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A PROPOSITO DO MOVIMENTO PARTICIPACA01

TH E MO VIMENTO PARTICIPA 9AO ("PART I C I PATO RY" MOVEM ENT)

A PROPOS ITO DEL MOVI M I ENTO PART IC IPAC ION

Maria Jose dos Santos RossI

RESUMO: re lata a trajet6ria do Movimento Partici pac;:ao ( M P ) nascido na enfermagem brasi le i ra em oposic;:ao as pol lt icas prat icadas pe la Associac;:ao B ras i le i ra de E nfermagem(ABEn) . Artigo escrito pe la p r ime i ra p res idente e le ita pe lo MP onde sao a p resentadas as bases do mov imento , sua organ izac;:ao , a l u ta para a conqu ista do poder e 0 traba lho desenvolvido pe la prime i ra gestao .

PALAVRAS-CHAVE : movimento partici pac;:ao , pol it icas de enfermagem , ABE n , h ist6ria da enfermagem

Quero , neste a rt igo , relatar m i nha part ic ipagao no campo profiss iona l como Pres idente Nac iona l da Associagao B ras i l e i ra de E nfermagem (AB E n ) , na pr i me i ra gestao do Movi mento Part ic ipagao 1 986/1 989, depois de conturbado processo que propic iou uma "virada" na orientagao gera l e nas pol ft icas da ABEn para a Enfermagem Bras i l e i ra .

O S VENTOS DA MUDANCA: 1 979 COMO MARCO - 0 CONGRESSO DO CEARA

o ana de 1 979 - ana do XXXI Congresso Bras i le i ro de Enfermagem (CBEn) rea l izado em Forta leza no Ceara - exp l icitou u m processo de i nsat isfagao na categoria pelos rumos tomados pe la nossa Assoc iagao , de c l i e nte l i smo e de co la boragao com 0 Govern o , co m u m a d ispon i b i l i dade de colaboragao c o m as mu lt i nac iona is de eq u i pa mentos hospita lares e d e med ica mentos , s e m responder aos rec lamos d o s profiss iona i s . Era pres idente nac iona l da ABEn , a professora l eda Barre i ra e Castro , (gestao 76/80 ) q u e fez a lgu mas l'Iluda ngas na ent idade trazendo a Secreta r i a Execut iva para B ras i l i a , na nova sed e .

Embora a A B E n t ivesse d a d o passos i mporta ntes no encam inha mento do ens ino da profissao e mesmo na organ izagao da profissao tendo de la sa ido 0 Conse lho Federal de E nfermagem , os S i nd icatos e tendo a po iado as prat icas org a n izadas em torno do i nd iv id uo e da doenga , nao provocou a art icu lagao com os movi mentos soc ia is q u e rec lamavam naque la epoca por uma soc iedade ma is j usta e , especificamente por u m atend i mento de saude de qua l idade e me lhores cond ig6es de traba l ho .

Essa i nsat isfagao man ifestava-se como opos igao d e base , po i s as d i retor ias ao n ivel centra l da nossa ent idade se revezavam entre Rio e Sao Pau lo , mas t i nham as mesmas vis6es e os mesmos pos ic ionamentos . Apenas era u m a l u ta pela hegemon ia baseada em cr iter io territoria l . Esta oposigao fo i crescendo de forma a i nda desorgan izad a .

o mov imento s i nd i ca l da categor ia t a m b e m estava todo 0 tempo d escontente e

1 Artigo encomendado pela Presldente da ABEn Nacional para a revista dos 75 anos da ABEn. 2 Professora Adjunta aposentada da Universldade de Brasilia. Ex-presidente da ABEn, primeira

gestao da Partl'cipa9ao, gestao 86/89. Ex-presldente da Comissao de Especialistas no Ensino da Enfermagem, MEC/SESu, mandato junho/1988 ajunho de 2000. Coordenadora do NtJc/eo de Estudos e Pesquisas da Arte de Cuidar da Wda (NEPA V(,I do Centro de Estudos A van9ados Multldisciplinares CEAM/UnB.

R. Bras Enferm. , Brasi l ia , v. 53 , n A , p . 2 1 3-228 , abr. lj u n . 2001 2 1 3

A prop6sito do movimento . . .

reivindicando melhores condi<;oes de traba lho , adic ional de i nsalubridade, p lano de classifica<;ao de cargos e sa larios , d iss id io coletivo e outras reivi nd ica<;oes .

Estudantes de enfermagem de varias reg ioes do pais, a l i presentes demonstravam tambem i nsatisfa<;ao com a sua part ic i pa<;ao nos rumos da ent idade e da profissao .

A insatisfa<;ao fo i num crescendo ate que , mais tarde , se estrutura em u m apelo coletivo e em uma ind igna<;ao de toda a categoria que votava e nao t inha voz , a nao ser nas Assembleias de Delegados a cada real iza<;ao do Congresso Bras i le i ro de Enfermagem, mas, assim mesmo , somente para aque les q u e la pudessem i r. As pres identes de Se<;ao nao t i nham um forum de contato ofic ia l com a D i retor ia Centra l . E nfi m , a ABEn era uma ent idade mu ito fechada e nao havia d isposi<;ao de democratiza- I a .

A AGLUTINACAO DAS FORCAS DE OPOSICAO NO CONGRESSO DE sAo PAULO

Cinco anos depo is , no XXV C B E n , em 1 983 , rea l izado na c idade de Sao Pau lo , manifestaram-se tres grupos : 0 de Sao Pau lo , 0 do R io de Janeiro e um terceiro grupo empenhado na transforma<;ao da ABEn em um "orgao ma is atua nte e s i nton izado com 0 seu tempo" , que se i nt itu lou Movimento Participa�ao , do qua l partic ipe i de forma ativa .

N esse Congresso de S . Pau lo , so l ic i tamos a pres idente da Com issao de Temas , a Professora Victoria Secaf um espa<;o para real izarmos as nossas reun ioes e , d iante da negativa , em razao a legada dos a ltos custos das sa las no Centro de Conven<;oes Rebou<;as, reu n i mo­nos no estac ionamento , partic ipando um grande numero de enfermeiras e de enfermeiros para a organ iza<;ao de u m movimento de oposi<;ao a forma como a ent idade v inha sendo d i r ig ida .

E necessario ressaltar que eu estivera fora do Bras i l com m inha fami l i a , na Belg ica , com o meu esposo, refug iado pol it ico de 1 973 a 1 980 . Logo ao chegarmos ao Bras i l , entretanto , me i nseri nesse movimento , ja que t ivera antes envolv ida com a ABEn e com as Associa<;oes Profiss iona is , q u e depois se transformaram em S ind icatos .

Desde fi na l d e 1 982 a 1 984 estive traba lhando com uma equ ipe , no CEPEn , como Coordenadora da Comissao de Documenta<;ao , a convite da Professora Doutora Mar ia Ceci l ia Puntel de Almeida , de Ribeirao Preto , que era a Coordenadora da entao Comissao de Atividades C ientfficas e Docu menta<;ao - CAC I D e D i retora do CEPEn . A Comissao de Documenta<;ao era composta de profiss ionais por mim convidados, como uma equ ipe de Bras i l ia , Ari lda de S .Sabas Pucu , Kazue Horigosh i Rodr igues , Lu izAfonso Rocha , Mar ia Aparecida G ussi e Wi lma Santos .

Em 1 984 , d u rante a movimenta<;ao pol it ica , cont i nuamos traba lhando nos cata logos de I nforma<;oes sobre Pesq u isas e Pesq u isadores . Certo d ia t ivemos a desagradavel surpresa de nao podermos mais entrar na sede d a ABEn Nac iona l para rea l izarmos 0 traba lho do CEPEn , traba lho que era fe ito a noite , po r ordem da entao Pres idente, Dra C i rce de Me lo Ribe i ro . Ordem essa que nos fo i ap resentada pe lo senhor Manue l , 0 v ig ia da sede . Apesar d isso a i nda , traba lhamos na pub l ica<;ao do n u mero do cata logo do C E PEn de 1 984 .

o movi mento d e OpOSi<;80 a pareceu fortemente sob a l i d eran<;a da ABE n , se<;80 Santa Catari n a , cujo pres idente - 0 jovem enferme i ro Jorge Lorenzetti - e seu grupo enfatizava m a preocupa<;ao com as cond i<;oes de trabalho do pessoal de enfermagem e com 0 tipo de assistencia de enfermagem prestada a popu la<;8o .

As d ecadas de setenta e oitenta foram de g rande combatividade dos traba lhadores por me lhores cond i<;oes de traba lho e de sa la rio e, em especia l , os traba lhadores da saude , const i tu i ndo-se 0 MOVI M E NTO SAN ITAR I O P E LA REFO RMA SAN ITARIN que se va i

3 Reforma Sanitaria rea/izada para as transforma(:oes no sistema de saude vigente. Apesar do grande engajamento dos traba/hadores, nao conseguiu mudar a /6gica do sistema de assistencia medica com base na industria farmaceutica e de equipamentos hosp/la/ares.

