em Outubro de 2006 e actualmente
abrange um largo espectro de missotildees que satildeo efectuadas num estudo caso a caso pelo
NAC Como uacutenica Forccedila presente no TO pode efectuar (NATO 2007)
1 Operaccedilotildees de Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
2 Apoio agrave gestatildeo de consequecircncias86
3 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
4 Apoio de Operaccedilotildees de Contra-Terrorismo
5 Operaccedilotildees de Embargo
6 Actuar como Initial Entry Force facilitando a chegada das Follow-on Forces numa
AO conjunta com ou sem o apoio da naccedilatildeo hospedeira
A constituiccedilatildeo da NRF baseia-se no cataacutelogo de forccedilas CJSOR Poreacutem devido ao facto
de se verificarem constantemente lacunas (denominadas ldquoshortfallsrdquo) no seu preenchimento
(nomeadamente nas valecircncias mais criacuteticas como os helicoacutepteros) eacute provaacutevel que se
evolua da conferecircncia de geraccedilatildeo de forccedilas para a geraccedilatildeo de forccedilas baseada numa
Framework Nation (FwN) Este conceito prevecirc que uma determinada naccedilatildeo se constitua
como ldquoespinha dorsalrdquo da NRF disponibilizando as valecircncias mais criacuteticas e impedindo que
existam lacunas na geraccedilatildeo de forccedilas Desta forma a NRF eacute organizada em moacutedulos
vinculados a um determinado niacutevel de participaccedilatildeo das naccedilotildees intervenientes (Baptista
2007)
Niacutevel A ndash A FwN garante a totalidade do moacutedulo (UEB UEC) soacute poderaacute existir outra
naccedilatildeo no caso de afiliaccedilotildees permanentes como por exemplo o caso da Brigada
Franco-Alematilde
85
Ver Anexo L - Estrutura da NRF 86
Em caso de incidentes NRBQ (Nuclear Radioloacutegico Bioloacutegico e Quiacutemico) ou em situaccedilotildees de crise
humanitaacuteria (NATO 2007)
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 26
Niacutevel B ndash A FwN garante 50 do moacutedulo a participaccedilatildeo de outras naccedilotildees (entre duas
e quatro) nesse moacutedulo eacute possiacutevel
Niacutevel C ndash A FwN eacute responsaacutevel por um 25 do moacutedulo
Niacutevel D ndash O moacutedulo pode ser provido por outra naccedilatildeo que o disponibilize
III12 Os Battlegroups
O conceito de Battlegroup surge no acircmbito da EU referindo-se a uma Forccedila Tarefa de
resposta raacutepida constituiacuteda por um efectivo de mil quinhentos militares Neste contexto o
BG assume-se como ldquo um pacote de forccedilas minimamente eficaz crediacutevel projectaacutevel e
coerente capaz de garantir o cumprimento de operaccedilotildees de forma isolada ou fases iniciais
de operaccedilotildees de maior envergadura (hellip)87 rdquo (EU 2006p1)
A constituiccedilatildeo88 do BG baseia-se num documento denominado BG Concept que prevecirc
uma UEB de manobra reforccedilada com meios dimensionados de Apoio de Combate e de
Apoio de Serviccedilos Esta constituiccedilatildeo assenta no princiacutepio da multinacionalidade atraveacutes da
constituiccedilatildeo de um FwN ou de uma coligaccedilatildeo de Estados-Membros Cada Battlegroup
deveraacute ter associado um Comando de Forccedila e capacidades operacionais e estrateacutegicas preacute-
identificadas como por exemplo o transporte estrateacutegico (EU 2006)
Os niacuteveis de ambiccedilatildeo estabelecidos no ldquoHeadline Goals 2010rdquo prevecircem a capacidade
da UE empreender dois BG em simultacircneo em aacutereas geograacuteficas distintas no ano de 2010
Quanto agraves missotildees atribuiacutedas a um BG este deve estar apto a desenvolver as seguintes
tarefas (Lindstrom 2007)
1 Separaccedilatildeo das partes em Conflito
2 Prevenccedilatildeo de Conflitos
3 Estabilizaccedilatildeo Reconstruccedilatildeo e Consultoria Militar a Paiacuteses terceiros
4 Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
5 Assistecircncia a Operaccedilotildees Humanitaacuterias
No que diz respeito agrave geraccedilatildeo da forccedila a iniciativa parte dos paiacuteses-membros que
propotildeem agrave UE a criaccedilatildeo de um BG Desta forma a naccedilatildeo que se assume como FwN tem o
oacutenus de edificaccedilatildeo ou seja deve disponibilizar todas as unidades que natildeo consegue
angariar junto das restantes naccedilotildees que compotildeem o BG
Assiste-se nesta fase a um constante processo de negociaccedilotildees com uma forte
componente poliacutetica pois as naccedilotildees tendem a disponibilizar unidades que lhes
proporcionem visibilidade (ldquoShow the Flagrdquo) como eacute o caso das unidades de Operaccedilotildees
Especiais Uma vez terminadas as negociaccedilotildees a FwN apresenta agrave UE uma organizaccedilatildeo
especiacutefica do BG com a indicaccedilatildeo dos paiacuteses membros que para ele contribuem de
87
Traduccedilatildeo Livre 88
Ver Anexo M - Estrutura de um Battlegroup
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 27
maneira a atingir o princiacutepio da multinacionalidade O modelo apresentado deve exibir as
capacidades do BG e o periacuteodo de tempo que essa forccedila estaacute disponiacutevel para ser
empregue em operaccedilotildees (normalmente seis meses)
III2 Requisitos para integraccedilatildeo da AAA na NRF
O Exeacutercito tem vindo a participar continuamente na NRF desde o primeiro semestre de
2004 com a integraccedilatildeo de uma forccedila de Operaccedilotildees Especiais Poreacutem ao analisarmos o
histoacuterico89 da participaccedilatildeo nacional na componente terrestre da NRF notamos a inexistecircncia
de qualquer unidade de AAA nesta estrutura de forccedilas e a predominacircncia de unidades de
manobra e de operaccedilotildees especiais Ao analisar este histoacuterico eacute igualmente assinalaacutevel o
esforccedilo do Exeacutercito em integrar unidades de cariz mais teacutecnico como a Bateria de AC 105
mm prevista para integrar a NRF 14 Contudo consideramos que ainda natildeo eacute o suficiente e
que deveraacute existir um maior investimento noutro tipo de valecircncias ditas mais teacutecnicas
No que diz respeito agrave participaccedilatildeo na NRF existe uma clara definiccedilatildeo dos requisitos
que qualquer unidade deveraacute estar apta a cumprir os quais vecircm expressos no CJSOR A
OTAN tem vindo a definir diferentes CJSOR para cada uma das NRF numa tentativa de ser
mais especiacutefica quanto aos requisitos miacutenimos necessaacuterios Deste modo as naccedilotildees
deveratildeo cumprir os requisitos miacutenimos para integrarem unidades na NRF
Tendo como base desta anaacutelise o CJSOR90 verifica-se que relativamente ao moacutedulo
de Defesa Aeacuterea (dependendo da NRF) a participaccedilatildeo das naccedilotildees poderaacute ser feita em trecircs
escalotildees distintos escalatildeo BAAA escalatildeo Grupo de Artilharia Antiaeacuterea (GAAA) ou escalatildeo
Brigada AAA Framework Considerando a dimensatildeo do Exeacutercito Portuguecircs o nuacutemero de
unidades de AAA existentes e os niacuteveis de ambiccedilatildeo nacionais estabelecidos superiormente
julgamos que a participaccedilatildeo mais adequada seraacute o escalatildeo BAAA Para este escalatildeo o
CJSOR refere que o niacutevel de multinacionalidade do moacutedulo deveraacute ser do niacutevel A o que
significa que a naccedilatildeo que disponibilizar a BAAA deveraacute garantir a totalidade do moacutedulo e soacute
excepcionalmente seratildeo aceites outras naccedilotildees Desta forma a BAAA disponibilizada
deveraacute cumprir os seguintes requisitos (Baptista 2007)
Integrar um miacutenimo de doze sistemas SHORAD e doze sistemas MANPAD91 e um
efectivo de duzentos e cinquenta militares
Deveraacute ter a capacidade de ser aerotransportada
Deveraacute garantir a capacidade de assegurar a protecccedilatildeo AA da AO de uma Brigada
Deveraacute ter a capacidade de ligaccedilatildeo com sistemas de defesa antiaeacuterea de meacutedia
altitude
89
Ver Anexo O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF 90
Consulta realizada na Divisatildeo de Operaccedilotildees do Estado-Maior General das Forccedilas Armadas (DIOPEMGFA) 91
MANPAD - Man Portable Air Defense
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 28
Disponibilidade orgacircnica de sistemas radar 3D com IFF92
Niacutevel adequado de protecccedilatildeo da forccedila face agrave ameaccedila NRBQ e aos engenhos
explosivos improvisados (EOD93)
Capacidade miacutenima de sobrevivecircncia de trecircs dias em abastecimentos
No caso de se tratar de uma BAAA auto-propulsada (AP) esta deveraacute cumprir os
mesmos requisitos da BAAA natildeo necessitando da capacidade de ser aerotransportada
Deve ainda dispor de capacidade de detecccedilatildeo visual e radar por infravermelhos
III3 Requisitos para Integraccedilatildeo da AAA nos Battlegroups
Relativamente agrave geraccedilatildeo do pacote de forccedilas que compotildee o BG o facto de natildeo existir
uma estrutura fixa (ao contraacuterio da NRF) permite uma maior flexibilidade por parte das
naccedilotildees envolventes na disponibilizaccedilatildeo dos meios de Apoio de Combate e de Apoio de
Serviccedilos desde que a UEB de manobra esteja garantida
O documento BG Concept soacute indica genericamente qual deveraacute ser a constituiccedilatildeo do
pacote de forccedilas em funccedilatildeo da missatildeo havendo necessidade de recorrer a modelos
anteriores de BG Considerando alguns modelos edificados anteriormente (como o
Francecircs94 Espanhol Italiano e Polaco) constata-se que a sua protecccedilatildeo AA eacute conferida por
uma unidade de escalatildeo pelotatildeo de AA do tipo SHORAD Para que exista possibilidade do
pelotatildeo de AA integrar o pacote de forccedilas do BG este deve satisfazer os requisitos miacutenimos
estabelecidos pela UE sendo estes semelhantes aos instituiacutedos pela NRF Assim o pelotatildeo
AA SHORAD deveraacute dispor (Baptista 2007)
Capacidade de ser aerotransportado
Capacidade de ligaccedilatildeo agraves unidades apoiadas e aos escalotildees superiores
Capacidade de cobertura da AO do BG
Niacutevel adequado de protecccedilatildeo da forccedila face agrave ameaccedila NRBQ e EOD
Interoperabilidade com outras forccedilas integrantes no BG
92
IFF - Identification Friend or Foe 93
EOD - Explosive Ordnance Disposal 94 Ver Anexo P ndash Exemplo de um Battlegroup
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 29
CAPIacuteTULO IV
EMPREGO OPERACIONAL DAS UNIDADES DE AAA
Depois de analisadas as potenciais conjunturas de participaccedilatildeo de unidades de AAA em
forccedilas projectaacuteveis (quer no acircmbito das MHP ou das forccedilas multinacionais) a nossa
investigaccedilatildeo foi direccionada para a abordagem das questotildees directamente relacionadas
com o emprego operacional das unidades de AAA
Como vimos anteriormente no caso das forccedilas multinacionais (NRF e BG) existe um
conjunto de requisitos que as unidades devem possuir para que possam participar neste tipo
de operaccedilotildees No que diz respeito agrave participaccedilatildeo de unidades de AAA no acircmbito das FND
(por exemplo IFOR e KFOR) os requisitos miacutenimos de participaccedilatildeo satildeo estabelecidos no
CJSOR da forccedila multinacional consoante o tipo de operaccedilatildeo a desempenhar
Assim sendo neste capiacutetulo procedeu-se agrave anaacutelise da prontidatildeo operacional das
unidades de AAA nacionais com a finalidade de averiguar se estas possuem as valecircncias
que possibilitem a sua participaccedilatildeo nas operaccedilotildees anteriormente referidas
IV1 O Niacutevel de Prontidatildeo das Unidades de AAA
No contexto de anaacutelise agrave prontidatildeo das unidades de AAA importa considerar trecircs
variaacuteveis distintas a investigar os equipamentos e sistemas de armas os militares e o seu
treino95
O estudo da primeira variaacutevel visa obter dados sobre as condiccedilotildees actuais dos
equipamentos e sistemas de armas que equipam as unidades de AAA nacionais no que diz
respeito agrave quantidade de sistemas existentes agraves suas caracteriacutesticas teacutecnicas e agraves suas
capacidades de emprego em forccedilas projectaacuteveis Relativamente agrave segunda variaacutevel o seu
estudo permitiraacute saber qual a proficiecircncia e prontidatildeo dos militares responsaacuteveis por operar
os sistemas de armas Por fim a terceira variaacutevel possibilitaraacute a anaacutelise do treino a que os
militares de AAA satildeo submetidos
95
Treino - Eacute toda a formaccedilatildeo ministrada na UnidadeEstabelecimentoOacutergatildeo (UEO) de colocaccedilatildeo cuja
finalidade eacute manter ou aumentar os niacuteveis de proficiecircncia individuais (EME 2004 p60)
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 30
IV11 Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais96
As unidades de AAA que integram actualmente a Forccedila Operacional Permanente do
Exeacutercito (FOPE) dispotildeem dos seguintes sistemas de armas para cumprir as suas missotildees
Trinta e um Sistemas Canhatildeo Bitubo AA 20 mm
Trinta e seis Sistemas Miacutessil Ligeiro Chaparral
Trinta e seis Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Trecircs Radares ANMPQ-49 Forward Alerting Area Radar (FAAR)
Trecircs Radares Portable Search and Target Acquisition Radar (PSTAR)
Ao examinar atentamente esta lista destaca-se desde logo a inexistecircncia de um
sistema de C2 que permita num cenaacuterio de operaccedilotildees efectuar as ligaccedilotildees necessaacuterias ao
sistema de C2 do escalatildeo superior agrave Forccedila Aeacuterea Aliada e agraves restantes unidades de AAA
presentes no TO Uma unidade de AAA que natildeo se encontre devidamente integrada na rede
da AAA no TO pode acidentalmente abater uma aeronave amiga originando uma situaccedilatildeo
bastante grave causada por falha humana Deste modo a ausecircncia de um sistema de C2
nas unidades de AAA nacionais tem sido apontada como o grande obstaacuteculo agrave sua
participaccedilatildeo em TO no exterior do territoacuterio nacional (MHP NRF e BG) porque ldquo (hellip) natildeo eacute
aceitaacutevel que num TO moderno existam forccedilas de AAA que se limitem a fazer como noacutes
fazemos controlo por procedimentos (hellip) ldquo (Paradelo 2009)97
Para que as unidades de AAA nacionais possam integrar as FND (no sentido lato) e
participar em exerciacutecios internacionais ou em exerciacutecios conjuntos no interior do territoacuterio
nacional devem obrigatoriamente possuir um sistema de C2 actual (possuindo no miacutenimo
Link 11B98 e suportar Link 1699) Este sistema deveraacute permitir a partilha de informaccedilatildeo radar
entre a unidade de AAA nacional e outras unidades de AAA Deveraacute igualmente possibilitar
que outras entidades presentes no TO partilhem informaccedilatildeo radar com a unidade de AAA
nacional atraveacutes da adiccedilatildeo de alvos aeacutereos na sua Air Picture Esta troca de informaccedilatildeo
radar entre as diversas unidades de AAA e entidades presentes no TO resulta numa
Common Air Picture (CAP) que por sua vez contribui para um sistema de C2 integrado no
Sistema de Defesa Aeacutereo do TO A CAP eacute um conjunto de Sensores Radares e Sistemas
de Vigilacircncia do Campo de Batalha (VCB) que eacute partilhado pelos vaacuterios escalotildees de
comando da forccedila multinacional desde o comandante da AAA no TO ateacute ao homem que
efectua o empenhamento (Paradelo 2009)
96
Ver Anexo Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais 97
Ver Apecircndice G - Guiatildeo da Entrevista ao TCor Art Crispim Paradelo actual comandante do GAAA 98 Ver Anexo R ndash O Link 11B 99 Ver Anexo Q ndash O Link 16
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 31
No que respeita aos sistemas de armas e equipamentos de detecccedilatildeo radar existentes
nas unidades de AAA nacionais estes apresentam lacunas e encontram-se desactualizados
a vaacuterios niacuteveis (Borges 2008)
Relativamente agraves unidades de tiro (UT) apresentam jaacute um adiantado tempo de serviccedilo
nomeadamente o Sistema Canhatildeo Bitubo AA 20 mm e o Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral100
que estatildeo ao serviccedilo do Exeacutercito Portuguecircs desde 1981 e 1990 respectivamente Apesar de
serem sistemas bastante fiaacuteveis encontram-se obsoletos quando comparados com os
requisitos miacutenimos estabelecidos pela NRF e pelo BG
Neste domiacutenio apenas o Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger pode ser considerado uma UT
actual101 tendo a maioria dos miacutesseis existentes em Portugal (adquiridos em 1996) sido
submetida a um programa da OTAN (o WSPC102) com o objectivo de estender a sua vida uacutetil
(Alves 2008) Ao concretizar-se este processo (extensatildeo de vida dos miacutesseis FIM-92) o
Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger estaraacute apto a equipar unidades de AAA para integrarem as
FND quer no seu sentido restrito (moacutedulo de AAA integrado na FND) quer no seu sentido
lato (NRF e BG)
No que diz respeito aos sistemas de detecccedilatildeo radar as unidades de AAA mecanizadas
dispotildeem do sistema radar FAAR de origem norte-americana Devido ao facto de estar
desactualizado103 (Rosendo 2008) natildeo se encontra apto para equipar quaisquer forccedilas de
AAA projectaacuteveis
Para aleacutem deste sistema de detecccedilatildeo radar as unidades de AAA nacionais dispotildeem
igualmente do sistema radar PSTAR adquirido em 2005 ao Exeacutercito dos EUA Trata-se de
um radar moderno com a capacidade de ser aerotransportado todavia possui apenas
capacidade de detecccedilatildeo bidimensional o que o impossibilita de ser utilizado em operaccedilotildees
no acircmbito da NRF e dos BG jaacute que estas exigem equipamentos com capacidade de
detecccedilatildeo tridimensional De acordo com Benroacutes (2002) o radar PSTAR poderaacute equipar um
eventual moacutedulo de protecccedilatildeo AA inserido numa FND
Importa referir que este sistema radar foi altamente potenciado com a utilizaccedilatildeo do
PPRC104-525 (que recentemente comeccedilou a ser distribuiacutedo pelas unidades da FOPE) A
sua utilizaccedilatildeo permitiu multiplicar a imagem radar e distribui-la por oito UT sejam estas
secccedilotildees de Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral Sistema Canhatildeo Bitubo AA 20 mm ou
esquadras de Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger Desta forma atraveacutes do PPRC-525 torna-se
possiacutevel estabelecer uma rede wireless interna que permite transmitir a Recognized Air
100
O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral encontra-se fora de serviccedilo nos EUA desde 1997 (Borges 2008) 101
Para aleacutem do Exeacutercito Portuguecircs o Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger eacute actualmente utilizado nos seguintes
Exeacutercitos da OTAN Alemanha Dinamarca EUA Greacutecia Holanda Turquia (Salvador 2006) 102
O WSPC (Weapon System Partnership Committee) insere-se no acircmbito de uma agecircncia da OTAN a NAMSA
(NATO Maintenance amp Supply Agency) 103 O Sistema Radar FAAR encontra-se fora de serviccedilo nos EUA desde 1991 104
PPRC ndash PortuguecircsPortaacutetil Raacutedio de Campanha
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 32
Picture (RAP) para os comandantes de secccedilatildeoesquadra dos sistemas de armas (Paradelo
2009)
Apoacutes a anaacutelise dos equipamentos e sistemas de armas de AAA agrave disposiccedilatildeo das
unidades de AAA nacionais verificamos que se encontram obsoletos quando comparados
com as congeacuteneres aliadas105 Apenas o sistema miacutessil portaacutetil Stinger poderaacute ser utilizado
para equipar eventuais forccedilas projectaacuteveis no acircmbito da NRF e dos BG
No que respeita agrave participaccedilatildeo nas FND com um moacutedulo de AAA e de acordo com
Benroacutes (2002) para aleacutem do sistema miacutessil portaacutetil Stinger as unidades nacionais poderiam
igualmente utilizar o sistema de detecccedilatildeo radar PSTAR
IV12 A Lei de Programaccedilatildeo Militar
Para suprir as manifestas necessidades de equipamento das unidades de AAA
encontram-se inscritas na Lei de Programaccedilatildeo Militar (LPM) verbas destinadas agrave aquisiccedilatildeo
de um sistema de C2 de sistemas de detecccedilatildeo radar e de novas UT De acordo com a
LPM106 em vigor o levantamento da BAAABrigInt entre 2010 e 2011 possibilitaraacute a
aquisiccedilatildeo dos seguintes sistemas (Cardoso 2008)
Um Sistema de C2
Dezasseis Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Oito Sistemas Miacutessil Ligeiro
Dois Sistemas de Detecccedilatildeo Radar
A LPM prevecirc ainda o reequipamento da BAAA das Forccedilas AG entre os anos de 2011 e
2015 com os seguintes sistemas (Cardoso 2008)
Um Sistema de C2
Doze Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Seis Sistemas Miacutessil Ligeiro
Dois Sistemas de Detecccedilatildeo Radar
Se a LPM natildeo sofrer alteraccedilotildees e os referidos equipamentos forem adquiridos conforme
o previsto a participaccedilatildeo de unidades de AAA nacionais em forccedilas projectaacuteveis poderaacute ser
uma realidade a curto prazo
Importa acrescentar que o sistema de C2 deveraacute ser prioridade absoluta no que respeita
ao reequipamento previsto na LPM uma vez que este eacute fundamental e permitiraacute estabelecer
uma rede de comunicaccedilotildees entre os diversos intervenientes no sistema de defesa aeacuterea do
TO tais como o escalatildeo superior unidades HIMAD outras unidades de AAA existentes no
105
Observando a vizinha Espanha verificamos que as suas unidades dispotildeem de sistemas HIMAD (High and
Medium Air Defense) e SHORAD em quantidade e qualidade (como por exemplo NASAMS PATRIOT ASPIDE
ROLAND HAWK MISTRAL) e de sistemas C4I (Comando Controlo Comunicaccedilotildees Computadores e
Informaccedilotildees) devidamente integrados no sistema de Defesa Aeacuterea (Borges 2008) 106
Lei Orgacircnica nordm 42006 de 29 de Agosto
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 33
TO e a Forccedila Aeacuterea Aliada Consideramos ainda que o sistema de C2 a adquirir deve ser
compatiacutevel com o recente PPRC-525
IV13 A Prontidatildeo dos Militares de AAA
Depois de proceder agrave caracterizaccedilatildeo dos equipamentos e sistemas de armas existentes
nas unidades de AAA nacionais resta avaliar a proficiecircncia dos militares que operam esses
sistemas e as suas actividades de treino
Julgamos que a melhor forma de avaliar o desempenho dos militares neste acircmbito eacute em
situaccedilotildees reais pelo que analisaacutemos a participaccedilatildeo dos militares de AAA no exerciacutecio de
fogos reais ldquoRelacircmpago 2008rdquo Neste exerciacutecio foram disparados todos os sistemas de
armas de AAA acima referidos tendo sido obtidos resultados de excelecircncia jaacute que ldquo (hellip)
todos os Stinger tiveram impactos teacutecnicos os Chaparral tambeacutem acertaram todos e por fim
o canhatildeo tambeacutem teve uma boa sessatildeo (hellip) rdquo (Borges 2009)107
A utilizaccedilatildeo dos simuladores Stinger do tipo THT108 e STPT109 nas sessotildees de treino e a
presenccedila de uma equipa teacutecnica norte-americana especializada no Sistema Miacutessil Ligeiro
Chaparral permitiram minimizar as ldquofalhasrdquo do material maximizar a proficiecircncia do pessoal
e recuperar o know-how que tem sido perdido ao longo dos anos (Borges 2009)
O ecircxito do exerciacutecio ldquoRelacircmpago 2008rdquo exalta a capacidade humana dos militares de
AAA o que ficou patente no discurso do General Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito
realccedilando que ldquo (hellip) temos capacidade teacutecnica temos capacidade de instruccedilatildeo temos
capacidade de formaccedilatildeo e temos a aptidatildeo dos nossos apontadores e isso eacute importante Eu
disse que provavelmente nunca seremos novidade pelos recursos materiais que
apresentarmos em TO ou no campo de batalha no entanto seremos certamente novidade e
seremos certamente reconhecidos pela qualidade dos nossos recursos humanos e essa eacute
uma aposta indiscutiacutevel do Exeacutercito (hellip)110 ldquo (Ramalho 2008)
Relativamente agraves actividades de treino a que as unidades de AAA satildeo sujeitas estas
satildeo diversificadas e materializam-se com a participaccedilatildeo de subunidades de AAA em
diversos exerciacutecios111 Poreacutem eacute da nossa opiniatildeo que para aleacutem do exerciacutecio ldquoRelacircmpagordquo
(eminentemente teacutecnico) deveria existir um exerciacutecio taacutectico ao niacutevel de todas as unidades
de AAA que abrangesse a actuaccedilatildeo de uma ceacutelula de Comando e Controlo do Espaccedilo
107
Ver Apecircndice H - Guiatildeo da Entrevista ao Cor Art Vieira Borges antigo comandante do RAAA1 108
THT ndash Tracking Head Trainer Este sistema tem o mesmo aspecto de um sistema Stinger normal com a
excepccedilatildeo de um monitor que indica se as fases de empenhamento foram correctamente efectuadas Eacute utilizado
para treinar o empenhamento do apontador sobre aeronaves (HDA 2000) 109
STPT - Stinger Troop Proficiency Trainer Eacute um dispositivo baseado em computador que gera alvos aeacutereos e
cenaacuterios na oacuteptica do sistema (HDA 2000) 110
Palavras de Sua Exordf o General Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito (CEME) aos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo
social em Marccedilo de 2008 aquando da realizaccedilatildeo do exerciacutecio de fogos reais de AAA ldquoRELAcircMPAGO 2008rdquo 111
Desde o inicio do presente ano a AAA jaacute participou nos seguintes exerciacutecios ldquoRELAcircMPAGO 2009rdquo ldquoMARTE
09rdquo ldquoROSA BRAVA 09rdquo ldquoNEWFIP 09rdquo ldquoDRAGAtildeO 09rdquo E ldquoAPOLO 09rdquo
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 34
Aeacutereo (C2EA) e os procedimentos de ligaccedilatildeo aos elementos de manobra e ao escalatildeo
superior de forma a simular um cenaacuterio de participaccedilatildeo em CRO
Ainda no acircmbito do treino e uma vez que se prevecirc a aquisiccedilatildeo de novos sistemas de
armas e equipamentos julgamos que tambeacutem deveria investir-se na formaccedilatildeo teacutecnica
especializada dos quadros de AAA (Oficiais e Sargentos) Essa formaccedilatildeo112 deveraacute ser
ministrada no paiacutes de origem dos sistemas de armas durante o periacuteodo que antecede a
chegada dos mesmos ao nosso paiacutes Pretende-se desta forma garantir um grupo de
especialistas que possa ministrar instruccedilatildeo dos referidos sistemas de armas agraves praccedilas de
AAA para que estas estejam prontas a operaacute-los aquando da sua aquisiccedilatildeo Deveraacute
igualmente existir uma nova formaccedilatildeo taacutectica adequada aos novos materiais
No que concerne ao sistema de C2 consideramos que deveraacute ser formado um pequeno
nuacutecleo de militares dedicado exclusivamente agrave utilizaccedilatildeo do referido sistema uma vez que
este dispotildee de diversas funcionalidades e valecircncias que devem ser analisadas e
optimizadas o que soacute eacute possiacutevel de obter atraveacutes de uma utilizaccedilatildeo continuada do sistema
Depois desta anaacutelise verifica-se que os militares de AAA se encontram proficientes no
manuseamento dos actuais equipamentos e sistemas de armas estando assim aptos a
integrarem as FND contudo a grande maioria dos referidos sistemas natildeo eacute susceptiacutevel de
ser utilizado em forccedilas projectaacuteveis pelos motivos anteriormente referidos Desta forma seraacute
necessaacuterio desencadear esforccedilos no sentido de modernizar as unidades de AAA e investir
na instruccedilatildeo teacutecnica dos militares de AAA acerca dos novos sistemas de armas que poderatildeo
vir a equipar as unidades de AAA Pretende-se assim contribuir para a modernizaccedilatildeo das
unidades de AAA atraveacutes da aquisiccedilatildeo de novos sistemas de armas da formaccedilatildeo e do
treino operacional113
IV2 O Emprego da AAA como Moacutedulo de Protecccedilatildeo AA
Ao actuarem no espectro das CRO as forccedilas devem respeitar os princiacutepios da
flexibilidade e modularidade apostando na criaccedilatildeo de moacutedulos que combinem os
subsistemas de C2 radares comunicaccedilotildees e armas Desta forma poderaacute adaptar-se a
dimensatildeo estrutura e organizaccedilatildeo do moacutedulo agraves necessidades de protecccedilatildeo e agrave natureza
da operaccedilatildeo (Monsanto 2002)
A participaccedilatildeo da AAA poderaacute ser realizada atraveacutes da inclusatildeo de um moacutedulo de
protecccedilatildeo AA dimensionado agrave FND Tendo em conta que as actuais FND satildeo UEB o
moacutedulo indicado seria uma unidade com o efectivo de um pelotatildeo Veja-se novamente o
112
Formaccedilatildeo - Conjunto de actividades que visam a aquisiccedilatildeo de conhecimentos periacutecias atitudes e formas de
comportamento exigidos para o exerciacutecio de um cargo ou profissatildeo (EME 2004 p34) 113
Treino Operacional - Conjunto de actividades de treino e treino colectivo que visam actualizar consolidar
aperfeiccediloar e desenvolver capacidades especiacuteficas orientadas para uma missatildeo (EME 2004 p62)
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 35
exemplo da Franccedila114 no Liacutebano O moacutedulo tem o seu papel a desempenhar em CRO
nomeadamente ao niacutevel da dissuasatildeo (ldquomostrar a forccedila para natildeo ter de a usarrdquo (Raleiras
2002)) da protecccedilatildeo AA da forccedila e das vulnerabilidades seleccionadas Poderaacute
desempenhar tarefas especiacuteficas das unidades de AAA como a imposiccedilatildeo de zonas de
exclusatildeo do espaccedilo aeacutereo em caso de necessidade ou efectuar a vigilacircncia do espaccedilo
aeacutereo do sector atribuiacutedo agrave FND contribuindo desta forma para a CAP do escalatildeo superior
Para aleacutem das tarefas referidas os militares que constituem o moacutedulo poderatildeo ainda
efectuar tarefas de acircmbito geral como patrulhamentos check-points escoltas acccedilotildees de
vigilacircncia e de ajuda humanitaacuteria Este tipo de tarefas eacute insistentemente treinado durante a
fase de aprontamento podendo ser desenvolvidas por qualquer soldado seja qual for a sua
aacuterea de especializaccedilatildeo
No que diz respeito agrave inclusatildeo do moacutedulo de protecccedilatildeo AA numa FND poderia ocorrer
mesmo sem esta valecircncia estar inventariada no CJSOR da forccedila multinacional Como
conferimos previamente a protecccedilatildeo da forccedila eacute da responsabilidade das naccedilotildees as quais
podem prover as suas forccedilas com capacidades suplementares aos requisitos miacutenimos
impostos pelas OI
Em termos praacuteticos para que se efective a participaccedilatildeo deste moacutedulo deve estar
reunido um conjunto de condiccedilotildees que permitam o seu emprego tais como a existecircncia de
unidades de AAA no escalatildeo superior e a existecircncia de um sistema de C2 real e crediacutevel na
unidade de AAA nacional que permita efectuar a ligaccedilatildeo ao escalatildeo superior O facto de as
unidades de AAA nacionais natildeo disporem de um sistema de C2 tem vindo a inviabilizar
totalmente a sua participaccedilatildeo em forccedilas projectaacuteveis Este sistema eacute fundamental pois eacute
atraveacutes dele que o comandante da forccedila multinacional no TO consegue exercer o comando
de todas as unidades de AAA no TO de forma centralizada tendo acesso agraves informaccedilotildees
em tempo real permitindo-lhe ter uma visatildeo do contexto geral das operaccedilotildees
Quanto agrave constituiccedilatildeo do referido moacutedulo de protecccedilatildeo AA e tendo em a dimensatildeo da
FND (UEC ou UEB) este poderia incluir
Uma secccedilatildeo (UEC) Duas secccedilotildees (UEB) miacutessil portaacutetil Stinger permitindo executar
acccedilotildees de escolta e a protecccedilatildeo de pontos e aacutereas sensiacuteveis
Duas secccedilotildees radar PSTAR (UEC UEB) de forma a garantir o apoio muacutetuo e a
permitir a manobra de materiais caso seja necessaacuterio
Desta forma ficaraacute a faltar apenas o sistema de C2 o qual seraacute adquirido na melhor das
hipoacuteteses em 2010 ao abrigo da LPM em vigor Enquanto as unidades de AAA nacionais
natildeo dispuserem desta capacidade a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA nas FND
continuaraacute a ser prorrogada
114
Ver Anexo L - A AAA Francesa na UNIFIL
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 36
IV3 O Emprego da AAA na NRF e nos BG
Depois de comparar as caracteriacutesticas dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
nacionais existentes com os requisitos miacutenimos de participaccedilatildeo estabelecidos pelas OI
verificam-se diversos impedimentos quanto agrave participaccedilatildeo de unidades de AAA nacionais na
NRF e nos BG
No que respeita agrave participaccedilatildeo na NRF tendo em conta os requisitos analisados
anteriormente constata-se que para o escalatildeo BAAA existem vaacuterias limitaccedilotildees agrave
participaccedilatildeo nacional nomeadamente (Baptista 2007)
Inexistecircncia de capacidade de C2 e de ligaccedilatildeo a unidades HIMAD
Inexistecircncia de um sistema SHORAD (com capacidade de ser aerotransportado)
que complemente o sistema MANPAD existente
Inexistecircncia de um sistema radar com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional
Eventualmente a participaccedilatildeo nacional poderia efectuar-se ao escalatildeo pelotatildeo AA com
a sua inclusatildeo numa BAAA cedida por outra naccedilatildeo Esta cooperaccedilatildeo poderia ser alcanccedilada
atraveacutes de acordos bilaterais uma vez que a conferecircncia de geraccedilatildeo de forccedilas ldquo (hellip) eacute um
processo com forte componente negocialrdquo (Ribeiro 2009)
Em termos conceptuais e a tiacutetulo de exemplo poderia considerar-se a integraccedilatildeo de um
pelotatildeo AA numa BAAA cedida por Itaacutelia que asseguraria o sistema de C2 ao pelotatildeo AA
nacional O facto de Portugal ter um longo historial115 no que respeita ao emprego de forccedilas
em unidades Italianas facilitaria as negociaccedilotildees Apesar de esta participaccedilatildeo natildeo oferecer
uma grande visibilidade a Portugal (em termos de ldquoshow the flagrdquo) constituir-se-ia numa
mais-valia para a AAA nacional Actuaria pela primeira vez num ambiente combinado
adquirindo treino e experiecircncia operacional neste acircmbito
A participaccedilatildeo de uma BAAA nacional na NRF soacute deveraacute acontecer na melhor das
hipoacuteteses a partir do ano de 2012 ou seja quando estiver concluiacutedo o processo de
levantamento da BAAA da BrigInt (Baptista 2007)
Quanto agrave integraccedilatildeo nos BG as limitaccedilotildees que condicionam a participaccedilatildeo na NRF
tambeacutem afectam a participaccedilatildeo no BG nomeadamente (Baptista 2007)
Inexistecircncia de capacidade de C2 e de ligaccedilatildeo a unidades HIMAD
Inexistecircncia de um sistema radar com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional
Desta forma a contribuiccedilatildeo com um pelotatildeo AA nacional nos BG soacute deveraacute suceder a
partir do ano de 2012 atraveacutes do levantamento da BAAA da BrigInt Esta situaccedilatildeo poderaacute
condicionar a constituiccedilatildeo116 do BG em que Portugal se pretende assumir como Lead
Nation jaacute em 2011 ou simplesmente fazer com que essa valecircncia tenha de ser garantida
por outra naccedilatildeo
115
Veja-se o exemplo da IFOR em 1996 ou da KFOR em 1999 116
De acordo com a Directiva nordm02CEME09
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 37
CAPIacuteTULO V
CONCLUSOtildeES E PROPOSTAS
No acircmbito do apoio agrave poliacutetica externa do Estado expresso no CEDN o Exeacutercito tem
vindo a disponibilizar FND empregues sob os auspiacutecios das diversas OI Participam tanto
em MHP como na NRF e nos BG no domiacutenio da OTAN e da UE respectivamente
Ateacute ao momento natildeo existe registo da participaccedilatildeo de qualquer unidade ou subunidade
de AAA nas FND actuando no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria a protecccedilatildeo da forccedila face agrave
ameaccedila aeacuterea Esta ameaccedila eacute caracterizada por uma vasta gama de meios tripulados e
natildeo tripulados aos quais se acrescentam ainda as novas ameaccedilas tiacutepicas dos conflitos
assimeacutetricos contemporacircneos como a ameaccedila RAM e as aeronaves renegade
Face aos case-study da participaccedilatildeo nacional em CRO apresentados consideramos
que existiu em certas situaccedilotildees necessidade de dotar as FND com meios de AAA Foi o
caso da participaccedilatildeo nacional no TO da Boacutesnia e Herzegovina em 1996 jaacute que o AgrJupiter
integrava a Initial Entry Force existia ameaccedila aeacuterea toda a estrutura do escalatildeo superior
possuiacutea meios de AAA Entendemos que em situaccedilotildees futuras de ldquoaberturardquo de TO natildeo
deveraacute ser minimizada a protecccedilatildeo da forccedila uma vez que esta eacute da responsabilidade
nacional Deste modo a FND deve dispor de todos os meios necessaacuterios agrave sua protecccedilatildeo e
agrave manutenccedilatildeo do seu potencial de combate incluindo meios de AAA
Tendo em conta os niacuteveis de ambiccedilatildeo estabelecidos no CEM e o que tem sido a praacutetica
nacional ateacute agrave data consideramos que as UEB e UEC que integram as FND deveratildeo ser
reforccediladas com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila A necessidade deste
reforccedilo nem sempre se verifica como ficou demonstrado na anaacutelise do case-study BIPara
no Kosovo em 2005 Neste caso o profundo conhecimento do TO e da capacidade das
forccedilas beligerantes permite efectuar o tailoring da FND orientando-a para a missatildeo
A participaccedilatildeo de unidades de AAA em FND tambeacutem poderaacute ser efectuada no acircmbito
das estruturas militares de caraacutecter multinacional como a NRF e os BG Estas estruturas
constituem o paradigma de modernismo e transformaccedilatildeo tendo o Exeacutercito participado
activamente atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de unidades do SFN Contundo ao analisar o
historial de participaccedilatildeo eacute notoacuteria a inexistecircncia de unidades de AAA e a predominacircncia de
unidades de manobra e de operaccedilotildees especiais situaccedilatildeo que as Chefias Militares tem
tentado modificar atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de outro tipo de unidades (como por exemplo
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 38
a Bateria de AC na NRF 14) Consideramos que a ausecircncia de unidades de AAA nas
estruturas militares referidas se deve fundamentalmente aos elevados requisitos de
certificaccedilatildeo que as unidades de AAA nacionais devem cumprir para integrarem as NRF e os
BG
Relativamente agrave prontidatildeo das unidades de AAA constatamos que os nossos
equipamentos e sistemas de armas natildeo nos permitem ombrear com os nossos aliados
dado que natildeo possuiacutemos um sistema de C2 real e crediacutevel e as UT se encontram
maioritariamente desactualizadas quando comparadas com os requisitos das OI O
reequipamento da AAA previsto na LPM (jaacute a partir de 2010) assume-se como primordial
permitindo assim recuperar o atraso que temos relativamente agraves congeacuteneres aliadas
Entendemos que durante o processo de reequipamento deveraacute ser atribuiacuteda prioridade
absoluta ao sistema de C2 uma vez que este eacute fundamental para que possamos dispor de
unidades de AAA projectaacuteveis
Face agrave anaacutelise realizada quanto ao factor humano consideramos que os militares de
AAA dispotildeem da proficiecircncia necessaacuteria para integrarem uma FND e executarem tarefas no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria Tendo em conta o processo de reequipamento que se
avizinha entendemos que deve-se investir nos quadros (Oficiais e Sargentos)
proporcionando-lhes uma formaccedilatildeo teacutecnica e taacutectica acerca dos novos sistemas de armas e
equipamentos
Em situaccedilotildees reais as unidades de AAA poderatildeo ser empregues nas FND em trecircs
situaccedilotildees distintas atraveacutes de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA em MHP uma BAAA na NRF
um pelotatildeo no BG
De acordo com a nossa investigaccedilatildeo nenhuma das trecircs opccedilotildees se poderaacute realizar
devido agrave ausecircncia do sistema de C2 Poreacutem se este estiver garantido seraacute possiacutevel edificar
um moacutedulo equipado com o sistema miacutessil portaacutetil Stinger e o sistema de detecccedilatildeo radar
PSTAR Esta situaccedilatildeo eacute possiacutevel porque o CJSOR das operaccedilotildees OTAN apenas identifica
as valecircncias miacutenimas podendo as naccedilotildees adicionar valecircncias suplementares (como
protecccedilatildeo AA para reforccedilar a protecccedilatildeo da forccedila) Deste modo consideramos que ao ser
adquirido o sistema de C2 o moacutedulo de protecccedilatildeo AA poderaacute ser empregue em operaccedilotildees
futuras que assim o exijam
No que respeita agrave participaccedilatildeo de uma BAAA na NRF ou de um pelotatildeo no BG com a
aquisiccedilatildeo do sistema de C2 continuaraacute a natildeo ser possiacutevel a participaccedilatildeo nas referidas
estruturas militares Isto porque existem outros requisitos a serem cumpridos como a
quantidade de UT (SHORAD e MANPAD) e a disponibilidade de sistemas de detecccedilatildeo radar
com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional Desta forma o moacutedulo de protecccedilatildeo AA do BG
Portuguecircs (previsto para 2011) teraacute de ser garantido por outra naccedilatildeo situaccedilatildeo que na nossa
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 39
opiniatildeo eacute pouco abonatoacuteria para a imagem nacional e natildeo vai de encontro agraves expectativas
dos Artilheiros Portugueses
Na sequecircncia apresentamos as respostas agraves questotildees colocadas e agraves hipoacuteteses
estabelecidas no inicio do trabalho
Inerente agrave anaacutelise da questatildeo central ldquoQual o actual enquadramento das unidades
de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo primaacuteriardquo Constataacutemos que actualmente
no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria as unidades de AAA natildeo tecircm qualquer tipo de
enquadramento nas FND Poreacutem conceptualmente a sua participaccedilatildeo poderaacute efectuar-se
no acircmbito das MHP das NRF e dos BG
A partir desta questatildeo central surgiram as questotildees derivadas As questotildees derivadas
que fundaacutemos foram as seguintes
Porque razatildeo as unidades de AAA natildeo participam actualmente em MHP no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Quais os cenaacuterios de emprego das unidades de AAA em FND
Em caso de participaccedilatildeo em MHP qual seria o escalatildeo das unidades de AAA
a empregar
Seraacute que as unidades de AAA nacionais possuem o niacutevel de prontidatildeo exigido
para integrarem as NRF e os BG
Para obter a resposta agrave primeira questatildeo derivada existiu necessidade de entrevistar o
Chefe da DIOP do EMGFA Os resultados da nossa investigaccedilatildeo revelam que actualmente
as unidades de AAA natildeo participam em MHP porque as CJSOR dos TO onde o Exeacutercito
tem FND (Afeganistatildeo Kosovo e Liacutebano) natildeo identificam a necessidade da valecircncia de
protecccedilatildeo AA No entanto a ausecircncia de um sistema de C2 inviabilizaria a participaccedilatildeo das
unidades de AA caso essa necessidade estivesse inventariada no CJSOR da Forccedila
Multinacional
Relativamente agrave segunda questatildeo derivada constataacutemos durante a nossa investigaccedilatildeo
que os cenaacuterios de emprego ideais para as unidades de AAA em CRO satildeo as operaccedilotildees de
alta intensidade (imposiccedilatildeo de paz) ou as situaccedilotildees de ldquoaberturardquo de TO quando as FND se
encontram integradas na Initial Entry Force O facto de natildeo existir conhecimento do TO e
das forccedilas beligerantes faz com que deva existir investimento na protecccedilatildeo da forccedila visto
que esta eacute da responsabilidade nacional
Quanto agrave terceira questatildeo derivada consideramos que em caso de participaccedilatildeo das
unidades de AAA em MHP deveraacute ser constituiacutedo uma forccedila de organizaccedilatildeo modular Este
moacutedulo deveraacute ser dimensionado agraves FND que tecircm vindo a ser empregues em MHP (UEC e
UEB) Desta forma seraacute possiacutevel cumprir as relaccedilotildees de comando estabelecidas
doutrinariamente ou seja se a Brigada eacute apoiada com uma BAAA as UEB e UEC seratildeo
apoiadas com moacutedulos de protecccedilatildeo AA dimensionados agrave Forccedila
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 40
Eacute oportuno relembrar ainda que caso exista decisatildeo poliacutetica de projectar uma Brigada
(como se encontra previsto no CEM) esta seraacute apoiada com uma BAAA como vimos
anteriormente
No que diz respeito agrave quarta questatildeo derivada consideramos que as unidades de AAA
natildeo possuem o niacutevel de prontidatildeo para integrarem as NRF e os BG muito especialmente
devido agrave dificuldade de cumprir os elevados requisitos das OI Embora disponham de bons
recursos humanos existe uma clara necessidade de reequipamento ao niacutevel dos recursos
materiais que seraacute colmatada com as aquisiccedilotildees previstas na LPM
Respondidas as questotildees inicialmente levantadas procedemos agrave confirmaccedilatildeo ou
negaccedilatildeo das seguintes hipoacuteteses
1 Porque o CJSOR natildeo identifica a necessidade de uma valecircncia de protecccedilatildeo AA da
forccedila
2 Em cenaacuterios de alta intensidade ou no lanccedilamento das operaccedilotildees
3 Ao niacutevel das UEC e UEB normalmente empregues em MHP seria empregue uma
forccedila de organizaccedilatildeo modular
4 Existem lacunas ao niacutevel dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
Em relaccedilatildeo agrave primeira hipoacutetese confirma-se parcialmente porque mesmo se fosse
inventariada a valecircncia de protecccedilatildeo AA no CJSOR o emprego de unidades de AAA
nacionais natildeo seria possiacutevel devido agrave ausecircncia de sistema de C2
No que diz respeito agrave segunda hipoacutetese confirma-se totalmente
Em relaccedilatildeo agrave terceira hipoacutetese confirma-se parcialmente porque para aleacutem das UEC e
UEB (apoiadas por moacutedulo de protecccedilatildeo AA) normalmente empregues em MHP o CEM
prevecirc igualmente o emprego de uma Brigada que teria de ser apoiada por uma BAAA
Por uacuteltimo a quarta hipoacutetese confirma-se totalmente
Tendo por base o presente trabalho propotildee-se a adopccedilatildeo das seguintes acccedilotildees
Criaccedilatildeo de um exerciacutecio taacutectico ao niacutevel de todas as unidades de AAA que englobe
o C2EA e procedimentos de ligaccedilatildeo aos elementos de manobra e ao escalatildeo
superior simulando um cenaacuterio de CRO
Proporcionar formaccedilatildeo teacutecnica e taacutectica (aos quadros de AAA) acerca dos sistemas
de armas que se pretendem adquirir futuramente
Dar prioridade agrave aquisiccedilatildeo de um sistema de C2 compatiacutevel com os novos PPRC-
525 (evitando incompatibilidades) que garanta a projecccedilatildeo de unidades de AAA em
forccedilas projectaacuteveis
Aquando da aquisiccedilatildeo do sistema de C2 criar um grupo de trabalho unicamente
dedicado agrave utilizaccedilatildeo e optimizaccedilatildeo do referido sistema
Estudar as Liccedilotildees Apreendidas de Exeacutercitos Aliados no que respeita a forccedilas
projectaacuteveis atraveacutes da realizaccedilatildeo de seminaacuterios e conferecircncias
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 41
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
1 LIVROS
CALMEIRO Luiacutes e MAGRO Joseacute (2005) O Exeacutercito Portuguecircs nos Caminhos da
Paz SCMAGabCEME Lisboa
IESM (2004) Metodologia da Investigaccedilatildeo Cientiacutefica Instituto de Estudos Superiores
Militares Lisboa
VITORINO Antoacutenio (1998) Discursos do Ministro da Defesa Nacional Ministeacuterio da
Defesa Nacional Janeiro Lisboa
SARMENTO Manuela (2008) Guia Praacutetico sobre a Metodologia Cientiacutefica para a
Elaboraccedilatildeo Escrita e Apresentaccedilatildeo de Teses de Doutoramento Dissertaccedilotildees de
Mestrado e Trabalhos de Investigaccedilatildeo Aplicada 2ordf Ediccedilatildeo Lisboa Universidade
Lusiacuteada Editora
2 MANUAIS
EME (1997) Regulamento de Taacutectica de Artilharia Antiaeacuterea RC 18-100 Estado-
Maior do Exeacutercito Setembro Lisboa
EME (2004) Termos de Formaccedilatildeo Educaccedilatildeo e Treino do Exeacutercito Comando da
Instruccedilatildeo e Doutrina Julho Amadora
EME (2005) Regulamento de Campanha Operaccedilotildees Estado-Maior do Exeacutercito
Setembro Lisboa
EME (2007) Regulamento de Campanha Informaccedilotildees Estado-Maior do Exeacutercito
Agosto Lisboa
HDA (2000) FM 3-017 Air Defense Artillery Brigade Operations Headquarters
Department of the Army October Washington DC
HDA (2000) FM 3-0111 Air Defense Artillery Handbook Headquarters Department of
the Army October Washington DC
ALSAC (2000) FM 6-248 Introduction to Tactical Digital Information Air Land amp Sea
Application Center June Washington DC
IAEM (1996) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz ME 20-76-04 Instituto de Altos Estudos
Militares Janeiro Lisboa
IAEM (2000) A Arte Operacional Operaccedilotildees Conjuntas e Combinadas NC 20-77-01
Instituto de Altos Estudos Militares Dezembro Lisboa
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 42
JP (1994) Peace Operations Joint Publication 3-073 Joint Chiefs of Staff
Washington DC
JP (2006) Dictionary of Military and Associated Terms Joint Publication 1-02 Joint
Chiefs of Staff Washington DC
NATO (2001) Land Operations ATP 32 North Atlantic Treaty Organization March
Brunssum
NATO (2001) NATO Handbook North Atlantic Treaty Organization Brunssum
NATO (2004) Strategic Vision The Military Challenge North Atlantic Treaty
Organization August Brunssum
NATO (2005) Non-Article 5 Crisis Response Operations AJP-34 North Atlantic
Treaty Organization March Brunssum
3 PUBLICACcedilOtildeES PERIOacuteDICAS
BAPTISTA Cor Luiacutes (2007) A Artilharia Portuguesa na NATO Response Force e nos
Battlegroups in Revista de Artilharia nordm 986-988 II seacuterie Lisboa Outubro a Dezembro
de 2007 p347-360
BENROacuteS Maj Joseacute (2002) A Artilharia Antiaeacuterea em Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz in
Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm 2 II seacuterie Lisboa Outubro de 2002 p14-24
BORGES Cor Joatildeo (2008) Reflexotildees sobre a evoluccedilatildeo da Artilharia Antiaeacuterea
Portuguesa in Revista de Artilharia nordm 995-997 II seacuterie Lisboa Julho a Setembro de
2008 p203-222
ESPIacuteRITO SANTO Gen Gabriel (2006) As Forccedilas Nacionais Destacadas em apoio
da poliacutetica externa in Revista Militar nordm10 Lisboa Outubro de 2006 p 109-112
LEANDRO Maj Francisco (2002) Participaccedilatildeo Nacional em operaccedilotildees de apoio agrave
paz liccedilotildees apreendidas in Revista de Artilharia nordm 926-928 II seacuterie Lisboa Outubro a
Dezembro de 2002 p317-365
MONSANTO Maj Luiacutes (2002) Sistema Integrado de Defesa Aeacuterea Nacional in
Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm 2 II seacuterie Lisboa Outubro de 2002 p10-13
NATO (1999) KFOR Providing security for building a better future for Kosovo in NATO
Review nordm 3 Autumn 1999 volume 47 p 16-19
SALVADOR Cap Francisco (2006) Sistemas de Armas SHORAD in Boletim da
Artilharia Antiaeacuterea nordm 6 II seacuterie Lisboa Julho de 2006 p7-33
SANTOS TCor Henrique (2001) A Artilharia Antiaeacuterea em Operaccedilotildees de Resposta a
Crises in Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm1 II seacuterie Lisboa Outubro de 2001 p18-
27
SANTOS TCor Henrique (2007) A Artilharia Portuguesa nas FND in Revista de
Artilharia nordm 983-985 II seacuterie Lisboa Julho a Setembro de 2007 p233-266
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 43
4 DOCUMENTOS ELECTROacuteNICOS
CHARRON Maj Laurent (2008) Co-Ordinating 3D in South Lebanon in Doctrine
Disponiacutevel em httpwwwcdefterredefensegouvfrpublicationsdoctrinedoctrine14
usdoctrine14uspdf
EMGFA (2009) FND Kosovo Disponiacutevel em httpwwwemgfaptptoperacoes
missoesfnd-kosovo
EU (2006) Council Secretariat Factsheet on European Union Battlegroups Disponiacutevel
emhttpwwwconsiliumeuropaeuueDocscms_DatadocspressDataenesdp91624
MDN (2005) Anuaacuterio Estatiacutestico da Defesa Nacional 2005 Disponiacutevel em
httpwwwmdngovptNRrdonlyres8B953055-D6EE-4B19-98C4-05EB6D8D3DA30
Capitulo7pdf
NATO (1949) Tratado do Atlacircntico Norte Disponiacutevel em httpwwwnatoint
docuotherpotreaty-pohtm
NATO (2000) NATO Glossary of Terms and Definitions Disponiacutevel em
httpwwwdticmildoctrinejelother_pubsaap_6vpdf
NATO (2003) NATOrsquos military concept for defence against terrorism Disponiacutevel em
httpwwwnatointimsdocuterrorism-annexhtm
NATO (2006) NATO Response Forces Briefing Disponiacutevel em wwwnatoint
docubriefingnrf2006nrf2006-epdf
NATO (2007) Operation Joint Endeavour Disponiacutevel em httpwwwnatoint
iforiforhtm
NATO (2008) E-generation Disponiacutevel em httpwwwnatointeducationmapshtm
NATO (2008) The NATO Response Force Disponiacutevel em httpwwwnatoint
issuesnrfindexhtml
NATO (2009) Kosovo Force (KFOR) Disponiacutevel em httpwwwnatoint
issueskforindexhtml
LINDSTROM Gustav (2007) Chaillot Papper Enter the EU Battlegroups Disponiacutevel
em httpaeipittedu741401chai97pdf
5 DIAPOSITIVOS
ALVES TCor Joatildeo (2008) A Manutenccedilatildeo da Artilharia Antiaeacuterea Workshop
subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios para a organizaccedilatildeo e reequipamento da Artilharia
Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 17 diapositivos
BAPTISTA Cor Luiacutes (2008) A Artilharia Portuguesa na NATO Response Force e nos
Battlegroups Workshop subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios para a organizaccedilatildeo e
reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 32 diapositivos
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 44
BORGES Cor Joatildeo (2008) Reflexotildees sobre a AAA Portuguesa Seminaacuterio de
Artilharia na EPA Junho 34 diapositivos
CARDOSO Maj Joaquim (2008) A Lei de Programaccedilatildeo Militar e o Reequipamento
para a Artilharia Antiaeacuterea Portuguesa Workshop subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios
para a organizaccedilatildeo e reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 22
diapositivos
PIRES TCor Nuno (2007) AgrBRAVO Instituto de Estudos Superiores Militares
Outubro 38 diapositivos
RALEIRAS TCor Mauriacutecio (2002) A Artilharia e as Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz
Seminaacuterio de Artilharia na EPA Marccedilo 31 diapositivos
ROSENDO Maj Paulo (2008) A Artilharia Antiaeacuterea na Protecccedilatildeo da Forccedila - A
BtrAAA da BrigMec Workshop subordinado ao tema ldquo Subsiacutedios para a organizaccedilatildeo e
reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 20 diapositivos
6 PALESTRAS
Palestra proferida em 11 de Dezembro de 2008 no RAAA1 onde foram apresentadas
as conclusotildees do Workshop relativo ao tema ldquoO apoio da Artilharia Antiaeacuterea agraves
Brigadas em Operaccedilotildeesrdquo proferida pelo TCor Art Paradelo
7 LEGISLACcedilAtildeO
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Portuguesa (2005) Quid Juris - Sociedade Editora Lisboa
p 192
Decreto-Lei nordm 612006 (2006) Lei Orgacircnica do Exeacutercito Diaacuterio da Repuacuteblica 1ordf
Seacuterie - A de 21 de Marccedilo Nordm 57 p2044-2050
Resoluccedilatildeo do Conselho de Ministros nordm 62003 (2003) Conceito Estrateacutegico de
Defesa Nacional Diaacuterio da Repuacuteblica 1ordf Seacuterie - B de 20 de Janeiro Nordm 16 p279-
287
8 OUTROS DOCUMENTOS
EME (2008) Directiva Nordm 23CEME2008 ndash Atribuiccedilotildees e Responsabilidades na
Preparaccedilatildeo e Emprego de Elementos e Forccedilas Nacionais Destacadas do Exeacutercito no
acircmbito das Missotildees Humanitaacuterias e de Paz Estado Maior do Exeacutercito Lisboa
EME (2009) Directiva Nordm 02CEME2009 ndash Optimizaccedilatildeo da Coerecircncia Orgacircnica da
FOPE e seu Reequipamento Estado Maior do Exeacutercito Lisboa
RAMALHO Gen Joseacute (2008) Entrevista agrave SIC Noticias Marccedilo Disponiacutevel em
httpwwwyoutubecomwatchv=GFs1fWAre9g
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 45
RCMAGabCEME (2009) Listagens da participaccedilatildeo do Exeacutercito em MHP Estado
Maior do Exeacutercito Lisboa Marccedilo
RCMAGabCEME (2009) Listagens da participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF Estado Maior
do Exeacutercito Lisboa Marccedilo
SARAIVA (2008) IFORBoacutesnia 96 Lisboa
UN (1995) United Nations Security Council Resolution 1031 United Nations
December
UN (1998) United Nations Security Council Resolution 1199 United Nations
September
UN (1999) United Nations Security Council Resolution 1244 United Nations June
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 46
GLOSSAacuteRIO
AacuteREA DE OPERACcedilOtildeES (AO) ndash ldquoAacuterea delimitada necessaacuteria para conduzir as operaccedilotildees
militares e para a administraccedilatildeo dessas operaccedilotildeesrdquo (EME 2005 B-2)
AacuteREA DE RESPONSABILIDADE (AOR) ndash ldquoAacuterea geograacutefica no interior da qual o
Comandante possui autoridade para planear conduzir e coordenar operaccedilotildees e ainda
desenvolver e manter infra-estruturas conforme delegadordquo (IAEM 2000)
CIMIC ndash ldquoEacute a coordenaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em apoio da missatildeo entre o Comandante de uma
forccedila militar e os actores civis nos quais se incluem a populaccedilatildeo civil local e as suas
autoridades representativas bem como as organizaccedilotildees natildeo governamentais internacionais
e nacionais e ainda as agecircnciasrdquo (EME 2005 8-1)
COMANDO E CONTROLO (C2) ndash ldquoAs funccedilotildees de comando e controlo satildeo exercidas atraveacutes
de um sistema funcional conjunto de homens material equipamento e procedimentos
organizados que permitam a um Comandante dirigir coordenar e controlar as actividades
das forccedilas militares no cumprimento da missatildeordquo (EME 1997 5-1)
CONTROLO POR PROCEDIMENTOS ndash ldquoO controlo por procedimentos sobrepotildee-se ao
controlo positivo e agraves falhas de identificaccedilatildeo Inclui teacutecnicas tais como as de segmentaccedilatildeo
do espaccedilo aeacutereo em volume e tempo eou uso de graus (ordens) de controlo de armas Por
isso pode assegurar de facto a continuidade das operaccedilotildees ambientais adversasrdquo (EME
1997 5-8)
DOUTRINA ndash ldquoConjunto de princiacutepios e regras que visam orientar as acccedilotildees das forccedilas e
elementos militares no cumprimento da missatildeo operacional do Exeacutercito na prossecuccedilatildeo dos
objectivos nacionaisrdquo (EME 2005 B-6)
EXERCICIOS COMBINADOS ndash ldquoExerciacutecios com forccedilas militares nacionais e de outro paiacutes
podendo ou natildeo ser realizados em territoacuterio nacional A sua finalidade eacute desenvolver o
planeamento operacional conjuntocombinado e avaliar a prontidatildeo do SFN proporcionar
treino operacional e avaliar a capacidade e a interoperabilidade das forccedilas participantesrdquo
(MDN 2005p153)
Glossaacuterio
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 47
EXERCICIOS CONJUNTOS ndash ldquoExerciacutecios que envolvem Forccedilas militarem nacionais de dois
ou mais ramos A sua finalidade eacute desenvolver o planeamento operacional conjunto e avaliar
a prontidatildeo do SFN a estrutura de comando os sistemas de comunicaccedilotildees e informaccedilatildeo a
interoperabilidade os conceitos e os planosrdquo (MDN 2005p152)
MANPAD ndash ldquoO sistema miacutessil portaacutetil eacute constituiacutedo por miacutesseis guiados disparados ao
ombro ou a partir de apoios ligeiros (bipeacutes ou tripeacutes montados no solo ou em viatura) Este
sistema de armas de AAA eacute caracterizado ainda por ser um sistema de tempo claro e ter
alcances da ordem dos 3 a 5 kmrdquo (EME 19974-12)
OPERACcedilOtildeES PSICOLOacuteGICAS (PSYOPS) ndash ldquoSatildeo actividades psicoloacutegicas concebidas
para influenciar as atitudes e o comportamentos que contribuem para a realizaccedilatildeo de
objectivos poliacuteticos e militaresrdquo (NATO 2000 2-P-7)
PROTECCcedilAtildeO DA FORCcedilA ndash ldquoTodas as medidas e os meios para minimizar as
vulnerabilidades de pessoal instalaccedilotildees equipamentos e operaccedilotildees a quaisquer ameaccedila e
em todas as situaccedilotildees para preservar a liberdade de acccedilatildeo bem como a eficaacutecia
operacional da forccedilardquo (NATO 2003)
REGRAS DE EMPENHAMENTO (ROE) ndash ldquoAs regras de empenhamento satildeo directivas que
fornecem aos vaacuterios niacuteveis de decisatildeo as circunstacircncias e limitaccedilotildees do uso da forccedila
dentro dos paracircmetros legais as quais reflectem orientaccedilotildees e direcccedilatildeo poliacuteticasrdquo (IAEM
1996 F-1-3)
SHORAD ndash ldquoOs sistemas SHORAD estatildeo vocacionados para o combate agrave ameaccedila aeacuterea de
baixa e muito baixa altitude e satildeo normalmente empregues na protecccedilatildeo antiaeacuterea das
unidades de manobra e dos seus oacutergatildeos criacuteticosrdquo (EME 19974-10)
TEATRO DE OPERACcedilOtildeES (TO) ndash ldquoEacute a parte do teatro de guerra necessaacuteria agrave conduccedilatildeo ou
apoio das operaccedilotildees de combaterdquo (EME 2005 B-10)
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 48
APEcircNDICES
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 49
APEcircNDICE A - Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
Perguntas
Derivadas
HIPOacuteTESES
VALIDACcedilAtildeO DAS
HIPOacuteTESES CONCLUSOtildeES
PROPOSTAS
(hellip)
METODOLOGIA
Anaacutelise Documental
Entrevistas
Workshop
QUESTAtildeO CENTRAL
ldquoldquoQual o actual enquadramento das unidades
de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo
primaacuteriardquo
Cap I
Enquadramento
Conceptual
Cap II
A Participaccedilatildeo
das FND em CRO
Cap III
Integraccedilatildeo de unidades
de AAA na NRF e BG
Cap IV
Emprego
Operacional das
Unidades de AAA
Conceptualizaccedilatildeo
FND
CRO
Ameaccedila Aeacuterea
FNDIFOR
FNDKFOR
Caracterizaccedilatildeo do TO
PE vs PK
Enquadramento do
moacutedulo de protecccedilatildeo AA
nas CRO
Reflexotildees sobre a AAA
em CRO
NRF
BG
Missatildeo BGNRF
Requisitos para
integraccedilatildeo na NRF e
BG
Prontidatildeo das Unidades
de AAA
Especificidade de
emprego
Verificar se cumpre
requisitos NRFBG
Emprego do moacutedulo de
AAA
Lei de Programaccedilatildeo
Militar
FND
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 50
APEcircNDICE B - Guiatildeo da Entrevista
ao Tenente-Coronel de Varela Benroacutes
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Que experiecircnciaformaccedilatildeo possui no domiacutenio da Artilharia Antiaeacuterea
3 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a
KFOR em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado
agrave forccedila Porquecirc
4 Tendo presente a tipologia das CRO em que tipo de operaccedilotildees eacute vaacutelida a inclusatildeo de
unidades de AAA
5 Quais as tarefas que podem ser cometidas as unidades de AAA no ambiente das
CRO
6 O sistema de C2 das unidades de AAA tem limitaccedilotildees Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar
de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em CRO Porquecirc
7 Na sua opiniatildeo quais as perspectivas futuras quanto a participaccedilatildeo de unidades de
AAA em Operaccedilotildees deste geacutenero
8 Em termos conceptuais e no acircmbito da integraccedilatildeo de unidades de AAA na NRF seraacute
possiacutevel Portugal integrar um pelotatildeo AA numa BAAA fornecida por outra naccedilatildeo Ou a
participaccedilatildeo miacutenima deveraacute ser ao niacutevel BAAA
Posto Tenente-Coronel de Artilharia
Nome Joseacute Carlos Levy VARELA BENROacuteS
Cargo Funccedilatildeo NATO Staff Officer J3 Division Ground Based Air Defense (GBAD)
NATO Team Leader - Joint Synchronization and Execution Branch
Local Joint Headquarters Lisbon - Oeiras
DataHora 18 de Fevereiro de 2009 pelas 16h00m
Motivo da Entrevista Durante a sua carreira o Tenente-Coronel Benroacutes esteve
sempre ligado agrave AAA tendo sido por vaacuterios anos o
representante do Exeacutercito no Land Group 5 on Army Air
Defense do NATO Army Armaments Group
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 51
APEcircNDICE C - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Ref Pires Saraiva
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do 3ordm BIATBAI
5 Qual a missatildeo do seu Batalhatildeo
6 Como caracterizaria o TO da Boacutesnia e Herzegovina em Agosto de 1996 aquando da
sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo Batalhatildeo
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea
10 O 3ordm BIATBAI integrou a IFOR em 1996 tornando-se assim um elemento da ldquoInitial
Entry Forcerdquo Nestas circunstacircncias seria admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de
protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Batalhatildeo
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao 3ordm BIATBAI
Posto Coronel de Infantaria
Nome Fernando PIRES SARAIVA
Cargo Funccedilatildeo Reformado
Local Residecircncia Pessoal - Lisboa
DataHora 12 de Marccedilo de 2009 pelas 11h00m
Motivo da Entrevista O Coronel Pires Saraiva foi o Comandante do 3ordm BIATBAI
na FNDIFOR entre Agosto de 1996 e Dezembro de 1996
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 52
APEcircNDICE D - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Tirocinado Antunes Calccedilada
Questotildees Colocadas
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do AgrBravoBAI
5 Qual a missatildeo do seu Agrupamento (AgrBravoBAI)
6 Como caracterizaria o TO do Kosovo em Agosto de 1999 aquando da sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo AgrBravoBAI
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea Existia
ameaccedila
10 O AgrBravoBAI foi a primeira FND (UEB) a integrar a KFOR em Agosto de 1999
tornando-se assim um elemento da ldquoInitial Entry Forcerdquo Nestas circunstacircncias seria
admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Agrupamento
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao AgrBravoBAI
Posto Coronel de Cavalaria Tirocinado
Nome Joseacute Carlos Filipe ANTUNES CALCcedilADA
Cargo Funccedilatildeo Coordenador de Ensino dos Cursos do Exeacutercito no IESM
Local Instituto de Estudos Superiores Militares - Lisboa
DataHora 04 de Marccedilo de 2009 pelas 16h00m
Motivo da Entrevista O Coronel Calccedilada foi o Comandante do AgrBravoBAI na
FNDKFOR entre Agosto de 1999 e Fevereiro de 2000
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 53
APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista
ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do BIParaBRR
5 Qual a missatildeo do seu Batalhatildeo
6 Como caracterizaria o TO do Kosovo em Setembro de 2005 aquando da sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo Batalhatildeo
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea
10 O BIPara foi empregue como reserva taacutectica do COMKFOR Nestas circunstacircncias
seria admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila
Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Batalhatildeo
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao BIPara
Posto Tenente-Coronel de Infantaria
Nome Joseacute Carlos ALMEIDA SOBREIRA
Cargo Funccedilatildeo Chefe da Reparticcedilatildeo de Ligaccedilatildeo de Adidos Militares no EME
Local Estado Maior do Exeacutercito - Lisboa
DataHora 11 de Marccedilo de 2009 pelas 14h00m
Motivo da Entrevista O Tenente-Coronel Sobreira foi o Comandante do
BIParaBRR na FNDKFOR entre Setembro de 2005 e
Marccedilo de 2006 Foi tambeacutem Oficial de Informaccedilotildees do
AgrJuacutepiter na IFOR entre Agosto de 1996 e Dezembro
de 1996
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 54
APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao
Major-General Martins Ribeiro
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Poderatildeo as NRF e os BG ser considerados FND
4 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com meios de protecccedilatildeo AA Porquecirc
5 O que satildeo as CJSOR Como se processa a Conferecircncia de Geraccedilatildeo de Forccedilas
6 Na sua opiniatildeo e como Chefe da DIOPEMGFA porque razatildeo o Exeacutercito nunca
disponibilizou unidades de AAA para missotildees exterior
7 Jaacute foi equacionada hipoacutetese de empenhar uma unidade de AAA para corresponder agrave
CJSOR
8 A constituiccedilatildeo da forccedila deve responder as CJSOR Apesar disso pode a Forccedila ter
valecircncias adicionais
Posto Major-General
Nome Luiacutes Manuel MARTINS RIBEIRO
Cargo Funccedilatildeo Chefe da Divisatildeo de Operaccedilotildees do EMGFA
Local EMGFA - Lisboa
DataHora 19 de Marccedilo de 2009 pelas 18h00m
Motivo da Entrevista A DIOPEMGFA presta apoio de estado-maior no que respeita a
planeamento operacional e ao emprego de FND
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 55
APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao
Tenente-Coronel Crispim Paradelo
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave
FND Porquecirc
3 Como definiria a ameaccedila aeacuterea actual
4 Actualmente as FND incluem um moacutedulo de morteiros pesados sem qualquer
integraccedilatildeo na estrutura de C2 do escalatildeo superior Poderia esta situaccedilatildeo acontecer com
o moacutedulo de protecccedilatildeo AA
5 Ao incluir este moacutedulo de protecccedilatildeo AA qual seria o seu escalatildeo composiccedilatildeo
pessoalmaterial
6 Quais as tarefas que podem ser cometidas agraves unidades de AAA actuando em ambiente
CRO
7 O sistema de C2 das unidades de AAA tem limitaccedilotildees Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar
de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em CRO Porquecirc
8 Os novos raacutedios da famiacutelia 525 acrescentaram algumas melhorias no actual sistema de
C2 das unidades de AAA Quais
Posto Tenente-Coronel
Nome Antoacutenio CRISPIM PARADELO
Cargo Funccedilatildeo Comandante do GAAA no RAAA1
Local RAAA1 - Lisboa
DataHora 24 de Marccedilo de 2009 pelas 09h00m
Motivo da Entrevista Como actual Cmdt GAAA o Tenente-Coronel Paradelo tem
conhecimento da prontidatildeo das unidades de AAA
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 56
APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Vieira Borges
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave
forccedila Porquecirc
3 Ao incluir este moacutedulo de protecccedilatildeo AA qual seria o seu escalatildeo composiccedilatildeo
pessoalmaterial
4 Como descreveria a situaccedilatildeo actual da AAA no que respeita a forccedilas projectaacuteveis
5 O sistema de C2 das unidades de AAA eacute apontado como uma das grandes limitaccedilotildees da
AAA Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em
CRO Porquecirc
6 No que diz respeito agrave actual situaccedilatildeo do material (unidades de tiro sistema IFF radares)
poderaacute este ser empregue em forccedilas projectaacuteveis
7 Na sua opiniatildeo e tendo em conta a situaccedilatildeo actual da AAA quais satildeo as capacidades
miacutenimas que devem serem adquiridas para que a AAA possa integrar subunidades de
organizaccedilatildeo modular nas FND
8 Na sua opiniatildeo e tendo em conta a situaccedilatildeo actual da AAA quais satildeo as capacidades
miacutenimas que devem serem adquiridas para que a AAA possa integrar unidades no seio
da NRF e dos BG
9 Quais as melhorias que o sistema do tipo FAADS C2I acrescentaria agrave AAA
10 Como antigo Oficial Coordenador de Reequipamento (OCAR) da AAA quais satildeo as
aquisiccedilotildees previstas na LPM para alterar a actual situaccedilatildeo da AAA
Posto Coronel
Nome Joatildeo VIEIRA BORGES
Cargo Funccedilatildeo Assessor de Estudos do Instituto de Defesa Nacional (IDN)
Local IDN - Lisboa
DataHora 01 de Marccedilo de 2009 pelas 15h00m
Motivo da Entrevista Antigo Comandante do RAAA1
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 57
ANEXOS
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 58
ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP
Apresenta-se o histoacuterico da participaccedilatildeo de FND do Exeacutercito em MHP nos diferentes
TO em que o Exeacutercito participou ao serviccedilo das diversas OI
Moccedilambique
UNMOZ Batalhatildeo de Transmissotildees 4 040593 ndash 290794
300594 ndash 221294
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 1 FND no TO de Moccedilambique
Angola
UNAVEM117 III
Companhia de Transmissotildees 5 260595 ndash 271296
111296 ndash 010797
Companhia Logiacutestica 6
280795 ndash 260296
260296 ndash 160996
161196 ndash 080497
080497 ndash 300697
MONUA118
Companhia de Transmissotildees 5
010797 ndash 271197
191197 ndash 261098
261098 ndash 260299
Companhia Logiacutestica 6
300697 ndash 180997
180997 ndash 010298
010298 ndash 270798
Destacamento Sanitaacuterio 7
310897 ndash 200498
260498 ndash 020898
300798 ndash 251198
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 2 FND no TO de Angola
117
UNAVEM III ndash United Nations Verification Mission III 118
MONUA ndash Missatildeo de Observaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas em Angola
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 59
Boacutesnia e Herzegovina
IFOR
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado (2ordm BIAT) 160196 ndash 120896
3ordm Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado (3ordm BIAT) 120796 ndash 100297
Destacamento de Apoio de Serviccedilos 290196 ndash 120896
SFOR
1ordm Batalhatildeo de Infantaria Motorizado (1ordm BIMoto) 100297 ndash 300797
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Motorizado (2ordm BIMoto) 300797 ndash 140198
1ordm BIAT 140198 ndash 150798
Agrupamento Alfa 150798 ndash 120199
3ordm BIMoto 120199 ndash 120799
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Paraquedista (2ordm BIPara) 100799 ndash 310100
Agrupamento Alfa 310100 ndash 290700
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Mecanizado (2ordm BIMec) 290700 ndash 280101
Agrupamento Echo 280101 ndash 290701
1ordm BIPara 290701 ndash 290102
2ordm BIMec 290102 ndash 300702
2ordm Batalhatildeo de Infantaria (2ordm BI) 300702 ndash 300103
1ordm BIPara 300103 ndash 300703
Agrupamento Golf 300703 ndash 280104
3ordm BIPara 300104 ndash 230704
2ordm BIMec 230704 ndash 230105
EUFOR119
Componente Portuguesa da
Brigada Aerotransportada Independente (BAI) 0105 ndash 0701
Componente Portuguesa da
Brigada Intervenccedilatildeo (BrigInt) 0705 ndash 0106
Componente Portuguesa da
Brigada Mecanizada (BrigMec) 0106 ndash 0706
1ordmBIBrigInt 0706 ndash 0307
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 3 FND no TO da Boacutesnia e Herzegovina
119
EUFOR ndash European Union Force
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 60
Kosovo
KFOR
Agrupamento BravoBAI 0899 ndash 0200
Agrupamento Charlie Brigada Ligeira de Intervenccedilatildeo (BLI)
0200 ndash 0800
Agrupamento Delta Brigada Mecanizada Independente (BMI)
0800 ndash 0401
2ordmBIBLI 0105 ndash 0905
3ordm BIParaBrigada de Reacccedilatildeo Raacutepida (BRR) 0905 ndash 0306
1ordmBIMecBrigMec 0306 ndash 0906
1ordmBIParaBRR 0906 ndash 0307
2ordm BIMecBrigMec 0307 ndash 0907
2ordmBIBrigInt 0907 ndash 0308
1ordmBIParaBRR 0308 ndash 0908
Agrupamento MikeBrigInt 0908 ndash 0309
1ordmBIBrigInt 0309 ndash Em curso
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 4 FND no TO do Kosovo
Timor-Leste
UNTAET120
1ordm BIParaBAI 140200 ndash 210800
2ordm BIParaBAI 210800 ndash 260201
2ordmBIBLI 260201 ndash 081001
1ordmBIBLI 081001 - 080602
UNMISET
2ordm BIParaBAI 080602 ndash 240103
1ordmBIMecBrigMec 240103 ndash 250703
Agrupamento Foxtrot 250703 ndash 250104
Agrupamento Hotel 250104 ndash 110604
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 5 FND no TO de Timor-Leste
120 UNTAET ndash United Nations Transitional Administration in East Timor
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 61
Zaire
FORREZ121 Forccedilas de Operaccedilotildees Especiais 060597 ndash 300597
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 6 FND no TO do Zaire
Guineacute-Bissau
FORREC122 Forccedilas de Operaccedilotildees Especiais 110698 ndash 190698
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 7 FND no TO da Guineacute-Bissau
Afeganistatildeo
ISAF123
1ordf Companhia de Comandos (1ordmCCmds) BRR 0805 ndash 0206
2ordf Companhia de Comandos (2ordmCCmds) BRR 0206 ndash 0806
2ordm BIParaBRR 0806 ndash 0207
2ordmCCmdsBRR 0207 ndash 0807
22ordf Companhia de Atiradores Paacutera-quedista (22ordfCatPara) 2ordm BIParaBRR
0807 ndash 0208
1ordmCCmdsBRR 0208 ndash 0808
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 8 FND no TO do Afeganistatildeo
121
FORREZ ndash Forccedila de Recolha do Zaire 122
FORREC ndash Forccedila de Recolha 123
ISAF ndash International Security Assistance Force
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 62
Liacutebano
UNIFIL
Companhia de Engenharia (CEng)BrigMec 1106 ndash 0507
Forccedilas de Apoio Geral (AG) 0507 ndash 1107
Forccedilas de AG 1107 ndash 0508
CEngBrigInt 0508 ndash 1108
CEngBrigMec 1108 ndash 0509
Forccedilas de AG 0509 ndash Em curso
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 9 FND no TO do Liacutebano
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 63
ANEXO B - Ciclo de uma FND
(Fonte Autor 2009)
Fonte (Autor 2009)
Figura 1 Os 3 periacuteodos distintos de uma FND
2ordm PERIacuteODO PROJECCcedilAtildeO DA UNIDADE E CONDUTA DA OPERACcedilAtildeO
Esta fase decorre entre o iniacutecio do deslocamento da unidade
para o TO e a Transferecircncia de Autoridade (TOA) da forccedila que eacute
rendida (Leandro 2002)
1ordm PERIacuteODO APRONTAMENTO
Eacute o periacuteodo de tempo compreendido entre o despacho de
nomeaccedilatildeo da unidade e a sua projecccedilatildeo para o TO
Durante este periacuteodo a unidade recebe treino orientado
para a missatildeo que vai desempenhar (Leandro 2002)
3ordm PERIacuteODO EXTRACcedilAtildeO E DESACTIVACcedilAtildeOFIM DE MISSAtildeO
Engloba o periacuteodo que decorre entre a TOA para a forccedila
que vem render e a extraccedilatildeo da forccedila e consecutiva
elaboraccedilatildeo do Relatoacuterio Final de Missatildeo (RFM)
(Leandro 2002)
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 64
ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees
O emprego de forccedilas militares natildeo eacute exclusivo das operaccedilotildees de guerra sendo estas
igualmente empregues em situaccedilotildees de paz e de crise Desta forma abrangem um vasto
espectro (EME 2005)
(Fonte EME 2005)
Figura 2 Espectro das Operaccedilotildees
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 65
ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Com a finalidade de reger o comportamento das entidades intervenientes neste tipo de
operaccedilotildees (forccedilas militares OI ONG) foi estabelecido um conjunto de princiacutepios (EME
2005)
Objectivo ndash Todas as operaccedilotildees devem ser orientadas para objectivos claramente
definidos e compreendidos Os objectivos estrateacutegicos - militares devem permitir
alcanccedilar o estado final poliacutetico desejado
Perseveranccedila ndash Numa operaccedilatildeo desta natureza para alcanccedilar o estado final
desejado implica ser-se resoluto paciente e persistente na perseguiccedilatildeo dos objectivos
definidos
Unidade de Comando ndash Requer uma clara definiccedilatildeo da autoridade papel e relaccedilotildees
entre os intervenientes para cumprir as tarefas atribuiacutedas
Unidade de Esforccedilos ndash Este princiacutepio reconhece a necessidade de uma
aproximaccedilatildeo coerente ente militares e civis Requer uma contiacutenua interacccedilatildeo com as
OI e as ONG envolvidas Para conseguir este princiacutepio eacute essencial estabelecer uma
ligaccedilatildeo efectiva a todos os niacuteveis e promover regularmente conferecircncias e reuniotildees
envolvendo todas as partes intervenientes
Credibilidade ndash A credibilidade eacute essencial para promover e estabelecer um clima de
confianccedila A Forccedila natildeo deve transigir quanto agrave vontade e capacidade para assumir as
suas responsabilidades
Transparecircncia das Operaccedilotildees ndash A Missatildeo o conceito de operaccedilotildees e o estado final
poliacutetico a alcanccedilar devem ser compreendidos por todas as partes envolvidas neste
processo (forccedila agecircncias e partes) A difusatildeo da informaccedilatildeo deve ser balanceada
com as necessidades de seguranccedila
Protecccedilatildeo ndash Eacute uma responsabilidade de comando inerente a qualquer operaccedilatildeo
militar Devem ser considerados a composiccedilatildeo e volume da forccedila os planos as
ordens e as regras de empenhamento (ROE)124
Flexibilidade ndash O sucesso destas operaccedilotildees envolve uma elevada capacidade de
gestatildeo e adaptaccedilatildeo face agraves mudanccedilas e eventuais transiccedilotildees que ocorram na
situaccedilatildeo envolvente e que conduzam ao estabelecimento de um ambiente seguro e
estaacutevel O comandante operacional deve facultar o maacuteximo de flexibilidade e as forccedilas
devem ter capacidade de adaptaccedilatildeo agraves alteraccedilotildees
124
ROE ndash Rules Of Engagement
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 66
Promoccedilatildeo da Cooperaccedilatildeo e Consentimento ndash Este princiacutepio constitui-se como um
preacute-requisito neste tipo de operaccedilotildees Exige uma cuidadosa ponderaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
antes da execuccedilatildeo de qualquer actividade de natureza militar
Imparcialidade ndash As operaccedilotildees devem ser conduzidas sem favorecer ou prejudicar
qualquer das partes Deve ser fomentada a aproximaccedilatildeo entre as partes atraveacutes de
uma comunicaccedilatildeo eficaz e transparecircncia das operaccedilotildees
Uso da Forccedila ndash O uso da forccedila neste tipo de operaccedilotildees poderaacute prejudicar a
execuccedilatildeo da missatildeo pelo que requer um elevado acompanhamento por parte do
Comando da forccedila contudo o uso da forccedila deve estar de acordo com a lei
internacional nomeadamente o direito internacional humanitaacuterio O uso da forccedila
deveraacute ser adequado agrave missatildeo No entanto as ROE natildeo devem limitar o direito
inerente agrave auto-defesa
Respeito Muacutetuo ndash Deve existir respeito pela naccedilatildeo cultura e costumes da Naccedilatildeo
Hospedeira O Comandante Conjunto deve assegurar-se que os mesmos princiacutepios
satildeo reconhecidos e implementados entre os diferentes contingentes que fazem parte
da forccedila
Liberdade de Movimentos ndash A liberdade de movimentos eacute fundamental para garantir
o sucesso das operaccedilotildees em missotildees desta natureza O mandato que a forccedila deteacutem
juntamente com as ROE deve garantir liberdade e autonomia para cumprir as tarefas
As facccedilotildees poderatildeo impor algumas restriccedilotildees neste aspecto Haacute que impor essa
liberdade atraveacutes de acccedilotildees vigorosas e resolutas podendo mesmo incluir o uso da
forccedila
Legitimidade ndash Este princiacutepio constitui-se como fundamental em operaccedilotildees desta
natureza Eacute atraveacutes da legitimidade que se consegue garantir o apoio da comunidade
internacional das naccedilotildees contribuintes e das partes envolvidas Eacute necessaacuterio que a
operaccedilatildeo seja conduzida de acordo com a lei internacional incluindo os princiacutepios
constantes na carta das Naccedilotildees Unidas Qualquer erro poderaacute comprometer a
credibilidade da forccedila e consequentemente a sua legitimidade
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 67
ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea
(Fonte HDA 2000)
Figura 3 Proliferaccedilatildeo da Ameaccedila Aeacuterea
(Fonte HDA 2000)
Figura 4 Relaccedilatildeo de CustosEquipamento
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 68
ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
A OTAN eacute uma OI de cooperaccedilatildeo militar estabelecida em 1949 que tem por base o
Tratado Atlacircntico Norte e eacute actualmente constituiacuteda por uma Alianccedila de 26 paiacuteses125 O
papel fundamental da OTAN eacute salvaguardar a liberdade e seguranccedila dos seus paiacuteses
membros constituindo-se tambeacutem num dos pilares de estabilidade e seguranccedila do espaccedilo
Euro-Atlacircntico
O conceito estrateacutegico da Alianccedila Atlacircntica estabelece as capacidades que devem ser
desenvolvidas pela OTAN entre as quais o papel crucial que a organizaccedilatildeo tem na
prevenccedilatildeo de conflitos e gestatildeo de crises adoptando as medidas necessaacuterias agrave sua
resoluccedilatildeo A OTAN fomenta ainda a parceria e cooperaccedilatildeo com os restantes paiacuteses do
espaccedilo Euro-Atlacircntico no intuito de promover a paz e aumentar a confianccedila muacutetua e a
capacidade de acccedilatildeo conjunta (NATO 2004)
A OTAN iniciou a sua actuaccedilatildeo na regiatildeo dos Balcatildes apoacutes a assinatura do acordo de
Paz de Dayton em 1995 Esteve sempre relacionada com o cumprimento deste acordo
intervindo numa primeira fase com uma forccedila de implementaccedilatildeo militar (IFOR) e
posteriormente com uma forccedila de estabilizaccedilatildeo (SFOR) ambas com o objectivo de construir
a base para uma futura paz na regiatildeo dos Balcatildes
O emprego operacional da Alianccedila nesta regiatildeo efectivamente impediu novos
combates e desenvolveu um precedente de sucesso dos esforccedilos de caraacutecter
multinacionais Conseguiu alcanccedilar as esperanccedilas de paz e bem-estar existentes no povo
da Boacutesnia e Herzegovina e do Kosovo
A esfera de actuaccedilatildeo da Alianccedila abrange tambeacutem o conflito do Kosovo onde a OTAN
leva a cabo esforccedilos para inverter a limpeza eacutetnica e permitir o regresso das centenas de
milhares de refugiados que abandonaram o Kosovo durante a repressatildeo da Primavera de
1999 para voltar agrave sua paacutetria segura
O papel da forccedila multinacional liderada pela OTAN no Kosovo a KFOR tem vindo a
criar um ambiente seguro e estaacutevel no qual todos os habitantes do Kosovo
independentemente da sua origem eacutetnica possam viver em paz ajudando-os a reconstruir
as estruturas necessaacuterias para uma sociedade paciacutefica e democraacutetica Estas caracteriacutesticas
satildeo essenciais caso se pretenda alcanccedilar uma soluccedilatildeo duradoura para este conflito
A tarefa que tem vindo a ser realizada pela Alianccedila no Kosovo encontra-se inserida no
contexto de esforccedilos da comunidade internacional para criar um ambiente que iraacute promover
a paz e a estabilidade no Sudeste da Europa (NATO 2001)
125
Satildeo paiacuteses membros da Alianccedila Atlacircntica Alemanha Beacutelgica Bulgaacuteria Canadaacute Dinamarca Eslovaacutequia
Esloveacutenia Estoacutenia Espanha Estados Unidos Franccedila Greacutecia Holanda Hungria Islacircndia Itaacutelia Letoacutenia
Lituacircnia Luxemburgo Noruega Poloacutenia Portugal Reino Unido Repuacuteblica Checa Romeacutenia e Turquia
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 69
(Fonte NATO 2004)
Figura 5 Paiacuteses-membros da OTAN
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 70
ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton
O Acordo de Paz de Dayton surge apoacutes a reuniatildeo do Grupo de Contacto126 onde satildeo
aprovados os princiacutepios de base para uma regulamentaccedilatildeo da paz Eacute acordado um
reconhecimento muacutetuo a Repuacuteblica Federal Jugoslava reconhece a Boacutesnia e Herzegovina e
Sarajevo por sua vez reconhece a Repuacuteblica Seacutervia
Assim no dia 21 de Novembro de 1995 chega-se a um acordo em Dayton no Estado
norte-americano do Ohio Neste acordo assinado pelo Grupo de Contacto e pelos
representantes das partes beligerantes Franjo Tujam (Croaacutecia) Alija Izetbegovic (Boacutesnia) e
Slogan Militeis (Seacutervia) eacute aceite o plano de paz para a Boacutesnia e Herzegovina Este acordo
foi formalmente assinado em Paris no dia 14 de Dezembro de 1995 (Saraiva 2008)
(Fonte Autor 2009)
Figura 6 Divisatildeo Territorial da Boacutesnia e Herzegovina em 1995
126
O Grupo de Contacto era constituiacutedo por EUA Reino Unido Franccedila Alemanha e Ruacutessia
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 71
ANEXO H - Missatildeo da IFOR
A IFOR tinha a missatildeo de fiscalizar e impor o cumprimento dos aspectos militares
previstos no Acordo de Paz de Dayton A UNSCR 1031 prevecirc o mandato da IFOR durante
um ano no TO da Boacutesnia e Herzegovina As tarefas militares a serem cumpridas (NATO
2009)
1 Garantir a auto-defesa e a liberdade de circulaccedilatildeo
2 Supervisionar a marcaccedilatildeo dos limites da ZOS entre as partes
3 Monitorizar e se necessaacuterio impor a retirada das forccedilas militares dos
respectivos territoacuterios para que se possa estabelecer a ZOS
4 Assumir o controlo do espaccedilo aeacutereo sobre o territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina
5 Assumir o controlo da circulaccedilatildeo de traacutefego militar nas principais rotas terrestres
6 Estabelecer comissotildees militares conjuntas para servirem como oacutergatildeos centrais
para todas as partes do Acordo de Paz
7 Ajudar agrave retirada das forccedilas da ONU natildeo transferidas para a IFOR
(Fonte NATO 2001)
Figura 7 Logoacutetipo da IFOR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 72
ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR
(Fonte Autor 2009)
Figura 8 Estrutura de C2 da IFOR
Em 1996 o Tenente-General Michael Walker (Exeacutercito Norte-Americano) era o
Comandante da componente terrestre da IFOR e tinha trecircs divisotildees sob o seu comando
1 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MNDSW127) liderada pelo Reino Unido com
comando sediado em Banja Luka
2 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MNDN128) liderada pelos EUA com comando
sediado em Tuzla
3 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MDNSE129) liderada pela Franccedila com
comando em Mostar
O AgrJuacutepiter ocupava o sector de Goradze com o seu Posto de Comando (PC)
estabelecido em Rogatica estando integrado na Brigada Multinacional Norte (MNBN130) com
comando Italiano que por sua vez pertencia agrave MDNSE
127
MNDSW ndash Multinational Division Southwest 128
MNDN ndash Multinational Division North 129
MNDSE - Multinational Division Southeast 130
MNBN ndash Multinational Brigade North
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 73
ANEXO J - Missatildeo da KFOR
A KFOR obteve o seu mandato a partir da UNSCR 1244 e do MTA acordado entre a
OTAN a Repuacuteblica Federal da Jugoslaacutevia e a Seacutervia Inicialmente o seu mandato tinha
como principais objectivos (NATO 2009)
1 Dissuadir o recomeccedilo das hostilidades
2 Estabelecer um ambiente seguro
3 Desmilitarizar o Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo (UCK)
4 Apoiar o esforccedilo humanitaacuterio internacional
5 Coordenar e apoiar a presenccedila internacional no territoacuterio do Kosovo
(Fonte NATO 2001)
Figura 9 Logoacutetipo da KFOR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 74
ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR
(Fonte Autor 2009)
Figura 10 Estrutura de C2 da KFOR
Em 1999 o Tenente-General Mike Jackson (Exeacutercito Britacircnico) era o COMKFOR e
tinha cinco brigadas sob o seu comando
1 Brigada Multinacional Norte (MNBN131) liderada pela Franccedila
2 Brigada Multinacional Centro (MNBC132) liderada pelo Reino Unido
3 Brigada Multinacional Este (MNBE133) liderada pelos EUA
4 Brigada Multinacional Sul (MNBS134) liderada pela Alemanha
5 Brigada Multinacional Oeste (MNBW135) liderada pela Itaacutelia
O AgrBravo ocupava o sector de Klina estando integrado na aacuterea de responsabilidade
(AOR) da MNBW que integrava tambeacutem um batalhatildeo espanhol
131
MNBN ndash Multinational Brigade North 132
MNBC ndash Multinational Brigade Center 133
MNBE ndash Multinational Brigade East 134
MNBS ndash Multinational Brigade South 135
MNBW ndash Multinational Brigade West
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 75
ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL
O Exeacutercito Francecircs integrou um moacutedulo de AAA de escalatildeo pelotatildeo na Forccedila Tarefa
(nome de coacutedigo ldquoLeclercrdquo) que destacou para o Liacutebano no acircmbito da UNIFIL em 2006
A missatildeo deste pelotatildeo era conferir protecccedilatildeo AA agrave Forccedila Tarefa e ao seu QG e tinha
como meios o Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral o Sistema Radar NC1 e Viaturas Blindadas de
Transporte de Pessoal (VBTP) (Charron 2008)
Figura 11 Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral
Figura 12 Sistema Radar NC1
(Fonte Charron 2008)
(Fonte wwwarmeescom 2008)
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 76
ANEXO M - Estrutura da NRF
(Fonte NATO 2003)
Figura 13 Estrutura da NRF
9500
Militares
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 77
ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup
(Fonte Baptista 2007)
Figura 14 Estrutura geneacuterica de um Battlegroup
Pacote de Forccedilas
Comando da Forccedila
Batalhatildeo de Infantaria
Comando
CCS
3 CAt
Apoio de Fogos
Reconhecimento
Apoio de Combate
Apoio de Fogos
Engenharia
Artilharia Antiaeacuterea
Transmissotildees
Guerra Electroacutenica
Informaccedilotildees
Aviaccedilatildeo do Exeacutercito
Forward Air Controller
Defesa NBQ
Apoio de Serviccedilos
Apoio Logiacutestico
Apoio Sanitaacuterio
Apoio Geograacutefico
CIMIC
Policia Militar
Capacidades Adicionais (dependem da missatildeo)
Meios Aeacutereos
Transporte Estrateacutegico
Transporte Taacutectico
Apoio Aeacutereo Proacuteximo
Apoio de Helicoacutepteros
Meios Navais
Transporte Estrateacutegico
Apoio Aeacutereo com base
em porta-aviotildees
Apoio ao desembarque de
forccedilas
Meios Logiacutesticos
Reabastecimento
Apoio Sanitaacuterio
Apoio a manutenccedilatildeo
de equipamentos
Forccedilas de
Operaccedilotildees
Especiais
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 78
ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF
NRF LCC Unidade Nacional Efectivo
Exerciacutecio de
Certificaccedilatildeo
Internacional
Periacuteodo de
Stand by
1 NRDC-TU O EXEacuteRCITO NAtildeO PARTICIPOU Out03-Jan04
2 NRDC-TU Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 50
Natildeo se
realizou Jan04-Jul04
3 NRDC-IT
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
50 Organizer 6Amiddot
(Alemanha)
Jul04-Jan05
4 NRDC-GENL
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
51 Organizer 6Bmiddot
(Alemanha) Jan05-Jul05
5 NRDC-SP Agrupamento
Mecanizado 697
Cohesion 05middot
(Espanha) Jul05-Jan06
6 NRDC-UK Batalhatildeo de Infantaria
Paacutera-quedista 636
Iron Warriormiddot
(Reino Unido) Jan06-Jul06
7 EUROCORPS Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 75
Steadfast
Jaguar 06
(Cabo-Verde)
Jul06-Jan07
8 NRDC-TU Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 75
Natildeo se
realizou Jan07-Jul07
9 NRDC-IT Esquadratildeo de Poliacutecia
Militar 80
Steadfast
Jackpot 07
(Noruega)
Jul07-Jan08
10 NRDC-GENL
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
50 Noblelight II
(Alemanha) Jan08-Jul08
11 NRDC-FR Esquadratildeo de
Reconhecimento 140
Natildeo se
realizou Jul08-Jan09
12 NRDC-SP Agrupamento
Mecanizado 697
Noblelight
(Espanha) Jan09-Jul09
13 NRDC-SP Batalhatildeo de Infantaria
Paacutera-quedista 687 Natildeo participa Jul09-Jan10
14 NRDC-SP Bateria de Artilharia de
Campanha 130 A designar Jan10-Jul10
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 10 Participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 79
ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup
(Fonte Baptista 2008)
Figura 15 Modelo do BG Francecircs
Pelotatildeo
AA
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 80
ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas
de AAA Nacionais
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 16 O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 17 O Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 18 O Radar PSTAR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 81
ANEXO R ndash O Link 11B
O Link 11B ou TADIL136-B (na doutrina norte-americana) emprega teacutecnicas de
comunicaccedilatildeo em rede e um formato standard de mensagem para a troca de informaccedilatildeo
digital entre sistema de informaccedilatildeo taacutecticos O Link 11B utiliza uma raacutepida ligaccedilatildeo ponto-a-
ponto e pode ser transmitido atraveacutes de diversos equipamentos tais como cabo sateacutelite e
ligaccedilotildees raacutedio Equipa unidades terrestres aeacutereas e navais (ALSAC 2000)
(Fonte httpsistemadearmassitesuolcombrgedtl3usalink11html 2009)
Figura 19 Interface do Link 11B
136 TADIL ndash Tactical Digital Information
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 82
ANEXO S ndash O Link 16
O Link 16 ou TADIL-J eacute uma nova ligaccedilatildeo taacutectica de dados utilizada pelos EUA alguns
paiacuteses da OTAN e pelo Japatildeo Natildeo alterou os conceitos fundamentais de transferecircncia de
dados utilizado pelo Link 11B antes pelo contraacuterio acrescentou melhorias significativas nos
sistemas jaacute existentes O Link 16 utiliza um Sistema de Distribuiccedilatildeo de Informaccedilatildeo Taacutectica
Conjunta (JTIDS137) que lhe permite partilhar a informaccedilatildeo em tempo real de uma forma
raacutepida e codificada entre todas as plataformas de armas e de C2 intervenientes no TO
Nota A verde encontram-se as unidades de AAA (armas e C2)
(Fonte httpwwwglobalsecurityorgmilitarysystemsgroundimages 2009)
Figura 20 Utilizadores do Link 16
137 JTIDS - Joint Tactical Information Distribution System
- DEDICATOacuteRIA
- AGRADECIMENTOS
- IacuteNDICE
- IacuteNDICE DE FIGURAS
- IacuteNDICE DE QUADROS
- LISTA DE ABREVIATURAS
- LISTA DE SIGLAS
- RESUMO
-
- O presente trabalho tem como objectivo analisar a capacidade de emprego de unidades de Artilharia Antiaeacuterea em Forccedilas Nacionais Destacadas
-
- ABSTRACT
- INTRODUCcedilAtildeO
-
- Definiccedilatildeo do Objectivo de Investigaccedilatildeo
- Justificaccedilatildeo do Tema
- Orientaccedilatildeo Metodoloacutegica
- Siacutentese de Conteuacutedos
-
- CAPIacuteTULO I ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL
-
- I1 Forccedilas Nacionais Destacadas
-
- I11 Enquadramento Histoacuterico
- I12 Forccedilas Nacionais Destacadas ndash O Conceito
-
- I2 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
-
- I21 Tipologia das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
- I22 Manutenccedilatildeo de Paz vs Imposiccedilatildeo de Paz
-
- I3 A Ameaccedila Aeacuterea
-
- CAPIacuteTULO II A PARTICIPACcedilAtildeO DE FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS EM OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES
-
- II1 A Participaccedilatildeo Nacional na IFOR
-
- II11 Antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina
- II12 Case-study o Agrupamento Juacutepiter na Boacutesnia e Herzegovina
-
- II2 A Participaccedilatildeo Nacional na KFOR
-
- II21 Antecedentes do Conflito do Kosovo
- II22 Case-study o Agrupamento Bravo no Kosovo
- II23 Case-study o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista no Kosovo
-
- II3 Reflexotildees sobre o emprego de AAA em CRO
-
- CAPIacuteTULO III A INTEGRACcedilAtildeO DA AAA NA NATO RESPONSE FORCE E NOS BATTLEGROUPS
-
- III1 Os Conceitos de NATO Response Force e de Battlegroups
-
- III11 A NATO Response Force - NRF
- III12 Os Battlegroups
-
- III2 Requisitos para integraccedilatildeo da AAA na NRF
- III3 Requisitos para Integraccedilatildeo da AAA nos Battlegroups
-
- CAPIacuteTULO IV EMPREGO OPERACIONAL DAS UNIDADES DE AAA
-
- IV1 O Niacutevel de Prontidatildeo das Unidades de AAA
-
- IV11 Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais
- IV12 A Lei de Programaccedilatildeo Militar
- IV13 A Prontidatildeo dos Militares de AAA
-
- IV2 O Emprego da AAA como Moacutedulo de Protecccedilatildeo AA
- IV3 O Emprego da AAA na NRF e nos BG
-
- CAPIacuteTULO V CONCLUSOtildeES E PROPOSTAS
- REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
- GLOSSAacuteRIO
- APEcircNDICES
-
- APEcircNDICE A - Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
- APEcircNDICE B - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel de Varela Benroacutes
- APEcircNDICE C - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Ref Pires Saraiva
- APEcircNDICE D - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Tirocinado Antunes Calccedilada
- APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira
- APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro
- APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Crispim Paradelo
- APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Vieira Borges
-
- ANEXOS
-
- ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP
- ANEXO B - Ciclo de uma FND
- ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees
- ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
- ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea
- ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
- ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton
- ANEXO H - Missatildeo da IFOR
- ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR
- ANEXO J - Missatildeo da KFOR
- ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR
- ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL
- ANEXO M - Estrutura da NRF
- ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup
- ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF
- ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup
-
- ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais
- ANEXO R ndash O Link 11B
- ANEXO S ndash O Link 16
-
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS iii
IacuteNDICE
DEDICATOacuteRIA i
AGRADECIMENTOS ii
IacuteNDICE iii
IacuteNDICE DE FIGURAS vi
IacuteNDICE DE QUADROS vii
LISTA DE ABREVIATURAS viii
LISTA DE SIGLAS ix
RESUMO xiv
ABSTRACT xv
INTRODUCcedilAtildeO 1
Definiccedilatildeo do Objectivo de Investigaccedilatildeo 2
Justificaccedilatildeo do Tema 2
Orientaccedilatildeo Metodoloacutegica 3
Siacutentese de Conteuacutedos 5
CAPIacuteTULO I - ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL 7
I1 Forccedilas Nacionais Destacadas 7
I11 Enquadramento Histoacuterico 7
I12 Forccedilas Nacionais Destacadas ndash O Conceito 8
I2 Operaccedilotildees de Resposta a Crises 9
I21 Tipologia das Operaccedilotildees de Resposta a Crises 10
I22 Manutenccedilatildeo de Paz vs Imposiccedilatildeo de Paz 10
I3 A Ameaccedila Aeacuterea 11
CAPIacuteTULO II - A PARTICIPACcedilAtildeO DE FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS EM
OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES 13
II1 A Participaccedilatildeo Nacional na IFOR 13
Iacutendice
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS iv
II11 Antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina 14
II12 Case-study o Agrupamento Juacutepiter na Boacutesnia e Herzegovina 15
II2 A Participaccedilatildeo Nacional na KFOR 16
II21 Antecedentes do Conflito do Kosovo 17
II22 Case-study o Agrupamento Bravo no Kosovo 18
II23 Case-study o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista no Kosovo 20
II3 Reflexotildees sobre o emprego de AAA em CRO 21
CAPIacuteTULO III - A INTEGRACcedilAtildeO DA AAA NA NATO RESPONSE FORCE E NOS
BATTLEGROUPS 24
III1 Os Conceitos de NATO Response Force e de Battlegroup 25
III11 A NATO Response Force - NRF 25
III12 Os Battlegroups 26
III2 Requisitos para integraccedilatildeo da AAA na NRF 27
III3 Requisitos para Integraccedilatildeo da AAA nos Battlegroups 28
CAPIacuteTULO IV - EMPREGO OPERACIONAL DAS UNIDADES DE AAA 29
IV1 O Niacutevel de Prontidatildeo das Unidades de AAA 29
IV11 Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais 30
IV12 A Lei de Programaccedilatildeo Militar 32
IV13 A Prontidatildeo dos Militares de AAA 33
IV2 O Emprego da AAA como Moacutedulo de Protecccedilatildeo AA 34
IV3 O Emprego da AAA na NRF e nos BG 36
CAPIacuteTULO V - CONCLUSOtildeES E PROPOSTAS 37
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 40
GLOSSAacuteRIO 46
APEcircNDICES 48
APEcircNDICE A - Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo 49
APEcircNDICE B - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel de Varela Benroacutes 50
APEcircNDICE C - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Ref Pires Saraiva 51
APEcircNDICE D - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Tirocinado Antunes Calccedilada 52
Iacutendice
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS v
APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira 53
APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro 54
APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Crispim Paradelo 55
APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Vieira Borges 56
ANEXOS 57
ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP 58
ANEXO B - Ciclo de uma FND 63
ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees 64
ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises 65
ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea 67
ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte 68
ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton 70
ANEXO H - Missatildeo da IFOR 71
ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR 72
ANEXO J - Missatildeo da KFOR 73
ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR 74
ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL 75
ANEXO M - Estrutura da NRF 76
ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup 77
ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF 78
ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup 79
ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais 80
ANEXO R ndash O Link 11B 81
ANEXO S ndash O Link 16 82
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS vi
IacuteNDICE DE FIGURAS
Figura 1 Os 3 periacuteodos distintos de uma FND 63
Figura 2 Espectro das Operaccedilotildees 64
Figura 3 Proliferaccedilatildeo da Ameaccedila Aeacuterea 67
Figura 4 Relaccedilatildeo de CustosEquipamento 67
Figura 5 Paiacuteses-membros da OTAN 69
Figura 6 Divisatildeo Territorial da Boacutesnia e Herzegovina em 1995 70
Figura 7 Logoacutetipo da IFOR 71
Figura 8 Estrutura de C2 da IFOR 72
Figura 9 Logoacutetipo da KFOR 73
Figura 10 Estrutura de C2 da KFOR 74
Figura 11 Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral 75
Figura 12 Sistema Radar NC1 75
Figura 13 Estrutura da NRF 76
Figura 14 Estrutura geneacuterica de um Battlegroup 77
Figura 15 Modelo do BG Francecircs 79
Figura 16 O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral 80
Figura 17 O Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger 80
Figura 18 O Radar PSTAR 80
Figura 19 Interface do Link 11B 81
Figura 20 Utilizadores do Link 16 82
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS vii
IacuteNDICE DE QUADROS
Quadro 1 FND no TO de Moccedilambique 58
Quadro 2 FND no TO de Angola 58
Quadro 3 FND no TO da Boacutesnia e Herzegovina 59
Quadro 4 FND no TO do Kosovo 60
Quadro 5 FND no TO de Timor-Leste 60
Quadro 6 FND no TO do Zaire 61
Quadro 7 FND no TO da Guineacute-Bissau 61
Quadro 8 FND no TO do Afeganistatildeo 61
Quadro 9 FND no TO do Liacutebano 62
Quadro 10 Participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF 78
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS viii
LISTA DE ABREVIATURAS
Agr Agrupamento
BIMec Batalhatildeo de Infantaria Mecanizado
BIMoto Batalhatildeo de Infantaria Motorizado
BIPara Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista
BrigInt Brigada de Intervenccedilatildeo
BrigMec Brigada Mecanizada
CAt Companhia de Atiradores
CAtPara Companhia de Atiradores Paacutera-quedista
CCmds Companhia de Comandos
CEng Companhia de Engenharia
Cmdt Comandante
FwN Framework Nation
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS ix
LISTA DE SIGLAS
A AG Apoio Geral
AA Antiaeacuterea
AAA Artilharia Antiaeacuterea
AC Artilharia de Campanha
AFOR Albania Force
AM Academia Militar
AO Aacuterea de Operaccedilotildees
AOR Area Of Responsibility
AP Auto-propulsada
B BAAA Bateria de Artilharia Antiaeacuterea
BAI Brigada Aerotransportada Independente
BIAT Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado
BLI Brigada Ligeira de Intervenccedilatildeo
BMI Brigada Mecanizada Independente
BRR Brigada de Reacccedilatildeo Raacutepida
C C2 Comando e Controlo
C2EA
C4I Comando Controlo Comunicaccedilotildees Computadores e
Informaccedilotildees
CAP Common Air Picture
CEDN Conceito Estrateacutegico de Defesa Nacional
CEM Conceito Estrateacutegico Militar
CEME Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito
CIMIC Civil-Military Cooperation
CJSOR Combined Joint Statement of Requirements
COMKFOR Commander Kosovo Force
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS x
CP Conflict Prevention
CRC Crowd amp Riot Control
CRO Crisis Response Operations
CSNU Conselho de Seguranccedila das Naccedilotildees Unidas
D DIOP Divisatildeo de Operaccedilotildees
E EMGFA Estado-Maior General das Forccedilas Armadas
EOD Explosive Ordnance Disposal
EOM Encargo Operacional de Material
EOP Encargo Operacional de Pessoal
EUA Estados Unidos da Ameacuterica
EUFOR European Union Force
F FA Forccedilas Armadas
FAAR Forward Alerting Area Radar
FAP Forccedila Aeacuterea Portuguesa
FORREC Forccedila de Recolha
FORREZ Forccedila de Recolha do Zaire
G GAAA Grupo de Artilharia Antiaeacuterea
H HIMAD High and Medium Air Defense
HO Humanitarian Operations
I IDN Instituto de Defesa Nacional
IEBL Inter Entity Boundary Line
IESM Instituto de Estudos Superiores Militares
IFF Identification Friend or Foe
IFOR Implementation Force
ISAF International Security Assistance Force
J JTIDS Joint Tactical Information Distribution System
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xi
K KVM Kosovo Verification Mission
L LPM Lei de Programaccedilatildeo Militar
M MANPAD Man Portable Air Defense
MHP Missotildees Humanitaacuterias e de Paz
MNB Multinational Brigade
MNBC Multinational Brigade Center
MNBE Multinational Brigade East
MNBN Multinational Brigade North
MNBS Multinational Brigade South
MNBW Multinational Brigade West
MNDN Multinational Division North
MNDSE Multinational Division Southeast
MNDSW Multinational Division Southwest
MONUA Missatildeo de Observaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas em Angola
MTA Military Technical Agreement
N NAC North Atlantic Council
NAMSA NATO Maintenance amp Supply Agency
NRBQ Nuclear Radioloacutegico Bioloacutegico e Quiacutemico
NRF NATO Response Force
O OCAR Oficial Coordenador de Reequipamento
OI Organizaccedilotildees Internacionais
ONG Organizaccedilotildees Natildeo Governamentais
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OSCE Organizaccedilatildeo para a Seguranccedila e Cooperaccedilatildeo na Europa
OTAN Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
P PB Peace Building
PC Posto de Comando
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xii
PE Peace Enforcement
PK Peace Keeping
PM Peacemaking
PPRC PortuguecircsPortaacutetil Raacutedio de Campanha
PSTAR Portable Search and Target Acquisition Radar
PSYOPS Psychological Operations
Q QG Quartel-General
QO Quadro Orgacircnico
R RAAA1 Regimento de Artilharia Antiaeacuterea Nordm1
RAP Recognized Air Picture
RAM Rocket Artillery amp Mortar
RFM Relatoacuterio de Fim de Missatildeo
ROE Rules Of Engagement
S SACEUR Supreme Allied Commander Europe
SAR Search and Rescue
SFN Sistema de Forccedilas Nacional
SFOR Stabilization Force
SHORAD Short Range Air Defense
STPT Stinger Troop Proficiency Trainer
T TACP Tactical Air Control Party
TACRES Tactical Reserve
TADIL Tactical Digital Information
THT Tracking Head Trainer
TIA Trabalho de Investigaccedilatildeo Aplicada
TO Teatro de Operaccedilotildees
TOA Transfer Of Authority
TPOA Tirociacutenio Para Oficial de Artilharia
U UEO UnidadeEstabelecimentoOacutergatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xiii
UAV Unmanned Aerial Vehicle
UCK Ushtria Clivoimtare Kosoves
UE Uniatildeo Europeia
UEB Unidade Escalatildeo Batalhatildeo
UEC Unidade Escalatildeo Companhia
UNAVEM United Nations Verification Mission
UNIFIL United Nations Interim Force in Lebanon
UNMISET United Nations Mission In Support of East Timor
UNMOZ United Nations Operation in Mozambique
UNPROFOR United Nations Protection Force
UNSCR United Nation Security Council Resolution
UNTAET United Nations Transitional Administration in East Timor
UNTAG United Nations Transition Assistance Group
UT Unidade de Tiro
V VBTP Viatura Blindada de Transporte de Pessoal
VCB Vigilacircncia do Campo de Batalha
W WSPC Weapon System Partnership Committee
Z ZOS Zone Of Separation
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xiv
RESUMO
O presente trabalho tem como objectivo analisar a capacidade de emprego de unidades
de Artilharia Antiaeacuterea em Forccedilas Nacionais Destacadas
Para concretizar este objectivo procedeu-se ao estudo da participaccedilatildeo nacional em Operaccedilotildees
de Resposta a Crises recorrendo agrave anaacutelise trecircs casos de estudo distintos Ainda neste acircmbito foi
igualmente abordada a perspectiva de participaccedilatildeo nas iniciativas de defesa no acircmbito da
Organizaccedilatildeo do Tratado do Atlacircntico Norte e da Uniatildeo Europeia (a NATO Response Force e os
Battlegroups respectivamente)
Decorrente desta anaacutelise surgiu a necessidade de investigar acerca da actual prontidatildeo das
unidades de Artilharia Antiaeacuterea O referido estudo teve por base a anaacutelise dos recursos humanos e
materiais bem como as actividades de treino desenvolvidas
Conclui-se que a limitaccedilatildeo de recursos materiais tem vindo a hipotecar a participaccedilatildeo das
unidades de Artilharia Antiaeacuterea em forccedilas projectaacuteveis muito especialmente devido agrave ausecircncia de
um sistema de comando e controlo Poreacutem consideramos que as unidades de Artilharia Antiaeacuterea
tecircm o seu papel a desempenhar em Operaccedilotildees de Resposta a Crises sendo preponderantes na
garantia da protecccedilatildeo antiaeacuterea em cenaacuterios de alta intensidade ou no inicio das operaccedilotildees
O processo de reequipamento previsto na Lei de Programaccedilatildeo Militar permitiraacute colmatar as
lacunas existentes ao niacutevel dos recursos materiais devendo ser atribuiacuteda prioridade agrave aquisiccedilatildeo de
um sistema de comando e controlo
Palavras-chave ARTILHARIA ANTIAEREA FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS
OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES PROTECCcedilAtildeO ANTIAEREA REEQUIPAMENTO
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xv
ABSTRACT
This study aims to examine the viability of employing units of air defense artillery in
expeditionary forces
To achieve this purpose an analysis was made of the national participation in Crisis
Response Operations This analysis was based on three different case studies In this
context the prospect of participation was also considered in defense activities within the
Organization of the North Atlantic Treaty and the European Union (NATO Response Force
and the Battle groups respectively)
It became clear from this analysis that it would be necessary to investigate the current
readiness of the air defense artillery units This study was based on the analysis of the
human and material resources and training activities undertaken
It is concluded that the limitation of material resources has been preventing the
participation of air defense artillery units in expeditionary forces especially due to the
absence of a command and control system However we believe that the air defense artillery
units have a role to play in Crisis Response Operations especially in scenarios of high
intensity or at the beginning of operations ensuring adequate air defense
The process of material re-equipment provided for the Military Programme will bridge the
gaps in terms of material resources Priority should be given to purchasing the command
and control system
Key-words AIR DEFENSE ARTILLERY EXPEDTIONARY FORCES CRISIS RESPONSE
OPERATIONS AIR DEFENSE RE-EQUIPMENT
ldquo (hellip) A protecccedilatildeo da Forccedila natildeo eacute negociaacutevel ldquo
(Raleiras 2002)
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 1
INTRODUCcedilAtildeO
O presente Trabalho de Investigaccedilatildeo Aplicada (TIA) estaacute enquadrado no estaacutegio de
natureza profissional do Tirociacutenio Para Oficial de Artilharia (TPOA) dos cursos da Academia
Militar (AM) subordinado ao tema ldquoA Protecccedilatildeo Antiaeacuterea das Forccedilas Nacionais
Destacadasrdquo
Com o colapso da Uniatildeo Sovieacutetica e com as constantes mudanccedilas no paradigma de
seguranccedila e defesa os Estados as Organizaccedilotildees Internacionais (OI) e ateacute as Organizaccedilotildees
Natildeo Governamentais (ONG) assistem ao aparecimento de uma nova conflitualidade com
novos actores riscos e ameaccedilas que reclamaratildeo certamente novos e diferentes tipos de
resposta (Espiacuterito Santo 2006)
Neste contexto de transformaccedilatildeo Portugal encontra-se integrado na comunidade
internacional atraveacutes da sua participaccedilatildeo em diversas OI vinculando-se a um conjunto de
responsabilidades inerentes ao seu quadro de alianccedilas Desta forma as Forccedilas Armadas
(FA) tecircm-se constituiacutedo como uma poderosa ferramenta no apoio agrave poliacutetica externa nacional
indo de encontro ao que estaacute previsto no Conceito Estrateacutegico de Defesa Nacional (CEDN)1
Com base na lei fundamental2 as FA e particularmente o Exeacutercito3 tecircm vindo a
participar em Missotildees Humanitaacuterias e de Paz (MHP) ao longo das duas uacuteltimas deacutecadas
Estes tipos de missotildees tecircm-se afirmado como as ldquooperaccedilotildees contemporacircneasrdquo natildeo
esquecendo poreacutem a capacidade que o Exeacutercito deteacutem em conduzir ldquooperaccedilotildees
convencionaisrdquo se assim for necessaacuterio uma vez que estas constituem a essecircncia do seu
conteuacutedo
Ainda no acircmbito de apoio agrave poliacutetica externa do Estado o Exeacutercito tem vindo a integrar-
se em estruturas militares de acircmbito multinacional que constituem o exemplo do
modernismo e da transformaccedilatildeo como a NATO Response Force (NRF) e os Battlegroups
(BG) A participaccedilatildeo do Exeacutercito neste tipo de estruturas tem proporcionado agraves suas fileiras
um elevado niacutevel de treino e experiecircncia operacional inseridos num quadro de cooperaccedilatildeo
internacional
1 Resoluccedilatildeo de Conselho de Ministros nordm 62003 CEDN
2 De acordo com o nordm 5 do Artigo 275ordm da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Portuguesa
3 De acordo com o Decreto-Lei nordm 612006 de 21 de Marccedilo
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 2
Definiccedilatildeo do Objectivo de Investigaccedilatildeo
Pretendemos com este TIA abordar a problemaacutetica da participaccedilatildeo de unidades de
Artilharia Antiaeacuterea (AAA) em MHP quando estas actuam no acircmbito da sua missatildeo
especiacutefica a protecccedilatildeo antiaeacuterea da forccedila face agrave ameaccedila aeacuterea Esta ameaccedila aeacuterea eacute
decididamente um factor importante a ter em conta especialmente em situaccedilotildees de
ldquoaberturardquo do Teatro de Operaccedilotildees (TO) onde existem escassas informaccedilotildees sobre a
ameaccedila aeacuterea e o clima de incerteza e instabilidade impera
Ambicionamos tambeacutem efectuar uma reflexatildeo sobre a eventual participaccedilatildeo de
unidades de AAA em ldquo (hellip) forccedilas multinacionais orientadas para a intervenccedilatildeo fora do
territoacuterio dos paiacuteses membros (hellip) ldquo (Baptista 2007 p348) como a NRF e os BG Prevecirc-se
que este tipo de estruturas militares ganhe uma maior preponderacircncia num futuro proacuteximo
no que diz respeito agrave intervenccedilatildeo em conflitos natildeo devendo as unidades de AAA nacionais
ficar agrave margem deste desafio
Justificaccedilatildeo do Tema
O presente TIA aborda um tema de reconhecido interesse no seio artilheiro jaacute que o
seu estudo iraacute certamente potenciar uma reflexatildeo sobre esta temaacutetica que tem tanto de
importante como de actual ldquo (hellip) Apesar de natildeo ter participado de uma forma significativa
nas FND nomeadamente com unidades constituiacutedas eacute de importacircncia decisiva para o
futuro da Arma que sejam rapidamente levantadas e solucionadas as questotildees mais
pertinentes que dizem respeito ao seu envolvimento neste desafiordquo (Santos 2007 p235)
Embora existam registos da participaccedilatildeo de subunidades de AAA em FND no acircmbito
das MHP estas estavam integradas em unidades de manobra executando outras missotildees
fora do acircmbito da AAA Como exemplo temos o caso do pelotatildeo de Antiaeacuterea (AA)
proveniente do Regimento de Artilharia Antiaeacuterea Nordm 1 (RAAA1) que integrou a
1ordfCAtAgrFoxtrot na missatildeo UNMISET4 desenvolvendo tarefas especiacuteficas de um pelotatildeo de
atiradores
Ao analisar a constituiccedilatildeo das FND empregues em MHP verificamos que desde a sua
geacutenese tecircm sido constituiacutedas por unidades de Infantaria de Reconhecimento de
Transmissotildees de Apoio Logiacutestico Sanitaacuterias de Engenharia e de Operaccedilotildees Especiais No
que diz respeito agraves unidades que integraram a NRF e os BG o cenaacuterio eacute semelhante
verificando-se ateacute ao momento a presenccedila de unidades de Operaccedilotildees Especiais de
Reconhecimento de Infantaria de Poliacutecia Militar e de Engenharia Desta forma eacute
evidentemente perceptiacutevel que apenas a Artilharia (de Campanha e Antiaeacuterea) tem sido
deixada agrave margem destas duas realidades que atravessam o Exeacutercito Efectivamente tem
4 UNMISET ndash United Nations Mission In Support of East Timor
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 3
sido feito um esforccedilo para contrariar esta tendecircncia e recentemente foi anunciada a
participaccedilatildeo de uma Bateria de Artilharia de Campanha (AC) na NRF 14 que estaraacute em
stand by durante o primeiro semestre do ano de 2010 Ao concretizar-se esta participaccedilatildeo
as unidades de AAA tornar-se-atildeo as uacutenicas a serem excluiacutedas desta nova realidade que satildeo
as FND
Delimitaccedilatildeo do Tema
Ao abordarmos um tema desta natureza bastante vasto e feacutertil existe a necessidade de
fazer a limitaccedilatildeo precisa das fronteiras de pesquisa bem como dos campos que
pretendemos abranger Por isso apesar de a designaccedilatildeo FND seja transversal aos trecircs
ramos das FA vamos cingir-nos unicamente agraves FND do Exeacutercito uma vez que estatildeo
directamente ligadas a temaacutetica em estudo
Assim sendo foi nossa opccedilatildeo investigar sobre a presenccedila do Exeacutercito nas MHP e nas
forccedilas militares de acircmbito multinacional (NRF e BG)
No contexto das MHP Portugal participou em diferentes TO no acircmbito de diferentes OI
poreacutem abordamos unicamente a participaccedilatildeo nacional sob a eacutegide da Organizaccedilatildeo do
Tratado Atlacircntico Norte (OTAN) Justificamos esta opccedilatildeo com o facto da recente
participaccedilatildeo nacional em MHP ter sido sob os auspiacutecios da Alianccedila Atlacircntica no acircmbito das
Operaccedilotildees de Resposta a Crises (CRO)5 natildeo desprezando poreacutem a FNDUNIFIL6
presente no Liacutebano ao abrigo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU)
Seraacute analisada ainda a participaccedilatildeo nacional na NRF no acircmbito da OTAN e nos BG no
domiacutenio da Uniatildeo Europeia (UE) perspectivando os possiacuteveis contributos de unidades de
AAA nacionais
Orientaccedilatildeo Metodoloacutegica7
Segundo Sarmento (2008) a metodologia visa a descriccedilatildeo precisa do problema dos
meacutetodos das teacutecnicas e dos instrumentos de pesquisa utilizados no trabalho Os
procedimentos utilizados devem ser descritos de forma loacutegica
O nosso processo de investigaccedilatildeo cientiacutefica8 desencadeou-se em 2008 com uma
pesquisa bibliograacutefica na biblioteca da AM e do IESM9 com o objectivo de encontrar
informaccedilatildeo que nos permitisse identificar o nosso problema de investigaccedilatildeo Esta pesquisa
5 CRO ndash Crisis Response Operations
6 UNIFIL ndash United Nations Interim Force in Lebanon
7 Ver Apecircndice 1 ndash Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
8 Segundo Sarmento (2008) o processo de investigaccedilatildeo cientiacutefica eacute composto por 3 fases exploratoacuteria analiacutetica
e conclusiva 9 IESM ndash Instituto de Estudos Superiores Militares
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 4
consistiu na selecccedilatildeo de documentos nacionais e estrangeiros como os manuais da
doutrina nacional doutrina da Alianccedila e as publicaccedilotildees do exeacutercito norte-americano
Durante a pesquisa constataacutemos a existecircncia de poucos trabalhos directamente
relacionados com a problemaacutetica em investigaccedilatildeo facto que julgamos ser aliciante porque
tratamos um tema importante poreacutem pouco abordado Para aleacutem desta pesquisa
bibliograacutefica realizamos tambeacutem diversas conversas de caraacutecter exploratoacuterio com Oficiais
de diferentes Armas no sentido de obter perspectivas distintas sobre a temaacutetica em estudo
O passo seguinte no processo de investigaccedilatildeo foi a formulaccedilatildeo das questotildees de
investigaccedilatildeo na qual tentamos exprimir o mais exactamente possiacutevel o que procuramos
saber (IESM 2004)
Para o tema em anaacutelise levantaram-se vaacuterias questotildees agraves quais seria pertinente obter
uma resposta sobretudo agrave questatildeo que definimos como central ldquoQual o possiacutevel
enquadramento das unidades de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo primaacuteriardquo
A partir desta questatildeo central surgem algumas questotildees derivadas
Porque razatildeo as unidades de AAA natildeo participam actualmente em MHP no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Quais os cenaacuterios de emprego das unidades de AAA em FND
Em caso de participaccedilatildeo em MHP qual seria o escalatildeo das unidades de AAA
a empregar
Seraacute que as unidades de AAA nacionais possuem o niacutevel de prontidatildeo exigido
para integrarem as NRF e os BG
Apoacutes alguma reflexatildeo sobre o tema em investigaccedilatildeo construiacutemos as hipoacuteteses de
investigaccedilatildeo ldquoestas satildeo proposiccedilotildees conjecturais que constituem respostas possiacuteveis agraves
questotildees de investigaccedilatildeordquo (Sarmento 2008 p9)
Obtendo assim as seguintes hipoacuteteses
1 Porque o CJSOR10 natildeo identifica a necessidade de uma valecircncia de protecccedilatildeo AA
da forccedila
2 Em cenaacuterios de alta intensidade ou no lanccedilamento das operaccedilotildees
3 Ao niacutevel das Unidade Escalatildeo Companhia (UEC) e das Unidades Escalatildeo Batalhatildeo
(UEB) normalmente empregues em FND seria empregue uma forccedila de organizaccedilatildeo
modular
4 Existem lacunas ao niacutevel dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
Depois de construiacutedas as hipoacuteteses de investigaccedilatildeo procedemos a um periacuteodo de
profunda reflexatildeo existindo a necessidade de seleccionar os meacutetodos cientiacuteficos11
10
CJSOR ndash Combined Joint Statement of Requirements 11
Meacutetodos em investigaccedilatildeo cientiacutefica observaccedilatildeo directa critico experimental demonstrativo sistemaacutetico
inquisitivo histoacuterico dedutivo e indutivo (Sarmento 2008)
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 5
adequados agrave presente investigaccedilatildeo e agrave obtenccedilatildeo de uma resposta agrave questatildeo central Assim
adoptaacutemos o meacutetodo criacutetico (efectuando uma observaccedilatildeo criacutetica da situaccedilatildeo actual das
unidades de AAA no que diz respeito agrave participaccedilatildeo em FND) e o meacutetodo inquisitivo (atraveacutes
da elaboraccedilatildeo de entrevistas)
Aprofundaacutemos a nossa pesquisa bibliograacutefica inicial recorrendo tambeacutem a publicaccedilotildees
perioacutedicas documentos electroacutenicos e agrave legislaccedilatildeo em vigor
Tivemos ainda a oportunidade de assistir agrave palestra onde foram apresentadas as
conclusotildees do workshop realizado no RAAA1 entre os dias 09 e 11 de Dezembro de 2008
onde foi abordado entre outros o tema relacionado com ldquoO apoio da Artilharia Antiaeacuterea agraves
Brigadas em Operaccedilotildeesrdquo e que revelou ser proveitoso para a nossa investigaccedilatildeo
Ao longo da evoluccedilatildeo do TIA as conversas exploratoacuterias com Oficiais foram
substituiacutedas por entrevistas12 semi-estruturadas13 que na nossa opiniatildeo enriqueceram
muito o presente trabalho A realizaccedilatildeo destas entrevistas permitiu conhecer a opiniatildeo dos
entrevistados sobre questotildees pertinentes ao nosso tema bem como a partilha de
experiecircncias e informaccedilotildees que de outra forma seriam impossiacuteveis de angariar
Depois da recolha de todas estas informaccedilotildees e da sua anaacutelise terminaacutemos a fase
analiacutetica do meacutetodo de investigaccedilatildeo cientiacutefica e entraacutemos na uacuteltima fase deste processo a
fase conclusiva Nesta fase procedeu-se agrave verificaccedilatildeo das hipoacuteteses levantadas
anteriormente sob as quais fundaacutemos as nossas conclusotildees
Siacutentese de Conteuacutedos
O presente trabalho eacute constituiacutedo por uma Introduccedilatildeo quatro Capiacutetulos e
ConclusotildeesPropostas
Apoacutes a Introduccedilatildeo no Capiacutetulo I procede-se agrave elaboraccedilatildeo de um Enquadramento
Conceptual que tem como finalidade familiarizar o leitor com os principais conceitos
abordados no presente trabalho
No Capiacutetulo II examina-se a participaccedilatildeo nacional em MHP procurando saber qual o
possiacutevel enquadramento das unidades de AAA neste tipo de operaccedilotildees atraveacutes da anaacutelise
de trecircs casos de estudo distintos
O Capiacutetulo III aborda os conceitos de NRF e de BG definindo os requisitos necessaacuterios
para que as unidades de AAA possam integrar estas estruturas militares de caraacutecter
multinacional
No Capiacutetulo IV procede-se ao estudo da situaccedilatildeo actual das unidades de AAA
analisando os equipamentos sistemas de armas e prontidatildeo dos militares Face agrave anaacutelise
12
Todas as entrevistas foram de caraacutecter presencial tendo sido os entrevistados previamente contactados 13
Os entrevistados responderam agraves perguntas de um guiatildeo Os guiotildees das entrevistas encontram-se em
apecircndice
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 6
realizada efectuou-se ainda uma perspectiva do que poderaacute ser a participaccedilatildeo de unidades
de AAA nacionais em MHP na NRF e nos BG
Por fim no Capiacutetulo V apresentam-se as conclusotildees e propostas onde se pretende
fundamentalmente responder agrave questatildeo central e efectuar a confirmaccedilatildeo (total ou parcial)
ou a negaccedilatildeo das hipoacuteteses previamente levantadas Apresenta-se igualmente um conjunto
de propostas que tem como objectivo melhorar algumas das lacunas identificadas durante o
presente estudo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 7
CAPIacuteTULO I
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL
Antes de iniciar a anaacutelise do tema em investigaccedilatildeo achaacutemos conveniente delinear
alguns conceitos base com o propoacutesito de enquadrar o leitor com a problemaacutetica abordada
ao longo deste TIA Importa realccedilar que acerca deste enquadramento conceptual haveria
certamente muito para acrescentar Contundo natildeo sendo esse o objectivo apelaacutemos agrave
nossa capacidade de siacutentese durante a sua elaboraccedilatildeo
I1 Forccedilas Nacionais Destacadas
O Exeacutercito tem vindo a constituir FND que tecircm sido empenhadas num quadro
multinacional sob o comando de diferentes OI Desempenham missotildees ldquoditas de paz
embora de uma forma conceptual se enquadrem naquilo que vulgarmente se designam por
Operaccedilotildees de Resposta a Crises (no acircmbito NATO) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz (no acircmbito
ONU) ou ateacute mesmo Operaccedilotildees de Estabilizaccedilatildeo e Apoio (considerando a doutrina do
exeacutercito dos EUA) rdquo (Santos 2007p235)
Ao tentarmos clarificar o conceito de FND deparamo-nos com a inexistecircncia de uma
definiccedilatildeo oficial pelo que optaacutemos por traccedilar a nossa proacutepria definiccedilatildeo e enquadraacute-la no
acircmbito da nossa investigaccedilatildeo
I11 Enquadramento Histoacuterico
ldquoAs mudanccedilas que tiveram lugar no sistema internacional desde 1991 levaram os
estados democraacuteticos ao desempenho de novos papeacuteis nas relaccedilotildees internacionais
designadamente atraveacutes do emprego de contingentes militaresrdquo (Leandro 2002 p317)
Enquadrado neste contexto Portugal tem vindo a participar activamente em MHP
sendo necessaacuterio recuar aos finais da deacutecada de oitenta para encontrar a primeira
presenccedila14 nacional na UNTAG15 onde cooperaram trecircs oficiais do Exeacutercito Portuguecircs na
supervisatildeo do processo eleitoral Esta participaccedilatildeo foi seguida da Operaccedilatildeo das Naccedilotildees
14
Esta eacute a primeira participaccedilatildeo nacional em MHP apoacutes o conflito ultramarino jaacute que a geacutenese da participaccedilatildeo
nacional remonta ao ano de 1958 com a UNOGIL (United Nation Observer Group in Lebanon) 15
UNTAG ndash United Nations Transition Assistance Group
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 8
Unidas em Moccedilambique (UNMOZ)16 entre Abril de 1993 e Dezembro de 1994 na qual o
Exeacutercito Portuguecircs contribuiu com um Batalhatildeo de Transmissotildees e com observadores
militares
A partir desta operaccedilatildeo o Exeacutercito atingiu uma absoluta integraccedilatildeo neste tipo
operaccedilotildees militares edificando um longo historial de participaccedilatildeo materializado com a
presenccedila em cerca de sessenta e quatro MHP dispersas por vinte e trecircs TO17 e dois paiacuteses
adjacentes a TO18 Ao longo da sua colaboraccedilatildeo em MHP ao abrigo das diversas OI o
Exeacutercito Portuguecircs empenhou um efectivo19 total de vinte mil quinhentos e vinte e um
militares (RCMAGabCEME 2009)
I12 Forccedilas Nacionais Destacadas ndash O Conceito
O longo histoacuterico de participaccedilatildeo nacional em missotildees no exterior tem-se concretizado
em diferentes moldes atraveacutes de militares inseridos em unidades constituiacutedas (como por
exemplo o AgrBravo na KFOR20) de observadores militares (como por exemplo os trecircs
oficiais que integraram a UNTAG) ou ainda de elementos em funccedilotildees de estado-maior
(como os militares que integraram o Quartel-General (QG) da AFOR21)
Importa distinguir a participaccedilatildeo de caraacutecter individual (observadores militares e
elementos em funccedilotildees de estado-maior) da participaccedilatildeo de unidades constituiacutedas que
actuam como uma ldquoForccedilardquo22 Assim usaacutemos o termo FND unicamente para nos referirmos
agraves unidades constituiacutedas definindo-o de acordo com aquilo que tem sido a experiecircncia
nacional23 nas uacuteltimas duas deacutecadas uma FND eacute uma unidade militar devidamente
comandada treinada equipada e enquadrada que cumpre uma missatildeo no exterior do
territoacuterio nacional no acircmbito da satisfaccedilatildeo dos compromissos internacionais assumidos por
Portugal a sua constituiccedilatildeo eacute normalmente mission tailored ou seja eacute orientada para a
missatildeo de forma a respeitar as CJSOR
Eacute estabelecido um encargo operacional de pessoal (EOP) e um encargo operacional de
material (EOM) com base numa unidade constituiacuteda do Sistema de Forccedilas Nacional (SFN)
que pode ser ajustada com moacutedulos para satisfazer as CJSOR Um exemplo deste tailoring
16
UNMOZ ndash United Nations Operation in Mozambique 17
Boacutesnia e Herzegovina Timor-Leste Angola Kosovo Moccedilambique Ex-Jugoslaacutevia Congo Guineacute-Bissau
Macedoacutenia Saara Ocidental Albacircnia Afeganistatildeo Liacutebano Croaacutecia Namiacutebia Costa do Marfim Libeacuteria Burundi
Iraque Sudatildeo Chade Etioacutepia Paquistatildeo 18
Aacutefrica do Sul e Austraacutelia 19
Referente ateacute ao mecircs de Abril de 2009 (RCMAGabCEME 2009) 20
KFOR ndash Kosovo Force 21
AFOR ndash Albania Force 22
ldquoForccedilardquo ndash ldquoUm conjunto de militares sistemas de armas equipamento ou a combinaccedilatildeo destesrdquo (JP
2006p210) 23
Ver Anexo A ndash Histoacuterico das FND nas MHP
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 9
eacute o caso das CCmds no Afeganistatildeo que incluiacuteam um TACP24 da Forccedila Aeacuterea Portuguesa
(FAP) apesar de em situaccedilotildees normais este natildeo estar previsto no quadro orgacircnico (QO)
das CCmds
No que diz respeito ao seu modo de emprego as FND possuem algumas
particularidades como o facto de atravessarem trecircs periodos25 distintos o aprontamento a
conduta da operaccedilatildeo e por fim a desactivaccedilatildeofim de missatildeo (Leandro2001)
I2 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Apoacutes a decisatildeo de analisar unicamente a participaccedilatildeo nacional em missotildees no acircmbito
da Alianccedila Atlacircntica torna-se fundamental distinguir as operaccedilotildees previstas no conceito
estrateacutegico da OTAN Estas abrangem um vasto espectro26 podendo ser operaccedilotildees com
base no artigo 5ordm27 (referentes ao Tratado do Atlacircntico Norte28) ou operaccedilotildees de natildeo-artigo
5ordm normalmente designadas por CRO
A participaccedilatildeo das FND em missotildees da OTAN efectuou-se sempre no acircmbito das CRO
razatildeo pela qual abordaacutemos a participaccedilatildeo nacional apenas neste acircmbito Este facto poreacutem
natildeo inviabiliza que as FND natildeo possam vir a ser empregues em missotildees de caraacutecter mais
robusto como por exemplo operaccedilotildees ao abrigo do artigo 5ordm da Alianccedila Atlacircntica
O facto de a participaccedilatildeo nacional ter sido sempre feita em CRO faz com que exista a
necessidade de proceder agrave sua caracterizaccedilatildeo de forma a esclarecer a sua natureza e
tipologia de operaccedilotildees
O actual sistema internacional marcado pela eclosatildeo de focos de tensatildeo e de conflitos
regionais com base em nacionalismos e diferenccedilas eacutetnicas culturais e religiosas
possibilitou o aparecimento de uma ameaccedila multifacetada imprevisiacutevel e transnacional O
advento desta ameaccedila levou os Estados ao desenvolvimento de mecanismos colectivos
para a satisfaccedilatildeo de necessidades de seguranccedila conjuntas evitando o escalar da violecircncia
a niacutevel mundial e promovendo a estabilidade internacional
Neste contexto a Alianccedila Atlacircntica tem-se assumido como catalisadora na prevenccedilatildeo e
resoluccedilatildeo de crises procedendo agrave actualizaccedilatildeo e desenvolvimento da doutrina de emprego
das FA permitindo que estas sejam empregues neste tipo de operaccedilotildees (EME 2005)
24
TACP - Tactical Air Control Party 25
Ver Anexo B - Ciclo de uma FND 26
Ver Anexo C - Espectro das Operaccedilotildees 27
Artigo 5ordm do Tratado do Atlacircntico Norte - ldquo (hellip) As Partes concordam que um ataque armado contra um ou
vaacuterios paiacuteses membros na Europa ou nos EUA seraacute considerado um ataque contra todos e consequentemente
concordam que se tal ataque armado se verificar cada um no exerciacutecio do direito de legiacutetima defesa individual
ou colectiva reconhecido pelo artigo 51 deg da Carta das Naccedilotildees Unidas prestaraacute assistecircncia agrave Parte ou Partes
atacadas (hellip) incluindo o uso da forccedila (hellip)ldquo (NATO 1949) 28
O Tratado Atlacircntico Norte foi assinado em 4 de Abril de 1949 e estabelecido ao abrigo do artigo 51ordm da Carta
das Naccedilotildees Unidas o qual reafirma o direito inerente dos Estados Independentes agrave defesa individual ou
colectiva
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 10
Perante este cenaacuterio as CRO surgem como ldquo (hellip) operaccedilotildees multifuncionais que abrangem
actividades poliacuteticas militares e civis executadas de acordo com a lei internacional
incluindo o direito internacional humanitaacuterio que contribuem para a prevenccedilatildeo e resoluccedilatildeo
de conflitos e a gestatildeo de crises (hellip) rdquo (EME 2005 14-2)
I21 Tipologia das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A tipologia das CRO compreende um vasto leque de operaccedilotildees as quais incluem um
conjunto de diversas tarefas a serem desempenhadas em tempo de paz ou de crise Estas
regem-se por um aglomerado de princiacutepios29 que tecircm como objectivo estabelecer uma
uniformidade de comportamentos entre as entidades intervenientes neste tipo de operaccedilotildees
As CRO organizam-se da seguinte forma (EME 2005)
1) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz (Peace Support Operations - PSO)
(a) Manutenccedilatildeo de Paz (Peace Keeping - PK)
(b) Imposiccedilatildeo de Paz (Peace Enforcement ndash PE)
(c) Prevenccedilatildeo de Conflitos (Conflict Prevention ndash CP)
(d) Restabelecimento de Paz (Peacemaking ndash PM)
(e) Consolidaccedilatildeo da Paz (Peace Building ndash PB)
(f) Operaccedilotildees Humanitaacuterias (Humanitarian Operations - HO)
2) Outras Operaccedilotildees e Tarefas de Resposta a Crises
(a) Apoio agraves Operaccedilotildees Humanitaacuterias
(i) Assistecircncia a Deslocados e Refugiados
(ii) Operaccedilotildees Humanitaacuterias (fora do acircmbito das PSO)
(b) Apoio a Assistecircncia a Desastres
(c) Busca e Salvamento (Search and Rescue - SAR)
(d) Apoio a Operaccedilotildees de Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
(e) Operaccedilotildees de Extracccedilatildeo
(f) Apoio agraves Autoridades Civis
(g) Imposiccedilatildeo de Sanccedilotildees e Embargos
I22 Manutenccedilatildeo de Paz vs Imposiccedilatildeo de Paz
A participaccedilatildeo nacional tem ocorrido maioritariamente em duas situaccedilotildees PK e PE
Deste modo decidimos caracterizar detalhadamente estas duas situaccedilotildees
As operaccedilotildees de PK ldquo (hellip) satildeo geralmente realizadas em conformidade com os
princiacutepios do Capiacutetulo VI da Carta das Naccedilotildees Unidas a fim de acompanhar e facilitar a
implementaccedilatildeo de um acordo de paz Uma perda de consentimento ou a falta de
29
Ver Anexo D - Os Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 11
cumprimento por uma das partes podem limitar a liberdade de acccedilatildeo da forccedila de
manutenccedilatildeo de paz e ateacute ameaccedilar a continuidade da missatildeo Assim a forccedila deve
permanecer imparcial limitar o uso da forccedila agrave auto-defesa e promover o consentimento (hellip)
30rdquo (NATO 2005 2-4)
Relativamente agraves operaccedilotildees de PE ldquo (hellip) satildeo efectuadas sob os princiacutepios do capiacutetulo
VII da Carta das Naccedilotildees Unidas Satildeo de natureza coerciva e realizadas quando o
consentimento entre as partes envolvidas natildeo foi atingido ou seja incerto Estas operaccedilotildees
satildeo executadas para manter ou restabelecer a paz de forma a cumprir as condiccedilotildees
especificadas no mandato Eacute importante salientar que o objectivo das operaccedilotildees de PE natildeo
eacute a derrota ou destruiccedilatildeo de um inimigo mas sim a coacccedilatildeo e persuasatildeo das partes em
conflito (hellip)31rdquo (NATO 2005 2-4)
I3 A Ameaccedila Aeacuterea
No sentido de finalizar este primeiro capiacutetulo dedicado agrave conceptualizaccedilatildeo
procederemos agrave caracterizaccedilatildeo da ameaccedila aeacuterea Abordando unicamente a participaccedilatildeo em
missotildees sob a eacutegide da OTAN eacute necessaacuterio equacionar todos os cenaacuterios possiacuteveis de
participaccedilatildeo das FND quer seja em CRO como tem vindo a suceder ou em operaccedilotildees ao
abrigo do artigo 5ordm da Alianccedila Atlacircntica
A ameaccedila aeacuterea eacute composta por meios tradicionais como os aviotildees e os helicoacutepteros de
ataque No entanto a proliferaccedilatildeo de sistemas natildeo tripulados como miacutesseis (baliacutesticos e de
cruzeiro) e veiacuteculos aeacutereos natildeo tripulados (UAV)32 ampliaram o conjunto de meios que
caracteriza a ameaccedila aeacuterea
Na tipologia33 da ameaccedila aeacuterea os sistemas natildeo tripulados assumem-se como os
meios mais susceptiacuteveis de serem utilizados pelo seu custo manutenccedilatildeo sustentaccedilatildeo e
elevada capacidade de destruiccedilatildeo Estas caracteriacutesticas fazem com que estes sistemas
sejam preferidos aos tradicionais aviotildees e helicoacutepteros de ataque que satildeo mais
dispendiosos em termos de aquisiccedilatildeo manutenccedilatildeo e treino de tripulaccedilotildees (HDA 2000)
Estes meios tripulados poderatildeo ser utilizados pelo opositor em conflitos no acircmbito do artigo
5ordm da Alianccedila Atlacircntica ou em situaccedilotildees em que se enfrenta um adversaacuterio que dispotildee de
um exeacutercito organizado e coerente
No que diz respeito ao caraacutecter assimeacutetrico que marca a actual conflitualidade eacute
necessaacuterio ter em conta uma nova ameaccedila que se tem manifestado nos TO mais recentes
a ameaccedila RAM34 Esta ldquonovardquo ameaccedila eacute caracterizada pela utilizaccedilatildeo de sistemas de baixo
30
Traduccedilatildeo Livre 31
Traduccedilatildeo Livre 32
UAV - Unmanned Aerial Vehicles 33
Ver Anexo E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea 34
RAM - Rockets Artillery amp Mortar
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 12
custo baseados em Foguetes Artilharia e Morteiros A ameaccedila RAM natildeo se enquadra no
conjunto de meios (tripulados e natildeo tripulados) que caracteriza a tradicional ameaccedila aeacuterea
Contundo o facto de utilizar o vector aeacutereo para se materializar leva a que os consideremos
como tal
Ainda no acircmbito da ameaccedila aeacuterea satildeo igualmente passiacuteveis de ser utilizados aviotildees
ultraleves ou aeronaves renegade35 contra instalaccedilotildees de forccedilas multinacionais ou contra
interesses das facccedilotildees envolvidas no conflito com o objectivo de desestabilizarem o
processo de paz ou criar um foco de instabilidade
Considerando o actual ambiente das CRO a ameaccedila aeacuterea pode ser caracterizada pela
utilizaccedilatildeo de sistemas pouco dispendiosos e de faacutecil acesso por parte de actores menores
envolvidos neste processo ldquo (hellip) hoje em dia fala-se na capacidade de grupos terroristas
utilizarem morteiros aviotildees ligeiros drones e UAVrsquos visto que estes natildeo satildeo meios muito
sofisticados e podem-se transformar numa ameaccedila aeacuterea (hellip) ldquo (Benroacutes 2009)36
35
Trata-se de uma plataforma aeacuterea civil que se julga estar a operar de uma tal maneira que levanta suspeitas
de poder ser usada como arma para executar um ataque terrorista Existe um exemplo bem recente apesar de
natildeo se ter verificado em operaccedilotildees o ataque de 11 de Setembro de 2001 (Borges 2008) 36
Ver Apecircndice B - Guiatildeo da Entrevista ao TCor Art Varela Benroacutes
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 13
CAPIacuteTULO II
A PARTICIPACcedilAtildeO DE FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS
EM OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES
Neste capiacutetulo procederemos agrave anaacutelise da participaccedilatildeo do Exeacutercito com FND em
missotildees da OTAN37 O primeiro passo neste estudo seraacute seleccionar quais as operaccedilotildees a
analisar visto que por questotildees de tempo e espaccedilo torna-se impossiacutevel abordar todas as
operaccedilotildees realizadas no acircmbito da Alianccedila Atlacircntica
Optou-se pela escolha de duas operaccedilotildees em particular a participaccedilatildeo na IFOR38 que
