a liturgia deste 8º domingo do tempo comum propõe-nos uma reflexão sobre as nossas prioridades....

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A liturgia deste 8º Domingo do Tempo Comum propõe-nos uma reflexão sobre as nossas

prioridades. Recomenda que dirijamos o nosso olhar para o que é verdadeiramente importante e que libertemos o nosso coração da tirania dos

bens materiais. De resto, o cristão não vive obcecado com os bens mais primários, pois tem

absoluta confiança nesse Deus que cuida dos seus filhos com a solicitude de um pai e o amor

gratuito e incondicional de uma mãe.

A primeira leitura sublinha a solicitude e o amor de Deus, desta vez recorrendo à imagem da maternidade: a mãe ama o

filho, com um amor instintivo, avassalador, eterno, gratuito,

incondicional; e o amor de Deus mantém as características do amor da mãe pelo

filho, mas em grau infinito. Por isso, temos a certeza de que Ele nunca

abandonará os homens e manterá para sempre a aliança que fez com o seu Povo.

A fotografia de Deus que o profeta nos apresenta convida-nos a descobrir um

Deus que não é interesseiro, chantagista, negociante… O nosso Deus é um Deus que nos ama, gratuitamente, de forma

absoluta e eterna – como uma mãe ama o filho, mesmo quando ele é rebelde.

Qual é, na verdade, o Deus em quem acreditamos?

O amor de Deus não é condicional e não espera nada em troca.

É este amor desinteressado que procuramos testemunhar, ou os nossos

gestos de bondade, de amizade, de misericórdia são um negócio em que

esperamos ganhar?

Na segunda leitura, Paulo convida os cristãos de Corinto a fixarem

o seu olhar no essencial

(a proposta de salvação/libertação que, em Jesus, Deus fez aos homens)

e não no acessório (os veículos da mensagem).

Paulo refere o seu desinteresse em relação ao julgamento dos homens; só

lhe interessa o julgamento de Deus. Estas palavras, no entanto, não podem servir para justificar comportamentos arbitrários ou prepotentes por parte dos animadores das comunidades

cristãs (“faço o que me apetece e não tenho de dar satisfações a

ninguém”…).

Devem ser entendidas no contexto em que se apresentam: Paulo está,

apenas, a dizer que não lhe interessam os juízos dos homens

acerca do seu jeito para brilhar com as palavras; só lhe interessa ser fiel à

missão que Deus lhe confiou.

O Evangelho convida-nos a buscar o essencial (o “Reino”) por entre a

enorme bateria de coisas secundárias que, dia a dia, ocupam o nosso

interesse. Garante-nos, igualmente, que escolher o essencial não é

negligenciar o resto: o nosso Deus é um pai cheio de solicitude pelos seus filhos, que provê com amor às suas

necessidades.

A primeira grande questão que, neste texto, Jesus nos coloca é a questão das nossas

prioridades. Dia a dia somos bombardeados com um conjunto de propostas mais ou menos

aliciantes, que nos oferecem a chave da felicidade e da vida plena: o dinheiro, o êxito

profissional, a progressão na carreira, a beleza física, os aplausos das multidões, o poder… E

estes ou outros valores semelhantes – servidos por técnicas de publicidade enganosa –

tornam-se o “objetivo final” na vida de tantos dos nossos contemporâneos.

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