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Superfície: 1.350 km2
Volume: 29 bilhões de m3
Vazão média: 10 mil m3/sComprimento: 176 km
Área protegida: 100,5 mil ha
O reservatórioda Itaipu
“Gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental,
impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico,
sustentável, no Brasil e no Paraguai”
A missão institucional da Itaipu
A mudança na missão institucional da Itaipu Binacional,
promovida em 2003 e que incorporou a responsabilidade
socioambiental e o desenvolvimento sustentável aos
objetivos estratégicos da empresa, passou a exigir da
organização uma nova postura, aberta ao diálogo e à parceria
com os inúmeros atores presentes nos 29 municípios
compreendidos pela Bacia do Paraná 3 (conjunto de
microbacias conectadas com o lago da hidrelétrica).
Essa mudança de paradigma se passa em um período de
inquietação, com a divulgação crescente de evidências
de que a atividade humana tem sido responsável pelo
agravamento das mudanças climáticas em escala planetária.
A crise ambiental global tem impactos diretos sobre as
populações humanas, com consequências para a produção
de alimentos, abastecimento de água e geração de energia.
Todas essas são questões em que o elemento água, principal
ativo da Itaipu, tem um papel central. O reservatório da
hidrelétrica tem 176 quilômetros de comprimento ao longo
da fronteira entre Brasil e Paraguai, entre Foz do Iguaçu/
Ciudad del Este e Guaira/Salto del Guaíra. Ali são estocados
permanentemente 29 bilhões de metros cúbicos de água,
utilizados para movimentar 20 turbinas que somam 14 mil
megawatts de potência instalada e que respondem por 20%
do fornecimento de energia para o mercado brasileiro e 95%
para o paraguaio.
O reservatório é utilizado para múltiplas finalidades além da
geração energética: lazer, turismo, pesca e abastecimento
público. Portanto, à responsabilidade da Itaipu de zelar pela
A humanidade encontra-se diante de uma das mais graves
crises da história, que está intimamente ligada ao modo de
vida insustentável adotado pela civilização contemporânea.
Esse modo de vida, calcado na produção e no consumo
sem limites (pois vê o planeta como provedor de recursos
naturais infindáveis), vem provocando impactos em todos
os pontos do globo, com consequências para os seres que
compõem a comunidade de vida da Terra.
Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas
(IPCC), ligado ao Programa das Nações Unidas para o Meio
Apresentação Problemas globais e desafios locais
qualidade dessa água deve somar-se o cuidado daqueles
que vivem em todas as microbacias do entorno. Nesse
caso, estamos falando de uma população de cerca de 1
milhão de habitantes, espalhados por uma área de 8 mil
quilômetros quadrados e onde estão localizadas 35 mil
propriedades rurais.
Assim, para ser eficiente, um programa socioambiental que
tenha como objetivo alcançar o estado de sustentabilidade
da região em que está instalada uma hidrelétrica precisa
trabalhar com a problemática socioambiental desde as
nascentes dos rios, promovendo uma ampla revisão de
valores e dos modos de ser e sentir, viver, produzir e
consumir, em todo o seu entorno.
Ou seja, trata-se de estimular uma verdadeira revolução
cultural, substituindo os velhos hábitos decorrentes da
ilusão de que os recursos naturais são inesgotáveis
por práticas sustentáveis – como a reciclagem, o
tratamento de efluentes, a recomposição das matas
ciliares, a proteção da biodiversidade, a substituição
da monocultura agrícola (altamente dependente de
agrotóxicos) por técnicas agroecológicas, entre outras – e,
fundamentalmente, fortalecer e apoiar as pessoas para
que façam a gestão ambiental de suas comunidades, para
que os ganhos em qualidade social e ambiental sejam
preservados não pelas imposições legais, mas sim pelos
benefícios que geram para a população local, para as
gerações futuras e para o planeta.
Ambiente (Pnuma) e à Organização Meteorológica Mundial
(WMO), as atividades humanas têm sido um fator determinante
para o aumento da temperatura média da Terra. Os relatórios do
IPCC são baseados na revisão de pesquisas de 2.500 cientistas
de todo o mundo. Em 2007, foi lançado o quarto e mais
contundente relatório que afirma, com 90% de certeza, que a
humanidade é a principal responsável pelo aquecimento global.
O resultado desse aquecimento é a desordem climática
global, que se manifesta no derretimento das geleiras, na
elevação do nível dos mares e intensidade cada vez mais
“Uma enquete feita com 1.756 cientistas pelo jornal britânico The Guardian revelou que 90% deles não acreditam que será possível evitar um aquecimento global acima de 2 graus celsius – um limite do tolerável sem consequências catastróficas. Eles estimam que o aumento médio de temperatura até o final do século ficará entre 4 e 5 graus”
54
severa e frequente de fenômenos climáticos extremos, como
tufões, nevascas, estiagens ou excesso de chuvas, que têm
graves consequências para a humanidade, especialmente no
que diz respeito à sede, fome, doenças e mortes.
Para garantir a qualidade de vida atual, é preciso que o
aumento da temperatura média do planeta não ultrapasse
2 ºC em relação aos níveis pré-industriais. Para isso, a
humanidade terá de reduzir a emissão de gases do efeito
estufa entre 25% e 40% até 2020, em relação aos níveis
de 1990.
Ao aquecimento global, somam-se outros desastres e
desequilíbrios que vêm sendo provocados pelo homem,
tais como:
• Esgotamentodasreservasdeáguapotável;
• Buraconacamadadeozônio;
• Aumentodapoluiçãohídrica,atmosféricaedossolos;
• Aumentodosresíduossólidos(lixos);
• Desmatamento;
• Erosão/desertificação/exaustãoedegradaçãode
soloscultiváveis;
• Extinçãodeespéciesdafloraefauna;
• Ainjustiça,apobreza,aignorânciaeosconflitos
violentossãotambémcausasdegrandesdesequilíbrios
eagravamosproblemassociaiseambientais.
Na prática, o Cultivando Água Boa é uma estratégia local
de enfrentamento da crise ambiental global, em especial as
mudanças climáticas. Na Bacia do Paraná 3, os principais
passivos existentes conectados com essa problemática
planetária são os decorrentes das atividades agropecuárias,
da ocupação territorial e consequente devastação dos
ecossistemas, além da contaminação pelos esgotos e lixo
produzidos nas cidades. Os efeitos mais evidentes desses
processos são:
• Contaminaçãodosrios,solos,sereshumanoseanimais
poragrotóxicos;
• Perdadesolospelaerosão,levandoàsedimentação
doscorposd’águaeàperdadeprodutividadeagrícola;
• Acúmulodematériaorgânicanosrios,provocando
eutrofização(surgimentodealgasebactériastóxicas,
favorecendoaformaçãodepântanoseaemissãode
gasesdeefeitoestufa);
• Perdadabiodiversidadedecorrentedodesmatamento
edesaparecimentodeespéciesanimais.
Agrotóxicos AgrotóxicosEutrofização
Enchentes
Contaminaçãodosrios
Erosão
Planejamento, modelo de gestão e metodologia de implantação
O Cultivando Água Boa é a estratégia que a Itaipu adotou
para dar uma contribuição local ao enfrentamento das
mudanças climáticas e demais desequilíbrios ambientais que
vêm sendo provocados pelo homem.
Para atingir seus objetivos socioambientais, a Itaipu adotou
para si o papel de indutora de um verdadeiro movimento
cultural rumo à sustentabilidade, articulando, compartilhando,
somando esforços e dividindo responsabilidades com os
diversos atores da BP3 em torno de uma série de programas
e projetos interconectados de forma sistêmica e holística,
e que compõem o Cultivando Água Boa. Eles foram
criados à luz de documentos planetários como a Carta da
Terra, o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades
Sustentáveis, a Agenda 21 e os Objetivos do Milênio.
As ações seguem um modelo de gestão calcado em quatro
componentes estratégicos: Gestão por Programas, Gestão
da Informação Territorial, Gestão Ambiental e Gestão
Participativa. Para a Gestão por Programas, optou-se pela
metodologia do Project Management Institute (PMI) para
a elaboração de projetos socioambientais, que lança mão
76
do conceito de matricialidade, procurando obter recursos e
talentos humanos das diversas estruturas da organização,
com o máximo de sinergia e economicidade.
A Gestão da Informação Territorial compreende um conjunto
de tecnologias, algumas delas desenvolvidas pela própria
Itaipu, para fazer o monitoramento das condições ambientais
das microbacias, chegando muitas vezes ao nível de
detalhamento de cada propriedade rural. A confiabilidade
das informações é fundamental para o planejamento das
atividades de recuperação dos passivos.
A Gestão Ambiental é calcada nas normas ISO 14.001,
principalmente no que diz respeito ao ciclo PDCA (do inglês:
planejar, fazer, checar e agir). Essa metodologia permite um
acompanhamento constante da eficácia das ações, gerando
eventuais correções simultaneamente à execução do projeto.
Por fim, a Gestão Participativa, que é indissociável da
implantação de um programa socioambiental. A participação
coletiva fica evidente no número de parcerias: passados sete
anos desde sua implantação, o Cultivando Água Boa soma
mais de 2.100 parceiros como lideranças comunitárias e
cooperativas agrícolas, Organizações Não Governamentais,
órgãos municipais, estaduais e da União.
Para envolver todos os atores sociais da BP3, foi feito um
amplo chamamento, constituindo-se comitês gestores para
todos os programas e ações. Além disso, em cada município,
foi instituído por lei o Comitê gestor do Cultivando Água
Boa. Seus membros são designados por decreto municipal
e constituem subcomitês específicos para as ações a serem
desenvolvidas no município, como agricultura orgânica, coleta
solidária, plantas medicinais e outras.
Além disso, na ação Gestão por Bacias Hidrográficas, o programa
Cultivando Água Boa adotou uma forma descentralizada e
participativa de gestão, que respeita a organização da natureza
e é reconhecida como unidade de planejamento e gestão dos
recursos hídricos no Brasil pela Lei nº 9.433, de 1997. Ou seja,
é a gestão por bacia, sub-bacia e microbacia hidrográfica. Sua
implantação obedece às seguintes etapas:
Criação do Comitê Gestor da MicrobaciaÉformadoporrepresentantesdosdiversos
programassocioambientaisdaItaipu,
representantesdosgovernosmunicipal,estadual
efederal,cooperativas,sindicatos,entidades
sociais,universidades,escolaseagricultores.
Sensibilização das comunidadesEncontrosemqueseexplicaoqueéo
programa,alertandoparaaimportânciade
práticasambientalmentecorretas.
Seleção da microbaciaÉfeitaapartirdodiálogocomacomunidade,
autoridadeseliderançaslocais.
1
3
2
Oficinas de FuturoProcessodeautodiagnóstico,planejamentoda
comunidadeepactuaçãodecompromissospara
asustentabilidade.TemcomoetapasoMurodas
Lamentações,aÁrvoredaEsperança,oCaminho
AdianteeoPactodasÁguas.Mais informações
na página 15.
4
Convênios e acordosApósaconclusãodaoficina,comaassinatura
doPactodasÁguas,aItaipu,aprefeituraeos
demaisparceirosassinamosconvênioseoutros
instrumentosemquesãoestabelecidasas
condiçõeseascontrapartidasdaspartespara
viabilizaraexecuçãodasaçõesdecorreçãodos
passivosambientais.
5
Ajuste de parceriasAntesdaexecuçãodasações,sãorealizados
encontrosentreosparceirosparaquesejamfeitos
ajustesreferentesàparticipaçãodecadaum.
6
Futuro no presenteAçãodesensibilizaçãoqueépromovidadurante
eapósaexecuçãodosprojetos,paradespertaro
cuidadocomopatrimônionaturalqueestásendo
recuperado,enfatizandoopapeldocomitêgestor
comoespaçolegítimoparaoplanejamento,
execução,monitoramentoeproposiçãode
açõesparaamelhoriacontínuadaqualidade
socioambientaldasbaciashidrográficas.
7
MurodasLamentações
ÁrvoredaEsperança
CaminhoAdiante
98
A educação ambiental como motor da mudança
A gênese de toda a problemática ambiental é decorrente de um modelo de sociedade em que o ter se
sobrepõe ao ser, e o status quo e o imaginário do bem-estar estão vinculados à capacidade de consumir.
Portanto, um movimento de sustentabilidade como esse promovido pelo Cultivando Água Boa deve estabelecer
seus alicerces em mudanças nos modos a seguir.
• Aconstruçãodoprograma,apesardesuaestrutura dorsal estar definida, é feita coletivamente com os atores participantes, que passam a se caracterizar como parceiros, já que não são remunerados por sua participação.
• Aconstruçãocoletivasedápelaformaçãode um comitê gestor de cada programa (externo). Em uma primeira fase, para se obter sinergia organizacional, deve haver um comitê correspondente dentro da organização líder (no caso a Itaipu), além de um comitê gestor geral.
• Aexecuçãodevepriorizareestabeleceranecessária participação dos atores sociais regionais formalmente instituídos, como ONGs, associações, cooperativas, governos locais etc. Caso seja necessário buscar expertise externa, o processo deve prever a absorção desse know-how pelos atores sociais locais.
• Aconstruçãodosprogramaseaçõespara que constituam um movimento pela sustentabilidade deve ter uma articulação sistêmica e uma visão de futuro. Deve, portanto, oportunizar o surgimento de novas ações, fruto da iniciativa dos atores sociais envolvidos.
• Aavaliaçãodoprogramadeve,domesmomodo, ser coletiva. Em um primeiro momento, isso ocorre no comitê, em um segundo momento, nos municípios e, em um terceiro, no nível da bacia hidrográfica (nos encontros anuais Cultivando Água Boa).
• Oprogramadeveoportunizaraparticipação de todos os atores sociais organizados, independentemente de seu porte, natureza, valores, crenças ou orientação político-partidária.
Princípios metodológicos do Cultivando Água Boa
O papel da Itaipu
Somaresforços
DividirresponsabilidadesCompartilhar Articular
1110
Sempre que se fala em mudança cultural, é preciso ter ciência de que o primeiro passo é
sensibilizar as pessoas, isto é, tornar a causa parte dos seus valores, despertá-las para a ética
do cuidado e o sentimento de compromisso.
Em termos práticos, uma mudança do modo de ser e de viver só é possível a partir da
adoção de formas de produção sustentáveis. Isso quer dizer utilizar os recursos que a
natureza oferece com responsabilidade e, em contrapartida, garantir um ambiente saudável
ao meio para que ele renove seu ciclo naturalmente. O programa Cultivando Água Boa
fornece às comunidades o conhecimento, as ferramentas e as tecnologias necessárias para
que essa relação sustentável seja estabelecida.
A sensibilização das comunidades é necessária para que se estabeleça uma nova relação do
ser humano com o seu meio. Ao sensibilizar as pessoas sobre seu pertencimento ao planeta,
ao meio ambiente, elas passam a entender a relação de interdependência existente. O que
fazemos ao planeta estamos fazendo a nós mesmos. Ter conhecimento sobre isso implica uma
nova forma de viver, uma nova forma de se relacionar com a natureza.
Na ponta do processo de uma cultura voltada à sustentabilidade está a conscientização sobre o
consumo. Afinal, também faz parte de uma atitude ambientalmente consciente saber consumir
com responsabilidade, atentando para a origem dos produtos e seu ciclo de vida. Por isso,
o Cultivando Água Boa se preocupa em informar e capacitar as pessoas a respeito do tema,
inserindo no dia a dia das comunidades atitudes como reaproveitamento de embalagens,
reciclagem, eliminação do desperdício e correta destinação de resíduos.
De Ser e SentIr De prODuzIrDe vIver De COnSuMIr
1312
Por estar fundamentado nessas propostas de mudanças, o Cultivando Água Boa tem na
educação ambiental um de seus principais eixos, que é transversal aos demais programas e que
está em permanente diálogo com todos os atores que fazem parte da iniciativa, como gestores
públicos, acadêmicos, agricultores, pescadores, catadores de material reciclável, lideranças e
moradores das comunidades lindeiras em geral.
Assim, é necessário buscar uma aproximação com as lideranças comunitárias e os diferentes
segmentos sociais e econômicos. Essa fase exige cuidados redobrados como o planejamento,
para definir qual a melhor abordagem para cada um deles, e o dia da semana e o horário para
mobilizar determinado público. Esse fatores passam a ser questões estratégicas. O mapeamento
de parcerias também é fundamental para o sucesso do programa.
A educação ambiental, portanto, desempenha um papel que vai muito além da sensibilização,
que nada mais é do que um passo inicial, uma porta que é aberta. A seguir, são socializados
conhecimentos que, por meio de um processo dialógico de ação-reflexão, são transformados
em saberes e práticas que, por sua vez, contribuem para a transformação dos indivíduos,
necessária para a tão desejada consolidação da sustentabilidade.
O objetivo da Educação Ambiental é formar e sensibilizar pessoas e grupos sociais para
atuar, autoeducar e contribuir na formação do outro, potencializando o papel da educação
nas mudanças rumo à sustentabilidade, em uma perspectiva crítica, transformadora e
emancipatória. Daí a importância de processos continuados de Formação de Educadores
Ambientais (FEA). Ela segue a metodologia da Pesquisa-Ação-Participante (PAP), também
conhecida como Pessoas que Aprendem Participando, composta de círculos de diálogos
que vão se ampliando. A cada círculo, mais e mais pessoas são agregadas ao movimento,
multiplicando os saberes e cuidados socioambientais.
O PAP 1 é formado pela equipe idealizadora (Ministérios do Meio Ambiente e da Educação);
o PAP 2, ou o Coletivo Educador, conta com 35 instituições parceiras; o PAP 3 é o processo
formativo de educadores ambientais que já capacitou 274 pessoas na Bacia do Paraná 3 e
atualmente estão em formação 250 pessoas. Esses educadores desencadearam o PAP 4, com
157 comunidades de aprendizagem, totalizando 2.757 habitantes da região.
Em todas as microbacias, a educação não-formal ocorre através das Oficinas de Futuro, que
são inspiradas nos conceitos de Paulo Freire. Trata-se de um diagnóstico participativo, em que
a comunidade é estimulada a pensar sobre sua condição, imaginar o futuro que deseja e pôr
em prática soluções para os problemas que enfrenta. No Cultivando Água Boa, essa prática foi
batizada de Agenda 21 do Pedaço e é dividida em quatro etapas.
A primeira delas é o Muro das Lamentações, em que toda a comunidade dialoga sobre os
problemas socioambientais. Em seguida, passa-se para a segunda fase, a Árvore da Esperança,
em que os participantes explicitam o que sonham para o lugar onde vivem. Na terceira etapa,
o Caminho Adiante, são definidas as metas para as ações corretivas e, por fim, é celebrado
um compromisso de cuidado com as águas, o Pacto das Águas, em que a comunidade, as
lideranças e o poder público selam uma parceria em prol da sustentabilidade.
As ações voltadas à rede formal de ensino também têm em vista o caráter multiplicador e são
desenvolvidas pela Rede de Educação ambiental Linha Ecológica. Afinal, são 130 mil alunos
na rede pública de ensino, nos 29 municípios, com o potencial para desempenhar um papel
educativo junto a suas famílias. Essas ações compreendem a capacitação de professores,
distribuição de materiais didáticos, apresentações de teatro, formação continuada para
nutricionistas e merendeiras e criação do 2° Concurso de Receitas Saudáveis da BP3, com
participação de 510 merendeiras, que resultou na seleção de 58 receitas para serem adotadas
nas escolas e compiladas no 2° Caderno de Receitas Saudáveis da BP3 − Edição Orgânicas.
transversalidade Formação de formadores educação nas microbacias rede formal de ensino
1514
Igualmente importante é o papel da Educação ambiental voltada para o público interno da
Itaipu. O objetivo é promover a mudança cultural conectada à nova missão da empresa.
Atualmente, 50 facilitadores fazem parte da Rede Interna de Educadores, estimulando a
mudança de atitude em atividades cotidianas, como a coleta seletiva de lixo, a substituição de
copos plásticos, o uso de papel reciclável, entre outras.
O programa dedica também um olhar diferenciado às comunidades do entorno da usina,
através de um trabalho desenvolvido nas estruturas educadoras: Ecomuseu de Itaipu e
Refúgio Biológico Bela Vista. Esse trabalho compreende atividades educativas voltadas ao
público escolar e moradores.
Apesar de haver resultados quantitativos da Educação ambiental (veja quadro ao lado), são os
resultados qualitativos que demonstram a vitalidade do programa e que ficam evidentes a partir
dos sinais de sucesso de outras ações do Cultivando Água Boa. Quando, por exemplo, várias
pessoas se candidatam para fazer voluntariamente o monitoramento da qualidade da água em
uma microbacia, esse é um resultado positivo. O mesmo ocorre quando, após uma ação de
sensibilização, os agricultores demonstram interesse em fazer a conversão de sua propriedade
para a agricultura orgânica ou de promover a recuperação de passivos ambientais.
Outro resultado marcante está no fato de que a maioria dos Comitês Gestores da Bacia do
Paraná 3 conta com pessoas que passaram pelos processos formativos do programa de
Educação Ambiental do Cultivando Água Boa. Há também vários casos de prefeitos, secretários
e vice-prefeitos da região que também participaram dessas ações de formação.
Todas essas ações são articuladas por 60 gestores de educação ambiental e pelos Coletivos
Educadores Municipais que atuam diretamente nos municípios, com o objetivo de promover o
enraizamento dos diversos processos educativos do programa, dando bases para a criação e o
fortalecimento de políticas públicas.
educação corporativa
educação ambiental nas estruturas educadoras
Alguns resultados qualitativos
Oficinas de Futuro 225
Pactos das Águas realizados 43
Quantidade de participantes nos pactos 17.432
Implantação do projeto Formação de Educadores Ambientais – FEA (Itaipu, MEC, MMA e IBAMA):
•Municípiosdeabrangência 34
•Instituiçõesparceiras(PAP2) 57
•Educadorescapacitados(PAP3) 274
•Comunidadesdeaprendizagem 150
•Integrantesdascomunidadesdeaprendizagem(PAP4) 2.757
•Representantesdeinstituiçõesemprocessodecapacitação 80
Educação ambiental nas unidades do complexo turístico (pessoas atendidas/ano) 3.069
Oficinas Carta da Terra 65
Comitês Gestores formados (municípios e assentamentos) 29
Convênios formalizados 67
Parceiros envolvidos 2.146
Parceiros envolvidos nos Comitês Gestores de Microbacias e Pacto das Águas 1.633
Alunos sensibilizados através do trabalho com a Cartilha Mundo Orgânico 94.311
Apresentações da peça teatral “A Matita” 481
Professores capacitados no curso Consumo Consciente/Cartilha Mundo Orgânico 311
Coletivo educador municipal implementado 29
Hortas orgânicas escolares 218
Hortas orgânicas familiares 1.280
Merendeiras e nutricionistas em formação 182
Merendeirasparticipantesdoconcurso“ReceitasSaudáveisdaBP3”:
•Merendeiraspremiadas 107
•Receitasselecionadasparapublicaçãoemcaderno 56
•CadernopublicadoReceitasSaudáveisdaBP3 1
Coletivo educador municipal implementado 29
Gestores de Educação Ambiental 70
Oficinas Futuro no Presente 39
Oficinas de Ecopedagogia para professores 38
Participantes na Oficinas de Ecopedagogia 1.028
Formaçãodeeducadoresambientais
OficinadeFuturo
ConcursoReceitasSaudáveisdaBP3
Resultados da Educação Ambiental
1716
2003
• CriaçãodaRededeEducaçãoambiental–Linha
Ecológica,emparceriacomoConselhode
DesenvolvimentodosMunicípiosLindeirosao
LagodeItaipu,comatuaçãonos16municípios
pertencentesaoConselho.
• Definição,pormeiodeplanejamentoestratégico,dos
eixosdeatuaçãodoProgramadeEducaçãoAmbiental,
sendoeles:formal,nãoformaleinformal.
2004
• AmpliaçãodaáreadeatuaçãodoProgramade
Educaçãoambientalparaos29municípiosdaBP3.
• ImplementaçõesdeaçõesdeEducaçãoambiental
eminterfacecomoProgramadeGestãoporBacia
Hidrográfica,desenvolvidonasmicrobacias–Oficinas
deFuturo.
2005
• IníciodosdiálogoscomoMMA,MECeparceiros
regionaisparaconsolidaçãodoProgramadeFormação
deEducadoresAmbientais(FEA),naBP3.
• ConsolidaçãodaRedeInternadeEducadoresAmbientais.
• FormaçãodoColetivoEducadordaBP3eEntorno
doParqueNacionaldoIguaçueconstruçãodo
processoformativo.
2006/2007
• Implementaçãodoprocessoformativodeeducadores
ambientaisnaBP3eEntornodoParqueNacionaldo
Iguaçu,comrepresentaçãodosdiversossegmentos
sociaisdaregião.
• ConsolidaçãodaRedeCorporativanaIB,promovendo
odiálogoentreosprogramascorporativos.
• Fortalecimentodoprocessoformativodeprofessores,
alunosemerendeirasdasescolasdaBP3.
• LançamentodolivroCírculosdeAprendizagem
paraSustentabilidadedoProgramadeFormação
deEducadoresAmbientaiseCadernodeReceitas
SaudáveisdaBP3.
2008
• Fortalecimentodasatividadesdeeducaçãoambiental,
desenvolvidasnasEstruturasEducadoras.
• Consolidaçãodascomunidadesdeaprendizagemnos
municípios,resultadodoProgramadeFormaçãode
EducadoresAmbientais–FEA.
• ConstruçãoparticipativadaCartaPactodos(as)
Educadores(as)AmbientaisdaBP3eEntorno
doParqueNacionaldoIguaçu,buscandoo
comprometimentodoscandidatosecandidatasàs
prefeiturasmunicipaiscomaeducaçãoambiental.
Fatos em Destaque
2003:criaçãodaLinhaEcológica
2004:palestradeLeonardoBoffemToledo
2005:formaçãodoColetivoEducadordaBP3
Fatos em Destaque
• Realizaçãodevisitastécnicasaosprojetos
socioambientaisdaBP3comcolaboradoresdabacia.
2009
• NomeaçãodeGestoresdeEducaçãoambientalnos29
municípiosdaBP3,compapeldearticular,mobilizare
fazeragestãodasaçõesdeEAnosmunicípios.
• ImplementaçãodosColetivosEducadoresMunicipais.
• AmpliaçãodoProgramadeFormaçãodeEducadores
Ambientais,comoenvolvimentodenovosatoressociais.