2 1 4 R Bras. Enferm. , Bras i l i a , v. 54 , n . 2 , p . 2 1 3-228, abr. /jun . 2001

ROSS I , M . J . dos S .

efetivamente rea l izar nos meados da decada de o itenta , tendo n o fi na l dos anos oitenta l i derado a Reforma San itar ia na 8a Conferenc ia Nac iona l de Saude que cu lm inou com a e labora<;ao do cap itu lo d a Saude e da Segur idade Soc ia l na Const itu i<;ao de 1 988 .

o movimento da enfermagem esteve mu ito envolvido com essas quest6es e a l i nhada as pa lavras de ordem emanadas d esse movi mento . A grande i nsat isfa<;ao estava l igada a var ios problemas como ba ixos sa larios , longas jornadas de traba lho , dupla m i l itancia em dois empregos para sobrevivenc ia , e, fi na lmente 0 veto do Sr Pres idente da Repub l ica ao Projeto n 3225C/ 1 980 que tomou 0 n u mero 1 05/82 no Senado Federa l , 0 projeto das 30 horas de jornada d e traba lho , depois d o mesmo ter s ide aprovado na Camara dos Deputados.

E ntre as pa lavras de ordem est i pu l ava-se uma re iv i nd i ca<;ao pe la valorizac;ao da enfermagem . Al i nhara m-se ta mbem na l ideran<;a dos protestos e na l uta pol lt ica , a lgu mas Se<;6es da ABEn, a lem de Santa Catari na , a da Bah ia , a do Rio Grande do Su i , a do Rio Grande do Norte , a do Ceara , a d e Alagoas , a do Rio de Jane i ro e a do Distrito Federa l , se<;ao a qua l eu pertenci a .

Ass i m , as enferme i ras e os enferme i ros part ic ipantes desse mov imento reso lvemos no Congresso do Rio Grande do Su i a presentar u m a chapa concorrente a d i re<;ao da ABEn , no n lvel naciona l . Depois de longas d iscuss6es, 0 meu nome foi i nd icado nao so pela combatividade demonstrada , mas, tambem, pelo fato de ter estado fora do Pais por a lgum tempo, nao estando , assim , envolv ida com os acontec imentos do perlodo anterior e , sobretudo , por ser negra , como uma forma de reafi rmar a efetiva opos i<;ao do movimento , uma vez que jamais se pensou em ter uma pres idente negra . As i nd ica<;6es para a forma<;ao da chapa ficara m a cargo das Se<;6es , embora fossem fi rmadas a lgu mas or ienta<;6es gera i s .

F izemos u m man ifesto onde j a enu nciavamos novas d i retrizes e nova or ienta<;ao para a nossa ent idade . Ne le afi rmavamos

"q ue a q uestao da prat ica da enfermagem e o fato de ela a inda nao ter estabe lec ido u m comprom isso propr io , c la ro e so l ido com a s necess idade da assistenc ia a popu la<;ao ; que a representat iv idade da Associa<;ao na categor ia e peq uena em fu n<;ao de u m a prat ica fechada e pouco part ic i pat iva o n d e n a o ha espa<;o para man i festa<;ao dos i nteressados; a necess idade de um traba l ho conj u nto e permanente com tod as es ent idades de enfermagem ; e q u e a po l ft ica cu l tura l e tecn ico-c ient ff ica da ABEn deve estar voltada para os i nteresses da enfermagem e da melhoria da assistencia prestada a popula<;ao" . 4

As d i ficu ldades fora m mu itas para reg istra r a nossa cha pa . Tivemos q u e nos mob i l izar para ta l , com cartas , ofic ios , so l ic ita<;ao de aud ienc ias para esclarec imento das regras e sempre t fnhamos como resposta 0 Estatuto e 0 Reg imento da ABEn que eram confusos e om issos sobre as regras e le itora i s . Tudo isso esta docu mentado na sede da nossa Associa<;ao .

AS LUTAS POUTICAS PARAAS ELEIc:;OES DE 1 984.

Este mov imento a utodenomi nou-se , ma is tard e , a part i r da denomi na<;ao da chapa q u e concorr ia as e le i<;6es como MOV I M E NTO PART I C I PA<;AO, com 0 objetivo de rom per c o m a trad i<;ao da ent id ade . A prod u<;ao i nte lectua l d e enferme i ros era baseada especia l mente e m com po n entes tec n i cos d a ass iste n c i a c u rat iva , nao conte m p l a n d o a compreensao d a determina<;ao soc ia l do processo saude doen<;a . ( O l ive i ra , 1 990)

Ass i m , ace ita ndo 0 d esafio , enca becei a chapa d e oposi<;ao , que pe la pri me i ra vez

4 Manifesto 'Participayao na ABEn - gestao 84/88

R. Bras. Enferm , Brasi l ia , v. 53 , n A , p . 2 1 3-228 , abr./j u n . 2001 2 1 5

A prop6sito do movimento . . .

apresentava tambem enfermeiros d o sexo mascu l ino , para a s ele i<;oes d e 1 984 para um mandato de q u atro anos , 84/88 , tendo como compa nhe i ros de chapa , para vice-pres idente , Mar ia Henriqueta Luce Kruse , do Rio Grande do S u i ; prime i ro-secretar io , Jorge Lorenzett i , de Sa nta Catari na ; segunda-secretaria , Ste l la Barros , da Bah ia ; prime i ro-tesou re i ro , Eduardo Kascher ­de saudosa memoria -, de M i nas Gera i s ; como segunda-tesou reira , I sabe l dos Santos , de Perna mbuco ; Com issao de Leg is la<;ao ; Joao Carlos Pedraza n n i , de Sao Pau lo , Comissao de Pub l ica<;ao e D ivu lga<;ao , Sandra Mendes , do Rio Grande do Su i ; para a Comissao d e Servi<;os de Enfermagem, Therezinha Nobrega da S i lva , do Rio de Jane i ro ; para a Comissao de Atividades Cientificas e Documenta<;ao, Maria da G loria Miotto Wright , do DF ; para a Comissao de Educa<;ao, Ra i m u nda Germano , do Rio Grande do Norte ; e para 0 Conse lho F isca l : M ar ia Rodr igues da Concei<;ao , do Ceara ; Alc ine ia Eustaqu ia Costa , de M inas Gera is e Creso Machado Lopes , do Acre.

Tratamos de red ig ir imediatamente outr� man ifest05 no qua l faziamos tambem a exorta<;ao aos profiss iona is com preocu pa<;oes e crit icas quanta a condu<;ao da ABEn e a assistenc ia a saude oferecida pe l os governantes e tam bem pelos profiss iona is de enfermagem. Afi rmamos que a l uta dos enfermeiros passava pela l uta de toda a enfermagem. F ina lmente , conclamamos a todos para uma atua<;ao na ABEn no sent ido de u n iao para ganharmos as e le i<;oes da ABEn em 1 984 , com u ma chapa q u e denom inamos PART IC IPAyAo .6

D u ra nte todo 0 periodo de campanha fizemos varios ofic ios a d i retor ia d a ent idade sol ic i ta ndo esc iareci mentos , ficando todos nos sem resposta . Fomos surpreend idos com uma not ic ia d e que a nossa chapa Part ic ipa<;ao nao poder ia concorrer as e le i<;oes , pois nao estava dentro das normas . Tomamos a de l i bera<;ao de ir a ABEn , eu e a Professora Maria da G lor ia M iotto Wright e, com a autoriza<;ao da Secretar ia Executiva consu ltamos as l i stas de socios q u ites dos estados t idos como nao esta ndo em ordem , Bah ia , R io de Ja ne i ro , Amazonas , Parana e Rio Grande do S u i e verifica mos que as d itas i rregu l a ridades avocadas a Chapa Part ic i pa<;ao ta mbem eram as da Chapa da s i tua<;ao , denominada Compromisso. Fa ltava m a lguns curricu los , a lguns componentes nao constavam da l ista de socios qu ites . Assim red igimos uma deciara<;ao em 1 8 de novembro de 1 983 comun icando a D i retoria da ABEn que la entramos com a aqu iescenc ia da Secreta r ia Executiva , e nao i nvad imos a sede como fo i la rgamente not ic iado , e verifica mos as d itas i rregu la ridades . D iante d isto press ionamos e a nossa chapa fo i i nscr i ta .

Ja haviamos red ig ido em 1 4 de novembro de 1 983 u m ofic io a d i retor ia da ABEn Centra l so l ic i ta ndo esclarec imentos sobre a composi<;ao das comissoes q u e i ri am or ientar, d i rig i r e contro lar 0 processo e le itora l ; sobre as regras q u e i r iam d isci p l i na r 0 mesmo em todo 0 pais qua is os proced i mentos , os mapas , a loca l iza<;ao e 0 t ipo das ca b i nes e das urnas e le itora is , a ind ica<;ao dos fisca is e sol ic itando, a inda , u ma reun iao para esses esciarec imentos . A res posta nos fo i dada pe lo ofic io n . 698/83 da AB E n , ass inado pe l a prime i ra v ice presidente , d . I zau ra Lopes de Godoy. : U( . . . ) cumpre-nos esc iarecer que todos os i tens q u estionados encontra m-se esclarecidos no Estatuto e/ou no Regu lamento Geral da ABE n , razao porque estamos enviando em anexo , copia dos refer idos docu mentos" .

AS ELEICOES, AANULACAO DOS VOTOS, AS LUTAS POLfTICAS NAS ASSEMBLEIAS DE DELEGADOS E AS LUTAS JUDICIAIS.

