a juvenilizaÇÃo da eja no ensino...
Post on 06-Feb-2018
223 Views
Preview:
TRANSCRIPT
A JUVENILIZAÇÃO DA EJA NO ENSINO MÉDIO: UM ESTUDO NO MUNICÍPIO DE SÃO MARCOS/RS1
Valessa Camassola2 Nilda Stecanela3
Resumo O presente artigo apresenta os resultados de uma investigação sobre o processo de juvenilização da Educação de Jovens e Adultos (EJA) numa escola de Ensino Médio da rede pública estadual, no município de São Marcos/RS. O objetivo do trabalho era identificar os motivos que determinam a busca por esta modalidade de ensino. A partir dos anos 90, a EJA tornou-se assunto cada vez mais abordado no campo da Educação. Assim a pesquisa procurou identificar os fatores endógenos e exógenos à escola, que influenciam a opção cada vez mais presente dos alunos mais jovens pela modalidade EJA e levantar os sentidos que os jovens da EJA atribuem aos seus processos de escolarização, assim como a relação que estabelecem com suas trajetórias e projetos de futuro. O interesse em analisar estes fatores é resultado da minha experiência de seis anos como professora de Matemática e Física que vive e participa deste contexto. Relatos e comentários dos professores que atuam nesta modalidade e com base na análise dos dados das matrículas fornecido pela secretaria da escola reforçaram a relevância do estudo. O trabalho de campo foi realizado no cenário da pesquisa considerando a aplicação de questionários, aplicados pelo pesquisador a 100 alunos da EJA do Ensino Médio do Colégio Estadual São Marcos, contendo perguntas abertas e fechadas. As análises realizadas dos dados empíricos apontam que setenta e sete dos cem alunos entrevistados compreendem as idades de 18 a 24 anos o que nos confirma o processo de juvenilização. A parte qualitativa da pesquisa, observando as respostas dos alunos da EJA às questões abertas, indicou que, entre os motivos mais frequentes para os jovens buscarem a EJA, estão: as exigências do mercado de trabalho, o fracasso escolar com sucessivas reprovações e dificuldades de aprendizagem ou, ainda, a não adequação à organização curricular e uso de metodologia do ensino regular. De modo complementar, os resultados confirmaram que os jovens encontram nesta modalidade o direito à educação e o respeito à diversidade. Os suportes teóricos que sustentaram a construção do projeto, a análise e a interpretação dos resultados basearam-se nos seguintes autores: Nascimento (2008), Stecanela (2010; 2013), Dayrell, entre outros. O estudo empreendido encontrou algumas respostas para o processo de juvenilização da EJA, ao mesmo tempo em que finaliza com novas indagações: que práticas e que políticas precisam ser efetivadas para dar conta do novo perfil juvenilizado da EJA?
Palavras-chave: Juvenilização da EJA. Educação de Jovens e Adultos. Juventude.
INTRODUÇÃO
1Trabalho de Conclusão de Curso, realizado no curso de Especialização em EJA, vinculado ao
Projeto Ler e escrever o mundo: a EJA no contexto da educação contemporânea, oportunizado através de acordo de cooperação entre Universidade de Caxias do Sul e Ministério da Educação, em parceria com a Prefeitura Municipal de Caxias do Sul. 2Licenciada em Matemática pela Universidade de Caxias do Sul. Professora da Rede Estadual de Ensino
no município de São Marcos/RS. Discente no curso de Especialização em EJA da Universidade de Caxias
do Sul. 3Doutora em Educação. Docente do Programa de Pós-graduação em Educação e do Centro de Filosofia e
Educação da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Professora da Rede Municipal de Ensino de Caxias
do Sul. Coordenadora do Observatório de Educação Infâncias e Juventudes da UCS.
2
Atualmente a Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade
específica da Educação Básica que se propõe a atender a um público ao qual
foi negado o direito à educação durante a infância e/ou adolescência seja pela
oferta irregular de vagas, seja pelas inadequações do sistema de ensino ou
pelas condições socioeconômicas menos favorecidas.
O interesse em analisar os fatores que influenciam na juvenilização que
ocorre no Ensino Médio, na modalidade EJA, do noturno do Colégio Estadual
São Marcos, é resultado da minha experiência de seis anos como professora
de Matemática e Física que vive e participa deste contexto. Também através
de relatos e comentários dos professores que atuam nesta modalidade e com
base em um levantamento realizado e fornecido pela secretaria da escola,
percebi que a EJA sofreu uma alteração em relação à faixa etária de seu
público desde sua implantação.
Com base no exposto é que propus o projeto de pesquisa, como forma de
localizar os motivos que levam os jovens do ensino regular para a modalidade
EJA, identificando também se ao ingressarem na EJA eles encontram o que
procuravam. Pesquisa esta, realizada no período de novembro de 2012 a maio
de 2013, desde a gestação do projeto até a conclusão dos resultados.
