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A MENTE CORPÓREACIÊNCIA COGNITIVA E EXPERIÊNCIA HUMANA

Francisco VarelaEvan ThompsonEleanor Rosch

Equipe: Andreza, Juliana, Paulo e Soraya

UFSC, 2012

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA E GESTÃO DO CONHECIMENTO - UFSCDISCIPLINA: COMPLEXIDADE E CONHECIMENTO NA SOCIEDADE EM REDESSEMINÁRIO VI

SEMINÁRIO VI – A MENTE CORPÓREA

PARTE VI PASSOS PARA UMA VIA INTERMEDIÁRIA

ELABORAÇÃO DE TRAJETÓRIAS EVOLUCIONÁRIAS E TENDÊNCIA

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ADAPTACIONISMO: UMA IDEIA EM TRANSIÇÃO

• A evolução como tendência natural é a contrapartida biológica da cognição como ação corporalizada.

• Portanto, fornece também um contexto teórico mais abrangente para o estudo da cognição como um fenômeno biológico.

• A postura adaptacionista surge do fato do processo de seleção natural se tornar como fator principal da evolução orgânica.

SEMINÁRIO VI – A MENTE CORPÓREA

ADAPTACIONISMO: UMA IDEIA EM TRANSIÇÃO

• A teoria evolucionária ortodoxa não nega que existe um certo número de outros fatores que operam na evolução, limita-se simplesmente a reduzir sua importância e procurar explicar os fenômenos observados principalmente numa base de otimização da adequação.

SEMINÁRIO VI – A MENTE CORPÓREA

UM HORIZONTE DE MECANISMOS MÚLTIPLOS

• Os temas evolucionários e cognitivos coincidem em:• A evolução é muitas vezes invocada como uma explicação

para o tipo de cognição que nós ou outros animais temos presentemente.

• A evolução é muitas vezes utilizada como uma fonte de conceitos e metáforas na construção das teorias cognitivas.

SEMINÁRIO VI – A MENTE CORPÓREA

UM HORIZONTE DE MECANISMOS MÚLTIPLOS

• Os processos evolucionários podem ser compreendidos através da ideia representacionista de que existe uma correspondência entre organismo e ambiente, fornecida pela otimização dos constrangimentos de sobrevivência e de reprodução.

• Tanto a teoria evolucionária quanto a ciência cognitiva apontam para a impossibilidade de “simplesmente subir na escala” de soluções locais para um desempenho global.

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EVOLUÇÃO: ECOLOGIA E DESENVOLVIMENTO EM CONGRUÊNCIA

• Segundo a sabedoria tradicional, o ambiente em que os organismos evoluem e que vêm a conhecer é dado, fixado e único. A ideia é de que os organismos são basicamente lançados de paraquedas num determinado ambiente pré-estabelecido.

• Esta visão simplista sofre um refinamento quando permitimos as alterações no ambiente, uma permissão que já tinha sido empiricamente familiar a Darwin. Tal ambiente em movimento fornece as pressões seletivas que formam a espinha dorsal da teoria evolucionária neodarwiniana.

SEMINÁRIO VI – A MENTE CORPÓREA

*Aaron Diaz

EVOLUÇÃO: ECOLOGIA E DESENVOLVIMENTO EM CONGRUÊNCIA

• Os autores dão ênfase à noção de que aquilo que um ambiente é não pode ser separado daquilo que os organismos são e daquilo que fazem.

• Segundo Richard Lewontin, o organismo e o ambiente não se encontram realmente determinados de modo separado. O ambiente não é uma estrutura imposta aos seres vivos a partir do exterior, mas é de fato uma criação desses próprios seres. O ambiente não é um processo autônomo, mas uma reflexão da biologia das espécies. Tal como não existe nenhum organismo sem ambiente, também não existe ambiente sem organismo.

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EVOLUÇÃO: ECOLOGIA E DESENVOLVIMENTO EM CONGRUÊNCIA

• Os seres vivos e os seus ambientes mantêm uma relação uns com os outros por intermédio de uma especificação mútua ou codeterminação.