ocorreu na Boacutesnia e Herzegovina no ano de 1996 e a participaccedilatildeo na KFOR no TO do
Kosovo iniciada em 1999 e actualmente ainda em curso39
O longo historial das FND revela-nos que nunca foi integrado qualquer tipo de unidades
(Grupo Bateria) ou subunidades (pelotatildeo secccedilatildeo) de AAA Procurou-se com esta anaacutelise
conceptual saber qual o eventual enquadramento que a AAA poderaacute ter neste tipo de
operaccedilotildees
Para aleacutem da caracterizaccedilatildeo dos TO para onde as FND foram projectadas importa
averiguar a eventual empregabilidade de uma subunidade de AAA de organizaccedilatildeo modular
nas UEC ou UEB que actualmente satildeo empregues em CRO De forma a obter resultados
fidedignos neste campo recorreu-se agrave experiecircncia de quem esteve no TO e sentiu as
dificuldades de comandar uma FND em operaccedilotildees deste geacutenero Recorremos assim agrave
experiecircncia partilhada de trecircs comandantes de FND e tentaacutemos transpor para o papel todo
o conhecimento transmitido com o objectivo de esclarecer a problemaacutetica em estudo
II1 A Participaccedilatildeo Nacional na IFOR
O primeiro TO escolhido para estudar a problemaacutetica de investigaccedilatildeo foi o da Boacutesnia e
Herzegovina que contou com a participaccedilatildeo portuguesa na forccedila multinacional IFOR em
Janeiro de 1995 durante a operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo40 Com esta presenccedila na Initial Entry
37
Ver Anexo F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte 38
IFOR - Implementation Force 39
Com o empenhamento do 1ordm Batalhatildeo de Infantaria da BrigInt constituiacutedo por 290 militares (EMGFA 2009) 40
Nome de coacutedigo da operaccedilatildeo IFOR conduzida pela OTAN na Boacutesnia e Herzegovina entre 20 de Dezembro de
1995 e 20 de Dezembro de 1996 (NATO 2001)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 14
Force o Exeacutercito integrou pela primeira vez uma UEB na estrutura de forccedilas da Alianccedila
Atlacircntica
Antes da anaacutelise da participaccedilatildeo nacional na IFOR procedeu-se agrave descriccedilatildeo dos
antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina permitindo compreender a intervenccedilatildeo
da comunidade internacional atraveacutes da OTAN e da IFOR
II11 Antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina
A Ex-Federaccedilatildeo da Jugoslaacutevia foi ateacute 1990 constituiacuteda pelas Repuacuteblicas da Croaacutecia
Seacutervia Esloveacutenia Boacutesnia Macedoacutenia e Monte Negro Em 1991 a Esloveacutenia e a Croaacutecia
efectivaram o seu desejo de abandonar a Federaccedilatildeo da Jugoslaacutevia e a situaccedilatildeo tornou-se
insustentaacutevel quando 94 dos eleitores na Croaacutecia aprovaram em referendo a
independecircncia que foi proclamada em 25 de Junho de 1991 No mesmo dia a Esloveacutenia
declarava a independecircncia o que originou a guerra com a intervenccedilatildeo do Exeacutercito do Povo
Jugoslavo em resposta agraves tomadas de posiccedilatildeo da Esloveacutenia e da Croaacutecia
Em 29 de Fevereiro de 1992 era realizado um referendo na Boacutesnia e Herzegovina
tendo a maioria (muccedilulmanos e croatas) obtido um resultado de 99 a favor da
independecircncia Com este resultado tambeacutem a Boacutesnia e Herzegovina se viria a tornar
independente no dia 3 de Marccedilo de 1992 sendo reconhecida pela Comunidade Europeia
trecircs dias depois
Em Maio de 1992 o Conselho de Seguranccedila das Naccedilotildees Unidas (CSNU) atraveacutes da
UNSCR41 752 exigia o fim dos combates na Boacutesnia e Herzegovina aprovando o envio da
UNPROFOR42 para esta regiatildeo
Acompanhando as restantes repuacuteblicas tambeacutem a Macedoacutenia declarou a sua
independecircncia no dia 8 de Abril de 1993
A UNPROFOR sob os auspiacutecios da ONU natildeo conseguiu controlar a crise existente nos
Balcatildes obrigando a OTAN a intervir por diversas vezes para fazer respeitar a zona de
exclusatildeo do espaccedilo aeacutereo43 imposta sobre a Boacutesnia e Herzegovina ao abrigo da UNSCR
781 Apesar das sanccedilotildees impostas pela ONU a situaccedilatildeo agravou-se e assistiu-se mesmo a
uma escalada da violecircncia o que obrigou a OTAN a elaborar planos de emergecircncia para
apoiar uma eventual retirada das tropas da ONU da Boacutesnia e Herzegovina Assiste-se a um
intenso debate poliacutetico para alcanccedilar uma soluccedilatildeo poreacutem as partes envolvidas tardavam a
chegar a um acordo enquanto que no terreno a OTAN intensificava os raids e os
bombardeamentos aeacutereos em resposta aos ataques aeacutereos seacutervios na zona de exclusatildeo do
espaccedilo aeacutereo estabelecida pela Alianccedila
41
UNSCR - United Nations Security Council Resolution 42
UNPROFOR - United Nations Protection Force 43
ldquoNo-Fly Zonesrdquo
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 15
Finalmente no dia 5 de Outubro de 1995 era assinado um acordo geral de cessar-fogo
proposto pelos Estados Unidos da Ameacuterica (EUA) sendo aceite por todas as partes
beligerantes iniciando-se as negociaccedilotildees de paz
O Acordo de Paz de Dayton44 veio consolidar o acordo geral de cessar-fogo
constituindo-se como o teacutermino de uma guerra que durou cerca de trecircs anos e meio e
provocou centenas de milhares de mortos Ao abrigo deste acordo foram estabelecidas
duas entidades no territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina a Repuacuteblica seacutervia da Boacutesnia e a
Federaccedilatildeo Croata Muccedilulmana Estas duas entidades encontravam-se separadas por uma
linha (IEBL)45 sobre a qual foi criada uma aacuterea de seguranccedila materializada no terreno por
uma faixa de dez quiloacutemetros designada por zona de separaccedilatildeo (ZOS)46 (Saraiva 2008)
A IFOR interveacutem no territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina ao abrigo da UNSCR 1031 com
a missatildeo47 de fiscalizar e impor o cumprimento do Acordo de Paz de Dayton A estrutura de
comando da IFOR48 era composta por trecircs divisotildees lideradas pela Franccedila Reino Unido e
EUA
II12 Case-study o Agrupamento Juacutepiter na Boacutesnia e Herzegovina
A 16 de Dezembro de 1995 eacute aprovado o plano operacional da IFOR pelo Conselho do
Atlacircntico Norte (NAC49) iniciando-se a operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo para garantir o
cumprimento do Acordo de Paz de Dayton
A primeira FND a ser projectada para o TO da Boacutesnia e Herzegovina foi o 2ordm Batalhatildeo
de Infantaria Aerotransportada (2ordm BIAT) pertencente agrave antiga Brigada Aerotransportada
Independente (BAI) ao qual se juntou o Destacamento de Apoio Sanitaacuterio Esta FND
passou a denominar-se Agrupamento Juacutepiter (AgrJuacutepiter) constituindo o nosso primeiro
case-study
No dia 10 de Agosto de 1996 o 2ordm BIAT substitui o 3ordm BIAT incorporando-se no
AgrJuacutepiter e prosseguindo a missatildeo Em Agosto de 1996 o AgrJuacutepiter era constituiacutedo50 por
um Batalhatildeo de Infantaria (3ordm BIAT) a trecircs companhias de atiradores por uma companhia de
apoio de combate por uma companhia de apoio de serviccedilos e por um destacamento de
apoio de serviccedilos ldquomusculadordquo que garantia todo o fluxo logiacutestico agraves tropas nacionais
44
Ver Anexo G - O Acordo de Paz de Dayton 45
IEBL - Inter Entity Boundary Line 46
ZOS - Zone Of Separation 47
Ver Anexo H - Missatildeo da IFOR 48
Ver Anexo I - Estrutura de C2 da IFOR em 1996
49 NAC ndash North Atlantic Council
50 O seu efectivo total era de 911 militares (Saraiva 2008)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 16
Em 1996 o TO da Boacutesnia e Herzegovina era caracterizado como bastante incerto51
principalmente na fase inicial da operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo devido aos focos de
instabilidade que se faziam sentir na regiatildeo O AgrJuacutepiter ocupava o sector de Goradze um
dos mais complicados na regiatildeo que era descrito por ser ldquo (hellip) um sector extremamente
tenso com vaacuterios pontos quentes (hellip) rdquo (Saraiva 2009)52
Relativamente agrave presenccedila de unidades de AAA no TO existiam em toda a estrutura do
escalatildeo superior Segundo Saraiva (2009) tanto a Brigada Italiana (MNBN53) onde a FND
estava inserida como a proacutepria Divisatildeo Francesa (MNDSE54) dispunham de unidades de
AAA no entanto estas ldquo (hellip) nunca foram vistas no sector portuguecircs (hellip) rdquo (Saraiva 2009)
Admitindo a existecircncia da ameaccedila aeacuterea no TO ainda que teacutenue parece-nos que a
inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA faria todo o sentido uma vez que a aacuterea de
responsabilidade (AOR)55 do AgrJuacutepiter era composta por vaacuterios pontos sensiacuteveis Satildeo
exemplos desses pontos uma torre de comunicaccedilotildees um repetidor operado por elementos
do escalatildeo superior (Brigada Italiana) e uma torre explorada por elementos da Divisatildeo
Francesa em acccedilotildees de guerra electroacutenica O comandante do AgrJuacutepiter refere que ldquo (hellip)
todos esses pontos exigiriam com certeza protecccedilatildeo AA porque caso a ameaccedila aeacuterea
fosse maior e se materializasse noacutes teriacuteamos que ter esses meios correndo o risco de
ficarmos completamente isolados no TO (hellip) ldquo (Saraiva 2009)
Verifica-se assim que a FNDIFOR poderia eventualmente incluir uma subunidade de
AAA de organizaccedilatildeo modular dimensionada agrave FND Ao existir este moacutedulo e estando
devidamente integrado na estrutura de C2 do escalatildeo superior este ldquo (hellip) acrescentaria
muitas capacidades agrave forccedila ldquo (Saraiva 2009)
II2 A Participaccedilatildeo Nacional na KFOR
A segunda operaccedilatildeo da OTAN que nos propusemos a investigar refere-se ao TO do
Kosovo o qual levou agrave intervenccedilatildeo da Alianccedila Atlacircntica atraveacutes da KFOR Tambeacutem nesta
missatildeo a participaccedilatildeo nacional concretizou-se desde o primeiro momento com a integraccedilatildeo
de uma FND na Initial Entry Force em 1999 o Agrupamento Bravo (AgrBravo) da antiga
BAI
51
ldquoEstamos perfeitamente conscientes de que os acordos de paz satildeo fraacutegeis e imperfeitos e de que a IFOR eacute
uma operaccedilatildeo natildeo isenta de riscos (hellip) ldquo Excerto retirado do discurso do Ministro da Defesa Nacional Dr
Antoacutenio Vitorino no IV Seminaacuterio para Altos funcionaacuterios e Chefes de Missatildeo do Ministeacuterio dos Negoacutecios
Estrangeiros em 4 de Janeiro de 1996 52
Ver Apecircndice C - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel de Infantaria Ref Pires Saraiva Comandante da FNDIFOR
(AgrJupiteacuter) no ano de 1996 53
MNBN - Multinational Brigade North 54
MNDSE - Multinational Division Southeast 55
AOR - Area Of Responsability
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 17
Desde a participaccedilatildeo inicial do AgrBravo ateacute agrave actual presenccedila do 1ordm Batalhatildeo de
Infantaria da BrigInt Portugal tem-se constituiacutedo como presenccedila habitual na KFOR Durante
a uacuteltima deacutecada o Exeacutercito Portuguecircs participou sucessivamente com FND na KFOR
excepccedilatildeo feita agrave interrupccedilatildeo ocorrida entre os anos de 2001 e 2004 devido agrave necessidade
de tropas para a participaccedilatildeo no TO de Timor-Leste
Agrave semelhanccedila do conflito da Boacutesnia e Herzegovina antes da anaacutelise dos case-study
efectuou-se um breve enquadramento dos antecedentes que levaram agrave sua intervenccedilatildeo da
OTAN no territoacuterio do Kosovo
II21 Antecedentes do Conflito do Kosovo
A proviacutencia do Kosovo fica situada no Sul do territoacuterio da Repuacuteblica da Seacutervia
possuindo uma populaccedilatildeo mista com maioria de etnia albanesa Ateacute 1989 a proviacutencia
beneficiou de um elevado grau de autonomia dentro do territoacuterio da antiga Ex-Jugoslaacutevia No
entanto quando Slobodan Milosevic56 subiu ao poder a proviacutencia perdeu a sua autonomia
ficando sob o controlo directo de Belgrado o que levou os albaneses residentes no Kosovo
a oporem-se radicalmente a esta decisatildeo
Durante o ano de 1998 os confrontos entre as forccedilas da Seacutervia e os kosovares
albaneses resultaram em mais de mil e quinhentos mortos e quatrocentos mil refugiados A
comunidade internacional manifestou preocupaccedilatildeo relativamente agrave cataacutestrofe humanitaacuteria e
agrave permanente escalada do conflito com a possibilidade de este se estender a paiacuteses
vizinhos
A UNSCR 1199 exteriorizava uma profunda preocupaccedilatildeo com o excessivo uso de forccedila
por parte das forccedilas da Seacutervia apelando tambeacutem ao cessar-fogo por ambas as partes do
conflito e estabelecendo um limite maacuteximo de forccedilas seacutervias no Kosovo Ficou tambeacutem
acordado que a Organizaccedilatildeo para a Seguranccedila e Cooperaccedilatildeo na Europa (OSCE)
estabelecesse uma unidade de observaccedilatildeo a Missatildeo de Verificaccedilatildeo no Kosovo (KVM)57
para observar o cumprimento das directivas do CSNU
Apesar de todos os esforccedilos a situaccedilatildeo no Kosovo agravou-se novamente apoacutes uma
seacuterie de actos de provocaccedilatildeo de ambas as partes As forccedilas militares e policiais seacutervias
intensificaram o uso da forccedila nas suas operaccedilotildees contra os kosovares albaneses
movimentando tropas e meios militares para a regiatildeo num claro desrespeito agrave UNSCR 1199
Este facto fez com que a KVM se retirasse da regiatildeo pois para aleacutem de natildeo poder cumprir a
sua missatildeo de observaccedilatildeo tambeacutem enfrentava oposiccedilatildeo das forccedilas seacutervias
56
Slobodan Milosevic foi presidente da Repuacuteblica da Seacutervia entre 1989 e 1997 e presidente da Jugoslaacutevia entre
1997 e 2000 Em 2001 foi acusado pelo Tribunal Penal Internacional de Haia por crimes de guerra contra a
humanidade e genociacutedio cometidos durante a guerra civil da Jugoslaacutevia 57
KVM ndash Kosovo Verification Mission
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 18
O presidente Milosevic recusou-se a cumprir a UNSCR 1199 e no dia 23 de Marccedilo de
1999 a Alianccedila iniciou os ataques aeacutereos com a operaccedilatildeo ldquoAllied Forcerdquo Esta campanha
aeacuterea duradoura de setenta e sete dias terminou no dia 10 de Junho de 1999 quando o
Secretaacuterio-Geral da OTAN Javier Solana anunciou suspender temporariamente as
operaccedilotildees aeacutereas da OTAN contra a Jugoslaacutevia Esta decisatildeo foi tomada pelo NAC depois
de atingido um consenso e de o Comandante Supremo Aliado da Europa (SACEUR) ter
confirmado que as forccedilas jugoslavas tinham iniciado a sua retirada do Kosovo Esta retirada
encontrava-se em conformidade com o Acordo Teacutecnico Militar (MTA58)
No dia 10 de Junho foi aprovada a UNSCR 1244 que congratulava a aceitaccedilatildeo dos
princiacutepios sobre a soluccedilatildeo poliacutetica para a crise no Kosovo por parte da Repuacuteblica Federal da
Jugoslaacutevia A UNSCR 1244 incluiacutea um fim imediato da violecircncia e uma raacutepida retirada das
suas forccedilas militares policiais e paramilitares do Kosovo Com a adopccedilatildeo desta resoluccedilatildeo o
NAC iniciou os preparativos para o envio raacutepido de uma forccedila de seguranccedila mandatada pelo
CSNU (NATO 2001)
A KFOR59 entrou no Kosovo no dia 12 de Junho de 1999 executando a Operaccedilatildeo ldquoJoint
Guardianrdquo60 com uma forccedila de caraacutecter multinacional inicialmente constituiacuteda por cerca de
vinte mil militares divididos entre seis brigadas (MNB61) lideradas respectivamente pela
Alemanha EUA Franccedila Itaacutelia e duas pelo Reino Unido Estas seis brigadas foram
implantadas territorialmente62 dando origem a cinco sectores sob o comando unificado do
Comandante da KFOR (COMKFOR63) (NATO 1999)
II22 Case-study o Agrupamento Bravo no Kosovo
O segundo case-study eacute o AgrBravo que integrou a KFOR durante Operaccedilatildeo ldquoJoint
Guardianrdquo ocupando o sector de Klina entre Agosto de 1999 e Fevereiro de 2000 Era
constituiacutedo64 por trecircs esquadrotildees dois esquadrotildees de reconhecimento (um equipado com
viaturas de rodas e o outro com viaturas de lagartas) e um esquadratildeo de apoio de serviccedilos
Chegados ao terreno os militares portugueses foram confrontados com um cenaacuterio
devastador ldquo (hellip) encontrava-se tudo destruiacutedo os edifiacutecios as casas as igrejas etc () rdquo
(Calccedilada 2009)65 Este era o aspecto tiacutepico de uma regiatildeo que foi palco dos sucessivos
58
MTA ndash Military Technical Agreement 59
Ver Anexo J - Missatildeo da KFOR 60
Nome de coacutedigo da operaccedilatildeo KFOR conduzida pela OTAN na proviacutencia seacutervia do Kosovo a partir de 10 de
Junho de 1999 (NATO 2009) 61
MNB ndash Multinational Brigade
62
Ver Anexo K ndash Estrutura de C2 da KFOR
63 COMKFOR ndash Commander KFOR
64 O seu efectivo era de 295 militares 30 oficiais 74 sargentos e 191 praccedilas (Pires 2007)
65 Ver Apecircndice D - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Cavalaria Tirocinado Antunes Calccedilada Comandante da
FNDKFOR (AgrBravo) no ano de 1999
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 19
confrontos entre os militantes do UCK66 e as forccedilas militares seacutervias e posteriormente da
campanha aeacuterea da Alianccedila Atlacircntica O Comandante do AgrBravo refere que ldquo (hellip)
aquando da nossa chegada encontraacutemos um teatro de operaccedilotildees totalmente incerto e
totalmente instaacutevel (hellip) rdquo (Calccedilada 2009)
Inicialmente as operaccedilotildees do AgrBravo eram de imposiccedilatildeo de paz uma vez que os
militantes do UCK autoproclamados como o Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo se
recusavam a depor as armas Confrontados com esta situaccedilatildeo os militares do AgrBravo
adoptaram uma postura riacutegida afirmando a sua posiccedilatildeo e executando vaacuterias operaccedilotildees de
Busca e Cerco com o objectivo de desarmar e desmilitarizar o UCK Superada esta fase
inicial as operaccedilotildees passaram a ser desenroladas com normalidade no acircmbito da
manutenccedilatildeo de paz realizando tarefas de patrulhamento e de seguranccedila a locais religiosos
bem como acccedilotildees CIMIC67 e operaccedilotildees psicoloacutegicas (PSYOPS)68
No que diz respeito agrave Brigada Multinacional Oeste de comando Italiano (MNBW69) na
qual o AgrBravo estava integrado tambeacutem natildeo dispunha de qualquer unidade de AAA uma
vez que a ameaccedila aeacuterea era considerada remota Todavia existia um plano de
contingecircncias que poderia ser activado ldquo (hellip) caso os seacutervios natildeo aprovassem o rumo que o
Kosovo estava levar e resolvessem intervir utilizando algumas aeronaves que tivessem
disponiacuteveis (hellip) rdquo (Calccedilada 2009) Caso existisse necessidade de activar esse plano de
contingecircncias a Brigada Italiana tinha em Itaacutelia uma Bateria de Artilharia Antiaeacuterea (BAAA)
preparada para ser projectada para o TO
Achamos que caso o plano de contingecircncias fosse activado as unidades italianas
usufruiriam de prioridade no que diz respeito agrave protecccedilatildeo AA dada a escassez de meios Agrave
semelhanccedila das forccedilas italianas deveriacuteamos dispor de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA pronto
a ser projectado para o TO que garantisse a protecccedilatildeo AA da AOR do AgrBravo Desta
forma salvaguardariacuteamos quaisquer lacunas na protecccedilatildeo AA (garantida pelo escalatildeo
superior)
Segundo Benroacutes (2002) existiam outras naccedilotildees na KFOR que dispunham de unidades
de AAA como os EUA que lideravam a Brigada Multinacional Este (MNBE70) Dispunham de
um BAAA equipada com o miacutessil portaacutetil Stinger a qual esteve no TO durante toda a fase
inicial da missatildeo da KFOR sendo depois substituiacuteda por uma unidade de radares de AAA
(equipada com o sistema radar Sentinel) que tinha como missatildeo a vigilacircncia do espaccedilo
aeacutereo
66
UCK - Ushtria Clivoimtare Kosoves (em albanecircs) significa Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo 67
CIMIC - Civil-Military Cooperation 68
PSYOPS - Physiological Operations 69
MNBW - Multinational Brigade West 70
MNBE - Multinational Brigade East
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 20
Tambeacutem a Alemanha paiacutes que liderava a Brigada Multinacional Sul (MNBS71) possuiacutea
unidades de AAA nesta fase inicial da missatildeo As tropas alematildes tinham ao dispor uma
BAAA equipada com o miacutessil portaacutetil Stinger Agrave semelhanccedila das tropas norte-americanas
esta BAAA foi substituiacuteda com o desenrolar da missatildeo internacional no Kosovo por uma
unidade de Poliacutecia Militar
O facto de em 1999 existirem unidades de AAA no TO do Kosovo prova que apesar de
a ameaccedila aeacuterea ser bastante remota ela existia e poderia materializar-se jaacute que se tratava
da fase inicial da operaccedilatildeo normalmente caracterizada pela incerteza e pelo
desconhecimento das capacidades dos beligerantes
Quanto agrave inclusatildeo de uma subunidade de AAA de organizaccedilatildeo modular no AgrBravo
notamos que o facto de a estrutura do escalatildeo superior (MNBW) natildeo dispor de qualquer tipo
de unidades de AAA impediria a inserccedilatildeo deste moacutedulo na FND Isso soacute aconteceria se o
plano de contingecircncias fosse activado e a Brigada Italiana projectasse a BAAA que se
encontrava em stand by
O facto de existirem outras forccedilas presentes no restante TO com meios de AAA
permitiria que o moacutedulo nacional se integrasse na estrutura de defesa aeacuterea do TO e
contribuiacutesse para a protecccedilatildeo AA do TO
II23 Case-study o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista no Kosovo
O terceiro case-study que nos propusemos a analisar foi o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-
quedista (BIPara) que esteve destacado no TO do Kosovo entre Setembro de 2005 e Marccedilo
de 2006 cumprindo a missatildeo de reserva taacutectica (TACRES)72 do COMKFOR
O BIPara encontrava-se aquartelado nas proximidades do QG da KFOR na regiatildeo de
Pristina no Camp Slim Lines que partilhava com uma forccedila de reconhecimento britacircnica e
com um pelotatildeo de Poliacutecia Militar esloveno O BIPara73 era constituiacutedo por trecircs companhias
duas companhias de atiradores (equipadas com viaturas de rodas) e uma companhia de
apoio de serviccedilos
Em 2005 o TO do Kosovo estava calmo e natildeo existiam focos de instabilidade situaccedilatildeo
bastante diferente daquela que o AgrBravo encontrou agrave sua chegada Apesar de
ocasionalmente surgirem algumas situaccedilotildees que despertavam maior preocupaccedilatildeo o
ambiente era estaacutevel tendo sido o UCK totalmente desmilitarizado
Se na fase inicial da presenccedila da KFOR a probabilidade de a ameaccedila aeacuterea se
concretizar era reduzida nesta fase da operaccedilatildeo ldquoJoint Guardianrdquo natildeo existia qualquer tipo
de ameaccedila aeacuterea prevalecendo um profundo conhecimento das partes beligerantes e das
71
MNBS - Multinational Brigade South 72
TACRES - Tactical Reserve Esta reserva taacutectica tinha como finalidade a demonstraccedilatildeo de forccedila por parte do
COMKFOR (Sobreira 2009) 73 O seu efectivo era de 299 militares 30 oficiais 57 sargentos e 212 praccedilas (Calmeiro e Magro 2005)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 21
suas capacidades O Kosovo era nesta fase um TO ldquomadurordquo (hellip) o centro de operaccedilotildees
conjunto lanccedilava drones que permitiam assistir in loco agraves operaccedilotildees e intervinha
directamente no canal de comando se assim fosse necessaacuterio esta situaccedilatildeo soacute se
conseguia porque existia superioridade aeacuterea () ldquo (Sobreira 2009)74
Nesta etapa avanccedilada da presenccedila internacional no Kosovo natildeo existem registos do
emprego de unidades de AAA por qualquer naccedilatildeo interveniente na KFOR visto que a
ameaccedila aeacuterea eacute totalmente inexistente Neste contexto o Exeacutercito natildeo eacute excepccedilatildeo e
quando interrogado acerca das capacidades que um moacutedulo de AAA poderia acrescentar agrave
FNDKFOR o Cmdt do BIPara responde ldquo No cenaacuterio em que estaacutevamos enquadrados natildeo
se justificaria as carecircncias sentidas eram em termos de pessoal disponiacutevel para as
patrulhas e reconhecimento O proacuteprio moacutedulo de morteiros pesados do Batalhatildeo era uma
forma dissimulada de ter mais um pelotatildeo disponiacutevel e este era utilizado para garantir o
serviccedilo de guarniccedilatildeo ao aquartelamento (hellip) ldquo (Sobreira 2009)
II3 Reflexotildees sobre o emprego de AAA em CRO
Para existir participaccedilatildeo de unidades de AAA integradas em forccedilas multinacionais da
Alianccedila Atlacircntica (como eacute o caso da IFOR e da KFOR) eacute necessaacuterio que essa valecircncia se
encontre inventariada no documento CJSOR Este documento eacute elaborado pelos oacutergatildeos da
OTAN identificando as unidades necessaacuterias e as capacidades miacutenimas que essas
unidades devem conter para integrar as diversas forccedilas multinacionais
Depois de consultarmos75 os CJSOR das uacuteltimas participaccedilotildees nacionais em CRO
(referimo-nos ao uacuteltimo CJSOR elaborado para a KFOR e ao CJSOR da ISAF76 ambos
datados do ano de 2005) verificaacutemos que estes natildeo mencionavam qualquer necessidade
de emprego de unidades de AAA Esta situaccedilatildeo pode ser considerada normal tendo em
conta que no TO do Kosovo em 2005 natildeo existia ameaccedila aeacuterea como se verificou
anteriormente Quanto ao TO do Afeganistatildeo o facto de natildeo haver cabimento orgacircnico no
CJSOR para as unidades de AAA revela que natildeo foi identificada nenhuma ameaccedila aeacuterea
pela OTAN aquando da elaboraccedilatildeo do respectivo CJSOR
A situaccedilatildeo na Boacutesnia e Herzegovina em 1996 e no Kosovo em 1999 nas quais existiam
unidades de AAA no terreno eacute um claro indicador de que os CJSOR dessas operaccedilotildees
previam o emprego deste tipo de unidades e que a ameaccedila aeacuterea se poderia materializar
nesses TO
74
Ver Apecircndice E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel de Infantaria Sobreira Comandante da FNDKFOR
(BIPara) no ano de 2005 75
Estas consultas foram feitas na Divisatildeo de Operaccedilotildees do Estado-Maior General das Forccedilas Armadas
(DIOPEMGFA) 76
ISAF - International Security Assistance Force
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 22
No que diz respeito agrave participaccedilatildeo nacional em CRO verifica-se que tem ocorrido de
acordo com os niacuteveis de ambiccedilatildeo expliacutecitos no Conceito Estrateacutegico Militar (CEM)
empenhando normalmente UEB ou UEC No entanto eacute oportuno relembrar que o CEM
prevecirc igualmente em alternativa agraves trecircs UEB a projecccedilatildeo de uma Brigada actuando em todo
o espectro de operaccedilotildees De acordo com os conceitos doutrinaacuterios a unidade miacutenima de
apoio eacute a Brigada a qual eacute apoiada com uma BAAA (EME 1997)
Em CRO as naccedilotildees que disponibilizam o comando de Brigada satildeo igualmente
responsaacuteveis por garantir as valecircncias da Forccedila ditas ldquomais criacuteticasrdquo (veja-se o exemplo da
Alemanha e dos EUA na KFOR) Desta forma verifica-se o emprego doutrinaacuterio de uma
BAAA em apoio a uma Brigada
O facto de Portugal ter vindo a participar com unidades ateacute UEB inviabiliza a projecccedilatildeo
de uma unidade doutrinaacuteria de AAA (a BAAA) No entanto esta situaccedilatildeo natildeo deve constituir
obstaacuteculo agrave participaccedilatildeo nacional de unidades de AAA neste tipo de operaccedilotildees a qual pode
ser realizada adequando as unidades de AAA ao actual niacutevel de ambiccedilatildeo nacional (UEB)
Pode ser assim empenhada uma subunidade de organizaccedilatildeo modular como por exemplo
um pelotatildeo de AAA
O exemplo da IFOR eacute esclarecedor O facto de todo o escalatildeo superior possuir
unidades de AAA faz com que a organizaccedilatildeo modular de AAA se justifique pois apesar da
FNDIFOR estar dentro da AOR da MNBN a protecccedilatildeo da forccedila eacute da responsabilidade
nacional Aleacutem disso em situaccedilotildees de abertura de TO onde natildeo existem certezas da
capacidade das partes beligerantes entendemos que natildeo deve existir lugar para
facilitismos77
Face agrave anaacutelise realizada verifica-se que o actual tailoring utilizado na concepccedilatildeo das
FND para actuarem em MHP (neste caso em CRO) pode incluir um moacutedulo de protecccedilatildeo
AA O facto de em termos conceptuais existir uma janela de oportunidade para as unidades
de AAA participarem neste tipo de missotildees (atraveacutes da inclusatildeo do respectivo moacutedulo)
conduz-nos a outra questatildeo relacionada com o tipo de operaccedilotildees e de TO em que este
moacutedulo pode ser empregue Neste domiacutenio constata-se igualmente que a participaccedilatildeo de
unidades de AAA em CRO pode e deve ser feita dando ecircnfase agrave fase inicial das operaccedilotildees
militares Durante esta fase a actuaccedilatildeo da Initial Entry Force ganha preponderacircncia
devendo ser ldquo (hellip) uma forccedila manifestamente robusta face agraves necessidades que estatildeo
inventariadas mostrando assim capacidades persuasivas e dissuasivas (hellip) rdquo (Ribeiro
2009)78 Eacute nesta situaccedilatildeo que as forccedilas de iacutendoles mais teacutecnicas como o caso da AAA satildeo
77
Eacute oportuno recordar a maacutexima terrorista citada por Osama Bin Laden depois dos ataques de 11 de Setembro
de 2001 ldquoYou have to be lucky all of the time we only have to be lucky oncerdquo 78
Ver Apecircndice F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro Chefe da DIOPEMGFA
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 23
requisitadas a intervir (veja-se o exemplo de forccedilas aliadas79 em cenaacuterios de ldquoaberturardquo de
TO) realizando tarefas no contexto da sua missatildeo primaacuteria como a protecccedilatildeo AA a baixas
altitudes (SHORAD80) da forccedila e dos pontos sensiacuteveis existentes na sua AOR
Uma vez ultrapassada a fase inicial das operaccedilotildees a situaccedilatildeo eacute estabilizada
aumentando o conhecimento do TO e das partes beligerantes Eacute adoptada uma postura
adequada agrave situaccedilatildeo como por exemplo a transiccedilatildeo da IFOR para a SFOR81 na Boacutesnia e
Herzegovina em Janeiro de 1997 Nesta fase a Initial Entry Force eacute substituiacuteda e as Follow-
on Forces satildeo moldadas agrave missatildeo sendo dotadas com as valecircncias especiacuteficas para o
cumprimento da mesma
De acordo com aquilo que tem sido a praacutetica multinacional neste tipo de operaccedilotildees as
forccedilas de manobra (leia-se unidades de infantaria e de reconhecimento) mantecircm-se no TO e
assumem um papel proeminente efectuando tarefas de patrulhamento reconhecimento
check-points PSYOPS escoltas acccedilotildees CIMIC e CRC82 Quanto agraves unidades de AAA
tendo em conta a inexistecircncia de qualquer tipo de ameaccedila aeacuterea estas natildeo satildeo necessaacuterias
no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Consideramos que para as proacuteximas participaccedilotildees de FND em Initial Entry Force
deveraacute ser equacionada a inclusatildeo de uma subunidade de AAA contribuindo assim para a
protecccedilatildeo da forccedila Esta eacute definitivamente uma preocupaccedilatildeo constante do Comandante
durante qualquer operaccedilatildeo seja em operaccedilotildees de guerra ou em CRO Tambeacutem a presenccedila
dos media a influecircncia da opiniatildeo puacuteblica e a manifestaccedilatildeo de novos actores e elementos
(o caraacutecter assimeacutetrico dos conflitos o terrorismo e a proliferaccedilatildeo nuclear) se constituem
como factores de acreacutescimo agrave importacircncia da protecccedilatildeo da forccedila
79
Ver Anexo L - A AAA Francesa na UNIFIL 80
SHORAD - Short Range Air Defense 81
SFOR - Stabilization Force 82
CRC - Crowd amp Riot Control
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 24
CAPIacuteTULO III
A INTEGRACcedilAtildeO DA AAA NA
NATO RESPONSE FORCE E NOS BATTLEGROUPS
Ao investigarmos acerca da problemaacutetica relacionada com o emprego de unidades de
AAA em FND natildeo podemos de forma alguma deixar de considerar a participaccedilatildeo assiacutedua
do Exeacutercito na NRF e nos BG Estas forccedilas assumem-se cada vez mais como um
catalisador de mudanccedila no que respeita agrave intervenccedilatildeo em conflitos possuindo uma
capacidade de projecccedilatildeo para missotildees em TO exteriores agrave Europa o que constitui um
desafio para o Exeacutercito
Embora a disponibilizaccedilatildeo de unidades do SFN do Exeacutercito para integrarem a NRF e os
BG natildeo seja exactamente igual agravequela que integra as FND em MHP pode facilmente ser
estabelecido um paralelismo entre estas participaccedilotildees o qual eacute reconhecido pela proacutepria
legislaccedilatildeo83 que enquadra ambas as tipologias de missatildeo O facto de estas unidades serem
submetidas a um periacuteodo intenso de treino operacional que eacute precedido de um exerciacutecio de
certificaccedilatildeo internacional e do consequente periacuteodo de stand by (sendo consideradas
Earmarked84 durante este periacuteodo) reforccedila esse paralelismo
Ao considerarmos o conceito de FND anteriormente definido verifica-se que as
unidades que integram a NRF e os BG natildeo correspondem ao termo FND no seu sentido
restrito No entanto podem ser enquadradas no seu sentido lato
Neste capiacutetulo a pesquisa seraacute direccionada de forma a averiguar quais os meios
orgacircnicos de protecccedilatildeo AA deste tipo de forccedilas Pretende-se assim clarificar os requisitos
de emprego determinados pelas respectivas OI para que possam ser integradas unidades
de AAA nacionais na sua constituiccedilatildeo
83
De acordo com a Directiva nordm23CEME08 84
Forccedilas que as naccedilotildees concordam colocar sob comando ou controlo operacional em data futura de um
Comando OTAN (Baptista 2008)
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 25
III1 Os Conceitos de NATO Response Force e de Battlegroups
Sem pretender efectuar uma reflexatildeo exaustiva acerca dos conceitos de NRF e de BG
naturalmente fora do acircmbito deste TIA importa esclarecer qual a missatildeo organizaccedilatildeo e
constituiccedilatildeo destas estruturas militares O objectivo desta breve abordagem aos dois
conceitos eacute alcanccedilar uma base soacutelida para a nossa investigaccedilatildeo
III11 A NATO Response Force - NRF
A Alianccedila Atlacircntica criou uma forccedila conjunta e combinada caracterizada pela sua
elevada prontidatildeo ndash a NATO Response Force85 Com um efectivo de vinte e cinco mil
militares a NRF eacute capaz de ser destacada apoacutes uma decisatildeo poliacutetica sendo auto-
sustentaacutevel por um periacuteodo de trinta dias As vaacuterias componentes da NRF encontram-se em
stand by nos seus paiacuteses de origem estando preparadas para serem destacadas para a
Aacuterea de Operaccedilotildees (AO) se for necessaacuterio
A NRF atingiu a sua capacidade operacional plena em Outubro de 2006 e actualmente
abrange um largo espectro de missotildees que satildeo efectuadas num estudo caso a caso pelo
NAC Como uacutenica Forccedila presente no TO pode efectuar (NATO 2007)
1 Operaccedilotildees de Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
2 Apoio agrave gestatildeo de consequecircncias86
3 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
4 Apoio de Operaccedilotildees de Contra-Terrorismo
5 Operaccedilotildees de Embargo
6 Actuar como Initial Entry Force facilitando a chegada das Follow-on Forces numa
AO conjunta com ou sem o apoio da naccedilatildeo hospedeira
A constituiccedilatildeo da NRF baseia-se no cataacutelogo de forccedilas CJSOR Poreacutem devido ao facto
de se verificarem constantemente lacunas (denominadas ldquoshortfallsrdquo) no seu preenchimento
(nomeadamente nas valecircncias mais criacuteticas como os helicoacutepteros) eacute provaacutevel que se
evolua da conferecircncia de geraccedilatildeo de forccedilas para a geraccedilatildeo de forccedilas baseada numa
Framework Nation (FwN) Este conceito prevecirc que uma determinada naccedilatildeo se constitua
como ldquoespinha dorsalrdquo da NRF disponibilizando as valecircncias mais criacuteticas e impedindo que
existam lacunas na geraccedilatildeo de forccedilas Desta forma a NRF eacute organizada em moacutedulos
vinculados a um determinado niacutevel de participaccedilatildeo das naccedilotildees intervenientes (Baptista
2007)
Niacutevel A ndash A FwN garante a totalidade do moacutedulo (UEB UEC) soacute poderaacute existir outra
naccedilatildeo no caso de afiliaccedilotildees permanentes como por exemplo o caso da Brigada
Franco-Alematilde
85
Ver Anexo L - Estrutura da NRF 86
Em caso de incidentes NRBQ (Nuclear Radioloacutegico Bioloacutegico e Quiacutemico) ou em situaccedilotildees de crise
humanitaacuteria (NATO 2007)
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 26
Niacutevel B ndash A FwN garante 50 do moacutedulo a participaccedilatildeo de outras naccedilotildees (entre duas
e quatro) nesse moacutedulo eacute possiacutevel
Niacutevel C ndash A FwN eacute responsaacutevel por um 25 do moacutedulo
Niacutevel D ndash O moacutedulo pode ser provido por outra naccedilatildeo que o disponibilize
III12 Os Battlegroups
O conceito de Battlegroup surge no acircmbito da EU referindo-se a uma Forccedila Tarefa de
resposta raacutepida constituiacuteda por um efectivo de mil quinhentos militares Neste contexto o
BG assume-se como ldquo um pacote de forccedilas minimamente eficaz crediacutevel projectaacutevel e
coerente capaz de garantir o cumprimento de operaccedilotildees de forma isolada ou fases iniciais
de operaccedilotildees de maior envergadura (hellip)87 rdquo (EU 2006p1)
A constituiccedilatildeo88 do BG baseia-se num documento denominado BG Concept que prevecirc
uma UEB de manobra reforccedilada com meios dimensionados de Apoio de Combate e de
Apoio de Serviccedilos Esta constituiccedilatildeo assenta no princiacutepio da multinacionalidade atraveacutes da
constituiccedilatildeo de um FwN ou de uma coligaccedilatildeo de Estados-Membros Cada Battlegroup
deveraacute ter associado um Comando de Forccedila e capacidades operacionais e estrateacutegicas preacute-
identificadas como por exemplo o transporte estrateacutegico (EU 2006)
Os niacuteveis de ambiccedilatildeo estabelecidos no ldquoHeadline Goals 2010rdquo prevecircem a capacidade
da UE empreender dois BG em simultacircneo em aacutereas geograacuteficas distintas no ano de 2010
Quanto agraves missotildees atribuiacutedas a um BG este deve estar apto a desenvolver as seguintes
tarefas (Lindstrom 2007)
1 Separaccedilatildeo das partes em Conflito
2 Prevenccedilatildeo de Conflitos
3 Estabilizaccedilatildeo Reconstruccedilatildeo e Consultoria Militar a Paiacuteses terceiros
4 Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
5 Assistecircncia a Operaccedilotildees Humanitaacuterias
No que diz respeito agrave geraccedilatildeo da forccedila a iniciativa parte dos paiacuteses-membros que
propotildeem agrave UE a criaccedilatildeo de um BG Desta forma a naccedilatildeo que se assume como FwN tem o
oacutenus de edificaccedilatildeo ou seja deve disponibilizar todas as unidades que natildeo consegue
angariar junto das restantes naccedilotildees que compotildeem o BG
Assiste-se nesta fase a um constante processo de negociaccedilotildees com uma forte
componente poliacutetica pois as naccedilotildees tendem a disponibilizar unidades que lhes
proporcionem visibilidade (ldquoShow the Flagrdquo) como eacute o caso das unidades de Operaccedilotildees
Especiais Uma vez terminadas as negociaccedilotildees a FwN apresenta agrave UE uma organizaccedilatildeo
especiacutefica do BG com a indicaccedilatildeo dos paiacuteses membros que para ele contribuem de
87
Traduccedilatildeo Livre 88
Ver Anexo M - Estrutura de um Battlegroup
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 27
maneira a atingir o princiacutepio da multinacionalidade O modelo apresentado deve exibir as
capacidades do BG e o periacuteodo de tempo que essa forccedila estaacute disponiacutevel para ser
empregue em operaccedilotildees (normalmente seis meses)
III2 Requisitos para integraccedilatildeo da AAA na NRF
O Exeacutercito tem vindo a participar continuamente na NRF desde o primeiro semestre de
2004 com a integraccedilatildeo de uma forccedila de Operaccedilotildees Especiais Poreacutem ao analisarmos o
histoacuterico89 da participaccedilatildeo nacional na componente terrestre da NRF notamos a inexistecircncia
de qualquer unidade de AAA nesta estrutura de forccedilas e a predominacircncia de unidades de
manobra e de operaccedilotildees especiais Ao analisar este histoacuterico eacute igualmente assinalaacutevel o
esforccedilo do Exeacutercito em integrar unidades de cariz mais teacutecnico como a Bateria de AC 105
mm prevista para integrar a NRF 14 Contudo consideramos que ainda natildeo eacute o suficiente e
que deveraacute existir um maior investimento noutro tipo de valecircncias ditas mais teacutecnicas
No que diz respeito agrave participaccedilatildeo na NRF existe uma clara definiccedilatildeo dos requisitos
que qualquer unidade deveraacute estar apta a cumprir os quais vecircm expressos no CJSOR A
OTAN tem vindo a definir diferentes CJSOR para cada uma das NRF numa tentativa de ser
mais especiacutefica quanto aos requisitos miacutenimos necessaacuterios Deste modo as naccedilotildees
deveratildeo cumprir os requisitos miacutenimos para integrarem unidades na NRF
Tendo como base desta anaacutelise o CJSOR90 verifica-se que relativamente ao moacutedulo
de Defesa Aeacuterea (dependendo da NRF) a participaccedilatildeo das naccedilotildees poderaacute ser feita em trecircs
escalotildees distintos escalatildeo BAAA escalatildeo Grupo de Artilharia Antiaeacuterea (GAAA) ou escalatildeo
Brigada AAA Framework Considerando a dimensatildeo do Exeacutercito Portuguecircs o nuacutemero de
unidades de AAA existentes e os niacuteveis de ambiccedilatildeo nacionais estabelecidos superiormente
julgamos que a participaccedilatildeo mais adequada seraacute o escalatildeo BAAA Para este escalatildeo o
CJSOR refere que o niacutevel de multinacionalidade do moacutedulo deveraacute ser do niacutevel A o que
significa que a naccedilatildeo que disponibilizar a BAAA deveraacute garantir a totalidade do moacutedulo e soacute
excepcionalmente seratildeo aceites outras naccedilotildees Desta forma a BAAA disponibilizada
deveraacute cumprir os seguintes requisitos (Baptista 2007)
Integrar um miacutenimo de doze sistemas SHORAD e doze sistemas MANPAD91 e um
efectivo de duzentos e cinquenta militares
Deveraacute ter a capacidade de ser aerotransportada
Deveraacute garantir a capacidade de assegurar a protecccedilatildeo AA da AO de uma Brigada
Deveraacute ter a capacidade de ligaccedilatildeo com sistemas de defesa antiaeacuterea de meacutedia
altitude
89
Ver Anexo O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF 90
Consulta realizada na Divisatildeo de Operaccedilotildees do Estado-Maior General das Forccedilas Armadas (DIOPEMGFA) 91
MANPAD - Man Portable Air Defense
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 28
Disponibilidade orgacircnica de sistemas radar 3D com IFF92
Niacutevel adequado de protecccedilatildeo da forccedila face agrave ameaccedila NRBQ e aos engenhos
explosivos improvisados (EOD93)
Capacidade miacutenima de sobrevivecircncia de trecircs dias em abastecimentos
No caso de se tratar de uma BAAA auto-propulsada (AP) esta deveraacute cumprir os
mesmos requisitos da BAAA natildeo necessitando da capacidade de ser aerotransportada
Deve ainda dispor de capacidade de detecccedilatildeo visual e radar por infravermelhos
III3 Requisitos para Integraccedilatildeo da AAA nos Battlegroups
Relativamente agrave geraccedilatildeo do pacote de forccedilas que compotildee o BG o facto de natildeo existir
uma estrutura fixa (ao contraacuterio da NRF) permite uma maior flexibilidade por parte das
naccedilotildees envolventes na disponibilizaccedilatildeo dos meios de Apoio de Combate e de Apoio de
Serviccedilos desde que a UEB de manobra esteja garantida
O documento BG Concept soacute indica genericamente qual deveraacute ser a constituiccedilatildeo do
pacote de forccedilas em funccedilatildeo da missatildeo havendo necessidade de recorrer a modelos
anteriores de BG Considerando alguns modelos edificados anteriormente (como o
Francecircs94 Espanhol Italiano e Polaco) constata-se que a sua protecccedilatildeo AA eacute conferida por
uma unidade de escalatildeo pelotatildeo de AA do tipo SHORAD Para que exista possibilidade do
pelotatildeo de AA integrar o pacote de forccedilas do BG este deve satisfazer os requisitos miacutenimos
estabelecidos pela UE sendo estes semelhantes aos instituiacutedos pela NRF Assim o pelotatildeo
AA SHORAD deveraacute dispor (Baptista 2007)
Capacidade de ser aerotransportado
Capacidade de ligaccedilatildeo agraves unidades apoiadas e aos escalotildees superiores
Capacidade de cobertura da AO do BG
Niacutevel adequado de protecccedilatildeo da forccedila face agrave ameaccedila NRBQ e EOD
Interoperabilidade com outras forccedilas integrantes no BG
92
IFF - Identification Friend or Foe 93
EOD - Explosive Ordnance Disposal 94 Ver Anexo P ndash Exemplo de um Battlegroup
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 29
CAPIacuteTULO IV
EMPREGO OPERACIONAL DAS UNIDADES DE AAA
Depois de analisadas as potenciais conjunturas de participaccedilatildeo de unidades de AAA em
forccedilas projectaacuteveis (quer no acircmbito das MHP ou das forccedilas multinacionais) a nossa
investigaccedilatildeo foi direccionada para a abordagem das questotildees directamente relacionadas
com o emprego operacional das unidades de AAA
Como vimos anteriormente no caso das forccedilas multinacionais (NRF e BG) existe um
conjunto de requisitos que as unidades devem possuir para que possam participar neste tipo
de operaccedilotildees No que diz respeito agrave participaccedilatildeo de unidades de AAA no acircmbito das FND
(por exemplo IFOR e KFOR) os requisitos miacutenimos de participaccedilatildeo satildeo estabelecidos no
CJSOR da forccedila multinacional consoante o tipo de operaccedilatildeo a desempenhar
Assim sendo neste capiacutetulo procedeu-se agrave anaacutelise da prontidatildeo operacional das
unidades de AAA nacionais com a finalidade de averiguar se estas possuem as valecircncias
que possibilitem a sua participaccedilatildeo nas operaccedilotildees anteriormente referidas
IV1 O Niacutevel de Prontidatildeo das Unidades de AAA
No contexto de anaacutelise agrave prontidatildeo das unidades de AAA importa considerar trecircs
variaacuteveis distintas a investigar os equipamentos e sistemas de armas os militares e o seu
treino95
O estudo da primeira variaacutevel visa obter dados sobre as condiccedilotildees actuais dos
equipamentos e sistemas de armas que equipam as unidades de AAA nacionais no que diz
respeito agrave quantidade de sistemas existentes agraves suas caracteriacutesticas teacutecnicas e agraves suas
capacidades de emprego em forccedilas projectaacuteveis Relativamente agrave segunda variaacutevel o seu
estudo permitiraacute saber qual a proficiecircncia e prontidatildeo dos militares responsaacuteveis por operar
os sistemas de armas Por fim a terceira variaacutevel possibilitaraacute a anaacutelise do treino a que os
militares de AAA satildeo submetidos
95
Treino - Eacute toda a formaccedilatildeo ministrada na UnidadeEstabelecimentoOacutergatildeo (UEO) de colocaccedilatildeo cuja
finalidade eacute manter ou aumentar os niacuteveis de proficiecircncia individuais (EME 2004 p60)
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 30
IV11 Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais96
As unidades de AAA que integram actualmente a Forccedila Operacional Permanente do
Exeacutercito (FOPE) dispotildeem dos seguintes sistemas de armas para cumprir as suas missotildees
Trinta e um Sistemas Canhatildeo Bitubo AA 20 mm
Trinta e seis Sistemas Miacutessil Ligeiro Chaparral
Trinta e seis Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Trecircs Radares ANMPQ-49 Forward Alerting Area Radar (FAAR)
Trecircs Radares Portable Search and Target Acquisition Radar (PSTAR)
Ao examinar atentamente esta lista destaca-se desde logo a inexistecircncia de um
sistema de C2 que permita num cenaacuterio de operaccedilotildees efectuar as ligaccedilotildees necessaacuterias ao
sistema de C2 do escalatildeo superior agrave Forccedila Aeacuterea Aliada e agraves restantes unidades de AAA
presentes no TO Uma unidade de AAA que natildeo se encontre devidamente integrada na rede
da AAA no TO pode acidentalmente abater uma aeronave amiga originando uma situaccedilatildeo
bastante grave causada por falha humana Deste modo a ausecircncia de um sistema de C2
nas unidades de AAA nacionais tem sido apontada como o grande obstaacuteculo agrave sua
participaccedilatildeo em TO no exterior do territoacuterio nacional (MHP NRF e BG) porque ldquo (hellip) natildeo eacute
aceitaacutevel que num TO moderno existam forccedilas de AAA que se limitem a fazer como noacutes
fazemos controlo por procedimentos (hellip) ldquo (Paradelo 2009)97
Para que as unidades de AAA nacionais possam integrar as FND (no sentido lato) e
participar em exerciacutecios internacionais ou em exerciacutecios conjuntos no interior do territoacuterio
nacional devem obrigatoriamente possuir um sistema de C2 actual (possuindo no miacutenimo
Link 11B98 e suportar Link 1699) Este sistema deveraacute permitir a partilha de informaccedilatildeo radar
entre a unidade de AAA nacional e outras unidades de AAA Deveraacute igualmente possibilitar
que outras entidades presentes no TO partilhem informaccedilatildeo radar com a unidade de AAA
nacional atraveacutes da adiccedilatildeo de alvos aeacutereos na sua Air Picture Esta troca de informaccedilatildeo
radar entre as diversas unidades de AAA e entidades presentes no TO resulta numa
Common Air Picture (CAP) que por sua vez contribui para um sistema de C2 integrado no
Sistema de Defesa Aeacutereo do TO A CAP eacute um conjunto de Sensores Radares e Sistemas
de Vigilacircncia do Campo de Batalha (VCB) que eacute partilhado pelos vaacuterios escalotildees de
comando da forccedila multinacional desde o comandante da AAA no TO ateacute ao homem que
efectua o empenhamento (Paradelo 2009)
96
Ver Anexo Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais 97
Ver Apecircndice G - Guiatildeo da Entrevista ao TCor Art Crispim Paradelo actual comandante do GAAA 98 Ver Anexo R ndash O Link 11B 99 Ver Anexo Q ndash O Link 16
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 31
No que respeita aos sistemas de armas e equipamentos de detecccedilatildeo radar existentes
nas unidades de AAA nacionais estes apresentam lacunas e encontram-se desactualizados
a vaacuterios niacuteveis (Borges 2008)
Relativamente agraves unidades de tiro (UT) apresentam jaacute um adiantado tempo de serviccedilo
nomeadamente o Sistema Canhatildeo Bitubo AA 20 mm e o Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral100
que estatildeo ao serviccedilo do Exeacutercito Portuguecircs desde 1981 e 1990 respectivamente Apesar de
serem sistemas bastante fiaacuteveis encontram-se obsoletos quando comparados com os
requisitos miacutenimos estabelecidos pela NRF e pelo BG
Neste domiacutenio apenas o Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger pode ser considerado uma UT
actual101 tendo a maioria dos miacutesseis existentes em Portugal (adquiridos em 1996) sido
submetida a um programa da OTAN (o WSPC102) com o objectivo de estender a sua vida uacutetil
(Alves 2008) Ao concretizar-se este processo (extensatildeo de vida dos miacutesseis FIM-92) o
Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger estaraacute apto a equipar unidades de AAA para integrarem as
FND quer no seu sentido restrito (moacutedulo de AAA integrado na FND) quer no seu sentido
lato (NRF e BG)
No que diz respeito aos sistemas de detecccedilatildeo radar as unidades de AAA mecanizadas
dispotildeem do sistema radar FAAR de origem norte-americana Devido ao facto de estar
desactualizado103 (Rosendo 2008) natildeo se encontra apto para equipar quaisquer forccedilas de
AAA projectaacuteveis
Para aleacutem deste sistema de detecccedilatildeo radar as unidades de AAA nacionais dispotildeem
igualmente do sistema radar PSTAR adquirido em 2005 ao Exeacutercito dos EUA Trata-se de
um radar moderno com a capacidade de ser aerotransportado todavia possui apenas
capacidade de detecccedilatildeo bidimensional o que o impossibilita de ser utilizado em operaccedilotildees
no acircmbito da NRF e dos BG jaacute que estas exigem equipamentos com capacidade de
detecccedilatildeo tridimensional De acordo com Benroacutes (2002) o radar PSTAR poderaacute equipar um
eventual moacutedulo de protecccedilatildeo AA inserido numa FND
Importa referir que este sistema radar foi altamente potenciado com a utilizaccedilatildeo do
PPRC104-525 (que recentemente comeccedilou a ser distribuiacutedo pelas unidades da FOPE) A
sua utilizaccedilatildeo permitiu multiplicar a imagem radar e distribui-la por oito UT sejam estas
secccedilotildees de Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral Sistema Canhatildeo Bitubo AA 20 mm ou
esquadras de Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger Desta forma atraveacutes do PPRC-525 torna-se
possiacutevel estabelecer uma rede wireless interna que permite transmitir a Recognized Air
100
O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral encontra-se fora de serviccedilo nos EUA desde 1997 (Borges 2008) 101
Para aleacutem do Exeacutercito Portuguecircs o Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger eacute actualmente utilizado nos seguintes
Exeacutercitos da OTAN Alemanha Dinamarca EUA Greacutecia Holanda Turquia (Salvador 2006) 102
O WSPC (Weapon System Partnership Committee) insere-se no acircmbito de uma agecircncia da OTAN a NAMSA
(NATO Maintenance amp Supply Agency) 103 O Sistema Radar FAAR encontra-se fora de serviccedilo nos EUA desde 1991 104
PPRC ndash PortuguecircsPortaacutetil Raacutedio de Campanha
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 32
Picture (RAP) para os comandantes de secccedilatildeoesquadra dos sistemas de armas (Paradelo
2009)
Apoacutes a anaacutelise dos equipamentos e sistemas de armas de AAA agrave disposiccedilatildeo das
unidades de AAA nacionais verificamos que se encontram obsoletos quando comparados
com as congeacuteneres aliadas105 Apenas o sistema miacutessil portaacutetil Stinger poderaacute ser utilizado
para equipar eventuais forccedilas projectaacuteveis no acircmbito da NRF e dos BG
No que respeita agrave participaccedilatildeo nas FND com um moacutedulo de AAA e de acordo com
Benroacutes (2002) para aleacutem do sistema miacutessil portaacutetil Stinger as unidades nacionais poderiam
igualmente utilizar o sistema de detecccedilatildeo radar PSTAR
IV12 A Lei de Programaccedilatildeo Militar
Para suprir as manifestas necessidades de equipamento das unidades de AAA
encontram-se inscritas na Lei de Programaccedilatildeo Militar (LPM) verbas destinadas agrave aquisiccedilatildeo
de um sistema de C2 de sistemas de detecccedilatildeo radar e de novas UT De acordo com a
LPM106 em vigor o levantamento da BAAABrigInt entre 2010 e 2011 possibilitaraacute a
aquisiccedilatildeo dos seguintes sistemas (Cardoso 2008)
Um Sistema de C2
Dezasseis Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Oito Sistemas Miacutessil Ligeiro
Dois Sistemas de Detecccedilatildeo Radar
A LPM prevecirc ainda o reequipamento da BAAA das Forccedilas AG entre os anos de 2011 e
2015 com os seguintes sistemas (Cardoso 2008)
Um Sistema de C2
Doze Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Seis Sistemas Miacutessil Ligeiro
Dois Sistemas de Detecccedilatildeo Radar
Se a LPM natildeo sofrer alteraccedilotildees e os referidos equipamentos forem adquiridos conforme
o previsto a participaccedilatildeo de unidades de AAA nacionais em forccedilas projectaacuteveis poderaacute ser
uma realidade a curto prazo
Importa acrescentar que o sistema de C2 deveraacute ser prioridade absoluta no que respeita
ao reequipamento previsto na LPM uma vez que este eacute fundamental e permitiraacute estabelecer
uma rede de comunicaccedilotildees entre os diversos intervenientes no sistema de defesa aeacuterea do
TO tais como o escalatildeo superior unidades HIMAD outras unidades de AAA existentes no
105
Observando a vizinha Espanha verificamos que as suas unidades dispotildeem de sistemas HIMAD (High and
Medium Air Defense) e SHORAD em quantidade e qualidade (como por exemplo NASAMS PATRIOT ASPIDE
ROLAND HAWK MISTRAL) e de sistemas C4I (Comando Controlo Comunicaccedilotildees Computadores e
Informaccedilotildees) devidamente integrados no sistema de Defesa Aeacuterea (Borges 2008) 106
Lei Orgacircnica nordm 42006 de 29 de Agosto
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 33
TO e a Forccedila Aeacuterea Aliada Consideramos ainda que o sistema de C2 a adquirir deve ser
compatiacutevel com o recente PPRC-525
IV13 A Prontidatildeo dos Militares de AAA
Depois de proceder agrave caracterizaccedilatildeo dos equipamentos e sistemas de armas existentes
nas unidades de AAA nacionais resta avaliar a proficiecircncia dos militares que operam esses
sistemas e as suas actividades de treino
Julgamos que a melhor forma de avaliar o desempenho dos militares neste acircmbito eacute em
situaccedilotildees reais pelo que analisaacutemos a participaccedilatildeo dos militares de AAA no exerciacutecio de
fogos reais ldquoRelacircmpago 2008rdquo Neste exerciacutecio foram disparados todos os sistemas de
armas de AAA acima referidos tendo sido obtidos resultados de excelecircncia jaacute que ldquo (hellip)
todos os Stinger tiveram impactos teacutecnicos os Chaparral tambeacutem acertaram todos e por fim
o canhatildeo tambeacutem teve uma boa sessatildeo (hellip) rdquo (Borges 2009)107
A utilizaccedilatildeo dos simuladores Stinger do tipo THT108 e STPT109 nas sessotildees de treino e a
presenccedila de uma equipa teacutecnica norte-americana especializada no Sistema Miacutessil Ligeiro
Chaparral permitiram minimizar as ldquofalhasrdquo do material maximizar a proficiecircncia do pessoal
e recuperar o know-how que tem sido perdido ao longo dos anos (Borges 2009)
O ecircxito do exerciacutecio ldquoRelacircmpago 2008rdquo exalta a capacidade humana dos militares de
AAA o que ficou patente no discurso do General Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito
realccedilando que ldquo (hellip) temos capacidade teacutecnica temos capacidade de instruccedilatildeo temos
capacidade de formaccedilatildeo e temos a aptidatildeo dos nossos apontadores e isso eacute importante Eu
disse que provavelmente nunca seremos novidade pelos recursos materiais que
apresentarmos em TO ou no campo de batalha no entanto seremos certamente novidade e
seremos certamente reconhecidos pela qualidade dos nossos recursos humanos e essa eacute
uma aposta indiscutiacutevel do Exeacutercito (hellip)110 ldquo (Ramalho 2008)
Relativamente agraves actividades de treino a que as unidades de AAA satildeo sujeitas estas
satildeo diversificadas e materializam-se com a participaccedilatildeo de subunidades de AAA em
diversos exerciacutecios111 Poreacutem eacute da nossa opiniatildeo que para aleacutem do exerciacutecio ldquoRelacircmpagordquo
(eminentemente teacutecnico) deveria existir um exerciacutecio taacutectico ao niacutevel de todas as unidades
de AAA que abrangesse a actuaccedilatildeo de uma ceacutelula de Comando e Controlo do Espaccedilo
107
Ver Apecircndice H - Guiatildeo da Entrevista ao Cor Art Vieira Borges antigo comandante do RAAA1 108
THT ndash Tracking Head Trainer Este sistema tem o mesmo aspecto de um sistema Stinger normal com a
excepccedilatildeo de um monitor que indica se as fases de empenhamento foram correctamente efectuadas Eacute utilizado
para treinar o empenhamento do apontador sobre aeronaves (HDA 2000) 109
STPT - Stinger Troop Proficiency Trainer Eacute um dispositivo baseado em computador que gera alvos aeacutereos e
cenaacuterios na oacuteptica do sistema (HDA 2000) 110
Palavras de Sua Exordf o General Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito (CEME) aos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo
social em Marccedilo de 2008 aquando da realizaccedilatildeo do exerciacutecio de fogos reais de AAA ldquoRELAcircMPAGO 2008rdquo 111
Desde o inicio do presente ano a AAA jaacute participou nos seguintes exerciacutecios ldquoRELAcircMPAGO 2009rdquo ldquoMARTE
09rdquo ldquoROSA BRAVA 09rdquo ldquoNEWFIP 09rdquo ldquoDRAGAtildeO 09rdquo E ldquoAPOLO 09rdquo
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 34
Aeacutereo (C2EA) e os procedimentos de ligaccedilatildeo aos elementos de manobra e ao escalatildeo
superior de forma a simular um cenaacuterio de participaccedilatildeo em CRO
Ainda no acircmbito do treino e uma vez que se prevecirc a aquisiccedilatildeo de novos sistemas de
armas e equipamentos julgamos que tambeacutem deveria investir-se na formaccedilatildeo teacutecnica
especializada dos quadros de AAA (Oficiais e Sargentos) Essa formaccedilatildeo112 deveraacute ser
ministrada no paiacutes de origem dos sistemas de armas durante o periacuteodo que antecede a
chegada dos mesmos ao nosso paiacutes Pretende-se desta forma garantir um grupo de
especialistas que possa ministrar instruccedilatildeo dos referidos sistemas de armas agraves praccedilas de
AAA para que estas estejam prontas a operaacute-los aquando da sua aquisiccedilatildeo Deveraacute
igualmente existir uma nova formaccedilatildeo taacutectica adequada aos novos materiais
No que concerne ao sistema de C2 consideramos que deveraacute ser formado um pequeno
nuacutecleo de militares dedicado exclusivamente agrave utilizaccedilatildeo do referido sistema uma vez que
este dispotildee de diversas funcionalidades e valecircncias que devem ser analisadas e
optimizadas o que soacute eacute possiacutevel de obter atraveacutes de uma utilizaccedilatildeo continuada do sistema
Depois desta anaacutelise verifica-se que os militares de AAA se encontram proficientes no
manuseamento dos actuais equipamentos e sistemas de armas estando assim aptos a
integrarem as FND contudo a grande maioria dos referidos sistemas natildeo eacute susceptiacutevel de
ser utilizado em forccedilas projectaacuteveis pelos motivos anteriormente referidos Desta forma seraacute
necessaacuterio desencadear esforccedilos no sentido de modernizar as unidades de AAA e investir
na instruccedilatildeo teacutecnica dos militares de AAA acerca dos novos sistemas de armas que poderatildeo
vir a equipar as unidades de AAA Pretende-se assim contribuir para a modernizaccedilatildeo das
unidades de AAA atraveacutes da aquisiccedilatildeo de novos sistemas de armas da formaccedilatildeo e do
treino operacional113
IV2 O Emprego da AAA como Moacutedulo de Protecccedilatildeo AA
Ao actuarem no espectro das CRO as forccedilas devem respeitar os princiacutepios da
flexibilidade e modularidade apostando na criaccedilatildeo de moacutedulos que combinem os
subsistemas de C2 radares comunicaccedilotildees e armas Desta forma poderaacute adaptar-se a
dimensatildeo estrutura e organizaccedilatildeo do moacutedulo agraves necessidades de protecccedilatildeo e agrave natureza
da operaccedilatildeo (Monsanto 2002)
A participaccedilatildeo da AAA poderaacute ser realizada atraveacutes da inclusatildeo de um moacutedulo de
protecccedilatildeo AA dimensionado agrave FND Tendo em conta que as actuais FND satildeo UEB o
moacutedulo indicado seria uma unidade com o efectivo de um pelotatildeo Veja-se novamente o
112
Formaccedilatildeo - Conjunto de actividades que visam a aquisiccedilatildeo de conhecimentos periacutecias atitudes e formas de
comportamento exigidos para o exerciacutecio de um cargo ou profissatildeo (EME 2004 p34) 113
Treino Operacional - Conjunto de actividades de treino e treino colectivo que visam actualizar consolidar
aperfeiccediloar e desenvolver capacidades especiacuteficas orientadas para uma missatildeo (EME 2004 p62)
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 35
exemplo da Franccedila114 no Liacutebano O moacutedulo tem o seu papel a desempenhar em CRO
nomeadamente ao niacutevel da dissuasatildeo (ldquomostrar a forccedila para natildeo ter de a usarrdquo (Raleiras
2002)) da protecccedilatildeo AA da forccedila e das vulnerabilidades seleccionadas Poderaacute
desempenhar tarefas especiacuteficas das unidades de AAA como a imposiccedilatildeo de zonas de
exclusatildeo do espaccedilo aeacutereo em caso de necessidade ou efectuar a vigilacircncia do espaccedilo
aeacutereo do sector atribuiacutedo agrave FND contribuindo desta forma para a CAP do escalatildeo superior
Para aleacutem das tarefas referidas os militares que constituem o moacutedulo poderatildeo ainda
efectuar tarefas de acircmbito geral como patrulhamentos check-points escoltas acccedilotildees de
vigilacircncia e de ajuda humanitaacuteria Este tipo de tarefas eacute insistentemente treinado durante a
fase de aprontamento podendo ser desenvolvidas por qualquer soldado seja qual for a sua
aacuterea de especializaccedilatildeo
No que diz respeito agrave inclusatildeo do moacutedulo de protecccedilatildeo AA numa FND poderia ocorrer
mesmo sem esta valecircncia estar inventariada no CJSOR da forccedila multinacional Como
conferimos previamente a protecccedilatildeo da forccedila eacute da responsabilidade das naccedilotildees as quais
podem prover as suas forccedilas com capacidades suplementares aos requisitos miacutenimos
impostos pelas OI
Em termos praacuteticos para que se efective a participaccedilatildeo deste moacutedulo deve estar
reunido um conjunto de condiccedilotildees que permitam o seu emprego tais como a existecircncia de
unidades de AAA no escalatildeo superior e a existecircncia de um sistema de C2 real e crediacutevel na
unidade de AAA nacional que permita efectuar a ligaccedilatildeo ao escalatildeo superior O facto de as
unidades de AAA nacionais natildeo disporem de um sistema de C2 tem vindo a inviabilizar
totalmente a sua participaccedilatildeo em forccedilas projectaacuteveis Este sistema eacute fundamental pois eacute
atraveacutes dele que o comandante da forccedila multinacional no TO consegue exercer o comando
de todas as unidades de AAA no TO de forma centralizada tendo acesso agraves informaccedilotildees
em tempo real permitindo-lhe ter uma visatildeo do contexto geral das operaccedilotildees
Quanto agrave constituiccedilatildeo do referido moacutedulo de protecccedilatildeo AA e tendo em a dimensatildeo da
FND (UEC ou UEB) este poderia incluir
Uma secccedilatildeo (UEC) Duas secccedilotildees (UEB) miacutessil portaacutetil Stinger permitindo executar
acccedilotildees de escolta e a protecccedilatildeo de pontos e aacutereas sensiacuteveis
Duas secccedilotildees radar PSTAR (UEC UEB) de forma a garantir o apoio muacutetuo e a
permitir a manobra de materiais caso seja necessaacuterio
Desta forma ficaraacute a faltar apenas o sistema de C2 o qual seraacute adquirido na melhor das
hipoacuteteses em 2010 ao abrigo da LPM em vigor Enquanto as unidades de AAA nacionais
natildeo dispuserem desta capacidade a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA nas FND
continuaraacute a ser prorrogada
114
Ver Anexo L - A AAA Francesa na UNIFIL
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 36
IV3 O Emprego da AAA na NRF e nos BG
Depois de comparar as caracteriacutesticas dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
nacionais existentes com os requisitos miacutenimos de participaccedilatildeo estabelecidos pelas OI
verificam-se diversos impedimentos quanto agrave participaccedilatildeo de unidades de AAA nacionais na
NRF e nos BG
No que respeita agrave participaccedilatildeo na NRF tendo em conta os requisitos analisados
anteriormente constata-se que para o escalatildeo BAAA existem vaacuterias limitaccedilotildees agrave
participaccedilatildeo nacional nomeadamente (Baptista 2007)
Inexistecircncia de capacidade de C2 e de ligaccedilatildeo a unidades HIMAD
Inexistecircncia de um sistema SHORAD (com capacidade de ser aerotransportado)
que complemente o sistema MANPAD existente
Inexistecircncia de um sistema radar com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional
Eventualmente a participaccedilatildeo nacional poderia efectuar-se ao escalatildeo pelotatildeo AA com
a sua inclusatildeo numa BAAA cedida por outra naccedilatildeo Esta cooperaccedilatildeo poderia ser alcanccedilada
atraveacutes de acordos bilaterais uma vez que a conferecircncia de geraccedilatildeo de forccedilas ldquo (hellip) eacute um
processo com forte componente negocialrdquo (Ribeiro 2009)
Em termos conceptuais e a tiacutetulo de exemplo poderia considerar-se a integraccedilatildeo de um
pelotatildeo AA numa BAAA cedida por Itaacutelia que asseguraria o sistema de C2 ao pelotatildeo AA
nacional O facto de Portugal ter um longo historial115 no que respeita ao emprego de forccedilas
em unidades Italianas facilitaria as negociaccedilotildees Apesar de esta participaccedilatildeo natildeo oferecer
uma grande visibilidade a Portugal (em termos de ldquoshow the flagrdquo) constituir-se-ia numa
mais-valia para a AAA nacional Actuaria pela primeira vez num ambiente combinado
adquirindo treino e experiecircncia operacional neste acircmbito
A participaccedilatildeo de uma BAAA nacional na NRF soacute deveraacute acontecer na melhor das
hipoacuteteses a partir do ano de 2012 ou seja quando estiver concluiacutedo o processo de
levantamento da BAAA da BrigInt (Baptista 2007)
Quanto agrave integraccedilatildeo nos BG as limitaccedilotildees que condicionam a participaccedilatildeo na NRF
tambeacutem afectam a participaccedilatildeo no BG nomeadamente (Baptista 2007)
Inexistecircncia de capacidade de C2 e de ligaccedilatildeo a unidades HIMAD
Inexistecircncia de um sistema radar com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional
Desta forma a contribuiccedilatildeo com um pelotatildeo AA nacional nos BG soacute deveraacute suceder a
partir do ano de 2012 atraveacutes do levantamento da BAAA da BrigInt Esta situaccedilatildeo poderaacute
condicionar a constituiccedilatildeo116 do BG em que Portugal se pretende assumir como Lead
Nation jaacute em 2011 ou simplesmente fazer com que essa valecircncia tenha de ser garantida
por outra naccedilatildeo
115
Veja-se o exemplo da IFOR em 1996 ou da KFOR em 1999 116
De acordo com a Directiva nordm02CEME09
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 37
CAPIacuteTULO V
CONCLUSOtildeES E PROPOSTAS
No acircmbito do apoio agrave poliacutetica externa do Estado expresso no CEDN o Exeacutercito tem
vindo a disponibilizar FND empregues sob os auspiacutecios das diversas OI Participam tanto
em MHP como na NRF e nos BG no domiacutenio da OTAN e da UE respectivamente
Ateacute ao momento natildeo existe registo da participaccedilatildeo de qualquer unidade ou subunidade
de AAA nas FND actuando no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria a protecccedilatildeo da forccedila face agrave
ameaccedila aeacuterea Esta ameaccedila eacute caracterizada por uma vasta gama de meios tripulados e
natildeo tripulados aos quais se acrescentam ainda as novas ameaccedilas tiacutepicas dos conflitos
assimeacutetricos contemporacircneos como a ameaccedila RAM e as aeronaves renegade
Face aos case-study da participaccedilatildeo nacional em CRO apresentados consideramos
que existiu em certas situaccedilotildees necessidade de dotar as FND com meios de AAA Foi o
caso da participaccedilatildeo nacional no TO da Boacutesnia e Herzegovina em 1996 jaacute que o AgrJupiter
integrava a Initial Entry Force existia ameaccedila aeacuterea toda a estrutura do escalatildeo superior
possuiacutea meios de AAA Entendemos que em situaccedilotildees futuras de ldquoaberturardquo de TO natildeo
deveraacute ser minimizada a protecccedilatildeo da forccedila uma vez que esta eacute da responsabilidade
nacional Deste modo a FND deve dispor de todos os meios necessaacuterios agrave sua protecccedilatildeo e
agrave manutenccedilatildeo do seu potencial de combate incluindo meios de AAA
Tendo em conta os niacuteveis de ambiccedilatildeo estabelecidos no CEM e o que tem sido a praacutetica
nacional ateacute agrave data consideramos que as UEB e UEC que integram as FND deveratildeo ser
reforccediladas com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila A necessidade deste
reforccedilo nem sempre se verifica como ficou demonstrado na anaacutelise do case-study BIPara
no Kosovo em 2005 Neste caso o profundo conhecimento do TO e da capacidade das
forccedilas beligerantes permite efectuar o tailoring da FND orientando-a para a missatildeo
A participaccedilatildeo de unidades de AAA em FND tambeacutem poderaacute ser efectuada no acircmbito
das estruturas militares de caraacutecter multinacional como a NRF e os BG Estas estruturas
constituem o paradigma de modernismo e transformaccedilatildeo tendo o Exeacutercito participado
activamente atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de unidades do SFN Contundo ao analisar o
historial de participaccedilatildeo eacute notoacuteria a inexistecircncia de unidades de AAA e a predominacircncia de
unidades de manobra e de operaccedilotildees especiais situaccedilatildeo que as Chefias Militares tem
tentado modificar atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de outro tipo de unidades (como por exemplo
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 38
a Bateria de AC na NRF 14) Consideramos que a ausecircncia de unidades de AAA nas
estruturas militares referidas se deve fundamentalmente aos elevados requisitos de
certificaccedilatildeo que as unidades de AAA nacionais devem cumprir para integrarem as NRF e os
BG
Relativamente agrave prontidatildeo das unidades de AAA constatamos que os nossos
equipamentos e sistemas de armas natildeo nos permitem ombrear com os nossos aliados
dado que natildeo possuiacutemos um sistema de C2 real e crediacutevel e as UT se encontram
maioritariamente desactualizadas quando comparadas com os requisitos das OI O
reequipamento da AAA previsto na LPM (jaacute a partir de 2010) assume-se como primordial
permitindo assim recuperar o atraso que temos relativamente agraves congeacuteneres aliadas
Entendemos que durante o processo de reequipamento deveraacute ser atribuiacuteda prioridade
absoluta ao sistema de C2 uma vez que este eacute fundamental para que possamos dispor de
unidades de AAA projectaacuteveis
Face agrave anaacutelise realizada quanto ao factor humano consideramos que os militares de
AAA dispotildeem da proficiecircncia necessaacuteria para integrarem uma FND e executarem tarefas no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria Tendo em conta o processo de reequipamento que se
avizinha entendemos que deve-se investir nos quadros (Oficiais e Sargentos)
proporcionando-lhes uma formaccedilatildeo teacutecnica e taacutectica acerca dos novos sistemas de armas e
equipamentos
Em situaccedilotildees reais as unidades de AAA poderatildeo ser empregues nas FND em trecircs
situaccedilotildees distintas atraveacutes de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA em MHP uma BAAA na NRF
um pelotatildeo no BG
De acordo com a nossa investigaccedilatildeo nenhuma das trecircs opccedilotildees se poderaacute realizar
devido agrave ausecircncia do sistema de C2 Poreacutem se este estiver garantido seraacute possiacutevel edificar
um moacutedulo equipado com o sistema miacutessil portaacutetil Stinger e o sistema de detecccedilatildeo radar
PSTAR Esta situaccedilatildeo eacute possiacutevel porque o CJSOR das operaccedilotildees OTAN apenas identifica
as valecircncias miacutenimas podendo as naccedilotildees adicionar valecircncias suplementares (como
protecccedilatildeo AA para reforccedilar a protecccedilatildeo da forccedila) Deste modo consideramos que ao ser
adquirido o sistema de C2 o moacutedulo de protecccedilatildeo AA poderaacute ser empregue em operaccedilotildees
futuras que assim o exijam
No que respeita agrave participaccedilatildeo de uma BAAA na NRF ou de um pelotatildeo no BG com a
aquisiccedilatildeo do sistema de C2 continuaraacute a natildeo ser possiacutevel a participaccedilatildeo nas referidas
estruturas militares Isto porque existem outros requisitos a serem cumpridos como a
quantidade de UT (SHORAD e MANPAD) e a disponibilidade de sistemas de detecccedilatildeo radar
com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional Desta forma o moacutedulo de protecccedilatildeo AA do BG
Portuguecircs (previsto para 2011) teraacute de ser garantido por outra naccedilatildeo situaccedilatildeo que na nossa
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 39
opiniatildeo eacute pouco abonatoacuteria para a imagem nacional e natildeo vai de encontro agraves expectativas
dos Artilheiros Portugueses
Na sequecircncia apresentamos as respostas agraves questotildees colocadas e agraves hipoacuteteses
estabelecidas no inicio do trabalho
Inerente agrave anaacutelise da questatildeo central ldquoQual o actual enquadramento das unidades
de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo primaacuteriardquo Constataacutemos que actualmente
no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria as unidades de AAA natildeo tecircm qualquer tipo de
enquadramento nas FND Poreacutem conceptualmente a sua participaccedilatildeo poderaacute efectuar-se
no acircmbito das MHP das NRF e dos BG
A partir desta questatildeo central surgiram as questotildees derivadas As questotildees derivadas
que fundaacutemos foram as seguintes
Porque razatildeo as unidades de AAA natildeo participam actualmente em MHP no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Quais os cenaacuterios de emprego das unidades de AAA em FND
Em caso de participaccedilatildeo em MHP qual seria o escalatildeo das unidades de AAA
a empregar
Seraacute que as unidades de AAA nacionais possuem o niacutevel de prontidatildeo exigido
para integrarem as NRF e os BG
Para obter a resposta agrave primeira questatildeo derivada existiu necessidade de entrevistar o
Chefe da DIOP do EMGFA Os resultados da nossa investigaccedilatildeo revelam que actualmente
as unidades de AAA natildeo participam em MHP porque as CJSOR dos TO onde o Exeacutercito
tem FND (Afeganistatildeo Kosovo e Liacutebano) natildeo identificam a necessidade da valecircncia de
protecccedilatildeo AA No entanto a ausecircncia de um sistema de C2 inviabilizaria a participaccedilatildeo das
unidades de AA caso essa necessidade estivesse inventariada no CJSOR da Forccedila
Multinacional
Relativamente agrave segunda questatildeo derivada constataacutemos durante a nossa investigaccedilatildeo
que os cenaacuterios de emprego ideais para as unidades de AAA em CRO satildeo as operaccedilotildees de
alta intensidade (imposiccedilatildeo de paz) ou as situaccedilotildees de ldquoaberturardquo de TO quando as FND se
encontram integradas na Initial Entry Force O facto de natildeo existir conhecimento do TO e
das forccedilas beligerantes faz com que deva existir investimento na protecccedilatildeo da forccedila visto
que esta eacute da responsabilidade nacional
Quanto agrave terceira questatildeo derivada consideramos que em caso de participaccedilatildeo das
unidades de AAA em MHP deveraacute ser constituiacutedo uma forccedila de organizaccedilatildeo modular Este
moacutedulo deveraacute ser dimensionado agraves FND que tecircm vindo a ser empregues em MHP (UEC e
UEB) Desta forma seraacute possiacutevel cumprir as relaccedilotildees de comando estabelecidas
doutrinariamente ou seja se a Brigada eacute apoiada com uma BAAA as UEB e UEC seratildeo
apoiadas com moacutedulos de protecccedilatildeo AA dimensionados agrave Forccedila
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 40
Eacute oportuno relembrar ainda que caso exista decisatildeo poliacutetica de projectar uma Brigada
(como se encontra previsto no CEM) esta seraacute apoiada com uma BAAA como vimos
anteriormente
No que diz respeito agrave quarta questatildeo derivada consideramos que as unidades de AAA
natildeo possuem o niacutevel de prontidatildeo para integrarem as NRF e os BG muito especialmente
devido agrave dificuldade de cumprir os elevados requisitos das OI Embora disponham de bons
recursos humanos existe uma clara necessidade de reequipamento ao niacutevel dos recursos
materiais que seraacute colmatada com as aquisiccedilotildees previstas na LPM
Respondidas as questotildees inicialmente levantadas procedemos agrave confirmaccedilatildeo ou
negaccedilatildeo das seguintes hipoacuteteses
1 Porque o CJSOR natildeo identifica a necessidade de uma valecircncia de protecccedilatildeo AA da
forccedila
2 Em cenaacuterios de alta intensidade ou no lanccedilamento das operaccedilotildees
3 Ao niacutevel das UEC e UEB normalmente empregues em MHP seria empregue uma
forccedila de organizaccedilatildeo modular
4 Existem lacunas ao niacutevel dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
Em relaccedilatildeo agrave primeira hipoacutetese confirma-se parcialmente porque mesmo se fosse
inventariada a valecircncia de protecccedilatildeo AA no CJSOR o emprego de unidades de AAA
nacionais natildeo seria possiacutevel devido agrave ausecircncia de sistema de C2
No que diz respeito agrave segunda hipoacutetese confirma-se totalmente
Em relaccedilatildeo agrave terceira hipoacutetese confirma-se parcialmente porque para aleacutem das UEC e
UEB (apoiadas por moacutedulo de protecccedilatildeo AA) normalmente empregues em MHP o CEM
prevecirc igualmente o emprego de uma Brigada que teria de ser apoiada por uma BAAA
Por uacuteltimo a quarta hipoacutetese confirma-se totalmente
Tendo por base o presente trabalho propotildee-se a adopccedilatildeo das seguintes acccedilotildees
Criaccedilatildeo de um exerciacutecio taacutectico ao niacutevel de todas as unidades de AAA que englobe
o C2EA e procedimentos de ligaccedilatildeo aos elementos de manobra e ao escalatildeo
superior simulando um cenaacuterio de CRO
Proporcionar formaccedilatildeo teacutecnica e taacutectica (aos quadros de AAA) acerca dos sistemas
de armas que se pretendem adquirir futuramente
Dar prioridade agrave aquisiccedilatildeo de um sistema de C2 compatiacutevel com os novos PPRC-
525 (evitando incompatibilidades) que garanta a projecccedilatildeo de unidades de AAA em
forccedilas projectaacuteveis
Aquando da aquisiccedilatildeo do sistema de C2 criar um grupo de trabalho unicamente
dedicado agrave utilizaccedilatildeo e optimizaccedilatildeo do referido sistema
Estudar as Liccedilotildees Apreendidas de Exeacutercitos Aliados no que respeita a forccedilas
projectaacuteveis atraveacutes da realizaccedilatildeo de seminaacuterios e conferecircncias
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 41
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
1 LIVROS
CALMEIRO Luiacutes e MAGRO Joseacute (2005) O Exeacutercito Portuguecircs nos Caminhos da
Paz SCMAGabCEME Lisboa
IESM (2004) Metodologia da Investigaccedilatildeo Cientiacutefica Instituto de Estudos Superiores
Militares Lisboa
VITORINO Antoacutenio (1998) Discursos do Ministro da Defesa Nacional Ministeacuterio da
Defesa Nacional Janeiro Lisboa
SARMENTO Manuela (2008) Guia Praacutetico sobre a Metodologia Cientiacutefica para a
Elaboraccedilatildeo Escrita e Apresentaccedilatildeo de Teses de Doutoramento Dissertaccedilotildees de
Mestrado e Trabalhos de Investigaccedilatildeo Aplicada 2ordf Ediccedilatildeo Lisboa Universidade
Lusiacuteada Editora
2 MANUAIS
EME (1997) Regulamento de Taacutectica de Artilharia Antiaeacuterea RC 18-100 Estado-
Maior do Exeacutercito Setembro Lisboa
EME (2004) Termos de Formaccedilatildeo Educaccedilatildeo e Treino do Exeacutercito Comando da
Instruccedilatildeo e Doutrina Julho Amadora
EME (2005) Regulamento de Campanha Operaccedilotildees Estado-Maior do Exeacutercito
Setembro Lisboa
EME (2007) Regulamento de Campanha Informaccedilotildees Estado-Maior do Exeacutercito
Agosto Lisboa
HDA (2000) FM 3-017 Air Defense Artillery Brigade Operations Headquarters
Department of the Army October Washington DC
HDA (2000) FM 3-0111 Air Defense Artillery Handbook Headquarters Department of
the Army October Washington DC
ALSAC (2000) FM 6-248 Introduction to Tactical Digital Information Air Land amp Sea
Application Center June Washington DC
IAEM (1996) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz ME 20-76-04 Instituto de Altos Estudos
Militares Janeiro Lisboa
IAEM (2000) A Arte Operacional Operaccedilotildees Conjuntas e Combinadas NC 20-77-01
Instituto de Altos Estudos Militares Dezembro Lisboa
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 42
JP (1994) Peace Operations Joint Publication 3-073 Joint Chiefs of Staff
Washington DC
JP (2006) Dictionary of Military and Associated Terms Joint Publication 1-02 Joint
Chiefs of Staff Washington DC
NATO (2001) Land Operations ATP 32 North Atlantic Treaty Organization March
Brunssum
NATO (2001) NATO Handbook North Atlantic Treaty Organization Brunssum
NATO (2004) Strategic Vision The Military Challenge North Atlantic Treaty
Organization August Brunssum
NATO (2005) Non-Article 5 Crisis Response Operations AJP-34 North Atlantic
Treaty Organization March Brunssum
3 PUBLICACcedilOtildeES PERIOacuteDICAS
BAPTISTA Cor Luiacutes (2007) A Artilharia Portuguesa na NATO Response Force e nos
Battlegroups in Revista de Artilharia nordm 986-988 II seacuterie Lisboa Outubro a Dezembro
de 2007 p347-360
BENROacuteS Maj Joseacute (2002) A Artilharia Antiaeacuterea em Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz in
Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm 2 II seacuterie Lisboa Outubro de 2002 p14-24
BORGES Cor Joatildeo (2008) Reflexotildees sobre a evoluccedilatildeo da Artilharia Antiaeacuterea
Portuguesa in Revista de Artilharia nordm 995-997 II seacuterie Lisboa Julho a Setembro de
2008 p203-222
ESPIacuteRITO SANTO Gen Gabriel (2006) As Forccedilas Nacionais Destacadas em apoio
da poliacutetica externa in Revista Militar nordm10 Lisboa Outubro de 2006 p 109-112
LEANDRO Maj Francisco (2002) Participaccedilatildeo Nacional em operaccedilotildees de apoio agrave
paz liccedilotildees apreendidas in Revista de Artilharia nordm 926-928 II seacuterie Lisboa Outubro a
Dezembro de 2002 p317-365
MONSANTO Maj Luiacutes (2002) Sistema Integrado de Defesa Aeacuterea Nacional in
Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm 2 II seacuterie Lisboa Outubro de 2002 p10-13
NATO (1999) KFOR Providing security for building a better future for Kosovo in NATO
Review nordm 3 Autumn 1999 volume 47 p 16-19
SALVADOR Cap Francisco (2006) Sistemas de Armas SHORAD in Boletim da
Artilharia Antiaeacuterea nordm 6 II seacuterie Lisboa Julho de 2006 p7-33
SANTOS TCor Henrique (2001) A Artilharia Antiaeacuterea em Operaccedilotildees de Resposta a
Crises in Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm1 II seacuterie Lisboa Outubro de 2001 p18-
27
SANTOS TCor Henrique (2007) A Artilharia Portuguesa nas FND in Revista de
Artilharia nordm 983-985 II seacuterie Lisboa Julho a Setembro de 2007 p233-266
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 43
4 DOCUMENTOS ELECTROacuteNICOS
CHARRON Maj Laurent (2008) Co-Ordinating 3D in South Lebanon in Doctrine
Disponiacutevel em httpwwwcdefterredefensegouvfrpublicationsdoctrinedoctrine14
usdoctrine14uspdf
EMGFA (2009) FND Kosovo Disponiacutevel em httpwwwemgfaptptoperacoes
missoesfnd-kosovo
EU (2006) Council Secretariat Factsheet on European Union Battlegroups Disponiacutevel
emhttpwwwconsiliumeuropaeuueDocscms_DatadocspressDataenesdp91624
MDN (2005) Anuaacuterio Estatiacutestico da Defesa Nacional 2005 Disponiacutevel em
httpwwwmdngovptNRrdonlyres8B953055-D6EE-4B19-98C4-05EB6D8D3DA30
Capitulo7pdf
NATO (1949) Tratado do Atlacircntico Norte Disponiacutevel em httpwwwnatoint
docuotherpotreaty-pohtm
NATO (2000) NATO Glossary of Terms and Definitions Disponiacutevel em
httpwwwdticmildoctrinejelother_pubsaap_6vpdf
NATO (2003) NATOrsquos military concept for defence against terrorism Disponiacutevel em
httpwwwnatointimsdocuterrorism-annexhtm
NATO (2006) NATO Response Forces Briefing Disponiacutevel em wwwnatoint
docubriefingnrf2006nrf2006-epdf
NATO (2007) Operation Joint Endeavour Disponiacutevel em httpwwwnatoint
iforiforhtm
NATO (2008) E-generation Disponiacutevel em httpwwwnatointeducationmapshtm
NATO (2008) The NATO Response Force Disponiacutevel em httpwwwnatoint
issuesnrfindexhtml
NATO (2009) Kosovo Force (KFOR) Disponiacutevel em httpwwwnatoint
issueskforindexhtml
LINDSTROM Gustav (2007) Chaillot Papper Enter the EU Battlegroups Disponiacutevel
em httpaeipittedu741401chai97pdf
5 DIAPOSITIVOS
ALVES TCor Joatildeo (2008) A Manutenccedilatildeo da Artilharia Antiaeacuterea Workshop
subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios para a organizaccedilatildeo e reequipamento da Artilharia
Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 17 diapositivos
BAPTISTA Cor Luiacutes (2008) A Artilharia Portuguesa na NATO Response Force e nos
Battlegroups Workshop subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios para a organizaccedilatildeo e
reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 32 diapositivos
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 44
BORGES Cor Joatildeo (2008) Reflexotildees sobre a AAA Portuguesa Seminaacuterio de
Artilharia na EPA Junho 34 diapositivos
CARDOSO Maj Joaquim (2008) A Lei de Programaccedilatildeo Militar e o Reequipamento
para a Artilharia Antiaeacuterea Portuguesa Workshop subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios
para a organizaccedilatildeo e reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 22
diapositivos
PIRES TCor Nuno (2007) AgrBRAVO Instituto de Estudos Superiores Militares
Outubro 38 diapositivos
RALEIRAS TCor Mauriacutecio (2002) A Artilharia e as Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz
Seminaacuterio de Artilharia na EPA Marccedilo 31 diapositivos
ROSENDO Maj Paulo (2008) A Artilharia Antiaeacuterea na Protecccedilatildeo da Forccedila - A
BtrAAA da BrigMec Workshop subordinado ao tema ldquo Subsiacutedios para a organizaccedilatildeo e
reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 20 diapositivos
6 PALESTRAS
Palestra proferida em 11 de Dezembro de 2008 no RAAA1 onde foram apresentadas
as conclusotildees do Workshop relativo ao tema ldquoO apoio da Artilharia Antiaeacuterea agraves
Brigadas em Operaccedilotildeesrdquo proferida pelo TCor Art Paradelo
7 LEGISLACcedilAtildeO
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Portuguesa (2005) Quid Juris - Sociedade Editora Lisboa
p 192
Decreto-Lei nordm 612006 (2006) Lei Orgacircnica do Exeacutercito Diaacuterio da Repuacuteblica 1ordf
Seacuterie - A de 21 de Marccedilo Nordm 57 p2044-2050
Resoluccedilatildeo do Conselho de Ministros nordm 62003 (2003) Conceito Estrateacutegico de
Defesa Nacional Diaacuterio da Repuacuteblica 1ordf Seacuterie - B de 20 de Janeiro Nordm 16 p279-
287
8 OUTROS DOCUMENTOS
EME (2008) Directiva Nordm 23CEME2008 ndash Atribuiccedilotildees e Responsabilidades na
Preparaccedilatildeo e Emprego de Elementos e Forccedilas Nacionais Destacadas do Exeacutercito no
acircmbito das Missotildees Humanitaacuterias e de Paz Estado Maior do Exeacutercito Lisboa
EME (2009) Directiva Nordm 02CEME2009 ndash Optimizaccedilatildeo da Coerecircncia Orgacircnica da
FOPE e seu Reequipamento Estado Maior do Exeacutercito Lisboa
RAMALHO Gen Joseacute (2008) Entrevista agrave SIC Noticias Marccedilo Disponiacutevel em
httpwwwyoutubecomwatchv=GFs1fWAre9g
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 45
RCMAGabCEME (2009) Listagens da participaccedilatildeo do Exeacutercito em MHP Estado
Maior do Exeacutercito Lisboa Marccedilo
RCMAGabCEME (2009) Listagens da participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF Estado Maior
do Exeacutercito Lisboa Marccedilo
SARAIVA (2008) IFORBoacutesnia 96 Lisboa
UN (1995) United Nations Security Council Resolution 1031 United Nations
December
UN (1998) United Nations Security Council Resolution 1199 United Nations
September
UN (1999) United Nations Security Council Resolution 1244 United Nations June
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 46
GLOSSAacuteRIO
AacuteREA DE OPERACcedilOtildeES (AO) ndash ldquoAacuterea delimitada necessaacuteria para conduzir as operaccedilotildees
militares e para a administraccedilatildeo dessas operaccedilotildeesrdquo (EME 2005 B-2)
AacuteREA DE RESPONSABILIDADE (AOR) ndash ldquoAacuterea geograacutefica no interior da qual o
Comandante possui autoridade para planear conduzir e coordenar operaccedilotildees e ainda
desenvolver e manter infra-estruturas conforme delegadordquo (IAEM 2000)
CIMIC ndash ldquoEacute a coordenaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em apoio da missatildeo entre o Comandante de uma
forccedila militar e os actores civis nos quais se incluem a populaccedilatildeo civil local e as suas
autoridades representativas bem como as organizaccedilotildees natildeo governamentais internacionais
e nacionais e ainda as agecircnciasrdquo (EME 2005 8-1)
COMANDO E CONTROLO (C2) ndash ldquoAs funccedilotildees de comando e controlo satildeo exercidas atraveacutes
de um sistema funcional conjunto de homens material equipamento e procedimentos
organizados que permitam a um Comandante dirigir coordenar e controlar as actividades
das forccedilas militares no cumprimento da missatildeordquo (EME 1997 5-1)
CONTROLO POR PROCEDIMENTOS ndash ldquoO controlo por procedimentos sobrepotildee-se ao
controlo positivo e agraves falhas de identificaccedilatildeo Inclui teacutecnicas tais como as de segmentaccedilatildeo
do espaccedilo aeacutereo em volume e tempo eou uso de graus (ordens) de controlo de armas Por
isso pode assegurar de facto a continuidade das operaccedilotildees ambientais adversasrdquo (EME
1997 5-8)
DOUTRINA ndash ldquoConjunto de princiacutepios e regras que visam orientar as acccedilotildees das forccedilas e
elementos militares no cumprimento da missatildeo operacional do Exeacutercito na prossecuccedilatildeo dos
objectivos nacionaisrdquo (EME 2005 B-6)
EXERCICIOS COMBINADOS ndash ldquoExerciacutecios com forccedilas militares nacionais e de outro paiacutes
podendo ou natildeo ser realizados em territoacuterio nacional A sua finalidade eacute desenvolver o
planeamento operacional conjuntocombinado e avaliar a prontidatildeo do SFN proporcionar
treino operacional e avaliar a capacidade e a interoperabilidade das forccedilas participantesrdquo
(MDN 2005p153)
Glossaacuterio
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 47
EXERCICIOS CONJUNTOS ndash ldquoExerciacutecios que envolvem Forccedilas militarem nacionais de dois
ou mais ramos A sua finalidade eacute desenvolver o planeamento operacional conjunto e avaliar
a prontidatildeo do SFN a estrutura de comando os sistemas de comunicaccedilotildees e informaccedilatildeo a
interoperabilidade os conceitos e os planosrdquo (MDN 2005p152)
MANPAD ndash ldquoO sistema miacutessil portaacutetil eacute constituiacutedo por miacutesseis guiados disparados ao
ombro ou a partir de apoios ligeiros (bipeacutes ou tripeacutes montados no solo ou em viatura) Este
sistema de armas de AAA eacute caracterizado ainda por ser um sistema de tempo claro e ter
alcances da ordem dos 3 a 5 kmrdquo (EME 19974-12)
OPERACcedilOtildeES PSICOLOacuteGICAS (PSYOPS) ndash ldquoSatildeo actividades psicoloacutegicas concebidas
para influenciar as atitudes e o comportamentos que contribuem para a realizaccedilatildeo de
objectivos poliacuteticos e militaresrdquo (NATO 2000 2-P-7)
PROTECCcedilAtildeO DA FORCcedilA ndash ldquoTodas as medidas e os meios para minimizar as
vulnerabilidades de pessoal instalaccedilotildees equipamentos e operaccedilotildees a quaisquer ameaccedila e
em todas as situaccedilotildees para preservar a liberdade de acccedilatildeo bem como a eficaacutecia
operacional da forccedilardquo (NATO 2003)
REGRAS DE EMPENHAMENTO (ROE) ndash ldquoAs regras de empenhamento satildeo directivas que
fornecem aos vaacuterios niacuteveis de decisatildeo as circunstacircncias e limitaccedilotildees do uso da forccedila
dentro dos paracircmetros legais as quais reflectem orientaccedilotildees e direcccedilatildeo poliacuteticasrdquo (IAEM
1996 F-1-3)
SHORAD ndash ldquoOs sistemas SHORAD estatildeo vocacionados para o combate agrave ameaccedila aeacuterea de
baixa e muito baixa altitude e satildeo normalmente empregues na protecccedilatildeo antiaeacuterea das
unidades de manobra e dos seus oacutergatildeos criacuteticosrdquo (EME 19974-10)
TEATRO DE OPERACcedilOtildeES (TO) ndash ldquoEacute a parte do teatro de guerra necessaacuteria agrave conduccedilatildeo ou
apoio das operaccedilotildees de combaterdquo (EME 2005 B-10)
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 48
APEcircNDICES
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 49
APEcircNDICE A - Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
Perguntas
Derivadas
HIPOacuteTESES
VALIDACcedilAtildeO DAS
HIPOacuteTESES CONCLUSOtildeES
PROPOSTAS
(hellip)
METODOLOGIA
Anaacutelise Documental
Entrevistas
Workshop
QUESTAtildeO CENTRAL
ldquoldquoQual o actual enquadramento das unidades
de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo
primaacuteriardquo
Cap I
Enquadramento
Conceptual
Cap II
A Participaccedilatildeo
das FND em CRO
Cap III
Integraccedilatildeo de unidades
de AAA na NRF e BG
Cap IV
Emprego
Operacional das
Unidades de AAA
Conceptualizaccedilatildeo
FND
CRO
Ameaccedila Aeacuterea
FNDIFOR
FNDKFOR
Caracterizaccedilatildeo do TO
PE vs PK
Enquadramento do
moacutedulo de protecccedilatildeo AA
nas CRO
Reflexotildees sobre a AAA
em CRO
NRF
BG
Missatildeo BGNRF
Requisitos para
integraccedilatildeo na NRF e
BG
Prontidatildeo das Unidades
de AAA
Especificidade de
emprego
Verificar se cumpre
requisitos NRFBG
Emprego do moacutedulo de
AAA
Lei de Programaccedilatildeo
Militar
FND
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 50
APEcircNDICE B - Guiatildeo da Entrevista
ao Tenente-Coronel de Varela Benroacutes
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Que experiecircnciaformaccedilatildeo possui no domiacutenio da Artilharia Antiaeacuterea
3 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a
KFOR em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado
agrave forccedila Porquecirc
4 Tendo presente a tipologia das CRO em que tipo de operaccedilotildees eacute vaacutelida a inclusatildeo de
unidades de AAA
5 Quais as tarefas que podem ser cometidas as unidades de AAA no ambiente das
CRO
6 O sistema de C2 das unidades de AAA tem limitaccedilotildees Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar
de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em CRO Porquecirc
7 Na sua opiniatildeo quais as perspectivas futuras quanto a participaccedilatildeo de unidades de
AAA em Operaccedilotildees deste geacutenero
8 Em termos conceptuais e no acircmbito da integraccedilatildeo de unidades de AAA na NRF seraacute
possiacutevel Portugal integrar um pelotatildeo AA numa BAAA fornecida por outra naccedilatildeo Ou a
participaccedilatildeo miacutenima deveraacute ser ao niacutevel BAAA
Posto Tenente-Coronel de Artilharia
Nome Joseacute Carlos Levy VARELA BENROacuteS
Cargo Funccedilatildeo NATO Staff Officer J3 Division Ground Based Air Defense (GBAD)
NATO Team Leader - Joint Synchronization and Execution Branch
Local Joint Headquarters Lisbon - Oeiras
DataHora 18 de Fevereiro de 2009 pelas 16h00m
Motivo da Entrevista Durante a sua carreira o Tenente-Coronel Benroacutes esteve
sempre ligado agrave AAA tendo sido por vaacuterios anos o
representante do Exeacutercito no Land Group 5 on Army Air
Defense do NATO Army Armaments Group
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 51
APEcircNDICE C - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Ref Pires Saraiva
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do 3ordm BIATBAI
5 Qual a missatildeo do seu Batalhatildeo
6 Como caracterizaria o TO da Boacutesnia e Herzegovina em Agosto de 1996 aquando da
sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo Batalhatildeo
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea
10 O 3ordm BIATBAI integrou a IFOR em 1996 tornando-se assim um elemento da ldquoInitial
Entry Forcerdquo Nestas circunstacircncias seria admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de
protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Batalhatildeo
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao 3ordm BIATBAI
Posto Coronel de Infantaria
Nome Fernando PIRES SARAIVA
Cargo Funccedilatildeo Reformado
Local Residecircncia Pessoal - Lisboa
DataHora 12 de Marccedilo de 2009 pelas 11h00m
Motivo da Entrevista O Coronel Pires Saraiva foi o Comandante do 3ordm BIATBAI
na FNDIFOR entre Agosto de 1996 e Dezembro de 1996
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 52
APEcircNDICE D - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Tirocinado Antunes Calccedilada
Questotildees Colocadas
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do AgrBravoBAI
5 Qual a missatildeo do seu Agrupamento (AgrBravoBAI)
6 Como caracterizaria o TO do Kosovo em Agosto de 1999 aquando da sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo AgrBravoBAI
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea Existia
ameaccedila
10 O AgrBravoBAI foi a primeira FND (UEB) a integrar a KFOR em Agosto de 1999
tornando-se assim um elemento da ldquoInitial Entry Forcerdquo Nestas circunstacircncias seria
admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Agrupamento
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao AgrBravoBAI
Posto Coronel de Cavalaria Tirocinado
Nome Joseacute Carlos Filipe ANTUNES CALCcedilADA
Cargo Funccedilatildeo Coordenador de Ensino dos Cursos do Exeacutercito no IESM
Local Instituto de Estudos Superiores Militares - Lisboa
DataHora 04 de Marccedilo de 2009 pelas 16h00m
Motivo da Entrevista O Coronel Calccedilada foi o Comandante do AgrBravoBAI na
FNDKFOR entre Agosto de 1999 e Fevereiro de 2000
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 53
APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista
ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do BIParaBRR
5 Qual a missatildeo do seu Batalhatildeo
6 Como caracterizaria o TO do Kosovo em Setembro de 2005 aquando da sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo Batalhatildeo
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea
10 O BIPara foi empregue como reserva taacutectica do COMKFOR Nestas circunstacircncias
seria admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila
Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Batalhatildeo
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao BIPara
Posto Tenente-Coronel de Infantaria
Nome Joseacute Carlos ALMEIDA SOBREIRA
Cargo Funccedilatildeo Chefe da Reparticcedilatildeo de Ligaccedilatildeo de Adidos Militares no EME
Local Estado Maior do Exeacutercito - Lisboa
DataHora 11 de Marccedilo de 2009 pelas 14h00m
Motivo da Entrevista O Tenente-Coronel Sobreira foi o Comandante do
BIParaBRR na FNDKFOR entre Setembro de 2005 e
Marccedilo de 2006 Foi tambeacutem Oficial de Informaccedilotildees do
AgrJuacutepiter na IFOR entre Agosto de 1996 e Dezembro
de 1996
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 54
APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao
Major-General Martins Ribeiro
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Poderatildeo as NRF e os BG ser considerados FND
4 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com meios de protecccedilatildeo AA Porquecirc
5 O que satildeo as CJSOR Como se processa a Conferecircncia de Geraccedilatildeo de Forccedilas
6 Na sua opiniatildeo e como Chefe da DIOPEMGFA porque razatildeo o Exeacutercito nunca
disponibilizou unidades de AAA para missotildees exterior
7 Jaacute foi equacionada hipoacutetese de empenhar uma unidade de AAA para corresponder agrave
CJSOR
8 A constituiccedilatildeo da forccedila deve responder as CJSOR Apesar disso pode a Forccedila ter
valecircncias adicionais
Posto Major-General
Nome Luiacutes Manuel MARTINS RIBEIRO
Cargo Funccedilatildeo Chefe da Divisatildeo de Operaccedilotildees do EMGFA
Local EMGFA - Lisboa
DataHora 19 de Marccedilo de 2009 pelas 18h00m
Motivo da Entrevista A DIOPEMGFA presta apoio de estado-maior no que respeita a
planeamento operacional e ao emprego de FND
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 55
APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao
Tenente-Coronel Crispim Paradelo
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave
FND Porquecirc
3 Como definiria a ameaccedila aeacuterea actual
4 Actualmente as FND incluem um moacutedulo de morteiros pesados sem qualquer
integraccedilatildeo na estrutura de C2 do escalatildeo superior Poderia esta situaccedilatildeo acontecer com
o moacutedulo de protecccedilatildeo AA
5 Ao incluir este moacutedulo de protecccedilatildeo AA qual seria o seu escalatildeo composiccedilatildeo
pessoalmaterial
6 Quais as tarefas que podem ser cometidas agraves unidades de AAA actuando em ambiente
CRO
7 O sistema de C2 das unidades de AAA tem limitaccedilotildees Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar
de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em CRO Porquecirc
8 Os novos raacutedios da famiacutelia 525 acrescentaram algumas melhorias no actual sistema de
C2 das unidades de AAA Quais
Posto Tenente-Coronel
Nome Antoacutenio CRISPIM PARADELO
Cargo Funccedilatildeo Comandante do GAAA no RAAA1
Local RAAA1 - Lisboa
DataHora 24 de Marccedilo de 2009 pelas 09h00m
Motivo da Entrevista Como actual Cmdt GAAA o Tenente-Coronel Paradelo tem
conhecimento da prontidatildeo das unidades de AAA
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 56
APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Vieira Borges
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave
forccedila Porquecirc
3 Ao incluir este moacutedulo de protecccedilatildeo AA qual seria o seu escalatildeo composiccedilatildeo
pessoalmaterial
4 Como descreveria a situaccedilatildeo actual da AAA no que respeita a forccedilas projectaacuteveis
5 O sistema de C2 das unidades de AAA eacute apontado como uma das grandes limitaccedilotildees da
AAA Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em
CRO Porquecirc
6 No que diz respeito agrave actual situaccedilatildeo do material (unidades de tiro sistema IFF radares)
poderaacute este ser empregue em forccedilas projectaacuteveis
7 Na sua opiniatildeo e tendo em conta a situaccedilatildeo actual da AAA quais satildeo as capacidades
miacutenimas que devem serem adquiridas para que a AAA possa integrar subunidades de
organizaccedilatildeo modular nas FND
8 Na sua opiniatildeo e tendo em conta a situaccedilatildeo actual da AAA quais satildeo as capacidades
miacutenimas que devem serem adquiridas para que a AAA possa integrar unidades no seio
da NRF e dos BG
9 Quais as melhorias que o sistema do tipo FAADS C2I acrescentaria agrave AAA
10 Como antigo Oficial Coordenador de Reequipamento (OCAR) da AAA quais satildeo as
aquisiccedilotildees previstas na LPM para alterar a actual situaccedilatildeo da AAA
Posto Coronel
Nome Joatildeo VIEIRA BORGES
Cargo Funccedilatildeo Assessor de Estudos do Instituto de Defesa Nacional (IDN)
Local IDN - Lisboa
DataHora 01 de Marccedilo de 2009 pelas 15h00m
Motivo da Entrevista Antigo Comandante do RAAA1
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 57
ANEXOS
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 58
ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP
Apresenta-se o histoacuterico da participaccedilatildeo de FND do Exeacutercito em MHP nos diferentes
TO em que o Exeacutercito participou ao serviccedilo das diversas OI
Moccedilambique
UNMOZ Batalhatildeo de Transmissotildees 4 040593 ndash 290794
300594 ndash 221294
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 1 FND no TO de Moccedilambique
Angola
UNAVEM117 III
Companhia de Transmissotildees 5 260595 ndash 271296
111296 ndash 010797
Companhia Logiacutestica 6
280795 ndash 260296
260296 ndash 160996
161196 ndash 080497
080497 ndash 300697
MONUA118
Companhia de Transmissotildees 5
010797 ndash 271197
191197 ndash 261098
261098 ndash 260299
Companhia Logiacutestica 6
300697 ndash 180997
180997 ndash 010298
010298 ndash 270798
Destacamento Sanitaacuterio 7
310897 ndash 200498
260498 ndash 020898
300798 ndash 251198
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 2 FND no TO de Angola
117
UNAVEM III ndash United Nations Verification Mission III 118
MONUA ndash Missatildeo de Observaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas em Angola
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 59
Boacutesnia e Herzegovina
IFOR
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado (2ordm BIAT) 160196 ndash 120896
3ordm Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado (3ordm BIAT) 120796 ndash 100297
Destacamento de Apoio de Serviccedilos 290196 ndash 120896
SFOR
1ordm Batalhatildeo de Infantaria Motorizado (1ordm BIMoto) 100297 ndash 300797
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Motorizado (2ordm BIMoto) 300797 ndash 140198
1ordm BIAT 140198 ndash 150798
Agrupamento Alfa 150798 ndash 120199
3ordm BIMoto 120199 ndash 120799
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Paraquedista (2ordm BIPara) 100799 ndash 310100
Agrupamento Alfa 310100 ndash 290700
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Mecanizado (2ordm BIMec) 290700 ndash 280101
Agrupamento Echo 280101 ndash 290701
1ordm BIPara 290701 ndash 290102
2ordm BIMec 290102 ndash 300702
2ordm Batalhatildeo de Infantaria (2ordm BI) 300702 ndash 300103
1ordm BIPara 300103 ndash 300703
Agrupamento Golf 300703 ndash 280104
3ordm BIPara 300104 ndash 230704
2ordm BIMec 230704 ndash 230105
EUFOR119
Componente Portuguesa da
Brigada Aerotransportada Independente (BAI) 0105 ndash 0701
Componente Portuguesa da
Brigada Intervenccedilatildeo (BrigInt) 0705 ndash 0106
Componente Portuguesa da
Brigada Mecanizada (BrigMec) 0106 ndash 0706
1ordmBIBrigInt 0706 ndash 0307
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 3 FND no TO da Boacutesnia e Herzegovina
119
EUFOR ndash European Union Force
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 60
Kosovo
KFOR
Agrupamento BravoBAI 0899 ndash 0200
Agrupamento Charlie Brigada Ligeira de Intervenccedilatildeo (BLI)
0200 ndash 0800
Agrupamento Delta Brigada Mecanizada Independente (BMI)
0800 ndash 0401
2ordmBIBLI 0105 ndash 0905
3ordm BIParaBrigada de Reacccedilatildeo Raacutepida (BRR) 0905 ndash 0306
1ordmBIMecBrigMec 0306 ndash 0906
1ordmBIParaBRR 0906 ndash 0307
2ordm BIMecBrigMec 0307 ndash 0907
2ordmBIBrigInt 0907 ndash 0308
1ordmBIParaBRR 0308 ndash 0908
Agrupamento MikeBrigInt 0908 ndash 0309
1ordmBIBrigInt 0309 ndash Em curso
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 4 FND no TO do Kosovo
Timor-Leste
UNTAET120
1ordm BIParaBAI 140200 ndash 210800
2ordm BIParaBAI 210800 ndash 260201
2ordmBIBLI 260201 ndash 081001
1ordmBIBLI 081001 - 080602
UNMISET
2ordm BIParaBAI 080602 ndash 240103
1ordmBIMecBrigMec 240103 ndash 250703
Agrupamento Foxtrot 250703 ndash 250104
Agrupamento Hotel 250104 ndash 110604
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 5 FND no TO de Timor-Leste
120 UNTAET ndash United Nations Transitional Administration in East Timor
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 61
Zaire
FORREZ121 Forccedilas de Operaccedilotildees Especiais 060597 ndash 300597
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 6 FND no TO do Zaire
Guineacute-Bissau
FORREC122 Forccedilas de Operaccedilotildees Especiais 110698 ndash 190698
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 7 FND no TO da Guineacute-Bissau
Afeganistatildeo
ISAF123
1ordf Companhia de Comandos (1ordmCCmds) BRR 0805 ndash 0206
2ordf Companhia de Comandos (2ordmCCmds) BRR 0206 ndash 0806
2ordm BIParaBRR 0806 ndash 0207
2ordmCCmdsBRR 0207 ndash 0807
22ordf Companhia de Atiradores Paacutera-quedista (22ordfCatPara) 2ordm BIParaBRR
0807 ndash 0208
1ordmCCmdsBRR 0208 ndash 0808
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 8 FND no TO do Afeganistatildeo
121
FORREZ ndash Forccedila de Recolha do Zaire 122
FORREC ndash Forccedila de Recolha 123
ISAF ndash International Security Assistance Force
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 62
Liacutebano
UNIFIL
Companhia de Engenharia (CEng)BrigMec 1106 ndash 0507
Forccedilas de Apoio Geral (AG) 0507 ndash 1107
Forccedilas de AG 1107 ndash 0508
CEngBrigInt 0508 ndash 1108
CEngBrigMec 1108 ndash 0509
Forccedilas de AG 0509 ndash Em curso
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 9 FND no TO do Liacutebano
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 63
ANEXO B - Ciclo de uma FND
(Fonte Autor 2009)
Fonte (Autor 2009)
Figura 1 Os 3 periacuteodos distintos de uma FND
2ordm PERIacuteODO PROJECCcedilAtildeO DA UNIDADE E CONDUTA DA OPERACcedilAtildeO
Esta fase decorre entre o iniacutecio do deslocamento da unidade
para o TO e a Transferecircncia de Autoridade (TOA) da forccedila que eacute
rendida (Leandro 2002)
1ordm PERIacuteODO APRONTAMENTO
Eacute o periacuteodo de tempo compreendido entre o despacho de
nomeaccedilatildeo da unidade e a sua projecccedilatildeo para o TO
Durante este periacuteodo a unidade recebe treino orientado
para a missatildeo que vai desempenhar (Leandro 2002)
3ordm PERIacuteODO EXTRACcedilAtildeO E DESACTIVACcedilAtildeOFIM DE MISSAtildeO
Engloba o periacuteodo que decorre entre a TOA para a forccedila
que vem render e a extraccedilatildeo da forccedila e consecutiva
elaboraccedilatildeo do Relatoacuterio Final de Missatildeo (RFM)
(Leandro 2002)
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 64
ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees
O emprego de forccedilas militares natildeo eacute exclusivo das operaccedilotildees de guerra sendo estas
igualmente empregues em situaccedilotildees de paz e de crise Desta forma abrangem um vasto
espectro (EME 2005)
(Fonte EME 2005)
Figura 2 Espectro das Operaccedilotildees
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 65
ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Com a finalidade de reger o comportamento das entidades intervenientes neste tipo de
operaccedilotildees (forccedilas militares OI ONG) foi estabelecido um conjunto de princiacutepios (EME
2005)
Objectivo ndash Todas as operaccedilotildees devem ser orientadas para objectivos claramente
definidos e compreendidos Os objectivos estrateacutegicos - militares devem permitir
alcanccedilar o estado final poliacutetico desejado
Perseveranccedila ndash Numa operaccedilatildeo desta natureza para alcanccedilar o estado final
desejado implica ser-se resoluto paciente e persistente na perseguiccedilatildeo dos objectivos
definidos
Unidade de Comando ndash Requer uma clara definiccedilatildeo da autoridade papel e relaccedilotildees
entre os intervenientes para cumprir as tarefas atribuiacutedas
Unidade de Esforccedilos ndash Este princiacutepio reconhece a necessidade de uma
aproximaccedilatildeo coerente ente militares e civis Requer uma contiacutenua interacccedilatildeo com as
OI e as ONG envolvidas Para conseguir este princiacutepio eacute essencial estabelecer uma
ligaccedilatildeo efectiva a todos os niacuteveis e promover regularmente conferecircncias e reuniotildees
envolvendo todas as partes intervenientes
Credibilidade ndash A credibilidade eacute essencial para promover e estabelecer um clima de
confianccedila A Forccedila natildeo deve transigir quanto agrave vontade e capacidade para assumir as
suas responsabilidades
Transparecircncia das Operaccedilotildees ndash A Missatildeo o conceito de operaccedilotildees e o estado final
poliacutetico a alcanccedilar devem ser compreendidos por todas as partes envolvidas neste
processo (forccedila agecircncias e partes) A difusatildeo da informaccedilatildeo deve ser balanceada
com as necessidades de seguranccedila
Protecccedilatildeo ndash Eacute uma responsabilidade de comando inerente a qualquer operaccedilatildeo
militar Devem ser considerados a composiccedilatildeo e volume da forccedila os planos as
ordens e as regras de empenhamento (ROE)124
Flexibilidade ndash O sucesso destas operaccedilotildees envolve uma elevada capacidade de
gestatildeo e adaptaccedilatildeo face agraves mudanccedilas e eventuais transiccedilotildees que ocorram na
situaccedilatildeo envolvente e que conduzam ao estabelecimento de um ambiente seguro e
estaacutevel O comandante operacional deve facultar o maacuteximo de flexibilidade e as forccedilas
devem ter capacidade de adaptaccedilatildeo agraves alteraccedilotildees
124
ROE ndash Rules Of Engagement
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 66
Promoccedilatildeo da Cooperaccedilatildeo e Consentimento ndash Este princiacutepio constitui-se como um
preacute-requisito neste tipo de operaccedilotildees Exige uma cuidadosa ponderaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
antes da execuccedilatildeo de qualquer actividade de natureza militar
Imparcialidade ndash As operaccedilotildees devem ser conduzidas sem favorecer ou prejudicar
qualquer das partes Deve ser fomentada a aproximaccedilatildeo entre as partes atraveacutes de
uma comunicaccedilatildeo eficaz e transparecircncia das operaccedilotildees
Uso da Forccedila ndash O uso da forccedila neste tipo de operaccedilotildees poderaacute prejudicar a
execuccedilatildeo da missatildeo pelo que requer um elevado acompanhamento por parte do
Comando da forccedila contudo o uso da forccedila deve estar de acordo com a lei
internacional nomeadamente o direito internacional humanitaacuterio O uso da forccedila
deveraacute ser adequado agrave missatildeo No entanto as ROE natildeo devem limitar o direito
inerente agrave auto-defesa
Respeito Muacutetuo ndash Deve existir respeito pela naccedilatildeo cultura e costumes da Naccedilatildeo
Hospedeira O Comandante Conjunto deve assegurar-se que os mesmos princiacutepios
satildeo reconhecidos e implementados entre os diferentes contingentes que fazem parte
da forccedila
Liberdade de Movimentos ndash A liberdade de movimentos eacute fundamental para garantir
o sucesso das operaccedilotildees em missotildees desta natureza O mandato que a forccedila deteacutem
juntamente com as ROE deve garantir liberdade e autonomia para cumprir as tarefas
As facccedilotildees poderatildeo impor algumas restriccedilotildees neste aspecto Haacute que impor essa
liberdade atraveacutes de acccedilotildees vigorosas e resolutas podendo mesmo incluir o uso da
forccedila
Legitimidade ndash Este princiacutepio constitui-se como fundamental em operaccedilotildees desta
natureza Eacute atraveacutes da legitimidade que se consegue garantir o apoio da comunidade
internacional das naccedilotildees contribuintes e das partes envolvidas Eacute necessaacuterio que a
operaccedilatildeo seja conduzida de acordo com a lei internacional incluindo os princiacutepios
constantes na carta das Naccedilotildees Unidas Qualquer erro poderaacute comprometer a
credibilidade da forccedila e consequentemente a sua legitimidade
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 67
ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea
(Fonte HDA 2000)
Figura 3 Proliferaccedilatildeo da Ameaccedila Aeacuterea
(Fonte HDA 2000)
Figura 4 Relaccedilatildeo de CustosEquipamento
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 68
ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
A OTAN eacute uma OI de cooperaccedilatildeo militar estabelecida em 1949 que tem por base o
Tratado Atlacircntico Norte e eacute actualmente constituiacuteda por uma Alianccedila de 26 paiacuteses125 O
papel fundamental da OTAN eacute salvaguardar a liberdade e seguranccedila dos seus paiacuteses
membros constituindo-se tambeacutem num dos pilares de estabilidade e seguranccedila do espaccedilo
Euro-Atlacircntico
O conceito estrateacutegico da Alianccedila Atlacircntica estabelece as capacidades que devem ser
desenvolvidas pela OTAN entre as quais o papel crucial que a organizaccedilatildeo tem na
prevenccedilatildeo de conflitos e gestatildeo de crises adoptando as medidas necessaacuterias agrave sua
resoluccedilatildeo A OTAN fomenta ainda a parceria e cooperaccedilatildeo com os restantes paiacuteses do
espaccedilo Euro-Atlacircntico no intuito de promover a paz e aumentar a confianccedila muacutetua e a
capacidade de acccedilatildeo conjunta (NATO 2004)
A OTAN iniciou a sua actuaccedilatildeo na regiatildeo dos Balcatildes apoacutes a assinatura do acordo de
Paz de Dayton em 1995 Esteve sempre relacionada com o cumprimento deste acordo
intervindo numa primeira fase com uma forccedila de implementaccedilatildeo militar (IFOR) e
posteriormente com uma forccedila de estabilizaccedilatildeo (SFOR) ambas com o objectivo de construir
a base para uma futura paz na regiatildeo dos Balcatildes
O emprego operacional da Alianccedila nesta regiatildeo efectivamente impediu novos
combates e desenvolveu um precedente de sucesso dos esforccedilos de caraacutecter
multinacionais Conseguiu alcanccedilar as esperanccedilas de paz e bem-estar existentes no povo
da Boacutesnia e Herzegovina e do Kosovo
A esfera de actuaccedilatildeo da Alianccedila abrange tambeacutem o conflito do Kosovo onde a OTAN
leva a cabo esforccedilos para inverter a limpeza eacutetnica e permitir o regresso das centenas de
milhares de refugiados que abandonaram o Kosovo durante a repressatildeo da Primavera de
1999 para voltar agrave sua paacutetria segura
O papel da forccedila multinacional liderada pela OTAN no Kosovo a KFOR tem vindo a
criar um ambiente seguro e estaacutevel no qual todos os habitantes do Kosovo
independentemente da sua origem eacutetnica possam viver em paz ajudando-os a reconstruir
as estruturas necessaacuterias para uma sociedade paciacutefica e democraacutetica Estas caracteriacutesticas
satildeo essenciais caso se pretenda alcanccedilar uma soluccedilatildeo duradoura para este conflito
A tarefa que tem vindo a ser realizada pela Alianccedila no Kosovo encontra-se inserida no
contexto de esforccedilos da comunidade internacional para criar um ambiente que iraacute promover
a paz e a estabilidade no Sudeste da Europa (NATO 2001)
125
Satildeo paiacuteses membros da Alianccedila Atlacircntica Alemanha Beacutelgica Bulgaacuteria Canadaacute Dinamarca Eslovaacutequia
Esloveacutenia Estoacutenia Espanha Estados Unidos Franccedila Greacutecia Holanda Hungria Islacircndia Itaacutelia Letoacutenia
Lituacircnia Luxemburgo Noruega Poloacutenia Portugal Reino Unido Repuacuteblica Checa Romeacutenia e Turquia
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 69
(Fonte NATO 2004)
Figura 5 Paiacuteses-membros da OTAN
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 70
ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton
O Acordo de Paz de Dayton surge apoacutes a reuniatildeo do Grupo de Contacto126 onde satildeo
aprovados os princiacutepios de base para uma regulamentaccedilatildeo da paz Eacute acordado um
reconhecimento muacutetuo a Repuacuteblica Federal Jugoslava reconhece a Boacutesnia e Herzegovina e
Sarajevo por sua vez reconhece a Repuacuteblica Seacutervia
Assim no dia 21 de Novembro de 1995 chega-se a um acordo em Dayton no Estado
norte-americano do Ohio Neste acordo assinado pelo Grupo de Contacto e pelos
representantes das partes beligerantes Franjo Tujam (Croaacutecia) Alija Izetbegovic (Boacutesnia) e
Slogan Militeis (Seacutervia) eacute aceite o plano de paz para a Boacutesnia e Herzegovina Este acordo
foi formalmente assinado em Paris no dia 14 de Dezembro de 1995 (Saraiva 2008)
(Fonte Autor 2009)
Figura 6 Divisatildeo Territorial da Boacutesnia e Herzegovina em 1995
126
O Grupo de Contacto era constituiacutedo por EUA Reino Unido Franccedila Alemanha e Ruacutessia
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 71
ANEXO H - Missatildeo da IFOR
A IFOR tinha a missatildeo de fiscalizar e impor o cumprimento dos aspectos militares
previstos no Acordo de Paz de Dayton A UNSCR 1031 prevecirc o mandato da IFOR durante
um ano no TO da Boacutesnia e Herzegovina As tarefas militares a serem cumpridas (NATO
2009)
1 Garantir a auto-defesa e a liberdade de circulaccedilatildeo
2 Supervisionar a marcaccedilatildeo dos limites da ZOS entre as partes
3 Monitorizar e se necessaacuterio impor a retirada das forccedilas militares dos
respectivos territoacuterios para que se possa estabelecer a ZOS
4 Assumir o controlo do espaccedilo aeacutereo sobre o territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina
5 Assumir o controlo da circulaccedilatildeo de traacutefego militar nas principais rotas terrestres
6 Estabelecer comissotildees militares conjuntas para servirem como oacutergatildeos centrais
para todas as partes do Acordo de Paz
7 Ajudar agrave retirada das forccedilas da ONU natildeo transferidas para a IFOR
(Fonte NATO 2001)
Figura 7 Logoacutetipo da IFOR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 72
ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR
(Fonte Autor 2009)
Figura 8 Estrutura de C2 da IFOR
Em 1996 o Tenente-General Michael Walker (Exeacutercito Norte-Americano) era o
Comandante da componente terrestre da IFOR e tinha trecircs divisotildees sob o seu comando
1 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MNDSW127) liderada pelo Reino Unido com
comando sediado em Banja Luka
2 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MNDN128) liderada pelos EUA com comando
sediado em Tuzla
3 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MDNSE129) liderada pela Franccedila com
comando em Mostar
O AgrJuacutepiter ocupava o sector de Goradze com o seu Posto de Comando (PC)
estabelecido em Rogatica estando integrado na Brigada Multinacional Norte (MNBN130) com
comando Italiano que por sua vez pertencia agrave MDNSE
127
MNDSW ndash Multinational Division Southwest 128
MNDN ndash Multinational Division North 129
MNDSE - Multinational Division Southeast 130
MNBN ndash Multinational Brigade North
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 73
ANEXO J - Missatildeo da KFOR
A KFOR obteve o seu mandato a partir da UNSCR 1244 e do MTA acordado entre a
OTAN a Repuacuteblica Federal da Jugoslaacutevia e a Seacutervia Inicialmente o seu mandato tinha
como principais objectivos (NATO 2009)
1 Dissuadir o recomeccedilo das hostilidades
2 Estabelecer um ambiente seguro
3 Desmilitarizar o Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo (UCK)
4 Apoiar o esforccedilo humanitaacuterio internacional
5 Coordenar e apoiar a presenccedila internacional no territoacuterio do Kosovo
(Fonte NATO 2001)
Figura 9 Logoacutetipo da KFOR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 74
ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR
(Fonte Autor 2009)
Figura 10 Estrutura de C2 da KFOR
Em 1999 o Tenente-General Mike Jackson (Exeacutercito Britacircnico) era o COMKFOR e
tinha cinco brigadas sob o seu comando
1 Brigada Multinacional Norte (MNBN131) liderada pela Franccedila
2 Brigada Multinacional Centro (MNBC132) liderada pelo Reino Unido
3 Brigada Multinacional Este (MNBE133) liderada pelos EUA
4 Brigada Multinacional Sul (MNBS134) liderada pela Alemanha
5 Brigada Multinacional Oeste (MNBW135) liderada pela Itaacutelia
O AgrBravo ocupava o sector de Klina estando integrado na aacuterea de responsabilidade
(AOR) da MNBW que integrava tambeacutem um batalhatildeo espanhol
131
MNBN ndash Multinational Brigade North 132
MNBC ndash Multinational Brigade Center 133
MNBE ndash Multinational Brigade East 134
MNBS ndash Multinational Brigade South 135
MNBW ndash Multinational Brigade West
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 75
ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL
O Exeacutercito Francecircs integrou um moacutedulo de AAA de escalatildeo pelotatildeo na Forccedila Tarefa
(nome de coacutedigo ldquoLeclercrdquo) que destacou para o Liacutebano no acircmbito da UNIFIL em 2006
A missatildeo deste pelotatildeo era conferir protecccedilatildeo AA agrave Forccedila Tarefa e ao seu QG e tinha
como meios o Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral o Sistema Radar NC1 e Viaturas Blindadas de
Transporte de Pessoal (VBTP) (Charron 2008)
Figura 11 Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral
Figura 12 Sistema Radar NC1
(Fonte Charron 2008)
(Fonte wwwarmeescom 2008)
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 76
ANEXO M - Estrutura da NRF
(Fonte NATO 2003)
Figura 13 Estrutura da NRF
9500
Militares
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 77
ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup
(Fonte Baptista 2007)
Figura 14 Estrutura geneacuterica de um Battlegroup
Pacote de Forccedilas
Comando da Forccedila
Batalhatildeo de Infantaria
Comando
CCS
3 CAt
Apoio de Fogos
Reconhecimento
Apoio de Combate
Apoio de Fogos
Engenharia
Artilharia Antiaeacuterea
Transmissotildees
Guerra Electroacutenica
Informaccedilotildees
Aviaccedilatildeo do Exeacutercito
Forward Air Controller
Defesa NBQ
Apoio de Serviccedilos
Apoio Logiacutestico
Apoio Sanitaacuterio
Apoio Geograacutefico
CIMIC
Policia Militar
Capacidades Adicionais (dependem da missatildeo)
Meios Aeacutereos
Transporte Estrateacutegico
Transporte Taacutectico
Apoio Aeacutereo Proacuteximo
Apoio de Helicoacutepteros
Meios Navais
Transporte Estrateacutegico
Apoio Aeacutereo com base
em porta-aviotildees
Apoio ao desembarque de
forccedilas
Meios Logiacutesticos
Reabastecimento
Apoio Sanitaacuterio
Apoio a manutenccedilatildeo
de equipamentos
Forccedilas de
Operaccedilotildees
Especiais
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 78
ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF
NRF LCC Unidade Nacional Efectivo
Exerciacutecio de
Certificaccedilatildeo
Internacional
Periacuteodo de
Stand by
1 NRDC-TU O EXEacuteRCITO NAtildeO PARTICIPOU Out03-Jan04
2 NRDC-TU Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 50
Natildeo se
realizou Jan04-Jul04
3 NRDC-IT
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
50 Organizer 6Amiddot
(Alemanha)
Jul04-Jan05
4 NRDC-GENL
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
51 Organizer 6Bmiddot
(Alemanha) Jan05-Jul05
5 NRDC-SP Agrupamento
Mecanizado 697
Cohesion 05middot
(Espanha) Jul05-Jan06
6 NRDC-UK Batalhatildeo de Infantaria
Paacutera-quedista 636
Iron Warriormiddot
(Reino Unido) Jan06-Jul06
7 EUROCORPS Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 75
Steadfast
Jaguar 06
(Cabo-Verde)
Jul06-Jan07
8 NRDC-TU Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 75
Natildeo se
realizou Jan07-Jul07
9 NRDC-IT Esquadratildeo de Poliacutecia
Militar 80
Steadfast
Jackpot 07
(Noruega)
Jul07-Jan08
10 NRDC-GENL
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
50 Noblelight II
(Alemanha) Jan08-Jul08
11 NRDC-FR Esquadratildeo de
Reconhecimento 140
Natildeo se
realizou Jul08-Jan09
12 NRDC-SP Agrupamento
Mecanizado 697
Noblelight
(Espanha) Jan09-Jul09
13 NRDC-SP Batalhatildeo de Infantaria
Paacutera-quedista 687 Natildeo participa Jul09-Jan10
14 NRDC-SP Bateria de Artilharia de
Campanha 130 A designar Jan10-Jul10
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 10 Participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 79
ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup
(Fonte Baptista 2008)
Figura 15 Modelo do BG Francecircs
Pelotatildeo
AA
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 80
ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas
de AAA Nacionais
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 16 O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 17 O Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 18 O Radar PSTAR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 81
ANEXO R ndash O Link 11B
O Link 11B ou TADIL136-B (na doutrina norte-americana) emprega teacutecnicas de
comunicaccedilatildeo em rede e um formato standard de mensagem para a troca de informaccedilatildeo
digital entre sistema de informaccedilatildeo taacutecticos O Link 11B utiliza uma raacutepida ligaccedilatildeo ponto-a-
ponto e pode ser transmitido atraveacutes de diversos equipamentos tais como cabo sateacutelite e
ligaccedilotildees raacutedio Equipa unidades terrestres aeacutereas e navais (ALSAC 2000)
(Fonte httpsistemadearmassitesuolcombrgedtl3usalink11html 2009)
Figura 19 Interface do Link 11B
136 TADIL ndash Tactical Digital Information
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 82
ANEXO S ndash O Link 16
O Link 16 ou TADIL-J eacute uma nova ligaccedilatildeo taacutectica de dados utilizada pelos EUA alguns
paiacuteses da OTAN e pelo Japatildeo Natildeo alterou os conceitos fundamentais de transferecircncia de
dados utilizado pelo Link 11B antes pelo contraacuterio acrescentou melhorias significativas nos
sistemas jaacute existentes O Link 16 utiliza um Sistema de Distribuiccedilatildeo de Informaccedilatildeo Taacutectica
Conjunta (JTIDS137) que lhe permite partilhar a informaccedilatildeo em tempo real de uma forma
raacutepida e codificada entre todas as plataformas de armas e de C2 intervenientes no TO
Nota A verde encontram-se as unidades de AAA (armas e C2)
(Fonte httpwwwglobalsecurityorgmilitarysystemsgroundimages 2009)
Figura 20 Utilizadores do Link 16
137 JTIDS - Joint Tactical Information Distribution System
- DEDICATOacuteRIA
- AGRADECIMENTOS
- IacuteNDICE
- IacuteNDICE DE FIGURAS
- IacuteNDICE DE QUADROS
- LISTA DE ABREVIATURAS
- LISTA DE SIGLAS
- RESUMO
-
- O presente trabalho tem como objectivo analisar a capacidade de emprego de unidades de Artilharia Antiaeacuterea em Forccedilas Nacionais Destacadas
-
- ABSTRACT
- INTRODUCcedilAtildeO
-
- Definiccedilatildeo do Objectivo de Investigaccedilatildeo
- Justificaccedilatildeo do Tema
- Orientaccedilatildeo Metodoloacutegica
- Siacutentese de Conteuacutedos
-
- CAPIacuteTULO I ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL
-
- I1 Forccedilas Nacionais Destacadas
-
- I11 Enquadramento Histoacuterico
- I12 Forccedilas Nacionais Destacadas ndash O Conceito
-
- I2 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
-
- I21 Tipologia das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
- I22 Manutenccedilatildeo de Paz vs Imposiccedilatildeo de Paz
-
- I3 A Ameaccedila Aeacuterea
-
- CAPIacuteTULO II A PARTICIPACcedilAtildeO DE FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS EM OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES
-
- II1 A Participaccedilatildeo Nacional na IFOR
-
- II11 Antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina
- II12 Case-study o Agrupamento Juacutepiter na Boacutesnia e Herzegovina
-
- II2 A Participaccedilatildeo Nacional na KFOR
-
- II21 Antecedentes do Conflito do Kosovo
- II22 Case-study o Agrupamento Bravo no Kosovo
- II23 Case-study o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista no Kosovo
-
- II3 Reflexotildees sobre o emprego de AAA em CRO
-
- CAPIacuteTULO III A INTEGRACcedilAtildeO DA AAA NA NATO RESPONSE FORCE E NOS BATTLEGROUPS
-
- III1 Os Conceitos de NATO Response Force e de Battlegroups
-
- III11 A NATO Response Force - NRF
- III12 Os Battlegroups
-
- III2 Requisitos para integraccedilatildeo da AAA na NRF
- III3 Requisitos para Integraccedilatildeo da AAA nos Battlegroups
-
- CAPIacuteTULO IV EMPREGO OPERACIONAL DAS UNIDADES DE AAA
-
- IV1 O Niacutevel de Prontidatildeo das Unidades de AAA
-
- IV11 Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais
- IV12 A Lei de Programaccedilatildeo Militar
- IV13 A Prontidatildeo dos Militares de AAA
-
- IV2 O Emprego da AAA como Moacutedulo de Protecccedilatildeo AA
- IV3 O Emprego da AAA na NRF e nos BG
-
- CAPIacuteTULO V CONCLUSOtildeES E PROPOSTAS
- REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
- GLOSSAacuteRIO
- APEcircNDICES
-
- APEcircNDICE A - Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
- APEcircNDICE B - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel de Varela Benroacutes
- APEcircNDICE C - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Ref Pires Saraiva
- APEcircNDICE D - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Tirocinado Antunes Calccedilada
- APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira
- APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro
- APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Crispim Paradelo
- APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Vieira Borges
-
- ANEXOS
-
- ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP
- ANEXO B - Ciclo de uma FND
- ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees
- ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
- ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea
- ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
- ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton
- ANEXO H - Missatildeo da IFOR
- ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR
- ANEXO J - Missatildeo da KFOR
- ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR
- ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL
- ANEXO M - Estrutura da NRF
- ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup
- ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF
- ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup
-
- ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais
- ANEXO R ndash O Link 11B
- ANEXO S ndash O Link 16
-
Iacutendice
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS iv
II11 Antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina 14
II12 Case-study o Agrupamento Juacutepiter na Boacutesnia e Herzegovina 15
II2 A Participaccedilatildeo Nacional na KFOR 16
II21 Antecedentes do Conflito do Kosovo 17
II22 Case-study o Agrupamento Bravo no Kosovo 18
II23 Case-study o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista no Kosovo 20
II3 Reflexotildees sobre o emprego de AAA em CRO 21
CAPIacuteTULO III - A INTEGRACcedilAtildeO DA AAA NA NATO RESPONSE FORCE E NOS
BATTLEGROUPS 24
III1 Os Conceitos de NATO Response Force e de Battlegroup 25
III11 A NATO Response Force - NRF 25
III12 Os Battlegroups 26
III2 Requisitos para integraccedilatildeo da AAA na NRF 27
III3 Requisitos para Integraccedilatildeo da AAA nos Battlegroups 28
CAPIacuteTULO IV - EMPREGO OPERACIONAL DAS UNIDADES DE AAA 29
IV1 O Niacutevel de Prontidatildeo das Unidades de AAA 29
IV11 Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais 30
IV12 A Lei de Programaccedilatildeo Militar 32
IV13 A Prontidatildeo dos Militares de AAA 33
IV2 O Emprego da AAA como Moacutedulo de Protecccedilatildeo AA 34
IV3 O Emprego da AAA na NRF e nos BG 36
CAPIacuteTULO V - CONCLUSOtildeES E PROPOSTAS 37
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 40
GLOSSAacuteRIO 46
APEcircNDICES 48
APEcircNDICE A - Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo 49
APEcircNDICE B - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel de Varela Benroacutes 50
APEcircNDICE C - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Ref Pires Saraiva 51
APEcircNDICE D - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Tirocinado Antunes Calccedilada 52
Iacutendice
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS v
APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira 53
APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro 54
APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Crispim Paradelo 55
APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Vieira Borges 56
ANEXOS 57
ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP 58
ANEXO B - Ciclo de uma FND 63
ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees 64
ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises 65
ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea 67
ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte 68
ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton 70
ANEXO H - Missatildeo da IFOR 71
ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR 72
ANEXO J - Missatildeo da KFOR 73
ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR 74
ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL 75
ANEXO M - Estrutura da NRF 76
ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup 77
ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF 78
ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup 79
ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais 80
ANEXO R ndash O Link 11B 81
ANEXO S ndash O Link 16 82
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS vi
IacuteNDICE DE FIGURAS
Figura 1 Os 3 periacuteodos distintos de uma FND 63
Figura 2 Espectro das Operaccedilotildees 64
Figura 3 Proliferaccedilatildeo da Ameaccedila Aeacuterea 67
Figura 4 Relaccedilatildeo de CustosEquipamento 67
Figura 5 Paiacuteses-membros da OTAN 69
Figura 6 Divisatildeo Territorial da Boacutesnia e Herzegovina em 1995 70
Figura 7 Logoacutetipo da IFOR 71
Figura 8 Estrutura de C2 da IFOR 72
Figura 9 Logoacutetipo da KFOR 73
Figura 10 Estrutura de C2 da KFOR 74
Figura 11 Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral 75
Figura 12 Sistema Radar NC1 75
Figura 13 Estrutura da NRF 76
Figura 14 Estrutura geneacuterica de um Battlegroup 77
Figura 15 Modelo do BG Francecircs 79
Figura 16 O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral 80
Figura 17 O Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger 80
Figura 18 O Radar PSTAR 80
Figura 19 Interface do Link 11B 81
Figura 20 Utilizadores do Link 16 82
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS vii
IacuteNDICE DE QUADROS
Quadro 1 FND no TO de Moccedilambique 58
Quadro 2 FND no TO de Angola 58
Quadro 3 FND no TO da Boacutesnia e Herzegovina 59
Quadro 4 FND no TO do Kosovo 60
Quadro 5 FND no TO de Timor-Leste 60
Quadro 6 FND no TO do Zaire 61
Quadro 7 FND no TO da Guineacute-Bissau 61
Quadro 8 FND no TO do Afeganistatildeo 61
Quadro 9 FND no TO do Liacutebano 62
Quadro 10 Participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF 78
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS viii
LISTA DE ABREVIATURAS
Agr Agrupamento
BIMec Batalhatildeo de Infantaria Mecanizado
BIMoto Batalhatildeo de Infantaria Motorizado
BIPara Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista
BrigInt Brigada de Intervenccedilatildeo
BrigMec Brigada Mecanizada
CAt Companhia de Atiradores
CAtPara Companhia de Atiradores Paacutera-quedista
CCmds Companhia de Comandos
CEng Companhia de Engenharia
Cmdt Comandante
FwN Framework Nation
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS ix
LISTA DE SIGLAS
A AG Apoio Geral
AA Antiaeacuterea
AAA Artilharia Antiaeacuterea
AC Artilharia de Campanha
AFOR Albania Force
AM Academia Militar
AO Aacuterea de Operaccedilotildees
AOR Area Of Responsibility
AP Auto-propulsada
B BAAA Bateria de Artilharia Antiaeacuterea
BAI Brigada Aerotransportada Independente
BIAT Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado
BLI Brigada Ligeira de Intervenccedilatildeo
BMI Brigada Mecanizada Independente
BRR Brigada de Reacccedilatildeo Raacutepida
C C2 Comando e Controlo
C2EA
C4I Comando Controlo Comunicaccedilotildees Computadores e
Informaccedilotildees
CAP Common Air Picture
CEDN Conceito Estrateacutegico de Defesa Nacional
CEM Conceito Estrateacutegico Militar
CEME Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito
CIMIC Civil-Military Cooperation
CJSOR Combined Joint Statement of Requirements
COMKFOR Commander Kosovo Force
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS x
CP Conflict Prevention
CRC Crowd amp Riot Control
CRO Crisis Response Operations
CSNU Conselho de Seguranccedila das Naccedilotildees Unidas
D DIOP Divisatildeo de Operaccedilotildees
E EMGFA Estado-Maior General das Forccedilas Armadas
EOD Explosive Ordnance Disposal
EOM Encargo Operacional de Material
EOP Encargo Operacional de Pessoal
EUA Estados Unidos da Ameacuterica
EUFOR European Union Force
F FA Forccedilas Armadas
FAAR Forward Alerting Area Radar
FAP Forccedila Aeacuterea Portuguesa
FORREC Forccedila de Recolha
FORREZ Forccedila de Recolha do Zaire
G GAAA Grupo de Artilharia Antiaeacuterea
H HIMAD High and Medium Air Defense
HO Humanitarian Operations
I IDN Instituto de Defesa Nacional
IEBL Inter Entity Boundary Line
IESM Instituto de Estudos Superiores Militares
IFF Identification Friend or Foe
IFOR Implementation Force
ISAF International Security Assistance Force
J JTIDS Joint Tactical Information Distribution System
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xi
K KVM Kosovo Verification Mission
L LPM Lei de Programaccedilatildeo Militar
M MANPAD Man Portable Air Defense
MHP Missotildees Humanitaacuterias e de Paz
MNB Multinational Brigade
MNBC Multinational Brigade Center
MNBE Multinational Brigade East
MNBN Multinational Brigade North
MNBS Multinational Brigade South
MNBW Multinational Brigade West
MNDN Multinational Division North
MNDSE Multinational Division Southeast
MNDSW Multinational Division Southwest
MONUA Missatildeo de Observaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas em Angola
MTA Military Technical Agreement
N NAC North Atlantic Council
NAMSA NATO Maintenance amp Supply Agency
NRBQ Nuclear Radioloacutegico Bioloacutegico e Quiacutemico
NRF NATO Response Force
O OCAR Oficial Coordenador de Reequipamento
OI Organizaccedilotildees Internacionais
ONG Organizaccedilotildees Natildeo Governamentais
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OSCE Organizaccedilatildeo para a Seguranccedila e Cooperaccedilatildeo na Europa
OTAN Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
P PB Peace Building
PC Posto de Comando
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xii
PE Peace Enforcement
PK Peace Keeping
PM Peacemaking
PPRC PortuguecircsPortaacutetil Raacutedio de Campanha
PSTAR Portable Search and Target Acquisition Radar
PSYOPS Psychological Operations
Q QG Quartel-General
QO Quadro Orgacircnico
R RAAA1 Regimento de Artilharia Antiaeacuterea Nordm1
RAP Recognized Air Picture
RAM Rocket Artillery amp Mortar
RFM Relatoacuterio de Fim de Missatildeo
ROE Rules Of Engagement
S SACEUR Supreme Allied Commander Europe
SAR Search and Rescue
SFN Sistema de Forccedilas Nacional
SFOR Stabilization Force
SHORAD Short Range Air Defense
STPT Stinger Troop Proficiency Trainer
T TACP Tactical Air Control Party
TACRES Tactical Reserve
TADIL Tactical Digital Information
THT Tracking Head Trainer
TIA Trabalho de Investigaccedilatildeo Aplicada
TO Teatro de Operaccedilotildees
TOA Transfer Of Authority
TPOA Tirociacutenio Para Oficial de Artilharia
U UEO UnidadeEstabelecimentoOacutergatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xiii
UAV Unmanned Aerial Vehicle
UCK Ushtria Clivoimtare Kosoves
UE Uniatildeo Europeia
UEB Unidade Escalatildeo Batalhatildeo
UEC Unidade Escalatildeo Companhia
UNAVEM United Nations Verification Mission
UNIFIL United Nations Interim Force in Lebanon
UNMISET United Nations Mission In Support of East Timor
UNMOZ United Nations Operation in Mozambique
UNPROFOR United Nations Protection Force
UNSCR United Nation Security Council Resolution
UNTAET United Nations Transitional Administration in East Timor
UNTAG United Nations Transition Assistance Group
UT Unidade de Tiro
V VBTP Viatura Blindada de Transporte de Pessoal
VCB Vigilacircncia do Campo de Batalha
W WSPC Weapon System Partnership Committee
Z ZOS Zone Of Separation
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xiv
RESUMO
O presente trabalho tem como objectivo analisar a capacidade de emprego de unidades
de Artilharia Antiaeacuterea em Forccedilas Nacionais Destacadas
Para concretizar este objectivo procedeu-se ao estudo da participaccedilatildeo nacional em Operaccedilotildees
de Resposta a Crises recorrendo agrave anaacutelise trecircs casos de estudo distintos Ainda neste acircmbito foi
igualmente abordada a perspectiva de participaccedilatildeo nas iniciativas de defesa no acircmbito da
Organizaccedilatildeo do Tratado do Atlacircntico Norte e da Uniatildeo Europeia (a NATO Response Force e os
Battlegroups respectivamente)
Decorrente desta anaacutelise surgiu a necessidade de investigar acerca da actual prontidatildeo das
unidades de Artilharia Antiaeacuterea O referido estudo teve por base a anaacutelise dos recursos humanos e
materiais bem como as actividades de treino desenvolvidas
Conclui-se que a limitaccedilatildeo de recursos materiais tem vindo a hipotecar a participaccedilatildeo das
unidades de Artilharia Antiaeacuterea em forccedilas projectaacuteveis muito especialmente devido agrave ausecircncia de
um sistema de comando e controlo Poreacutem consideramos que as unidades de Artilharia Antiaeacuterea