A EJA é uma modalidade que a partir dos anos 90 tornou-se assunto
bastante abordado no campo da Educação. Como destaca Nascimento (2008,
p.19) “este fenômeno surge no panorama brasileiro a partir dos anos 90, em
uma modalidade de ensino que historicamente era dirigida mais ao público
adulto do que ao público jovem.”
A pesquisa buscou: (a) identificar os fatores endógenos e exógenos à
escola que influenciam a opção cada vez mais presente dos alunos mais
jovens pela modalidade EJA; (b) levantar os sentidos que os jovens da EJA
atribuem aos seus processos de escolarização; (c) identificar a relação que
estabelecem com suas trajetórias e projetos de futuro. Por meio de análise de
dados quantitativos e qualitativos são apresentados os resultados obtidos da
pesquisa, cujo trabalho de campo contemplou a realização de entrevistas com
o uso de um questionário contendo x perguntas abertas e x perguntas
fechadas, aplicada a cem alunos da EJA caracterizando assim um trabalho de
natureza teórico empírica.
Os resultados apontam que setenta e sete dos cem alunos entrevistados
3
compreendem as idades de 18 a 24 anos o que nos confirma a investigação no
processo de juvenilização da EJA nesta instituição de ensino que serviu de
cenário ao estudo. É importante conhecer os atores da juvenilização e os
fatores que permeiam este processo de migração do ensino regular para a
EJA, que podem ser desde o fracasso escolar com sucessivas reprovações e
dificuldades de aprendizagem, ou por não se adequarem a organização
curricular e metodologias da Escola que na maioria das vezes não provocam
seu interesse. Outra hipótese relevante é a busca pela certificação visando
melhores ofertas no mercado do trabalho, também embasado no conceito da
facilidade e redução de tempo na conclusão. Muitos são os motivos para a
crescente migração de jovens para a EJA, cujas hipóteses citadas se justificam
por meio da análise e interpretação dos dados construídos no desenvolvimento
da pesquisa e apresentados neste texto.
1 Jovens e Adultos: Que público é este?
Para conceituar a Educação de Jovens e Adultos (EJA) é necessário
reconhecer os sujeitos envolvidos definindo-os pelas suas características,
especificidades e suas trajetórias de vida internas e externas ao ambiente
escolar. É fundamental superar a concepção de EJA dita somente como
compensatória cujos principais fundamentos são a de recuperação de um
tempo de escolaridade perdido no passado, conforme destaca Stecanela
(2013): “A Educação de Jovens e Adultos (EJA) tem se constituído numa
alternativa tanto de caráter compensatório quanto de possibilidade de
educação ao longo da vida para aqueles que não tiveram a oportunidade de
concluir a escolarização na idade pretensamente dita como adequada.”
Tal reflexão servirá de base para a elaboração de processos pedagógicos
específicos para esse público, podendo caracterizá-los como os excluídos do
sistema de ensino que apresentam, em geral, um tempo maior de escolaridade
devido a repetências acumuladas e interrupções na vida escolar. São
trabalhadores empregados e desempregados, ou em busca do primeiro
emprego; filhos, pais e mães; moradores urbanos, rurais e periferias. Vivem no
mundo, industrializado, burocratizado e escolarizado, em geral trabalhando em
ocupações não qualificadas. Jovens e adultos que quando retornam à escola,
4
o fazem guiados pelo desejo de melhorar de vida ou por exigências ligadas ao
mundo do trabalho. Considerar quais seus interesses, suas preocupações,
necessidades, expectativas em relação à escola, suas habilidades, enfim, sua
vivência torna-se de suma importância para a construção de uma proposta
pedagógica que considere suas especificidades. É fundamental perceber quem
é esse sujeito com o qual lidamos para que os conteúdos a serem trabalhados
façam sentidos e tenham significado.
Na história recente da educação brasileira, encontramos um documento
que abriga enorme potencial de valorização da educação de jovens e adultos.
Trata-se do Parecer CNE/CEB 11/2000, que apresenta as Diretrizes Nacionais
Curriculares para a Educação de Jovens e Adultos. Seu texto inseriu essa
modalidade de ensino no plano em que precisa ser discutida e apreendida: a
do direito. O documento apresenta três funções para a educação de jovens e
adultos:
(1) Reparadora: Todos aqueles que não tiveram acesso à escolarização
básica, na idade apropriada. O Parecer atribui à Educação de Jovens e Adultos
a função de restaurar o direito de todos à educação escolar de qualidade,
possibilitando a todos, sem discriminação, acesso a um bem real, social e
simbolicamente importante. A reparação é a oportunidade concreta de jovens e
adultos estarem na escola e uma alternativa viável em função das
especificidades socioculturais desses segmentos para os quais entende que a
EJA necessite ser pensada como um modelo pedagógico próprio, a fim de criar
situações pedagógicas e satisfazer necessidades de aprendizagem de jovens e
adultos.