• Lançamentodo2ºConcursodeReceitasSaudáveisda
BP3,quepassaatercomoenfoqueousoexclusivode
produtosorgânicos.
2010
• CaminhadadaSustentabilidademobilizamaisde20
milpessoasnos29municípiosdabacia.
• MulticursoÁguaBoa,emparceriacomaFundação
RobertoMarinho,capacita700pessoasnaregião,entre
técnicosambientais,líderescomunitárioseeducadores.
• CABéapresentadonos10anosdaCartadaTerra,
naHolanda.
2009:implantaçãodosColetivosEducadoresnaBP3
2008:visitatécnicaàmicrobaciaGavirova(SantaTerezinhadeItaipu)
2010:aberturadoMulticursoÁguaBoa
2010:CaminhadapelaSustentabilidade
2010:CABéapresentadonos10anosdaCartadaTerra
18 19
Gente que cultiva água boa
“Participardoprojeto
CultivandoÁguaBoaéfazer
partedeumadasrevoluções
maissignificativasdoséculo
21.Vejoissonãopelasua
grandiosidade,massim
pelospropósitos,pelos
fundamentoseespecialmente
pelasmetodologiasutilizadasnaidentificação,
planejamentoeexecuçãodasações.”
Edson Gavazzoni
Educador Ambiental e Tutor do Multicurso Água Boa
Cascavel
“Participardasatividades
socioambientaisdoPrograma
CultivandoÁguaBoatem
sidoalgomuitogratificante.
Atravésdelasfortaleço
conceitossobreoscuidados
quedevemostercoma
vidanoPlanetaTerra,em
umsentidomaisamplo,semeandonovasideiase
percebendoquemuitasdelasestãosendocultivadas.”
ProfessoraLeoniceSolangeLenz
Escola Municipal Vitorino Barbiero - Coordenadora Municipal
do PAP3
São Miguel do Iguaçu
“Esseéumtrabalho
gratificante,poisfazemos
partedestateiadavida.Eu
perceboanecessidadede
envolvercrianças,jovense
atéosidososnessetrabalho,
poisesseencontrocoma
naturezanoslevaàreflexão.
Realmente,aescolaéaculturadasustentabilidade,éo
aprenderfazendojunto.”
JaneteSilvaHackl
Professora e integrante do PAP3
Altônia
“Descobriaforçadocoletivo,
equetantooutalvez
maisimportantequeesse
envolvimentocomascrianças
éamudançadenossas
atitudes,percebendoque
pequenasaçõespodemnos
levaragrandesrealizações.”
Luiz Alberto Trentin
Gestor de Educação Ambiental de Marechal Cândido
Rondon - PR
Diretor de Meio Ambiente
“OColetivoEducadordeMissal
temumpapelimportantena
articulação,planejamentoe
desenvolvimentodasações
socioambientaisdoCultivando
ÁguaBoaedomunicípio.
Atuasensibilizandoosalunos
quantoàimportânciadaágua,
participandodemobilizaçõesdapopulaçãoparaasolução
dosproblemasambientais.”
Eurides Griebeler
Participante do Coletivo Educador Municipal
Missal
“Estimularoscolegasde
trabalhoàreflexõese
mudançadehábitosnãoé
fácil,masosresultadossão
muitocompensadores.Isso
podemosvernosrelatórios
daempresa,comnúmeros
significativosderedução
decoposdescartáveis,papéisedestinaçãocorretade
resíduosproduzidos.Écomsatisfaçãoquepertençoàrede
corporativadeeducadoresambientaisdanossaempresa!”
SamaraDiniz
Departamento de Obras da Central - Itaipu Binacional
Gestão por Bacias Hidrográficas
Na ação Gestão por Bacias Hidrográficas, o programa
Cultivando Água Boa adotou uma forma descentralizada e
participativa de gestão, que respeita a organização da natureza
e é reconhecida como unidade de planejamento e gestão dos
recursos hídricos no Brasil pela Lei nº 9.433, de 1997. Ou
seja, é a gestão por bacia, sub-bacia e microbacia hidrográfica.
Sua implantação obedece às etapas já descritas na página 10.
A partir da implantação do programa, o comitê gestor discute e
define coletivamente quais são as prioridades da comunidade
e, com base no diagnóstico ambiental põe em prática as
ações corretivas. A Bacia do Paraná 3 é uma região fortemente
dedicada à agropecuária e à agroindústria, constituindo um dos
principais polos desse setor no país. Destacam-se a produção de
soja e milho (utilizados como ração), a suinocultura, a avicultura
e a pecuária leiteira. O rebanho de suínos, por exemplo, é
superior a 1 milhão de cabeças e a quantidade de aves chega a
30 milhões, o que resulta em diversos impactos ambientais.
Portanto, as ações corretivas na região consistem principalmente
na conservação de solos, na readequação de estradas rurais
(reduzindo o aporte de sedimentos das vias para os rios), na
2120
adoção de medidas de saneamento rural (como a implantação
de abastecedouros comunitários, reduzindo a contaminação
dos recursos hídricos por agrotóxicos), na correção de passivos
ambientais nas propriedades, no tratamento de efluentes e na
recomposição e proteção das matas ciliares.
Essas ações, além de serem definidas e realizadas em
parceria com a comunidade, seguem uma metodologia de
planejamento e execução cujas principais atividades são:
• AelaboraçãodosPlanosdeDesenvolvimento
Sustentáveldaunidadefamiliar;
• Aelaboraçãodosinstrumentoslegaisparaaexecução
físicaefinanceiradasatividades.
• AelaboraçãodoDiagnósticoAmbientaldaMicrobacia,
apontandoasaçõesnecessáriastantocoletivas(como
aproteçãoeisolamentodasmatasciliares)quanto
individuais(correçãodepassivosespecíficosdentrode
umapropriedaderural);
• AelaboraçãodosPlanosdeControleAmbiental(PCAs)
paraaspropriedadesrurais;
• Odiagnósticodossistemasdeprodução;
Para que os resultados sejam duradouros, a educação
ambiental precisa estar presente ao longo de todo o
processo, desde a seleção da microbacia à correção dos
passivos, passando pela criação, implantação e atuação
efetiva do comitê gestor.
2322
Reuniõesdesensibilização 96
Participantes nas reuniões 7.200
Microbacias trabalhadas 127
Estradas adequadas 492 km
Cascalhamento 437 km
Conservação de solos 7.170 ha
Cercas para mata ciliar 832 km
Abastecedouros comunitários concluídos 117
Distribuidores de dejetos entregues 137
Diagnósticos e projetos de adequação de propriedades elaborados 5.213
Diagnósticos e projetos de adequação de propriedades em elaboração 2.230
Produtores e técnicos capacitados (total) 1.053
Produtores/técnicos capacitados em plantio direto e culturas alternativas 937
Técnicos capacitados em produção de sementes e mudas 116
Dejetos distribuídos adequadamente 90 mil ton
Destinação adequada de embalagens de agrotóxicos 446 ton
Professores/alunos capacitados em elaboração de projetos de adequação ambiental 300
LivroPublicado(Itaipu/Iapar)sobreSistemaPlantioDiretocomQualidade 1
Calçamento poliédrico 26 km
Terraceadores repassados 6 unidades
Sementesdecoberturarepassada(apoioaoplantiodireto) 98.000 kg
PCAs (Planos de Controle Ambiental) elaborados 5.581 propriedades
Microbacias trabalhadas:
•Concluídas 21
•Conveniadas,sendotrabalhadas 97
Estradaruralreadequada
Equipamentosparamicrobacias
Abastecedourocomunitário
Resultados da Gestão por Bacias Hidrográficas
“Mesmoantesda
institucionalizaçãodos
instrumentosdegestão
previstosnoPlanode
Bacia,noâmbitodaBacia
HidrográficadoParaná3,um
conjuntodeatividadeseações
desenvolvidaspeloPrograma
CultivandoÁguaBoadaItaipuBinacionalemparceria
comórgãospúblicos,municípios,empresasesetores
dasociedadecivilorganizadapromovemaproteçãodas
águascomumasériedeprogramaseações”.
Adir Airton Parizotto
Chefe Regional da SEMA e Presidente do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Paraná 3
“AGestãoporBaciasé,semdúvida,oprogramamais
importantedentrodoCultivandoÁguaBoa,devido
aoimpactogeradonacomunidadeporsuasgrandes
obras.OvalorrepassadopelaItaipuBinacionalpara
readequaçãodamicrobaciasuperatodososoutrosjá
repassadosporoutrosórgãosdegovernoparaaplicação
nazonarural”.
Carlos Albuosi
Altonia Paraná
“OProjetodeLeiqueinstitucionalizouoComitêGestor
doCultivandoÁguaBoafoiaprovadoporunanimidade
pelosvereadoresdestacasa.Entendemosqueainiciativa
desseComitêGestordoProgramaCultivandoÁguaBoaé
primordial,poistemgrandeenvolvimentodasociedade,
bemcomodeentidadespublicaseprivadasligadasao
meio-ambienteeaosetoragropecuário.”
SandroRogérioBuss
Presidente da Câmara de Diamante d’Oeste
“Éumprogramaque
sensibiliza,conscientiza,
envolveacomunidade
ecapacitacomvalores
esaberesoscidadãose
parceiros,contribuindopara
aformaçãodepessoas
dentrodaconcepçãodaética
docuidadoedorespeitocomomeioambiente.Essa
metodologia,alémdefantástica,éenvolvente,mobiliza
coraçõesementesdecrianças,jovenseadultosem
defesadaságuas.”
PrefeitoVilsonSchwantes
Mercedes
“Osriosficammaisprotegidos,diminuiaerosãoeo
assoreamento,hámenospoluiçãoemelhorqualidade
daágua,favorecendoavidademicrorganismose
abiodiversidade.Quemganhacomtudoissoéa
humanidade,queteráumaqualidadedevidamelhor.”
João Adelmo Pimentel
Interbacia do Rio São João - Missal.
“Foiumasurpresapelo
impactocausadona
comunidade.Melhorou
muitoaqualidadeda
águaeaquantidadede
águanasanga,coma
recuperaçãoereadequação
desolo,implantaçãode
abastecedouroscomunitários.Aregeneraçãodamata
ciliardeuumnovovisualnacomunidade.Pode-seaté
dizerquetevemelhorasnoclima.”
Milton Dillmann
Morador da Sanga Buriti
Município de Itaipulândia
25
Fatos em Destaque2003
• Amploprocessodeconscientizaçãoemobilizaçãoda
sociedade,pormeiodereuniõescomgestorespúblicos
ecomunidadeemgeraldos29municípiosdaBP3.
2004
• Seleçãodasduasprimeirasmicrobaciastrabalhadas:
Ajuricaba,emMarechalCândidoRondon,eXaxim,
emMatelândiaeCéuAzul.Essesdoisprojetos-piloto
marcaramoiníciodaGestãoporBaciasHidrográficas.
2005
• Constituiçãodeempresasdeplanejamentoambiental
apartirdaincubaçãodeacadêmicosdeuniversidades
regionaisnoParqueTecnológicoItaipu.Lançadaa
primeiraversãodoSig@Livre,softwarelivrevoltado
aodesenvolvimentodeprojetosdeplanejamento
ambientalempropriedadesrurais.
2006
• Oprogramapromovearecuperaçãode1.400hectares
deterrascomtécnicasdeconservaçãodesolos,como
oterraceamento.
2007
• Itaipulândiazeraospassivosambientaisdamicrobacia
doRioBuritieassumearesponsabilidadede
recuperaçãointegraldasmicrobaciasdomunicípio.
2008
• PatoBragadosegueoexemplodeItaipulândiae
tambémseresponsabilizaporzerarospassivos
ambientaisdasmicrobaciaslocalizadasnomunicípio.
• Foramelaborados4,6milprojetosdeadequaçãode
propriedadesrurais.
2009
• Instituiçãodoscomitêsgestoresdoprograma
CultivandoÁguaBoa,porleiedecreto-leimunicipal.
• PlanejamentodoprimeiroCondomíniodeAgroenergia
daAgriculturaFamiliardopaís,localizadona
microbaciadoRioAjuricaba,emMarechalCândido
Rondon.
2010
• Oprogramaatingemarcasexpressivas:aatuação
em118microbacias,areadequaçãodemaisde400
kmdeestradasruraiseainstalaçãodemaisde600
quilômetrosdecercasparaaproteçãodematasciliares
ede118abastecedouroscomunitários.
• Realizadasasobrasdereadequaçãodaspropriedadesdo
CondomíniodeAgroenergia.Tambémsãoinstaladosos
primeirosbiodigestoresearededecanalizaçãodebiogás.
2010:BiodigestorinstaladoempropriedadenamicrobaciadoAjuricaba
2007:compromissoambientaldeItaipulândia
2003:iníciodaconscientizaçãodascomunidadesdaBP3
24
Gente que cultiva água boa
Monitoramento da qualidade da água
A Gestão por Bacias Hidrográficas adotada pela Itaipu tem no
monitoramento da qualidade da água um de seus principais
indicadores para direcionar o planejamento das ações de
correção dos passivos ambientais. Essa prática está alinhada
com um dos fundamentos do programa Cultivando Água
Boa, que baseou-se nas normas ISO 14.000 para compor
seu modelo de gestão. Essas normas têm como característica
principal a adoção do ciclo PDCA (em inglês: plan, do, check
and act – planejar, fazer, checar e agir).
Sendo assim, o Programa de Monitoramento passou a
desenvolver, por meio de parcerias, um papel importante
de redefinição dos padrões metodológicos de avaliação,
visando à obtenção de informações que permitam dar
sustentação às atividades de planejamento e gerenciamento
dos recursos hídricos da bacia hidrográfica, promovendo o
“check” do ciclo PDCA.
Os objetivos específicos do programa envolvem o
monitoramento quantitativo e qualitativo dos recursos hídricos
das microbacias da BP3, utilizando metodologias tradicionais
e inovadoras de monitoramento, associadas às ferramentas
Alémdoacompanhamentodaqualidadedaágua
doReservatórioedosriosquecompõemaBacia
HidrográficadoParaná3,feitopormeiodediversas
parcerias,aItaipurealizasistematicamenteanálises
emseuLaboratórioAmbiental,quehojeéreferência
naobtençãodeparâmetrosambientais,além
dedesenvolverpesquisaseatuarnaprevenção,
diagnósticoecontrolededoençascausadaspor
contaminanteseporagentesbiológicos.Atéhoje,
olaboratóriojárealizoumaisde12milexames
laboratoriaisporanoedásuporteapesquisas
acadêmicasetesesdemestradoedoutorado.
de geoprocessamento como o Sig@Livre, visando estudar
os impactos ambientais do uso do solo, avaliar a eficácia dos
programas conservacionistas e formar um banco de dados
georreferenciado com múltiplas finalidades.
Para atender a esses objetivos, a Itaipu Binacional vem
mantendo o monitoramento nas antigas estações criadas
na época da formação do reservatório, já que elas são de
extrema importância para avaliar a tendência do ecossistema.
Elas estão localizadas em 44 pontos estratégicos da bacia.
Contudo, o programa resolveu estabelecer uma nova
rede, em que os dados qualitativos e quantitativos de
fato pudessem ser utilizados na busca de indicadores de
sustentabilidade das ações conservacionistas. Para isso,
desde 2005, a Itaipu vem investindo recursos financeiros e
capacitação técnica para definição de novas metodologias.
Em agosto de 2005, por exemplo, a Itaipu participou do
Curso Internacional de Monitoramento Biótico de Rios na
cidade de Guayaquil, no Equador, promovido pelo programa
Help (Hydrology for the Environment, Life and Policy), da
Unesco, e pelo Programa ESPOL VLIR (Consejo Nacional
de Universidades Flamencas). O objetivo foi capacitar
profissionais para realização dessa metodologia de avaliação.
No ano seguinte, com anuência da Unesco, a Itaipu
viabilizou a realização do mesmo curso no Brasil, na cidade
de Foz do Iguaçu. O evento teve também como objetivo
fortalecer a região da BP3 com profissionais capacitados na
identificação e utilização dessa metodologia, atuando como
difusores desse conhecimento aplicado para benefício
ambiental dos ecossistemas da região. Na oportunidade,
mais de 25 profissionais da região e da América Latina
participaram da capacitação.
Aliado a isso, em dezembro de 2005, a Itaipu Binacional
iniciou um projeto em parceria com o Instituto Oswaldo
Cruz (Fiotec/Fiocruz), do Rio de Janeiro, para execução do
projeto Monitoramento Participativo, aplicando a utilização
da metodologia de monitoramento biológico de rios e
regionalizando o projeto Agente das Águas.
Um dos objetivos principais da parceria com a Fiotec/Fiocruz
foi criar e desenvolver um projeto Participativo de Avaliação
Integrada da Qualidade da Água, utilizando metodologias
simples e eficientes de avaliação, capazes de ser empregadas
pelas comunidades regionais. O projeto é considerado
participativo, porque um de seus fundamentos é a atuação
das comunidades, por entender que é o segmento social
mais diretamente atingido, com maior possibilidade de
atuação no controle da qualidade das águas e que deve estar
presente nos processos decisórios sobre o uso e conservação
dos rios. Além disso, pressupõe o envolvimento do poder
público local, importante parceiro no desenvolvimento dos
planos de gestão de recursos hídricos, fato incentivado pelos
conceitos de Gestão de Recursos Hídricos mencionados
pelo programa Help, da Unesco, e pela Política Nacional de
Recursos Hídricos (9.433/97).
O monitoramento participativo tem como premissa a
participação de agentes comunitários voluntários para
Laboratório Ambiental é referência em pesquisa
2726
a realização do monitoramento biológico em rios. Em
consonância com os fundamentos do Cultivando Água Boa,
o monitoramento participativo funciona por meio da união
de esforços, de forma a democratizar as informações e
dar “vez e voz” para todos os atores sociais. O programa já
capacitou mais de 160 voluntários de seis municípios da
região oeste paranaense (Céu Azul, Itaipulândia, Matelândia,
Ouro Verde d’Oeste, Santa Terezinha de Itaipu e Toledo),
monitorando locais estratégicos ao longo de diversas
microbacias hidrográficas.
Além disso, capacitou, em parceria com universidades
regionais como UFTPR, Uniamérica, UDC e Unioeste/
Toledo, alunos de graduação que atuam como estagiários
regionais, gerando ciência e fixação do conhecimento local,
ao desenvolverem seus trabalhos de conclusão de curso
com o tema em questão. Ao todo, já foram investidos mais
de R$ 300 mil para a realização do projeto, com cursos de
capacitação, materiais, equipamentos e bolsas de estudo.
A atuação dos voluntários tem sido fundamental na
tentativa de resolver os problemas ambientais da região.
A parceria do Cultivando Água Boa com prefeituras que
compõem a BP3 é de extrema importância, não só por
viabilizar o deslocamento dos voluntários dentro dos
municípios, mas também pelo reconhecimento, motivando
e fortalecendo o grupo como importante difusor da
necessidade do cuidado com as águas. Os grupos têm
participado ativamente das reuniões dos comitês gestores
das microbacias do programa, eventos escolares e feiras de
ciências, apresentando e discutindo seus resultados.
O trabalho de monitoramento das águas superficiais é
complementado por uma parceria do programa com o
IAP (Instituto Ambiental do Paraná), a FUEM (Fundação
Universidade Estadual de Maringá) e a Universidade
Federal do Paraná (UFPR), que fez o diagnóstico das águas
subterrâneas da bacia e agora, a partir de 2010, irá estudar a
contaminação das águas subterrâneas por agrotóxicos.
“Aparticipaçãonesteprojeto
inovador(Monitoramento
Participativo)trouxe-me
umavastaexperiência
profissionalepessoalpelo
aprendizadoofertadoe
desenvolvidocomosgrupos.
Confioqueacadagrupo
formadoconsigamosresolverpequenosproblemas
emcadalocalidadeeque,comauniãodessas
ações,consigamospromoveraconscientizaçãoea
preservaçãodosnossosrecursosnaturais.”
Michelli Caroline Ferronato
Bióloga, mestranda em Recursos Pesqueiros e Engenharia de
Pesca – UNIOESTE - Foz do Iguaçu
“ParaaEcoVis,participar
desseprojetotornoupossível
oincentivodaéticado
cuidadonaregião,pois
comaatuaçãodiretanas
comunidades,comointuito
deauxiliarnoconhecimento
daqualidadedaágua,
estimulouaparticipaçãodevoluntáriosnosprocessos
decisóriosdeusoeconservaçãodosrecursoshídricos,
proporcionandobenefíciosparaasociedade.”
Marilan Albuquerque
EcoVis Consultoria & Monitoramento Ambiental
Foz do Iguaçu
Gente que cultiva água boa
Monitoramento Participativo em microbacias 50
Número de voluntários que participam do projeto Agente das Águas (total desde 2005) 597
Cursos de capacitação nas comunidades realizados por empresas incubadas 36
Curso de monitoramento biológico em rios (com profissionais e alunos da região) 9
Curso de Monitoramento ministrado no exterior 1
Exames realizados pelo Laboratório Ambiental (média anual) 12.000
Estações de qualidade da água monitoradas (reservatório e afluentes) 44
Monitoramento da balneabilidade das praias do reservatório durante o verão (número de praias) 8
DiagnósticohidrogeológicodosAquíferosGuaranieSerraGeraldaBP3 1
Monitoramento de macrófitas aquáticas no reservatório (número de estações) 235
Monitoramento sendimentométrico (número de estações) 14
Empresas de monitoramento ambiental incubadas no Parque Tecnológico Itaipu 2
Resultados do Monitoramento da qualidade da água
2928
2003
• RedefiniçãodosobjetivosdoProgramadeMonitoramento
Ambiental,comumanovaredeparaaobtençãodedados
qualitativosequantitativos.Paratanto,iniciou-seabusca
deparceriaseprojetosparatrabalharcomindicadoresem
escalademicrobacias.
2004
• ParticipaçãonoSimpósiodeBioindicadoresdeQualidade
daÁgua,promovidopelaEmbrapa–Jaguariúna/SP.
2005
• Emjulho,aItaipuparticipadoICursoInternacionalde
MonitoreoBióticodeRios,promovidopelaUnesco.
• Emnovembro,firmaparceriacomaFundação
InstitutoOswaldoCruz(Fiotec/Fiocruz),para
desenvolvimentodoProjetodeMonitoramento
ParticipativodeAvaliaçãoIntegradadaQualidade
daÁgua.
2006
• IníciodoprojetodeMonitoramentoParticipativo
nasmicrobaciasSabiá,Xaxim,ToledoeLopeí,nos
municípiosdeMatelândia,CéuAzuleToledo.
• EmparceriacomaUnesco,trazparaFozdoIguaçuoII
CursoInternacionaldeMonitoreoBióticodeRios,para
técnicosambientaisdaregiãoedaAméricaLatina.
2007
• DuranteoIVEncontroCultivandoÁguaBoa,foram
certificados101agentesvoluntáriosquerealizamo
projetodeMonitoramentoParticipativoemparceria
comaFiocruznasmicrobaciasselecionadas.
• Começaamobilizaçãoeocursodecapacitaçãode
agentesvoluntáriosparaimplantaçãodoprojeto
nasmicrobaciasdosmunicípiosdeOuroVerde
d’Oeste,ItaipulândiaeSantaTerezinhadeItaipu.São
capacitados54agentesvoluntários.
2008
• OprogramafirmaconvêniocomaFPTI(Fundação
ParqueTecnológicodeItaipu)para,juntocomoEspaço
deDesenvolvimentoEmpresarial,incubarempresas
paraexecutaromonitoramentoparticipativonos
24municípiosdaBP3,consolidandodessaformaa
metodologiaemtodososmunicípiosdabacia.
2009
• AItaipueaFPTIrealizamaincubaçãodeduas
empresasparaempregarametodologianaregião,
apresentandoeformalizandoparceriacom24
municípiosdabaciaparamonitorar36microbacias.
2010
• Incubaçãodeduasempresasdemonitoramento
ambientalnaincubadoratecnológicadoPTI.
Fatos em Destaque
CursoBioindicadoresFoz–atividadenolaboratório
CursodeBioindicadores
VoluntáriosCAB
O principal objetivo do programa é conferir sustentabilidade
aos sistemas agrícolas e pecuários praticados na BP3,
revertendo a tendência à monocultura, que tem uma visão
industrial do campo e é altamente dependente de insumos
externos, principalmente fertilizantes e agrotóxicos que
contaminam os solos, as águas e o ser humano.
A metodologia é calcada nos seguintes princípios:
• Énecessáriochamarosatoreslocaisparaintegrarema
iniciativa,convidando-osafazerpartedoComitêgestor
doprogramaeseusseissubcomitês(RededeAssistência
Técnica,PesquisaeDesenvolvimento,Comercialização
eMarketing,GestãodaInformação,Agrotransformação,
CapacitaçãoeOrganizaçãodosAgricultores);
• Essaparticipaçãoévoluntáriaeessencialparao
sucessoeparaalegitimidadedoprograma;
• Asaçõessãodiscutidaseratificadasnocomitêenos
subcomitês.Elasdevemseaproximardaspolíticas
públicasparaodesenvolvimentosustentáveldosetor
agropecuárioesãoimplementadasemparceriacomas
organizaçõesatuantesnaregião.
Desenvolvimento Rural Sustentável
30 31
Os comitês são formados por órgãos de assistência técnica
e de pesquisa, cooperativas, organizações dos produtores e
agricultores. O comitê gestor se reúne duas ou três vezes ao
ano, enquanto os seis subcomitês o fazem mensalmente.
Além disso, os 29 municípios foram divididos em quatro
microrregiões, em um zoneamento que obedece a
características agroambientais e culturais.
A proposta central do programa é a substituição gradual
da monocultura, formando sistemas agroecológicos e com
diversificação. O grande desafio é convencer o agricultor a
trilhar esse caminho que exige, antes de tudo, a disposição
de aprender mais sobre como funcionam os processos de
autorregulação da natureza. Com a agricultura moderna, houve
a erosão do conhecimento tradicional sobre esses processos.
Hoje, muitos agricultores desconhecem técnicas eficientes
que eram praticadas séculos atrás. Para fazer esse resgate, o
programa se vale de duas ferramentas principais: Educação
ambiental e Rede de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater).