tecircm o seu papel a desempenhar em Operaccedilotildees de Resposta a Crises sendo preponderantes na
garantia da protecccedilatildeo antiaeacuterea em cenaacuterios de alta intensidade ou no inicio das operaccedilotildees
O processo de reequipamento previsto na Lei de Programaccedilatildeo Militar permitiraacute colmatar as
lacunas existentes ao niacutevel dos recursos materiais devendo ser atribuiacuteda prioridade agrave aquisiccedilatildeo de
um sistema de comando e controlo
Palavras-chave ARTILHARIA ANTIAEREA FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS
OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES PROTECCcedilAtildeO ANTIAEREA REEQUIPAMENTO
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xv
ABSTRACT
This study aims to examine the viability of employing units of air defense artillery in
expeditionary forces
To achieve this purpose an analysis was made of the national participation in Crisis
Response Operations This analysis was based on three different case studies In this
context the prospect of participation was also considered in defense activities within the
Organization of the North Atlantic Treaty and the European Union (NATO Response Force
and the Battle groups respectively)
It became clear from this analysis that it would be necessary to investigate the current
readiness of the air defense artillery units This study was based on the analysis of the
human and material resources and training activities undertaken
It is concluded that the limitation of material resources has been preventing the
participation of air defense artillery units in expeditionary forces especially due to the
absence of a command and control system However we believe that the air defense artillery
units have a role to play in Crisis Response Operations especially in scenarios of high
intensity or at the beginning of operations ensuring adequate air defense
The process of material re-equipment provided for the Military Programme will bridge the
gaps in terms of material resources Priority should be given to purchasing the command
and control system
Key-words AIR DEFENSE ARTILLERY EXPEDTIONARY FORCES CRISIS RESPONSE
OPERATIONS AIR DEFENSE RE-EQUIPMENT
ldquo (hellip) A protecccedilatildeo da Forccedila natildeo eacute negociaacutevel ldquo
(Raleiras 2002)
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 1
INTRODUCcedilAtildeO
O presente Trabalho de Investigaccedilatildeo Aplicada (TIA) estaacute enquadrado no estaacutegio de
natureza profissional do Tirociacutenio Para Oficial de Artilharia (TPOA) dos cursos da Academia
Militar (AM) subordinado ao tema ldquoA Protecccedilatildeo Antiaeacuterea das Forccedilas Nacionais
Destacadasrdquo
Com o colapso da Uniatildeo Sovieacutetica e com as constantes mudanccedilas no paradigma de
seguranccedila e defesa os Estados as Organizaccedilotildees Internacionais (OI) e ateacute as Organizaccedilotildees
Natildeo Governamentais (ONG) assistem ao aparecimento de uma nova conflitualidade com
novos actores riscos e ameaccedilas que reclamaratildeo certamente novos e diferentes tipos de
resposta (Espiacuterito Santo 2006)
Neste contexto de transformaccedilatildeo Portugal encontra-se integrado na comunidade
internacional atraveacutes da sua participaccedilatildeo em diversas OI vinculando-se a um conjunto de
responsabilidades inerentes ao seu quadro de alianccedilas Desta forma as Forccedilas Armadas
(FA) tecircm-se constituiacutedo como uma poderosa ferramenta no apoio agrave poliacutetica externa nacional
indo de encontro ao que estaacute previsto no Conceito Estrateacutegico de Defesa Nacional (CEDN)1
Com base na lei fundamental2 as FA e particularmente o Exeacutercito3 tecircm vindo a
participar em Missotildees Humanitaacuterias e de Paz (MHP) ao longo das duas uacuteltimas deacutecadas
Estes tipos de missotildees tecircm-se afirmado como as ldquooperaccedilotildees contemporacircneasrdquo natildeo
esquecendo poreacutem a capacidade que o Exeacutercito deteacutem em conduzir ldquooperaccedilotildees
convencionaisrdquo se assim for necessaacuterio uma vez que estas constituem a essecircncia do seu
conteuacutedo
Ainda no acircmbito de apoio agrave poliacutetica externa do Estado o Exeacutercito tem vindo a integrar-
se em estruturas militares de acircmbito multinacional que constituem o exemplo do
modernismo e da transformaccedilatildeo como a NATO Response Force (NRF) e os Battlegroups
(BG) A participaccedilatildeo do Exeacutercito neste tipo de estruturas tem proporcionado agraves suas fileiras
um elevado niacutevel de treino e experiecircncia operacional inseridos num quadro de cooperaccedilatildeo
internacional
1 Resoluccedilatildeo de Conselho de Ministros nordm 62003 CEDN
2 De acordo com o nordm 5 do Artigo 275ordm da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Portuguesa
3 De acordo com o Decreto-Lei nordm 612006 de 21 de Marccedilo
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 2
Definiccedilatildeo do Objectivo de Investigaccedilatildeo
Pretendemos com este TIA abordar a problemaacutetica da participaccedilatildeo de unidades de
Artilharia Antiaeacuterea (AAA) em MHP quando estas actuam no acircmbito da sua missatildeo
especiacutefica a protecccedilatildeo antiaeacuterea da forccedila face agrave ameaccedila aeacuterea Esta ameaccedila aeacuterea eacute
decididamente um factor importante a ter em conta especialmente em situaccedilotildees de
ldquoaberturardquo do Teatro de Operaccedilotildees (TO) onde existem escassas informaccedilotildees sobre a
ameaccedila aeacuterea e o clima de incerteza e instabilidade impera
Ambicionamos tambeacutem efectuar uma reflexatildeo sobre a eventual participaccedilatildeo de
unidades de AAA em ldquo (hellip) forccedilas multinacionais orientadas para a intervenccedilatildeo fora do
territoacuterio dos paiacuteses membros (hellip) ldquo (Baptista 2007 p348) como a NRF e os BG Prevecirc-se
que este tipo de estruturas militares ganhe uma maior preponderacircncia num futuro proacuteximo
no que diz respeito agrave intervenccedilatildeo em conflitos natildeo devendo as unidades de AAA nacionais
ficar agrave margem deste desafio
Justificaccedilatildeo do Tema
O presente TIA aborda um tema de reconhecido interesse no seio artilheiro jaacute que o
seu estudo iraacute certamente potenciar uma reflexatildeo sobre esta temaacutetica que tem tanto de
importante como de actual ldquo (hellip) Apesar de natildeo ter participado de uma forma significativa
nas FND nomeadamente com unidades constituiacutedas eacute de importacircncia decisiva para o
futuro da Arma que sejam rapidamente levantadas e solucionadas as questotildees mais
pertinentes que dizem respeito ao seu envolvimento neste desafiordquo (Santos 2007 p235)
Embora existam registos da participaccedilatildeo de subunidades de AAA em FND no acircmbito
das MHP estas estavam integradas em unidades de manobra executando outras missotildees
fora do acircmbito da AAA Como exemplo temos o caso do pelotatildeo de Antiaeacuterea (AA)
proveniente do Regimento de Artilharia Antiaeacuterea Nordm 1 (RAAA1) que integrou a
1ordfCAtAgrFoxtrot na missatildeo UNMISET4 desenvolvendo tarefas especiacuteficas de um pelotatildeo de
atiradores
Ao analisar a constituiccedilatildeo das FND empregues em MHP verificamos que desde a sua
geacutenese tecircm sido constituiacutedas por unidades de Infantaria de Reconhecimento de
Transmissotildees de Apoio Logiacutestico Sanitaacuterias de Engenharia e de Operaccedilotildees Especiais No
que diz respeito agraves unidades que integraram a NRF e os BG o cenaacuterio eacute semelhante
verificando-se ateacute ao momento a presenccedila de unidades de Operaccedilotildees Especiais de
Reconhecimento de Infantaria de Poliacutecia Militar e de Engenharia Desta forma eacute
evidentemente perceptiacutevel que apenas a Artilharia (de Campanha e Antiaeacuterea) tem sido
deixada agrave margem destas duas realidades que atravessam o Exeacutercito Efectivamente tem
4 UNMISET ndash United Nations Mission In Support of East Timor
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 3
sido feito um esforccedilo para contrariar esta tendecircncia e recentemente foi anunciada a
participaccedilatildeo de uma Bateria de Artilharia de Campanha (AC) na NRF 14 que estaraacute em
stand by durante o primeiro semestre do ano de 2010 Ao concretizar-se esta participaccedilatildeo
as unidades de AAA tornar-se-atildeo as uacutenicas a serem excluiacutedas desta nova realidade que satildeo
as FND
Delimitaccedilatildeo do Tema
Ao abordarmos um tema desta natureza bastante vasto e feacutertil existe a necessidade de
fazer a limitaccedilatildeo precisa das fronteiras de pesquisa bem como dos campos que
pretendemos abranger Por isso apesar de a designaccedilatildeo FND seja transversal aos trecircs
ramos das FA vamos cingir-nos unicamente agraves FND do Exeacutercito uma vez que estatildeo
directamente ligadas a temaacutetica em estudo
Assim sendo foi nossa opccedilatildeo investigar sobre a presenccedila do Exeacutercito nas MHP e nas
forccedilas militares de acircmbito multinacional (NRF e BG)
No contexto das MHP Portugal participou em diferentes TO no acircmbito de diferentes OI
poreacutem abordamos unicamente a participaccedilatildeo nacional sob a eacutegide da Organizaccedilatildeo do
Tratado Atlacircntico Norte (OTAN) Justificamos esta opccedilatildeo com o facto da recente
participaccedilatildeo nacional em MHP ter sido sob os auspiacutecios da Alianccedila Atlacircntica no acircmbito das
Operaccedilotildees de Resposta a Crises (CRO)5 natildeo desprezando poreacutem a FNDUNIFIL6
presente no Liacutebano ao abrigo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU)
Seraacute analisada ainda a participaccedilatildeo nacional na NRF no acircmbito da OTAN e nos BG no
domiacutenio da Uniatildeo Europeia (UE) perspectivando os possiacuteveis contributos de unidades de
AAA nacionais
Orientaccedilatildeo Metodoloacutegica7
Segundo Sarmento (2008) a metodologia visa a descriccedilatildeo precisa do problema dos
meacutetodos das teacutecnicas e dos instrumentos de pesquisa utilizados no trabalho Os
procedimentos utilizados devem ser descritos de forma loacutegica
O nosso processo de investigaccedilatildeo cientiacutefica8 desencadeou-se em 2008 com uma
pesquisa bibliograacutefica na biblioteca da AM e do IESM9 com o objectivo de encontrar
informaccedilatildeo que nos permitisse identificar o nosso problema de investigaccedilatildeo Esta pesquisa
5 CRO ndash Crisis Response Operations
6 UNIFIL ndash United Nations Interim Force in Lebanon
7 Ver Apecircndice 1 ndash Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
8 Segundo Sarmento (2008) o processo de investigaccedilatildeo cientiacutefica eacute composto por 3 fases exploratoacuteria analiacutetica
e conclusiva 9 IESM ndash Instituto de Estudos Superiores Militares
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 4
consistiu na selecccedilatildeo de documentos nacionais e estrangeiros como os manuais da
doutrina nacional doutrina da Alianccedila e as publicaccedilotildees do exeacutercito norte-americano
Durante a pesquisa constataacutemos a existecircncia de poucos trabalhos directamente
relacionados com a problemaacutetica em investigaccedilatildeo facto que julgamos ser aliciante porque
tratamos um tema importante poreacutem pouco abordado Para aleacutem desta pesquisa
bibliograacutefica realizamos tambeacutem diversas conversas de caraacutecter exploratoacuterio com Oficiais
de diferentes Armas no sentido de obter perspectivas distintas sobre a temaacutetica em estudo
O passo seguinte no processo de investigaccedilatildeo foi a formulaccedilatildeo das questotildees de
investigaccedilatildeo na qual tentamos exprimir o mais exactamente possiacutevel o que procuramos
saber (IESM 2004)
Para o tema em anaacutelise levantaram-se vaacuterias questotildees agraves quais seria pertinente obter
uma resposta sobretudo agrave questatildeo que definimos como central ldquoQual o possiacutevel
enquadramento das unidades de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo primaacuteriardquo
A partir desta questatildeo central surgem algumas questotildees derivadas
Porque razatildeo as unidades de AAA natildeo participam actualmente em MHP no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Quais os cenaacuterios de emprego das unidades de AAA em FND
Em caso de participaccedilatildeo em MHP qual seria o escalatildeo das unidades de AAA
a empregar
Seraacute que as unidades de AAA nacionais possuem o niacutevel de prontidatildeo exigido
para integrarem as NRF e os BG
Apoacutes alguma reflexatildeo sobre o tema em investigaccedilatildeo construiacutemos as hipoacuteteses de
investigaccedilatildeo ldquoestas satildeo proposiccedilotildees conjecturais que constituem respostas possiacuteveis agraves
questotildees de investigaccedilatildeordquo (Sarmento 2008 p9)
Obtendo assim as seguintes hipoacuteteses
1 Porque o CJSOR10 natildeo identifica a necessidade de uma valecircncia de protecccedilatildeo AA
da forccedila
2 Em cenaacuterios de alta intensidade ou no lanccedilamento das operaccedilotildees
3 Ao niacutevel das Unidade Escalatildeo Companhia (UEC) e das Unidades Escalatildeo Batalhatildeo
(UEB) normalmente empregues em FND seria empregue uma forccedila de organizaccedilatildeo
modular
4 Existem lacunas ao niacutevel dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
Depois de construiacutedas as hipoacuteteses de investigaccedilatildeo procedemos a um periacuteodo de
profunda reflexatildeo existindo a necessidade de seleccionar os meacutetodos cientiacuteficos11
10
CJSOR ndash Combined Joint Statement of Requirements 11
Meacutetodos em investigaccedilatildeo cientiacutefica observaccedilatildeo directa critico experimental demonstrativo sistemaacutetico
inquisitivo histoacuterico dedutivo e indutivo (Sarmento 2008)
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 5
adequados agrave presente investigaccedilatildeo e agrave obtenccedilatildeo de uma resposta agrave questatildeo central Assim
adoptaacutemos o meacutetodo criacutetico (efectuando uma observaccedilatildeo criacutetica da situaccedilatildeo actual das
unidades de AAA no que diz respeito agrave participaccedilatildeo em FND) e o meacutetodo inquisitivo (atraveacutes
da elaboraccedilatildeo de entrevistas)
Aprofundaacutemos a nossa pesquisa bibliograacutefica inicial recorrendo tambeacutem a publicaccedilotildees
perioacutedicas documentos electroacutenicos e agrave legislaccedilatildeo em vigor
Tivemos ainda a oportunidade de assistir agrave palestra onde foram apresentadas as
conclusotildees do workshop realizado no RAAA1 entre os dias 09 e 11 de Dezembro de 2008
onde foi abordado entre outros o tema relacionado com ldquoO apoio da Artilharia Antiaeacuterea agraves
Brigadas em Operaccedilotildeesrdquo e que revelou ser proveitoso para a nossa investigaccedilatildeo
Ao longo da evoluccedilatildeo do TIA as conversas exploratoacuterias com Oficiais foram
substituiacutedas por entrevistas12 semi-estruturadas13 que na nossa opiniatildeo enriqueceram
muito o presente trabalho A realizaccedilatildeo destas entrevistas permitiu conhecer a opiniatildeo dos
entrevistados sobre questotildees pertinentes ao nosso tema bem como a partilha de
experiecircncias e informaccedilotildees que de outra forma seriam impossiacuteveis de angariar
Depois da recolha de todas estas informaccedilotildees e da sua anaacutelise terminaacutemos a fase
analiacutetica do meacutetodo de investigaccedilatildeo cientiacutefica e entraacutemos na uacuteltima fase deste processo a
fase conclusiva Nesta fase procedeu-se agrave verificaccedilatildeo das hipoacuteteses levantadas
anteriormente sob as quais fundaacutemos as nossas conclusotildees
Siacutentese de Conteuacutedos
O presente trabalho eacute constituiacutedo por uma Introduccedilatildeo quatro Capiacutetulos e
ConclusotildeesPropostas
Apoacutes a Introduccedilatildeo no Capiacutetulo I procede-se agrave elaboraccedilatildeo de um Enquadramento
Conceptual que tem como finalidade familiarizar o leitor com os principais conceitos
abordados no presente trabalho
No Capiacutetulo II examina-se a participaccedilatildeo nacional em MHP procurando saber qual o
possiacutevel enquadramento das unidades de AAA neste tipo de operaccedilotildees atraveacutes da anaacutelise
de trecircs casos de estudo distintos
O Capiacutetulo III aborda os conceitos de NRF e de BG definindo os requisitos necessaacuterios
para que as unidades de AAA possam integrar estas estruturas militares de caraacutecter
multinacional
No Capiacutetulo IV procede-se ao estudo da situaccedilatildeo actual das unidades de AAA
analisando os equipamentos sistemas de armas e prontidatildeo dos militares Face agrave anaacutelise
12
Todas as entrevistas foram de caraacutecter presencial tendo sido os entrevistados previamente contactados 13
Os entrevistados responderam agraves perguntas de um guiatildeo Os guiotildees das entrevistas encontram-se em
apecircndice
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 6
realizada efectuou-se ainda uma perspectiva do que poderaacute ser a participaccedilatildeo de unidades
de AAA nacionais em MHP na NRF e nos BG
Por fim no Capiacutetulo V apresentam-se as conclusotildees e propostas onde se pretende
fundamentalmente responder agrave questatildeo central e efectuar a confirmaccedilatildeo (total ou parcial)
ou a negaccedilatildeo das hipoacuteteses previamente levantadas Apresenta-se igualmente um conjunto
de propostas que tem como objectivo melhorar algumas das lacunas identificadas durante o
presente estudo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 7
CAPIacuteTULO I
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL
Antes de iniciar a anaacutelise do tema em investigaccedilatildeo achaacutemos conveniente delinear
alguns conceitos base com o propoacutesito de enquadrar o leitor com a problemaacutetica abordada
ao longo deste TIA Importa realccedilar que acerca deste enquadramento conceptual haveria
certamente muito para acrescentar Contundo natildeo sendo esse o objectivo apelaacutemos agrave
nossa capacidade de siacutentese durante a sua elaboraccedilatildeo
I1 Forccedilas Nacionais Destacadas
O Exeacutercito tem vindo a constituir FND que tecircm sido empenhadas num quadro
multinacional sob o comando de diferentes OI Desempenham missotildees ldquoditas de paz
embora de uma forma conceptual se enquadrem naquilo que vulgarmente se designam por
Operaccedilotildees de Resposta a Crises (no acircmbito NATO) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz (no acircmbito
ONU) ou ateacute mesmo Operaccedilotildees de Estabilizaccedilatildeo e Apoio (considerando a doutrina do
exeacutercito dos EUA) rdquo (Santos 2007p235)
Ao tentarmos clarificar o conceito de FND deparamo-nos com a inexistecircncia de uma
definiccedilatildeo oficial pelo que optaacutemos por traccedilar a nossa proacutepria definiccedilatildeo e enquadraacute-la no
acircmbito da nossa investigaccedilatildeo
I11 Enquadramento Histoacuterico
ldquoAs mudanccedilas que tiveram lugar no sistema internacional desde 1991 levaram os
estados democraacuteticos ao desempenho de novos papeacuteis nas relaccedilotildees internacionais
designadamente atraveacutes do emprego de contingentes militaresrdquo (Leandro 2002 p317)
Enquadrado neste contexto Portugal tem vindo a participar activamente em MHP
sendo necessaacuterio recuar aos finais da deacutecada de oitenta para encontrar a primeira
presenccedila14 nacional na UNTAG15 onde cooperaram trecircs oficiais do Exeacutercito Portuguecircs na
supervisatildeo do processo eleitoral Esta participaccedilatildeo foi seguida da Operaccedilatildeo das Naccedilotildees
14
Esta eacute a primeira participaccedilatildeo nacional em MHP apoacutes o conflito ultramarino jaacute que a geacutenese da participaccedilatildeo
nacional remonta ao ano de 1958 com a UNOGIL (United Nation Observer Group in Lebanon) 15
UNTAG ndash United Nations Transition Assistance Group
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 8
Unidas em Moccedilambique (UNMOZ)16 entre Abril de 1993 e Dezembro de 1994 na qual o
Exeacutercito Portuguecircs contribuiu com um Batalhatildeo de Transmissotildees e com observadores
militares
A partir desta operaccedilatildeo o Exeacutercito atingiu uma absoluta integraccedilatildeo neste tipo
operaccedilotildees militares edificando um longo historial de participaccedilatildeo materializado com a
presenccedila em cerca de sessenta e quatro MHP dispersas por vinte e trecircs TO17 e dois paiacuteses
adjacentes a TO18 Ao longo da sua colaboraccedilatildeo em MHP ao abrigo das diversas OI o
Exeacutercito Portuguecircs empenhou um efectivo19 total de vinte mil quinhentos e vinte e um
militares (RCMAGabCEME 2009)
I12 Forccedilas Nacionais Destacadas ndash O Conceito
O longo histoacuterico de participaccedilatildeo nacional em missotildees no exterior tem-se concretizado
em diferentes moldes atraveacutes de militares inseridos em unidades constituiacutedas (como por
exemplo o AgrBravo na KFOR20) de observadores militares (como por exemplo os trecircs
oficiais que integraram a UNTAG) ou ainda de elementos em funccedilotildees de estado-maior
(como os militares que integraram o Quartel-General (QG) da AFOR21)
Importa distinguir a participaccedilatildeo de caraacutecter individual (observadores militares e
elementos em funccedilotildees de estado-maior) da participaccedilatildeo de unidades constituiacutedas que
actuam como uma ldquoForccedilardquo22 Assim usaacutemos o termo FND unicamente para nos referirmos
agraves unidades constituiacutedas definindo-o de acordo com aquilo que tem sido a experiecircncia
nacional23 nas uacuteltimas duas deacutecadas uma FND eacute uma unidade militar devidamente
comandada treinada equipada e enquadrada que cumpre uma missatildeo no exterior do
territoacuterio nacional no acircmbito da satisfaccedilatildeo dos compromissos internacionais assumidos por
Portugal a sua constituiccedilatildeo eacute normalmente mission tailored ou seja eacute orientada para a
missatildeo de forma a respeitar as CJSOR
Eacute estabelecido um encargo operacional de pessoal (EOP) e um encargo operacional de
material (EOM) com base numa unidade constituiacuteda do Sistema de Forccedilas Nacional (SFN)
que pode ser ajustada com moacutedulos para satisfazer as CJSOR Um exemplo deste tailoring
16
UNMOZ ndash United Nations Operation in Mozambique 17
Boacutesnia e Herzegovina Timor-Leste Angola Kosovo Moccedilambique Ex-Jugoslaacutevia Congo Guineacute-Bissau
Macedoacutenia Saara Ocidental Albacircnia Afeganistatildeo Liacutebano Croaacutecia Namiacutebia Costa do Marfim Libeacuteria Burundi
Iraque Sudatildeo Chade Etioacutepia Paquistatildeo 18
Aacutefrica do Sul e Austraacutelia 19
Referente ateacute ao mecircs de Abril de 2009 (RCMAGabCEME 2009) 20
KFOR ndash Kosovo Force 21
AFOR ndash Albania Force 22
ldquoForccedilardquo ndash ldquoUm conjunto de militares sistemas de armas equipamento ou a combinaccedilatildeo destesrdquo (JP
2006p210) 23
Ver Anexo A ndash Histoacuterico das FND nas MHP
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 9
eacute o caso das CCmds no Afeganistatildeo que incluiacuteam um TACP24 da Forccedila Aeacuterea Portuguesa
(FAP) apesar de em situaccedilotildees normais este natildeo estar previsto no quadro orgacircnico (QO)
das CCmds
No que diz respeito ao seu modo de emprego as FND possuem algumas
particularidades como o facto de atravessarem trecircs periodos25 distintos o aprontamento a
conduta da operaccedilatildeo e por fim a desactivaccedilatildeofim de missatildeo (Leandro2001)
I2 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Apoacutes a decisatildeo de analisar unicamente a participaccedilatildeo nacional em missotildees no acircmbito
da Alianccedila Atlacircntica torna-se fundamental distinguir as operaccedilotildees previstas no conceito
estrateacutegico da OTAN Estas abrangem um vasto espectro26 podendo ser operaccedilotildees com
base no artigo 5ordm27 (referentes ao Tratado do Atlacircntico Norte28) ou operaccedilotildees de natildeo-artigo
5ordm normalmente designadas por CRO
A participaccedilatildeo das FND em missotildees da OTAN efectuou-se sempre no acircmbito das CRO
razatildeo pela qual abordaacutemos a participaccedilatildeo nacional apenas neste acircmbito Este facto poreacutem
natildeo inviabiliza que as FND natildeo possam vir a ser empregues em missotildees de caraacutecter mais
robusto como por exemplo operaccedilotildees ao abrigo do artigo 5ordm da Alianccedila Atlacircntica
O facto de a participaccedilatildeo nacional ter sido sempre feita em CRO faz com que exista a
necessidade de proceder agrave sua caracterizaccedilatildeo de forma a esclarecer a sua natureza e
tipologia de operaccedilotildees
O actual sistema internacional marcado pela eclosatildeo de focos de tensatildeo e de conflitos
regionais com base em nacionalismos e diferenccedilas eacutetnicas culturais e religiosas
possibilitou o aparecimento de uma ameaccedila multifacetada imprevisiacutevel e transnacional O
advento desta ameaccedila levou os Estados ao desenvolvimento de mecanismos colectivos
para a satisfaccedilatildeo de necessidades de seguranccedila conjuntas evitando o escalar da violecircncia
a niacutevel mundial e promovendo a estabilidade internacional
Neste contexto a Alianccedila Atlacircntica tem-se assumido como catalisadora na prevenccedilatildeo e
resoluccedilatildeo de crises procedendo agrave actualizaccedilatildeo e desenvolvimento da doutrina de emprego
das FA permitindo que estas sejam empregues neste tipo de operaccedilotildees (EME 2005)
24
TACP - Tactical Air Control Party 25
Ver Anexo B - Ciclo de uma FND 26
Ver Anexo C - Espectro das Operaccedilotildees 27
Artigo 5ordm do Tratado do Atlacircntico Norte - ldquo (hellip) As Partes concordam que um ataque armado contra um ou
vaacuterios paiacuteses membros na Europa ou nos EUA seraacute considerado um ataque contra todos e consequentemente
concordam que se tal ataque armado se verificar cada um no exerciacutecio do direito de legiacutetima defesa individual
ou colectiva reconhecido pelo artigo 51 deg da Carta das Naccedilotildees Unidas prestaraacute assistecircncia agrave Parte ou Partes
atacadas (hellip) incluindo o uso da forccedila (hellip)ldquo (NATO 1949) 28
O Tratado Atlacircntico Norte foi assinado em 4 de Abril de 1949 e estabelecido ao abrigo do artigo 51ordm da Carta
das Naccedilotildees Unidas o qual reafirma o direito inerente dos Estados Independentes agrave defesa individual ou
colectiva
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 10
Perante este cenaacuterio as CRO surgem como ldquo (hellip) operaccedilotildees multifuncionais que abrangem
actividades poliacuteticas militares e civis executadas de acordo com a lei internacional
incluindo o direito internacional humanitaacuterio que contribuem para a prevenccedilatildeo e resoluccedilatildeo
de conflitos e a gestatildeo de crises (hellip) rdquo (EME 2005 14-2)
I21 Tipologia das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A tipologia das CRO compreende um vasto leque de operaccedilotildees as quais incluem um
conjunto de diversas tarefas a serem desempenhadas em tempo de paz ou de crise Estas
regem-se por um aglomerado de princiacutepios29 que tecircm como objectivo estabelecer uma
uniformidade de comportamentos entre as entidades intervenientes neste tipo de operaccedilotildees
As CRO organizam-se da seguinte forma (EME 2005)
1) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz (Peace Support Operations - PSO)
(a) Manutenccedilatildeo de Paz (Peace Keeping - PK)
(b) Imposiccedilatildeo de Paz (Peace Enforcement ndash PE)
(c) Prevenccedilatildeo de Conflitos (Conflict Prevention ndash CP)
(d) Restabelecimento de Paz (Peacemaking ndash PM)
(e) Consolidaccedilatildeo da Paz (Peace Building ndash PB)
(f) Operaccedilotildees Humanitaacuterias (Humanitarian Operations - HO)
2) Outras Operaccedilotildees e Tarefas de Resposta a Crises
(a) Apoio agraves Operaccedilotildees Humanitaacuterias
(i) Assistecircncia a Deslocados e Refugiados
(ii) Operaccedilotildees Humanitaacuterias (fora do acircmbito das PSO)
(b) Apoio a Assistecircncia a Desastres
(c) Busca e Salvamento (Search and Rescue - SAR)
(d) Apoio a Operaccedilotildees de Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
(e) Operaccedilotildees de Extracccedilatildeo
(f) Apoio agraves Autoridades Civis
(g) Imposiccedilatildeo de Sanccedilotildees e Embargos
I22 Manutenccedilatildeo de Paz vs Imposiccedilatildeo de Paz
A participaccedilatildeo nacional tem ocorrido maioritariamente em duas situaccedilotildees PK e PE
Deste modo decidimos caracterizar detalhadamente estas duas situaccedilotildees
As operaccedilotildees de PK ldquo (hellip) satildeo geralmente realizadas em conformidade com os
princiacutepios do Capiacutetulo VI da Carta das Naccedilotildees Unidas a fim de acompanhar e facilitar a
implementaccedilatildeo de um acordo de paz Uma perda de consentimento ou a falta de
29
Ver Anexo D - Os Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 11
cumprimento por uma das partes podem limitar a liberdade de acccedilatildeo da forccedila de
manutenccedilatildeo de paz e ateacute ameaccedilar a continuidade da missatildeo Assim a forccedila deve
permanecer imparcial limitar o uso da forccedila agrave auto-defesa e promover o consentimento (hellip)
30rdquo (NATO 2005 2-4)
Relativamente agraves operaccedilotildees de PE ldquo (hellip) satildeo efectuadas sob os princiacutepios do capiacutetulo
VII da Carta das Naccedilotildees Unidas Satildeo de natureza coerciva e realizadas quando o
consentimento entre as partes envolvidas natildeo foi atingido ou seja incerto Estas operaccedilotildees
satildeo executadas para manter ou restabelecer a paz de forma a cumprir as condiccedilotildees
especificadas no mandato Eacute importante salientar que o objectivo das operaccedilotildees de PE natildeo
eacute a derrota ou destruiccedilatildeo de um inimigo mas sim a coacccedilatildeo e persuasatildeo das partes em
conflito (hellip)31rdquo (NATO 2005 2-4)
I3 A Ameaccedila Aeacuterea
No sentido de finalizar este primeiro capiacutetulo dedicado agrave conceptualizaccedilatildeo
procederemos agrave caracterizaccedilatildeo da ameaccedila aeacuterea Abordando unicamente a participaccedilatildeo em
missotildees sob a eacutegide da OTAN eacute necessaacuterio equacionar todos os cenaacuterios possiacuteveis de
participaccedilatildeo das FND quer seja em CRO como tem vindo a suceder ou em operaccedilotildees ao
abrigo do artigo 5ordm da Alianccedila Atlacircntica
A ameaccedila aeacuterea eacute composta por meios tradicionais como os aviotildees e os helicoacutepteros de
ataque No entanto a proliferaccedilatildeo de sistemas natildeo tripulados como miacutesseis (baliacutesticos e de
cruzeiro) e veiacuteculos aeacutereos natildeo tripulados (UAV)32 ampliaram o conjunto de meios que
caracteriza a ameaccedila aeacuterea
Na tipologia33 da ameaccedila aeacuterea os sistemas natildeo tripulados assumem-se como os
meios mais susceptiacuteveis de serem utilizados pelo seu custo manutenccedilatildeo sustentaccedilatildeo e
elevada capacidade de destruiccedilatildeo Estas caracteriacutesticas fazem com que estes sistemas
sejam preferidos aos tradicionais aviotildees e helicoacutepteros de ataque que satildeo mais
dispendiosos em termos de aquisiccedilatildeo manutenccedilatildeo e treino de tripulaccedilotildees (HDA 2000)
Estes meios tripulados poderatildeo ser utilizados pelo opositor em conflitos no acircmbito do artigo
5ordm da Alianccedila Atlacircntica ou em situaccedilotildees em que se enfrenta um adversaacuterio que dispotildee de
um exeacutercito organizado e coerente
No que diz respeito ao caraacutecter assimeacutetrico que marca a actual conflitualidade eacute
necessaacuterio ter em conta uma nova ameaccedila que se tem manifestado nos TO mais recentes
a ameaccedila RAM34 Esta ldquonovardquo ameaccedila eacute caracterizada pela utilizaccedilatildeo de sistemas de baixo
30
Traduccedilatildeo Livre 31
Traduccedilatildeo Livre 32
UAV - Unmanned Aerial Vehicles 33
Ver Anexo E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea 34
RAM - Rockets Artillery amp Mortar
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 12
custo baseados em Foguetes Artilharia e Morteiros A ameaccedila RAM natildeo se enquadra no
conjunto de meios (tripulados e natildeo tripulados) que caracteriza a tradicional ameaccedila aeacuterea
Contundo o facto de utilizar o vector aeacutereo para se materializar leva a que os consideremos
como tal
Ainda no acircmbito da ameaccedila aeacuterea satildeo igualmente passiacuteveis de ser utilizados aviotildees
ultraleves ou aeronaves renegade35 contra instalaccedilotildees de forccedilas multinacionais ou contra
interesses das facccedilotildees envolvidas no conflito com o objectivo de desestabilizarem o
processo de paz ou criar um foco de instabilidade
Considerando o actual ambiente das CRO a ameaccedila aeacuterea pode ser caracterizada pela
utilizaccedilatildeo de sistemas pouco dispendiosos e de faacutecil acesso por parte de actores menores
envolvidos neste processo ldquo (hellip) hoje em dia fala-se na capacidade de grupos terroristas
utilizarem morteiros aviotildees ligeiros drones e UAVrsquos visto que estes natildeo satildeo meios muito
sofisticados e podem-se transformar numa ameaccedila aeacuterea (hellip) ldquo (Benroacutes 2009)36
35
Trata-se de uma plataforma aeacuterea civil que se julga estar a operar de uma tal maneira que levanta suspeitas
de poder ser usada como arma para executar um ataque terrorista Existe um exemplo bem recente apesar de
natildeo se ter verificado em operaccedilotildees o ataque de 11 de Setembro de 2001 (Borges 2008) 36
Ver Apecircndice B - Guiatildeo da Entrevista ao TCor Art Varela Benroacutes
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 13
CAPIacuteTULO II
A PARTICIPACcedilAtildeO DE FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS
EM OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES
Neste capiacutetulo procederemos agrave anaacutelise da participaccedilatildeo do Exeacutercito com FND em
missotildees da OTAN37 O primeiro passo neste estudo seraacute seleccionar quais as operaccedilotildees a
analisar visto que por questotildees de tempo e espaccedilo torna-se impossiacutevel abordar todas as
operaccedilotildees realizadas no acircmbito da Alianccedila Atlacircntica
Optou-se pela escolha de duas operaccedilotildees em particular a participaccedilatildeo na IFOR38 que
ocorreu na Boacutesnia e Herzegovina no ano de 1996 e a participaccedilatildeo na KFOR no TO do
Kosovo iniciada em 1999 e actualmente ainda em curso39
O longo historial das FND revela-nos que nunca foi integrado qualquer tipo de unidades
(Grupo Bateria) ou subunidades (pelotatildeo secccedilatildeo) de AAA Procurou-se com esta anaacutelise
conceptual saber qual o eventual enquadramento que a AAA poderaacute ter neste tipo de
operaccedilotildees
Para aleacutem da caracterizaccedilatildeo dos TO para onde as FND foram projectadas importa
averiguar a eventual empregabilidade de uma subunidade de AAA de organizaccedilatildeo modular
nas UEC ou UEB que actualmente satildeo empregues em CRO De forma a obter resultados
fidedignos neste campo recorreu-se agrave experiecircncia de quem esteve no TO e sentiu as
dificuldades de comandar uma FND em operaccedilotildees deste geacutenero Recorremos assim agrave
experiecircncia partilhada de trecircs comandantes de FND e tentaacutemos transpor para o papel todo
o conhecimento transmitido com o objectivo de esclarecer a problemaacutetica em estudo
II1 A Participaccedilatildeo Nacional na IFOR
O primeiro TO escolhido para estudar a problemaacutetica de investigaccedilatildeo foi o da Boacutesnia e
Herzegovina que contou com a participaccedilatildeo portuguesa na forccedila multinacional IFOR em
Janeiro de 1995 durante a operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo40 Com esta presenccedila na Initial Entry
37
Ver Anexo F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte 38
IFOR - Implementation Force 39
Com o empenhamento do 1ordm Batalhatildeo de Infantaria da BrigInt constituiacutedo por 290 militares (EMGFA 2009) 40
Nome de coacutedigo da operaccedilatildeo IFOR conduzida pela OTAN na Boacutesnia e Herzegovina entre 20 de Dezembro de
1995 e 20 de Dezembro de 1996 (NATO 2001)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 14
Force o Exeacutercito integrou pela primeira vez uma UEB na estrutura de forccedilas da Alianccedila
Atlacircntica
Antes da anaacutelise da participaccedilatildeo nacional na IFOR procedeu-se agrave descriccedilatildeo dos
antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina permitindo compreender a intervenccedilatildeo
da comunidade internacional atraveacutes da OTAN e da IFOR
II11 Antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina
A Ex-Federaccedilatildeo da Jugoslaacutevia foi ateacute 1990 constituiacuteda pelas Repuacuteblicas da Croaacutecia
Seacutervia Esloveacutenia Boacutesnia Macedoacutenia e Monte Negro Em 1991 a Esloveacutenia e a Croaacutecia
efectivaram o seu desejo de abandonar a Federaccedilatildeo da Jugoslaacutevia e a situaccedilatildeo tornou-se
insustentaacutevel quando 94 dos eleitores na Croaacutecia aprovaram em referendo a
independecircncia que foi proclamada em 25 de Junho de 1991 No mesmo dia a Esloveacutenia
declarava a independecircncia o que originou a guerra com a intervenccedilatildeo do Exeacutercito do Povo
Jugoslavo em resposta agraves tomadas de posiccedilatildeo da Esloveacutenia e da Croaacutecia
Em 29 de Fevereiro de 1992 era realizado um referendo na Boacutesnia e Herzegovina
tendo a maioria (muccedilulmanos e croatas) obtido um resultado de 99 a favor da
independecircncia Com este resultado tambeacutem a Boacutesnia e Herzegovina se viria a tornar
independente no dia 3 de Marccedilo de 1992 sendo reconhecida pela Comunidade Europeia
trecircs dias depois
Em Maio de 1992 o Conselho de Seguranccedila das Naccedilotildees Unidas (CSNU) atraveacutes da
UNSCR41 752 exigia o fim dos combates na Boacutesnia e Herzegovina aprovando o envio da
UNPROFOR42 para esta regiatildeo
Acompanhando as restantes repuacuteblicas tambeacutem a Macedoacutenia declarou a sua
independecircncia no dia 8 de Abril de 1993
A UNPROFOR sob os auspiacutecios da ONU natildeo conseguiu controlar a crise existente nos
Balcatildes obrigando a OTAN a intervir por diversas vezes para fazer respeitar a zona de
exclusatildeo do espaccedilo aeacutereo43 imposta sobre a Boacutesnia e Herzegovina ao abrigo da UNSCR
781 Apesar das sanccedilotildees impostas pela ONU a situaccedilatildeo agravou-se e assistiu-se mesmo a
uma escalada da violecircncia o que obrigou a OTAN a elaborar planos de emergecircncia para
apoiar uma eventual retirada das tropas da ONU da Boacutesnia e Herzegovina Assiste-se a um
intenso debate poliacutetico para alcanccedilar uma soluccedilatildeo poreacutem as partes envolvidas tardavam a
chegar a um acordo enquanto que no terreno a OTAN intensificava os raids e os
bombardeamentos aeacutereos em resposta aos ataques aeacutereos seacutervios na zona de exclusatildeo do
espaccedilo aeacutereo estabelecida pela Alianccedila
41
UNSCR - United Nations Security Council Resolution 42
UNPROFOR - United Nations Protection Force 43
ldquoNo-Fly Zonesrdquo
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 15
Finalmente no dia 5 de Outubro de 1995 era assinado um acordo geral de cessar-fogo
proposto pelos Estados Unidos da Ameacuterica (EUA) sendo aceite por todas as partes
beligerantes iniciando-se as negociaccedilotildees de paz
O Acordo de Paz de Dayton44 veio consolidar o acordo geral de cessar-fogo
constituindo-se como o teacutermino de uma guerra que durou cerca de trecircs anos e meio e
provocou centenas de milhares de mortos Ao abrigo deste acordo foram estabelecidas
duas entidades no territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina a Repuacuteblica seacutervia da Boacutesnia e a
Federaccedilatildeo Croata Muccedilulmana Estas duas entidades encontravam-se separadas por uma
linha (IEBL)45 sobre a qual foi criada uma aacuterea de seguranccedila materializada no terreno por
uma faixa de dez quiloacutemetros designada por zona de separaccedilatildeo (ZOS)46 (Saraiva 2008)
A IFOR interveacutem no territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina ao abrigo da UNSCR 1031 com
a missatildeo47 de fiscalizar e impor o cumprimento do Acordo de Paz de Dayton A estrutura de
comando da IFOR48 era composta por trecircs divisotildees lideradas pela Franccedila Reino Unido e
EUA
II12 Case-study o Agrupamento Juacutepiter na Boacutesnia e Herzegovina
A 16 de Dezembro de 1995 eacute aprovado o plano operacional da IFOR pelo Conselho do
Atlacircntico Norte (NAC49) iniciando-se a operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo para garantir o
cumprimento do Acordo de Paz de Dayton
A primeira FND a ser projectada para o TO da Boacutesnia e Herzegovina foi o 2ordm Batalhatildeo
de Infantaria Aerotransportada (2ordm BIAT) pertencente agrave antiga Brigada Aerotransportada
Independente (BAI) ao qual se juntou o Destacamento de Apoio Sanitaacuterio Esta FND
passou a denominar-se Agrupamento Juacutepiter (AgrJuacutepiter) constituindo o nosso primeiro
case-study
No dia 10 de Agosto de 1996 o 2ordm BIAT substitui o 3ordm BIAT incorporando-se no
AgrJuacutepiter e prosseguindo a missatildeo Em Agosto de 1996 o AgrJuacutepiter era constituiacutedo50 por
um Batalhatildeo de Infantaria (3ordm BIAT) a trecircs companhias de atiradores por uma companhia de
apoio de combate por uma companhia de apoio de serviccedilos e por um destacamento de
apoio de serviccedilos ldquomusculadordquo que garantia todo o fluxo logiacutestico agraves tropas nacionais
44
Ver Anexo G - O Acordo de Paz de Dayton 45
IEBL - Inter Entity Boundary Line 46
ZOS - Zone Of Separation 47
Ver Anexo H - Missatildeo da IFOR 48
Ver Anexo I - Estrutura de C2 da IFOR em 1996
49 NAC ndash North Atlantic Council
50 O seu efectivo total era de 911 militares (Saraiva 2008)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 16
Em 1996 o TO da Boacutesnia e Herzegovina era caracterizado como bastante incerto51
principalmente na fase inicial da operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo devido aos focos de
instabilidade que se faziam sentir na regiatildeo O AgrJuacutepiter ocupava o sector de Goradze um
dos mais complicados na regiatildeo que era descrito por ser ldquo (hellip) um sector extremamente
tenso com vaacuterios pontos quentes (hellip) rdquo (Saraiva 2009)52
Relativamente agrave presenccedila de unidades de AAA no TO existiam em toda a estrutura do
escalatildeo superior Segundo Saraiva (2009) tanto a Brigada Italiana (MNBN53) onde a FND
estava inserida como a proacutepria Divisatildeo Francesa (MNDSE54) dispunham de unidades de
AAA no entanto estas ldquo (hellip) nunca foram vistas no sector portuguecircs (hellip) rdquo (Saraiva 2009)
Admitindo a existecircncia da ameaccedila aeacuterea no TO ainda que teacutenue parece-nos que a
inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA faria todo o sentido uma vez que a aacuterea de
responsabilidade (AOR)55 do AgrJuacutepiter era composta por vaacuterios pontos sensiacuteveis Satildeo
exemplos desses pontos uma torre de comunicaccedilotildees um repetidor operado por elementos
do escalatildeo superior (Brigada Italiana) e uma torre explorada por elementos da Divisatildeo
Francesa em acccedilotildees de guerra electroacutenica O comandante do AgrJuacutepiter refere que ldquo (hellip)
todos esses pontos exigiriam com certeza protecccedilatildeo AA porque caso a ameaccedila aeacuterea
fosse maior e se materializasse noacutes teriacuteamos que ter esses meios correndo o risco de
ficarmos completamente isolados no TO (hellip) ldquo (Saraiva 2009)
Verifica-se assim que a FNDIFOR poderia eventualmente incluir uma subunidade de
AAA de organizaccedilatildeo modular dimensionada agrave FND Ao existir este moacutedulo e estando
devidamente integrado na estrutura de C2 do escalatildeo superior este ldquo (hellip) acrescentaria
muitas capacidades agrave forccedila ldquo (Saraiva 2009)
II2 A Participaccedilatildeo Nacional na KFOR
A segunda operaccedilatildeo da OTAN que nos propusemos a investigar refere-se ao TO do
Kosovo o qual levou agrave intervenccedilatildeo da Alianccedila Atlacircntica atraveacutes da KFOR Tambeacutem nesta
missatildeo a participaccedilatildeo nacional concretizou-se desde o primeiro momento com a integraccedilatildeo
de uma FND na Initial Entry Force em 1999 o Agrupamento Bravo (AgrBravo) da antiga
BAI
51
ldquoEstamos perfeitamente conscientes de que os acordos de paz satildeo fraacutegeis e imperfeitos e de que a IFOR eacute
uma operaccedilatildeo natildeo isenta de riscos (hellip) ldquo Excerto retirado do discurso do Ministro da Defesa Nacional Dr
Antoacutenio Vitorino no IV Seminaacuterio para Altos funcionaacuterios e Chefes de Missatildeo do Ministeacuterio dos Negoacutecios
Estrangeiros em 4 de Janeiro de 1996 52
Ver Apecircndice C - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel de Infantaria Ref Pires Saraiva Comandante da FNDIFOR
(AgrJupiteacuter) no ano de 1996 53
MNBN - Multinational Brigade North 54
MNDSE - Multinational Division Southeast 55
AOR - Area Of Responsability
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 17
Desde a participaccedilatildeo inicial do AgrBravo ateacute agrave actual presenccedila do 1ordm Batalhatildeo de
Infantaria da BrigInt Portugal tem-se constituiacutedo como presenccedila habitual na KFOR Durante
a uacuteltima deacutecada o Exeacutercito Portuguecircs participou sucessivamente com FND na KFOR
excepccedilatildeo feita agrave interrupccedilatildeo ocorrida entre os anos de 2001 e 2004 devido agrave necessidade
de tropas para a participaccedilatildeo no TO de Timor-Leste
Agrave semelhanccedila do conflito da Boacutesnia e Herzegovina antes da anaacutelise dos case-study
efectuou-se um breve enquadramento dos antecedentes que levaram agrave sua intervenccedilatildeo da
OTAN no territoacuterio do Kosovo
II21 Antecedentes do Conflito do Kosovo
A proviacutencia do Kosovo fica situada no Sul do territoacuterio da Repuacuteblica da Seacutervia
possuindo uma populaccedilatildeo mista com maioria de etnia albanesa Ateacute 1989 a proviacutencia
beneficiou de um elevado grau de autonomia dentro do territoacuterio da antiga Ex-Jugoslaacutevia No
entanto quando Slobodan Milosevic56 subiu ao poder a proviacutencia perdeu a sua autonomia
ficando sob o controlo directo de Belgrado o que levou os albaneses residentes no Kosovo
a oporem-se radicalmente a esta decisatildeo
Durante o ano de 1998 os confrontos entre as forccedilas da Seacutervia e os kosovares
albaneses resultaram em mais de mil e quinhentos mortos e quatrocentos mil refugiados A
comunidade internacional manifestou preocupaccedilatildeo relativamente agrave cataacutestrofe humanitaacuteria e
agrave permanente escalada do conflito com a possibilidade de este se estender a paiacuteses
vizinhos
A UNSCR 1199 exteriorizava uma profunda preocupaccedilatildeo com o excessivo uso de forccedila
por parte das forccedilas da Seacutervia apelando tambeacutem ao cessar-fogo por ambas as partes do
conflito e estabelecendo um limite maacuteximo de forccedilas seacutervias no Kosovo Ficou tambeacutem
acordado que a Organizaccedilatildeo para a Seguranccedila e Cooperaccedilatildeo na Europa (OSCE)
estabelecesse uma unidade de observaccedilatildeo a Missatildeo de Verificaccedilatildeo no Kosovo (KVM)57
para observar o cumprimento das directivas do CSNU
Apesar de todos os esforccedilos a situaccedilatildeo no Kosovo agravou-se novamente apoacutes uma
seacuterie de actos de provocaccedilatildeo de ambas as partes As forccedilas militares e policiais seacutervias
intensificaram o uso da forccedila nas suas operaccedilotildees contra os kosovares albaneses
movimentando tropas e meios militares para a regiatildeo num claro desrespeito agrave UNSCR 1199
Este facto fez com que a KVM se retirasse da regiatildeo pois para aleacutem de natildeo poder cumprir a
sua missatildeo de observaccedilatildeo tambeacutem enfrentava oposiccedilatildeo das forccedilas seacutervias
56
Slobodan Milosevic foi presidente da Repuacuteblica da Seacutervia entre 1989 e 1997 e presidente da Jugoslaacutevia entre
1997 e 2000 Em 2001 foi acusado pelo Tribunal Penal Internacional de Haia por crimes de guerra contra a
humanidade e genociacutedio cometidos durante a guerra civil da Jugoslaacutevia 57
KVM ndash Kosovo Verification Mission
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 18
O presidente Milosevic recusou-se a cumprir a UNSCR 1199 e no dia 23 de Marccedilo de
1999 a Alianccedila iniciou os ataques aeacutereos com a operaccedilatildeo ldquoAllied Forcerdquo Esta campanha
aeacuterea duradoura de setenta e sete dias terminou no dia 10 de Junho de 1999 quando o
Secretaacuterio-Geral da OTAN Javier Solana anunciou suspender temporariamente as
operaccedilotildees aeacutereas da OTAN contra a Jugoslaacutevia Esta decisatildeo foi tomada pelo NAC depois
de atingido um consenso e de o Comandante Supremo Aliado da Europa (SACEUR) ter
confirmado que as forccedilas jugoslavas tinham iniciado a sua retirada do Kosovo Esta retirada
encontrava-se em conformidade com o Acordo Teacutecnico Militar (MTA58)
No dia 10 de Junho foi aprovada a UNSCR 1244 que congratulava a aceitaccedilatildeo dos
princiacutepios sobre a soluccedilatildeo poliacutetica para a crise no Kosovo por parte da Repuacuteblica Federal da
Jugoslaacutevia A UNSCR 1244 incluiacutea um fim imediato da violecircncia e uma raacutepida retirada das
suas forccedilas militares policiais e paramilitares do Kosovo Com a adopccedilatildeo desta resoluccedilatildeo o
NAC iniciou os preparativos para o envio raacutepido de uma forccedila de seguranccedila mandatada pelo
CSNU (NATO 2001)
A KFOR59 entrou no Kosovo no dia 12 de Junho de 1999 executando a Operaccedilatildeo ldquoJoint
Guardianrdquo60 com uma forccedila de caraacutecter multinacional inicialmente constituiacuteda por cerca de
vinte mil militares divididos entre seis brigadas (MNB61) lideradas respectivamente pela
Alemanha EUA Franccedila Itaacutelia e duas pelo Reino Unido Estas seis brigadas foram
implantadas territorialmente62 dando origem a cinco sectores sob o comando unificado do
Comandante da KFOR (COMKFOR63) (NATO 1999)
II22 Case-study o Agrupamento Bravo no Kosovo
O segundo case-study eacute o AgrBravo que integrou a KFOR durante Operaccedilatildeo ldquoJoint
Guardianrdquo ocupando o sector de Klina entre Agosto de 1999 e Fevereiro de 2000 Era
constituiacutedo64 por trecircs esquadrotildees dois esquadrotildees de reconhecimento (um equipado com
viaturas de rodas e o outro com viaturas de lagartas) e um esquadratildeo de apoio de serviccedilos
Chegados ao terreno os militares portugueses foram confrontados com um cenaacuterio
devastador ldquo (hellip) encontrava-se tudo destruiacutedo os edifiacutecios as casas as igrejas etc () rdquo
(Calccedilada 2009)65 Este era o aspecto tiacutepico de uma regiatildeo que foi palco dos sucessivos
58
MTA ndash Military Technical Agreement 59
Ver Anexo J - Missatildeo da KFOR 60
Nome de coacutedigo da operaccedilatildeo KFOR conduzida pela OTAN na proviacutencia seacutervia do Kosovo a partir de 10 de
Junho de 1999 (NATO 2009) 61
MNB ndash Multinational Brigade
62
Ver Anexo K ndash Estrutura de C2 da KFOR
63 COMKFOR ndash Commander KFOR
64 O seu efectivo era de 295 militares 30 oficiais 74 sargentos e 191 praccedilas (Pires 2007)
65 Ver Apecircndice D - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Cavalaria Tirocinado Antunes Calccedilada Comandante da
FNDKFOR (AgrBravo) no ano de 1999
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 19
confrontos entre os militantes do UCK66 e as forccedilas militares seacutervias e posteriormente da
campanha aeacuterea da Alianccedila Atlacircntica O Comandante do AgrBravo refere que ldquo (hellip)
aquando da nossa chegada encontraacutemos um teatro de operaccedilotildees totalmente incerto e
totalmente instaacutevel (hellip) rdquo (Calccedilada 2009)
Inicialmente as operaccedilotildees do AgrBravo eram de imposiccedilatildeo de paz uma vez que os
militantes do UCK autoproclamados como o Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo se
recusavam a depor as armas Confrontados com esta situaccedilatildeo os militares do AgrBravo
adoptaram uma postura riacutegida afirmando a sua posiccedilatildeo e executando vaacuterias operaccedilotildees de
Busca e Cerco com o objectivo de desarmar e desmilitarizar o UCK Superada esta fase
inicial as operaccedilotildees passaram a ser desenroladas com normalidade no acircmbito da
manutenccedilatildeo de paz realizando tarefas de patrulhamento e de seguranccedila a locais religiosos
bem como acccedilotildees CIMIC67 e operaccedilotildees psicoloacutegicas (PSYOPS)68
No que diz respeito agrave Brigada Multinacional Oeste de comando Italiano (MNBW69) na
qual o AgrBravo estava integrado tambeacutem natildeo dispunha de qualquer unidade de AAA uma
vez que a ameaccedila aeacuterea era considerada remota Todavia existia um plano de
contingecircncias que poderia ser activado ldquo (hellip) caso os seacutervios natildeo aprovassem o rumo que o
Kosovo estava levar e resolvessem intervir utilizando algumas aeronaves que tivessem
disponiacuteveis (hellip) rdquo (Calccedilada 2009) Caso existisse necessidade de activar esse plano de
contingecircncias a Brigada Italiana tinha em Itaacutelia uma Bateria de Artilharia Antiaeacuterea (BAAA)
preparada para ser projectada para o TO
Achamos que caso o plano de contingecircncias fosse activado as unidades italianas
usufruiriam de prioridade no que diz respeito agrave protecccedilatildeo AA dada a escassez de meios Agrave
semelhanccedila das forccedilas italianas deveriacuteamos dispor de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA pronto
a ser projectado para o TO que garantisse a protecccedilatildeo AA da AOR do AgrBravo Desta
forma salvaguardariacuteamos quaisquer lacunas na protecccedilatildeo AA (garantida pelo escalatildeo
superior)
Segundo Benroacutes (2002) existiam outras naccedilotildees na KFOR que dispunham de unidades
de AAA como os EUA que lideravam a Brigada Multinacional Este (MNBE70) Dispunham de
um BAAA equipada com o miacutessil portaacutetil Stinger a qual esteve no TO durante toda a fase
inicial da missatildeo da KFOR sendo depois substituiacuteda por uma unidade de radares de AAA
(equipada com o sistema radar Sentinel) que tinha como missatildeo a vigilacircncia do espaccedilo
aeacutereo
66
UCK - Ushtria Clivoimtare Kosoves (em albanecircs) significa Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo 67
CIMIC - Civil-Military Cooperation 68
PSYOPS - Physiological Operations 69
MNBW - Multinational Brigade West 70
MNBE - Multinational Brigade East
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 20
Tambeacutem a Alemanha paiacutes que liderava a Brigada Multinacional Sul (MNBS71) possuiacutea
unidades de AAA nesta fase inicial da missatildeo As tropas alematildes tinham ao dispor uma
BAAA equipada com o miacutessil portaacutetil Stinger Agrave semelhanccedila das tropas norte-americanas
esta BAAA foi substituiacuteda com o desenrolar da missatildeo internacional no Kosovo por uma
unidade de Poliacutecia Militar
O facto de em 1999 existirem unidades de AAA no TO do Kosovo prova que apesar de
a ameaccedila aeacuterea ser bastante remota ela existia e poderia materializar-se jaacute que se tratava
da fase inicial da operaccedilatildeo normalmente caracterizada pela incerteza e pelo
desconhecimento das capacidades dos beligerantes
Quanto agrave inclusatildeo de uma subunidade de AAA de organizaccedilatildeo modular no AgrBravo
notamos que o facto de a estrutura do escalatildeo superior (MNBW) natildeo dispor de qualquer tipo
de unidades de AAA impediria a inserccedilatildeo deste moacutedulo na FND Isso soacute aconteceria se o
plano de contingecircncias fosse activado e a Brigada Italiana projectasse a BAAA que se
encontrava em stand by
O facto de existirem outras forccedilas presentes no restante TO com meios de AAA
permitiria que o moacutedulo nacional se integrasse na estrutura de defesa aeacuterea do TO e
contribuiacutesse para a protecccedilatildeo AA do TO
II23 Case-study o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista no Kosovo
O terceiro case-study que nos propusemos a analisar foi o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-
quedista (BIPara) que esteve destacado no TO do Kosovo entre Setembro de 2005 e Marccedilo
de 2006 cumprindo a missatildeo de reserva taacutectica (TACRES)72 do COMKFOR
O BIPara encontrava-se aquartelado nas proximidades do QG da KFOR na regiatildeo de
Pristina no Camp Slim Lines que partilhava com uma forccedila de reconhecimento britacircnica e
com um pelotatildeo de Poliacutecia Militar esloveno O BIPara73 era constituiacutedo por trecircs companhias
duas companhias de atiradores (equipadas com viaturas de rodas) e uma companhia de
apoio de serviccedilos
Em 2005 o TO do Kosovo estava calmo e natildeo existiam focos de instabilidade situaccedilatildeo
bastante diferente daquela que o AgrBravo encontrou agrave sua chegada Apesar de
ocasionalmente surgirem algumas situaccedilotildees que despertavam maior preocupaccedilatildeo o
ambiente era estaacutevel tendo sido o UCK totalmente desmilitarizado
Se na fase inicial da presenccedila da KFOR a probabilidade de a ameaccedila aeacuterea se
concretizar era reduzida nesta fase da operaccedilatildeo ldquoJoint Guardianrdquo natildeo existia qualquer tipo
de ameaccedila aeacuterea prevalecendo um profundo conhecimento das partes beligerantes e das
71
MNBS - Multinational Brigade South 72
TACRES - Tactical Reserve Esta reserva taacutectica tinha como finalidade a demonstraccedilatildeo de forccedila por parte do
COMKFOR (Sobreira 2009) 73 O seu efectivo era de 299 militares 30 oficiais 57 sargentos e 212 praccedilas (Calmeiro e Magro 2005)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 21
suas capacidades O Kosovo era nesta fase um TO ldquomadurordquo (hellip) o centro de operaccedilotildees
conjunto lanccedilava drones que permitiam assistir in loco agraves operaccedilotildees e intervinha
directamente no canal de comando se assim fosse necessaacuterio esta situaccedilatildeo soacute se
conseguia porque existia superioridade aeacuterea () ldquo (Sobreira 2009)74
Nesta etapa avanccedilada da presenccedila internacional no Kosovo natildeo existem registos do
emprego de unidades de AAA por qualquer naccedilatildeo interveniente na KFOR visto que a
ameaccedila aeacuterea eacute totalmente inexistente Neste contexto o Exeacutercito natildeo eacute excepccedilatildeo e
quando interrogado acerca das capacidades que um moacutedulo de AAA poderia acrescentar agrave
FNDKFOR o Cmdt do BIPara responde ldquo No cenaacuterio em que estaacutevamos enquadrados natildeo
se justificaria as carecircncias sentidas eram em termos de pessoal disponiacutevel para as
patrulhas e reconhecimento O proacuteprio moacutedulo de morteiros pesados do Batalhatildeo era uma
forma dissimulada de ter mais um pelotatildeo disponiacutevel e este era utilizado para garantir o
serviccedilo de guarniccedilatildeo ao aquartelamento (hellip) ldquo (Sobreira 2009)
II3 Reflexotildees sobre o emprego de AAA em CRO
Para existir participaccedilatildeo de unidades de AAA integradas em forccedilas multinacionais da
Alianccedila Atlacircntica (como eacute o caso da IFOR e da KFOR) eacute necessaacuterio que essa valecircncia se
encontre inventariada no documento CJSOR Este documento eacute elaborado pelos oacutergatildeos da
OTAN identificando as unidades necessaacuterias e as capacidades miacutenimas que essas
unidades devem conter para integrar as diversas forccedilas multinacionais
Depois de consultarmos75 os CJSOR das uacuteltimas participaccedilotildees nacionais em CRO
(referimo-nos ao uacuteltimo CJSOR elaborado para a KFOR e ao CJSOR da ISAF76 ambos
datados do ano de 2005) verificaacutemos que estes natildeo mencionavam qualquer necessidade
de emprego de unidades de AAA Esta situaccedilatildeo pode ser considerada normal tendo em
conta que no TO do Kosovo em 2005 natildeo existia ameaccedila aeacuterea como se verificou
anteriormente Quanto ao TO do Afeganistatildeo o facto de natildeo haver cabimento orgacircnico no
CJSOR para as unidades de AAA revela que natildeo foi identificada nenhuma ameaccedila aeacuterea
pela OTAN aquando da elaboraccedilatildeo do respectivo CJSOR
A situaccedilatildeo na Boacutesnia e Herzegovina em 1996 e no Kosovo em 1999 nas quais existiam
unidades de AAA no terreno eacute um claro indicador de que os CJSOR dessas operaccedilotildees
previam o emprego deste tipo de unidades e que a ameaccedila aeacuterea se poderia materializar
nesses TO
74
Ver Apecircndice E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel de Infantaria Sobreira Comandante da FNDKFOR
(BIPara) no ano de 2005 75
Estas consultas foram feitas na Divisatildeo de Operaccedilotildees do Estado-Maior General das Forccedilas Armadas
(DIOPEMGFA) 76
ISAF - International Security Assistance Force
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 22
No que diz respeito agrave participaccedilatildeo nacional em CRO verifica-se que tem ocorrido de
acordo com os niacuteveis de ambiccedilatildeo expliacutecitos no Conceito Estrateacutegico Militar (CEM)
empenhando normalmente UEB ou UEC No entanto eacute oportuno relembrar que o CEM
prevecirc igualmente em alternativa agraves trecircs UEB a projecccedilatildeo de uma Brigada actuando em todo
o espectro de operaccedilotildees De acordo com os conceitos doutrinaacuterios a unidade miacutenima de
apoio eacute a Brigada a qual eacute apoiada com uma BAAA (EME 1997)
Em CRO as naccedilotildees que disponibilizam o comando de Brigada satildeo igualmente
responsaacuteveis por garantir as valecircncias da Forccedila ditas ldquomais criacuteticasrdquo (veja-se o exemplo da
Alemanha e dos EUA na KFOR) Desta forma verifica-se o emprego doutrinaacuterio de uma
BAAA em apoio a uma Brigada
O facto de Portugal ter vindo a participar com unidades ateacute UEB inviabiliza a projecccedilatildeo
de uma unidade doutrinaacuteria de AAA (a BAAA) No entanto esta situaccedilatildeo natildeo deve constituir
obstaacuteculo agrave participaccedilatildeo nacional de unidades de AAA neste tipo de operaccedilotildees a qual pode
ser realizada adequando as unidades de AAA ao actual niacutevel de ambiccedilatildeo nacional (UEB)
Pode ser assim empenhada uma subunidade de organizaccedilatildeo modular como por exemplo
um pelotatildeo de AAA
O exemplo da IFOR eacute esclarecedor O facto de todo o escalatildeo superior possuir
unidades de AAA faz com que a organizaccedilatildeo modular de AAA se justifique pois apesar da
FNDIFOR estar dentro da AOR da MNBN a protecccedilatildeo da forccedila eacute da responsabilidade
nacional Aleacutem disso em situaccedilotildees de abertura de TO onde natildeo existem certezas da
capacidade das partes beligerantes entendemos que natildeo deve existir lugar para
facilitismos77
Face agrave anaacutelise realizada verifica-se que o actual tailoring utilizado na concepccedilatildeo das
FND para actuarem em MHP (neste caso em CRO) pode incluir um moacutedulo de protecccedilatildeo
AA O facto de em termos conceptuais existir uma janela de oportunidade para as unidades
de AAA participarem neste tipo de missotildees (atraveacutes da inclusatildeo do respectivo moacutedulo)
conduz-nos a outra questatildeo relacionada com o tipo de operaccedilotildees e de TO em que este
moacutedulo pode ser empregue Neste domiacutenio constata-se igualmente que a participaccedilatildeo de
unidades de AAA em CRO pode e deve ser feita dando ecircnfase agrave fase inicial das operaccedilotildees
militares Durante esta fase a actuaccedilatildeo da Initial Entry Force ganha preponderacircncia
devendo ser ldquo (hellip) uma forccedila manifestamente robusta face agraves necessidades que estatildeo
inventariadas mostrando assim capacidades persuasivas e dissuasivas (hellip) rdquo (Ribeiro
2009)78 Eacute nesta situaccedilatildeo que as forccedilas de iacutendoles mais teacutecnicas como o caso da AAA satildeo
77
Eacute oportuno recordar a maacutexima terrorista citada por Osama Bin Laden depois dos ataques de 11 de Setembro
de 2001 ldquoYou have to be lucky all of the time we only have to be lucky oncerdquo 78
Ver Apecircndice F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro Chefe da DIOPEMGFA
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 23
requisitadas a intervir (veja-se o exemplo de forccedilas aliadas79 em cenaacuterios de ldquoaberturardquo de
TO) realizando tarefas no contexto da sua missatildeo primaacuteria como a protecccedilatildeo AA a baixas
altitudes (SHORAD80) da forccedila e dos pontos sensiacuteveis existentes na sua AOR
Uma vez ultrapassada a fase inicial das operaccedilotildees a situaccedilatildeo eacute estabilizada
aumentando o conhecimento do TO e das partes beligerantes Eacute adoptada uma postura
adequada agrave situaccedilatildeo como por exemplo a transiccedilatildeo da IFOR para a SFOR81 na Boacutesnia e
Herzegovina em Janeiro de 1997 Nesta fase a Initial Entry Force eacute substituiacuteda e as Follow-
on Forces satildeo moldadas agrave missatildeo sendo dotadas com as valecircncias especiacuteficas para o
cumprimento da mesma
De acordo com aquilo que tem sido a praacutetica multinacional neste tipo de operaccedilotildees as
forccedilas de manobra (leia-se unidades de infantaria e de reconhecimento) mantecircm-se no TO e
assumem um papel proeminente efectuando tarefas de patrulhamento reconhecimento
check-points PSYOPS escoltas acccedilotildees CIMIC e CRC82 Quanto agraves unidades de AAA
tendo em conta a inexistecircncia de qualquer tipo de ameaccedila aeacuterea estas natildeo satildeo necessaacuterias
no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Consideramos que para as proacuteximas participaccedilotildees de FND em Initial Entry Force
deveraacute ser equacionada a inclusatildeo de uma subunidade de AAA contribuindo assim para a
protecccedilatildeo da forccedila Esta eacute definitivamente uma preocupaccedilatildeo constante do Comandante
durante qualquer operaccedilatildeo seja em operaccedilotildees de guerra ou em CRO Tambeacutem a presenccedila
dos media a influecircncia da opiniatildeo puacuteblica e a manifestaccedilatildeo de novos actores e elementos
(o caraacutecter assimeacutetrico dos conflitos o terrorismo e a proliferaccedilatildeo nuclear) se constituem
como factores de acreacutescimo agrave importacircncia da protecccedilatildeo da forccedila
79
Ver Anexo L - A AAA Francesa na UNIFIL 80
SHORAD - Short Range Air Defense 81
SFOR - Stabilization Force 82
CRC - Crowd amp Riot Control
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 24
CAPIacuteTULO III
A INTEGRACcedilAtildeO DA AAA NA
NATO RESPONSE FORCE E NOS BATTLEGROUPS
Ao investigarmos acerca da problemaacutetica relacionada com o emprego de unidades de
AAA em FND natildeo podemos de forma alguma deixar de considerar a participaccedilatildeo assiacutedua
do Exeacutercito na NRF e nos BG Estas forccedilas assumem-se cada vez mais como um
catalisador de mudanccedila no que respeita agrave intervenccedilatildeo em conflitos possuindo uma
capacidade de projecccedilatildeo para missotildees em TO exteriores agrave Europa o que constitui um
desafio para o Exeacutercito
Embora a disponibilizaccedilatildeo de unidades do SFN do Exeacutercito para integrarem a NRF e os
BG natildeo seja exactamente igual agravequela que integra as FND em MHP pode facilmente ser
estabelecido um paralelismo entre estas participaccedilotildees o qual eacute reconhecido pela proacutepria
legislaccedilatildeo83 que enquadra ambas as tipologias de missatildeo O facto de estas unidades serem
submetidas a um periacuteodo intenso de treino operacional que eacute precedido de um exerciacutecio de
certificaccedilatildeo internacional e do consequente periacuteodo de stand by (sendo consideradas
Earmarked84 durante este periacuteodo) reforccedila esse paralelismo
Ao considerarmos o conceito de FND anteriormente definido verifica-se que as
unidades que integram a NRF e os BG natildeo correspondem ao termo FND no seu sentido
restrito No entanto podem ser enquadradas no seu sentido lato
Neste capiacutetulo a pesquisa seraacute direccionada de forma a averiguar quais os meios
orgacircnicos de protecccedilatildeo AA deste tipo de forccedilas Pretende-se assim clarificar os requisitos
de emprego determinados pelas respectivas OI para que possam ser integradas unidades
de AAA nacionais na sua constituiccedilatildeo
83
De acordo com a Directiva nordm23CEME08 84
Forccedilas que as naccedilotildees concordam colocar sob comando ou controlo operacional em data futura de um
Comando OTAN (Baptista 2008)
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 25
III1 Os Conceitos de NATO Response Force e de Battlegroups
Sem pretender efectuar uma reflexatildeo exaustiva acerca dos conceitos de NRF e de BG
naturalmente fora do acircmbito deste TIA importa esclarecer qual a missatildeo organizaccedilatildeo e
constituiccedilatildeo destas estruturas militares O objectivo desta breve abordagem aos dois
conceitos eacute alcanccedilar uma base soacutelida para a nossa investigaccedilatildeo
III11 A NATO Response Force - NRF
A Alianccedila Atlacircntica criou uma forccedila conjunta e combinada caracterizada pela sua
elevada prontidatildeo ndash a NATO Response Force85 Com um efectivo de vinte e cinco mil
militares a NRF eacute capaz de ser destacada apoacutes uma decisatildeo poliacutetica sendo auto-
sustentaacutevel por um periacuteodo de trinta dias As vaacuterias componentes da NRF encontram-se em
stand by nos seus paiacuteses de origem estando preparadas para serem destacadas para a
Aacuterea de Operaccedilotildees (AO) se for necessaacuterio
A NRF atingiu a sua capacidade operacional plena em Outubro de 2006 e actualmente
abrange um largo espectro de missotildees que satildeo efectuadas num estudo caso a caso pelo
NAC Como uacutenica Forccedila presente no TO pode efectuar (NATO 2007)
1 Operaccedilotildees de Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
2 Apoio agrave gestatildeo de consequecircncias86
3 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
4 Apoio de Operaccedilotildees de Contra-Terrorismo
5 Operaccedilotildees de Embargo
6 Actuar como Initial Entry Force facilitando a chegada das Follow-on Forces numa
AO conjunta com ou sem o apoio da naccedilatildeo hospedeira
A constituiccedilatildeo da NRF baseia-se no cataacutelogo de forccedilas CJSOR Poreacutem devido ao facto
de se verificarem constantemente lacunas (denominadas ldquoshortfallsrdquo) no seu preenchimento
(nomeadamente nas valecircncias mais criacuteticas como os helicoacutepteros) eacute provaacutevel que se
evolua da conferecircncia de geraccedilatildeo de forccedilas para a geraccedilatildeo de forccedilas baseada numa
Framework Nation (FwN) Este conceito prevecirc que uma determinada naccedilatildeo se constitua
como ldquoespinha dorsalrdquo da NRF disponibilizando as valecircncias mais criacuteticas e impedindo que
existam lacunas na geraccedilatildeo de forccedilas Desta forma a NRF eacute organizada em moacutedulos
vinculados a um determinado niacutevel de participaccedilatildeo das naccedilotildees intervenientes (Baptista
2007)
Niacutevel A ndash A FwN garante a totalidade do moacutedulo (UEB UEC) soacute poderaacute existir outra
naccedilatildeo no caso de afiliaccedilotildees permanentes como por exemplo o caso da Brigada
Franco-Alematilde
85
Ver Anexo L - Estrutura da NRF 86
Em caso de incidentes NRBQ (Nuclear Radioloacutegico Bioloacutegico e Quiacutemico) ou em situaccedilotildees de crise
humanitaacuteria (NATO 2007)
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 26
Niacutevel B ndash A FwN garante 50 do moacutedulo a participaccedilatildeo de outras naccedilotildees (entre duas
e quatro) nesse moacutedulo eacute possiacutevel
Niacutevel C ndash A FwN eacute responsaacutevel por um 25 do moacutedulo
Niacutevel D ndash O moacutedulo pode ser provido por outra naccedilatildeo que o disponibilize
III12 Os Battlegroups
O conceito de Battlegroup surge no acircmbito da EU referindo-se a uma Forccedila Tarefa de
resposta raacutepida constituiacuteda por um efectivo de mil quinhentos militares Neste contexto o
BG assume-se como ldquo um pacote de forccedilas minimamente eficaz crediacutevel projectaacutevel e
coerente capaz de garantir o cumprimento de operaccedilotildees de forma isolada ou fases iniciais
de operaccedilotildees de maior envergadura (hellip)87 rdquo (EU 2006p1)
A constituiccedilatildeo88 do BG baseia-se num documento denominado BG Concept que prevecirc
uma UEB de manobra reforccedilada com meios dimensionados de Apoio de Combate e de
Apoio de Serviccedilos Esta constituiccedilatildeo assenta no princiacutepio da multinacionalidade atraveacutes da
constituiccedilatildeo de um FwN ou de uma coligaccedilatildeo de Estados-Membros Cada Battlegroup
deveraacute ter associado um Comando de Forccedila e capacidades operacionais e estrateacutegicas preacute-
identificadas como por exemplo o transporte estrateacutegico (EU 2006)
Os niacuteveis de ambiccedilatildeo estabelecidos no ldquoHeadline Goals 2010rdquo prevecircem a capacidade
da UE empreender dois BG em simultacircneo em aacutereas geograacuteficas distintas no ano de 2010
Quanto agraves missotildees atribuiacutedas a um BG este deve estar apto a desenvolver as seguintes
tarefas (Lindstrom 2007)
1 Separaccedilatildeo das partes em Conflito
2 Prevenccedilatildeo de Conflitos
3 Estabilizaccedilatildeo Reconstruccedilatildeo e Consultoria Militar a Paiacuteses terceiros
4 Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
5 Assistecircncia a Operaccedilotildees Humanitaacuterias
No que diz respeito agrave geraccedilatildeo da forccedila a iniciativa parte dos paiacuteses-membros que
propotildeem agrave UE a criaccedilatildeo de um BG Desta forma a naccedilatildeo que se assume como FwN tem o
oacutenus de edificaccedilatildeo ou seja deve disponibilizar todas as unidades que natildeo consegue
angariar junto das restantes naccedilotildees que compotildeem o BG
Assiste-se nesta fase a um constante processo de negociaccedilotildees com uma forte
componente poliacutetica pois as naccedilotildees tendem a disponibilizar unidades que lhes
proporcionem visibilidade (ldquoShow the Flagrdquo) como eacute o caso das unidades de Operaccedilotildees
Especiais Uma vez terminadas as negociaccedilotildees a FwN apresenta agrave UE uma organizaccedilatildeo
especiacutefica do BG com a indicaccedilatildeo dos paiacuteses membros que para ele contribuem de
87
Traduccedilatildeo Livre 88
Ver Anexo M - Estrutura de um Battlegroup
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 27
maneira a atingir o princiacutepio da multinacionalidade O modelo apresentado deve exibir as
capacidades do BG e o periacuteodo de tempo que essa forccedila estaacute disponiacutevel para ser
empregue em operaccedilotildees (normalmente seis meses)
III2 Requisitos para integraccedilatildeo da AAA na NRF
O Exeacutercito tem vindo a participar continuamente na NRF desde o primeiro semestre de
2004 com a integraccedilatildeo de uma forccedila de Operaccedilotildees Especiais Poreacutem ao analisarmos o
histoacuterico89 da participaccedilatildeo nacional na componente terrestre da NRF notamos a inexistecircncia
de qualquer unidade de AAA nesta estrutura de forccedilas e a predominacircncia de unidades de
manobra e de operaccedilotildees especiais Ao analisar este histoacuterico eacute igualmente assinalaacutevel o
esforccedilo do Exeacutercito em integrar unidades de cariz mais teacutecnico como a Bateria de AC 105
mm prevista para integrar a NRF 14 Contudo consideramos que ainda natildeo eacute o suficiente e
que deveraacute existir um maior investimento noutro tipo de valecircncias ditas mais teacutecnicas
No que diz respeito agrave participaccedilatildeo na NRF existe uma clara definiccedilatildeo dos requisitos
que qualquer unidade deveraacute estar apta a cumprir os quais vecircm expressos no CJSOR A
OTAN tem vindo a definir diferentes CJSOR para cada uma das NRF numa tentativa de ser
mais especiacutefica quanto aos requisitos miacutenimos necessaacuterios Deste modo as naccedilotildees
deveratildeo cumprir os requisitos miacutenimos para integrarem unidades na NRF
Tendo como base desta anaacutelise o CJSOR90 verifica-se que relativamente ao moacutedulo
de Defesa Aeacuterea (dependendo da NRF) a participaccedilatildeo das naccedilotildees poderaacute ser feita em trecircs
escalotildees distintos escalatildeo BAAA escalatildeo Grupo de Artilharia Antiaeacuterea (GAAA) ou escalatildeo
Brigada AAA Framework Considerando a dimensatildeo do Exeacutercito Portuguecircs o nuacutemero de
unidades de AAA existentes e os niacuteveis de ambiccedilatildeo nacionais estabelecidos superiormente
julgamos que a participaccedilatildeo mais adequada seraacute o escalatildeo BAAA Para este escalatildeo o
CJSOR refere que o niacutevel de multinacionalidade do moacutedulo deveraacute ser do niacutevel A o que
significa que a naccedilatildeo que disponibilizar a BAAA deveraacute garantir a totalidade do moacutedulo e soacute
excepcionalmente seratildeo aceites outras naccedilotildees Desta forma a BAAA disponibilizada
deveraacute cumprir os seguintes requisitos (Baptista 2007)
Integrar um miacutenimo de doze sistemas SHORAD e doze sistemas MANPAD91 e um
efectivo de duzentos e cinquenta militares
Deveraacute ter a capacidade de ser aerotransportada
Deveraacute garantir a capacidade de assegurar a protecccedilatildeo AA da AO de uma Brigada
Deveraacute ter a capacidade de ligaccedilatildeo com sistemas de defesa antiaeacuterea de meacutedia
altitude
89
Ver Anexo O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF 90
Consulta realizada na Divisatildeo de Operaccedilotildees do Estado-Maior General das Forccedilas Armadas (DIOPEMGFA) 91
MANPAD - Man Portable Air Defense
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 28
Disponibilidade orgacircnica de sistemas radar 3D com IFF92
Niacutevel adequado de protecccedilatildeo da forccedila face agrave ameaccedila NRBQ e aos engenhos
explosivos improvisados (EOD93)
Capacidade miacutenima de sobrevivecircncia de trecircs dias em abastecimentos
No caso de se tratar de uma BAAA auto-propulsada (AP) esta deveraacute cumprir os
mesmos requisitos da BAAA natildeo necessitando da capacidade de ser aerotransportada
Deve ainda dispor de capacidade de detecccedilatildeo visual e radar por infravermelhos
III3 Requisitos para Integraccedilatildeo da AAA nos Battlegroups
Relativamente agrave geraccedilatildeo do pacote de forccedilas que compotildee o BG o facto de natildeo existir
uma estrutura fixa (ao contraacuterio da NRF) permite uma maior flexibilidade por parte das
naccedilotildees envolventes na disponibilizaccedilatildeo dos meios de Apoio de Combate e de Apoio de
Serviccedilos desde que a UEB de manobra esteja garantida
O documento BG Concept soacute indica genericamente qual deveraacute ser a constituiccedilatildeo do
pacote de forccedilas em funccedilatildeo da missatildeo havendo necessidade de recorrer a modelos
anteriores de BG Considerando alguns modelos edificados anteriormente (como o
Francecircs94 Espanhol Italiano e Polaco) constata-se que a sua protecccedilatildeo AA eacute conferida por
uma unidade de escalatildeo pelotatildeo de AA do tipo SHORAD Para que exista possibilidade do
pelotatildeo de AA integrar o pacote de forccedilas do BG este deve satisfazer os requisitos miacutenimos
estabelecidos pela UE sendo estes semelhantes aos instituiacutedos pela NRF Assim o pelotatildeo
AA SHORAD deveraacute dispor (Baptista 2007)
Capacidade de ser aerotransportado
Capacidade de ligaccedilatildeo agraves unidades apoiadas e aos escalotildees superiores
Capacidade de cobertura da AO do BG
Niacutevel adequado de protecccedilatildeo da forccedila face agrave ameaccedila NRBQ e EOD
Interoperabilidade com outras forccedilas integrantes no BG
92
IFF - Identification Friend or Foe 93
EOD - Explosive Ordnance Disposal 94 Ver Anexo P ndash Exemplo de um Battlegroup
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 29
CAPIacuteTULO IV
EMPREGO OPERACIONAL DAS UNIDADES DE AAA
Depois de analisadas as potenciais conjunturas de participaccedilatildeo de unidades de AAA em
forccedilas projectaacuteveis (quer no acircmbito das MHP ou das forccedilas multinacionais) a nossa
investigaccedilatildeo foi direccionada para a abordagem das questotildees directamente relacionadas
com o emprego operacional das unidades de AAA
Como vimos anteriormente no caso das forccedilas multinacionais (NRF e BG) existe um
conjunto de requisitos que as unidades devem possuir para que possam participar neste tipo
de operaccedilotildees No que diz respeito agrave participaccedilatildeo de unidades de AAA no acircmbito das FND
(por exemplo IFOR e KFOR) os requisitos miacutenimos de participaccedilatildeo satildeo estabelecidos no
CJSOR da forccedila multinacional consoante o tipo de operaccedilatildeo a desempenhar
Assim sendo neste capiacutetulo procedeu-se agrave anaacutelise da prontidatildeo operacional das
unidades de AAA nacionais com a finalidade de averiguar se estas possuem as valecircncias
que possibilitem a sua participaccedilatildeo nas operaccedilotildees anteriormente referidas
IV1 O Niacutevel de Prontidatildeo das Unidades de AAA
No contexto de anaacutelise agrave prontidatildeo das unidades de AAA importa considerar trecircs
variaacuteveis distintas a investigar os equipamentos e sistemas de armas os militares e o seu
treino95
O estudo da primeira variaacutevel visa obter dados sobre as condiccedilotildees actuais dos
equipamentos e sistemas de armas que equipam as unidades de AAA nacionais no que diz
respeito agrave quantidade de sistemas existentes agraves suas caracteriacutesticas teacutecnicas e agraves suas
capacidades de emprego em forccedilas projectaacuteveis Relativamente agrave segunda variaacutevel o seu
estudo permitiraacute saber qual a proficiecircncia e prontidatildeo dos militares responsaacuteveis por operar
os sistemas de armas Por fim a terceira variaacutevel possibilitaraacute a anaacutelise do treino a que os
militares de AAA satildeo submetidos
95
Treino - Eacute toda a formaccedilatildeo ministrada na UnidadeEstabelecimentoOacutergatildeo (UEO) de colocaccedilatildeo cuja
finalidade eacute manter ou aumentar os niacuteveis de proficiecircncia individuais (EME 2004 p60)
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 30
IV11 Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais96
As unidades de AAA que integram actualmente a Forccedila Operacional Permanente do
Exeacutercito (FOPE) dispotildeem dos seguintes sistemas de armas para cumprir as suas missotildees
Trinta e um Sistemas Canhatildeo Bitubo AA 20 mm
Trinta e seis Sistemas Miacutessil Ligeiro Chaparral
Trinta e seis Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Trecircs Radares ANMPQ-49 Forward Alerting Area Radar (FAAR)
Trecircs Radares Portable Search and Target Acquisition Radar (PSTAR)
Ao examinar atentamente esta lista destaca-se desde logo a inexistecircncia de um
sistema de C2 que permita num cenaacuterio de operaccedilotildees efectuar as ligaccedilotildees necessaacuterias ao
sistema de C2 do escalatildeo superior agrave Forccedila Aeacuterea Aliada e agraves restantes unidades de AAA
presentes no TO Uma unidade de AAA que natildeo se encontre devidamente integrada na rede
da AAA no TO pode acidentalmente abater uma aeronave amiga originando uma situaccedilatildeo
bastante grave causada por falha humana Deste modo a ausecircncia de um sistema de C2
nas unidades de AAA nacionais tem sido apontada como o grande obstaacuteculo agrave sua
participaccedilatildeo em TO no exterior do territoacuterio nacional (MHP NRF e BG) porque ldquo (hellip) natildeo eacute
aceitaacutevel que num TO moderno existam forccedilas de AAA que se limitem a fazer como noacutes
fazemos controlo por procedimentos (hellip) ldquo (Paradelo 2009)97
Para que as unidades de AAA nacionais possam integrar as FND (no sentido lato) e
participar em exerciacutecios internacionais ou em exerciacutecios conjuntos no interior do territoacuterio
nacional devem obrigatoriamente possuir um sistema de C2 actual (possuindo no miacutenimo
Link 11B98 e suportar Link 1699) Este sistema deveraacute permitir a partilha de informaccedilatildeo radar
entre a unidade de AAA nacional e outras unidades de AAA Deveraacute igualmente possibilitar
que outras entidades presentes no TO partilhem informaccedilatildeo radar com a unidade de AAA
nacional atraveacutes da adiccedilatildeo de alvos aeacutereos na sua Air Picture Esta troca de informaccedilatildeo
radar entre as diversas unidades de AAA e entidades presentes no TO resulta numa
Common Air Picture (CAP) que por sua vez contribui para um sistema de C2 integrado no
Sistema de Defesa Aeacutereo do TO A CAP eacute um conjunto de Sensores Radares e Sistemas
de Vigilacircncia do Campo de Batalha (VCB) que eacute partilhado pelos vaacuterios escalotildees de
comando da forccedila multinacional desde o comandante da AAA no TO ateacute ao homem que
efectua o empenhamento (Paradelo 2009)
96
Ver Anexo Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais 97
Ver Apecircndice G - Guiatildeo da Entrevista ao TCor Art Crispim Paradelo actual comandante do GAAA 98 Ver Anexo R ndash O Link 11B 99 Ver Anexo Q ndash O Link 16
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 31
No que respeita aos sistemas de armas e equipamentos de detecccedilatildeo radar existentes
nas unidades de AAA nacionais estes apresentam lacunas e encontram-se desactualizados
a vaacuterios niacuteveis (Borges 2008)
Relativamente agraves unidades de tiro (UT) apresentam jaacute um adiantado tempo de serviccedilo
nomeadamente o Sistema Canhatildeo Bitubo AA 20 mm e o Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral100
que estatildeo ao serviccedilo do Exeacutercito Portuguecircs desde 1981 e 1990 respectivamente Apesar de
serem sistemas bastante fiaacuteveis encontram-se obsoletos quando comparados com os
requisitos miacutenimos estabelecidos pela NRF e pelo BG
Neste domiacutenio apenas o Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger pode ser considerado uma UT
actual101 tendo a maioria dos miacutesseis existentes em Portugal (adquiridos em 1996) sido
submetida a um programa da OTAN (o WSPC102) com o objectivo de estender a sua vida uacutetil
(Alves 2008) Ao concretizar-se este processo (extensatildeo de vida dos miacutesseis FIM-92) o
Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger estaraacute apto a equipar unidades de AAA para integrarem as
FND quer no seu sentido restrito (moacutedulo de AAA integrado na FND) quer no seu sentido
lato (NRF e BG)
No que diz respeito aos sistemas de detecccedilatildeo radar as unidades de AAA mecanizadas
dispotildeem do sistema radar FAAR de origem norte-americana Devido ao facto de estar
desactualizado103 (Rosendo 2008) natildeo se encontra apto para equipar quaisquer forccedilas de
AAA projectaacuteveis
Para aleacutem deste sistema de detecccedilatildeo radar as unidades de AAA nacionais dispotildeem
igualmente do sistema radar PSTAR adquirido em 2005 ao Exeacutercito dos EUA Trata-se de
um radar moderno com a capacidade de ser aerotransportado todavia possui apenas
capacidade de detecccedilatildeo bidimensional o que o impossibilita de ser utilizado em operaccedilotildees
no acircmbito da NRF e dos BG jaacute que estas exigem equipamentos com capacidade de
detecccedilatildeo tridimensional De acordo com Benroacutes (2002) o radar PSTAR poderaacute equipar um
eventual moacutedulo de protecccedilatildeo AA inserido numa FND
Importa referir que este sistema radar foi altamente potenciado com a utilizaccedilatildeo do
PPRC104-525 (que recentemente comeccedilou a ser distribuiacutedo pelas unidades da FOPE) A
sua utilizaccedilatildeo permitiu multiplicar a imagem radar e distribui-la por oito UT sejam estas
secccedilotildees de Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral Sistema Canhatildeo Bitubo AA 20 mm ou
esquadras de Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger Desta forma atraveacutes do PPRC-525 torna-se
possiacutevel estabelecer uma rede wireless interna que permite transmitir a Recognized Air
100
O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral encontra-se fora de serviccedilo nos EUA desde 1997 (Borges 2008) 101
Para aleacutem do Exeacutercito Portuguecircs o Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger eacute actualmente utilizado nos seguintes
Exeacutercitos da OTAN Alemanha Dinamarca EUA Greacutecia Holanda Turquia (Salvador 2006) 102
O WSPC (Weapon System Partnership Committee) insere-se no acircmbito de uma agecircncia da OTAN a NAMSA
(NATO Maintenance amp Supply Agency) 103 O Sistema Radar FAAR encontra-se fora de serviccedilo nos EUA desde 1991 104
PPRC ndash PortuguecircsPortaacutetil Raacutedio de Campanha
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 32
Picture (RAP) para os comandantes de secccedilatildeoesquadra dos sistemas de armas (Paradelo
2009)
Apoacutes a anaacutelise dos equipamentos e sistemas de armas de AAA agrave disposiccedilatildeo das
unidades de AAA nacionais verificamos que se encontram obsoletos quando comparados
com as congeacuteneres aliadas105 Apenas o sistema miacutessil portaacutetil Stinger poderaacute ser utilizado
para equipar eventuais forccedilas projectaacuteveis no acircmbito da NRF e dos BG
No que respeita agrave participaccedilatildeo nas FND com um moacutedulo de AAA e de acordo com
Benroacutes (2002) para aleacutem do sistema miacutessil portaacutetil Stinger as unidades nacionais poderiam
igualmente utilizar o sistema de detecccedilatildeo radar PSTAR
IV12 A Lei de Programaccedilatildeo Militar
Para suprir as manifestas necessidades de equipamento das unidades de AAA
encontram-se inscritas na Lei de Programaccedilatildeo Militar (LPM) verbas destinadas agrave aquisiccedilatildeo
de um sistema de C2 de sistemas de detecccedilatildeo radar e de novas UT De acordo com a
LPM106 em vigor o levantamento da BAAABrigInt entre 2010 e 2011 possibilitaraacute a
aquisiccedilatildeo dos seguintes sistemas (Cardoso 2008)
Um Sistema de C2
Dezasseis Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Oito Sistemas Miacutessil Ligeiro
Dois Sistemas de Detecccedilatildeo Radar
A LPM prevecirc ainda o reequipamento da BAAA das Forccedilas AG entre os anos de 2011 e
2015 com os seguintes sistemas (Cardoso 2008)
Um Sistema de C2
Doze Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Seis Sistemas Miacutessil Ligeiro
Dois Sistemas de Detecccedilatildeo Radar
Se a LPM natildeo sofrer alteraccedilotildees e os referidos equipamentos forem adquiridos conforme
o previsto a participaccedilatildeo de unidades de AAA nacionais em forccedilas projectaacuteveis poderaacute ser
uma realidade a curto prazo
Importa acrescentar que o sistema de C2 deveraacute ser prioridade absoluta no que respeita
ao reequipamento previsto na LPM uma vez que este eacute fundamental e permitiraacute estabelecer
uma rede de comunicaccedilotildees entre os diversos intervenientes no sistema de defesa aeacuterea do
TO tais como o escalatildeo superior unidades HIMAD outras unidades de AAA existentes no
105
Observando a vizinha Espanha verificamos que as suas unidades dispotildeem de sistemas HIMAD (High and
Medium Air Defense) e SHORAD em quantidade e qualidade (como por exemplo NASAMS PATRIOT ASPIDE
ROLAND HAWK MISTRAL) e de sistemas C4I (Comando Controlo Comunicaccedilotildees Computadores e
Informaccedilotildees) devidamente integrados no sistema de Defesa Aeacuterea (Borges 2008) 106
Lei Orgacircnica nordm 42006 de 29 de Agosto
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 33
TO e a Forccedila Aeacuterea Aliada Consideramos ainda que o sistema de C2 a adquirir deve ser
compatiacutevel com o recente PPRC-525
IV13 A Prontidatildeo dos Militares de AAA
Depois de proceder agrave caracterizaccedilatildeo dos equipamentos e sistemas de armas existentes
nas unidades de AAA nacionais resta avaliar a proficiecircncia dos militares que operam esses
sistemas e as suas actividades de treino
Julgamos que a melhor forma de avaliar o desempenho dos militares neste acircmbito eacute em
situaccedilotildees reais pelo que analisaacutemos a participaccedilatildeo dos militares de AAA no exerciacutecio de
fogos reais ldquoRelacircmpago 2008rdquo Neste exerciacutecio foram disparados todos os sistemas de
armas de AAA acima referidos tendo sido obtidos resultados de excelecircncia jaacute que ldquo (hellip)
todos os Stinger tiveram impactos teacutecnicos os Chaparral tambeacutem acertaram todos e por fim
o canhatildeo tambeacutem teve uma boa sessatildeo (hellip) rdquo (Borges 2009)107
A utilizaccedilatildeo dos simuladores Stinger do tipo THT108 e STPT109 nas sessotildees de treino e a
presenccedila de uma equipa teacutecnica norte-americana especializada no Sistema Miacutessil Ligeiro
Chaparral permitiram minimizar as ldquofalhasrdquo do material maximizar a proficiecircncia do pessoal
e recuperar o know-how que tem sido perdido ao longo dos anos (Borges 2009)
O ecircxito do exerciacutecio ldquoRelacircmpago 2008rdquo exalta a capacidade humana dos militares de
AAA o que ficou patente no discurso do General Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito
realccedilando que ldquo (hellip) temos capacidade teacutecnica temos capacidade de instruccedilatildeo temos
capacidade de formaccedilatildeo e temos a aptidatildeo dos nossos apontadores e isso eacute importante Eu
disse que provavelmente nunca seremos novidade pelos recursos materiais que
apresentarmos em TO ou no campo de batalha no entanto seremos certamente novidade e
seremos certamente reconhecidos pela qualidade dos nossos recursos humanos e essa eacute
uma aposta indiscutiacutevel do Exeacutercito (hellip)110 ldquo (Ramalho 2008)
Relativamente agraves actividades de treino a que as unidades de AAA satildeo sujeitas estas
satildeo diversificadas e materializam-se com a participaccedilatildeo de subunidades de AAA em
diversos exerciacutecios111 Poreacutem eacute da nossa opiniatildeo que para aleacutem do exerciacutecio ldquoRelacircmpagordquo
(eminentemente teacutecnico) deveria existir um exerciacutecio taacutectico ao niacutevel de todas as unidades
de AAA que abrangesse a actuaccedilatildeo de uma ceacutelula de Comando e Controlo do Espaccedilo
107
Ver Apecircndice H - Guiatildeo da Entrevista ao Cor Art Vieira Borges antigo comandante do RAAA1 108
THT ndash Tracking Head Trainer Este sistema tem o mesmo aspecto de um sistema Stinger normal com a
excepccedilatildeo de um monitor que indica se as fases de empenhamento foram correctamente efectuadas Eacute utilizado
para treinar o empenhamento do apontador sobre aeronaves (HDA 2000) 109
STPT - Stinger Troop Proficiency Trainer Eacute um dispositivo baseado em computador que gera alvos aeacutereos e
cenaacuterios na oacuteptica do sistema (HDA 2000) 110
Palavras de Sua Exordf o General Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito (CEME) aos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo
social em Marccedilo de 2008 aquando da realizaccedilatildeo do exerciacutecio de fogos reais de AAA ldquoRELAcircMPAGO 2008rdquo 111
Desde o inicio do presente ano a AAA jaacute participou nos seguintes exerciacutecios ldquoRELAcircMPAGO 2009rdquo ldquoMARTE
09rdquo ldquoROSA BRAVA 09rdquo ldquoNEWFIP 09rdquo ldquoDRAGAtildeO 09rdquo E ldquoAPOLO 09rdquo
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 34
Aeacutereo (C2EA) e os procedimentos de ligaccedilatildeo aos elementos de manobra e ao escalatildeo
superior de forma a simular um cenaacuterio de participaccedilatildeo em CRO
Ainda no acircmbito do treino e uma vez que se prevecirc a aquisiccedilatildeo de novos sistemas de
armas e equipamentos julgamos que tambeacutem deveria investir-se na formaccedilatildeo teacutecnica
especializada dos quadros de AAA (Oficiais e Sargentos) Essa formaccedilatildeo112 deveraacute ser
ministrada no paiacutes de origem dos sistemas de armas durante o periacuteodo que antecede a
chegada dos mesmos ao nosso paiacutes Pretende-se desta forma garantir um grupo de
especialistas que possa ministrar instruccedilatildeo dos referidos sistemas de armas agraves praccedilas de
AAA para que estas estejam prontas a operaacute-los aquando da sua aquisiccedilatildeo Deveraacute
igualmente existir uma nova formaccedilatildeo taacutectica adequada aos novos materiais
No que concerne ao sistema de C2 consideramos que deveraacute ser formado um pequeno
nuacutecleo de militares dedicado exclusivamente agrave utilizaccedilatildeo do referido sistema uma vez que
este dispotildee de diversas funcionalidades e valecircncias que devem ser analisadas e
optimizadas o que soacute eacute possiacutevel de obter atraveacutes de uma utilizaccedilatildeo continuada do sistema
Depois desta anaacutelise verifica-se que os militares de AAA se encontram proficientes no
manuseamento dos actuais equipamentos e sistemas de armas estando assim aptos a
integrarem as FND contudo a grande maioria dos referidos sistemas natildeo eacute susceptiacutevel de
ser utilizado em forccedilas projectaacuteveis pelos motivos anteriormente referidos Desta forma seraacute
necessaacuterio desencadear esforccedilos no sentido de modernizar as unidades de AAA e investir
na instruccedilatildeo teacutecnica dos militares de AAA acerca dos novos sistemas de armas que poderatildeo
vir a equipar as unidades de AAA Pretende-se assim contribuir para a modernizaccedilatildeo das
unidades de AAA atraveacutes da aquisiccedilatildeo de novos sistemas de armas da formaccedilatildeo e do
treino operacional113
IV2 O Emprego da AAA como Moacutedulo de Protecccedilatildeo AA
Ao actuarem no espectro das CRO as forccedilas devem respeitar os princiacutepios da
flexibilidade e modularidade apostando na criaccedilatildeo de moacutedulos que combinem os
subsistemas de C2 radares comunicaccedilotildees e armas Desta forma poderaacute adaptar-se a
dimensatildeo estrutura e organizaccedilatildeo do moacutedulo agraves necessidades de protecccedilatildeo e agrave natureza
da operaccedilatildeo (Monsanto 2002)
A participaccedilatildeo da AAA poderaacute ser realizada atraveacutes da inclusatildeo de um moacutedulo de
protecccedilatildeo AA dimensionado agrave FND Tendo em conta que as actuais FND satildeo UEB o
moacutedulo indicado seria uma unidade com o efectivo de um pelotatildeo Veja-se novamente o
112
Formaccedilatildeo - Conjunto de actividades que visam a aquisiccedilatildeo de conhecimentos periacutecias atitudes e formas de
comportamento exigidos para o exerciacutecio de um cargo ou profissatildeo (EME 2004 p34) 113
Treino Operacional - Conjunto de actividades de treino e treino colectivo que visam actualizar consolidar
aperfeiccediloar e desenvolver capacidades especiacuteficas orientadas para uma missatildeo (EME 2004 p62)
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 35
exemplo da Franccedila114 no Liacutebano O moacutedulo tem o seu papel a desempenhar em CRO
nomeadamente ao niacutevel da dissuasatildeo (ldquomostrar a forccedila para natildeo ter de a usarrdquo (Raleiras
2002)) da protecccedilatildeo AA da forccedila e das vulnerabilidades seleccionadas Poderaacute
desempenhar tarefas especiacuteficas das unidades de AAA como a imposiccedilatildeo de zonas de
exclusatildeo do espaccedilo aeacutereo em caso de necessidade ou efectuar a vigilacircncia do espaccedilo
aeacutereo do sector atribuiacutedo agrave FND contribuindo desta forma para a CAP do escalatildeo superior
Para aleacutem das tarefas referidas os militares que constituem o moacutedulo poderatildeo ainda
efectuar tarefas de acircmbito geral como patrulhamentos check-points escoltas acccedilotildees de
vigilacircncia e de ajuda humanitaacuteria Este tipo de tarefas eacute insistentemente treinado durante a
fase de aprontamento podendo ser desenvolvidas por qualquer soldado seja qual for a sua
aacuterea de especializaccedilatildeo
No que diz respeito agrave inclusatildeo do moacutedulo de protecccedilatildeo AA numa FND poderia ocorrer
mesmo sem esta valecircncia estar inventariada no CJSOR da forccedila multinacional Como
conferimos previamente a protecccedilatildeo da forccedila eacute da responsabilidade das naccedilotildees as quais
podem prover as suas forccedilas com capacidades suplementares aos requisitos miacutenimos
impostos pelas OI
Em termos praacuteticos para que se efective a participaccedilatildeo deste moacutedulo deve estar
reunido um conjunto de condiccedilotildees que permitam o seu emprego tais como a existecircncia de
unidades de AAA no escalatildeo superior e a existecircncia de um sistema de C2 real e crediacutevel na
unidade de AAA nacional que permita efectuar a ligaccedilatildeo ao escalatildeo superior O facto de as
unidades de AAA nacionais natildeo disporem de um sistema de C2 tem vindo a inviabilizar
totalmente a sua participaccedilatildeo em forccedilas projectaacuteveis Este sistema eacute fundamental pois eacute
atraveacutes dele que o comandante da forccedila multinacional no TO consegue exercer o comando
de todas as unidades de AAA no TO de forma centralizada tendo acesso agraves informaccedilotildees
em tempo real permitindo-lhe ter uma visatildeo do contexto geral das operaccedilotildees
Quanto agrave constituiccedilatildeo do referido moacutedulo de protecccedilatildeo AA e tendo em a dimensatildeo da
FND (UEC ou UEB) este poderia incluir
Uma secccedilatildeo (UEC) Duas secccedilotildees (UEB) miacutessil portaacutetil Stinger permitindo executar
acccedilotildees de escolta e a protecccedilatildeo de pontos e aacutereas sensiacuteveis
Duas secccedilotildees radar PSTAR (UEC UEB) de forma a garantir o apoio muacutetuo e a
permitir a manobra de materiais caso seja necessaacuterio
Desta forma ficaraacute a faltar apenas o sistema de C2 o qual seraacute adquirido na melhor das
hipoacuteteses em 2010 ao abrigo da LPM em vigor Enquanto as unidades de AAA nacionais
natildeo dispuserem desta capacidade a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA nas FND
continuaraacute a ser prorrogada
114
Ver Anexo L - A AAA Francesa na UNIFIL
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 36
IV3 O Emprego da AAA na NRF e nos BG
Depois de comparar as caracteriacutesticas dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
nacionais existentes com os requisitos miacutenimos de participaccedilatildeo estabelecidos pelas OI
verificam-se diversos impedimentos quanto agrave participaccedilatildeo de unidades de AAA nacionais na
NRF e nos BG
No que respeita agrave participaccedilatildeo na NRF tendo em conta os requisitos analisados
anteriormente constata-se que para o escalatildeo BAAA existem vaacuterias limitaccedilotildees agrave
participaccedilatildeo nacional nomeadamente (Baptista 2007)
Inexistecircncia de capacidade de C2 e de ligaccedilatildeo a unidades HIMAD
Inexistecircncia de um sistema SHORAD (com capacidade de ser aerotransportado)
que complemente o sistema MANPAD existente
Inexistecircncia de um sistema radar com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional
Eventualmente a participaccedilatildeo nacional poderia efectuar-se ao escalatildeo pelotatildeo AA com
a sua inclusatildeo numa BAAA cedida por outra naccedilatildeo Esta cooperaccedilatildeo poderia ser alcanccedilada
atraveacutes de acordos bilaterais uma vez que a conferecircncia de geraccedilatildeo de forccedilas ldquo (hellip) eacute um
processo com forte componente negocialrdquo (Ribeiro 2009)
Em termos conceptuais e a tiacutetulo de exemplo poderia considerar-se a integraccedilatildeo de um
pelotatildeo AA numa BAAA cedida por Itaacutelia que asseguraria o sistema de C2 ao pelotatildeo AA
nacional O facto de Portugal ter um longo historial115 no que respeita ao emprego de forccedilas
em unidades Italianas facilitaria as negociaccedilotildees Apesar de esta participaccedilatildeo natildeo oferecer
uma grande visibilidade a Portugal (em termos de ldquoshow the flagrdquo) constituir-se-ia numa
mais-valia para a AAA nacional Actuaria pela primeira vez num ambiente combinado
adquirindo treino e experiecircncia operacional neste acircmbito
A participaccedilatildeo de uma BAAA nacional na NRF soacute deveraacute acontecer na melhor das
hipoacuteteses a partir do ano de 2012 ou seja quando estiver concluiacutedo o processo de
levantamento da BAAA da BrigInt (Baptista 2007)
Quanto agrave integraccedilatildeo nos BG as limitaccedilotildees que condicionam a participaccedilatildeo na NRF
tambeacutem afectam a participaccedilatildeo no BG nomeadamente (Baptista 2007)
Inexistecircncia de capacidade de C2 e de ligaccedilatildeo a unidades HIMAD
Inexistecircncia de um sistema radar com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional
Desta forma a contribuiccedilatildeo com um pelotatildeo AA nacional nos BG soacute deveraacute suceder a
partir do ano de 2012 atraveacutes do levantamento da BAAA da BrigInt Esta situaccedilatildeo poderaacute
condicionar a constituiccedilatildeo116 do BG em que Portugal se pretende assumir como Lead
Nation jaacute em 2011 ou simplesmente fazer com que essa valecircncia tenha de ser garantida
por outra naccedilatildeo
115
Veja-se o exemplo da IFOR em 1996 ou da KFOR em 1999 116
De acordo com a Directiva nordm02CEME09
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 37
CAPIacuteTULO V
CONCLUSOtildeES E PROPOSTAS
No acircmbito do apoio agrave poliacutetica externa do Estado expresso no CEDN o Exeacutercito tem
vindo a disponibilizar FND empregues sob os auspiacutecios das diversas OI Participam tanto
em MHP como na NRF e nos BG no domiacutenio da OTAN e da UE respectivamente
Ateacute ao momento natildeo existe registo da participaccedilatildeo de qualquer unidade ou subunidade
de AAA nas FND actuando no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria a protecccedilatildeo da forccedila face agrave
ameaccedila aeacuterea Esta ameaccedila eacute caracterizada por uma vasta gama de meios tripulados e
natildeo tripulados aos quais se acrescentam ainda as novas ameaccedilas tiacutepicas dos conflitos
assimeacutetricos contemporacircneos como a ameaccedila RAM e as aeronaves renegade
Face aos case-study da participaccedilatildeo nacional em CRO apresentados consideramos
que existiu em certas situaccedilotildees necessidade de dotar as FND com meios de AAA Foi o
caso da participaccedilatildeo nacional no TO da Boacutesnia e Herzegovina em 1996 jaacute que o AgrJupiter
integrava a Initial Entry Force existia ameaccedila aeacuterea toda a estrutura do escalatildeo superior
possuiacutea meios de AAA Entendemos que em situaccedilotildees futuras de ldquoaberturardquo de TO natildeo
deveraacute ser minimizada a protecccedilatildeo da forccedila uma vez que esta eacute da responsabilidade
nacional Deste modo a FND deve dispor de todos os meios necessaacuterios agrave sua protecccedilatildeo e
agrave manutenccedilatildeo do seu potencial de combate incluindo meios de AAA
Tendo em conta os niacuteveis de ambiccedilatildeo estabelecidos no CEM e o que tem sido a praacutetica
nacional ateacute agrave data consideramos que as UEB e UEC que integram as FND deveratildeo ser
reforccediladas com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila A necessidade deste
reforccedilo nem sempre se verifica como ficou demonstrado na anaacutelise do case-study BIPara
no Kosovo em 2005 Neste caso o profundo conhecimento do TO e da capacidade das
forccedilas beligerantes permite efectuar o tailoring da FND orientando-a para a missatildeo
A participaccedilatildeo de unidades de AAA em FND tambeacutem poderaacute ser efectuada no acircmbito
das estruturas militares de caraacutecter multinacional como a NRF e os BG Estas estruturas
constituem o paradigma de modernismo e transformaccedilatildeo tendo o Exeacutercito participado
activamente atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de unidades do SFN Contundo ao analisar o
historial de participaccedilatildeo eacute notoacuteria a inexistecircncia de unidades de AAA e a predominacircncia de
unidades de manobra e de operaccedilotildees especiais situaccedilatildeo que as Chefias Militares tem
tentado modificar atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de outro tipo de unidades (como por exemplo
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 38
a Bateria de AC na NRF 14) Consideramos que a ausecircncia de unidades de AAA nas
estruturas militares referidas se deve fundamentalmente aos elevados requisitos de
certificaccedilatildeo que as unidades de AAA nacionais devem cumprir para integrarem as NRF e os
BG
Relativamente agrave prontidatildeo das unidades de AAA constatamos que os nossos
equipamentos e sistemas de armas natildeo nos permitem ombrear com os nossos aliados
dado que natildeo possuiacutemos um sistema de C2 real e crediacutevel e as UT se encontram
maioritariamente desactualizadas quando comparadas com os requisitos das OI O
reequipamento da AAA previsto na LPM (jaacute a partir de 2010) assume-se como primordial
permitindo assim recuperar o atraso que temos relativamente agraves congeacuteneres aliadas
Entendemos que durante o processo de reequipamento deveraacute ser atribuiacuteda prioridade
absoluta ao sistema de C2 uma vez que este eacute fundamental para que possamos dispor de
unidades de AAA projectaacuteveis
Face agrave anaacutelise realizada quanto ao factor humano consideramos que os militares de
AAA dispotildeem da proficiecircncia necessaacuteria para integrarem uma FND e executarem tarefas no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria Tendo em conta o processo de reequipamento que se
avizinha entendemos que deve-se investir nos quadros (Oficiais e Sargentos)
proporcionando-lhes uma formaccedilatildeo teacutecnica e taacutectica acerca dos novos sistemas de armas e
equipamentos
Em situaccedilotildees reais as unidades de AAA poderatildeo ser empregues nas FND em trecircs
situaccedilotildees distintas atraveacutes de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA em MHP uma BAAA na NRF
um pelotatildeo no BG
De acordo com a nossa investigaccedilatildeo nenhuma das trecircs opccedilotildees se poderaacute realizar
devido agrave ausecircncia do sistema de C2 Poreacutem se este estiver garantido seraacute possiacutevel edificar
um moacutedulo equipado com o sistema miacutessil portaacutetil Stinger e o sistema de detecccedilatildeo radar
PSTAR Esta situaccedilatildeo eacute possiacutevel porque o CJSOR das operaccedilotildees OTAN apenas identifica
as valecircncias miacutenimas podendo as naccedilotildees adicionar valecircncias suplementares (como
protecccedilatildeo AA para reforccedilar a protecccedilatildeo da forccedila) Deste modo consideramos que ao ser
adquirido o sistema de C2 o moacutedulo de protecccedilatildeo AA poderaacute ser empregue em operaccedilotildees
futuras que assim o exijam
No que respeita agrave participaccedilatildeo de uma BAAA na NRF ou de um pelotatildeo no BG com a
aquisiccedilatildeo do sistema de C2 continuaraacute a natildeo ser possiacutevel a participaccedilatildeo nas referidas
estruturas militares Isto porque existem outros requisitos a serem cumpridos como a
quantidade de UT (SHORAD e MANPAD) e a disponibilidade de sistemas de detecccedilatildeo radar
com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional Desta forma o moacutedulo de protecccedilatildeo AA do BG
Portuguecircs (previsto para 2011) teraacute de ser garantido por outra naccedilatildeo situaccedilatildeo que na nossa
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 39
opiniatildeo eacute pouco abonatoacuteria para a imagem nacional e natildeo vai de encontro agraves expectativas
dos Artilheiros Portugueses
Na sequecircncia apresentamos as respostas agraves questotildees colocadas e agraves hipoacuteteses
estabelecidas no inicio do trabalho
Inerente agrave anaacutelise da questatildeo central ldquoQual o actual enquadramento das unidades
de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo primaacuteriardquo Constataacutemos que actualmente
no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria as unidades de AAA natildeo tecircm qualquer tipo de
enquadramento nas FND Poreacutem conceptualmente a sua participaccedilatildeo poderaacute efectuar-se
no acircmbito das MHP das NRF e dos BG
A partir desta questatildeo central surgiram as questotildees derivadas As questotildees derivadas
que fundaacutemos foram as seguintes
Porque razatildeo as unidades de AAA natildeo participam actualmente em MHP no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Quais os cenaacuterios de emprego das unidades de AAA em FND
Em caso de participaccedilatildeo em MHP qual seria o escalatildeo das unidades de AAA
a empregar
Seraacute que as unidades de AAA nacionais possuem o niacutevel de prontidatildeo exigido
para integrarem as NRF e os BG
Para obter a resposta agrave primeira questatildeo derivada existiu necessidade de entrevistar o
Chefe da DIOP do EMGFA Os resultados da nossa investigaccedilatildeo revelam que actualmente
as unidades de AAA natildeo participam em MHP porque as CJSOR dos TO onde o Exeacutercito
tem FND (Afeganistatildeo Kosovo e Liacutebano) natildeo identificam a necessidade da valecircncia de
protecccedilatildeo AA No entanto a ausecircncia de um sistema de C2 inviabilizaria a participaccedilatildeo das
unidades de AA caso essa necessidade estivesse inventariada no CJSOR da Forccedila
Multinacional
Relativamente agrave segunda questatildeo derivada constataacutemos durante a nossa investigaccedilatildeo
que os cenaacuterios de emprego ideais para as unidades de AAA em CRO satildeo as operaccedilotildees de
alta intensidade (imposiccedilatildeo de paz) ou as situaccedilotildees de ldquoaberturardquo de TO quando as FND se
encontram integradas na Initial Entry Force O facto de natildeo existir conhecimento do TO e
das forccedilas beligerantes faz com que deva existir investimento na protecccedilatildeo da forccedila visto
que esta eacute da responsabilidade nacional
Quanto agrave terceira questatildeo derivada consideramos que em caso de participaccedilatildeo das
unidades de AAA em MHP deveraacute ser constituiacutedo uma forccedila de organizaccedilatildeo modular Este
moacutedulo deveraacute ser dimensionado agraves FND que tecircm vindo a ser empregues em MHP (UEC e
UEB) Desta forma seraacute possiacutevel cumprir as relaccedilotildees de comando estabelecidas
doutrinariamente ou seja se a Brigada eacute apoiada com uma BAAA as UEB e UEC seratildeo
apoiadas com moacutedulos de protecccedilatildeo AA dimensionados agrave Forccedila
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 40
Eacute oportuno relembrar ainda que caso exista decisatildeo poliacutetica de projectar uma Brigada
(como se encontra previsto no CEM) esta seraacute apoiada com uma BAAA como vimos
anteriormente
No que diz respeito agrave quarta questatildeo derivada consideramos que as unidades de AAA
natildeo possuem o niacutevel de prontidatildeo para integrarem as NRF e os BG muito especialmente
devido agrave dificuldade de cumprir os elevados requisitos das OI Embora disponham de bons
recursos humanos existe uma clara necessidade de reequipamento ao niacutevel dos recursos
materiais que seraacute colmatada com as aquisiccedilotildees previstas na LPM
Respondidas as questotildees inicialmente levantadas procedemos agrave confirmaccedilatildeo ou
negaccedilatildeo das seguintes hipoacuteteses
1 Porque o CJSOR natildeo identifica a necessidade de uma valecircncia de protecccedilatildeo AA da
forccedila
2 Em cenaacuterios de alta intensidade ou no lanccedilamento das operaccedilotildees
3 Ao niacutevel das UEC e UEB normalmente empregues em MHP seria empregue uma
forccedila de organizaccedilatildeo modular
4 Existem lacunas ao niacutevel dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
Em relaccedilatildeo agrave primeira hipoacutetese confirma-se parcialmente porque mesmo se fosse
inventariada a valecircncia de protecccedilatildeo AA no CJSOR o emprego de unidades de AAA
nacionais natildeo seria possiacutevel devido agrave ausecircncia de sistema de C2
No que diz respeito agrave segunda hipoacutetese confirma-se totalmente
Em relaccedilatildeo agrave terceira hipoacutetese confirma-se parcialmente porque para aleacutem das UEC e
UEB (apoiadas por moacutedulo de protecccedilatildeo AA) normalmente empregues em MHP o CEM
prevecirc igualmente o emprego de uma Brigada que teria de ser apoiada por uma BAAA
Por uacuteltimo a quarta hipoacutetese confirma-se totalmente
Tendo por base o presente trabalho propotildee-se a adopccedilatildeo das seguintes acccedilotildees
Criaccedilatildeo de um exerciacutecio taacutectico ao niacutevel de todas as unidades de AAA que englobe
o C2EA e procedimentos de ligaccedilatildeo aos elementos de manobra e ao escalatildeo
superior simulando um cenaacuterio de CRO
Proporcionar formaccedilatildeo teacutecnica e taacutectica (aos quadros de AAA) acerca dos sistemas
de armas que se pretendem adquirir futuramente
Dar prioridade agrave aquisiccedilatildeo de um sistema de C2 compatiacutevel com os novos PPRC-
525 (evitando incompatibilidades) que garanta a projecccedilatildeo de unidades de AAA em
forccedilas projectaacuteveis
Aquando da aquisiccedilatildeo do sistema de C2 criar um grupo de trabalho unicamente
dedicado agrave utilizaccedilatildeo e optimizaccedilatildeo do referido sistema
Estudar as Liccedilotildees Apreendidas de Exeacutercitos Aliados no que respeita a forccedilas
projectaacuteveis atraveacutes da realizaccedilatildeo de seminaacuterios e conferecircncias
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 41
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
1 LIVROS
CALMEIRO Luiacutes e MAGRO Joseacute (2005) O Exeacutercito Portuguecircs nos Caminhos da
Paz SCMAGabCEME Lisboa
IESM (2004) Metodologia da Investigaccedilatildeo Cientiacutefica Instituto de Estudos Superiores
Militares Lisboa
VITORINO Antoacutenio (1998) Discursos do Ministro da Defesa Nacional Ministeacuterio da
Defesa Nacional Janeiro Lisboa
SARMENTO Manuela (2008) Guia Praacutetico sobre a Metodologia Cientiacutefica para a
Elaboraccedilatildeo Escrita e Apresentaccedilatildeo de Teses de Doutoramento Dissertaccedilotildees de
Mestrado e Trabalhos de Investigaccedilatildeo Aplicada 2ordf Ediccedilatildeo Lisboa Universidade
Lusiacuteada Editora
2 MANUAIS
EME (1997) Regulamento de Taacutectica de Artilharia Antiaeacuterea RC 18-100 Estado-
Maior do Exeacutercito Setembro Lisboa
EME (2004) Termos de Formaccedilatildeo Educaccedilatildeo e Treino do Exeacutercito Comando da
Instruccedilatildeo e Doutrina Julho Amadora
EME (2005) Regulamento de Campanha Operaccedilotildees Estado-Maior do Exeacutercito
Setembro Lisboa
EME (2007) Regulamento de Campanha Informaccedilotildees Estado-Maior do Exeacutercito
Agosto Lisboa
HDA (2000) FM 3-017 Air Defense Artillery Brigade Operations Headquarters
Department of the Army October Washington DC
HDA (2000) FM 3-0111 Air Defense Artillery Handbook Headquarters Department of
the Army October Washington DC
ALSAC (2000) FM 6-248 Introduction to Tactical Digital Information Air Land amp Sea
Application Center June Washington DC
IAEM (1996) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz ME 20-76-04 Instituto de Altos Estudos
Militares Janeiro Lisboa
IAEM (2000) A Arte Operacional Operaccedilotildees Conjuntas e Combinadas NC 20-77-01
Instituto de Altos Estudos Militares Dezembro Lisboa
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 42
JP (1994) Peace Operations Joint Publication 3-073 Joint Chiefs of Staff
Washington DC
JP (2006) Dictionary of Military and Associated Terms Joint Publication 1-02 Joint
Chiefs of Staff Washington DC
NATO (2001) Land Operations ATP 32 North Atlantic Treaty Organization March
Brunssum
NATO (2001) NATO Handbook North Atlantic Treaty Organization Brunssum
NATO (2004) Strategic Vision The Military Challenge North Atlantic Treaty
Organization August Brunssum
NATO (2005) Non-Article 5 Crisis Response Operations AJP-34 North Atlantic
Treaty Organization March Brunssum
3 PUBLICACcedilOtildeES PERIOacuteDICAS
BAPTISTA Cor Luiacutes (2007) A Artilharia Portuguesa na NATO Response Force e nos
Battlegroups in Revista de Artilharia nordm 986-988 II seacuterie Lisboa Outubro a Dezembro
de 2007 p347-360
BENROacuteS Maj Joseacute (2002) A Artilharia Antiaeacuterea em Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz in
Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm 2 II seacuterie Lisboa Outubro de 2002 p14-24
BORGES Cor Joatildeo (2008) Reflexotildees sobre a evoluccedilatildeo da Artilharia Antiaeacuterea
Portuguesa in Revista de Artilharia nordm 995-997 II seacuterie Lisboa Julho a Setembro de
2008 p203-222
ESPIacuteRITO SANTO Gen Gabriel (2006) As Forccedilas Nacionais Destacadas em apoio
da poliacutetica externa in Revista Militar nordm10 Lisboa Outubro de 2006 p 109-112
LEANDRO Maj Francisco (2002) Participaccedilatildeo Nacional em operaccedilotildees de apoio agrave
paz liccedilotildees apreendidas in Revista de Artilharia nordm 926-928 II seacuterie Lisboa Outubro a
Dezembro de 2002 p317-365
MONSANTO Maj Luiacutes (2002) Sistema Integrado de Defesa Aeacuterea Nacional in
Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm 2 II seacuterie Lisboa Outubro de 2002 p10-13
NATO (1999) KFOR Providing security for building a better future for Kosovo in NATO
Review nordm 3 Autumn 1999 volume 47 p 16-19
SALVADOR Cap Francisco (2006) Sistemas de Armas SHORAD in Boletim da
Artilharia Antiaeacuterea nordm 6 II seacuterie Lisboa Julho de 2006 p7-33
SANTOS TCor Henrique (2001) A Artilharia Antiaeacuterea em Operaccedilotildees de Resposta a
Crises in Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm1 II seacuterie Lisboa Outubro de 2001 p18-
27
SANTOS TCor Henrique (2007) A Artilharia Portuguesa nas FND in Revista de
Artilharia nordm 983-985 II seacuterie Lisboa Julho a Setembro de 2007 p233-266
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 43
4 DOCUMENTOS ELECTROacuteNICOS
CHARRON Maj Laurent (2008) Co-Ordinating 3D in South Lebanon in Doctrine
Disponiacutevel em httpwwwcdefterredefensegouvfrpublicationsdoctrinedoctrine14
usdoctrine14uspdf
EMGFA (2009) FND Kosovo Disponiacutevel em httpwwwemgfaptptoperacoes
missoesfnd-kosovo
EU (2006) Council Secretariat Factsheet on European Union Battlegroups Disponiacutevel
emhttpwwwconsiliumeuropaeuueDocscms_DatadocspressDataenesdp91624
MDN (2005) Anuaacuterio Estatiacutestico da Defesa Nacional 2005 Disponiacutevel em
httpwwwmdngovptNRrdonlyres8B953055-D6EE-4B19-98C4-05EB6D8D3DA30
Capitulo7pdf
NATO (1949) Tratado do Atlacircntico Norte Disponiacutevel em httpwwwnatoint
docuotherpotreaty-pohtm
NATO (2000) NATO Glossary of Terms and Definitions Disponiacutevel em
httpwwwdticmildoctrinejelother_pubsaap_6vpdf
NATO (2003) NATOrsquos military concept for defence against terrorism Disponiacutevel em
httpwwwnatointimsdocuterrorism-annexhtm
NATO (2006) NATO Response Forces Briefing Disponiacutevel em wwwnatoint
docubriefingnrf2006nrf2006-epdf
NATO (2007) Operation Joint Endeavour Disponiacutevel em httpwwwnatoint
iforiforhtm
NATO (2008) E-generation Disponiacutevel em httpwwwnatointeducationmapshtm
NATO (2008) The NATO Response Force Disponiacutevel em httpwwwnatoint
issuesnrfindexhtml
NATO (2009) Kosovo Force (KFOR) Disponiacutevel em httpwwwnatoint
issueskforindexhtml
LINDSTROM Gustav (2007) Chaillot Papper Enter the EU Battlegroups Disponiacutevel
em httpaeipittedu741401chai97pdf
5 DIAPOSITIVOS
ALVES TCor Joatildeo (2008) A Manutenccedilatildeo da Artilharia Antiaeacuterea Workshop
subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios para a organizaccedilatildeo e reequipamento da Artilharia
Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 17 diapositivos
BAPTISTA Cor Luiacutes (2008) A Artilharia Portuguesa na NATO Response Force e nos
Battlegroups Workshop subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios para a organizaccedilatildeo e
reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 32 diapositivos
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 44
BORGES Cor Joatildeo (2008) Reflexotildees sobre a AAA Portuguesa Seminaacuterio de
Artilharia na EPA Junho 34 diapositivos
CARDOSO Maj Joaquim (2008) A Lei de Programaccedilatildeo Militar e o Reequipamento
para a Artilharia Antiaeacuterea Portuguesa Workshop subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios
para a organizaccedilatildeo e reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 22
diapositivos
PIRES TCor Nuno (2007) AgrBRAVO Instituto de Estudos Superiores Militares
Outubro 38 diapositivos
RALEIRAS TCor Mauriacutecio (2002) A Artilharia e as Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz
Seminaacuterio de Artilharia na EPA Marccedilo 31 diapositivos
ROSENDO Maj Paulo (2008) A Artilharia Antiaeacuterea na Protecccedilatildeo da Forccedila - A
BtrAAA da BrigMec Workshop subordinado ao tema ldquo Subsiacutedios para a organizaccedilatildeo e
reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 20 diapositivos
6 PALESTRAS
Palestra proferida em 11 de Dezembro de 2008 no RAAA1 onde foram apresentadas
as conclusotildees do Workshop relativo ao tema ldquoO apoio da Artilharia Antiaeacuterea agraves
Brigadas em Operaccedilotildeesrdquo proferida pelo TCor Art Paradelo
7 LEGISLACcedilAtildeO
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Portuguesa (2005) Quid Juris - Sociedade Editora Lisboa
p 192
Decreto-Lei nordm 612006 (2006) Lei Orgacircnica do Exeacutercito Diaacuterio da Repuacuteblica 1ordf
Seacuterie - A de 21 de Marccedilo Nordm 57 p2044-2050
Resoluccedilatildeo do Conselho de Ministros nordm 62003 (2003) Conceito Estrateacutegico de
Defesa Nacional Diaacuterio da Repuacuteblica 1ordf Seacuterie - B de 20 de Janeiro Nordm 16 p279-
287
8 OUTROS DOCUMENTOS
EME (2008) Directiva Nordm 23CEME2008 ndash Atribuiccedilotildees e Responsabilidades na
Preparaccedilatildeo e Emprego de Elementos e Forccedilas Nacionais Destacadas do Exeacutercito no
acircmbito das Missotildees Humanitaacuterias e de Paz Estado Maior do Exeacutercito Lisboa
EME (2009) Directiva Nordm 02CEME2009 ndash Optimizaccedilatildeo da Coerecircncia Orgacircnica da
FOPE e seu Reequipamento Estado Maior do Exeacutercito Lisboa
RAMALHO Gen Joseacute (2008) Entrevista agrave SIC Noticias Marccedilo Disponiacutevel em
httpwwwyoutubecomwatchv=GFs1fWAre9g
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 45
RCMAGabCEME (2009) Listagens da participaccedilatildeo do Exeacutercito em MHP Estado
Maior do Exeacutercito Lisboa Marccedilo
RCMAGabCEME (2009) Listagens da participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF Estado Maior
do Exeacutercito Lisboa Marccedilo
SARAIVA (2008) IFORBoacutesnia 96 Lisboa
UN (1995) United Nations Security Council Resolution 1031 United Nations
December
UN (1998) United Nations Security Council Resolution 1199 United Nations
September
UN (1999) United Nations Security Council Resolution 1244 United Nations June
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 46
GLOSSAacuteRIO
AacuteREA DE OPERACcedilOtildeES (AO) ndash ldquoAacuterea delimitada necessaacuteria para conduzir as operaccedilotildees
militares e para a administraccedilatildeo dessas operaccedilotildeesrdquo (EME 2005 B-2)
AacuteREA DE RESPONSABILIDADE (AOR) ndash ldquoAacuterea geograacutefica no interior da qual o
Comandante possui autoridade para planear conduzir e coordenar operaccedilotildees e ainda
desenvolver e manter infra-estruturas conforme delegadordquo (IAEM 2000)
CIMIC ndash ldquoEacute a coordenaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em apoio da missatildeo entre o Comandante de uma
forccedila militar e os actores civis nos quais se incluem a populaccedilatildeo civil local e as suas
autoridades representativas bem como as organizaccedilotildees natildeo governamentais internacionais
e nacionais e ainda as agecircnciasrdquo (EME 2005 8-1)
COMANDO E CONTROLO (C2) ndash ldquoAs funccedilotildees de comando e controlo satildeo exercidas atraveacutes
de um sistema funcional conjunto de homens material equipamento e procedimentos
organizados que permitam a um Comandante dirigir coordenar e controlar as actividades
das forccedilas militares no cumprimento da missatildeordquo (EME 1997 5-1)
CONTROLO POR PROCEDIMENTOS ndash ldquoO controlo por procedimentos sobrepotildee-se ao
controlo positivo e agraves falhas de identificaccedilatildeo Inclui teacutecnicas tais como as de segmentaccedilatildeo
do espaccedilo aeacutereo em volume e tempo eou uso de graus (ordens) de controlo de armas Por
isso pode assegurar de facto a continuidade das operaccedilotildees ambientais adversasrdquo (EME
1997 5-8)
DOUTRINA ndash ldquoConjunto de princiacutepios e regras que visam orientar as acccedilotildees das forccedilas e
elementos militares no cumprimento da missatildeo operacional do Exeacutercito na prossecuccedilatildeo dos
objectivos nacionaisrdquo (EME 2005 B-6)
EXERCICIOS COMBINADOS ndash ldquoExerciacutecios com forccedilas militares nacionais e de outro paiacutes
podendo ou natildeo ser realizados em territoacuterio nacional A sua finalidade eacute desenvolver o
planeamento operacional conjuntocombinado e avaliar a prontidatildeo do SFN proporcionar
treino operacional e avaliar a capacidade e a interoperabilidade das forccedilas participantesrdquo
(MDN 2005p153)
Glossaacuterio
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 47
EXERCICIOS CONJUNTOS ndash ldquoExerciacutecios que envolvem Forccedilas militarem nacionais de dois
ou mais ramos A sua finalidade eacute desenvolver o planeamento operacional conjunto e avaliar
a prontidatildeo do SFN a estrutura de comando os sistemas de comunicaccedilotildees e informaccedilatildeo a
interoperabilidade os conceitos e os planosrdquo (MDN 2005p152)
MANPAD ndash ldquoO sistema miacutessil portaacutetil eacute constituiacutedo por miacutesseis guiados disparados ao
ombro ou a partir de apoios ligeiros (bipeacutes ou tripeacutes montados no solo ou em viatura) Este
sistema de armas de AAA eacute caracterizado ainda por ser um sistema de tempo claro e ter
alcances da ordem dos 3 a 5 kmrdquo (EME 19974-12)
OPERACcedilOtildeES PSICOLOacuteGICAS (PSYOPS) ndash ldquoSatildeo actividades psicoloacutegicas concebidas
para influenciar as atitudes e o comportamentos que contribuem para a realizaccedilatildeo de
objectivos poliacuteticos e militaresrdquo (NATO 2000 2-P-7)
PROTECCcedilAtildeO DA FORCcedilA ndash ldquoTodas as medidas e os meios para minimizar as
vulnerabilidades de pessoal instalaccedilotildees equipamentos e operaccedilotildees a quaisquer ameaccedila e
em todas as situaccedilotildees para preservar a liberdade de acccedilatildeo bem como a eficaacutecia
operacional da forccedilardquo (NATO 2003)
REGRAS DE EMPENHAMENTO (ROE) ndash ldquoAs regras de empenhamento satildeo directivas que
fornecem aos vaacuterios niacuteveis de decisatildeo as circunstacircncias e limitaccedilotildees do uso da forccedila
dentro dos paracircmetros legais as quais reflectem orientaccedilotildees e direcccedilatildeo poliacuteticasrdquo (IAEM
1996 F-1-3)
SHORAD ndash ldquoOs sistemas SHORAD estatildeo vocacionados para o combate agrave ameaccedila aeacuterea de
baixa e muito baixa altitude e satildeo normalmente empregues na protecccedilatildeo antiaeacuterea das
unidades de manobra e dos seus oacutergatildeos criacuteticosrdquo (EME 19974-10)
TEATRO DE OPERACcedilOtildeES (TO) ndash ldquoEacute a parte do teatro de guerra necessaacuteria agrave conduccedilatildeo ou
apoio das operaccedilotildees de combaterdquo (EME 2005 B-10)
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 48
APEcircNDICES
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 49
APEcircNDICE A - Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
Perguntas
Derivadas
HIPOacuteTESES
VALIDACcedilAtildeO DAS
HIPOacuteTESES CONCLUSOtildeES
PROPOSTAS
(hellip)
METODOLOGIA
Anaacutelise Documental
Entrevistas
Workshop
QUESTAtildeO CENTRAL
ldquoldquoQual o actual enquadramento das unidades
de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo
primaacuteriardquo
Cap I
Enquadramento
Conceptual
Cap II
A Participaccedilatildeo
das FND em CRO
Cap III
Integraccedilatildeo de unidades
de AAA na NRF e BG
Cap IV
Emprego
Operacional das
Unidades de AAA
Conceptualizaccedilatildeo
FND
CRO
Ameaccedila Aeacuterea
FNDIFOR
FNDKFOR
Caracterizaccedilatildeo do TO
PE vs PK
Enquadramento do
moacutedulo de protecccedilatildeo AA
nas CRO
Reflexotildees sobre a AAA
em CRO
NRF
BG
Missatildeo BGNRF
Requisitos para
integraccedilatildeo na NRF e
BG
Prontidatildeo das Unidades
de AAA
Especificidade de
emprego
Verificar se cumpre
requisitos NRFBG
Emprego do moacutedulo de
AAA
Lei de Programaccedilatildeo
Militar
FND
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 50
APEcircNDICE B - Guiatildeo da Entrevista
ao Tenente-Coronel de Varela Benroacutes
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Que experiecircnciaformaccedilatildeo possui no domiacutenio da Artilharia Antiaeacuterea
3 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a
KFOR em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado
agrave forccedila Porquecirc
4 Tendo presente a tipologia das CRO em que tipo de operaccedilotildees eacute vaacutelida a inclusatildeo de
unidades de AAA
5 Quais as tarefas que podem ser cometidas as unidades de AAA no ambiente das
CRO
6 O sistema de C2 das unidades de AAA tem limitaccedilotildees Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar
de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em CRO Porquecirc
7 Na sua opiniatildeo quais as perspectivas futuras quanto a participaccedilatildeo de unidades de
AAA em Operaccedilotildees deste geacutenero
8 Em termos conceptuais e no acircmbito da integraccedilatildeo de unidades de AAA na NRF seraacute
possiacutevel Portugal integrar um pelotatildeo AA numa BAAA fornecida por outra naccedilatildeo Ou a
participaccedilatildeo miacutenima deveraacute ser ao niacutevel BAAA
Posto Tenente-Coronel de Artilharia
Nome Joseacute Carlos Levy VARELA BENROacuteS
Cargo Funccedilatildeo NATO Staff Officer J3 Division Ground Based Air Defense (GBAD)
NATO Team Leader - Joint Synchronization and Execution Branch
Local Joint Headquarters Lisbon - Oeiras
DataHora 18 de Fevereiro de 2009 pelas 16h00m
Motivo da Entrevista Durante a sua carreira o Tenente-Coronel Benroacutes esteve
sempre ligado agrave AAA tendo sido por vaacuterios anos o
representante do Exeacutercito no Land Group 5 on Army Air
Defense do NATO Army Armaments Group
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 51
APEcircNDICE C - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Ref Pires Saraiva
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do 3ordm BIATBAI
5 Qual a missatildeo do seu Batalhatildeo
6 Como caracterizaria o TO da Boacutesnia e Herzegovina em Agosto de 1996 aquando da
sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo Batalhatildeo
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea
10 O 3ordm BIATBAI integrou a IFOR em 1996 tornando-se assim um elemento da ldquoInitial
Entry Forcerdquo Nestas circunstacircncias seria admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de
protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Batalhatildeo
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao 3ordm BIATBAI
Posto Coronel de Infantaria
Nome Fernando PIRES SARAIVA
Cargo Funccedilatildeo Reformado
Local Residecircncia Pessoal - Lisboa
DataHora 12 de Marccedilo de 2009 pelas 11h00m
Motivo da Entrevista O Coronel Pires Saraiva foi o Comandante do 3ordm BIATBAI
na FNDIFOR entre Agosto de 1996 e Dezembro de 1996
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 52
APEcircNDICE D - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Tirocinado Antunes Calccedilada
Questotildees Colocadas
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do AgrBravoBAI
5 Qual a missatildeo do seu Agrupamento (AgrBravoBAI)
6 Como caracterizaria o TO do Kosovo em Agosto de 1999 aquando da sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo AgrBravoBAI
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea Existia
ameaccedila
10 O AgrBravoBAI foi a primeira FND (UEB) a integrar a KFOR em Agosto de 1999
tornando-se assim um elemento da ldquoInitial Entry Forcerdquo Nestas circunstacircncias seria
admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Agrupamento
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao AgrBravoBAI
Posto Coronel de Cavalaria Tirocinado
Nome Joseacute Carlos Filipe ANTUNES CALCcedilADA
Cargo Funccedilatildeo Coordenador de Ensino dos Cursos do Exeacutercito no IESM
Local Instituto de Estudos Superiores Militares - Lisboa
DataHora 04 de Marccedilo de 2009 pelas 16h00m
Motivo da Entrevista O Coronel Calccedilada foi o Comandante do AgrBravoBAI na
FNDKFOR entre Agosto de 1999 e Fevereiro de 2000
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 53
APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista
ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do BIParaBRR
5 Qual a missatildeo do seu Batalhatildeo
6 Como caracterizaria o TO do Kosovo em Setembro de 2005 aquando da sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo Batalhatildeo
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea
10 O BIPara foi empregue como reserva taacutectica do COMKFOR Nestas circunstacircncias
seria admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila
Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Batalhatildeo
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao BIPara
Posto Tenente-Coronel de Infantaria
Nome Joseacute Carlos ALMEIDA SOBREIRA
Cargo Funccedilatildeo Chefe da Reparticcedilatildeo de Ligaccedilatildeo de Adidos Militares no EME
Local Estado Maior do Exeacutercito - Lisboa
DataHora 11 de Marccedilo de 2009 pelas 14h00m
Motivo da Entrevista O Tenente-Coronel Sobreira foi o Comandante do
BIParaBRR na FNDKFOR entre Setembro de 2005 e
Marccedilo de 2006 Foi tambeacutem Oficial de Informaccedilotildees do
AgrJuacutepiter na IFOR entre Agosto de 1996 e Dezembro
de 1996
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 54
APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao
Major-General Martins Ribeiro
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Poderatildeo as NRF e os BG ser considerados FND
4 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com meios de protecccedilatildeo AA Porquecirc
5 O que satildeo as CJSOR Como se processa a Conferecircncia de Geraccedilatildeo de Forccedilas
6 Na sua opiniatildeo e como Chefe da DIOPEMGFA porque razatildeo o Exeacutercito nunca
disponibilizou unidades de AAA para missotildees exterior
7 Jaacute foi equacionada hipoacutetese de empenhar uma unidade de AAA para corresponder agrave
CJSOR
8 A constituiccedilatildeo da forccedila deve responder as CJSOR Apesar disso pode a Forccedila ter
valecircncias adicionais
Posto Major-General
Nome Luiacutes Manuel MARTINS RIBEIRO
Cargo Funccedilatildeo Chefe da Divisatildeo de Operaccedilotildees do EMGFA
Local EMGFA - Lisboa
DataHora 19 de Marccedilo de 2009 pelas 18h00m
Motivo da Entrevista A DIOPEMGFA presta apoio de estado-maior no que respeita a
planeamento operacional e ao emprego de FND
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 55
APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao
Tenente-Coronel Crispim Paradelo
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave
FND Porquecirc
3 Como definiria a ameaccedila aeacuterea actual
4 Actualmente as FND incluem um moacutedulo de morteiros pesados sem qualquer
integraccedilatildeo na estrutura de C2 do escalatildeo superior Poderia esta situaccedilatildeo acontecer com
o moacutedulo de protecccedilatildeo AA
5 Ao incluir este moacutedulo de protecccedilatildeo AA qual seria o seu escalatildeo composiccedilatildeo
pessoalmaterial
6 Quais as tarefas que podem ser cometidas agraves unidades de AAA actuando em ambiente
CRO
7 O sistema de C2 das unidades de AAA tem limitaccedilotildees Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar
de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em CRO Porquecirc
8 Os novos raacutedios da famiacutelia 525 acrescentaram algumas melhorias no actual sistema de
C2 das unidades de AAA Quais
Posto Tenente-Coronel
Nome Antoacutenio CRISPIM PARADELO
Cargo Funccedilatildeo Comandante do GAAA no RAAA1
Local RAAA1 - Lisboa
DataHora 24 de Marccedilo de 2009 pelas 09h00m
Motivo da Entrevista Como actual Cmdt GAAA o Tenente-Coronel Paradelo tem
conhecimento da prontidatildeo das unidades de AAA
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 56
APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Vieira Borges
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave
forccedila Porquecirc
3 Ao incluir este moacutedulo de protecccedilatildeo AA qual seria o seu escalatildeo composiccedilatildeo
pessoalmaterial
4 Como descreveria a situaccedilatildeo actual da AAA no que respeita a forccedilas projectaacuteveis
5 O sistema de C2 das unidades de AAA eacute apontado como uma das grandes limitaccedilotildees da
AAA Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em
CRO Porquecirc
6 No que diz respeito agrave actual situaccedilatildeo do material (unidades de tiro sistema IFF radares)
poderaacute este ser empregue em forccedilas projectaacuteveis
7 Na sua opiniatildeo e tendo em conta a situaccedilatildeo actual da AAA quais satildeo as capacidades
miacutenimas que devem serem adquiridas para que a AAA possa integrar subunidades de
organizaccedilatildeo modular nas FND
8 Na sua opiniatildeo e tendo em conta a situaccedilatildeo actual da AAA quais satildeo as capacidades
miacutenimas que devem serem adquiridas para que a AAA possa integrar unidades no seio
da NRF e dos BG
9 Quais as melhorias que o sistema do tipo FAADS C2I acrescentaria agrave AAA
10 Como antigo Oficial Coordenador de Reequipamento (OCAR) da AAA quais satildeo as
aquisiccedilotildees previstas na LPM para alterar a actual situaccedilatildeo da AAA
Posto Coronel
Nome Joatildeo VIEIRA BORGES
Cargo Funccedilatildeo Assessor de Estudos do Instituto de Defesa Nacional (IDN)
Local IDN - Lisboa
DataHora 01 de Marccedilo de 2009 pelas 15h00m
Motivo da Entrevista Antigo Comandante do RAAA1
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 57
ANEXOS
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 58
ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP
Apresenta-se o histoacuterico da participaccedilatildeo de FND do Exeacutercito em MHP nos diferentes
TO em que o Exeacutercito participou ao serviccedilo das diversas OI
Moccedilambique
UNMOZ Batalhatildeo de Transmissotildees 4 040593 ndash 290794
300594 ndash 221294
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 1 FND no TO de Moccedilambique
Angola
UNAVEM117 III
Companhia de Transmissotildees 5 260595 ndash 271296
111296 ndash 010797
Companhia Logiacutestica 6
280795 ndash 260296
260296 ndash 160996
161196 ndash 080497
080497 ndash 300697
MONUA118
Companhia de Transmissotildees 5
010797 ndash 271197
191197 ndash 261098
261098 ndash 260299
Companhia Logiacutestica 6
300697 ndash 180997
180997 ndash 010298
010298 ndash 270798
Destacamento Sanitaacuterio 7
310897 ndash 200498
260498 ndash 020898
300798 ndash 251198
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 2 FND no TO de Angola
117
UNAVEM III ndash United Nations Verification Mission III 118
MONUA ndash Missatildeo de Observaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas em Angola
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 59
Boacutesnia e Herzegovina
IFOR
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado (2ordm BIAT) 160196 ndash 120896
3ordm Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado (3ordm BIAT) 120796 ndash 100297
Destacamento de Apoio de Serviccedilos 290196 ndash 120896
SFOR
1ordm Batalhatildeo de Infantaria Motorizado (1ordm BIMoto) 100297 ndash 300797
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Motorizado (2ordm BIMoto) 300797 ndash 140198
1ordm BIAT 140198 ndash 150798
Agrupamento Alfa 150798 ndash 120199
3ordm BIMoto 120199 ndash 120799
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Paraquedista (2ordm BIPara) 100799 ndash 310100
Agrupamento Alfa 310100 ndash 290700
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Mecanizado (2ordm BIMec) 290700 ndash 280101
Agrupamento Echo 280101 ndash 290701
1ordm BIPara 290701 ndash 290102
2ordm BIMec 290102 ndash 300702
2ordm Batalhatildeo de Infantaria (2ordm BI) 300702 ndash 300103
1ordm BIPara 300103 ndash 300703
Agrupamento Golf 300703 ndash 280104
3ordm BIPara 300104 ndash 230704
2ordm BIMec 230704 ndash 230105
EUFOR119
Componente Portuguesa da
Brigada Aerotransportada Independente (BAI) 0105 ndash 0701
Componente Portuguesa da
Brigada Intervenccedilatildeo (BrigInt) 0705 ndash 0106
Componente Portuguesa da
Brigada Mecanizada (BrigMec) 0106 ndash 0706
1ordmBIBrigInt 0706 ndash 0307
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 3 FND no TO da Boacutesnia e Herzegovina
119
EUFOR ndash European Union Force
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 60
Kosovo
KFOR
Agrupamento BravoBAI 0899 ndash 0200
Agrupamento Charlie Brigada Ligeira de Intervenccedilatildeo (BLI)
0200 ndash 0800
Agrupamento Delta Brigada Mecanizada Independente (BMI)
0800 ndash 0401
2ordmBIBLI 0105 ndash 0905
3ordm BIParaBrigada de Reacccedilatildeo Raacutepida (BRR) 0905 ndash 0306
1ordmBIMecBrigMec 0306 ndash 0906
1ordmBIParaBRR 0906 ndash 0307
2ordm BIMecBrigMec 0307 ndash 0907
2ordmBIBrigInt 0907 ndash 0308
1ordmBIParaBRR 0308 ndash 0908
Agrupamento MikeBrigInt 0908 ndash 0309
1ordmBIBrigInt 0309 ndash Em curso
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 4 FND no TO do Kosovo
Timor-Leste
UNTAET120
1ordm BIParaBAI 140200 ndash 210800
2ordm BIParaBAI 210800 ndash 260201
2ordmBIBLI 260201 ndash 081001
1ordmBIBLI 081001 - 080602
UNMISET
2ordm BIParaBAI 080602 ndash 240103
1ordmBIMecBrigMec 240103 ndash 250703
Agrupamento Foxtrot 250703 ndash 250104
Agrupamento Hotel 250104 ndash 110604
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 5 FND no TO de Timor-Leste
120 UNTAET ndash United Nations Transitional Administration in East Timor
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 61
Zaire
FORREZ121 Forccedilas de Operaccedilotildees Especiais 060597 ndash 300597
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 6 FND no TO do Zaire
Guineacute-Bissau
FORREC122 Forccedilas de Operaccedilotildees Especiais 110698 ndash 190698
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 7 FND no TO da Guineacute-Bissau
Afeganistatildeo
ISAF123
1ordf Companhia de Comandos (1ordmCCmds) BRR 0805 ndash 0206
2ordf Companhia de Comandos (2ordmCCmds) BRR 0206 ndash 0806
2ordm BIParaBRR 0806 ndash 0207
2ordmCCmdsBRR 0207 ndash 0807
22ordf Companhia de Atiradores Paacutera-quedista (22ordfCatPara) 2ordm BIParaBRR
0807 ndash 0208
1ordmCCmdsBRR 0208 ndash 0808
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 8 FND no TO do Afeganistatildeo
121
FORREZ ndash Forccedila de Recolha do Zaire 122
FORREC ndash Forccedila de Recolha 123
ISAF ndash International Security Assistance Force
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 62
Liacutebano
UNIFIL
Companhia de Engenharia (CEng)BrigMec 1106 ndash 0507
Forccedilas de Apoio Geral (AG) 0507 ndash 1107
Forccedilas de AG 1107 ndash 0508
CEngBrigInt 0508 ndash 1108
CEngBrigMec 1108 ndash 0509
Forccedilas de AG 0509 ndash Em curso
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 9 FND no TO do Liacutebano
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 63
ANEXO B - Ciclo de uma FND
(Fonte Autor 2009)
Fonte (Autor 2009)
Figura 1 Os 3 periacuteodos distintos de uma FND
2ordm PERIacuteODO PROJECCcedilAtildeO DA UNIDADE E CONDUTA DA OPERACcedilAtildeO
Esta fase decorre entre o iniacutecio do deslocamento da unidade
para o TO e a Transferecircncia de Autoridade (TOA) da forccedila que eacute
rendida (Leandro 2002)
1ordm PERIacuteODO APRONTAMENTO
Eacute o periacuteodo de tempo compreendido entre o despacho de
nomeaccedilatildeo da unidade e a sua projecccedilatildeo para o TO
Durante este periacuteodo a unidade recebe treino orientado
para a missatildeo que vai desempenhar (Leandro 2002)
3ordm PERIacuteODO EXTRACcedilAtildeO E DESACTIVACcedilAtildeOFIM DE MISSAtildeO
Engloba o periacuteodo que decorre entre a TOA para a forccedila
que vem render e a extraccedilatildeo da forccedila e consecutiva
elaboraccedilatildeo do Relatoacuterio Final de Missatildeo (RFM)
(Leandro 2002)
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 64
ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees
O emprego de forccedilas militares natildeo eacute exclusivo das operaccedilotildees de guerra sendo estas