(2) Equalizadora: Todos os que tiveram interrompida sua trajetória
educacional devem ser alvo de políticas que objetivem favorecê-los, para
garantia do retorno e da permanência em universo escolar que lhes seja
próprio, de forma a confirmar competências adquiridas na educação
extraescolar e na própria vida. Assim, deve o Estado assegurar àqueles a
quem foi negado o direito à educação todas as condições necessárias para que
adquiram ou complementem sua escolaridade.
(3) Qualificadora ou permanente constitui o próprio sentido da EJA. É ela
que permanecerá, quando a efetiva democratização da sociedade tornar
desnecessária a função reparadora e equalizadora. A função qualificadora tem
5
a tarefa de propiciar a todos a atualização de conhecimentos por toda a vida,
assegurando-lhes as necessárias condições para que, em qualquer momento
da vida, exerçam seu direito de aprender.
Além do seu direito assegurado à educação como forma de garantir a
certificação pela concorrência no mercado de trabalho ou ascensão social, o
jovem ou adulto encontra na escola, mais precisamente na modalidade EJA,
sentidos e objetivos distintos como a realização do desejo de aprender, de
conviver, de concluir seus estudos ou de dar continuidade a eles.
As políticas públicas que embasam a educação nacional, nos últimos
anos, intensificaram o retorno de jovens e adultos ao convívio da escola e,
recentemente, a juvenilização vem mudando a realidade anterior da EJA, a
qual passa a ser cada vez mais desafiada a fazer cumprir as três funções
anteriormente acima citadas.
2 A EJA e os Jovens: um contexto em discussão
Há alguns anos, o perfil e as características dos alunos do ensino da EJA
eram estudados a partir da categoria genérica de adulto trabalhador.
Atualmente, foi identificado que a cada ano que passa, aumenta a procura
nessa modalidade de ensino, constituída cada vez mais por jovens que
poderiam frequentar o ensino regular. O estudo pioneiro realizado por Carmen
Teresinha Brunel do Nascimento (2001) no âmbito do Programa de Pós-
Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no
início dos anos 2000 já indicava cientificamente este novo perfil. Segundo sua
autora,
O rejuvenescimento da população que frequenta a Educação de Jovens e Adultos (EJA) é um fato que vem progressivamente ocupando a atenção de educadores e pesquisadores na área da educação. O número de jovens e adolescentes nesta modalidade de ensino cresce a cada ano, modificando o cotidiano escolar e as relações que se estabelecem entre os sujeitos que ocupam este espaço. (BRUNEL, 2008, p.9).
Os jovens constituem uma parcela significativa em nossas turmas da
EJA, praticamente são a maioria, por isso é de extrema importância discutir a
categoria juventude. Os estudos sobre juventude têm contribuído para entender
6
essa geração do ponto de vista sociológico, mostrando que ela deve ser
considerada como uma categoria heterogênea, que se torna cada vez mais
difícil defini-la. Não se pode dizer que existe uma juventude, mas várias
juventudes como pode ser percebido na citação do sociólogo mineiro Juarez
Dayrell:
(...) a juventude é uma categoria socialmente construída. Ganha contornos próprios em contexto históricos, sociais distintos, e é marcada pela diversidade nas condições sociais (...), culturais (...), de gênero e até mesmo geográficas, dentre outros aspectos. Além de ser marcada pela diversidade a juventude é uma categoria dinâmica, transformando-se de acordo com as mutações sociais que vem ocorrendo ao longo da história. Na realidade, não há tanto uma juventude e sim jovens, enquanto sujeito que a experimentam e sentem segundo determinado contexto sociocultural onde se insere. (DAYRELL, 2007, p. 4).
Complementando, Stecanela (2010, p.75) também afirma que: “A noção
de juventude é socialmente variável, determinada por fatores históricos e
culturais”. Em nossa sociedade, de forma geral, os jovens são delineados como
adultos. Jovens na idade, mas tornados adultos pelas circunstâncias e papéis
que desempenham dentro do seu contexto diário que não lhes oportunizou
viver seus direitos: direito à educação, às culturas juvenis, ao desenvolvimento
pleno e à juventude.
3 O cenário, o contexto e os resultados da pesquisa
Neste item aparentamos uma descrição do cenário e do contexto no qual
a pesquisa foi projetada e desenvolvida incluindo, também, a discussão dos
resultados a que foi possível chegarmos.
Colégio Estadual São Marcos: “42 Anos Formando Corações e Mentes”
O Colégio Estadual São Marcos no qual este trabalho foi desenvolvido no
ano de 2013, está situado na cidade de São Marcos, Rua Dr Raymundo
Pessini, 854, no Bairro Centro. Há 42 anos esta instituição de ensino vem
contribuindo para a educação deste município. Se apresentando com o slogam
“Formando Corações e Mentes”, a instituição propaga a intensão de
7
compartilhar o sonho de formar cidadãos, visando para além dos aspectos
intelectuais o desenvolvimento de competências sociais.
Por ser a única Escola da cidade que oferece o ensino noturno na
modalidade EJA Ensino Médio e por estar situada na região central, recebe um
público diversificado. Segundo a pesquisa aqui apresentada, dos discentes
entrevistados um percentual de 21% reside na região central da cidade, um
percentual de 4% na zonal rural e 75% reside nos demais bairros.