Em 20 de novembro de 1 983 encam inhamos nova correspondencia a D i retoria da ABEn

5 Mamfesto dos candldatos a diretoria nacional e das ser;6es, discutldo par toda a categoria que estava engajada.

6 Participar;eo, par si s6, ja denotava uma nova forma de conceber a ABEn, que era eltlista e que exercia suas funr;6es, autontariamente.

2 1 6 R. Bras. Enferm. , Brasi l ia , v. 54, n . 2 , p . 2 1 3-228, abr. /j un . 200 1

ROSSI , M . J . dos S .

Central reafi rmando os termos da carta anterior, estra nhando 0 fato de nao terem s ide dados os esc iarec i mentos das regras pe la Comissao de Prepar� de Chapas e tambem d e n u nc iando 0 fato de q u e colegas da atua l d i retor ia t i nham forte i nfl u E nc ia sobre a mesm a . Esta carta fo i ass i nada por m i m , por Mar ia H enr iq ueta Luce Kruse e por Mar ia da G lor ia M iotto Wrig ht , todas membros da chapa Part ic ipa<;ao.

F izemos materias para os jorna is denunc iando as manobras , 0 que me valeu uma que ixa cr i m e , um processo aberto pel a senhora C i rce de Me lo R ibe i ro em nome da d i retor ia , po is em momenta a lgum citavamos nomes , mas a d i retor ia como u m tod o .

Nao e d iffc i l entender e pensar n a s d ificu ldades p e l a s q u a is passamos todos , e em part icu lar eu - uma negra - com pretensoes ate entao i n imag inaveis de se r pres idente de u ma associa<;ao nac iona l de enferme i ras e enferme i ros .

Oliveira ( 1 99 1 , p . 38 ) afi rma q u e : "0 Movimento Part ic i pa<;ao e u m processo de l uta e in terven<;ao pol lt ica i nterna e externa , gerado pe la propr ia cr ise da E nfermagem Profiss iona l e da sociedade bras i le i ra , configurada como uma crise de identidade do enfermeiro , de sentimentos e ide ias , dos costumes e tradi<;oes , da ciencia da enfermagem, das praticas pol lticas (passividade , cola bora<;ao com 0 "status qud' ou combat iv idade ) , bem como em razao da desva lor iza<;ao econ6mica e socia l do traba lho da enfermage tn . "

C o m o podemos verif icar, a s enfermeiras e o s enferme i ros fa lavam em n o m e de toda a enfermagem embora nao fosse permit ida a fi l i a<;ao d e outros profiss iona is da enfermagem, como auxi l iares e , somente uma porcentagem de tecn icos de enfermagem naABEn , confund indo a profi ssao com 0 campo profiss iona l .

A se<;ao de Santa Catarina , t inha , como proposta , criar u m a (m ica entidade d a enfermagem, na qua l todos pudessem ter voz e voto . Mas essa perspect iva f icou iso lad a , embora t ivesse 0 apoio do Rio Grande do S u i , Rio Grande do Norte e parte da Bah i a , apenas para os Tecn icos de E nfermagem . A proposta mais amp la de fi l ia<;ao de todos os pertencentes ao campo profiss iona l nao fo i apoiada pela amp la maior ia dos profiss iona is enferme i ros l

A sessao de homologa<;ao das chapas se deu em reu n iao fechada du rante 8 horas e d a r s a i u uma comissao formada pelas enfermeiras Josefina de Melo , Sandra Mendes e Maria Ceci l ia Pu ntel de Almeida para prop�r-nos u m acordo de damas para 0 bom andamento do processo e le i tora l . Mas as propostas nao era m c laras e, nos presentes , e u , Mar ia Henri queta Luce Kruse , Ari lda de S . Sabas Pucu e Mar ia da G lor ia M iotto Wright re iv i nd icavamos d i re i tos igua is para as duas chapas sem a devida resposta . As reiv i nd ica<;oes de nossa parte se fizeram mais ins istentes e , ass im , a enfermei ra E leusa Gereba de Far ias da Comissao de Apura<;ao exped i u u m docu mento em 23 de dezembro , a i nda incomp leto e u m seg undo docu mento q u e nao exp l ic itava a i nda 0 q u e so l icitavamos . Ass im , red ig imos u m outr� documento esclarecendo as nossas preocu pa<;oes e j a prevendo 0 q u e aconteceria depo is .

A Comissao Especia l de Apura<;ao para a Consolidac;;ao dos Resultados e mapas das sec;;oes e apurac;;ao final dos resultados composta pe las enfermeiras C le l i a Marc ia Cordoba - pres idente , Maria Lucia M . P inha , secreta r ia e Maria do Socorro Nascimento , mesaria , estava assessorada pe las enfermeiras C i rce de Melo R ibe i ro , Izau ra Lopes de Godoy, Terezinha Urio do Patroc fn io , Maria Edna Fr ias Xavier e Jud ith Fe i toza , todas pertencentes a Diretoria da ABEn e , pe lo seu advogado, dr Jorge Vinhaes, que ti nham aces so a todos os documentos de apura<;ao, embora estivessem presentes os fisca is da chapa Part ic i pa<;ao que apresentaram var ios protestos . A reu n iao rea l izou-se d u rante os d i as 1 8 , em horar io comerc ia l e 1 9 d u ra nte todo 0 d ia ate as 6 horas do d i a 20/4 .

Fe ita a conso l ida<;ao dos dados , var ios estados t ivera m seus votos anu lados da ndo a

7 V Proposta de Reformuia9ao do Estuto da ABEn, no seu art 10 apresentado pe/a Se9ao Santa Catarina.

R. Bras. Enferm. , Bras i l i a , v. 53 , n A , p. 2 1 3-228 , abr. /j u n . 2001 2 1 7

A prop6s ito do movimento . . .

vitoria a chapa Compromisso , patrocinada pela d i retoria . Durante esse processo varios protestos foram reg istrados pelas nossas fisca is , para cada anu lat;ao anunciada : Ari lda de S .Sabas Pucu , apresentou sete protestos demonstrando, por exemplo que um membro da Comissao de Apurat;ao da ABEn Centra l fu nc ionou como fisca l credenc iado da chapa s i tuac ion ista no Hospi ta l Pres idente Med ici , em Bras i la e tambem como pres idente da Comissao d e Apurat;ao da mesma set;ao.

Outros motivos apresentados para as anu lat;6es, foram interrupt;ao de horario das eleit;6es mesmo com as atas apresentando os motivos ; encerramento da ata do prime i ro d ia de votat;ao q u e nao d everia ser i nterromp ida , etc . F ide l i a Vasconcelos de L ima apresentou outros tres protestos . A colega Maria Angel ica Gomes tambem estava presente como fiscal da Participat;ao.

Convem ressa l ta r que a mob i l izat;ao das apo iadoras da Chapa Compromisso se fazia tambem, mas, em geral eram ofic ia is , atraves i nformativos da ent idade , como por exemplo 0 da Dra Taka Ogu isso presidente da Set;ao/S P que enfatizava :

"E h�ra , po is , de repensarmos a Enfermagem , ana l isando quem e que grupos estao se candidatando as eleic;oes da ABEn-Central e se propondo a conduzir os destinos da classe; ana l isando como 0 grupo se organ izou para racional izar trabalhos e para melhor ut i l izar os poucos recursos existentes . E utop ia pensar que a D i retoria e le ita podera a todo instante consu ltar colegas de todo 0 B ras i l , n u m pa is de d imensoes conti nenta is como 0 nosso . Nunca havera recursos suficientes para financiar tantas viagens e reun ioes . " (grifo nosso) .

E mais ad iante : "Por que nao prest ig ia rmos quem ja mereceu ac lamat;ao nac iona l da propr ia c lasse , numa j usta e merec ida homenagem , prestada pe la propr ia Assemble ia de Delegados da ABEn , por decisao unan ime votada para outorgar 0 t i tu lo de Membro Honorario a Dra Ivete Ribeiro de Ol ive i ra , em 1 975?"

Como previamos, ganhamos as e le it;6es , segundo 0 nosso relator io com 2859 votos contra 2566 da chapa da s ituat;ao, mas a d i retor ia conduz iu 0 processo anu lando varias urnas de forma a nao poss ib i l i tar a nossa vitori a , a legando i rreg u lar idades . Dai em d iante , fo i uma gra nde l uta pol i t ica , j u r id ica e pol ic ia l mesmo, com grande mob i l i zat;ao - que nao e 0 caso de aprofundarmos aqu i - e em dois anos fomos convocadas a fazer um acordo, pela entao presidente, Maria Ivete Ribeiro de Ol ive i ra .

A mob i l izat;ao fo i mu ito grande em todo 0 pa is com d iscussao nas set;6es sobre 0 processo e le itora l , pub l ic idade em todo 0 Bras i l em n ivel loca l , te legramas enviados a d i retor ia questionando a s i tuat;ao, protestando sobre 0 re lator io da Comissao de Apurat;ao, repud iando as manobras rea l izadas e , fi na l mente q uestionando a a n u lat;ao dos estados apenas para a eleit;ao nacional e dando va l idade as ele it;6es regionais real izadas no mesmo ple ito. Consu ltamos a OAB para entrar com med ida caute la r contra a va l idade do resu ltado .