igualmente empregues em situaccedilotildees de paz e de crise Desta forma abrangem um vasto
espectro (EME 2005)
(Fonte EME 2005)
Figura 2 Espectro das Operaccedilotildees
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 65
ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Com a finalidade de reger o comportamento das entidades intervenientes neste tipo de
operaccedilotildees (forccedilas militares OI ONG) foi estabelecido um conjunto de princiacutepios (EME
2005)
Objectivo ndash Todas as operaccedilotildees devem ser orientadas para objectivos claramente
definidos e compreendidos Os objectivos estrateacutegicos - militares devem permitir
alcanccedilar o estado final poliacutetico desejado
Perseveranccedila ndash Numa operaccedilatildeo desta natureza para alcanccedilar o estado final
desejado implica ser-se resoluto paciente e persistente na perseguiccedilatildeo dos objectivos
definidos
Unidade de Comando ndash Requer uma clara definiccedilatildeo da autoridade papel e relaccedilotildees
entre os intervenientes para cumprir as tarefas atribuiacutedas
Unidade de Esforccedilos ndash Este princiacutepio reconhece a necessidade de uma
aproximaccedilatildeo coerente ente militares e civis Requer uma contiacutenua interacccedilatildeo com as
OI e as ONG envolvidas Para conseguir este princiacutepio eacute essencial estabelecer uma
ligaccedilatildeo efectiva a todos os niacuteveis e promover regularmente conferecircncias e reuniotildees
envolvendo todas as partes intervenientes
Credibilidade ndash A credibilidade eacute essencial para promover e estabelecer um clima de
confianccedila A Forccedila natildeo deve transigir quanto agrave vontade e capacidade para assumir as
suas responsabilidades
Transparecircncia das Operaccedilotildees ndash A Missatildeo o conceito de operaccedilotildees e o estado final
poliacutetico a alcanccedilar devem ser compreendidos por todas as partes envolvidas neste
processo (forccedila agecircncias e partes) A difusatildeo da informaccedilatildeo deve ser balanceada
com as necessidades de seguranccedila
Protecccedilatildeo ndash Eacute uma responsabilidade de comando inerente a qualquer operaccedilatildeo
militar Devem ser considerados a composiccedilatildeo e volume da forccedila os planos as
ordens e as regras de empenhamento (ROE)124
Flexibilidade ndash O sucesso destas operaccedilotildees envolve uma elevada capacidade de
gestatildeo e adaptaccedilatildeo face agraves mudanccedilas e eventuais transiccedilotildees que ocorram na
situaccedilatildeo envolvente e que conduzam ao estabelecimento de um ambiente seguro e
estaacutevel O comandante operacional deve facultar o maacuteximo de flexibilidade e as forccedilas
devem ter capacidade de adaptaccedilatildeo agraves alteraccedilotildees
124
ROE ndash Rules Of Engagement
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 66
Promoccedilatildeo da Cooperaccedilatildeo e Consentimento ndash Este princiacutepio constitui-se como um
preacute-requisito neste tipo de operaccedilotildees Exige uma cuidadosa ponderaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
antes da execuccedilatildeo de qualquer actividade de natureza militar
Imparcialidade ndash As operaccedilotildees devem ser conduzidas sem favorecer ou prejudicar
qualquer das partes Deve ser fomentada a aproximaccedilatildeo entre as partes atraveacutes de
uma comunicaccedilatildeo eficaz e transparecircncia das operaccedilotildees
Uso da Forccedila ndash O uso da forccedila neste tipo de operaccedilotildees poderaacute prejudicar a
execuccedilatildeo da missatildeo pelo que requer um elevado acompanhamento por parte do
Comando da forccedila contudo o uso da forccedila deve estar de acordo com a lei
internacional nomeadamente o direito internacional humanitaacuterio O uso da forccedila
deveraacute ser adequado agrave missatildeo No entanto as ROE natildeo devem limitar o direito
inerente agrave auto-defesa
Respeito Muacutetuo ndash Deve existir respeito pela naccedilatildeo cultura e costumes da Naccedilatildeo
Hospedeira O Comandante Conjunto deve assegurar-se que os mesmos princiacutepios
satildeo reconhecidos e implementados entre os diferentes contingentes que fazem parte
da forccedila
Liberdade de Movimentos ndash A liberdade de movimentos eacute fundamental para garantir
o sucesso das operaccedilotildees em missotildees desta natureza O mandato que a forccedila deteacutem
juntamente com as ROE deve garantir liberdade e autonomia para cumprir as tarefas
As facccedilotildees poderatildeo impor algumas restriccedilotildees neste aspecto Haacute que impor essa
liberdade atraveacutes de acccedilotildees vigorosas e resolutas podendo mesmo incluir o uso da
forccedila
Legitimidade ndash Este princiacutepio constitui-se como fundamental em operaccedilotildees desta
natureza Eacute atraveacutes da legitimidade que se consegue garantir o apoio da comunidade
internacional das naccedilotildees contribuintes e das partes envolvidas Eacute necessaacuterio que a
operaccedilatildeo seja conduzida de acordo com a lei internacional incluindo os princiacutepios
constantes na carta das Naccedilotildees Unidas Qualquer erro poderaacute comprometer a
credibilidade da forccedila e consequentemente a sua legitimidade
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 67
ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea
(Fonte HDA 2000)
Figura 3 Proliferaccedilatildeo da Ameaccedila Aeacuterea
(Fonte HDA 2000)
Figura 4 Relaccedilatildeo de CustosEquipamento
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 68
ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
A OTAN eacute uma OI de cooperaccedilatildeo militar estabelecida em 1949 que tem por base o
Tratado Atlacircntico Norte e eacute actualmente constituiacuteda por uma Alianccedila de 26 paiacuteses125 O
papel fundamental da OTAN eacute salvaguardar a liberdade e seguranccedila dos seus paiacuteses
membros constituindo-se tambeacutem num dos pilares de estabilidade e seguranccedila do espaccedilo
Euro-Atlacircntico
O conceito estrateacutegico da Alianccedila Atlacircntica estabelece as capacidades que devem ser
desenvolvidas pela OTAN entre as quais o papel crucial que a organizaccedilatildeo tem na
prevenccedilatildeo de conflitos e gestatildeo de crises adoptando as medidas necessaacuterias agrave sua
resoluccedilatildeo A OTAN fomenta ainda a parceria e cooperaccedilatildeo com os restantes paiacuteses do
espaccedilo Euro-Atlacircntico no intuito de promover a paz e aumentar a confianccedila muacutetua e a
capacidade de acccedilatildeo conjunta (NATO 2004)
A OTAN iniciou a sua actuaccedilatildeo na regiatildeo dos Balcatildes apoacutes a assinatura do acordo de
Paz de Dayton em 1995 Esteve sempre relacionada com o cumprimento deste acordo
intervindo numa primeira fase com uma forccedila de implementaccedilatildeo militar (IFOR) e
posteriormente com uma forccedila de estabilizaccedilatildeo (SFOR) ambas com o objectivo de construir
a base para uma futura paz na regiatildeo dos Balcatildes
O emprego operacional da Alianccedila nesta regiatildeo efectivamente impediu novos
combates e desenvolveu um precedente de sucesso dos esforccedilos de caraacutecter
multinacionais Conseguiu alcanccedilar as esperanccedilas de paz e bem-estar existentes no povo
da Boacutesnia e Herzegovina e do Kosovo
A esfera de actuaccedilatildeo da Alianccedila abrange tambeacutem o conflito do Kosovo onde a OTAN
leva a cabo esforccedilos para inverter a limpeza eacutetnica e permitir o regresso das centenas de
milhares de refugiados que abandonaram o Kosovo durante a repressatildeo da Primavera de
1999 para voltar agrave sua paacutetria segura
O papel da forccedila multinacional liderada pela OTAN no Kosovo a KFOR tem vindo a
criar um ambiente seguro e estaacutevel no qual todos os habitantes do Kosovo
independentemente da sua origem eacutetnica possam viver em paz ajudando-os a reconstruir
as estruturas necessaacuterias para uma sociedade paciacutefica e democraacutetica Estas caracteriacutesticas
satildeo essenciais caso se pretenda alcanccedilar uma soluccedilatildeo duradoura para este conflito
A tarefa que tem vindo a ser realizada pela Alianccedila no Kosovo encontra-se inserida no
contexto de esforccedilos da comunidade internacional para criar um ambiente que iraacute promover
a paz e a estabilidade no Sudeste da Europa (NATO 2001)
125
Satildeo paiacuteses membros da Alianccedila Atlacircntica Alemanha Beacutelgica Bulgaacuteria Canadaacute Dinamarca Eslovaacutequia
Esloveacutenia Estoacutenia Espanha Estados Unidos Franccedila Greacutecia Holanda Hungria Islacircndia Itaacutelia Letoacutenia
Lituacircnia Luxemburgo Noruega Poloacutenia Portugal Reino Unido Repuacuteblica Checa Romeacutenia e Turquia
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 69
(Fonte NATO 2004)
Figura 5 Paiacuteses-membros da OTAN
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 70
ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton
O Acordo de Paz de Dayton surge apoacutes a reuniatildeo do Grupo de Contacto126 onde satildeo
aprovados os princiacutepios de base para uma regulamentaccedilatildeo da paz Eacute acordado um
reconhecimento muacutetuo a Repuacuteblica Federal Jugoslava reconhece a Boacutesnia e Herzegovina e
Sarajevo por sua vez reconhece a Repuacuteblica Seacutervia
Assim no dia 21 de Novembro de 1995 chega-se a um acordo em Dayton no Estado
norte-americano do Ohio Neste acordo assinado pelo Grupo de Contacto e pelos
representantes das partes beligerantes Franjo Tujam (Croaacutecia) Alija Izetbegovic (Boacutesnia) e
Slogan Militeis (Seacutervia) eacute aceite o plano de paz para a Boacutesnia e Herzegovina Este acordo
foi formalmente assinado em Paris no dia 14 de Dezembro de 1995 (Saraiva 2008)
(Fonte Autor 2009)
Figura 6 Divisatildeo Territorial da Boacutesnia e Herzegovina em 1995
126
O Grupo de Contacto era constituiacutedo por EUA Reino Unido Franccedila Alemanha e Ruacutessia
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 71
ANEXO H - Missatildeo da IFOR
A IFOR tinha a missatildeo de fiscalizar e impor o cumprimento dos aspectos militares
previstos no Acordo de Paz de Dayton A UNSCR 1031 prevecirc o mandato da IFOR durante
um ano no TO da Boacutesnia e Herzegovina As tarefas militares a serem cumpridas (NATO
2009)
1 Garantir a auto-defesa e a liberdade de circulaccedilatildeo
2 Supervisionar a marcaccedilatildeo dos limites da ZOS entre as partes
3 Monitorizar e se necessaacuterio impor a retirada das forccedilas militares dos
respectivos territoacuterios para que se possa estabelecer a ZOS
4 Assumir o controlo do espaccedilo aeacutereo sobre o territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina
5 Assumir o controlo da circulaccedilatildeo de traacutefego militar nas principais rotas terrestres
6 Estabelecer comissotildees militares conjuntas para servirem como oacutergatildeos centrais
para todas as partes do Acordo de Paz
7 Ajudar agrave retirada das forccedilas da ONU natildeo transferidas para a IFOR
(Fonte NATO 2001)
Figura 7 Logoacutetipo da IFOR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 72
ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR
(Fonte Autor 2009)
Figura 8 Estrutura de C2 da IFOR
Em 1996 o Tenente-General Michael Walker (Exeacutercito Norte-Americano) era o
Comandante da componente terrestre da IFOR e tinha trecircs divisotildees sob o seu comando
1 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MNDSW127) liderada pelo Reino Unido com
comando sediado em Banja Luka
2 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MNDN128) liderada pelos EUA com comando
sediado em Tuzla
3 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MDNSE129) liderada pela Franccedila com
comando em Mostar
O AgrJuacutepiter ocupava o sector de Goradze com o seu Posto de Comando (PC)
estabelecido em Rogatica estando integrado na Brigada Multinacional Norte (MNBN130) com
comando Italiano que por sua vez pertencia agrave MDNSE
127
MNDSW ndash Multinational Division Southwest 128
MNDN ndash Multinational Division North 129
MNDSE - Multinational Division Southeast 130
MNBN ndash Multinational Brigade North
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 73
ANEXO J - Missatildeo da KFOR
A KFOR obteve o seu mandato a partir da UNSCR 1244 e do MTA acordado entre a
OTAN a Repuacuteblica Federal da Jugoslaacutevia e a Seacutervia Inicialmente o seu mandato tinha
como principais objectivos (NATO 2009)
1 Dissuadir o recomeccedilo das hostilidades
2 Estabelecer um ambiente seguro
3 Desmilitarizar o Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo (UCK)
4 Apoiar o esforccedilo humanitaacuterio internacional
5 Coordenar e apoiar a presenccedila internacional no territoacuterio do Kosovo
(Fonte NATO 2001)
Figura 9 Logoacutetipo da KFOR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 74
ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR
(Fonte Autor 2009)
Figura 10 Estrutura de C2 da KFOR
Em 1999 o Tenente-General Mike Jackson (Exeacutercito Britacircnico) era o COMKFOR e
tinha cinco brigadas sob o seu comando
1 Brigada Multinacional Norte (MNBN131) liderada pela Franccedila
2 Brigada Multinacional Centro (MNBC132) liderada pelo Reino Unido
3 Brigada Multinacional Este (MNBE133) liderada pelos EUA
4 Brigada Multinacional Sul (MNBS134) liderada pela Alemanha
5 Brigada Multinacional Oeste (MNBW135) liderada pela Itaacutelia
O AgrBravo ocupava o sector de Klina estando integrado na aacuterea de responsabilidade
(AOR) da MNBW que integrava tambeacutem um batalhatildeo espanhol
131
MNBN ndash Multinational Brigade North 132
MNBC ndash Multinational Brigade Center 133
MNBE ndash Multinational Brigade East 134
MNBS ndash Multinational Brigade South 135
MNBW ndash Multinational Brigade West
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 75
ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL
O Exeacutercito Francecircs integrou um moacutedulo de AAA de escalatildeo pelotatildeo na Forccedila Tarefa
(nome de coacutedigo ldquoLeclercrdquo) que destacou para o Liacutebano no acircmbito da UNIFIL em 2006
A missatildeo deste pelotatildeo era conferir protecccedilatildeo AA agrave Forccedila Tarefa e ao seu QG e tinha
como meios o Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral o Sistema Radar NC1 e Viaturas Blindadas de
Transporte de Pessoal (VBTP) (Charron 2008)
Figura 11 Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral
Figura 12 Sistema Radar NC1
(Fonte Charron 2008)
(Fonte wwwarmeescom 2008)
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 76
ANEXO M - Estrutura da NRF
(Fonte NATO 2003)
Figura 13 Estrutura da NRF
9500
Militares
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 77
ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup
(Fonte Baptista 2007)
Figura 14 Estrutura geneacuterica de um Battlegroup
Pacote de Forccedilas
Comando da Forccedila
Batalhatildeo de Infantaria
Comando
CCS
3 CAt
Apoio de Fogos
Reconhecimento
Apoio de Combate
Apoio de Fogos
Engenharia
Artilharia Antiaeacuterea
Transmissotildees
Guerra Electroacutenica
Informaccedilotildees
Aviaccedilatildeo do Exeacutercito
Forward Air Controller
Defesa NBQ
Apoio de Serviccedilos
Apoio Logiacutestico
Apoio Sanitaacuterio
Apoio Geograacutefico
CIMIC
Policia Militar
Capacidades Adicionais (dependem da missatildeo)
Meios Aeacutereos
Transporte Estrateacutegico
Transporte Taacutectico
Apoio Aeacutereo Proacuteximo
Apoio de Helicoacutepteros
Meios Navais
Transporte Estrateacutegico
Apoio Aeacutereo com base
em porta-aviotildees
Apoio ao desembarque de
forccedilas
Meios Logiacutesticos
Reabastecimento
Apoio Sanitaacuterio
Apoio a manutenccedilatildeo
de equipamentos
Forccedilas de
Operaccedilotildees
Especiais
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 78
ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF
NRF LCC Unidade Nacional Efectivo
Exerciacutecio de
Certificaccedilatildeo
Internacional
Periacuteodo de
Stand by
1 NRDC-TU O EXEacuteRCITO NAtildeO PARTICIPOU Out03-Jan04
2 NRDC-TU Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 50
Natildeo se
realizou Jan04-Jul04
3 NRDC-IT
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
50 Organizer 6Amiddot
(Alemanha)
Jul04-Jan05
4 NRDC-GENL
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
51 Organizer 6Bmiddot
(Alemanha) Jan05-Jul05
5 NRDC-SP Agrupamento
Mecanizado 697
Cohesion 05middot
(Espanha) Jul05-Jan06
6 NRDC-UK Batalhatildeo de Infantaria
Paacutera-quedista 636
Iron Warriormiddot
(Reino Unido) Jan06-Jul06
7 EUROCORPS Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 75
Steadfast
Jaguar 06
(Cabo-Verde)
Jul06-Jan07
8 NRDC-TU Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 75
Natildeo se
realizou Jan07-Jul07
9 NRDC-IT Esquadratildeo de Poliacutecia
Militar 80
Steadfast
Jackpot 07
(Noruega)
Jul07-Jan08
10 NRDC-GENL
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
50 Noblelight II
(Alemanha) Jan08-Jul08
11 NRDC-FR Esquadratildeo de
Reconhecimento 140
Natildeo se
realizou Jul08-Jan09
12 NRDC-SP Agrupamento
Mecanizado 697
Noblelight
(Espanha) Jan09-Jul09
13 NRDC-SP Batalhatildeo de Infantaria
Paacutera-quedista 687 Natildeo participa Jul09-Jan10
14 NRDC-SP Bateria de Artilharia de
Campanha 130 A designar Jan10-Jul10
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 10 Participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 79
ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup
(Fonte Baptista 2008)
Figura 15 Modelo do BG Francecircs
Pelotatildeo
AA
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 80
ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas
de AAA Nacionais
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 16 O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 17 O Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 18 O Radar PSTAR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 81
ANEXO R ndash O Link 11B
O Link 11B ou TADIL136-B (na doutrina norte-americana) emprega teacutecnicas de
comunicaccedilatildeo em rede e um formato standard de mensagem para a troca de informaccedilatildeo
digital entre sistema de informaccedilatildeo taacutecticos O Link 11B utiliza uma raacutepida ligaccedilatildeo ponto-a-
ponto e pode ser transmitido atraveacutes de diversos equipamentos tais como cabo sateacutelite e
ligaccedilotildees raacutedio Equipa unidades terrestres aeacutereas e navais (ALSAC 2000)
(Fonte httpsistemadearmassitesuolcombrgedtl3usalink11html 2009)
Figura 19 Interface do Link 11B
136 TADIL ndash Tactical Digital Information
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 82
ANEXO S ndash O Link 16
O Link 16 ou TADIL-J eacute uma nova ligaccedilatildeo taacutectica de dados utilizada pelos EUA alguns
paiacuteses da OTAN e pelo Japatildeo Natildeo alterou os conceitos fundamentais de transferecircncia de
dados utilizado pelo Link 11B antes pelo contraacuterio acrescentou melhorias significativas nos
sistemas jaacute existentes O Link 16 utiliza um Sistema de Distribuiccedilatildeo de Informaccedilatildeo Taacutectica
Conjunta (JTIDS137) que lhe permite partilhar a informaccedilatildeo em tempo real de uma forma
raacutepida e codificada entre todas as plataformas de armas e de C2 intervenientes no TO
Nota A verde encontram-se as unidades de AAA (armas e C2)
(Fonte httpwwwglobalsecurityorgmilitarysystemsgroundimages 2009)
Figura 20 Utilizadores do Link 16
137 JTIDS - Joint Tactical Information Distribution System
- DEDICATOacuteRIA
- AGRADECIMENTOS
- IacuteNDICE
- IacuteNDICE DE FIGURAS
- IacuteNDICE DE QUADROS
- LISTA DE ABREVIATURAS
- LISTA DE SIGLAS
- RESUMO
-
- O presente trabalho tem como objectivo analisar a capacidade de emprego de unidades de Artilharia Antiaeacuterea em Forccedilas Nacionais Destacadas
-
- ABSTRACT
- INTRODUCcedilAtildeO
-
- Definiccedilatildeo do Objectivo de Investigaccedilatildeo
- Justificaccedilatildeo do Tema
- Orientaccedilatildeo Metodoloacutegica
- Siacutentese de Conteuacutedos
-
- CAPIacuteTULO I ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL
-
- I1 Forccedilas Nacionais Destacadas
-
- I11 Enquadramento Histoacuterico
- I12 Forccedilas Nacionais Destacadas ndash O Conceito
-
- I2 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
-
- I21 Tipologia das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
- I22 Manutenccedilatildeo de Paz vs Imposiccedilatildeo de Paz
-
- I3 A Ameaccedila Aeacuterea
-
- CAPIacuteTULO II A PARTICIPACcedilAtildeO DE FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS EM OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES
-
- II1 A Participaccedilatildeo Nacional na IFOR
-
- II11 Antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina
- II12 Case-study o Agrupamento Juacutepiter na Boacutesnia e Herzegovina
-
- II2 A Participaccedilatildeo Nacional na KFOR
-
- II21 Antecedentes do Conflito do Kosovo
- II22 Case-study o Agrupamento Bravo no Kosovo
- II23 Case-study o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista no Kosovo
-
- II3 Reflexotildees sobre o emprego de AAA em CRO
-
- CAPIacuteTULO III A INTEGRACcedilAtildeO DA AAA NA NATO RESPONSE FORCE E NOS BATTLEGROUPS
-
- III1 Os Conceitos de NATO Response Force e de Battlegroups
-
- III11 A NATO Response Force - NRF
- III12 Os Battlegroups
-
- III2 Requisitos para integraccedilatildeo da AAA na NRF
- III3 Requisitos para Integraccedilatildeo da AAA nos Battlegroups
-
- CAPIacuteTULO IV EMPREGO OPERACIONAL DAS UNIDADES DE AAA
-
- IV1 O Niacutevel de Prontidatildeo das Unidades de AAA
-
- IV11 Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais
- IV12 A Lei de Programaccedilatildeo Militar
- IV13 A Prontidatildeo dos Militares de AAA
-
- IV2 O Emprego da AAA como Moacutedulo de Protecccedilatildeo AA
- IV3 O Emprego da AAA na NRF e nos BG
-
- CAPIacuteTULO V CONCLUSOtildeES E PROPOSTAS
- REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
- GLOSSAacuteRIO
- APEcircNDICES
-
- APEcircNDICE A - Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
- APEcircNDICE B - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel de Varela Benroacutes
- APEcircNDICE C - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Ref Pires Saraiva
- APEcircNDICE D - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Tirocinado Antunes Calccedilada
- APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira
- APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro
- APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Crispim Paradelo
- APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Vieira Borges
-
- ANEXOS
-
- ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP
- ANEXO B - Ciclo de uma FND
- ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees
- ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
- ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea
- ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
- ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton
- ANEXO H - Missatildeo da IFOR
- ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR
- ANEXO J - Missatildeo da KFOR
- ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR
- ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL
- ANEXO M - Estrutura da NRF
- ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup
- ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF
- ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup
-
- ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais
- ANEXO R ndash O Link 11B
- ANEXO S ndash O Link 16
-
Iacutendice
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS v
APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira 53
APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro 54
APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Crispim Paradelo 55
APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Vieira Borges 56
ANEXOS 57
ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP 58
ANEXO B - Ciclo de uma FND 63
ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees 64
ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises 65
ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea 67
ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte 68
ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton 70
ANEXO H - Missatildeo da IFOR 71
ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR 72
ANEXO J - Missatildeo da KFOR 73
ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR 74
ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL 75
ANEXO M - Estrutura da NRF 76
ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup 77
ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF 78
ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup 79
ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais 80
ANEXO R ndash O Link 11B 81
ANEXO S ndash O Link 16 82
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS vi
IacuteNDICE DE FIGURAS
Figura 1 Os 3 periacuteodos distintos de uma FND 63
Figura 2 Espectro das Operaccedilotildees 64
Figura 3 Proliferaccedilatildeo da Ameaccedila Aeacuterea 67
Figura 4 Relaccedilatildeo de CustosEquipamento 67
Figura 5 Paiacuteses-membros da OTAN 69
Figura 6 Divisatildeo Territorial da Boacutesnia e Herzegovina em 1995 70
Figura 7 Logoacutetipo da IFOR 71
Figura 8 Estrutura de C2 da IFOR 72
Figura 9 Logoacutetipo da KFOR 73
Figura 10 Estrutura de C2 da KFOR 74
Figura 11 Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral 75
Figura 12 Sistema Radar NC1 75
Figura 13 Estrutura da NRF 76
Figura 14 Estrutura geneacuterica de um Battlegroup 77
Figura 15 Modelo do BG Francecircs 79
Figura 16 O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral 80
Figura 17 O Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger 80
Figura 18 O Radar PSTAR 80
Figura 19 Interface do Link 11B 81
Figura 20 Utilizadores do Link 16 82
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS vii
IacuteNDICE DE QUADROS
Quadro 1 FND no TO de Moccedilambique 58
Quadro 2 FND no TO de Angola 58
Quadro 3 FND no TO da Boacutesnia e Herzegovina 59
Quadro 4 FND no TO do Kosovo 60
Quadro 5 FND no TO de Timor-Leste 60
Quadro 6 FND no TO do Zaire 61
Quadro 7 FND no TO da Guineacute-Bissau 61
Quadro 8 FND no TO do Afeganistatildeo 61
Quadro 9 FND no TO do Liacutebano 62
Quadro 10 Participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF 78
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS viii
LISTA DE ABREVIATURAS
Agr Agrupamento
BIMec Batalhatildeo de Infantaria Mecanizado
BIMoto Batalhatildeo de Infantaria Motorizado
BIPara Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista
BrigInt Brigada de Intervenccedilatildeo
BrigMec Brigada Mecanizada
CAt Companhia de Atiradores
CAtPara Companhia de Atiradores Paacutera-quedista
CCmds Companhia de Comandos
CEng Companhia de Engenharia
Cmdt Comandante
FwN Framework Nation
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS ix
LISTA DE SIGLAS
A AG Apoio Geral
AA Antiaeacuterea
AAA Artilharia Antiaeacuterea
AC Artilharia de Campanha
AFOR Albania Force
AM Academia Militar
AO Aacuterea de Operaccedilotildees
AOR Area Of Responsibility
AP Auto-propulsada
B BAAA Bateria de Artilharia Antiaeacuterea
BAI Brigada Aerotransportada Independente
BIAT Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado
BLI Brigada Ligeira de Intervenccedilatildeo
BMI Brigada Mecanizada Independente
BRR Brigada de Reacccedilatildeo Raacutepida
C C2 Comando e Controlo
C2EA
C4I Comando Controlo Comunicaccedilotildees Computadores e
Informaccedilotildees
CAP Common Air Picture
CEDN Conceito Estrateacutegico de Defesa Nacional
CEM Conceito Estrateacutegico Militar
CEME Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito
CIMIC Civil-Military Cooperation
CJSOR Combined Joint Statement of Requirements
COMKFOR Commander Kosovo Force
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS x
CP Conflict Prevention
CRC Crowd amp Riot Control
CRO Crisis Response Operations
CSNU Conselho de Seguranccedila das Naccedilotildees Unidas
D DIOP Divisatildeo de Operaccedilotildees
E EMGFA Estado-Maior General das Forccedilas Armadas
EOD Explosive Ordnance Disposal
EOM Encargo Operacional de Material
EOP Encargo Operacional de Pessoal
EUA Estados Unidos da Ameacuterica
EUFOR European Union Force
F FA Forccedilas Armadas
FAAR Forward Alerting Area Radar
FAP Forccedila Aeacuterea Portuguesa
FORREC Forccedila de Recolha
FORREZ Forccedila de Recolha do Zaire
G GAAA Grupo de Artilharia Antiaeacuterea
H HIMAD High and Medium Air Defense
HO Humanitarian Operations
I IDN Instituto de Defesa Nacional
IEBL Inter Entity Boundary Line
IESM Instituto de Estudos Superiores Militares
IFF Identification Friend or Foe
IFOR Implementation Force
ISAF International Security Assistance Force
J JTIDS Joint Tactical Information Distribution System
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xi
K KVM Kosovo Verification Mission
L LPM Lei de Programaccedilatildeo Militar
M MANPAD Man Portable Air Defense
MHP Missotildees Humanitaacuterias e de Paz
MNB Multinational Brigade
MNBC Multinational Brigade Center
MNBE Multinational Brigade East
MNBN Multinational Brigade North
MNBS Multinational Brigade South
MNBW Multinational Brigade West
MNDN Multinational Division North
MNDSE Multinational Division Southeast
MNDSW Multinational Division Southwest
MONUA Missatildeo de Observaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas em Angola
MTA Military Technical Agreement
N NAC North Atlantic Council
NAMSA NATO Maintenance amp Supply Agency
NRBQ Nuclear Radioloacutegico Bioloacutegico e Quiacutemico
NRF NATO Response Force
O OCAR Oficial Coordenador de Reequipamento
OI Organizaccedilotildees Internacionais
ONG Organizaccedilotildees Natildeo Governamentais
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OSCE Organizaccedilatildeo para a Seguranccedila e Cooperaccedilatildeo na Europa
OTAN Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
P PB Peace Building
PC Posto de Comando
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xii
PE Peace Enforcement
PK Peace Keeping
PM Peacemaking
PPRC PortuguecircsPortaacutetil Raacutedio de Campanha
PSTAR Portable Search and Target Acquisition Radar
PSYOPS Psychological Operations
Q QG Quartel-General
QO Quadro Orgacircnico
R RAAA1 Regimento de Artilharia Antiaeacuterea Nordm1
RAP Recognized Air Picture
RAM Rocket Artillery amp Mortar
RFM Relatoacuterio de Fim de Missatildeo
ROE Rules Of Engagement
S SACEUR Supreme Allied Commander Europe
SAR Search and Rescue
SFN Sistema de Forccedilas Nacional
SFOR Stabilization Force
SHORAD Short Range Air Defense
STPT Stinger Troop Proficiency Trainer
T TACP Tactical Air Control Party
TACRES Tactical Reserve
TADIL Tactical Digital Information
THT Tracking Head Trainer
TIA Trabalho de Investigaccedilatildeo Aplicada
TO Teatro de Operaccedilotildees
TOA Transfer Of Authority
TPOA Tirociacutenio Para Oficial de Artilharia
U UEO UnidadeEstabelecimentoOacutergatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xiii
UAV Unmanned Aerial Vehicle
UCK Ushtria Clivoimtare Kosoves
UE Uniatildeo Europeia
UEB Unidade Escalatildeo Batalhatildeo
UEC Unidade Escalatildeo Companhia
UNAVEM United Nations Verification Mission
UNIFIL United Nations Interim Force in Lebanon
UNMISET United Nations Mission In Support of East Timor
UNMOZ United Nations Operation in Mozambique
UNPROFOR United Nations Protection Force
UNSCR United Nation Security Council Resolution
UNTAET United Nations Transitional Administration in East Timor
UNTAG United Nations Transition Assistance Group
UT Unidade de Tiro
V VBTP Viatura Blindada de Transporte de Pessoal
VCB Vigilacircncia do Campo de Batalha
W WSPC Weapon System Partnership Committee
Z ZOS Zone Of Separation
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xiv
RESUMO
O presente trabalho tem como objectivo analisar a capacidade de emprego de unidades
de Artilharia Antiaeacuterea em Forccedilas Nacionais Destacadas
Para concretizar este objectivo procedeu-se ao estudo da participaccedilatildeo nacional em Operaccedilotildees
de Resposta a Crises recorrendo agrave anaacutelise trecircs casos de estudo distintos Ainda neste acircmbito foi
igualmente abordada a perspectiva de participaccedilatildeo nas iniciativas de defesa no acircmbito da
Organizaccedilatildeo do Tratado do Atlacircntico Norte e da Uniatildeo Europeia (a NATO Response Force e os
Battlegroups respectivamente)
Decorrente desta anaacutelise surgiu a necessidade de investigar acerca da actual prontidatildeo das
unidades de Artilharia Antiaeacuterea O referido estudo teve por base a anaacutelise dos recursos humanos e
materiais bem como as actividades de treino desenvolvidas
Conclui-se que a limitaccedilatildeo de recursos materiais tem vindo a hipotecar a participaccedilatildeo das
unidades de Artilharia Antiaeacuterea em forccedilas projectaacuteveis muito especialmente devido agrave ausecircncia de
um sistema de comando e controlo Poreacutem consideramos que as unidades de Artilharia Antiaeacuterea
tecircm o seu papel a desempenhar em Operaccedilotildees de Resposta a Crises sendo preponderantes na
garantia da protecccedilatildeo antiaeacuterea em cenaacuterios de alta intensidade ou no inicio das operaccedilotildees
O processo de reequipamento previsto na Lei de Programaccedilatildeo Militar permitiraacute colmatar as
lacunas existentes ao niacutevel dos recursos materiais devendo ser atribuiacuteda prioridade agrave aquisiccedilatildeo de
um sistema de comando e controlo
Palavras-chave ARTILHARIA ANTIAEREA FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS
OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES PROTECCcedilAtildeO ANTIAEREA REEQUIPAMENTO
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xv
ABSTRACT
This study aims to examine the viability of employing units of air defense artillery in
expeditionary forces
To achieve this purpose an analysis was made of the national participation in Crisis
Response Operations This analysis was based on three different case studies In this
context the prospect of participation was also considered in defense activities within the
Organization of the North Atlantic Treaty and the European Union (NATO Response Force
and the Battle groups respectively)
It became clear from this analysis that it would be necessary to investigate the current
readiness of the air defense artillery units This study was based on the analysis of the
human and material resources and training activities undertaken
It is concluded that the limitation of material resources has been preventing the
participation of air defense artillery units in expeditionary forces especially due to the
absence of a command and control system However we believe that the air defense artillery
units have a role to play in Crisis Response Operations especially in scenarios of high
intensity or at the beginning of operations ensuring adequate air defense
The process of material re-equipment provided for the Military Programme will bridge the
gaps in terms of material resources Priority should be given to purchasing the command
and control system
Key-words AIR DEFENSE ARTILLERY EXPEDTIONARY FORCES CRISIS RESPONSE
OPERATIONS AIR DEFENSE RE-EQUIPMENT
ldquo (hellip) A protecccedilatildeo da Forccedila natildeo eacute negociaacutevel ldquo
(Raleiras 2002)
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 1
INTRODUCcedilAtildeO
O presente Trabalho de Investigaccedilatildeo Aplicada (TIA) estaacute enquadrado no estaacutegio de
natureza profissional do Tirociacutenio Para Oficial de Artilharia (TPOA) dos cursos da Academia
Militar (AM) subordinado ao tema ldquoA Protecccedilatildeo Antiaeacuterea das Forccedilas Nacionais
Destacadasrdquo
Com o colapso da Uniatildeo Sovieacutetica e com as constantes mudanccedilas no paradigma de
seguranccedila e defesa os Estados as Organizaccedilotildees Internacionais (OI) e ateacute as Organizaccedilotildees
Natildeo Governamentais (ONG) assistem ao aparecimento de uma nova conflitualidade com
novos actores riscos e ameaccedilas que reclamaratildeo certamente novos e diferentes tipos de
resposta (Espiacuterito Santo 2006)
Neste contexto de transformaccedilatildeo Portugal encontra-se integrado na comunidade
internacional atraveacutes da sua participaccedilatildeo em diversas OI vinculando-se a um conjunto de
responsabilidades inerentes ao seu quadro de alianccedilas Desta forma as Forccedilas Armadas
(FA) tecircm-se constituiacutedo como uma poderosa ferramenta no apoio agrave poliacutetica externa nacional
indo de encontro ao que estaacute previsto no Conceito Estrateacutegico de Defesa Nacional (CEDN)1
Com base na lei fundamental2 as FA e particularmente o Exeacutercito3 tecircm vindo a
participar em Missotildees Humanitaacuterias e de Paz (MHP) ao longo das duas uacuteltimas deacutecadas
Estes tipos de missotildees tecircm-se afirmado como as ldquooperaccedilotildees contemporacircneasrdquo natildeo
esquecendo poreacutem a capacidade que o Exeacutercito deteacutem em conduzir ldquooperaccedilotildees
convencionaisrdquo se assim for necessaacuterio uma vez que estas constituem a essecircncia do seu
conteuacutedo
Ainda no acircmbito de apoio agrave poliacutetica externa do Estado o Exeacutercito tem vindo a integrar-
se em estruturas militares de acircmbito multinacional que constituem o exemplo do
modernismo e da transformaccedilatildeo como a NATO Response Force (NRF) e os Battlegroups
(BG) A participaccedilatildeo do Exeacutercito neste tipo de estruturas tem proporcionado agraves suas fileiras
um elevado niacutevel de treino e experiecircncia operacional inseridos num quadro de cooperaccedilatildeo
internacional
1 Resoluccedilatildeo de Conselho de Ministros nordm 62003 CEDN
2 De acordo com o nordm 5 do Artigo 275ordm da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Portuguesa
3 De acordo com o Decreto-Lei nordm 612006 de 21 de Marccedilo
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 2
Definiccedilatildeo do Objectivo de Investigaccedilatildeo
Pretendemos com este TIA abordar a problemaacutetica da participaccedilatildeo de unidades de
Artilharia Antiaeacuterea (AAA) em MHP quando estas actuam no acircmbito da sua missatildeo
especiacutefica a protecccedilatildeo antiaeacuterea da forccedila face agrave ameaccedila aeacuterea Esta ameaccedila aeacuterea eacute
decididamente um factor importante a ter em conta especialmente em situaccedilotildees de
ldquoaberturardquo do Teatro de Operaccedilotildees (TO) onde existem escassas informaccedilotildees sobre a
ameaccedila aeacuterea e o clima de incerteza e instabilidade impera
Ambicionamos tambeacutem efectuar uma reflexatildeo sobre a eventual participaccedilatildeo de
unidades de AAA em ldquo (hellip) forccedilas multinacionais orientadas para a intervenccedilatildeo fora do
territoacuterio dos paiacuteses membros (hellip) ldquo (Baptista 2007 p348) como a NRF e os BG Prevecirc-se
que este tipo de estruturas militares ganhe uma maior preponderacircncia num futuro proacuteximo
no que diz respeito agrave intervenccedilatildeo em conflitos natildeo devendo as unidades de AAA nacionais
ficar agrave margem deste desafio
Justificaccedilatildeo do Tema
O presente TIA aborda um tema de reconhecido interesse no seio artilheiro jaacute que o
seu estudo iraacute certamente potenciar uma reflexatildeo sobre esta temaacutetica que tem tanto de
importante como de actual ldquo (hellip) Apesar de natildeo ter participado de uma forma significativa
nas FND nomeadamente com unidades constituiacutedas eacute de importacircncia decisiva para o
futuro da Arma que sejam rapidamente levantadas e solucionadas as questotildees mais
pertinentes que dizem respeito ao seu envolvimento neste desafiordquo (Santos 2007 p235)
Embora existam registos da participaccedilatildeo de subunidades de AAA em FND no acircmbito
das MHP estas estavam integradas em unidades de manobra executando outras missotildees
fora do acircmbito da AAA Como exemplo temos o caso do pelotatildeo de Antiaeacuterea (AA)
proveniente do Regimento de Artilharia Antiaeacuterea Nordm 1 (RAAA1) que integrou a
1ordfCAtAgrFoxtrot na missatildeo UNMISET4 desenvolvendo tarefas especiacuteficas de um pelotatildeo de
atiradores
Ao analisar a constituiccedilatildeo das FND empregues em MHP verificamos que desde a sua
geacutenese tecircm sido constituiacutedas por unidades de Infantaria de Reconhecimento de
Transmissotildees de Apoio Logiacutestico Sanitaacuterias de Engenharia e de Operaccedilotildees Especiais No
que diz respeito agraves unidades que integraram a NRF e os BG o cenaacuterio eacute semelhante
verificando-se ateacute ao momento a presenccedila de unidades de Operaccedilotildees Especiais de
Reconhecimento de Infantaria de Poliacutecia Militar e de Engenharia Desta forma eacute
evidentemente perceptiacutevel que apenas a Artilharia (de Campanha e Antiaeacuterea) tem sido
deixada agrave margem destas duas realidades que atravessam o Exeacutercito Efectivamente tem
4 UNMISET ndash United Nations Mission In Support of East Timor
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 3
sido feito um esforccedilo para contrariar esta tendecircncia e recentemente foi anunciada a
participaccedilatildeo de uma Bateria de Artilharia de Campanha (AC) na NRF 14 que estaraacute em
stand by durante o primeiro semestre do ano de 2010 Ao concretizar-se esta participaccedilatildeo
as unidades de AAA tornar-se-atildeo as uacutenicas a serem excluiacutedas desta nova realidade que satildeo
as FND
Delimitaccedilatildeo do Tema
Ao abordarmos um tema desta natureza bastante vasto e feacutertil existe a necessidade de
fazer a limitaccedilatildeo precisa das fronteiras de pesquisa bem como dos campos que
pretendemos abranger Por isso apesar de a designaccedilatildeo FND seja transversal aos trecircs
ramos das FA vamos cingir-nos unicamente agraves FND do Exeacutercito uma vez que estatildeo
directamente ligadas a temaacutetica em estudo
Assim sendo foi nossa opccedilatildeo investigar sobre a presenccedila do Exeacutercito nas MHP e nas
forccedilas militares de acircmbito multinacional (NRF e BG)
No contexto das MHP Portugal participou em diferentes TO no acircmbito de diferentes OI
poreacutem abordamos unicamente a participaccedilatildeo nacional sob a eacutegide da Organizaccedilatildeo do
Tratado Atlacircntico Norte (OTAN) Justificamos esta opccedilatildeo com o facto da recente
participaccedilatildeo nacional em MHP ter sido sob os auspiacutecios da Alianccedila Atlacircntica no acircmbito das
Operaccedilotildees de Resposta a Crises (CRO)5 natildeo desprezando poreacutem a FNDUNIFIL6
presente no Liacutebano ao abrigo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU)
Seraacute analisada ainda a participaccedilatildeo nacional na NRF no acircmbito da OTAN e nos BG no
domiacutenio da Uniatildeo Europeia (UE) perspectivando os possiacuteveis contributos de unidades de
AAA nacionais
Orientaccedilatildeo Metodoloacutegica7
Segundo Sarmento (2008) a metodologia visa a descriccedilatildeo precisa do problema dos
meacutetodos das teacutecnicas e dos instrumentos de pesquisa utilizados no trabalho Os
procedimentos utilizados devem ser descritos de forma loacutegica
O nosso processo de investigaccedilatildeo cientiacutefica8 desencadeou-se em 2008 com uma
pesquisa bibliograacutefica na biblioteca da AM e do IESM9 com o objectivo de encontrar
informaccedilatildeo que nos permitisse identificar o nosso problema de investigaccedilatildeo Esta pesquisa
5 CRO ndash Crisis Response Operations
6 UNIFIL ndash United Nations Interim Force in Lebanon
7 Ver Apecircndice 1 ndash Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
8 Segundo Sarmento (2008) o processo de investigaccedilatildeo cientiacutefica eacute composto por 3 fases exploratoacuteria analiacutetica
e conclusiva 9 IESM ndash Instituto de Estudos Superiores Militares
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 4
consistiu na selecccedilatildeo de documentos nacionais e estrangeiros como os manuais da
doutrina nacional doutrina da Alianccedila e as publicaccedilotildees do exeacutercito norte-americano
Durante a pesquisa constataacutemos a existecircncia de poucos trabalhos directamente
relacionados com a problemaacutetica em investigaccedilatildeo facto que julgamos ser aliciante porque
tratamos um tema importante poreacutem pouco abordado Para aleacutem desta pesquisa
bibliograacutefica realizamos tambeacutem diversas conversas de caraacutecter exploratoacuterio com Oficiais
de diferentes Armas no sentido de obter perspectivas distintas sobre a temaacutetica em estudo
O passo seguinte no processo de investigaccedilatildeo foi a formulaccedilatildeo das questotildees de
investigaccedilatildeo na qual tentamos exprimir o mais exactamente possiacutevel o que procuramos
saber (IESM 2004)
Para o tema em anaacutelise levantaram-se vaacuterias questotildees agraves quais seria pertinente obter
uma resposta sobretudo agrave questatildeo que definimos como central ldquoQual o possiacutevel
enquadramento das unidades de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo primaacuteriardquo
A partir desta questatildeo central surgem algumas questotildees derivadas
Porque razatildeo as unidades de AAA natildeo participam actualmente em MHP no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Quais os cenaacuterios de emprego das unidades de AAA em FND
Em caso de participaccedilatildeo em MHP qual seria o escalatildeo das unidades de AAA
a empregar
Seraacute que as unidades de AAA nacionais possuem o niacutevel de prontidatildeo exigido
para integrarem as NRF e os BG
Apoacutes alguma reflexatildeo sobre o tema em investigaccedilatildeo construiacutemos as hipoacuteteses de
investigaccedilatildeo ldquoestas satildeo proposiccedilotildees conjecturais que constituem respostas possiacuteveis agraves
questotildees de investigaccedilatildeordquo (Sarmento 2008 p9)
Obtendo assim as seguintes hipoacuteteses
1 Porque o CJSOR10 natildeo identifica a necessidade de uma valecircncia de protecccedilatildeo AA
da forccedila
2 Em cenaacuterios de alta intensidade ou no lanccedilamento das operaccedilotildees
3 Ao niacutevel das Unidade Escalatildeo Companhia (UEC) e das Unidades Escalatildeo Batalhatildeo
(UEB) normalmente empregues em FND seria empregue uma forccedila de organizaccedilatildeo
modular
4 Existem lacunas ao niacutevel dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
Depois de construiacutedas as hipoacuteteses de investigaccedilatildeo procedemos a um periacuteodo de
profunda reflexatildeo existindo a necessidade de seleccionar os meacutetodos cientiacuteficos11
10
CJSOR ndash Combined Joint Statement of Requirements 11
Meacutetodos em investigaccedilatildeo cientiacutefica observaccedilatildeo directa critico experimental demonstrativo sistemaacutetico
inquisitivo histoacuterico dedutivo e indutivo (Sarmento 2008)
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 5
adequados agrave presente investigaccedilatildeo e agrave obtenccedilatildeo de uma resposta agrave questatildeo central Assim
adoptaacutemos o meacutetodo criacutetico (efectuando uma observaccedilatildeo criacutetica da situaccedilatildeo actual das
unidades de AAA no que diz respeito agrave participaccedilatildeo em FND) e o meacutetodo inquisitivo (atraveacutes
da elaboraccedilatildeo de entrevistas)
Aprofundaacutemos a nossa pesquisa bibliograacutefica inicial recorrendo tambeacutem a publicaccedilotildees
perioacutedicas documentos electroacutenicos e agrave legislaccedilatildeo em vigor
Tivemos ainda a oportunidade de assistir agrave palestra onde foram apresentadas as
conclusotildees do workshop realizado no RAAA1 entre os dias 09 e 11 de Dezembro de 2008
onde foi abordado entre outros o tema relacionado com ldquoO apoio da Artilharia Antiaeacuterea agraves
Brigadas em Operaccedilotildeesrdquo e que revelou ser proveitoso para a nossa investigaccedilatildeo
Ao longo da evoluccedilatildeo do TIA as conversas exploratoacuterias com Oficiais foram
substituiacutedas por entrevistas12 semi-estruturadas13 que na nossa opiniatildeo enriqueceram
muito o presente trabalho A realizaccedilatildeo destas entrevistas permitiu conhecer a opiniatildeo dos
entrevistados sobre questotildees pertinentes ao nosso tema bem como a partilha de
experiecircncias e informaccedilotildees que de outra forma seriam impossiacuteveis de angariar
Depois da recolha de todas estas informaccedilotildees e da sua anaacutelise terminaacutemos a fase
analiacutetica do meacutetodo de investigaccedilatildeo cientiacutefica e entraacutemos na uacuteltima fase deste processo a
fase conclusiva Nesta fase procedeu-se agrave verificaccedilatildeo das hipoacuteteses levantadas
anteriormente sob as quais fundaacutemos as nossas conclusotildees
Siacutentese de Conteuacutedos
O presente trabalho eacute constituiacutedo por uma Introduccedilatildeo quatro Capiacutetulos e
ConclusotildeesPropostas
Apoacutes a Introduccedilatildeo no Capiacutetulo I procede-se agrave elaboraccedilatildeo de um Enquadramento
Conceptual que tem como finalidade familiarizar o leitor com os principais conceitos
abordados no presente trabalho
No Capiacutetulo II examina-se a participaccedilatildeo nacional em MHP procurando saber qual o
possiacutevel enquadramento das unidades de AAA neste tipo de operaccedilotildees atraveacutes da anaacutelise
de trecircs casos de estudo distintos
O Capiacutetulo III aborda os conceitos de NRF e de BG definindo os requisitos necessaacuterios
para que as unidades de AAA possam integrar estas estruturas militares de caraacutecter
multinacional
No Capiacutetulo IV procede-se ao estudo da situaccedilatildeo actual das unidades de AAA
analisando os equipamentos sistemas de armas e prontidatildeo dos militares Face agrave anaacutelise
12
Todas as entrevistas foram de caraacutecter presencial tendo sido os entrevistados previamente contactados 13
Os entrevistados responderam agraves perguntas de um guiatildeo Os guiotildees das entrevistas encontram-se em
apecircndice
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 6
realizada efectuou-se ainda uma perspectiva do que poderaacute ser a participaccedilatildeo de unidades
de AAA nacionais em MHP na NRF e nos BG
Por fim no Capiacutetulo V apresentam-se as conclusotildees e propostas onde se pretende
fundamentalmente responder agrave questatildeo central e efectuar a confirmaccedilatildeo (total ou parcial)
ou a negaccedilatildeo das hipoacuteteses previamente levantadas Apresenta-se igualmente um conjunto
de propostas que tem como objectivo melhorar algumas das lacunas identificadas durante o
presente estudo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 7
CAPIacuteTULO I
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL
Antes de iniciar a anaacutelise do tema em investigaccedilatildeo achaacutemos conveniente delinear
alguns conceitos base com o propoacutesito de enquadrar o leitor com a problemaacutetica abordada
ao longo deste TIA Importa realccedilar que acerca deste enquadramento conceptual haveria
certamente muito para acrescentar Contundo natildeo sendo esse o objectivo apelaacutemos agrave
nossa capacidade de siacutentese durante a sua elaboraccedilatildeo
I1 Forccedilas Nacionais Destacadas
O Exeacutercito tem vindo a constituir FND que tecircm sido empenhadas num quadro
multinacional sob o comando de diferentes OI Desempenham missotildees ldquoditas de paz
embora de uma forma conceptual se enquadrem naquilo que vulgarmente se designam por
Operaccedilotildees de Resposta a Crises (no acircmbito NATO) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz (no acircmbito
ONU) ou ateacute mesmo Operaccedilotildees de Estabilizaccedilatildeo e Apoio (considerando a doutrina do
exeacutercito dos EUA) rdquo (Santos 2007p235)
Ao tentarmos clarificar o conceito de FND deparamo-nos com a inexistecircncia de uma
definiccedilatildeo oficial pelo que optaacutemos por traccedilar a nossa proacutepria definiccedilatildeo e enquadraacute-la no
acircmbito da nossa investigaccedilatildeo
I11 Enquadramento Histoacuterico
ldquoAs mudanccedilas que tiveram lugar no sistema internacional desde 1991 levaram os
estados democraacuteticos ao desempenho de novos papeacuteis nas relaccedilotildees internacionais
designadamente atraveacutes do emprego de contingentes militaresrdquo (Leandro 2002 p317)
Enquadrado neste contexto Portugal tem vindo a participar activamente em MHP
sendo necessaacuterio recuar aos finais da deacutecada de oitenta para encontrar a primeira
presenccedila14 nacional na UNTAG15 onde cooperaram trecircs oficiais do Exeacutercito Portuguecircs na
supervisatildeo do processo eleitoral Esta participaccedilatildeo foi seguida da Operaccedilatildeo das Naccedilotildees
14
Esta eacute a primeira participaccedilatildeo nacional em MHP apoacutes o conflito ultramarino jaacute que a geacutenese da participaccedilatildeo
nacional remonta ao ano de 1958 com a UNOGIL (United Nation Observer Group in Lebanon) 15
UNTAG ndash United Nations Transition Assistance Group
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 8
Unidas em Moccedilambique (UNMOZ)16 entre Abril de 1993 e Dezembro de 1994 na qual o
Exeacutercito Portuguecircs contribuiu com um Batalhatildeo de Transmissotildees e com observadores
militares
A partir desta operaccedilatildeo o Exeacutercito atingiu uma absoluta integraccedilatildeo neste tipo
operaccedilotildees militares edificando um longo historial de participaccedilatildeo materializado com a
presenccedila em cerca de sessenta e quatro MHP dispersas por vinte e trecircs TO17 e dois paiacuteses
adjacentes a TO18 Ao longo da sua colaboraccedilatildeo em MHP ao abrigo das diversas OI o
Exeacutercito Portuguecircs empenhou um efectivo19 total de vinte mil quinhentos e vinte e um
militares (RCMAGabCEME 2009)
I12 Forccedilas Nacionais Destacadas ndash O Conceito
O longo histoacuterico de participaccedilatildeo nacional em missotildees no exterior tem-se concretizado
em diferentes moldes atraveacutes de militares inseridos em unidades constituiacutedas (como por
exemplo o AgrBravo na KFOR20) de observadores militares (como por exemplo os trecircs
oficiais que integraram a UNTAG) ou ainda de elementos em funccedilotildees de estado-maior
(como os militares que integraram o Quartel-General (QG) da AFOR21)
Importa distinguir a participaccedilatildeo de caraacutecter individual (observadores militares e
elementos em funccedilotildees de estado-maior) da participaccedilatildeo de unidades constituiacutedas que
actuam como uma ldquoForccedilardquo22 Assim usaacutemos o termo FND unicamente para nos referirmos
agraves unidades constituiacutedas definindo-o de acordo com aquilo que tem sido a experiecircncia
nacional23 nas uacuteltimas duas deacutecadas uma FND eacute uma unidade militar devidamente
comandada treinada equipada e enquadrada que cumpre uma missatildeo no exterior do
territoacuterio nacional no acircmbito da satisfaccedilatildeo dos compromissos internacionais assumidos por
Portugal a sua constituiccedilatildeo eacute normalmente mission tailored ou seja eacute orientada para a
missatildeo de forma a respeitar as CJSOR
Eacute estabelecido um encargo operacional de pessoal (EOP) e um encargo operacional de
material (EOM) com base numa unidade constituiacuteda do Sistema de Forccedilas Nacional (SFN)
que pode ser ajustada com moacutedulos para satisfazer as CJSOR Um exemplo deste tailoring
16
UNMOZ ndash United Nations Operation in Mozambique 17
Boacutesnia e Herzegovina Timor-Leste Angola Kosovo Moccedilambique Ex-Jugoslaacutevia Congo Guineacute-Bissau
Macedoacutenia Saara Ocidental Albacircnia Afeganistatildeo Liacutebano Croaacutecia Namiacutebia Costa do Marfim Libeacuteria Burundi
Iraque Sudatildeo Chade Etioacutepia Paquistatildeo 18
Aacutefrica do Sul e Austraacutelia 19
Referente ateacute ao mecircs de Abril de 2009 (RCMAGabCEME 2009) 20
KFOR ndash Kosovo Force 21
AFOR ndash Albania Force 22
ldquoForccedilardquo ndash ldquoUm conjunto de militares sistemas de armas equipamento ou a combinaccedilatildeo destesrdquo (JP
2006p210) 23
Ver Anexo A ndash Histoacuterico das FND nas MHP
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 9
eacute o caso das CCmds no Afeganistatildeo que incluiacuteam um TACP24 da Forccedila Aeacuterea Portuguesa
(FAP) apesar de em situaccedilotildees normais este natildeo estar previsto no quadro orgacircnico (QO)
das CCmds
No que diz respeito ao seu modo de emprego as FND possuem algumas
particularidades como o facto de atravessarem trecircs periodos25 distintos o aprontamento a
conduta da operaccedilatildeo e por fim a desactivaccedilatildeofim de missatildeo (Leandro2001)
I2 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Apoacutes a decisatildeo de analisar unicamente a participaccedilatildeo nacional em missotildees no acircmbito
da Alianccedila Atlacircntica torna-se fundamental distinguir as operaccedilotildees previstas no conceito
estrateacutegico da OTAN Estas abrangem um vasto espectro26 podendo ser operaccedilotildees com
base no artigo 5ordm27 (referentes ao Tratado do Atlacircntico Norte28) ou operaccedilotildees de natildeo-artigo
5ordm normalmente designadas por CRO
A participaccedilatildeo das FND em missotildees da OTAN efectuou-se sempre no acircmbito das CRO
razatildeo pela qual abordaacutemos a participaccedilatildeo nacional apenas neste acircmbito Este facto poreacutem
natildeo inviabiliza que as FND natildeo possam vir a ser empregues em missotildees de caraacutecter mais
robusto como por exemplo operaccedilotildees ao abrigo do artigo 5ordm da Alianccedila Atlacircntica
O facto de a participaccedilatildeo nacional ter sido sempre feita em CRO faz com que exista a
necessidade de proceder agrave sua caracterizaccedilatildeo de forma a esclarecer a sua natureza e
tipologia de operaccedilotildees
O actual sistema internacional marcado pela eclosatildeo de focos de tensatildeo e de conflitos
regionais com base em nacionalismos e diferenccedilas eacutetnicas culturais e religiosas
possibilitou o aparecimento de uma ameaccedila multifacetada imprevisiacutevel e transnacional O
advento desta ameaccedila levou os Estados ao desenvolvimento de mecanismos colectivos
para a satisfaccedilatildeo de necessidades de seguranccedila conjuntas evitando o escalar da violecircncia
a niacutevel mundial e promovendo a estabilidade internacional
Neste contexto a Alianccedila Atlacircntica tem-se assumido como catalisadora na prevenccedilatildeo e
resoluccedilatildeo de crises procedendo agrave actualizaccedilatildeo e desenvolvimento da doutrina de emprego
das FA permitindo que estas sejam empregues neste tipo de operaccedilotildees (EME 2005)
24
TACP - Tactical Air Control Party 25
Ver Anexo B - Ciclo de uma FND 26
Ver Anexo C - Espectro das Operaccedilotildees 27
Artigo 5ordm do Tratado do Atlacircntico Norte - ldquo (hellip) As Partes concordam que um ataque armado contra um ou
vaacuterios paiacuteses membros na Europa ou nos EUA seraacute considerado um ataque contra todos e consequentemente
concordam que se tal ataque armado se verificar cada um no exerciacutecio do direito de legiacutetima defesa individual
ou colectiva reconhecido pelo artigo 51 deg da Carta das Naccedilotildees Unidas prestaraacute assistecircncia agrave Parte ou Partes
atacadas (hellip) incluindo o uso da forccedila (hellip)ldquo (NATO 1949) 28
O Tratado Atlacircntico Norte foi assinado em 4 de Abril de 1949 e estabelecido ao abrigo do artigo 51ordm da Carta
das Naccedilotildees Unidas o qual reafirma o direito inerente dos Estados Independentes agrave defesa individual ou
colectiva
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 10
Perante este cenaacuterio as CRO surgem como ldquo (hellip) operaccedilotildees multifuncionais que abrangem
actividades poliacuteticas militares e civis executadas de acordo com a lei internacional
incluindo o direito internacional humanitaacuterio que contribuem para a prevenccedilatildeo e resoluccedilatildeo
de conflitos e a gestatildeo de crises (hellip) rdquo (EME 2005 14-2)
I21 Tipologia das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A tipologia das CRO compreende um vasto leque de operaccedilotildees as quais incluem um
conjunto de diversas tarefas a serem desempenhadas em tempo de paz ou de crise Estas
regem-se por um aglomerado de princiacutepios29 que tecircm como objectivo estabelecer uma
uniformidade de comportamentos entre as entidades intervenientes neste tipo de operaccedilotildees
As CRO organizam-se da seguinte forma (EME 2005)
1) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz (Peace Support Operations - PSO)
(a) Manutenccedilatildeo de Paz (Peace Keeping - PK)
(b) Imposiccedilatildeo de Paz (Peace Enforcement ndash PE)
(c) Prevenccedilatildeo de Conflitos (Conflict Prevention ndash CP)
(d) Restabelecimento de Paz (Peacemaking ndash PM)
(e) Consolidaccedilatildeo da Paz (Peace Building ndash PB)
(f) Operaccedilotildees Humanitaacuterias (Humanitarian Operations - HO)
2) Outras Operaccedilotildees e Tarefas de Resposta a Crises
(a) Apoio agraves Operaccedilotildees Humanitaacuterias
(i) Assistecircncia a Deslocados e Refugiados
(ii) Operaccedilotildees Humanitaacuterias (fora do acircmbito das PSO)
(b) Apoio a Assistecircncia a Desastres
(c) Busca e Salvamento (Search and Rescue - SAR)
(d) Apoio a Operaccedilotildees de Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
(e) Operaccedilotildees de Extracccedilatildeo
(f) Apoio agraves Autoridades Civis
(g) Imposiccedilatildeo de Sanccedilotildees e Embargos
I22 Manutenccedilatildeo de Paz vs Imposiccedilatildeo de Paz
A participaccedilatildeo nacional tem ocorrido maioritariamente em duas situaccedilotildees PK e PE
Deste modo decidimos caracterizar detalhadamente estas duas situaccedilotildees
As operaccedilotildees de PK ldquo (hellip) satildeo geralmente realizadas em conformidade com os
princiacutepios do Capiacutetulo VI da Carta das Naccedilotildees Unidas a fim de acompanhar e facilitar a
implementaccedilatildeo de um acordo de paz Uma perda de consentimento ou a falta de
29
Ver Anexo D - Os Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 11
cumprimento por uma das partes podem limitar a liberdade de acccedilatildeo da forccedila de
manutenccedilatildeo de paz e ateacute ameaccedilar a continuidade da missatildeo Assim a forccedila deve
permanecer imparcial limitar o uso da forccedila agrave auto-defesa e promover o consentimento (hellip)
30rdquo (NATO 2005 2-4)
Relativamente agraves operaccedilotildees de PE ldquo (hellip) satildeo efectuadas sob os princiacutepios do capiacutetulo
VII da Carta das Naccedilotildees Unidas Satildeo de natureza coerciva e realizadas quando o
consentimento entre as partes envolvidas natildeo foi atingido ou seja incerto Estas operaccedilotildees
satildeo executadas para manter ou restabelecer a paz de forma a cumprir as condiccedilotildees
especificadas no mandato Eacute importante salientar que o objectivo das operaccedilotildees de PE natildeo
eacute a derrota ou destruiccedilatildeo de um inimigo mas sim a coacccedilatildeo e persuasatildeo das partes em
conflito (hellip)31rdquo (NATO 2005 2-4)
I3 A Ameaccedila Aeacuterea
No sentido de finalizar este primeiro capiacutetulo dedicado agrave conceptualizaccedilatildeo
procederemos agrave caracterizaccedilatildeo da ameaccedila aeacuterea Abordando unicamente a participaccedilatildeo em
missotildees sob a eacutegide da OTAN eacute necessaacuterio equacionar todos os cenaacuterios possiacuteveis de
participaccedilatildeo das FND quer seja em CRO como tem vindo a suceder ou em operaccedilotildees ao
abrigo do artigo 5ordm da Alianccedila Atlacircntica
A ameaccedila aeacuterea eacute composta por meios tradicionais como os aviotildees e os helicoacutepteros de
ataque No entanto a proliferaccedilatildeo de sistemas natildeo tripulados como miacutesseis (baliacutesticos e de
cruzeiro) e veiacuteculos aeacutereos natildeo tripulados (UAV)32 ampliaram o conjunto de meios que
caracteriza a ameaccedila aeacuterea
Na tipologia33 da ameaccedila aeacuterea os sistemas natildeo tripulados assumem-se como os
meios mais susceptiacuteveis de serem utilizados pelo seu custo manutenccedilatildeo sustentaccedilatildeo e
elevada capacidade de destruiccedilatildeo Estas caracteriacutesticas fazem com que estes sistemas
sejam preferidos aos tradicionais aviotildees e helicoacutepteros de ataque que satildeo mais
dispendiosos em termos de aquisiccedilatildeo manutenccedilatildeo e treino de tripulaccedilotildees (HDA 2000)
Estes meios tripulados poderatildeo ser utilizados pelo opositor em conflitos no acircmbito do artigo
5ordm da Alianccedila Atlacircntica ou em situaccedilotildees em que se enfrenta um adversaacuterio que dispotildee de
um exeacutercito organizado e coerente
No que diz respeito ao caraacutecter assimeacutetrico que marca a actual conflitualidade eacute
necessaacuterio ter em conta uma nova ameaccedila que se tem manifestado nos TO mais recentes
a ameaccedila RAM34 Esta ldquonovardquo ameaccedila eacute caracterizada pela utilizaccedilatildeo de sistemas de baixo
30
Traduccedilatildeo Livre 31
Traduccedilatildeo Livre 32
UAV - Unmanned Aerial Vehicles 33
Ver Anexo E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea 34
RAM - Rockets Artillery amp Mortar
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 12
custo baseados em Foguetes Artilharia e Morteiros A ameaccedila RAM natildeo se enquadra no
conjunto de meios (tripulados e natildeo tripulados) que caracteriza a tradicional ameaccedila aeacuterea
Contundo o facto de utilizar o vector aeacutereo para se materializar leva a que os consideremos
como tal
Ainda no acircmbito da ameaccedila aeacuterea satildeo igualmente passiacuteveis de ser utilizados aviotildees
ultraleves ou aeronaves renegade35 contra instalaccedilotildees de forccedilas multinacionais ou contra
interesses das facccedilotildees envolvidas no conflito com o objectivo de desestabilizarem o
processo de paz ou criar um foco de instabilidade
Considerando o actual ambiente das CRO a ameaccedila aeacuterea pode ser caracterizada pela
utilizaccedilatildeo de sistemas pouco dispendiosos e de faacutecil acesso por parte de actores menores
envolvidos neste processo ldquo (hellip) hoje em dia fala-se na capacidade de grupos terroristas
utilizarem morteiros aviotildees ligeiros drones e UAVrsquos visto que estes natildeo satildeo meios muito
sofisticados e podem-se transformar numa ameaccedila aeacuterea (hellip) ldquo (Benroacutes 2009)36
35
Trata-se de uma plataforma aeacuterea civil que se julga estar a operar de uma tal maneira que levanta suspeitas
de poder ser usada como arma para executar um ataque terrorista Existe um exemplo bem recente apesar de
natildeo se ter verificado em operaccedilotildees o ataque de 11 de Setembro de 2001 (Borges 2008) 36
Ver Apecircndice B - Guiatildeo da Entrevista ao TCor Art Varela Benroacutes
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 13
CAPIacuteTULO II
A PARTICIPACcedilAtildeO DE FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS
EM OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES
Neste capiacutetulo procederemos agrave anaacutelise da participaccedilatildeo do Exeacutercito com FND em
missotildees da OTAN37 O primeiro passo neste estudo seraacute seleccionar quais as operaccedilotildees a
analisar visto que por questotildees de tempo e espaccedilo torna-se impossiacutevel abordar todas as
operaccedilotildees realizadas no acircmbito da Alianccedila Atlacircntica
Optou-se pela escolha de duas operaccedilotildees em particular a participaccedilatildeo na IFOR38 que
ocorreu na Boacutesnia e Herzegovina no ano de 1996 e a participaccedilatildeo na KFOR no TO do
Kosovo iniciada em 1999 e actualmente ainda em curso39
O longo historial das FND revela-nos que nunca foi integrado qualquer tipo de unidades
(Grupo Bateria) ou subunidades (pelotatildeo secccedilatildeo) de AAA Procurou-se com esta anaacutelise
conceptual saber qual o eventual enquadramento que a AAA poderaacute ter neste tipo de
operaccedilotildees
Para aleacutem da caracterizaccedilatildeo dos TO para onde as FND foram projectadas importa
averiguar a eventual empregabilidade de uma subunidade de AAA de organizaccedilatildeo modular
nas UEC ou UEB que actualmente satildeo empregues em CRO De forma a obter resultados
fidedignos neste campo recorreu-se agrave experiecircncia de quem esteve no TO e sentiu as
dificuldades de comandar uma FND em operaccedilotildees deste geacutenero Recorremos assim agrave
experiecircncia partilhada de trecircs comandantes de FND e tentaacutemos transpor para o papel todo
o conhecimento transmitido com o objectivo de esclarecer a problemaacutetica em estudo
II1 A Participaccedilatildeo Nacional na IFOR
O primeiro TO escolhido para estudar a problemaacutetica de investigaccedilatildeo foi o da Boacutesnia e
Herzegovina que contou com a participaccedilatildeo portuguesa na forccedila multinacional IFOR em
Janeiro de 1995 durante a operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo40 Com esta presenccedila na Initial Entry
37
Ver Anexo F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte 38
IFOR - Implementation Force 39
Com o empenhamento do 1ordm Batalhatildeo de Infantaria da BrigInt constituiacutedo por 290 militares (EMGFA 2009) 40
Nome de coacutedigo da operaccedilatildeo IFOR conduzida pela OTAN na Boacutesnia e Herzegovina entre 20 de Dezembro de
1995 e 20 de Dezembro de 1996 (NATO 2001)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 14
Force o Exeacutercito integrou pela primeira vez uma UEB na estrutura de forccedilas da Alianccedila
Atlacircntica
Antes da anaacutelise da participaccedilatildeo nacional na IFOR procedeu-se agrave descriccedilatildeo dos
antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina permitindo compreender a intervenccedilatildeo
da comunidade internacional atraveacutes da OTAN e da IFOR
II11 Antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina
A Ex-Federaccedilatildeo da Jugoslaacutevia foi ateacute 1990 constituiacuteda pelas Repuacuteblicas da Croaacutecia
Seacutervia Esloveacutenia Boacutesnia Macedoacutenia e Monte Negro Em 1991 a Esloveacutenia e a Croaacutecia
efectivaram o seu desejo de abandonar a Federaccedilatildeo da Jugoslaacutevia e a situaccedilatildeo tornou-se
insustentaacutevel quando 94 dos eleitores na Croaacutecia aprovaram em referendo a
independecircncia que foi proclamada em 25 de Junho de 1991 No mesmo dia a Esloveacutenia
declarava a independecircncia o que originou a guerra com a intervenccedilatildeo do Exeacutercito do Povo
Jugoslavo em resposta agraves tomadas de posiccedilatildeo da Esloveacutenia e da Croaacutecia
Em 29 de Fevereiro de 1992 era realizado um referendo na Boacutesnia e Herzegovina
tendo a maioria (muccedilulmanos e croatas) obtido um resultado de 99 a favor da
independecircncia Com este resultado tambeacutem a Boacutesnia e Herzegovina se viria a tornar
independente no dia 3 de Marccedilo de 1992 sendo reconhecida pela Comunidade Europeia
trecircs dias depois
Em Maio de 1992 o Conselho de Seguranccedila das Naccedilotildees Unidas (CSNU) atraveacutes da
UNSCR41 752 exigia o fim dos combates na Boacutesnia e Herzegovina aprovando o envio da
UNPROFOR42 para esta regiatildeo
Acompanhando as restantes repuacuteblicas tambeacutem a Macedoacutenia declarou a sua
independecircncia no dia 8 de Abril de 1993
A UNPROFOR sob os auspiacutecios da ONU natildeo conseguiu controlar a crise existente nos
Balcatildes obrigando a OTAN a intervir por diversas vezes para fazer respeitar a zona de
exclusatildeo do espaccedilo aeacutereo43 imposta sobre a Boacutesnia e Herzegovina ao abrigo da UNSCR
781 Apesar das sanccedilotildees impostas pela ONU a situaccedilatildeo agravou-se e assistiu-se mesmo a
uma escalada da violecircncia o que obrigou a OTAN a elaborar planos de emergecircncia para
apoiar uma eventual retirada das tropas da ONU da Boacutesnia e Herzegovina Assiste-se a um
intenso debate poliacutetico para alcanccedilar uma soluccedilatildeo poreacutem as partes envolvidas tardavam a
chegar a um acordo enquanto que no terreno a OTAN intensificava os raids e os
bombardeamentos aeacutereos em resposta aos ataques aeacutereos seacutervios na zona de exclusatildeo do
espaccedilo aeacutereo estabelecida pela Alianccedila
41
UNSCR - United Nations Security Council Resolution 42
UNPROFOR - United Nations Protection Force 43
ldquoNo-Fly Zonesrdquo
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 15
Finalmente no dia 5 de Outubro de 1995 era assinado um acordo geral de cessar-fogo
proposto pelos Estados Unidos da Ameacuterica (EUA) sendo aceite por todas as partes
beligerantes iniciando-se as negociaccedilotildees de paz
O Acordo de Paz de Dayton44 veio consolidar o acordo geral de cessar-fogo
constituindo-se como o teacutermino de uma guerra que durou cerca de trecircs anos e meio e
provocou centenas de milhares de mortos Ao abrigo deste acordo foram estabelecidas
duas entidades no territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina a Repuacuteblica seacutervia da Boacutesnia e a
Federaccedilatildeo Croata Muccedilulmana Estas duas entidades encontravam-se separadas por uma
linha (IEBL)45 sobre a qual foi criada uma aacuterea de seguranccedila materializada no terreno por
uma faixa de dez quiloacutemetros designada por zona de separaccedilatildeo (ZOS)46 (Saraiva 2008)
A IFOR interveacutem no territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina ao abrigo da UNSCR 1031 com
a missatildeo47 de fiscalizar e impor o cumprimento do Acordo de Paz de Dayton A estrutura de
comando da IFOR48 era composta por trecircs divisotildees lideradas pela Franccedila Reino Unido e
EUA
II12 Case-study o Agrupamento Juacutepiter na Boacutesnia e Herzegovina
A 16 de Dezembro de 1995 eacute aprovado o plano operacional da IFOR pelo Conselho do
Atlacircntico Norte (NAC49) iniciando-se a operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo para garantir o
cumprimento do Acordo de Paz de Dayton
A primeira FND a ser projectada para o TO da Boacutesnia e Herzegovina foi o 2ordm Batalhatildeo
de Infantaria Aerotransportada (2ordm BIAT) pertencente agrave antiga Brigada Aerotransportada
Independente (BAI) ao qual se juntou o Destacamento de Apoio Sanitaacuterio Esta FND
passou a denominar-se Agrupamento Juacutepiter (AgrJuacutepiter) constituindo o nosso primeiro
case-study
No dia 10 de Agosto de 1996 o 2ordm BIAT substitui o 3ordm BIAT incorporando-se no
AgrJuacutepiter e prosseguindo a missatildeo Em Agosto de 1996 o AgrJuacutepiter era constituiacutedo50 por
um Batalhatildeo de Infantaria (3ordm BIAT) a trecircs companhias de atiradores por uma companhia de
apoio de combate por uma companhia de apoio de serviccedilos e por um destacamento de
apoio de serviccedilos ldquomusculadordquo que garantia todo o fluxo logiacutestico agraves tropas nacionais
44
Ver Anexo G - O Acordo de Paz de Dayton 45
IEBL - Inter Entity Boundary Line 46
ZOS - Zone Of Separation 47
Ver Anexo H - Missatildeo da IFOR 48
Ver Anexo I - Estrutura de C2 da IFOR em 1996
49 NAC ndash North Atlantic Council
50 O seu efectivo total era de 911 militares (Saraiva 2008)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 16
Em 1996 o TO da Boacutesnia e Herzegovina era caracterizado como bastante incerto51
principalmente na fase inicial da operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo devido aos focos de
instabilidade que se faziam sentir na regiatildeo O AgrJuacutepiter ocupava o sector de Goradze um
dos mais complicados na regiatildeo que era descrito por ser ldquo (hellip) um sector extremamente
tenso com vaacuterios pontos quentes (hellip) rdquo (Saraiva 2009)52
Relativamente agrave presenccedila de unidades de AAA no TO existiam em toda a estrutura do
escalatildeo superior Segundo Saraiva (2009) tanto a Brigada Italiana (MNBN53) onde a FND
estava inserida como a proacutepria Divisatildeo Francesa (MNDSE54) dispunham de unidades de
AAA no entanto estas ldquo (hellip) nunca foram vistas no sector portuguecircs (hellip) rdquo (Saraiva 2009)
Admitindo a existecircncia da ameaccedila aeacuterea no TO ainda que teacutenue parece-nos que a
inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA faria todo o sentido uma vez que a aacuterea de
responsabilidade (AOR)55 do AgrJuacutepiter era composta por vaacuterios pontos sensiacuteveis Satildeo
exemplos desses pontos uma torre de comunicaccedilotildees um repetidor operado por elementos
do escalatildeo superior (Brigada Italiana) e uma torre explorada por elementos da Divisatildeo
Francesa em acccedilotildees de guerra electroacutenica O comandante do AgrJuacutepiter refere que ldquo (hellip)
todos esses pontos exigiriam com certeza protecccedilatildeo AA porque caso a ameaccedila aeacuterea
fosse maior e se materializasse noacutes teriacuteamos que ter esses meios correndo o risco de
ficarmos completamente isolados no TO (hellip) ldquo (Saraiva 2009)
Verifica-se assim que a FNDIFOR poderia eventualmente incluir uma subunidade de
AAA de organizaccedilatildeo modular dimensionada agrave FND Ao existir este moacutedulo e estando
devidamente integrado na estrutura de C2 do escalatildeo superior este ldquo (hellip) acrescentaria
muitas capacidades agrave forccedila ldquo (Saraiva 2009)
II2 A Participaccedilatildeo Nacional na KFOR
A segunda operaccedilatildeo da OTAN que nos propusemos a investigar refere-se ao TO do
Kosovo o qual levou agrave intervenccedilatildeo da Alianccedila Atlacircntica atraveacutes da KFOR Tambeacutem nesta
missatildeo a participaccedilatildeo nacional concretizou-se desde o primeiro momento com a integraccedilatildeo
de uma FND na Initial Entry Force em 1999 o Agrupamento Bravo (AgrBravo) da antiga
BAI
51
ldquoEstamos perfeitamente conscientes de que os acordos de paz satildeo fraacutegeis e imperfeitos e de que a IFOR eacute
uma operaccedilatildeo natildeo isenta de riscos (hellip) ldquo Excerto retirado do discurso do Ministro da Defesa Nacional Dr
Antoacutenio Vitorino no IV Seminaacuterio para Altos funcionaacuterios e Chefes de Missatildeo do Ministeacuterio dos Negoacutecios
Estrangeiros em 4 de Janeiro de 1996 52
Ver Apecircndice C - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel de Infantaria Ref Pires Saraiva Comandante da FNDIFOR
(AgrJupiteacuter) no ano de 1996 53
MNBN - Multinational Brigade North 54
MNDSE - Multinational Division Southeast 55
AOR - Area Of Responsability
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 17
Desde a participaccedilatildeo inicial do AgrBravo ateacute agrave actual presenccedila do 1ordm Batalhatildeo de
Infantaria da BrigInt Portugal tem-se constituiacutedo como presenccedila habitual na KFOR Durante
a uacuteltima deacutecada o Exeacutercito Portuguecircs participou sucessivamente com FND na KFOR
excepccedilatildeo feita agrave interrupccedilatildeo ocorrida entre os anos de 2001 e 2004 devido agrave necessidade
de tropas para a participaccedilatildeo no TO de Timor-Leste
Agrave semelhanccedila do conflito da Boacutesnia e Herzegovina antes da anaacutelise dos case-study
efectuou-se um breve enquadramento dos antecedentes que levaram agrave sua intervenccedilatildeo da
OTAN no territoacuterio do Kosovo
II21 Antecedentes do Conflito do Kosovo
A proviacutencia do Kosovo fica situada no Sul do territoacuterio da Repuacuteblica da Seacutervia
possuindo uma populaccedilatildeo mista com maioria de etnia albanesa Ateacute 1989 a proviacutencia
beneficiou de um elevado grau de autonomia dentro do territoacuterio da antiga Ex-Jugoslaacutevia No
entanto quando Slobodan Milosevic56 subiu ao poder a proviacutencia perdeu a sua autonomia
ficando sob o controlo directo de Belgrado o que levou os albaneses residentes no Kosovo
a oporem-se radicalmente a esta decisatildeo
Durante o ano de 1998 os confrontos entre as forccedilas da Seacutervia e os kosovares
albaneses resultaram em mais de mil e quinhentos mortos e quatrocentos mil refugiados A
comunidade internacional manifestou preocupaccedilatildeo relativamente agrave cataacutestrofe humanitaacuteria e
agrave permanente escalada do conflito com a possibilidade de este se estender a paiacuteses
vizinhos
A UNSCR 1199 exteriorizava uma profunda preocupaccedilatildeo com o excessivo uso de forccedila
por parte das forccedilas da Seacutervia apelando tambeacutem ao cessar-fogo por ambas as partes do
conflito e estabelecendo um limite maacuteximo de forccedilas seacutervias no Kosovo Ficou tambeacutem
acordado que a Organizaccedilatildeo para a Seguranccedila e Cooperaccedilatildeo na Europa (OSCE)
estabelecesse uma unidade de observaccedilatildeo a Missatildeo de Verificaccedilatildeo no Kosovo (KVM)57
para observar o cumprimento das directivas do CSNU
Apesar de todos os esforccedilos a situaccedilatildeo no Kosovo agravou-se novamente apoacutes uma
seacuterie de actos de provocaccedilatildeo de ambas as partes As forccedilas militares e policiais seacutervias
intensificaram o uso da forccedila nas suas operaccedilotildees contra os kosovares albaneses
movimentando tropas e meios militares para a regiatildeo num claro desrespeito agrave UNSCR 1199
Este facto fez com que a KVM se retirasse da regiatildeo pois para aleacutem de natildeo poder cumprir a
sua missatildeo de observaccedilatildeo tambeacutem enfrentava oposiccedilatildeo das forccedilas seacutervias
56
Slobodan Milosevic foi presidente da Repuacuteblica da Seacutervia entre 1989 e 1997 e presidente da Jugoslaacutevia entre
1997 e 2000 Em 2001 foi acusado pelo Tribunal Penal Internacional de Haia por crimes de guerra contra a
humanidade e genociacutedio cometidos durante a guerra civil da Jugoslaacutevia 57
KVM ndash Kosovo Verification Mission
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 18
O presidente Milosevic recusou-se a cumprir a UNSCR 1199 e no dia 23 de Marccedilo de
1999 a Alianccedila iniciou os ataques aeacutereos com a operaccedilatildeo ldquoAllied Forcerdquo Esta campanha
aeacuterea duradoura de setenta e sete dias terminou no dia 10 de Junho de 1999 quando o
Secretaacuterio-Geral da OTAN Javier Solana anunciou suspender temporariamente as
operaccedilotildees aeacutereas da OTAN contra a Jugoslaacutevia Esta decisatildeo foi tomada pelo NAC depois
de atingido um consenso e de o Comandante Supremo Aliado da Europa (SACEUR) ter
confirmado que as forccedilas jugoslavas tinham iniciado a sua retirada do Kosovo Esta retirada
encontrava-se em conformidade com o Acordo Teacutecnico Militar (MTA58)
No dia 10 de Junho foi aprovada a UNSCR 1244 que congratulava a aceitaccedilatildeo dos
princiacutepios sobre a soluccedilatildeo poliacutetica para a crise no Kosovo por parte da Repuacuteblica Federal da
Jugoslaacutevia A UNSCR 1244 incluiacutea um fim imediato da violecircncia e uma raacutepida retirada das
suas forccedilas militares policiais e paramilitares do Kosovo Com a adopccedilatildeo desta resoluccedilatildeo o
NAC iniciou os preparativos para o envio raacutepido de uma forccedila de seguranccedila mandatada pelo
CSNU (NATO 2001)
A KFOR59 entrou no Kosovo no dia 12 de Junho de 1999 executando a Operaccedilatildeo ldquoJoint
Guardianrdquo60 com uma forccedila de caraacutecter multinacional inicialmente constituiacuteda por cerca de
vinte mil militares divididos entre seis brigadas (MNB61) lideradas respectivamente pela
Alemanha EUA Franccedila Itaacutelia e duas pelo Reino Unido Estas seis brigadas foram
implantadas territorialmente62 dando origem a cinco sectores sob o comando unificado do
Comandante da KFOR (COMKFOR63) (NATO 1999)
II22 Case-study o Agrupamento Bravo no Kosovo
O segundo case-study eacute o AgrBravo que integrou a KFOR durante Operaccedilatildeo ldquoJoint
Guardianrdquo ocupando o sector de Klina entre Agosto de 1999 e Fevereiro de 2000 Era
constituiacutedo64 por trecircs esquadrotildees dois esquadrotildees de reconhecimento (um equipado com
viaturas de rodas e o outro com viaturas de lagartas) e um esquadratildeo de apoio de serviccedilos
Chegados ao terreno os militares portugueses foram confrontados com um cenaacuterio
devastador ldquo (hellip) encontrava-se tudo destruiacutedo os edifiacutecios as casas as igrejas etc () rdquo
(Calccedilada 2009)65 Este era o aspecto tiacutepico de uma regiatildeo que foi palco dos sucessivos
58
MTA ndash Military Technical Agreement 59
Ver Anexo J - Missatildeo da KFOR 60
Nome de coacutedigo da operaccedilatildeo KFOR conduzida pela OTAN na proviacutencia seacutervia do Kosovo a partir de 10 de
Junho de 1999 (NATO 2009) 61
MNB ndash Multinational Brigade
62
Ver Anexo K ndash Estrutura de C2 da KFOR
63 COMKFOR ndash Commander KFOR
64 O seu efectivo era de 295 militares 30 oficiais 74 sargentos e 191 praccedilas (Pires 2007)
65 Ver Apecircndice D - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Cavalaria Tirocinado Antunes Calccedilada Comandante da
FNDKFOR (AgrBravo) no ano de 1999
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 19
confrontos entre os militantes do UCK66 e as forccedilas militares seacutervias e posteriormente da
campanha aeacuterea da Alianccedila Atlacircntica O Comandante do AgrBravo refere que ldquo (hellip)
aquando da nossa chegada encontraacutemos um teatro de operaccedilotildees totalmente incerto e
totalmente instaacutevel (hellip) rdquo (Calccedilada 2009)
Inicialmente as operaccedilotildees do AgrBravo eram de imposiccedilatildeo de paz uma vez que os
militantes do UCK autoproclamados como o Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo se
recusavam a depor as armas Confrontados com esta situaccedilatildeo os militares do AgrBravo
adoptaram uma postura riacutegida afirmando a sua posiccedilatildeo e executando vaacuterias operaccedilotildees de
Busca e Cerco com o objectivo de desarmar e desmilitarizar o UCK Superada esta fase
inicial as operaccedilotildees passaram a ser desenroladas com normalidade no acircmbito da
manutenccedilatildeo de paz realizando tarefas de patrulhamento e de seguranccedila a locais religiosos
bem como acccedilotildees CIMIC67 e operaccedilotildees psicoloacutegicas (PSYOPS)68
No que diz respeito agrave Brigada Multinacional Oeste de comando Italiano (MNBW69) na
qual o AgrBravo estava integrado tambeacutem natildeo dispunha de qualquer unidade de AAA uma
vez que a ameaccedila aeacuterea era considerada remota Todavia existia um plano de
contingecircncias que poderia ser activado ldquo (hellip) caso os seacutervios natildeo aprovassem o rumo que o
Kosovo estava levar e resolvessem intervir utilizando algumas aeronaves que tivessem
disponiacuteveis (hellip) rdquo (Calccedilada 2009) Caso existisse necessidade de activar esse plano de
contingecircncias a Brigada Italiana tinha em Itaacutelia uma Bateria de Artilharia Antiaeacuterea (BAAA)
preparada para ser projectada para o TO
Achamos que caso o plano de contingecircncias fosse activado as unidades italianas
usufruiriam de prioridade no que diz respeito agrave protecccedilatildeo AA dada a escassez de meios Agrave
semelhanccedila das forccedilas italianas deveriacuteamos dispor de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA pronto
a ser projectado para o TO que garantisse a protecccedilatildeo AA da AOR do AgrBravo Desta
forma salvaguardariacuteamos quaisquer lacunas na protecccedilatildeo AA (garantida pelo escalatildeo
superior)
Segundo Benroacutes (2002) existiam outras naccedilotildees na KFOR que dispunham de unidades
de AAA como os EUA que lideravam a Brigada Multinacional Este (MNBE70) Dispunham de
um BAAA equipada com o miacutessil portaacutetil Stinger a qual esteve no TO durante toda a fase
inicial da missatildeo da KFOR sendo depois substituiacuteda por uma unidade de radares de AAA
(equipada com o sistema radar Sentinel) que tinha como missatildeo a vigilacircncia do espaccedilo
aeacutereo
66
UCK - Ushtria Clivoimtare Kosoves (em albanecircs) significa Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo 67
CIMIC - Civil-Military Cooperation 68
PSYOPS - Physiological Operations 69
MNBW - Multinational Brigade West 70
MNBE - Multinational Brigade East
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 20
Tambeacutem a Alemanha paiacutes que liderava a Brigada Multinacional Sul (MNBS71) possuiacutea
unidades de AAA nesta fase inicial da missatildeo As tropas alematildes tinham ao dispor uma
BAAA equipada com o miacutessil portaacutetil Stinger Agrave semelhanccedila das tropas norte-americanas
esta BAAA foi substituiacuteda com o desenrolar da missatildeo internacional no Kosovo por uma
unidade de Poliacutecia Militar
O facto de em 1999 existirem unidades de AAA no TO do Kosovo prova que apesar de
a ameaccedila aeacuterea ser bastante remota ela existia e poderia materializar-se jaacute que se tratava
da fase inicial da operaccedilatildeo normalmente caracterizada pela incerteza e pelo
desconhecimento das capacidades dos beligerantes
Quanto agrave inclusatildeo de uma subunidade de AAA de organizaccedilatildeo modular no AgrBravo
notamos que o facto de a estrutura do escalatildeo superior (MNBW) natildeo dispor de qualquer tipo
de unidades de AAA impediria a inserccedilatildeo deste moacutedulo na FND Isso soacute aconteceria se o
plano de contingecircncias fosse activado e a Brigada Italiana projectasse a BAAA que se
encontrava em stand by
O facto de existirem outras forccedilas presentes no restante TO com meios de AAA
permitiria que o moacutedulo nacional se integrasse na estrutura de defesa aeacuterea do TO e
contribuiacutesse para a protecccedilatildeo AA do TO
II23 Case-study o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista no Kosovo
O terceiro case-study que nos propusemos a analisar foi o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-
quedista (BIPara) que esteve destacado no TO do Kosovo entre Setembro de 2005 e Marccedilo
de 2006 cumprindo a missatildeo de reserva taacutectica (TACRES)72 do COMKFOR
O BIPara encontrava-se aquartelado nas proximidades do QG da KFOR na regiatildeo de
Pristina no Camp Slim Lines que partilhava com uma forccedila de reconhecimento britacircnica e
com um pelotatildeo de Poliacutecia Militar esloveno O BIPara73 era constituiacutedo por trecircs companhias
duas companhias de atiradores (equipadas com viaturas de rodas) e uma companhia de
apoio de serviccedilos
Em 2005 o TO do Kosovo estava calmo e natildeo existiam focos de instabilidade situaccedilatildeo
bastante diferente daquela que o AgrBravo encontrou agrave sua chegada Apesar de
ocasionalmente surgirem algumas situaccedilotildees que despertavam maior preocupaccedilatildeo o
ambiente era estaacutevel tendo sido o UCK totalmente desmilitarizado
Se na fase inicial da presenccedila da KFOR a probabilidade de a ameaccedila aeacuterea se
concretizar era reduzida nesta fase da operaccedilatildeo ldquoJoint Guardianrdquo natildeo existia qualquer tipo
de ameaccedila aeacuterea prevalecendo um profundo conhecimento das partes beligerantes e das
71
MNBS - Multinational Brigade South 72
TACRES - Tactical Reserve Esta reserva taacutectica tinha como finalidade a demonstraccedilatildeo de forccedila por parte do
COMKFOR (Sobreira 2009) 73 O seu efectivo era de 299 militares 30 oficiais 57 sargentos e 212 praccedilas (Calmeiro e Magro 2005)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 21
suas capacidades O Kosovo era nesta fase um TO ldquomadurordquo (hellip) o centro de operaccedilotildees
conjunto lanccedilava drones que permitiam assistir in loco agraves operaccedilotildees e intervinha
directamente no canal de comando se assim fosse necessaacuterio esta situaccedilatildeo soacute se
conseguia porque existia superioridade aeacuterea () ldquo (Sobreira 2009)74
Nesta etapa avanccedilada da presenccedila internacional no Kosovo natildeo existem registos do
emprego de unidades de AAA por qualquer naccedilatildeo interveniente na KFOR visto que a
ameaccedila aeacuterea eacute totalmente inexistente Neste contexto o Exeacutercito natildeo eacute excepccedilatildeo e
quando interrogado acerca das capacidades que um moacutedulo de AAA poderia acrescentar agrave
FNDKFOR o Cmdt do BIPara responde ldquo No cenaacuterio em que estaacutevamos enquadrados natildeo
se justificaria as carecircncias sentidas eram em termos de pessoal disponiacutevel para as
patrulhas e reconhecimento O proacuteprio moacutedulo de morteiros pesados do Batalhatildeo era uma
forma dissimulada de ter mais um pelotatildeo disponiacutevel e este era utilizado para garantir o
serviccedilo de guarniccedilatildeo ao aquartelamento (hellip) ldquo (Sobreira 2009)
II3 Reflexotildees sobre o emprego de AAA em CRO
Para existir participaccedilatildeo de unidades de AAA integradas em forccedilas multinacionais da
Alianccedila Atlacircntica (como eacute o caso da IFOR e da KFOR) eacute necessaacuterio que essa valecircncia se
encontre inventariada no documento CJSOR Este documento eacute elaborado pelos oacutergatildeos da
OTAN identificando as unidades necessaacuterias e as capacidades miacutenimas que essas
unidades devem conter para integrar as diversas forccedilas multinacionais
Depois de consultarmos75 os CJSOR das uacuteltimas participaccedilotildees nacionais em CRO
(referimo-nos ao uacuteltimo CJSOR elaborado para a KFOR e ao CJSOR da ISAF76 ambos
datados do ano de 2005) verificaacutemos que estes natildeo mencionavam qualquer necessidade
de emprego de unidades de AAA Esta situaccedilatildeo pode ser considerada normal tendo em
conta que no TO do Kosovo em 2005 natildeo existia ameaccedila aeacuterea como se verificou
anteriormente Quanto ao TO do Afeganistatildeo o facto de natildeo haver cabimento orgacircnico no
CJSOR para as unidades de AAA revela que natildeo foi identificada nenhuma ameaccedila aeacuterea
pela OTAN aquando da elaboraccedilatildeo do respectivo CJSOR
A situaccedilatildeo na Boacutesnia e Herzegovina em 1996 e no Kosovo em 1999 nas quais existiam
unidades de AAA no terreno eacute um claro indicador de que os CJSOR dessas operaccedilotildees
previam o emprego deste tipo de unidades e que a ameaccedila aeacuterea se poderia materializar
nesses TO
74
Ver Apecircndice E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel de Infantaria Sobreira Comandante da FNDKFOR
(BIPara) no ano de 2005 75
Estas consultas foram feitas na Divisatildeo de Operaccedilotildees do Estado-Maior General das Forccedilas Armadas
(DIOPEMGFA) 76
ISAF - International Security Assistance Force
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 22
No que diz respeito agrave participaccedilatildeo nacional em CRO verifica-se que tem ocorrido de
acordo com os niacuteveis de ambiccedilatildeo expliacutecitos no Conceito Estrateacutegico Militar (CEM)
empenhando normalmente UEB ou UEC No entanto eacute oportuno relembrar que o CEM
prevecirc igualmente em alternativa agraves trecircs UEB a projecccedilatildeo de uma Brigada actuando em todo
o espectro de operaccedilotildees De acordo com os conceitos doutrinaacuterios a unidade miacutenima de
apoio eacute a Brigada a qual eacute apoiada com uma BAAA (EME 1997)
Em CRO as naccedilotildees que disponibilizam o comando de Brigada satildeo igualmente
responsaacuteveis por garantir as valecircncias da Forccedila ditas ldquomais criacuteticasrdquo (veja-se o exemplo da
Alemanha e dos EUA na KFOR) Desta forma verifica-se o emprego doutrinaacuterio de uma
BAAA em apoio a uma Brigada
O facto de Portugal ter vindo a participar com unidades ateacute UEB inviabiliza a projecccedilatildeo
de uma unidade doutrinaacuteria de AAA (a BAAA) No entanto esta situaccedilatildeo natildeo deve constituir
obstaacuteculo agrave participaccedilatildeo nacional de unidades de AAA neste tipo de operaccedilotildees a qual pode
ser realizada adequando as unidades de AAA ao actual niacutevel de ambiccedilatildeo nacional (UEB)
Pode ser assim empenhada uma subunidade de organizaccedilatildeo modular como por exemplo
um pelotatildeo de AAA
O exemplo da IFOR eacute esclarecedor O facto de todo o escalatildeo superior possuir
unidades de AAA faz com que a organizaccedilatildeo modular de AAA se justifique pois apesar da
FNDIFOR estar dentro da AOR da MNBN a protecccedilatildeo da forccedila eacute da responsabilidade
nacional Aleacutem disso em situaccedilotildees de abertura de TO onde natildeo existem certezas da
capacidade das partes beligerantes entendemos que natildeo deve existir lugar para
facilitismos77
Face agrave anaacutelise realizada verifica-se que o actual tailoring utilizado na concepccedilatildeo das
FND para actuarem em MHP (neste caso em CRO) pode incluir um moacutedulo de protecccedilatildeo
AA O facto de em termos conceptuais existir uma janela de oportunidade para as unidades
de AAA participarem neste tipo de missotildees (atraveacutes da inclusatildeo do respectivo moacutedulo)
conduz-nos a outra questatildeo relacionada com o tipo de operaccedilotildees e de TO em que este
moacutedulo pode ser empregue Neste domiacutenio constata-se igualmente que a participaccedilatildeo de
unidades de AAA em CRO pode e deve ser feita dando ecircnfase agrave fase inicial das operaccedilotildees
militares Durante esta fase a actuaccedilatildeo da Initial Entry Force ganha preponderacircncia
devendo ser ldquo (hellip) uma forccedila manifestamente robusta face agraves necessidades que estatildeo
inventariadas mostrando assim capacidades persuasivas e dissuasivas (hellip) rdquo (Ribeiro
2009)78 Eacute nesta situaccedilatildeo que as forccedilas de iacutendoles mais teacutecnicas como o caso da AAA satildeo
77
Eacute oportuno recordar a maacutexima terrorista citada por Osama Bin Laden depois dos ataques de 11 de Setembro
de 2001 ldquoYou have to be lucky all of the time we only have to be lucky oncerdquo 78
Ver Apecircndice F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro Chefe da DIOPEMGFA
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 23
requisitadas a intervir (veja-se o exemplo de forccedilas aliadas79 em cenaacuterios de ldquoaberturardquo de
TO) realizando tarefas no contexto da sua missatildeo primaacuteria como a protecccedilatildeo AA a baixas
altitudes (SHORAD80) da forccedila e dos pontos sensiacuteveis existentes na sua AOR
Uma vez ultrapassada a fase inicial das operaccedilotildees a situaccedilatildeo eacute estabilizada
aumentando o conhecimento do TO e das partes beligerantes Eacute adoptada uma postura
adequada agrave situaccedilatildeo como por exemplo a transiccedilatildeo da IFOR para a SFOR81 na Boacutesnia e
Herzegovina em Janeiro de 1997 Nesta fase a Initial Entry Force eacute substituiacuteda e as Follow-
on Forces satildeo moldadas agrave missatildeo sendo dotadas com as valecircncias especiacuteficas para o
cumprimento da mesma
De acordo com aquilo que tem sido a praacutetica multinacional neste tipo de operaccedilotildees as
forccedilas de manobra (leia-se unidades de infantaria e de reconhecimento) mantecircm-se no TO e
assumem um papel proeminente efectuando tarefas de patrulhamento reconhecimento
check-points PSYOPS escoltas acccedilotildees CIMIC e CRC82 Quanto agraves unidades de AAA
tendo em conta a inexistecircncia de qualquer tipo de ameaccedila aeacuterea estas natildeo satildeo necessaacuterias
no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Consideramos que para as proacuteximas participaccedilotildees de FND em Initial Entry Force
deveraacute ser equacionada a inclusatildeo de uma subunidade de AAA contribuindo assim para a
protecccedilatildeo da forccedila Esta eacute definitivamente uma preocupaccedilatildeo constante do Comandante
durante qualquer operaccedilatildeo seja em operaccedilotildees de guerra ou em CRO Tambeacutem a presenccedila
dos media a influecircncia da opiniatildeo puacuteblica e a manifestaccedilatildeo de novos actores e elementos
(o caraacutecter assimeacutetrico dos conflitos o terrorismo e a proliferaccedilatildeo nuclear) se constituem
como factores de acreacutescimo agrave importacircncia da protecccedilatildeo da forccedila
79
Ver Anexo L - A AAA Francesa na UNIFIL 80
SHORAD - Short Range Air Defense 81
SFOR - Stabilization Force 82
CRC - Crowd amp Riot Control
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 24
CAPIacuteTULO III
A INTEGRACcedilAtildeO DA AAA NA
NATO RESPONSE FORCE E NOS BATTLEGROUPS
Ao investigarmos acerca da problemaacutetica relacionada com o emprego de unidades de
AAA em FND natildeo podemos de forma alguma deixar de considerar a participaccedilatildeo assiacutedua
do Exeacutercito na NRF e nos BG Estas forccedilas assumem-se cada vez mais como um
catalisador de mudanccedila no que respeita agrave intervenccedilatildeo em conflitos possuindo uma
capacidade de projecccedilatildeo para missotildees em TO exteriores agrave Europa o que constitui um
desafio para o Exeacutercito
Embora a disponibilizaccedilatildeo de unidades do SFN do Exeacutercito para integrarem a NRF e os
BG natildeo seja exactamente igual agravequela que integra as FND em MHP pode facilmente ser
estabelecido um paralelismo entre estas participaccedilotildees o qual eacute reconhecido pela proacutepria
legislaccedilatildeo83 que enquadra ambas as tipologias de missatildeo O facto de estas unidades serem
submetidas a um periacuteodo intenso de treino operacional que eacute precedido de um exerciacutecio de
certificaccedilatildeo internacional e do consequente periacuteodo de stand by (sendo consideradas
Earmarked84 durante este periacuteodo) reforccedila esse paralelismo
Ao considerarmos o conceito de FND anteriormente definido verifica-se que as
unidades que integram a NRF e os BG natildeo correspondem ao termo FND no seu sentido
restrito No entanto podem ser enquadradas no seu sentido lato
Neste capiacutetulo a pesquisa seraacute direccionada de forma a averiguar quais os meios
orgacircnicos de protecccedilatildeo AA deste tipo de forccedilas Pretende-se assim clarificar os requisitos
de emprego determinados pelas respectivas OI para que possam ser integradas unidades
de AAA nacionais na sua constituiccedilatildeo
83
De acordo com a Directiva nordm23CEME08 84
Forccedilas que as naccedilotildees concordam colocar sob comando ou controlo operacional em data futura de um
Comando OTAN (Baptista 2008)
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 25
III1 Os Conceitos de NATO Response Force e de Battlegroups
Sem pretender efectuar uma reflexatildeo exaustiva acerca dos conceitos de NRF e de BG
naturalmente fora do acircmbito deste TIA importa esclarecer qual a missatildeo organizaccedilatildeo e
constituiccedilatildeo destas estruturas militares O objectivo desta breve abordagem aos dois
conceitos eacute alcanccedilar uma base soacutelida para a nossa investigaccedilatildeo
III11 A NATO Response Force - NRF
A Alianccedila Atlacircntica criou uma forccedila conjunta e combinada caracterizada pela sua
elevada prontidatildeo ndash a NATO Response Force85 Com um efectivo de vinte e cinco mil
militares a NRF eacute capaz de ser destacada apoacutes uma decisatildeo poliacutetica sendo auto-
sustentaacutevel por um periacuteodo de trinta dias As vaacuterias componentes da NRF encontram-se em
stand by nos seus paiacuteses de origem estando preparadas para serem destacadas para a
Aacuterea de Operaccedilotildees (AO) se for necessaacuterio
A NRF atingiu a sua capacidade operacional plena em Outubro de 2006 e actualmente
abrange um largo espectro de missotildees que satildeo efectuadas num estudo caso a caso pelo
NAC Como uacutenica Forccedila presente no TO pode efectuar (NATO 2007)
1 Operaccedilotildees de Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
2 Apoio agrave gestatildeo de consequecircncias86
3 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
4 Apoio de Operaccedilotildees de Contra-Terrorismo
5 Operaccedilotildees de Embargo
6 Actuar como Initial Entry Force facilitando a chegada das Follow-on Forces numa
AO conjunta com ou sem o apoio da naccedilatildeo hospedeira
A constituiccedilatildeo da NRF baseia-se no cataacutelogo de forccedilas CJSOR Poreacutem devido ao facto
de se verificarem constantemente lacunas (denominadas ldquoshortfallsrdquo) no seu preenchimento
(nomeadamente nas valecircncias mais criacuteticas como os helicoacutepteros) eacute provaacutevel que se
evolua da conferecircncia de geraccedilatildeo de forccedilas para a geraccedilatildeo de forccedilas baseada numa
Framework Nation (FwN) Este conceito prevecirc que uma determinada naccedilatildeo se constitua
como ldquoespinha dorsalrdquo da NRF disponibilizando as valecircncias mais criacuteticas e impedindo que
existam lacunas na geraccedilatildeo de forccedilas Desta forma a NRF eacute organizada em moacutedulos
vinculados a um determinado niacutevel de participaccedilatildeo das naccedilotildees intervenientes (Baptista
2007)
Niacutevel A ndash A FwN garante a totalidade do moacutedulo (UEB UEC) soacute poderaacute existir outra
naccedilatildeo no caso de afiliaccedilotildees permanentes como por exemplo o caso da Brigada
Franco-Alematilde
85
Ver Anexo L - Estrutura da NRF 86
Em caso de incidentes NRBQ (Nuclear Radioloacutegico Bioloacutegico e Quiacutemico) ou em situaccedilotildees de crise
humanitaacuteria (NATO 2007)
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 26
Niacutevel B ndash A FwN garante 50 do moacutedulo a participaccedilatildeo de outras naccedilotildees (entre duas
e quatro) nesse moacutedulo eacute possiacutevel
Niacutevel C ndash A FwN eacute responsaacutevel por um 25 do moacutedulo
Niacutevel D ndash O moacutedulo pode ser provido por outra naccedilatildeo que o disponibilize
III12 Os Battlegroups
O conceito de Battlegroup surge no acircmbito da EU referindo-se a uma Forccedila Tarefa de
resposta raacutepida constituiacuteda por um efectivo de mil quinhentos militares Neste contexto o
BG assume-se como ldquo um pacote de forccedilas minimamente eficaz crediacutevel projectaacutevel e
coerente capaz de garantir o cumprimento de operaccedilotildees de forma isolada ou fases iniciais
de operaccedilotildees de maior envergadura (hellip)87 rdquo (EU 2006p1)
A constituiccedilatildeo88 do BG baseia-se num documento denominado BG Concept que prevecirc
uma UEB de manobra reforccedilada com meios dimensionados de Apoio de Combate e de
Apoio de Serviccedilos Esta constituiccedilatildeo assenta no princiacutepio da multinacionalidade atraveacutes da
constituiccedilatildeo de um FwN ou de uma coligaccedilatildeo de Estados-Membros Cada Battlegroup
deveraacute ter associado um Comando de Forccedila e capacidades operacionais e estrateacutegicas preacute-
identificadas como por exemplo o transporte estrateacutegico (EU 2006)
Os niacuteveis de ambiccedilatildeo estabelecidos no ldquoHeadline Goals 2010rdquo prevecircem a capacidade
da UE empreender dois BG em simultacircneo em aacutereas geograacuteficas distintas no ano de 2010
Quanto agraves missotildees atribuiacutedas a um BG este deve estar apto a desenvolver as seguintes
tarefas (Lindstrom 2007)
1 Separaccedilatildeo das partes em Conflito
2 Prevenccedilatildeo de Conflitos
3 Estabilizaccedilatildeo Reconstruccedilatildeo e Consultoria Militar a Paiacuteses terceiros
4 Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
5 Assistecircncia a Operaccedilotildees Humanitaacuterias
No que diz respeito agrave geraccedilatildeo da forccedila a iniciativa parte dos paiacuteses-membros que
propotildeem agrave UE a criaccedilatildeo de um BG Desta forma a naccedilatildeo que se assume como FwN tem o
oacutenus de edificaccedilatildeo ou seja deve disponibilizar todas as unidades que natildeo consegue
angariar junto das restantes naccedilotildees que compotildeem o BG
Assiste-se nesta fase a um constante processo de negociaccedilotildees com uma forte
componente poliacutetica pois as naccedilotildees tendem a disponibilizar unidades que lhes
proporcionem visibilidade (ldquoShow the Flagrdquo) como eacute o caso das unidades de Operaccedilotildees
Especiais Uma vez terminadas as negociaccedilotildees a FwN apresenta agrave UE uma organizaccedilatildeo
especiacutefica do BG com a indicaccedilatildeo dos paiacuteses membros que para ele contribuem de
87
Traduccedilatildeo Livre 88
Ver Anexo M - Estrutura de um Battlegroup
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 27
maneira a atingir o princiacutepio da multinacionalidade O modelo apresentado deve exibir as
capacidades do BG e o periacuteodo de tempo que essa forccedila estaacute disponiacutevel para ser
empregue em operaccedilotildees (normalmente seis meses)
III2 Requisitos para integraccedilatildeo da AAA na NRF
O Exeacutercito tem vindo a participar continuamente na NRF desde o primeiro semestre de
2004 com a integraccedilatildeo de uma forccedila de Operaccedilotildees Especiais Poreacutem ao analisarmos o
histoacuterico89 da participaccedilatildeo nacional na componente terrestre da NRF notamos a inexistecircncia
de qualquer unidade de AAA nesta estrutura de forccedilas e a predominacircncia de unidades de
manobra e de operaccedilotildees especiais Ao analisar este histoacuterico eacute igualmente assinalaacutevel o
esforccedilo do Exeacutercito em integrar unidades de cariz mais teacutecnico como a Bateria de AC 105
mm prevista para integrar a NRF 14 Contudo consideramos que ainda natildeo eacute o suficiente e
que deveraacute existir um maior investimento noutro tipo de valecircncias ditas mais teacutecnicas
No que diz respeito agrave participaccedilatildeo na NRF existe uma clara definiccedilatildeo dos requisitos
que qualquer unidade deveraacute estar apta a cumprir os quais vecircm expressos no CJSOR A
OTAN tem vindo a definir diferentes CJSOR para cada uma das NRF numa tentativa de ser
mais especiacutefica quanto aos requisitos miacutenimos necessaacuterios Deste modo as naccedilotildees
deveratildeo cumprir os requisitos miacutenimos para integrarem unidades na NRF
Tendo como base desta anaacutelise o CJSOR90 verifica-se que relativamente ao moacutedulo
de Defesa Aeacuterea (dependendo da NRF) a participaccedilatildeo das naccedilotildees poderaacute ser feita em trecircs
escalotildees distintos escalatildeo BAAA escalatildeo Grupo de Artilharia Antiaeacuterea (GAAA) ou escalatildeo
Brigada AAA Framework Considerando a dimensatildeo do Exeacutercito Portuguecircs o nuacutemero de
unidades de AAA existentes e os niacuteveis de ambiccedilatildeo nacionais estabelecidos superiormente
julgamos que a participaccedilatildeo mais adequada seraacute o escalatildeo BAAA Para este escalatildeo o
CJSOR refere que o niacutevel de multinacionalidade do moacutedulo deveraacute ser do niacutevel A o que
significa que a naccedilatildeo que disponibilizar a BAAA deveraacute garantir a totalidade do moacutedulo e soacute
excepcionalmente seratildeo aceites outras naccedilotildees Desta forma a BAAA disponibilizada
deveraacute cumprir os seguintes requisitos (Baptista 2007)
Integrar um miacutenimo de doze sistemas SHORAD e doze sistemas MANPAD91 e um
efectivo de duzentos e cinquenta militares
Deveraacute ter a capacidade de ser aerotransportada
Deveraacute garantir a capacidade de assegurar a protecccedilatildeo AA da AO de uma Brigada
Deveraacute ter a capacidade de ligaccedilatildeo com sistemas de defesa antiaeacuterea de meacutedia
altitude
89
Ver Anexo O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF 90
Consulta realizada na Divisatildeo de Operaccedilotildees do Estado-Maior General das Forccedilas Armadas (DIOPEMGFA) 91
MANPAD - Man Portable Air Defense
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 28
Disponibilidade orgacircnica de sistemas radar 3D com IFF92
Niacutevel adequado de protecccedilatildeo da forccedila face agrave ameaccedila NRBQ e aos engenhos
explosivos improvisados (EOD93)
Capacidade miacutenima de sobrevivecircncia de trecircs dias em abastecimentos
No caso de se tratar de uma BAAA auto-propulsada (AP) esta deveraacute cumprir os
mesmos requisitos da BAAA natildeo necessitando da capacidade de ser aerotransportada
Deve ainda dispor de capacidade de detecccedilatildeo visual e radar por infravermelhos
III3 Requisitos para Integraccedilatildeo da AAA nos Battlegroups
Relativamente agrave geraccedilatildeo do pacote de forccedilas que compotildee o BG o facto de natildeo existir
uma estrutura fixa (ao contraacuterio da NRF) permite uma maior flexibilidade por parte das
naccedilotildees envolventes na disponibilizaccedilatildeo dos meios de Apoio de Combate e de Apoio de
Serviccedilos desde que a UEB de manobra esteja garantida
O documento BG Concept soacute indica genericamente qual deveraacute ser a constituiccedilatildeo do
pacote de forccedilas em funccedilatildeo da missatildeo havendo necessidade de recorrer a modelos
anteriores de BG Considerando alguns modelos edificados anteriormente (como o
Francecircs94 Espanhol Italiano e Polaco) constata-se que a sua protecccedilatildeo AA eacute conferida por
uma unidade de escalatildeo pelotatildeo de AA do tipo SHORAD Para que exista possibilidade do
pelotatildeo de AA integrar o pacote de forccedilas do BG este deve satisfazer os requisitos miacutenimos
estabelecidos pela UE sendo estes semelhantes aos instituiacutedos pela NRF Assim o pelotatildeo
AA SHORAD deveraacute dispor (Baptista 2007)
Capacidade de ser aerotransportado
Capacidade de ligaccedilatildeo agraves unidades apoiadas e aos escalotildees superiores
Capacidade de cobertura da AO do BG
Niacutevel adequado de protecccedilatildeo da forccedila face agrave ameaccedila NRBQ e EOD
Interoperabilidade com outras forccedilas integrantes no BG
92
IFF - Identification Friend or Foe 93
EOD - Explosive Ordnance Disposal 94 Ver Anexo P ndash Exemplo de um Battlegroup
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 29
CAPIacuteTULO IV
EMPREGO OPERACIONAL DAS UNIDADES DE AAA
Depois de analisadas as potenciais conjunturas de participaccedilatildeo de unidades de AAA em
forccedilas projectaacuteveis (quer no acircmbito das MHP ou das forccedilas multinacionais) a nossa
investigaccedilatildeo foi direccionada para a abordagem das questotildees directamente relacionadas
com o emprego operacional das unidades de AAA
Como vimos anteriormente no caso das forccedilas multinacionais (NRF e BG) existe um
conjunto de requisitos que as unidades devem possuir para que possam participar neste tipo
de operaccedilotildees No que diz respeito agrave participaccedilatildeo de unidades de AAA no acircmbito das FND
(por exemplo IFOR e KFOR) os requisitos miacutenimos de participaccedilatildeo satildeo estabelecidos no
CJSOR da forccedila multinacional consoante o tipo de operaccedilatildeo a desempenhar
Assim sendo neste capiacutetulo procedeu-se agrave anaacutelise da prontidatildeo operacional das
unidades de AAA nacionais com a finalidade de averiguar se estas possuem as valecircncias
que possibilitem a sua participaccedilatildeo nas operaccedilotildees anteriormente referidas
IV1 O Niacutevel de Prontidatildeo das Unidades de AAA
No contexto de anaacutelise agrave prontidatildeo das unidades de AAA importa considerar trecircs
variaacuteveis distintas a investigar os equipamentos e sistemas de armas os militares e o seu
treino95
O estudo da primeira variaacutevel visa obter dados sobre as condiccedilotildees actuais dos
equipamentos e sistemas de armas que equipam as unidades de AAA nacionais no que diz
respeito agrave quantidade de sistemas existentes agraves suas caracteriacutesticas teacutecnicas e agraves suas
capacidades de emprego em forccedilas projectaacuteveis Relativamente agrave segunda variaacutevel o seu
estudo permitiraacute saber qual a proficiecircncia e prontidatildeo dos militares responsaacuteveis por operar
os sistemas de armas Por fim a terceira variaacutevel possibilitaraacute a anaacutelise do treino a que os
militares de AAA satildeo submetidos
95
Treino - Eacute toda a formaccedilatildeo ministrada na UnidadeEstabelecimentoOacutergatildeo (UEO) de colocaccedilatildeo cuja
finalidade eacute manter ou aumentar os niacuteveis de proficiecircncia individuais (EME 2004 p60)
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 30
IV11 Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais96
As unidades de AAA que integram actualmente a Forccedila Operacional Permanente do
Exeacutercito (FOPE) dispotildeem dos seguintes sistemas de armas para cumprir as suas missotildees
Trinta e um Sistemas Canhatildeo Bitubo AA 20 mm
Trinta e seis Sistemas Miacutessil Ligeiro Chaparral
Trinta e seis Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Trecircs Radares ANMPQ-49 Forward Alerting Area Radar (FAAR)
Trecircs Radares Portable Search and Target Acquisition Radar (PSTAR)
Ao examinar atentamente esta lista destaca-se desde logo a inexistecircncia de um
sistema de C2 que permita num cenaacuterio de operaccedilotildees efectuar as ligaccedilotildees necessaacuterias ao
sistema de C2 do escalatildeo superior agrave Forccedila Aeacuterea Aliada e agraves restantes unidades de AAA
presentes no TO Uma unidade de AAA que natildeo se encontre devidamente integrada na rede
da AAA no TO pode acidentalmente abater uma aeronave amiga originando uma situaccedilatildeo
bastante grave causada por falha humana Deste modo a ausecircncia de um sistema de C2
nas unidades de AAA nacionais tem sido apontada como o grande obstaacuteculo agrave sua
participaccedilatildeo em TO no exterior do territoacuterio nacional (MHP NRF e BG) porque ldquo (hellip) natildeo eacute
aceitaacutevel que num TO moderno existam forccedilas de AAA que se limitem a fazer como noacutes
fazemos controlo por procedimentos (hellip) ldquo (Paradelo 2009)97
Para que as unidades de AAA nacionais possam integrar as FND (no sentido lato) e
participar em exerciacutecios internacionais ou em exerciacutecios conjuntos no interior do territoacuterio
nacional devem obrigatoriamente possuir um sistema de C2 actual (possuindo no miacutenimo
Link 11B98 e suportar Link 1699) Este sistema deveraacute permitir a partilha de informaccedilatildeo radar
entre a unidade de AAA nacional e outras unidades de AAA Deveraacute igualmente possibilitar
que outras entidades presentes no TO partilhem informaccedilatildeo radar com a unidade de AAA
nacional atraveacutes da adiccedilatildeo de alvos aeacutereos na sua Air Picture Esta troca de informaccedilatildeo
radar entre as diversas unidades de AAA e entidades presentes no TO resulta numa
Common Air Picture (CAP) que por sua vez contribui para um sistema de C2 integrado no
Sistema de Defesa Aeacutereo do TO A CAP eacute um conjunto de Sensores Radares e Sistemas
de Vigilacircncia do Campo de Batalha (VCB) que eacute partilhado pelos vaacuterios escalotildees de
comando da forccedila multinacional desde o comandante da AAA no TO ateacute ao homem que
efectua o empenhamento (Paradelo 2009)
96
Ver Anexo Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais 97
Ver Apecircndice G - Guiatildeo da Entrevista ao TCor Art Crispim Paradelo actual comandante do GAAA 98 Ver Anexo R ndash O Link 11B 99 Ver Anexo Q ndash O Link 16
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 31
No que respeita aos sistemas de armas e equipamentos de detecccedilatildeo radar existentes
nas unidades de AAA nacionais estes apresentam lacunas e encontram-se desactualizados
a vaacuterios niacuteveis (Borges 2008)
Relativamente agraves unidades de tiro (UT) apresentam jaacute um adiantado tempo de serviccedilo
nomeadamente o Sistema Canhatildeo Bitubo AA 20 mm e o Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral100
que estatildeo ao serviccedilo do Exeacutercito Portuguecircs desde 1981 e 1990 respectivamente Apesar de
serem sistemas bastante fiaacuteveis encontram-se obsoletos quando comparados com os
requisitos miacutenimos estabelecidos pela NRF e pelo BG
Neste domiacutenio apenas o Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger pode ser considerado uma UT
actual101 tendo a maioria dos miacutesseis existentes em Portugal (adquiridos em 1996) sido
submetida a um programa da OTAN (o WSPC102) com o objectivo de estender a sua vida uacutetil
(Alves 2008) Ao concretizar-se este processo (extensatildeo de vida dos miacutesseis FIM-92) o
Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger estaraacute apto a equipar unidades de AAA para integrarem as
FND quer no seu sentido restrito (moacutedulo de AAA integrado na FND) quer no seu sentido
lato (NRF e BG)
No que diz respeito aos sistemas de detecccedilatildeo radar as unidades de AAA mecanizadas
dispotildeem do sistema radar FAAR de origem norte-americana Devido ao facto de estar
desactualizado103 (Rosendo 2008) natildeo se encontra apto para equipar quaisquer forccedilas de
AAA projectaacuteveis
Para aleacutem deste sistema de detecccedilatildeo radar as unidades de AAA nacionais dispotildeem
igualmente do sistema radar PSTAR adquirido em 2005 ao Exeacutercito dos EUA Trata-se de
um radar moderno com a capacidade de ser aerotransportado todavia possui apenas
capacidade de detecccedilatildeo bidimensional o que o impossibilita de ser utilizado em operaccedilotildees
no acircmbito da NRF e dos BG jaacute que estas exigem equipamentos com capacidade de
detecccedilatildeo tridimensional De acordo com Benroacutes (2002) o radar PSTAR poderaacute equipar um
eventual moacutedulo de protecccedilatildeo AA inserido numa FND
Importa referir que este sistema radar foi altamente potenciado com a utilizaccedilatildeo do
PPRC104-525 (que recentemente comeccedilou a ser distribuiacutedo pelas unidades da FOPE) A
sua utilizaccedilatildeo permitiu multiplicar a imagem radar e distribui-la por oito UT sejam estas
secccedilotildees de Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral Sistema Canhatildeo Bitubo AA 20 mm ou
esquadras de Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger Desta forma atraveacutes do PPRC-525 torna-se
possiacutevel estabelecer uma rede wireless interna que permite transmitir a Recognized Air
100
O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral encontra-se fora de serviccedilo nos EUA desde 1997 (Borges 2008) 101
Para aleacutem do Exeacutercito Portuguecircs o Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger eacute actualmente utilizado nos seguintes
Exeacutercitos da OTAN Alemanha Dinamarca EUA Greacutecia Holanda Turquia (Salvador 2006) 102
O WSPC (Weapon System Partnership Committee) insere-se no acircmbito de uma agecircncia da OTAN a NAMSA
(NATO Maintenance amp Supply Agency) 103 O Sistema Radar FAAR encontra-se fora de serviccedilo nos EUA desde 1991 104
PPRC ndash PortuguecircsPortaacutetil Raacutedio de Campanha
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 32
Picture (RAP) para os comandantes de secccedilatildeoesquadra dos sistemas de armas (Paradelo
2009)
Apoacutes a anaacutelise dos equipamentos e sistemas de armas de AAA agrave disposiccedilatildeo das
unidades de AAA nacionais verificamos que se encontram obsoletos quando comparados
com as congeacuteneres aliadas105 Apenas o sistema miacutessil portaacutetil Stinger poderaacute ser utilizado
para equipar eventuais forccedilas projectaacuteveis no acircmbito da NRF e dos BG
No que respeita agrave participaccedilatildeo nas FND com um moacutedulo de AAA e de acordo com
Benroacutes (2002) para aleacutem do sistema miacutessil portaacutetil Stinger as unidades nacionais poderiam
igualmente utilizar o sistema de detecccedilatildeo radar PSTAR
IV12 A Lei de Programaccedilatildeo Militar
Para suprir as manifestas necessidades de equipamento das unidades de AAA
encontram-se inscritas na Lei de Programaccedilatildeo Militar (LPM) verbas destinadas agrave aquisiccedilatildeo
de um sistema de C2 de sistemas de detecccedilatildeo radar e de novas UT De acordo com a
LPM106 em vigor o levantamento da BAAABrigInt entre 2010 e 2011 possibilitaraacute a
aquisiccedilatildeo dos seguintes sistemas (Cardoso 2008)
Um Sistema de C2
Dezasseis Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Oito Sistemas Miacutessil Ligeiro
Dois Sistemas de Detecccedilatildeo Radar
A LPM prevecirc ainda o reequipamento da BAAA das Forccedilas AG entre os anos de 2011 e
2015 com os seguintes sistemas (Cardoso 2008)
Um Sistema de C2
Doze Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Seis Sistemas Miacutessil Ligeiro
Dois Sistemas de Detecccedilatildeo Radar
Se a LPM natildeo sofrer alteraccedilotildees e os referidos equipamentos forem adquiridos conforme
o previsto a participaccedilatildeo de unidades de AAA nacionais em forccedilas projectaacuteveis poderaacute ser
uma realidade a curto prazo
Importa acrescentar que o sistema de C2 deveraacute ser prioridade absoluta no que respeita
ao reequipamento previsto na LPM uma vez que este eacute fundamental e permitiraacute estabelecer
uma rede de comunicaccedilotildees entre os diversos intervenientes no sistema de defesa aeacuterea do
TO tais como o escalatildeo superior unidades HIMAD outras unidades de AAA existentes no
105
Observando a vizinha Espanha verificamos que as suas unidades dispotildeem de sistemas HIMAD (High and
Medium Air Defense) e SHORAD em quantidade e qualidade (como por exemplo NASAMS PATRIOT ASPIDE
ROLAND HAWK MISTRAL) e de sistemas C4I (Comando Controlo Comunicaccedilotildees Computadores e
Informaccedilotildees) devidamente integrados no sistema de Defesa Aeacuterea (Borges 2008) 106
Lei Orgacircnica nordm 42006 de 29 de Agosto
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 33
TO e a Forccedila Aeacuterea Aliada Consideramos ainda que o sistema de C2 a adquirir deve ser
compatiacutevel com o recente PPRC-525
IV13 A Prontidatildeo dos Militares de AAA
Depois de proceder agrave caracterizaccedilatildeo dos equipamentos e sistemas de armas existentes
nas unidades de AAA nacionais resta avaliar a proficiecircncia dos militares que operam esses
sistemas e as suas actividades de treino
Julgamos que a melhor forma de avaliar o desempenho dos militares neste acircmbito eacute em
situaccedilotildees reais pelo que analisaacutemos a participaccedilatildeo dos militares de AAA no exerciacutecio de
fogos reais ldquoRelacircmpago 2008rdquo Neste exerciacutecio foram disparados todos os sistemas de
armas de AAA acima referidos tendo sido obtidos resultados de excelecircncia jaacute que ldquo (hellip)
todos os Stinger tiveram impactos teacutecnicos os Chaparral tambeacutem acertaram todos e por fim
o canhatildeo tambeacutem teve uma boa sessatildeo (hellip) rdquo (Borges 2009)107
A utilizaccedilatildeo dos simuladores Stinger do tipo THT108 e STPT109 nas sessotildees de treino e a
presenccedila de uma equipa teacutecnica norte-americana especializada no Sistema Miacutessil Ligeiro
Chaparral permitiram minimizar as ldquofalhasrdquo do material maximizar a proficiecircncia do pessoal
e recuperar o know-how que tem sido perdido ao longo dos anos (Borges 2009)
O ecircxito do exerciacutecio ldquoRelacircmpago 2008rdquo exalta a capacidade humana dos militares de
AAA o que ficou patente no discurso do General Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito
realccedilando que ldquo (hellip) temos capacidade teacutecnica temos capacidade de instruccedilatildeo temos
capacidade de formaccedilatildeo e temos a aptidatildeo dos nossos apontadores e isso eacute importante Eu
disse que provavelmente nunca seremos novidade pelos recursos materiais que
apresentarmos em TO ou no campo de batalha no entanto seremos certamente novidade e
seremos certamente reconhecidos pela qualidade dos nossos recursos humanos e essa eacute
uma aposta indiscutiacutevel do Exeacutercito (hellip)110 ldquo (Ramalho 2008)
Relativamente agraves actividades de treino a que as unidades de AAA satildeo sujeitas estas
satildeo diversificadas e materializam-se com a participaccedilatildeo de subunidades de AAA em
diversos exerciacutecios111 Poreacutem eacute da nossa opiniatildeo que para aleacutem do exerciacutecio ldquoRelacircmpagordquo
(eminentemente teacutecnico) deveria existir um exerciacutecio taacutectico ao niacutevel de todas as unidades
de AAA que abrangesse a actuaccedilatildeo de uma ceacutelula de Comando e Controlo do Espaccedilo
107
Ver Apecircndice H - Guiatildeo da Entrevista ao Cor Art Vieira Borges antigo comandante do RAAA1 108
THT ndash Tracking Head Trainer Este sistema tem o mesmo aspecto de um sistema Stinger normal com a
excepccedilatildeo de um monitor que indica se as fases de empenhamento foram correctamente efectuadas Eacute utilizado
para treinar o empenhamento do apontador sobre aeronaves (HDA 2000) 109
STPT - Stinger Troop Proficiency Trainer Eacute um dispositivo baseado em computador que gera alvos aeacutereos e
cenaacuterios na oacuteptica do sistema (HDA 2000) 110
Palavras de Sua Exordf o General Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito (CEME) aos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo
social em Marccedilo de 2008 aquando da realizaccedilatildeo do exerciacutecio de fogos reais de AAA ldquoRELAcircMPAGO 2008rdquo 111
Desde o inicio do presente ano a AAA jaacute participou nos seguintes exerciacutecios ldquoRELAcircMPAGO 2009rdquo ldquoMARTE
09rdquo ldquoROSA BRAVA 09rdquo ldquoNEWFIP 09rdquo ldquoDRAGAtildeO 09rdquo E ldquoAPOLO 09rdquo
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 34
Aeacutereo (C2EA) e os procedimentos de ligaccedilatildeo aos elementos de manobra e ao escalatildeo
superior de forma a simular um cenaacuterio de participaccedilatildeo em CRO
Ainda no acircmbito do treino e uma vez que se prevecirc a aquisiccedilatildeo de novos sistemas de
armas e equipamentos julgamos que tambeacutem deveria investir-se na formaccedilatildeo teacutecnica
especializada dos quadros de AAA (Oficiais e Sargentos) Essa formaccedilatildeo112 deveraacute ser
ministrada no paiacutes de origem dos sistemas de armas durante o periacuteodo que antecede a
chegada dos mesmos ao nosso paiacutes Pretende-se desta forma garantir um grupo de
especialistas que possa ministrar instruccedilatildeo dos referidos sistemas de armas agraves praccedilas de
AAA para que estas estejam prontas a operaacute-los aquando da sua aquisiccedilatildeo Deveraacute
igualmente existir uma nova formaccedilatildeo taacutectica adequada aos novos materiais
No que concerne ao sistema de C2 consideramos que deveraacute ser formado um pequeno
nuacutecleo de militares dedicado exclusivamente agrave utilizaccedilatildeo do referido sistema uma vez que
este dispotildee de diversas funcionalidades e valecircncias que devem ser analisadas e
optimizadas o que soacute eacute possiacutevel de obter atraveacutes de uma utilizaccedilatildeo continuada do sistema
Depois desta anaacutelise verifica-se que os militares de AAA se encontram proficientes no
manuseamento dos actuais equipamentos e sistemas de armas estando assim aptos a
integrarem as FND contudo a grande maioria dos referidos sistemas natildeo eacute susceptiacutevel de
ser utilizado em forccedilas projectaacuteveis pelos motivos anteriormente referidos Desta forma seraacute
necessaacuterio desencadear esforccedilos no sentido de modernizar as unidades de AAA e investir
na instruccedilatildeo teacutecnica dos militares de AAA acerca dos novos sistemas de armas que poderatildeo
vir a equipar as unidades de AAA Pretende-se assim contribuir para a modernizaccedilatildeo das
unidades de AAA atraveacutes da aquisiccedilatildeo de novos sistemas de armas da formaccedilatildeo e do
treino operacional113
IV2 O Emprego da AAA como Moacutedulo de Protecccedilatildeo AA
Ao actuarem no espectro das CRO as forccedilas devem respeitar os princiacutepios da
flexibilidade e modularidade apostando na criaccedilatildeo de moacutedulos que combinem os
subsistemas de C2 radares comunicaccedilotildees e armas Desta forma poderaacute adaptar-se a
dimensatildeo estrutura e organizaccedilatildeo do moacutedulo agraves necessidades de protecccedilatildeo e agrave natureza
da operaccedilatildeo (Monsanto 2002)
A participaccedilatildeo da AAA poderaacute ser realizada atraveacutes da inclusatildeo de um moacutedulo de
protecccedilatildeo AA dimensionado agrave FND Tendo em conta que as actuais FND satildeo UEB o
moacutedulo indicado seria uma unidade com o efectivo de um pelotatildeo Veja-se novamente o
112
Formaccedilatildeo - Conjunto de actividades que visam a aquisiccedilatildeo de conhecimentos periacutecias atitudes e formas de
comportamento exigidos para o exerciacutecio de um cargo ou profissatildeo (EME 2004 p34) 113
Treino Operacional - Conjunto de actividades de treino e treino colectivo que visam actualizar consolidar
aperfeiccediloar e desenvolver capacidades especiacuteficas orientadas para uma missatildeo (EME 2004 p62)
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 35
exemplo da Franccedila114 no Liacutebano O moacutedulo tem o seu papel a desempenhar em CRO
nomeadamente ao niacutevel da dissuasatildeo (ldquomostrar a forccedila para natildeo ter de a usarrdquo (Raleiras
2002)) da protecccedilatildeo AA da forccedila e das vulnerabilidades seleccionadas Poderaacute
desempenhar tarefas especiacuteficas das unidades de AAA como a imposiccedilatildeo de zonas de
exclusatildeo do espaccedilo aeacutereo em caso de necessidade ou efectuar a vigilacircncia do espaccedilo
aeacutereo do sector atribuiacutedo agrave FND contribuindo desta forma para a CAP do escalatildeo superior
Para aleacutem das tarefas referidas os militares que constituem o moacutedulo poderatildeo ainda
efectuar tarefas de acircmbito geral como patrulhamentos check-points escoltas acccedilotildees de
vigilacircncia e de ajuda humanitaacuteria Este tipo de tarefas eacute insistentemente treinado durante a
fase de aprontamento podendo ser desenvolvidas por qualquer soldado seja qual for a sua
aacuterea de especializaccedilatildeo
No que diz respeito agrave inclusatildeo do moacutedulo de protecccedilatildeo AA numa FND poderia ocorrer
mesmo sem esta valecircncia estar inventariada no CJSOR da forccedila multinacional Como
conferimos previamente a protecccedilatildeo da forccedila eacute da responsabilidade das naccedilotildees as quais
podem prover as suas forccedilas com capacidades suplementares aos requisitos miacutenimos
impostos pelas OI
Em termos praacuteticos para que se efective a participaccedilatildeo deste moacutedulo deve estar
reunido um conjunto de condiccedilotildees que permitam o seu emprego tais como a existecircncia de
unidades de AAA no escalatildeo superior e a existecircncia de um sistema de C2 real e crediacutevel na
unidade de AAA nacional que permita efectuar a ligaccedilatildeo ao escalatildeo superior O facto de as
unidades de AAA nacionais natildeo disporem de um sistema de C2 tem vindo a inviabilizar
totalmente a sua participaccedilatildeo em forccedilas projectaacuteveis Este sistema eacute fundamental pois eacute
atraveacutes dele que o comandante da forccedila multinacional no TO consegue exercer o comando
de todas as unidades de AAA no TO de forma centralizada tendo acesso agraves informaccedilotildees
em tempo real permitindo-lhe ter uma visatildeo do contexto geral das operaccedilotildees
Quanto agrave constituiccedilatildeo do referido moacutedulo de protecccedilatildeo AA e tendo em a dimensatildeo da
FND (UEC ou UEB) este poderia incluir
Uma secccedilatildeo (UEC) Duas secccedilotildees (UEB) miacutessil portaacutetil Stinger permitindo executar
acccedilotildees de escolta e a protecccedilatildeo de pontos e aacutereas sensiacuteveis
Duas secccedilotildees radar PSTAR (UEC UEB) de forma a garantir o apoio muacutetuo e a
permitir a manobra de materiais caso seja necessaacuterio
Desta forma ficaraacute a faltar apenas o sistema de C2 o qual seraacute adquirido na melhor das
hipoacuteteses em 2010 ao abrigo da LPM em vigor Enquanto as unidades de AAA nacionais
natildeo dispuserem desta capacidade a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA nas FND
continuaraacute a ser prorrogada
114
Ver Anexo L - A AAA Francesa na UNIFIL
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 36
IV3 O Emprego da AAA na NRF e nos BG
Depois de comparar as caracteriacutesticas dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
nacionais existentes com os requisitos miacutenimos de participaccedilatildeo estabelecidos pelas OI
verificam-se diversos impedimentos quanto agrave participaccedilatildeo de unidades de AAA nacionais na
NRF e nos BG
No que respeita agrave participaccedilatildeo na NRF tendo em conta os requisitos analisados
anteriormente constata-se que para o escalatildeo BAAA existem vaacuterias limitaccedilotildees agrave
participaccedilatildeo nacional nomeadamente (Baptista 2007)
Inexistecircncia de capacidade de C2 e de ligaccedilatildeo a unidades HIMAD
Inexistecircncia de um sistema SHORAD (com capacidade de ser aerotransportado)
que complemente o sistema MANPAD existente
Inexistecircncia de um sistema radar com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional
Eventualmente a participaccedilatildeo nacional poderia efectuar-se ao escalatildeo pelotatildeo AA com
a sua inclusatildeo numa BAAA cedida por outra naccedilatildeo Esta cooperaccedilatildeo poderia ser alcanccedilada
atraveacutes de acordos bilaterais uma vez que a conferecircncia de geraccedilatildeo de forccedilas ldquo (hellip) eacute um
processo com forte componente negocialrdquo (Ribeiro 2009)
Em termos conceptuais e a tiacutetulo de exemplo poderia considerar-se a integraccedilatildeo de um
pelotatildeo AA numa BAAA cedida por Itaacutelia que asseguraria o sistema de C2 ao pelotatildeo AA
nacional O facto de Portugal ter um longo historial115 no que respeita ao emprego de forccedilas
em unidades Italianas facilitaria as negociaccedilotildees Apesar de esta participaccedilatildeo natildeo oferecer
uma grande visibilidade a Portugal (em termos de ldquoshow the flagrdquo) constituir-se-ia numa
mais-valia para a AAA nacional Actuaria pela primeira vez num ambiente combinado
adquirindo treino e experiecircncia operacional neste acircmbito
A participaccedilatildeo de uma BAAA nacional na NRF soacute deveraacute acontecer na melhor das
hipoacuteteses a partir do ano de 2012 ou seja quando estiver concluiacutedo o processo de
levantamento da BAAA da BrigInt (Baptista 2007)
Quanto agrave integraccedilatildeo nos BG as limitaccedilotildees que condicionam a participaccedilatildeo na NRF
tambeacutem afectam a participaccedilatildeo no BG nomeadamente (Baptista 2007)
Inexistecircncia de capacidade de C2 e de ligaccedilatildeo a unidades HIMAD
Inexistecircncia de um sistema radar com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional
Desta forma a contribuiccedilatildeo com um pelotatildeo AA nacional nos BG soacute deveraacute suceder a
partir do ano de 2012 atraveacutes do levantamento da BAAA da BrigInt Esta situaccedilatildeo poderaacute
condicionar a constituiccedilatildeo116 do BG em que Portugal se pretende assumir como Lead
Nation jaacute em 2011 ou simplesmente fazer com que essa valecircncia tenha de ser garantida
por outra naccedilatildeo
115
Veja-se o exemplo da IFOR em 1996 ou da KFOR em 1999 116
De acordo com a Directiva nordm02CEME09
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 37
CAPIacuteTULO V
CONCLUSOtildeES E PROPOSTAS
No acircmbito do apoio agrave poliacutetica externa do Estado expresso no CEDN o Exeacutercito tem
vindo a disponibilizar FND empregues sob os auspiacutecios das diversas OI Participam tanto
em MHP como na NRF e nos BG no domiacutenio da OTAN e da UE respectivamente
Ateacute ao momento natildeo existe registo da participaccedilatildeo de qualquer unidade ou subunidade
de AAA nas FND actuando no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria a protecccedilatildeo da forccedila face agrave
ameaccedila aeacuterea Esta ameaccedila eacute caracterizada por uma vasta gama de meios tripulados e
natildeo tripulados aos quais se acrescentam ainda as novas ameaccedilas tiacutepicas dos conflitos
assimeacutetricos contemporacircneos como a ameaccedila RAM e as aeronaves renegade
Face aos case-study da participaccedilatildeo nacional em CRO apresentados consideramos
que existiu em certas situaccedilotildees necessidade de dotar as FND com meios de AAA Foi o
caso da participaccedilatildeo nacional no TO da Boacutesnia e Herzegovina em 1996 jaacute que o AgrJupiter
integrava a Initial Entry Force existia ameaccedila aeacuterea toda a estrutura do escalatildeo superior
possuiacutea meios de AAA Entendemos que em situaccedilotildees futuras de ldquoaberturardquo de TO natildeo
deveraacute ser minimizada a protecccedilatildeo da forccedila uma vez que esta eacute da responsabilidade
nacional Deste modo a FND deve dispor de todos os meios necessaacuterios agrave sua protecccedilatildeo e
agrave manutenccedilatildeo do seu potencial de combate incluindo meios de AAA
Tendo em conta os niacuteveis de ambiccedilatildeo estabelecidos no CEM e o que tem sido a praacutetica
nacional ateacute agrave data consideramos que as UEB e UEC que integram as FND deveratildeo ser
reforccediladas com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila A necessidade deste
reforccedilo nem sempre se verifica como ficou demonstrado na anaacutelise do case-study BIPara
no Kosovo em 2005 Neste caso o profundo conhecimento do TO e da capacidade das
forccedilas beligerantes permite efectuar o tailoring da FND orientando-a para a missatildeo
A participaccedilatildeo de unidades de AAA em FND tambeacutem poderaacute ser efectuada no acircmbito
das estruturas militares de caraacutecter multinacional como a NRF e os BG Estas estruturas
constituem o paradigma de modernismo e transformaccedilatildeo tendo o Exeacutercito participado
activamente atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de unidades do SFN Contundo ao analisar o
historial de participaccedilatildeo eacute notoacuteria a inexistecircncia de unidades de AAA e a predominacircncia de
unidades de manobra e de operaccedilotildees especiais situaccedilatildeo que as Chefias Militares tem
tentado modificar atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de outro tipo de unidades (como por exemplo
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 38
a Bateria de AC na NRF 14) Consideramos que a ausecircncia de unidades de AAA nas
estruturas militares referidas se deve fundamentalmente aos elevados requisitos de
certificaccedilatildeo que as unidades de AAA nacionais devem cumprir para integrarem as NRF e os
BG
Relativamente agrave prontidatildeo das unidades de AAA constatamos que os nossos
equipamentos e sistemas de armas natildeo nos permitem ombrear com os nossos aliados
dado que natildeo possuiacutemos um sistema de C2 real e crediacutevel e as UT se encontram
maioritariamente desactualizadas quando comparadas com os requisitos das OI O
reequipamento da AAA previsto na LPM (jaacute a partir de 2010) assume-se como primordial
permitindo assim recuperar o atraso que temos relativamente agraves congeacuteneres aliadas
Entendemos que durante o processo de reequipamento deveraacute ser atribuiacuteda prioridade
absoluta ao sistema de C2 uma vez que este eacute fundamental para que possamos dispor de
unidades de AAA projectaacuteveis
Face agrave anaacutelise realizada quanto ao factor humano consideramos que os militares de
AAA dispotildeem da proficiecircncia necessaacuteria para integrarem uma FND e executarem tarefas no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria Tendo em conta o processo de reequipamento que se
avizinha entendemos que deve-se investir nos quadros (Oficiais e Sargentos)
proporcionando-lhes uma formaccedilatildeo teacutecnica e taacutectica acerca dos novos sistemas de armas e
equipamentos
Em situaccedilotildees reais as unidades de AAA poderatildeo ser empregues nas FND em trecircs
situaccedilotildees distintas atraveacutes de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA em MHP uma BAAA na NRF
um pelotatildeo no BG
De acordo com a nossa investigaccedilatildeo nenhuma das trecircs opccedilotildees se poderaacute realizar
devido agrave ausecircncia do sistema de C2 Poreacutem se este estiver garantido seraacute possiacutevel edificar
um moacutedulo equipado com o sistema miacutessil portaacutetil Stinger e o sistema de detecccedilatildeo radar
PSTAR Esta situaccedilatildeo eacute possiacutevel porque o CJSOR das operaccedilotildees OTAN apenas identifica
as valecircncias miacutenimas podendo as naccedilotildees adicionar valecircncias suplementares (como
protecccedilatildeo AA para reforccedilar a protecccedilatildeo da forccedila) Deste modo consideramos que ao ser
adquirido o sistema de C2 o moacutedulo de protecccedilatildeo AA poderaacute ser empregue em operaccedilotildees
futuras que assim o exijam
No que respeita agrave participaccedilatildeo de uma BAAA na NRF ou de um pelotatildeo no BG com a
aquisiccedilatildeo do sistema de C2 continuaraacute a natildeo ser possiacutevel a participaccedilatildeo nas referidas
estruturas militares Isto porque existem outros requisitos a serem cumpridos como a
quantidade de UT (SHORAD e MANPAD) e a disponibilidade de sistemas de detecccedilatildeo radar
com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional Desta forma o moacutedulo de protecccedilatildeo AA do BG
Portuguecircs (previsto para 2011) teraacute de ser garantido por outra naccedilatildeo situaccedilatildeo que na nossa
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 39
opiniatildeo eacute pouco abonatoacuteria para a imagem nacional e natildeo vai de encontro agraves expectativas
dos Artilheiros Portugueses
Na sequecircncia apresentamos as respostas agraves questotildees colocadas e agraves hipoacuteteses
estabelecidas no inicio do trabalho
Inerente agrave anaacutelise da questatildeo central ldquoQual o actual enquadramento das unidades
de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo primaacuteriardquo Constataacutemos que actualmente
no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria as unidades de AAA natildeo tecircm qualquer tipo de
enquadramento nas FND Poreacutem conceptualmente a sua participaccedilatildeo poderaacute efectuar-se
no acircmbito das MHP das NRF e dos BG
A partir desta questatildeo central surgiram as questotildees derivadas As questotildees derivadas
que fundaacutemos foram as seguintes
Porque razatildeo as unidades de AAA natildeo participam actualmente em MHP no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Quais os cenaacuterios de emprego das unidades de AAA em FND
Em caso de participaccedilatildeo em MHP qual seria o escalatildeo das unidades de AAA
a empregar
Seraacute que as unidades de AAA nacionais possuem o niacutevel de prontidatildeo exigido
para integrarem as NRF e os BG
Para obter a resposta agrave primeira questatildeo derivada existiu necessidade de entrevistar o
Chefe da DIOP do EMGFA Os resultados da nossa investigaccedilatildeo revelam que actualmente
as unidades de AAA natildeo participam em MHP porque as CJSOR dos TO onde o Exeacutercito
tem FND (Afeganistatildeo Kosovo e Liacutebano) natildeo identificam a necessidade da valecircncia de
protecccedilatildeo AA No entanto a ausecircncia de um sistema de C2 inviabilizaria a participaccedilatildeo das
unidades de AA caso essa necessidade estivesse inventariada no CJSOR da Forccedila
Multinacional
Relativamente agrave segunda questatildeo derivada constataacutemos durante a nossa investigaccedilatildeo
que os cenaacuterios de emprego ideais para as unidades de AAA em CRO satildeo as operaccedilotildees de
alta intensidade (imposiccedilatildeo de paz) ou as situaccedilotildees de ldquoaberturardquo de TO quando as FND se
encontram integradas na Initial Entry Force O facto de natildeo existir conhecimento do TO e
das forccedilas beligerantes faz com que deva existir investimento na protecccedilatildeo da forccedila visto
que esta eacute da responsabilidade nacional
Quanto agrave terceira questatildeo derivada consideramos que em caso de participaccedilatildeo das
unidades de AAA em MHP deveraacute ser constituiacutedo uma forccedila de organizaccedilatildeo modular Este
moacutedulo deveraacute ser dimensionado agraves FND que tecircm vindo a ser empregues em MHP (UEC e
UEB) Desta forma seraacute possiacutevel cumprir as relaccedilotildees de comando estabelecidas
doutrinariamente ou seja se a Brigada eacute apoiada com uma BAAA as UEB e UEC seratildeo
apoiadas com moacutedulos de protecccedilatildeo AA dimensionados agrave Forccedila
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 40
Eacute oportuno relembrar ainda que caso exista decisatildeo poliacutetica de projectar uma Brigada
(como se encontra previsto no CEM) esta seraacute apoiada com uma BAAA como vimos
anteriormente
No que diz respeito agrave quarta questatildeo derivada consideramos que as unidades de AAA
natildeo possuem o niacutevel de prontidatildeo para integrarem as NRF e os BG muito especialmente
devido agrave dificuldade de cumprir os elevados requisitos das OI Embora disponham de bons
recursos humanos existe uma clara necessidade de reequipamento ao niacutevel dos recursos
materiais que seraacute colmatada com as aquisiccedilotildees previstas na LPM
Respondidas as questotildees inicialmente levantadas procedemos agrave confirmaccedilatildeo ou
negaccedilatildeo das seguintes hipoacuteteses
1 Porque o CJSOR natildeo identifica a necessidade de uma valecircncia de protecccedilatildeo AA da
forccedila
2 Em cenaacuterios de alta intensidade ou no lanccedilamento das operaccedilotildees
3 Ao niacutevel das UEC e UEB normalmente empregues em MHP seria empregue uma
forccedila de organizaccedilatildeo modular
4 Existem lacunas ao niacutevel dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
Em relaccedilatildeo agrave primeira hipoacutetese confirma-se parcialmente porque mesmo se fosse