O Colégio Estadual São Marcos tem os três turnos de funcionamento
(manhã, tarde e noite) com 32 turmas e aproximadamente 860 alunos,
distribuídos no Ensino Fundamental, Médio Politécnico, e EJA. Mas o turno que
nos interessa para esse trabalho é o noturno, o qual tem 12 turmas, sendo seis
do Ensino Médio Politécnico com uma média de 30 alunos e seis turmas da
EJA Ensino Médio com média de 40 alunos por turma frequentando as três
etapas (T7, T8 e T94), sendo assim o turno com a maior quantidade de alunos.
A referida escola dispõe de uma equipe diretiva formada pelo diretor e
três vice-diretores, um para cada turno. Os serviços de orientação e supervisão
escolar são mais atuantes no diurno, devido à falta de recursos humanos.
Quando surge algum problema, estes são tratados com os próprios professores
ou com a direção.
O estado de conservação da escola e a disponibilidade de prédios e
instalações são bons, com reformas acontecendo no momento. A escola
possui um ginásio de esportes, uma biblioteca, um laboratório de ciências e
informática e recursos áudio visuais. Quanto aos recursos financeiros a escola
recebe repasses periódicos do Governo Estadual, porém, a escola juntamente
com a atuação do Círculo de Pais e Mestres depende muito da sua própria
capacidade de gerar e captar recursos a fim de complementar a verba.
No que diz respeito ao quadro de docentes no noturno da escola,
verifica-se que a grande maioria possui licenciatura na área em que atua e um
grande número de professores encontra-se em contrato temporário de trabalho.
Os Planos de Estudo da escola - contendo os referenciais conceituais,
4 As Totalidades T7,T8 e T9 da Educação de Jovens e Adultos correspondem respectivamente
ao 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio Regular. O Colégio não oferece as totalidades iniciais do Ensino Fundamental, pois este ensino é oferecido em uma Escola Municipal, visto ser de competência de sua mantenedora ofertá-lo. 4 Contratos para regência de classe efetivados pela 4ª Coordenadoria Regional de Educação, a
fim de sanar falta de professores nomeados.
8
procedimentais e atitudinais a serem trabalhados nos componentes curriculares
- são os mesmos para o diurno e o noturno, não havendo um profissional
habilitado e designado somente para orientar os docentes da EJA quanto à
organização do ensino e ao uso de metodologias diferenciadas, assim acabam
trabalhando os mesmos conteúdos, porém mais facilitados, não sendo ideal
para a modalidade. Arroyo ressalta que:
Trabalhar com Jovens e Adultos é uma prática desafiadora para o profissional da educação, visto estes serem estes sujeitos históricos concretos, ativos na sociedade onde estão inseridos e que voltam à escola muitas vezes depois de muitos anos sem estudar. Não é pertinente, portanto, que sejam tratados da mesma forma que os alunos do ensino regular. A própria organização do trabalho escolar tem de ser diferenciada. (ARROYO, 1996).
Em todas as modalidades de ensino é importante o desenvolvimento
integral do aluno, atendendo a necessidade de um processo educativo
específico para cada público, relacionando teoria e prática. Para isso se faz
presente o saber compreender diferenças e semelhanças entre as várias
etapas de ensino e do seu público. Com isso a reformulação dos planos de
estudo e da proposta pedagógica das instituições precisa contemplar
conteúdos articulados com as experiências prévias e adquiridas dos alunos,
bem como olhar para o jovem da EJA com competência ética e política.
Descrevendo caminhos, apresentando resultados Neste subitem apresentamos os resultados da pesquisa bem como a
análise e interpretação dos dados construídos no campo da investigação.
O trabalho de campo foi realizado no mês de maio de 2013, envolvendo
uma amostra de 100 alunos das três etapas da Modalidade EJA do Colégio
Estadual São Marcos. Os dados foram construídos através de um questionário
que levou em conta: características pessoais, perfil socioeconômico, inserção
no mercado de trabalho, prosseguimento dos estudos, pontos positivos e
negativos da escola como ambiente de convívio social e de busca de
conhecimento, visão dos alunos sobre os fatores que influenciam a busca pela
modalidade EJA. O instrumento continha ao todo 30 questões, sendo 18
abertas e 12 fechadas.
9
Apesar do considerável número de questões, a maioria dos estudantes
mostrou-se bastante receptivos, porém se limitaram em formular respostas
diretas, demonstrando interesse em participar e, em especial, pela
oportunidade de se expressarem e de serem ouvidos.
Para a análise das questões fechadas foram computadas as frequências
percentuais por alternativa e para as questões abertas foram analisados os
conteúdos das mensagens.
(a) Perfil dos entrevistados quanto à idade:
Gráfico 01 - Faixa etária dos entrevistados. Fonte: Alunos da EJA do Colégio Estadual São Marcos.