• O mundo não é uma pista de aterragem na qual os organismos se lançam de paraquedas: a natureza e o ambiente se relacionam uma com o outro como produto e processo.

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• O ser e o mundo estão inseridos um no outro.

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LIÇÕES DA EVOLUÇÃO COMO TENDÊNCIA NATURAL

• Um dos objetivos dos autores neste capítulo é mostrar como as histórias de acoplamento podem ser compreendidas a partir do ponto de vista da evolução.

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• Exemplo: as cores das flores parecem ter co-evoluído com a visão sensível das abelhas aos ultravioletas.

DEFININDO A ABORDAGEM DA ATUAÇÃO

• A cognição deixa de ter sua base em representações e consiste na atuação ou produção de um mundo através de uma história viável e não óptimas de acoplamento estrutural.

• Para que o acoplamento seja viável, a ação percentualmente guiada deve simplesmente facilitar a integridade continuada do sistema (ontogenia) e ou sua linhagem (filogenia). Temos uma lógica proscritiva em vez de prescritiva.

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DEFININDO A ABORDAGEM DA ATUAÇÃO

• Qualquer ação empreendida pelo sistema é permitida desde que não viole o constrangimento de ter que manter a integridade do sistema e ou a sua linhagem.

• A cognição como ação corporalizada é sempre sobre ou orientada para qualquer coisa que falta: por outro lado, há sempre um passo seguinte para o sistema na sua ação percentualmente guiada; e, as ações do sistemas são sempre orientadas para situações que ainda terão que vir a tornar-se reais.

• A cognição como ação corporalizada põe problemas e ao mesmo tempo especifica os caminhos que deverão ser guiados para a sua solução.

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A INTENCIONALIDADE DA COGNIÇÃO COMO AÇÃO CORPORALIZADA

• Em primeiro lugar a intencionalidade inclui o modo como o sistema interpreta a forma como mundo é (especificado em termos do conteúdo semântico de estados intencionais).

• Em segundo lugar a intencionalidade inclui o modo como o mundo satisfaz ou não consegue satisfazer esta interpretação (especificada em termos de condições de satisfação de estados intencionais).

• A intencionalidade da cognição como ação corporalizada consiste primeiramente no caráter direto da ação. Corresponde a aquilo que o sistema toma como sendo possibilidades para a ação e como as situações resultantes cumprem ou não estas possibilidades.

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ABORDAGEM DA ATUAÇÃO EM CIÊNCIA COGNITIVA

• O que é cognição?• Atuação: uma história de acoplamento estrutural que produz

um mundo.• Como funciona?• Através de uma rede constituída por níveis múltiplos de sub-

redes sensoriomotoras interligadas.• Como sei quando um sistema cognitivo está a funcionar

adequadamente?• Quando se torna parte de um mundo existente

continuadamente (como no caso dos jovens de todas as espécies) ou forma um novo (como acontece na história evolucionária).

SEMINÁRIO VI – A MENTE CORPÓREA

A CIÊNCIA COGNITIVA DA AÇÃO

• A cognição é a ação corporalizada intimamente ligada a histórias que são vividas, mas também que essas histórias vividas são o resultado da evolução como tendência natural.

• A nossa corporalidade humana e o mundo que é atuado pela nossa história de acoplamento reflete apenas um dos muitos caminhos que estabelecemos, mas não existe um fundamento ultimo que possa prescrever os passos que damos.

• É precisamente esta falta de um fundamento último que evocamos em vários pontos deste livro ao referimos a ausência de um fundamento.

• Essa ausência de um fundamento no estabelecimento de um caminho é a questão filosófica fundamental que falta discutir.

SEMINÁRIO VI – A MENTE CORPÓREA

OBRIGADO!

• Perguntas?

• Próximo seminário:• Parte V: Mundos sem fundamento • Capítulo X

• A via intermédia• Capítulo XI

• Estabelecendo uma via ao caminhar

• Páginas 281 a 324

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