inventariada a valecircncia de protecccedilatildeo AA no CJSOR o emprego de unidades de AAA
nacionais natildeo seria possiacutevel devido agrave ausecircncia de sistema de C2
No que diz respeito agrave segunda hipoacutetese confirma-se totalmente
Em relaccedilatildeo agrave terceira hipoacutetese confirma-se parcialmente porque para aleacutem das UEC e
UEB (apoiadas por moacutedulo de protecccedilatildeo AA) normalmente empregues em MHP o CEM
prevecirc igualmente o emprego de uma Brigada que teria de ser apoiada por uma BAAA
Por uacuteltimo a quarta hipoacutetese confirma-se totalmente
Tendo por base o presente trabalho propotildee-se a adopccedilatildeo das seguintes acccedilotildees
Criaccedilatildeo de um exerciacutecio taacutectico ao niacutevel de todas as unidades de AAA que englobe
o C2EA e procedimentos de ligaccedilatildeo aos elementos de manobra e ao escalatildeo
superior simulando um cenaacuterio de CRO
Proporcionar formaccedilatildeo teacutecnica e taacutectica (aos quadros de AAA) acerca dos sistemas
de armas que se pretendem adquirir futuramente
Dar prioridade agrave aquisiccedilatildeo de um sistema de C2 compatiacutevel com os novos PPRC-
525 (evitando incompatibilidades) que garanta a projecccedilatildeo de unidades de AAA em
forccedilas projectaacuteveis
Aquando da aquisiccedilatildeo do sistema de C2 criar um grupo de trabalho unicamente
dedicado agrave utilizaccedilatildeo e optimizaccedilatildeo do referido sistema
Estudar as Liccedilotildees Apreendidas de Exeacutercitos Aliados no que respeita a forccedilas
projectaacuteveis atraveacutes da realizaccedilatildeo de seminaacuterios e conferecircncias
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 41
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
1 LIVROS
CALMEIRO Luiacutes e MAGRO Joseacute (2005) O Exeacutercito Portuguecircs nos Caminhos da
Paz SCMAGabCEME Lisboa
IESM (2004) Metodologia da Investigaccedilatildeo Cientiacutefica Instituto de Estudos Superiores
Militares Lisboa
VITORINO Antoacutenio (1998) Discursos do Ministro da Defesa Nacional Ministeacuterio da
Defesa Nacional Janeiro Lisboa
SARMENTO Manuela (2008) Guia Praacutetico sobre a Metodologia Cientiacutefica para a
Elaboraccedilatildeo Escrita e Apresentaccedilatildeo de Teses de Doutoramento Dissertaccedilotildees de
Mestrado e Trabalhos de Investigaccedilatildeo Aplicada 2ordf Ediccedilatildeo Lisboa Universidade
Lusiacuteada Editora
2 MANUAIS
EME (1997) Regulamento de Taacutectica de Artilharia Antiaeacuterea RC 18-100 Estado-
Maior do Exeacutercito Setembro Lisboa
EME (2004) Termos de Formaccedilatildeo Educaccedilatildeo e Treino do Exeacutercito Comando da
Instruccedilatildeo e Doutrina Julho Amadora
EME (2005) Regulamento de Campanha Operaccedilotildees Estado-Maior do Exeacutercito
Setembro Lisboa
EME (2007) Regulamento de Campanha Informaccedilotildees Estado-Maior do Exeacutercito
Agosto Lisboa
HDA (2000) FM 3-017 Air Defense Artillery Brigade Operations Headquarters
Department of the Army October Washington DC
HDA (2000) FM 3-0111 Air Defense Artillery Handbook Headquarters Department of
the Army October Washington DC
ALSAC (2000) FM 6-248 Introduction to Tactical Digital Information Air Land amp Sea
Application Center June Washington DC
IAEM (1996) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz ME 20-76-04 Instituto de Altos Estudos
Militares Janeiro Lisboa
IAEM (2000) A Arte Operacional Operaccedilotildees Conjuntas e Combinadas NC 20-77-01
Instituto de Altos Estudos Militares Dezembro Lisboa
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 42
JP (1994) Peace Operations Joint Publication 3-073 Joint Chiefs of Staff
Washington DC
JP (2006) Dictionary of Military and Associated Terms Joint Publication 1-02 Joint
Chiefs of Staff Washington DC
NATO (2001) Land Operations ATP 32 North Atlantic Treaty Organization March
Brunssum
NATO (2001) NATO Handbook North Atlantic Treaty Organization Brunssum
NATO (2004) Strategic Vision The Military Challenge North Atlantic Treaty
Organization August Brunssum
NATO (2005) Non-Article 5 Crisis Response Operations AJP-34 North Atlantic
Treaty Organization March Brunssum
3 PUBLICACcedilOtildeES PERIOacuteDICAS
BAPTISTA Cor Luiacutes (2007) A Artilharia Portuguesa na NATO Response Force e nos
Battlegroups in Revista de Artilharia nordm 986-988 II seacuterie Lisboa Outubro a Dezembro
de 2007 p347-360
BENROacuteS Maj Joseacute (2002) A Artilharia Antiaeacuterea em Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz in
Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm 2 II seacuterie Lisboa Outubro de 2002 p14-24
BORGES Cor Joatildeo (2008) Reflexotildees sobre a evoluccedilatildeo da Artilharia Antiaeacuterea
Portuguesa in Revista de Artilharia nordm 995-997 II seacuterie Lisboa Julho a Setembro de
2008 p203-222
ESPIacuteRITO SANTO Gen Gabriel (2006) As Forccedilas Nacionais Destacadas em apoio
da poliacutetica externa in Revista Militar nordm10 Lisboa Outubro de 2006 p 109-112
LEANDRO Maj Francisco (2002) Participaccedilatildeo Nacional em operaccedilotildees de apoio agrave
paz liccedilotildees apreendidas in Revista de Artilharia nordm 926-928 II seacuterie Lisboa Outubro a
Dezembro de 2002 p317-365
MONSANTO Maj Luiacutes (2002) Sistema Integrado de Defesa Aeacuterea Nacional in
Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm 2 II seacuterie Lisboa Outubro de 2002 p10-13
NATO (1999) KFOR Providing security for building a better future for Kosovo in NATO
Review nordm 3 Autumn 1999 volume 47 p 16-19
SALVADOR Cap Francisco (2006) Sistemas de Armas SHORAD in Boletim da
Artilharia Antiaeacuterea nordm 6 II seacuterie Lisboa Julho de 2006 p7-33
SANTOS TCor Henrique (2001) A Artilharia Antiaeacuterea em Operaccedilotildees de Resposta a
Crises in Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm1 II seacuterie Lisboa Outubro de 2001 p18-
27
SANTOS TCor Henrique (2007) A Artilharia Portuguesa nas FND in Revista de
Artilharia nordm 983-985 II seacuterie Lisboa Julho a Setembro de 2007 p233-266
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 43
4 DOCUMENTOS ELECTROacuteNICOS
CHARRON Maj Laurent (2008) Co-Ordinating 3D in South Lebanon in Doctrine
Disponiacutevel em httpwwwcdefterredefensegouvfrpublicationsdoctrinedoctrine14
usdoctrine14uspdf
EMGFA (2009) FND Kosovo Disponiacutevel em httpwwwemgfaptptoperacoes
missoesfnd-kosovo
EU (2006) Council Secretariat Factsheet on European Union Battlegroups Disponiacutevel
emhttpwwwconsiliumeuropaeuueDocscms_DatadocspressDataenesdp91624
MDN (2005) Anuaacuterio Estatiacutestico da Defesa Nacional 2005 Disponiacutevel em
httpwwwmdngovptNRrdonlyres8B953055-D6EE-4B19-98C4-05EB6D8D3DA30
Capitulo7pdf
NATO (1949) Tratado do Atlacircntico Norte Disponiacutevel em httpwwwnatoint
docuotherpotreaty-pohtm
NATO (2000) NATO Glossary of Terms and Definitions Disponiacutevel em
httpwwwdticmildoctrinejelother_pubsaap_6vpdf
NATO (2003) NATOrsquos military concept for defence against terrorism Disponiacutevel em
httpwwwnatointimsdocuterrorism-annexhtm
NATO (2006) NATO Response Forces Briefing Disponiacutevel em wwwnatoint
docubriefingnrf2006nrf2006-epdf
NATO (2007) Operation Joint Endeavour Disponiacutevel em httpwwwnatoint
iforiforhtm
NATO (2008) E-generation Disponiacutevel em httpwwwnatointeducationmapshtm
NATO (2008) The NATO Response Force Disponiacutevel em httpwwwnatoint
issuesnrfindexhtml
NATO (2009) Kosovo Force (KFOR) Disponiacutevel em httpwwwnatoint
issueskforindexhtml
LINDSTROM Gustav (2007) Chaillot Papper Enter the EU Battlegroups Disponiacutevel
em httpaeipittedu741401chai97pdf
5 DIAPOSITIVOS
ALVES TCor Joatildeo (2008) A Manutenccedilatildeo da Artilharia Antiaeacuterea Workshop
subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios para a organizaccedilatildeo e reequipamento da Artilharia
Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 17 diapositivos
BAPTISTA Cor Luiacutes (2008) A Artilharia Portuguesa na NATO Response Force e nos
Battlegroups Workshop subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios para a organizaccedilatildeo e
reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 32 diapositivos
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 44
BORGES Cor Joatildeo (2008) Reflexotildees sobre a AAA Portuguesa Seminaacuterio de
Artilharia na EPA Junho 34 diapositivos
CARDOSO Maj Joaquim (2008) A Lei de Programaccedilatildeo Militar e o Reequipamento
para a Artilharia Antiaeacuterea Portuguesa Workshop subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios
para a organizaccedilatildeo e reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 22
diapositivos
PIRES TCor Nuno (2007) AgrBRAVO Instituto de Estudos Superiores Militares
Outubro 38 diapositivos
RALEIRAS TCor Mauriacutecio (2002) A Artilharia e as Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz
Seminaacuterio de Artilharia na EPA Marccedilo 31 diapositivos
ROSENDO Maj Paulo (2008) A Artilharia Antiaeacuterea na Protecccedilatildeo da Forccedila - A
BtrAAA da BrigMec Workshop subordinado ao tema ldquo Subsiacutedios para a organizaccedilatildeo e
reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 20 diapositivos
6 PALESTRAS
Palestra proferida em 11 de Dezembro de 2008 no RAAA1 onde foram apresentadas
as conclusotildees do Workshop relativo ao tema ldquoO apoio da Artilharia Antiaeacuterea agraves
Brigadas em Operaccedilotildeesrdquo proferida pelo TCor Art Paradelo
7 LEGISLACcedilAtildeO
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Portuguesa (2005) Quid Juris - Sociedade Editora Lisboa
p 192
Decreto-Lei nordm 612006 (2006) Lei Orgacircnica do Exeacutercito Diaacuterio da Repuacuteblica 1ordf
Seacuterie - A de 21 de Marccedilo Nordm 57 p2044-2050
Resoluccedilatildeo do Conselho de Ministros nordm 62003 (2003) Conceito Estrateacutegico de
Defesa Nacional Diaacuterio da Repuacuteblica 1ordf Seacuterie - B de 20 de Janeiro Nordm 16 p279-
287
8 OUTROS DOCUMENTOS
EME (2008) Directiva Nordm 23CEME2008 ndash Atribuiccedilotildees e Responsabilidades na
Preparaccedilatildeo e Emprego de Elementos e Forccedilas Nacionais Destacadas do Exeacutercito no
acircmbito das Missotildees Humanitaacuterias e de Paz Estado Maior do Exeacutercito Lisboa
EME (2009) Directiva Nordm 02CEME2009 ndash Optimizaccedilatildeo da Coerecircncia Orgacircnica da
FOPE e seu Reequipamento Estado Maior do Exeacutercito Lisboa
RAMALHO Gen Joseacute (2008) Entrevista agrave SIC Noticias Marccedilo Disponiacutevel em
httpwwwyoutubecomwatchv=GFs1fWAre9g
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 45
RCMAGabCEME (2009) Listagens da participaccedilatildeo do Exeacutercito em MHP Estado
Maior do Exeacutercito Lisboa Marccedilo
RCMAGabCEME (2009) Listagens da participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF Estado Maior
do Exeacutercito Lisboa Marccedilo
SARAIVA (2008) IFORBoacutesnia 96 Lisboa
UN (1995) United Nations Security Council Resolution 1031 United Nations
December
UN (1998) United Nations Security Council Resolution 1199 United Nations
September
UN (1999) United Nations Security Council Resolution 1244 United Nations June
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 46
GLOSSAacuteRIO
AacuteREA DE OPERACcedilOtildeES (AO) ndash ldquoAacuterea delimitada necessaacuteria para conduzir as operaccedilotildees
militares e para a administraccedilatildeo dessas operaccedilotildeesrdquo (EME 2005 B-2)
AacuteREA DE RESPONSABILIDADE (AOR) ndash ldquoAacuterea geograacutefica no interior da qual o
Comandante possui autoridade para planear conduzir e coordenar operaccedilotildees e ainda
desenvolver e manter infra-estruturas conforme delegadordquo (IAEM 2000)
CIMIC ndash ldquoEacute a coordenaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em apoio da missatildeo entre o Comandante de uma
forccedila militar e os actores civis nos quais se incluem a populaccedilatildeo civil local e as suas
autoridades representativas bem como as organizaccedilotildees natildeo governamentais internacionais
e nacionais e ainda as agecircnciasrdquo (EME 2005 8-1)
COMANDO E CONTROLO (C2) ndash ldquoAs funccedilotildees de comando e controlo satildeo exercidas atraveacutes
de um sistema funcional conjunto de homens material equipamento e procedimentos
organizados que permitam a um Comandante dirigir coordenar e controlar as actividades
das forccedilas militares no cumprimento da missatildeordquo (EME 1997 5-1)
CONTROLO POR PROCEDIMENTOS ndash ldquoO controlo por procedimentos sobrepotildee-se ao
controlo positivo e agraves falhas de identificaccedilatildeo Inclui teacutecnicas tais como as de segmentaccedilatildeo
do espaccedilo aeacutereo em volume e tempo eou uso de graus (ordens) de controlo de armas Por
isso pode assegurar de facto a continuidade das operaccedilotildees ambientais adversasrdquo (EME
1997 5-8)
DOUTRINA ndash ldquoConjunto de princiacutepios e regras que visam orientar as acccedilotildees das forccedilas e
elementos militares no cumprimento da missatildeo operacional do Exeacutercito na prossecuccedilatildeo dos
objectivos nacionaisrdquo (EME 2005 B-6)
EXERCICIOS COMBINADOS ndash ldquoExerciacutecios com forccedilas militares nacionais e de outro paiacutes
podendo ou natildeo ser realizados em territoacuterio nacional A sua finalidade eacute desenvolver o
planeamento operacional conjuntocombinado e avaliar a prontidatildeo do SFN proporcionar
treino operacional e avaliar a capacidade e a interoperabilidade das forccedilas participantesrdquo
(MDN 2005p153)
Glossaacuterio
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 47
EXERCICIOS CONJUNTOS ndash ldquoExerciacutecios que envolvem Forccedilas militarem nacionais de dois
ou mais ramos A sua finalidade eacute desenvolver o planeamento operacional conjunto e avaliar
a prontidatildeo do SFN a estrutura de comando os sistemas de comunicaccedilotildees e informaccedilatildeo a
interoperabilidade os conceitos e os planosrdquo (MDN 2005p152)
MANPAD ndash ldquoO sistema miacutessil portaacutetil eacute constituiacutedo por miacutesseis guiados disparados ao
ombro ou a partir de apoios ligeiros (bipeacutes ou tripeacutes montados no solo ou em viatura) Este
sistema de armas de AAA eacute caracterizado ainda por ser um sistema de tempo claro e ter
alcances da ordem dos 3 a 5 kmrdquo (EME 19974-12)
OPERACcedilOtildeES PSICOLOacuteGICAS (PSYOPS) ndash ldquoSatildeo actividades psicoloacutegicas concebidas
para influenciar as atitudes e o comportamentos que contribuem para a realizaccedilatildeo de
objectivos poliacuteticos e militaresrdquo (NATO 2000 2-P-7)
PROTECCcedilAtildeO DA FORCcedilA ndash ldquoTodas as medidas e os meios para minimizar as
vulnerabilidades de pessoal instalaccedilotildees equipamentos e operaccedilotildees a quaisquer ameaccedila e
em todas as situaccedilotildees para preservar a liberdade de acccedilatildeo bem como a eficaacutecia
operacional da forccedilardquo (NATO 2003)
REGRAS DE EMPENHAMENTO (ROE) ndash ldquoAs regras de empenhamento satildeo directivas que
fornecem aos vaacuterios niacuteveis de decisatildeo as circunstacircncias e limitaccedilotildees do uso da forccedila
dentro dos paracircmetros legais as quais reflectem orientaccedilotildees e direcccedilatildeo poliacuteticasrdquo (IAEM
1996 F-1-3)
SHORAD ndash ldquoOs sistemas SHORAD estatildeo vocacionados para o combate agrave ameaccedila aeacuterea de
baixa e muito baixa altitude e satildeo normalmente empregues na protecccedilatildeo antiaeacuterea das
unidades de manobra e dos seus oacutergatildeos criacuteticosrdquo (EME 19974-10)
TEATRO DE OPERACcedilOtildeES (TO) ndash ldquoEacute a parte do teatro de guerra necessaacuteria agrave conduccedilatildeo ou
apoio das operaccedilotildees de combaterdquo (EME 2005 B-10)
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 48
APEcircNDICES
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 49
APEcircNDICE A - Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
Perguntas
Derivadas
HIPOacuteTESES
VALIDACcedilAtildeO DAS
HIPOacuteTESES CONCLUSOtildeES
PROPOSTAS
(hellip)
METODOLOGIA
Anaacutelise Documental
Entrevistas
Workshop
QUESTAtildeO CENTRAL
ldquoldquoQual o actual enquadramento das unidades
de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo
primaacuteriardquo
Cap I
Enquadramento
Conceptual
Cap II
A Participaccedilatildeo
das FND em CRO
Cap III
Integraccedilatildeo de unidades
de AAA na NRF e BG
Cap IV
Emprego
Operacional das
Unidades de AAA
Conceptualizaccedilatildeo
FND
CRO
Ameaccedila Aeacuterea
FNDIFOR
FNDKFOR
Caracterizaccedilatildeo do TO
PE vs PK
Enquadramento do
moacutedulo de protecccedilatildeo AA
nas CRO
Reflexotildees sobre a AAA
em CRO
NRF
BG
Missatildeo BGNRF
Requisitos para
integraccedilatildeo na NRF e
BG
Prontidatildeo das Unidades
de AAA
Especificidade de
emprego
Verificar se cumpre
requisitos NRFBG
Emprego do moacutedulo de
AAA
Lei de Programaccedilatildeo
Militar
FND
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 50
APEcircNDICE B - Guiatildeo da Entrevista
ao Tenente-Coronel de Varela Benroacutes
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Que experiecircnciaformaccedilatildeo possui no domiacutenio da Artilharia Antiaeacuterea
3 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a
KFOR em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado
agrave forccedila Porquecirc
4 Tendo presente a tipologia das CRO em que tipo de operaccedilotildees eacute vaacutelida a inclusatildeo de
unidades de AAA
5 Quais as tarefas que podem ser cometidas as unidades de AAA no ambiente das
CRO
6 O sistema de C2 das unidades de AAA tem limitaccedilotildees Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar
de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em CRO Porquecirc
7 Na sua opiniatildeo quais as perspectivas futuras quanto a participaccedilatildeo de unidades de
AAA em Operaccedilotildees deste geacutenero
8 Em termos conceptuais e no acircmbito da integraccedilatildeo de unidades de AAA na NRF seraacute
possiacutevel Portugal integrar um pelotatildeo AA numa BAAA fornecida por outra naccedilatildeo Ou a
participaccedilatildeo miacutenima deveraacute ser ao niacutevel BAAA
Posto Tenente-Coronel de Artilharia
Nome Joseacute Carlos Levy VARELA BENROacuteS
Cargo Funccedilatildeo NATO Staff Officer J3 Division Ground Based Air Defense (GBAD)
NATO Team Leader - Joint Synchronization and Execution Branch
Local Joint Headquarters Lisbon - Oeiras
DataHora 18 de Fevereiro de 2009 pelas 16h00m
Motivo da Entrevista Durante a sua carreira o Tenente-Coronel Benroacutes esteve
sempre ligado agrave AAA tendo sido por vaacuterios anos o
representante do Exeacutercito no Land Group 5 on Army Air
Defense do NATO Army Armaments Group
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 51
APEcircNDICE C - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Ref Pires Saraiva
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do 3ordm BIATBAI
5 Qual a missatildeo do seu Batalhatildeo
6 Como caracterizaria o TO da Boacutesnia e Herzegovina em Agosto de 1996 aquando da
sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo Batalhatildeo
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea
10 O 3ordm BIATBAI integrou a IFOR em 1996 tornando-se assim um elemento da ldquoInitial
Entry Forcerdquo Nestas circunstacircncias seria admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de
protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Batalhatildeo
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao 3ordm BIATBAI
Posto Coronel de Infantaria
Nome Fernando PIRES SARAIVA
Cargo Funccedilatildeo Reformado
Local Residecircncia Pessoal - Lisboa
DataHora 12 de Marccedilo de 2009 pelas 11h00m
Motivo da Entrevista O Coronel Pires Saraiva foi o Comandante do 3ordm BIATBAI
na FNDIFOR entre Agosto de 1996 e Dezembro de 1996
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 52
APEcircNDICE D - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Tirocinado Antunes Calccedilada
Questotildees Colocadas
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do AgrBravoBAI
5 Qual a missatildeo do seu Agrupamento (AgrBravoBAI)
6 Como caracterizaria o TO do Kosovo em Agosto de 1999 aquando da sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo AgrBravoBAI
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea Existia
ameaccedila
10 O AgrBravoBAI foi a primeira FND (UEB) a integrar a KFOR em Agosto de 1999
tornando-se assim um elemento da ldquoInitial Entry Forcerdquo Nestas circunstacircncias seria
admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Agrupamento
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao AgrBravoBAI
Posto Coronel de Cavalaria Tirocinado
Nome Joseacute Carlos Filipe ANTUNES CALCcedilADA
Cargo Funccedilatildeo Coordenador de Ensino dos Cursos do Exeacutercito no IESM
Local Instituto de Estudos Superiores Militares - Lisboa
DataHora 04 de Marccedilo de 2009 pelas 16h00m
Motivo da Entrevista O Coronel Calccedilada foi o Comandante do AgrBravoBAI na
FNDKFOR entre Agosto de 1999 e Fevereiro de 2000
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 53
APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista
ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do BIParaBRR
5 Qual a missatildeo do seu Batalhatildeo
6 Como caracterizaria o TO do Kosovo em Setembro de 2005 aquando da sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo Batalhatildeo
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea
10 O BIPara foi empregue como reserva taacutectica do COMKFOR Nestas circunstacircncias
seria admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila
Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Batalhatildeo
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao BIPara
Posto Tenente-Coronel de Infantaria
Nome Joseacute Carlos ALMEIDA SOBREIRA
Cargo Funccedilatildeo Chefe da Reparticcedilatildeo de Ligaccedilatildeo de Adidos Militares no EME
Local Estado Maior do Exeacutercito - Lisboa
DataHora 11 de Marccedilo de 2009 pelas 14h00m
Motivo da Entrevista O Tenente-Coronel Sobreira foi o Comandante do
BIParaBRR na FNDKFOR entre Setembro de 2005 e
Marccedilo de 2006 Foi tambeacutem Oficial de Informaccedilotildees do
AgrJuacutepiter na IFOR entre Agosto de 1996 e Dezembro
de 1996
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 54
APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao
Major-General Martins Ribeiro
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Poderatildeo as NRF e os BG ser considerados FND
4 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com meios de protecccedilatildeo AA Porquecirc
5 O que satildeo as CJSOR Como se processa a Conferecircncia de Geraccedilatildeo de Forccedilas
6 Na sua opiniatildeo e como Chefe da DIOPEMGFA porque razatildeo o Exeacutercito nunca
disponibilizou unidades de AAA para missotildees exterior
7 Jaacute foi equacionada hipoacutetese de empenhar uma unidade de AAA para corresponder agrave
CJSOR
8 A constituiccedilatildeo da forccedila deve responder as CJSOR Apesar disso pode a Forccedila ter
valecircncias adicionais
Posto Major-General
Nome Luiacutes Manuel MARTINS RIBEIRO
Cargo Funccedilatildeo Chefe da Divisatildeo de Operaccedilotildees do EMGFA
Local EMGFA - Lisboa
DataHora 19 de Marccedilo de 2009 pelas 18h00m
Motivo da Entrevista A DIOPEMGFA presta apoio de estado-maior no que respeita a
planeamento operacional e ao emprego de FND
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 55
APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao
Tenente-Coronel Crispim Paradelo
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave
FND Porquecirc
3 Como definiria a ameaccedila aeacuterea actual
4 Actualmente as FND incluem um moacutedulo de morteiros pesados sem qualquer
integraccedilatildeo na estrutura de C2 do escalatildeo superior Poderia esta situaccedilatildeo acontecer com
o moacutedulo de protecccedilatildeo AA
5 Ao incluir este moacutedulo de protecccedilatildeo AA qual seria o seu escalatildeo composiccedilatildeo
pessoalmaterial
6 Quais as tarefas que podem ser cometidas agraves unidades de AAA actuando em ambiente
CRO
7 O sistema de C2 das unidades de AAA tem limitaccedilotildees Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar
de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em CRO Porquecirc
8 Os novos raacutedios da famiacutelia 525 acrescentaram algumas melhorias no actual sistema de
C2 das unidades de AAA Quais
Posto Tenente-Coronel
Nome Antoacutenio CRISPIM PARADELO
Cargo Funccedilatildeo Comandante do GAAA no RAAA1
Local RAAA1 - Lisboa
DataHora 24 de Marccedilo de 2009 pelas 09h00m
Motivo da Entrevista Como actual Cmdt GAAA o Tenente-Coronel Paradelo tem
conhecimento da prontidatildeo das unidades de AAA
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 56
APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Vieira Borges
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave
forccedila Porquecirc
3 Ao incluir este moacutedulo de protecccedilatildeo AA qual seria o seu escalatildeo composiccedilatildeo
pessoalmaterial
4 Como descreveria a situaccedilatildeo actual da AAA no que respeita a forccedilas projectaacuteveis
5 O sistema de C2 das unidades de AAA eacute apontado como uma das grandes limitaccedilotildees da
AAA Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em
CRO Porquecirc
6 No que diz respeito agrave actual situaccedilatildeo do material (unidades de tiro sistema IFF radares)
poderaacute este ser empregue em forccedilas projectaacuteveis
7 Na sua opiniatildeo e tendo em conta a situaccedilatildeo actual da AAA quais satildeo as capacidades
miacutenimas que devem serem adquiridas para que a AAA possa integrar subunidades de
organizaccedilatildeo modular nas FND
8 Na sua opiniatildeo e tendo em conta a situaccedilatildeo actual da AAA quais satildeo as capacidades
miacutenimas que devem serem adquiridas para que a AAA possa integrar unidades no seio
da NRF e dos BG
9 Quais as melhorias que o sistema do tipo FAADS C2I acrescentaria agrave AAA
10 Como antigo Oficial Coordenador de Reequipamento (OCAR) da AAA quais satildeo as
aquisiccedilotildees previstas na LPM para alterar a actual situaccedilatildeo da AAA
Posto Coronel
Nome Joatildeo VIEIRA BORGES
Cargo Funccedilatildeo Assessor de Estudos do Instituto de Defesa Nacional (IDN)
Local IDN - Lisboa
DataHora 01 de Marccedilo de 2009 pelas 15h00m
Motivo da Entrevista Antigo Comandante do RAAA1
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 57
ANEXOS
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 58
ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP
Apresenta-se o histoacuterico da participaccedilatildeo de FND do Exeacutercito em MHP nos diferentes
TO em que o Exeacutercito participou ao serviccedilo das diversas OI
Moccedilambique
UNMOZ Batalhatildeo de Transmissotildees 4 040593 ndash 290794
300594 ndash 221294
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 1 FND no TO de Moccedilambique
Angola
UNAVEM117 III
Companhia de Transmissotildees 5 260595 ndash 271296
111296 ndash 010797
Companhia Logiacutestica 6
280795 ndash 260296
260296 ndash 160996
161196 ndash 080497
080497 ndash 300697
MONUA118
Companhia de Transmissotildees 5
010797 ndash 271197
191197 ndash 261098
261098 ndash 260299
Companhia Logiacutestica 6
300697 ndash 180997
180997 ndash 010298
010298 ndash 270798
Destacamento Sanitaacuterio 7
310897 ndash 200498
260498 ndash 020898
300798 ndash 251198
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 2 FND no TO de Angola
117
UNAVEM III ndash United Nations Verification Mission III 118
MONUA ndash Missatildeo de Observaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas em Angola
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 59
Boacutesnia e Herzegovina
IFOR
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado (2ordm BIAT) 160196 ndash 120896
3ordm Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado (3ordm BIAT) 120796 ndash 100297
Destacamento de Apoio de Serviccedilos 290196 ndash 120896
SFOR
1ordm Batalhatildeo de Infantaria Motorizado (1ordm BIMoto) 100297 ndash 300797
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Motorizado (2ordm BIMoto) 300797 ndash 140198
1ordm BIAT 140198 ndash 150798
Agrupamento Alfa 150798 ndash 120199
3ordm BIMoto 120199 ndash 120799
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Paraquedista (2ordm BIPara) 100799 ndash 310100
Agrupamento Alfa 310100 ndash 290700
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Mecanizado (2ordm BIMec) 290700 ndash 280101
Agrupamento Echo 280101 ndash 290701
1ordm BIPara 290701 ndash 290102
2ordm BIMec 290102 ndash 300702
2ordm Batalhatildeo de Infantaria (2ordm BI) 300702 ndash 300103
1ordm BIPara 300103 ndash 300703
Agrupamento Golf 300703 ndash 280104
3ordm BIPara 300104 ndash 230704
2ordm BIMec 230704 ndash 230105
EUFOR119
Componente Portuguesa da
Brigada Aerotransportada Independente (BAI) 0105 ndash 0701
Componente Portuguesa da
Brigada Intervenccedilatildeo (BrigInt) 0705 ndash 0106
Componente Portuguesa da
Brigada Mecanizada (BrigMec) 0106 ndash 0706
1ordmBIBrigInt 0706 ndash 0307
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 3 FND no TO da Boacutesnia e Herzegovina
119
EUFOR ndash European Union Force
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 60
Kosovo
KFOR
Agrupamento BravoBAI 0899 ndash 0200
Agrupamento Charlie Brigada Ligeira de Intervenccedilatildeo (BLI)
0200 ndash 0800
Agrupamento Delta Brigada Mecanizada Independente (BMI)
0800 ndash 0401
2ordmBIBLI 0105 ndash 0905
3ordm BIParaBrigada de Reacccedilatildeo Raacutepida (BRR) 0905 ndash 0306
1ordmBIMecBrigMec 0306 ndash 0906
1ordmBIParaBRR 0906 ndash 0307
2ordm BIMecBrigMec 0307 ndash 0907
2ordmBIBrigInt 0907 ndash 0308
1ordmBIParaBRR 0308 ndash 0908
Agrupamento MikeBrigInt 0908 ndash 0309
1ordmBIBrigInt 0309 ndash Em curso
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 4 FND no TO do Kosovo
Timor-Leste
UNTAET120
1ordm BIParaBAI 140200 ndash 210800
2ordm BIParaBAI 210800 ndash 260201
2ordmBIBLI 260201 ndash 081001
1ordmBIBLI 081001 - 080602
UNMISET
2ordm BIParaBAI 080602 ndash 240103
1ordmBIMecBrigMec 240103 ndash 250703
Agrupamento Foxtrot 250703 ndash 250104
Agrupamento Hotel 250104 ndash 110604
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 5 FND no TO de Timor-Leste
120 UNTAET ndash United Nations Transitional Administration in East Timor
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 61
Zaire
FORREZ121 Forccedilas de Operaccedilotildees Especiais 060597 ndash 300597
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 6 FND no TO do Zaire
Guineacute-Bissau
FORREC122 Forccedilas de Operaccedilotildees Especiais 110698 ndash 190698
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 7 FND no TO da Guineacute-Bissau
Afeganistatildeo
ISAF123
1ordf Companhia de Comandos (1ordmCCmds) BRR 0805 ndash 0206
2ordf Companhia de Comandos (2ordmCCmds) BRR 0206 ndash 0806
2ordm BIParaBRR 0806 ndash 0207
2ordmCCmdsBRR 0207 ndash 0807
22ordf Companhia de Atiradores Paacutera-quedista (22ordfCatPara) 2ordm BIParaBRR
0807 ndash 0208
1ordmCCmdsBRR 0208 ndash 0808
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 8 FND no TO do Afeganistatildeo
121
FORREZ ndash Forccedila de Recolha do Zaire 122
FORREC ndash Forccedila de Recolha 123
ISAF ndash International Security Assistance Force
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 62
Liacutebano
UNIFIL
Companhia de Engenharia (CEng)BrigMec 1106 ndash 0507
Forccedilas de Apoio Geral (AG) 0507 ndash 1107
Forccedilas de AG 1107 ndash 0508
CEngBrigInt 0508 ndash 1108
CEngBrigMec 1108 ndash 0509
Forccedilas de AG 0509 ndash Em curso
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 9 FND no TO do Liacutebano
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 63
ANEXO B - Ciclo de uma FND
(Fonte Autor 2009)
Fonte (Autor 2009)
Figura 1 Os 3 periacuteodos distintos de uma FND
2ordm PERIacuteODO PROJECCcedilAtildeO DA UNIDADE E CONDUTA DA OPERACcedilAtildeO
Esta fase decorre entre o iniacutecio do deslocamento da unidade
para o TO e a Transferecircncia de Autoridade (TOA) da forccedila que eacute
rendida (Leandro 2002)
1ordm PERIacuteODO APRONTAMENTO
Eacute o periacuteodo de tempo compreendido entre o despacho de
nomeaccedilatildeo da unidade e a sua projecccedilatildeo para o TO
Durante este periacuteodo a unidade recebe treino orientado
para a missatildeo que vai desempenhar (Leandro 2002)
3ordm PERIacuteODO EXTRACcedilAtildeO E DESACTIVACcedilAtildeOFIM DE MISSAtildeO
Engloba o periacuteodo que decorre entre a TOA para a forccedila
que vem render e a extraccedilatildeo da forccedila e consecutiva
elaboraccedilatildeo do Relatoacuterio Final de Missatildeo (RFM)
(Leandro 2002)
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 64
ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees
O emprego de forccedilas militares natildeo eacute exclusivo das operaccedilotildees de guerra sendo estas
igualmente empregues em situaccedilotildees de paz e de crise Desta forma abrangem um vasto
espectro (EME 2005)
(Fonte EME 2005)
Figura 2 Espectro das Operaccedilotildees
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 65
ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Com a finalidade de reger o comportamento das entidades intervenientes neste tipo de
operaccedilotildees (forccedilas militares OI ONG) foi estabelecido um conjunto de princiacutepios (EME
2005)
Objectivo ndash Todas as operaccedilotildees devem ser orientadas para objectivos claramente
definidos e compreendidos Os objectivos estrateacutegicos - militares devem permitir
alcanccedilar o estado final poliacutetico desejado
Perseveranccedila ndash Numa operaccedilatildeo desta natureza para alcanccedilar o estado final
desejado implica ser-se resoluto paciente e persistente na perseguiccedilatildeo dos objectivos
definidos
Unidade de Comando ndash Requer uma clara definiccedilatildeo da autoridade papel e relaccedilotildees
entre os intervenientes para cumprir as tarefas atribuiacutedas
Unidade de Esforccedilos ndash Este princiacutepio reconhece a necessidade de uma
aproximaccedilatildeo coerente ente militares e civis Requer uma contiacutenua interacccedilatildeo com as
OI e as ONG envolvidas Para conseguir este princiacutepio eacute essencial estabelecer uma
ligaccedilatildeo efectiva a todos os niacuteveis e promover regularmente conferecircncias e reuniotildees
envolvendo todas as partes intervenientes
Credibilidade ndash A credibilidade eacute essencial para promover e estabelecer um clima de
confianccedila A Forccedila natildeo deve transigir quanto agrave vontade e capacidade para assumir as
suas responsabilidades
Transparecircncia das Operaccedilotildees ndash A Missatildeo o conceito de operaccedilotildees e o estado final
poliacutetico a alcanccedilar devem ser compreendidos por todas as partes envolvidas neste
processo (forccedila agecircncias e partes) A difusatildeo da informaccedilatildeo deve ser balanceada
com as necessidades de seguranccedila
Protecccedilatildeo ndash Eacute uma responsabilidade de comando inerente a qualquer operaccedilatildeo
militar Devem ser considerados a composiccedilatildeo e volume da forccedila os planos as
ordens e as regras de empenhamento (ROE)124
Flexibilidade ndash O sucesso destas operaccedilotildees envolve uma elevada capacidade de
gestatildeo e adaptaccedilatildeo face agraves mudanccedilas e eventuais transiccedilotildees que ocorram na
situaccedilatildeo envolvente e que conduzam ao estabelecimento de um ambiente seguro e
estaacutevel O comandante operacional deve facultar o maacuteximo de flexibilidade e as forccedilas
devem ter capacidade de adaptaccedilatildeo agraves alteraccedilotildees
124
ROE ndash Rules Of Engagement
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 66
Promoccedilatildeo da Cooperaccedilatildeo e Consentimento ndash Este princiacutepio constitui-se como um
preacute-requisito neste tipo de operaccedilotildees Exige uma cuidadosa ponderaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
antes da execuccedilatildeo de qualquer actividade de natureza militar
Imparcialidade ndash As operaccedilotildees devem ser conduzidas sem favorecer ou prejudicar
qualquer das partes Deve ser fomentada a aproximaccedilatildeo entre as partes atraveacutes de
uma comunicaccedilatildeo eficaz e transparecircncia das operaccedilotildees
Uso da Forccedila ndash O uso da forccedila neste tipo de operaccedilotildees poderaacute prejudicar a
execuccedilatildeo da missatildeo pelo que requer um elevado acompanhamento por parte do
Comando da forccedila contudo o uso da forccedila deve estar de acordo com a lei
internacional nomeadamente o direito internacional humanitaacuterio O uso da forccedila
deveraacute ser adequado agrave missatildeo No entanto as ROE natildeo devem limitar o direito
inerente agrave auto-defesa
Respeito Muacutetuo ndash Deve existir respeito pela naccedilatildeo cultura e costumes da Naccedilatildeo
Hospedeira O Comandante Conjunto deve assegurar-se que os mesmos princiacutepios
satildeo reconhecidos e implementados entre os diferentes contingentes que fazem parte
da forccedila
Liberdade de Movimentos ndash A liberdade de movimentos eacute fundamental para garantir
o sucesso das operaccedilotildees em missotildees desta natureza O mandato que a forccedila deteacutem
juntamente com as ROE deve garantir liberdade e autonomia para cumprir as tarefas
As facccedilotildees poderatildeo impor algumas restriccedilotildees neste aspecto Haacute que impor essa
liberdade atraveacutes de acccedilotildees vigorosas e resolutas podendo mesmo incluir o uso da
forccedila
Legitimidade ndash Este princiacutepio constitui-se como fundamental em operaccedilotildees desta
natureza Eacute atraveacutes da legitimidade que se consegue garantir o apoio da comunidade
internacional das naccedilotildees contribuintes e das partes envolvidas Eacute necessaacuterio que a
operaccedilatildeo seja conduzida de acordo com a lei internacional incluindo os princiacutepios
constantes na carta das Naccedilotildees Unidas Qualquer erro poderaacute comprometer a
credibilidade da forccedila e consequentemente a sua legitimidade
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 67
ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea
(Fonte HDA 2000)
Figura 3 Proliferaccedilatildeo da Ameaccedila Aeacuterea
(Fonte HDA 2000)
Figura 4 Relaccedilatildeo de CustosEquipamento
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 68
ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
A OTAN eacute uma OI de cooperaccedilatildeo militar estabelecida em 1949 que tem por base o
Tratado Atlacircntico Norte e eacute actualmente constituiacuteda por uma Alianccedila de 26 paiacuteses125 O
papel fundamental da OTAN eacute salvaguardar a liberdade e seguranccedila dos seus paiacuteses
membros constituindo-se tambeacutem num dos pilares de estabilidade e seguranccedila do espaccedilo
Euro-Atlacircntico
O conceito estrateacutegico da Alianccedila Atlacircntica estabelece as capacidades que devem ser
desenvolvidas pela OTAN entre as quais o papel crucial que a organizaccedilatildeo tem na
prevenccedilatildeo de conflitos e gestatildeo de crises adoptando as medidas necessaacuterias agrave sua
resoluccedilatildeo A OTAN fomenta ainda a parceria e cooperaccedilatildeo com os restantes paiacuteses do
espaccedilo Euro-Atlacircntico no intuito de promover a paz e aumentar a confianccedila muacutetua e a
capacidade de acccedilatildeo conjunta (NATO 2004)
A OTAN iniciou a sua actuaccedilatildeo na regiatildeo dos Balcatildes apoacutes a assinatura do acordo de
Paz de Dayton em 1995 Esteve sempre relacionada com o cumprimento deste acordo
intervindo numa primeira fase com uma forccedila de implementaccedilatildeo militar (IFOR) e
posteriormente com uma forccedila de estabilizaccedilatildeo (SFOR) ambas com o objectivo de construir
a base para uma futura paz na regiatildeo dos Balcatildes
O emprego operacional da Alianccedila nesta regiatildeo efectivamente impediu novos
combates e desenvolveu um precedente de sucesso dos esforccedilos de caraacutecter
multinacionais Conseguiu alcanccedilar as esperanccedilas de paz e bem-estar existentes no povo
da Boacutesnia e Herzegovina e do Kosovo
A esfera de actuaccedilatildeo da Alianccedila abrange tambeacutem o conflito do Kosovo onde a OTAN
leva a cabo esforccedilos para inverter a limpeza eacutetnica e permitir o regresso das centenas de
milhares de refugiados que abandonaram o Kosovo durante a repressatildeo da Primavera de
1999 para voltar agrave sua paacutetria segura
O papel da forccedila multinacional liderada pela OTAN no Kosovo a KFOR tem vindo a
criar um ambiente seguro e estaacutevel no qual todos os habitantes do Kosovo
independentemente da sua origem eacutetnica possam viver em paz ajudando-os a reconstruir
as estruturas necessaacuterias para uma sociedade paciacutefica e democraacutetica Estas caracteriacutesticas
satildeo essenciais caso se pretenda alcanccedilar uma soluccedilatildeo duradoura para este conflito
A tarefa que tem vindo a ser realizada pela Alianccedila no Kosovo encontra-se inserida no
contexto de esforccedilos da comunidade internacional para criar um ambiente que iraacute promover
a paz e a estabilidade no Sudeste da Europa (NATO 2001)
125
Satildeo paiacuteses membros da Alianccedila Atlacircntica Alemanha Beacutelgica Bulgaacuteria Canadaacute Dinamarca Eslovaacutequia
Esloveacutenia Estoacutenia Espanha Estados Unidos Franccedila Greacutecia Holanda Hungria Islacircndia Itaacutelia Letoacutenia
Lituacircnia Luxemburgo Noruega Poloacutenia Portugal Reino Unido Repuacuteblica Checa Romeacutenia e Turquia
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 69
(Fonte NATO 2004)
Figura 5 Paiacuteses-membros da OTAN
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 70
ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton
O Acordo de Paz de Dayton surge apoacutes a reuniatildeo do Grupo de Contacto126 onde satildeo
aprovados os princiacutepios de base para uma regulamentaccedilatildeo da paz Eacute acordado um
reconhecimento muacutetuo a Repuacuteblica Federal Jugoslava reconhece a Boacutesnia e Herzegovina e
Sarajevo por sua vez reconhece a Repuacuteblica Seacutervia
Assim no dia 21 de Novembro de 1995 chega-se a um acordo em Dayton no Estado
norte-americano do Ohio Neste acordo assinado pelo Grupo de Contacto e pelos
representantes das partes beligerantes Franjo Tujam (Croaacutecia) Alija Izetbegovic (Boacutesnia) e
Slogan Militeis (Seacutervia) eacute aceite o plano de paz para a Boacutesnia e Herzegovina Este acordo
foi formalmente assinado em Paris no dia 14 de Dezembro de 1995 (Saraiva 2008)
(Fonte Autor 2009)
Figura 6 Divisatildeo Territorial da Boacutesnia e Herzegovina em 1995
126
O Grupo de Contacto era constituiacutedo por EUA Reino Unido Franccedila Alemanha e Ruacutessia
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 71
ANEXO H - Missatildeo da IFOR
A IFOR tinha a missatildeo de fiscalizar e impor o cumprimento dos aspectos militares
previstos no Acordo de Paz de Dayton A UNSCR 1031 prevecirc o mandato da IFOR durante
um ano no TO da Boacutesnia e Herzegovina As tarefas militares a serem cumpridas (NATO
2009)
1 Garantir a auto-defesa e a liberdade de circulaccedilatildeo
2 Supervisionar a marcaccedilatildeo dos limites da ZOS entre as partes
3 Monitorizar e se necessaacuterio impor a retirada das forccedilas militares dos
respectivos territoacuterios para que se possa estabelecer a ZOS
4 Assumir o controlo do espaccedilo aeacutereo sobre o territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina
5 Assumir o controlo da circulaccedilatildeo de traacutefego militar nas principais rotas terrestres
6 Estabelecer comissotildees militares conjuntas para servirem como oacutergatildeos centrais
para todas as partes do Acordo de Paz
7 Ajudar agrave retirada das forccedilas da ONU natildeo transferidas para a IFOR
(Fonte NATO 2001)
Figura 7 Logoacutetipo da IFOR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 72
ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR
(Fonte Autor 2009)
Figura 8 Estrutura de C2 da IFOR
Em 1996 o Tenente-General Michael Walker (Exeacutercito Norte-Americano) era o
Comandante da componente terrestre da IFOR e tinha trecircs divisotildees sob o seu comando
1 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MNDSW127) liderada pelo Reino Unido com
comando sediado em Banja Luka
2 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MNDN128) liderada pelos EUA com comando
sediado em Tuzla
3 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MDNSE129) liderada pela Franccedila com
comando em Mostar
O AgrJuacutepiter ocupava o sector de Goradze com o seu Posto de Comando (PC)
estabelecido em Rogatica estando integrado na Brigada Multinacional Norte (MNBN130) com
comando Italiano que por sua vez pertencia agrave MDNSE
127
MNDSW ndash Multinational Division Southwest 128
MNDN ndash Multinational Division North 129
MNDSE - Multinational Division Southeast 130
MNBN ndash Multinational Brigade North
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 73
ANEXO J - Missatildeo da KFOR
A KFOR obteve o seu mandato a partir da UNSCR 1244 e do MTA acordado entre a
OTAN a Repuacuteblica Federal da Jugoslaacutevia e a Seacutervia Inicialmente o seu mandato tinha
como principais objectivos (NATO 2009)
1 Dissuadir o recomeccedilo das hostilidades
2 Estabelecer um ambiente seguro
3 Desmilitarizar o Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo (UCK)
4 Apoiar o esforccedilo humanitaacuterio internacional
5 Coordenar e apoiar a presenccedila internacional no territoacuterio do Kosovo
(Fonte NATO 2001)
Figura 9 Logoacutetipo da KFOR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 74
ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR
(Fonte Autor 2009)
Figura 10 Estrutura de C2 da KFOR
Em 1999 o Tenente-General Mike Jackson (Exeacutercito Britacircnico) era o COMKFOR e
tinha cinco brigadas sob o seu comando
1 Brigada Multinacional Norte (MNBN131) liderada pela Franccedila
2 Brigada Multinacional Centro (MNBC132) liderada pelo Reino Unido
3 Brigada Multinacional Este (MNBE133) liderada pelos EUA
4 Brigada Multinacional Sul (MNBS134) liderada pela Alemanha
5 Brigada Multinacional Oeste (MNBW135) liderada pela Itaacutelia
O AgrBravo ocupava o sector de Klina estando integrado na aacuterea de responsabilidade
(AOR) da MNBW que integrava tambeacutem um batalhatildeo espanhol
131
MNBN ndash Multinational Brigade North 132
MNBC ndash Multinational Brigade Center 133
MNBE ndash Multinational Brigade East 134
MNBS ndash Multinational Brigade South 135
MNBW ndash Multinational Brigade West
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 75
ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL
O Exeacutercito Francecircs integrou um moacutedulo de AAA de escalatildeo pelotatildeo na Forccedila Tarefa
(nome de coacutedigo ldquoLeclercrdquo) que destacou para o Liacutebano no acircmbito da UNIFIL em 2006
A missatildeo deste pelotatildeo era conferir protecccedilatildeo AA agrave Forccedila Tarefa e ao seu QG e tinha
como meios o Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral o Sistema Radar NC1 e Viaturas Blindadas de
Transporte de Pessoal (VBTP) (Charron 2008)
Figura 11 Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral
Figura 12 Sistema Radar NC1
(Fonte Charron 2008)
(Fonte wwwarmeescom 2008)
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 76
ANEXO M - Estrutura da NRF
(Fonte NATO 2003)
Figura 13 Estrutura da NRF
9500
Militares
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 77
ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup
(Fonte Baptista 2007)
Figura 14 Estrutura geneacuterica de um Battlegroup
Pacote de Forccedilas
Comando da Forccedila
Batalhatildeo de Infantaria
Comando
CCS
3 CAt
Apoio de Fogos
Reconhecimento
Apoio de Combate
Apoio de Fogos
Engenharia
Artilharia Antiaeacuterea
Transmissotildees
Guerra Electroacutenica
Informaccedilotildees
Aviaccedilatildeo do Exeacutercito
Forward Air Controller
Defesa NBQ
Apoio de Serviccedilos
Apoio Logiacutestico
Apoio Sanitaacuterio
Apoio Geograacutefico
CIMIC
Policia Militar
Capacidades Adicionais (dependem da missatildeo)
Meios Aeacutereos
Transporte Estrateacutegico
Transporte Taacutectico
Apoio Aeacutereo Proacuteximo
Apoio de Helicoacutepteros
Meios Navais
Transporte Estrateacutegico
Apoio Aeacutereo com base
em porta-aviotildees
Apoio ao desembarque de
forccedilas
Meios Logiacutesticos
Reabastecimento
Apoio Sanitaacuterio
Apoio a manutenccedilatildeo
de equipamentos
Forccedilas de
Operaccedilotildees
Especiais
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 78
ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF
NRF LCC Unidade Nacional Efectivo
Exerciacutecio de
Certificaccedilatildeo
Internacional
Periacuteodo de
Stand by
1 NRDC-TU O EXEacuteRCITO NAtildeO PARTICIPOU Out03-Jan04
2 NRDC-TU Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 50
Natildeo se
realizou Jan04-Jul04
3 NRDC-IT
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
50 Organizer 6Amiddot
(Alemanha)
Jul04-Jan05
4 NRDC-GENL
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
51 Organizer 6Bmiddot
(Alemanha) Jan05-Jul05
5 NRDC-SP Agrupamento
Mecanizado 697
Cohesion 05middot
(Espanha) Jul05-Jan06
6 NRDC-UK Batalhatildeo de Infantaria
Paacutera-quedista 636
Iron Warriormiddot
(Reino Unido) Jan06-Jul06
7 EUROCORPS Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 75
Steadfast
Jaguar 06
(Cabo-Verde)
Jul06-Jan07
8 NRDC-TU Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 75
Natildeo se
realizou Jan07-Jul07
9 NRDC-IT Esquadratildeo de Poliacutecia
Militar 80
Steadfast
Jackpot 07
(Noruega)
Jul07-Jan08
10 NRDC-GENL
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
50 Noblelight II
(Alemanha) Jan08-Jul08
11 NRDC-FR Esquadratildeo de
Reconhecimento 140
Natildeo se
realizou Jul08-Jan09
12 NRDC-SP Agrupamento
Mecanizado 697
Noblelight
(Espanha) Jan09-Jul09
13 NRDC-SP Batalhatildeo de Infantaria
Paacutera-quedista 687 Natildeo participa Jul09-Jan10
14 NRDC-SP Bateria de Artilharia de
Campanha 130 A designar Jan10-Jul10
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 10 Participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 79
ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup
(Fonte Baptista 2008)
Figura 15 Modelo do BG Francecircs
Pelotatildeo
AA
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 80
ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas
de AAA Nacionais
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 16 O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 17 O Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 18 O Radar PSTAR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 81
ANEXO R ndash O Link 11B
O Link 11B ou TADIL136-B (na doutrina norte-americana) emprega teacutecnicas de
comunicaccedilatildeo em rede e um formato standard de mensagem para a troca de informaccedilatildeo
digital entre sistema de informaccedilatildeo taacutecticos O Link 11B utiliza uma raacutepida ligaccedilatildeo ponto-a-
ponto e pode ser transmitido atraveacutes de diversos equipamentos tais como cabo sateacutelite e
ligaccedilotildees raacutedio Equipa unidades terrestres aeacutereas e navais (ALSAC 2000)
(Fonte httpsistemadearmassitesuolcombrgedtl3usalink11html 2009)
Figura 19 Interface do Link 11B
136 TADIL ndash Tactical Digital Information
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 82
ANEXO S ndash O Link 16
O Link 16 ou TADIL-J eacute uma nova ligaccedilatildeo taacutectica de dados utilizada pelos EUA alguns
paiacuteses da OTAN e pelo Japatildeo Natildeo alterou os conceitos fundamentais de transferecircncia de
dados utilizado pelo Link 11B antes pelo contraacuterio acrescentou melhorias significativas nos
sistemas jaacute existentes O Link 16 utiliza um Sistema de Distribuiccedilatildeo de Informaccedilatildeo Taacutectica
Conjunta (JTIDS137) que lhe permite partilhar a informaccedilatildeo em tempo real de uma forma
raacutepida e codificada entre todas as plataformas de armas e de C2 intervenientes no TO
Nota A verde encontram-se as unidades de AAA (armas e C2)
(Fonte httpwwwglobalsecurityorgmilitarysystemsgroundimages 2009)
Figura 20 Utilizadores do Link 16
137 JTIDS - Joint Tactical Information Distribution System
- DEDICATOacuteRIA
- AGRADECIMENTOS
- IacuteNDICE
- IacuteNDICE DE FIGURAS
- IacuteNDICE DE QUADROS
- LISTA DE ABREVIATURAS
- LISTA DE SIGLAS
- RESUMO
-
- O presente trabalho tem como objectivo analisar a capacidade de emprego de unidades de Artilharia Antiaeacuterea em Forccedilas Nacionais Destacadas
-
- ABSTRACT
- INTRODUCcedilAtildeO
-
- Definiccedilatildeo do Objectivo de Investigaccedilatildeo
- Justificaccedilatildeo do Tema
- Orientaccedilatildeo Metodoloacutegica
- Siacutentese de Conteuacutedos
-
- CAPIacuteTULO I ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL
-
- I1 Forccedilas Nacionais Destacadas
-
- I11 Enquadramento Histoacuterico
- I12 Forccedilas Nacionais Destacadas ndash O Conceito
-
- I2 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
-
- I21 Tipologia das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
- I22 Manutenccedilatildeo de Paz vs Imposiccedilatildeo de Paz
-
- I3 A Ameaccedila Aeacuterea
-
- CAPIacuteTULO II A PARTICIPACcedilAtildeO DE FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS EM OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES
-
- II1 A Participaccedilatildeo Nacional na IFOR
-
- II11 Antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina
- II12 Case-study o Agrupamento Juacutepiter na Boacutesnia e Herzegovina
-
- II2 A Participaccedilatildeo Nacional na KFOR
-
- II21 Antecedentes do Conflito do Kosovo
- II22 Case-study o Agrupamento Bravo no Kosovo
- II23 Case-study o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista no Kosovo
-
- II3 Reflexotildees sobre o emprego de AAA em CRO
-
- CAPIacuteTULO III A INTEGRACcedilAtildeO DA AAA NA NATO RESPONSE FORCE E NOS BATTLEGROUPS
-
- III1 Os Conceitos de NATO Response Force e de Battlegroups
-
- III11 A NATO Response Force - NRF
- III12 Os Battlegroups
-
- III2 Requisitos para integraccedilatildeo da AAA na NRF
- III3 Requisitos para Integraccedilatildeo da AAA nos Battlegroups
-
- CAPIacuteTULO IV EMPREGO OPERACIONAL DAS UNIDADES DE AAA
-
- IV1 O Niacutevel de Prontidatildeo das Unidades de AAA
-
- IV11 Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais
- IV12 A Lei de Programaccedilatildeo Militar
- IV13 A Prontidatildeo dos Militares de AAA
-
- IV2 O Emprego da AAA como Moacutedulo de Protecccedilatildeo AA
- IV3 O Emprego da AAA na NRF e nos BG
-
- CAPIacuteTULO V CONCLUSOtildeES E PROPOSTAS
- REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
- GLOSSAacuteRIO
- APEcircNDICES
-
- APEcircNDICE A - Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
- APEcircNDICE B - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel de Varela Benroacutes
- APEcircNDICE C - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Ref Pires Saraiva
- APEcircNDICE D - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Tirocinado Antunes Calccedilada
- APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira
- APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro
- APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Crispim Paradelo
- APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Vieira Borges
-
- ANEXOS
-
- ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP
- ANEXO B - Ciclo de uma FND
- ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees
- ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
- ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea
- ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
- ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton
- ANEXO H - Missatildeo da IFOR
- ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR
- ANEXO J - Missatildeo da KFOR
- ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR
- ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL
- ANEXO M - Estrutura da NRF
- ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup
- ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF
- ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup
-
- ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais
- ANEXO R ndash O Link 11B
- ANEXO S ndash O Link 16
-
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS vi
IacuteNDICE DE FIGURAS
Figura 1 Os 3 periacuteodos distintos de uma FND 63
Figura 2 Espectro das Operaccedilotildees 64
Figura 3 Proliferaccedilatildeo da Ameaccedila Aeacuterea 67
Figura 4 Relaccedilatildeo de CustosEquipamento 67
Figura 5 Paiacuteses-membros da OTAN 69
Figura 6 Divisatildeo Territorial da Boacutesnia e Herzegovina em 1995 70
Figura 7 Logoacutetipo da IFOR 71
Figura 8 Estrutura de C2 da IFOR 72
Figura 9 Logoacutetipo da KFOR 73
Figura 10 Estrutura de C2 da KFOR 74
Figura 11 Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral 75
Figura 12 Sistema Radar NC1 75
Figura 13 Estrutura da NRF 76
Figura 14 Estrutura geneacuterica de um Battlegroup 77
Figura 15 Modelo do BG Francecircs 79
Figura 16 O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral 80
Figura 17 O Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger 80
Figura 18 O Radar PSTAR 80
Figura 19 Interface do Link 11B 81
Figura 20 Utilizadores do Link 16 82
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS vii
IacuteNDICE DE QUADROS
Quadro 1 FND no TO de Moccedilambique 58
Quadro 2 FND no TO de Angola 58
Quadro 3 FND no TO da Boacutesnia e Herzegovina 59
Quadro 4 FND no TO do Kosovo 60
Quadro 5 FND no TO de Timor-Leste 60
Quadro 6 FND no TO do Zaire 61
Quadro 7 FND no TO da Guineacute-Bissau 61
Quadro 8 FND no TO do Afeganistatildeo 61
Quadro 9 FND no TO do Liacutebano 62
Quadro 10 Participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF 78
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS viii
LISTA DE ABREVIATURAS
Agr Agrupamento
BIMec Batalhatildeo de Infantaria Mecanizado
BIMoto Batalhatildeo de Infantaria Motorizado
BIPara Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista
BrigInt Brigada de Intervenccedilatildeo
BrigMec Brigada Mecanizada
CAt Companhia de Atiradores
CAtPara Companhia de Atiradores Paacutera-quedista
CCmds Companhia de Comandos
CEng Companhia de Engenharia
Cmdt Comandante
FwN Framework Nation
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS ix
LISTA DE SIGLAS
A AG Apoio Geral
AA Antiaeacuterea
AAA Artilharia Antiaeacuterea
AC Artilharia de Campanha
AFOR Albania Force
AM Academia Militar
AO Aacuterea de Operaccedilotildees
AOR Area Of Responsibility
AP Auto-propulsada
B BAAA Bateria de Artilharia Antiaeacuterea
BAI Brigada Aerotransportada Independente
BIAT Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado
BLI Brigada Ligeira de Intervenccedilatildeo
BMI Brigada Mecanizada Independente
BRR Brigada de Reacccedilatildeo Raacutepida
C C2 Comando e Controlo
C2EA
C4I Comando Controlo Comunicaccedilotildees Computadores e
Informaccedilotildees
CAP Common Air Picture
CEDN Conceito Estrateacutegico de Defesa Nacional
CEM Conceito Estrateacutegico Militar
CEME Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito
CIMIC Civil-Military Cooperation
CJSOR Combined Joint Statement of Requirements
COMKFOR Commander Kosovo Force
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS x
CP Conflict Prevention
CRC Crowd amp Riot Control
CRO Crisis Response Operations
CSNU Conselho de Seguranccedila das Naccedilotildees Unidas
D DIOP Divisatildeo de Operaccedilotildees
E EMGFA Estado-Maior General das Forccedilas Armadas
EOD Explosive Ordnance Disposal
EOM Encargo Operacional de Material
EOP Encargo Operacional de Pessoal
EUA Estados Unidos da Ameacuterica
EUFOR European Union Force
F FA Forccedilas Armadas
FAAR Forward Alerting Area Radar
FAP Forccedila Aeacuterea Portuguesa
FORREC Forccedila de Recolha
FORREZ Forccedila de Recolha do Zaire
G GAAA Grupo de Artilharia Antiaeacuterea
H HIMAD High and Medium Air Defense
HO Humanitarian Operations
I IDN Instituto de Defesa Nacional
IEBL Inter Entity Boundary Line
IESM Instituto de Estudos Superiores Militares
IFF Identification Friend or Foe
IFOR Implementation Force
ISAF International Security Assistance Force
J JTIDS Joint Tactical Information Distribution System
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xi
K KVM Kosovo Verification Mission
L LPM Lei de Programaccedilatildeo Militar
M MANPAD Man Portable Air Defense
MHP Missotildees Humanitaacuterias e de Paz
MNB Multinational Brigade
MNBC Multinational Brigade Center
MNBE Multinational Brigade East
MNBN Multinational Brigade North
MNBS Multinational Brigade South
MNBW Multinational Brigade West
MNDN Multinational Division North
MNDSE Multinational Division Southeast
MNDSW Multinational Division Southwest
MONUA Missatildeo de Observaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas em Angola
MTA Military Technical Agreement
N NAC North Atlantic Council
NAMSA NATO Maintenance amp Supply Agency
NRBQ Nuclear Radioloacutegico Bioloacutegico e Quiacutemico
NRF NATO Response Force
O OCAR Oficial Coordenador de Reequipamento
OI Organizaccedilotildees Internacionais
ONG Organizaccedilotildees Natildeo Governamentais
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OSCE Organizaccedilatildeo para a Seguranccedila e Cooperaccedilatildeo na Europa
OTAN Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
P PB Peace Building
PC Posto de Comando
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xii
PE Peace Enforcement
PK Peace Keeping
PM Peacemaking
PPRC PortuguecircsPortaacutetil Raacutedio de Campanha
PSTAR Portable Search and Target Acquisition Radar
PSYOPS Psychological Operations
Q QG Quartel-General
QO Quadro Orgacircnico
R RAAA1 Regimento de Artilharia Antiaeacuterea Nordm1
RAP Recognized Air Picture
RAM Rocket Artillery amp Mortar
RFM Relatoacuterio de Fim de Missatildeo
ROE Rules Of Engagement
S SACEUR Supreme Allied Commander Europe
SAR Search and Rescue
SFN Sistema de Forccedilas Nacional
SFOR Stabilization Force
SHORAD Short Range Air Defense
STPT Stinger Troop Proficiency Trainer
T TACP Tactical Air Control Party
TACRES Tactical Reserve
TADIL Tactical Digital Information
THT Tracking Head Trainer
TIA Trabalho de Investigaccedilatildeo Aplicada
TO Teatro de Operaccedilotildees
TOA Transfer Of Authority
TPOA Tirociacutenio Para Oficial de Artilharia
U UEO UnidadeEstabelecimentoOacutergatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xiii
UAV Unmanned Aerial Vehicle
UCK Ushtria Clivoimtare Kosoves
UE Uniatildeo Europeia
UEB Unidade Escalatildeo Batalhatildeo
UEC Unidade Escalatildeo Companhia
UNAVEM United Nations Verification Mission
UNIFIL United Nations Interim Force in Lebanon
UNMISET United Nations Mission In Support of East Timor
UNMOZ United Nations Operation in Mozambique
UNPROFOR United Nations Protection Force
UNSCR United Nation Security Council Resolution
UNTAET United Nations Transitional Administration in East Timor
UNTAG United Nations Transition Assistance Group
UT Unidade de Tiro
V VBTP Viatura Blindada de Transporte de Pessoal
VCB Vigilacircncia do Campo de Batalha
W WSPC Weapon System Partnership Committee
Z ZOS Zone Of Separation
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xiv
RESUMO
O presente trabalho tem como objectivo analisar a capacidade de emprego de unidades
de Artilharia Antiaeacuterea em Forccedilas Nacionais Destacadas
Para concretizar este objectivo procedeu-se ao estudo da participaccedilatildeo nacional em Operaccedilotildees
de Resposta a Crises recorrendo agrave anaacutelise trecircs casos de estudo distintos Ainda neste acircmbito foi
igualmente abordada a perspectiva de participaccedilatildeo nas iniciativas de defesa no acircmbito da
Organizaccedilatildeo do Tratado do Atlacircntico Norte e da Uniatildeo Europeia (a NATO Response Force e os
Battlegroups respectivamente)
Decorrente desta anaacutelise surgiu a necessidade de investigar acerca da actual prontidatildeo das
unidades de Artilharia Antiaeacuterea O referido estudo teve por base a anaacutelise dos recursos humanos e
materiais bem como as actividades de treino desenvolvidas
Conclui-se que a limitaccedilatildeo de recursos materiais tem vindo a hipotecar a participaccedilatildeo das
unidades de Artilharia Antiaeacuterea em forccedilas projectaacuteveis muito especialmente devido agrave ausecircncia de
um sistema de comando e controlo Poreacutem consideramos que as unidades de Artilharia Antiaeacuterea
tecircm o seu papel a desempenhar em Operaccedilotildees de Resposta a Crises sendo preponderantes na
garantia da protecccedilatildeo antiaeacuterea em cenaacuterios de alta intensidade ou no inicio das operaccedilotildees
O processo de reequipamento previsto na Lei de Programaccedilatildeo Militar permitiraacute colmatar as
lacunas existentes ao niacutevel dos recursos materiais devendo ser atribuiacuteda prioridade agrave aquisiccedilatildeo de
um sistema de comando e controlo
Palavras-chave ARTILHARIA ANTIAEREA FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS
OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES PROTECCcedilAtildeO ANTIAEREA REEQUIPAMENTO
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xv
ABSTRACT
This study aims to examine the viability of employing units of air defense artillery in
expeditionary forces
To achieve this purpose an analysis was made of the national participation in Crisis
Response Operations This analysis was based on three different case studies In this
context the prospect of participation was also considered in defense activities within the
Organization of the North Atlantic Treaty and the European Union (NATO Response Force
and the Battle groups respectively)
It became clear from this analysis that it would be necessary to investigate the current
readiness of the air defense artillery units This study was based on the analysis of the
human and material resources and training activities undertaken
It is concluded that the limitation of material resources has been preventing the
participation of air defense artillery units in expeditionary forces especially due to the
absence of a command and control system However we believe that the air defense artillery
units have a role to play in Crisis Response Operations especially in scenarios of high
intensity or at the beginning of operations ensuring adequate air defense
The process of material re-equipment provided for the Military Programme will bridge the
gaps in terms of material resources Priority should be given to purchasing the command
and control system
Key-words AIR DEFENSE ARTILLERY EXPEDTIONARY FORCES CRISIS RESPONSE
OPERATIONS AIR DEFENSE RE-EQUIPMENT
ldquo (hellip) A protecccedilatildeo da Forccedila natildeo eacute negociaacutevel ldquo
(Raleiras 2002)
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 1
INTRODUCcedilAtildeO
O presente Trabalho de Investigaccedilatildeo Aplicada (TIA) estaacute enquadrado no estaacutegio de
natureza profissional do Tirociacutenio Para Oficial de Artilharia (TPOA) dos cursos da Academia
Militar (AM) subordinado ao tema ldquoA Protecccedilatildeo Antiaeacuterea das Forccedilas Nacionais
Destacadasrdquo
Com o colapso da Uniatildeo Sovieacutetica e com as constantes mudanccedilas no paradigma de
seguranccedila e defesa os Estados as Organizaccedilotildees Internacionais (OI) e ateacute as Organizaccedilotildees
Natildeo Governamentais (ONG) assistem ao aparecimento de uma nova conflitualidade com
novos actores riscos e ameaccedilas que reclamaratildeo certamente novos e diferentes tipos de
resposta (Espiacuterito Santo 2006)
Neste contexto de transformaccedilatildeo Portugal encontra-se integrado na comunidade
internacional atraveacutes da sua participaccedilatildeo em diversas OI vinculando-se a um conjunto de
responsabilidades inerentes ao seu quadro de alianccedilas Desta forma as Forccedilas Armadas
(FA) tecircm-se constituiacutedo como uma poderosa ferramenta no apoio agrave poliacutetica externa nacional
indo de encontro ao que estaacute previsto no Conceito Estrateacutegico de Defesa Nacional (CEDN)1
Com base na lei fundamental2 as FA e particularmente o Exeacutercito3 tecircm vindo a
participar em Missotildees Humanitaacuterias e de Paz (MHP) ao longo das duas uacuteltimas deacutecadas
Estes tipos de missotildees tecircm-se afirmado como as ldquooperaccedilotildees contemporacircneasrdquo natildeo
esquecendo poreacutem a capacidade que o Exeacutercito deteacutem em conduzir ldquooperaccedilotildees
convencionaisrdquo se assim for necessaacuterio uma vez que estas constituem a essecircncia do seu
conteuacutedo
Ainda no acircmbito de apoio agrave poliacutetica externa do Estado o Exeacutercito tem vindo a integrar-
se em estruturas militares de acircmbito multinacional que constituem o exemplo do
modernismo e da transformaccedilatildeo como a NATO Response Force (NRF) e os Battlegroups
(BG) A participaccedilatildeo do Exeacutercito neste tipo de estruturas tem proporcionado agraves suas fileiras
um elevado niacutevel de treino e experiecircncia operacional inseridos num quadro de cooperaccedilatildeo
internacional
1 Resoluccedilatildeo de Conselho de Ministros nordm 62003 CEDN
2 De acordo com o nordm 5 do Artigo 275ordm da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Portuguesa
3 De acordo com o Decreto-Lei nordm 612006 de 21 de Marccedilo
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 2
Definiccedilatildeo do Objectivo de Investigaccedilatildeo
Pretendemos com este TIA abordar a problemaacutetica da participaccedilatildeo de unidades de
Artilharia Antiaeacuterea (AAA) em MHP quando estas actuam no acircmbito da sua missatildeo
especiacutefica a protecccedilatildeo antiaeacuterea da forccedila face agrave ameaccedila aeacuterea Esta ameaccedila aeacuterea eacute
decididamente um factor importante a ter em conta especialmente em situaccedilotildees de
ldquoaberturardquo do Teatro de Operaccedilotildees (TO) onde existem escassas informaccedilotildees sobre a
ameaccedila aeacuterea e o clima de incerteza e instabilidade impera
Ambicionamos tambeacutem efectuar uma reflexatildeo sobre a eventual participaccedilatildeo de
unidades de AAA em ldquo (hellip) forccedilas multinacionais orientadas para a intervenccedilatildeo fora do
territoacuterio dos paiacuteses membros (hellip) ldquo (Baptista 2007 p348) como a NRF e os BG Prevecirc-se
que este tipo de estruturas militares ganhe uma maior preponderacircncia num futuro proacuteximo
no que diz respeito agrave intervenccedilatildeo em conflitos natildeo devendo as unidades de AAA nacionais
ficar agrave margem deste desafio
Justificaccedilatildeo do Tema
O presente TIA aborda um tema de reconhecido interesse no seio artilheiro jaacute que o
seu estudo iraacute certamente potenciar uma reflexatildeo sobre esta temaacutetica que tem tanto de
importante como de actual ldquo (hellip) Apesar de natildeo ter participado de uma forma significativa
nas FND nomeadamente com unidades constituiacutedas eacute de importacircncia decisiva para o
futuro da Arma que sejam rapidamente levantadas e solucionadas as questotildees mais
pertinentes que dizem respeito ao seu envolvimento neste desafiordquo (Santos 2007 p235)
Embora existam registos da participaccedilatildeo de subunidades de AAA em FND no acircmbito
das MHP estas estavam integradas em unidades de manobra executando outras missotildees
fora do acircmbito da AAA Como exemplo temos o caso do pelotatildeo de Antiaeacuterea (AA)
proveniente do Regimento de Artilharia Antiaeacuterea Nordm 1 (RAAA1) que integrou a
1ordfCAtAgrFoxtrot na missatildeo UNMISET4 desenvolvendo tarefas especiacuteficas de um pelotatildeo de
atiradores
Ao analisar a constituiccedilatildeo das FND empregues em MHP verificamos que desde a sua
geacutenese tecircm sido constituiacutedas por unidades de Infantaria de Reconhecimento de
Transmissotildees de Apoio Logiacutestico Sanitaacuterias de Engenharia e de Operaccedilotildees Especiais No
que diz respeito agraves unidades que integraram a NRF e os BG o cenaacuterio eacute semelhante
verificando-se ateacute ao momento a presenccedila de unidades de Operaccedilotildees Especiais de
Reconhecimento de Infantaria de Poliacutecia Militar e de Engenharia Desta forma eacute
evidentemente perceptiacutevel que apenas a Artilharia (de Campanha e Antiaeacuterea) tem sido
deixada agrave margem destas duas realidades que atravessam o Exeacutercito Efectivamente tem
4 UNMISET ndash United Nations Mission In Support of East Timor
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 3
sido feito um esforccedilo para contrariar esta tendecircncia e recentemente foi anunciada a
participaccedilatildeo de uma Bateria de Artilharia de Campanha (AC) na NRF 14 que estaraacute em
stand by durante o primeiro semestre do ano de 2010 Ao concretizar-se esta participaccedilatildeo
as unidades de AAA tornar-se-atildeo as uacutenicas a serem excluiacutedas desta nova realidade que satildeo
as FND
Delimitaccedilatildeo do Tema
Ao abordarmos um tema desta natureza bastante vasto e feacutertil existe a necessidade de
fazer a limitaccedilatildeo precisa das fronteiras de pesquisa bem como dos campos que
pretendemos abranger Por isso apesar de a designaccedilatildeo FND seja transversal aos trecircs
ramos das FA vamos cingir-nos unicamente agraves FND do Exeacutercito uma vez que estatildeo
directamente ligadas a temaacutetica em estudo
Assim sendo foi nossa opccedilatildeo investigar sobre a presenccedila do Exeacutercito nas MHP e nas
forccedilas militares de acircmbito multinacional (NRF e BG)
No contexto das MHP Portugal participou em diferentes TO no acircmbito de diferentes OI
poreacutem abordamos unicamente a participaccedilatildeo nacional sob a eacutegide da Organizaccedilatildeo do
Tratado Atlacircntico Norte (OTAN) Justificamos esta opccedilatildeo com o facto da recente
participaccedilatildeo nacional em MHP ter sido sob os auspiacutecios da Alianccedila Atlacircntica no acircmbito das
Operaccedilotildees de Resposta a Crises (CRO)5 natildeo desprezando poreacutem a FNDUNIFIL6
presente no Liacutebano ao abrigo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU)
Seraacute analisada ainda a participaccedilatildeo nacional na NRF no acircmbito da OTAN e nos BG no
domiacutenio da Uniatildeo Europeia (UE) perspectivando os possiacuteveis contributos de unidades de
AAA nacionais
Orientaccedilatildeo Metodoloacutegica7
Segundo Sarmento (2008) a metodologia visa a descriccedilatildeo precisa do problema dos
meacutetodos das teacutecnicas e dos instrumentos de pesquisa utilizados no trabalho Os
procedimentos utilizados devem ser descritos de forma loacutegica
O nosso processo de investigaccedilatildeo cientiacutefica8 desencadeou-se em 2008 com uma
pesquisa bibliograacutefica na biblioteca da AM e do IESM9 com o objectivo de encontrar
informaccedilatildeo que nos permitisse identificar o nosso problema de investigaccedilatildeo Esta pesquisa
5 CRO ndash Crisis Response Operations
6 UNIFIL ndash United Nations Interim Force in Lebanon
7 Ver Apecircndice 1 ndash Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
8 Segundo Sarmento (2008) o processo de investigaccedilatildeo cientiacutefica eacute composto por 3 fases exploratoacuteria analiacutetica
e conclusiva 9 IESM ndash Instituto de Estudos Superiores Militares
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 4
consistiu na selecccedilatildeo de documentos nacionais e estrangeiros como os manuais da
doutrina nacional doutrina da Alianccedila e as publicaccedilotildees do exeacutercito norte-americano
Durante a pesquisa constataacutemos a existecircncia de poucos trabalhos directamente
relacionados com a problemaacutetica em investigaccedilatildeo facto que julgamos ser aliciante porque
tratamos um tema importante poreacutem pouco abordado Para aleacutem desta pesquisa
bibliograacutefica realizamos tambeacutem diversas conversas de caraacutecter exploratoacuterio com Oficiais
de diferentes Armas no sentido de obter perspectivas distintas sobre a temaacutetica em estudo
O passo seguinte no processo de investigaccedilatildeo foi a formulaccedilatildeo das questotildees de
investigaccedilatildeo na qual tentamos exprimir o mais exactamente possiacutevel o que procuramos
saber (IESM 2004)
Para o tema em anaacutelise levantaram-se vaacuterias questotildees agraves quais seria pertinente obter
uma resposta sobretudo agrave questatildeo que definimos como central ldquoQual o possiacutevel
enquadramento das unidades de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo primaacuteriardquo
A partir desta questatildeo central surgem algumas questotildees derivadas
Porque razatildeo as unidades de AAA natildeo participam actualmente em MHP no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Quais os cenaacuterios de emprego das unidades de AAA em FND
Em caso de participaccedilatildeo em MHP qual seria o escalatildeo das unidades de AAA
a empregar
Seraacute que as unidades de AAA nacionais possuem o niacutevel de prontidatildeo exigido
para integrarem as NRF e os BG
Apoacutes alguma reflexatildeo sobre o tema em investigaccedilatildeo construiacutemos as hipoacuteteses de
investigaccedilatildeo ldquoestas satildeo proposiccedilotildees conjecturais que constituem respostas possiacuteveis agraves
questotildees de investigaccedilatildeordquo (Sarmento 2008 p9)
Obtendo assim as seguintes hipoacuteteses
1 Porque o CJSOR10 natildeo identifica a necessidade de uma valecircncia de protecccedilatildeo AA
da forccedila
2 Em cenaacuterios de alta intensidade ou no lanccedilamento das operaccedilotildees
3 Ao niacutevel das Unidade Escalatildeo Companhia (UEC) e das Unidades Escalatildeo Batalhatildeo
(UEB) normalmente empregues em FND seria empregue uma forccedila de organizaccedilatildeo
modular
4 Existem lacunas ao niacutevel dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
Depois de construiacutedas as hipoacuteteses de investigaccedilatildeo procedemos a um periacuteodo de
profunda reflexatildeo existindo a necessidade de seleccionar os meacutetodos cientiacuteficos11
10
CJSOR ndash Combined Joint Statement of Requirements 11
Meacutetodos em investigaccedilatildeo cientiacutefica observaccedilatildeo directa critico experimental demonstrativo sistemaacutetico
inquisitivo histoacuterico dedutivo e indutivo (Sarmento 2008)
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 5
adequados agrave presente investigaccedilatildeo e agrave obtenccedilatildeo de uma resposta agrave questatildeo central Assim
adoptaacutemos o meacutetodo criacutetico (efectuando uma observaccedilatildeo criacutetica da situaccedilatildeo actual das
unidades de AAA no que diz respeito agrave participaccedilatildeo em FND) e o meacutetodo inquisitivo (atraveacutes
da elaboraccedilatildeo de entrevistas)
Aprofundaacutemos a nossa pesquisa bibliograacutefica inicial recorrendo tambeacutem a publicaccedilotildees
perioacutedicas documentos electroacutenicos e agrave legislaccedilatildeo em vigor
Tivemos ainda a oportunidade de assistir agrave palestra onde foram apresentadas as
conclusotildees do workshop realizado no RAAA1 entre os dias 09 e 11 de Dezembro de 2008
onde foi abordado entre outros o tema relacionado com ldquoO apoio da Artilharia Antiaeacuterea agraves
Brigadas em Operaccedilotildeesrdquo e que revelou ser proveitoso para a nossa investigaccedilatildeo
Ao longo da evoluccedilatildeo do TIA as conversas exploratoacuterias com Oficiais foram
substituiacutedas por entrevistas12 semi-estruturadas13 que na nossa opiniatildeo enriqueceram
muito o presente trabalho A realizaccedilatildeo destas entrevistas permitiu conhecer a opiniatildeo dos
entrevistados sobre questotildees pertinentes ao nosso tema bem como a partilha de
experiecircncias e informaccedilotildees que de outra forma seriam impossiacuteveis de angariar
Depois da recolha de todas estas informaccedilotildees e da sua anaacutelise terminaacutemos a fase
analiacutetica do meacutetodo de investigaccedilatildeo cientiacutefica e entraacutemos na uacuteltima fase deste processo a
fase conclusiva Nesta fase procedeu-se agrave verificaccedilatildeo das hipoacuteteses levantadas
anteriormente sob as quais fundaacutemos as nossas conclusotildees
Siacutentese de Conteuacutedos
O presente trabalho eacute constituiacutedo por uma Introduccedilatildeo quatro Capiacutetulos e
ConclusotildeesPropostas
Apoacutes a Introduccedilatildeo no Capiacutetulo I procede-se agrave elaboraccedilatildeo de um Enquadramento
Conceptual que tem como finalidade familiarizar o leitor com os principais conceitos
abordados no presente trabalho
No Capiacutetulo II examina-se a participaccedilatildeo nacional em MHP procurando saber qual o
possiacutevel enquadramento das unidades de AAA neste tipo de operaccedilotildees atraveacutes da anaacutelise
de trecircs casos de estudo distintos
O Capiacutetulo III aborda os conceitos de NRF e de BG definindo os requisitos necessaacuterios
para que as unidades de AAA possam integrar estas estruturas militares de caraacutecter
multinacional
No Capiacutetulo IV procede-se ao estudo da situaccedilatildeo actual das unidades de AAA
analisando os equipamentos sistemas de armas e prontidatildeo dos militares Face agrave anaacutelise
12
Todas as entrevistas foram de caraacutecter presencial tendo sido os entrevistados previamente contactados 13
Os entrevistados responderam agraves perguntas de um guiatildeo Os guiotildees das entrevistas encontram-se em
apecircndice
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 6
realizada efectuou-se ainda uma perspectiva do que poderaacute ser a participaccedilatildeo de unidades
de AAA nacionais em MHP na NRF e nos BG
Por fim no Capiacutetulo V apresentam-se as conclusotildees e propostas onde se pretende
fundamentalmente responder agrave questatildeo central e efectuar a confirmaccedilatildeo (total ou parcial)
ou a negaccedilatildeo das hipoacuteteses previamente levantadas Apresenta-se igualmente um conjunto
de propostas que tem como objectivo melhorar algumas das lacunas identificadas durante o
presente estudo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 7
CAPIacuteTULO I
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL
Antes de iniciar a anaacutelise do tema em investigaccedilatildeo achaacutemos conveniente delinear
alguns conceitos base com o propoacutesito de enquadrar o leitor com a problemaacutetica abordada
ao longo deste TIA Importa realccedilar que acerca deste enquadramento conceptual haveria
certamente muito para acrescentar Contundo natildeo sendo esse o objectivo apelaacutemos agrave
nossa capacidade de siacutentese durante a sua elaboraccedilatildeo
I1 Forccedilas Nacionais Destacadas
O Exeacutercito tem vindo a constituir FND que tecircm sido empenhadas num quadro
multinacional sob o comando de diferentes OI Desempenham missotildees ldquoditas de paz
embora de uma forma conceptual se enquadrem naquilo que vulgarmente se designam por
Operaccedilotildees de Resposta a Crises (no acircmbito NATO) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz (no acircmbito
ONU) ou ateacute mesmo Operaccedilotildees de Estabilizaccedilatildeo e Apoio (considerando a doutrina do
exeacutercito dos EUA) rdquo (Santos 2007p235)
Ao tentarmos clarificar o conceito de FND deparamo-nos com a inexistecircncia de uma
definiccedilatildeo oficial pelo que optaacutemos por traccedilar a nossa proacutepria definiccedilatildeo e enquadraacute-la no
acircmbito da nossa investigaccedilatildeo
I11 Enquadramento Histoacuterico
ldquoAs mudanccedilas que tiveram lugar no sistema internacional desde 1991 levaram os
estados democraacuteticos ao desempenho de novos papeacuteis nas relaccedilotildees internacionais
designadamente atraveacutes do emprego de contingentes militaresrdquo (Leandro 2002 p317)
Enquadrado neste contexto Portugal tem vindo a participar activamente em MHP
sendo necessaacuterio recuar aos finais da deacutecada de oitenta para encontrar a primeira
presenccedila14 nacional na UNTAG15 onde cooperaram trecircs oficiais do Exeacutercito Portuguecircs na
supervisatildeo do processo eleitoral Esta participaccedilatildeo foi seguida da Operaccedilatildeo das Naccedilotildees
14
Esta eacute a primeira participaccedilatildeo nacional em MHP apoacutes o conflito ultramarino jaacute que a geacutenese da participaccedilatildeo
nacional remonta ao ano de 1958 com a UNOGIL (United Nation Observer Group in Lebanon) 15
UNTAG ndash United Nations Transition Assistance Group
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 8
Unidas em Moccedilambique (UNMOZ)16 entre Abril de 1993 e Dezembro de 1994 na qual o
Exeacutercito Portuguecircs contribuiu com um Batalhatildeo de Transmissotildees e com observadores
militares
A partir desta operaccedilatildeo o Exeacutercito atingiu uma absoluta integraccedilatildeo neste tipo
operaccedilotildees militares edificando um longo historial de participaccedilatildeo materializado com a
presenccedila em cerca de sessenta e quatro MHP dispersas por vinte e trecircs TO17 e dois paiacuteses
adjacentes a TO18 Ao longo da sua colaboraccedilatildeo em MHP ao abrigo das diversas OI o
Exeacutercito Portuguecircs empenhou um efectivo19 total de vinte mil quinhentos e vinte e um
militares (RCMAGabCEME 2009)
I12 Forccedilas Nacionais Destacadas ndash O Conceito
O longo histoacuterico de participaccedilatildeo nacional em missotildees no exterior tem-se concretizado
em diferentes moldes atraveacutes de militares inseridos em unidades constituiacutedas (como por
exemplo o AgrBravo na KFOR20) de observadores militares (como por exemplo os trecircs
oficiais que integraram a UNTAG) ou ainda de elementos em funccedilotildees de estado-maior
(como os militares que integraram o Quartel-General (QG) da AFOR21)
Importa distinguir a participaccedilatildeo de caraacutecter individual (observadores militares e
elementos em funccedilotildees de estado-maior) da participaccedilatildeo de unidades constituiacutedas que
actuam como uma ldquoForccedilardquo22 Assim usaacutemos o termo FND unicamente para nos referirmos
agraves unidades constituiacutedas definindo-o de acordo com aquilo que tem sido a experiecircncia
nacional23 nas uacuteltimas duas deacutecadas uma FND eacute uma unidade militar devidamente
comandada treinada equipada e enquadrada que cumpre uma missatildeo no exterior do
territoacuterio nacional no acircmbito da satisfaccedilatildeo dos compromissos internacionais assumidos por
Portugal a sua constituiccedilatildeo eacute normalmente mission tailored ou seja eacute orientada para a
missatildeo de forma a respeitar as CJSOR
Eacute estabelecido um encargo operacional de pessoal (EOP) e um encargo operacional de
material (EOM) com base numa unidade constituiacuteda do Sistema de Forccedilas Nacional (SFN)
que pode ser ajustada com moacutedulos para satisfazer as CJSOR Um exemplo deste tailoring
16
UNMOZ ndash United Nations Operation in Mozambique 17
Boacutesnia e Herzegovina Timor-Leste Angola Kosovo Moccedilambique Ex-Jugoslaacutevia Congo Guineacute-Bissau
Macedoacutenia Saara Ocidental Albacircnia Afeganistatildeo Liacutebano Croaacutecia Namiacutebia Costa do Marfim Libeacuteria Burundi
Iraque Sudatildeo Chade Etioacutepia Paquistatildeo 18
Aacutefrica do Sul e Austraacutelia 19
Referente ateacute ao mecircs de Abril de 2009 (RCMAGabCEME 2009) 20
KFOR ndash Kosovo Force 21
AFOR ndash Albania Force 22
ldquoForccedilardquo ndash ldquoUm conjunto de militares sistemas de armas equipamento ou a combinaccedilatildeo destesrdquo (JP
2006p210) 23
Ver Anexo A ndash Histoacuterico das FND nas MHP
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 9
eacute o caso das CCmds no Afeganistatildeo que incluiacuteam um TACP24 da Forccedila Aeacuterea Portuguesa
(FAP) apesar de em situaccedilotildees normais este natildeo estar previsto no quadro orgacircnico (QO)
das CCmds
No que diz respeito ao seu modo de emprego as FND possuem algumas
particularidades como o facto de atravessarem trecircs periodos25 distintos o aprontamento a
conduta da operaccedilatildeo e por fim a desactivaccedilatildeofim de missatildeo (Leandro2001)
I2 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Apoacutes a decisatildeo de analisar unicamente a participaccedilatildeo nacional em missotildees no acircmbito
da Alianccedila Atlacircntica torna-se fundamental distinguir as operaccedilotildees previstas no conceito
estrateacutegico da OTAN Estas abrangem um vasto espectro26 podendo ser operaccedilotildees com
base no artigo 5ordm27 (referentes ao Tratado do Atlacircntico Norte28) ou operaccedilotildees de natildeo-artigo
5ordm normalmente designadas por CRO
A participaccedilatildeo das FND em missotildees da OTAN efectuou-se sempre no acircmbito das CRO
razatildeo pela qual abordaacutemos a participaccedilatildeo nacional apenas neste acircmbito Este facto poreacutem
natildeo inviabiliza que as FND natildeo possam vir a ser empregues em missotildees de caraacutecter mais
robusto como por exemplo operaccedilotildees ao abrigo do artigo 5ordm da Alianccedila Atlacircntica
O facto de a participaccedilatildeo nacional ter sido sempre feita em CRO faz com que exista a
necessidade de proceder agrave sua caracterizaccedilatildeo de forma a esclarecer a sua natureza e
tipologia de operaccedilotildees
O actual sistema internacional marcado pela eclosatildeo de focos de tensatildeo e de conflitos
regionais com base em nacionalismos e diferenccedilas eacutetnicas culturais e religiosas
possibilitou o aparecimento de uma ameaccedila multifacetada imprevisiacutevel e transnacional O
advento desta ameaccedila levou os Estados ao desenvolvimento de mecanismos colectivos
para a satisfaccedilatildeo de necessidades de seguranccedila conjuntas evitando o escalar da violecircncia
a niacutevel mundial e promovendo a estabilidade internacional
Neste contexto a Alianccedila Atlacircntica tem-se assumido como catalisadora na prevenccedilatildeo e
resoluccedilatildeo de crises procedendo agrave actualizaccedilatildeo e desenvolvimento da doutrina de emprego
das FA permitindo que estas sejam empregues neste tipo de operaccedilotildees (EME 2005)
24
TACP - Tactical Air Control Party 25
Ver Anexo B - Ciclo de uma FND 26
Ver Anexo C - Espectro das Operaccedilotildees 27
Artigo 5ordm do Tratado do Atlacircntico Norte - ldquo (hellip) As Partes concordam que um ataque armado contra um ou
vaacuterios paiacuteses membros na Europa ou nos EUA seraacute considerado um ataque contra todos e consequentemente
concordam que se tal ataque armado se verificar cada um no exerciacutecio do direito de legiacutetima defesa individual
ou colectiva reconhecido pelo artigo 51 deg da Carta das Naccedilotildees Unidas prestaraacute assistecircncia agrave Parte ou Partes
atacadas (hellip) incluindo o uso da forccedila (hellip)ldquo (NATO 1949) 28
O Tratado Atlacircntico Norte foi assinado em 4 de Abril de 1949 e estabelecido ao abrigo do artigo 51ordm da Carta
das Naccedilotildees Unidas o qual reafirma o direito inerente dos Estados Independentes agrave defesa individual ou
colectiva
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 10
Perante este cenaacuterio as CRO surgem como ldquo (hellip) operaccedilotildees multifuncionais que abrangem
actividades poliacuteticas militares e civis executadas de acordo com a lei internacional
incluindo o direito internacional humanitaacuterio que contribuem para a prevenccedilatildeo e resoluccedilatildeo
de conflitos e a gestatildeo de crises (hellip) rdquo (EME 2005 14-2)
I21 Tipologia das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A tipologia das CRO compreende um vasto leque de operaccedilotildees as quais incluem um
conjunto de diversas tarefas a serem desempenhadas em tempo de paz ou de crise Estas
regem-se por um aglomerado de princiacutepios29 que tecircm como objectivo estabelecer uma
uniformidade de comportamentos entre as entidades intervenientes neste tipo de operaccedilotildees
As CRO organizam-se da seguinte forma (EME 2005)
1) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz (Peace Support Operations - PSO)
(a) Manutenccedilatildeo de Paz (Peace Keeping - PK)
(b) Imposiccedilatildeo de Paz (Peace Enforcement ndash PE)
(c) Prevenccedilatildeo de Conflitos (Conflict Prevention ndash CP)
(d) Restabelecimento de Paz (Peacemaking ndash PM)
(e) Consolidaccedilatildeo da Paz (Peace Building ndash PB)
(f) Operaccedilotildees Humanitaacuterias (Humanitarian Operations - HO)
2) Outras Operaccedilotildees e Tarefas de Resposta a Crises
(a) Apoio agraves Operaccedilotildees Humanitaacuterias
(i) Assistecircncia a Deslocados e Refugiados
(ii) Operaccedilotildees Humanitaacuterias (fora do acircmbito das PSO)
(b) Apoio a Assistecircncia a Desastres
(c) Busca e Salvamento (Search and Rescue - SAR)
(d) Apoio a Operaccedilotildees de Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
(e) Operaccedilotildees de Extracccedilatildeo
(f) Apoio agraves Autoridades Civis
(g) Imposiccedilatildeo de Sanccedilotildees e Embargos
I22 Manutenccedilatildeo de Paz vs Imposiccedilatildeo de Paz
A participaccedilatildeo nacional tem ocorrido maioritariamente em duas situaccedilotildees PK e PE
Deste modo decidimos caracterizar detalhadamente estas duas situaccedilotildees
As operaccedilotildees de PK ldquo (hellip) satildeo geralmente realizadas em conformidade com os
princiacutepios do Capiacutetulo VI da Carta das Naccedilotildees Unidas a fim de acompanhar e facilitar a
implementaccedilatildeo de um acordo de paz Uma perda de consentimento ou a falta de
29
Ver Anexo D - Os Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 11
cumprimento por uma das partes podem limitar a liberdade de acccedilatildeo da forccedila de
manutenccedilatildeo de paz e ateacute ameaccedilar a continuidade da missatildeo Assim a forccedila deve
permanecer imparcial limitar o uso da forccedila agrave auto-defesa e promover o consentimento (hellip)
30rdquo (NATO 2005 2-4)
Relativamente agraves operaccedilotildees de PE ldquo (hellip) satildeo efectuadas sob os princiacutepios do capiacutetulo
VII da Carta das Naccedilotildees Unidas Satildeo de natureza coerciva e realizadas quando o
consentimento entre as partes envolvidas natildeo foi atingido ou seja incerto Estas operaccedilotildees
satildeo executadas para manter ou restabelecer a paz de forma a cumprir as condiccedilotildees
especificadas no mandato Eacute importante salientar que o objectivo das operaccedilotildees de PE natildeo
eacute a derrota ou destruiccedilatildeo de um inimigo mas sim a coacccedilatildeo e persuasatildeo das partes em
conflito (hellip)31rdquo (NATO 2005 2-4)
I3 A Ameaccedila Aeacuterea
No sentido de finalizar este primeiro capiacutetulo dedicado agrave conceptualizaccedilatildeo
procederemos agrave caracterizaccedilatildeo da ameaccedila aeacuterea Abordando unicamente a participaccedilatildeo em
missotildees sob a eacutegide da OTAN eacute necessaacuterio equacionar todos os cenaacuterios possiacuteveis de
participaccedilatildeo das FND quer seja em CRO como tem vindo a suceder ou em operaccedilotildees ao
abrigo do artigo 5ordm da Alianccedila Atlacircntica
A ameaccedila aeacuterea eacute composta por meios tradicionais como os aviotildees e os helicoacutepteros de
ataque No entanto a proliferaccedilatildeo de sistemas natildeo tripulados como miacutesseis (baliacutesticos e de
cruzeiro) e veiacuteculos aeacutereos natildeo tripulados (UAV)32 ampliaram o conjunto de meios que
caracteriza a ameaccedila aeacuterea
Na tipologia33 da ameaccedila aeacuterea os sistemas natildeo tripulados assumem-se como os
meios mais susceptiacuteveis de serem utilizados pelo seu custo manutenccedilatildeo sustentaccedilatildeo e
elevada capacidade de destruiccedilatildeo Estas caracteriacutesticas fazem com que estes sistemas
sejam preferidos aos tradicionais aviotildees e helicoacutepteros de ataque que satildeo mais
dispendiosos em termos de aquisiccedilatildeo manutenccedilatildeo e treino de tripulaccedilotildees (HDA 2000)
Estes meios tripulados poderatildeo ser utilizados pelo opositor em conflitos no acircmbito do artigo
5ordm da Alianccedila Atlacircntica ou em situaccedilotildees em que se enfrenta um adversaacuterio que dispotildee de
um exeacutercito organizado e coerente
No que diz respeito ao caraacutecter assimeacutetrico que marca a actual conflitualidade eacute
necessaacuterio ter em conta uma nova ameaccedila que se tem manifestado nos TO mais recentes
a ameaccedila RAM34 Esta ldquonovardquo ameaccedila eacute caracterizada pela utilizaccedilatildeo de sistemas de baixo
30
Traduccedilatildeo Livre 31
Traduccedilatildeo Livre 32
UAV - Unmanned Aerial Vehicles 33
Ver Anexo E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea 34
RAM - Rockets Artillery amp Mortar
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 12
custo baseados em Foguetes Artilharia e Morteiros A ameaccedila RAM natildeo se enquadra no
conjunto de meios (tripulados e natildeo tripulados) que caracteriza a tradicional ameaccedila aeacuterea
Contundo o facto de utilizar o vector aeacutereo para se materializar leva a que os consideremos
como tal
Ainda no acircmbito da ameaccedila aeacuterea satildeo igualmente passiacuteveis de ser utilizados aviotildees
ultraleves ou aeronaves renegade35 contra instalaccedilotildees de forccedilas multinacionais ou contra
interesses das facccedilotildees envolvidas no conflito com o objectivo de desestabilizarem o
processo de paz ou criar um foco de instabilidade
Considerando o actual ambiente das CRO a ameaccedila aeacuterea pode ser caracterizada pela
utilizaccedilatildeo de sistemas pouco dispendiosos e de faacutecil acesso por parte de actores menores
envolvidos neste processo ldquo (hellip) hoje em dia fala-se na capacidade de grupos terroristas
utilizarem morteiros aviotildees ligeiros drones e UAVrsquos visto que estes natildeo satildeo meios muito
sofisticados e podem-se transformar numa ameaccedila aeacuterea (hellip) ldquo (Benroacutes 2009)36
35
Trata-se de uma plataforma aeacuterea civil que se julga estar a operar de uma tal maneira que levanta suspeitas
de poder ser usada como arma para executar um ataque terrorista Existe um exemplo bem recente apesar de
natildeo se ter verificado em operaccedilotildees o ataque de 11 de Setembro de 2001 (Borges 2008) 36
Ver Apecircndice B - Guiatildeo da Entrevista ao TCor Art Varela Benroacutes
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 13
CAPIacuteTULO II
A PARTICIPACcedilAtildeO DE FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS
EM OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES
Neste capiacutetulo procederemos agrave anaacutelise da participaccedilatildeo do Exeacutercito com FND em
missotildees da OTAN37 O primeiro passo neste estudo seraacute seleccionar quais as operaccedilotildees a
analisar visto que por questotildees de tempo e espaccedilo torna-se impossiacutevel abordar todas as
operaccedilotildees realizadas no acircmbito da Alianccedila Atlacircntica
Optou-se pela escolha de duas operaccedilotildees em particular a participaccedilatildeo na IFOR38 que
ocorreu na Boacutesnia e Herzegovina no ano de 1996 e a participaccedilatildeo na KFOR no TO do
Kosovo iniciada em 1999 e actualmente ainda em curso39
O longo historial das FND revela-nos que nunca foi integrado qualquer tipo de unidades
(Grupo Bateria) ou subunidades (pelotatildeo secccedilatildeo) de AAA Procurou-se com esta anaacutelise
conceptual saber qual o eventual enquadramento que a AAA poderaacute ter neste tipo de
operaccedilotildees
Para aleacutem da caracterizaccedilatildeo dos TO para onde as FND foram projectadas importa
averiguar a eventual empregabilidade de uma subunidade de AAA de organizaccedilatildeo modular
nas UEC ou UEB que actualmente satildeo empregues em CRO De forma a obter resultados
fidedignos neste campo recorreu-se agrave experiecircncia de quem esteve no TO e sentiu as
dificuldades de comandar uma FND em operaccedilotildees deste geacutenero Recorremos assim agrave
experiecircncia partilhada de trecircs comandantes de FND e tentaacutemos transpor para o papel todo
o conhecimento transmitido com o objectivo de esclarecer a problemaacutetica em estudo
II1 A Participaccedilatildeo Nacional na IFOR
O primeiro TO escolhido para estudar a problemaacutetica de investigaccedilatildeo foi o da Boacutesnia e
Herzegovina que contou com a participaccedilatildeo portuguesa na forccedila multinacional IFOR em
Janeiro de 1995 durante a operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo40 Com esta presenccedila na Initial Entry
37
Ver Anexo F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte 38
IFOR - Implementation Force 39
Com o empenhamento do 1ordm Batalhatildeo de Infantaria da BrigInt constituiacutedo por 290 militares (EMGFA 2009) 40
Nome de coacutedigo da operaccedilatildeo IFOR conduzida pela OTAN na Boacutesnia e Herzegovina entre 20 de Dezembro de
1995 e 20 de Dezembro de 1996 (NATO 2001)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 14
Force o Exeacutercito integrou pela primeira vez uma UEB na estrutura de forccedilas da Alianccedila
Atlacircntica
Antes da anaacutelise da participaccedilatildeo nacional na IFOR procedeu-se agrave descriccedilatildeo dos
antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina permitindo compreender a intervenccedilatildeo
da comunidade internacional atraveacutes da OTAN e da IFOR
II11 Antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina
A Ex-Federaccedilatildeo da Jugoslaacutevia foi ateacute 1990 constituiacuteda pelas Repuacuteblicas da Croaacutecia
Seacutervia Esloveacutenia Boacutesnia Macedoacutenia e Monte Negro Em 1991 a Esloveacutenia e a Croaacutecia
efectivaram o seu desejo de abandonar a Federaccedilatildeo da Jugoslaacutevia e a situaccedilatildeo tornou-se
insustentaacutevel quando 94 dos eleitores na Croaacutecia aprovaram em referendo a
independecircncia que foi proclamada em 25 de Junho de 1991 No mesmo dia a Esloveacutenia
declarava a independecircncia o que originou a guerra com a intervenccedilatildeo do Exeacutercito do Povo
Jugoslavo em resposta agraves tomadas de posiccedilatildeo da Esloveacutenia e da Croaacutecia
Em 29 de Fevereiro de 1992 era realizado um referendo na Boacutesnia e Herzegovina
tendo a maioria (muccedilulmanos e croatas) obtido um resultado de 99 a favor da
independecircncia Com este resultado tambeacutem a Boacutesnia e Herzegovina se viria a tornar
independente no dia 3 de Marccedilo de 1992 sendo reconhecida pela Comunidade Europeia
trecircs dias depois
Em Maio de 1992 o Conselho de Seguranccedila das Naccedilotildees Unidas (CSNU) atraveacutes da
UNSCR41 752 exigia o fim dos combates na Boacutesnia e Herzegovina aprovando o envio da
UNPROFOR42 para esta regiatildeo
Acompanhando as restantes repuacuteblicas tambeacutem a Macedoacutenia declarou a sua
independecircncia no dia 8 de Abril de 1993
A UNPROFOR sob os auspiacutecios da ONU natildeo conseguiu controlar a crise existente nos
Balcatildes obrigando a OTAN a intervir por diversas vezes para fazer respeitar a zona de
exclusatildeo do espaccedilo aeacutereo43 imposta sobre a Boacutesnia e Herzegovina ao abrigo da UNSCR
781 Apesar das sanccedilotildees impostas pela ONU a situaccedilatildeo agravou-se e assistiu-se mesmo a
uma escalada da violecircncia o que obrigou a OTAN a elaborar planos de emergecircncia para
apoiar uma eventual retirada das tropas da ONU da Boacutesnia e Herzegovina Assiste-se a um
intenso debate poliacutetico para alcanccedilar uma soluccedilatildeo poreacutem as partes envolvidas tardavam a
chegar a um acordo enquanto que no terreno a OTAN intensificava os raids e os
bombardeamentos aeacutereos em resposta aos ataques aeacutereos seacutervios na zona de exclusatildeo do
espaccedilo aeacutereo estabelecida pela Alianccedila
41
UNSCR - United Nations Security Council Resolution 42
UNPROFOR - United Nations Protection Force 43
ldquoNo-Fly Zonesrdquo
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 15
Finalmente no dia 5 de Outubro de 1995 era assinado um acordo geral de cessar-fogo
proposto pelos Estados Unidos da Ameacuterica (EUA) sendo aceite por todas as partes
beligerantes iniciando-se as negociaccedilotildees de paz
O Acordo de Paz de Dayton44 veio consolidar o acordo geral de cessar-fogo
constituindo-se como o teacutermino de uma guerra que durou cerca de trecircs anos e meio e
provocou centenas de milhares de mortos Ao abrigo deste acordo foram estabelecidas
duas entidades no territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina a Repuacuteblica seacutervia da Boacutesnia e a
Federaccedilatildeo Croata Muccedilulmana Estas duas entidades encontravam-se separadas por uma
linha (IEBL)45 sobre a qual foi criada uma aacuterea de seguranccedila materializada no terreno por
uma faixa de dez quiloacutemetros designada por zona de separaccedilatildeo (ZOS)46 (Saraiva 2008)
A IFOR interveacutem no territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina ao abrigo da UNSCR 1031 com
a missatildeo47 de fiscalizar e impor o cumprimento do Acordo de Paz de Dayton A estrutura de
comando da IFOR48 era composta por trecircs divisotildees lideradas pela Franccedila Reino Unido e
EUA
II12 Case-study o Agrupamento Juacutepiter na Boacutesnia e Herzegovina
A 16 de Dezembro de 1995 eacute aprovado o plano operacional da IFOR pelo Conselho do
Atlacircntico Norte (NAC49) iniciando-se a operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo para garantir o
cumprimento do Acordo de Paz de Dayton
A primeira FND a ser projectada para o TO da Boacutesnia e Herzegovina foi o 2ordm Batalhatildeo
de Infantaria Aerotransportada (2ordm BIAT) pertencente agrave antiga Brigada Aerotransportada
Independente (BAI) ao qual se juntou o Destacamento de Apoio Sanitaacuterio Esta FND
passou a denominar-se Agrupamento Juacutepiter (AgrJuacutepiter) constituindo o nosso primeiro
case-study
No dia 10 de Agosto de 1996 o 2ordm BIAT substitui o 3ordm BIAT incorporando-se no
AgrJuacutepiter e prosseguindo a missatildeo Em Agosto de 1996 o AgrJuacutepiter era constituiacutedo50 por
um Batalhatildeo de Infantaria (3ordm BIAT) a trecircs companhias de atiradores por uma companhia de
apoio de combate por uma companhia de apoio de serviccedilos e por um destacamento de
apoio de serviccedilos ldquomusculadordquo que garantia todo o fluxo logiacutestico agraves tropas nacionais
44
Ver Anexo G - O Acordo de Paz de Dayton 45
IEBL - Inter Entity Boundary Line 46
ZOS - Zone Of Separation 47
Ver Anexo H - Missatildeo da IFOR 48
Ver Anexo I - Estrutura de C2 da IFOR em 1996
49 NAC ndash North Atlantic Council
50 O seu efectivo total era de 911 militares (Saraiva 2008)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 16
Em 1996 o TO da Boacutesnia e Herzegovina era caracterizado como bastante incerto51
principalmente na fase inicial da operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo devido aos focos de
instabilidade que se faziam sentir na regiatildeo O AgrJuacutepiter ocupava o sector de Goradze um
dos mais complicados na regiatildeo que era descrito por ser ldquo (hellip) um sector extremamente
tenso com vaacuterios pontos quentes (hellip) rdquo (Saraiva 2009)52
Relativamente agrave presenccedila de unidades de AAA no TO existiam em toda a estrutura do
escalatildeo superior Segundo Saraiva (2009) tanto a Brigada Italiana (MNBN53) onde a FND
estava inserida como a proacutepria Divisatildeo Francesa (MNDSE54) dispunham de unidades de
AAA no entanto estas ldquo (hellip) nunca foram vistas no sector portuguecircs (hellip) rdquo (Saraiva 2009)
Admitindo a existecircncia da ameaccedila aeacuterea no TO ainda que teacutenue parece-nos que a
inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA faria todo o sentido uma vez que a aacuterea de
responsabilidade (AOR)55 do AgrJuacutepiter era composta por vaacuterios pontos sensiacuteveis Satildeo
exemplos desses pontos uma torre de comunicaccedilotildees um repetidor operado por elementos
do escalatildeo superior (Brigada Italiana) e uma torre explorada por elementos da Divisatildeo
Francesa em acccedilotildees de guerra electroacutenica O comandante do AgrJuacutepiter refere que ldquo (hellip)
todos esses pontos exigiriam com certeza protecccedilatildeo AA porque caso a ameaccedila aeacuterea
fosse maior e se materializasse noacutes teriacuteamos que ter esses meios correndo o risco de
ficarmos completamente isolados no TO (hellip) ldquo (Saraiva 2009)
Verifica-se assim que a FNDIFOR poderia eventualmente incluir uma subunidade de
AAA de organizaccedilatildeo modular dimensionada agrave FND Ao existir este moacutedulo e estando
devidamente integrado na estrutura de C2 do escalatildeo superior este ldquo (hellip) acrescentaria
muitas capacidades agrave forccedila ldquo (Saraiva 2009)
II2 A Participaccedilatildeo Nacional na KFOR
A segunda operaccedilatildeo da OTAN que nos propusemos a investigar refere-se ao TO do
Kosovo o qual levou agrave intervenccedilatildeo da Alianccedila Atlacircntica atraveacutes da KFOR Tambeacutem nesta
missatildeo a participaccedilatildeo nacional concretizou-se desde o primeiro momento com a integraccedilatildeo
de uma FND na Initial Entry Force em 1999 o Agrupamento Bravo (AgrBravo) da antiga
BAI
51
ldquoEstamos perfeitamente conscientes de que os acordos de paz satildeo fraacutegeis e imperfeitos e de que a IFOR eacute
uma operaccedilatildeo natildeo isenta de riscos (hellip) ldquo Excerto retirado do discurso do Ministro da Defesa Nacional Dr
Antoacutenio Vitorino no IV Seminaacuterio para Altos funcionaacuterios e Chefes de Missatildeo do Ministeacuterio dos Negoacutecios
Estrangeiros em 4 de Janeiro de 1996 52
Ver Apecircndice C - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel de Infantaria Ref Pires Saraiva Comandante da FNDIFOR
(AgrJupiteacuter) no ano de 1996 53
MNBN - Multinational Brigade North 54
MNDSE - Multinational Division Southeast 55
AOR - Area Of Responsability
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 17
Desde a participaccedilatildeo inicial do AgrBravo ateacute agrave actual presenccedila do 1ordm Batalhatildeo de
Infantaria da BrigInt Portugal tem-se constituiacutedo como presenccedila habitual na KFOR Durante
a uacuteltima deacutecada o Exeacutercito Portuguecircs participou sucessivamente com FND na KFOR
excepccedilatildeo feita agrave interrupccedilatildeo ocorrida entre os anos de 2001 e 2004 devido agrave necessidade
de tropas para a participaccedilatildeo no TO de Timor-Leste
Agrave semelhanccedila do conflito da Boacutesnia e Herzegovina antes da anaacutelise dos case-study
efectuou-se um breve enquadramento dos antecedentes que levaram agrave sua intervenccedilatildeo da
OTAN no territoacuterio do Kosovo
II21 Antecedentes do Conflito do Kosovo
A proviacutencia do Kosovo fica situada no Sul do territoacuterio da Repuacuteblica da Seacutervia
possuindo uma populaccedilatildeo mista com maioria de etnia albanesa Ateacute 1989 a proviacutencia
beneficiou de um elevado grau de autonomia dentro do territoacuterio da antiga Ex-Jugoslaacutevia No
entanto quando Slobodan Milosevic56 subiu ao poder a proviacutencia perdeu a sua autonomia
ficando sob o controlo directo de Belgrado o que levou os albaneses residentes no Kosovo
a oporem-se radicalmente a esta decisatildeo
Durante o ano de 1998 os confrontos entre as forccedilas da Seacutervia e os kosovares
albaneses resultaram em mais de mil e quinhentos mortos e quatrocentos mil refugiados A
comunidade internacional manifestou preocupaccedilatildeo relativamente agrave cataacutestrofe humanitaacuteria e
agrave permanente escalada do conflito com a possibilidade de este se estender a paiacuteses
vizinhos
A UNSCR 1199 exteriorizava uma profunda preocupaccedilatildeo com o excessivo uso de forccedila
por parte das forccedilas da Seacutervia apelando tambeacutem ao cessar-fogo por ambas as partes do
conflito e estabelecendo um limite maacuteximo de forccedilas seacutervias no Kosovo Ficou tambeacutem
acordado que a Organizaccedilatildeo para a Seguranccedila e Cooperaccedilatildeo na Europa (OSCE)
estabelecesse uma unidade de observaccedilatildeo a Missatildeo de Verificaccedilatildeo no Kosovo (KVM)57
para observar o cumprimento das directivas do CSNU
Apesar de todos os esforccedilos a situaccedilatildeo no Kosovo agravou-se novamente apoacutes uma
seacuterie de actos de provocaccedilatildeo de ambas as partes As forccedilas militares e policiais seacutervias
intensificaram o uso da forccedila nas suas operaccedilotildees contra os kosovares albaneses
movimentando tropas e meios militares para a regiatildeo num claro desrespeito agrave UNSCR 1199
Este facto fez com que a KVM se retirasse da regiatildeo pois para aleacutem de natildeo poder cumprir a
sua missatildeo de observaccedilatildeo tambeacutem enfrentava oposiccedilatildeo das forccedilas seacutervias
56
Slobodan Milosevic foi presidente da Repuacuteblica da Seacutervia entre 1989 e 1997 e presidente da Jugoslaacutevia entre
1997 e 2000 Em 2001 foi acusado pelo Tribunal Penal Internacional de Haia por crimes de guerra contra a
humanidade e genociacutedio cometidos durante a guerra civil da Jugoslaacutevia 57
KVM ndash Kosovo Verification Mission
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 18
O presidente Milosevic recusou-se a cumprir a UNSCR 1199 e no dia 23 de Marccedilo de
1999 a Alianccedila iniciou os ataques aeacutereos com a operaccedilatildeo ldquoAllied Forcerdquo Esta campanha
aeacuterea duradoura de setenta e sete dias terminou no dia 10 de Junho de 1999 quando o
Secretaacuterio-Geral da OTAN Javier Solana anunciou suspender temporariamente as
operaccedilotildees aeacutereas da OTAN contra a Jugoslaacutevia Esta decisatildeo foi tomada pelo NAC depois
de atingido um consenso e de o Comandante Supremo Aliado da Europa (SACEUR) ter
confirmado que as forccedilas jugoslavas tinham iniciado a sua retirada do Kosovo Esta retirada
encontrava-se em conformidade com o Acordo Teacutecnico Militar (MTA58)
No dia 10 de Junho foi aprovada a UNSCR 1244 que congratulava a aceitaccedilatildeo dos
princiacutepios sobre a soluccedilatildeo poliacutetica para a crise no Kosovo por parte da Repuacuteblica Federal da
Jugoslaacutevia A UNSCR 1244 incluiacutea um fim imediato da violecircncia e uma raacutepida retirada das
suas forccedilas militares policiais e paramilitares do Kosovo Com a adopccedilatildeo desta resoluccedilatildeo o
NAC iniciou os preparativos para o envio raacutepido de uma forccedila de seguranccedila mandatada pelo
CSNU (NATO 2001)
A KFOR59 entrou no Kosovo no dia 12 de Junho de 1999 executando a Operaccedilatildeo ldquoJoint
Guardianrdquo60 com uma forccedila de caraacutecter multinacional inicialmente constituiacuteda por cerca de
vinte mil militares divididos entre seis brigadas (MNB61) lideradas respectivamente pela
Alemanha EUA Franccedila Itaacutelia e duas pelo Reino Unido Estas seis brigadas foram
implantadas territorialmente62 dando origem a cinco sectores sob o comando unificado do
Comandante da KFOR (COMKFOR63) (NATO 1999)
II22 Case-study o Agrupamento Bravo no Kosovo
O segundo case-study eacute o AgrBravo que integrou a KFOR durante Operaccedilatildeo ldquoJoint
Guardianrdquo ocupando o sector de Klina entre Agosto de 1999 e Fevereiro de 2000 Era
constituiacutedo64 por trecircs esquadrotildees dois esquadrotildees de reconhecimento (um equipado com
viaturas de rodas e o outro com viaturas de lagartas) e um esquadratildeo de apoio de serviccedilos
Chegados ao terreno os militares portugueses foram confrontados com um cenaacuterio
devastador ldquo (hellip) encontrava-se tudo destruiacutedo os edifiacutecios as casas as igrejas etc () rdquo
(Calccedilada 2009)65 Este era o aspecto tiacutepico de uma regiatildeo que foi palco dos sucessivos
58
MTA ndash Military Technical Agreement 59
Ver Anexo J - Missatildeo da KFOR 60
Nome de coacutedigo da operaccedilatildeo KFOR conduzida pela OTAN na proviacutencia seacutervia do Kosovo a partir de 10 de
Junho de 1999 (NATO 2009) 61
MNB ndash Multinational Brigade
62
Ver Anexo K ndash Estrutura de C2 da KFOR
63 COMKFOR ndash Commander KFOR
64 O seu efectivo era de 295 militares 30 oficiais 74 sargentos e 191 praccedilas (Pires 2007)
65 Ver Apecircndice D - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Cavalaria Tirocinado Antunes Calccedilada Comandante da
FNDKFOR (AgrBravo) no ano de 1999
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 19
confrontos entre os militantes do UCK66 e as forccedilas militares seacutervias e posteriormente da
campanha aeacuterea da Alianccedila Atlacircntica O Comandante do AgrBravo refere que ldquo (hellip)
aquando da nossa chegada encontraacutemos um teatro de operaccedilotildees totalmente incerto e
totalmente instaacutevel (hellip) rdquo (Calccedilada 2009)
Inicialmente as operaccedilotildees do AgrBravo eram de imposiccedilatildeo de paz uma vez que os
militantes do UCK autoproclamados como o Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo se
recusavam a depor as armas Confrontados com esta situaccedilatildeo os militares do AgrBravo
adoptaram uma postura riacutegida afirmando a sua posiccedilatildeo e executando vaacuterias operaccedilotildees de
Busca e Cerco com o objectivo de desarmar e desmilitarizar o UCK Superada esta fase
inicial as operaccedilotildees passaram a ser desenroladas com normalidade no acircmbito da
manutenccedilatildeo de paz realizando tarefas de patrulhamento e de seguranccedila a locais religiosos
bem como acccedilotildees CIMIC67 e operaccedilotildees psicoloacutegicas (PSYOPS)68
No que diz respeito agrave Brigada Multinacional Oeste de comando Italiano (MNBW69) na
qual o AgrBravo estava integrado tambeacutem natildeo dispunha de qualquer unidade de AAA uma
vez que a ameaccedila aeacuterea era considerada remota Todavia existia um plano de
contingecircncias que poderia ser activado ldquo (hellip) caso os seacutervios natildeo aprovassem o rumo que o
Kosovo estava levar e resolvessem intervir utilizando algumas aeronaves que tivessem
disponiacuteveis (hellip) rdquo (Calccedilada 2009) Caso existisse necessidade de activar esse plano de
contingecircncias a Brigada Italiana tinha em Itaacutelia uma Bateria de Artilharia Antiaeacuterea (BAAA)
preparada para ser projectada para o TO
Achamos que caso o plano de contingecircncias fosse activado as unidades italianas
usufruiriam de prioridade no que diz respeito agrave protecccedilatildeo AA dada a escassez de meios Agrave
semelhanccedila das forccedilas italianas deveriacuteamos dispor de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA pronto
a ser projectado para o TO que garantisse a protecccedilatildeo AA da AOR do AgrBravo Desta
forma salvaguardariacuteamos quaisquer lacunas na protecccedilatildeo AA (garantida pelo escalatildeo
superior)
Segundo Benroacutes (2002) existiam outras naccedilotildees na KFOR que dispunham de unidades
de AAA como os EUA que lideravam a Brigada Multinacional Este (MNBE70) Dispunham de
um BAAA equipada com o miacutessil portaacutetil Stinger a qual esteve no TO durante toda a fase
inicial da missatildeo da KFOR sendo depois substituiacuteda por uma unidade de radares de AAA
(equipada com o sistema radar Sentinel) que tinha como missatildeo a vigilacircncia do espaccedilo
aeacutereo
66
UCK - Ushtria Clivoimtare Kosoves (em albanecircs) significa Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo 67
CIMIC - Civil-Military Cooperation 68
PSYOPS - Physiological Operations 69
MNBW - Multinational Brigade West 70
MNBE - Multinational Brigade East
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 20
Tambeacutem a Alemanha paiacutes que liderava a Brigada Multinacional Sul (MNBS71) possuiacutea
unidades de AAA nesta fase inicial da missatildeo As tropas alematildes tinham ao dispor uma
BAAA equipada com o miacutessil portaacutetil Stinger Agrave semelhanccedila das tropas norte-americanas
esta BAAA foi substituiacuteda com o desenrolar da missatildeo internacional no Kosovo por uma
unidade de Poliacutecia Militar
O facto de em 1999 existirem unidades de AAA no TO do Kosovo prova que apesar de
a ameaccedila aeacuterea ser bastante remota ela existia e poderia materializar-se jaacute que se tratava
da fase inicial da operaccedilatildeo normalmente caracterizada pela incerteza e pelo
desconhecimento das capacidades dos beligerantes
Quanto agrave inclusatildeo de uma subunidade de AAA de organizaccedilatildeo modular no AgrBravo
notamos que o facto de a estrutura do escalatildeo superior (MNBW) natildeo dispor de qualquer tipo
de unidades de AAA impediria a inserccedilatildeo deste moacutedulo na FND Isso soacute aconteceria se o
plano de contingecircncias fosse activado e a Brigada Italiana projectasse a BAAA que se
encontrava em stand by
O facto de existirem outras forccedilas presentes no restante TO com meios de AAA
permitiria que o moacutedulo nacional se integrasse na estrutura de defesa aeacuterea do TO e
contribuiacutesse para a protecccedilatildeo AA do TO
II23 Case-study o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista no Kosovo
O terceiro case-study que nos propusemos a analisar foi o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-
quedista (BIPara) que esteve destacado no TO do Kosovo entre Setembro de 2005 e Marccedilo
de 2006 cumprindo a missatildeo de reserva taacutectica (TACRES)72 do COMKFOR
O BIPara encontrava-se aquartelado nas proximidades do QG da KFOR na regiatildeo de
Pristina no Camp Slim Lines que partilhava com uma forccedila de reconhecimento britacircnica e
com um pelotatildeo de Poliacutecia Militar esloveno O BIPara73 era constituiacutedo por trecircs companhias
duas companhias de atiradores (equipadas com viaturas de rodas) e uma companhia de
apoio de serviccedilos
Em 2005 o TO do Kosovo estava calmo e natildeo existiam focos de instabilidade situaccedilatildeo
bastante diferente daquela que o AgrBravo encontrou agrave sua chegada Apesar de
ocasionalmente surgirem algumas situaccedilotildees que despertavam maior preocupaccedilatildeo o
ambiente era estaacutevel tendo sido o UCK totalmente desmilitarizado
Se na fase inicial da presenccedila da KFOR a probabilidade de a ameaccedila aeacuterea se
concretizar era reduzida nesta fase da operaccedilatildeo ldquoJoint Guardianrdquo natildeo existia qualquer tipo
de ameaccedila aeacuterea prevalecendo um profundo conhecimento das partes beligerantes e das
71
MNBS - Multinational Brigade South 72
TACRES - Tactical Reserve Esta reserva taacutectica tinha como finalidade a demonstraccedilatildeo de forccedila por parte do
COMKFOR (Sobreira 2009) 73 O seu efectivo era de 299 militares 30 oficiais 57 sargentos e 212 praccedilas (Calmeiro e Magro 2005)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 21
suas capacidades O Kosovo era nesta fase um TO ldquomadurordquo (hellip) o centro de operaccedilotildees
conjunto lanccedilava drones que permitiam assistir in loco agraves operaccedilotildees e intervinha
directamente no canal de comando se assim fosse necessaacuterio esta situaccedilatildeo soacute se
conseguia porque existia superioridade aeacuterea () ldquo (Sobreira 2009)74
Nesta etapa avanccedilada da presenccedila internacional no Kosovo natildeo existem registos do
emprego de unidades de AAA por qualquer naccedilatildeo interveniente na KFOR visto que a
ameaccedila aeacuterea eacute totalmente inexistente Neste contexto o Exeacutercito natildeo eacute excepccedilatildeo e
quando interrogado acerca das capacidades que um moacutedulo de AAA poderia acrescentar agrave
FNDKFOR o Cmdt do BIPara responde ldquo No cenaacuterio em que estaacutevamos enquadrados natildeo
se justificaria as carecircncias sentidas eram em termos de pessoal disponiacutevel para as
patrulhas e reconhecimento O proacuteprio moacutedulo de morteiros pesados do Batalhatildeo era uma
forma dissimulada de ter mais um pelotatildeo disponiacutevel e este era utilizado para garantir o
serviccedilo de guarniccedilatildeo ao aquartelamento (hellip) ldquo (Sobreira 2009)
II3 Reflexotildees sobre o emprego de AAA em CRO
Para existir participaccedilatildeo de unidades de AAA integradas em forccedilas multinacionais da
Alianccedila Atlacircntica (como eacute o caso da IFOR e da KFOR) eacute necessaacuterio que essa valecircncia se
encontre inventariada no documento CJSOR Este documento eacute elaborado pelos oacutergatildeos da
OTAN identificando as unidades necessaacuterias e as capacidades miacutenimas que essas
unidades devem conter para integrar as diversas forccedilas multinacionais
Depois de consultarmos75 os CJSOR das uacuteltimas participaccedilotildees nacionais em CRO
(referimo-nos ao uacuteltimo CJSOR elaborado para a KFOR e ao CJSOR da ISAF76 ambos
datados do ano de 2005) verificaacutemos que estes natildeo mencionavam qualquer necessidade
de emprego de unidades de AAA Esta situaccedilatildeo pode ser considerada normal tendo em
conta que no TO do Kosovo em 2005 natildeo existia ameaccedila aeacuterea como se verificou
anteriormente Quanto ao TO do Afeganistatildeo o facto de natildeo haver cabimento orgacircnico no
CJSOR para as unidades de AAA revela que natildeo foi identificada nenhuma ameaccedila aeacuterea
pela OTAN aquando da elaboraccedilatildeo do respectivo CJSOR
A situaccedilatildeo na Boacutesnia e Herzegovina em 1996 e no Kosovo em 1999 nas quais existiam
unidades de AAA no terreno eacute um claro indicador de que os CJSOR dessas operaccedilotildees
previam o emprego deste tipo de unidades e que a ameaccedila aeacuterea se poderia materializar
nesses TO
74
Ver Apecircndice E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel de Infantaria Sobreira Comandante da FNDKFOR
(BIPara) no ano de 2005 75
Estas consultas foram feitas na Divisatildeo de Operaccedilotildees do Estado-Maior General das Forccedilas Armadas
(DIOPEMGFA) 76
ISAF - International Security Assistance Force
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 22
No que diz respeito agrave participaccedilatildeo nacional em CRO verifica-se que tem ocorrido de
acordo com os niacuteveis de ambiccedilatildeo expliacutecitos no Conceito Estrateacutegico Militar (CEM)
empenhando normalmente UEB ou UEC No entanto eacute oportuno relembrar que o CEM
prevecirc igualmente em alternativa agraves trecircs UEB a projecccedilatildeo de uma Brigada actuando em todo
o espectro de operaccedilotildees De acordo com os conceitos doutrinaacuterios a unidade miacutenima de
apoio eacute a Brigada a qual eacute apoiada com uma BAAA (EME 1997)
Em CRO as naccedilotildees que disponibilizam o comando de Brigada satildeo igualmente
responsaacuteveis por garantir as valecircncias da Forccedila ditas ldquomais criacuteticasrdquo (veja-se o exemplo da
Alemanha e dos EUA na KFOR) Desta forma verifica-se o emprego doutrinaacuterio de uma
BAAA em apoio a uma Brigada
O facto de Portugal ter vindo a participar com unidades ateacute UEB inviabiliza a projecccedilatildeo
de uma unidade doutrinaacuteria de AAA (a BAAA) No entanto esta situaccedilatildeo natildeo deve constituir
obstaacuteculo agrave participaccedilatildeo nacional de unidades de AAA neste tipo de operaccedilotildees a qual pode
ser realizada adequando as unidades de AAA ao actual niacutevel de ambiccedilatildeo nacional (UEB)
Pode ser assim empenhada uma subunidade de organizaccedilatildeo modular como por exemplo
um pelotatildeo de AAA
O exemplo da IFOR eacute esclarecedor O facto de todo o escalatildeo superior possuir
unidades de AAA faz com que a organizaccedilatildeo modular de AAA se justifique pois apesar da
FNDIFOR estar dentro da AOR da MNBN a protecccedilatildeo da forccedila eacute da responsabilidade
nacional Aleacutem disso em situaccedilotildees de abertura de TO onde natildeo existem certezas da
capacidade das partes beligerantes entendemos que natildeo deve existir lugar para
facilitismos77
Face agrave anaacutelise realizada verifica-se que o actual tailoring utilizado na concepccedilatildeo das
FND para actuarem em MHP (neste caso em CRO) pode incluir um moacutedulo de protecccedilatildeo
AA O facto de em termos conceptuais existir uma janela de oportunidade para as unidades
de AAA participarem neste tipo de missotildees (atraveacutes da inclusatildeo do respectivo moacutedulo)
conduz-nos a outra questatildeo relacionada com o tipo de operaccedilotildees e de TO em que este
moacutedulo pode ser empregue Neste domiacutenio constata-se igualmente que a participaccedilatildeo de
unidades de AAA em CRO pode e deve ser feita dando ecircnfase agrave fase inicial das operaccedilotildees
militares Durante esta fase a actuaccedilatildeo da Initial Entry Force ganha preponderacircncia
devendo ser ldquo (hellip) uma forccedila manifestamente robusta face agraves necessidades que estatildeo
inventariadas mostrando assim capacidades persuasivas e dissuasivas (hellip) rdquo (Ribeiro
2009)78 Eacute nesta situaccedilatildeo que as forccedilas de iacutendoles mais teacutecnicas como o caso da AAA satildeo
77
Eacute oportuno recordar a maacutexima terrorista citada por Osama Bin Laden depois dos ataques de 11 de Setembro
de 2001 ldquoYou have to be lucky all of the time we only have to be lucky oncerdquo 78
Ver Apecircndice F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro Chefe da DIOPEMGFA
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 23
requisitadas a intervir (veja-se o exemplo de forccedilas aliadas79 em cenaacuterios de ldquoaberturardquo de
TO) realizando tarefas no contexto da sua missatildeo primaacuteria como a protecccedilatildeo AA a baixas
altitudes (SHORAD80) da forccedila e dos pontos sensiacuteveis existentes na sua AOR
Uma vez ultrapassada a fase inicial das operaccedilotildees a situaccedilatildeo eacute estabilizada
aumentando o conhecimento do TO e das partes beligerantes Eacute adoptada uma postura
adequada agrave situaccedilatildeo como por exemplo a transiccedilatildeo da IFOR para a SFOR81 na Boacutesnia e
Herzegovina em Janeiro de 1997 Nesta fase a Initial Entry Force eacute substituiacuteda e as Follow-
on Forces satildeo moldadas agrave missatildeo sendo dotadas com as valecircncias especiacuteficas para o
cumprimento da mesma
De acordo com aquilo que tem sido a praacutetica multinacional neste tipo de operaccedilotildees as
forccedilas de manobra (leia-se unidades de infantaria e de reconhecimento) mantecircm-se no TO e
assumem um papel proeminente efectuando tarefas de patrulhamento reconhecimento
check-points PSYOPS escoltas acccedilotildees CIMIC e CRC82 Quanto agraves unidades de AAA
tendo em conta a inexistecircncia de qualquer tipo de ameaccedila aeacuterea estas natildeo satildeo necessaacuterias
no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Consideramos que para as proacuteximas participaccedilotildees de FND em Initial Entry Force
deveraacute ser equacionada a inclusatildeo de uma subunidade de AAA contribuindo assim para a
protecccedilatildeo da forccedila Esta eacute definitivamente uma preocupaccedilatildeo constante do Comandante
durante qualquer operaccedilatildeo seja em operaccedilotildees de guerra ou em CRO Tambeacutem a presenccedila
dos media a influecircncia da opiniatildeo puacuteblica e a manifestaccedilatildeo de novos actores e elementos
(o caraacutecter assimeacutetrico dos conflitos o terrorismo e a proliferaccedilatildeo nuclear) se constituem
como factores de acreacutescimo agrave importacircncia da protecccedilatildeo da forccedila
79
Ver Anexo L - A AAA Francesa na UNIFIL 80
SHORAD - Short Range Air Defense 81
SFOR - Stabilization Force 82
CRC - Crowd amp Riot Control
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 24
CAPIacuteTULO III
A INTEGRACcedilAtildeO DA AAA NA
NATO RESPONSE FORCE E NOS BATTLEGROUPS
Ao investigarmos acerca da problemaacutetica relacionada com o emprego de unidades de
AAA em FND natildeo podemos de forma alguma deixar de considerar a participaccedilatildeo assiacutedua
do Exeacutercito na NRF e nos BG Estas forccedilas assumem-se cada vez mais como um
catalisador de mudanccedila no que respeita agrave intervenccedilatildeo em conflitos possuindo uma
capacidade de projecccedilatildeo para missotildees em TO exteriores agrave Europa o que constitui um
desafio para o Exeacutercito
Embora a disponibilizaccedilatildeo de unidades do SFN do Exeacutercito para integrarem a NRF e os
BG natildeo seja exactamente igual agravequela que integra as FND em MHP pode facilmente ser
estabelecido um paralelismo entre estas participaccedilotildees o qual eacute reconhecido pela proacutepria
legislaccedilatildeo83 que enquadra ambas as tipologias de missatildeo O facto de estas unidades serem
submetidas a um periacuteodo intenso de treino operacional que eacute precedido de um exerciacutecio de
certificaccedilatildeo internacional e do consequente periacuteodo de stand by (sendo consideradas
Earmarked84 durante este periacuteodo) reforccedila esse paralelismo
Ao considerarmos o conceito de FND anteriormente definido verifica-se que as
unidades que integram a NRF e os BG natildeo correspondem ao termo FND no seu sentido
restrito No entanto podem ser enquadradas no seu sentido lato
Neste capiacutetulo a pesquisa seraacute direccionada de forma a averiguar quais os meios
orgacircnicos de protecccedilatildeo AA deste tipo de forccedilas Pretende-se assim clarificar os requisitos
de emprego determinados pelas respectivas OI para que possam ser integradas unidades
de AAA nacionais na sua constituiccedilatildeo
83
De acordo com a Directiva nordm23CEME08 84
Forccedilas que as naccedilotildees concordam colocar sob comando ou controlo operacional em data futura de um
Comando OTAN (Baptista 2008)
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 25
III1 Os Conceitos de NATO Response Force e de Battlegroups
Sem pretender efectuar uma reflexatildeo exaustiva acerca dos conceitos de NRF e de BG
naturalmente fora do acircmbito deste TIA importa esclarecer qual a missatildeo organizaccedilatildeo e
constituiccedilatildeo destas estruturas militares O objectivo desta breve abordagem aos dois
conceitos eacute alcanccedilar uma base soacutelida para a nossa investigaccedilatildeo
III11 A NATO Response Force - NRF
A Alianccedila Atlacircntica criou uma forccedila conjunta e combinada caracterizada pela sua
elevada prontidatildeo ndash a NATO Response Force85 Com um efectivo de vinte e cinco mil
militares a NRF eacute capaz de ser destacada apoacutes uma decisatildeo poliacutetica sendo auto-
sustentaacutevel por um periacuteodo de trinta dias As vaacuterias componentes da NRF encontram-se em
stand by nos seus paiacuteses de origem estando preparadas para serem destacadas para a
Aacuterea de Operaccedilotildees (AO) se for necessaacuterio
A NRF atingiu a sua capacidade operacional plena em Outubro de 2006 e actualmente
abrange um largo espectro de missotildees que satildeo efectuadas num estudo caso a caso pelo
NAC Como uacutenica Forccedila presente no TO pode efectuar (NATO 2007)
1 Operaccedilotildees de Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
2 Apoio agrave gestatildeo de consequecircncias86
3 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
4 Apoio de Operaccedilotildees de Contra-Terrorismo
5 Operaccedilotildees de Embargo
6 Actuar como Initial Entry Force facilitando a chegada das Follow-on Forces numa
AO conjunta com ou sem o apoio da naccedilatildeo hospedeira
A constituiccedilatildeo da NRF baseia-se no cataacutelogo de forccedilas CJSOR Poreacutem devido ao facto
de se verificarem constantemente lacunas (denominadas ldquoshortfallsrdquo) no seu preenchimento
(nomeadamente nas valecircncias mais criacuteticas como os helicoacutepteros) eacute provaacutevel que se
evolua da conferecircncia de geraccedilatildeo de forccedilas para a geraccedilatildeo de forccedilas baseada numa
Framework Nation (FwN) Este conceito prevecirc que uma determinada naccedilatildeo se constitua
como ldquoespinha dorsalrdquo da NRF disponibilizando as valecircncias mais criacuteticas e impedindo que
existam lacunas na geraccedilatildeo de forccedilas Desta forma a NRF eacute organizada em moacutedulos
vinculados a um determinado niacutevel de participaccedilatildeo das naccedilotildees intervenientes (Baptista
2007)
Niacutevel A ndash A FwN garante a totalidade do moacutedulo (UEB UEC) soacute poderaacute existir outra
naccedilatildeo no caso de afiliaccedilotildees permanentes como por exemplo o caso da Brigada
Franco-Alematilde
85
Ver Anexo L - Estrutura da NRF 86
Em caso de incidentes NRBQ (Nuclear Radioloacutegico Bioloacutegico e Quiacutemico) ou em situaccedilotildees de crise
humanitaacuteria (NATO 2007)
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 26
Niacutevel B ndash A FwN garante 50 do moacutedulo a participaccedilatildeo de outras naccedilotildees (entre duas
e quatro) nesse moacutedulo eacute possiacutevel
Niacutevel C ndash A FwN eacute responsaacutevel por um 25 do moacutedulo
Niacutevel D ndash O moacutedulo pode ser provido por outra naccedilatildeo que o disponibilize
III12 Os Battlegroups
O conceito de Battlegroup surge no acircmbito da EU referindo-se a uma Forccedila Tarefa de
resposta raacutepida constituiacuteda por um efectivo de mil quinhentos militares Neste contexto o
BG assume-se como ldquo um pacote de forccedilas minimamente eficaz crediacutevel projectaacutevel e
coerente capaz de garantir o cumprimento de operaccedilotildees de forma isolada ou fases iniciais
de operaccedilotildees de maior envergadura (hellip)87 rdquo (EU 2006p1)
A constituiccedilatildeo88 do BG baseia-se num documento denominado BG Concept que prevecirc
uma UEB de manobra reforccedilada com meios dimensionados de Apoio de Combate e de
Apoio de Serviccedilos Esta constituiccedilatildeo assenta no princiacutepio da multinacionalidade atraveacutes da
constituiccedilatildeo de um FwN ou de uma coligaccedilatildeo de Estados-Membros Cada Battlegroup
deveraacute ter associado um Comando de Forccedila e capacidades operacionais e estrateacutegicas preacute-
identificadas como por exemplo o transporte estrateacutegico (EU 2006)
Os niacuteveis de ambiccedilatildeo estabelecidos no ldquoHeadline Goals 2010rdquo prevecircem a capacidade
da UE empreender dois BG em simultacircneo em aacutereas geograacuteficas distintas no ano de 2010
Quanto agraves missotildees atribuiacutedas a um BG este deve estar apto a desenvolver as seguintes
tarefas (Lindstrom 2007)
1 Separaccedilatildeo das partes em Conflito
2 Prevenccedilatildeo de Conflitos
3 Estabilizaccedilatildeo Reconstruccedilatildeo e Consultoria Militar a Paiacuteses terceiros
4 Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
5 Assistecircncia a Operaccedilotildees Humanitaacuterias
No que diz respeito agrave geraccedilatildeo da forccedila a iniciativa parte dos paiacuteses-membros que
propotildeem agrave UE a criaccedilatildeo de um BG Desta forma a naccedilatildeo que se assume como FwN tem o
oacutenus de edificaccedilatildeo ou seja deve disponibilizar todas as unidades que natildeo consegue
angariar junto das restantes naccedilotildees que compotildeem o BG
Assiste-se nesta fase a um constante processo de negociaccedilotildees com uma forte
componente poliacutetica pois as naccedilotildees tendem a disponibilizar unidades que lhes
proporcionem visibilidade (ldquoShow the Flagrdquo) como eacute o caso das unidades de Operaccedilotildees
Especiais Uma vez terminadas as negociaccedilotildees a FwN apresenta agrave UE uma organizaccedilatildeo
especiacutefica do BG com a indicaccedilatildeo dos paiacuteses membros que para ele contribuem de
87
Traduccedilatildeo Livre 88
Ver Anexo M - Estrutura de um Battlegroup
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 27
maneira a atingir o princiacutepio da multinacionalidade O modelo apresentado deve exibir as
capacidades do BG e o periacuteodo de tempo que essa forccedila estaacute disponiacutevel para ser
empregue em operaccedilotildees (normalmente seis meses)
III2 Requisitos para integraccedilatildeo da AAA na NRF
O Exeacutercito tem vindo a participar continuamente na NRF desde o primeiro semestre de
2004 com a integraccedilatildeo de uma forccedila de Operaccedilotildees Especiais Poreacutem ao analisarmos o
histoacuterico89 da participaccedilatildeo nacional na componente terrestre da NRF notamos a inexistecircncia
de qualquer unidade de AAA nesta estrutura de forccedilas e a predominacircncia de unidades de
manobra e de operaccedilotildees especiais Ao analisar este histoacuterico eacute igualmente assinalaacutevel o
esforccedilo do Exeacutercito em integrar unidades de cariz mais teacutecnico como a Bateria de AC 105
mm prevista para integrar a NRF 14 Contudo consideramos que ainda natildeo eacute o suficiente e
que deveraacute existir um maior investimento noutro tipo de valecircncias ditas mais teacutecnicas
No que diz respeito agrave participaccedilatildeo na NRF existe uma clara definiccedilatildeo dos requisitos
que qualquer unidade deveraacute estar apta a cumprir os quais vecircm expressos no CJSOR A
OTAN tem vindo a definir diferentes CJSOR para cada uma das NRF numa tentativa de ser
mais especiacutefica quanto aos requisitos miacutenimos necessaacuterios Deste modo as naccedilotildees
deveratildeo cumprir os requisitos miacutenimos para integrarem unidades na NRF
Tendo como base desta anaacutelise o CJSOR90 verifica-se que relativamente ao moacutedulo
de Defesa Aeacuterea (dependendo da NRF) a participaccedilatildeo das naccedilotildees poderaacute ser feita em trecircs
escalotildees distintos escalatildeo BAAA escalatildeo Grupo de Artilharia Antiaeacuterea (GAAA) ou escalatildeo
Brigada AAA Framework Considerando a dimensatildeo do Exeacutercito Portuguecircs o nuacutemero de
unidades de AAA existentes e os niacuteveis de ambiccedilatildeo nacionais estabelecidos superiormente
julgamos que a participaccedilatildeo mais adequada seraacute o escalatildeo BAAA Para este escalatildeo o
CJSOR refere que o niacutevel de multinacionalidade do moacutedulo deveraacute ser do niacutevel A o que
significa que a naccedilatildeo que disponibilizar a BAAA deveraacute garantir a totalidade do moacutedulo e soacute
excepcionalmente seratildeo aceites outras naccedilotildees Desta forma a BAAA disponibilizada
deveraacute cumprir os seguintes requisitos (Baptista 2007)
Integrar um miacutenimo de doze sistemas SHORAD e doze sistemas MANPAD91 e um
efectivo de duzentos e cinquenta militares
Deveraacute ter a capacidade de ser aerotransportada
Deveraacute garantir a capacidade de assegurar a protecccedilatildeo AA da AO de uma Brigada
Deveraacute ter a capacidade de ligaccedilatildeo com sistemas de defesa antiaeacuterea de meacutedia
altitude
89
Ver Anexo O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF 90
Consulta realizada na Divisatildeo de Operaccedilotildees do Estado-Maior General das Forccedilas Armadas (DIOPEMGFA) 91
MANPAD - Man Portable Air Defense
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 28
Disponibilidade orgacircnica de sistemas radar 3D com IFF92
Niacutevel adequado de protecccedilatildeo da forccedila face agrave ameaccedila NRBQ e aos engenhos
explosivos improvisados (EOD93)
Capacidade miacutenima de sobrevivecircncia de trecircs dias em abastecimentos
No caso de se tratar de uma BAAA auto-propulsada (AP) esta deveraacute cumprir os
mesmos requisitos da BAAA natildeo necessitando da capacidade de ser aerotransportada
Deve ainda dispor de capacidade de detecccedilatildeo visual e radar por infravermelhos
III3 Requisitos para Integraccedilatildeo da AAA nos Battlegroups
Relativamente agrave geraccedilatildeo do pacote de forccedilas que compotildee o BG o facto de natildeo existir
uma estrutura fixa (ao contraacuterio da NRF) permite uma maior flexibilidade por parte das
naccedilotildees envolventes na disponibilizaccedilatildeo dos meios de Apoio de Combate e de Apoio de
Serviccedilos desde que a UEB de manobra esteja garantida
O documento BG Concept soacute indica genericamente qual deveraacute ser a constituiccedilatildeo do
pacote de forccedilas em funccedilatildeo da missatildeo havendo necessidade de recorrer a modelos
anteriores de BG Considerando alguns modelos edificados anteriormente (como o
Francecircs94 Espanhol Italiano e Polaco) constata-se que a sua protecccedilatildeo AA eacute conferida por
uma unidade de escalatildeo pelotatildeo de AA do tipo SHORAD Para que exista possibilidade do
pelotatildeo de AA integrar o pacote de forccedilas do BG este deve satisfazer os requisitos miacutenimos
estabelecidos pela UE sendo estes semelhantes aos instituiacutedos pela NRF Assim o pelotatildeo
AA SHORAD deveraacute dispor (Baptista 2007)
Capacidade de ser aerotransportado
Capacidade de ligaccedilatildeo agraves unidades apoiadas e aos escalotildees superiores
Capacidade de cobertura da AO do BG
Niacutevel adequado de protecccedilatildeo da forccedila face agrave ameaccedila NRBQ e EOD
Interoperabilidade com outras forccedilas integrantes no BG
92
IFF - Identification Friend or Foe 93
EOD - Explosive Ordnance Disposal 94 Ver Anexo P ndash Exemplo de um Battlegroup
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 29
CAPIacuteTULO IV
EMPREGO OPERACIONAL DAS UNIDADES DE AAA
Depois de analisadas as potenciais conjunturas de participaccedilatildeo de unidades de AAA em
forccedilas projectaacuteveis (quer no acircmbito das MHP ou das forccedilas multinacionais) a nossa
investigaccedilatildeo foi direccionada para a abordagem das questotildees directamente relacionadas
com o emprego operacional das unidades de AAA
Como vimos anteriormente no caso das forccedilas multinacionais (NRF e BG) existe um
conjunto de requisitos que as unidades devem possuir para que possam participar neste tipo
de operaccedilotildees No que diz respeito agrave participaccedilatildeo de unidades de AAA no acircmbito das FND
(por exemplo IFOR e KFOR) os requisitos miacutenimos de participaccedilatildeo satildeo estabelecidos no
CJSOR da forccedila multinacional consoante o tipo de operaccedilatildeo a desempenhar
Assim sendo neste capiacutetulo procedeu-se agrave anaacutelise da prontidatildeo operacional das
unidades de AAA nacionais com a finalidade de averiguar se estas possuem as valecircncias
que possibilitem a sua participaccedilatildeo nas operaccedilotildees anteriormente referidas
IV1 O Niacutevel de Prontidatildeo das Unidades de AAA
No contexto de anaacutelise agrave prontidatildeo das unidades de AAA importa considerar trecircs
variaacuteveis distintas a investigar os equipamentos e sistemas de armas os militares e o seu
treino95
O estudo da primeira variaacutevel visa obter dados sobre as condiccedilotildees actuais dos
equipamentos e sistemas de armas que equipam as unidades de AAA nacionais no que diz
respeito agrave quantidade de sistemas existentes agraves suas caracteriacutesticas teacutecnicas e agraves suas
capacidades de emprego em forccedilas projectaacuteveis Relativamente agrave segunda variaacutevel o seu
estudo permitiraacute saber qual a proficiecircncia e prontidatildeo dos militares responsaacuteveis por operar
os sistemas de armas Por fim a terceira variaacutevel possibilitaraacute a anaacutelise do treino a que os
militares de AAA satildeo submetidos
95
Treino - Eacute toda a formaccedilatildeo ministrada na UnidadeEstabelecimentoOacutergatildeo (UEO) de colocaccedilatildeo cuja
finalidade eacute manter ou aumentar os niacuteveis de proficiecircncia individuais (EME 2004 p60)
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 30
IV11 Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais96
As unidades de AAA que integram actualmente a Forccedila Operacional Permanente do
Exeacutercito (FOPE) dispotildeem dos seguintes sistemas de armas para cumprir as suas missotildees
Trinta e um Sistemas Canhatildeo Bitubo AA 20 mm
Trinta e seis Sistemas Miacutessil Ligeiro Chaparral
Trinta e seis Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Trecircs Radares ANMPQ-49 Forward Alerting Area Radar (FAAR)
Trecircs Radares Portable Search and Target Acquisition Radar (PSTAR)
Ao examinar atentamente esta lista destaca-se desde logo a inexistecircncia de um
sistema de C2 que permita num cenaacuterio de operaccedilotildees efectuar as ligaccedilotildees necessaacuterias ao
sistema de C2 do escalatildeo superior agrave Forccedila Aeacuterea Aliada e agraves restantes unidades de AAA
presentes no TO Uma unidade de AAA que natildeo se encontre devidamente integrada na rede
da AAA no TO pode acidentalmente abater uma aeronave amiga originando uma situaccedilatildeo
bastante grave causada por falha humana Deste modo a ausecircncia de um sistema de C2
nas unidades de AAA nacionais tem sido apontada como o grande obstaacuteculo agrave sua
participaccedilatildeo em TO no exterior do territoacuterio nacional (MHP NRF e BG) porque ldquo (hellip) natildeo eacute
aceitaacutevel que num TO moderno existam forccedilas de AAA que se limitem a fazer como noacutes
fazemos controlo por procedimentos (hellip) ldquo (Paradelo 2009)97
Para que as unidades de AAA nacionais possam integrar as FND (no sentido lato) e
participar em exerciacutecios internacionais ou em exerciacutecios conjuntos no interior do territoacuterio
nacional devem obrigatoriamente possuir um sistema de C2 actual (possuindo no miacutenimo
Link 11B98 e suportar Link 1699) Este sistema deveraacute permitir a partilha de informaccedilatildeo radar
entre a unidade de AAA nacional e outras unidades de AAA Deveraacute igualmente possibilitar
que outras entidades presentes no TO partilhem informaccedilatildeo radar com a unidade de AAA
