a luz no fim do poço

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Haicais conceituais

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A Luz no Fim do Poço

João Antônio Pereira

Projeto Poestroikaapresenta

(haicais conceituais)

projeto poestroikadesmumificando a poesia

Este livro é dedicado aos meus filhos, João Gui-lherme e Maiata Pereira, conceitos que ultra-passam a obra da minha vida, e ao mestre poe-ta, crítico e professor Pedro Lyra, exemplo decuidado e atrevimento poético, para quem dedi-co especialmente este trabalho.

A Luz no Fim do Poço(Haicais conceituais)

João Antônio Pereira

Porto Alegre, 22 de outubro de 2013

Todos os poemas contidos neste livreto são criações origi-nais do autor e não podem ser distribuídos sem o seuconsetimento, especialmente para fins comerciais.

6

João Antônio Pereira

À primeira hora,

qual

aranha

enredada,

o

olho

acorda.

00:00

7

A Luz no Fim do Poço

Silêncio

ouvindo

silêncio:

nada lá fora;

ninguém

aqui dentro.

01:00

8

João Antônio Pereira

Atenção de mente

insone:

devora a noite,

mas não mata a

fome.

02:00

9

A Luz no Fim do Poço

Estrela, estrela,

como aprender

a ser

só?

Só ser

eu sem

dor?

03:00

10

João Antônio Pereira

A lua chei’ é

nova,

como nova

é

esta dor –

crescente.

04:00

11

A Luz no Fim do Poço

Olhos vagos,

pés inquietos,

pouco espaço.

Café

amargo.

05:00

12

João Antônio Pereira

Cálida manhã,

pingos de orvalho na flor:

desaprendimento.

06:00

13

A Luz no Fim do Poço

Claridade rosa,

esperança alcança o sol:

coração alado.

07:00

14

João Antônio Pereira

Cais de

esperança.

Porto de

desencontros.

Vôo cego a

ti.

08:00

15

A Luz no Fim do Poço

Para

estar

leve,

é vital parar

de pensar.

Evitar

o pesar.

09:00

16

João Antônio Pereira

Flores

na sacada –

cores

colorem o cinza.

Borboletas

vêm.

10:00

17

A Luz no Fim do Poço

Camisa

sem mangas,

céu

sem nuvens,

rua

sem fim.

Sol –

eu só, sem ti.

11:00

18

João Antônio Pereira

Sol

a pino

sobre

metad e demim.

De um lado,

noite,

d’outro,

não.

12:00

19

A Luz no Fim do Poço

Quem sou

que caminha

sem rumo,

sem onde,

sem quando,

sem saber?

13:00

20

João Antônio Pereira

A pressa

do dia,

a calma

do desespero,

o silêncio em

volta.

14:00

21

A Luz no Fim do Poço

Se vejo,

não vi.

Se falo,

não falei.

Não sinto

nada além.

15:00

22

João Antônio Pereira

Parecem com versos,

meus pensamentos,

porque

são cheios de ti.

16:00

23

A Luz no Fim do Poço

Chá na hora certa,

açúcar e limão.

Olha-me,

senta:

vê tua ausência.

17:00

24

João Antônio Pereira

Pássaros voando

pra casa passam

em bandos.

Ando sem

Verão.

18:00

25

A Luz no Fim do Poço

Ó, lua, tu que

és tão nobre

que ao sol

não cobres:

ilumina-me.

19:00

26

João Antônio Pereira

Outra noite

vem.

Cansaço

de alma descrente.

Crença em quem

não sei.

20:00

27

A Luz no Fim do Poço

A esperanç’ é

um nome perdido

num balaio

de fé.

21:00

28

João Antônio Pereira

Deixaste um vazio

que nada preenche

– Nada!

Teu nome é

Vida!

22:00

29

A Luz no Fim do Poço

Olhos

baços.

Olhos

prata escura.

Olhos

lua.

Faca que me cega!

23:00

30

João Antônio Pereira

Ó, meu desencontro!

Durmo sonhando encontrar

luz

no

fim

do

po

ço!

24:00

31

A Luz no Fim do Poço

F I M

Projeto Poestroikaabertura poética

contra acaretice paralítica

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