A assistência técnica gratuita é um dos eixos do programa. Sem
ela, não é possível promover a mudança necessária. Essa rede
é formada a partir de convênios com prefeituras e diversas
instituições locais, como o Capa (Centro de Apoio ao Pequeno
Agricultor), a cooperativa Biolabore, o Instituto Maytenus, a
Emater e a Oscip Sustentec (Produtores Associados para o
Desenvolvimento de Tecnologias Sustentáveis). A Rede Ater
tem um enfoque sistêmico sobre a propriedade rural, que serviu
de base para a criação do Pronaf Sustentável (uma linha de
financiamento para o atendimento global da propriedade e da
família do produtor rural e não apenas um custeio de safra). O
Pronaf Sustentável está sendo testado pelo Governo Federal
na região oeste do Paraná, a partir da experiência da Itaipu
com o Cultivando Água Boa, em parceria com a Agência de
Desenvolvimento do Oeste do Paraná (Adeop).
Após muitos anos de especialização com a monocultura,
o agricultor precisa de capacitação para lidar com várias
culturas, que podem lhe proporcionar diferentes fontes de
receita. Por isso, o programa se preocupa com o resgate de
tecnologias e de variedades de sementes, o que é possível
graças a pesquisas desenvolvidas por parceiros como Iapar,
Embrapa, UTFPR e Unioeste.
Na prática, as propostas do Desenvolvimento Rural Sustentável
vêm evoluindo com o tempo. A princípio, o programa buscava
convencer o produtor sobre a necessidade de converter sua
propriedade para os meios de produção agroecológicos.
Porém, a tarefa era muito complexa para a maioria dos 26 mil
agricultores familiares da BP3. Por isso, o programa passou a
trabalhar nas propriedades rurais por etapas, adotando práticas
mais sustentáveis que, pouco a pouco vão melhorando a
produtividade e reduzindo custos para o produtor. Este, por
sua vez, vai se convencendo das vantagens da agroecologia
pelos resultados que vai percebendo.
Complementando o trabalho que é feito pelo programa
Gestão por Bacias Hidrográficas, em que são promovidas
implementações tecnológicas como terraceamento e plantio
direto na palha – que reduz perdas e permite começar a
acumular fertilidade –, o Desenvolvimento Rural Sustentável
entra em uma segunda fase, com melhorias no sistema
produtivo, melhores práticas de manejo e adubação. Até
aqui, se trabalha com a produção disponível no local.
Na terceira fase, o programa propõe a diversificação,
acrescentando novos produtos ao sistema. Como o plantio
de seringueiras no pasto, que, além de proporcionar
sombra para o gado, constitui em nova fonte de receita
com a venda de borracha. Ou então outros cultivos, como
fruticultura ou plantas medicinais. Em resumo, houve uma
mudança de abordagem, que antes era voltada diretamente
à agricultura orgânica e passou a ser a diminuição de custos
com a adoção de práticas sustentáveis como etapa de
transição. Hoje, cerca de 1.500 propriedades rurais familiares
encontram-se em estágio avançado na adoção de técnicas
agroecológicas (veja mais dados no quadro de resultados).
Um importante ponto de apoio do programa vem do laboratório
de controle biológico, localizado no campus da Unioeste em
Marechal Cândido Rondon. Outro vem da pesquisa de produção
de mel (Unioeste e CNPq), que busca identificar as melhores
flores e investiga a genética das abelhas. Já com a UTFPR, há
uma linha de pesquisa sobre a contaminação de alimentos
3332
orgânicos, que busca estabelecer as melhores práticas para
manuseio de orgânicos, desde a colheita até o ponto de venda.
O programa aborda ainda a transformação de produtos
agrícolas para agregar valor à produção, apoiando a
capacitação de produtores e a instalação de agroindústrias
familiares. Outras atividades rurais não-agrícolas também
fazem parte das ações empreendidas, como o turismo
rural e o apoio à comercialização em diversos níveis:
certificação, padronização, rotulagem, embalagem, circuito
de comercialização e circuito de feiras. A ideia é informar o
consumidor sobre o consumo consciente, especialmente
de alimentos orgânicos e produzidos regionalmente. Desde
2003, foram realizadas 16 feiras Vida Orgânica que, juntas,
somaram um público de mais de 33 mil pessoas.
Outro ponto que se destaca na metodologia é a formação de
agricultores líderes, que são multiplicadores do conhecimento
e também atuam como agentes de desenvolvimento em
suas comunidades. Hoje, são 102 agentes atuando na BP3,
divididos em quatro categorias: agroecologia, comercialização,
jovens agentes e plantas medicinais.
1. Agricultura orgânicaAgricultores orgânicos e em conversão (dado não-cumulativo) 967
Eventos de formação 110
Participantes (agricultores e técnicos) em eventos de capacitação 3.970
Eventos de difusão de tecnologias (dias de campo, palestras, cursos) 52
Participantes (agricultores e técnicos) em eventos de difusão 2.933
Feiras orgânicas 16
Participantes nas Feiras Vida Orgânica (média + 1.200 pessoas) 33.000
Instituiçõesenvolvidas(ATER,ensino,pesquisa,ONGs,fundações,associaçõesdeprodutores) 59
Agroindústrias orgânicas atendidas 10
Construção de laboratório de manejo biológico de pragas 1
Propriedades de referência (pesquisa participante) 30
Projetos de pesquisa e estudos em agroecologia 15
Equipamentos para agricultura orgânica e plantio direto entregues 20
Doação de veículos usados por associações de produtores e instituições 5
2. Diversificação agropecuária de propriedades ruraisVitrinestecnológicasmultiprodutos(SantaHelena) 1
Viveiros (mudas florestais, seringueiras e frutíferas) 3
Unidades de teste e validação (agroflorestal, leite, fruticultura, palmáceas e plantio direto) 48
Eventos de difusão de tecnologias (dias de campo) 67
Participantes (agricultores e técnicos) em eventos de difusão 3.735
CentroAvançadodePesquisasSantaHelena:
•Visitantes 17.360
•Frutasproduzidas 115.420 kg
•Polpadefrutas 22.635 kg
•Grãos 13.080 kg
•Estévia 350 kg
•Mudasdistribuídas(unidades) 350.102
•Peçasdecabeçadepalmito 180
Resultados do Desenvolvimento Rural Sustentável
ProdutosdamarcaVidaOrgânica
Assistênciatécnicaparaagricultores
3534
3. valorização e desenvolvimento da agricultura familiarEquipamentos de tração animal entregues 12
Animais para uso como tração (bois) 2 juntas
Equipamentos para ordenha e resfriamento de leite (uma ordenha e um resfriador) 2
Doação de veículos usados 6
Animais para pesquisa leiteira (novilhas) 26
Distribuidor de adubo orgânico 3
Apoio no preparo de terra em assentamento 327 ha
Insumos para apoio à produção:
•Sacasdesementedemilho 110
•Sacasdesementedeaveia 200
•Aduboorgânico 6,7 ton
Entrega de alojamento ao Instituto Técnico de Educação e Pesquisa – ITEPA 459 m²
Insumos para pesquisa:
•Desementesdeespéciesvariadas 450 kg
•Deaduboorgânico 120 ton
Assistência técnica de pesquisa agronômica (agrônomos) 2
Assistência técnica na construção civil (engenheiro civil) 1
Galpões para condicionamento de sementes e equipamentos agrícolas 2
Perfuração de poços artesianos 2
4. Apoio ao turismo ruralTécnicoseagentesdaRededeATERcapacitados 50
Eventos Caminhada na Natureza – apoio institucional e promoção 27
Participantes nos eventos Caminhada na Natureza 17.225
Projeto-piloto de turismo rural na agricultura familiar
5. rede de AterAgricultores com assessoramento técnico (orgânicos ou em conversão) – dado cumulativo 1.725
Assessores técnicos disponibilizados (dado não-cumulativo) 22
Agentes de extensão rural (agricultores líderes) 102
Resultados do Desenvolvimento Rural Sustentável
EventoCaminhadanaNatureza
Fatos em Destaque2003
• Comapenasumanodeoperação,oCentroAvançado
dePesquisasdeSantaHelena,parceriadaItaipucom
oIapareaprefeituramunicipal,recebeuumtotalde
1.907visitantes,entreprodutores,técnicos,estudantes,
pesquisadoreseprofessores.
• Inicia-seoprojetodeAgriculturaOrgânicanaBP3.
2004
• Pelaprimeiravez,aItaipufirmaconvênioscom
assentamentosnaregiãoparaapoionaconstrução
deinfraestrutura,doaçãodesementes,animaise
equipamentos.
• Começaotrabalhojuntoàsescolas,comcursos
deAgriculturaOrgânicaePlantasMedicinaispara
professoresedistribuiçãode90milcartilhasMundo
Orgânicoparaalunos.
2005
• Entregadoalojamentoedeunidadesdidáticasao
InstitutoTécnicodeEducaçãoePesquisadaReforma
Agrária(Itepa),paraserutilizadopelosalunosdo1°curso
deAgroecologia.
• FormadaaredeATER,apartirdeconvêniosfirmados
comEmater,Capa,CaopaeMDA,erealizadaaprimeira
feiraVidaOrgânica,emFozdoIguaçu,comumpúblico
de4milpessoas.
• Sãorealizadosdiversoscursosbásicosemagricultura
orgânica,comercializaçãoetransformaçãodeprodutos
orgânicosparaagricultoresetécnicos,totalizando
1.700participantes.
2006
• CriaçãodaCooperativadosProdutoresdeMel
d’OestedoParaná(Cofamel),comapoiodaItaipu
nasinstalaçõeseequipamentosdaunidadede
beneficiamentoeassistênciatécnica.AItaipuauxiliou
tambémosprodutoresnaobtençãodoSIF(Sistemade
InspeçãoFederal),quepermiteacomercializaçãoem
todoopaíseaexportação.
2007
• ConsolidaçãodarededeATER,com26profissionaise
40agentesdeextensãorural,beneficiandomilfamílias
deagricultores.
• Sãoassinadosostermosdecompromissoparaa
construçãodeagroindústriasnosmunicípiosdeQuatro
Pontes,MarechalCândidoRondon,Mercedes,Pato
Bragado,TerraRoxaeVeraCruzd’Oeste,atendendoa
maisde600famílias.
• Realizadoo1ºCursodeCapacitaçãodeAgentesem
TurismonaAgriculturaFamiliar,com50participantes,e
tiveraminícioasCaminhadasnaNatureza.
CAPSantaHelena
Alimentosorgânicosnamerendaescolar
Assistênciatécnica–Apicultura
36 37
2008
• RealizadooWorkshopdeTurismoRural,emparceriacom
aUniversidadedePisa(Itália).Apartirdesseevento,foi
elaboradooplanodetrabalhoparaodesenvolvimento
dessesegmentoturísticonaregião.
• Começamaserentreguesosequipamentosparaas
agroindústrias.Acomercializaçãodeprodutosavança
comarealizaçãodenovefeirasedosCafésOrgânicos.
2009
• LançamentoeimplantaçãodoPronafSustentávelnaBP3,
criadocombasenametodologiadoCultivandoÁguaBoa.
• Inauguradaa10ªagroindústriadaBP3fomentadapelo
programa,localizadanomunicípiodeGuaíra.
• RealizadaaprimeirafeiraVidaOrgânicaemparceriacoma
FeiradeSaboresdoParanáelançadaamarcaVidaOrgânica.
2010
• IntroduçãodealimentosorgânicosnoHospitalMinistro
CostaCavalcanti.
• Adoçãodealimentosorgânicosnamerendaescolar,
mediantecompradiretadeagricultoresfamiliares.
• Entre17e20defevereiro,aItaipuparticipadaFeiraBioFach,
emNuremberg(Alemanha).Integramacomitivacinco
agricultoresorgânicosdaBP3.
Fatos em Destaque
Turismorural
Melhoriasnosistemaprodutivo
“Comomédico,seiquea
nossasaúdeeadoplaneta
dependemdamanutenção
dabiodiversidade.Oprojeto
deAgriculturaOrgânicado
ProgramaCultivandoÁguaBoa
abrecaminhoparaumnovo
mododeseredeconsumirna
região.Participardesseprograma,interagindocomseusvários
interlocutores,meproporcionouumasensaçãoderealização,
decontribuiçãoefetivaedebem-estarqueaindanãohavia
encontradoemmeusquase20anosdepráticamédica.”
Mauro F. C. Lins
Médico Pediatra pela UFF, Neuropediatra pelo IFF, Nutrólogo e Chefe
do Setor de Neuropediatria da Associação Pestalozzi de Niterói
“Hojeestamosestruturandoa
Coperfam,graçasaoapoioda
Itaipu,atravésdoPrograma
CultivandoÁguaBoa,na
implantaçãodeagroindústrias
familiares.Estouengajado
nestalutaporacreditare
quererumfuturomelhor
aosagricultores,queunidospormeiodeassociações
e/oucooperativasestãoseviabilizandotécnicae
economicamente,voltadosaosustentável.”
Herberto Lamb
Agricultor orgânico e Presidente da Coperfam - Cooperativa
Agroecológica e da Indústria Familiar
“Ocircuitodecomercialização
foicriadoparasuprir
asnecessidadesdos
agricultoresemcomercializar
seusprodutosnosvários
MunicípiosdaBP3,eter
maiordiversidadeeampliação
demercadocomvenda
paraoutrasregiões.Acreditoquefoifundamentalo
apoiorecebido,parafomentaraagriculturaorgânica,
melhorandoavidadosagricultores.”
AdrianaIzabelStein
Produtora rural responsável pelo Circuito de Comercialização
de orgânicos da BP3
“OCultivandoÁguaBoaé
umprogramainovadore
vitorioso.Umbeloexemplo
paraoBrasileoutrospaíses.
Entresuasvirtudes,destaco
oprotagonismodegrande
númerodeatoreseparceiros
(públicoseprivados)
envolvidosearticuladosemumprocessodegestão
participativa.OMDAtemahonradeapoiaroprograma
desdeoseuinício”.
ReniAntonioDenardi
Delegado do Ministério de Desenvolvimento Agrário do Paraná
Gente que cultiva água boa
Biofach2010
“AparceriaentreaItaipu,
IaparePrefeituraMunicipal
deSantaHelenafezcom
quefossecriadooCentro
AvançadodePesquisas
(CAP),comoobjetivode
pesquisaropçõesparaa
diversificaçãodapropriedade
familiar,evitandoassimamonoculturaeviabilizando
apermanênciadasfamíliasnocampo.OPrograma
CultivandoÁguaBoagaranteaosnossosfilhosenetos
ummundomaissaudáveleprotegido.”
RomeuBruxel
Centro Avançado de Pesquisa de Santa Helena
“Devemosdestacara
importânciadesseprojeto,
principalmenteparaas
famíliasquefazemparte
dasassociaçõesedas
cooperativascriadascomo
fimespecíficodeorganizar
osprodutoresedarsuporte
àcomercializaçãodosprodutosorgânicosentreos
municípiosquecompõeaBP3.OprogramaCultivando
ÁguaBoasignificacultivarvidas.”
Antônio Qualio
Agricultor orgânico e presidente da Associação de Produtores
Orgânicos
Terra Roxa
“Depoisquecomeçamosa
plantareconsumiralimentos
orgânicosninguémaquide
casaprecisouiraomédico.
Plantandoorgânicosestou
ajudandonãosóaminha
família,estouajudandoo
municípioeopaís,porque
estamoscuidandodequemproduzedequemconsome.”
SantinaGrasseli
Agricultora orgânica e presidente da Associação de
Produtores Orgânicos
Mundo Novo
“AestratégiadeATERda
Itaipupermitiuaorganização
dosapicultorescomuma
mentalidadecooperativista,
ambientalesocial,quese
mobilizarambuscandoum
mundomelhorparaseviver.
AssimnasceuaCoofamel.
Hoje,temosnãosomenteaproduçãoassistida,mas
tambémacomercializaçãocomeficiência.”
PedrodaSilva
Apicultor e Presidente da Coofamel (Cooperativa Agrofamiliar
Solidária dos Apicultores da Costa Oeste do Paraná)
3938
A região da Tríplice Fronteira, com sua enorme diversidade
natural e cultural (em especial pela forte presença indígena),
tem um rico patrimônio em plantas medicinais que infelizmente
vinha se perdendo, por conta da devastação ambiental e
pela fragmentação do conhecimento tradicional, decorrente
dos processos de urbanização. Para resgatar esse patrimônio,
difundir o emprego de fitoterápicos e os conhecimentos
sobre seu uso, e ainda oferecer uma alternativa de renda para
agricultores orgânicos, foi criado o programa Plantas Medicinais.
O primeiro passo, assim como em outras iniciativas do Cultivando
Água Boa, foi buscar parcerias com instituições que já trabalhavam
com o tema na BP3, como universidades, laboratórios,
associações, ONGs e órgãos do governo. A partir de então, foi
realizada uma pesquisa na região, sobre quais as doenças mais
comuns e quais os fitoterápicos que precisavam ser trabalhados
para tratar essas enfermidades, desde que fossem espécies
abordadas em estudos científicos e com eficácia comprovada.
Em 2005, a Itaipu criou um ervanário, com uma estrutura
completa para secagem e produção de fitoterápicos,
anexa ao horto de 1,5 hectare. Ali é feita a coleta, limpeza,
Plantas Medicinais
beneficiamento e controle de qualidade, além da montagem
de um kit com 18 tipos de plantas medicinais, que servem
para o tratamento das 10 doenças mais comuns da região. Os
kits são enviados a postos do Sistema Único de Saúde (SUS).
Uma das conclusões da pesquisa é que, apesar de a maioria
das pessoas conhecer e utilizar plantas medicinais (82%),
uma parte considerável (16%) as usava de maneira incorreta
e ainda desconsiderava a ocorrência de efeitos colaterais.
Outro problema identificado é que os profissionais de saúde
não estavam capacitados para trabalhar com fitoterápicos e,
para atuar nessa área, é necessário gostar do tema e estar
convencido da eficiência dessas plantas.
Assim, durante três anos o projeto deu ênfase à capacitação
e sensibilização, buscando vencer antigos preconceitos e
mostrando resultados clínicos comprovados. O Instituto
Brasileiro de Plantas Medicinais, do Rio de Janeiro, que já
oferece cursos de pós-graduação na área, foi contratado para
realizar os cursos de capacitação.
O primeiro deles foi realizado em 2007 e contou com
a participação de diversos profissionais de saúde, entre
eles médicos, enfermeiros, farmacêuticos e dentistas. Em
2009, ocorreu o segundo curso, específico para prescritores
(profissionais que legalmente podem prescrever medicamentos),
como médicos, dentistas e nutricionistas. Além disso, a
Associação Centro Integrado de Educação Natureza e Saúde
(Aciens) promove cursos básicos sobre educação alimentar,
higiene, saneamento e como usar e preparar plantas medicinais
(chás, infusões e condimentos) para comunidades carentes,
trabalhadores sem-terra e indígenas. Juntos, os cursos básicos e
para profissionais já capacitaram mais de 7 mil pessoas.
A implantação de um projeto dessa natureza, muitas vezes,
esbarra na dificuldade de aceitação por conta das Secretarias
de Saúde, acostumadas a trabalhar com os medicamentos
halopáticos. Mas, uma vez que fica comprovada a eficiência
dos fitoterápicos, as vantagens clínicas e a economia para o
município, essa barreira é vencida. É importante frisar que,
sem o apoio da administração municipal, não é possível
desenvolver um programa dessa magnitude.
Além do fornecimento dos kits, a Itaipu patrocina os cursos.
A contrapartida das prefeituras é ceder os profissionais de
saúde para o treinamento e fornecer a infraestrutura. Outra
estratégia do programa está em estabelecer uma cadeia de
produção junto à agricultura familiar, como alternativa de renda,
e de uma rede de distribuição na BP3 junto às secretarias de
saúde municipais. Em 1,5 hectare de área é possível produzir
fitoterápicos suficientes para atender a 10 postos de saúde.
A produção de fitoterápicos precisa ser obrigatoriamente orgânica.
Em parceria com a Oscip Sustentec (que também participa
do programa Desenvolvimento Rural Sustentável), é oferecida
capacitação aos agricultores, desde o plantio à embalagem. Uma
das vantagens do cultivo de plantas medicinais é que espécies
nativas como Espinheira Santa, Pata de Vaca e Embaúba podem
ser cultivadas na Área de Proteção Permanente. O programa
orienta que o agricultor primeiro consulte a lista de fitoterápicos
do Sistema Único de Saúde (SUS), o que é um indicativo do
mercado que ele poderá explorar.
4140 4140
“Nosprimeirosquatroanos
emquefizotratamento
deenfisemapulmonar,
fuitratadacomremédios
alopáticos,comprados
emfarmácias.Omédico
substituiuosmedicamentos
tradicionaispelasplantas
medicinais,produzidasedoadaspelaItaipuBinacional.
Melhorei80%.Hoje,façomeuserviçosossegada.Desde
então,souumapessoasaudávelefeliz”.
SantinaRibeiro
Aposentada
Foz do Iguaçu
“Comosãodoenças
crônicas,nãohácura.Mas,
conseguimosmelhorar
aqualidadedevidade
90%dospacientes.As
plantasmedicinaisnão
provocamefeitoscolaterais
eotratamentoémaisleve
edelicado.Atualmente,cercade30%daspessoasque
vemàunidadedesaúdedoOuroVerdesãotratadascom
plantasmedicinaisefitoterápicos.”
Chistiane Magdalena Lopes Pereira
Obstetra e médica do Posto de Saúde do Bairro Ouro Verde
Foz do Iguaçu
Gente que cultiva água boa
“Oprojetotemcomo
objetivoseducar,pesquisar,
desenvolver,cultivar,
beneficiar,comercializare
distribuirespéciesmedicinais,
aromáticasecondimentares,
comqualidade,para
atenderaosprojetossócio
econômicoseambientaisdaItaipueregião,produzindo
resultadostecnológicosecientíficos.”
Altevir Zardinello
Coordenador do projeto Plantas Medicinais.
Foz do Iguaçu
“Comaconsolidaçãodas
atividadesdoprojetopretende-
seatingiroobjetivomaiorque
éimplantarummodelode
utilizaçãodeplantasmedicinais
efitoterápicosnoSUS,apartir
daproduçãoagrícolafamiliare
dobeneficiamentoeprodução
defitoterápicosemarranjosprodutivoslocais.Pretende-se,
comessaproposta,servirdemodelodeestruturaçãoda
cadeiaprodutivaparaoutrosarranjosregionais.”
Euclides Lara Cardozo Júnior
Diretor da Sustentec
Toledo
“Comoprodutoradeplantas
medicinaisacreditoqueeste
projetotemtudoparadar
certo,pelaimportânciaque
temnavidadaspessoas,não
sópelovaloreconômico,mas
também,pelaqualidadede
vidaquepodeoferecerpara
aspessoasqueproduzemefazemusodessasplantas
paraprevenireatécuraralgumasdoenças.“
GuiomarSantanaNeves
Agricultora e cultivadora de plantas medicinais
Vera Cruz do Oeste
Cursodecapacitaçãoemplantasmedicinais
Capacitação de agentes de saúde 1.250
Participantes nos cursos básicos 5.509
Capacitação de merendeiras escolares 479
Capacitação de profissionais de saúde (formados) 766
Comitês Gestores constituídos na BP3 29
Distribuição de mudas (unidades) 188.722
Hortas (creches, escolas, pastoral, sem-terra, lar dos velhinhos) 147
Agricultores capacitados 98
Espécies identificadas 144
Espécies cultivadas e reproduzidas no viveiro 69
EncontrosRegionaisdePlantasMedicinais 7
ParticipantesnosEncontrosRegionaisdePlantasMedicinais 1.920
Doação de matéria-prima desidratada (chá) 2003-2009 849,27 kg
Resultados do Programa Plantas Medicinais
ProduçãodefitoterápicosnoervanáriodaItaipu
4342
Os catadores de materiais recicláveis constituem um dos grupos
de trabalhadores mais marginalizados no país. Lidam com o lixo
produzido pela sociedade, em péssimas condições de trabalho e
sem direitos trabalhistas de qualquer espécie. Muitas vezes, nem
mesmo são donos de seu principal equipamento (o carrinho)
e por isso têm de deixar boa parte do material coletado com os
proprietários, em uma relação de quase escravidão.
No entanto, os catadores prestam um importante serviço
ambiental, pois, ao separarem os materiais recicláveis,
contribuem significativamente para a redução das emissões de
gases de efeito estufa, além, é claro, do reaproveitamento de
matérias-primas. Por isso, esse público não poderia deixar de
ser considerado pelo Cultivando Água Boa. Assim, foi criado
o Projeto Coleta Solidária, que tem como principal objetivo a
valorização dos catadores, dotando-os dos equipamentos e
dos conhecimentos básicos para que possam se organizar e
melhorar a renda e as condições de trabalho.
Assim como as demais ações do Cultivando Água Boa, a
metodologia de trabalho do Coleta Solidária está calcada na
participação da comunidade, que se dá através do Comitê
Coleta Solidária
45
2003
• Planejamentoestratégico,formaçãodocomitêgestor
erealizaçãodepesquisasobreousodeplantas
medicinaisnaBaciadoParaná3.
2004
• Ampliaçãodocultivonohortoeiníciodacapacitação
deprofissionaisdesaúde.
2005
• IníciodaconstruçãodoervanáriodoprojetoPlantas
Medicinais.
2006
• Inauguraçãodoervanário,cominíciodo
fornecimentodoscháseimplantaçãodasprimeiras
hortascomunitárias.
2007
• FirmadaparceriaentreaItaipueaPrefeituradePato
Bragadoparaaimplantaçãodaunidadedeprodução
deextratosecodomunicípio.
2008
• OSUSpassaaministrartratamentosbaseadosem
plantasmedicinaisnospostosdesaúdedeFozdo
Iguaçu,VeraCruzd’OesteeToledo.
2009
• ConclusãodolaboratóriodePatoBragado,que
beneficiará60famíliasdeagricultores,erealizaçãodo
segundocursoparaprofissionaisdesaúde,com73
participantesdetodaaregião.
• Participaçãono1°SimpósioBrasileirodeFitoterapia.
2010
• InauguraçãodaUnidadedeProduçãodeExtratoSeco
dePlantasMedicinaisemPatoBragado.
• Iníciodenovociclonacapacitaçãoparaousode
PlantasMedicinais,comarealizaçãode99cursos
paraprofissionaisdesaúdee36paraacomunidade
emgeral.
• Ampliaçãodonúmerodepostosdesaúdeque
trabalhamcomfitoterápicos,chegandoa18unidades
naregião.