nacional atraveacutes da adiccedilatildeo de alvos aeacutereos na sua Air Picture Esta troca de informaccedilatildeo
radar entre as diversas unidades de AAA e entidades presentes no TO resulta numa
Common Air Picture (CAP) que por sua vez contribui para um sistema de C2 integrado no
Sistema de Defesa Aeacutereo do TO A CAP eacute um conjunto de Sensores Radares e Sistemas
de Vigilacircncia do Campo de Batalha (VCB) que eacute partilhado pelos vaacuterios escalotildees de
comando da forccedila multinacional desde o comandante da AAA no TO ateacute ao homem que
efectua o empenhamento (Paradelo 2009)
96
Ver Anexo Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais 97
Ver Apecircndice G - Guiatildeo da Entrevista ao TCor Art Crispim Paradelo actual comandante do GAAA 98 Ver Anexo R ndash O Link 11B 99 Ver Anexo Q ndash O Link 16
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 31
No que respeita aos sistemas de armas e equipamentos de detecccedilatildeo radar existentes
nas unidades de AAA nacionais estes apresentam lacunas e encontram-se desactualizados
a vaacuterios niacuteveis (Borges 2008)
Relativamente agraves unidades de tiro (UT) apresentam jaacute um adiantado tempo de serviccedilo
nomeadamente o Sistema Canhatildeo Bitubo AA 20 mm e o Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral100
que estatildeo ao serviccedilo do Exeacutercito Portuguecircs desde 1981 e 1990 respectivamente Apesar de
serem sistemas bastante fiaacuteveis encontram-se obsoletos quando comparados com os
requisitos miacutenimos estabelecidos pela NRF e pelo BG
Neste domiacutenio apenas o Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger pode ser considerado uma UT
actual101 tendo a maioria dos miacutesseis existentes em Portugal (adquiridos em 1996) sido
submetida a um programa da OTAN (o WSPC102) com o objectivo de estender a sua vida uacutetil
(Alves 2008) Ao concretizar-se este processo (extensatildeo de vida dos miacutesseis FIM-92) o
Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger estaraacute apto a equipar unidades de AAA para integrarem as
FND quer no seu sentido restrito (moacutedulo de AAA integrado na FND) quer no seu sentido
lato (NRF e BG)
No que diz respeito aos sistemas de detecccedilatildeo radar as unidades de AAA mecanizadas
dispotildeem do sistema radar FAAR de origem norte-americana Devido ao facto de estar
desactualizado103 (Rosendo 2008) natildeo se encontra apto para equipar quaisquer forccedilas de
AAA projectaacuteveis
Para aleacutem deste sistema de detecccedilatildeo radar as unidades de AAA nacionais dispotildeem
igualmente do sistema radar PSTAR adquirido em 2005 ao Exeacutercito dos EUA Trata-se de
um radar moderno com a capacidade de ser aerotransportado todavia possui apenas
capacidade de detecccedilatildeo bidimensional o que o impossibilita de ser utilizado em operaccedilotildees
no acircmbito da NRF e dos BG jaacute que estas exigem equipamentos com capacidade de
detecccedilatildeo tridimensional De acordo com Benroacutes (2002) o radar PSTAR poderaacute equipar um
eventual moacutedulo de protecccedilatildeo AA inserido numa FND
Importa referir que este sistema radar foi altamente potenciado com a utilizaccedilatildeo do
PPRC104-525 (que recentemente comeccedilou a ser distribuiacutedo pelas unidades da FOPE) A
sua utilizaccedilatildeo permitiu multiplicar a imagem radar e distribui-la por oito UT sejam estas
secccedilotildees de Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral Sistema Canhatildeo Bitubo AA 20 mm ou
esquadras de Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger Desta forma atraveacutes do PPRC-525 torna-se
possiacutevel estabelecer uma rede wireless interna que permite transmitir a Recognized Air
100
O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral encontra-se fora de serviccedilo nos EUA desde 1997 (Borges 2008) 101
Para aleacutem do Exeacutercito Portuguecircs o Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger eacute actualmente utilizado nos seguintes
Exeacutercitos da OTAN Alemanha Dinamarca EUA Greacutecia Holanda Turquia (Salvador 2006) 102
O WSPC (Weapon System Partnership Committee) insere-se no acircmbito de uma agecircncia da OTAN a NAMSA
(NATO Maintenance amp Supply Agency) 103 O Sistema Radar FAAR encontra-se fora de serviccedilo nos EUA desde 1991 104
PPRC ndash PortuguecircsPortaacutetil Raacutedio de Campanha
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 32
Picture (RAP) para os comandantes de secccedilatildeoesquadra dos sistemas de armas (Paradelo
2009)
Apoacutes a anaacutelise dos equipamentos e sistemas de armas de AAA agrave disposiccedilatildeo das
unidades de AAA nacionais verificamos que se encontram obsoletos quando comparados
com as congeacuteneres aliadas105 Apenas o sistema miacutessil portaacutetil Stinger poderaacute ser utilizado
para equipar eventuais forccedilas projectaacuteveis no acircmbito da NRF e dos BG
No que respeita agrave participaccedilatildeo nas FND com um moacutedulo de AAA e de acordo com
Benroacutes (2002) para aleacutem do sistema miacutessil portaacutetil Stinger as unidades nacionais poderiam
igualmente utilizar o sistema de detecccedilatildeo radar PSTAR
IV12 A Lei de Programaccedilatildeo Militar
Para suprir as manifestas necessidades de equipamento das unidades de AAA
encontram-se inscritas na Lei de Programaccedilatildeo Militar (LPM) verbas destinadas agrave aquisiccedilatildeo
de um sistema de C2 de sistemas de detecccedilatildeo radar e de novas UT De acordo com a
LPM106 em vigor o levantamento da BAAABrigInt entre 2010 e 2011 possibilitaraacute a
aquisiccedilatildeo dos seguintes sistemas (Cardoso 2008)
Um Sistema de C2
Dezasseis Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Oito Sistemas Miacutessil Ligeiro
Dois Sistemas de Detecccedilatildeo Radar
A LPM prevecirc ainda o reequipamento da BAAA das Forccedilas AG entre os anos de 2011 e
2015 com os seguintes sistemas (Cardoso 2008)
Um Sistema de C2
Doze Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Seis Sistemas Miacutessil Ligeiro
Dois Sistemas de Detecccedilatildeo Radar
Se a LPM natildeo sofrer alteraccedilotildees e os referidos equipamentos forem adquiridos conforme
o previsto a participaccedilatildeo de unidades de AAA nacionais em forccedilas projectaacuteveis poderaacute ser
uma realidade a curto prazo
Importa acrescentar que o sistema de C2 deveraacute ser prioridade absoluta no que respeita
ao reequipamento previsto na LPM uma vez que este eacute fundamental e permitiraacute estabelecer
uma rede de comunicaccedilotildees entre os diversos intervenientes no sistema de defesa aeacuterea do
TO tais como o escalatildeo superior unidades HIMAD outras unidades de AAA existentes no
105
Observando a vizinha Espanha verificamos que as suas unidades dispotildeem de sistemas HIMAD (High and
Medium Air Defense) e SHORAD em quantidade e qualidade (como por exemplo NASAMS PATRIOT ASPIDE
ROLAND HAWK MISTRAL) e de sistemas C4I (Comando Controlo Comunicaccedilotildees Computadores e
Informaccedilotildees) devidamente integrados no sistema de Defesa Aeacuterea (Borges 2008) 106
Lei Orgacircnica nordm 42006 de 29 de Agosto
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 33
TO e a Forccedila Aeacuterea Aliada Consideramos ainda que o sistema de C2 a adquirir deve ser
compatiacutevel com o recente PPRC-525
IV13 A Prontidatildeo dos Militares de AAA
Depois de proceder agrave caracterizaccedilatildeo dos equipamentos e sistemas de armas existentes
nas unidades de AAA nacionais resta avaliar a proficiecircncia dos militares que operam esses
sistemas e as suas actividades de treino
Julgamos que a melhor forma de avaliar o desempenho dos militares neste acircmbito eacute em
situaccedilotildees reais pelo que analisaacutemos a participaccedilatildeo dos militares de AAA no exerciacutecio de
fogos reais ldquoRelacircmpago 2008rdquo Neste exerciacutecio foram disparados todos os sistemas de
armas de AAA acima referidos tendo sido obtidos resultados de excelecircncia jaacute que ldquo (hellip)
todos os Stinger tiveram impactos teacutecnicos os Chaparral tambeacutem acertaram todos e por fim
o canhatildeo tambeacutem teve uma boa sessatildeo (hellip) rdquo (Borges 2009)107
A utilizaccedilatildeo dos simuladores Stinger do tipo THT108 e STPT109 nas sessotildees de treino e a
presenccedila de uma equipa teacutecnica norte-americana especializada no Sistema Miacutessil Ligeiro
Chaparral permitiram minimizar as ldquofalhasrdquo do material maximizar a proficiecircncia do pessoal
e recuperar o know-how que tem sido perdido ao longo dos anos (Borges 2009)
O ecircxito do exerciacutecio ldquoRelacircmpago 2008rdquo exalta a capacidade humana dos militares de
AAA o que ficou patente no discurso do General Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito
realccedilando que ldquo (hellip) temos capacidade teacutecnica temos capacidade de instruccedilatildeo temos
capacidade de formaccedilatildeo e temos a aptidatildeo dos nossos apontadores e isso eacute importante Eu
disse que provavelmente nunca seremos novidade pelos recursos materiais que
apresentarmos em TO ou no campo de batalha no entanto seremos certamente novidade e
seremos certamente reconhecidos pela qualidade dos nossos recursos humanos e essa eacute
uma aposta indiscutiacutevel do Exeacutercito (hellip)110 ldquo (Ramalho 2008)
Relativamente agraves actividades de treino a que as unidades de AAA satildeo sujeitas estas
satildeo diversificadas e materializam-se com a participaccedilatildeo de subunidades de AAA em
diversos exerciacutecios111 Poreacutem eacute da nossa opiniatildeo que para aleacutem do exerciacutecio ldquoRelacircmpagordquo
(eminentemente teacutecnico) deveria existir um exerciacutecio taacutectico ao niacutevel de todas as unidades
de AAA que abrangesse a actuaccedilatildeo de uma ceacutelula de Comando e Controlo do Espaccedilo
107
Ver Apecircndice H - Guiatildeo da Entrevista ao Cor Art Vieira Borges antigo comandante do RAAA1 108
THT ndash Tracking Head Trainer Este sistema tem o mesmo aspecto de um sistema Stinger normal com a
excepccedilatildeo de um monitor que indica se as fases de empenhamento foram correctamente efectuadas Eacute utilizado
para treinar o empenhamento do apontador sobre aeronaves (HDA 2000) 109
STPT - Stinger Troop Proficiency Trainer Eacute um dispositivo baseado em computador que gera alvos aeacutereos e
cenaacuterios na oacuteptica do sistema (HDA 2000) 110
Palavras de Sua Exordf o General Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito (CEME) aos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo
social em Marccedilo de 2008 aquando da realizaccedilatildeo do exerciacutecio de fogos reais de AAA ldquoRELAcircMPAGO 2008rdquo 111
Desde o inicio do presente ano a AAA jaacute participou nos seguintes exerciacutecios ldquoRELAcircMPAGO 2009rdquo ldquoMARTE
09rdquo ldquoROSA BRAVA 09rdquo ldquoNEWFIP 09rdquo ldquoDRAGAtildeO 09rdquo E ldquoAPOLO 09rdquo
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 34
Aeacutereo (C2EA) e os procedimentos de ligaccedilatildeo aos elementos de manobra e ao escalatildeo
superior de forma a simular um cenaacuterio de participaccedilatildeo em CRO
Ainda no acircmbito do treino e uma vez que se prevecirc a aquisiccedilatildeo de novos sistemas de
armas e equipamentos julgamos que tambeacutem deveria investir-se na formaccedilatildeo teacutecnica
especializada dos quadros de AAA (Oficiais e Sargentos) Essa formaccedilatildeo112 deveraacute ser
ministrada no paiacutes de origem dos sistemas de armas durante o periacuteodo que antecede a
chegada dos mesmos ao nosso paiacutes Pretende-se desta forma garantir um grupo de
especialistas que possa ministrar instruccedilatildeo dos referidos sistemas de armas agraves praccedilas de
AAA para que estas estejam prontas a operaacute-los aquando da sua aquisiccedilatildeo Deveraacute
igualmente existir uma nova formaccedilatildeo taacutectica adequada aos novos materiais
No que concerne ao sistema de C2 consideramos que deveraacute ser formado um pequeno
nuacutecleo de militares dedicado exclusivamente agrave utilizaccedilatildeo do referido sistema uma vez que
este dispotildee de diversas funcionalidades e valecircncias que devem ser analisadas e
optimizadas o que soacute eacute possiacutevel de obter atraveacutes de uma utilizaccedilatildeo continuada do sistema
Depois desta anaacutelise verifica-se que os militares de AAA se encontram proficientes no
manuseamento dos actuais equipamentos e sistemas de armas estando assim aptos a
integrarem as FND contudo a grande maioria dos referidos sistemas natildeo eacute susceptiacutevel de
ser utilizado em forccedilas projectaacuteveis pelos motivos anteriormente referidos Desta forma seraacute
necessaacuterio desencadear esforccedilos no sentido de modernizar as unidades de AAA e investir
na instruccedilatildeo teacutecnica dos militares de AAA acerca dos novos sistemas de armas que poderatildeo
vir a equipar as unidades de AAA Pretende-se assim contribuir para a modernizaccedilatildeo das
unidades de AAA atraveacutes da aquisiccedilatildeo de novos sistemas de armas da formaccedilatildeo e do
treino operacional113
IV2 O Emprego da AAA como Moacutedulo de Protecccedilatildeo AA
Ao actuarem no espectro das CRO as forccedilas devem respeitar os princiacutepios da
flexibilidade e modularidade apostando na criaccedilatildeo de moacutedulos que combinem os
subsistemas de C2 radares comunicaccedilotildees e armas Desta forma poderaacute adaptar-se a
dimensatildeo estrutura e organizaccedilatildeo do moacutedulo agraves necessidades de protecccedilatildeo e agrave natureza
da operaccedilatildeo (Monsanto 2002)
A participaccedilatildeo da AAA poderaacute ser realizada atraveacutes da inclusatildeo de um moacutedulo de
protecccedilatildeo AA dimensionado agrave FND Tendo em conta que as actuais FND satildeo UEB o
moacutedulo indicado seria uma unidade com o efectivo de um pelotatildeo Veja-se novamente o
112
Formaccedilatildeo - Conjunto de actividades que visam a aquisiccedilatildeo de conhecimentos periacutecias atitudes e formas de
comportamento exigidos para o exerciacutecio de um cargo ou profissatildeo (EME 2004 p34) 113
Treino Operacional - Conjunto de actividades de treino e treino colectivo que visam actualizar consolidar
aperfeiccediloar e desenvolver capacidades especiacuteficas orientadas para uma missatildeo (EME 2004 p62)
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 35
exemplo da Franccedila114 no Liacutebano O moacutedulo tem o seu papel a desempenhar em CRO
nomeadamente ao niacutevel da dissuasatildeo (ldquomostrar a forccedila para natildeo ter de a usarrdquo (Raleiras
2002)) da protecccedilatildeo AA da forccedila e das vulnerabilidades seleccionadas Poderaacute
desempenhar tarefas especiacuteficas das unidades de AAA como a imposiccedilatildeo de zonas de
exclusatildeo do espaccedilo aeacutereo em caso de necessidade ou efectuar a vigilacircncia do espaccedilo
aeacutereo do sector atribuiacutedo agrave FND contribuindo desta forma para a CAP do escalatildeo superior
Para aleacutem das tarefas referidas os militares que constituem o moacutedulo poderatildeo ainda
efectuar tarefas de acircmbito geral como patrulhamentos check-points escoltas acccedilotildees de
vigilacircncia e de ajuda humanitaacuteria Este tipo de tarefas eacute insistentemente treinado durante a
fase de aprontamento podendo ser desenvolvidas por qualquer soldado seja qual for a sua
aacuterea de especializaccedilatildeo
No que diz respeito agrave inclusatildeo do moacutedulo de protecccedilatildeo AA numa FND poderia ocorrer
mesmo sem esta valecircncia estar inventariada no CJSOR da forccedila multinacional Como
conferimos previamente a protecccedilatildeo da forccedila eacute da responsabilidade das naccedilotildees as quais
podem prover as suas forccedilas com capacidades suplementares aos requisitos miacutenimos
impostos pelas OI
Em termos praacuteticos para que se efective a participaccedilatildeo deste moacutedulo deve estar
reunido um conjunto de condiccedilotildees que permitam o seu emprego tais como a existecircncia de
unidades de AAA no escalatildeo superior e a existecircncia de um sistema de C2 real e crediacutevel na
unidade de AAA nacional que permita efectuar a ligaccedilatildeo ao escalatildeo superior O facto de as
unidades de AAA nacionais natildeo disporem de um sistema de C2 tem vindo a inviabilizar
totalmente a sua participaccedilatildeo em forccedilas projectaacuteveis Este sistema eacute fundamental pois eacute
atraveacutes dele que o comandante da forccedila multinacional no TO consegue exercer o comando
de todas as unidades de AAA no TO de forma centralizada tendo acesso agraves informaccedilotildees
em tempo real permitindo-lhe ter uma visatildeo do contexto geral das operaccedilotildees
Quanto agrave constituiccedilatildeo do referido moacutedulo de protecccedilatildeo AA e tendo em a dimensatildeo da
FND (UEC ou UEB) este poderia incluir
Uma secccedilatildeo (UEC) Duas secccedilotildees (UEB) miacutessil portaacutetil Stinger permitindo executar
acccedilotildees de escolta e a protecccedilatildeo de pontos e aacutereas sensiacuteveis
Duas secccedilotildees radar PSTAR (UEC UEB) de forma a garantir o apoio muacutetuo e a
permitir a manobra de materiais caso seja necessaacuterio
Desta forma ficaraacute a faltar apenas o sistema de C2 o qual seraacute adquirido na melhor das
hipoacuteteses em 2010 ao abrigo da LPM em vigor Enquanto as unidades de AAA nacionais
natildeo dispuserem desta capacidade a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA nas FND
continuaraacute a ser prorrogada
114
Ver Anexo L - A AAA Francesa na UNIFIL
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 36
IV3 O Emprego da AAA na NRF e nos BG
Depois de comparar as caracteriacutesticas dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
nacionais existentes com os requisitos miacutenimos de participaccedilatildeo estabelecidos pelas OI
verificam-se diversos impedimentos quanto agrave participaccedilatildeo de unidades de AAA nacionais na
NRF e nos BG
No que respeita agrave participaccedilatildeo na NRF tendo em conta os requisitos analisados
anteriormente constata-se que para o escalatildeo BAAA existem vaacuterias limitaccedilotildees agrave
participaccedilatildeo nacional nomeadamente (Baptista 2007)
Inexistecircncia de capacidade de C2 e de ligaccedilatildeo a unidades HIMAD
Inexistecircncia de um sistema SHORAD (com capacidade de ser aerotransportado)
que complemente o sistema MANPAD existente
Inexistecircncia de um sistema radar com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional
Eventualmente a participaccedilatildeo nacional poderia efectuar-se ao escalatildeo pelotatildeo AA com
a sua inclusatildeo numa BAAA cedida por outra naccedilatildeo Esta cooperaccedilatildeo poderia ser alcanccedilada
atraveacutes de acordos bilaterais uma vez que a conferecircncia de geraccedilatildeo de forccedilas ldquo (hellip) eacute um
processo com forte componente negocialrdquo (Ribeiro 2009)
Em termos conceptuais e a tiacutetulo de exemplo poderia considerar-se a integraccedilatildeo de um
pelotatildeo AA numa BAAA cedida por Itaacutelia que asseguraria o sistema de C2 ao pelotatildeo AA
nacional O facto de Portugal ter um longo historial115 no que respeita ao emprego de forccedilas
em unidades Italianas facilitaria as negociaccedilotildees Apesar de esta participaccedilatildeo natildeo oferecer
uma grande visibilidade a Portugal (em termos de ldquoshow the flagrdquo) constituir-se-ia numa
mais-valia para a AAA nacional Actuaria pela primeira vez num ambiente combinado
adquirindo treino e experiecircncia operacional neste acircmbito
A participaccedilatildeo de uma BAAA nacional na NRF soacute deveraacute acontecer na melhor das
hipoacuteteses a partir do ano de 2012 ou seja quando estiver concluiacutedo o processo de
levantamento da BAAA da BrigInt (Baptista 2007)
Quanto agrave integraccedilatildeo nos BG as limitaccedilotildees que condicionam a participaccedilatildeo na NRF
tambeacutem afectam a participaccedilatildeo no BG nomeadamente (Baptista 2007)
Inexistecircncia de capacidade de C2 e de ligaccedilatildeo a unidades HIMAD
Inexistecircncia de um sistema radar com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional
Desta forma a contribuiccedilatildeo com um pelotatildeo AA nacional nos BG soacute deveraacute suceder a
partir do ano de 2012 atraveacutes do levantamento da BAAA da BrigInt Esta situaccedilatildeo poderaacute
condicionar a constituiccedilatildeo116 do BG em que Portugal se pretende assumir como Lead
Nation jaacute em 2011 ou simplesmente fazer com que essa valecircncia tenha de ser garantida
por outra naccedilatildeo
115
Veja-se o exemplo da IFOR em 1996 ou da KFOR em 1999 116
De acordo com a Directiva nordm02CEME09
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 37
CAPIacuteTULO V
CONCLUSOtildeES E PROPOSTAS
No acircmbito do apoio agrave poliacutetica externa do Estado expresso no CEDN o Exeacutercito tem
vindo a disponibilizar FND empregues sob os auspiacutecios das diversas OI Participam tanto
em MHP como na NRF e nos BG no domiacutenio da OTAN e da UE respectivamente
Ateacute ao momento natildeo existe registo da participaccedilatildeo de qualquer unidade ou subunidade
de AAA nas FND actuando no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria a protecccedilatildeo da forccedila face agrave
ameaccedila aeacuterea Esta ameaccedila eacute caracterizada por uma vasta gama de meios tripulados e
natildeo tripulados aos quais se acrescentam ainda as novas ameaccedilas tiacutepicas dos conflitos
assimeacutetricos contemporacircneos como a ameaccedila RAM e as aeronaves renegade
Face aos case-study da participaccedilatildeo nacional em CRO apresentados consideramos
que existiu em certas situaccedilotildees necessidade de dotar as FND com meios de AAA Foi o
caso da participaccedilatildeo nacional no TO da Boacutesnia e Herzegovina em 1996 jaacute que o AgrJupiter
integrava a Initial Entry Force existia ameaccedila aeacuterea toda a estrutura do escalatildeo superior
possuiacutea meios de AAA Entendemos que em situaccedilotildees futuras de ldquoaberturardquo de TO natildeo
deveraacute ser minimizada a protecccedilatildeo da forccedila uma vez que esta eacute da responsabilidade
nacional Deste modo a FND deve dispor de todos os meios necessaacuterios agrave sua protecccedilatildeo e
agrave manutenccedilatildeo do seu potencial de combate incluindo meios de AAA
Tendo em conta os niacuteveis de ambiccedilatildeo estabelecidos no CEM e o que tem sido a praacutetica
nacional ateacute agrave data consideramos que as UEB e UEC que integram as FND deveratildeo ser
reforccediladas com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila A necessidade deste
reforccedilo nem sempre se verifica como ficou demonstrado na anaacutelise do case-study BIPara
no Kosovo em 2005 Neste caso o profundo conhecimento do TO e da capacidade das
forccedilas beligerantes permite efectuar o tailoring da FND orientando-a para a missatildeo
A participaccedilatildeo de unidades de AAA em FND tambeacutem poderaacute ser efectuada no acircmbito
das estruturas militares de caraacutecter multinacional como a NRF e os BG Estas estruturas
constituem o paradigma de modernismo e transformaccedilatildeo tendo o Exeacutercito participado
activamente atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de unidades do SFN Contundo ao analisar o
historial de participaccedilatildeo eacute notoacuteria a inexistecircncia de unidades de AAA e a predominacircncia de
unidades de manobra e de operaccedilotildees especiais situaccedilatildeo que as Chefias Militares tem
tentado modificar atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de outro tipo de unidades (como por exemplo
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 38
a Bateria de AC na NRF 14) Consideramos que a ausecircncia de unidades de AAA nas
estruturas militares referidas se deve fundamentalmente aos elevados requisitos de
certificaccedilatildeo que as unidades de AAA nacionais devem cumprir para integrarem as NRF e os
BG
Relativamente agrave prontidatildeo das unidades de AAA constatamos que os nossos
equipamentos e sistemas de armas natildeo nos permitem ombrear com os nossos aliados
dado que natildeo possuiacutemos um sistema de C2 real e crediacutevel e as UT se encontram
maioritariamente desactualizadas quando comparadas com os requisitos das OI O
reequipamento da AAA previsto na LPM (jaacute a partir de 2010) assume-se como primordial
permitindo assim recuperar o atraso que temos relativamente agraves congeacuteneres aliadas
Entendemos que durante o processo de reequipamento deveraacute ser atribuiacuteda prioridade
absoluta ao sistema de C2 uma vez que este eacute fundamental para que possamos dispor de
unidades de AAA projectaacuteveis
Face agrave anaacutelise realizada quanto ao factor humano consideramos que os militares de
AAA dispotildeem da proficiecircncia necessaacuteria para integrarem uma FND e executarem tarefas no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria Tendo em conta o processo de reequipamento que se
avizinha entendemos que deve-se investir nos quadros (Oficiais e Sargentos)
proporcionando-lhes uma formaccedilatildeo teacutecnica e taacutectica acerca dos novos sistemas de armas e
equipamentos
Em situaccedilotildees reais as unidades de AAA poderatildeo ser empregues nas FND em trecircs
situaccedilotildees distintas atraveacutes de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA em MHP uma BAAA na NRF
um pelotatildeo no BG
De acordo com a nossa investigaccedilatildeo nenhuma das trecircs opccedilotildees se poderaacute realizar
devido agrave ausecircncia do sistema de C2 Poreacutem se este estiver garantido seraacute possiacutevel edificar
um moacutedulo equipado com o sistema miacutessil portaacutetil Stinger e o sistema de detecccedilatildeo radar
PSTAR Esta situaccedilatildeo eacute possiacutevel porque o CJSOR das operaccedilotildees OTAN apenas identifica
as valecircncias miacutenimas podendo as naccedilotildees adicionar valecircncias suplementares (como
protecccedilatildeo AA para reforccedilar a protecccedilatildeo da forccedila) Deste modo consideramos que ao ser
adquirido o sistema de C2 o moacutedulo de protecccedilatildeo AA poderaacute ser empregue em operaccedilotildees
futuras que assim o exijam
No que respeita agrave participaccedilatildeo de uma BAAA na NRF ou de um pelotatildeo no BG com a
aquisiccedilatildeo do sistema de C2 continuaraacute a natildeo ser possiacutevel a participaccedilatildeo nas referidas
estruturas militares Isto porque existem outros requisitos a serem cumpridos como a
quantidade de UT (SHORAD e MANPAD) e a disponibilidade de sistemas de detecccedilatildeo radar
com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional Desta forma o moacutedulo de protecccedilatildeo AA do BG
Portuguecircs (previsto para 2011) teraacute de ser garantido por outra naccedilatildeo situaccedilatildeo que na nossa
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 39
opiniatildeo eacute pouco abonatoacuteria para a imagem nacional e natildeo vai de encontro agraves expectativas
dos Artilheiros Portugueses
Na sequecircncia apresentamos as respostas agraves questotildees colocadas e agraves hipoacuteteses
estabelecidas no inicio do trabalho
Inerente agrave anaacutelise da questatildeo central ldquoQual o actual enquadramento das unidades
de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo primaacuteriardquo Constataacutemos que actualmente
no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria as unidades de AAA natildeo tecircm qualquer tipo de
enquadramento nas FND Poreacutem conceptualmente a sua participaccedilatildeo poderaacute efectuar-se
no acircmbito das MHP das NRF e dos BG
A partir desta questatildeo central surgiram as questotildees derivadas As questotildees derivadas
que fundaacutemos foram as seguintes
Porque razatildeo as unidades de AAA natildeo participam actualmente em MHP no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Quais os cenaacuterios de emprego das unidades de AAA em FND
Em caso de participaccedilatildeo em MHP qual seria o escalatildeo das unidades de AAA
a empregar
Seraacute que as unidades de AAA nacionais possuem o niacutevel de prontidatildeo exigido
para integrarem as NRF e os BG
Para obter a resposta agrave primeira questatildeo derivada existiu necessidade de entrevistar o
Chefe da DIOP do EMGFA Os resultados da nossa investigaccedilatildeo revelam que actualmente
as unidades de AAA natildeo participam em MHP porque as CJSOR dos TO onde o Exeacutercito
tem FND (Afeganistatildeo Kosovo e Liacutebano) natildeo identificam a necessidade da valecircncia de
protecccedilatildeo AA No entanto a ausecircncia de um sistema de C2 inviabilizaria a participaccedilatildeo das
unidades de AA caso essa necessidade estivesse inventariada no CJSOR da Forccedila
Multinacional
Relativamente agrave segunda questatildeo derivada constataacutemos durante a nossa investigaccedilatildeo
que os cenaacuterios de emprego ideais para as unidades de AAA em CRO satildeo as operaccedilotildees de
alta intensidade (imposiccedilatildeo de paz) ou as situaccedilotildees de ldquoaberturardquo de TO quando as FND se
encontram integradas na Initial Entry Force O facto de natildeo existir conhecimento do TO e
das forccedilas beligerantes faz com que deva existir investimento na protecccedilatildeo da forccedila visto
que esta eacute da responsabilidade nacional
Quanto agrave terceira questatildeo derivada consideramos que em caso de participaccedilatildeo das
unidades de AAA em MHP deveraacute ser constituiacutedo uma forccedila de organizaccedilatildeo modular Este
moacutedulo deveraacute ser dimensionado agraves FND que tecircm vindo a ser empregues em MHP (UEC e
UEB) Desta forma seraacute possiacutevel cumprir as relaccedilotildees de comando estabelecidas
doutrinariamente ou seja se a Brigada eacute apoiada com uma BAAA as UEB e UEC seratildeo
apoiadas com moacutedulos de protecccedilatildeo AA dimensionados agrave Forccedila
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 40
Eacute oportuno relembrar ainda que caso exista decisatildeo poliacutetica de projectar uma Brigada
(como se encontra previsto no CEM) esta seraacute apoiada com uma BAAA como vimos
anteriormente
No que diz respeito agrave quarta questatildeo derivada consideramos que as unidades de AAA
natildeo possuem o niacutevel de prontidatildeo para integrarem as NRF e os BG muito especialmente
devido agrave dificuldade de cumprir os elevados requisitos das OI Embora disponham de bons
recursos humanos existe uma clara necessidade de reequipamento ao niacutevel dos recursos
materiais que seraacute colmatada com as aquisiccedilotildees previstas na LPM
Respondidas as questotildees inicialmente levantadas procedemos agrave confirmaccedilatildeo ou
negaccedilatildeo das seguintes hipoacuteteses
1 Porque o CJSOR natildeo identifica a necessidade de uma valecircncia de protecccedilatildeo AA da
forccedila
2 Em cenaacuterios de alta intensidade ou no lanccedilamento das operaccedilotildees
3 Ao niacutevel das UEC e UEB normalmente empregues em MHP seria empregue uma
forccedila de organizaccedilatildeo modular
4 Existem lacunas ao niacutevel dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
Em relaccedilatildeo agrave primeira hipoacutetese confirma-se parcialmente porque mesmo se fosse
inventariada a valecircncia de protecccedilatildeo AA no CJSOR o emprego de unidades de AAA
nacionais natildeo seria possiacutevel devido agrave ausecircncia de sistema de C2
No que diz respeito agrave segunda hipoacutetese confirma-se totalmente
Em relaccedilatildeo agrave terceira hipoacutetese confirma-se parcialmente porque para aleacutem das UEC e
UEB (apoiadas por moacutedulo de protecccedilatildeo AA) normalmente empregues em MHP o CEM
prevecirc igualmente o emprego de uma Brigada que teria de ser apoiada por uma BAAA
Por uacuteltimo a quarta hipoacutetese confirma-se totalmente
Tendo por base o presente trabalho propotildee-se a adopccedilatildeo das seguintes acccedilotildees
Criaccedilatildeo de um exerciacutecio taacutectico ao niacutevel de todas as unidades de AAA que englobe
o C2EA e procedimentos de ligaccedilatildeo aos elementos de manobra e ao escalatildeo
superior simulando um cenaacuterio de CRO
Proporcionar formaccedilatildeo teacutecnica e taacutectica (aos quadros de AAA) acerca dos sistemas
de armas que se pretendem adquirir futuramente
Dar prioridade agrave aquisiccedilatildeo de um sistema de C2 compatiacutevel com os novos PPRC-
525 (evitando incompatibilidades) que garanta a projecccedilatildeo de unidades de AAA em
forccedilas projectaacuteveis
Aquando da aquisiccedilatildeo do sistema de C2 criar um grupo de trabalho unicamente
dedicado agrave utilizaccedilatildeo e optimizaccedilatildeo do referido sistema
Estudar as Liccedilotildees Apreendidas de Exeacutercitos Aliados no que respeita a forccedilas
projectaacuteveis atraveacutes da realizaccedilatildeo de seminaacuterios e conferecircncias
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 41
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
1 LIVROS
CALMEIRO Luiacutes e MAGRO Joseacute (2005) O Exeacutercito Portuguecircs nos Caminhos da
Paz SCMAGabCEME Lisboa
IESM (2004) Metodologia da Investigaccedilatildeo Cientiacutefica Instituto de Estudos Superiores
Militares Lisboa
VITORINO Antoacutenio (1998) Discursos do Ministro da Defesa Nacional Ministeacuterio da
Defesa Nacional Janeiro Lisboa
SARMENTO Manuela (2008) Guia Praacutetico sobre a Metodologia Cientiacutefica para a
Elaboraccedilatildeo Escrita e Apresentaccedilatildeo de Teses de Doutoramento Dissertaccedilotildees de
Mestrado e Trabalhos de Investigaccedilatildeo Aplicada 2ordf Ediccedilatildeo Lisboa Universidade
Lusiacuteada Editora
2 MANUAIS
EME (1997) Regulamento de Taacutectica de Artilharia Antiaeacuterea RC 18-100 Estado-
Maior do Exeacutercito Setembro Lisboa
EME (2004) Termos de Formaccedilatildeo Educaccedilatildeo e Treino do Exeacutercito Comando da
Instruccedilatildeo e Doutrina Julho Amadora
EME (2005) Regulamento de Campanha Operaccedilotildees Estado-Maior do Exeacutercito
Setembro Lisboa
EME (2007) Regulamento de Campanha Informaccedilotildees Estado-Maior do Exeacutercito
Agosto Lisboa
HDA (2000) FM 3-017 Air Defense Artillery Brigade Operations Headquarters
Department of the Army October Washington DC
HDA (2000) FM 3-0111 Air Defense Artillery Handbook Headquarters Department of
the Army October Washington DC
ALSAC (2000) FM 6-248 Introduction to Tactical Digital Information Air Land amp Sea
Application Center June Washington DC
IAEM (1996) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz ME 20-76-04 Instituto de Altos Estudos
Militares Janeiro Lisboa
IAEM (2000) A Arte Operacional Operaccedilotildees Conjuntas e Combinadas NC 20-77-01
Instituto de Altos Estudos Militares Dezembro Lisboa
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 42
JP (1994) Peace Operations Joint Publication 3-073 Joint Chiefs of Staff
Washington DC
JP (2006) Dictionary of Military and Associated Terms Joint Publication 1-02 Joint
Chiefs of Staff Washington DC
NATO (2001) Land Operations ATP 32 North Atlantic Treaty Organization March
Brunssum
NATO (2001) NATO Handbook North Atlantic Treaty Organization Brunssum
NATO (2004) Strategic Vision The Military Challenge North Atlantic Treaty
Organization August Brunssum
NATO (2005) Non-Article 5 Crisis Response Operations AJP-34 North Atlantic
Treaty Organization March Brunssum
3 PUBLICACcedilOtildeES PERIOacuteDICAS
BAPTISTA Cor Luiacutes (2007) A Artilharia Portuguesa na NATO Response Force e nos
Battlegroups in Revista de Artilharia nordm 986-988 II seacuterie Lisboa Outubro a Dezembro
de 2007 p347-360
BENROacuteS Maj Joseacute (2002) A Artilharia Antiaeacuterea em Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz in
Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm 2 II seacuterie Lisboa Outubro de 2002 p14-24
BORGES Cor Joatildeo (2008) Reflexotildees sobre a evoluccedilatildeo da Artilharia Antiaeacuterea
Portuguesa in Revista de Artilharia nordm 995-997 II seacuterie Lisboa Julho a Setembro de
2008 p203-222
ESPIacuteRITO SANTO Gen Gabriel (2006) As Forccedilas Nacionais Destacadas em apoio
da poliacutetica externa in Revista Militar nordm10 Lisboa Outubro de 2006 p 109-112
LEANDRO Maj Francisco (2002) Participaccedilatildeo Nacional em operaccedilotildees de apoio agrave
paz liccedilotildees apreendidas in Revista de Artilharia nordm 926-928 II seacuterie Lisboa Outubro a
Dezembro de 2002 p317-365
MONSANTO Maj Luiacutes (2002) Sistema Integrado de Defesa Aeacuterea Nacional in
Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm 2 II seacuterie Lisboa Outubro de 2002 p10-13
NATO (1999) KFOR Providing security for building a better future for Kosovo in NATO
Review nordm 3 Autumn 1999 volume 47 p 16-19
SALVADOR Cap Francisco (2006) Sistemas de Armas SHORAD in Boletim da
Artilharia Antiaeacuterea nordm 6 II seacuterie Lisboa Julho de 2006 p7-33
SANTOS TCor Henrique (2001) A Artilharia Antiaeacuterea em Operaccedilotildees de Resposta a
Crises in Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm1 II seacuterie Lisboa Outubro de 2001 p18-
27
SANTOS TCor Henrique (2007) A Artilharia Portuguesa nas FND in Revista de
Artilharia nordm 983-985 II seacuterie Lisboa Julho a Setembro de 2007 p233-266
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 43
4 DOCUMENTOS ELECTROacuteNICOS
CHARRON Maj Laurent (2008) Co-Ordinating 3D in South Lebanon in Doctrine
Disponiacutevel em httpwwwcdefterredefensegouvfrpublicationsdoctrinedoctrine14
usdoctrine14uspdf
EMGFA (2009) FND Kosovo Disponiacutevel em httpwwwemgfaptptoperacoes
missoesfnd-kosovo
EU (2006) Council Secretariat Factsheet on European Union Battlegroups Disponiacutevel
emhttpwwwconsiliumeuropaeuueDocscms_DatadocspressDataenesdp91624
MDN (2005) Anuaacuterio Estatiacutestico da Defesa Nacional 2005 Disponiacutevel em
httpwwwmdngovptNRrdonlyres8B953055-D6EE-4B19-98C4-05EB6D8D3DA30
Capitulo7pdf
NATO (1949) Tratado do Atlacircntico Norte Disponiacutevel em httpwwwnatoint
docuotherpotreaty-pohtm
NATO (2000) NATO Glossary of Terms and Definitions Disponiacutevel em
httpwwwdticmildoctrinejelother_pubsaap_6vpdf
NATO (2003) NATOrsquos military concept for defence against terrorism Disponiacutevel em
httpwwwnatointimsdocuterrorism-annexhtm
NATO (2006) NATO Response Forces Briefing Disponiacutevel em wwwnatoint
docubriefingnrf2006nrf2006-epdf
NATO (2007) Operation Joint Endeavour Disponiacutevel em httpwwwnatoint
iforiforhtm
NATO (2008) E-generation Disponiacutevel em httpwwwnatointeducationmapshtm
NATO (2008) The NATO Response Force Disponiacutevel em httpwwwnatoint
issuesnrfindexhtml
NATO (2009) Kosovo Force (KFOR) Disponiacutevel em httpwwwnatoint
issueskforindexhtml
LINDSTROM Gustav (2007) Chaillot Papper Enter the EU Battlegroups Disponiacutevel
em httpaeipittedu741401chai97pdf
5 DIAPOSITIVOS
ALVES TCor Joatildeo (2008) A Manutenccedilatildeo da Artilharia Antiaeacuterea Workshop
subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios para a organizaccedilatildeo e reequipamento da Artilharia
Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 17 diapositivos
BAPTISTA Cor Luiacutes (2008) A Artilharia Portuguesa na NATO Response Force e nos
Battlegroups Workshop subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios para a organizaccedilatildeo e
reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 32 diapositivos
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 44
BORGES Cor Joatildeo (2008) Reflexotildees sobre a AAA Portuguesa Seminaacuterio de
Artilharia na EPA Junho 34 diapositivos
CARDOSO Maj Joaquim (2008) A Lei de Programaccedilatildeo Militar e o Reequipamento
para a Artilharia Antiaeacuterea Portuguesa Workshop subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios
para a organizaccedilatildeo e reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 22
diapositivos
PIRES TCor Nuno (2007) AgrBRAVO Instituto de Estudos Superiores Militares
Outubro 38 diapositivos
RALEIRAS TCor Mauriacutecio (2002) A Artilharia e as Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz
Seminaacuterio de Artilharia na EPA Marccedilo 31 diapositivos
ROSENDO Maj Paulo (2008) A Artilharia Antiaeacuterea na Protecccedilatildeo da Forccedila - A
BtrAAA da BrigMec Workshop subordinado ao tema ldquo Subsiacutedios para a organizaccedilatildeo e
reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 20 diapositivos
6 PALESTRAS
Palestra proferida em 11 de Dezembro de 2008 no RAAA1 onde foram apresentadas
as conclusotildees do Workshop relativo ao tema ldquoO apoio da Artilharia Antiaeacuterea agraves
Brigadas em Operaccedilotildeesrdquo proferida pelo TCor Art Paradelo
7 LEGISLACcedilAtildeO
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Portuguesa (2005) Quid Juris - Sociedade Editora Lisboa
p 192
Decreto-Lei nordm 612006 (2006) Lei Orgacircnica do Exeacutercito Diaacuterio da Repuacuteblica 1ordf
Seacuterie - A de 21 de Marccedilo Nordm 57 p2044-2050
Resoluccedilatildeo do Conselho de Ministros nordm 62003 (2003) Conceito Estrateacutegico de
Defesa Nacional Diaacuterio da Repuacuteblica 1ordf Seacuterie - B de 20 de Janeiro Nordm 16 p279-
287
8 OUTROS DOCUMENTOS
EME (2008) Directiva Nordm 23CEME2008 ndash Atribuiccedilotildees e Responsabilidades na
Preparaccedilatildeo e Emprego de Elementos e Forccedilas Nacionais Destacadas do Exeacutercito no
acircmbito das Missotildees Humanitaacuterias e de Paz Estado Maior do Exeacutercito Lisboa
EME (2009) Directiva Nordm 02CEME2009 ndash Optimizaccedilatildeo da Coerecircncia Orgacircnica da
FOPE e seu Reequipamento Estado Maior do Exeacutercito Lisboa
RAMALHO Gen Joseacute (2008) Entrevista agrave SIC Noticias Marccedilo Disponiacutevel em
httpwwwyoutubecomwatchv=GFs1fWAre9g
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 45
RCMAGabCEME (2009) Listagens da participaccedilatildeo do Exeacutercito em MHP Estado
Maior do Exeacutercito Lisboa Marccedilo
RCMAGabCEME (2009) Listagens da participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF Estado Maior
do Exeacutercito Lisboa Marccedilo
SARAIVA (2008) IFORBoacutesnia 96 Lisboa
UN (1995) United Nations Security Council Resolution 1031 United Nations
December
UN (1998) United Nations Security Council Resolution 1199 United Nations
September
UN (1999) United Nations Security Council Resolution 1244 United Nations June
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 46
GLOSSAacuteRIO
AacuteREA DE OPERACcedilOtildeES (AO) ndash ldquoAacuterea delimitada necessaacuteria para conduzir as operaccedilotildees
militares e para a administraccedilatildeo dessas operaccedilotildeesrdquo (EME 2005 B-2)
AacuteREA DE RESPONSABILIDADE (AOR) ndash ldquoAacuterea geograacutefica no interior da qual o
Comandante possui autoridade para planear conduzir e coordenar operaccedilotildees e ainda
desenvolver e manter infra-estruturas conforme delegadordquo (IAEM 2000)
CIMIC ndash ldquoEacute a coordenaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em apoio da missatildeo entre o Comandante de uma
forccedila militar e os actores civis nos quais se incluem a populaccedilatildeo civil local e as suas
autoridades representativas bem como as organizaccedilotildees natildeo governamentais internacionais
e nacionais e ainda as agecircnciasrdquo (EME 2005 8-1)
COMANDO E CONTROLO (C2) ndash ldquoAs funccedilotildees de comando e controlo satildeo exercidas atraveacutes
de um sistema funcional conjunto de homens material equipamento e procedimentos
organizados que permitam a um Comandante dirigir coordenar e controlar as actividades
das forccedilas militares no cumprimento da missatildeordquo (EME 1997 5-1)
CONTROLO POR PROCEDIMENTOS ndash ldquoO controlo por procedimentos sobrepotildee-se ao
controlo positivo e agraves falhas de identificaccedilatildeo Inclui teacutecnicas tais como as de segmentaccedilatildeo
do espaccedilo aeacutereo em volume e tempo eou uso de graus (ordens) de controlo de armas Por
isso pode assegurar de facto a continuidade das operaccedilotildees ambientais adversasrdquo (EME
1997 5-8)
DOUTRINA ndash ldquoConjunto de princiacutepios e regras que visam orientar as acccedilotildees das forccedilas e
elementos militares no cumprimento da missatildeo operacional do Exeacutercito na prossecuccedilatildeo dos
objectivos nacionaisrdquo (EME 2005 B-6)
EXERCICIOS COMBINADOS ndash ldquoExerciacutecios com forccedilas militares nacionais e de outro paiacutes
podendo ou natildeo ser realizados em territoacuterio nacional A sua finalidade eacute desenvolver o
planeamento operacional conjuntocombinado e avaliar a prontidatildeo do SFN proporcionar
treino operacional e avaliar a capacidade e a interoperabilidade das forccedilas participantesrdquo
(MDN 2005p153)
Glossaacuterio
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 47
EXERCICIOS CONJUNTOS ndash ldquoExerciacutecios que envolvem Forccedilas militarem nacionais de dois
ou mais ramos A sua finalidade eacute desenvolver o planeamento operacional conjunto e avaliar
a prontidatildeo do SFN a estrutura de comando os sistemas de comunicaccedilotildees e informaccedilatildeo a
interoperabilidade os conceitos e os planosrdquo (MDN 2005p152)
MANPAD ndash ldquoO sistema miacutessil portaacutetil eacute constituiacutedo por miacutesseis guiados disparados ao
ombro ou a partir de apoios ligeiros (bipeacutes ou tripeacutes montados no solo ou em viatura) Este
sistema de armas de AAA eacute caracterizado ainda por ser um sistema de tempo claro e ter
alcances da ordem dos 3 a 5 kmrdquo (EME 19974-12)
OPERACcedilOtildeES PSICOLOacuteGICAS (PSYOPS) ndash ldquoSatildeo actividades psicoloacutegicas concebidas
para influenciar as atitudes e o comportamentos que contribuem para a realizaccedilatildeo de
objectivos poliacuteticos e militaresrdquo (NATO 2000 2-P-7)
PROTECCcedilAtildeO DA FORCcedilA ndash ldquoTodas as medidas e os meios para minimizar as
vulnerabilidades de pessoal instalaccedilotildees equipamentos e operaccedilotildees a quaisquer ameaccedila e
em todas as situaccedilotildees para preservar a liberdade de acccedilatildeo bem como a eficaacutecia
operacional da forccedilardquo (NATO 2003)
REGRAS DE EMPENHAMENTO (ROE) ndash ldquoAs regras de empenhamento satildeo directivas que
fornecem aos vaacuterios niacuteveis de decisatildeo as circunstacircncias e limitaccedilotildees do uso da forccedila
dentro dos paracircmetros legais as quais reflectem orientaccedilotildees e direcccedilatildeo poliacuteticasrdquo (IAEM
1996 F-1-3)
SHORAD ndash ldquoOs sistemas SHORAD estatildeo vocacionados para o combate agrave ameaccedila aeacuterea de
baixa e muito baixa altitude e satildeo normalmente empregues na protecccedilatildeo antiaeacuterea das
unidades de manobra e dos seus oacutergatildeos criacuteticosrdquo (EME 19974-10)
TEATRO DE OPERACcedilOtildeES (TO) ndash ldquoEacute a parte do teatro de guerra necessaacuteria agrave conduccedilatildeo ou
apoio das operaccedilotildees de combaterdquo (EME 2005 B-10)
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 48
APEcircNDICES
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 49
APEcircNDICE A - Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
Perguntas
Derivadas
HIPOacuteTESES
VALIDACcedilAtildeO DAS
HIPOacuteTESES CONCLUSOtildeES
PROPOSTAS
(hellip)
METODOLOGIA
Anaacutelise Documental
Entrevistas
Workshop
QUESTAtildeO CENTRAL
ldquoldquoQual o actual enquadramento das unidades
de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo
primaacuteriardquo
Cap I
Enquadramento
Conceptual
Cap II
A Participaccedilatildeo
das FND em CRO
Cap III
Integraccedilatildeo de unidades
de AAA na NRF e BG
Cap IV
Emprego
Operacional das
Unidades de AAA
Conceptualizaccedilatildeo
FND
CRO
Ameaccedila Aeacuterea
FNDIFOR
FNDKFOR
Caracterizaccedilatildeo do TO
PE vs PK
Enquadramento do
moacutedulo de protecccedilatildeo AA
nas CRO
Reflexotildees sobre a AAA
em CRO
NRF
BG
Missatildeo BGNRF
Requisitos para
integraccedilatildeo na NRF e
BG
Prontidatildeo das Unidades
de AAA
Especificidade de
emprego
Verificar se cumpre
requisitos NRFBG
Emprego do moacutedulo de
AAA
Lei de Programaccedilatildeo
Militar
FND
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 50
APEcircNDICE B - Guiatildeo da Entrevista
ao Tenente-Coronel de Varela Benroacutes
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Que experiecircnciaformaccedilatildeo possui no domiacutenio da Artilharia Antiaeacuterea
3 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a
KFOR em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado
agrave forccedila Porquecirc
4 Tendo presente a tipologia das CRO em que tipo de operaccedilotildees eacute vaacutelida a inclusatildeo de
unidades de AAA
5 Quais as tarefas que podem ser cometidas as unidades de AAA no ambiente das
CRO
6 O sistema de C2 das unidades de AAA tem limitaccedilotildees Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar
de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em CRO Porquecirc
7 Na sua opiniatildeo quais as perspectivas futuras quanto a participaccedilatildeo de unidades de
AAA em Operaccedilotildees deste geacutenero
8 Em termos conceptuais e no acircmbito da integraccedilatildeo de unidades de AAA na NRF seraacute
possiacutevel Portugal integrar um pelotatildeo AA numa BAAA fornecida por outra naccedilatildeo Ou a
participaccedilatildeo miacutenima deveraacute ser ao niacutevel BAAA
Posto Tenente-Coronel de Artilharia
Nome Joseacute Carlos Levy VARELA BENROacuteS
Cargo Funccedilatildeo NATO Staff Officer J3 Division Ground Based Air Defense (GBAD)
NATO Team Leader - Joint Synchronization and Execution Branch
Local Joint Headquarters Lisbon - Oeiras
DataHora 18 de Fevereiro de 2009 pelas 16h00m
Motivo da Entrevista Durante a sua carreira o Tenente-Coronel Benroacutes esteve
sempre ligado agrave AAA tendo sido por vaacuterios anos o
representante do Exeacutercito no Land Group 5 on Army Air
Defense do NATO Army Armaments Group
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 51
APEcircNDICE C - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Ref Pires Saraiva
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do 3ordm BIATBAI
5 Qual a missatildeo do seu Batalhatildeo
6 Como caracterizaria o TO da Boacutesnia e Herzegovina em Agosto de 1996 aquando da
sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo Batalhatildeo
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea
10 O 3ordm BIATBAI integrou a IFOR em 1996 tornando-se assim um elemento da ldquoInitial
Entry Forcerdquo Nestas circunstacircncias seria admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de
protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Batalhatildeo
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao 3ordm BIATBAI
Posto Coronel de Infantaria
Nome Fernando PIRES SARAIVA
Cargo Funccedilatildeo Reformado
Local Residecircncia Pessoal - Lisboa
DataHora 12 de Marccedilo de 2009 pelas 11h00m
Motivo da Entrevista O Coronel Pires Saraiva foi o Comandante do 3ordm BIATBAI
na FNDIFOR entre Agosto de 1996 e Dezembro de 1996
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 52
APEcircNDICE D - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Tirocinado Antunes Calccedilada
Questotildees Colocadas
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do AgrBravoBAI
5 Qual a missatildeo do seu Agrupamento (AgrBravoBAI)
6 Como caracterizaria o TO do Kosovo em Agosto de 1999 aquando da sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo AgrBravoBAI
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea Existia
ameaccedila
10 O AgrBravoBAI foi a primeira FND (UEB) a integrar a KFOR em Agosto de 1999
tornando-se assim um elemento da ldquoInitial Entry Forcerdquo Nestas circunstacircncias seria
admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Agrupamento
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao AgrBravoBAI
Posto Coronel de Cavalaria Tirocinado
Nome Joseacute Carlos Filipe ANTUNES CALCcedilADA
Cargo Funccedilatildeo Coordenador de Ensino dos Cursos do Exeacutercito no IESM
Local Instituto de Estudos Superiores Militares - Lisboa
DataHora 04 de Marccedilo de 2009 pelas 16h00m
Motivo da Entrevista O Coronel Calccedilada foi o Comandante do AgrBravoBAI na
FNDKFOR entre Agosto de 1999 e Fevereiro de 2000
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 53
APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista
ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do BIParaBRR
5 Qual a missatildeo do seu Batalhatildeo
6 Como caracterizaria o TO do Kosovo em Setembro de 2005 aquando da sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo Batalhatildeo
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea
10 O BIPara foi empregue como reserva taacutectica do COMKFOR Nestas circunstacircncias
seria admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila
Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Batalhatildeo
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao BIPara
Posto Tenente-Coronel de Infantaria
Nome Joseacute Carlos ALMEIDA SOBREIRA
Cargo Funccedilatildeo Chefe da Reparticcedilatildeo de Ligaccedilatildeo de Adidos Militares no EME
Local Estado Maior do Exeacutercito - Lisboa
DataHora 11 de Marccedilo de 2009 pelas 14h00m
Motivo da Entrevista O Tenente-Coronel Sobreira foi o Comandante do
BIParaBRR na FNDKFOR entre Setembro de 2005 e
Marccedilo de 2006 Foi tambeacutem Oficial de Informaccedilotildees do
AgrJuacutepiter na IFOR entre Agosto de 1996 e Dezembro
de 1996
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 54
APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao
Major-General Martins Ribeiro
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Poderatildeo as NRF e os BG ser considerados FND
4 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com meios de protecccedilatildeo AA Porquecirc
5 O que satildeo as CJSOR Como se processa a Conferecircncia de Geraccedilatildeo de Forccedilas
6 Na sua opiniatildeo e como Chefe da DIOPEMGFA porque razatildeo o Exeacutercito nunca
disponibilizou unidades de AAA para missotildees exterior
7 Jaacute foi equacionada hipoacutetese de empenhar uma unidade de AAA para corresponder agrave
CJSOR
8 A constituiccedilatildeo da forccedila deve responder as CJSOR Apesar disso pode a Forccedila ter
valecircncias adicionais
Posto Major-General
Nome Luiacutes Manuel MARTINS RIBEIRO
Cargo Funccedilatildeo Chefe da Divisatildeo de Operaccedilotildees do EMGFA
Local EMGFA - Lisboa
DataHora 19 de Marccedilo de 2009 pelas 18h00m
Motivo da Entrevista A DIOPEMGFA presta apoio de estado-maior no que respeita a
planeamento operacional e ao emprego de FND
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 55
APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao
Tenente-Coronel Crispim Paradelo
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave
FND Porquecirc
3 Como definiria a ameaccedila aeacuterea actual
4 Actualmente as FND incluem um moacutedulo de morteiros pesados sem qualquer
integraccedilatildeo na estrutura de C2 do escalatildeo superior Poderia esta situaccedilatildeo acontecer com
o moacutedulo de protecccedilatildeo AA
5 Ao incluir este moacutedulo de protecccedilatildeo AA qual seria o seu escalatildeo composiccedilatildeo
pessoalmaterial
6 Quais as tarefas que podem ser cometidas agraves unidades de AAA actuando em ambiente
CRO
7 O sistema de C2 das unidades de AAA tem limitaccedilotildees Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar
de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em CRO Porquecirc
8 Os novos raacutedios da famiacutelia 525 acrescentaram algumas melhorias no actual sistema de
C2 das unidades de AAA Quais
Posto Tenente-Coronel
Nome Antoacutenio CRISPIM PARADELO
Cargo Funccedilatildeo Comandante do GAAA no RAAA1
Local RAAA1 - Lisboa
DataHora 24 de Marccedilo de 2009 pelas 09h00m
Motivo da Entrevista Como actual Cmdt GAAA o Tenente-Coronel Paradelo tem
conhecimento da prontidatildeo das unidades de AAA
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 56
APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Vieira Borges
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave
forccedila Porquecirc
3 Ao incluir este moacutedulo de protecccedilatildeo AA qual seria o seu escalatildeo composiccedilatildeo
pessoalmaterial
4 Como descreveria a situaccedilatildeo actual da AAA no que respeita a forccedilas projectaacuteveis
5 O sistema de C2 das unidades de AAA eacute apontado como uma das grandes limitaccedilotildees da
AAA Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em
CRO Porquecirc
6 No que diz respeito agrave actual situaccedilatildeo do material (unidades de tiro sistema IFF radares)
poderaacute este ser empregue em forccedilas projectaacuteveis
7 Na sua opiniatildeo e tendo em conta a situaccedilatildeo actual da AAA quais satildeo as capacidades
miacutenimas que devem serem adquiridas para que a AAA possa integrar subunidades de
organizaccedilatildeo modular nas FND
8 Na sua opiniatildeo e tendo em conta a situaccedilatildeo actual da AAA quais satildeo as capacidades
miacutenimas que devem serem adquiridas para que a AAA possa integrar unidades no seio
da NRF e dos BG
9 Quais as melhorias que o sistema do tipo FAADS C2I acrescentaria agrave AAA
10 Como antigo Oficial Coordenador de Reequipamento (OCAR) da AAA quais satildeo as
aquisiccedilotildees previstas na LPM para alterar a actual situaccedilatildeo da AAA
Posto Coronel
Nome Joatildeo VIEIRA BORGES
Cargo Funccedilatildeo Assessor de Estudos do Instituto de Defesa Nacional (IDN)
Local IDN - Lisboa
DataHora 01 de Marccedilo de 2009 pelas 15h00m
Motivo da Entrevista Antigo Comandante do RAAA1
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 57
ANEXOS
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 58
ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP
Apresenta-se o histoacuterico da participaccedilatildeo de FND do Exeacutercito em MHP nos diferentes
TO em que o Exeacutercito participou ao serviccedilo das diversas OI
Moccedilambique
UNMOZ Batalhatildeo de Transmissotildees 4 040593 ndash 290794
300594 ndash 221294
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 1 FND no TO de Moccedilambique
Angola
UNAVEM117 III
Companhia de Transmissotildees 5 260595 ndash 271296
111296 ndash 010797
Companhia Logiacutestica 6
280795 ndash 260296
260296 ndash 160996
161196 ndash 080497
080497 ndash 300697
MONUA118
Companhia de Transmissotildees 5
010797 ndash 271197
191197 ndash 261098
261098 ndash 260299
Companhia Logiacutestica 6
300697 ndash 180997
180997 ndash 010298
010298 ndash 270798
Destacamento Sanitaacuterio 7
310897 ndash 200498
260498 ndash 020898
300798 ndash 251198
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 2 FND no TO de Angola
117
UNAVEM III ndash United Nations Verification Mission III 118
MONUA ndash Missatildeo de Observaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas em Angola
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 59
Boacutesnia e Herzegovina
IFOR
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado (2ordm BIAT) 160196 ndash 120896
3ordm Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado (3ordm BIAT) 120796 ndash 100297
Destacamento de Apoio de Serviccedilos 290196 ndash 120896
SFOR
1ordm Batalhatildeo de Infantaria Motorizado (1ordm BIMoto) 100297 ndash 300797
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Motorizado (2ordm BIMoto) 300797 ndash 140198
1ordm BIAT 140198 ndash 150798
Agrupamento Alfa 150798 ndash 120199
3ordm BIMoto 120199 ndash 120799
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Paraquedista (2ordm BIPara) 100799 ndash 310100
Agrupamento Alfa 310100 ndash 290700
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Mecanizado (2ordm BIMec) 290700 ndash 280101
Agrupamento Echo 280101 ndash 290701
1ordm BIPara 290701 ndash 290102
2ordm BIMec 290102 ndash 300702
2ordm Batalhatildeo de Infantaria (2ordm BI) 300702 ndash 300103
1ordm BIPara 300103 ndash 300703
Agrupamento Golf 300703 ndash 280104
3ordm BIPara 300104 ndash 230704
2ordm BIMec 230704 ndash 230105
EUFOR119
Componente Portuguesa da
Brigada Aerotransportada Independente (BAI) 0105 ndash 0701
Componente Portuguesa da
Brigada Intervenccedilatildeo (BrigInt) 0705 ndash 0106
Componente Portuguesa da
Brigada Mecanizada (BrigMec) 0106 ndash 0706
1ordmBIBrigInt 0706 ndash 0307
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 3 FND no TO da Boacutesnia e Herzegovina
119
EUFOR ndash European Union Force
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 60
Kosovo
KFOR
Agrupamento BravoBAI 0899 ndash 0200
Agrupamento Charlie Brigada Ligeira de Intervenccedilatildeo (BLI)
0200 ndash 0800
Agrupamento Delta Brigada Mecanizada Independente (BMI)
0800 ndash 0401
2ordmBIBLI 0105 ndash 0905
3ordm BIParaBrigada de Reacccedilatildeo Raacutepida (BRR) 0905 ndash 0306
1ordmBIMecBrigMec 0306 ndash 0906
1ordmBIParaBRR 0906 ndash 0307
2ordm BIMecBrigMec 0307 ndash 0907
2ordmBIBrigInt 0907 ndash 0308
1ordmBIParaBRR 0308 ndash 0908
Agrupamento MikeBrigInt 0908 ndash 0309
1ordmBIBrigInt 0309 ndash Em curso
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 4 FND no TO do Kosovo
Timor-Leste
UNTAET120
1ordm BIParaBAI 140200 ndash 210800
2ordm BIParaBAI 210800 ndash 260201
2ordmBIBLI 260201 ndash 081001
1ordmBIBLI 081001 - 080602
UNMISET
2ordm BIParaBAI 080602 ndash 240103
1ordmBIMecBrigMec 240103 ndash 250703
Agrupamento Foxtrot 250703 ndash 250104
Agrupamento Hotel 250104 ndash 110604
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 5 FND no TO de Timor-Leste
120 UNTAET ndash United Nations Transitional Administration in East Timor
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 61
Zaire
FORREZ121 Forccedilas de Operaccedilotildees Especiais 060597 ndash 300597
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 6 FND no TO do Zaire
Guineacute-Bissau
FORREC122 Forccedilas de Operaccedilotildees Especiais 110698 ndash 190698
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 7 FND no TO da Guineacute-Bissau
Afeganistatildeo
ISAF123
1ordf Companhia de Comandos (1ordmCCmds) BRR 0805 ndash 0206
2ordf Companhia de Comandos (2ordmCCmds) BRR 0206 ndash 0806
2ordm BIParaBRR 0806 ndash 0207
2ordmCCmdsBRR 0207 ndash 0807
22ordf Companhia de Atiradores Paacutera-quedista (22ordfCatPara) 2ordm BIParaBRR
0807 ndash 0208
1ordmCCmdsBRR 0208 ndash 0808
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 8 FND no TO do Afeganistatildeo
121
FORREZ ndash Forccedila de Recolha do Zaire 122
FORREC ndash Forccedila de Recolha 123
ISAF ndash International Security Assistance Force
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 62
Liacutebano
UNIFIL
Companhia de Engenharia (CEng)BrigMec 1106 ndash 0507
Forccedilas de Apoio Geral (AG) 0507 ndash 1107
Forccedilas de AG 1107 ndash 0508
CEngBrigInt 0508 ndash 1108
CEngBrigMec 1108 ndash 0509
Forccedilas de AG 0509 ndash Em curso
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 9 FND no TO do Liacutebano
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 63
ANEXO B - Ciclo de uma FND
(Fonte Autor 2009)
Fonte (Autor 2009)
Figura 1 Os 3 periacuteodos distintos de uma FND
2ordm PERIacuteODO PROJECCcedilAtildeO DA UNIDADE E CONDUTA DA OPERACcedilAtildeO
Esta fase decorre entre o iniacutecio do deslocamento da unidade
para o TO e a Transferecircncia de Autoridade (TOA) da forccedila que eacute
rendida (Leandro 2002)
1ordm PERIacuteODO APRONTAMENTO
Eacute o periacuteodo de tempo compreendido entre o despacho de
nomeaccedilatildeo da unidade e a sua projecccedilatildeo para o TO
Durante este periacuteodo a unidade recebe treino orientado
para a missatildeo que vai desempenhar (Leandro 2002)
3ordm PERIacuteODO EXTRACcedilAtildeO E DESACTIVACcedilAtildeOFIM DE MISSAtildeO
Engloba o periacuteodo que decorre entre a TOA para a forccedila
que vem render e a extraccedilatildeo da forccedila e consecutiva
elaboraccedilatildeo do Relatoacuterio Final de Missatildeo (RFM)
(Leandro 2002)
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 64
ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees
O emprego de forccedilas militares natildeo eacute exclusivo das operaccedilotildees de guerra sendo estas
igualmente empregues em situaccedilotildees de paz e de crise Desta forma abrangem um vasto
espectro (EME 2005)
(Fonte EME 2005)
Figura 2 Espectro das Operaccedilotildees
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 65
ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Com a finalidade de reger o comportamento das entidades intervenientes neste tipo de
operaccedilotildees (forccedilas militares OI ONG) foi estabelecido um conjunto de princiacutepios (EME
2005)
Objectivo ndash Todas as operaccedilotildees devem ser orientadas para objectivos claramente
definidos e compreendidos Os objectivos estrateacutegicos - militares devem permitir
alcanccedilar o estado final poliacutetico desejado
Perseveranccedila ndash Numa operaccedilatildeo desta natureza para alcanccedilar o estado final
desejado implica ser-se resoluto paciente e persistente na perseguiccedilatildeo dos objectivos
definidos
Unidade de Comando ndash Requer uma clara definiccedilatildeo da autoridade papel e relaccedilotildees
entre os intervenientes para cumprir as tarefas atribuiacutedas
Unidade de Esforccedilos ndash Este princiacutepio reconhece a necessidade de uma
aproximaccedilatildeo coerente ente militares e civis Requer uma contiacutenua interacccedilatildeo com as
OI e as ONG envolvidas Para conseguir este princiacutepio eacute essencial estabelecer uma
ligaccedilatildeo efectiva a todos os niacuteveis e promover regularmente conferecircncias e reuniotildees
envolvendo todas as partes intervenientes
Credibilidade ndash A credibilidade eacute essencial para promover e estabelecer um clima de
confianccedila A Forccedila natildeo deve transigir quanto agrave vontade e capacidade para assumir as
suas responsabilidades
Transparecircncia das Operaccedilotildees ndash A Missatildeo o conceito de operaccedilotildees e o estado final
poliacutetico a alcanccedilar devem ser compreendidos por todas as partes envolvidas neste
processo (forccedila agecircncias e partes) A difusatildeo da informaccedilatildeo deve ser balanceada
com as necessidades de seguranccedila
Protecccedilatildeo ndash Eacute uma responsabilidade de comando inerente a qualquer operaccedilatildeo
militar Devem ser considerados a composiccedilatildeo e volume da forccedila os planos as
ordens e as regras de empenhamento (ROE)124
Flexibilidade ndash O sucesso destas operaccedilotildees envolve uma elevada capacidade de
gestatildeo e adaptaccedilatildeo face agraves mudanccedilas e eventuais transiccedilotildees que ocorram na
situaccedilatildeo envolvente e que conduzam ao estabelecimento de um ambiente seguro e
estaacutevel O comandante operacional deve facultar o maacuteximo de flexibilidade e as forccedilas
devem ter capacidade de adaptaccedilatildeo agraves alteraccedilotildees
124
ROE ndash Rules Of Engagement
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 66
Promoccedilatildeo da Cooperaccedilatildeo e Consentimento ndash Este princiacutepio constitui-se como um
preacute-requisito neste tipo de operaccedilotildees Exige uma cuidadosa ponderaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
antes da execuccedilatildeo de qualquer actividade de natureza militar
Imparcialidade ndash As operaccedilotildees devem ser conduzidas sem favorecer ou prejudicar
qualquer das partes Deve ser fomentada a aproximaccedilatildeo entre as partes atraveacutes de
uma comunicaccedilatildeo eficaz e transparecircncia das operaccedilotildees
Uso da Forccedila ndash O uso da forccedila neste tipo de operaccedilotildees poderaacute prejudicar a
execuccedilatildeo da missatildeo pelo que requer um elevado acompanhamento por parte do
Comando da forccedila contudo o uso da forccedila deve estar de acordo com a lei
internacional nomeadamente o direito internacional humanitaacuterio O uso da forccedila
deveraacute ser adequado agrave missatildeo No entanto as ROE natildeo devem limitar o direito
inerente agrave auto-defesa
Respeito Muacutetuo ndash Deve existir respeito pela naccedilatildeo cultura e costumes da Naccedilatildeo
Hospedeira O Comandante Conjunto deve assegurar-se que os mesmos princiacutepios
satildeo reconhecidos e implementados entre os diferentes contingentes que fazem parte
da forccedila
Liberdade de Movimentos ndash A liberdade de movimentos eacute fundamental para garantir
o sucesso das operaccedilotildees em missotildees desta natureza O mandato que a forccedila deteacutem
juntamente com as ROE deve garantir liberdade e autonomia para cumprir as tarefas
As facccedilotildees poderatildeo impor algumas restriccedilotildees neste aspecto Haacute que impor essa
liberdade atraveacutes de acccedilotildees vigorosas e resolutas podendo mesmo incluir o uso da
forccedila
Legitimidade ndash Este princiacutepio constitui-se como fundamental em operaccedilotildees desta
natureza Eacute atraveacutes da legitimidade que se consegue garantir o apoio da comunidade
internacional das naccedilotildees contribuintes e das partes envolvidas Eacute necessaacuterio que a
operaccedilatildeo seja conduzida de acordo com a lei internacional incluindo os princiacutepios
constantes na carta das Naccedilotildees Unidas Qualquer erro poderaacute comprometer a
credibilidade da forccedila e consequentemente a sua legitimidade
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 67
ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea
(Fonte HDA 2000)
Figura 3 Proliferaccedilatildeo da Ameaccedila Aeacuterea
(Fonte HDA 2000)
Figura 4 Relaccedilatildeo de CustosEquipamento
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 68
ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
A OTAN eacute uma OI de cooperaccedilatildeo militar estabelecida em 1949 que tem por base o
Tratado Atlacircntico Norte e eacute actualmente constituiacuteda por uma Alianccedila de 26 paiacuteses125 O
papel fundamental da OTAN eacute salvaguardar a liberdade e seguranccedila dos seus paiacuteses
membros constituindo-se tambeacutem num dos pilares de estabilidade e seguranccedila do espaccedilo
Euro-Atlacircntico
O conceito estrateacutegico da Alianccedila Atlacircntica estabelece as capacidades que devem ser
desenvolvidas pela OTAN entre as quais o papel crucial que a organizaccedilatildeo tem na
prevenccedilatildeo de conflitos e gestatildeo de crises adoptando as medidas necessaacuterias agrave sua
resoluccedilatildeo A OTAN fomenta ainda a parceria e cooperaccedilatildeo com os restantes paiacuteses do
espaccedilo Euro-Atlacircntico no intuito de promover a paz e aumentar a confianccedila muacutetua e a
capacidade de acccedilatildeo conjunta (NATO 2004)
A OTAN iniciou a sua actuaccedilatildeo na regiatildeo dos Balcatildes apoacutes a assinatura do acordo de
Paz de Dayton em 1995 Esteve sempre relacionada com o cumprimento deste acordo
intervindo numa primeira fase com uma forccedila de implementaccedilatildeo militar (IFOR) e
posteriormente com uma forccedila de estabilizaccedilatildeo (SFOR) ambas com o objectivo de construir
a base para uma futura paz na regiatildeo dos Balcatildes
O emprego operacional da Alianccedila nesta regiatildeo efectivamente impediu novos
combates e desenvolveu um precedente de sucesso dos esforccedilos de caraacutecter
multinacionais Conseguiu alcanccedilar as esperanccedilas de paz e bem-estar existentes no povo
da Boacutesnia e Herzegovina e do Kosovo
A esfera de actuaccedilatildeo da Alianccedila abrange tambeacutem o conflito do Kosovo onde a OTAN
leva a cabo esforccedilos para inverter a limpeza eacutetnica e permitir o regresso das centenas de
milhares de refugiados que abandonaram o Kosovo durante a repressatildeo da Primavera de
1999 para voltar agrave sua paacutetria segura
O papel da forccedila multinacional liderada pela OTAN no Kosovo a KFOR tem vindo a
criar um ambiente seguro e estaacutevel no qual todos os habitantes do Kosovo
independentemente da sua origem eacutetnica possam viver em paz ajudando-os a reconstruir
as estruturas necessaacuterias para uma sociedade paciacutefica e democraacutetica Estas caracteriacutesticas
satildeo essenciais caso se pretenda alcanccedilar uma soluccedilatildeo duradoura para este conflito
A tarefa que tem vindo a ser realizada pela Alianccedila no Kosovo encontra-se inserida no
contexto de esforccedilos da comunidade internacional para criar um ambiente que iraacute promover
a paz e a estabilidade no Sudeste da Europa (NATO 2001)
125
Satildeo paiacuteses membros da Alianccedila Atlacircntica Alemanha Beacutelgica Bulgaacuteria Canadaacute Dinamarca Eslovaacutequia
Esloveacutenia Estoacutenia Espanha Estados Unidos Franccedila Greacutecia Holanda Hungria Islacircndia Itaacutelia Letoacutenia
Lituacircnia Luxemburgo Noruega Poloacutenia Portugal Reino Unido Repuacuteblica Checa Romeacutenia e Turquia
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 69
(Fonte NATO 2004)
Figura 5 Paiacuteses-membros da OTAN
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 70
ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton
O Acordo de Paz de Dayton surge apoacutes a reuniatildeo do Grupo de Contacto126 onde satildeo
aprovados os princiacutepios de base para uma regulamentaccedilatildeo da paz Eacute acordado um
reconhecimento muacutetuo a Repuacuteblica Federal Jugoslava reconhece a Boacutesnia e Herzegovina e
Sarajevo por sua vez reconhece a Repuacuteblica Seacutervia
Assim no dia 21 de Novembro de 1995 chega-se a um acordo em Dayton no Estado
norte-americano do Ohio Neste acordo assinado pelo Grupo de Contacto e pelos
representantes das partes beligerantes Franjo Tujam (Croaacutecia) Alija Izetbegovic (Boacutesnia) e
Slogan Militeis (Seacutervia) eacute aceite o plano de paz para a Boacutesnia e Herzegovina Este acordo
foi formalmente assinado em Paris no dia 14 de Dezembro de 1995 (Saraiva 2008)
(Fonte Autor 2009)
Figura 6 Divisatildeo Territorial da Boacutesnia e Herzegovina em 1995
126
O Grupo de Contacto era constituiacutedo por EUA Reino Unido Franccedila Alemanha e Ruacutessia
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 71
ANEXO H - Missatildeo da IFOR
A IFOR tinha a missatildeo de fiscalizar e impor o cumprimento dos aspectos militares
previstos no Acordo de Paz de Dayton A UNSCR 1031 prevecirc o mandato da IFOR durante
um ano no TO da Boacutesnia e Herzegovina As tarefas militares a serem cumpridas (NATO
2009)
1 Garantir a auto-defesa e a liberdade de circulaccedilatildeo
2 Supervisionar a marcaccedilatildeo dos limites da ZOS entre as partes
3 Monitorizar e se necessaacuterio impor a retirada das forccedilas militares dos
respectivos territoacuterios para que se possa estabelecer a ZOS
4 Assumir o controlo do espaccedilo aeacutereo sobre o territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina
5 Assumir o controlo da circulaccedilatildeo de traacutefego militar nas principais rotas terrestres
6 Estabelecer comissotildees militares conjuntas para servirem como oacutergatildeos centrais
para todas as partes do Acordo de Paz
7 Ajudar agrave retirada das forccedilas da ONU natildeo transferidas para a IFOR
(Fonte NATO 2001)
Figura 7 Logoacutetipo da IFOR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 72
ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR
(Fonte Autor 2009)
Figura 8 Estrutura de C2 da IFOR
Em 1996 o Tenente-General Michael Walker (Exeacutercito Norte-Americano) era o
Comandante da componente terrestre da IFOR e tinha trecircs divisotildees sob o seu comando
1 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MNDSW127) liderada pelo Reino Unido com
comando sediado em Banja Luka
2 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MNDN128) liderada pelos EUA com comando
sediado em Tuzla
3 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MDNSE129) liderada pela Franccedila com
comando em Mostar
O AgrJuacutepiter ocupava o sector de Goradze com o seu Posto de Comando (PC)
estabelecido em Rogatica estando integrado na Brigada Multinacional Norte (MNBN130) com
comando Italiano que por sua vez pertencia agrave MDNSE
127
MNDSW ndash Multinational Division Southwest 128
MNDN ndash Multinational Division North 129
MNDSE - Multinational Division Southeast 130
MNBN ndash Multinational Brigade North
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 73
ANEXO J - Missatildeo da KFOR
A KFOR obteve o seu mandato a partir da UNSCR 1244 e do MTA acordado entre a
OTAN a Repuacuteblica Federal da Jugoslaacutevia e a Seacutervia Inicialmente o seu mandato tinha
como principais objectivos (NATO 2009)
1 Dissuadir o recomeccedilo das hostilidades
2 Estabelecer um ambiente seguro
3 Desmilitarizar o Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo (UCK)
4 Apoiar o esforccedilo humanitaacuterio internacional
5 Coordenar e apoiar a presenccedila internacional no territoacuterio do Kosovo
(Fonte NATO 2001)
Figura 9 Logoacutetipo da KFOR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 74
ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR
(Fonte Autor 2009)
Figura 10 Estrutura de C2 da KFOR
Em 1999 o Tenente-General Mike Jackson (Exeacutercito Britacircnico) era o COMKFOR e
tinha cinco brigadas sob o seu comando
1 Brigada Multinacional Norte (MNBN131) liderada pela Franccedila
2 Brigada Multinacional Centro (MNBC132) liderada pelo Reino Unido
3 Brigada Multinacional Este (MNBE133) liderada pelos EUA
4 Brigada Multinacional Sul (MNBS134) liderada pela Alemanha
5 Brigada Multinacional Oeste (MNBW135) liderada pela Itaacutelia
O AgrBravo ocupava o sector de Klina estando integrado na aacuterea de responsabilidade
(AOR) da MNBW que integrava tambeacutem um batalhatildeo espanhol
131
MNBN ndash Multinational Brigade North 132
MNBC ndash Multinational Brigade Center 133
MNBE ndash Multinational Brigade East 134
MNBS ndash Multinational Brigade South 135
MNBW ndash Multinational Brigade West
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 75
ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL
O Exeacutercito Francecircs integrou um moacutedulo de AAA de escalatildeo pelotatildeo na Forccedila Tarefa
(nome de coacutedigo ldquoLeclercrdquo) que destacou para o Liacutebano no acircmbito da UNIFIL em 2006
A missatildeo deste pelotatildeo era conferir protecccedilatildeo AA agrave Forccedila Tarefa e ao seu QG e tinha
como meios o Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral o Sistema Radar NC1 e Viaturas Blindadas de
Transporte de Pessoal (VBTP) (Charron 2008)
Figura 11 Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral
Figura 12 Sistema Radar NC1
(Fonte Charron 2008)
(Fonte wwwarmeescom 2008)
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 76
ANEXO M - Estrutura da NRF
(Fonte NATO 2003)
Figura 13 Estrutura da NRF
9500
Militares
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 77
ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup
(Fonte Baptista 2007)
Figura 14 Estrutura geneacuterica de um Battlegroup
Pacote de Forccedilas
Comando da Forccedila
Batalhatildeo de Infantaria
Comando
CCS
3 CAt
Apoio de Fogos
Reconhecimento
Apoio de Combate
Apoio de Fogos
Engenharia
Artilharia Antiaeacuterea
Transmissotildees
Guerra Electroacutenica
Informaccedilotildees
Aviaccedilatildeo do Exeacutercito
Forward Air Controller
Defesa NBQ
Apoio de Serviccedilos
Apoio Logiacutestico
Apoio Sanitaacuterio
Apoio Geograacutefico
CIMIC
Policia Militar
Capacidades Adicionais (dependem da missatildeo)
Meios Aeacutereos
Transporte Estrateacutegico
Transporte Taacutectico
Apoio Aeacutereo Proacuteximo
Apoio de Helicoacutepteros
Meios Navais
Transporte Estrateacutegico
Apoio Aeacutereo com base
em porta-aviotildees
Apoio ao desembarque de
forccedilas
Meios Logiacutesticos
Reabastecimento
Apoio Sanitaacuterio
Apoio a manutenccedilatildeo
de equipamentos
Forccedilas de
Operaccedilotildees
Especiais
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 78
ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF
NRF LCC Unidade Nacional Efectivo
Exerciacutecio de
Certificaccedilatildeo
Internacional
Periacuteodo de
Stand by
1 NRDC-TU O EXEacuteRCITO NAtildeO PARTICIPOU Out03-Jan04
2 NRDC-TU Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 50
Natildeo se
realizou Jan04-Jul04
3 NRDC-IT
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
50 Organizer 6Amiddot
(Alemanha)
Jul04-Jan05
4 NRDC-GENL
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
51 Organizer 6Bmiddot
(Alemanha) Jan05-Jul05
5 NRDC-SP Agrupamento
Mecanizado 697
Cohesion 05middot
(Espanha) Jul05-Jan06
6 NRDC-UK Batalhatildeo de Infantaria
Paacutera-quedista 636
Iron Warriormiddot
(Reino Unido) Jan06-Jul06
7 EUROCORPS Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 75
Steadfast
Jaguar 06
(Cabo-Verde)
Jul06-Jan07
8 NRDC-TU Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 75
Natildeo se
realizou Jan07-Jul07
9 NRDC-IT Esquadratildeo de Poliacutecia
Militar 80
Steadfast
Jackpot 07
(Noruega)
Jul07-Jan08
10 NRDC-GENL
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
50 Noblelight II
(Alemanha) Jan08-Jul08
11 NRDC-FR Esquadratildeo de
Reconhecimento 140
Natildeo se
realizou Jul08-Jan09
12 NRDC-SP Agrupamento
Mecanizado 697
Noblelight
(Espanha) Jan09-Jul09
13 NRDC-SP Batalhatildeo de Infantaria
Paacutera-quedista 687 Natildeo participa Jul09-Jan10
14 NRDC-SP Bateria de Artilharia de
Campanha 130 A designar Jan10-Jul10
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 10 Participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 79
ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup
(Fonte Baptista 2008)
Figura 15 Modelo do BG Francecircs
Pelotatildeo
AA
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 80
ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas
de AAA Nacionais
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 16 O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 17 O Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 18 O Radar PSTAR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 81
ANEXO R ndash O Link 11B
O Link 11B ou TADIL136-B (na doutrina norte-americana) emprega teacutecnicas de
comunicaccedilatildeo em rede e um formato standard de mensagem para a troca de informaccedilatildeo
digital entre sistema de informaccedilatildeo taacutecticos O Link 11B utiliza uma raacutepida ligaccedilatildeo ponto-a-
ponto e pode ser transmitido atraveacutes de diversos equipamentos tais como cabo sateacutelite e
ligaccedilotildees raacutedio Equipa unidades terrestres aeacutereas e navais (ALSAC 2000)
(Fonte httpsistemadearmassitesuolcombrgedtl3usalink11html 2009)
Figura 19 Interface do Link 11B
136 TADIL ndash Tactical Digital Information
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 82
ANEXO S ndash O Link 16
O Link 16 ou TADIL-J eacute uma nova ligaccedilatildeo taacutectica de dados utilizada pelos EUA alguns
paiacuteses da OTAN e pelo Japatildeo Natildeo alterou os conceitos fundamentais de transferecircncia de
dados utilizado pelo Link 11B antes pelo contraacuterio acrescentou melhorias significativas nos
sistemas jaacute existentes O Link 16 utiliza um Sistema de Distribuiccedilatildeo de Informaccedilatildeo Taacutectica
Conjunta (JTIDS137) que lhe permite partilhar a informaccedilatildeo em tempo real de uma forma
raacutepida e codificada entre todas as plataformas de armas e de C2 intervenientes no TO
Nota A verde encontram-se as unidades de AAA (armas e C2)
(Fonte httpwwwglobalsecurityorgmilitarysystemsgroundimages 2009)
Figura 20 Utilizadores do Link 16
137 JTIDS - Joint Tactical Information Distribution System
- DEDICATOacuteRIA
- AGRADECIMENTOS
- IacuteNDICE
- IacuteNDICE DE FIGURAS
- IacuteNDICE DE QUADROS
- LISTA DE ABREVIATURAS
- LISTA DE SIGLAS
- RESUMO
-
- O presente trabalho tem como objectivo analisar a capacidade de emprego de unidades de Artilharia Antiaeacuterea em Forccedilas Nacionais Destacadas
-
- ABSTRACT
- INTRODUCcedilAtildeO
-
- Definiccedilatildeo do Objectivo de Investigaccedilatildeo
- Justificaccedilatildeo do Tema
- Orientaccedilatildeo Metodoloacutegica
- Siacutentese de Conteuacutedos
-
- CAPIacuteTULO I ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL
-
- I1 Forccedilas Nacionais Destacadas
-
- I11 Enquadramento Histoacuterico
- I12 Forccedilas Nacionais Destacadas ndash O Conceito
-
- I2 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
-
- I21 Tipologia das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
- I22 Manutenccedilatildeo de Paz vs Imposiccedilatildeo de Paz
-
- I3 A Ameaccedila Aeacuterea
-
- CAPIacuteTULO II A PARTICIPACcedilAtildeO DE FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS EM OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES
-
- II1 A Participaccedilatildeo Nacional na IFOR
-
- II11 Antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina
- II12 Case-study o Agrupamento Juacutepiter na Boacutesnia e Herzegovina
-
- II2 A Participaccedilatildeo Nacional na KFOR
-
- II21 Antecedentes do Conflito do Kosovo
- II22 Case-study o Agrupamento Bravo no Kosovo
- II23 Case-study o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista no Kosovo
-
- II3 Reflexotildees sobre o emprego de AAA em CRO
-
- CAPIacuteTULO III A INTEGRACcedilAtildeO DA AAA NA NATO RESPONSE FORCE E NOS BATTLEGROUPS
-
- III1 Os Conceitos de NATO Response Force e de Battlegroups
-
- III11 A NATO Response Force - NRF
- III12 Os Battlegroups
-
- III2 Requisitos para integraccedilatildeo da AAA na NRF
- III3 Requisitos para Integraccedilatildeo da AAA nos Battlegroups
-
- CAPIacuteTULO IV EMPREGO OPERACIONAL DAS UNIDADES DE AAA
-
- IV1 O Niacutevel de Prontidatildeo das Unidades de AAA
-
- IV11 Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais
- IV12 A Lei de Programaccedilatildeo Militar
- IV13 A Prontidatildeo dos Militares de AAA
-
- IV2 O Emprego da AAA como Moacutedulo de Protecccedilatildeo AA
- IV3 O Emprego da AAA na NRF e nos BG
-
- CAPIacuteTULO V CONCLUSOtildeES E PROPOSTAS
- REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
- GLOSSAacuteRIO
- APEcircNDICES
-
- APEcircNDICE A - Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
- APEcircNDICE B - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel de Varela Benroacutes
- APEcircNDICE C - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Ref Pires Saraiva
- APEcircNDICE D - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Tirocinado Antunes Calccedilada
- APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira
- APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro
- APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Crispim Paradelo
- APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Vieira Borges
-
- ANEXOS
-
- ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP
- ANEXO B - Ciclo de uma FND
- ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees
- ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
- ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea
- ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
- ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton
- ANEXO H - Missatildeo da IFOR
- ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR
- ANEXO J - Missatildeo da KFOR
- ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR
- ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL
- ANEXO M - Estrutura da NRF
- ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup
- ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF
- ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup
-
- ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais
- ANEXO R ndash O Link 11B
- ANEXO S ndash O Link 16
-
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS vii
IacuteNDICE DE QUADROS
Quadro 1 FND no TO de Moccedilambique 58
Quadro 2 FND no TO de Angola 58
Quadro 3 FND no TO da Boacutesnia e Herzegovina 59
Quadro 4 FND no TO do Kosovo 60
Quadro 5 FND no TO de Timor-Leste 60
Quadro 6 FND no TO do Zaire 61
Quadro 7 FND no TO da Guineacute-Bissau 61
Quadro 8 FND no TO do Afeganistatildeo 61
Quadro 9 FND no TO do Liacutebano 62
Quadro 10 Participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF 78
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS viii
LISTA DE ABREVIATURAS
Agr Agrupamento
BIMec Batalhatildeo de Infantaria Mecanizado
BIMoto Batalhatildeo de Infantaria Motorizado
BIPara Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista
BrigInt Brigada de Intervenccedilatildeo
BrigMec Brigada Mecanizada
CAt Companhia de Atiradores
CAtPara Companhia de Atiradores Paacutera-quedista
CCmds Companhia de Comandos
CEng Companhia de Engenharia
Cmdt Comandante
FwN Framework Nation
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS ix
LISTA DE SIGLAS
A AG Apoio Geral
AA Antiaeacuterea
AAA Artilharia Antiaeacuterea
AC Artilharia de Campanha
AFOR Albania Force
AM Academia Militar
AO Aacuterea de Operaccedilotildees
AOR Area Of Responsibility
AP Auto-propulsada
B BAAA Bateria de Artilharia Antiaeacuterea
BAI Brigada Aerotransportada Independente
BIAT Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado
BLI Brigada Ligeira de Intervenccedilatildeo
BMI Brigada Mecanizada Independente
BRR Brigada de Reacccedilatildeo Raacutepida
C C2 Comando e Controlo
C2EA
C4I Comando Controlo Comunicaccedilotildees Computadores e
Informaccedilotildees
CAP Common Air Picture
CEDN Conceito Estrateacutegico de Defesa Nacional
CEM Conceito Estrateacutegico Militar
CEME Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito
CIMIC Civil-Military Cooperation
CJSOR Combined Joint Statement of Requirements
COMKFOR Commander Kosovo Force
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS x
CP Conflict Prevention
CRC Crowd amp Riot Control
CRO Crisis Response Operations
CSNU Conselho de Seguranccedila das Naccedilotildees Unidas
D DIOP Divisatildeo de Operaccedilotildees
E EMGFA Estado-Maior General das Forccedilas Armadas
EOD Explosive Ordnance Disposal
EOM Encargo Operacional de Material
EOP Encargo Operacional de Pessoal
EUA Estados Unidos da Ameacuterica
EUFOR European Union Force
F FA Forccedilas Armadas
FAAR Forward Alerting Area Radar
FAP Forccedila Aeacuterea Portuguesa
FORREC Forccedila de Recolha
FORREZ Forccedila de Recolha do Zaire
G GAAA Grupo de Artilharia Antiaeacuterea
H HIMAD High and Medium Air Defense
HO Humanitarian Operations
I IDN Instituto de Defesa Nacional
IEBL Inter Entity Boundary Line
IESM Instituto de Estudos Superiores Militares
IFF Identification Friend or Foe
IFOR Implementation Force
ISAF International Security Assistance Force
J JTIDS Joint Tactical Information Distribution System
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xi
K KVM Kosovo Verification Mission
L LPM Lei de Programaccedilatildeo Militar
M MANPAD Man Portable Air Defense
MHP Missotildees Humanitaacuterias e de Paz
MNB Multinational Brigade
MNBC Multinational Brigade Center
MNBE Multinational Brigade East
MNBN Multinational Brigade North
MNBS Multinational Brigade South
MNBW Multinational Brigade West
MNDN Multinational Division North
MNDSE Multinational Division Southeast
MNDSW Multinational Division Southwest
MONUA Missatildeo de Observaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas em Angola
MTA Military Technical Agreement
N NAC North Atlantic Council
NAMSA NATO Maintenance amp Supply Agency
NRBQ Nuclear Radioloacutegico Bioloacutegico e Quiacutemico
NRF NATO Response Force
O OCAR Oficial Coordenador de Reequipamento
OI Organizaccedilotildees Internacionais
ONG Organizaccedilotildees Natildeo Governamentais
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OSCE Organizaccedilatildeo para a Seguranccedila e Cooperaccedilatildeo na Europa
OTAN Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
P PB Peace Building
PC Posto de Comando
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xii
PE Peace Enforcement
PK Peace Keeping
PM Peacemaking
PPRC PortuguecircsPortaacutetil Raacutedio de Campanha
PSTAR Portable Search and Target Acquisition Radar
PSYOPS Psychological Operations
Q QG Quartel-General
QO Quadro Orgacircnico
R RAAA1 Regimento de Artilharia Antiaeacuterea Nordm1
RAP Recognized Air Picture
RAM Rocket Artillery amp Mortar
RFM Relatoacuterio de Fim de Missatildeo
ROE Rules Of Engagement
S SACEUR Supreme Allied Commander Europe
SAR Search and Rescue
SFN Sistema de Forccedilas Nacional
SFOR Stabilization Force
SHORAD Short Range Air Defense
STPT Stinger Troop Proficiency Trainer
T TACP Tactical Air Control Party
TACRES Tactical Reserve
TADIL Tactical Digital Information
THT Tracking Head Trainer
TIA Trabalho de Investigaccedilatildeo Aplicada
TO Teatro de Operaccedilotildees
TOA Transfer Of Authority
TPOA Tirociacutenio Para Oficial de Artilharia
U UEO UnidadeEstabelecimentoOacutergatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xiii
UAV Unmanned Aerial Vehicle
UCK Ushtria Clivoimtare Kosoves
UE Uniatildeo Europeia
UEB Unidade Escalatildeo Batalhatildeo
UEC Unidade Escalatildeo Companhia
UNAVEM United Nations Verification Mission
UNIFIL United Nations Interim Force in Lebanon
UNMISET United Nations Mission In Support of East Timor
UNMOZ United Nations Operation in Mozambique
UNPROFOR United Nations Protection Force
UNSCR United Nation Security Council Resolution
UNTAET United Nations Transitional Administration in East Timor
UNTAG United Nations Transition Assistance Group
UT Unidade de Tiro
V VBTP Viatura Blindada de Transporte de Pessoal
VCB Vigilacircncia do Campo de Batalha
W WSPC Weapon System Partnership Committee
Z ZOS Zone Of Separation
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xiv
RESUMO
O presente trabalho tem como objectivo analisar a capacidade de emprego de unidades
de Artilharia Antiaeacuterea em Forccedilas Nacionais Destacadas
Para concretizar este objectivo procedeu-se ao estudo da participaccedilatildeo nacional em Operaccedilotildees
de Resposta a Crises recorrendo agrave anaacutelise trecircs casos de estudo distintos Ainda neste acircmbito foi
igualmente abordada a perspectiva de participaccedilatildeo nas iniciativas de defesa no acircmbito da
Organizaccedilatildeo do Tratado do Atlacircntico Norte e da Uniatildeo Europeia (a NATO Response Force e os
Battlegroups respectivamente)
Decorrente desta anaacutelise surgiu a necessidade de investigar acerca da actual prontidatildeo das
unidades de Artilharia Antiaeacuterea O referido estudo teve por base a anaacutelise dos recursos humanos e
materiais bem como as actividades de treino desenvolvidas
Conclui-se que a limitaccedilatildeo de recursos materiais tem vindo a hipotecar a participaccedilatildeo das
unidades de Artilharia Antiaeacuterea em forccedilas projectaacuteveis muito especialmente devido agrave ausecircncia de
um sistema de comando e controlo Poreacutem consideramos que as unidades de Artilharia Antiaeacuterea
tecircm o seu papel a desempenhar em Operaccedilotildees de Resposta a Crises sendo preponderantes na
garantia da protecccedilatildeo antiaeacuterea em cenaacuterios de alta intensidade ou no inicio das operaccedilotildees
O processo de reequipamento previsto na Lei de Programaccedilatildeo Militar permitiraacute colmatar as
lacunas existentes ao niacutevel dos recursos materiais devendo ser atribuiacuteda prioridade agrave aquisiccedilatildeo de
um sistema de comando e controlo
Palavras-chave ARTILHARIA ANTIAEREA FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS
OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES PROTECCcedilAtildeO ANTIAEREA REEQUIPAMENTO
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xv
ABSTRACT
This study aims to examine the viability of employing units of air defense artillery in
expeditionary forces
To achieve this purpose an analysis was made of the national participation in Crisis
Response Operations This analysis was based on three different case studies In this
context the prospect of participation was also considered in defense activities within the
Organization of the North Atlantic Treaty and the European Union (NATO Response Force
and the Battle groups respectively)
It became clear from this analysis that it would be necessary to investigate the current
readiness of the air defense artillery units This study was based on the analysis of the
human and material resources and training activities undertaken
It is concluded that the limitation of material resources has been preventing the
participation of air defense artillery units in expeditionary forces especially due to the
absence of a command and control system However we believe that the air defense artillery
units have a role to play in Crisis Response Operations especially in scenarios of high
intensity or at the beginning of operations ensuring adequate air defense
The process of material re-equipment provided for the Military Programme will bridge the
gaps in terms of material resources Priority should be given to purchasing the command
and control system
Key-words AIR DEFENSE ARTILLERY EXPEDTIONARY FORCES CRISIS RESPONSE
OPERATIONS AIR DEFENSE RE-EQUIPMENT
ldquo (hellip) A protecccedilatildeo da Forccedila natildeo eacute negociaacutevel ldquo
(Raleiras 2002)
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 1
INTRODUCcedilAtildeO
O presente Trabalho de Investigaccedilatildeo Aplicada (TIA) estaacute enquadrado no estaacutegio de
natureza profissional do Tirociacutenio Para Oficial de Artilharia (TPOA) dos cursos da Academia
Militar (AM) subordinado ao tema ldquoA Protecccedilatildeo Antiaeacuterea das Forccedilas Nacionais
Destacadasrdquo
Com o colapso da Uniatildeo Sovieacutetica e com as constantes mudanccedilas no paradigma de
seguranccedila e defesa os Estados as Organizaccedilotildees Internacionais (OI) e ateacute as Organizaccedilotildees
Natildeo Governamentais (ONG) assistem ao aparecimento de uma nova conflitualidade com
novos actores riscos e ameaccedilas que reclamaratildeo certamente novos e diferentes tipos de
resposta (Espiacuterito Santo 2006)
Neste contexto de transformaccedilatildeo Portugal encontra-se integrado na comunidade
internacional atraveacutes da sua participaccedilatildeo em diversas OI vinculando-se a um conjunto de
responsabilidades inerentes ao seu quadro de alianccedilas Desta forma as Forccedilas Armadas
(FA) tecircm-se constituiacutedo como uma poderosa ferramenta no apoio agrave poliacutetica externa nacional
indo de encontro ao que estaacute previsto no Conceito Estrateacutegico de Defesa Nacional (CEDN)1
Com base na lei fundamental2 as FA e particularmente o Exeacutercito3 tecircm vindo a
participar em Missotildees Humanitaacuterias e de Paz (MHP) ao longo das duas uacuteltimas deacutecadas
Estes tipos de missotildees tecircm-se afirmado como as ldquooperaccedilotildees contemporacircneasrdquo natildeo
esquecendo poreacutem a capacidade que o Exeacutercito deteacutem em conduzir ldquooperaccedilotildees
convencionaisrdquo se assim for necessaacuterio uma vez que estas constituem a essecircncia do seu
conteuacutedo
Ainda no acircmbito de apoio agrave poliacutetica externa do Estado o Exeacutercito tem vindo a integrar-
se em estruturas militares de acircmbito multinacional que constituem o exemplo do
modernismo e da transformaccedilatildeo como a NATO Response Force (NRF) e os Battlegroups
(BG) A participaccedilatildeo do Exeacutercito neste tipo de estruturas tem proporcionado agraves suas fileiras
um elevado niacutevel de treino e experiecircncia operacional inseridos num quadro de cooperaccedilatildeo
internacional
1 Resoluccedilatildeo de Conselho de Ministros nordm 62003 CEDN
2 De acordo com o nordm 5 do Artigo 275ordm da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Portuguesa
3 De acordo com o Decreto-Lei nordm 612006 de 21 de Marccedilo
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 2
Definiccedilatildeo do Objectivo de Investigaccedilatildeo
Pretendemos com este TIA abordar a problemaacutetica da participaccedilatildeo de unidades de
Artilharia Antiaeacuterea (AAA) em MHP quando estas actuam no acircmbito da sua missatildeo
especiacutefica a protecccedilatildeo antiaeacuterea da forccedila face agrave ameaccedila aeacuterea Esta ameaccedila aeacuterea eacute
decididamente um factor importante a ter em conta especialmente em situaccedilotildees de
ldquoaberturardquo do Teatro de Operaccedilotildees (TO) onde existem escassas informaccedilotildees sobre a
ameaccedila aeacuterea e o clima de incerteza e instabilidade impera
Ambicionamos tambeacutem efectuar uma reflexatildeo sobre a eventual participaccedilatildeo de
unidades de AAA em ldquo (hellip) forccedilas multinacionais orientadas para a intervenccedilatildeo fora do
territoacuterio dos paiacuteses membros (hellip) ldquo (Baptista 2007 p348) como a NRF e os BG Prevecirc-se
que este tipo de estruturas militares ganhe uma maior preponderacircncia num futuro proacuteximo
no que diz respeito agrave intervenccedilatildeo em conflitos natildeo devendo as unidades de AAA nacionais
ficar agrave margem deste desafio
Justificaccedilatildeo do Tema
O presente TIA aborda um tema de reconhecido interesse no seio artilheiro jaacute que o
seu estudo iraacute certamente potenciar uma reflexatildeo sobre esta temaacutetica que tem tanto de
importante como de actual ldquo (hellip) Apesar de natildeo ter participado de uma forma significativa
nas FND nomeadamente com unidades constituiacutedas eacute de importacircncia decisiva para o
futuro da Arma que sejam rapidamente levantadas e solucionadas as questotildees mais
pertinentes que dizem respeito ao seu envolvimento neste desafiordquo (Santos 2007 p235)
Embora existam registos da participaccedilatildeo de subunidades de AAA em FND no acircmbito
das MHP estas estavam integradas em unidades de manobra executando outras missotildees
fora do acircmbito da AAA Como exemplo temos o caso do pelotatildeo de Antiaeacuterea (AA)
proveniente do Regimento de Artilharia Antiaeacuterea Nordm 1 (RAAA1) que integrou a
1ordfCAtAgrFoxtrot na missatildeo UNMISET4 desenvolvendo tarefas especiacuteficas de um pelotatildeo de
atiradores
Ao analisar a constituiccedilatildeo das FND empregues em MHP verificamos que desde a sua
geacutenese tecircm sido constituiacutedas por unidades de Infantaria de Reconhecimento de
Transmissotildees de Apoio Logiacutestico Sanitaacuterias de Engenharia e de Operaccedilotildees Especiais No
que diz respeito agraves unidades que integraram a NRF e os BG o cenaacuterio eacute semelhante
verificando-se ateacute ao momento a presenccedila de unidades de Operaccedilotildees Especiais de
Reconhecimento de Infantaria de Poliacutecia Militar e de Engenharia Desta forma eacute
evidentemente perceptiacutevel que apenas a Artilharia (de Campanha e Antiaeacuterea) tem sido
deixada agrave margem destas duas realidades que atravessam o Exeacutercito Efectivamente tem
4 UNMISET ndash United Nations Mission In Support of East Timor
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 3
sido feito um esforccedilo para contrariar esta tendecircncia e recentemente foi anunciada a
participaccedilatildeo de uma Bateria de Artilharia de Campanha (AC) na NRF 14 que estaraacute em
stand by durante o primeiro semestre do ano de 2010 Ao concretizar-se esta participaccedilatildeo
as unidades de AAA tornar-se-atildeo as uacutenicas a serem excluiacutedas desta nova realidade que satildeo
as FND
Delimitaccedilatildeo do Tema
Ao abordarmos um tema desta natureza bastante vasto e feacutertil existe a necessidade de
fazer a limitaccedilatildeo precisa das fronteiras de pesquisa bem como dos campos que
pretendemos abranger Por isso apesar de a designaccedilatildeo FND seja transversal aos trecircs
ramos das FA vamos cingir-nos unicamente agraves FND do Exeacutercito uma vez que estatildeo
directamente ligadas a temaacutetica em estudo
Assim sendo foi nossa opccedilatildeo investigar sobre a presenccedila do Exeacutercito nas MHP e nas
forccedilas militares de acircmbito multinacional (NRF e BG)
No contexto das MHP Portugal participou em diferentes TO no acircmbito de diferentes OI
poreacutem abordamos unicamente a participaccedilatildeo nacional sob a eacutegide da Organizaccedilatildeo do
Tratado Atlacircntico Norte (OTAN) Justificamos esta opccedilatildeo com o facto da recente
participaccedilatildeo nacional em MHP ter sido sob os auspiacutecios da Alianccedila Atlacircntica no acircmbito das
Operaccedilotildees de Resposta a Crises (CRO)5 natildeo desprezando poreacutem a FNDUNIFIL6
presente no Liacutebano ao abrigo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU)
Seraacute analisada ainda a participaccedilatildeo nacional na NRF no acircmbito da OTAN e nos BG no
domiacutenio da Uniatildeo Europeia (UE) perspectivando os possiacuteveis contributos de unidades de
AAA nacionais
Orientaccedilatildeo Metodoloacutegica7
Segundo Sarmento (2008) a metodologia visa a descriccedilatildeo precisa do problema dos
meacutetodos das teacutecnicas e dos instrumentos de pesquisa utilizados no trabalho Os
procedimentos utilizados devem ser descritos de forma loacutegica
O nosso processo de investigaccedilatildeo cientiacutefica8 desencadeou-se em 2008 com uma
pesquisa bibliograacutefica na biblioteca da AM e do IESM9 com o objectivo de encontrar
informaccedilatildeo que nos permitisse identificar o nosso problema de investigaccedilatildeo Esta pesquisa
5 CRO ndash Crisis Response Operations
6 UNIFIL ndash United Nations Interim Force in Lebanon
7 Ver Apecircndice 1 ndash Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
8 Segundo Sarmento (2008) o processo de investigaccedilatildeo cientiacutefica eacute composto por 3 fases exploratoacuteria analiacutetica
e conclusiva 9 IESM ndash Instituto de Estudos Superiores Militares
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 4
consistiu na selecccedilatildeo de documentos nacionais e estrangeiros como os manuais da
doutrina nacional doutrina da Alianccedila e as publicaccedilotildees do exeacutercito norte-americano
Durante a pesquisa constataacutemos a existecircncia de poucos trabalhos directamente
relacionados com a problemaacutetica em investigaccedilatildeo facto que julgamos ser aliciante porque
tratamos um tema importante poreacutem pouco abordado Para aleacutem desta pesquisa
bibliograacutefica realizamos tambeacutem diversas conversas de caraacutecter exploratoacuterio com Oficiais
de diferentes Armas no sentido de obter perspectivas distintas sobre a temaacutetica em estudo
O passo seguinte no processo de investigaccedilatildeo foi a formulaccedilatildeo das questotildees de
investigaccedilatildeo na qual tentamos exprimir o mais exactamente possiacutevel o que procuramos
saber (IESM 2004)
Para o tema em anaacutelise levantaram-se vaacuterias questotildees agraves quais seria pertinente obter
uma resposta sobretudo agrave questatildeo que definimos como central ldquoQual o possiacutevel
enquadramento das unidades de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo primaacuteriardquo
A partir desta questatildeo central surgem algumas questotildees derivadas
Porque razatildeo as unidades de AAA natildeo participam actualmente em MHP no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Quais os cenaacuterios de emprego das unidades de AAA em FND
Em caso de participaccedilatildeo em MHP qual seria o escalatildeo das unidades de AAA
a empregar
Seraacute que as unidades de AAA nacionais possuem o niacutevel de prontidatildeo exigido
para integrarem as NRF e os BG
Apoacutes alguma reflexatildeo sobre o tema em investigaccedilatildeo construiacutemos as hipoacuteteses de
investigaccedilatildeo ldquoestas satildeo proposiccedilotildees conjecturais que constituem respostas possiacuteveis agraves
questotildees de investigaccedilatildeordquo (Sarmento 2008 p9)
Obtendo assim as seguintes hipoacuteteses
1 Porque o CJSOR10 natildeo identifica a necessidade de uma valecircncia de protecccedilatildeo AA
da forccedila
2 Em cenaacuterios de alta intensidade ou no lanccedilamento das operaccedilotildees
3 Ao niacutevel das Unidade Escalatildeo Companhia (UEC) e das Unidades Escalatildeo Batalhatildeo
(UEB) normalmente empregues em FND seria empregue uma forccedila de organizaccedilatildeo
modular
4 Existem lacunas ao niacutevel dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
Depois de construiacutedas as hipoacuteteses de investigaccedilatildeo procedemos a um periacuteodo de
profunda reflexatildeo existindo a necessidade de seleccionar os meacutetodos cientiacuteficos11
10
CJSOR ndash Combined Joint Statement of Requirements 11
Meacutetodos em investigaccedilatildeo cientiacutefica observaccedilatildeo directa critico experimental demonstrativo sistemaacutetico
inquisitivo histoacuterico dedutivo e indutivo (Sarmento 2008)
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 5
adequados agrave presente investigaccedilatildeo e agrave obtenccedilatildeo de uma resposta agrave questatildeo central Assim
adoptaacutemos o meacutetodo criacutetico (efectuando uma observaccedilatildeo criacutetica da situaccedilatildeo actual das
unidades de AAA no que diz respeito agrave participaccedilatildeo em FND) e o meacutetodo inquisitivo (atraveacutes
da elaboraccedilatildeo de entrevistas)
Aprofundaacutemos a nossa pesquisa bibliograacutefica inicial recorrendo tambeacutem a publicaccedilotildees
perioacutedicas documentos electroacutenicos e agrave legislaccedilatildeo em vigor
Tivemos ainda a oportunidade de assistir agrave palestra onde foram apresentadas as
conclusotildees do workshop realizado no RAAA1 entre os dias 09 e 11 de Dezembro de 2008
onde foi abordado entre outros o tema relacionado com ldquoO apoio da Artilharia Antiaeacuterea agraves
Brigadas em Operaccedilotildeesrdquo e que revelou ser proveitoso para a nossa investigaccedilatildeo
Ao longo da evoluccedilatildeo do TIA as conversas exploratoacuterias com Oficiais foram
substituiacutedas por entrevistas12 semi-estruturadas13 que na nossa opiniatildeo enriqueceram
muito o presente trabalho A realizaccedilatildeo destas entrevistas permitiu conhecer a opiniatildeo dos
entrevistados sobre questotildees pertinentes ao nosso tema bem como a partilha de
experiecircncias e informaccedilotildees que de outra forma seriam impossiacuteveis de angariar
Depois da recolha de todas estas informaccedilotildees e da sua anaacutelise terminaacutemos a fase
analiacutetica do meacutetodo de investigaccedilatildeo cientiacutefica e entraacutemos na uacuteltima fase deste processo a
fase conclusiva Nesta fase procedeu-se agrave verificaccedilatildeo das hipoacuteteses levantadas
anteriormente sob as quais fundaacutemos as nossas conclusotildees
Siacutentese de Conteuacutedos
O presente trabalho eacute constituiacutedo por uma Introduccedilatildeo quatro Capiacutetulos e
ConclusotildeesPropostas
Apoacutes a Introduccedilatildeo no Capiacutetulo I procede-se agrave elaboraccedilatildeo de um Enquadramento
Conceptual que tem como finalidade familiarizar o leitor com os principais conceitos
abordados no presente trabalho
No Capiacutetulo II examina-se a participaccedilatildeo nacional em MHP procurando saber qual o
possiacutevel enquadramento das unidades de AAA neste tipo de operaccedilotildees atraveacutes da anaacutelise
de trecircs casos de estudo distintos
O Capiacutetulo III aborda os conceitos de NRF e de BG definindo os requisitos necessaacuterios
para que as unidades de AAA possam integrar estas estruturas militares de caraacutecter
multinacional
No Capiacutetulo IV procede-se ao estudo da situaccedilatildeo actual das unidades de AAA
analisando os equipamentos sistemas de armas e prontidatildeo dos militares Face agrave anaacutelise
12
Todas as entrevistas foram de caraacutecter presencial tendo sido os entrevistados previamente contactados 13
Os entrevistados responderam agraves perguntas de um guiatildeo Os guiotildees das entrevistas encontram-se em
apecircndice
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 6
realizada efectuou-se ainda uma perspectiva do que poderaacute ser a participaccedilatildeo de unidades
de AAA nacionais em MHP na NRF e nos BG
Por fim no Capiacutetulo V apresentam-se as conclusotildees e propostas onde se pretende
fundamentalmente responder agrave questatildeo central e efectuar a confirmaccedilatildeo (total ou parcial)
ou a negaccedilatildeo das hipoacuteteses previamente levantadas Apresenta-se igualmente um conjunto
de propostas que tem como objectivo melhorar algumas das lacunas identificadas durante o
presente estudo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 7
CAPIacuteTULO I
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL
Antes de iniciar a anaacutelise do tema em investigaccedilatildeo achaacutemos conveniente delinear
alguns conceitos base com o propoacutesito de enquadrar o leitor com a problemaacutetica abordada
ao longo deste TIA Importa realccedilar que acerca deste enquadramento conceptual haveria
certamente muito para acrescentar Contundo natildeo sendo esse o objectivo apelaacutemos agrave
nossa capacidade de siacutentese durante a sua elaboraccedilatildeo
I1 Forccedilas Nacionais Destacadas
O Exeacutercito tem vindo a constituir FND que tecircm sido empenhadas num quadro
multinacional sob o comando de diferentes OI Desempenham missotildees ldquoditas de paz
embora de uma forma conceptual se enquadrem naquilo que vulgarmente se designam por
Operaccedilotildees de Resposta a Crises (no acircmbito NATO) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz (no acircmbito
ONU) ou ateacute mesmo Operaccedilotildees de Estabilizaccedilatildeo e Apoio (considerando a doutrina do
exeacutercito dos EUA) rdquo (Santos 2007p235)
Ao tentarmos clarificar o conceito de FND deparamo-nos com a inexistecircncia de uma
definiccedilatildeo oficial pelo que optaacutemos por traccedilar a nossa proacutepria definiccedilatildeo e enquadraacute-la no
acircmbito da nossa investigaccedilatildeo
I11 Enquadramento Histoacuterico
ldquoAs mudanccedilas que tiveram lugar no sistema internacional desde 1991 levaram os
estados democraacuteticos ao desempenho de novos papeacuteis nas relaccedilotildees internacionais
designadamente atraveacutes do emprego de contingentes militaresrdquo (Leandro 2002 p317)
Enquadrado neste contexto Portugal tem vindo a participar activamente em MHP
sendo necessaacuterio recuar aos finais da deacutecada de oitenta para encontrar a primeira
presenccedila14 nacional na UNTAG15 onde cooperaram trecircs oficiais do Exeacutercito Portuguecircs na
supervisatildeo do processo eleitoral Esta participaccedilatildeo foi seguida da Operaccedilatildeo das Naccedilotildees
14
Esta eacute a primeira participaccedilatildeo nacional em MHP apoacutes o conflito ultramarino jaacute que a geacutenese da participaccedilatildeo
nacional remonta ao ano de 1958 com a UNOGIL (United Nation Observer Group in Lebanon) 15
UNTAG ndash United Nations Transition Assistance Group
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 8
Unidas em Moccedilambique (UNMOZ)16 entre Abril de 1993 e Dezembro de 1994 na qual o
Exeacutercito Portuguecircs contribuiu com um Batalhatildeo de Transmissotildees e com observadores
militares
A partir desta operaccedilatildeo o Exeacutercito atingiu uma absoluta integraccedilatildeo neste tipo
operaccedilotildees militares edificando um longo historial de participaccedilatildeo materializado com a
presenccedila em cerca de sessenta e quatro MHP dispersas por vinte e trecircs TO17 e dois paiacuteses
adjacentes a TO18 Ao longo da sua colaboraccedilatildeo em MHP ao abrigo das diversas OI o
Exeacutercito Portuguecircs empenhou um efectivo19 total de vinte mil quinhentos e vinte e um
militares (RCMAGabCEME 2009)
I12 Forccedilas Nacionais Destacadas ndash O Conceito
O longo histoacuterico de participaccedilatildeo nacional em missotildees no exterior tem-se concretizado
em diferentes moldes atraveacutes de militares inseridos em unidades constituiacutedas (como por
exemplo o AgrBravo na KFOR20) de observadores militares (como por exemplo os trecircs
oficiais que integraram a UNTAG) ou ainda de elementos em funccedilotildees de estado-maior
(como os militares que integraram o Quartel-General (QG) da AFOR21)
Importa distinguir a participaccedilatildeo de caraacutecter individual (observadores militares e
elementos em funccedilotildees de estado-maior) da participaccedilatildeo de unidades constituiacutedas que
actuam como uma ldquoForccedilardquo22 Assim usaacutemos o termo FND unicamente para nos referirmos
agraves unidades constituiacutedas definindo-o de acordo com aquilo que tem sido a experiecircncia
nacional23 nas uacuteltimas duas deacutecadas uma FND eacute uma unidade militar devidamente
comandada treinada equipada e enquadrada que cumpre uma missatildeo no exterior do
territoacuterio nacional no acircmbito da satisfaccedilatildeo dos compromissos internacionais assumidos por
Portugal a sua constituiccedilatildeo eacute normalmente mission tailored ou seja eacute orientada para a
missatildeo de forma a respeitar as CJSOR
Eacute estabelecido um encargo operacional de pessoal (EOP) e um encargo operacional de
material (EOM) com base numa unidade constituiacuteda do Sistema de Forccedilas Nacional (SFN)
que pode ser ajustada com moacutedulos para satisfazer as CJSOR Um exemplo deste tailoring
16
UNMOZ ndash United Nations Operation in Mozambique 17
Boacutesnia e Herzegovina Timor-Leste Angola Kosovo Moccedilambique Ex-Jugoslaacutevia Congo Guineacute-Bissau
Macedoacutenia Saara Ocidental Albacircnia Afeganistatildeo Liacutebano Croaacutecia Namiacutebia Costa do Marfim Libeacuteria Burundi
Iraque Sudatildeo Chade Etioacutepia Paquistatildeo 18
Aacutefrica do Sul e Austraacutelia 19
Referente ateacute ao mecircs de Abril de 2009 (RCMAGabCEME 2009) 20
KFOR ndash Kosovo Force 21
AFOR ndash Albania Force 22
ldquoForccedilardquo ndash ldquoUm conjunto de militares sistemas de armas equipamento ou a combinaccedilatildeo destesrdquo (JP
2006p210) 23
Ver Anexo A ndash Histoacuterico das FND nas MHP
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 9
eacute o caso das CCmds no Afeganistatildeo que incluiacuteam um TACP24 da Forccedila Aeacuterea Portuguesa
(FAP) apesar de em situaccedilotildees normais este natildeo estar previsto no quadro orgacircnico (QO)
das CCmds
No que diz respeito ao seu modo de emprego as FND possuem algumas
particularidades como o facto de atravessarem trecircs periodos25 distintos o aprontamento a
conduta da operaccedilatildeo e por fim a desactivaccedilatildeofim de missatildeo (Leandro2001)
I2 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Apoacutes a decisatildeo de analisar unicamente a participaccedilatildeo nacional em missotildees no acircmbito
da Alianccedila Atlacircntica torna-se fundamental distinguir as operaccedilotildees previstas no conceito
estrateacutegico da OTAN Estas abrangem um vasto espectro26 podendo ser operaccedilotildees com
base no artigo 5ordm27 (referentes ao Tratado do Atlacircntico Norte28) ou operaccedilotildees de natildeo-artigo
5ordm normalmente designadas por CRO
A participaccedilatildeo das FND em missotildees da OTAN efectuou-se sempre no acircmbito das CRO
razatildeo pela qual abordaacutemos a participaccedilatildeo nacional apenas neste acircmbito Este facto poreacutem
natildeo inviabiliza que as FND natildeo possam vir a ser empregues em missotildees de caraacutecter mais
robusto como por exemplo operaccedilotildees ao abrigo do artigo 5ordm da Alianccedila Atlacircntica
O facto de a participaccedilatildeo nacional ter sido sempre feita em CRO faz com que exista a
necessidade de proceder agrave sua caracterizaccedilatildeo de forma a esclarecer a sua natureza e
tipologia de operaccedilotildees
O actual sistema internacional marcado pela eclosatildeo de focos de tensatildeo e de conflitos
regionais com base em nacionalismos e diferenccedilas eacutetnicas culturais e religiosas
possibilitou o aparecimento de uma ameaccedila multifacetada imprevisiacutevel e transnacional O
advento desta ameaccedila levou os Estados ao desenvolvimento de mecanismos colectivos
para a satisfaccedilatildeo de necessidades de seguranccedila conjuntas evitando o escalar da violecircncia
a niacutevel mundial e promovendo a estabilidade internacional
Neste contexto a Alianccedila Atlacircntica tem-se assumido como catalisadora na prevenccedilatildeo e
resoluccedilatildeo de crises procedendo agrave actualizaccedilatildeo e desenvolvimento da doutrina de emprego
das FA permitindo que estas sejam empregues neste tipo de operaccedilotildees (EME 2005)
24
TACP - Tactical Air Control Party 25
Ver Anexo B - Ciclo de uma FND 26
Ver Anexo C - Espectro das Operaccedilotildees 27
Artigo 5ordm do Tratado do Atlacircntico Norte - ldquo (hellip) As Partes concordam que um ataque armado contra um ou
vaacuterios paiacuteses membros na Europa ou nos EUA seraacute considerado um ataque contra todos e consequentemente
concordam que se tal ataque armado se verificar cada um no exerciacutecio do direito de legiacutetima defesa individual
ou colectiva reconhecido pelo artigo 51 deg da Carta das Naccedilotildees Unidas prestaraacute assistecircncia agrave Parte ou Partes
atacadas (hellip) incluindo o uso da forccedila (hellip)ldquo (NATO 1949) 28
O Tratado Atlacircntico Norte foi assinado em 4 de Abril de 1949 e estabelecido ao abrigo do artigo 51ordm da Carta
das Naccedilotildees Unidas o qual reafirma o direito inerente dos Estados Independentes agrave defesa individual ou
colectiva
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 10
Perante este cenaacuterio as CRO surgem como ldquo (hellip) operaccedilotildees multifuncionais que abrangem
actividades poliacuteticas militares e civis executadas de acordo com a lei internacional
incluindo o direito internacional humanitaacuterio que contribuem para a prevenccedilatildeo e resoluccedilatildeo
de conflitos e a gestatildeo de crises (hellip) rdquo (EME 2005 14-2)
I21 Tipologia das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A tipologia das CRO compreende um vasto leque de operaccedilotildees as quais incluem um
conjunto de diversas tarefas a serem desempenhadas em tempo de paz ou de crise Estas
regem-se por um aglomerado de princiacutepios29 que tecircm como objectivo estabelecer uma
uniformidade de comportamentos entre as entidades intervenientes neste tipo de operaccedilotildees
As CRO organizam-se da seguinte forma (EME 2005)
1) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz (Peace Support Operations - PSO)
(a) Manutenccedilatildeo de Paz (Peace Keeping - PK)
(b) Imposiccedilatildeo de Paz (Peace Enforcement ndash PE)
(c) Prevenccedilatildeo de Conflitos (Conflict Prevention ndash CP)
(d) Restabelecimento de Paz (Peacemaking ndash PM)
(e) Consolidaccedilatildeo da Paz (Peace Building ndash PB)
(f) Operaccedilotildees Humanitaacuterias (Humanitarian Operations - HO)
2) Outras Operaccedilotildees e Tarefas de Resposta a Crises
(a) Apoio agraves Operaccedilotildees Humanitaacuterias
(i) Assistecircncia a Deslocados e Refugiados
(ii) Operaccedilotildees Humanitaacuterias (fora do acircmbito das PSO)
(b) Apoio a Assistecircncia a Desastres
(c) Busca e Salvamento (Search and Rescue - SAR)
(d) Apoio a Operaccedilotildees de Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
(e) Operaccedilotildees de Extracccedilatildeo
(f) Apoio agraves Autoridades Civis
(g) Imposiccedilatildeo de Sanccedilotildees e Embargos
I22 Manutenccedilatildeo de Paz vs Imposiccedilatildeo de Paz
A participaccedilatildeo nacional tem ocorrido maioritariamente em duas situaccedilotildees PK e PE
Deste modo decidimos caracterizar detalhadamente estas duas situaccedilotildees
As operaccedilotildees de PK ldquo (hellip) satildeo geralmente realizadas em conformidade com os
princiacutepios do Capiacutetulo VI da Carta das Naccedilotildees Unidas a fim de acompanhar e facilitar a
implementaccedilatildeo de um acordo de paz Uma perda de consentimento ou a falta de
29
Ver Anexo D - Os Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 11
cumprimento por uma das partes podem limitar a liberdade de acccedilatildeo da forccedila de
manutenccedilatildeo de paz e ateacute ameaccedilar a continuidade da missatildeo Assim a forccedila deve
permanecer imparcial limitar o uso da forccedila agrave auto-defesa e promover o consentimento (hellip)
30rdquo (NATO 2005 2-4)
Relativamente agraves operaccedilotildees de PE ldquo (hellip) satildeo efectuadas sob os princiacutepios do capiacutetulo
VII da Carta das Naccedilotildees Unidas Satildeo de natureza coerciva e realizadas quando o
consentimento entre as partes envolvidas natildeo foi atingido ou seja incerto Estas operaccedilotildees
satildeo executadas para manter ou restabelecer a paz de forma a cumprir as condiccedilotildees
especificadas no mandato Eacute importante salientar que o objectivo das operaccedilotildees de PE natildeo
eacute a derrota ou destruiccedilatildeo de um inimigo mas sim a coacccedilatildeo e persuasatildeo das partes em
conflito (hellip)31rdquo (NATO 2005 2-4)
I3 A Ameaccedila Aeacuterea
No sentido de finalizar este primeiro capiacutetulo dedicado agrave conceptualizaccedilatildeo
procederemos agrave caracterizaccedilatildeo da ameaccedila aeacuterea Abordando unicamente a participaccedilatildeo em
missotildees sob a eacutegide da OTAN eacute necessaacuterio equacionar todos os cenaacuterios possiacuteveis de
participaccedilatildeo das FND quer seja em CRO como tem vindo a suceder ou em operaccedilotildees ao
abrigo do artigo 5ordm da Alianccedila Atlacircntica
A ameaccedila aeacuterea eacute composta por meios tradicionais como os aviotildees e os helicoacutepteros de
ataque No entanto a proliferaccedilatildeo de sistemas natildeo tripulados como miacutesseis (baliacutesticos e de
cruzeiro) e veiacuteculos aeacutereos natildeo tripulados (UAV)32 ampliaram o conjunto de meios que
caracteriza a ameaccedila aeacuterea
Na tipologia33 da ameaccedila aeacuterea os sistemas natildeo tripulados assumem-se como os
meios mais susceptiacuteveis de serem utilizados pelo seu custo manutenccedilatildeo sustentaccedilatildeo e
elevada capacidade de destruiccedilatildeo Estas caracteriacutesticas fazem com que estes sistemas
sejam preferidos aos tradicionais aviotildees e helicoacutepteros de ataque que satildeo mais
dispendiosos em termos de aquisiccedilatildeo manutenccedilatildeo e treino de tripulaccedilotildees (HDA 2000)
Estes meios tripulados poderatildeo ser utilizados pelo opositor em conflitos no acircmbito do artigo
5ordm da Alianccedila Atlacircntica ou em situaccedilotildees em que se enfrenta um adversaacuterio que dispotildee de
um exeacutercito organizado e coerente
No que diz respeito ao caraacutecter assimeacutetrico que marca a actual conflitualidade eacute
necessaacuterio ter em conta uma nova ameaccedila que se tem manifestado nos TO mais recentes
a ameaccedila RAM34 Esta ldquonovardquo ameaccedila eacute caracterizada pela utilizaccedilatildeo de sistemas de baixo
30
Traduccedilatildeo Livre 31
Traduccedilatildeo Livre 32
UAV - Unmanned Aerial Vehicles 33
Ver Anexo E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea 34
RAM - Rockets Artillery amp Mortar
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 12
custo baseados em Foguetes Artilharia e Morteiros A ameaccedila RAM natildeo se enquadra no
conjunto de meios (tripulados e natildeo tripulados) que caracteriza a tradicional ameaccedila aeacuterea
Contundo o facto de utilizar o vector aeacutereo para se materializar leva a que os consideremos
como tal
Ainda no acircmbito da ameaccedila aeacuterea satildeo igualmente passiacuteveis de ser utilizados aviotildees
ultraleves ou aeronaves renegade35 contra instalaccedilotildees de forccedilas multinacionais ou contra
interesses das facccedilotildees envolvidas no conflito com o objectivo de desestabilizarem o
processo de paz ou criar um foco de instabilidade
Considerando o actual ambiente das CRO a ameaccedila aeacuterea pode ser caracterizada pela
utilizaccedilatildeo de sistemas pouco dispendiosos e de faacutecil acesso por parte de actores menores
envolvidos neste processo ldquo (hellip) hoje em dia fala-se na capacidade de grupos terroristas
utilizarem morteiros aviotildees ligeiros drones e UAVrsquos visto que estes natildeo satildeo meios muito
sofisticados e podem-se transformar numa ameaccedila aeacuterea (hellip) ldquo (Benroacutes 2009)36
35
Trata-se de uma plataforma aeacuterea civil que se julga estar a operar de uma tal maneira que levanta suspeitas
de poder ser usada como arma para executar um ataque terrorista Existe um exemplo bem recente apesar de
natildeo se ter verificado em operaccedilotildees o ataque de 11 de Setembro de 2001 (Borges 2008) 36
Ver Apecircndice B - Guiatildeo da Entrevista ao TCor Art Varela Benroacutes
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 13
CAPIacuteTULO II
A PARTICIPACcedilAtildeO DE FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS
EM OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES
Neste capiacutetulo procederemos agrave anaacutelise da participaccedilatildeo do Exeacutercito com FND em
missotildees da OTAN37 O primeiro passo neste estudo seraacute seleccionar quais as operaccedilotildees a
analisar visto que por questotildees de tempo e espaccedilo torna-se impossiacutevel abordar todas as
operaccedilotildees realizadas no acircmbito da Alianccedila Atlacircntica
Optou-se pela escolha de duas operaccedilotildees em particular a participaccedilatildeo na IFOR38 que
ocorreu na Boacutesnia e Herzegovina no ano de 1996 e a participaccedilatildeo na KFOR no TO do
Kosovo iniciada em 1999 e actualmente ainda em curso39
O longo historial das FND revela-nos que nunca foi integrado qualquer tipo de unidades
(Grupo Bateria) ou subunidades (pelotatildeo secccedilatildeo) de AAA Procurou-se com esta anaacutelise
conceptual saber qual o eventual enquadramento que a AAA poderaacute ter neste tipo de
operaccedilotildees
Para aleacutem da caracterizaccedilatildeo dos TO para onde as FND foram projectadas importa
averiguar a eventual empregabilidade de uma subunidade de AAA de organizaccedilatildeo modular
nas UEC ou UEB que actualmente satildeo empregues em CRO De forma a obter resultados
fidedignos neste campo recorreu-se agrave experiecircncia de quem esteve no TO e sentiu as
dificuldades de comandar uma FND em operaccedilotildees deste geacutenero Recorremos assim agrave
experiecircncia partilhada de trecircs comandantes de FND e tentaacutemos transpor para o papel todo
o conhecimento transmitido com o objectivo de esclarecer a problemaacutetica em estudo
II1 A Participaccedilatildeo Nacional na IFOR
O primeiro TO escolhido para estudar a problemaacutetica de investigaccedilatildeo foi o da Boacutesnia e
Herzegovina que contou com a participaccedilatildeo portuguesa na forccedila multinacional IFOR em
Janeiro de 1995 durante a operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo40 Com esta presenccedila na Initial Entry
37
Ver Anexo F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte 38
IFOR - Implementation Force 39
Com o empenhamento do 1ordm Batalhatildeo de Infantaria da BrigInt constituiacutedo por 290 militares (EMGFA 2009) 40
Nome de coacutedigo da operaccedilatildeo IFOR conduzida pela OTAN na Boacutesnia e Herzegovina entre 20 de Dezembro de
1995 e 20 de Dezembro de 1996 (NATO 2001)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 14
Force o Exeacutercito integrou pela primeira vez uma UEB na estrutura de forccedilas da Alianccedila
Atlacircntica
Antes da anaacutelise da participaccedilatildeo nacional na IFOR procedeu-se agrave descriccedilatildeo dos
antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina permitindo compreender a intervenccedilatildeo
da comunidade internacional atraveacutes da OTAN e da IFOR
II11 Antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina
A Ex-Federaccedilatildeo da Jugoslaacutevia foi ateacute 1990 constituiacuteda pelas Repuacuteblicas da Croaacutecia
Seacutervia Esloveacutenia Boacutesnia Macedoacutenia e Monte Negro Em 1991 a Esloveacutenia e a Croaacutecia
efectivaram o seu desejo de abandonar a Federaccedilatildeo da Jugoslaacutevia e a situaccedilatildeo tornou-se
insustentaacutevel quando 94 dos eleitores na Croaacutecia aprovaram em referendo a
independecircncia que foi proclamada em 25 de Junho de 1991 No mesmo dia a Esloveacutenia
declarava a independecircncia o que originou a guerra com a intervenccedilatildeo do Exeacutercito do Povo
Jugoslavo em resposta agraves tomadas de posiccedilatildeo da Esloveacutenia e da Croaacutecia
Em 29 de Fevereiro de 1992 era realizado um referendo na Boacutesnia e Herzegovina
tendo a maioria (muccedilulmanos e croatas) obtido um resultado de 99 a favor da
independecircncia Com este resultado tambeacutem a Boacutesnia e Herzegovina se viria a tornar
independente no dia 3 de Marccedilo de 1992 sendo reconhecida pela Comunidade Europeia
trecircs dias depois
Em Maio de 1992 o Conselho de Seguranccedila das Naccedilotildees Unidas (CSNU) atraveacutes da
UNSCR41 752 exigia o fim dos combates na Boacutesnia e Herzegovina aprovando o envio da
UNPROFOR42 para esta regiatildeo
Acompanhando as restantes repuacuteblicas tambeacutem a Macedoacutenia declarou a sua
independecircncia no dia 8 de Abril de 1993
A UNPROFOR sob os auspiacutecios da ONU natildeo conseguiu controlar a crise existente nos
Balcatildes obrigando a OTAN a intervir por diversas vezes para fazer respeitar a zona de
exclusatildeo do espaccedilo aeacutereo43 imposta sobre a Boacutesnia e Herzegovina ao abrigo da UNSCR
781 Apesar das sanccedilotildees impostas pela ONU a situaccedilatildeo agravou-se e assistiu-se mesmo a
uma escalada da violecircncia o que obrigou a OTAN a elaborar planos de emergecircncia para
apoiar uma eventual retirada das tropas da ONU da Boacutesnia e Herzegovina Assiste-se a um
intenso debate poliacutetico para alcanccedilar uma soluccedilatildeo poreacutem as partes envolvidas tardavam a
chegar a um acordo enquanto que no terreno a OTAN intensificava os raids e os
bombardeamentos aeacutereos em resposta aos ataques aeacutereos seacutervios na zona de exclusatildeo do
espaccedilo aeacutereo estabelecida pela Alianccedila
41
UNSCR - United Nations Security Council Resolution 42
UNPROFOR - United Nations Protection Force 43
ldquoNo-Fly Zonesrdquo
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 15
Finalmente no dia 5 de Outubro de 1995 era assinado um acordo geral de cessar-fogo
proposto pelos Estados Unidos da Ameacuterica (EUA) sendo aceite por todas as partes
beligerantes iniciando-se as negociaccedilotildees de paz
O Acordo de Paz de Dayton44 veio consolidar o acordo geral de cessar-fogo
constituindo-se como o teacutermino de uma guerra que durou cerca de trecircs anos e meio e
provocou centenas de milhares de mortos Ao abrigo deste acordo foram estabelecidas
duas entidades no territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina a Repuacuteblica seacutervia da Boacutesnia e a
Federaccedilatildeo Croata Muccedilulmana Estas duas entidades encontravam-se separadas por uma
linha (IEBL)45 sobre a qual foi criada uma aacuterea de seguranccedila materializada no terreno por
uma faixa de dez quiloacutemetros designada por zona de separaccedilatildeo (ZOS)46 (Saraiva 2008)
A IFOR interveacutem no territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina ao abrigo da UNSCR 1031 com
a missatildeo47 de fiscalizar e impor o cumprimento do Acordo de Paz de Dayton A estrutura de
comando da IFOR48 era composta por trecircs divisotildees lideradas pela Franccedila Reino Unido e
EUA
II12 Case-study o Agrupamento Juacutepiter na Boacutesnia e Herzegovina
A 16 de Dezembro de 1995 eacute aprovado o plano operacional da IFOR pelo Conselho do
Atlacircntico Norte (NAC49) iniciando-se a operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo para garantir o
cumprimento do Acordo de Paz de Dayton
A primeira FND a ser projectada para o TO da Boacutesnia e Herzegovina foi o 2ordm Batalhatildeo
de Infantaria Aerotransportada (2ordm BIAT) pertencente agrave antiga Brigada Aerotransportada
Independente (BAI) ao qual se juntou o Destacamento de Apoio Sanitaacuterio Esta FND
passou a denominar-se Agrupamento Juacutepiter (AgrJuacutepiter) constituindo o nosso primeiro
case-study
No dia 10 de Agosto de 1996 o 2ordm BIAT substitui o 3ordm BIAT incorporando-se no
AgrJuacutepiter e prosseguindo a missatildeo Em Agosto de 1996 o AgrJuacutepiter era constituiacutedo50 por
um Batalhatildeo de Infantaria (3ordm BIAT) a trecircs companhias de atiradores por uma companhia de
apoio de combate por uma companhia de apoio de serviccedilos e por um destacamento de
apoio de serviccedilos ldquomusculadordquo que garantia todo o fluxo logiacutestico agraves tropas nacionais
44
Ver Anexo G - O Acordo de Paz de Dayton 45
IEBL - Inter Entity Boundary Line 46
ZOS - Zone Of Separation 47
Ver Anexo H - Missatildeo da IFOR 48
Ver Anexo I - Estrutura de C2 da IFOR em 1996
49 NAC ndash North Atlantic Council
50 O seu efectivo total era de 911 militares (Saraiva 2008)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 16
Em 1996 o TO da Boacutesnia e Herzegovina era caracterizado como bastante incerto51
principalmente na fase inicial da operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo devido aos focos de
instabilidade que se faziam sentir na regiatildeo O AgrJuacutepiter ocupava o sector de Goradze um
dos mais complicados na regiatildeo que era descrito por ser ldquo (hellip) um sector extremamente
tenso com vaacuterios pontos quentes (hellip) rdquo (Saraiva 2009)52
Relativamente agrave presenccedila de unidades de AAA no TO existiam em toda a estrutura do
escalatildeo superior Segundo Saraiva (2009) tanto a Brigada Italiana (MNBN53) onde a FND
estava inserida como a proacutepria Divisatildeo Francesa (MNDSE54) dispunham de unidades de
AAA no entanto estas ldquo (hellip) nunca foram vistas no sector portuguecircs (hellip) rdquo (Saraiva 2009)
Admitindo a existecircncia da ameaccedila aeacuterea no TO ainda que teacutenue parece-nos que a
inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA faria todo o sentido uma vez que a aacuterea de
responsabilidade (AOR)55 do AgrJuacutepiter era composta por vaacuterios pontos sensiacuteveis Satildeo
exemplos desses pontos uma torre de comunicaccedilotildees um repetidor operado por elementos
do escalatildeo superior (Brigada Italiana) e uma torre explorada por elementos da Divisatildeo
Francesa em acccedilotildees de guerra electroacutenica O comandante do AgrJuacutepiter refere que ldquo (hellip)
todos esses pontos exigiriam com certeza protecccedilatildeo AA porque caso a ameaccedila aeacuterea
fosse maior e se materializasse noacutes teriacuteamos que ter esses meios correndo o risco de
ficarmos completamente isolados no TO (hellip) ldquo (Saraiva 2009)
Verifica-se assim que a FNDIFOR poderia eventualmente incluir uma subunidade de
AAA de organizaccedilatildeo modular dimensionada agrave FND Ao existir este moacutedulo e estando
devidamente integrado na estrutura de C2 do escalatildeo superior este ldquo (hellip) acrescentaria
muitas capacidades agrave forccedila ldquo (Saraiva 2009)
II2 A Participaccedilatildeo Nacional na KFOR
A segunda operaccedilatildeo da OTAN que nos propusemos a investigar refere-se ao TO do
Kosovo o qual levou agrave intervenccedilatildeo da Alianccedila Atlacircntica atraveacutes da KFOR Tambeacutem nesta
missatildeo a participaccedilatildeo nacional concretizou-se desde o primeiro momento com a integraccedilatildeo
de uma FND na Initial Entry Force em 1999 o Agrupamento Bravo (AgrBravo) da antiga
BAI
51
ldquoEstamos perfeitamente conscientes de que os acordos de paz satildeo fraacutegeis e imperfeitos e de que a IFOR eacute
uma operaccedilatildeo natildeo isenta de riscos (hellip) ldquo Excerto retirado do discurso do Ministro da Defesa Nacional Dr
Antoacutenio Vitorino no IV Seminaacuterio para Altos funcionaacuterios e Chefes de Missatildeo do Ministeacuterio dos Negoacutecios
Estrangeiros em 4 de Janeiro de 1996 52
Ver Apecircndice C - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel de Infantaria Ref Pires Saraiva Comandante da FNDIFOR
(AgrJupiteacuter) no ano de 1996 53
MNBN - Multinational Brigade North 54
MNDSE - Multinational Division Southeast 55
AOR - Area Of Responsability
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 17
Desde a participaccedilatildeo inicial do AgrBravo ateacute agrave actual presenccedila do 1ordm Batalhatildeo de
Infantaria da BrigInt Portugal tem-se constituiacutedo como presenccedila habitual na KFOR Durante
a uacuteltima deacutecada o Exeacutercito Portuguecircs participou sucessivamente com FND na KFOR
excepccedilatildeo feita agrave interrupccedilatildeo ocorrida entre os anos de 2001 e 2004 devido agrave necessidade
de tropas para a participaccedilatildeo no TO de Timor-Leste
Agrave semelhanccedila do conflito da Boacutesnia e Herzegovina antes da anaacutelise dos case-study
efectuou-se um breve enquadramento dos antecedentes que levaram agrave sua intervenccedilatildeo da
OTAN no territoacuterio do Kosovo
II21 Antecedentes do Conflito do Kosovo
A proviacutencia do Kosovo fica situada no Sul do territoacuterio da Repuacuteblica da Seacutervia
possuindo uma populaccedilatildeo mista com maioria de etnia albanesa Ateacute 1989 a proviacutencia
beneficiou de um elevado grau de autonomia dentro do territoacuterio da antiga Ex-Jugoslaacutevia No
entanto quando Slobodan Milosevic56 subiu ao poder a proviacutencia perdeu a sua autonomia
ficando sob o controlo directo de Belgrado o que levou os albaneses residentes no Kosovo
a oporem-se radicalmente a esta decisatildeo
Durante o ano de 1998 os confrontos entre as forccedilas da Seacutervia e os kosovares
albaneses resultaram em mais de mil e quinhentos mortos e quatrocentos mil refugiados A
comunidade internacional manifestou preocupaccedilatildeo relativamente agrave cataacutestrofe humanitaacuteria e
agrave permanente escalada do conflito com a possibilidade de este se estender a paiacuteses
vizinhos
A UNSCR 1199 exteriorizava uma profunda preocupaccedilatildeo com o excessivo uso de forccedila
por parte das forccedilas da Seacutervia apelando tambeacutem ao cessar-fogo por ambas as partes do
conflito e estabelecendo um limite maacuteximo de forccedilas seacutervias no Kosovo Ficou tambeacutem
acordado que a Organizaccedilatildeo para a Seguranccedila e Cooperaccedilatildeo na Europa (OSCE)
estabelecesse uma unidade de observaccedilatildeo a Missatildeo de Verificaccedilatildeo no Kosovo (KVM)57
para observar o cumprimento das directivas do CSNU
Apesar de todos os esforccedilos a situaccedilatildeo no Kosovo agravou-se novamente apoacutes uma
seacuterie de actos de provocaccedilatildeo de ambas as partes As forccedilas militares e policiais seacutervias
intensificaram o uso da forccedila nas suas operaccedilotildees contra os kosovares albaneses
movimentando tropas e meios militares para a regiatildeo num claro desrespeito agrave UNSCR 1199
Este facto fez com que a KVM se retirasse da regiatildeo pois para aleacutem de natildeo poder cumprir a
sua missatildeo de observaccedilatildeo tambeacutem enfrentava oposiccedilatildeo das forccedilas seacutervias
56
Slobodan Milosevic foi presidente da Repuacuteblica da Seacutervia entre 1989 e 1997 e presidente da Jugoslaacutevia entre
1997 e 2000 Em 2001 foi acusado pelo Tribunal Penal Internacional de Haia por crimes de guerra contra a
humanidade e genociacutedio cometidos durante a guerra civil da Jugoslaacutevia 57
KVM ndash Kosovo Verification Mission
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 18
O presidente Milosevic recusou-se a cumprir a UNSCR 1199 e no dia 23 de Marccedilo de
1999 a Alianccedila iniciou os ataques aeacutereos com a operaccedilatildeo ldquoAllied Forcerdquo Esta campanha
aeacuterea duradoura de setenta e sete dias terminou no dia 10 de Junho de 1999 quando o
Secretaacuterio-Geral da OTAN Javier Solana anunciou suspender temporariamente as
operaccedilotildees aeacutereas da OTAN contra a Jugoslaacutevia Esta decisatildeo foi tomada pelo NAC depois
de atingido um consenso e de o Comandante Supremo Aliado da Europa (SACEUR) ter
confirmado que as forccedilas jugoslavas tinham iniciado a sua retirada do Kosovo Esta retirada
encontrava-se em conformidade com o Acordo Teacutecnico Militar (MTA58)
No dia 10 de Junho foi aprovada a UNSCR 1244 que congratulava a aceitaccedilatildeo dos
princiacutepios sobre a soluccedilatildeo poliacutetica para a crise no Kosovo por parte da Repuacuteblica Federal da
Jugoslaacutevia A UNSCR 1244 incluiacutea um fim imediato da violecircncia e uma raacutepida retirada das
suas forccedilas militares policiais e paramilitares do Kosovo Com a adopccedilatildeo desta resoluccedilatildeo o
NAC iniciou os preparativos para o envio raacutepido de uma forccedila de seguranccedila mandatada pelo
CSNU (NATO 2001)
A KFOR59 entrou no Kosovo no dia 12 de Junho de 1999 executando a Operaccedilatildeo ldquoJoint
Guardianrdquo60 com uma forccedila de caraacutecter multinacional inicialmente constituiacuteda por cerca de
vinte mil militares divididos entre seis brigadas (MNB61) lideradas respectivamente pela
Alemanha EUA Franccedila Itaacutelia e duas pelo Reino Unido Estas seis brigadas foram
implantadas territorialmente62 dando origem a cinco sectores sob o comando unificado do
Comandante da KFOR (COMKFOR63) (NATO 1999)
II22 Case-study o Agrupamento Bravo no Kosovo
O segundo case-study eacute o AgrBravo que integrou a KFOR durante Operaccedilatildeo ldquoJoint
Guardianrdquo ocupando o sector de Klina entre Agosto de 1999 e Fevereiro de 2000 Era
constituiacutedo64 por trecircs esquadrotildees dois esquadrotildees de reconhecimento (um equipado com
viaturas de rodas e o outro com viaturas de lagartas) e um esquadratildeo de apoio de serviccedilos
Chegados ao terreno os militares portugueses foram confrontados com um cenaacuterio
devastador ldquo (hellip) encontrava-se tudo destruiacutedo os edifiacutecios as casas as igrejas etc () rdquo
(Calccedilada 2009)65 Este era o aspecto tiacutepico de uma regiatildeo que foi palco dos sucessivos
58
MTA ndash Military Technical Agreement 59
Ver Anexo J - Missatildeo da KFOR 60
Nome de coacutedigo da operaccedilatildeo KFOR conduzida pela OTAN na proviacutencia seacutervia do Kosovo a partir de 10 de
Junho de 1999 (NATO 2009) 61
MNB ndash Multinational Brigade
62
Ver Anexo K ndash Estrutura de C2 da KFOR
63 COMKFOR ndash Commander KFOR
64 O seu efectivo era de 295 militares 30 oficiais 74 sargentos e 191 praccedilas (Pires 2007)
65 Ver Apecircndice D - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Cavalaria Tirocinado Antunes Calccedilada Comandante da
FNDKFOR (AgrBravo) no ano de 1999
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 19
confrontos entre os militantes do UCK66 e as forccedilas militares seacutervias e posteriormente da
campanha aeacuterea da Alianccedila Atlacircntica O Comandante do AgrBravo refere que ldquo (hellip)
aquando da nossa chegada encontraacutemos um teatro de operaccedilotildees totalmente incerto e
totalmente instaacutevel (hellip) rdquo (Calccedilada 2009)
Inicialmente as operaccedilotildees do AgrBravo eram de imposiccedilatildeo de paz uma vez que os
militantes do UCK autoproclamados como o Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo se
recusavam a depor as armas Confrontados com esta situaccedilatildeo os militares do AgrBravo
adoptaram uma postura riacutegida afirmando a sua posiccedilatildeo e executando vaacuterias operaccedilotildees de
Busca e Cerco com o objectivo de desarmar e desmilitarizar o UCK Superada esta fase
inicial as operaccedilotildees passaram a ser desenroladas com normalidade no acircmbito da
manutenccedilatildeo de paz realizando tarefas de patrulhamento e de seguranccedila a locais religiosos
bem como acccedilotildees CIMIC67 e operaccedilotildees psicoloacutegicas (PSYOPS)68
No que diz respeito agrave Brigada Multinacional Oeste de comando Italiano (MNBW69) na
qual o AgrBravo estava integrado tambeacutem natildeo dispunha de qualquer unidade de AAA uma
vez que a ameaccedila aeacuterea era considerada remota Todavia existia um plano de
contingecircncias que poderia ser activado ldquo (hellip) caso os seacutervios natildeo aprovassem o rumo que o
Kosovo estava levar e resolvessem intervir utilizando algumas aeronaves que tivessem
disponiacuteveis (hellip) rdquo (Calccedilada 2009) Caso existisse necessidade de activar esse plano de
contingecircncias a Brigada Italiana tinha em Itaacutelia uma Bateria de Artilharia Antiaeacuterea (BAAA)
preparada para ser projectada para o TO
Achamos que caso o plano de contingecircncias fosse activado as unidades italianas
usufruiriam de prioridade no que diz respeito agrave protecccedilatildeo AA dada a escassez de meios Agrave
semelhanccedila das forccedilas italianas deveriacuteamos dispor de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA pronto
a ser projectado para o TO que garantisse a protecccedilatildeo AA da AOR do AgrBravo Desta
forma salvaguardariacuteamos quaisquer lacunas na protecccedilatildeo AA (garantida pelo escalatildeo
superior)
Segundo Benroacutes (2002) existiam outras naccedilotildees na KFOR que dispunham de unidades
