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A INTERATIVIDADE COM O A INTERATIVIDADE COM O PÚBLICO NA PEÇA PÚBLICO NA PEÇA HYSTERIAHYSTERIA DO GRUPO XIX DO GRUPO XIX DE TEATRO (2001)DE TEATRO (2001)

Andressa KlosterOrientadora: Profª. Drª.

Margie/Margarida Gandara Rauen

IntroduçãoIntroduçãoO espectador é, também, um

intérprete da arte e entenderá o trabalho de acordo com suas experiências. (ECO, 1986).

Participação do público.problematização o conceito de

histeria e sua associação ao universo feminino.

ObjetivosObjetivosAnalisar a interação com o público

provocada pelo elenco na peça Hysteria do Grupo XIX de Teatro.

Investigar como as interações influenciam no andamento da cena, com base em material em vídeo.

Elencar as diversas formas de interação presentes na peça.

Relacionar as interações que ocorrem na com a interatividade pesquisada e desenvolvida por Jerzy Grotowski e outros autores.

Considerar como a interação elabora a temática da histeria vinculada a questões de gênero.

Identificar na peça o contraste entre o comportamento da mulher no séc XIX e no séc XXI.

Histeria: o tema da Histeria: o tema da peçapeçaSegundo o dicionário O Vocabulário da

Psicanálise, a histeria é uma

Classe de neuroses que apresentam quadros clínicos muito variados. As duas formas sintomáticas mais bem isoladas são a histeria de conversão, em que o conflito psíquico vem simbolizar-se nos sintomas corporais mais diversos, paroxísticos (exemplo: crise emocional com teatralidade) ou mais duradouros (exemplo: anestesias, paralisias histéricas, sensação de bola faríngica, etc.), e a histeria de angustia, em que a angustia fixada de modo mais ou menos estável neste ou naquele objeto exterior (fobias). (LAPLANCHE e PONTALIS, 1988, p. 275).

Os sintomas sobre a histeria de conversão, descritos nos livros resenhados, tais como, Borge e Ramadam (1985); Fernandes (2003); Hornstein (1989); Laplanche e Pontalis (1988) e Trillat (1991), principalmente, permite-nos entender o porquê de mulheres com tal neurose haverem sofrido tanto preconceito tempos atrás e como o termo conquistou as denominações que possui hoje.

Histeria nos tempos de Freud◦mais enfatizados eram crises de choro e

gritos, e até mesmo cegueira, dor e paralisia de alguma parte do corpo, tudo isso sendo gerado por transtornos psíquicos.

◦O transbordar de sentimentos reprimidos que, segundo os estudos de Freud se deviam a questões sexuais mal resolvidas, sendo que um conflito edipiano mal resolvido na infância pode gerar em uma pessoa adulta com graus patológicos de neuroses, como é o caso da histeria.

Betty Friedan em seu livro Mística Feminina fala sobre a história da mulher, os preconceitos sofridos, as transformações culturais e também se posiciona contra a teoria Freudiana.◦ Freud via a mulher como um ser inferior, esse

pensamento era fruto da cultura da época, porém suas teorias fizeram com que esse pensamento se tornasse mais forte, fazendo com que a mulher fosse vista, até os tempos de hoje de certa forma, como um ser dependente do homem e do qual tem inveja e todos os seus problemas psicológicos e neurológicos são frutos de questões de recalque sexual.

Histeria nos tempos de hoje.

A participação e as A participação e as pesquisas de Jerzy pesquisas de Jerzy GrotowskiGrotowskiTeatro das 13 filas A distribuição das pessoas do público

em grupos com funções diferentes na participação foi usada por Grotowski na peça Sakuntala (1960)

Em Kordian (1962), a forma de integração do público também envolve o espaço físico

participação do público sem colaboração física – testemunha. Principe constante (1965).

HysteriaHysteria Grupo XIX de Grupo XIX de TeatroTeatrodesenvolve em um local pequeno

com público reduzido, de forma semelhante ao que ocorre no Teatro das 13 filas com Grotowski.

os espectadores homens são separados das espectadoras mulheres.

tratamento um pouco autoritário com o público.

Final – público como testemunha.

Três formas de participação das mulheres do público: figurantes; participantes diretas da ação; personagens.

“a senhora sabe que horas são?” - caminha gradativamente até chegar em perguntas mais íntimas sobre a sexualidade feminina

Formas de interatividade Formas de interatividade na peçana peçaInteratividade conduzida: NINIinterferência pessoal do

espectador em diálogos: “a senhora é casada?” (CLARA)◦muitas vezes o público se torna uma

extensão da atriz, compartilhando seus papéis e auxiliando nos diálogos.

Contato físicoClara - bilhetes

texto é premeditado, imaginando a reação do público para as perguntas. Porém, este deve ser aberto, pois as respostas podem ser diferentes das imaginadas e a atriz precisará adequar o texto.

Rezar, dançar, cantar, bater palmasJogo de datasDesta forma, o público participa da peça

não apenas respondendo as perguntas realizadas pelas atrizes, mas se vêm parte do jogo teatral, participando das ações propostas pele elenco, imersos na encenação sobre a temática da histeria.

Confrontar histórias de mulheres do século XX com as mulheres do nosso século.

Considerações finaisConsiderações finaisDiversas formas de interação entre

elenco e público.Há grande semelhança entre as

propostas de participação do público vistas em Hysteria e as diversas formas de interação praticadas por Grotowski.

Hysteria é uma peça concebida para completar-se com a participação do público no tempo real da cena. A dramaturgia apresenta um texto com situações e roteiro previamente planejado.

No jogo entre passado e presente, manifestam-se as perspectivas antigas e atuais sobre a histeria.

Inserção de situações espontâneas no ambiente de improvisação da cena.

ReferênciasReferências BORGE, Zacarias; RAMADAM, Ali. A histeria. São Paulo: Ática, 1985. BOURRIAUD, N. Estética Relacional. São Paulo: Martins, 2009. ECO, U. Obra Aberta. Col. Debates. São Paulo: Perspectiva, 1986. FERNANDES, Maria Helena. Corpo. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. GRUPO XIX DE TEATRO, Hysteria, Projeto “Casa em Obras”. MINC/FUNARTE,

2006. HORNSTEIN, Luis. Introdução à Psicanálise. São Paulo: Escuta, 1989. LAPLANCHE, Jean; PONTALIS, J. B. Vocabulário da psicanálise. 10. ed. São Paulo:

Martins Fontes, 1988. RAUEN, M. G. “Paidia, Ludus e o Público na Cena.” IN GOMES, André Luis;

MACIEL, Diógenes André Vieira (orgs.). Dramaturgia e Teatro: Intersecções. Maceió: EDUFAL, 2008, p. 249-268. [ISBN 978-85-7177-431-5]

______. Apresentação: A interatividade, o controle da cena e o público como agente compositor. In: Rauen, M.G. (org.). A interatividade, o controle da cena e o público como agente compositor. Salvador: EDUFBA, 2009, p. 13-21.

SCHEFFLER, I. O Espectador nas Encenações de Jerzy Grotowski. In: Rauen, M.G. (org.). A interatividade, o controle da cena e o público como agente compositor. Salvador: EDUFBA, 2009, p. 85-108.

SESARINO, A. S. A Histeria e o Pré-Édipo In: A Histeria nos Tempos Modernos. Disponível em: http://www.consultorio.psc.br/histeria.htm Acesso em: 11 jun 2011.

TRILLAT, Etienne. História da Histeria. São Paulo: Escuta, 1991.

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