Fatos em Destaque
44
Produçãodemudas
2008:plantasmedicinaisnospostosdesaúdedoSUS
2010:inauguraçãodaunidadedeproduçãodeextratosecoemPatoBragado
gestor, formado por catadores (por meio de uma associação
ou cooperativa), Prefeitura Municipal, Itaipu, Fórum Lixo e
Cidadania, instituições de ensino, Ministério Público do Trabalho
e outras instituições públicas e organizações da sociedade civil.
O Fórum Lixo e Cidadania é uma importante forma de legitimar
a participação comunitária e o processo coletivo de tomada de
decisões. Ele reúne o Ministério Público, prefeituras, cooperativas,
associações, sindicatos, movimentos, profissionais liberais e
outros, para a busca de soluções dos problemas relacionados ao
gerenciamento dos resíduos sólidos. Dele podem sair propostas
de leis ou intervenções do Ministério Público.
Por lançar mão de um processo democrático de tomada
de decisão e do ciclo PDCA (planejar, fazer, checar e
agir), o Coleta Solidária está constantemente revisando e
reformulando suas práticas, à medida que sua execução
produz novas problemáticas e exige soluções específicas,
sem que se perca de vista a proposta central do projeto. A
realidade socioeconômica dos catadores, a particularidade de
sua atividade e os atores direta e indiretamente envolvidos
produzem um espaço de relações desiguais, dinâmico e
crivado pelo tempo da necessidade daqueles que têm fome
e não podem esperar.
Basicamente, a metodologia parte do mapeamento e
classificação das fontes geradoras de lixo do município e do
levantamento junto à Secretaria Municipal de Ação Social
dos beneficiários cadastrados como catadores de materiais
recicláveis. Essa ação é complementada pelo chamamento
daqueles que não estão cadastrados.
Outro passo inicial importante é o levantamento de campo,
por meio de visitas às moradias dos catadores, para realizar
o diagnóstico socioeconômico das famílias. Esse diagnóstico
permite a criação de um banco de dados específico e
centralizado na Secretaria de Ação Social.
O passo seguinte é a sensibilização dos catadores sobre
a importância do trabalho cooperativo e da formação de
associações, por meio de palestras e oficinas voltadas aos
catadores e seus familiares. Após a sensibilização, é feita a
distribuição de fichas cadastrais para formar a associação,
com data e local para reunião de constituição. Se não há
demanda para a formação de uma associação municipal,
é sugerida a criação de uma entidade intermunicipal ou a
adesão dos catadores à existente em município vizinho. Os
catadores também recebem um estatuto modelo, mostrando
como é a estrutura e o funcionamento de uma associação.
Paralelamente, são realizados encontros de sensibilização
com lideranças comunitárias, políticas, religiosas, culturais,
econômicas e de classe, para promover o envolvimento da
comunidade com o Coleta Solidária.
A capacitação das famílias dos catadores associados é
igualmente importante. Ela é feita através de cursos com os
seguintes conteúdos: Cultivando Água Boa – Responsabilidade
Social; Organização Comunitária – Primeiros Passos; Saúde
e Saneamento Básico; Coleta Seletiva e Qualidade na
Separação; Alcoolismo e Prevenção do Consumo de Drogas;
Leis de Trânsito – Cuidados e Riscos; Reciclagem de Hábitos e
Autoestima. Os cursos são operacionalizados, de preferência,
por meio de serviços voluntários dos atores sociais envolvidos
e devem adotar metodologias construtivistas, com aulas
teóricas e práticas.
A contrapartida da prefeitura é a disponibilização de espaço
físico equipado para a associação, para funcionar como
centro de coleta, prensagem, triagem e enfardamento do
material coletado. Os equipamentos para essas atividades são
preferencialmente cedidos ou adquiridos em parceria com
organizações e instituições locais. Se o município não comporta
tal estrutura, após coletada certa quantidade de materiais, é
providenciado o transporte até o centro mais próximo.
Além de promover os cursos de capacitação, a Itaipu
disponibiliza os equipamentos de coleta do lixo (carrinhos e kits
de segurança) para os catadores integrantes de associação. Os
equipamentos são repassados à associação, que os disponibiliza
aos associados, exercendo controle quanto ao seu uso.
Para que um programa como o Coleta Solidária seja bem
sucedido, é necessário promover a integração entre as
associações de catadores da BP3 e dessa rede de associações
com as empresas do setor de reciclagem, para a realização
de acordos comerciais. Outro ponto importante para o
sucesso do projeto é acompanhar, por meio de indicadores
sociais, econômicos e ambientais, o desempenho das ações
implementadas. Esse acompanhamento consiste em:
• elaborarindicadoresdedesempenhocombasenas
informaçõesdodiagnóstico,estabelecendoíndicesde
progressonodecorrerdaexecuçãodasações;
• acompanharodesempenhomedianterelatóriosdasações;
• realizarperiodicamentepesquisadecampocomos
atoressociaisenvolvidosparaavaliarodesempenho
dasaçõesimplementadas.
Associações de catadores 20
Cooperativas(FozdoIguaçu,SantaHelena,Mal.CândidoRondoneCascavel) 4
Carrinhos para coleta distribuídos 1.638
Carrinhos elétricos para catadores 99
Uniformes para catadores 4.101
Equipamentos (prensas e balanças) para associações de catadores 63
Barracões em funcionamento 31
Agentes ambientais atendidos 2.419
Resultados do Coleta SolidáriaEntregadosprimeirosveículoselétricosparacatadores,emmaiode2008
4746
2003
• RealizadoodiagnósticosocioeconômicoemFozdo
Iguaçueatendimentoaosprimeiros50catadores,que
passarampelasaçõesdesensibilizaçãoecapacitação
ereceberamosequipamentos(carrinhoseuniformes).
Elesformaramaprimeiraassociaçãodecatadoresda
BP3,aArafoz.
2004
• InclusãodenovoscatadoresdeFozdoIguaçue
lançamentodoprojetoemoutrosquatromunicípios
daBP3,comsuasrespectivasassociaçõese
equipamentos:SantaTerezinha,SãoMiguel,VeraCruz
eCascavel.
• EmFoz,oscatadorestambémreceberamprensae
balançaparaaatividadedereciclagem.
2005
• CriadaaCoaafi(CooperativadosAgentesAmbientais
deFozdoIguaçu),substituindoaArafoz,eoComitê
gestordoscatadoresdacidade.
2006
• FozdoIguaçupassaacontarcom10barracões,
repassadospelaprefeituraeequipadoscomprensae
balançapelaItaipu.
2007
• AItaipuiniciaoprojetodedesenvolvimentodeum
carrinhoelétricoparacatadores,combaixoconsumo
deenergiaelétrica,autonomiadeseishorase
capacidadeparatransportaraté300quilos,resultando
emmenosesforçofísicoemaiorprodutividade.
2008
• FirmadoconvêniocomoMovimentoNacionaldos
Catadores.Entreguesosprimeiros50carrinhos
elétricosparaseremvalidados,sendo30naBP3e20
emoutraslocalidadesbrasileiras.
• Emsetembro,aItaipuparticipadoFestivalLixo
eCidadania,emBeloHorizonte,ondeéfeitaa
apresentaçãooficialdoveículoaopresidenteLula.
2009
• Depoisdevalidados,mais30carrinhoselétricossão
fabricados,jácomasmodificaçõessugeridaspelos
catadores.Hoje,13organizaçõesdecatadoresdaBP3
contamcomoequipamento.
• Sãocriadosdoiscomitêsregionaisdecatadores,cada
umatendendo10municípios.
• EmFoz,aCoaafifirmaconvênioscomempresaspara
recolhimentodematerialreciclável.
Fatos em Destaque Fatos em Destaque
2010
• DecretoFederaln°5.940,queinstituiaseparação
dosresíduosrecicláveisdescartadospelosórgãos
eentidadesdaadministraçãopúblicafederaldireta
eindireta,nafontegeradora,easuadestinação
àsassociaçõesecooperativasdoscatadoresde
materiaisrecicláveis.
• ProjetoCataforte,quecapacitouem126horas/aula
350catadoresdaBP3e450catadoresdeCuritiba,
RegiãoMetropolitanaeLitoral.
• Formalização/Legalizaçãode10associações/cooperativas.
2003:capacitaçãodecatadoresdaBP3
2004:entregadecarrinhosemFozdoIguaçu
2006:criaçãode10barracõesemFozdoIguaçu
2007:Lularecebeprotótipodoveículoelétrico
2008:participaçãonoFestivalLixoeCidadania
2009:criaçãodoscomitêsregionaisdecatadores
2010:reciclagememempresaspúblicasagoraélei,aexemplodeItaipu
48 49
“ConhecioProjetoColeta
Solidáriadesdeoseuinícioe
nuncaduvideiqueseriaum
enormesucesso.Eleconjuga
doisfatoresqueconsidero
extremamenteimportantes
quandotratamosdoresgate
defamíliasemsituaçãode
extremavulnerabilidadesocial:primeiro,‘daropeixe’
e,segundo,‘ensinarapescar’.OColetaSolidáriafoi
muitomaisalém,criandoomercadoefortalecendoa
organizaçãodecatadores.”
Margaret Matos de Carvalho
Procuradora do Trabalho e Coordenadora Executiva do Fórum
Estadual Lixo e Cidadania
“Setodasasempresascom
oportedaItaipuBinacional
tivessemainiciativade
apoioeincentivocomas
organizaçõesdecatadores
demateriaisrecicláveis,a
populaçãoteriagarantida
suadignidade.Alémdisso,
éadmirávelapreocupaçãoecomprometimentoda
Itaipucomonossobemmaiorqueéomeioambiente,
apoiandoospescadores,agricultores,índiosetantos
outros,comoprogramaCultivandoÁguaBoa”.
Marilza Aparecida de Lima
Representante do MNCR
“OProjetoColetaSolidáriatem
sidoummeiofundamental
paraocrescimentosocial
doscatadoresdemateriais
recicláveis.Aliadoaosobjetivos
doInstitutoLixoeCidadania,
possibilitaaoscatadores
auniãoemassociações
ecooperativas,permitindoaarticulaçãocomoPoder
PúblicoMunicipal,aexecuçãodeaçõesvoltadasparao
fortalecimentodacategoriaeaexpansãodacoletasolidária
nãosóparaosmunicípiodaBP3,masparatodoBrasil.”
RenataCabralSantos
Pedagoga, Representante do Instituto Lixo e Cidadania na
BP3 e Coordenadora Pedagógica do Projeto Cataforte – BP3
“OProjetoColetaSolidária
paraaCoaafiepara
regiãodaBP3édesuma
importância,poiséatravés
delequeconseguimosos
equipamentoseuniformes
quemelhoraramanossa
qualidadedevida.Passamos
aserreconhecidos.ACoaafi,atravésdesseapoio,
conseguiusecapacitarparareceberrecursosdo
BNDES,AbiplaeAbiphecetambémparticipoudo
editaldaFunasa.”
Viviane Mertig
Presidente da Coaafi e representante do MNCR
“OprojetoColetaSolidária,
suporteindispensáveldo
programaCultivandoÁgua
Boa,vemdemonstrandoque
épossívelatransformação
doscatadoresdemateriais
recicláveisemAgentes
Ambientais,promovendo
inclusãosocialetrabalhodigno,aumentandoarenda
emelhorandoaqualidadedevidadestaparcelaantes
desassistidadapopulação.”
RuberleiSantiagoDomingues
Secretário de Obras e Meio Ambiente de Foz do Iguaçu
A partir de 2003, através da Divisão de Ação Ambiental, o
Projeto Jovem Jardineiro passou a oportunizar a capacitação
de jovens, moças e rapazes para o exercício da cidadania,
tendo como tema gerador a jardinagem, com enfoque na
sustentabilidade, na educação ambiental.
O projeto Jovem Jardineiro nasceu com o objetivo de fomentar
a inclusão socioambiental de jovens carentes e auxiliar na
geração de emprego e renda, uma política de responsabilidade
social alinhada ao Programa Cultivando Água Boa. Para tanto, a
inserção destes adolescentes passou a ser realizada a partir de
um processo educativo, com aulas teóricas e práticas.
No projeto, os adolescentes recebem uma formação
relacionada à melhoria da qualidade de vida e à preservação
do meio ambiente, ao mesmo tempo em que complementam
a educação básica, com o resgate da vida escolar e da sua
cidadania. O projeto visa, também, a construção de valores
ligados ao relacionamento dentro das famílias e entre os
próprios participantes do projeto. No primeiro ano do projeto
foi instituído um comitê gestor formado por uma equipe
multidisciplinar para gerenciar o planejamento, execução,
Jovem JardineiroGente que cultiva água boa
5150
participantes para uma ampla gama de possibilidades e
para uma atuação cidadã com espaço para percepção das
relações humanas e com o planeta.
O desafio metodológico, portanto, consiste em aliar as oficinas
técnicas ao desenvolvimento de projetos voltados para uma
educação participativa e comunitária, deixando de lado a atuação
profissional específica, o que seria insuficiente para dar respostas
ao conjunto de necessidades atuais e ao desenvolvimento
sustentável das atividades que se voltam essencialmente
às competências pessoais. Considerando seu significado
polissêmico, o conceito de competência adotado é “capacidade
de mobilizar, desenvolver e aplicar conhecimentos, habilidades e
atitudes no desempenho do trabalho e na solução de problemas”.
É neste contexto que o processo metodológico exige uma
sistematização, primando pela continuidade das discussões
e criação das atividades promovidas. O desenvolvimento
de uma ação interdisciplinar para a conceituação e vivência
das questões ambientais vem possibilitar que se priorize
a reflexão e a análise, atributos imprescindíveis para o
desenvolvimento de um processo ensino-aprendizagem, que
busca a formação do ser humano como indivíduo planetário,
para que possa adotar padrões de vida sustentáveis, em
harmonia com a continuidade da vida na Terra.
O desenvolvimento das atividades de 2010 tem como
norte uma Proposta Pedagógica baseada na “aprendizagem
por competências”, constituindo-se nas seguintes etapas:
Capacitação dos educadores do Projeto com vistas a
Sistematização da Metodologia; Acompanhamento das
monitoramento e avaliação do projeto.
A contratação dos jovens é realizada por intermédio do
Programa de Iniciação e Incentivo ao Trabalho (PIIT), instituído
por convênio estabelecido entre Itaipu e a Guarda Mirim de
Foz do Iguaçu. Os benefícios destinados aos jovens incluem
um salário mínimo, vale-transporte e vale-alimentação.
Atualmente, o Projeto tem como propósito fortalecer e
sistematizar seus conteúdos e processos pedagógicos,
com elaboração de Manuais de Formação dos Jovens,
Capacitação e Acompanhamento de Educadores e Planos
de Aulas. Visando garantir a formação de jovens cidadãos e
socioambientalmente responsáveis.
oficinas técnicas para formulação dos planos de aula;
Desenvolvimento das oficinas base com o objetivo de
elaboração de projetos socioambientais participativos e
multidisciplinares e a Sistematização do processo pedagógico.
Diante de tais exigências, optou-se por finalizar o processo de
reestruturação do Projeto em Foz do Iguaçu para, posteriormente,
atender, com maior qualidade e eficiência, as demandas dos
municípios parceiros da Bacia Hidrográfica do Paraná 3.
Desde sua implantação, o Projeto Jovem Jardineiro já
oportunizou a capacitação de mais de 220 jovens. Além de
beneficiar diretamente o próprio adolescente participante
também tem reflexo na renda familiar, pois os mesmos são
remunerados - conforme versa a Lei 10.097/2000.
O sucesso do Projeto Jovem Jardineiro está na articulação
entre uma formação para o mercado de trabalho e a
construção de uma atitude crítico-problematizadora, necessária
para a consolidação de uma postura condizente com a
defesa da autonomia, entendida enquanto habilidade capaz
de resgatar a perspectiva do sujeito histórico, do agente
consciente de sua história, responsável por sua construção e
ciente dos desafios coletivos que a mesma carrega.
A matriz curricular do projeto rompe com a lógica do
ordenamento disciplinar, propiciando um processo formativo
centrado nas relações e inter-relações com a vida dos jovens,
partindo de suas representações, na qual o conhecimento é
concebido como fruto das relações sociais que o constituem e
não como algo distante, que deve ser assimilado mecanicamente.
O projeto foi dividido em Três Eixos:
Eixo I PromoveroDesenvolvimentoSustentávelda
Comunidade (184 horas)
Eixo II Promover a Excelência na Prestação de
Serviços(352horas)
Eixo III Construir Plano de Vida e Carreira
Pretende-se, assim, que o Projeto Jovem Jardineiro vá além
da formação profissional típica, centrada no treinamento
para o exercício de uma ocupação. Prioriza-se estratégias
para ampliar os horizontes da capacitação, preparando seus
196 jovens foram formados no programa Jovem Jardineiro entre 2003 e 2009, sendo que 10% deles ingressaram em cursos técnicosou superiores na área ambiental
5352
Formaturada2aturma Formaturada3aturma Formaturada6aturma
“Estouadorandoparticipar
doJovemJardineiro.É
bemdiferentedoqueeu
imaginava.Achavaquefosse
sójardinagem,masémuito
mais.Anteseunemligava
paraisso.Agoranãoposso
nemmaisverlixonochão”.
Gisele Brescovit
Jovem Jardineiro
Foz do Iguaçu
“Agentesótinhao
conhecimentoteórico.
Apráticaéaindamais
interessante.Éumaforma
deterumconhecimento
aprofundadosobreassunto.”
SamiaReginadeQuadros
Jovem Jardineiro
Foz do Iguaçu
“Valemuitoapena.Nunca
tinhaplantadonada,vivia
maisjogandovideogame,
masagorapensoanatureza
deumaformadiferente.
Mudouaminhaformadever
omundo.”
Thiago Fellipe Pereira
Jovem Jardineiro
Foz do Iguaçu
“Agentevêaplantagrande
enãosabecomofoiesse
processo,comoelachegou
àqueletamanho.Comesse
trabalho,agoraagente
começaaveromundode
umaoutramaneira.”
DanieladeSouza
Jovem Jardineiro
Foz do Iguaçu
“Arealidadeéquequando
eles(osJovensJardineiros)
descobremquesão
capazesdeconstruiralgo,é
maravilhoso.Noprojeto,eles
sãodesafiados,visualizam
oquetêmquefazere,de
fato,executam.Osjovens
aprendem,porcontaprópria,atrabalharemgrupo,a
viveremsociedade,arespeitarasdiferençaseomeio
ambienteemquevivem.”
SilvanaGomes
Diretora da Educare
Foz do Iguaçu
2010
• Elaboraçãoeexecuçãodeprojetopara“Promoçãodo
desenvolvimentoSustentáveldaComunidade”.
• ProjetodeHortarealizadonaEscolaVilaShalon
• ReformaeLimpezadoBosquedaVilaC
• Valedestacaraaulapráticadeplantio-comauxílio
dosjovensforamplantadascercadeduasmilmudase
árvoresnativas,emumaáreadetrêshectares,próxima
aoLaboratóriodeIctiologia,namargemesquerda.
• Educaçãoambientalatravésdoplanejamentoeexecução
deumdocumentáriosobreoJovemJardineiroesobreo
RefúgioBiológicoBelaVistaRBV.
Fatos em DestaqueGente que cultiva água boa
5554
de reuniões ou apresentação de propostas. É necessário,
antes de tudo, buscar a aproximação e ter em vista o
processo histórico de interação entre índios e não-índios,
um processo em que predominou um tipo de relação
hierarquizada, desagregadora, desigual e assistencialista.
Tal fato produziu uma comunicação subordinada dos
índios para com os não-índios, orientada pelo escambo,
por solicitações pequenas e de curto prazo. Aproximar-
se, portanto, requer detectar demandas significativas,
escondidas por trás dos pedidos superficiais, pois é por
meio delas que se abre um canal de comunicação mais
profundo e permanente com a comunidade.
Diagnosticar e dialogar sobre essas demandas pode se
constituir numa modalidade de interação promissora. O
“escambo”, nesse caso, assume uma nova dimensão, a da
negociação de interesses que podem ser compartilhados e
se tornar comuns para não-índios e índios. Chegar a tal nível
de interação implica construir um espaço horizontalizado de
diálogo e discussão.
Construir tal espaço exige o desafio de estabelecer um
processo decisório com a participação dos indígenas, em
que eles sejam, na prática, os atores principais. É também
perceber que o protagonismo do indígena se revela pelo
olhar, pelo silêncio, nos bastidores, no fogo de chão, numa
temporalidade que lhe é própria.
Numa negociação com as lideranças indígenas, não
se espera uma definição imediata; há um processo de
maturação, de idas e vindas em que o papel escrito e o
A Tríplice Fronteira, onde está localizada a hidrelétrica
de Itaipu, tem uma história que é indissociável da
presença indígena, em especial o povo Guarani, que
exerceu grande influência cultural na região. Hoje, essas
comunidades constituem populações em situação
de risco social e, por isso, a Itaipu vem procurando
desenvolver ações que lhes possibilitem melhores
condições de vida, com novas oportunidades de geração
de renda, assistência técnica na produção de alimentos
para o consumo próprio, resgate da cultura e da
autoestima, estímulo ao artesanato, entre outras.
modo de negociar não-indígena dificilmente se enquadram.
Paciência é uma virtude indígena e o processo precisa
ser valorizado para chegar a um resultado salutar. Nas
comunidades não se propõe; se discute, se conversa, sem a
pretensão imediata de chegar a algum lugar.
Trabalhar com as comunidades indígenas é conquistar, com
legitimidade, o papel de mediador entre não-índios e índios,
criando um lugar de troca de experiências, reconhecido,
para articular pontos de vista e propor uma síntese possível
de projetos de mundo. O mediador atua entre duas
temporalidades, a do índio e a do não-índio. Ele não decide,
mas se firma como instrumento importante de interlocução,
pois compreende as demandas indígenas mais significativas
e os assessora na comunicação com o mundo não-indígena
e vice-versa.
Tal trabalho exige profissionalismo, comprometimento e, acima
de tudo, sensibilidade; é preciso acreditar nessa cultura particular.
Entregar-se a esse desafio é reconhecer o sujeito índio, é
compartilhar nossa humanidade com ele e, só assim, nossa
aproximação e interação tornam-se promissoras, posto que estão
sujeitas a uma revisão e transformação de nossos preconceitos.
Com conhecimento e de “peito aberto” é possível tomar
uma atitude menos técnica e mais filosófica, e isso constitui
a base de um projeto de sustentabilidade envolvendo
comunidades indígenas.
É com esse espírito que deve ser formado o comitê
gestor, composto por órgãos públicos, como Funai, Funasa,
Entretanto, o desenvolvimento de projetos junto às
comunidades indígenas tem um caráter peculiar, pois se trata
de trabalhar com uma forma de sociabilidade culturalmente
distinta da nossa, uma distinção que vai muito além da
posição socioeconômica. Assim, o termo vulnerabilidade social
ganha outro nível de complexidade, e os modelos de projetos
de inclusão social podem ajudar na elaboração de projetos,
mas são insuficientes para trabalhar com esse público.
É preciso considerar que, em primeiro lugar, o contato com
a comunidade indígena é essencial e não se faz por meio
Sustentabilidade de Comunidades Indígenas
5756
associações indígenas, entidades privadas e organizações
não-governamentais, o que possibilita a participação da
sociedade civil no projeto. Trata-se de um espaço de reflexão
sobre as ações desenvolvidas que reforça a necessidade de
envolvimento de todas as forças sociais para o enfrentamento
da questão indígena, que remonta ao descobrimento do Brasil
e exige de cada cidadão e segmento social sua parcela de
corresponsabilidade, mediação e sensibilidade.
Ao Comitê gestor cabe a vigilância para que não se caia no
assistencialismo tacanho, que transforma o assistido em
um coitado e não em um sujeito. Para evitar este tipo de
conduta, deve-se estar atento a como e com que se assiste
as comunidades, pois é nesse ponto que se pode ou não ter
sucesso na promoção da sustentabilidade. A sustentabilidade
indígena se dá quando não os isolamos com uma
determinada quantidade de recursos que, aos nossos olhos,
são suficientes para que eles vivam longe dos brancos.
58 59
Resultados do Programa de Sustentabilidadede Comunidades Indígenas
As ações da Itaipu atendem, hoje, cerca de 1.295 indígenas de 259 famílias distribuídas em três comunidades: Tekoha Ocoy, em São Miguel do Iguaçu, Tekoha Añetete e Tekoha Itamarã, ambas em Diamante do Oeste. Seus principais resultados são:
MElhorIa da Infra-Estrutura•ConstruçãodeCasascomredeelétricanoAñeteteeOcooy-modeloindígena 60
•ConstruçãodeCasasnoItamarã-modeloindígena-2010/2011 26
•Construçãodacasadereza-OcoyeAñetete 2
•Implantaçãodepoçoartesianoerededeabastecimento–Añetete–Rede14km 1 poço
•ConstruçãodoCentrodeartesanatoenutriçãonoOcoy-2007/2008 1
•ConstruçãodoCentrodeartesanatonoAñetete-2010 1
•Reformadoespaçoparaocentrodenutriçãoecasademáquinas/equipamentos-Añetete-2010 2
•ConstruçãodecisternanaescolaindígenaAñetete-2010 1
•AdequaçãodeestradasAÑETETEEITAMARÃ 25 km
•AdequaçãodeestradasOCOY 6 km
Resultados do Programa de Sustentabilidadede Comunidades Indígenas
fortalEcIMEnto E ProMoção da cultura GuaranI•Apoioàsapresentaçõesdoscoraisindígenasatravésdadisponibilizaçãodetransporte,alimentação,roupas
e equipamentos
•Apoioàproduçãodeartesanatoatravésdadisponibilizaçãodetransporteparaeventos,alimentação,roupas,
equipamentosecursoscomoodetinturanaturalemtecidoparceriacomÑANDEVA
•Fomentoàspráticasáudio-visuaisparadivulgaçãodomododeserguaraniefortalecimentodaidentidade
étnica; realização de eventos comuns às aldeias em especial a semana cultural indígena e patrocínio a viagens
para eventos que discutem a valorização e o respeito à diversidade
EstíMulo à forMação dE ParcErIasfortalecimento da rede de atores sociais, públicos e privados, preocupados com a sustentabilidade Guarani,
preocupados com a defesa dos direitos desta etnia.
sEGurança alIMEntar E nutrIcIonalapoio ao Programa de nutrição alimentar Infantil em parceria com a funasa e Pastoral da criança e
Prefeituras de diamante d’oeste e de são Miguel do Iguaçu; fornecimento de cestas básicas em caso de
necessidade; e ações complementares.