de AAA como os EUA que lideravam a Brigada Multinacional Este (MNBE70) Dispunham de
um BAAA equipada com o miacutessil portaacutetil Stinger a qual esteve no TO durante toda a fase
inicial da missatildeo da KFOR sendo depois substituiacuteda por uma unidade de radares de AAA
(equipada com o sistema radar Sentinel) que tinha como missatildeo a vigilacircncia do espaccedilo
aeacutereo
66
UCK - Ushtria Clivoimtare Kosoves (em albanecircs) significa Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo 67
CIMIC - Civil-Military Cooperation 68
PSYOPS - Physiological Operations 69
MNBW - Multinational Brigade West 70
MNBE - Multinational Brigade East
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 20
Tambeacutem a Alemanha paiacutes que liderava a Brigada Multinacional Sul (MNBS71) possuiacutea
unidades de AAA nesta fase inicial da missatildeo As tropas alematildes tinham ao dispor uma
BAAA equipada com o miacutessil portaacutetil Stinger Agrave semelhanccedila das tropas norte-americanas
esta BAAA foi substituiacuteda com o desenrolar da missatildeo internacional no Kosovo por uma
unidade de Poliacutecia Militar
O facto de em 1999 existirem unidades de AAA no TO do Kosovo prova que apesar de
a ameaccedila aeacuterea ser bastante remota ela existia e poderia materializar-se jaacute que se tratava
da fase inicial da operaccedilatildeo normalmente caracterizada pela incerteza e pelo
desconhecimento das capacidades dos beligerantes
Quanto agrave inclusatildeo de uma subunidade de AAA de organizaccedilatildeo modular no AgrBravo
notamos que o facto de a estrutura do escalatildeo superior (MNBW) natildeo dispor de qualquer tipo
de unidades de AAA impediria a inserccedilatildeo deste moacutedulo na FND Isso soacute aconteceria se o
plano de contingecircncias fosse activado e a Brigada Italiana projectasse a BAAA que se
encontrava em stand by
O facto de existirem outras forccedilas presentes no restante TO com meios de AAA
permitiria que o moacutedulo nacional se integrasse na estrutura de defesa aeacuterea do TO e
contribuiacutesse para a protecccedilatildeo AA do TO
II23 Case-study o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista no Kosovo
O terceiro case-study que nos propusemos a analisar foi o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-
quedista (BIPara) que esteve destacado no TO do Kosovo entre Setembro de 2005 e Marccedilo
de 2006 cumprindo a missatildeo de reserva taacutectica (TACRES)72 do COMKFOR
O BIPara encontrava-se aquartelado nas proximidades do QG da KFOR na regiatildeo de
Pristina no Camp Slim Lines que partilhava com uma forccedila de reconhecimento britacircnica e
com um pelotatildeo de Poliacutecia Militar esloveno O BIPara73 era constituiacutedo por trecircs companhias
duas companhias de atiradores (equipadas com viaturas de rodas) e uma companhia de
apoio de serviccedilos
Em 2005 o TO do Kosovo estava calmo e natildeo existiam focos de instabilidade situaccedilatildeo
bastante diferente daquela que o AgrBravo encontrou agrave sua chegada Apesar de
ocasionalmente surgirem algumas situaccedilotildees que despertavam maior preocupaccedilatildeo o
ambiente era estaacutevel tendo sido o UCK totalmente desmilitarizado
Se na fase inicial da presenccedila da KFOR a probabilidade de a ameaccedila aeacuterea se
concretizar era reduzida nesta fase da operaccedilatildeo ldquoJoint Guardianrdquo natildeo existia qualquer tipo
de ameaccedila aeacuterea prevalecendo um profundo conhecimento das partes beligerantes e das
71
MNBS - Multinational Brigade South 72
TACRES - Tactical Reserve Esta reserva taacutectica tinha como finalidade a demonstraccedilatildeo de forccedila por parte do
COMKFOR (Sobreira 2009) 73 O seu efectivo era de 299 militares 30 oficiais 57 sargentos e 212 praccedilas (Calmeiro e Magro 2005)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 21
suas capacidades O Kosovo era nesta fase um TO ldquomadurordquo (hellip) o centro de operaccedilotildees
conjunto lanccedilava drones que permitiam assistir in loco agraves operaccedilotildees e intervinha
directamente no canal de comando se assim fosse necessaacuterio esta situaccedilatildeo soacute se
conseguia porque existia superioridade aeacuterea () ldquo (Sobreira 2009)74
Nesta etapa avanccedilada da presenccedila internacional no Kosovo natildeo existem registos do
emprego de unidades de AAA por qualquer naccedilatildeo interveniente na KFOR visto que a
ameaccedila aeacuterea eacute totalmente inexistente Neste contexto o Exeacutercito natildeo eacute excepccedilatildeo e
quando interrogado acerca das capacidades que um moacutedulo de AAA poderia acrescentar agrave
FNDKFOR o Cmdt do BIPara responde ldquo No cenaacuterio em que estaacutevamos enquadrados natildeo
se justificaria as carecircncias sentidas eram em termos de pessoal disponiacutevel para as
patrulhas e reconhecimento O proacuteprio moacutedulo de morteiros pesados do Batalhatildeo era uma
forma dissimulada de ter mais um pelotatildeo disponiacutevel e este era utilizado para garantir o
serviccedilo de guarniccedilatildeo ao aquartelamento (hellip) ldquo (Sobreira 2009)
II3 Reflexotildees sobre o emprego de AAA em CRO
Para existir participaccedilatildeo de unidades de AAA integradas em forccedilas multinacionais da
Alianccedila Atlacircntica (como eacute o caso da IFOR e da KFOR) eacute necessaacuterio que essa valecircncia se
encontre inventariada no documento CJSOR Este documento eacute elaborado pelos oacutergatildeos da
OTAN identificando as unidades necessaacuterias e as capacidades miacutenimas que essas
unidades devem conter para integrar as diversas forccedilas multinacionais
Depois de consultarmos75 os CJSOR das uacuteltimas participaccedilotildees nacionais em CRO
(referimo-nos ao uacuteltimo CJSOR elaborado para a KFOR e ao CJSOR da ISAF76 ambos
datados do ano de 2005) verificaacutemos que estes natildeo mencionavam qualquer necessidade
de emprego de unidades de AAA Esta situaccedilatildeo pode ser considerada normal tendo em
conta que no TO do Kosovo em 2005 natildeo existia ameaccedila aeacuterea como se verificou
anteriormente Quanto ao TO do Afeganistatildeo o facto de natildeo haver cabimento orgacircnico no
CJSOR para as unidades de AAA revela que natildeo foi identificada nenhuma ameaccedila aeacuterea
pela OTAN aquando da elaboraccedilatildeo do respectivo CJSOR
A situaccedilatildeo na Boacutesnia e Herzegovina em 1996 e no Kosovo em 1999 nas quais existiam
unidades de AAA no terreno eacute um claro indicador de que os CJSOR dessas operaccedilotildees
previam o emprego deste tipo de unidades e que a ameaccedila aeacuterea se poderia materializar
nesses TO
74
Ver Apecircndice E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel de Infantaria Sobreira Comandante da FNDKFOR
(BIPara) no ano de 2005 75
Estas consultas foram feitas na Divisatildeo de Operaccedilotildees do Estado-Maior General das Forccedilas Armadas
(DIOPEMGFA) 76
ISAF - International Security Assistance Force
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 22
No que diz respeito agrave participaccedilatildeo nacional em CRO verifica-se que tem ocorrido de
acordo com os niacuteveis de ambiccedilatildeo expliacutecitos no Conceito Estrateacutegico Militar (CEM)
empenhando normalmente UEB ou UEC No entanto eacute oportuno relembrar que o CEM
prevecirc igualmente em alternativa agraves trecircs UEB a projecccedilatildeo de uma Brigada actuando em todo
o espectro de operaccedilotildees De acordo com os conceitos doutrinaacuterios a unidade miacutenima de
apoio eacute a Brigada a qual eacute apoiada com uma BAAA (EME 1997)
Em CRO as naccedilotildees que disponibilizam o comando de Brigada satildeo igualmente
responsaacuteveis por garantir as valecircncias da Forccedila ditas ldquomais criacuteticasrdquo (veja-se o exemplo da
Alemanha e dos EUA na KFOR) Desta forma verifica-se o emprego doutrinaacuterio de uma
BAAA em apoio a uma Brigada
O facto de Portugal ter vindo a participar com unidades ateacute UEB inviabiliza a projecccedilatildeo
de uma unidade doutrinaacuteria de AAA (a BAAA) No entanto esta situaccedilatildeo natildeo deve constituir
obstaacuteculo agrave participaccedilatildeo nacional de unidades de AAA neste tipo de operaccedilotildees a qual pode
ser realizada adequando as unidades de AAA ao actual niacutevel de ambiccedilatildeo nacional (UEB)
Pode ser assim empenhada uma subunidade de organizaccedilatildeo modular como por exemplo
um pelotatildeo de AAA
O exemplo da IFOR eacute esclarecedor O facto de todo o escalatildeo superior possuir
unidades de AAA faz com que a organizaccedilatildeo modular de AAA se justifique pois apesar da
FNDIFOR estar dentro da AOR da MNBN a protecccedilatildeo da forccedila eacute da responsabilidade
nacional Aleacutem disso em situaccedilotildees de abertura de TO onde natildeo existem certezas da
capacidade das partes beligerantes entendemos que natildeo deve existir lugar para
facilitismos77
Face agrave anaacutelise realizada verifica-se que o actual tailoring utilizado na concepccedilatildeo das
FND para actuarem em MHP (neste caso em CRO) pode incluir um moacutedulo de protecccedilatildeo
AA O facto de em termos conceptuais existir uma janela de oportunidade para as unidades
de AAA participarem neste tipo de missotildees (atraveacutes da inclusatildeo do respectivo moacutedulo)
conduz-nos a outra questatildeo relacionada com o tipo de operaccedilotildees e de TO em que este
moacutedulo pode ser empregue Neste domiacutenio constata-se igualmente que a participaccedilatildeo de
unidades de AAA em CRO pode e deve ser feita dando ecircnfase agrave fase inicial das operaccedilotildees
militares Durante esta fase a actuaccedilatildeo da Initial Entry Force ganha preponderacircncia
devendo ser ldquo (hellip) uma forccedila manifestamente robusta face agraves necessidades que estatildeo
inventariadas mostrando assim capacidades persuasivas e dissuasivas (hellip) rdquo (Ribeiro
2009)78 Eacute nesta situaccedilatildeo que as forccedilas de iacutendoles mais teacutecnicas como o caso da AAA satildeo
77
Eacute oportuno recordar a maacutexima terrorista citada por Osama Bin Laden depois dos ataques de 11 de Setembro
de 2001 ldquoYou have to be lucky all of the time we only have to be lucky oncerdquo 78
Ver Apecircndice F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro Chefe da DIOPEMGFA
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 23
requisitadas a intervir (veja-se o exemplo de forccedilas aliadas79 em cenaacuterios de ldquoaberturardquo de
TO) realizando tarefas no contexto da sua missatildeo primaacuteria como a protecccedilatildeo AA a baixas
altitudes (SHORAD80) da forccedila e dos pontos sensiacuteveis existentes na sua AOR
Uma vez ultrapassada a fase inicial das operaccedilotildees a situaccedilatildeo eacute estabilizada
aumentando o conhecimento do TO e das partes beligerantes Eacute adoptada uma postura
adequada agrave situaccedilatildeo como por exemplo a transiccedilatildeo da IFOR para a SFOR81 na Boacutesnia e
Herzegovina em Janeiro de 1997 Nesta fase a Initial Entry Force eacute substituiacuteda e as Follow-
on Forces satildeo moldadas agrave missatildeo sendo dotadas com as valecircncias especiacuteficas para o
cumprimento da mesma
De acordo com aquilo que tem sido a praacutetica multinacional neste tipo de operaccedilotildees as
forccedilas de manobra (leia-se unidades de infantaria e de reconhecimento) mantecircm-se no TO e
assumem um papel proeminente efectuando tarefas de patrulhamento reconhecimento
check-points PSYOPS escoltas acccedilotildees CIMIC e CRC82 Quanto agraves unidades de AAA
tendo em conta a inexistecircncia de qualquer tipo de ameaccedila aeacuterea estas natildeo satildeo necessaacuterias
no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Consideramos que para as proacuteximas participaccedilotildees de FND em Initial Entry Force
deveraacute ser equacionada a inclusatildeo de uma subunidade de AAA contribuindo assim para a
protecccedilatildeo da forccedila Esta eacute definitivamente uma preocupaccedilatildeo constante do Comandante
durante qualquer operaccedilatildeo seja em operaccedilotildees de guerra ou em CRO Tambeacutem a presenccedila
dos media a influecircncia da opiniatildeo puacuteblica e a manifestaccedilatildeo de novos actores e elementos
(o caraacutecter assimeacutetrico dos conflitos o terrorismo e a proliferaccedilatildeo nuclear) se constituem
como factores de acreacutescimo agrave importacircncia da protecccedilatildeo da forccedila
79
Ver Anexo L - A AAA Francesa na UNIFIL 80
SHORAD - Short Range Air Defense 81
SFOR - Stabilization Force 82
CRC - Crowd amp Riot Control
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 24
CAPIacuteTULO III
A INTEGRACcedilAtildeO DA AAA NA
NATO RESPONSE FORCE E NOS BATTLEGROUPS
Ao investigarmos acerca da problemaacutetica relacionada com o emprego de unidades de
AAA em FND natildeo podemos de forma alguma deixar de considerar a participaccedilatildeo assiacutedua
do Exeacutercito na NRF e nos BG Estas forccedilas assumem-se cada vez mais como um
catalisador de mudanccedila no que respeita agrave intervenccedilatildeo em conflitos possuindo uma
capacidade de projecccedilatildeo para missotildees em TO exteriores agrave Europa o que constitui um
desafio para o Exeacutercito
Embora a disponibilizaccedilatildeo de unidades do SFN do Exeacutercito para integrarem a NRF e os
BG natildeo seja exactamente igual agravequela que integra as FND em MHP pode facilmente ser
estabelecido um paralelismo entre estas participaccedilotildees o qual eacute reconhecido pela proacutepria
legislaccedilatildeo83 que enquadra ambas as tipologias de missatildeo O facto de estas unidades serem
submetidas a um periacuteodo intenso de treino operacional que eacute precedido de um exerciacutecio de
certificaccedilatildeo internacional e do consequente periacuteodo de stand by (sendo consideradas
Earmarked84 durante este periacuteodo) reforccedila esse paralelismo
Ao considerarmos o conceito de FND anteriormente definido verifica-se que as
unidades que integram a NRF e os BG natildeo correspondem ao termo FND no seu sentido
restrito No entanto podem ser enquadradas no seu sentido lato
Neste capiacutetulo a pesquisa seraacute direccionada de forma a averiguar quais os meios
orgacircnicos de protecccedilatildeo AA deste tipo de forccedilas Pretende-se assim clarificar os requisitos
de emprego determinados pelas respectivas OI para que possam ser integradas unidades
de AAA nacionais na sua constituiccedilatildeo
83
De acordo com a Directiva nordm23CEME08 84
Forccedilas que as naccedilotildees concordam colocar sob comando ou controlo operacional em data futura de um
Comando OTAN (Baptista 2008)
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 25
III1 Os Conceitos de NATO Response Force e de Battlegroups
Sem pretender efectuar uma reflexatildeo exaustiva acerca dos conceitos de NRF e de BG
naturalmente fora do acircmbito deste TIA importa esclarecer qual a missatildeo organizaccedilatildeo e
constituiccedilatildeo destas estruturas militares O objectivo desta breve abordagem aos dois
conceitos eacute alcanccedilar uma base soacutelida para a nossa investigaccedilatildeo
III11 A NATO Response Force - NRF
A Alianccedila Atlacircntica criou uma forccedila conjunta e combinada caracterizada pela sua
elevada prontidatildeo ndash a NATO Response Force85 Com um efectivo de vinte e cinco mil
militares a NRF eacute capaz de ser destacada apoacutes uma decisatildeo poliacutetica sendo auto-
sustentaacutevel por um periacuteodo de trinta dias As vaacuterias componentes da NRF encontram-se em
stand by nos seus paiacuteses de origem estando preparadas para serem destacadas para a
Aacuterea de Operaccedilotildees (AO) se for necessaacuterio
A NRF atingiu a sua capacidade operacional plena em Outubro de 2006 e actualmente
abrange um largo espectro de missotildees que satildeo efectuadas num estudo caso a caso pelo
NAC Como uacutenica Forccedila presente no TO pode efectuar (NATO 2007)
1 Operaccedilotildees de Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
2 Apoio agrave gestatildeo de consequecircncias86
3 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
4 Apoio de Operaccedilotildees de Contra-Terrorismo
5 Operaccedilotildees de Embargo
6 Actuar como Initial Entry Force facilitando a chegada das Follow-on Forces numa
AO conjunta com ou sem o apoio da naccedilatildeo hospedeira
A constituiccedilatildeo da NRF baseia-se no cataacutelogo de forccedilas CJSOR Poreacutem devido ao facto
de se verificarem constantemente lacunas (denominadas ldquoshortfallsrdquo) no seu preenchimento
(nomeadamente nas valecircncias mais criacuteticas como os helicoacutepteros) eacute provaacutevel que se
evolua da conferecircncia de geraccedilatildeo de forccedilas para a geraccedilatildeo de forccedilas baseada numa
Framework Nation (FwN) Este conceito prevecirc que uma determinada naccedilatildeo se constitua
como ldquoespinha dorsalrdquo da NRF disponibilizando as valecircncias mais criacuteticas e impedindo que
existam lacunas na geraccedilatildeo de forccedilas Desta forma a NRF eacute organizada em moacutedulos
vinculados a um determinado niacutevel de participaccedilatildeo das naccedilotildees intervenientes (Baptista
2007)
Niacutevel A ndash A FwN garante a totalidade do moacutedulo (UEB UEC) soacute poderaacute existir outra
naccedilatildeo no caso de afiliaccedilotildees permanentes como por exemplo o caso da Brigada
Franco-Alematilde
85
Ver Anexo L - Estrutura da NRF 86
Em caso de incidentes NRBQ (Nuclear Radioloacutegico Bioloacutegico e Quiacutemico) ou em situaccedilotildees de crise
humanitaacuteria (NATO 2007)
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 26
Niacutevel B ndash A FwN garante 50 do moacutedulo a participaccedilatildeo de outras naccedilotildees (entre duas
e quatro) nesse moacutedulo eacute possiacutevel
Niacutevel C ndash A FwN eacute responsaacutevel por um 25 do moacutedulo
Niacutevel D ndash O moacutedulo pode ser provido por outra naccedilatildeo que o disponibilize
III12 Os Battlegroups
O conceito de Battlegroup surge no acircmbito da EU referindo-se a uma Forccedila Tarefa de
resposta raacutepida constituiacuteda por um efectivo de mil quinhentos militares Neste contexto o
BG assume-se como ldquo um pacote de forccedilas minimamente eficaz crediacutevel projectaacutevel e
coerente capaz de garantir o cumprimento de operaccedilotildees de forma isolada ou fases iniciais
de operaccedilotildees de maior envergadura (hellip)87 rdquo (EU 2006p1)
A constituiccedilatildeo88 do BG baseia-se num documento denominado BG Concept que prevecirc
uma UEB de manobra reforccedilada com meios dimensionados de Apoio de Combate e de
Apoio de Serviccedilos Esta constituiccedilatildeo assenta no princiacutepio da multinacionalidade atraveacutes da
constituiccedilatildeo de um FwN ou de uma coligaccedilatildeo de Estados-Membros Cada Battlegroup
deveraacute ter associado um Comando de Forccedila e capacidades operacionais e estrateacutegicas preacute-
identificadas como por exemplo o transporte estrateacutegico (EU 2006)
Os niacuteveis de ambiccedilatildeo estabelecidos no ldquoHeadline Goals 2010rdquo prevecircem a capacidade
da UE empreender dois BG em simultacircneo em aacutereas geograacuteficas distintas no ano de 2010
Quanto agraves missotildees atribuiacutedas a um BG este deve estar apto a desenvolver as seguintes
tarefas (Lindstrom 2007)
1 Separaccedilatildeo das partes em Conflito
2 Prevenccedilatildeo de Conflitos
3 Estabilizaccedilatildeo Reconstruccedilatildeo e Consultoria Militar a Paiacuteses terceiros
4 Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
5 Assistecircncia a Operaccedilotildees Humanitaacuterias
No que diz respeito agrave geraccedilatildeo da forccedila a iniciativa parte dos paiacuteses-membros que
propotildeem agrave UE a criaccedilatildeo de um BG Desta forma a naccedilatildeo que se assume como FwN tem o
oacutenus de edificaccedilatildeo ou seja deve disponibilizar todas as unidades que natildeo consegue
angariar junto das restantes naccedilotildees que compotildeem o BG
Assiste-se nesta fase a um constante processo de negociaccedilotildees com uma forte
componente poliacutetica pois as naccedilotildees tendem a disponibilizar unidades que lhes
proporcionem visibilidade (ldquoShow the Flagrdquo) como eacute o caso das unidades de Operaccedilotildees
Especiais Uma vez terminadas as negociaccedilotildees a FwN apresenta agrave UE uma organizaccedilatildeo
especiacutefica do BG com a indicaccedilatildeo dos paiacuteses membros que para ele contribuem de
87
Traduccedilatildeo Livre 88
Ver Anexo M - Estrutura de um Battlegroup
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 27
maneira a atingir o princiacutepio da multinacionalidade O modelo apresentado deve exibir as
capacidades do BG e o periacuteodo de tempo que essa forccedila estaacute disponiacutevel para ser
empregue em operaccedilotildees (normalmente seis meses)
III2 Requisitos para integraccedilatildeo da AAA na NRF
O Exeacutercito tem vindo a participar continuamente na NRF desde o primeiro semestre de
2004 com a integraccedilatildeo de uma forccedila de Operaccedilotildees Especiais Poreacutem ao analisarmos o
histoacuterico89 da participaccedilatildeo nacional na componente terrestre da NRF notamos a inexistecircncia
de qualquer unidade de AAA nesta estrutura de forccedilas e a predominacircncia de unidades de
manobra e de operaccedilotildees especiais Ao analisar este histoacuterico eacute igualmente assinalaacutevel o
esforccedilo do Exeacutercito em integrar unidades de cariz mais teacutecnico como a Bateria de AC 105
mm prevista para integrar a NRF 14 Contudo consideramos que ainda natildeo eacute o suficiente e
que deveraacute existir um maior investimento noutro tipo de valecircncias ditas mais teacutecnicas
No que diz respeito agrave participaccedilatildeo na NRF existe uma clara definiccedilatildeo dos requisitos
que qualquer unidade deveraacute estar apta a cumprir os quais vecircm expressos no CJSOR A
OTAN tem vindo a definir diferentes CJSOR para cada uma das NRF numa tentativa de ser
mais especiacutefica quanto aos requisitos miacutenimos necessaacuterios Deste modo as naccedilotildees
deveratildeo cumprir os requisitos miacutenimos para integrarem unidades na NRF
Tendo como base desta anaacutelise o CJSOR90 verifica-se que relativamente ao moacutedulo
de Defesa Aeacuterea (dependendo da NRF) a participaccedilatildeo das naccedilotildees poderaacute ser feita em trecircs
escalotildees distintos escalatildeo BAAA escalatildeo Grupo de Artilharia Antiaeacuterea (GAAA) ou escalatildeo
Brigada AAA Framework Considerando a dimensatildeo do Exeacutercito Portuguecircs o nuacutemero de
unidades de AAA existentes e os niacuteveis de ambiccedilatildeo nacionais estabelecidos superiormente
julgamos que a participaccedilatildeo mais adequada seraacute o escalatildeo BAAA Para este escalatildeo o
CJSOR refere que o niacutevel de multinacionalidade do moacutedulo deveraacute ser do niacutevel A o que
significa que a naccedilatildeo que disponibilizar a BAAA deveraacute garantir a totalidade do moacutedulo e soacute
excepcionalmente seratildeo aceites outras naccedilotildees Desta forma a BAAA disponibilizada
deveraacute cumprir os seguintes requisitos (Baptista 2007)
Integrar um miacutenimo de doze sistemas SHORAD e doze sistemas MANPAD91 e um
efectivo de duzentos e cinquenta militares
Deveraacute ter a capacidade de ser aerotransportada
Deveraacute garantir a capacidade de assegurar a protecccedilatildeo AA da AO de uma Brigada
Deveraacute ter a capacidade de ligaccedilatildeo com sistemas de defesa antiaeacuterea de meacutedia
altitude
89
Ver Anexo O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF 90
Consulta realizada na Divisatildeo de Operaccedilotildees do Estado-Maior General das Forccedilas Armadas (DIOPEMGFA) 91
MANPAD - Man Portable Air Defense
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 28
Disponibilidade orgacircnica de sistemas radar 3D com IFF92
Niacutevel adequado de protecccedilatildeo da forccedila face agrave ameaccedila NRBQ e aos engenhos
explosivos improvisados (EOD93)
Capacidade miacutenima de sobrevivecircncia de trecircs dias em abastecimentos
No caso de se tratar de uma BAAA auto-propulsada (AP) esta deveraacute cumprir os
mesmos requisitos da BAAA natildeo necessitando da capacidade de ser aerotransportada
Deve ainda dispor de capacidade de detecccedilatildeo visual e radar por infravermelhos
III3 Requisitos para Integraccedilatildeo da AAA nos Battlegroups
Relativamente agrave geraccedilatildeo do pacote de forccedilas que compotildee o BG o facto de natildeo existir
uma estrutura fixa (ao contraacuterio da NRF) permite uma maior flexibilidade por parte das
naccedilotildees envolventes na disponibilizaccedilatildeo dos meios de Apoio de Combate e de Apoio de
Serviccedilos desde que a UEB de manobra esteja garantida
O documento BG Concept soacute indica genericamente qual deveraacute ser a constituiccedilatildeo do
pacote de forccedilas em funccedilatildeo da missatildeo havendo necessidade de recorrer a modelos
anteriores de BG Considerando alguns modelos edificados anteriormente (como o
Francecircs94 Espanhol Italiano e Polaco) constata-se que a sua protecccedilatildeo AA eacute conferida por
uma unidade de escalatildeo pelotatildeo de AA do tipo SHORAD Para que exista possibilidade do
pelotatildeo de AA integrar o pacote de forccedilas do BG este deve satisfazer os requisitos miacutenimos
estabelecidos pela UE sendo estes semelhantes aos instituiacutedos pela NRF Assim o pelotatildeo
AA SHORAD deveraacute dispor (Baptista 2007)
Capacidade de ser aerotransportado
Capacidade de ligaccedilatildeo agraves unidades apoiadas e aos escalotildees superiores
Capacidade de cobertura da AO do BG
Niacutevel adequado de protecccedilatildeo da forccedila face agrave ameaccedila NRBQ e EOD
Interoperabilidade com outras forccedilas integrantes no BG
92
IFF - Identification Friend or Foe 93
EOD - Explosive Ordnance Disposal 94 Ver Anexo P ndash Exemplo de um Battlegroup
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 29
CAPIacuteTULO IV
EMPREGO OPERACIONAL DAS UNIDADES DE AAA
Depois de analisadas as potenciais conjunturas de participaccedilatildeo de unidades de AAA em
forccedilas projectaacuteveis (quer no acircmbito das MHP ou das forccedilas multinacionais) a nossa
investigaccedilatildeo foi direccionada para a abordagem das questotildees directamente relacionadas
com o emprego operacional das unidades de AAA
Como vimos anteriormente no caso das forccedilas multinacionais (NRF e BG) existe um
conjunto de requisitos que as unidades devem possuir para que possam participar neste tipo
de operaccedilotildees No que diz respeito agrave participaccedilatildeo de unidades de AAA no acircmbito das FND
(por exemplo IFOR e KFOR) os requisitos miacutenimos de participaccedilatildeo satildeo estabelecidos no
CJSOR da forccedila multinacional consoante o tipo de operaccedilatildeo a desempenhar
Assim sendo neste capiacutetulo procedeu-se agrave anaacutelise da prontidatildeo operacional das
unidades de AAA nacionais com a finalidade de averiguar se estas possuem as valecircncias
que possibilitem a sua participaccedilatildeo nas operaccedilotildees anteriormente referidas
IV1 O Niacutevel de Prontidatildeo das Unidades de AAA
No contexto de anaacutelise agrave prontidatildeo das unidades de AAA importa considerar trecircs
variaacuteveis distintas a investigar os equipamentos e sistemas de armas os militares e o seu
treino95
O estudo da primeira variaacutevel visa obter dados sobre as condiccedilotildees actuais dos
equipamentos e sistemas de armas que equipam as unidades de AAA nacionais no que diz
respeito agrave quantidade de sistemas existentes agraves suas caracteriacutesticas teacutecnicas e agraves suas
capacidades de emprego em forccedilas projectaacuteveis Relativamente agrave segunda variaacutevel o seu
estudo permitiraacute saber qual a proficiecircncia e prontidatildeo dos militares responsaacuteveis por operar
os sistemas de armas Por fim a terceira variaacutevel possibilitaraacute a anaacutelise do treino a que os
militares de AAA satildeo submetidos
95
Treino - Eacute toda a formaccedilatildeo ministrada na UnidadeEstabelecimentoOacutergatildeo (UEO) de colocaccedilatildeo cuja
finalidade eacute manter ou aumentar os niacuteveis de proficiecircncia individuais (EME 2004 p60)
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 30
IV11 Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais96
As unidades de AAA que integram actualmente a Forccedila Operacional Permanente do
Exeacutercito (FOPE) dispotildeem dos seguintes sistemas de armas para cumprir as suas missotildees
Trinta e um Sistemas Canhatildeo Bitubo AA 20 mm
Trinta e seis Sistemas Miacutessil Ligeiro Chaparral
Trinta e seis Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Trecircs Radares ANMPQ-49 Forward Alerting Area Radar (FAAR)
Trecircs Radares Portable Search and Target Acquisition Radar (PSTAR)
Ao examinar atentamente esta lista destaca-se desde logo a inexistecircncia de um
sistema de C2 que permita num cenaacuterio de operaccedilotildees efectuar as ligaccedilotildees necessaacuterias ao
sistema de C2 do escalatildeo superior agrave Forccedila Aeacuterea Aliada e agraves restantes unidades de AAA
presentes no TO Uma unidade de AAA que natildeo se encontre devidamente integrada na rede
da AAA no TO pode acidentalmente abater uma aeronave amiga originando uma situaccedilatildeo
bastante grave causada por falha humana Deste modo a ausecircncia de um sistema de C2
nas unidades de AAA nacionais tem sido apontada como o grande obstaacuteculo agrave sua
participaccedilatildeo em TO no exterior do territoacuterio nacional (MHP NRF e BG) porque ldquo (hellip) natildeo eacute
aceitaacutevel que num TO moderno existam forccedilas de AAA que se limitem a fazer como noacutes
fazemos controlo por procedimentos (hellip) ldquo (Paradelo 2009)97
Para que as unidades de AAA nacionais possam integrar as FND (no sentido lato) e
participar em exerciacutecios internacionais ou em exerciacutecios conjuntos no interior do territoacuterio
nacional devem obrigatoriamente possuir um sistema de C2 actual (possuindo no miacutenimo
Link 11B98 e suportar Link 1699) Este sistema deveraacute permitir a partilha de informaccedilatildeo radar
entre a unidade de AAA nacional e outras unidades de AAA Deveraacute igualmente possibilitar
que outras entidades presentes no TO partilhem informaccedilatildeo radar com a unidade de AAA
nacional atraveacutes da adiccedilatildeo de alvos aeacutereos na sua Air Picture Esta troca de informaccedilatildeo
radar entre as diversas unidades de AAA e entidades presentes no TO resulta numa
Common Air Picture (CAP) que por sua vez contribui para um sistema de C2 integrado no
Sistema de Defesa Aeacutereo do TO A CAP eacute um conjunto de Sensores Radares e Sistemas
de Vigilacircncia do Campo de Batalha (VCB) que eacute partilhado pelos vaacuterios escalotildees de
comando da forccedila multinacional desde o comandante da AAA no TO ateacute ao homem que
efectua o empenhamento (Paradelo 2009)
96
Ver Anexo Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais 97
Ver Apecircndice G - Guiatildeo da Entrevista ao TCor Art Crispim Paradelo actual comandante do GAAA 98 Ver Anexo R ndash O Link 11B 99 Ver Anexo Q ndash O Link 16
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 31
No que respeita aos sistemas de armas e equipamentos de detecccedilatildeo radar existentes
nas unidades de AAA nacionais estes apresentam lacunas e encontram-se desactualizados
a vaacuterios niacuteveis (Borges 2008)
Relativamente agraves unidades de tiro (UT) apresentam jaacute um adiantado tempo de serviccedilo
nomeadamente o Sistema Canhatildeo Bitubo AA 20 mm e o Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral100
que estatildeo ao serviccedilo do Exeacutercito Portuguecircs desde 1981 e 1990 respectivamente Apesar de
serem sistemas bastante fiaacuteveis encontram-se obsoletos quando comparados com os
requisitos miacutenimos estabelecidos pela NRF e pelo BG
Neste domiacutenio apenas o Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger pode ser considerado uma UT
actual101 tendo a maioria dos miacutesseis existentes em Portugal (adquiridos em 1996) sido
submetida a um programa da OTAN (o WSPC102) com o objectivo de estender a sua vida uacutetil
(Alves 2008) Ao concretizar-se este processo (extensatildeo de vida dos miacutesseis FIM-92) o
Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger estaraacute apto a equipar unidades de AAA para integrarem as
FND quer no seu sentido restrito (moacutedulo de AAA integrado na FND) quer no seu sentido
lato (NRF e BG)
No que diz respeito aos sistemas de detecccedilatildeo radar as unidades de AAA mecanizadas
dispotildeem do sistema radar FAAR de origem norte-americana Devido ao facto de estar
desactualizado103 (Rosendo 2008) natildeo se encontra apto para equipar quaisquer forccedilas de
AAA projectaacuteveis
Para aleacutem deste sistema de detecccedilatildeo radar as unidades de AAA nacionais dispotildeem
igualmente do sistema radar PSTAR adquirido em 2005 ao Exeacutercito dos EUA Trata-se de
um radar moderno com a capacidade de ser aerotransportado todavia possui apenas
capacidade de detecccedilatildeo bidimensional o que o impossibilita de ser utilizado em operaccedilotildees
no acircmbito da NRF e dos BG jaacute que estas exigem equipamentos com capacidade de
detecccedilatildeo tridimensional De acordo com Benroacutes (2002) o radar PSTAR poderaacute equipar um
eventual moacutedulo de protecccedilatildeo AA inserido numa FND
Importa referir que este sistema radar foi altamente potenciado com a utilizaccedilatildeo do
PPRC104-525 (que recentemente comeccedilou a ser distribuiacutedo pelas unidades da FOPE) A
sua utilizaccedilatildeo permitiu multiplicar a imagem radar e distribui-la por oito UT sejam estas
secccedilotildees de Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral Sistema Canhatildeo Bitubo AA 20 mm ou
esquadras de Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger Desta forma atraveacutes do PPRC-525 torna-se
possiacutevel estabelecer uma rede wireless interna que permite transmitir a Recognized Air
100
O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral encontra-se fora de serviccedilo nos EUA desde 1997 (Borges 2008) 101
Para aleacutem do Exeacutercito Portuguecircs o Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger eacute actualmente utilizado nos seguintes
Exeacutercitos da OTAN Alemanha Dinamarca EUA Greacutecia Holanda Turquia (Salvador 2006) 102
O WSPC (Weapon System Partnership Committee) insere-se no acircmbito de uma agecircncia da OTAN a NAMSA
(NATO Maintenance amp Supply Agency) 103 O Sistema Radar FAAR encontra-se fora de serviccedilo nos EUA desde 1991 104
PPRC ndash PortuguecircsPortaacutetil Raacutedio de Campanha
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 32
Picture (RAP) para os comandantes de secccedilatildeoesquadra dos sistemas de armas (Paradelo
2009)
Apoacutes a anaacutelise dos equipamentos e sistemas de armas de AAA agrave disposiccedilatildeo das
unidades de AAA nacionais verificamos que se encontram obsoletos quando comparados
com as congeacuteneres aliadas105 Apenas o sistema miacutessil portaacutetil Stinger poderaacute ser utilizado
para equipar eventuais forccedilas projectaacuteveis no acircmbito da NRF e dos BG
No que respeita agrave participaccedilatildeo nas FND com um moacutedulo de AAA e de acordo com
Benroacutes (2002) para aleacutem do sistema miacutessil portaacutetil Stinger as unidades nacionais poderiam
igualmente utilizar o sistema de detecccedilatildeo radar PSTAR
IV12 A Lei de Programaccedilatildeo Militar
Para suprir as manifestas necessidades de equipamento das unidades de AAA
encontram-se inscritas na Lei de Programaccedilatildeo Militar (LPM) verbas destinadas agrave aquisiccedilatildeo
de um sistema de C2 de sistemas de detecccedilatildeo radar e de novas UT De acordo com a
LPM106 em vigor o levantamento da BAAABrigInt entre 2010 e 2011 possibilitaraacute a
aquisiccedilatildeo dos seguintes sistemas (Cardoso 2008)
Um Sistema de C2
Dezasseis Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Oito Sistemas Miacutessil Ligeiro
Dois Sistemas de Detecccedilatildeo Radar
A LPM prevecirc ainda o reequipamento da BAAA das Forccedilas AG entre os anos de 2011 e
2015 com os seguintes sistemas (Cardoso 2008)
Um Sistema de C2
Doze Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Seis Sistemas Miacutessil Ligeiro
Dois Sistemas de Detecccedilatildeo Radar
Se a LPM natildeo sofrer alteraccedilotildees e os referidos equipamentos forem adquiridos conforme
o previsto a participaccedilatildeo de unidades de AAA nacionais em forccedilas projectaacuteveis poderaacute ser
uma realidade a curto prazo
Importa acrescentar que o sistema de C2 deveraacute ser prioridade absoluta no que respeita
ao reequipamento previsto na LPM uma vez que este eacute fundamental e permitiraacute estabelecer
uma rede de comunicaccedilotildees entre os diversos intervenientes no sistema de defesa aeacuterea do
TO tais como o escalatildeo superior unidades HIMAD outras unidades de AAA existentes no
105
Observando a vizinha Espanha verificamos que as suas unidades dispotildeem de sistemas HIMAD (High and
Medium Air Defense) e SHORAD em quantidade e qualidade (como por exemplo NASAMS PATRIOT ASPIDE
ROLAND HAWK MISTRAL) e de sistemas C4I (Comando Controlo Comunicaccedilotildees Computadores e
Informaccedilotildees) devidamente integrados no sistema de Defesa Aeacuterea (Borges 2008) 106
Lei Orgacircnica nordm 42006 de 29 de Agosto
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 33
TO e a Forccedila Aeacuterea Aliada Consideramos ainda que o sistema de C2 a adquirir deve ser
compatiacutevel com o recente PPRC-525
IV13 A Prontidatildeo dos Militares de AAA
Depois de proceder agrave caracterizaccedilatildeo dos equipamentos e sistemas de armas existentes
nas unidades de AAA nacionais resta avaliar a proficiecircncia dos militares que operam esses
sistemas e as suas actividades de treino
Julgamos que a melhor forma de avaliar o desempenho dos militares neste acircmbito eacute em
situaccedilotildees reais pelo que analisaacutemos a participaccedilatildeo dos militares de AAA no exerciacutecio de
fogos reais ldquoRelacircmpago 2008rdquo Neste exerciacutecio foram disparados todos os sistemas de
armas de AAA acima referidos tendo sido obtidos resultados de excelecircncia jaacute que ldquo (hellip)
todos os Stinger tiveram impactos teacutecnicos os Chaparral tambeacutem acertaram todos e por fim
o canhatildeo tambeacutem teve uma boa sessatildeo (hellip) rdquo (Borges 2009)107
A utilizaccedilatildeo dos simuladores Stinger do tipo THT108 e STPT109 nas sessotildees de treino e a
presenccedila de uma equipa teacutecnica norte-americana especializada no Sistema Miacutessil Ligeiro
Chaparral permitiram minimizar as ldquofalhasrdquo do material maximizar a proficiecircncia do pessoal
e recuperar o know-how que tem sido perdido ao longo dos anos (Borges 2009)
O ecircxito do exerciacutecio ldquoRelacircmpago 2008rdquo exalta a capacidade humana dos militares de
AAA o que ficou patente no discurso do General Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito
realccedilando que ldquo (hellip) temos capacidade teacutecnica temos capacidade de instruccedilatildeo temos
capacidade de formaccedilatildeo e temos a aptidatildeo dos nossos apontadores e isso eacute importante Eu
disse que provavelmente nunca seremos novidade pelos recursos materiais que
apresentarmos em TO ou no campo de batalha no entanto seremos certamente novidade e
seremos certamente reconhecidos pela qualidade dos nossos recursos humanos e essa eacute
uma aposta indiscutiacutevel do Exeacutercito (hellip)110 ldquo (Ramalho 2008)
Relativamente agraves actividades de treino a que as unidades de AAA satildeo sujeitas estas
satildeo diversificadas e materializam-se com a participaccedilatildeo de subunidades de AAA em
diversos exerciacutecios111 Poreacutem eacute da nossa opiniatildeo que para aleacutem do exerciacutecio ldquoRelacircmpagordquo
(eminentemente teacutecnico) deveria existir um exerciacutecio taacutectico ao niacutevel de todas as unidades
de AAA que abrangesse a actuaccedilatildeo de uma ceacutelula de Comando e Controlo do Espaccedilo
107
Ver Apecircndice H - Guiatildeo da Entrevista ao Cor Art Vieira Borges antigo comandante do RAAA1 108
THT ndash Tracking Head Trainer Este sistema tem o mesmo aspecto de um sistema Stinger normal com a
excepccedilatildeo de um monitor que indica se as fases de empenhamento foram correctamente efectuadas Eacute utilizado
para treinar o empenhamento do apontador sobre aeronaves (HDA 2000) 109
STPT - Stinger Troop Proficiency Trainer Eacute um dispositivo baseado em computador que gera alvos aeacutereos e
cenaacuterios na oacuteptica do sistema (HDA 2000) 110
Palavras de Sua Exordf o General Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito (CEME) aos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo
social em Marccedilo de 2008 aquando da realizaccedilatildeo do exerciacutecio de fogos reais de AAA ldquoRELAcircMPAGO 2008rdquo 111
Desde o inicio do presente ano a AAA jaacute participou nos seguintes exerciacutecios ldquoRELAcircMPAGO 2009rdquo ldquoMARTE
09rdquo ldquoROSA BRAVA 09rdquo ldquoNEWFIP 09rdquo ldquoDRAGAtildeO 09rdquo E ldquoAPOLO 09rdquo
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 34
Aeacutereo (C2EA) e os procedimentos de ligaccedilatildeo aos elementos de manobra e ao escalatildeo
superior de forma a simular um cenaacuterio de participaccedilatildeo em CRO
Ainda no acircmbito do treino e uma vez que se prevecirc a aquisiccedilatildeo de novos sistemas de
armas e equipamentos julgamos que tambeacutem deveria investir-se na formaccedilatildeo teacutecnica
especializada dos quadros de AAA (Oficiais e Sargentos) Essa formaccedilatildeo112 deveraacute ser
ministrada no paiacutes de origem dos sistemas de armas durante o periacuteodo que antecede a
chegada dos mesmos ao nosso paiacutes Pretende-se desta forma garantir um grupo de
especialistas que possa ministrar instruccedilatildeo dos referidos sistemas de armas agraves praccedilas de
AAA para que estas estejam prontas a operaacute-los aquando da sua aquisiccedilatildeo Deveraacute
igualmente existir uma nova formaccedilatildeo taacutectica adequada aos novos materiais
No que concerne ao sistema de C2 consideramos que deveraacute ser formado um pequeno
nuacutecleo de militares dedicado exclusivamente agrave utilizaccedilatildeo do referido sistema uma vez que
este dispotildee de diversas funcionalidades e valecircncias que devem ser analisadas e
optimizadas o que soacute eacute possiacutevel de obter atraveacutes de uma utilizaccedilatildeo continuada do sistema
Depois desta anaacutelise verifica-se que os militares de AAA se encontram proficientes no
manuseamento dos actuais equipamentos e sistemas de armas estando assim aptos a
integrarem as FND contudo a grande maioria dos referidos sistemas natildeo eacute susceptiacutevel de
ser utilizado em forccedilas projectaacuteveis pelos motivos anteriormente referidos Desta forma seraacute
necessaacuterio desencadear esforccedilos no sentido de modernizar as unidades de AAA e investir
na instruccedilatildeo teacutecnica dos militares de AAA acerca dos novos sistemas de armas que poderatildeo
vir a equipar as unidades de AAA Pretende-se assim contribuir para a modernizaccedilatildeo das
unidades de AAA atraveacutes da aquisiccedilatildeo de novos sistemas de armas da formaccedilatildeo e do
treino operacional113
IV2 O Emprego da AAA como Moacutedulo de Protecccedilatildeo AA
Ao actuarem no espectro das CRO as forccedilas devem respeitar os princiacutepios da
flexibilidade e modularidade apostando na criaccedilatildeo de moacutedulos que combinem os
subsistemas de C2 radares comunicaccedilotildees e armas Desta forma poderaacute adaptar-se a
dimensatildeo estrutura e organizaccedilatildeo do moacutedulo agraves necessidades de protecccedilatildeo e agrave natureza
da operaccedilatildeo (Monsanto 2002)
A participaccedilatildeo da AAA poderaacute ser realizada atraveacutes da inclusatildeo de um moacutedulo de
protecccedilatildeo AA dimensionado agrave FND Tendo em conta que as actuais FND satildeo UEB o
moacutedulo indicado seria uma unidade com o efectivo de um pelotatildeo Veja-se novamente o
112
Formaccedilatildeo - Conjunto de actividades que visam a aquisiccedilatildeo de conhecimentos periacutecias atitudes e formas de
comportamento exigidos para o exerciacutecio de um cargo ou profissatildeo (EME 2004 p34) 113
Treino Operacional - Conjunto de actividades de treino e treino colectivo que visam actualizar consolidar
aperfeiccediloar e desenvolver capacidades especiacuteficas orientadas para uma missatildeo (EME 2004 p62)
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 35
exemplo da Franccedila114 no Liacutebano O moacutedulo tem o seu papel a desempenhar em CRO
nomeadamente ao niacutevel da dissuasatildeo (ldquomostrar a forccedila para natildeo ter de a usarrdquo (Raleiras
2002)) da protecccedilatildeo AA da forccedila e das vulnerabilidades seleccionadas Poderaacute
desempenhar tarefas especiacuteficas das unidades de AAA como a imposiccedilatildeo de zonas de
exclusatildeo do espaccedilo aeacutereo em caso de necessidade ou efectuar a vigilacircncia do espaccedilo
aeacutereo do sector atribuiacutedo agrave FND contribuindo desta forma para a CAP do escalatildeo superior
Para aleacutem das tarefas referidas os militares que constituem o moacutedulo poderatildeo ainda
efectuar tarefas de acircmbito geral como patrulhamentos check-points escoltas acccedilotildees de
vigilacircncia e de ajuda humanitaacuteria Este tipo de tarefas eacute insistentemente treinado durante a
fase de aprontamento podendo ser desenvolvidas por qualquer soldado seja qual for a sua
aacuterea de especializaccedilatildeo
No que diz respeito agrave inclusatildeo do moacutedulo de protecccedilatildeo AA numa FND poderia ocorrer
mesmo sem esta valecircncia estar inventariada no CJSOR da forccedila multinacional Como
conferimos previamente a protecccedilatildeo da forccedila eacute da responsabilidade das naccedilotildees as quais
podem prover as suas forccedilas com capacidades suplementares aos requisitos miacutenimos
impostos pelas OI
Em termos praacuteticos para que se efective a participaccedilatildeo deste moacutedulo deve estar
reunido um conjunto de condiccedilotildees que permitam o seu emprego tais como a existecircncia de
unidades de AAA no escalatildeo superior e a existecircncia de um sistema de C2 real e crediacutevel na
unidade de AAA nacional que permita efectuar a ligaccedilatildeo ao escalatildeo superior O facto de as
unidades de AAA nacionais natildeo disporem de um sistema de C2 tem vindo a inviabilizar
totalmente a sua participaccedilatildeo em forccedilas projectaacuteveis Este sistema eacute fundamental pois eacute
atraveacutes dele que o comandante da forccedila multinacional no TO consegue exercer o comando
de todas as unidades de AAA no TO de forma centralizada tendo acesso agraves informaccedilotildees
em tempo real permitindo-lhe ter uma visatildeo do contexto geral das operaccedilotildees
Quanto agrave constituiccedilatildeo do referido moacutedulo de protecccedilatildeo AA e tendo em a dimensatildeo da
FND (UEC ou UEB) este poderia incluir
Uma secccedilatildeo (UEC) Duas secccedilotildees (UEB) miacutessil portaacutetil Stinger permitindo executar
acccedilotildees de escolta e a protecccedilatildeo de pontos e aacutereas sensiacuteveis
Duas secccedilotildees radar PSTAR (UEC UEB) de forma a garantir o apoio muacutetuo e a
permitir a manobra de materiais caso seja necessaacuterio
Desta forma ficaraacute a faltar apenas o sistema de C2 o qual seraacute adquirido na melhor das
hipoacuteteses em 2010 ao abrigo da LPM em vigor Enquanto as unidades de AAA nacionais
natildeo dispuserem desta capacidade a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA nas FND
continuaraacute a ser prorrogada
114
Ver Anexo L - A AAA Francesa na UNIFIL
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 36
IV3 O Emprego da AAA na NRF e nos BG
Depois de comparar as caracteriacutesticas dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
nacionais existentes com os requisitos miacutenimos de participaccedilatildeo estabelecidos pelas OI
verificam-se diversos impedimentos quanto agrave participaccedilatildeo de unidades de AAA nacionais na
NRF e nos BG
No que respeita agrave participaccedilatildeo na NRF tendo em conta os requisitos analisados
anteriormente constata-se que para o escalatildeo BAAA existem vaacuterias limitaccedilotildees agrave
participaccedilatildeo nacional nomeadamente (Baptista 2007)
Inexistecircncia de capacidade de C2 e de ligaccedilatildeo a unidades HIMAD
Inexistecircncia de um sistema SHORAD (com capacidade de ser aerotransportado)
que complemente o sistema MANPAD existente
Inexistecircncia de um sistema radar com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional
Eventualmente a participaccedilatildeo nacional poderia efectuar-se ao escalatildeo pelotatildeo AA com
a sua inclusatildeo numa BAAA cedida por outra naccedilatildeo Esta cooperaccedilatildeo poderia ser alcanccedilada
atraveacutes de acordos bilaterais uma vez que a conferecircncia de geraccedilatildeo de forccedilas ldquo (hellip) eacute um
processo com forte componente negocialrdquo (Ribeiro 2009)
Em termos conceptuais e a tiacutetulo de exemplo poderia considerar-se a integraccedilatildeo de um
pelotatildeo AA numa BAAA cedida por Itaacutelia que asseguraria o sistema de C2 ao pelotatildeo AA
nacional O facto de Portugal ter um longo historial115 no que respeita ao emprego de forccedilas
em unidades Italianas facilitaria as negociaccedilotildees Apesar de esta participaccedilatildeo natildeo oferecer
uma grande visibilidade a Portugal (em termos de ldquoshow the flagrdquo) constituir-se-ia numa
mais-valia para a AAA nacional Actuaria pela primeira vez num ambiente combinado
adquirindo treino e experiecircncia operacional neste acircmbito
A participaccedilatildeo de uma BAAA nacional na NRF soacute deveraacute acontecer na melhor das
hipoacuteteses a partir do ano de 2012 ou seja quando estiver concluiacutedo o processo de
levantamento da BAAA da BrigInt (Baptista 2007)
Quanto agrave integraccedilatildeo nos BG as limitaccedilotildees que condicionam a participaccedilatildeo na NRF
tambeacutem afectam a participaccedilatildeo no BG nomeadamente (Baptista 2007)
Inexistecircncia de capacidade de C2 e de ligaccedilatildeo a unidades HIMAD
Inexistecircncia de um sistema radar com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional
Desta forma a contribuiccedilatildeo com um pelotatildeo AA nacional nos BG soacute deveraacute suceder a
partir do ano de 2012 atraveacutes do levantamento da BAAA da BrigInt Esta situaccedilatildeo poderaacute
condicionar a constituiccedilatildeo116 do BG em que Portugal se pretende assumir como Lead
Nation jaacute em 2011 ou simplesmente fazer com que essa valecircncia tenha de ser garantida
por outra naccedilatildeo
115
Veja-se o exemplo da IFOR em 1996 ou da KFOR em 1999 116
De acordo com a Directiva nordm02CEME09
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 37
CAPIacuteTULO V
CONCLUSOtildeES E PROPOSTAS
No acircmbito do apoio agrave poliacutetica externa do Estado expresso no CEDN o Exeacutercito tem
vindo a disponibilizar FND empregues sob os auspiacutecios das diversas OI Participam tanto
em MHP como na NRF e nos BG no domiacutenio da OTAN e da UE respectivamente
Ateacute ao momento natildeo existe registo da participaccedilatildeo de qualquer unidade ou subunidade
de AAA nas FND actuando no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria a protecccedilatildeo da forccedila face agrave
ameaccedila aeacuterea Esta ameaccedila eacute caracterizada por uma vasta gama de meios tripulados e
natildeo tripulados aos quais se acrescentam ainda as novas ameaccedilas tiacutepicas dos conflitos
assimeacutetricos contemporacircneos como a ameaccedila RAM e as aeronaves renegade
Face aos case-study da participaccedilatildeo nacional em CRO apresentados consideramos
que existiu em certas situaccedilotildees necessidade de dotar as FND com meios de AAA Foi o
caso da participaccedilatildeo nacional no TO da Boacutesnia e Herzegovina em 1996 jaacute que o AgrJupiter
integrava a Initial Entry Force existia ameaccedila aeacuterea toda a estrutura do escalatildeo superior
possuiacutea meios de AAA Entendemos que em situaccedilotildees futuras de ldquoaberturardquo de TO natildeo
deveraacute ser minimizada a protecccedilatildeo da forccedila uma vez que esta eacute da responsabilidade
nacional Deste modo a FND deve dispor de todos os meios necessaacuterios agrave sua protecccedilatildeo e
agrave manutenccedilatildeo do seu potencial de combate incluindo meios de AAA
Tendo em conta os niacuteveis de ambiccedilatildeo estabelecidos no CEM e o que tem sido a praacutetica
nacional ateacute agrave data consideramos que as UEB e UEC que integram as FND deveratildeo ser
reforccediladas com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila A necessidade deste
reforccedilo nem sempre se verifica como ficou demonstrado na anaacutelise do case-study BIPara
no Kosovo em 2005 Neste caso o profundo conhecimento do TO e da capacidade das
forccedilas beligerantes permite efectuar o tailoring da FND orientando-a para a missatildeo
A participaccedilatildeo de unidades de AAA em FND tambeacutem poderaacute ser efectuada no acircmbito
das estruturas militares de caraacutecter multinacional como a NRF e os BG Estas estruturas
constituem o paradigma de modernismo e transformaccedilatildeo tendo o Exeacutercito participado
activamente atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de unidades do SFN Contundo ao analisar o
historial de participaccedilatildeo eacute notoacuteria a inexistecircncia de unidades de AAA e a predominacircncia de
unidades de manobra e de operaccedilotildees especiais situaccedilatildeo que as Chefias Militares tem
tentado modificar atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de outro tipo de unidades (como por exemplo
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 38
a Bateria de AC na NRF 14) Consideramos que a ausecircncia de unidades de AAA nas
estruturas militares referidas se deve fundamentalmente aos elevados requisitos de
certificaccedilatildeo que as unidades de AAA nacionais devem cumprir para integrarem as NRF e os
BG
Relativamente agrave prontidatildeo das unidades de AAA constatamos que os nossos
equipamentos e sistemas de armas natildeo nos permitem ombrear com os nossos aliados
dado que natildeo possuiacutemos um sistema de C2 real e crediacutevel e as UT se encontram
maioritariamente desactualizadas quando comparadas com os requisitos das OI O
reequipamento da AAA previsto na LPM (jaacute a partir de 2010) assume-se como primordial
permitindo assim recuperar o atraso que temos relativamente agraves congeacuteneres aliadas
Entendemos que durante o processo de reequipamento deveraacute ser atribuiacuteda prioridade
absoluta ao sistema de C2 uma vez que este eacute fundamental para que possamos dispor de
unidades de AAA projectaacuteveis
Face agrave anaacutelise realizada quanto ao factor humano consideramos que os militares de
AAA dispotildeem da proficiecircncia necessaacuteria para integrarem uma FND e executarem tarefas no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria Tendo em conta o processo de reequipamento que se
avizinha entendemos que deve-se investir nos quadros (Oficiais e Sargentos)
proporcionando-lhes uma formaccedilatildeo teacutecnica e taacutectica acerca dos novos sistemas de armas e
equipamentos
Em situaccedilotildees reais as unidades de AAA poderatildeo ser empregues nas FND em trecircs
situaccedilotildees distintas atraveacutes de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA em MHP uma BAAA na NRF
um pelotatildeo no BG
De acordo com a nossa investigaccedilatildeo nenhuma das trecircs opccedilotildees se poderaacute realizar
devido agrave ausecircncia do sistema de C2 Poreacutem se este estiver garantido seraacute possiacutevel edificar
um moacutedulo equipado com o sistema miacutessil portaacutetil Stinger e o sistema de detecccedilatildeo radar
PSTAR Esta situaccedilatildeo eacute possiacutevel porque o CJSOR das operaccedilotildees OTAN apenas identifica
as valecircncias miacutenimas podendo as naccedilotildees adicionar valecircncias suplementares (como
protecccedilatildeo AA para reforccedilar a protecccedilatildeo da forccedila) Deste modo consideramos que ao ser
adquirido o sistema de C2 o moacutedulo de protecccedilatildeo AA poderaacute ser empregue em operaccedilotildees
futuras que assim o exijam
No que respeita agrave participaccedilatildeo de uma BAAA na NRF ou de um pelotatildeo no BG com a
aquisiccedilatildeo do sistema de C2 continuaraacute a natildeo ser possiacutevel a participaccedilatildeo nas referidas
estruturas militares Isto porque existem outros requisitos a serem cumpridos como a
quantidade de UT (SHORAD e MANPAD) e a disponibilidade de sistemas de detecccedilatildeo radar
com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional Desta forma o moacutedulo de protecccedilatildeo AA do BG
Portuguecircs (previsto para 2011) teraacute de ser garantido por outra naccedilatildeo situaccedilatildeo que na nossa
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 39
opiniatildeo eacute pouco abonatoacuteria para a imagem nacional e natildeo vai de encontro agraves expectativas
dos Artilheiros Portugueses
Na sequecircncia apresentamos as respostas agraves questotildees colocadas e agraves hipoacuteteses
estabelecidas no inicio do trabalho
Inerente agrave anaacutelise da questatildeo central ldquoQual o actual enquadramento das unidades
de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo primaacuteriardquo Constataacutemos que actualmente
no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria as unidades de AAA natildeo tecircm qualquer tipo de
enquadramento nas FND Poreacutem conceptualmente a sua participaccedilatildeo poderaacute efectuar-se
no acircmbito das MHP das NRF e dos BG
A partir desta questatildeo central surgiram as questotildees derivadas As questotildees derivadas
que fundaacutemos foram as seguintes
Porque razatildeo as unidades de AAA natildeo participam actualmente em MHP no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Quais os cenaacuterios de emprego das unidades de AAA em FND
Em caso de participaccedilatildeo em MHP qual seria o escalatildeo das unidades de AAA
a empregar
Seraacute que as unidades de AAA nacionais possuem o niacutevel de prontidatildeo exigido
para integrarem as NRF e os BG
Para obter a resposta agrave primeira questatildeo derivada existiu necessidade de entrevistar o
Chefe da DIOP do EMGFA Os resultados da nossa investigaccedilatildeo revelam que actualmente
as unidades de AAA natildeo participam em MHP porque as CJSOR dos TO onde o Exeacutercito
tem FND (Afeganistatildeo Kosovo e Liacutebano) natildeo identificam a necessidade da valecircncia de
protecccedilatildeo AA No entanto a ausecircncia de um sistema de C2 inviabilizaria a participaccedilatildeo das
unidades de AA caso essa necessidade estivesse inventariada no CJSOR da Forccedila
Multinacional
Relativamente agrave segunda questatildeo derivada constataacutemos durante a nossa investigaccedilatildeo
que os cenaacuterios de emprego ideais para as unidades de AAA em CRO satildeo as operaccedilotildees de
alta intensidade (imposiccedilatildeo de paz) ou as situaccedilotildees de ldquoaberturardquo de TO quando as FND se
encontram integradas na Initial Entry Force O facto de natildeo existir conhecimento do TO e
das forccedilas beligerantes faz com que deva existir investimento na protecccedilatildeo da forccedila visto
que esta eacute da responsabilidade nacional
Quanto agrave terceira questatildeo derivada consideramos que em caso de participaccedilatildeo das
unidades de AAA em MHP deveraacute ser constituiacutedo uma forccedila de organizaccedilatildeo modular Este
moacutedulo deveraacute ser dimensionado agraves FND que tecircm vindo a ser empregues em MHP (UEC e
UEB) Desta forma seraacute possiacutevel cumprir as relaccedilotildees de comando estabelecidas
doutrinariamente ou seja se a Brigada eacute apoiada com uma BAAA as UEB e UEC seratildeo
apoiadas com moacutedulos de protecccedilatildeo AA dimensionados agrave Forccedila
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 40
Eacute oportuno relembrar ainda que caso exista decisatildeo poliacutetica de projectar uma Brigada
(como se encontra previsto no CEM) esta seraacute apoiada com uma BAAA como vimos
anteriormente
No que diz respeito agrave quarta questatildeo derivada consideramos que as unidades de AAA
natildeo possuem o niacutevel de prontidatildeo para integrarem as NRF e os BG muito especialmente
devido agrave dificuldade de cumprir os elevados requisitos das OI Embora disponham de bons
recursos humanos existe uma clara necessidade de reequipamento ao niacutevel dos recursos
materiais que seraacute colmatada com as aquisiccedilotildees previstas na LPM
Respondidas as questotildees inicialmente levantadas procedemos agrave confirmaccedilatildeo ou
negaccedilatildeo das seguintes hipoacuteteses
1 Porque o CJSOR natildeo identifica a necessidade de uma valecircncia de protecccedilatildeo AA da
forccedila
2 Em cenaacuterios de alta intensidade ou no lanccedilamento das operaccedilotildees
3 Ao niacutevel das UEC e UEB normalmente empregues em MHP seria empregue uma
forccedila de organizaccedilatildeo modular
4 Existem lacunas ao niacutevel dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
Em relaccedilatildeo agrave primeira hipoacutetese confirma-se parcialmente porque mesmo se fosse
inventariada a valecircncia de protecccedilatildeo AA no CJSOR o emprego de unidades de AAA
nacionais natildeo seria possiacutevel devido agrave ausecircncia de sistema de C2
No que diz respeito agrave segunda hipoacutetese confirma-se totalmente
Em relaccedilatildeo agrave terceira hipoacutetese confirma-se parcialmente porque para aleacutem das UEC e
UEB (apoiadas por moacutedulo de protecccedilatildeo AA) normalmente empregues em MHP o CEM
prevecirc igualmente o emprego de uma Brigada que teria de ser apoiada por uma BAAA
Por uacuteltimo a quarta hipoacutetese confirma-se totalmente
Tendo por base o presente trabalho propotildee-se a adopccedilatildeo das seguintes acccedilotildees
Criaccedilatildeo de um exerciacutecio taacutectico ao niacutevel de todas as unidades de AAA que englobe
o C2EA e procedimentos de ligaccedilatildeo aos elementos de manobra e ao escalatildeo
superior simulando um cenaacuterio de CRO
Proporcionar formaccedilatildeo teacutecnica e taacutectica (aos quadros de AAA) acerca dos sistemas
de armas que se pretendem adquirir futuramente
Dar prioridade agrave aquisiccedilatildeo de um sistema de C2 compatiacutevel com os novos PPRC-
525 (evitando incompatibilidades) que garanta a projecccedilatildeo de unidades de AAA em
forccedilas projectaacuteveis
Aquando da aquisiccedilatildeo do sistema de C2 criar um grupo de trabalho unicamente
dedicado agrave utilizaccedilatildeo e optimizaccedilatildeo do referido sistema
Estudar as Liccedilotildees Apreendidas de Exeacutercitos Aliados no que respeita a forccedilas
projectaacuteveis atraveacutes da realizaccedilatildeo de seminaacuterios e conferecircncias
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 41
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
1 LIVROS
CALMEIRO Luiacutes e MAGRO Joseacute (2005) O Exeacutercito Portuguecircs nos Caminhos da
Paz SCMAGabCEME Lisboa
IESM (2004) Metodologia da Investigaccedilatildeo Cientiacutefica Instituto de Estudos Superiores
Militares Lisboa
VITORINO Antoacutenio (1998) Discursos do Ministro da Defesa Nacional Ministeacuterio da
Defesa Nacional Janeiro Lisboa
SARMENTO Manuela (2008) Guia Praacutetico sobre a Metodologia Cientiacutefica para a
Elaboraccedilatildeo Escrita e Apresentaccedilatildeo de Teses de Doutoramento Dissertaccedilotildees de
Mestrado e Trabalhos de Investigaccedilatildeo Aplicada 2ordf Ediccedilatildeo Lisboa Universidade
Lusiacuteada Editora
2 MANUAIS
EME (1997) Regulamento de Taacutectica de Artilharia Antiaeacuterea RC 18-100 Estado-
Maior do Exeacutercito Setembro Lisboa
EME (2004) Termos de Formaccedilatildeo Educaccedilatildeo e Treino do Exeacutercito Comando da
Instruccedilatildeo e Doutrina Julho Amadora
EME (2005) Regulamento de Campanha Operaccedilotildees Estado-Maior do Exeacutercito
Setembro Lisboa
EME (2007) Regulamento de Campanha Informaccedilotildees Estado-Maior do Exeacutercito
Agosto Lisboa
HDA (2000) FM 3-017 Air Defense Artillery Brigade Operations Headquarters
Department of the Army October Washington DC
HDA (2000) FM 3-0111 Air Defense Artillery Handbook Headquarters Department of
the Army October Washington DC
ALSAC (2000) FM 6-248 Introduction to Tactical Digital Information Air Land amp Sea
Application Center June Washington DC
IAEM (1996) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz ME 20-76-04 Instituto de Altos Estudos
Militares Janeiro Lisboa
IAEM (2000) A Arte Operacional Operaccedilotildees Conjuntas e Combinadas NC 20-77-01
Instituto de Altos Estudos Militares Dezembro Lisboa
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 42
JP (1994) Peace Operations Joint Publication 3-073 Joint Chiefs of Staff
Washington DC
JP (2006) Dictionary of Military and Associated Terms Joint Publication 1-02 Joint
Chiefs of Staff Washington DC
NATO (2001) Land Operations ATP 32 North Atlantic Treaty Organization March
Brunssum
NATO (2001) NATO Handbook North Atlantic Treaty Organization Brunssum
NATO (2004) Strategic Vision The Military Challenge North Atlantic Treaty
Organization August Brunssum
NATO (2005) Non-Article 5 Crisis Response Operations AJP-34 North Atlantic
Treaty Organization March Brunssum
3 PUBLICACcedilOtildeES PERIOacuteDICAS
BAPTISTA Cor Luiacutes (2007) A Artilharia Portuguesa na NATO Response Force e nos
Battlegroups in Revista de Artilharia nordm 986-988 II seacuterie Lisboa Outubro a Dezembro
de 2007 p347-360
BENROacuteS Maj Joseacute (2002) A Artilharia Antiaeacuterea em Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz in
Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm 2 II seacuterie Lisboa Outubro de 2002 p14-24
BORGES Cor Joatildeo (2008) Reflexotildees sobre a evoluccedilatildeo da Artilharia Antiaeacuterea
Portuguesa in Revista de Artilharia nordm 995-997 II seacuterie Lisboa Julho a Setembro de
2008 p203-222
ESPIacuteRITO SANTO Gen Gabriel (2006) As Forccedilas Nacionais Destacadas em apoio
da poliacutetica externa in Revista Militar nordm10 Lisboa Outubro de 2006 p 109-112
LEANDRO Maj Francisco (2002) Participaccedilatildeo Nacional em operaccedilotildees de apoio agrave
paz liccedilotildees apreendidas in Revista de Artilharia nordm 926-928 II seacuterie Lisboa Outubro a
Dezembro de 2002 p317-365
MONSANTO Maj Luiacutes (2002) Sistema Integrado de Defesa Aeacuterea Nacional in
Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm 2 II seacuterie Lisboa Outubro de 2002 p10-13
NATO (1999) KFOR Providing security for building a better future for Kosovo in NATO
Review nordm 3 Autumn 1999 volume 47 p 16-19
SALVADOR Cap Francisco (2006) Sistemas de Armas SHORAD in Boletim da
Artilharia Antiaeacuterea nordm 6 II seacuterie Lisboa Julho de 2006 p7-33
SANTOS TCor Henrique (2001) A Artilharia Antiaeacuterea em Operaccedilotildees de Resposta a
Crises in Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm1 II seacuterie Lisboa Outubro de 2001 p18-
27
SANTOS TCor Henrique (2007) A Artilharia Portuguesa nas FND in Revista de
Artilharia nordm 983-985 II seacuterie Lisboa Julho a Setembro de 2007 p233-266
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 43
4 DOCUMENTOS ELECTROacuteNICOS
CHARRON Maj Laurent (2008) Co-Ordinating 3D in South Lebanon in Doctrine
Disponiacutevel em httpwwwcdefterredefensegouvfrpublicationsdoctrinedoctrine14
usdoctrine14uspdf
EMGFA (2009) FND Kosovo Disponiacutevel em httpwwwemgfaptptoperacoes
missoesfnd-kosovo
EU (2006) Council Secretariat Factsheet on European Union Battlegroups Disponiacutevel
emhttpwwwconsiliumeuropaeuueDocscms_DatadocspressDataenesdp91624
MDN (2005) Anuaacuterio Estatiacutestico da Defesa Nacional 2005 Disponiacutevel em
httpwwwmdngovptNRrdonlyres8B953055-D6EE-4B19-98C4-05EB6D8D3DA30
Capitulo7pdf
NATO (1949) Tratado do Atlacircntico Norte Disponiacutevel em httpwwwnatoint
docuotherpotreaty-pohtm
NATO (2000) NATO Glossary of Terms and Definitions Disponiacutevel em
httpwwwdticmildoctrinejelother_pubsaap_6vpdf
NATO (2003) NATOrsquos military concept for defence against terrorism Disponiacutevel em
httpwwwnatointimsdocuterrorism-annexhtm
NATO (2006) NATO Response Forces Briefing Disponiacutevel em wwwnatoint
docubriefingnrf2006nrf2006-epdf
NATO (2007) Operation Joint Endeavour Disponiacutevel em httpwwwnatoint
iforiforhtm
NATO (2008) E-generation Disponiacutevel em httpwwwnatointeducationmapshtm
NATO (2008) The NATO Response Force Disponiacutevel em httpwwwnatoint
issuesnrfindexhtml
NATO (2009) Kosovo Force (KFOR) Disponiacutevel em httpwwwnatoint
issueskforindexhtml
LINDSTROM Gustav (2007) Chaillot Papper Enter the EU Battlegroups Disponiacutevel
em httpaeipittedu741401chai97pdf
5 DIAPOSITIVOS
ALVES TCor Joatildeo (2008) A Manutenccedilatildeo da Artilharia Antiaeacuterea Workshop
subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios para a organizaccedilatildeo e reequipamento da Artilharia
Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 17 diapositivos
BAPTISTA Cor Luiacutes (2008) A Artilharia Portuguesa na NATO Response Force e nos
Battlegroups Workshop subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios para a organizaccedilatildeo e
reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 32 diapositivos
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 44
BORGES Cor Joatildeo (2008) Reflexotildees sobre a AAA Portuguesa Seminaacuterio de
Artilharia na EPA Junho 34 diapositivos
CARDOSO Maj Joaquim (2008) A Lei de Programaccedilatildeo Militar e o Reequipamento
para a Artilharia Antiaeacuterea Portuguesa Workshop subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios
para a organizaccedilatildeo e reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 22
diapositivos
PIRES TCor Nuno (2007) AgrBRAVO Instituto de Estudos Superiores Militares
Outubro 38 diapositivos
RALEIRAS TCor Mauriacutecio (2002) A Artilharia e as Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz
Seminaacuterio de Artilharia na EPA Marccedilo 31 diapositivos
ROSENDO Maj Paulo (2008) A Artilharia Antiaeacuterea na Protecccedilatildeo da Forccedila - A
BtrAAA da BrigMec Workshop subordinado ao tema ldquo Subsiacutedios para a organizaccedilatildeo e
reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 20 diapositivos
6 PALESTRAS
Palestra proferida em 11 de Dezembro de 2008 no RAAA1 onde foram apresentadas
as conclusotildees do Workshop relativo ao tema ldquoO apoio da Artilharia Antiaeacuterea agraves
Brigadas em Operaccedilotildeesrdquo proferida pelo TCor Art Paradelo
7 LEGISLACcedilAtildeO
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Portuguesa (2005) Quid Juris - Sociedade Editora Lisboa
p 192
Decreto-Lei nordm 612006 (2006) Lei Orgacircnica do Exeacutercito Diaacuterio da Repuacuteblica 1ordf
Seacuterie - A de 21 de Marccedilo Nordm 57 p2044-2050
Resoluccedilatildeo do Conselho de Ministros nordm 62003 (2003) Conceito Estrateacutegico de
Defesa Nacional Diaacuterio da Repuacuteblica 1ordf Seacuterie - B de 20 de Janeiro Nordm 16 p279-
287
8 OUTROS DOCUMENTOS
EME (2008) Directiva Nordm 23CEME2008 ndash Atribuiccedilotildees e Responsabilidades na
Preparaccedilatildeo e Emprego de Elementos e Forccedilas Nacionais Destacadas do Exeacutercito no
acircmbito das Missotildees Humanitaacuterias e de Paz Estado Maior do Exeacutercito Lisboa
EME (2009) Directiva Nordm 02CEME2009 ndash Optimizaccedilatildeo da Coerecircncia Orgacircnica da
FOPE e seu Reequipamento Estado Maior do Exeacutercito Lisboa
RAMALHO Gen Joseacute (2008) Entrevista agrave SIC Noticias Marccedilo Disponiacutevel em
httpwwwyoutubecomwatchv=GFs1fWAre9g
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 45
RCMAGabCEME (2009) Listagens da participaccedilatildeo do Exeacutercito em MHP Estado
Maior do Exeacutercito Lisboa Marccedilo
RCMAGabCEME (2009) Listagens da participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF Estado Maior
do Exeacutercito Lisboa Marccedilo
SARAIVA (2008) IFORBoacutesnia 96 Lisboa
UN (1995) United Nations Security Council Resolution 1031 United Nations
December
UN (1998) United Nations Security Council Resolution 1199 United Nations
September
UN (1999) United Nations Security Council Resolution 1244 United Nations June
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 46
GLOSSAacuteRIO
AacuteREA DE OPERACcedilOtildeES (AO) ndash ldquoAacuterea delimitada necessaacuteria para conduzir as operaccedilotildees
militares e para a administraccedilatildeo dessas operaccedilotildeesrdquo (EME 2005 B-2)
AacuteREA DE RESPONSABILIDADE (AOR) ndash ldquoAacuterea geograacutefica no interior da qual o
Comandante possui autoridade para planear conduzir e coordenar operaccedilotildees e ainda
desenvolver e manter infra-estruturas conforme delegadordquo (IAEM 2000)
CIMIC ndash ldquoEacute a coordenaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em apoio da missatildeo entre o Comandante de uma
forccedila militar e os actores civis nos quais se incluem a populaccedilatildeo civil local e as suas
autoridades representativas bem como as organizaccedilotildees natildeo governamentais internacionais
e nacionais e ainda as agecircnciasrdquo (EME 2005 8-1)
COMANDO E CONTROLO (C2) ndash ldquoAs funccedilotildees de comando e controlo satildeo exercidas atraveacutes
de um sistema funcional conjunto de homens material equipamento e procedimentos
organizados que permitam a um Comandante dirigir coordenar e controlar as actividades
das forccedilas militares no cumprimento da missatildeordquo (EME 1997 5-1)
CONTROLO POR PROCEDIMENTOS ndash ldquoO controlo por procedimentos sobrepotildee-se ao
controlo positivo e agraves falhas de identificaccedilatildeo Inclui teacutecnicas tais como as de segmentaccedilatildeo
do espaccedilo aeacutereo em volume e tempo eou uso de graus (ordens) de controlo de armas Por
isso pode assegurar de facto a continuidade das operaccedilotildees ambientais adversasrdquo (EME
1997 5-8)
DOUTRINA ndash ldquoConjunto de princiacutepios e regras que visam orientar as acccedilotildees das forccedilas e
elementos militares no cumprimento da missatildeo operacional do Exeacutercito na prossecuccedilatildeo dos
objectivos nacionaisrdquo (EME 2005 B-6)
EXERCICIOS COMBINADOS ndash ldquoExerciacutecios com forccedilas militares nacionais e de outro paiacutes
podendo ou natildeo ser realizados em territoacuterio nacional A sua finalidade eacute desenvolver o
planeamento operacional conjuntocombinado e avaliar a prontidatildeo do SFN proporcionar
treino operacional e avaliar a capacidade e a interoperabilidade das forccedilas participantesrdquo
(MDN 2005p153)
Glossaacuterio
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 47
EXERCICIOS CONJUNTOS ndash ldquoExerciacutecios que envolvem Forccedilas militarem nacionais de dois
ou mais ramos A sua finalidade eacute desenvolver o planeamento operacional conjunto e avaliar
a prontidatildeo do SFN a estrutura de comando os sistemas de comunicaccedilotildees e informaccedilatildeo a
interoperabilidade os conceitos e os planosrdquo (MDN 2005p152)
MANPAD ndash ldquoO sistema miacutessil portaacutetil eacute constituiacutedo por miacutesseis guiados disparados ao
ombro ou a partir de apoios ligeiros (bipeacutes ou tripeacutes montados no solo ou em viatura) Este
sistema de armas de AAA eacute caracterizado ainda por ser um sistema de tempo claro e ter
alcances da ordem dos 3 a 5 kmrdquo (EME 19974-12)
OPERACcedilOtildeES PSICOLOacuteGICAS (PSYOPS) ndash ldquoSatildeo actividades psicoloacutegicas concebidas
para influenciar as atitudes e o comportamentos que contribuem para a realizaccedilatildeo de
objectivos poliacuteticos e militaresrdquo (NATO 2000 2-P-7)
PROTECCcedilAtildeO DA FORCcedilA ndash ldquoTodas as medidas e os meios para minimizar as
vulnerabilidades de pessoal instalaccedilotildees equipamentos e operaccedilotildees a quaisquer ameaccedila e
em todas as situaccedilotildees para preservar a liberdade de acccedilatildeo bem como a eficaacutecia
operacional da forccedilardquo (NATO 2003)
REGRAS DE EMPENHAMENTO (ROE) ndash ldquoAs regras de empenhamento satildeo directivas que
fornecem aos vaacuterios niacuteveis de decisatildeo as circunstacircncias e limitaccedilotildees do uso da forccedila
dentro dos paracircmetros legais as quais reflectem orientaccedilotildees e direcccedilatildeo poliacuteticasrdquo (IAEM
1996 F-1-3)
SHORAD ndash ldquoOs sistemas SHORAD estatildeo vocacionados para o combate agrave ameaccedila aeacuterea de
baixa e muito baixa altitude e satildeo normalmente empregues na protecccedilatildeo antiaeacuterea das
unidades de manobra e dos seus oacutergatildeos criacuteticosrdquo (EME 19974-10)
TEATRO DE OPERACcedilOtildeES (TO) ndash ldquoEacute a parte do teatro de guerra necessaacuteria agrave conduccedilatildeo ou
apoio das operaccedilotildees de combaterdquo (EME 2005 B-10)
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 48
APEcircNDICES
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 49
APEcircNDICE A - Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
Perguntas
Derivadas
HIPOacuteTESES
VALIDACcedilAtildeO DAS
HIPOacuteTESES CONCLUSOtildeES
PROPOSTAS
(hellip)
METODOLOGIA
Anaacutelise Documental
Entrevistas
Workshop
QUESTAtildeO CENTRAL
ldquoldquoQual o actual enquadramento das unidades
de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo
primaacuteriardquo
Cap I
Enquadramento
Conceptual
Cap II
A Participaccedilatildeo
das FND em CRO
Cap III
Integraccedilatildeo de unidades
de AAA na NRF e BG
Cap IV
Emprego
Operacional das
Unidades de AAA
Conceptualizaccedilatildeo
FND
CRO
Ameaccedila Aeacuterea
FNDIFOR
FNDKFOR
Caracterizaccedilatildeo do TO
PE vs PK
Enquadramento do
moacutedulo de protecccedilatildeo AA
nas CRO
Reflexotildees sobre a AAA
em CRO
NRF
BG
Missatildeo BGNRF
Requisitos para
integraccedilatildeo na NRF e
BG
Prontidatildeo das Unidades
de AAA
Especificidade de
emprego
Verificar se cumpre
requisitos NRFBG
Emprego do moacutedulo de
AAA
Lei de Programaccedilatildeo
Militar
FND
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 50
APEcircNDICE B - Guiatildeo da Entrevista
ao Tenente-Coronel de Varela Benroacutes
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Que experiecircnciaformaccedilatildeo possui no domiacutenio da Artilharia Antiaeacuterea
3 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a
KFOR em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado
agrave forccedila Porquecirc
4 Tendo presente a tipologia das CRO em que tipo de operaccedilotildees eacute vaacutelida a inclusatildeo de
unidades de AAA
5 Quais as tarefas que podem ser cometidas as unidades de AAA no ambiente das
CRO
6 O sistema de C2 das unidades de AAA tem limitaccedilotildees Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar
de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em CRO Porquecirc
7 Na sua opiniatildeo quais as perspectivas futuras quanto a participaccedilatildeo de unidades de
AAA em Operaccedilotildees deste geacutenero
8 Em termos conceptuais e no acircmbito da integraccedilatildeo de unidades de AAA na NRF seraacute
possiacutevel Portugal integrar um pelotatildeo AA numa BAAA fornecida por outra naccedilatildeo Ou a
participaccedilatildeo miacutenima deveraacute ser ao niacutevel BAAA
Posto Tenente-Coronel de Artilharia
Nome Joseacute Carlos Levy VARELA BENROacuteS
Cargo Funccedilatildeo NATO Staff Officer J3 Division Ground Based Air Defense (GBAD)
NATO Team Leader - Joint Synchronization and Execution Branch
Local Joint Headquarters Lisbon - Oeiras
DataHora 18 de Fevereiro de 2009 pelas 16h00m
Motivo da Entrevista Durante a sua carreira o Tenente-Coronel Benroacutes esteve
sempre ligado agrave AAA tendo sido por vaacuterios anos o
representante do Exeacutercito no Land Group 5 on Army Air
Defense do NATO Army Armaments Group
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 51
APEcircNDICE C - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Ref Pires Saraiva
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do 3ordm BIATBAI
5 Qual a missatildeo do seu Batalhatildeo
6 Como caracterizaria o TO da Boacutesnia e Herzegovina em Agosto de 1996 aquando da
sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo Batalhatildeo
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea
10 O 3ordm BIATBAI integrou a IFOR em 1996 tornando-se assim um elemento da ldquoInitial
Entry Forcerdquo Nestas circunstacircncias seria admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de
protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Batalhatildeo
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao 3ordm BIATBAI
Posto Coronel de Infantaria
Nome Fernando PIRES SARAIVA
Cargo Funccedilatildeo Reformado
Local Residecircncia Pessoal - Lisboa
DataHora 12 de Marccedilo de 2009 pelas 11h00m
Motivo da Entrevista O Coronel Pires Saraiva foi o Comandante do 3ordm BIATBAI
na FNDIFOR entre Agosto de 1996 e Dezembro de 1996
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 52
APEcircNDICE D - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Tirocinado Antunes Calccedilada
Questotildees Colocadas
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do AgrBravoBAI
5 Qual a missatildeo do seu Agrupamento (AgrBravoBAI)
6 Como caracterizaria o TO do Kosovo em Agosto de 1999 aquando da sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo AgrBravoBAI
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea Existia
ameaccedila
10 O AgrBravoBAI foi a primeira FND (UEB) a integrar a KFOR em Agosto de 1999
tornando-se assim um elemento da ldquoInitial Entry Forcerdquo Nestas circunstacircncias seria
admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Agrupamento
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao AgrBravoBAI
Posto Coronel de Cavalaria Tirocinado
Nome Joseacute Carlos Filipe ANTUNES CALCcedilADA
Cargo Funccedilatildeo Coordenador de Ensino dos Cursos do Exeacutercito no IESM
Local Instituto de Estudos Superiores Militares - Lisboa
DataHora 04 de Marccedilo de 2009 pelas 16h00m
Motivo da Entrevista O Coronel Calccedilada foi o Comandante do AgrBravoBAI na
FNDKFOR entre Agosto de 1999 e Fevereiro de 2000
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 53
APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista
ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do BIParaBRR
5 Qual a missatildeo do seu Batalhatildeo
6 Como caracterizaria o TO do Kosovo em Setembro de 2005 aquando da sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo Batalhatildeo
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea
10 O BIPara foi empregue como reserva taacutectica do COMKFOR Nestas circunstacircncias
seria admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila
Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Batalhatildeo
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao BIPara
Posto Tenente-Coronel de Infantaria
Nome Joseacute Carlos ALMEIDA SOBREIRA
Cargo Funccedilatildeo Chefe da Reparticcedilatildeo de Ligaccedilatildeo de Adidos Militares no EME
Local Estado Maior do Exeacutercito - Lisboa
DataHora 11 de Marccedilo de 2009 pelas 14h00m
Motivo da Entrevista O Tenente-Coronel Sobreira foi o Comandante do
BIParaBRR na FNDKFOR entre Setembro de 2005 e
Marccedilo de 2006 Foi tambeacutem Oficial de Informaccedilotildees do
AgrJuacutepiter na IFOR entre Agosto de 1996 e Dezembro
de 1996
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 54
APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao
Major-General Martins Ribeiro
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Poderatildeo as NRF e os BG ser considerados FND
4 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com meios de protecccedilatildeo AA Porquecirc
5 O que satildeo as CJSOR Como se processa a Conferecircncia de Geraccedilatildeo de Forccedilas
6 Na sua opiniatildeo e como Chefe da DIOPEMGFA porque razatildeo o Exeacutercito nunca
disponibilizou unidades de AAA para missotildees exterior
7 Jaacute foi equacionada hipoacutetese de empenhar uma unidade de AAA para corresponder agrave
CJSOR
8 A constituiccedilatildeo da forccedila deve responder as CJSOR Apesar disso pode a Forccedila ter
valecircncias adicionais
Posto Major-General
Nome Luiacutes Manuel MARTINS RIBEIRO
Cargo Funccedilatildeo Chefe da Divisatildeo de Operaccedilotildees do EMGFA
Local EMGFA - Lisboa
DataHora 19 de Marccedilo de 2009 pelas 18h00m
Motivo da Entrevista A DIOPEMGFA presta apoio de estado-maior no que respeita a
planeamento operacional e ao emprego de FND
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 55
APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao
Tenente-Coronel Crispim Paradelo
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave
FND Porquecirc
3 Como definiria a ameaccedila aeacuterea actual
4 Actualmente as FND incluem um moacutedulo de morteiros pesados sem qualquer
integraccedilatildeo na estrutura de C2 do escalatildeo superior Poderia esta situaccedilatildeo acontecer com
o moacutedulo de protecccedilatildeo AA
5 Ao incluir este moacutedulo de protecccedilatildeo AA qual seria o seu escalatildeo composiccedilatildeo
pessoalmaterial
6 Quais as tarefas que podem ser cometidas agraves unidades de AAA actuando em ambiente
CRO
7 O sistema de C2 das unidades de AAA tem limitaccedilotildees Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar
de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em CRO Porquecirc
8 Os novos raacutedios da famiacutelia 525 acrescentaram algumas melhorias no actual sistema de
C2 das unidades de AAA Quais
Posto Tenente-Coronel
Nome Antoacutenio CRISPIM PARADELO
Cargo Funccedilatildeo Comandante do GAAA no RAAA1
Local RAAA1 - Lisboa
DataHora 24 de Marccedilo de 2009 pelas 09h00m
Motivo da Entrevista Como actual Cmdt GAAA o Tenente-Coronel Paradelo tem
conhecimento da prontidatildeo das unidades de AAA
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 56
APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Vieira Borges
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave
forccedila Porquecirc
3 Ao incluir este moacutedulo de protecccedilatildeo AA qual seria o seu escalatildeo composiccedilatildeo
pessoalmaterial
4 Como descreveria a situaccedilatildeo actual da AAA no que respeita a forccedilas projectaacuteveis
5 O sistema de C2 das unidades de AAA eacute apontado como uma das grandes limitaccedilotildees da
AAA Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em
CRO Porquecirc
6 No que diz respeito agrave actual situaccedilatildeo do material (unidades de tiro sistema IFF radares)
poderaacute este ser empregue em forccedilas projectaacuteveis
7 Na sua opiniatildeo e tendo em conta a situaccedilatildeo actual da AAA quais satildeo as capacidades
miacutenimas que devem serem adquiridas para que a AAA possa integrar subunidades de
organizaccedilatildeo modular nas FND
8 Na sua opiniatildeo e tendo em conta a situaccedilatildeo actual da AAA quais satildeo as capacidades
miacutenimas que devem serem adquiridas para que a AAA possa integrar unidades no seio
da NRF e dos BG
9 Quais as melhorias que o sistema do tipo FAADS C2I acrescentaria agrave AAA
10 Como antigo Oficial Coordenador de Reequipamento (OCAR) da AAA quais satildeo as
aquisiccedilotildees previstas na LPM para alterar a actual situaccedilatildeo da AAA
Posto Coronel
Nome Joatildeo VIEIRA BORGES
Cargo Funccedilatildeo Assessor de Estudos do Instituto de Defesa Nacional (IDN)
Local IDN - Lisboa
DataHora 01 de Marccedilo de 2009 pelas 15h00m
Motivo da Entrevista Antigo Comandante do RAAA1
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 57
ANEXOS
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 58
ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP
Apresenta-se o histoacuterico da participaccedilatildeo de FND do Exeacutercito em MHP nos diferentes
TO em que o Exeacutercito participou ao serviccedilo das diversas OI
Moccedilambique
UNMOZ Batalhatildeo de Transmissotildees 4 040593 ndash 290794
300594 ndash 221294
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 1 FND no TO de Moccedilambique
Angola
UNAVEM117 III
Companhia de Transmissotildees 5 260595 ndash 271296
111296 ndash 010797
Companhia Logiacutestica 6
280795 ndash 260296
260296 ndash 160996
161196 ndash 080497
080497 ndash 300697
MONUA118
Companhia de Transmissotildees 5
010797 ndash 271197
191197 ndash 261098
261098 ndash 260299
Companhia Logiacutestica 6
300697 ndash 180997
180997 ndash 010298
010298 ndash 270798
Destacamento Sanitaacuterio 7
310897 ndash 200498
260498 ndash 020898
300798 ndash 251198
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 2 FND no TO de Angola
117
UNAVEM III ndash United Nations Verification Mission III 118
MONUA ndash Missatildeo de Observaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas em Angola
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 59
Boacutesnia e Herzegovina
IFOR
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado (2ordm BIAT) 160196 ndash 120896
3ordm Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado (3ordm BIAT) 120796 ndash 100297
Destacamento de Apoio de Serviccedilos 290196 ndash 120896
SFOR
1ordm Batalhatildeo de Infantaria Motorizado (1ordm BIMoto) 100297 ndash 300797
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Motorizado (2ordm BIMoto) 300797 ndash 140198
1ordm BIAT 140198 ndash 150798
Agrupamento Alfa 150798 ndash 120199
3ordm BIMoto 120199 ndash 120799
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Paraquedista (2ordm BIPara) 100799 ndash 310100
Agrupamento Alfa 310100 ndash 290700
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Mecanizado (2ordm BIMec) 290700 ndash 280101
Agrupamento Echo 280101 ndash 290701
1ordm BIPara 290701 ndash 290102
2ordm BIMec 290102 ndash 300702
2ordm Batalhatildeo de Infantaria (2ordm BI) 300702 ndash 300103
1ordm BIPara 300103 ndash 300703
Agrupamento Golf 300703 ndash 280104
3ordm BIPara 300104 ndash 230704
2ordm BIMec 230704 ndash 230105
EUFOR119
Componente Portuguesa da
Brigada Aerotransportada Independente (BAI) 0105 ndash 0701
Componente Portuguesa da
Brigada Intervenccedilatildeo (BrigInt) 0705 ndash 0106
Componente Portuguesa da
Brigada Mecanizada (BrigMec) 0106 ndash 0706
1ordmBIBrigInt 0706 ndash 0307
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 3 FND no TO da Boacutesnia e Herzegovina
119
EUFOR ndash European Union Force
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 60
Kosovo
KFOR
Agrupamento BravoBAI 0899 ndash 0200
Agrupamento Charlie Brigada Ligeira de Intervenccedilatildeo (BLI)
0200 ndash 0800
Agrupamento Delta Brigada Mecanizada Independente (BMI)
0800 ndash 0401
2ordmBIBLI 0105 ndash 0905
3ordm BIParaBrigada de Reacccedilatildeo Raacutepida (BRR) 0905 ndash 0306
1ordmBIMecBrigMec 0306 ndash 0906
1ordmBIParaBRR 0906 ndash 0307
2ordm BIMecBrigMec 0307 ndash 0907
2ordmBIBrigInt 0907 ndash 0308
1ordmBIParaBRR 0308 ndash 0908
Agrupamento MikeBrigInt 0908 ndash 0309
1ordmBIBrigInt 0309 ndash Em curso
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 4 FND no TO do Kosovo
Timor-Leste
UNTAET120
1ordm BIParaBAI 140200 ndash 210800
2ordm BIParaBAI 210800 ndash 260201
2ordmBIBLI 260201 ndash 081001
1ordmBIBLI 081001 - 080602
UNMISET
2ordm BIParaBAI 080602 ndash 240103
1ordmBIMecBrigMec 240103 ndash 250703
Agrupamento Foxtrot 250703 ndash 250104
Agrupamento Hotel 250104 ndash 110604
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 5 FND no TO de Timor-Leste
120 UNTAET ndash United Nations Transitional Administration in East Timor
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 61
Zaire
FORREZ121 Forccedilas de Operaccedilotildees Especiais 060597 ndash 300597
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 6 FND no TO do Zaire
Guineacute-Bissau
FORREC122 Forccedilas de Operaccedilotildees Especiais 110698 ndash 190698
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 7 FND no TO da Guineacute-Bissau
Afeganistatildeo
ISAF123
1ordf Companhia de Comandos (1ordmCCmds) BRR 0805 ndash 0206
2ordf Companhia de Comandos (2ordmCCmds) BRR 0206 ndash 0806
2ordm BIParaBRR 0806 ndash 0207
2ordmCCmdsBRR 0207 ndash 0807
22ordf Companhia de Atiradores Paacutera-quedista (22ordfCatPara) 2ordm BIParaBRR
0807 ndash 0208
1ordmCCmdsBRR 0208 ndash 0808
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 8 FND no TO do Afeganistatildeo
121
FORREZ ndash Forccedila de Recolha do Zaire 122
FORREC ndash Forccedila de Recolha 123
ISAF ndash International Security Assistance Force
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 62
Liacutebano
UNIFIL
Companhia de Engenharia (CEng)BrigMec 1106 ndash 0507
Forccedilas de Apoio Geral (AG) 0507 ndash 1107
Forccedilas de AG 1107 ndash 0508
CEngBrigInt 0508 ndash 1108
CEngBrigMec 1108 ndash 0509
Forccedilas de AG 0509 ndash Em curso
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 9 FND no TO do Liacutebano
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 63
ANEXO B - Ciclo de uma FND
(Fonte Autor 2009)
Fonte (Autor 2009)
Figura 1 Os 3 periacuteodos distintos de uma FND
2ordm PERIacuteODO PROJECCcedilAtildeO DA UNIDADE E CONDUTA DA OPERACcedilAtildeO
Esta fase decorre entre o iniacutecio do deslocamento da unidade
para o TO e a Transferecircncia de Autoridade (TOA) da forccedila que eacute
rendida (Leandro 2002)
1ordm PERIacuteODO APRONTAMENTO
Eacute o periacuteodo de tempo compreendido entre o despacho de
nomeaccedilatildeo da unidade e a sua projecccedilatildeo para o TO
Durante este periacuteodo a unidade recebe treino orientado
para a missatildeo que vai desempenhar (Leandro 2002)
3ordm PERIacuteODO EXTRACcedilAtildeO E DESACTIVACcedilAtildeOFIM DE MISSAtildeO
Engloba o periacuteodo que decorre entre a TOA para a forccedila
que vem render e a extraccedilatildeo da forccedila e consecutiva
elaboraccedilatildeo do Relatoacuterio Final de Missatildeo (RFM)
(Leandro 2002)
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 64
ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees
O emprego de forccedilas militares natildeo eacute exclusivo das operaccedilotildees de guerra sendo estas
igualmente empregues em situaccedilotildees de paz e de crise Desta forma abrangem um vasto
espectro (EME 2005)
(Fonte EME 2005)
Figura 2 Espectro das Operaccedilotildees
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 65
ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Com a finalidade de reger o comportamento das entidades intervenientes neste tipo de
operaccedilotildees (forccedilas militares OI ONG) foi estabelecido um conjunto de princiacutepios (EME
2005)
Objectivo ndash Todas as operaccedilotildees devem ser orientadas para objectivos claramente
definidos e compreendidos Os objectivos estrateacutegicos - militares devem permitir
alcanccedilar o estado final poliacutetico desejado
Perseveranccedila ndash Numa operaccedilatildeo desta natureza para alcanccedilar o estado final
desejado implica ser-se resoluto paciente e persistente na perseguiccedilatildeo dos objectivos
definidos
Unidade de Comando ndash Requer uma clara definiccedilatildeo da autoridade papel e relaccedilotildees
entre os intervenientes para cumprir as tarefas atribuiacutedas
Unidade de Esforccedilos ndash Este princiacutepio reconhece a necessidade de uma
aproximaccedilatildeo coerente ente militares e civis Requer uma contiacutenua interacccedilatildeo com as
OI e as ONG envolvidas Para conseguir este princiacutepio eacute essencial estabelecer uma
ligaccedilatildeo efectiva a todos os niacuteveis e promover regularmente conferecircncias e reuniotildees
envolvendo todas as partes intervenientes
Credibilidade ndash A credibilidade eacute essencial para promover e estabelecer um clima de
confianccedila A Forccedila natildeo deve transigir quanto agrave vontade e capacidade para assumir as
suas responsabilidades
Transparecircncia das Operaccedilotildees ndash A Missatildeo o conceito de operaccedilotildees e o estado final
poliacutetico a alcanccedilar devem ser compreendidos por todas as partes envolvidas neste
processo (forccedila agecircncias e partes) A difusatildeo da informaccedilatildeo deve ser balanceada
com as necessidades de seguranccedila
Protecccedilatildeo ndash Eacute uma responsabilidade de comando inerente a qualquer operaccedilatildeo
militar Devem ser considerados a composiccedilatildeo e volume da forccedila os planos as
ordens e as regras de empenhamento (ROE)124
Flexibilidade ndash O sucesso destas operaccedilotildees envolve uma elevada capacidade de
gestatildeo e adaptaccedilatildeo face agraves mudanccedilas e eventuais transiccedilotildees que ocorram na
situaccedilatildeo envolvente e que conduzam ao estabelecimento de um ambiente seguro e
estaacutevel O comandante operacional deve facultar o maacuteximo de flexibilidade e as forccedilas
devem ter capacidade de adaptaccedilatildeo agraves alteraccedilotildees
124
ROE ndash Rules Of Engagement
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 66
Promoccedilatildeo da Cooperaccedilatildeo e Consentimento ndash Este princiacutepio constitui-se como um
preacute-requisito neste tipo de operaccedilotildees Exige uma cuidadosa ponderaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
antes da execuccedilatildeo de qualquer actividade de natureza militar
Imparcialidade ndash As operaccedilotildees devem ser conduzidas sem favorecer ou prejudicar
qualquer das partes Deve ser fomentada a aproximaccedilatildeo entre as partes atraveacutes de
uma comunicaccedilatildeo eficaz e transparecircncia das operaccedilotildees
Uso da Forccedila ndash O uso da forccedila neste tipo de operaccedilotildees poderaacute prejudicar a
execuccedilatildeo da missatildeo pelo que requer um elevado acompanhamento por parte do
Comando da forccedila contudo o uso da forccedila deve estar de acordo com a lei
internacional nomeadamente o direito internacional humanitaacuterio O uso da forccedila
deveraacute ser adequado agrave missatildeo No entanto as ROE natildeo devem limitar o direito
inerente agrave auto-defesa
Respeito Muacutetuo ndash Deve existir respeito pela naccedilatildeo cultura e costumes da Naccedilatildeo
Hospedeira O Comandante Conjunto deve assegurar-se que os mesmos princiacutepios
satildeo reconhecidos e implementados entre os diferentes contingentes que fazem parte
da forccedila
Liberdade de Movimentos ndash A liberdade de movimentos eacute fundamental para garantir
o sucesso das operaccedilotildees em missotildees desta natureza O mandato que a forccedila deteacutem
juntamente com as ROE deve garantir liberdade e autonomia para cumprir as tarefas
As facccedilotildees poderatildeo impor algumas restriccedilotildees neste aspecto Haacute que impor essa
liberdade atraveacutes de acccedilotildees vigorosas e resolutas podendo mesmo incluir o uso da
forccedila
Legitimidade ndash Este princiacutepio constitui-se como fundamental em operaccedilotildees desta
natureza Eacute atraveacutes da legitimidade que se consegue garantir o apoio da comunidade
internacional das naccedilotildees contribuintes e das partes envolvidas Eacute necessaacuterio que a
operaccedilatildeo seja conduzida de acordo com a lei internacional incluindo os princiacutepios
constantes na carta das Naccedilotildees Unidas Qualquer erro poderaacute comprometer a
credibilidade da forccedila e consequentemente a sua legitimidade
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 67
ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea
(Fonte HDA 2000)
Figura 3 Proliferaccedilatildeo da Ameaccedila Aeacuterea
(Fonte HDA 2000)
Figura 4 Relaccedilatildeo de CustosEquipamento
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 68
ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
A OTAN eacute uma OI de cooperaccedilatildeo militar estabelecida em 1949 que tem por base o
Tratado Atlacircntico Norte e eacute actualmente constituiacuteda por uma Alianccedila de 26 paiacuteses125 O
papel fundamental da OTAN eacute salvaguardar a liberdade e seguranccedila dos seus paiacuteses
membros constituindo-se tambeacutem num dos pilares de estabilidade e seguranccedila do espaccedilo
Euro-Atlacircntico
O conceito estrateacutegico da Alianccedila Atlacircntica estabelece as capacidades que devem ser
desenvolvidas pela OTAN entre as quais o papel crucial que a organizaccedilatildeo tem na
prevenccedilatildeo de conflitos e gestatildeo de crises adoptando as medidas necessaacuterias agrave sua
resoluccedilatildeo A OTAN fomenta ainda a parceria e cooperaccedilatildeo com os restantes paiacuteses do
espaccedilo Euro-Atlacircntico no intuito de promover a paz e aumentar a confianccedila muacutetua e a
capacidade de acccedilatildeo conjunta (NATO 2004)
A OTAN iniciou a sua actuaccedilatildeo na regiatildeo dos Balcatildes apoacutes a assinatura do acordo de
Paz de Dayton em 1995 Esteve sempre relacionada com o cumprimento deste acordo
intervindo numa primeira fase com uma forccedila de implementaccedilatildeo militar (IFOR) e
posteriormente com uma forccedila de estabilizaccedilatildeo (SFOR) ambas com o objectivo de construir
a base para uma futura paz na regiatildeo dos Balcatildes
O emprego operacional da Alianccedila nesta regiatildeo efectivamente impediu novos
combates e desenvolveu um precedente de sucesso dos esforccedilos de caraacutecter
multinacionais Conseguiu alcanccedilar as esperanccedilas de paz e bem-estar existentes no povo
da Boacutesnia e Herzegovina e do Kosovo
A esfera de actuaccedilatildeo da Alianccedila abrange tambeacutem o conflito do Kosovo onde a OTAN
leva a cabo esforccedilos para inverter a limpeza eacutetnica e permitir o regresso das centenas de
milhares de refugiados que abandonaram o Kosovo durante a repressatildeo da Primavera de
1999 para voltar agrave sua paacutetria segura
O papel da forccedila multinacional liderada pela OTAN no Kosovo a KFOR tem vindo a
criar um ambiente seguro e estaacutevel no qual todos os habitantes do Kosovo
independentemente da sua origem eacutetnica possam viver em paz ajudando-os a reconstruir
as estruturas necessaacuterias para uma sociedade paciacutefica e democraacutetica Estas caracteriacutesticas
satildeo essenciais caso se pretenda alcanccedilar uma soluccedilatildeo duradoura para este conflito
A tarefa que tem vindo a ser realizada pela Alianccedila no Kosovo encontra-se inserida no
contexto de esforccedilos da comunidade internacional para criar um ambiente que iraacute promover
a paz e a estabilidade no Sudeste da Europa (NATO 2001)
125
Satildeo paiacuteses membros da Alianccedila Atlacircntica Alemanha Beacutelgica Bulgaacuteria Canadaacute Dinamarca Eslovaacutequia
Esloveacutenia Estoacutenia Espanha Estados Unidos Franccedila Greacutecia Holanda Hungria Islacircndia Itaacutelia Letoacutenia
Lituacircnia Luxemburgo Noruega Poloacutenia Portugal Reino Unido Repuacuteblica Checa Romeacutenia e Turquia
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 69
(Fonte NATO 2004)
Figura 5 Paiacuteses-membros da OTAN
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 70
ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton
O Acordo de Paz de Dayton surge apoacutes a reuniatildeo do Grupo de Contacto126 onde satildeo
aprovados os princiacutepios de base para uma regulamentaccedilatildeo da paz Eacute acordado um
reconhecimento muacutetuo a Repuacuteblica Federal Jugoslava reconhece a Boacutesnia e Herzegovina e
Sarajevo por sua vez reconhece a Repuacuteblica Seacutervia
Assim no dia 21 de Novembro de 1995 chega-se a um acordo em Dayton no Estado
norte-americano do Ohio Neste acordo assinado pelo Grupo de Contacto e pelos
representantes das partes beligerantes Franjo Tujam (Croaacutecia) Alija Izetbegovic (Boacutesnia) e
Slogan Militeis (Seacutervia) eacute aceite o plano de paz para a Boacutesnia e Herzegovina Este acordo
foi formalmente assinado em Paris no dia 14 de Dezembro de 1995 (Saraiva 2008)
(Fonte Autor 2009)
Figura 6 Divisatildeo Territorial da Boacutesnia e Herzegovina em 1995
126
O Grupo de Contacto era constituiacutedo por EUA Reino Unido Franccedila Alemanha e Ruacutessia
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 71
ANEXO H - Missatildeo da IFOR
A IFOR tinha a missatildeo de fiscalizar e impor o cumprimento dos aspectos militares
previstos no Acordo de Paz de Dayton A UNSCR 1031 prevecirc o mandato da IFOR durante
um ano no TO da Boacutesnia e Herzegovina As tarefas militares a serem cumpridas (NATO
2009)
1 Garantir a auto-defesa e a liberdade de circulaccedilatildeo
2 Supervisionar a marcaccedilatildeo dos limites da ZOS entre as partes
3 Monitorizar e se necessaacuterio impor a retirada das forccedilas militares dos
respectivos territoacuterios para que se possa estabelecer a ZOS
4 Assumir o controlo do espaccedilo aeacutereo sobre o territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina
5 Assumir o controlo da circulaccedilatildeo de traacutefego militar nas principais rotas terrestres
6 Estabelecer comissotildees militares conjuntas para servirem como oacutergatildeos centrais
para todas as partes do Acordo de Paz
7 Ajudar agrave retirada das forccedilas da ONU natildeo transferidas para a IFOR
(Fonte NATO 2001)
Figura 7 Logoacutetipo da IFOR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 72
ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR
(Fonte Autor 2009)
Figura 8 Estrutura de C2 da IFOR
Em 1996 o Tenente-General Michael Walker (Exeacutercito Norte-Americano) era o
Comandante da componente terrestre da IFOR e tinha trecircs divisotildees sob o seu comando
1 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MNDSW127) liderada pelo Reino Unido com
comando sediado em Banja Luka
2 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MNDN128) liderada pelos EUA com comando
sediado em Tuzla
3 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MDNSE129) liderada pela Franccedila com
comando em Mostar
O AgrJuacutepiter ocupava o sector de Goradze com o seu Posto de Comando (PC)
estabelecido em Rogatica estando integrado na Brigada Multinacional Norte (MNBN130) com
comando Italiano que por sua vez pertencia agrave MDNSE
127
MNDSW ndash Multinational Division Southwest 128
MNDN ndash Multinational Division North 129
MNDSE - Multinational Division Southeast 130
MNBN ndash Multinational Brigade North
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 73
ANEXO J - Missatildeo da KFOR
A KFOR obteve o seu mandato a partir da UNSCR 1244 e do MTA acordado entre a
OTAN a Repuacuteblica Federal da Jugoslaacutevia e a Seacutervia Inicialmente o seu mandato tinha
como principais objectivos (NATO 2009)
1 Dissuadir o recomeccedilo das hostilidades
2 Estabelecer um ambiente seguro
3 Desmilitarizar o Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo (UCK)
4 Apoiar o esforccedilo humanitaacuterio internacional
5 Coordenar e apoiar a presenccedila internacional no territoacuterio do Kosovo
(Fonte NATO 2001)
Figura 9 Logoacutetipo da KFOR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 74
ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR
(Fonte Autor 2009)
Figura 10 Estrutura de C2 da KFOR
Em 1999 o Tenente-General Mike Jackson (Exeacutercito Britacircnico) era o COMKFOR e
tinha cinco brigadas sob o seu comando
1 Brigada Multinacional Norte (MNBN131) liderada pela Franccedila
2 Brigada Multinacional Centro (MNBC132) liderada pelo Reino Unido
3 Brigada Multinacional Este (MNBE133) liderada pelos EUA
4 Brigada Multinacional Sul (MNBS134) liderada pela Alemanha
5 Brigada Multinacional Oeste (MNBW135) liderada pela Itaacutelia
O AgrBravo ocupava o sector de Klina estando integrado na aacuterea de responsabilidade
(AOR) da MNBW que integrava tambeacutem um batalhatildeo espanhol
131
MNBN ndash Multinational Brigade North 132
MNBC ndash Multinational Brigade Center 133
MNBE ndash Multinational Brigade East 134
MNBS ndash Multinational Brigade South 135
MNBW ndash Multinational Brigade West
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 75
ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL
O Exeacutercito Francecircs integrou um moacutedulo de AAA de escalatildeo pelotatildeo na Forccedila Tarefa
(nome de coacutedigo ldquoLeclercrdquo) que destacou para o Liacutebano no acircmbito da UNIFIL em 2006
A missatildeo deste pelotatildeo era conferir protecccedilatildeo AA agrave Forccedila Tarefa e ao seu QG e tinha
como meios o Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral o Sistema Radar NC1 e Viaturas Blindadas de
Transporte de Pessoal (VBTP) (Charron 2008)
Figura 11 Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral
Figura 12 Sistema Radar NC1
(Fonte Charron 2008)
(Fonte wwwarmeescom 2008)
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 76
ANEXO M - Estrutura da NRF
(Fonte NATO 2003)
Figura 13 Estrutura da NRF
9500
Militares
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 77
ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup
(Fonte Baptista 2007)
Figura 14 Estrutura geneacuterica de um Battlegroup
Pacote de Forccedilas
Comando da Forccedila
Batalhatildeo de Infantaria
Comando
CCS
3 CAt
Apoio de Fogos
Reconhecimento
Apoio de Combate
Apoio de Fogos
Engenharia
Artilharia Antiaeacuterea
Transmissotildees
Guerra Electroacutenica
Informaccedilotildees
Aviaccedilatildeo do Exeacutercito
Forward Air Controller
Defesa NBQ
Apoio de Serviccedilos
Apoio Logiacutestico
Apoio Sanitaacuterio
Apoio Geograacutefico
CIMIC
Policia Militar
Capacidades Adicionais (dependem da missatildeo)
Meios Aeacutereos
Transporte Estrateacutegico
Transporte Taacutectico
Apoio Aeacutereo Proacuteximo
Apoio de Helicoacutepteros
Meios Navais
Transporte Estrateacutegico
Apoio Aeacutereo com base
em porta-aviotildees
Apoio ao desembarque de
forccedilas
Meios Logiacutesticos
Reabastecimento
Apoio Sanitaacuterio
Apoio a manutenccedilatildeo
de equipamentos
Forccedilas de
Operaccedilotildees
Especiais
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 78
ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF
NRF LCC Unidade Nacional Efectivo
Exerciacutecio de
Certificaccedilatildeo
Internacional
Periacuteodo de
Stand by
1 NRDC-TU O EXEacuteRCITO NAtildeO PARTICIPOU Out03-Jan04
2 NRDC-TU Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 50
Natildeo se
realizou Jan04-Jul04
3 NRDC-IT
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
50 Organizer 6Amiddot
(Alemanha)
Jul04-Jan05
4 NRDC-GENL
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
51 Organizer 6Bmiddot
(Alemanha) Jan05-Jul05
5 NRDC-SP Agrupamento
Mecanizado 697
Cohesion 05middot
(Espanha) Jul05-Jan06
6 NRDC-UK Batalhatildeo de Infantaria
Paacutera-quedista 636
Iron Warriormiddot
(Reino Unido) Jan06-Jul06
7 EUROCORPS Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 75
Steadfast
Jaguar 06
(Cabo-Verde)
Jul06-Jan07
8 NRDC-TU Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 75
Natildeo se
realizou Jan07-Jul07
9 NRDC-IT Esquadratildeo de Poliacutecia
Militar 80
Steadfast
Jackpot 07
(Noruega)
Jul07-Jan08
10 NRDC-GENL
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
50 Noblelight II
(Alemanha) Jan08-Jul08
11 NRDC-FR Esquadratildeo de
Reconhecimento 140
Natildeo se
realizou Jul08-Jan09
12 NRDC-SP Agrupamento
Mecanizado 697
Noblelight
(Espanha) Jan09-Jul09
13 NRDC-SP Batalhatildeo de Infantaria
Paacutera-quedista 687 Natildeo participa Jul09-Jan10
14 NRDC-SP Bateria de Artilharia de
Campanha 130 A designar Jan10-Jul10
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 10 Participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 79
ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup
(Fonte Baptista 2008)
Figura 15 Modelo do BG Francecircs
Pelotatildeo
AA
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 80
ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas
de AAA Nacionais
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 16 O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 17 O Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 18 O Radar PSTAR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 81
ANEXO R ndash O Link 11B
O Link 11B ou TADIL136-B (na doutrina norte-americana) emprega teacutecnicas de
comunicaccedilatildeo em rede e um formato standard de mensagem para a troca de informaccedilatildeo
digital entre sistema de informaccedilatildeo taacutecticos O Link 11B utiliza uma raacutepida ligaccedilatildeo ponto-a-
ponto e pode ser transmitido atraveacutes de diversos equipamentos tais como cabo sateacutelite e
ligaccedilotildees raacutedio Equipa unidades terrestres aeacutereas e navais (ALSAC 2000)
(Fonte httpsistemadearmassitesuolcombrgedtl3usalink11html 2009)
Figura 19 Interface do Link 11B
136 TADIL ndash Tactical Digital Information
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 82
ANEXO S ndash O Link 16
O Link 16 ou TADIL-J eacute uma nova ligaccedilatildeo taacutectica de dados utilizada pelos EUA alguns
paiacuteses da OTAN e pelo Japatildeo Natildeo alterou os conceitos fundamentais de transferecircncia de
dados utilizado pelo Link 11B antes pelo contraacuterio acrescentou melhorias significativas nos
sistemas jaacute existentes O Link 16 utiliza um Sistema de Distribuiccedilatildeo de Informaccedilatildeo Taacutectica
Conjunta (JTIDS137) que lhe permite partilhar a informaccedilatildeo em tempo real de uma forma
raacutepida e codificada entre todas as plataformas de armas e de C2 intervenientes no TO
Nota A verde encontram-se as unidades de AAA (armas e C2)
(Fonte httpwwwglobalsecurityorgmilitarysystemsgroundimages 2009)
Figura 20 Utilizadores do Link 16
137 JTIDS - Joint Tactical Information Distribution System
- DEDICATOacuteRIA
- AGRADECIMENTOS
- IacuteNDICE
- IacuteNDICE DE FIGURAS
- IacuteNDICE DE QUADROS
- LISTA DE ABREVIATURAS
- LISTA DE SIGLAS
- RESUMO
-
- O presente trabalho tem como objectivo analisar a capacidade de emprego de unidades de Artilharia Antiaeacuterea em Forccedilas Nacionais Destacadas
-
- ABSTRACT
- INTRODUCcedilAtildeO
-
- Definiccedilatildeo do Objectivo de Investigaccedilatildeo
- Justificaccedilatildeo do Tema
- Orientaccedilatildeo Metodoloacutegica
- Siacutentese de Conteuacutedos
-
- CAPIacuteTULO I ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL
-
- I1 Forccedilas Nacionais Destacadas
-
- I11 Enquadramento Histoacuterico
- I12 Forccedilas Nacionais Destacadas ndash O Conceito
-
- I2 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
-
- I21 Tipologia das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
- I22 Manutenccedilatildeo de Paz vs Imposiccedilatildeo de Paz
-
- I3 A Ameaccedila Aeacuterea
-
- CAPIacuteTULO II A PARTICIPACcedilAtildeO DE FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS EM OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES
-
- II1 A Participaccedilatildeo Nacional na IFOR
-
- II11 Antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina
- II12 Case-study o Agrupamento Juacutepiter na Boacutesnia e Herzegovina
-
- II2 A Participaccedilatildeo Nacional na KFOR
-
- II21 Antecedentes do Conflito do Kosovo
- II22 Case-study o Agrupamento Bravo no Kosovo
- II23 Case-study o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista no Kosovo
-
- II3 Reflexotildees sobre o emprego de AAA em CRO
-
- CAPIacuteTULO III A INTEGRACcedilAtildeO DA AAA NA NATO RESPONSE FORCE E NOS BATTLEGROUPS
-
- III1 Os Conceitos de NATO Response Force e de Battlegroups
-
- III11 A NATO Response Force - NRF
- III12 Os Battlegroups
-
- III2 Requisitos para integraccedilatildeo da AAA na NRF
- III3 Requisitos para Integraccedilatildeo da AAA nos Battlegroups
-
- CAPIacuteTULO IV EMPREGO OPERACIONAL DAS UNIDADES DE AAA
-
- IV1 O Niacutevel de Prontidatildeo das Unidades de AAA
-
- IV11 Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais
- IV12 A Lei de Programaccedilatildeo Militar
- IV13 A Prontidatildeo dos Militares de AAA
-
- IV2 O Emprego da AAA como Moacutedulo de Protecccedilatildeo AA
- IV3 O Emprego da AAA na NRF e nos BG
-
- CAPIacuteTULO V CONCLUSOtildeES E PROPOSTAS
- REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
- GLOSSAacuteRIO
- APEcircNDICES
-
- APEcircNDICE A - Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
- APEcircNDICE B - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel de Varela Benroacutes
- APEcircNDICE C - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Ref Pires Saraiva
- APEcircNDICE D - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Tirocinado Antunes Calccedilada
- APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira
- APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro
- APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Crispim Paradelo
- APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Vieira Borges
-
- ANEXOS
-
- ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP
- ANEXO B - Ciclo de uma FND
- ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees
- ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
- ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea
- ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
- ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton
- ANEXO H - Missatildeo da IFOR
- ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR
- ANEXO J - Missatildeo da KFOR
- ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR
- ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL
- ANEXO M - Estrutura da NRF
- ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup
- ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF
- ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup
-
- ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais
- ANEXO R ndash O Link 11B
- ANEXO S ndash O Link 16
-
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS viii
LISTA DE ABREVIATURAS
Agr Agrupamento
BIMec Batalhatildeo de Infantaria Mecanizado
BIMoto Batalhatildeo de Infantaria Motorizado
BIPara Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista
BrigInt Brigada de Intervenccedilatildeo
BrigMec Brigada Mecanizada
CAt Companhia de Atiradores
CAtPara Companhia de Atiradores Paacutera-quedista
CCmds Companhia de Comandos
CEng Companhia de Engenharia
Cmdt Comandante
FwN Framework Nation
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS ix
LISTA DE SIGLAS
A AG Apoio Geral
AA Antiaeacuterea
AAA Artilharia Antiaeacuterea
AC Artilharia de Campanha
AFOR Albania Force
AM Academia Militar
AO Aacuterea de Operaccedilotildees
AOR Area Of Responsibility
AP Auto-propulsada
B BAAA Bateria de Artilharia Antiaeacuterea
BAI Brigada Aerotransportada Independente
BIAT Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado
BLI Brigada Ligeira de Intervenccedilatildeo
BMI Brigada Mecanizada Independente
BRR Brigada de Reacccedilatildeo Raacutepida
C C2 Comando e Controlo
C2EA
C4I Comando Controlo Comunicaccedilotildees Computadores e
Informaccedilotildees
CAP Common Air Picture
CEDN Conceito Estrateacutegico de Defesa Nacional
CEM Conceito Estrateacutegico Militar
CEME Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito
CIMIC Civil-Military Cooperation
CJSOR Combined Joint Statement of Requirements
COMKFOR Commander Kosovo Force
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS x
CP Conflict Prevention
CRC Crowd amp Riot Control
CRO Crisis Response Operations
CSNU Conselho de Seguranccedila das Naccedilotildees Unidas
D DIOP Divisatildeo de Operaccedilotildees
E EMGFA Estado-Maior General das Forccedilas Armadas
EOD Explosive Ordnance Disposal
EOM Encargo Operacional de Material
EOP Encargo Operacional de Pessoal
EUA Estados Unidos da Ameacuterica
EUFOR European Union Force
F FA Forccedilas Armadas
FAAR Forward Alerting Area Radar
FAP Forccedila Aeacuterea Portuguesa
FORREC Forccedila de Recolha
FORREZ Forccedila de Recolha do Zaire
G GAAA Grupo de Artilharia Antiaeacuterea
H HIMAD High and Medium Air Defense
HO Humanitarian Operations
I IDN Instituto de Defesa Nacional
IEBL Inter Entity Boundary Line
IESM Instituto de Estudos Superiores Militares
IFF Identification Friend or Foe
IFOR Implementation Force
ISAF International Security Assistance Force
J JTIDS Joint Tactical Information Distribution System
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xi
K KVM Kosovo Verification Mission
L LPM Lei de Programaccedilatildeo Militar
M MANPAD Man Portable Air Defense
MHP Missotildees Humanitaacuterias e de Paz
MNB Multinational Brigade
MNBC Multinational Brigade Center
MNBE Multinational Brigade East
MNBN Multinational Brigade North
MNBS Multinational Brigade South
MNBW Multinational Brigade West
MNDN Multinational Division North
MNDSE Multinational Division Southeast
MNDSW Multinational Division Southwest
MONUA Missatildeo de Observaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas em Angola
MTA Military Technical Agreement
N NAC North Atlantic Council
NAMSA NATO Maintenance amp Supply Agency
NRBQ Nuclear Radioloacutegico Bioloacutegico e Quiacutemico
NRF NATO Response Force
O OCAR Oficial Coordenador de Reequipamento
OI Organizaccedilotildees Internacionais
ONG Organizaccedilotildees Natildeo Governamentais
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OSCE Organizaccedilatildeo para a Seguranccedila e Cooperaccedilatildeo na Europa
OTAN Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
P PB Peace Building
PC Posto de Comando
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xii
PE Peace Enforcement
PK Peace Keeping
PM Peacemaking
PPRC PortuguecircsPortaacutetil Raacutedio de Campanha
PSTAR Portable Search and Target Acquisition Radar
PSYOPS Psychological Operations
Q QG Quartel-General
QO Quadro Orgacircnico
R RAAA1 Regimento de Artilharia Antiaeacuterea Nordm1
RAP Recognized Air Picture
RAM Rocket Artillery amp Mortar
RFM Relatoacuterio de Fim de Missatildeo
ROE Rules Of Engagement
S SACEUR Supreme Allied Commander Europe
SAR Search and Rescue
SFN Sistema de Forccedilas Nacional
SFOR Stabilization Force
SHORAD Short Range Air Defense
STPT Stinger Troop Proficiency Trainer
T TACP Tactical Air Control Party
TACRES Tactical Reserve
TADIL Tactical Digital Information
THT Tracking Head Trainer
TIA Trabalho de Investigaccedilatildeo Aplicada
TO Teatro de Operaccedilotildees
TOA Transfer Of Authority
TPOA Tirociacutenio Para Oficial de Artilharia
U UEO UnidadeEstabelecimentoOacutergatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xiii
UAV Unmanned Aerial Vehicle
UCK Ushtria Clivoimtare Kosoves
UE Uniatildeo Europeia
UEB Unidade Escalatildeo Batalhatildeo
UEC Unidade Escalatildeo Companhia
UNAVEM United Nations Verification Mission
UNIFIL United Nations Interim Force in Lebanon
UNMISET United Nations Mission In Support of East Timor
UNMOZ United Nations Operation in Mozambique
UNPROFOR United Nations Protection Force
UNSCR United Nation Security Council Resolution
UNTAET United Nations Transitional Administration in East Timor
UNTAG United Nations Transition Assistance Group
UT Unidade de Tiro
V VBTP Viatura Blindada de Transporte de Pessoal
VCB Vigilacircncia do Campo de Batalha
W WSPC Weapon System Partnership Committee
Z ZOS Zone Of Separation
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xiv
RESUMO
O presente trabalho tem como objectivo analisar a capacidade de emprego de unidades
de Artilharia Antiaeacuterea em Forccedilas Nacionais Destacadas
Para concretizar este objectivo procedeu-se ao estudo da participaccedilatildeo nacional em Operaccedilotildees
de Resposta a Crises recorrendo agrave anaacutelise trecircs casos de estudo distintos Ainda neste acircmbito foi
igualmente abordada a perspectiva de participaccedilatildeo nas iniciativas de defesa no acircmbito da
Organizaccedilatildeo do Tratado do Atlacircntico Norte e da Uniatildeo Europeia (a NATO Response Force e os
Battlegroups respectivamente)
Decorrente desta anaacutelise surgiu a necessidade de investigar acerca da actual prontidatildeo das
unidades de Artilharia Antiaeacuterea O referido estudo teve por base a anaacutelise dos recursos humanos e
materiais bem como as actividades de treino desenvolvidas
Conclui-se que a limitaccedilatildeo de recursos materiais tem vindo a hipotecar a participaccedilatildeo das
unidades de Artilharia Antiaeacuterea em forccedilas projectaacuteveis muito especialmente devido agrave ausecircncia de
um sistema de comando e controlo Poreacutem consideramos que as unidades de Artilharia Antiaeacuterea
tecircm o seu papel a desempenhar em Operaccedilotildees de Resposta a Crises sendo preponderantes na
garantia da protecccedilatildeo antiaeacuterea em cenaacuterios de alta intensidade ou no inicio das operaccedilotildees
O processo de reequipamento previsto na Lei de Programaccedilatildeo Militar permitiraacute colmatar as
lacunas existentes ao niacutevel dos recursos materiais devendo ser atribuiacuteda prioridade agrave aquisiccedilatildeo de
um sistema de comando e controlo
Palavras-chave ARTILHARIA ANTIAEREA FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS
OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES PROTECCcedilAtildeO ANTIAEREA REEQUIPAMENTO
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS xv
ABSTRACT
This study aims to examine the viability of employing units of air defense artillery in
expeditionary forces
To achieve this purpose an analysis was made of the national participation in Crisis
Response Operations This analysis was based on three different case studies In this
context the prospect of participation was also considered in defense activities within the
Organization of the North Atlantic Treaty and the European Union (NATO Response Force
and the Battle groups respectively)
It became clear from this analysis that it would be necessary to investigate the current
readiness of the air defense artillery units This study was based on the analysis of the
human and material resources and training activities undertaken
It is concluded that the limitation of material resources has been preventing the
participation of air defense artillery units in expeditionary forces especially due to the
absence of a command and control system However we believe that the air defense artillery
units have a role to play in Crisis Response Operations especially in scenarios of high
intensity or at the beginning of operations ensuring adequate air defense
The process of material re-equipment provided for the Military Programme will bridge the
gaps in terms of material resources Priority should be given to purchasing the command
and control system
Key-words AIR DEFENSE ARTILLERY EXPEDTIONARY FORCES CRISIS RESPONSE
OPERATIONS AIR DEFENSE RE-EQUIPMENT
ldquo (hellip) A protecccedilatildeo da Forccedila natildeo eacute negociaacutevel ldquo
(Raleiras 2002)
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 1
INTRODUCcedilAtildeO
O presente Trabalho de Investigaccedilatildeo Aplicada (TIA) estaacute enquadrado no estaacutegio de
natureza profissional do Tirociacutenio Para Oficial de Artilharia (TPOA) dos cursos da Academia
Militar (AM) subordinado ao tema ldquoA Protecccedilatildeo Antiaeacuterea das Forccedilas Nacionais
Destacadasrdquo
Com o colapso da Uniatildeo Sovieacutetica e com as constantes mudanccedilas no paradigma de
seguranccedila e defesa os Estados as Organizaccedilotildees Internacionais (OI) e ateacute as Organizaccedilotildees
Natildeo Governamentais (ONG) assistem ao aparecimento de uma nova conflitualidade com
novos actores riscos e ameaccedilas que reclamaratildeo certamente novos e diferentes tipos de
resposta (Espiacuterito Santo 2006)
Neste contexto de transformaccedilatildeo Portugal encontra-se integrado na comunidade
internacional atraveacutes da sua participaccedilatildeo em diversas OI vinculando-se a um conjunto de
responsabilidades inerentes ao seu quadro de alianccedilas Desta forma as Forccedilas Armadas
(FA) tecircm-se constituiacutedo como uma poderosa ferramenta no apoio agrave poliacutetica externa nacional
indo de encontro ao que estaacute previsto no Conceito Estrateacutegico de Defesa Nacional (CEDN)1
Com base na lei fundamental2 as FA e particularmente o Exeacutercito3 tecircm vindo a
participar em Missotildees Humanitaacuterias e de Paz (MHP) ao longo das duas uacuteltimas deacutecadas
Estes tipos de missotildees tecircm-se afirmado como as ldquooperaccedilotildees contemporacircneasrdquo natildeo
esquecendo poreacutem a capacidade que o Exeacutercito deteacutem em conduzir ldquooperaccedilotildees
convencionaisrdquo se assim for necessaacuterio uma vez que estas constituem a essecircncia do seu
conteuacutedo
Ainda no acircmbito de apoio agrave poliacutetica externa do Estado o Exeacutercito tem vindo a integrar-
se em estruturas militares de acircmbito multinacional que constituem o exemplo do
modernismo e da transformaccedilatildeo como a NATO Response Force (NRF) e os Battlegroups
(BG) A participaccedilatildeo do Exeacutercito neste tipo de estruturas tem proporcionado agraves suas fileiras
um elevado niacutevel de treino e experiecircncia operacional inseridos num quadro de cooperaccedilatildeo
internacional
1 Resoluccedilatildeo de Conselho de Ministros nordm 62003 CEDN
2 De acordo com o nordm 5 do Artigo 275ordm da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Portuguesa
3 De acordo com o Decreto-Lei nordm 612006 de 21 de Marccedilo
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 2
Definiccedilatildeo do Objectivo de Investigaccedilatildeo
Pretendemos com este TIA abordar a problemaacutetica da participaccedilatildeo de unidades de
Artilharia Antiaeacuterea (AAA) em MHP quando estas actuam no acircmbito da sua missatildeo
especiacutefica a protecccedilatildeo antiaeacuterea da forccedila face agrave ameaccedila aeacuterea Esta ameaccedila aeacuterea eacute
decididamente um factor importante a ter em conta especialmente em situaccedilotildees de
ldquoaberturardquo do Teatro de Operaccedilotildees (TO) onde existem escassas informaccedilotildees sobre a
ameaccedila aeacuterea e o clima de incerteza e instabilidade impera
Ambicionamos tambeacutem efectuar uma reflexatildeo sobre a eventual participaccedilatildeo de
unidades de AAA em ldquo (hellip) forccedilas multinacionais orientadas para a intervenccedilatildeo fora do
territoacuterio dos paiacuteses membros (hellip) ldquo (Baptista 2007 p348) como a NRF e os BG Prevecirc-se
que este tipo de estruturas militares ganhe uma maior preponderacircncia num futuro proacuteximo
no que diz respeito agrave intervenccedilatildeo em conflitos natildeo devendo as unidades de AAA nacionais
ficar agrave margem deste desafio
Justificaccedilatildeo do Tema
O presente TIA aborda um tema de reconhecido interesse no seio artilheiro jaacute que o
seu estudo iraacute certamente potenciar uma reflexatildeo sobre esta temaacutetica que tem tanto de
importante como de actual ldquo (hellip) Apesar de natildeo ter participado de uma forma significativa
nas FND nomeadamente com unidades constituiacutedas eacute de importacircncia decisiva para o
futuro da Arma que sejam rapidamente levantadas e solucionadas as questotildees mais
pertinentes que dizem respeito ao seu envolvimento neste desafiordquo (Santos 2007 p235)
Embora existam registos da participaccedilatildeo de subunidades de AAA em FND no acircmbito
das MHP estas estavam integradas em unidades de manobra executando outras missotildees
fora do acircmbito da AAA Como exemplo temos o caso do pelotatildeo de Antiaeacuterea (AA)
proveniente do Regimento de Artilharia Antiaeacuterea Nordm 1 (RAAA1) que integrou a
1ordfCAtAgrFoxtrot na missatildeo UNMISET4 desenvolvendo tarefas especiacuteficas de um pelotatildeo de
atiradores
Ao analisar a constituiccedilatildeo das FND empregues em MHP verificamos que desde a sua
geacutenese tecircm sido constituiacutedas por unidades de Infantaria de Reconhecimento de
Transmissotildees de Apoio Logiacutestico Sanitaacuterias de Engenharia e de Operaccedilotildees Especiais No
que diz respeito agraves unidades que integraram a NRF e os BG o cenaacuterio eacute semelhante
verificando-se ateacute ao momento a presenccedila de unidades de Operaccedilotildees Especiais de
Reconhecimento de Infantaria de Poliacutecia Militar e de Engenharia Desta forma eacute
evidentemente perceptiacutevel que apenas a Artilharia (de Campanha e Antiaeacuterea) tem sido
deixada agrave margem destas duas realidades que atravessam o Exeacutercito Efectivamente tem
4 UNMISET ndash United Nations Mission In Support of East Timor
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 3
sido feito um esforccedilo para contrariar esta tendecircncia e recentemente foi anunciada a
participaccedilatildeo de uma Bateria de Artilharia de Campanha (AC) na NRF 14 que estaraacute em
stand by durante o primeiro semestre do ano de 2010 Ao concretizar-se esta participaccedilatildeo
as unidades de AAA tornar-se-atildeo as uacutenicas a serem excluiacutedas desta nova realidade que satildeo
as FND
Delimitaccedilatildeo do Tema
Ao abordarmos um tema desta natureza bastante vasto e feacutertil existe a necessidade de
fazer a limitaccedilatildeo precisa das fronteiras de pesquisa bem como dos campos que
pretendemos abranger Por isso apesar de a designaccedilatildeo FND seja transversal aos trecircs
ramos das FA vamos cingir-nos unicamente agraves FND do Exeacutercito uma vez que estatildeo
directamente ligadas a temaacutetica em estudo
Assim sendo foi nossa opccedilatildeo investigar sobre a presenccedila do Exeacutercito nas MHP e nas
forccedilas militares de acircmbito multinacional (NRF e BG)
No contexto das MHP Portugal participou em diferentes TO no acircmbito de diferentes OI
poreacutem abordamos unicamente a participaccedilatildeo nacional sob a eacutegide da Organizaccedilatildeo do
Tratado Atlacircntico Norte (OTAN) Justificamos esta opccedilatildeo com o facto da recente
participaccedilatildeo nacional em MHP ter sido sob os auspiacutecios da Alianccedila Atlacircntica no acircmbito das
Operaccedilotildees de Resposta a Crises (CRO)5 natildeo desprezando poreacutem a FNDUNIFIL6
presente no Liacutebano ao abrigo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU)
Seraacute analisada ainda a participaccedilatildeo nacional na NRF no acircmbito da OTAN e nos BG no
domiacutenio da Uniatildeo Europeia (UE) perspectivando os possiacuteveis contributos de unidades de
AAA nacionais
Orientaccedilatildeo Metodoloacutegica7
Segundo Sarmento (2008) a metodologia visa a descriccedilatildeo precisa do problema dos
meacutetodos das teacutecnicas e dos instrumentos de pesquisa utilizados no trabalho Os
procedimentos utilizados devem ser descritos de forma loacutegica
O nosso processo de investigaccedilatildeo cientiacutefica8 desencadeou-se em 2008 com uma
pesquisa bibliograacutefica na biblioteca da AM e do IESM9 com o objectivo de encontrar
informaccedilatildeo que nos permitisse identificar o nosso problema de investigaccedilatildeo Esta pesquisa
5 CRO ndash Crisis Response Operations
6 UNIFIL ndash United Nations Interim Force in Lebanon
7 Ver Apecircndice 1 ndash Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
8 Segundo Sarmento (2008) o processo de investigaccedilatildeo cientiacutefica eacute composto por 3 fases exploratoacuteria analiacutetica
e conclusiva 9 IESM ndash Instituto de Estudos Superiores Militares
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 4
consistiu na selecccedilatildeo de documentos nacionais e estrangeiros como os manuais da
doutrina nacional doutrina da Alianccedila e as publicaccedilotildees do exeacutercito norte-americano
Durante a pesquisa constataacutemos a existecircncia de poucos trabalhos directamente
relacionados com a problemaacutetica em investigaccedilatildeo facto que julgamos ser aliciante porque
tratamos um tema importante poreacutem pouco abordado Para aleacutem desta pesquisa
bibliograacutefica realizamos tambeacutem diversas conversas de caraacutecter exploratoacuterio com Oficiais
de diferentes Armas no sentido de obter perspectivas distintas sobre a temaacutetica em estudo
O passo seguinte no processo de investigaccedilatildeo foi a formulaccedilatildeo das questotildees de
investigaccedilatildeo na qual tentamos exprimir o mais exactamente possiacutevel o que procuramos
saber (IESM 2004)
Para o tema em anaacutelise levantaram-se vaacuterias questotildees agraves quais seria pertinente obter
uma resposta sobretudo agrave questatildeo que definimos como central ldquoQual o possiacutevel
enquadramento das unidades de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo primaacuteriardquo
A partir desta questatildeo central surgem algumas questotildees derivadas
Porque razatildeo as unidades de AAA natildeo participam actualmente em MHP no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Quais os cenaacuterios de emprego das unidades de AAA em FND
Em caso de participaccedilatildeo em MHP qual seria o escalatildeo das unidades de AAA
a empregar
Seraacute que as unidades de AAA nacionais possuem o niacutevel de prontidatildeo exigido
para integrarem as NRF e os BG
Apoacutes alguma reflexatildeo sobre o tema em investigaccedilatildeo construiacutemos as hipoacuteteses de
investigaccedilatildeo ldquoestas satildeo proposiccedilotildees conjecturais que constituem respostas possiacuteveis agraves
questotildees de investigaccedilatildeordquo (Sarmento 2008 p9)
Obtendo assim as seguintes hipoacuteteses
1 Porque o CJSOR10 natildeo identifica a necessidade de uma valecircncia de protecccedilatildeo AA
da forccedila
2 Em cenaacuterios de alta intensidade ou no lanccedilamento das operaccedilotildees
3 Ao niacutevel das Unidade Escalatildeo Companhia (UEC) e das Unidades Escalatildeo Batalhatildeo
(UEB) normalmente empregues em FND seria empregue uma forccedila de organizaccedilatildeo
modular
4 Existem lacunas ao niacutevel dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
Depois de construiacutedas as hipoacuteteses de investigaccedilatildeo procedemos a um periacuteodo de
profunda reflexatildeo existindo a necessidade de seleccionar os meacutetodos cientiacuteficos11
10
CJSOR ndash Combined Joint Statement of Requirements 11
Meacutetodos em investigaccedilatildeo cientiacutefica observaccedilatildeo directa critico experimental demonstrativo sistemaacutetico
inquisitivo histoacuterico dedutivo e indutivo (Sarmento 2008)
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 5
adequados agrave presente investigaccedilatildeo e agrave obtenccedilatildeo de uma resposta agrave questatildeo central Assim
adoptaacutemos o meacutetodo criacutetico (efectuando uma observaccedilatildeo criacutetica da situaccedilatildeo actual das
unidades de AAA no que diz respeito agrave participaccedilatildeo em FND) e o meacutetodo inquisitivo (atraveacutes
da elaboraccedilatildeo de entrevistas)
Aprofundaacutemos a nossa pesquisa bibliograacutefica inicial recorrendo tambeacutem a publicaccedilotildees
perioacutedicas documentos electroacutenicos e agrave legislaccedilatildeo em vigor
Tivemos ainda a oportunidade de assistir agrave palestra onde foram apresentadas as
conclusotildees do workshop realizado no RAAA1 entre os dias 09 e 11 de Dezembro de 2008
onde foi abordado entre outros o tema relacionado com ldquoO apoio da Artilharia Antiaeacuterea agraves
Brigadas em Operaccedilotildeesrdquo e que revelou ser proveitoso para a nossa investigaccedilatildeo
Ao longo da evoluccedilatildeo do TIA as conversas exploratoacuterias com Oficiais foram
substituiacutedas por entrevistas12 semi-estruturadas13 que na nossa opiniatildeo enriqueceram
muito o presente trabalho A realizaccedilatildeo destas entrevistas permitiu conhecer a opiniatildeo dos
entrevistados sobre questotildees pertinentes ao nosso tema bem como a partilha de
experiecircncias e informaccedilotildees que de outra forma seriam impossiacuteveis de angariar
Depois da recolha de todas estas informaccedilotildees e da sua anaacutelise terminaacutemos a fase
analiacutetica do meacutetodo de investigaccedilatildeo cientiacutefica e entraacutemos na uacuteltima fase deste processo a
fase conclusiva Nesta fase procedeu-se agrave verificaccedilatildeo das hipoacuteteses levantadas
anteriormente sob as quais fundaacutemos as nossas conclusotildees
Siacutentese de Conteuacutedos
O presente trabalho eacute constituiacutedo por uma Introduccedilatildeo quatro Capiacutetulos e
ConclusotildeesPropostas
Apoacutes a Introduccedilatildeo no Capiacutetulo I procede-se agrave elaboraccedilatildeo de um Enquadramento
Conceptual que tem como finalidade familiarizar o leitor com os principais conceitos
abordados no presente trabalho
No Capiacutetulo II examina-se a participaccedilatildeo nacional em MHP procurando saber qual o
possiacutevel enquadramento das unidades de AAA neste tipo de operaccedilotildees atraveacutes da anaacutelise
de trecircs casos de estudo distintos
O Capiacutetulo III aborda os conceitos de NRF e de BG definindo os requisitos necessaacuterios
para que as unidades de AAA possam integrar estas estruturas militares de caraacutecter
multinacional
No Capiacutetulo IV procede-se ao estudo da situaccedilatildeo actual das unidades de AAA
analisando os equipamentos sistemas de armas e prontidatildeo dos militares Face agrave anaacutelise
12
Todas as entrevistas foram de caraacutecter presencial tendo sido os entrevistados previamente contactados 13
Os entrevistados responderam agraves perguntas de um guiatildeo Os guiotildees das entrevistas encontram-se em
apecircndice
Introduccedilatildeo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 6
realizada efectuou-se ainda uma perspectiva do que poderaacute ser a participaccedilatildeo de unidades
de AAA nacionais em MHP na NRF e nos BG
Por fim no Capiacutetulo V apresentam-se as conclusotildees e propostas onde se pretende
fundamentalmente responder agrave questatildeo central e efectuar a confirmaccedilatildeo (total ou parcial)
ou a negaccedilatildeo das hipoacuteteses previamente levantadas Apresenta-se igualmente um conjunto
de propostas que tem como objectivo melhorar algumas das lacunas identificadas durante o
presente estudo
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 7
CAPIacuteTULO I
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL
Antes de iniciar a anaacutelise do tema em investigaccedilatildeo achaacutemos conveniente delinear
alguns conceitos base com o propoacutesito de enquadrar o leitor com a problemaacutetica abordada
ao longo deste TIA Importa realccedilar que acerca deste enquadramento conceptual haveria
certamente muito para acrescentar Contundo natildeo sendo esse o objectivo apelaacutemos agrave
nossa capacidade de siacutentese durante a sua elaboraccedilatildeo
I1 Forccedilas Nacionais Destacadas
O Exeacutercito tem vindo a constituir FND que tecircm sido empenhadas num quadro
multinacional sob o comando de diferentes OI Desempenham missotildees ldquoditas de paz
embora de uma forma conceptual se enquadrem naquilo que vulgarmente se designam por
Operaccedilotildees de Resposta a Crises (no acircmbito NATO) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz (no acircmbito
ONU) ou ateacute mesmo Operaccedilotildees de Estabilizaccedilatildeo e Apoio (considerando a doutrina do
exeacutercito dos EUA) rdquo (Santos 2007p235)
Ao tentarmos clarificar o conceito de FND deparamo-nos com a inexistecircncia de uma
definiccedilatildeo oficial pelo que optaacutemos por traccedilar a nossa proacutepria definiccedilatildeo e enquadraacute-la no
acircmbito da nossa investigaccedilatildeo
I11 Enquadramento Histoacuterico
ldquoAs mudanccedilas que tiveram lugar no sistema internacional desde 1991 levaram os
estados democraacuteticos ao desempenho de novos papeacuteis nas relaccedilotildees internacionais
designadamente atraveacutes do emprego de contingentes militaresrdquo (Leandro 2002 p317)
Enquadrado neste contexto Portugal tem vindo a participar activamente em MHP
sendo necessaacuterio recuar aos finais da deacutecada de oitenta para encontrar a primeira
presenccedila14 nacional na UNTAG15 onde cooperaram trecircs oficiais do Exeacutercito Portuguecircs na
supervisatildeo do processo eleitoral Esta participaccedilatildeo foi seguida da Operaccedilatildeo das Naccedilotildees
14
Esta eacute a primeira participaccedilatildeo nacional em MHP apoacutes o conflito ultramarino jaacute que a geacutenese da participaccedilatildeo
nacional remonta ao ano de 1958 com a UNOGIL (United Nation Observer Group in Lebanon) 15
UNTAG ndash United Nations Transition Assistance Group
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 8
Unidas em Moccedilambique (UNMOZ)16 entre Abril de 1993 e Dezembro de 1994 na qual o
Exeacutercito Portuguecircs contribuiu com um Batalhatildeo de Transmissotildees e com observadores
militares
A partir desta operaccedilatildeo o Exeacutercito atingiu uma absoluta integraccedilatildeo neste tipo
operaccedilotildees militares edificando um longo historial de participaccedilatildeo materializado com a
presenccedila em cerca de sessenta e quatro MHP dispersas por vinte e trecircs TO17 e dois paiacuteses
adjacentes a TO18 Ao longo da sua colaboraccedilatildeo em MHP ao abrigo das diversas OI o
Exeacutercito Portuguecircs empenhou um efectivo19 total de vinte mil quinhentos e vinte e um
militares (RCMAGabCEME 2009)
I12 Forccedilas Nacionais Destacadas ndash O Conceito
O longo histoacuterico de participaccedilatildeo nacional em missotildees no exterior tem-se concretizado
em diferentes moldes atraveacutes de militares inseridos em unidades constituiacutedas (como por
exemplo o AgrBravo na KFOR20) de observadores militares (como por exemplo os trecircs
oficiais que integraram a UNTAG) ou ainda de elementos em funccedilotildees de estado-maior
(como os militares que integraram o Quartel-General (QG) da AFOR21)
Importa distinguir a participaccedilatildeo de caraacutecter individual (observadores militares e
elementos em funccedilotildees de estado-maior) da participaccedilatildeo de unidades constituiacutedas que
actuam como uma ldquoForccedilardquo22 Assim usaacutemos o termo FND unicamente para nos referirmos
agraves unidades constituiacutedas definindo-o de acordo com aquilo que tem sido a experiecircncia
nacional23 nas uacuteltimas duas deacutecadas uma FND eacute uma unidade militar devidamente
comandada treinada equipada e enquadrada que cumpre uma missatildeo no exterior do
territoacuterio nacional no acircmbito da satisfaccedilatildeo dos compromissos internacionais assumidos por
Portugal a sua constituiccedilatildeo eacute normalmente mission tailored ou seja eacute orientada para a
missatildeo de forma a respeitar as CJSOR
Eacute estabelecido um encargo operacional de pessoal (EOP) e um encargo operacional de
material (EOM) com base numa unidade constituiacuteda do Sistema de Forccedilas Nacional (SFN)
que pode ser ajustada com moacutedulos para satisfazer as CJSOR Um exemplo deste tailoring
16
UNMOZ ndash United Nations Operation in Mozambique 17
Boacutesnia e Herzegovina Timor-Leste Angola Kosovo Moccedilambique Ex-Jugoslaacutevia Congo Guineacute-Bissau
Macedoacutenia Saara Ocidental Albacircnia Afeganistatildeo Liacutebano Croaacutecia Namiacutebia Costa do Marfim Libeacuteria Burundi
Iraque Sudatildeo Chade Etioacutepia Paquistatildeo 18
Aacutefrica do Sul e Austraacutelia 19
Referente ateacute ao mecircs de Abril de 2009 (RCMAGabCEME 2009) 20
KFOR ndash Kosovo Force 21
AFOR ndash Albania Force 22
ldquoForccedilardquo ndash ldquoUm conjunto de militares sistemas de armas equipamento ou a combinaccedilatildeo destesrdquo (JP
2006p210) 23
Ver Anexo A ndash Histoacuterico das FND nas MHP
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 9
eacute o caso das CCmds no Afeganistatildeo que incluiacuteam um TACP24 da Forccedila Aeacuterea Portuguesa
(FAP) apesar de em situaccedilotildees normais este natildeo estar previsto no quadro orgacircnico (QO)
das CCmds
No que diz respeito ao seu modo de emprego as FND possuem algumas
particularidades como o facto de atravessarem trecircs periodos25 distintos o aprontamento a
conduta da operaccedilatildeo e por fim a desactivaccedilatildeofim de missatildeo (Leandro2001)
I2 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Apoacutes a decisatildeo de analisar unicamente a participaccedilatildeo nacional em missotildees no acircmbito
da Alianccedila Atlacircntica torna-se fundamental distinguir as operaccedilotildees previstas no conceito
estrateacutegico da OTAN Estas abrangem um vasto espectro26 podendo ser operaccedilotildees com
base no artigo 5ordm27 (referentes ao Tratado do Atlacircntico Norte28) ou operaccedilotildees de natildeo-artigo
5ordm normalmente designadas por CRO
A participaccedilatildeo das FND em missotildees da OTAN efectuou-se sempre no acircmbito das CRO
razatildeo pela qual abordaacutemos a participaccedilatildeo nacional apenas neste acircmbito Este facto poreacutem