(b) Perfil dos entrevistados quanto ao sexo
Gráfico 02 – Sexo dos entrevistados. Fonte: Alunos da EJA do Colégio Estadual São Marcos.
Verificando os resultados das duas primeiras questões, constatamos que
77% dos entrevistados estão dentro da faixa etária de 18 a 24 anos. O baixo
percentual de alunos com mais de 25 anos justifica os dados que foram
construídos na própria escola no início da pesquisa onde em 2000, ano de
implantação da EJA na escola, cerca de 25% dos alunos matriculados tinham
menos de 24 anos. Hoje podemos perceber que, através da pesquisa
realizada, que os resultados se inverteram. Este dado vai ao encontro com
10
estudos de muitos pesquisadores e professores preocupados com o fenômeno
da crescente busca de jovens pela modalidade EJA apresentada como
juvenilização. É possível aproximar os dados aqui construídos com a pesquisa
realizada por Stecanela e Panizzon (2013) na cidade de Caxias do Sul onde
apontam que em 2012 o grupo de alunos entre 15 e 18 anos representava 62%
do total dos alunos da EJA e o grupo compreendido acima dos 18 anos
representava 38%. Embora a pesquisa citada tenha sido construída com
alunos da EJA Ensino Fundamental, é notável o processo de juvenilização em
outros contextos.
Pode-se verificar também que o percentual de alunos do sexo masculino
e feminino apresenta uma diferença de 20%. Esta diferença não é relevante,
pois conforme dados do IBGE a população masculina em nosso município
apresenta maior massa. Percebe-se que hoje a população principalmente do
sexo feminino, não precisam mais deixar de estudar para trabalhar, ao
contrário, o fato de estarem trabalhando lhes dá a possibilidade de continuar a
frequentar a escola, pois apesar de na maioria das vezes seus salários serem
baixos estas trabalhadoras podem arcar com as despesas pessoais e
familiares.
(c) Situação em relação ao trabalho
Quantidade de horas trabalhadas semanalmente
Gráfico 03 – Horas diárias de trabalho diário dos entrevistados. Fonte: Alunos da EJA do Colégio Estadual São Marcos.
11
Setor da ocupação profissional
Gráfico 04 – Ocupação profissional dos entrevistados. Fonte: Alunos da EJA do Colégio Estadual São Marcos.
Analisando os dados dos gráficos 03 e 04 que são relacionadas com a
situação ocupacional dos alunos, percebemos que 84% deles trabalham
durante o dia, na maioria com uma carga horária de trabalho de 8 horas diárias,
porém um percentual bastante significativo de 25% possui uma jornada de
trabalho pesada com mais de 8 horas diárias.
A indústria é a principal ocupação profissional destes alunos. Os 20% de
alunos que trabalham no comércio são quase exclusivamente do sexo
feminino, onde a principal ocupação é a de balconista em lojas e
supermercados. Os outros 26% são considerados autônomos, agricultores,
babás, trabalhadores da construção civil. O maior contingente de alunos
empregados na indústria é explicado pelo número significativo de empresas
que a cidade possui, principalmente no ramo de peças automotivas, no ramo
moveleiro e vinícola. Além de que as empresas oferecem aos seus
colaboradores planos de saúde privada, cestas básicas e algumas incentivam
financeiramente os trabalhadores que desejam estudar.
O percentual de 16% de alunos que não trabalham declaram motivos de
saúde, que lhes faltam oportunidades, e que a busca pelo emprego se justifica
pelo desejo de satisfazer necessidades básicas e ajudar na renda familiar.
12
(d) Situação em relação à ocupação do tempo livre
Atividades realizada regularmente para além de estudar e/ou trabalhar
Gráfico 05 – Atividades realizadas regularmente pelos entrevistados. Fonte: Alunos da EJA do Colégio Estadual São Marcos.
Podemos perceber que a realidade dos alunos da EJA, difere da
realidade dos alunos que frequentam o ensino diurno porque, enquanto os
mesmos têm o tempo para estudar e dedicar-se a outras atividades como
dança, músicas, línguas estrangeiras, e outras, os alunos da EJA trabalham
durante o dia e estudam à noite.
Um percentual de 54% dos entrevistados não realiza nenhuma atividade
extra, os mesmos alegam que só sobra o final de semana e aí estão cansados.
Dentre os 35% que praticam regularmente algum esporte a maioria é do sexo
masculino e apontaram o futebol com os amigos como atividade esportiva,
alguns citaram também caminhadas e andar de bicicleta, tornando-se verdade
mais uma atividade de lazer e de descontração do que propriamente uma
atividade extra.
Os alunos que frequentam cursos de computação, 10%, só o fazem
porque as empresas exigem e são oferecidos aos sábados. Outro motivo da
procura deste tipo de curso é para melhorar o currículo e ajudar na vida
profissional.
Verifica-se também que atividades que exigem disciplina e também um
investimento mais significativo como curso de inglês é pouco procurado, sendo
verificada a frequência de apenas 1% entre os entrevistados.