•Ocoy/semanal 26 crianças
•Itamarã/semanal 5 crianças
•Añetete/semanal 15 crianças
6160
Resultados do Programa de Sustentabilidadede Comunidades Indígenas
Entregademoradiasparaacomunidadeindígena
Produção aGroPEcuárIaaquisição de equipamentos para plantio, insumos, animais e sementes; preparo de solos; apoio ao Projeto
Bovinocultura de leite, à apicultura e à criação suína; apoio à produção de peixes em tanques-rede; apoio e
acompanhamento em viagens para a realização de visitas técnicas; e implantação do Projeto Plantas Medicinais.
•Tanques-rede 32
•Produçãodemandioca(Añetete)-Coletiva/Associação1.200 ton/ano
(2003 a 2009)
•Criaçãodegadoquehojeatendeasnecessidadesdacomunidade
285 animais,
sendo 40 vacas
leiteiras
Fatos em Destaque2003
• AItaipuampliaoatendimentoàscomunidades
indígenasdoAñeteteedoOcoy,quevinhamsendo
trabalhadasdesde2000.
• IntroduzidaapecuáriadeleiteedecortenoAñetete.
2004
• ÉformalizadooComitêgestordoprograma,com
participaçãodaFunai,Funasa,Iap,Ibama,Copel,
Sanepar,PastoraisdaCriançaedaSaúde,prefeiturase
liderançasindígenas.
2005
• IníciodoprojetodeHabitaçãoGuarani,coma
construçãodasprimeirascasastipicamenteguaranis,
nascomunidadesdoAñeteteedoOcoy.
2006
• Oprogramadehabitaçãoéampliadonasduasáreas,
beneficiando60famílias.
• Teminícioaproduçãodepeixesemtanques-rede,com
10unidadese,noanoseguinte,commais30.
2007
• AItaipuamplianovamenteaatuaçãojuntoaos
indígenas,incluindoacomunidadedoItamarã.
• NoAñetete,acomunidadeatingeaproduçãoagrícola
daculturadamandiocaorgânicade200toneladas
anuais,emaproximadamente35hectares.
• InauguradasasCasasdeRezanascomunidadesdo
OcoyeAñetete.
• Iníciodoscursosdeartesanatoeformaçãodogrupode
artesãosnoOcoy.
2008
• NoAñetete,orebanholeiteirochegaa350animais,
permitindooauto-abastecimentodeleite(noverão)e
decarne(duranteoanotodo).Éimplantadaaredede
águapotável,quecontacomumpoçoartesianoparao
seuabastecimento.
• ComeçaaproduçãodeplantasmedicinaisnoOcoy
eItamarã.Concluídoocascalhamentode20kmde
estradasruraisnoAñeteteede5quilômetrosnoItamarã.
• InauguraçãodoCentrodeArtesanatoedeNutriçãona
comunidadeTekohaOcoy.
2009
• Astrêscomunidadesatendidasatingemamarcade
350hectarescultivados,permitindoproduzir,com
assistênciatécnicaefinanceiradaItaipueparceiros,
418toneladasdealimentosporano.
2003:pecuárianoAñetete
2005:iníciodaconstruçãodemoradias
2006:produçãodepeixesemtanques-rede
• Oartesanatoindígenaproduzidonacomunidadedo
OcoypassaaserexportadoparaaEuropa.
• GravaçãodoDVDTradiçãoGuarani,commúsicascorais
dastrêscomunidades.
2010
• Maisdemilindígenas,oriundosde70comunidades
brasileiras-alémderepresentantesdoParaguai,da
ArgentinaedaBolívia-debateramofuturoguaraniemum
eventoorganizadocomoapoiodeItaipu,o1ºEncontrodos
PovosGuaranisdaAméricadoSul,naaldeiaTekohaAñetete.
• Visandoasegurançaalimentarenutricional,destaca-
seaproduçãopesqueira,aqual,pormeiodocultivo
depacusemtanques-rede,vemalcançandoelevados
índicesdeprodutividadee,consequentemente,
contribuindoparaoreforçonutricionaldacomunidade.
• Construçãode26casasnareservadoItamarã.
Fatos em Destaque
2007:cultivodamandiocaorgânica
2008:produçãodeplantasmedicinais
2009:artesanatoindígena
2010:encontrodospovosguaranis
62 63
“Aquinaaldeiaagente
buscavaaespéciedemilho
amarelo,queosmeusavós
herdaramdosantepassados.
Então,emumdosprojetos
comaItaipu,umadasmoças
trouxeumaespiguinha
dessemilho.Agenteplantou
todososgrãoseconseguimoscolher20quilosnoano
passado.Anossaexpectativaagoraécolher600quilos.
Essemilhoseráusadoparaosnossosrituais.Nãoésó
milho,eleéasementedanossacultura”.
Cacique Daniel Maracá Merin Lopes
Aldeia Tekoha Ocoy - São Miguel do Iguaçu
“Cercade20%dasmulheres
atendidasaquinoposto
mostravamumestadode
apatia,derepetiçãodesintomas
emocionais.Aoperceber
essequadro,sugerimospor
meiodaItaipuacriaçãode
umaatividadequepudesse
minimizaroproblema.FoientãoquesurgiuoCentrode
Artesanato.Aopçãologoserevelounãoapenascomoum
espaçodeintegraçãomaspromoveupormeiodoartesanato
ahabilidadenaturaldasmoradoras.Hojeeusemprerepito
queessainiciativaacaboucomafilanopostodesaúde”.
SimoneSimonPenteado
Enfermeira do Posto de Saúde da Tekoha Ocoy
“Hoje,aescolanãopensa
sócomoescola.Pensano
postodesaúde,quepensa
noCentrodeArtesanato.
Nãosãomaisaçõesisoladas,
massempreemconjunto.O
resultadoéestequevemos
todososdias:umaeducação
maiscompletacomsaúdeecomoexercíciodacultura”.
Professora Edite Telch
Diretora do Colégio Indígena Tekoha Ocoy
“Setiverquedarum
exemplodoqueestásendoo
artesanatoparaasmoradoras
doOcoytendocomo
referencialaetnia,digoque
paraelesocursopromovido
pormeiodoprojetode
sustentabilidadefoicomoum
sopronabrasa.Todaahabilidadedosancestraisestava
latente,esperandoserrevisitada”.
Marlene Curtis
Gerente de Divisão de Ação Ambiental da Itaipu
“OmodoGuaranienvolve
asolidariedadeeavontade
permanentedeproduziro
própriosustento.Paraos
moradoresdaOcoy,ofatode
estaremabrigadosemuma
áreamenordoqueastribos
ItamaraneAñetetenãoos
reduziu.Aocontrário,entreastrês,elesencabeçama
listadeprodutividadesustentável.”
João Bernardes
Coordenador do Programa de Sustentabilidade Indígena
“Euaprendioartesanato
comaminhamãe.Elacoma
mãedela.Quandoeuestou
aquitrabalhando,esqueçode
tudo.Aquieumesintofeliz”.
SilvinaBenitez
Artesã
Tecoha Ocoy
“Eunãogostodecomer
peixe,masaminhafamília
gosta.Meusfilhosaprendem
comigoatrataropeixe.A
comunidadefazfestaquando
tempeixe.Então,paramim
serotratadoréumorgulhoe
maisdoqueseeugostasse
decomer.Paramimissoésustentabilidade”.
Henrique Cumini Vilialve
Criador de peixes em taques-rede
Tecoha Ocoy
“Seríndioésersustentável.É
fazerdaterra,damataedo
rioondevivemosolugarde
ondevemnossoalimento.
Hoje,quandosouchamado
paraatenderumíndioerezar
porele,eupeçoparaele
umasaúdesustentável.Outro
exemploéocháqueeupeçoparaeletomar.Muitos
dessesremédiosestãoaquinaaldeia.”
Pajé Gerônimo
Pajé rezador da Aldeia Tekoha Añetete
“Eugostodemorarna
minhaaldeia.Agenteestá
começandotudodenovo.
Estamosplantando,estamos
colhendo,vamosternossas
casaseestamosrezando
também.Onãoíndiocomeça
aperceberquequeremos
queonossolugarsejacomoantigamente:sustentável.”
Alfredo Centurion
Pajé da aldeia Tekoha Itamarã
“Euentendoqueocéuque
noscobreeaterraquenos
protegemostramtodosos
diasdequeformapodemos
viverpacificamentecoma
natureza.Apróprianatureza
indicaquandoelatemflores,
quandoelaestágelada,
quandoelaestáquenteequandochove.Ninguémfaz
melhorqueamãeterra.Hoje,agenteprecisaaolhar
maisparaoquetínhamosereaprendertudo,tudo.”
Onorio Alves
Cacique da aldeia Itamarã
Gente que cultiva água boa
6564
Não há como pescar peixe bom se não há água boa. Daí a
relevância de um projeto de aquicultura dentro de um amplo
programa de cuidados com as águas, como é o Cultivando Água
Boa. A iniciativa é gerenciada por um comitê gestor que conta
com a participação de diversas instituições, entre elas prefeituras,
o Ministério da Pesca e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP).
O comitê trabalha com dois grandes temas: aquicultura
(cultivo de peixes em tanques-terra e tanques-rede e cadeia
de produção) e manejo pesqueiro (ações de monitoramento
e manejo, estudos sobre migração e piracema, entre outros).
O programa engloba 17 ações voltadas a três tipos de
públicos: indígenas da comunidade do Rio Ocoy, com
tanques-rede, e de Diamante d’Oeste, com tanques-terra;
assentados da Fazenda Mitacoré (hoje Assentamento
Companheiro Antônio Tavares) e 700 pescadores artesanais.
O planejamento das atividades parte do diagnóstico
socioeconômico. Os pescadores artesanais constituem
uma das populações menos favorecidas da região e são
confrontados com a dura realidade de que, a cada ano, se
pesca menos, devido à pressão crescente sobre os estoques
Produção de peixes em nossas águas
pesqueiros e à degradação ambiental. O projeto envolve, ao
longo do reservatório da Itaipu, sete colônias de pescadores
artesanais e duas associações de pescadores. Um dos pontos
importantes da metodologia é que o programa só trabalha
com entidades representativas. Se os pescadores não estão
organizados, um dos primeiros passos é estimular a criação
de uma cooperativa ou associação.
No início, o programa doava tanques-rede que eram divididos
e administrados individualmente pelos pescadores de cada
colônia. Com a experiência e a evolução da metodologia,
o programa chegou ao arranjo atual, que é trabalhar com
módulos coletivos de tanques-rede, o que garante melhor
assistência técnica, maior facilidade de manejo e maior
produtividade. Assim, os pescadores se organizam e fazem um
rodízio no tratamento dos peixes (dois pescadores conseguem
tratar entre 30 e 40 tanques por dia).
Outro ponto que evoluiu é a produção de ração. Inicialmente,
ela era produzida pelos próprios pescadores, a partir de
batata e milho, principalmente. Os resultados não foram
satisfatórios porque se chegou a um peixe muito gorduroso,
de baixa aceitação pelo consumidor. O programa passou
a recomendar uma ração mais balanceada, mais rica em
proteína e com menos amido. Apesar de representar um
acréscimo nos custos de produção, resultou em um peixe
mais nutritivo e de melhor aceitação no mercado.
Estratégias comerciais, a propósito, estão entre as principais
preocupações do comitê gestor. O programa abriu novos
mercados para os pescadores com a introdução do peixe
na merenda escolar, nos municípios de Entre Rios, Foz do
Iguaçu, São Miguel do Iguaçu, Itaipulândia, Missal e Santa
Helena e vem trabalhando com outras prefeituras da BP3
para que façam o mesmo. Se o peixe se tornar o prato do
dia somente uma vez por semana em todas as escolas da
região, isso já bastaria para dobrar a produção atual.
Outra ação tem a ver com os pescadores artesanais que
construíram moradias precárias na Área de Proteção
Permanente (faixa de proteção do reservatório), o que é
proibido por lei. Somente é possível ter uma base de apoio
para abrigar os equipamentos de pesca. Para isso, a iniciativa
buscou aproximação com o programa Minha Casa Minha
Vida, do Governo Federal. Atualmente, o programa já conta
recursos disponíveis para a construção de 40 casas, em
2010, destinadas a pescadores sem casa própria.
A principal diretriz do programa Produção de Peixes em
Nossas Águas é buscar conquistas coletivamente. Para
viabilizar o processo democrático e a coletividade nas
decisões, os pescadores reúnem-se mensalmente em suas
associações e colônias, com a presença de membros do
comitê gestor. Este, por sua vez, promove encontros de
avaliação e definição de estratégias cerca de três vezes ao
ano, além do encontro anual de avaliação e repactuação do
Cultivando Água Boa.
6766
Pontos de pesca licenciados junto ao Ibama 63
Implantação de tanques-rede na BP3 (total) 595
Implantaçãodetanques-redeparapesquisas(SantaHelenaeFozdoIguaçu) 135
ImplantaçãodosprimeirosparquesaquícolasdopaíslicenciadosjuntoàSeap
•Parqueslicenciados 3
•Potencialdeproduçãodosparques 6 mil ton/ano
Pesquisas em tanques-rede desenvolvidas e concluídas 12
Pontos de pesca licitados para adequação/construção em 2006/2009 15
Na região – incluindo índios, ribeirinhos e assentados
Pescadores assistidos (manejo pesqueiro e capacitação) 1.000
Manuais de Boas Práticas em Aquicultura disponibilizados 2 mil
Implantação do Banco de Germoplasma 1
Doses de material genético armazenado 630
Espécies com material genético armazenado 8
Peixamento do reservatório e suas bacias (juvenis soltos) 728 mil
2003
• Oplanejamentoestratégicoempresarialpromovido
pelaItaipuidentificaanecessidadededialogarcomas
entidadesrepresentativasdospescadoresartesanais
doreservatório.
2004
• Começamosestudossocioambientaisparaa
implantaçãodosprimeirosparquesaquícolasdopaís.
2005
• ComeçaaexecuçãodoconvênioentreaItaipuea
Seap,quecontemplavaaimplantaçãodaunidadede
pesquisadeSantaHelena,aconclusãodosestudos
ambientaisdosparquesaquícolaseestruturação
dassetecolôniasdepescadores(equipamentode
transportedepeixevivo,computadoreimpressora).
2006
• Sucessonaproduçãodepeixecomacomunidade
indígenadoOcoy.Érealizadaaprimeira“colheita”de
peixesnostanques-rede.
2007
• OpescadorMiroVogel,deSantaTerezinhadeItaipu,
umdosprimeirosafazerpartedainiciativa(comdois
tanquesem2003),chegaa23tanques-redefinanciados
peloPronafPescae,comisso,deixadepescaresetorna
exclusivamenteumcultivadordepeixe.
2008
• Emabril,opresidenteLuizInácioLuladaSilvaentrega
ostítulosdecessãodeusodosprimeirosparques
aquícolasdopaís.
2009
• Pelaprimeiravez,osprodutoresvendemtodaasua
produção,apartirdoaumentodademandacoma
introduçãodopeixenamerendaescolar,oquedemonstra
aviabilidadedacadeiaprodutivadapscicultura.
2010
• AItaipucomeçaumtrabalhodeadequaçãodos63
pontosdepescaedas15unidadesdebeneficiamento
coletivodaBaciadoParaná3.
Fatos em Destaque
“Colheita”depeixesnoOcoy
Doaçãodepeixesaentidadesfilantrópicas
2009:programaatingemarcade595tanques-rede
Resultados do programa produção de peixesem nossas águas
68 69
“Paraviversódapescaeradifícil.Agora,comos
tanques-redemelhoroumuito.Quasetodoopeixe
queproduzimosestáindoparaamerendaescolardo
município,graçasaoapoiodaItaipu,comamáquinaque
tiraasespinhasdopeixe.Sófoipossívelcomeçarporque
aItaiputrouxeostanques,ospeixinhoseostécnicos
ensinaramagentecomotratarecuidardeles”.
ArestidesSevero
Pescador e aquicultor
Colônia de pescadores profissionais de Itaipulândia.
“Quandocomeçamosa
produziropeixeemtanques-
rede,logovisuasvantagens.
Hoje,quandoapescanão
éboa,temosopeixedo
tanque-redeparaoferecer.
Temos33pescadoresdaZ11
comtítulodoMPA(Ministério
daPescaeAquicultura).Comessestítulospodemos
acessarcréditonoBancodoBrasilparaproduzirevender
opeixe.Nãotemosmaisvergonhadedizerquesomos
pescadores.Éumacategoriareconhecidaerespeitada.”
Adilson Borges
Pescador, assentado, aquicultor e presidente da colônia de
pescadores profissionais Z11.
São Miguel do Iguaçu
“Oprogramadeapoioàpesca
eaquicultura,desenvolvido
porumahidrelétricadoporte
deItaipu,éumacoisainédita
equeservedeexemplopara
outrasempresasdosetor.Uma
característicadoprograma
éodialogoabertoquea
empresatemcomospescadores,quetempermitidouma
ampladiscussãosobreosproblemasenfrentadospelos
pescadores,ecomofazerparaencontrarsoluçõesquese
adequemàrealidadedaregião.”
Flavio Kabroski
Presidente da colônia de pescadores profissionais – Z12 de
Foz do Iguaçu
“OmunicípiodeItaipulândia
épioneironainclusãodo
peixenamerendaescolar.Fez
issopensandonasvantagens
nutricionaisdoconsumodesse
alimento.Atualmente,temos
1.200criançasnafaixaetária
entre6mesesa14anosque
consomemregularmentepratoselaboradosapartirdapolpa
depeixe.Aaceitaçãodestespratosestasendoexcelentee
istosedeveaograndeesforçodaItaipuBinacional,prefeitura
MunicipaletambémpescadoresdoMunicípio.”
SilvaneGrothLange
Nutricionista da Merenda Escolar - Itaipulândia
A preocupação da Itaipu com o meio ambiente vem desde
a implantação do projeto da usina. Várias medidas de
proteção da biodiversidade vinham sendo desenvolvidas,
com o objetivo, acima de tudo, de garantir a perpetuação e a
variabilidade genética das espécies de flora e fauna da Bacia
do Paraná 3. A partir da implantação do Cultivando Água
Boa, em 2003, essas ações passaram a estar abrigadas no
programa Biodiversidade, Nosso Patrimônio.
A Itaipu mantém duas reservas e oito refúgios biológicos
localizados no Brasil e no Paraguai. No Brasil, estão os
Refúgios Biológicos Bela Vista e Santa Helena, enquanto o
Paraguai administra as Reservas Biológicas Itabó, Limoy e os
Refúgios Biológicos de Carapá, Tati Yupi, Pikiri, Yvyty Rokai e
Yui Rupá, e em conjunto o Refúgio Biológico Binacional de
Maracaju (leia quadro). Somadas com a faixa de proteção do
reservatório, as áreas protegidas pela Itaipu totalizam mais de
100 mil hectares.
Além da proteção dessas extensas áreas cobertas por espécies
florestais típicas da região, a Itaipu produz mudas que são
fornecidas para toda a Bacia do Paraná 3. Desde 2003, a
Biodiversidade, Nosso PatrimônioGente que cultiva água boa
7170
árEas ProtEGIdas da ItaIPureservas e refúgios biológicosLimoy 14.332haItabó 13.807haSantaHelena 1.483haBelaVista 1.908haTatiYupi 2.245haPikiri 900haMaracaju 1.356haCarapá 3.250haYuiRupá 750haYvytyRokai 2.202hafaixa de proteção do reservatório 58.499hatotal 100.732 ha
empresa destinou quase 3 milhões de mudas para a região.
Destaca-se o fato de, em 2007, a binacional ter participado da
campanha mundial do Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente (Pnuma), para o plantio de 1 bilhão de árvores
em todo o mundo. A campanha foi tão bem-sucedida que já
ultrapassou a marca de 7 bilhões. A contribuição da empresa
para esse sucesso foi de meio milhão de mudas.
Os estudos relacionados à fauna ocorrem, no lado brasileiro,
no Criadouro de Animais Silvestres da Itaipu Binacional
(Casib), localizado no Refúgio Biológico Bela Vista, próximo à
barragem da usina, onde já nasceram mais de 800 animais
de 43 espécies com índice de sobrevivência dos filhotes
superior a 70%. Além do Casib, o Zoológico Roberto Ribas
Lange tem papel importante não apenas na reprodução das
espécies como na difusão de conhecimento através das
visitas guiadas e atividades de educação ambiental.
Os trabalhos de reprodução se concentram em espécies
ameaçadas de extinção no Brasil e que são raras na região,
como o gato-maracajá (Leopardus wiedii), o veado-bororó
(Mazama nana) e a jaguatirica (Leopardus pardalis). Outro
destaque é a primeira reprodução bem-sucedida em cativeiro,
no Sul do país, da harpia (Harpia harpyja, a maior ave de
rapina da América do Sul, depois do condor dos Andes).
Esse trabalho é complementado pela manutenção de um
banco genético criopreservado em nitrogênio líquido. Estudos
realizados em 1986 sobre a fauna silvestre confirmaram a
presença de 44 espécies de mamíferos e 305 de aves na faixa
de proteção e nos refúgios localizados na margem brasileira
do reservatório da Itaipu. Na margem paraguaia, onde a mata
nativa não foi tão alterada, já foram observadas 62 espécies de
mamíferos e 409 de aves.
Na natureza, os pesquisadores encontraram espécies hoje raras,
como o gato-maracajá (Leopardus wiedii) e o veado-bororó
(Mazama nana). Um dos indicadores de sucesso do Cultivando
Água Boa é que muitos dos moradores da região reportam o
regresso de espécies animais que há muito não se viam e que
estão voltando a circular graças à reconexão dos remanescentes
de matas nativas, através da formação das matas ciliares e do
Corredor de Biodiversidade, que será descrito a seguir.
7372
O Corredor de Biodiversidade Santa Maria é a ligação de
mata entre a faixa de proteção do reservatório e áreas
protegidas da Itaipu (100 mil hectares), com o Parque
Nacional do Iguaçu, 185 mil hectares de área, passando pela
Reserva Particular de Patrimônio Natural – RPPN, da Fazenda
Santa Maria.
Para formá-lo, foi necessário conscientizar 42 proprietários rurais
sobre a importância de dedicarem parte de seus terrenos ao
plantio de espécies nativas de árvores, formando um corredor
de 37 quilômetros de extensão (12 quilômetros em linha reta).
Assim, em 2003, o IAP, o Ibama, a Itaipu, a Fazenda Santa Maria
e as prefeituras de Santa Terezinha de Itaipu e de São Miguel do
Iguaçu, com o apoio do Ministério Público, iniciaram o trabalho
de implantação do Corredor de Biodiversidade Santa Maria, com
a fase de sensibilização dos produtores.
Praticamente todos aderiram logo de início, convencidos pela
vantagem de adequar suas propriedades à legislação ambiental
(30 metros de mata ciliar em cada margem dos rios) sem
Corredor de Biodiversidade
precisarem desembolsar recursos para isso. A Itaipu e as
prefeituras contribuíram com a mão de obra para a construção
da cerca e para o reflorestamento, o IAP com mudas e o Ibama
doou os materiais para a confecção das cercas (palanques,
arames, catracas e balancins).
Hoje, o corredor está praticamente todo implantado, restando
apenas 15 hectares dos 222 que compõem o total do
projeto. Essa área se soma a outros 240 hectares que
correspondem à RPPN da Fazenda Santa Maria.
O corredor está na crista da divisória entre as drenagens das
bacias do Iguaçu e do Paraná. Ele abrange as microbacias
do Rio Apepu, que corre para o Parque Nacional, e a do Rio
Bonito, que corre para o reservatório da Itaipu.
Para ser concluído, o projeto necessita ainda da construção
do segundo viaduto em uma das pistas da BR-277. Quando
estiver completo, o corredor permitirá a ligação entre duas
das mais extensas áreas preservadas do sul do Brasil, os
Parques Nacionais do Iguaçu e de Ilha Grande, favorecendo a
dispersão de genes e a melhoria da biodiversidade.
Com10quilômetrosdeextensão,ocanalpossibilita
aospeixesvencerumdesnívelde120metrosentre
oRioParanáeoreservatório,permitindoassim
anecessáriatrocagenéticaparamanutençãoda
Biodiversidade.Foramidentificadasmaisde130
espéciesdepeixesnessesistema,umnúmero
bastantesignificativoquandoconsideradasas169
identificadasnoreservatório.
Canal da piracema
7574
ZoológicoRobertoRibasLange:
•Espécies 57
•Exemplares 221
CASIB
•Espécies 32
•Exemplares 154
Plantio de mudas nas áreas protegidas (faixa de proteção e refúgios) desde 1979 24.000.000
Plantio de mudas nas áreas protegidas (faixa de proteção e refúgios) 2003 a 2007 938.350
Destinação de mudas para áreas protegidas (faixa de proteção, refúgios e BP3) 2003 a 2009 2.839.476
Manutenção das áreas protegidas (faixa de proteção, reservas e refúgios) 34.222 ha
ManutençãoFlorestaldoCorredordeBiodiversidadeSantaMaria 430,7 ha
PlantiodemudasnoCorredordeBiodiversidadeSantaMaria(área) 40,8 ha
PlantiodemudasnoCorredordeBiodiversidadeSantaMaria(unidades) 75.220 un
Sequestrodecarbonodaatmosferaporano(florestaseáreasprotegidas,ladobrasileiro) 732.863,16 ton
Manutençãoeconservaçãoemcativeirodeespéciesdeanimaisnativos–RefúgioBelaVista 81 espécies
Sequestrodecarbonodaatmosferaporano(florestaseáreasprotegidas,ladobrasileiro):
•753.400toneladasdeCO2
•Totalde22,5milhõesdetoneladasdesdeoiníciodoreflorestamento,em1979
Resultados do programa Biodiversidade,Nosso Patrimônio
O programa Valorização do Patrimônio Institucional e
Regional tem seus antecedentes na criação do Ecomuseu
de Itaipu, em 1987. O programa promove ações de
recuperação, preservação, valorização e interpretação
do patrimônio histórico-cultural, técnico científico e
socioambiental da empresa, da região de influência do
reservatório e da Bacia Paraná 3.
O Ecomuseu de Itaipu é uma das medidas mitigadoras
de impacto socioambiental da construção da usina
hidrelétrica. Trata-se de um museu inovador no âmbito da
América Latina, baseado no conceito de ecomuseologia.