natildeo inviabiliza que as FND natildeo possam vir a ser empregues em missotildees de caraacutecter mais
robusto como por exemplo operaccedilotildees ao abrigo do artigo 5ordm da Alianccedila Atlacircntica
O facto de a participaccedilatildeo nacional ter sido sempre feita em CRO faz com que exista a
necessidade de proceder agrave sua caracterizaccedilatildeo de forma a esclarecer a sua natureza e
tipologia de operaccedilotildees
O actual sistema internacional marcado pela eclosatildeo de focos de tensatildeo e de conflitos
regionais com base em nacionalismos e diferenccedilas eacutetnicas culturais e religiosas
possibilitou o aparecimento de uma ameaccedila multifacetada imprevisiacutevel e transnacional O
advento desta ameaccedila levou os Estados ao desenvolvimento de mecanismos colectivos
para a satisfaccedilatildeo de necessidades de seguranccedila conjuntas evitando o escalar da violecircncia
a niacutevel mundial e promovendo a estabilidade internacional
Neste contexto a Alianccedila Atlacircntica tem-se assumido como catalisadora na prevenccedilatildeo e
resoluccedilatildeo de crises procedendo agrave actualizaccedilatildeo e desenvolvimento da doutrina de emprego
das FA permitindo que estas sejam empregues neste tipo de operaccedilotildees (EME 2005)
24
TACP - Tactical Air Control Party 25
Ver Anexo B - Ciclo de uma FND 26
Ver Anexo C - Espectro das Operaccedilotildees 27
Artigo 5ordm do Tratado do Atlacircntico Norte - ldquo (hellip) As Partes concordam que um ataque armado contra um ou
vaacuterios paiacuteses membros na Europa ou nos EUA seraacute considerado um ataque contra todos e consequentemente
concordam que se tal ataque armado se verificar cada um no exerciacutecio do direito de legiacutetima defesa individual
ou colectiva reconhecido pelo artigo 51 deg da Carta das Naccedilotildees Unidas prestaraacute assistecircncia agrave Parte ou Partes
atacadas (hellip) incluindo o uso da forccedila (hellip)ldquo (NATO 1949) 28
O Tratado Atlacircntico Norte foi assinado em 4 de Abril de 1949 e estabelecido ao abrigo do artigo 51ordm da Carta
das Naccedilotildees Unidas o qual reafirma o direito inerente dos Estados Independentes agrave defesa individual ou
colectiva
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 10
Perante este cenaacuterio as CRO surgem como ldquo (hellip) operaccedilotildees multifuncionais que abrangem
actividades poliacuteticas militares e civis executadas de acordo com a lei internacional
incluindo o direito internacional humanitaacuterio que contribuem para a prevenccedilatildeo e resoluccedilatildeo
de conflitos e a gestatildeo de crises (hellip) rdquo (EME 2005 14-2)
I21 Tipologia das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A tipologia das CRO compreende um vasto leque de operaccedilotildees as quais incluem um
conjunto de diversas tarefas a serem desempenhadas em tempo de paz ou de crise Estas
regem-se por um aglomerado de princiacutepios29 que tecircm como objectivo estabelecer uma
uniformidade de comportamentos entre as entidades intervenientes neste tipo de operaccedilotildees
As CRO organizam-se da seguinte forma (EME 2005)
1) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz (Peace Support Operations - PSO)
(a) Manutenccedilatildeo de Paz (Peace Keeping - PK)
(b) Imposiccedilatildeo de Paz (Peace Enforcement ndash PE)
(c) Prevenccedilatildeo de Conflitos (Conflict Prevention ndash CP)
(d) Restabelecimento de Paz (Peacemaking ndash PM)
(e) Consolidaccedilatildeo da Paz (Peace Building ndash PB)
(f) Operaccedilotildees Humanitaacuterias (Humanitarian Operations - HO)
2) Outras Operaccedilotildees e Tarefas de Resposta a Crises
(a) Apoio agraves Operaccedilotildees Humanitaacuterias
(i) Assistecircncia a Deslocados e Refugiados
(ii) Operaccedilotildees Humanitaacuterias (fora do acircmbito das PSO)
(b) Apoio a Assistecircncia a Desastres
(c) Busca e Salvamento (Search and Rescue - SAR)
(d) Apoio a Operaccedilotildees de Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
(e) Operaccedilotildees de Extracccedilatildeo
(f) Apoio agraves Autoridades Civis
(g) Imposiccedilatildeo de Sanccedilotildees e Embargos
I22 Manutenccedilatildeo de Paz vs Imposiccedilatildeo de Paz
A participaccedilatildeo nacional tem ocorrido maioritariamente em duas situaccedilotildees PK e PE
Deste modo decidimos caracterizar detalhadamente estas duas situaccedilotildees
As operaccedilotildees de PK ldquo (hellip) satildeo geralmente realizadas em conformidade com os
princiacutepios do Capiacutetulo VI da Carta das Naccedilotildees Unidas a fim de acompanhar e facilitar a
implementaccedilatildeo de um acordo de paz Uma perda de consentimento ou a falta de
29
Ver Anexo D - Os Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 11
cumprimento por uma das partes podem limitar a liberdade de acccedilatildeo da forccedila de
manutenccedilatildeo de paz e ateacute ameaccedilar a continuidade da missatildeo Assim a forccedila deve
permanecer imparcial limitar o uso da forccedila agrave auto-defesa e promover o consentimento (hellip)
30rdquo (NATO 2005 2-4)
Relativamente agraves operaccedilotildees de PE ldquo (hellip) satildeo efectuadas sob os princiacutepios do capiacutetulo
VII da Carta das Naccedilotildees Unidas Satildeo de natureza coerciva e realizadas quando o
consentimento entre as partes envolvidas natildeo foi atingido ou seja incerto Estas operaccedilotildees
satildeo executadas para manter ou restabelecer a paz de forma a cumprir as condiccedilotildees
especificadas no mandato Eacute importante salientar que o objectivo das operaccedilotildees de PE natildeo
eacute a derrota ou destruiccedilatildeo de um inimigo mas sim a coacccedilatildeo e persuasatildeo das partes em
conflito (hellip)31rdquo (NATO 2005 2-4)
I3 A Ameaccedila Aeacuterea
No sentido de finalizar este primeiro capiacutetulo dedicado agrave conceptualizaccedilatildeo
procederemos agrave caracterizaccedilatildeo da ameaccedila aeacuterea Abordando unicamente a participaccedilatildeo em
missotildees sob a eacutegide da OTAN eacute necessaacuterio equacionar todos os cenaacuterios possiacuteveis de
participaccedilatildeo das FND quer seja em CRO como tem vindo a suceder ou em operaccedilotildees ao
abrigo do artigo 5ordm da Alianccedila Atlacircntica
A ameaccedila aeacuterea eacute composta por meios tradicionais como os aviotildees e os helicoacutepteros de
ataque No entanto a proliferaccedilatildeo de sistemas natildeo tripulados como miacutesseis (baliacutesticos e de
cruzeiro) e veiacuteculos aeacutereos natildeo tripulados (UAV)32 ampliaram o conjunto de meios que
caracteriza a ameaccedila aeacuterea
Na tipologia33 da ameaccedila aeacuterea os sistemas natildeo tripulados assumem-se como os
meios mais susceptiacuteveis de serem utilizados pelo seu custo manutenccedilatildeo sustentaccedilatildeo e
elevada capacidade de destruiccedilatildeo Estas caracteriacutesticas fazem com que estes sistemas
sejam preferidos aos tradicionais aviotildees e helicoacutepteros de ataque que satildeo mais
dispendiosos em termos de aquisiccedilatildeo manutenccedilatildeo e treino de tripulaccedilotildees (HDA 2000)
Estes meios tripulados poderatildeo ser utilizados pelo opositor em conflitos no acircmbito do artigo
5ordm da Alianccedila Atlacircntica ou em situaccedilotildees em que se enfrenta um adversaacuterio que dispotildee de
um exeacutercito organizado e coerente
No que diz respeito ao caraacutecter assimeacutetrico que marca a actual conflitualidade eacute
necessaacuterio ter em conta uma nova ameaccedila que se tem manifestado nos TO mais recentes
a ameaccedila RAM34 Esta ldquonovardquo ameaccedila eacute caracterizada pela utilizaccedilatildeo de sistemas de baixo
30
Traduccedilatildeo Livre 31
Traduccedilatildeo Livre 32
UAV - Unmanned Aerial Vehicles 33
Ver Anexo E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea 34
RAM - Rockets Artillery amp Mortar
Capiacutetulo I Enquadramento Conceptual
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 12
custo baseados em Foguetes Artilharia e Morteiros A ameaccedila RAM natildeo se enquadra no
conjunto de meios (tripulados e natildeo tripulados) que caracteriza a tradicional ameaccedila aeacuterea
Contundo o facto de utilizar o vector aeacutereo para se materializar leva a que os consideremos
como tal
Ainda no acircmbito da ameaccedila aeacuterea satildeo igualmente passiacuteveis de ser utilizados aviotildees
ultraleves ou aeronaves renegade35 contra instalaccedilotildees de forccedilas multinacionais ou contra
interesses das facccedilotildees envolvidas no conflito com o objectivo de desestabilizarem o
processo de paz ou criar um foco de instabilidade
Considerando o actual ambiente das CRO a ameaccedila aeacuterea pode ser caracterizada pela
utilizaccedilatildeo de sistemas pouco dispendiosos e de faacutecil acesso por parte de actores menores
envolvidos neste processo ldquo (hellip) hoje em dia fala-se na capacidade de grupos terroristas
utilizarem morteiros aviotildees ligeiros drones e UAVrsquos visto que estes natildeo satildeo meios muito
sofisticados e podem-se transformar numa ameaccedila aeacuterea (hellip) ldquo (Benroacutes 2009)36
35
Trata-se de uma plataforma aeacuterea civil que se julga estar a operar de uma tal maneira que levanta suspeitas
de poder ser usada como arma para executar um ataque terrorista Existe um exemplo bem recente apesar de
natildeo se ter verificado em operaccedilotildees o ataque de 11 de Setembro de 2001 (Borges 2008) 36
Ver Apecircndice B - Guiatildeo da Entrevista ao TCor Art Varela Benroacutes
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 13
CAPIacuteTULO II
A PARTICIPACcedilAtildeO DE FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS
EM OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES
Neste capiacutetulo procederemos agrave anaacutelise da participaccedilatildeo do Exeacutercito com FND em
missotildees da OTAN37 O primeiro passo neste estudo seraacute seleccionar quais as operaccedilotildees a
analisar visto que por questotildees de tempo e espaccedilo torna-se impossiacutevel abordar todas as
operaccedilotildees realizadas no acircmbito da Alianccedila Atlacircntica
Optou-se pela escolha de duas operaccedilotildees em particular a participaccedilatildeo na IFOR38 que
ocorreu na Boacutesnia e Herzegovina no ano de 1996 e a participaccedilatildeo na KFOR no TO do
Kosovo iniciada em 1999 e actualmente ainda em curso39
O longo historial das FND revela-nos que nunca foi integrado qualquer tipo de unidades
(Grupo Bateria) ou subunidades (pelotatildeo secccedilatildeo) de AAA Procurou-se com esta anaacutelise
conceptual saber qual o eventual enquadramento que a AAA poderaacute ter neste tipo de
operaccedilotildees
Para aleacutem da caracterizaccedilatildeo dos TO para onde as FND foram projectadas importa
averiguar a eventual empregabilidade de uma subunidade de AAA de organizaccedilatildeo modular
nas UEC ou UEB que actualmente satildeo empregues em CRO De forma a obter resultados
fidedignos neste campo recorreu-se agrave experiecircncia de quem esteve no TO e sentiu as
dificuldades de comandar uma FND em operaccedilotildees deste geacutenero Recorremos assim agrave
experiecircncia partilhada de trecircs comandantes de FND e tentaacutemos transpor para o papel todo
o conhecimento transmitido com o objectivo de esclarecer a problemaacutetica em estudo
II1 A Participaccedilatildeo Nacional na IFOR
O primeiro TO escolhido para estudar a problemaacutetica de investigaccedilatildeo foi o da Boacutesnia e
Herzegovina que contou com a participaccedilatildeo portuguesa na forccedila multinacional IFOR em
Janeiro de 1995 durante a operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo40 Com esta presenccedila na Initial Entry
37
Ver Anexo F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte 38
IFOR - Implementation Force 39
Com o empenhamento do 1ordm Batalhatildeo de Infantaria da BrigInt constituiacutedo por 290 militares (EMGFA 2009) 40
Nome de coacutedigo da operaccedilatildeo IFOR conduzida pela OTAN na Boacutesnia e Herzegovina entre 20 de Dezembro de
1995 e 20 de Dezembro de 1996 (NATO 2001)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 14
Force o Exeacutercito integrou pela primeira vez uma UEB na estrutura de forccedilas da Alianccedila
Atlacircntica
Antes da anaacutelise da participaccedilatildeo nacional na IFOR procedeu-se agrave descriccedilatildeo dos
antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina permitindo compreender a intervenccedilatildeo
da comunidade internacional atraveacutes da OTAN e da IFOR
II11 Antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina
A Ex-Federaccedilatildeo da Jugoslaacutevia foi ateacute 1990 constituiacuteda pelas Repuacuteblicas da Croaacutecia
Seacutervia Esloveacutenia Boacutesnia Macedoacutenia e Monte Negro Em 1991 a Esloveacutenia e a Croaacutecia
efectivaram o seu desejo de abandonar a Federaccedilatildeo da Jugoslaacutevia e a situaccedilatildeo tornou-se
insustentaacutevel quando 94 dos eleitores na Croaacutecia aprovaram em referendo a
independecircncia que foi proclamada em 25 de Junho de 1991 No mesmo dia a Esloveacutenia
declarava a independecircncia o que originou a guerra com a intervenccedilatildeo do Exeacutercito do Povo
Jugoslavo em resposta agraves tomadas de posiccedilatildeo da Esloveacutenia e da Croaacutecia
Em 29 de Fevereiro de 1992 era realizado um referendo na Boacutesnia e Herzegovina
tendo a maioria (muccedilulmanos e croatas) obtido um resultado de 99 a favor da
independecircncia Com este resultado tambeacutem a Boacutesnia e Herzegovina se viria a tornar
independente no dia 3 de Marccedilo de 1992 sendo reconhecida pela Comunidade Europeia
trecircs dias depois
Em Maio de 1992 o Conselho de Seguranccedila das Naccedilotildees Unidas (CSNU) atraveacutes da
UNSCR41 752 exigia o fim dos combates na Boacutesnia e Herzegovina aprovando o envio da
UNPROFOR42 para esta regiatildeo
Acompanhando as restantes repuacuteblicas tambeacutem a Macedoacutenia declarou a sua
independecircncia no dia 8 de Abril de 1993
A UNPROFOR sob os auspiacutecios da ONU natildeo conseguiu controlar a crise existente nos
Balcatildes obrigando a OTAN a intervir por diversas vezes para fazer respeitar a zona de
exclusatildeo do espaccedilo aeacutereo43 imposta sobre a Boacutesnia e Herzegovina ao abrigo da UNSCR
781 Apesar das sanccedilotildees impostas pela ONU a situaccedilatildeo agravou-se e assistiu-se mesmo a
uma escalada da violecircncia o que obrigou a OTAN a elaborar planos de emergecircncia para
apoiar uma eventual retirada das tropas da ONU da Boacutesnia e Herzegovina Assiste-se a um
intenso debate poliacutetico para alcanccedilar uma soluccedilatildeo poreacutem as partes envolvidas tardavam a
chegar a um acordo enquanto que no terreno a OTAN intensificava os raids e os
bombardeamentos aeacutereos em resposta aos ataques aeacutereos seacutervios na zona de exclusatildeo do
espaccedilo aeacutereo estabelecida pela Alianccedila
41
UNSCR - United Nations Security Council Resolution 42
UNPROFOR - United Nations Protection Force 43
ldquoNo-Fly Zonesrdquo
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 15
Finalmente no dia 5 de Outubro de 1995 era assinado um acordo geral de cessar-fogo
proposto pelos Estados Unidos da Ameacuterica (EUA) sendo aceite por todas as partes
beligerantes iniciando-se as negociaccedilotildees de paz
O Acordo de Paz de Dayton44 veio consolidar o acordo geral de cessar-fogo
constituindo-se como o teacutermino de uma guerra que durou cerca de trecircs anos e meio e
provocou centenas de milhares de mortos Ao abrigo deste acordo foram estabelecidas
duas entidades no territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina a Repuacuteblica seacutervia da Boacutesnia e a
Federaccedilatildeo Croata Muccedilulmana Estas duas entidades encontravam-se separadas por uma
linha (IEBL)45 sobre a qual foi criada uma aacuterea de seguranccedila materializada no terreno por
uma faixa de dez quiloacutemetros designada por zona de separaccedilatildeo (ZOS)46 (Saraiva 2008)
A IFOR interveacutem no territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina ao abrigo da UNSCR 1031 com
a missatildeo47 de fiscalizar e impor o cumprimento do Acordo de Paz de Dayton A estrutura de
comando da IFOR48 era composta por trecircs divisotildees lideradas pela Franccedila Reino Unido e
EUA
II12 Case-study o Agrupamento Juacutepiter na Boacutesnia e Herzegovina
A 16 de Dezembro de 1995 eacute aprovado o plano operacional da IFOR pelo Conselho do
Atlacircntico Norte (NAC49) iniciando-se a operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo para garantir o
cumprimento do Acordo de Paz de Dayton
A primeira FND a ser projectada para o TO da Boacutesnia e Herzegovina foi o 2ordm Batalhatildeo
de Infantaria Aerotransportada (2ordm BIAT) pertencente agrave antiga Brigada Aerotransportada
Independente (BAI) ao qual se juntou o Destacamento de Apoio Sanitaacuterio Esta FND
passou a denominar-se Agrupamento Juacutepiter (AgrJuacutepiter) constituindo o nosso primeiro
case-study
No dia 10 de Agosto de 1996 o 2ordm BIAT substitui o 3ordm BIAT incorporando-se no
AgrJuacutepiter e prosseguindo a missatildeo Em Agosto de 1996 o AgrJuacutepiter era constituiacutedo50 por
um Batalhatildeo de Infantaria (3ordm BIAT) a trecircs companhias de atiradores por uma companhia de
apoio de combate por uma companhia de apoio de serviccedilos e por um destacamento de
apoio de serviccedilos ldquomusculadordquo que garantia todo o fluxo logiacutestico agraves tropas nacionais
44
Ver Anexo G - O Acordo de Paz de Dayton 45
IEBL - Inter Entity Boundary Line 46
ZOS - Zone Of Separation 47
Ver Anexo H - Missatildeo da IFOR 48
Ver Anexo I - Estrutura de C2 da IFOR em 1996
49 NAC ndash North Atlantic Council
50 O seu efectivo total era de 911 militares (Saraiva 2008)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 16
Em 1996 o TO da Boacutesnia e Herzegovina era caracterizado como bastante incerto51
principalmente na fase inicial da operaccedilatildeo ldquoJoint Endeavourrdquo devido aos focos de
instabilidade que se faziam sentir na regiatildeo O AgrJuacutepiter ocupava o sector de Goradze um
dos mais complicados na regiatildeo que era descrito por ser ldquo (hellip) um sector extremamente
tenso com vaacuterios pontos quentes (hellip) rdquo (Saraiva 2009)52
Relativamente agrave presenccedila de unidades de AAA no TO existiam em toda a estrutura do
escalatildeo superior Segundo Saraiva (2009) tanto a Brigada Italiana (MNBN53) onde a FND
estava inserida como a proacutepria Divisatildeo Francesa (MNDSE54) dispunham de unidades de
AAA no entanto estas ldquo (hellip) nunca foram vistas no sector portuguecircs (hellip) rdquo (Saraiva 2009)
Admitindo a existecircncia da ameaccedila aeacuterea no TO ainda que teacutenue parece-nos que a
inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA faria todo o sentido uma vez que a aacuterea de
responsabilidade (AOR)55 do AgrJuacutepiter era composta por vaacuterios pontos sensiacuteveis Satildeo
exemplos desses pontos uma torre de comunicaccedilotildees um repetidor operado por elementos
do escalatildeo superior (Brigada Italiana) e uma torre explorada por elementos da Divisatildeo
Francesa em acccedilotildees de guerra electroacutenica O comandante do AgrJuacutepiter refere que ldquo (hellip)
todos esses pontos exigiriam com certeza protecccedilatildeo AA porque caso a ameaccedila aeacuterea
fosse maior e se materializasse noacutes teriacuteamos que ter esses meios correndo o risco de
ficarmos completamente isolados no TO (hellip) ldquo (Saraiva 2009)
Verifica-se assim que a FNDIFOR poderia eventualmente incluir uma subunidade de
AAA de organizaccedilatildeo modular dimensionada agrave FND Ao existir este moacutedulo e estando
devidamente integrado na estrutura de C2 do escalatildeo superior este ldquo (hellip) acrescentaria
muitas capacidades agrave forccedila ldquo (Saraiva 2009)
II2 A Participaccedilatildeo Nacional na KFOR
A segunda operaccedilatildeo da OTAN que nos propusemos a investigar refere-se ao TO do
Kosovo o qual levou agrave intervenccedilatildeo da Alianccedila Atlacircntica atraveacutes da KFOR Tambeacutem nesta
missatildeo a participaccedilatildeo nacional concretizou-se desde o primeiro momento com a integraccedilatildeo
de uma FND na Initial Entry Force em 1999 o Agrupamento Bravo (AgrBravo) da antiga
BAI
51
ldquoEstamos perfeitamente conscientes de que os acordos de paz satildeo fraacutegeis e imperfeitos e de que a IFOR eacute
uma operaccedilatildeo natildeo isenta de riscos (hellip) ldquo Excerto retirado do discurso do Ministro da Defesa Nacional Dr
Antoacutenio Vitorino no IV Seminaacuterio para Altos funcionaacuterios e Chefes de Missatildeo do Ministeacuterio dos Negoacutecios
Estrangeiros em 4 de Janeiro de 1996 52
Ver Apecircndice C - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel de Infantaria Ref Pires Saraiva Comandante da FNDIFOR
(AgrJupiteacuter) no ano de 1996 53
MNBN - Multinational Brigade North 54
MNDSE - Multinational Division Southeast 55
AOR - Area Of Responsability
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 17
Desde a participaccedilatildeo inicial do AgrBravo ateacute agrave actual presenccedila do 1ordm Batalhatildeo de
Infantaria da BrigInt Portugal tem-se constituiacutedo como presenccedila habitual na KFOR Durante
a uacuteltima deacutecada o Exeacutercito Portuguecircs participou sucessivamente com FND na KFOR
excepccedilatildeo feita agrave interrupccedilatildeo ocorrida entre os anos de 2001 e 2004 devido agrave necessidade
de tropas para a participaccedilatildeo no TO de Timor-Leste
Agrave semelhanccedila do conflito da Boacutesnia e Herzegovina antes da anaacutelise dos case-study
efectuou-se um breve enquadramento dos antecedentes que levaram agrave sua intervenccedilatildeo da
OTAN no territoacuterio do Kosovo
II21 Antecedentes do Conflito do Kosovo
A proviacutencia do Kosovo fica situada no Sul do territoacuterio da Repuacuteblica da Seacutervia
possuindo uma populaccedilatildeo mista com maioria de etnia albanesa Ateacute 1989 a proviacutencia
beneficiou de um elevado grau de autonomia dentro do territoacuterio da antiga Ex-Jugoslaacutevia No
entanto quando Slobodan Milosevic56 subiu ao poder a proviacutencia perdeu a sua autonomia
ficando sob o controlo directo de Belgrado o que levou os albaneses residentes no Kosovo
a oporem-se radicalmente a esta decisatildeo
Durante o ano de 1998 os confrontos entre as forccedilas da Seacutervia e os kosovares
albaneses resultaram em mais de mil e quinhentos mortos e quatrocentos mil refugiados A
comunidade internacional manifestou preocupaccedilatildeo relativamente agrave cataacutestrofe humanitaacuteria e
agrave permanente escalada do conflito com a possibilidade de este se estender a paiacuteses
vizinhos
A UNSCR 1199 exteriorizava uma profunda preocupaccedilatildeo com o excessivo uso de forccedila
por parte das forccedilas da Seacutervia apelando tambeacutem ao cessar-fogo por ambas as partes do
conflito e estabelecendo um limite maacuteximo de forccedilas seacutervias no Kosovo Ficou tambeacutem
acordado que a Organizaccedilatildeo para a Seguranccedila e Cooperaccedilatildeo na Europa (OSCE)
estabelecesse uma unidade de observaccedilatildeo a Missatildeo de Verificaccedilatildeo no Kosovo (KVM)57
para observar o cumprimento das directivas do CSNU
Apesar de todos os esforccedilos a situaccedilatildeo no Kosovo agravou-se novamente apoacutes uma
seacuterie de actos de provocaccedilatildeo de ambas as partes As forccedilas militares e policiais seacutervias
intensificaram o uso da forccedila nas suas operaccedilotildees contra os kosovares albaneses
movimentando tropas e meios militares para a regiatildeo num claro desrespeito agrave UNSCR 1199
Este facto fez com que a KVM se retirasse da regiatildeo pois para aleacutem de natildeo poder cumprir a
sua missatildeo de observaccedilatildeo tambeacutem enfrentava oposiccedilatildeo das forccedilas seacutervias
56
Slobodan Milosevic foi presidente da Repuacuteblica da Seacutervia entre 1989 e 1997 e presidente da Jugoslaacutevia entre
1997 e 2000 Em 2001 foi acusado pelo Tribunal Penal Internacional de Haia por crimes de guerra contra a
humanidade e genociacutedio cometidos durante a guerra civil da Jugoslaacutevia 57
KVM ndash Kosovo Verification Mission
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 18
O presidente Milosevic recusou-se a cumprir a UNSCR 1199 e no dia 23 de Marccedilo de
1999 a Alianccedila iniciou os ataques aeacutereos com a operaccedilatildeo ldquoAllied Forcerdquo Esta campanha
aeacuterea duradoura de setenta e sete dias terminou no dia 10 de Junho de 1999 quando o
Secretaacuterio-Geral da OTAN Javier Solana anunciou suspender temporariamente as
operaccedilotildees aeacutereas da OTAN contra a Jugoslaacutevia Esta decisatildeo foi tomada pelo NAC depois
de atingido um consenso e de o Comandante Supremo Aliado da Europa (SACEUR) ter
confirmado que as forccedilas jugoslavas tinham iniciado a sua retirada do Kosovo Esta retirada
encontrava-se em conformidade com o Acordo Teacutecnico Militar (MTA58)
No dia 10 de Junho foi aprovada a UNSCR 1244 que congratulava a aceitaccedilatildeo dos
princiacutepios sobre a soluccedilatildeo poliacutetica para a crise no Kosovo por parte da Repuacuteblica Federal da
Jugoslaacutevia A UNSCR 1244 incluiacutea um fim imediato da violecircncia e uma raacutepida retirada das
suas forccedilas militares policiais e paramilitares do Kosovo Com a adopccedilatildeo desta resoluccedilatildeo o
NAC iniciou os preparativos para o envio raacutepido de uma forccedila de seguranccedila mandatada pelo
CSNU (NATO 2001)
A KFOR59 entrou no Kosovo no dia 12 de Junho de 1999 executando a Operaccedilatildeo ldquoJoint
Guardianrdquo60 com uma forccedila de caraacutecter multinacional inicialmente constituiacuteda por cerca de
vinte mil militares divididos entre seis brigadas (MNB61) lideradas respectivamente pela
Alemanha EUA Franccedila Itaacutelia e duas pelo Reino Unido Estas seis brigadas foram
implantadas territorialmente62 dando origem a cinco sectores sob o comando unificado do
Comandante da KFOR (COMKFOR63) (NATO 1999)
II22 Case-study o Agrupamento Bravo no Kosovo
O segundo case-study eacute o AgrBravo que integrou a KFOR durante Operaccedilatildeo ldquoJoint
Guardianrdquo ocupando o sector de Klina entre Agosto de 1999 e Fevereiro de 2000 Era
constituiacutedo64 por trecircs esquadrotildees dois esquadrotildees de reconhecimento (um equipado com
viaturas de rodas e o outro com viaturas de lagartas) e um esquadratildeo de apoio de serviccedilos
Chegados ao terreno os militares portugueses foram confrontados com um cenaacuterio
devastador ldquo (hellip) encontrava-se tudo destruiacutedo os edifiacutecios as casas as igrejas etc () rdquo
(Calccedilada 2009)65 Este era o aspecto tiacutepico de uma regiatildeo que foi palco dos sucessivos
58
MTA ndash Military Technical Agreement 59
Ver Anexo J - Missatildeo da KFOR 60
Nome de coacutedigo da operaccedilatildeo KFOR conduzida pela OTAN na proviacutencia seacutervia do Kosovo a partir de 10 de
Junho de 1999 (NATO 2009) 61
MNB ndash Multinational Brigade
62
Ver Anexo K ndash Estrutura de C2 da KFOR
63 COMKFOR ndash Commander KFOR
64 O seu efectivo era de 295 militares 30 oficiais 74 sargentos e 191 praccedilas (Pires 2007)
65 Ver Apecircndice D - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Cavalaria Tirocinado Antunes Calccedilada Comandante da
FNDKFOR (AgrBravo) no ano de 1999
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 19
confrontos entre os militantes do UCK66 e as forccedilas militares seacutervias e posteriormente da
campanha aeacuterea da Alianccedila Atlacircntica O Comandante do AgrBravo refere que ldquo (hellip)
aquando da nossa chegada encontraacutemos um teatro de operaccedilotildees totalmente incerto e
totalmente instaacutevel (hellip) rdquo (Calccedilada 2009)
Inicialmente as operaccedilotildees do AgrBravo eram de imposiccedilatildeo de paz uma vez que os
militantes do UCK autoproclamados como o Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo se
recusavam a depor as armas Confrontados com esta situaccedilatildeo os militares do AgrBravo
adoptaram uma postura riacutegida afirmando a sua posiccedilatildeo e executando vaacuterias operaccedilotildees de
Busca e Cerco com o objectivo de desarmar e desmilitarizar o UCK Superada esta fase
inicial as operaccedilotildees passaram a ser desenroladas com normalidade no acircmbito da
manutenccedilatildeo de paz realizando tarefas de patrulhamento e de seguranccedila a locais religiosos
bem como acccedilotildees CIMIC67 e operaccedilotildees psicoloacutegicas (PSYOPS)68
No que diz respeito agrave Brigada Multinacional Oeste de comando Italiano (MNBW69) na
qual o AgrBravo estava integrado tambeacutem natildeo dispunha de qualquer unidade de AAA uma
vez que a ameaccedila aeacuterea era considerada remota Todavia existia um plano de
contingecircncias que poderia ser activado ldquo (hellip) caso os seacutervios natildeo aprovassem o rumo que o
Kosovo estava levar e resolvessem intervir utilizando algumas aeronaves que tivessem
disponiacuteveis (hellip) rdquo (Calccedilada 2009) Caso existisse necessidade de activar esse plano de
contingecircncias a Brigada Italiana tinha em Itaacutelia uma Bateria de Artilharia Antiaeacuterea (BAAA)
preparada para ser projectada para o TO
Achamos que caso o plano de contingecircncias fosse activado as unidades italianas
usufruiriam de prioridade no que diz respeito agrave protecccedilatildeo AA dada a escassez de meios Agrave
semelhanccedila das forccedilas italianas deveriacuteamos dispor de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA pronto
a ser projectado para o TO que garantisse a protecccedilatildeo AA da AOR do AgrBravo Desta
forma salvaguardariacuteamos quaisquer lacunas na protecccedilatildeo AA (garantida pelo escalatildeo
superior)
Segundo Benroacutes (2002) existiam outras naccedilotildees na KFOR que dispunham de unidades
de AAA como os EUA que lideravam a Brigada Multinacional Este (MNBE70) Dispunham de
um BAAA equipada com o miacutessil portaacutetil Stinger a qual esteve no TO durante toda a fase
inicial da missatildeo da KFOR sendo depois substituiacuteda por uma unidade de radares de AAA
(equipada com o sistema radar Sentinel) que tinha como missatildeo a vigilacircncia do espaccedilo
aeacutereo
66
UCK - Ushtria Clivoimtare Kosoves (em albanecircs) significa Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo 67
CIMIC - Civil-Military Cooperation 68
PSYOPS - Physiological Operations 69
MNBW - Multinational Brigade West 70
MNBE - Multinational Brigade East
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 20
Tambeacutem a Alemanha paiacutes que liderava a Brigada Multinacional Sul (MNBS71) possuiacutea
unidades de AAA nesta fase inicial da missatildeo As tropas alematildes tinham ao dispor uma
BAAA equipada com o miacutessil portaacutetil Stinger Agrave semelhanccedila das tropas norte-americanas
esta BAAA foi substituiacuteda com o desenrolar da missatildeo internacional no Kosovo por uma
unidade de Poliacutecia Militar
O facto de em 1999 existirem unidades de AAA no TO do Kosovo prova que apesar de
a ameaccedila aeacuterea ser bastante remota ela existia e poderia materializar-se jaacute que se tratava
da fase inicial da operaccedilatildeo normalmente caracterizada pela incerteza e pelo
desconhecimento das capacidades dos beligerantes
Quanto agrave inclusatildeo de uma subunidade de AAA de organizaccedilatildeo modular no AgrBravo
notamos que o facto de a estrutura do escalatildeo superior (MNBW) natildeo dispor de qualquer tipo
de unidades de AAA impediria a inserccedilatildeo deste moacutedulo na FND Isso soacute aconteceria se o
plano de contingecircncias fosse activado e a Brigada Italiana projectasse a BAAA que se
encontrava em stand by
O facto de existirem outras forccedilas presentes no restante TO com meios de AAA
permitiria que o moacutedulo nacional se integrasse na estrutura de defesa aeacuterea do TO e
contribuiacutesse para a protecccedilatildeo AA do TO
II23 Case-study o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista no Kosovo
O terceiro case-study que nos propusemos a analisar foi o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-
quedista (BIPara) que esteve destacado no TO do Kosovo entre Setembro de 2005 e Marccedilo
de 2006 cumprindo a missatildeo de reserva taacutectica (TACRES)72 do COMKFOR
O BIPara encontrava-se aquartelado nas proximidades do QG da KFOR na regiatildeo de
Pristina no Camp Slim Lines que partilhava com uma forccedila de reconhecimento britacircnica e
com um pelotatildeo de Poliacutecia Militar esloveno O BIPara73 era constituiacutedo por trecircs companhias
duas companhias de atiradores (equipadas com viaturas de rodas) e uma companhia de
apoio de serviccedilos
Em 2005 o TO do Kosovo estava calmo e natildeo existiam focos de instabilidade situaccedilatildeo
bastante diferente daquela que o AgrBravo encontrou agrave sua chegada Apesar de
ocasionalmente surgirem algumas situaccedilotildees que despertavam maior preocupaccedilatildeo o
ambiente era estaacutevel tendo sido o UCK totalmente desmilitarizado
Se na fase inicial da presenccedila da KFOR a probabilidade de a ameaccedila aeacuterea se
concretizar era reduzida nesta fase da operaccedilatildeo ldquoJoint Guardianrdquo natildeo existia qualquer tipo
de ameaccedila aeacuterea prevalecendo um profundo conhecimento das partes beligerantes e das
71
MNBS - Multinational Brigade South 72
TACRES - Tactical Reserve Esta reserva taacutectica tinha como finalidade a demonstraccedilatildeo de forccedila por parte do
COMKFOR (Sobreira 2009) 73 O seu efectivo era de 299 militares 30 oficiais 57 sargentos e 212 praccedilas (Calmeiro e Magro 2005)
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 21
suas capacidades O Kosovo era nesta fase um TO ldquomadurordquo (hellip) o centro de operaccedilotildees
conjunto lanccedilava drones que permitiam assistir in loco agraves operaccedilotildees e intervinha
directamente no canal de comando se assim fosse necessaacuterio esta situaccedilatildeo soacute se
conseguia porque existia superioridade aeacuterea () ldquo (Sobreira 2009)74
Nesta etapa avanccedilada da presenccedila internacional no Kosovo natildeo existem registos do
emprego de unidades de AAA por qualquer naccedilatildeo interveniente na KFOR visto que a
ameaccedila aeacuterea eacute totalmente inexistente Neste contexto o Exeacutercito natildeo eacute excepccedilatildeo e
quando interrogado acerca das capacidades que um moacutedulo de AAA poderia acrescentar agrave
FNDKFOR o Cmdt do BIPara responde ldquo No cenaacuterio em que estaacutevamos enquadrados natildeo
se justificaria as carecircncias sentidas eram em termos de pessoal disponiacutevel para as
patrulhas e reconhecimento O proacuteprio moacutedulo de morteiros pesados do Batalhatildeo era uma
forma dissimulada de ter mais um pelotatildeo disponiacutevel e este era utilizado para garantir o
serviccedilo de guarniccedilatildeo ao aquartelamento (hellip) ldquo (Sobreira 2009)
II3 Reflexotildees sobre o emprego de AAA em CRO
Para existir participaccedilatildeo de unidades de AAA integradas em forccedilas multinacionais da
Alianccedila Atlacircntica (como eacute o caso da IFOR e da KFOR) eacute necessaacuterio que essa valecircncia se
encontre inventariada no documento CJSOR Este documento eacute elaborado pelos oacutergatildeos da
OTAN identificando as unidades necessaacuterias e as capacidades miacutenimas que essas
unidades devem conter para integrar as diversas forccedilas multinacionais
Depois de consultarmos75 os CJSOR das uacuteltimas participaccedilotildees nacionais em CRO
(referimo-nos ao uacuteltimo CJSOR elaborado para a KFOR e ao CJSOR da ISAF76 ambos
datados do ano de 2005) verificaacutemos que estes natildeo mencionavam qualquer necessidade
de emprego de unidades de AAA Esta situaccedilatildeo pode ser considerada normal tendo em
conta que no TO do Kosovo em 2005 natildeo existia ameaccedila aeacuterea como se verificou
anteriormente Quanto ao TO do Afeganistatildeo o facto de natildeo haver cabimento orgacircnico no
CJSOR para as unidades de AAA revela que natildeo foi identificada nenhuma ameaccedila aeacuterea
pela OTAN aquando da elaboraccedilatildeo do respectivo CJSOR
A situaccedilatildeo na Boacutesnia e Herzegovina em 1996 e no Kosovo em 1999 nas quais existiam
unidades de AAA no terreno eacute um claro indicador de que os CJSOR dessas operaccedilotildees
previam o emprego deste tipo de unidades e que a ameaccedila aeacuterea se poderia materializar
nesses TO
74
Ver Apecircndice E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel de Infantaria Sobreira Comandante da FNDKFOR
(BIPara) no ano de 2005 75
Estas consultas foram feitas na Divisatildeo de Operaccedilotildees do Estado-Maior General das Forccedilas Armadas
(DIOPEMGFA) 76
ISAF - International Security Assistance Force
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 22
No que diz respeito agrave participaccedilatildeo nacional em CRO verifica-se que tem ocorrido de
acordo com os niacuteveis de ambiccedilatildeo expliacutecitos no Conceito Estrateacutegico Militar (CEM)
empenhando normalmente UEB ou UEC No entanto eacute oportuno relembrar que o CEM
prevecirc igualmente em alternativa agraves trecircs UEB a projecccedilatildeo de uma Brigada actuando em todo
o espectro de operaccedilotildees De acordo com os conceitos doutrinaacuterios a unidade miacutenima de
apoio eacute a Brigada a qual eacute apoiada com uma BAAA (EME 1997)
Em CRO as naccedilotildees que disponibilizam o comando de Brigada satildeo igualmente
responsaacuteveis por garantir as valecircncias da Forccedila ditas ldquomais criacuteticasrdquo (veja-se o exemplo da
Alemanha e dos EUA na KFOR) Desta forma verifica-se o emprego doutrinaacuterio de uma
BAAA em apoio a uma Brigada
O facto de Portugal ter vindo a participar com unidades ateacute UEB inviabiliza a projecccedilatildeo
de uma unidade doutrinaacuteria de AAA (a BAAA) No entanto esta situaccedilatildeo natildeo deve constituir
obstaacuteculo agrave participaccedilatildeo nacional de unidades de AAA neste tipo de operaccedilotildees a qual pode
ser realizada adequando as unidades de AAA ao actual niacutevel de ambiccedilatildeo nacional (UEB)
Pode ser assim empenhada uma subunidade de organizaccedilatildeo modular como por exemplo
um pelotatildeo de AAA
O exemplo da IFOR eacute esclarecedor O facto de todo o escalatildeo superior possuir
unidades de AAA faz com que a organizaccedilatildeo modular de AAA se justifique pois apesar da
FNDIFOR estar dentro da AOR da MNBN a protecccedilatildeo da forccedila eacute da responsabilidade
nacional Aleacutem disso em situaccedilotildees de abertura de TO onde natildeo existem certezas da
capacidade das partes beligerantes entendemos que natildeo deve existir lugar para
facilitismos77
Face agrave anaacutelise realizada verifica-se que o actual tailoring utilizado na concepccedilatildeo das
FND para actuarem em MHP (neste caso em CRO) pode incluir um moacutedulo de protecccedilatildeo
AA O facto de em termos conceptuais existir uma janela de oportunidade para as unidades
de AAA participarem neste tipo de missotildees (atraveacutes da inclusatildeo do respectivo moacutedulo)
conduz-nos a outra questatildeo relacionada com o tipo de operaccedilotildees e de TO em que este
moacutedulo pode ser empregue Neste domiacutenio constata-se igualmente que a participaccedilatildeo de
unidades de AAA em CRO pode e deve ser feita dando ecircnfase agrave fase inicial das operaccedilotildees
militares Durante esta fase a actuaccedilatildeo da Initial Entry Force ganha preponderacircncia
devendo ser ldquo (hellip) uma forccedila manifestamente robusta face agraves necessidades que estatildeo
inventariadas mostrando assim capacidades persuasivas e dissuasivas (hellip) rdquo (Ribeiro
2009)78 Eacute nesta situaccedilatildeo que as forccedilas de iacutendoles mais teacutecnicas como o caso da AAA satildeo
77
Eacute oportuno recordar a maacutexima terrorista citada por Osama Bin Laden depois dos ataques de 11 de Setembro
de 2001 ldquoYou have to be lucky all of the time we only have to be lucky oncerdquo 78
Ver Apecircndice F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro Chefe da DIOPEMGFA
Capiacutetulo II A Participaccedilatildeo das Forccedilas Nacionais Destacadas em Operaccedilotildees de Resposta a Crises
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 23
requisitadas a intervir (veja-se o exemplo de forccedilas aliadas79 em cenaacuterios de ldquoaberturardquo de
TO) realizando tarefas no contexto da sua missatildeo primaacuteria como a protecccedilatildeo AA a baixas
altitudes (SHORAD80) da forccedila e dos pontos sensiacuteveis existentes na sua AOR
Uma vez ultrapassada a fase inicial das operaccedilotildees a situaccedilatildeo eacute estabilizada
aumentando o conhecimento do TO e das partes beligerantes Eacute adoptada uma postura
adequada agrave situaccedilatildeo como por exemplo a transiccedilatildeo da IFOR para a SFOR81 na Boacutesnia e
Herzegovina em Janeiro de 1997 Nesta fase a Initial Entry Force eacute substituiacuteda e as Follow-
on Forces satildeo moldadas agrave missatildeo sendo dotadas com as valecircncias especiacuteficas para o
cumprimento da mesma
De acordo com aquilo que tem sido a praacutetica multinacional neste tipo de operaccedilotildees as
forccedilas de manobra (leia-se unidades de infantaria e de reconhecimento) mantecircm-se no TO e
assumem um papel proeminente efectuando tarefas de patrulhamento reconhecimento
check-points PSYOPS escoltas acccedilotildees CIMIC e CRC82 Quanto agraves unidades de AAA
tendo em conta a inexistecircncia de qualquer tipo de ameaccedila aeacuterea estas natildeo satildeo necessaacuterias
no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Consideramos que para as proacuteximas participaccedilotildees de FND em Initial Entry Force
deveraacute ser equacionada a inclusatildeo de uma subunidade de AAA contribuindo assim para a
protecccedilatildeo da forccedila Esta eacute definitivamente uma preocupaccedilatildeo constante do Comandante
durante qualquer operaccedilatildeo seja em operaccedilotildees de guerra ou em CRO Tambeacutem a presenccedila
dos media a influecircncia da opiniatildeo puacuteblica e a manifestaccedilatildeo de novos actores e elementos
(o caraacutecter assimeacutetrico dos conflitos o terrorismo e a proliferaccedilatildeo nuclear) se constituem
como factores de acreacutescimo agrave importacircncia da protecccedilatildeo da forccedila
79
Ver Anexo L - A AAA Francesa na UNIFIL 80
SHORAD - Short Range Air Defense 81
SFOR - Stabilization Force 82
CRC - Crowd amp Riot Control
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 24
CAPIacuteTULO III
A INTEGRACcedilAtildeO DA AAA NA
NATO RESPONSE FORCE E NOS BATTLEGROUPS
Ao investigarmos acerca da problemaacutetica relacionada com o emprego de unidades de
AAA em FND natildeo podemos de forma alguma deixar de considerar a participaccedilatildeo assiacutedua
do Exeacutercito na NRF e nos BG Estas forccedilas assumem-se cada vez mais como um
catalisador de mudanccedila no que respeita agrave intervenccedilatildeo em conflitos possuindo uma
capacidade de projecccedilatildeo para missotildees em TO exteriores agrave Europa o que constitui um
desafio para o Exeacutercito
Embora a disponibilizaccedilatildeo de unidades do SFN do Exeacutercito para integrarem a NRF e os
BG natildeo seja exactamente igual agravequela que integra as FND em MHP pode facilmente ser
estabelecido um paralelismo entre estas participaccedilotildees o qual eacute reconhecido pela proacutepria
legislaccedilatildeo83 que enquadra ambas as tipologias de missatildeo O facto de estas unidades serem
submetidas a um periacuteodo intenso de treino operacional que eacute precedido de um exerciacutecio de
certificaccedilatildeo internacional e do consequente periacuteodo de stand by (sendo consideradas
Earmarked84 durante este periacuteodo) reforccedila esse paralelismo
Ao considerarmos o conceito de FND anteriormente definido verifica-se que as
unidades que integram a NRF e os BG natildeo correspondem ao termo FND no seu sentido
restrito No entanto podem ser enquadradas no seu sentido lato
Neste capiacutetulo a pesquisa seraacute direccionada de forma a averiguar quais os meios
orgacircnicos de protecccedilatildeo AA deste tipo de forccedilas Pretende-se assim clarificar os requisitos
de emprego determinados pelas respectivas OI para que possam ser integradas unidades
de AAA nacionais na sua constituiccedilatildeo
83
De acordo com a Directiva nordm23CEME08 84
Forccedilas que as naccedilotildees concordam colocar sob comando ou controlo operacional em data futura de um
Comando OTAN (Baptista 2008)
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 25
III1 Os Conceitos de NATO Response Force e de Battlegroups
Sem pretender efectuar uma reflexatildeo exaustiva acerca dos conceitos de NRF e de BG
naturalmente fora do acircmbito deste TIA importa esclarecer qual a missatildeo organizaccedilatildeo e
constituiccedilatildeo destas estruturas militares O objectivo desta breve abordagem aos dois
conceitos eacute alcanccedilar uma base soacutelida para a nossa investigaccedilatildeo
III11 A NATO Response Force - NRF
A Alianccedila Atlacircntica criou uma forccedila conjunta e combinada caracterizada pela sua
elevada prontidatildeo ndash a NATO Response Force85 Com um efectivo de vinte e cinco mil
militares a NRF eacute capaz de ser destacada apoacutes uma decisatildeo poliacutetica sendo auto-
sustentaacutevel por um periacuteodo de trinta dias As vaacuterias componentes da NRF encontram-se em
stand by nos seus paiacuteses de origem estando preparadas para serem destacadas para a
Aacuterea de Operaccedilotildees (AO) se for necessaacuterio
A NRF atingiu a sua capacidade operacional plena em Outubro de 2006 e actualmente
abrange um largo espectro de missotildees que satildeo efectuadas num estudo caso a caso pelo
NAC Como uacutenica Forccedila presente no TO pode efectuar (NATO 2007)
1 Operaccedilotildees de Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
2 Apoio agrave gestatildeo de consequecircncias86
3 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
4 Apoio de Operaccedilotildees de Contra-Terrorismo
5 Operaccedilotildees de Embargo
6 Actuar como Initial Entry Force facilitando a chegada das Follow-on Forces numa
AO conjunta com ou sem o apoio da naccedilatildeo hospedeira
A constituiccedilatildeo da NRF baseia-se no cataacutelogo de forccedilas CJSOR Poreacutem devido ao facto
de se verificarem constantemente lacunas (denominadas ldquoshortfallsrdquo) no seu preenchimento
(nomeadamente nas valecircncias mais criacuteticas como os helicoacutepteros) eacute provaacutevel que se
evolua da conferecircncia de geraccedilatildeo de forccedilas para a geraccedilatildeo de forccedilas baseada numa
Framework Nation (FwN) Este conceito prevecirc que uma determinada naccedilatildeo se constitua
como ldquoespinha dorsalrdquo da NRF disponibilizando as valecircncias mais criacuteticas e impedindo que
existam lacunas na geraccedilatildeo de forccedilas Desta forma a NRF eacute organizada em moacutedulos
vinculados a um determinado niacutevel de participaccedilatildeo das naccedilotildees intervenientes (Baptista
2007)
Niacutevel A ndash A FwN garante a totalidade do moacutedulo (UEB UEC) soacute poderaacute existir outra
naccedilatildeo no caso de afiliaccedilotildees permanentes como por exemplo o caso da Brigada
Franco-Alematilde
85
Ver Anexo L - Estrutura da NRF 86
Em caso de incidentes NRBQ (Nuclear Radioloacutegico Bioloacutegico e Quiacutemico) ou em situaccedilotildees de crise
humanitaacuteria (NATO 2007)
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 26
Niacutevel B ndash A FwN garante 50 do moacutedulo a participaccedilatildeo de outras naccedilotildees (entre duas
e quatro) nesse moacutedulo eacute possiacutevel
Niacutevel C ndash A FwN eacute responsaacutevel por um 25 do moacutedulo
Niacutevel D ndash O moacutedulo pode ser provido por outra naccedilatildeo que o disponibilize
III12 Os Battlegroups
O conceito de Battlegroup surge no acircmbito da EU referindo-se a uma Forccedila Tarefa de
resposta raacutepida constituiacuteda por um efectivo de mil quinhentos militares Neste contexto o
BG assume-se como ldquo um pacote de forccedilas minimamente eficaz crediacutevel projectaacutevel e
coerente capaz de garantir o cumprimento de operaccedilotildees de forma isolada ou fases iniciais
de operaccedilotildees de maior envergadura (hellip)87 rdquo (EU 2006p1)
A constituiccedilatildeo88 do BG baseia-se num documento denominado BG Concept que prevecirc
uma UEB de manobra reforccedilada com meios dimensionados de Apoio de Combate e de
Apoio de Serviccedilos Esta constituiccedilatildeo assenta no princiacutepio da multinacionalidade atraveacutes da
constituiccedilatildeo de um FwN ou de uma coligaccedilatildeo de Estados-Membros Cada Battlegroup
deveraacute ter associado um Comando de Forccedila e capacidades operacionais e estrateacutegicas preacute-
identificadas como por exemplo o transporte estrateacutegico (EU 2006)
Os niacuteveis de ambiccedilatildeo estabelecidos no ldquoHeadline Goals 2010rdquo prevecircem a capacidade
da UE empreender dois BG em simultacircneo em aacutereas geograacuteficas distintas no ano de 2010
Quanto agraves missotildees atribuiacutedas a um BG este deve estar apto a desenvolver as seguintes
tarefas (Lindstrom 2007)
1 Separaccedilatildeo das partes em Conflito
2 Prevenccedilatildeo de Conflitos
3 Estabilizaccedilatildeo Reconstruccedilatildeo e Consultoria Militar a Paiacuteses terceiros
4 Evacuaccedilatildeo de Natildeo-Combatentes
5 Assistecircncia a Operaccedilotildees Humanitaacuterias
No que diz respeito agrave geraccedilatildeo da forccedila a iniciativa parte dos paiacuteses-membros que
propotildeem agrave UE a criaccedilatildeo de um BG Desta forma a naccedilatildeo que se assume como FwN tem o
oacutenus de edificaccedilatildeo ou seja deve disponibilizar todas as unidades que natildeo consegue
angariar junto das restantes naccedilotildees que compotildeem o BG
Assiste-se nesta fase a um constante processo de negociaccedilotildees com uma forte
componente poliacutetica pois as naccedilotildees tendem a disponibilizar unidades que lhes
proporcionem visibilidade (ldquoShow the Flagrdquo) como eacute o caso das unidades de Operaccedilotildees
Especiais Uma vez terminadas as negociaccedilotildees a FwN apresenta agrave UE uma organizaccedilatildeo
especiacutefica do BG com a indicaccedilatildeo dos paiacuteses membros que para ele contribuem de
87
Traduccedilatildeo Livre 88
Ver Anexo M - Estrutura de um Battlegroup
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 27
maneira a atingir o princiacutepio da multinacionalidade O modelo apresentado deve exibir as
capacidades do BG e o periacuteodo de tempo que essa forccedila estaacute disponiacutevel para ser
empregue em operaccedilotildees (normalmente seis meses)
III2 Requisitos para integraccedilatildeo da AAA na NRF
O Exeacutercito tem vindo a participar continuamente na NRF desde o primeiro semestre de
2004 com a integraccedilatildeo de uma forccedila de Operaccedilotildees Especiais Poreacutem ao analisarmos o
histoacuterico89 da participaccedilatildeo nacional na componente terrestre da NRF notamos a inexistecircncia
de qualquer unidade de AAA nesta estrutura de forccedilas e a predominacircncia de unidades de
manobra e de operaccedilotildees especiais Ao analisar este histoacuterico eacute igualmente assinalaacutevel o
esforccedilo do Exeacutercito em integrar unidades de cariz mais teacutecnico como a Bateria de AC 105
mm prevista para integrar a NRF 14 Contudo consideramos que ainda natildeo eacute o suficiente e
que deveraacute existir um maior investimento noutro tipo de valecircncias ditas mais teacutecnicas
No que diz respeito agrave participaccedilatildeo na NRF existe uma clara definiccedilatildeo dos requisitos
que qualquer unidade deveraacute estar apta a cumprir os quais vecircm expressos no CJSOR A
OTAN tem vindo a definir diferentes CJSOR para cada uma das NRF numa tentativa de ser
mais especiacutefica quanto aos requisitos miacutenimos necessaacuterios Deste modo as naccedilotildees
deveratildeo cumprir os requisitos miacutenimos para integrarem unidades na NRF
Tendo como base desta anaacutelise o CJSOR90 verifica-se que relativamente ao moacutedulo
de Defesa Aeacuterea (dependendo da NRF) a participaccedilatildeo das naccedilotildees poderaacute ser feita em trecircs
escalotildees distintos escalatildeo BAAA escalatildeo Grupo de Artilharia Antiaeacuterea (GAAA) ou escalatildeo
Brigada AAA Framework Considerando a dimensatildeo do Exeacutercito Portuguecircs o nuacutemero de
unidades de AAA existentes e os niacuteveis de ambiccedilatildeo nacionais estabelecidos superiormente
julgamos que a participaccedilatildeo mais adequada seraacute o escalatildeo BAAA Para este escalatildeo o
CJSOR refere que o niacutevel de multinacionalidade do moacutedulo deveraacute ser do niacutevel A o que
significa que a naccedilatildeo que disponibilizar a BAAA deveraacute garantir a totalidade do moacutedulo e soacute
excepcionalmente seratildeo aceites outras naccedilotildees Desta forma a BAAA disponibilizada
deveraacute cumprir os seguintes requisitos (Baptista 2007)
Integrar um miacutenimo de doze sistemas SHORAD e doze sistemas MANPAD91 e um
efectivo de duzentos e cinquenta militares
Deveraacute ter a capacidade de ser aerotransportada
Deveraacute garantir a capacidade de assegurar a protecccedilatildeo AA da AO de uma Brigada
Deveraacute ter a capacidade de ligaccedilatildeo com sistemas de defesa antiaeacuterea de meacutedia
altitude
89
Ver Anexo O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF 90
Consulta realizada na Divisatildeo de Operaccedilotildees do Estado-Maior General das Forccedilas Armadas (DIOPEMGFA) 91
MANPAD - Man Portable Air Defense
Capiacutetulo III A Integraccedilatildeo da AAA na NATO Response Force e nos Battlegroups
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 28
Disponibilidade orgacircnica de sistemas radar 3D com IFF92
Niacutevel adequado de protecccedilatildeo da forccedila face agrave ameaccedila NRBQ e aos engenhos
explosivos improvisados (EOD93)
Capacidade miacutenima de sobrevivecircncia de trecircs dias em abastecimentos
No caso de se tratar de uma BAAA auto-propulsada (AP) esta deveraacute cumprir os
mesmos requisitos da BAAA natildeo necessitando da capacidade de ser aerotransportada
Deve ainda dispor de capacidade de detecccedilatildeo visual e radar por infravermelhos
III3 Requisitos para Integraccedilatildeo da AAA nos Battlegroups
Relativamente agrave geraccedilatildeo do pacote de forccedilas que compotildee o BG o facto de natildeo existir
uma estrutura fixa (ao contraacuterio da NRF) permite uma maior flexibilidade por parte das
naccedilotildees envolventes na disponibilizaccedilatildeo dos meios de Apoio de Combate e de Apoio de
Serviccedilos desde que a UEB de manobra esteja garantida
O documento BG Concept soacute indica genericamente qual deveraacute ser a constituiccedilatildeo do
pacote de forccedilas em funccedilatildeo da missatildeo havendo necessidade de recorrer a modelos
anteriores de BG Considerando alguns modelos edificados anteriormente (como o
Francecircs94 Espanhol Italiano e Polaco) constata-se que a sua protecccedilatildeo AA eacute conferida por
uma unidade de escalatildeo pelotatildeo de AA do tipo SHORAD Para que exista possibilidade do
pelotatildeo de AA integrar o pacote de forccedilas do BG este deve satisfazer os requisitos miacutenimos
estabelecidos pela UE sendo estes semelhantes aos instituiacutedos pela NRF Assim o pelotatildeo
AA SHORAD deveraacute dispor (Baptista 2007)
Capacidade de ser aerotransportado
Capacidade de ligaccedilatildeo agraves unidades apoiadas e aos escalotildees superiores
Capacidade de cobertura da AO do BG
Niacutevel adequado de protecccedilatildeo da forccedila face agrave ameaccedila NRBQ e EOD
Interoperabilidade com outras forccedilas integrantes no BG
92
IFF - Identification Friend or Foe 93
EOD - Explosive Ordnance Disposal 94 Ver Anexo P ndash Exemplo de um Battlegroup
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 29
CAPIacuteTULO IV
EMPREGO OPERACIONAL DAS UNIDADES DE AAA
Depois de analisadas as potenciais conjunturas de participaccedilatildeo de unidades de AAA em
forccedilas projectaacuteveis (quer no acircmbito das MHP ou das forccedilas multinacionais) a nossa
investigaccedilatildeo foi direccionada para a abordagem das questotildees directamente relacionadas
com o emprego operacional das unidades de AAA
Como vimos anteriormente no caso das forccedilas multinacionais (NRF e BG) existe um
conjunto de requisitos que as unidades devem possuir para que possam participar neste tipo
de operaccedilotildees No que diz respeito agrave participaccedilatildeo de unidades de AAA no acircmbito das FND
(por exemplo IFOR e KFOR) os requisitos miacutenimos de participaccedilatildeo satildeo estabelecidos no
CJSOR da forccedila multinacional consoante o tipo de operaccedilatildeo a desempenhar
Assim sendo neste capiacutetulo procedeu-se agrave anaacutelise da prontidatildeo operacional das
unidades de AAA nacionais com a finalidade de averiguar se estas possuem as valecircncias
que possibilitem a sua participaccedilatildeo nas operaccedilotildees anteriormente referidas
IV1 O Niacutevel de Prontidatildeo das Unidades de AAA
No contexto de anaacutelise agrave prontidatildeo das unidades de AAA importa considerar trecircs
variaacuteveis distintas a investigar os equipamentos e sistemas de armas os militares e o seu
treino95
O estudo da primeira variaacutevel visa obter dados sobre as condiccedilotildees actuais dos
equipamentos e sistemas de armas que equipam as unidades de AAA nacionais no que diz
respeito agrave quantidade de sistemas existentes agraves suas caracteriacutesticas teacutecnicas e agraves suas
capacidades de emprego em forccedilas projectaacuteveis Relativamente agrave segunda variaacutevel o seu
estudo permitiraacute saber qual a proficiecircncia e prontidatildeo dos militares responsaacuteveis por operar
os sistemas de armas Por fim a terceira variaacutevel possibilitaraacute a anaacutelise do treino a que os
militares de AAA satildeo submetidos
95
Treino - Eacute toda a formaccedilatildeo ministrada na UnidadeEstabelecimentoOacutergatildeo (UEO) de colocaccedilatildeo cuja
finalidade eacute manter ou aumentar os niacuteveis de proficiecircncia individuais (EME 2004 p60)
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 30
IV11 Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais96
As unidades de AAA que integram actualmente a Forccedila Operacional Permanente do
Exeacutercito (FOPE) dispotildeem dos seguintes sistemas de armas para cumprir as suas missotildees
Trinta e um Sistemas Canhatildeo Bitubo AA 20 mm
Trinta e seis Sistemas Miacutessil Ligeiro Chaparral
Trinta e seis Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Trecircs Radares ANMPQ-49 Forward Alerting Area Radar (FAAR)
Trecircs Radares Portable Search and Target Acquisition Radar (PSTAR)
Ao examinar atentamente esta lista destaca-se desde logo a inexistecircncia de um
sistema de C2 que permita num cenaacuterio de operaccedilotildees efectuar as ligaccedilotildees necessaacuterias ao
sistema de C2 do escalatildeo superior agrave Forccedila Aeacuterea Aliada e agraves restantes unidades de AAA
presentes no TO Uma unidade de AAA que natildeo se encontre devidamente integrada na rede
da AAA no TO pode acidentalmente abater uma aeronave amiga originando uma situaccedilatildeo
bastante grave causada por falha humana Deste modo a ausecircncia de um sistema de C2
nas unidades de AAA nacionais tem sido apontada como o grande obstaacuteculo agrave sua
participaccedilatildeo em TO no exterior do territoacuterio nacional (MHP NRF e BG) porque ldquo (hellip) natildeo eacute
aceitaacutevel que num TO moderno existam forccedilas de AAA que se limitem a fazer como noacutes
fazemos controlo por procedimentos (hellip) ldquo (Paradelo 2009)97
Para que as unidades de AAA nacionais possam integrar as FND (no sentido lato) e
participar em exerciacutecios internacionais ou em exerciacutecios conjuntos no interior do territoacuterio
nacional devem obrigatoriamente possuir um sistema de C2 actual (possuindo no miacutenimo
Link 11B98 e suportar Link 1699) Este sistema deveraacute permitir a partilha de informaccedilatildeo radar
entre a unidade de AAA nacional e outras unidades de AAA Deveraacute igualmente possibilitar
que outras entidades presentes no TO partilhem informaccedilatildeo radar com a unidade de AAA
nacional atraveacutes da adiccedilatildeo de alvos aeacutereos na sua Air Picture Esta troca de informaccedilatildeo
radar entre as diversas unidades de AAA e entidades presentes no TO resulta numa
Common Air Picture (CAP) que por sua vez contribui para um sistema de C2 integrado no
Sistema de Defesa Aeacutereo do TO A CAP eacute um conjunto de Sensores Radares e Sistemas
de Vigilacircncia do Campo de Batalha (VCB) que eacute partilhado pelos vaacuterios escalotildees de
comando da forccedila multinacional desde o comandante da AAA no TO ateacute ao homem que
efectua o empenhamento (Paradelo 2009)
96
Ver Anexo Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais 97
Ver Apecircndice G - Guiatildeo da Entrevista ao TCor Art Crispim Paradelo actual comandante do GAAA 98 Ver Anexo R ndash O Link 11B 99 Ver Anexo Q ndash O Link 16
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 31
No que respeita aos sistemas de armas e equipamentos de detecccedilatildeo radar existentes
nas unidades de AAA nacionais estes apresentam lacunas e encontram-se desactualizados
a vaacuterios niacuteveis (Borges 2008)
Relativamente agraves unidades de tiro (UT) apresentam jaacute um adiantado tempo de serviccedilo
nomeadamente o Sistema Canhatildeo Bitubo AA 20 mm e o Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral100
que estatildeo ao serviccedilo do Exeacutercito Portuguecircs desde 1981 e 1990 respectivamente Apesar de
serem sistemas bastante fiaacuteveis encontram-se obsoletos quando comparados com os
requisitos miacutenimos estabelecidos pela NRF e pelo BG
Neste domiacutenio apenas o Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger pode ser considerado uma UT
actual101 tendo a maioria dos miacutesseis existentes em Portugal (adquiridos em 1996) sido
submetida a um programa da OTAN (o WSPC102) com o objectivo de estender a sua vida uacutetil
(Alves 2008) Ao concretizar-se este processo (extensatildeo de vida dos miacutesseis FIM-92) o
Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger estaraacute apto a equipar unidades de AAA para integrarem as
FND quer no seu sentido restrito (moacutedulo de AAA integrado na FND) quer no seu sentido
lato (NRF e BG)
No que diz respeito aos sistemas de detecccedilatildeo radar as unidades de AAA mecanizadas
dispotildeem do sistema radar FAAR de origem norte-americana Devido ao facto de estar
desactualizado103 (Rosendo 2008) natildeo se encontra apto para equipar quaisquer forccedilas de
AAA projectaacuteveis
Para aleacutem deste sistema de detecccedilatildeo radar as unidades de AAA nacionais dispotildeem
igualmente do sistema radar PSTAR adquirido em 2005 ao Exeacutercito dos EUA Trata-se de
um radar moderno com a capacidade de ser aerotransportado todavia possui apenas
capacidade de detecccedilatildeo bidimensional o que o impossibilita de ser utilizado em operaccedilotildees
no acircmbito da NRF e dos BG jaacute que estas exigem equipamentos com capacidade de
detecccedilatildeo tridimensional De acordo com Benroacutes (2002) o radar PSTAR poderaacute equipar um
eventual moacutedulo de protecccedilatildeo AA inserido numa FND
Importa referir que este sistema radar foi altamente potenciado com a utilizaccedilatildeo do
PPRC104-525 (que recentemente comeccedilou a ser distribuiacutedo pelas unidades da FOPE) A
sua utilizaccedilatildeo permitiu multiplicar a imagem radar e distribui-la por oito UT sejam estas
secccedilotildees de Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral Sistema Canhatildeo Bitubo AA 20 mm ou
esquadras de Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger Desta forma atraveacutes do PPRC-525 torna-se
possiacutevel estabelecer uma rede wireless interna que permite transmitir a Recognized Air
100
O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral encontra-se fora de serviccedilo nos EUA desde 1997 (Borges 2008) 101
Para aleacutem do Exeacutercito Portuguecircs o Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger eacute actualmente utilizado nos seguintes
Exeacutercitos da OTAN Alemanha Dinamarca EUA Greacutecia Holanda Turquia (Salvador 2006) 102
O WSPC (Weapon System Partnership Committee) insere-se no acircmbito de uma agecircncia da OTAN a NAMSA
(NATO Maintenance amp Supply Agency) 103 O Sistema Radar FAAR encontra-se fora de serviccedilo nos EUA desde 1991 104
PPRC ndash PortuguecircsPortaacutetil Raacutedio de Campanha
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 32
Picture (RAP) para os comandantes de secccedilatildeoesquadra dos sistemas de armas (Paradelo
2009)
Apoacutes a anaacutelise dos equipamentos e sistemas de armas de AAA agrave disposiccedilatildeo das
unidades de AAA nacionais verificamos que se encontram obsoletos quando comparados
com as congeacuteneres aliadas105 Apenas o sistema miacutessil portaacutetil Stinger poderaacute ser utilizado
para equipar eventuais forccedilas projectaacuteveis no acircmbito da NRF e dos BG
No que respeita agrave participaccedilatildeo nas FND com um moacutedulo de AAA e de acordo com
Benroacutes (2002) para aleacutem do sistema miacutessil portaacutetil Stinger as unidades nacionais poderiam
igualmente utilizar o sistema de detecccedilatildeo radar PSTAR
IV12 A Lei de Programaccedilatildeo Militar
Para suprir as manifestas necessidades de equipamento das unidades de AAA
encontram-se inscritas na Lei de Programaccedilatildeo Militar (LPM) verbas destinadas agrave aquisiccedilatildeo
de um sistema de C2 de sistemas de detecccedilatildeo radar e de novas UT De acordo com a
LPM106 em vigor o levantamento da BAAABrigInt entre 2010 e 2011 possibilitaraacute a
aquisiccedilatildeo dos seguintes sistemas (Cardoso 2008)
Um Sistema de C2
Dezasseis Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Oito Sistemas Miacutessil Ligeiro
Dois Sistemas de Detecccedilatildeo Radar
A LPM prevecirc ainda o reequipamento da BAAA das Forccedilas AG entre os anos de 2011 e
2015 com os seguintes sistemas (Cardoso 2008)
Um Sistema de C2
Doze Sistemas Miacutessil Portaacutetil Stinger
Seis Sistemas Miacutessil Ligeiro
Dois Sistemas de Detecccedilatildeo Radar
Se a LPM natildeo sofrer alteraccedilotildees e os referidos equipamentos forem adquiridos conforme
o previsto a participaccedilatildeo de unidades de AAA nacionais em forccedilas projectaacuteveis poderaacute ser
uma realidade a curto prazo
Importa acrescentar que o sistema de C2 deveraacute ser prioridade absoluta no que respeita
ao reequipamento previsto na LPM uma vez que este eacute fundamental e permitiraacute estabelecer
uma rede de comunicaccedilotildees entre os diversos intervenientes no sistema de defesa aeacuterea do
TO tais como o escalatildeo superior unidades HIMAD outras unidades de AAA existentes no
105
Observando a vizinha Espanha verificamos que as suas unidades dispotildeem de sistemas HIMAD (High and
Medium Air Defense) e SHORAD em quantidade e qualidade (como por exemplo NASAMS PATRIOT ASPIDE
ROLAND HAWK MISTRAL) e de sistemas C4I (Comando Controlo Comunicaccedilotildees Computadores e
Informaccedilotildees) devidamente integrados no sistema de Defesa Aeacuterea (Borges 2008) 106
Lei Orgacircnica nordm 42006 de 29 de Agosto
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 33
TO e a Forccedila Aeacuterea Aliada Consideramos ainda que o sistema de C2 a adquirir deve ser
compatiacutevel com o recente PPRC-525
IV13 A Prontidatildeo dos Militares de AAA
Depois de proceder agrave caracterizaccedilatildeo dos equipamentos e sistemas de armas existentes
nas unidades de AAA nacionais resta avaliar a proficiecircncia dos militares que operam esses
sistemas e as suas actividades de treino
Julgamos que a melhor forma de avaliar o desempenho dos militares neste acircmbito eacute em
situaccedilotildees reais pelo que analisaacutemos a participaccedilatildeo dos militares de AAA no exerciacutecio de
fogos reais ldquoRelacircmpago 2008rdquo Neste exerciacutecio foram disparados todos os sistemas de
armas de AAA acima referidos tendo sido obtidos resultados de excelecircncia jaacute que ldquo (hellip)
todos os Stinger tiveram impactos teacutecnicos os Chaparral tambeacutem acertaram todos e por fim
o canhatildeo tambeacutem teve uma boa sessatildeo (hellip) rdquo (Borges 2009)107
A utilizaccedilatildeo dos simuladores Stinger do tipo THT108 e STPT109 nas sessotildees de treino e a
presenccedila de uma equipa teacutecnica norte-americana especializada no Sistema Miacutessil Ligeiro
Chaparral permitiram minimizar as ldquofalhasrdquo do material maximizar a proficiecircncia do pessoal
e recuperar o know-how que tem sido perdido ao longo dos anos (Borges 2009)
O ecircxito do exerciacutecio ldquoRelacircmpago 2008rdquo exalta a capacidade humana dos militares de
AAA o que ficou patente no discurso do General Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito
realccedilando que ldquo (hellip) temos capacidade teacutecnica temos capacidade de instruccedilatildeo temos
capacidade de formaccedilatildeo e temos a aptidatildeo dos nossos apontadores e isso eacute importante Eu
disse que provavelmente nunca seremos novidade pelos recursos materiais que
apresentarmos em TO ou no campo de batalha no entanto seremos certamente novidade e
seremos certamente reconhecidos pela qualidade dos nossos recursos humanos e essa eacute
uma aposta indiscutiacutevel do Exeacutercito (hellip)110 ldquo (Ramalho 2008)
Relativamente agraves actividades de treino a que as unidades de AAA satildeo sujeitas estas
satildeo diversificadas e materializam-se com a participaccedilatildeo de subunidades de AAA em
diversos exerciacutecios111 Poreacutem eacute da nossa opiniatildeo que para aleacutem do exerciacutecio ldquoRelacircmpagordquo
(eminentemente teacutecnico) deveria existir um exerciacutecio taacutectico ao niacutevel de todas as unidades
de AAA que abrangesse a actuaccedilatildeo de uma ceacutelula de Comando e Controlo do Espaccedilo
107
Ver Apecircndice H - Guiatildeo da Entrevista ao Cor Art Vieira Borges antigo comandante do RAAA1 108
THT ndash Tracking Head Trainer Este sistema tem o mesmo aspecto de um sistema Stinger normal com a
excepccedilatildeo de um monitor que indica se as fases de empenhamento foram correctamente efectuadas Eacute utilizado
para treinar o empenhamento do apontador sobre aeronaves (HDA 2000) 109
STPT - Stinger Troop Proficiency Trainer Eacute um dispositivo baseado em computador que gera alvos aeacutereos e
cenaacuterios na oacuteptica do sistema (HDA 2000) 110
Palavras de Sua Exordf o General Chefe do Estado-Maior do Exeacutercito (CEME) aos oacutergatildeos de comunicaccedilatildeo
social em Marccedilo de 2008 aquando da realizaccedilatildeo do exerciacutecio de fogos reais de AAA ldquoRELAcircMPAGO 2008rdquo 111
Desde o inicio do presente ano a AAA jaacute participou nos seguintes exerciacutecios ldquoRELAcircMPAGO 2009rdquo ldquoMARTE
09rdquo ldquoROSA BRAVA 09rdquo ldquoNEWFIP 09rdquo ldquoDRAGAtildeO 09rdquo E ldquoAPOLO 09rdquo
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 34
Aeacutereo (C2EA) e os procedimentos de ligaccedilatildeo aos elementos de manobra e ao escalatildeo
superior de forma a simular um cenaacuterio de participaccedilatildeo em CRO
Ainda no acircmbito do treino e uma vez que se prevecirc a aquisiccedilatildeo de novos sistemas de
armas e equipamentos julgamos que tambeacutem deveria investir-se na formaccedilatildeo teacutecnica
especializada dos quadros de AAA (Oficiais e Sargentos) Essa formaccedilatildeo112 deveraacute ser
ministrada no paiacutes de origem dos sistemas de armas durante o periacuteodo que antecede a
chegada dos mesmos ao nosso paiacutes Pretende-se desta forma garantir um grupo de
especialistas que possa ministrar instruccedilatildeo dos referidos sistemas de armas agraves praccedilas de
AAA para que estas estejam prontas a operaacute-los aquando da sua aquisiccedilatildeo Deveraacute
igualmente existir uma nova formaccedilatildeo taacutectica adequada aos novos materiais
No que concerne ao sistema de C2 consideramos que deveraacute ser formado um pequeno
nuacutecleo de militares dedicado exclusivamente agrave utilizaccedilatildeo do referido sistema uma vez que
este dispotildee de diversas funcionalidades e valecircncias que devem ser analisadas e
optimizadas o que soacute eacute possiacutevel de obter atraveacutes de uma utilizaccedilatildeo continuada do sistema
Depois desta anaacutelise verifica-se que os militares de AAA se encontram proficientes no
manuseamento dos actuais equipamentos e sistemas de armas estando assim aptos a
integrarem as FND contudo a grande maioria dos referidos sistemas natildeo eacute susceptiacutevel de
ser utilizado em forccedilas projectaacuteveis pelos motivos anteriormente referidos Desta forma seraacute
necessaacuterio desencadear esforccedilos no sentido de modernizar as unidades de AAA e investir
na instruccedilatildeo teacutecnica dos militares de AAA acerca dos novos sistemas de armas que poderatildeo
vir a equipar as unidades de AAA Pretende-se assim contribuir para a modernizaccedilatildeo das
unidades de AAA atraveacutes da aquisiccedilatildeo de novos sistemas de armas da formaccedilatildeo e do
treino operacional113
IV2 O Emprego da AAA como Moacutedulo de Protecccedilatildeo AA
Ao actuarem no espectro das CRO as forccedilas devem respeitar os princiacutepios da
flexibilidade e modularidade apostando na criaccedilatildeo de moacutedulos que combinem os
subsistemas de C2 radares comunicaccedilotildees e armas Desta forma poderaacute adaptar-se a
dimensatildeo estrutura e organizaccedilatildeo do moacutedulo agraves necessidades de protecccedilatildeo e agrave natureza
da operaccedilatildeo (Monsanto 2002)
A participaccedilatildeo da AAA poderaacute ser realizada atraveacutes da inclusatildeo de um moacutedulo de
protecccedilatildeo AA dimensionado agrave FND Tendo em conta que as actuais FND satildeo UEB o
moacutedulo indicado seria uma unidade com o efectivo de um pelotatildeo Veja-se novamente o
112
Formaccedilatildeo - Conjunto de actividades que visam a aquisiccedilatildeo de conhecimentos periacutecias atitudes e formas de
comportamento exigidos para o exerciacutecio de um cargo ou profissatildeo (EME 2004 p34) 113
Treino Operacional - Conjunto de actividades de treino e treino colectivo que visam actualizar consolidar
aperfeiccediloar e desenvolver capacidades especiacuteficas orientadas para uma missatildeo (EME 2004 p62)
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 35
exemplo da Franccedila114 no Liacutebano O moacutedulo tem o seu papel a desempenhar em CRO
nomeadamente ao niacutevel da dissuasatildeo (ldquomostrar a forccedila para natildeo ter de a usarrdquo (Raleiras
2002)) da protecccedilatildeo AA da forccedila e das vulnerabilidades seleccionadas Poderaacute
desempenhar tarefas especiacuteficas das unidades de AAA como a imposiccedilatildeo de zonas de
exclusatildeo do espaccedilo aeacutereo em caso de necessidade ou efectuar a vigilacircncia do espaccedilo
aeacutereo do sector atribuiacutedo agrave FND contribuindo desta forma para a CAP do escalatildeo superior
Para aleacutem das tarefas referidas os militares que constituem o moacutedulo poderatildeo ainda
efectuar tarefas de acircmbito geral como patrulhamentos check-points escoltas acccedilotildees de
vigilacircncia e de ajuda humanitaacuteria Este tipo de tarefas eacute insistentemente treinado durante a
fase de aprontamento podendo ser desenvolvidas por qualquer soldado seja qual for a sua
aacuterea de especializaccedilatildeo
No que diz respeito agrave inclusatildeo do moacutedulo de protecccedilatildeo AA numa FND poderia ocorrer
mesmo sem esta valecircncia estar inventariada no CJSOR da forccedila multinacional Como
conferimos previamente a protecccedilatildeo da forccedila eacute da responsabilidade das naccedilotildees as quais
podem prover as suas forccedilas com capacidades suplementares aos requisitos miacutenimos
impostos pelas OI
Em termos praacuteticos para que se efective a participaccedilatildeo deste moacutedulo deve estar
reunido um conjunto de condiccedilotildees que permitam o seu emprego tais como a existecircncia de
unidades de AAA no escalatildeo superior e a existecircncia de um sistema de C2 real e crediacutevel na
unidade de AAA nacional que permita efectuar a ligaccedilatildeo ao escalatildeo superior O facto de as
unidades de AAA nacionais natildeo disporem de um sistema de C2 tem vindo a inviabilizar
totalmente a sua participaccedilatildeo em forccedilas projectaacuteveis Este sistema eacute fundamental pois eacute
atraveacutes dele que o comandante da forccedila multinacional no TO consegue exercer o comando
de todas as unidades de AAA no TO de forma centralizada tendo acesso agraves informaccedilotildees
em tempo real permitindo-lhe ter uma visatildeo do contexto geral das operaccedilotildees
Quanto agrave constituiccedilatildeo do referido moacutedulo de protecccedilatildeo AA e tendo em a dimensatildeo da
FND (UEC ou UEB) este poderia incluir
Uma secccedilatildeo (UEC) Duas secccedilotildees (UEB) miacutessil portaacutetil Stinger permitindo executar
acccedilotildees de escolta e a protecccedilatildeo de pontos e aacutereas sensiacuteveis
Duas secccedilotildees radar PSTAR (UEC UEB) de forma a garantir o apoio muacutetuo e a
permitir a manobra de materiais caso seja necessaacuterio
Desta forma ficaraacute a faltar apenas o sistema de C2 o qual seraacute adquirido na melhor das
hipoacuteteses em 2010 ao abrigo da LPM em vigor Enquanto as unidades de AAA nacionais
natildeo dispuserem desta capacidade a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA nas FND
continuaraacute a ser prorrogada
114
Ver Anexo L - A AAA Francesa na UNIFIL
Capiacutetulo IV O Emprego Operacional das Unidades de AAA
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 36
IV3 O Emprego da AAA na NRF e nos BG
Depois de comparar as caracteriacutesticas dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
nacionais existentes com os requisitos miacutenimos de participaccedilatildeo estabelecidos pelas OI
verificam-se diversos impedimentos quanto agrave participaccedilatildeo de unidades de AAA nacionais na
NRF e nos BG
No que respeita agrave participaccedilatildeo na NRF tendo em conta os requisitos analisados
anteriormente constata-se que para o escalatildeo BAAA existem vaacuterias limitaccedilotildees agrave
participaccedilatildeo nacional nomeadamente (Baptista 2007)
Inexistecircncia de capacidade de C2 e de ligaccedilatildeo a unidades HIMAD
Inexistecircncia de um sistema SHORAD (com capacidade de ser aerotransportado)
que complemente o sistema MANPAD existente
Inexistecircncia de um sistema radar com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional
Eventualmente a participaccedilatildeo nacional poderia efectuar-se ao escalatildeo pelotatildeo AA com
a sua inclusatildeo numa BAAA cedida por outra naccedilatildeo Esta cooperaccedilatildeo poderia ser alcanccedilada
atraveacutes de acordos bilaterais uma vez que a conferecircncia de geraccedilatildeo de forccedilas ldquo (hellip) eacute um
processo com forte componente negocialrdquo (Ribeiro 2009)
Em termos conceptuais e a tiacutetulo de exemplo poderia considerar-se a integraccedilatildeo de um
pelotatildeo AA numa BAAA cedida por Itaacutelia que asseguraria o sistema de C2 ao pelotatildeo AA
nacional O facto de Portugal ter um longo historial115 no que respeita ao emprego de forccedilas
em unidades Italianas facilitaria as negociaccedilotildees Apesar de esta participaccedilatildeo natildeo oferecer
uma grande visibilidade a Portugal (em termos de ldquoshow the flagrdquo) constituir-se-ia numa
mais-valia para a AAA nacional Actuaria pela primeira vez num ambiente combinado
adquirindo treino e experiecircncia operacional neste acircmbito
A participaccedilatildeo de uma BAAA nacional na NRF soacute deveraacute acontecer na melhor das
hipoacuteteses a partir do ano de 2012 ou seja quando estiver concluiacutedo o processo de
levantamento da BAAA da BrigInt (Baptista 2007)
Quanto agrave integraccedilatildeo nos BG as limitaccedilotildees que condicionam a participaccedilatildeo na NRF
tambeacutem afectam a participaccedilatildeo no BG nomeadamente (Baptista 2007)
Inexistecircncia de capacidade de C2 e de ligaccedilatildeo a unidades HIMAD
Inexistecircncia de um sistema radar com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional
Desta forma a contribuiccedilatildeo com um pelotatildeo AA nacional nos BG soacute deveraacute suceder a
partir do ano de 2012 atraveacutes do levantamento da BAAA da BrigInt Esta situaccedilatildeo poderaacute
condicionar a constituiccedilatildeo116 do BG em que Portugal se pretende assumir como Lead
Nation jaacute em 2011 ou simplesmente fazer com que essa valecircncia tenha de ser garantida
por outra naccedilatildeo
115
Veja-se o exemplo da IFOR em 1996 ou da KFOR em 1999 116
De acordo com a Directiva nordm02CEME09
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 37
CAPIacuteTULO V
CONCLUSOtildeES E PROPOSTAS
No acircmbito do apoio agrave poliacutetica externa do Estado expresso no CEDN o Exeacutercito tem
vindo a disponibilizar FND empregues sob os auspiacutecios das diversas OI Participam tanto
em MHP como na NRF e nos BG no domiacutenio da OTAN e da UE respectivamente
Ateacute ao momento natildeo existe registo da participaccedilatildeo de qualquer unidade ou subunidade
de AAA nas FND actuando no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria a protecccedilatildeo da forccedila face agrave
ameaccedila aeacuterea Esta ameaccedila eacute caracterizada por uma vasta gama de meios tripulados e
natildeo tripulados aos quais se acrescentam ainda as novas ameaccedilas tiacutepicas dos conflitos
assimeacutetricos contemporacircneos como a ameaccedila RAM e as aeronaves renegade
Face aos case-study da participaccedilatildeo nacional em CRO apresentados consideramos
que existiu em certas situaccedilotildees necessidade de dotar as FND com meios de AAA Foi o
caso da participaccedilatildeo nacional no TO da Boacutesnia e Herzegovina em 1996 jaacute que o AgrJupiter
integrava a Initial Entry Force existia ameaccedila aeacuterea toda a estrutura do escalatildeo superior
possuiacutea meios de AAA Entendemos que em situaccedilotildees futuras de ldquoaberturardquo de TO natildeo
deveraacute ser minimizada a protecccedilatildeo da forccedila uma vez que esta eacute da responsabilidade
nacional Deste modo a FND deve dispor de todos os meios necessaacuterios agrave sua protecccedilatildeo e
agrave manutenccedilatildeo do seu potencial de combate incluindo meios de AAA
Tendo em conta os niacuteveis de ambiccedilatildeo estabelecidos no CEM e o que tem sido a praacutetica
nacional ateacute agrave data consideramos que as UEB e UEC que integram as FND deveratildeo ser
reforccediladas com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila A necessidade deste
reforccedilo nem sempre se verifica como ficou demonstrado na anaacutelise do case-study BIPara
no Kosovo em 2005 Neste caso o profundo conhecimento do TO e da capacidade das
forccedilas beligerantes permite efectuar o tailoring da FND orientando-a para a missatildeo
A participaccedilatildeo de unidades de AAA em FND tambeacutem poderaacute ser efectuada no acircmbito
das estruturas militares de caraacutecter multinacional como a NRF e os BG Estas estruturas
constituem o paradigma de modernismo e transformaccedilatildeo tendo o Exeacutercito participado
activamente atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de unidades do SFN Contundo ao analisar o
historial de participaccedilatildeo eacute notoacuteria a inexistecircncia de unidades de AAA e a predominacircncia de
unidades de manobra e de operaccedilotildees especiais situaccedilatildeo que as Chefias Militares tem
tentado modificar atraveacutes da disponibilizaccedilatildeo de outro tipo de unidades (como por exemplo
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 38
a Bateria de AC na NRF 14) Consideramos que a ausecircncia de unidades de AAA nas
estruturas militares referidas se deve fundamentalmente aos elevados requisitos de
certificaccedilatildeo que as unidades de AAA nacionais devem cumprir para integrarem as NRF e os
BG
Relativamente agrave prontidatildeo das unidades de AAA constatamos que os nossos
equipamentos e sistemas de armas natildeo nos permitem ombrear com os nossos aliados
dado que natildeo possuiacutemos um sistema de C2 real e crediacutevel e as UT se encontram
maioritariamente desactualizadas quando comparadas com os requisitos das OI O
reequipamento da AAA previsto na LPM (jaacute a partir de 2010) assume-se como primordial
permitindo assim recuperar o atraso que temos relativamente agraves congeacuteneres aliadas
Entendemos que durante o processo de reequipamento deveraacute ser atribuiacuteda prioridade
absoluta ao sistema de C2 uma vez que este eacute fundamental para que possamos dispor de
unidades de AAA projectaacuteveis
Face agrave anaacutelise realizada quanto ao factor humano consideramos que os militares de
AAA dispotildeem da proficiecircncia necessaacuteria para integrarem uma FND e executarem tarefas no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria Tendo em conta o processo de reequipamento que se
avizinha entendemos que deve-se investir nos quadros (Oficiais e Sargentos)
proporcionando-lhes uma formaccedilatildeo teacutecnica e taacutectica acerca dos novos sistemas de armas e
equipamentos
Em situaccedilotildees reais as unidades de AAA poderatildeo ser empregues nas FND em trecircs
situaccedilotildees distintas atraveacutes de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA em MHP uma BAAA na NRF
um pelotatildeo no BG
De acordo com a nossa investigaccedilatildeo nenhuma das trecircs opccedilotildees se poderaacute realizar
devido agrave ausecircncia do sistema de C2 Poreacutem se este estiver garantido seraacute possiacutevel edificar
um moacutedulo equipado com o sistema miacutessil portaacutetil Stinger e o sistema de detecccedilatildeo radar
PSTAR Esta situaccedilatildeo eacute possiacutevel porque o CJSOR das operaccedilotildees OTAN apenas identifica
as valecircncias miacutenimas podendo as naccedilotildees adicionar valecircncias suplementares (como
protecccedilatildeo AA para reforccedilar a protecccedilatildeo da forccedila) Deste modo consideramos que ao ser
adquirido o sistema de C2 o moacutedulo de protecccedilatildeo AA poderaacute ser empregue em operaccedilotildees
futuras que assim o exijam
No que respeita agrave participaccedilatildeo de uma BAAA na NRF ou de um pelotatildeo no BG com a
aquisiccedilatildeo do sistema de C2 continuaraacute a natildeo ser possiacutevel a participaccedilatildeo nas referidas
estruturas militares Isto porque existem outros requisitos a serem cumpridos como a
quantidade de UT (SHORAD e MANPAD) e a disponibilidade de sistemas de detecccedilatildeo radar
com capacidade de detecccedilatildeo tridimensional Desta forma o moacutedulo de protecccedilatildeo AA do BG
Portuguecircs (previsto para 2011) teraacute de ser garantido por outra naccedilatildeo situaccedilatildeo que na nossa
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 39
opiniatildeo eacute pouco abonatoacuteria para a imagem nacional e natildeo vai de encontro agraves expectativas
dos Artilheiros Portugueses
Na sequecircncia apresentamos as respostas agraves questotildees colocadas e agraves hipoacuteteses
estabelecidas no inicio do trabalho
Inerente agrave anaacutelise da questatildeo central ldquoQual o actual enquadramento das unidades
de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo primaacuteriardquo Constataacutemos que actualmente
no acircmbito da sua missatildeo primaacuteria as unidades de AAA natildeo tecircm qualquer tipo de
enquadramento nas FND Poreacutem conceptualmente a sua participaccedilatildeo poderaacute efectuar-se
no acircmbito das MHP das NRF e dos BG
A partir desta questatildeo central surgiram as questotildees derivadas As questotildees derivadas
que fundaacutemos foram as seguintes
Porque razatildeo as unidades de AAA natildeo participam actualmente em MHP no
acircmbito da sua missatildeo primaacuteria
Quais os cenaacuterios de emprego das unidades de AAA em FND
Em caso de participaccedilatildeo em MHP qual seria o escalatildeo das unidades de AAA
a empregar
Seraacute que as unidades de AAA nacionais possuem o niacutevel de prontidatildeo exigido
para integrarem as NRF e os BG
Para obter a resposta agrave primeira questatildeo derivada existiu necessidade de entrevistar o
Chefe da DIOP do EMGFA Os resultados da nossa investigaccedilatildeo revelam que actualmente
as unidades de AAA natildeo participam em MHP porque as CJSOR dos TO onde o Exeacutercito
tem FND (Afeganistatildeo Kosovo e Liacutebano) natildeo identificam a necessidade da valecircncia de
protecccedilatildeo AA No entanto a ausecircncia de um sistema de C2 inviabilizaria a participaccedilatildeo das
unidades de AA caso essa necessidade estivesse inventariada no CJSOR da Forccedila
Multinacional
Relativamente agrave segunda questatildeo derivada constataacutemos durante a nossa investigaccedilatildeo
que os cenaacuterios de emprego ideais para as unidades de AAA em CRO satildeo as operaccedilotildees de
alta intensidade (imposiccedilatildeo de paz) ou as situaccedilotildees de ldquoaberturardquo de TO quando as FND se
encontram integradas na Initial Entry Force O facto de natildeo existir conhecimento do TO e
das forccedilas beligerantes faz com que deva existir investimento na protecccedilatildeo da forccedila visto
que esta eacute da responsabilidade nacional
Quanto agrave terceira questatildeo derivada consideramos que em caso de participaccedilatildeo das
unidades de AAA em MHP deveraacute ser constituiacutedo uma forccedila de organizaccedilatildeo modular Este
moacutedulo deveraacute ser dimensionado agraves FND que tecircm vindo a ser empregues em MHP (UEC e
UEB) Desta forma seraacute possiacutevel cumprir as relaccedilotildees de comando estabelecidas
doutrinariamente ou seja se a Brigada eacute apoiada com uma BAAA as UEB e UEC seratildeo
apoiadas com moacutedulos de protecccedilatildeo AA dimensionados agrave Forccedila
Capiacutetulo V Conclusotildees e Propostas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 40
Eacute oportuno relembrar ainda que caso exista decisatildeo poliacutetica de projectar uma Brigada
(como se encontra previsto no CEM) esta seraacute apoiada com uma BAAA como vimos
anteriormente
No que diz respeito agrave quarta questatildeo derivada consideramos que as unidades de AAA
natildeo possuem o niacutevel de prontidatildeo para integrarem as NRF e os BG muito especialmente
devido agrave dificuldade de cumprir os elevados requisitos das OI Embora disponham de bons
recursos humanos existe uma clara necessidade de reequipamento ao niacutevel dos recursos
materiais que seraacute colmatada com as aquisiccedilotildees previstas na LPM
Respondidas as questotildees inicialmente levantadas procedemos agrave confirmaccedilatildeo ou
negaccedilatildeo das seguintes hipoacuteteses
1 Porque o CJSOR natildeo identifica a necessidade de uma valecircncia de protecccedilatildeo AA da
forccedila
2 Em cenaacuterios de alta intensidade ou no lanccedilamento das operaccedilotildees
3 Ao niacutevel das UEC e UEB normalmente empregues em MHP seria empregue uma
forccedila de organizaccedilatildeo modular
4 Existem lacunas ao niacutevel dos equipamentos e sistemas de armas de AAA
Em relaccedilatildeo agrave primeira hipoacutetese confirma-se parcialmente porque mesmo se fosse
inventariada a valecircncia de protecccedilatildeo AA no CJSOR o emprego de unidades de AAA
nacionais natildeo seria possiacutevel devido agrave ausecircncia de sistema de C2
No que diz respeito agrave segunda hipoacutetese confirma-se totalmente
Em relaccedilatildeo agrave terceira hipoacutetese confirma-se parcialmente porque para aleacutem das UEC e
UEB (apoiadas por moacutedulo de protecccedilatildeo AA) normalmente empregues em MHP o CEM
prevecirc igualmente o emprego de uma Brigada que teria de ser apoiada por uma BAAA
Por uacuteltimo a quarta hipoacutetese confirma-se totalmente
Tendo por base o presente trabalho propotildee-se a adopccedilatildeo das seguintes acccedilotildees
Criaccedilatildeo de um exerciacutecio taacutectico ao niacutevel de todas as unidades de AAA que englobe
o C2EA e procedimentos de ligaccedilatildeo aos elementos de manobra e ao escalatildeo
superior simulando um cenaacuterio de CRO
Proporcionar formaccedilatildeo teacutecnica e taacutectica (aos quadros de AAA) acerca dos sistemas
de armas que se pretendem adquirir futuramente
Dar prioridade agrave aquisiccedilatildeo de um sistema de C2 compatiacutevel com os novos PPRC-
525 (evitando incompatibilidades) que garanta a projecccedilatildeo de unidades de AAA em
forccedilas projectaacuteveis
Aquando da aquisiccedilatildeo do sistema de C2 criar um grupo de trabalho unicamente
dedicado agrave utilizaccedilatildeo e optimizaccedilatildeo do referido sistema
Estudar as Liccedilotildees Apreendidas de Exeacutercitos Aliados no que respeita a forccedilas
projectaacuteveis atraveacutes da realizaccedilatildeo de seminaacuterios e conferecircncias
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 41
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
1 LIVROS
CALMEIRO Luiacutes e MAGRO Joseacute (2005) O Exeacutercito Portuguecircs nos Caminhos da
Paz SCMAGabCEME Lisboa
IESM (2004) Metodologia da Investigaccedilatildeo Cientiacutefica Instituto de Estudos Superiores
Militares Lisboa
VITORINO Antoacutenio (1998) Discursos do Ministro da Defesa Nacional Ministeacuterio da
Defesa Nacional Janeiro Lisboa
SARMENTO Manuela (2008) Guia Praacutetico sobre a Metodologia Cientiacutefica para a
Elaboraccedilatildeo Escrita e Apresentaccedilatildeo de Teses de Doutoramento Dissertaccedilotildees de
Mestrado e Trabalhos de Investigaccedilatildeo Aplicada 2ordf Ediccedilatildeo Lisboa Universidade
Lusiacuteada Editora
2 MANUAIS
EME (1997) Regulamento de Taacutectica de Artilharia Antiaeacuterea RC 18-100 Estado-
Maior do Exeacutercito Setembro Lisboa
EME (2004) Termos de Formaccedilatildeo Educaccedilatildeo e Treino do Exeacutercito Comando da
Instruccedilatildeo e Doutrina Julho Amadora
EME (2005) Regulamento de Campanha Operaccedilotildees Estado-Maior do Exeacutercito
Setembro Lisboa
EME (2007) Regulamento de Campanha Informaccedilotildees Estado-Maior do Exeacutercito
Agosto Lisboa
HDA (2000) FM 3-017 Air Defense Artillery Brigade Operations Headquarters
Department of the Army October Washington DC
HDA (2000) FM 3-0111 Air Defense Artillery Handbook Headquarters Department of
the Army October Washington DC
ALSAC (2000) FM 6-248 Introduction to Tactical Digital Information Air Land amp Sea
Application Center June Washington DC
IAEM (1996) Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz ME 20-76-04 Instituto de Altos Estudos
Militares Janeiro Lisboa
IAEM (2000) A Arte Operacional Operaccedilotildees Conjuntas e Combinadas NC 20-77-01
Instituto de Altos Estudos Militares Dezembro Lisboa
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 42
JP (1994) Peace Operations Joint Publication 3-073 Joint Chiefs of Staff
Washington DC
JP (2006) Dictionary of Military and Associated Terms Joint Publication 1-02 Joint
Chiefs of Staff Washington DC
NATO (2001) Land Operations ATP 32 North Atlantic Treaty Organization March
Brunssum
NATO (2001) NATO Handbook North Atlantic Treaty Organization Brunssum
NATO (2004) Strategic Vision The Military Challenge North Atlantic Treaty
Organization August Brunssum
NATO (2005) Non-Article 5 Crisis Response Operations AJP-34 North Atlantic
Treaty Organization March Brunssum
3 PUBLICACcedilOtildeES PERIOacuteDICAS
BAPTISTA Cor Luiacutes (2007) A Artilharia Portuguesa na NATO Response Force e nos
Battlegroups in Revista de Artilharia nordm 986-988 II seacuterie Lisboa Outubro a Dezembro
de 2007 p347-360
BENROacuteS Maj Joseacute (2002) A Artilharia Antiaeacuterea em Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz in
Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm 2 II seacuterie Lisboa Outubro de 2002 p14-24
BORGES Cor Joatildeo (2008) Reflexotildees sobre a evoluccedilatildeo da Artilharia Antiaeacuterea
Portuguesa in Revista de Artilharia nordm 995-997 II seacuterie Lisboa Julho a Setembro de
2008 p203-222
ESPIacuteRITO SANTO Gen Gabriel (2006) As Forccedilas Nacionais Destacadas em apoio
da poliacutetica externa in Revista Militar nordm10 Lisboa Outubro de 2006 p 109-112
LEANDRO Maj Francisco (2002) Participaccedilatildeo Nacional em operaccedilotildees de apoio agrave
paz liccedilotildees apreendidas in Revista de Artilharia nordm 926-928 II seacuterie Lisboa Outubro a
Dezembro de 2002 p317-365
MONSANTO Maj Luiacutes (2002) Sistema Integrado de Defesa Aeacuterea Nacional in
Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm 2 II seacuterie Lisboa Outubro de 2002 p10-13
NATO (1999) KFOR Providing security for building a better future for Kosovo in NATO
Review nordm 3 Autumn 1999 volume 47 p 16-19
SALVADOR Cap Francisco (2006) Sistemas de Armas SHORAD in Boletim da
Artilharia Antiaeacuterea nordm 6 II seacuterie Lisboa Julho de 2006 p7-33
SANTOS TCor Henrique (2001) A Artilharia Antiaeacuterea em Operaccedilotildees de Resposta a
Crises in Boletim da Artilharia Antiaeacuterea nordm1 II seacuterie Lisboa Outubro de 2001 p18-
27
SANTOS TCor Henrique (2007) A Artilharia Portuguesa nas FND in Revista de
Artilharia nordm 983-985 II seacuterie Lisboa Julho a Setembro de 2007 p233-266
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 43
4 DOCUMENTOS ELECTROacuteNICOS
CHARRON Maj Laurent (2008) Co-Ordinating 3D in South Lebanon in Doctrine
Disponiacutevel em httpwwwcdefterredefensegouvfrpublicationsdoctrinedoctrine14
usdoctrine14uspdf
EMGFA (2009) FND Kosovo Disponiacutevel em httpwwwemgfaptptoperacoes
missoesfnd-kosovo
EU (2006) Council Secretariat Factsheet on European Union Battlegroups Disponiacutevel
emhttpwwwconsiliumeuropaeuueDocscms_DatadocspressDataenesdp91624
MDN (2005) Anuaacuterio Estatiacutestico da Defesa Nacional 2005 Disponiacutevel em
httpwwwmdngovptNRrdonlyres8B953055-D6EE-4B19-98C4-05EB6D8D3DA30
Capitulo7pdf
NATO (1949) Tratado do Atlacircntico Norte Disponiacutevel em httpwwwnatoint
docuotherpotreaty-pohtm
NATO (2000) NATO Glossary of Terms and Definitions Disponiacutevel em
httpwwwdticmildoctrinejelother_pubsaap_6vpdf
NATO (2003) NATOrsquos military concept for defence against terrorism Disponiacutevel em
httpwwwnatointimsdocuterrorism-annexhtm
NATO (2006) NATO Response Forces Briefing Disponiacutevel em wwwnatoint
docubriefingnrf2006nrf2006-epdf
NATO (2007) Operation Joint Endeavour Disponiacutevel em httpwwwnatoint
iforiforhtm
NATO (2008) E-generation Disponiacutevel em httpwwwnatointeducationmapshtm
NATO (2008) The NATO Response Force Disponiacutevel em httpwwwnatoint
issuesnrfindexhtml
NATO (2009) Kosovo Force (KFOR) Disponiacutevel em httpwwwnatoint
issueskforindexhtml
LINDSTROM Gustav (2007) Chaillot Papper Enter the EU Battlegroups Disponiacutevel
em httpaeipittedu741401chai97pdf
5 DIAPOSITIVOS
ALVES TCor Joatildeo (2008) A Manutenccedilatildeo da Artilharia Antiaeacuterea Workshop
subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios para a organizaccedilatildeo e reequipamento da Artilharia
Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 17 diapositivos
BAPTISTA Cor Luiacutes (2008) A Artilharia Portuguesa na NATO Response Force e nos
Battlegroups Workshop subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios para a organizaccedilatildeo e
reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 32 diapositivos
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 44
BORGES Cor Joatildeo (2008) Reflexotildees sobre a AAA Portuguesa Seminaacuterio de
Artilharia na EPA Junho 34 diapositivos
CARDOSO Maj Joaquim (2008) A Lei de Programaccedilatildeo Militar e o Reequipamento
para a Artilharia Antiaeacuterea Portuguesa Workshop subordinado ao tema ldquoSubsiacutedios
para a organizaccedilatildeo e reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 22
diapositivos
PIRES TCor Nuno (2007) AgrBRAVO Instituto de Estudos Superiores Militares
Outubro 38 diapositivos
RALEIRAS TCor Mauriacutecio (2002) A Artilharia e as Operaccedilotildees de Apoio agrave Paz
Seminaacuterio de Artilharia na EPA Marccedilo 31 diapositivos
ROSENDO Maj Paulo (2008) A Artilharia Antiaeacuterea na Protecccedilatildeo da Forccedila - A
BtrAAA da BrigMec Workshop subordinado ao tema ldquo Subsiacutedios para a organizaccedilatildeo e
reequipamento da Artilharia Antiaeacutereardquo no RAAA1 Maio 20 diapositivos
6 PALESTRAS
Palestra proferida em 11 de Dezembro de 2008 no RAAA1 onde foram apresentadas
as conclusotildees do Workshop relativo ao tema ldquoO apoio da Artilharia Antiaeacuterea agraves
Brigadas em Operaccedilotildeesrdquo proferida pelo TCor Art Paradelo
7 LEGISLACcedilAtildeO
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Portuguesa (2005) Quid Juris - Sociedade Editora Lisboa
p 192
Decreto-Lei nordm 612006 (2006) Lei Orgacircnica do Exeacutercito Diaacuterio da Repuacuteblica 1ordf
Seacuterie - A de 21 de Marccedilo Nordm 57 p2044-2050
Resoluccedilatildeo do Conselho de Ministros nordm 62003 (2003) Conceito Estrateacutegico de
Defesa Nacional Diaacuterio da Repuacuteblica 1ordf Seacuterie - B de 20 de Janeiro Nordm 16 p279-
287
8 OUTROS DOCUMENTOS
EME (2008) Directiva Nordm 23CEME2008 ndash Atribuiccedilotildees e Responsabilidades na
Preparaccedilatildeo e Emprego de Elementos e Forccedilas Nacionais Destacadas do Exeacutercito no
acircmbito das Missotildees Humanitaacuterias e de Paz Estado Maior do Exeacutercito Lisboa
EME (2009) Directiva Nordm 02CEME2009 ndash Optimizaccedilatildeo da Coerecircncia Orgacircnica da
FOPE e seu Reequipamento Estado Maior do Exeacutercito Lisboa
RAMALHO Gen Joseacute (2008) Entrevista agrave SIC Noticias Marccedilo Disponiacutevel em
httpwwwyoutubecomwatchv=GFs1fWAre9g
Referecircncias Bibliograacuteficas
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 45
RCMAGabCEME (2009) Listagens da participaccedilatildeo do Exeacutercito em MHP Estado
Maior do Exeacutercito Lisboa Marccedilo
RCMAGabCEME (2009) Listagens da participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF Estado Maior
do Exeacutercito Lisboa Marccedilo
SARAIVA (2008) IFORBoacutesnia 96 Lisboa
UN (1995) United Nations Security Council Resolution 1031 United Nations
December
UN (1998) United Nations Security Council Resolution 1199 United Nations
September
UN (1999) United Nations Security Council Resolution 1244 United Nations June
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 46
GLOSSAacuteRIO
AacuteREA DE OPERACcedilOtildeES (AO) ndash ldquoAacuterea delimitada necessaacuteria para conduzir as operaccedilotildees
militares e para a administraccedilatildeo dessas operaccedilotildeesrdquo (EME 2005 B-2)
AacuteREA DE RESPONSABILIDADE (AOR) ndash ldquoAacuterea geograacutefica no interior da qual o
Comandante possui autoridade para planear conduzir e coordenar operaccedilotildees e ainda
desenvolver e manter infra-estruturas conforme delegadordquo (IAEM 2000)
CIMIC ndash ldquoEacute a coordenaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em apoio da missatildeo entre o Comandante de uma
forccedila militar e os actores civis nos quais se incluem a populaccedilatildeo civil local e as suas
autoridades representativas bem como as organizaccedilotildees natildeo governamentais internacionais
e nacionais e ainda as agecircnciasrdquo (EME 2005 8-1)
COMANDO E CONTROLO (C2) ndash ldquoAs funccedilotildees de comando e controlo satildeo exercidas atraveacutes
de um sistema funcional conjunto de homens material equipamento e procedimentos
organizados que permitam a um Comandante dirigir coordenar e controlar as actividades
das forccedilas militares no cumprimento da missatildeordquo (EME 1997 5-1)
CONTROLO POR PROCEDIMENTOS ndash ldquoO controlo por procedimentos sobrepotildee-se ao
controlo positivo e agraves falhas de identificaccedilatildeo Inclui teacutecnicas tais como as de segmentaccedilatildeo
do espaccedilo aeacutereo em volume e tempo eou uso de graus (ordens) de controlo de armas Por
isso pode assegurar de facto a continuidade das operaccedilotildees ambientais adversasrdquo (EME
1997 5-8)
DOUTRINA ndash ldquoConjunto de princiacutepios e regras que visam orientar as acccedilotildees das forccedilas e
elementos militares no cumprimento da missatildeo operacional do Exeacutercito na prossecuccedilatildeo dos
objectivos nacionaisrdquo (EME 2005 B-6)
EXERCICIOS COMBINADOS ndash ldquoExerciacutecios com forccedilas militares nacionais e de outro paiacutes
podendo ou natildeo ser realizados em territoacuterio nacional A sua finalidade eacute desenvolver o
planeamento operacional conjuntocombinado e avaliar a prontidatildeo do SFN proporcionar
treino operacional e avaliar a capacidade e a interoperabilidade das forccedilas participantesrdquo
(MDN 2005p153)
Glossaacuterio
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 47
EXERCICIOS CONJUNTOS ndash ldquoExerciacutecios que envolvem Forccedilas militarem nacionais de dois
ou mais ramos A sua finalidade eacute desenvolver o planeamento operacional conjunto e avaliar
a prontidatildeo do SFN a estrutura de comando os sistemas de comunicaccedilotildees e informaccedilatildeo a
interoperabilidade os conceitos e os planosrdquo (MDN 2005p152)
MANPAD ndash ldquoO sistema miacutessil portaacutetil eacute constituiacutedo por miacutesseis guiados disparados ao
ombro ou a partir de apoios ligeiros (bipeacutes ou tripeacutes montados no solo ou em viatura) Este
sistema de armas de AAA eacute caracterizado ainda por ser um sistema de tempo claro e ter
alcances da ordem dos 3 a 5 kmrdquo (EME 19974-12)
OPERACcedilOtildeES PSICOLOacuteGICAS (PSYOPS) ndash ldquoSatildeo actividades psicoloacutegicas concebidas
para influenciar as atitudes e o comportamentos que contribuem para a realizaccedilatildeo de
objectivos poliacuteticos e militaresrdquo (NATO 2000 2-P-7)
PROTECCcedilAtildeO DA FORCcedilA ndash ldquoTodas as medidas e os meios para minimizar as
vulnerabilidades de pessoal instalaccedilotildees equipamentos e operaccedilotildees a quaisquer ameaccedila e
em todas as situaccedilotildees para preservar a liberdade de acccedilatildeo bem como a eficaacutecia
operacional da forccedilardquo (NATO 2003)
REGRAS DE EMPENHAMENTO (ROE) ndash ldquoAs regras de empenhamento satildeo directivas que
fornecem aos vaacuterios niacuteveis de decisatildeo as circunstacircncias e limitaccedilotildees do uso da forccedila
dentro dos paracircmetros legais as quais reflectem orientaccedilotildees e direcccedilatildeo poliacuteticasrdquo (IAEM
1996 F-1-3)
SHORAD ndash ldquoOs sistemas SHORAD estatildeo vocacionados para o combate agrave ameaccedila aeacuterea de
baixa e muito baixa altitude e satildeo normalmente empregues na protecccedilatildeo antiaeacuterea das
unidades de manobra e dos seus oacutergatildeos criacuteticosrdquo (EME 19974-10)
TEATRO DE OPERACcedilOtildeES (TO) ndash ldquoEacute a parte do teatro de guerra necessaacuteria agrave conduccedilatildeo ou
apoio das operaccedilotildees de combaterdquo (EME 2005 B-10)
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 48
APEcircNDICES
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 49
APEcircNDICE A - Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
Perguntas
Derivadas
HIPOacuteTESES
VALIDACcedilAtildeO DAS
HIPOacuteTESES CONCLUSOtildeES
PROPOSTAS
(hellip)
METODOLOGIA
Anaacutelise Documental
Entrevistas
Workshop
QUESTAtildeO CENTRAL
ldquoldquoQual o actual enquadramento das unidades
de AAA nas FND no acircmbito da sua missatildeo
primaacuteriardquo
Cap I
Enquadramento
Conceptual
Cap II
A Participaccedilatildeo
das FND em CRO
Cap III
Integraccedilatildeo de unidades
de AAA na NRF e BG
Cap IV
Emprego
Operacional das
Unidades de AAA
Conceptualizaccedilatildeo
FND
CRO
Ameaccedila Aeacuterea
FNDIFOR
FNDKFOR
Caracterizaccedilatildeo do TO
PE vs PK
Enquadramento do
moacutedulo de protecccedilatildeo AA
nas CRO
Reflexotildees sobre a AAA
em CRO
NRF
BG
Missatildeo BGNRF
Requisitos para
integraccedilatildeo na NRF e
BG
Prontidatildeo das Unidades
de AAA
Especificidade de
emprego
Verificar se cumpre
requisitos NRFBG
Emprego do moacutedulo de
AAA
Lei de Programaccedilatildeo
Militar
FND
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 50
APEcircNDICE B - Guiatildeo da Entrevista
ao Tenente-Coronel de Varela Benroacutes
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Que experiecircnciaformaccedilatildeo possui no domiacutenio da Artilharia Antiaeacuterea
3 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a
KFOR em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado
agrave forccedila Porquecirc
4 Tendo presente a tipologia das CRO em que tipo de operaccedilotildees eacute vaacutelida a inclusatildeo de
unidades de AAA
5 Quais as tarefas que podem ser cometidas as unidades de AAA no ambiente das
CRO
6 O sistema de C2 das unidades de AAA tem limitaccedilotildees Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar
de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em CRO Porquecirc
7 Na sua opiniatildeo quais as perspectivas futuras quanto a participaccedilatildeo de unidades de
AAA em Operaccedilotildees deste geacutenero
8 Em termos conceptuais e no acircmbito da integraccedilatildeo de unidades de AAA na NRF seraacute
possiacutevel Portugal integrar um pelotatildeo AA numa BAAA fornecida por outra naccedilatildeo Ou a
participaccedilatildeo miacutenima deveraacute ser ao niacutevel BAAA
Posto Tenente-Coronel de Artilharia
Nome Joseacute Carlos Levy VARELA BENROacuteS
Cargo Funccedilatildeo NATO Staff Officer J3 Division Ground Based Air Defense (GBAD)
NATO Team Leader - Joint Synchronization and Execution Branch
Local Joint Headquarters Lisbon - Oeiras
DataHora 18 de Fevereiro de 2009 pelas 16h00m
Motivo da Entrevista Durante a sua carreira o Tenente-Coronel Benroacutes esteve
sempre ligado agrave AAA tendo sido por vaacuterios anos o
representante do Exeacutercito no Land Group 5 on Army Air
Defense do NATO Army Armaments Group
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 51
APEcircNDICE C - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Ref Pires Saraiva
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do 3ordm BIATBAI
5 Qual a missatildeo do seu Batalhatildeo
6 Como caracterizaria o TO da Boacutesnia e Herzegovina em Agosto de 1996 aquando da
sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo Batalhatildeo
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea
10 O 3ordm BIATBAI integrou a IFOR em 1996 tornando-se assim um elemento da ldquoInitial
Entry Forcerdquo Nestas circunstacircncias seria admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de
protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Batalhatildeo
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao 3ordm BIATBAI
Posto Coronel de Infantaria
Nome Fernando PIRES SARAIVA
Cargo Funccedilatildeo Reformado
Local Residecircncia Pessoal - Lisboa
DataHora 12 de Marccedilo de 2009 pelas 11h00m
Motivo da Entrevista O Coronel Pires Saraiva foi o Comandante do 3ordm BIATBAI
na FNDIFOR entre Agosto de 1996 e Dezembro de 1996
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 52
APEcircNDICE D - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Tirocinado Antunes Calccedilada
Questotildees Colocadas
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do AgrBravoBAI
5 Qual a missatildeo do seu Agrupamento (AgrBravoBAI)
6 Como caracterizaria o TO do Kosovo em Agosto de 1999 aquando da sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo AgrBravoBAI
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea Existia
ameaccedila
10 O AgrBravoBAI foi a primeira FND (UEB) a integrar a KFOR em Agosto de 1999
tornando-se assim um elemento da ldquoInitial Entry Forcerdquo Nestas circunstacircncias seria
admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Agrupamento
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao AgrBravoBAI
Posto Coronel de Cavalaria Tirocinado
Nome Joseacute Carlos Filipe ANTUNES CALCcedilADA
Cargo Funccedilatildeo Coordenador de Ensino dos Cursos do Exeacutercito no IESM
Local Instituto de Estudos Superiores Militares - Lisboa
DataHora 04 de Marccedilo de 2009 pelas 16h00m
Motivo da Entrevista O Coronel Calccedilada foi o Comandante do AgrBravoBAI na
FNDKFOR entre Agosto de 1999 e Fevereiro de 2000
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 53
APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista
ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Qual a sua experiecircncia no acircmbito das FND
4 Qual era a constituiccedilatildeo do BIParaBRR
5 Qual a missatildeo do seu Batalhatildeo
6 Como caracterizaria o TO do Kosovo em Setembro de 2005 aquando da sua chegada
7 Tendo presente a tipologia das CRO como classificaria as operaccedilotildees desempenhadas
pelo Batalhatildeo
8 Quais os apoios de combate que tinha do escalatildeo superior
9 Quais as informaccedilotildees do escalatildeo superior relativamente agrave ameaccedila aeacuterea
10 O BIPara foi empregue como reserva taacutectica do COMKFOR Nestas circunstacircncias
seria admissiacutevel a inclusatildeo de um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave forccedila
Porquecirc
11 Na sua opiniatildeo qual a razatildeo de natildeo existir um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu
Batalhatildeo
12 Na sua opiniatildeo um moacutedulo de protecccedilatildeo AA no seu agrupamento acrescentaria
capacidades ao BIPara
Posto Tenente-Coronel de Infantaria
Nome Joseacute Carlos ALMEIDA SOBREIRA
Cargo Funccedilatildeo Chefe da Reparticcedilatildeo de Ligaccedilatildeo de Adidos Militares no EME
Local Estado Maior do Exeacutercito - Lisboa
DataHora 11 de Marccedilo de 2009 pelas 14h00m
Motivo da Entrevista O Tenente-Coronel Sobreira foi o Comandante do
BIParaBRR na FNDKFOR entre Setembro de 2005 e
Marccedilo de 2006 Foi tambeacutem Oficial de Informaccedilotildees do
AgrJuacutepiter na IFOR entre Agosto de 1996 e Dezembro
de 1996
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 54
APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao
Major-General Martins Ribeiro
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Qual a sua definiccedilatildeo de Forccedilas Nacionais Destacadas (FND)
3 Poderatildeo as NRF e os BG ser considerados FND
4 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com meios de protecccedilatildeo AA Porquecirc
5 O que satildeo as CJSOR Como se processa a Conferecircncia de Geraccedilatildeo de Forccedilas
6 Na sua opiniatildeo e como Chefe da DIOPEMGFA porque razatildeo o Exeacutercito nunca
disponibilizou unidades de AAA para missotildees exterior
7 Jaacute foi equacionada hipoacutetese de empenhar uma unidade de AAA para corresponder agrave
CJSOR
8 A constituiccedilatildeo da forccedila deve responder as CJSOR Apesar disso pode a Forccedila ter
valecircncias adicionais
Posto Major-General
Nome Luiacutes Manuel MARTINS RIBEIRO
Cargo Funccedilatildeo Chefe da Divisatildeo de Operaccedilotildees do EMGFA
Local EMGFA - Lisboa
DataHora 19 de Marccedilo de 2009 pelas 18h00m
Motivo da Entrevista A DIOPEMGFA presta apoio de estado-maior no que respeita a
planeamento operacional e ao emprego de FND
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 55
APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao
Tenente-Coronel Crispim Paradelo
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave
FND Porquecirc
3 Como definiria a ameaccedila aeacuterea actual
4 Actualmente as FND incluem um moacutedulo de morteiros pesados sem qualquer
integraccedilatildeo na estrutura de C2 do escalatildeo superior Poderia esta situaccedilatildeo acontecer com
o moacutedulo de protecccedilatildeo AA
5 Ao incluir este moacutedulo de protecccedilatildeo AA qual seria o seu escalatildeo composiccedilatildeo
pessoalmaterial
6 Quais as tarefas que podem ser cometidas agraves unidades de AAA actuando em ambiente
CRO
7 O sistema de C2 das unidades de AAA tem limitaccedilotildees Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar
de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em CRO Porquecirc
8 Os novos raacutedios da famiacutelia 525 acrescentaram algumas melhorias no actual sistema de
C2 das unidades de AAA Quais
Posto Tenente-Coronel
Nome Antoacutenio CRISPIM PARADELO
Cargo Funccedilatildeo Comandante do GAAA no RAAA1
Local RAAA1 - Lisboa
DataHora 24 de Marccedilo de 2009 pelas 09h00m
Motivo da Entrevista Como actual Cmdt GAAA o Tenente-Coronel Paradelo tem
conhecimento da prontidatildeo das unidades de AAA
APEcircNDICES
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 56
APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao
Coronel Vieira Borges
Questotildees Colocadas
1 Qual a funccedilatildeo que desempenha actualmente
2 Na sua opiniatildeo no caso de uma ldquoInitial Entry Forcerdquo como foi a IFOR em 1996 e a KFOR
em 1999 deve-se prover a forccedila com um moacutedulo de protecccedilatildeo AA dimensionado agrave
forccedila Porquecirc
3 Ao incluir este moacutedulo de protecccedilatildeo AA qual seria o seu escalatildeo composiccedilatildeo
pessoalmaterial
4 Como descreveria a situaccedilatildeo actual da AAA no que respeita a forccedilas projectaacuteveis
5 O sistema de C2 das unidades de AAA eacute apontado como uma das grandes limitaccedilotildees da
AAA Poderaacute esta condiccedilatildeo hipotecar de todo a participaccedilatildeo de unidades de AAA em
CRO Porquecirc
6 No que diz respeito agrave actual situaccedilatildeo do material (unidades de tiro sistema IFF radares)
poderaacute este ser empregue em forccedilas projectaacuteveis
7 Na sua opiniatildeo e tendo em conta a situaccedilatildeo actual da AAA quais satildeo as capacidades
miacutenimas que devem serem adquiridas para que a AAA possa integrar subunidades de
organizaccedilatildeo modular nas FND
8 Na sua opiniatildeo e tendo em conta a situaccedilatildeo actual da AAA quais satildeo as capacidades
miacutenimas que devem serem adquiridas para que a AAA possa integrar unidades no seio
da NRF e dos BG
9 Quais as melhorias que o sistema do tipo FAADS C2I acrescentaria agrave AAA
10 Como antigo Oficial Coordenador de Reequipamento (OCAR) da AAA quais satildeo as
aquisiccedilotildees previstas na LPM para alterar a actual situaccedilatildeo da AAA
Posto Coronel
Nome Joatildeo VIEIRA BORGES
Cargo Funccedilatildeo Assessor de Estudos do Instituto de Defesa Nacional (IDN)
Local IDN - Lisboa
DataHora 01 de Marccedilo de 2009 pelas 15h00m
Motivo da Entrevista Antigo Comandante do RAAA1
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 57
ANEXOS
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 58
ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP
Apresenta-se o histoacuterico da participaccedilatildeo de FND do Exeacutercito em MHP nos diferentes
TO em que o Exeacutercito participou ao serviccedilo das diversas OI
Moccedilambique
UNMOZ Batalhatildeo de Transmissotildees 4 040593 ndash 290794
300594 ndash 221294
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 1 FND no TO de Moccedilambique
Angola
UNAVEM117 III
Companhia de Transmissotildees 5 260595 ndash 271296
111296 ndash 010797
Companhia Logiacutestica 6
280795 ndash 260296
260296 ndash 160996
161196 ndash 080497
080497 ndash 300697
MONUA118
Companhia de Transmissotildees 5
010797 ndash 271197
191197 ndash 261098
261098 ndash 260299
Companhia Logiacutestica 6
300697 ndash 180997
180997 ndash 010298
010298 ndash 270798
Destacamento Sanitaacuterio 7
310897 ndash 200498
260498 ndash 020898
300798 ndash 251198
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 2 FND no TO de Angola
117
UNAVEM III ndash United Nations Verification Mission III 118
MONUA ndash Missatildeo de Observaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas em Angola
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 59
Boacutesnia e Herzegovina
IFOR
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado (2ordm BIAT) 160196 ndash 120896
3ordm Batalhatildeo de Infantaria Aerotransportado (3ordm BIAT) 120796 ndash 100297
Destacamento de Apoio de Serviccedilos 290196 ndash 120896
SFOR
1ordm Batalhatildeo de Infantaria Motorizado (1ordm BIMoto) 100297 ndash 300797
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Motorizado (2ordm BIMoto) 300797 ndash 140198
1ordm BIAT 140198 ndash 150798
Agrupamento Alfa 150798 ndash 120199
3ordm BIMoto 120199 ndash 120799
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Paraquedista (2ordm BIPara) 100799 ndash 310100
Agrupamento Alfa 310100 ndash 290700
2ordm Batalhatildeo de Infantaria Mecanizado (2ordm BIMec) 290700 ndash 280101
Agrupamento Echo 280101 ndash 290701
1ordm BIPara 290701 ndash 290102
2ordm BIMec 290102 ndash 300702
2ordm Batalhatildeo de Infantaria (2ordm BI) 300702 ndash 300103
1ordm BIPara 300103 ndash 300703
Agrupamento Golf 300703 ndash 280104
3ordm BIPara 300104 ndash 230704
2ordm BIMec 230704 ndash 230105
EUFOR119
Componente Portuguesa da
Brigada Aerotransportada Independente (BAI) 0105 ndash 0701
Componente Portuguesa da
Brigada Intervenccedilatildeo (BrigInt) 0705 ndash 0106
Componente Portuguesa da
Brigada Mecanizada (BrigMec) 0106 ndash 0706
1ordmBIBrigInt 0706 ndash 0307
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 3 FND no TO da Boacutesnia e Herzegovina
119
EUFOR ndash European Union Force
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 60
Kosovo
KFOR
Agrupamento BravoBAI 0899 ndash 0200
Agrupamento Charlie Brigada Ligeira de Intervenccedilatildeo (BLI)
0200 ndash 0800
Agrupamento Delta Brigada Mecanizada Independente (BMI)
0800 ndash 0401
2ordmBIBLI 0105 ndash 0905
3ordm BIParaBrigada de Reacccedilatildeo Raacutepida (BRR) 0905 ndash 0306
1ordmBIMecBrigMec 0306 ndash 0906
1ordmBIParaBRR 0906 ndash 0307
2ordm BIMecBrigMec 0307 ndash 0907
2ordmBIBrigInt 0907 ndash 0308
1ordmBIParaBRR 0308 ndash 0908
Agrupamento MikeBrigInt 0908 ndash 0309
1ordmBIBrigInt 0309 ndash Em curso
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 4 FND no TO do Kosovo
Timor-Leste
UNTAET120
1ordm BIParaBAI 140200 ndash 210800
2ordm BIParaBAI 210800 ndash 260201
2ordmBIBLI 260201 ndash 081001
1ordmBIBLI 081001 - 080602
UNMISET
2ordm BIParaBAI 080602 ndash 240103
1ordmBIMecBrigMec 240103 ndash 250703
Agrupamento Foxtrot 250703 ndash 250104
Agrupamento Hotel 250104 ndash 110604
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 5 FND no TO de Timor-Leste
120 UNTAET ndash United Nations Transitional Administration in East Timor
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 61
Zaire
FORREZ121 Forccedilas de Operaccedilotildees Especiais 060597 ndash 300597
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 6 FND no TO do Zaire
Guineacute-Bissau
FORREC122 Forccedilas de Operaccedilotildees Especiais 110698 ndash 190698
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 7 FND no TO da Guineacute-Bissau
Afeganistatildeo
ISAF123
1ordf Companhia de Comandos (1ordmCCmds) BRR 0805 ndash 0206
2ordf Companhia de Comandos (2ordmCCmds) BRR 0206 ndash 0806
2ordm BIParaBRR 0806 ndash 0207
2ordmCCmdsBRR 0207 ndash 0807
22ordf Companhia de Atiradores Paacutera-quedista (22ordfCatPara) 2ordm BIParaBRR
0807 ndash 0208
1ordmCCmdsBRR 0208 ndash 0808
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 8 FND no TO do Afeganistatildeo
121
FORREZ ndash Forccedila de Recolha do Zaire 122
FORREC ndash Forccedila de Recolha 123
ISAF ndash International Security Assistance Force
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 62
Liacutebano
UNIFIL
Companhia de Engenharia (CEng)BrigMec 1106 ndash 0507
Forccedilas de Apoio Geral (AG) 0507 ndash 1107
Forccedilas de AG 1107 ndash 0508
CEngBrigInt 0508 ndash 1108
CEngBrigMec 1108 ndash 0509
Forccedilas de AG 0509 ndash Em curso
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 9 FND no TO do Liacutebano
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 63
ANEXO B - Ciclo de uma FND
(Fonte Autor 2009)
Fonte (Autor 2009)
Figura 1 Os 3 periacuteodos distintos de uma FND
2ordm PERIacuteODO PROJECCcedilAtildeO DA UNIDADE E CONDUTA DA OPERACcedilAtildeO
Esta fase decorre entre o iniacutecio do deslocamento da unidade
para o TO e a Transferecircncia de Autoridade (TOA) da forccedila que eacute
rendida (Leandro 2002)
1ordm PERIacuteODO APRONTAMENTO
Eacute o periacuteodo de tempo compreendido entre o despacho de
nomeaccedilatildeo da unidade e a sua projecccedilatildeo para o TO
Durante este periacuteodo a unidade recebe treino orientado
para a missatildeo que vai desempenhar (Leandro 2002)
3ordm PERIacuteODO EXTRACcedilAtildeO E DESACTIVACcedilAtildeOFIM DE MISSAtildeO
Engloba o periacuteodo que decorre entre a TOA para a forccedila
que vem render e a extraccedilatildeo da forccedila e consecutiva
elaboraccedilatildeo do Relatoacuterio Final de Missatildeo (RFM)
(Leandro 2002)
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 64
ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees
O emprego de forccedilas militares natildeo eacute exclusivo das operaccedilotildees de guerra sendo estas
igualmente empregues em situaccedilotildees de paz e de crise Desta forma abrangem um vasto
espectro (EME 2005)
(Fonte EME 2005)
Figura 2 Espectro das Operaccedilotildees
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 65
ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
Com a finalidade de reger o comportamento das entidades intervenientes neste tipo de
operaccedilotildees (forccedilas militares OI ONG) foi estabelecido um conjunto de princiacutepios (EME
2005)
Objectivo ndash Todas as operaccedilotildees devem ser orientadas para objectivos claramente
definidos e compreendidos Os objectivos estrateacutegicos - militares devem permitir
alcanccedilar o estado final poliacutetico desejado
Perseveranccedila ndash Numa operaccedilatildeo desta natureza para alcanccedilar o estado final
desejado implica ser-se resoluto paciente e persistente na perseguiccedilatildeo dos objectivos
definidos
Unidade de Comando ndash Requer uma clara definiccedilatildeo da autoridade papel e relaccedilotildees
entre os intervenientes para cumprir as tarefas atribuiacutedas
Unidade de Esforccedilos ndash Este princiacutepio reconhece a necessidade de uma
aproximaccedilatildeo coerente ente militares e civis Requer uma contiacutenua interacccedilatildeo com as
OI e as ONG envolvidas Para conseguir este princiacutepio eacute essencial estabelecer uma
ligaccedilatildeo efectiva a todos os niacuteveis e promover regularmente conferecircncias e reuniotildees
envolvendo todas as partes intervenientes
Credibilidade ndash A credibilidade eacute essencial para promover e estabelecer um clima de
confianccedila A Forccedila natildeo deve transigir quanto agrave vontade e capacidade para assumir as
suas responsabilidades
Transparecircncia das Operaccedilotildees ndash A Missatildeo o conceito de operaccedilotildees e o estado final
poliacutetico a alcanccedilar devem ser compreendidos por todas as partes envolvidas neste
processo (forccedila agecircncias e partes) A difusatildeo da informaccedilatildeo deve ser balanceada
com as necessidades de seguranccedila
Protecccedilatildeo ndash Eacute uma responsabilidade de comando inerente a qualquer operaccedilatildeo
militar Devem ser considerados a composiccedilatildeo e volume da forccedila os planos as
ordens e as regras de empenhamento (ROE)124
Flexibilidade ndash O sucesso destas operaccedilotildees envolve uma elevada capacidade de
gestatildeo e adaptaccedilatildeo face agraves mudanccedilas e eventuais transiccedilotildees que ocorram na
situaccedilatildeo envolvente e que conduzam ao estabelecimento de um ambiente seguro e
estaacutevel O comandante operacional deve facultar o maacuteximo de flexibilidade e as forccedilas
devem ter capacidade de adaptaccedilatildeo agraves alteraccedilotildees
124
ROE ndash Rules Of Engagement
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 66
Promoccedilatildeo da Cooperaccedilatildeo e Consentimento ndash Este princiacutepio constitui-se como um
preacute-requisito neste tipo de operaccedilotildees Exige uma cuidadosa ponderaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
antes da execuccedilatildeo de qualquer actividade de natureza militar
Imparcialidade ndash As operaccedilotildees devem ser conduzidas sem favorecer ou prejudicar
qualquer das partes Deve ser fomentada a aproximaccedilatildeo entre as partes atraveacutes de
uma comunicaccedilatildeo eficaz e transparecircncia das operaccedilotildees
Uso da Forccedila ndash O uso da forccedila neste tipo de operaccedilotildees poderaacute prejudicar a
execuccedilatildeo da missatildeo pelo que requer um elevado acompanhamento por parte do
Comando da forccedila contudo o uso da forccedila deve estar de acordo com a lei
internacional nomeadamente o direito internacional humanitaacuterio O uso da forccedila
deveraacute ser adequado agrave missatildeo No entanto as ROE natildeo devem limitar o direito
inerente agrave auto-defesa
Respeito Muacutetuo ndash Deve existir respeito pela naccedilatildeo cultura e costumes da Naccedilatildeo
Hospedeira O Comandante Conjunto deve assegurar-se que os mesmos princiacutepios
satildeo reconhecidos e implementados entre os diferentes contingentes que fazem parte
da forccedila
Liberdade de Movimentos ndash A liberdade de movimentos eacute fundamental para garantir
o sucesso das operaccedilotildees em missotildees desta natureza O mandato que a forccedila deteacutem
juntamente com as ROE deve garantir liberdade e autonomia para cumprir as tarefas
As facccedilotildees poderatildeo impor algumas restriccedilotildees neste aspecto Haacute que impor essa
liberdade atraveacutes de acccedilotildees vigorosas e resolutas podendo mesmo incluir o uso da
forccedila
Legitimidade ndash Este princiacutepio constitui-se como fundamental em operaccedilotildees desta
natureza Eacute atraveacutes da legitimidade que se consegue garantir o apoio da comunidade
internacional das naccedilotildees contribuintes e das partes envolvidas Eacute necessaacuterio que a
operaccedilatildeo seja conduzida de acordo com a lei internacional incluindo os princiacutepios
constantes na carta das Naccedilotildees Unidas Qualquer erro poderaacute comprometer a
credibilidade da forccedila e consequentemente a sua legitimidade
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 67
ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea
(Fonte HDA 2000)
Figura 3 Proliferaccedilatildeo da Ameaccedila Aeacuterea
(Fonte HDA 2000)
Figura 4 Relaccedilatildeo de CustosEquipamento
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 68
ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
A OTAN eacute uma OI de cooperaccedilatildeo militar estabelecida em 1949 que tem por base o
Tratado Atlacircntico Norte e eacute actualmente constituiacuteda por uma Alianccedila de 26 paiacuteses125 O
papel fundamental da OTAN eacute salvaguardar a liberdade e seguranccedila dos seus paiacuteses
membros constituindo-se tambeacutem num dos pilares de estabilidade e seguranccedila do espaccedilo
Euro-Atlacircntico
O conceito estrateacutegico da Alianccedila Atlacircntica estabelece as capacidades que devem ser
desenvolvidas pela OTAN entre as quais o papel crucial que a organizaccedilatildeo tem na
prevenccedilatildeo de conflitos e gestatildeo de crises adoptando as medidas necessaacuterias agrave sua
resoluccedilatildeo A OTAN fomenta ainda a parceria e cooperaccedilatildeo com os restantes paiacuteses do
espaccedilo Euro-Atlacircntico no intuito de promover a paz e aumentar a confianccedila muacutetua e a
capacidade de acccedilatildeo conjunta (NATO 2004)
A OTAN iniciou a sua actuaccedilatildeo na regiatildeo dos Balcatildes apoacutes a assinatura do acordo de
Paz de Dayton em 1995 Esteve sempre relacionada com o cumprimento deste acordo
intervindo numa primeira fase com uma forccedila de implementaccedilatildeo militar (IFOR) e
posteriormente com uma forccedila de estabilizaccedilatildeo (SFOR) ambas com o objectivo de construir
a base para uma futura paz na regiatildeo dos Balcatildes
O emprego operacional da Alianccedila nesta regiatildeo efectivamente impediu novos
combates e desenvolveu um precedente de sucesso dos esforccedilos de caraacutecter
multinacionais Conseguiu alcanccedilar as esperanccedilas de paz e bem-estar existentes no povo
da Boacutesnia e Herzegovina e do Kosovo
A esfera de actuaccedilatildeo da Alianccedila abrange tambeacutem o conflito do Kosovo onde a OTAN
leva a cabo esforccedilos para inverter a limpeza eacutetnica e permitir o regresso das centenas de
milhares de refugiados que abandonaram o Kosovo durante a repressatildeo da Primavera de
1999 para voltar agrave sua paacutetria segura
O papel da forccedila multinacional liderada pela OTAN no Kosovo a KFOR tem vindo a
criar um ambiente seguro e estaacutevel no qual todos os habitantes do Kosovo
independentemente da sua origem eacutetnica possam viver em paz ajudando-os a reconstruir
as estruturas necessaacuterias para uma sociedade paciacutefica e democraacutetica Estas caracteriacutesticas
satildeo essenciais caso se pretenda alcanccedilar uma soluccedilatildeo duradoura para este conflito
A tarefa que tem vindo a ser realizada pela Alianccedila no Kosovo encontra-se inserida no
contexto de esforccedilos da comunidade internacional para criar um ambiente que iraacute promover
a paz e a estabilidade no Sudeste da Europa (NATO 2001)
125
Satildeo paiacuteses membros da Alianccedila Atlacircntica Alemanha Beacutelgica Bulgaacuteria Canadaacute Dinamarca Eslovaacutequia
Esloveacutenia Estoacutenia Espanha Estados Unidos Franccedila Greacutecia Holanda Hungria Islacircndia Itaacutelia Letoacutenia
Lituacircnia Luxemburgo Noruega Poloacutenia Portugal Reino Unido Repuacuteblica Checa Romeacutenia e Turquia
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 69
(Fonte NATO 2004)
Figura 5 Paiacuteses-membros da OTAN
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 70
ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton
O Acordo de Paz de Dayton surge apoacutes a reuniatildeo do Grupo de Contacto126 onde satildeo
aprovados os princiacutepios de base para uma regulamentaccedilatildeo da paz Eacute acordado um
reconhecimento muacutetuo a Repuacuteblica Federal Jugoslava reconhece a Boacutesnia e Herzegovina e
Sarajevo por sua vez reconhece a Repuacuteblica Seacutervia
Assim no dia 21 de Novembro de 1995 chega-se a um acordo em Dayton no Estado
norte-americano do Ohio Neste acordo assinado pelo Grupo de Contacto e pelos
representantes das partes beligerantes Franjo Tujam (Croaacutecia) Alija Izetbegovic (Boacutesnia) e
Slogan Militeis (Seacutervia) eacute aceite o plano de paz para a Boacutesnia e Herzegovina Este acordo
foi formalmente assinado em Paris no dia 14 de Dezembro de 1995 (Saraiva 2008)
(Fonte Autor 2009)
Figura 6 Divisatildeo Territorial da Boacutesnia e Herzegovina em 1995
126
O Grupo de Contacto era constituiacutedo por EUA Reino Unido Franccedila Alemanha e Ruacutessia
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 71
ANEXO H - Missatildeo da IFOR
A IFOR tinha a missatildeo de fiscalizar e impor o cumprimento dos aspectos militares
previstos no Acordo de Paz de Dayton A UNSCR 1031 prevecirc o mandato da IFOR durante
um ano no TO da Boacutesnia e Herzegovina As tarefas militares a serem cumpridas (NATO
2009)
1 Garantir a auto-defesa e a liberdade de circulaccedilatildeo
2 Supervisionar a marcaccedilatildeo dos limites da ZOS entre as partes
3 Monitorizar e se necessaacuterio impor a retirada das forccedilas militares dos
respectivos territoacuterios para que se possa estabelecer a ZOS
4 Assumir o controlo do espaccedilo aeacutereo sobre o territoacuterio da Boacutesnia e Herzegovina
5 Assumir o controlo da circulaccedilatildeo de traacutefego militar nas principais rotas terrestres
6 Estabelecer comissotildees militares conjuntas para servirem como oacutergatildeos centrais
para todas as partes do Acordo de Paz
7 Ajudar agrave retirada das forccedilas da ONU natildeo transferidas para a IFOR
(Fonte NATO 2001)
Figura 7 Logoacutetipo da IFOR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 72
ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR
(Fonte Autor 2009)
Figura 8 Estrutura de C2 da IFOR
Em 1996 o Tenente-General Michael Walker (Exeacutercito Norte-Americano) era o
Comandante da componente terrestre da IFOR e tinha trecircs divisotildees sob o seu comando
1 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MNDSW127) liderada pelo Reino Unido com
comando sediado em Banja Luka
2 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MNDN128) liderada pelos EUA com comando
sediado em Tuzla
3 Divisatildeo Multinacional Sudoeste (MDNSE129) liderada pela Franccedila com
comando em Mostar
O AgrJuacutepiter ocupava o sector de Goradze com o seu Posto de Comando (PC)
estabelecido em Rogatica estando integrado na Brigada Multinacional Norte (MNBN130) com
comando Italiano que por sua vez pertencia agrave MDNSE
127
MNDSW ndash Multinational Division Southwest 128
MNDN ndash Multinational Division North 129
MNDSE - Multinational Division Southeast 130
MNBN ndash Multinational Brigade North
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 73
ANEXO J - Missatildeo da KFOR
A KFOR obteve o seu mandato a partir da UNSCR 1244 e do MTA acordado entre a
OTAN a Repuacuteblica Federal da Jugoslaacutevia e a Seacutervia Inicialmente o seu mandato tinha
como principais objectivos (NATO 2009)
1 Dissuadir o recomeccedilo das hostilidades
2 Estabelecer um ambiente seguro
3 Desmilitarizar o Exeacutercito de Libertaccedilatildeo do Kosovo (UCK)
4 Apoiar o esforccedilo humanitaacuterio internacional
5 Coordenar e apoiar a presenccedila internacional no territoacuterio do Kosovo
(Fonte NATO 2001)
Figura 9 Logoacutetipo da KFOR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 74
ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR
(Fonte Autor 2009)
Figura 10 Estrutura de C2 da KFOR
Em 1999 o Tenente-General Mike Jackson (Exeacutercito Britacircnico) era o COMKFOR e
tinha cinco brigadas sob o seu comando
1 Brigada Multinacional Norte (MNBN131) liderada pela Franccedila
2 Brigada Multinacional Centro (MNBC132) liderada pelo Reino Unido
3 Brigada Multinacional Este (MNBE133) liderada pelos EUA
4 Brigada Multinacional Sul (MNBS134) liderada pela Alemanha
5 Brigada Multinacional Oeste (MNBW135) liderada pela Itaacutelia
O AgrBravo ocupava o sector de Klina estando integrado na aacuterea de responsabilidade
(AOR) da MNBW que integrava tambeacutem um batalhatildeo espanhol
131
MNBN ndash Multinational Brigade North 132
MNBC ndash Multinational Brigade Center 133
MNBE ndash Multinational Brigade East 134
MNBS ndash Multinational Brigade South 135
MNBW ndash Multinational Brigade West
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 75
ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL
O Exeacutercito Francecircs integrou um moacutedulo de AAA de escalatildeo pelotatildeo na Forccedila Tarefa
(nome de coacutedigo ldquoLeclercrdquo) que destacou para o Liacutebano no acircmbito da UNIFIL em 2006
A missatildeo deste pelotatildeo era conferir protecccedilatildeo AA agrave Forccedila Tarefa e ao seu QG e tinha
como meios o Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral o Sistema Radar NC1 e Viaturas Blindadas de
Transporte de Pessoal (VBTP) (Charron 2008)
Figura 11 Sistema Miacutessil Portaacutetil Mistral
Figura 12 Sistema Radar NC1
(Fonte Charron 2008)
(Fonte wwwarmeescom 2008)
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 76
ANEXO M - Estrutura da NRF
(Fonte NATO 2003)
Figura 13 Estrutura da NRF
9500
Militares
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 77
ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup
(Fonte Baptista 2007)
Figura 14 Estrutura geneacuterica de um Battlegroup
Pacote de Forccedilas
Comando da Forccedila
Batalhatildeo de Infantaria
Comando
CCS
3 CAt
Apoio de Fogos
Reconhecimento
Apoio de Combate
Apoio de Fogos
Engenharia
Artilharia Antiaeacuterea
Transmissotildees
Guerra Electroacutenica
Informaccedilotildees
Aviaccedilatildeo do Exeacutercito
Forward Air Controller
Defesa NBQ
Apoio de Serviccedilos
Apoio Logiacutestico
Apoio Sanitaacuterio
Apoio Geograacutefico
CIMIC
Policia Militar
Capacidades Adicionais (dependem da missatildeo)
Meios Aeacutereos
Transporte Estrateacutegico
Transporte Taacutectico
Apoio Aeacutereo Proacuteximo
Apoio de Helicoacutepteros
Meios Navais
Transporte Estrateacutegico
Apoio Aeacutereo com base
em porta-aviotildees
Apoio ao desembarque de
forccedilas
Meios Logiacutesticos
Reabastecimento
Apoio Sanitaacuterio
Apoio a manutenccedilatildeo
de equipamentos
Forccedilas de
Operaccedilotildees
Especiais
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 78
ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF
NRF LCC Unidade Nacional Efectivo
Exerciacutecio de
Certificaccedilatildeo
Internacional
Periacuteodo de
Stand by
1 NRDC-TU O EXEacuteRCITO NAtildeO PARTICIPOU Out03-Jan04
2 NRDC-TU Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 50
Natildeo se
realizou Jan04-Jul04
3 NRDC-IT
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
50 Organizer 6Amiddot
(Alemanha)
Jul04-Jan05
4 NRDC-GENL
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
51 Organizer 6Bmiddot
(Alemanha) Jan05-Jul05
5 NRDC-SP Agrupamento
Mecanizado 697
Cohesion 05middot
(Espanha) Jul05-Jan06
6 NRDC-UK Batalhatildeo de Infantaria
Paacutera-quedista 636
Iron Warriormiddot
(Reino Unido) Jan06-Jul06
7 EUROCORPS Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 75
Steadfast
Jaguar 06
(Cabo-Verde)
Jul06-Jan07
8 NRDC-TU Forccedila de Operaccedilotildees
Especiais 75
Natildeo se
realizou Jan07-Jul07
9 NRDC-IT Esquadratildeo de Poliacutecia
Militar 80
Steadfast
Jackpot 07
(Noruega)
Jul07-Jan08
10 NRDC-GENL
Forccedila de
Reconhecimento de
Longo Raio de Acccedilatildeo
50 Noblelight II
(Alemanha) Jan08-Jul08
11 NRDC-FR Esquadratildeo de
Reconhecimento 140
Natildeo se
realizou Jul08-Jan09
12 NRDC-SP Agrupamento
Mecanizado 697
Noblelight
(Espanha) Jan09-Jul09
13 NRDC-SP Batalhatildeo de Infantaria
Paacutera-quedista 687 Natildeo participa Jul09-Jan10
14 NRDC-SP Bateria de Artilharia de
Campanha 130 A designar Jan10-Jul10
(Fonte RCMAGabCEME 2009)
Quadro 10 Participaccedilatildeo do Exeacutercito na NRF
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 79
ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup
(Fonte Baptista 2008)
Figura 15 Modelo do BG Francecircs
Pelotatildeo
AA
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 80
ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas
de AAA Nacionais
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 16 O Sistema Miacutessil Ligeiro Chaparral
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 17 O Sistema Miacutessil Portaacutetil Stinger
(Fonte httpimageswikiacom 2009)
Figura 18 O Radar PSTAR
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 81
ANEXO R ndash O Link 11B
O Link 11B ou TADIL136-B (na doutrina norte-americana) emprega teacutecnicas de
comunicaccedilatildeo em rede e um formato standard de mensagem para a troca de informaccedilatildeo
digital entre sistema de informaccedilatildeo taacutecticos O Link 11B utiliza uma raacutepida ligaccedilatildeo ponto-a-
ponto e pode ser transmitido atraveacutes de diversos equipamentos tais como cabo sateacutelite e
ligaccedilotildees raacutedio Equipa unidades terrestres aeacutereas e navais (ALSAC 2000)
(Fonte httpsistemadearmassitesuolcombrgedtl3usalink11html 2009)
Figura 19 Interface do Link 11B
136 TADIL ndash Tactical Digital Information
ANEXOS
A PROTECCcedilAtildeO ANTIAEacuteREA DAS FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS 82
ANEXO S ndash O Link 16
O Link 16 ou TADIL-J eacute uma nova ligaccedilatildeo taacutectica de dados utilizada pelos EUA alguns
paiacuteses da OTAN e pelo Japatildeo Natildeo alterou os conceitos fundamentais de transferecircncia de
dados utilizado pelo Link 11B antes pelo contraacuterio acrescentou melhorias significativas nos
sistemas jaacute existentes O Link 16 utiliza um Sistema de Distribuiccedilatildeo de Informaccedilatildeo Taacutectica
Conjunta (JTIDS137) que lhe permite partilhar a informaccedilatildeo em tempo real de uma forma
raacutepida e codificada entre todas as plataformas de armas e de C2 intervenientes no TO
Nota A verde encontram-se as unidades de AAA (armas e C2)
(Fonte httpwwwglobalsecurityorgmilitarysystemsgroundimages 2009)
Figura 20 Utilizadores do Link 16
137 JTIDS - Joint Tactical Information Distribution System
- DEDICATOacuteRIA
- AGRADECIMENTOS
- IacuteNDICE
- IacuteNDICE DE FIGURAS
- IacuteNDICE DE QUADROS
- LISTA DE ABREVIATURAS
- LISTA DE SIGLAS
- RESUMO
-
- O presente trabalho tem como objectivo analisar a capacidade de emprego de unidades de Artilharia Antiaeacuterea em Forccedilas Nacionais Destacadas
-
- ABSTRACT
- INTRODUCcedilAtildeO
-
- Definiccedilatildeo do Objectivo de Investigaccedilatildeo
- Justificaccedilatildeo do Tema
- Orientaccedilatildeo Metodoloacutegica
- Siacutentese de Conteuacutedos
-
- CAPIacuteTULO I ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL
-
- I1 Forccedilas Nacionais Destacadas
-
- I11 Enquadramento Histoacuterico
- I12 Forccedilas Nacionais Destacadas ndash O Conceito
-
- I2 Operaccedilotildees de Resposta a Crises
-
- I21 Tipologia das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
- I22 Manutenccedilatildeo de Paz vs Imposiccedilatildeo de Paz
-
- I3 A Ameaccedila Aeacuterea
-
- CAPIacuteTULO II A PARTICIPACcedilAtildeO DE FORCcedilAS NACIONAIS DESTACADAS EM OPERACcedilOtildeES DE RESPOSTA A CRISES
-
- II1 A Participaccedilatildeo Nacional na IFOR
-
- II11 Antecedentes do conflito da Boacutesnia e Herzegovina
- II12 Case-study o Agrupamento Juacutepiter na Boacutesnia e Herzegovina
-
- II2 A Participaccedilatildeo Nacional na KFOR
-
- II21 Antecedentes do Conflito do Kosovo
- II22 Case-study o Agrupamento Bravo no Kosovo
- II23 Case-study o Batalhatildeo de Infantaria Paacutera-quedista no Kosovo
-
- II3 Reflexotildees sobre o emprego de AAA em CRO
-
- CAPIacuteTULO III A INTEGRACcedilAtildeO DA AAA NA NATO RESPONSE FORCE E NOS BATTLEGROUPS
-
- III1 Os Conceitos de NATO Response Force e de Battlegroups
-
- III11 A NATO Response Force - NRF
- III12 Os Battlegroups
-
- III2 Requisitos para integraccedilatildeo da AAA na NRF
- III3 Requisitos para Integraccedilatildeo da AAA nos Battlegroups
-
- CAPIacuteTULO IV EMPREGO OPERACIONAL DAS UNIDADES DE AAA
-
- IV1 O Niacutevel de Prontidatildeo das Unidades de AAA
-
- IV11 Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais
- IV12 A Lei de Programaccedilatildeo Militar
- IV13 A Prontidatildeo dos Militares de AAA
-
- IV2 O Emprego da AAA como Moacutedulo de Protecccedilatildeo AA
- IV3 O Emprego da AAA na NRF e nos BG
-
- CAPIacuteTULO V CONCLUSOtildeES E PROPOSTAS
- REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
- GLOSSAacuteRIO
- APEcircNDICES
-
- APEcircNDICE A - Modelo Metodoloacutegico de Investigaccedilatildeo
- APEcircNDICE B - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel de Varela Benroacutes
- APEcircNDICE C - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Ref Pires Saraiva
- APEcircNDICE D - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Tirocinado Antunes Calccedilada
- APEcircNDICE E - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Almeida Sobreira
- APEcircNDICE F - Guiatildeo da Entrevista ao Major-General Martins Ribeiro
- APEcircNDICE G - Guiatildeo da Entrevista ao Tenente-Coronel Crispim Paradelo
- APEcircNDICE H - Guiatildeo da Entrevista ao Coronel Vieira Borges
-
- ANEXOS
-
- ANEXO A - Histoacuterico das FND em MHP
- ANEXO B - Ciclo de uma FND
- ANEXO C - Espectro das Operaccedilotildees
- ANEXO D - Princiacutepios das Operaccedilotildees de Resposta a Crises
- ANEXO E - Tipologia da Ameaccedila Aeacuterea
- ANEXO F - A Organizaccedilatildeo do Tratado Atlacircntico Norte
- ANEXO G - O Acordo de Paz de Dayton
- ANEXO H - Missatildeo da IFOR
- ANEXO I - Estrutura de C2 da IFOR
- ANEXO J - Missatildeo da KFOR
- ANEXO K - Estrutura de C2 da KFOR
- ANEXO L - A AAA Francesa na UNIFIL
- ANEXO M - Estrutura da NRF
- ANEXO N - Estrutura de um Battlegroup
- ANEXO O - Histoacuterico das Unidades do Exeacutercito na NRF
- ANEXO P ndash Exemplo de um Battlegroup
-
- ANEXO Q ndash Os Equipamentos e Sistemas de Armas de AAA Nacionais
- ANEXO R ndash O Link 11B
- ANEXO S ndash O Link 16
-
top related