13
(e) Motivação para procurar o Ensino Médio na modalidade EJA
Gráfico 06 – Motivos para cursar a EJA Fonte: Alunos da EJA do Colégio Estadual São Marcos.
O resultado obtido quando os alunos foram questionados quanto aos
motivos que os levaram a cursar a EJA: 58 % acreditam nas facilidades da
modalidade e pelo fato de concluir o Ensino Médio em menos tempo. Os 17%
apresentados no gráfico destacam
trabalhadores que precisam estudar a noite por exigência do trabalho, visto que
em sua maioria trabalham na indústria e por conta dos avanços tecnológicos e
gestão buscam funcionários cada vez mais qualificados.
Percebemos que o percentual de 15% dos alunos que declaram o motivo
pelo qual cursam a EJA, ainda tem uma preocupação com o futuro, isso revela
que os alunos veem a escola como instituição promotora de melhores
condições de vida e de ascensão social, traduzindo uma valorização da
escolarização, na busca do que a maioria define como “um futuro melhor”.
(f) Grau de satisfação em relação à modalidade EJA O ensino oferecido na EJA atende as suas expectativas?
Gráfico 07 – Atendimento das expectativas oferecido na EJA. Fonte: Alunos da EJA do Colégio Estadual São Marcos.
14
Os fatores citados pelos alunos que justificam os 84% de satisfação com
o ensino oferecido na EJA do Colégio Estadual São Marcos são: ensino menos
rígido, professores dedicados e compreensivos com a condição dos alunos
trabalhadores que utilizam maneiras diversificadas de avaliação (não aplicam
só provas), mais trabalhos. Consideram o turno da noite na escola calmo e
tranquilo, não ocorrem casos de violência e isso colabora com o aprendizado,
principalmente para aqueles que já enfrentaram uma jornada de trabalho.
Quanto ao termo ensino menos rígido citado percebe-se que às vezes os
alunos interpretam a metodologia de alguns professores como práticas de
ensino “menos exigentes”.
Os alunos que não estão satisfeitos total ou parcialmente com o ensino,
que juntos somam 16% são, na grande maioria, alunos com mais de 36 anos,
estes destacam que as turmas são barulhentas, muita conversa e muitos
adolescentes, falta de interesse e respeito por parte de alguns alunos,
conforme relato de A1: “as matérias são resumidas, a turma de gurizadas de 18
anos que só vem para brincar e atrapalhar os outros”, ainda mencionam o
ensino precário, muitas palestras e filmes ao longo do ano e a falta de tempo
para realizar tarefas extraclasses solicitadas por alguns professores. É provável
que estes alunos, de mais idade, carreguem com mais intensidade os
resquícios da organização da escola regular tradicional, projetando na EJA o
desejo de reprodução do mesmo modelo.
Alguns alunos classificam o ensino como precário justificando sua
posição dizendo que as aulas são pouco produtivas, e que os conteúdos são
mal programados, pois a maior parte dos conteúdos que são ensinados não
são usados no dia-a-dia, tudo é feito de forma mecânica. Outros afirmam o
desinteresse dos professores destacando que alguns não explicam o conteúdo
e não preparam as aulas, além de não terem domínio de turma. Salientam,
porém que não são todos os professores “só alguns”.
15
(g) Significados atribuídos aos estudos na modalidade EJA
Contribuição dos conteúdos e atividades desenvolvidas na escola para a
melhoria do seu desempenho profissional
Gráfico 08 – Contribuição da escola no desempenho profissional dos entrevistados. Fonte: Alunos da EJA do Colégio Estadual São Marcos.
Como se pode perceber 32% dos alunos não estabelece relação direta
entre os conteúdos da escola e a atividade profissional, porém, 50%
relacionam as práticas escolares com uma melhora na comunicação, na
argumentação e na convivência com chefes e colegas de trabalho. Cerca de
18% veem nos conteúdos uma ferramenta que ajuda na aquisição de
conhecimentos e isso pode colaborar para uma ascensão profissional e futuros
estudos (cursos profissionalizantes, superior e técnico).
Aspectos da vida social que melhoraram com a permanência na escola
Gráfico 09 – Contribuição da escola na melhoria do convívio social do entrevistado. Fonte: Alunos da EJA do Colégio Estadual São Marcos.
16
Pode-se perceber que aspectos relacionados à necessidade de
convivência superam os aspectos relacionados ao conhecimento que foi
apontado por 40% dos alunos como fator de melhorias na vida pessoal. Estes
dados confirmam que para os jovens e adultos a escola constitui além de um
espaço de ensino, um espaço cultural e social, onde se aprende mais do que
conteúdos e sim se pratica a solidariedade, o afeto, o respeito às diferenças,
cumprimento de regras.
(h) Fatores relevantes: permanência e desistência
Experiência com a reprovação na escola regular
Gráfico 10 - Histórico de reprovação Fonte: Alunos da EJA do Colégio Estadual São Marcos.
Abandono da escola regular alguma vez
Gráfico 11 - Histórico de desistência Fonte: Alunos da EJA do Colégio Estadual São Marcos.