Sua missão consiste na coleta, pesquisa, interpretação,
conservação e divulgação de elementos representativos do
patrimônio regional e institucional, vinculados ao território
e à comunidade. No princípio, suas ações eram dirigidas à
população dos municípios lindeiros ao reservatório de Itaipu
e visitantes da usina.
Em 2004, a partir da implantação do Cultivando Água Boa
e com a ampliação da missão institucional da empresa, a
responsabilidade dessa unidade de memória e educação
Valorização do Patrimônio Institucional e Regional
77
Fatos em Destaque2003
• IníciodasatividadesdeformaçãodoCorredorde
BiodiversidadeSantaMaria.
• Nascimentodo14ºfilhotedejaguatirica.
2006
• InauguraçãodoZoológicoRobertoRibasLange.
• Nascimentodoprimeirofilhotedecervo-do-pantanal
noZoológicoRobertoRibasLange.
2008
• RealizaçãodocursodeatualizaçãoemEndocrinologia
deAnimaisSelvagens,promoçãoItaipu/UFPR,
ministradopelasendocrinologistasJaniceBrowne
SarahPutman,doSmithsonianNationalZoological
Park,deNovaYorque(EstadosUnidos),eSusanWalker,
doChesterZoo,deLondres(Inglaterra).
2009
• Nascimentoesobrevivênciadofilhotedeharpia,a
primeirareproduçãobem-sucedidadessaespécie,em
cativeiro,nopaís.
• Comunidadesdasmicrobaciasrecuperadaspelo
CultivandoÁguaBoarelatamoreaparecimentode
espéciesdefaunaquesetornaramrarasnaregião.
• Comemoraçãodos25anosdoRefúgioBiológico
BelaVista.
2010
• AItaipuselaparceriacomaUniãoInternacional
paraaConservaçãodaNatureza(IUCN,eminglês)
paraproduziruminventáriodaictiofaunadaBacia
HidrográficadoPrata.
• Infestaçãodemexilhãodouradodiminuidrasticamente.
Populaçãodomoluscoinvasorestásobcontrole.
76
PlantiodeárvoresnaBP3
Terapiadeavesatravésdafalcoaria
Reproduçãobem-sucedidadeharpiaemcativeiro
ambiental passou a abranger toda a Bacia do Paraná 3,
atuando em parceria com instituições e secretarias de Cultura
e Educação dos 29 municípios da região. O programa
Valorização do Patrimônio Institucional e Regional, criado
naquele mesmo ano, também tem interfaces com outros
programas do Cultivando Água Boa, em especial com o de
Educação Ambiental.
Por meio dessa parceria com os municípios da região,
o Ecomuseu vem atuando como articulador da Rede
Regional de Museus, Memória e Patrimônio Cultural e
Natural, composta por representantes de instituições
públicas e privadas e da Itaipu, entre outros atores sociais,
e que foi formalizada no V Encontro Cultivando Água Boa
(em novembro de 2008). Para a formação dessa rede,
são promovidos encontros trimestrais com os municípios,
denominados Ciclos de Memória.
Como iniciativa de descentralização da sua atuação, o museu
está propondo, em parceria com os municípios integrantes
da rede e com o Centro de Documentação da Itaipu, o
Centro Virtual de Memória Regional, em fase de formação.
Outra iniciativa que valoriza e promove a cultura regional
é o Festival das Águas, com temática socioambiental, que
objetiva incentivar a expressão cultural e o surgimento de
novos valores artísticos, além de estimular a composição
e interpretação de músicas relacionadas a um novo
modo de ser/sentir, viver, produzir e consumir em
nossa região. Em 2009, foi realizada a primeira edição
do Festival, com participação de todos os municípios
da BP3, premiando as melhores composições com a
gravação de um CD.
Além das ações realizadas a partir de um acervo de mais
de 20 mil peças organizadas em diversas coleções, dirigidas
à comunidade regional e a visitantes e turistas nacionais e
estrangeiros, a atuação do Ecomuseu é complementada pela
promoção de exposições temporárias e itinerantes e oficinas
educativas (arte, história, museologia, entre outros), com
proposta pedagógica de educação ambiental e patrimonial.
78 79
Visitação média de 2 mil pessoas no Ecomuseu de Itaipu (mais de 1 milhão em 22 anos de atividades).
Preservação e documentação de um acervo de 20 mil peças.
Festival das Águas da BP3.
OficinasemMuseologiaeHistóriaRegional.
Exposições no Ecomuseu e itinerantes pela região.
CiclosdeMemóriaRegional.
ApoioàorganizaçãodoIEncontroTrinacionaldasMissõesJesuíticasGuarani,emFozdoIguaçu(PR).
Participação em eventos regionais, nacionais e internacionais, como Encontro Paranaense de Museus, em Telêmaco
Borba(PR),oICongressoInternacionaldeMuseologia,emMaringá(PR),eaIJornadadeFormaçãoemMuseologia
Comunitária,noRiodeJaneiro(RJ).
RealizaçãodaOficinaMuseuseTurismo,comatividadesnoBrasil,ParaguaieArgentina.
ColetadeacervoregionalparaoCentroVirtualdeMemóriaRegional,emfasedeformação.
Participaçãona8ªSemananacionaldeMuseus–PromoçãodoseventosSabordeMuseueMuseuvaiàFeira,
em Foz do Iguaçu, e participação em seminários em Cascavel e Itaipilândia.
Ecomuseu inicia revitalização de seu circuito de exposições permanentes, incluindo coleta de depoimentos de
memória regional.
Resultados da valorização do patrimônio
“ArealizaçãodoFestival
dasÁguasdaBP3,que
reúnetalentosmusicaisde
interpretaçãoecomposição
sertanejaepopularcom
temáticasocioambiental,
éumapropostainédita
naregião,queasseguraa
valorizaçãodonossopatrimônioculturalenatural”.
Carmen Cristine Borzatto
Secretária Municipal da Cultura
Marechal Cândido Rondon
“Foidegrandeimportância
participardeumdos
encontrosdaRedeRegional
deMuseus,Memóriae
PatrimônioCulturaleNatural,
apoiadapeloPrograma
CultivandoÁguaBoa,onde
tivemosaoportunidadede
ampliarnossosconhecimentos,compartilharexperiências
eouvirpessoasquededicampartedesuasvidasemprol
daconservaçãohistóricaepatrimonialdanossaregião.”
Edson José Amaral
Educação Patrimonial
Museu do Pioneiro de Matelândia
“AsiniciativasdoCultivando
ÁguaBoacaminhamem
proldodescortinamentoe
valorizaçãodoPatrimônio
NaturaleCulturaldaBP3.
Sãocontribuiçõesde
amplamagnitudeparaa
caracterizaçãodeaspectos
norteadoresqueconduzemàpercepçãodecerta
identidadeculturalquenoséprópria,dentrodeum
espaçoterritorialhistoricamenteconstituído.”
José Augusto Colodel
Historiador
Santa Helena
“Aexperiênciadoprojeto
ContandoHistóriano
Ecomuseu,elaborado
emparceriacomaItaipu,
oportunizoureflexõesacerca
doelementoáguaeasua
importâncianahistóriado
OestedoParaná.Asoficinas
dehistóriaregional,organizadasporacadêmicose
aplicadasaestudantesdoensinomédio,proporcionaram
aopúblicojovemoconhecimentoeavalorizaçãodeste
patrimônioedaculturalocal.”
SolangePortz,
Coordenadora do Curso de História da Uniamérica
Foz do Iguaçu
Fatos em Destaque
2004
• CriaçãodoprogramaValorizaçãodoPatrimônio
InstitucionaleRegional,quepassaaatuarem29
municípios.
2007
• RecepçãodomilionésimovisitantedoEcomuseudeItaipu.
2008
• RealizaçãodaoficinadeValorizaçãodoPatrimônioe
formalizaçãodaRedeRegionaldeMuseus,Memória
ePatrimônioCulturaleNatural.ReiníciodosCiclosde
MemóriaRegionais.
2009
• RealizaçãodasprimeirasoficinasdeMuseologiae
HistóriaRegional,promovidasemparceriacoma
comunidade.
• RealizaçãodoFestivaldasÁguasdaBP3,emparceria
comoConselhodosMunicípoisLindeirosaoLagoda
Itaipu,ACEO/AMOPemunicípiosdaBP3.
2010
• EcomuseusediaencontrodaAssociaçãoBrasileirade
MuseusComunitários(ABREMC),comaparticipação
doconsultorHuguesdeVarine.
• ArticulaçãoentremunicípioseMinCparaações
decorrentesdoProtocolodeCooperaçãoentre
MinistériodaCulturadoBrasil,SecretariaNacionalde
CulturadoParaguaieItaipuBinacional.
Exposições
Ciclodememóriaregional
Conservaçãodeacervos
Gente que cultiva água boa
OficinaMuseuseTurismo,naArgentina
8180
O bom gerenciamento de efluentes é estratégico para
preservar os resultados decorrentes da recuperação
ambiental promovida pelo Cultivando Água Boa. No
programa Saneamento na região, a Itaipu pôs em prática
a gestão dos efluentes líquidos e sólidos no âmbito da
empresa, com as seguintes metas:
1. A implantação, na Itaipu, de uma infraestrutura
de saneamento ambiental adequada às redes e
estações de tratamento de esgoto;
programa também favorece os catadores de materiais
recicláveis. A empresa doa mensalmente cerca de 8 mil
quilos de recicláveis (papéis, papelão, copos plásticos,
plástico mole e plástico duro).
Além disso, o saneamento tem interfaces com um programa
da Itaipu que não está abrigado no Cultivando Água Boa, mas
que compartilha os objetivos socioambientais da empresa: a
Plataforma Itaipu de Energias Renováveis.
Em parceria com diversas instituições, entre elas a Copel
e a Sanepar, a empresa está testando a metodologia
da Geração Distribuída (a produção de energia junto ao
consumo) em seis protótipos que geram eletricidade a
partir dos dejetos da atividade agropecuária e do tratamento
2. A melhoria geral do saneamento básico nas áreas
da usina (Central Hidrelétrica, Centro Executivo,
Ecomuseu,CentrodeRecepçãodeVisitantes,
RefúgioBiológico,entreoutras),comreflexosna
saúde dos empregados e colaboradores.
A partir da solução dos problemas internos, a metodologia
será colocada à disposição das administrações municipais
da BP3, para que possam melhorar as condições
ambientais da região. Além de beneficiar diretamente o
público interno e os moradores do entorno da usina, o
de esgotos urbanos. Essas unidades de demonstração
são: a Granja Colombari, de criação de suínos, em São
Miguel do Iguaçu; a Fazenda Star Milk, de bovinocultura de
leite, em Vera Cruz d’Oeste; a Estação de Tratamento de
Esgoto Ouro Verde, em Foz do Iguaçu; e as unidades de
vegetais, suínos e frigorífico de aves da Cooperativa Lar, em
Itaipulândia e em Matelândia.
Atualmente, a Plataforma Itaipu de Energias
Renováveis, em parceria com o Cultivando Água
Boa, está implantando um projeto inovador em uma
das microbacias já trabalhadas pelo programa. É o
Condomínio de Agroenergia da Agricultura Familiar,
que permitirá a 42 proprietários rurais do Rio Ajuricaba
produzirem energia coletivamente.
Saneamento na Região
ImplantaçãodeestaçãodetratamentodeesgotocompactaparaatenderaoCentrodeRecepçãodeVisitantes
(CRV),EcomuseueBarreira.
Tratamento do esgoto que antes era lançado de forma irregular no Córrego Brasília por moradores vizinhos.
Disposição correta do lixo biológico.
Construção de cerca para proteção da mata e mina d’água na Vila C (bairro de Foz do Iguaçu próximo à usina).
ImplantaçãodesistemadedistribuiçãodeáguanomunicípiodeSantaTerezinhadeItaipu,nacomunidadeRioBonito.
RecuperaçãodaSangaPinheirinho,nomunicípiodeToledo.
ReformadaCentraldeTriagem,comseparaçãodosmateriaisrecicláveisprensadosedoadosparaCOAAFIe
captação da água da chuva.
Resultados do Saneamento na Região
8382
Por trás de todas as ações realizadas pelo Cultivando Água
Boa, existe grande investimento em infraestrutura por
parte da Itaipu e dos parceiros envolvidos. Esse processo é
coordenado pelo programa Infraestrutura Eficiente, criado
especialmente para realizar todas as obras e serviços
necessários ao suporte e desenvolvimento das ações
socioambientais da empresa.
O trabalho é desenvolvido em parceria com as diversas
entidades que participam do Cultivando Água Boa, como
órgãos municipais, estaduais e federais com presença na
região, cooperativas, empresas, sindicatos, entidades sociais,
universidades, entre outras. Dentro do modelo de gestão
participativa adotado pelo programa para intervenção nas
comunidades, a articulação das parcerias é feita pelos
comitês gestores.
Por meio da assinatura de convênios, ficam claramente
definidas as responsabilidades de cada entidade na execução
das ações previstas para a microbacia.
As atividades desenvolvidas pelo Infraestrutura Eficiente
estão, na realidade, relacionadas aos demais programas
do Cultivando Água Boa e, consequentemente, a seus
resultados. Além desse suporte, o programa oferece o
trabalho de recuperação ambiental e paisagística das áreas
anteriormente alteradas pelas obras de construção da
barragem. É um trabalho contínuo de paisagismo que visa
garantir um ambiente propício à vida silvestre daquela área e
agradável para os trabalhadores e turistas.
Os resultados do programa podem ser conferidos nas
seções dedicadas às demais ações do Cultivando Água
Boa, com destaque para a adequação dos pontos de pesca,
galpão para a comunidade indígena do Ocoy, implantação
da Avenida Beira Rio no Parque Temático Sete Quedas,
construção do Centro de Convivência da Vila C (Escola
Arnaldo Isidoro de Lima) em Foz do Iguaçu, e a manutenção
anual de mais de mil hectares de áreas gramadas, além
do tratamento paisagístico em toda a área da Central
Hidrelétrica, Refúgio Biológico Bela Vista, Centro Executivo,
Ecomuseu e Centro de Recepção de Visitantes.
Infraestrutura Eficiente
A metodologia do Cultivando Água Boa, calcada na participação comunitária e no
compartilhamento de responsabilidades com inúmeros parceiros, tem na realização dos
encontros anuais a coroação das atividades desenvolvidas ao longo do ano. Os eventos são
voltados à difusão de informações e boas práticas socioambientais, capacitação, avaliação,
planejamento e repactuação entre os atores envolvidos.
Os eventos são precedidos de pré-encontros, realizados em todos os 29 municípios da Bacia
do Paraná 3. Nos pré-encontros, o público se divide em reuniões plenárias específicas para cada
um dos 20 programas do Cultivando Água Boa. Nessas reuniões são coletadas sugestões e
propostas que são levadas ao encontro principal.
1º encontro Cultivando Água Boa
Realizado em 20 de junho de 2003, foi o marco de lançamento do programa.
2º encontro Cultivando Água Boa
Nos dias 16 e 17 de setembro de 2004, reuniram-se em Foz do Iguaçu mais de 2 mil pessoas
para participar do 2º Encontro Cultivando Água Boa, que foi precedido de uma cavalgada
promovida por 31 CTGs (Centros de Tradições Gaúchas) da região. Em oito dias, os cavaleiros
percorreram 500 quilômetros levando mensagens ecológicas e mobilizando as comunidades
para que participassem do evento.
O encontro reuniu representações de todos os municípios da BP3, dirigentes da Itaipu,
autoridades e lideranças regionais, estaduais e nacionais e de expressões do pensamento
socioambiental, como o australiano Ken O’Donnell e o jornalista brasileiro Washington Novaes.
As ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e das Minas e Energia, Dilma Roussef e Leonardo
Boff enviaram mensagens eletrônicas de reconhecimento da importância do programa.
No encontro, foi lançada oficialmente no Paraná a política ambiental definida para o Brasil pela
Pré-Encontros e Encontros Cultivando Água Boa
1ºPactodasÁguasdoprograma
8584
Conferência Nacional do Meio Ambiente, que acabava de ser concluída. O lançamento foi feito
em painel desenvolvido pelo diretor do Programa de Educação ambiental do Ministério do Meio
Ambiente, Marcos Sorrentino, pela diretora de Educação ambiental do Ministério da Educação,
Rachel Trajber, e pelo secretário do Meio Ambiente do Paraná, Luiz Eduardo Cheida.
Pacto das Águas
Em oficinas temáticas, os participantes, divididos em dez grupos, analisaram o andamento
do Cultivando Água Boa e formularam 30 novas propostas que dariam maior amplitude e
consistência às ações do programa. As propostas foram expostas em sessão plenária que
celebrou o 2º Pacto das Águas, nestes termos:
“Nós, participantes do 2º Encontro Cultivando Água Boa e do 2º Pacto
das Águas da BP3, declaramos nosso compromisso com a correção dos
passivos ambientais e com o cultivo da ética do cuidado.
Nesse sentido, assumimos os princípios e valores contidos na Carta da
Terra, Agenda 21 e Metas do Milênio.
No espírito dessas orientações planetárias, validamos as propostas e o
pacto dos municípios da região para garantir, nos próximos quatro anos, o
saneamento básico e a disposição final correta dos resíduos.
Neste Pacto das Águas nos comprometemos a fazer a nossa parte como
sinal da esperança de boa qualidade do ambiente de vida para nós e as
futuras gerações.”
Ética do Cuidado
A palestra magna do evento foi do escritor australiano Ken O’Donnell, que abordou “A ética do
cuidado: valores base da sustentabilidade”. Ele começou narrando um episódio de sua vida:
“Eu estava em um táxi em Curitiba, preso em um engarrafamento, e perguntei ao taxista se era
sempre assim, como em São Paulo. Ele respondeu: ‘Nem tanto, mas o trânsito de Curitiba está
ficando cada dia pior’. Perguntei então como achava que iria ficar daqui a dez anos. ‘Só Deus
sabe’, disse. E acrescentou: ‘Eles vão ter que fazer alguma coisa’. Retruquei: ‘Eles quem?’. O
taxista ficou sem resposta, mas devia estar pensando nos governantes”.
O’Donnell repassou a pergunta à plateia: “Quem são eles?” E respondeu: “Eles somos nós.
Todos queremos mudanças, mas quantos de nós queremos mudar? Quanto queremos mudar
nossos hábitos de consumo, nossos hábitos em relação aos cuidados que precisamos ter?
Quando vamos desenvolver atitudes suficientes para garantir a sustentabilidade? Não existem,
além de nós mesmos, outros ‘eles’ que possam vir à Terra resolver nossos problemas.”
Lembrou O’Donnell que o filósofo britânico Arnold Toynbee estudou 21 civilizações que
desapareceram (egípcia, romana, inca e outras) e encontrou dois fatores comuns a todas:
concentração do poder e riqueza nas mãos de poucos e incapacidade de fazer mudanças a
tempo de evitar o colapso.
“Assim como se cuida da casa onde se vive, assim tem-se que cuidar da casa de todos, a mãe
Terra”, prosseguiu. “Ecologista não existe para salvar uma coisa que está longe, e sim no lugar
onde vive”, ensinou.
Em 2005 o evento não foi realizado – deu lugar ao Fórum Diálogos da Bacia do Prata.
3° encontro Cultivando Água Boa
Prestes a completar quatro anos de existência, o programa socioambiental Cultivando Água
Boa realizou, nos dias 30/11 e 1º/12 de 2006, no Centro de Convenções de Foz do Iguaçu, o
terceiro grande encontro de avaliação do trabalho desenvolvido e de projeções para o futuro,
com participação de cerca de 2.300 pessoas, sendo 1.600 de representantes da BP3. Sob a
denominação “Pactos pela Vida Sustentável”, Itaipu e diversas instituições parceiras realizaram
os seguintes eventos integrados: 3º Encontro Cultivando Água Boa; 2ª Feira Vida Orgânica,
de alimentos orgânicos, com participação de mais de 100 produtores e 20 associações e
cooperativas; lançamento do Centro de Saberes e Cuidados Socioambientais da Bacia do Prata,
pela Itaipu e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma); lançamento
do livro “Sistema Plantio Direto com Qualidade”; 4ª Mostra e Seminário de Educação ambiental
do Parque Nacional do Iguaçu; Consolidação da Agenda 21 na BP3 pelas oficinas temáticas do
Cultivando Água Boa; e 6ª Edição do Programa Professor Destaque Ambiental.
Para a avaliação do Cultivando Água Boa, foram realizadas oficinas temáticas em grupos
específicos para cada programa. Na conclusão dos trabalhos foi celebrado o Pacto Pela Vida
Sustentável, com exposição das propostas surgidas nas oficinas temáticas. Diz a introdução
ao documento: “Aqui nos reunimos para avaliar, refletir e propor ações para a elevação da
qualidade de vida e do meio ambiente, especialmente da água na região em que habitamos.
Nesse encontro trabalhamos com as ideias, sugestões e recomendações apresentadas, que
foram discutidas e assumidas nas oficinas temáticas, pelas quais construímos esta carta que
representa nossos compromissos pessoais e coletivos”.
Feira Vida Orgânica
Em todas as edições dos encontros anuais, como também em outros eventos, está
presente a Feira Vida Orgânica para exposição e comercialização da produção da
agricultura orgânica regional desenvolvida dentro do Programa Desenvolvimento
Rural Sustentável, do Cultivando Água Boa. A cada feira evidenciam-se os avanços na
quantidade e qualidade da produção.
Arte, cultura, ciência, ação
O programa do evento incluiu também a exposição fotográfica “Parque Nacional do Iguaçu – 20
Anos de Patrimônio Natural da Humanidade”; apresentações artísticas e culturais por profissionais
e estudantes dos municípios da BP3 e do entorno do Parque Nacional do Iguaçu; exposições de
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imagens e dados sobre as ações socioambientais realizadas pelo Cultivando Água Boa no Brasil e
no Paraguai; exposição de trabalhos de pesquisa científica da área de influência do reservatório, do
Parque Nacional e seu entorno.
Presenças ilustres
Participaram do evento, além de diretores da Itaipu, Orlando Pessuti, governador do Paraná
em exercício; Pedro Ivo Batista, representante da ministra do Ministério do Meio Ambiente,
Marina Silva, e coordenador da Conferência Nacional do Meio Ambiente; Rachel Trajber,
coordenadora de Educação ambiental do Ministério da Educação; Marcos Sorrentino,
diretor de Educação ambiental do Ministério do Meio Ambiente; Sérgio Bueno da Fonseca,
coordenador da Agenda 21 brasileira; Enrique Leff, coordenador da Rede de Educação
ambiental para a América Latina e Caribe, do Pnuma; Rasca Rodrigues, secretário do Meio
Ambiente do Estado do Paraná.
4º encontro Cultivando Água Boa
Em2007,simultaneamenteaoEncontroCultivandoÁguaBoa,realizaram-seoutrostrês
eventos:6ªFeiraVidaOrgânica,5ªMostraeSemináriodeEducaçãoambientaldoParque
NacionaldoIguaçue3ªConferênciaRegionaldeMeioAmbiente,organizadospelaItaipu
Binacional, pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – Parque Nacional
do Iguaçu e pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná.
O Encontro Cultivando Água Boa teve início ainda em setembro de 2007, com a realização de
29 reuniões preparatórias, que reuniram cerca de 3.600 pessoas que atuam no programa nos
29 municípios da BP3. E o evento que reuniu todos os atores em novembro teve a participação
efetiva de mais de 3.300 pessoas de diversas regiões do Paraná e do Brasil, algumas do
exterior, entre elas cerca de 150 representantes dos demais países da Bacia do Prata (Bolívia,
Paraguai, Argentina e Uruguai).EnriqueLeff
Para a Itaipu e seus parceiros, o encontro teve os objetivos de “expor, compartilhar e avaliar as
práticas socioambientais sustentáveis do Cultivando Água Boa, estimulando e fortalecendo as
parcerias, iniciativas e conceitos socioambientais, e culminando no Pacto pela Vida Sustentável,
com ações encaminhamentos futuros, principalmente frente à questão do aquecimento global”.
Oficinas temáticas e variedades
Os atores do Cultivando Água Boa foram distribuídos em dez oficinas temáticas, cujos
resultados foram levados para uma cerimônia coletiva com apresentação e leitura da Carta
Pactos pela Vida Sustentável, em que os participantes assumiram o compromisso com um total
de 68 propostas de ação no curto, médio e longo prazo.
O evento teve ainda música, teatro, poesia, religiosidade, espaço especial para o chamamento
ao cultivo da equidade de gênero e a já tradicional Feira Vida Orgânica, sétima edição, com
participação de 23 entidades e empresas expositoras de produtos orgânicos. Os atores de
cada programa ou projeto do Cultivando Água Boa também fizeram exposição das práticas
sustentáveis mais significativas desenvolvidas nos 29 municípios da BP3.
Palestras
Outra importante atividade consistiu nas palestras proferidas por personalidades de renome
nacional e internacional:
• PauloNobre,doInstitutoNacionaldePesquisasEspaciais(Inpe),abordouotema
“Mudançasclimáticaseaquecimentoglobal”.Disseque“oaquecimentoglobaléuma
realidadeatual,nãoumaimprovávelprojeçãoparaofuturo”.
• LeonardoBoffdiscorreusobre“Ocompromissodasociedadediantedasmudanças
climáticas–anecessidadedeumanovaéticadocuidado”.Defendeu“ummododevidamais
simples,queexigealgunssacrifícios,massóassimpoderemosreverteroquadroatual”.EnriqueLeff PauloNobre
8988
• DomMauroMorelliabordouamudançaclimáticasobaóticadodesafioquerepresenta
paraasegurançaalimentaredefendeuque“alimentaçãoenutriçãoadequadassãoo
maiselementarebásicodireitohumano”.
• EnriqueLeff,doPnumaedoCentrodeSaberesecuidadosSocioambientaisdaBacia
doPrata,faloude“Diálogodaságuas,diálogodesaberes”.
• LetíciaSabatella,atriz,defendeuaeducaçãocomo“armamaiseficazparafazercessara
degradaçãoambientaledavida”.
5º encontro Cultivando Água Boa
Em 2008, com participação de cerca de 4.000 pessoas, o Encontro Cultivando Água Boa,
realizado dos dias 23 a 25 de novembro, foi promovido paralelamente ao Fórum de Águas
das Américas – organizado pela Agência Nacional de Águas e pelo Conselho Mundial da Água,
em preparação ao 5º Fórum Mundial da Água –, à Reunião do Conselho Mundial da Água,
ao Encontro Anual do Centro de Saberes e Cuidados Socioambientais da Bacia do Prata e
Encontro de Comunicação Socioambiental do Sistema Eletrobrás. O Encontro Cultivando Água
Boa, como de hábito, foi precedido de reuniões preparatórias nos 29 municípios da BP3, com
envolvimento de 2.600 pessoas atuantes no programa.