A Set;ao SC pub l icou uma CARTAABERTAA ENFERMEIRA MARIA IVETE RIBEIRO DE OLIVEIRA contestando afi rmac;6es por e la fe itas e desafiando-a "a provar suas acusac;6es e a tomar uma atitude d igna , aceitando a d ecisao da maior ia , recusando-se, assi m , a assum i r b ion icamente a ABE n , pe la d ign idade da profissao e da E nt idade . " (g r ifos no texto) .

A at;ao j ud ic ia l ord i na ria de Anu lat;ao d a s e le it;6es , impetrada pe la Chapa Part ic ipat;ao tambem foi arqu ivada uma vez que houve posterior negociat;ao .

Apos as anu lat;6es a mob i l izat;ao ocorreu em var ios estados do pa is de forma mu ito i n tensa , como ( BA, ES , PR , C E , D F, RS , R ibe i rao Preto/S P, R N , SC , S E , AL, M G , GO, MT, P B , PI , MA, e parte do RJ ) com 'cartas-abertas' para os enfermeiros nos estados em que os votos foram anu lados e em outros estados em so l idariedade ao movimento. Em j u l ho de 1 984 a pres idente da AB En , Dra Ci rce de Melo Ribeiro assina um comun icado ofic ia l aos enfermeiros , int i tu lado 'E l e it;6es da Associat;ao Brasi l e i ra de E nfermagem - 1 984/1 988 , q u e contem 0 i tem F LAS H ES DAS I RREG U LARI DADES Q U E C U L M I NARAM COM A AN U LA<;Ao DE VOTOS parc ia is ou tota is das set;6es PA, SC , RS , BA, DF, RJ , P B , ES , GO , MT e S E , a lem dos

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ROSSI , M . J . dos S .

Oistritos de U berland ia em MG) , N itero i , Petropo l i s , Vo lta Redonda , no RJ , Bauru e Sorocaba em SP, e Londr ina no PR .

A lem das raz6es apresentadas para as a n u la<;:6es 0 comun i cado ofic ia l afi rmava a i nda que : " ( . . . ) a O i retor ia da ABEn , por u n a n i m idad e , a provou a i nsta la<;:ao d e u m processo na j usti<;:a contra Maria Jose dos Santos Ross i , para q u e e la possa provar todas as suas a lega<;:6es reg istradas pela i mprensa e contidos em outros documentos d istri bu idos aos enferme i ros" .

o req uer imento para 0 processo d e Q U E IXA C R I M E d i r ig ido ao Mer i t iss imo J u iz da 7a vara Crim i na l de Bras i l i a , data de 1 1 d e ma io d e 1 984 e versa sobre Ca lun ia e Oifa ma<;:ao , fo i assinado pelo advogado da ent idade Dr Jorge Alberto V inhaes e afi rmava que "A u n ica of end ida por u ma questao d e economia p rocessua l e a O. C i rce d e Melo R ibe i ro , pois a ca l un i a fo i d i r ig ida a toda a d i retor ia da ABEn - Assoc ia<;:ao B ras i l e i ra d e Enfermagem , mas buscando s imp l ificar as coisas a Pres idente fica como u n ica of end id a ; ( . . . ) "

E m 26 d e j u n ho fu i c i tada como 'q uere lada ' e const i tu i como advogado a Ora Heri lda Ba ld u ino de Souza . Esse processo nao fo i a frente . F i na lmente fo i arq u ivado . Var ias cartas e te legramas de so l idar iedade me fora m env iados d e todos os estados do Bras i l , a lem d e uma campanha de levantamento de fundos para 0 pagamento de advogado .B

o CONGRESSO DE M INAS GERAIS - A POSSE NO CLUBE DOS OFICIAIS

o XXXVI Congresso Bras i l e i ro de Enfermagem real izou-se em Be lo Horizonte de 28 de j u l ho a 03 de agosto de 1 984 em u m c l ima pol i t ico mu ito d ific i l , d e an imos aci rrados onde se dar ia a posse da Chapa Compromisso d epois d e todo esse processo do lor ido e de ser ias d ificu ldades pol it icas e re lac iona i s , como em toda cr ise po l it ica . Teve como Temas Oficia is : Tema I , Oesenvolvimento e Saude compreendendo d iversos subtemas; Tema l l . Rela<;:6es de Tra ba lho e saude com varios su btemas ; e Tema I I I 0 papel social da mu l her e sua infl uenc ia na saude , tambem com var ios s u bte mas , no M I NASCENTRO de Be lo Horizonte .

AAssemble ia Extraord inar ia de Oelegados que va l idaria as e le i<;:6es estava prevista para o d i a 28 d e j u l ho , sabado , du rante todo 0 d ia e , no domingo , d i a 29 d u rante todo 0 d i a estava prevista a Assemble ia Ord i nar ia de Oe legados , no Campus da Saude da U PMG antes da sessao solene de abertura do mesmo, que ser ia as 2 1 horas do d ia 29 de j u l ho . A posse da nova d i retoria seria rea l izada no C lube dos Ofic ia is , em Assemble ia de Oelegados , apos nova AO das 14 as 1 8 horas no dia 03 de agosto .

No seu d iscurso de boas vindas aos part ic ipantes a Presidente da ABEn - MG, enfermeira Maria Jose da S i lva ( 1 984) , Presidente da Comissao Executiva do Congresso saudou os mesmos enfat izando q u e "M inas e tambem um centro de idea is democrat icos , de sent imentos d e nac iona l idade e de g randes mov imentos de l i berta<;:ao naciona l . Basta lembrar que daqu i part iu a primeira tentativa de l iberdade dos ideais dos I nconfidentes , que sonhavam com a independencia da patri a . " (S i lva , [ 1 984) )

Segu ida pela Presidente da ABEn Centra l , Ora C i rce de Melo Ribeiro afirmou , enfatizando a i m porta nc ia do E ncontro em M i nas G e ra i s : " ( . . . ) Estado onde brota ra m os i dea i s d e independencia que sempre nortearam 0 povo bras i le i ro" . Parec ia i ron ia do destino ! ! !

Segu i ram-se outros oradores , 0 Secretar io d e Saude Dr. Oario Far ia Tavares e 0 Min istro da Saude , Dr Va ld i r Arcoverde .

A segunda Assemble ia Ord i nar ia de Oe legados convocada pe la Pres idente da ABEn fo i i nsta lada no horar io previsto , mas a vota<;:ao da pa uta fo i m u ito q u est ionada , pois 0 assu nto a

8 Arquivos da ABEn Naeiona/

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A prop6sito do movi mento . . .

ser colocado em pauta ser ia 0 das e le igoes e a d i retoria res ist ia aos d iferentes pedidos e so l ic itagoes das segoes para q u e 0 assu nto e le igoes fosse colocado como pr ioridade para ser d i scut ido . D ia nte da ins istenc ia da AD para q u e se d iscut isse 0 assunto , e em fu ngao dos segu idos d iscursos sobre 0 mesmo tema , a Pres idente se ret i rou do p lenar io , acompan hada pe los membros da D i retori a , com excessao das enfermeiras Mar ia Ceci l ia Pu ntel de Almeida e Sandra Maria de Abreu Mendes e por a lguns de legados , sem consu lta aos membros da AD e mu ito menos de l i beragao da mesma , quando estava sendo d iscut ida a competenc ia da AD. com a lguns membros i nscritos para fazerem seus pronu nc iamentos .

A sessao fo i suspensa momentaneamente e varios de legados ficaram i nd ignados e conti nuaram a man ifestar a sua d iscordanc ia com a D i retor ia e propondo que fosse dado conti nu idade aos traba lhos , com base no Estatuto e no Regu lamento da AB E n ; tendo tambem respa ldo no parecer de u m advogado da U F M G , Dr. Nauro Borges de Rezende , que a l i compareceu sol ic i tado por membros da Chapa Part ic ipagao conforme sugestao da senhora Pres idente Ora C i rce de Melo R ibe i ro , quando a inda pres id ia os traba lhos .

E le afirmava que "Despacho jud ic ia l i ndefer indo a l im i nar de posse da chapa proc lamada e le ita pe la D i retor ia d a A B E n , nao constit u i imped it ivo lega l para que a AD . , i nstancias maxima de de l i beragao da ent idade , d iscuta e de l i bere sobre 0 assu nto . Tambem op i nou acerca da legal idade da continuagao dos trabalhos desde que este fosse 0 desejo dos delegados presentes" (AB E n , 1 984 ) . Foi ap rovado por acla magao do p lenar io a conti n u idade dos traba lhos e a consti tu igao de u ma M esa D i ret iva , composta pe las de legadas C le l i a Soares Bu rlamaq u e , Vice-Pres idente em exerc ic io da Pres idenc ia da Segao RS e D i lma N eto Menezes , Pres idente da Segao P E . Estavam presentes 91 de legados representando 1 9 Segoes .