Analisando os gráficos 10 e 11, percebe-se um alto índice de
reprovações e desistência na vida escolar dos entrevistados. Os anos que mais
se destacaram pelo número de reprovações foram a 5ª e 7ª séries do Ensino
17
Fundamental e o 1º ano do Ensino Médio, sendo que alguns alunos repetiram
até quatro vezes.
Os alunos pesquisados apontam fatores externos e fatores internos à
escola como motivos da desistência ou repetência dos alunos da EJA Ensino
Médio.
Os alunos da EJA do Colégio Estadual São Marcos citaram como fatores
externos os ligados diretamente ao aluno, tais como: falta de interesse,
dedicação e esforço, dificuldades de aprendizagem, preguiça, muitas faltas e
dificuldades financeiras. E quanto aos aspectos políticos e socioeconômicos
destacam: cansaço por causa do trabalho, amizades, namoros, drogas e os
atrativos tecnológicos de fora da escola.
Quanto aos fatores internos, o professor e suas práticas pedagógicas foi
o único citado, segundo os alunos alguns professores não explicam a matéria,
muitos não se dedicam e são mal preparados, além de que as aulas são pouco
atrativas e muito repetitivas. Destacam que alguns professores chegam para
trabalhar no turno da noite cansados e só reclamam parecendo que a culpa de
tudo é dos alunos.
(i) Fatores considerados determinantes para o sucesso escolar dos
alunos?
Os pesquisados apontam como fatores determinantes do bom
desempenho dos alunos, fatores relacionados aos próprios alunos e seus
familiares e outros que estão relacionados aos professores e à escola como um
todo. Podemos associar isso aos fatores “exógenos e “endógenos” do
insucesso escolar citado por Stecanela (2009, p.103). De acordo com a autora,
estes fatores “devem ser analisados diante de um conjunto de situações que
marcam as realidades brasileiras e mundial e afetam diretamente as biografias
dos jovens das classes populares”, os quis são influenciados e influenciam
pelas trocas na socialização com os demais sujeitos que encontram dentro e
fora da escola.
Eles destacam a dedicação, o interesse, a facilidade de aprendizagem,
força de vontade, o apoio da família e fatores econômicos como os fatores
ligados diretamente ao aluno ou seus familiares. Os mesmos destacam que
muitas vezes o incentivo da família compensa o cansaço depois de um dia de
18
trabalho. Salientam também a importância da turma, se esta é mais calma
ajuda no entendimento e consequentemente no bom desempenho dos alunos.
Quanto aos fatores ligados à escola os alunos destacam que a presença de um
professor dedicado, qualificado e exigente, que prepara suas aulas deixando-
as mais interessantes e com boas explicações fazem os alunos se sentirem
motivados e “importantes” e quanto à escola como um todo destacam a
importância de ter um lugar agradável e tranquilo para estudar. Lembrando
Libâneo:
O professor não apenas transmite uma informação ou faz perguntas, mas também ouve os alunos. Deve dar-lhes atenção e cuidar para que aprendam a expressar-se, expor opiniões e dar respostas. O trabalho docente nunca é unidirecional. As respostas e opiniões mostram como eles estão reagindo à atuação do professor, às dificuldades que encontram na assimilação dos conhecimentos. Servem também para diagnosticar as causas que dão origem a essa dificuldades. (LIBÂNEO, 1994, p. 250).
Fica enfatizado, portanto, que a figura do professor quando apresentada
e reconhecida positivamente pelos alunos se torna o grande diferencial para o
aluno aprender.
(j) Expectativas para o Futuro
Desejo de continuidade dos estudos após conclusão da EJA
Gráfico 12 - Histórico de desistência Fonte: Alunos da EJA do Colégio Estadual São Marcos.
A maioria dos entrevistados pretende dar continuidade aos estudos.
Ingressar no Ensino Superior, cursos técnicos e profissionalizantes e destacam
que nos dias atuais vivemos num mundo globalizado e que ampliar os
19
conhecimentos gerais é importante, pois favorece a vida de qualquer cidadão.
Este dado nos remete ao gráfico 6 demonstrado acima, embora os 58% dos
alunos acreditam na facilidade da modalidade e conclusão em menor tempo,
possuem expectativas positivas e buscam ascensão e qualificação
profissional. Conforme Silva:
permanecer na escola parece significar aos jovens uma estratégia para enfrentar a competitividade no mercado de trabalho, seja por acreditarem que estão se capacitando para o atendimento às demandas do setor produtivo, seja por estarem interessados na aquisição de um diploma que os coloque num patamar diferenciado em relação a uma relevante parcela que não consegue, sequer, obter a escolaridade mínima. (SILVA, 2010, p. 248).
Confrontando os gráficos 6 e 12 é notável que a escola para os alunos da
EJA é vista como um espaço significativo em suas vidas tanto na questão
afetiva como espaço de promoção profissional.