Oficinas temáticas
O Encontro Cultivando Água Boa teve como dinâmica central o trabalho desenvolvido em dez
oficinas temáticas, cada uma com média de 200 participantes, que mostraram receptividade e
mesmo entusiasmo em relação ao programa, engajamento nas suas ações e forte empenho
em levar a missão adiante. Nas oficinas foi trabalhada, especialmente, a ideia do fortalecimento
dos comitês gestores do programa nos municípios, na perspectiva de que o protagonismo seja
cada vez mais das comunidades do que da Itaipu. DomMauroMorelli
Diretor-geralbrasileirodaItaipu,JorgeSamek
Cada oficina iniciava com palestra de uma ou mais pessoas especializadas no respectivo
tema. Em seguida os participantes passavam ao exame e debate das ações do programa CAB,
para depois formular propostas para sua continuidade e, no que foi o ponto alto do evento,
assinaram a Carta Pacto, com dezenas de propostas de ação.
Itaipu no Conselho Mundial da Água
Em sessão especial dentro da programação do Fórum de Águas das Américas, a Itaipu
Binacional foi admitida oficialmente como membro do Conselho Mundial da Água pelo próprio
presidente da entidade, Löic Fauchon. Além dele, participaram do ato o presidente da ANA –
Agência Nacional de Águas, José Machado, o ministro do Meio Ambiente da Turquia, Veysel
Eroglu, e o diretor-geral da Itaipu, Jorge Samek.
O Conselho Mundial, com sede na França, reúne 360 organizações de 60 países, com uma
preocupação básica: tornar os cuidados com água uma prioridade para os governos.
“Samek tem muito a contribuir com o Conselho, não apenas por dirigir a maior hidrelétrica do
mundo, mas pelo trabalho que é feito na bacia”, disse Loïc Fauchon. “Fiquei impressionado com
a quantidade de programas sociais desenvolvidos pela empresa.”
Adesão do Brasil ao Centro de Saberes
Outro fato marcante do conjunto dos eventos foi a adesão oficial do governo brasileiro,
confirmada pelo ministro Carlos Minc, ao Centro de Saberes e Cuidados Socioambientais da
Bacia do Prata. Com a medida, o Ministério do Meio Ambiente passou a ter poder de apoiar
financeiramente o órgão e estabelecer com ele acordos de cooperação técnica e científica
(saiba mais sobre o Centro de Saberes na página 97).
Fórum de Águas das Américas
Cerca de 250 autoridades de 37 países das três Américas reuniram-se em Foz do Iguaçu
para discutir os principais problemas do continente em relação à gestão de recursos
hídricos, especialmente os temas ligados ao financiamento e à universalidade de acesso
a esse bem finito e ameaçado pela contaminação produzida pelas atividades humanas.
O fórum definiu o posicionamento dos países americanos que será levado ao Fórum
Mundial, realizado em março de 2009, em Istambul, Turquia. Os participantes emitiram o
documento “Mensagem de Foz do Iguaçu”, contendo as conclusões do Fórum, entre elas
esta proposição: “Promover inclusão social e erradicação da pobreza por meio do acesso
universal à água potável e saneamento básico e do uso produtivo da água, pela utilização
do potencial hidrelétrico, de irrigação, do transporte, turismo e lazer, dentro de um contexto
de desenvolvimento sustentável”.
9190
Arte, cultura e espiritualidade
Uma série de atividades artísticas, culturais e espirituais perpassaram os trabalhos. Já na abertura
dos eventos houve apresentação do Coral de Itaipu com a Orquestra de Câmara do Paraná,
e o Balé do Teatro Guaíra, de Curitiba. Entre uma e outra parte da programação, apresentou-
se a cantora Shizue Naka, da ONG União Planetária. Também se apresentou com sucesso
o Coro Municipal Villa Lobos, do município de Entre Rios d’Oeste, integrante da BP3. Ainda
pela União Planetária foi montada a Tenda Espiritual e, na mesma linha, foram desenvolvidas
mesas-redondas sobre os temas “Água e Saúde Integral” e “Água e Ecologia Profunda”. No
encerramento, apresentou-se o cantor Almir Satter e orquestra, encantando o público com
música folclórica brasileira e latino-americana. E mais: como sempre, durante os eventos
aconteceu a Feira Vida Orgânica, de alimentos orgânicos e artesanato, inclusive indígena,
revelando importantes avanços que a agricultura regional vem apresentando no campo do
desenvolvimento rural sustentável.
6º encontro Cultivando Água Boa
Seguindo a tendência de, a cada ano, registrar uma participação crescente, o 6º Encontro
Cultivando Água Boa foi um grande sucesso de público. Nada menos que 4,3 mil pessoas
compareceram à abertura do evento, em 18 de novembro, no Rafain Palace Hotel, em Foz do
Iguaçu. Os outros dois dias de programação também registraram mais de 4 mil participantes,
em média.
A grande novidade da sexta edição foi a realização conjunta com o 7° Encontro Íberoamericano
de Desenvolvimento Sustentável (Eima7), do 1º Encontro de Organismos de Bacia da América
Latina (1º Relob) e do Encontro Anual do Centro de Saberes e Cuidados Socioambientais
da Bacia do Prata. Logo após o encerramento do 6º CAB, foi promovida a 5ª Conferência
Internacional sobre Felicidade Interna Bruta (FIB).
Dois fatos marcaram a abertura da programação. O primeiro foi a criação de departamentos
de meio ambiente em diversas instituições da região Oeste do Paraná, como a Associação
das Câmaras Municipais d’Oeste do Paraná (Acamop), Associação dos Municípios d’Oeste
do Paraná (Amop) e Conselho dos Municípios Lindeiros, entre outras. Outra conquista para o
programa foi a assinatura de um convênio com a Fundação Roberto Marinho, semelhante ao
projeto-piloto firmado em 2007 com a mesma entidade. O convênio prevê a formação de
720 gestores de bacias hidrográficas (mais informações na página 99).
Outro destaque da abertura foi a palestra do ecosocioeconomista Ignacy Sachs. De origem
polonesa, ele foi um dos precursores no conceito de desenvolvimento sustentável, ainda nos
anos 1970. Também proferiram palestras o jornalista Washington Novaes e o escritor Carlos
Walter Porto Gonçalves, que falou sobre “Um novo modo de ser para a sustentabilidade”. A
programação incluiu ainda 12 oficinas temáticas, que trataram de temas como aquicultura,
agroecologia, educação ambiental, energias renováveis e comunicação socioambiental.
Grandes estrelas e autoridades mundiais em meio ambiente participaram do encerramento
do encontro, tais como a atriz Maitê Proença, o cantor e compositor Almir Sater e também o
primeiro-ministro do Butão, Lyongpo Jigme Thinley, o principal responsável pela difusão da
metodologia da FIB como um novo conceito de avaliar a riqueza de uma nação. Para Maitê
Proença, o evento mostrou que o Programa Cultivando Água Boa funciona porque tem o
envolvimento verdadeiro das pessoas.
“A gente vê que não é algo burocrático; imposto. As pessoas estão envolvidas de verdade. E por
isso deve perdurar”, afirmou.
EIMA 7
Realizado pela primeira vez no Brasil, o Eima propôs, na agenda ambiental internacional,
debates sobre política e administração ambiental, planejamento energético, ecologia
urbana, planos de cooperação internacional, contaminação atmosférica, fornecimento e
contaminação da água, educação ambiental, produção de energia; participação cidadã,
cooperação hispano-americana, gestão sustentável das cidades, entre outros temas. Na
abertura do evento, o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, fez a defesa
das energias renováveis, afirmando ser essa principal alternativa para se promover o
desenvolvimento sem prejudicar o meio ambiente. Já o diretor executivo do Observatório
de la Sostenibilidad en Espana (OSE), Luis Jiménez Herrero, defendeu a criação de
indicadores para administrar os recursos ambientais de cada país. E o presidente da
Fundação Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente, da Espanha), Gonzalo Echagüe
Méndez de Vigo, afirmou que a crise ambiental é um aviso para os governos, para que o
desenvolvimento seja inteligente, se preocupando com os aspectos econômicos, sociais,
ambientais e culturais. Ao final do evento, foi celebrado um convênio de cooperação
técnica entre a Itaipu e a Fundação Conama.
9392
Centro de Saberes
Um grupo de seis notáveis defensores de causas sociais e ambientais forma o Conselho de Saberes e
Cuidados Socioambientais da Bacia do Prata. A constituição do conselho aconteceu durante o segundo
dia de atividades do Encontro Anual do Centro de Saberes e Cuidados Socioambientais da Bacia do
Prata, evento realizado paralelamente ao 6º CAB. Integram o conselho o argentino Carlos Galano, o
mexicano Enrique Leff, o paraguaio Oscar Rivas e os brasileiros Leonardo Boff, Marcos Sorrentino e
Moema Viezzer. O conselho foi criado para resgatar a história de pessoas que inspiraram a formação do
próprio centro e manter uma conexão permanente com esses idealizadores.
1º Relob
A realização do 1º Encontro de Organismos de Bacias da América Latina e Caribe (Relob), em
Foz do Iguaçu, foi anunciada pelo Governo do Paraná durante a abertura o Fórum de Águas das
Américas, realizado na mesma cidade em novembro de 2008 e que contou com a participação
de representantes de 33 países da América Latina e do Caribe. O 1º Encontro serviu para
fortalecer a rede, com o objetivo de contribuir com a melhoria da gestão integrada dos recursos
hídricos na América e no Caribe, por intermédio do conhecimento de experiências nacionais e
internacionais e do intercâmbio entre organismos de bacias hidrográficas.
5ª Conferência Internacional sobre FIB
Também realizada pela primeira vez no Brasil, a Conferência Internacional sobre FIB contou
com a participação de uma comitiva de autoridades do Butão, liderada pelo primeiro-ministro
Lyongpo Jigme Thinley. A organização da conferência foi do Instituto Visão Futuro, coordenado
pela psicóloga e antropóloga Susan Andrews, com apoio da Itaipu.
O termo Felicidade Interna Bruta foi criado em 1972, pelo rei butanês Jigme Wangchuck, para ReuniãoanualdoCentrodeSaberes
se contrapor às medições puramente materiais do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo o
primeiro-ministro, o PIB é valorizado ao custo do empobrecimento espiritual e é a antítese
da FIB, que busca o equilíbrio entre as necessidades materiais e espirituais. A metodologia
da FIB compreende 72 indicadores agrupados em nove dimensões da felicidade: bem-estar
psicológico, uso do tempo, vitalidade da comunidade, cultura, saúde, educação, diversidade do
meio ambiente, padrão de vida e governança.
O que foi dito
Autoridades e personalidades de destaque no pensamento socioambiental participaram de
encontros Cultivando Água Boa e deixaram mensagens, como estas:
“Viemosaquiparamostraraexperiênciapráticada
adoçãodametodologiadaFelicidadeInternaBruta
(FIB)noButãoetambémparaaprendercomo
trabalhosocioambientaleorespeitoàpopulaçãolocal
promovidospelaItaipunessaregiãodoBrasil.Viemos
paraaprendereaprendemosmuito.Quandovoltarao
meupaís,todosvãosaberoqueestáacontecendoaqui.
Podemcontinuarfazendoestetrabalhobonito,queserve
deinspiraçãoparatodaahumanidade.“
Primeiro-ministrodoButão,LyongpoJigmeThinley
“Noúltimodia23desetembroestourouessacriseque
seráumincômodoparatodosnósnospróximostrêsou
quatroanos.Elaéaconstataçãodainsustentabilidade
doplanetacomoumtodo.Estamosconsumindo40%
amaisdoqueaTerrapodeproduzir.Acontinuarmos
nesseprocesso,nãovamoschegaraoano2030,porque
oPIBatual(tudooqueahumanidadeproduzemriqueza
eserviços)éde50trilhõesdedólaresanuais.Sea
humanidadecrescerdoisatrêsporcento,em2030oPIB
seráde130trilhõesdedólares.Masnãovamoschegarlá.Nãodá.ATerranãoaguenta.”
Leonardo Boff, da Comissão da Carta da Terra
9594
SusanAndrewsfalaaparticipantesda5ªFIB
“Hojeéumdiamuitoimportante.Temosaqui
representados37paísesdasAméricassepreparando
paraoFórumMundialdaÁgua,deIstambul.Éum
eventodegranderepercussãointernacional.Eventos
comoessemostramaimportânciadesetrataro
temadaáguaglobalmente.Aágua,semdúvida,é
umproblemainternacional.Nósqueremoslevar
nossapreocupaçãoparaomundo.Entretanto,éem
âmbitolocal,nomunicípioenaspessoasquevamos
efetivamenteresponderaosproblemasquenosafetam
nosaneamento,naconservaçãodaagriculturasustentáveledessamaneiragerirbem
nossosrecursoshídricos.“
José Machado, presidente da Agência Nacional de Águas (ANA)
“Aquestãodomeioambientedeveserpensadade
maneiratransversal,unidaasetoressobperspectivas
políticas,econômicas,sociais,culturaiseestéticas.É
precisoumplanodedesenvolvimentosustentávelque
leveemcontatodosessesaspectos,conjuntamente.”
MarinaSilva,senadora,ex-ministradoMeioAmbiente
“AItaipuBinacional,pormeiodoCultivandoÁguaBoa,
éumgrandeexemplodeaçõesquerecomendamosao
presidenteLulaparareplicarmosemoutraspartesdo
Brasil.”
Carlos Minc, ex-ministro do Meio Ambiente
Para compartilhar as experiências e conhecimentos adquiridos ao longo de sua execução, o
Cultivando Água Boa gerou iniciativas que têm como missão a difusão de práticas e de tecnologias
para outras regiões do país e do mundo interessadas em promover a sustentabilidade.
Centro de Saberes e Cuidados Socioambientais da Bacia do Prata
O Centro de Saberes e Cuidados Socioambientais da Bacia do Prata foi constituído a partir de
uma série de diálogos entre especialistas em educação ambiental que ocorreram em 2006,
quando foi firmado o Acordo de Cooperação Técnica, Científica e Financeira entre o Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Itaipu Binacional e Fundação Parque
Tecnológico Itaipu (FPTI), com a presença do Comitê Intergovernamental Coordenador dos
Países da Bacia do Prata (CIC).
A partir de 2006, Ministérios e Secretarias do Meio Ambiente da Argentina, Bolívia, Brasil,
Paraguai e Uruguai, Ministérios da Educação do Brasil e Paraguai, Ministério da Agricultura y
Ganadería do Paraguai, Organizações não-governamentais e universidades dos cinco países da
Bacia do Prata também passaram a fazer parte da iniciativa.
A missão do centro é contribuir com ações de educação regional para responder aos desafios
socioambientais globais, regionais e locais, em sintonia com documentos planetários, para
construir um futuro sustentável no território pratense.
RepresentantesdoscincopaísesdaBaciadoPratanoCentrodeSaberes
9796
Troca de experiências e difusão do conhecimento
A principal metodologia do centro
para a divulgação dos saberes
ambientais consiste nos Círculos de
Aprendizagem Permanente (CAPs).
O objetivo é formar cidadãos que
vivem na Bacia do Prata, por meio
de processos educativos que
contemplem os princípios e valores
dos documentos planetários para
um futuro sustentável. A cada nível,
os participantes multiplicam os
conhecimentos por meio do efeito
mandala.
O CAP 1 é formado pelo Conselho
Diretor, Comitê gestor, Assessores Técnicos e Secretaria Executiva (20 participantes).
O CAP 2 são gestores e técnicos, representantes de governos, da sociedade civil, da
comunicação e das universidades (35 participantes – 7 por país).
O CAP 3 tem formadores e formadoras socioambientais de instituições governamentais, da
sociedade civil e de ensino (150 pessoas, 30 por país). O CAP 3 iniciou nos países da Bacia
durante o segundo semestre de 2009.
O CAP 4 são comunidades de aprendizagem com saberes, ações e produtos de comunicação
socioambiental (4.500 pessoas, sendo 900 por país). Previsão de conclusão do processo
formativo até o final de 2010.
Ao final do CAP 4, o centro pretende formar comunidades de aprendizagem que valorizem seus
saberes e práticas socioambientais e se capacitem para produzir, com os outros atores sociais,
novos saberes e ações sustentáveis da Bacia do Prata.
Centro Internacional de Hidroinformática
Por meio de uma parceria entre a Itaipu Binacional e a Organização das Nações Unidas para
a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o Centro Internacional de Hidroinformática (CIH),
instalado no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), vem contribuindo para a execução do Programa
Hidrológico Internacional (PHI), considerado a maior iniciativa mundial de cuidados com a água,
na região trinacional – Brasil, Paraguai e Argentina.
O CIH aproveita a experiência de mais de 20 anos no monitoramento da qualidade da água do
reservatório e desenvolve ferramentas que auxiliam as comunidades dos municípios da Bacia
do Paraná 3 a fazer o acompanhamento de seus indicadores de sustentabilidade.
Além dessas ferramentas (softwares, aplicativos e metodologias), o CIH atua no campo
educacional (capacitação em diversos níveis) e da comunicação (divulgação dos conteúdos
relacionados à hidroinformática).
Multicurso Água Boa de Gestores de Bacias Hidrográficas
Resultado de um convênio com a Fundação Roberto Marinho, o Multicurso Água Boa de
Gestores de Bacias Hidrográfi cas é um programa de capacitação e formação continuada em
gestão para líderes comunitários, professores e técnicos em meio ambiente da BP3, que teve
início no primeiro semestre de 2010.
A iniciativa transformou as microbacias da região em verdadeiras salas de aula e, a
partir dessa experiência, a Fundação Roberto Marinho irá replicar os conhecimentos do
Cultivando Água Boa pelo Brasil afora, através de uma rede de aprendizagem para a
gestão de bacias hidrográficas.
O curso conta com 720 participantes nos 29 municípios da região, divididos em dois núcleos
(Foz do Iguaçu e Toledo). A duração prevista é de 18 meses e a metodologia
une educação presencial e a distância.
9998
Reconhecido por meio de diversos prêmios nacionais e internacionais, o Cultivando Água Boa está
se firmando como referência em boas práticas socioambientais no país. Os méritos, em especial,
também devem ser atribuídos e compartilhados com os inúmeros atores e parceiros do programa.
2010
Clean Tech & New EnergyA capacidade da Itaipu de produzir energia limpa e renovável foi reconhecida pela revista
britânica The New Economy, responsável pelo prêmio Tecnologia Limpa e Novas Energias.
Tida como “líder em desenvolvimento de energias renováveis”, a Itaipu foi uma das
premiadas, ficando lado a lado com as maiores empresas produtoras de energia do planeta.
Projetos da empresa, como o Cultivando Água Boa, a Plataforma de Energias Renováveis,
Veículo Elétrico e o Parque Tecnológico Itaipu foram mencionados como exemplos de
iniciativas de sucesso.
Prêmio Chico MendesO Prêmio Social Ambiental Chico Mendes reconhece o esforço da Itaipu na promoção de
diversas ações socioambientais, no âmbito do programa Cultivando Água Boa. Promovido pelo
Instituto Chico Mendes, o prêmio valoriza ações voltadas ao desenvolvimento sustentável por
intermédio da promoção humana e da conservação ambiental.
Reconhecimentos e premiações
Conferênciamundialdospovos
101100
Além das diversas ferramentas de aferição de resultados e de planejamento participativo, o Cultivando Água
Boa também busca o intercâmbio com iniciativas nacionais e internacionais que possam contribuir para o
aperfeiçoamento do modelo de gestão e da metodologia empregada. Entre muitas apresentações do programa
em instituições e eventos, destacam-se:
México–2ºColóquioInternacionaldeBaciasSustentáveis,naCidadedoMéxico–2010
Holanda – Earth Charter +10, em Haia
Paraguai–FórumSocialdasAméricas,emAssunção
Bolívia – Conferência Mundial dos Povos sobre as Mudanças Climáticas e Direitos da Mãe Terra, em Cochabamba
Alemanha – Biofach 2010, feira internacional de produtos orgânicos, em Nuremberg
Turquia: 5º Fórum Mundial da Água, em Istambul, em 2009
Bélgica: Apresentação para o Parlamento Europeu, em Bruxelas
Espanha: Tribuna da Água da ExpoZaragoza, em 2008
México:ForoRegionaldaAméricadoNorte,AméricaLatinaeCaribesobreEnergiaeÁgua
Itália: Apresentação para a Universidade de Pisa
China:SimpósioInternacionalsobreoProjetodeTrêsGargantaseDesenvolvimentoeProteçãodeRecursos
HídricosdoRioYangtze
Holanda: Earth Charter +5 (Carta da Terra)
México: 4º Fórum Mundial da Água, na Cidade do México, em 2006
CostaRica:CiclodeexperiênciasdaConferênciaemTecnologiasdeCentraisHidrelétricas
Portugal: 2º Fórum das Águas, em Lisboa
Espanha: no Fórum Internacional das Colheitas e na Associação Espanhola da Indústria, em 2004
Intercâmbio
ExpoZaragoza,Espanha
2009
Prêmio ECOLançado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham) em 1982, o Prêmio ECO foi
pioneiro no reconhecimento de companhias que adotam práticas sustentáveis no Brasil. A Itaipu
Binacional foi uma das vencedoras do ECO 2009, como empresa de grande porte na categoria
Sustentabilidade em Processos.
Prêmio Von Martius de SustentabilidadeO Prêmio Von Martius de Sustentabilidade foi criado pela Câmara de Comércio e Indústria
Brasil-Alemanha, em 2000, com a proposta de premiar projetos que valorizam ações voltadas
ao desenvolvimento sustentado. Em 2009, o Cultivando Água Boa ficou em segundo lugar
entre as 10 empresas premiadas. Ao todo, foram inscritos 166 projetos.
3º Prêmio Brasil Meio AmbienteOrganizado pela Companhia Brasileira de Multimídia (CBM), o prêmio prestou homenagem ao
diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, como “Destaque Federal” no
setor ambiental em 2008.
7º Prêmio Benchmarking Ambiental BrasileiroA Itaipu obteve a 3ª colocação no Benchmarking Ambiental Brasileiro 2009. A empresa
concorreu com o Programa de Educação ambiental para a Sustentabilidade, uma das ações
do Cultivando Água Boa. Dos 169 cases enviados, 30 foram selecionados para a final e
apresentados a um público formado por executivos, gestores, especialistas e jornalistas. A
terceira colocação deixou a binacional à frente de grandes empresas concorrentes, como
Embratel, Johnson & Johnson, Souza Cruz, Klabin, e Bradesco entre outras.
2007
5º Prêmio Benchmarking Ambiental BrasileiroO Programa Cultivando Água Boa foi eleito a melhor ação ambiental voltada ao meio ambiente
em 2007, no 5º Prêmio Benchmarking Ambiental Brasileiro. A Itaipu obteve a maior nota (8.722)
e concorreu com 15 finalistas de prestígio como a Braskem, Copebras, Duke Energy, Faber-Castell,
Itautec, Klabin e Philips. Os projetos selecionados são incluídos no livro Bench Mais, considerado o
mais importante banco de boas práticas do país.
Prêmio Avá-GuaraniA Itaipu recebeu o Prêmio Avá Guarani na categoria Órgão Público Investidor no Setor Turístico em
cerimônia realizada no auditório da Uniguaçu – União do Ensino do Iguaçu, em São Miguel do Iguaçu.
2008
Destaque Nacional de Responsabilidade SocioambientalA Itaipu recebeu o Prêmio Destaque Nacional de Responsabilidade Socioambiental Empresarial,
concedido pelo Instituto Ambiental Biosfera.
Ecologia e AmbientalismoConcedido pela Câmara de Vereadores de Curitiba a personalidades, entidades e
empresas paranaenses, em reconhecimento à competência, liderança e eficiência com
que atuam na área.
Prêmio “As Luzes da Água” em CannesNo 9º Simpósio da Água de Cannes (França), conhecida como Capital Mundial da Água, a Itaipu
recebeu o Diploma do Simpósio da Água de Cannes, em função da parceria estabelecida com a
Rede Internacional de Gestão dos Conflitos Ambientais.
2006
Prêmio COGENa 6ª edição do Prêmio da Fundação COGE, o programa Cultivando Água Boa foi considerado a
melhor ação ambiental desenvolvida por empresas do setor elétrico no Brasil.
Prêmio ABESA Itaipu recebeu o prêmio na categoria Empresa Pública, na solenidade comemorativa aos 40
anos da Abes (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental), em Curitiba.
Destaque Nacional em Meio AmbienteDiploma de Destaque Nacional em Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e
Responsabilidade Social, concedido pelo Instituto Ambiental Biosfera e pelo Instituto Brasileiro
de Estudos Especializados (Ibrae).
Finalista do Prêmio ANA (Agência Nacional de Águas) A ação de Educação ambiental da Itaipu “Agenda 21 do Pedaço na Bacia do Paraná 3” foi um
dos cinco finalistas na categoria Gestão de Recursos Hídricos, do Prêmio ANA, promovido com
o objetivo de reconhecer o mérito de iniciativas na busca da excelência e da originalidade das
soluções na conservação e uso sustentável da água. O projeto concorreu com outros 284 de
todo o Brasil e foi o único selecionado no Paraná.
103102
2005
Earth Charter + 5 A experiência da Itaipu com práticas ambientais rendeu um prêmio do evento Carta da Terra
+ 5 (Earth Charter + 5), realizado em Amsterdã, Holanda, em 2005. O prêmio Carta da Terra
Máximo T. Kalaw Jr. foi dado em reconhecimento ao Programa Cultivando Água Boa, uma
das quatro vencedoras entre as 30 práticas mundiais analisadas, que difundem e aplicam
concretamente os princípios e valores da Carta da Terra. O mérito de Itaipu é ainda maior
porque esta é a primeira vez que uma experiência desenvolvida por uma empresa hidrelétrica
recebeu um prêmio dessa relevância.
Expressão Ecológica A Itaipu recebeu o 13º Prêmio Expressão de Ecologia Ambiental, na categoria Educação
2004
2º Seminário sobre Ecoturismo e Desenvolvimento SustentávelA participação no 2º Seminário sobre Ecoturismo e Desenvolvimento Sustentável, em São
Sebastião, culminou na entrega de prêmio pelo secretário de Turismo do governo de São Paulo,
Marco Antônio Castelo Branco, pelos 30 anos de preservação ambiental da Itaipu, na condição
de Empreendedor Comprometido com a Causa do Desenvolvimento Sustentável no Brasil.