Esses de legados votaram man ifesta ndo-se em desacordo com a decisao da D i retoria , propondo-se d iscussoes sobre d uas propostas : 1 . a proclama�ao d a vitoria d a Participa�ao ou 2. anula�ao das elei�6es. E m nome da Chapa Part ic ipagao eu e Maria H enr iq ueta Kruse haviamos procurado a Ora Maria Ivete para que ambas as chapas abrissem mao das cand idaturas para convocagao de novas e le igoes nao tendo s ido aceito tal acordo . A primeira pro posta colocada em votagao proclama�o da vitoria da Participa�ao foi rejeitada par quarenta e oito votos contra por q uarenta e um votos a favor, e duas abstengoes , estando a AD d iv id ida quanto a essa q uestao . (AB E n , 1 984 a )

A outra p ro posta votada fo i a de anula�ao das elei�6es com constitui�ao de uma Diretoria Provisoria, aprovada com oitenta e nove votos a favor e dois contra . Ass im fora m constitu idas as Com issoes D i ret ivas Provis6r ias em n ivel Nac iona l e nas Segoes .

Foi feita uma petigao por decisao da AD a Pres idente da ABEn para q u e e la convocasse uma AD para aprec ia r e a provar a ata da reu n iao do dia 29 em pr i me i ro de agosto do mesmo ano. Nao tendo side aceita pel a Presidente , foi convocada nova reun iao que teve como presidente e secreta ria , C le l i a Soares B u rlamaque do RS e Na i r Porte la Cout i nho do MA.

Apes a aprovagao da ata , passou-se aos outros assu ntos . Entreta nto i nformou-se que , preocu pados com a negat iva da senhora Pres idente , os Pres identes das Segoes RS , SC , R N , PE , M A , AM , BA, S E , E S e P I rea l izaram uma reu n iao com a pres idente da A B E n Centra l a s doze horas e tr i nta m inu tos do mesmo d ia para fazer ponderagoes , m a s e l a respondera q u e daria posse a Ora Ivete e s u a chapa Compromisso, proclamada e le i ta , no pr6ximo d ia tres de agosto e q u e a q u estao ja esta r ia na j ust iga . (AB E n , 1 984 b)

A de legada Den ise E lv i ra P i res d e P i res propos que se const itu isse Comissao D i retiva Provis6r ia em su bsti tu igao ao termo D i retor ia Provis6r ia e q u e essa fosse composta por sete membros , sendo tres do OF, um da BA, um do RS , um de MG e um de SC . , pro posta q u e fo i aprovada por unan imidade . Compuseram a Comissao Diretiva Provis6ria por ind icagao da Segoes as delegadas : por SC , E l iana Mari l ia de Far ia ; pelo OF, Ari lda de S .Sabas Pucu, Maria Aparecida Gussi e E rl ita Rodrigu es dos Sa ntos ; pe l a BA, Maria Jenny S i lva de Ara ujo ; pe lo RS, C le l i a Soares Burlamaque ; por MG , Maria Auxi l iadora C6rdoba Crist6foro . Os nomes foram aprovados

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ROSS I , M . J . dos S .

p o r u n a n i m idade . F o i enfat izado sempre p o r n o s (AB E n , 1 984 b ) a Unidade da ABEn e q u e a cr ia<;ao das Com issoes D i retivas Provisorias , como 0 nome ja i nd icava t i nha carater provisor io de enca m i n ha mento do processo j ud ic ia l e a imp lementa<;ao das med idas dele decorrentes e nao era para cr iar uma outra ent idade , como aconteceu com a cria<;ao da Associa<;ao Bras i le i ra de Educa<;ao em Enfermage m , AB E E .

A posse da Chapa Compromisso s e d e u no C l ube dos Ofic ia is em situa<;ao de tumu lto e persegu i<;ao po l ic ia l as l i deran<;as do M P. 0 H i no Nac iona l entoado por todos os enfermeiros que nao concordavam com a situa<;ao nos l ivrou de sermos presos , dentro do C l ube de Ofic ia is pela movimenta<;ao e imposs ib i l idade da cont inu idade do ritua l previsto para a posse . Em virtude das d ificu ldades e da i nsegu ran<;a houve uma reu n iao com 0 governador do Estado Tancredo Neves . Fo i , ta mbem, ma nt ido contato com Pres idente da OAB de M inas Gera i s , coordenador de D i re itos H u manos , 0 Dr Jose Alfredo Baracho para nossa orienta<;ao gera l , na sua res idencia , cujo contato fo i feito por m i m mesma e pe la Professora Ora Maria de Lourdes Souza de S C . Estavamos em s i tua<;ao de per igo .

Foram contatados tambem, por razoes de seguran<;a dos membros da Chapa Participa<;ao, o Comando de Greve dos professores da U F M G , 0 Pro Reitor de Pos-Gradua<;ao e Pesqu isa da U F M G , Dr. Evandro M i rra , hoje Presidente do C N Pq e o Deputado Federal pe la Bah ia , Haroldo L ima .

AS COMISSOES DIRETIVAS PROVISORIAS (CDP)

A denomina<;ao Comissao Di retiva Provisoria como ja afirmamos , foi proposta pala colega Den ise P i res da Se<;ao SC. 0 proced imento da Comissao Diretiva Provisoria Nacional foi repetido no n ivel reg iona l , constitu i ndo-se Comissoes D i retivas Provisorias nos estados onde 0 p le ito fo i a n u lado . E l as t i nham como fu n<;ao cont i nuar a mob i l iza<;ao , acompanhar os processos na j ust i<;a e encam inha r as at iv idades das Se<;oes . 0 ' pe r cap ita' das se<;oes cujos votos fora m anu lados foram depositados em ju izo , d ificu l tando as a<;oes e decisoes da D i retor ia empossada .

A N EGOCIACAo DA DIRETORIA DA ABEN E A M U DANCA DE ESTATUTOS - NOVAS ELEICOES PARA 1 986

Nos pr i me i ros d ias de setem bro de 1 985 , depo is de u m ana de gestao com mu itas d ificu ldades , a Pres idente da ABEn Centra l , Ora M aria I vete encarregou a Vice- Pres idente da mesma , Senhora C larice J u d ith R ibe i ro Cazo l l a para me contatar, propondo a pacif ica<;ao das enfermeiras e dos enfermei ros e da ABEn aos membros da Part ic ipa<;ao .

Tendo s ide convidada pe la Vice-Pres idente para uma reu n iao , contatei os mem bros da Comissao D i retiva Provisor ia Nac iona l e no d ia q uatorze de setembro rea l izamos uma reu n iao na sa la de reu n ioes do Departamento de Medic ina Gera l e Comun itar ia da U n ivers idade de Bras i l i a , com os seg u i ntes membros : Pela D i retoria da ABEn Centra l as enfermeiras : D . C larice J u d i th R ibe i ro Cazo l l a , Vice- Pres idente; D. Ne ide Maria Fre i re Ferraz, Coordenadora da Comissao d e Educa�ao ; D. N a lva Pere i ra Ca ldas , Coordenadora da Comissao de Serv i�o de Enfermagem ; D. Maria J ose Schmidt , da Comissao de Reformu la<;ao dos Estatutos d a AB E n . Pe la C h a p a Part ic ipa<;ao: Mar ia Jose d o s Santos Ross i , como representante do ' Movimento Part ic ipa<;ao' , e os Pres identes das Comissoes D i ret ivas Provisor ias seg u i ntes : V ictor H ugo De l la Va lent ina do RS; Jonas Sa lomao Spr ic igo de SC ; R i ta de Cass ia Duarte L ima do ES, e Loura l i na M ac ie l Menezes de S E .

A reu n iao fo i pres id ida pe la senhora Vice-pres idente q u e propos a pa uta e teve como decisoes u n a n i mes os pontos seg u i ntes : 1 . E le i<;oes nos q uatro estados que estavam com Comissoes D i ret ivas P rovisorias : RS , SC ,ES e S E ; 2 . Red u<;ao do mandato das D i retorias da ABEn Centra l das Se<;oes e dos Distritos ; 3 . Regu lariza<;ao do ' per capi ta ' proposto pela D iretoria

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A proposito do movimento . . .

d a ABEn Centra l e 4 . Real izac;ao d o XXXVI I I Congresso Bras i le i ro de Enfermagem n a cidade do Rio de Janeiro .

A Vice-pres idente se comprometeu a l evar essa decisao como pro posta para a AD de Recife , em 16 de novembro de 1 985 "comprometendo-se a reformular 0 Estatuto vigente , i nc iu indo no ca p itu lo das D isposic;6es Trans itorias , a red uc;ao do mandato das atua is d i retor ias ( . . . )" (AB En , 1 985)

e as e leic;6es deveriam ser rea l izadas com base no novo Estatuto que deveria ser aprovado na AD convocada para esse fi m . A posse dos e le i tos dever ia se dar no Rio de Jane i ro , em outubro de 1 986 , no XXXVI I I CBEn .

AAD, entreta nto decid i u q u e AS E L E I <;OES D EVER IAM S E R G E RAIS E M TODAS AS SE<;OES E D I STRITOS , red uz indo ass im 0 mandato de todas as d i retor ias .