TECENDO ALGUMAS CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os dados evidenciam que o processo de juvenilização da Modalidade de
Educação de Jovens e Adultos do Colégio Estadual São Marcos é um fato
notório, visto que um número maior de jovens entre 18 e 24 anos estão
matriculados hoje em comparação com as matrículas do ano de implantação
desta modalidade.
Os jovens enfrentam a realidade das instituições públicas que ofertam
conteúdos e metodologias formais, as quais são consideradas pouco
interessantes por eles, não promovendo situações que favoreçam experiências
atrativas comparadas às ofertas “mais atraentes” fora da escola. Com isso o
fracasso escolar com sucessivas reprovações e as dificuldades de
aprendizagem associadas à falta de interesse do aluno e falta de incentivo da
família e professores, mostra um fator determinante para que os jovens, cada
vez mais jovens, procurem a Educação de Jovens e Adultos no Ensino Médio.
Os números e os relatos também apontam que a Escola é uma das
instituições sociais em que os jovens têm acesso além da aprendizagem e do
conhecimento, a possibilidade de construir vínculos afetivos, sociais e culturais
fundamentais para seu cotidiano na convivência pessoal e profissional. Ao
20
matricularem-se na EJA depositam expectativas relacionadas à aceleração do
tempo escolar, inserção no mercado de trabalho, pela certificação, qualificação
e promoção profissional. A grande maioria se caracteriza por trabalhadores
incentivados ou cobrados pela qualificação em seus empregos, e muitos
pretendem dar continuidade aos seus estudos, visto que o mercado de trabalho
é cada vez mais competitivo.
Nesse caso, portanto, por se tratar a juvenilização da EJA como um
fenômeno relativamente recente, necessita ser mais bem compreendido pelos
profissionais que atuam nessa modalidade de ensino, sobretudo no que se
refere ao conhecer estes sujeitos que adentram as salas de aula com idades,
perspectivas, vivências e conhecimentos distintos, com o futuro à sua espera,
mas, principalmente, com um presente desejoso de ser vivido intensamente.
Assim, garantir o direito à educação e o respeito à diversidade continua e,
possivelmente, continuará sendo um desafio às políticas públicas, à prática
docente e às instituições de formação de professores. As respostas buscadas
através do estudo realizado encontrou algumas aproximações ao que desafiou
o problema de pesquisa sobre o processo de juvenilização da EJA e, ao
mesmo tempo, finaliza com novas indagações e preocupações futuras,
similares às conclusões do estudo realizado por Stecanela e Panizzon (2013)
em outro contexto social, embora próximo geograficamente à investigação que
este texto procura apresentar os resultados: que práticas e que políticas
precisam ser efetivadas para dar conta do novo perfil juvenilizado da EJA?
REFERÊNCIAS
ARROYO, Miguel. Educação básica de Jovens e Adultos, Escola Plural. Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte, 1996. BERNARDIM, Márcio Luiz. Juventude, Escola e Trabalho: Investigando os Jovens da Modalidade EJA e do Ensino Superior. BRASIL. Constituição: República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br.Acesso em: 15/03/2013. BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 20 dez.1996.Disponível em: http://www.mec.gov.br. Acesso em: 15/03/2013.
21
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parecer CNE/CEB nº 11/2000 e Resolução CNE/CEB nº 01/2000. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos.Brasília,2000. Disponível em: http://www.mec.gov.br. Acesso em: 15/03/2013. BRUNEL, Carmen. Jovens cada vez mais jovens na Educação de jovens e adultos. 2ª.ed.Porto Alegre:Mediação,2008 DAYRELL, Juarez; REIS, Juliana Batista. Juventude e Escola: Reflexões sobre o Ensino da Sociologia no ensino médio. Anais do XIII Congresso Brasileiro de Sociologia. Recife, 2007. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ªEd. São Paulo, Atlas S. A., 2008. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez Editora, 1994. NASCIMENTO, Carmen Teresinha Brunel do. Jovens Cada Vez Mais Jovens na Educação de Jovens e Adultos. 2. ed. Porto Alegre: Editora Mediação, 2008. v. 1. 96p. SILVA, Mariléia M. da. Redes de relações sociais e acesso ao emprego entre os jovens: o discurso da meritocracia em questão. In: Educ. Soc., Campinas, v. 31, n. 110, p. 243-260, jan./mar. 2010. STECANELA, Nilda; PANIZZON, Mateus. A juvenilização da EJA e o jovem como sujeito sociocultural. In: STECANELA, Nilda (org.). Juventude urbana, culturas e EJA. Cadernos de EJA. Caxias do Sul : EDUCS, 2013, vol. 2, p. 7-33.
STECANELA,Nilda. Jovens e cotidiano: trânsitos pelas culturas juvenis e pela escola da vida. Caxias do Sul.Educs,2010. STECANELA, Nilda. A crise da escola e o esboroar de seus mitos fundadores. In: Carla Sotero dos Santos; Dóris Bitencourt Almeida. (Org.). Educação: o uno e o múltiplo. Caxias do Sul: EDUCS, 2009, v. , p. 101-122.
top related