Prêmio Fae/Fiep 2004A Itaipu recebeu em Curitiba, junto com outras nove entidades, o Prêmio de Responsabilidade
Social da Faculdade Católica de Administração e Economia (FAE) e da Federação das Indústrias
do Estado do Paraná (Fiep), escolhida juntamente com a Secretaria Especial de Relações
Humanas e o Instituto de Saúde Ponta Grossa como vencedora da categoria Órgãos Públicos.
A empresa inscreveu um case com oito projetos: Combate à Exploração Sexual de Crianças
e Adolescentes, Comunidade Avá-Guarani – Terras Indígenas Tekoha Ocoy e Añetete, Jovem
Jardineiro, PEC, PIIT, PTI, Reviver e Saúde na Fronteira.
Prêmio Expressão de Ecologia Conservação de Recursos Naturais – Setor PrivadoPela segunda vez consecutiva, a Itaipu recebe o prêmio Expressão de Ecologia, em Joinville (SC),
concedido pelo trabalho Estudos de Ovos e Larvas de Peixes no Lago de Itaipu, desenvolvido em
parceria com a Unioeste.
2003
Prêmio Estadual – Troféu Dignidade Solidária 2003Oferecido pelo CEPAC (Centro Paranaense de Cidadania), com o projeto de Sustentabilidade
Social da Região da Vila C.
Ambiental, com o case “Educação ambiental Não-Formal nas Microbacias dos Rios Lajeado
Xaxim e Sabiá”. O trabalho foi reconhecido por já estar fazendo história na região, unindo os
esforços de diversos parceiros na melhoria da qualidade da água e da vida dos usuários da
Bacia do Paraná 3.
Zilda ArnsAItaipu foi a única empresa a ser premiada em duas categorias no 2º TOP Social ADVB Prêmio
Zilda Arns de Responsabilidade Social 2005. A entidade foi contemplada pelos projetos que
desenvolve voltados ao meio ambiente, com o case Cultivando Água Boa, e à comunidade,
pelo conjunto de ações nas áreas de educação, geração de renda, combate à exploração sexual
de crianças e adolescentes, combate à violência, equidade de gênero e saúde, além das ações
de desenvolvimento pelo Parque Tecnológico Itaipu (PTI).
105104
Perspectivas futuras
Uma das grandes conquistas do Cultivando Água Boa reside no fato de que a assimilação
dos objetivos do programa pelas comunidades da Bacia do Paraná 3 foi tão consistente que
todos os 29 municípios da região oficializaram, por meio de leis municipais, a existência e o
funcionamento dos Comitês Gestores Municipais do Cultivando Água Boa, algo ainda raro no
país entre projetos desse gênero. Esse, por si só, é um indicador da continuidade do programa
e de como o público atendido compartilha a responsabilidade pela manutenção e ampliação
dos benefícios socioambientais conquistados.
O Comitê gestor Municipal é composto por diversas instituições, como os Conselhos de Saúde,
Ação Social e Educação, e entidades classistas, de moradores e ONGs. Cada instituição indica
dois representantes (um titular e um suplente) para compor o comitê. A pluralidade do comitê
enriquece o processo decisório, por meio da democracia participativa.
Além de fortalecer o programa, a criação do comitê ajuda os municípios a se organizarem para
discutir, planejar e decidir sobre projetos que são de interesse municipal, mesmo que sejam
ações alheias ao Cultivando Água Boa, como a construção de um hospital ou a revitalização de
uma praça. Para auxiliar ainda mais os municípios nesse sentido, o programa socioambiental da
Itaipu promoveu uma capacitação para os membros do comitê com palestrantes do Ministério
do Planejamento, que orientaram sobre como encaminhar projetos e sobre diferentes linhas de
crédito para a obtenção de recursos.
Outro importante avanço está sendo promovido com a criação dos Coletivos Educadores.
Em cada município, ele é formado por representantes da rede de ensino, de cooperativas,
de agricultores, da indústria e outros segmentos, que dialogam sobre as melhores estratégias
para promover a Educação ambiental em sua comunidade. Os resultados dessas discussões
são levados para o Comitê gestor da microbacia para serem postos em prática. Como a
matéria-prima da Educação ambiental é o diálogo com as pessoas, acredita-se que ela
avançará ainda mais quando todos os 29 municípios da BP3 contarem com seus próprios
coletivos educadores.
Por fim, vale destacar que todas as propostas do Cultivando Água Boa estão alinhadas ao
A Itaipu é mundialmente reconhecida por produzir energia limpa e renovável, com padrões de
excelência. Mas a maior geradora de hidreletricidade do mundo, com uma produção anual que
em 2008 bateu o recorde mundial, chegando a 94.685 GWh, também é reconhecida pela sua
atuação comprometida com a promoção do desenvolvimento sustentável.
A postura cidadã da empresa existe desde antes da construção daquela que se tornaria
a maior usina hidrelétrica do mundo. Desde o princípio, a Itaipu preocupou-se com as
pessoas que se envolveram na construção do empreendimento e procurou oferecer a elas
as melhores condições de trabalho possíveis. Além disso, toda a base financeira da empresa
foi constituída para garantir a sustentabilidade da organização e a soberania dos dois países –
que possuem moedas diferentes.
enfrentamento dos atuais desafios socioambientais com que se deparam organizações de
todos os tipos. Nesse sentido, por estarem em consonância com as políticas públicas, as
iniciativas do programa socioambiental da Itaipu e parceiros estão sendo incorporadas ao
planejamento de ações nos municípios. Exemplo disso são programas concebidos dentro dos
planos diretores municipais da BP3.
Na prática, a Itaipu entende a sustentabilidade como uma nova abordagem para se fazer
negócios, que simultaneamente promove inclusão social e reduz ou otimiza o uso de recursos
naturais e o impacto sobre o meio ambiente, preservando a integridade do planeta para as
futuras gerações. Não menos importante nessa equação é a garantia do equilíbrio econômico-
financeiro do empreendimento, visto que a Itaipu não visa lucros.
Essa abordagem, ao lado das melhores práticas de governança corporativa, transparência e
prestação de contas, cria valor para a organização, ao mesmo tempo em que contribui para sua
perenidade e para o desenvolvimento sustentável de toda a sociedade. Assim a Itaipu produz o
máximo de energia, com o mínimo de desperdício, respeita os diferentes públicos com os quais
se relaciona e interage com a comunidade em seu entorno.
A Itaipu desenvolve diversos programas que aliam o desenvolvimento econômico à gestão
sustentável de recursos naturais e humanos. A empresa entende que esse trabalho só pode
dar certo porque é realizado em parceria com a sociedade civil, governos, instituições públicas
e do setor privado. Uma rede que reúne mais de dois mil parceiros diretos e cujos resultados
positivos alcançam o expressivo número de cerca de 1,5 milhão de pessoas.
Além de promover o bem-estar social, pela transferência de royalties e de renda à
sociedade, a Itaipu investe em infraestrutura, saúde e educação. A atuação social da Itaipu
engloba o estímulo aos fornecedores, a valorização do público interno com programas que
priorizam a qualidade de vida, o incentivo à equidade de gênero e ao voluntariado, além do
desenvolvimento de projetos voltados à comunidade.
Sob a ótica da gestão responsável para a promoção do desenvolvimento sustentável, a empresa
adotou a elaboração anual do relatório de sustentabilidade, que agrega à gestão empresarial o
emprego de indicadores internacionalmente aceitos. Muito além da publicação voluntária do
documento, sua elaboração contribui para o aprimoramento da gestão da empresa ao identificar
oportunidades de melhoria.
Em 2009, a Itaipu confirmou sua adesão ao Pacto Global da Organização das Nações Unidas
(ONU). As ações demonstram que a Itaipu está entre as grandes empresas do mundo que
tornaram a sustentabilidade um compromisso público.
“Doistemastêmtomadoapautainternacional:
produçãodeenergiaesustentabilidadedonosso
planeta.AquinaItaiputrabalhamosnasduasvertentes
ealteramosnossamissão.Produzirenergiasim,
comqualidade,mascomcuidadosocioambiental.
Mostramosnapráticacomoépossívelcompatibilizaro
desenvolvimentoeconômicoeaproduçãodeenergia
comapreservaçãodomeioambiente.”
JorgeMiguelSamek
Diretor-Geral brasileiro da Itaipu
“OprogramaCultivandoÁguaBoa,queéummovimento
pelasustentabilidadenaBP3,demonstraque,em
parceriacomtodososatoressociais,organizações
públicaseprivadas,instituiçõesdeensino,ONGs,
associaçõesemoradoresdasmicrobacias,épossível
promoverumnovomododeser/sentir,deviver,de
produziredeconsumir.”
Nelton Miguel Friedrich
Diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu
107106
Outras ações de responsabilidadesocioambiental da Itaipu
Cuidado com as crianças
Programa de Proteção à Criança e ao AdolescenteJunto com outras instituições do Brasil, Paraguai e Argentina, a Itaipu integra a Rede de Proteção
Integral à Criança e ao Adolescente na Tríplice Fronteira (Rede Proteger). Desde 2003, quando
aderiu à rede, a empresa desenvolve o Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente (PPCA).
O foco do PPCA é a prevenção. As principais ações desenvolvidas são o patrocínio de
campanhas de conscientização, além do apoio a projetos específicos como a implantação do
Nucria e o Opakatu. Por meio da atuação na Rede Proteger, a Itaipu também contribui para
fortalecer e promover a política de atendimento dos direitos das crianças e dos adolescentes.
Outra iniciativa está na mobilização da sociedade civil e órgãos públicos para o estabelecimento de
mecanismos de proteção e desenvolvimento social integrados. Com esse intuito, a Itaipu financiou,
por exemplo, o projeto Kit Família Brasileira Fortalecida, em 2004, em parceria com o Unicef.
de famílias de baixa renda de Foz do Iguaçu. O programa Bolsa-Escola é desenvolvido na Vila C,
uma das regiões mais pobres da cidade. Por mês, a Itaipu paga R$ 75 a cerca de 220 famílias
para que as crianças e adolescentes entre 6 e 16 anos frequentem a escola regularmente.
A cooperativa VemSer é a parceira da Itaipu no projeto Bolsa-Escola e desde 2008 oferece
capacitação para as mães, para que elas possam ter uma fonte de renda e, assim, adquiram
independência financeira. Além de aprender a produzir artesanato à base de fibras naturais e de
papel artesanal, as mães aprendem estratégias para comercialização desses produtos.
Futuro para os jovens
Iniciação e Incentivo ao TrabalhoO Programa de Iniciação e Incentivo ao Trabalho (PIIT) é desenvolvido pela Itaipu desde 1988.
Nele, adolescentes de baixa renda de Foz do Iguaçu e Curitiba têm sua iniciação profissional.
Mais de 3 mil líderes da Pastoral da Criança, agentes comunitários de saúde e professores de
creches foram capacitados para usar o material com o intuito de fortalecer os vínculos familiares.
Entre as diversas iniciativas realizadas ao longo desses anos, a Itaipu também realizou,
em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), oficinas de capacitação/
conscientização em mais de 60 hotéis de Foz do Iguaçu, sobre o abuso e a exploração sexual
infanto-juvenil. A empresa ainda financiou pesquisas, como as que resultaram nas publicações
“Situação das crianças e dos adolescentes na tríplice fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai:
desafios e recomendações”, em parceria com o Unicef, e “Abandono, exploração e morte de
crianças e adolescentes em Foz do Iguaçu”.
nucria Ainda com o intuito de garantir o direito à proteção, foi instalada em Foz do Iguaçu, em 2004, o Núcleo
de Proteção às Crianças e aos Adolescentes Vítimas de Crimes (Nucria). A delegacia especializada na
proteção de crianças e adolescentes é fruto de uma parceria entre a Itaipu e a Secretaria de Segurança
Pública do Paraná. Desde que foi instalada, recebeu por ano cerca de 200 denúncias.
Opakatu: arte como aliadaEm parceria com a ONG Casa do Teatro, a Itaipu leva às escolas de Foz do Iguaçu temas
relacionados ao fortalecimento da cidadania, meio ambiente, diversidade, cultura da paz, entre
outros. Teatro, contação de histórias e rodas de conversa são as metodologias utilizadas para
tratar dos assuntos de forma a estimular a participação das crianças e adolescentes. Cerca
de 60 mil alunos da rede pública de Foz do Iguaçu participaram das atividades do projeto
em 2008. Ao todo, mais de 100 mil crianças e adolescentes já participaram das atividades
promovidas pela Casa do Teatro, financiadas pela Itaipu desde 2004.
Bolsa-escola A Itaipu ajuda a oferecer um futuro melhor para estudantes do Ensino Fundamental e Médio
Há três modalidades: Menor Aprendiz, Adolescente em Iniciação ao Trabalho e Jovem Jardineiro,
que promove a capacitação de adolescentes em jardinagem.
As atividades são sempre no contraturno escolar. Os jovens, com idades entre 15 e 17 anos,
recebem bolsa-auxílio de um salário mínimo, vale-alimentação, vale-transporte, seguro de vida e
assistência médica. Cada adolescente pode ficar até dois anos na empresa.
Mais de 4 mil jovens já foram beneficiados. A Itaipu atua em parceria com a Associação de
Educação Familiar e Social do Paraná, a Guarda Mirim de Foz do Iguaçu e o Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (Senai). A iniciativa rendeu à empresa o título de Empresa Amiga da
Criança, concedido pela Fundação Abrinq.
Comprometimento com a comunidade
Saúde na FronteiraO Saúde na Fronteira, por exemplo, é composto por representantes das diferentes instâncias
de saúde do Brasil, do Paraguai e da Argentina. A iniciativa inédita busca fortalecer as políticas
públicas que beneficiam a população de 28 municípios brasileiros e 31 cidades paraguaias e
contribuem para diminuir as desigualdades no tratamento dispensado aos indivíduos.
Entre as ações desenvolvidas estão a realização de campanhas de prevenção, a capacitação de
profissionais e a promoção de fóruns e seminários sobre diversos temas relacionados à saúde.
Também por meio do programa, a Itaipu investe recursos no Hospital Ministro Costa Cavalcanti
(HMCC), de Foz do Iguaçu.
O apoio da empresa ao hospital permite, por exemplo, que este ofereça à população de nove
municípios, cerca de 430 mil habitantes, um serviço de referência em tratamentos de alta
complexidade nas áreas de oncologia e cardiologia.
109108
Energia SolidáriaA Vila C, um dos bairros mais populosos de Foz do Iguaçu, surgiu por iniciativa da Itaipu.
Durante a construção da barragem da hidrelétrica, a empresa construiu centenas de moradias
para abrigar os trabalhadores, chamados barrageiros.
A Itaipu busca o desenvolvimento social e econômico dessa comunidade, onde ainda residem
famílias de muitos operários que trabalharam na usina. Para isso, diversas ações são realizadas
em parceria com a prefeitura e instituições, visando sempre a melhoria na qualidade de vida
dos moradores da Vila C.
Rede CidadãO programa Rede Cidadã promove a alfabetização de jovens a partir de 14 anos e adultos
de baixa renda de oito municípios brasileiros no entorno da Itaipu. O trabalho é realizado em
parceria entre a Itaipu, a Secretaria de Educação de Foz do Iguaçu, a Secretaria de Educação
As vítimas são encaminhadas pela Delegacia da Mulher do município. Além de proteção,
as mulheres contam com assistência jurídica e têm a oportunidade de realizar um curso
profissionalizante. Em 2008, a Casa-Abrigo atendeu uma mulher paraguaia, uma mulher
argentina e 29 mulheres e 56 crianças brasileiras.
Incentivo aos colaboradores
Coral de ItaipuO Coral de Itaipu busca a integração dos colaboradores da empresa. É aberto à participação
de empregados ativos e inativos, brasileiros e paraguaios, de todas as áreas da empresa. Os
ensaios são realizados no horário do almoço ou após o expediente. Criado em 1996, já realizou
mais de 100 apresentações no Brasil e no exterior, como as participações nos concertos de
Natal da Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro, e da Catedral Metropolitana da Sé, em São
Paulo. Ao longo de 13 anos e com apoio da empresa, o Coral lançou seis CDs e dois DVDs.
do Paraná, o Núcleo Regional de Educação de Foz do Iguaçu, o Sesi-PR, a Fundação Banco
do Brasil, o Rotary Club de Foz do Iguaçu e associações de moradores. Desde 2004, mais de
quatro mil pessoas participaram das turmas oferecidas.
Igualdade de oportunidades
Equidade de gêneroO programa Incentivo à Equidade de Gênero é desenvolvido desde 2003 pela Itaipu com o
objetivo de criar uma cultura de respeito à diversidade, em especial às diferenças de gênero.
Nasceu a partir da ampliação da missão da empresa, com a introdução de conceitos de
responsabilidade social.
Desenvolve ações dentro e fora da Itaipu, abrangendo três eixos: corporativo, sociocomunitário
e relações institucionais, por meio de oficinas, seminários, palestras, campanhas e produção
de materiais educativos. Busca a sensibilização de mulheres e homens para o tema tanto nas
relações de trabalho como na sociedade em geral.
A Itaipu recebeu o Selo Pró-Equidade de Gênero 2007 e 2009, concedido pela Secretaria
Especial de Política para as Mulheres (SEPM) como reconhecimento ao trabalho pioneiro
desenvolvido pela empresa no setor elétrico. O selo é concedido a cada dois anos às empresas
comprometidas com ações referentes ao tema.
Casa-Abrigo: um lar de esperançaPara que mulheres (e seus filhos) vítimas de violência doméstica possam reconstruir
suas vidas de forma digna e autônoma, a Itaipu mantém, desde 2004, a Casa-Abrigo.
Em parceria com a Delegacia da Mulher e a ONG Casa Família Maria Porta do Céu, o
projeto oferece abrigo, apoio psicológico e formação profissional a mulheres, além de
acompanhamento pedagógico para as crianças. Mais de 100 mulheres já foram abrigadas
pela instituição.
Reviver todos os diasA Itaipu procura constantemente oferecer meios de melhorar a qualidade de vida dos seus
colaboradores. Uma iniciativa já consagrada é o programa Reviver, que desenvolve ações de
promoção da saúde, esporte e cidadania desde 1994. O programa envolve os profissionais e
seus familiares.
As atividades do Reviver incluem a prevenção e o tratamento de doenças e dependência
química (tabagismo, drogas, alcoolismo). Outra linha de atuação é o estímulo à prática de
esportes para isso, disponibiliza salas de ginástica e supervisores capacitados. Em 2008,
mais de mil colaboradores foram beneficiados. As atividades de cidadania incluem lições de
orçamento familiar e ações solidárias, como o apoio a pessoas com câncer e diabetes.
O Reviver ainda conta com o Grupo de Afinidade em Diabetes e o Grupo Solidário em Câncer.
Ambos oferecem informações sobre as doenças, contribuindo para a aquisição de hábitos
saudáveis que favoreçam a prevenção.
Educação ComplementarA Itaipu ofereceu para seus colaboradores, entre 1996 e 2006, o Programa de Educação
Complementar (PEC). Em dez anos, 1.217 pessoas passaram pelo PEC, que também atendeu
aos empregados de empresas contratadas pela Itaipu e aos cônjuges de seus empregados. A ação
incluía, além de aulas, jogos recreativos, técnicas de relaxamento e meditação. Com a erradicação
do analfabetismo em seus quadros, a empresa desativou o programa no final de 2006.
Reflexão para a AposentadoriaAposentar-se é uma mudança radical na vida do trabalhador. Buscando preparar seus
empregados para essa nova fase, a Itaipu oferece, desde 2003, o Programa de Reflexão para
a Aposentadoria (PRA). A iniciativa busca orientar os empregados sobre a necessidade de
preparação para essa fase da vida, visando uma aposentadoria saudável, digna, com novos
projetos de vida e dando subsídios para uma transição harmônica.
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Força VoluntáriaDesde 2005, o programa Força Voluntária incentiva os empregados à prática do voluntariado.
Para isso, organiza campanhas, ações sociais, treinamentos e capacitações, internas e externas,
buscando a sensibilização e futura participação em diferentes instituições sociais.
O Força Voluntária surgiu da iniciativa de um grupo de empregados que desejava colaborar com
a comunidade. Esse grupo formatou o programa e a empresa apoia as ações cedendo espaço
para a organização das atividades e incentivando a participação de colaboradores.
Uma das ações é o Banco de Projetos, que faz o repasse de recursos financeiros para
instituições filantrópicas nas quais os empregados são voluntários. Desde 2006, R$ 138 mil
foram destinados para que 30 projetos fossem desenvolvidos.
As atividades voluntárias são exercidas livremente, fora do horário de trabalho, em organizações
ou projetos sem fins lucrativos, respeitando a Lei 9.608/98 (Lei do Serviço Voluntário), que
recomenda a assinatura do Termo de Adesão entre o voluntário e a organização.
Entre as campanhas do Força Voluntária estão a Campanha do Agasalho, a Campanha Adote
uma Estrelinha neste Natal e a Campanha de Destinação do Imposto de Renda Devido.
educação e desenvolvimento tecnológico
Parque Tecnológico Itaipu (PTI)A atuação da Itaipu na área da educação é expressiva. Criado em 2003 nas instalações que
abrigaram os operários no período de construção da barragem, o Parque Tecnológico Itaipu
(PTI) é referência no ensino e pesquisa em ciência e tecnologia.
Em aproximadamente 50 mil m2 estão situados um campus universitário (o Centro de
Engenharias e Ciências Exatas da Unioeste), um polo para os cursos e programas de educação
a distância promovidos pela Universidade Aberta do Brasil (UAB), uma incubadora para gestar
de diversas cátedras ministradas por estudiosos que são referência no meio acadêmico
latino-americano. Em agosto de 2010, começaram as aulas dos cursos de graduação:
Ciências Biológicas, Ciências Econômicas, Ciência Política e Sociologia, Engenharia de Energias
Renováveis, Engenharia Civil de Infraestruturas, e Relações Internacionais e Integração.
Energias renováveisO desenvolvimento de tecnologias que não agridam o meio ambiente é um desafio para a
Itaipu. Todo o conhecimento acumulado em mais de 20 anos de operação é empregado em
programas como a Plataforma Itaipu de Energias Renováveis, o projeto Veículo Elétrico e o
Programa de Hidrogênio.
Desde que passou a participar do desenvolvimento do Veículo Elétrico, em 2006, a Itaipu já
produziu automóveis, ônibus e caminhões 100% não poluentes, em parceria com Eletrobrás, a
Fiat, a KWO, a Mascarello e a Iveco.
novas empresas, o campus provisório da Universidade Federal da Integração Latino-Americana,
além de outros projetos estratégicos para o desenvolvimento da região trinacional.
UNILAO mais novo desafio da Itaipu Binacional é a implantação da Universidade Federal da Integração
Latino-Americana (Unila), em Foz do Iguaçu. A lei que cria a instituição foi sancionada pelo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro de 2010. No período de cinco anos, a iniciativa
pretende reunir, em um terreno de 40 hectares doado pela Itaipu, 10 mil estudantes do Brasil e
América Latina, além de 500 professores fixos e temporários.
Por meio da integração regional, o principal objetivo é gerar conhecimento vinculado à realidade
dos países latinos, contribuindo assim para uma melhor compreensão dos seus problemas e
para a busca de soluções para os desafios enfrentados no século 21. As atividades acadêmicas
da Unila, realizadas em português e em espanhol, foram iniciadas em agosto de 2009, através
Já o programa Plataforma Itaipu de Energias Renováveis, desenvolvido em parceria com a
Copel, Sanepar, Cooperativa Lar e outros parceiros, é o primeiro do país a comercializar a
energia produzida. A Granja Colombari, de São Miguel do Iguaçu, assim como os demais
protótipos, recebeu autorização especial da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para
vender a energia oriunda dos dejetos produzidos pelos suínos para a concessionária local (no
caso, a Copel). Em 2010, iniciou a implantação do primeiro Condomínio de Agroenergia da
Agricultura Familiar, em Marechal Cândido Rondon.
Incentivo ao turismoAlém de ser a maior geradora de energia do mundo, a Itaipu é considerada uma das mais
belas obras de engenharia da modernidade. A atração está na lista das maravilhas do mundo
contemporâneo organizada pela rede de televisão CNN. Investir no turismo foi outra maneira
encontrada pela empresa para contribuir com o desenvolvimento de Foz do Iguaçu e região.
Desde 1977, mais de 15 milhões de pessoas de 188 países visitaram Itaipu.
A empresa também recebeu o prêmio Atração Turística Nacional de 2007, concedido pela
revista Brasil Travel News. Entre as atrações no Brasil estão o Ecomuseu, o Refúgio Biológico
Bela Vista, o Parque da Piracema, a própria usina e a Iluminação da Barragem.
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“Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma reverência face à vida, por um compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, pela rápida
luta pela justiça e pela paz e pela alegre celebração da vida.”
Carta da Terra
Expediente
Diretores brasileiros da Itaipu BinacionalDiretor-Geral: Jorge Miguel Samek
Diretor Técnico: Antonio Otélo CardosoDiretor Jurídico: João Bonifácio Cabral JúniorDiretor Administrativo: Edésio Franco PassosDiretora Financeira: Margaret Mussoi Groff
Diretor de Coordenação: Nelton Miguel Friedrich
diretoria responsávelDiretoria de Coordenação
Assistente do Diretor e Gerente Executivo do Cultivando Água Boa: Odacir FiorentinSuperintendente de Meio Ambiente: Jair Kotz
Superintendente de Obras e Desenvolvimento: Newton KaminskiPlanejamento e Coordenação: João Carlos Azevedo Braga
Redação e Edição: Divisão de Imprensa da Itaipu BinacionalApoio: Sônia Inês Vendrame (depoimentos das Comunidades Indígenas) e Vinícius Ortiz Camargo (textos Comunidades Indígenas,
Jovem Jardineiro e Coleta Solidária)Fotos: Caio Coronel, Alexandre Marchetti, Nilton Rolin, Adenésio Zanella, Daniel de Granville e Daniel Snegge
EndereçoDiretoria de Meio AmbienteAv. Tancredo Neves, 6.731
CEP 95.866-900 – Foz do Iguaçu – Paraná – BrasilTelefone: 45 3520-5724 – Fax: 45 3520-6998
e-mail: cultivandoaguaboa@Itaipu.gov.br
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