Fe itos os reparos no estatuto , formamos nova chapa para novas e le ic;6es , com a mesma base : e u , como Pres idente ; Ste l l a Barros , da Ba h i a , como Vice; Rita de Cass ia Duarte L ima , do Esp i rito Santo , como Pri me i ra Secreta ria ; Terez inha Fra nc isca More i ra , de M inas Gera is , como Segunda-Secretaria ; Madge L ima Leite , de Go ias , como Prime i ra-Tesoureira; Vitor Hugo de l la Va lent i na , do Rio Grande do S u i , como Segu ndo-Tesoure i ro ; na Comissao de Educac;ao, Abiga i l Moura Rodrigues , do Rio Grande do Norte ; na de Legis lac;ao , Jorge Lorenzetti de Santa Catarina ; na de Pub l icac;6es e Divulgac;ao, C le l ia Soares Burlamaq ue , do Rio Grande do Su i ; na de Servic;o de E nfermagem, l ara de Moraes Xavier, do Rio de Jane i ro ; no Centro de Estudos e Pesq u isa em Enfermagem , Sem iramis Me lan i Melo Rocha , de S . Pau lo . E , no Conselho Fisca l : Mari l ene de Andrade Uchoa , do Para ; Ede l ita Coe lho de Ara ujo , da Bah ia e Jonas Sa lomao Spric igo, de Santa Catarina .

Cha madas as e le ic;6es hav iam duas cha pas e sa imos vencedores com a Chapa Part icipac;ao. Nao houve problema , po is as regras t inham side abertas e negociadas. 0 processo fo i c laro e sem d ificu ldades , fora aque las comuns em campanha e le itora l .

AS ELEICOES NEGOCIADAS E A POSSE DA PARTICIPACAo N O RIO D E JANEIRO

A nossa posse no Rio de Jane i ro se deu no XXXVI I I C B E n ; este aconteceu entre 20 a 24 d e outu bro de 1 986 . Teve como Tema Ofic ia l - Os 60 a nos da ABEn e a Enfermagem Bras i l e i ra , constando tres temas : 1 - A contr i bu ic;ao da ABEn na Educac;ao , na Construc;ao do Sber e na Pratica da Enfermagem; Tema 1 1 - A questao da Mu l her e a Profissao de Enfermagem; I I I - AAssistencia de Enfermagem nos Progra mas de Saude. Real izou-se no Hotel Naciona l , em meio a uma grande expectativa da categoria e uma g rande ansiedade d iante das pergu ntas que nos mesmos nos faziamos de como ser ia 0 evento . Fo i um momenta de grande emoc;ao para mim e para os combativos profissionais de todo 0 pais . Representou aABEn nessa oportunidade, a Vice- pres idente D . C larice Cazo l la que nos passou a pres idenc ia sem ma iores d if icu ldades e , depois , no i n ic io da gestao mu ito nos aj udou na sede .

AS MUDANCAS ESTRUTURAIS PROPOSTAS - NO NOVO DESENHO DA ENTIDADE

Procu ramos compreender a ent idade do ponto de v ista gerenc ia l para in terv i r na sua estrutu ra e na sua organ izac;ao, nas suas relac;6es de poder, na sua capac idade de mobi l izac;ao para a part ic i pac;ao das assoc iadas , nas re lac;6es com outras ent idades de enfermagem e da saude , nas re lac;6es com 0 governo e com as industr ias farmaceut icas e de eq u i pamentos , e a q uestao do seu financiamento, visto que a fi l iac;ao nao e obrigatoria . Nessa oportunidade in iciava o meu doutorado em ' I t i nerar ios I nte lectua is e Etnografia do Saber ' no departamento de Antropolog ia da U N I CAM P, afastada das m inhas at iv idades docentes .

Dos membros da D i retori a , apenas eu morava em Bras i l i a . Para responder aos desafios do d i a a d ia da sede e do Bras i l , t ive q u e , mu itas vezes de ixar m inha at iv idades academ icas

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ROSS I , M . J . dos S .

para responder as q uest6es colocadas pe lo cargo e pe l a categori a , embora traba lhassemos em uma especie de coleg iado onde as dec is6es e ra m colet ivas . 0 te lefone era 0 nosso instru mento de traba lho .

Dentre as muda n�as estrutura is que confer imos fo i a mudan�a de Estatuto cr ia ndo 0 Conselho Nac iona l da AB E n , 0 CONAB E N , composto pe las pres identes de Se�ao que agora t i nham um f6rum de d iscussao e de decisao como instanc ia i ntermed iar ia entre a Assemble ia N ac iona l de Delegados , a AN D e a D i retor ia Nac iona l da ABE n . I sso nos ajudava nas decis6es porq u e eram mais cabe�as pensa ntes e representat ivas para a tomada de decisao e fac i l itava a tomada de temperatu ra da categoria , a lem do q u e nos a l iv iava de mu itas v iagens , pois as pres identes das Se�6es pod iam nos representar nos eventos pelo Bras i l afora .

Mudamos a estru tura dos C B E n , (Rossi, 1 98 7 , p . 1 2 ) os temas e as re la�6es com a s m u lt inac iona is de eq u i pamentos e de med ica mentos , 0 q u e n o s va leu mu itos aborrec imentos na categoria . "Consideramos 0 CONAB E n , 0 meio pe lo qua l faremos e (fazemos) a i ntegra�ao da ent idade na medida em que as se�6es estao i ntegradas no processo de decisao da entidade . Os prob lemas das categor ias que comp6em a A B E n e m cada estado , sao refl et idos e traba lhados em conju nto com vistas a compreensao d e q u e somos uma u n ica ent idade , que a d i retoria nacional ou centra l , como chamamos, e apenas u m '6rgao executive da pol ftica formulada pelas i nstanc ias ; ( . . . ) . " (Ross/; 1 98 7 , p . 1 2 )

OS EIXOS NORTEADORES DA GESTAO -AS RELACOES COM AS MULTINACIONAIS DE EQUIPAMENTOS HOSPITALARES E DE MEDICAMENTOS

A chapa manteve 0 mesmo progra ma com os c inco e ixos norteadores :

1 . Refletir sobre 0 processo de trabalho de enfermagem na organizac;ao dos servic;os de saude numa sociedade capital ista ; 2. Construir um projeto de enfermagem para assistencia e organizac;ao dos servic;os de saude; 3. Prop�r em conjunto com as demais ent idades de enfermagem a defi n i c;ao de uma p latafo rma nacional de desenvolvimento da categoria com formas de lutas unitarias; 4. Desenvolver um programa nacional de profissional izac;ao (enfermeiros, tecn icos e atendentes de enfermagem) e sua absorc;ao no mercado de trabalho; 5. Implantar uma campanha nacional de socios atraves de atividades concretas de organizac;ao da categoria. (ABE n , 1 989)

o Movi mento Part ic ipa�ao , em sua pr ime i ra g estao (86/89 ) , sob a m inha pres idenc ia , refleti u as contrad i�6es pol ft icas e ideol6g icas do momenta bras i le i ro e da categoria e i ntroduziu nova visao da enfermagem do seu processo d e traba lho e nova d i na m ica de traba lho para a enfermagem.

Okve/ra ( 1 990 , p . 1 33) afi rma que :

" P a ra 0 M o v i m e nto P a rt i c i pay80 ( M P ) e fu n d a m e n ta l 0 p rocesso d e g e ray80 de u m conhecimento novo q u e s e orig ine da exp l icitay80 d a s ra izes da crise d a E nfermagem , 0 que se da atraves do pr6prio desvendamento do processo de traba lho , passando a ser este 0 fio condutor do movimento i ntelectua l que se amp l ia nos 39°, 40Q e 4 1 Q Congressos Brasi le i ros de Enfermagem ( C B E n ) , no 5Q S e m i nar io de Pesq u i sas em E nfermagem ( S E N P E ) , nas defi n iyoes de pol ft icas da categoria e na pratica de enfermagem profiss ional neste momento '"

Enfrentamos contrad it6r ias postu ras i deo l6g icas e pol i t icas e l i t istas , entre as q u a is a res istenc ia dos s6cios- a f i l ia�ao de outros atores do campo na sua associa�ao (aux i l i a res , tecn icos de enfermagem e enferme i ros praticos ) .

H av ia e ha a i nda na profissao , uma cren�a de q u e a enfermagem e u m a c ienci a . Na verdade e la e uma prat ica soc ia l como acentua Foucault ( 1 995 ) ; hav ia a cren�a de q u e as

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A proposito do movimento . . .

agoes de enfermagem sao apo l ft icas ; esta postu ra apresenta ser ias i ncoerenc ias te6ricas e praticas , e um d iscurso que nao se sustenta na pratica rea l izada . 0 M P nao consegu i u reverter e transformar essas posturas , mas p lantou a semente .

OS CONGRESSOS DE 87 NA BAHIA, DE 88 NO PARA E 89 EM S.CATARINA

o primeiro Congresso da nossa gestao foi rea l izado na Bah ia entre 23 e 27 de novembro de 1 987 . Teve como tema 0 trabalho na Enfermagem "temas que nos i nstru mental izara m para a compreensao da l uta da enfermage m . " ( RossI; 1 989 , p . 25 .28)

Mod ificamos a estrutura dos C B E n s , criando u m momenta d e 'ana l ise da conju ntura bras i le i ra ' com 0 objetivo de se conhecer 0 ' estado da a rte' da sociedade bras i l e i ra no q u e d iz respeito aos seus aspectos pol it icos , econ6micos e socia i s .

