a importÂncia do estudo da legislaÇÃo maÇÔnica

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A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA LEGISLAÇÃO MAÇÔNICA

A nossa intenção não é ensinar legislação, mesmo porque, isso implicaria em

horas de debates e para que se possa alcançar um resultado positivo, há que se

programar uma escala de estudos começando pelo preâmbulo da Constituição,

depois seus capítulos, artigos, parágrafos, etc., o mesmo acontecendo com os

demais documentos.

O que pretendemos nesse modesto trabalho é demonstrar, do que se constitui a

Legislação Maçônica e a necessidade que temos de estudá-la. Se todos se

preocupassem em procurar interpretar e respeitar as nossas leis, acreditamos que

o número de sisões, brigas internas, desavenças dentro da Ordem seria bem

menor.

Na realidade, dentro dos princípios de nossa Sublime Instituição não haveria nem

a necessidade de leis escritas.

A maçonaria a nosso ver é uma escola como qualquer outra do mundo profano,

por exemplo: medicina, engenharia, direito, etc.. No decorrer do curso cada aluno

vai definindo sua tendência para esta ou aquela especialidade e na maçonaria não

poderia ser diferente, uns tendem para a Ritualistica, outros para a Simbologia,

outros partem para a Filosofia, outros ainda para a História e raramente ouvimos

dizer que alguém se preocupou com a Legislação Maçônica. Vocês podem notar e

já deve ter ocorrido em suas Lojas, que um dos cargos de maior importância em

uma administração é o Orador, que é o guarda da lei, o advogado do diabo, o

responsável por tudo que é legal dentro de uma Loja. E como é feito a escolha do

Ir.'. Orador? Via de regra o escolhido é aquele que tem uma oratória fluente,

facilidade de falar, que empolga a platéia, mas que de leis maçônicas não entende

quase nada ou absolutamente nada.

Temos afirmado que a instrução na Sublime Ordem é mínima, salvo engano,

pouco mais de 6 horas para o grau de aprendiz, que corresponde se for o caso a

44 sessões no grau se todas durante o ano forem realizadas no primeiro grau;

para o companheiro menos de 3 horas que corresponde mais ou menos a 11

sessões no grau se realizadas e para o Mestre, com raras e honrosas exceções

nada, considerando-se quinze minutos por sessão, tempo que as vezes é

contestados por irmãos, preocupados com o bate papo após as reuniões.

Esse pequeno espaço de tempo é sempre ocupado com ritualística, simbologia,

história e assuntos profanos na maior parte das vezes, jamais se congitando em

discutir legislação. Em visita a uma Loja, vimos um aprendiz que no mundo

profano ocupava o cargo de diretor do Departamento de Água e Esgotos da

Prefeitura Municipal, apresentar um trabalho sobre os problemas dessa área e sua

atuação para a solução. Interrogado pelo Venerável Mestre sobre o trabalho, o Ir\

Orador concluiu que considerava o trabalho válido para aumento de salário, pois o

mesmo tinha relação com a prova da água na iniciação. O Orador era advogado

militante. Absurdo, mas é verdade. Onde está o conhecimento sobre Legislação

do Orador e do próprio Venerável?

Constantemente ouvimos aquela pergunta: Para que estudar legislação se a

matéria é mais de consulta?

A verdade que mesmo sendo matéria de consulta, é mister que se saiba

interpretá-la e que se a conheça em todos os seus detalhes.

Do que se constitui a Legislação Maçônica?

1. Os Landmarks, considerados como as mais antigas leis que regem a maçonaria universal, pelo que se caracteriza pela sua antigüidade. Os regulamentos, estatutos e outras leis podem ser revogados, modificados ou anulados, porém os Landmarks jamais poderão sofrer qualquer modificação ou alteração.

2. A Constituição que é a Lei Magna da Obediência; no sentido restrito, é a lei básica de uma Potência.

3. O Regulamento Geral da Federação do GOB, sabendo-se que cada Potência dá o nome que convém, que são as normas estabelecidas para o governo de uma Potência Maçônica. É elaborado com base na Constituição, dando uma elasticidade maior, procurando prever todas as situações possíveis dentro da Ordem. O Regulamento interpreta e disciplina a aplicação da Constituição.

4. Lei Penal Maçônico que são as disposições de direito penal corporativo ou associativo, que pretende apenas resguardar e regular as relações internas da Instituição. Indica as sanções em que incidem os obreiros vinculados, por deslize de conduta, por ações e por omissões que atinjam aos princípios da moral e da ética defendidas pela Ordem.

5. Código Penal Maçônico que reúne as normas que regem o procedimento na aplicação da Lei Penal e trata da sistemática processual a que se sujeitarão os que forem enquadrados nas penas capituladas na parte subjetiva do Código Penal.

6. Regimento Interno, que são as normas estabelecidas para o funcionamento interno de cada Loja, devendo ser baseado na Constituição e no Regulamento Geral , não perdendo jamais o seu caráter essencialmente maçônico.

7. Estatuto Social da Loja, com redação profana, que possibilita através de seu registro em cartório, dar-lhe personalidade jurídica.

8. Regimento de Recompensas que prevê as condecorações por mérito de Irmãos, das Lojas e mesmo de profanos.

9. A tradição, usos e costumes, na falta de lei expressa já consagrados pela Ordem. Para a solução de problemas e possíveis casos que surjam em virtude da ausência de uma legislação especifica, de um código disciplinar e outras leis complementares.

10.Atos e Decretos emanados do Poder Executivo, leis do Poder Legislativo e finalmente os rituais que disciplinam a ritualística e liturgia aplicados aos diversos tipos de cerimônias, tais como: sessões ordinárias ou econômicas, eleições, finanças, magnas de iniciação, elevação, exaltação, posse, sagração de Templo, regularização de Lojas, banquetes, Magnas Públicas, Adoção de Lowtons, Pompas Fúnebres e Confirmação Matrimonial.

É da mais alta importância que o maçom desde a sua iniciação procure

conhecer detalhadamente as leis que nos regem, pois um dia poderá ser

um possível candidato a cargos de expressão na oficina e evitará cometer

certas barbaridades que poderão levar uma Loja ao caos. Para exemplificar

trago ao conhecimento dos irmãos, uma consulta que recebemos de uma

Loja de um Grande Oriente, a respeito da Adoção de Lowtons. Omitiremos

o nome da Loja por uma questão de ética. Diz na pr\ do Venerável daquela

Loja, que fizeram a adoção de diversos sobrinhos e já tinham elevado

quase todos ao grau de companheiro, porém não sabiam como exaltá-los

ao 3º grau e como ministrar o sinais, toques e palavras, na evolução

maçônica deles até atingirem os 18 anos. Vejam o absurdo. Isso nada mais

é do que desconhecimento de nossas leis. Observa-se que o Venerável

está imbuído da melhor das intenções, mas por ignorância está cometendo

perjúrio, revelando aos meninos, segredos da ordem, sem se dar conta que

a maior parte deles não chegarão a serem iniciados na Ordem. Imaginem

ainda se também fizessem a adoção de meninas, absurdo, mas que já tem

acontecido.

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