Foram mod ificadas as nossas re lagoes com as mu l t inac iona is de medica mentos e de eq u ipamentos farmaceuticos que antes davam op in iao e ate defin iam as bancas examinadoras dos premios c ient fficos . Ass i m nos expressamos naque la oportu n idade : " N ao negociamos e nem negociaremos a nos sa independenc ia enquanto ent idade . Nao aceitamos vender a nossa autonomia por nenhum prego . Oeseja mos apenas q u e as nossas re lagoes sejam respeitadas sem, entreta nto , fer i r 0 pr i nc fp io que nos e caro de autonomia . Autonomia para a ent idad e , autonomia para 0 setor (saude) e a utonom ia para 0 B rasi l . " ( Ross i , 1 989 , p . 1 1 - 1 3 )

Naque la oportu n idade tambem nos man ifestamos sobre as d iferengas existentes na categoria e na O i retor ia afi rmando q u e

" A nossa d i retoria constitu i-se em u m a u n idade d e i nteresses n a diversidade . ( . . . ) Aproveitamos os mom entos de contrad ig80 para aprender, pa ra crescer, e, ma i s a i n d a , para j u ntos exercitarmos as nossas capacidades na construg80 de uma democracia i nterna . Se lutamos pela democracia na sociedade e importante consegu i rmos viver democraticamente . Vivemos a r iqueza da d iferenga de pontos de v ista sem sermos red uc ion istas ! E e por isso que crescemos ju ntos. 0 mesmo processo estamos experi mentando com os nossos colegas presidentes das Segoes atraves da i nstancia chamada Conselho Nacional da ABEn ." (RossI;

1 989 , p . 1 2)

Manifestamo-nos a inda sobre a nossa part ic ipagao enquanto pessoa e enquanto ent idade nos " movi mentos soc i a i s de m u d a nga , como Reforma S a n i tar i a , Const i tu i nte e 0 dos Previdenc iarios e esta mos preocu pados com 0 estabe lec imento do S istema U n ico de Saude , tanto do ponto de vista tecn ico d e competenc ia das nossas categorias , como do ponto de vista da part ici pagao popu lar da sociedade civ i l organ izada , dos trabalhadores e tambem dos usuarios desse sistema . " (Rossl; 1 989 , p. 1 2 ) .

.

Ste l l a Barros a Pres idente da seg u nda gestao do Movi mento Part ic i pagao ass im se expressa ;

"Reconstru i r a pratica de enfermagem passa por rever, repensar e refazer esta pratica ( . . . ) . Se ontem era necessario , hoje se torna imprescind ivel a part ic ipag80 da tota l idade da enfermagem nesse processo , em que cada ator tem sua especific idade nas agoes a serem desenvolv idas. o modelo de ateng80 a saude que propugnamos, deve responder a um projeto de assistencia que garanta a i ntegra l idade das agoes , aqui entendida como a problematica de saude da popu lag80 , e portanto , refer ida a ag ravos a saude , fatores de r isco e determ inantes dos problemas de saude. Como ta l , deve produzir impacto na qua l idade de vida da populag80 . " (Barros, 1 990)

o segu ndo C B E n , XL Congresso da prime i ra gestao do MP rea l izou-se em Be lem do Para , em 1 988 , dentro da mesma or ientagao . Apresentou como tema A Forga de Traba lho na

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ROSS I , M . J . dos S

Enfermagem , cujo p re-cong resso se deu na Semana de Enfermagem teve como tema �nfermagem e Constitu i nte .

N esse Congresso fo i apresentado 0 resu ltado dos "Su bsid ios para a formu la<;ao de uma Poi ft ica de Profiss iona l iza<;ao sem qua l if ica<;ao especffica empregada no setor saude" , para a e labora<;ao do "P lano Nac iona l d e Profiss iona l iza<;ao dos Atendentes" conj u nta mente pe las duas Comissoes de Legis la<;ao (Jorge Lorenzett i ) e de Servi<;o de Enfermagem ( l a ra de Moraes Xavier) com as propostas e nviadas pelas Se<;oes .

Tambem fo i aprovado 0 docu mento " Subs id ios para e la bora<;ao de u ma proposta de Cu rr icu lo M i n i mo para a forma<;ao d e Enferme i ros" formu lado pe la Comissao de Educa<;:ao (Ab iga i l Mou ra Rod r ig ues ) assessorada pel a Com issao de Espec ia l i stas no Ens i no d e Enfermagem d a SESu ,/MEC (Vi lma d e Carva lho) com vistas a elabora<;:ao d a proposta d e Curriculo para a forma<;:ao do Enfermei ro .

Ainda estudamos a q uestao da Residencia em Enfermagem , rea l izamos 0 5° Seminario Nac iona l de Pesq u isa , pub l icamos 0 VI I I vol ume do Catalogo de I nforma<;:oes sobre Pesqu isas e pesquisadores em enfermagem , programamos 0 Guia de Literatura em enfermagem, traduzimos o l ivro de F lorence 'Notes on N u rs ing" e ed itamos j u nto com a Ed i tora Cortez, tres cadernos d e E nfermagem - Normas e cr iter ios d e atua<;:ao d o s enferme i ros , 0 caderno sobre 0 ens ino d e Pas grad ua<;:ao e reed itamos 0 caderno d e V i rg in ia Henderson . (ABEn , 1 988 )

F i na l mente em 1 989 no 41 ° CBEn , e m F lor ianopol is cujo tema fo i Os desafios da Enfermagem para os anos 90 , t ivemos como su b-temas : Rea l idade socio econ6m ica no Bras i l na decada de 80 e perspect ivas para os a nos 90; A s itua<;:ao da enfermagem na d ecada de 80; A saude no Bras i l na d ecada d e 80 e perspectivas para os anos 90 e 0 conhec imento tecn ico c ient ifico da Enfermagem e a prob lematica atual da gestao. Foi uma ava l ia<;:ao do nos so traba lho e propostas de l i n has de or ienta<;:ao para 0 futuro .

A INSTITUCIONALIZACAo DO MOVIM ENTO PARTICIPACAo E A ELEICAo DA MINHA SUCESSORA

E ntendo q u e 0 MP e espa<;:o pr iv i leg iado de d i scussao , de reflexao , de estabe lec imento de novos conceitos , proporc ionando a forma<;:ao de novas op<;:oes de educa<;:ao com seminarios para a mudan<;:a de cu rricu lo para a enfermagem e de uma prat ica hosp ita lar e com u n itar ia engajada no respe ito ao outro , concebendo que 0 i n ter locutor tem ta mbem a lgo a d izer sobre sua vida , sua saude e seu estado de doen<;:a e, ate , sobre sua morte .

U m aspecto que defend iamos ardorosamente e que foi levado a contento foi a p lu ra l idade de concep<;:oes na enfermagem , cons idera ndo-as como uma matriz d isci p l i na r ( Kuhn, 1 975) relativizando as d iferentes concep<;:oes fi losoficas e metodolog icas na enfermagem, entendendo que todas e las poderi am , e podem dar, contr i bu i<;:ao ao conhecimento espec ffico da area , pois nenh u ma das trad i<;:oes tem a v isao g loba l do conhec imento, e , pensando que a Associa<;:ao com essa or ienta<;:ao poderia crescer e dar efet ivamente nova d i re<;:ao a nossa profissao (AB E n , 1 989 ) , entendendo , a i n d a , q u e a "democratiza<;:ao" se da tambem no n ivel d a s ide ias .

Ass i m tambem, ace i te i part ic i par da Comissao Nac iona l da Reforma San itar ia ,9 como representante das enfermei ras e dos enferme i ros . Por estarmos naque le momento ma is mobi l izadas , term ina mos por representar os outros profiss iona is da saude a exce<;:ao dos med icos , enfrentando os i nteresses do setor pr ivado .

Redefi n imos as re la<;:oes da ent idade com as empresas tecnologicas do Setor da Saude , poss ib i l i tando a part ic i pa<;:ao de las com conteudos tecnologicos relevantes para a enfermagem ,

9 A Comissao Nacional de Reforma Samfaria (CNRS) foi responsavel pelo capitulo Saude. l7a Const!luiyao de 1988.

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A prop6sito do movimento . . ,

o que nos causou mu itos problemas com estas empresas , a lgumas delas chegaram , ate mesmo , ao bo icote de suas contr i bu i<;:6es , na compra de "stands" , nos congressos e a espa lhar boatos sobre nos no seio da categori a , evidentemente com 0 a po io da nossa opos i<;:ao .

E las part ic i pava m "dando as cartas" , oferecendo s.orte ios , v iagens e hospedagens para enfermeiras em hoteis de luxe para fins pessoais durante os congressos e , nao, para a participa<;:ao efet iva nas at iv idades c ientif icas e cu l tu ra i s ; se aventuravam tambem a fazer i nd ica<;:ao de conferenc istas e part ic i pa<;:ao ostens iva nas Bancas de J u lgamento de Premios .

Fora m tambem redefi n idos os cr iter ios para as rel a<;:6es i nternaciona is com nossas congeneres no mundo e tambem foi cr iado 0 Forum Nacional de Ent idades . Apesar dos avan<;:os e das propostas a cond u<;:ao desse movi mento , enfrentara m-se mu itas d ificu ldades como 0 corporat iv ismo , a part ic i pa<;:ao de ma ior cont ingente de associados , a presen<;:a de at i tudes rad ica is e at itudes med iadoras e negociadoras entre os membros da propr ia d i retor ia e entre os associados , enfim de i nte lectua is que conduz iam 0 M P, a lem das d ificu ldades nas p rat icas ad m i n istrat ivas , com a pub l ica<;:ao e a democratizar,;ao do saber p rod uz ido . Com todos esses perca l<;:os , fo i i nstaurada a nova situa<;:ao e foram lan<;:adas as bases para uma nova concep<;:ao dessa a rte de cu idar.

A Comissao de Leg is la<;:ao , sob a coordena<;:ao do colega Jorge Lorenzetti rea l izou u m excelente estudo sobre a entao nova L e i do Exerc ic io Profiss iona l , de forma crit ica e bem atua l izada .

Po r motivos fi nance i ros tivemos problemas com a pub l ica<;:ao da REBEn , du rante a nossa gestao cuja coordenadora da Comissao de Pub l ica<;:ao e Documenta<;:ao a colega C le l ia Soares Burlamaque nao deixou de envidar esfor<;:os para ta l , tendo consegu ido publ icar poucos numeros da nossa ReBE n embora os nu meros estivessem prontos para a pub l ica<;:ao .

E de bom tom ass i na la r que , como traba l hamos em conj u nto , 0 traba l ho do Conse lho F isca l m u ito nos ajudou , i nc lus ive com os va rios prob lemas que t ivemos com a nossa sede em B ras i l i a , as reformas que t ivemos que fazer para rac iona l iza- Ia e , ta mbem, com a manuten<;:ao da mesma .

Todas essas i nformar,;6es podem ser encontradas nos documentos existentes nos arqu ivos da nossa sede .

o fi na l do mandato se deu no 4 1 0 CEBEN , em Sa nta Catar ina onde duas cand idatas se apresenta ra m i nternamente , na d i retori a : as co legas Ste l l a Barros , Vice-pres idente e Abiga i l Moura Rodr igues , entao Coordenadora da Comissao de Educa<;:ao . Ambas t i nham votos n a d i retor ia e Ste l l a Barros s a i u como cand idata a s prox imas e le i<;:6es .

Cons ideramos q u e ambas eram excelentes ca nd idatas com uma i mportante ficha de traba lhos prestados a categoria . Mas a colega Ste l la foi vencedora desse momento . Apresentou­se uma outra chapa l iderada pelo enfermeira Lourdes Torres de Cerque i ra de SP, mas a cand idata da Part ic i pa<;:ao fo i a vencedora do p le i to .

Cons iderando ter dado a m inha contr i bu ir,;ao a ABEn , afaste i -me da m i l ita nc ia , d u rante mu ito tempo , para trata r da m inha v ida parti cu la r. Em 1 998 fu i su rpreend ida com a m inha ind i ca<;:ao pe la U n ivers idade de B ras i l i a , apos te r s i de Pro-re itora de Extensao de 93/97 , para compor a Comissao de Especia l i stas do Ens ino de Enfermagem da S ESu/M EC , tendo aceito.

Pe la Portar ia n . 1 46/98 da SESu , de 1 0 de mar<;:o , fu i des ignada membro da Com issao de Especia l istas de Ensino de Enfermagem , com mandato de dois anos com mais tres co legas : Magu ida Costa Stefane l l i , de Sao Pau lo , que dec l i nou i med iatamente , sendo su bst itu ida pel a col ega Mat i lde Me i re M i randa Cadette , de M i nas Gera is ; Maria Jenny S i lva Ara ujo , da Bah i a , que tambem nao aceito u , sendo su bst itu ida pe l a co lega Em i l i a Campos de Carva l ho , de Sao Pau lo ; e C i lene Aparec ida Costard i I de , de Sao Pa u lo .

N ecessar io se faz notar que 0 membro da Comissao res idente em B ras i l i a nao recebe nen h u m jeto n , ou coisa que 0 va l ha , ded icando-se ao traba lho com suas despesas de a l mo<;:o , de tra nsporte , pagas do seu bolso .

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ROSS I , M . J . dos S .

A g rande tarefa dessa Comissao de Especia l istas fo i a pr imorar a proposta de Cr iter ios de Qua l idade para a Ava l iac;ao e Reconhecimento dos Cursos de G rad uac;ao em Enfermagem e esta belecer as O i retrizes C u rr icu la res para 0 Ens ino de G rad uac;ao em Enfermagem , com a nova or ientac;ao do Conse lho Nac iona l de Educac;ao e da nova LOB ( Le i 9394/96) .

A Comissao anterior, p res id ida pela colega Maria Auxi l i adora Cordoba Christofaro i n ic iou , depo is de u m longo tempo de h i bernac;ao das refer idas com iss6es , fez u m tra ba l ho de garimpagem e produc;ao de documentos estabelecendo os Criterios de Qua l idade acima referidos . Tratamos de atua l iza-Ios e de dar uma nova forma . F izemos u m grande esforc;o para a elaborac;ao da proposta q u e , se nao me engano , esta a i nda na i nternet na pag ina da S ESu/M E C .

Sempre c o m as perspectivas de traba lho defend idas d u ra nte a nossa passagem pe lo Movimento Part ic i pac;ao procuramos a Pres idente da AB E n , a co lega Euclea Gomes Va le para u m traba l ho em conj u nto . AAB E n , entreta nto , por mot ivos q u e desconhecemos demorou u m tempo para d a r res posta a nossa so l i ci tac;ao . Ass i m premidas pe lo tempo dado pe la S E S u , so l i c i tamos p e l a i nternet a contr ibu ic;ao d a s escolas de enfermagem pub l icas , pr ivadas e com u n i tar ias 0 mais rap ido possivel e confecc ionamos uma pro posta .

F i n a l mente rea l izamos u m Semi nar io em B ra s i l i a , na sede da A B E n , cujas despesas dos membros que habi tam fora do OF da Comissao foram pagas pela SESu/MEC para a d i scussao do docu mento proposto pe la Comissao sobre as O i retr izes C u rr icu l a res . A reu n iao fo i mu ito tensa e demonstrou pontos de v ista contrad itor ios , de resto como todas as outras reu n i6es que part ic ipe i na ABEn sobre 0 tema . Mas mesmo ass i m aprove itamos dentro do esp i rito do que existe de avanc;o na nova LOB as contri bu ic;6es al i coletadas e em maio de 1 999 produzimos aque le documento que a i nda se encontra na pag ina da SESu na i nternet, estando atua lmente no Conselho Nacional de Ed ucac;ao .

o texto fo i mu ito quest ionado pe la categor ia das enferme i ras l i deradas pe la Com issao de Educac;ao d a AB E n , mas parte dele fo i ap resentado e m uma seg u nda proposta na qua l foram ret i radas as term ina l idades propostas , com a j ustifi cativa de que seri am especia l izac;6es precoces . A outra grande contestac;ao fora em re lac;ao aos C u rsos Seq l.ienc ia is entend ido como u m per igo para as enfermeiras no mercado de traba l ho , ass i m como a d im i nu ic;ao do n u mero tota l de horas do curso de 4 . 000 para 3 . 500 horas .

PALAVRAS FINAlS

F i n a l mente q ueremos afi rmar que todo esse traba lho na ABEn d u rante 0 Mov imento Part ic i pac;ao que hoje esta na sua q u i nta gestao , fo i executado com m u ito a mor e mu ita ded icac;ao . Achamos que a lgu mas pr ioridades devem ser retomadas , mas afina l de contas todo movi mento po l it ico ou associat ivo tem suas d if icu ldades e seus momentos de ascensao. Esperamos que a categor ia cont i nue a prestig i a r e a contr i b u i r com as abnegadas que se d isp6em a traba lha r a frente da ent idade que e mu ito pesado e mot ivo de ren u nc ias seg u idas , de vid a , de conforto e de vivencia com a fam i l i a .

Queremos ta mbem agradecer a co lega Pres idente da AB E n , Euc lea Gomes Va le que n u m gesto democratico e de mu ita sens ib i l idade sol ic i tou-me esse re lato . Quero agradecer as colegas q u e t iveram acesso ao texto pe l a pac ienc ia e ta mbem d izer q u e se om it i mu ita co isa , e , por certo isso aconteceu , fo i por d ificu ldades m inhas em ver os fatos de forma ma is g loba l , em bora tenha mos fe ito u m esforc;o de memor ia e de objet iv idade .

ABSTRACT: Th is study reports the trajectory o f t he Part ic i patory Movement ( M P ) , which was created i n opposit ion to the po l icies carried ou t by the Brazi l i an Associat ion of N u rs ing (AB E n ) . Th is art ic le , written by the fi rst president e lected of the "part ic i patory" movement , presents the pri nci p les of the move m e n t , its o rg a n i zat i o n , the stru g g l e for l eadersh i p , a n d the work deve l o ped i n the f i rst

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A prop6sito do movimento . . .

a d m i n istrat io n .

KEYWORDS: partici pation movement, n u rs ing pol ic ies , ABE n , h istory of nu rs ing

RESUM E N : Relata la trayectoria del Movim iento Part ic ipaci6n ( M P ) nac ido en la enfermeria brasi lefia en oposici6n a las pol ft icas practicadas por la Asociaci6n Bras i lefia de E nfermeria (ABEn ) . Articulo escrito por l a pr imera p res identa del MP e n e l que se presentan las bases del movim iento , su organ izaci6n , la lucha para la conqu ista de l poder y e l trabajo desarro l lado por la pr imera gesti6n .

PALABRAS CLAVE: movimiento part ic ipaci6n , pol ft icas de enfermeria , ABEn , h istoria de la enfermeria

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